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Somos a maior cervejaria da América Latina e a maior indústria privada debens de consumo do Brasil. Estamos presente em 14 países da América,em operações que envolvem a produção e comercialização de cervejas,refrigerantes, outras bebidas não-alcóolicas, malte e subprodutos. Temosorgulho por quatro de nossas marcas de cerveja estarem entre as 20 maisconsumidas do mundo: Skol, Brahma, Stella Artois e Antarctica. Fazemosparte da maior plataforma mundial de produção e comercialização de cerveja desde a aliança global que firmamos com a Interbrew, em 2004,para a criação da InBev.
Nosso modelo de negócios é baseado na visão de que os consumidoressão a razão de tudo o que fazemos e devem receber toda a nossa atenção.Construímos marcas fortes para conquistar a preferência por nossosprodutos. Temos o maior portfólio de bebidas no Brasil, com marcasconsagradas nos segmentos de cerveja (como Skol, Brahma, Antarctica e Bohemia), refrigerantes (em que se destacam Guaraná Antarctica, Pepsi-Cola e H2OH!), isotônicos (Gatorade), chás (Lipton) e água (Fratelli Vita).Somos também líderes de mercado na Argentina, com a Quilmes Cristal,na Bolívia (Paceña), no Paraguai (Brahma) e no Uruguai (Pilsen).
Na construção de nossos resultados, damos ênfase também a outrasalavancas, como crescimento de receitas, disciplina financeira, execuçãonos pontos-de-venda, gente e cultura.
Em 2007, nosso volume de vendas chegou a 142,9 milhões de hectolitros,com receita líquida de R$ 19,6 bilhões, crescimento orgânico de 5,8% e 10,4%, respectivamente, em relação ao ano anterior, sem considerar o impacto de aquisições e vendas de ativos e conversão de moedas. NossoEBITDA, chegou a R$ 8,7 bilhões, 16,0% acima de 2006. O valor de mercadoda Companhia atingiu R$ 79 bilhões em 31 de dezembro de 2007.
Índice
2 / Destaques financeiros
4 / Mensagem aos acionistas
6 / Mapa das operações
8 / Criando valor com as nossas marcas
14 / Cerveja Brasil
18 / RefrigeNanc Brasil
20 / Quinsa
22 / América Latina Hispânica excluindo Quinsa (HILA-Ex)
24 / América do Norte
28 / Nosso modelo de negócios
32 / Gente e Cultura AmBev
36 / Responsabilidade social
38 / Responsabilidade ambiental
42 / Governança corporativa
44 / Ações como Investimento
46 / Prêmios
47 / Nosso time
49 / Demonstrações financeiras
2
Destaques Financeiros
Composição da Receita Líquida (%)
Cerveja Brasil
52%
América
do norte
19%HILA-ex
3%
RefrigeNanc
11%
Quinsa 14%
Malte e Subprodutos
1%
Receita Líquida (R$ milhões)
2007
2006
2005
2004
2003
8.68
4
12.0
07
15.9
59 17.6
14 19.6
48
Lucro Líquido (R$milhões)
EBITDA MARGEM
2007
2006
2005
2004
2003
1.41
2
1.16
2
1.54
6
2.80
6
2.81
6
EBITDA e margem
2007
2006
2005
2004
2003
3.07
235
,4% 37
,8% 39
,5% 42
,3% 44
,1%
4.53
7
6.30
5 7.44
5
8.66
7
Relatório Anual 2007 3
Valores expressos em milhões de reais 2003 2004 2005 2006 2007 Variação (%)
(exceto quando indicado) 07/06 (**)
Demonstração de Resultados
Receita Líquida 8.684 12.007 15.959 17.614 19.648 10,4%
Lucro Bruto 4.640 7.226 10.216 11.665 13.102 11,4%
Despesas Gerais e Administrativas 2.334 3.611 5.174 5.409 5.859 3,3%
EBIT 2.306 3.615 5.043 6.256 7.243 18,5%
Lucro Líquido 1.412 1.162 1.546 2.806 2.816 0,4%
Balanço Patrimonial
Ativo Total 14.830 33.017 33.493 35.561 35.476 (0,2%)
Caixa e Equivalentes 2.534 1.505 1.096 1.539 2.308 50,0%
Dívida Total 5.980 7.811 7.204 9.567 9.852 3,0%
Patrimônio Líquido 4.363 16.995 19.867 19.268 17.420 (9,6%)
Fluxo de Caixa e Rentabilidade
EBITDA 3.072 4.537 6.305 7.445 8.667 16,0%
Margem EBITDA 35,4% 37,8% 39,5% 42,3% 44,1% 2,1 p.p.
Investimentos de Capital 862 1.274 1.370 1.425 1.631 14,5%
Retorno sobre o Patrimônio 32,4% 6,8% 7,8% 14,6% 16,2% 1,6 p.p.
Dados por Ação (R$/ mil ações)
Valor Patrimonial (*) 9,59 25,93 30,40 30,24 28,30 (6,4%)
Lucro por Ação (*) 3,10 1,77 2,37 4,40 4,57 4,1%
Dividendos (ON) – R$/ação 2,09 1,93 1,90 2,80 3,00 7,1%
Dividendos (PN) – R$/ação 2,30 2,13 2,09 3,08 3,30 7,1%
Payout Dividendos 71% 114% 84% 66% 68% 2,0 p.p.
Capitalização
Capitalização de Mercado 26.392 40.424 53.646 64.109 79.071 23,3%
Dívida Líquida 3.447 6.305 6.107 7.802 7.369 (5,5%)
Participações Minoritárias 196 213 123 223 187 (16,1%)
Ações em Circulação (milhões) (*) 455,0 655,5 653,5 637,2 615,6 (3,4%)
ADRs Equivalentes (milhões) (*) 455,0 655,5 653,5 637,2 615,6 (3,4%)
(*) Valores ajustados pela bonificação de ações realizada em 31/05/2005 e, em 2006 e 2007, pelo grupamento de ações (na proporção de 100 existentes para 1 nova ação).
(**) As variações das contas de resultado estão sendo apresentadas sempre em bases orgânicas, isto é, excluindo os impactos de aquisições ou vendas de ativos e o impacto de conversão de moedas no processo de consolidação.
PRINCIPAIS INDICADORES
4
Mensagem aos acionistas
A atenção que damos ao nosso relacionamento com os consumidores permitiu mais uma vez, em 2007,
mantermos e ampliarmos nossa liderança de mercado nos países em que operamos. A cada ano
aperfeiçoamos nossas estratégias de construção de marcas, entregando ao consumidor produtos
alinhados aos seus valores e às suas expectativas, em um processo permanente de inovação que nos
diferencia e agrega valor às nossas marcas e aos nossos resultados. Esse comportamento é apoiado
também por importantes alavancas estratégicas: gente e cultura, disciplina financeira e eficiência
na execução e no gerenciamento de custos.
Além dos investimentos em nossas marcas, iniciativas de crescimento orgânico e aquisições estratégicas
permitiram apresentarmos mais um resultado recorde. O volume de vendas consolidado cresceu 5,8%,
para 142,9 milhões de hectolitros, e a receita líquida atingiu R$ 19,6 milhões, ou 10,4% acima do ano
anterior. O EBITDA cresceu 16,0%, para R$ 8,7 bilhões, com margem de 44,1% – a maior registrada
mundialmente na indústria de bebidas. O lucro líquido, de R$ 2,8 bilhões, ficou em linha com o resultado
2006, refletindo o aumento de amortização de ágio e perdas com conversão de moeda em investimentos
que realizamos fora do Brasil.
Durante 2007, adquirimos duas empresas: a Cintra, no Brasil, e a Lakeport, no Canadá, o que ajudou
a ampliar nosso mercado, especialmente na região de Ontário. No início de 2008, concluímos ainda
a aquisição dos minoritários de Quinsa, e passamos a deter 99,56% do capital votante da empresa.
No ano, investimos R$ 1.630,9 milhões em ampliação das linhas de produção, compra de ativos de giro
e em uma fábrica de garrafas, que será inaugurada em 2008.
Crescemos em todas as operações, lideradas pelo Brasil, com contribuição de 69,4% do EBITDA
e crescimento de 16,8% na geração de caixa. Os volumes aumentaram de forma consistente: 5,5%
em cervejas e 10,6% em refrigerantes.
Quinsa registrou um EBITDA 22,3% acima do ano anterior, mesmo com o impacto negativo da inflação
nos custos, de maiores salários e da crise energética. O desempenho reflete crescimento sólido de volume,
de 9,7% no ano.
HILA-ex reportou um EBITDA negativo de R$ 20,1 milhões, o que representa melhora de R$ 41,8 milhões
com relação ao ano anterior. Esse avanço se deve especialmente ao reposicionamento de nossas marcas,
para enfrentar melhor as condições do mercado local.
Na América do Norte, a evolução do EBITDA foi de 6,4%, fruto principalmente das melhorias de eficiência
no processo produtivo e adoção de diversas iniciativas buscando a redução dos nossos custos.
Em ambiente marcado por forte competição de preços, a aquisição da Lakeport fortaleceu nosso
posicionamento para competir no mercado local.
Relatório Anual 2007 5
Mantemos a nossa estratégia de distribuir o excesso de caixa gerado pelas nossas operações, reflexo
do foco no gerenciamento do caixa e do capital empregado. No ano, devolvemos aos acionistas R$ 3,1
bilhões em recompra de ações e R$ 2 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio (representando
70,9% do lucro líquido). O payout total somou R$ 5,1 bilhões, 42% acima do montante distribuído em 2006.
Os resultados de 2007 são, acima de tudo, resultado do trabalho da nossa gente, que é movida por uma
permanente insatisfação, pela paixão por aquilo que fazemos e por sonharmos grande, perseguindo
sempre a superação no desempenho.
Por trás dos números, temos uma equipe fantástica, que trabalha duro para que aconteça esse sonho que
pode parecer impossível. Nossa gente é determinada, atua com foco e sabe o quê e como executar. Cresce
com metas desafiadoras e nunca desiste. Mesmo quando as tendências são desfavoráveis ou o mercado
está se movendo contra nós, a nossa gente tem a capacidade de se superar. Esse é o nosso jeito de ser
e representa a nossa maior força.
Carlos Brito
Co-presidente do Conselho de Administração
Victorio Carlos De Marchi
Co-presidente do Conselho de Administração
6
Mapa das operações
Brasil – compreende (i) Cerveja Brasil, (ii) Refrigerantes e Nanc (Não-Alcóolicos e Não-Carbonatados) e (iii) vendas de Malte e Subprodutos
Receita Líquida (R$ mm): 12.455
EBITDA (R$ mm): 6.014
Margem EBITDA: 48,3%
Mercado de cerveja (mm HL): 103,8
Consumo per capita (litros): 56,0
Total vendido de cerveja (mm HL): 70,1
Total vendido de refrigerantes (mm HL): 24,5
Capacidade instalada de cerveja (mm HL): 118,1
Capacidade instalada de refrig. (mm HL): 66,5
América do Norte – representa as operações da canadense Labatt Brewing Company Limited (“Labatt”)
Receita Líquida (R$ mm): 3.826
EBITDA (R$ mm): 1.538
Margem EBITDA (%): 40,2%
Mercado de cerveja (mm HL): 22,88
Consumo per capita (litros): 69,7
Total vendido de cerveja (mm HL) - Doméstico: 9,7
Total vendido de cerveja (mm HL) - Exportação: 1,8
Capacidade instalada de cerveja (mm HL): 14,9
CANADÁ
VENEZUELA
REPUBLICA DOMINICANAGUATEMALA
EL SALVADOR
NICARAGUA
EQUADORPERU
BOLÍVIA
PARAGUAI
CHILE
URUGUAI
ARGENTINA
BRASIL
Relatório Anual 2007 7
America Latina Hispânica – compreendea participação da AmBev em (i) Quilmes Industrial,Quinsa, S.A. (“Quinsa”), e (ii) Operações na AméricaLatina Hispânica, excluindo Quinsa (HILA-Ex)
Fonte: AmBev
(i) QUINSA
Receita Líquida (R$ mm): 2,687
EBITDA (R$ mm): 1,135
Margem EBITDA (%): 42,3%
Mercado cerveja (mm HL) 27.8
Total vendido de cerveja (mm HL): 18,3
Total vendido de refrigerantes (mm HL): 12,2
Argentina
Mercado de cerveja (mm HL): 15,9
Consumo per capita (litros): 41,4
Capacidade instalada de cerveja (mm HL): 15,7
Capacidade instalada de refrig.(mm HL): 18,8
Uruguai
Mercado de cerveja (mm HL): 0,8
Consumo per capita (litros): 24,3
Capacidade instalada de cerveja (mm HL): 1,3
Capacidade instalada de refrig. (mm HL): 0,7
Bolívia
Mercado de cerveja (mm HL): 3,2
Consumo per capita (litros): 32,4
Capacidade instalada de cerveja (m HL): 4,1
Paraguai
Mercado de cerveja (mm HL): 2,3
Consumo per capita (litros): 37,1
Capacidade instalada de cerveja (mm HL): 3,2
Chile
Mercado de cerveja (mm HL): 5,6
Consumo per capita (litros): 33,7
Capacidade instalada de cerveja (m HL): 1,1
(ii) HILA-Ex
Receita Líquida (mm HL): 681
EBITDA (R$ mm): (20)
Margem EBITDA (%): -3%
Mercado de cerveja (mm HL): 45,6
Total vendido de cerveja (mm HL): 3,0
Total vendido de refrigerantes (mm HL): 3,2
Equador
Mercado de cerveja (mm HL): 2,7
Consumo per capita (litros): 28,0
Capacidade instalada de cerveja (mm HL): 1,0
El Salvador
Mercado de cerveja (mm HL): 0,8
Consumo per capita (litros): 13,0
Capacidade instalada (mm HL): -
Guatemala
Mercado de cerveja (mm HL): 1,3
Consumo per capita (litros): 18,0
Capacidade instalada de cerveja (mm HL): 1,4
Nicarágua
Mercado de cerveja (mm HL): 0,8
Consumo per capita (litros): 13,0
Capacidade instalada (m HL): -
Peru
Mercado de cerveja (mm HL): 10,4
Consumo per capita (litros): 38,0
Capacidade instalada de cerveja (mm HL): 1,0
Capacidade instalada de refrig. (mm HL): 4,9
República Dominicana
Mercado de cerveja (mm HL): 3,6
Consumo per capita (litros): 36,3
Capacidade instalada de cerveja (mm HL): 1,0
Capacidade instalada de refrig. (mm HL): 3,2
Venezuela
Mercado de cerveja (mm HL): 26,0
Consumo per capita (litros): 93,0
Capacidade instalada de cerveja (mm HL): 2,8
8
Aliamos tradição e modernidade no portfólio de
produtos, em uma estratégia clara e direcionada
de criação de valor e inserção de nossas marcas
na vida do consumidor. Para nós, o consumidor
é o chefe, é a razão do nosso negócio, e precisamos
entendê-lo, estar próximos e construir uma relação
duradoura de longo prazo.
Sem perder características e valores centenários
que acompanham algumas de nossas principais
marcas – como as cervejas Bohemia, Antarctica,
Brahma, Original e Quilmes –, atuamos de forma
a garantir o crescimento contínuo dos negócios.
Esse trabalho envolve um estruturado sistema
de inteligência de mercado e o uso de técnicas
de marketing e comunicação que permitem
a nossas marcas tornarem-se referências –
até mesmo ícones – e avançarem na preferência
dos consumidores.
Essas ações abrangem não apenas novos
produtos, sabores, extensões de linhas, embalagens,
campanhas e promoções. Nossas pesquisas
de mercado vão além de identificar hábitos de
consumo, expectativas de consumidores e novas
oportunidades de crescimento de volumes.
Cumprimos o papel de líder no mercado de vários
países, comprometidos com a constante busca
pela inovação, sintonizados com a realidade
e as complexidades do mundo moderno. Nossa
política de marketing tem como missão entender
as necessidades do consumidor e as diferentes
realidades nas quais ele está inserido. Buscamos
conhecer as experiências para entrar na vida das
pessoas, conhecer seus valores, suas prioridades,
suas ocasiões de consumo e assim, em conjunto
com outras áreas da Companhia, desenvolver
produtos que atendam às expectativas dos públicos
que queremos atingir. Mais do que isso, sabemos
da importância de identificar aspirações, antecipar
tendências e apontar novos rumos.
Valores
Em uma sociedade cada vez mais informatizada
e globalizada, procuramos identificar os valores
que movem os consumidores, sem deixar de lado
as influências de características regionais e faixas
etárias. Nosso dia-a-dia envolve uma série de
pesquisas sobre modos de vida, hábitos de consumo,
aspirações e valores em todas as nossas regiões
de atuação. Só no Brasil, são mais de 2,5 mil pessoas
entrevistadas mensalmente. Essas informações,
aliadas à troca de experiências nos diferentes
países, servem de base para aperfeiçoar nossos
produtos e desenvolver as marcas que nos
colocam entre as principais indústrias de bebidas
do mundo.
Buscamos que nossas marcas espelhem esses
valores, traduzidos em atributos identificados
pelos diferentes consumidores. Elas enfatizam
conceitos como juventude, leveza e irreverência
(Skol), amizade, progresso e celebração (Brahma),
degustação e conhecimento cervejeiro (Bohemia),
qualidade (Antarctica), busca da perfeição (Stella
Artois), garra e amizade (Quilmes), entre outras.
Criando valor com as nossas marcas
Inovação
Esses conceitos das marcas inspiram todas as nossas inovações. Por meio delas buscamos surpreender
sempre nossos consumidores, seja em nossa comunicação – na TV, em novas mídias ou no ponto-de-venda –,
seja em novos produtos, com líquidos ou em embalagem inovadoras.
Um exemplo de empenho para entender e satisfazer cada vez mais o consumidor foi o lançamento
da cerveja Brahma Fresh exclusivamente para estados da Região Nordeste do Brasil. É uma cerveja pilsen
refrescante, mais suave e de cor mais clara e brilhante do que a Brahma tradicional, desenvolvida para
atender ao gosto regional. Além disso, tornamos a Bohemia Confraria, cerveja tipo abadia, um produto
de linha; criamos novos sabores da H2OH! e de Gatorade; inovamos com o Guaraná Antarctica Ice;
e introduzimos Quilmes Bock e Sout, na Argentina, e Alexander Keith’s Red Amber Ale, no Canadá.
A inovação inerente à nossa atuação também pode ser percebida: (i) nas nossas embalagens, como no pacote
com 18 latas de cerveja Skol, lançado em 2007, ou no lançamento da Bohemia Escura em garrafa long
neck (355 ml) e também em lata (350 ml), sempre buscando melhor atender aos desejos dos nossos
consumidores; (ii) nas mídias e tecnologias utilizadas na comunicação, como, por exemplo, a ação do Mistério
do Código Redondo, com uma estratégia de mídia diferenciada, com intervenções na programação, que
convidou os consumidores de Skol a participarem do desenrolar da campanha, ou a promoção do Dia
do Amigo da Quilmes, que motivou a postagem de mais de 1,5 milhão de vídeos pela Internet, feitos
pelos consumidores em interação com os amigos; (iii) nos diversos eventos proprietários das nossas
marcas, como, por exemplo, o Skol Beats, o Quilmes Rock e o Boteco Bohemia, que estão a cada ano
mais presentes na vida de nossos consumidores, trazendo novas experiências; (iv) no desenvolvimento
de novas ocasiões de consumo, como demonstra o sucesso crescente dos nossos quiosques do chopp
e chopp express; e (v) nas ações de trading nos pontos-de-venda, a exemplo da Real Academia do Chopp,
que treinou durante 2007 mais de 2 mil bares e restaurantes em todo o Brasil.
10
Relatório Anual 2007 13
Nossas Principais Marcas
Cervejas
Skol – Líder do mercado brasileiro, tem a inovação
como um de seus principais atributos. Foi a primeira
cerveja em lata do País, introduziu o conceito long
neck e novidades no mercado brasileiro, como a Skol
Geladona (embalagem que conserva o líquido
gelado por mais tempo) e embalagem com rótulo
termosensível.
Brahma – Marca que é sinônimo de reunião de
amigos e de diversão, é produzida desde 1888.
Além do Brasil, está presente também no Paraguai,
como a principal marca, e em mais de 30 países
das Américas e da Europa. Em 2007 ganhou uma
versão especial para a Região Nordeste, a Brahma
Fresh, mais clara e leve que a tradicional.
Antarctica – Clássica cerveja pilsen, fabricada
desde 1885, combina tradição e qualidade.
Consolidou sua posição no mercado brasileiro
com a campanha e o Bar da Boa.
Bohemia – Primeira cerveja do Brasil, produzida
desde 1853, é líder no segmento premium. Além
do tipo pilsen, tem outras versões de trigo
(Bohemia Weiss) e dos tipos schwarzbier (Bohemia
Escura) e abadia (Bohemia Confraria).
Original – Bebida premium, de sabor marcante,
destinada a quem sabe apreciar e valorizar uma
cerveja tradicional e de qualidade superior. Criada
em 1906, conserva até hoje sua fórmula e o rótulo
em papel monolúcido originais.
Serramalte – Cerveja encorpada, com maior
adição de malte em sua composição e processo
de fabricação mais longo. É produzida desde
1953.
Polar – Cerveja de aroma, sabor e amargor suaves,
com distribuição concentrada no Sul do Brasil.
Liber e Kronenbier – Não-alcóolicas, ampliam
as ocasiões de consumo. A Liber é produzida com
tecnologia inédita na América Latina, que inclui
o uso de equipamentos especiais para a retirada
total do álcool da bebida.
Caracu – Cerveja preta, do tipo stout, com sabor
encorpado. É produzida desde 1899. Como não
é filtrada, é mais nutritiva, contém levedura
e proteínas.
Quilmes – Cerveja mais vendida na Argentina.
É produzida em mais de 15 versões, com destaque
para a Quilmes Cristal. Lançada em 1888, em 2007
ganhou versões stout e bock.
Pilsen e Patrícia – Referências de cerveja no mercado
uruguaio, são encorpadas, fortes e de sabor
levemente amargo.
Brahva – Comercializada nos países da América
Central, mantém as mesmas características de sabor,
brilho, transparência e pureza da Brahma. Em 2007
ganhou a versão Extra.
Labatt Blue – Cerveja canadense mais vendida
no mundo. Lançada em 1951 com Labatt Pilsener,
foi batizada como Blue pelos fãs do time de futebol
Winnipeg Blue Bombers.
Kokanee – Marca com forte presença na Columbia
Britânica (Canadá), é produzida na região das
montanhas Kootenays. Tem sabor suave, limpo
e com ligeiro gosto de lúpulo.
Alexander Keith’s – A mais popular cerveja
da Nova Escócia (Canadá), com singular sabor
de malte e de lúpulo ligeiramente floral e adocicado.
Em 2007, ganhou uma extensão de linha, com
o lançamento da Red Amber Ale.
Lakeport – Marca canadense agregada ao nosso
portfólio em 2007. É apresentada em várias
versões, como pilsen, lager, ale, ice e red.
Stella Artois – Marca internacional da InBev,
cerveja superpremium, lançada na Bélgica em 1366,
tem sabor balanceado e marcante. É fabricada
também no Brasil e na Argentina, com ingredientes
de primeiríssima qualidade, amparada em conceitos
como valor inestimável e busca da perfeição.
Refrigerantes
Guaraná Antarctica – Segundo refrigerante mais
vendido no Brasil, tem um sabor único do fruto
do guaraná cultivado na Amazônia.
Pepsi-Cola – Somos o segundo maior engarrafador
da PepsiCo no mundo, com produção e distribuição
em vários países da América do Sul e Central, em
uma linha que inclui a tradicional Pepsi-Cola,
a Pepsi-Twist, de sabor cola com limão, a Pepsi X,
primeiro refrigerante energético do mundo,
e a Pepsi Max, com máximo sabor e sem açúcar.
H2OH! – Bebida levemente gaseificada e sem
açúcar. Foi desenvolvida em parceria com a PepsiCo,
inicialmente no sabor limão. Em 2007 passou
a ser produzida também no sabor tangerina
Ainda produzimos a Sukita, de sabor laranja,
a Soda Limonada e a Tônica Antarctica.
Isotônicos
Gatorade – Bebida isotônica esportiva mais
vendida do mundo, também é resultado da aliança
com a PepsiCo.
Chás
Lipton Iced Tea – Líder mundial do segmento
de chás prontos para beber, é produzido sob
franquia no Brasil.
Água
Fratelli Vita – A leveza é uma de suas principais
características, devido ao baixo teor de sais dissolvidos.
Cerveja Brasil
14
Mainstream
O cenário macroeconômico positivo, com crescimento da renda disponível dos consumidores, ajudou
a impulsionar os volumes de cerveja no Brasil. O crescimento foi de 5,5% no ano, com 70,1 milhões
de hectolitros, e a participação de mercado atingiu 68,6%, de acordo com dados da Nielsen. A receita
líquida totalizou R$ 10,2 bilhões, evolução de 11,7%. O EBITDA somou R$ 5,2 bilhões, incremento
de 15,4%. Nossa política de hedge continua sendo importante para mantermos os custos sob controle
e nos proteger contra a pressão no preço das commodities. Além disso, um plano comercial bem-administrado
nos permitiu otimizar investimentos e maximizar a rentabilidade.
Adquirimos durante o ano as instalações da cervejaria Cintra, com o principal objetivo de expandir nossa
capacidade de produção e assim endereçar a demanda crescente nos mercados de cerveja e refrigerantes.
A operação não incluiu a marca nem os ativos de distribuição da empresa.
Nosso crescimento é fruto, especialmente, do nosso trabalho direcionado ao consumidor e de construção
de marcas. A esse conceito se alinha o lançamento da cerveja Brahma Fresh, desenvolvida especialmente
para a Região Nordeste, com uma bebida mais clara e leve do que a original.
A Brahma, por sua vez, conquistou o público em 2007 com a campanha nacional que transforma
a quarta-feira em “Zeca-feira”. Estrelada pelo músico Zeca Pagodinho, reforça a identificação
do brasileiro com o futebol e a importância de encontrar os amigos durante a semana.
Outra campanha bem-sucedida do ano foi a “Código Redondo” da Skol. Em meio a um clima de mistério,
suspense e bom humor, o público foi convidado a tentar descobrir qual é o segredo da qualidade
da cerveja, reconhecida como inovadora, irreverente e de espírito jovem. Para a marca, desenvolvemos
um pacote com 18 latas e em janeiro de 2008, lançamos no mercado carioca a lata termo-sensível Skol,
a primeira comercializada no Brasil que avisa quando a cerveja está em boa temperatura para o consumo.
16
DM
9 É
DD
B
Premium
Em nossas operações no Brasil, estamos ampliando a participação de cervejas premium
e superpremium. Em 2007, por exemplo, transformamos a Bohemia Confraria, anteriormente disponível
apenas por curto período de tempo, em um produto de linha. Também lançamos a Bohemia Escura em
garrafa long neck (355 ml) e em lata (350 ml). E com a Stella Artois destacamos o valor inestimável
e a sofisticação da marca.
Relatório Anual 2007 17
Importadas
Ainda criamos oportunidades de degustação para o consumidor. No ano, inauguramos uma Central
de Importação, responsável por trazer para o País diferentes cervejas do mundo, a exemplo das alemãs
Spaten, Löwenbräu, Franziskaner Weissbier e Beck’s; das belgas Leffe, Hoegaarden e Belle-Vue; da argentina
Quilmes e das uruguaias Norteña, Patrícia e Pilsen.
Refrigerantes e Nanc Brasil
Atingimos no final do ano a maior participação histórica no mercado brasileiro de refrigerantes,
com 17,5%, de acordo com dados da Nielsen, 0,4 ponto percentual acima de dezembro de 2006.
Os volumes cresceram 10,6%, totalizando 24,5 milhões de hectolitros. A receita líquida cresceu 16,6%,
para R$ 2,1 bilhões, e o EBITDA atingiu R$ 782,6 milhões, uma evolução de 28,8%,alinhado a uma margem
de 37,1%.
Esse desempenho é explicado pelo forte crescimento e desenvolvimento da indústria e pelo ganho
de participação de mercado, impulsionado por inovações que fizemos durante o ano. Reflete ainda
a redução do custo por hectolitro produzido, efeito dos ganhos obtidos com hedge de matéria-prima
(açúcar) e da valorização do real em relação ao dólar.
Em um mercado que cresce apoiado principalmente na inovação, as marcas fortes são o grande pilar
de sustentabilidade do nosso negócio, em um portfólio que combina refrigerantes e bebidas
não-carbonatadas para diferentes situações de consumo.
O grande destaque de 2007 foi o desempenho H2OH!, levemente gaseificada com toque de frutas e zero
açúcar, lançada em 2006 na versão limão apenas em algumas regiões. Além de ampliar a distribuição para
todo o País, introduzimos o sabor tangerina. A H2OH! é um sucesso de mercado, com crescimento de
dez pontos em participação, por incorporar o conceito de saudabilidade e a vocação de produto natural,
associado ao bem-estar.
Outro grande sucesso em 2007 foi o lançamento do Guaraná Antarctica Ice, calcado em um dos principais
atributos do refrigerante que é líder absoluto nesse segmento de sabor: a refrescância de um produto
genuinamente brasileiro com seu sabor único e autêntico. Inicialmente concebido como um lançamento
in-out, mantido no mercado por tempo limitado e apenas no verão, passou a integrar a linha e foi apoiado
por campanha jovem e irreverente, que explora a expressão gela-goela. E em parceria com a Kibon,
criamos o Picolé Guaraná Antarctica, também uma bem-sucedida extensão de linha.
Relatório Anual 2007 19
Mais novidades foram introduzidas nas linhas
de chá Lipton, que foram acrescidas do sabor chá
verde, e do isotônico Gatorade, que ganhou
o sabor Açaí-Guaraná, homenageando os Jogos
Pan-Americanos do Rio de Janeiro 2007, e a versão
Red como extensão de linha Cool, para amantes
de esportes radicais.
Outras inovações foram introduzidas em embalagens.
As versões de 1,5 e 2,5 litros passaram
a ser distribuídas em todo Brasil. Lançamos ainda
uma garrafa PET de 3,3 litros. É a maior do
mercado e foi desenvolvida sob medida para
grandes famílias ou para ocasiões de muito
movimento.
Também intensificamos ações em supermercados
de vizinhança, estreitando programas de
relacionamento com esse canal. As ações
envolvem investimento em infra-estrutura
e treinamento, buscando desenvolver de forma
mais integrada a categoria refrigerante e ampliar
espaços nas gôndolas.
20
Quinsa
Nosso terceiro maior mercado compreende as operações na Argentina, no Uruguai, no Paraguai,
na Bolívia e no Chile. A região da Quinsa cresceu em 2007 impulsionada por ganhos de participação
de mercado e bom desempenho das marcas premium.
O volume total expandiu-se 6,8% para cerveja e 14,3% para RefrigeNanc. A receita líquida atingiu
R$ 2,7 bilhões, apresentando crescimento maior que os volumes (21,5%), reflexo do aumento de preços
aplicados ao longo do ano e também do mix mais nobre de produtos. O desempenho recorde foi obtido
mesmo com a venda de três marcas de cerveja na Argentina, em dezembro de 2006, como parte
do compromisso assumido pela AmBev no processo de aquisição da Quinsa.
Nosso desempenho na região é amparado especialmente pela marca Quilmes, que isoladamente detém
cerca de 50% do mercado argentino. Consideramos esse desempenho excepcional, refletindo todo
o trabalho que envolve essa marca centenária, identificada com valores de sociabilidade, jovialidade,
humor e garra, direcionada a diferentes perfis sociais e etários dos consumidores. No ano, expandimos
a linha com cervejas escuras, nas versões stout e bock, posicionadas no segmento premium, com
o objetivo de acompanhar a evolução de nossos consumidores e estar presente em diferentes ocasiões
de consumo. O total do crescimento da cerveja premium no 2007 chegou a 62% (sendo que
o crescimento das cervejas escuras foi de 85%, e da Stella Artois foi 77% em comparação com o 2006).
A plataforma de Quilmes assegura seu posicionamento em várias frentes. No ano, promovemos o Quilmes
Rock, um dos maiores festivais de rock da América Latina, que reuniu 200 mil pessoas, em uma linha de
comunicação direcionada ao consumidor jovem, apreciador desse ritmo. Simultaneamente, patrocinamos
o campeonato e a seleção nacional de rúgbi, além da seleção argentina de futebol, como indicativo
da capacidade de Quilmes estar presente na vida de todos os argentinos.
Outro destaque do ano foi o comportamento da premium Stella Artois, que alcançou na Argentina
o quinto maior volume de vendas do mundo dessa marca. No mesmo segmento lançamos a Patagônia, uma
cerveja red de produção limitada e distribuição seletiva, que leva em sua composição lúpulo dessa região
do extremo sul do país. E no isotônico Gatorade inovamos com a linha Propel Fitness Water, sem adição
de açúcar.
A identificação dos consumidores com nossas marcas também acontece na Bolívia, com a Paceña, uma
referência nacional; no Uruguai, com Pilsen, e no Paraguai, com Brahma – que detém a maior participação
de mercado da marca no mundo.
Relatório Anual 2007 23
HILA-Ex
A HILA-Ex (América Latina Hispânica excluindo Quinsa) abrange Venezuela, Peru, Equador, Guatemala,
República Dominicana, Nicarágua e El Salvador. Em 2007, o ambiente de grande competitividade
e a retração na Venezuela, com amplo crescimento do mercado informal influenciaram o desempenho
de vendas da divisão, em que registramos recuo de 4,6% em cervejas e 12,6% em refrigerantes. A partir
do terceiro trimestre foram observados avanços significativos nas operações na República Dominicana
e na América Central, além de recuperação de participação de mercado no Peru.
Os volumes da unidade de RefrigeNanc reduziram-se principalmente devido ao reposicionamento
de marcas em alguns mercados. Esse impacto foi em parte compensado por economias de custo, devido
a uma mudança favorável no mix de embalagem. No planejamento para 2008, continuamos a buscar
o melhor posicionamento e opções de embalagem para as nossas marcas na região.
Em cerveja, nossa marca Brahma manteve participação relevante nos mercados do Peru, do Equador
e da República Dominicana, posicionada com forte apelo popular, como produto democrático. Inovamos
nesses mercados introduzindo nos pontos-de-venda equipamentos de refrigeração (coolers) e materiais
diferenciados, além de lançarmos embalagens com schrink e selo da marca. Também passamos a oferecer
a Brahma Light, a Budweiser e a Budweiser Light na República Dominicana. Na Guatemala, onde atuamos
com a marca Brahva, lançamos a versão Extra.
Campanhas marcantes, destacando o caráter inovador e a inteligência da escolha, tornaram-se assunto
em conversas de mesa de bar nesses países. Aumentamos também a cobertura de pontos-de-venda, nos
preparando para um crescimento que já foi perceptível na República Dominicana, pode exemplo, onde
avançamos dez pontos de participação de mercado.
A melhora no EBITDA, que passou de R$ 63,9 milhões negativos para R$ 20,1 milhões negativos, reflete
a disciplina financeira e economias em gastos administrativos, resultantes de reestruturação operacional.
Começamos a atuar na região em 2003 – exceto na Venezuela, onde as operações foram iniciadas em 1994.
Continuamos construindo nossos negócios na região. Os volumes de cerveja estão crescendo, estamos
reduzindo custos fixos e chegando próximos a EBITDA e fluxo de caixa equilibrados. Para atingir nossos
objetivos de longo prazo, continuaremos a consolidar nossas alavancas de crescimento, com construção
de marcas, gerenciamento de receitas e custos e disciplina financeira.
24
América do Norte
Nossas operações no Canadá representam o segundo maior mercado da AmBev. Esse é um mercado
maduro, com o permanente desafio de crescimento em market share. Em 2007, apesar do bom
desempenho da economia – especialmente no Oeste, em decorrência dos altos preços do petróleo –,
as vendas de cervejas apresentaram evolução tímida, em um ambiente de acirrada competição.
Nossas vendas, sob esse aspecto, foram muito boas, com volume reportado 5% mais elevado do que ano
anterior. O desempenho reflete dois motivos: o leve crescimento do mercado e o avanço de nossas três
principais marcas no Canadá: Budweiser, Stela Artois e Alexander Keith’s. O volume sofreu uma redução
orgânica de 0,8% em relação a 2006.
O EBITDA totalizou R$ 1,5 bilhão, 6,4% acima de 2006, com margem de 40,2% (38,6% no ano anterior).
O desempenho reflete especialmente a introdução de nossa cultura de gerenciamento de despesas
e disciplina na gestão de custos.
Além disso, a Lakeport foi plenamente integrada à Labatt durante o ano. Nessa aquisição investimos
CAD$ 208,5 milhões, agregando linhas de produtos e marcas que têm destacada presença no segmento
de valor na região de Ontário (Grandes Lagos).
Relatório Anual 2007 27
O ano foi marcado por várias iniciativas de marketing e inovações. Duas ações bem-sucedidas envolveram
a própria Lakeport: uma embalagem sazonal de 28 garrafas para a Lakeport Pilsener, Honey Lager e Ligh,
possibilitando o incremento de 1,8 ponto percentual na participação de mercado; e o lançamento da
Lakeport Red, uma cerveja mais encorpada. Na mesma linha, introduzimos a Alexander Keith’s Red
Amber Ale, que superou em 73% o volume de vendas em Ontário e 71% em Alberta, em relação
ao planejamento inicial.
As ações com Kokanee envolveram o reforço da marca, destacando-se o lançamento da Kokanee Kube,
uma mochila térmica que associa a bebida ao frio canadense e à sensação de refrescância, tornando-se
o acompanhamento perfeito para atividades ao ar livre.
Com Stella Artois promovemos a experimentação da marca, mostrando o ritual de nove passos para
servir um copo da cerveja com perfeição e conquistando os consumidores com essa iniciativa.
Fizemos ainda várias promoções com Labatt Blue, a exemplo de patrocínio a eventos durante todo o
verão, lançamento de uma embalagem com 18 unidades e uma campanha intitulada “A coisa boa” (The
Good Stuff) tendo como foco a ligação com consumidores fiéis e o varejo. Dessa forma, buscamos
reforçar o posicionamento de cerveja sob medida para comemorar diariamente as tradições.
E com Bud Light, que fabricamos no Canadá sob licença da Anheuser-Bush, aumentamos nossa ligação
com os consumidores por meio de patrocínio ao esporte, a exemplo da Liga Nacional de Hóquei. A marca
tem crescido a uma taxa média de 42% nos últimos três anos.
28
Nosso modelo de negócio
Nossos negócios crescem de forma constante
e sustentável porque mantemos um processo
estruturado de trabalho. Temos três focos muito
claros: Gente, Marcas e Gestão. Esses aspectos
garantem a oferta de produtos inovadores para
atender os consumidores, a nossa eficiência,
e a capacidade de criar valor e entregar resultados.
Construimos Marcas Fortes
Investimos no desenvolvimento de longo prazo
das nossas marcas para mantê-las em destaque
no mercado. Para isso, entramos na vida de
consumidores, procuramos conhecer seus valores,
suas preferências, suas expectativas. Investimos
também em campanhas criativas, para mantê-las
sempre presentes na lembrança dos consumidores.
Buscamos consistentemente estreitar os vínculos
com os consumidores e fortalecer o valor de
nossas marcas.
Gente e Cultura
Pessoas altamente qualificadas, motivadas
e comprometidas são um dos nossos principais
diferenciais. Administramos a contratação e o
treinamento de nossa gente, pois queremos
contar com excelentes profissionais. Criamos, por
meio do programa de remuneração variável,
participação acionária, incentivos financeiros para
um desempenho e resultados mais elevados.
Outro elemento importante da nossa cultura são
as habilidades gerenciais. Elas são pautadas por:
ética; avaliações de desempenho baseadas
exclusivamente em resultados; incentivo para
pensar e agir como donos do negócio; liderança
pelo exemplo pessoal; e valorização por
experiências de campo.
Crescimento de Receitas
Buscamos de forma permanente o crescimento da
receita líquida. Para isso, temos como prioridade
aproveitar oportunidades nos seguintes aspectos:
• Gestão de marcas: construímos marcas fortes,
a partir de um profundo conhecimento dos nossos
consumidores, buscando crescimento de longo prazo;
• Participação de mercado: nosso compromisso
é manter e fortalecer a liderança nos mercados
onde atuamos, bem como avaliar oportunidades
para ingressar em novos mercados nas Américas
onde não operamos atualmente;
• Consumo per capita: com base em extensas
pesquisas e no constante acompanhamento
do mercado, com foco no comportamento
do consumidor e em ocasiões de consumo,
visamos aumentar o consumo per capita nos
nossos mercados; e
• Participação dos gastos do consumidor:
procuramos maximizar a participação dos gastos
do consumidor em nossos produtos.
Relatório Anual 2007 31
Execução da distribuição
A distribuição de marcas nacionais de cerveja em centenas de milhares de pontos-de-venda
é a característica mais complexa do nosso negócio. Nos últimos anos, temos centralizado nossas
operações na distribuição direta nas grandes cidades, ao mesmo tempo em que fortalecemos o sistema
de distribuição terceirizada.
No Brasil, mantemos uma rede multimarca, com a distribuição comprometida com o resultado de todo
o portfólio. Com o Programa de Excelência AmBev, estimulamos o constante aperfeiçoamento de nossos
revendedores, estabelecendo padrões de desempenho e estimulando a troca de informações sobre
as melhores práticas.
A execução no ponto-de-venda, para nós, é fundamental para o sucesso do negócio. Ajudamos nossos
clientes a expor os produtos da melhor forma, a programar estoques, a decorar o estabelecimento,
a gerenciar receitas e despesas. Em vários de nossos mercados fomos pioneiros na introdução
de equipamentos de refrigeração (coolers) no ponto-de-venda, para que a bebida chegue ao consumidor
na temperatura ideal. Eles são ao mesmo tempo eficazes ferramentas de marketing, pois são decorados
com imagens relacionadas às nossas principais marcas.
Eficiência em custos
Adotamos modelo de Orçamento Base Zero (OBZ), que estimula o comprometimento com o controle
de despesas e custos, sem manter qualquer relação com o ano anterior. Estabelecemos metas
desafiadoras, e cada equipe é responsável pelo próprio orçamento. Cada centro de custos tem um dono,
sendo o alcance das metas recompensado com o sistema de remuneração variável. As áreas que
ultrapassarem os valores orçados perdem direito ao bônus.
Disciplina financeira
Adotamos como política não reter caixa desnecessário. Após alocar recursos para as necessidades
operacionais e planos de investimento, combinamos distribuição de dividendos e recompras de ações para
devolver aos acionistas o fluxo de caixa gerado pelas operações.
Por conta desse modelo, registramos em 2007 mais um ano de geração de caixa recorde, de R$ 8,6 bilhões.
E devolvemos aos acionistas R$ 5,1 bilhões, sendo R$ 2,0 bilhões em dividendos e R$ 3,1 bilhões
em recompra de ações.
Fluxo de caixa operacional (R$ milhões)
2007
2006
2005
2004
Fluxo de caixa EBITDA
3.41
9 4.35
7
5.98
5
7.44
5
7.91
9 8.66
7
4.15
0
6.30
5
2007
2006
2005
2004
1,3
1,6
2,3
0,4
1,8
1,8
2,0
3,1
Recompra de ações Dividendos
Pay-out (R$ bilhões)
Relatório Anual 2007 33
Investimos continuamente em nossa gente por acreditarmos em seu talento e sua capacidade de assimilar
e disseminar a cultura AmBev e superar desafios. Incentivamos as equipes a pensarem – e agirem – como
donos do negócio, e oferecemos a elas oportunidades de crescimento profissional e pessoal como
reconhecimento ao empenho, à garra e ao espírito empreendedor.
Ao final de 2007, formávamos um time de 37.299 pessoas – das quais cerca de 80% tinham menos
de 35 anos –, conduzidas por um modelo de meritocracia que contempla a oferta de salários fixos,
remuneração variável, programas de capacitação e qualidade de vida e uma série de benefícios.
Nas contratações, privilegiamos pessoas das comunidades próximas às nossas unidades, especialmente
nas funções operacionais. Para os demais cargos, buscamos o preenchimento das vagas por meio
de promoções internas.
Mantemos três programas estratégicos de atração de talentos: o Programa Trainee, que em 2007
selecionou 35 jovens para iniciarem a formação em 2008; o Programa Talentos, que encaminha a áreas
específicas da Companhia os candidatos com alto potencial de desenvolvimento e sólida formação
e selecionou 66 pessoas no ano; e o Programa Estágio, que permite ao estudante universitário, com até
um ano e meio da formatura, ter os primeiros contatos com a vida profissional. Em 2007, mais de 300
estagiários participaram do Programa e muitos deles já fazem parte do nosso time.
Gente AmBev
Brasil 21.085
Quinsa 7.077
HILA-ex 4.209
América do Norte 3.222
Total 35.593
34
Faz parte da nossa cultura a crença de que
o aprendizado é um processo contínuo. Assim,
adotamos o ciclo anual de gente, que inclui
definição e desdobramentos de metas, avaliação
de competências e processo de orientação
e desenvolvimento de nossas equipes.
A Universidade AmBev (UA), com base nesse ciclo,
elabora programas de capacitação e formação
para garantir o aprimoramento permanente de
nossa gente.
As atividades da UA se estendem a todas
as unidades e níveis organizacionais, por meio
decursos e treinamentos externos e in company.
Esses cursos são presenciais ou baseados em
modernas ferramentas como e-learning (UA
on-line) e televisão corporativa (TV AmBev).
Sob essa estrutura, a entidade possui 51
programas, divididos em 251 cursos, em cinco
eixos temáticos que atendem a todas as funções
e níveis hierárquicos.
Prática de Liderar – Promove o alinhamento
e define o perfil do líder AmBev. Nesse sentido,
seis programas foram ministrados a 217 profissionais,
e somaram 773 horas em 2007.
Excelência Operacional – Garante a dinâmica
de treinamentos para o desenvolvimento do
conhecimento técnico necessário a todas as funções.
Em 2007, com 37 programas disponíveis, somou
18.357 pessoas e 68.773 horas.
Sistema de Gestão – Dissemina e pereniza
as práticas e ferramentas gerenciais que compõem
a cadeia de negócio e a abordagem sistêmica.
O eixo é responsável pelos programas Green Belts
e Black Belts (Seis Sigma), que envolveram 59
pessoas e totalizaram 554 horas em 2007.
Cultura AmBev – Amplia as referências do jeito
de ser e agir da Companhia. Em 2007, os seis
programas ministrados sob esse eixo somaram
2.490 horas.
Orientação para o Mercado – Promove
o relacionamento e a sintonia com o mercado,
os distribuidores, as revendas, as comunidades
e os clientes finais.
Além de todos esses treinamentos, ministrados
a mais de 18 mil pessoas em 2007, em 75 mil
horas, a Universidade AmBev é responsável pelo
gerenciamento e a disseminação das melhores
práticas adotadas em todas as unidades da
Companhia. Para isso, promove encontro anual
em que são expostos os projetos selecionados.
Em 2007, o programa Melhores Práticas recebeu
318 inscrições de regionais no Brasil e na América
Latina (Hila-ex), e premiou seis iniciativas.
Relatório Anual 2007 35
Remuneração e benefícios
Nossa política de remuneração e benefícios inclui o pagamento de salários fixos, cujos valores
são baseados em pesquisas anuais de mercado, e remuneração variável, que se dá em dois níveis.
Os colaboradores operacionais participam do Programa de Lucros e Resultados (PLR) e os demais, a partir
do cargo de supervisores, são envolvidos em programa de remuneração variável, em que o valor
do bônus está vinculado ao alcance de metas individuais e coletivas de cada operação. Contamos ainda
com o Programa de Stock Options (opções de ações), direcionado a níveis de alta gerência e superiores.
Nossa política de benefícios também está sintonizada à valorização do empenho das equipes. Ela inclui
planos médico e odontológico sob medida e extensivo aos dependentes, plano optativo de previdência
privada, reembolso das despesas com a aquisição de material escolar para os funcionários e filhos
de funcionários estudantes, cesta de Natal e brinquedos para os filhos dos funcionários, reembolso
de até 70% do custo mensal de cursos de graduação e pós-graduação, sem teto definido, entre outros.
Qualidade de vida, saúde e segurança
Zelamos pela saúde e segurança de nossa gente. Por meio do programa Vida Legal, patrocinado pela
Fundação Antonio e Helena Zerrener (FAHZ), todos os empregados têm acesso a programas preventivos
de doenças e auxílio para a aquisição de materiais escolares, cestas de Natal e brinquedos. Algumas
unidades realizam ginástica laboral durante o expediente para prevenir doenças ocupacionais.
Na área de segurança, mantemos um Plano Diretor de Segurança para que as Comissões Internas
de Prevenção de Acidentes (CIPA), a área de Serviço Especializado de Segurança e Medicina do Trabalho
(SESMT) e os gerentes e supervisores estejam constantemente envolvidos no tema.
As unidades fabris e os centros de distribuição são regidos pelas Diretrizes de Segurança e Saúde
Ocupacional, que trata, entre outros itens, de permissão para trabalhos de risco, inspeções de rota,
bloqueio de energia, e exigências mínimas de segurança para prestadores de serviço.
Nas áreas de Vendas e Distribuição também é realizado o Paz no Trânsito, programa que busca garantir
a integridade física dos profissionais, gerenciar os índices de segurança e reduzir os acidentes de trânsito.
Desde que foi criado no Brasil, em agosto de 2003, o Programa foi fundamental para o alcance de cerca
de 70% de redução do número de acidentes com afastamento na Companhia.
Há ainda o programa Safety First e o Plano Diretor de Segurança, aplicado em todas as unidades fabris
da Companhia na América Latina, criado para promover a disseminação e o desdobramento de assuntos
de segurança já predefinidos e remetidos pela InBev bimestralmente.
Todas as unidades realizam a Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (SIPAT), que ocorre
uma vez ao ano. A partir de 2007, nos CDDs, a SIPAT passou a incluir, entre os temas, a questão do meio
ambiente e consumo responsável.
Com todas essas ações, a Companhia registrou 234 acidentes com afastamento em 2007, 18% menos
do que no ano anterior. A Taxa de Gravidade (TG) ficou em 168 em 2007 ( 314 no ano anterior), o que
representa 44% de redução do número de dias perdidos e 100% do número de dias debitados por
acidentes de trabalho. Devido ao nosso histórico de redução de acidentes desde 2004, conseguimos
uma diminuição na alíquota de seguro acidente de 3% para 2%.
36
ResponsabilidadeSocial
Entendemos que para crescer de forma sustentável
é necessário não apenas obter lucros e pagar
dividendos aos acionistas, mas também criar
valores para toda a sociedade. Esse comportamento
norteia nossas relações com os diversos públicos
relacionados ao nosso negócio – consumidores,
clientes, fornecedores, revendedores, comunidades,
governo e sociedade.
Buscamos agregar as três dimensões da sustentabilidade
– econômica, ambiental e social – em toda a nossa
cadeia de negócios, do incremento da produção
de insumos fornecidos pelos produtores no campo
ao pós-consumo, representado por programas
de consumo responsável de bebidas alcoólicas
e de reciclagem.
Consumo responsável
Exercemos nosso papel de empresa cidadã ao realizar,
desde 2001, ações de orientação à população
sobre os riscos associados ao uso indevido do
álcool. Elas integram o Programa AmBev de Consumo
Responsável, pioneiro no Brasil, norteado pelas
premissas da Organização Mundial da Saúde
(OMS), que possui dois pilares: conscientização
sobre os riscos de beber e dirigir e estímulo
ao cumprimento da lei que proíbe a venda de bebida
alcoólica a menores de idade.
Realizamos em 2007 a segunda edição do Gente
do Bem, em que todas as nossas unidades no Brasil
abriram suas portas para colaboradores e convidados
debaterem o consumo responsável e assistirem ao
vídeo educativo “Bebida ou direção: faça a escolha
certa”, desenvolvido pelo Centro de Informações
sobre Saúde e Álcool (Cisa). A ação mobilizou
cerca de 45 mil pessoas em nossas unidades. Elas
fizeram blitze em universidades, com a distribuição
de adesivos do bumerangue – símbolo do programa –
e a mensagem “É mais divertido ir e voltar”. Esses
adesivos também foram fixados em todos os veículos
de nossa frota.
Lançamos ainda a campanha Bar de Responsa,
com a distribuição de cartazes e material
informativo com dicas para os donos de bares
multiplicarem a mensagem “Bebida alcoólica
somente para maiores de idade e para quem não
vai dirigir”. A ação envolveu bares de São Paulo
(SP), Brasília (DF) e Porto Alegre (RS).
Doamos, no ano, 19,2 mil bafômetros para órgãos
de trânsito e entidades governamentais federais,
estaduais e municipais, entre eles a Polícia Rodoviária
Federal (Ministério da Justiça) e o DENATRAN
(Ministério das Cidades). Ao todo, desde o início
do Programa, doamos cerca de 50 mil bafômetros.
Relatório Anual 2007 37
Comunidade
Nosso investimento externo também é pautado
pela capacidade de agregação de valor às comunidades
com as quais nos relacionamos. Em 2007,
atualizamos nossos processos internos e programas
de excelência para intensificar a responsabilidade
sócio-ambiental de nossa gente nas unidades
fabris, nos Centros de Distribuição Direta e nas
revendas, exercendo, no dia-a-dia, a proximidade
com as pessoas que residem no nosso entorno.
Na Região Amazônica, em parceria com o governo
estadual, fomentamos a renovação e ampliação
dos guaranazais, fornecemos mudas aos agricultores
e apoiamos o desenvolvimento de fontes alternativas
de renda. A cada ano promovemos o do Dia do
Guaraná e, desde 2006, em parceria com a GTZ
(Agência Alemã de Cooperação Técnica),
realizamos ciclos de capacitação. Durante o Dia do
Guaraná ocorrem palestras técnicas e os agricultores
visitam a Fazenda Santa Helena, de propriedade
da AmBev, para que conheçam técnicas e equipamentos
de aperfeiçoamento do cultivo da fruta.
Na Região Sul do País, promovemos Dias de Campo,
em que nossos colaboradores, produtores,
cooperativas e técnicos da Embrapa se reúnem
para aprofundar os conhecimentos sobre os processos
de cultivo de malte e novas tecnologias disponíveis.
Nossa política de estímulo ao desenvolvimento das
comunidades inclui a doação de recursos para
a manutenção de projetos sociais externos. Em 2007,
apoiamos, por meio de lei de incentivos fiscais,
várias entidades não-governamentais que atuam
na capacitação de jovens, entre elas a Fundação
Gol de Letra, que atende crianças, adolescentes
e jovens de São Paulo e do Rio de Janeiro por meio de programas e projetos que visam à sustentação
de uma nova pedagogia provedora de conhecimento, cultura e cidadania; o Instituto Criar de TV, Cinema
e Novas Mídias, que contribui para a inserção de jovens de baixa renda do município de São Paulo
ao mundo do trabalho, por meio de programa de formação técnica e sociocultural; e o programa Esporte
Clube Cidadão, desenvolvido pela Associação Cristã de Moços (ACM) de Porto Alegre e pelo Instituto
Dunga de Desenvolvimento do Cidadão, para promover a cidadania por meio do esporte coletivo. Além
disso, a Fundação Antônio e Helena Zerrenner (FAHZ), um de nossos acionistas controladores, mantém
a Escola Técnica Walter Belian e o Hospital Santa Helena.
Reciclagem
Apoiamos iniciativas de incentivo à reciclagem nas comunidades em que estamos presentes, nas ações
e eventos de marketing, e patrocinamos o Programa Reciclagem Solidária - Cooperativas. Em 2007 demos
seqüência e aperfeiçoamos esse programa, que comemorou cinco anos de existência. Desenvolvida em
parceria com a ONG Recicloteca – mantida pela AmBev –, e, desde 2007, também com o Compromisso
Empresarial para a Reciclagem (Cempre) e a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro,
a iniciativa tem o objetivo de desenvolver e valorizar o trabalho dos catadores de materiais recicláveis
organizados em grupos e minimizar os impactos ambientais da deposição de resíduos sólidos. No ano,
reforçamos nossa atuação com atividades de apoio à gestão das atividades dos catadores. Ao todo,
já participaram do Programa 36 grupos de nove Estados brasileiros. Os grupos que ingressaram no
Programa em 2007 arrecadaram cerca de mil toneladas de materiais recicláveis.
38
ResponsabilidadeAmbiental
Alinhada às diretrizes da InBev, nossa Política
Ambiental determina o empenho de toda
a Companhia na redução dos impactos ambientais
das operações e no alcance de maior ecoeficiência
em todas as atividades, produtos e serviços.
Mantemos um Sistema de Gestão Ambiental
(SGA), com procedimentos padronizados
e documentados, treinamento de pessoal
e controle operacional, que nos possibilita atuar
preventivamente em relação aos potenciais riscos
ambientais.
Comissões Internas de Meio Ambiente (Cima)
atuam em todas as unidades com a função
de treinar nossa gente e monitorar os principais
indicadores de ecoeficiência, como consumo
de água, utilização de fontes renováveis de energia
e reaproveitamento de subprodutos.
Materiais
Nosso compromisso com a redução dos impactos
ambientais e, ao mesmo tempo, a manutenção
da competitividade, está expresso também
na busca de eficiência na utilização de matérias-
primas, como malte, milho, trigo, arroz e lúpulo.
Buscamos adotar os melhores processos,
tecnologias e materiais, e treinamos nossas
equipes para o desenvolvimento de embalagens
que atendam às expectativas dos consumidores e,
ao mesmo tempo, minimizem o impacto ao meio
ambiente. Como resultado desse trabalho, nos
últimos três anos conseguimos reduzir em mais
de 12% o consumo de vidro, em 11,37%
o consumo de alguns tipos de plásticos e em
5,88% o consumo de embalagens celulósicas.
Energia
Em 2007, utilizamos 104,68 megajoules de energia
direta por hectolitro produzido, volume 2,86%
menor do que no ano anterior, quando foi de 107,79.
Esse resultado decorre, entre outros fatores,
da aplicação de diversos projetos de eficiência
energética, entre eles instalação de redutores
de gás natural, caldeiras de alto desempenho
e redutores de energia para liquefação de
gás carbônico.
Com o início da operação das duas novas
unidades de biomassa – Juatuba (MG) e Cebrasa
(GO) –, nossa matriz energética calorífica no ano
foi constituída por 52% de gás natural, 22%
de óleo combustível e 26% de biomassa.
Os combustíveis alternativos já são adotados em
sete unidades da Companhia no Brasil, e foram
responsáveis por uma economia de 48.171
toneladas de óleo em 2007.
2007
2006
2005
2004
2003
113,
8
108,
7
109,
1
107,
8
104,
68
Consumo de Energia por Hectolitro Produzido
Megajoules por hectolitro (MJ/hl)
2007
2006
2005
2004
2003
9,13
8,76 9,
10
8,80
8,54
Consumo de energia (Kwh/HI)
Relatório Anual 2007 41
Emissões atmosféricas
As emissões de gases de efeito estufa são inerentes às nossas atividades. Em 2007, o total por hectolitro
produzido foi de 6,38 quilos, redução de 29,3% em relação a 2002.
Para minimizar as emissões, desenvolvemos projetos de utilização de combustíveis alternativos
e de redução do consumo de energia, entre eles o uso de biogás decorrente do processo de tratamento
anaeróbico de efluentes, e, quando possível, a substituição de combustível fóssil por biomassa.
A AmBev é a primeira empresa do setor de bebidas do país a receber o registro oficial da ONU para
o MDL – Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, por projeto realizado na fábrica de Viamão (RS).
A empresa, que tinha recebido a aprovação do Governo Federal em julho de 2007, cumpre a última
etapa com o registro da ONU e já pode comercializar créditos de carbono válidos, alinhada ao Protocolo
de Kyoto. Outros dois projetos, das fábricas de Teresina (PI) e de Agudos (SP), também já foram aprovados
pelo Governo Federal.
Água
Fazemos uso sustentável de água, com foco na redução contínua do consumo, na reciclagem
e na reutilização do recurso. Sintonizados a esses propósitos, nos destacamos mundialmente pela
produção de bebida com baixa utilização relativa de água. O benchmark global é de 3,25 litros de água
para a produção de um litro de cerveja. Algumas de nossas unidades são referência, como as de Brasília
(DF) e Curitiba (PR), que atingiram, respectivamente, o índice 3,26 e 3,33. Nossa média ficou próxima
desse índice global em 2007: foi de 4,19 litros de água por litro de bebida, incluindo as unidades do Brasil
e HILA-ex.
Efluentes e resíduos
Tratamos 100% dos nossos efluentes industriais. As Estações de Tratamento de Efluentes Industriais (ETEI)
estão instaladas em 95% de nossas unidades – as exceções, as unidades de Curitiba (PR) e Camaçari
(BA), encaminham o material para tratamento em estações externas.
No gerenciamento de resíduos sólidos, além de buscarmos continuamente reduzir a quantidade
produzida, promovemos a recuperação, o reuso e a reciclagem. Em 2007 reaproveitamos 98,2%
dos resíduos industriais, que são comercializados, de forma a incrementar a receita da Companhia
e reduzir o impacto ambiental.
Os resíduos de papel e a polpa dos rótulos são usados na fabricação de papel e papelão; bagaço
de malte, fermento úmido e seco e lúpulo compõem alimentação animal; e o lodo proveniente
do tratamento de efluentes é utilizado como fertilizante orgânico e adubo.
2007
2006
2005
2004
2003
4,88
4,37
4,21 4,30
4,18
Consumo de água (litro / litro de cerveja))
2007
2006
2005
2004
2003
95,8
%
96,5
%
96,8
%
98,1
%
98,2
%
Reaproveitamento de resíduos industriais
42
Governança Corporativa
Nosso Conselho de Administração encoraja a Diretoria Executiva a promover e manter uma cultura ética.
Isso estimula a conduta de negócio responsável por toda a gente AmBev.
A experiência dos integrantes do Conselho de Administração e da Diretoria Executiva assegura
a manutenção da competitividade e o alcance dos objetivos de longo prazo. Nossos padrões de governança
se caracterizam ainda pelo alinhamento de objetivos entre acionistas e executivos – garantido, entre
outros meios, pelo sistema de remuneração variável vinculado ao alcance de metas desafiadoras – e pelo
acordo de acionistas.
O bloco controlador é formado por duas entidades que, juntas, detêm 89% do capital votante e 70,1%
do capital total da Companhia: a InBev e a FAHZ. O acordo de acionistas, válido até 2019, confere
à FAHZ direito de veto em questões relacionadas a dividendos, investimentos, aquisições e emissões
de novas dívidas, entre outras.
Composição acionária (*)
ON % Circ PN % Circ Total % Circ
InBev 253.527.737 73,7% 122.065.577 44,9% 375.593.314 61,0%
FAHZ 55.964.558 16,3% - 0,0% 55.964.558 9,1%
Mercado 34.371.321 10,0% 149.629.191 55,1% 184.000.512 29,9%
Em circulação 343.863.616 100,0% 271.694.768 100,0% 615.558.384 100,0%
Tesouraria 1.191.112 7.667.740 8.858.852
TOTAL 345.054.728 279.362.508 624.417.236
Circulação Bovespa 30.522.738 8,9% 97.503.309 35,9% 128.026.047 20,8%
Circulação NYSE 3.848.583 1,1% 52.125.882 19,2% 55.974.465 9,1%
(*) Em 31 de dezembro de 2007
Relatório Anual 2007 43
Conselho de Administração
É integrado por nove membros efetivos e dois
suplentes, que determinam o direcionamento
geral estratégico da Companhia. São responsáveis
pela nomeação dos diretores executivos e por
garantir que os valores, a ética e a cultura da
AmBev sejam praticados e disseminados entre
a gente AmBev. Todos são acionistas da Companhia
e nenhum exerce cargo executivo, de forma
a garantir maior independência e autonomia
dos dois principais órgãos de governança.
Os conselheiros são eleitos nas assembléias gerais
de acionistas para um mandato de três anos,
sendo permitida a reeleição.
A atuação do Conselho tem o apoio dos seguintes
comitês:
Comitê de Finanças – Apóia no acompanhamento
do plano anual de investimentos, análise de
oportunidades de crescimento, estrutura de capital,
fluxo de caixa, gestão de risco financeiro e política
de tesouraria.
Comitê de Operações, Gente e Gestão – Tem
por finalidade assistir o Conselho de Administração
em relação às seguintes matérias:
• Apresentar ao Conselho de Administração
propostas de planejamentos de médio e longo prazos;
• Analisar, propor e monitorar os objetivos anuais
de performance da Companhia, bem como os
orçamentos necessários para atingir tais objetivos;
• Analisar e monitorar a posição da Companhia
por meio de análises de seus resultados,
desenvolvimento de mercado e permanente
benckmarking interno e externo;
• Analisar, monitorar e propor a uniformização
de boas práticas;
• Analisar e monitorar a performance das marcas
da Companhia e estratégias de inovação; e
• Analisar, monitorar e propor ao Conselho
sugestões sobre assuntos jurídicos, tributários
e regulatórios relevantes.
Diretoria Executiva
É responsável por apresentar, ao Conselho
de Administração, propostas de planejamento
de médio e longo prazo e pela gestão dos
negócios da Companhia. É integrada por 13 diretores,
que têm mandato de três anos, com possibilidade
de reeleição. Nossos diretores são profissionais
experientes, que conhecem os mercados de cervejas
e refrigerantes e atuam na Companhia, em média,
há aproximadamente dez anos.
Conselho Fiscal
Tem como principais atribuições supervisionar
a administração, analisar e dar parecer sobre
as demonstrações financeiras da Companhia.
Nenhum de seus membros integra o Conselho de
Administração ou a Diretoria Executiva, sendo um
deles representante dos acionistas minoritários.
O órgão também executa as funções de Comitê
de Auditoria relacionadas na Lei Sarbanes-Oxley,
até a extensão permitida pela legislação brasileira,
e sua isenção é garantida pela eleição de membros
independentes, com mandato de um ano, permitida
a reeleição.
Código de Conduta
Somos regidos pelo Código de Conduta dos
Negócios, com o qual nos comprometemos por
meio de assinatura de termo. Qualquer violação
ao documento pode ser relatada ao Comitê
de Ética, formado pelo diretor-geral da América
Latina, pelos diretores Financeiro, de Gente e Gestão,
Jurídico e de Relações Corporativas e pelo gerente
de Comunicação Interna.
Os contatos com o Comitê podem ser feitos por
e-mail e pelo terminal de auto-atendimento
aGente AmBev, disponível em todas as unidades,
e, a partir de 2007, também por telefone, em
ligações gratuitas 0800. Os canais podem ser
acessados por todos os funcionários, clientes,
revendedores fornecedores, e as denúncias
encaminhadas têm de ser apuradas em prazo
máximo de oito semanas.
44
Ações comoinvestimento
Nossas ações são negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (códigos AMBV3 e AMBV4) e na New York
Stock Exchange – NYSE, como American Depositary Receipts (ADRs), com os códigos ABV e ABVc.
Na Bovespa, as ações encerraram o ano de 2007 cotadas a R$128,65 (AMBV4) e R$125,00 (AMBV3),
respectivamente 22,1% e 32,6% acima de 2006, já com os devidos ajustes referentes ao grupamento
de ações realizado em agosto de 2007. Os negócios com as ações preferenciais (PN) movimentaram
cerca de R$ 12,6 bilhões, e as ordinárias (ON), R$ 1,8 bilhão.
Na NYSE, nossos ADRs valorizaram 45,6% para as ações preferenciais (ABV) e 54,9% para as ordinárias
(ABVc) em 2007, e o volume negociado atingiu US$ 151,8 milhões e US$ 5,0 milhões respectivamente,
no mesmo período.
Na bolsa brasileira, fomos homenageados na comemoração dos 40 anos do Índice Bovespa (IBOVESPA)
por nossos papéis estarem presentes em todas as carteiras teóricas do índice, desde sua criação,
em 1968. Além da AmBev, apenas mais duas empresas mantêm desde o início seus papéis no principal
indicador do mercado de capitais brasileiro.
Grupamento de ações
Em 2 de agosto de 2007, realizamos um grupamento de ações de emissão da Companhia, na proporção
de 100 ações existentes para 1 nova ação. As ações, já agrupadas, passaram a ser negociadas em cotação
unitária e não mais em lote de 1.000 ações. O grupamento foi aprovado na Assembléia Geral
Extraordinária realizada em 29 de junho de 2007.
Remuneração dos acionistas
Nosso Estatuto Social prevê dividendos mínimos obrigatórios correspondentes a 35% do lucro líquido
anual da Companhia, conforme estabelecido nas normas contábeis da legislação societária brasileira,
incluindo as quantias pagas a título de juros sobre o capital próprio. No ano de 2007, foram distribuídos
aproximadamente R$ 2,0 bilhões em dividendos, incluindo juros sobre capital próprio. O montante
representa 70,9% do lucro líquido reportado no exercício. Além disso, devolvemos aos acionistas
R$ 3,1 bilhões em recompra de ações, totalizando um pay-out de R$ 5,1 bilhões.
-50%
0%
50%
100%
150%
200%
250%
300%
350%
400%
450%
500%
550%
600%
650%
jan.
03m
ar.0
3m
ai.0
3ju
l.03
set.
03no
v.03
jan.
04m
ar.0
4m
ai.0
4ju
l.04
set.
04no
v.04
jan.
05m
ar.0
5m
ai.0
5ju
l.05
set.
05no
v.05
jan.
06m
ar.0
6m
ai.0
6ju
l.06
set.
06no
v.06
jan.
07m
ar.0
7m
ai.0
7ju
l.07
set.
07no
v.07
-50%
0%
50%
100%
150%
200%
250%
300%
350%
400%
450%
500%
jan.
03m
ar.0
3m
ai.0
3ju
l.03
set.
03no
v.03
jan.
04m
ar.0
4m
ai.0
4ju
l.04
set.
04no
v.04
jan.
05m
ar.0
5m
ai.0
5ju
l.05
set.
05no
v.05
jan.
06m
ar.0
6m
ai.0
6ju
l.06
set.
06no
v.06
jan.
07m
ar.0
7m
ai.0
7ju
l.07
set.
07no
v.07
Relatório Anual 2007 45
AMBV x IBOVESPA - 5 anos
AMBV4
AMBV3
IBOV
ABV x Dow Jones - 5 anos
ABV
ABV/C
S&P 500
467%
214%
180%
67%
528%
428%
46
Reconhecimentos e premiações
Valor Social – Concedido pelo jornal Valor Econômico, na categoria Respeito ao Meio Ambiente, como
um reconhecimento às empresas que consideram o compromisso com a sociedade e o desenvolvimento
sustentável critérios de excelência e de gestão.
Melhores e Maiores – Organizada pela revista Exame, a relação aponta as 500 maiores empresas
do País, além das maiores e melhores de cada um dos setores mais representativos da economia nacional.
Melhores Empresas para se Trabalhar – A classificação, promovida pelas revistas Você S.A. e Exame,
evidencia as 500 maiores empresas em atividade no País, além das maiores e melhores companhias
de cada um dos setores mais representativos da economia brasileira.
Great Place to Work – Realização da revista Época premia as empresas que mais se destacam
no gerenciamento de pessoas. Meritocracia e transparência no ambiente de trabalho foram os atributos
que nos levaram às primeiras posições no ranking.
Prêmio SESI de Qualidade no Trabalho – Destaca as companhias que contribuem para
o desenvolvimento social e melhoria da qualidade de vida de seus funcionários, além da racionalização
de recursos naturais em suas unidades. Participaram da edição 2007 do Prêmio cerca de 2.500 empresas
de todo o País.
Empresas Mais Admiradas – Destaque nas categorias Indústria de Bebidas Alcoólicas e não-alcoólicas
em virtude do trabalho nas áreas de responsabilidade social, ética e compromisso com recursos humanos.
O ranking, organizado pela revista Carta Capital, é baseado em pesquisa realizada com os principais
executivos das empresas do setor.
Certificado de Mérito Ambiental – Concedido durante o simpósio Experiências em Gestão de Recursos
Hídricos por Bacia Hidrográfica, realizado em dezembro pelo Comitê Intermunicipal da Bacia dos Rios
Piracicaba, Capivari e Jundiaí.
Prêmio Ambiental Fiec – Outorgado pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará, na categoria
Produção Mais Limpa e Reuso de Água.
Prêmio Gestão Ambiental do Estado de Goiás – Segundo lugar na categoria Atividade industrial
e terceiro lugar na categoria Atividades alimentícias.
Prêmio Ecologia e Ambientalismo – Concedido pela Câmara Municipal da Prefeitura de Curitiba (PR).
Nosso desempenho em 2007resultou na conquista de váriosreconhecimentos e premiações,destacando-se:
Relatório Anual 2007 47
Nossotime
Conselho de Administração
Co-presidentes e Conselheiros
1/ Victório Carlos De Marchi
2/ Carlos Alves de Brito
Membros do ConselhoMarcel Herrmann Telles
Carlos Alberto da Veiga Sicupira
José Heitor Attilio Gracioso
Roberto Herbster Gusmão
Vicente Falconi Campos
Luis Felipe Pedreira Dutra Leite
Johan M.J.J. Van Biesbroeck
Conselheiros suplentesJorge Paulo Lemann
Roberto Moses Thompson Motta
Conselho Fiscal
Membros do ConselhoAlcides Lopes Tápias
Álvaro Antônio Cardoso de Souza
Aloisio Macário Ferreira de Souza
Conselheiros suplentes Ary Waddington
Emmanuel Sotelino Schifferle
Ernesto Rubens Gelbcke
Diretoria
3/ Luiz Fernando Ziegler de Saint Edmond
Diretor Geral para a América Latina
4/ Bernardo Paiva
Diretor Geral para a América do Norte
5/ João Maurício Giffoni de Castro Neves
Diretor Geral para Quinsa
6/ Graham David Staley
Diretor Financeiro e de Relações
com Investidores
7/ Ricardo Tadeu Almeida Cabral de Soares
Diretor de Vendas
8/ Ricardo Manuel Frangatos Pires Moreira
Diretor para a América Latina Hispânica
9/ Carlos Eduardo Klutzenschell Lisboa
Diretor de Marketing
10/ Nicolás Ernesto Bamberg
Diretor Industrial
11/ Michel Dimitrios Doukeris
Diretor de Refrigerantes
12/ Milton Seligman
Diretor para Assuntos Corporativos
13/ Pedro de Abreu Mariani
Diretor Jurídico
14/ Olivier Lambrecht
Diretor de Gente e Gestão
15/ Jean-Yves Rotte-Geoffroy
Diretor de TI e Serviços Compartilhados
16/ Rodrigo Figueiredo de Souza
Diretor de Logística e Suprimentos
1/ 2/ 3/ 4/
5/ 7/ 8/
9/
6/
13/ 14/
12/
15/
11/10/
16/
Demonstrações Financeiras
50 / Relatório da Administração
62 / Parecer dos Auditores Independentes
63 / Parecer do Conselho Fiscal
64 / Balanços Patrimoniais
66 / Demonstrações de Resultados
67 / Demonstrações dasMutações do Patrimônio Líquido
68 / Demonstrações dasOrigens e Aplicaçõesde Recursos
70 / DemonstraçõesConsolidadas de Fluxode Caixa
72 / Notas Explicativas
110 / Informações aos Investidores
50
Relatório da AdministraçãoMensagem aos Acionistas
Nossa estratégia contínua de excelência na execução,
construção de marcas fortes, eficiência de custos e
disciplina financeira mais uma vez rendeu resultados
sólidos e consistentes para 2007. O EBITDA consolidado
cresceu 16% organicamente, alcançando R$8.666,9
milhões, com um crescimento orgânico de 210 pontos
base na margem EBITDA.
O cenário macroeconômico positivo ajudou a alavancar
os volumes de cerveja e de refrigerantes no Brasil, que
entregaram crescimento orgânico de 5,5% e 10,6%,
respectivamente. O aumento de receita líquida se manteve
acima da inflação, enquanto o custo cresceu abaixo,
assegurando incremento na margem bruta. Nossas despesas
com vendas, gerais e administrativas, cresceram 7,9%,
excluindo depreciação e amortização, devido principalmente
à inflação do período, ao aumento dos volumes e da nossa
distribuição direta no período. Como conseqüência, o
EBITDA consolidado mostrou um crescimento orgânico de
15,4% para cerveja e 28,8% para RefrigeNanc. “Nossa
política de hedge fo importante para mantermos os custos
sob controle e nos proteger contra a pressão no preço das
commodities. Além disso, um plano comercial bem
administrado nos permitiu otimizar investimentos e
maximizar rentabilidade”, diz Luiz Fernando Edmond,
Diretor Geral para a América Latina.
Quinsa continua crescendo, apesar do ambiente desafiador.
A unidade de cerveja apresentou crescimento orgânico de
6,8% em volumes, 20,2% em EBITDA e 90 pontos base em
margem EBITDA. O resultado orgânico para RefrigeNanc foi
um aumento de 14,3% em volumes, 40,3% no EBITDA,
alcançando 130 pontos base de expansão de margem.
A margem EBITDA consolidada de Quinsa ficou em 42.3%.
“O forte crescimento de volume e o excelente desempenho
de nossas marcas premium compensaram pressões de custo
devido a maiores gastos com salários, custos de energia
elétrica e aumento de preços de commodities, o que nos
levou a mais um ano de bons resultados”, diz João Castro
Neves, Diretor Geral para a Quinsa.
HILA-ex reportou um EBITDA negativo de R$20,1 milhões, o
que representa um ganho orgânico de R$41,8 milhões com
relação ao ano passado. Luiz Fernando Edmond, Diretor Geral
para América Latina, comenta: “Estamos construindo um
negócio sólido, com a disciplina necessária para tanto.
Estamos caminhando para atingir o breakeven do EBITDA e
do caixa, o que faz parte da nossa estratégia de longo prazo”.
O EBITDA para as operações na América do Norte chegaram
a R$1.537,5 milhões, 6,4% acima de 2006 em termos
orgânicos, com um crescimento de 270 pontos base em
margem EBITDA. Bernardo Paiva, Diretor Geral para a
América do Norte, comenta: “2007 foi um ano difícil, com
tímido crescimento do mercado canadense e acirrada
competição. Porém, nossa excelência em gerenciar custos,
assim como a aquisição da Lakeport foram muito
importantes para gerar um bom resultado, com ganhos de
EBITDA e expansão de margens. Nós continuamos focados
em fortalecer nossas marcas e permanecemos
comprometidos com a rentabilidade a longo prazo”.
Nossa estratégia de payout permanece a mesma, reforçando
o nosso compromisso em distribuir o excesso de caixa aos
nossos acionistas. Em 2007, nós distribuímos, R$2,0 bilhões
em dividendos, incluindo juros sobre capital próprio, e R$3,1
bilhões por meio de recompra de ações.
“Estamos muito satisfeitos com os resultados de 2007
e bastante confiantes que 2008 será mais um bom ano para
a AmBev. Mais uma vez, eu atribuo esse sucesso à nossa
Gente, que cultiva e pratica a cultura de dono, que
trabalha duro, é ousada, disciplinada e consciente que é
o trabalho em equipe que nos garante tão boa
performance”, completa Luiz Fernando Edmond, Diretor
Geral para a América Latina.
VISÃO GERAL DACOMPANHIA DE BEBIDASDAS AMÉRICAS – AMBEV
Com operações em 14 países pelas três Américas, a AmBev
é a quinta maior cervejaria do mundo e a líder do mercado
latino americano. As operações da Companhia consistem na
produção e comercialização de cervejas, refrigerantes,
outras bebidas não alcoólicas e malte, dividindo-se em três
unidades de negócio:
• Operações Brasil, representada pelas vendas de (i)
cerveja (“Cerveja Brasil”); (ii) refrigerantes e bebidas
não alcoólicas e não carbonatadas (“RefrigeNanc”);
e (iii) malte e sub-produtos;
• América Latina Hispânica (HILA), dividida em duas
operações: (i) Quinsa, composta por operações na
Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai, e (ii) HILA
excluindo Quinsa (denominada HILA-Ex), composta
pelas operações da Companhia em El Salvador,
Equador, Guatemala, Nicarágua, Peru, República
Dominicana e Venezuela; e
• América do Norte, representada pelas operações
da Labatt Brewing Company Limited (“Labatt”),
incluindo vendas domésticas de cerveja no Canadá
e exportações para os Estados Unidos (“EUA”).
As principais marcas da AmBev incluem Skol
(a terceira cerveja mais consumida no mundo), Brahma,
Antarctica, Bohemia, Original, Quilmes, Labatt Blue,
Brahva e Guaraná Antarctica. Além disso, a AmBev é a
maior engarrafadora da PepsiCo fora dos EUA. Através
de um acordo de "franchising", a Companhia produz,
vende e distribui os produtos Pepsi no Brasil e em outros
países da América Latina, incluindo Pepsi, H2OH!, Lipton
Ice Tea e o isotônico Gatorade.
O risco de crédito da AmBev como emissor de dívida em
moeda nacional e estrangeira detém a classificação de
grau de investimento segundo a Standard and Poor’s e a
Fitch Ratings.
AmBev Relatório Anual 2007 51
CONJUNTURA ECONÔMICA
A renda disponível dos consumidores vem crescendo nos
últimos anos no Brasil, principal mercado consumidor da
AmBev. Este crescimento é um dos fatores que contribuiu
para o crescimento orgânico de volumes em Cerveja
Brasil (+5,5%) e RefrigeNanc (+10,6%).
No Canadá, o segundo maior mercado da AmBev,
a economia também vem apresentando bom desempenho,
especialmente no Oeste, onde os altos preços do petróleo
vêm sustentando um ritmo de crescimento forte ao
mercado local.
Na Argentina, terceiro maior mercado da AmBev,
o crescimento forte do mercado ajudou a alavancar
nossas vendas. O volume da Quinsa, cuja principal
operação é na Argentina, cresceu organicamente 6,8%
para cerveja e 14,3% para RefrigeNanc em 2007.
INVESTIMENTOS
No ano de 2007 a AmBev investiu R$ 1.630,9 milhões em
ampliação das linhas de produção, compra de ativos de
giro e em uma fábrica de garrafas, que será inaugurada
no início de 2008.
INVESTIMENTOS EM CONTROLADAS
Em 2007, a AmBev comprou a totalidade das quotas da
sociedade Goldensand Comércio e Serviços Lda.
(“Goldensand”), controladora da Cervejarias Cintra Indústria
e Comércio Ltda (“Cintra”). O valor total da operação foi de
aproximadamente US$150 milhões, não incluindo a aquisição
das marcas e dos ativos de distribuição da Cintra, os quais
foram incluídos no negócio posteriormente, em 2008. O
objetivo principal desta operação foi expandir nossa
capacidade de produção por meio da aquisição das fábricas
da Cintra, para endereçar a demanda crescente nos mercados
de cerveja e refrigerantes.
Em Março de 2007, a Labatt Brewing Company Limited
(“Labatt”), subsidiária da AmBev, adquiriu as Units
da Lakeport Brewing Income Fund (“Lakeport”), nos
termos da oferta realizada pela Labatt. O valor total
da operação foi de CAD$208,5 milhões.
MEIO AMBIENTE
A AmBev desenvolve suas atividades econômicas de maneira
ecoeficiente, reciclando os resíduos da produção e
minimizando o impacto sobre a natureza de modo a
preservar nossos recursos naturais. Ao mesmo tempo em
que busca uma maior competitividade na produção de
bebidas, utiliza tecnologias, matérias-primas e processos
para minimizar o impacto ambiental. Para tanto, estabelece
indicadores de ecoeficiência que são sistematicamente
monitorados. Somos referência no uso racional de água.
Destacaram-se em 2007 as unidades de Curitiba (PR),
Brasília (DF), Camaçari (BA) e Agudos (SP), que utilizaram,
para a produção de um litro de cerveja, 3,37, 3,26, 3,44 e
3,61 litros de água, respectivamente. A redução do índice de
consumo de água obtida no último ano representa uma
economia de água suficiente para abastecer, por um mês,
uma população de 210 mil habitantes.
Devido a projetos de desenvolvimento de fontes alternativas
de energia, 37% da matriz energética da AmBev para
geração de energia calorífica é composta de combustíveis
provenientes de fontes renováveis. O projeto CDM (Clean
Development Mechanism) da fábrica de Viamão, aprovado
pela ONU - UNFCC (United Nations Framework Climate
Change), foi o primeiro projeto da indústria de bebidas no
Brasil a receber esta certificação. Outros 2 projetos CDM
desenvolvidos em unidades da Companhia já estão
aprovados pelo governo brasileiro.
Patrocinamos um dos maiores centros de Reciclagem
da América Latina e reaproveitamos mais de 98% dos
resíduos industriais na forma de subprodutos, o que
gerou, em 2007, uma receita de R$ 66,7 milhões*.
Como resultado deste trabalho, a Companhia recebeu
o prêmio “Valor Social” na categoria Respeito ao Meio
Ambiente. O prêmio “Valor Social” é uma homenagem
às empresas que consideram o compromisso com
a sociedade e o desenvolvimento sustentável de excelência
e de gestão. O trabalho em gestão de subprodutos, iniciativa
integrada ao Sistema de Gestão Ambiental adotado por
todas as unidades da AmBev, destacou a Companhia entre os
concorrentes do prêmio.
* Este número é referente somente às operações no Brasil
e Hila-ex.
RECURSOS HUMANOS
A AmBev chegou ao final de 2007 com aproximadamente
37,2 mil funcionários: 22,8 mil no Brasil; 2,9 mil no Canadá;
6,9 mil nas unidades da Quinsa e 4,6 mil na HILA-Ex.
A AmBev investe permanentemente no desenvolvimento de
seus recursos humanos. Em 2007, a Universidade AmBev
(UA) realizou treinamentos específicos (técnicos,
comportamentais, idiomas etc.) para mais de 18.000
funcionários e distribuidores, totalizando mais de 75.000
horas de treinamento. Os funcionários ainda contam com os
investimentos da Fundação Antonio e Helena Zerrenner
(FAHZ) em bolsas de estudo de graduação e pós-graduação.
A FAHZ também oferece o programa Vida Legal, que
estimula hábitos saudáveis, ações preventivas de saúde
e tratamento de doenças crônicas.
52
DIVIDENDOS E AÇÕES
O estatuto social da AmBev prevê dividendos mínimos
obrigatórios correspondentes a 35% do lucro líquido anual
da Companhia, conforme estabelecido nas normas
contábeis da legislação societária brasileira, incluindo
as quantias pagas a título de juros sobre o capital próprio.
No ano calendário de 2007, foram distribuídos R$2,0
bilhões em dividendos, incluindo juros sobre capital
próprio. O montante representa 70,9% do lucro líquido
reportado no exercício.
Além disso, a AmBev devolveu aos acionistas R$3,1
bilhões em Recompra de Ações, totalizando um pay-out
de R$5,1 bilhões.
Com efeito em 2 de agosto de 2007, a AmBev realizou um
grupamento de ações de emissão da Companhia
na proporção de 100 ações existentes para 1 nova ação.
As ações, já grupadas, passaram a ser negociadas em
cotação unitária e não mais em lote de 1.000 ações.
O grupamento foi aprovado na Assembléia Geral
Extraordinária realizada em 29 de junho de 2007.
Em 2007, foram negociados aproximadamente
R$ 12,6 bilhões em ações preferenciais (PN), R$1,8
bilhões em ações ordinárias (ON). As ações fecharam o
ano de 2007 cotadas a R$128,65 (AMBV4) e R$125,00
(AMBV3), respectivamente 22,1% e 32,6% acima de
2006, já com os devidos ajustes referentes
ao grupamento de ações realizado em 2007.
DESTAQUES FINANCEIROS 2007
As informações financeiras e operacionais a seguir, exceto onde indicado o contrário, são apresentadas em
base consolidada e em milhões de Reais, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil; as comparações
referem-se ao ano de 2006.
Nosso relatório segrega o impacto do resultado orgânico das mudanças de escopo e diferenças de câmbio. As mudanças
de escopo representam o impacto de aquisições ou vendas de ativos, assim como o início ou término de atividades.
• O EBITDA consolidado da AmBev atingiu R$8.666,9 milhões em 2007, crescendo 16,0% organicamente.
• A participação da AmBev no mercado de cervejas brasileiro em 2007, segundo a ACNielsen, foi de 67,8%
(2006: 68,8%). O volume do segmento Cerveja Brasil cresceu 5,5%, em termos orgânicos, e a receita por hectolitro
atingiu R$144,9 (Média Anual).
• A margem de EBITDA do segmento RefrigeNanc alcançou 37,1%, crescendo 350 pontos base e mantendo a AmBev
como um benchmark para a indústria. O EBITDA registrado para o segmento foi de R$782,6 milhões, 28,8% acima
de 2006 (Orgânico).
• As operações na Quinsa registraram EBITDA de R$1.135,3 milhões, refletindo o forte crescimento das unidades
de cerveja e refrigerantes.
• HILA-Ex entregou um EBITDA negativo de R$20,1 milhões, o que representou um crescimento orgânico de
R$ 41,8 milhões no período ante os R$63,9 milhões negativos em 2006, chegando mais próximo ao break-even.
• A Labatt contribuiu com um EBITDA de R$1.537,5 milhões em 2007, com um crescimento de 270 pontos
base de margem.
% %Destaques Financeiros - Consolidado 2006 2007 Reportado Orgânico
Volume ('000 hl) 128.148,0 142.916,1 11,5% 5,8%
Cerveja 93.974,0 102.990,3 9,6% 4,6%
RefrigeNanc 34.174,0 39.925,9 16,8% 9,0%
Receita líquida 17.613,7 19.648,2 11,6% 10,4%
Lucro Bruto 11.665,0 13.102,2 12,3% 11,4%
Margem bruta 66,2% 66,7% 50 bps 60 bps
EBITDA 7.444,6 8.666,9 16,4% 16,0%
Margem EBITDA 42,3% 44,1% 180 bps 210 bps
Lucro líquido 2.806,3 2.816,4 0,4% -
No. de ações em circulação (milhões) 637,2 615,6 -3,4% -
LPA (R$/ação) 4,40 4,58 3,9% -
LPA excl.amortização de ágios (R$/ação) 6,42 7,41 15,5% -
Nota: O cálculo por ação é baseado nas ações em circulação (total de ações existentes, menos ações em tesouraria).
AmBev Relatório Anual 2007 53
DESTAQUES FINANCEIROS POR SEGMENTO DE NEGÓCIOS
A tabela abaixo apresenta os destaques financeiros consolidados por segmento de negócios. Os resultados apresentados referem-se aos períodos de doze meses
findos em 31 de dezembro de 2007 e 2006.
AmBev Brasil Consolidado Conversão % %
R$ milhões 2006 Escopo de Moeda Orgânico 2007 Reportado Orgânico
Volume ('000 hl) 87.726,7 931,3 - 5.949,6 94.607,6 7,8% 6,8%
Receita Líquida 10.963,1 63,2 - 1.428,3 12.454,5 13,6% 13,0%
CPV (3.492,2) (32,9) - (377,4) (3.902,5) 11,7% 10,8%
Lucro Bruto 7.470,9 30,3 - 1.050,9 8.552,0 14,5% 14,1%
Margem Bruta 68,1% - - - 68.7% 50 bps 60 bps
SG&A Total (3.038,3) (228,3) - (191,8) (3.458,5) 13,8% 6,3%
EBIT 4.432,5 (198,0) - 859,0 5.093,6 14,9% 19,4%
Margem EBIT 40,4% - - - 40,9% 50 bps 230 bps
EBITDA 5.153,7 (3,5) - 864,0 6.014,2 16,7% 16,8%
Margem EBITDA 47,0% - - - 48,3% 130 bps 160 bps
Quinsa Consolidado Conversão % %
R$ milhões 2006 Escopo de Moeda Orgânico 2007 Reportado Orgânico
Volume ('000 hl) 22.566,0 5.833,0 - 2.125,2 30.524,2 35,3% 9,7%
Receita Líquida 2.004,3 564,8 (301,3) 419,1 2.686,8 34,1% 21,5%
CPV (808,8) (238,0) 122,2 (163,6) (1.088,2) 34,5% 20,8%
Lucro Bruto 1.195,5 326,8 (179,1) 255,4 1.598,6 33,7% 21,9%
Margem Bruta 59,6% - - - 59,5% -10 bps 20 bps
SG&A Total (485,0) (152,0) 75,8 (99,2) (660,3) 36,2% 20,8%
EBIT 710,5 174,8 (103,3) 156,2 938,2 32,1% 22,7%
Margem EBIT 35,4% - - - 34,9% -50 bps 30 bps
EBITDA 855,1 222,3 (127,4) 185,4 1.135,3 32,8% 22,3%
Margem EBITDA 42,7% - - - 42,3% -40 bps 30 bps
Hila-ex Consolidado Conversão % %
R$ milhões 2006 Escopo de Moeda Orgânico 2007 Reportado Orgânico
Volume ('000 hl) 6.891,7 - - (613,9) 6.277,8 -8,9% -8,9%
Receita Líquida 758,1 - (72,4) (5,1) 680,6 -10,2% -0,7%
CPV (457,4) - 39,3 22,9 (395,2) -13,6% -5,0%
Lucro Bruto 300,7 - (33,2) 17,9 285,4 -5,1% 5,9%
Margem Bruta 39,7% - - - 41,9% 230 bps 260 bps
SG&A Total (470,6) - 42,7 25,1 (402,8) -14,4% -5,3%
EBIT (169,9) - 9,5 43,0 (117,4) ns ns
Margem EBIT -22,4% - - - -17,2% 520 bps 560 bps
EBITDA (63,9) - 1,9 41,8 (20,1) ns ns
Margem EBITDA -8,4% - - - -3,0% 550 bps 550 bps
54
América do Norte Conversão % %
R$ milhões 2006 Escopo de Moeda Orgânico 2007 Reportado Orgânico
Volume ('000 hl) 10.963,7 632,8 - (89,9) 11.506,6 5,0% -0,8%
Receita líquida 3.888,2 186,6 (229,4) (19,2) 3.826,2 -1,6% -0,5%
CPV (1.190,2) (66,3) 69,4 27,1 (1.160,1) -2,5% -2,3%
Lucro Bruto 2.697,9 120,3 (160,0) 7,9 2.666,1 -1,2% 0,3%
Margem Bruta 69,4% - - - 69,7% 30 bps 50 bps
SG&A Total (1.414,8) (90,7) 79,1 88,7 (1.337,7) -5,5% -6,3%
EBIT 1.283,1 29,7 (80,9) 96,6 1.328,5 3,5% 7,5%
Margem EBIT 33,0% - - - 34,7% 170 bps 270 bps
EBITDA 1.499,6 35,8 (93,1) 95,2 1.537,5 2,5% 6,4%
Margem EBITDA 38,6% - - - 40,2% 160 bps 270 bps
OPERAÇÕES BRASIL
AmBev Brasil - Cerveja Conversão % %
R$ milhões 2006 Escopo de Moeda Orgânico 2007 Reportado Orgânico
Volume ('000 hl) 65.654,7 858,5 - 3.611,3 70.124,5 6,8% 5,5%
Receita Líquida 9.045,0 58,3 - 1.054,8 10.158,1 12,3% 11,7%
CPV (2.573,6) (30,4) - (205,8) (2.809,8) 9,2% 8,0%
Lucro Bruto 6.471,5 27,9 - 849,0 7.348,4 13,6% 13,1%
Margem Bruta 71,5% - - 72,3% 80 bps 90 bps
SG&A Total (2.549,7) (176,9) - (155,0) (2.881,6) 13,0% 6,1%
EBIT 3.921,8 (149,0) - 694,0 4.466,7 13,9% 17,7%
Margem EBIT 43,4% - - - 44,0% 60 bps 230 bps
EBITDA 4.478,6 (3,3) - 690,7 5.166,0 15,3% 15,4%
Margem EBITDA 49,5% - - - 50,9% 130 bps 170 bps
AmBev Brasil - RefrigeNanc Conversão % %
R$ milhões 2006 Escopo de Moeda Orgânico 2007 Reportado Orgânico
Volume ('000 hl) 22.072,0 72,8 - 2.338,3 24.483,1 10,9% 10,6%
Receita Líquida 1.806,4 4,8 - 299,7 2.110,9 16,9% 16,6%
CPV (877,8) (2,4) - (96,2) (976,5) 11,2% 11,0%
Lucro Bruto 928,5 2,4 - 203,5 1.134,4 22,2% 21,9%
Margem Bruta 51,4% - - - 53,7% 230 bps 230 bps
SG&A Total (485,2) (51,4) - (36,6) (573,2) 18,1% 7,5%
EBIT 443,3 (49,0) - 166,9 561,2 26,6% 37,6%
Margem EBIT 24,5% - - - 26,6% 200 bps 440 bps
EBITDA 607,7 (0,2) - 175,1 782,6 28,8% 28,8%
Margem EBITDA 33,6% - - - 37,1% 340 bps 350 bps
AmBev Relatório Anual 2007 55
ANÁLISE DO DESEMPENHOFINANCEIRO EM 2007
RECEITA LÍQUIDA
A receita líquida aumentou 10,4% em 2007, atingindo
R$19.648,2 milhões.
Operações
A receita líquida gerada pela principal unidade de negócios
da AmBev, representada por nossas operações de cerveja,
refrigerantes e bebidas não carbonatadas no Brasil, cresceu
13,0%, chegando a R$12.454,5 milhões. O desempenho de
cada operação é apresentado a seguir.
Cerveja
A receita líquida proveniente das vendas de cerveja no Brasil
em 2007 subiu 11,7%, acumulando R$10.158,1 milhões.
Os principais elementos que contribuíram para esse
crescimento foram:
• Crescimento orgânico de 5,5% no volume de vendas,
refletindo a forte execução e crescimento de mercado.
• Crescimento orgânico de 5,8% da receita por hectolitro, que
chegou a R$144,9. Esse aumento foi conseqüência (i) do
aumento de preço em janeiro de 2007; (ii) contínuo
crescimento do segmento premium; e (iii) da expansão das
vendas feitas pela estrutura de distribuição direta da AmBev.
RefrigeNanc
A receita líquida gerada pela operação de RefrigeNanc
em 2007 cresceu 16,6%, atingindo R$2.110,9 milhões.
Os principais elementos que contribuíram para esse
crescimento foram:
• Crescimento orgânico de 10,6% no volume de vendas,
refletindo (i) leve aumento na participação da AmBev
no mercado de refrigerantes (2007: 17,1%; 2006:
17,0%), suportado por nossas inovações no período;
e (ii) o crescimento desse mercado.
• Aumento orgânico de 5,4% da receita por hectolitro,
que chegou a R$86,2. Esse aumento foi impactado
positivamente (i) pelo reposicionamento de preços
implementados ao longo de 2007; e (ii) por uma
mudança favorável no mix de produto.
Malte e Sub-produtos
A venda de malte e sub-produtos no Brasil apresentou
um ganho de receita de 66,1%, acumulando R$185,5
milhões em 2007.
Quinsa
As operações na Quinsa contribuíram R$2.686,8 milhões
para a receita consolidada da Companhia, representando
um crescimento orgânico de 21,5%. Os principais elementos
que contribuíram para o aumento da receita foram:
• Crescimento de volume de cerveja e de refrigerantes de
6,8% e 14,3% respectivamente; o volume consolidado
cresceu 9,7%.
• Um crescimento orgânico de 8,3% em receita por
hectolitro, alcançando R$88,0.
HILA-Ex
As operações da AmBev no norte da América Latina
apresentaram uma redução da receita em 2007 de 0,7%,
acumulando R$680,6 milhões. Os principais elementos que
contribuíram para a redução da receita foram (i) uma perda
de 8,9% em volume, principalmente em refrigerantes e (ii)
queda de 9,0% da receita por hectolitro.
América do Norte
As operações Labatt na América do Norte contribuíram
com R$3.826,2 milhões para a receita consolidada da
AmBev, uma redução orgânica de 0,5% em relação ao
ano anterior. Esse resultado é explicado por:
• Decréscimo do volume de vendas da Labatt no
mercado canadense de 0,8%.
• Redução na exportação da Labatt para os EUA de 0,9%.
• Crescimento orgânico de 0,8% na receita por
hectolitro das vendas domésticas.
• Queda orgânica de 8,4% na receita por hectolitro nas
vendas para exportação.
Malte e outros subprodutos Conversão % %
R$ milhões 2006 Escopo de Moeda Orgânico 2007 Reportado Orgânico
Volume ('000 hl) - - - - - - -
Receita Líquida 111,6 - - 73,9 185,5 66,1% 66,1%
CPV (40,8) - - (75,5) (116,2) 185,0% 185,0%
Lucro Bruto 70,9 - - (1,6) 69,3 -2,3% -2,3%
Margem Bruta 63,5% - - - 37,3% ns ns
SG&A Total (3,4) - - (0,2) (3,6) 5,8% 5,8%
EBIT 67,4 - - (1,8) 65,6 -2,7% -2,7%
Margem EBIT 60,4% - - - 35,4% ns ns
EBITDA 67,4 - - (1,8) 65,6 -2,7% -2,7%
Margem EBITDA 60,4% - - - 35,4% ns ns
56
CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS
O custo dos produtos vendidos da AmBev em 2007 cresceu
8,3%, acumulando R$6.546,0 milhões.
Brasil
O custo dos produtos vendidos na unidade de negócios
Brasil acumulou R$3.902,5 milhões, crescendo 10,8%
organicamente.
Cerveja
O custo dos produtos vendidos da operação de venda de
cerveja no Brasil cresceu 8,0% organicamente, chegando
a R$2.809,8 milhões. O custo dos produtos vendidos por
hectolitro apresentou um crescimento orgânico de 2,4%,
somando R$40,1. Os principais fatores que contribuíram
para este aumento foram (i) perdas com uma mudança
desfavorável no mix de embalagens; (ii) maiores gastos
com matéria-prima, como, por exemplo, o milho; (iii)
maiores gastos com embalagem e (iv) impacto da inflação
nos salários, o que foi parcialmente compensado por (v)
ganhos com uma menor taxa de câmbio através de nossa
política de hedge e (vi) menores gastos com logística.
RefrigeNanc
O custo dos produtos vendidos da operação de
RefrigeNanc no Brasil subiu 11,0%, chegando a R$976,5
milhões. O custo dos produtos vendidos por hectolitro
cresceu 0,3%, contabilizando R$39,9, impactado
positivamente por (i) ganhos através de nossos contratos
de hedge e (ii) diluição de custos fixos; e negativamente
por (iii) perdas com uma mudança desfavorável no mix de
embalagem; (iv) maiores gastos logísticos e com salários.
Malte e Sub-produtos
O custos dos produtos vendidos de malte e sub-
produtos no Brasil apresentou um crescimento orgânico
de 185.0%, acumulando R$116,2 milhões.
Quinsa
A consolidação em AmBev do custo dos produtos
vendidos da Quinsa acumulou em 2007 R$1.088,2
milhões, representando um crescimento de 20,8%.
Os principais efeitos que explicam esse aumento são:
• Aumento orgânico de 9,7% no volume vendido, sendo
6,8% em cerveja e 14,3% em RefrigeNanc.
• Aumento orgânico de 7,8% no CPV por hectolitro,
sendo 6,5% em cerveja e 8,7% em RefrigeNanc.
As principais razões para esse aumento foram (i)
maiores preços nas commodities, (ii) impactos da crise
energética principalmente na Argentina e (iii) maiores
gastos com salários.
HILA-Ex
O custo dos produtos vendidos nas operações da AmBev
no norte da América Latina decresceu 5,0%
organicamente, chegando a R$395,2 milhões.
O principal efeito que explica essa diminuição é o
declínio de 8,9% no volume vendido.
América do Norte
O custo dos produtos vendidos da Labatt no ano de 2007
contabilizou R$ 1.160,1 milhões, uma queda orgânica de
2,3%. Esta redução foi uma combinação de volumes 0,8%
menores e a queda de 1,5% nos custos unitários de produção.
LUCRO BRUTO
A AmBev alcançou em 2007 um lucro bruto de
R$13.102,2 milhões, representando um crescimento
orgânico de 11,4%.
DESPESAS COM VENDAS, GERAIS
E ADMINISTRATIVAS
As despesas com Vendas, Gerais e Administrativas
da AmBev totalizaram R$5.859,3 milhões em 2007,
crescendo 3,3% organicamente.
A análise da evolução dessas despesas em cada
unidade de negócios é exposta a seguir.
Brasil
As despesas com Vendas, Gerais e Administrativas no
Brasil somaram R$3.458,5 milhões em 2007,
aumentando 6,3% organicamente.
Cerveja
As despesas com Vendas, Gerais e Administrativas atingiram
R$2.881,6 milhões, apresentando um crescimento orgânico
de 6,1%. Os principais elementos que geraram o crescimento
de tais despesas operacionais foram:
• O crescimento da estrutura de distribuição direta
da AmBev.
• O crescimento de despesas fixas em linha com
a inflação.
• O crescimento orgânico de 5,5% em volumes,
o que gera um aumento em despesas como frete,
por exemplo.
RefrigeNanc
Despesas com Vendas, Gerais e Administrativas para
RefrigeNanc acumularam R$573,2 milhões, aumentando
7,5% organicamente. Os principais elementos que geraram
o crescimento de tais despesas operacionais foram:
• O crescimento da estrutura de distribuição direta
da AmBev.
• O crescimento de despesas fixas em linha com
a inflação.
• O crescimento orgânico de 10,6% em volumes, o que
gera um aumento em despesas como frete,
por exemplo.
Malte e Sub-produtos
A venda de malte e sub-produtos gerou despesas
de Vendas, Gerais e Administrativas de R$ 3,6 milhões
em 2007, crescendo 5,8%.
AmBev Relatório Anual 2007 57
Quinsa
As despesas com Vendas, Gerais e Administrativas na Quinsa
acumularam R$660,3 milhões, crescendo 20,8%
organicamente. Esse aumento é explicado em sua maior
parte por maiores gastos com transporte e salários, além de
maiores despesas com marketing para suportar inovações.
HILA-Ex
As despesas com Vendas, Gerais e Administrativas das
operações da AmBev no norte da América Latina
somaram R$402,8 milhões, caindo 5,3%, um resultado
principalmente de menores despesas devido a menores
volumes e ganhos com iniciativas de Orçamento Base
Zero (OBZ).
América do Norte
As despesas com Vendas, Gerais e Administrativas da Labatt
somaram R$1.337,7 milhões, uma queda orgânica de 6,3%.
Essa diminuição é resultado de ganhos com iniciativas no OBZ,
além de algumas iniciativas de custo na The Beer Store (TBS).
RESULTADO OPERACIONAL
ANTES DAS RECEITAS E DESPESAS
FINANCEIRAS, PROVISÕES E
CONTINGÊNCIAS, E OUTRAS RECEITAS
E DESPESAS OPERACIONAIS
A Companhia apresentou forte desempenho operacional em
2007, evidenciando não somente o expressivo crescimento
orgânico de suas vendas mas também ganhos adicionais de
eficiência que se traduziram em expansão de margens para
além dos níveis já exemplares da Companhia.
Em 2007 a AmBev registrou um crescimento de EBIT
de 18,5% para R$7.242,9 milhões. A margem de EBIT sobre
a receita líquida atingiu 36,9%, 260 pontos base maior do
que em 2006.
O EBITDA da Companhia alcançou R$8.666,9 milhões, um
aumento de 16%. A margem de EBITDA sobre a receita líquida
foi de 44,1%, 210 pontos base maior do que em 2006.
CONTINGÊNCIAS TRIBUTÁRIAS, TRABALHISTAS E OUTRAS
Provisões líquidas para contingências e outras contabilizaram uma despesa líquida de R$25,1 milhões, comparado com uma
receita líquida de R$111,8 em 2006. O montante verificado em 2006 foi impactado por reversões de R$314,9 milhões referentes
a processos tributários de PIS e COFINS que foram transitados e julgados em favor da Companhia.
OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS
O saldo líquido de outras receitas e despesas operacionais em 2007 representou uma perda de R$1.483,1 milhões, 55,3%
acima da perda registrada em 2006. O detalhamento dos principais lançamentos é apresentado a seguir.
• Ganho de R$226,5 milhões referentes a acréscimos patrimoniais decorrente de incentivos fiscais concedidos a controladas
da AmBev no Brasil, comparado a um ganho de R$165.4 milhões em 2006.
• Despesa de R$227,5 milhões derivado da variação cambial em controladas no exterior, comparada a uma receita de R$79,4
milhões em 2006.
• Despesa de R$1.560,3 milhões relativa amortização de ágio, comparada a uma despesa de R$1.283,0 milhões em 2006. O
aumento da despesa é resultado das aquisições de Lakeport e Cintra, e aumento da amortização do ágio da Labatt em 2007.
Sigla em inglês para Earnings Before Interest and Taxes, equivalente ao resultado operacional antes das receitas
e despesas financeiras, provisões e contingências, e outras receitas e despesas operacionais.
Sigla em inglês para Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization, equivalente ao EBIT somado
às despesas com depreciação e amortização.
RESULTADO FINANCEIRO
O resultado financeiro da Companhia em 2007 foi negativo em R$1.253,0 milhões, comparado a uma perda em 2006 de
R$1.078,3 milhões. A tabela abaixo destaca os principais lançamentos do resultado financeiro da Companhia:
Detalhamento do Resultado Financeiro
R$ milhões 2007 2006
Receita Financeira
Receitas financeiras sobre equivalentes a caixa 95,3 111,1
Variação cambial sobre aplicações financeiras (52,3) (15,5)
Juros sobre Plano de Ações 7,7 10,0
Encargos financeiros sobre impostos, contribuições e depósitos judiciais 48,0 29,8
Outras 23,1 33,0
Total 121,8 168,4
Despesa Financeira
Encargos financeiros sobre dívidas em reais 340,9 191,5
Juros e variação cambial sobre mútuos (0,0) 1,8
Encargos financeiros sobre dívidas em moeda estrangeira 624,7 523,8
Variação cambial sobre financiamentos (475,6) (204,6)
Perdas líquidas sobre instrumentos derivativos 653,4 496,3
Impostos sobre transações financeiras 121,2 131,8
Encargos financeiros sobre contingências e outros 64,1 59,9
Outras 46,2 46,3
Total 1.374,8 1.246,7
Resultado Financeiro, Líquido (1.253,0) (1.078,3)
58
A Companhia ressalta que, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, os passivos referentes a operações de swaps e derivativos devem ser
contabilizados por meio da curva de juros estabelecida em seus respectivos contratos; já os ativos referentes a esses mesmos tipos de operações devem ser
contabilizados no menor valor entre o valor de mercado e curva mencionada. O endividamento total da Companhia aumentou R$285,6 milhões em comparação
a 2006, enquanto seu montante de caixa e equivalentes aumentou R$769,3 milhões, demonstrando a forte geração de caixa da Companhia no exercício.
Conseqüentemente, houve uma redução de R$432,4 milhões na dívida líquida da AmBev. A Companhia estima que a razão entre sua dívida líquida e
o EBITDA acumulado dos últimos 12 meses seja de 0,85x.
A tabela a seguir detalha o perfil da dívida consolidada da AmBev:
2007 2007 2006 2006Detalhamento da Dívida Curto Longo 2007 Curto Longo 2006 R$ milhões Prazo Prazo Total Prazo Prazo Total
Moeda Local 378,5 4.411,0 4.789,5 400,4 3.178,2 3.578,7
Moeda Estrangeira 2.097,8 2.964,9 5.062,7 1.704,2 4.283,7 5.987,9
Dívida Consolidada 2.476,3 7.375,9 9.852,2 2.104,6 7.461,9 9.566,6
Caixa e Equivalentes - - 2.308,2 - - 1.538,9
Aplicações Financeiras - - 174,8 - - 226,1
Dívida Líquida - - 7.369,1 - - 7.801,5
OUTRAS RECEITAS E DESPESAS NÃO OPERACIONAIS
O saldo líquido de outras receitas e despesas não operacionais resultou em 2007 em um ganho de R$40,4 milhões, comparado a uma perda em 2006
de R$28,8 milhões.
Essa diferença é explicada principalmente por:
• Ganho com venda de ativos no valor de R$38,9 milhões, comparado a um ganho de R$4,4 milhões em 2006.
• Provisões para perdas com ativo imobilizado no valor de R$0,4 milhões, comparadas a provisões de R$18,0 milhões em 2006.
AmBev Relatório Anual 2007 59
IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
O resultado líquido de imposto de renda e contribuição social em 2007 foi uma despesa de R$1.592,8 milhões. À alíquota nominal de 34%, a
provisão para imposto de renda e contribuição social teria sido de R$1.515,2 milhões. A conciliação da provisão efetiva com a provisão à alíquota
nominal é apresentada no quadro a seguir:
Imposto de Renda
R$ milhões 2007 2006
Lucro consolidado antes do imposto de renda e da contribuição social 4.526,0 4.307,3
Participações estatutárias e contribuições (69,4) (194,4)
Lucro consolidado, antes do imposto de renda, da contribuição social e das participações estatutárias e contribuições 4.456,6 4.112,8
Expectativa de despesa com imposto de renda e contribuição social a alíquotas nominais (34%) (1.515,2) (1.398,4)
Ajustes para obtenção da alíquota efetiva:
Juros sobre capital próprio 368,6 500,9
Resultado de controladas no exterior não sujeitas a tributação 25,3 42,4
Ganhos patrimoniais em controladas 78,1 58,5
Amortização de ágio - parcela não dedutível (485,7) (395,4)
Variação cambial sobre investimentos no exterior (81,0) (33,8)
Adições e exclusões permanentes e outros 17,1 (89,5)
Despesa de imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro (1.592,8) (1.315,3)
Alíquota efetiva de IR e contribuição social 35,7% 32,0%
Ajuste Benefício Fiscal decorrente da incorporação da InBev Brasil
Benefício fiscal decorrente da incorporação da InBev Brasil 350,8 350,8
Despesa de imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro excluindo efeito do benefício fiscal (1.242,1) (964,5)
Alíquota efetiva de IR e contribuição social ajustada por benefício fiscal 30,3% 25,6%
PARTICIPAÇÕES DE EMPREGADOS E ADMINISTRADORES
A despesa decorrente da provisão a título de participação nos lucros aos empregados e administradores foi de R$69,4 milhões em 2007. Este valor faz parte da
política de remuneração variável da Companhia, segundo a qual mais de 20.000 empregados têm uma parte significativa de sua remuneração sujeita ao
cumprimento de agressivas metas de performance.
Em 2006 a participação dos empregados e administradores nos lucros da Companhia foi de R$194,4 milhões.
PARTICIPAÇÕES MINORITÁRIAS
As despesas com participações minoritárias em subsidiárias da AmBev acumularam em 2007 R$ 47,3 milhões, principalmente em função dos minoritários de Quinsa.
60
LUCRO LÍQUIDO
O lucro líquido alcançado pela AmBev em 2007 foi de R$ 2.816,4 milhões, um aumento de 0,4% comparado ao de 2006. O lucro por ação foi de
R$4,58, representando um crescimento de 3,9%. Excluindo amortização de ágio, esse número sobe para R$7.41, um crescimento de 15,5%.
RECONCILIAÇÃO LUCRO LÍQUIDO AO EBITDA
O EBITDA e o EBIT são medidas utilizada pela Administração da Companhia para demonstrar a performance da Companhia.
O EBITDA é calculado excluindo-se do lucro líquido do exercício os seguintes efeitos: (i) Provisão do IR/Contribuição Social; (ii) Provisão para Participação
de Empregados e Administradores, (iii) Resultado das participações minoritárias, (iv) Receitas (despesas) não operacionais, (v) Resultado financeiro líquido, (vi)
Resultado da equivalência patrimonial, (vii) Outras Receitas (despesas) Operacionais, (viii) Provisões líquidas, e (ix) Despesas de depreciações e amortizações. O
EBIT é o EBITDA subtraído das depreciações e amortizações.
O EBITDA e o EBIT não são medidas contábeis utilizadas nas práticas contábeis adotadas no Brasil ou nos princípios contábeis geralmente aceitos nos Estados
Unidos da América (US GAAP), não representando o fluxo de caixa para os períodos apresentados e não deve ser considerado como sendo uma alternativa ao
lucro líquido na qualidade de indicador do desempenho operacional ou como uma alternativa ao fluxo de caixa na qualidade de indicador de liquidez. Nossa
definição de EBITDA e EBIT pode não ser comparável ao EBITDA e EBIT ou EBITDA ajustado conforme definido por outras companhias.
Reconciliação Lucro Líquido - EBITDA 2007 2006
Lucro Líquido 2.816,4 2.806,3
Provisão IR/Contribuição Social 1.592,8 1.315,3
Provisão Part. de Empr. e Administradores 69,4 194,4
Participações Minoritárias 47,3 (8,7)
Lucro Antes de Impostos 4.526,0 4.307,2
Receitas (Despesas) Não Operacionais (40,4) 28,8
Resultado Financeiro Líquido 1.253,0 1.078,3
Equivalência Patrimonial (3,9) (1,4)
Outras Receitas (Despesas) Operacionais 1.483,1 955,1
Provisões, Líquidas 25,1 (111,8)
EBIT 7.242,9 6.256,3
Depreciações e Amortizações 1.424,0 1.188,4
EBITDA 8.666,9 7.444,6
AmBev Relatório Anual 2007 61
RELACIONAMENTO COM AUDITORES INDEPENDENTES
A política de atuação junto aos nossos auditores independentes na prestação de serviços não relacionados à auditoria externa se substancia nos
princípios que preservam a independência do auditor.
Estes princípios compreendem:
a) o auditor não deve auditar seu próprio trabalho;
b) o auditor não deve exercer funções gerenciais; e
c) o auditor não deve promover os interesses de seu cliente.
Adotamos políticas e procedimentos de pré-aprovação segundo os quais todos os serviços de auditoria e outros serviços prestados por auditores externos
contratados devem ser aprovados pelo Conselho Fiscal, o qual executa as obrigações de um comitê de auditoria para os propósitos da Lei Sarbanes-Oxley de
2002, em conformidade com a Regra 10A-3(c). O Conselho Fiscal adota uma lista de serviços e limites de valor para a contratação de cada auditor externo, de
acordo com os termos incluídos em uma Lista Básica, por sua vez aprovada pelo Conselho de Administração. Qualquer serviço constante dessa lista é considerado
“pré-aprovado”. Trimestralmente, o Conselho de Administração e o Conselho Fiscal recebem, do Diretor Financeiro, um relatório resumido sobre o progresso
dos serviços prestados pré-aprovados e os honorários correspondentes devidamente autorizados. Quaisquer serviços não apresentados nessa Lista Básica requerem
uma opinião anterior favorável de nosso Conselho Fiscal e a aprovação de nosso Conselho de Administração. Nossa política contém também uma lista de
serviços que não podem ser prestados por nossos auditores externos.
62
Parecer dos Auditores Independentes
Ao
Conselho de Administração e aos Acionistas da
Companhia de Bebidas das Américas - AmBev
São Paulo - SP
1. Examinamos o balanço patrimonial da Companhia de Bebidas das Américas - AmBev (“Companhia”) e o balanço patrimonial consolidado dessa Companhia
e suas controladas, levantados em 31 de dezembro de 2007, e as respectivas demonstrações de resultados, das mutações do patrimônio líquido e das origens
e aplicações de recursos, correspondentes ao exercício findo naquela data, elaborados sob a responsabilidade de sua Administração. Nossa responsabilidade
é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações contábeis.
2. Nosso exame foi conduzido de acordo com as normas de auditoria aplicáveis no Brasil e compreendeu: (a) o planejamento dos trabalhos, considerando a
relevância dos saldos, o volume de transações e os sistemas contábil e de controles internos da Companhia e suas controladas; (b) a constatação, com base
em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e as informações contábeis divulgados; e (c) a avaliação das práticas e das estimativas
contábeis mais representativas adotadas pela Administração da Companhia e suas controladas, bem como da apresentação das demonstrações contábeis
tomadas em conjunto.
3. Em nossa opinião, as demonstrações contábeis acima referidas representam, adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial
e financeira da Companhia de Bebidas das Américas - AmBev e a posição patrimonial e financeira consolidada dessa Companhia e suas controladas em 31
de dezembro de 2007, os resultados de suas operações, as mutações do seu patrimônio líquido e as origens e aplicações de seus recursos, correspondentes
ao exercício findo naquela data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.
4. Nosso exame foi efetuado com o objetivo de formarmos uma opinião sobre as demonstrações contábeis, tomadas em conjunto. A demonstração consolidada
do fluxo de caixa representa informação complementar àquelas demonstrações, a qual não é requerida pelas práticas contábeis adotadas no Brasil
e é apresentada para possibilitar uma análise adicional. Essa informação complementar foi submetida aos mesmos procedimentos de auditoria aplicados
às demonstrações contábeis e, em nossa opinião, está apresentada, em todos os aspectos relevantes, adequadamente em relação às demonstrações contábeis
referentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2007, tomadas em conjunto.
5. As demonstrações contábeis relativas ao exercício findo em 31 de dezembro de 2006, apresentadas para fins comparativos, foram auditadas por outros
auditores independentes, cujo parecer foi emitido sem ressalvas, datado de 26 de fevereiro de 2007.
22 de fevereiro de 2008
KPMG Auditores Independentes
CRC 2SP014428/O-6
Pedro Augusto de Melo Guilherme Nunes
Contador CRC 1SP113939/O-8 Contador CRC 1SP195631/O-1
AmBev Relatório Anual 2007 63
Parecer doConselho Fiscal
O Conselho Fiscal da Companhia de Bebidas das Américas - AmBev (“Companhia”), em conformidade com as atribuições dispostas no Estatuto Social da
Companhia, em seu Regimento Interno e nos incisos do artigo 163 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, examinou: (i) o parecer emitido sem ressalvas
pela KPMG AUDITORES INDEPENDENTES, e (ii) o relato sobre o desempenho da Companhia realizado por sua Administração. Com base nos documentos
examinados e nos esclarecimentos prestados, os membros do Conselho Fiscal, abaixo assinados, opinaram pela aprovação em Assembléia Geral do Relatório
Anual da Administração e das Demonstrações Financeiras encerradas em 31 de dezembro de 2007.
São Paulo, 22 de fevereiro de 2008.
Alcides Lopes Tápias
Aloisio Macário Ferreira de Souza
Álvaro Cardoso de Sousa
Ernesto Gelbke
(Suplente)
Ary Waddington
(Suplente)
Emanuel Sotelino Schifferle
(Suplente)
Controladora Consolidado
CIRCULANTE 2007 2006 2007 2006
Caixa e equivalentes 920,8 601,7 2.308,2 1.538,9
Títulos e valores mobiliários - - 174,8 226,1
Contas a receber de clientes 952,8 848,6 1.623,1 1.542,7
Estoques : 604,9 589,9 1.457,8 1.363,9
Produtos acabados 158,1 143,6 362,6 319,2
Produtos em elaboração 56,4 45,6 87,2 69,6
Matérias-primas 214,1 235,9 660,8 618,7
Materiais de produção 110,6 110,4 236,6 235,6
Almoxarifado e outros 66,8 63,9 138,3 136,6
Provisão para perdas (1,1) (9,5) (27,7) (15,8)
Impostos a recuperar (nota 3-a) 514,1 419,2 739,3 687,7
Dividendos e/ou Juros sobre Capital Próprio 106,4 27,6 - 2,7
Imposto de renda e contribuição social diferidos (nota 14-c) 535,9 550,5 649,7 610,0
Despesas antecipadas 273,8 270,3 331,6 316,8
Resultado diferido de instrumentos financeiros 96,4 37,3 126,4 66,9
Outros 96,1 123,5 469,5 461,9
TOTAL DO ATIVO CIRCULANTE 4.101,2 3.468,6 7.880,4 6.817,6
NÃO CIRCULANTE
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
Créditos com pessoas ligadas / controladas (nota 4) 940,3 864,6 0,7 -
Depósitos compulsórios e judiciais 281,7 249,8 405,6 353,0
Venda financiada de ações 41,3 72,6 41,6 72,8
Aplicações financeiras - - 240,6 -
Imposto de renda e contribuição social diferidos (nota 14-c) 2.335,3 2.851,1 3.036,8 3.566,7
Imóveis, Maqs.e Equip. destinados à venda (nota 6-a) 68,2 82,9 103,0 86,0
Despesas antecipadas 121,6 132,9 123,3 134,3
Superávit de ativos - Instituto AmBev 18,5 17,0 18,5 17,0
Impostos a recuperar (nota 3-a) 184,6 140,0 207,3 158,9
Resultado diferido de instrumentos financeiros - - 145,2 44,4
Outros 4,3 18,8 24,8 131,3
TOTAL REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 3.995,8 4.429,7 4.347,4 4.564,4
PERMANENTE
Investimentos
Participação em sociedades controladas diretas e coligadas,
incluíndo ágio e deságio, líquida (nota 5-a) 17.336,1 21.203,7 15.002,5 17.990,4
Outros investimentos 15,9 11,4 40,4 35,6
17.352,0 21.215,1 15.042,9 18.026,0
Imobilizado (nota 6) 2.606,9 2.265,1 5.593,3 5.338,9
Intangível (nota 6) 328,5 346,5 388,2 385,0
Diferido (nota 7) 2.177,1 353,4 2.223,6 429,0
TOTAL DO ATIVO PERMANENTE 22.464,5 24.180,1 23.248,0 24.178,9
TOTAL DO ATIVO NÃO CIRCULANTE 26.460,3 28.609,8 27.595,4 28.743,3
TOTAL DO ATIVO 30.561,5 32.078,4 35.475,8 35.560,9
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis.
Ativo
64
Balanços patrimoniais levantados em 31 de dezembro de 2007 e de 2006
(Expressos em milhões de reais)
Controladora Consolidado
CIRCULANTE 2007 2006 2007 2006
Fornecedores 1.083,6 620,4 2.129,1 1.384,1
Financiamentos (nota 8) 1.201,2 1.239,8 2.420,8 2.038,7
Debêntures (nota 8) 55,5 65,9 55,5 65,9
Salários, participações e encargos sociais a pagar 199,3 261,0 402,4 480,3
Dividendos a pagar 33,6 106,8 36,4 109,0
Imposto de renda e contribuição social a pagar 303,9 113,8 720,9 366,3
Demais tributos e contribuições a recolher 751,4 704,2 1.261,0 1.239,0
Contas a pagar a partes relacionadas (nota 4) 1.212,5 2.424,5 8,5 3,3
Perda sobre derivativos não realizados 546,7 379,6 709,3 405,3
Contas a pagar de marketing 170,2 194,2 181,2 204,1
Provisão para reestruturação - - 25,4 41,0
Outros 153,9 163,7 535,7 507,4
TOTAL DO PASSIVO CIRCULANTE 5.711,8 6.273,9 8.486,1 6.844,4
NÃO CIRCULANTE
PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
Financiamentos (nota 8) 2.633,5 2.675,5 5.310,8 5.396,9
Debêntures (nota 8) 2.065,1 2.065,1 2.065,1 2.065,1
Diferimento de impostos sobre vendas (nota 8-c) 450,2 405,7 617,4 405,7
Passivos associados a questionamentos fiscais e
provisão para contingências (nota 9) 386,6 421,7 808,4 579,1
Contas a pagar partes relacionadas (nota 4) 1.375,6 705,5 - -
Provisão de benefícios de assistência médica e outros (nota 10) 97,4 87,4 224,2 326,6
Imposto de renda e contribuição social diferidos (nota 14-c) 18,6 22,8 131,5 131,4
Passivo a descoberto de empresas controladas 244,0 - - -
Resultado líquido diferido das operações de swap de dívida - - - 88,4
Outros 0,5 0,4 68,6 82,6
TOTAL DO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 7.271,5 6.384,1 9.226,0 9.075,8
Resultado de Exercícios Futuros 158,3 152,3 156,5 149,9
TOTAL DO PASSIVO NÃO CIRCULANTE 7.429,8 6.536,4 9.382,5 9.225,7
Participação dos acionistas minoritários - - 187,3 222,7
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital social realizado (nota 11-a) 6.105,2 5.716,1 6.105,2 5.716,1
Reserva de capital 9.952,6 12.870,6 9.952,6 12.870,6
Reservas de lucro
Legal 208,8 208,8 208,8 208,8
Reserva estatutária 2.312,2 1.413,3 2.312,2 1.413,3
Ações em tesouraria (nota 11-g) (1.158,9) (940,7) (1.158,9) (940,7)
TOTAL DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 17.419,9 19.268,1 17.419,9 19.268,1
TOTAL DO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO 30.561,5 32.078,4 35.475,8 35.560,9
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis.
Passivo e Patrimônio Líquido
AmBev Relatório Anual 2007 65
66
Controladora Consolidado
2007 2006 2007 2006
RECEITA BRUTA
Vendas de produtos 25,433.9 22,452.1 37,016.2 32,487.8
DEDUÇÕES DE VENDAS
Impostos sobre vendas, descontos e devoluções (13,722.9) (12,072.8) (17,368.0) (14,874.1)
RECEITA LÍQUIDA 11,711.0 10,379.3 19,648.2 17,613.7
Custo dos produtos vendidos (4,213.7) (3,848.9) (6,546.0) (5,948.7)
LUCRO BRUTO 7,497.3 6,530.4 13,102.2 11,665.0
(DESPESAS) RECEITAS OPERACIONAIS
Com vendas (1,985.7) (1,775.1) (4,109.0) (3,866.7)
Administrativas (438.8) (459.0) (787.9) (775.5)
Contingências tributárias, trabalhistas e outras 3.2 92.0 (25.1) 111.8
Honorários da diretoria e do conselho de administração (13.5) 4.2 (13.5) 4.3
Depreciação e amortização (727.2) (549.5) (948.8) (770.8)
Receitas financeiras (nota 13-d) 281,3 189,5 121,8 168,4
Despesas financeiras (nota 13-d) (1.058,1) (953,5) (1.374,8) (1.246,7)
Equivalência patrimonial (nota 5-a) (139,2) 143,3 3,9 1,4
Outras operacionais, líquidas (nota 16) 34,2 98,2 (1.483,2) (955,1)
(4.043,8) (3.209,9) (8.616,6) (7.328,9)
LUCRO OPERACIONAL 3.453,5 3.320,5 4.485,6 4.336,1
Receitas (despesas) não operacionais, líquidas (nota 17) 8,7 6,8 40,4 (28,8)
LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E DA CONTRIBUIÇÃO
SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO (nota 14) 3.462,2 3.327,3 4.526,0 4.307,3
Redução (despesa) com imposto de renda e contrib. social sobre o lucro líquido (94,7) 63,6 (963,6) (688,8)
Redução (despesa) com imposto de renda e contrib. social diferidos (520,2) (460,4) (629,3) (626,5)
LUCRO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES ESTATUTÁRIAS E CONTRIBUIÇÕES 2.847,3 2.930,5 2.933,1 2.992,0
Participações estatutárias e contribuições aos empregados e administradores (30,9) (124,2) (69,4) (194,4)
LUCRO ANTES DA PARTICIPAÇÃO DOS ACIONISTAS MINORITÁRIOS 2.816,4 2.806,3 2.863,7 2.797,6
Participação dos acionistas minoritários - - (47,3) 8,7
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 2.816,4 2.806,3 2.816,4 2.806,3
Quantidade total de ações do capital social no fim do exercício (em milhares) 624,4 64.458,2 - -
Lucro líquido por lote de mil ações do capital social total
no fim do exercício, em reais - R$ 4.510,57 43,54 - -
Lucro líquido por lote de mil ações do capital social no fim do exercício,
excluídas as ações em tesouraria, em reais - R$ 4.592,09 44,04 - -
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis.
Demonstrações dos resultadospara os exercícios findos em 31 de dezembro de 2007 e de 2006
(Expressas em milhões de reais - exceto quanto ao lucro líquido por lote de mil ações do capital social)
AmBev Relatório Anual 2007 67
Capital social
subscrito e Reservas Reservas de lucro Ações em Lucros
integralizado de Capital Estatutária Legal tesouraria acumulados Total
EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 5.691,4 13.889,5 471,0 208,8 (393,4) - 19.867,3
Exercício de opções do plano de ações 3,4 (3,4) - - - - -
Aumento de capital por captalização de reservas 21,3 (21,3) - - - - -
Adiantamento para futuro aumento de capital
relacionado com o plano - 3,4 - - - - 3,4
Recompra de ações - - - - (1.762,3) - (1.762,3)
Cancelamento de ações em tesouraria - (1.046,2) - - 1.046,2 - -
Transferência de reservas para plano acionistas - (67,2) - - 168,8 - 101,6
Subvenção para investimentos e incentivos fiscais - 115,8 - - - - 115,8
Lucro líquido do exercício - - - - - 2.806,3 2.806,3
Apropriação e destinação do lucro líquido do exercício:
Reserva estatutária - - 1.333,2 - - (1.333,2) -
Antecipação de dividendos na forma de JCP - - - - - (1.473,1) (1.473,1)
Dividendos complementares 2005 - - (390,9) - - - (390,9)
EM 31 DE DEZEMBRO DE 2006 5.716,1 12.870,6 1.413,3 208,8 (940,7) - 19.268,1
Aumento do capital social 128,3 - - - - - 128,3
Aumento de capital por captalização de reservas 260,8 (260,8) - - - - -
Recompra de ações - - - - (3.082,6) - (3.082,6)
Ágio na subscrição de ações plano - (8,1) - - - - (8,1)
Cancelamento de ações em tesouraria - (2.760,4) - - 2.760,4 - -
Transferência de reservas para plano acionistas - (38,2) - - 104,0 - 65,8
Subvenção para investimentos e incentivos fiscais - 149,5 - - - - 149,5
Lucro líquido do exercício - - - - - 2.816,4 2.816,4
Apropriação e destinação do lucro líquido do exercício:
Reserva estatutária - - 898,9 - - (898,9) -
Antecipação de dividendos na forma de JCP - - - - - (1.084,0) (1.084,0)
Dividendos antecipados - - - - - (841,8) (841,8)
Dividendos e JCP prescritos - - - - - 8,3 8,3
EM 31 DE DEZEMBRO DE 2007 6.105,2 9.952,6 2.312,2 208,8 (1.158,9) - 17.419,9
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis.
Demonstrações das mutações do patrimônio líquido da controladorapara os exercícios findos em 31 de dezembro de 2007 e de 2006
(Expressas em milhões de reais - exceto quanto ao lucro líquido por lote de mil ações do capital social)
68
Controladora Consolidado
2007 2006 2007 2006
ORIGENS DOS RECURSOS
DAS OPERAÇÕES SOCIAIS
Lucro líquido do exercício 2.816,4 2.806,3 2.816,4 2.806,3
Despesas (receitas) que não afetam o capital circulante
Equivalência patrimonial 139,2 (143,3) (3,9) (1,4)
Imposto de renda e contribuição social diferidos 520,2 460,4 629,3 626,5
Deságio na liquidação de incentivos fiscais (34,4) (39,9) (34,4) (39,9)
Ágio amortizado, líquido de deságio realizado 158,7 107,5 1.560,3 1.283,0
Depreciação e amortização 876,3 685,6 1.424,0 1.188,4
Contingências tributárias, trabalhistas e outras (3,2) (92,0) 25,1 (111,8)
Encargos financeiros sobre contingências tributárias e fiscais 70,6 31,7 39,6 36,7
Provisão para perdas sobre ativos permanentes (14,6) (6,3) 14,6 8,7
Encargos financeiros e variações sobre plano de ações (7,7) (9,8) (7,8) (10,0)
Variação cambial e encargos sobre financiamentos de longo prazo (334,4) (341,3) (484,0) (470,3)
Perda (ganho) de participação em controladas (1,7) 0,7 (3,2) (6,1)
Participação dos acionistas minoritários - - 47,3 (8,7)
Variação cambial sobre controladas no exterior 88,5 17,8 227,6 (79,4)
Subvenção investimentos de controlada (212,9) (160,0) - -
Valor residual do imobilizado e investimentos alienados 952,8 127,6 187,0 288,6
Restituição de capital pela controlada - 297,8 - -
Dividendos recebidos e a receber 963,4 1.060,9 - -
5.977,2 4.803,7 6.437,9 5.510,6
DOS ACIONISTAS
Aumento de Capital 128,3 - 128,3 -
Incentivos fiscais 149,5 115,5 149,5 268,4
Venda financiada de ações 96,6 51,3 38,9 78,5
Alienação de ações em tesouraria - 105,3 65,8 105,3
Dividendos e JCP prescritos 8,3 - 8,3 -
De terceiros
Variações no realizável a longo prazo
Despesas antecipadas 11,3 - 11,1 -
Outros impostos e taxas a recuperar - 62,4 - 66,6
Contas a receber de soc.ligadas 670,1 -
Contingências, tribut., trabalh. E outros 146,5 -
Demais contas a receber e outros 233,1 - - -
Variações no exigível a longo prazo
Debêntures - 2.065,1 - 2.065,1
Financiamentos 371,2 - 644,0 -
Demais contas a pagar 251,5 3,2 - 4,3
TOTAL DAS ORIGENS 7.897,1 7.206,5 7.630,3 8.098,8
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis.
Demonstrações das origens e aplicações de recursospara os exercícios findos em 31 de dezembro de 2007 e de 2006
(Expressas em milhões de reais)
Controladora Consolidado
2007 2006 2007 2006
APLICAÇÃO DE RECURSOS
Variações no realizável a longo prazo
Depósitos compulsórios e judiciais 13,4 46,8 34,4 61,4
Contas a receber de sociedades ligadas - 0,7 -
Outros impostos e taxas a recuperar 44,5 31,8 147,7 -
Despesas antecipadas - 20,9 - 20,9
Outros - 10,6 629,8 36,9
Variações no exigível a longo prazo
Financiamentos - 667,9 - 185,9
Diferimento de impostos - - - -
Contas a pagar sociedades ligadas 75,7 6,7 - -
Demais contas a pagar - - 245,5 176,6
Contingências tributárias, trabalhistas e outras 121,1 215,9 - 264,3
No ativo permanente
Investimentos, inclusive ágios e deságios 421,1 2.742,3 453,0 2.731,0
Imobilizado 1.005,0 812,9 1.630,9 1.425,7
Diferido 13,2 11,9 15,5 18,7
Em transações de capital
Recompra de ações 3.082,6 1.762,3 3.090,6 1.762,3
Dividendos propostos e pagos 1.925,8 1.864,0 1.925,8 1.864,0
CCL de controlada incorporada - - - -
CCL de controladora incorporada - - - -
Variação no capital de minoritários - - 35,3 0,5
TOTAL DAS APLICAÇÕES 6.702,4 8.194,0 8.209,2 8.548,2
AUMENTO (REDUÇÃO) NO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO 1.194,7 (987,5) (578,9) (449,4)
VARIAÇÕES NO CAPITAL CIRCULANTE
Ativo circulante
No fim do exercício 4.101,2 3.468,6 7.880,4 6.817,6
No início do exercício 3.468,6 2.760,8 6.817,6 5.474,7
632,6 707,8 1.062,8 1.342,9
Passivo circulante
No fim do exercício 5.711,8 6.273,9 8.486,1 6.844,4
No início do exercício 6.273,9 4.578,6 6.844,4 5.052,1
(562,1) 1.695,3 1.641,7 1.792,3
AUMENTO (REDUÇÃO) NO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO 1.194,7 (987,5) (578,9) (449,4)
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis.
AmBev Relatório Anual 2007 69
70
2007 2006ATIVIDADES OPERACIONAISLucro líquido do exercício 2.816,4 2.806,3 Despesas (receitas) que não afetam o caixa e equivalentesDepreciação e amortização 1.424,0 1.188,4 Contingências tributárias, trabalhistas e outras 25,1 (111,8)Encargos financeiros sobre contingências tributárias e fiscais 82,9 36,7 Ganho na liquidação de incentivos fiscais (34,4) (39,9)Provisão (reversão) para perdas em estoques e ativos permanentes (10,2) 11,8 Provisão para reestruturação 5,6 18,8 Reversão de provisão para perdas sobre investimentos (3,2) (22,0)Encargos financeiros e variações sobre impostos e contribuições 8,0 1,4 Perda na alienação de bens do permanente 83,0 163,4 Juros e variações sobre plano de ações (7,7) (10,0)Variação cambial e encargos sobre financiamentos 343,2 424,2 Redução de imposto de renda e contribuição social diferidos 629,3 626,5 Variação cambial sobre controladas no exterior que não afetam o caixa 227,5 (79,4)Ágio amortizado, líquido de deságio realizado 1.560,3 1.283,0 Participação de acionistas minoritários 47,3 (8,7)Equivalência patrimonial (3,9) (1,4)Perdas não realizadas sobre derivativos 119,8 260,5 Recuperação de crédito extemporâneo (32,1) (24,0)Perda de participação em controladas (3,2) (5,5)Baixa de IPI / ICMS irrecuperável 17,4 -
Redução (aumento) nas contas do ativo Contas a receber de clientes (165,2) (166,2)Impostos a recuperar (49,8) (14,5)Demais contas a receber e outros (40,3) (232,1)Estoques (148,9) (142,8)Depósitos judiciais (16,1) (63,2)
Aumento (redução) nas contas do passivo Fornecedores 843,4 286,8 Salários, participações e encargos sociais (62,1) 20,7 Imposto de renda, contribuição social e demais impostos 253,9 36,9 Desembolsos vinculados à provisão contingencial (170,7) (268,2)Demais tributos e contribuições a recolher 52,8 93,7 Outros 126,5 (84,2)
GERAÇÃO DE CAIXA PROVENIENTE DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS 7.918,6 5.985,2
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOAplicações financeiras, com vencimento acima de 90 dias (224,2) 180,6 Títulos e depósitos em garantia - 0,1 Alienação de investimentos - - Aquisição de investimentos (430,1) (2.639,2)Alienação de bens do imobilizado 107,5 117,6 Aquisição de bens do imobilizado (1.630,9) (1.425,7)Caixa inicial - Consolidação de nova empresa 3,5 - Aumento de capital em subsidiária (12,7) - Dispêndios na formação do diferido (15,5) (18,7)
UTILIZAÇÃO DE CAIXA EM ATIVIDADES DE INVESTIMENTO (2.202,4) (3.785,3)
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis.
Demonstrações consolidadas de fluxo de caixapara os exercícios findos em 31 de dezembro de 2007 e de 2006
(Expressas em milhões de reais)
2007 2006ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOFinanciamentosCaptação 9.428,5 9.344,8 Amortização (9.384,7) (7.386,3)
Variação no capital de minoritários (4,9) 53,0 Aumento de capital 128,3 3,4 Venda financiada de ações 54,5 72,5 Recompra de ações (3.094,3) (1.765,1)Pagamento de dividendos (1.952,6) (1.790,8)
UTILIZAÇÃO DE CAIXA EM ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO (4.825,2) (1.468,5)
EFEITO DE VARIAÇÃO CAMBIAL SOBRE O CAIXA (121,7) (29,8)
AUMENTO (DIMINUIÇÃO) NO CAIXA E EQUIVALENTES 769,3 701,6
Saldo inicial de caixa e equivalentes 1.538,9 837,3 Saldo final de caixa e equivalentes 2.308,2 1.538,9
AUMENTO (DIMINUIÇÃO) NO CAIXA E EQUIVALENTES 769,3 701,6
Informação adicional sobre o fluxo de caixa:Pagamento de juros sobre empréstimos 816,0 603,1 Pagamento de imposto de renda e contribuição social sobre o lucro 631,8 585,3
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis.
AmBev Relatório Anual 2007 71
72
1. CONTEXTO OPERACIONAL
a) Considerações gerais
A Companhia de Bebidas das Américas – AmBev (referida
como “Companhia” ou “AmBev” ou “Controladora”), com
sede em São Paulo, tem por objetivo, diretamente ou
mediante participação em outras sociedades, no Brasil e em
outros países nas Américas, produzir e comercializar cervejas,
chopes, refrigerantes, outras bebidas não alcoólicas e malte.
A Companhia mantém contrato de “franchising” com a
PepsiCo International Inc. ("PepsiCo") para engarrafar,
vender e distribuir os produtos Pepsi no Brasil e em outros
países da América Latina, incluindo o Lipton Ice Tea, o
isotônico Gatorade e H2OH!.
A Companhia mantém contrato de licenciamento com
a Anheuser-Busch Inc. através da sua subsidiária Labatt
Brewing Company Limited (“Labatt Canadá”), para produzir,
engarrafar, vender e distribuir os produtos Budweiser no
Canadá. Além disso, a Companhia produz e distribui Stella
Artois sob licença da Interbrew International B.V. (“InBev”) no
Brasil, Canadá, Argentina e outros países e, por meio de
licença concedida à InBev, distribui Brahma nos Estados
Unidos e em determinados países da Europa, Ásia e África.
A Companhia tem suas ações negociadas na Bolsa de Valores
de São Paulo – BOVESPA e na Bolsa de Valores de Nova
Iorque – NYSE, na forma de Recibos de Depósitos
Americanos – ADRs.
b) Principais eventos ocorridos no período de 2007
e de 2006
(i) Incorporação da subsidiária Beverage Associates
Holding Ltd (“BAH”)
Em 29 de junho de 2007, a subsidiária BAH foi incorporada
pela AmBev, com o objetivo de simplificar a estrutura
societária e reduzir custos das duas empresas envolvidas. A
amortização do ágio registrado pela AmBev, fundamentado
com base em rentabilidade futura, está sendo, após a
incorporação, considerado dedutível para fins fiscais, nos
termos da legislação tributária vigente, e na opinião de seus
consultores legais. Como a BAH era 100% controlada pela
AmBev, não houve emissão de ações na incorporação.
(ii) Aquisição Lakeport Brewing Income Fund (“Lakeport”)
pela Labatt Canadá
Em 30 de março de 2007, a Labatt Canadá adquiriu 91,43%
das Units da Lakeport, e pagou pelas mesmas o montante
de CAD$208,5 (equivalentes a R$376,4 em 31 de dezembro
de 2007), apurando um ágio de CAD$205,9 (equivalentes a
R$371,8 em 31 de dezembro de 2007), que está sendo
amortizado linearmente em 10 anos. Após a aquisição
compulsória das Units não depositadas, a Lakeport se tornará
subsidiária integral da Labatt Canadá, que então realizará os
procedimentos necessários para assegurar que as Units serão
delistadas da Toronto Stock Exchange e assegurará os
requisitos necessários para notificar e obter a autorização
para cessarem as obrigações de divulgação de informações
da legislação canadense.
(iii) Contrato de compra e venda relativo à Cervejaria Cintra
Indústria e Comércio Ltda. (“Cintra”)
Em 28 de março de 2007, a Companhia anunciou a
assinatura de contrato de compra e venda da totalidade das
quotas da sociedade Goldensand Comércio e Serviços Lda.
("Goldensand"), controladora da Cintra com 95,89% das
ações. O valor da compra foi de R$43,2 e resultou em um
ágio inicialmente calculado no montante de R$548,7, que
está sendo amortizado em 10 anos.
Adicionalmente, a Companhia, através de uma controlada,
adquiriu também 4,11% das ações da Cintra, pelo preço
de aquisição de R$6,5, resultando em um ágio de R$21,0,
que está sendo amortizado em 10 anos. Essas transações
não incluíram a aquisição das marcas e dos ativos de
distribuição da Cintra.
Em 30 de setembro de 2007, a Companhia efetuou uma
analise detalhada dos ativos e passivos adquiridos dessas
empresas e procedeu ajustes, principalmente relacionados a
provisão para contingências e imposto de renda diferido, que
resultaram na redução dos valores dos ágios iniciais nos
montantes de R$185,6 em Goldensand e R$8,0 em Cintra.
Segue abaixo o balanço patrimonial consolidado ajustado de
abertura da Goldensand:
17.04.07
Ativo circulante 32,7
Realizável a longo prazo 141,3
Imobilizado 154,5
Passivo circulante 58,4
Exigível a longo prazo 345,7
Provisões contingenciais 251,1
Participação dos acionistas minoritários (*) (6,6)
Patrimônio Líquido (319,9)
(*) Participação indireta de Monthiers, subsidiária integral
da AmBev.
(iv) Aquisição de 20% de ações ordinárias da subsidiária
Compañia Cervecera AmBev Ecuador S.A.
(“AmBevEcuador”)
Em 05 de março de 2007, a Companhia por meio de sua
controlada Monthiers S.A. (“Monthiers”) adquiriu de Freeville
Management Ltd., 120.500 ações ordinárias de
AmBevEcuador pelo montante de US$1,3, representando um
aumento de participação de 20% no capital social. Com esta
transação, a Companhia aumentou sua participação no
capital de AmBevEcuador de 80% para 100% e apurou um
ágio no montante de R$0,8.
(v) Aquisição do controle de Quilmes Industrial S.A.
(“Quinsa”)
Em 8 de agosto de 2006, a Companhia finalizou a operação
com a Beverage Associates Corp. (“BAC”), os outros
controladores em conjunto de Quinsa, anunciada em 13 de
abril de 2006, adquirindo a totalidade das ações da Beverage
Associates Holding Ltd. (“BAH”), pelo montante total de
R$2.738,8, resultando em um ágio no montante de
R$2.331,1. Com o fechamento da operação, a participação
da AmBev no capital social da Quinsa passou de 56,83%
para 91,36%.
Notas explicativas às demonstrações contábeis para os exercícios findos em 31 de dezembro de 2007 e de 2006
(Valores expressos em milhões de reais – R$, exceto quando indicado de outro modo)
(vi) Aliança com o Grupo Romero
Em 9 de março de 2006, a Companhia anunciou aliança com
o grupo empresarial Romero, firmada por meio de acordo de
alienação de 25% do capital social de sua controlada indireta
Compañia Cervecera AmBev Perú S.A.C. (“AmBev Perú”)
para a Ransa Comercial S.A., empresa integrante do Grupo
Romero. Em 14 de julho de 2006, a Companhia fechou a
transação pelo montante de R$8,2. O acordo de acionistas
previa opção adicional de compra em favor do Grupo
Romero referente a 5% do capital social.
Em 22 de setembro de 2006 a opção de compra de 5%
do capital social foi exercida pelo montante de R$1,7,
passando a participação do Grupo Romero no capital
social da AmBev Perú de 25% para 30%.
2. APRESENTAÇÃO DASDEMONSTRAÇÕESCONTÁBEIS E PRINCIPAISPRÁTICAS ADOTADAS
As demonstrações contábeis individuais e consolidadas
foram elaboradas com base nas práticas contábeis
emanadas da Legislação Societária e com as normas
expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM.
Essas demonstrações contábeis não refletem as alterações
introduzidas pela Lei 11.638/07, conforme mencionado
na Nota 20 (a).
A Companhia está apresentando como informações
complementares, a Demonstração dos Fluxos de Caixa
preparada de acordo com a NPC 20 – Demonstração dos
Fluxos de Caixa, emitida pelo IBRACON – Instituto de
Auditores Independentes do Brasil.
a) Estimativas contábeis
Na elaboração das demonstrações contábeis, é necessário
utilizar estimativas para contabilizar certos ativos, passivos
e outras transações. Sendo assim, nas demonstrações
contábeis são incluídas várias estimativas referentes à vida
útil do ativo imobilizado, às provisões necessárias para
passivos contingentes, para calcular projeções para
determinar a recuperação de saldos do imobilizado,
intangível, diferido e imposto de renda diferido ativo, bem
como à determinação de provisão para imposto de renda,
as quais, apesar de refletirem a melhor estimativa possível
por parte da administração da Companhia, podem
apresentar variações em relação aos valores reais.
A administração da Companhia revisa trimestralmente
essas estimativas e é de opinião que não existem
diferenças significativas.
b) Apuração do resultado
s receitas e despesas são reconhecidas pelo regime
de competência de exercícios.
As receitas de vendas e os respectivos custos são registrados
quando todos os riscos e benefícios relacionados aos
produtos vendidos são transferidos para o comprador. Uma
receita não é reconhecida se há uma incerteza significativa na
sua realização.
c) Ativos circulante e não-circulante
• Caixa e equivalentes
O caixa e equivalentes a caixa, representado por valores de
liquidez imediata e com vencimento original de até 90 dias,
está apresentado ao custo de aquisição, mais rendimentos
incorridos até a data do balanço, e ajustados, quando
aplicável, ao seu equivalente valor de mercado.
• Aplicações financeiras
As aplicações financeiras, substancialmente representadas
por títulos e valores mobiliários, títulos governamentais e
certificados de depósito bancário, inclusive denominados em
moeda estrangeira, são apresentados ao valor de custo,
adicionando, quando aplicável, os rendimentos auferidos
"pro rata temporis"; quando necessário, é constituída
provisão para redução aos valores de mercado.
Adicionalmente, as cotas de fundos de investimentos são
avaliadas a valor de mercado, e quando aplicável, constituída
provisão com o objetivo de diferir os rendimentos não
realizados de natureza variável.
O saldo consolidado de aplicações financeiras, em 31
de dezembro de 2007, inclui depósitos em conta-corrente e
aplicações financeiras, concedidos a título de garantia
vinculada com a emissão de títulos da dívida externa
de controladas, no montante de R$19,3 (R$34,6 em 31
de dezembro de 2006).
• Contas a receber de clientes
As contas a receber de clientes são registradas pelo valor
faturado incluindo os respetivos impostos.
AmBev Relatório Anual 2007 73
74
A provisão para créditos de liquidação duvidosa é constituída em montante considerado suficiente pela
administração para cobrir as perdas prováveis na realização dos créditos, conforme apresentado na tabela abaixo:
Controladora Consolidado
2007 2006 2007 2006
Saldo inicial 134,1 125,9 185,6 169,7
Constituição 75,1 51,2 100,5 78,6
Reversão/utilização (70,5) (43,0) (94,6) (61,5)
Variação cambial (*) - - (5,4) (1,2)
Saldo final 138,7 134,1 186,1 185,6
(*) Variação cambial relativa a provisão para devedores duvidosos das empresas internacionais.
• Estoques
Os estoques são demonstrados ao custo médio das compras
ou da produção, ajustados, quando necessário, por provisão
para redução aos valores de realização.
O custo dos estoques inclui gastos incorridos na aquisição,
transporte e armazenagem dos estoques. No caso de
estoques acabados e estoques em elaboração, o custo inclui
as despesas gerais de fabricação baseadas na capacidade
normal de operação.
• Demais ativos
Os demais ativos circulantes e realizável a longo prazo
são apresentados ao valor de custo, incluindo, quando
aplicável, os rendimentos auferidos até a data do
encerramento do exercício. Se necessário, é constituída
provisão para redução aos valores de mercado.
d) Permanente
Os investimentos em controladas e em controladas em
conjunto são avaliados pelo método da equivalência
patrimonial e, em sua primeira avaliação, as práticas
contábeis adotadas são uniformizadas àquelas adotadas pela
Companhia. O valor contábil desses investimentos inclui
desdobramento dos custos de aquisição em valor
patrimonial, ágio ou deságio.
O ágio em investimentos, fundamentado na mais-valia do
imobilizado, é amortizado com base na expectativa de vida
útil do imobilizado da controlada, enquanto que o ágio
(deságio) atribuído à expectativa de resultados futuros é
amortizado no prazo máximo de dez anos e registrado na
rubrica "Outras despesas operacionais". O deságio em
investimento, atribuído a razões econômicas diversas,
somente será realizado na eventual alienação ou baixa
do investimento.
O imobilizado é demonstrado ao custo de aquisição e inclui
os juros incorridos no financiamento durante a fase de
construção de certos ativos assim qualificados. Os gastos com
manutenção e reparos, quando incorridos, são registrados
em contas de despesas. As perdas com a quebra de garrafas
e garrafeiras durante a produção são incluídas nos custos dos
produtos vendidos. Outras perdas na realização do ativo
imobilizado são tempestivamente avaliadas pela
administração da Companhia e, quando aplicável, uma
provisão é constituída para fazer face a tais riscos. A
depreciação é calculada pelo método linear, considerando a
vida útil-econômica dos ativos, às taxas anuais mencionadas
na Nota 6.
O intangível é demonstrado ao custo de aquisição e é
composto, principalmente, pelas áreas de distribuição de
ex-revendedores adquiridas pela Companhia, com intuito
de efetuar a venda e distribuição direta. A amortização é
calculada pelo método linear, às taxas anuais mencionadas
na Nota 6, dentro dos limites de prazo estabelecidos
na legislação.
O ativo diferido é composto, principalmente, por gastos
incorridos durante a fase pré-operacional, ágio na
aquisição de controladas incorporadas pela Companhia e
gastos com implantação e ampliação (vide Nota 7). A
amortização do diferido é calculada pelo método linear, no
prazo máximo de dez anos, a partir do início das atividades
operacionais, quando relacionado a gastos na fase pré-
operacional e a partir do mês seguinte ao da incorporação,
quando referente a ágio.
e) Conversão das demonstrações contábeis das
controladas sediadas no exterior
As operações de malte localizadas na Argentina e Uruguai
têm como moeda funcional o dólar norte-americano, pois
suas receitas e seus fluxos de caixa estão atrelados
substancialmente a essa moeda. As demonstrações contábeis
das controladas sediadas no exterior são elaboradas com
base tanto na moeda local como na funcional.
Os ativos, passivos e patrimônio líquido das controladas
no exterior são convertidos para reais às taxas de câmbio
vigentes na data das demonstrações contábeis. Já as contas
do resultado são convertidas e mantidas em reais às taxas
médias de câmbio de cada mês.
A diferença entre o resultado líquido apurado às taxas
de câmbio vigentes na data das demonstrações contábeis
e aquele apurado às taxas médias de câmbio do período
é registrada na conta "Outras receitas operacionais".
Para conversão das demonstrações contábeis das controladas
no exterior, foi utilizada a paridade entre a moeda local e o
dólar americano (“US$”), conforme taxas abaixo
apresentadas. A taxa de conversão do dólar americano para
reais (“R$”) utilizada em 31 de dezembro de 2007 foi de
R$1,7713 (R$2,138 em 31 de dezembro de 2006).
Notas explicativas às demonstrações contábeis para os exercícios findos em 31 de dezembro de 2007 e de 2006
(Valores expressos em milhões de reais – R$, exceto quando indicado de outro modo)
Moeda Denominação País Taxa inicial Taxa final
DOP Peso dominicano República Dominicana 33,7751 34,1666
GTQ Quetzal Guatemala 7,5962 7,6310
PEN Sol peruano Perú 3,1970 2,9940
VEB Bolívar Venezuela 2.150,00 2.150,00
ARS Peso Argentina 3,07 3,15
BOB Boliviano Bolívia 8,03 7,67
PYG Guarani Paraguay 5.173,04 4.849,90
UYU Peso uruguaio Uruguay 24,47 21,55
CLP Peso chileno Chile 534,43 495,82
Para a conversão das demonstrações contábeis da Labatt Canadá, foi utilizada a paridade do dólar canadense
(“CAD”) para reais de R$1,80561 em 31 de dezembro de 2007 (R$1,83582 em 31 de dezembro de 2006).
f) Passivos circulante e não-circulante
São demonstrados por valores conhecidos ou calculáveis, acrescidos, quando aplicável, dos correspondentes encargos
e variações monetárias incorridos até a data de encerramento das demonstrações contábeis.
g) Operações com derivativos de moedas e juros – Itens financeiros
A Companhia mantém instrumentos derivativos com o objetivo de efetuar hedge da sua exposição consolidada de riscos
de moedas e juros. Em atendimento às normas da CVM, as operações "não designadas contabilmente" são mensuradas
ao menor valor entre o seu valor de custo, apurado com base nas condições contratuais entre a Companhia e terceiros
("curva do papel"), e o seu valor de mercado, e registradas contabilmente nas contas "Ganho sobre derivativos não
realizado" ou "Perda sobre derivativos não realizada". Para as operações designadas como hedge, a contabilização é
efetuada com base no custo amortizado. Os valores nominais das operações de forward e swap de moedas e juros não
são registrados no balanço patrimonial.
h) Operações com derivativos de moedas e commodities – Itens operacionais
A Companhia mantém instrumentos derivativos com o objetivo de efetuar hedge de sua exposição consolidada de custos
de matérias-primas a serem adquiridas e despesas operacionais cujos preços estejam atrelados a oscilação de preços de
moedas e commodities.
Os resultados líquidos desses instrumentos derivativos, designados contabilmente como hedge, são mensurados ao valor
de mercado, diferidos e contabilizados no balanço patrimonial da Companhia em "Outros ativos e passivos", e
reconhecidos no resultado quando o objeto de hedge for reconhecido no resultado. No caso de matérias-primas,
o reconhecimento em resultado acontece quando houver a venda do produto, na conta "Custo dos produtos vendidos".
No caso de despesas, o resultado será reconhecido no momento em que a despesa for reconhecida no resultado, na
conta de “Despesas operacionais”.
i) Provisão para contingências e passivos associados
a questionamentos fiscais
A provisão para contingências é estabelecida por valores
atualizados monetariamente, referentes a questões
trabalhistas, tributárias, cíveis e comerciais em discussão nas
instâncias administrativas e judiciais, com base nas
estimativas de perdas estabelecidas pelos consultores
jurídicos internos e externos da Companhia e suas
controladas, para os casos em que essas perdas são
consideradas prováveis.
As reduções de impostos, obtidas com base em decisões
judiciais resultantes de ações movidas pela Companhia e suas
controladas contra as autoridades tributárias, são objeto de
provisionamento até que sejam asseguradas por decisão em
última instância em favor da Companhia e suas controladas.
j) Subvenção para investimentos
A Companhia e suas controladas têm determinados
programas de incentivos fiscais estaduais na forma de
diferimento do pagamento de impostos, com reduções
parciais ou totais destes. Em alguns Estados, os prazos de
carência e as reduções não são condicionais.
Todavia, quando existentes, as condições referem-se a fatos
sob controle da Companhia. O benefício relativo à redução
no pagamento desses impostos é tratado como reserva para
subvenção de investimentos e registrado no patrimônio
líquido da Companhia e das suas controladas, com base no
regime de competência de registro desses impostos, ou no
momento em que as empresas cumprem com as principais
obrigações fixadas nos programas estaduais, para ter o
benefício concedido.
AmBev Relatório Anual 2007 75
76
Nas demonstrações contábeis da Companhia o benefício
referente às controladas é classificado em “Outras receitas
operacionais" e totalizou R$212,9 na controladora e R$226,5
no consolidado (R$160,0 e R$165,4, respectivamente, em
31 de dezembro de 2006).
k)Imposto sobre a renda e contribuição social
sobre o lucro líquido
O imposto de renda e a contribuição social sobre o lucro
líquido são calculados às alíquotas estabelecidas na legislação
aplicável. O encargo referente ao imposto de renda e a
contribuição social é registrado em regime de competência
de exercícios, com a adição do imposto de renda diferido
calculado sobre as diferenças temporárias entre as bases
contábeis e tributáveis de ativos e passivos.
Registra-se também o imposto de renda diferido ativo
correspondente ao benefício tributário futuro sobre prejuízos
fiscais e bases negativas de cálculo de contribuição social
caso haja expectativa de realização desses benefícios, no
prazo máximo de dez anos, com base em projeções de
resultados futuros.
l) Ativos e passivos atuariais relacionados a
benefícios a empregados
A Companhia e suas controladas reconhecem os ativos e
passivos atuariais relacionados a benefícios a empregados
de acordo com os critérios previstos na Deliberação CVM
n° 371, de 13 de dezembro de 2000.
Os ganhos e as perdas atuariais são reconhecidos como
receita ou despesa, tendo como base o valor dos ganhos
e perdas não reconhecidos que exceder, em cada período,
ao maior dos seguintes limites: (a) 10% do valor presente
da obrigação atuarial e (b) 10% do valor justo dos ativos
do plano, amortizado pelo tempo de serviço médio futuro
estimado para os participantes do plano.
m) Demonstrações contábeis consolidadas
As demonstrações contábeis consolidadas incluem as
demonstrações da Companhia e suas controladas diretas
e indiretas, conforme mencionado na Nota 5 (c) e (d).
As políticas contábeis foram aplicadas de forma uniforme em
todas as empresas consolidadas e consistentes com aquelas
utilizadas no exercício anterior.
Até agosto de 2006, a Companhia consolidava
proporcionalmente as demonstrações financeiras da Quinsa,
que a partir de setembro de 2006 passaram a ser
consolidadas integralmente.
Adicionalmente, a Companhia consolida os passivos líquidos
e resultados das empresas Agrega Inteligência em Compras
Ltda (“Agrega”) e Ice Tea do Brasil Ltda (“ITB”),
proporcionalmente à sua participação nas demonstrações
contábeis dessas empresas.
Em 31 de dezembro de 2007, o total de passivos líquidos
registrados na AmBev relativo a essas empresas somam
(R$2,1) e os resultados líquidos totalizam R$3,7 ((R$5,8)
e (R$3,4), respectivamente, em 31 de dezembro de 2006).
A Companhia também procedeu a consolidação das
demonstrações contábeis do fundo Taurus Investment SPC
(“Taurus”), um fundo de investimentos controlado direta
e integralmente através das controladas da Companhia.
Em 31 de dezembro de 2007 e de 2006, as transações do
fundo correspondiam, basicamente, à aplicações financeiras
e operações com instrumentos derivativos para mitigar a
exposição da Companhia às flutuações dos preços de
commodities, das taxas de juros e de moedas.
n) Transações com partes relacionadas
As transações com partes relacionadas são realizadas em
condições usuais de mercado e envolvem, entre outras
operações, a compra e a venda de matérias-primas como
malte, concentrados, rótulos, rolhas, garafas e produtos
acabados diversos.
Os contratos de mútuos firmados entre as controladas da
Companhia no Brasil têm prazo de vencimento
indeterminado e incidência de encargos financeiros de
mercado, exceto por alguns contratos com controladas
onde a Companhia detém a totalidade do capital, sobre
os quais não incidem encargos.
Os contratos envolvendo as controladas da Companhia
sediadas no exterior são geralmente atualizados
monetariamente pela variação do dólar norte-
americano, acrescidos de juros de até 10% ao ano.
o) Reclassificações
Com o objetivo de melhorar a apresentação
de determinados valores e transações em suas
demonstrações contábeis, bem como manter
a comparabilidade entre os períodos, a Companhia
procedeu às seguintes reclassificações, em 31
de dezembro de 2006: (i) de Resultado de equivalência
patrimonial para Outras receitas operacionais,
no montante de R$ 160,0 na Controladora, a parcela
relativa aos ganhos e acréscimos patrimoniais com o
objetivo de alinhar o tratamento dado no Consolidado;
(ii) complemento de reclassificação dos Depósitos judiciais
do ativo para o passivo, como redutor da conta Provisão
para contingências nos montantes de R$ 72,9 na
Controladora e R$ 84,3 no Consolidado; e (iii) de
Fornecedores para Dívidas com pessoas ligadas, relativo a
contas a pagar com a FAHZ e InBev, nos montantes de
R$1,4 e R$3,3, respectivamente.
Notas explicativas às demonstrações contábeis para os exercícios findos em 31 de dezembro de 2007 e de 2006
(Valores expressos em milhões de reais – R$, exceto quando indicado de outro modo)
3. IMPOSTOS A RECUPERAR E IMPOSTOS A PAGAR
a) Composição dos impostos a recuperar - curto prazo e longo prazo:
Controladora Consolidado
Curto Prazo Longo Prazo Curto Prazo Longo Prazo
2007 2006 2007 2006 2007 2006 2007 2006
IPI 16,1 31,9 - - 26,3 43,5 - -
ICMS 122,5 116,1 130,8 107,8 132,7 127,6 137,4 111,5
PIS / COFINS 48,5 49,5 29,8 8,5 57,9 55,5 30,8 9,0
IRRF 17,7 10,7 - - 35,1 27,8 - -
IRPJ / CSLL 294,9 197,5 6,3 6,1 372,3 328,3 14,7 14,2
Outros impostos 14,4 13,5 17,7 17,6 14,7 14,0 24,4 24,2
Impostos unidades exterior - - - - 100,3 91,0 - -
TOTAL 514,1 419,2 184,6 140,0 739,3 687,7 207,3 158,9
AmBev Relatório Anual 2007 77
b) Composição dos impostos a pagar - curto prazo:
Controladora Consolidado
2007 2006 2007 2006
IPI 73,2 77,3 77,0 79,5
ICMS 622,5 561,7 643,0 577,3
PIS / COFINS 16,1 26,4 18,8 27,0
IRRF 7,6 2,6 8,6 3,1
Outros impostos nacionais 32,0 36,2 55,5 58,6
Impostos unidades exterior - - 458,1 493,5
TOTAL 751,4 704,2 1.261,0 1.239,0
Abreviaturas utilizadas:
IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
PIS – Programa de Integração Social
COFINS – Contribuição para Financiamento da Seguridade Social
IRRF – Imposto de Renda Retido na Fonte
IRPJ – Imposto de Renda Pessoa Jurídica
CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
78
4. TRANSAÇÕES COM PARTES RELACIONADAS
Saldos em 31 de dezembro de 2007 Transações ocorridas em 2007Créditos Contratos Contratos Resultado
com Contas de mútuos de mútuos Vendas financeiroEmpresas Controladas a pagar a receber a pagar líquidas líquidoAmBev (*) 880,8 (1.602,4) 59,5 (985,7) 454,1 (202,2)AmBev International 261,3 - - - - 1,5Arosuco 0,1 (73,7) - - 652,6 -Aspen - - 87,7 (220,2) - (11,8)Brahmaco 0,9 (0,9) 218,4 (211,1) - 0,7Brahma Venezuela 1,2 (22,6) 70,9 - - (4,1)Cintra 0,5 (1,2) - (2,7) 31,2 -CRBS S.A. 122,7 - 0,2 (24,9) - -Cympay 68,5 (32,7) 1,4 - 102,6 1,9Dunvegan S.A. 108,7 (0,9) 360,8 (719,0) - (28,8)Eagle - (868,0) 0,2 (2,6) - -Fratelli Vita 3,7 (2,4) 266,2 (90,0) 54,5 (15,4)Goldensand - - - (86,2) - (7,4)Jalua Spain S.L. - - 430,2 (544,3) - 27,1Labatt Canadá 1,1 (5,0) - (0,3) 13,0 -Malteria Uruguai S.A. 104,1 (79,1) - - 302,4 (8,2)Malteria Pampa S.A. 71,5 (40,4) 0,5 - 142,6 -Monthiers 546,6 - 1.459,0 - - 313,2Quinsa - (3,9) - - 17,6 -Skol - - 0,2 (18,5) - -Taurus Investments 588,3 - - - - (74,6)Outras nacionais - (19,8) 80,0 (104,7) 9,4 5,7Outras internacionais 5,4 (15,9) - (21,0) - 1,7TOTAL 2.765,4 (2.768,9) 3.035,2 (3.031,2) 1.780,0 (0,7)
Saldos em 31 de dezembro de 2006 Transações ocorridas em 2006Créditos Contratos Contratos Resultado
com Contas de mútuos de mútuos Vendas financeiroEmpresas Controladas a pagar a receber a pagar líquidas líquidoAmBev (*) 791,5 (1.678,2) 73,1 (1.451,8) 398,3 (76,6)Arosuco 8,6 (0,3) 471,0 (0,4) 549,1 0,3Aspen - - 327,7 (471,1) - 0,7Brahmaco 1,1 (1,1) 252,7 (244,6) - (0,1)Brahma Venezuela 0,3 (14,5) 81,0 - 74,6 (1,7)CRBS S.A. 122,7 - 0,2 (22,6) - -Cympay 76,8 - 1,5 - 98,1 0,2Dunvegan S.A. 131,2 (1,1) 643,7 (1.065,7) - 88,6Eagle - (868,1) 0,2 (2,0) - -Fratelli Vita 4,0 (6,0) 230,2 (80,3) 21,6 (17,1)Jalua Spain S.L. - - 529,6 (616,9) - 46,1Labatt Canadá 1,1 (10,0) - - - -Malteria Uruguai S.A. 33,3 (34,2) - - 135,3 -Malteria Pampa S.A. 12,0 (0,1) 0,4 - 118,7 -Monthiers 698,8 - 1.495,3 - - (27,0)Quinsa 3,0 (1,3) - - 14,8 -Skol - - - (18,6) - -Taurus Investments 738,3 - - - - (9,7)Outras nacionais 6,9 (5,6) 72,3 (176,7) 1,5 (1,6)Outras internacionais 1,4 (6,4) - (24,2) - (1,0)TOTAL 2.631,0 (2.626,9) 4.178,9 (4.174,9) 1.412,0 1,1(*) A AmBev possui valores em “Contas a receber e a pagar” com suas acionistas FAHZ e InBev, cujas demonstrações contábeis não integram as informações consolidadas
da Companhia, portanto, os saldos não foram eliminados.
Notas explicativas às demonstrações contábeis para os exercícios findos em 31 de dezembro de 2007 e de 2006
(Valores expressos em milhões de reais – R$, exceto quando indicado de outro modo)
Denominações utilizadas:
AmBev International Finance Co. Ltd. (“AmBev International”)
Arosuco Aromas e Sucos Ltda (“Arosuco”)
Aspen Equities Corporation (“Aspen”)
Brahmaco International Limited (“Brahmaco”)
Cerveceria y Maltería Paysandú (“Cympay”)
Cervejarias Reunidas Skol-Caracu S.A. (“Skol”)
Cervejarias Cintra Indústria e Comércio Ltda. (“Cintra”)
Compañia Brahma Venezuela S.A (“Brahma Venezuela”)
Eagle Distribuidora de Bebidas S.A. (“Eagle”)
Fratelli Vita Bebidas S/A (“Fratelli Vita”)
InBev NV/SA (“InBev”)
Fundação Antônio e Helena Zerrenner – Instituição
Nacional de Beneficência (“FAHZ”)
5. PARTICIPAÇÃO EM CONTROLADAS DIRETAS
a) Movimentação da participação em controladas diretas, incluindo ágio e deságio
Participação em controladas Ágio Total
Saldo em 31 de dezembro de 2005 19.619,4 14,6 19.634,0
Equivalência patrimonial (i) 143,3 - 143,3
Reversão de provisão para perdas sobre investimento 12,4 - 12,4
Amortização do ágio - (107,5) (107,5)
Perda de participação em controlada (0,7) - (0,7)
Dividendos recebidos e a receber (1.060,9) - (1.060,9)
Variação cambial em controlada no exterior (17,9) - (17,9)
Ganhos e acréscimos patrimoniais sobre controladas 160,0 - 160,0
Aporte de capital Agrega 2,2 - 2,2
Redução de capital Anep (300,0) - (300,0)
Aquisição de investimentos (Nota 1 (b)(v)) 407,7 2.331,1 2.738,8
Saldo em 31 de dezembro de 2006 18.965,5 2.238,2 21.203,7
Equivalência patrimonial (i) (139,2) - (139,2)
Reversão de provisão para perdas sobre investimento 3,4 - 3,4
Transferência de ágio por incorporação da BAH para o Ativo Diferido - (2.136,8) (2.136,8)
Aquisição Goldensand (505,5) 548,7 43,2
Amortização do ágio - (122,8) (122,8)
Recálculo ágio s/aquisição Goldensand (Nota 1 (b)(iii)) 185,6 (185,6) -
Dividendos recebidos e a receber (963,4) - (963,4)
Variação cambial em controlada no exterior (88,3) - (88,3)
Ganhos e acréscimos patrimoniais sobre controladas 212,9 - 212,9
Alienação de Investimentos ( v ) (790,0) - (790,0)
Incorporação Miranda Correa (46,3) - (46,3)
Transferência de ágio por incorporação da Miranda Correa para o Ativo Diferido - (2,5) (2,5)
Aporte de capital (iii) 73,1 - 73,1
Redução de capital (ii) (156,5) - (156,5)
Ganho de participação em controladas (iv) 1,7 - 1,7
Saldo em 31 de dezembro de 2007 16.753,0 339,1 17.092,1
Em 31 de dezembro de 2007, o saldo de Participações em controladas inclui o saldo de Provisão para passivo a descoberto na Goldensand no valor
de R$ 244,0 registrado, na Controladora, no Exigível a longo prazo.
(i) Esse resultado contempla a amortização do ágio da Labatt ApS na Labatt Canadá no montante de R$1.129,4 (R$969,8, em 31 de dezembro de 2006);
(ii) Redução de capital efetuado na controlada em conjunto Agrega e na controlada Fratelli Vita.
(iii) Aporte de capital efetuado na controlada em conjunto Agrega e na controlada Goldensand.
(iv) Ganho decorrente da variação de percentual nas controladas CRBS e Fratelli Vita.
(v) Alienação dos investimentos Miranda Correa, CRBS e Skol.
AmBev Relatório Anual 2007 79
80
b) Ágio e deságio - Consolidado
Amortização 2007 2006
Custo Acumulada Valor residual Valor residual
Ágio
Labatt Canadá 16.383,3 (3.134,2) 13.249,1 14.378,6
Lakeport (iii) 371,8 (27,9) 343,9 -
Quinsa 1.029,9 (521,5) 508,4 635,4
QIB 93,4 (43,4) 50,0 59,8
BAH (i) - - - 2.233,9
Goldensand (ii) 363,1 (24,2) 338,9 -
Cintra (ii) 13,1 (0,9) 12,2 -
Cympay 26,6 (18,7) 7,9 10,3
Embodom 224,1 (82,7) 141,4 163,5
Malteria Pampa 28,1 (26,1) 2,0 4,8
Indústrias Del Atlântico 5,0 (2,0) 3,0 3,6
Miranda Correa (i) - - - 3,1
AmBev Ecuador 0,8 - 0,8 -
Subsidiárias Labatt Canadá 2.983,3 (2.955,5) 27,8 29,8
Subsidiárias da Quinsa 783,4 (475,4) 308,0 475,7
22.305,9 (7.312,5) 14.993,3 17.998,5
Deságio
AmBev Ecuador (18,6) 8,2 (10,3) (12,3)
22.287,3 (7.304,3) 14.983,0 17.986,2
(i) Com a incorporação das controladas BAH e Miranda Correa, o saldo residual do ágio, fundamentado na expectativa de resultados futuros, foi
reclassificado para o grupo de diferido (vide Nota 7).
(ii) Vide Nota 1 (b) (iii).
(iii) Vide Nota 1 (b) (ii).
Em 31 de dezembro de 2007, a Companhia apresenta no seu balanço (Controladora) o saldo residual de ágio no montante de R$339,1 (R$2.238,2
em 31 de dezembro de 2006), nas seguintes controladas: R$338,9 e R$0,2, na Goldensand e Malteria Pampa, respectivamente.
Notas explicativas às demonstrações contábeis para os exercícios findos em 31 de dezembro de 2007 e de 2006
(Valores expressos em milhões de reais – R$, exceto quando indicado de outro modo)
c) Informações sobre controladas diretas
Em 31 de dezembro de 2007
Resultado Resultado de
Patrimônio do período Investimento Equivalência
Controlada Participação % Líquido ajustado (i) Patrimonial (i)
Agrega 50,00 7,1 7,0 3,6 3,5
AmBev Bebidas (ii) 99,50 253,9 13,6 252,6 13,6
AmBev International 100 1,3 1,3 1,3 1,3
Anep 100 102,2 31,0 102,2 31,0
Arosuco 99,70 624,3 356,1 585,0 349,1
BAH (iii) - - 56,6 - 56,6
BSA Bebidas 100 10,3 - 10,3 -
CRBS (v) - - - - 2,1
Dahlen 100 38,3 (1,9) 38,3 (1,9)
Eagle 99,96 1.835,6 (380,7) 1.835,1 (380,6)
Fazenda do Poço 91,41 0,6 - 0,6 -
Fratelli Vita 77,97 428,6 86,6 331,8 65,1
Goldensand 100,0 (244,0) 3,4 - -
Hohneck 50,69 983,9 (101,4) 498,8 (51,3)
Labatt ApS 99,99 12.447,6 (363,2) 12.447,4 (363,1)
Lambic Holding 87,10 353,6 48,0 308,0 41,8
Malteria Pampa 60,00 181,4 59,7 103,4 39,3
Miranda Correa (iv) - - - - 17,9
Quinsa 34,53 1.386,1 394,8 478,6 80,3
Skol (v) - - - - (43,9)
16.997,0 (139,2)
Em 31 de dezembro de 2006
Resultado Resultado de
Patrimônio do período Investimento Equivalência
Controlada Participação % Líquido ajustado (i) Patrimonial (i)
Agrega 50,00 0,1 (4,5) - (2,2)
AmBev Bebidas (ii) 99,50 240,2 (2,5) 239,0 (2,4)
Anep 100 115,3 19,8 115,3 19,7
Arosuco 99,70 457,4 294,9 424,5 291,0
BAH (iii) 100 448,6 48,0 448,6 48,0
BSA Bebidas 100 10,3 - 10,3 -
CRBS (v) 99,65 179,2 1,9 178,5 1,9
Dahlen 100 40,2 8,6 40,3 8,6
Eagle 99,96 2.216,3 (159,8) 2.215,7 (159,0)
Fazenda do Poço 91,41 0,6 (3,2) 0,6 (2,9)
Fratelli Vita 77,84 491,4 64,0 382,5 49,8
Honeck 50,69 1.085,3 (80,1) 550,2 (40,6)
Labatt ApS 99,99 13.279,1 (142,1) 13.278,9 (142,0)
Lambic Holding 87,10 305,6 55,6 266,2 48,4
Malteria Pampa 60,00 196,5 43,6 117,9 26,1
Miranda Correa (iv) 100 43,5 32,1 43,5 32,1
Skol (v) 99,96 653,8 (33,2) 653,5 (33,2)
18.965,5 143,3
(i) Alguns valores podem não corresponder diretamente aos percentuais de participação devido aos lucros não realizados entre empresas do grupo.
(ii) Nova denominação social da empresa Pepsi-Cola Engarrafadora Ltda.
(iii) Empresa incorporada pela AmBev em 29 de junho de 2007.
(iv) Empresa incorporada pela AmBev Bebidas em 30 de novembro de 2007.
(v) Vide Nota 5 (a) (v).
AmBev Relatório Anual 2007 81
82
Notas explicativas às demonstrações contábeis para os exercícios findos em 31 de dezembro de 2007 e de 2006
(Valores expressos em milhões de reais – R$, exceto quando indicado de outro modo)
d) Principais participações indiretas relevantes em controladas:
Total de participação
indireta - %
Denominação 2007 2006
Exterior
Quinsa 91,36 91,36
Jalua Spain S.L. 100,00 100,00
Monthiers 100,00 100,00
Aspen 100,00 100,00
6. IMOBILIZADO E INTANGÍVEL
a) Composição
Controladora
2007 2006
Depreciação Valor Valor Taxas anuais de
Custo acumulada residual residual depreciação (i)
Imobilizado
Terrenos 94,4 - 94,5 92,0 -
Prédios e construções 1.440,8 (747,3) 693,5 589,8 4,0%
Máquinas e equipamentos 4.112,1 (3.158,8) 953,3 577,2 10,0%
Bens/equipamentos de uso externo 1.368,4 (727,1) 641,3 619,4 20,0%
Outros imobilizados 53,3 (38,0) 15,2 15,0 19,84%(ii)
Imobilizado em andamento 209,1 - 209,1 371,7 -
7.278,1 (4.671,2) 2.606,9 2.265,1 -
Intangível 1.209,1 (880,6) 328,5 346,5 20,0%
Consolidado
2007 2006
Depreciação Valor Valor Taxas anuais de
Custo acumulada residual Residual depreciação (i)
Imobilizado
Terrenos 284,7 - 284,7 324,8 -
Prédios e construções 2.814,5 (1.348,6) 1.465,9 1.424,5 4,0%
Máquinas e equipamentos 8.841,1 (6.528,9) 2.312,2 2.052,9 10,0%
Bens/equipamentos de uso externo 2.298,1 (1.285,3) 1.012,8 1.012,8 20,0%
Outros imobilizados 309,9 (220,0) 89,9 45,2 19,98%(ii)
Imobilizado em andamento 427,8 - 427,8 478,7 -
14.976,1 (9.382,8) 5.593,3 5.338,9 -
Intangível 1.342,0 (953,8) 388,2 385,0 20,0%
(i) As taxas podem ter acréscimo de 50% a 100% em decorrência do número de turnos de produção no qual o bem é utilizado
(ii) Taxa média ponderada de depreciação em 31 de dezembro de 2007 e 2006.
A Companhia e suas controladas mantêm bens do ativo imobilizado destinados à venda, em 31 de dezembro de 2007, no valor residual de R$68,2
na Controladora e R$103,0 no Consolidado (R$82,9 e R$86,0 na Controladora e no Consolidado, respectivamente, em 31 de dezembro de 2006),
que estão classificados no realizável a longo prazo, já deduzido da provisão para perda potencial na realização, no montante de R$36,2 na Controladora
e R$37,4 no Consolidado (R$48,2 na Controladora e R$50,4 no Consolidado, respectivamente, em 31 de dezembro de 2006).
b) Bens dados em garantia
Em razão de empréstimos bancários assumidos pela Companhia e suas controladas, em 31 de dezembro de 2007, existem bens móveis e imóveis, cujo
saldo líquido contábil, no montante de R$608,8 (R$454,3 em 31 de dezembro de 2006), foram conferidos como garantias de empréstimos bancários.
Tal restrição não impacta o uso desses bens e as operações da Companhia.
7. DIFERIDO
Controladora
2007 2006
Amortização Valor Valor
Custo acumulada residual residual
Gastos pré-operacionais 204,0 (146,6) 57,4 39,4
Gastos com implantação e ampliação 48,3 (45,6) 2,7 3,8
Ágios – rentabilidade futura (i):
BAH 2.331,1 (416,4) 1.914,8 -
CBB 702,8 (595,0) 107,8 178,0
Astra 109,1 (54,5) 54,6 67,0
Miranda Correa 5,5 (3,0) 2,5 -
Outros ágios 44,0 (31,6) 12,4 20,2
Outras despesas diferidas 123,3 (98,4) 24,9 45,0
3.568,1 (1.391,0) 2.177,1 353,4
Consolidado
2007 2006
Amortização Valor Valor
Custo acumulada residual residualGastos pré-operacionais 286,9 (195,7) 91,2 92,0
Gastos com implantação e ampliação 53,7 (49,0) 4,7 5,8
Ágios – rentabilidade futura (i):
BAH 2.331,1 (416,4) 1.914,7 -
CBB 702,8 (595,0) 107,8 178,0
Astra 109,1 (54,5) 54,6 67,0
Miranda Correa 5,5 (3,0) 2,5 -
Outros ágios 44,0 (31,6) 12,4 20,5
Outras despesas diferidas 162,5 (126,8) 35,7 65,7
3.695,6 (1.472,0) 2.223,6 429,0
(i) Os ágios reclassificados para o diferido (decorrentes de controladas incorporadas) são fundamentados nas projeções de resultados futuros das
operações que sustentaram sua geração.
AmBev Relatório Anual 2007 83
84
8. EMPRÉSTIMOS, FINANCIAMENTOS E DEBÊNTURES
Taxa Controladora
Vencimento Média Circulante Longo prazo
Modalidade e finalidade final Ponderada Moeda 2007 2006 2007 2006
Em reais
Incentivos fiscais de ICMS Dez/2017 3,34% R$ 45,4 102,4 169,6 160,5
Investimentos no permanente Dez/2011 TJLP + 3,86% R$ 163,4 167,1 194,8 331,7
Capital de Giro Jan/2008 103,50% CDI R$ 46,8 - - -
Credito Agroindustrial Dez/2009 94,00% CDI R$ - - 85,3 -
Credito Agroindustrial Abr/2009 TR + 9,00% R$ - - 391,4 -
Em moeda estrangeira
Capital de giro Jan/2008 6,47% USD 24,8 - - -
Capital de giro Jan/2008 5,26% EUR 438,8 - - -
Capital de giro Mar/2008 2,18% YEN 379,0 901,0 - -
Financiamento de importação Mar/2008 5,80% USD 50,7 - - -
Bond 2011 Dez/ 2011 10,50% USD 4,6 5,5 885,6 1.069,0
Bond 2013 Set/ 2013 8,75% USD 26,8 32,4 885,6 1.069,0
Investimentos no permanente Jan/ 2011 9,89% UMBNDES 20,9 31,4 21,2 45,3
Total empréstimos e financiamentos 1.201,2 1.239,8 2.633,5 2.675,5
Debêntures 2009 (Nota 8 (f)) Jul/ 2009 101,75% CDI R$ 21,9 25,9 817,0 817,0
Debêntures 2012 (Nota 8 (f)) Jul/ 2012 102,50% CDI R$ 33,6 40,0 1.248,1 1.248,1
Total debêntures 55,5 65,9 2.065,1 2.065,1
Total 1.256,7 1.305,7 4.698,6 4.740,6
Taxa Consolidado
Vencimento Média Circulante Longo prazo
Modalidade e finalidade final Ponderada Moeda 2007 2006 2007 2006
Em reais
Incentivos fiscais de ICMS Dez/2017 3,34% R$ 45,5 103,6 174,1 161,9
Investimentos no permanente Dez/2011 TJLP + 3,86% R$ 190,6 167,1 204,3 331,7
Capital de Giro Jan/2012 14,28% R$ 74,6 63,8 1.190,9 619,5
Crédito Agroindustrial Dez/2009 94,00% CDI R$ - - 85,3 -
Crédito Agroindustrial Abr/2009 TR + 9,00% R$ - - 391,3 -
Bond 2017 (Nota 8 (g)) Jul/2017 9,50% R$ 12,3 - 300,0 -
Notas explicativas às demonstrações contábeis para os exercícios findos em 31 de dezembro de 2007 e de 2006
(Valores expressos em milhões de reais – R$, exceto quando indicado de outro modo)
Taxa Consolidado
Vencimento Média Circulante Longo prazo
Modalidade e finalidade final Ponderada Moeda 2007 2006 2007 2006
Em moeda estrangeira
Capital de giro Set/2011 6,34% USD 84,6 118,2 46,5 94,1
Capital de giro Jan/2008 5,26% EUR 438,8 - - -
Capital de giro Mar/2008 2,18% YEN 379,1 901,0 - -
Capital de giro Out/2012 BA + 0,35% CAD - 16,0 325,0 605,8
Capital de giro Jan/2008 12,60% ARS 36,3 37,8 - -
Capital de giro Fev/2008 8,34% UYU 4,6 10,9 - -
Capital de giro Set/2008 12,02% VEB 117,6 57,9 - 87,4
Capital de giro Dez/2008 7,69% DOP 103,4 80,6 - 10,0
Capital de giro Ago/2011 7,59% GTQ 16,0 19,4 35,9 44,8
Capital de giro Out/2010 6,60% PEN 85,3 49,3 114,5 183,9
Capital de giro Nov/2008 6,88% BOB 28,7 22,7 - -
Bond 2011 Dez/2011 10,50% USD 4,6 5,5 885,6 1.069,0
Bond 2013 Set/2013 8,75% USD 26,8 32,4 885,6 1.069,0
Financiamento de importação Out/2011 5,49% USD 101,4 41,9 3,5 8,1
Investimento no permanente Mar/2012 7,28% USD 68,8 149,6 227,6 379,4
Investimento no permanente Jun/2012 10,25% DOP 9,6 - 36,3 62,0
Investimento no permanente Nov/2008 12,10% ARS 132,9 106,3 - 19,4
Investimento no permanente Jan/2011 9,89% UMBNDES 20,9 31,3 21,1 45,4
Notes – Série A (Nota 8 (d) ii) Jul/ 2008 6,56% USD 287,1 - - 345,1
Notes – Série B (Nota 8 (d) ii) Jul/ 2008 6,07% CAD 90,3 - - 91,8
Sênior Notes – BRI (Nota 8 (d)) Dez/ 2011 7,50% CAD - - 160,3 163,0
Outros Mar/2012 12,17% ARS 8,9 4,5 12,0 5,3
Outros Jun/2008 5,19% PYG 49,2 - - -
Outros Dez/2016 5,88% USD 2,9 18,9 211,0 0,3
Total empréstimos e financiamentos 2.420,8 2.038,7 5.310,8 5.396,9
Debêntures 2009 (Nota 8 (f)) Jul/2009 101,75% CDI R$ 21,9 25,9 817,1 817,1
Debêntures 2012 (Nota 8 (f)) Jul/2012 102,50% CDI R$ 33,6 40,0 1.248,0 1.248,0
Total debêntures 55,5 65,9 2.065,1 2.065,1
Total 2.476,3 2.104,6 7.375,9 7.462,0
Abreviaturas utilizadas:
• EUR – Euro Com. Européia
• YEN – Iêne Japonês
• ARS – Peso Argentino
• BOB – Peso Boliviano
• UYU – Peso Uruguaio
• PYG – Guaranis Paraguaios
• BA – Bankers Acceptance – Correspondente a 4,786 % a.a. em 31.12.07
• TJLP - Taxa de Juros a Longo Prazo – correspondente 6,25% a.a. em 31.12.07
• CDI – Certificado de Depósito Interbancário – correspondente a 11,12% a.a em 31.12.07
• UMBNDES – Taxa incidente sobre financiamentos do BNDES atrelados a Cesta de Moedas
AmBev Relatório Anual 2007 85
86
a) Garantias
Os empréstimos e financiamentos tomados para ampliação, construção de fábricas e aquisição de equipamentos estão garantidos por hipoteca dos
imóveis das fábricas e alienação fiduciária de equipamentos. Vide Nota explicativa 6 (b).
As subsidiárias da AmBev, com exceção das operações da Labatt e Quinsa, possuem contratos de dívidas e compras de matérias primas garantidas
por avais ou fianças da AmBev.
b) Vencimentos
Em 31 de dezembro de 2007, os empréstimos, os financiamentos e debêntures a longo prazo vencem conforme demonstrado a seguir:
Controladora Consolidado
2009 1.403,1 1.495,8
2010 105,4 248,9
2011 896,7 1.803,3
2012 1.248,0 2.271,7
2013 em diante 1.045,3 1.556,2
4.698,5 7.375,9
c) Incentivos fiscais de ICMS
Controladora Consolidado
2007 2006 2007 2006
Passivo circulante
Financiamentos 45,4 102,4 45,5 103,6
Diferimento de impostos sobre vendas 22,4 16,5 24,1 16,5
Passivo não circulante
Financiamentos 169,6 160,5 174,1 161,9
Diferimento de impostos sobre vendas 450,2 405,7 617,4 405,7
Os saldos classificados em financiamentos referem-se a programas oferecidos por determinados Estados, pelos quais o pagamento de uma porcentagem do
ICMS devido é financiado pelo agente financeiro ligado ao Estado, em média, por um período de seis anos a partir da data do vencimento original do ICMS.
Os demais saldos referem-se a diferimento financiado do ICMS devido, por prazos de até doze anos, como parte de programas de incentivo à indústria. As
porcentagens diferidas podem ser fixas ao longo do programa ou variar regressivamente, desde 75% no primeiro ano a 40% no último ano, sendo os valores
diferidos indexados parcialmente por 60% até 80% de um índice geral de preços. A parcela do diferimento de imposto sobre vendas está classificada no
passivo circulante, na rubrica "Demais tributos e contribuições a recolher".
Notas explicativas às demonstrações contábeis para os exercícios findos em 31 de dezembro de 2007 e de 2006
(Valores expressos em milhões de reais – R$, exceto quando indicado de outro modo)
d) Labatt Canadá
(i) Capital de giro
Em 26 de junho de 2006, foi contratado um empréstimo de R$717,2 com amortizações de juros semestrais à taxa fixa de 15,88% ao ano e data de vencimento
do principal em 20 de junho de 2011.
Em 14 de janeiro de 2007, foi contratado um empréstimo de R$473,7 com amortizações de juros semestrais à taxa fixa de 12,13% ao ano e data de
vencimento do principal em 18 de janeiro de 2012.
(ii) Senior notes
Em 23 de julho de 1998, a Labatt Canadá firmou um contrato para empréstimo de US$162 milhões, representado por Notas Bancárias da Série A (Notes
– Serie A), e de CAD$50 milhões, em Notas Bancárias da Série B (Notes – Serie B), contratados de um grupo de investidores institucionais. As Notas estão
sujeitas às seguintes taxas fixas de juros: (a) 6,56% ao ano, sobre a parte em dólares norte-americanos; e (b) 6,07% ao ano, sobre a parte em dólares
canadenses.
Em 15 de junho de 2001, a Brewers Retail Inc (“BRI”), empresa consolidada proporcionalmente pela Labatt Canadá, firmou um contrato para
empréstimo de CAD$200 milhões, através de Senior Notes (“Senior Notes – BRI”), com um grupo de investidores institucionais.
e) Cláusulas contratuais
Em 31 de dezembro de 2007, a Companhia e suas controladas atendem os compromissos contratuais de suas operações significativas de empréstimos
e financiamentos, ou possuem uma concordância da contra-parte em relação a eventual desenquadramento.
f) Debêntures
Em 1º julho de 2006, a Companhia efetuou emissão de duas séries de debêntures simples e não conversíveis em ações, sendo a primeira série
(“Debênture 2009”) no montante equivalente a R$817,0, com incidência de juros de 101,75% do CDI ao ano, amortizados trimestralmente a partir
de 1º de outubro de 2006, e vencimento final em julho de 2009, e a segunda série (“Debênture 2012”) no montante equivalente a R$1.248,0, com
incidência de juros de 102,50% do CDI ao ano, amortizados trimestralmente a partir de 1º de outubro de 2006, e vencimento final em julho de 2012.
Os recursos obtidos com a emissão das debêntures foram utilizados para pagamento da aquisição das ações de titularidade da BAC de emissão da
Quinsa.
g) Bond 2017
Em 24 de julho de 2007, a AmBev através de sua subsidiária integral AmBev International Finance Co. Ltd (“AmBev International”), emitiu R$300,0
(“Bond 2017”) em títulos denominados em reais com juros fixos de 9,50% ao ano amortizados semestralmente e vencimento em 24 de julho de 2017.
Estes títulos serão total e incondicionalmente garantidos pela AmBev. Os pagamentos de juros e principal serão em dólares norte-americanos, de acordo
com a taxa de câmbio da data do respectivo pagamento.
AmBev Relatório Anual 2007 87
88
9. CONTINGÊNCIAS
Controladora
2007 2006
Provisões Depósito Provisões Provisões
Judicial Líquidas Líquidas
PIS e COFINS 40,4 (40,4) - -
ICMS e IPI 168,5 (1,6) 166,9 158,3
IRPJ e CSLL 56,4 (0,4) 56,0 46,9
Trabalhistas 208,7 (129,6) 79,1 85,9
Outros 90,9 (6,3) 84,6 130,6
Total 564,9 (178,3) 386,6 421,7
Consolidado
2007 2006
Provisões Depósito Provisões Provisões
Judicial Líquidas Líquidas
PIS e COFINS 70,6 (53,9) 16,7 14,4
ICMS e IPI 430,9 (1,5) 429,4 177,5
IRPJ e CSLL 80,4 (0,4) 80,0 67,1
Trabalhistas 273,2 (135,3) 137,9 135,1
Outros 152,6 (8,2) 144,4 184,8
Total 1.007,7 (199,3) 808,4 579,1
Controladora
Atualização
Saldo em monetária Saldo em
2006 Adições Reversões Pagamentos e cambial 2007
PIS e COFINS 72,9 - (35,1) - 2,6 40,4
ICMS e IPI 168,9 28,5 (54,2) (6,5) 31,8 168,5
IRPJ e CSLL 47,2 0,6 (1,5) (0,1) 10,2 56,4
Trabalhistas 187,8 103,9 (31,8) (51,1) - 208,7
Outros 141,2 26,5 (17,7) (63,4) 4,2 90,9
Total contingências 618,0 159,5 (140,3) (121,1) 48,8 564,9
(-) Depósitos judiciais (196,3) (56,8) 71,9 13,1 (10,2) (178,3)
Total contingências, líquido 421,7 102,7 (68,4) (108,0) 38,6 386,6
Notas explicativas às demonstrações contábeis para os exercícios findos em 31 de dezembro de 2007 e de 2006
(Valores expressos em milhões de reais – R$, exceto quando indicado de outro modo)
Consolidado
Atualização
Saldo em monetária Saldo em
2006 Adições Reversões Pagamentos e cambial 2007
PIS e COFINS 98,6 7,2 0,6 (41,2) - 5,3 70,5
ICMS e IPI 188,2 239,7 41,7 (63,4) (12,3) 37,0 430,9
IRPJ e CSLL 67,5 - 6,6 (7,9) (0,2) 14,4 80,4
Trabalhistas 245,5 0,7 149,5 (59,5) (61,7) (1,2) 273,3
Outros 196,8 3,4 75,8 (44,1) (77,0) (2,3) 152,6
Total contingências 796,6 251,0 274,2 (216,0) (151,2) 53,2 1.007,7
(-) Depósitos judiciais (217,5) (1,0) (58,0) 77,2 13,6 (13,6) (199,3)
Total contingências, líquido 579,1 250,0 216,2 (138,9) (137,6) 39,6 808,4
Natureza dos principais passivos associados a questionamentos fiscais e provisões para contingências:
a) PIS e COFINS
A Companhia e suas controladas propuseram ações específicas com a finalidade de garantir o direito de recolhimento de PIS e COFINS sobre o
faturamento, desonerando-a do recolhimento dessa contribuição sobre outras receitas nos termos previstos da Lei 9718/98.
Com o advento e promulgação da Lei nº 10.637/02 e Lei no 10.833/03, a Companhia e suas controladas passaram a recolher a referida contribuição
nos moldes previstos na legislação em vigor.
Algumas ações foram julgadas de forma definitiva pelo Supremo Tribunal Federal e as provisões relativas a estes processos já solucionados foram
revertidas quando do trânsito em julgado.
b) ICMS e IPI
A Companhia possui diversos processos administrativos e judiciais referentes aos tributos de ICMS e IPI. Estes processos apresentam vários motivos, dentre os
quais compensações, cumprimento de liminares judiciais para não recolhimento de imposto, creditamentos, entre outros.
Os valores de contingências referentes a ICMS e IPI tiveram um sensível aumento após a aquisição de Cintra.
c) Trabalhistas
A Companhia e suas controladas estão envolvidas em aproximadamente 4.100 processos trabalhistas, considerados como prováveis de perda, com
ex-empregados, relacionados, principalmente, com horas extras, demissões, verbas rescisórias e benefícios, entre outros.
d) Outros processos
A Companhia e suas controladas receberam autos de infração e/ou NFLDs movidas pelo Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS. Estes processos
questionam, entre outros assuntos, a incidência da contribuição sobre os pagamentos de PLR, bem como a retenção desta sobre pagamentos à
fornecedores de serviços.
AmBev Relatório Anual 2007 89
90
A Companhia e suas controladas estão envolvidas em alguns processos impetrados por ex-distribuidores cujos contratos foram rescindidos. A maior
parte destas ações está sendo julgada em primeira instância e apenas algumas estão nas cortes superiores.
A Companhia e suas controladas mantém ainda em andamento outros processos cuja materialização, na avaliação dos seus consultores jurídicos, é
possível de perda, mas não provável. Para estes processos abaixo demonstrados, a administração da Companhia entende não ser necessária a
constituição de provisão para eventual perda:
Controladora Consolidado
2007 2006 2007 2006
PIS e Cofins 236,1 224,7 289,8 277,0
ICMS e IPI 644,3 823,4 768,3 973,3
IRPJ e CSLL 524,9 421,4 3.319,0 3.051,3
Trabalhistas 84,9 105,6 95,7 118,9
Cíveis 192,0 944,1 239,3 998,5
Outros 234,6 396,6 317,8 457,5
Total 1.916,8 2.915,8 5.029,9 5.876,5
Em 31 de dezembro de 2007, a Companhia e suas controladas não possuem contingências de natureza ativa cuja probabilidade de ganho seja provável
para serem divulgadas.
a) Lucros auferidos no exterior
Durante 2004 e 2005, a Companhia e suas controladas receberam autuações, relacionadas com o entendimento das autoridades fiscais acerca da legislação
brasileira que trata da tributação no Brasil de lucros obtidos por controladas ou coligadas estabelecidas fora do país.
Baseada na opinião de seus consultores jurídicos, a administração da Companhia entende que tais autuações foram efetuadas com base em uma análise
equivocada da legislação acima referida porque, dentre outros pontos: (i) considera hipótese de disponibilização que não existia na legislação vigente no
período referente à autuação; (ii) desconsidera a existência de tratado para evitar dupla tributação, firmado entre Brasil e Espanha; e (iii) por equívoco na
apuração dos valores supostamente devidos.
A Companhia, baseada na opinião de seus consultores jurídicos, não efetuou provisionamento em relação a essas autuações fiscais, as quais totalizam
R$4.443,7 em 31 de dezembro de 2007. Considerando esses fatores, bem como o fato do assunto em questão ainda não ter sido objeto de apreciação
em última instância por parte do Poder Judiciário, a Companhia, baseada na opinião de seus consultores juridicos, considerou que o montante de
R$3.014,9 envolve uma probabilidade de perda possível, enquanto que o montante de R$1.428,8 representa probabilidade remota de perda.
b) Labatt Canadá
Alguns produtores de cerveja e bebidas alcoólicas dos Estados Unidos, Canadá e Europa, foram envolvidos em ações coletivas de perdas e danos
impetradas sob a alegação de marketing de bebidas alcoólicas para consumidores menores de idade. A Labatt Canadá foi envolvida em três dessas
ações, e para duas dessas ações foi excluída do pólo passivo. A Labatt Canadá continuará vigorosamente defendendo essas ações, sendo que nesse
momento não é possível estimar a probabilidade de perda ou estimar o seu montante.
Notas explicativas às demonstrações contábeis para os exercícios findos em 31 de dezembro de 2007 e de 2006
(Valores expressos em milhões de reais – R$, exceto quando indicado de outro modo)
Adicionalmente, a Labatt Canadá foi autuada pelo Governo Canadense em relação à taxa de juros, débitos, honorários e outras transações com partes
relacionadas que foram praticadas no passado.
O valor da exposição pode chegar a CAD$ 230,0, equivalente a R$415,3 em 31 de dezembro de 2007 (CAD$200,0, equivalente a R$367,2 em 31 de
dezembro de 2006). Caso a Labatt Canadá seja obrigada a pagar esse montante, CAD$120,0 será reembolsado pela InBev, equivalente a R$216,7,
sendo que o restante, totalizando CAD$110,0, equivalente a R$198,6, encontra-se provisionado na Labatt Canadá na rubrica "Outros passivos
circulantes".
c) Bônus de subscrição de ações
Determinados detentores do bônus de subscrição da Companhia emitidos em 1996 para exercício em 2003, propuseram ações judiciais para subscrever as ações
correspondentes por valor inferior ao que a Companhia entende como estabelecido no momento da emissão do bônus, e ainda receber os dividendos
correspondentes a estas ações desde o exercício de 2003 (hoje em valor aproximado de R$92,5), além de custas e honorários advocatícios.
Caso a Companhia venha a perder a totalidade das referidas ações judiciais, seria necessária a emissão de 5.536.919 ações preferenciais e 1.376.344 ações
ordinárias, recebendo em contra-partida recursos substancialmente inferiores ao valor de mercado das ações.
10. PROGRAMAS SOCIAIS
a) Instituto AmBev de Previdência Privada (“IAPP”)
A AmBev e suas controladas no Brasil têm dois planos de benefícios previdenciários: um no modelo de contribuição definida (aberto a novas adesões) e outro
no modelo de benefício definido (fechado para novas adesões desde maio de 1998), existindo a possibilidade de migração do plano de benefício definido para
o de contribuição definida. Esses planos são custeados pelos participantes e patrocinadora, e são administrados pelo IAPP, cujo objetivo principal é complementar
os benefícios de aposentadoria de seus empregados e administradores. No exercício findo em 31 de dezembro de 2007, a Companhia e suas controladas
contribuíram com R$6,1 (R$5,7 em 31 de dezembro de 2006) ao IAPP.
Com base no relatório do atuário independente, a posição dos planos do IAPP em 31 de dezembro é a seguinte:
2007 2006
Valor justo dos ativos 982,3 857,7
Valor presente da obrigação atuarial (602,9) (555,3)
Superávit de ativos – IAPP 379,4 302,4
O superávit de ativos do IAPP está reconhecido pela Companhia em suas demonstrações contábeis, em 31 de dezembro de 2007, no montante de
R$18,5 (R$17,0, em 31 de dezembro de 2006), na conta "Outros ativos", valor estimado como o limite máximo da sua utilização futura, considerando
também as restrições legais que impedem o retorno de eventual superávit atuarial remanescente no momento do encerramento do IAPP, e para o qual
não houve o uso por meio do pagamento de benefícios previdenciários.
AmBev Relatório Anual 2007 91
92
b) Benefícios de assistência médica e outros providos diretamente pela Companhia e controladas
A Companhia e suas controladas provém, diretamente, benefícios de assistência médica, reembolso de gastos com medicamentos e outros para aposentados,
não sendo concedidos tais benefícios para novas aposentadorias. Em 31 de dezembro de 2007, os saldos de R$97,4 e R$224,2, respectivamente, da
Controladora e Consolidado (R$87,4 e R$326,6 da Controladora e Consolidado respectivamente, em 31 de dezembro de 2006), estão reconhecidos nas
demonstrações contábeis da Companhia na conta "Outros", no Exigível a longo prazo, nos seguintes montantes:
Plano Benefício Pós-
de Pensão Aposentadoria
Labatt Labatt AmBev Total
Valor presente da obrigação atuarial 1.859,9 279,6 163,8 2.303,4
Valor justo dos ativos (1.640,6) - - (1.640,6)
Déficit do plano 219,3 279,6 163,8 662,8
Ajustes atuariais não amortizados (346,8) (70,2) (66,4) (483,5)
Sub-total (127,5) 209,4 97,4 179,3
Plano de distribuidores (i) - - - 44,9
Total (127,5) 209,4 97,4 224,2
(i) A obrigação referente ao plano de distribuidores representa a participação pró-rata da Labatt Canadá sobre as obrigações desses planos que serão
custeados pela Labatt Canadá através da alocação de custos de serviços dessas afiliadas.
A movimentação da provisão para benefícios de assistência médica e outros, conforme relatório do atuário independente, foi a seguinte:
AmBev Labatt Total
Saldo em 31 de dezembro de 2006 87,4 239,2 326,6
Encargos financeiros/despesas incorridas 17,4 159,9 177,3
Variação cambial - (3,8) (3,8)
Ajuste atuarial - (90,6) (90,6)
Pagamento de benefícios (7,4) (177,9) (185,3)
Saldo em 31 de dezembro de 2007 97,4 126,8 224,2
Notas explicativas às demonstrações contábeis para os exercícios findos em 31 de dezembro de 2007 e de 2006
(Valores expressos em milhões de reais – R$, exceto quando indicado de outro modo)
c) Fundação Antônio e Helena Zerrenner Instituição Nacional de Beneficência – FAHZ
Entre as principais finalidades da FAHZ está a de proporcionar a funcionários e administradores das patrocinadoras assistência médico-hospitalar e odontológica,
auxiliar em cursos profissionalizantes e superiores, manter estabelecimentos para auxílio e assistência a idosos, entre outros, por meio de ações diretas ou
mediante convênios de auxílios financeiros a quaisquer entidades.
A movimentação do passivo atuarial da FAHZ, conforme relatório do atuário independente, foi a seguinte:
Saldo em 31 de dezembro de 2006 215,8
Encargos financeiros incorridos 36,8
Pagamento de benefícios (27,7)
Saldo em 31 de dezembro de 2007 224,9
O passivo atuarial referente aos benefícios providos pela FAHZ foi integralmente compensado por seus ativos em 31 de dezembro de 2007 na mesma
data, e o excesso de saldo de ativos não foi reconhecido pela Companhia em suas demonstrações contábeis em virtude da possibilidade de destinação
de seu uso para outros fins que não exclusivamente relativos ao pagamento de benefícios.
d) Premissas atuariais
As premissas de médio e de longo prazos, adotadas pelo atuário independente nos cálculos de obrigação atuarial foram as seguintes:
Percentual anual (em termos nominais)
AmBev Labatt
2007 2006 2007 2006
Taxa de desconto 10,8 10,8 5,3 5,0
Taxa de retorno esperado dos ativos 9,6 13,9 7,4 7,4
Crescimento do componente de remuneração 7,1 7,1 3,0 3,0
Crescimento dos custos dos serviços médicos 7,1 6,5 8,5 2,5
AmBev Relatório Anual 2007 93
94
11. PATRIMÔNIO LÍQUIDO
a) Capital social subscrito e integralizado
Em 31 de dezembro de 2007, o capital social da Companhia, no montante de R$6.105,2, estava representado por 624.417 mil ações, sendo 345.055
mil ações ordinárias e 279.362 mil ações preferenciais, todas nominativas e sem valor nominal.
Em AGE, realizada em 29 de junho de 2007, os acionistas da Companhia aprovaram o grupamento de ações representativas do capital social da
AmBev na proporção de 100 ações existentes para 1 ação do capital após o grupamento, sem modificação do capital social. Tendo em vista os ADRs
da Companhia também representarem 100 ações, os mesmos serão negociados sem alteração, passando apenas, cada 1 ADR, a representar 1 ação
preferencial ou ordinária, conforme for o caso.
Em RCA de 26 de junho de 2007, a Companhia aumentou seu capital no montante de R$128,3, mediante a emissão de 43.427 mil ações ordinárias
e 79.944 mil ações preferenciais, em decorrência das deliberações da AGO/E de 27 de abril de 2007.
Em 8 de maio de 2007, a Companhia aumentou seu capital no montante de R$12,0, sem emissão de ações, mediante capitalização da reserva de Incentivo
Fiscal – Reinvestimento de Imposto de Renda.
Em AGO/E de 27 de abril de 2007, a Companhia efetuou os seguintes aumentos no seu capital: (i) R$74,6, sem emissão de ações, mediante a capitalização de
30% do benefício fiscal auferido pela Companhia com a amortização parcial da reserva especial de ágio; e (ii) R$174,2, mediante a emissão de 118.857 mil
ações ordinárias e 55.148 mil ações preferenciais, integralizadas com a capitalização parcial do benefício fiscal auferido pela Companhia com a amortização
parcial da Reserva Especial de Ágio.
b) Movimentações de ações do capital subscrito ocorridas durante o exercício de 2007:
Quantidade de ações - lotes de mil
Descrição Preferenciais Ordinárias Total
Em 31 de dezembro de 2006 29.957.173 34.501.039 64.458.212
Aumentos:
AGE de 27.04.07 55.148 118.857 174.005
RCA de 26.06.07 79.944 43.427 123.371
Cancelamentos:
AGE de 09.04.07 (1.192.508) (65.367) (1.257.875)
AGE de 29.06.07 (963.506) (92.484) (1.055.990)
Saldo em 31 de julho de 2007 27.936.251 34.505.472 62.441.723
Grupamento de ações (*) (27.656.889) (34.160.417) (61.817.306)
Em 31 de dezembro de 2007 279.362 345.055 624.417
(*) Grupamento de ações na proporção de 100 por 1 – vide Nota 11 (a)
Notas explicativas às demonstrações contábeis para os exercícios findos em 31 de dezembro de 2007 e de 2006
(Valores expressos em milhões de reais – R$, exceto quando indicado de outro modo)
c) Capital autorizado
A Companhia está autorizada a aumentar o seu capital social até o limite de 700.000 mil ações, independentemente de reforma estatutária, mediante
deliberação do Conselho de Administração, que deliberará sobre as condições de integralização, as características das ações a serem emitidas e o preço
de emissão, bem como estabelecerá se o aumento se dará por subscrição pública ou particular.
d) Destinações do lucro do exercício e constituição de reservas estatutárias
O estatuto social da Companhia prevê a seguinte destinação do lucro líquido do exercício, após as deduções previstas em lei:
i. Percentual de 35% para pagamento de dividendos obrigatórios a todos os seus acionistas. Consoante determinação legal, as ações preferenciais
fazem jus a um dividendo 10% superior às ações ordinárias.
ii. Montante não superior a 68,875% do lucro líquido, para a constituição de reserva para investimentos, com o objetivo de financiar a expansão das
atividades da Companhia e de suas controladas, até mesmo para a subscrição de aumentos de capital ou a criação de empreendimentos. Essa reserva
não poderá ultrapassar 80% do capital social. Atingindo esse limite, caberá à Assembléia Geral deliberar sobre o saldo, procedendo à sua distribuição
aos acionistas ou ao aumento de capital.
iii. Distribuição aos funcionários de até 10% do lucro líquido do exercício, com base em critérios predeterminados. Aos administradores é atribuída a
participação até o limite máximo legal.
A participação nos lucros está condicionada ao alcance das metas coletivas e individuais previamente fixadas pelo Conselho de Administração no
início do exercício.
e) Dividendos propostos
Cálculo do percentual dos dividendos aprovados pelo Conselho de Administração sobre o lucro líquido dos exercícios findos em 31 de dezembro:
2007 2006
Lucro líquido do exercício 2.816,4 2.806,3
Reserva legal (5%) (i) - -
Base de cálculo dos dividendos 2.816,4 2.806,3
Dividendos/juros sobre o capital próprio pagos 1.925,8 1.473,1
(-) Imposto de renda na fonte (316,2) (173,6)
Total de dividendos distribuídos 1.609,6 1.299,5
Percentual dos dividendos sobre a base de cálculo - % 57,15 46,31
Dividendos líquidos por lote de mil ações em circulação (excluídas as ações em tesouraria) – R$
Ordinárias 1.867,36 17,77
Preferenciais 2.054,10 19,54
(i) A reserva legal deixou de ser constituída, considerando-se o disposto na legislação societária, que determina que tal reserva pode deixar de ser
constituída quando, somada às reservas de capital, exceder a 30% (trinta por cento) do capital social da Companhia.
AmBev Relatório Anual 2007 95
96
f) Juros sobre o capital próprio
As companhias têm a opção legal de atribuir aos acionistas juros calculados com base na TJLP sobre o patrimônio líquido, que são dedutíveis para fins
tributários, podendo ser computados nos dividendos obrigatórios quando distribuídos.
Embora registrados nos livros contábeis e fiscais como receita financeira, quando declarados por controladas e coligadas, e despesa financeira, por
ocasião da apropriação dos valores a pagar aos acionistas, esses juros são reclassificados para o patrimônio líquido e demonstrados como dividendos
para fazer refletir a essência da transação, portanto, são considerados como dividendos recebidos e pagos e não transitam pelo resultado.
Consequentemente, nas demonstrações contábeis, os lançamentos mencionados anteriormente são reclassificados, ou seja, os juros sobre o capital
recebidos ou a receber são creditados à conta de investimentos e os juros sobre o capital pagos ou a pagar são registrados a débito de lucros
acumulados.
Os juros sobre o capital próprio e dividendos não reclamados no prazo de 3 anos, a contar da data do início do pagamento, prescrevem e são revertidos
a favor da Companhia (Lei n° 6.404/76, artigo 287, inciso II, item a).
g) Ações em tesouraria
Durante o exercício findo em 31 de dezembro de 2007, a Companhia adquiriu no mercado 21.884 mil ações preferenciais, ao custo médio ponderado
de R$122,00, sendo o custo máximo de R$145,00, o custo mínimo de R$102,00 e 2.267 mil ações ordinárias, ao custo médio ponderado de R$114,44,
sendo o custo máximo de R$137,00 e o custo mínimo de R$92,10.
A movimentação das ações em tesouraria da Companhia durante o exercício findo em 31 de dezembro de 2007 foi a seguinte:
Quantidade de ações - lotes de mil
Descrição Preferenciais Ordinárias Total Milhões R$
Em 31 de dezembro de 2006 704.125 34.694 738.819 940,7
Grupamento de ações (*) (697.084) (34.347) (731.431) -
Movimentação ocorrida durante o período:
Recompra de ações do Plano 917 278 1.195 117,3
Aquisições de ações - Mercado 21.884 2.267 24.151 2.955,8
Cancelamentos de ações (21.560) (1.578) (23.138) (2.760,4)
Transferência ações para acionistas do Plano de ações (614) (123) (737) (94,5)
Em 31 de dezembro de 2007 7.668 1.191 8.859 1.158,9
(*) Grupamento de ações na proporção de 100 por 1 – vide Nota 11 (a)
Em 12 de dezembro de 2007, foi aprovado o encerramento do programa de recompra de ações lançado em 20 de agosto de 2007. Nesta mesma data,
a Companhia lançou novo programa de recompra de ações ordinárias e preferenciais de sua emissão, até o montante de R$500,0 com vencimento
em 06 de dezembro de 2008, em conformidade com a Instrução CVM n° 10/80 e suas alterações posteriores.
Notas explicativas às demonstrações contábeis para os exercícios findos em 31 de dezembro de 2007 e de 2006
(Valores expressos em milhões de reais – R$, exceto quando indicado de outro modo)
12. PLANO DE COMPRA DE AÇÕES (“PLANO”)
A AmBev tem um plano para aquisição de ações por funcionários, visando alinhar seus interesses com os dos acionistas. O Plano é administrado pelo Conselho
de Administração. O Conselho de Administração cria, periodicamente, programas de compra de ações, definindo seus termos e os funcionários a serem
beneficiados, e estabelece o preço pelo qual as ações serão adquiridas.
As opções concedidas a partir de 2006 tem prazo de carência de 5 anos e expiram, impreterivelmente, 10 anos após a sua concessão. Na hipótese de término
da relação de emprego, os direitos às opções de compra de ações sob determinadas condições são extintos; quanto às ações adquiridas pelo empregado, a
Companhia tem o direito de recomprá-las com base nas premissas estabelecidas no Plano.
Não é mais facultado aos beneficiários dos direitos de compra de ações concedidas a partir de 2003, a opção pelo financiamento das compras de ações. Em
31 de dezembro de 2007, o saldo em aberto dos financiamentos refere-se aos planos concedidos anteriormente a 2003 e totaliza R$41,6 no consolidado
(R$72,7 em 31 de dezembro de 2006). Os financiamentos são garantidos pelas ações financiadas.
A movimentação das opções de compra de ações no exercício findo em 31 de dezembro de 2007 foi a seguinte:
Opção de compra – lotes de mil ações
2007 2006
Descrição Preferenciais Ordinárias Preferenciais Ordinárias
Saldo de opções de compra de ações
exercíveis no ínicio do exercício 237.478 33.825 365.101 73.020
Grupamento de ações (*) (235.103) (33.487) - -
Movimentação ocorrida durante o período:
Exercidas (614) (123) (155.553) (31.110)
Canceladas (350) (60) (41.576) (8.085)
Concedidas 583 - 69.506 -
Saldo de opções de compra de ações
exercíveis ao final do exercício 1.994 155 33.825
(*) Grupamento de ações na proporção de 100 por 1 – vide Nota 11 (a)
AmBev Relatório Anual 2007 97
98
13. TESOURARIA
a) Considerações gerais
A Companhia e suas controladas mantém determinados valores de caixa e equivalentes em moedas estrangeiras, assim como realizam operações de
swap de moedas e juros e operações de commodities e forward de moeda, com o objetivo de proteger-se dos efeitos de variações das taxas de câmbio
sobre a exposição consolidada em moedas estrangeiras, de flutuações em taxas de juros e das oscilações dos preços de matérias-primas, principalmente
alumínio, açúcar e trigo.
Os instrumentos acima mencionados são contratados com a finalidade de proteção, o que não impede que seus resgates possam ocorrer a qualquer
momento, embora seja real a intenção de a Companhia levá-los até o vencimento da operação a ser protegida.
b) Derivativos
A Companhia, com o objetivo de minimizar riscos de exposição a certas flutuações de mercado nas taxas de câmbio, juros e em commodities, contrata
operações de derivativos. Em 31 de dezembro de 2007, os montantes contratados de instrumentos financeiros de derivativos são como segue na tabela
abaixo:
Notas explicativas às demonstrações contábeis para os exercícios findos em 31 de dezembro de 2007 e de 2006
(Valores expressos em milhões de reais – R$, exceto quando indicado de outro modo)
Descrição 2007 2006
Hedge de moedas (i)
Reais/US$ 2.412,6 3.086,5
Reais/Iêne 339,4 622,0
Reais/Euros 494,7 -
Soles Peruanos/US$ 55,1 78,3
Dólar canadense/US$ 159,6 249,1
Dólar canadense/R$ 1.485,3 825,4
Hedge de juros (i)
CDI x Pre 700,8 (137,5)
Juros Pré / Bankers
Acceptance Canadense 751,3 508,4
Hedge de commodities (i)
Alumínio 314,2 314,2
Açúcar 94,0 126,6
Trigo (23,9) (76,8)
Milho - 2,2
6.783,1 5.598,4
(i) As operações acima foram apuradas com base no valor de mercado de instrumentos financeiros de hedge de moedas, taxa de juros e commodities.
Em 31 de dezembro de 2007, ganhos não realizados sobre rendimentos de natureza variável em operações de derivativos, de acordo com o previsto pela
legislação societária do Brasil, foram limitados ao menor valor entre a "curva" dos instrumentos e o respectivo valor de mercado.
Caso a Companhia tivesse registrado contabilmente seus instrumentos derivativos ao valor de mercado, teria contabilizado ao resultado do exercício
findo em 31 de dezembro de 2007 um ganho adicional no montante de R$164,8 (R$141,7 em 31 de dezembro de 2006), conforme demonstrado na
tabela a seguir:
Ganhos não
Realizados de
Natureza
Instrumentos financeiros Contábil Mercado variável
Títulos públicos 67,7 80,5 12,8
Swaps / forwards (322,5) (316,8) 5,7
Forward R$ x CAD Labatt Canadá 145,1 288,0 142,9
Cross Currency Swap Labatt Canadá (*) (139,2) (135,8) 3,4
(248,9) (84,1) 164,8
(*) Swaps para conversão das Notas tomadas a juros fixos em dólares dos Estados Unidos para juros flutuantes em dólares canadenses
(ii) Hedge de commodities e moedas
Essas operações tem como propósito específico minimizar a exposição da Companhia à flutuação de preços de matérias-primas denominadas em
moeda estrangeira a serem adquiridas. Os resultados líquidos, apurados ao valor de custo (equivalentes ao seu valor de mercado), dessas operações
são diferidos e reconhecidos no resultado quando houver a venda do produto correspondente.
Durante o exercício findo em 31 de dezembro de 2007, foi registrado no resultado o seguinte efeito referente às operações hedge de moedas e
commodities, na conta "Custos dos produtos vendidos":
Diminuição (Aumento)
líquido no custo
Descrição dos produtos vendidos
Hedge de moedas (195,9)
Hedge de alumínio 12,5
Hedge de açúcar (53,9)
Hedge de trigo (4,4)
(241,7)
Em 31 de dezembro de 2007, perdas não realizadas no montante de R$126,4 foram diferidas em outros ativos. Esta perda será reconhecida a débito
do resultado da Companhia, sendo o montante de R$119,5 no custo dos produtos vendidos, quando houver a venda do produto acabado
correspondente e o saldo restante na despesa operacional por se tratar de hedge de despesa.
AmBev Relatório Anual 2007 99
100
c) Passivos financeiros
Os passivos financeiros da Companhia, representados, principalmente, pelas operações de emissão de títulos de dívida externa e financiamentos para
importação, estão contabilizados a valor de custo, atualizados monetariamente às taxas iniciais dos juros contratadas, acrescidos de variações
monetárias e cambiais, conforme índices de fechamento de cada período.
Caso a Companhia tivesse adotado o critério de reconhecimento de seus passivos financeiros a valor de mercado, teria apurado uma perda adicional,
antes do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro de aproximadamente R$466,5, em 31 de dezembro de 2007 (R$580,9 em 31 de
dezembro de 2006), conforme demonstrado na tabela a seguir:
Passivos financeiros Contábil Mercado Diferença
Notas Série A (i) 287,1 289,6 (2,5)
Notas Série B (ii) 90,3 90,7 (0,4)
Senior Notes - BRI (iii) 160,3 171,7 (11,4)
Financiamentos internacionais (outras moedas) (iv) 1.828,9 1.828,9 -
Financiamentos em Reais 1.485,1 1.599,2 (114,1)
Crédito Agroindustrial (iv) 476,7 476,7 -
BNDES/FINEP/EGF (iv) 394,9 394,9 -
Resolução 63 / Compror 63 (iv) 893,3 893,3 -
Bond 2017 312,4 273,3 39,1
Bond 2011 e Bond 2013 1.802,7 2.179,9 (377,2)
Debêntures 2.120,5 2.120,5 -
9.852,2 10.318,7 (466,5)
(i) Notas Bancárias da Série A firmados pela Labatt Canadá em dólares americanos
(ii) Notas Bancárias da Série B firmados pela Labatt Canadá em dólares canadenses
(iii) Notas de Títulos Privados firmados pela Brewers Retail Inc.(BRI) e consolidadas proporcionalmente pela Labatt Canadá em dólares canadenses
(iv) Empréstimos para os quais o valor contábil e o valor de mercado são similares
O critério utilizado para apuração do valor de mercado dos títulos de dívida foi com base em cotações de corretores de investimento, em cotações dos
bancos que prestam serviços à AmBev e à Labatt Canadá e no valor de mercado secundário dos títulos na data-base de 31 de dezembro de 2007, sendo
de aproximadamente 116,75% do valor de face para o Bond 2011, 116,67% para o Bond 2013 e 86,91% para o Bond 2017 (120,75% para o Bond
2011 e 117,13% para o Bond 2013, em 31 de dezembro de 2006); para as Notas Série A e Notas Série B da Labatt Canadá, os preços foram apurados
com base no fluxo de caixa descontado a valor presente, utilizando-se taxas de mercado disponíveis para a Labatt Canadá para instrumentos similares.
Notas explicativas às demonstrações contábeis para os exercícios findos em 31 de dezembro de 2007 e de 2006
(Valores expressos em milhões de reais – R$, exceto quando indicado de outro modo)
d) Receitas e despesas financeiras
Controladora Consolidado
2007 2006 2007 2006
Receitas financeiras
Variação cambial sobre aplicações financeiras - - (52,3) (15,5)
Juros sobre caixa e equivalentes 25,0 56,1 95,3 111,1
Encargos financeiros sobre impostos,
contribuições e depósitos judiciais 16,0 24,9 48,0 29,9
Resultado do plano de ações 7,7 9,8 7,7 10,0
Juros e variação cambial sobre mútuos 215,4 76,6 - -
Outras 17,2 22,1 23,1 32,9
281,3 189,5 121,8 168,4
Despesas financeiras
Variação cambial sobre financiamentos 462,0 263,9 475,6 204,6
Perdas líquidas sobre instrumentos derivativos (726,7) (585,8) (653,4) (496,3)
Juros sobre dívidas em moeda estrangeira (270,1) (267,8) (624,7) (523,8)
Juros sobre dívidas em reais (333,5) (190,5) (340,9) (191,5)
Juros e variação cambial sobre mútuo - - - (1,8)
Impostos sobre transações financeiras (100,2) (99,2) (121,2) (131,8)
Encargos financeiros sobre contingências e outros (49,2) (50,2) (64,1) (59,8)
Outras (40,4) (23,9) (46,1) (46,3)
(1.058,1) (953,5) (1.374,8) (1.246,7)
Resultado financeiro, líquido (776,8) (764,0) (1.253,0) (1.078,3)
e) Concentração de risco de crédito
Parte substancial das vendas da Companhia é feita a distribuidores, supermercados e varejistas, dentro de ampla rede de distribuição. O risco de
crédito é reduzido em virtude da grande pulverização da carteira de clientes e dos procedimentos de controle que o monitoram. Historicamente, a
Companhia não registra perdas significativas em contas a receber de clientes.
A fim de minimizar o risco de crédito de seus investimentos, a Companhia adotou políticas de alocação de caixa e investimentos, levando em
consideração limites e avaliações de créditos de instituições financeiras, não permitindo concentração de crédito, ou seja, o risco de crédito é
monitorado e minimizado pois as negociações são realizadas apenas com um seleto grupo de contrapartes altamente qualificado.
Na Labatt Canadá são firmados acordos de compensação com suas contrapartes que lhe permitem liquidar ativos e passivos financeiros derivativos
em caso de inadimplência.
AmBev Relatório Anual 2007 101
102
14. IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
a) Conciliação da despesa consolidada do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro com seus valores nominais
2007 2006
Lucro consolidado antes do imposto de renda e da contribuição social 4.526,0 4.307,3
Participações estatutárias e contribuições (69,4) (194,4)
Lucro consolidado, antes do imposto de renda, da contribuição social e da participação dos acionistas minoritários 4.456,6 4.112,9
Expectativa de despesa com imposto de renda e contribuição social a alíquotas nominais (34%) (1.515,2) (1.398,4)
Ajustes para obtenção da alíquota efetiva decorrentes de diferenças permanenes:
Amortização de ágio – parcela não dedutível (i) (485,7) (395,4)
Resultado de controladas no exterior não sujeitas à tributação 25,3 42,4
Juros sobre capital próprio (nota 11(f)) 368,6 500,9
Ganhos patrimoniais em controladas 78,1 58,5
Variação cambial sobre investimentos (81,0) (33,8)
Adições e exclusões permanentes e outros 17,0 (89,5)
Despesa de imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro (1.592,9) (1.315,3)
(i) A amortização de ágio indedutível, contempla os efeitos da amortização do ágio da Labatt ApS na Labatt Canadá, no montante de R$1.129,4 no
período findo em 31 de Dezembro de 2007 (R$969,8, em 31 de Dezembro de 2006), gerando um efeito tributário, por não ser dedutível, no
montante de R$384,0 (R$ 329,7 em Dezembro de 2006).
b) Composição do benefício (despesa) com imposto de renda e contribuição social sobre o lucro líquido
Controladora Consolidado
2007 2006 2007 2006
Corrente (94,7) 63,6 (963,6) (688,8)
Diferido (520,2) (460,4) (629,3) (626,5)
Total (614,9) (396,8) (1.592,9) (1.315,3)
c) Composição dos impostos diferidos
O imposto de renda e a contribuição social diferidos são registrados para refletir os efeitos fiscais futuros atribuíveis às diferenças temporárias entre
a base fiscal de ativos e passivos e seu respectivo valor contábil.
De acordo com a Instrução CVM nº 371, de 27 de junho de 2002, a Companhia, fundamentada na expectativa de geração de lucros tributáveis
futuros, determinada em estudo técnico aprovado pela Administração, reconheceu também os créditos tributários sobre prejuízos fiscais e bases
negativas de contribuição social de exercícios anteriores, que não possuem prazo prescricional e cuja compensação está limitada a 30% dos lucros
anuais tributáveis. O valor contábil do ativo fiscal diferido é revisado periodicamente e as projeções são revisadas anualmente, caso haja fatores
relevantes que venham a modificar as projeções, estas são revisadas durante o exercício pela Companhia.
Notas explicativas às demonstrações contábeis para os exercícios findos em 31 de dezembro de 2007 e de 2006
(Valores expressos em milhões de reais – R$, exceto quando indicado de outro modo)
O imposto de renda e a contribuição social diferidos têm a seguinte origem:
Controladora Consolidado
2007 2006 2007 2006
No ativo circulante
Prejuízos fiscais a compensar 60,0 69,1 157,0 98,3
Diferenças temporárias:
Ágio Rentabilidade Futura – Incorporações 350,8 350,8 350,8 350,8
Provisão para juros sobre capital próprio - 22,1 - 22,1
Provisão para reestruturação - - 11,5 26,8
Provisão para participação dos empregados 29,4 54,0 32,3 57,4
Provisão para despesas de marketing e vendas 57,9 54,5 57,9 54,6
Outros 37,8 - 40,2 -
535,9 550,5 649,7 610,0
No realizável a longo prazo
Prejuízos fiscais a compensar 107,9 232,0 624,7 771,0
Diferenças temporárias:
Provisões não dedutíveis 174,2 248,9 277,3 307,0
Prov. para perdas sobre incentivos fiscal 3,1 3,1 7,6 7,6
Ágio Rentabilidade Futura – Incorporações 1.822,5 2.115,7 1.822,5 2.115,7
Provisão para benefícios à empregados 33,1 29,7 68,8 82,2
Provisão para perdas imóveis destinados à venda 12,3 16,5 12,7 17,2
Provisão para perdas de “Hedge” 159,9 130,9 159,9 130,9
Provisão para perdas no recebimento de créditos 9,0 10,3 10,5 11,2
Outros 13,3 64,0 52,8 123,9
2.335,3 2.851,1 3.036,8 3.566,7
No exigível a longo prazo
Diferenças temporárias
Depreciação acelerada - - 34,3 47,8
Outras 18,6 22,8 97,2 83,6
18,6 22,8 131,5 131,4
A administração considera que os ativos diferidos decorrentes de diferenças temporárias serão realizados na proporção da solução final das
contingências e eventos que as originaram.
Baseada no estudo técnico das projeções de resultados tributáveis computados de acordo com a Instrução CVM nº 371, a Companhia estima recuperar
o crédito tributário decorrente de prejuízos acumulados da controladora e controladas localizadas no Brasil e no exterior, nos seguintes exercícios:
AmBev Relatório Anual 2007 103
104
Valores expressos em milhões de reais
2009 2010 2011 2012 Total
297 243 24 61 625
O saldo de imposto de renda diferido ativo em 31 de dezembro de 2007 inclui o efeito total dos prejuízos fiscais das controladas brasileiras, inclusive os saldos
oriundos da aquisição da empresa Cervejarias Cintra Indústria e Comércio Ltda., ocorrida em maio de 2007, que são imprescritíveis, compensáveis com lucros
tributáveis futuros. Parte do benefício fiscal correspondente aos prejuízos fiscais de controladas no exterior não foi contabilizada como ativo, uma vez que a
administração não está segura de que sua realização seja provável.
Como o resultado do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro decorre não só do lucro tributável, mas também da estrutura tributária e societária
da Companhia, da existência de receitas não tributáveis, despesas não dedutíveis, isenções e incentivos fiscais e de diversas outras variáveis, não existe uma
correlação relevante entre o lucro líquido da Companhia e o resultado do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro. Portanto, recomendamos
que a evolução da utilização do imposto de renda e contribuição social diferidos não seja considerada um indicativo de lucros futuros da Companhia.
15. COMPROMISSOS ASSUMIDOS COM FORNECEDORES
A Companhia dispõe de contratos com determinados fornecedores para adquirir certas quantidades de materiais importantes para os processos de
produção e embalagem, como plásticos para garrafas PET, alumínio, gás natural e ativo imobilizado.
A Companhia tem compromissos assumidos com fornecedores para 2008, 2009, 2010 e 2011, já contratados em 31 de dezembro de 2007, nos
montantes de R$1.777,3, R$884,2, R$898,2 e R$7,3, respectivamente (R$457,9 para 2008 e R$229,3 para 2009, em 31 de dezembro de 2006).
Notas explicativas às demonstrações contábeis para os exercícios findos em 31 de dezembro de 2007 e de 2006
(Valores expressos em milhões de reais – R$, exceto quando indicado de outro modo)
16. RECEITAS (DESPESAS) OPERACIONAIS, LÍQUIDAS
Controladora Consolidado
2007 2006 2007 2006
Receitas operacionais
Subvenção para investimentos de controlada 212,9 160,0 226,5 165,3
Variação cambial s/ investimentos no exterior - - - 79,4
Recuperação de impostos 26,2 24,0 32,1 24,0
Deságio pela liquidação antecipada incentivo fiscal 34,4 39,9 34,4 39,9
Reversão provisão p/perda de investimentos 3,4 12,3 3,2 21,9
Outras receitas operacionais 28,3 - 42,5 12,7
305,2 236,2 338,7 343,2
Despesas operacionais
Amortização de ágio (122,8) (107,5) (1.500,6) (1.283,0)
Complemento amortização ágio (i) (35,8) - (59,6) -
Variação cambial s/ investimentos no exterior (88,3) (17,9) (227,5) -
Baixa de IPI / ICMS irrecuperável (13,9) - (17,4) -
Impostos s/outras receitas (3,3) (4,4) (3,3) (4,4)
Outras despesas operacionais (6,9) (8,2) (13,5) (10,9)
(271,0) (138,0) (1.821,9) (1.298,3)
Outras receitas (despesas) operacionais, líquidas 34,2 98,2 (1.483,2) (955,1)
(i) A Companhia revisou, com base na projeção de resultados futuros da Quinsa, o prazo de amortização dos ágios relacionados
a este investimento, alterando o prazo de amortização de 10 para 7 anos.
AmBev Relatório Anual 2007 105
106
17. RECEITAS (DESPESAS) NÃO OPERACIONAIS, LÍQUIDAS
Controladora Consolidado
2007 2006 2007 2006
Receitas não operacionais
Ganho na alienação de investimentos - - - 10,2
Ganho de participação em investidas 1,7 - 3,2 5,6
Ganho na alienação de bens do imobilizado - - 31,3 4,8
Ganho na alienação de imóveis destinados à venda 8,4 - 7,6 -
Reversão provisão para perda em outros investimentos - 12,3 3,2 -
Outras receitas não operacionais - 0,5 3,6 6,1
10,1 12,8 48,9 26,7
Despesas não operacionais
Perda de participação em investida - (0,7) - -
Provisão para perda sobre ativos permanentes (0,3) - (0,4) (17,9)
Perda na alienação de bens do imobilizado (1,0) (4,6) - -
Perda na alienação de imóveis destinados à venda - (0,3) - (0,3)
Provisão para reestruturação - - (5,6) (18,9)
Outras despesas não operacionais (0,1) (0,4) (2,5) (18,4)
(1,4) (6,0) (8,5) (55,5)
Receitas (despesas) não operacionais, líquidas 8,7 6,8 40,4 (28,8)
18. SEGUROS
A Companhia e suas controladas mantém programas padrão de segurança, treinamento, meio-ambiente e qualidade em todas as unidades, que
visam, entre outras coisas, reduzir também os riscos de acidentes. Além disso, mantém contratos de seguros com coberturas determinadas por
orientação de especialistas, levando em conta a natureza e o grau de risco, por montantes considerados suficientes para cobrir eventuais perdas
significativas sobre seus ativos e responsabilidades. As premissas de riscos adotadas, dada a sua natureza, não fazem parte do escopo de uma auditoria
de demonstrações contábeis, consequentemente, não foram examinadas pelos nossos auditores independentes.
Notas explicativas às demonstrações contábeis para os exercícios findos em 31 de dezembro de 2007 e de 2006
(Valores expressos em milhões de reais – R$, exceto quando indicado de outro modo)
19. MEIO AMBIENTE
No exercício de 2007, a Companhia e suas controladas realizaram investimentos em construções e equipamentos relacionados ao meio ambiente no
montante de R$32,4 e R$ 48,4 com tratamento de águas, efluentes e disposição de resíduos (R$ 43,4 e R$50,6 no exercício de 2006, respectivamente).
20. EVENTOS SUBSEQUENTES
a) Lei nº 11.638 – alteração da Lei das Sociedades Anônimas
A Lei nº. 11.638 publicada no Diário Oficial da União em 28 de dezembro de 2007 alterou diversos dispositivos da Lei nº.6.404 (Sociedades por Ações). Estas
alterações entram em vigor em 01 de janeiro de 2008.
Dentre as principais alterações introduzidas, destacamos os seguintes assuntos que na avaliação de nossa Administração poderão modificar a forma
de apresentação de nossas demonstrações contábeis e os critérios de apuração de nossa posição patrimonial e financeira e do nosso resultado a partir do
exercício a findar-se em 2008:
• Foi extinta a obrigatoriedade da Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos - DOAR, sendo substituída pela Demonstração dos Fluxos de Caixa –
DFC, já apresentada pela Companhia como informação complementar. Adicionalmente, a Companhia passará a divulgar a Demonstração do Valor Adicionado
– DVA.
• Bens e direitos intangíveis foram segregados dos tangíveis, ficando o ativo permanente classificado em investimentos, imobilizado, intangível e diferido. Essa
alteração na apresentação do ativo permanente já foi introduzida nas demonstrações contábeis de 31 de dezembro de 2007.
• Foi criada a rubrica “ajustes de avaliação patrimonial” no Patrimônio Líquido. Serão considerados ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computados no
resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos do ativo e do
passivo, em decorrência da sua avaliação a preço de mercado.
• As despesas pré-operacionais e os gastos de reestruturação que contribuirão, efetivamente, para o aumento do resultado de mais de um exercício social e
que não configurem tão-somente uma redução de custos ou acréscimo na eficiência operacional serão classificadas no Ativo Diferido.
• Os incentivos fiscais não serão mais classificados como reserva de capital, passando a fazer parte do resultado do exercício. Por determinação dos órgãos da
administração, a Assembléia Geral poderá destinar a parcela do lucro correspondente a estes incentivos para a formação da Reserva de Incentivos Fiscais, criada
como parte das reservas de lucros e podendo ser excluída da base de cálculo do dividendo obrigatório.
AmBev Relatório Anual 2007 107
108
• Adicionalmente foram alterados os critérios de avaliação do ativo e do passivo, com destaque para os seguintes pontos:
· Itens de ativo e passivo provenientes de operações de longo prazo, bem como operações relevantes de curto prazo, serão ajustados a valor presente, de
acordo com as normas internacionais de contabilidade;
· O valor de recuperação dos bens e direitos do imobilizado, intangível e diferido deverá ser periodicamente avaliado para que se possa efetuar o registro de
perdas potenciais ou uma revisão dos critérios e taxas de depreciação, amortização e exaustão;
· Os direitos classificados no intangível deverão ser avaliados pelo custo incorrido na aquisição deduzido do saldo da respectiva conta de amortização;
· Instrumentos financeiros “disponíveis para venda” ou “destinados à negociação” passam a ser avaliados a valor de mercado;
· Todos os demais instrumentos financeiros devem ser avaliados pelo seu custo atualizado ou ajustado de acordo com o provável valor de realização, se este
for inferior.
• Nas operações de Transformação, Incorporação, Fusão ou Cisão, entre partes independentes e em que ocorra a efetiva transferência de controle, a avaliação
a valor de mercado dos ativos e passivos será obrigatoriamente a valor de mercado.
• As participações de debêntures, de empregados e administradores, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência
ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa, deverão ser incluídas na demonstração do resultado do exercício.
• Eliminação da possibilidade de registro de reservas de reavaliação para as sociedades por ações. A nova Lei deu opção às companhias para manterem os saldos
existentes e realizarem esses saldos dentro das regras atuais ou estornarem esses saldos até o final do exercício de 2008.
A Administração da Companhia está em processo de avaliação dos efeitos que as alterações acima mencionadas irão produzir em seu patrimônio líquido e
resultado do exercício de 2008, bem como levará em consideração as orientações e definições a serem emitidas pelos órgãos reguladores. Neste momento,
a Administração entende não ser possível determinar os efeitos destas alterações no resultado e no patrimônio líquido para o exercício findo em 31 de
dezembro de 2007.
Notas explicativas às demonstrações contábeis para os exercícios findos em 31 de dezembro de 2007 e de 2006
(Valores expressos em milhões de reais – R$, exceto quando indicado de outro modo)
b) Aquisição de participação – Lambic Holding S.A.
Em 24 de janeiro de 2008, a Companhia por intermédio de sua controlada Cervejarias Reunidas Skol Caracu S.A., pagou a empresa Lince Netherlands BV, o
valor de US$46,0 (equivalente a R$82,3), relativo a aquisição de 12,901% das ações da sociedade argentina Lambic Holding S.A.
c) Resultado da oferta pública para aquisição de ações da Quinsa
A Companhia anunciou em 12 de fevereiro de 2008, o encerramento da oferta pública voluntária para a aquisição de até 5.483.950 ações Classe A
e até 8.800.060 ações Classe B (incluindo ações Classe B detidas na forma de American Depositary Shares ("ADS") de emissão da sua subsidiária
Quilmes Industrial (Quinsa), Société Anonyme ("Quinsa"), que representam as ações Classe A e Classe B em circulação (incluindo ações Classe B
detidas na forma de ADSs) que não são de propriedade da AmBev ou de suas subsidiárias.
A AmBev aceitou a compra de 3.136.001 ações Classe A e 8.239.536,867 ações Classe B (incluindo 7.236.336,867 ações Classe B detidas na forma
de ADS) de emissão da Quinsa, representando 57% das ações Classe A e 94% das ações Classe B da Quinsa que não são de propriedade da AmBev
ou de suas subsidiárias, e que foram, com sucesso, depositadas e não resgatadas.
Com a liquidação da oferta, que ocorreu no dia 15 de fevereiro de 2008, a participação votante de AmBev em Quinsa será de 99,56% e a participação
econômica de 99,26%.
AmBev Relatório Anual 2007 109
Ações em Circulação (31/12/07)
615.558.384 de ações
Bolsa de Valores
Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa)
Códigos: AMBV3 (ON); AMBV4 (PN)
Principais índices dos quais as ações da AmBev
participam:
IBX e IBOVESPA
Bolsa de Valores de Nova Iorque (NYSE)
Códigos: ABVc (ON); ABV (PN)
Política de dividendos
O estatuto social da AmBev prevê dividendos
obrigatórios correspondentes a 35% do lucro
líquido ajustado anual da companhia, conforme
estabelecido na Legislação Societária Brasileira.
O dividendo obrigatório inclui as quantias pagas
a título de juros sobre o capital próprio.
As ações preferenciais terão direito à percepção
de dividendos em dinheiro 10% maiores do que
aqueles pagos às ações ordinárias.
Dividendos declarados
Lucros gerados Data do primeiro pagamento R$/ação Tipo de ação
Segundo semestre 2003 13-Out-03 1,87 (preferencial)
1,70 (ordinária)
Primeiro semestre 2004 25-Mar-04 0,68 (preferencial)
0,61 (ordinária)
Segundo semestre 2004 8-Out-04 0,58 (preferencial)
0,53 (ordinária)
Primeiro semestre 2005 15-Fev-05 1,72 (preferencial)
1,56 (ordinária)
Segundo semestre 2005 30-Set-05 1,07 (preferencial)
0,97 (ordinária)
29-Dez-05 0,84 (preferencial)
0,76 (ordinária)
Primeiro semestre 2006 31-Mar-06 0,63 (preferencial)
0,58 (ordinária)
Segundo semestre 2006 30-Jun-06 0,61 (preferencial)
0,55 (ordinária)
30-Out-06 0,61 (preferencial)
0,55 (ordinária)
28-Dez-06 0,74 (preferencial)
0,67 (ordinária)
Primeiro semestre 2007 31-Mar-07 0,73 (preferencial)
0,66 (ordinária)
29-Jun-07 0,30 (preferencial)
0,28 (ordinária)
Segundo semestre 2007 10-Out-07 1,59 (preferencial)
1,45 (ordinária)
31-Dez-07 0,45 (preferencial)
0,41 (ordinária)
Desempenho do preço das ações
Preço Ações 31-Dez-05 31-Dez-06 31-Dez-07 06x05 07x06
AMBV4 (PN) – R$ 89,76 105,35 128,65 17,4% 22,1%
AMBV3 (ON) – R$ 75,14 94,22 125,00 25,4% 32,7%
IBOVESPA – R$ 33.455,94 44.473,71 63.886,10 32,9% 43,6%
ABV (PN) – US$ 38,05 48,80 71,03 28,3% 45,6%
ABVc (ON) – US$ 32,70 43,90 68,00 34,3% 54,9%
S&P 500 – US$ 1.248,29 1.418,30 1.468,36 13,6% 3,5%
110
Informações aos investidores
Classificação de risco
Agência Rating Moeda Rating Moeda Perspectiva Última
Local Estrangeira atualização
Moody´s Baa1 Baa3 Positiva 14/04/2008
Fitch BBB BBB Estável 05/09/2007
S&P BBB BBB Positiva 02/08/2006
Atendimento aos acionistas
Para encaminhar mudanças de endereço, cheques
de dividendos, consolidações de contas, depósito
direto de dividendos, mudanças de registro,
certificados de ações perdidos, participações
acionárias e plano de Investimento, dividendos e
capital, entre em contato com:
Acionistas de varejo no Brasil
Nilson Casemiro
Tel.: + 55 (11) 2122-1402
E-mail: [email protected]
Banco depositário no Brasil
Banco Itaú
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Publicações
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AmBev Relatório Anual 2007 111