patologias em obras de construÇÃo civil
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ANAIS DO 21º EAIC / 2º EAITI | ISSN - 1676-0018 | www.eaic.uem.br
Universidade Estadual de Maringá | 9 a 11 de outubro de 2012 | Maringá –PR
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PATOLOGIAS EM OBRAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL: AÇÕES CORRETIVAS DURANTE A FASE DE UTILIZAÇÃO DAS OBRAS
João Henrique Francio Zanini (PIBIC-UEPG), Prof. José Adelino Krüger
(Orientador), e-mail: [email protected]
Universidade Estadual de Ponta Grossa Departamento de Engenharia Civil / Ponta Grossa, PR
30100003 - Engenharia Civil
30101026 - Processos Construtivos Palavras-chave: construção civil, patologias, correção Resumo: A construção civil é uma indústria tradicional e atrasada, apresentando grande inércia a alterações, métodos de gestão ultrapassados e resistência a inovações tecnológicas. Há uma tolerância com problemas crônicos, como por exemplo, a baixa qualidade no processo e a baixa qualidade do produto final - as edificações, que apresentam inúmeras não conformidades e patologias. Os fatores podem ser vários, sendo o principal o desleixo quanto à necessidade de manutenção e a presunção de que uma estrutura de concreto duraria ilimitadamente, dispensando manutenções. Esta pesquisa tem como objetivo listar as patologias possíveis em obras de construção civil durante a fase de utilização das obras e posteriormente fazer uma associação a cada patologia com uma ação gerencial corretiva que minimize ou elimine a incidência e a influência das patologias na vida útil das edificações. A pesquisa teve inicio com uma busca da literatura técnica sobre patologias, prevenção e intervenção corretiva. Posteriormente foram relacionadas as partes das edificações sujeitas a patologias, decorrentes de vários fatores, tendo sido elaborado uma tabela geral de patologias possíveis, com ações corretivas e causas prováveis.
Introdução
O ramo da Engenharia que trata doenças das construções, com o estudo das causas e dos danos, bem como o tratamento necessário, é denominado patologia das construções. O termo patologia no contexto da construção civil
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está alinhado com a definição encontrada na Medicina, na qual estudam-se as origens, os sintomas e a natureza das doenças. Inspecionar, avaliar e diagnosticar as patologias da construção são tarefas que devem ser realizadas sistematicamente e periodicamente, de modo que os resultados e as ações de manutenção devem cumprir efetivamente a reabilitação da construção, sempre que necessária. Couto e Couto (2007) posicionam o fator de decisão entre ações de manutenção preventiva e ações corretivas como sendo o aspecto financeiro. Contudo, de acordo com os mesmos autores, a prática tem demonstrado que os custos de prevenção não são tão expressivos em relação aos custos de intervenção. De qualquer forma, o que realmente se busca é assegurar um comportamento satisfatório de uma edificação durante um período de vida útil planejado. Esta pesquisa focou no diagnóstico e na recuperação das patologias. Na pesquisa as principais patologias foram divididas em cinco partes: manchas, fissuras, empolamento, descolamento e patologias estruturais.
Materiais e métodos
Para a execução do presente trabalho, a primeira etapa foi à revisão da literatura, coleta de informações técnicas sobre as ações corretivas em relação às patologias, separação dos tipos de patologias em grupos e relato das correções necessárias em cada caso. Dessa primeira etapa foram obtidas as definições e as características de todas as patologias que podem afetar as edificações. Também na pesquisa foi observada a importância de um projeto e uma execução correta, Oliveira (2001) indica que a melhor maneira de se prevenir um edifício da necessidade de reabilitações sérias é por meio do dimensionamento e da execução. O ideal seria fazer manutenções preventivas, porém muitas vezes o que acontece é a manutenção corretiva, Lopes (2005) informa que a manutenção corretiva, consiste em deixar ocorrer o processo de degradação do edifício reagindo apenas quando aparecem anomalias, promovendo-se a sua correção por se inevitável repara-lo,
Resultados e Discussão
Com o diagnóstico correto da patologia pode-se descobrir realmente qual patologia está atuando, e com isso pode-se escolher a melhor técnica. Guimarães (2003) afirma que todo problema se manifesta de alguma forma. O levantamento dessas manifestações é fundamental, pois existem várias degradações que uma construção pode sofrer, decorrentes de inúmeros fatores.
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Após a pesquisa da literatura técnica sobre patologias, prevenção e intervenções corretivas, foi elaborada uma tabela geral de patologias possíveis, de forma sistematizada, buscando organizar e facilitar futuros estudos e ações gerenciais corretivas. Sousa (2004) argumenta que a informação técnica disponível encontra-se dispersa, sendo a sua sistematização imprescindível, de modo a facilitar a análise das causas e a resolução dos problemas, bem como a sua prevenção. As patologias foram divididas em cinco grupos: manchas, empolamento, descolamento, estruturais, e trincas e fissuras. Tabela 1 - Manchas
Patológia Causas Prováveis
Fazer limpeza do local
Melhorar a impermeabilização da área
Reforçar a ventilação e instalar aparelhos de desumidificação
Sujeira nas Limpeza do local (escovação)
Criar mecanismo para evitar que a água escoe pela fachada (Ex.: pingadeiras...) Infiltração
Fachadas Renovação do revestimento e pintura Falha na impermeabilização
Limpeza do local utilizando produtos químicos, biocidas, herbicidas... Umidade constante
No caso de fachadas tentar diminuir a quantidade de água que escorre por ela Área não exposta ao sol
Renovar o revestimento e aplicar produto biocida com devida manutenção Área com ventilação deficiente
Eliminação da infiltração, caso exista Sais solúveis presentes na alvenaria
Lavagem com solução de hipoclorito de sódio e aplicação de fungicida Cal não carbonatada
Reparo do revestimento, se pulverulento Exposição à água ou às intempéries
Criação de um sistema de ventilação
Eliminação da infiltração e impermeabilização do local
Lavagem e escovação da superfície
Reparo do revestimento
Manchas
Umidade
Microorganismo
Bolor
Eflorescência
Reparos
Tabela 2 – Empolamento
Patológia Causas Prováveis
Remoção do material, limpeza e correção da base Ausência de aderência (chapisco)
Instalação de juntas de dilatação e artifícios para melhorar a aderência, caso necessário Superficie da base muito lisa ou com substância hidrófuga
Renovação do revestimento Falha executiva
Reparos
Empolamento
Tabela 3 – Descolamento
Patológia Causas Prováveis
Eliminação do concreto degradado
Reparação das armaduras e reposição das secções
Reconstituição do concreto
Aplicação de um revestimento de impermeabilização com uma pintura ou revestimento cerâmico Infiltração
Renovação do revestimento Falha executiva
Reforçar a estabilidade das paredes (Ex.:pilares de concreto armado, introdução de armaduras...) Argamassa aplicada em camada muito espessa
Aplicação de um artifício para melhorar a aderência e a impermeabilização Superfície da base muito lisa ou com substância hidrófuga
Remoção do reboco e/ou emboço e limpeza da base (eliminação de substância hidrófuga) Ausência de aderência (chapisco)
Aplicação de um artifício para melhor aderência (chapisco) Excesso de finos no agregado
Renovação da camada de reboco e/ou emboço. Traço pobre em aglomerantes
Remoção do revestimento cerâmico degradado Traço excessivamente rico em cal
Impermeabilização e tratamento da base Ausência de carbonatação da cal
Preencher as juntas com material flexível e criar juntas de dilatação, caso necessário Falta de fixação mecânica complementar
Aumentar a aderência cerâmica à base (cimento-cola)
No caso de placas grandes criar uma fixação mecânica complementar
Reassentar o material cerâmico na superfície
Reparos
Concreto
Tijolo
Emboço/Reboco
Cerâmica
Descolamento
Tabela 4 – Trincas e Fissuras
Patológia Causas Prováveis
Retração da argamassa da base
Falta de hidratação prévia do substrato
Expansão ou contração térmica
Recalques diferenciais
Renovar o revestimento e a pintura Elevado fator água/cimento
Ausência de controle tecnológico (planejamento e execução)
Reparos
Trincas e Fissuras
Melhorar a estabilidade da peça
Calafetar com material específico (trincas e fissuras ativas não devem receber injeção de epóxi, deve-se calafetar com selantes)
Instalar juntas de dilatação ou telas especiais, caso necessário
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Tabela 5 – Patologias Estruturais Patológia Causas Prováveis
Determinar e remover materiais deteriorados (concreto e armadura)
Limpar área a ser reparada
Fazer proteção anticorrosiva e reparação das armaduras repondo as secções, caso necessário Erros de projeto e/ou construção
Aplicação do material de reparo com a devida fôrma instalada (concreto ou graute) Degradação da estrutura (agentes atmosféricos, poluição, tempo)
Adicionar nova camada de armadura Acidentes (choques, explosões, incêndios, sismos, etc.);
Construir formas para o novo perfil ou utilizar concreto projetado Mudança na utilização da estrutura
Adicionar nova camada de concreto Recalques diferenciais
Introduzir um novo elemento na estrutura (tirante) Sobrecarga
Tensionar esse elemento para que absorva parte da carga da estrutura
Limpeza, preparação e regularização do substrato
Aplicação da manta de fibra de carbono
Reparos
Estrutural
Reforço
Alargamento
Pós-tensionamento
Fibra de carbono
Reparo
Conclusões
Neste trabalho verificou-se a importância das patologias na construção civil. Seu objetivo foi alcançado, com a elaboração de uma tabela sistematizado e simplificado, que faz a associação das patologias com ações gerenciais corretivas, que podem minimizar ou eliminar a incidência e a influência das patologias na vida útil das edificações.
Agradecimentos Os autores agradecem à Fundação Araucária pela concessão da bolsa.
Referências COUTO, J. P.; COUTO, A. M. Importância da revisão dos projectos na redução dos custos de manutenção das construções. In: CONGRESSO CONSTRUÇÃO 2007, 3, 2007, Coimbra, Portugal. Anais... Coimbra: Universidade de Coimbra, 2007.
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