pau de arara, 1ª edição
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publicação livre do RISCOletivoTRANSCRIPT
o que é o RISCO?o que dizer quando o que dizer é justa-mente o que não fazer,diria que o risco é antes de tudo ação,antes de tudo inclusive nós mesmos que assumimos o riscoquem somos nós?somos o RISCO, no coletivo ou em cada um, sozinho,voltando da festa. Seis, sete, oito, nove, dez de mãos vaziascom uma tinta pingando e escorrendo direto da almapro chão.o que interessa?que todos os interesses sejam quem sãoe não dissimuladosforjados nas corjas,se somos sujos que nem um pau-de-araraquem não for, que atire a primeira cara.
por Carandina
Thyago Villela
Phillip LongCarandina
maraovillela.tumblr.com
jan
14
“A verdade, meus amigos, é quese vocês não enxergarem o queé invisível, se vocês não encon-trarem a delicadeza das peque-
nas coisas, sempre vai ser muitodifícil seguir adiante.
Nunca haverá felicidade se vocêsnão tiverem fé nas coisas invisí-
veis, no vento e nos rios. No amor daqueles que os
querem por perto.Respirar é um
ato de fé”.
Look through my window(Atlas 2012)
Look at the stars todayLook through my window
Can you find some grace?Right on my face
Look through my frightened days
How can you offer me somethingso wide and so vast?
How can you offer me somethinglike that when I was almost dead
Oh, you turn me onYou make me mad
Oh, my fingers miss youMy favorite human being
Come to my house nowShow me your wisdom
With your feet on my groundLook through my spirit
Guide me through your mouth
philliplong.com.br
foto: Leonardo Araujo
fotomontagem, 2014.
Pra falar a verdade,debaixo da cachoeira
sendo castigado pelas águas pesadaseu não quero mais nada.Toda essa vida regrada
nos labirintos da cidade e das pessoasquando tudo poderia me resumira um ser animal no meio do mato
e se assim fosse, eu não teria mais sonhos.É tão vazio não ter vidas contidas ao redor
de cada vão e espaçoque na casa vazia só consigo pensar em mim
querendo me jogar no curso daquele rioe seguir pelas pedrasaté me libertar da pele
ficar esquecido vivendo todo dia atentoe relaxado, picado irritado sangrando
embarreado sem vergonhaaos olhos do visitante pálido.
Pra falar a verdade,simularia meu próprio naufrágio
viveria dali em diantemas a vida é o que a vida dáe disso não posso reclamar
spamoufraude.tumblr.com
autorretrato - 2013
face
book
:risc
olet
ivo
PAU DE ARARAJAN 14
Poema sobre o corpo de uma mulher
seu corpoé um labirinto de águasferido pelo excesso de sonho.
como estrangeiro,subscreve um nome que não é meuuma face que não me ocultae com isto o país sangra.
(um marulho de suas costas distantesainda que na mesma cama,o fragmento de um busto em papel da china)
como um teatro que desabou na eternidadenão há como conter seu espaço em meus olhos:uma enchente toma a proporção das pupilase apenas um móvel flutua na inundação.
essas pernas mudam-se como sonhose são agora uma catedral do tempo.
a radiação das floreso murmúrio das sentinelas que desabrochamcompõem a flora de seu arquipélagoe disso nascem peixestão etéreos quanto inumeráveis.
sobre a curvaem que se assentam as melancoliashá também asas para os escolhidos,jardins de romãs silenciosasonde se subtraem as sombras.
por trás de álamos cinzentosdiz:devo invocar a noitepara soletrar o insondávele seguir adiantequando interditarem as trevas.
desfaz oceanos com os lábiose parte as cercas com uma sílaba de amora.
sangue.os artistas
poetas, diretores de cinemaos filósofos e intelectuais supostos (sempre supostos)
nunca entenderão o poder do sangue.tantas e tantas pessoas não estão e jamais estarão
passíveis de entrar no templo de algum diálogo.no caminho da resolução, as flores murcham conforme
a estrada corre a língua jamais será entendidaa palavrao toque
estão condenados ao terceiro círculo do infernoenquanto isso, estaremos vendo tv nos
nossos apartamentos com grades nas janelasnos protegendo do terror da escuridão.
todas as revoluçõestoda e qualquer mudança drástica
foi sempre pelo sangue.poucos são capazes de encontrar a razão
em seu templo não me venha com flores e retóricaso ideal de amor sempre ignorou
um substantivo essencial:sangue.
a paz, o branco e o azul nunca refletiram nada além de ideais católicos e mantos de supostas virgens
são a síntese do Nada dirigindo um rolls-roycecor de arco-íris sob a benção dos hábitos, buscando
novos garotos nus no pico do Olimpoenquanto o submundo e o fogo saberão bem o que fazer
assim, vemos a paz como sendo um estado torpe pra desavisados enquanto o caos penetra todas as bordas
do ambiente ao redor.Ele ultrapassará nossos muros e a cerca elétrica
pra, enfim, nos atacar no sono mais profundo.
a bestialidade é incalculável quando sentimos a pazé preciso estar sofrendo de amor ou não ter lido
as manchetes do jornalo rivotril e orgasmos e drinques surtem o mesmo efeito
a luz se encontra depois de alguns aeroportos, entre a Passárgada e Miami
jamais veremos a plena pomba branca enquanto algo houver. o nada, o anti-nada
e o tudo precisam chegarpor favor, cheguemShiva, me escuteEstou esperando
não aguento mais, não posso respirar e minhas garrafas estão acabando
todos os corações pelos quais passeise converteram em cartas de baralho
o maço só tem mais um cigarro vermelhoesperando o fogo
devo ter mais uns 6 ou 7 minutosestou esperando.
12/01/14
Augusto Meneghinaugustomeneghin.tumblr.comGuima
www.soundcloud.com/oguima
Ciro Bertolucciencantoaomar.tumblr.com
Maike Jeanmaikejeanrisco.tumblr.com
Artista Plástico de Araras/SP,traduzindo o caminhar da própriaalma e os dizeres do coração(em RISCO) por meio depinturas, desenhos e livros.
"O repouso." - 2013
entregueao balanço ancestral
do mistério das águasrendido a vontades sem nomes
imerso (profundo) neste lugarque é somente horizonte
encantado
“Acordei rasocomo um pires
Tomei um chuviscoe já me enchi
mas que pecadopra quem quer brilhar
se encher com os beliscõesque a chuva dá”
Raso Como Pires 2013
sem título - 2013