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Entrevista Xxxxx xx Xxxxxxxxxxxx 1 Pauta03 Jornal da Academia de Música de Alcobaça Tema de Capa Dia Mundial da Dança Foto-Reportagens 2º Concurso “Pequenos Grandes Talentos” Dia Internacional do Jazz Destaque Uma Academia Cada Vez Mais Especial Artigos Sérgio Carolino Daniel Bernardes

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PAUTA traz-nos entrevistas, foto-reportagens, artigos de fundo, críticas e notícias sobre as mais diversas actividades da Academia de Música de Alcobaça num projecto onde a informação e a comunicação têm um encontro feliz com o design e a criatividade.

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Page 1: PAUTA 03

Entrevista Xxxxx xx Xxxxxxxxxxxx 1

Pauta03Jornal da Academia de Música de Alcobaça

Tema de CapaDia Mundial da DançaFoto-Reportagens2º Concurso “Pequenos Grandes Talentos”Dia Internacional do JazzDestaqueUma Academia Cada Vez Mais EspecialArtigosSérgio Carolino Daniel Bernardes

Page 2: PAUTA 03

2 Editorial

Ficha Técnica

Propriedade Banda de Alcobaça Rua Frei António Brandão, n.º 50-52 2460-047 Alcobaça

Diretor Rui Morais

Edição David Mariano

Design e Paginação Velcro Design

Fotografia David Mariano Jorge Ricardo (Atelier 19: [email protected])

A Pauta é um jornal da Academia de Música de Alcobaça, propriedade da Banda de Alcobaça, estando todos os direitos reservados de acordo com a legislação em vigor.

Todos os textos foram escritos ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

Telefone: 262 597 611 Fax: 262 597 613 Telemóvel: 96 254 35 44 / 42

Sites www.academiamalcobaca.com www.bandadealcobaca.pt

Redes Sociais www.facebook.com/academiamalcobaca www.facebook.com/academiadalcobaca www.facebook.com/bandadealcobaca

Para deixar-nos uma recomendação, crítica ou dúvida, envie-nos um mail para: [email protected]

Para saber mais sobre a nossa oferta formativa, nas àreas da música e dança, e outros projetos, contacte-nos através do mail: [email protected]

10 Anos!

Editorial por Rui Morais Presidente da Banda de Alcobaça Diretor-Executivo da Academia de Música de Alcobaça

Já passaram 10 anos desde que a Academia de Música de Alcobaça (AMA) foi autorizada pelo Ministério da Educa-ção como Escola de Ensino Artístico Especializado na área da música.

Ao longo deste tempo, a AMA foi crescendo não só em alunos e professores mas também no âmbito dos seus projetos. E assim aos cursos de música “oficiais” sucede-ram-se outros abrangendo, atualmente, todas as idades: desde os bebés até aos séniores, passando ainda pelo Ensino Pré-Escolar, 1º Ciclo e ainda pelos Cursos Profis-sionais, estes desenvolvidos em parceria com a Escola Secundária Dª Inês de Castro.

Esta Pauta, a primeira em papel e como suplemento do Região de Cister (as 2 primeiras foram publicadas apenas em formato digital) pretende ilustar com as suas notas, estórias e apontamentos a vida da AMA.

Vida essa que já não passa somente pela música, mas também nos últimos anos pela dança que é, aliás, o tema de capa.

Da sua leitura esperamos que mais do que perceber o passado e até mesmo o presente, todos apreendam que esta é uma instituição com futuro!

Futuro reconhecido não só por nós mas também por instituições relevantes, de que é exemplo o apoio recente dado à candidatura da Banda de Alcobaça/AMA para o Quadriénio 2013/2016 no Concurso de Apoio às Artes promovido pela Secretaria de Estado da Cultura.

Tendo em conta que o desígnio do Concurso era a concre-tização dos vetores essenciais de uma política cultural, foi apresentada uma candidatura quadrienal precisamente para que fosse possível o atingir de objetivos estruturais.

O que pretendemos é, no caminho da consolidação das raízes já lançadas na região, fortalecer a base das ativida-des que oferecemos, abrangendo cada vez mais público e mais diversificado, englobando valências artísticas diversas e, ao mesmo tempo, contribuir ativamente para o desenvolvimento regional.

Para tal, o principal pilar é o Cistermúsica – Festival de Música de Alcobaça.

Um Clássico para TodosObedecendo ao lema Clássicos Portugueses e Univer-sais que adotou desde 2002, o Cistermúsica – Festival de Música de Alcobaça comemora na sua 21ª edição o bicen-tenário Verdi/Wagner e reforça a sua aposta no patrimó-nio musical português.

Exemplo pioneiro entre os festivais do nosso país pela atenção dada ao património musical português, o Cister-música cumpre esse desígnio não por especial favor ou obsessão chauvinista, mas pela preocupação de contri-buir para uma cultura viva. Um país que não conhece nem valoriza os seus próprios compositores é um país doente e sem autoestima. Por isso o Cistermúsica orgulha-se do seu historial de estreias modernas, estreias absolutas e execuções pioneiras de obras portuguesas inéditas, raras ou esquecidas de todas as épocas.

Apesar deste festival constituir, hoje, uma instituição cultural em toda a região onde está integrado e de ser um dos festivais de música e dança com maior destaque no

plano nacional, o Cistermúsica ambiciona estabelecer novas parcerias para a criação de uma verdadeira rede de criação, produção e difusão das artes.

A ligação a outros territórios com património cisterciense é nesta estragégia a principal prioridade, desde logo devido à relação umbilical do festival ao Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça concretizada na própria desig-nação: Cistermúsica.

Os concertos programados para os Mosteiros Cistercien-ses de Arouca – já realizado - e de Salzedas (Tarouca) no Cistermúsica 2013 são o primeiro passo dessa estratégia que visa promover também a igualdade do acesso às artes e a diversificação e descentralização da criação e da produção artística.

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Breves Notas 3

6º Concurso de Canções do 1º CEB de Alcobaça já tem nova imagem e escolas apuradasAtual edição tem como tema “Mitos e Lendas de Portugal” e Final realiza-se a 3 de junho no Jardim dos Paços de Concelho

A Academia de Música de Alcobaça (AMA) organiza, mais uma vez em parceria com o Município de Alcobaça, o Concurso de Canções do 1.º Ciclo do Ensino Básico do Concelho de Alcobaça, atividade onde participam os alunos das Atividades de Enriquecimento Curricular de Música e Expressão Musical dos três Agrupamentos de Escolas (mais de 2000 alunos): Cister (Alcobaça), Bene-dita e São Martinho do Porto.

Sob o tema “Mitos e Lendas”, o Concurso apresenta na atual edição uma nova imagem que reafirma a identi-dade deste projeto e a promoção dos seus valores de performance musical em palco. As primeiras elimina-tórias apuraram já as seguintes escolas: Ataíja de Cima, Maiorga, Carvalhal de Aljubarrota, Casais de Santa Teresa, Bárrio, Valbom, Centro Escolar de Alcobaça (4º A, 4º C, 4º D, a par dos 2º B, 3º B, 3º C e 4º E), Pataias (1º E, 1º e 2º G, 4º A e 2º B ), Pisões, Póvoa, Ribafria, Centro Escolar da Benedita (4ºA, B, C e D, a par dos 3º B, C e D), Turquel e Vimeiro (3º e 4º anos).

Procuram-se vozes destemidas para o mais recente Coro da Academia de Música de AlcobaçaNovo projeto tem como objetivo oferecer a todos adultos uma oportunidade de ler música e cantar

É a estreia de mais um projeto lançado em jeito de desafio a toda a comunidade: a Academia de Música de Alcobaça (AMA) resolveu criar um Coro e anda à procura de vozes destemidas, masculinas e femininas, que queiram inte-grar esta nova aventura. Esta tem como objetivo oferecer a todos adultos que queiram aprender uma oportunidade de ler música e cantar.

O Coro da AMA, ideia que partiu igualmente de vários desafios feitos no passado à própria instituição, pretende assim assumir-se junto da comunidade como mais uma proposta acessível a todos, quer em termos económicos, quer em termos de horário, proporcionando aos seus elementos um bom momento cultural e social.

As aulas decorrem todas as quintas-feiras, pelas 20h30, nas instalações da AMA, estando as inscrições abertas com preços bastante convidativos: € 5 para sócios da Banda de Alcobaça e € 10 para não sócios.

8º Encontro de Coros Académicos no Mosteiro de Alcobaça marcado por várias estreiasIniciativa contou este ano com a participa-ção especial da Orquestra B da Academia de Música de Alcobaça e a estreia absoluta de canções de Carlos Filipe CruzA Academia de Música de Alcobaça (AMA) promoveu no passado dia 5 de maio, domingo, pelas 18h30, no Mosteiro de Alcobaça, mais um Encontro de Coros Acadé-micos, projeto que atingiu a sua 8ª edição e tem vindo a revelar o trabalho de alunos e professores nesta área.

Foi nesse contexto que foram apresentadas, em estreia absoluta e com arranjo para Orquestra de Sopros e Coro, um conjunto de quatro canções escritas pelo composi-tor Carlos Filipe Cruz a partir da sua experiência como professor de Classe de Conjunto Vocal na AMA durante este ano letivo e que contaram com a colaboração de algumas turmas.

Este ano, entre os coros participantes estiveram os Coros Infantis da AMA, o Coro Infantil de Fátima e a participa-ção especial da Orquestra B da AMA.

Atelier de Música para Bebés “Brincando com os Sons... na Primavera” a 26 de maioAtividade será acompanhada à mesma hora e no mesmo local pelo Atelier “Origami com Música”

A Academia de Música de Alcobaça (AMA) realiza no próximo dia 26 de maio, domingo, pelas 11h00, no Clube Alcobacense (local de aulas da Academia de Dança de Alcobaça), mais um Atelier de Música para Bebés, ativi-dade expressamente dirigida a bebés (dos 0 aos 36 meses) que promete sensibilizar e conduzir o público infantil ao maravilhoso universo da música.

“Brincando com os Sons... na Primavera” será o segundo capítulo desta nova série de Ateliers de Música para Bebés, conceito que tem sido desenvolvido por Maria João Costa e Ana Carlota Silveiro (também responsáveis pelo ciclo realizado no ano passado) e que terão capítulos adicionais a 29 de setembro (“Verão”) e 17 de novembro (“Outono”). Estes Ateliers têm não só o intuito de sensi-bilizar os pais para a importância de uma estimulação musical precoce, criando um ambiente musicalmente

diversificado e facilitador do desenvolvimento musical, mas igualmente orientá-los na forma como interagem musicalmente com os seus filhos.

Refira-se que cada Atelier apresenta os seguintes preços: bebé + 1 acompanhante (€ 7,5) e bebé + 2 acompanhantes (€ 10). Para quem se inscrever igualmente no Atelier de 29 de setembro (“Verão”), a AMA criou um desconto espe-cial para a aquisição destas duas datas: bebé + 1 acompa-nhante (€ 10) e bebé + 2 acompanhantes (€ 15).

À mesma hora e no mesmo local (embora em salas dife-rentes), e para crianças dos 6 aos 10 anos, teremos ainda o Atelier “Origami com Música”, ação orientada pelas formadoras Cristiana Silva, Carina Morgado e Laura Fernandes que procurará dinamizar algumas atividades relacionadas com a construção de Origami e música, onde se pretende motivar o gosto musical e criar uma interação entre os pais e as crianças pelo preço de € 3.

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4 Tema de Capa

A Academia de Dança de Alcobaça (ADA), designação dada aos Cursos de Dança da Academia de Música de Alcobaça, voltou a realizar este ano dois espetáculos no sentido de promover o Dia Mundial da Dança que tiveram lugar nos dias 27 e 28 de abril no Cine-Teatro de Alcobaça -João d’Oliva Monteiro. O primeiro espetáculo que decor-reu no noite de 27 de abril, sábado, contou com a presta-ção em palco de vários alunos do Curso Básico de Dança (7º, 8º e 9º anos do Regime Articulado) e Professores da ADA.

Quanto ao segundo espetáculo, que teve lugar durante a tarde do dia de 28 de abril, domingo, apresentou, numa primeira parte, uma série de coreografias, intituladas “Quadros de Dança”, e na segunda, uma nova criação do clássico infantil “Pedro e o Lobo” com coreografia dos professores Luís Sousa e Eliana Mota, interpretada por alunos de todas as turmas do Curso Básico de Dança (5º, 6º, 7º, 8º e 9º anos do Regime Articulado).

Também no dia 29 de abril, o espetáculo “Pedro e o Lobo” teve mais duas sessões de apresentação, numa iniciativa especialmente dirigidas às escolas, que se realizaram no mesmo local às 11h00 e às 14h00.

Esta nova criação do bailado “Pedro e o Lobo” terá ainda mais apresentações no próximo dia 5 de junho no Centro Cultural Gonçalves Sapinho na Benedita especialmente dirigidas às escolas naquela que é mais uma afirmação do trabalho de descentralização da produção artística da

ADA e uma forma de promoção do ensino da dança por esta entidade.

Composta por Sergei Prokofiev em 1936, “Pedro e o Lobo” é uma história para crianças contada através da música, com o objetivo pedagógico de mostrar às crianças as sonoridades dos vários instrumentos. A narrativa, diver-tida e sensível, gira em torno de Pedro, um menino que se cansa de ver as suas ovelhas serem mortas pelo lobo mau e, contra a vontade do seu avô, decide ir à caça do lobo com a sua espingarda de rolha.

Para essa aventura, ele faz-se acompanhar de alguns dos seus grandes amigos animais: o gato Ivan, a pata Sónia e a passarinha Sasha. Cada personagem da histó-ria é representado por um instrumento diferente ou por um conjunto de instrumentos que compõem a orques-tra: Pedro (instrumentos de corda), Lobo (trompas), Avô (fagote), Pássaro (flauta), Pato (oboé), Gato (clarinete), Caçadores (tímpanos).

O Dia Mundial da Dança, cuja data é habitualmente assi-nalada a 29 de abril em todo o mundo com inúmeras iniciativas, foi criado como uma homenagem ao criador do ballet moderno, Jean Georges Noverre (1727-1810), em 1982, pelo Comité Internacional da Dança da UNESCO, com o objetivo de chamar a atenção do público em geral para a importância da dança e incentivar o apoio por parte das entidades governamentais a esta arte.

Comemorações do Dia Mundial da Dança no Cine-Teatro de Alcobaça

SIC entrevistou a aluna Mariana Romão em destaque ao Dia Mundial da DançaFoi durante a tarde do dia 27 de abril, sábado, que a Academia de Dança de Alcobaça (ADA) recebeu no Cine-Teatro de Alcobaça – João d’Oliva Monteiro, e no âmbito do Dia Mundial da Dança, uma equipa de reportagem da SIC, liderada pela jornalista Marta Barreiros, que ali esteve para registar algu-mas imagens dos ensaios dos espetáculos da ADA durante esse fim de semana e entrevistar a nossa aluna Mariana Romão.

A reportagem acabou por ser emitida durante o dia 29 de abril e pôde ser vista no programa Cartaz da SIC Notícias (16h15) e no Jornal da Noite da SIC gene-ralista (20h00).

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Tema de Capa 5

Leiria Dance Competition premiou 8 de 12 coreografias da Academia de Dança de AlcobaçaÚltima edição decorreu entre os dias 22 e 24 de março no Teatro José Lúcio da Silva em Leiria

A Academia de Dança de Alcobaça (ADA) conquistou 8 prémios em 12 coreografias apresentadas no III Leiria Dance Competition 2013, concurso de dança que se reali-zou em Leiria, entre os dias 22 e 24 de março , no Teatro José Lúcio da Silva (TJLS), trazendo para casa 2 primei-ros lugares (com 2 coreografias na categoria de grupos nos estilos contemporâneo e clássico), 1 segundo lugar (com 1 coreografia na categoria de trio no estilo clássico) e 5 terceiros lugares (com 2 coreografias na categoria de grupos no estilo contemporâneo e 1 coreografia da mesma categoria no estilo clássico, 1 coreografia na cate-goria de duetos no estilo clássico e 1 coreografia de trio no estilo hip-hop).

Eis a lista completa de premiados da ADA: 1º lugar de grupos no estilo contemporâneo para a coreografia “Fraternitatis” da autoria do Prof. Luís Sousa, 1º lugar de grupos no estilo clássico para a coreografia “As Bonecas Russas” e 2º lugar de trio no estilo clássico para a coreo-grafia “Os Três Porquinhos”, ambas da autoria da Prof. Camila Moreira, 3º lugar de grupos no estilo contemporâ-neo para as coreografias “A Cidade” e “Let’s Try Again”, da autoria respetivamente das Profs. Eliana Mota e Rita Abreu, 3º lugar de grupos no estilo clássico para a coreo-grafia “Vamos Brincar” e 3º lugar de duetos no estilo clás-sico para a coreografia “As Soldados”, ambas mais uma vez da Prof. Camila Moreira, e 3º lugar de trio no estilo hip-hop para a coreografia “Try Out” da Prof. Eliana Mota.

Refira-se que esta foi, no segundo ano consecutivo, a maior participação da ADA nesta competição, onde subiu ao palco com um total de 42 alunos oriundos dos Cursos Básicos de Dança em Regime Articulado (28 alunos), das Iniciações (10 alunos) e do Curso Livre de Hip-Hop (3 alunos).

Aos prémios deste ano juntam-se ainda os conquista-dos pela ADA na edição passada: o 1.º Prémio de trio no escalão dos 9 aos 11 anos (alunas Carolina Rodrigues, Isa Mara Vicente e Mariana Romão) no estilo clássico, com a coreografia “Mirtilos” da autoria da Prof. Camila Moreira e o 1º Prémio de solista no escalão dos 11 aos 12 anos no estilo moderno, com uma coreografia da respon-sabilidade da Prof. Eliana Mota interpretada pela aluna Mariana Romão.

Semana Internacional de Bailado do Porto deu três prémios à Academia de Dança de AlcobaçaParticipação em Concursos Internacionais de Bailado e Dança decorreu na Exponor e foi um êxito

A participação da Academia de Dança de Alcobaça (ADA) nos Concursos integrados na Semana Internacional de Bailado do Porto, que decorreram durante os dias 9 e 10 de fevereiro na Exponor, foi marcada por um estrondoso sucesso com três prémios arrecadados em Contemporâ-neo.

A ADA conquistou assim o 1º e 3º lugar na Categoria de Solista Contemporâneo Júniores do Concurso Internacio-nal de Bailado para Jovens Solistas (CIB) com as alunas Mariana Romão (“Time One”, coreografia da Professora Eliana Mota) e Carolina Rodrigues (“Pinypon”, coreogra-fia do Professor Luís Sousa) respetivamente.

Já no Concurso Internacional de Dança para Grupos (CID Grupos), a ADA obteve o 2º lugar na Categoria de Contem-porâneo Júniores com as alunas Ana Batista, Ana Branco, Beatriz Vieira, Inês Duarte, Joana Silva e Raquel Machado (“Fraternitatis”, coreografia do Professor Luís Sousa). De salientar que as três coreografias apresentadas em Contemporâneo foram todas premiadas.

No CIB, apresentaram-se ainda a concurso, na Categoria de Solista Clássico Júniores, as alunas Beatriz Silva (“O Lago dos Cisnes - Pas de Troix”) e Mariana Romão (“La Bayadère”) da responsabilidade da Professora Camila Moreira que concorreram, dada a insuficiência de candi-datos na sua categoria, com os participantes da Categoria Sénior.

Sublinhe-se que estiveram nestes Concursos mais de 400 alunos de 15 escolas de Portugal e Espanha e que o Júri foi composto por nomes consagrados como o português Pedro Carneiro (Diretor da Escola de Dança do Conserva-tório Nacional), a espanhola Carmen Alvarez (Diretora do Conservatório Carmen Amaya em Madrid) e o britânico Andrew Ward (ex-Bailarino do Royal Ballet e Professor no “English National Ballet”), entre outros.

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6 A Capella

Diferença entre Estudar e Praticar

Ideias sobre PRATICAR

Tens de fazer a distinção entre ESTUDAR (fazer uma procura árdua e metódica para conhecer ou realizar certa

“coisa”) e PRÁTICA (repetir a interpretação desejada da música corretamente e as vezes necessárias, até esta

funcionar automaticamente).

A arte de aprender com os erros, poupa tempo e energia!

Infelizmente, muitos músicos repetem esta frase inúmeras vezes “Não está ainda trabalhado/estudado o suficiente, mas está quase bom!!”. Claro que quanto mais vezes tocarmos o “quase bom”, melhor!

Por certo, quase todos os instrumentistas têm algumas recordações de um concerto ou apre-sentação que não correu particularmente bem. A solução é aprender com essas experiências. A vida é curta e os erros podem ser uma grande ajuda, se avaliados propriamente (é preferível

depois da atuação que no decorrer! :) ). Os músi-

cos são, normalmente pessoas emocionais. Contudo, quando ensinamos a nós próprios a ser-mos um melhor instrumentista, eu recomendo menos emoção, atitude e método científico para resolver a(s) dificuldade(s)!

Supõe agora que estás a fazer um projeto de procura (não faças apenas isso atualmente pois vais ter de fazer essa procura o resto da tua vida!). No entanto, quando um erro ou elemento indesejável ocorre, faz as perguntas de um cientista: “Porque aconteceu esse incidente?” – Há sempre algo de natural e uma causa(as) explicável(eis). Passa de imediato à fase seguinte: “Como corrigir isso, para que o incidente não se repita?”. Ficar irritado ou chateado contigo próprio não ajudará a progredir para resolver na dificuldade ocorrida. Por outro lado, ignorar totalmente os erros, também não ajuda muito!

Lembra-te: desenvolve uma atitude e um método cien-tífico, e tenta ser criativo em encontrar maneiras que te ajudem a reduzir a ocorrência de erros e/ou de incidentes indesejáveis.

por Sérgio Carolino

Ideias de “Como Ser O TEU Próprio Professor”

Gostaria de fazer a distinção entre ESTUDAR e PRATI-CAR!

ESTUDAR uma passagem musical é fazer uma busca na tentativa de descobrir o que é necessário para tocar da maneira pretendida.

PRATICAR a mesma passagem musical significa repeti--la corretamente as vezes necessárias para que consigas tocar, pelo menos 99 vezes em 100. Pessoalmente, reco-mendo uma ATITUDE ABRANGENTE!

Quaisquer pensamentos que tenhas e quaisquer sons que toques, querem sempre dizer algo, tanto no teu nível atual

como no teu futuro nível, os quais irão sempre influenciar os diferentes fatores envolvidos ao tocar música.

Para uma melhor visualização de alguns fatores, fiz o seguinte esquema:

Fatores Mentais:Pensamentos – Sentimentos – Energia – Desejo – AcreditarAutossugestão – Autodisciplina – Coragem – PaciênciaResistência – Subconsciente – Criatividade – Humor

Fatores Artísticos:Personalidade – Estilo – Gosto – Emoção – SinceridadeAlegria – Tempo – Memorização – Apresentação em Palco

Fatores Musicais:Som / Sons – Dinâmica / Dinâmicas – Articulação / Arti-culaçõesAfinação / Afinações – Ritmo / Ritmos

Fatores Físicos:Sopro – Músculos Abdominais – Músculos FaciaisLíngua e Garganta – Corpo e Instrumento – Postura

Provavelmente, já deves ter pensado que ensinar não é contigo! Mas, no entanto, vais defrontar pelo menos um estudante até ao fim da tua vida: TU PRÓPRIO!

A qualidade desse ensinamento terá uma influência tremenda no teu crescimento enquanto músico.

Muitos dos “grandes” e famosos instrumentistas nos dias de hoje não eram, inicialmente, considerados como supertalentosos estudantes. Mas, quando julgamos o potencial de jovens músicos, devemo-nos lembrar de alguns elementos como:O seu próprio talento para o trabalho metódico duroO seu sentido de qualidadeO seu estado de saúde geral e o nível de energiae o mais importante:A sua habilidade de ser um bom e criativo professor para si próprio

Pode alguém aprender a tornar-se um melhor professor? Alguns acreditam que a habilidade para ensinar precisa de ser inata. Eu discordo dessa teoria. Assim como cada

um pode aprender a tocar com uma melhor afinação e um ritmo mais preciso, eu acredito que cada um pode também aprender a ser um melhor professor. Acredito também que o poder da imitação é o melhor professor e o qual vai levar não só os alunos mas todos os profissionais da música a continuar a evoluir e a aprender com mais eficácia.

Um exemplo: no desporto, um bom treinador é caracteri-zado como alguém que é, num nível elevado, uma pessoa segura, que acredita nos seus atletas e que faz com que eles tenham autoconfiança. Uma pequena nota: Auto-confiança pode ser considerado mais importante para um bom desempenho do que Técnica Correta.

Que técnica correta pode ser considerada boa se não exis-tir coragem e autoconfiança?

Um grande quantidade de autoconfiança pode ajudar a produzir surpreendentes resultados, desviando a atenção de lacunas de técnicas deficientes.

Acredito que ajudar a construir uma autoconfiança é o trabalho mais importante de um professor, ajudando também quando ensinas a ti próprio, sem esqueceres de usar o teu sentido autocrítico quando estás a trabalhar!

Sérgio CarolinoTuba principal da Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música.Professor de Tuba na Escola Superior de Música, Artes e Espetáculo, Porto.Artista Internacional Yamaha

Biografia e mais informações em www.sergiocarolinotuba.com

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Foto-Reportagem 7

Finalistas do 2º Concurso “Pequenos Grandes Talentos” da AMA já são conhecidos

Finalistas do 1º Concurso “Pequenos Grandes Talentos 2012” da AMA

Apurados da 2ª Eliminatória atuarão na Final de 2 de junho no Cine-Teatro de Alco-baça

Estão apurados os Finalistas do 2º Concurso “Pequenos Grandes Talentos” 2013 da Academia de Música de Alco-baça (AMA), os quais ficaram a ser conhecidos após a realização da 2ª Eliminatória (consultar lista abaixo) que decorreu durante todo o dia de 1 de maio, no Auditório “Raúl Lino” da Escola Secundária D. Inês de Castro de Alcobaça (ESDICA) para os Escalões Piccolo, A, B, C, D, E e J, e ainda durante o dia 2 de maio, nas instalações da AMA, para os Escalões F, G, I, N e O.

Nesta 2ª Eliminatória, dividida em duas fases devido ao elevado número de candidatos, estiveram em cena mais de 100 de participantes de onde saíram os finalistas que

se apresentarão na Final do Concurso no dia 2 de junho no Cine-Teatro de Alcobaça – João d’Oliva Monteiro, a partir das 11h00, estando previsto ainda um Concerto de Laureados (data e local a designar).

O Concurso “Pequenos Grandes Talentos” 2013 tem como principais objetivos: promover os alunos e o trabalho por eles realizado ao longo do ano letivo; incentivar o estudo individual e as diferentes práticas musicais; encorajar os alunos mais motivados e com maior dedicação ao estudo da música; promover o encontro entre alunos de diferen-tes instrumentos; envolver os pais e amigos nos processos de aprendizagem; estimular a criatividade individual e de grupo, entre muitos outros.

Escalão Piccolo· Daniel Tsykal (Trompete)· Ricardo Oliveira (Saxofone)

Escalão A· Alexandre Cabral (Piano)· Daniela Rei (Acordeão)· Eva Reis (Flauta Transversal)

Escalão B· Alice Carvalho (Piano)· Luís Neto (Percussão)· Margarida Maximiniano (Piano)

Escalão C· Ana Sara Marques (Piano)· Maria Marques (Guitarra)· Simão Costa (Guitarra)

Escalão D· Carlos Ventura (Percussão)· Miguel Couto (Percussão)· Miguel Mateus (Piano)

Escalão E· Bernardo Mendes (Piano)· Eduardo Serrazina (Piano)· Raquel Alexandre (Saxofone)

Escalão F· Trio de Clarinetes D. Pedro· Trio de Clarinetes FAB· Trio de Guitarras Benedita

Escalão G· Nutela (Duo de Piano)· Trio CFC (Clarinete)· Trio Guitarras

Escalão I· Ensemble 9º F (Vários Instrumentos)· Orquestra de Clarinetes

Escalão J· Alexandre Silva (Percussão)· Bernardo Matias (Saxofone)· Daniel Vinagre (Saxofone)· Ivo Figueira (Clarinete)· Moisés Martins (Clarinete)

Escalão N· Ad Libitum (Saxofone)· C.I. 2º Ano (Flauta Transversal, Clari-nete, Saxofone e Trombone)· Magnum Opus Duo (Clarinete e Saxo-fone)

Escalão O· Combo 1º Ano (Piano, Guitarra e Bateria)· Combo 2º Ano (Piano, Guitarra e Bateria)· Trio Jazz (Piano, Guitarra e Bateria)

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8 Destaque

1ª Semana Especialíssima da Academia de Música de Alcobaça ultrapassou todas as expetativas

“Sons que Educam” é mais um projeto especial para alunos especiais

Uma Academia Cada vez Mais Especial

Outros Projetos Especiais· Universidades Séniores· O Som das Letras· A Música como Meio de Comunicação entre Pais e Filhos· A Minha Orquestra· As Músicas da Minha Vida· Os Meus Ídolos Musicais· Crescer, Ler, Ouvir, Pensar...· Sons d’Encantar· ExpressivaMente· Sons Con(m)Sentidos· Hoje Há Baile

Consulte toda a informação sobre os Projetos Espe-ciais da AMA através do nosso site: www.academia-malcobaca.com

Evento de Artes Inclusivas teve como obje-tivo sensibilizar para a arte e para o seu papel na inclusão

A Academia de Música de Alcobaça (AMA) promoveu, entre os dias 8 e 12 de abril, a sua 1ª Semana Especialís-sima, um Evento de Artes Inclusivas, cujo programa teve como objetivo sensibilizar para a arte e para o seu papel na inclusão, que contou com a participação de convi-dados e o contributo de vários professores integrados no projeto das Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC) no 1º Ciclo do Ensino Básico (CEB) da AMA, assim como de alguns dos seus professores do Ensino Artístico Especializado de Música e Dança.

Essencialmente destinado a realizar atividades dirigidas a grupos ou turmas detentores de alunos com Necessida-

des Educativas Especiais (NEE), a 1ª Semana Especialís-sima foi a plataforma ideal para docentes e famílias com educandos do Ensino Pré-Escolar e do 1º CEB tomarem como ponto de partida a Arte como factor de inclusão. Este evento teve como local privilegiado (foi aí que decor-reu a maioria das atividades apresentadas) o Cine-Teatro de Alcobaça – João d’Oliva Monteiro (CTA), passando ainda por outros locais, tais como o Centro Escolar de Alcobaça, o Centro Escolar da Benedita e o Agrupamento de Escolas de São Martinho do Porto.

No seu programa de atividades, a 1ª Semana Especialís-sima da AMA contou durante toda a sua duração com uma Exposição Multissensorial, a presença de três auto-ras de livros infantis sobre a temática da inclusão, a reali-zação de vários Ateliers dedicados a áreas diferenciadas (Musical, Corporal, Plástica e Dramática), ações de sensi-

bilização para a problemática da deficiência visual, e, no seu encerramento, o Musical Especial “O Som das Cores – Uma História Inclusiva” dirigido a “famílias especiais”.

Este evento contou com o apoio das seguintes entida-des: Município de Alcobaça, IPL – Instituto Politécnico de Leiria, ANIP – Associação Nacional de Intervenção Precoce, Agrupamento de Escolas de Cister, Agrupa-mento de Escolas da Benedita, Agrupamento de Escolas de São Martinho do Porto, CAO da CERCILEI – Porto de Mós, PER – Pais em Rede, Carisma d’Emoções – Associa-ção e Centro de Recursos, ELI – Equipa Local de Inter-venção Precoce de Caldas da Rainha/Óbidos, Alfarroba Edições e Plátano Editora.

Atividade envolve grupos e instituições de Alcobaça e é desenvolvida pela área de Projetos Especiais da Academia de Música de AlcobaçaA Academia de Música de Alcobaça (AMA) deu início, desde o passado mês de março e através de um Protocolo celebrado entre o Município de Alcobaça e a AMA, ao Projeto “Sons que Educam”, iniciativa que envolve um conjunto de vários grupos e instituições educativas com sede em Alcobaça.

São estes a Unidade de Ensino de Multideficiência e a Unidade de Ensino Estruturado do Centro Escolar de Alcobaça, a Unidade de Ensino Estruturado da Escola Básica do 2º e 3º Ciclos de Frei Estevão Martins de Alco-

baça, um grupo de alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE) da Escola Secundária com 2º e 3º Ciclos de D. Pedro I de Alcobaça e um grupo de jovens adul-tos com NEE do Centro de Atividades Ocupacionais do CEERIA – Centro de Educação Especial, Reabilitação e Integração de Alcobaça.

O Projeto “Sons que Educam” é uma atividade desenvol-vida pela área de Projetos Especiais da AMA, destinada a alunos dos 1º, 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico (CEB), normalmente provenientes dos agrupamentos de escolas da área de influência geográfica da AMA, portadores de algum tipo de comprometimento físico e/ou cognitivo, aos quais se pretende estimular os domínios cognitivo e motor, através da expressão musical.

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Foto-Reportagem 9

Dia Internacional do Jazz deu origem a uma semana intensa de atividades

16º Festival de Jazz de Valado dos Frades voltou a receber Combo do Curso Profissional de Instrumentista de JazzApresentação musical decorreu na tarde do dia 5 de maio numa sessão dedicada a combos de diferentes esco-las de jazzO Combo do Curso Profissional de Instrumentista de Jazz marcou mais uma vez presença no 16º Festival de Jazz de Valado dos Frades (um evento que arran-cou no passado dia 3 de maio e se estenderá durante os próximos três meses) onde se apresentou durante a tarde de domingo, dia 5 de maio, numa sessão dedicada aos “Encontro de Escolas”, na sede da Biblioteca de Instrução e Recreio.

Realizando-se desde há algumas edições, ao domingo à tarde, esta sessão de jazz com diferentes escolas já contou em anos anteriores com a partici-pação de alunos das escolas de jazz do Porto, Hot Club, ESMAE, entre outras. Este ano estiveram ainda presentes o Combo da Academia Municipal das Artes da Nazaré e o Ensemble de Jazz do Conservatório de Música da JOBRA de Branca (Albergaria-a-Velha).

Os Cursos Profissionais de Música da Academia de Música de Alcobaça, em parceria com a Escola Secundária D. Inês de Castro (ESDICA), são uma das suas iniciativas formativas mais importantes que arrancou durante o passado ano letivo (2011/2012) e que permite hoje a formação de instrumentistas de Sopro e Percussão e de Jazz. Este curso atribui um diploma de nível IV, equivalente ao 12º ano de esco-laridade, contendo os requisitos necessários para ingressar no ensino superior.

Concerto de Professores e Alunos do Curso Profissional de Instrumentista de Jazz e a Palestra “História do Jazz para Totós” por Gonçalo Marques foram os destaques

No passado dia 30 de abril comemorou-se o Dia Interna-cional do Jazz e para assinalar esta data comemorativa a Academia de Música de Alcobaça (AMA) preparou um vasto conjunto de atividades que se estenderam durante toda a semana, até ao dia 3 de maio, e que incluíram um concerto, uma palestra, momentos musicais e jam sessions em vários locais de Alcobaça.

Precisamente na noite do dia 30 de abril, terça-feira, o Mosteiro de Alcobaça acolheu um Concerto de Profes-sores e Alunos do Curso Profissional de Instrumentista de Jazz, evento onde os protagonistas musicais explo-raram diversos espaços do monumento. Antes disso e durante a manhã, a Escola Secundária D. Inês de Castro de Alcobaça (ESDICA) já assistira a inúmeros Momentos Musicais pelos mesmos alunos, seguidos por uma Apre-sentação Comentada da Disciplina de Orquestra de Jazz e Naipe no Auditório “Raúl Lino” ao início da tarde.

No dia 2 de maio, o Café Portugal em Alcobaça recebeu uma Jam Session dos Alunos do Curso Profissional de Instrumentista de Jazz que ali atuaram, mais uma vez, no âmbito de um ciclo de concertos que se têm vindo a realizar durante o ano de 2013, sempre às 22h00, e que até julho prosseguem durante todas as primeiras quintas-feiras de cada mês (as próximas apresentações serão a 6 de junho e 4 de julho).

Também no dia 3 de maio, um dos grandes momentos das comemorações do Dia Internacional do Jazz esteve na realização da Palestra “História do Jazz para Totós”, pelo conceituado músico Gonçalo Marques, no Auditório da Biblioteca Municipal de Alcobaça, às 18h00.

Criado pela UNESCO e anunciado ao mundo pelo pianista e Embaixador da Boa Vontade desta mesma entidade, Herbie Hancock, o Dia Internacional do Jazz foi celebrado pela primeira vez em 2012, tendo como objetivo relem-brar a importância do género musical e o contributo na promoção de diferentes culturas e povos ao longo dos últimos anos.

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10 Crónica do Professor

Se a memória não me engana, eu devia ter uns 12 anos quando assisti pela primeira vez a um concerto de jazz. Com tão tenra idade a música que ouvia não era diferente das outras crianças na altura, embora já ouvisse música dita “clássica”. Foi em Alcobaça no Cine-Teatro e toca-vam os Estardalhaço da Geringonça, um dos nomes mais geniais que já vi até hoje (!). Nele tocavam os músicos: António Morais, Rúben Santos, Mário Marques, “Néti-nho”, Sérgio Carolino e Luís Cascão.

Foi por volta desta altura, com o meu primo Ivan Silves-tre, que juntos começámos a ouvir e a consumir discos de jazz. Lembro-me de comprar um CD da BigBand da BBC a tocar repertório da BigBand de Glenn Miller, e para poder ouvir em qualquer lado, copiei o CD para uma cassete para ouvir no walkman. Assim comecei a ouvir jazz e a conhecer esta música diferente de tudo o que conhecia até então. Mais tarde no Conservatório em Leiria frequen-tei aulas do Prof. Pedro Rocha, onde tive uma introdu-ção ao jazz e onde comecei a improvisar. A partir daí as coisas foram acontecendo. Hoje tenho o privilégio de ter visto nascer em Alcobaça o Curso Profissional de Instru-mentista de Jazz, e mais ainda, de fazer parte do corpo docente deste.

A aprendizagem do jazz, devido à sua tradição oral, assenta muito na audição de discos de jazz. Toda a música requer um grande conhecimento do que foi feito, da sua tradição, mas para tocar jazz, temos de aprender literal-mente dos discos. Ouvir um tema de um disco, conhecer de cor o que está a acontecer, ser capaz de cantar como quem canta uma canção, assim se aprende aquilo a que chamamos “Linguagem”. Muitas vezes gosto de pensar no jazz como poesia, e num improvisador como um poeta que em vez de escrever poemas, declama-os. Assim como pode este poeta declamar, “improvisar” poemas cada vez “melhores”?

Há vários tipos de abordagens a este problema, assim como várias “escolas” de pensamento no que a ele tocam. Mas a meu ver, o conhecimento extensivo da tradição é essencial. Afinal, quem pode dizer-se poeta sem conhecer uma única linha de Shakespeare? Como pode um músico de jazz, improvisar um “Parker Blues”

sem nunca ter ouvido um disco de Charlie Parker, sem conhecer, ainda que remotamente, o tipo de linguagem daquela altura? Charlie Mingus dizia que aprendeu a tocar com a rádio. Tocava com as bandas que ouvia na rádio enquanto adolescente, e segundo ele, foi assim que aprendeu a tocar.

Enquanto professor de jazz, é muito importante para mim que os meus alunos conheçam a tradição, ouçam os discos, conheçam os músicos e as histórias destes músi-cos. É tão importante quanto conhecer a teoria por trás da música, assim como o domínio do instrumento. E para além dos discos é preciso ter contacto com concertos ao vivo e conhecer também a realidade cada vez maior de músicos de jazz em Portugal.

Nos últimos anos tem crescido o número de festivais de jazz, assim como cursos superiores de jazz em cidades como o Porto, Lisboa e Évora. Fatores como este, indi-cam que a cultura musical portuguesa está a crescer, e que temos mais gente a fazer jazz e a ouvir jazz. Contudo, esta é uma realidade que ainda está demasiado centrada em cidades como Lisboa ou Porto, sendo praticamente impossível a um músico de jazz “sobreviver” artistica-mente fora destas cidades. Por isso é tão importante o “nascer” de cursos como o nosso, no sentido de dar a conhecer o jazz, junto de cidades onde a sua produção é pontual, e sobretudo em Alcobaça onde a música tem um papel tão central na vida e história da Cidade.

Tenho esperança que este projeto possa crescer e que num futuro próximo possamos assistir a uma geração de músicos de jazz em Alcobaça. Sítios como o Café Parlató-rio que marcaram uma geração de músicos, e que tanta falta faz como sítio de jam sessions e de troca de expe-riências entre público, músicos e estudantes de música. A possibilidade para um aluno de música de falar com músicos profissionais depois dum concerto, e fazer duas ou três perguntas, pode ser uma influência para a vida.

É muito importante que os alunos de música tenham uma comunidade por trás deles que os apoie e acarinhe quando se apresentam em concertos e que siga os seus progres-sos. Felizmente eu tive essa sorte enquanto estudante de

música, convivi de perto com músicos profissionais que muito me ensinaram, e ensinam, sobre música e o que ser músico significa, assim como uma comunidade que assiste aos meus concertos e vai seguindo o meu trabalho.

Daniel BernardesProfessor de Piano na Academia de Música de Alcobaça

O Silêncio é de OuroSeja como vida profissional ou apenas como hobby, todos os músicos, numa ou noutra ocasião já sentiram a neces-sidade de tocar a horas ditas “impróprias”. Com a vida agitada do dia a dia, é normal que a única disponibili-dade para praticar o estudo do instrumento coincida com o tempo da família ou o descanso dos outros. Como tal, são várias as soluções que permitem a um instrumen-tista fazê-lo para si, não “incomodando” aqueles que o rodeiam. São algumas dessas soluções que esta nova rubrica da PAUTA, dedicada ao inesgotável mundo dos instrumentos, acessórios e gadgets musicais, vos procura apresentar.

Inspetor Gadget João Coelho Instrumentos, Acessórios e Gadgets Musicais

Daniel Bernardes ultima gravações do disco “Nascem da Terra”Resultado será apresentado no Festival de Jazz do Valado dos Frades

Daniel Bernardes, músico, compositor e professor na Academia de Música de Alcobaça (AMA), consi-derado um dos nomes emergentes do panorama nacional nas áreas do jazz e da composição, finali-zou recentemente, no Centro Cultural e Congressos das Caldas da Rainha, as gravações do seu próximo álbum, intitulado “Nascem da Terra”.

O disco de estreia do Daniel Bernardes Trio, forma-ção que nasceu em 2010 a convite da Casa da Música ao pianista e é constituído, além do próprio Daniel Bernardes (piano), por António Quintino (contra-baixo) e Joel Silva (bateria), será apresentado a 28 de junho no Festival de Jazz do Valado dos Frades.

Tendo como mote o elogio à terra, mais concre-tamente a Portugal e às suas tradições musicais, “Nascem da Terra” é mais um capítulo na carreira do jovem artista, depois de outros projetos dedicados no passado a dois gigantes da música portuguesa, Carlos Paredes e José Afonso, reafirmando os diálo-gos entre as raízes da música portuguesa e o jazz.

O Jazz por terras de Cister

Roland V-Drums Lite HD-3

No campo do estudo silencioso, destacamos as bate-rias digitais. Anunciada no certame norte-americano NAMM dedicado à apresentação de novos produtos musicais das mais conceituadas marcas, a bateria digital Roland V-Drums Lite HD-3 assume-se não só como uma ferramenta de estudo, mas também como uma fonte de entretenimento para iniciantes, jogado-res e entusiastas da diversão. Compacta, mas pode-rosa o suficiente para ser usada por profissionais, o espaço que ocupa é bastante pequeno, fazendo dela o instrumento ideal para se ter num apartamento, uma vez que o volume pode ser controlado por um único botão ou através de auscultadores. Os novos pads permitem uma aproximação mais real ao toque e à resposta dos timbalões acústicos. O módulo de sons está equipado com 20 kits e tem também uma entrada para leitores de CD, MP3 ou outras fontes sonoras, de maneira a permitir acompanhar aque-les temas preferidos, sendo possível controlar a mistura entre a música e a bateria tocada ao vivo. Como opção, para complementar a aprendizagem, é possível adquirir o software V-Drums Tutor e desfru-tar do ensino de uma forma divertida e descontraída. Compatível com PC e MAC.

Roland V-Piano Grand

Numa aproximação cada vez mais realista ao toque e ao som do piano acústico, aparece o conceito Roland V-Piano, que tem sido galardoado internacional-mente desde 2009 e aclamado pelos mais prestigia-dos pianistas. Como evolução natural do V-Piano, aparece o V-Piano Grand. Construído numa elegante estrutura de madeira, tal e qual um piano acústico, possui um sistema de som único, multi-canal que reage inteligente e naturalmente a todas as nuan-ces do executante, traçando uma fina linha entre o acústico e o digital. Podíamos continuar a gabar as funcionalidades do piano, mas basta apenas sentar e começar a tocar para perceber que há algo de dife-rente que o distingue dos outros; o suposto artificial dá lugar a uma empatia que se sente.

Parceria

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Letras e Sons 11

Os Discos da Minha Vida

Hugo Trindade Quinteto vai realizar primeira parte de Jamie Cullum no dia 26 de julhoBanda de professor da Academia de Música de Alcobaça que venceu o concurso de bandas do edpcooljazz Talents 2012 participa na 10ª edição do edpcooljazz

Livros e Discos

Delicate Sound of ThunderPink Floyd

Desde que me lembro de ouvir música, sempre me cativou muito mais o “instrumental’’ que a voz (entenda-se letra).

Daí que, durante a minha infância, ao devorar os álbuns que jaziam em casa dos meus pais, este CD teve especial destaque pois lembro-me de ficar hipnotizado enquanto o ouvia: os temas eram enormes, com grandes introdu-ções, interlúdios, ambientes oníricos, solos melodiosos e espaçados. Foi aqui que percebi que queria ser músico e que a guitarra eléctrica seria o meu instrumento. Come-cei então a estudar musica, aos 10 anos, e assim que tive a minha primeira guitarra elétrica, aos 12 anos, não descansei enquanto nao dissequei este álbum todo: nas tardes ou manhãs livres, punha o CD na aparelhagem e tocava por cima dele com a minha guitarra eléctrica ligada. Passados uns meses já tocava todas as partes de guitarra exatamente iguais ao que o David Gilmour fazia no CD. Nesta altura, estava ainda longe de imaginar que esta era a ‘’escola’’ do jazz: transcrever temas e solos, e tocá-los a papel químico por cima dos discos...

ChangesKeith Jarret

Adolescente e de férias em Lagos, entrei numa loja de CDs. Onde quer que fosse e houvesse uma loja de discos ou de música, tinha que

entrar. Dentro destas, sempre tive um certo fascínio pelo misterioso departamento de jazz, nao sei explicar, mas parece que sentia um ímpeto em ir vasculhar alea-toriamente essa zona de álbuns... E assim foi, no meio desse apelo, olhei para esse CD, gostei do titulo “Chan-ges”, achei piada à foto, e resolvi perder a vergonha e pedir para ouvir. Tive imensa sorte, pois só se tratava do trio do genial pianista Keith Jarrett: assim que ouvi as 5 primeiras notas e o primeiro acorde, fiquei siderado e colado aos fones durante os 16 minutos que durava a primeira faixa, perfeitamente intitulada de “Flying, Part 1”. Comprei logo o CD e entrei no jazz pela porta grande, pois através destes 3 gigantes do jazz (Keith Jarrett, Gary Peacock, Jack DeJohnette) foi fácil e exponencial desco-brir ‘’os outros’’...

A Go GoJohn Scofield

Por esta altura, 1998, já ouvia e estudava jazz e já sabia que queria ser músico de jazz. Mas por outro lado sentia tambem que “não me encai-

xava” dentro do jazz tradicional, achava que deveria ser possível tocar jazz de outra maneira, com outra aborda-gem, outra sonoridade. Claro que me agradava imenso (e ainda agrada e recomendo) tocar a tradição – blues, swing, bebop, hardbop, cool – mas sentia necessidade de aplicar os sons e as texturas que a guitarra elétrica (ou qualquer instrumento elétrico) trouxeram à música. Já conhecia e adorava o John Scofield, mas quando ele lançou este álbum, passei a identificar-me cada vez mais com ele, com o modo de como ele vê e vive a música: sem complexos e temerário.

Hugo TrindadeProfessor de Guitarra Elétrica na Academia de Música de Alcobaça

A banda Hugo Trindade Quinteto, vencedora do concurso de bandas “Cool Jazz Talents 2012’’ no edpcooljazz, vai fazer a primeira parte do concerto de Jamie Cullum, a 26 de julho, no Parque dos Poetas, Estádio Municipal de Oeiras.

Segundo a organização, a jovem banda de jazz vê assim premiada a sua participação neste concurso realizado no ano passado, naquela que é uma oportunidade única para mostrar o talento junto de milhares de pessoas, e até do próprio Jamie Cullum.

Através de uma newsletter lançada pelo festival, é recor-dado ainda que foi a abrir o concerto de Jamie Cullum que Luisa Sobral conheceu o músico inglês, numa das edições anteriores do edpcooljazz, abrindo assim a possi-bilidade da participação deste no último trabalho da artista, lançado o mês passado.

É referido igualmente o facto do Hugo Trindade Quinteto estar a preparar um álbum de temas novos com composi-ção e arranjos da autoria do guitarrista Hugo Trindade e que nesta 10ª edição serão interpretados junto de milha-res de espetadores.

Pinade Wim WendersAlemanha | França, 2010, 99 mDistr.: Midas Filmes

“Pina” é um filme para Pina Bausch de Wim Wenders, com o Tanzthea-ter Wuppertal, sobre a obra única da

bailarina e coreógrafa coreógrafa alemã que morreu em 2009. É uma viagem sensual e deslumbrante através das coreografias dançadas no palco e em locais da cidade de Wuppertal – cidade que durante 35 anos foi a casa e o centro de criatividade de Pina Bausch. Um autêntico tributo comovente pela mão do cineasta germânico Wim Wenders para a artista alemã que revolucionou a lingua-gem da dança moderna, aclamada internacionalmente e criadora de uma nova arte: a dança teatro. Tanto para amantes da dança como do cinema (ou ambos).

Rolling Stones – Shine a Lightde Martin ScorseseEUA, 2008, 117 mDistr.: DVD Independente

O filme-concerto “Rolling Stones – Shine a Light”, realizado pelo consa-

grado realizador Martin Scorsese, mostra-nos o mundo da célebre banda britânica de uma forma até aqui nunca antes vista. Filmado no famoso Beacon Theater em Nova Iorque no Outono de 2006, Martin Scorsese reuniu uma galardoada equipa de filmagem para capturar a energia poderosa e genuína da lendária banda, inovando não só nas várias formas de registar o espetáculo em palco, sempre em contraste com imagens de arquivo da banda, mas reiventando também, e através das suas emoções, o próprio conceito de “filme-concerto”.

LifeKeith RichardsTheoria

Sobre “Life”, Liz Phair (New York Times Book Review) disse o seguinte: “Ler este livro é como fechar-se dentro de um quarto com Keith Richards e perguntar-

lhe sobre tudo aquilo que sempre quis saber acerca dos Rolling Stones, e ele responder-lhe de forma completa-mente honesta.” Por esta, e por outras razões, “Life” tem sido apelidada de Santo Graal das biografias de estrelas de rock, tendo já atingido o estatuto de fenómeno: mais de um milhão de cópias vendidas em menos de um ano. Um documento onde Keith Richards nos revela os seus excessos e fragilidades, mas também todo o seu sentido de humor e coragem. Desde música, sexo, drogas, a lutas de facas, pouco fica por contar neste seu relato entusiás-tico e vibrante que viaja até aos bastidores de uma das maiores bandas de rock do mundo: os Rolling Stones. O seu nascimento, a passagem de Brian Jones pela banda, as rusgas policiais, a conturbada relação com Mick Jagger, mais a verdade acerca de todos os boatos e mitos que sempre rodearam uma das grandes figuras musicais de todos os tempos.

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