pavulagem faz primeiro cortejo junino

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CIDADES BELÉM, SEGUNDA-FEIRA, 15 DE JUNHO DE 2015 OLIBERAL ATUALIDADES 5 Quadrilhas juninas animam o público. Página 6. FOTOS: ROBERTO DO VALE / O LIBERAL. Pavulagem faz primeiro cortejo junino P elo 27º ano consecutivo, o Instituto Arraial do Pa- vulagem desfilou, ontem pela manhã, com o “Arrastão do Pavulagem”, que atraiu mi- lhares de pessoas. Esse foi o primeiro cortejo junino deste ano. Até o dia 5 de julho, sem- pre a partir das 9h30, esses cortejos serão realizados com saída da Praça Pedro Teixeira, na escadinha do cais do porto, no início da avenida Presiden- te Vargas, e se encerra com show em um palco montado na Praça da República. Na quadra junina de 2014, cerca de 50 mil pessoas participa- ram desses cortejos, de acor- do com estimativa do Corpo de Bombeiros. Segundo Júnior Soares, um dos fundadores do Arraial do Pavulagem, o Arrastão é o maior destaque do institu- to pois mistura o ritmo do boi-bumbá, com orquestra e apresentação dos elementos cênicos e visuais da brinca- deira: o boi, estandartes e bandeiras com as imagens dos santos juninos, mastros, cabeções, pernaltas, brincan- tes mascarados conduzindo os adereços com os símbolos da época. “O Arraial do Pavulagem é um momento de comparti- lhar, se solidarizar e de res- peito, onde as pessoas intera- gem e se conhecem através de um símbolo da nossa cultura. Além desses elementos, quan- do a gente sai nas ruas, vão as pessoas vestidas a caráter. En- tão, o Arraial é o povo na rua ao som de tudo isso que tem de melhor na cultura paraen- se”, afirma Júnior Soares. Uma das brincantes era Valdenira Santos. Ela não mo- ra mais em Belém, mas há 12 anos retorna à cidade natal na época da quadra junina para brincar no Pavulagem. “O Ar- EM BELÉM Brincante espalha a alegria pelo centro da capital durante arrastão cultural raial do Pavulagem é maravi- lhoso, são minhas raízes que estão aqui no Pará e no Pavula- gem tem tudo. Minha mãe é de Soure, na ilha do Marajó, então, nessa época revivo muita coisa boa no Arrastão que vivi lá”, disse a artesã, conhecida como a “Bem” do Pavulagem, apelido carinhoso que recebeu. Ao longo desse período, muitas mudanças ocorre- ram, uma vez que o Arrastão é considerado um processo em construção, pois existem outros diversos elementos da cultura popular. Em 2000, a novidade foi a introdução do boi, que antes era representa- do apenas através do boi de talinha, além do atual local de O Programa Nacional de Educação na Reforma Agrá- ria (Pronera) atendeu 164.894 moradores de assentamentos desde a criação, em 1998, até 2011. O número faz parte da II Pesquisa Nacional de Educação na Reforma Agrária (II Pnera), que será lançada na quarta-fei- ra, 17. Na análise do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), res- ponsável pelo programa, e de movimentos sociais, o Pronera trouxe avanços para a educa- ção do campo, mas não conse- gue atender a toda a demanda nos assentamentos. “O Pronera contribui com a elevação das condições de vida, da qualida- de de vida dos trabalhadores que vivem no campo”, avalia a coordenadora geral de Educa- ção no Campo e Cidadania do Incra, Raquel Buitrón Vuelta. “Os estudantes do Pronera não estão interessados apenas no diploma, mas na abertura de mundo, no acesso à políticas públicas para os assentamen- tos. Com a educação, podem acessar linhas de crédito, as- sinar documentos, por exem- plo”, afirma. A oferta do pro- grama é definida em conjunto com as comunidades. Quando surgiu, segundo Raquel, uma das principais demandas era por alfabetização de jovens e adultos. Essa etapa atendeu a 47.867 estudantes. As informa- ções são da Agência Estado. Educação atende assentado Fiéis fazem caminhada Cerca de 700 devotos caminharam, na noite da última sexta-feira, pelas ruas e avenidas do entorno da Capela de Nossa Senhora de Lourdes, no bairro do Umarizal, em Belém, em procissão luminosa para louvar o Sagrado Coração de Jesus, na data dedicada à gratidão ao amor de Deus traduzido por Jesus Cristo. Logo após missa celebrada pelo reitor Cleomar Oliveira na capela - em cujo final foi iluminada uma imagem do Sagrado Coração de Jesus -, a procissão com os fiéis conduzindo uma imagem do Santíssimo seguiu pelas vias Governador José Malcher, dom Romualdo de Seixas, Bernardo Couto, Generalíssimo Deodoro e retorno até o templo religioso. Ao longo do trajeto, pessoas oravam agradecendo a Deus por graças alcançadas e renovando sua fé. Famílias inteiras se reuniram na missa e na procissão. “Eu já obtive muitas graças orando junto ao Sagrado Coração de Jesus. Uma delas foi a de alcançar emprego para as minhas filhas”, afirmou a professora Lúcia Serra Nunes, de 59 anos de idade, que acompanhou os dois quilômetros de extensão da procissão. saída do Arrastão. Hoje a principal mu- dança é que o mas- tro será fincado na Praça dos Estivado- res, marcando o início da qua- dra junina e retirado somente no final da festividade. DIFICULDADES Mas a iniciativa enfrenta dificuldade para conseguir patrocínios. Para sair às ruas este ano, o Arrastão contou com o financiamento coleti- vo. “Este ano é especial pela dificuldade enfrentada nesse período de preparação, por conta da diminuição nos in- vestimentos na área da cultu- ra no País, mas conseguimos mobilizar as pessoas que nos apoiam para fazermos a his- tória acontecer. Muitas nos ajudaram com financiamen- to coletivo e arrecadamos recurso para poder bancar o Arrastão de hoje (ontem), mas temos meta a cumprir a cada semana. Conseguimos com que a prefeitura de Be- lém garantisse a estrutura e o palco na Praça da República. Então, cada um ajudando um pouco conseguimos trazer a brincadeira, a tradição para a rua”, explicou Soares. A campanha se iniciou em 17 de maio, e tinha a me- ta de arrecadar R$ 25 mil até o último dia 11, mas, segun- do os organizadores, o valor foi alcançado um dia antes do término. O dinheiro será destinado à estrutura de som e palco, à confecção reforma de materiais que compõem os cortejos, entre outros custos operacionais além de garantir a realização com tranquilidade do primeiro Arrastão. As doações podem ser feitas até o dia 29 deste mês. Para participar, basta escolher um dos valores dis- poníveis no site http://www.eupa- trocino.com.br/ e pagar por meio do cartão de crédito, débito em conta ou boleto bancário. Como uma compra antecipada, quem financia ganha um kit exclusivo do Pavulagem como brinde. Do universo de 1.173 espé- cies da fauna brasileira ame- açadas de extinção, 50 foram selecionadas para compor o Livro Vermelho das Crianças, uma publicação que visa fa- miliarizar o público infantil sobre o tema e que apresenta, de forma simples e explicati- va, os problemas que afetam a nossa fauna. O livro foi edita- do pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tec- nologia (Ibict) e está disponí- vel no Canal Ciência, portal de divulgação científica do Ibict, em cooperação da Organiza- ção das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cul- tura (Unesco). As 50 espécies do livro representam os dife- rentes grupos taxonômicos e biomas e são espécies muito conhecidas como desconhe- cidas pelas crianças, como a arraia-aramaçá, a ararinha- azul, o tatu-bola, a fadinha, o pato-mergulhão, o tamanduá- bandeira, o balança-rabo-ca- nela e o peixe-boi-marinho. As ilustrações que compõe o livro foram feita por 76 crianças de diversas regiões do Brasil e as histórias, escritas por Otávio Maia e Tino Freitas, trazem humor e afeto e tentam des- pertar a afetividade no leitor e reforçar a relação de equilíbrio entre a fauna e o meio ambien- te. O livro também traz expli- cações, curiosidade e citações de autores como Guimarães Rosa, Helmunt Sick, Manoel de Barros e Orlando e Cláudio Livro aborda a vida animal Milhares dançam ao redor do boi e com a mistura de ritmos que é a marca registrada do grupo cultural

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Page 1: Pavulagem faz primeiro cortejo junino

CIDADESBELÉM, SEGUNDA-FEIRA, 15 DE JUNHO DE 2015 O LIBERAL ATUALIDADES 5

Quadrilhas juninas animam o público. Página 6.

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Pavulagem faz primeiro cortejo junino

Pelo 27º ano consecutivo, o Instituto Arraial do Pa-vulagem desfilou, ontem

pela manhã, com o “Arrastão do Pavulagem”, que atraiu mi-lhares de pessoas. Esse foi o primeiro cortejo junino deste ano. Até o dia 5 de julho, sem-pre a partir das 9h30, esses cortejos serão realizados com saída da Praça Pedro Teixeira, na escadinha do cais do porto, no início da avenida Presiden-te Vargas, e se encerra com show em um palco montado na Praça da República. Na quadra junina de 2014, cerca de 50 mil pessoas participa-ram desses cortejos, de acor-do com estimativa do Corpo de Bombeiros.

Segundo Júnior Soares, um dos fundadores do Arraial do Pavulagem, o Arrastão é o maior destaque do institu-to pois mistura o ritmo do boi-bumbá, com orquestra e apresentação dos elementos cênicos e visuais da brinca-deira: o boi, estandartes e bandeiras com as imagens dos santos juninos, mastros, cabeções, pernaltas, brincan-tes mascarados conduzindo os adereços com os símbolos da época.

“O Arraial do Pavulagem é um momento de comparti-lhar, se solidarizar e de res-peito, onde as pessoas intera-gem e se conhecem através de um símbolo da nossa cultura. Além desses elementos, quan-do a gente sai nas ruas, vão as pessoas vestidas a caráter. En-tão, o Arraial é o povo na rua ao som de tudo isso que tem de melhor na cultura paraen-se”, afirma Júnior Soares.

Uma das brincantes era Valdenira Santos. Ela não mo-ra mais em Belém, mas há 12 anos retorna à cidade natal na época da quadra junina para brincar no Pavulagem. “O Ar-

EM BELÉMBrincante espalha a alegria pelo centro da capital durante arrastão cultural

raial do Pavulagem é maravi-lhoso, são minhas raízes que estão aqui no Pará e no Pavula-gem tem tudo. Minha mãe é de Soure, na ilha do Marajó, então, nessa época revivo muita coisa boa no Arrastão que vivi lá”,

disse a artesã, conhecida como a “Bem” do Pavulagem, apelido carinhoso que recebeu.

Ao longo desse período, muitas mudanças ocorre-ram, uma vez que o Arrastão é considerado um processo

em construção, pois existem outros diversos elementos da cultura popular. Em 2000, a novidade foi a introdução do boi, que antes era representa-do apenas através do boi de talinha, além do atual local de

O Programa Nacional de Educação na Reforma Agrá-ria (Pronera) atendeu 164.894 moradores de assentamentos desde a criação, em 1998, até 2011. O número faz parte da II Pesquisa Nacional de Educação na Reforma Agrária (II Pnera), que será lançada na quarta-fei-ra, 17. Na análise do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), res-ponsável pelo programa, e de movimentos sociais, o Pronera trouxe avanços para a educa-ção do campo, mas não conse-gue atender a toda a demanda nos assentamentos. “O Pronera contribui com a elevação das condições de vida, da qualida-de de vida dos trabalhadores

que vivem no campo”, avalia a coordenadora geral de Educa-ção no Campo e Cidadania do Incra, Raquel Buitrón Vuelta. “Os estudantes do Pronera não estão interessados apenas no diploma, mas na abertura de mundo, no acesso à políticas públicas para os assentamen-tos. Com a educação, podem acessar linhas de crédito, as-sinar documentos, por exem-plo”, afirma. A oferta do pro-grama é definida em conjunto com as comunidades. Quando surgiu, segundo Raquel, uma das principais demandas era por alfabetização de jovens e adultos. Essa etapa atendeu a 47.867 estudantes. As informa-ções são da Agência Estado.

Educação atende assentadoFiéis fazem caminhada

Cerca de 700 devotos caminharam, na noite da última sexta-feira, pelas ruas e avenidas do entorno da Capela de Nossa Senhora de Lourdes, no bairro do Umarizal, em Belém, em procissão luminosa para louvar o Sagrado Coração de Jesus, na data dedicada à gratidão ao amor de Deus traduzido por Jesus Cristo. Logo após missa celebrada pelo reitor Cleomar Oliveira na capela - em cujo final foi iluminada uma imagem do Sagrado Coração de Jesus -, a procissão com os fiéis conduzindo uma imagem do Santíssimo seguiu pelas vias Governador José Malcher, dom Romualdo de Seixas, Bernardo Couto, Generalíssimo Deodoro e retorno até o templo religioso. Ao longo do trajeto, pessoas oravam agradecendo a Deus por graças alcançadas e renovando sua fé. Famílias inteiras se reuniram na missa e na procissão. “Eu já obtive muitas graças orando junto ao Sagrado Coração de Jesus. Uma delas foi a de alcançar emprego para as minhas filhas”, afirmou a professora Lúcia Serra Nunes, de 59 anos de idade, que acompanhou os dois quilômetros de extensão da procissão.

saída do Arrastão. Hoje a principal mu-dança é que o mas-tro será fincado na Praça dos Estivado-res, marcando o início da qua-dra junina e retirado somente

no final da festividade.

DIFICULDADES

Mas a iniciativa enfrenta dificuldade para conseguir patrocínios. Para sair às ruas este ano, o Arrastão contou com o financiamento coleti-vo. “Este ano é especial pela dificuldade enfrentada nesse período de preparação, por conta da diminuição nos in-vestimentos na área da cultu-ra no País, mas conseguimos mobilizar as pessoas que nos apoiam para fazermos a his-tória acontecer. Muitas nos ajudaram com financiamen-to coletivo e arrecadamos recurso para poder bancar o Arrastão de hoje (ontem), mas temos meta a cumprir a cada semana. Conseguimos com que a prefeitura de Be-lém garantisse a estrutura e o palco na Praça da República. Então, cada um ajudando um pouco conseguimos trazer a brincadeira, a tradição para a rua”, explicou Soares.

A campanha se iniciou em 17 de maio, e tinha a me-ta de arrecadar R$ 25 mil até o último dia 11, mas, segun-do os organizadores, o valor foi alcançado um dia antes do término. O dinheiro será destinado à estrutura de som e palco, à confecção reforma de materiais que compõem os cortejos, entre outros custos operacionais além de garantir a realização com tranquilidade do primeiro Arrastão. As doações podem

ser feitas até o dia 29 deste mês.

Para participar, basta escolher um dos valores dis-poníveis no site http://www.eupa-trocino.com.br/ e pagar por meio do cartão de crédito, débito em conta ou boleto bancário. Como uma compra antecipada, quem financia ganha um

kit exclusivo do Pavulagem como brinde.

Do universo de 1.173 espé-cies da fauna brasileira ame-açadas de extinção, 50 foram selecionadas para compor o Livro Vermelho das Crianças, uma publicação que visa fa-miliarizar o público infantil sobre o tema e que apresenta, de forma simples e explicati-va, os problemas que afetam a nossa fauna. O livro foi edita-do pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tec-nologia (Ibict) e está disponí-vel no Canal Ciência, portal de divulgação científica do Ibict, em cooperação da Organiza-ção das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cul-tura (Unesco). As 50 espécies do livro representam os dife-rentes grupos taxonômicos e

biomas e são espécies muito conhecidas como desconhe-cidas pelas crianças, como a arraia-aramaçá, a ararinha-azul, o tatu-bola, a fadinha, o pato-mergulhão, o tamanduá-bandeira, o balança-rabo-ca-nela e o peixe-boi-marinho. As ilustrações que compõe o livro foram feita por 76 crianças de diversas regiões do Brasil e as histórias, escritas por Otávio Maia e Tino Freitas, trazem humor e afeto e tentam des-pertar a afetividade no leitor e reforçar a relação de equilíbrio entre a fauna e o meio ambien-te. O livro também traz expli-cações, curiosidade e citações de autores como Guimarães Rosa, Helmunt Sick, Manoel de Barros e Orlando e Cláudio

Livro aborda a vida animal

Milhares dançam ao redor do boi e com a mistura de ritmos que é a marca registrada do grupo cultural