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Caderno de AtividadesPedagogia

Disciplina Educação Profissional e Educação em Ambientes Não Escolares

Coordenação do CursoLindolfo Anderson Martelli

Autora

Rita de Cássia Medeiros Gomes

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© 2012 Anhanguera PublicaçõesProibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica,resumida ou modificada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. Diagramado no Brasil 2012

Como citar esse documento:

GOMES, Rita de Cássia M. Educação Profissional e Educação em Ambientes Não Escolares. Valinhos, p 1 - 130., 2013.

Disponível em: www.anhanguera.com.

Acesso em: 1. fev. 2013.

Chanceler

Ana Maria Costa de Sousa

Reitora

Leocádia Aglaé Petry Leme

Pró-Reitor Administrativo

Antonio Fonseca de Carvalho

Pró-Reitor de Graduação

Eduardo de Oliveira Elias

Pró-Reitor de Extensão

Ivo Arcangêlo Vedrúsculo Busato

Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação

Luciana Paes de Andrade

Diretor Geral de EAD

José Manuel Moran

Diretora de Desenvolvimento de EAD

Thais Costa de Sousa

Diretoria do Núcleo de Produção de Conteúdo e Inovações Tecnológicas

Carina Maria Terra Alves

Rodolfo Pinelli

Marcio Olivério

Juliana Alves

Lusana Verissimo

Planejamento Acadêmico dos Cadernos de Atividades

Barbara Monteiro Gomes de Campos

Ana Cristina Ferreira

João Fiorio

Priscilla Ramos Capelo

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Legenda de Ícones

Leitura Obrigatória

Agora é a sua vez

Vídeos

Links Importantes

Ver Resposta

Finalizando

Referências

Início

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Desde sua fundação, em 1994, os fundamentos da “Anhanguera Educacional” têm sido o principal motivo do seu crescimento. Buscando permanentemente a inovação e o aprimoramento acadêmico em todas as ações e programas, ela é uma Instituição de Educação Superior comprometida com a qualidade do ensino, pesquisa de iniciação científica e extensão, que oferecemos. Ela procura adequar suas iniciativas às necessidades do mercado de trabalho e às exigências do mundo em constante transformação. Esse compromisso com a qualidade é evidenciado pelos intensos e constantes investimentos no corpo docente e de funcionários, na infraestrutura, nas bibliotecas, nos laboratórios, nas metodologias e nos Programas Institucionais, tais como:

· Programa de Iniciação Científica (PIC), que concede bolsas de estudo aos alunos para o desenvolvimento de pesquisa supervisionada pelos nossos professores.

· Programa Institucional de Capacitação Docente (PICD), que concede bolsas de estudos para docentes cursarem especialização, mestrado e doutorado.

· Programa do Livro-Texto (PLT), que propicia aos alunos a aquisição de livros a preços acessíveis, dos melhores autores nacionais e internacionais, indicados pelos professores.

· Serviço de Assistência ao Estudante (SAE), que oferece orientação pessoal, psicopedagógica e financeira aos alunos.

· Programas de Extensão Comunitária, que desenvolve ações de responsabilidade social, permitindo aos alunos o pleno exercício da cidadania, beneficiando a comunidade no acesso aos bens educacionais e culturais.

A fim de manter esse compromisso com a mais perfeita qualidade, a custos acessíveis, a Anhanguera privilegia o preparo dos alunos para que concretizem seus Projetos de Vida e obtenham sucesso no mercado de trabalho. Adotamos inovadores e modernos sistemas de gestão nas suas instituições. As unidades localizadas em diversos Estados do país preservam a missão e difundem os valores da Anhanguera.

Atuando também na Educação a Distância, orgulha-se de oferecer ensino superior de qualidade em todo o território nacional, por meio do trabalho desenvolvido pelo Centro de Educação a Distância da Universidade Anhanguera - Uniderp, nos diversos polos de apoio presencial espalhados por todo o Brasil. Sua metodologia permite a integração dos professores, tutores e coordenadores habilitados na área pedagógica com a mesma finalidade: aliar os melhores recursos tecnológicos e educacionais, devidamente revisados, atualizados e com conteúdo cada vez mais amplo para o desenvolvimento pessoal e profissional de nossos alunos.

A todos bons estudos!

Prof. Antonio Carbonari NettoPresidente do Conselho de Administração — Anhanguera Educacional

Nossa Missão, Nossos Valores

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Sobre o Caderno de AtividadesCaro (a) aluno (a),

O curso de Educação a Distância acaba de ganhar mais uma inovação: o caderno de atividades digitalizado. Isso significa que você passa a ter acesso a um material interativo, com diversos links de sites, vídeos e textos que enriquecerão ainda mais a sua formação. Se preferir, você também poderá imprimi-lo.

Este caderno foi preparado por professores do seu Curso de Graduação, com o objetivo de auxiliá-lo na aprendizagem. Para isto, ele aprofunda os principais tópicos abordados no Livro-texto, orientando seus estudos e propondo atividades que vão ajudá-lo a compreender melhor os conteúdos das aulas. Todos estes recursos contribuem para que você possa planejar com antecedência seu tempo e dedicação, o que inclusive facilitará sua interação com o professor EAD e com o professor tutor a distância.

Assim, desejamos que este material possa ajudar ainda mais no seu desenvolvimento pessoal e profissional.

Um ótimo semestre letivo para você!

José Manuel Moran

Diretor-Geral de EAD

Universidade Anhanguera – Uniderp

Thais Sousa

Diretora de Desenvolvimento de EAD Universidade Anhanguera – Uniderp

Caro Aluno,

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Caro Aluno,Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no Livro-Texto: Educação não formal

e o educador social: atuação no desenvolvimento de projetos sociais, da autora Maria da

Glória Gohn, editora Cortez, 2010.

Roteiro de Estudo

Profª. Rita de Cássia Medeiros Gomes

Tema 1Compreendendo a Educação Não Formal

ícones:

Educação Profissional e Educação em Ambientes não Escolares

Este roteiro tem como objetivo orientar seu percurso por meio dos materiais disponibilizados no Ambiente Virtual de Aprendizagem. Assim, para que você faça um bom estudo, siga atentamente os passos seguintes:

1. Leia o material didático referente a cada aula.

2. Assista às aulas na sua unidade e também no Ambiente Virtual de Aprendizagem.

3. Responda às perguntas referentes ao item “Habilidades” deste roteiro.

4. Participe dos encontros presenciais e tire suas dúvidas com o tutor presencial.

5. Após concluir o conteúdo dessa aula, acesse a sua ATPS e verifique a etapa que deverá ser realizada.

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Conteúdo

Nesta aula, você estudará:

• A educação não formal e suas concepções.

• A trajetória da educação não formal na literatura.

• A educação não formal e as práticas educativas.

Habilidades

Ao final desta aula, você deverá ser capaz de responder a si próprio as seguintes questões:

• O que se entende por educação não formal?

• O que se pode concluir da trajetória da educação não formal na literatura no que diz respeito à sua evolução?

• Qual a relação entre a educação não formal e as práticas educativas?

AULA 1

Assista às aulas na sua unidade e também no Ambiente Virtual de Aprendizagem.

Compreendendo a Educação Não Formal

É possível verificar que a educação não formal é uma modalidade de educação que vem se ampliando na sociedade atual. Entretanto, ainda é de difícil entendimento, pois não há uma legislação específica

Conteúdos e Habilidades

Leitura Obrigatória

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que atribua sustentação para sua compreensão, o que abre precedentes para algumas considerações do que se denomina modalidade de educação não formal.Assim, levando em consideração os diversos espaços que necessitam de conhecimentos e práticas pedagógicas, percebe-se que a formação do profissional em Pedagogia ainda está direcionada essencialmente para o contexto formal em espaços escolares. Em relação à atuação profissional, conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) de 1996, a prática pedagógica está para além do espaço escolar, abrindo possibilidades de inserção em diferentes campos do conhecimento. Pode-se constatar no Livro-Texto, de autoria de Maria da Glória Gohn (2010, p. 11), que:

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), de 1996, abriu caminho institucional aos processos educativos que ocorrem em espaços não formais ao definir a educação como aquela que abrange “processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais” (art. 1 LDBEN, 1996), o termo foi incorporado ao Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos em 2003.

Para Trilla (1993), a Educação é uma realidade muito complexa, heterogênea e versátil. A diversidade de processos, fenômenos, agentes ou instituições que vêm sendo consideradas espaço educativo apresenta muitas variáveis, e pouco se pode falar de Educação de maneira geral. Geralmente, adicionam-se adjetivos à palavra educação; às vezes, distinguem-se tipos de Educação, segundo alguma especificidade do sujeito que se educa; outras vezes refere-se ao aspecto ou dimensão da personalidade a quem se dirige a ação educadora ou ao tipo de efeitos que se produz. Há de considerar o critério que se faz referência àquele que educa, ao agente, à situação ou instituição que produz, ou na qual se produz a prática educativa, considerada Educação não formal.

A Educação não formal costuma ser mais hábil, flexível, versátil e dinâmica que a formal. Nasce como uma contribuição ao atendimento daqueles que se encontram excluída de qualquer proteção necessária para seu desenvolvimento. Não é uma solução, mas uma complementação às demais formas de Educação (TRILLA, apud CARO, 2010, p. 151).

Há de se considerar que a Educação não formal tem como intuito contribuir para a formação integral do indivíduo, voltada aos interesses e necessidades dos educandos em ambiente adaptado para a sua cultura e seu meio social. Logo, uma modalidade de Educação que era pouco privilegiada desponta como alternativa de transformação e de atuação para parte da sociedade. Segundo Trilla (1996), outro

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aspecto está relacionado à amplitude do conceito de Educação e Educação não formal, pois ele está associado ao aspecto cultural que leva a compreendê-la como processo que se constrói durante uma vida toda e não como algo móvel, inerte, como é apresentado na maioria das instituições oficiais. Tal Educação ocorre pelas iniciativas de movimentos populares, associações democráticas, organizações que visam à mudança social, dentre outras e possui caráter transformador, pois possibilita que os atendidos sejam conscientizados do seu valor e da importância de serem cidadãos conscientes sobre as ações de sua realidade contextualizada. As práticas educativas realizadas na educação não formal estão relacionadas nas experiências populares, de projetos socioeducativos e, até mesmo, outras experiências educacionais de crianças e adolescentes de baixa renda. A prática educativa compõe-se de um conjunto de ações que determinam, tanto o caráter preordenado de um ambiente de aprendizagem, como a sua dimensão de construção social, constituindo, assim, um ambiente de aprendizagem desde a sua organização inicial, fundada em certa concepção de aprendizagem, até a sua realização singular.Fica necessário destacar as próprias concepções de Educação formal e de Educação não formal que atualmente merecem estudos aprofundados. Esta é uma discussão que já está em curso na definição do conceito de Pedagogia Social, que não é acabado. Por um lado questiona-se ainda se as vivências e concepções construídas a partir das práticas educativas que acontecem fora da escola são não formais e, por outro, há o questionamento se a negação ao formal fundamenta a área e se essa negação representa avanços ou retrocessos, ou ainda, se a negação ao formal seria suficientemente para explicar e fundamentar a concepção de Pedagogia Social.

Segundo Trilla (1996), citado por Caro (2010), a Educação formal se distingue da Educação não formal por sua exclusão ou inclusão do sistema educativo regrado:

Por Educação formal entende-se o conjunto de processos, meios e instituições específicas ou de instrução que estão diretamente dirigidas ao suprimento dos graus próprios do sistema regrado. O formal é, então, o que se define em cada país e cada momento em suas leis e outras disposições administrativas. O não formal é o que fica à margem do organograma do sistema educativo graduado e hierarquizado. Portanto, tais conceitos apresentam uma relatividade histórica e política: o que antes era não formal pode passar a ser formal, do mesmo modo, pode ser formal em um país e não o ser em outro. A Educação a distância e a Educação de Jovens e Adultos em diferentes países são exemplos dessa relatividade histórica e política que perpassa as intervenções socioeducacionais da Pedagogia Social (TRILLA apud CAROL, 2010, p. 141).

Gohn (2010) procura apresentar a diferenciação entre Educação formal, não forma e informal.

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Em princípio podemos caracterizar a educação formal como aquela desenvolvida nas escolas, com conteúdos previamente demarcados; a educação não formal é aquela que se aprende “no mundo da vida”, via os processos de compartilhamento de experiências, principalmente em espaços e ações coletivos cotidianos; e a educação informal como aquela na qual os indivíduos aprendem durante seu processo de socialização gerada nas relações e relacionamentos intra e extrafamiliares (amigos, escola, religião, clube, etc). A informal incorpora valores e culturas próprias, de pertencimento e sentimentos herdados. Contrariamente, a educação não formal é nativa, ela é construída por escolhas ou sob certas condicionalidades, há intencionalidades no seu desenvolvimento, o aprendizado não é espontâneo, não é algo naturalizado. (...) na educação não formal não é espontâneo porque os processos que o produz têm intencionalidades e propostas (GOHN, 2012, p. 16).

O que acontece na Educação não formal normalmente está fundamentado no que se chama de Educação Social, que, por referência, é conteúdo e objeto da Pedagogia Social. Segundo Caro (2010, p. 133), entende-se a Educação Social como um processo das relações proporcionadas na estrutura da Educação não formal e é justamente este ambiente de relações educativas que a diferencia da atual estrutura da Educação não formal.

As mudanças repentinas, ocasionadas pela industrialização por volta da metade do século XIX, propiciaram o nascimento de uma nova ciência social aplicada: a Pedagogia Social. A questão socioeconômica e sociopolítica em que se encontrava a Alemanha, em 1850, foi o determinante da aparição de uma nova perspectiva e maneira de solucionar as necessidades sociais e de encomendar aos pedagogos a lenta formulação de um documento doutrinal fundamentado e justificado. No entanto, sem a mudança de mentalidade, não seria concebível o surgimento e aplicação desta nova ciência, o que supunha, na época, substituir a velha concepção de caridade pela justiça.

Hoje, na Alemanha, a Pedagogia Social ocupa um lugar privilegiado, pois lá desenvolveu-se grande parte do plano teórico, ainda que seja justo reconhecer a influência do modelo anglo-saxão na realização do trabalho social, ou seja, na práxis da Educação Social. Na França, o enfoque maior centralizou-se na animação sociocultural e na Itália, nos meios de comunicação. Apesar dos procedentes remotos da Pedagogia Social alemã datar dos meados do século XIX, foi no primeiro terço do século XX que se consolidou o seu científico e a evolução histórica da Educação

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Social se identificou com este novo saber pedagógico (CARO, 2010, p. 153).

O trabalho social está envolvido no diálogo entre as diversas áreas do conhecimento e a Educação, dentre elas: a Psicologia, a Sociologia e o Serviço Social como ciências complementares na sua fundamentação.

Percebe-se, em fundamentos e pesquisas sobre a temática, que o conceito de Educação não formal tem evoluído no transcorrer dos tempos de forma notável e que o ambiente social criado merece destaque na relação entre Educação e educando, o que propicia maior espontaneidade, expressão de sentimentos e emoções. Essa modalidade de Educação, se assim pode-se considerar, normalmente vem embasada no que se chama de Educação Social que, por referência, é conteúdo e objeto de estudo da Pedagogia Social. Enguita (2009), citado por Gohn (2010), denomina a Educação não formal como:

aprendizagens e saberes produzidos por instituições, associações, movimentos, via a educação não formal, são o foco de destaque, o entorno da escola. Toda mudança social que a escola não pode seguir a reproduzir por si só está ai, nos entes sociais do entorno com os quais terá de aprender a trabalhar em redes de cooperação de estrutura e duração variável. Esta difusão e presença do conhecimento fora das instituições dedicadas exclusiva a criação e transmissão pode também ser considerada como uma característica da sociedade informacional (GOHN, 2010, p.14).

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Quer saber mais sobre o assunto?

Acesse o artigo: PITON, Ivania Marini. A questão da Educação formal e não formal de Moacir Gadotti. Disponível em: <http://www.paulofreire.org.br/pdf/comunicacoes_orais/EDUCA%C3%87%C3%83O%20N%C3%83O-FORMAL%20E%20CIDADANIA%20-%20EDUCA%C3%87%C3%83O%20DE%20JOVENS%20%20ADULTOS%20E%20IDOSOS.pdf>. Acesso em: 16 nov. 12. O texto apresenta pesquisa educacional referente à Educação não formal com ênfase na cidadania e utiliza a metodologia de Paulo Freire.

Acesse o artigo: GADOTI, Moacir. Perspectivas atuais da Educação. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/spp/v14n2/9782.pdf> Acesso em: 15 nov. 12. O artigo aborda as transformações que a Educação está sofrendo para se adequar ao novo século.

Acesse o artigo: GOHN, Maria da Glória. Educação não-formal, participação da sociedade civil e estruturas colegiadas nas escolas. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/%0D/ensaio/v14n50/30405.pdf>. Acesso em: 16 nov. 2012. O artigo apresenta um estudo sobre a educação não formal e seu papel no processo educativo mais amplo.

Assista a palestra: Educação formal, não formal e informal. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=QUpMsecdtpk&feature=related>. Acesso em: 15 out. 2012.

LINKS IMPORTANTES

VÍDEOS IMPORTANTES

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Instruções

Após você aluno ter realizado a leitura da temática acima e demais materiais apresente a sua contribuição respondendo as questões abaixo:

Agora é com você! Responda às questões a seguir para conferir o que aprendeu!

Questão 1

Considerando o seu conhecimento prévio sobre a temática acima desenvolvida, responda: qual a contribuição da Educação não formal para os indivíduos que dela fazem parte?

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 2

Para demarcar melhor as diferenças entre Educa-

ção não formal, Educação formal e Educação in-formal, a autora Maria da Glória Gohn, apresenta algumas considerações. Verifique se estas consi-derações estão de acordo, assinalando Verdadei-ro (V) ou Falso (F):I. A educação formal pressupõe ambientes nor-

matizados, com regras, legislações e padrões comportamentais definidos previamente. Perfil do corpo docente e metodologias de trabalho são previamente normatizados.

II. Na educação não formal os espaços educativos localizam-se em territórios que acompanham as trajetórias de vida dos grupos e indivíduos fora das escolas, em locais informais e locais onde há processos interativos intencionais (a ques-tão da intencionalidade é um elemento impor-tante de diferenciação).

III. A educação informal opera em ambientes for-mais, onde as relações sociais se desenvolvem segundo gostos, preferências ou pertencimen-tos herdados. Os saberes adquiridos são ab-sorvidos no processo de vivência e socialização pelos laços culturais e de origem dos indivíduos e registrados em documentos para avaliação.

IV. A educação não formal, ao contrário da formal, não é herdada, é adquirida.

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 3Quais são os principais atributos de cada uma

Agora é a sua vez

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das modalidades educativas no que se diferencia, assinalando o seu correspondente: (1) Educação não formal; (2) Educação informal, (3) Educação formal e (4) Nenhuma das opções.

a) A educação requer tempo, local específico, pes-soal especializado. Requer a normatização das formas de organização de vários tipos (inclusive a curricular), sistematização sequencial das ati-vidades, tempos de progressão, disciplinamen-to, regulamento de leis e órgãos superiores. ( )

b) A educação atua no campo das emoções e sen-timentos. É um processo permanente e não or-ganizado. ( )

c) O que ocorre na Educação, normalmente está fundamentado no que se chama de Educação Social, que por referência é conteúdo e objeto da Pedagogia Social. ( )

d) Ações educativas com elevados graus de inten-cionalidade, sistematização e institucionaliza-ção, como as que se realizam nas escolas ou em outras instituições de ensino. ( )

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 4 Assinale em cada questão abaixo, (c) para a ques-tão certa e (e) para a questão errada:a) ( ) Deve-se levar em conta que a educação não

formal é como um campo de conhecimento em construção.

b) ( ) Na educação não formal a cidadania é o

objetivo principal e ela é pensada em termos de coletivo. Organizam-se processos de aces-so à escrita e à leitura por meio de métodos de alfabetização para coletivos específicos, a sa-ber: grupos de trabalhadores, grupos de jovens, adultos. Ou organizam-se processos de recicla-gem ou formação, segundo determinadas de-mandas sociais.

c) ( ) Ao estudar a educação não formal desen-volvida junto a grupos sociais organizados, ou movimentos sociais, é necessário atentar para as questões das metodologias e modos de fun-cionamento por serem um dos aspectos mais relevantes do processo de aprendizagem. Há a necessidade de estudos aprofundados sobre as metodologias de trabalho utilizadas na área da educação não formal.

d) ( ) Os procedimentos metodológicos utilizados nos processos da educação não formal estão pouco codificados na palavra escrita e bastante organizados ao redor da fala.

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 5Analise as questões abaixo e assinale a alternati-va correta:I. São formas de educação do âmbito do ensino

não formal e extraescolar: a profissional, a es-pecial, a de jovens e adultos e a realizada a dis-tância.

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II. As práticas educativas na Educação não formal estão voltadas para o fazer bem feito.

III. A Pedagogia Social não está articulada com a educação não formal, mas, sim, com práticas de cidadania.

IV. A modalidade de Educação não formal é uma ramificação da Educação a Distância.

Estão corretas:

a) Somente as questões I e II.b) Somente as questões I, II e IV.c) Somente a questão I.d) Todas as questões.

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 06

Analisando as diferenças entre educação formal, educação não formal e educação informal estuda-das, responda: como a educação formal, a educa-ção informal e a educação não formal podem con-tribuir para a formação de indivíduos cidadãos?

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 7Pesquise em várias fontes de consulta (páginas

da web confiáveis; livros; documentos; revistas eletrônicas e impressas, dentre outras) a temática Educação não formal em vários espaços (campos de atuação). De acordo com a sua pesquisa, quais são os campos de atuação da educação não for-mal?

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 8Existe relação entre as práticas educativas e Educação não formal? Qual (is)?

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 9Analise a fala abaixo e responda a seguinte questão: qual é a contribuição da Educação não formal para o desenvolvimento de aprendizagens e saberes?

Enguita (2009), citado por Gohn (2010), denomina a Educação não formal como:aprendizagens e saberes produzidos

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por instituições, associações, movimentos, via a educação não formal, são o foco de destaque, o entorno da escola. Toda mudança social que a escola não pode seguir a reproduzir por si só está ai, nos entes sociais do entorno com os quais terá de aprender a trabalhar em redes de cooperação de estrutura e duração variável. Esta difusão e presença do conhecimento fora das instituições dedicadas exclusiva a criação e transmissão pode também ser considerada como uma característica da sociedade informacional (GOHN, 2010, p.14).

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 10Como a Educação não formal pode contribuir para a sua formação acadêmica no curso de Pedagogia?

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

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Nessa temática, você obteve acesso a várias concepções sobre Educação não formal. Teve contato inicial com o surgimento da Pedagogia Social, a trajetória da Educação na literatura e a prática educativa nesta área.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

FINALIZANDO

Conteúdos e Habilidades

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Tema 2Elementos de Teoria Geral do Estado e do Direito Constitucional

ícones:

Conteúdos e HabilidadesConteúdo

Nesta aula, você estudará:

• O campo e as demandas da educação não formal.

• Aprendizagens e saberes na educação não formal.

• Algumas características da educação não formal.

Habilidades

Ao final desta aula, você deverá ser capaz de responder a si próprio as seguintes questões:

• Quais os campos de ação da educação não formal?

• Como são construídas as aprendizagens e saberes na educação não formal?

• Quais as características importantes da educação não formal?

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AULA 2

Assista às aulas na sua unidade e também no Ambiente Virtual de Aprendizagem.

O Campo de Atuação da Educação Não Formal

Dando continuidade ao tema anterior, pode-se perceber que a educação não formal representa mais uma perspectiva de ensino que rompe com o modelo hegemônico fundamentado nos princípios estruturantes da educação formal presente no tipo de escola que está posta.

O grande avanço da educação não formal ocorreu a partir dos anos 1990 em razão de grandes modificações econômicas e tecnológicas na sociedade e, consequentemente, no mundo do trabalho. Passou-se a valorizar os processos de aprendizagens em grupos e atribuir, muitos significados aos valores culturais que articulam as ações dos indivíduos, bem como a exigência em compreender e falar de uma nova cultura organizacional que exigisse a aprendizagem de habilidades extraescolares. Um dos supostos básicos da educação não formal é o de que a aprendizagem ocorre por meio da prática social.

A educação não formal é um campo que vem se consolidando desde as últimas décadas do século XX e a explicação para este fato advém das mudanças e transformações ocorridas na sociedade neste período, especialmente com a globalização. Progressivamente inúmeras mudanças de valores e práticas sociais foram se implantando no mundo do trabalho; as novas tecnologias mudaram a cena da vida cotidiana dos indivíduos no plano doméstico e fora dele, com os celulares, internet e outras formas de comunicação (GOHN, 2010, p. 34).

As ações interativas entre os indivíduos são fundamentais para a aquisição de novos saberes e essas ações ocorrem essencialmente no campo da comunicação oral, carregando todo um conjunto de

Leitura Obrigatória

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representações e tradições culturais que as expressões orais contêm.Não é uma questão apenas para o profissional da educação, o pedagogo. No entanto, seria um grande equívoco pensar que o erro estaria em atribuir uma solução exclusivamente pedagógica a um problema cuja essência é político-social.

A educação é global, é social e acontece ao longo de toda a vida. Se o objetivo da educação é capacitar para viver em sociedade e se comunicar, é preciso admitir que, em algumas ocasiões, a escola adota certa atitude de reserva frente aos conflitos e problema sociais dos alunos. (PETRUS, 2003, p. 60).

Percebe-se que em algumas situações a educação não formal pode buscar suprir déficits educacionais deixados pela escola em contextos sociais em que esta não conseguiu abarcar as necessidades de seu público. Entretanto, esse repasse é desenvolvido em espaços alternativos e com metodologias e sequências cronológicas diferenciadas, com conteúdos curriculares flexíveis, adaptados segundo a realidade do grupo social a ser atendido. Em outras situações, a aprendizagem ocorre por meio da prática social. Segundo Gohn (1997), é a experiência das pessoas em trabalhos coletivos que gera aprendizado:

A maior importância da educação não formal está na possibilidade de criação de conhecimentos novos. O agir comunicativo dos indivíduos voltado ao entendimento dos fatos e fenômenos sociais do cotidiano, baseia-se em convicções prático-morais, elaboradas a partir das experiências anteriores, segundo as tradições culturais e as condições histórico-sociais de um certo tempo e lugar. O conjunto desses elementos fornece o amálgama para a geração de soluções novas, construídas face aos problemas que o dia-a-dia coloca nas ações dos homens e mulheres (GOHN, 1997, p. 4).

A educação não formal, segundo Gohn (1997), designa em um processo por diversas dimensões que correspondem à suas áreas de abrangência. Pode-se elencar algumas, que são:

• A aprendizagem política dos direitos dos indivíduos enquanto cidadãos.• A capacitação dos indivíduos para o trabalho por meio da aprendizagem de habilidades e/ou

desenvolvimento de potencialidades.• A aprendizagem e exercício de práticas que capacitam os indivíduos a se organizarem com

objetivos comunitários, voltadas para a solução de problemas coletivos cotidianos.• A aprendizagem dos conteúdos da escolarização formal, escolar, em formas e espaços

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diferenciados.• A educação desenvolvida na e pela mídia, em especial a eletrônica.

Ainda, Maria da Glória Gohn (2010) ressalta que o processo político-pedagógico de aprendizagem e produção dos saberes da educação não formal apresentam várias dimensões, dentre elas: a aprendizagem política dos direitos dos indivíduos como cidadãos, ou aprendizagem para a cidadania; aprendizagem dos indivíduos para atuarem no mundo do trabalho, por meio da aprendizagem por habilidades e/ou desenvolvimento de potencialidades em oficinas e laboratórios. É importante distinguir as práticas cidadãs de outras práticas que enxergam os indivíduos apenas como mão de obra para concretizar ações que o Estado não conseguiu realizar, ou ainda, para gerar renda em trabalhos sem direitos sociais regulamentados.

A aprendizagem de conteúdos que possibilitem aos indivíduos fazer uma leitura do mundo do ponto de vista de compreensão do que se passa ao seu redor é fundamental na educação não formal; a aprendizagem e o exercício de práticas que capacitamos indivíduos a se organizarem com objetivos comunitários, voltados para a solução de problemas coletivos cotidianos, geradas pela participação em associações, movimentos, fóruns, conselhos e câmaras de gestão, de forma que estes cidadãos possam entender e fazer uma leitura do que está ao seu ao seu redor, quem é quem, que projetos e quais interesses cada um defende, quais são os interesses da maioria que deveriam ser definidos, quais práticas cidadãs e emancipatórias; a aprendizagem pela cultura, de conteúdos que possibilitem aos indivíduos fazer uma leitura do mundo do ponto de compreensão do que se passa ao seu redor, gerada pelo acesso a recursos culturais como museus, bibliotecas, shows, palestras, a educação desenvolvida na mídia e pela mídia, em especial a eletrônica, onde são geradas aprendizados, positivos e negativos, inculcam-se valores, mas geram também resistências e saberes (GOHN, 2010, p. 35-36).

São exemplos também de processos de aprendizagem de interação da educação formal com a educação não formal as visitas de alunos de escolas ao museu ou, ainda, a interação de alunos de escolas, as ONGs que oferecem atividades esportivas e ou recreativas que apresentam atividades articuladas: escola-ONG.Outro exemplo do campo de atuação da educação não formal é a educação comunitária. A educação comunitária foi associada inicialmente à educação não formal e caracterizada por processos coletivos nos anos 1980 e, mais intensificadamente, na década de 1990 começa a aparecer nos contextos escolares, caracterizada pela democratização do espaço e das relações, da participação de todos os envolvidos e da melhoria da qualidade da educação. Seu objetivo é formar um “sujeito coletivo”, isto é,

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que se compreenda em meio à coletividade e se torne corresponsável pelas ações, relações, conflitos e decisões que ocorrem na comunidade.

Na educação comunitária reconhece-se a existência de outros contextos de aprendizado que fazem parte da vida dos alunos, todos eles existentes na comunidade na qual a escola se encontra inserida.

Para, Trilla (1993) existem três dimensões possíveis na relação educação e cidade:

1. Aprender na cidade – museus, ONGs, parques e praças.

2. Aprender da cidade – nas relações com as pessoas (agentes informais).

3. Aprender a cidade – como utilizar a cidade e participar da sua construção.

Segundo Gohn (2010), as práticas educativas não formais estão presentes em atividades, nas organizações sociais, nos movimentos sociais, nas associações comunitárias, nos programas de formação sobre direitos humanos, cidadania, práticas identitárias, lutas contra a desigualdades e exclusões sociais. Já para Gadotti (2005) citado por Gohn (2010):

A educação não formal é mais difusa, menos hierárquica e menos burocrática. Seus programas, quando formulados, podem ter duração variável, a categoria espaço é tão importante quanto a categoria tempo, pois o tempo da aprendizagem é flexível, respeitando-se diferenças biológicas, culturais e históricas. A educação não formal desenvolvida em ONGs e outras instituições é um setor em construção, mas constitui um dos poucos espaços de mercado de trabalho com vagas para profissionais da área da educação (GOHN, 2010, p. 38).

As propostas da educação não formal têm como foco central, enriquecer a biografia dos indivíduos, ampliando a gama de vivências e experiências formativas de crianças, jovens, adultos e idosos. Nela, destaca-se o encontro de gerações, a mistura de idades, a não obrigatoriedade de frequência e a ocorrência de ações e experiências em espaços e tempos mais flexíveis, não restritos ou fixados por órgãos reguladores. No entanto, em hipótese alguma a educação não formal substitui ou compete com a Educação Formal, escolar. Pode, sim, contribuir na complementação desta última, via programações específicas, articulando escola e comunidade educativa, localizada no território ao redor da escola. A educação não formal apresenta alguns objetivos próximos da educação formal, como formação de um cidadão pleno, mas ela também pode oferecer a possibilidade de desenvolver alguns objetivos que lhes são específicos, via a forma e espaços onde ocorrem suas práticas, a exemplo de um conselho ou a participação em uma luta social contra as discriminações.

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Assim, para alcançar tais objetivos, necessita ter como foco a concepção clara de Educação não formal, como:

um espaço concreto de formação com a aprendizagem de saberes para a vida em coletivos, para a cidadania; Relativa ao plano emocional e cognitivo das pessoas, como aprendizagem de habilidades corporais, técnicas, manuais, dentre outras, que os capacitam para o desenvolvimento de uma atividade de criação, resultando um produto como fruto do trabalho realizado. Estes saberes não podem ser valores impostos, de coma para baixo, desconsiderando a autonomia de cidadãos (ãs). A contextualização do lugar e tempo onde ocorrem processos de educação não formal é algo de suma importância para entender seu caráter, sentido e significado também (GOHN, 2010, p. 40).

Veja-se a ideia da autora a partir das aprendizagens e saberes na educação não formal. Para esta, a aprendizagem somente acontece quando as informações trabalhadas fazem sentido para os indivíduos inseridos em determinado contexto social.

Quanto a questão metodológica, é um dos pontos mais polêmicos na educação não formal, pois, de acordo com muitos pesquisadores, existe uma determinada flexibilidade nos processos de educação não formal. Ou seja, muitos acreditam que a educação não formal não possui métodos e metodologias. Outros afirmam que se ela vier acompanhada de métodos e metodologias deixaria de ser não formal.

De toda forma, na educação formal as metodologias são usualmente planificadas previamente segundo conteúdos prescritos nas leis. As metodologias de desenvolvimento do processo ensino/aprendizagem são compostas por um leque grande de modalidades, temas e problemas e não vamos adentrar neste debate porque não é nossa área de conhecimento. Na educação as metodologias operadas no processo de aprendizagem partem da cultura dos indivíduos e dos grupos. Há metodologias, em suma, que precisam ser desenvolvidas, codificadas, ainda que com alto grau de provisoriedade, pois o dinamismo, a mudança, o movimento da realidade, segundo o desenrolar dos acontecimentos, são as marcas que singularizam a educação não formal (GOHN, 2010, p. 46-47).

Qualquer que seja a trajetória metodológica construída ou reconstruída é necessário atentar-se para o papel dos agentes mediadores no processo (os educadores, mediadores, facilitadores, monitores e

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demais profissionais). Estes são fundamentais para delimitar os referenciais no ato de aprendizagem, pois carregam consigo: visão de mundo, projetos societários, ideologias, propostas, conhecimentos, dentre outros. Se destacam no conjunto e por meio deles pode-se conhecer o projeto socioeducativo do grupo, os valores definidos e os que são negados.

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Quer saber mais sobre o assunto? Então:

Leia o artigo: FRANTZ, Walter. Educação e cooperação: práticasque se relacionam. Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/sociologias/article/viewFile/5772/3378>. Acesso em: 20 nov. 2012. É um artigo que o autor Walter Frantz procurou abordar para fins de debate no Seminário sobre Cooperativismo e Educação, relacionando os dois fenômenos: a cooperação e a educação. Apresenta, ainda, a concepção entre educação e cooperação e a relação de ambas com práticas cooperativas.

Leia o artigo: CARVALHO, Josué de Oliveira; CARVALHO, Lindalva, R. S. O.. A educação social no Brasil: contribuições para o debate. Revista Scielo. Disponível em: <http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?pid=MSC0000000092006000100024&script=sci_arttext&tlng=pt>. Acesso em: 19 nov. 2012. O presente artigo discute o surgimento do termo Educação Social no contexto brasileiro. Partindo da problematização do termo em si pelo pleonasmo que representa, demonstra como este conceito tem sido concebido como um conjunto de ações que atribuem à educação não formal a tarefa de minimizar as consequências de um quadro social que multiplica a população de miseráveis no país desde as duas últimas décadas do século XX. Discorre, também, sobre as novas formas de articulação da sociedade civil com o poder público que, numa relação de parceria, se associam na busca de uma solução comum. Finalmente, apresenta as medidas socioeducativas como pertencentes ao escopo da educação social e como estas vêm sendo executadas no Estado de Minas Gerais por meio de parcerias do poder público com a sociedade civil.

Leia o artigo: MACHADO, Evelcy Monteiro. A Pedagogia Social: Diálogos e Fronteiras com a Educação não formal e educação sócio comunitária. Disponível em: <http://www.am.unisal.br/pos/stricto-educacao/pdf/mesa_8_texto_evelcy.pdf>. Acesso em: 18 nov. 2012.O presente artigo procura fazer um resgate histórico do conceito e da prática da Pedagogia Social e a apresenta a partir de sua diversificada forma como se efetiva em vários países, destacando não haver consenso em relação à sua organização e concepção. Trata, também, da presença da Pedagogia Social na América Latina, onde ainda é pouco conhecida como abordagem teórica e qualificação profissional regular e afirma que Paulo Freire é seu representante nacional, sendo sua obra reconhecida internacionalmente nesta perspectiva. Apesar das diferenças observadas entre educação formal, não formal e sociocomunitária, o texto afirma que o mais relevante é o compromisso assumido na busca da utopia da construção de uma sociedade includente, mais humana, ética e justa política e socialmente.Leia o artigo: SCHAFRANSKI, Marcia Derbili. Educação formal e alfabetização de adultos: um relato

LINKS IMPORTANTES

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VÍDEOS IMPORTANTES

de experiência. Disponível em: <http://www.uepg.br/revistaconexao/revista/edicao03/artigo5.pdf>. Acesso em: 9 jan. 2013.O presente texto relata uma experiência educativa que vem sendo desenvolvida numa Organização Não Governamental da cidade de Ponta Grossa, estado do Paraná, que presta assistência à pessoas com neoplasia. Considerando que algumas dessas pessoas não tiveram condições de acesso ou de permanência no sistema regular de ensino, as ações extensionistas visam oportunizar-lhes a possibilidade de serem alfabetizadas, contribuindo, consequentemente, para a sua maior autonomia. O trabalho desenvolvido visa, também, propiciar aos acadêmicos do curso de Pedagogia a atuação na educação não formal, tendo em vista a ampliação de sua formação profissional.

Assista a reportagem: Escola e Museu: Educação formal e não formal. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=qZzR0G0Bt-ch>. Acesso em: 20 nov._2012. O vídeo é uma reportagem sobre o trabalho da educação não formal e formal em museus. Ainda mostra e discute a importância de se trabalhar a formação dos jovens com visão crítica e reflexiva a partir de obras de artes, aliando as duas modalidades de ensino: formal e não formal.

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Instruções

Caro aluno, procure, a partir dos exercícios abaixo disponibilizados, refletir sobre o campo de atuação da Educação não formal e suas contribuições.

Agora é com você! Responda às questões a seguir para conferir o que aprendeu!

Questão 1Qual é o foco central das propostas da educação não formal segundo a temática desenvolvida?

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 2

Verifique as questões abaixo e assinale a correta:

I. A questão metodológica é um dos pontos mais polêmicos na educação não formal, pois, de acordo com muitos pesquisadores, existe uma determinada flexibilidade nos processos de educação não formal.

II. Qualquer que seja a trajetória metodológica construída ou reconstruída, fica necessário

atentar-se para o papel dos agentes mediadores no processo (os educadores, mediadores, facilitadores, monitores e demais profissionais).

III. A aprendizagem somente acontece quando as informações trabalhadas fazem sentido para os indivíduos inseridos em determinado contexto social.

IV. A educação não formal apresenta alguns objetivos próximos da educação formal, como a formação de um cidadão pleno, mas ela também pode oferecer a possibilidade de desenvolver alguns objetivos que lhes são específicos, via a forma e espaços onde ocorrem suas práticas, a exemplo de um conselho ou a participação em uma luta social, contra as discriminações.

Estão corretas:

a) Todas as alternativas.

b) Somente a I.

c) Somente a I e II.

d) Somente a III e IV.

e) Somente a II e a III.

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 3Em relação a metodologia desenvolvida na Educa-ção formal, pode-se dizer que:a) A questão metodológica é um dos pontos mais

polêmicos na educação não formal, pois, de

Agora é a sua vez

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acordo com muitos pesquisadores, existe uma determinada flexibilidade nos processos de educação não formal.

b) Muitos acreditam que a educação não formal possui planejamento, cronograma, métodos e metodologias. Outros afirmam que, se ela não vier acompanhada de métodos e metodologias, deixa de ser não formal.

c) As metodologias são usualmente planificadas previamente, segundo conteúdos prescritos nas leis.

d) As metodologias de desenvolvimento do pro-cesso ensino/aprendizagem não são compos-tas por um leque grande de modalidades, te-mas e problemas.

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 4

Assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F) quanto ao campo de atuação da educação não formal. É possível dizer que:

a) A contextualização do lugar e tempo onde ocorrem processos de educação não formal é algo de suma importância para entender seu caráter, sentido e significado também ( ).

b) As visitas de alunos de escolas ao museu ou, ainda, a interação de alunos de escolas com as ONGs que oferecem atividades esportivas e ou recreativas que apresentam atividades articuladas (escola-ONG) são consideradas

campos de atuação e interação entre a Educação não formal e a Educação formal ( ).

c) A educação comunitária foi associada, inicialmente, à educação não formal e caracterizada por processos coletivos nos anos 1980 e mais intensificadamente na década de 1990 começa a aparecer nos contextos escolares. Caracterizada pela democratização do espaço e das relações, da participação de todos os envolvidos e da melhoria da qualidade da educação ( ).

d) Na educação comunitária reconhece-se a existência de outros contextos de aprendizado que fazem parte da vida dos alunos, todos eles existentes na comunidade na qual a escola se encontra inserida ( ).

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 5

Assinale a questão que não está correta.Na Educação não formal, pode ser equacionado,

segundo os seguintes tipos de aprendizagem:a) Prática: diz respeito a como se organizar, como

participar, como unir-se e quais eixos selecio-nar. ( )

b) Simbólica: quais são as representações que existem entre os pares, demandatários. ( )

c) Linguística: refere-se à construção de uma lin-guagem comum que permite acesso à leitura do

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mundo, decodificar temas e problemas, perce-ber, descobrir, entender e compreender seus in-teresses no meio de muitas propostas com que se deparam ( ).

d) Teórica: questiona-se a teoria e prática da atua-ção do docente ( ).

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 06Segundo a autora Maria da Glória Gohn, em quais atividades as práticas educativas não formais es-tão presentes?

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 7Disserte sobre o tema: “Educação não formal e os diversos campos de atuação”.

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 8Qual é o papel do agente mediador no processo da construção de saberes na educação não formal?

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 9Qual é a necessidade da metodologia na educação não formal? Justifique a sua resposta.

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 10Elenque pelo menos duas dimensões que correspondem às áreas de abrangência da educação não formal e discorra sobre.

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

FINALIZANDO

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Espera-se que você tenha tido uma visão mais ampla sobre o campo de atuação da educação não formal e que os assuntos abordados a partir deste tenham possibilitado reflexão para repensar no papel do educador dentro deste campo de atuação.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

FINALIZANDO

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Tema 3Educação Não Formal: Pesquisa, Emancipação Sociopolítica e o Educador Social

ícones:

Conteúdos e HabilidadesConteúdo

Nesta aula, você estudará:

• A importância da pesquisa na área da educação não formal.

• A emancipação sociopolítica dos excluídos na modalidade de educação não formal.

• A educação não formal e o educador social.

Habilidades

Ao final desta aula, você deverá ser capaz de responder a si próprio as seguintes questões:

• Qual importância da pesquisa na área da educação não formal?

• O que significa emancipação sociopolítica?

• Qual a relação que existe entre Educação não formal e educador social?

AULA 3

Assista às aulas na sua unidade e também no Ambiente Virtual de Aprendizagem.

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Educação Não Formal: Pesquisa, Emancipação Sociopolítica e o EducadorSocial

Caro aluno, no transcorrer deste tema será dado sequência ao estudo do mapeamento do campo da educação não formal e os significados da educação não formal com foco na pesquisa, na ideia de emancipação sociopolítica e o educador social, de acordo com perspectiva da autora Maria da Glória Gohn.

Em relação ao campo de produção científica na área de educação não formal será apresentada uma prévia sobre o que se tem pesquisado e produzido nessa área, nas universidades, como forma de sistematizar, organizar e fundamentar os conhecimentos, ou na prática, nas organizações sociais, em movimentos, programas de formação para direitos humanos, cidadania, práticas identitárias, lutas em relação às desigualdades e exclusões sociais.

Ainda por ser uma área que está atuando com escassez em fundamentação, a pesquisa científica não é apresentada de forma abundante.

Com raras exceções, o que predomina é o levantamento sistemático de dados para subsidiar projetos e relatórios, feitos usualmente por ONGs, visando ter acesso aos fundos públicos que as políticas de parcerias governo-sociedade civil propiciam. A reflexão sobre esta realidade, de um ponto de vista crítico, reflexivo, ainda engatinha. Ouve-se falar muito de avaliações de programas educativos, destinados à comunidades específicas, apoiados por empresas, sob a rubrica de “Responsabilidade Social”(GOHN, 2010, p. 48).

Mesmo assim, sendo escasso o fornecimento de dados sobre a área de pesquisa nesta modalidade de Educação, é possível verificar alguns estudos na área de pesquisa científica sobre a Educação não formal. Observa-se um crescimento e uma diversificação nas abordagens sobre o fato de o movimento da divulgação e da popularização do conhecimento científico ter crescido e se diversificado nos últimos anos no país. Como exemplo, ocorreu a ampliação do número de museus e centros de ciências.

Para a autora, o que tem sido comum nos centros de pesquisas de pós-graduação é o grande interesse dos alunos envolvidos pela coleta de dados para suas pesquisas em educação não formal. Pesquisas

Leitura Obrigatória

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que demonstram as representações dos sujeitos, transcritas literalmente como verdades e justificadas por serem vozes que sempre estiveram silenciadas.

Eles concluem as pesquisas com relatos sobre os problemas, as dificuldades, o sofrimento do mundo do trabalho, as restrições impostas ao mundo da vida em geral. Retratam os sujeitos que expressam seus sentimentos, representações, desejos e sensações sobre o que é viver o dia a dia numa escola. Sonhando em fazer algo não tradicional, não convencional, muitos estudantes/pesquisadores acabam reproduzindo os modelos convencionais; outros, ao tentar sair do mero relato das aparências, mergulham fundo em busca de uma essência oculta, dando voz aos interlocutores, registrando suas falas e descrevendo seus processos discursivos. Mas como a essência não é algo separado da aparência, elas são conectadas intimamente, a análise da dialética desta relação usualmente fica por fazer. O senso comum das representações transforma-se no resultado da pesquisa. A reflexão fica por conta do leitor do trabalho. Não há interpretação crítico-analítica (GOHN, 2010, p. 50).

Quanto a emancipação sociopolítica dos excluídos via educação não formal, a autora Maria da Glória Gohn destaca em toda a sua obra a importância dos processos de cidadania, autonomia e emancipação sociocultural dos indivíduos que participam de atividades em instituições que desenvolvem aprendizagens e produção de saberes na educação não formal.

Discorrer sobre a emancipação social remete à reflexão sobre vários temas abordados na sociedade, como os problemas sociais, os conflitos, as lutas, a violência, assim como o desejo de buscar uma outra sociedade possível, podendo analisar a emancipação, tanto como processo individual, focalizando os indivíduos propriamente ditos, ou como processo social, conjunto de práticas, ideias e relações que abrangem a sociedade. Busca-se, para este momento, compreender a emancipação social como o processo de superação de uma ordem social, de um sistema consolidado. Seria sair do estado de tutela, libertar-se. Percebe-se como foco a superação do sistema capitalista. Ninguém alcança este objetivo na individualidade, pois é um processo coletivo e, portanto, social e difícil de ser alcançado.

A emancipação vai muito além de promover possibilidades de escolhas para alguns indivíduos no âmbito social ou permitir a outros o acesso à medidas assistencialistas. Está mais para o libertar do ser humano, a emancipação humana das amarras da sociedade opressora, tanto no campo social, como nos campos cultural, sociopolítico e econômico.

Para Pochmann (2003), a mudança que levará a emancipação humana só ocorrerá quando os indivíduos passarem a ser capazes de reconstituir a sua própria vida, de transformarem a sua realidade e se

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integrarem na sociedade. Pensar em emancipação é repensar todo o contexto em que os indivíduos se inserem, sua cultura, seja ela fruto natural de suas necessidades e costumes, ou valores impostos pela sociedade economicamente dominante. É necessário repensar também as instituições, sejam elas criadas para sustentáculo deste sistema, ou como uma tentativa de torná-lo menos opressor.Destas instituições, a de papel mais relevante com possibilidades reais de promover esta emancipação é a educação. A Educação para ajudar a construir este novo paradigma, além de resgatar, deve implementar efetivamente esses valores voltados ao pleno desenvolvimento do indivíduo, buscando a construção da liberdade pessoal de crítica de todo indivíduo, a ser um processo de formação humana e permanente, que supere a alienação na articulação dos conceitos de individualidade e promovendo ruptura com os modelos hegemônicos de transmissão e regulação do conhecimento e formação de subjetividades.

A educação para emancipação deve ser vista não apenas como uma meta futura, um desenho, mas também como uma prática social que deve ser iniciada hoje, aqui e agora. A educação (formal, não formal e informal), pelo seu papel formador, é o campo prioritário para o desenvolvimento de valores. E um dos valores importantes que a emancipação necessita é o da resistência, visto como capacidade de força de resistir e enfrentar adversidades, mas também como capacidade de recriar, refazer, retraduzir, ressignificar as condições concretas de vivência cotidiana a partir de outras bases, buscando saídas e perspectivas novas (GOHN, 2010, p. 58).

Ainda para a autora acima, a autonomia, é requisito básico para a participação política do indivíduo na globalização. Somente, sendo autônomo, o individuo será capaz de processar e selecionar informações, obter domínio de conhecimento, tomar decisões e posicionar-se frente a incertezas globais. Para Adorno (2000 apud GOHN, 2012), a emancipação significa o mesmo que conscientização e racionalidade. Este último é aprendido de forma excessivamente estreita, como capacidade formal de pensar. Já a racionalidade analisada como atitude pessoal, consiste na disposição de examinar as ideias e opiniões, revisá-las, autocriticá-las e corrigi-las. Processo que envolve um fazer, uma prática que se transforma em práxis que, segundo Adorno (2000, p. 151), refere-se:

(...) é a consciência do pensar em relação à realidade, ao conteúdo – a relação entre as formas e estruturas de pensamento do sujeito e aquilo que não é. Este sentido mais profundo de consciência ou faculdade de pensar não é apenas o desenvolvimento lógico formal, mas ele corresponde literalmente à capacidade de fazer experiências.

Assim, apresenta-se a relação da educação não formal com o educador social, apoiando-se nas fundamentações da Maria da Glória Gohn. Para isso, Gohn (2010) levanta questões como: “Quem é o profissional que atua no campo da educação não formal?”, ou ainda, “O que é ser um educador que atua

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na educação não formal?”, ”Como pensar a formação de educadores para que sua prática pedagógica inclua os valores das comunidades onde se encontram ou atuem, e que esta atuação se dê a partir de um compromisso social básico?”.

O Educador Social é o profissional que desenvolverá seu trabalho às comunidades organizadas, sendo que o aprendizado deste profissional, numa perspectiva da educação não formal, está tanto para o ensinar, como que para o aprender. O diálogo é o canal de comunicação e a sensibilidade para entender e captar a cultura local é primordial.

O Educador Social ajuda a construir com seu trabalho espaços de cidadania no território onde atua. Esses espaços representam uma alternativa aos meios tradicionais de informação que os indivíduos estão expostos no cotidiano, via meios de comunicação – principalmente a TV e o rádio. Nestes territórios um trabalho com a comunidade poderá construir um tecido social novo em que novas figuras de promoção da cidadania poderão surgir e se desenvolver, tais como os “tradutores sociais e culturais”. Esses tradutores são aqueles educadores que se dedicam a buscar mecanismos de diálogo entre setores sociais usualmente isolados, invisíveis, incomunicáveis, ou simplesmente excluídos de uma vida cidadã, excluídos da vivência com dignidade (GOHN, 2010, p.52-53).

Paulo Freire (1983), educador que sempre defendeu a educação transformadora apresenta que para a construção do trabalho do Educador Social, é necessário que este, desenvolva três fases importantes em sua ação, que são: a elaboração do diagnóstico do problema e suas necessidades, a elaboração preliminar da proposta de trabalho propriamente dita e o desenvolvimento e complementação do processo de participação de um grupo ou de toda uma comunidade de um dado território, na implementação da proposta.

Já Graciani (2010), acredita que para o educador social atuar como um sujeito político inserido na prática educacional é necessário primeiramente, efetivar um diagnóstico situacional local, nacional e internacional para executar sua ação educativa e controlar os resultados que pretende alcançar e os impactos de suas ações, caracterizando, assim, os problemas e necessidades, estabelecendo prioridades, identificando as condições básicas para o enfrentamento, custos, recursos, infraestrutura, e, consequentemente, ser capaz de potencializar suas ações educativas.

Logo, Graciani (2010, p. 98) apresenta algumas condições que deverão fazer parte do perfil do educador social em sua atuação.

1. Deverá possuir uma visão crítica e consciente das causas geradoras do processo de exclusão das crianças e adolescentes: da pauperização, da marginalização e da injustiça social do contexto

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estudado.

2. Desenvolver ações conjuntas com participação de todos os envolvidos no processo educativo, rompendo as relações de poder hierárquico entre educador/educando.

3. Propor uma ação organizada e orgânica entre poder governamental e organizações não governamentais, buscando nas forças comunitárias populares o apoio e o incremento da ação educativa.

4. Valorizar e democratizar a cultura e socializar o saber popular, discutindo e sistematizando-o a partir das formas de expressão e comunicação das camadas populares.

5. Acreditar que a construção do conhecimento gestado e elaborado pelo conjunto de participantes não é somente um processo de aprendizagem para o educando e o educador, como também é para sociedade no seu conjunto.

6. Revigorar o estado de ânimo dos educadores, implementando suas condições objetivas de vida e de trabalho, realimentando sua competência técnica e política pelos avanços significativos do conhecimento, não somente na área educacional, mas como em outra áreas, reestabelecendo a qualidade do ensino, e, consequentemente, da aprendizagem como formação e capacitação permanente por processos de ação/reflexão/ação crítica do processo educativo.

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Quer saber mais sobre o assunto? Então

Leia o artigo: Educadores Sociais em instituições de Educação não formal: análise das relações com as classes populares que apresenta as políticas públicas referentes ao atendimento às crianças e adolescentes das classes populares no Brasil a partir da década de 1990 garantidas, em grande parte, no turno social por instituições não governamentais, sendo destacado, nesse cenário, o papel do educador social como mediador educacional. Esse estudo tem por objetivo refletir sobre as múltiplas relações estabelecidas nas falas de educadores sociais com formação em Educação Física sobre o atendimento em instituições de educação não formal que atendem adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Disponível em: <http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2009/anais/pdf/2642_1317.pdf>. Acesso em: 25 nov. 2012.

Leia com atenção o artigo A educação não formal: desafios de uma prática, da UNESP de Franca. O presente estudo discorre sobre a educação formal hoje e as possíveis práticas pedagógicas na educação não formal para crianças e jovens. Objetiva compreender os possíveis motivos que levam esse público à participação nos espaços de educação não formal buscando, além disso, refletir que o processo de educar ocorre além dos espaços institucionais educativos. O estudo considera a educação na sua complexidade e que extrapole o mero aprendizado básico, elementar e acadêmico, voltado a uma minoria homogênea que por muito tempo dominou e monopolizou o conhecimento e sua gestão para si mesma. Tal realidade mostra que há um grande caminho a percorrer e investir nas políticas educacionais brasileiras. Disponível em: <http://periodicos.franca.unesp.br/index.php/SSR/article/viewFile/442/429>. Acesso em: 21 nov. 2012. Leia a entrevista com a autora do Livro-Texto, Maria da Glória, sobre a Educação não formal e os processos interativos. A autora ressalta que a defasagem no ensino formal impede um olhar do poder público para a educação não formal. Disponível em: <http://ricardonespolicoutinho.blogspot.com.br/2010/07/educacao-nao-formal-e-os-processos.html>. Acesso em: 24 nov. 2012.Acesse o artigo Educação Social, Pedagogia Social e Espaços não escolares: Horizontes conceituais necessários para o acolhimento de sujeitos em risco na perspectiva do desenvolvimento humano do Instituto Federal do Rio Grande do Norte. Essa pesquisa aborda a temática da “Formação do Pedagogo, Educação Social e Espaços Não-Escolares” na tentativa de definir o perfil profissional dos Pedagogos que atuam profissionalmente na função de Educadores Socais. Disponível em: <http://www.senept.cefetmg.br/galerias/Anais_2010/Artigos/GT8/EDUCACAO_SOCIAL.pdf>. Acesso em: 23 nov. 2012.

LINKS IMPORTANTES

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Acesse o artigo: Dialógos entre Escola e projeto Social. O presente estudo teórico surge de uma provocação diante da experiência de parceria entre escola pública (educação formal) e projeto social por meio do programa Escola Integrada. A partir das inquietações observadas nessa experiência educativa foram discutidas a ideia de educação integral que pauta algumas ações educativas. Para subsidiar o debate, recorreu-se aos campos da psicologia social e da educação numa compreensão articulada das dimensões da cultura, da educação e do processo de aprendizagem em seus múltiplos espaços educativos. Assim, problematizamos algumas concepções educativas envolvidas nas práticas advindas dessas instituições, bem como seus possíveis limites e contribuições para a formação integral de sujeitos. Disponível em: <http://www.cidadescolapp.com.br/anexos/cidadescolapp-11-05-12-10-48-29278.pdf>. Acesso em: 24 nov. 2012.

Acesse o vídeo sobre a Educação para transformação de Paulo Freire. Que Apresenta a biografia e ideias sobre o desenvolvimento de uma Educação transformadora para o pensar. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=WJryIAcbRRE>. Acesso em: 25 nov. 2012.

VÍDEOS IMPORTANTES

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Instruções

Faça uma revisão dos assuntos abordados na te-mática apresentada e responda as questões abai-xo.

Agora é com você! Responda às questões a seguir para conferir o que aprendeu!

Questão 1Segundo a autora Graciani (2012), qual o perfil que o educador social deve apresentar em sua atuação?

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 2Sobre a concepção de emancipação social busca--se definir como processo de superação de uma ordem social, de um sistema consolidado. Logo, qual das afirmativas abaixo mais se aproxima des-sa concepção:

a) A emancipação não deve promover possibili-dades de escolhas para alguns indivíduos no âmbito social, ou permitir a outros o acesso a medidas assistencialistas.

b) Pensar em emancipação é repensar todo o contexto em que os indivíduos se inserem, sua cultura, seja ela fruto natural de suas necessi-dades, e costumes, ou valores impostos pela sociedade economicamente dominante.

c) Emancipação social remete-se, a refletir sobre vários temas abordados na sociedade, como: bem-estar, saúde, qualidade de vida, aquisição social, carreira.

d) A emancipação social está além das possibili-dades da educação não formal ou de qualquer ato educativo que implique na ascensão cultural dos indivíduos de uma determinada sociedade.

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 3Em relação ao campo de produção científica na área de educação não formal, pode-se afirmar que:a) É um campo de pesquisa científica com vasta

fundamentação e pesquisa que pode explicar a realidade social da educação não formal.

b) Por ser uma área que está atuando em sólida fundamentação, a pesquisa científica é apresentada de forma abundante.

c) Com raras exceções, o que predomina é o levantamento sistemático de dados para subsidiar projetos e relatórios, feitos usualmente por ONGs, visando ter acesso aos fundos públicos que as políticas de parcerias governo-sociedade civil propiciam.

d) A reflexão sobre esta realidade, de um ponto

Agora é a sua vez

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de vista crítico, reflexivo, já está consolidada. Ouve-se falar muito de avaliações de programas educativos, destinados a comunidades específicas, apoiados por empresas, sob a rubrica de “Responsabilidade Social”.

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 4Verifique se as alternativas abaixo são verdadeiras (v) ou falsas (f), segundo o tema desenvolvido sobre o perfil de atuação do educador social:

a) Possui uma visão crítica e consciente das causas geradoras do processo de exclusão das crianças e adolescentes: da pauperização, da marginalização e da injustiça social do contexto estudado. ( )

b) Deverá desenvolver ações conjuntas com participação de todos os envolvidos no processo educativo, rompendo as relações de poder hierárquico entre educador/educando. ( )

c) Deve propor uma ação organizada e orgânica entre poder governamental e organizações não governamentais, buscando nas forças comunitárias populares o apoio e o incremento da ação educativa. ( )

d) Deve valorizar e democratizar a cultura e socializar o saber popular, discutindo e sistematizando-o a partir das formas de

expressão e comunicação das camadas populares. ( )

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 5Segundo a temática desenvolvida, o educador social é o profissional que:

a) Desenvolve o seu trabalho às comunidades organizadas, sendo que o aprendizado desse profissional, numa perspectiva da educação não formal, está tanto para o ensinar como para o aprender. O diálogo é o canal de comunicação e a sensibilidade para entender e captar a cultura local é primordial.

b) Deve ser agente de transformação social por si só e não depende do trabalho coletivo.

c) Desenvolve o seu trabalho somente em ambientes de educação formal.

d) Ensina e o diálogo é o canal de comunicação em sua atuação e exploração do conhecimento.

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

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Questão 6Qual é a relação da educação não formal com o educador social, apoiando-se nas fundamentações da Maria da Glória Gohn (2010)?

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 7Pesquise em várias fontes sobre as ideias de educação e educação transformadora que o educador Paulo Freire defende. A seguir, elabore um pequeno texto sobre as contribuições do educador para a educação e a relação de educação que Paulo Freire defende com o perfil de educador social apresentado no texto.

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 8Segundo Maria da Gloria Gohn (2010), como a educação não formal contribui para a produção do

saber?

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 9Qual é o papel do educador social que atua no campo da educação não formal?

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 10“O educador que por excelência constituiu o repertório legítimo da educação social é Paulo Freire. As suas ideias centrais dizem respeito à necessidade de se construir uma educação prioritariamente democrática, que seja apta a solidificar no educando a passagem da consciência ingênua à consciência crítica. Em tal transição, os métodos pedagógicos devem proporcionar ao indivíduo o enfoque no que tange aos problemas de seu país, do mundo e da própria democracia”.

Assim sendo, qual relação existe entre as ideias centrais de Paulo Freire e a emancipação social

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de educação em ambientes não escolares apresentada pela por Gohn (2010) nesta temática?

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

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Nesse tema, você aprendeu um pouco mais sobre a educação não formal. Viu também, o que as universidades estão pesquisando sobre o tema, sobre a emancipação sociopolítica e o educador social na educação não formal.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

FINALIZANDO

Conteúdos e Habilidades

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Tema 4Educação não formal: aprendizagens na participação social e os movimentos sociais.

ícones:

Conteúdos e HabilidadesConteúdo

Nesta aula, você estudará:

• Educação não formal e aprendizagens na participação social.

• Educação não formal e os movimentos sociais.

Habilidades

Ao final desta aula, você deverá ser capaz de responder a si próprio as seguintes questões:

• Qual a importância dos movimentos sociais na construção dos saberes e das práticas em educação não formal?

• De que forma os movimentos sociais podem contribuir para a construção da cidadania?

• Qual relação é possível atribuir aos Movimentos Sociais e Educação no campo da educação não formal?

AULA 4

Assista às aulas na sua unidade e também no Ambiente Virtual de Aprendizagem.

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Educação não formal: aprendizagens na participação social e os movimentos sociais.

Caro aluno, você estudará nesta aula a ação da educação não formal em aprendizagens na participação social, ou seja, a presença da educação formal em ações nos movimentos e projetos sociais e demais ações frente ao desenvolvimento dessa modalidade de educação.

Maria da Glória Gohn (2010) apresenta a análise das possibilidades de participação da comunidade educativa em determinada escola, articulando-a aos processos de aprendizagem não formal que os métodos de gestão participativa desenvolvem. Assim, procura-se tecer algumas considerações sobre as estruturas de participação que já são existentes no interior das escolas, a exemplo dos distintos e diferenciados colegiados e conselhos. Estes por sua vez, se entrecruzam das necessidades advindas da prática da educação formal/escolar com a educação não formal, principalmente no que se refere à participação dos pais e outros membros da comunidade educativa em decisões a serem tomadas para o desenvolvimento escolar.

A participação de pais e membros representantes das comunidades ainda continua escassa. Segundo Gohn (2010), só exercem uma participação ativa nos colegiados aqueles pais com certa experiência participativa anterior, extraescolar, revelando a importância da participação dos cidadãos em ações coletivas na sociedade civil. O caráter educativo que esta participação adquire quando ela ocorre em movimentos sociais comunitários, organizados em função de causas públicas, é de trabalhar os indivíduos para atuarem como representantes da sociedade civil organizada.

Logo, o poder local de determinada comunidade e as possibilidades emancipatórias de organizações, movimentos ou instituições, não existem isoladamente. Esses poderes devem ser organizados, adensados em função de objetivos que respeitem as culturas e diversidades locais, não se desvinculando da visão de mundo, mas utilizando toda a sua experiência de mundo para realizações locais que criem laços de pertencimento e de identidade.

A participação de cidadãos (as) nas últimas décadas, no Brasil, tem ocorrido basicamente via quatro formas, a saber: movimentos sociais, ONGs, fóruns e assembléias, e em estruturas colegiadas institucionalizadas, como os conselhos de

Leitura Obrigatória

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direitos ou conselhos das áreas sociais ou semi-institucionalizadas, como os OPs (Orçamentos Participativos) (GOHN, 2010, p. 64).

Pode-se observar a presença da educação não formal em muitos campos da vida social, especialmente na área do associativismo. Segundo Veiga e Rech (2002, p.17),

associativismo é qualquer iniciativa for mal ou informal que reúne pessoas físicas ou outras sociedades jurídicas com objetivos comuns, visando a superar dificuldades e gerar benefícios para seus associados.

Tal conceito é utilizado pela ABONG (Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais) e possui um caráter bastante abrangente. Leva-se em consideração a definição de associa ções de acordo com a Legislação do Código Civil do Brasil, Art. 53, Cap. II: “Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizam para fins não econômicos”.Os movimentos sociais têm sido considerados, por vários pesquisadores da área de estudo em educação não formal, como elementos e fontes de inovações e mudanças sociais, além de existir um reconhecimento de que estes detêm um saber, advindos de suas práticas cotidianas, passíveis de serem apropriados e transformados em força produtiva. Esses movimentos são considerados por Gohn (2010), como elementos fundamentais na sociedade moderna, agentes construtores de uma nova ordem social e não agentes de perturbação de ordem, como as antigas análises conservadoras registradas em manuais antigos ou como ainda são tratados na atualidade por políticos tradicionais.

A presença dos movimentos sociais é uma constante na história política do país, mas ela é cheia de ciclos, com fluxos ascendentes e refluxos (alguns estratégicos, de resistência ou rearticulação em face da nova conjuntura e das novas forças sociopolíticas em ação). O importante a destacar é esse campo de força sociopolítico, é o reconhecimento de que suas ações impulsionam mudanças sociais diversas. O repertório de lutas que eles constroem demarca interesses, identidades, subjetividades e projetos de grupos sociais (GONH, 2010, p. 66).

A trajetória dos movimentos sociais há tempos tem refletido na conjuntura sociopolítica em que atuam. Podem-se aglutinar os movimentos sociais da atualidade, segundo Gohn (2010), em três grandes categorias de movimentos. São eles:

1. Os identitários, que lutam por direitos sociais, econômicos, políticos, e mais recentemente, culturais, são movimentos de segmentos sociais excluídos, usualmente pertencentes às camadas populares.

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2. Os de luta, que reivindicam melhores condições de vida e de trabalho, tanto no campo urbano, como no campo rural, que demandam acesso e condições para aquisição de terra, moradia, alimentação, saúde, transporte e demais reivindicações.

3. Os globais, globalizantes, alterglobalizantes, ou transnacionais, tais como o Fórum Social Mundial. Referem-se às lutas que atuam em redes sociopolíticas e culturais, via fórum, plenárias, colegiados, dentre outros. Tais lutas são também responsáveis pela articulação e globalização de muitos movimentos sociais locais, regionais, nacionais ou transacionais.

4. Percebe-se que no contexto atual é possível encontrar novos sujeitos em cena, como os movimentos sociais anti ou alterglobalizados. Várias lutas sociais interagem com muita rapidez, dando origem a novos movimentos, com ideias e reivindicações inovadoras.

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Leia o artigo Movimentos sociais: espaço de educação não formal da sociedade civil. A autora Maria da Gloria Gohn apresenta a ideia de movimento social na educação não formal referente a sociedade civil. Os movimentos são elementos fundamentais na sociedade moderna, agentes construtores de uma nova ordem social e não agentes de perturbação da ordem, como as antigas análises conservadoras escritas nos manuais antigos, ou como ainda são tratados na atualidade por políticos tradicionais. Disponível em: <http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2004/04/02/519734/movimentos-sociais-espaos-educao-no-formal-da-sociedade-civil.html>. Acesso em: 26 nov. 2012.

Acesse a pesquisa de Trabalho de Conclusão de Curso em Ciências Sociais sobre: Movimentos sociais, educação não formal e cidadania: duas experiências históricas. A pesquisa analisa diferentes interpretações para o conceito de Educação não formal – ENF – e refletir sua gênese através dos Movimentos Sociais e da cidadania ativa em dois períodos históricos distintos. O primeiro refere-se ao período pré-ditadura militar no Brasil (1964), com destaque para os movimentos de Educação Popular. Disponível em: <http://static.recantodasletras.com.br/arquivos/2356772.pdf>. Acesso em: 23 nov. 2012.

Acesse o artigo Dilemas e contradições de projetos de Educação não formal com a educação popular: reflexões sobre práticas e saberes que aborda a origem da Educação Popular e da Educação Não Formal no Brasil apresentando uma trajetória semelhante no que se refere às discussões quanto ao papel do Estado e sua ausência no cumprimento das obrigações básicas na garantia dos direitos dos cidadãos. Nessas concepções educacionais, também se discute a ocorrência da educação em contextos diversificados e procura-se romper com metodologias educacionais tradicionais e currículos que não respeitem os saberes, valores e modos de viver das classes populares. Entretanto, alguns dilemas e divergências conceituais são evidenciados nessas áreas. O texto ainda aborda a existência de algumas críticas em relação aos projetos de Educação não formal que não são construídos em conjunto com as organizações sociais. Dessa maneira, se discute se eles reforçam ou até mesmo negam as instâncias de organização popular. Disponível em: <http://www.anped.org.br/reunioes/30ra/trabalhos/GT06-3264--Int.pdf>. Acesso em: 25 nov. 2012.

Acesse o texto Educação não formal: novo associativismo e terceiro setor no Brasil de Maria da Gloria Gohn. O texto apresenta o cenário brasileiro nos anos 1990, a emergência do terceiro setor e a educação não formal: seus campos de atuação e seus problemas. Disponível em: <http://www.lite.fae.unicamp.br/grupos/gemdec/art_gloria.html>. Acesso em: 22 nov. 2012.

LINKS IMPORTANTES

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Acesse o texto Desmistificando a Educação não formal. Neste texto, discutem-se alguns acontecimentos que marcaram um novo campo para a educação não formal no Brasil. Em seguida são apresentadas as especificidades da educação não formal, demarcando seu campo de desenvolvimento, a partir da distinção das outras modalidades de educação: a formal e a informal. Essas modalidades educacionais distinguem-se em relação à ausência ou presença de certas características e de diferentes intenções da ação educativa. Disponível em: <http://www.sumare.edu.br/Arquivos/1/raes/06/raesed06_artigo01.pdf>. Acesso em: 22 nov. 2012.

Assista ao vídeo A História dos movimentos Sociais. O vídeo apresenta um breve histórico sobre os movimentos sociais, a importância destes e, da participação popular na construção da cidadania. Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=406ujmrth_w>. Acesso em: 26 nov. 2012. Assista ao vídeo Educação e mudança social. O professor de economia da Universidade Federal de Santa Catarina, Nildo Ouriques, discute sobre o Fórum Mundial de Educação como espaço para manifestações como proposta para a mudança social. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=_S6skQkJetA&feature=watch-vrec>. Acesso em: 25 nov. 2012.

VÍDEOS IMPORTANTES

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Instruções

Faça uma revisão dos assuntos abordados na temática apresentada e responda as questões abaixo.

Agora é com você! Responda às questões a seguir para conferir o que aprendeu!

Questão 1De acordo com os seus conhecimentos prévios sobre a ideia de movimento social, qual relação você pode atribuir com as três grandes categorias de movimentos sociais segundo Gohn?

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 2 Em relação à temática desenvolvida é correto afirmar que:a) Os movimentos sociais não estão articulados

aos movimentos estudantis e os voltados para a educação.

b) Os movimentos de luta reivindicam melhores condições de vida e de trabalho, tanto no campo urbano como no campo rural, que demandam acesso e condições para aquisição de terra, moradia, alimentação, saúde, transporte e demais reivindicações.

c) Os movimentos identitários que lutam por direitos sociais, econômicos, políticos e, mais recentemente, culturais, não são movimentos de segmentos sociais excluídos, usualmente pertencentes às camadas populares.

d) Todas as questões acima estão incorretas. .

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 3Verifique se as afirmações abaixo são Verdadeiras (V) ou Falsas(F):

a) Para Maria da Glória Gohn, os movimentos sociais têm sido considerados, por vários pesquisadores, como elementos e fontes de inovações e mudanças sociais, além de existir um reconhecimento de que estes detêm um saber, advindos de suas práticas cotidianas, passíveis de serem apropriados e transformados em força produtiva ( ).

b) A presença dos movimentos sociais é uma constante na história política do país, mas ela é cheia de ciclos, com fluxos ascendentes e refluxos ( ).

c) A participação de cidadãos nas últimas décadas no Brasil, tem ocorrido basicamente

Agora é a sua vez

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via quatro formas a saber: movimentos sociais, ONGs, fóruns e assembleias, e em estruturas colegiadas institucionalizadas, como os conselhos de direitos ou conselhos das áreas sociais ou semi-institucionalizadas, como os OPs ( ).

d) Só exercem uma participação ativa nos colegiados aqueles pais com certa experiência participativa anterior, extraescolar, revelando a importância da participação dos cidadãos em ações coletivas na sociedade civil ( ).

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 4Diante das afirmativas abaixo:

I- Movimentos Sociais podem ser considerados sistemas de práticas sociais contraditórias de acordo com a ordem social urbana/rural, cuja natureza é a de transformar a estrutura do sistema, seja através de ações revolucionárias ou não, numa correlação classista e, em última instância, o poder estatal.

II- Os globais, globalizantes, alterglobalizantes, ou transnacionais, tais como o Fórum Social Mundial referem-se às lutas que atuam em redes sociopolíticas e culturais, via fórum, plenárias, colegiados, dentre outros.

III- O poder local de determinada comunidade e as possibilidades emancipatórias de organizações, movimentos ou instituições, não existem isoladamente.

IV- As participações de pais e membros

representantes das comunidades, ainda continuam escassos.

É possível afirmar que:a) Somente as afirmativas: I, II, e II estão corretas.b) Somente a afirmativa II está correta.c) Somente as alternativas III e IV estão corretas.d) Todas as afirmativas estão corretas e de acordo

com a temática desenvolvida.

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 5Assinale a afirmativa correta:a) Os movimentos sociais nada tem haver com

os movimentos sociopolíticos.b) Os movimentos sociais são considerados

anarquias pelo governo.c) Os movimentos globais, referem-se às lutas

que atuam em redes sociopolíticas e culturais, via fórum, plenárias, colegiados, dentre outros.

d) No contexto atual não é possível encontrar novos sujeitos em cena, como os movimentos sociais anti ou alterglobalizados.

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

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Questão 6Como a educação não formal pode contribuir para as aprendizagens na participação social?

.Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 7A partir da análise e reflexão da ideia abaixo apresentada, disserte sobre a importância dos movimentos sociais como mudança social na perspectiva da educação não formal.

A presença dos movimentos sociais é uma constante na história política do país, mas ela é cheia de ciclos, com fluxos ascendentes e refluxos (alguns estratégicos, de resistência ou rearticulação em face da nova conjuntura e das novas forças sociopolíticas em ação). O importante a destacar é esse campo de força sociopolítico, é o reconhecimento de que suas ações impulsionam mudanças sociais diversas. O repertório de lutas que eles constroem demarcam interesses, identidades, subjetividades e projetos de grupos sociais (GONH, 2010, p.66).

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 8Qual relação é possível estabelecer entre: Movimento Social e Educação não formal de acordo com o tema desenvolvido?

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 9Pesquise em várias fontes sobre a importância dos movimentos sociais na educação não formal e mudança social. Logo após relacione a pesquisa com os tipos de movimentos sociais apresentados pela autora Maria da Gloria Gohn..

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 10A contribuição de Ferdinand de Saussure foi inquestionável para consolidar a linguística

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FINALIZANDOcomo ciência. Além do paradigma Língua x Fala, apresentado neste tema, houve mais três outras dicotomias apresentadas em seu livro “Curso de Linguística Geral” com grande importância para os estudos linguísticos. Pesquise quais são e o que significam essas três outras dicotomias e como elas podem ajudar a compreender os temas que já foram trabalhados nesta disciplina.

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

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Caro aluno, você pôde aprender neste tema a importância da ação na educação não formal em aprendizagens na participação social, ou seja, a presença da educação formal em ações nos movimentos sociais, nos projetos sociais e demais ações frente ao desenvolvimento desta modalidade de educação a partir da relação entre a educação não formal, as aprendizagens na participação social e os movimentos sociais. Assim, espera-se que ao final da temática e resolução de questões, você tenha conseguido interagir com os demais materiais e assuntos oferecidos e aproveitado a questão em pauta para construir conhecimentos e saberes sobre a educação não formal: aprendizagens na participação social e os movimentos sociais.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

FINALIZANDO

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Tema 5Educação não formal: Movimentos sociais e a educação, projetos sociais e associativismo no Brasil.

ícones:

Conteúdos e Habilidades

Conteúdo

Nesta aula, você estudará:

• Educação não formal – a relação entre movimentos sociais e a educação.

• Educação não formal – a relação entre projetos sociais e associativismo no Brasil.

• Educação não formal – a relação entre educação popular e os movimentos populares urbanos.

Habilidades

Ao final desta aula, você deverá ser capaz de responder a si próprio as seguintes questões:

• Qual relação entre movimentos sociais e educação?

• De que forma os movimentos sociais estão relacionados com a educação não formal?

• Qual relação você, aluno, atribui entre projetos sociais e associativismo no Brasil?

AULA 5

Assista às aulas na sua unidade e também no Ambiente Virtual de Aprendizagem.

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Educação não formal : Movimentos sociais e a educação, projetos sociais e associativismo no Brasil.

Para Gohn (2005), a educação, na temática dos movimentos sociais e educação, é tratada no sentido mais amplo, o que se caracteriza por todos os processos que envolvem aprendizagem de novos valores, ideias, atitudes e comportamentos que apreendidos e assimilados pelos sujeitos sociais são responsáveis por novas práticas no cotidiano social, e no sentido restrito, a educação no âmbito escolar. Assim, a relação nesta abordagem ocorre a partir de novas atitudes que os integrantes tomam a partir da prática de mobilização ou conforme afirma a autora ainda afirma:

(...) a educação se apresenta como forma de aprendizagem aos participantes dos movimentos e associações; como efeito pedagógico multiplicador das ações coletivas junto à sociedade civil e à sociedade política; e como demandas específicas na área educacional, dentro e fora da instituição escolar (GOHN, 2005, p. 114).

A autora não trata, porém, de sintetizar sua obra apenas à reconstrução da trajetória histórica dos movimentos sociais e a educação, sobretudo a popular. Procura-se, sim, alcançar um ponto de convergência no qual, movimentos sociais e educação popular se encontram, tendo em vista as abordagens analíticas, elaboradas pelas Ciências Sociais no caso dos movimentos e pela educação, no caso da educação popular que tenham expressado caminhos práticos e teóricos separados. Observa-se que o processo brasileiro de descentralização da educação não está descentralizado de fato, quando se refere ao poder no interior das escolas. Usualmente esse poder ainda continua nas mãos dos gestores escolares e a comunidade local, que não está ainda preparada para participar e entender ativamente sobre as questões do cotidiano das reuniões. Um exemplo disso são as reuniões de planejamento orçamentário. O caráter educativo que essa participação adquire quando ocorre em movimentos sociais comunitários, organizados em função de causas públicas, é de preparar os indivíduos para atuarem como representantes da sociedade civil organizada, e assim, os colegiados escolares são considerados uma dessas instâncias.

Os projetos políticos dos representantes dos diferentes segmentos e grupos, seus valores, visões de mundo, etc., interferem-na dinâmica desses processos

Leitura Obrigatória

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participativos. Para terem como meta projetos emancipatórios, eles devem ter como lastro de suas ações os princípios da igualdade e da universalidade. Os colegiados devem construir ou desenvolver esta sensibilidade via um conjunto de valores que venham a ser refletidos em suas práticas. Sem isso temos uma inclusão excludente: aumento do número de alunos nas escolas e estruturas descentralizadas que não ampliam de fato a intervenção da comunidade na escola (GOHN, 2010, p.70).

É de grande relevância registrar que os movimentos pela educação apresentam caráter histórico, sendo estes processuais e que ocorrem dentro e fora das escolas e em outros espaços institucionais. As lutas pela educação estão articuladas nas lutas por direitos, e são partes da construção pela cidadania.

No entanto, segundo Gohn (2010), se não houver sentido nas formas de participação na área da educação, através de projetos de emancipação para a cidadania, que tenham como meta, mudanças substantivas e não instrumentais, corre-se o risco de se ter espaços, mais autoritários do que os já existentes quando centralizados. Tem-se de voltar a politizar o político no sentido de socialização do poder.

Quanto aos movimentos populares, estes emergiram no contexto social e político brasileiro durante as décadas de 1980 e 1990, sendo responsáveis por expressivas conquistas que garantem melhorias na qualidade de vida de amplos setores sociais, afirmação de direitos e exercício da cidadania para um número cada vez maior de agrupamentos humanos, construção de identidades coletivas e autoestima pessoal e social de setores e grupos historicamente discriminados ou oprimidos, intervenção nas políticas públicas, modificando ou inibindo as seculares práticas assistencialistas e clientelistas, contribuindo, assim, para mudanças em nível do poder local e da política tradicional. Tais conquistas estão permeadas por processos educativos, tanto dos participantes diretos de tais movimentos, quanto das pessoas e grupos atingidos por sua ação e da sociedade envolvente.

Neste período se consolidam muitos grupos e entidades locais, mas também expressões locais de movimentos nacionais, principalmente aqueles que lutam mais diretamente em torno de questões centrais da sobrevivência das pessoas, como: o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); o Associativismo Comunitário nas suas mais diversas formas de expressão; diversos movimentos de luta por moradia popular e de defesa dos favelados; movimentos com forte caráter identitário, como os de mulheres, de negros, de portadores de deficiência, de homossexuais; Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB); vários movimentos de defesa e de organização de crianças e adolescentes. Consolidaram-se também, neste período, vários movimentos e organismos de inspiração religiosa, pastorais sociais, bem como os Centros de Educação Popular e as Organizações Não Governamentais (ONGs)

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(MEC, 2005, p.3).

Os movimentos sociais acima citados têm como meta, por meio das expressões organizativas que mobilizam grupos específicos, garantir:

• Melhorias nas condições de existência e mesmo garantia de sobrevivência.• Autoestima pessoal e solidariedade sócia.• Consciência de direitos e exercício da cidadania.• Mudanças no poder local e deslocamentos na política tradicional.

Quanto ao caráter educativo dos movimentos sociais, tem como origem várias formas, planos e dimensões que se articulam, não existindo nenhum grau de prioridade entre as dimensões estabelecidas. Resumidamente, pode-se elencar as seguintes dimensões:

• A dimensão da organização política, a qual se refere à consciência adquirida progressivamente por meio do conhecimento sobre quais são os direitos e os deveres dos indivíduos na sociedade.

• A dimensão da cultura política que, por meio do exercício da prática cotidiana, nos movimentos sociais leva ao acúmulo de experiência, tendo importância a vivência no passado e no presente para a construção do futuro. A fusão do passado com o presente transforma-se em força social coletiva organizada. Nesta questão, destacam-se dois pontos importantes: a questão educativa, que é um processo cujos produtos são realimentadores de novos processos e a questão pedagógica, refere-se aos instrumentos utilizados no processo.

• A dimensão espacial-temporal que possibilita a articulação entre o chamado saber popular e o saber científico, técnico, codificado, uma vez que as categorias tempo e espaço são importantes no imaginário popular, ou seja, são representações fortes na mentalidade coletiva popular. O espaço e o tempo possuem dimensões amplas no meio rural, à medida que fazem parte do universo de referência do cotidiano vivido. No urbano estas categorias são desapropriadas do controle das pessoas.

Segundo Gohn (2010), o elemento comum que articula os movimentos sociais com a educação é a cidadania. No entanto, este termo apresenta diversas abordagens, tanto do ponto de vista, teórico-metodológico, como do processo de mudança e transformação da sociedade.

No Liberalismo, a cidadania está articulada à noção de direitos, tratando-se dos direitos naturais e imprescritíveis do homem, como: liberdade, igualdade perante a lei e direito à propriedade e dos direitos da nação, como: soberania nacional e separação dos poderes executivo, legislativo e judiciário. De acordo com essa ideologia, o homem se considerava suficientemente esclarecidos para escolher seus representantes, com conhecimento de causa independente das pressões e cima de tudo, proprietários de posses que tinham direito à plena liberdade e à pela cidadania.

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Para Gohn (2005, p.56), a relação entre educação popular e os movimentos sociais populares urbanos está entrelaçada:

• No desenvolvimento autônomo da literatura sobre a educação popular e movimentos social urbano, embora as duas temáticas tenham um objeto em comum de ponto de reflexão: as populações tidas como carentes e marginalizadas da sociedade.

• No conjunto dos pesquisadores que se dedicaram às suas análises em campos específicos de suas áreas de conhecimento e da prática social, ou seja, a educação, no caso da educação popular e a de ciências sociais, no caso dos movimentos sociais.

• Na fase do auge da produção sobre a educação popular, correspondente ao início das primeiras publicações sobre movimentos sociais na década de 1970, quando a produção sobre esses movimentos cresce, ocorre o inverso com a educação popular, ela declina.

• No exame dos princípios e métodos da educação popular encontram-se várias manifestações que se fazem presentes, concretamente, nos movimentos sociais populares dos anos 1980.

Quanto aos projetos sociais e associativismo no Brasil é necessário, antes de iniciar a discussão, apresentar a diferença entre programa e projeto muito presente nas organizações, principalmente nos trabalhos desenvolvidos com a educação não formal.Procura-se para tal diferenciação apoio em Ander e Idáñez (1997, p.15) cujo programa é um “conjunto organizado, coerente e integrado de atividades, serviços ou processos expressados em um conjunto de projetos relacionados ou coordenados entre si que são de similar natureza”. Assim, um programa é constituído por vários projetos. É a parte do plano que poderia ser assumida por universidades, empresas, organizações não governamentais ou outras instituições.Já o projeto para Gohn (2010, p.79) é um conjunto de atividades concretas, coordenadas e inter-relacionadas que possuem orientações mais específicas e objetivas para a solução dos problemas. O que diferencia o projeto do programa é a magnitude e a amplitude dos objetivos. Vários projetos constituem um programa que, necessariamente, devem estar articulados entre si. Os projetos sociais surgem a partir do desejo de modificar uma determinada realidade. São elos entre o desejo e a realidade que se caracterizam em ações estruturadas e intencionais, de um grupo ou organização social, e partem da reflexão e do diagnóstico sobre uma determinada problemática e buscam contribuir, em alguma medida, para novas situações de melhoria. Uma boa definição é formulada por Domingos Armani (2000), cujo projeto é definido como “ação social planejada, estruturada em objetivos, resultados e atividades, baseados em uma quantidade limitada de recursos (...) e de tempo” (p. 18).

Para Gohn (2010, p. 78):Um exame rápido na internet possibilita-nos adentrar no universo dos “Projetos Sociais”, de diferentes tipos, natureza, entidades. Alguns de seus propositores ou formuladores apresenta-nos argumentos em que se destacam: o exercício da cidadania, o envolvimento das pessoas para além do seu campo de vivência, a

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transposição de barreiras e preconceitos em beneficio do outro. Alguns destacam que os projetos são um meio para que haja maior conscientização do individuo diante do papel que ele desempenha na sociedade. O despertar para a solidariedade também é item.

Ainda para a mesma autora, os projetos sociais são construções elaboradas por determinados grupos de pessoas que desejam transformar ideias em boas práticas, sendo a diversidade cultural uma noção central destes. Tais projetos aplicados podem transformar a realidade local.

Pode-se observar a presença da educação não formal em muitos campos da vida social, especialmente na área do associativismo. Leva-se em consideração a definição de associativismo de Veiga e Rech (2002, p. 17):

Associativismo é qualquer iniciativa formal ou informal que reúne pessoas físicas ou outras sociedades jurídicas com objetivos comuns, visando a superar dificuldades e gerar benefícios para seus associados.

Assim, a relação entre ambos é que nos projetos sociais necessita-se elaborar, organizar as ideias que serão executadas com fim de transformar um determinado local e o associativismo é a ponte de execução dessas ideias, geralmente concretizadas por grupos organizados.

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LINKS IMPORTANTESQuer saber mais sobre o assunto? Então:

Leia o artigo Arte e Cultura na educação não formal. Esse trabalho refere-se a um recorte de um projeto de extensão universitária da Universidade Federal de Uberlândia, desenvolvido em um Centro de Formação da cidade. Caracterizado como um local de educação não formal, o Centro de Formação visa desenvolver, por meio de diferentes atividades profissionalizantes, culturais e grupos de conversa sobre variados temas, a identidade de grupo, a coletividade, cidadania, convivência com a diversidade, autovalorização. Disponível em: <http://www.abrapso.org.br/siteprincipal/images/Anais_XVENABRAPSO/377.%20arte%20e%20cultura%20na%20educa%C7%C3o%20n%C3o%20formal.pdf>. Acesso em: 30 nov. 2012.

Leia o artigo Educação não formal: Estudo de um projeto social voltado para crianças e adolescentes em situação de rua. O presente artigo apresenta uma pesquisa realizada em um projeto social de Educação Não Formal voltado para crianças e adolescentes em situação de rua no município de Vitória, em que foi constatado que o projeto possui uma equipe diversificada em sua formação e empenhada nas funções de cuidado e atendimento psicossocial, dentro da perspectiva da Educação Não Formal. Verificou-se também que as atividades desenvolvidas nesse projeto visam promover o acesso à cultura, à arte, ao lazer e à informação. Disponível em: <http://www.facevv.edu.br/Revista/Especial%2002/artigo1.pdf>. Acesso em: 2 dez. 2012.

Acesse o artigo: Associativismo civil e movimentos sociais populares em São Paulo de Maria da Gloria Gohn. O artigo analisa os movimentos sociais em São Paulo, destacando os ocorridos entre as camadas populares. Focaliza os movimentos pela moradia a partir do ano de 2000. Disponível em: <http://redalyc.uaemex.mx/pdf/938/93844204.pdf>. Acesso em: 27 nov. 2012.

Assista o vídeo Movimentos Sociais Parte I. O vídeo apresenta a trajetória dos movimentos sociais no Brasil e, seus objetivos. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=Su4jZOvrS7E>. Acesso em: 23 nov. 2012.

VÍDEOS IMPORTANTES

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Assista o vídeo Movimentos Sociais parte II. É uma continuação do vídeo parte I, apresentando agora, a teoria clássica que tenta explicar a finalidade e existência dos movimentos sociais. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=KR7fztA2Z3o>. Acesso em: 24 nov. 2012.

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Instruções

Faça uma revisão dos assuntos abordados na temática apresentada e responda as questões abaixo.

Agora é com você! Responda às questões a seguir para conferir o que aprendeu!

Questão 1De acordo com os estudos e os conhecimentos prévios adquiridos responda: Como as ações socioeducativas podem modificar a realidade local de determinada comunidade?

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 2 A partir da temática desenvolvida e estudada, assinale qual das afirmativas abaixo não se refere aos assuntos abordados neste tema:

a) Movimentos sociais e a educação brasileira.

b) Pedagogia Social e educação informal.

c) Projetos sociais e associativismo no Brasil.

d) Ideia sobre programa e projeto nos movimentos sociais.

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 3Indique se as alternativas abaixo são Verdadeiras (V) ou Falsas (F) de acordo com os assuntos abordados na temática estudada acima.

a) Os projetos sociais surgem a partir do desejo de modificar uma determinada realidade. São elos, entre o desejo e a realidade, caracterizando-se em ações estruturadas e intencionais, de um grupo ou organização social, que partem da reflexão e do diagnóstico sobre uma determinada problemática e buscam contribuir, em alguma medida, para novas situações de melhoria. ( )

b) No Liberalismo, a cidadania não está articulada à noção de direitos, tratando-se dos direitos naturais e imprescritíveis do homem, como liberdade, igualdade perante a lei e direito à propriedade e, dos direitos da nação, como soberania nacional e separação dos poderes executivo, legislativo e judiciário. ( )

c) Segundo Maria da Glória Gohn (2010), o elemento comum que articula, os movimentos sociais com a educação é a reivindicação. ( )

d) Consideram-se movimentos sociais, os agrupamentos de pessoas, geralmente das

Agora é a sua vez

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classes populares ou de grupos minoritários (no sentido de destituídos de poder) e discriminados, que agem coletivamente, com algum método, realizam parcerias e alianças, abrem diálogos e negociações com interlocutores, como processos articulados para conquistas de direitos e exercício da cidadania. ( )

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 4Verifique qual das alternativas abaixo corresponde melhor a ideia, completando as lacunas da frase, segundo a temática desenvolvida :

É de grande relevância, registrar que os _____________________ apresentam caráter _____________________, sendo estes, processuais e que acontecem, portanto, ______ e __________ das escolas e em outros ___________________.

a) os movimentos pela educação; de espaços educacionais; dentro e fora; espaços históricos.

b) os movimentos pela educação ; histórico; dentro e fora; espaços institucionais.

c) espaços institucionais; os movimentos pela educação; histórico; dentro e fora.

d) movimentos históricos; de espaços

educacionais; dentro e fora; movimentos pela educação.

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 5Indique a alternativa que melhor se relaciona com os assuntos abordados no tema estudado.

a) Movimentos sociais e educação popular não apresentam relação alguma na educação não formal.

b) Ainda para a autora do Livro-Texto, os projetos sociais são construções elaboradas por determinados grupos de pessoas que desejam transformar ideias em boas práticas, sendo a diversidade cultural uma noção central destes. Tais projetos aplicados, podem transformar a realidade local.

c) Os projetos sociais somente ocorrem em ONGs, com a finalidade de suprir o que a educação formal não conseguiu desenvolver.

d) No Liberalismo, a cidadania não está articulada à noção de direitos, tratando-se dos direitos naturais e imprescritíveis do homem, como: liberdade, igualdade perante a lei e direito à propriedade e, dos direitos da nação, como: soberania nacional e separação dos poderes: executivo, legislativo e judiciário.

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

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Questão 6De que forma os movimentos sociais se relacionam com a educação não formal?

.Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 7A partir da análise e reflexão sobre a ideia abaixo, estabeleça uma relação entre o processo brasileiro de descentralização da educação, principalmente no interior das escolas, e os movimentos sociais.

Observa-se que o processo brasileiro de descentralização da educação não está descentralizado de fato, quando se refere ao poder no interior das escolas. Usualmente esse poder ainda continua nas mãos dos gestores escolares e a comunidade local, que não está ainda preparada para participar e entender ativamente sobre as questões do cotidiano das reuniões. Um exemplo disso são as reuniões de planejamento orçamentário. O caráter educativo que essa participação adquire quando ocorre em movimentos sociais comunitários,

organizados em função de causas públicas, é de preparar os indivíduos para atuarem como representantes da sociedade civil organizada, e assim, os colegiados escolares são considerados uma dessas instâncias.

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 8De acordo com a temática desenvolvida, responda: Existe relação entre projetos sociais e o associativismo? Justifique a sua resposta.

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 9Como a autora Maria da Glória Gohn aborda a ideia de projeto social em seu livro “Educação não formal e o educador social: atuação no desenvolvimento de projetos sociais”?

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

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Questão 10Levante por meio de pesquisas, um exemplo de movimento popular urbano que contribua para transformações significativas em ação local e desenvolvimento da cidadania. Não se esqueça de registrar as fontes de pesquisas e relacionar com os conhecimentos desenvolvidos na temática 5, ou seja, o significado de movimento popular urbano e sua relação com a educação não formal.

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

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FINALIZANDO

Neste tema você aprendeu sobre a Educação não formal: Movimentos sociais e a educação, projetos sociais e associativismo no Brasil. Viu como os movimentos sociais podem influenciar na educação não formal e ainda pôde perceber a influência e importância dos projetos sociais e o associativismo na educação não formal. Assim, espera-se que ao final da temática e resolução de questões, você tenha conseguido interagir com os demais materiais e assuntos oferecidos, aproveitando a questão em pauta para construir conhecimentos e saberes significativos.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

Conteúdos e Habilidades

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Tema 6Os projetos sociais voltados para a educação, cultura, arte e as ONGs no Brasil.

ícones:

Conteúdos e HabilidadesConteúdo

Nesta aula, você estudará:

• Educação não formal – projetos sociais: pesquisa e análise.

• Educação não formal – a concepção de dados qualitativos quantitativos de pesquisa.

• Educação não formal – práxis cotidiana do educador social e as ONGs.

Habilidades

Ao final desta aula, você deverá ser capaz de responder a si próprio as seguintes questões:

• Qual relação entre projetos sociais e pesquisa científica?

• Qual é a contribuição dos projetos sociais para a educação dos indivíduos de uma determinada localidade?

• Qual perfil de educador social é possível perceber na análise que a autora do Livro-Texto aborda?

• Qual a relação entre educação não formal, práxis cotidiana do educador social e as ONGs no Brasil, o conhecido terceiro setor?

AULA 6

Assista às aulas na sua unidade e também no Ambiente Virtual de Aprendizagem.

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Os projetos sociais voltados para a educação, cultura, arte e as ONGs no Brasil.

No tema anterior você pôde perceber a importância e a relação dos projetos sociais na educação não formal. Agora você terá contato com alguns projetos sociais analisados pela autora do Livro-Texto, Maria Gloria Gohn. A relação entre os projetos sociais, a pesquisa e as ONGs no Brasil.

Primeiramente, você terá contato com um breve histórico das ONGs no Brasil, o conhecido terceiro setor e logo a seguir, você verá os resultados de uma pesquisa sobre projetos sociais desenvolvidos por ONGs e movimentos sociais, como formas de trabalho da educação não formal, em destaque, um dos principais sujeitos que nela atua: o educador social. Você ainda verá, em um dos temas posteriores, um pouco mais sobre esse profissional tão fundamental na educação não formal.Quanto às ONGs no Brasil, a origem remete-se à época da Ditadura Militar (1964-1984), no contexto dos movimentos político-sociais. No entanto, no início, não houve envolvimento do governo e da iniciativa privada. O governo por temer qualquer tipo de movimento social, e da iniciativa privada por estar sobre vigilância do governo, e também por ainda não ter desenvolvido concepções sobre Marketing Social.

No período em que as forças armadas assumiram o poder na República Federativa do Brasil, mesmo entre trancos e barrancos, Estado e Mercado acomodaram interesses enquanto macrocorporações. Em ambos os lados, porém, muitos cidadãos perderam seus direitos civis, foram torturados (…). Entretanto, enquanto instância de poder genuíno da coletividade, a sociedade civil organizada foi terminantemente segregada. Essa apartação, somada ao golpe militar e tudo que ele representa, derivou com o passar dos anos, uma íntima aversão ao regime ditatorial e no ressurgimento dos movimentos sociais. Foi nesse cenário que nasceram as ONGs (PAIVA, 2003, p.71).

Segundo Paiva (2003), em nível mundial, o governo e a iniciativa privada passam a apoiar o Terceiro Setor somente após a queda do muro de Berlim (1961-1989), no assistencialismo aos países arrasados do Leste Europeu. Já no Brasil, governo e iniciativa privada vão se atentar ao Terceiro Setor após a transição democrática (1985-1988). O governo, ao reconhecer a livre ascensão dos movimentos sociais e a iniciativa privada, em relação ao número crescente de empresas que estão colocando em prática a filantropia, para serem recebidas como empresas de responsabilidade social.

Leitura Obrigatória

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Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Estatística) de 2008 apontaram a amplitude do Terceiro Setor no Brasil. O estudo foi realizado através do levantamento de dados junto à Receita Federal do ano de 2005, onde estavam registrados 338 mil fundações privadas e associações sem fins lucrativos, que empregaram 1,7 milhão de pessoas em todo o país. A pesquisa também apontou demais dados importantes que seguem destacados abaixo:

A região sudeste abriga 42,4% do total de ONGs no Brasil; 79,5% são de pequeno porte e 35,2% atuam na Defesa do cidadão; 24,8% são instituições religiosas; 7,2% desenvolvem ações de saúde e educação e pesquisa; idade média das ONGs fica em torno de 12,3 anos, sendo que a maioria -41,5 foi fundada nos anos 1990.

De acordo com a matéria online de José Fucus da Revista Época (2008), afirma que se fosse um país independente, o Terceiro Setor seria a oitava economia do planeta, pois as empresas que teoricamente atuam sem fins lucrativos, movimentam um faturamento que chega à casa de bilhões ao ano, o que poderia dar margem a corrupção.

E é justamente ai que entra o tópico de legitimidade das ONGs no Brasil. Nesse aspecto, Daniel Siqueira Marques (et al, 2003) aborda em sua pesquisa o trabalho na questão da avaliação da legitimação de ONG discorrendo sobre a transparência, prestação de contas e legislação.

A prestação de contas caminha conjuntamente com a responsabilidade social e a habilidade de justificar a forma de conduta e as obrigações de uma organização. A transparência visa garantir, ente outros aspectos, ausência de corrupção e abertura a atores fora da organização. Questões como representatividade, legitimidade, prestação de contas e transparência são significativas para companhias inseridas no processo de globalização para instituições públicas reguladoras e para a própria sociedade (MARQUES et al, 2003, p.71).

Quanto à análise de projetos sociais desenvolvidos na educação não formal voltados para a Educação, Cultura e Arte, Maria da Glória Gohn atribui destaque, a análise dos resultados de pesquisa como fonte de dados, dos projetos sociais inscritos no Programa Rumos Itaú Cultural: Educação, Cultura e Arte, totalizando duzentos e vinte e dois, projetos registrados.Segundo Gohn (2010, p.82):

O formulário nos oferece dois tipos de dados: quantitativos e qualitativos. Na análise buscar-se á articular estas duas dimensões de forma que a primeira, quantitativa, realimente a segunda, qualitativo-alicerçada nas formulações e justificativas escritas/descritas pelos sujeitos participantes inscritos no Programa Rumos. Uma parte da

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dimensão quantitativa foi codificada na etapa anterior do Programa, por ocasião do processo de seleção para o prêmio. Foram sistematizados dados dos inscritos por região dos projetos, gênero, escolarização, experiência anterior, área de atuação no mundo das artes (linguagem), formação dos sujeitos e cargos desempenhados.

Veja-se a concepção de dados qualitativos e dados quantitativos.A pesquisa qualitativa é típica das ciências humanas e sociais, por oposição às ciências naturais que utilizam, quando necessário, pesquisas experimentais. Duas possibilidades sobre a concepção de pesquisa qualitativa pode ser levantada, de acordo com Chizzoti (1991, p.79): a primeira, dos cientistas que adotam a pesquisa qualitativa, pois as ciências humanas e sociais apresentam especificidade (o comportamento humano) e a segunda, de que a abordagem qualitativa parte do fundamento de que existe uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, uma interdependência viva entre o sujeito e o objeto, um elo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito, ou seja, o objeto não é um dado inerte e neutro; este apresenta significados e relações que sujeitos concretos criam em suas ações. A atitude qualitativa enquanto abordagem de pesquisa em Educação, não invalida a quantidade como abordagem.

Para o pesquisador, Richardson (1985, p. 38):

O método qualitativo difere, em princípio, do quantitativo à medida que não emprega um instrumental estatístico como base do processo de análise de um problema. Não pretende numerar ou medir unidades ou categorias homogêneas.

Segundo o mesmo autor, até os autores que não fazem distinção clara entre métodos quantitativos e qualitativos por entender que a pesquisa quantitativa é também, de certo modo, qualitativa. Uma vez que os dados, pelo menos numa pesquisa social, só apresentam sentido quando referenciados a um contexto e/ou significados atribuídos pelos indivíduos. Contudo, existem situações que exigem estudos com características tipicamente qualitativas, como no caso de situações em que se evidencia a importância de uma abordagem qualitativa para efeito de compreender aspectos psicológicos cujos dados não podem ser coletados de modo completo por outros métodos devido a sua complexidade.Já a pesquisa quantitativa, compreende os estudos estatísticos que se destina a descrever as características de uma determinada situação, medindo numericamente as hipóteses levantadas a respeito de um problema de pesquisa, cujas informações são colhidas por meio de um questionário estruturado com perguntas claras e objetivas. Isso garante a uniformidade de entendimento dos entrevistados.

Voltando-se para a apresentação dos dados analisados da pesquisa abordada pela autora do Livro-Texto, Maria da Glória Gohn, para a dimensão dos dados qualitativos foi utilizado para a análise das

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questões, análise de conteúdo, com a finalidade de captar os sentidos e significados do objeto estudado.

Seguindo a metodologia proposta por Bauer e Gaskell (2005), as temáticas nos possibilitam construir mapas de conhecimento dos sujeitos investigados, sobre o mundo onde atuam e como o representam – enquanto um autoconhecimento. As temáticas foram agrupadas e classificadas sem eixos, à luz dos sentidos atribuídos pelos sujeitos investigados. Os mapas foram aplicados ao se criar categorias para diferenciar os objetivos do trabalho do educador e mapear as instituições e os trabalhos realizados por elas. O princípio geral organizador da análise foi o da identidade e as representações construídas pelos sujeitos inscritos sem relação: ao papel do educador, à instituição onde atuam, ao público que atendem, à comunidade do entorno onde atuam e aos resultados que julgam estar sendo obtidos no campo da cultura e da educação (GOHN, 2010, p. 82).

Quanto aos sujeitos analisados, foram observadas suas práxis cotidianas em favelas e regiões periféricas das principais capitais brasileiras. Justifica-se esta ação, porque os projetos inscritos se desenvolvem, em sua maioria, em áreas de moradia, locais de pobreza, exclusão social e ou área de alto risco de zonas urbanas deterioradas. Outros projetos desenvolvem-se em regiões que já estão estereotipadas como “territórios do mal”, tais como “polígono da maconha”. Ainda existem os projetos que estão em territórios que são ocupados por traficantes e contraventores, tendo de competir com essas forças para aderir o jovem no programa. Outros ainda atuam na luta de combate ao trabalho infantil, com o intuito de conduzir novamente as crianças e os adolescentes para a participação escolar.

Há vários estados que não tiveram instituições participantes como Amazonas, Acre, Roraima, Amapá. A baixa participação da região Sul causou-nos surpresa de um lado, e compreensão de outro. Surpresa porque o Sul tem tradição de associativismo, compreensão porque não são estados com grande número de populações em situação de vulnerabilidade. Entretanto, inicialmente, tínhamos um suposto de que Porto Alegre apresentaria um grande leque de projetos socioculturais e educacionais entre os inscritos, devido à fama que ela alcançou, até no plano internacional, com as edições do Fórum Social Mundial entre 2001-2007 (exceto 2004 que foi na Índia, 2006 na Venezuela e 2007 no Quênia, na África), e por seu longo período de gestão pública governamental com programas participativos tipo Orçamento Participativo. Mas não foi isso que os dados revelaram - registraram apenas duas inscrições: uma na capital e uma no estado do Rio Grande do Sul (GOHN, 2010, p.87).

Quanto às áreas centrais, nessas grandes cidades não foram percebidos muitos projetos inscritos.

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Cumpre mencionar que nessas áreas, em algumas cidades, como São Paulo, localizam-se os movimentos sociais populares urbanos mais organizados na atualidade, tendo atuação na área da habitação popular e são moradores de cortiços, prédios abandonados ou moradores que vivem nas ruas.

Em relação aos projetos sociais analisados por Gohn (2010), estão divididos em programas sociais, prestação de serviços, projetos culturais e socioeducativos, apoio econômico, conhecidos como programas de geração de renda, e defesa de bens e patrimônio, material ou não.

Encontramos poucas instituições atuando diretamente sobre a temática meio ambiente. O tema aparece de forma paralela e complementar nos trabalhos com a reciclagem de materiais de sucata, por exemplo, ou em alguns programas criados em função da defesa de algum rio, córrego ou mata, desenvolvido com alunos de escolas. “Água como fonte da vida” foi um projeto inscrito e desenvolvido em uma pequena cidade do Paraná. O tema ‘meio ambiente’ também não teve destaque nas propostas advindas das grandes metrópoles. O tema da defesa dos animais, muito próximo também das lutas dos ambientalistas, não foi encontrado. O tema de combate às formas de violência existentes no Brasil atual está presente em três eixos: 1. o projeto como um todo atua em áreas que apresentam altos índices de violência (a grande maioria das entidades que atuam nestas zonas de risco – favelas principalmente - tem dificuldade para desenvolver seu trabalho justamente porque concorrem para capturar a atenção dos jovens com as forças organizadas do crime, contravenção, drogas etc.); 2. focalizando uma modalidade de violência, por exemplo, exploração sexual, trabalho infantil, etc.; 3. focalizando o tema da paz, atuando como formadora de uma cultura da paz, resgatando valores que contribuam para novas mentalidades e novas culturas sobre o cotidiano (GOHN, 2010, p.84).

Os projetos que tiveram o intuito de resgatar e trabalhar em campos da cultura local, influenciaram em mudanças ao entorno, tendo como destaque o caráter educativo, formando um saber que desenvolve a consciência de pertencimento da comunidade local.

A participação sociopolítica e comunitária a partir de projetos construídos coletivamente, e que levam a uma intervenção social – por exemplo, numa praça pública – contribui para a transformação da realidade do público atendido. Eles levam à melhorias urbanas, à geração de renda para famílias, ao desenvolvimento e formação de cooperativas de artesãos. Os projetos que fomentam a participação cidadã dos jovens contribuem para o resgate da autoestima, mas podem ir muito além, delineando projetos e trajetórias de vida. Adolescentes que moravam em abrigos foram reintegrados às famílias (GOHN, 2010, p.85).

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Ainda foi possível perceber, segundo a mesma autora, a preocupação que existe em vários projetos com a recuperação da memória do local, a história do bairro, de seus personagens, além de contribuírem para desenvolver vínculos sociais, tecer redes de solidariedade entre os moradores. Outra relevância é a participação das mulheres nos Projetos Sociais, sendo a maioria em relação aos homens. Entretanto, nos projetos sociais essas mulheres atuam silenciosamente, não aparece como presença feminina, mas como ente colaborador de um processo um tanto oculto, pois, embora a participação feminina esteja presente, ela não é relevante em relação à autenticidade de sua identidade e participação social concreta.

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Quer saber mais sobre o assunto? Então:

Leia o artigo Educação não formal e movimentos sociais – práticas educativas nos espaços não escolares que apresenta ideias sobre projetos sociais e movimentos sociais, visto no tema estudado. Disponível em: <http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/viewFile/1178/78>. Acesso em: 4 dez. 2012

Leia o artigo O papel do social e da Educação não formal nas discussões e ações educacionais de Valéria Aroeira Garcia que apresenta relatos e pesquisas sobre o papel social na educação não formal. Disponível em: <http://www.am.unisal.br/pos/Stricto-Educacao/pdf/mesa_8_texto_valeria.pdf>. Acesso em: 5 dez. 2012.

Leia o artigo A questão da avaliação de legitimação de ONGs. O artigo aborda a questão da avaliação da legitimidade de Organizações Não Governamentais (ONGs) que recebeu uma importante contribuição teórica com a proposta de ATACK (1999). Com base nessa contribuição, os autores deste artigo desenvolveram e aplicaram um questionário visando a avaliação da legitimidade de duas ONGs no Estado de São Paulo. Disponível em: <http://www.revistasusp.sibi.usp.br/pdf/rege/v12n2/v12n2a5.pdf>. Acesso em: 10 dez. 2012.

Conheça um pouco mais sobre os projetos sociais. Abaixo, estão alguns vídeos que apresentam vários projetos sociais.

Assista ao vídeo Projeto Social é tema de reportagem no Globo Rural. Reportagem do Globo Rural em projeto desenvolvido na zona rural com foco na cultura, educação e arte. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=xHNaS0w8eG0>. Acesso em: 9 dez. 2012.

LINKS IMPORTANTES

VÍDEOS IMPORTANTES

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Assista ao vídeo: Fórum – ONGs brasileiras. O programa Fórum, da TV Justiça, apresenta um panorama sobre as ONGs no Brasil. De acordo com uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem 338 mil organizações não governamentais sem fins lucrativos, divididas em cinco categorias: as entidades privadas, que não integram o Estado; as que não distribuem eventuais excedentes; voluntárias; as que possuem capacidade de autogestão, e, as institucionalizadas. Para falar sobre o assunto, o apresentador William Galvão recebe os convidados Adriana Ramos, representante da Associação Brasileira de Organizações não Governamentais (ABONG), e Fábio de Sá e Silva, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=0WaomN-W9wQ>. Acesso em: 27 dez. 2012.

Assista o vídeo Documentário mostra projetos sociais apoiados pela Nike no Brasil e África. A temática discorre sobre os projetos sociais desenvolvidos com parceria da NIKE no Brasil e a África. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=IZB1TmMPFPw>. Acesso em: 12 dez. 2012.

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Instruções

Faça uma revisão dos assuntos abordados na temática apresentada e responda as questões abaixo.

Agora é com você! Responda às questões a seguir para conferir o que aprendeu!

Questão 1

De acordo com os seus conhecimentos prévios sobre o significado das ONGs no Brasil e a legitimidade das ONGs brasileiras, discorra sobre a seguinte afirmativa:

“De acordo com a matéria on-line de José Fucus da Revista Época (2008), afirma que se fosse um país independente, o Terceiro Setor seria a oitava economia do planeta, pois as empresas que teoricamente atuam sem fins lucrativos, movimentam um faturamento que chega à casa de bilhões ao ano, o que poderia dar margem a corrupção”

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 2 A análise dos resultados de pesquisa apresentada por Maria da Gloria Gohn, tem como fonte de dados os projetos sociais inscritos no Programa Rumos Itaú Cultural: Educação, Cultura e Arte, totalizando duzentos e vinte e dois projetos registrados. É correto afirmar que:

a) Na análise buscar-se articular essas duas dimensões de forma que a primeira, quantitativa, realimente a segunda qualitativo-alicerçada nas formulações e justificativas escritas/descritas pelos sujeitos participantes inscritos no Programa Rumos.

b) A análise foi realizada a partir de dados quantitativos e não qualitativos.

c) A análise foi realizada a partir de dados estatísticos e dados demonstrativos.

d) A análise não foi possível, pois existiam muitos projetos a serem analisados.

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 3Em relação a pesquisa qualitativa na área de educação não formal e projetos sociais, pode-se afirmar que:a) Não compreende os estudos estatísticos que se

Agora é a sua vez

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destina a descrever as características de uma determinada situação, medindo numericamente as hipóteses levantadas a respeito de um problema de pesquisa, cujas informações são colhidas por meio de um questionário estruturado com perguntas claras e objetivas.

b) Compreende os estudos estatísticos que se destina a descrever as características de uma determinada situação, medindo numericamente as hipóteses levantadas a respeito de um problema de pesquisa, cujas, informações são colhidas por meio de um questionário estruturado com perguntas claras e objetivas.

c) É considerada a relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa.

d) Não é considerada a relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa.

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 4Verifique se as alternativas abaixo são verdadeiras (V) ou falsas (F), segundo o tema desenvolvido sobre pesquisa quantitativa:a) Compreende os estudos estatísticos que se

destina a descrever as características de uma determinada situação, medindo numericamente as hipóteses levantadas a respeito de um problema de pesquisa, cujas informações são colhidas por meio de um questionário estruturado com perguntas claras e objetivas. Isto garante a uniformidade de entendimento dos entrevistados.

b) Difere, em princípio, do qualitativo à medida que não emprega um instrumental estatístico como base do processo de análise de um problema. Não pretende numerar ou medir unidades ou categorias homogêneas.

c) É um tipo de pesquisa que se preocupa somente com os dados que devem ser apresentados.

d) É um tipo de pesquisa que se preocupa com os dados, mas pode também tentar interpretá-los.

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 5Segundo a temática desenvolvida, o projeto social é:a) Uma alternativa educativa que pode promover

o entendimento social, político e cultural de uma realidade que é ligada, mas diferente da

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realidade escolar.b) Papel fundamental na cena composta da

educação social ideal.c) Um recurso técnico útil e necessário para

qualificar a ação social organizada em prol da elevação da qualidade de vida e do fortalecimento da cidadania.

d) O formulário que nos oferece dois tipos de dados: quantitativos e qualitativos.

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 6Referente a pesquisa na área de educação não formal, o que se pode afirmar? Justifique a resposta.

.Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 7Descreva a partir do tema apresentado, qual a importância educativa que o projeto social exerce na Educação não formal?

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 8Levando em consideração a ideia sobre projeto social e as abordagens já desenvolvidas sobre os temas anteriores, qual relação você estabelece entre projetos sociais e trabalhos em ONGs? Justifique a sua resposta.

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 9Pesquise em várias fontes sobre alguns projetos sociais e análise pelo menos um. Registre suas conclusões de forma clara e coesa.

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 10Como projetos sociais voltados para a educação, cultura e arte podem contribuir de forma significativa na construção da identidade de cada indivíduo?

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

FINALIZANDO

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FINALIZANDO

Nesse tema, você aprendeu um pouco mais sobre a educação não formal e os projetos sociais. Viu também, os tipos de pesquisa que foram levantadas na análise dos projetos desenvolvidos pelo “Programa Rumos Itaú Cultural: Educação, Cultura e Arte”.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

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Tema 7O profissional da pedagogia e a educação social.

ícones:

Conteúdos e Habilidades

Conteúdo

Nesta aula, você estudará:

• Educação não formal – e o profissional da pedagogia.

• Educação não formal – e a educação social.

Habilidades

Ao final desta aula, você deverá ser capaz de responder a si próprio as seguintes questões:

• Qual a importância do pedagogo em projetos sociais?

• Qual contribuição o pedagogo pode oferecer para a atuação como educador social?

AULA 7

Assista às aulas na sua unidade e também no Ambiente Virtual de Aprendizagem.

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Oprofissionaldapedagogiaeaeducaçãosocial

Nos temas anteriores, você pôde perceber a importância e relação dos movimentos sociais, das práticas educativas, das pesquisas em educação não formal e, dos projetos sociais na educação não formal, da atuação e campos do educador social. Agora você terá contato, com algumas ideias sobre o profissional da pedagogia e a educação social, analisados por Maria Gloria Gohn e demais pesquisadores.

Muito se vem despertando interesse em relação a identidade da Pedagogia e o campo de atuação dos pedagogos. Logo, essa temática, visa aprofundar o debate sobre o perfil e as competências do pedagogo, enquanto profissional da Educação Social, para compreender os desafios e conquistas vivenciados na prática pedagógica e a forma como este profissional pode contribuir para o desenvolvimento psicossocial dos sujeitos dos espaços de Educação não formal.

A atuação de pedagogos em diversos espaços educacionais tem propiciado reflexões sobre novas práticas. A sua formação era somente focada para a gestão, alfabetização e formação de educadores em espaços formais de educação. Todavia se reconheceu que a escola não está plenamente preparada para desenvolver habilidades interpessoais, criativas e quem o insira no mercado de trabalho.De acordo com a Resolução CNE/CP nº 1, de 15/05/2006 que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais, para o Curso de Pedagogia em licenciatura, no artigo 4º, parágrafo único, estabelece que as atividades docentes, além das funções de magistério fixadas no caput do artigo, compreendem, também, a “participação na organização e gestão de sistemas e instituições de ensino” relacionadas com atividades de planejamento, coordenação, avaliação, produção e difusão do conhecimento educacional, “em contextos escolares e não escolares”.

Logo, evidenciando a prática na modalidade dos espaços de Educação Social e a atuação do pedagogo, o documento se pronuncia sobre o perfil e as competências desse profissional:

[...] atuar com ética e compromisso com vistas à construção de uma sociedade justa, equânime, igualitária; trabalhar, em espaços escolares e não escolares, na promoção da aprendizagem de sujeitos em diferentes fases do desenvolvimento humano, em diversos níveis e modalida des do processo educativo; identificar problemas

Leitura Obrigatória

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socioculturais e educacionais com postura investigativa, integrativa e prepositiva em face de realidades complexas, com vista a contribuir para superação de exclusões sociais, étnico-raciais, econômicas, culturais, religiosas, políticas e outras; [...] participar da gestão das instituições em que atuem planejando, executando, acompanhando e avaliando projetos e programas educa cionais, em ambientes escolares e não escolares; realizar pesquisas que pro porcionem conhecimentos, entre outros: sobre seus alunos e alunas e a realidade sociocultural em que estes desenvolvem suas experiências não escolares; sobre processos de ensinar e de aprender, em diferentes meios ambiental-ecológicos; sobre propostas curriculares; e sobre a organização do trabalho educativo e práticas pedagógicas. (Resolução CNE/CP nº 1, de 15/05/2006)

Assim, o Pedagogo percebe sua importância em outros espaços que não sejam somente os da escola formal e acaba por ingressar em vários espaços, como Recursos Humanos de empresas, treinamentos em empresas, na orientação de projetos sociais em ONGs, trabalhos como educador social, em museus e demais setores da sociedade civil.Essa amplitude de atuação requer do profissional da pedagogia um novo perfil de formação e atuação. Entende-se que mudança pedagógica é não só promover a autoaprendizagem de seu aluno fora da sala de aula, mas, também, ele próprio vivenciar novas experiências e caminhar para novas descobertas de suas habilidades e competências além da abrangência escolar. Passou a buscar, então, novos caminhos pedagógicos, ampliando a dimensão pessoal e social de conceito de educador.

Quem é o profissional que atua no campo da educação não formal? Ou, de outra forma: O que é ser um educador que atua na educação não formal? Como pensar a formação de educadores para que sua prática pedagógica inclua os valores das comunidades onde se encontram ou atuem , e que esta atuação se dê a partir de um compromisso social básico? Esta indagação pressupõe uma anterior: Formar educadores para quê? Para aturarem junto às comunidades organizadas é a resposta, onde as práticas de educação não formal estão presentes (GOHN, 2010, p.50).

As contribuições pedagógicas em projetos sociais realizadas pelos profissionais da pedagogia têm mostrado que os pedagogos focam não apenas na capacitação do público a ser atendido, como na formação de sua equipe, tendo uma preocupação em desenvolver por meio do processo ensino-aprendizagem diversas competências e habilidades de todos os campos educacional, social e administrativo do projeto, como um todo. É necessário que todos estejam em harmonia para melhor, compreender a importância de suas atuações.Reporta-se a Paulo Freire (2001) para suporte na ideia de que, como profissional e pessoa em construção,

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o estado do ser humano é o do ser inacabado e, portanto, aberto; como um ser de desejo, um ser social e político que se constrói nas relações com os outros seres humanos; como um ser singular que cria sua peculiar maneira de ser, embora faça parte, como os outros, da mesma espécie humana; como um ser que tem uma história, se constrói na história e constrói história; como um ser que interpreta o mundo; como um ser que se empenha em atribuir sentido às experiências que vive; que age no mundo; que precisa aprender para construir a sua maneira de ser; que apresenta em sua condição humana, um tecido de elementos diferentes inseparavelmente associados, como é o caso da racionalidade, da corporeidade e do mundo da emoção; da objetividade e da subjetividade histórica.

Segundo Casteleiro (2009), os campos de atuação da Pedagogia Social e Educação Social são utilizados de formas indistintas, mas que correspondem a concepções diferentes. O mesmo autor cita Diaz (2006), para discorrer sobre essa diferença.

Pedagogia Social e Educação Social correspondem a dois conceitos que têm em comum a área social e a área educativa. A Pedagogia Social corresponde à disciplina científica com caráter teórico e prático que fornece as ferramentas para a intervenção prática com e sobre os indivíduos por meio da Educação Social. A Pedagogia Social implica no conhecimento do indivíduo para melhor poder atuar sobre ele, seja em uma situação normalizada, ou em uma situação de conflito ou de necessidade. A socialização do indivíduo ocorre em contextos diversificados e não apenas na escola, pelo que a Educação social pode ser. Assim, o objetivo primordial é o de contribuir para a intervenção social do indivíduo estimulando a capacidade crítica, para que melhore e transforme o meio social em que vive. Logo, Educação Social constitui a ação em um espaço de intervenção pública, ou seja, a ação realizada sobre o indivíduo.

Para Trilla (1993), existem três possíveis definições para a Educação Social: 1. A Educação Social como uma educação que tem como objetivo, o desenvolvimento social do indivíduo, torna-se um conceito em que o adjetivo “social” se refere a um objetivo da educação: o desenvolvimento social da pessoa. É, portanto, uma definição que parte de critérios psicológicos, uma vez que a Psicologia é uma ciência que estuda as dimensões da personalidade dos indivíduos.

2. A Educação Social como uma educação que tem como destinatários os indivíduos que se encontram em risco social. Nesta definição, trata-se de um conceito que é remetido para as questões e os problemas sociais dos indivíduos, fazendo parte, portanto, de um critério sociológico (psicossocial).3. A Educação Social como uma educação não formal. Nesta terceira definição, o ponto principal está articulado diretamente aos agentes que se encontram nos contextos sociais. É possível comparar essa educação não formal com a educação escolar. Neste caso, a base é fundamentalmente pedagógica, isto é, uma vez que segue alguns critérios da educação formal, da educação não formal, e da educação informal.

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Logo, levanta-se a interrogação das concepções sobre o que é Pedagogia e o que é Cidadania. Para a pedagogia, algumas palavras-chave surgem para trilhar o caminho da intervenção, entre elas: prática educativa, gestão escolar, ensino, administração e atuação em outros espaços que não os da escola-instituição, os não formais. Quanto a cidadania, as terminologias “direitos”, “deveres’, “participação”, “coletivo” e “consciência”, compõem o cenário conceitual provisório.

Cidadania significa o conjunto de direitos e deveres pelo qual o cidadão, o indivíduo, está sujeito no seu relacionamento com a sociedade em que vive. Pressupõe direitos e deveres a serem cumpridos pelo cidadão que será responsável pela sua vivência em sociedade. Para Demerval Saviani (1996), ser cidadão significa ser sujeito de direitos e deveres: “Cidadão é, pois, aquele que está capacitado a participar da vida da cidade e, extensivamente, da vida da sociedade”. É importante lembrar que as mudanças na economia e na sociedade beneficiaram mais algumas categorias sociais do que outras.

A participação de cidadãos (as) nas últimas décadas, no Brasil, tem ocorrido basicamente via quatro formas, a saber: movimentos sociais, ONGs, fóruns e assembléias, e em estruturas colegiadas institucionalizadas, como os conselhos de direitos ou conselhos das áreas sociais ou semi-institucionalizadas, como os OPs (Orçamentos Participativos) (GOHN, 2010, p.64).

Já a noção de cidadania como estratégia política, conforme afirma Dagnino (1994, p. 103):

(...) expressa e responde hoje a um conjunto de interesses, desejos e aspirações de uma parte sem dúvida significativa da sociedade, mas que certamente não se confunde com toda a sociedade, as aspirações e crescente banalização desse termo não só abrigam projetos diferentes no interior da sociedade, mas também certamente tentativas de esvaziamento do seu sentido original e inovador.

Quanto a Pedagogia, na Grécia Antiga, esta era a denominação da atividade que o escravo exercia, conduzindo as crianças aos locais de estudo, onde os preceptores forneceriam a instrução, o estudo. A Pedagogia, desde a sua origem, possui relação com a ação educativa, com os objetivos e as maneiras de ensinar, com a finalidade de contribuir com a formação cidadã dos indivíduos para que estes possam atuar em contextos sociais.

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Portanto, Libâneo (1998, p.22), apresenta a Pedagogia como:

[...] o campo do conhecimento que se ocupa do estudo sistemático da educação, isto é, do ato educativo, da prática educativa concreta que se realiza na sociedade como um dos ingredientes básicos da configuração da atividade hu mana. Nesse sentido, educação é o con junto das ações, processos, influências, estruturas, que intervém no desenvolvi mento humano de indivíduos e grupos na sua relação ativa com o meio natural e social, num determinado contexto de relações entre grupos e classes sociais.

Já Arroyo (1991, p. 74-75), ao discutir sobre a educação e a cidadania afirma que:

(…) é fundamental captar se a cidadania se constrói através de intervenções externas, de programas e agentes que outorgam e preparam para o exercício da cidadania, ou ao contrário, a cidadania se constrói como um processo que se dá no interior da prática social e política das classes.

Tendo como referência a ideia do autor acima e considerando que o campo de atuação do pedagogo está sendo ampliado na atualidade, cabe indagar a respeito da responsabilidade do educador (gestor, docente, educador social ou técnico) com o processo educativo. Repensar a respeito do sentido da prática educativa e como esta vem contribuindo com processos de transformação das relações educativas e sociais, é questão primordial para o educador, principalmente o educador social, pois é este o foco do estudo no momento: o profissional da pedagogia com atuação como educador social.

A pesquisadora Covre (1991, p. 66) aponta que:

(…) é preciso haver uma educação para a cidadania (...) é preciso criar espaços para reivindicar os direitos, mas é preciso também estender o conhecimento a todos, para que saibam da possibilidade de reivindicar.

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A educação aqui é vista como expansão de conhecimentos elaborados em campos diversos e não somente em espaços escolares, e que esta expansão também reflete na formação do pedagogo, na atuação do educador social e nos resultados que se espera alcançar dos projetos sociais desenvolvidos no campo da educação não formal.

Na abordagem aqui adotada, o conceito de educação é visto de forma ampliada; ele não se restringe aos processos de ensino-aprendizagem no interior de unidades escolares formais. Processos de aprendizagem e novas concepções emergem advindos de processos gerados no cotidiano do mundo da vida, dos processos interativos e comunicacionais dos homens e das mulheres, no dia a dia, para resolverem seus problemas de sobrevivência, criando um setor novo, daeducação não formal (GOHN, 1999, p.32).

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LINKS IMPORTANTESQuer saber mais sobre o assunto? Então:

Leia o artigo Competências do pedagogo como educador social - promovendo o desenvolvimento psicossocial do ser humano. Neste artigo você verá um pouco mais sobre o profissional pedagogo e a atuação como educador social. Disponível em: <http://www.uricer.edu.br/new/site/pdfs/perspectiva/128_134.pdf>. Acesso em: 5 dez. 2012.

Leia o artigo Diretrizes Curriculares da Pedagogia: imprecisões teóricas e concepção estreita da formação profissional de educador, do educador José Carlos Libâneo. O artigo discute sobre a relação da formação do profissional pedagogo no curso de Pedagogia com o educador social. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/es/v27n96/a11v2796.pdf>. Acesso em: 5 dez. 2012.

Leia o artigo Competências do pedagogo e a perspectiva docente. O artigo discorre sobre as competências do Pedagogo na sua atuação profissional. Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced/article/view/7716/6362>. Acesso em: 5 dez. 2012.

Leia o artigo Pedagogia e a Pedagogia Social: educação não formal que apresenta a relação sobre a Pedagogia e a Pedagogia Social. Disponível em: <http://www.boaaula.com.br/iolanda/producao/me/pubonline/evelcy17art.html>. Acesso em: 5 dez. 2012.

Assista ao vídeo Painel 7 - Experiências de Inclusão Social de Crianças e Adolescentes pela Educação que apresenta uma reportagem sobre crianças e adolescentes que estão fora da escola e desprovidas do contato com a cultura, arte e educação. A reportagem tem como intuito retratar a inclusão social dessas crianças e adolescentes pela educação e ainda tenta proporcionar ao aluno do curso de pedagogia a fundamental atuação desse futuro profissional em espaços que não sejam exatamente no contexto escolar. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=kTXLrulZcNc>. Acesso em: 5 dez. 2012.

VÍDEOS IMPORTANTES

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Instruções

Faça uma revisão dos assuntos abordados na temática apresentada e responda as questões abaixo.

Agora é com você! Responda às questões a seguir para conferir o que aprendeu!

Questão 1A partir de seus conhecimentos prévios e da afirmativa de Libâneo sobre os estudos no campo da Pedagogia, responda: Em quais áreas o profissional da pedagogia poderá atuar? E qual perfil o pedagogo assume como educador social? Libâneo (1998, p.22), apresenta a Pedagogia como:

[...] o campo do conhecimento que se ocupa do estudo sistemático da educação, isto é, do ato educativo, da prática educativa concreta que se realiza na sociedade como um dos ingredientes básicos da configuração da atividade hu¬mana. Nesse sentido, educação é o con-junto das ações, processos, influências, estruturas, que intervém no desenvolvi¬mento humano de indivíduos e grupos na sua relação ativa com o meio natural

e social, num determinado contexto de relações entre grupos e classes sociais.

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 2 Referente a atuação do pedagogo é correto afirmar que:

a) A atuação de pedagogos em diversos espaços educacionais não tem propiciado um repensar na formação deste profissional. A sua formação era somente focada para a gestão, alfabetização e formação de educadores em espaços formais de educação, visto que apenas a escola não se estava conseguindo desenvolver habilidades interpessoais, criativas e que o insira no mercado de trabalho.

b) O profissional da educação, o Pedagogo, percebe sua importância em outros espaços que não sejam somente os da escola formal que acaba por ingressar em vários espaços como Recursos Humanos de empresas, treinamentos em empresas, na orientação de projetos sociais em ONGs, trabalhos como educador social, em museus e demais setores da sociedade civil.

c) A educação aqui não é vista como expansão de conhecimentos elaborados em campos diversos e não é somente em espaços escolares que esta expansão também reflete na formação do

Agora é a sua vez

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pedagogo, na atuação do educador social e nos resultados que se espera alcançar dos projetos sociais desenvolvidos no campo da educação não formal.

d) A amplitude de atuação do pedagogo já está estabelecida e, assim, não requer do profissional da pedagogia um novo perfil de formação e atuação.

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 3

Em relação a Pedagogia social na área de educação não formal e projetos sociais, pode-se afirmar que:

a) É um campo de educação que está restrito a determinados espaços ( ).

b) Contribui para a intervenção social do indivíduo estimulando a capacidade crítica, para que melhore e transforme o meio social em que vive ( ).

c) Constitui a ação, um espaço de intervenção pública, ou seja, a ação realizada sobre o indivíduo ( ).

d) Que a socialização do individuo ocorre na escola, pelo que a Educação social pode ser ( ).

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 4Verifique se as alternativas abaixo são verdadeiras (V) ou falsas (F), segundo o tema desenvolvido sobre educação e cidadania:

a) É fundamental captar se a cidadania se constrói por meio de intervenções externas, de programas e agentes que outorgam e preparam para o exercício da cidadania, ou ao contrário, a cidadania se constrói como um processo que se dá no interior da prática social e política das classes ( ).

b) No tema estudado, o conceito de educação é visto de forma ampliada; ele não se restringe aos processos de ensino-aprendizagem no interior de unidades escolares formais. Processos de aprendizagem e novas concepções emergem advindos de processos gerados no cotidiano do mundo da vida, dos processos interativos e comunicacionais dos homens e das mulheres, no dia a dia, para resolverem seus problemas de sobrevivência, criando um setor novo, da educação não formal ( ).

c) Que a cidadania significa o conjunto de direitos e deveres pelo qual o cidadão, o indivíduo, está sujeito no seu relacionamento com a sociedade em que vive. Pressupõe direitos e deveres a serem cumpridos pelo cidadão que será responsável pela sua vivência em sociedade ( ).

d) Ser cidadão significa ser sujeito de direitos

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e deveres: “Cidadão é, pois, aquele que está capacitado a participar da vida da cidade e, extensivamente, da vida da sociedade”. É importante lembrar que as mudanças na economia e na sociedade beneficiaram mais algumas categorias sociais do que outras ( ).

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 5Segundo a temática desenvolvida, Educação Social é:

a) a ação em um espaço de intervenção pública, ou seja, a ação realizada sobre o indivíduo, cujo ponto principal está articulado diretamente aos agentes que se encontram nos contextos sociais.

b) Campo em que se destaca a educação comprometida e sistemática.

c) Corresponde a educação que tem como destinatários os indivíduos que se encontram em risco social, mas em caráter assistencialista.

d) Possui a mesma concepção que Pedagogia Social.

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 6Existe distinção entre a Pedagogia Escolar e a Pedagogia Social? Qual?

.Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 7Descreva a partir do tema apresentado, qual a importância da educação social na educação não formal.

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 8Levando em consideração a ideia de Paulo Freire, de que a Educação Social transformadora baseia-se na formação para a análise da ideologia como o pilar maior da conscientização, qual deve ser o papel do profissional da pedagogia como educador social?

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Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 9Qual relação pode-se estabelecer entre o profissional da pedagogia e a sua atuação como educador social, diante da ideia de Paulo Freire (2001) em que: “como profissional e pessoa em construção, o estado do ser humano é o do ser inacabado (…)”.

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 10Segundo Casteleiro (2009), a Pedagogia Social e Educação Social são campos de atuação utilizados de formas indistintas, mas que correspondem a concepções diferentes. Logo, estabeleça o que a Pedagogia Social e a Educação Social possuem em comum entre elas e o que as diferenciam.

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

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FINALIZANDO

Nesse tema, você aprendeu um pouco mais sobre o profissional da pedagogia. Viu, também, a relação deste com a educação social. Espera-se que você, aluno, possa ter interagido com o tema de tal forma, que tenha elaborado novas concepções e conhecimentos.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

Conteúdos e Habilidades

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Tema 8Educação não formal: Educação Profissional e Educação em Ambiente não escolar.

ícones:

Conteúdos e Habilidades

Conteúdo

Nesta aula, você estudará:

• Educação não formal e o educador social.

• Educação não formal e a atuação no desenvolvimento de projetos sociais.

• Educação não formal: a educação, o movimento social e o profissional da pedagogia.

Habilidades

Ao final desta aula, você deverá ser capaz de responder a si próprio as seguintes questões:

• Qual relação entre a educação não formal, o profissional da pedagogia e o educação social?

• Qual contribuição da educação não formal para a formação de cidadãos?

• Qual a relação entre a educação não formal e as práticas educativas?

AULA 8

Assista às aulas na sua unidade e também no Ambiente Virtual de Aprendizagem.

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Educaçãonãoformal:EducaçãoProfissionaleEducaçãoemAmbiente não escolar.

Neste último tema, tem-se a pretensão de realizar um feedback de toda a temática da disciplina: “Educação Profissional e Educação em Ambiente não escolar”, referente ao Livro-Texto, da autora Maria da Glória Gohn, adotado para o curso de Pedagogia.

A educação não formal, segundo Gohn (2010), é uma área de conhecimento que envolve aprendizagens e saberes, estando presente em ações e projetos sociais da sociedade civil, em cursos universitários no campo da Educação, e em políticas sociais governamentais. É um tema fundamental na contemporaneidade, fazendo parte do processo sociopolítico, cultural e pedagógico de formação dos indivíduos para a cidadania e sua emancipação social.

A educação não formal é constituída enquanto modalidade de prática educativa e se caracteriza a um processo que rompe as barreiras dos muros escolares, sendo marcada por intencionalidades, tanto educativas, quanto políticas e sociais, intencionalidades essas que permitem ao pedagogo entrar em contato com a identidade e as necessidades dos educandos atendidos, bem como da sua comunidade.Para Libâneo (2005), a definição de educação não é tão fácil, pois devido à sua complexidade e ao seu caráter multidimensional e plurifacetado, a concepção de educação torna-se passível de análise sob diversas perspectivas, abrindo margem para múltiplos entendimentos, ou ainda entendimentos parciais sobre educação, em relação aos profissionais que atuam direta ou indiretamente na área educacional, apresentando a concepção sobre da seguinte maneira: [...] fenômeno plurifacetado, ocorrendo em muitos lugares, institucionalizado ou não, sob várias modalidades. Percebe-se que o referido autor identifica a prática pedagógica em seus variados meios de ocorrência.

Já para Gohn (2005), a educação nessa abordagem, movimentos sociais e educação, é tratada no sentido mais amplo, o que se caracteriza por todos os processos que envolvem aprendizagem de novos valores, ideias, atitudes e comportamentos que apreendidos e assimilados pelos sujeitos sociais são responsáveis por novas práticas no cotidiano social, e no sentido restrito, a educação no âmbito escolar. Assim, a relação nessa abordagem ocorre a partir de novas atitudes que os integrantes tomam a partir da prática de mobilização ou conforme afirma ainda a autora citada:

Leitura Obrigatória

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(...) a educação se apresenta como forma de aprendizagem aos participantes dos movimentos e associações; como efeito pedagógico multiplicador das ações coletivas junto à sociedade civil e à sociedade política; e como demandas específicas na área educacional, dentro e fora da instituição escolar (2005, p. 114).

Ressalta-se ainda que a educação social, como visto nos temas anteriores, é um processo de formação humana, ou de hominização, como diria Paulo Freire. É de natureza social e sofre interferência das condições existenciais que demarcam os aspectos subjetivos, culturais, materiais, históricos, dentre outros, em que cada indivíduo se constitui humano.

O Livro-Texto adotado procura situar a educação não formal em três momentos: no primeiro, as concepções sobre os elementos que envolvem e constituem a educação não formal, o seu campo de atuação, o repertório, e as diferenças em relação às outras práticas socioeducativas. Segundo: aborda o papel do educador social, o profissional que atua na educação não formal e ajuda a construir com o seu trabalho, territórios de cidadania. Terceiro: apresenta exemplos de processos de educação não formal em espaços associativos como movimentos sociais, redes associativas civis, fóruns, conselhos de gestão compartilhada, pesquisas na modalidade de ensino da educação não formal, análises de projetos sociais inscritos e realizados no Programa Rumos Itaú Cultural.Para finalizar, leia uma resenha do livro “Educação, Cultura e o profissional da Pedagogia frente a Educação Social” elaborado por Dinora Tereza Zucchetti, Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (RS, Brasil).

Resenha do livro: Educação não formal e o educador social: Atuação no desenvolvimento de projetos sociais. São Paulo: Cortez, 2010. 104 p, da autora: Maria da Glória Gohn.

A motivação para resenhar o mais recente livro de Maria da Glória Gohn deve-se ao fato de virmos, ao longo dos últimos anos, acompanhando os estudos da autora sobre a chamada educação não formal. Na obra intitulada Educação não formal e o educador social em especial (2010), Gohn apresenta um acúmulo próprio do amadurecimento investigativo e do amplo debate a que vêm sendo submetidos os seus escritos, o que faz deste livro um importante registro sobre a educação no campo social brasileiro.

Há de se considerar que a autora é uma das pioneiras nos estudos da educação não escolar no país. Embora, nos últimos anos, tenha havido um crescimento significativo de pesquisas que investigam as práticas e a formação de educadores atuantes em espaços não escolares, de forma geral, o trato da temática é ainda incipiente e campo de muitos dissensos. Isso traduz ainda mais a importância do livro que aborda a

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educação não formal em duas grandes partes: conceito, campo e o educador social, além da ação propriamente dita.

Resguardadas posições divergentes entre pesquisadores de áreas afins, o esforço dessa resenha é colocado no sentido de apresentar o texto e a sua contribuição para o debate no campo das práticas de educação que extrapolam o âmbito da escola. Nesse sentido, desde o início e ao longo do livro, sem que se pretenda deixar dúvidas quanto à importância e compulsoriedade da educação escolar, Gohn enfatiza que a educação não formal não é substitutiva à primeira, resguardando, assim, seu caráter de complementariedade. Descritivamente, na sequência, a autora traça a trajetória do termo educação não formal nas produções em educação. Dos anos de 1980, destaca o método educativo travado no interior dos movimentos sociais e a educação popular relacionada aos processos de alfabetização de adultos que, à época, ocorriam fora do sistema formal de ensino. Da década de 1990, ressalta a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), de 1996, a qual afirma que a educação desenvolve-se em inúmeros espaços, abrindo caminho para o debate institucional sobre a educação não formal. Posteriormente, em 2006, as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, ao referirem que a educação não escolar é campo de atuação do pedagogo, incorporaram a discussão. Para exemplificar, Gohn relembra a implantação da disciplina Educação Não Formal na graduação da Faculdade de Educação da Unicamp, fato que, segundo ela, instaurou um importante movimento no âmbito das Instituições de Ensino Superior, o que, de certa forma, acabou influenciando outras instituições a incluírem disciplinas que dialogam a educação e a ação social, nos currículos de cursos de Pedagogia do país. Desde então, timidamente, muitos cursos têm ofertado disciplinas na área de práticas de educação no campo social, procedimento que não descaracteriza a ênfase da formação do professor para a educação escolar presente nas licenciaturas. No seguimento da obra, a autora busca distinguir a educação formal da não formal e da informal, traçando uma (tênue) linha que separa as duas últimas. Da educação formal, ressalta o espaço territorial da escola, a sua regulamentação e normatização, assim como a presença dos currículos. Já na modalidade não formal, referencia a tese da intencionalidade, o aprendizado espontâneo e a instrumentalidade presente na figura do educador social, além de critérios de solidariedade e identificação de interesses comuns; na informal, destaca os processos de socialização gerados no interior de relações intra e extrafamiliar. Outrossim, na obra, há uma defesa da educação não formal enquanto processo de produção de sujeitos autônomos e emancipados cuja formação cidadã aparece como pressuposto fundamental. Esse fato é destacado desde os movimentos sociais, experiências associativistas, programas de formação sobre direitos humanos, emergência de projetos sociais de naturezas diversas, em que a ação coletiva se faz no campo das artes,

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da educação e da cultura. Teoricamente, faz ainda um recorrido, tentando apontar diferenças entre a educação não formal com outras práticas de educação no campo social (educação comunitária, sociocomunitária, integral, entre outras).Todas essas tentativas, por parte da autora, de diferenciar entre si práticas de educação, no nosso entendimento, resulta em uma abordagem pouco elucidativa, uma vez que experiências educativas, nesses campos, possuem especificidades, mas também muitos pontos de aproximação, o que torna difícil (e talvez pouco válida) tal diferenciação. No entanto, desse procedimento, vale destacar as reflexões realizadas por Gohn sobre a educação não formal em relação à educação popular, quando sugere que nem toda educação não formal é educação popular, no sentido atribuído por Paulo Freire. Tal fato sustenta-se ao tomarmos como referência ações socioeducativas desenvolvidas por algumas organizações governamentais e pelo terceiro setor, cujas práticas clientelistas não instauram processos de autonomia e emancipação entre os sujeitos atendidos.Há, entretanto, uma relevante contribuição na obra, qual seja o destaque (mesmo que breve) às lacunas metodológicas na educação no campo social, tecidas como um dos pontos mais polêmicos na educação não formal atualmente. Segundo Gohn, “há metodologias [...] que precisam ser desenvolvidas, codificadas, ainda que com alto grau de provisoriedade, pois o dinamismo, a mudança, o movimento da realidade, segundo o desenrolar dos acontecimentos, são as marcas que singularizam a educação não formal” (p. 47).A importância da sistematização de procedimentos metodológicos deve-se ao fato de os educadores sociais se verem, cotidianamente, diante de sujeitos sociais (crianças, jovens, mulheres, trabalhadores que vivem alguma situação de desvantagem social), com os quais necessitam desenvolver práticas educativas capazes de incorporar propostas/orientações pedagógicas, sem o que, segundo Gohn, tendemos a constituir um tipo de educador que pouco contribui para a transformação da sociedade.A autora acrescenta: “estes [referindo-se aos educadores] carregam visões de mundo, projetos societários, ideologias, conhecimentos acumulados” (p. 47) que determinam um ou outro jeito de realizar suas ações e que precisam ser tensionadas a luz de teorias.Nesse sentido, compartilhamos com Gohn a ideia de que precisamos pensar fundamentalmente sobre a formação dos educadores e suas metodologias. Para isso, há de se considerar que dados empíricos de pesquisas diversas, na área, demonstram que a maioria dos educadores sociais ou são acadêmicos de licenciaturas ou professores graduados, que tendem a arrastar para a educação, no campo social, o modo de socialização escolar, expressão cunhada por Vincent, Lahire e Thin (2001); Por exemplo, mesmo que as Diretrizes do curso de Pedagogia apontem para o campo da educação não escolar como um locus de atuação de pedagogos e que algumas poucas disciplinas sejam oferecidas no campo de práticas de educação não escolar, o modelo de formação recebido por tais professores ainda está centrado na educação escolar, do qual se pode reproduzir um sujeito-professor que reflete sobre suas intervenções

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pedagógicas na perspectiva da vigilância de sujeitos/populações que representam risco à sociedade, pelo simples fato de frequentarem um serviço socioeducativo. Dessa forma, reitera-se que o debate sobre a questão da formação dos educadores, a exemplo do que sugere Gohn, é fundamental; entretanto, entendemos que estamos diante da necessidade de refletirmos sobre qual conceito precisamos amparar a formação desses atores sociais. “Processos sociais que envolvem a gestão da coisa pública, tais como conselhos gestores e os colegiados escolares” (p. 55) constituem-se, para a autora, em apoio complementar para a formação acadêmica de educadores sociais, o que sugere um modo de formação que privilegia a experiência e o debate coletivo. Por sua vez, resultados parciais da pesquisa “Práticas de educação não escolar de sujeitos que atuam em projetos socioeducativos (CNPq)” demonstram que educadores sociais formam-se em serviço, contando com o apoio de seus pares, e constroem estratégias pedagógicas com base nas suas experiências pessoais, enfatizando a autoformação.Alinhados às afirmativas de Gonh sobre a formação, os resultados parciais da referida pesquisa compartilham ainda com estudos que consideram que a formação ocorre no processo relacional; por isso, é construída na negociação e materializada pela artesania do fazer, a exemplo de Macedo (2010). Nessa perspectiva, uma ação formadora produzida pela reflexão da experiência poderia declinar de uma formação específica. Considerando-se, ainda, que a educação, no campo social, é área transdisciplinar do conhecimento (MOURA; ZUCCHETTI, 2010), a proposição de cursos de graduação, no âmbito da chamada Pedagogia Social, para formar educadores sociais, pode representar um retrocesso.

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Quer saber mais sobre o assunto? Então:

Leia a monografia de Aline Aparecia Akamine sobre ”O papel do pedagogo em espaços não formais de educação: o foco no hospital”. Essa pesquisa proporcionará para você uma visão da amplitude de atuação do profissional da pedagogia em espaços não formais de educação. O presente trabalho teve como objetivo principal estudar a atuação do pedagogo em espaços não formais de educação, em específico, no hospital. Por meio das leituras realizadas, o que se pôde perceber é que o pedagogo exerce um papel significativo, pois promove situações de ensino-aprendizagem que podem trazer contribuições ao contexto hospitalar através de uma prática humanizadora, tornando as relações nesses espaços mais humanas, e possibilitando melhorias no tratamento de pacientes/educandos, já que as relações que se estabelecem entre os envolvidos nesse espaço (profissionais atuantes e pacientes), por vezes, se revelam impessoal. Disponível em: <http://www.ufscar.br/~pedagogia/novo/files/tcc/tcc_turma_2004/248991.pdf>. Acesso em: 22 nov. 2012.

Leia o artigo Educação não formal, educador(a) social e projetos sociais de inclusão social de Maria da Glória Gohn. A autora apresenta uma pesquisa na área de educação não formal e analisa a participação de segmentos da sociedade civil organizada ao redor de Projetos Sociais Educativos que objetivam a inclusão de comunidades carentes e/ou a promoção do desenvolvimento sustentável, em parceria com diferentes instituições e organizações sociais, inclusive com a rede escolar. Busca-se compreender as ações coletivas no campo da Educação Não Formal, nos marcos de uma teoria social crítica. Disponível em: <http://sumarios.org/sites/default/files/pdfs/56728_6542.PDF>. Acesso em: 25 nov. 2012.

Leia o artigo Educação popular, educação não formal e pedagogia social: análise de conceitos e implicações para a Educação Brasileira e formação de professores. Este artigo aborda diferentes perspectivas na educação e a formação de professores. Disponível em: <http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2009/anais/pdf/2103_1034.pdf>. Acesso em: 25 nov. 2012.

Leia o artigo A educação não formal: desafios de uma prática pedagógica que retrata sobre a prática pedagógica em espaços não escolares. Disponível em: <http://periodicos.franca.unesp.br/index.php/SSR/article/viewFile/442/429>. Acesso em: 2 dez. 2012.

Leia o artigo A pedagogia além da educação formal. O artigo aborda novas perspectivas para os profissionais da pedagogia. Disponível em: <http://quadernsanimacio.net/ANTERIORES/diez/APEDAGOGIA.pdf>. Acesso em: 2 dez. 2012.

LINKS IMPORTANTES

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Acesse o vídeo Paulo Freire - Educação para transformação que apresenta a biografia e ideias sobre o desenvolvimento de uma Educação transformadora para o pensar. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=WJryIAcbRRE>. Acesso em: 25 nov. 2012.

Assista a reportagem Museu e Escola: Educação formal e não formal que apresenta um dos campos de atuação da educação não formal. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=qZzR0G0Bt-c>. Acesso em: 20 nov. 2012.

VÍDEOS IMPORTANTES

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Instruções

Faça uma revisão dos assuntos abordados na temática apresentada e responda as questões abaixo.

Agora é com você! Responda às questões a seguir para conferir o que aprendeu!

Questão 1A partir dos conhecimentos prévios adquiridos e de todos os temas trabalhados no caderno de atividades, elabore um texto que contemple resposta para a seguinte questão: Qual a importância de se estudar os diferentes espaços em ambientes não escolares para a formação do profissional da pedagogia?

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 2 Referente a Educação não forma: Educação Profissional e Educação em Ambiente não escolar. É correto afirmar que:

a) A educação não formal é uma área que o senso comum e a mídia usualmente atribuem grande significado, pois a tratam como educação em processos escolarizáveis.

b) Educação não formal designa um processo com várias dimensões tais como: a aprendizagem política dos direitos dos indivíduos enquanto cidadãos; a capacitação dos indivíduos para o trabalho, por meio da aprendizagem de habilidades e/ou desenvolvimento de potencialidades; a aprendizagem e exercício de práticas que capacitam os indivíduos a se organizarem com objetivos comunitários, voltadas para a solução de problemas coletivos cotidianos; a aprendizagem de conteúdos que possibilitem aos indivíduos fazerem uma leitura do mundo do ponto de vista de compreensão do que se passa ao seu redor; a educação desenvolvida na mídia e pela mídia, em especial a eletrônica, dentre outros.

c) As práticas da educação não formal não se desenvolvem usualmente extramuros escolares, nas organizações sociais, nos movimentos, nos programas de formação sobre direitos humanos, cidadania, práticas identitárias, lutas contra desigualdades e exclusões sociais. Elas estão no centro das atividades das ONGs nos programas de inclusão social, especialmente no campo das Artes, Educação e Cultura.

d) A educação não formal não é uma área carente de pesquisa científica. Com raras exceções, o

Agora é a sua vez

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que predomina é o levantamento sistemático de dados para subsidiar projetos e relatórios, feitos usualmente por ONGs, visando ter acesso aos fundos públicos que as políticas de parcerias governo-sociedade civil propiciam. A reflexão sobre esta realidade, de um ponto de vista crítico, reflexivo, ainda engatinha.

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 3Em relação a educação não formal, pode-se afirmar que:a) É constituída enquanto modalidade de prática

educativa e se caracteriza como um processo que rompe as barreiras dos muros escolares, sendo marcado por intencionalidades, tanto educativas, quanto políticas e sociais, que permitem ao pedagogo entrar em contato com a identidade e as necessidades dos educandos atendidos, bem como da sua comunidade.

b) Geralmente está articulada a educação formal em espaços escolares.

c) Não apresenta uma definição precisa e não possibilita desenvolver trabalhos com sucesso, já que não existe a avaliação dos pares envolvidos.

d) Necessita de organização e planejamento sistemático para a prática educativa.

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 4Verifique se as alternativas abaixo são verdadeiras (V) ou falsas (F), segundo o tema desenvolvido sobre educação social:

a) É o fenômeno plurifacetado, ocorrendo em muitos lugares, institucionalizado ou não, sob várias modalidades de ensino ( ).

b) O profissional que atua nessa área é de natureza social e sofre interferência das condições existenciais que demarcam os aspectos subjetivos, culturais, materiais, históricos, dentre outros, em que cada indivíduo se constitui humano ( ).

c) É o campo do conhecimento que se ocupa do estudo sistemático da educação, isto é, do ato educativo, da prática educativa concreta que se realiza na sociedade como um dos ingredientes básicos da configuração da atividade hu¬mana ( ).

d) O profissional da educação social não tem força para ajudar a modificar a realidade local, assim, é um mero executor de projetos sociais ( ).

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 5Segundo a temática desenvolvida, assinale qual das afirmativas abaixo está correta quanto a

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algumas das características da educação não formal:a) Apresenta aprendizado quanto a diferenças –

aprende-se a conviver com demais; socializa-se o respeito mútuo e; constrói da identidade coletiva de um grupo.

b) Não trabalha com diferentes culturas e; advém da educação popular.

c) É um campo que se constitui bem definido enquanto teoria e não depende de fundamentação para atuar.

d) Desenvolve trabalhos educativos; apresenta caráter assistencialista e não promove a ação coletiva.

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 6

Explique a seguinte afirmação: “(…) compartilhamos com Gohn a ideia de que pram que a maioria dos educadores sociais ou são acadêmicos de licenciaturas ou professores graduados, que tendem a arrastar para a educação, no campo social, o modo de socialização escolar, expressão cunhada por Vincent, Lahire e Thin (2001)”.

.Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 7Descreva a partir do tema apresentado: “Educação não formal: Educação Profissional e Educação em Ambiente não escolar”, qual a contribuição dessa área para a formação de indivíduos atuantes na sociedade.

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 8Existe relação entre a educação não formal, o educador social e as práticas educativas? Qual(is)?

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 9Pesquise em várias fontes sobre: ”O profissional da pedagogia e sua atuação em espaços não escolares: hospitais e ONGs” e relacione a

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FINALIZANDOsua pesquisa com a importância de se atentar as metodologias diferenciadas nas práticas educativas dos educadores sociais. Registre as suas conclusões de forma clara e coesa.

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

Questão 10De que forma os projetos sociais desenvolvidos em espaços não escolares podem influenciar nas mudanças sociais locais?

Verifique seu desempenho nesta questão, clicando no ícone ao lado.

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FINALIZANDO

Caro aluno, você viu neste tema um feedback de toda a temática da disciplina. Viu ainda, a relação da Educação não formal e atuação no desenvolvimento de projetos sociais, a relação a educação, o movimento social e o profissional da pedagogia. Assim, espera-se que você ao final dos estudos sobre todas as temáticas abordadas na disciplina, consiga fazer relações reflexivas, sobre a relevante contribuição da atuação do profissional da pedagogia na modalidade de educação não formal.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

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FINALIZANDO

Nesse tema, você pôde refletir sobre a prática de leitura e de produção textual em sala de aula e como realizar análise e reflexões sobre língua durante o aprendizado de Língua Portuguesa.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

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CARO, Sueli Maria P. Educação Social: uma questão de relações. In: NETO, et al. (Orgs). Pedagogia Social. São Paulo: Expressão e Arte, 2009.

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GABARITO

TEMA 1

Questão 1:

A Educação não formal tem como intuito contribuir para a formação integral do indivíduo, voltada aos interesses e necessidades dos educandos, em ambiente adaptado para a sua cultura e seu meio social.

Questão 2:

a) F; b) V; c) F; d) V.

Questão 3:

a) Educação formal (3); b) Educação informal (2); c) Educação não formal (1); d) Nenhuma das opções (4).

Questão 4:

a) c.

b) c.

c) c.

d) c.

Questão 5: C. Justificativa: são formas de educação do âmbito do ensino não formal e extraescolar: a profissional, a especial, a de jovens e adultos e a realizada a distância.

Questão 6:

As três modalidades de educação, todas juntas, devem apresentar cada qual em sua potencialidade o foco no desenvolvimento pleno dos indivíduos, ou seja, a educação formal em seu processo educativo

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sistematizado, explorando todas as suas potencialidades; a educação informal proporcionada os indivíduos aprendizagens durante o seu processo de socialização gerada nas relações e relacionamentos intra e extrafamiliares, incorporando os valores e culturas próprias e a educação não formal como aquela que proporociona aprendizado “no mundo da vida”, via os processos de compartilhamento de experiências, principalmente em espaços e ações coletivas cotidianas.

Questão 7:

Percebe-se que a Educação não formal possui vários campos de atuação e o que em um espaço será considerado educação não formal em outros poderá não o ser, pois a concepção de educação não formal está associada ao aspecto cultural, que leva a compreendê-la como processo que se constrói durante uma vida toda e não como algo móvel, inerte, como é apresentado na maioria das instituições oficiais. Tal Educação ocorre pelas iniciativas de movimentos populares, associações democráticas, organizações que visam à mudança social, dentre outras e possui caráter transformador, pois possibilita que os atendidos sejam conscientizados do seu valor e da importância de serem cidadãos conscientes sobre as ações de sua realidade contextualizada.

Questão 8: Sim, existe. A prática educativa compõe-se de um conjunto de ações que determinam tanto o caráter preordenado de um ambiente de aprendizagem como a sua dimensão de construção social, constituindo, assim, um ambiente de aprendizagem, desde a sua organização inicial, fundada em certa concepção de aprendizagem, até a sua realização singular. As práticas educativas realizadas na educação não formal estão relacionadas nas experiências populares, de projetos socioeducativos e, até mesmo, outras experiências educacionais de crianças e adolescentes de baixa renda.

Questão 9:

A contribuição da educação não formal para o desenvolvimento da aquisição de saberes e aprendizados está relacionada a socialização pelas vivências do cotidiano, via dos processos de compartilhamento de experiências, principalmente em espaços e ações coletivas cotidianas; e a educação informal, como aquela na qual os indivíduos aprendem durante seu processo de socialização gerada nas relações e relacionamentos intra e extrafamiliares

Questão 10:

A Educação não formal contribui para a formação do acadêmico do curso de Pedagogia no momento que esta pode apresentar ao acadêmico possibilidades de atuação em outros campos que não seja o escolar, desenvolvendo, neste, a visão de mundo em situações diversas.

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TEMA 2Questão 1: Enriquecer a biografia dos indivíduos, ampliando a gama de vivências e experiências formativas de crianças, jovens, adultos e idosos. Nela, destaca-se o encontro de gerações, a mistura de idades, a não obrigatoriedade de frequência e a ocorrência de ações e experiências em espaços e tempos mais flexíveis, não restritos ou fixados por órgãos reguladores. No entanto, em hipótese alguma a educação não formal substitui ou compete com a Educação Formal, escolar. Pode, sim, contribuir na complementação desta última, via programações específicas, articulando escola e comunidade educativa, localizada no território ao redor da escola.

Questão 2: A.

Questão 3: A.

Justificativa: porque a questão metodológica é um dos pontos mais polêmicos na educação não formal, pois, de acordo com muitos pesquisadores, existe uma determinada flexibilidade nos processos de educação não formal. As demais alternativas ressaltam grande rigor com o planejamento e restrição ao campo de atuação.

Questão 4: a- V; b- V; c-V; d- V.

Justificativa: pois todas estão de acordo com os assuntos desenvolvidos no tema. Todas as ideias estão no texto desenvolvido.

Questão 5: D.Justificativa: pois a aprendizagem teórica questiona quais os conceitos-chave que mobilizam as forças sociais em confronto (solidariedade, inclusão social, participação, cidadania, emancipação, dentre outros) e como adensá-los em práticas concretas e não na teoria e prática da atuação do docente.

Questão 6:

As práticas educativas não formais estão presentes em atividades, nas organizações sociais, nos movimentos sociais, nas associações comunitárias, nos programas de formação sobre direitos humanos, cidadania, práticas identitárias, lutas contra as desigualdades e exclusões sociais.

Questão 7:

O aluno deverá dissertar sobre os diversos campos de atuação da Educação não formal pesquisando

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várias fontes de pesquisa. Aqui, o objetivo é proporcionar, para o aluno, condições para que este possa ter contato com outras informações sobre o campo de atuação desta área, mas que, além disso, possa formular conhecimentos sobre o vasto campo de atuação da Educação não formal e apresentá-lo no texto elaborado de forma coesa.

Questão 8:

O papel do agente mediador é delimitar os referenciais no ato de aprendizagem, pois carrega consigo: visão de mundo, projetos societários, ideologias, propostas, conhecimentos, dentre outros.

Questão 9:

Não é tão importante no aspecto de cumprimento de etapas, mas não deixa de ser repensada de forma significativa para desenvolver as atividades propostas.

Questão 10:

Caso o aluno elenque duas das dimensões abaixo e discorra sobre o assunto, estará correto.

A educação não formal designa em um processo por diversas dimensões que correspondem às suas áreas de abrangência. Pode-se elencar algumas, que são:

a) A aprendizagem política dos direitos dos indivíduos enquanto cidadãos.

b) A capacitação dos indivíduos para o trabalho, por meio da aprendizagem de habilidades e/ou desenvolvimento de potencialidades.

c) A aprendizagem e exercício de práticas que capacitam os indivíduos a se organizarem com objetivos comunitários, voltadas para a solução de problemas coletivos cotidianos.d) A aprendizagem dos conteúdos da escolarização formal, escolar, em formas e espaços diferenciados.

e) A educação desenvolvida na e pela mídia, em especial a eletrônica.

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TEMA 3Questão 1:

1. Deverá possuir uma visão crítica e consciente das causas geradoras do processo de exclusão das crianças e adolescentes: da pauperização, da marginalização e da injustiça social do contexto estudado.

2. Desenvolver ações conjuntas com participação de todos os envolvidos no processo educativo, rompendo as relações de poder hierárquico entre educador/educando.

3. Propor uma ação organizada e orgânica entre poder governamental e organizações não governamentais, buscando nas forças comunitárias populares o apoio e o incremento da ação educativa.

4. Valorizar e democratizar a cultura e socializar o saber popular, discutindo e sistematizando-o a partir das formas de expressão e comunicação das camadas populares.

5. Acreditar que a construção do conhecimento gestado e elaborado pelo conjunto de participantes não é somente um processo de aprendizagem para o educando e o educador, como também é para sociedade no seu conjunto.

6. Revigorar o estado de ânimo dos educadores, implementando suas condições objetivas de vida e de trabalho, realimentando sua competência técnica e política pelos avanços significativos do conhecimento, não somente na área educacional, mas como em outra áreas, reestabelecendo a qualidade do ensino, e, consequentemente, da aprendizagem como formação e capacitação permanente por processos de ação/reflexão/ação crítica do processo educativo.

Questão 2: Alternativa “B”. Essa alternativa é a que vai de encontro com o assunto abordado no texto. Inclusive é uma replica da fala do texto.

Questão 3: Alternativa “C”. O que predomina é o levantamento sistemático de dados para subsidiar projetos e relatórios, feitos usualmente por ONGs, visando ter acesso aos fundos públicos que as políticas de parcerias governo-sociedade civil propiciam, pois ainda a reflexão sobre esta realidade de um ponto crítico reflexivo está em processo de evolução.

Questão 4: a) V. b) V. c) V. d) V.

Questão 5: Alternativa “A”. É o profissional mediador entre o conhecimento, as ações e reflexões que

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estarão por vir nas modificações do contexto de atuação.

Questão 6: O aluno deverá escolher um assunto dentro do tema desenvolvido e, dissertae sobre ele, de forma fundamentada em outras fontes, além da apresentada na temática. Nesta questão, o aluno terá liberdade para expressar o seu conhecimento, mas deverá demonstrar que pesquisou sobre em outras fontes, ou seja, apresentar citações e produções de outros autores.

Questão 7: Para Paulo Freire a educação deve emancipar o indivíduo para o mundo, assim, tal educação deve ser emancipadora, transformadora, ir além do que os olhos podem enxergar, saber ler nas entrelinhas. A relação da ideia de educação emancipadora que Paulo Freire defende com o perfil de educador social é que esta última deve ser capaz de desenvolver nos indivíduos envolvidos a visão de mundo de forma crítica e reflexiva, assumindo o papel de educador social mediador das situações a serem trabalhadas.

Questão 8: Contribui a medida em que ela está presente nos campos que o indivíduo atua como cidadão. A concepção de educação não formal parte do suposto de que a educação é um conjunto, uma somatória e articulação entre a educação formal, a informal e a não formal propriamente dita. Esta tem uma área própria, embora possa se articular com as outras duas. São aprendizados gerados ao longo da vida por experiências de participação em determinados processos.

Questão 9: O papel do educador social é de extrema importante, porque sem sua existência, simplesmente os projetos a serem desenvolvidos em espaços não formais de educação não existiriam. O perfil desse profissional vem sofrendo alterações por exigências dos contextos e necessidades com relação ao que havia antes, que era a filantropia, o voluntariado assistencialista, o trabalho ocasional, mais ligado às mães ou a quem já se aposentou. Agora, há uma parcela grande que é contratada para atuar profissionalmente.

Questão 10: A relação é que ambas, tanto a educação democrática defendida por Paulo Freire quanto a emancipação social defendida por Maria da Glória Gohn, vão muito além de promover possibilidades de escolhas para alguns indivíduos no âmbito social ou permitir a outros o acesso a medidas assistencialistas. Está mais para o libertar do ser humano, emancipação humana, das amarras da sociedade opressora, tanto no campo social, como nos campos: da cultural, do sociopolítico e, do econômico.

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TEMA 4

Questão 1: Aqui o aluno irá apresentar a sua ideia sobre os movimentos sociais e relacioná-la às três categorias de movimentos estabelecidos pela autora Maria da Gloria Gohn, sendo que para esta, os movimentos sociais são destacados pela como: a) Os identitários, que lutam por direitos sociais, econômicos, políticos, e mais recentemente, culturais; são movimentos de segmentos sociais excluídos, usualmente pertencentes às camadas populares; b) Os de luta, que reivindicam melhores condições de vida e de trabalho, tanto no campo urbanos, como no campo rural, que demandam acesso e condições para aquisição de terra, moradia, alimentação, saúde, transporte e demais reinvindicações; c) Os globais, globalizantes, alterglobalizantes, ou transnacionais, tais como o Fórum Social Mundial. Referem-se às lutas que atuam em redes sociopolíticas e culturais, via fórum, plenárias, colegiados, dentre outros. Tais lutas são também responsáveis pela articulação e globalização de muitos movimentos sociais locais, regionais, nacionais ou transacionais; d) Os que se percebe que no contexto atual é possível encontrar novos sujeitos em cena, como os movimentos sociais anti ou alterglobalizados. Várias lutas sociais se interacionalizam com muita rapidez, dando origem a novos movimentos, com ideias e reivindicações inovadoras

Questão 2: Alternativa “B”. Os movimentos de luta são movimentos voltados para a reivindicação de melhorias de qualidade de vida

Questão 3: a) V. b) V. c) V. d) V.

Questão 4: Alternativa “D”.

Questão 5: Alternativa “C”.

Questão 6: A educação não formal pode contribuir para as aprendizagens na participação social desde que esta ofereça trabalhos e temáticas voltadas para o desenvolvimento humano num todo, ou seja, para formar a cidadania, na perspectiva crítica-reflexiva para mudanças significativas na sociedade.

Questão 7: A importância dos movimentos sociais como mudança social na perspectiva de educação não formal se caracteriza por reivindicações de melhorias no terceiro setor – sociedade civil.

Questão 8: A relação é que, a educação não formal pode, se bem trabalhada em vários campos de sua atuação, proporcionar aos indivíduos uma participação mais ativa em reivindicações de direitos,

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deveres, melhorias e mudanças sociais por meio dos movimentos sociais existentes.

Questão 9: Levando em consideração a ideia de movimentos sociais apresentada na temática como sistemas de práticas sociais contraditórias, de acordo com a ordem social urbana/rural, cuja natureza é a de transformar a estrutura do sistema, seja através de ações revolucionárias ou não, numa correlação classista e em última instância, o poder estatal, percebe-se que muitos tipos de movimentos vão surgindo na sociedade em manifesto de insatisfações e ou reivindicações de mudanças e melhorias sociais. A autora destaca alguns movimentos como: os de luta, globais, identitárias, dentre outros que podem surgir com novas denominações, atribuídas pela própria sociedade e ou estudiosos da área.

Questão 10: Sim, os movimentos globais podem contribuir para modificações significativas na educação, pois se referem às lutas e reivindicações que atuam em redes sociopolíticas e culturais, via fórum, plenárias, colegiados, dentre outros, pois tais lutas são também responsáveis pela articulação e globalização de muitos movimentos sociais, promovendo mobilização na área educacional e, consequentemente, possíveis mudanças significativas, como o Fórum Mundial de Educação que afetam os contextos locais, regionais e nacionais, além dos mundiais.

TEMA 5

Questão 1: As ações socioeducativas podem modificar a realidade local de determinada comunidade a partir de como essas ações são desenvolvidas, ou seja, se essas ações forem realmente focadas nas necessidades dos participantes envolvidos de tal forma que possibilite a modificação do seu contexto atual.

Questão 2: Alternativa “B”. Os assuntos abordados foram: Educação não formal – a relação entre movimentos sociais e a educação; Educação não formal – a relação entre projetos sociais e associativismo no Brasil; Educação não formal – a relação entre educação popular e os movimentos populares urbanos.

Questão 3: a) (V) – pois, os projetos sociais possuem finalidade de ação local para modificar a realidade do contexto.b) (F) – porque, no Liberalismo, a cidadania “está” articulada à noção de direitos (…).

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c) (F) – porque, segundo Maria da Glória Gohn, o elemento comum que articula os movimentos sociais com a educação é a “cidadania”.d) (V) – pois são considerados movimentos sociais o agrupamento de pessoas que buscam reivindicar melhorias para o bem comum de uma determinada localidade.

Questão 4: Alternativa “B”. É de grande relevância, registrar que os movimentos pela educação apresentam caráter histórico, sendo estes, processuais e que acontecem, portanto, dentro e fora das escolas e em outros espaços institucionais.

Questão 5: Alternativa “B”. Os projetos sociais bem desenvolvidos e voltados para a comunidade local podem modificar a realidade dos que são pertencentes a esta localidade.

Questão 6: Os movimentos sociais estão relacionados com a educação não formal a partir das reivindicações que o primeiro realiza com a finalidade de provocar mudanças sociais e refletir sobre as mudanças e transformações sociais, e isso somente é possível quando a educação não formal, em sua plenitude, possibilita aos indivíduos envolvidos visão diferenciada de mundo, centrada em valores voltados para a cidadania plena, com acesso ao conhecimento, à cultura, à informação, à ciência, à tecnologia, enfim, aos valores de uma vida plena.

Questão 7: A relação existente é a de reivindicação e participação nas mudanças sociais. No caso do processo de descentralização da educação no interior da escola, essa descentralização direciona a participação e decisão das situações escolares para mais participantes, dentre eles, professores, pais dos alunos e em alguns casos, os próprios alunos. Claro que muitas das tomadas de decisões ainda ficam centradas nos gestores, por respeitar a função de cada profissional. Essa participação fortalece e provoca em cada indivíduo participante a vontade de inteirar-se das questões, dos direitos e deveres, de provocar reflexões e incentivar novas ideias. Os movimentos sociais ocorrem justamente porque os participantes são indivíduos ativos, e os que já estão acostumados a participar de reivindicações pequenas, mas significativas, podem muito bem participar de movimentos maiores, fazendo valer o seu papel de cidadão.

Questão 8: Sim, existe. A relação entre ambos é que nos projetos sociais é necessário elaborar e organizar as ideias que serão executadas a fim de transformar um determinado local e o associativismo é a ponte de execução dessas ideias, geralmente concretizadas por grupos organizados.

Questão 9: A autora aborda a ideia de projeto social como, construções elaboradas por determinados grupos de pessoas que desejam transformar ideias em boas práticas, sendo a diversidade cultural uma

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noção central destes. A aplicação de tais projetos pode transformar a realidade local.

Questão 10: O aluno deverá apresentar a pesquisa com o significado de movimento popular urbano e sua relação com a educação não formal. Para isso, deverá levar em consideração que a concepção de movimentos populares urbanos são movimentos populares voltados para um setor significativo da população que desenvolve e define interesses incompatíveis com a ordem social e a política existente, ocorrendo por vias não institucionalizadas. Sendo assim, a relação com a educação não formal é que esta última ocorre justamente pelas iniciativas de movimentos populares, associações democráticas, organizações que visam à mudança social, dentre outras e, possui caráter transformador, pois possibilita que os atendidos sejam conscientizados do seu valor e da importância de serem cidadãos conscientes sobre as ações de sua realidade contextualizada. As práticas educativas realizadas na educação não formal estão relacionadas nas experiências populares, de projetos socioeducativos e até mesmo outras experiências educacionais de crianças e adolescentes de baixa renda.

TEMA 6

Questão 1: A afirmativa tentar levantar a questão da legitimidade das ONGs existentes no Brasil e atentar-se para as que estão em funcionamento quanto as suas finalidades. Assim, José Fucus afirma que o faturamento das ONGS no Brasil é muito grande e necessita tomar ciência do real destino desse faturamento.

Questão 2: Alternativa “A”. A autora do Livro-Texto utiliza os dois tipos de pesquisa para apresentar a análise: a pesquisa qualitativa e a pesquisa quantitativa.

Questão 3: Alternativa “C”. A pesquisa qualitativa tem como objetivo analisar dados em sua fonte de interpretação mais profunda.

Questão 4: a) V. b) F. c) F. d) VQuestão 5: Alternativa “C”. O projeto social é realmente um recurso com a finalidade de colocar em ação os ideias e metas traçados pela instituição responsável que irá desenvolver o projeto.

Questão 6: É possível afirmar que, em relação à pesquisa na educação não formal da autora, o campo ainda está escasso e o pouco do que se é pesquisado, ao ser apresentado os dados, percebe-se que estes não apresentam análise mais crítica, reflexiva e fundamentada.

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Questão 7: A importância educativa que o projeto social exerce na Educação não formal é que este é o recurso planejado para tornar real uma determinada ideia, ou seja, passá-la da idealização para a ação. É o instrumento planejado que a educação não formal possui para desenvolver as propostas idealizadas.

Questão 8: Nesta questão, o aluno deverá demonstrar que pesquisou sobre Projetos sociais na educação não formal com fundamentação.

Questão 9: A relação que se pode estabelecer entre projetos sociais e trabalhos em ONGs é que o primeiro é considerado o recurso técnico útil e necessário para qualificar a ação social organizada em prol da elevação da qualidade de vida e do fortalecimento da cidadania. É o instrumento para a ação das ideias, metas e objetivos estabelecidos nas ONGs. O segundo, as ONGs, são instituições estabelecidas por necessidade para atender determinada demanda de população.

Questão 10: Os projetos sociais voltados para a educação, cultura e arte podem contribuir de forma significativa na construção da identidade de cada indivíduo a partir de que seja, em sua execução, realizado dentro dos princípios, dos direitos e deveres de cada cidadão, qualificando a ação social proposta.

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TEMA 7

Questão 1: O profissional da pedagogia poderá atuar em várias áreas, dependendo muito da formação acadêmica e de sua especialização. Dentre elas: a área da docência e da gestão do trabalho administrativo, a do pedagógico, o de orientador educacional, a de supervisão em outros setores públicos que não diretamente a educação e, na área do trabalho comunitário, desenvolvidos em espaços de educação formal e não formal. Assim, para que o profissional da pedagogia possa expandir a sua área de atuação e visão de campo, é imprescindível a adequação do currículo a ser desenvolvido com a formação do novo educador para que este apresente um perfil que, sobretudo, desenvolva e integre a dimensão técnica a uma preocupação com a ética, a estética, a política e a prática cotidianas nos diferentes espaços de atuação.

Questão 2: Alternativa “B”. A atuação do pedagogo como profissional da educação, não se restringe somente a área da educação formal, mas sim além dela em outros espaços, como ONGs, empresas e demais setores da sociedade civil.

Questão 3: Alternativa “B”. A pedagogia social na atuação de educação não formal e de desenvolvimento de projetos sociais contribui na intervenção social do indivíduo, por meio do desenvolvimento da capacidade crítica para que melhore e transforme o meio social em que vive.

Questão 4: Todas as afirmativas são verdadeiras.a) (V) - pois a cidadania se constrói no coletivo em seus interesses.b) (V) - pois a concepção de Educação não é pontual, não se restringindo somente aos processos de ensino aprendizagem em contextos escolares.c) (V) - pois a cidadania pressupõe em direitos e deveres a serem respeitados pelos cidadãos.d) (V) - pois o cidadão é o indivíduo que aprende e reivindica seus diretos, tanto no interesse coletivo, como no pessoal.

Questão 5: Alternativa “A”. A Educação Social é compreendida como ação em espaços não formais de intervenção pública.

Questão 6:Sim, existe distinção. A Pedagogia Escolar tem toda uma história e é amplamente desenvolvida pela didática, ciência ensinada nas universidades, embora busque suporte nas áreas de sociologia, biologia,

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psicologia e demais áreas das ciências sociais. Atualmente, entende-se que a formação do licenciado em pedagogia é fundamentada no trabalho pedagógico realizado em espaços escolares e não escolares, tendo a docência como base. Já a Pedagogia Social se desenvolve dentro de instituições não formais de educação, sendo considerada uma área mais recente que a anterior e apresenta objetivos em dois campos distintos: o primeiro referente à socialização do indivíduo, compreendida como ciência pedagógica da educação social, que pode ser desenvolvida por pais, professores e família; e o segundo relacionado ao trabalho social, com enfoque pedagógico, direcionado ao atendimento a necessidades humano sociais, desenvolvido por equipe multidisciplinar da qual participa o Educador Social, como profissional da Pedagogia Social. O objetivo da Pedagogia Social é o de agir sobre a prevenção e a recuperação das deficiências de socialização.

Questão 7: Nesta questão o aluno deverá demonstrar que compreendeu sobre a importância educação social na educação não formal.

Questão 8: O papel do profissional da pedagogia como educador social deve ser de mediador de todo o processo comunitário, exercendo papel ativo e interativo, desafiando os sujeitos para a descoberta de diversos contextos socioeducativos, construindo, assim, o processo de participação com qualidade, em que as comunidades e pessoas envolvidas possam atuar como agentes de mudanças.

Questão 9: A ideia de Paulo Freire diante do ser, pessoa e profissional inacabado, tem relação com o profissional da pedagogia como educador social no sentido de construção, de continuidade, de aperfeiçoamento do ser, tanto como profissional e pessoa que se constrói durante todo momento. Não se atém somente a este profissional, mas a todos como pessoa e como profissional ao mesmo tempo.

Questão 10: Possuem em comum que ambas se relacionam na área social e educacional, mas se distinguem nas concepções por ser a Pedagogia Social a área que fornece conhecimentos teóricos e práticos para que seja possível apresentar na Educação Social, por meio das intervenções, a prática. Assim, a Pedagogia Social está relacionada ao campo do conhecimento teórico prático de suporte para que a Educação Social, que está relacionada com as ações, possa colocar em prática toda fundamentação advinda da Pedagogia Social, realizando trabalho paralelo de reflexão-ação-reflexão entre teoria e prática.

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TEMA 8

Questão 1: A partir do que foi trabalhado em todos os temas, percebe-se que a importância de estudar os diferentes espaços em ambientes não escolares é que pode proporcionar para o futuro profissional da pedagogia uma visão mais ampla das possibilidades de atuação, dos diferentes campos e da responsabilidade que este profissional carrega como compromisso de fazer a diferença.

Questão 2: Alternativa “B”. A Educação não formal designa um processo com várias dimensões e campos de atuação.

Questão 3: Alternativa “A”. É considerada uma modalidade de prática educativa que extrapola os espaços em contextos escolares.

Questão 4:a) (F) – não ocorre em várias modalidades de ensino e sim, em espaços não escolares.b) (V) – é verdadeira, porque é um processo de reconstrução do fazer pensar da pessoa e

profissional em um só ser.c) (F) – é falsa, porque não se ocupa de estudos sistemáticos e sim, da prática educativa

associada das áreas tanto social como educacional.d) (F) – é fals,a porque se o profissional da educação social não tiver força para ajudar

os participantes a se conscientizarem de seus direitos e deveres e serem capazes de modificarem a sua realidade local, não tem o porque da realização e ação desse profissional atuar em espaços não escolares.

Questão 5: Alternativa “A”.Algumas das características são realmente a de aprendizado. Quanto as diferenças, aprende-se a conviver com demais e de socialização do respeito mútuo e constrói-se da identidade coletiva de um grupo

Questão 6: Nessa questão, a afirmação de que a autora Maria da Glória Gohn apresenta é que precisa-se alertar quanto aos profissionais que exercem a função de educador social, pois a maioria advém da educação em espaços escolares e poderão multiplicar as metodologias desenvolvidas nos espaços não escolares. Fato que não deve ocorrer, pois são espaços diferenciados, necessitando, assim, de metodologias diferenciadas. Ressalta ainda a preocupação na formação dos profissionais que atuam em espaços não escolares.

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Questão 7: A contribuição dessa área para a formação de indivíduos atuantes na sociedade é desenvolver a visão de mundo em cada indivíduo envolvido para as mudanças locais. Para que isso ocorra, é necessário que o educador social desenvolva metodologias que desperte nos envolvidos um olhar mais criterioso aos fatos ocorridos em sua volta e no mundo. Tomada de consciência de seus direitos e deveres para exercer a sua cidadania.

Questão 8: Sim, existe relação entre a educação não formal, o educador social e as práticas educativas.Considerando que a educação não formal designa um processo com várias dimensões, tais como a aprendizagem política dos direitos dos indivíduos enquanto cidadãos; a capacitação dos indivíduos para o trabalho, por meio da aprendizagem de habilidades e/ou desenvolvimento de potencialidades; a aprendizagem e exercício de práticas que capacitam os indivíduos a se organizarem com objetivos comunitários, voltadas para a solução de problemas coletivos cotidianos; a aprendizagem de conteúdos que possibilitem aos indivíduos fazerem uma leitura do mundo do ponto de vista de compreensão do que se passa ao seu redor; a educação desenvolvida na mídia e pela mídia, em especial a eletrônica. São processos de autoaprendizagem e aprendizagem coletiva adquirida a partir da experiência em ações organizadas segundo os eixos temáticos: questões étnico-raciais, gênero, geracionais e de idade, dentre outros. O educador social é o profissional que assume papel fundamental na cena composta da educação social ideal. Ele deve ser alguém que faça a diferença, que fique na memória dos meninos e meninas como alguém que acreditou, estimulou, apresentou caminhos, ensinou sobre coisas grandes e pequenas da vida, ensinou ou reacendeu a esperança, e ainda, generosamente, deu/recebeu afeto nessa relação. Logo, as práticas educativas serão as ações que o educador social irá colocar em prática no campo da educação não formal

As práticas da educação não formal desenvolvem-se usualmente extramuros escolares, nas organizações sociais, nos movimentos, nos programas de formação sobre direitos humanos, cidadania, práticas identitárias, lutas contra desigualdades e exclusões sociais. Elas estão no centro das atividades das ONGs nos programas de inclusão social, especialmente no campo das Artes, Educação e Cultura. A música tem sido o grande espaço de desenvolvimento da educação não formal, por suas características de ser uma linguagem universal e de atrair a atenção de todas as faixas etárias (GOHN, 2003). As práticas não formais desenvolvem-se também no exercício de participação, nas formas colegiadas e conselhos gestores institucionalizados de representantes da sociedade civil.

Questão 9: Como a atuação do educador social, neste caso, o profissional da pedagogia em espaços não escolares: ONGs e hospitais requerem uma formação sólida e que este profissional já desenvolvido as habilidades e competências necessárias para atuar com as diversidades. É de suma importância que ele esteja atento às mudanças e necessidades da localidade em que irá atuar e ciente que a atuação

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em cada espaço vai depender da análise, da demanda e das circunstâncias do momento.

Questão 10: Os projetos sociais desenvolvidos em espaços não escolares podem influenciar nas mudanças sociais locais se estes projetos forem bem elaborados e desenvolvidos pelos educadores sociais na medida em que estejam relacionados com as necessidades da localidade em contexto.

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Supervisão Editorial:Juliana Cristina e Silva

Diagramação:Tiago Henrique Trujilo Garcia

Revisão Textual:Giovana Valente Ferreira

Editoração Eletrônica:Celso Luiz Braga de Souza FilhoGlauco Berti de OliveiraMaurício Rodrigues de Moraes

Capa: Fourmi Comunicação e Arte

FICHA TÉCNICA

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