percursos aguacoimbrasubterranea2009

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Fernando Pedro Ortega Figueiredo Paulo Jorge da Conceição Morgado Lídia Maria Gil Catarino José Manuel Martins Azevedo Sónia Jesus Filipe Carla Sofia Rocha

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Page 1: Percursos aguacoimbrasubterranea2009

Fernando Pedro Ortega FigueiredoPaulo Jorge da Conceição MorgadoLídia Maria Gil CatarinoJosé Manuel Martins AzevedoSónia Jesus FilipeCarla Sofia Rocha

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Locais a visitar

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Cisterna do Colégio de S. Jerónimo

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Como pode ser feito os abastecimentos de cisternas?

• Aquedutos

• Telhados, terraços ou coberturas

Aqueduto de Pegões, Tomar

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Dimensão da cisterna (valores médios)

Largura 6,60Comprimento 5,90Altura 3,00

Volume aproximado da cisterna: 115 m3

Considerando uma precipitação média anual de 950 mm e uma área de telhado de 300 m2, e assumindo que se perde 10% da água de precipitação conseguimos acumular um volume aproximado de 250 m3 de água por ano, cerca de 2 vezes a capacidade da cisterna.

Assumindo um consumo médio diário por pessoa de 20 l/dia e um período sem precipitação de 4 meses (Junho, Julho, Agosto e Setembro) a cisterna tinha a capacidade de abastecer uma comunidade com cerca de 50 pessoas.

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Extracto da Carta Geológica de Coimbra

Ribela

Os materiais existentes neste vale resultam do enchimento por aluviões predominantemente argilosos, misturados com depósitos de vertente resultantes da alteração dos calcários e das margas da base.

Sobre estes materiais naturais foram colocados aterros para a construção das actuais vias urbanas.

Mina do Jardim Botânico

A mina foi construída nas Camadas de Castelo Viegas (Grés de Silves, Triásico), atravessando vários estratos desta formação.

Uma das zonas da emergência da água corresponde a uma falha geológica, onde se pode observar precipitação de calcite, sendo esta proveniente da dissolução em sedimentos carbonatados de níveis superiores.

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Mina do Jardim Botânico

O Jardim Botânico, localizado no coração da cidade de Coimbra desde 1772-1774, por iniciativa do Marquês de Pombal, ocupa uma área de 13,5 ha, em terrenos que na sua maior parte foram doados pelos frades Beneditinos (parte da quinta pertencente ao Colégio de S. Bento) .

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Porta de acesso à Mina do Jardim Botânico com uma inscrição comemorativa da sua inauguração

Inauguração (inscrição que pode ser lida na parte superior da porta de acesso à MinaJUNHO MDCCXCVIII DE V

(5 de Junho de 1798).

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Percurso da água entre a Mina e o Jardim Botânico

Entradada Mina

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Traçado do túnel da Mina do Jardim Botânico

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O conjunto do actual sistema hidráulico é constituído pela galeria da mina (≈150m), um troço de tubaria em ferro com diâmetro de 110mm (≈370m), uma galeria (≈90m) terminando num troço de tubaria com o mesmo diâmetro da anterior (≈340m)

Parâmetros hidroquímicos

pHOxigénio

Dissolvido (mg/l)

Condutividade eléctrica (µS/cm)

Turvação (NTU)

Temperatura (ºC)

Salinidade (mg/l)

7,99 7,58 415,0 4,8 16,0 0,1

O caudal que chega ao Jardim Botânico é de cerca de 0,98 l/s, ou seja um volume de água diário de 84,3 m3, mantendo-se quase constante ao longo do ano.

A temperatura dentro da mina é de 17,5ºC a 18,0ºC, havendo uma variação de 0,5ºC entre as estações de Inverno e Verão.A humidade mantêm-se constante ao longo do ano com o valor de 100%

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Alguns pormenores da Mina do Jardim Botânico

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Jardim Botânico obrigado a recorrer à rede pública para salvar peixespublicado 21:52, 21 Janeiro '08 (Lusa)

Coimbra, 21 Jan (Lusa) O Jardim Botânico da Universidade de Coimbra ficou este fim-de-semana privado de abastecimento de água a partir de uma mina, obrigando a recorrer à rede pública para evitar a morte dos peixes dos seus lagos.João Gabriel Silva, presidente dos conselhos directivos e científico da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra (FCTUC), adiantou à agência Lusa que a ocorrência obrigou a tratar a água da rede pública para poder ser utilizada nos lagos."Felizmente estamos no Inverno e tem chovido", observou o docente universitário, acrescentando que "há obras à borda da mina", movimento de terras para a construção de um edifício, na Rua Pedro Monteiro, que poderão ter alguma relação com a ocorrência.Segundo João Gabriel Silva, o tubo de transporte da água à saída não foi destruído pelas obras, embora possa haver um bloqueio mais adiante que impede a progressão da água por um canal que passa por debaixo de diversas ruas até chegar ao Jardim Botânico."Essa obra não está licenciada, e embora não seja possível fazer uma relação entre ela e a interrupção do abastecimento de água ao Jardim Botânico, isso foi motivo para uma actuação mais célere da Câmara Municipal, que a embargou", observou.João Gabriel Silva adiantou que na sexta-feira receberem um alerta sobre a realização de obras junto à mina, e que hoje a Universidade deu conhecimento à Câmara da interrupção do abastecimento de água ao Jardim Botânico.Durante a tarde de hoje a agência Lusa tentou obter sem sucesso uma declaração do vereador responsável, João Rebelo, sobre os procedimentos adoptados.FF.

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Implantação da antiga “Ribela” na actual malha urbana

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Túnel da Ribela

• Corresponde a uma bacia hidrográfica com cerca de 2 km de comprimento

• Largura máxima de 750 metros

• O declive médio ronda os 6%, desde o seu início até à zona de Santa Cruz

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A Ribela na documentação antiga

• Constituiu a linha de separação entra a colina da cidade e a de Montarroio

• A jusante localizaram-se as termas romanas, os banhos do tempo dosmuçulmanos que D. Sesnando herdou nos finais no Séc. XI

• No lugar dos banhos régios funda D. Telo em 1131 o mosteiro de Santa Cruz.A cerca monástica expande-se pelo vale da Ribela. A torrens balneis regisestabelece em 1139 o limite da paróquia de Santa Cruz

• Nos anos 1169/1170 o capelão de S. João de Santa Cruz, Pedro Homarizprojectou a construção de um aqueductum para encanar as águas para o mosteiro.

• Na segunda metade do séc.XII muitas são as terras que os Crúzios compramou pagam para que lá se canalize a água para Santa Cruz.Na compra de uma fonte no lugar de Guimarães (Celas), fica expresso que aágua será conduzida debaixo da terra ao longo de uma almoinha do mosteiro.

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A Ribela na documentação antiga

• Em 1231 os Crúzios cedem à igreja de S. Pedro uma herdade na Fonte da Rainha em troca dos locais, nas herdades de S. Pedro, por onde conduzirãoágua ao mosteiro.

• Podemos mesmo afirmar queno séc. XIII a água era mais importante que a própria terra

Algumas das estruturas actuais corresponderão a essaobra hidráulica autorizada pelo Rei?

• Em 1458 o rei D. Afonso V, autoriza o Mosteiro a fazer uma conduta de águade pedra e cal entre a Fonte da Rainha e o Claustro, respeitando o traçado deuma antiga regueira

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Alguns pormenores da Ribela

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Planta topográfica de Coimbra levantada em 1845

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Porque conseguimos observar as formações geológicas na Mina do Jardim Botânico e não na Ribela?

Mina Jardim botânico(corte longitudinal)

Ribela(corte transversal)

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Outros sistemas de captação e drenagem de água em Coimbra

Aqueduto de Santa Clara Maio 2006

Cerca S. Agostinho Dez 2007

Mina de água na freguesia de Santa Clara

Mina de captação de águaQuinta de Santa Comba

Mina Laboratório ChimicoMosteiro de Santa Clara-a-Velha

Julho 2008

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Tipo de reservatório Volume aproximado de água, (km3)

Percentagem aproximada da água total (%)

Oceanos 1 320 000 000 96,1000 Glaciares 29 000 000 2,1300

Água subterrânea 8 300 000 0,6100 Lagos 125 000 0,0090

Mares interiores 105 000 0,0080 Humidade do solo 67 000 0,0050

Atmosfera 13 000 0,0010 Rios 1 250 0,0001

Volume de água total 1 360 000 000 ≈100%

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Água Virtual(J. Anthony Allen, 2003, Kings College, London)

Uma chávena de café corresponde a um consumo de 140 litros

Meio quilo de queijo corresponde a 2500 litros

Um quilo de carne de vaca corresponde a 10000 litros

Um quilo de carne de porco corresponde a 4500 litros

Um quilo de trigo corresponde a 3000 litros

Cada um de nós consome, por dia cerca de 2000 a 5000 litros de Água Virtual...

(Arjen Hoekstra – Water Footprint Network, University of Twente, 2006)

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Agradecimentos

Instituições:Bombeiros Sapadores de CoimbraJardim Botânico – Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de CoimbraUniversidade de CoimbraÁguas de Coimbra, E. M.Câmara Municipal de CoimbraJunta de Freguesia da Sé Nova

Pessoas:Comandante Eng.º José de Almeida, Chefe Arménio Salgueiro, Eng.º Luís Esteves, Sub Chefe João Rosado, Sub-Chefe Mário Miranda, Sr. Pedro Carvalho, Sr. Pedro Santos, Sr. Nelson Mendes e Sr. António Rosa, Sr. José Mendes (Bombeiros Sapadores de Coimbra)Profª. Doutora Helena Freitas (Directora do Jardim Botânico da U.C.)Drª. Dulce PitarmaEngº. João Rebelo (Vice-presidente) e Engº. Fernando Gaspar (Câmara Municipal de Coimbra)Eng.º Mário Carvalhal, Eng.º Barbosa Ribeiro e Eng.º Bernardo Sousa (DGEEI-U.C.)Drª. Maria Antónia Lucas da Silva (Câmara Municipal de Coimbra)Prof. Doutor Alexandre Tavares (FCTUC-DCT)Sr. Joaquim Rodrigues (FCTUC)Eng.º Rui Cardantas (Águas de Coimbra, E. M.)Dr. Helder Abreu (Presidente da Junta de Freguesia da Sé Nova)Drª. Rita Santos e Agente Sandra Costa (Policial Municipal de Coimbra)

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História do Jardim Botânico

O Jardim Botânico da Universidade de Coimbra foi criado em 1772 no âmbito do Museu de História Natural instituído pelo Marquês de Pombal na Universidade de Coimbra, surge no prosseguimento da reforma pombalina dos estudos universitários.

Anteriormente, porém, já tinha sido pensado estabelecer em Coimbra um Jardim Botânico. O primeiro projecto foi elaborado por Jacob de Castro Sarmento, em 1731, e baseava-se no pequeno Jardim do Chelsea Physic Garden, em Londres.

Em 1772, o local escolhido pelo Reitor da Universidade de Coimbra (Francisco de Lemos) para o então chamado "Horto Botânico" compreendia parte da quinta pertencente ao Colégio de S. Bento. O Marquês designou, em 1773, o coronel engenheiro William Elsden para preparar o projecto final, juntamente com o reitor e os professores italianos de História Natural, Domingos Vandelli e Dalla Bella. O projecto de Castro Sarmento foi considerado muito modesto por aqueles professores que decidiram ampliá-lo, mas de tal modo o tornaram grandioso e dispendioso que o Marquês o rejeitou.

Deste modo, os trabalhos tiveram início por volta de 1774, respeitando projectos mais modestos. Vieram, então, plantas do Jardim do Palácio da Ajuda, em Lisboa, por mar e ao longo do rio Mondego, ao cuidado de João Rodrigues Vilar que veio a ser o primeiro jardineiro do novo estabelecimento. De início, a orientação botânica do jardim foi da responsabilidade de Domingos Vandelli, função assumida, a partir de 1791, por Félix Avelar Brotero, professor de Botânica e Agricultura. Este ilustre botânico ampliou o Jardim, providenciando para a aquisição de mais algum terreno da quinta dos Padres Marianos (1809).

De 1814 a 1821 fizeram-se as terraplanagens entre a rua central e a superior, bem como o muro e o respectivo gradeamento, feito com ferro proveniente de Estocolmo, expressamente para esse efeito. Em 1882 foi construído o portão do lado Sul ("Entrada das Ursulinas"), junto ao Seminário. O portão principal concluiu-se em 1884, segundo desenho que se encontra arquivado no Museu Machado de Castro.

Entre 1854 e 1867 foram acrescentados os lanços de escadas do lado sul e as pilastras e grades de todos os terraços do Jardim. Finalmente, no mesmo período, o Jardim foi ainda enriquecido com a instalação da Estufa Grande que, segundo projecto do engenheiro Pezarat, foi construída no Instituto Industrial de Lisboa e na Fundição de Massarelosdo Porto.

Fonte: http://www1.ci.uc.pt/botanica/jardbot.htm (Consultada em 17 de Julho de 2009)