perspectivas fmiestáemportugalµesdeeuros,oquesignifica umcrescimentode28%,acimados...
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Quarta-feira, 15 de Dezembro de 2010� Diário � Ano XII � Nº 1900 � €1,60Director: Pedro Santos Guerreiro; Directores-adjuntos: Helena Garrido,João Cândido da Silva; Subdirector: Nuno Carregueiro
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���Melhor diário de economia português 1º Prémio, 2º AnoMelhor jornal online português 1º Prémio, 4º Ano
� Ministros discutemhoje em Conselhomudança da lei laboral
� Petrolífera brasileira revelará a sua posição “oportunamente” Empresas 14
Uma missão do FMI está em Portugal, pelasegundavez em mês e meio. Fonte oficial doFundo diz ao Negócios que avisitase enqua-dranasuahabitualanálise anual.
Portugal é dado pelo Merrill Lynch como oterceiropaísdoeurocommaiorprobabilida-de de reestruturar a dívida. O primeiro é aGrécia. Mercados 22 e 23, Economia 30 e 31
FMI está em Portugalpela segunda vez
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LexCrise esmaga margemda advocacia
Pedro Braz TeixeiraFundação paraa Convergência
Jerónimo MartinsAs acções que fizerama diferença
RTP acerta saídade 63 trabalhadoresatravés de rescisõesvoluntárias Media 45
Pagamento de passesà espera de luz verdedo Tribunal de ContasEmpresas 12
Acçãodo ano
Privatizaçãoda EDP adiadapara o primeirotrimestreMercados 21
As empresasexportadoras não estão
preocupadas com a leilaboral. O ministro da
Economia, com AugustoMateus e o presidente
da AICEP, ouviu aspreocupações dos
exportadores.
1ª Linha 4 a 9
Pedro Elias
Petrobras mantém em abertoentrada no capital da Galp Energia
Karim Bouabdellah Câmara do Comércio Luso-Árabe
“Há interesse em comprar dívida de Portugal”
Exportadores querem justiça rápida e energia mais barata
AntónioCapuchoantecipaintervençãodo FundoPáginas 46 e 47
Perspectivaspara 2011
4 | Jornal de Negócios | Quarta-Feira, 15 de Dezembro de 2010.
Primeira Linha
As empresas estrangeiras com ne-gócios em Portugal cortaram noreinvestimento de lucros em2010.Segundo o presidente da AICEP,BasílioHorta,queontemparticipouna conferência “Portugal Global”,organizadapeloNegócios,ovolumedelucrosreencaminhadosparano-vos investimentos recuou cercade85%,umaquebrarecordenosanosmais recentes.
“Há uma diminuição muitogrande dos lucros reinvestidos emPortugal”,disseBasílioHorta.“Nes-ta altura, eles significam 1,9% detodo o Investimento Directo Es-trangeiro (IDE), quando antes re-presentavam bastante mais, cercade 3%”, concluiu.
Amobilização de lucros geradosinternamenteéumadasformasdeoestrangeiro investirem Portugal. Éque,apesardeosfundosseremgera-dosinternamente,sãoconsideradoscapitaisexternos.Areduçãodorein-vestimentopodeexplicar-seporha-
ver menos oportunidades de fazernegóciooupelanecessidadedemo-bilizarpoupançasparadarrespostaasituaçõesdepoucaliquidez.
Esta quebra deu-se apesar de ovolumetotaldeIDEatéteraumen-tado este ano, recuperando gás de-pois de uma queda muito pronun-ciada em 2010. Ainda segundo opresidente da AICEP, que anteci-pou dados para o conjunto do ano,o IDE líquido – entradamenos saí-dade capitais – avançou5,6%.
Alterações fiscais são importantesPara2011,BasílioHortarecusouan-teciparcenários.“Émuitodifícilfa-zerprevisões.Tudodependedoqueacontecer na União Europeia e naZonaEuro”,afirmou.Disse,contu-do,queaatracçãodemaisIDEpas-sarámuitopormexeremtrêsvariá-veisfundamentais:legislaçãolabo-ral – demasiado “exigente” –, mer-cado laborale regime fiscal.
“Um regime fiscal competitivo
nãoétantoaoníveldaintensidadedataxafiscalmasfundamentalmenteaonível da burocracia”, disse BasílioHorta.“Tudooqueestárelacionadocomprevisibilidade,processamentoepagamentodeimpostoséextrema-menteimportante”,acrescentou.
Noquedizrespeitoàlegislaçãola-boral, que tem estado naordem dodiaem Portugal – FMI e ComissãoEuropeiatêmvindoapedirreformasrobustas–ametadeveseralteraras“indemnizações apagarem termosdedespedimento”eaintroduçãodemais “flexibilidade” no contrato detrabalho(verpágs.32e33).
Dequalquermaneira,opresiden-te daAICEP defendeu que o actualquadro jádeve permitirum cresci-mentodoIDEedasexportaçõesem2011.“Agrandedúvidaésabersevaisersuficiente paracompensar adi-minuição do consumo e do investi-mento.Senãocompensar,vamostereventualmente umarecessão. Maseuesperoquecompense”.
CON F E RÊ N CI A “PORTU G AL G LOBAL”
Lucros estrangeirosreinvestidos no Paíscaem 85% em 2010
O Investimento Directo Estrangeiro cresceu, mas as empresas resguardaram--se na altura de dar destino aos lucros. Basílio Horta, presidente da AICEP,pede alterações na legislação fiscal e laboral PEDRO ROMANO [email protected]
Exportações em contraciclo | Vieira da Silva
Há umadiminuiçãomuito grandedos lucrosreinvestidos, daordem dos 85%.BASÍLIO HORTA
Presidente da AICEP
INVESTIMENTO LÍQUIDO CRESCE EM 2010...INVESTIMENTO DIRECTO ESTRANGEIRO LÍQUIDO
Fonte: Banco de Portugal e AICEP | Unidade: centenas de milhões de euros
O Investimento Directo Estrangeiro voltou a subir em 2010, depois de terrecuado na sequência da crise financeira de 2009. Entre entrada e saída definanciamento, o “fluxo líquido” ultrapassou os 20 mil milhões de euros,mais 5,6% do que no ano anterior.
... MAS LUCROS REINVESTIDOS CAEMLUCROS ESTRANGEIROS REINVESTIDOS EM PORTUGAL
Fonte: Banco de Portugal e AICEP | Unidade: centenas de milhões de euros
As empresas estrangeiras reinvestiram menos lucros em 2010. A quebraface ao ano anterior foi de 85%, o que fez com que o peso doreinvestimento no total do IDE passasse de cerca de 3% para um valor emtorno dos 1,9%.
ExportaçõesOantigoministrodaEconomiaAu-gustoMateusdefendeuontemqueas exportações portuguesas vãocrescer de forma robusta em 2011.Apesar de o ano ser negro para aeconomia nacional, o economistaafirmou mesmo que estas podemcrescer “mais do que o esperado”pelopróprioGoverno–ouseja,aci-mados7,3%queconstamdoOrça-mento do Estado.
Estaalavancanãoserá,contudo,suficiente parapermitiraPortugalevitararecessão.ParaAugustoMa-teus, o plano de consolidação orça-mental deve colocar o Produto In-ternoBruto(PIB)arecuarcercade1%em2011,frutodaquedaconjun-
Jornal de Negócios | Quarta-Feira, 15 de Dezembro de 2010 | 5.
, Augusto Mateus e Basílio Horta concordam que as exportações vão ter um bom ano, ao passo que os restantes componentes do PIB devem voltar a cair.
As exportaçõespodem crescermais que o previsto.Mas nãocompensamo ajustamento daprocura interna.AUGUSTO MATEUS
Antigo ministro da Economia
ta do consumo privado, consumopúblicoeinvestimento.“Nãoépos-sível que as exportações compen-sem o ajustamento da procura in-terna”,disse,contrariandoasexpec-tativasdopresidentedaAICEP,Ba-sílio Horta(vertexto àesquerda).
Maior problema é o investimentoPoragora,omaiorproblemaéaque-brado investimento. Augusto Ma-teus lembrou que o investimentoque se registou em 2009 foi apenas2/3 do volume de 2000 e que estecontinuouacairaolongodesteano.“Éomaispreocupante”,afirmou.
As contas públicas também sãoumproblemagrave, tanto mais que
nãohouveconsolidaçãoorçamentalesteano–semmedidasextraordiná-rias,disseMateus,odéficeteriasidosuperioraos9,3%doanopassado.“Aexecuçãode2010foipiordoqueade2009”,afirmouoantigoministro.
Agora, e com a necessidade decorrer“atrásdoprejuízo”–ouseja,reduzirodéficepara4,6%partindodeumafasquiamaisalta–,oantigoministronãoexcluiriscosdeinsta-bilidadesocial.Edeixaamensagem:“Confude-se fazer sacrifícios comsairdacrise.Sairdacriseimplicafa-zersacrifícios,masfazersacrifíciosnão implicasairdacrise”.
Mateus não concorda, contudo,comaideiadequePortugalcompa-
redeformamuitodesfavorávelcomas restantes economias sob a mirados mercados financeiros. Ao con-tráriodaIrlandaeEspanha,nãoteveumabolhaimobiliária, nem tem osproblemas de competitividade daGrécia. “Não temos nenhum dese-quilíbrio fortíssimo. Mas o nosso‘prato’temos“temperos’todos”.
Apesardetudo,Mateusnãoacre-ditaque os desequilíbrios daperife-rialevemaofimdoeuro.“Nãocreionafragmentaçãodoeuro”,disse.De-fendeu,contudo,quemanteramoe-da única vai obrigar a um esforçoconjuntoparamanterarobustezdascontas públicas e evitargrandes di-ferenciaisdecompetitividade.
s incapazes de compensar quebra interna
Vieira daSilva diz queperfil dasexportaçõesmelhorouO ministro daEconomia, Vieirada Silva, defendeu ontem que operfildasexportaçõesportugue-sas melhorou nos últimos anos,comaincorporaçãodeprodutosde cada vez maior valor acres-centado.
“Houveumamudançaestru-tural das nossas exportações nosentido do aumento do peso daintensidade tecnológica”, afir-mou no congresso “PortugalGlobal”. “Perdeu peso o sectorindustrialmarcadopelospreços
baixos”, acrescentou.Vieira da Silva defendeu
também que hoje ainternacio-nalização é muito mais fácil eacessívelparaas empresas por-tuguesas. Em parte devido àsinovações tecnológicas, “mui-tas PME, em particular do sec-tordos serviços, têmumacapa-cidade de se internacionalizarque antes estava reservada aempresas de maiores dimen-sões”, afirmou.
Aindaassim,ofactodePortu-gal continuar a ter um rácio ex-portações/PIB relativamentebaixo constitui um problema,dadoqueaexiguidadedomerca-dointernaobrigaaocrescimen-to externo para tirar partido deeconomiasdeescala.OpesodasexportaçõesnoPIBmanteve-seem torno dos 30% da produçãoanualaolongodaúltimadécadaeVieiradaSilvaconsideraque“abaseexportadoraaindaéexces-sivamente estreita”.
Mais positivo é o facto de o“bolo” total das exportações es-tarcadavezmaisdistribuído.Porexemplo, em 2000 cerca de17,8% das vendas eram feitasfora da União Europeia, valorque subiu para24,6% em 2009.Estatendência“manteve-sedu-rante a crise económica”, o queparece indicar uma mudança“estrutural”noperfildasexpor-tações nacionais. PR
Houve umamudançaestrutural[com o] aumentoda intensidadetecnológica.VIEIRA DA SILVA
Ministro da Economia
Pedro Elias
.6 | Primeira Linha | Jornal de Negócios | Quarta-Feira, 15 de Dezembro de 2010
MARIA JOÃO [email protected]
Asempresasexportadorassãounâ-nimes em afirmar que no próximoano vão vender mais ao exterior.Maselencam factoresdiversosqueconsideramessenciaisparamelho-raracompetitividade.Desdeoscus-tos de financiamento ao preço dasmatérias-primas ou da energia, asseteempresasexportadorasqueon-tem foram apresentadas comoexemplosnaconferência“PortugalGlobal” organizada pelo Negócios,enumeraram uma série de custosde contexto. Mas nenhuma apon-toualegislação laboral.
“Estamos de acordo que ultra-passar a situação actual passa poraumentarainternacionalizaçãoeaexportação de bens transaccioná-veis. Mas isso não se resolve commais ou menos despedimentos in-dividuais”, afirmoumesmo Rodol-foLavrador,administradordaCai-xaGeral de Depósitos. Em suaopi-nião, a solução para que as empre-sas se tornem mais competitivaspassaporsermos“maisinovadores,maiscompetitivoseatentosaoqueos mercados querem”, afirmou,considerandoqueograndedesafioaresolverestána“celeridadedajus-tiça”.
Já António Simões, presidentedaempresaagro-alimentarSovena,mostrou-se preocupado com oscustosdefinanciamentoemPortu-gal, mas também com o preço dasmatérias-primas, que estão nova-mente aregistarumatendênciadesubida.
“As matérias-primas estão asu-birdepreço,massobemparatodos.Nãoestamoséemigualdadedecir-cunstânciasnoquedizrespeitoaoscustos daenergia”, em que “as em-presas portuguesas estão em des-vantagem com os seus concorren-tesdeoutrospaíseseuropeus”,afir-mou, por seu lado, Fortunato Fre-
derico, presidente da FlyLondon.Para o responsável da empresa decalçado, a solução passa por “ga-nharmosmaisânimoesermosmaisoptimistas”.
Aos vários factores de competi-tividade,AntónioPortela,adminis-trador da Bial, juntou a formação,lembrando que no início a farma-cêuticaportuguesateve mesmo deatrairtalentoforadoPaís.TambémJosé Neves, administrador daSkysoft,defendeuanecessidadedeumamaiorapostana formação nopaís, atéporque“sóosmelhoresvãosobreviver”.
Alémdaqualificação,NunoFór-neas, administrador da Novabase,defendeuainda“aadopção depolí-ticasquenãovisemapenasopróxi-mocicloeleitoral”.“Umdosproble-masquetemoscomoPaísétermosmetasmuitodecurtoprazo.Gosta-vaque houvesse desígnios mais al-truístas,delongoprazoequeextra-vasem qualquer facção política”,afirmou.
Por seu turno, Pedro Hipólito,director-geral da SIBS Internacio-nal, disse não sentir que “os custosdo contexto sejam grandes obstá-culosaonossocrescimento”,consi-derandoaindaque“alavancararedediplomáticae arede daAICEP” se-riaumaajuda.
Justiça rápida,energia baratae formação:a receita paracompetir lá fora
Empresas exportadorasdesdramatizam alterações à lei laboralcomo factor de competitividade
Conferência “Portugal Global”
S E TE H I STÓ RI AS D E E M PRE SAS E XP O RTA
Empresas exportadoras | Gestores de acordo que solução para a situação actual passa pela internacionalização e pela exporta
Um dos problemasque temos comoPaís é termosmetas de muitocurto prazo.NUNO FÓRNEAS
Administrador da Novabase
António Portela,administradorda Bial, diz quegrupo quer teruma presençaimportante naEuropa.
A farmacêutica Bial está hojepresente em quase meia centena demercados, que pesam já um terçona facturação. Só este ano, e porcausa do anti-epiléptico Zebinix, aempresa entrou em mais 10 países.António Portela, administrador daBial, considera que “neste momentoa internacionalização é crítica”, jáque “para o grupo continuar ainvestir o que está a investir eminvestigação e desenvolvimento temde vender fora de Portugal”.“Precisamos de ter plataformaspara colocar os produtos queestamos a desenvolver”, afirmou.
Bial entrou este anoem mais 10 mercados
RodolfoLavrador,administradorda CGD, diz quebanco está ondeclientes estãoou deviam estar.
“A Caixa Geral de Depósitos estábem internacionalizada”, com “25%a 30% da actividade virados para apresença internacional”, sublinhouRodolfo Lavrador, administrador dobanco público, que está hojepresente num total de 24 países. “Ogrupo procura estar onde os nossosclientes estão e onde achamos queos clientes devem estar”, explicou oresponsável da instituiçãofinanceira, que além do mercadoibérico destaca ainda aimportância do Brasil e de África –não só de língua portuguesa –como mercados estratégicos.
CGD diz estar beminternacionalizada
Da banca àstecnologias, doagro-alimentar aocalçado, passandopelo sectorfarmacêutico, asempresasportuguesas dãocada vez maisimportância aosmercadosinternacionais.
.Jornal de Negócios | Quarta-Feira, 15 de Dezembro de 2010 | Primeira Linha | 7
“Portugal temde se reposicionar,temdecuidardasuareputação”.OconselhoédePedroBidarra,vice-presidente e director criativo daBBDO, que em2007criouacam-panha “Europe’s West Coast”,para a promoção da imagem dePortugalno estrangeiro.
Umtrabalhoque“foipago,masnãofoicomprado”,afirmouontemoresponsávelnaconferência“Por-tugal Global - Empresas Exporta-doras” organizada pelo Negócios,lamentando que nem o “chair-man” nem o CEO do País, comoapelidou Cavaco Silva e José Só-crates,tenhamabraçadoaideia.SóManuelPinho,afirmou,“ominis-trodaEconomiamaisexóticoquetivemos, percebeu que tínhamosde fazeralgumacoisa”.
Pedro Bidarra também nãopoupou críticas à irregularidadedas campanhas para promover amarcaPortugaleaofactodeapro-moção do País continuaraserfei-taemcadaumadasseteregiõesdeturismo, que apresentam mensa-gensdiferentes.“Setenhoincons-tância na mensagem, se cada umque fala de Portugal diz coisas di-ferentes, se não houverumaideiaagregadora, ninguém ouve”, afir-mou.
Em sua opinião, “a marca Por-tugal não acrescenta valor”. Ten-do em conta a dimensão do País,
defendeu, é necessário que todaagenteseenvolva, celebridades,tu-rismo, marcas e empresas, cultu-ra, diplomacia e políticos. “Sejaqualforaideiaouaabraçamouelanunca chega à sociedade”, rema-tou.
“Temosdeacrescentarcriativi-dade,tecnologiaeinovaçãoàrepu-tação”, sugeriu o director criativodaBBDO,quedefendeuaindaque“temos de ser mais criativos namaneira de nos promover, mastambémmaisfocadosnumacoisa.É o que fazem as marcas e os paí-ses mais pequenos”. Abandonaramarca Portugal não é, para PedroBidarra, opção, até porque “é amarcaque temos”.
O responsável disse ainda, du-rante a sua intervenção na confe-rência,que“essencial parasairdacriseéopatriotismo”.Emsuaopi-nião,“oPaísprecisadefazerqual-quercoisapelanossaestima” e sóé possível melhorar o que precisade ser melhorado “com patriotis-mo”. “Se não houver amor peloPaís isto não vailá”, afirmou.
A campanha “Europe’s WestCoast”, lançadaem 2007, preten-diadissociaroPaísdeumconjun-todeconotaçõesnegativas, tendodadoacarapelacampanhaportu-guesescomoJoséMourinho,Ma-riza, Cristiano Ronaldo ou JoanaVasconcelos.
“Portugal tem de cuidarda sua reputação”
Pedro Elias
AD O RAS
ação de bens transaccionáveis.
Pedro Bidarracriticou airregularidadedas campanhaspara promovera imagem doPaís.
Nem o “chairman”nem o CEOdo Paísabraçaram a ideiado “Europe’sWest Coast”.PEDRO BIDARRAVice-presidente da BBDO
FortunatoFrederico,presidente daFly London,prevê facturareste ano 55milhões.
A Fly London não tem dúvidas queno próximo ano vai continuar acrescer, apontando FortunatoFrederico, presidente da empresade calçado, para uma meta de 10%a 12%. A empresa de calçado, quehá 15 anos lançou a sua marcaprópria, está hoje presente em 50países e tem já uma rede de lojas.A empresa prevê facturar este ano55 milhões de euros, o que significaum crescimento de 28%, acima dos12% a 15% que tinha previsto. Alémde incorporar tecnologia, a FlyLondon procura ainda parceriascom institutos públicos.
Fly London cresce28% este ano
António Simões,presidente daSovena, quetem hoje 10 milhectares deolival plantadosem três países.
O grupo Sovena, que produz ecomercializa azeite e óleo,multiplicou por 10 a sua facturaçãoem 10 anos, deixando de ser umaempresa com 90% do negócio emPortugal para passar a fazer 80%do negócio fora de Portugal,representando a Península Ibérica55%. A aposta do grupo passaagora por reforçar o peso de outrosmercados. António Simões,presidente da Sovena, consideraque para a empresa “exportar épouco”, razão pela qual o grupo sedeslocalizou e tem já três operaçõesindustriais fora de Portugal.
Exportar é poucopara a Sovena
Pedro Hipólito,director-geralSIBSInternacional,que está jápresente em 10países.
A SIBS decidiu há dois anosinternacionalizar-se, com a Roméniaa ser palco da primeira experiência.Hoje o grupo tem uma empresaespecífica para os negóciosinternacionais, com actividade emdez países fora de Portugal. Deacordo com Pedro Hipólito, director-geral SIBS internacional, a empresatinha, no início deste primeiro anode actividade, projectado umafacturação de 600 mil euros, masvai ultrapassar os cinco milhões. Emsua opinião, “a marca ‘made inPortugal’ não ajuda”, mas “quando oproduto é bom, é vendável lá fora”.
SIBS Internacionalfactura cinco milhões
José Neves,administradorda Skysoft, dizque o Brasilpode seralavanca paraas exportações.
A Skysoft, que desenvolve soluçõestecnológicas em áreas como aaeronáutica, segurança ou defesa,começou este ano a venderprodutos para empresas na China etem previsto no início de 2011passar a comercializar para osmercados da Coreia e do Canadá.José Neves, administrador daSkysoft, considera que Portugaltem uma grande vantagemrelativamente aos seuscompetidores dos “PIGS”: a relaçãocom o Brasil. Em sua opinião, “oBrasil pode ser uma alavanca paraPortugal”.
Skysoft vai venderpara Coreia e Canadá
Nuno Fórneas,administradorda Novabase,que hoje vende“chips” paracaixas de TV naÍndia e China.
A Novabase obtém já 13% da suafacturação fora de Portugal, ouseja, o negócio internacional gerahoje 30 milhões de euros e novosmercados, como Angola e EmiradosÁrabes Unidos, são regiões que ogrupo quer explorar. Nuno Fórneas,administrador da tecnológica,reconhece que a empresa utilizamuitas vezes o “made in Europe”,mas recorda que “há cada vez maiscasos de novas tecnologias emPortugal com muito sucesso”. OPaís “tem sido um balão de ensaiopara novas soluções tecnológicas”,considera.
Novabase exploraAngola e Emirados
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Portugal Global
A CO N F E RÊ N CI A
Governoe empresas |Fortunato Frederico(em cima), PauloFernandes e Vieirada Silva (esquerda)e Manuel Alfredode Mello (em baixo).
EMPRESAS EXPORTADORAS
Cerca de duzentos empresários e gestoresestiveram ontem reunidos em Lisboa,a trocar conhecimentos e opiniõesna Conferência Portugal Global.