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PETROLOGIA, GEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA DE
ROCHAS METAULTRAMÁFICAS DA FOLHA MARIANA (SF-
23-X-B-I), MINAS GERAIS
ii
iii
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
Reitor
Prof. Dr. João Luiz Martins
Vice-Reitor
Prof. Dr. Antenor Barbosa Júnior
Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação
Prof. Dr. Tanus Jorge Nagem
ESCOLA DE MINAS
Diretor
Prof. Dr. José Geraldo Arantes de Azevedo Brito
Vice-Diretor
Prof. Dr. Wilson Trigueiro de Souza
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
Chefe
Prof. Dr. Issamu Endo
iv
E V O LU ÇÃ O CRU ST A L E RE CU RSO S N A T U RA IS
v
CONTRIBUIÇÕES ÀS CIÊNCIAS DA TERRA – VOL.72
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Nº 313
PETROLOGIA, GEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA DE ROCHAS
METAULTRAMÁFICAS DA FOLHA MARIANA (SF-23-X-B-I), MINAS
GERAIS.
Thais Motta Veiga
Orientador
Prof. Dr. Newton Souza Gomes
Co-orientador
Prof. Dr. Marcos Tadeu de Freitas Suita
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais do
Departamento de Geologia da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto como requisito
parcial à obtenção do Título de Mestre em Ciências Naturais, Área de Concentração:
Petrogênese/Depósitos Minerais/Gemologia
OURO PRETO
2011
vi
Universidade Federal de Ouro Preto – http://www.ufop.br
Escola de Minas - http://www.em.ufop.br
Departamento de Geologia - http://www.degeo.ufop.br/
Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais
Campus Morro do Cruzeiro s/n - Bauxita
35.400-000 Ouro Preto, Minas Gerais
Tel. (31) 3559-1600, Fax: (31) 3559-1606
Os direitos de tradução e reprodução reservados.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser gravada, armazenada em sistemas eletrônicos, fotocopiada ou
reproduzida por meios mecânicos ou eletrônicos ou utilizada sem a observância das normas de direito
autoral.
ISSN 85-230-0108-6
Depósito Legal na Biblioteca Nacional
Edição 1ª
V426p
Veiga, Thais Motta
Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas da Folha
Mariana (SF-23-X-B-I), Minas Gerais [manuscrito] / Thais Motta Veiga - 2011
xxii, 149f.; il. color.; tabs.; mapas. (Contribuições às Ciências da Terra.
Série M, v.72, n.313)
Orientador: Prof. Dr. Newton Souza Gomes
Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de Ouro Preto. Escola de Minas.
Departamento de Geologia. Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e
Recursos Naturais.
Área de Concentração: Petrogênese/Depósitos Minerais/Gemologia
1 Petrologia - Teses. 2. Geoquímica - Teses. 3. Geocronologia - Teses.
I. Gomes, Newton Souza. II. Universidade Federal de Ouro Preto. III. Título.
CDU: 550.93(815.1)
Catalogação:[email protected]
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Aos meus queridos pais,
pessoas mais importantes da minha vida.
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Agradecimentos
Agradeço a Deus por ser sempre meu caminho. Aos meus pais pelo amor e esforços
incondicionais. Ao meu orientador Prof. Dr. Newton Souza Gomes pelo apoio, revisões, esclarecimentos,
críticas construtivas e toda a imensa dedicação ao longo da dissertação. Ao Luiz Silva (Superg./CPRM)
pelo indispensável apoio nos estudos geocronológicos. A bolsista Pagu por tanta disposição em ajudar
quando necessário no desenvolvimento da dissertação. Aos meus irmãos Júlio e Ique, e toda a minha
família pelo carinho. Ao Leandro, namorado incrível, compreensivo e companheiro. Aos amigos, em
especial a minha melhor amiga Vinha, a Splik, Marcos, Débora, Amanda e Edgar, simplesmente por
serem meus verdadeiros amigos. Os meus sinceros e indeléveis agradecimentos!
Ao DEGEO pela infra-estrutura, que conjuntamente com a FAPEMIG e a CAPES tornaram
possível a realização do mestrado. Ao Bibinha pela boa vontade em auxiliar no trabalho de campo. Aos
funcionários do DEGEO, bem como o Mário e o Paulo pelo cuidado na laminação e João Bosco pela
ajuda na localização de livros e revistas procurados. Muito obrigada!
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Sumário
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 1
1.1- CONSIDERAÇÕES GERAIS ........................................................................................... 1
1.2 - OBJETIVOS ....................................................................................................................... 2
1.3 - LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO.......................................................................... 2
1.4 - MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................. 3
1.4.1 - Pesquisa Bibliográfica .................................................................................................. 3
1.4.2 - Mapeamento Geológico ................................................................................................. 3
1.4.3 - Estudos Petrográficos.................................................................................................... 4
1.4.4 - Química Mineral............................................................................................................ 4
1.4.5 – Geoquímica ................................................................................................................... 7
1.4.6 - Geocronologia ............................................................................................................... 8
1.5 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ......................................................................... 9
CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL ............................................................................... 11
2.1- INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 11
2.2- PROVÍNCIA GEOTECTÔNICA SÃO FRANCISCO ................................................. 14
2.2.1- Complexo Santo Antônio do Pirapetinga ..................................................................... 14
2.2.2- Complexo Santa Bárbara ............................................................................................. 14
2.2.3- Supergrupo Rio das Velhas .......................................................................................... 15
2.2.4- Supergrupo Minas ........................................................................................................ 16
2.2.5- Grupo Sabará ............................................................................................................... 16
2.2.6- Grupo Itacolomi ........................................................................................................... 17
2.3- FAIXA MISTA .................................................................................................................. 17
2.4 - PROVÍNCIA GEOTECTÔNICA MANTIQUEIRA.................................................... 17
2.4.1- Complexo Acaiaca ........................................................................................................ 17
2.4.2- Complexo Mantiqueira ................................................................................................. 18
2.4.3- Grupo Dom Silvério...................................................................................................... 19
2.4.4- Rochas Granitóides ...................................................................................................... 20
2.4.5- Coberturas Cenozóicas................................................................................................. 21
2.5 – GEOLOGIA ESTRUTURAL ........................................................................................ 21
GEOLOGIA LOCAL E PETROGRAFIA................................................................................ 23
3.1- INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 23
3.2- UNIDADES LITOLÓGICAS .......................................................................................... 25
3.2.1- Rochas Metaultramáficas com Minerais Ígneos Preservados ..................................... 25
3.2.2- Rochas Metaultramáficas de Baixo a Médio Grau ...................................................... 31
3.2.3 - Black Wall e Gnaisses Associados .............................................................................. 45
QUÍMICA MINERAL ................................................................................................................ 51
4.1- INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 51
4.2-OLIVINA ............................................................................................................................ 51
4.3-PIROXÊNIOS .................................................................................................................... 53
4.4-ANFIBÓLIOS .................................................................................................................... 56
4.5-PLAGIOCLÁSIO .............................................................................................................. 63
4.6-BIOTITA ............................................................................................................................ 64
4.7-CLORITA ........................................................................................................................... 66
xii
4.8- TALCO .............................................................................................................................. 68
4.9- CARBONATO................................................................................................................... 69
4.10- MINERAIS OPACOS .................................................................................................... 69
METAMORFISMO .................................................................................................................... 71
LITOGEOQUÍMICA .................................................................................................................. 77
6.1- INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 77
6.2- CONSIDERAÇÕES INICIAIS........................................................................................ 77
6.3- LITOGEOQUÍMICA DAS ROCHAS METAULTRAMÁFICAS .............................. 78
6.4- LITOGEOQUÍMICA DOS GNAISSES ENCAIXANTES LOCALMENTE ............. 97
ESTUDOS GEOCRONOLÓGICOS ......................................................................................... 99
7.1- INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 99
7.2- CONSIDERAÇÕES INICIAIS........................................................................................ 99
7.3- DISCUSSÕES E RESULTADOS .................................................................................. 100
7.3.1- Método U-Pb (laser ablation) .................................................................................... 100
7.3.2- Método U-Pb (SHRIMP) ............................................................................................ 105
DISCUSSÃO E CONCLUSÕES .............................................................................................. 109
xiii
Lista de Figuras
FIGURA 1.01: Localização e vias de acesso da área de estudo ...................................................... 03
FIGURA 1.02: Mapa de distribuição espacial das ocorrências
estudadas.......................................................................................................... 05
FIGURA 2.01: Localização da Folha Mariana no Cráton São Francisco (modificado de Alkmim
2004) ........................................................................................................................ 12
FIGURA 2.02: Mapa geológico da Folha Mariana com destaque os principais municípios da
área de estudo (extraído e modificado de Baltazar e Raposo 1993) ...................... 13
FIGURA 3.01: Mapa de pontos em função da distribuição das amostras descritas ........................ 24
FIGURA 3.02A: Fotografia do afloramento de metaharzburgito do ponto 12 ................................... 27
FIGURA 3.02B: Fotografia evidenciando maior detalhe do metaharzburgito do ponto 12 ............... 27
FIGURA 3.02C: Fotomicrografia da lâmina delgada polida BL-07-38a (ponto 12) mostrando
olivina (Ol) anédrica serpentinizada inclusa em ortopiroxênio (Opx). LPP - Luz
polarizada paralela ................................................................................................... 27
FIGURA 3.02D: Fotomicrografia da lâmina delgada polida BL-07-38a (ponto 12) mostrando
antofilita (Ath) acicular sobrecrescida em ortopiroxênio (Opx) e alterando para
talco (Tlc). LPX - Luz polarizada cruzada ............................................................. 27
FIGURA 3.02E: Fotomicrografia da lâmina delgada polida PF/TV-96/13 (ponto 13) mostrando
pentlandita (Pn) na porção central e magnetita (Mag) na borda do cristal. Luz
refletida .................................................................................................................... 28
FIGURA 3.02F: Imagem de elétrons retroespalhados de pentlandita (Pn) alterando para
heazlewoodita (Hlw) na porção central e magnetita (Mag) na borda do cristal ..... 28
FIGURA 3.03A: Fotomicrografia da lâmina delgada polida PF/TV-1/2 (ponto 96) mostrando os
clinopiroxênios (Cpx) fraturados. LPX ................................................................... 30
FIGURA 3.03B: Fotomicrografia da lâmina delgada polida PF/TV-1/2 (ponto 96) mostrando o
clinopiroxênio alterando-se para mg-hornblenda (Mhb). LPX ............................. 30
FIGURA 3.04A: Fotografia evidenciando a foliação do talco xisto no ponto 19 no município de
Furquim ................................................................................................................... 34
FIGURA 3.04B: Fotomicrografia da lâmina PF/TV-44/20 (ponto 20) mostrando a foliação
crenulada, definida por talco (Tlc), e cristais de tremolita (Tr) e de carbonato
(lateral superior da foto). LPX ................................................................................ 35
FIGURA 3.04C: Fotomicrografia da lâmina BBL-0140-46 (ponto 93) mostrando a antofilita (Ath)
sob a forma porfiroblástica com substituição parcial por talco (Tlc). LPP ............. 35
xiv
FIGURA 3.04D: Fotomicrografia da lâmina FQ-15-16 (ponto 111) mostrando calcopirita (Ccp),
pentlandita (Pn) e pirrotita (Po) associadas no talco xisto (Luz refletida) e a
imagem de elétrons retroespalhados dos mesmos ................................................... 35
FIGURA 3.05: Fotomicrografia da lâmina AV-22-105 (ponto 87) mostrando os cristais de
anfibólios analisados por microssonda eletrônica (LPP e Luz refletida), e
imagens de elétrons retroespalhados dos mesmos cristais de anfibólios, no
entanto evidenciando a presença de pseudomorfose total e parcial de tremolita
(Tr), porção escura, e antofilita (Ath), porção clara ................................................ 39
FIGURA 3.06A: Fotomicrografia da lâmina delgada polida 15b (ponto38) evidenciando uma
matriz de clorita (Chl), porfiroblastos de talco (Tlc) e apatita (Ap). LPP ............... 40
FIGURA 3.06B: Fotomicrografia da lâmina delgada polida 15b (ponto38) evidenciando uma
matriz de clorita (Chl), porfiroblastos de talco (Tlc) e apatita (Ap). LPX .............. 40
FIGURA 3.07: Fotografia que evidencia o xenólito de gnaisse em esteatito no ponto 5, na
Pedreira em atividade no distrito de Cachoeira do Brumado .................................. 46
FIGURA 4.01: Classificação da olivina analisada por microssonda eletrônica em
metaharzburgitos (BL-07-38a e PF/TV-25/12) ....................................................... 53
FIGURA 4.02A: Classificação dos clinopiroxênios analisados por microssonda eletrônica em
metaclinopiroxenitos (BL-07-114A e PF/TV-1/2) e actinolitito (BL-07-114C)
......................................................................................................................... 55
FIGURA 4.02B: Classificação dos ortopiroxênios analisados por microssonda eletrônica em
metaharzburgitos (BL-07-38a e PF/TV-25/12) ....................................................... 55
FIGURA 4.03A: Classificação dos ortoanfibólios em metaharzburgito (BL-07-38a e PF/TV-
25/12) e em clorita-talco granofels (AV-22-105) analisados por microssonda
eletrônica, segundo Leake et al. 1997 ..................................................................... 60
FIGURA 4.03B: Classificação dos clinoanfibólios em talco xisto (PF/TV-37/16) analisados por
microssonda eletrônica, segundo Leake et al. 1997 ................................................ 61
FIGURA 4.04: Imagens de elétrons retroespalhados de clorita-talco granofels, mostrando a
pseudomorfose total e parcial de antofilita (cinza claro) e tremolita (cinza
escuro), e os pontos analisados (em vermelho) por microssonda eletrônica .......... 61
FIGURA 4.05: Classificação dos clinoanfibólios analisados por microssonda eletrônica
(segundo Leake et al. 1997): Tr em clorita-talco granofels (AV-22-105) ............. 62
FIGURA 4.06: Classificação dos plagioclásios analisados por microssonda eletrônica nos
gnaisses de Cachoeira do Brumado. PF-09-09-3: xenólito; PF/TV-15/7: gnaisse
encaixante ................................................................................................................ 64
FIGURA 6.01: Diagrama discriminante de Viljoen & Viljoen (1969) que relaciona MgO, CaO e
Al2O3. A) Metaultramáficas da Folha Mariana; e, B) Ultramáficas e
Metaultramáficas da literatura ................................................................................. 86
xv
FIGURA 6.02: Diagramas discriminantes ternários de Coleman (1977): A) CaO x SiO2 x MgO
para as rochas metaultramáficas estudadas neste trabalho; B) CaO x SiO2 x MgO
para as rochas ultramáficas/metaultramáficas da bibliografia; C) Al2O3 x SiO2 x
MgO para a rochas metaultramáficas estudadas neste trabalho; e, D) Al2O3 x
SiO2 x MgO para rochas ultramáficas/metaultramáficas da bibliografia
......................................................................................................................... 87
FIGURA 6.03: Diagramas de variação binários em base anidra que apresentam o padrão de
distribuição para os litotipos estudados e retirados da bibliografia: A e B) Al2O3
x MgO; C e D) CaO x MgO; E e F) Al2O3 x SiO2 .................................................. 88
FIGURA 6.04: Diagramas de variação binários em base anidra que apresentam o padrão de
distribuição para os litotipos estudados e retirados da bibliografia: G e H); CaO x
SiO2; I e J) Cr x MgO; e, L e M) Ni x MgO ........................................................... 89
FIGURA 6.05: Diagramas que apresentam o comportamento de distribuição dos elementos
terras raras dos metaultramafitos da Folha Mariana. Dados normalizados por Sun
& McDonough (1989) para condrito C1 ................................................................. 94
FIGURA 6.06: Diagramas que apresentam o comportamento de distribuição dos elementos
terras raras das amostras retiradas da bibliografia comparadas uma a uma com a
média dos termos ultramáficos da Folha Mariana. Dados normalizados por Sun
& McDonough (1989) para condrito C1 ................................................................. 96
FIGURA 6.07: Diagrama triangular Anortita (An)- Albita (Ab)- Ortoclásio (Or) normativos de
classificação de rochas plutônicas (O’ Connor 1965) para os gnaisses de
Cachoeira do Brumado ............................................................................................ 97
FIGURA 7.01: Imagens de catodoluminescência (A, C, E e G) e de back-scattered (B, D, F e H)
com spot de aproximadamente 40 μm de alguns zircões datados do xenólito
gnáissico (e.g amostra PF-09-09-3) ........................................................................ 103
FIGURA 7.02: Imagens de catodoluminescência (A, C, E, G, I, L, N e P) e de back-scattered (B,
D, F, H, J, M, O e Q) com spot de aproximadamente 40 μm de alguns zircões
datados do xenólito gnáissico (e.g amostra PF-09-09-3) ........................................ 104
FIGURA 7.03: Diagrama discórdia-concórdia U/Pb LA-ICP-MS obtido na amostra de gnaisse
trondjhemítico (e.g. amostra PF-09-09-3) ............................................................... 105
FIGURA 7.04: Diagrama discórdia-concórdia U/Pb SHRIMP obtido na amostra de gnaisse
trondjhemítico (e.g. amostra PF-09-09-3) ............................................................... 106
xvi
Lista de Tabelas
TABELA 1.01: Relação dos minerais analisados pela microssonda eletrônica e quantidade de
pontos correspondentes ............................................................................................. 06
TABELA 1.02: Tabela com os elementos analisados pela microssonda eletrônica, raio x, padrões
escolhidos (Coleção Ian Steele) e tempo de contagem dos silicatos, óxidos e
carbonatos ................................................................................................................. 07
TABELA 1.03: Tabela com os elementos analisados pela microssonda eletrônica, raio x, padrões
escolhidos (Coleção Ian Steele) e tempo de contagem dos sulfetos ......................... 07
TABELA 3.01: Composição mineralógica encontrada nos metaharzburgitos .................................. 26
TABELA 3.02: Composição mineralógica encontrada nos diopsiditos ............................................. 29
TABELA 3.03: Composição modal encontrada no metaortopiroxênio hornblendito ........................ 31
TABELA 3.04: Composição mineralógica encontrada nos talco xistos ............................................ 33
TABELA 3.05: Composição mineralógica encontrada nos esteatitos ............................................... 36
TABELA 3.06: Composição mineralógica encontrada nos clorita-talco granofels ........................... 37
TABELA 3.07: Composição mineralógica encontrada nos clorititos ................................................ 40
TABELA 3.08: Composição mineralógica encontrada nos tremolititos ............................................ 41
TABELA 3.09: Composição mineralógica do biotita-tremolita granofels ......................................... 42
TABELA 3.10: Composição mineralógica dos clorita-hornblenda granofels ................................... 43
TABELA 3.11: Composição mineralógica dos tremolita xistos ........................................................ 44
TABELA 3.12: Composição mineralógica encontrada no clorita-biotita-hornblenda granofels ....... 45
TABELA 3.13: Composição mineralógica encontrada no xenólito de anfibólio gnaisse................... 46
TABELA 3.14: Composição mineralógica encontrada no biotita-hornblenda gnaisse ...................... 48
TABELA 4.01: Composição química média (% em peso) de olivina em metaharzburgitos ............. 52
TABELA 4.02: Fórmulas estruturais médias das olivinas (calculadas com base na análise química
média) em metaharzburgito ...................................................................................... 52
TABELA 4.03: Composição química média (% em peso) do clinopiroxênio em diopsiditos e
ortopiroxênio em metaharzburgitos .......................................................................... 53
xvii
TABELA 4.04: Fórmulas estruturais dos clino e ortopiroxênios (calculadas com base na análise
química média de 6 oxigênios equivalentes) presentes nos respectivos litotipos .... 54
TABELA 4.05: Composição química média, mínima e máxima (% em peso) dos orto e
clinoanfibólios nos litotipos estudados ..................................................................... 56
TABELA 4.06: Fórmulas estruturais médias dos clino e ortoanfibólios (calculadas com base na
análise química média) presentes nos litotipos estudados ........................................ 59
TABELA 4.07: Composição química média (% em peso) dos plagioclásios em gnaisses ................ 63
TABELA 4.08: Fórmulas estruturais dos plagioclásios (calculadas com base na análise química
média e 32 oxigênios equivalentes) presentes nos gnaisses ..................................... 63
TABELA 4.09: Composição química média, mínima e máxima (% em peso) das biotitas nos
litotipos estudados .................................................................................................... 65
TABELA 4.10: Fórmulas estruturais das biotitas (calculadas com base na análise química média)
presentes nos litotipos de Cachoeira do Brumado .................................................... 65
TABELA 4.11: Composição química média, mínima e máxima (% em peso) das cloritas nos
litotipos estudados .................................................................................................... 66
TABELA 4.12: Fórmulas estruturais das cloritas (calculadas com base na análise química média e
28 oxigênios equivalentes) presentes nos litotipos estudados .................................. 67
TABELA 4.13: Composição química média (% em peso) do talco nas rochas metaultramáficas .... 68
TABELA 4.14: Fórmulas estruturais médias do talco (calculadas com base na análise química
média) presentes nos litotipos estudados .................................................................. 68
TABELA 4.15: Composição química média (% em peso) de carbonatos nos litotipos estudados .... 69
TABELA 4.16: Composição química média (% em peso) de cromita em metaharzburgito ............. 70
TABELA 4.17: Composição química média (% em peso) dos sulfetos em talco xisto e em
metaharzburgito ........................................................................................................ 70
TABELA 5.01: Associações mineralógicas observadas nos litotipos estudados ............................... 71
TABELA 6.01: Resultado das análises geoquímicas (% em peso) para elementos maiores e
menores de amostras de rochas metaultramáficas da Folha Mariana, com suas
respectivas simbologias ............................................................................................ 79
TABELA 6.02: Resultado das análises geoquímicas (% em peso) para elementos maiores e
menores de amostras de rochas metaultramáficas da Folha Mariana, com suas
respectivas simbologias ............................................................................................ 80
TABELA 6.03: Resultado das análises geoquímicas (em ppm) para elementos-traço de amostras
de rochas metaultramáficas da Folha Mariana ......................................................... 81
xviii
TABELA 6.04: Resultado das análises geoquímicas (em ppm) para elementos-traço de amostras
de rochas metaultramáficas da Folha Mariana ......................................................... 82
TABELA 6.05: Resultado das análises geoquímicas (% em peso) para elementos maiores e
menores dos litotipos da literatura ............................................................................ 83
TABELA 6.06: Resultado das análises geoquímicas (em ppm) para elementos-traço dos litotipos
da literatura ............................................................................................................... 83
TABELA 6.07: Resultado das análises geoquímicas (em ppm) para elementos terras raras das
rochas metaultramáficas estudadas............................................................................ 91
TABELA 6.08: Somatórios de elementos terras raras e as razões La/Yb e La/Sm ............................ 92
TABELA 6.09: Resultado das análises geoquímicas (em ppm) para elementos terras raras dos
litotipos da bibliografia ............................................................................................. 93
TABELA 6.10: Resultado das análises geoquímicas (% em peso) para elementos maiores dos
gnaisses encaixados localmente em metaultramáficas de Cachoeira do Brumado .. 97
TABELA 7.01: Resultado das análises U-Pb LA-ICP-MS. Pbc e Pb* indicam porções comuns e
radiogênicas, respectivamente .................................................................................. 102
TABELA 7.02: Resultado das análises U-Pb SHRIMP. Pbc e Pb* indicam porções comum e
radiogênicas, respectivamente .................................................................................. 107
xix
Resumo
Este trabalho fundamenta-se em estudos petrológicos, geoquímicos e geocronológicos de rochas
metaultramáficas que ocorrem na região da Folha Mariana, situada a leste do Quadrilátero Ferrífero,
limitada pelos meridianos 43º 00’ e 43º 30’ de longitude W e pelos paralelos 20º 00’ e 20º 30’ de latitude
sul. A Folha Mariana engloba as províncias geotectônicas São Francisco e Mantiqueira. A primeira delas
compreende as seqüências metavulcano sedimentares arqueanas e proterozóicas do Quadrilátero Ferrífero,
além dos complexos Santo Antônio do Pirapetinga e Santa Bárbara, de idade arqueana, enquanto a
segunda engloba os Complexos Acaiaca e Mantiqueira, Grupo Dom Silvério além de granitóides de idades
proterozóicas. As rochas metaultramáficas são provavelmente intrusivas nos litotipos dos complexos
Acaiaca, Mantiqueira e Santo Antônio do Pirapetinga. Entre as rochas metaultramáficas, caracterizadas
pela presença de minerais de baixo a médio grau metamórfico, das fácies xisto verde a anfibolito, foram
descritos talco xistos, esteatitos, clorita-talco granofels, clorititos, biotita-tremolita granofels, clorita-
hornblenda granofels, tremolita xistos, tremolititos e actinolititos. Adicionalmente, diopsiditos e
metaharzburgitos, particularizados pela presença de textura ígnea e minerais primários preservados, foram
investigados. A paragênese ígnea dessas rochas é representada por clinopiroxênio ou ortopiroxênio ±
olivina ± cromita, sobre a qual se desenvolveram paragêneses metamórficas de fácies anfibolito (mg-
hornblenda ou antofilita) e xisto verde (actinolita ou serpentina ± mg-clorita ± talco). Estudos de química
mineral permitiram tipificar, entre outros, os seguintes minerais: olivina, clino ou ortopiroxênio, cromita,
pentlandita, calcopirita e heazlewoodita. A composição química das rochas investigadas se assemelha, em
termos gerais, à de rochas ultramáficas komatiíticas e, mais raro nesses termos, a de basaltos komatiíticos
de terrenos arqueanos da África do Sul, da Austrália e do Quadrilátero Ferrífero. Nos diopsiditos, os
elementos Cr, Ni e Co apresentam uma forte depleção, podendo ser o produto de uma diferenciação
magmática com cristalização fracionada associada e/ou diferenciação cumulática. O padrão de distribuição
dos elementos terras raras dessas rochas é semelhante ao observado em rochas ultramáficas da Rússia e ao
ortopiroxênio hornblendito e talco xistos estudados, o que permite inferir que os diopsiditos foram
originados a partir de um magmatismo ultramáfico. As idades obtidas pelo método U/Pb de 3,0 Ga, e 2,7
Ga são interpretadas como relacionadas aos processo de cristalização e metamorfismo dos xenólitos de
gnaisse trondhjemítico, respectivamente, enquanto a idade de 0,5 Ga estaria relacionada ao evento termal
Brasiliano.
xx
xxi
Abstract
This work is based in researches about petrologic, geochemical, geochronological aspects of
metautramafic rocks which occur in Folha Mariana, located in the Southeast of Quadrilatero Ferrifero,
limited by meridians 43º 00’ and 43º 30’ of longitude W and by parallels 20º 00’ and 20º 30’ of latitude S.
The Folha Mariana involves the geotectonic provinces São Francisco and Mantiqueira. The first of them
includes the sequences of sedimentary archeans and proterozoics meta-volcanic of Quadrilatero Ferrifero,
beside of Santo Antonio of Pirapetinga and Santa Barbara complexes, of archean age, while the second
one includes Acaiaca and Mantiqueira complexes, Dom Silverio Group beside of Grantoids of
proterozoics ages. The metautramafic rocks are intrusive in the litotipos of Acaiaca, Mantiqueira e Santo
Antonio do Piratininga complexes. Among the rocks the following litotypes could be characterized: talc
schists, steatite, chlorite-talc granofels, chloritites, biotite-tremolite granofels, chlorite homblende
granofels, tremolita schists, tremolitites and actinolitites. Further, diopsidites and metaharzburgites,
particularized by the presence of igneous texture and primary preserved minerals, were investigated. The
igneous paragenesis of these rocks is represented by clinopyroxene or orthopyroxene ± olivine ± chromite,
on which were developed amphibolite facies metamorphic paragenesis (mg–homblende or anthophyllite)
and greenschist (actinolite or serpentine ± mg–chlorite ± talc). Mineral chemistry studies allowed
characterize the following minerals: olivine, clinopýroxene, orthopyroxene, chromite, pentlandite,
chalcopyrite and heazlewoodite. The chemistry composition of the researched rocks is similar, in general
terms, to the komatiitic basalts of archean terrains of South Africa, Australia and Quadrilatero Ferrifero. In
the diopsidites, the elements Cr, Ni, and Co present a great depression due to fractional crystallization
processes. The REE-pattern distribution of these rocks is similar to the observed in ultramafics rocks from
Russia and in the orthopyroxene hornblendite and talc schists searched, that’s what allows inducing that
the diopsidites were originated from ultramafic magmatism. The ages obtained by the method U/Pb of 3,
0 Ga and 2, 7 Ga are comprehended as related to the crystallization and metamorphic process of the
trondhjemitic gneiss xenoliths, respectively, while the age of 0, 5 Ga could be related to the thermal
Brazilian event.
xxii
1
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
1.1- CONSIDERAÇÕES GERAIS
As rochas ultramáficas, que ocorrem na parte centro-sul do estado de Minas Gerais, têm
sido estudadas desde os trabalhos pioneiros de Harder & Chamberlin em 1915 que as
interpretaram como intrusivas. Dorr et al. (1957), ao realizar o mapeamento geológico do
Quadrilátero Ferrífero concluíram que as rochas ultramáficas da “Série” Rio das Velhas seriam
intrusivas no embasamento. Sichel (1983) definiu a unidade inferior do Supergrupo Rio das
Velhas como constituída por rochas plutônicas e vulcânicas de caráter peridotítico, da série
komatiítica identificada através de estruturas (spinifex, cumulus e quench) e baseada em
parâmetros químicos; e propôs uma idade arqueana para o grupo. Baltazar & Zucchetti (2003)
sugeriram pelo menos duas gerações de greenstone belt do Supergrupo Rio das Velhas (2900
Ma e 2780 Ma) na Folha Mariana.
Brandão e Jiamelaro (2008) mapearam nas proximidades das cidades de Acaiaca e
Barra Longa, corpos de rochas metaultramáficas, nos quais ocorrem cristais de olivina,
ortopiroxênio e clinopiroxênio muito bem preservados. A ocorrência de minerais instáveis como
olivina e ortopiroxênio bem preservados permite inferir que essas rochas metaultramáficas
teriam sido geradas num evento magmático posterior ao do greenstone belt Rio das Velhas, no
Quadrilátero Ferrífero-MG, de idade arqueana. Recentemente, Medeiros Jr. (2009) sugeriu que
essas rochas teriam sido submetidas às condições metamórficas da fácies granulito, pelo fato de
se encontrarem no interior do Complexo Acaiaca, onde predominam rochas granulíticas.
Os esteatitos, produto de alteração hidrotermal das rochas metaultramáficas, tem sido
objeto de estudo de diversos pesquisadores (e.g. Roeser et. al. 1980, Roeser et. al. 1987, Ladeira
et. al. 1983, Ladeira & Roeser 1983, Silva 1997, Jordt-Evangelista & Silva 2005) que tiveram
como ênfase a determinação do protólito e assinatura geoquímica dos litotipos. Esses litotipos
ocorrentes nas bordas leste e sudeste do Quadrilátero Ferrífero (Folha Mariana) foram
originados a partir de processos metassomáticos e metamórficos em baixo grau em rochas
ultrabásicas (Roeser et. al. 1987 e Roeser et. al. 1980).
Apesar dos numerosos estudos geológicos sobre as rochas metaultramáficas da Folha
Mariana, já realizados por uma plêiade de pesquisadores, uma série de questões pertinentes à
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
2
gênese, à geoquímica, ao caráter intrusivo ou extrusivo, à idade, ao grau metamórfico e à
química mineral destes litotipos constituem ainda hoje incógnitas cuja elucidação se faz
necessária. Pretende-se com esta dissertação, através de uma abordagem pautada na
metodologia científica e trabalhos de pesquisa elucidar essas questões.
1.2 - OBJETIVOS
Os objetivos principais deste trabalho foram obter a idade relativa das rochas
metaultramáficas de Cachoeira do Brumado, através da datação de xenólitos de gnaisse
encaixados em algumas ocorrências metaultramáficas, além de caracterizar geoquimicamente as
rochas metaultramáficas da Folha Mariana e determinar aspectos genéticos e fácies
metamórficas desses litotipos. Também foram realizados estudos microscópicos suportados por
determinações de microssonda eletrônica que permitiram caracterizar as rochas e determinar, de
forma precisa a composição química das principais fases minerais.
1.3 - LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO
A área de trabalho situa-se na Folha Mariana (SF-23-X-B-I) que se posiciona na porção
centro-sudeste do Estado de Minas Gerais. A Folha Mariana possui aproximadamente 3.000
km2 de extensão e está limitada pelos meridianos 43º 00’ e 43º 30’ de longitude W de
Greenwich e pelos paralelos 20º 00’ e 20º 30’ de latitude sul. As sedes dos principais
municípios abrangidos pela área são: Acaiaca, Alvinópolis, Barra Longa, Cachoeira do
Brumado, Catas Altas, Diogo de Vasconcelos, Furquim e Mariana (figura 1.01).
O acesso à área de estudo a partir de Belo Horizonte é feito pela Rodovia Federal BR-
040 até a confluência com a BR-356. Segue-se posteriormente pela MG-262 no sentido Ponte
Nova até atingir aproximadamente 20 km após o Trevo de Acaiaca e Diogo de Vasconcelos,
local onde termina a área sentido leste-oeste. Para ter acesso ao norte da área deve-se seguir a
BR-262 até a cidade de Santa Bárbara, de onde se segue pela rodovia MG-129 sentido Mariana.
Outra forma de acesso, a partir de Belo Horizonte, é feita pela rodovia BR-381 (Fernão Dias)
até o cruzamento com a MG-123, nas proximidades do município João Monlevade, a partir do
qual se segue até Alvinópolis.
Contribuições às Ciências da Terra-Série M, vol.72, 149p.
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Figura 1.01: Mapa de localização e vias de acesso da área de estudo.
1.4 - MATERIAIS E MÉTODOS
1.4.1 - Pesquisa Bibliográfica
Inicialmente procedeu-se um estudo sistemático da literatura geológica disponível que
versava sobre as rochas metaultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e em outras regiões pré-
cambrianas, bem como sobre análises de química mineral, dados geocronológicos e de
geoquímica dessas rochas, com ênfase em komatiítos e complexos acamadados.
1.4.2 - Mapeamento Geológico
Nesta etapa do trabalho foi feito um levantamento geológico das ocorrências de rochas
metaultramáficas na Folha Mariana, com destaque em alguns municípios como Cachoeira do
Brumado, Diogo de Vasconcelos, Furquim, Acaiaca, Barra Longa, Alvinópolis, Catas Altas e
adjacências com dados de campo levantados para interpretações litológicas e estratigráficas.
Nesse mapeamento, foram utilizados a base de dados cartográficos, assim como as folhas
topográficas Catas Altas, Alvinópolis, Mariana e Barra Longa em escala 1:50.000 e o mapa
geológico regional (Baltazar & Raposo 1993) de escala 1:100.000.
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
4
A etapa de campo foi realizada nos meses de abril, agosto e setembro de 2009,
totalizando um período de 12 dias. Durante o desenvolvimento dessa etapa foram visitados 133
pontos (figura 1.02) e coletadas 95 amostras das quais foram selecionadas 50 para confecção de
lâminas delgadas polidas. Procurou-se assegurar a efetivação de uma amostragem sistemática
em afloramentos com rocha fresca.
1.4.3 - Estudos Petrográficos
Além das 50 lâminas confeccionadas, 48 de rochas metaultramáficas e 2 de rochas
gnáissicas, foram selecionadas 35 lâminas delgadas de rochas metaultramáficas da área estudada
confeccionadas em trabalhos geológicos de graduação da UFOP para o estudo ao microscópio
petrográfico com ênfase na identificação de protólitos e aspectos metamórfico-deformacionais.
Dentre os trabalhos geológicos referidos citam-se os de Barbosa & Pereira (2007), Barros &
Zagotto (2007), Morais & Oliveira (2007), Pimenta & Silva (2007), Silva & Gramigna (2007),
Brandão & Jiamelaro (2008). A descrição petrográfica foi realizada com auxílio do microscópio
petrográfico de polarização por luz incidente e transmitida.
1.4.4 - Química Mineral
Após a caracterização petrográfica, foram selecionadas 18 lâminas delgadas polidas
para a realização de análises químicas de minerais por intermédio de microssonda eletrônica,
totalizando 213 pontos. As análises foram realizadas no Laboratório de Microanálises (LMA)
no Departamento de Física da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) com um
equipamento de marca JEOL, modelo JCXA-8900RL. O equipamento utilizado operou com
voltagem de aceleração de 15 kV, feixe de corrente de 20 ŋA e espessura de feixe de 10μ.
Foram analisadas fases minerais de interesse visando-se obter uma caracterização precisa destas,
e os resultados formatados de acordo com o programa utilizado (Minpet 2.0 - Richard 1995)
para os cálculos das fórmulas estruturais dos minerais.
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
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Figura 1.02: Mapa de distribuição espacial das ocorrências estudadas.
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
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A tabela abaixo (tabela 1.01) mostra de maneira sucinta a quantidade de pontos por
mineral analisado.
Tabela 1.01: Relação dos minerais analisados pela microssonda eletrônica e quantidade de pontos
correspondentes.
MINERAL QUANTIDADE DE PONTOS
Olivina 9
Piroxênio 24
Anfibólio 81
Plagioclásio 5
Biotita 12
Clorita 27
Talco 12
Carbonato 13
Óxidos 22
Sulfetos 19
Foram analisados para os silicatos, óxidos e carbonatos os seguintes elementos: Na, K,
Mn, Mg, Ca, Fe, Al, Ti, Ni, Si, Cr e F e para os sulfetos, o Sb, Fe, Cu, S, As, Co e Ni. O teor
desses elementos é fornecido sob a forma de óxidos, com exceção do elemento F.
Os padrões escolhidos para os elementos analisados dos silicatos, óxidos, carbonatos
(tabela 1.02) e sulfetos (tabela 1.03) foram colocados nas tabelas seguintes.
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
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Tabela 1.02: Tabela com os elementos analisados pela microssonda eletrônica, raio x, padrões escolhidos
(Coleção Ian Steele) e tempo de contagem dos silicatos, óxidos e carbonatos.
Elementos
Analisados
Raio X Cristal analisado
no padrão
Nome do
Padrão
Tempo de Contagem
Pico Back
Na Ka TAP Jadeíta 10 s 5 s
K Ka PETJ Microclina 10 s 5 s
Mn Ka LIF Rodonita 10 s 5 s
Mg Ka TAP MgO 10 s 5 s
Ca Ka PETJ Wollastonita 10 s 5 s
Fe Ka LIF Magnetita 10 s 5 s
Al Ka TAP Al2O3 10 s 5 s
Ti Ka PETJ Rutilo 10 s 5 s
Ni Ka LIF NiO 10 s 5 s
Si Ka TAP Quartzo 10 s 5 s
Cr Ka PETJ Cr2O3 10 s 5 s
F Ka TAP Fluorita 10 s 5 s
Tabela 1.03: Tabela com os elementos analisados pela microssonda eletrônica, padrões escolhidos
(Coleção Ian Steele) e tempo de contagem dos sulfetos.
Elementos
Analisados
Raio X Cristal analisado
no padrão
Nome do
Padrão
Tempo de Contagem
Pico Back
Sb La PETJ Estibinita 10 s 5 s
Fe Ka LIF Pirita 10 s 5 s
Cu Ka LIF Calcopirita 10 s 5 s
S Ka PETJ Pirita 10 s 5 s
As Ka TAP Arsenopirita 10 s 5 s
Co La LIF Co Metal 10 s 5 s
Ni Ka LIF Ni metal 10 s 5 s
1.4.5 – Geoquímica
Para análises geoquímicas foram selecionadas 29 amostras de rochas para determinação
de elementos maiores pelo método ICP-AES (Inductively Coupled Plasma - Atomic Emission
Spectroscopy), enquanto os elementos menores e terras raras foram determinados pelo método
do ICP-MS (Inductively Coupled Plasma - Mass Spectrometer) no laboratório da firma ACME
ANALYTICAL LABORATORIES LTD, no Canadá. A preparação das amostras foi realizada
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
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na mesma firma canadense, no entanto em uma filial na cidade de Goiânia (GO).
Os elementos analisados foram divididos em três grupos, segundo os códigos do
laboratório canadense, são eles os grupos 4A, 4B e 1DX. O Grupo 4A inclui alguns elementos
em forma de óxidos, tais como SiO2, Al2O3, Fe2O3, MgO, CaO, Na2O, K2O, TiO2, P2O5, MnO,
Cr2O3, Sc, além dos parâmetros LOI (perda ao fogo), Ct (carbono total) e St (enxofre total). O
Grupo 4B compreende os elementos traço, incluindo terras raras, tais como Ba, Be, Ce, Co, Cs,
Dy, Er, Eu, Ga, Gd, Hf, Ho, La, Lu, Nb, Nd, Ni, Pr, Rb, Sc, Sm, Sn, Sr, Ta, Tb, Th, Tm, U, V,
W, Y, Yb, Zr. O Grupo 1DX inclui os elementos Ag, As, Au, Bi, Cd, Cu, Hg, Mo, Ni, Pb, Sb,
Se, Ti, Zn.
Posteriormente, os resultados obtidos nas análises geoquímicas de rocha total foram
tratados com o auxílio dos softwares Geoplot e IgPlot.
1.4.6 - Geocronologia
As análises geocronológicas foram realizadas, pelos métodos U-Pb LA-MC-ICP-MS e
U-Pb SHRIMP, em zircões de um xenólito de gnaisse encontrado numa jazida de esteatito no
distrito de Cachoeira do Brumado. As análises U-Pb LA-MC-ICP-MS (Laser Ablation Multi-
Collector Inductively Coupled Plasma Mass Spectrometry) foram desenvolvidas no Laboratório
de Geocronologia no Instituto de Geociências na Universidade de Brasília (UnB), e as análises
U-Pb SHRIMP (Sensitive High Resolution Íon Microprobe), na Universidade Nacional da
Austrália (Australian National University- ANU, Canberra).
O xenólito de gnaisse foi desagregado no Laboratório da Universidade de Berna na
Suíça. A desagregação foi feita em meio aquoso, usando uma descarga elétrica (energia pulsada
HV). Gera-se assim uma fragmentação seletiva, isto é, uma fragmentação ao longo do limite dos
cristais, permanecendo estes intactos. Do material desagregado foram separados zircões com
auxílio de bromofórmio (D=2,85), no Laboratório de Geoquímica Ambiental (LGqA) do
Departamento de Geologia da UFOP, e com a utilização de bateia, no Laboratório de
Preparação de Amostras Geocronológicas (LOPAG) do Departamento de Geologia da UFOP.
Parte do material desagregado foi utilizada no Laboratório de Geocronologia na UnB, e o
restante do material foi enviado para análise na Universidade Nacional da Austrália.
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
9
No Laboratório da UnB, após separação e tratamento dos minerais pesados, ainda foi
possível observar cristais de zircões e anfibólios misturados. O procedimento adotado para a
separação dos zircões e anfibólios foi colocá-los em uma placa de petri com álcool e
posteriormente movimentá-los de forma circular, de modo que os zircões se concentraram na
lateral da placa. Seguiu-se a seleção manual com o auxílio de uma lupa binocular. Os zircões
foram depositados em uma lâmina delgada coberta com uma fita dupla. Colocou-se um anel de
plástico de 9 mm de diâmetro na fita em torno dos zircões, preenchendo-o posteriormente por
resina epoxy. Esperou-se por um período de um dia a secagem do material. Dessa forma, foram
feitos dois mounts com aproximadamente 40 zircões cada mount. Após secagem, as superfícies
dos mounts receberam polimento com pasta diamantada a fim de expor superfícies de zircão.
Finalmente, logo após a exposição, foram realizadas as análises geocronológicas nos zircões.
Após esta etapa realizou-se a catodoluminescência no Laboratório de Microscopia
Petrográfica (LMP) do Instituto de Geociências da Universidade Federal de São Paulo (USP), a
fim de observar possíveis crescimentos secundários.
As análises U-Pb laser ablation, na UnB, foram realizadas sob a orientação do Prof. Dr.
Elton Luiz Dantas e Joseneusa Brilhante Rodrigues. O equipamento utilizado MC-ICP-MS
Thermo-Finnigan modelo Neptune operou com um laser de frequência igual a 10 Hz e uma
energia igual a 40%. O tamanho do diâmetro feito pelo laser em cada zircão possui cerca de 40
µm.
Os mounts foram levados para um banho ultra-sônico com HNO3 e água destilada. No
suporte de amostra de fibra sintética, presentes no equipamento, foram colocados os dois
mounts feitos, juntamente com um padrão, que posteriormente foram analisados. As análises de
LA-ICP-MS foram tomadas como tiros únicos em cristais de zircão individual.
As análises U-Pb SHRIMP em cristais de zircão foram desenvolvidas gentilmente pelo
Dr. Luiz Carlos da Silva (Superg./CPRM) e, assim como as análises de LA-ICP-MS, foram
tomadas como tiros únicos em cristais de zircão individual.
1.5 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
A presente dissertação possui oito capítulos, nos quais os dados obtidos ao longo do
desenvolvimento do trabalho são apresentados, sintetizados e interpretados de maneira coerente
e fluente no texto.
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
10
O primeiro capítulo aborda uma introdução ao tema, objetivos, localização da área e
metodologia de execução do presente trabalho. O segundo capítulo discorre uma revisão sucinta
de trabalhos geológicos de abrangência regional com enfoque na área estudada. A
caracterização petrográfica dos litotipos metaultramáficos da área é o tema do terceiro capítulo.
No quarto capítulo, são apresentados e interpretados dados de química mineral das rochas
estudadas na Folha Mariana. O quinto capítulo versa sobre as associações metamórficas das
rochas estudadas. No sexto capítulo são apresentados dados tratados da química de rocha. O
sétimo capítulo contém dados trabalhados de análises geocronológicas dos xenólitos de gnaisses
encaixados em esteatito. Por fim, no oitavo capítulo busca-se interpretar e retomar os resultados
obtidos ao longo do texto, confrontando-os com a literatura existente.
11
CAPÍTULO 2
CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL
2.1- INTRODUÇÃO
A área estudada situa-se entre as províncias geotectônicas São Francisco e Mantiqueira,
de modo que a primeira ocupa a porção oeste da Folha Mariana e a segunda, a porção leste
(figura 2.01).
A Província Geotectônica São Francisco (PGSF) abrange todo o território do Cráton do
São Francisco (CSF) (Almeida et al. 1977, 1981, Alkmin et al. 1993). Segundo os autores
supracitados, o embasamento do cráton é um núcleo arqueano que se estabilizou após o término
do Evento Transamazônico, envolvido por orógenos relacionados ao Ciclo
Brasiliano/Panafricano, a saber: a norte à Faixa Sergipana e Faixa Riacho do Pontal, noroeste à
Faixa Rio Preto, a oeste à Faixa Brasília, a sul à Faixa Ribeira (Alto Rio Grande) e a sudeste à
Faixa Araçuaí. O cráton foi delimitado com base nas variações da deformação das rochas
supracrustais e envolvimento do embasamento cratônico pela Orogênese Brasiliana (Almeida
1977; Alkmim et al. 1993).
No âmbito da Folha Mariana, a PGSF foi individualizada nas unidades: Complexo
Santo Antônio do Pirapetinga, Complexo Santa Bárbara e Supergrupo Rio das Velhas de idades
arqueanas, Supergrupo Minas de idade proterozóica e, por último, o Grupo Itacolomi (Baltazar
& Raposo 1993) (figura 2.02). Na PGSF predominam sequências de rochas supracrustais
metamorfizadas, predominantemente na fácies xisto-verde, associadas às rochas granitóides.
Esta província compreende ainda as seqüências metavulcano-sedimentares arqueanas e
proterozóicas do Quadrilátero Ferrífero.
A Província Geotectônica Mantiqueira (PGM), também denominada de Cinturão Móvel
Costeiro, representa um sistema orogênico neoproterozóico Brasiliano/Panafricano, formada
pelos orógenos Araçuaí, Ribeira, Dom Feliciano, São Gabriel e pela zona de interferência entre
os orógenos Brasília e Ribeira (Heilbron 2004). Além do limite o próprio CSF, o orógeno
Araçuaí tem como limite a costa brasileira, na altura do paralelo 21° S (Alkmin e Marshak
1998, Pedrosa-Soares & Wiedemann-Leonardos 2000, Pedrosa-Soares et al. 2001, Heilbron
2004). Dentro da PGM, a Folha Mariana insere-se no extremo sudoeste do orógeno Araçuaí,
setor Setentrional da Província.
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
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Na área investigada, a PGM é composta pelo Complexo Acaiaca, Complexo
Mantiqueira, Grupo Dom Silvério e pelos granitóides Córrego Taioba, Diogo de Vasconcelos,
Barra Longa, Estiva e Mombaça (figura 2.02), todos de idades proterozóica.
Figura 2.01: Localização da Folha Mariana no Cráton São Francisco (modificado de Alkmim 2004).
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
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Figura 2.02: Mapa geológico da Folha Mariana com destaque os principais municípios da área de estudo (extraído e modificado de Baltazar e Raposo 1993).
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
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2.2- PROVÍNCIA GEOTECTÔNICA SÃO FRANCISCO
2.2.1- Complexo Santo Antônio do Pirapetinga
De acordo com Baltazar & Raposo (1993), o Complexo Santo Antônio do Pirapetinga
(CSAP) é composto por gnaisses tonalíticos a graníticos associados a anfibolitos, esteatitos,
serpentinitos e talco-clorita xistos transformados metamórfica e metassomaticamente. Na
definição desses autores, o complexo está em contato com as supracrustais do Supergrupo Rio
das Velhas, com os gnaisses e/ou granitóides dos complexos Mantiqueira e Santa Bárbara e com
o Granitóide Diogo de Vasconcelos. As rochas do complexo, que se distribuem nas
proximidades de Bandeirantes, a oeste da área, e de Cachoeira do Brumado, a sul-sudeste,
podem ser correlatas à base do Supergrupo Rio das Velhas (Baltazar & Raposo 1993).
Baltazar & Raposo (1993) correlacionaram as idades obtidas por Teixeira (1982)(Rb-Sr
em rocha total: 2867 ± 128 Ma e 2726 ± 101 Ma) e por Machado et al. (1989)(U-Pb: 2776 ± 76
Ma e 2730 ± 10 Ma) para os gnaisses do CSAP, e concluíram que esses litotipos correspondem
a tonalitos e granitos gerados no final do Arqueano (no Ciclo Tectônico Jequié) que foram
posteriormente deformados.
2.2.2- Complexo Santa Bárbara
Segundo Baltazar & Raposo (1993) o Complexo Santa Bárbara pode ser correlacionado
ao CSAP e possui rochas que apresentam uma disposição alongada segundo a direção N-S. Os
autores propõem ainda que o Complexo Santa Bárbara seja constituído por gnaisses tonalíticos a
trondhjemíticos, normalmente bandados por rochas metagraníticas intrusivas nesses gnaisses, e
por xenólitos deformados de anfibolitos e metadioritos.
Com base nos dados geocronológicos, nas observações de campo e nas descrições de
lâminas delgadas, Baltazar & Raposo (1993) afirmam que o Complexo Santa Bárbara não
constitui o embasamento do Supergrupo Rio das Velhas, ao passo que as rochas desta unidade
teriam sido geradas, no mínimo, na fase inicial da geração dos vulcanitos da referida sequência
vulcano sedimentar.
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
15
2.2.3- Supergrupo Rio das Velhas
As rochas do Supergrupo Rio das Velhas (SGRV) se distribuem pelo flanco leste do
Quadrilátero Ferrífero, bordejando a Serra do Caraça, Bento Rodrigues e Mariana, e envolvem o
Complexo Santa Bárbara, passando por Padre Viegas, Bandeirantes, Cachoeira do Brumado,
Monsenhor Horta e Cláudio Manoel (Baltazar & Raposo 1993).
Alguns autores (e.g. Schorscher 1978, 1979, Schorscher et al. 1982, Sichel 1983)
delimitaram estratigraficamente o SGRV, da base para o topo, pelos grupos Quebra-Osso, Nova
Lima e Maquiné. Dorr II (1969) foi o autor do trabalho final que se tornou referência para os
estudos posteriores a respeito de rochas metaultramáficas do Quadrilátero Ferrífero,
reinterpretadas como komatiítos por pesquisadores, entre os quais se destacam Schorscher
(1978), Ladeira (1981), Sichel (1983), Padilha et al. (1984), Shrank et. al. (1984), Noce et. al.
(1990), Pinheiro & Nilson (1993) e Costa (1995) e Jordt-Evangelista & Silva (2005).
Em contrapartida, Ladeira (1980) considerou desnecessária a criação do Grupo Quebra-
Osso, preferindo relacionar as rochas do grupo à base do Grupo Nova Lima. Posteriormente, o
autor subdividiu o Grupo Nova Lima em três unidades: unidade metavulcânica (antigo Quebra-
Osso); unidade metassedimentar química e unidade metassedimentar clástica.
Com base na Folha Mariana, Baltazar & Raposo (1993) subdividiram o SGRV nos
grupos Nova Lima e Maquiné. Segundo os autores, o Grupo Nova Lima pode ser dividido nas
subunidades peridotítica, que se refere ao Grupo Quebra-Osso de Schorscher (1979), e vulcano-
sedimentar. A subunidade Peridotítica Quebra-Osso é constituída por rochas ultramáficas
esteatitizadas e serpentinizadas. Rochas ultramáficas transformadas em talco-xisto com 70 a 90
% de talco são características da região e aparecem nas imediações do vilarejo de Bandeirantes.
A subunidade vulcano-sedimentar é representada por esteatitos, anfibólio xistos, granada fels,
clorita xistos, quartzo-biotita-plagioclásio xistos, biotita-estaurolita-plagioclásio-quartzo xistos,
quartzitos, quartzitos ferruginosos e formações ferríferas. E finalmente, sobre o Grupo Nova
Lima, o Grupo Maquiné é constituído por quartzitos ou rochas quartzosas com feldspatos e
micas, contendo níveis ferruginosos, alguns com aspecto de formações ferríferas.
Noce et al. (2002) apresentaram resultados geocronológicos recentes para as rochas da
região de Caeté do SGRV, e propuseram três episódios de vulcanismo situados à volta de 3030
Ma, 2930 Ma e 2780 Ma. Ademais, Suita et al. (2006) já descreveram um magmatismo mais
recente em Jeceaba, ao sul do Quadrilátero Ferrífero. São corpos de rochas ultramáficas com
olivina e ortopiroxênio cumuláticos intrudidos no Batólito de Alto Maranhão, este cuja idade
provável de cristalização determinada pelo método U-Pb em zircões, é de 2,13 Ga (Noce et al.
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
16
2000). Entretanto, são necessários estudos geocronológico/evolutivos mais aprofundados e
precisos para se obter a história geológica concisa do SGRV.
2.2.4- Supergrupo Minas
O Supergrupo Minas (SGM) se sobrepõe ao SGRV, em nítida discordância erosiva e
angular. Originalmente denominada de “Série” Minas, por Derby (1906) e Harder &
Chamberlin (1915), esta unidade é composta por uma sequência plataformal de idade
proterozóica.
O SGM foi dividido, da base para o topo nos Grupos: Caraça (Wallace e Maxwell
1958), Itabira (Dorr II 1958a, 1958b) e Piracicaba (Pomerene, Simmons e Gair 1958). O Grupo
Caraça, constituído pelas formações Moeda e Batatal, corresponde à unidade inferior do SGM,
na qual é composta por quartzitos grossos, por vezes conglomeráticos e filitos constituídos
essencialmente por sericita, clorita e grafita. O Grupo Itabira, subdividido nas formações Cauê e
Gandarela, é a unidade intermediária clasto-química, formada por itabiritos (formação ferrífera),
itabiritos dolomíticos e dolomitos. A Formação Gandarela foi datada por Babinski et al. (1995),
que obtiveram, por meio do método Pb-Pb, uma idade de 2420 ± 19 Ma para rochas
carbonáticas, interpretado pelos mesmos autores como a idade de deposição dessas rochas.
Finalmente, por último, a unidade superior representada pelo Grupo Piracicaba, é composta
predominantemente por sedimentos clásticos. O Grupo Piracicaba subdivide-se, da base para o
topo, nas seguintes formações: Cercadinho, Fecho do Funil, Tabões e Barreiro.
2.2.5- Grupo Sabará
O Grupo Sabará foi inicialmente definido como formação por Gair (1958), no vale do
Rio das Velhas, ao norte da cidade de Sabará. Esta unidade ocorre em quase toda extensão do
Quadrilátero Ferrífero (Dorr II 1969), com exceção do Sinclinal da Moeda. Repousa
diretamente sobre as rochas do Grupo Piracicaba, com contato inferior estruturalmente
concordante, e localmente, contatos abruptos (Endo 1997). O Grupo Sabará é formado por
clorita xistos, filitos, quartzitos, rochas vulcanoclásticas, metagravaucas, conglomerados e
diamictito (Dorr II 1969, Renger et al.1994). Esses conglomerados são os primeiros portadores,
na seqüência do Supergrupo Minas, de seixos de granito e gnaisse, o que, segundo Renger et
al.(1994), indica importantes modificações na paleogeografia, com soerguimento de novas áreas
- fontes, aumento de erosão e de gradientes de transporte.
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
17
Machado et al. (1992) dataram zircões detríticos, pelo método U-Pb e obtiveram uma
idade 2125 ± 4 Ma, interpretada por esses autores como a deposição do Sabará em uma bacia
foreland do Cráton São Francisco. Por esta razão, Renger et al. (1994) propuseram a elevação
da antiga Formação Sabará à categoria de grupo.
2.2.6- Grupo Itacolomi
O Grupo Itacolomi, originalmente descrito como “Série” Itacolomi por Guimarães
(1931), se sobrepõe ao Grupo Sabará e assenta discordantemente sobre as rochas do SGM. Para
Dorr II (1969), a unidade seria constituída por duas fácies: a fácies Santo Antônio, composta por
filitos, metaconglomerados, quartzito e quartzito ferruginoso com hematita e magnetita; e a
fácies quartizítica, tipo Itacolomi, constituída principalmente por quartzito, quartzito
conglomerático e quartzito ferruginoso.
O Grupo Itacolomi foi datado por Machado et al. (1993), que obtiveram idades no
intervalo entre 2180-3180 Ma, pelo método U-Pb em zircões detríticos.
2.3- FAIXA MISTA
O termo Faixa Mista foi denominado por Baltazar & Raposo (1993), no qual é
composta por gnaisses do Complexo Mantiqueira e rochas para-derivadas, básicas e ultrabásicas
correlacionáveis ao Supergrupo Rio das Velhas.
2.4 - PROVÍNCIA GEOTECTÔNICA MANTIQUEIRA
2.4.1- Complexo Acaiaca
Jordt-Evangelista & Müller (1986a, 1986b) classificaram as rochas do Complexo
Acaiaca como piribolitos, plagiogranulitos, granada sillimanita xistos e kinzigitos. De acordo
com Jordt-Evangelista (1984, 1985) essas rochas de alto grau metamórfico encontram-se quase
totalmente intercaladas por gnaisses bandados do Complexo Mantiqueira. A mesma autora foi
pioneira nas descrições dessas rochas na região de Acaiaca, denominando o complexo de
“Complexo Acaiaca”.
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
18
Assim como já mencionado no capítulo anterior, Brandão e Jiamelaro (2008)
mapearam, nas proximidades do município de Acaiaca, corpos de rochas metaultramáficas com
cristais de olivina e ortopiroxênio muito bem preservados em meio às rochas granulíticas. A
ocorrência de minerais instáveis como olivina e ortopiroxênios bem preservados permite sugerir
que as rochas ultramáficas da unidade em questão poderiam ter sido geradas num evento
magmático pós-Rio das Velhas. Medeiros Jr. (2009) considerou essas rochas metamórficas de
fácies granulito, nomeando-as de olivina-piroxênio granofels, devido à inserção das mesmas no
interior da faixa onde predominam rochas granulíticas. Ainda segundo este autor a área do
Complexo Acaiaca é maior do que a área originalmente relatada por Jordt-Evangelista (1984) e
mapeada por Baltazar & Raposo (1993).
Teixeira et al. (1987) realizaram datação, pelo método Rb-Sr, e obtiveram uma idade
de 2000 Ma para o evento metamórfico de fácies granulito.
2.4.2- Complexo Mantiqueira
O Complexo Mantiqueira (Brandalise 1991) tem sido englobado em mais de uma
unidade litoestratigráfica desde a denominação do termo “Série” Mantiqueira por Barbosa
(1954). Desde então, a mesma associação litológica pode ser parcial ou totalmente incluída no
Complexo Piedade (Ebert 1958, Machado Filho et al. 1983, Silva et al. 2002), no Complexo
Gnáissico-Migmatítico (Silva 1978) ou no Complexo Barbacena (Hasui & Oliveira 1984). Com
base no contexto geotectônico, o Complexo Mantiqueira (CM) compõe uma extensa faixa de
ortognaisses de composição TTG (tonalito-trondhjemito-granodiorito), empurrados sobre a
margem meridional do Cráton do São Francisco (Silva et al. 2002, Noce et al. 2007).
O CM é composto por: biotita-anfibólio ortognaisses bandados que se intercalam
frequentemente a anfibolitos, na forma de lentes ou bandas concordantes, e metagabros, que
ocorrem na forma de corpos tabulares concordantes ou como diques; corpos de ortognaisses
quartzo-dioríticos; e gnaisses bandados semelhantes ao primeiro descrito, entretanto
migmatizados pelo aporte de material granítico injetado (Baltazar & Raposo 1993). Os autores
supracitados relatam que, na área do projeto, os gnaisses bandados de composição variada do
CM estão em contato de natureza tectônica com rochas granulíticas do Complexo Acaiaca, e
que no interior do complexo, ocorrem corpos individualizados dos granitóides Córrego Taioba,
Diogo de Vasconcelos e Barra Longa. Os litotipos desta unidade ocorrem segundo uma extensa
faixa N-S na porção centro-leste da Folha de Mariana (1:100.000).
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
19
Dados geocronológicos obtidos por Teixeira et al. (1987) ao analisarem os gnaisses do
CM na região entre Ponte Nova e Rio Casca, pelo método Rb-Sr em rocha total, indicaram uma
idade de 2000Ma, interpretada como a idade de recristalização metamórfica destas rochas.
Segundo os autores supracitados, essas rochas seriam mais antigas do que 2000 Ma, uma vez
que teriam sido submetidas ao retrabalhamento crustal no Ciclo Transamazônico. Seguindo a
mesma linha de pensamento, Baltazar & Raposo (1993) relatam uma idade arqueana para os
gnaisses do CM.
Datações mais recentes realizadas por Silva et al. (2002) e Noce et al. (2007), pelo
método U-Pb em zircão (SHRIMP), indicaram idades entre 2180-2041 Ma, interpretadas como
idades de cristalização magmática paleoproterozóicas, e outras entre 2100 Ma e 560 Ma, idades
de recristalização metamórfica, para os gnaisses desta unidade. De acordo com esses autores, o
magmatismo estendeu-se até aproximadamente 2100 Ma, seguido por estágios colisionais a pós-
colisionais até cerca de 2050 Ma, no qual se associou ao primeiro evento metamórfico.
2.4.3- Grupo Dom Silvério
Na Folha Mariana, o Grupo Dom Silvério (GDS) é composto dominantemente por
biotita-muscovita quartzo xistos com intercalações locais de quartzitos e rochas alteradas
anfibolíticas e/ou calciossilicáticas (Baltazar & Raposo 1993). Os autores supracitados definem
o grupo como uma sequência de metamorfitos de médio a baixo grau, posicionada no extremo
sudeste da Folha Mariana. De acordo com Jordt-Evangelista & Muller (1986a, 1986b) esse
domínio é composto por quartzitos e mica xistos feldspáticos com granada, grafita e cianita,
com intercalações de rochas calciossilicáticas de paragênese típica de fácies anfibolito.
Fonseca et al. (1979) propôs uma idade Proterozóica Média para as litologias desta
unidade, inserindo-as no Grupo Andrelândia, ao passo que Machado et al. (1983) atribuem uma
idade Arqueana e uma natureza vulcano-sedimentar, tipo greenstone belt, para as mesmas.
Ademais, Brandalise (1991) posiciona o GDS no Proterozóico Inferior, e afirma que as
composições químicas das rochas do grupo são distintas daquelas do Supergrupo Rio das
Velhas. Brueckner et al. (2000) encontraram idades modelo de 2,1 Ga (TCHUR) e 2,3 Ga
(TDM), que indicam idades Paleoproterozóicas para os sedimentos que formaram GDS.
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
20
2.4.4- Rochas Granitóides
Baltazar & Raposo (1993) agruparam os granitóides como corpos alongados segundo a
direção N-S, de composição granítica alcalina a tonalítica que sofreram processos magmáticos e
metassomáticos. Os autores relatam que os litotipos encontram-se frequentemente deformados
em distintas intensidades por processos de milonitização e associam-se aos gnaisses bandados
do CM. Dentre os granitóides, destacam-se os granitóides Córrego Taioba, Diogo de
Vasconcelos, Barra Longa, Córrego Estiva e Córrego Mombaça.
Granitóide Córrego Taioba
O Granitóide Córrego Taioba representa um corpo alongado heterogêneo posicionado
no interior dos gnaisses do CM, e possui em seu núcleo rochas granulíticas do Complexo
Acaiaca (Baltazar & Raposo 1993). É dominantemente quartzo-feldspático, com pouca biotita,
cuja composição varia de granítica a tonalítica.
Granitóide Diogo de Vasconcelos
Segundo Baltazar & Raposo (1993) o Granitóide Diogo de Vasconcelos, localizado a
noroeste do município de Diogo de Vasconcelos, representa um corpo alongado segundo NE-
SW no domínio dos gnaisses bandados do CM. É composto por ortognaisses homogêneos
associados a enclaves ou a pequenos corpos de anfibolitos.
Granito Barra Longa
O Granito Barra Longa é dominantemente quartzo-feldspático; possui foliação
milonítica incipiente ou bem desenvolvida e comumente intrusões de corpos tabulares
concordantes e diques de composição intermediária (Baltazar & Raposo 1993).
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
21
Granitóides córregos Estiva e Mombaça
Esses granitóides são pequenos corpos que se distribuem na porção centro-norte da
Folha Mariana, no domínio do Grupo Nova Lima e na Faixa Mista, e composicionalmente,
variam de granitos a granodioritos.
2.4.5- Coberturas Cenozóicas
Correspondem aos depósitos detrito-lateríticos, concentrados sobre a Suíte Metamórfica
São Sebastião do Soberbo, e aluvionares, que se encontram assentados sobre os gnaisses do CM
(Brandalise 1991).
2.5 – GEOLOGIA ESTRUTURAL
As províncias geotectônicas São Francisco (PGSF) e Mantiqueira (PGM) possuem
características estruturais similares na Folha Mariana, devido ao posicionamento limítrofe desta
entre as duas províncias (Baltazar & Raposo 1993). Os autores supracitados interpretam que o
contato entre a PGSF e PM foi marcado por evento tectônico tangencial correlacionado ao Ciclo
Brasiliano, transpondo, reativando e paralisando as estruturas pretéritas.
Baltazar & Raposo (1993) sugerem que a PGSF apresenta um padrão de deformação de
estilo thrust-fold mais desenvolvido em decorrência das características das rochas dominantes,
dentre elas, sequências greenstone belts do Supergrupo Rio das Velhas, enquanto na PGM
predomina uma tectônica de empurrões (thrusts).
De acordo com autores acima citados, duas feições estruturais de caráter
predominantemente dúctil foram identificadas na região estudada. A mais antiga e importante é
representada pela foliação gnáissica/xistosidade de baixo ângulo gerada pelo processo de
transposição. Sobreposta a ela, encontra-se a feição estrutural mais recente representada por
zonas de cisalhamento transcorrentes de alto ângulo. Por último, tem-se uma tectônica rúptil
caracterizada por falhas extensionais normais cortando as demais estruturas.
Baltazar & Raposo (1993) agruparam as principais estruturas acima em quatro fases de
deformação, sendo correlacionadas a três eventos de natureza dúctil e um rúptil. A fase de
deformação D1, correlacionada a um evento de natureza dúctil de idade transamazônica, foi
obliterada pela deformação posterior D2. Apesar disso, estruturas pretéritas foram identificadas
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
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em alguns locais, tais como bandamento ou laminação gnáissica em microlitons interlaminares,
em dobras intrafoliais e em estruturas sigmoidais nos gnaisses do CM. A fase de deformação
D2 foi de magnitude maior na área, afetando todas as unidades pré-cambrianas das duas
províncias geotectônicas. Esta segunda fase é representada por foliação/bandamento gnáissico
de médio a baixo ângulo. A fase D3 é caracterizada por extensas zonas de cisalhamento dúctil
de alto ângulo, atribuída ao Ciclo Brasiliano. A fase de deformação D4 é tectônica extensional
rúptil, representada por falhas normais ou de gravidade.
23
CAPÍTULO 3
GEOLOGIA LOCAL E PETROGRAFIA
3.1- INTRODUÇÃO
O presente capítulo versa a caracterização petrográfica dos corpos metaultramáficos da
área pesquisada desenvolvida em 85 lâminas delgadas. As principais rochas metaultramáficas
são as de baixo a médio grau, a saber: talco xistos, esteatitos, clorita-talco granofels, clorititos,
biotita-tremolita granofels, clorita-hornblenda granofels, tremolita xistos, tremolititos e
actinolititos. Não obstante ao intenso trabalho de campo e pesquisa ao microscópio petrográfico
não foi possível identificar resquícios de rocha ígnea original nessas rochas.
Em contrapartida, ao contrário das ocorrências de quase toda a área pesquisada,
totalmente metamorfizadas, os corpos metaultramáficos nas proximidades de Acaiaca/Barra
Longa e Barreto/Paracatuzinho ainda preservam, ocasionalmente, relictos de textura ígnea. Os
corpos de Acaiaca/Barra Longa apresentam menor grau de transformação metamórfica,
identificados como metaharzburgitos e diopsiditos, com vestígios de textura cumulática e
incipientes serpentinização, cloritização e/ou talcificação. Já o corpo de Barreto/Paracatuzinho
encontra-se uma transformação metamórfica mais proeminente, com uma anfibolitização e
preservação de piroxênios, identificado como metaortopiroxênio hornblendito.
A relação de contato entre as ocorrências ultramáficas é de difícil visualização devido às
descontinuidades, intemperismo e intensa deformação das ocorrências. É importante salientar
que neste trabalho foi feito um levantamento geológico das principais ocorrências de rochas
metaultramáficas na Folha Mariana.
Também é mostrado neste capítulo a descrição petrográfica do gnaisse encaixante, do
black wall e do xenólito de gnaisse encaixante encontrados em uma pedreira em atividade de
esteatito no distrito de Cachoeira do Brumado. Foi feita uma breve descrição do xenólito devido
às datações geocronológicas U-Pb laser ablation e U-Pb SHRIMP que serão abordadas no
capítulo 6.
No Anexo I, encontram-se tabelas com composição modal de todos os litotipos
descritos. A distribuição areal desses litotipos é mostrada na figura 3.01.
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas ...
24
Figura 3.01: Mapa de pontos em função da distribuição das amostras descritas.
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
25
3.2- UNIDADES LITOLÓGICAS
Considerando as características petrográficas e o grau metamórfico, as rochas descritas
foram divididas em três associações litológicas: rochas metaultramáficas com minerais ígneos
preservados; rochas metaultramáficas de baixo a médio grau e por fim, black wall e gnaisses
associados (localmente).
3.2.1- Rochas Metaultramáficas com Minerais Ígneos Preservados
Metaharzburgitos
Os metaharzburgitos ocorrem na porção leste da área de pesquisa, entre a margem
direita do Córrego da Prata e a rodovia Barra Longa-Acaiaca (ver figura 3.01 pontos 12, 13 e
14), inserida no domínio de terrenos granulíticos, que segundo alguns autores (e.g. Medeiros Jr.
2009 e Brandão & Jiamelaro 2008) são representados pelo Complexo Acaiaca (Jordt-
Evangelista 1984, 1985). Essas rochas provavelmente ocorrem como intrusões em granulitos,
todavia não possuem contatos diretos com as rochas granulíticas encaixantes ao passo que
ocorrem sob a forma de afloramentos métricos dispersos e isolados nas proximidades da
drenagem da área. Esta intrusão dispõe-se na direção aproximada NE-SW, quase ortogonal a
direção N-S dos granulitos do Complexo Acaiaca.
Macroscopicamente, os metaharzburgitos apresentam coloração cinza e são formados,
basicamente, por cristais de olivina (até 1,5 cm), ortopiroxênio (até 2,5 cm) e ortoanfibólio. Em
termos texturais, essas rochas são faneríticas grossa a pegmatítica e originalmente do tipo
cúmulus, formadas por cristais de olivina, cromita e sulfetos e ainda do tipo pós-cúmulos de
ortopiroxênios.
Em lâminas delgadas, foi possível observar que os metaharzburgitos possuem textura
holocristalina, inequigranular seriada, fina a pegmatítica, e cumulática. São constituídos
principalmente de ortopiroxênio (35 a 45% em volume), olivina (25 a 30% em volume), e
volumes menores de antofilita, serpentina, mg-clorita e talco. Possuem ainda carbonato,
cromita, pentlandita, magnetita e por vezes heazlewoodita, esta última como mineral de
alteração da pentlandita. A tabela 3.01 mostra a composição mineralógica média, mínima e
máxima verificada nos metaharzburgitos, sendo que a heazlewoodita só foi identificada no
estudo de microscopia eletrônica. A serpentina se concentra unicamente segundo direções de
fraqueza da rocha, em forma de microveios, os quais podem ser observados mesmo em escala
de afloramentos.
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
26
Tabela 3.01: Composição mineralógica encontrada nos metaharzburgitos.
Minerais %Min. %Máx. %Méd.
Ortopiroxênio 35,00 45,00 39,60
Olivina 25,00 30,00 27,00
Antofilita 5,00 12,00 8,60
Serpentina 5,00 10,00 7,20
Mg-clorita 3,00 10,00 6,60
Cromita 2,00 8,00 4,80
Talco 2,00 5,00 3,80
Carbonato 0,00 7,00 2,40
Pentlandita 0,00 <1 <1
Heazlewoodita 0,00 <1 <1
Os cristais de ortopiroxênio apresentam-se predominantemente com formas subédricas a
anédricas, de dimensões que atingem 2,5 cm de comprimento. Não raro envolvem em seu
interior, de modo poiquilítico, vários cristais menores de olivina reliquiar e minerais opacos
(frequentemente cromita). Os cristais mostram-se parcialmente talcificados nas bordas e
fraturados.
Os cristais incolores de olivina apresentam predominantemente formas anédricas
(plutonitos) e raramente subédricas. Estão intensamente fraturados e serpentinizados (figura
3.02C). Alguns cristais alteram-se parcialmente para antofilita e serpentina. Possuem muitas
inclusões de minerais opacos e aparecem por vezes inclusos no ortopiroxênio.
A antofilita ocorre na forma de cristais aciculares euédricos a subédricos, incolores, com
granulação variando de fina a grossa. Ocorre num arranjo aleatório e comumente sobrecrescida
em ortopiroxênio (figura 3.02D) e olivina. Alguns cristais apresentam substituição parcial por
talco.
A serpentina é formada tardiamente e preenche fraturas na olivina e ortopiroxênio.
Geralmente é verde pálida, devido à presença de Fe, mas também ocorre em tons de verde
amarelados. Possui birrefringência baixa, com predomínio de cores de polarização do início da
primeira ordem.
A Mg-clorita encontra-se como uma fina massa incolor nos intertícios de olivina e
ortopiroxênio associada comumente aos opacos, sob a forma de escamas de cor cinza normal.
Pode ocorrer à custa do piroxênio por causa do retrometamorfismo, e sugestivamente de
maneira tardia à custa da serpentina (esteatização).
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
27
O talco ocorre ao redor de ortopiroxênio e, menos freqüentemente, cobre parcialmente a
antofilita. Esse mineral, juntamente com a clorita, representa possivelmente uma fase ainda mais
tardia que a serpentina, já que foi formado a partir dessa última.
O carbonato não foi observado em todas as lâminas. Quando identificado, ocorre como
cristais anédricos finos a médios, associando-se frequentemente aos opacos. As análises de
microssonda eletrônica mostraram composição magnesítica.
Os opacos correspondem a cristais finos, com formas anédricas e cavernas de corrosão
elucidando possíveis reações termodinâmicas intramagmáticas. A cromita predomina entre os
opacos, possui coloração cinza e encontra-se sob a forma subédrica a anédrica. Esse mineral
encontra-se comumente incluso em olivina. A pentlandita ocorre na forma anédrica, com
magnetita na borda dos cristais (figura 3.02E). Análises de microscopia eletrônica mostraram
que ocorre uma alteração dos cristais de pentlandita em heazlewoodita (figura 3.02F).
Figura 3.02A: Fotografia do afloramento de metaharzburgito do ponto 12.
Figura 3.02B: Fotografia evidenciando maior detalhe do metaharzburgito do ponto 12.
Figura 3.02C: Fotomicrografia da lâmina delgada polida BL-07-38a (ponto 12) mostrando olivina (Ol)
anédrica serpentinizada inclusa em ortopiroxênio (Opx). LPP - Luz polarizada paralela.
A B
C D
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
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Figura 3.02D: Fotomicrografia da lâmina delgada polida BL-07-38a (ponto 12) mostrando antofilita
(Ath) acicular sobrecrescida em ortopiroxênio (Opx) e alterando para talco (Tlc). LPX - Luz polarizada
cruzada.
Figura 3.02E: Fotomicrografia da lâmina delgada polida PF/TV-96/13 (ponto 13) mostrando pentlandita
(Pn) na porção central e magnetita (Mag) na borda do cristal. Luz refletida.
Figura 3.02F: Imagem de elétrons retroespalhados de pentlandita (Pn) alterando para heazlewoodita
(Hlw) na porção central e magnetita (Mag) na borda do cristal.
Diopsiditos
Os diopsiditos ocorrem à margem direita do Rio Carmo, na área da sede da Fazenda
Salazar, em meio a rochas granito-gnáissicas do Complexo Mantiqueira (Brandalise 1991,
Baltazar & Raposo 1993).
Nas proximidades de Barra Longa, a cerca de 2 Km a SW da cidade, essa unidade
ocorre como intrusão de dimensões métricas, com aspecto geral circular, em forma de matacões
não foliados, intensamente fraturados e alterados. Esta intrusão encontra-se cortada por
diversos veios com material pegmatítico. Macroscopicamente, a rocha possui cristais de
clinopiroxênios com dimensões pegmatóides.
E F
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
29
Em lâminas delgadas observa-se que os diopsiditos possuem textura holocristalina,
fanerítica e inequigranular seriada, com granulação variando de grossa a pegmatítica. O
clinopiroxênio é o mineral dominante nos diopsiditos, podendo atingir até 97% da composição
mineralógica da rocha. Subordinadamente ocorrem cristais de clinoanfibólio. A tabela 3.02 traz
a composição mineralógica média, mínima e máxima verificada nessas rochas, sendo a
classificação dos clinopiroxênios e clinoanfibólios confirmada no estudo de microscopia
eletrônica.
Tabela 3.02: Composição mineralógica encontrada nos diopsiditos.
Minerais %Min. %Máx. %Méd.
Clinopiroxênio 95,00 97,00 96,00
Clinoanfibólios 3,00 5,00 4,00
Opacos <1 <1 <1
O clinopiroxênio ocorre como cristais de dimensões pegmatóides com incipiente
anfibolitização. Está intensamente alterado e fraturado (figura 3.03A). Análises de microssonda
eletrônica confirmaram a presença de diopsídio.
Os clinoanfibólios ocorrem de forma subédrica, como perfeitas seções basais, e
encontram-se levemente esverdeados. Esses minerais estão dispostos aleatoriamente na borda e
interior dos clinopiroxênios. Os clinoanfibólios identificados por microssonda eletrônica foram
a actinolita (BL-07-114A) e mg-hornblenda (PF/TV-1/2) (figura 3.03B).
Os opacos são quase inexistentes no metaclinopiroxenitos. Os poucos cristais
xenoblásticos estão inclusos nos clinopiroxênios.
Assim como os metaharzburgitos, os metaclinopiroxenitos afloram em grandes corpos
descontínuos, encontrando-se ora intensamente deformados em alguns pontos ora mais
preservados em outros. Estas rochas retrogradam para actinolititos em zonas mais deformadas.
Microscopicamente os actinolititos são rochas de granulação fina a média. Com
pleocroísmo em matizes de verde, nos quais a actinolita perfaz até 95% em volume desses
litotipos. São constituídos também por clinopiroxênio (2-5%) e por vezes biotita (5%) e
minerais opacos (<1).
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
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Figura 3.03A: Fotomicrografia da lâmina delgada polida PF/TV-1/2 (ponto 96) mostrando os
clinopiroxênios (Cpx) fraturados. LPX.
Figura 3.03B: Fotomicrografia da lâmina delgada polida PF/TV-1/2 (ponto 96) mostrando o
clinopiroxênio alterando-se para Mg-hornblenda (Mhb). LPX.
Metaortopiroxênio hornblendito
O metaortopiroxênio hornblendito se localiza entre os distritos de Barreto e
Paracatuzinho, nas proximidades do Rio Gualaxo do Norte, a cerca de 4 Km do Complexo
Acaiaca. É representado por apenas um litotipo na área de estudo (lâmina BL-02-102B, ponto
94). A amostra de metaortopiroxênio hornblendito se caracteriza por uma cor verde escura, com
granulação média a grossa.
Em análise microscópica observaram-se cristais anédricos até euédricos, de granulação
média a grossa, arranjados em uma trama inequigranular. Os constituintes maiores da rocha são
hornblenda e ortopiroxênio. A rocha é constituída também por ortoanfibólio, clinopiroxênio,
talco e minerais acessórios como o rutilo e opacos. A tabela 3.03 mostra a composição modal do
metaortopiroxênio hornblendito.
B
0,185 mm
Cpx
Cpx
0,185 mm
Cpx
Mhb
A B
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
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Tabela 3.03: Composição modal encontrada no metaortopiroxênio hornblendito.
Minerais % Modal
Hornblenda 70,00
Ortopiroxênio 10,00
Ortoanfibólio 7,00
Clinopiroxênio 5,00
Talco 5,00
Opacos 2,00
Rutilo 1,00
Os cristais de hornblenda são inequigranulares, variam de cristais finos (menos
frequentes) a grossos, e aparecem sob a forma euédrica a subédrica. Exibem pleocroísmo verde
claro a verde amarelado e substituem parcialmente os piroxênios.
O ortopiroxênio perfaz 10% em volume dessa rocha, é frequentemente anédrico e
altera-se para ortoanfibólio, tanto na porção central como nas bordas dos cristais. Os cristais
encontram-se intensamente deformados, com presença expressiva de fraturas.
O ortoanfibólio caracteriza-se pela extinção paralela em relação ao traço de clivagem.
Apresenta-se incolor e substitui parcialmente o ortopiroxênio. O clinopiroxênio ocorre ainda
na forma de finas lamelas inclusas em ortopiroxênio.
Nessa rocha o talco ocorre em quantidades traço, substituindo os anfibólios. Apresenta-
se sob a forma de cristais finos a médios, com tamanho máximo de 2mm, hábito lamelar e cores
de interferências vivas.
O rutilo ocorre como finos cristais anédricos. Minerais opacos encontram-se
disseminados na lâmina e são representados por cristais anédricos, com granulação fina.
3.2.2- Rochas Metaultramáficas de Baixo a Médio Grau
De modo geral, essas rochas metaultramáficas ocorrem associadas aos anfibolitos e
gnaisses das diversas unidades litológicas existentes na Folha Mariana. O grau de alteração das
rochas varia de afloramento para afloramento e, geralmente, é observada uma destruição total
das associações minerais primárias.
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
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Macroscopicamente, esses litotipos apresentam uma coloração cinza esverdeada, com
gradação para esbranquiçada devido às variações nas composições mineralógicas. As rochas
com maior teor de talco são untuosas ao tato. Observou-se a presença significativa de cristais de
magnetita e pirita em diversos afloramentos.
Outra característica verificada é a foliação bem pronunciada em algumas rochas (e.g.
talco xistos e tremolita xistos), incipiente (e.g. clorita-talco granofels e clorititos) e inexistente
em outras (e.g. esteatito, biotita-tremolita granofels, clorita-hornblenda granofels e tremolititos).
Talco xistos
Os talco xistos são os litotipos mais comuns da área de estudo. Os principais
afloramentos ocorrem nos municípios de Furquim, Barro Branco, Catas Altas, Alvinópolis,
Diogo de Vasconcelos, Cláudio Manuel, Bandeirantes e Cachoeira do Brumado.
Em lâminas delgadas, foi possível observar que o litotipo possui ora textura
lepidoblástica, caracterizada pela orientação preferencial de talco e por vezes clorita, ora textura
granolepidoblástica, dada pela orientação de talco e presença de cristais de carbonato e
anfibólios. Apresenta granulação fina a grossa e não raro a foliação encontra-se crenulada. Sua
composição é caracterizada predominantemente por talco e, em menores proporções, por clorita,
carbonato, clinoanfibólios, antofilita, rutilo, titanita e minerais opacos. A partir das propriedades
óticas e análises de microssonda eletrônica, os clinoanfibólios foram caracterizados como
tremolita e cummingtonita.
É importante salientar que não se identificaram antofilita, tremolita e cummingtonita
coexistindo entre si nas lâminas estudadas. Em geral, observou-se a presença pouco significativa
de antofilita (e.g. lâminas BBL-0140-46 e FQ-15-16), enquanto a tremolita e cummingtonita
(e.g. lâminas PF/TV-37/16 e 12b) podem estar relativamente abundantes em algumas amostras.
O resultado completo das análises modais das lâminas delgadas é apresentado no anexo I, sendo
que a tabela 3.04 mostra os valores mínimos, máximos e médios encontrados nas análises.
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
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Tabela 3.04: Composição mineralógica encontrada nos talco xistos.
Minerais %Min. %Máx. %Méd.
Talco 60,00 90,00 74,10
Mg-Fe-clorita 0,00 20,00 14,36
Carbonato 0,00 20,00 3,50
Opacos 0,00 10,00 3,36
Tremolita 0,00 15,00 2,73
Cummingtonita 0,00 13,00 <1
Antofilita 0,00 15,00 <1
Rutilo 0,00 <1 <1
Titanita 0,00 <1 <1
O talco ocorre como finas palhetas incolores, tabulares e/ou lamelares. Forma agregados
orientados com freqüente microestrutura em kink bands.
De modo geral a clorita caracteriza-se por cristais tabulares finos a médios (<1 até
3,5mm), com pleocroísmo nas matizes incolor a verde pálido. Juntamente com o talco,
comumente dispõe-se formando uma textura lepidoblástica e possui cor de interferência
anômala acastanhada. Trata-se de uma Mg-Fe-clorita, com teor de Fe variando de amostra para
amostra.
Os cristais de carbonato estão presentes nas lâminas FQ-12-81, PF/TV-44/20, PF/TV-
95/85 e FQ-15-16, sob a forma de finos cristais subidioblásticos a xenoblásticos.
Particularmente, na lâmina PF/TV-44/20 os cristais de carbonato formam mosaicos (figura
3.04B) que estão envolvidos pela foliação evidenciada pelo talco e, às vezes, clorita (pré e/ou
sin-tectônicos).
A tremolita, quando presente, está parcialmente transformada em talco. Os cristais de
tremolita estão intensamente fraturados e exibem formas idioblásticas e subidioblásticas.
Apresentam ângulo de extinção de aproximadamente 20º e é incolor. Com predominância na
forma acicular e mais raro prismática e losangular, cristais de tremolita dispõem-se ora segundo
direções preferenciais, ora de forma aleatória. Esse mineral possui granulação que varia de fina
a grossa, encontrando-se por vezes como porfiroblastos de comprimento entre 2,5 a 5 mm em
algumas lâminas.
A cummingtonita, mais rara nesses termos, ocorre como cristais subidioblásticos, com
granulação que varia de fina a grossa. Os cristais de granulação grossa, porfiroblastos, chegam a
atingir 8 mm de dimensão. Possui geminação polissintética, ângulo de extinção de
aproximadamente 10º em relação ao traço de clivagem e inclusões freqüentes de opacos. Não se
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
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encontram alinhados segundo uma direção preferencial. Foi observada a presença de zonamento
de cor em diversos cristais de cummingtonita da lâmina PF/TV-37/16, ao passo que a borda
encontra-se incolor e o centro levemente esverdeado. Análises de microscopia eletrônica
evidenciam que a coloração esverdeada tem uma relação direta com o conteúdo de Fe na
cummingtonita.
A antofilita, assim como a tremolita, é incolor e apresenta-se essencialmente fraturada.
Ocorre numa textura porfiroblástica, em cristais idioblásticos a subidioblásticos de granulação
média, substituída parcialmente por talco (figura 3.04C).
O rutilo ocorre como cristais xenoblásticos. A titanita aparece de maneira pouco
expressiva, essencialmente anédrica e caracteristicamente, apresenta cor castanho clara.
Os minerais opacos identificados são pirrotita, calcopirita, pentlandita (figura 3.04D),
pirita, magnetita e ilmenita. São caracterizados por cristais idioblásticos a xenoblásticos, de
granulação fina a média que podem estar inclusos em alguns minerais, tais como clorita e
carbonato. Não raramente, preenchem fraturas e se aglomeram segundo uma direção
preferencial.
Foliação
Figura 3.04A: Fotografia evidenciando a foliação do talco xisto no ponto 19 no município de Furquim.
A
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
35
Figura 3.04B: Fotomicrografia da lâmina PF/TV-44/20 (ponto 20) mostrando a foliação crenulada,
definida por talco (Tlc), e cristais de tremolita (Tr) e de carbonato (lateral superior da foto). LPX.
Figura 3.04C: Fotomicrografia da lâmina BBL-0140-46 (ponto 93) mostrando a antofilita (Ath) sob a
forma porfiroblástica com substituição parcial por talco (Tlc). LPP.
Figura 3.04D: Fotomicrografia da lâmina FQ-15-16 (ponto 111) mostrando calcopirita (Ccp), pentlandita
(Pn) e pirrotita (Po) associadas no talco xisto (Luz refletida) e a imagem de elétrons retroespalhados.
Esteatitos
Os esteatitos descritos ocorrem próximos dos municípios de Cachoeira do Brumado,
Padre Viegas, Furquim, Catas Altas e Alvinópolis. De acordo com o mapa fornecido por
Baltazar & Raposo (1993), esses litotipos representam o Supergrupo Rio das Velhas.
D
B C
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
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Em termos macroscópicos, foi possível observar diversas piritas centimétricas e
ausência de foliações nos esteatitos.
A partir da análise petrológica, observou-se que os esteatitos apresentam uma textura
decussada, definida pelos agregados de talco, e granulação fina. O talco é o mineral dominante
nos esteatitos, podendo atingir até 100% da composição mineralógica da rocha (e.g. lâmina 6b).
Além desse mineral, de maneira subordinada, observaram-se cristais de clorita, antofilita e
clinoanfibólios. Minerais acessórios como rutilo, apatita e opacos foram também observados.
Verifica-se antofilita apenas na lâmina FQ-5-1a e clinoanfibólios nas lâminas PF/TV-24/7, FQ-
12-86 e 16b. A tabela 3.05 mostra a composição mineralógica mínima, máxima e média obtida
nos esteatitos.
Tabela 3.05: Composição mineralógica encontrada nos esteatitos.
Minerais %Min. %Máx. %Méd.
Talco 75,00 100,00 82,50
Cloritas 0,00 20,00 10,50
Opacos 0,00 10,00 4,40
Clinoanfibólios 0,00 5,00 1,10
Antofilita 0,00 10,00 1,00
Rutilo 0,00 1,00 <1
Apatita 0,00 <1 <1
O talco ocorre como finas palhetas incolores, que não exibem uma orientação
preferencial.
As cloritas identificadas são Mg-clorita e Mg-Fe-clorita, pois aparecem,
respectivamente, sob a forma de cristais incolores, que apresentam cor de interferência cinza e
l(-), e ainda sob a forma de cristais esverdeados, que por sua vez apresentam cor de interferência
anômala acastanhada e l(-).
Os clinoanfibólios possuem formas aciculares e/ou prismáticas, coloração incolor e
esverdeada e não estão orientados. A granulação varia de fina a média.
A antofilita ocorre como cristais aciculares porfiroblásticos de até 5 mm, são incolores e
evidenciam cores de interferência até o amarelo de 2ª ordem. Os cristais de ortoanfibólio não
possuem uma orientação preferencial.
O rutilo ocorre como finos cristais xenoblásticos. A apatita ocorre sob a forma euédrica,
com granulação fina e predominantemente inclusa em anfibólios.
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
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Os minerais opacos presentes nos esteatitos são pirita, magnetita e ilmenita. Assim os
opacos variam de idioblásticos (pirita) e xenoblásticos.
Clorita-talco granofels
As melhores exposições dos clorita-talco granofels destacam-se no distrito de Cachoeira
do Brumado e ocorrem, de maneira menos freqüente, nas localidades de Barro Branco,
Furquim, Cláudio Manuel, Catas Altas, Alvinópolis, Diogo de Vasconcelos e Bandeirantes.
Em algumas lâminas, verifica-se que os minerais filossilicatos (talco e clorita) dos
clorita-talco granofels se dispõem aleatoriamente em relação à estrutura, entretanto raramente
foram observadas palhetas que apresentam uma incipiente orientação. Em outras lâminas, em
menor proporção, observou-se uma textura granoblástica poligonizada devido à presença
significante de carbonatos em arranjos poligonizados. A granulação desses litotipos varia de
fina a média. Sua composição é caracterizada por talco, clorita, carbonato, tremolita e antofilita,
e apresenta como minerais acessórios a apatita, rutilo e opacos. Em termos gerais, a tremolita
não está presente nas lâminas delgadas que possuem antofilita. Todavia, análises de
microssonda eletrônica confirmaram a presença de pseudomorfose total e parcial em cristais de
tremolita e antofilita na lâmina delgada AV-22-105 (figura 3.05). A tabela 3.06 mostra as
composições mineralógicas mínimas, máximas e médias encontradas nos clorita-talco granofels.
Tabela 3.06: Composição mineralógica encontrada nos clorita-talco granofels.
Minerais %Min. %Máx. %Méd.
Talco 40,00 60,00 49,43
Cloritas 14,00 30,00 22,43
Carbonato 0,00 35,00 17,38
Opacos 1,00 10,00 5,14
Tremolita 0,00 30,00 4,24
Antofilita 0,00 15,00 1,28
Rutilo 0,00 2,00 <1
Apatita 0,00 <1 <1
Conforme mostrado na tabela logo acima, o talco é o mineral mais abundante dessa
rocha. Além do habitus subidioblástico dos cristais que ocorrem em escamas tabulares, a
birrefringência muito alta permite que o talco seja distinguido por suas cores de interferência
vivas de 3ª ordem. Esse mineral não possui orientação ao longo de uma determinada direção.
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
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Assim como as cloritas presentes nos esteatitos, as cloritas observadas nos clorita-talco
granofels são Mg-clorita e Mg-Fe-clorita. Esses minerais são representados por cristais
comumente tabulares e inequigranulares, que por vezes ocorrem como porfiroblastos de até 3,5
mm. Foi possível observar, em pouquíssimas lâminas, uma incipiente orientação das cloritas.
O carbonato é representado por cristais de granulação fina a grossa, podendo alcançar
tamanho de até 5 mm. Apresentam-se como cristais xenoblásticos, que se dispõem, não
raramente, segundo um arranjo poligonizado e também como cristais idioblásticos a
subidioblásticos isolados. Em grande parte, esses minerais ocorrem como poiquiloblastos,
apresentando constantes inclusões de opacos, talco e clorita. Encontram-se parcialmente
alterados, oxidados principalmente nas bordas dos cristais, gerando assim aspecto turvo.
A tremolita é relativamente abundante em algumas lâminas. Muitas vezes, seus cristais
encontram-se substituídos, total ou parcialmente, por talco. Correspondem comumente a cristais
incolores, com seções prismáticas, aciculares e por vezes losangulares (seções basais).
Apresenta ângulo de extinção em torno de 15 - 20º em relação às faces das seções mais
alongadas. Constitui granulação fina a média, com tamanho dos cristais de até 3 mm.
A antofilita, mineral de menor expressão em volume, aparece como cristais incolores
aciculares.
O rutilo ocorre como cristais xenoblásticos. A apatita encontra-se inclusa em tremolita,
sob a forma idioblástica com granulação fina.
Os minerais opacos são inequigranulares, com granulação que varia de fina a grossa, e
às vezes alinham-se nas fraturas. De formas comumente anédricas e subédricas, e raramente
euédricas, os opacos encontram-se alterados.
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
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0,185 mm
0,185 mm
Tr
Ath
Ath
Tr
Ath
Tr
Figura 3.05: Fotomicrografia da lâmina AV-22-105 (ponto 87) mostrando os cristais de anfibólios
analisados por microssonda eletrônica (LPP e Luz refletida), e imagens de elétrons retroespalhados dos
mesmos cristais de anfibólios, no entanto evidenciando a presença de pseudomorfose total e parcial de
tremolita (Tr), porção escura, e antofilita (Ath), porção clara.
Clorititos
Os clorititos estudados afloram entre os municípios de Catas Altas/Alvinópolis e nas
proximidades de Cachoeira do Brumado, Bandeirantes, Acaiaca e Diogo de Vasconcelos. Esse
litotipo apresenta cor verde e é composto essencialmente ou unicamente por clorita (75 a 100%
em volume), por esta razão denominou-se cloritito.
Em termos microestruturais, alguns litotipos encontram-se ora foliados, definindo uma
textura lepidoblástica e ora não foliados, definindo uma textura decussada. Os clorititos
possuem composição modal predominante de clorita, e secundariamente de talco, carbonato,
apatita, rutilo e minerais opacos. A tabela 3.07 evidencia a composição média, mínima e
máxima dos clorititos.
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
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Tabela 3.07: Composição mineralógica encontrada nos clorititos.
Minerais %Min. %Máx. %Méd.
Cloritas 72,00 100,00 83,20
Talco 0,00 25,00 9,70
Carbonato 0,00 10,00 4,00
Opacos 0,00 7,00 3,10
Apatita 0,00 1,00 <1
Rutilo 0,00 1,00 <1
As cloritas identificadas são Mg-clorita e Mg-Fe-clorita. Esses minerais encontram-se
predominantemente como cristais tabulares finos e, menos freqüente, como cristais médios.
Juntamente com o talco, em algumas amostras, não possuem orientação preferencial e em outras
estão orientados ao longo de uma determinada direção.
Os cristais de talco ocorrem de maneira variada nas lâminas descritas. Podem ser
encontrados com granulação fina em algumas lâminas, e como porfiroblastos de tamanhos
médios em outras (figuras 3.06A e 3.06B).
O carbonato, quando presente em lâmina delgada (e.g lâminas 4b, P-02b e 15b),
apresenta frequentemente textura porfiroblástica, chegando a atingir 3 mm de dimensão. É
inequigranular, com granulação variando de fina a média. Por vezes, encontram-se turvos
devido à alteração.
A apatita ocorre associada à clorita, destacando o seu relevo alto. Seus cristais possuem
granulação fina. O rutilo ocorre como cristais xenoblásticos.
Os opacos ocorrem como cristais idioblásticos a xenoblásticos, de tamanhos finos a
médios. Podem ser encontrados inclusos em carbonatos e associados à clorita.
Figura 3.06A: Fotomicrografia da lâmina delgada polida 15b (ponto 38) evidenciando uma matriz de
clorita (Chl), porfiroblastos de talco (Tlc) e apatita (Ap). LPP.
0,338 mm
Tlc Chl
Ap
0,338 mm
Tlc Chl
Ap
A B
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
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Figura 3.06B: Fotomicrografia da lâmina delgada polida 15b (ponto 38) evidenciando uma matriz de
clorita (Chl), porfiroblastos de talco (Tlc) e apatita (Ap). LPX.
Tremolititos
Os tremolititos foram encontrados unicamente nos arredores do município de Furquim e
são representados pelas lâminas FQ-5-2 e FQ-07-136. Esses litotipos são compostos
essencialmente por tremolita (80 a 95% em volume), e quantidades menores de talco, clorita e
minerais opacos. A xistosidade da rocha é definida pela orientação dos anfibólios.
Em análise microscópica observaram-se cristais anédricos até euédricos, de granulação
fina a grossa, arranjados em uma trama nematoblástica. A tabela 3.08 mostra as composições
mineralógicas mínimas, máximas e médias encontradas nos tremolititos.
Tabela 3.08: Composição mineralógica encontrada nos tremolititos.
Minerais %Min. %Máx. %Méd.
Tremolita 80,00 95,00 87,50
Talco 5,00 10,00 7,50
Opacos 0,00 10,00 5,00
Mg-clorita 0,00 <1 <1
Os cristais de tremolita podem perfazer de 80 a 95% desses litotipos e ocorrem como
cristais incolores a levemente esverdeados. Frequentemente encontram-se prismáticos
alongados subidioblásticos. São inequigranulares, com granulação variando de fina a grossa, e
não raro possuem maclas simples. Devido a poucas clivagens evidentes, os ângulos de extinção
foram medidos em relação ás faces das seções do eixo mais alongado de algumas seções,
encontrando-se uma variação de 10 a 30º nos ângulos. Possuem uma leve orientação
preferencial.
O talco ocorre como cristais finos incolores e tabulares na porção entre anfibólios.
Os opacos são xenoblásticos, com granulação fina. Mais raro nesses termos, a clorita
identificada é a Mg-clorita pois aparece sob a forma de cristais incolores que apresentam cor de
interferência cinza e l(-).
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Biotita-tremolita granofels
O biotita-tremolita granofels aflora nas proximidades do município de Mariana, entre os
rios Gualaxo do Norte e Gualaxo do Sul (ver figura 3.01 ponto 110). Macroscopicamente,
observou-se que a rocha possui uma coloração verde acinzentada e não se encontra foliada.
Em termos microestruturais, nota-se uma textura inequigranular, composta por minerais
de 0,4 a 5 mm de tamanho. É composto por tremolita, biotita, clorita e minerais opacos. A
tabela 3.09 mostra a composição mineralógica do biotita-tremolita granofels (e.g lâmina FQ-13-
103).
Tabela 3.09: Composição mineralógica do biotita-tremolita granofels.
Minerais % Modal
Tremolita 50,00
Biotita 30,00
Mg-Fe-clorita 15,00
Opacos 5,00
Os cristais incolores, prismáticos ou losangulares de tremolita dispõem-se
aleatoriamente vindo a formar, juntamente com a biotita e clorita, a textura decussada a
granoblástica da rocha. Ocorrem sob a forma de cristais idioblásticos, de granulação fina a
grossa, com cristais que chegam até 5 mm de tamanho. O ângulo de extinção está em torno de
15º e, com freqüência, são observadas maclas simples.
A biotita ocorre entre os cristais de tremolita, associados à clorita. Encontra-se
parcialmente substituída por clorita.
A Mg-Fe-clorita está presente sob a forma de cristais tabulares subidioblásticos, de
granulação fina a média. Aparece levemente esverdeada e apresenta cores de interferência
anômala acastanhada.
Os minerais opacos ocorrem sob a forma xenoblástica a subidioblástica, de granulação
fina a média.
Clorita-hornblenda granofels
Os clorita-hornblenda granofels ocorrem na porção central da área de estudo, a cerca de
1Km do município de Furquim, a direita do Córrego Lameiro, nas proximidades da Fazenda dos
Coelhos. Esses litotipos marcam o limite do Complexo Santo Antônio do Pirapetinga da base do
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
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Supergrupo Rio das Velhas.
Nesta área observaram-se também talco xistos e quartzitos, no entanto não possuem
contatos diretos com as rochas em questão. As amostras classificadas como clorita-hornblenda
granofels caracterizam-se por serem rochas verdes escuras, devido à quantidade dominante de
hornblenda, densas e homogêneas, no qual são representadas por duas lâminas (PF/TV-34/16 e
PF/TV-35/16) de um mesmo ponto (ponto 16).
Em lâminas delgadas observam-se que os clorita-hornblenda granofels possuem texturas
que variam de granoblástica a decussada, com granulação fina a média. Além da hornblenda,
podem portar quantidades menores clorita, carbonato, talco e minerais opacos. A tabela 3.10
evidencia a composição média, mínima e máxima dos clorita-hornblenda granofels.
Tabela 3.10: Composição mineralógica dos clorita-hornblenda granofels.
Minerais %Min. %Máx. %Méd.
Hornblenda 80,00 90,00 85,00
Mg-clorita 5,00 6,00 5,50
Carbonato 5,00 5,00 5,00
Talco 0,00 8,00 4,00
Plagioclásio 0,00 2,00 <1
Opacos <1 1,00 <1
A hornblenda perfaz até 90% em volume modal desses litotipos, apresentando-se como
cristais xenoblásticos a prismáticos. De modo geral, os cristais de hornblenda possuem
granulação que varia de fina a média. Notadamente caracteriza-se pelo pleocroísmo incolor -
verde azulado - verde oliva, e presença de clivagens que formam ângulos de 54º. O ângulo de
extinção medido em relação ao traço da clivagem compreende um valor entre 15 a 20º e a
birrefringência chega ao início da 2ª ordem.
As cloritas ocorrem como cristais esverdeados, com cor de interferência cinza normal.
Estão comumente preenchendo fraturas presentes em anfibólios e não possuem uma orientação
preferencial.
Os carbonatos ocorrem como cristais anédricos finos, intercristalinos, destacando-se
pela anisotropia de relevo e a extrema birrefringência de ordem superior.
Mais raro nesses termos, o talco é o produto da alteração da hornblenda nas porções
mais fraturas e alteradas desta. Os plagioclásios apresentam-se sob a forma de finos cristais
xenoblásticos na lâmina PF/TV-35/16. Os minerais opacos variam de euédricos a anédricos.
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Tremolita xistos
Os tremolita xistos foram encontrados nos municípios de Catas Altas/Alvinópolis,
Furquim e Cachoeira do Brumado. De ocorrência pouco freqüente, esses litotipos são
representados por três lâminas descritas no presente trabalho, a saber: FS-203A, FQ-09-67C e
FQ-13-71.
Em termos macroscópicos, os tipos encontrados são rochas de coloração cinza
esverdeada, compostos por agulhas de anfibólios e clorita, de granulação fina a média.
Em lâminas delgadas, os tremolita xistos possuem granulação fina a média,
caracterizados por textura inequigranular nematoblástica a lepidoblástica. Sua composição é
caracterizada por tremolita, clorita, talco e carbonato e apresenta como minerais acessórios o
rutilo e opacos. A tabela 3.11 evidencia a composição média, mínima e máxima dos tremolita
xistos.
Tabela 3.11: Composição mineralógica dos tremolita xistos.
Minerais %Min. %Máx. %Méd.
Tremolita 30,00 45,00 36,67
Clorita 15,00 45,00 34,33
Talco 10,00 20,00 16,00
Carbonato 0,00 20,00 7,67
Opacos 2,00 10,00 4,67
Rutilo 0,00 2,00 <1
A tremolita ocorre sob a forma de cristais prismáticos, losangulares e aciculares, de
granulação fina e média, que se caracteriza pela birrefringência predominantemente moderada, e
por vezes inclusa em cloritas. As seções do mineral são incolores ou fracamente pleocróicas.
A clorita encontra-se, de modo geral, como cristais lamelares inequigranulares, ora
como finos cristais e ora como médios cristais porfiroblásticos de até 4mm. Possuem maclas
polissintéticas e cores de interferência cinza normal (Mg-clorita) e anômala acastanhada (Mg-
Fe-clorita).
O talco ocorre como finas palhetas incolores, exibindo uma orientação preferencial.Os
cristais de carbonato ocorrem sob a forma de agregados granulares anédricos. Os minerais
opacos ocorrem frequentemente inclusos nas tremolitas e nos carbonatos, na foram de cristais
euédricos a subédricos. O rutilo ocorre como cristais xenoblásticos.
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
45
3.2.3 - Black Wall e Gnaisses Associados
Observou-se uma jazida de esteatito no distrito de Cachoeira do Brumado, à margem
esquerda do Rio Gualaxo do Sul, onde a encaixante local é representada por biotita-anfibólio
gnaisse. A jazida expõe xenólitos métricos de anfibólio gnaisse, envolvidos por biotita, clorita e
anfibólios centimétricos, que provavelmente é o resultado de um processo metassomático entre
a encaixante e a rocha ultramáfica (black wall). A partir de análises microscópicas, essa zona
metassomática foi denominada de clorita-biotita-tremolita-hornblenda granofels.
Clorita-biotita-tremolita-hornblenda granofels (Black Wall)
Em lâmina delgada observa-se no Black Wall uma granulação fina a grossa, com textura
decussada. Os minerais dominantes na rocha são clinoanfibólios (50% em volume) e biotita
(40% em volume), e subordinadamente, Mg-Fe-clorita (10% em volume). O zircão ocorre em
pouquíssima quantidade na rocha. A tabela 3.12 mostra a composição mineralógica verificada
no clorita-biotita-tremolita-hornblenda granofels.
Tabela 3.12: Composição mineralógica encontrada no clorita-biotita-tremolita-hornblenda granofels.
Minerais % Modal
Clinoanfibólios 50,00
Biotita 40,00
Mg-fe-clorita 10,00
Zircão <1
Os cristais de clinoanfibólios ocorrem como porfiroblastos idioblásticos a
xenoblásticos. Frequentemente estão fraturados, podendo ocorrer como cristais menores e por
vezes possuem maclas simples. No centro de alguns cristais é possível observar uma coloração
esverdeada, no qual análises de microscopia eletrônica confirmaram a presença de hornblenda.
Já a borda, é incolor sendo a tremolita o clinoanfibólio identificado.
A biotita constitui agregados de palhetas que não exibem uma orientação preferencial,
possui inclusões de zircões e se associam à clorita.
A clorita ocorre sob a forma de cristais incolores a esverdeados que, assim como a
biotita, não exibem uma orientação preferencial. O zircão ocorre como pequenos cristais
prismáticos curto, inclusos em hornblenda e biotita.
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Anfibólio gnaisse (Xenólito)
O anfibólio gnaisse encontra-se por vezes com bandamentos centimétricos. É comum a
presença de veios de quartzo, algumas vezes boudinados, discordantes do bandamento gnáissico
ou se dispondo paralelamente a ele.
Figura 3.07: Fotografia que evidencia o xenólito de gnaisse em esteatito no ponto 5, na Pedreira em
atividade no distrito de Cachoeira do Brumado.
Em lâmina delgada observa-se no xenólito uma granulação fina a média e textura
granoblástica. É constituído dominantemente por plagioclásio e quartzo, e em menor
quantidade, clinoanfibólios (7% em volume). Além desses minerais, possuem carbonato, rutilo,
sericita, biotita, clinozoisita e zircão. A tabela 3.13 mostra a composição mineralógica
verificada no xenólito gnáissico (e.g lâmina PF-09-09-3). Uma particularidade é que as análises
de microssonda eletrônica mostraram que os clinoanfibólios presentes na rocha são actinolita e
mg-hornblenda.
Tabela 3.13: Composição mineralógica encontrada no xenólito de anfibólio gnaisse.
Minerais % Modal
Plagioclásio 50,00
Quartzo 40,00
Clinoanfibólios 7,00
Carbonato 2,00
Sericita 1,00
Biotita <1
Zircão <1
Clinozoisita <1
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
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O plagioclásio caracteriza-se por cristais incolores, xenoblásticos finos a médios, que se
justapõem por meio de contatos interlobados. Não raro exibe maclas polissintéticas e
zoneamento. Alguns cristais possuem alterações parciais para sericita e/ou epidoto.
O quartzo ocorre como cristais xenoblásticos finos a médios, e dispõe-se, com
frequência, segundo arranjo monominerálico com contatos intergranulares poligonizados.
Alguns cristais apresentam extinção ondulante e por vezes estão inclusos em clinoanfibólios.
Os clinoanfibólios ocorrem sob a forma de cristais subidioblásticos, ora aciculares ora
prismáticos, com granulação variando de fina a média. A maior parte dos cristais identificados é
actinolita, exibindo pleocroísmo incolor a verde claro. Raramente apresentam cristais de
hornblenda que exibem pleocroísmo de verde azulado a verde escuro. Alguns cristais possuem
inclusões de quartzo e zircão.
O carbonato ocorre subordinadamente na rocha, incluso em plagioclásios e em
clinoanfibólios. A sericita ocorre como pequenos cristais subidioblásticos, resultantes da
alteração dos plagioclásios. A biotita caracteriza-se por finas palhetas, em pouquíssima
quantidade. Os cristais de zircão ocorrem sob duas formas: prismático longo e granular
anédrico. A clinozoisita apresenta-se com a característica cor anômala azul anil, idioblástica e
associa-se ao plagioclásio.
Biotita-hornblenda gnaisse (Gnaisse encaixante)
O biotita-hornblenda gnaisse encontra-se mais alterado do que o anfibólio gnaisse
(xenólito). Apresenta composição trondhjemítica e exibe um pronunciado bandamento
composicional milimétrico a métrico. A orientação da biotita e da hornblenda definem a
foliação gnáissica.
Em lâmina delgada, observaram-se cristais arranjados em trama granolepidoblástica a
granonematoblástica, com granulação de fina a média. Pode-se observar, até em escala
microscópica, a intercalação de níveis félsicos (quartzo-feldspático) e máficos (biotita e
hornblenda). São constituídos principalmente de plagioclásio (30% em volume), hornblenda
(30% em volume), quartzo (20% em volume) e em quantidade menor de biotita. Além desses
minerais, contêm sericita, rutilo, carbonato, opacos, epidoto, mg-clorita, apatita e zircão. A
tabela 3.14 mostra a composição mineralógica verificada na biotita-hornblenda gnaisse (e.g.
lâmina PF/TV-15/7).
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Tabela 3.14: Composição mineralógica encontrada no biotita-hornblenda gnaisse.
Minerais % Modal
Plagioclásio 30,00
Hornblenda 30,00
Quartzo 20,00
Biotita 10,00
Sericita 3,00
Rutilo 3,00
Carbonato 2,00
Opacos 2,00
Epidoto <1
Mg-clorita <1
Apatita <1
Zircão <1
Os cristais de plagioclásio apresentam-se predominantemente xenoblásticos, de
granulação média e por vezes fraturados. Ocorre como cristais incolores, às vezes turvos, devido
à alteração intempérica. De modo geral, os cristais estão parcialmente substituídos por sericita
e/ou epidoto e frequentemente possuem maclas polissintéticas preservadas. Alguns cristais
possuem zonamento composicional.
A hornblenda apresenta-se sob a forma subidioblástica e alongada, formando uma
textura nematoblástica na rocha. Apresenta granulação que varia de fina a média, sendo que os
cristais médios representam os maiores cristais da rocha. Exibe pleocroísmo em matizes verde
azulado – amarelo acastanhado – verde oliva. Frequentemente possui halos pleocróicos,
originados por pequenos cristais de zircão, e inclusões de apatita, quartzo, zircão e opacos.
Associa-se à biotita e não raro encontram-se fraturados.
O quartzo ocorre como cristais xenoblásticos, de granulação fina a média, que
apresentam contatos que variam de serrilhados a poligonais. Alguns cristais possuem extinção
ondulante.
A biotita possui uma orientação preferencial e é relativamente abundante na rocha.
Mostra-se tabular, subidioblástica, com pleocroísmo em tons de castanho claro a amarelo e
comumente contém halos pleocróicos resultantes da inclusão de pequenos cristais de zircão.
Encontra-se parcialmente substituída por clorita e constitui, juntamente com a hornblenda, o
bandamento máfico da lâmina.
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Os cristais de sericita ocorrem como pequenos cristais subidioblásticos substituindo
parcialmente os plagioclásios, às vezes preenchendo fraturas. O rutilo mostra-se em cristais
xenoblásticos. O carbonato ocorre de forma idioblástica e subidioblástica, crescido em
plagioclásio. Os opacos ocorrem como cristais xenoblásticos. O epidoto ocorre como pequenos
cristais de cor de polarização amarela e substituindo parcialmente os plagioclásios
(saussuritização). A clorita apresenta-se incolor, de granulação fina e substituindo a biotita. A
apatita mostra-se idioblástica e inclusa na hornblenda. O zircão ocorre na forma de pequenos
cristais inclusos em hornblenda e biotita, gerando halos pleocróicos.
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CAPÍTULO 4
QUÍMICA MINERAL
4.1- INTRODUÇÃO
A ênfase do presente capítulo centra-se nos resultados de química mineral obtidos por
microssonda eletrônica de rochas metaultramáficas e dos gnaisses localmente encaixantes. Em
diversos cristais foram analisados pontos situados em centro e borda a fim de verificar a
presença de zonamento e variações composicionais. Dessa forma, o estudo de composição
química foi baseado na análise de 18 lâminas, totalizando 213 pontos em 104 cristais de
diversos minerais presentes nos litotipos da área estudada.
Após a análise de microssonda eletrônica, os resultados de química mineral obtidos dos
cristais de olivina, piroxênio, anfibólio, plagioclásio, clorita, talco, biotita e espinélio foram
tratados e calculados no software Minpet 2.0 (Richard 1995), no qual se obtiveram fórmulas
estruturais calculadas. Já os dados gerados pela análise dos sulfetos foram comparados com as
tabelas de composição química para minerais formadores de rocha compiladas por Deer et al.
1980.
Com exceção dos anfibólios que obtiveram o teor de Fe3+
calculado (sugerido por Leake
et al. 1997), todos os outros minerais analisados, e por vezes fórmulas estruturais calculadas,
apresentaram-se o Fe como Fe2+
. O resultado completo das análises químicas de microssonda
eletrônica é apresentado sistematicamente no Anexo II.
4.2-OLIVINA
Foram analisados ao todo cerca de 9 pontos em cristais de olivina presentes em
metaharzburgitos encontrados no município de Acaiaca, nos quais 3 pontos correspondem à
lâmina BL-07-38a e 6 pontos à PF/TV-25/12. A tabela 4.01 traz a média das análises para cada
lâmina de metaharzburgito.
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Tabela 4.01: Composição química média (% em peso) de olivina em metaharzburgitos.
Amostra SiO2 TiO2 Cr2O3 FeO MnO MgO K2O Total
BL-07-38a*1 39,38 0,01 0,03 13,32 0,08 46,52 0,01 99,34
PF/TV- 25/12*2 38,94 0,01 0,02 13,07 0,09 46,62 0,01 98,76
*1- média de 3 análises de olivina em metaharzburgito;
*2 - média de 6 análises de olivina em
metaharzburgito.
As olivinas possuem relações de FeO/MgO=0,286 para a lâmina BL-07-38a e
FeO/MgO=0,280 para a lâmina PF/TV-25/12. Na tabela 4.02 observam-se as fórmulas
estruturais médias das lâminas em questão. O cálculo da fórmula estrutural foi efetuado na base
de 4 oxigênios.
Tabela 4.02: Fórmulas estruturais médias das olivinas (calculadas com base na análise química média)
em metaharzburgito.
Lâmina Fórmula estrutural média Classificação mineral
BL-07-38a *1
(Mg1,7, Fe0,3)SiO4
Crisólita
PF/TV-25/12 *2
(Mg1,7, Fe0,3)SiO4
Crisólita
Os dados quantitativos de composição química gerados para cada ponto analisado do
cristal de olivina foram plotados no diagrama de classificação (figura 4.01). A olivina ocorre
com teores do membro forsterita que variam entre 86 a 87% e pode ser classificada como
crisólita em todas as análises com pequenas variações composicionais.
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
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Figura 4.01: Classificação da olivina analisada por microssonda eletrônica em metaharzburgitos (BL-07-
38a e PF/TV-25/12).
4.3-PIROXÊNIOS
Foram selecionadas 5 lâminas, sendo duas de diopsiditos (BL-07-114a e PF/TV-1/2),
uma de actinolitito (BL-07-114C) e duas de metaharzburgitos (BL-07-38a e PF/TV-25/12) para
estudo de química mineral de piroxênios com base na análise de 24 pontos por microssonda
eletrônica.
A tabela 4.03 apresenta a média das análises de piroxênios de cada lâmina analisada e a
tabela 4.04, suas respectivas fórmulas estruturais. Os cátions que compõem as fórmulas
estruturais foram calculados na base de 6 oxigênios.
Tabela 4.03: Composição química média (% em peso) do clinopiroxênio em diopsiditos e ortopiroxênio
em metaharzburgitos.
Amostra SiO2 TiO2 Al2O3 Cr2O3 FeO MnO MgO CaO Na2O K2O Total
BL-07-114A*3 54,92 0,04 0,48 ** 4,60 0,51 15,54 24,03 0,16 0,01 100,28
PF/TV-1/2 *4 55,12 0,07 0,56 ** 2,92 0,38 16,89 24,14 0,07 0,02 100,16
BL-07-114C*5 53,36 0,02 0,55 0,02 5,91 0,64 14,32 24,17 0,20 0,01 99,21
BL-07-38a*6 55,80 0,06 0,88 0,11 9,13 0,11 33,03 0,08 ** 0,01 99,21
PF/TV-25/12*7 55,69 0,04 1,34 0,18 8,49 0,06 33,51 0,14 ** 0,01 99,44
*3 - média de 3 análises de clinopiroxênio (Cpx) em diopsidito; *
4 - média de 11 análises de Cpx em
diopsidito; *5
- média de 5 análises de Cpx em actinolitito; *6 - média de 3 análises de ortopiroxênio
(Opx) em metaharzburgito; *7
- média de 2 análises de Opx em metaharzburgito.
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Tabela 4.04: Fórmulas estruturais dos clino e ortopiroxênios (calculadas com base na análise química
média de 6 oxigênios equivalentes) presentes nos respectivos litotipos.
Lâmina Fórmula estrutural média Mineral Rocha
BL-07-114A *3
Ca0,95 (Mg0,85, Fe0,13)Si2O6
Diopsídio
Diopsidito
PF/TV-1/2 *4
Ca0,94(Mg0,92, Fe0,06)Si2O6
Diopsídio
Diopsidito
BL-07-114C *5
Ca0,97(Mg0,80,Fe0,18)Si2O6
Diopsídio
Actinolitito
BL-07-38a *6
(Mg1,73, Fe0,27)Si1,97Al0,03O6
Enstatita
Metaharzburgito
PF/TV-25/12*7
( Mg1,74, Fe0,25)Si1,94Al 0,06O6
Enstatita
Metaharzburgito
As figuras 4.02A e B mostram os gráficos de classificação dos clino e ortopiroxênios,
respectivamente. Conforme a figura abaixo, o clinopiroxênio situa-se inteiramente no campo do
diopsídio. O ortopiroxênio presente nos metaharzburgitos é bastante magnesiano, caracterizado
por enstatita entre 86 e 88%. As seções analisadas dos piroxênios, assim como relatado no
capítulo anterior, correspondem a cristais pós-cúmulos.
Os end members no diopsídio são de: En39,9: Fs4,1: Wo45,5 a En49,6: Fs10,6:
Wo49,9; e na enstatita é de En86,07: Fs12,1 a En87,7: Fs13,7.
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
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Figura 4.02A: Classificação dos clinopiroxênios analisados por microssonda eletrônica em diopsiditos
(BL-07-114A e PF/TV-1/2) e actinolitito (BL-07-114C).
Figura 4.02B: Classificação dos ortopiroxênios analisados por microssonda eletrônica em
metaharzburgitos (BL-07-38a e PF/TV-25/12).
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4.4-ANFIBÓLIOS
Os anfibólios ocorrem em grande parte das rochas metaultramáficas de baixo grau, nos
metaharzburgitos, diopsiditos, actinolititos, metaortopiroxênio hornblendito e gnaisses. Para o
estudo de química mineral dos anfibólios foram analisados por microssonda eletrônica um total
de 78 pontos em 14 lâminas.
Baseado na tabela de composição química média, mínima e máxima (tabela 4.05) e
principalmente, nos diagramas químicos quantitativos (figuras 4.03A e B e figura 4.04) gerados
para cada ponto analisado da seção mineral, foram identificados clino e ortoanfibólios, a saber:
antofilita (Ath), actinolita (Act), tremolita (Tr), mg-hornblenda (Mhb) e magnésio-
cummingtonita.
Tabela 4.05: Composição química média, mínima e máxima (% em peso) dos orto e clinoanfibólios nos
litotipos estudados.
BL-07-38ª PF/TV-25/12 BL-07-114C BL-07-114ª
Ath Ath Act Act
Min. Max Média*8 Min. Max Média*9 Min. Max Média*10 Min. Max Média*11
SiO2 57,65 58,46 57,96 58,00 59,23 58,77 55,11 55,47 55,25 53,71 55,27 54,49
TiO2 0,00 0,03 0,01 0,00 0,01 0,00 0,03 0,06 0,04 0,09 0,16 0,12
Al2O3 0,03 0,10 0,07 0,05 0,08 0,07 2,14 2,27 2,23 2,55 4,25 3,40
Cr2O3 0,01 0,10 0,06 0,01 0,05 0,04 0,00 0,01 0,01 ** ** 0,00
FeO 8,62 9,08 8,79 8,77 9,00 8,92 8,55 8,96 8,82 8,84 9,49 9,17
MnO 0,11 0,17 0,14 0,13 0,15 0,14 0,43 0,56 0,49 0,40 0,47 0,40
MgO 28,59 29,13 28,87 29,17 29,60 29,47 18,09 18,44 18,25 17,31 17,95 17,63
NiO ** ** 0,00 ** ** 0,00 ** ** 0,00 ** ** 0,00
CaO 0,24 0,25 0,24 0,21 0,27 0,25 12,40 12,49 12,46 12,16 12,39 12,27
Na2O ** ** 0,00 ** ** 0,00 ** ** ** 0,26 0,40 0,33
K2O 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,12 0,14 0,13 0,19 0,32 0,25
Total ** ** 96,14 ** ** 97,64 ** ** 97,68 ** ** 98,09
F ** ** 0,00 ** ** 0,00 ** ** 0,00 ** ** 0,00
Continuação. *8
- média de 3 análises de Ath em metaharzburgito; *9
- média de 4 análises de Ath em
metaharzburgito; *10
- média de 3 análises de Act em actinolitito; *11
- média de 2 análises de Act em
diopsidito.
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
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PF/TV-1/2 BL-02-102B PF/TV-35/16
Mhb Mhb Mhb
Min. Max Média*12 Min. Max Média*13 Min. Max Média*14
SiO2 51,92 52,41 52,11 51,96 53,82 53,04 49,32 50,14 49,60
TiO2 0,22 0,27 0,24 0,14 0,23 0,16 0,27 0,3 0,29
Al2O3 5,12 5,61 5,42 4,69 6,28 5,24 7,39 8,04 7,77
Cr2O3 0,00 0,02 0,01 0,24 0,42 0,34 0,1 0,14 0,12
FeO 5,14 5,27 5,19 6,11 6,75 6,44 8,39 9 8,74
MnO 0,29 0,31 0,30 0,17 0,22 0,2 0,12 0,16 0,14
MgO 19,43 19,63 19,53 18,69 19,68 19,31 16,85 17,49 17,05
NiO 0,00 0,07 0,03 ** ** ** ** ** **
CaO 13,01 13,31 13,16 11,10 11,47 11,34 11,77 11,97 11,86
Na2O 0,72 0,81 0,78 ** ** ** ** ** **
K2O 0,30 0,33 0,31 0,02 0,08 0,05 0,08 0,1 0,08
Total ** ** 97,40 ** ** 96,14 ** ** 95,65
F 0,07 0,44 0,30 ** ** ** ** ** **
Continuação. *12
- média de 3 de Mhb em diopsidito; *13
- média de 8 análises de Mhb em
metaortopiroxênio hornblendito; *14
- média de 5 análises de Mhb em clorita-hornblenda granofels.
PF/TV-37/16 PF/TV-44/20 FQ-13-103
Mg-cummingtonita
(centro)
Mg-cummingtonita
(borda) Tr Tr
1 análise Min. Max Média*15 Min. Max Média*16 Min. Max Média*17
SiO2 55,89 57,48 58,04 57,83 57,06 57,8 57,40 56,34 56,96 56,68
TiO2 0,01 0,01 0,04 0,03 0,02 0,05 0,04 0,02 0,07 0,04
Al2O3 0,72 0,84 1,08 0,94 0,19 0,27 0,22 1,08 1,47 1,23
Cr2O3 0,12 0,13 0,24 0,18 0,05 0,11 0,08 0,24 0,39 0,33
FeO 14,9 10,07 10,97 10,63 3,14 3,35 3,28 3,37 4,20 3,81
MnO 0,62 0,32 0,48 0,39 0,1 0,16 0,12 0,07 0,16 0,11
MgO 23,64 25,30 25,98 25,6 22,75 22,83 22,79 22,09 22,67 22,40
NiO 0,00 ** ** ** ** ** ** 0,09 0,16 0,13
CaO 0,99 0,51 0,68 0,58 12,77 12,83 12,8 12,25 12,73 12,48
Na2O 0,00 ** ** 0,00 ** ** 0,00 0,23 0,36 0,30
K2O 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,04 0,03
Total 96,89 ** ** 96,18 ** ** 96,82 ** ** 97,58
F 0,00 ** ** ** ** ** ** 0,00 0,15 0,06
Continuação. *15
média de 4 análises da borda de Mg-cummingtonita em talco xisto; *16
- média de 3
análises de Tr em talco xisto; *17
- média de 11 análises de Tr em biotita-tremolita granofels.
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
58
AV-22-105 PF-09-09-2
Tr Ath Mhb (centro) Tr (borda)
Min. Max Média*18 Min. Max Média*18 Min. Max Média*19 Min. Max Média*19
SiO2 56,24 57,44 57,05 57,12 58,05 57,63 50,24 51,18 50,81 54,99 56,81 55,48
TiO2 0,02 0,08 0,05 0,00 0,01 0,01 0,15 0,19 0,17 0,00 0,06 0,03
Al2O3 0,60 0,81 0,71 0,07 0,09 0,08 6,88 8,37 7,51 1,39 4,05 2,99
Cr2O3 0,03 0,16 0,11 0,01 0,03 0,02 0,09 0,25 0,20 0,12 0,18 0,15
FeO 2,97 3,49 3,16 11,41 13,16 12,14 6,60 7,21 6,89 4,23 4,96 4,74
MnO 0,07 0,10 0,09 0,25 0,44 0,36 0,18 0,21 0,19 0,16 0,19 0,18
MgO 22,86 23,20 23,02 26,15 27,29 26,75 17,55 18,59 18,22 20,47 21,55 20,99
NiO 0,05 0,12 0,09 0,03 0,13 0,08 ** ** ** ** ** **
CaO 12,40 12,76 12,59 0,49 0,62 0,57 11,72 12,11 11,94 12,69 13,19 13,00
Na2O 0,12 0,23 0,17 0,01 0,04 0,02 ** ** 0,00 ** ** 0,00
K2O 0,01 0,03 0,02 0,00 0,01 0,01 0,07 0,11 0,09 0,02 0,05 0,03
Total ** ** 97,05 ** ** 97,57 ** ** 96,02 ** ** 97,60
F 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 ** ** ** ** ** **
Continuação. *18
- média de 4 análises de Tr e 4 de Ath em clorita-talco granofels; *19
- média de 5
análises de Mhb e 5 de Tr em clorita-biotita-tremolita-hornblenda granofels.
PF/TV-15/7 PF-09-09-3
Mhb Act Mhb
Min. Max Média*20 Min. Max Média*21 Min. Max Média*21
SiO2 44,91 50,13 47,12 53,75 54,35 54,05 51,15 51,81 51,47
TiO2 0,38 0,54 0,46 0,21 0,21 0,21 0,26 0,31 0,29
Al2O3 8,65 13,34 11,29 3,97 4,74 4,36 7,69 7,92 7,83
Cr2O3 ** ** ** ** ** ** ** ** **
FeO 9,81 12,08 11,28 7,81 8,25 8,03 9,11 9,19 9,15
MnO 0,17 0,25 0,21 0,15 0,22 0,19 0,20 0,23 0,21
MgO 12,84 16,39 14,33 17,95 18,17 18,06 16,83 17,39 17,09
CaO 10,53 10,77 10,63 12,09 12,13 12,11 10,60 10,92 10,74
Na2O 1,40 2,05 1,75 0,60 0,69 0,65 1,15 1,19 1,17
K2O 0,08 0,26 0,18 0,04 0,07 0,06 0,06 0,10 0,08
Total ** ** 97,23 ** ** 97,10 ** ** 98,03
*20 - média de 6 análises de Mhb no xenólito gnáissico;
*21 - média de 2 análises de Act e 6 análises de
Mhb no gnaisse encaixante.
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
59
A tabela 4.06 evidencia a fórmula estrutural média para cada anfibólio identificado nas
lâminas analisadas, calculada com base anidra em 23 oxigênios. O cálculo da fórmula estrutural
seguiu as sugestões de Leake et al. (1997), onde os anfibólios tiveram o teor de Fe3+
calculado.
Foram utilizadas as normalizações na base de 15-NK ((Si+Al+Cr+Ti+Zr+Li+Fe+Mg+Mn+Ca)=15)
e 13CNK ((Si+Al+Cr+Ti+Zr+Li+Fe+Mg+Mn)=13) para o cálculo dos anfibólios cálcicos. Para os
anfibólios não-cálcicos o Fe2+
foi considerado ferro total.
Tabela 4.06: Fórmulas estruturais médias dos clino e ortoanfibólios (calculadas com base na análise
química média) presentes nos litotipos estudados.
Lâmina Fórmula estrutural média Mineral Rocha
BL-07-38a*8
(Mg5,95, Fe1,0)Si8O22(OH)2 Ath
Metaharzburgito
PF/TV-25/12*9
(Mg6,0, Fe1,0)Si8O22(OH)2 Ath Metaharzburgito
BL-07-114C*10
Ca1,9(Mg3,9,Fe0,7)(Fe3+
)0,3Si7,8, Al0,2O22(OH)2
Act
Actinolitito
BL-07-114A*11
Na0,05Ca1,9(Mg3,7, Fe0,9)(Fe3+
)0,2
Si7,7, Al0,3O22(OH)2
Act
Diopsidito
PF/TV-1/2 *12
Ca1,98(Mg4,2, Fe0,45)Si7,49, Al0,51O22(OH)2 Mhb
Diopsidito
BL-02-102B*13
Ca1,7(Mg4,03, Fe 2+
0,36 )(Al0,3, Fe
3+0,4)
Si7,42Al0,58O22(OH)2
Mhb
Metaortopiro-
xênio
hornblendito
PF/TV-35/16*14
Ca1,82(Mg3,62, Fe 2+
0,36)
(Al0,37, Fe3+
0,68)Si7,06Al0,94 O22(OH)2
Mhb
Clorita-
hornblenda
granofels
PF/TV-37/16*15
(Mg5, Fe2+
1,8, Mn0,1)Si8O22(OH)2
Mg-
cummingto-
nita (centro)
Mg-
cummingto-
nita (borda)
Talco xisto
(Mg5,31, Fe2+
1,24, Mn0,05)Si8O22(OH)2
PF/TV-44/20*16
Ca1,9(Mg4,7, Fe
2+0,2)Si7,9O22(OH)2 Tr
Talco xisto
FQ-13-103*17
Na0,1Ca1,85(Mg4,6, Fe2+
0,22)Si7,8Al0,2O22(OH)2 Tr
Biotita-tremolita
granofels
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60
AV-22-105*18
Na0,05Ca1,9(Mg4,72, Fe2+
0,06)Si7,8Al0,1O22(OH)2
Tr
Ath
Clorita-talco
granofels
(Mg5,5, Fe
2+1,4)Si8O22(OH)2
PF/TV-15/7*20
Na0,3Ca1,64(Mg3,1, Fe2+
0,9)(Al0,6,Fe3+
0,4)
Si6,76Al1,24O22(OH)2
Mhb
Gnaisse
(encaixante)
PF-09-09-3*21
Na0,2Ca1,8(Mg3,78, Fe2+
0,77)(Al0,31, Fe3+
0,17)Si7,6Al0,4O22(OH)2
Act
Mhb
Gnaisse
(xenólito)
Na0,3Ca1,7(Mg3,5, Fe2+
0,6)(Al0,5, Fe3+
0,5) Si7,2Al0,8O22(OH)2
PF-09-09-2*19
Ca1,8(Mg3,8, Fe2+
0,3)(Al0,4, Fe3+
0,5) Si7,15Al0,85O22(OH)2 Mhb
(centro)
Tr (borda)
Clorita-biotita-
tremolita-
hornblenda
granofels
(Black Wall)
Ca1,92(Mg4,31, Fe2+
0,28)(Al0,13, Fe3+
0,27)Si7,65Al0,35O22(OH)2
Os diagramas de classificação reformulados por Leake et al. (1997), figuras 4.03A e B e
4.04, mostram a classificação dos anfibólios analisados.
Conforme se observa na figura 4.03A, os ortoanfibólios analisados classificam-se como
antofilita nos metaharzburgitos (BL-07-38ª e PF/TV-25/12) e no clorita-talco granofels (AV-22-
105). Nos metaharzburgitos ocorre substituindo o ortopiroxênio.
Figura 4.03A: Classificação dos ortoanfibólios em metaharzburgito (BL-07-38a e PF/TV-25/12) e em
clorita-talco granofels (AV-22-105) analisados por microssonda eletrônica, segundo Leake et al. 1997.
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
61
Por meio do diagrama da figura 4.03B, verifica-se que o clinoanfibólio identificado no
talco xisto (PF/TV-37/16) foi o magnésio-cummingtonita.
Figura 4.03B: Classificação dos clinoanfibólios em talco xisto (PF/TV-37/16) analisados por
microssonda eletrônica, segundo Leake et al. 1997.
Conforme dito no capítulo anterior, no clorita-talco granofels ocorre uma
pseudomorfose total ou parcial de tremolita e antofilita, sendo que a figura abaixo ilustra as
quatro análises pontuais de cada anfibólio da rocha. A presença de tremolita nesse litotipo pode
ser confirmada no diagrama de classificação dos clinoanfibólios cálcicos (figura 4.05).
Figura 4.04: Imagens de elétrons retroespalhados de clorita-talco granofels, mostrando a pseudomorfose
total e parcial de antofilita (cinza claro) e tremolita (cinza escuro), e os pontos analisados (em vermelho)
por microssonda eletrônica.
Ath
Ath
Tr
Tr
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
62
A classificação dos clinoanfibólios cálcicos analisados é confirmada na figura 4.05, de
modo que mostra em alguns litotipos uma dispersão dos dados. Possivelmente esses
clinoanfibólios (e.g. actinolita, tremolita e magnésio-hornblenda) foram originados de diopsídio,
que hoje, encontram-se totalmente substituídos pelos anfibólios em questão.
Com base nas análises químicas dos anfibólios presentes em diopsiditos e actinolititos
encontrados no município de Barra Longa, verifica-se no diagrama logo abaixo a presença de
mg-hornblenda no litotipo PF/TV-1/2 e actinolita nos outros dois litotipos (BL-07-114A e BL-
07-114C). A partir da análise ao microscópio eletrônico, observou-se que a actinolita de ambas
as rochas substituem o clinopiroxênio.
O estudo de composição química dos anfibólios nos gnaisses de Cachoeira do Brumado
revelou a presença de magnésio-hornblenda em todas as lâminas analisadas (PF-09-09-3,
PF/TV-15/7 e PF-09-09-2). No xenólito (PF-09-09-3) os anfibólios apresentam uma variação
composicional de actinolita a magnésio-hornblenda. No clorita-biotita-tremolita-hornblenda
granofels (PF-09-09-2), rocha encontrada entre o xenólito de gnaisse e a metaultramáfica, existe
uma variação composicional do centro para a borda de mhb para tremolita, respectivamente
(figura 4.05).
O diagrama de classificação dos clinoanfibólios cálcicos mostra ainda a presença de:
tremolita em biotita-tremolita granofels (FQ-13-103) e em talco xisto (PF/TV-44/20);
magnésio-hornblenda em metaortopiroxênio hornblendito (BL-02-102) e por fim, magnésio-
hornblenda em clorita-hornblenda granofels (PF/TV-35/16).
Figura 4.05: Classificação dos clinoanfibólios cálcicos analisados por microssonda eletrônica (segundo
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
63
Leake et al. 1997): Tr em clorita-talco granofels (AV-22-105); Tr em biotita-tremolita granofels (FQ-
13-103); Mhb em diopsidito (PF/TV-1/2); Act em diopsidito (BL-07-114A); Act em actinolitito (BL-07-
114C); Act. e Mhb em xenólito de gnaisse (PF-09-09-3); Mhb em gnaisse encaixante (PF/TV-15/7);
Mhb (centro) e Tr (borda) em clorita-biotita-tremolita-hornblenda granofels (PF-09-09-2); Mhb em
metaortopiroxênio hornblendito (BL-02-102B); Mhb em clorita-hornblenda granofels (PF/TV-35/16); Tr
em talco xisto (PF/TV-44/20).
4.5-PLAGIOCLÁSIO
Foram analisados por microssonda eletrônica 5 pontos em cristais de plagioclásio
presentes nos gnaisses intrudidos por rochas ultramáficas no município de Cachoeira do
Brumado, no qual 3 pontos correspondem ao xenólito gnáissico encaixante e 2 ao gnaisse
encaixante. As análises de borda e centro foram consideradas conjuntamente, ao passo que os
resultados mostraram-se homogêneos.
As composições químicas médias encontradas nas análises em cristais de plagioclásio
podem ser observadas na tabela 4.07, e suas respectivas fórmulas estruturais, calculadas na base
de 32 oxigênios, na tabela 4.08.
Tabela 4.07: Composição química média (% em peso) dos plagioclásios em gnaisses.
Amostra SiO2 TiO2 Al2O3 FeO MnO MgO CaO Na2O K2O Total
PF-09-09-3*22 64,05 0,00 22,95 0,05 0,01 0,01 4,35 8,20 0,09 99,71
PF/TV-15/7*23 64,28 0,01 22,00 0,06 0,02 0,00 3,72 8,55 0,08 98,71
*22 - média de 3 análises de plagioclásio no xenólito gnáissico;
*23 - média de 2 análises de plagioclásio
gnaisse encaixante.
Tabela 4.08: Fórmulas estruturais dos plagioclásios (calculadas com base na análise química média e 32
oxigênios equivalentes) presentes nos gnaisses.
Lâmina Fórmula estrutural média Classificação Mineral Rocha
PF-09-09-3*22
Na0,7Ca0,2Al1,19Si2,82O8
Oligoclásio
Gnaisse (xenólito)
PF/TV-15/7 *23
Na0,74Ca0,18Al1,15Si2,86O8
Oligoclásio
Gnaisse (encaixante)
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64
Os plagioclásios dos gnaisses não apresentam variação composicional considerável,
classificando-se como oligoclásio em ambas as lâminas analisadas. Os teores de anortita do
gnaisse encaixante variaram de An19,23 a An19,36. O xenólito gnáissico possui plagioclásio
ligeiramente mais cálcico (An 22,21 a An 22,88).
A classificação dos plagioclásios analisados é confirmada na figura 4.06, segundo os
componentes Ortoclásio (Or)-Albita-(Ab)-Anortita (An).
Figura 4.06: Classificação dos plagioclásios analisados por microssonda eletrônica nos gnaisses de
Cachoeira do Brumado. PF-09-09-3: xenólito; PF/TV-15/7: gnaisse encaixante.
4.6-BIOTITA
As biotitas analisadas foram encontradas em clorita-biotita-tremolita-hornblenda
granofels (PF-09-09-2) e em biotita-tremolita granofels (FQ-13-103), ambas as rochas de
Cachoeira do Brumado. Para a pesquisa de composição química das biotitas foram analisados
12 pontos por microssonda eletrônica, na qual 8 pontos foram em clorita-biotita-tremolita-
hornblenda granofels e 4 pontos em biotita-tremolita granofels. Mais uma vez, não foi
identificada uma variação composicional sistemática entre borda e núcleo dos cristais, o que
permitiu o tratamento em conjunto destes.
As composições químicas médias, mínimas e máximas encontradas nas análises em
cristais de biotita podem ser observadas na tabela 4.09, e suas respectivas fórmulas estruturais
médias, calculadas na base anidra de 24 oxigênios, na tabela 4.10.
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
65
Tabela 4.09: Composição química média, mínima e máxima (% em peso) das biotitas nos litotipos
estudados.
PF-09-09-2 FQ-13-103
Min. Max Média*24 Min. Max Média*25
SiO2 39,15 40,55 39,95 41,15 42,93 41,81
TiO2 0,35 0,55 0,46 0,86 1,03 0,95
Al2O3 14,47 14,89 14,75 12,85 12,89 12,95
Cr2O3 0,19 0,25 0,21 0,48 0,51 0,50
FeO 7,77 8,91 8,19 7,02 7,30 7,18
MnO 0,05 0,11 0,08 0,00 0,03 0,02
MgO 20,63 21,49 21,10 22,46 23,54 22,85
NiO ** ** 0,00 0,23 0,31 0,27
CaO 0,00 0,02 0,01 0,00 0,03 0,02
Na2O ** ** 0,00 0,16 0,20 0,18
K2O 9,76 10,22 10,01 8,68 9,06 8,92
Total ** ** 94,77 ** ** 95,78
F ** ** 0,00 0,03 0,46 0,15
*24 - média de 8 análises de biotita em clorita-biotita-tremolita-hornblenda granofels;
*25 - média de 4
análises de biotita em biotita-tremolita granofels.
Tabela 4.10: Fórmulas estruturais das biotitas (calculadas com base na análise química média) presentes
nos litotipos de Cachoeira do Brumado.
Lâmina Fórmula estrutural média Mineral Rocha
PF-09-09-2*24
[K1,95(Mg4,77, Fe2+
1,04)Ti0,05
Si6,06 Al2O20(OH, F)4]
Biotita
Clorita-biotita-tremolita-
hornblenda granofels
FQ-13-103 *25
[K1,7(Mg5,1, Fe+2
0,9)Ti0,11
Si6,2 Al2O20(OH, F)4]
Biotita
Biotita-tremolita granofels
As biotitas presentes nos dois litotipos são ricas em MgO e relativamente pobres em
FeO, sendo mais magnesiana no litotipo FQ-13-103. As biotitas analisadas são membros
intermediários da série isomorfa ferro-magnesiana flogopita-anita.
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
66
4.7-CLORITA
As cloritas ocorrem praticamente em todas as rochas estudadas. Foram selecionadas 7
lâminas para a pesquisa de composição química com base nas cloritas, totalizando 27 e análises
por microssonda eletrônica.
O resultado completo das análises químicas de microssonda eletrônica em cristais de
clorita é apresentado no anexo II, sendo que a tabela 4.11 traz a composição química média
mínima e máxima (% peso) das seções de clorita presentes em cada lâmina analisada. Logo
após, a tabela 4.12 mostra as suas respectivas fórmulas estruturais médias calculadas com base
anidra em 28 oxigênios.
Tabela 4.11: Composição química média, mínima e máxima (% em peso) das cloritas nos litotipos
estudados.
15b FQ-07-01ª AV-22-105 FQ-15-16
Min. Max Média*26
Min. Max Média*27
Min. Max Média*28
Min. Max Média*29
SiO2 28,23 29,78 29,08 29,05 30,95 30,16 29,7 30,14 29,99 28,69 29,37 29,03
TiO2 0,03 0,09 0,06 0,03 0,05 0,04 0,05 0,12 0,09 0,05 0,07 0,06
Al2O3 17,14 18,33 17,62 17,87 19,55 18,75 19,38 19,77 19,64 19,15 19,75 19,36
Cr2O3 0,12 0,27 0,19 0,58 1,04 0,78 0,61 0,66 0,63 1,13 1,38 1,25
FeO 9,33 9,57 9,44 28,35 9,32 8,76 5,29 5,38 5,32 8,57 9,16 8,77
MnO 0,08 0,11 0,10 0,02 0,06 0,04 0,00 0,02 0,01 0,02 0,05 0,03
MgO 26,92 28,21 27,58 25,98 27,6 26,54 30,11 30,51 30,36 27,56 28,24 27,81
NiO ** ** ** ** ** 0,00 0,15 0,17 0,16 0,16 0,17 0,16
CaO 0,02 0,06 0,04 0,01 0,08 0,03 0,00 0,04 0,02 0,00 0,08 0,04
Na2O ** ** 0,00 ** ** 0,00 0,01 0,02 0,02 0,01
K2O 0,01 0,04 0,02 0,03 0,08 0,05 0,00 0,01 0,00 0,00 0,01 0,00
Total ** ** 96,02 ** ** 97,29 ** ** 86,24 ** ** 86,53
F ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** **
Continuação. *26
média de 3 análises da borda de Mg-Fe clorita em cloritito; *27
- média de 3 análises de
Mg-Fe clorita em clorita-talco granofels; *28
- média de 4 análises de Mg-Fe clorita em clorita-talco
granofels; *29
- média de 3 análises de Mg-Fe clorita em talco xisto.
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
67
FQ-13-103 PF/TV-96/13 PF-09-09-2
Min. Max Média*30
Min. Max Média*31
Min. Max Média*32
SiO2 30,79 30,98 30,88 31,66 32,06 31,82 28,45 29,87 29,19
TiO2 0,05 0,09 0,07 0,05 0,09 0,07 0,01 0,04 0,02
Al2O3 16,48 17,30 16,78 16,10 16,20 16,16 19,70 20,74 20,08
Cr2O3 0,59 0,92 0,82 1,75 1,98 1,86 0,11 0,16 0,14
FeO 7,32 7,88 7,6 3,69 3,82 3,73 8,81 9,06 8,95
MnO 0,00 0,07 0,03 0,00 0,02 0,01 0,12 0,17 0,14
MgO 29,27 30,35 29,89 31,94 32,33 32,15 27,63 28,55 28,17
NiO 0,23 0,31 0,26 0,28 0,36 0,31 0,00 0 0,00
CaO 0,00 0,01 0,01 0,01 0,03 0,02 0,00 0,03 0,02
Na2O 0,00 0,03 0,01 0,01 0,04 0,03 0,00 0,00 0,00
K2O 0,01 0,14 0,05 0,00 0,02 0,01 0,00 0,15 0,04
Total ** ** 86,38 ** ** 86,16 ** ** 86,76
F ** ** ** ** ** ** ** ** **
*30 - média de 5 análises de Mg-Fe clorita em biotita-tremolita granofels;
*31 - média de 4 análises de Mg
clorita em metaharzburgito; *32
- média de 5 análises Mg-Fe clorita em clorita-biotita-tremolita-
hornblenda granofels.
Tabela 4.12: Fórmulas estruturais das cloritas (calculadas com base na análise química média e 28
oxigênios equivalentes) presentes nos litotipos estudados.
Lâmina Fórmula estrutural média Mineral Rocha
15b*26
(Mg8,3, Fe 2+
1,6, Al2,05)(Si5,87, Al2,13)O20 (OH)16 Mg-Fe
clorita Cloritito
FQ-07-01A *27
(Mg7,83, Fe2+
1,45, Al2,34)(Si5,97, Al2,03)O20(OH)16 Mg-Fe
clorita
Clorita-talco
granofels
AV-22-105*28
(Mg8,71, Fe
2+0,86, Al2,22)(Si5,77, Al2,23) O20(OH)16 Mg-Fe
clorita
Clorita-talco
granofels
FQ-15-16*29
(Mg8,13, Fe2+
1,44, Al2,16)(Si5,69, Al2,31) O20(OH)16 Mg-Fe
clorita
Talco xisto
FQ-13-103*30
(Mg8,68, Fe2+
1,24, Al1,87)(Si6,02,Al1,98) O20(OH)16
Mg-Fe
clorita
Biotita-tremolita
granofels
PF/TV-96/13*31
(Mg9,2, Fe2+
0,6, Al1,76)(Si6,11,Al1,89) O20(OH)16 Mg clorita Metaharzburgito
PF-09-09-2*32
(Mg8,18, Fe2+
1,46, Al2,29)(Si5,69,Al2,31)O28 Mg-Fe
clorita
Clorita-biotita-
tremolita-hornblenda
granofels
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
68
4.8- TALCO
O talco está presente em quase todas as rochas metaultramáficas estudadas, sendo o
silicato hidratado de magnésio mais comum nestas rochas com expressivo teor de magnésio.
Foram selecionadas 5 lâminas para a pesquisa de composição química com base no talco,
totalizando 12 análises de talco por microssonda eletrônica.
O resultado completo das análises químicas de microssonda eletrônica em cristais de
talco é apresentado no anexo II, sendo que a tabela 4.13 traz a composição química média desse
mineral em cada lâmina analisada. Logo após, a tabela 4.14 mostra as suas respectivas fórmulas
estruturais médias calculadas com base anidra em 22 oxigênios.
Tabela 4.13: Composição química média (% em peso) do talco nas rochas metaultramáficas.
Amostra SiO2 TiO2 Al2O3 Cr2O3 FeO MnO MgO NiO CaO Na2O K2O Total
AV-22-105*33 61,96 0,02 0,08 0,01 2,55 0,01 29,60 0,12 0,03 0,03 0,00 94,39
FQ-15-16*34 61,92 0,01 0,09 0,02 3,63 0,00 28,75 0,20 0,00 0,01 0,01 94,64
PF/TV-44/20*35 61,80 0,03 0,13 0,02 2,67 0,02 29,19 ** 0,00 ** 0,02 93,86
FQ-07-1a*36 61,09 0,00 0,32 0,07 3,92 0,03 28,40 ** 0,02 ** 0,02 93,88
15b*37 60,76 0,02 0,10 0,02 2,58 0,03 29,01 ** 0,01 ** 0,02 92,53
*33 - média de 2 análises de talco (Tlc) em clorita-talco granofels;
*34 - média de 3 análises de Tlc em talco
xisto; *35
- média de 2 análises de Tlc em talco xisto;
*36 - média de 3 análises de Tlc em clorita-talco
granofels; *37
- média de 2 análises de Tlc em cloritito.
Tabela 4.14: Fórmulas estruturais médias do talco (calculadas com base na análise química média)
presentes nos litotipos estudados.
Lâmina Fórmula estrutural média Mineral Rocha
AV-22-105*33
(Mg5,7, Fe2+
0,3)Si8O22
Talco
Clorita-talco granofels
FQ-15-16*34
(Mg5,55, Fe2+
0,4)Si8O22
Talco
Talco xisto
PF/TV-44/20*35
(Mg5,65, Fe2+
0,3)Si8O22
Talco
Talco xisto
FQ-07-1a*36
(Mg5,53, Fe2+
0,45)Si8O22
Talco
Clorita-talco granofels
15b*37
(Mg5,7, Fe
2+0,3)Si8O22 Talco Cloritito
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
69
4.9- CARBONATO
Os carbonatos ocorrem em grande parte das metaultramáficas da área de estudo. Para a
pesquisa de química mineral de carbonato, foram analisados 13 pontos nos litotipos de Furquim,
Catas Altas e Bandeirantes. Os carbonatos identificados foram magnesita, no metaharzburgito
(BL-07-38ª), e dolomita no cloritito (15b), clorita-hornblenda granofels (PF/TV-35/16) e no
talco xisto (FQ-15-16).
As composições químicas médias encontradas nas análises em cristais de carbonatos
podem ser observadas na tabela 4.15.
Tabela 4.15: Composição química média (% em peso) de carbonatos nos litotipos estudados. Os valores
de CO2 foram calculados.
Amostra SiO2 TiO2 Al2O3 FeO MnO MgO CaO Na2O K2O CO2 Total
BL-07-38ª *38 0,01 0,01 0,01 6,07 0,10 40,32 0,31 0,00 0,01 53,16 100,00
15b*39 0,01 0,00 0,01 2,95 0,51 18,53 29,02 0,00 0,01 48,95 100,00
PF/TV-35/16*40 0,02 0,01 0,00 5,96 0,45 16,79 29,70 0,00 0,00 47,05 100,00
FQ-15-16*41 0,00 0,02 0,02 4,29 0,55 18,74 29,85 0,02 0,00 46,46 100,00
*38 - média de 2 análises de magnesita em metaharzburgito;
*39 - média de 5 análises de dolomita em
cloritito; *40
- média de 3 análises de dolomita em clorita-hornblenda granofels; *41
- média de 3 análises
de dolomita em talco xisto.
4.10- MINERAIS OPACOS
Em termos gerais, os minerais opacos ocorrem como minerais acessórios nas rochas
metaultramáficas da Folha Mariana, sendo representados pelo espinélio e sulfetos.
O espinélio analisado por microssonda eletrônica presente em metaharzburgito
corresponde a cromita. Foram analisados 14 pontos em cristais de cromita presentes nos
metaharzburgitos encontrados entre o município de Acaiaca e Barra Longa. Ao passo que 8
análises foram feitas em seções minerais pertencentes a lâmina PF/TV-96/13, 2 análises em
seções da lâmina PF/TV-25/2 e por fim, 4 análises na BL-07-38a.
As composições químicas médias encontradas nas análises em cristais de cromita
podem ser observadas na tabela 4.16.
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
70
Tabela 4.16: Composição química média (% em peso) de cromita em metaharzburgito.
Amostra SiO2 TiO2 Al2O3 Cr2O3 FeO MnO MgO NiO CaO Na2O K2O Total
PF/TV-96/13*42 0,00 1,23 3,59 47,27 41,97 0,30 2,09 0,21 0,01 0,02 0,00 96,69
PF/TV-25/12*43 0,00 1,32 3,46 45,76 43,47 0,31 2,08 ** 0,01 ** 0,02 96,42
BL-07-38ª*44 0,00 1,26 3,12 44,99 44,12 0,3 2,31 ** 0,00 ** 0,01 96,12
*42 - média de 8 análises de cromita em metaharzburgito;
*43 - média de 2 análises de cromita em
metaharzburgito; *44
- média de 4 análises de cromita em metaharzburgito.
Os sulfetos analisados por microssonda eletrônica pertencem ao talco xisto (FQ-15-16)
e ao metaharzburgito (PF/TV-96/13), totalizando 19 análises. No talco xisto, os sulfetos são
representados por pentlandita (Pn), calcopirita (Ccp) e pirrotita (Po). Já nos metaharzburgitos,
são representados por pentlandita (Pn) e heazlewoodita (Hlw).
As composições químicas médias das análises em cristais dos diversos tipos de sulfetos
podem ser observadas na tabela 4.17.
Tabela 4.17: Composição química média (% em peso) dos sulfetos em talco xisto e em metaharzburgito.
Amostra Sulfetos Sb Fe Cu S As Co Ni Total
FQ-15-16*45
Pentlandita 0,00 29,04 0,00 33,79 0,00 1,86 36,19 100,88
Calcopirita 0,00 30,93 33,71 35,42 0,01 0,00 0,02 100,10
Pirrotita 0,00 59,56 0,01 40,14 0,02 0,01 0,91 100,65
PF/TV-96/13*46 Pentlandita 0,00 31,06 0,00 33,69 0,02 1,00 34,48 100,26
Heazlewoodita 0,01 1,10 0,00 27,13 0,00 0,01 71,40 99,65
*45 - média de 4 análises de Pn, 3 de Ccp e 4 de Po talco xisto;
*46 - média de 5 análises de Pn e 3 de
Hlw em metaharzburgito.
Os cristais de pirrotita [Fe1-xS] ocorrem intercrescidos em cristais de pentlandita
[(Ni,Fe)9S8] e calcopirita [CuFeS2] no talco xisto. O estudo de química mineral revelou a
presença de heazlewoodita (Ni3S2), produto de alteração da pentlandita, não observada ao
microscópio eletrônico, em metaharzburgito. A heazlewoodita foi descrita pela primeira vez por
Petterd (1910) como uma variedade de pentlandita. Posteriormente, Peacock et al. (1946)
descreveu uma amostra em Heazlewood (Tasmânia), nome pelo qual é responsável pela
denominação do mineral, e ainda obteve por espectometria de raios-X a composição química
Ni3S2.
71
CAPÍTULO 5
METAMORFISMO
Conforme descrito em itens precedentes, as rochas metaultramáficas da área de pesquisa
foram consideradas como produto de protólitos ultramáficos que sofreram totais ou parciais
transformações mineralógicas e metamórficas, acompanhadas de hidratação, ainda que suas
estruturas e texturas ígneas primárias ocasionalmente tenham sido preservadas nas
proximidades dos municípios de Acaiaca, Barra Longa e Paracatuzinho. As associações
mineralógicas dominantes nos litotipos descritos no presente trabalho são mostradas na tabela
5.01.
Os processos metamórficos da área compreendem o metamorfismo e metassomatismo
de caráter regional, de baixo a médio grau (fácies xisto verde a anfibolito), associado à
percolação de fluidos tardios em fraturas/zonas cisalhadas, culminando com o surgimento de
serpentina, anfibólios, clorita, talco, carbonatos secundários entre outros. A seguir, será
enfatizada oportunamente uma breve descrição do metamorfismo.
Tabela 5.01: Associações mineralógicas observadas nos litotipos estudados.
Rocha Associações mineralógicas dominantes
Metaharzburgitos antofilita±serpentina±mg-clorita±talco±carbonato
Diopsiditos actinolita±hornblenda
Metaortopiroxênio
hornblendito mg-hornblenda+ortoanfibólio
Talco xistos Talco±clorita±carbonato±tremolita±cummingtonita±antofilita
Esteatitos talco±clorita±antofilita
Clorita-talco granofels talco+clorita±carbonato±tremolita±antofilita
Clorititos clorita±talco±carbonato
Tremolititos tremolita+talco
Biotita-tremolita granofels tremolita+biotita+clorita
Clorita-hornblenda granofels hornblenda+clorita+carbonato
Tremolita xistos tremolita+clorita+talco±carbonato
Gnaisses plagioclásio+quartzo±actinolita±hornblenda±biotita
Black Wall hornblenda+tremolita+biotita+clorita
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
72
Os processos metamórficos/metassomáticos parecem ter apresentado uma abrangência
regional, uma vez que são responsáveis pela geração das associações dominantes, em termos
volumétricos, observadas nos termos ultramáficos investigados. A maioria das amostras
estudadas foi intensamente alterada por processos hidrotermais tardios, de modo que a principal
modificação mineralógica é a transformação dos minerais primários e secundários pré-
existentes em talco e, subordinadamente, em clorita.
Nos metaharzburgitos, além da presença de relictos de textura ígnea (olivina +
ortopiroxênio + cromita), ocorrem minerais secundários resultantes do metamorfismo de baixo a
médio grau, tais como: serpentina, clorita, talco, carbonato e antofilita. As associações minerais
dos metaharzburgitos podem ser representadas na forma de reações em diferentes estágios na
evolução das rochas em questão, a saber:
3 olivina + SiO2 + 4 H2O → 2 serpentina (Best 1982) [1]
9 talco + 4 olivina → 5 antofilita + 4 H2O (Winkler 1977) [2]
9 enstatita + 1 H2O → 1 antofilita + 1 olivina (Winkler 1977) [3]
olivina + enstatita + H2O → serpentina (Coleman 1977) [4]
olivina + 2 enstatita + espinélio + 4H2O → mg-clorita (Evans 1977) [5]
2 serpentina + 3CO2 → 1 talco + 3 magnesita + 3 H2O (Winkler 1977) [6]
2 talco + 1 magnesita → 1 antofilita + 1 H2O + 1 CO2 (Winkler 1977) [7]
As reações [1] e [4] representam processos de serpentinização incipiente, a partir dos
cristais de olivina nas rochas originais, com adição de sílica ou perda de magnésio para o
sistema e interação de fluido aquoso pobre em CO2. Segundo Maltman (1978) a formação de
serpentina é o primeiro produto do metamorfismo regional da fácies xisto verde, sendo que a
lizardita e a antigorita podem se formar até mesmo devido a reações autometassomáticas
durante os últimos estágios de cristalização de uma rocha magmática. A serpentina pode ser
originada também pela hidratação do ortopiroxênio (expressão [4]).
Nos metaharzburgitos estudados, as magnésio-cloritas provavelmente foram formadas
por processos de hidratação durante o metamorfismo que causou a alteração da olivina,
ortopiroxênio e espinélio (expressão [5]). As cloritas são minerais comuns em temperaturas de
até 400ºC, em metamorfismo de baixo a médio grau. De acordo com Deer et al. 1996, as
cloritas são, com frequência, formadas pela alteração hidrotermal de minerais ferromagnesianos.
Contribuições às Ciências da Terra-Série M, vol.72, 149p.
73
Os estágios [6] e [7] indicam mudança para o sistema fluido aquoso, com fases ainda
mais tardias que a serpentina, assim como o talco e o carbonato.
De acordo com Chernosky (1976 in: Evans 1977), a estabilidade da associação
antofilita + olivina (forsterita) vai até 5 Kbar, enquanto Hemley et al. (1977 in: Evans 1977)
sugerem condições mínimas de formação no campo de 0,5 Kbar e 600°C. A antofilita pode ter
sido produzida também pela reação [8], representando o processo de metassomatismo, no qual o
aporte de sílica possivelmente veio das encaixantes silicosas e transportada pelo fluido aquoso:
antofilita → ortopiroxênio + quartzo + H2O [8]
Segundo Bucher & Frey (1994) a assembléia olivina + ortopiroxênio (associação ígnea)
é estável a partir de 670ºC. A ausência de tremolita e clinopiroxênio no metaharzburgito pode
indicar condições de temperatura abaixo de 700°C, ao passo que temperaturas acima deste valor
poderiam gerar a tremolita a partir da seguinte reação:
enstatita +olivina +SiO2 +H2O → tremolita +olivina [9]
No metaortopiroxênio hornblendito, a hornblenda é secundária, gerada a partir de
piroxênio primário, e possivelmente teve origem no metamorfismo. A partir das análises de
microssonda eletrônica nas hornblendas da rocha em questão, percebe-se que a razão
Mg/(Mg+Fe2+
) compreende um valor entre 0,91 a 0,92, interpretada como uma provável origem
metamórfica, já que as hornblendas primárias, em geral, são mais enriquecidas em Fe2+
(Mg/(Mg+Fe2+
)= 0,05 a 0,75). Por esta razão, sugere-se que a hornblenda magnesiana foi
gerada a partir de clinopiroxênios cálcicos que ocorrem em quantidades traço nas amostras,
após o pico do metamorfismo, quando a água entrou no sistema.
Nos litotipos metaultramáficos de baixo a médio grau, todos os silicatos magmáticos
foram totalmente transformados e substituídos por misturas de clorita magnesiana/fe-
magnesiana, antofilita e clinoanfibólios (cummingtonita, actinolita, tremolita e mg-hornblenda)
e talco. Roeser et al. 1980 sugeriram que os esteatitos do sudeste Quadrilátero Ferrífero foram o
produto de pelo menos duas transformações, no qual a primeira transformação seria a
serpentinização de protólitos ultramáficos e a segunda, a transformação de serpentinitos em
esteatitos (esteatitização ou talcificação). Dentre as prováveis reações para formação da
serpentina (serpentinização), destacam-se as reações [1] e [4]. Em termos gerais, a talcificação
(formação de talco) está vinculada à adição de SiO2 e variação de PCO2 (reações [6], [10], [11]
e [12]) em fluidos aquosos que percolam rochas ultramáficas (Johannes 1969, Evans 1977 e
Winkler 1977).
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
74
serpentina + 1 SiO2 → talco + 1 H2O [10]
serpentina + 3CO2 → 2 quartzo + 3 magnesita + 3 H2O [11]
4 quartzo + 3 magnesita + H2O → talco + CO2 [12]
A ausência de quartzo nas rochas estudadas poderia ser explicada pelas combinações
das reações [11] e [12], no qual o quartzo foi utilizado para formar o talco novamente.
Os talcos xistos, clorita-talco xistos e esteatitos investigados neste trabalho apresentam a
associação mineral talco-antofilita que é apropriada para a determinação do grau metamórfico.
A formação da antofilita foi experimentalmente estudada por Winkler (1974) que concluiu que a
reação [7] se processa a 500ºC. Johannes (1969) ao investigar experimentalmente o sistema
MgO-SiO2-H20-CO2, determinou o campo de estabilidade da paragênese talco-magnesita entre
350º. C e 550º. C a 2 Kbar e entre 490º.C e 660º. C a 7 Kbar. Roeser (1977) descreve nos xistos
que ocorrem próximos a uma pedreira de esteatito em Cachoeira do Brumado, a mudança da
associação mineral muscovita-clorita-granada para muscovita-granada-biotita-estaurolita.
Winkler (1977) propõe como limite entre os graus fraco e médio do metamorfismo o
desaparecimento da clorita com o consequente aparecimento da estaurolita. Hoschek (1969)
determina experimentalmente que a estaurolita pode se formar sob condições de 500º. C e
4Kbar.
O aparecimento de clorita em rochas ultramáficas pode ser expresso através da equação
[5], que relaciona o aparecimento de clorita, em protólitos ultramáficos, apenas com entrada de
água no sistema, de acordo com Evans (1977). Segundo Winkler (1977) a paragênese actinolita-
talco-corita-magnesita, observada nos litotipos estudados é estável sob condições da fácies
xisto-verde em temperaturas de 350º C.
A formação de clinoanfibólios cálcicos nessas rochas pode ter sido dada, além da
introdução de uma fase fluida no sistema, a introdução de cálcio, ou até mesmo a alteração de
piroxênio na rocha ultramáfica de origem. De acordo com Evans e Trommsdorff (1970 in:
Winkler 1977), em temperaturas em torno de 400 a 500ºC a tremolita pode ser formada a partir
da serpentina e do diopsídio pela reação [13]. Conforme a reação [14] a tremolita pode ser
formada a partir do diopsídio e talco, com queda de temperatura. A tremolita começa a ser
gerada na fácies anfibolito, quando o clinopiroxênio não se transforma em hornblenda. Tanto a
tremolita, quanto a mg-hornblenda se tornam instáveis a baixas temperaturas e transformam-se
em actinolita.
Contribuições às Ciências da Terra-Série M, vol.72, 149p.
75
5 serpentina + 2 diopsídio → tremolita + 6 olivina + 9 H2O [13]
2 diopsídio + talco → tremolita [14]
Segundo Winkler (1977) a biotita é considerada de grau médio quando se associa a
muscovita, por esta razão acredita-se que a associação tremolita + biotita + clorita do biotita-
tremolita granofels é coerente com o de baixo grau (fácies xisto verde).
Os xenólitos de gnaisse e a zona black wall ostentam associações compatíveis com grau
baixo-médio de metamorfismo (fácies anfibolito). A associação principal do xenólito é
composta por plagioclásio + quartzo ± actinolita ± hornblenda ± biotita e do black wall, por
tremolita ± hornblenda ± biotita ± clorita. A partir da análise dessas associações é possível
estabelecer que essas rochas sofreram processos retrometamórficos/metassomáticos. O
zonamento metassomático, nesse caso o Black Wall, relaciona-se geralmente quando está em
contato com rochas ultramáficas e rochas silicosas conjuntamente. Esta zona metassomática de
clorita avança sobre a zona de talco (baixo grau metamórfico), ou de tremolita para marcar os
estágios de maior mobilidade do A12O3 e formar uma zona metassomática, inicialmente
delgada, de anfibólio com Al (actinolita → hornblenda).
Em suma, contata-se que as rochas metaultramáficas estudadas foram submetidas ao
predominantemente ao metamorfismo de fácies xisto verde que localmente alcançou à fácies
anfibolito.
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
76
77
CAPÍTULO 6
LITOGEOQUÍMICA
6.1- INTRODUÇÃO
Neste capítulo serão apresentados e discutidos os resultados obtidos com as análises
geoquímicas realizadas no laboratório da firma ACME ANALYTICAL LABORATORIES
LTD, no Canadá, das rochas metaultramáficas da Folha Mariana (SF-23-X-B-I) e, de menor
importância, do gnaisse de Cachoeira do Brumado. E ainda, para fins de comparação, serão
plotados em diagramas os dados litogeoquímicos dos termos ultramáficos e metaultramáficos da
literatura mundial, como aqueles de Hall (1932), Bowes et al. (1973), Naldrett & Cabri (1976),
Condie (1981), Arndt (1986b), Raposo (1991), Baltazar & Raposo (1993), Lahaye et al. (1995),
Junqueira (1997), Batanova et al. (2005), Goulart (2006), Arndt (2008).
Conforme discutido em capítulos anteriores, nas rochas metaultramáficas da área, muito
raramente são observados relictos de texturas cumuláticas. No geral, observa-se uma alteração
total da mineralogia primária nessas rochas que foram metamorfizadas com intensidades
variáveis. Nesses casos procurou-se escolher as amostras com menor grau de alteração que
foram analisadas via microssonda eletrônica.
Os litotipos analisados foram os metaharzburgitos, diopsiditos, metaortopiroxênio
hornblendito, talco xistos, clorita-talco granofels, tremolita xistos, clorititos, clorita-hornblenda
granofels e gnaisses.
6.2- CONSIDERAÇÕES INICIAIS
As rochas metaultramáficas estudadas possuem teores de sílica que variam de 26 a 53
(% em peso) (tabelas 6.01 e 6.02). Deste modo, os elevados teores de SiO2 em diversas rochas
não permitem classificá-las como ultrabásicas. Entretanto a mineralogia (talco, clorita,
anfibólios, por vezes, olivina e piroxênios), os altos teores de Cr, Ni, Co e os elementos-traço
Nb, Zr, Y e Ti são compatíveis com rochas ultramáficas de composição ultrabásica (ver tabelas
6.03 e 6.04).
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
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Roeser et al. (1987) mencionam que a adição da sílica nas rochas originais
ultrabásicas/ultramáficas deve-se ao metassomatismo, no qual além da sílica outros elementos
podem ter sido mobilizados, considerando-se que o silício é um dos elementos menos móvel
durante os processos metassomáticos. Sanford (1982) propôs que nas zonas metassomáticas,
originadas a partir de rocha ultramáfica, ocorre adição de SiO2, CO2, FeO, CaO e Al2O3 e perda
de MgO.
Segundo alguns autores (Pearce & Cann 1973, Floyd & Winchester 1975, Winchester &
Floyd 1977, Meschede 1986, entre outros), os elementos-traço Nb, Zr, Y, Ti e terras-raras têm
se mostrado como excelentes indicadores para inferir sobre a composição original de rochas
metamorfizadas, uma vez que são elementos de potencial iônico intermediário, considerados
pelos autores supracitados relativamente imóveis sob condições de metamorfismo de baixo
grau, intemperismo e alteração hidrotermal. Já os elementos de baixo potencial iônico (e.g. Na,
Mg, K, Ca, Ni, Rb, Sr, Cs e Ba) e de alto potencial iônico (e.g. Si, P, B, C e S) apresentam
mobilidade sob condições de baixo grau metamórfico, por exemplo, na transformação de uma
paragênese primária para clorita (Winchester 1984, Brewer & Atkin 1989).
6.3- LITOGEOQUÍMICA DAS ROCHAS METAULTRAMÁFICAS
Por definição, os elementos maiores podem ser considerados como aqueles cuja
concentração na rocha é maior que 1 (% em peso). Os elementos menores possuem uma
concentração na rocha que varia de 1 a 0,1 (% em peso) e os elementos-traço são aqueles cuja
concentração é menor do que 0,1 da porcentagem em peso. Os elementos denominados de terras
raras (ETR) estão dentro do grupo dos elementos-traço e normalmente, são mais úteis para
estudos petrológicos devido às suas relativas imobilidades.
As análises litogeoquímicas de elementos maiores, menores e traço das rochas
metaultramáficas estudadas são apresentadas nas tabelas 6.01, 6.02, 6.03 e 6.04 e das rochas
ultramáficas e metaultramáficas retiradas da bibliografia são apresentadas nas tabelas 6.05 e
6.06. Os resultados completos das análises, e suas respectivas transformações (e.g. Fe2O3t
→FeOt), Total, Ct (carbono total) e St (enxofre total), dentre outros, encontram-se no Anexo III.
Contribuições às Ciências da Terra-Série M, vol.72, 149p.
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Tabela 6.01: Resultado das análises geoquímicas (% em peso) para elementos maiores e menores de amostras de rochas metaultramáficas da Folha Mariana, com suas
respectivas simbologias. Mhrz- metaharzburgitos; Dpd- diopsiditos; Mopx hbd- Metaortopiroxênio hornblendito e Tlc xst- talco xisto.
Rocha Mhrz Dpd Mopx hbd Tlc xst
Simbologia
Amostra PF/TV-25/12 PF/TV-96/13 PAC-123 BL-07-114ª PF/TV-101/15 BL-07-114C BL-02-102B 9b FQ-07-134 PF-5 FQ-12-81 PF/TV-44/20 PF/TV-
95/85
FQ-11-
130
FQ-15-
16
SiO2 45,70 43,59 42,16 53,36 52,30 53,20 53,52 52,36 51,98 45,80 50,24 44,99 52,61 48,04 39,80
TiO2 0,08 0,09 0,08 0,06 0,18 0,11 0,18 0,14 0,13 0,20 0,15 0,12 0,09 0,18 0,14
Al2O3 2,31 2,19 2,09 0,95 2,04 2,91 4,79 5,41 4,35 9,02 4,38 4,33 2,97 6,36 5,17
FeOt* 10,29 10,38 11,00 4,35 6,33 8,55 7,19 7,53 8,34 7,62 8,12 10,25 8,02 9,24 8,04
MnO 0,09 0,09 0,08 0,48 0,57 0,53 0,22 0,05 0,04 0,10 0,13 0,18 0,18 0,10 0,18
MgO 34,76 34,66 36,28 15,54 14,11 16,76 19,21 25,51 26,74 27,07 25,04 25,13 27,78 27,00 25,31
CaO 0,13 0,18 0,09 23,43 22,05 14,73 10,71 0,01 0,02 0,02 2,95 5,16 0,76 0,02 5,56
Na2O 0,00 0,00 0,00 0,13 0,24 0,33 0,54 0,02 0,01 0,01 0,05 0,00 0,02 0,02 0,01
K2O 0,00 0,00 0,00 0,13 0,13 0,22 0,04 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
P2O5 0,01 0,01 0,01 0,00 0,06 0,00 0,02 0,01 0,00 0,00 0,01 0,00 0,01 0,01 0,01
Cr2O3 0,93 1,05 0,93 0,01 0,01 0,02 0,29 0,42 0,96 0,43 0,30 0,48 0,37 0,43 0,37
LOI 3,70 5,60 5,10 0,80 1,00 1,40 2,00 7,10 5,80 8,20 7,00 7,60 5,60 6,90 13,8
TOTAL 98,00 97,84 97,82 99,24 99,02 98,76 98,71 98,56 98,37 98,47 98,37 98,24 98,41 98,3 98,39
CaO/
Al2O3 0,06 0,08 0,04 24,66 10,81 5,06 2,24 0,002 0,005 0,002 0,67 1,19 0,26 0,003 1,08
Al2O3/
TiO2 28,88 24,33 26,13 15,83 11,33 26,45 26,61 38,64 33,46 45,10 29,20 36,08 33,00 35,33 36,93
FeOt*= Todo o Fe
2+ calculado como FeO.
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
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Tabela 6.02: Resultado das análises geoquímicas (% em peso) para elementos maiores e menores de amostras de rochas metaultramáficas da Folha Mariana, com suas
respectivas simbologias. Chl-tlc gfs- clorita-talco granofels; Tr xst- tremolita xisto; Chl-hbl gfs- clorita-hornblenda granofels.
Rocha Chl-tlc gfs Tr xst Clorititos Chl-hbl gfs
Simbologia
Amostra FQ-09-25B PF/TV-11/5 PF/TV-16/8 PF/TV-17/9 PF/TV-38/17 PF/TV-39/18 FQ-09-67C FQ-11-20 AV-23-69C 4b PF/TV-34/16 PF/TV-35/16
SiO2 42,02 42,8 41,13 40,71 41,78 36,17 43,06 36,23 36,53 25,84 46,02 45,31
TiO2 0,11 0,13 0,17 0,24 0,06 0,07 0,41 0,32 0,22 1,47 0,36 0,45
Al2O3 5,00 5,62 5,59 4,79 2,78 3,14 10,14 14,35 13,35 16,83 11,80 10,85
FeOt * 6,74 7,34 7,14 8,13 5,96 6,14 7,86 8,11 6,90 12,80 11,03 10,64
MnO 0,11 0,11 0,13 0,15 0,12 0,10 0,12 0,08 0,09 0,19 0,13 0,13
MgO 27,76 28,12 27,39 26,66 31,20 32,10 24,9 27,85 29,32 24,44 14,07 14,92
CaO 4,62 2,93 8,00 4,48 1,30 2,23 3,71 0,58 0,52 2,72 10,85 11,52
Na2O 0,01 0,01 0,01 0,01 0,02 0,06 0,22 0,01 0,02 0,00 2,07 1,89
K2O 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,00 0,04 0,00 0,17 0,20
P2O5 0,00 0,01 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,44 0,25 0,11 0,10 0,03
Cr2O3 0,29 0,36 0,36 0,28 0,25 0,25 0,87 0,21 0,40 0,02 0,16 0,25
LOI 11,90 11,10 12,70 13,00 15,10 18,30 7,20 10,20 10,30 13,60 1,70 2,30
TOTAL 98,56 98,53 102,64 98,44 98,58 98,57 98,50 98,37 98,94 98,02 98,46 98,49
CaO/ Al2O3 0,92 0,52 1,43 0,94 0,47 0,71 0,37 0,04 0,04 0,16 0,92 1,06
Al2O3/ TiO2 45,45 43,23 32,88 19,96 46,33 44,86 24,73 44,84 60,68 11,45 32,78 24,11
FeOt*= Todo o Fe
2+ calculado como FeO.
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
81
Tabela 6.03: Resultado das análises geoquímicas (em ppm) para elementos-traço de amostras de rochas
metaultramáficas da Folha Mariana. Mhrz- metaharzburgitos; Dpd- diopsiditos; Mopx hbd-
metaortopiroxênio hornblendito; Tlc xst- talco xisto; Chl-tlc gfs- clorita-talco granofels; Tr xst- tremolita
xisto; Chl-hbl gfs- clorita-hornblenda granofels. Os valores negativos significam resultados abaixo do
limite de detecção.
Rocha Amostra Cs Rb Ba Th U Nb Ta W Pb Sr Be Zr Y Hf Tl
Mhrz
PF/TV-25/12 -0,1 0,8 3,0 0,2 0,2 0,8 0,1 0,6 2,2 1,6 1,0 7,8 1,7 0,2 -0,1
PF/TV-96/13 -0,1 0,8 3,0 0,3 0,3 0,8 0,1 0,6 2,9 2,0 2,0 7,8 1,7 0,2 -0,1
PAC-123 -0,1 0,4 4,0 0,2 0,2 0,7 0,2 0,8 2,4 0,9 1,0 12,2 1,3 0,4 -0,1
Dpd BL-07-114A -0,1 7,2 18,0 0,3 0,1 0,4 -0,1 -0,5 1,3 21,4 -1,0 10,3 8,5 0,2 -0,1
PF/TV-101/15 -0,1 4,9 26,0 1,8 1,9 2,0 0,2 0,7 4,5 30,6 2,0 35,5 18,4 1,2 -0,1
BL-07-114C -0,1 3,8 8,0 -0,2 0,1 0,6 -0,1 -0,5 0,7 8,4 -1,0 24,4 10,4 1,0 -0,1
Mopx hbl BL-02-102B -0,1 0,3 5,0 0,6 0,2 6,7 0,2 -0,5 0,6 9,1 -1,0 10,9 11,2 0,4 -0,1
Tlc xst
9b -0,1 0,4 3,0 -0,2 0,4 0,5 -0,1 -0,5 2,1 -0,5 -1,0 7,9 0,6 0,2 -0,1
FQ-07-134 -0,1 0,2 4,0 -0,2 -0,1 0,3 -0,1 -0,5 0,2 -0,5 -1,0 9,0 0,8 0,3 -0,1
PF-5 -0,1 0,3 4,0 -0,2 -0,1 0,2 -0,1 -0,5 0,7 -0,5 -1,0 7,3 1,9 0,3 -0,1
FQ-12-81 -0,1 0,1 -1,0 -0,2 -0,1 0,1 -0,1 -0,5 0,5 9,1 -1,0 7,2 2,9 0,2 -0,1
PF/TV-44/20 -0,1 0,1 2,0 -0,2 -0,1 1,0 -0,1 -0,5 0,6 19,6 -1,0 5,8 11,1 -0,1 -0,1
PF/TV-95/85 -0,1 0,2 -1,0 0,6 -0,1 1,7 -0,1 -0,5 0,3 2,4 -1,0 7,7 2,1 0,2 -0,1
FQ-11-130 -0,1 0,2 59,0 -0,2 0,2 0,3 -0,1 -0,5 4,0 -0,5 -1,0 8,0 6,8 0,1 -0,1
FQ-15-16 -0,1 0,2 -1,0 -0,2 -0,1 0,2 -0,1 -0,5 1,5 55,2 -1,0 6,7 3,9 0,2 -0,1
Chl-tlc gfs
FQ-09-25B -0,1 0,1 -1,0 -0,2 -0,1 0,2 -0,1 -0,5 0,6 52,8 -1,0 5,8 3,8 0,2 -0,1
PF/TV-11/5 -0,1 0,1 -1,0 -0,2 -0,1 0,2 -0,1 -0,5 0,8 20,9 -1,0 6,9 3,1 0,1 -0,1
PF/TV-16/8 -0,1 0,1 2,0 -0,2 0,2 0,7 -0,1 1,3 1,2 28,1 -1,0 8,8 2,8 0,3 -0,1
PF/TV-17/9 -0,1 0,2 53,0 -0,2 -0,1 1,3 -0,1 -0,5 1,7 47,6 -1,0 11,9 5,1 0,4 -0,1
PF/TV-38/17 0,1 0,9 1,0 0,3 -0,1 11,2 0,3 -0,5 0,3 4,1 -1,0 4,7 2,0 0,1 -0,1
PF/TV-39/18 0,2 0,8 3,0 -0,2 -0,1 0,1 -0,1 -0,5 0,3 4,7 -1,0 4,2 2,5 -0,1 -0,1
Tr xst FQ-09-67C -0,1 0,2 4,0 0,2 1,2 1,1 -0,1 18,5 0,5 4,7 -1,0 14,5 6,3 0,4 -0,1
Cloritito
FQ-11-20 0,2 0,3 10,0 4,9 0,9 6,8 0,9 2,7 0,6 5,5 -1,0 37,8 30,6 1,5 -0,1
AV-23-69C 0,1 2,6 44,0 0,9 0,8 3,3 0,4 -0,5 48,0 3,8 1,0 9,5 306 0,2 -0,1
4b -0,1 0,3 3,0 0,7 0,3 6,9 0,4 -0,5 0,9 23,9 -1,0 72,4 5,1 2,0 -0,1
Chl-hbl gfs PF/TV-34/16 0,4 1,4 23,0 1,0 2,3 5,1 0,7 -0,5 0,7 23,2 3,0 34,7 51,2 1,5 -0,1
PF/TV-35/16 0,4 2,4 78,0 0,2 0,3 3,2 0,3 -0,5 0,5 25,8 2,0 21,4 12,3 0,6 -0,1
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
82
Tabela 6.04: Continuação...
Rocha Amostra Er Sc V Co Ni Cr Cu Zn Ga Sn Mo Bi As Ag
Mhrz
PF/TV-25/12 0,18 11 56 109,40 2112 6363,1 2,2 31 5,3 2,0 0,5 -
0,1 0,8
-
0,1
PF/TV-96/13 0,15 9 57 132,20 2789 7184,1 17,5 29 5,8 1,0 0,4 0,6 3,9 -
0,1
PAC-123 0,15 9 52 141,50 2749 6363,1 5,3 38 5,2 1,0 0,2 0,2 2,3 -
0,1
Dpd
BL-07-114ª 0,88 3 30 12,50 44 68,4 1,5 15 3,6 1,0 0,2 -
0,1 -0,5
-
0,1
PF/TV-101/15 1,76 5 64 18,00 83 68,4 1,5 19 6,6 5,0 0,2 -
0,1 0,6
-
0,1
BL-07-114C 1,02 5 66 30,80 114 136,8 2,0 14 9,0 3,0 0,2 -
0,1 1,2
-
0,1
Mopx
hbd BL-02-102B 1,12 18 82 48,90 980 1984,2 1,7 3 6,5 1,0 0,4
-
0,1 0,6
-
0,1
Tlc xst
9b 0,06 13 108 82,60 1776 2873,6 28,5 14 6,9 -1,0 -0,1 0,4 -0,5 -
0,1
FQ-07-134 0,04 13 92 99,40 1733 6568,3 5,6 5 4,3 -1,0 -0,1 -
0,1 -0,5
-
0,1
PF-5 0,17 20 135 88,70 1416 2942,1 4,3 26 8,5 -1,0 -0,1 -
0,1 -0,5
-
0,1
FQ-12-81 0,29 18 103 108,20 1545 2052,6 426,1 16 4,5 -1,0 -0,1 0,2 1,5 0,3
PF/TV-44/20 0,71 20 137 81,80 1656 3284,2 6,0 13 4,4 -1,0 0,1 -
0,1 -0,5
-
0,1
PF/TV-95/85 0,19 9 42 86,70 1930 2531,5 60,0 15 4,9 -1,0 -0,1 0,4 0,9 -
0,1
FQ-11-130 0,71 25 107 89,90 1661 2942,1 7,1 20 5,0 -1,0 -0,1 -
0,1 -0,5
-
0,1
FQ-15-16 0,46 20 96 93,90 1835 2531,5 42,0 10 4,2 -1,0 -0,1 0,2 2,2 -
0,1
Chl-tlc gfs
FQ-09-25B 0,45 19 75 85,50 1743 1984,2 22,1 6 3,8 -1,0 -0,1 0,7 1,3 -
0,1
PF/TV-11/5 0,37 22 87 82,30 1454 2463,1 13,6 10 3,8 -1,0 0,2 1,9 0,9 -
0,1
PF/TV-16/8 0,27 19 104 77,60 1498 2463,1 41,0 9 5,1 -1,0 -0,1 0,3 0,7 -
0,1
PF/TV-17/9 0,34 18 88 86,40 1650 1915,8 43,6 17 5,0 -1,0 -0,1 0,4 1,0 -
0,1
PF/TV-38/17 0,20 12 58 78,10 1801 1710,5 77,7 13 3,8 -1,0 0,1 2,2 2,1 -
0,1
PF/TV-39/18 0,19 11 79 79,30 1852 1710,5 12,9 10 3,6 -1,0 -0,1 0,6 0,9 -
0,1
Tr xst FQ-09-67C 0,68 31 147 80,50 1082 5952,5 292,0 18 11,5 -1,0 -0,1 -
0,1 0,7
-
0,1
Cloritito
FQ-11-20 2,66 28 83 89,20 1537 1436,8 0,6 28 14,6 -1,0 -0,1 -
0,1 -0,5
-
0,1
AV-23-69C 33,24 16 98 100,70 1830 2736,8 2,2 23 15,5 -1,0 -0,1 -
0,1 7,6
-
0,1
4b 0,54 65 252 89,90 443 136,8 0,3 31 15,2 -1,0 -0,1 -
0,1 0,5
-
0,1
Chl-hbl
gfs
PF/TV-34/16 4,62 36 240 56,50 507 1094,7 3,9 14 12,9 5,0 0,2 0,3 4,2 -
0,1
PF/TV-35/16 1,26 41 244 57,40 375 1710,5 7,6 9 11,6 3,0 0,2 0,4 20,5 -
0,1
Contribuições às Ciências da Terra-Série M, vol. 72, 149p.
83
Tabela 6.05: Resultado das análises geoquímicas (% em peso) para elementos maiores e menores dos litotipos da literatura (ver referências abaixo, com suas respectivas
amostras, litotipos e localizações).
Amostra Simbologia SiO2 TiO2 Al2O3 Fe2O3t MnO MgO CaO Na2O K2O P2O5 Cr2O3 LOI CaO/Al2O3 Al2O3/TiO2
M661
44,40 0,19 3,25 0,21 0,12 42,80 1,01 0,01 0,01 ** ** 12,90 0,30 17,11
B12 47,60 0,44 4,29 0,49 0,20 27,10 8,00 0,05 0,01 0,03 ** 5,70 1,86 9,75
29 43,80 0,27 1,27 0,30 0,11 36,50 1,43 0,21 0,32 ** 0,63 ** 1,13 4,70
36 49,02 0,10 4,41 0,11 0,18 30,50 3,05 0,41 0,02 0,01 0,74 ** 0,69 44,10
K 42,90 0,36 7,46 0,40 0,22 24,00 7,21 0,13 0,06 0,02 ** ** 0,97 20,72
AG3 43,48 0,17 5,18 9,15 0,14 30,95 2,88 0,09 0,02 0,04 0,36 7,33 0,56 30,47
X3 39,60 0,19 6,40 5,30 0,13 19,00 13,2 0,04 0,03 ** 0,34 14,7 2,06 33,68
D 42,30 0,19 4,12 0,21 0,17 32,47 4,17 0,32 0,05 0,03 ** ** 1,01 21,68
Tabela 6.06: Resultado das análises geoquímicas (em ppm) para elementos-traço dos litotipos da literatura. O valor negativo significa resultado abaixo do limite de detecção.
Amostra Simbologia Sc V Cr Co Ni Cu Cs Rb Ba Sr Nb Zr Y Pb Th U
M661
20,60 76 2199 123 2977 ** 0,33 0,50 0,72 6,56 0,31 10,47 4,56 0,04 0,03 0,01
B12 21,80 107 2364 121 1802 28,90 0,40 0,52 5,52 36,90 1,43 26,00 8,90 0,15 0,16 0,03
29 ** ** 4400 ** 1179 ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** **
36 ** ** 5064 ** 1886 239,70 ** ** ** ** ** ** ** ** ** **
K ** 170 2700 110 1300 87,00 ** ** ** ** ** 35,00 ** ** ** **
AG3 18,67 98 2452 108 1601 23,07 1,67 2,10 10,67 16,87 0,57 10,93 6,97 ** 0,23 0,10
X3 18,00 103 2299 52 458 6,00 ** ** 18,00 79,00 ** 32,00 -3 ** ** **
D ** 12,6 2680 96 1780 54,20 ** ** ** ** ** 28,50 ** ** ** **
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
84
M661: Amostra de peridotito (P) da África do Sul [Arndt (1986b in: Arndt 2008)]
B12: Amostra de greenstone belt (Gb) de Barberton [Lahaye et al. (1995 in: Arndt 2008)]
29: Amostra de harzburgito de Bushveld [Hall (1932 in: Naldrett & Cabri 1976)]
36: Amostra de harzburgito de Stillwater [Bowes et al. (1973 in: Naldrett & Cabri 1976)]
K: Amostra de komatiíto peridotítico (Kp) do Cinturão Abitibi [Condie (1981 in: Baltazar & Raposo
1993)]
AG3: Média de três amostras de meta-ortopiroxenito (Mopx) de Itaguara-Rio Manso (MG) [Goulart
(2006)]
X3: Amostra de talco xisto (Tlc xst) de Mina dos Raposos (MG) [Junqueira (1997)]
D: Média de cinco amostras de rochas ultramáficas do Complexo Santo Antônio do Pirapetinga- [Raposo
(1991 in: Baltazar & Raposo 1993)].
Os metaharzburgitos, comparativamente a outras rochas ultramáficas analisadas,
apresentam os maiores teores de MgO (35 - 36% em peso) e de elementos traço Cr (6363 - 7184
ppm), Co (109 -142 ppm) e Ni (2112 - 2790 ppm). A presença significativa de Ni nos
metaharzburgitos deve-se possivelmente a pentlandita (Ni,Fe)9S8 e ao raro mineral
heazlewoodita (Ni3S2). Esses litotipos apresentam as menores concentrações médias de TiO2,
MnO, CaO, Na2O e K2O. As amostras de clorititos apresentam concentrações de MgO que
variam de 24 a 29 (% em peso), o maior teor de Al2O3 (13 a 17% em peso) e a menor
concentração de SiO2 (26 a 36% em peso) em relação às outras rochas. Em geral, as amostras
possuem teores elevados de MgO, chegando a 36% do teor total.
Algumas rochas metaultramáficas estudadas no presente trabalho (e.g. clorita-talco
granofels e clorititos) apresentam valores elevados de LOI (perda ao fogo), com valores de até
18 (% em peso), ocasionados pela presença de minerais hidratados (clorita, talco e tremolita)
e/ou carbonatos.
Segundo os autores Viljoen & Viljoen (1969) e Arndt & Nisbet (1982), uma das
assinaturas diagnósticas de suíte komatiítica é que a razão CaO/Al2O3 deve estar compreendida
no intervalo de 0,8 a 1,0. No caso dos metaultramafitos estudados, com exceção dos diopsiditos,
a razão CaO/Al2O3 possui valores que situam entre 0,002 a 2,24 (ver tabela 6.01 e Anexo III
calculadas em base anidra), intervalo em que alguns termos seriam excluídos das definições dos
autores supracitados.
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
85
Arndt et al. (1977) ressaltam que aspectos químicos característicos dos komatiítos são:
conteúdo relativamente baixo de TiO2 em relação aos toleítos; alto conteúdo de magnésio; alta
razão CaO/Al2O3; e baixo conteúdo de elementos incompatíveis. Brooks & Hart (1974) utilizam
os seguintes parâmetros para classificar os komatíitos: SiO2 menor que 53%, MgO maior que
9%, K2O e TiO2 menores que 0,9%. Outra característica ainda aceita para a identificação de
komatiítos é o baixo conteúdo de Hf, Y e Zr quando comparados entre rochas com razões
MgO/FeO similares.
Verifica-se que os komatiítos de Barberton apresentam uma razão de CaO/Al2O3 maior
do que 1 (Viljoen et al. 1982), aproximando-se aos valores de parte das amostras analisadas
neste trabalho (e.g. BL-02-102, PF/TV-44/20, FQ-15-16, PF/TV-16/8 e PF/TV-35/16). De
modo geral, as amostras com razões elevadas devem-se à presença de carbonatos, anfibólios
cálcicos ou piroxênios cálcicos, como por exemplo, o diopsídio em diopsiditos.
A razão mais baixa de CaO/Al2O3 (0,002) foi encontrada nos talco xistos, de modo que
sugerem-se transformações metamórficas e metassomáticas, com empobrecimento de CaO ou
enriquecimento em Al2O3. Andrews-Jones (1968) e Korzhinsky (1950) evidenciaram uma
sequência de mobilidade metassomática, dentre o qual o elemento Ca é considerado mais móvel
do que o elemento Al devido ao seu baixo potencial iônico.
Em diversas lâminas delgadas, quantidades consideráveis de cloritas foram observadas,
contribuindo com um enriquecimento no conteúdo de Al, relativamente condizente com a
composição química observada nos litotipos (ver Anexo I). Já as amostras com concentrações
menores de Al2O3 traduzem os litotipos com minerais desprovidos ou pobres em Al, tais como
talco, serpentina, tremolita e antofilita. Baixas proporções de Al na análise química
correspondem às menores proporções modais ou ausência de clorita.
Os altos teores de Al2O3 das diversas amostras alteradas, bem como os teores de Fe2O3t
e TiO2 podem ser interpretados como resultado de troca metassomática com as encaixantes.
Roeser et al. (1987) ressaltam o intenso intercâmbio de elementos de rochas ultramáficas
originais com rochas encaixantes durante processos metamórficos/metassomáticos, ao passo que
auréolas de clorita e biotita (black wall) podem ser formadas entre essas rochas.
Quanto aos valores de CaO/Al2O3, TiO2 e MgO, as rochas estudadas assemelham-se ao
harzburgito de Stillwater (Bowes et al. 1973) e às rochas ultramáficas do Complexo Santo
Antônio do Pirapetinga (Raposo 1991). A razão média de Al2O3/TiO2 dos diopsiditos é de 18,
valor mais próximo, dentre todos os metaultramafitos estudados, ao valor condrítico
(aproximadamente 20).
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
86
Segundo Arndt & Nisbet (1982), os peridotitos komatiíticos são caracterizados
quimicamente por teores de TiO2 menores que 0,9% e de MgO acima de 18%. No que se refere
ao teor de TiO2, a maioria das rochas analisadas se enquadram nas concentrações definidas por
pelos autores, com exceção da amostra 4b, cujo teor elevado de TiO2 (equivalente a 1,72% em
base anidra, ver anexo III) estaria relacionado à mineralogia particular da rocha, com presença
significativa de rutilo. Quanto ao teor de MgO, com as únicas exceções das amostras de
diopsiditos e clorita-hornblenda granofels, os litotipos estudados podem ser classificados como
peridotitos komatiíticos, já que possuem de 20 a 39% de MgO (equivalentes em base anidra).
No diagrama MgO - CaO - Al2O3 (figura 6.01) de Viljoen & Viljoen (1969), os dados
obtidos foram plotados, e assim verificou-se que a maioria das rochas agrupa-se relativamente
próxima ao vértice MgO, mostrando além de certa regularidade composicional, elevado
conteúdo do óxido em questão. Essas rochas assemelham-se à disposição das rochas utilizadas
para comparação, ao passo que tanto as amostras estudadas quanto as amostras da bibliografia
concentram-se, em sua maioria, no campo dos peridotitos komatiíticos.
Figura 6.01: Diagrama discriminante de Viljoen & Viljoen (1969) que relaciona MgO, CaO e Al2O3. A)
Metaultramáficas da Folha Mariana; e, B) Ultramáficas e Metaultramáficas da literatura.
A B
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
87
As figuras 6.02 (diagramas ternários) e 6.03 (diagramas de variação) apresentam o
comportamento químico das diversas amostras estudadas, comparadas com as amostras da
bibliografia. E mais uma vez, nota-se um comportamento similar dessas amostras (e.g.
metaharzburgitos estudados com o harzburgito de Bushveld).
SiO2 MgO
Al2O3
SiO2 MgO
Al2O3
CaO
Al2O3
SiO2 MgO
CaO
SiO2 MgO
CaO
Al2O3
CaO
A
B
C
D
CaO (%)
MgO (%)SiO2 (%)
Al2O3 (%)
MgO (%)SiO2 (%)
Figura 6.02: Diagramas discriminantes ternários de Coleman (1977): A) CaO x SiO2 x MgO para as
rochas metaultramáficas estudadas neste trabalho; B) CaO x SiO2 x MgO para as rochas
ultramáficas/metaultramáficas da bibliografia; C) Al2O3 x SiO2 x MgO para as rochas metaultramáficas
estudadas neste trabalho; e, D) Al2O3 x SiO2 x MgO para rochas ultramáficas/metaultramáficas da
bibliografia.
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
88
0
5
10
15
20
10 20 30 40 50
Al2
O3
(%)
MgO (%)
0
5
10
15
20
10 20 30 40 50
Al2
O3
(%)
MgO (%)
0
5
10
15
20
25
10 15 20 25 30 35 40 45
Ca
O (%
)
MgO (%)
0
5
10
15
20
25
10 15 20 25 30 35 40 45
CaO
(%
)
MgO (%)
0
5
10
15
35 40 45 50 55
Al2
O3
(%)
SiO2 (%)
0
5
10
15
35 40 45 50 55
Al2
O3
(%)
SiO2 (%)
A B
C D
E F
Figura 6.03: Diagramas de variação binários em base anidra que apresentam o padrão de distribuição
para os litotipos estudados e retirados da bibliografia: A e B) Al2O3 x MgO; C e D) CaO x MgO; E e F)
Al2O3 x SiO2.
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
89
0
5
10
15
20
25
20 30 40 50 60
Ca
O (%
)
SiO2 (%)
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
10 15 20 25 30 35 40 45
Cr
(p
pm
)
MgO (%)
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
10 15 20 25 30 35 40 45
Cr
(pp
m)
MgO (%)
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
10 15 20 25 30 35 40 45
Ni
(pp
m)
MgO (%)
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
10 15 20 25 30 35 40 45
Ni (
pp
m)
MgO (%)
M
G H
I J
L
0
5
10
15
20
25
20 30 40 50 60
Ca
O (%
)
SiO2 (%)
Figura 6.04: Diagramas de variação binários em base anidra que apresentam o padrão de distribuição
para os litotipos estudados e retirados da bibliografia: G e H); CaO x SiO2; I e J) Cr x MgO; e, L e M) Ni
x MgO.
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
90
Nos diagramas de variação, os litotipos estudados apresentam uma correlação negativa
de CaO e Al2O3 com MgO, e uma correlação positiva foi observada entre Cr e Ni com MgO.
Entretanto, a correlação negativa de Al2O3 em função de MgO não é tão clara, sugerido devido
ao alinhamento de clorita-hornblenda granofels e metaharzburgitos. A dispersão observada entre
as amostras, pode estar associada à mobilização do MgO durante a serpentinização/talcificação
de possíveis olivinas e ortopiroxênios nos protólitos dos metaultramafitos estudados. No
diagrama CaO versus SiO2 as amostras de diopsiditos se distanciam do restante dos litotipos
devido à presença significante desses óxidos no mineral diopsídio.
Em relação aos elementos traço, com exceção dos diopsiditos, as amostras mostram-se
enriquecidas em Cr e Ni, com valores nos intervalos de 1436-7184 ppm e 980-2790 ppm,
respectivamente (Tabela 6.03). Nos diopsiditos, os elementos-traço Cr e Ni apresentam uma
forte depleção, podendo ser o produto de uma diferenciação magmática com cristalização
fracionada associada e/ou diferenciação cumulática.
Elementos terras raras
As análises geoquímicas para elementos terras raras das amostras das rochas
metaultramáficas da Folha Mariana encontram-se na tabela 6.07. Na tabela 6.09 têm-se os dados
de elementos terras raras das rochas ultramáficas e metaultramáficas retirados da bibliografia.
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
91
Tabela 6.07: Resultado das análises geoquímicas (em ppm) para elementos terras raras das rochas
metaultramáficas estudadas. Mhrz- metaharzburgitos; Dpd- diopsiditos; Mopx hbd- metaortopiroxênio
hornblendito; Tlc xst- talco xisto; Chl-tlc gfs- clorita-talco granofels; Tr xst- tremolita xisto; Chl-hbl gfs-
clorita-hornblenda granofels. Os valores negativos significam resultados abaixo do limite de detecção.
Rocha Amostra La Ce Pr Nd Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu
Mhrz
PF/TV-25/12 0,5 1,1 0,06 0,5 0,50 0,00 0,11 0,02 0,16 0,05 0,18 0,04 0,26 0,04
PF/TV-96/13 0,5 0,7 0,04 0,4 0,50 0,00 0,15 0,02 0,12 0,03 0,15 0,04 0,26 0,04
PAC-123 0,6 0,8 0,09 0,6 0,50 0,00 0,12 0,01 0,11 0,03 0,15 0,03 0,21 0,04
Dpd BL-07-114ª 15,5 9,4 5,35 19,6 3,14 0,58 2,14 0,32 1,64 0,31 0,88 0,15 0,91 0,14
PF/TV-101/15 44,1 29,3 10,69 41,0 5,79 0,94 4,00 0,63 3,22 0,59 1,76 0,28 1,75 0,26
BL-07-114C 11,4 2,3 3,61 11,3 2,00 0,37 1,58 0,27 1,68 0,32 1,02 0,15 1,08 0,16
Mopx hbd BL-02-102B 9,8 10,3 4,00 15,7 2,93 1,04 2,10 0,33 1,81 0,36 1,12 0,17 1,20 0,19
Tlc xst
9b 0,8 0,9 0,09 0,4 0,00 0,00 0,12 -0,01 -
0,05 -0,02 0,06 0,01 0,05 0,01
FQ-07-134 2,7 0,4 0,70 2,4 0,29 0,05 0,19 0,02 0,08 -0,02 0,04 0,02 -
0,05 -0,01
PF-5 2,5 0,6 0,39 1,4 0,12 0,05 0,21 0,03 0,22 0,04 0,17 0,03 0,17 0,03
FQ-12-81 4,5 0,9 1,45 5,8 0,85 0,12 0,59 0,09 0,46 0,10 0,29 0,05 0,30 0,05
PF/TV-44/20 1,2 1,1 0,13 0,8 0,26 0,08 0,57 0,11 0,83 0,20 0,71 0,11 0,65 0,11
PF/TV-95/85 0,9 2,0 0,14 0,7 0,08 -
0,02 0,25 0,03 0,29 0,06 0,19 0,04 0,27 0,04
FQ-11-130 19,9 2,3 6,12 19,7 3,24 0,55 1,70 0,28 1,47 0,26 0,71 0,11 0,75 0,10
FQ-15-16 4,8 1,0 1,54 5,2 0,82 0,16 0,69 0,12 0,67 0,14 0,46 0,07 0,46 0,07
Chl-tlc gfs
FQ-09-25B 1,0 1,4 0,11 0,8 0,11 0,03 0,40 0,06 0,47 0,13 0,45 0,07 0,44 0,08
PF/TV-11/5 0,4 0,5 -0,02 -0,3 0,00 0,04 0,24 0,05 0,39 0,10 0,37 0,06 0,32 0,06
PF/TV-16/8 0,5 1,0 0,05 0,4 0,09 0,05 0,25 0,05 0,27 0,07 0,27 0,05 0,24 0,05
PF/TV-17/9 0,9 1,4 0,13 0,9 0,20 0,08 0,44 0,08 0,44 0,11 0,34 0,06 0,30 0,06
PF/TV-38/17 0,5 0,9 0,06 -0,3 0,00 0,03 0,16 0,03 0,15 0,05 0,20 0,03 0,19 0,03
PF/TV-39/18 0,4 0,5 0,14 -0,3 0,19 0,08 0,32 0,07 0,36 0,09 0,19 0,06 0,30 0,06
Tr xst FQ-09-67C 1,1 2,7 0,41 1,9 0,43 0,15 0,71 0,14 0,90 0,21 0,68 0,10 0,72 0,11
Cloritito
FQ-11-20 12,0 17,3 2,99 13,1 3,02 0,66 3,99 0,73 4,44 0,95 2,66 0,37 2,11 0,32
AV-23-69C 1425 110 485 1530 235 38 114 19 88 13 33 4,67 30 3,71
4b 9,8 20,9 2,37 10,1 2,29 0,25 2,11 0,27 1,19 0,20 0,54 0,08 0,55 0,11
Chl-hbl
gfs
PF/TV-34/16 24,8 52,1 8,52 31,7 7,37 2,38 7,25 1,43 8,62 1,68 4,62 0,71 4,31 0,60
PF/TV-35/16 2,5 5,1 0,64 2,6 0,79 0,93 1,42 0,27 1,81 0,40 1,26 0,19 1,16 0,17
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
92
Tabela 6.08: Somatórios de elementos terras raras e as razões La/Yb e La/Sm. Mhrz- metaharzburgitos;
Dpd- diopsiditos; Mopx hbl- metaortopiroxênio hornblendito; Tlc xst- talco xisto; Chl-tlc gfs- clorita-
talco granofels; Tr xst- tremolita xisto; Chl-hbl gfs- clorita-hornblenda granofels.
ETRL ETRP ETRL/ETRP La/Yb La/Sm
Mhrz
PF/TV-25/12 2,09 0,86 2,43 1,92 **
PF/TV-96/13 1,57 0,81 1,94 1,92 **
PAC-123 2,02 0,70 2,89 2,86 **
MÉDIA 1,96 0,79 2,49 2,19 **
Dpd
BL-07-114A 53,57 6,49 8,25 17,03 4,94
PF/TV-101/15 131,82 12,49 10,55 25,20 7,62
BL-07-114C 30,98 6,26 4,95 10,56 5,70
MÉDIA 72,12 8,41 8,57 18,89 6,50
Mopx hbd BL-02-102B 43,77 7,28 6,01 8,17 3,34
Tlc xst
9b 2,19 0,25 8,76 16,00 **
FQ-07-134 6,54 0,36 18,17 270,00 9,31
PF-5 5,06 0,90 5,62 14,71 20,83
FQ-12-81 13,62 1,93 7,06 15,00 5,29
PF/TV-44/20 3,57 3,29 1,09 1,85 4,62
PF/TV-95/85 3,82 1,17 3,26 3,33 11,25
FQ-11-130 51,81 5,38 9,63 26,53 6,14
FQ-15-16 13,52 2,68 5,04 10,43 5,85
MÉDIA 12,52 2,00 6,27 14,02 6,59
Chl-tlc gfs
FQ-09-25B 3,45 2,10 1,64 2,27 9,09
PF/TV-11/5 0,92 1,59 0,58 1,25 **
PF/TV-16/8 2,09 1,25 1,67 2,08 5,56
PF/TV-17/9 3,61 1,83 1,97 3,00 4,50
PF/TV-38/17 1,49 0,84 1,77 2,63 **
PF/TV-39/18 1,31 1,45 0,90 1,33 2,11
MÉDIA 2,15 1,51 1,42 2,07 6,27
Tr xst FQ-09-67C 6,69 3,57 1,87 1,53 2,56
Cloritito
FQ-11-20 49,07 15,57 3,15 5,69 3,97
AV-23-69C 3822,85 304,89 12,54 47,29 6,05
4b 45,71 5,05 9,05 17,82 4,28
MÉDIA 47,39 10,31 4,60 8,20 4,11
Chl-tlc gfs
PF/TV-34/16 126,87 29,22 4,34 5,75 3,36
PF/TV-35/16 12,56 6,68 1,88 2,16 3,16
MÉDIA 69,72 17,95 3,88 4,99 3,35
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
93
Tabela 6.09: Resultado das análises geoquímicas (em ppm) para elementos terras raras dos litotipos da
bibliografia. P- peridotito; Gb- greenstone belt; KP- komatiíto peridotiítico; Mopx- meta-ortopiroxenito;
Tlc xst- talco xisto.
Local Litotipo La Ce Pr Nd Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu
África do Sul P 0,37 1,07 0,18 0,98 0,38 0,11 0,55 0,10 0,65 0,15 0,43 0,07 0,43 0,07
Barberton Gb 1,61 5,06 0,76 3,87 1,19 0,39 1,45 0,25 1,51 0,33 0,93 0,13 0,86 0,13
C. Abitibi KP 0,45 1,18 ** 1,33 0,45 0,21 0,50 0,09 ** ** 0,41 ** 0,88 0,08
Rio Manso Mopx 1,53 1,93 0,32 1,57 0,47 0,15 0,63 0,14 0,90 0,21 0,61 0,09 0,58 0,09
M. Raposos Tlc xst 1796 4,00 ** 1,41 0,25 0,18 0,34 ** 0,52 0,12 0,36 ** 0,37 0,05
CSAP ** 0,60 1,64 ** 1,52 0,51 0,20 0,63 ** ** ** 0,51 ** 0,66 0,10
Para melhor visualização dos padrões de distribuição de Elementos Terras Raras (ETR),
as assinaturas particulares dos metaultramafitos estudados foram divididas em dois diagramas
normalizados em relação ao condrito C1 (carbonoso) de Sun & McDonough (1989) (Figuras
6.05).
No primeiro diagrama, o padrão de distribuição de ETR mostra que os diopsiditos,
metaortopiroxênio hornblendito e talco xistos possuem um comportamento semelhante e são
altamente enriquecidos em ETR, com enriquecimento mais evidente em elementos terras raras
leves (ETRL, La - Eu) em relação aos pesados (ETRP, Er - Lu). Esses litotipos apresentam
valores decrescentes para os ETRL, com uma pronunciada anomalia negativa de Ce,
apresentando, a partir dos elementos terras raras intermediários (ETRI, Ga - Ho) até os ETRP,
um comportamento praticamente linear, salvo a exceção da leve anomalia negativa de Eu em
parte das amostras. Os padrões semelhantes dessas três distintas rochas poderiam sugerir um
protólito ígneo para as rochas em questão ou ainda o resultado de uma diferenciação magmática
com cristalização fracionada associada, fato discutido a contento no capítulo 8. A verticalidade
aproximada das curvas pode indicar o elevado fracionamento da fonte dos magmas geradores
dessas rochas. Nos metaharzburgitos, os padrões apresentam uma leve concavidade para cima,
mostram anomalias negativas de Pr e Tb, e possuem valores normalizados de ETR < 1 (variam
entre ~0,2 e ~1) em relação ao condrito.
No segundo diagrama, os padrões de elementos terras apresentam um comportamento
essencialmente linear e, de modo geral, as amostras são mais fracionadas que os valores do
condrito C1. As curvas dos clorititos mostram dois padrões distintos, sendo um sub-horizontal,
com anomalias negativas de Eu, enquanto o outro padrão apresenta valores decrescentes de
ETR e um maior enriquecimento dos elementos em questão, com uma pronunciada anomalia
negativa de Ce, assemelhando-se aos metaultramafitos mais fracionados do primeiro diagrama.
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0.1
1
10
100
1000
La Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu
Ro
cha/C
ondri
to C
1
Sun+McDon.1989-REEs
Metaharzburgitos DiopsiditosMetaortopiroxênio hornblendito Talco xistos
0.1
1
10
100
1000
10000
La Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu
Ro
cha/C
ondri
to C
1
Sun+McDon. 1989-REEs
Clorita-talco granofels Tremolita xistos Clorititos Clorita-hornblenda granofels
Figura 6.05: Diagramas que apresentam o comportamento de distribuição dos elementos terras raras das
rochas metaultramáficas da Folha Mariana. Dados normalizados por Sun & McDonough (1989) para
condrito C1.
Nota-se um enriquecimento generalizado em ETRL não condizente com rochas dessa
natureza. O ocorrido deve-se possivelmente à adição de elementos incompatíveis, que segundo
Carmichael et al. 1974, podem ter sido adicionados às rochas em questão por processos
metassomáticos/metamórficos (e.g. talco xistos). Nota-se ainda uma alta razão La/Yb nos
clorititos, podendo sugerir uma contaminação do material durante a jornada manto-crosta.
A
B
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
95
A figura 6.06 evidencia diagramas que apresentam o comportamento de distribuição de
elementos terras raras das médias dos termos metaultramáficos analisados neste trabalho e, para
fins de comparação, das rochas ultramáficas e metaultramáficas da bibliografia. Para evitar
superposição das curvas, as amostras retiradas da bibliografia foram comparadas uma a uma
com a média dos litotipos estudados. Observa-se que todas as amostras da bibliografia
apresentam um comportamento similar aos tremolita xistos.
Em termos gerais, o padrão de distribuição de elementos terras raras mostra que as
rochas metaultramáficas apresentam um enriquecimento de ETRL em relação aos ETRP [razões
La/Yb(N) entre 1,25 a 270 e (ETRL)N/(ETRP)N > 1]. Apenas duas amostras de clorita-talco
granofels apresentam valores próximos a 1 [La/Yb(N) = 0,58 e 0,90 e, (ETRL)N/(ETRP)N =
1,25 e 1,33] indicando pequena diferenciação em relação ao condrito C1, evidenciando que as
rochas, em questão, originaram-se a partir de fusão do manto primitivo, com pouco ou sem
resíduo. Os diopsiditos mostram maior enriquecimento médio em termos de ETRL [La/Yb(N) =
18,9, La/Sm(N) = 6,5 e (ETRL)N/(ETRP)N = 8,6], com a razão de La/Yb(N) e La/Sm(N) igual a
2,9.
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0.1
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Ro
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La Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu
Ro
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Sun+McDon. 1989-REEs
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La Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu
Ro
cha/C
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to C
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Sun+McDon. 1989-REEs
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La Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu
Ro
cha/C
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Sun+McDon. 1989-REEs
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La Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu
Ro
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La Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu
Ro
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to C
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Figura 6.06: Diagramas que apresentam o comportamento de distribuição dos elementos terras raras das
amostras retiradas da bibliografia comparadas uma a uma com a média dos termos ultramáficos da Folha
Mariana. Dados normalizados por Sun & McDonough (1989) para condrito C1.
A B
C D
E F
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
97
6.4- LITOGEOQUÍMICA DOS GNAISSES ENCAIXANTES LOCALMENTE
Conforme abordado em capítulos precedentes, a única finalidade de ser obter resultados
analíticos de química de rocha para os gnaisses encaixados, localmente, em metaultramáficas no
distrito de Cachoeira do Brumado foi devido à datação geocronológica do xenólito. Por esta
razão, a litogeoquímica dos litotipos em questão será brevemente discutida no presente item.
A tabela apresentada no Anexo III mostra os elementos maiores, menores e traço para
os xenólitos de gnaisse, sendo que as análises litogeoquímicas de elementos maiores são
apresentadas na tabela 6.10.
Tabela 6.10: Resultado das análises geoquímicas (% em peso) para elementos maiores dos gnaisses
encaixados localmente em metaultramáfica de Cachoeira do Brumado.
Rocha Amostra SiO2 TiO2 Al2O3 FeOt* MnO MgO CaO Na2O K2O P2O5 Cr2O3 LOI
Gnaisses PF/TV-15/7 56,05 0,40 19,65 3,99 0,07 5,02 5,30 6,58 0,73 0,07 0,08 1,40
PF-09-09-3 61,99 0,02 21,56 0,55 0,01 1,18 4,16 8,13 0,81 0,00 0,00 1,40
O diagrama triangular segundo os componentes Anortita (An)-Albita (Ab)-Ortoclásio
(Or) de O´Connor (1965) (figura 6.07) permite uma melhor visualização da composição
normativa dessas amostras. A classificação normativa dos gnaisses pode ser correlacionada a
rochas ígneas de composição trondhjemítica.
Ab Or
An
Granito
Xenólito de gnaisse
Trondhjemito
Gnaisse encaixante
Figura 6.07: Diagrama triangular Anortita (An)- Albita (Ab)- Ortoclásio (Or) normativos de classificação
de rochas plutônicas (O’ Connor 1965) para os gnaisses de Cachoeira do Brumado.
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
98
99
CAPÍTULO 7
ESTUDOS GEOCRONOLÓGICOS
7.1- INTRODUÇÃO
Os estudos geocronológicos foram realizados em cristais de zircão de amostra de
xenólito de gnaisse trondhjemítico (e.g. amostra PF-09-09-3 de Cachoeira do Brumado) no
Laboratório de Geocronologia no Instituto de Geociências na Universidade de Brasília (UnB),
pelo método U-Pb LA-MC-ICP-MS (Laser Ablation Multi-Coletor Espectrometria de Massas
com Plasma Indutivamente Acoplado) e no Laboratório da Universidade Nacional da Austrália
(Australian National University, Canberra), pelo método U-Pb SHRIMP (Sensitive High
Resolution Íon Microprobe).
Além do zircão (silicato de zircônio, ZrSiO4) conter uma quantidade de U (urânio) e Pb
(chumbo) suficiente para aplicação do método U-Pb, o mineral em questão possui uma elevada
temperatura de bloqueio (~800 ºC) e uma alta resistência para troca química e recristalização.
Por estas razões, escolheu-se o zircão, alojado em uma maior concentração no gnaisse, para
efetuar análises geocronológicas no presente trabalho. Assim, obteve-se uma idade relativa das
rochas metaultramáficas do distrito de Cachoeira do Brumado por meio da datação do xenólito
gnáissico encaixado na ocorrência metaultramáfica (esteatito).
7.2- CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O elemento químico urânio tem três isótopos que ocorrem naturalmente, o 238
U, 235
U e
234U, sendo que os dois primeiros se desintegram para
206Pb e
207Pb, respectivamente. A análise
dos isótopos radioativos 238
U e 235
U , e radiogênicos 206
Pb e 207
Pb permite a determinação da
idade de cristalização do mineral. Uma outra informação importante de idade pode ser obtida
pela razão 207
Pb/ 206
Pb que considera apenas os isótopos “filhos”, não afetados por perdas
recentes. O 234
U é o produto intermediário do decaimento do U e Th (tório). O 232
Th se
desintegra para o 208
Pb.
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
100
Dadas as condições de sistema fechado dos zircões, as razões 206
Pb/238
U (ordenada) e
207Pb/
235U (abscissa) quando plotadas em gráfico representam o sistema U-Pb, que conspiram
em uma curva desde a sua formação. Esta curva é o “locus” de todos os valores concordantes
(idade radiométrica verdadeira), denominada de “Concórdia” por Wetherill (1956).
Em termos gerais, o sistema isotópico U-Pb se abre sob condições de baixo grau
metamórfico, e desta forma, ganha ou perde U, Pb e Th. Em muitos casos, os dados mostram-se
discordantes devido à alteração de U e Pb e a presença de chumbo original na estrutura mineral
de tal forma que a idade radiométrica poderá exceder a idade real. O 204
Pb pode ser considerado
um elemento-chave para a detecção da quantidade de chumbo original e é tratado como estável
de referência (Faure 1977). Este isótopo não radiogênico de Pb e a perda de U deslocam as
análises para uma estimativa abaixo da curva de concórdia, formam linhas denominadas de “
Linhas de Discórdias” que interceptam a curva da concórdia no intercepto superior
(cristalização do mineral) e no intercepto inferior. É importante destacar que o problema do
conteúdo de Pb não radiogênico pode ser resolvido por procedimentos de correção de
composições 206
Pb/204
Pb e 207
Pb/206
Pb.
Os sistemas U-Pb e Th-Pb podem ser interpretados por meio de diagramas isocrônicos.
De modo geral, as isócronas U-Pb de amostras de rocha total não são possíveis devido à elevada
perda de U. Em contrapartida, as isócronas Th-Pb possuem uma expressiva utilidade, ao passo
que o elemento tório é menos móvel do que o elemento urânio.
7.3- DISCUSSÕES E RESULTADOS
7.3.1- Método U-Pb (laser ablation)
As análises geocronológicas U-Pb laser ablation foram realizadas em dois mounts de
uma mesma amostra do gnaisse trondhjemítico em diferentes frações de cristais de zircão
(tamanhos que variam de 80 a 300 μm, figuras 7.01 e 7.02). Todas as análises foram
tomadas como tiros (spots) únicos em 31 cristais de zircão individual. Estes cristais de zircão,
em virtude de se encontram intensamente fraturados, são considerados como de má qualidade.
O método LA-ICP-MS permite a obtenção de razões isotópicas com alta resolução
espacial de micrômetros. Para se aplicar esta técnica às superfícies dos zircões dos mounts
receberam polimento, a fim de permitir uma melhor exposição aos spots, e foram analisadas de
forma puntual, juntamente com o padrão internacional GJ (padrão de zircão fornecido pelo
GEMOC, Austrália). Os procedimentos analíticos e as condições operacionais do laser ablation
estão sintetizados no item 1.4.6 (capítulo 1).
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
101
Um dos problemas enfrentados na aplicação desta técnica foi que as análises do padrão
internacional GJ não obtiveram resultados satisfatórios (e.g idades de 207
Pb/206
Pb iguais a 612,5
± 54 e 626 ±56 Ma), já que a idade de referência obtida por Jackson et al. (2004) de 207
Pb/206
Pb
foi de 608,6 ± 1 Ma. Na tabela 7.01 são apresentados os resultados das análises U-Pb LA-ICP-
MS.
As razões 232
Th/238
U variam entre 0,01 e 0,32, típicas de grãos derivados de rochas
magmáticas.
A estrutura interna de parte dos zircões imagiada pela catodoluminescência e back-
scattered depois da análise pode ser observada nas figuras 7.01 e 7.02, e a distribuição das
análises do xenólito no diagrama discórdia-concórdia da figura 7.03.
As relações corrigidas de 206
Pb/238
U e 207
Pb/206
Pb foram transferidas para a tabela 7.01
em informações de idades usando o software Isoplot (Ludwig 2003). O software também foi
utilizado para plotar o diagrama de concórdia.
A maior parte das análises obtidas para a amostra de gnaisse é discordante (Fig. 7.03),
de modo que os zircões encontram-se enfileirados supostamente em diferentes discórdias,
rendendo uma idade aproximada de cristalização magmática da rocha de 3.0 Ga (intercepto
superior). Sugere-se que a idade de 2742 ± 54Ma represente o evento metamórfico de geração
dos gnaisses. O intercepto inferior de 0,5 Ga provavelmente relacionar-se-ia ao um evento
termal de baixo grau metamórfico de idade brasiliana, amplamente reconhecido na região.
Pode-se dizer esse dado geocronológico não é robusto, devido ao alto valor da dispersão
(MSWD = 6.5).
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
102
Tabela 7.01: Resultado das análises U-Pb LA-ICP-MS. Pbc e Pb* indicam porções comuns e radiogênicas, respectivamente.
Grain spot 206
Pbc 232
Th 206
Pb/238
U 207
Pb/235
U 207
Pb/206
Pb Erro Erro Erro
(%) /238
U (Idade) (Idade) (Idade) 207
Pb*/206
Pb* (%) 207
Pb*/235
U (%) 206Pb
*/238
U (%) ρ (rho)
1.1 0.63 0.02 605.1 ± 29.0 614.3 ± 27.0 648.2 ± 66.4 0.06125 ± 3.2 0.831 ± 5.9 0.09842 ± 5.0 0.84
2.1 0.11 0.02 2635.6 ± 68.3 2803.5 ± 32.8 2926.6 ± 23.9 0.21275 ± 1.5 14.816 ± 3.5 0.50508 ± 3.2 0.90
3.1 0.01 0.01 2073.7 ± 59.0 2436.0 ± 32.2 2754.1 ± 19.0 0.19138 ± 1.2 10.013 ± 3.5 0.37944 ± 3.3 0.94
4.1 0.16 0.04 2455.2 ± 50.4 2580.4 ± 28.9 2680.3 ± 31.4 0.18300 ± 1.9 11.696 ± 3.1 0.46354 ± 2.5 0.85
5.1 0.04 0.06 2267.4 ± 47.3 2562.1 ± 23.9 2804.3 ± 11.8 0.19733 ± 0.7 11.469 ± 2.6 0.42153 ± 2.5 0.96
6.1 0.66 0.01 1216.4 ± 46.7 1768.4 ± 35.7 2501.0 ± 16.2 0.16436 ± 1.0 4.706 ± 4.3 0.20768 ± 4.2 0.97
7.1 0.03 0.06 2357.6 ± 34.5 2620.7 ± 19.4 2830.6 ± 18.3 0.20055 ± 1.1 12.210 ± 2.1 0.44156 ± 1.8 0.84
8.1 0.20 0.01 1672.5 ± 65.5 2212.3 ± 41.9 2758.1 ± 26.3 0.19185 ± 1.6 7.835 ± 4.8 0.29621 ± 4.5 0.95
9.1 0.07 0.02 1793.4 ± 31.5 2284.4 ± 19.5 2758.3 ± 13.0 0.19187 ± 0.8 8.485 ± 2.2 0.32074 ± 2.0 0.93
10.1 0.03 0.04 2144.9 ± 25.5 2543.8 ± 15.4 2879.3 ± 14.5 0.20662 ± 0.9 11.247 ± 1.7 0.39477 ± 1.4 0.84
11.1 0.06 0.03 1867.1 ± 47.2 2321.4 ± 28.5 2749.0 ± 20.0 0.19080 ± 1.2 8.838 ± 3.2 0.33595 ± 2.9 0.92
12.1 0.43 0.02 1773.8 ± 33.7 2216.7 ± 24.2 2655.5 ± 26.8 0.18029 ± 1.6 7.874 ± 2.7 0.31674 ± 2.2 0.83
13.1 0.44 0.03 1993.9 ± 37.4 2480.6 ± 21.4 2907.5 ± 12.8 0.21026 ± 0.8 10.508 ± 2.3 0.36247 ± 2.2 0.94
14.1 0.01 0.18 2464.8 ± 62.4 2799.1 ± 29.8 3049.8 ± 13.9 0.22967 ± 0.9 14.748 ± 3.2 0.46573 ± 3.1 0.96
15.1 0.02 0.05 2670.7 ± 39.2 2837.2 ± 20.0 2957.7 ± 17.9 0.21689 ± 1.1 15.349 ± 2.1 0.51329 ± 1.8 0.85
16.1 0.04 0.03 2392.0 ± 30.4 2686.1 ± 15.7 2915.6 ± 11.4 0.21130 ± 0.7 13.089 ± 1.7 0.44927 ± 1.5 0.90
17.1 0.24 0.02 1338.5 ± 66.9 1878.5 ± 47.2 2542.4 ± 15.6 0.16846 ± 0.9 5.360 ± 5.6 0.23077 ± 5.6 0.99
18.1 0.01 0.32 2971.3 ± 111.7 3039.3 ± 45.9 3084.6 ± 18.4 0.23474 ± 1.2 18.951 ± 4.9 0.58554 ± 4.7 0.97
19.1 0.62 0.02 1639.3 ± 37.2 2141.6 ± 26.3 2665.5 ± 24.9 0.18138 ± 1.5 7.241 ± 3.0 0.28955 ± 2.6 0.87
20.1 1.47 0.02 1315.3 ± 29.7 1827.2 ± 21.9 2473.6 ± 12.1 0.16171 ± 0.7 5.046 ± 2.6 0.22634 ± 2.5 0.96
21.1 0.02 0.03 2714.7 ± 66.4 2879.2 ± 29.7 2996.3 ± 15.2 0.22215 ± 0.9 16.040 ± 3.2 0.52366 ± 3.0 0.95
22.1 0.07 0.03 1819.4 ± 25.7 2318.0 ± 17.8 2791.7 ± 18.1 0.19582 ± 1.1 8.804 ± 2.0 0.32609 ± 1.6 0.82
23.1 0.08 0.06 2286.0 ± 58.8 2499.3 ± 31.7 2677.6 ± 26.5 0.18270 ± 1.6 10.722 ± 3.5 0.42563 ± 3.1 0.90
24.1 0.11 0.05 2360.0 ± 36.1 2646.9 ± 18.5 2874.1 ± 12.7 0.20597 ± 0.8 12.555 ± 2.0 0.44210 ± 1.8 0.92
25.1 0.03 0.03 2411.7 ± 41.9 2639.5 ± 20.8 2819.2 ± 12.8 0.19914 ± 0.8 12.457 ± 2.2 0.45369 ± 2.1 0.93
26.1 0.27 0.17 1533.2 ± 30.0 2072.0 ± 21.0 2660.7 ± 15.9 0.18085 ± 1.0 6.695 ± 2.4 0.26850 ± 2.2 0.91
27.1 0.05 0.08 2391.1 ± 40.0 2569.2 ± 21.2 2712.8 ± 18.1 0.18664 ± 1.1 11.556 ± 2.3 0.44907 ± 2.0 0.87
Contribuições às Ciências da Terra-Série M, vol.72, 149p.
103
Continuação.
Grain spot 206
Pbc 232
Th 206
Pb/238
U 207
Pb/235
U 207
Pb/206
Pb Erro Erro Erro
(%) /238
U (Idade) (Idade) (Idade) 207
Pb*/206
Pb* (%) 207
Pb*/235
U (%) 206Pb
*/238
U (%) ρ (rho)
28.1 0.04 0.07 2103.3 ± 37.4 2412.3 ± 23.6 2684.5 ± 25.2 0.18347 ± 1.5 9.759 ± 2.6 0.38580 ± 2.1 0.82
29.1 1.24 0.02 1615.4 ± 18.2 2155.0 ± 12.9 2717.8 ± 11.6 0.18721 ± 0.7 7.351 ± 1.5 0.28487 ± 1.3 0.86
30.1 0.04 0.13 2368.7 ± 30.8 2595.6 ± 17.0 2777.9 ± 15.8 0.19418 ± 1.0 11.888 ± 1.8 0.44404 ± 1.6 0.84
31.1 0.56 0.03 1677.6 ± 39.2 2180.3 ± 25.5 2693.7 ± 18.2 0.18450 ± 1.1 7.561 ± 2.9 0.29723 ± 2.6 0.92
PAD GJ 0.14 0.32 679.9 ± 10.2 664.5 ± 14.4 612.5 ± 54.1 0.06025 ± 2.5 0.924 ± 3.0 0.11124 ± 1.6 0.67
PAD GJ 0.18 0.30 668.2 ± 12.3 658.7 ± 15.7 626.0 ± 56.1 0.06063 ± 2.6 0.913 ± 3.2 0.10922 ± 1.9 0.73
Figura 7.01: Imagens de catodoluminescência (A, C, E e G) e de back-scattered (B, D, F e H) com spot de aproximadamente 40 μm de alguns zircões datados do xenólito
gnáissico (e.g amostra PF-09-09-3).
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
104
Figura 7.02: Imagens de catodoluminescência (A, C, E, G, I, L, N e P) e de back-scattered (B, D, F, H, J,
M, O e Q) com spot de aproximadamente 40 μm de alguns zircões datados do xenólito gnáissico (e.g
amostra PF-09-09-3).
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
105
Figura 7.03: Diagrama discórdia-concórdia U/Pb LA-ICP-MS obtido na amostra de gnaisse
trondjhemítico (e.g. amostra PF-09-09-3).
7.3.2- Método U-Pb (SHRIMP)
Todas as análises de SHRIMP foram tomadas como tiros (spots) únicos em 12 cristais
individuais de zircão.
Na tabela 7.02 são apresentados os resultados das análises U-Pb SHRIMP. As análises
do xenólito de gnaisse trondjhemítico foram distribuídas no diagrama discórdia-concórdia da
figura 7.04.
Os zircões analisados possuem valores de U e Th no intervalo entre 180-2447 ppm e 18-
58 ppm, respectivamente, sendo que as razões de 232
Th/238
U compreendem valores no intervalo
entre 0,02 a 0,23.
No diagrama concórdia, 11 spots se alinham segundo uma discórdia com intercepto
superior de 3006 ± 17 Ma, interpretado como a idade de cristalização. A mesma discórdia tem
intercepto inferior de 552 ± 41 Ma, cujo significado é duvidoso. Mas uma vez, nota-se que o
dado não é robusto por causa do seu alto valor da dispersão (MSWD = 6.7).
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
106
Figura 7.04: Diagrama discórdia-concórdia U/Pb SHRIMP obtido na amostra de gnaisse trondjhemítico
(e.g. amostra PF-09-09-3).
Contribuições às Ciências da Terra-Série M, vol.72, 149p.
107
Tabela 7.02: Resultado das análises U-Pb SHRIMP. Pbc e Pb* indicam porções comum e radiogênica, respectivamente. O erro no padrão de calibração foi de 0,43% (não
incluindo os erros abaixo, quando comparados aos dados de diferentes mounts). (1) – Pb comum corrigido usando a medida de 204
Pb.
Grain.Spot
206
Pbc
(%)
U
(ppm)
Th
(ppm)
232Th
/208
U
206
Pb*
(ppm)
(1) 206
Pb/238
U
(Idade)
(1) 207
Pb/206
Pb
(Idade)
Discórdia
(%)
(1) 207
Pb*/206
Pb*
Erro
(%)
(1) 207
Pb*/235
U
Erro
(%)
(1) 206
Pb*/238
U
Erro
(%)
Erro de
correção
1.1 0.89 779 18 0.02 163 1398 ±17 2643.5 ± 7.8 47 0.17898 0.47 5.975 1.4 0.2421 1.3 0.943
2.1 0.00 219 21 0.10 93 2591 ±30 2901 ± 4.9 11 0.20941 0.3 14.28 1.4 0.4947 1.4 0.977
3.1 0.00 182 41 0.23 71.4 2429 ±29 2930.5 ± 5.9 17 0.21326 0.36 13.45 1.5 0.4576 1.4 0.969
4.1 0.16 813 32 0.04 195 1582 ±19 2790.4 ± 5 43 0.19567 0.31 7.51 1.4 0.2782 1.3 0.975
5.1 0.39 487 23 0.05 152 1987 ±23 2883 ± 6 31 0.2071 0.37 10.31 1.4 0.3611 1.4 0.966
6.1 0.57 408 20 0.05 85.7 1403 ±17 2681.3 ± 9.7 48 0.1831 0.58 6.137 1.5 0.243 1.4 0.919
7.1 0.20 2447 58 0.02 323 920 ±11 2214 ±13 58 0.1389 0.74 2.939 1.5 0.1534 1.3 0.872
8.1 0.50 1279 44 0.04 281 1461 ±17 2667 ± 5 45 0.18154 0.3 6.366 1.3 0.2543 1.3 0.974
9.1 0.04 180 28 0.16 80.4 2694 ±31 2966.4 ± 5.4 9 0.21805 0.34 15.6 1.4 0.5189 1.4 0.973
10.1 0.37 936 25 0.03 192 1377 ±17 2617.3 ± 9.4 47 0.17618 0.56 5.785 1.4 0.2381 1.3 0.921
11.1 0.12 221 22 0.10 101 2757 ±31 2984.7 ± 5.2 8 0.22054 0.33 16.23 1.4 0.5336 1.4 0.974
12.1 0.03 742 21 0.03 258 2193 ±25 2913.6 ± 3.2 25 0.21104 0.2 11.79 1.4 0.4051 1.4 0.990
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
108
Em suma, as idades de cristalização magmática do xenólito obtidas pelos dois métodos (laser
ablation e SHRIMP) são compatíveis.
109
CAPÍTULO 8
DISCUSSÃO E CONCLUSÕES
Conforme abordado em capítulos precedentes, a maioria dos termos metaultramáficos aflorantes
na Folha Mariana sofreram, a partir de protólitos ultramáficos, totais transformações mineralógicas. A
talcificação foi o principal processo de transformação mineralógica atuante nessas rochas. Em
contraposição, identificaram-se rochas metaultramáficas com texturas ígneas reconhecíveis, nas quais se
observam paragêneses ígneas representadas por clinopiroxênio ou ortopiroxênio ± olivina ± cromita em
metaharzburgitos, diopsiditos e metaortopiroxênio hornblendito.
As rochas investigadas foram regionalmente submetidas ao metamorfismo de fácies xisto verde e,
localmente, à fácies anfibolito. Os processos metamórficos/metassomáticos da área associam-se aos
processos hidrotermais tardios, culminando com o surgimento de serpentina, anfibólios, clorita, talco,
carbonatos secundários entre outros.
No presente trabalho, foram feitos estudos de detalhe de química mineral, nos quais permitiram
tipificar diversos minerais nas rochas em questão, a saber: olivina (crisotila), diopsídio, enstatita,
antofilita, actinolita, mg-hornblenda, cummingtonita, tremolita, biotita, cloritas, talco, dolomita,
magnesita, cromita, pentlandita, pirrotita, calcopirita e heazlewoodita.
Nos metaharzburgitos de Acaiaca, a cristalização dos sulfetos de Ni (heazlewoodita e pentlandita)
ocorreu possivelmente após a cristalização do Cr-espinélio (agora Fe-cromita), pois o sulfeto está em
contato retilíneo e ao redor do espinélio, o que indica possível saturação do magma em S após a formação
do espinélio cúmulus no metaharzburgito e anterior ao diopsidito. A Fe-cromita é tipicamente um produto
de transformação pós-magmática, seja tardi-magmática ou produto de alteração metamórfica de fácies
anfibolito. A cristalização de heazlewoodita pode indicar um magma saturado em S e Ni que evoluiu para
um magma com S, Ni e Fe na sua cristalização e fracionamento.
Ainda persistem controvérsias na interpretação de questões pertinentes à origem ultramáfica dos
metaharzburgitos e dos diopsiditos encontrados nas regiões de Acaiaca e Barra Longa, respectivamente.
Entretanto, o tamanho dos cristais de olivina, ortopiroxênio e clinopiroxênio, indica uma provável origem
plutônica, a inexistência de textura granoblástica e de xistosidade, aliadas ao trend dos corpos em direção
E-W aproximadamente ortogonal ao trend regional constituem argumentos a favor de uma origem ígnea
posterior ao evento metamórfico de alto grau que afetou a região.
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
110
Nos metaharzburgitos, os valores de En (86-88%) no ortopiroxênio pós-cúmulus são compatíveis
com os de Fo na olivina cúmulus (86-87%), típicos de rochas harzburgíticas de corpos máfico-
ultramáficos acamadados intracratônicos. Estes valores de Fo e En de piroxênio e olivina são idênticos aos
valores anteriormente determinados por MEV-EDS (Suita et al. 2006). De acordo com Brucher & Frey
(2002) as olivinas metamórficas são essencialmente magnesianas e, no entanto obteve-se uma composição
de 13 a 14% do componente ferroso faialita nas olivinas das rochas em questão (ver item 4.2, capítulo 4).
Portanto em termos composicionais e texturais, conclui-se uma origem magmática para essas olivinas dos
metaharzburgitos.
Enquanto a natureza ígnea do protólito dos metaharzburgitos é inquestionável, ainda persiste
dualidade na interpretação dos diopsiditos, por apresentarem baixos teores de minerais opacos e de alguns
elementos tais como Ni, Co e Cr, têm sido interpretados por alguns pesquisadores (e.g. Medeiros Jr. 2009)
como rochas paraderivadas submetidas às condições metamórficas da fácies granulito. O tipo de protólito
para os diopsiditos da área de Barra Longa, não está totalmente esclarecido, havendo argumentos tanto a
favor como contrários a uma origem sedimentar, a partir do metamorfismo de alto grau de margas, como
postulado pelo autor supracitado.
Uma dúvida que ainda persiste é que se a rocha tivesse originado a partir de um educto
sedimentar, como por exemplo, um calcário impuro, deveria ocorrer, ainda que de forma subordinada,
minerais como epidoto, granada, carbonato ou quartzo, o que não foi observado nas lâminas estudadas.
Nota-se que a composição química do diopsídio dos diopsiditos investigados neste trabalho (ver tópico
4.3, capítulo 4) é semelhante à encontrada por Batanova et. al. (2005) em piroxenitos de complexos ígneos
acamadados no Complexo Galmoenan (Rússia).
Com base no estudo das relações de campo, descrições petrográficas suportadas por análises de
microssonda e, sobretudo de geoquímica de alguns elementos do grupo das terras raras, foi possível
demonstrar que o padrão de distribuição desses elementos dos diopsiditos estudados é semelhante ao
observado em piroxenitos da Rússia (Fershtater et al. 1998 ) e aos talco xistos e metaortopiroxênio
hornblendito estudados no presente trabalho, ao passo que a diferença da composição química poderia
estar relacionada a processos de cristalização fracionada do magma de natureza ultramáfica.
Wilson (1989) estudando o comportamento dos elementos incompatíveis Ce, Yb e Sm, durante a
fusão parcial do sistema olivina-ortopiroxênio-diopsídio, mostra que o coeficiente de partição do Ce é de
0,001 na olivina, 0,03 no ortopiroxênio e 0,1 no diopsídio. Os valores para o Yb são de 0,002, 0,05 e 0,28
respectivamente na olivina, no ortopiroxênio e diopsídio. O elemento Sm tem comportamento idêntico. De
sorte que, admitindo-se um processo de cristalização fracionada envolvido na geração das rochas
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
111
metaultramáficas deve-se esperar um enriquecimento destes elementos incompatíveis nos litotipos mais
evoluídos. Wilson (1989) estuda o comportamento de elementos altamente incompatíveis com
coeficientes de distribuição de 0,1, 0,5, 1,0 e 10 durante o processo de cristalização fracionada e constata
um aumento exponencial da concentração dos elementos incompatíveis no melt durante o processo. Ou
seja, a concentração dos elementos no líquido residual em relação ao líquido original aumenta
exponencialmente, após uma taxa de cristalização da ordem de 75%. Como ficou demonstrado neste
trabalho, os teores dos elementos Ce, Yb e Sm mostram em forte enriquecimento nos
metaclinopiroxenitos em comparação com os metaharzburgitos.
O elevado enriquecimento anômalo dos ETR, observado tanto nos diopsiditos como no
metaortopiroxênio hornblendito e nos talco xistos, relaciona-se provavelmente a processos de alteração
hidrotermal e/ou intempéricos. Cotten et al. (1995) demonstram através de estudos experimentais de
lixiviação que os ETR são facilmente mobilizados pela água sob condições de alta oxidação e baixa
temperatura. Os autores ao compararem padrões de distribuição de ETR de basaltos subaereamente
expostos com amostras semelhantes coletadas no substrato oceânico na Polinésia Francesa, e observaram
nas amostras de superfície a presença de microfraturas preenchidas com habdofana que é um fosfato de
terras raras. Os autores relacionam ao preenchimento das microfraturas à percolação de águas superficiais
em clima tropical.
É importante destacar que os diopsiditos são rochas raras, compostas essencialmente pelo
clinopiroxênio diopsídio, que ocorrem numa diversidade enorme de contextos geológicos, sendo que seus
mecanismos genéticos constituem tema de controvérsia entre os pesquisadores. Pyton et al. (2007)
interpretam os diopsiditos dos complexos ofiolíticos de Omã, como o resultado da alteração hidrotermal
de peridotitos mantélicos. Santosh et al. (2010) atribuem a atuação de fluidos hidrotermais em zonas de
subducção como mecanismo responsável pela formação dos diopsiditos de uma zona de sutura
gondwânica de idade neoproterozóica a cambriana no sul da Índia. Queiroga et al. 2006 descrevem a
associação de diopsiditos, metacherts e sulfetos em rochas ofiolíticas na região de Minas Novas em
Minas Gerais. Esses ofiolitos representariam segundo Pedrosa-Soares et al. (1998) remanescentes da
crosta oceânica consumida durante a orogênese neoproterozóica Araçuaí – Congo. Uma origem
sedimentar para o protólito de diopsiditos é interpretada por Lyndemayer (1981 in: Teixeira et al. 2010)
ao observar níveis da rocha intercalados em seqüências supracrustais compostas por magnetita quartzitos e
olivina mármores no distrito cuprífero de Curaçá, no norte do estado da Bahia. Interpretação idêntica é
defendida por Volkert & Drake Jr. (1999) para a origem das lentes de diopsiditos dispostas
concordantemente com a foliação de piroxênios gnaisses proterozóicos da região de New Jersey nos
Estados Unidos. Queiroga et al. (2011) reportam a ocorrência de corpos lenticulares de diopsiditos
Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...
112
encaixados em rochas ultramáficas nas regiões de Malacacheta e São José da Safira em Minas Gerais.
Batanova et al. (2005) descrevem diopsiditos associados a dunitos e harzburgitos, que seguramente teriam
sido gerados por processos de cristalização fracionada de um magma peridotítico.
A composição química das rochas investigadas se assemelha, em geral, à de rochas ultramáficas
peridotíticas komatiíticas e, mais raro nesses termos, a de basaltos komatiíticos de terrenos arqueanos da
África do Sul, da Austrália e do Quadrilátero Ferrífero. Com exceção dos metaharzburgitos, que são de
origem plutônica, e dos tremolita xistos que possuem um padrão de ETR semelhante aos
metaharzburgitos, a gênese da maioria das amostras investigadas é de difícil interpretação, devido à
intensa transformação mineralógica e metamórfica dessas rochas.
De acordo com os dados fornecidos pelas análises de química de rocha, a razão CaO/Al2O3 possui
valores que situam entre 0,002 a 2,24, no qual não se enquadram ao intervalo de 0,8 a 1,0 das suítes
komatiíticas segundo os autores Viljoen (1969) e Arndt & Nisbet (1982). As razões de CaO/Al2O3 muito
baixas se devem à quantidades consideráveis de clorita, enriquecidas em Al. As rochas com razões mais
elevadas apresentam minerais como carbonatos, anfibólios cálcicos ou piroxênios cálcicos, como por
exemplo, o diopsídio em diopsiditos.
Levando em conta que os diopsiditos foram intrudidos em gnaisses do Complexo Mantiqueira, e
que o metaortopiroxênio hornblendito e talco xistos possuem uma distribuição de ETR semelhantes aos
diopsiditos, pode-se partir do pressuposto que as rochas em questão foram formadas por um magmatismo
ultramáfico e que parte dos termos metaultramáficos estudados podem não pertencer ao greenstone belt
Rio das Velhas. Observou-se também a ocorrência de minerais instáveis como olivina e ortopiroxênios
bem preservados nos metaharzburgitos em meio a rochas granulíticas, o que corrobora que essas rochas
podem ter sido geradas num evento magmático pós-Rio das Velhas.
Nos últimos anos, diversos pesquisadores (Jordt-Evangelista & Silva 2005, Brandão & Jiamelaro
2008, Suita et al. 2006, Fonseca 2011, entre outros) têm reportado, nos terrenos pré-cambrianos, a
ocorrência de rochas ultramáficas com texturas ígneas reconhecíveis, nas quais se observam minerais
instáveis como olivinas, orto e clinopiroxênios muito bem preservados. As rochas ultramáficas ora
intrudem o embasamento cristalino arqueano, ora as sequências proterozóicas da série Minas, (Endo 2011,
comunicação verbal) além de granitóides do Batólito Alto Maranhão, datados de 2.13 Ga.
Os resultados geocronológicos deste trabalho permitiram concluir uma idade relativa máxima para
parte dos corpos metaultramáficos, a partir da datação geocronológica do xenólito gnáissico em uma
jazida de esteatito no distrito de Cachoeira do Brumado. Apesar da baixa qualidade dos zircões ter
comprometido a eficiência dos resultados obtidos pelos métodos laser ablation e SHRIMP, assim como
Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.
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um elevado valor de dispersão (MSWD= 6.5 a 6.7), foi possível obter interpretações geocronológicas com
ressalvas, bem como a idade de cristalização magmática do granito de aproximadamente 3 Ga em ambas
as análises e uma idade de 2.7 Ga para o evento metamórfico de geração do gnaisse (método Laser
ablation). A idade de 0,5 Ga obtida pelo método do SHRIMP estaria provavelmente relacionada ao evento
termal Brasiliano.
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ABREVIATURA DOS MINERAIS (Kretz 1983, Whitney & Evans 2010)
Act - Actinolita
Ap - Apatita
Ath - Antofilita
Bt - Biotita
Cam - Clinoanfibólio
Cb - Carbonato
Ccp - Calcopirita
Chl - Clorita
Cpx - Clinopiroxênio
Cum - Cummingtonita
Di - Diopsídio Dol - Dolomita
Ep - Epidoto
Hbl - Hornblenda
Hlw - Heazlewoodita
Mag - Magnetita
Mgs - Magnesita
Mhb - Magnésio hornblenda
Oam - Ortoanfibólio
Ol - Olivina
Olg - Oligoclásio
Opq - Opacos
Opx - Ortopiroxênio
Qz - Quartzo
Pl - Plagioclásio
Pn - Pentlandita
Po - Pirrotita
Rt - Rutilo Ser - Sericita
Srp - Serpentina
Tlc - Talco
Tr - Tremolita
Zrn – Zircão
ANEXO I
ANÁLISE MODAL DAS LÂMINAS DELGADAS
METAHARZBURGITOS
Local Coordenadas
Lâmina Mineralogia/(% volumétria) M.E* Geoquimica Ponto UTM-E UTM-N
Acaiaca
697826 7752339 BL-07-38a Opx(35);Ol(30);Ath(5);Srp(10);Chl(10);Tlc(2);Cb(2);Opq(6) Sim ** 12
697994 7752400 PF/TV-27/13 Opx(45);Ol(25);Ath(8);Srp(7);Chl(5);Tlc(2);Opq(8) ** ** 13
697994 7752400 PF/TV-96/13 Opx(35);Ol(25);Ath(11);Srp(7);Chl(7);Cb(7);Tlc(5);Opq(3) Sim Sim 13
697928 7752033 PF/TV-25/12 Opx(38);Ol(25);Ath(12);Srp(7);Chl(8);Tlc(5);Opq(5) Sim Sim 12
697989 7752462 PAC-123 Opx(45);Ol(30);Ath(7);Srp(5);Chl(3);Cb(3);Tlc(5);Opq(2) ** Sim 13
DIOPSIDITOS E ACTINOLITITOS
Local Coordenadas
Lâmina Mineralogia/(% volumétria) M.E* Geoquímica Ponto UTM-E UTM-N
Barra Longa
701448 7754199 PF/TV-1/2 Cpx(97); Mhb(3);Opq(<1) Sim ** 96
701448 7754199 BL-07-114A Cpx(95);Act(5);Opq(<1) Sim Sim 96
701472 7754225 PF/TV-31/15 Act(90);Opx(3);Oam(5);Cpx(2) ** ** 15
701472 7754225 PF/TV-101/15 Act(95); Cpx(5) ** Sim 15
701448 7754199 BL-07-114C Act(93);Cpx(2);Bt(5) Sim Sim 96
METAORTOPIROXÊNIO HORNBLENDITO
Local Coordenadas
Lâmina Mineralogia/(% volumétria) M.E* Geoquímica Ponto UTM-E UTM-N
Paracatuzinho 691209 7756536 BL-02-102B Opx(25);Cam(50);Oam(12);Cpx(5);Tlc(5);Opq(2);Rt(1) Sim Sim 94
TALCO XISTOS
Local Coordenadas
Lâmina Mineralogia (% Volumétria) M.E* Geoquimica Ponto UTM-E UTM-N
Furquim 687662 7749101 PF/TV-37/16 Tlc(85);Chl(1);Cum(13);Opq(1) Sim ** 16
688965 7749429 PF/TV-40/19 Tlc(70);Chl(10);Cb(15);Cam(3);Opq(2) ** ** 19
Barro Branco 675002 7740647 PF/TV-44/20 Tlc(60);Chl(10);Tr(15);Cb(7);Opq(8) Sim Sim 20
Catas Altas/Alvinópolis
680061 7781182 19b Tlc(80);Chl(15);Op(5) ** ** 31
679884 7782682 12b Tlc(85);Cum(8);Opq(7) ** ** 36
679934 7783960 17b Tlc(75);Chl(23);Opq(2);Rt(<1) ** ** 48
679755 7784411 8b Tlc(75);Chl(20);Opq(5) ** ** 49
678997 7785560 9b Tlc(80);Chl(18);Opq(2) ** Sim 53
678997 7785560 18b Tlc(90);Chl(7);Opq(3) ** ** 53
673287 7778233 10b Tlc(80);Chl(18);Opq(1);Rt(1) ** ** 77
679847 7758502 BBL-0104-020 Tlc(70);Chl(25);Cam(5);Opq(<1) ** ** 91
680488 7785528 BBL-0140-46 Tlc(75);Chl(20);Oam(2);Opq(3) ** ** 93
679641 7784451 PF-5 Tlc(70);Chl(25);Cam(2);Opq(3) ** Sim 119
Trevo Acaiaca/Diogo de Vasc. 693698 7743589 PF/TV-95/85 Tlc(70);Chl(10);Cb(3);Ath(15);Opq(2) ** Sim 85
Cláudio Manuel 692475 7760349 AV-22-127 Tlc(70); Chl(5);Tr(15);Cb(5);Opq(5) ** ** 88
689911 7761182 AV-22-174 Tlc(65);Chl(15);Tr(10); Opq(10) ** ** 89
Bandeirantes
673002 7752288 FQ-07-134 Tlc(80); Chl(15);Opq(5);Rt(<1) ** Sim 101
672669 7748950 FQ-11-18 Tlc(80);Chl(20) ** ** 106
673537 7748500 FQ-11-130 Tlc(80);Chl(10);Cb(8);Opq(2) ** Sim 108
Padre Viegas/Bandeirantes 674545 7744940 FQ-15-16 Tlc(60);Chl(15);Cb(20);Ath(3);Opq(2) Sim Sim 111
Cachoeira do Brumado 673125 7745890 FQ-12-81 Tlc(70);Chl(15);Tr(10);Cb(4);Opq(1) ** Sim 109
679326 7744037 P-02ª Tlc(60);Chl(20);Cb(15);Opq(5) ** ** 125
ESTEATITOS
Local Coordenadas
Lâmina Mineralogia (% Volumétria) M.E* Geoquimica Ponto UTM-E UTM-N
Cachoeira do Brumado 684027 7744968 PF/TV-24/7 Tlc(80);Chl(15);Cam(3);Opq(1);Rt(1) ** ** 7
684129 7745037 FQ-12-86 Tlc(80);Chl(10);Cam(5);Opq(5) ** ** 123
Padre Viegas 677189 7742297 FQ-16-146 Tlc(80);Chl(15);Opq(4);Rt(1);Ap(<1) ** ** 115
Furquim 688473 7750870 FQ-5-1a Tlc(80);Chl(3);Oam(10);Cb(2);Opq(5) ** ** 98
Catas Altas/Alvinópolis
679932 7782577 2b Tlc(80);Chl(10);Opq(9);Rt(1) ** ** 33
678767 7778028 11b Tlc(85);Chl(5);Opq(10) ** ** 40
678724 7778102 5b Tlc(90);Chl((7);Opq(3) ** ** 41
678805 7777894 6b Tlc(100) ** ** 44
679856 7783519 13b Tlc(75);Chl(20);Opq(5) ** ** 47
679817 7784445 16b Tlc(75);Chl(20);Cam(3);Opq(2);Rt(<1) ** ** 50
TREMOLITITOS
Local Coordenadas
Lâmina Mineralogia/(% volumétria) M.E* Geoquímica Ponto UTM-E UTM-N
Furquim 688578 7750774 FQ-5-2 Cam(95);Tlc(5);Chl(<1) ** ** 99
672136 7751884 FQ-07-136 Cam(80);Tlc(10);Opq(10) ** ** 103
CLORITA-TALCO GRANOFELS
Local Coordenadas
Lâmina Mineralogia (% Volumétria) M.E* Geoquimica Ponto UTM-E UTM-N
Barro Branco
677156 7737493 PF/TV-10/5 Tlc(40);Chl(25);Cb(30);Cam(2);Opq(3) ** ** 5
677156 7737493 PF/TV-11/5 Tlc(55);Chl(25);Cb(15);Opq(5) ** Sim 5
677156 7737493 PF/TV-12/5 Tlc(40);Chl(20);Cb(35);Opq(5) ** ** 5
Furquim
688856 7749629 PF/TV-38/17 Tlc(55);Chl(17);Cb(15);Cam(8);Opq(5) ** Sim 17
688970 7749520 PF/TV-39/18 Tlc(45);Chl(15);Cb(25);Cam(10);Opq(5) ** Sim 18
678929 7780268 7b Tlc(60);Chl(30);Cb(1);Cam(5);Opq(2);Rt(2) ** ** 46
688053 7749890 FQ-09-25B Tlc(40);Chl(20);Cb(20);Oam(15);Opq(5) ** Sim 104
Cláudio Manuel 684371 7763219 AV-21-105 Tlc(53);Chl(20);Cb(20);Cam(2);Opq(5) ** ** 86
691409 7763343 AV-22-105 Tlc(40);Chl(20);Cam(25);Oam(12);Opq(3) Sim ** 87
Catas Altas/Alvinópolis 679626 7781968 FS-95B Tlc(45);Chl(30);Cb(20);Opq(5) ** ** 118
Cachoeira do Brumado
682957 7743323 PF/TV-16/8 Tlc(50);Chl(25);Cb(20);Opq(5) ** Sim 8
683233 7743250 PF/TV-17/9 Tlc(45);Chl(30);Cb(20);Cam(4);Opq(1) ** Sim 9
679022 7744178 FQ-16-07A Tlc(45);Chl(20); Cb(4);Cam(30);Opq(1);Ap(<1) ** ** 114
679951 7744510 P-03b Tlc(55);Chl(15);Cb(20);Opq(10) ** ** 126
682012 7744689 P-04ª Tlc(60);Chl(20);Cb(15);Opq(5) ** ** 127
682012 7744689 P-04b Tlc(55);Chl(30);Cb(10);Opq(5) ** ** 127
680784 7743575 P-06ª Tlc(45);Chl(30);Cb(10);Opq(15) ** ** 130
679799 7740211 P-10 Tlc(55);Chl(15);Cb(20);Opq(10) ** ** 131
Bandeirantes 671422 7751444 FQ-07-1a Tlc(60);Chl(35);Opq(5) Sim ** 100
669738 7745751 FQ-15-246 Tlc(55);Chl(15);Cb(25);Opq(5) ** ** 113
Diogo de Vasconcelos 679676 7732013 P-13 Ta(50);Chl(14);Cb(30);Cam(3);Opq(3) ** ** 132
CLORITITOS
Local Coordenadas
Lâmina Mineralogia (% Volumétria) M.E* Geoquimica Ponto UTM-E UTM-N
Catas Altas/Alvinópolis
679740 7781903 1b Chl(85);Tlc(10);Opq(5) ** ** 23
678955 7780712 4b Chl(80);Tlc(5);Cb(10);Opq(5);Ap(<1) ** Sim 38
678955 7780712 15b Chl(75);Tlc(10);Cb(10);Opq(3);Ap(1);Rt(1) Sim ** 38
678985 7780713 FS-17ª Chl(75);Cam(15);Oam(5);Opq(5) ** ** 116
Bandeirantes 673318 7748710 FQ-11-20 Chl(75);Tlc(25);Opq,Ap,Rt(<1) ** Sim 107
Cláudio Manuel 702419 7760548 AV-23-69C Chl(75);Tlc(2);Cam(13);Opq(10) ** Sim 90
Miguel Rodrigues 682513 7739924 PF-09-02-2 Chl(72);Tlc(20);Cam(5);Opq(3) ** ** 120
Cachoeira do Brumado 679326 7744037 P-02b Chl(75);Tlc(15);Cb(10) ** ** 125
680042 7743343 PF/TV-07/4 Chl(100) ** ** 4
Acaiaca/ Diogo de
Vasconcelos 693577 7743670 PF/TV-91/85 Chl(100) ** ** 85
BIOTITA-TREMOLITA GRANOFELS
Local Coordenadas
Lâmina Mineralogia (% Volumétria) M.E* Geoquimica Ponto UTM-E UTM-N
Mariana 685472 7745000 FQ-13-103 Cam(50);Bt(30);Chl(15);Opq(5) Sim ** 110
CLORITA-HORNBLENDA GRANOFELS
Local Coordenadas
Lâmina Mineralogia (% Volumétria) M.E* Geoquimica Ponto UTM-E UTM-N
Furquim 687662 7749101 PF/TV-34/16 Cam(90);Chl(5);Cb(5);Opq(<1) ** Sim 16
687662 7749101 PF/TV-35/16 Cam(80);Chl(6);Tlc(8);Cb(5);Opq(1) Sim Sim 16
TREMOLITA XISTOS
Local Coordenadas
Lâmina Mineralogia (% Volumétria) M.E* Geoquimica Ponto UTM-E UTM-N
Catas Altas/Alvinópolis 679839 7779309 FS-203A Tlc(18);Chl(45);Cam(35);Opq(2) ** ** 117
Furquim 687641 7749372 FQ-09-67C Tlc(20);Chl(43);Cam(30);Cb(3);Opq(2);Rt(2) ** Sim 105
Cachoeira do Brumado 684072 7744635 FQ-13-71 Tlc(10);Chl(15);Cam(45);Cb(20);Opq(10) ** **
GNAISSES E BLACK WALL
Local Coordenadas
Lâmina Mineralogia/(% volumétrica) M.E* Geoquimica Ponto UTM-E UTM-N
Cachoeira do Brumado
684027 7744968 PF-09-09-3 Pl(50);Qz(40);Cam(7);Cb(2);Ser(1);Bt(<1);Zrn(<1);Clinozoizita(<1) Sim Sim 7
684027 7744968 PF-09-09-2 Cam(50);Bt(40);Chl(10);Zrn(<1) Sim ** 7
684027 7744968 PF/TV-15/7 Pl(30);Cam(30);Qz(20);Bt(10);Ser(3);Rt(3);Cb(2);Opq(2);(Zrn,Chl,Ep,Ap<1) Sim Sim 7
*M.E- Microssonda Eletrônica
ANEXO II
DADOS DE MICROSSONDA ELETRÔNICA OBTIDOS
DURANTE A PRESENTE DISSERTAÇÃO
AMOSTRA BL-07-38a AMOSTRA PF/TV-25/12
OLIVINA OLIVINA
Ol1 Ol2 Ol3 MÉDIA Ol1 Ol2 Ol3 Ol4 Ol5 Ol6 MÉDIA
SiO2 38,58 39,83 39,73 39,21 SiO2 39,12 38,67 38,19 37,96 39,63 40,08 38,94
TiO2 0,00 0,00 0,02 0,00 TiO2 0,01 0,00 0,01 0,01 0,00 0,00 0,01
FeO 13,51 13,29 13,17 13,40 FeO 12,62 13,04 12,94 12,69 13,42 13,73 13,07
MnO 0,09 0,08 0,08 0,09 MnO 0,09 0,08 0,09 0,08 0,09 0,08 0,09
MgO 46,32 46,72 46,51 46,52 MgO 46,65 46,28 46,70 46,15 47,30 46,62 46,62
CaO 0,01 0,00 0,00 0,01 CaO 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
K2O 0,02 0,00 0,00 0,01 K2O 0,00 0,02 0,01 0,00 0,01 0,01 0,01
Cr2O3 0,04 0,00 0,04 0,02 Cr2O3 0,00 0,00 0,02 0,03 0,04 0,00 0,02
Total 98,57 99,92 99,55 99,25 Total 98,49 98,09 97,96 96,92 100,49 100,52 98,75
Si 0,98 0,99 0,99 0,99 Si 0,99 0,98 0,97 0,98 0,98 0,99 0,98
Fe2 0,29 0,28 0,28 0,28 Fe2 0,27 0,28 0,28 0,27 0,28 0,29 0,28
Mg 1,75 1,74 1,73 1,74 Mg 1,76 1,75 1,77 1,77 1,75 1,72 1,75
AMOSTRA BL-07-114A AMOSTRA BL-07-114C
DIOPSÍDIO DIOPSÍDIO
Di1 Di2 Di3 MÉDIA Di1 Di2 Di3 Di4 Di5 MÉDIA
SiO2 54,95 54,35 55,47 54,92 SiO2 53,65 52,75 53,58 53,31 53,50 53,36
TiO2 0,03 0,02 0,07 0,04 TiO2 0,00 0,04 0,01 0,03 0,04 0,02
Al2O3 0,39 0,47 0,57 0,48 Al2O3 0,56 0,57 0,54 0,49 0,60 0,55
FeO 5,92 5,35 2,52 4,60 FeO 5,96 5,91 5,93 5,81 5,93 5,91
MnO 0,66 0,58 0,29 0,51 Cr2O3 0,02 0,03 0,01 0,01 0,01 0,02
MgO 14,62 14,98 17,01 15,54 MnO 0,63 0,67 0,63 0,65 0,61 0,64
CaO 24,03 23,66 24,39 24,03 NiO 0,00 0,00 0,05 0,00 0,00 0,01
Na2O 0,15 0,20 0,12 0,16 MgO 14,24 13,89 14,54 14,33 14,62 14,32
K2O 0,00 0,00 0,03 0,01 CaO 24,21 24,00 24,18 24,33 24,11 24,17
Total 100,75 99,61 100,47 100,28 Na2O 0,21 0,20 0,20 0,17 0,24 0,20
Ca 48,53 48,15 48,53 48,41 K2O 0,00 0,01 0,00 0,01 0,01 0,01
Mg 41,08 42,42 47,10 43,53 Total 99,48 98,07 99,67 99,14 99,67 99,21
Ca 49,23 49,52 48,81 49,33 48,65 49,11
Mg 40,29 39,87 40,84 40,43 41,04 40,50
AMOSTRA PF/TV-1/2
DIOPSÍDIO
Di1 Di2 Di3 Di4 Di5 Di6 Di7 Di8 Di9 Di10 Di11 MÉDIA
SiO2 54,76 53,73 54,41 55,79 55,36 55,48 55,73 55,18 55,46 54,88 55,55 55,12
TiO2 0,10 0,06 0,10 0,00 0,07 0,05 0,03 0,06 0,06 0,10 0,09 0,07
Al2O3 1,40 0,52 0,57 0,07 0,48 0,53 0,28 0,46 0,63 0,53 0,69 0,56
FeO 3,38 2,83 3,35 2,98 2,54 2,27 2,98 3,21 3,08 2,87 2,65 2,92
MnO 0,38 0,38 0,32 0,45 0,31 0,36 0,41 0,32 0,41 0,38 0,41 0,38
MgO 17,39 16,01 16,50 16,72 17,36 17,38 17,26 16,88 16,64 16,57 17,06 16,89
CaO 22,64 24,66 24,00 24,53 24,23 24,11 24,42 24,35 24,04 23,90 24,65 24,14
Na2O 0,18 0,17 0,06 0,05 0,03 0,02 0,05 0,05 0,05 0,08 0,04 0,07
K2O 0,06 0,05 0,00 0,01 0,02 0,00 0,01 0,00 0,02 0,04 0,02 0,02
Total 100,29 98,41 99,31 100,60 100,40 100,20 101,17 100,51 100,39 99,35 101,16 100,16
Ca 45,49 49,87 48,17 48,60 47,87 47,89 47,80 48,13 48,16 48,29 48,54 48,07
Mg 48,61 45,05 46,08 46,09 47,73 48,03 47,01 46,42 46,38 46,58 46,75 46,79
AMOSTRA BL-07-38a AMOSTRA PF/TV-25/12
ORTOPIROXÊNIO ORTOPIROXÊNIO
Opx1 Opx2 Opx3 MÉDIA Opx1 Opx2 MÉDIA
SiO2 55,98 55,92 55,50 55,80 SiO2 55,86 55,51 55,69
TiO2 0,07 0,04 0,07 0,06 TiO2 0,03 0,05 0,04
Al2O3 1,19 0,52 0,93 0,88 Al2O3 1,34 1,33 1,34
FeO 9,25 9,03 9,11 9,13 FeO 8,23 8,74 8,49
Cr2O3 0,17 0,04 0,11 0,11 Cr2O3 0,21 0,15 0,18
MnO 0,13 0,10 0,11 0,11 MnO 0,05 0,06 0,06
MgO 32,96 33,50 32,64 33,03 MgO 33,79 33,23 33,51
CaO 0,10 0,06 0,07 0,08 CaO 0,11 0,17 0,14
K2O 0,01 0,01 0,00 0,01 K2O 0,00 0,01 0,01
Total 99,86 99,22 98,54 99,21 Total 99,62 99,25 99,44
Ca 0,19 0,11 0,13 0,14 Ca 0,21 0,32 0,26
Mg 86,07 86,64 86,21 86,30 Mg 87,73 86,79 87,26
AMOSTRA BL-07-38A AMOSTRA PF/TV-25/12
ANTOFILITA ANTOFILITA
Ath1 Ath2 Ath3 MÉDIA Ath1 Ath2 Ath3 Ath4 MÉDIA
SiO2 57,65 57,77 58,46 57,96 SiO2 58,00 58,98 58,86 59,23 58,77
TiO2 0,00 0,03 0,01 0,01 TiO2 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00
Al2O3 0,10 0,03 0,07 0,07 Al2O3 0,07 0,07 0,08 0,05 0,07
FeO 8,62 9,08 8,69 8,80 FeO 9,00 8,77 8,98 8,91 8,92
Cr2O3 0,10 0,01 0,08 0,06 Cr2O3 0,05 0,04 0,01 0,05 0,04
MnO 0,17 0,14 0,11 0,14 MnO 0,14 0,13 0,15 0,13 0,14
MgO 28,59 28,88 29,13 28,87 MgO 29,17 29,60 29,52 29,58 29,47
CaO 0,25 0,24 0,24 0,24 CaO 0,25 0,27 0,26 0,21 0,25
K2O 0,00 0,01 0,00 0,00 K2O 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Total 95,48 96,19 96,79 96,15 Total 96,69 97,86 97,86 98,16 97,64
AMOSTRA BL-07-114C AMOSTRA BL-07-114A AMOSTRA S/N
ACTINOLITA ACTINOLITA MG-HORNBLENDA
Act1 Act2 Act3 MÉDIA Act1 Act2 MÉDIA Mhb1 Mhb2 Mhb3 MÉDIA
SiO2 55,11 55,47 55,16 55,25 SiO2 55,27 53,71 54,49 SiO2 51,92 52,01 52,41 52,11
TiO2 0,04 0,03 0,06 0,04 TiO2 0,09 0,16 0,13 TiO2 0,22 0,22 0,27 0,24
Al2O3 2,27 2,14 2,27 2,23 Al2O3 2,55 4,25 3,40 Al2O3 5,53 5,61 5,12 5,42
FeO 8,55 8,96 8,96 8,82 FeO 8,84 9,49 9,17 FeO 5,14 5,17 5,27 5,19
Cr2O3 0,01 0,00 0,01 0,01 MnO 0,4 0,47 0,44 Cr2O3 0,02 0,02 0,00 0,01
MnO 0,48 0,43 0,56 0,49 MgO 17,95 17,31 17,63 MnO 0,31 0,29 0,31 0,30
MgO 18,44 18,23 18,09 18,25 CaO 12,39 12,16 12,28 MgO 19,43 19,53 19,63 19,53
CaO 12,49 12,4 12,48 12,46 Na2O 0,26 0,40 0,33 CaO 13,01 13,17 13,31 13,16
K2O 0,14 0,13 0,12 0,13 K2O 0,19 0,32 0,26 Na2O 0,81 0,81 0,72 0,78
Total 97,53 97,77 97,69 97,68 Total 97,94 98,27 98,11 K2O 0,30 0,33 0,31 0,31
F 0,07 0,44 0,40 0,30
NiO 0,07 0,00 0,01 0,03
Total 96,83 97,60 97,76 97,40
AMOSTRA BL-02-102B
MG-HORNBLENDA
Mhb1 Mhb2 Mhb3 Mhb4 Mhb5 Mhb6 Mhb7 Mhb8 MÉDIA
SiO2 53,82 53,42 53,02 53,45 53,56 51,96 52,49 52,61 53,04
TiO2 0,14 0,15 0,15 0,14 0,15 0,23 0,19 0,16 0,16
Al2O3 5,01 5,00 5,01 4,69 4,82 6,28 5,74 5,41 5,24
FeO 6,16 6,74 6,34 6,11 6,54 6,69 6,75 6,20 6,44
Cr2O3 0,37 0,24 0,27 0,34 0,28 0,42 0,38 0,40 0,34
MnO 0,21 0,22 0,20 0,17 0,21 0,17 0,21 0,21 0,20
MgO 19,58 19,46 19,55 19,68 19,56 18,69 19,00 18,95 19,31
CaO 11,46 11,24 11,10 11,47 11,47 11,31 11,25 11,45 11,34
K2O 0,06 0,02 0,06 0,06 0,04 0,07 0,08 0,05 0,05
Total 96,80 96,49 95,71 96,11 96,63 95,82 96,11 95,43 96,14
AMOSTRA PF/TV-37/16
Mg-CUMMINGTONITA
Mg-
cum(núcleo) MÉDIA
Mg-
cum(borda)1
Mg-
cum(borda)2
Mg-
cum(borda)3
Mg-
cum(borda)4 MÉDIA
SiO2 55,89 55,89 58,00 57,79 58,04 57,48 57,83
TiO2 0,01 0,01 0,01 0,04 0,02 0,03 0,03
Al2O3 0,72 0,72 0,97 0,85 1,08 0,84 0,94
FeO 14,90 14,90 10,97 10,80 10,07 10,68 10,63
Cr2O3 0,12 0,12 0,24 0,14 0,19 0,13 0,18
MnO 0,62 0,62 0,48 0,38 0,32 0,39 0,39
MgO 23,64 23,64 25,30 25,75 25,98 25,36 25,60
CaO 0,99 0,99 0,51 0,58 0,54 0,68 0,58
K2O 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00
Total 96,89 96,89 96,48 96,34 96,22 95,57 96,18
AMOSTRA PF/TV-35/16
MG-HORNBLENDA
Mhb1 Mhb2 Mhb3 Mhb4 Mhb5 MÉDIA
SiO2 49,48 49,71 49,32 49,34 50,14 49,60
TiO2 0,30 0,28 0,30 0,30 0,27 0,29
Al2O3 7,86 7,64 7,90 8,04 7,39 7,77
FeO 8,87 8,52 9,00 8,94 8,39 8,74
Cr2O3 0,12 0,10 0,13 0,14 0,13 0,12
MnO 0,15 0,16 0,15 0,12 0,13 0,14
MgO 16,95 16,96 16,85 16,99 17,49 17,05
CaO 11,78 11,83 11,95 11,77 11,97 11,97
K2O 0,08 0,08 0,08 0,10 0,08 0,08
Total 95,58 95,29 95,66 95,73 95,98 95,65
AMOSTRA FQ-13-103
TREMOLITA
Tr1 Tr2 Tr3 Tr4 Tr5 Tr6 Tr7 Tr8 Tr9 Tr10 Tr11 MÉDIA
SiO2 56,90 56,85 56,96 56,34 56,54 56,40 56,87 56,82 56,72 56,37 56,76 56,68
TiO2 0,03 0,03 0,07 0,05 0,05 0,02 0,02 0,04 0,05 0,02 0,04 0,04
Al2O3 1,21 1,09 1,20 1,34 1,16 1,42 1,18 1,08 1,26 1,47 1,08 1,23
FeO 3,79 3,83 3,59 4,20 4,08 3,91 3,78 3,49 3,37 3,88 3,97 3,81
Cr2O3 0,39 0,32 0,24 0,39 0,34 0,25 0,37 0,33 0,31 0,38 0,32 0,33
MnO 0,12 0,07 0,09 0,12 0,08 0,12 0,13 0,08 0,08 0,16 0,12 0,11
MgO 22,43 22,51 22,67 22,17 22,35 22,37 22,53 22,51 22,65 22,09 22,17 22,40
CaO 12,25 12,56 12,73 12,32 12,46 12,58 12,39 12,67 12,55 12,39 12,36 12,48
Na2O 0,29 0,23 0,29 0,31 0,28 0,34 0,34 0,25 0,36 0,36 0,26 0,30
K2O 0,01 0,01 0,02 0,03 0,04 0,04 0,02 0,01 0,03 0,04 0,03 0,03
F 0,05 0,15 0,09 0,02 0,10 0,12 0,01 0,15 0,00 0,00 0,00 0,06
NiO 0,13 0,12 0,09 0,12 0,13 0,13 0,16 0,14 0,13 0,16 0,14 0,13
Total 97,60 97,77 98,04 97,41 97,41 97,70 97,80 97,57 97,51 97,32 97,25 97,58
AMOSTRA AV-22-105
TREMOLITA ANTOFILITA
Tr1 Tr2 Tr3 Tr4 MÉDIA Ath1 Ath2 Ath3 Ath4 MÉDIA
SiO2 56,24 57,07 57,44 57,44 57,05 SiO2 58,05 57,71 57,12 57,62 57,63
TiO2 0,04 0,08 0,02 0,07 0,05 TiO2 0,01 0,01 0,00 0,01 0,01
Al2O3 0,60 0,68 0,76 0,81 0,71 Al2O3 0,09 0,08 0,07 0,09 0,08
FeO 3,49 3,11 2,97 3,07 3,16 FeO 11,41 11,87 13,16 12,10 12,14
Cr2O3 0,03 0,16 0,10 0,13 0,11 Cr2O3 0,03 0,02 0,02 0,01 0,02
MnO 0,08 0,07 0,09 0,10 0,09 MnO 0,25 0,40 0,44 0,34 0,36
MgO 22,91 22,86 23,09 23,20 23,02 MgO 27,29 27,06 26,15 26,48 26,75
CaO 12,40 12,76 12,65 12,53 12,59 CaO 0,56 0,49 0,59 0,62 0,57
Na2O 0,12 0,17 0,17 0,23 0,17 Na2O 0,01 0,02 0,01 0,04 0,02
K2O 0,03 0,02 0,01 0,03 0,02 K2O 0,00 0,01 0,00 0,01 0,01
F 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 F 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00
NiO 0,11 0,08 0,05 0,12 0,09 NiO 0,13 0,08 0,03 0,06 0,08
Total 96,05 97,06 97,35 97,73 97,05 Total 97,70 97,67 97,56 97,33 97,57
AMOSTRA PF-09-09-2
MG-HORNBLENDA TREMOLITA
Mhb1 Mhb2 Mhb3 Mhb4 Mhb5 MÉDIA Tr1 Tr2 Tr3 Tr4 Tr5 MÉDIA
SiO2 51,13 50,36 50,24 51,15 51,18 50,81 55,05 56,81 55,14 54,99 55,43 55,48
TiO2 0,15 0,19 0,19 0,18 0,16 0,17 0,04 0,00 0,03 0,06 0,04 0,03
Al2O3 7,29 8,37 7,83 6,88 7,16 7,51 2,79 1,39 3,19 4,05 3,52 2,99
FeO 6,76 7,21 7,10 6,60 6,79 6,89 4,76 4,23 4,88 4,96 4,89 4,74
Cr2O3 0,09 0,25 0,25 0,21 0,22 0,20 0,12 0,17 0,12 0,18 0,15 0,15
MnO 0,18 0,20 0,18 0,21 0,19 0,19 0,18 0,18 0,19 0,19 0,16 0,18
MgO 18,35 17,55 18,17 18,59 18,43 18,22 20,94 21,55 21,30 20,47 20,70 20,99
CaO 11,96 12,04 11,72 12,11 11,86 11,94 12,69 13,18 12,98 12,94 13,19 13,00
K2O 0,10 0,08 0,11 0,08 0,07 0,09 0,02 0,02 0,03 0,05 0,03 0,03
Total 96,01 96,25 95,79 96,01 96,06 96,02 96,59 97,53 97,86 97,89 98,11 97,60
AMOSTRA PF/TV-15/7
MG-HORNBLENDA
Mhb1 Mhb2 Mhb3 Mhb4 Mhb5 Mhb6 MÉDIA
SiO2 44,91 44,91 46,43 46,46 49,90 50,13 47,12
TiO2 0,53 0,54 0,48 0,42 0,39 0,38 0,46
Al2O3 13,10 13,34 11,76 12,15 8,75 8,65 11,29
FeO 12,08 12,01 11,87 11,91 9,81 9,98 11,28
MnO 0,19 0,22 0,21 0,20 0,17 0,25 0,21
MgO 12,84 13,08 13,85 13,68 16,11 16,39 14,33
CaO 10,57 10,77 10,58 10,62 10,71 10,53 10,63
Na2O 2,05 1,89 1,81 1,87 1,40 1,46 1,75
K2O 0,26 0,21 0,20 0,20 0,11 0,08 0,18
Total 96,52 96,97 97,19 97,51 97,35 97,85 97,23
AMOSTRA PF-09-09-3
ACTINOLITA MG-HORNBLENDA
Act1 Act2 MÉDIA Mhb1 Mhb2 Mhb3 Mhb4 Mhb5 Mhb6 MÉDIA
SiO2 54,35 53,75 54,05 51,45 51,15 51,81 52,63 52,33 51,13 51,75
TiO2 0,21 0,21 0,21 0,31 0,30 0,26 0,28 0,29 0,28 0,29
Al2O3 3,97 4,74 4,36 7,87 7,92 7,69 5,75 6,41 7,01 7,11
FeO 7,81 8,25 8,03 9,14 9,19 9,11 9,05 9,00 8,74 9,03
MnO 0,15 0,22 0,19 0,21 0,20 0,23 0,22 0,21 0,19 0,21
MgO 18,17 17,95 18,06 17,39 16,83 17,06 17,41 17,35 17,03 17,18
CaO 12,13 12,09 12,11 10,71 10,60 10,92 11,35 11,70 10,79 11,01
Na2O 0,60 0,69 0,65 1,15 1,19 1,16 1,02 1,13 1,15 1,13
K2O 0,07 0,04 0,06 0,06 0,10 0,08 0,07 0,07 0,12 0,08
Total 97,46 97,94 97,70 98,29 97,48 98,32 97,78 98,49 96,44 97,80
AMOSTRA PF-09-09-3 AMOSTRA PF/TV-15/7
OLIGOCLÁSIO OLIGOCLÁSIO
Olg1 Olg2 Olg3 MÉDIA Olg1 Olg2 MÉDIA
SiO2 64,17 64,00 63,98 64,05 SiO2 64,02 64,53 64,28
TiO2 0,00 0,00 0,00 0,00 TiO2 0,01 0,01 0,01
Al2O3 22,85 23,04 22,97 22,95 Al2O3 21,77 22,23 22,00
FeO 0,09 0,05 0,00 0,05 FeO 0,08 0,04 0,06
MnO 0,01 0,02 0,00 0,01 MnO 0,00 0,04 0,02
MgO 0,00 0,01 0,01 0,01 MgO 0,00 0,00 0,00
CaO 4,42 4,33 4,31 4,35 CaO 3,76 3,68 3,72
Na2O 8,16 8,15 8,29 8,20 Na2O 8,60 8,49 8,55
K2O 0,11 0,07 0,08 0,09 K2O 0,08 0,07 0,08
Total 99,81 99,67 99,64 99,71 Total 98,32 99,09 98,71
Fe3 0,00 0,00 0,00 0,00 Fe3 0,00 0,00 0,00
Ti 0,00 0,00 0,00 0,00 Ti 0,00 0,00 0,00
Fe2 0,01 0,01 0,00 0,01 Fe2 0,01 0,01 0,01
Mn 0,00 0,00 0,00 0,00 Mn 0,00 0,01 0,00
Mg 0,00 0,00 0,00 0,00 Mg 0,00 0,00 0,00
Ca 0,84 0,82 0,82 0,82 Ca 0,72 0,70 0,71
Na 2,79 2,79 2,84 2,80 Na 2,98 2,92 2,95
K 0,03 0,02 0,02 0,02 K 0,02 0,02 0,02
Ab 76,43 76,97 77,30 76,90 Ab 80,16 80,33 80,24
An 22,88 22,58 22,21 22,56 An 19,36 19,23 19,29
Or 0,69 0,44 0,49 0,54 Or 0,48 0,44 0,46
AMOSTRA PF-09-09-2 AMOSTRA FQ-13-103
BIOTITA BIOTITA
Bt1 Bt2 Bt3 Bt4 Bt5 Bt6 Bt7 Bt8 MÉDIA Bt1 Bt2 Bt3 Bt4 MÉDIA
SiO2 40,20 39,95 39,15 39,91 40,00 40,55 40,40 39,46 39,95 SiO2 42,93 41,80 41,35 41,15 41,81
TiO2 0,35 0,38 0,47 0,55 0,47 0,48 0,47 0,52 0,46 TiO2 0,86 0,94 0,95 1,03 0,95
Al2O3 14,88 14,80 14,85 14,75 14,59 14,78 14,89 14,47 14,75 Al2O3 13,15 12,89 12,85 12,89 12,95
Cr2O3 0,20 0,22 0,19 0,20 0,22 0,22 0,21 0,25 0,21 Cr2O3 0,51 0,50 0,48 0,50 0,50
FeO 8,16 8,91 7,77 8,24 8,04 8,27 7,91 8,21 8,19 FeO 7,02 7,16 7,25 7,30 7,18
MnO 0,05 0,10 0,07 0,11 0,08 0,07 0,11 0,08 0,08 MnO 0,00 0,03 0,00 0,03 0,02
MgO 21,49 20,63 20,80 21,15 21,24 21,09 21,30 21,06 21,10 MgO 23,54 22,78 22,63 22,46 22,85
CaO 0,01 0,02 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 CaO 0,02 0,00 0,02 0,03 0,02
K2O 9,85 10,22 9,76 10,15 9,93 10,13 10,07 9,99 10,01 Na2O 0,16 0,18 0,18 0,20 0,18
Total 95,19 95,23 93,06 95,07 94,57 95,59 95,36 94,05 94,77 K2O 8,68 9,06 8,91 9,01 8,92
Si 6,06 6,06 6,03 6,04 6,07 6,09 6,07 6,04 6,06 F 0,03 0,07 0,46 0,05 0,15
Ti 0,04 0,04 0,05 0,06 0,05 0,05 0,05 0,06 0,05 NiO 0,28 0,31 0,24 0,23 0,27
Fe3 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Total 97,18 95,72 95,32 94,88 95,78
Fe2 1,03 1,13 1,00 1,04 1,02 1,04 1,00 1,05 1,04 Si 6,25 6,22 6,20 6,19 6,22
Cr 0,02 0,03 0,02 0,02 0,03 0,03 0,03 0,03 0,03 Ti 0,09 0,11 0,11 0,12 0,11
Mn 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 Fe2 0,86 0,89 0,91 0,92 0,89
Mg 4,83 4,66 4,78 4,77 4,81 4,72 4,77 4,80 4,77 Cr 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06
Ca 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Mg 5,11 5,05 5,06 5,03 5,06
K 1,89 1,98 1,92 1,96 1,92 1,94 1,93 1,95 1,94 Ca 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00
CF 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Na 0,05 0,05 0,05 0,06 0,05
O 24,00 24,00 24,00 24,00 24,00 24,00 24,00 24,00 24,00 K 1,61 1,72 1,71 1,73 1,69
CF 0,03 0,07 0,44 0,05 0,14
O 24,00 24,00 24,00 24,00 24,00
AMOSTRA 15b AMOSTRA FQ-07-01A AMOSTRA AV-22-105
CLORITA CLORITA CLORITA
Chl1 Chl2 Chl3 MÉDIA Chl1 Chl2 Chl3 MÉDIA Chl1 Chl2 Chl3 Chl4 MÉDIA
SiO2 28,23 29,22 29,78 29,08 SiO2 30,49 30,95 29,05 30,16 SiO2 29,70 30,10 30,02 30,14 29,99
TiO2 0,09 0,07 0,03 0,06 TiO2 0,03 0,05 0,05 0,04 TiO2 0,11 0,05 0,08 0,12 0,09
Al2O3 18,33 17,38 17,14 17,62 Al2O3 17,87 19,55 18,83 18,75 Al2O3 19,77 19,76 19,38 19,66 19,64
Cr2O3 0,12 0,27 0,18 0,19 Cr2O3 0,58 0,73 1,04 0,78 Cr2O3 0,61 0,62 0,63 0,66 0,63
FeO 9,57 9,33 9,43 9,44 FeO 8,35 8,62 9,32 8,76 FeO 5,38 5,29 5,29 5,33 5,32
MnO 0,11 0,08 0,10 0,10 MnO 0,05 0,02 0,06 0,04 MnO 0,00 0,00 0,02 0,01 0,01
MgO 27,62 26,92 28,21 27,58 MgO 26,04 25,98 27,60 26,54 MgO 30,35 30,51 30,46 30,11 30,36
CaO 0,06 0,02 0,03 0,04 CaO 0,01 0,08 0,01 0,03 CaO 0,01 0,00 0,02 0,04 0,02
K2O 0,02 0,04 0,01 0,02 K2O 0,04 0,08 0,03 0,05 Na2O 0,02 0,02 0,02 0,01 0,02
H2O 11,86 11,79 12,01 11,89 H2O 11,92 12,29 12,14 12,12 K2O 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00
Total 96,01 95,12 96,92 96,02 Total 95,38 98,35 98,13 97,29 NiO 0,15 0,16 0,17 0,16 0,16
Si 5,71 5,94 5,95 5,87 Si 6,13 6,04 5,74 5,97 Total 86,10 86,51 86,10 86,24 86,24
Ti 0,01 0,01 0,01 0,01 Ti 0,01 0,01 0,01 0,01 Si 5,73 5,77 5,79 5,80 5,77
Fe3 0,00 0,00 0,00 0,00 Fe3 0,00 0,00 0,00 0,00 Ti 0,02 0,01 0,01 0,02 0,01
Fe2 1,62 1,59 1,58 1,59 Fe2 1,41 1,41 1,54 1,45 Fe2 0,87 0,85 0,85 0,86 0,86
Cr 0,02 0,04 0,03 0,03 Cr 0,09 0,11 0,16 0,12 Cr 0,09 0,09 0,10 0,10 0,10
Mn 0,02 0,01 0,02 0,02 Mn 0,01 0,00 0,01 0,01 Mg 8,73 8,72 8,76 8,64 8,71
Mg 8,32 8,16 8,40 8,30 Mg 7,81 7,56 8,13 7,83 Ca 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00
Ca 0,01 0,00 0,01 0,01 Ca 0,00 0,02 0,00 0,01 Na 0,01 0,01 0,01 0,00 0,01
Na 0,00 0,00 0,00 0,00 Na 0,00 0,00 0,00 0,00 O 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00
K 0,01 0,01 0,00 0,01 K 0,01 0,02 0,01 0,01 Al 4,49 4,46 4,40 4,45 4,45
O 28,00 28,00 28,00 28,00 O 28,00 28,00 28,00 28,00 Ni 0,02 0,02 0,03 0,02 0,02
AMOSTRA FQ-15-16 AMOSTRA FQ-13-103
CLORITA CLORITA
Chl1 Chl2 Chl3 MÉDIA Chl1 Chl2 Chl3 Chl4 Chl5 MÉDIA
SiO2 29,02 29,37 28,69 29,03 SiO2 30,87 30,91 30,79 30,98 30,86 30,88
TiO2 0,07 0,05 0,06 0,06 TiO2 0,07 0,06 0,09 0,07 0,05 0,07
Al2O3 19,75 19,15 19,18 19,36 Al2O3 16,78 16,74 16,48 16,60 17,30 16,78
Cr2O3 1,38 1,13 1,25 1,25 Cr2O3 0,92 0,88 0,83 0,87 0,59 0,82
FeO 8,59 8,57 9,16 8,77 FeO 7,72 7,88 7,67 7,32 7,40 7,60
MnO 0,02 0,02 0,05 0,03 MnO 0,02 0,07 0,01 0,03 0,00 0,03
MgO 27,56 28,24 27,64 27,81 MgO 29,83 30,22 29,78 30,35 29,27 29,89
CaO 0,05 0,08 0,00 0,04 CaO 0,01 0,00 0,01 0,01 0,00 0,01
Na2O 0,00 0,01 0,01 0,01 Na2O 0,03 0,00 0,00 0,01 0,00 0,01
K2O 0,00 0,00 0,01 0,00 K2O 0,04 0,01 0,14 0,02 0,02 0,05
NiO 0,17 0,16 0,16 0,16 NiO 0,28 0,31 0,24 0,23 0,25 0,26
Total 86,61 86,78 86,21 86,53 Total 86,57 87,08 86,04 86,49 85,74 86,38
Si 5,68 5,73 5,66 5,69 Si 6,01 5,99 6,03 6,02 6,04 6,02
Ti 0,01 0,01 0,01 0,01 Ti 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01
Fe3 0,00 0,00 0,00 0,00 Fe3 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Fe2 1,41 1,40 1,51 1,44 Fe2 1,26 1,28 1,26 1,19 1,21 1,24
Cr 0,21 0,17 0,20 0,19 Cr 0,14 0,14 0,13 0,13 0,09 0,13
Mn 0,00 0,00 0,01 0,00 Mn 0,00 0,01 0,00 0,01 0,00 0,00
Mg 8,04 8,21 8,13 8,13 Mg 8,66 8,73 8,70 8,79 8,54 8,68
Ca 0,01 0,02 0,00 0,01 Ca 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Na 0,00 0,00 0,00 0,00 Na 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
K 0,00 0,00 0,00 0,00 K 0,01 0,00 0,04 0,01 0,01 0,01
O 28,00 28,00 28,00 28,00 O 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00
Al 4,55 4,40 4,46 4,47 Al 3,85 3,82 3,80 3,80 3,99 3,85
Ni 0,03 0,03 0,03 0,03 Ni 0,04 0,05 0,04 0,04 0,04 0,04
AMOSTRA PF/TV-96/13 AMOSTRA PF-09-09-2
CLORITA CLORITA
Chl1 Chl2 Chl3 Chl4 MÉDIA Chl1 Chl2 Chl3 Chl4 Chl5 MÉDIA
SiO2 31,67 31,87 32,06 31,66 31,82 SiO2 29,87 29,63 29,46 28,45 28,54 29,19
TiO2 0,06 0,09 0,06 0,05 0,07 TiO2 0,02 0,01 0,02 0,03 0,04 0,02
Al2O3 16,21 16,10 16,20 16,13 16,16 Al2O3 19,72 19,70 19,73 20,74 20,53 20,08
Cr2O3 1,77 1,94 1,75 1,98 1,86 Cr2O3 0,16 0,12 0,11 0,14 0,15 0,14
FeO 3,70 3,71 3,82 3,69 3,73 FeO 9,06 8,89 8,98 9,02 8,81 8,95
MnO 0,00 0,00 0,02 0,00 0,01 MnO 0,12 0,13 0,17 0,16 0,13 0,14
MgO 32,22 31,94 32,33 32,12 32,15 MgO 28,55 28,25 28,20 28,24 27,63 28,17
CaO 0,03 0,02 0,01 0,03 0,02 CaO 0,02 0,03 0,02 0,02 0,00 0,02
Na2O 0,02 0,03 0,01 0,04 0,03 Na2O 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
K2O 0,01 0,00 0,02 0,02 0,01 K2O 0,01 0,00 0,03 0,01 0,15 0,04
NiO 0,36 0,30 0,28 0,29 0,31 NiO 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Total 86,05 86,00 86,56 86,01 86,16 Total 87,53 86,76 86,72 86,81 85,98 86,76
Si 6,09 6,13 6,12 6,09 6,11 Si 5,76 5,76 5,74 5,55 5,61 5,69
Ti 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 Ti 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00
Fe3 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Fe3 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Fe2 0,60 0,60 0,61 0,59 0,60 Fe2 1,46 1,45 1,46 1,47 1,45 1,46
Cr 0,27 0,30 0,26 0,30 0,28 Cr 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02
Mn 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Mn 0,02 0,02 0,03 0,03 0,02 0,02
Mg 9,23 9,15 9,21 9,21 9,20 Mg 8,21 8,19 8,19 8,21 8,10 8,18
Ca 0,01 0,00 0,00 0,01 0,00 Ca 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00
Na 0,01 0,01 0,00 0,02 0,01 Na 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
K 0,00 0,00 0,01 0,01 0,00 K 0,00 0,00 0,01 0,00 0,04 0,01
O 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00 O 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00
Al 3,67 3,64 3,64 3,65 3,65 Al 4,48 4,51 4,53 4,76 4,75 4,61
Ni 0,06 0,05 0,04 0,04 0,05 Ni 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
AMOSTRA PF/TV-44/20 AMOSTRA FQ-07-01A AMOSTRA 15b
TALCO TALCO TALCO
Tlc1 Tlc2 MÉDIA Tlc1 Tlc2 Tlc3 MÉDIA Tlc1 Tlc2 MÉDIA
SiO2 62,05 61,55 61,80 SiO2 60,59 61,25 61,43 61,09 SiO2 60,84 60,68 60,76
TiO2 0,03 0,02 0,03 TiO2 0,00 0,01 0,00 0,00 TiO2 0,02 0,01 0,02
Al2O3 0,13 0,12 0,13 Al2O3 0,29 0,30 0,36 0,32 Al2O3 0,12 0,08 0,10
Cr2O3 0,00 0,04 0,02 Cr2O3 0,02 0,06 0,14 0,07 Cr2O3 0,03 0,01 0,02
FeO 2,80 2,54 2,67 FeO 3,58 4,23 3,96 3,92 FeO 2,63 2,52 2,58
MnO 0,02 0,01 0,02 MnO 0,02 0,08 0,00 0,03 MnO 0,03 0,02 0,03
MgO 29,13 29,25 29,19 MgO 28,72 28,34 28,15 28,40 MgO 29,11 28,90 29,01
CaO 0,00 0,00 0,00 CaO 0,00 0,02 0,03 0,02 CaO 0,01 0,00 0,01
K2O 0,01 0,02 0,02 K2O 0,01 0,02 0,04 0,02 K2O 0,02 0,02 0,02
Total 94,17 93,55 93,86 Total 93,23 94,31 94,11 93,88 Total 92,81 92,24 92,53
Si 8,02 8,01 8,01 Si 7,96 7,97 8,00 7,98 Si 7,99 8,01 8,00
Al 0,02 0,02 0,02 Al 0,05 0,05 0,06 0,05 Al 0,02 0,01 0,02
Ti 0,00 0,00 0,00 Ti 0,00 0,00 0,00 0,00 Ti 0,00 0,00 0,00
Fe2 0,30 0,28 0,29 Fe2 0,39 0,46 0,43 0,43 Fe2 0,29 0,28 0,28
Cr 0,00 0,00 0,00 Cr 0,00 0,01 0,01 0,01 Cr 0,00 0,00 0,00
Mn 0,00 0,00 0,00 Mn 0,00 0,01 0,00 0,00 Mn 0,00 0,00 0,00
Mg 5,61 5,67 5,64 Mg 5,62 5,50 5,46 5,53 Mg 5,70 5,68 5,69
Ca 0,00 0,00 0,00 Ca 0,00 0,00 0,00 0,00 Ca 0,00 0,00 0,00
K 0,00 0,00 0,00 K 0,00 0,00 0,01 0,00 K 0,00 0,00 0,00
O 22,00 22,00 22,00 O 22,00 22,00 22,00 22,00 O 22,00 22,00 22,00
AMOSTRA AV-22-105 AMOSTRA FQ-15-16
TALCO TALCO
Tlc1 Tlc2 MÉDIA Tlc1 Tlc2 Tlc3 MÉDIA
SiO2 62,05 61,86 61,96 SiO2 63,03 61,14 61,59 61,92
TiO2 0,03 0,00 0,02 TiO2 0,00 0,00 0,02 0,01
Al2O3 0,07 0,08 0,08 Al2O3 0,03 0,08 0,16 0,09
Cr2O3 0,00 0,02 0,01 Cr2O3 0,02 0,01 0,03 0,02
FeO 2,68 2,42 2,55 FeO 3,75 3,56 3,58 3,63
MnO 0,02 0,00 0,01 MnO 0,00 0,00 0,00 0,00
MgO 29,32 29,88 29,60 MgO 28,50 28,78 28,97 28,75
CaO 0,02 0,03 0,03 CaO 0,00 0,01 0,00 0,00
Na2O 0,00 0,06 0,03 Na2O 0,01 0,00 0,03 0,01
K2O 0,00 0,00 0,00 K2O 0,00 0,02 0,00 0,01
NiO 0,12 0,11 0,12 NiO 0,24 0,18 0,18 0,20
Total 94,31 94,46 94,39 Total 95,58 93,78 94,56 94,64
Si 8,01 7,98 7,99 Si 8,06 7,98 7,98 8,01
Ti 0,00 0,00 0,00 Ti 0,00 0,00 0,00 0,00
Fe3 0,00 0,00 0,00 Fe3 0,00 0,00 0,00 0,00
Fe2 0,29 0,26 0,28 Fe2 0,40 0,39 0,39 0,39
Cr 0,00 0,00 0,00 Cr 0,00 0,00 0,00 0,00
Mn 0,00 0,00 0,00 Mn 0,00 0,00 0,00 0,00
Mg 5,65 5,74 5,69 Mg 5,44 5,60 5,59 5,54
Ca 0,00 0,00 0,00 Ca 0,00 0,00 0,00 0,00
Na 0,00 0,02 0,01 Na 0,00 0,00 0,01 0,00
K 0,00 0,00 0,00 K 0,00 0,00 0,00 0,00
O 22,00 22,00 22,00 O 22,00 22,00 22,00 22,00
AMOSTRA PF/TV-96/13 AMOSTRA FQ-15-16
PENTLANDITA PENTLANDITA
Pn1 Pn2 Pn3 Pn4 Pn5 MÉDIA Pn1 Pn2 Pn3 Pn4 MÉDIA
Sb 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Sb 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Fe 30,65 31,50 30,07 31,47 31,63 31,06 Fe 29,27 29,55 29,15 28,18 29,04
Cu 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Cu 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
S 33,80 33,86 33,78 33,32 33,72 33,69 S 33,66 33,85 33,83 33,82 33,79
As 0,06 0,06 0,00 0,00 0,00 0,02 As 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00
Co 0,98 1,07 1,10 0,99 0,84 1,00 Co 1,80 1,92 1,90 1,83 1,86
Ni 34,95 34,15 34,04 34,99 34,27 34,48 Ni 36,44 36,09 35,91 36,33 36,19
Total 100,44 100,64 98,99 100,78 100,46 100,26 Total 101,17 101,40 100,79 100,16 100,88
AMOSTRA PF/TV-96/13 AMOSTRA FQ-15-16
HEAZLEWOODITA PIRROTITA CALCOPIRITA
Hlw1 Hlw2 Hlw3 MÉDIA Po1 Po2 Po3 Po4 MÉDIA Ccp1 Ccp2 Ccp3 MÉDIA
Sb 0,00 0,04 0,00 0,01 Sb 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Sb 0,00 0,00 0,00 0,00
Fe 0,77 0,84 1,68 1,10 Fe 60,27 59,79 59,84 58,34 59,56 Fe 30,95 30,98 30,88 30,93
Cu 0,00 0,00 0,00 0,00 Cu 0,02 0,00 0,01 0,00 0,01 Cu 33,43 33,96 33,75 33,71
S 27,14 26,88 27,36 27,13 S 39,78 39,95 40,34 40,49 40,14 S 35,49 35,51 35,26 35,42
As 0,00 0,00 0,00 0,00 As 0,07 0,01 0,02 0,00 0,02 As 0,00 0,00 0,02 0,01
Co 0,00 0,00 0,03 0,01 Co 0,01 0,00 0,03 0,00 0,01 Co 0,00 0,00 0,00 0,00
Ni 70,77 71,41 72,02 71,40 Ni 0,93 0,91 0,92 0,88 0,91 Ni 0,03 0,00 0,03 0,02
Total 98,69 99,17 101,09 99,65 Total 101,07 100,66 101,16 99,71 100,65 Total 99,90 100,45 99,94 100,10
ANEXO III
DADOS DE QUÍMICA DE ROCHA TOTAL OBTIDOS
POR ICP-AES E ICP-MS
ELEMENTOS MAIORES E MENORES (% EM PESO)
ELEMENTOS TRAÇO E TERRAS RARAS (EM PPM)
Rocha Amostra SiO2 TiO2 Al2O3 FeOt* Fe2O3t MnO MgO CaO
Metaharzburgitos
PF/TV-25/12 45,7 0,08 2,31 10,29 11,44 0,09 34,76 0,13
PF/TV-96/13 43,59 0,09 2,19 10,38 11,54 0,09 34,66 0,18
PAC-123 42,16 0,08 2,09 11,00 12,22 0,08 36,28 0,09
Diopsiditos BL-07-114A 53,36 0,06 0,95 4,35 4,83 0,48 15,54 23,43
PF/TV-101/15 52,3 0,18 2,04 6,33 7,04 0,57 14,11 22,05
BL-07-114C 53,2 0,11 2,91 8,55 9,50 0,53 16,76 14,73
Metaortopiroxênio
Hornblendito BL-02-102B 53,52 0,18 4,79 7,19 7,99 0,22 19,21 10,71
Talco xistos
9b 52,36 0,14 5,41 7,53 8,37 0,05 25,51 0,01
FQ-07-134 51,98 0,13 4,35 8,34 9,27 0,04 26,74 0,02
PF-5 45,8 0,20 9,02 7,62 8,47 0,10 27,07 0,02
FQ-12-81 50,24 0,15 4,38 8,12 9,02 0,13 25,04 2,95
PF/TV-44/20 44,99 0,12 4,33 10,25 11,39 0,18 25,13 5,16
PF/TV-95/85 52,61 0,09 2,97 8,02 8,91 0,18 27,78 0,76
FQ-11-130 48,04 0,18 6,36 9,24 10,27 0,10 27,00 0,02
FQ-15-16 39,8 0,14 5,17 8,04 8,94 0,18 25,31 5,56
Clorita-talco granofels
FQ-09-25B 42,02 0,11 5,00 6,74 7,49 0,11 27,76 4,62
PF/TV-11/5 42,8 0,13 5,62 7,34 8,16 0,11 28,12 2,93
PF/TV-16/8 41,13 0,17 5,59 7,14 7,93 0,13 27,39 8,00
PF/TV-17/9 40,71 0,24 4,79 8,13 9,03 0,15 26,66 4,48
PF/TV-38/17 41,78 0,06 2,78 5,96 6,62 0,12 31,20 1,30
PF/TV-39/18 36,17 0,07 3,14 6,14 6,82 0,10 32,10 2,23
Tremolita xistos FQ-09-67C 43,06 0,41 10,14 7,86 8,74 0,12 24,90 3,71
Clorititos
FQ-11-20 36,23 0,32 14,35 8,11 9,01 0,08 27,85 0,58
AV-23-69C 36,53 0,22 13,35 6,90 7,67 0,09 29,32 0,52
4b 25,84 1,47 16,83 12,80 14,22 0,19 24,44 2,72
Clorita hornblenda
granofels
PF/TV-34/16 46,02 0,36 11,80 11,03 12,26 0,13 14,07 10,85
PF/TV-35/16 45,31 0,45 10,85 10,64 11,82 0,13 14,92 11,52
Gnaisses PF/TV-15/7 56,05 0,40 19,65 3,99 4,43 0,07 5,02 5,30
PF-09-09-3 61,99 0,02 21,56 0,55 0,61 0,01 1,18 4,16
FeOt* - Valor calculado a partir do valor obtido em Fe2O3t , todo o Fe
2+ foi calculado como FeO.
Continuação....
Rocha Amostra Na2O K2O P2O5 Cr2O3 LOI Total Ct St
Metaharzburgitos
PF/TV-25/12 0,00 0,00 0,01 0,93 3,70 98,00 0,11 <0.02
PF/TV-96/13 0,00 0,00 0,01 1,05 5,60 97,84 0,73 0,07
PAC-123 0,00 0,00 0,01 0,93 5,10 97,82 0,36 0,03
Diopsiditos BL-07-114A 0,13 0,13 0,00 0,01 0,80 99,24 0,04 <0.02
PF/TV-101/15 0,24 0,13 0,06 0,01 1,00 99,02 0,07 <0.02
BL-07-114C 0,33 0,22 0,00 0,02 1,40 98,76 0,02 <0.02
Metaortopiroxênio
Hornblendito BL-02-102B 0,54 0,04 0,02 0,29 2,00 98,71 <0.02 <0.02
Talco xistos
9b 0,02 0,00 0,01 0,42 7,10 98,56 0,04 <0.02
FQ-07-134 0,01 0,00 0,00 0,96 5,80 98,37 <0.02 <0.02
PF-5 0,01 0,00 0,00 0,43 8,20 98,47 0,04 <0.02
FQ-12-81 0,05 0,00 0,01 0,30 7,00 98,37 0,37 1,07
PF/TV-44/20 0,00 0,00 0,00 0,48 7,60 98,24 0,79 <0.02
PF/TV-95/85 0,02 0,00 0,01 0,37 5,60 98,41 0,26 0,10
FQ-11-130 0,02 0,00 0,01 0,43 6,90 98,30 <0.02 <0.02
FQ-15-16 0,01 0,00 0,01 0,37 13,80 98,39 2,41 0,15
Clorita-talco granofels
FQ-09-25B 0,01 0,00 0,00 0,29 11,90 98,56 1,90 0,07
PF/TV-11/5 0,01 0,00 0,01 0,36 11,10 98,53 1,16 0,04
PF/TV-16/8 0,01 0,00 0,02 0,36 12,70 102,64 1,71 0,04
PF/TV-17/9 0,01 0,00 0,00 0,28 13,00 98,45 1,95 0,11
PF/TV-38/17 0,02 0,01 0,00 0,25 15,10 98,58 3,03 0,16
PF/TV-39/18 0,06 0,01 0,00 0,25 18,30 98,57 4,10 0,02
Tremolita xistos FQ-09-67C 0,22 0,01 0,00 0,87 7,20 98,50 0,14 <0.02
Clorititos
FQ-11-20 0,01 0,00 0,44 0,21 10,20 98,38 <0.02 <0.02
AV-23-69C 0,02 0,04 0,25 0,40 10,30 97,94 0,06 <0.02
4b 0,00 0,00 0,11 0,02 13,60 98,02 1,10 <0.02
Clorita hornblenda
granofels
PF/TV-34/16 2,07 0,17 0,10 0,16 1,70 98,46 0,04 <0.02
PF/TV-35/16 1,89 0,20 0,03 0,25 2,30 98,49 0,36 0,12
Gnaisses PF/TV-15/7 6,58 0,73 0,07 0,08 1,40 99,33 0,08 <0.02
PF-09-09-3 8,13 0,81 0,00 0,00 1,40 99,81 0,12 <0.02
Resultados calculados em base anidra
Rocha Amostra SiO2 TiO2 Al2O3 FeOt* MnO MgO CaO
Metaharzburgitos
PF/TV-25/12 47,48 0,08 2,41 10,70 0,09 36,11 0,14
PF/TV-96/13 46,23 0,11 2,33 11,01 0,11 36,73 0,2
PAC-123 44,52 0,08 2,21 11,6 0,08 38,24 0,09
Diopsiditos BL-07-114A 53,80 0,06 0,96 4,39 0,48 15,67 23,62
PF/TV-101/15 52,84 0,18 2,06 6,39 0,58 14,25 22,27
BL-07-114C 53,97 0,11 2,95 8,67 0,54 17,00 14,94
Metaortopiroxênio Hornblendito BL-02-102 54,64 0,18 4,89 7,34 0,22 19,60 10,93
Talco xistos
9b 56,42 0,15 5,85 8,11 0,05 27,48 0,01
FQ-07-134 55,21 0,14 4,62 8,87 0,04 28,43 0,02
PF-5 49,96 0,22 9,87 8,31 0,11 29,50 0,02
FQ-12-81 54,08 0,16 4,71 8,75 0,14 26,96 3,18
PF/TV-44/20 48,76 0,13 4,71 11,12 0,19 27,23 5,58
PF/TV-95/85 55,76 0,10 3,16 8,51 0,19 29,46 0,80
FQ-11-130 51,63 0,19 6,85 9,93 0,11 29,05 0,02
FQ-15-16 46,25 0,16 6,05 9,37 0,21 29,41 6,47
Clorita-talco granofels
FQ-09-25B 47,81 0,12 5,72 7,67 0,12 31,53 5,24
PF/TV-11/5 48,24 0,15 6,34 8,27 0,12 31,67 3,32
PF/TV-16/8 46,98 0,19 6,29 8,18 0,15 31,27 9,13
PF/TV-17/9 46,83 0,29 5,54 9,38 0,17 30,73 5,17
PF/TV-38/17 49,31 0,08 3,29 7,04 0,14 36,81 1,57
PF/TV-39/18 44,39 0,10 3,88 7,56 0,13 39,34 2,75
Tremolita- xistos FQ-09-67C 46,46 0,44 10,97 8,48 0,13 26,83 4,00
Clorititos
FQ-11-20 40,40 0,38 15,98 9,07 0,09 31,05 0,65
AV-23-69C 40,80 0,26 14,91 7,73 0,12 32,75 0,58
4b 30,01 1,72 19,50 14,85 0,23 28,38 3,17
Clorita hornblenda granofels PF/TV-34/16 46,82 0,37 12,02 11,22 0,13 14,31 11,04
PF/TV-35/16 46,40 0,46 11,11 10,90 0,13 15,28 11,79
FeOt* - todo o Fe
2+ foi calculado como FeO.
Continuação....
Rocha Amostra Na2O K2O P2O5 Cr2O3 Total CaO/Al2O3 Al2O3/TiO2
Metaharzburgitos
PF/TV-25/12 0,00 0,00 0,01 0,98 98,00 0,06 30,13
PF/TV-96/13 0,00 0,00 0,00 1,12 97,84 0,09 21,18
PAC-123 0,00 0,00 0,01 0,99 97,82 0,04 27,63
Diopsiditos BL-07-114A 0,13 0,13 0,00 0,01 99,24 24,60 16,00
PF/TV-101/15 0,24 0,13 0,07 0,01 99,02 10,81 11,44
BL-07-114C 0,33 0,22 0,00 0,02 98,75 5,06 26,82
Metaortopiroxênio
Hornblendito BL-02-102 0,55 0,04 0,02 0,30 98,71 2,24 27,17
Talco xistos
9b 0,02 0,00 0,01 0,45 98,56 0,002 39,00
FQ-07-134 0,01 0,00 0,00 1,03 98,37 0,004 33,00
PF-5 0,01 0,00 0,00 0,47 98,47 0,00 44,86
FQ-12-81 0,05 0,00 0,01 0,33 98,37 0,68 29,44
PF/TV-44/20 0,00 0,00 0,00 0,52 98,24 1,18 36,23
PF/TV-95/85 0,02 0,00 0,01 0,40 98,41 0,25 31,60
FQ-11-130 0,02 0,00 0,01 0,49 98,30 0,003 36,05
FQ-15-16 0,01 0,00 0,01 0,45 98,39 1,07 37,81
Clorita-talco granofels
FQ-09-25B 0,01 0,00 0,00 0,34 98,56 0,92 47,67
PF/TV-11/5 0,01 0,00 0,01 0,40 98,53 0,52 42,27
PF/TV-16/8 0,01 0,00 0,02 0,41 98,60 1,45 33,11
PF/TV-17/9 0,01 0,00 0,00 0,32 98,44 0,93 19,10
PF/TV-38/17 0,02 0,01 0,00 0,31 98,58 0,48 41,13
PF/TV-39/18 0,07 0,01 0,00 0,34 98,57 0,71 38,80
Tremolita xistos FQ-09-67C 0,24 0,01 0,00 0,94 98,50 0,36 24,93
Clorititos
FQ-11-20 0,01 0,00 0,50 0,24 98,37 0,04 42,05
AV-23-69C 0,02 0,04 0,28 0,45 98,94 0,04 57,35
4b 0,00 0,00 0,14 0,02 98,02 0,16 11,34
Clorita hornblenda
granofels
PF/TV-34/16 2,11 0,18 0,10 0,16 98,46 0,92 32,49
PF/TV-35/16 1,93 0,20 0,03 0,26 98,49 1,06 24,15
Rocha Amostra Cs Rb Ba Th U Nb Ta W Pb Sr Be Zr Hf Tl
Metaharzburgitos
PF/TV-25/12 <0,10 0,80 3,00 0,20 0,20 0,80 0,10 0,60 2,20 1,60 1,00 7,80 0,20 <0,10
PF/TV-96/13 <0,10 0,80 3,00 0,30 0,30 0,80 0,10 0,60 2,90 2,00 2,00 7,80 0,20 <0,10
PAC-123 <0,10 0,40 4,00 0,20 0,20 0,70 0,20 0,80 2,40 0,90 1,00 12,20 0,40 <0,10
Diopsiditos
BL-07-114A <0,10 7,20 18,00 0,30 0,10 0,40 <0,10 <0,50 1,30 21,40 <1,00 10,30 0,20 <0,10
PF/TV-
101/15 <0,10 4,90 26,00 1,80 1,90 2,00 0,20 0,70 4,50 30,60 2,00 35,50 1,20 <0,10
BL-07-114C <0,10 3,80 8,00 <0,20 0,10 0,60 <0,10 <0,50 0,70 8,40 <1,00 24,40 1,00 <0,10
Metaortopiroxênio hornblendito BL-02-102B <0,10 0,30 5,00 0,60 0,20 6,70 0,20 <0,50 0,60 9,10 <1,00 10,90 0,40 <0,10
Talco xistos
9b <0,10 0,40 3,00 <0,20 0,40 0,50 <0,10 <0,50 2,10 <0,50 <1,00 7,90 0,20 <0,10
FQ-07-134 <0,10 0,20 4,00 <0,20 <0,10 0,30 <0,10 <0,50 0,20 <0,50 <1,00 9,00 0,30 <0,10
PF-5 <0,10 0,30 4,00 <0,20 <0,10 0,20 <0,10 <0,50 0,70 <0,50 <1,00 7,30 0,30 <0,10
FQ-12-81 <0,10 0,10 <1,00 <0,20 <0,10 0,10 <0,10 <0,50 0,50 9,10 <1,00 7,20 0,20 <0,10
PF/TV-44/20 <0,10 0,10 2,00 <0,20 <0,10 1,00 <0,10 <0,50 0,60 19,60 <1,00 5,80 <0,10 <0,10
PF/TV-95/85 <0,10 0,20 <1,00 0,60 <0,10 1,70 <0,10 <0,50 0,30 2,40 <1,00 7,70 0,20 <0,10
FQ-11-130 <0,10 0,20 59,00 <0,20 0,20 0,30 <0,10 <0,50 4,00 <0,50 <1,00 8,00 0,10 <0,10
FQ-15-16 <0,10 0,20 <1,00 <0,20 <0,10 0,20 <0,10 <0,50 1,50 55,20 <1,00 6,70 0,20 <0,10
Clorita-talco granofels
FQ-09-25B <0,10 0,10 <1,00 <0,20 <0,10 0,20 <0,10 <0,50 0,60 52,80 <1,00 5,80 0,20 <0,10
PF/TV-11/5 <0,10 0,10 <1,00 <0,20 <0,10 0,20 <0,10 <0,50 0,80 20,90 <1,00 6,90 0,10 <0,10
PF/TV-16/8 <0,10 0,10 2,00 <0,20 0,20 0,70 <0,10 1,30 1,20 28,10 <1,00 8,80 0,30 <0,10
PF/TV-17/9 <0,10 0,20 53,00 <0,20 <0,10 1,30 <0,10 <0,50 1,70 47,60 <1,00 11,90 0,40 <0,10
PF/TV-38/17 0,10 0,90 1,00 0,30 <0,10 11,20 0,30 <0,50 0,30 4,10 <1,00 4,70 0,10 <0,10
PF/TV-39/18 0,20 0,80 3,00 <0,20 <0,10 0,10 <0,10 <0,50 0,30 4,70 <1,00 4,20 <0,10 <0,10
Tremolita xistos FQ-09-67C <0,10 0,20 4,00 0,20 1,20 1,10 -0,10 18,50 0,50 4,70 <1,00 14,50 0,40 <0,10
Clorititos
FQ-11-20 0,20 0,30 10,00 4,90 0,90 6,80 0,90 2,70 0,60 5,50 <1,00 37,80 1,50 <0,10
AV-23-69C 0,10 2,60 44,00 0,90 0,80 3,30 0,40 <0,50 48,00 3,80 1,00 9,50 0,20 <0,10
4b <0,10 0,30 3,00 0,70 0,30 6,90 0,40 <0,50 0,90 23,90 <1,00 72,40 2,00 <0,10
Clorita hornblenda PF/TV-34/16 0,40 1,40 23,00 1,00 2,30 5,10 0,70 <0,50 0,70 23,20 3,00 34,70 1,50 <0,10
Rocha Amostra Y Er Sc V Co Ni Cr Cu Zn Ga Sn Mo Bi As Ag
Metaharzburgitos
PF/TV-25/12 1,70 0,18 11,00 56,00 109,40 2112,00 6363,06 2,20 31,00 5,30 2,00 0,50 <0,10 0,80 <0,10
PF/TV-96/13 1,70 0,15 9,00 57,00 132,20 2789,00 7184,10 17,50 29,00 5,80 1,00 0,40 0,60 3,90 <0,10
PAC-123 1,30 0,15 9,00 52,00 141,50 2749,00 6363,06 5,30 38,00 5,20 1,00 0,20 0,20 2,30 <0,10
Diopsiditos
BL-07-114A 8,50 0,88 3,00 30,00 12,50 44,00 68,42 1,50 15,00 3,60 1,00 0,20 <0,10 -0,50 <0,10
PF/TV-
101/15 18,40 1,76 5,00 64,00 18,00 83,00 68,42 1,50 19,00 6,60 5,00 0,20 <0,10 0,60 <0,10
BL-07-114C 10,40 1,02 5,00 66,00 30,80 114,00 136,84 2,00 14,00 9,00 3,00 0,20 <0,10 1,20 <0,10
Metaortopiroxênio hornblendito BL-02-102 11,20 1,12 18,00 82,00 48,90 980,00 1984,18 1,70 3,00 6,50 1,00 0,40 <0,10 0,60 <0,10
Talco xistos
9b 0,60 0,06 13,00 108,00 82,60 1776,00 2873,64 28,50 14,00 6,90 <1,00 <0,10 0,40 -0,50 <0,10
FQ-07-134 0,80 0,04 13,00 92,00 99,40 1733,00 6568,32 5,60 5,00 4,30 <1,00 <0,10 <0,10 -0,50 <0,10
PF-5 1,90 0,17 20,00 135,00 88,70 1416,00 2942,06 4,30 26,00 8,50 <1,00 <0,10 <0,10 -0,50 <0,10
FQ-12-81 2,90 0,29 18,00 103,00 108,20 1545,00 2052,60 426,10 16,00 4,50 <1,00 <0,10 0,20 1,50 0,30
PF/TV-44/20 11,10 0,71 20,00 137,00 81,80 1656,00 3284,16 6,00 13,00 4,40 <1,00 <0,10 <0,10 -0,50 <0,10
PF/TV-95/85 2,10 0,19 9,00 42,00 86,70 1930,00 2531,54 60,00 15,00 4,90 <1,00 <0,10 0,40 0,90 <0,10
FQ-11-130 6,80 0,71 25,00 107,00 89,90 1661,00 2942,06 7,10 20,00 5,00 <1,00 <0,10 <0,10 -0,50 <0,10
FQ-15-16 3,90 0,46 20,00 96,00 93,90 1835,00 2531,54 42,00 10,00 4,20 <1,00 <0,10 0,20 2,20 <0,10
Clorita-talco granofels
FQ-09-25B 3,80 0,45 19,00 75,00 85,50 1743,00 1984,18 22,10 6,00 3,80 <1,00 <0,10 0,70 1,30 <0,10
PF/TV-11/5 3,10 0,37 22,00 87,00 82,30 1454,00 2463,12 13,60 10,00 3,80 <1,00 0,20 1,90 0,90 <0,10
PF/TV-16/8 2,80 0,27 19,00 104,00 77,60 1498,00 2463,12 41,00 9,00 5,10 <1,00 <0,10 0,30 0,70 <0,10
PF/TV-17/9 5,10 0,34 18,00 88,00 86,40 1650,00 1915,76 43,60 17,00 5,00 <1,00 <0,10 0,40 1,00 <0,10
PF/TV-38/17 2,00 0,20 12,00 58,00 78,10 1801,00 1710,50 77,70 13,00 3,80 <1,00 0,10 2,20 2,10 <0,10
PF/TV-39/18 2,50 0,19 11,00 79,00 79,30 1852,00 1710,50 12,90 10,00 3,60 <1,00 <0,10 0,60 0,90 <0,10
Tremolita xistos FQ-09-67C 6,30 0,68 31,00 147,00 80,50 1082,00 5952,54 292,00 18,00 11,50 <1,00 <0,10 -0,10 0,70 <0,10
Rocha Amostra Y Er Sc V Co Ni Cr Cu Zn Ga Sn Mo Bi As Ag
FQ-11-20 30,60 2,66 28,00 83,00 89,20 1537,00 1436,82 0,60 28,00 14,60 <1,00 <0,10 <0,10 <0,50 <0,10
Clorititos AV-23-69C 306,50 33,24 16,00 98,00 100,70 1830,00 2736,80 2,20 23,00 15,50 <1,00 <0,10 <0,10 7,60 <0,10
4b 5,10 0,54 65,00 252,00 89,90 443,00 136,84 0,30 31,00 15,20 <1,00 <0,10 <0,10 0,50 <0,10
Clorita hornblenda PF/TV-34/16 51,20 4,62 36,00 240,00 56,50 507,00 1094,72 3,90 14,00 12,90 5,00 0,20 0,30 4,20 <0,10
PF/TV-35/16 12,30 1,26 41,00 244,00 57,40 375,00 1710,50 7,60 9,00 11,60 3,00 0,20 0,40 20,50 <0,10
Gnaisse PF/TV-15/7 23,10 2,18 17,00 58,00 18,40 145,00 550,00 6,10 17,00 16,70 2,00 0,50 <0,10 1,20 <0,10
PF-09-09-3 0,70 0,05 <1,00 <8,00 2,40 28,00 0,00 1,90 1,00 13,50 <1,00 0,20 <0,10 0,90 <0,10
Rocha Amostra La Ce Pr Nd Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu
Metaharzburgitos
PF/TV-25/12 0,50 1,10 0,06 0,50 <0,05 <0,02 0,11 0,02 0,16 0,05 0,18 0,04 0,26 0,04
PF/TV-96/13 0,50 0,70 0,04 0,40 <0,05 <0,02 0,15 0,02 0,12 0,03 0,15 0,04 0,26 0,04
PAC-123 0,60 0,80 0,09 0,60 <0,05 <0,02 0,12 0,01 0,11 0,03 0,15 0,03 0,21 0,04
Diopsiditos BL-07-114A 15,50 9,40 5,35 19,60 3,14 0,58 2,14 0,32 1,64 0,31 0,88 0,15 0,91 0,14
PF/TV-101/15 44,10 29,30 10,69 41,00 5,79 0,94 4,00 0,63 3,22 0,59 1,76 0,28 1,75 0,26
BL-07-114C 11,40 2,30 3,61 11,30 2,00 0,37 1,58 0,27 1,68 0,32 1,02 0,15 1,08 0,16
Metaortopiroxênio
Hornblendito BL-02-102B 9,80 10,30 4,00 15,70 2,93 1,04 2,10 0,33 1,81 0,36 1,12 0,17 1,20 0,19
Talco xistos
9b 0,80 0,90 0,09 0,40 <0,05 <0,02 0,12 <0,01 <0,05 <0,02 0,06 0,01 0,05 0,01
FQ-07-134 2,70 0,40 0,70 2,40 0,29 0,05 0,19 0,02 0,08 <0,02 0,04 0,02 -0,05 -0,01
PF-5 2,50 0,60 0,39 1,40 0,12 0,05 0,21 0,03 0,22 0,04 0,17 0,03 0,17 0,03
FQ-12-81 4,50 0,90 1,45 5,80 0,85 0,12 0,59 0,09 0,46 0,10 0,29 0,05 0,30 0,05
PF/TV-44/20 1,20 1,10 0,13 0,80 0,26 0,08 0,57 0,11 0,83 0,20 0,71 0,11 0,65 0,11
PF/TV-95/85 0,90 2,00 0,14 0,70 0,08 <0,02 0,25 0,03 0,29 0,06 0,19 0,04 0,27 0,04
FQ-11-130 19,90 2,30 6,12 19,70 3,24 0,55 1,70 0,28 1,47 0,26 0,71 0,11 0,75 0,10
FQ-15-16 4,80 1,00 1,54 5,20 0,82 0,16 0,69 0,12 0,67 0,14 0,46 0,07 0,46 0,07
Clorita-talco granofels
FQ-09-25B 1,00 1,40 0,11 0,80 0,11 0,03 0,40 0,06 0,47 0,13 0,45 0,07 0,44 0,08
PF/TV-11/5 0,40 0,50 <0,02 <0,30 <0,05 0,04 0,24 0,05 0,39 0,10 0,37 0,06 0,32 0,06
PF/TV-16/8 0,50 1,00 0,05 0,40 0,09 0,05 0,25 0,05 0,27 0,07 0,27 0,05 0,24 0,05
PF/TV-17/9 0,90 1,40 0,13 0,90 0,20 0,08 0,44 0,08 0,44 0,11 0,34 0,06 0,30 0,06
PF/TV-38/17 0,50 0,90 0,06 <0,30 <0,05 0,03 0,16 0,03 0,15 0,05 0,20 0,03 0,19 0,03
PF/TV-39/18 0,40 0,50 0,14 <0,30 0,19 0,08 0,32 0,07 0,36 0,09 0,19 0,06 0,30 0,06
Tremolita xistos FQ-09-67C 1,10 2,70 0,41 1,90 0,43 0,15 0,71 0,14 0,90 0,21 0,68 0,10 0,72 0,11
Clorititos
FQ-11-20 12,00 17,30 2,99 13,10 3,02 0,66 3,99 0,73 4,44 0,95 2,66 0,37 2,11 0,32
AV-23-69C 1424,80 109,70 484,72 1530,40 235,31 37,92 113,85 18,76 87,66 12,87 33,24 4,67 30,13 3,71
4b 9,80 20,90 2,37 10,10 2,29 0,25 2,11 0,27 1,19 0,20 0,54 0,08 0,55 0,11
Rocha Amostra La Ce Pr Nd Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu
Clorititos
FQ-11-20 12,00 17,30 2,99 13,10 3,02 0,66 3,99 0,73 4,44 0,95 2,66 0,37 2,11 0,32
AV-23-69C 1424,80 109,70 484,72 1530,40 235,31 37,92 113,85 18,76 87,66 12,87 33,24 4,67 30,13 3,71
4b 9,80 20,90 2,37 10,10 2,29 0,25 2,11 0,27 1,19 0,20 0,54 0,08 0,55 0,11
Clorita hornblenda granofels PF/TV-34/16 24,80 52,10 8,52 31,70 7,37 2,38 7,25 1,43 8,62 1,68 4,62 0,71 4,31 0,60
PF/TV-35/16 2,50 5,10 0,64 2,60 0,79 0,93 1,42 0,27 1,81 0,40 1,26 0,19 1,16 0,17
Gnaisse PF/TV-15/7 31,80 56,30 6,39 24,40 4,73 1,36 4,62 0,75 4,21 0,78 2,18 0,35 2,00 0,30
PF-09-09-3 14,00 22,10 1,80 5,50 0,60 0,53 0,29 0,03 0,08 <0,02 0,05 0,02 0,10 0,03