phaedo

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“The evil is that the soul of every man, when it is greatly pleased or pained by anything, is compelled to believe that the object which caused the emotion is very distinct and real and very true; but it is not”. Phaedo, 83c-d. Phaedo O argumento da rememoração 1. 65a-67b A alma, o corpo e o conhecimento (a) Os sentidos corporais (olfato, visão, tato, paladar, audição) não são exatos; (b) Quando a alma está sozinha consigo mesmo (auto kath’auto) separada (choris) do corpo ela tem mais capacidade de conhecer; (c) Somente através do pensamento (logidzesthai) algo da realidade pode se tornar claro para a alma; (d) As formas não são apreensíveis através dos sentidos, mas apenas através da razão; (e) Somente através da razão, e ignorando tanto quanto possível os sentidos corporais, podemos alcançar o conhecimento das coisas e das essências; (f) Se o conhecimento puro é impossível na companhia do corpo, então a alma só poderá adquirir esse conhecimento quando está dele separada pela morte; 2. 73c-76a: A rememoração (g) Quando um homem percebe algo através dos sentidos mas representa não só esta coisa mas também uma outra dizemos que ele se lembrou dessa outra; (h) Essa rememoração pode ser dar tanto através do semelhante quanto do diferente, mas mesmo quando a rememoração se dá através do que é semelhante, é inevitável que nos perguntemos qual o grau dessa semelhança; (i) Isso significa que a igualdade existe em si mesma e por si mesma; (j) No entanto, ninguém jamais viu a igualdade em si mesma e por si mesma e dois objetos jamais são perfeitamente iguais; (k) Todos os objetos sensíveis ficam aquém da igualdade perfeita; (l) É impossível adquirir o conhecimento da perfeita igualdade através dos sentidos; (m) Nós devemos ter adquirido este conhecimento antes de ter nascido e rememorado quando entramos em contato com os objetos semelhantes; (n) O mesmo vale para a beleza, a justiça e todas as essências deste tipo [que tipo?]; O argumento da afinidade 3. 78b-80c: A alma, o corpo e o conhecimento II (o) Existem dois tipos de coisas, as visíveis e as invisíveis (inteligíveis);

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The evil is that the soul of every man, when it is greatly pleased or pained by anything, is compelled to believe that the object which caused the emotion is very distinct and real and very true; but it is not. Phaedo, 83c-d.

Phaedo

O argumento da rememorao

1. 65a-67b A alma, o corpo e o conhecimento(a) Os sentidos corporais (olfato, viso, tato, paladar, audio) no so exatos;(b) Quando a alma est sozinha consigo mesmo (auto kathauto) separada (choris) do corpo ela tem mais capacidade de conhecer;(c) Somente atravs do pensamento (logidzesthai) algo da realidade pode se tornar claro para a alma;(d) As formas no so apreensveis atravs dos sentidos, mas apenas atravs da razo;(e) Somente atravs da razo, e ignorando tanto quanto possvel os sentidos corporais, podemos alcanar o conhecimento das coisas e das essncias; (f) Se o conhecimento puro impossvel na companhia do corpo, ento a alma s poder adquirir esse conhecimento quando est dele separada pela morte;

2. 73c-76a: A rememorao(g) Quando um homem percebe algo atravs dos sentidos mas representa no s esta coisa mas tambm uma outra dizemos que ele se lembrou dessa outra;(h) Essa rememorao pode ser dar tanto atravs do semelhante quanto do diferente, mas mesmo quando a rememorao se d atravs do que semelhante, inevitvel que nos perguntemos qual o grau dessa semelhana;(i) Isso significa que a igualdade existe em si mesma e por si mesma;(j) No entanto, ningum jamais viu a igualdade em si mesma e por si mesma e dois objetos jamais so perfeitamente iguais;(k) Todos os objetos sensveis ficam aqum da igualdade perfeita;(l) impossvel adquirir o conhecimento da perfeita igualdade atravs dos sentidos;(m) Ns devemos ter adquirido este conhecimento antes de ter nascido e rememorado quando entramos em contato com os objetos semelhantes;(n) O mesmo vale para a beleza, a justia e todas as essncias deste tipo [que tipo?];

O argumento da afinidade

3. 78b-80c: A alma, o corpo e o conhecimento II(o) Existem dois tipos de coisas, as visveis e as invisveis (inteligveis);(p) As coisas que so imutveis so simples, e as coisas que so mutveis so compostas;(q) As essncias so simples e imutveis;(r) Os particulares so compostos e mutveis;(s) As essncias so invisveis e os particulares so visveis;(t) As coisas invisveis so simples e imutveis, e as visveis so compostas e mutveis;(u) O corpo visvel e a alma invisvel;(v) Quando a alma investiga atravs do corpo ela se expe s coisas mutveis e, inevitavelmente, ela ficar confusa e errante assim como os objetos que contempla;(x) Quando a alma investiga em si mesma e por si mesma ela entra no reino das essncias simples e imutveis e, sendo similar a estas, permanece, junto a elas, imutvel este o estado que se chama sabedoria; (z) Sendo a alma a parte do homem mais parecida com o que divino e imortal, ela que deve comandar o corpo;

1. 96a-99d: A primeira navegao.(1) No incio, Scrates afirma ter sido movido pelo desejo de investigar a natureza (physis) e conhecer causas de todas as coisas;(2) Mas ele diz no s no ter aprendido nada como ter ficado em dvida acerca do que antes ele achava que sabia;(3) Um dia ele ouviu a leitura de um livro de Anaxgoras que afirmava que o nous era o que ordenava e causava todas as coisas;(4) Scrates diz ter se jogado na leitura de Anaxgoras mas ter se decepcionado com a ausncia de qualquer explicao que afirmasse que cada coisa tal como melhor que ela seja e que as coisas esto ordenadas da melhor forma possvel;(5) Uma coisa a causa, outra aquilo sem o que ela no pode ser causa;(6) A verdadeira explicao teleolgica, e a verdadeira causa causa final;

2. 99d-100a: A segunda navegao.(7) Scrates diz que decidiu examinar as coisas no mais atravs dos sentidos mas sim atravs do logos;(8) Tanto as concepes das coisas fornecidas pelo logos quanto as coisas elas mesmas so imagens (eikosi);(9) Ele passou a assumir como hiptese (hypothemenos) o logos que ele considerasse ser o mais forte e a tomar como verdadeiro aquilo que concordasse com ele e como falso aquilo que discordasse;

3. 100b-102a: A hiptese das formas.(10) Scrates, ento, assume a existncia das formas (beleza, o bem, a grandeza); (11) As formas existem auto kathauto;(12) Tudo o que possui uma propriedade P, a possui porque participa (metekhei) de uma forma F;(12) Algo belo por participar da Forma da beleza, e no por ter cores brilhantes ou qualquer outra caracterstica fsica;(13) Scrates diz no saber como essa participao ocorre;(14) Se algum atacar a hiptese antes mesmo de responder deve-se checar todas as consequncias do argumento do adversrio para ver se h alguma contradio;(15) Caso seja necessrio explicar a hiptese devemos ento postular uma outra hiptese e assim sucessivamente at que se chegue a uma hiptese que dispensa hipteses superiores;

4. 102d-105e: As formas, as propriedades e a co-presena dos opostos.(16) As formas, ao contrrio dos particulares, no admitem a co-presena de opostos, i.e. a forma da justia sempre justa e somente justa, no sendo jamais injusta;(17) As propriedades instanciadas pelos particulares tambm no admitem a co-presena de opostos; i.e a grandeza que est em ns deve ou bem sair ou bem j ter sado de ns quando a pequeneza se aproxima, jamais admitindo se tornar, ela mesma, pequena;(18) Os particulares concretos so gerados a partir dos opostos;(19) O fogo diferente do calor e a neve diferente do frio;(20) Quando o calor se aproxima da neve ela deixa de ser no somente fria mas tambm neve, pois derreter;(21) Da mesma forma, o fogo deve diminuir ou extinguir-se com a aproximao do frio ou da neve;(22) Algumas coisas, tais como a neve e o fogo, devem necessariamente participar de uma determinada idia, o frio e o calor, para que possam existir e, caso entrem em contato com o oposto desta idia, ento elas no s perdem a propriedade derivada da participao nesta idia como tambm deixam de existir;(23) Existem propriedades necessrias e propriedades acidentais;(24) A causa do corpo estar vivo a alma;(25) Sempre que a alma est num corpo este corpo est vivo;(26) O oposto de estar vivo estar morto;(27) A alma jamais admitir o oposto daquilo que ela causa de forma necessria;(28) Da mesma forma que o que no admite a justia injusto, e o que no admite o par mpar, aquilo que no admite a morte imortal;(27) Se a alma imortal ento ela no pode perecer quando entra em contato com a morte, devendo necessariamente ir embora;