piquenique no Éden - poesia cristã - j.t.parreira

Upload: sammis-reachers

Post on 03-Jun-2018

219 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    1/41

    1

  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    2/41

    2

    J.T.Parreira

    PIQUENIQUE

    NOEDEN

    Poesia Crist

    2014

  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    3/41

    3

    ndice guisa de apresentao ......................................................................... 04Uma Chama de Fogo do Meio de Uma Sara ...................................... 05No Grande Templo .................................................................................. 06A Noiva das Bodas de Can ................................................................... 07Andar Sobre as guas ................................................................................................ 08Viveu Sempre Sem Casa ............................................................................................ 09A Transfigurao .......................................................................................................... 10A Mulher de Samaria .................................................................................................. 11Eu Vi o Melhor Rosto da Judeia .............................................................................. 12A ltima Ceia .................................................................................................................. 13Via Dolorosa ................................................................................................................... 14Deus na Cruz .................................................................................................................. 15Cntico de Maria Madalena ..................................................................................... 16A Mesa Onde Comeram os Discpulos de Emas ............................................ 17Filho Prdigo .................................................................................................................. 18Judas Iscariotes Como Costumava Ser ................................................................ 19Louvado Seja .................................................................................................................. 20Os Judeus ......................................................................................................................... 21O Salmo ............................................................................................................................. 22Um Salmo 122 ............................................................................................................... 23Elegia de David Quando Perdeu um Filho ......................................................... 24Este Salmo 23 do Sul ................................................................................................... 25Fugitivo de Deus ........................................................................................................... 26Jonas .................................................................................................................................. 27J .......................................................................................................................................... 28Orquestra de Cmara no Cu .................................................................................. 29Piquenique no den .................................................................................................... 30Israel .................................................................................................................................. 31A Estrela de David ........................................................................................................ 32

    Poema um Ano Depois da Partida de um Amigo ............................................ 33Modo de Ver no Mundo ............................................................................................. 34Ssifo Hoje ........................................................................................................................ 35Gente Fora da Estatstica .......................................................................................... 36Sobre o autor .................................................................................................................. 37Outros e-books do autor ........................................................................................... 38

  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    4/41

    4

    guisa de apresentao

    Uma vez mais, cabe-me a satisfatria tarefa de editar uma obra dopoeta lusitano J.T.Parreira, em quem encontro um amigo e um mestrenos meandros da Poesia. Mas como apresentar o poeta para aquelesque porventura ainda no o conheam? Preciso dizer que Parreira opoeta das finas texturas e da metfora de ouro, a voz incessante eincensria de nossa melhor poesia crist, que, de sua Aveiro atlntica, como um Davi(d) que dispara tesouros de sua rica aljava, tendo porarco a lira, e por seta a palavra.

    Neste Piquenique no den, o leitor facear palavras esmeradas que,

    em sua morfologia de pedestal, de cmara sacra, de pluma e lmina,rodopiam em suave dana, em crculos concntricos em torno Palavra, o Cristo, o Verbo Encarnado: aqui podemos palmilhar com Elerompendo as brumas em direo a Emas, ou melhor, em direo a Elemesmo; e receber de Suas mos o po que sacia a alma, e receber deSeu corao o sacrifcio que nos traz a paz.

    Em muitos dos poemas que compem este singelo opsculo, somosainda convidados/constrangidos a lamentar, na dor de J, nos muitos

    abismos de Jonas, na dura sina do indivduo judeu e da nao Israel, atristeza de termos deixado um dia o Jardim, como se fossemosmembros amputados do corpo da infncia, abortados-quando-prestes,quando prestes a nos firmarmos na instncia/estao da Felicidade.Aquela Felicidade sempiterna que a redentora Palavra, que subiu edesceu daquela cruz, nos assegura que ser novamente, e ser parasempre.

    Sammis Reachers

  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    5/41

    5

    UMA CHAMA DE FOGO DO MEIO DUMA SARA

    How shall I name you? Terrence Malick (The Tree of Life, film)

    Queria o Teu nome por inteiro os meus olhos no sabiam, nem meus lbios como escrever Teu nome como Teu nome? O universo do Teu nome a ressonncia do Teu nome o homem uma ddiva o arco-ris que rega a terraso as cores da alegria do Teu nome e os mares, a Tua taa de abundncia Como citar-Te, com o fogo a ramificar na sara.

    08/05/2013

  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    6/41

    6

    NO GRANDE TEMPLO

    Sentados nos seus lugares da sabedoria no esperavamque os livros pudessem ter porqus que lhes escapavam desde sempre

    nos lugares da sabedoria, sentados eram decrpitos doutores cujos olhos se cansavam s nos sbados

    sentados nos seus lugares sbios no sabiam mais palavraspara indagar os doze anos de Jesus.

  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    7/41

    7

    A NOIVA DAS BODAS DE CAN

    There is none like thee among the dancers; None with swift feet. Ezra Pound ( no poema For the Marriage in Cana of Galilee)

    Os seus olhos so cntaros nas margens do mar da Galileia, a ondulao do seu vestido estremece o vento

    E os seus braos so dois banos que sustm o seu amor, quando nascer um filho ter nos olhos o verde das vinhas de En-Gedi

    jovem mulher que desenhas nos lbios sorrisos de marfim, so lrios as suas mos quando dana, seus cabelos

    so uma brisa gil no ar, quando canta um rio de alades a sua voz e o nosso corao deixa o sangue repousar nos seus perfumes.

    26/06/2013

  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    8/41

    8

    ANDAR SOBRE AS GUAS

    Sob os seus ps, os tomos da guarendiam-se, o mar no tinha fundovoavacomo as aves que no pesam sobre as rvoreso mar dormia sob o peso divinocom o mesmo silncio do veludo.

    30-12-2013

  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    9/41

    9

    VIVEU SEMPRE SEM CASA

    Viveu sempre sem casasem mesa onde pousar os braoscordiais exaustos da multiplicaodos pes, sem choonde enxugar os ps de caminhar no marviveu sempre sem a seda orientalda almofada, dormia sobre os caminhosporque tinha a Hora a cumprirno tinha terrenos, nem casas, nem sequera madeira com que fora em tempos carpinteiro

    No dia em que morreu, todos quiseram dar-lhe casa, uma rochaaberta para o fundopara poder descansar, um tmuloquiseram por fim que habitasseatrs do alto porte de uma pedraesqueceram que Ele romperiacom seu corpo os ataviose o suave descanso da morte.

    08/04/2012

  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    10/41

    10

    A TRANSFIGURAO

    Mas ningum se atrevia a olh-lo na cara, porque era semelhante dos anjos Oscar Wilde

    Subiu ao montecom um rosto no qual depois o sol nasceu,

    a luz velando o rostoe sobre a luze o branco dos vestidosos discpulos se alegraram,

    cantava o vento no cume da montanha,

    desceu a glria de uma nuvem

    e as vozes, que traziam a certezada morte redentora, falou-se de cicatrizese ouviu-se a voz de Deus, que talvez trouxessea neve dos cabelos envolvida em lume.

    09/08/2013

  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    11/41

    11

    A MULHER DE SAMARIA

    No qualquer uma. uma mulher ao meio-diaDe olhos no cho, equilibrando o cntaroFrgilCada lgrima que esconde

    uma mulher que teve abraosBeijos na sua face morena, escondidaEm silncios

    No qualquer uma, uma mulherQue conhece bem o seu rostoNo espelho triste do fundo do poo

    uma mulher ao meio-diaQue resiste, mesmo que isso a torne

    Invisvel, para que outros no tenham sede.2-03-2014

  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    12/41

    12

    EU VI O MELHOR ROSTO DA JUDEIA

    Eu vi o melhor rosto da Judeia rasgado pelas lgrimas, Joo viu, o nico que viu e escreveu Jesus chorou restavam-lhe dias e a morte alimentava-se no sepulcro do corpo de um amigo Eu vi o melhor rosto da Judeia com os olhos repousados no Eterno, medindo a distncia entre Lzaro e a pedra, com lgrimas como blsamo.

    08/07/2013

  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    13/41

    13

    A LTIMA CEIA

    Bebam do meu copo antes que parta antes que as minhas mos se desloquem e fiquem presas ao silncio da cruz, falem volta da mesa, encham de amora minha solido, porque de todosos vossos olhos h umolhar de faca que me fere.

    22/07/2013

  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    14/41

    14

    VIA DOLOROSA

    No tinha a esperanade que a subida fosse leve, sabiaque o tronco do madeiro sobre os ombrosera o amor impossvel do mundo,

    sabia que era ngreme a morte,e a subida quase a tocar o solno cume do Calvrio,

    sabia que havia pedras como espinhosna tristeza do caminho, sobre as pedrasa humidade dos ps, os ltimospassos com as sombras nos seus olhos.

  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    15/41

    15

    DEUS NA CRUZ

    Os Teus olhos poderiam ter feito mudar o curso dos rios, o sol derreter as areias do deserto poderia ter sido um sinal do abandono entristecido a Tua voz poderia desfolhar as rvoresna Primavera, porque na cruztinhas o Filho que estava sem abrigo.

  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    16/41

    16

    CNTICO DE MARIA MADALENA

    Eu vi-Te na flor da manhna luz dispersa pelas primeiras horasde domingoNaquele segundo a pedrapareceu-me transparente, o arum espelho que reflectia anjosEu vi os lenisarrumados no vrtice imveldo sepulcroquando ia pousar ramosde incenso sobre o corpo.

  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    17/41

    17

    A MESA ONDE COMERAM OS DISCPULOS DE EMAS

    O tampo da mesa enruga a passagem das mos, spero o tempo em que Jerusalm se deu ignomnia Os discpulos de Emas desataram os laos que prendiam os seus olhos sobre as mos que o po partiam e a noite ia entrando nos recantos da casa humilde, enquantoo Visitante abria sulcos de alegria sobre o po.

    25/11/2012

  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    18/41

    18

    FILHO PRDIGO

    Volto para casa, basta-me um lugar incgnitoao lado dos olhos do meu pai, transparnciasque deixam na sua velhice ver a alma basta-me pegar numa sombra e dormircom as estrelas por perto, na porta do celeiro basta at um arrepio de gua correntepelo rosto, basta-me os braos abertosdos trabalhadores da casa de meu paique me passem com os dedos frescospela boca o cheiro a po.

    16-06-2014

  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    19/41

  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    20/41

    20

    LOUVADO SEJA

    Louvado seja o homem que morreu Louvada seja a cinza contra a dimenso csmica do p Louvado seja o homem que cria nos grficos o nosso futuro, o homem que nos coloca acima ou abaixo de lixo, Louvado seja o homem que guarda o nosso caminho com os ces dos mercados, o homemque come o nosso almoo e diz que precisamos ser modestos e pobres e isso tudo, Louvado seja o homem que tem um papagaio no ombro Louvado seja o homem que reparte por dias da semana os milagres Louvado seja o homem que fez a Fontana di Trevipara onde atiramos moedas espera da sorte Louvado seja o homem que nos diz a Verdade.

    26/08/2013

  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    21/41

    21

    OS JUDEUS

    E muitos povos viro e diro: Vamos todos subir ao Monte do Senhor,rumo casa do Deus de Jac Isaas, II,3

    Eles herdaro a terra. Tero por herana as torrentes e as sombras, no ho-de rasgar mais os seus vestidos nem os asmos para com-los sentados na cinza

    sero felizes depois do perdo E ho-de chegar naes do campo e das cidades para os louvar, vo pedir-lhes audincias esquecidos de que um dia, j distantelhes desenharam nas cinzas uma estrela.

    21/06/2013

  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    22/41

    22

    O SALMO

    O pastor fica contente quando v o rebanho espargido pelos outeiros as sombras so as suas mos sob o calor e os regatos mais vivos correm no vento nos olhos tranquilos das ovelhas o bom pastor o que estreita at idade madura os seus cordeiros e dissipa a dor da noite na ovelha que canta nos seus ombros.

  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    23/41

    23

    UM SALMO 122

    Basta-me ouvir o seu nome, a minha alma nutre-se de beleza, quando chega o dia, o meu espritoalimenta-se, basta-me ouvir o seu nome o nome do templo do Senhor, os meus olhos fogem-me e j vo l longe, adiante dos meus ps, com sandlias de marfim.

    24/06/2013

  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    24/41

    24

    ELEGIA DE DAVID QUANDO PERDEU UM FILHO

    Se eu encostar a minha lira ao silncio apaziguarei a minha dor?

    Decretaste, Senhor, a em cima,poupar a vida da criana? No esto nuas ainda as minhas preces? Os meus lbios movem-se em sobressaltos

    De saco e cinza me visto e na terra me deitoemerge dos meus poros a guada tristeza e o sangue desta minha dor que reverte ao corao

    meu corao isolado do mundo

    Porque morreu o menino, com a mesma pureza

    com que vive um pssaroat cair da sua linha invisvel do cu

    A sua vida vai deixar a minhapoderei eu faz-la voltar?

    pequena criatura, que foste a figurao do meu amor inacabado Eu um dia irei para ti, porm tu no voltars para mim

    10/5/2013

  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    25/41

    25

    ESTE SALMO 23 DO SUL

    Para a minha Me ( Sousel, 3/12/1922 - )

    Mesmo aqui na imensa fragrncia da coramarelo-laranja

    O Senhor o meu pastor, rodeia-mede felizes papoilas e do odor

    A estrume fresco, e s o assobio do ventosobre as guas clidas j me dessedenta

    Transbordam-me dos olhos as distnciasenche-me da sua presena

    O arco das minhas costas, levssimo

    com o seu olhar sobre mimNo me persegue a surpresa da mortedurmo sob a minha sombra, num alto monte.

    03/12/2013

  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    26/41

    26

    FUGITIVO DE DEUS

    Pegai em mim e lanai-me ao mar/e o mar se acalmar Jonas

    Abram o mar com a quilha do meu corpoo mar indomado, rompam os tratadosda navegao, deixem que as algas marinhassejam os meus cabelos, ento o solvoltar da tempestadea cravar-se no cu

    Sou os maus olhos deste navio / barcoo fundo do mar neste convssoltem meu corpo nas guasai sob a cortina densa do azulcoberto de sal espiarei

    a minha falta de amor pelos homens.

  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    27/41

    27

    JONAS

    Eu no sou ningum. Deixem-me dormir!(do poema Talvez me chame Jonas)Len Filipe

    Levanta-te, vai grande cidade de Nnive, e clama contra eladizia Deus, enquanto em Jope os remadores exercitavamos msculos para o remoa longa viagem para Trsis atravs dos altoscastelos do mar, deixem que os conquisteatravs do sono, deixai-me dormirhomens do mar, deixai-me rasgar o asfaltodas guas nos meus sonhos, aquino recanto mais escuro do navioMas no mar que se faz a tempestadeO meu corpo por um barco e sua cargae os homens, com os olhos sem outra chave

    seno o medo para abrir a almae foi tudoat que o grande peixe me fechouna sua caverna, nas razes do mundoLevanta-te, vai grande cidade de Ninive, e clama contra eladisse de novo Deus, sentado minha esperaabrindo os ferrolhos das trevase da ignorncia das guas.

    10/11/2013

  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    28/41

    28

    J

    Pelo seu servo J, Deus ps a mo divinasobre o fogo sobre o corpo a chaga cresceria nos ossos e na carne como blindagem de morte, agora a cinza onde se senta um silncio nenhum pecado nos seus lbiossem filhos e sem ouro, apenas uma ferida cega S Deus sabe, quando J se retirou para morrer, o ltimo sopro do sangue quando chega.

    31/o5/2013

  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    29/41

    29

    ORQUESTRA DE CMARA NO CU

    Deus passeia o Nome nos seus passos de lno violino, no arco triunfaelevando a voz no violoncelodeixa que um anjo assobie o som da harpaela surgea voz de Deus, dos lbios? Dos lbios novem de mais longe, subtlimaa conversaentre as teclas brancas e as pretasda msica celeste, dos metais, do naipe de trombetasque arrebatam os silncios.

    13/11/2013

  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    30/41

    30

    PIQUENIQUE NO DEN

    intil a tentativa de um piquenique no den." Elizabeth Bowen (romancista irlandesa)

    Sentados diante de uma ma - costumedizer-se foi o ltimo piquenique no den, depoiso cho tremeu, com aquela revernciaquando Deus passa, quando Deus faz o silnciocom seu olhar telrico, o lugarcrescia como a sombra do sol inclinadoa desolaoa terra nos lbios que o fruto deixouo medo entre as palavras.

    27/02/2013

  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    31/41

    31

    ISRAEL

    No h um homem em Israelque divida os rebanhos, umcordeiro para cada homem ?

    Um homem que tape o muroque esteja na brecha por ondeas sombras entrem e dem rostoaos nossos medos.

    No h um homem em Israelque rasgue os seus vestidosperante os estatutos divinos?Um homem que interrompa o fluxodo sangue com cinza?

    O homem em Israel que expeacinco pedras para a cabea de Golias.

    No h homem em Israel que salvea sua gerao, que d passos no abismo?Um homem que tenha uma cabeleiracomo coroa de espinhos.

    7/4/2013

  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    32/41

    32

    A ESTRELA DE DAVID

    E fez uma estrela de DavidBordou-a como se fosse uma florOu uma palavra no casacoDisse agora v-se que pertencesAo Seu povo escolhido

    Para qu? Foi o que disseramA palidez e a infncia dos seus olhos.

    16-03-2014

  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    33/41

    33

    POEMA UM ANO DEPOIS DA PARTIDA DE UM AMIGO

    Para o telogo e pastor Alfredo Machado

    Um Homem e a sua Bblia, portadorDe guas vivas, um cntaro nas moscom a sua camisa brancaconfunde-se j com o horizonte, longeA sua voz ainda est nos nossos ouvidosFoi forte como um irmo maiorEntre os irmos, partiu por causa da cinciaainda no descoberta da mortemorreu com vontade do Cu.

    24-06-2014

  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    34/41

    34

    MODO DE VER NO MUNDO

    A mquina de escrever sagrada/ o poema sagrado Allen Gisnsberg

    O naipe de instrumentos do Salmo 150 sagrado A distncia que vai da minha alma ao cu sagrada, O p da terra que David levantou diante da Arca a danar

    sagrado, A dana sagrada Os cordeiros que deram os seus ltimos balidos no Egipto so sagrados As guas do Jordo so sagradas, O mar da Galileia que suportou o peso do Eterno sagrado, tudo o que foi criado todas as formas da criao so sagradas at as portas da morte do Salmo nove so sagradas.

  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    35/41

    35

    SSIFO HOJE

    arrastam uma pedra terrvel Mrio Quintana

    Um homem arrasta uma pedra terrvel, est sozinho na montanha, entre o cume e o abismo tem um declive mortala pedra velha, lanou razes o vento e as flores despontam na pedra, o ventoao passar lembra gazelasque cobrem o sol nas plancies e o homem chegado ao cimo assiste sua pedra triste a rolar para o princpio.

    27/4/2013

  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    36/41

    36

    GENTE FORA DA ESTATSTICA

    Gente que no conta para as estatsticas que no existe, sombras com volume corao, pulmes, olhos, pernas e mos que vo deslizar entre os escombros Gente que veste o mundo que trabalha sem tomar ar Nada deles, salvo a morte a baixo preo.

    09/05/2013

  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    37/41

    37

    O autor

    Joo Tomaz (do Nascimento) Parreira , Lisboa, 1947.Poeta. 6 livros de poesia (Este Rosto do Exlio, 1973; Pedra Debruadano Cu, 1975; Pssaros Aprendendo para Sempre, 1993; Contagem deEstrelas, 1996; Os Sapatos de Auschwitz, 2008; e Encomenda aStravinsky, 2011) Um ensaio teolgico (O Quarto Evangelho -Aproximao ao Prlogo, 1988), diversose-books e participao emAntologias. Escreve na revista evanglica Novas deAlegria desde1964 e noPortal da Aliana Evanglica Portuguesa.Na juventude escreveu poesia e artigos no suplemento juvenil do"Repblica", entre 1970-1972, sob a direco de Raul Rego. Tendocomeado em 1965 tambm no Juvenil do "Dirio de Lisboa", de MrioCastrim. Est representado no Projecto Vercial, a maior base de dadosda literatura portuguesa.

    Edita os blogs Poeta Salutore Papis na Gaveta

    e colabora em Confeitaria Crist , Mar Ocidentale Liricoletivo.

    http://www.portalevangelico.pt/http://poetasalutor.blogspot.com.br/http://poetasalutor.blogspot.com.br/http://papeisnagaveta.blogspot.com.br/http://papeisnagaveta.blogspot.com.br/http://papeisnagaveta.blogspot.com.br/http://confeitariacrista.blogspot.com/http://confeitariacrista.blogspot.com/http://marocidental.blogspot.com/http://liricoletivo.blogspot.com/http://liricoletivo.blogspot.com/http://liricoletivo.blogspot.com/http://liricoletivo.blogspot.com/http://liricoletivo.blogspot.com/http://marocidental.blogspot.com/http://marocidental.blogspot.com/http://confeitariacrista.blogspot.com/http://confeitariacrista.blogspot.com/http://papeisnagaveta.blogspot.com.br/http://poetasalutor.blogspot.com.br/http://poetasalutor.blogspot.com.br/http://www.portalevangelico.pt/http://www.portalevangelico.pt/
  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    38/41

    38

    Outros e-books do autor

    Aquele de Cuja Mo Fugiu o Anjo - Este e-book rene 30 poemas de inspiraocrist, plena substanciao da fina literatura que tem consagrado o autor(J.T.Parreira) como um dos maiores poetas evanglicos de nossa lngua.

    Para os apreciadores da dita poesia evanglica, desnecessrias so asapresentaes obra de J.T.Parreira. Mas para proveito de todos, devemos prestaros devidos esclarecimentos. Poeta evanglico lusitano, com j mais de quatrodcadas dedicadas poesia, JTP autor de seis livros de poesia e tem participaoem diversas antologias; poemas vertidos para o ingls, italiano, espanhol e turco.Foi um dos deflagradores, juntamente com o poeta e pastor brasileiro Joanyr deOliveira, do movimento pela Nova Poesia Evanglica, que a partir das dcadas desessenta e setenta do sculo passado insuflou um benfazejo esprito de renovaoe atualizao em nossas letras. Fao minhas as palavras do economista e escritorJoo Pedro Martins: Joo Tomaz Parreira um autor incontornvel no escassouniverso da literatura feita por evanglicos. A sua poesia Poesia Gourmet. Para baixar este livro, CLIQUE AQUI. Para ler online, CLIQUE AQUI.

    http://www.4shared.com/get/_BECTCI-/AQUELE_DE_CUJA_MAO_FUGIU_O_ANJ.htmlhttp://www.4shared.com/get/_BECTCI-/AQUELE_DE_CUJA_MAO_FUGIU_O_ANJ.htmlhttp://www.4shared.com/get/_BECTCI-/AQUELE_DE_CUJA_MAO_FUGIU_O_ANJ.htmlhttp://pt.scribd.com/doc/90401321/Aquele-de-Cuja-Mao-Fugiu-o-Anjo-Poemas-J-T-Parreirahttp://pt.scribd.com/doc/90401321/Aquele-de-Cuja-Mao-Fugiu-o-Anjo-Poemas-J-T-Parreirahttp://pt.scribd.com/doc/90401321/Aquele-de-Cuja-Mao-Fugiu-o-Anjo-Poemas-J-T-Parreirahttp://pt.scribd.com/doc/90401321/Aquele-de-Cuja-Mao-Fugiu-o-Anjo-Poemas-J-T-Parreirahttp://www.4shared.com/get/_BECTCI-/AQUELE_DE_CUJA_MAO_FUGIU_O_ANJ.htmlhttp://1.bp.blogspot.com/-rNOQbMI-yIk/TqHUuy2locI/AAAAAAAAHMk/bUUZaB0BIL0/s1600/poesias+crist%25C3%25A3s+J_T_Parreira.jpghttp://1.bp.blogspot.com/-rNOQbMI-yIk/TqHUuy2locI/AAAAAAAAHMk/bUUZaB0BIL0/s1600/poesias+crist%25C3%25A3s+J_T_Parreira.jpg
  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    39/41

    39

    FALANDO ENTRE VS COM SALMOS - O mote para este trabalho potico-literriosobre os Salmos, foi-me dado por essa recomendao paulina aos crentes da Igrejaem feso, que lemos na Epstola 5, 19. Partindo do estilo interno tradicional dos Salmos, usando um discurso poticocontemporneo, sem perda do lirismo e da linguagem que devem compor umapea literria como um salmo, procuro num acto de pura poitica construir umpoema-salmo. O alvo tentar re-escrever do ponto de vista esttico do poeta, avalia espiritual de uma substantiva parte do saltrio.Assim, este primeiro volume , dedica-se a 25 cnticos davdicos, de 1 a 25; e o 2volume, ainda em processo de escrita, tratar dos cnticos suplicantes, queenglobar alguns salmos entre o 44 a 106. -O Autor Para baixar o livro, CLIQUE AQUI. Para ler online, CLIQUE AQUI.

    http://www.4shared.com/office/0fxP_DCQ/falando_entre_vs_com_salmos_-_.htmlhttp://www.4shared.com/office/0fxP_DCQ/falando_entre_vs_com_salmos_-_.htmlhttp://www.4shared.com/office/0fxP_DCQ/falando_entre_vs_com_salmos_-_.htmlhttp://pt.scribd.com/doc/94911275/Falando-Entre-Vos-com-Salmos-J-T-Parreira-poesiahttp://pt.scribd.com/doc/94911275/Falando-Entre-Vos-com-Salmos-J-T-Parreira-poesiahttp://pt.scribd.com/doc/94911275/Falando-Entre-Vos-com-Salmos-J-T-Parreira-poesiahttp://3.bp.blogspot.com/-NMXYF8cZHps/T8Ejl39XhzI/AAAAAAAAI04/OF-Dx1oZRwg/s1600/livro-capa_salmos.jpghttp://pt.scribd.com/doc/94911275/Falando-Entre-Vos-com-Salmos-J-T-Parreira-poesiahttp://www.4shared.com/office/0fxP_DCQ/falando_entre_vs_com_salmos_-_.html
  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    40/41

    40

    Na Ilha Chamada Triste - Nos 16 poemas que compem este opsculo, iniciado noRecife (Brasil),defronte do mar , em Abril de 1995, e concludo em Aveiro(Portugal) pelo mesmo ano, o poeta evanglico lusitano J. T. Parreira enfeixa asvozes de uma Patmos do Exlio e sua companheira sequaz, seu quase duplo que aSolido. Ilha (e ilha interior ) da pura contemplao do profeta (apstolo Joo) e dopoeta (JTP) que produzem num a Revelao (Apocalipse), que com seu tesouro deora literalidade, ora alegoria, nos traz a Advertncia e a Esperana; e noutro apoesia que re-conta, re-vive, re-vigora etrans-vigora com a verve de sua vozpotica as vivncias do Apstolo em seu exlio insular.Eis-nos Patmos, (uma) estranha ilha (chamada) Triste, mas de umatristezasegundo Deus (2Co 7.10), que opera em seu fim a salvao.PARA BAIXAR O E-BOOK , CLIQUE AQUI. Para ler online, CLIQUE AQUI.

    http://www.blogger.com/goog_565434686http://www.blogger.com/goog_565434686http://www.blogger.com/goog_565434686http://pt.scribd.com/doc/90402333/Na-Ilha-Chamada-Triste-J-T-Parreira-Poesia-Evangelicahttp://pt.scribd.com/doc/90402333/Na-Ilha-Chamada-Triste-J-T-Parreira-Poesia-Evangelicahttp://pt.scribd.com/doc/90402333/Na-Ilha-Chamada-Triste-J-T-Parreira-Poesia-Evangelicahttp://4.bp.blogspot.com/_ITRCm06di74/TD9rnISeSLI/AAAAAAAAFgU/CVoV-haZM7o/s1600/Capa+Ilha3.pnghttp://pt.scribd.com/doc/90402333/Na-Ilha-Chamada-Triste-J-T-Parreira-Poesia-Evangelicahttp://www.blogger.com/goog_565434686http://www.blogger.com/goog_565434686
  • 8/12/2019 Piquenique No den - Poesia Crist - J.T.Parreira

    41/41

    Quando eu era menino lia o Salmo oitavo - A poesia de J.T.Parreira poesiamaior. poesia que, ao ser lida, inevitavelmente produz a libertadora (einfelizmente rara) sensao de uma lufada de ar que nos eleva e, de roldo,transmigra-nos de nosso dia-a-dia corrido e muitas vezes repleto de sensaboria,para a dimenso poitica, de enlevo, fascinao e gozo auferidos pelas palavras aoserem laboriosamentere-alinhadas para que ofeream o seu melhor.Nesses 29 poemas, escritos entre fins de 2011 e incio de 2012, o vate portugus dprovas de seu dom de ampliar, ou melhor dito,alar as palavras, trabalhando ostemas bblicos, reafirmando poeticamente sua transcendncia divina, ao re-capturar e re-vestir o que eu chamaria de seulan (mpeto, vigor) devocional.Para baixar o livro, clique AQUI. Para ler online, clique AQUI.

    http://www.4shared.com/office/9OuD3LyO/quando_eu_era_menino_lia_o_sal.htmlhttp://www.4shared.com/office/9OuD3LyO/quando_eu_era_menino_lia_o_sal.htmlhttp://www.4shared.com/office/9OuD3LyO/quando_eu_era_menino_lia_o_sal.htmlhttp://pt.scribd.com/doc/90637319/Quando-Eu-Era-Menino-Lia-o-Salmo-Oitavo-Poesia-J-T-parreirahttp://pt.scribd.com/doc/90637319/Quando-Eu-Era-Menino-Lia-o-Salmo-Oitavo-Poesia-J-T-parreirahttp://pt.scribd.com/doc/90637319/Quando-Eu-Era-Menino-Lia-o-Salmo-Oitavo-Poesia-J-T-parreirahttp://3.bp.blogspot.com/-PGxaEiy3rQo/T6RZm_C43tI/AAAAAAAAIoI/JU2-BiZBqDg/s1600/livros_poesia_evang%C3%A9lica.jpghttp://pt.scribd.com/doc/90637319/Quando-Eu-Era-Menino-Lia-o-Salmo-Oitavo-Poesia-J-T-parreirahttp://www.4shared.com/office/9OuD3LyO/quando_eu_era_menino_lia_o_sal.html