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Prefeitura Municipal de Itaperuna- Secretaria Municipal do Ambiente, RJ- 2017
Plano de Manejo- APA Raposo, ReViS do Sagui da Serra Escuro e ReViS Monte
Alegre (Alrio Braz).
Prefeitura Municipal de Itaperuna
Secretaria Municipal do Ambiente
Secretaria Municipal de Planejamento
PLANO DE MANEJO
ReViS do Sagui da Serra Escuro,
ReViS Monte Alegre (Alrio Braz) e APA Raposo
Itaperuna RJ
2017
-
1
Equipe Tcnica:
Maria Ins Tederiche Micicheli- Biloga (SEMA), Especialista em
Anlise Ambiental em Sistemas de Gesto (Redentor) e em
Planejamento e Implementao de EAD (UFF).
Romeiro da Fonseca Goulart- Engenheiro Florestal (SEMAI)
Marcos Paulo Machado Thom- Bilogo, Msc em Biologia de gua
Doce e Pesca Interior-INPA, Coordenador do Curso de Cincias
Biolgicas do Centro Universitrio Redentor - Itaperuna, RJ
William de Azevedo Pinheiro Bilogo, Professor/Tutor do Curso
de Cincias Biolgicas do Consrcio CEDERJ, Polo Itaperuna, RJ.
Pedro da Silva Prado Filho - MBA em Finanas e Produo
Coordenador de Projetos (SEMAI)
Priscilia Andreazzi, Biloga, Mdica Veterinria.
Daniel Gomes Pereira, Mdico Veterinrio, PhD pela UERJ. Apoio
com primatas
-
SUMRIO
CAPTULO I: APRESENTAO ......................................................................... 8
1- CONSIDERAES INICIAIS .............................................................................. 8
1.1. JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 10
2. FICHA TCNICA DAS UCS ........................................................................ 12
2.1. REA DE PROTEO AMBIENTAL DE RAPOSO .............................. 12
2.2- REFGIO DE VIDA SILVESTRE DO SAGUI DA SERRA ESCURO ......................... 16
2.3- REFGIO DE VIDA SILVESTRE MONTE ALEGRE (ALRIO BRAZ) ...................... 20
3.2- LOCALIZAO E ACESSOS ..................................................................... 28
C A P I T A I S .............................................................................................................. 30
R I O D E J A N E I R O .............................................................................................. 30
V I T R I A ................................................................................................................. 30
B E L O H O R I Z O N T E ............................................................................................ 30
S O P A U L O .......................................................................................................... 30
M U N I C P I O S ........................................................................................................ 30
D I S T N C I A ( K M ) ............................................................................................. 30
4- LOCALIZAO E LIMITES ATUAIS DAs UCS ............................. 36
4.1.1- APA Raposo .................................................................................... 36
4.1.2- Refgio de Vida Silvestre do Sagui da Serra Escuro ..... 37
5.1- Acessos....................................................................................................... 39
5.2- ORIGEM DO NOME ............................................................................................ 40
5.2.1- APA Raposo........................................................................................... 40
5.2.2- Refgio de Vida Silvestre do Sagui da Serra Escuro ............ 42
5.2.3- Refgio de Vida Silvestre Monte Alegre (Alrio Braz) ........... 42
CAPTULO IV: FATORES ABITICOS E BITICOS ........................................ 43
6- FATORES ABITICOS ................................................................................... 44
6.1- CLIMA ................................................................................................................ 44
6.2- HIDROGRAFIA LOCAL ....................................................................................... 48
REFGIO DE VIDA SILVESTRE DO SAGUI DA SERRA ESCURO ............................... 61
REFGIO DE VIDA SILVESTRE MONTE ALEGRE (ALRIO BRAZ) ............................ 62
7.1.2- APA Raposo: ......................................................................................... 64
7.2-FAUNA ............................................................................................................... 69
CAPTULO V ............................................................................................................ 75
8- FATORES ANTRPICOS ......................................................................... 75
8.1.2- ETAPAS METODOLGICAS ..................................................................... 75
8.1.3- OFICINAS LOCAIS ........................................................................... 76
-
8.1.3.1- 1 Oficina: ....................................................................................... 76
8.1.3.2- 2 OFICINA: ....................................................................................... 80
8.1.4- ENTREVISTAS E REUNIES: .................................................................. 82
CAPTULO VI- ZONEAMENTO .......................................................................... 91
9. MANEJO DA UNIDADE DE CONSERVAO ........................................ 92
9.1. OBJETIVOS ESPECFICOS DO MANEJO ............................................ 92
9.2. ZONEAMENTO............................................................................................ 94
9.2.1- ZONA de preservao ................................................................ 94
9.2.2- Zona de Conservao ................................................................. 96
9.3- reas ................................................................................................... 100
9.3.2- REA DE RECUPERAO (AR)....................................................... 102
9.3.3- REA DE USO ESPECIAL (AUE) .................................................. 104
9.4- ENTORNO .............................................................................................. 107
9.5- ZONA DE AMORTECIMENTO (ZA): ................................................ 108
9.6- ZONEAMENTO (APA RAPOSO) ....................................................... 108
9.6.1- ZONA DE CONSERVAO DA VIDA SILVESTRE ................... 109
10- PLANEJAMENTO DAS UNIDADES DE CONSERVAO ............... 110
10.1- INTRODUO ...................................................................................... 110
10.2- PROGRAMA DE CONHECIMENTO ............................................. 111
10.2.1- SUBPROGRAMA de Educao Ambiental e incentivo a
iniciativas de desenvolvimento ................................................................. 112
10.2.2- SUBPROGRAMA DE PESQUISA ....................................................... 114
10.2.2.1- SUBPROGRAMA de Pesquisas, monitoramento e
fiscalizao de Espcies Ameaadas de Extino. ............................ 115
10.3- programa de Monitoramento Ambiental ............................... 116
10.3.1- Critrios de quantificao: ..................................................... 117
10.4- PROGRAMA DE USO PBLICO ................................................................. 120
10.4.1- SUBPROGRAMA de lazer e recreao ................................. 120
10.5- PROGRAMA DE INTERAO COM A REA DE INFLUNCIA. 127
10.5.1- SUBPROGRAMA de relaes pblicas ................................. 128
10.5.1.1- Programa Passe um Dia nas UCs ........................................ 128
10.5.1.2- Programa LOGOMARCA ........................................................... 128
10.5.2- PROGRAMA DE MANEJO DO MEIO AMBIENTE ................ 129
10.5.2.1- SUBPROGRAMA de Manejo dos Recursos ..................... 129
Indicao de fonte de recursos ................................................................ 131
10.6-1. Programa de operacionalizao ........................................... 137
10.6-1.1. SUBPROGRAMA de Administrao e Manuteno ..... 137
11. IMPLEMENTAO DA UNIDADE DE CONSERVAO .................... 141
11.1- SISTEMA DE GESTO ....................................................................... 141
-
11.1-2. RUBRICAS QUE COMPEM A GESTO DE UMa UCS .... 145
11.2- ALTERNATIVAS DE MODELO DE GESTO ................................. 150
11.2-1. Gesto Individualizada............................................................. 151
11.2-2. Gesto Compartilhada ............... Erro! Indicador no definido. 11.3- CRIAO DA IDENTIDADE DOS UCS ............................................ 152 11.4- PROCEDIMENTOS PARA CONSOLIDAO DO SISTEMA DE UCS ERRO! INDICADOR NO DEFINIDO. 11.5- CRONOGRAMA DE ATIVIDADES ................................................... 156 11.8- RECURSOS ORIUNDOS DO ICMS ECOLGICO SUA DESTINAO .......... 157
12. ANEXOS ......................................................................................................... 164
ANEXO I: LISTA DE FLORA ..................................................................................... 164 ANEXO II: LISTA DE FAUNA ................................................................................... 164 ANEXO III: IMAGENS ZONEAMENTO UCS ................................................................ 164 ANEXO IV: MEMORIAIS DESCRITIVOS UCS E DE ZONEAMENTO .......... 164 ANEXO V: FOTOS FAUNA E FORA ................................................................... 164 ANEXO VI: TRILHAS NOS REVIS ...................................................................... 164 ANEXO VII: INFRAESTRUTURA (SEDE ADMINISTRATIVA) .................... 164 ANEXO VIII: EQUIPAMENTOS BSICOS ....................................................... 164
13- REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .............................................................. 165
-
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservao
UC Unidade de Conservao
ReViS Refgio de Vida Silvestre
APA rea de Proteo Ambiental
APP- rea de Preservao Permanente
-
CAPTULO I: APRESENTAO
1- CONSIDERAES INICIAIS
O ordenamento de uso de uma unidade de conservao
definido pelo seu Plano de Manejo, cuja orientao segue os objetivos
da categoria de manejo prevista segundo determinao do Sistema
Nacional de Unidades de Conservao.
Nos termos do inciso XVII, do art. 2, da Lei n 9.985, de
18/07/2000, a qual institui o Sistema Nacional de Unidades de
Conservao da Natureza, entende-se por plano de manejo o
documento tcnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos
gerais de uma unidade de conservao, se estabelece o seu
zoneamento e as normas que devem presidir o uso da rea e o
manejo dos recursos naturais, inclusive a implantao das estruturas
fsicas necessrias gesto da unidade.
As APAs, de acordo com a mencionada lei federal, enquadram-se
entre as Unidades Uso Sustentvel (art. 14, I), enquanto que os
Refgios de Vida Silvestre se enquadram nas Unidades de Proteo
Integral (art. 8, V), tendo como objetivos bsicos:
APA: proteger a diversidade biolgica, disciplinar o processo de
ocupao e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos
naturais (art. 15).
ReViS: proteger ambientes naturais onde se asseguram
condies para a existncia ou reproduo de espcies ou
comunidades da flora local e da fauna residente ou migratria(art
13).
O plano aqui apresentado tem como propsito oferecer diretrizes
-
para a implantao e gesto das Unidades de Conservao (UCs)
denominadas de rea de Proteo Ambiental de Raposo, Refgio
de Vida Silvestre do Sagui da Serra Escuro e Refgio de Vida
Silvestre Monte Alegre (Alrio Braz) situada no distrito de Raposo,
Municpio de Itaperuna, no Estado do Rio de Janeiro, tendo como
objetivo principal racionalizar o uso dos recursos naturais, por meio
de aes visando manter ou recuperar seus ecossistemas e as
funes ambientais destes dependentes. Dessa forma, busca utilizar
a conservao ambiental como ferramenta para a promoo do
desenvolvimento sustentvel local, visando a melhoria da qualidade
de vida das comunidades do entorno.
Determinar estratgias de conservao, integrando a sociedade
civil, exigem a realizao de um processo de anlise e avaliao tanto
das caractersticas ambientais, quanto das necessidades sociais, que
juntos daro subsdios para a planificao do uso de uma rea
determinada.
O Planejamento um processo dinmico que parte do
conhecimento e das experincias pretritas para a construo de
planos de ao que permitam a realizao de objetivos e metas
especficos.
O Plano de Manejo das Unidades de Conservao situadas no
Distrito de Raposo do Municpio de Itaperuna, apresentado neste
documento, foi realizado em duas etapas principais: diagnstico e
prognstico. A fase de diagnstico focada na coleta de dados incluiu
pesquisa de campo e de gabinete, e posterior anlise e compilao
dos dados obtidos; e que permitiro atingir os objetivos de gesto
das Unidades de Conservao analisadas.
As bases conceituais para a construo das diretrizes
estratgicas do presente documento foram extradas de bibliografia
especfica, tais como: SOUL & WILCOX (1980), DE GROOT (1992) e
-
BLANGY & WOOD (1995), OLIVEIRA (2006), COLARES (2008)
ROTEIRO METODOLGICO INEA (2010) dentre outros que constam
na bibliografia.
Partindo da definio dos objetivos gerais de manejo das UCs
foram utilizados instrumentos de planificao, tais como o
zoneamento ambiental, para construir um plano de aes especficas
para cumprir as metas pr-estabelecidas.
1.1. JUSTIFICATIVA
As UCs abrangidas neste Plano de Manejo foram criadas atravs
da Secretaria Municipal do ambiente em momentos diferentes de
gesto.
Anlises preliminares das reas em foco, sob aspectos de
localizao geogrfica, uso do solo, sociocultural, rea fsica
disponvel, etc., indicaram que as categorias de manejo mais
apropriadas para cada UC.
Assim, as categorias de manejo aqui definidas como rea de
Proteo Ambiental e Refgio de Vida Silvestre objetivam-se
preservao de reas naturais ou pouco alteradas, abrangendo
paisagens e ecossistemas de grande interesse para atividades
cientficas, educacionais e recreativas, de lazer, realizadas em
concordncia com o Plano de Manejo aqui apresentado.
-
2. FICHA TCNICA DAS UCS
2.1. REA DE PROTEO AMBIENTAL DE RAPOSO
Ficha Tcnica da rea de Proteo Ambiental de Raposo
Administrao
Nome da UC: APA Raposo
rgo Gestor: Secretaria Municipal do Ambiente de Itaperuna, BR 356,
KM 02, Antigo Mercado do produtor, Itaperuna, RJ
Endereo da sede Raposo
Telefone (22)
E-mail meioambientedeitaperuna@gmail.
com
Recurso Humano Uma Biloga
Permetro da UC 40.542m
Infraestrutura
A Unidade de Conservao
Ato de Criao Decreto Municipal 3362/2014
Objetivos da UC: I- a recuperao e preservao
da cobertura vegetal existente e da
fauna nativa;
-
II - o estmulo das atividades de
lazer, quando compatveis com os
demais objetivos das UCs;
III - a proteo e valorizao do
patrimnio natural;
IV - promover o desenvolvimento
de programas de educao ambiental;
V - preservar a existncia de rea
verde urbana, visando o bem-estar, e
aproximao de seus habitantes com a
natureza;
Municpio Abrangido: Itaperuna
Situao Fundiria ( X ) no regularizada
rea: 6.170,06 hectares Permetro: 40.572,7m
Geologia: Escarpas serranas, domnio colinoso e domnio de morros
elevados.
Dom. Afl. e SR Jovem de Granulitos (domnios de afloramento de
granulitos)
Dom. SR. de Granul, Migm e Gnais. (Domnio de solo residual de gnaisse
migmatitos e granulitos)
Solo:
Gle Tipo de rea % Fatores Limitantes
-
ba Solo
(Grande
grupo)
(h)
Vr
zeas
Gleissol
os
2653
,20
2
2
Solos mal drenados,
com riscos de Inundao,
propcios para o plantio de
arroz, na poca chuvosa, e
pastagem na seca.
Mei
a-
encostas
Argissol
os
5427 4
5
Teores baixos de
fsforo, relevo mdio e
ondulado.
re
as altas
Latossol
os
3979
,80
3
3
Pedregosos e rochosos,
pouco profundos, teores
muito baixo de fsforo,
relevo forte ondulado e
montanhoso.
Clima: O clima tropical apresenta chuvas durante o vero e
temperaturas mdias anuais entre 19C e 32C.
Vegetao: Fragmentos florestais em estgio secundrio de
regenerao, pastagens de braquirias, florestas de eucalipto.
Fauna: Silvestre e extica, dentre as quais gado e outros animais de uso
domstico, como sunos e aves.
Relevncia: Microbacia Hidrogrfica do Campinho, que abastece a
Estncia Hidromineral Raposo
Bioma: Mata Atlntica
-
Ecossistema: Floresta Estadual Semidecdua
Plano de Manejo Anterior? ( )sim ( x ) no
Se afirmativo, qual fase? ( )1 ( ) 2 ( )3 /Reviso ( )
Principais problemas
Informaes ao visitante: ainda inexistente
Acesso sede da Unidade: sede ainda inexistente
Atrativos e poca de visitao
Gastos Anuais com a Unidade (previstos e realizados para os prximos
04 anos)
Fonte/Ano 2018 2019 2020 2021
Municpio
Projetos
Compensa
o
Pesquisas usadas na Unidade/Entorno
Origem
Unidade
Entorno
Chefia da Unidade
Nome: Maria Ins Tederiche Micichelli
Nvel de instruo: Biloga/Especializao em Anlise Ambiental em
Sistemas de Gesto
-
Tempo no cargo: 07 meses
Vnculo com o Municpio: Cargo em comisso
2.2- REFGIO DE VIDA SILVESTRE DO SAGUI DA SERRA
ESCURO
Ficha Tcnica do Refgio de Vida Silvestre do Sagui da Serra Escuro
Administrao
Nome da UC: Refgio de Vida Silvestre do Sagui da Serra Escuro
rgo Gestor: Secretaria Municipal do Ambiente de Itaperuna, BR 356,
KM 02, Antigo Mercado do produtor, Itaperuna, RJ
Endereo da sede Raposo
Telefone (22) 3824-6247
E-mail meioambientedeitaperuna@gmail.
com
Recurso Humano Uma biloga
Permetro da UC 22.075m
Infraestrutura Inexistente
A Unidade de Conservao
Ato de Criao Decreto Municipal 3361/2014
Objetivos da UC: -Conservar recursos naturais,
promover a pesquisa cientfica e, se
possvel, ampliar o conhecimento da
-
populao local cerca dos benefcios
dos servios ambientais e da
biodiversidade ofertados pelo
REFGIO DE VIDA SILVESTRE
MUNICIPAL, atravs de um programa
consolidado de Educao Ambiental
direcionado a populao, isto posto,
destaca-se os seguintes objetivos
especficos:
- Garantir o ambiente natural
equilibrado, seus hbitats e guildas de
populaes em especial das espcies
endmicas e ameaadas;
- Conservar, valorizar e
aperfeioar o conhecimento acerca das
dinmicas de populao, dos servios
ambientais e de biodiversidade;
- Promover a conectividade entre
as espcies do REFGIO DE VIDA
SILVESTRE com as dos demais
remanescentes no territrio municipal;
- Fortalecer e disciplinar o uso
recreativo, turstico e demais, de
forma a manter o equilbrio ecolgico
local bem como consolidar a poltica
de desenvolvimento socioeconmico
com a de conservao, desenvolvida
no Municpio;
-
- Estimular a agroecologia, o
plantio de orgnicos e o
desenvolvimento sustentvel;
- Assegurar a manuteno das
nascentes, mananciais, e demais
corpos hdricos existentes em sua rea
de abrangncia;
- Estimular o turismo ecolgico e
rural compatibilizado-os com os
recursos naturais existentes.
Municpio Abrangido: Itaperuna
Situao Fundiria ( X ) no regularizada
rea: 485 ha Permetro: 22.075
Geologia: Geologia: Escarpas serranas, domnio colinoso e domnio de
morros elevados.
Dom. Afl. e SR Jovem de Granulitos (domnios de afloramento de
granulitos)
Dom. SR. de Granul, Migm e Gnais. (Domnio de solo residual de gnaisse
migmatitos e granulitos)
Solo:
Gle
ba
Tipo de
Solo
(Grande
grupo)
Fatores Limitantes
Mei
a-
Argissol Teores baixos de
fsforo, relevo mdio e
-
encostas os ondulado.
re
as altas
Latossol
os
Pedregosos e rochosos,
pouco profundos, teores
muito baixo de fsforo,
relevo forte ondulado e
montanhoso.
Clima: O clima tropical apresenta chuvas durante o vero e
temperaturas mdias anuais entre 19C e 32C.
Vegetao: Um nico fragmento florestal contnuo, cortado pela RJ 214,
composto de mata em estgio secundrio e avanado de regenerao.
Fauna: Silvestre, dentre elas o sagui da serra escuro, o tamandu,
preguias, tatus, ourios, iraras, etc
Relevncia: Proteo Integral
Bioma: Mata Atlntica
Ecossistema: Floresta Estacional Semidecdua
Plano de Manejo Anterior? ( )sim ( x ) no
Se afirmativo, qual fase? ( )1 ( ) 2 ( )3 /Reviso ( )
Principais problemas
Informaes ao visitante: inexistente
Acesso sede da Unidade: sede inexistente
Atrativos e poca de visitao
Gastos Anuais com a Unidade (previstos e realizados para os prximos
04 anos)
-
Fonte/Ano 2018 2019 2020 2021
Municpio
Projetos
Compensa
o
Pesquisas usadas na Unidade/Entorno
Origem
Unidade
Entorno
Chefia da Unidade
Nome: Maria Ins Tederiche Micichelli
Nvel de instruo: Biloga/Especializao em Anlise Ambiental em
Sistemas de Gesto
Tempo no cargo: 07 meses
Vnculo com o Municpio: Cargo em comisso
2.3- REFGIO DE VIDA SILVESTRE MONTE ALEGRE
(ALRIO BRAZ)
Ficha Tcnica do Refgio de Vida Silvestre do Monte Alegre (Alrio Braz)
Administrao
Nome da UC: Refgio de Vida Silvestre do Monte Alegre (Alrio Braz)
rgo Gestor: Secretaria Municipal do Ambiente de Itaperuna, BR 356,
-
KM 02, Antigo Mercado do produtor, Itaperuna, RJ
Endereo da sede Raposo
Telefone (22)
E-mail meioambientedeitaperuna@gmail.
com
Recurso Humano Uma biloga
Permetro da UC 22.075m
Infraestrutura Uma sede de Fazenda Histrica
de propriedade particular com trilhas e
mirante, com acesso restrito e
visitao definida dentro deste PM.
A Unidade de Conservao
Ato de Criao Decreto Municipal 3361/2014
Objetivos da UC: - Conservar recursos naturais,
promover a pesquisa cientfica e, se
possvel, ampliar o conhecimento da
populao local acerca dos benefcios
dos servios ambientais e da
biodiversidade ofertados pelo
REFGIO DE VIDA SILVESTRE
MUNICIPAL, atravs de um programa
consolidado de Educao Ambiental
direcionado a populao Isto posto,
destaca-se os seguintes objetivos
especficos:
-
II - Garantir o ambiente natural
equilibrado, seus hbitats e guildas de
populaes em especial das espcies
endmicas e ameaadas;
III - Conservar, valorizar e
aperfeioar o conhecimento acerca das
dinmicas de populao, dos servios
ambientais e de biodiversidade;
IV - Promover a conectividade
entre as espcies do REFGIO DE
VIDA SILVESTRE com as dos demais
remanescentes no territrio municipal;
V - Fortalecer e disciplinar o uso
recreativo, turstico e demais, de
forma a manter o equilbrio ecolgico
local bem como consolidar a poltica
de desenvolvimento socioeconmico
com a de conservao, desenvolvida
no Municpio;
VI - Estimular a agroecologia, o
plantio de orgnicos e o
desenvolvimento sustentvel.
VII - Assegurar a manuteno
das nascentes, mananciais, e demais
corpos hdricos existentes em sua rea
de abrangncia;
-
VIII - Estimular o turismo
ecolgico e rural compatibilizado-os
com os recursos naturais existentes.
Municpio Abrangido: Itaperuna
Situao Fundiria ( X ) no regularizada
rea: 565,84 ha Permetro: 41.457
Geologia: Geologia: Escarpas serranas, domnio colinoso e domnio de
morros elevados.
Dom. Afl. e SR Jovem de Granulitos (domnios de afloramento de
granulitos)
Dom. SR. de Granul, Migm e Gnais. (Domnio de solo residual de gnaisse
migmatitos e granulitos)
Solo:
Gle
ba
Tipo de
Solo
(Grande
grupo)
Fatores Limitantes
Mei
a-
encostas
Argissol
os
Teores baixos de
fsforo, relevo mdio e
ondulado.
re
as altas
Latossol
os
Pedregosos e rochosos,
pouco profundos, teores
muito baixo de fsforo,
relevo forte ondulado e
-
montanhoso.
Clima: O clima tropical apresenta chuvas durante o vero e
temperaturas mdias anuais entre 19C e 32C.
Vegetao: Um fragmento florestal de mata secundria em estgio
avanado de regenerao, com 329,5 h, Um fragmento florestal de mata
secundria em estgio avanado de regenerao com 129 h, Um fragmento
florestal de mata secundria em estgio avanado de regenerao com 91,8
h, Um fragmento florestal de mata secundria em estgio avanado de
regenerao com 3,79 h. Um corredor ecolgico em formao de capoeira
com 5,88 h, um corredor ecolgico em formao de capoeira com 0,86 h e
um corredor ecolgico ainda em formao de pastagem com 5,88 h
Fauna: Silvestre, dentre elas o sagui da serra escuro, bugios, aves
diversas, dentre elas a endmica choquinha chumbo, o papagaio chau,
tamandu, preguias, tatus, ourios, iraras, raposinhas, etc
Relevncia: UC de Proteo Integral
Bioma: Mata Atlntica
Ecossistema: Floresta Estacional Semidecdua
Plano de Manejo Anterior? ( )sim ( x ) no
Se afirmativo, qual fase? ( )1 ( ) 2 ( )3 /Reviso ( )
Principais problemas
Informaes ao visitante- inexistente
Acesso sede da Unidade- sede inexistente
Atrativos e poca de visitao
Gastos Anuais com a Unidade (previstos e realizados para os prximos
-
04 anos)
Fonte/Ano 2018 2019 2020 2021
Municpio
Projetos
Compensa
o
Pesquisas usadas na Unidade/Entorno
Origem
Unidade
Entorno
Chefia da Unidade
Nome: Maria Ins Tederiche Micichelli
Nvel de instruo: Biloga/Especializao em Anlise Ambiental em
Sistemas de Gesto
Tempo no cargo: 07 meses
Vnculo com o Municpio: Cargo em comisso
3- Caracterizao Municipal:
3.1- Breve Histrico do Municpio
Tambm segundo dados do Plano Municipal de Conservao e
Recuperao de Mata Atlntica, Itaperuna municpio da Microrregio
-
de Itaperuna, localizada na Mesorregio do Noroeste Fluminense.
Dista cerca de 310 km da cidade do Rio de Janeiro, ocupando uma
rea de 1.105,566 quilmetros quadrados. De acordo com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), a populao estimada do
municpio em 2010 era de 95.876 habitantes. Antes da chegada dos
primeiros colonizadores de origem europeia a regio era habitada
pelos ndios Puris. A partir do sculo XVI, no entanto, bandeirantes e
aventureiros que demandavam a baixada pelos afluentes da margem
esquerda do Rio Paraba do Sul ocuparam-na, momento em que a
criao de gado tornou-se a atividade econmica predominante,
sendo desenvolvida em fazendas de grande extenso. Por volta de
1830, aps a desero da milcia do exrcito, instala-se na rea o
desbravador Jos de Lannes Dantas Brando cujas iniciativas
atraram a populao local para o ncleo pioneiro do que viria a ser o
futuro municpio: a localidade denominada Porto Alegre. Pelos
servios prestados de colonizao, Brando foi perdoado pelo
governo, porm morto por seus escravos em 1852. O mdico
Francisco Portella, da Prefeitura de Campos e depois presidente da
Estrada de Ferro Carangola, em contato com a regio desde 1871, foi
quem sugeriu o nome Itaperuna localidade: em tupi-guarani ita
significa pedra, una significa preta e per, caminho, que reunidos
formam caminho da pedra preta. A rea territorial de Itaperuna
banhada por dois principais rios, o Muria e o Carangola. O municpio
pertence bacia do Rio Muria, que, dentro do seu territrio, agrega
28 microbacias. Em funo de localizar-se entre vales, conhecido
pelo clima mais quente em relao aos municpios mais prximos e
mesmo entre as cidades do Rio de Janeiro: mxima de 43 registrada
pelo Instituto Brasileiro de Climatologia (IBC).
O clima tropical apresenta chuvas durante o vero e
temperaturas mdias anuais entre 19C e 32C.
-
Maior municpio do Noroeste Fluminense, Itaperuna se destaca
na produo agropecuria do Estado: o primeiro produtor de
charque bovino e de olecolas, com destaque para o tomate, e o
segundo maior produtor de leite. Vem se tornando polo estudantil no
Estado do Rio de Janeiro por agrupar faculdades particulares e
oferecer cursos importantes em faculdades pblicas. No primeiro
grupo, citam-se a Sociedade Universitria Redentor (Faculdade
Redentor), o Centro Universitrio So Jos e a Universidade Iguau.
Quanto aos cursos de instituies pblicas, citam-se os oferecidos
pela Universidade Federal Fluminense (UFF), pelo Centro de Educao
Superior a Distncia do Rio de Janeiro (Cederj), Fundao de Apoio
Escola Tcnica do Estado do Rio de Janeiro (Faetec) e Fundao
Universitria de Itaperuna, dentre eles: Administrao de Empresas;
Arquitetura; Comunicao Social; Cincias Biolgicas; Cincias
Contbeis; Educao Fsica; Enfermagem; Engenharia Civil, Mecnica,
de Produo e de Petrleo; Farmcia; Fsica; Fisioterapia;
Fonoaudiologia; Geografia; Histria; Letras; Matemtica; Medicina
(inclusive Medicina Veterinria); Nutrio; Odontologia; Pedagogia;
Psicologia; Servio Social; e Sistemas de Informao. Da ser grande
o fluxo dirio de estudantes de cidades vizinhas.
Itaperuna referncia nacional e internacional no tratamento
hospitalar de pacientes com problemas cardacos e tambm
neurolgicos, pois abriga um dos mais modernos centros hospitalares
do Pas.
-
Figura 1: Mapa do Municpio de Itaperuna. Fonte:
http://www.cidades.ibge.gov.br/painel/painel.php?lang=&codmun=330220&search=
rio-de-janeiro|itaperuna|infograficos:-dados-gerais-do-municipio
3.2- LOCALIZAO E ACESSOS
O territrio do municpio de Itaperuna est situado na latitude
2112 sul e longitude 4153 oeste, numa altitude de 182 metros. O
municpio localiza-se no Vale do Rio Muria, no Noroeste Fluminense,
com um territrio de 1.105,341 km, dividido em oito distritos
(Raposo, Retiro do Muria, Comendador Venncio, Itajara, Ar, Boa
Ventura, Bambu, Vargem Alegre), e se insere numa regio
acidentada, que cortado pelo Rio Muria. A populao estimada
para 2016 em 99.504 habitantes
(www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?codmun=330220&lang=),
com densidade de aproximadamente 53 habitantes/Km2 e sua
populao corresponde apenas a 2,3% do Estado, com uma
-
concentrao de 77% de seus habitantes nas reas urbanas
municipais (IBGE, 2010).
Com o decorrer dos sculos, a regio passou por problemas que
cada vez vem se tornando mais crticos. Os ciclos econmicos do
caf, cana de acar e do gado leiteiro, associados agricultura
extensiva de baixo rendimento afetaram bastante a vegetao
regional. Todos esses ciclos impuseram paisagem um
desmatamento contnuo que gerou, no final deste sculo, graves
consequncias tanto para o clima regional, quanto para os solos e a
rede hidrogrfica. Depois de perodos de chuvas intensas, sucedem-
se vrios meses secos. As chuvas esto mais concentradas e a sua
intensidade provoca um processo erosivo acentuado (Souza, 2000).
Seu territrio, a 300 km de distncia da cidade do Rio de
Janeiro, estende-se at a divisa dos Estados de Minas Gerais e
Esprito Santo e banhado pelas guas dos rios Muria e seu
afluente, o Rio Carangola, alm dos Crregos e Vales que compem
sua bacia hidrogrfica. Os problemas nessa regio vm se agravando
desde o incio de sua colonizao e em especial nos sculos XVIII,
IXX e XX, devido a uma sucesso de ciclos econmicos: caf, cana-
de-acar, gado leiteiro, associados a uma agricultura de baixo
rendimento (Souza, 2000).
O municpio cortado pela Rodovia Federal BR 356 e pelas
rodovias estaduais RJ 214, RJ 220, RJ 189, RJ 198 e RJ 230, suas
principais vias de acesso.
A seguir, so apresentadas a distncia entre Itaperuna e as
Capitais da regio Sudeste, a distncia entre Itaperuna e seus
municpios limtrofes, assim como o mapa demarcando as rodovias
estaduais.
-
Tabela 1: Distncia do Municpio s principais capitais
C A P I T A I
S
R I O D E
J A N E I R O
V I T R I
A
B E L O
H O R I Z O N T
E
S O
P A U L O
D I S T N
C I A ( K M )
300 258,6 370,8 637,6
Tabela 2: Distncia do Municpio com relao aos Municpios vizinhos
M U N I C P I O S D I S T N C I A
( K M )
S O J O S D E U B 28,4
I T A L V A 42,8
B O M J E S U S D O I T A B A P O A N A R J 35,4
L A J E D O M U R I A - R J 31,5
M I R A C E M A - R J 59,2
P O R C I N C U L A R J 51
N A T I V I D A D E - R J 32,2
V A R R E - S A I - R J 50,0
M U R I A - M G 59,2
3.1.1- Populao
Em nmeros, a populao do municpio de Itaperuna
-
apresentada na Tabela 3.
Populao do Municpio de Itaperuna
Tabela 3: Populao do Municpio de Itaperuna. Fonte
http://cidades.ibge.gov.br/xtras/temas.php?lang=&codmun=330220&idtema=16&search=ri
o-de-janeiro|itaperuna|sintese-das-informacoes
Populao Residente no Municpio de Itaperuna/2016
Homens 46.553
Mulheres 49.288
Total 95.841
3.1.2- Diviso Administrativa
No municpio de Itaperuna existem as seguintes secretarias:
Gabinete de Prefeito;
Procuradoria Geral do Municpio;
Secretaria de Governo;
Secretaria de Controle Geral;
Secretaria de Administrao;
Secretaria de Planejamento;
Secretaria de Receita;
Secretaria de Fazenda;
Secretaria de Educao;
Secretaria de Agricultura;
Secretaria do Ambiente
Secretaria de Assistncia Social;
Secretaria de Cultura;
Secretaria de Esporte e Lazer;
Secretaria de Turismo;
Secretaria de Transporte
http://cidades.ibge.gov.br/xtras/temas.php?lang=&codmun=330220&idtema=16&search=rio-de-janeiro|itaperuna|sintese-das-informacoeshttp://cidades.ibge.gov.br/xtras/temas.php?lang=&codmun=330220&idtema=16&search=rio-de-janeiro|itaperuna|sintese-das-informacoes
-
Secretaria de Obras;
Secretaria de Defesa Civil e Ordem Pblica;
Secretaria de Desenvolvimento Indstria e Comrcio
Secretaria de Sade;
3.1.3- Clima
Em funo de localizar-se entre vales, o Municpio de Itaperuna
conhecido pelo clima mais quente em relao aos municpios mais
prximos e mesmo entre as cidades do Rio de Janeiro: mxima de
43 registrada pelo Instituto Brasileiro de Climatologia (IBC). O clima
tropical apresenta chuvas durante o vero e temperaturas mdias
anuais entre 19C e 32C.
3.1.4- Geologia
Segundo dados do CPRM (conferir
http://arquivos.proderj.rj.gov.br/inea_imagens/downloads/pesquisas/
APA_Mangaratiba/Dantas_etal_2005.pdf)
Em linhas gerais, o Norte-Noroeste Fluminense
assemelha-se bastante com o Mdio Vale do rio Paraba
do Sul, apresentando um extenso relevo colinoso,
seccionado por frequentes alinhamentos serranos de
direo estrutural WSW-ENE e macios montanhosos,
cujo cenrio tambm marcado por pastagens
subaproveitadas. A mata atlntica tambm foi
devastada para implantao da monocultura cafeeira,
j no incio do sculo XX. Entretanto, algumas
caractersticas singulares individualizam esse domnio
do Mdio Paraba, em especial, o clima mais seco, com
estiagem mais prolongada, com totais anuais entre 900
e 1.400 mm/ano e a menor suscetibilidade eroso do
http://arquivos.proderj.rj.gov.br/inea_imagens/downloads/pesquisas/APA_Mangaratiba/Dantas_etal_2005.pdfhttp://arquivos.proderj.rj.gov.br/inea_imagens/downloads/pesquisas/APA_Mangaratiba/Dantas_etal_2005.pdf
-
relevo colinoso do Noroeste Fluminense, notada pela
ausncia de ravinamentos, voorocamentos e
movimentos de massa, frequentes em determinados
trechos do Mdio Paraba.As restritas e descontnuas
plancies fluviais embutidas nos fundos de vales dos
rios Pomba, Muria, Itabapoana e tributrios principais,
apresentam solos de boa fertilidade natural (Gleissolos
e Planossolos eutrficos), adequados para agricultura
irrigada.
3.1.5- Hidrografia
A rede de drenagem do Municpio tem como principal rio o
Muria, afluente da margem esquerda do Rio Paraba do Sul, e nasce
da confluncia dos ribeires Samambaia e Bonsucesso, nas
proximidades da cidade de Mira, no Estado de Minas Gerais.
Segundo dados do Comit de Integrao da Bacia do Rio Paraba
do Sul - CEIVAP, a bacia do Rio Paraba do Sul est localizada na
regio sudeste do Brasil, com uma rea de aproximadamente 62.074
km, estendendo-se pelos estados de So Paulo, Rio de Janeiro e
Minas Gerais, abrangendo 184 municpios - 88 em Minas Gerais, 57
no estado do Rio e 39 no estado de So Paulo. A rea da bacia
corresponde a cerca de 0,7% da rea do pas e, aproximadamente, a
6% da regio sudeste do Brasil. No Rio de Janeiro, a bacia abrange
63% da rea total do estado; em So Paulo, 5% e em Minas Gerais ,
apenas 4%.
O vale do Rio Paraba do Sul distribui-se entre as Serras do Mar
e da Mantiqueira, situando-se em colinas e montanhas de mais de
2.000 metros nos pontos mais elevados, e poucas reas planas. A
bacia situa-se na regio da Mata Atlntica, que se estendia,
originariamente, por toda a costa brasileira (do Rio Grande do Norte
-
ao Rio Grande do Sul) numa faixa de 300 km, porm somente 11%
da sua rea total ocupada pelos remanescentes da floresta, a qual
se pode encontrar nas regies mais elevadas e de relevo mais
acidentado. Os principais rios que cortam o Municpio de Itaperuna o
Rio Muria e o Rio Carangola.
Nas oficinas com o grupo local da Mata Atlntica desenvolvidas
quando da elaborao do Plano Municipal de Conservao e
Recuperao da Mata Atlntica, foram apontados as seguintes
microbacias:
Em Itaperuna, os participantes do GLMA realizaram uma
delimitao aproximada das microbacias do territrio municipal, qual
seja:
i) MBH Boa Ventura;
ii) MBH Carvo;
ii) MBH Funil;
iv) MBH Crrego da Xica;
iii) MBH Capivara;
iv) MBH Ribeiro da Ona;
v) MBH Valo do Cedro;
vi) MBH Valo das Folhas;
ix) MBH Mutum;
x) MBH Crrego do Marimbondo;
xi) MBH Crrego da Ona;
xii) MBH Batalha;
xiii) MBH Crrego do Ouro;
xiv) MBH Bambu;
xv) MBH Boa Fortuna;
xvi) MBH Jabuticaba;
xvii) MBH Cedro;
-
xviii) MBH Faco;
xix) MBH Paraso;
xx) MBH Santa F;
xxi) MBH Campinho;
xxii) MBH So Vicente;
xxiii) MBH da Paixo;
xxiv) MBH Limoeiro;
xxv) MBH Salgada I;
xxvi) MBH Salgada II;
xxvii) MBH Cubato.
Figura 2: Mapa das Microbacias Hidrogrficas do Municpio de Itaperuna. Fonte: Planos
Municipais de Mata Atlntica
-
CAPTULO III: Anlise das UCs e entorno
4- LOCALIZAO E LIMITES ATUAIS DAS UCS
4.1- Unidades de Conservao Abrangidas por este
Plano de Manejo:
Ficha Resumo:
O Municpio de Itaperuna possui 69.990 km de extenso
territorial, que correspondem a 6.999.000 hectares de
territrio.
As Unidades criadas correspondem a 7.143,63 hectares,
correspondentes a 71,463 km do Municpio, correspondendo a
49,998% do territrio em reas protegidas.
Unidade Gestora
Prefeitura Municipal de Itaperuna/Secretaria Municipal do
Ambiente.
Endereo: BR 356, Km 02, Antigo Mercado do Produtor,Cidade
Nova, Itaperuna, RJ. CEP: 28390-000
4.1.1- APA RAPOSO
Unidade de Uso Sustentvel criada no ano de 2014, atravs
do Decreto Municipal 3362, de 29 de Janeiro de 2014, UC com
6.170,06 hectares.
-
Figure 3: Imagem do Programa Google Earth demarcando em azul os limites da APA
Raposo.
4.1.2- REFGIO DE VIDA SILVESTRE DO
SAGUI DA SERRA ESCURO
Unidade de Proteo Integral criada em 2014, pelo Decreto
Municipal 3361, de 29 de Janeiro de 2014, com 492,31 hectares.
-
Figura 4: Imagem do Programa Google Earth demarcando em verde os limites da
ReViS do Sagui da Serra Escuro
4.1.3- Refgio de Vida Silvestre Monte
Alegre (Alrio Braz)
Unidade de Proteo Integral criada em 2017, pelo Decreto
Municipal 5740, de 26 de julho de 2017, com 565,53 hectares.
-
Figure 5: Imagem do Programa Google Earth demarcando em amarelo os limites do
ReViS Monte Alegre e em azul os corredores florestais dentro dos ReViS.
Monumento Natural da Floresta.
5- ANLISES DAS UNIDADES DE CONSERVAO
5.1- ACESSOS
O acesso APA Raposo e ao ReViS do Sagui da Serra Escuro
feito pelo distrito de Raposo, atravs da Rodovia Estadual RJ 214,
sentido Raposo/Natividade-RJ.
O acesso ao ReViS Monte Alegre feito pelo Rodovia
Estadual RJ 214 e na altura da Comunidade Cruzeiro de Cima
(Natividade), acesso pelo primeiro trevo esquerda.
O acesso ao Monumento Natural da Floresta feito pela BR
356, na altura do Distrito de Retiro do Muria, Itaperuna, RJ, sentido
-
Itaperuna/Muria, pela margem direita da Rodovia.
A APA se localiza pelas duas margens da Rodovia, abrangendo
toda a microbacia hidrogrfica do Campinho.
O ReViS do Sagui da Serra Escuro tambm se localiza nas duas
margens da Rodovia, j nos limites do Municpio de Itaperuna com o
Municpio de Natividade.
Figure 7: Trilha de acesso ao ReViS Monte Alegre em vermelho. Imagem do Programa
Google Earth
5.2- ORIGEM DO NOME
5.2.1- APA RAPOSO
O nome APA Raposo tem sua origem no distrito de mesmo
nome, onde se localiza a UC. O Distrito de Raposo considerado uma
estncia hidromineral.
Elevado categoria de estncia hidromineral, o distrito de
Raposo famoso em todo o Brasil graas s suas fontes de gua
-
mineral, cujas alardeadas propriedades curativas atraem turistas dos
mais diversos municpios e estados.
Atualmente, Raposo possui dois UCs de guas minerais com
capacidades teraputicas - o UCs das guas Soledade e o Fontanrio
Raposo -, alm de uma infraestrutura considervel para o turismo.
(Fonte: http://mapadecultura.rj.gov.br/manchete/aguas-curativas-
de-raposo. Acesso em 29/05/2017).
A primeira fonte foi descoberta em meados da dcada de 1930
pelo proprietrio das terras e ficou conhecida como gua Santa do
seu Raposo. Hoje, o rebatizado Fontanrio Raposo compe-se de trs
diferentes guas carbogasosas, cada qual com sabor e propriedades
teraputicas prprias.
A primeira fonte das UCs Soledade foi descoberta ao acaso no
ano de 1935, quando empregados da fazenda do coronel Balbino
Rodrigues da Frana Jnior abriam valetas para o escoamento de
guas pluviais.
A gua Soledade (tambm chamada magnesiana) possui efeitos
teraputicos para casos de doenas hepato-biliares, renais e
pancreticas, sendo tambm aconselhada no tratamento contra
dispepsias e gastrites. (Fonte:
http://mapadecultura.rj.gov.br/manchete/aguas-curativas-de-
raposo)
Raposo comemora anualmente, em maio, a Tradicional Festa dos
Carros de Boi, onde milhares de visitantes confluem para as
comemoraes.
Raposo o 7 Distrito de Itaperuna, localizado ao noroeste
do Estado do Rio de Janeiro. Em razo das propriedades medicinais
http://mapadecultura.rj.gov.br/manchete/aguas-curativas-de-raposo.%20Acesso%20em%2029/05/2017http://mapadecultura.rj.gov.br/manchete/aguas-curativas-de-raposo.%20Acesso%20em%2029/05/2017https://pt.wikipedia.org/wiki/Itaperunahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Estadohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_de_Janeiro
-
presentes nas guas de suas fontes, uma das estncias
hidrominerais mais procuradas no Estado.
Foi elevado categoria de estncia hidromineral por decreto do
ex-governador fluminense Paulo Francisco Torres(1964-1966), possui
atualmente uma infraestrutura considervel. As fontes locais chegam
a ser comparadas, por mdicos especializados, s de Vichy, na Frana
5.2.2- REFGIO DE VIDA SILVESTRE DO
SAGUI DA SERRA ESCURO
O nome do ReViS do Sagui da Serra Escuro se deve ao fato
de que este animal ter sido encontrado em reas da Mata So Vicente
e da Fazenda Monte Alegre, partes da APA e do ReViS.
5.2.3- REFGIO DE VIDA SILVESTRE MONTE ALEGRE
(ALRIO BRAZ)
O nome do ReViS Monte Alegre tem origem na Fazenda do
Monte Alegre, cuja origem remota a 1839.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fontehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Est%C3%A2ncia_hidromineralhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_Francisco_Torreshttps://pt.wikipedia.org/wiki/Vichyhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7a
-
CAPTULO IV: FATORES ABITICOS E BITICOS
-
6- FATORES ABITICOS
6.1- CLIMA
Segundo dados do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia),
as temperaturas dirias do Municpio na Estao Itaperuna, para o
ms de maio de 2017, esto descritas no grfico abaixo:
-
Figura 8: Grfico com as temperaturas de Itaperuna (Mxima, mdia e mnima). Fonte:
http://www.inmet.gov.br/sim/abre_graficos.php
Figura 9: Umidade relativa do ar, segundo o INMET. Fonte:
http://www.inmet.gov.br/sim/abre_graficos.php
http://www.inmet.gov.br/sim/abre_graficos.phphttp://www.inmet.gov.br/sim/abre_graficos.php
-
Figura 10: Temperatura mxima diria. http://www.inmet.gov.br/sim/abre_graficos.php
Figura 11: Temperatura mnima diria. Fonte: http://www.inmet.gov.br/sim/abre_graficos.php
http://www.inmet.gov.br/sim/abre_graficos.phphttp://www.inmet.gov.br/sim/abre_graficos.php
-
Figura 12: Chuva acumulada. Fonte: http://www.inmet.gov.br/sim/abre_graficos.php
Figura 13: Insolao Total diria. http://www.inmet.gov.br/sim/abre_graficos.php
http://www.inmet.gov.br/sim/abre_graficos.phphttp://www.inmet.gov.br/sim/abre_graficos.php
-
6.2- HIDROGRAFIA LOCAL
De acordo com dados do Programa Rio Rural, no Plano Executivo
da Microbacia Campinho, onde se inserem as Unidades de
Conservao, est localizada na Estncia Hidromineral de RAPOSO
Distrito de Itaperuna. A distncia da Comunidade do Campinho
sede de Raposo de apenas 4 km, onde existe um comrcio
significativo, pois trata-se de um importante ponto turstico. Com
rea total de 12.060 hectares, a rea onde se inserem as UCs dista
50 Km da Sede do Municpio e est inserida na sub bacia hidrogrfica
do Rio Muria, bacia do Rio Paraba do Sul.
A rea objeto deste Plano de Manejo, a Microbacia do Campinho,
segundo dados do Plano Executivo (PEM, disponvel em
http://www.microbacias.rj.gov.br/conteudo/compartilhados/microbaci
as/corrego-do-campinho/pem_-_mbh_corrego_do_marambaia_-
_itaperuna.pdf) da Microbacia Campinho, elaborado pelo Programa
Rio Rural banhada pelo Crrego Campinho que possui cuja nascente
est localizada na rea superior da Microbacia e percorre toda a
rea, sendo ainda abundante. Mas segundo os moradores h
diminuio progressiva na vazo. Existem muitas outras nascentes
espalhadas pelas propriedades, as quais so utilizadas para,
irrigao, consumo animal e humano.
A APA Raposo possui 93 nascentes, dois lagos naturais e vrios
crregos de contribuio.
http://www.microbacias.rj.gov.br/conteudo/compartilhados/microbacias/corrego-do-campinho/pem_-_mbh_corrego_do_marambaia_-_itaperuna.pdfhttp://www.microbacias.rj.gov.br/conteudo/compartilhados/microbacias/corrego-do-campinho/pem_-_mbh_corrego_do_marambaia_-_itaperuna.pdfhttp://www.microbacias.rj.gov.br/conteudo/compartilhados/microbacias/corrego-do-campinho/pem_-_mbh_corrego_do_marambaia_-_itaperuna.pdf
-
Figura 14: Imagem do Programa Google Earth com as APPs (nascentes, APPs acima de 45 e FMPs
da rea total da APA e do ReViS).
A rea do Refgio de Vida Silvestre do Sagui da Serra Escuro
possui 09 nascentes.
-
Figura 15: Mapa das APPs de Itaperuna, elaborado pelo Plano Municipal de Conservao e
Recuperao de Mata Atlntica. Encarte original em anexo.
A rea do Refgio de Vida Silvestre Monte Alegre possui 10
(dez) nascentes e 03 (trs) crregos.
-
Figure 16: Mapa do ReViS Monte Alegre.
6.3- Geologia:
Em estudos feitos por Oliveira, 2006, o Municpio de Itaperuna
encontra-se dentro da unidade geomorfolgica de Bom Jesus do
Itabapoana e da Unidade Morfoescultural Plancies fluviomarinhas
(Baixadas). Ainda segundo este mesmo autor, a rea onde esto
inseridas as Unidades de Conservao objeto deste Plano de Manejo
fazem parte do domnio colinoso, domnio de escarpas serranas e
domnio de morros elevados.
So encontrados na regio os seguintes domnios:
Dom. Afl. e SR Jovem de Granulitos (domnios de
afloramento de granulitos)
Dom. SR. de Granul, Migm e Gnais. (Domnio de solo
-
residual de gnaisse migmatitos e granulitos)
Figure 17: Mapa Geolgico de Itaperuna. Adaptado de Oliveira, 2006. Em anexo carta
geomorfolgica de Itaperuna
-
6.4- Solos:
Em estudos feitos por Abreu, 2013,
(http://uenf.br/cbb/herbario/files/2014/09/TESE_Karla-Pedra.pdf) a
classificao do solo da rea da Fazenda MONTE ALEGRE foi a de
latossolo vermelho-amarelo distrfico.
E segundo dados do PEM (Plano Executivo da Microbacia) do
Crrego Campinho, os solos da regio possuem as seguintes
caractersticas:
Tabela 4: Solos da Microbacia Campinho. Dados PEM. Fonte:
http://www.microbacias.rj.gov.br/conteudo/compartilhados/microbaci
as/corrego-do-campinho/pem_-_mbh_corrego_do_marambaia_-
_itaperuna.pdf
Gle
ba
Tipo de
Solo
(Grande
grupo)
rea
(h)
%
MB
Fatores Limitantes
Vr
zeas
Gleissol
os
2653
,20
2
2
Solos mal drenados,
com riscos de Inundao,
propcios para o plantio de
arroz, na poca chuvosa, e
pastagem na seca.
http://uenf.br/cbb/herbario/files/2014/09/TESE_Karla-Pedra.pdfhttp://www.microbacias.rj.gov.br/conteudo/compartilhados/microbacias/corrego-do-campinho/pem_-_mbh_corrego_do_marambaia_-_itaperuna.pdfhttp://www.microbacias.rj.gov.br/conteudo/compartilhados/microbacias/corrego-do-campinho/pem_-_mbh_corrego_do_marambaia_-_itaperuna.pdfhttp://www.microbacias.rj.gov.br/conteudo/compartilhados/microbacias/corrego-do-campinho/pem_-_mbh_corrego_do_marambaia_-_itaperuna.pdf
-
Mei
a-
encostas
Argissol
os
5427 4
5
Teores baixos de
fsforo, relevo mdio e
ondulado.
re
as altas
Latossol
os
3979
,80
3
3
Pedregosos e rochosos,
pouco profundos, teores
muito baixo de fsforo,
relevo forte ondulado e
montanhoso.
-
Figura 18 Mapa de uso do solo do Municpio de Itaperuna. Fonte: Planos Municipais de
Conservao e Recuperao da Mata Atlntica
-
Figura 19: Mapa de vertentes do Municpio de Itaperuna. Fonte: Planos Municipais de Conservao
e Recuperao da Mata Atlntica
Figura 20: Mapa de declividades do Municpio de Itaperuna. Fonte: Planos Municipais de
Conservao e Recuperao da Mata Atlntica
7- FATORES BITICOS
7.1- Vegetaes (Flora):
A ocupao espacial da vegetao nativa encontra-se
distribuda no topo dos morros, no tero superior, nas encostas,
nas partes muito inclinadas e no entorno das nascentes. Em alguns
pontos, visto de longe observamos os arcos remanescentes
formando, ainda que insuficientes os corredores de vegetao,
oferecendo pequena proteo a fauna existente. A vegetao
preservada nas zonas de mais difcil acesso, do tipo floresta
-
caduciflia tropical (termo intermedirio entre formaes perenes de
encosta da Serra do Mar e formaes florestais do interior).
Esta floresta tem como caracterstica a periodicidade da sua
vida vegetativa, marcada por perda de muitas folhas durante o
perodo de seca. dominante a vegetao, at em alguns topos
de morros, de campos artificiais de pastagem.
Segundo dados do CIDE a regio apresenta apenas
6,2% de Floresta Caduciflia, 16,9% de vegetao secundria,
70,5% de pastagem, 1,6% de culturas agrcolas, 0,6% reas
degradadas, apresenta ainda pores da mata atlntica,
principalmente nas partes mais inacessveis.
As espcies vegetais de maior porte, que de modo geral ,
predominam na regio, principalmente nas matas remanescentes
so as canelas ( Nectandra sp/ Ocotea sp); cedros ( Cederella
glazion; C. fissilis); uricurana ( Hieronyma alchorneoides); os
jequitibs do gnero Cariniana; Arbustos e arvoretas tambm so
encontrados a sombra protetora de arvores altas; dentre eles,
destacam-se as palmeiras do gnero Geonoma sp e o palmito Euterpe
edulis, algumas variedades de Coccoloba, Miconia e leguminosas,
como Ing affonseca.
As principais espcies de flora encontrada nas UCs
encontram-se no Anexo I deste Plano.
7.1.1- REFGIOS DE VIDA SILVESTRE
Em 2013, a ento doutoranda da
UENF, Karla Maria Pedra de Abreu publicou a tese Estrutura, Florstica
E Diversidade De Fragmentos De Floresta Estacional Semidecidual No
Norte-Noroeste Fluminense (disponvel em
http://uenf.br/cbb/herbario/files/2014/09/TESE_Karla-Pedra.pdf) e
http://uenf.br/cbb/herbario/files/2014/09/TESE_Karla-Pedra.pdf
-
um dos fragmentos estudados foram os da FazenMONTE ALEGRE e da
Mata de So Vicente. Segundo esta autora, A Mata de So Vicente,
pela sua grande extenso, possui reas em diferentes estgios de
regenerao. Algumas reas deste fragmento apresentam fcil
acesso, outra se regenerou a partir de plantios abandonados e h
alguns trechos mais preservados. Atualmente, este fragmento
pertence a vrios herdeiros. O fragmento de Monte Alegre possui
acesso difcil, no apresenta presso de corte seletivo e foi formado a
partir de regenerao de plantio de caf erradicado na dcada de 40.
-
No trabalho de amostragem, alguns dos resultados apontados foram
os descritos na tabela abaixo:
Tabela 5: Principais parmetros analisados. AB= rea basal em m; NI=Nmero de indivduos, Nsp = Nmero de
espcies, Nex = Nmero de espcies exclusivas, H = ndice de diversidade de Shannon-Wiener, J = ndice de
equabilidade de Pielou (J), DAP= dimetro altura do peito. Fonte: Abreu, 2013, pg:
41.
-
Tabela 6: : Parmetros fitossociolgicos analisados para a comunidade lenhosa amostrada nos fragmentos
da tipologia Floresta Estacional Semidecidual Submontana. Siglas dos parmetros fitossociolgicos: N= Nmero de
indivduos, AB= rea Basal, DR= Densidade Relat Relativa, FR= Frequncia Relativa, DoR= Dominncia relativa,
VC= Valor de Cobertura, VI= Valor de Importncia, CS= categoria sucessional, Pi= Pioneira, SI= Secundria
Inicial, ST= Secundria Tardia, SD= sndrome de disperso, ANE= anemocoria, AUT= autocoria, ZOO= zoocoria,
NC= No Caracterizada por carncia de informaes pertinentes. Fonte: Abreu, 2013, pg. 65, 66
-
No estudo do dossel a autora apresentou as seguintes caractersticas para
as reas:
Fazenda MONTE ALEGRE: Dossel contnuo com altura entre 13 e
17m. Subbosque aberto, poucos emaranhados, presena de
brejaba, brejaubinha, taquara e bromlias. Tem como matriz
circundante pasto e cafezal. Poucas rvores cadas e algumas
clareiras. Esta fazenda se localizada numa rea de encosta muito
ngreme, de acesso restrito em perodos chuvosos.
Mata de So Vicente: Dossel aberto e descontnuo com
aproximadamente 17m de altura. Sub-bosque aberto, poucos
emaranhados e presena de brejaba. rvores cadas e algumas
clareiras. Tem pasto como matriz circundante e possui trilhas
localizadas em rea plana. Parcialmente isolada por cerca, mas com
fcil acesso. Cortado pela Rodovia RJ214 que d acesso localidade
de Raposo. Possui grande extenso, com reas em diferentes estgios de
regenerao, com vestgios de corte seletivo.
REFGIO DE VIDA SILVESTRE DO SAGUI DA SERRA ESCURO
O Refgio de Vida Silvestre do Sagui da Serra Escuro composto
de nico fragmento florestal contnuo de mata em estgio secundrio
e avanado de regenerao, com 485 h e 22.075 m de permetro. O
ReViS cortado pela Rodovia Estadual RJ 214.
-
Figure 21: Imagem de satlite (Google Earth) do ReViS do Sagui da Serra Escuro, localizado no interior da
APA Raposo
REFGIO DE VIDA SILVESTRE MONTE ALEGRE (ALRIO BRAZ)
O Refgio de Vida Silvestre Monte Alegre (Alrio Braz)
composto por quatro fragmentos florestais e trs corredores:
Fragmento 01:
Onde est inserida a sede histrica da Fazenda Monte Alegre,
formado por mata secundria em estgios mdios e avanado de
regenerao.
rea: 329,5 h
Permetro: 14.271 m
-
Fragmento 02:
Formado por mata secundria em estgio secundrio de
regenerao.
rea: 129 h
Permetro: 10.889 m
Fragmento 03:
Formado por mata secundria em estgios mdios e
avanados de regenerao.
rea: 91,8 h
Permetro: 8.870 m
Fragmento 04:
Formado por mata secundria em estgios mdios de
regenerao.
rea: 3,79 h
Permetro880 m
Corredor 01:
Formado por mata em estgio primrio de regenerao.
rea: 5,88 h
Permetro: 1.673 h
Corredor 02:
Formado por capoeira
rea: 0,86 h
Permetro: 495 m
Corredor 03:
Formado por mata em estgio primrio de regenerao
-
rea: 5,31 h
Permetro: 1497 m
Figure 22: Imagem de satlite (Google Earth) do ReViS Monte Alegre (Alrio Braz), em amarelo. Em azul, os
corredores.
7.1.2- APA RAPOSO:
A APA Raposo composta por 34 fragmentos florestais
secundrios de vegetao, em estgios primrio, secundrio e
avanado de regenerao:
Fragmento 01:
rea: 75,7 h
Permetro: 5.136m
Fragmento 02:
rea: 98,6 h
Permetro: 5.365m
-
Fragmento 03:
rea: 3,48 h
Permetro: 836m
Fragmento 04:
rea: 80,5h
Permetro: 7.626m
Fragmento 05:
rea: 39,8 h
Permetro: 3.939m
Fragmento 06:
rea: 55,8 h
Permetro: 4.314m
Fragmento 07:
rea: 35,2 h
Permetro:3.817m
Fragmento 08:
rea: 40 h
Permetro: 5.042m
Fragmento 09:
rea: 5,93 h
Permetro: 988 m
Fragmento 10:
rea: 9,96 h
Permetro: 1.356 m
Fragmento 11:
rea: 17,6 h
Permetro: 1.920 m
Fragmento 12:
rea: 16 h
Permetro: 1979 m
-
Fragmento 13:
rea: 22,7 h
Permetro: 2.038 m
Fragmento 14:
rea: 112 h
Permetro: 7.518 m
Fragmento 15:
rea: 54,2h
Permetro: 5.064 m
Fragmento 16:
rea: 38 h
Permetro: 3.674 m
Fragmento 17:
rea: 24,4 h
Permetro: 2.036 m
Fragmento 18:
rea: 33 h
Permetro: 3.270 m
Fragmento 19:
rea: 11 h
Permetro: 1.899 m
Fragmento 20:
rea: 2,63h
Permetro: 734 m
Fragmento 21:
rea: 5,51 h
Permetro: 1.225 m
Fragmento 22:
rea: 3,38h
Permetro: 961 m
-
Fragmento 23:
rea: 2,69 h
Permetro: 689 m
Fragmento 24 :
rea: 3,78 h
Permetro: 901 m
Fragmento 25:
rea: 7,15 h
Permetro:1.221 m
Fragmento 26:
rea: 22,1 h
Permetro: 3.161 m
Fragmento 27:
rea: 71,4 h
Permetro: 7.424m
Fragmento 28:
rea: 80,3 h
Permetro: 7.239 m
Fragmento 29:
rea: 3,34 h
Permetro: 846 m
Fragmento 30:
rea: 3,85 h
Permetro: 1.030 m
Fragmento 31:
rea: 1,99 h
Permetro: 643 h
Fragmento 32:
rea: 1,34 h
Permetro:572 m
-
Fragmento 33:
rea: 2,28 h
Permetro: 635 m
Fragmento 34:
rea: 377 h
Permetro: 13.618 m
Figure 21: Limites da APA Raposo (em azul) com fragmentos florestais. Imagem do programa Google Earth.
O restante da APA em que no h formao de fragmentos florestais composto
de vegetao de capoeira, pastagem e eucalipto, sendo que 75% destas formaes
corresponde pastagem para criao animal.
-
7.2-FAUNA
A regio onde esto situadas as Unidades de Conservao de
Raposo, Itaperuna, RJ, apresenta uma cobertura vegetacional
descaracterizada, tendo como modelo comparativo o domnio
primitivo da Floresta Estacional Semidecidual. As modificaes
sofridas advm do contnuo processo de ocupao antrpica, impondo
por sua vez alteraes significativas e irreversveis na riqueza e
abundncia faunstica originais. A substituio macia da mata
tropical por pastagens e culturas anuais e perenes no s
empobreceu sua diversidade como originou novas situaes
ecolgicas como por exemplo, o efeito ilha e conseqente
comprometimento do fluxo gnico, colocando em risco no longo
tempo a viabilidade das populaes de espcies que exigem
territrios com grandes extenses de mata.
Concomitante a este processo sofrido pela mata tropical, os
novos e extensos habitats criados como as j citadas pastagens,
culturas e capoeires, possuindo uma maior uniformidade ecolgica,
favorecem txons autctones com grande plasticidade ambiental e
outros exticos, na proporo em que colonizaes e ampliaes de
territrios acontecem.
Os resultados do levantamento de fauna com as principais
espcies identificadas esto no Anexo II.
7.2.1- Levantamento da Fauna
Tendo como objetivo a descrio e anlise dos componentes da
fauna e suas interaes, foi realizado um trabalho de campo de maio
a setembro de 2017, na rea de influncia das UCs, especialmente
dos dois ReViS. Este levantamento teve como intuito caracterizar a
situao atual da fauna de vertebrados terrestres.
-
A rea de influncia direta dos ReVis ainda apresenta uma
cobertura vegetal com pouco antropizada, estando os fragmentos em
estgios mdios a avanados de regenerao, conforme definio da
Resoluo CONAMA 06 de 04 de maio de 1994, convalidada pela
Resoluo CONAMA n 388/07 para fins do disposto na Lei 11.428, de
22 de dezembro de 2006, tendo como modelo comparativo o domnio
primitivo da Mata Tropical Subpereniflia.
Foram considerados para efeito do diagnstico os seguintes
grupos taxonmicos:
a) Anfbios;
b) Rpteis;
c) Aves;
d) Mamferos.
Embora cada um destes contribua igualmente na formao do
ecossistema, consenso que os grupos das aves e mamferos so
adaptativamente mais plsticos, exercendo maior domnio no
ambiente, podendo por sua vez fornecer informaes, no curto prazo,
muito relevantes quanto realidade da qualidade faunstica de uma
regio.
So descritas a seguir as metodologias e os equipamentos
utilizados para cada grupo:
a) Anfbios:
Observaes diretas noturnas;
Indcios como ninhos de reproduo;
Vocalizaes;
Equipamentos utilizados: lanternas, sacos plsticos,
mquina fotogrfica, cmera de celular, caderneta de campo.
-
b) Rpteis:
Observaes diretas noturnas e diurnas;
Indcios como pegadas e carcaas;
Entrevistas com moradores.
Equipamentos utilizados: lanternas, mquina
fotogrfica, caderneta de campo.
c) Aves:
Observaes diretas diurnas e noturnas;
Indcios como ninhos, penas e carcaas;
Vocalizaes;
Entrevistas com moradores.
Equipamentos utilizados: binculo 8x40, lanternas,
mquina fotogrfica, caderneta de campo.
Na identificao de aves, a biloga e mdica veterinria
Priscilia Andreazzi fez a identificao por meio de fotografias e
vovalizao.
d) Mamferos:
Observaes diretas noturnas e diurnas;
Indcios como pegadas, plos, fezes e carcaas;
Vocalizaes;
Entrevistas com moradores.
Equipamentos utilizados: binculo 8x40, lanternas,
mquina fotogrfica, caderneta de campo.
Alguns indivduos foram fotografados por fotgrafos da
regio, tais como Ricardo Danilo, Pablo de Lima Glria (ambos de
Natividade) e Thiago Lira (de Porcincula).
Como amostragem, para o estudo dos mamferos, anfbios e
rpteis foram percorridas, a noite, trilhas existentes em reas da
-
unidade de conservao Fazenda Monte Alegre, assim como durante
o dia trilhas nos fragmentos florestais.
Nesta identificao tivemos a participao de equipe comandada
pelo Bilogo e Coordenador do Curso de Cincias Biolgicas da
Faculdade Redentor, Professor Marcos Paulo Machado Thom e do
Bilogo e Professor/Tutor do Curso de Cincias Biolgicas do
Consrcio CEDERJ Polo Itaperuna, Professor William de Azevedo
Pinheiro.
7.2.2- Consideraes finais
Toda a regio na qual as Unidades de Conservao esto
inseridas sofreu e ainda vem sofrendo alteraes antrpicas
provocadas fundamentalmente pela substituio contnua da Floresta
Estacional Semidecidual por ambientes como pastagens e culturas,
ocasionando a mudana radical de uma paisagem de domnio florestal
para uma de reas abertas, o que ressalta a grande importncia da
presena das UCs. A fauna como um elo ambiental intrnseco
vegetao tambm acompanhou ao longo do tempo estas alteraes.
Assim, espcies especialistas no habitat florestal e que exigem
grandes territrios so afetadas negativamente por estas alteraes,
ao passo que espcies com menor especializao, ou exticas em
processo de expanso territorial, oriundas de ambientes com
caractersticas ecologicamente similares s reas abertas como o
Bioma Cerrado passam a colonizar com sucesso a regio. Este ltimo
o caso, por exemplo, das aves Cariama cristata (seriema),
Glaucidium brasilianun (coruja cabur) Colaptes campestres (pica pau
do campo).
Das espcies de mamferos anotados, a maioria possui grande
versatilidade na ocupao de diversos ambientes, como Didelphis
marsupialis (gamb), Euphractus sexcinctus (tatu-peba), Coendou
-
prehensilis (ourio cacheiro), Cerdocyon thous (cachorro do mato),
Procyon cacncrivorus (guaxinim) e Herpailurus yaguarondi (gato
mourisco), podendo manter populaes viveis no atual estgio
vegetacional da regio. Dasypus novencintus (tatu galinha) e
Cunicuus paca (paca) so espcies ameaadas pela caa predatria,
muito comum na regio.
Os bugios do gnero Alouatta e os saguis, do gnero Callithrix,
so espcies presentes em menor nmero e tambm ameaadas pela
fragmentao florestal.
Hydrochaeris hydrochaeris (Capivara) e Procyon cancrivorus
(Guaxinim) so espcies intimamente relacionadas e dependentes da
presena de corpos dgua para sua sobrevivncia, o que parece
perfeitamente possvel perante a diversidade de mananciais de gua
e corpos hdricos.
A maior parte das espcies anotados para a avifauna so
comumente encontrados no sudeste do Brasil, Bioma da Mata
Atlntica, representado por ambientes como a Floresta Estacional
Semidecidual, matas ciliares ao Rio Itabapoana, capoeiras e mesmo
as pastagens.
relevante anotar a presena de populaes de Penelope
obscura (Jacu) e de Myrmotherula minor (Choquinha-pequena),
especialistas em ambientes florestais, da tambm a relevncia das
unidades de conservao, em especial os ReViS, devendo-se
assegurar a implantao das medidas de proteo aqui previstas,
tambm pela presena registrada de espcies de Amazona
rhodocrytha (papagaio chau), espcie classificada como em perigo,
pelo IUCN 3.1 e da Dysithamnus plumbeus (choquinha chumbo),
espcie classificada como vulnervel, pelo IUCN 3.1.
Com a implantao das Unidades de Conservao e a adoo das
-
respectivas medidas de proteo e recuperao muito provvel que
haja um enriquecimento faunstico em termos de riqueza e
diversidade, propiciado pelo enriquecimento dos habitats existentes e
criao de novos pela formao de corredores florestais previstos,
alm das condies inerentes de estabilidade.
Tambm interessante apontar a funo de fonte primria de
disperso de fauna das UCs Nacional do Capara. O UCs Nacional a
maior extenso preservada do ecossistema em questo e funciona
como um fornecedor de indivduos que saem dos seus limites em
busca de novos territrios para se estabelecerem. A existncia de
outras unidades de conservao, satlites ao UCs, extremamente
benfica para a fauna silvestre regional, uma vez que a troca
gentica estimulada.
Como j mencionado, a chance de espcies anteriormente
extintas localmente recolonizarem a rea das novas Unidades de
Conservao tambm diretamente proporcional implantao das
medidas pertinentes proteo da fauna silvestre das unidades.
Embora no se tenha a avaliao da abundncia das espcies
registradas, atividade importante do contexto futuro da conduo da
unidade, o nmero de indivduos de mdios mamferos
provavelmente menor do que o necessrio para a perpetuao das
espcies no longo prazo. A criao das Unidades de Conservao
nesta rea, especialmente os Refgios de Vida Silvestre, no que
concerne fauna, vem se somar a um grande esforo em curso no
Brasil para preservar o bioma da Mata Atlntica, formando-se
corredores genticos.
As poucas espcies anotadas para a herpetofauna resultam de
um menor esforo de amostragem quando comparado ao despedido
para aves e mamferos, indicando-se assim, no desenvolvimento do
manejo da unidade, um incremento nos levantamentos deste grupo.
-
CAPTULO V
8- FATORES ANTRPICOS
8.1- Diagnstico Scio Ambiental Participativo
8.1.1- Metodologia:
A metodologia usada neste Plano de Manejo deu nfase ao
protagonismo da Gesto Ambiental como o canal de dilogo,
articulao e mobilizao de atores locais como membros da
Secretaria Municipal do Ambiente, Professores do Curso de Cincias
Biolgicas da Faculdade Redentor e do Consrcio Estadual de
Universidades Pblicas do Rio de janeiro CEDERJ- A Sub Prefeitura
de Raposo, entidades religiosas locais, moradores e produtores e
proprietrios rurais alm de representantes da comunidade local,
assim como necessidade de ampliao dos espaos de participao,
construo coletiva de conhecimentos e controle social sobre os usos
do solo municipal e, especificamente, sobre a Mata Atlntica.
8.1.2- ETAPAS METODOLGICAS
O PM envolveu as seguintes etapas metodolgicas:
Mobilizao e Incidncia Poltica.
Reunio com os Coordenadores dos Cursos de Cincias
Biolgicas e com alunos dos respectivos cursos
Dilogo com o Sub Prefeito de Raposo
Grupo Local de Acompanhamento e Avaliao;
Visitas diagnstico em 25% das propriedades rurais;
-
Reunies com produtores rurais;
8.1.3- Entrevistas com representantes da
comunidade.Oficinas Locais
As Oficinas Locais so espaos socioambientais de construo
participativa. Esta etapa ocupa papel central e estratgico no
processo metodolgico, j que a elas foi atribuda a nfase na
construo do diagnstico participativo sobre a dinmica da Mata
Atlntica local.
Desta forma, as oficinas locais validam a viso, o conhecimento
e as experincias de atores locais sobre a Mata Atlntica de seu
municpio e as registra, como uma fotografia falada, em uma base
cartogrfica, atravs de informaes comentadas sobre o que existe
no territrio e um conjunto de aes que expressam expectativas de
transformaes deste cenrio.
1 Oficina Local Construo do Cenrio Local
Objetivo: Construo do cenrio existente Construir
uma representao do que existe no espao geogrfico,
social, cultural, poltico etc. tomando como base o Dagnstico
Rural Participativo do Programa de Microbacias da EMATER-
RJ. Os elementos que iro compor os diagnstico daro
nfase ao uso do solo e a situao atual dos remanescentes
de Mata Atlntica no municpio.
8.1.3.1- 1 OFICINA:
Na 1 Oficina nos reunimos com representantes do Conselho
Gestor da Microbacia do campinho e alguns represententes locais,
alm do Sub Prefeito de Raposo, o Coordenador do Curso de Cincias
-
Biolgicas da Faculdade Redentor e alguns alunos do Curso.
Nesta oficina foram questionados quais os principais impactos
negativos (ameaas) na rea da APA e do ReViS e as solues viveis
e inviveis para usos da rea.
Figura 23: Grupo de trabalho da 1 oficina
Nesta oficina, as principais ameaas apontadas foram:
-
Figura 14: Problemas que podem afetar as UCs, apontados na 1 oficina pelo grupo de trabalho
Caa predatria;
Queimadas;
Desmatamento;
Desconhecimento da populao sobre as UCs;
Extino de espcies da fauna e da fora;
Pastagens ;
Minerao (existe uma extrao de arola licenciada na rea
da APA e prxima ao ReViS)
Saneamento (destinao inadequada dos efluentes
sanitrios)
Grande presena de eucalipto;
Diminuio das colmeias de abelhas;
Pecuria extensiva;
Ausncia de um programa de proteo de nascentes;
Ausncia de um programa de fiscalizao;
Ausncia de incentivo das entidades pblicas;
As solues viveis apontadas foram;
-
Preservao de nascentes;
Programa de conscientizao e fiscalizao;
Programas de pesquisa e estudos;
Visitao turstica;
Tombamento de fazendas histricas;
O que seria invivel:
Plantio de eucalipto sem controle e fiscalizao na APA
e no permitido na rea do ReViS;
Caa e pesca predatria;
Dragagem de vrzeas;
Visitao turstica sem guia;
Acesso de gado na rea do ReViS e em fragmentos
florestais da APA;
Trilha de moto sem permisso na APA e no permitido
no ReViS;
-
Figura 25: Grupo de trabalho da 1 oficina
8.1.3.2- 2 OFICINA:
Durante a 2 oficina o problemas apontados na oficina
anterior foram apresentados aos presentes para que se buscasse as
possveis solues em conjunto.
-
Figura 26: Sub Prefeito de Raposo e aluno do Curso de Veterinria da Universidade Iguau,
Campus Itaperuna, morador e neto de produtor rural falam na oficina sobres as oportindades das UCs.
Figura 27: Imagem dos Fatores Internos apontados na Oficina Temtica
-
Figura 28: Apresentao de propostas na 2 oficina de Raposo
Figura 29: 2 Oficina em Raposo
8.1.4- ENTREVISTAS E REUNIES:
Nas entrevistas de campos com moradores da APA e do
ReViS foram levantadas as principais ameaas internas (existentes) e
-
as presses externas, quanto aos seguintes fatores:
Extrao de madeira;
Agricultura e silvicultura;
Pastagem;
Ocupao humana;
Extrao mineral;
Construo e operao de infraestruturas;
Caa;
Coleta de subprodutos no madeireiros;
Turismo e recreao;
Disposio de resduos (poluio);
Processos seminaturais;
Espcies exticas invasoras;
Uso dos recursos por populaes residentes;
Influncias externas;
Incndios de origem antrpica;
Estrada;
-
Figura 30: Diagnstico, entrevista de campo.
-
Figura 31: Diagnstico entrevista de campo.
Figura 32: Visita de campo.
-
Figura 33: Entrevista de campo.
Figura 34: Sagui da Serra Escuro avistado durante visita na rea da Fazenda Monte Alegre
-
Figura35: Reunio com Sub Prefeito e morador local.
8.2- Criao do Refgio de Vida Silvestre Monte Alegre
(Alrio Braz)
Durante o diagnstico foi apontado a criao de um novo Refgio
de Vida Silvestre, na rea conhecida como Monte Alegre, rea que
faz parte da Reserva da Biosfera e reas Prioritrias do
Ministrio do Meio Ambiente e ainda far a composio do
Corredor 2, que abrange os municpios de Porcincula,
Natividade e Itaperuna, possibilitando a formao de corredores
e mosaicos de UCs.
Os Estudos Tcnicos para criao desta nova UC foi
elaborado pela Secretaria Municipal do Ambiente em parceria com o
Programa de Apoio a Criao de Unidades de Conservao (ProUC) da
Superintendncia de Biodiversidade e Florestas da Secretaria
Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro.
Nos Estudos Tcnicos, alguns proprietrios foram
consultados e deram a sua aquiescncia (registrada em ATA e em
conversa via telefone, conforme anexada aos Estudos Tcnicos de
Criao da UC, inseridos no Processo Administrativo)
-
A Consulta Pblica foi realizada no dia 06 (seis) de julho de
2017 (dois mil e dezessete) as 18 (dezoito) horas, na Escola
Municipal Santa Paz em Raposo, com a presena da Coordenadora do
ProUC, Renata Lopes.
Figure 36: Reunio na Fazenda Monte Alegre com a proprietria Adriana Nascimento Sanches
-
Figure 37: Reunio na Faculdade Redentor com o proprietrio Luis Adriano.
-
Figure 18: Composio da mesa de abertura da Consulta Pblica. Renata Lopes, do ProUC, Adriana
Nascimento Sanches (proprietria), Emyliandro Pena Machado (Sub Prefeito de Raposo) e Waldriano
Terra, Secretrio Municipal do Ambiente.
-
CAPTULO VI ZONEAMENTO
-
MANEJO DA UNIDADE DE CONSERVAO
8.2. OBJETIVOS ESPECFICOS DO MANEJO
Para os fins da lei 9.985/00, entende-se por manejo (art. 2)
todo e qualquer procedimento que vise assegurar a conservao da
diversidade biolgica e dos ecossistemas.
O objetivo central do manejo da rea em estudo, associar
preservao, educao ambiental, pesquisa cientfica, lazer e
recreao de forma que haja uma participao da sociedade civil,
poder pblico e organizaes no governamentais na gesto da
unidade.
A definio destas atividades como prioritrias tem como
objetivo estabelecer usos compatveis com as caractersticas
verificadas nos levantamentos realizados com a populao local.
Nesta pesquisa, apresentada integralmente neste documento,
demonstrou-se o interesse das comunidades locais por formas de
lazer realizados em famlia e o interesse na realizao de atividades
educativas.
A educao para a conservao da comunidade de entorno a
garantia bsica do sucesso dos objetivos conservacionistas da
Unidade de Conservao.
Podemos citar ainda, os seguintes objetivos gerais da UC:
Possibilitar a sobrevivncia das espcies ameaadas de
extino
Proteger e recuperar fragmentos Florestais.
-
Restaurar a paisagem e preservar a beleza cnica local.
Possibilitar e fomentar a pesquisa cientfica,
especialmente a conservacionista voltada para o manejo da
rea.
Desenvolver atividades de educao, visando
aprofundar o conhecimento e a conscientizao em relao ao
meio ambiente.
Proporcionar condio para lazer, recreao e turismo
de forma compatvel com os demais objetivos das UCs.
Para este zoneamento tambm foram ouvidos os proprietrios
e as seguintes propostas foram apresentadas:
1- Proprietria da Fazenda Monte Alegre (sede): visita
turstica em trilha guiada, com prioridade para pesquisadores e
educao ambiental.
2- Proprietrio da Fazenda Monte Alegre (rea na divisa
com a vertente do Municpio de Natividade) apenas pesquisa
cientfica.
3- Proprietrio da Fazenda Monte Alegre (rea na divisa
com o Municpio de Porcincula/Natividade) nenhuma visitao;
4- Proprietrio da Fazenda So Vicente: pesquisa
cientfica, educao ambiental, coleta de sementes, viveiro.
Procuramos respeitar o interesse de cada proprietrio ao
estabelecer o zoneamento das UCs.
-
8.3. ZONEAMENTO
O Zoneamento1 um processo dinmico no qual as categorias
definidas podem ser alteradas de acordo com o aprofundamento dos
estudos ambientais ou pela modificao das caractersticas de cada
rea, seja por processos naturais de sucesso ou induzidos pelo
manejo.
Sero consideradas as seguintes zonas: Zona Primitiva, Zona de
Uso Extensivo, Zona de Uso Intensivo, Zona de Preservao, Zona de
Conservao, Zona de Recuperao, Zona de Uso Conflitante e Zona
de Amortecimento (para os ReViSs). Zona de Vida Silvestre, Zona
Extrativista, Zona de Usos Agropecurios, Zona de Recuperao e
Zona de Amortecimento (para a APA)
A Carta de Zoneamento da UC (Anexo 7), exibe a distribuio
espacial de todas as zonas contidas na unidade sob estudo.
8.3.1- ZONA DE PRESERVAO
Definio:
rea destinada preservao dos ecossistemas,
atravs da proteo do habitat de espcies residentes,
migratrias, raras, endmicas, e/ou ameaadas de extino,
bem como garantia da perenidade dos recursos hdricos, das
paisagens e das belezas cnicas, da biodiversidade e dos stios
arqueolgicos..
1 Pelo inciso XVI, do art.2 da lei n 9.985/00, entende-se por
zoneamento a definio de setores ou zonas em uma unidade de conservao com objetivos de manejo e normas especficos, com o
propsito de proporcionar os meios e as condies para que todos os objetivos da unidade possam ser alcanados de forma harmnica e eficaz.
-
Objetivos:
O objetivo bsico do manejo a preservao,
garantindo a evoluo natural.
Localizao:
Nos ReViS Sagui da Serra Escuro e ReViS Monte Alegre
(Alrio Braz), a localizao da Zona de Preservao foi
determinada pelo fragmento florestal mais distante das trilhas
pr-existentes, com formao florestal em estgio mdio a
avanado e/ou avanado e com maior dificuldade de acesso,
especialmente em reas de APPs de topo de morro e de grande
declividade, proporcionando as conhecidas reas de sombra,
com probabilidades de espcies rupcolas e espcies ainda no
exploradas Esta zona ser o principal foco dos levantamentos
florstico e faunstico e poder futuramente ter parte de sua
rea transformada em zona intangvel.
O ReViS Monte Alegre (Alrio Braz) possui duas zonas
de preservao e o ReViS do Sagui da Serra Escuro possui uma
zona de preservao.
Normas:
No ser permitida a visitao a qualquer ttulo;
As atividades humanas sero limitadas ao
monitoramento, fiscalizao e pesquisa exercida somente
em casos especiais;
A pesquisa ocorrer exclusivamente com fins
cientficos, desde que no possa ser realizada em outras zonas;
A fiscalizao ser eventual, em casos de necessidade
de proteo da zona, contra caadores, fogo e outras formas de
degradao ambiental;
O combate ao fogo e aos incndios florestais, enquanto
-
o Municpio no dispor de brigadas de incndio, se far na
forma de Notificao Preliminar Preventiva, conforme modelo
constante no Anexo VIII. Esta Notificao dever ser usada em
todas as reas inseridas na APA Raposo e nos ReViS do Sagui
da Serra Escuro e Monte Alegre (Alrio Braz).
As atividades permitidas no podero comprometer a
integridade dos recursos naturais;
No sero permitidas quaisquer instalaes de
infraestrutura;
No sero permitidos deslocamentos em veculos
motorizados..
8.3.2- ZONA DE CONSERVAO
DEFINIO:
-
rea destinada conservao dos ecossistemas, com
potencial para recuperao ou regenerao futura, admitindo uso
indireto. Constituem-se como uma zona de transio entre a ZP
e demais reas.
Normas para os ReViS:
As atividades permitidas sero a pesquisa, o monitoramento
ambiental e a
fiscalizao;
Podero ser instalados equipamentos simples para a
interpretao dos recursos naturais, sempre em harmonia com a
paisagem;
Esta zona ser constantemente fiscalizada;
O trnsito de veculos s poder ser feito a baixas
velocidades (mximo de 40 km/h);
No caso do uso de veculos e embarcaes (lagos artificiais
ou naturais), no sero permitidos motores fora do