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PLANO DE MINERAÇÃO DO ESTADO DO PARÁ 2013-2030
PARÁ 2012
RELATO DA 6ª OFICINA
“MINERAÇÃO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO PARÁ”
DEZEMBRO/2012
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................... 03
1. COMENTÁRIOS INICIAIS............................................................................ 04
2. OBJETIVO PRINCIPAL............................................................................... 05
3. METODOLODIA............................................................................................ 06
4. PALESTRAS DE CONTEXTUALIZAÇÃO.................................................... 07
4.1. “PLANO DE MINERAÇÃO DO ESTADO DO PARÁ – 2013-2030”
(SEICOM) ..........................................................................................................
07
4.2. “MINERAÇÃO EM ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL” (SEMA).......... 08
4.3. “UNIDADES DE CONSERVAÇÃO FEDERAL, MINERAÇÃO E
ELABORAÇÃO DE PLANO DE MANEJO (ICMBio)..........................................
10
4.4. “GESTÃO DA ATIVIDADE MINERAL EM ÁREAS ESPECIALMENTE
RESERVADAS NA AMAZÔNIA” (MME)............................................................
11
4.5. “ATIVIDADE DE MINERAÇÃO EM ÁREAS PROTEGIDAS NO PARÁ: O
CASO DA MRN” (MRN).....................................................................................
12
5. LIVRE MANIFESTAÇÃO DOS PARTICIPANTES........................................ 13
6. RELATORIA DAS DISCUSSÕES DOS GRUPOS DE TRABALHOS......... 19
6.1. GRUPO DE TRABALHO – TEMA 1............................................................ 19
A) Relato dos Debates....................................................................................... 19
B) Quadro - Plano de Ação................................................................................ 21
C) Lista de participantes Tema 1....................................................................... 22
D) Imagens do Grupo de Trabalho.................................................................... 22
6.2. GRUPO DE TRABALHO – TEMA 2............................................................ 23
A) Relato dos Debates....................................................................................... 23
B) Quadro – Plano de Ação............................................................................... 25
C) Lista de Participantes Tema 2....................................................................... 26
D) Imagens do Grupo de Trabalho.................................................................... 27
7. RODADA FINAL DE CONTRIBUIÇÕES …………………………………….. 27
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................... 29
9. ENCAMINHAMENTOS.................................................................................. 30
ANEXOS............................................................................................................ 31
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INTRODUÇÃO
O Governo do Estado do Pará, por meio da Secretaria de Estado de
Indústria, Comércio e Mineração (SEICOM), está em vias da elaboração do Plano
de Mineração do Estado do Pará – 2013/2030, desafio pioneiro a ser desenvolvido
seguindo as linhas de ação do Plano Nacional de Mineração - 2030, a cargo do
Ministério de Minas e Energia (MME). Nesse sentido, a elaboração do Plano é um
passo estratégico para o fortalecimento da governança pública sobre os recursos
minerais e para a consolidação de políticas que visem o desenvolvimento do setor
mineral em todo o Estado do Pará.
Este documento relata a 6ª oficina do Plano com a temática “Mineração em
Unidades de Conservação no Pará”, realizada pela SEICOM em parceria com
Escola de Governo do Pará (EGPA), Banco do Estado do Pará (BANPARÁ) e
Ministério de Minas e Energias (MME), em 11 de dezembro de 2012, no
Auditório da Escola de Governo do Pará na capital Belém, com a participação
de 99 representantes de 28 entidades públicas e privadas relacionadas ao tema,
dentre elas 16 órgãos públicos (municipal, estadual e federal), 09 instituições da
iniciativa privada, 02 instituição representando as academias de ensino e 01
instituição da sociedade civil.
A equipe coordenadora do Plano de Mineração do Pará agradece a
participação das instituições que contribuíram com a construção coletiva das ações
de curto e longo prazo, bem como para o aprimoramento e nivelamento de
informações sobre legislação e ações socioambientais de empreendimentos
minerários com respeito às unidades de conservação e áreas especialmente
protegidas. As instituições participantes foram Associação Nacional do Ouro
(ANORO), Banco da Amazônia, Departamento Nacional de Produção Mineral
(DNPM), Escola de Governo do Pará (EGPA), Empresa de Assistência Técnica
e Extensão Rural (EMATER/PA), Federação das Indústrias do Pará (FIEPA),
Instituto de Chico Mendes (ICMBio), Instituto de Desenvolvimento
Econômico, Social e Ambiental do Pará (IDESP), Instituto do Homem e Meio
Ambiente da Amazônia (IMAZON), Instituto Nacional de Meteorologia (INMET),
Instituto de Terras do Pará (ITERPA), Mineração Colossos, Ministério de
Minas e Energias (MME), Ministério Público Estadual (MPE), Polícia Civil,
Secretaria Especial de Desenvolvimento Econômico e Incentivo a Produção
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(SEDIP), Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração (SEICOM), Secretaria
de Estado de Meio Ambiente (SEMA), Secretaria de Estado de Pesca e
Aquicultura (SEPAQ), Sindicato das Mineradoras do Pará (SIMINERAL),
Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM), Universidade Federal do Pará
(UFPA), Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), além de empresas
especialmente convidadas, Mineração Rio do Norte (MRN), Vale, Alcoa e
Hydro.
1. COMENTÁRIOS INICIAIS
Representando o Secretário de Estado da SEICOM, David Leal, a Secretária
Adjunta da SEICOM, Maria Amélia Enríquez iniciou a abertura da 6ª Oficina do
Plano de Mineração, falando sobre a importância do primeiro Plano de Mineração
do Estado do Pará, ressaltando a necessidade de discutir o tema de mineração em
unidades de conservação para promover o desenvolvimento sustentável com
atores do setor público, privado, sociedade civil e instituições de ensino, alvo da
proposta da sexta oficina do Plano de Mineração.
Na visão da secretária adjunta, Maria Amélia Enríquez, é dessa realidade
local desafiadora que os atores convidados para as oficinas temáticas indicam
propostas de soluções a serem contempladas nas futuras políticas de governança
para o setor mineral no estado, desde a geologia até a transformação mineral.
“Além desse conhecimento necessário para planejar bem temos mudar a base
produtiva do Pará. Mudar as políticas públicas para esse setor. Do contrário, daqui
a 20 anos estaremos discutindo as mesmas coisas de hoje e tudo estará igual.
Mudar a nossa matriz produtiva. Hoje 85% do que o Pará produz é exportado. Um
Plano de Mineração é o instrumento que nos possibilitará um rumo para ações de
novas políticas para a mineração”, concluiu Amélia Enríquez.
Destacou a importância da parceria fundamental da EGPA e patrocínio do
BANPARÁ para a realização da “Oficina de Mineração em Unidades de
Conservação” e salientou que a grande contribuição e participação de entidades
representativas dos Governos Federal, Estadual e Municipal, bem como de
universidades, instituições de da sociedade civil e outros representantes do setor é
fundamental para identificar as potencialidades e os desafios para elaborar um
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plano de ação de curto, médio e longo prazos para atender às diferentes realidades
existentes no Estado do Pará.
A Secretária em exercício ainda destacou que “o Pará é o segundo Estado
minerador do Brasil e que, nos próximos anos, deverá suplantar Minas Gerais em
sua tradição secular no setor de ser o maior estado minerador do Brasil. Para isso,
contamos com parceiros importantes: Ministério das Minas e Energia, SEBRAE,
Banco do Estado do Pará e Escola de Governo do Estado do Pará”, acrescentou.
Foto 01: Abertura da 6ª Oficina do Plano de Mineração do Pará
2. OBJETIVO PRINCIPAL
O objetivo principal da sexta oficina do Plano de Mineração do Estado do
Pará foi mapear elementos necessários para o aperfeiçoamento de uma política de
Estado com vistas ao desenvolvimento sustentável da mineração, considerando as
áreas especialmente reservadas no Estado do Pará.
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3. METODOLODIA
Para abertura oficial do evento foi composta a mesa principal com a
presença da Secretária Adjunta da SEICOM, Maria Amélia Enríquez, Reitor da
UFOPA, Seixas Lourenço, Representante da SEMA, Ronaldo Lima, Fiscal do
MME, Bruno Alves e Coordenador Regional do ICMBio, Carlos Augusto Pinheiro,
os quais foram breves em suas considerações iniciais no desejo de que as
discussões da 6ª oficina possam contribuir com o aprendizado coletivos, bem como
direcionar políticas de desenvolvimento sustentável na mineração paraense. Após
a composição da mesa de abertura, foi dado início as palestras de
contextualização, cm vista a apresentar um panorama amplo sobre a realidade do
tema, nos âmbitos estadual e federal. As palestras foram sequenciadas e houve
um tempo destacado para debate em mesa redonda durante a manhã. A
metodologia de desenvolvimento da oficina, no período da tarde, se baseou na
composição de dois grupos de trabalho com mediador e relator em cada grupo
para discutir os seguintes subtemas: Tema 1: Instrumentos legais para mineração
em áreas de preservação e conservação e Tema 2: Ações socioambientais da
mineração as áreas de conservação e preservação.
A metodologia aplicada para a construção da oficina seguiu as etapas
listadas:
Manhã a) Abertura do evento e apresentação da metodologia;
b) Palestras de contextualização;
c) Livre manifestação dos participantes;
Tarde d) Grupos de trabalho para elaboração de planos de ação;
e) Aprovação de consolidação das propostas.
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4. PALESTRAS DE CONTEXTUALIZAÇÃO
A Secretária Adjunta da SEICOM, Maria Amélia Enríquez, apresentou o
atual cenário da mineração no Estado do Pará e destacou dados estatísticos de
extração mineral com base nas informações do Cadastro Estadual de Recursos
Minerais (CERM), ressaltando a importância do planejamento para que a
mineração seja um autêntico vetor de desenvolvimento.
Apresentou dados estatísticos da participação do Estado do Pará na
produção mineral em relação aos outros estados, participação na arrecadação de
Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM),
participação na massa salarial por setor e balança comercial, destacando que o
setor mineral aponta o Estado do Pará como quinto Estado exportador do Brasil.
Lembrou a potencialidade mineral do Estado, sendo o segundo estado minerador
do Brasil.
Apresentou um mapa territorial do Estado do Pará com foco nas áreas de
proteção integral e de uso sustentável, ressaltando as terras indígenas e
quilombolas e concluiu que o Estado do Pará tem cerca de 70% de seu território
especialmente reservado em zonas de conservação e de preservação.
Enríquez fez um destaque especial aos dados de sobreposições de
ocorrências minerais e áreas especialmente reservadas no Pará. Apresentou
dados extraídos do CERM sobre a mineração e a socioeconomia no Pará, com
destaque para a distribuição percentual do emprego por origem de mão-de-obra,
identificando que apenas 35% da mão-de-obra da mineração é paraense, dos
quais estão, em sua maioria, alocados nas atividades de lavra e beneficiamento,
onde o nível de escolaridade necessário é fundamental e fundamental incompleto.
Destacou ainda que as empresas que mais contratam mão-de-obra local são as
pequenas e médias empresas que coincidem com as que produzem agregados
para a construção civil. Frisou a importância do Estado do Para ter e implementar
uma política mineral, bem como desenvolver planejamento estratégico com ações
que venham intermediar os interesses empresariais e da sociedade e que a
elaboração do Plano de Mineração do Pará seja uma grande oportunidade para
4.1. “PLANO DE MINERAÇÃO DO ESTADO DO PARÁ – 2013-2030” – Dra. Maria
Amélia Enríquez, Secretária Adjunta da SEICOM
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alcançar este objetivo. Os slides utilizados durante a apresentação encontram-se
em anexo.
Foto 02: Palestra sobre a Importância do Plano de Mineração do Pará
O Gerente de Mineração da SEMA, o geólogo Ronaldo Lima, explanou
sobre a mineração no contexto da Constituição Federal, descreveu sobre os tipos
de unidades de proteção integral, sendo Estações Ecológicas (ESEC), Reservas
Biológicas (REBIO), Parques Nacionais, Estaduais e Municipais, Monumentos
Naturais (MN), Reservas de Vida Silvestres (REVIS) e unidades de uso
sustentável, sendo Áreas de Proteção Ambiental (APA), Áreas de Relevante
Interesse Ecológico (ARIE), Floresta Nacional (FLONA), Estaduais e Municipais,
Reservas Extrativistas (RESEX), Reserva de Fauna (REFAU), Reservas de
Desenvolvimento Sustentável (RDS) e Reservas Particulares do Patrimônio Natural
(RPPN).
Ressaltou conceitos do Sistema Nacional de Unidades de Conservação
(SNUC) e explicou sobre as competências de licenciamento ambiental de
4.2. “MINERAÇÃO EM ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL” – Ronaldo Lima, Gerente
de Mineração da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA)
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empreendimentos em Unidades de Conservação que podem ser federal, estadual
ou municipal, de acordo com a abrangência do impacto ambiental.
Detalhou a Lei Complementar 140 e explicou os instrumentos de cooperação
institucional para o licenciamento ambiental, bem como apresentou uma análise da
Resolução CONAMA 428/2010 sobre os processos de licenciamento ambiental de
empreendimentos com impactos significativos a unidades de conservação como a
mineração.
O gerente de mineração da SEMA apresentou os procedimentos de
licenciamento ambiental adotados, sendo composto de processos administrativos,
estudos ambientais, análise ambiental e o atos autorizativos da licença ambiental.
Frisou os resultados esperados pela SEMA com o licença ambiental tais
como recuperação de áreas degradadas, controle de emissões, tratamento de
efluentes, gestão de resíduos, qualidade da água, controle de erosão, redução de
desmatamento, proteção da fauna, fluxo gênico, compensação ambiental,
educação ambiental, minimização de conflitos, otimização dos impactos positivos e
outros.
Por fim, comentou sobre as infrações ambientais previstas em lei para a
mineração e para responsável técnico. Os slides utilizados durante a apresentação
encontram-se em anexo.
Foto 03: Palestra sobre Licenciamento ambiental nas áreas de preservação no
Estado do Pará
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O Coordenador Regional do ICMBio iniciou sua exposição mencionando que
a missão do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade é “proteger o patrimônio
natural e promover o desenvolvimento socioambiental”. Na sequência, informou
que as Coordenações Regionais 3 e 4 compreendem 46 Unidades de Conservação
(UC) no Estado do Pará, com cerca de 18.050.810,72 ha que estão sob gestão do
ICMBio.
Ressaltou a região do Tapajós, onde está localizada a reserva garimpeira
sobreposta às florestas nacionais que permitem mineração, mas destacou também
que nem todas as unidades são passíveis de mineração. As UCs que permitem
mineração são Flona do Amana, Flona Saraca-taquera, Flona, Jamanxim, Flona
Crepori e APA Tapajós.
Apresentou informações de garimpos na região do Tapajós dentro de UCs
que não permitem mineração. Fundamentou a elaboração de planos de manejo
com base na Lei 9.985/200 e Decreto 4.340/2002 e apresentou os decretos de
criação das UCs da região do Tapajós, bem como informou os limites dos planos
de manejos existentes em cada Flona. Os slides utilizados durante a apresentação
encontram-se em anexo.
Foto 04: Palestra sobre “Unidades de Conservação Federal, Mineração e
Elaboração de Planos de Manejo”
4.3. “UNIDADES DE CONSERVAÇÃO FEDERAL, MINERAÇÃO E ELABORAÇÃO DE
PLANO DE MANEJO” – Carlos Augusto Pinheiro, Coordenador Regional do Instituto
de Chico Mendes (ICMBio)
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O Dr. Edson Mello iniciou sua palestra identificando ocorrências minerais no
Estado do Pará, classificando em metais ferrosos, metais não ferrosos e preciosos.
Enfatizou a complexidade da mineração na região do Tapajós destacando a
sobreposição das UCs com a Reserva Garimpeira do Tapajós e mencionou as UCs
que tem e não tem Plano de Manejo.
Deu ênfase a quantidade de requerimento de permissão de lavra garimpeira
(PLG) na região, ultrapassando 14 mil requerimentos no DNPM até julho de 2012.
Informou a existência de mineradoras de ouro nas UCs da Região do Tapajós
dentro e fora da Reserva Garimpeira, salientando os potenciais minerais de ouro,
bauxita, diamante e outros. O especialista também chamou a atenção dos
dirigentes dos órgãos presentes para a necessidade de maior “conhecimento
geológico dos territórios da Área de Proteção Ambiental (APA) do Tapajós, onde
possivelmente os maiores depósito de ouro ainda estão por serem descobertos.
Daí ser imprescindível o conhecimento científico para fazer a gestão”.
Quantificou as áreas oneradas por UCs de uso sustentável na Província do
Tapajós, informando as características geológicas da região, bem como as
categorias de ouro secundário e primário existente. Comentou sobre as
mineralizações de ouro e suas relações com os níveis de erosão e destacou que,
possivelmente, os maiores depósitos de ouro no Tapajós ainda estão por ser
descobertos.
Finalizou discorrendo sobre o Projeto Curuá e sua relação com as UCs de
uso sustentável e proteção integral e as reservas indígenas, e apresentou um
quadro de prospecção até o ano de 2030 do investimento para conhecimento
geológico nacional, destacando a Amazônia. Os slides utilizados durante a
apresentação encontram-se em anexo.
4.4. “GESTÃO DA ATIVIDADE MINERAL EM ÁREAS ESPECIALMENTE
RESERVADAS NA AMAZÔNIA” – Edson Mello, Diretor do Departamento de
Desenvolvimento Sustentável na Mineração do Ministério de Minas e Energias
(MME).
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Foto 05: Palestra “Gestão da atividade mineral em áreas especialmente reservadas na Amazônia”
O Gerente de Meio Ambiente da MRN apresentou a localização do
empreendimento de extração de bauxita do Porto Trombetas ao noroeste do
Estado do Pará e comentou sobre a composição acionária da MRN, em que a Vale
possui 40%, a BHPBILLITON 14,8% e o restante das ações estão distribuídas
entre Rio Tinto, CBR, ALCOA Alumínio S.A., ALCOA Alumina, Hydro, além da
ALCOA AWA Brasil Participações.
Apresentou gráfico da produção em milhões de toneladas, de 1979 a 2011, e
informou que 68,87% do mercado da MRN é o Brasil. Fez uma explanação sobre a
mineração e sua relação com as reservas ambientais existentes na região e
apresentou fluxograma das operações da MRN desde extração, beneficiamento e
transporte.
Destacou que o processo de licenciamento ambiental das atividades da
MRN é feita no âmbito federal pelo IBAMA/ICMBio, os quais fazem a avaliação dos
impactos ambientais do empreendimento. Apresentou imagens das operações
ambientais de supressão vegetal, resgate de fauna, resgate de flora,
4.5. “ATIVIDADE DE MINERAÇÃO EM ÁREAS PROTEGIDAS NO PARÁ: O CASO DA
MRN” – André Gemani, Gerente de Meio Ambiente da Mineração Rio do Norte
(MRN).
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decapeamento, lavra mineral, drenagem de mina, preparação da área para
reflorestamento e apresentou dados da reabilitação das áreas mineradas.
Informou sobre os programas ambientais da empresa tais como
Monitoramento Hídrico, Responsabilidade Social Corporativa, Projetos de
Conservação da Biodiversidade, Inclusão Digital, Apoio ao campus da
Universidade do Oeste do Pará (UFOPA), Programa de Desenvolvimento da
Piscicultura, Programa de Combate a Malária e outros. Os slides utilizados durante
a exposição encontram-se em anexo.
Foto 06: Palestras Atividade de Mineração em Áreas Protegidas no Pará: Caso
MRN
5. LIVRE MANIFESTAÇÃO DOS PARTICIPANTES
Após as apresentações, os palestrantes ocuparam a mesa central para a
etapa de livre manifestação dos participantes, esclarecendo questionamentos que
foram expostos os relatos abaixo listados.
Inicialmente a Dra. Maria Amélia Enríquez (SEICOM) realizou considerações
sobre a necessidade de aprofundamento do conhecimento geológico para uma
adequação das atividades econômicas. Comentou também sobre os regimes de
jurisdição e regulamentação das diferentes áreas, com definição das
responsabilidades dos órgãos federais, estaduais e municipais, com a integração
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dos bancos de dados. A sustentabilidade deve considerar os contextos social e
econômico, e não somente o ambiental.
5.1. PERGUNTAS DA PLENÁRIA:
José Pastana (SEICOM): perguntou ao representante do MME, Sr. Edson
Mello, sobre a importância das usinas hidrelétricas do Tapajós para o Pará.
E sobre como o governo pode gerir uma UC sem ter o devido conhecimento
científico do subsolo. Segundo Pastana, sem dúvida, os maiores depósitos
minerais do Tapajós ainda estão por ser descobertos. A atual Província
Aurífera do Tapajós apresenta bauxita, cobre e fosfato, devendo se
transformar futuramente na Província Polimetálica do Tapajós.
Elis (IMAZON): perguntou ao Sr. Edson Mello (MME) e ao Carlos Augusto
Pinheiro representante do ICMBio sobre o impedimento ao conhecimento do
potencial mineral: qual é o impedimento e o que tem sido feito para resolver
a situação? Como se dá o entendimento entre os ministérios e quais são as
prioridades dos planos de manejo?
Ana Lúcia Augusto (Ministério Público Estadual): perguntou ao Sr. Edson
Mello se considera pertinente a elaboração de um plano estratégico para a
exploração econômica das Unidades de Conservação. E para a Dra. Maria
Amélia (SEICOM), perguntou quais seriam as alternativas de compensações
para as perdas da Lei Kandir.
Dirceu Frederico (ANORO): perguntou ao Sr. Edson Mello se é possível
recompor a biodiversidade. E sobre a discussão da geodiversidade, pois no
Tapajós a delimitação das Unidades de Conservação não respeitou a
geodiversidade.
José Pastana (SEICOM) perguntou para o representante da MRN como a
empresa tratou o caso do Lago Batata.
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5.2. RESPOSTAS DOS PALESTRANTES:
Carlos Augusto Pinheiro (ICMBio): a Área de Proteção Ambiental do Tapajós
ainda não possui Plano de Manejo. O ICMBio pretende aumentar a
flexibilidade para a criação de Planos de Manejo, para que sejam
efetivamente ferramentas de gestão das Unidades de Conservação,
construídos com a participação popular. E a construção do diálogo entre os
ministérios é permanente, mas pode melhorar, e o ICMBio está tentando
melhorar o fluxo da informação.
Edson Mello (MME): argumentou sobre a importância das usinas
hidrelétricas para o país e para o estado do Pará. As obras atendem à
demanda de energia para a verticalização da produção mineral do estado.
Em relação aos planos de manejo, há a possibilidade de permissão para a
pesquisa mineral; mas onde não há plano de manejo esta possibilidade não
existe. Quanto às áreas que serão criadas futuramente, haverá certamente a
possibilidade. A MME por meio Departamento de Desenvolvimento
Sustentável na Mineração identifica as AIM’s (Áreas de Interesse
Ambiental). Se não forem consideradas áreas de interesse estratégico, não
terão influência. A questão principal é o motivo que levou à criação da
Unidade de Conservação. Além disso, foi criada uma Comissão
Interministerial para estudar e avaliar o patrimônio geológico do Brasil,
identificando testemunhos geológicos que devam ser preservados.
Maria Amélia (SEICOM): disse que mais de 85% da produção mineral é
exportada e isenta da cobrança de ICMS. É necessária a criação de um
consenso nacional para que se possa reverter a Lei Kandir. Esta lei foi
criada em um contexto de ameaça ao Plano Real, quando a balança
comercial brasileira estava deficitária em função da supervalorização da
moeda nacional. A posição mais lógica agora seria realizar apenas a
desoneração de produtos industrializados. Produtos básicos e
semielaborados representam vantagens comparativas estáticas, hoje
estamos exportando recursos minerais, não-renováveis, desonerados, sem
a contra-partida de agregação de valor que o que gera riqueza, de fato.
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Como o contexto socioeconômico presente na criação do Plano Real
mudou, agora a situação é inversa, mas a Lei Kandir permanece. Embora o
contexto tenha mudado radicalmente, o país continua tratando recursos
escassos como se fossem abundantes. Como o país é desigual, as regiões
desiguais precisam ser tradadas de forma desigual. Se continuarem as
mesmas políticas, no futuro permanecerá o mesmo cenário de
desigualdades sócias e regionais. O atual modelo extrativista não gera
desenvolvimento e exaure os recursos naturais, por isso a matriz tributária
precisa ser revista. Além do mais, é necessário modificar a matriz produtiva
para mudar a situação socioeconômica, é preciso utilizar a base de recursos
naturais para impulsionar o desenvolvimento regional.
André Gemani (MRN): respondeu que na década de 1970 a Vale era uma
empresa estatal e atuava em um ambiente regulatório muito diferente. O
objetivo era a geração de divisas e país estava sob um governo militar. Na
medida em que a sociedade evoluiu, foram sendo desenvolvidos os
mecanismos regulatórios. A empresa reconheceu o problema e hoje o caso
é considerado como tecnicamente resolvido, e é mantido um monitoramento
permanente do ecossistema.
5.3. CONSIDERAÇÕES FINAIS DA MESA REDONDA:
Carlos Augusto Pinheiro (ICMBio): “Estamos todos imbuídos de trabalhar
conjuntamente. O ICMBio está aberto a questionamentos e comprometido a
evoluir, não é um instituto fechado e está aberto ao diálogo”.
Jocilete Ribeiro (SEMA): “A SEMA não atua somente no licenciamento. Hoje
está sendo criado um instituto para tratar de áreas protegidas. O compromisso
deve ser o desenvolvimento local e todos os setores devem se comprometer com a
melhoria da qualidade de vida da população”.
Esdon Mello (SGM/MME): “O MME é um participante do processo, e este
processo deve ser discutido. Um bom planejamento é fundamental para que seja
atingido o objetivo da redução da desigualdade”.
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Maria Amélia Enríquez (SEICOM): “Agradeço a todos pela presença aos que
se deslocaram de Brasília, às equipes da Diretoria de Mineração e da Assessoria
de Comunicação da SEICOM e aos patrocinadores, o Ministério de Minas e
Energia, o Banco do Estado do Pará e à Escola de Governo do Pará”. Maria Amélia
reforçou ainda o compromisso de operacionalizar para melhorar as políticas da
SEICOM.
Foto 07: Mesa redonda com os palestrantes
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Foto 08: Manifestação dos participantes
Foto 09: Manifestação dos participantes
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6. RELATORIA DAS DISCUSSÕES DOS GRUPOS DE TRABALHOS
Na segunda parte da programação da oficina os participantes da oficina
foram divididos em dois grupos de trabalho (GT´s), em subtemas, sendo o Tema 1:
“Instrumentos legais para mineração em Áreas de Conservação e
Preservação” e o Tema 2: “Ações socioambientais da mineração nas Áreas
de Conservação e Preservação”. Os grupos foram compostos por instituições
que identificaram problemas, possíveis soluções, parceiros e prazo estimado para
que a solução proposta seja implementada.
6.1. GRUPO DE TRABALHO – TEMA 1: “INSTRUMENTOS LEGAIS PARA
MINERAÇÃO EM ÁREAS DE CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO”
A) RELATO DOS DEBATES
Durante o debate, o grupo discutiu a respeito das ações legais para
mineração em áreas de conservação e preservação levantou inúmeros pontos de
discussão, em que foram identificados problemas, possíveis soluções, parceiros,
prazos, entre os problemas elencados citam-se:
Ana Lúcia Augusto (Ministério Público do Estado do Pará) comentou sobe a
fragilidade da Legislação Ambiental. Disse que a aplicabilidade das normas tem
algumas lacunas que possibilitam a atuação do infrator. (Falta de eficácia da
legislação).
Pedro Júnior (NAEA) mencionou o conflito de competências para
licenciamento e fiscalização na APA-Tapajós, há desentendimento dos órgãos
envolvidos. Sugeriu que os atores envolvidos devem ter uma melhor compreensão
de como funciona a legislação. Completou dizendo que a ausência dos órgãos nas
comunidades para efetivar a legislação é uma problemática e o garimpeiro precisa
se deslocar para Belém a fim de obter o licenciamento mineral e ambiental.
Edson Mello (MME) disse que as coordenadas geográficas da região do
Tapajós não estão claras, pois a realidade não bate com o que aparece no mapa.
Informou que o Ministério de Minas e Energias não atualiza banco de dados.
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Pedro Júnior (NAEA) destacou a falta de pessoal para agilizar o processo de
gestão, licenciamento e fiscalização ambiental de atividades minerárias em
unidades de conservação, principalmente na região do Tapajós.
Carlos Pinheiro (ICMBio) ressaltou que o Estado (Municipal, Estadual e
Federal) não conhece a sua real situação fundiária. E um dos problemas
enfrentados no processo de licenciamento de atividades minerárias é a falta de
titulação da terra.
Marcos Cordeiro (DNPM) informou que o estudo técnico prévio das áreas é
feito com prazo indefinido e enfatizou que há ausência de procedimentos com
regras mais claras para o empreendedor e para o técnico responsável.
Ricardo Fialho (SIPAM) comentou que o Garimpeiro que atua em unidades
de conservação quer que o órgão ambiental competente se adeque a realidade
dele, no que diz respeito a situação social, econômica, cultural e ambiental.
Nilton Rascon (ICMBIO) disse que o processo de licenciamento ambiental é
complexo nas áreas especialmente reservadas e várias instituições participam
deste processo (SEMA, DNPM, ICMBIO, e outros).
Marcos Cordeiro (DNPM) comentou da falta de conhecimento da
biodiversidade da região. Não foi feito um levantamento geológico preciso.
Nilton Rascon (ICMBIO) levantou a questão de que falta integração entre os
órgãos de fiscalização ambiental e mineral. Reforçou a insuficiência de pessoal
para dar agilidade ao processo (falta de estrutura dos órgãos).
Ana Lúcia Augusto (MPE) disse que a legislação é moderna, mas em muitos
casos não tem aplicabilidade, o que acaba comprometendo o alcance dos fins
desejados.
Marcos (DNPM) completou dizendo que há uma grande dificuldade de
acessibilidade de informações técnicas.
No que diz respeito às possíveis soluções levantadas pelos membros do
grupo para solucionar tais entraves, pode-se destacar:
Caracterização da UC para obter o inventário desta;
Participar da construção do Plano de Manejo da APA-Tapajós;
Permitir pesquisa em áreas de conservação que serão criadas;
Rever a legislação vigente;
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Criar um grupo para implantar um termo de cooperação interinstitucional pra
elaboração de Planos de Manejo;
Sistematizar e disponibilizar informações claras sobre os Planos de Manejo;
Revisão dos decretos das UC`s.
B) QUADRO – PLANO DE AÇÃO
INSTRUMENTOS LEGAIS PARA A MINERAÇÃO EM ÁREAS DE PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO
PROBLEMA POSSIVEL SOLUÇAO PARCEIROS PRAZOS
Falta do plano de manejo na APA - Tapajós
Estudos técnicos com prazos / termo de cooperação técnica com as instituições para participação da construção do plano de manejo da APA - Tapajós
IMAZON/SEMA/ ICMBIO/UFOPA/ IFPA/ UFPA/SIPAM /SEICOM/DNPM/ IBAMA/ ITERPA
2014
Lacunas na aplicabilidade da legislação
Revisão dos decretos das UCs que estão incompletas (coordenadas) e previsão da atividade minerárias.
ICMBIO/SEMA/ SEICOM/MPE
2013-2014
Falta de entendimento dos atores envolvidos
Criar um guia de informações para o minerador / sistematizar e disponibilizar informações técnicas
DNPM/Prefeituras/ SEICOM/ ITERPA
2013
Falta de integração dos órgãos na localidade para efetivar a legislação
Estruturar corpo de técnicos dos órgãos fiscalizadores nos municípios mineradores
TODOS OS ORGÃOS DE FISCALIZAÇÃO
2013-2014
Complexidade do processo de licenciamento
Interação de procedimentos entre IBAMA, SEMA, ICMBio, DNPM e Municípios
SEMA/DNPM/ ICMBio/SEICOM
2013
Falta de conhecimento da biodiversidade /geodiversidade
Partir do conhecimento do zoneamento fazer o levantamento biológico e geológico básico da UC
CPRM/UFPA/ MPEG/ Instituto de geociência da UFPA /UFOPA/ ICMBIO / UFRA
2014-2018
Conflito entre titular da terra e titular minerário
Ordenamento fundiário em consonância com a mineração
ITERPA/ INCRA/ SIPAM/ICMBIO/ SEICOM
2015
22
C) LISTA DE PARTICIPANTES
GT 1: INSTRUMENTOS LEGAIS PARA MINERAÇÃO EM ÁREAS DE PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO
MODERADORA: Marjorie Neves / RELATOR: Murilo Chaves
Nº NOME INSTITUIÇÃO
1 Ana Lúcia Augusto MPE 2 Ana Paula Everdosa dos Santos Hydro/PA 3 Benedito Silva SEMA 4 Bernardo Araújo SEICOM/DIGEM 5 Carlos Augusto Pinheiro ICMBio / 3ª Região 6 Edson Farias Mello SGM/MME 7 Elis de Araújo IMAZON 8 Junilce Carla Lobato SEICOM/DIGEM 9 Lívia Cavalcante SEICOM/NEEE 10 Marcos Antônio Cordeiro DNPM/PA 11 Marta Helenise Maia Amorim IDESP 12 Murilo Carreteiro Chaves SEICOM/DMAI 13 Nilton Júnior Lopes Rascon ICMBio / 3ª Região 14 Paulo Fabrício Maués da Silva SEMA 15 Pedro Baia Júnior NAEA/UFPA 16 Ricardo Fialho SIPAM
D) IMAGENS DO GT1
Foto 08: Participantes do grupo de trabalho – tema 1
23
6.2. GRUPO DE TRABALHO – TEMA 2: “AÇÕES SOCIOAMBIENTAIS DA
MINERAÇÃO NAS ÁREAS DE CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO”
A) RELATO DOS DEBATES
Bruno Alves (MME) comentou que um dos grandes problemas é a falta de
interação entre as empresas mineradoras e populações indígenas que habitam
áreas de jazidas. Mesmo que já haja projetos de leis para amparar essas
populações, hoje ainda precisam da participação e consciência da sociedade. E
destacou a pergunta “O que deve ser feito nessas áreas, preservação ou uso da
área para mineração?”;
Jocilete Ribeiro (SEMA) informou que a Diretoria de Áreas Protegidas já
trabalha com áreas indígenas e quilombolas, fazendo diversos tipos de pesquisas
com essas populações, entretanto, ainda não houve nenhum caso em que uma
empresa de mineração tivesse interesse de explorar uma dessas áreas; com
relação às unidades de conservação há dois tipos de uso, áreas que são de
conservação total como também áreas de conservação que podem ser utilizadas
com alguma atividade produtiva desde que de forma sustentável;
José Pastana (SEICOM) disse que, hoje, a mineração no estado do Pará
está em um novo contexto. Antes havia uma degradação grande em áreas
diversas, entretanto, já há um novo pensamento entre as empresas, pois exploram,
mas logo depois tentam dar um reaproveitamento para as áreas degradadas;
Cláudio Scliar (UFOPA) lembrou que na Constituição de 1988 há um artigo
que permite a exploração de minerais em áreas indígenas, mas que requer lei
regulamentadora. Entretanto ainda não há uma lei que regulamente esse tipo de
atividade, muito embora haja projetos de leis sobre o assunto;
José Pastana (SEICOM) mencionou que há um problema quando se fala em
áreas de conservação, pois há a conservação total e a conservação de uso
sustentável, nesse contexto, já houve a perda de oportunidades no estado do Pará,
principalmente, em regiões pobres, para a criação de projetos que viabilizassem
certo grau de desenvolvimento para determinada região, porém, não pode ser
efetivado, pois o local integrava uma UC;
Cláudio Scliar (UFOPA) considerou um ponto de fundamental importância é
a definição de uma UC. O que ocorre em nível federal é uma ampla discussão
24
entre MMA e MME, pois antes do MMA definir determinada área como UC deve
consultar o MME para saber se naquela área há potencial mineral;
Scliar completou dizendo que já houve, na região do Tapajós, um plano
piloto que consistia em uma discussão entre as esferas municipal, estadual,
federal, comunidades locais etc. para a determinação do tipo de determinada área,
se seria reserva florestal, unidade de conservação, entre outros. Nesse contexto, a
ideia da discussão foi bastante interessante, entretanto, os resultados não foram
satisfatórios pela falta de consenso;
Alessandra (SEMA) informou que para determinação de uma UC é feito um
estudo profundo sobre a região, como também, consulta às comunidades locais,
depois é elaborado um documento oficial a fim de subsidiar a decisão sobre a
oficialização, ou não, de uma UC; o que não pode ocorrer é apenas uma
determinada atividade seja beneficiada e sim que haja benefícios para a
comunidade como um todo;
José Pastana (SEICOM) disse que um grave problema é a restrição à
pesquisa dentro das UCs de proteção integral, pois a pesquisa não é voltada
apenas para a exploração mineral, mas também para a identificação de tipos de
solos, lençóis freáticos etc., de forma que a área seja mapeada de maneira ampla
para poder facilitar trabalhos futuros;
Poliana Gualberto (EMATER) disse que outro problema sobre as UCs é a
determinação de seus limites, pois da forma que é feito até hoje, com base em
imagens de satélite, sem que haja a visita ao local para uma determinação mais
coerente dos limites dessas unidades;
Poliana disse também que a identificação da entidade gestora de UC não é
simples, ou seja, não se sabe com quem se deve tratar, se a nível estadual ou
federal;
Jocilete (SEMA) comentou que há um prazo limite de cinco anos para a
realização de um plano de manejo após a definição de uma UC, porém, tanto em
nível federal como estadual, não há respeito à esse prazo limite, havendo Ucs
criadas há mais de 10 anos e até hoje ainda não tem um plano de manejo para
elas;
Alessandra (SEMA) informou que após a criação de uma UC, há a criação
de um Conselho Gestor pela SEMA. Nesse contexto, há todo um trabalho para a
identificação de quem está presente naquela área, tais como associações,
25
comunidades, ONGs etc., para que eles possam participar também do referido
Conselho e informarem as necessidades e carências das categorias presentes.
B) QUADRO – PLANO DE AÇÃO
AÇÕES SOCIOAMBIENTAIS DA MINERAÇÃO NAS ÁREAS DE CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO
PROBLEMAS SOLUÇÕES PARCEIROS PRAZOS
Mineração em terras indígenas
Criação da oficina direcionada ao tema
MMA; MME; FUNAI; Entidades Indígenas, SEMA, MPE; MPF; IBAMA; PF; CPRM; SEICOM; IDESP; DNPM; IES; MPEG.
6 meses
Mito do vazio demográfico nas áreas preservadas versus a necessidade de inclusão social e melhoria dos indicadores de desenvolvimento.
Mapeamento das pessoas com a participação dos conselhos gestores das UCs. Recenseamento das UCs, com a coordenação do órgão gestor. (Ver indicadores da bolsa floresta e da bolsa verde).
Conselhos gestores das UCs; DNPM; Prefeituras municipais; Agentes comunitários de saúde das prefeituras;
2 anos
Falta de participação do órgão regulamentador da mineração no processo de criação das unidades de conservação ambiental.
Participação da SEICOM nos conselhos gestores e na criação das UCs, onde exista atividade mineral.
SEICOM; SEMA; UCs;
6 meses
Restrição à pesquisa geológica em áreas de proteção integral.
Fortalecimento da CPRM como órgão gerador de conhecimento do meio físico.
CPRM; DNPM; SEMA; SEICOM; ICMBIO; IES;
CONTÍNUO
Ausência de informação das UCs (população, limites, plano de manejo, gestão)
Construção participativa com suporte técnico do plano de manejo e ampla divulgação dos planos já existentes.
Conselhos gestores das UCs.; SEICOM; PREFEITURAS; EMATER; SEMA; ICMBIO; IES;
CONTÍNUO
26
Falta de mão de obra qualificada para atuar na construção dos planos de manejo.
Inclusão das Instituições de ensino superior e técnico.
UNIVERSIDADES; SISTEMA "S"; IFPA;
CONTÍNUO
Falta de interação entre os entes governamentais no que se refere a gestão das UCs.
Maior e melhor interação, entre os entes federativos com vista a transversalidade das politicas ambientais
UNIÃO, ESTADOS E MUNICIPIOS.
CONTÍNUO
C) LISTA DE PARTICIPANTES
GT 2: AÇÕES SOCIOAMBIENTAIS DA MINERAÇÃO NAS ÁREAS DE CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO
MODERADOR: Marco Antônio Lima / RELATOR: Victor Falcão
Nº NOME INSTITUIÇÃO 1 Alessandra da Silva Souza SEMA 2 Bruno Alves de Jesus Ministério de Minas e Energias 3 Carlos de Jesus Cristino SEICOM 4 Cláudio Scliar UFOPA 5 Dirceu Frederico ANORO 6 Gleidison da Silva Souza SEMA 7 Jocilete de Almeida Ribeiro SEMA 8 José Pastana SEICOM 9 José Raimundo Abreu de Souza INMET/PA 10 Lilian Poliana Gualberto EMATER 11 Luis Otávio Maranhão Júnior SEICOM 12 Maria Amélia Enríquez SEICOM 13 Mônica Ferreira dos Santos SEPAQ 14 Renato Braga SEICOM 15 Sávio Cunha Banco da Amazônia 16 Victor Falcão SEICOM
27
D) IMAGENS DO GRUPO DE TRABALHO 2
Foto 09: Participantes do Grupo de Trabalho – Tema 2
7. RODADA FINAL DE CONTRIBUIÇÕES
Ao final da tarde, os grupos de trabalho reuniram-se em sessão plenária
para apresentação dos planos de ações construídos com base nos subtemas da
oficina. Essa metodologia possibilitou a todos os participantes absorverem a
síntese das discussões nos grupos de trabalho. Esse momento é importante para
que os grupos avaliem e compartilhem dos debates de cada grupo e contribuam
com ideias e sugestões complementares.
Dadas as apresentações do plano de ação do grupo 1 a oradora escolhida
pela grupo foi a Sra. Ana Lúcia Augusto (Ministério Público Estadual) que fez a
leitura das ações propostas pelo grupo 1 sem objeções, havendo apenas
observações ortográficas e acréscimos de parceiros propostos pela plenária. Para
apresentar o plano de ação do grupo 2 a oradora, Sra. Poliana Gualberto
(EMATER), fez a leitura das propostas relacionadas as ações socioambientais da
mineração nas áreas de conservação e preservação, as quais foram aceitas pela
plenária unanimemente.
28
Ao término da leitura das propostas, os representantes das instituições
mantiveram todas as propostas apresentadas com algumas contribuições e
acréscimos ortográficos e gramaticais para melhor entendimento das ações
propostas.
Foto 10: Exposição do Plano de Ação do GT 1
Foto 11: Exposição do Plano de Ação do GT 2
29
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final das apresentações houve a oportunidade para considerações finais
dos participantes e alguns representantes das instituições fizeram considerações
positivas quanto à iniciativa da SEICOM em propor a construção coletiva do
primeiro Plano de Mineração do Estado do Pará 2013-2030 se colocando também
à disposição para participar das demais oficinas para construção do Plano.
Após as considerações finais da plenária a Secretária Adjunta da SEICOM,
Maria Amélia Enríquez, agradeceu a presença e colaboração de todos os
participantes e finalizou o evento com a consolidação das propostas apresentadas.
Foto 14: Jocilete Ribeiro (SEMA), Edson Mello (MME), Maria Amélia Enríquez
(SEICOM), Carlos Augusto Pinheiro (ICMBio), Bruno Alves (MME), André Gemani
(MRN)
30
9. ENCAMINHAMENTOS
Após os trabalhos da 6ª Oficina do Plano de Mineração do Estado do Pará
ficou acordado entre os participantes que será elaborado pela SEICOM, em
seguida à oficina, um relatório contendo a síntese das discussões e debates
realizados - que é o atual documento. Desta forma, este relatório foi devidamente
revisado pelos representantes da SEICOM e está disponibilizado a todos os
participantes da oficina para validação e contribuições posteriores. No momento
oportuno, este relatório será divulgado publicamente no site da SEICOM.
31
ANEXO I LISTA DE PARTICIPANTES
SECRETARIA DE ESTADO DE INDÚSTRIA, COMÉRCIO E MINERAÇÃO - SEICOM
EVENTO: 6ª OFICINA PARA CONSTRUÇÃO DO PLANO DE MINERAÇÃO DO ESTADO DO PARÁ
TEMA: MINERÇÃO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO PARÁ.
NOME INSTITUIÇÃO
SETOR PÚBLICO
Alessandro Souza SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Ana Lúcia Augusto MPE – Ministério Público Estadual
Ana Maria Moreira SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Anderson Amaral SEICOM – Sec. de Estado de Indústria, Comércio e Mineração
Anderson Carmo SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
André Costa SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Andreia Dantas Costa SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Arthur Azevedo SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Benedito Silva SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Bernardo Araújo SEICOM – Sec. de Estado de Indústria, Comércio e Mineração
Brenda Cirilo SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Bruno Alves de Jesus MME – Ministério de Minas e Energias
Bruno Kono ITERPA – Instituto de Terras do Pará
Carlos Augusto Pinheiro
ICMBio – Instituto de Chico Mendes
Carlos Cristino Filho SEICOM – Sec. de Estado de Indústria, Comércio e Mineração
Charles Gemaque SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Daniel de Oliveira SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Daniela Kiyatake SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
David Luz SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Domenico Branco SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Douglas Dinelly SEICOM – Sec. de Estado de Indústria, Comércio e Mineração
Edson Farias Mello MME – Ministério de Minas e Energias
Elineuza Faria SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Ernildo Serafim SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Eva de Fátima da Silva SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Evandra Vilacoert SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Fábio Cardoso SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Fabrício Maués SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Fátima Ferreira SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Fernanda Cunha SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Flávia Farias SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Gozanlo Enriquez SEDIP – Secretaria Especial de Desenvolvimento e Incentivo a Produção
Gleidison da S. Souza SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Gilberto Felipe SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Hailton Fialho SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Igor Charles Alves SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Iolene Azevedo SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Israel Athayde SEICOM – Sec. de Estado de Indústria, Comércio e Mineração
Janete Lima SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
32
Jean Almeida SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
João Lima SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Jocilete Ribeiro SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
José Pastana SEICOM – Sec. de Estado de Indústria, Comércio e Mineração
José Raimundo de Souza
INMET – Instituto Nacional de Meteorologia
Júlio Cesar Júnior SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Junilce Lobato SEICOM – Sec. de Estado de Indústria, Comércio e Mineração
Leidiane Oliveira SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Lilian PolianaGualberto EMATER – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural
Liliane Oliveira SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Lívia Cavalcante SEICOM – Sec. de Estado de Indústria, Comércio e Mineração
Luis Augusto M. Cesar SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Marcélia Corrêa SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Marcelo G. Machado SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Márcia Sarges SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Marco Antônio Lima SEICOM – Sec. de Estado de Indústria, Comércio e Mineração
Marcos Cordeiro DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral
Maria Amélia Enriquez SEICOM – Sec. de Estado de Indústria, Comércio e Mineração
Marjorie Neves SEICOM – Sec. de Estado de Indústria, Comércio e Mineração
Marta Amorim IDESP – Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará
Matheus Lopes SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Mônica Santos SEPAQ – Secretaria de Estado de Pesca e Aquicultura
Murilo Chaves SEICOM – Sec. de Estado de Indústria, Comércio e Mineração
Niceia Santos SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Nilton Rascon ICMBio – Instituto de Chico Mendes
Nivea Pereira SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Paulo Fabrício da Silva SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Patrick Avelar EGPA – Escola de Governo do Pará
Raimundo Jorge Raiol SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Renata Dias SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Renato Braga SEICOM – Sec. de Estado de Indústria, Comércio e Mineração
Ricardo Fialho SIPAM – Sistema de Proteção da Amazônia
Roberta Cabá SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Roberta Lira SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Rodrigo Benaduce SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Ronaldo Lima SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Rosângela Pinheiro SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Sávio Cunha Banco da Amazônia
Sebastião dos Santos SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Shirley Prata SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Tanice Aguiar SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Tereza Freitas SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Vera Ferreira Polícia Civil
Victor Antônio Falcão SEICOM – Sec. de Estado de Indústria, Comércio e Mineração
Wellington Cezar SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
INICIATIVA PRIVADA
Ana Cláudia Pingarilho FIEPA – Federação das Indústrias do Estado do Pará
Allyson Cavalcante MRN – Mineração Rio do Norte
33
Ana Paula Everdosa Hydro
André Gemani MRN – Mineração Rio do Norte
Armando Pingarilho Mineração COLOSSUS
Daniel Santos MRN – Mineração Rio do Norte
Dirceu Frederico ANORO
Juliana Carvalho SIMINERAL – Sindicatos das Mineradoras do Pará
Leonardo Neves VALE
Milene Maués ALCOA
Yuri Jordy Figueiredo Advogado
ACADEMIAS DE ENSINO
Adson Pinheiro UFPA – Universidade Federal do Pará
Cláudio Scliar UFOPA – Universidade Federal do Oeste do Pará
José Seixas Lourenço UFOPA – Universidade Federal do Oeste do Pará
Pedro Baia Júnior UFPA – Universidade Federal do Pará
SOCIEDADE CIVIL
Elis Araújo IMAZON – Instituto Homem e Meio Ambiente da Amazônia
34
ANEXO II
“A IMPORTÂNCIA DO PLANO DE MINERAÇÃO DO ESTADO DO PARÁ”
(Maria Amélia Enríquez – SEICOM)
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
ANEXO III
“MINERAÇÃO EM ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL”
(Ronaldo Lima – SEMA)
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
ANEXO IV
“UNIDADES DE CONSERVAÇÃO FEDERAL, MINERAÇÃO E PLANOS DE
MANEJO”
(Carlos Augusto Pinheiro – ICMBio R3)
73
74
75
76
77
78
79
80
81
82
83
84
85
ANEXO V
“GESTÃO DA ATIVIDADE MINERAL EM ÁREAS ESPECIALMENTE
RESERVADAS NA AMAZÔNIA”
(Edson Mello – MME)
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
ANEXO VI
“MINERAÇÃO EM UMA UC DE USO SUSTENTÁVEL NA AMAZÔNIA
BRASILEIRA – O CASO DA MRN”
(André Gemani – MRN)
97
98
99
100
101
102
103
104
105
106
107
108
109
110
111