plano de recuperação de Área degradada no lote 7h - campo mourão
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Plano de recuperação de Área degradada no lote 7-h, no município de Campo Mourão. Encontra-se no local remanescente de cerrado.TRANSCRIPT
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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS CAMPO MOURÃO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AMBIENTAL DISCIPLINA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS
PRAD – LOTE 7-H
ALINE WATANEBE FELIPE P. ALBUQUERQUE
JULIANA CORREIA KELLY LEIKO UMEKI
CAMPO MOURÃO 2011
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ALINE Y. M. WATANABE FELIPE P. ALBUQUERQUE
JULIANA CORREIA KELLY LEIKO UMEKI
PRAD – LOTE 7-H
Trabalho apresentado como requisito da disciplina de Recuperação de Áreas Degradadas, referente ao oitavo período do Curso Superior de Engenharia Ambiental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná campus Campo Mourão - PR
Professor: Marcelo Galeazzi Caxambu
CAMPO MOURÃO 2011
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SUMÁRIO
1. Descrição geral da área ........................................................................................ 5
1.1 Informações gerais ......................................................................................... 5
1.1.1 Identificação da área ............................................................................... 5
1.1.2 Legislação pertinente ............................................................................... 5
1.1.3 Localização da área ................................................................................. 6
1.1.4 Identificação da empresa que elaborou o plano ...................................... 7
1.1.5 Nome e endereço do proprietário ............................................................ 7
2. Diagnóstico ambiental........................................................................................... 7
2.1 Definição das áreas de influência direta e indireta ......................................... 7
2.2 Meio físico ...................................................................................................... 8
2.2.1 Climatologia ............................................................................................. 8
2.2.2 Geologia .................................................................................................. 8
2.2.3 Hidrologia ................................................................................................ 8
2.3 Meio biótico .................................................................................................... 9
2.3.1 Caracterização qualitativa e quantitativa da fauna e flora ....................... 9
2.3.2 Interrelação fauna/flora .......................................................................... 19
2.3.3 Caracterização da biodiversidade e estrutura dos habitates ................. 20
2.4 Meio antrópico .............................................................................................. 20
2.4.1 Dinâmica populacional ........................................................................... 20
2.4.2 Uso e ocupação do solo e seus ordenamentos ..................................... 20
2.4.3 Atividades econômicas e estrutura produtiva ........................................ 20
2.4.4 Elementos do patrimônio natural, histórico, cultural e arqueológicos .... 21
2.4.5 Caracterização de interesses potencialmente conflitantes .................... 21
2.5 Fisionomia ecológica da região .................................................................... 22
2.6 Integração dos aspectos bióticos e abióticos da paisagem .......................... 23
3. Impactos ambientais ........................................................................................... 24
4. Aptidão e intenção de uso futuro ........................................................................ 25
4.1 Descrição dos impactos ............................................................................... 25
4.2 Utilização prevista para a área ..................................................................... 25
5. Conformação topográfica e paisagística ............................................................. 25
5.1 Detalhamento do processo nas áreas de influência direta e indireta ........... 25
5.1.1 Estabilidade, controle de erosão e drenagem ....................................... 25
4
5.1.2 Adequação paisagística ......................................................................... 25
5.1.3 Revegetação com predominância de espécies nativas locais ............... 28
5.2 Concepção esquemática da área reabilitada ............................................... 29
6. Ações emergenciais para riscos de acidentes ambientais .................................. 30
6.1 Atuação em condições anormais, de acidentes e de situações potenciais de
emergência ............................................................................................................ 30
6.2 Níveis de gravidade de risco gerados pelos incidentes e acidentes ............ 31
6.2.1 Detecção do incidente ........................................................................... 31
6.3 Estabelecimento de atendimento de emergências ....................................... 31
7. Programa de acompanhamento e monitoramento .............................................. 32
7.1 Fauna ........................................................................................................ 32
7.2 Flora ............................................................................................................. 32
7.3 Biodiversidade .............................................................................................. 32
7.4 Instrumentação de estrutura e obras............................................................ 33
7.5 Acompanhamento e manutenção das obras executadas............................. 33
8. Fluxograma de planejamento e execução .......................................................... 34
9. Cronograma executivo ........................................................................................ 35
9.1 Físico ............................................................................................................ 35
9.2 Financeiro .................................................................................................... 35
9.2.1 Confecção e instalação de cercas, alambrados, portão e passagem de
pedestres ............................................................................................................ 35
9.2.2 Serviços de limpeza do terreno, Manejo monitorado das espécies
exóticas e exóticas invasoras e recuperação da área ........................................ 36
9.2.3 Pró-labore .............................................................................................. 36
10. Referencias Bibliográficas ............................................................................... 36
11. Equipe técnica ................................................................................................. 39
12. Anexo .............................................................................................................. 40
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1. Descrição geral da área
1.1 Informações gerais
1.1.1 Identificação da área
A área em estudo é uma vegetação remanescente de cerrado, situada
em área urbana localizada no município de Campo Mourão - PR. Esta área possui
quantidades significativas de plantas típicas de cerrado, como o Caryocar brasiliense
Cambess, além de possuir plantas endêmicas como a Butia paraguayensis (Barb.
Rodr.) L. H. Bailey e outras ameaçadas de extinção. Há a presença também de
espécies exóticas e exóticas invasoras, como a Urocloa brizantha (Hochst. ex A.
Rich.) Stapf. e a Leucaena leucocephla Mart. A área possui 20.000 m2 e tem sofrido
depredação por ser utilizada como depósito de entulhos e outros rejeitos, além de
ser usada como atalho pra passagem de moradores das redondezas.
1.1.2 Legislação pertinente
NBR 13030/99
Elaboração e apresentação de projetos de reabilitação de áreas
degradadas pela mineração. O PRAD realizado foi baseado nessa norma da ABNT.
Sistema Nacional de Unidades de Conservação
Lei Federal nº 9.985, de 18 de Julho de 2000 e Decreto Federal nº
4.340, de 22 de Agosto de 2002. Regulamentam artigos da Lei n° 9.985 de 18 de
Julho de 2000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação
da Natureza - SNUC e dá outras providências.
ICMS Ecológico
Lei Complementar nº 59, de 01 de outubro de 1991. Dispõe sobre a
repartição de 5% do ICMS, a que alude o art. 2º da Lei nº 9.491/90, aos municípios
com mananciais de abastecimento e unidades de conservação ambiental, assim
como adota outras providências.
Compensação Ambiental
Resolução CONAMA 371, de 5 abril de 2006. Estabelece diretrizes
aos órgãos ambientais para o cálculo, cobrança, aplicação, aprovação e controle de
gastos de recursos advindos de compensação ambiental, conforme a Lei nº 9.985,
de 18 de julho de 2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza - SNUC e dá outras providências.
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Legislação Municipal
A área é declarada de preservação permanente pela Lei Municipal
nº 1.769 de Dezembro de 2003 e declarado de utilidade pública para fins de
desapropriação pelo Decreto Municipal nº 3.845, de 22 de agosto de 2007, visando
instituir no local uma Unidade de Conservação. A ação foi motivada por uma
iniciativa do Fórum Permanente da Agenda 21 local de Campo Mourão e da UTFPR,
os quais consideram prioritária a proteção das espécies existentes no Lote 7-H
(MIZOTE, 2011).
1.1.3 Localização da área
O lote 7-H, resultante da subdivisão do lote 7-REM da Gleba 1, 3° parte
da Colônia Mourão, consta na planta do loteamento urbano, denominado Jardim
Nossa Senhora Aparecida na margem da rodovia PR 158, sendo essa a sua
principal via de acesso. Encontra-se logo na saída da cidade de Campo Mourão,
sentido a Maringá. Entre as instalações das empresas Cipauto e VRI (Figura 1).
Figura 1. Imagem área do Lote 7-H. Escala: 1:3600. Fonte: Google Maps, 2011. Com adaptação.
Área
20.000 m2
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1.1.4 Identificação da empresa que elaborou o plano
Razão social/Nome: Ecobio Carbon Empreendimentos Ecológicos Ltda.
CNPJ: 08.380.319/0001-00
Fone: (044) 3017 1988
Endereço: Rua Mato Grosso, n° 528. CEP: 87600-000 – Nova
Esperança – PR
Responsável técnico: Aline Watanabe
1.1.5 Nome e endereço do proprietário
Razão social/Nome: Imobiliária Sol.
Fone: (44) 3543-1884
Endereço: Rua Guarujá, 2147
CEP: 87600-000 Maringá – PR
2. Diagnóstico ambiental
2.1 Definição das áreas de influência direta e indireta
No entorno da estação existem empresas e há também grande fluxo de
pessoas devido ao acesso ao bairro próximo a estação. A atividade urbana interfere
de forma direta na conservação da estação, pois torna difícil o controle de visitas
clandestinas, sendo que as visitas mais preocupantes são as que levam lixos
domésticos e resíduos de construção civil pra dentro da unidade. A população
também adentra a área para a retirada de frutos provenientes do Caryocar
brasiliensis Cambess.
O lote 7-H encontra-se na margem da BR-157. A rodovia afeta direta e
indiretamente a área. Os fatores indiretos dizem respeito tanto ao ruído quanto a
poluição atmosférica em decorrência do grande fluxo de veículos, já os diretos se
devem ao fato dos possíveis atropelamentos de animais.
Outros fatores que influenciam diretamente a área são os animais
errantes, como cachorros, gatos e roedores que podem afugentar a fauna,
prejudicando na dispersão de sementes.
O incêndio realizado de forma indiscriminada é um fator que influencia
diretamente as plantas locais, assim como a circunvizinhaça, pois a área se localiza
em ambiente urbano. A população do município pode considerar os incêndios
criminosos. Outros, por falta de conhecimento atearão fogo em qualquer lugar, como
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datas e terrenos baldios, pois isso acontece em determinados lugares. Portanto,
deverá ser realizada uma conscientização da população local em relação à
importância do incêndio controlado, já que este é fundamental para o
desenvolvimento de plantas do cerrado. Com isso a população se conscientizará
que os incêndios são legais apenas em áreas restritas.
2.2 Meio físico
2.2.1 Climatologia
Segundo a classificação de Köppen (1948), o clima de Campo Mourão
é classificado como Clima subtropical úmido mesotérmico (Cfb), apresenta verões
frescos (temperatura média do mês mais quente inferior a 22 °C), invernos com
ocorrências de geadas severas e freqüentes (temperatura média do mês mais frio
inferior a 18 °C), não apresentando estação seca.
2.2.2 Geologia
Segundo o ITCG, a geologia do município de Campo Mourão é
classificada como Grupo São Bento, formação Serra Geral. White (1908) usou o
termo “Grupo São Bento” para reunir as rochas vulcânicas e eólicas que ocorrem na
Serra do Rio do Rastro, sul do estado de Santa Catarina. Fazem parte deste grupo
as formações Botucatu e Serra Geral.
Litologicamente, a formação Serra Geral é constituída por uma
sucessão de derrames de lavas, predominantemente básicas, contendo domínios
subordinados intermediários e ácidos, principalmente no terço médio e superior.
Geralmente, encontram-se bastante fraturados, exibindo fraturas conchoidais
características. Esta formação é consequência de um intenso magmatismo de
fissura, correspondendo ao encerramento da evolução gonduânica da bacia do
Paraná. O contato da Formação Serra Geral com as unidades sedimentares mais
antigas da Bacia do Paraná é determinado por discordância. É muito freqüente a
intrusão de diabásios em rochas sedimentares gonduânicas (KREBS, 2002).
Mühlmann et al. (1974) situam a Formação Serra Geral no Cretáceo
Inferior (entre 120 e 130 milhões de anos), através de dados radiométricos, obtidos
por diversos autores.
2.2.3 Hidrologia
O local de realização do PRAD se situa nos limites da bacia do Rio KM
119 (Figura 2), a qual pertence a bacia hidrográfica do rio Mourão, afluente do Rio
Ivaí, tributário do Rio Paraná.
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Figura 2. Mapa da área urbana do município de Campo Mourão –PR, com destaque para o lote 7- H. Fonte: Silva (2009) in Palinologia da Estação Ecológica do Cerrado de Campo Mourão e áreas adjacentes.
2.3 Meio biótico
2.3.1 Caracterização qualitativa e quantitativa da fauna e flora
A caracterização qualitativa da flora foi realizada através da
consulta ao acervo do herbário da Universidade Tecnológica Federal do Paraná
campus Campo Mourão e através de levantamentos de campo, onde, além do
levantamento qualitativo, um levantamento quantitativo (tabela 1) também foi
realizado. Na análise de campo a área foi dividida em 12 diferentes parcelas de 100
m2 cada e nessas parcelas a amostragem de todas as espécies vegetais foi
realizada, assim como foi levantado o diâmetro a altura do peito e a altura das
espécies arbóreas.
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Tabela 1: Listagem das espécies arbóreas e indicação de sua ocorrência natural nos biomas / ecossistemas com classificação sucessional. (Classe sussecional: PI – Pioneira e NP – Não Pioneira. Biomas / Ecossistemas: R – Vegetação de Restinga, FOD – Floresta Ombrófila Densa, FES – Floresta Estacional Semidecidual, MC – Mata Ciliar Estacional Semidecidual, C – Cerrado e FOM – Floresta Ombrófila Mista).
Ocorrência de Estágio Sucessional
Família Espécie Nome Popular Nº
Ind. (%) R FOD FES MC C FOM FED PI NP
Leguminosae-Papilionoideae Acosmium subelegans (Mohlenb) Yakovl Amendoim-falso 3 2,31 X X X
Verbenaceae Aegiphila verticillata Vell. Milho-de galinha 2 1,54 X X
Leguminosae-Mimosoideae Anadenanthera peregrina (L.) Angico-do-mato 4 3,08 X X X X
Apocynaceae Aspidosperma tomentosum Mart Peroba-do-cerrado 4 3,08 X X X X
Myrtaceae Aulomyrcia laruotteana Cambess Camboí 1 0,77 X X X X X
Caryocaraceae Caryocar brasiliense Cambess Pequi 54 41,54 X X
Flacurtiaceae Casearia sylvestris Sw. Guaçatonga 7 5,38 X X X X X X
Sapotaceae Chrysophyllum marginatum (Hook. & Arn.) Radlk Vassourinha 11 8,46 X X X X X X X
Caesalpiniaceae Copaifera langsdorffii Desf. Copaíba 3 2,31 X X X X X X
Bignoniaceae Cybistax antisyphilitica (Mart.) Mart. Caroba De Flor Verde 1 0,77 X X X X
Asteraceae Gochnatia polymorpha (Less.) Cabr. Cambará-do-mato 2 1,54 X X X X X X
Mimosaceae Leucaena leucocephala (LAM.) De Wit. Leucena 1 0,77 Invasora X
Anacardiaceae Lithraea molleoides Vell. Aroeira-do-cerrado 4 3,08 X X X X X X
Tiliaceae Luehea candicans Mart. Acoita-cavalo 2 1,54 X X
Sapindaceae Matayba elaeagnoides Radlk. Camboatá-branco 4 3,08 X X X X X X
Melastomataceae Miconia cinerascens Miq. Pixirica 2 1,54 X X X
Myrtaceae Myrcia splendens (Sw.) DC Guamirim 2 1,54 X X X X
Primulaceae Myrsine balansae (Mez) Arechav. Canela-mole 2 1,54 X X X
Lauraceae Ocotea corymbosa (Miers.) Mez. Canelão 5 3,85 X X X X
Lauraceae Ocotea lancifolia (Schott) Mez. Canela-pilosa 7 5,38 X X X
Euphorbiaceae Ricinus communis L. Mamona 1 0,77 Invasora X
Anacardiaceae Schinus polygama (Cav.) Cabr Assobiadeira 5 3,85 X X
Fabaceae Senna rugosa (G.Don) H.S.Irwin & Barneby Alcaçuz-bravo 1 0,77 X X X
Mimosoideae Stryphnodendron adstringens (Mart.) Barbatimão do cerrado 1 0,77 X X X
Bignoniaceae Tabebuia ochracea (Cham.) Standl. Ipê-do-cerrado 1 0,77 X X X X
Total 25 25 130 100,00 5 17 12 8 20 4 3 13 12
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Através da observação feita no local de coleta, nas doze parcelas
amostradas, infere-se que há presença, além das espécies arbóreas acima listadas,
de Austroeupatorium inulaefolium (Kunth.) R.M. King & H. Robinson, Bromelia
balansae Mez, Butia paraguayensis (Barb. Rodr.) L. H. Bailey, Cochlospermum
regium (Schrank) Pilger, Manettia cordifolia Mart., Mimosa dolens Vell. e Peixotoa
reticulata Grisebach, típicas de vegetação de cerrado, assim como praticamente a
totalidade das espécies amostradas em todas as parcelas.
A distribuição diamétrica das espécies florestais amostradas (Gráfico 1)
evidenciam a predominância de indivíduos com diâmetro à altura do peito (DAP)
inferior a 16 cm, somando 91% do total amostrado (Gráfico 2). Quanto aos
resultados da análise das alturas das espécies florestais amostradas (Gráfico 3 e 4),
verifica-se predominância de indivíduos com altura inferior a 4 metros, com 63% das
espécies amostradas.
Gráfico 1. Distribuição diamétrica das espécies florestais amostradas.
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Gráfico 2. Porcentagem das espécies florestais amostradas por classe diamétrica.
Gráfico 3. Distribuição das espécies florestais amostradas por classe de altura.
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Gráfico 4. Porcentagem das espécies florestais amostradas por classe de altura (m).
Além dos levantamentos de campo, consultas ao herbário HCF foram
realizadas e a ocorrência de outras 42 espécies foi aferido, conforme mostrado na
tabela 2.
Tabela 2: Levantamento florístico do lote 7-H, Município de Campo Mourão – PR.
Familia Espécie
Poaceae Andropognon bicornis L.
Poaceae Axonopus pressus (Nees ex Steud.) Parodi
Moraceae Brosimum gaudichaudianum Trécul
Menispermaceae Cissampleos ovalifolia CD.
Fabaceae Crotalaria balansae Micheli
Euphorbiaceae Croton aberrans M. Arg.
Euphorbiaceae Croton serratifolius Baill.
Euphorbiaceae Dalechampia trichophila Pax. & K. Hoffmann
Rubiaceae Declieuxia dusenii Standl.
Mimosaceae Desmanthus tatuhyensis Hoehne
Moraceae Dorstenia brasiliensis Lam.
Fabaceae Eriosema campestre Benth.
Fabaceae Eriosema longifolium Benth.
Malpighiaceae Galphimia australis Chodat
Hypericaceae Hypericum brasiliense Choisy
Poaceae Ichnanthus pallens (Sw.) Munro ex Benth.
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Melastomataceae Leandra lacunose Cogn.
Verbenaceae Lippia obscura Briq.
Fabaceae Machaerium opacum Vogel
Fabaceae Macroptilium atropurpureum (Sessé & Moc. Ex DC.) Urb.
Mimosaceae Mimosa debilis Humb. & Bonpl. Ex Willd.
Mimosaceae Mimosa xanthocentra Martius
Myrtaceae Myrcia laruotteana Cambess
Lauraceae Ocotea corymbosa (Meisn.) Mez
Poaceae Panicum olyroides Kunth.
Poaceae Panicum sellowii Ness
Fabaceae Peltophorum dubium (Spreng) Taub.
Solanaceae Petunia variabilis R. E. Fries
Sapotaceae Pouteria torta (Mart.) Radlk.
Myrtaceae Psidium cinereum Mart. & DC.
Fabaceae Rhynchosia melanocarpa Grear
Rosaceae Rubus brasiliensis Mart.
Euphorbiaceae Sebastiania híspida (Mart.) Pax ex Engl.
Polypodiaceae Serpocaulon latipes (Longsd. & Fisch.) A. R. Sm.
Gesneriaceae Sinningia allagophylla (Mart.) Wiehler
Solanaceae Solanum granulosumleprosum Dunal
Fabaceae Stylosanthes guianensis (Aubl.) Sw.
Fabaceae Stylosanthes montevidensis Vogel
Verbenaceae Verbena thymoides Cham.
Vochysiaceae Vochysia tucanorum Mart
Sterculiaceae Waltheria douradinha St. Hil.
Fabaceae Zornia reticulate Smith
Fonte: Herbário HCF
Segundo Walter & Ribeiro (1998), Cerrado Sensu Stricto (Figura 3) é
formação savânica caracterizada pela presença de árvores baixas, tortuosas,
inclinadas, com ramificações irregulares e retorcidas e geralmente com evidência de
queimadas. Assim sendo, através das observações realizadas (Figuras 4 e 5) e dos
dados obtidos (Tabelas 1 e 2), pode-se afirmar que a área em estudo trata-se de
uma vegetação de cerrado Sensu Stricto.
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Figura 3: Variação fisionômica de cerrado. Fonte: Miranda et al.,1996.
Figura 4: Cerrado Sensu Stricto - área de estudo.
Figura 5: Cerrado Sensu Stricto - área de estudo.
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No lote 7-H foram encontradas 13 espécies incluídas na lista vermelha
de plantas ameaçadas de extinção no estado do Paraná. As espécies encontradas
estão dispostas na tabela 3.
Tabela 3: Levantamento florístico de espécies ameaçadas de extinção presentes no lote 7-H, Município de Campo Mourão – PR.
Família Espécie Situação
Moraceae Brosimum gaudichaudianum Trécul Rara
Annonaceae Annona coriácea Mart. Rara
Annonaceae Duguetia furfaracea (St. Hil.) Benth. & Hook. F Rara
Myrtaceae Campomanesia pubescens (DC.) O. Berg. Rara
Arecaceae Butia paraguayensis (Barb. Rodr.) L. H. Bailey Em perigo
Caryocaraceae Ipomoeae argêntea (Witt.) Prance & Freitas da Silva Vulnerável
Annanoceae Annona dióica St. Hil. Rara
Caryocaraceae Caryocar brasiliense Cambess Vulnerável
Moraceae Dorstenia brasiliensis Lam. Super ameaçada
Myrtaceae Compomanesia adamantium (Cambess.) O. Berg. Rara
Myrtaceae Campimanesia sessiliflora (Berg.) Mattos Rara
Cucurbitaceae Cayponia espelina (Silva Manso) Cogn. Rara
Cochlospermaceae Cochlospermum regium (Schrank) Pilg. Criticamente ameaçada
É de grande importância conhecer essas espécies, pois desta forma é
possível priorizar a conservação do local e assegurar que a biodiversidade ali
presente (mais de 60 espécies já foram observadas na área) seja mantida.
Desta forma, as palmeiras, por exemplo, destacam-se tanto pelo
recurso natural e econômico que representam às populações humanas, como pelo
seu papel ecológico nas formações vegetais onde ocorrem (Peres, 1994). Seus
frutos fazem parte da dieta de animais silvestres frugívoros, como canídeos,
roedores e psitacídeos (Galetti et al., 2003). A Figura 6 mostra a palmeira Butia
paraguayensis em meio a outras espécies dentro do lote 7-H.
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Figura 6. Butia paraguayensis.
Já em Campomanesia pubescens Moreti et al. (2006) observaram que
esta é polinizada e, consequentemente, atrativa para diversas espécies de abelhas,
dentre as quais podemos citar Melipona quadrifasciata (Lepeletier, 1836),
Paratrigona lineata (Lepeletier, 1836) e Melipona quadrifasciata (Lepeletier, 1836).
De maneira análoga a Butia paraguayensis e a Campomanesia
pubescens, todas as espécies ameaçadas possuem importância, sejam elas
ecológicas ou econômicas para o ambiente, o que justifica a sua preservação.
A caracterização da avifauna local teve alguns entraves devido ao curto
período de análise, o período de seca e a falta de alimento na área, que não eram
propícios para o aparecimento frequente de um número significativo de espécies que
caracterizavam o cerrado. A tabela 5 apresenta as espécies de aves observadas no
lote 7-H.
Tabela 4. Lista de espécies da avifauna observadas no lote 7-H.
Família Espécie Habito alimentar
Columbidae Zenaida auriculata (Des Murs, 1847) Onívoro
Tyrannidae Pitangus sulphuratus (Linnaeus,1766) Granívoro
Picidae Melanerpes candidus (Otto, 1796) Onívoro
Trochilidae Augastes lumachella (Lesson, 1838) Nectarívoro
Cuculidae Crotophaga ani Linnaeus, 1758 Insetívoro
Accipitridae Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) Insetívoro
Zenaida auriculata tem como nome popular “pomba rolinha”. Adapta-se
com muita facilidade e é muito comum em cidades, muitas vezes sendo até
considerada uma praga principalmente pelos agricultores, pois se alimenta de grãos
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silvestres e brotos de plantações. Pode construir seu ninho até mesmo no chão ou
em lugares baixos, porém é mais comum ninhos dessa espécie em galhos de
arvores.
As espécies Pitangus sulphuratus e Crotophaga ani procuram lugares
mais adequados para a alimentação, nidificação, reprodução e melhores condições
de temperatura. (Gava, 2007)
A espécie Melanerpes candidus é uma espécie muito importante para a
área porque habita campos com áreas esparsas, como o cerrado.
Rupornis magnirostris é o gavião mais abundante do Brasil, chegando
a habitar até metrópoles desde que haja arborização suficiente, aparecendo também
em áreas campestres desprovidas de arborização (Sick, 1997).
Ferreira (2005) estudou as espécies de aves do cerrado de Campo
Mourão e foram identificadas 31 espécies de aves distribuídas entre 14 famílias,
conforme apresentando na tabela 5.
Tabela 5. Lista de espécies da avifauna identificada na Estação Ecológica do Cerrado.
Família Espécie Habito alimentar
Accipitridae Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) Onívoro
Trochilidae
Chlorostilbon aureoventris (d'Orbigny e Lafresnaye,
1838) Nectarívoro
Hylocharis chrysura (Shaw, 1812) Nectarívoro
Cardinalidae Saltator similis (d'Orbigny e Lafresnaye, 1837) Granívoro
Coerebidae Coereba flaveola (Linnaeus, 1758) Nectarívoro
Cuculidae Crotophaga ani Linnaeus, 1758 Insetívoro
Emberizidae Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823) Granívoro
Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766) Granívoro
Furnariidae Synallaxis frontalis Pelzeln, 1859 Onívoro
Synallaxis ruficapilla Vieillot, 1819 Onívoro
Mimidae Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823) Onívoro
Parulidae Geothlypis aequinoctialis (Gmelin, 1789) Insetívoro
Basileuterus culicivorus (Deppe, 1830) Insetívoro
Parula pitiayumi (Vieillot, 1817) Insetívoro
Thamnophilidae Thamnophilus caerulescens Vieillot, 1816 Insetívoro
Thamnophilus doliatus (Linnaeus, 1764) Insetívoro
Thraupidae Thraupis sayaca (Linnaeus, 1976) Onívoro
Troglodytidae Troglodytes musculus Naumann, 1823 Insetívoro
Turdidae Turdus albicollis Vieillot, 1818 Onívoro
Turdus amaurochalinus Cabanis, 1850 Onívoro
Turdus leucomelas Vieillot, 1818 Onívoro
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Turdus rufiventris Vieillot, 1818 Onívoro
Tyrannidae Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824) Onívoro
Cnemotriccus fuscatus (Wied, 1831) Insetívoro
Elaenia flavogaster (Thunberg, 1822) Onívoro
Machetornis rixosa (Vieillot, 1819) Onívoro
Myiodynastes maculatus (Statius Muller, 1776) Onívoro
Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) Onívoro
Serpophaga nigricans (Vieillot, 1817) Onívoro
Serpophaga subcristata (Vieillot, 1817) Onívoro
Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 Onívoro
Fonte: Ferreira (2005)
Devido à proximidade em que se encontra o lote 7H da Estação
Ecológica do Cerrado e da ocorrência simultânea em ambos locais de diversas
espécies vegetais que são atrativas para a avifauna é bastante provável que as
mesmas espécies observadas na unidade de conservação também venham a visitar
a área de estudo.
2.3.2 Interrelação fauna/flora
Devido à proximidade do remanescente de cerrado com outros dois
fragmentos, sendo um deles a Estação Ecológica do Cerrado, sabe-se que há
probabilidade de chuva de sementes através da avifauna.
No Cerrado, a eficiência na dispersão de sementes para fundação de
novas populações naturais de plantas é um fator muito importante para a
manutenção da diversidade genética de espécies em longo prazo (Martins et al.,
2006). Isto se deve porque, com a ocorrência de constantes queimadas nesse
bioma, a dispersão de sementes auxilia no estabelecimento de genótipos em áreas
não afetadas pelo fogo, diminuindo o risco de perda de genótipos (Ibañes et al.,
2008).
Entre os animais, as aves são reconhecidas como bons agentes de
dispersão de sementes em áreas degradadas, com dezenas de espécies vegetais
zoocóricas sendo dispersadas de áreas mais conservadas para o interior das áreas
a serem recuperadas (Toh et al., 1999; Zimmerman et al., 2000; Araújo, 2002)
contribuindo para reduzir um dos maiores obstáculos à recuperação de áreas
degradadas nos trópicos, que é a disponibilidade de sementes (McClanahan e
Wolfe, 1993; Uhl, 1997; Wijdeven e Kuzee, 2000).
20
2.3.3 Caracterização da biodiversidade e estrutura dos habitates
Apesar da área do terreno ser reduzida com apenas 20.000 m2, este
habitate campestre, ainda que alterado, apresenta diversidade alta, como foi
evidenciado no item 2.3.1. Dentre os principais fatores que podem vir a comprometer
essa diversidade está a presença de espécies exóticas e exóticas invasoras, que
colaboram para a degradação ambiental e podem vir a competir com espécies
nativas e ocupar áreas ocupadas por estas.
2.4 Meio antrópico
2.4.1 Dinâmica populacional
Segundo o IBGE (2010), a população de Campo Mourão é de 87.194
habitantes, sendo 42.013 homens e 45.181 mulheres. No ano de 2009 os nascidos
vivos registrados, foram de 1.382 pessoas. O total de morbidades hospitalares no
mesmo ano foi de 319 óbitos de homens e 246 óbitos de mulheres.
2.4.2 Uso e ocupação do solo e seus ordenamentos
A imagem 1 do anexo indica o uso e ocupação do município de Campo
Mourão. A vegetação nativa possui área de 61.8174 Km2, que corresponde 8% do
município. A agropecuária e a silvicultura possuem áreas de 654.4467 Km2 e
14.4378 Km2, e correspondem a 86% e 2 % respectivamente. Por sua vez a área
urbana possui 19.8117 km2, isso representa 3% do município.
2.4.3 Atividades econômicas e estrutura produtiva
O município de Campo Mourão tem como principal economia a
atividade agrícola, em especial a produção de soja. O aumento da produção agrícola
na microrregião geográfica de Campo Mourão foi impulsionada por incentivos
governamentais, através de aberturas de créditos agrícolas e financiamentos para
produtores. Os interesses na região de Campo Mourão se intensificaram através da
aquisição de terras para o plantio, gerando lucro e uma maior produtividade,
sobretudo da produção destinada à exportação, contribuindo com a maior área de
produção da soja do Estado do Paraná. É neste sentido que a região apresenta uma
grande demanda de produtos agrícolas com destaque para a cultura de soja, que
através da modernização agrícola e da elevada produtividade impulsionou o
surgimento de várias cooperativas agrícolas de recebimento e armazenamento de
grãos, bem como de vendas de insumos e maquinários visando o aumento da
produtividade das colheitas anuais (Bertotti e Bovo, 2009).
21
2.4.4 Elementos do patrimônio natural, histórico, cultural e arqueológicos
O município de Campo mourão possui os seguintes patrimônios:
Estação Ecológica do Cerrado
Em 1,3 hectares de área de preservação estão espécies
remanescentes do Quaternário Antigo, sendo o Cerrado mais meridional do
planeta. É considerada uma relíquia por estudiosos, e recebe cientistas de
todo o mundo.
Parque do Lago
O Parque Municipal Joaquim Teodoro de Oliveira é um dos
cartões de visita da cidade. Possui pista de cooper que adentra a mata, cancha de
areia, estufas, sede do grupo de escoteiro da cidade, orquidário, jardim francês e um
lago com diversas espécies de peixes.
Parque Estadual Lago Azul
Possui uma biodiversidade exuberante, um lago com 70 milhões
de metros cúbicos de água aberto às práticas de esportes náuticos, como jet-ski,
esqui aquático, passeios de lancha, canoagem e pesca amadora. Além disso, possui
uma grande área florestal com casas de veraneio. O Centro de Educação Ambiental
tem sede nesta área, onde realiza palestras e acompanha os visitantes pelas
diversas trilhas.
Museu Municipal "Deolindo Mendes Pereira"
O Museu Histórico de Campo Mourão abrigando a memória e
história de Campo Mourão tem registros através de entrevistas, depoimentos e
peças históricas que remontam ao século XVII. Além de guardar e proteger a
memória local serve a estudantes, universitários e a comunidade como fonte de
pesquisa, sendo um ponto de encontro, cultura e lazer para os munícipes.
2.4.5 Caracterização de interesses potencialmente conflitantes
O município de Campo Mourão é predominantemente agrícola, tendo
no plantio de soja e milho seus principais produtos, sendo que abriga a maior
cooperativa do Brasil e a terceira maior do mundo – COAMO. Ao mesmo tempo que
a intensiva prática agrícola fortalece a economia ela representa um perigo eminente
para a vegetação nativa da região pelo uso excessivo de agrotóxicos e fertilizantes.
Nos últimos anos, a cidade tem atraído empresas de grande porte
como a Colacril Auto Adesivos Paraná Ltda (maior fábrica de produtos adesivados
da América Latina), a VRI Eletrônica e a Frangobrás (Tyson Foods do Brasil),
22
gerando uma grande quantidade de emprego e viabilizando a expansão da área
urbana do município. O fato de Campo Mourão estar se transformando num pólo
universitário também contribui muito pra expansão imobiliária.
O município possui quatro instituições de ensino superior, sendo dois
campi de instituições públicas, uma estadual, a Universidade Estadual do Paraná
(UEPR), e uma federal, a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).
Também estão instaladas no município duas instituições privadas de ensino
superior, o Centro Integrado de Ensino Superior (CIES), e a Faculdade União de
Campo Mourão (UNICAMPO). Conta, ainda, com cursos técnicos do SENAC-PR, e
uma extensão do Centro Universitário de Maringá (Cesumar), sendo uma instituição
de ensino superior à distância (PNUD, 2000). Neste contexto, a demanda por novos
loteamentos torna extremamente vulneráveis as áreas de Cerrado ainda existentes
nos arredores do perímetro urbano.
A área de estudo localiza-se dentro do Jardim Nossa Senhora
Aparecida, uma área residencial, e ao lado da BR-157, sendo um obstáculo para a
comunidade em seu entorno, que usa o lote como um „atalho‟ para ter acesso mais
fácil a BR-157. Conseqüentemente surgem „trilhas‟ devido ao grande pisoteio no
local, implicando na perda de espécies vegetais e aumentando o efeito borda sobre
a vegetação.
Um último fator conflitante observado na área diz respeito a grande
quantidade da planta Caryocar brasiliensis Cambess existente na área. Conhecida
popularmente como Pequi é muito apreciada na culinária local, fazendo com que
seus frutos sejam coletados e, desta forma, prejudicando o desenvolvimento da
área, pois impede o ciclo reprodutivo do indivíduo, além de dificultar a coleta de
sementes para a produção de mudas e de corroborar para a falta de alimento para a
fauna local.
2.5 Fisionomia ecológica da região
O termo cerrado pode designar tanto os tipos de vegetação quanto o
bioma ou área geográfica. O cerrado sensu lato designa as formaçoes savânicas e
campestres, enquanto o cerrado Sensu Stricto designa o tipo fisionômico que mais
caracteriza o bioma (COUTINHO, 1978; RIBEIRO & WALTER, 1998).
A região de Campo Mourão é o ecótono de transição da Floresta
Estacional Semidecidual Submontana e Floresta Ombrófila. Nesta área pode-se
observar a presença de espécies comuns aos dois biomas e espécies
23
características a cada um deles: Floresta Ombrófila Mista a ocholoespécies
Araucária angustifólia, além das espécies típicas Anadenanthera colubrina e
Piptocarpa angustifolia, espécies características da Floresta Estacional
Semidecidual, como a Tabebuia heptaphylla, Jacaratia spinosa (Encarte III, 2005).
Na composição não florestal encontra-se o Cerrado. De acordo com
Maack (1955/1968) o Cerrado não está inserido, na paisagem do estado do Paraná
como um bioma, mas a vegetação aqui encontrada possui famílias e espécies com
fitofisionomias características da vegetação de cerrado. A constituição morfológica
das espécies vegetais, bem como, grande parte da sua flora, aparecem em alguns
locais isolados na porção central do estado.
O cerrado de Campo Mourão é classificado segundo o IBGE (1992)
como Sensu Stricto por apresentar vegetação graminóide com estrato herbáceo
contínuo e lenhoso composto por partes quase iguais de arbustos e árvores
dispersos.
Segundo Maack (1965), o município de Campo Mourão possuía uma
área de cerrado com 102 km2. Hoje restam 11,17 ha, das quais 1,33 ha encontram-
se protegidos como unidade de conservação, denominada Estação Ecológica do
Cerrado, localizada no Jardim Nossa Senhora Aparecida, num bairro do município.
A área em estudo possui 20.000 m2 com formações típicas do cerrado (Mizote,
2005).
2.6 Integração dos aspectos bióticos e abióticos da paisagem
O clima no Cerrado é estacional, com um período seco que,
dependendo da região, dura de três a sete meses (IBGE 1992). A precipitação
média anual é de 1.500mm (Nimer 1989) e as temperaturas médias variam entre
22ºC e 27ºC (Klink & Machado, 2005). A sua distribuição espacial está relacionada a
determinados tipos de solos, em sua maioria, profundos, álicos e distróficos,
arenosos lixiviados ou litólicos, desenvolvidos a partir de terrenos de idade pré-
cambriana até quarternária ao nível do mar (IBGE 1992). Esses solos possuem
baixo pH e baixa disponibilidade de nutrientes (FURLEY & RATTER, 1988).
Os fragmentos de cerrado de Campo Mourão, por estarem situados na
região subtropical do Brasil, encontram-se em condições climáticas muito diferentes
das áreas onde predomina o bioma Cerrado, as árvores de tronco retorcido e de
casca grossa aparecem na paisagem de Campo Mourão, segundo Maack (1968),
24
como uma “formação estranha”, uma prova viva de um clima primitivo semiárido que
existiu nessa região em um passado remoto sendo uma vegetação relictual.
3. Impactos ambientais
O lote 7-H está situado em área urbana, cercado por dois empreendimentos
industriais, e também por duas estradas, uma asfaltada e a outra de chão, o que
acaba acarretando grandes prejuízos à área. Além da influência antrópica,
principalmente porque a população acaba utilizando o local para o despejo de
objetos indesejados, a fauna acaba acuando-se pelo barulho dos carros.
Além de a população acondicionar os resíduos na área, ela faz do fragmento
trilha e ainda realiza a coleta predatória de alguns frutos que são retirados antes do
amadurecimento, impedindo o ciclo reprodutivo do indivíduo, além de dificultar a
coleta de sementes para a produção de mudas e falta de alimento para a fauna
local.
A área por ser relativamente pequena e retangular, sofre efeito de borda por
todos os lados, concentrando as espécies de cerrado apenas no centro do
fragmento.
A capacidade de rebrotar inúmeras vezes após distúrbios facilita muito o
trabalho de recuperação da vegetação de cerrado em boa parte dos casos. Porém,
impactos mais severos e recorrentes são capazes de eliminar por completo a
vegetação nativa (Durigam et al, 2011) . Pode se afirmar, portanto, que o fogo
freqüente atrapalha a regeneração natural, ou seja, ele impede o tempo que a
vegetação necessita para poder iniciar o processo de sucessão ecológica. Além
disso, as queimadas freqüentes podem gerar impactos negativos às áreas
circunvizinhas, danificando os empreendimentos ali existentes.
A grande preocupação com o lote 7-H é a presença de espécies exóticas e
invasoras que causam impactos negativos significativos sobre a vegetação, pois
essas plantas têm grande potencial de crescimento e dispersão rápida, o que acaba
inibindo o crescimento das espécies locais e dominando o local e,
conseqüentemente, eliminando as espécies nativas locais. Entre as espécies
invasoras, destacam-se principalmente Leucaena leucocephala e Urocloa brizantha
25
4. Aptidão e intenção de uso futuro
4.1 Descrição dos impactos
Após os procedimentos a serem realizados na área, é possível que ainda
haja impactos, como por exemplo, a não funcionalidade das estratégias para
diminuir as espécies exóticas e exóticas invasoras.
O cercamento da área não impedirá que a avifauna se afugente por causa
dos barulhos provenientes da rodovia e da rua localizadas próximas à área.
Como uma das características da vegetação de cerrado é pegar fogo
espontaneamente, a probabilidade de que isso aconteça em épocas e locais
indesejados não pode ser descartada.
É importante ressaltar que as técnicas a serem aplicadas para minimizar os
impactos negativos da área são tentativas de melhoria, mas não sua garantia.
4.2 Utilização prevista para a área
Preve-se que a área de estudo seja transformada em uma Unidade de
Conservação para que, assim, haja a proteção da vegetação de Cerrado existente e
a preservação de um dos últimos fragmentos com vegetação remanescente de
Cerrado no município de Campo Mourão – PR.
5. Conformação topográfica e paisagística
5.1 Detalhamento do processo nas áreas de influência direta e indireta
5.1.1 Estabilidade, controle de erosão e drenagem
Um dos fatores que poderiam intervir na formação de erosão no lote 7-
H é escoamento de água da rodovia PR-378, mas não se observou indícios de que
isso ocorra, pois além da cota da rodovia ser inferior a do terreno, a mesma possui
um bom sistema de drenagem fluvial, impedindo o escoamento superficial.
Pode-se observar que a área possui uma declividade amena e poucas
áreas de solo exposto contribuindo que a velocidade das águas fluviais não seja
elevada, assim a erosão superficial é minimizada.
Dessa forma, não é necessária nenhuma técnica exclusiva para que se
controle a erosão, bastando que apenas as técnicas de recuperação apresentadas
neste trabalho sejam realizadas.
5.1.2 Adequação paisagística
Para controle das espécies exóticas e exóticas invasoras encontradas
no lote 7-H será realizado um manejo adequado de acordo com cada planta. Para as
26
espécies, Ricinus communis L., Hibiscus eetveldeamus Wild. & T. Durand, Setaria
vulpiseta (Lam.) Roem. & Schult, Janusia guaranitica (St. Hil.) Adr. Juss. e
Byrsonima intermedia Adr. Juss, será utilizado o método de manejo manual, ou seja,
para o controle dessas plantas será feito a retirada manual do local, arrancando o
individuo por inteiro, colocando-os em saco de lixo para que não haja contaminação
da área.
Já o controle da espécie Leucaena leucocephala (Lam.) R. de Wid,
será utilizado o manejo manual, dito anteriormente e também o manejo químico,
onde será aplicado o herbicida glifosato para controle químico da espécie. Para o
manejo da espécie Setaria vulpiseta (St. Hil.) Adr. Juss, segundo a EMBRAPA, a
combinação do controle químico (herbicidas) e o mecânico pode ser realizada, mas
nem sempre é feita com grande sucesso ou a custos razoáveis. A quantidade de
sementes remanescentes e as condições climáticas são as principais causas desses
insucessos.
Os herbicidas dissecantes (paraquat), sistêmicos (glifosato) e os
graminicidas (vários) podem ser utilizados, desde que os critérios técnicos sejam
obedecidos à risca, pois o emprego inadequado de dosagens e equipamentos ou
condições ambientais impróprias podem inviabilizar a eficiência do controle, então a
eliminação da Urocloa brizantha deve ser feito de forma cautelosa e de longo
período, para que seja feita sua erradicação por completo.
No entanto, é de extrema importância saber os efeitos causados por
tais herbicidas, o paraquat, por exemplo, é altamente toxico e volátil, então sua
utilização torna-se extremamente perigosa.
As espécies arbóreas de grande porte não típicas do cerrado serão
retiradas do local através do corte manual, sendo que as arvores que margeiam a
rodovia e a rua terão sua queda direcionada para estas, evitando, desta forma,
impactar as demais árvores. As que se encontram mais no interior do terreno terão
sua queda direcionada para um aceiro, já existente na área.
Com essas ações torna-se possível que uma queima controlada seja
realizada na área. As principais razões para se realizar esse tipo de manejo são a
redução do material combustível, preparo do terreno, controle de espécies
indesejáveis e quebra de dormência de espécies típicas desse bioma que são
favorecidas pelo fogo.
27
É importante que esse manejo de fogo ocorra em uma parcela pré
delimitada, com analise previa da direção dos ventos, quantidade de material
combustível e a disponibilidade da brigada de incêndio do município para estar
presente.
Desta forma deve-se subdividir o local em três parcelas, para que cada
um queime em anos distintos, possibilitando, desta forma, que a área que não está
sendo queimada possa gerar sementes e frutos que serão disponibilizados para a
parcela que está sendo queimada e facilitando a regeneração desta de uma maneira
constante e equitativa, eliminando as espécies não típicas de cerrado e intolerantes
ao fogo. A técnica de queima por zonas, como ilustrado na figura 7, ainda fará com
que o local continue a ser atraente para a fauna, em particular para a avifauna,
mesmo logo após o período da queima. Pondera-se, ainda, que as chances do
incêndio se tornar de grandes proporções serão ínfimas uma vez que o material
lenhoso de grande porte terá sido previamente retirado, conforme já descrito.
Figura 7. Zoneamento da área em parcelas de queima. Escala: 1:1350. Fonte: Google Maps, 2011.
Com adaptação.
Durante a queimada é necessário que se atente à direção do fogo, que
deve ser oposta ao vento. Vale ressaltar que a presença de brigadistas e dos órgãos
28
ambientais e o corpo de bombeiro estejam presentes para que o fogo não se alastre
e para que eventuais contratempos possam ser rapidamente solucionados.
5.1.3 Revegetação com predominância de espécies nativas locais
A estabilidade do local, não poderá ser alcançada em curto período de
tempo, pois a natureza pode levar anos para se recuperar e assim se estabilizar.
Podem ser adotadas medidas, para que esses processos sejam acelerados.
Segundo DURIGAN ET AL (2011), podem ser recomendadas três
técnicas para a recuperação da cobertura vegetal do cerrado: regeneração natural,
enriquecimento e plantio convencional. Além dessas técnicas podemos citar também
a técnica de nucleação.
A regeneração natural é indicada em situações nas quais o solo e a
vegetação de cerrado for submetida a baixo impacto e há arbustos em regeneração
com densidade e diversidade suficientes, basta que sejam eliminados os agentes de
perturbação. Quando a área estiver ocupada por espécies invasoras, como a
braquiária, capim gordura, etc., medidas que controlam essas plantas devem ser
adotadas DURIGAN ET AL (2011).
Apesar do tamanho da área ser reduzido, possui uma diversidade
considerável, ainda que a maior parte esteja impactada e que muitas espécies
apresente poucos indivíduos, fazendo com que a diversidade genética seja baixa.
Desta forma propõe-se uma técnica de recuperação que consorcie
técnicas de regeneração natural com técnicas modificadas de nucleação. Após a
queima das áreas, como mencionado anteriormente, serapilheira será trazida de
diferentes locais e disposta no solo, auxiliando, desta forma, que a variabilidade
genética seja aumentada e que sementes de outras espécies de cerrado sejam
trazidas para o local de estudo.
A queimada das zonas será feita em diferentes épocas do ano e, após
aproximadamente 3 semanas após a queima de cada uma das zonas, a serapilheira
oriunda, no primeiro ano do Parque Estadual de Jaguariaíva – PR, no segundo ano
do Parque Estadual de Juqueri, no município de Franco da Rocha – SP e,
finalmente, no terceiro ano de outros remanecentes de cerrado do próprio município,
será depositada sobre a zona previamente queimada.
Para que a serapilheira dos parques mencionados possa ser trazida
para ser usada na recuperação da área, autorizações e parcerias terão que ser
firmadas com os parque antes mencionados.
29
Espera-se que ao final de um período de 4 anos, quando todas as
zonas de queima (figura 7) já tiverem sido incendiadas, que a serapilheira já tenha
sido depositada em toda a area e que a última parcela já tenha passado por um
período de um ano para se regenerar, poderá se avaliar a eficiência da técnica
adotada e, caso o resultado seja insatisfatório, uma outra técnica, tal como o plantio
convencional poderá ser adotada para a recuperação do local.
O plantio convencional, por sua vez é indicado onde o solo tenha sido
revolvido muitas vezes e alterado quimicamente por corretivos e fertilizantes
geralmente não apresentam potencial de regeneração natural. Essas práticas de uso
do solo tendem a eliminar as estruturas subterrâneas que poderiam rebrotar e, além
disso, não há registros de recuperação da vegetação de cerrado a partir de banco
de sementes do solo ou trazidas por vento ou por animais, colonizando áreas
totalmente desmatadas e cultivadas intensamente por anos a fio. Nessas áreas, a
única técnica recomendável é o plantio de espécies de cerrado, seguindo as práticas
silviculturais convencionais, com pequenas adaptações: preparo do solo,
espaçamento, coveamento, fertilização, tamanho das mudas, época de plantio
DURIGAN ET AL (2011).
Dentre as espécies chave do cerrado, que podemos utilizar no plantio
convencional, podemos citar o Solanum lycocarpum, que possui grande interação
com a fauna e, devido as suas folhas grandes, quando caem ao solo podem
favorecer outras espécies do cerrado; Byrsonima spp. e Annona spp. possuindo alto
interação com a fauna; Brosimum gaudichaudianum, planta ameaçada no Paraná e
da mesma família da figueira, tendo importância análoga a essa em cerrado; Butia
spp., Allagoptera camoestris e Acanthoxoxoa emensis, palmeiras geralmente raras e
de suma importância devido ao seu alto nível de interação com a fauna e aos
aspectos paisagísticos e econômicos.
5.2 Concepção esquemática da área reabilitada
Após as medidas aplicadas, espera-se que a fisionomia da área seja
semelhante à apresentada na figura 9. A figura 8 demonstra a situação atual da
área.
30
Figura 8. Situação atual da área. Escala: 1:1350.Fonte: Google Earth, 2011.
Figura 9. Situação esperada do lote 7-H. Escala: 1: 1350. Fonte: Fonte: Google Maps, 2011. Com
adaptação.
6. Ações emergenciais para riscos de acidentes ambientais
6.1 Atuação em condições anormais, de acidentes e de situações potenciais
de emergência
31
Em visita a campo, foi possível identificar pela aparência dos troncos que a
área tem sofrido queimadas. O fogo ocorre acidentalmente no período de seca e
também é causadao pelo vandalismo da população.
Primeiramente ao se detectar um incêndio, faz-se necessário o
acionamento de um alarme de incêndio, para que todos fiquem atentos e saiam do
local que esta sendo queimado. A segunda medida é chamar imediatamente os
brigadistas da unidade de conservação e o corpo de bombeiro da cidade para que o
controle seja feito o mais rápido possível, evitando uma maior destruição.
Nos incêndios já ocorridos o controle foi realizado pelo Corpo de Bombeiro
de Campo Mourão que, avisado pela população de entorno, se dirigiu ao local
estabilizando a área antes que o fogo tomasse proporções desatrosas.
6.2 Níveis de gravidade de risco gerados pelos incidentes e acidentes
Uma vez que o local está situado dentro da área urbana do município de
Campo Mourão, qualquer incêndio pode tornar-se altamente grave, pois seus efeitos
poderão se alastrar para os empreendimentos circunvizinhos e causar grandes
prejuízos econômicos e sociais.
6.2.1 Detecção do incidente
A idéia principal é combater o fogo quando o mesmo ainda está em seu
início, ou seja, o incêndio deve ser detectado no menor espaço possível de tempo.
Isto engloba não só localizar o fogo de maneira rápida, como também localizar sua
posição exata e enviá-la à equipe de combate. A detecção pode ser feita tanto pela
população da região como também pelos funcionários da unidade da conservação.
6.3 Estabelecimento de atendimento de emergências
Em situações de emergência, primeiramente deve-se ligar para o Corpo de
Bombeiro da cidade, para que a contenção do fogo seja efetuada.
A prevenção engloba todas as medidas tomadas para que um incêndio não
ocorra e se propague. A meta para o controle deve ser sempre a prevenção.
A prevenção pode ser feita pela retirada da fonte de ignição ou do material
combustível. A alternativa escolhida vai depender dos valores influenciados pelo
fogo. Quanto mais valiosa uma área ou produto florestal, maior a necessidade de
eliminar o risco de incêndios. O efetivo controle das fontes de risco requer o
conhecimento de como e quando elas ocorrem e onde. Nestes casos é sempre
necessária uma avaliação das condições pretéritas que influenciaram na ocorrência
de um incêndio.
32
Sendo assim é extremamente importante o registro individual de um
incêndio, pois se transforma em fonte estatística em relação a ocorrência dos
incêndios. São analisadas as causas dos incêndios que ocorreram, a época, o local
de ocorrência e a extensão da área queimada.
7. Programa de acompanhamento e monitoramento
A fiscalização terá como objetivo o monitoramento e controle das atividades
no local, afim de minimizar ou até eliminar as negligências que possam comprometer
a conservação da área tanto da fauna quanto da flora. Será feita por terra, a qual
consiste na realização de monitoramento nas trilhas/aceiros de acesso restrito a
fiscalização e em todo o entorno da estação. É necessário que seja feita a
observação de presença de estranhos, presença de armadilhas, indícios de caça,
risco de incêndio e policiamento de qualquer atividade não autorizada.
7.1 Fauna
A grande maioria das espécies da avifauna, por apresentarem hábitos
diurnos, poderão ser observadas por um binóculo e também por máquina
fotográfica. O monitoramento de aves através de observações pode ser feito nos
aceiros, sendo mais eficiente o registro em pontos fixos distribuídos nos locais de
estudo. Em situações mais complexas, o monitoramento deve ser complementado
com levantamentos através de capturas, marcações e recapturas, efetuadas através
redes ornitológicas, as quais são armadas em trilhas abertas. O uso destas "redes
neblina" dependem de autorização do IBAMA.
7.2 Flora
O monitoramento e acompanhamento da flora do Lote 7H, será feito
através de coletas e analises a campo, por uma equipe especializada, onde será
caracterizado a quantidade de indivíduos novos, o CAP das espécies, se há
presença de novas espécies, e também a ocorrência de plantas invasoras.
7.3 Biodiversidade
O índice de Shannon, também chamado de índice de Shannon-Weaver ou
índice de Shannon-Wiener, é um dos vários índices de diversidade usados para
medir a diversidade em dados categóricos. Trata-se da informação entrópica da
distribuição, tratando espécies como símbolos e o tamanho da respectiva população
como uma probabilidade. A vantagem desta medida de heterogeneidade é que ela
leva em consideração o número das espécies e sua equitabilidade. Portanto esse
33
índice será utilizado na área, para que a biodiversidade possa ser quantificada e
para analisar o grau de regeneração do local.
7.4 Instrumentação de estrutura e obras
A área será protegida por cercas em todo a sua extensão e os funcionários
farão visitas semanalmente, para verificar se não houve ação de vândalos em
nenhum local.
7.5 Acompanhamento e manutenção das obras executadas
As obras e também sua manutenção será realizada pela prefeitura, para
que possam sempre estar em perfeito estado de conservação.
34
8. Fluxograma de planejamento e execução
Coleta de Informações Gerais
Diagnóstico Ambiental
Impactos Ambientais
Aptidão e Intenção de Uso Futuro
Recuperação – Queima/Serrapilheira
Programa de Acompanhamento e Monitoramento
Resultados foram os
esperados
Monitoramento
Sim
Programa de Recuperação
Alternativo
Não
35
9. Cronograma executivo
9.1 Físico
Atividades 2011 a 2015
2011 2012 2013 2014 2015
Coleta de Informações Gerais X
Diagnóstico Ambiental X
Impactos Ambientais X
Aptidão e Intenção de Uso Futuro X
Recuperação Natural da Área Degradada X X X X
Programa de Acompanhamento e Monitoramento X X X X
9.2 Financeiro
Listagem de Bens e Serviços Custos R$
Serviço de limpeza do terreno e manejo das espécies exóticas e exóticas invasoras
5.940,00
Confecção e instalação de cercas, alambrados, portão e passagem de pedestres 39.691,75
Pró-labore / ART 48.842,00
Total: 94.473,75
Fonte: MIZOTE, 2011. Adaptado.
9.2.1 Confecção e instalação de cercas, alambrados, portão e passagem
de pedestres
Descrição das atividades: Contratação de serviço para
confecção e instalação de 401,42 m linear de cerca de tela de alambrado (fio
12, malha 8), com pilares e mourões de concreto fixados em base de
concreto, com portões e rampas de acesso para pessoas e veículos, e
passeio de alvenaria junto à cerca de alambrado.
QTDE UNID ESPECIFICAÇÃO MATERIAL VALOR UNIT. VALOR TOTAL
800 M2 Tela de alambrado fio 12 malha 8 15,90 12.720,00
24 Um Pilares de concreto 15x15 cm h=3,5m 66,00 1.584,00
112 Um Mourões de concreto 12x12 cm h=3,5m 32,00 3.584,00
48 Um Catracas (esticadores) 4,50 216,00
48 Um Escoras de concreto 23,00 1.104,00
45 Kg Arame recozido 7,50 337,50
45 kg Arame galvanizado fio 12 9,50 427,50
03 rolo Arame farpado (500 m) 250,00 750,00
01 Um Portão de ferro/alambrado 0,80 x 2,10 m 152,00 152,00
02 Um Portão de ferro/alambrado c/ lança 3/8 4,00x2,50m 950,00 1.900,00
300 M Tábuas 20 cm 6,00 1.800,00
150 M Ripas 5 cm 2,50 375,00
7,5 Kg Prego 17x21 7,50 56,25
75 saco Cimento 23,00 1.725,00
15 m3 Areia lavada 70,00 1.050,00
15 m3 Pedra brita 38,00 570,00
Total: 39.691,75
Fonte: MIZOTE, 2011. Adaptado.
36
9.2.2 Serviços de limpeza do terreno, Manejo monitorado das espécies
exóticas e exóticas invasoras e recuperação da área
Descrição das atividades: Limpeza geral do terreno, capina
manual da vegetação invasora nos limites do terreno e remoção dos resíduos
resultantes preparando o local para a instalação de cerca de alambrado. Execução
de serviço de manejo da vegetação invasora e de espécies exóticas, e técnicas de
nucleação modificada (serrapilheira).
QTD UNID ESPECIFICAÇÃO MATERIAL VALOR UNIT. VALOR TOTAL(R$)
1 Mensal Técnico Ambiental 1500,00 1000,00
1 Diária Operário de motosserra 40,00 880,00
2 Diária Funcionários para a capina manual 30,00 660,00
2 Unit Caçamba para entulho de 4m 75,00 150,00
2500 Km Transporte de serrapilheira 1,30 3.250,00
Total: 5.940,00
Fonte: MIZOTE, 2011. Adaptado.
9.2.3 Pró-labore
Descrição das atividades: Planejamento, monitoramento e implantação do projeto.
QTD UNID ESPECIFICAÇÃO VALOR UNIT. VALOR TOTAL(R$)
1600 Horas Engenheiro 30,00 48.000,00
1 Unit ART 842,00 842,00
Total: 48.842,00
10. Referencias Bibliográficas
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11. Equipe técnica
Responsável Técnica: Aline Watanabe
Coordenador do Plano de Recuperação: Felipe Albuquerque
Ordenadora de Despesas: Juliana Correia
Especialista em Fauna e Flora: Kelly Leiko Umeki
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12. Anexo
Imagem 1. Imagem de uso e ocupação do solo do município de Campo Mourão - PR. Fonte: FERREIRA;CARNEIRO (2010).