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VM Engenharia de Recursos Hídricos www.vmengenharia.com.br P REFEITURA M UNICIPAL DE S ANTA R OSA DE V ITERBO PLANO DIRETOR DE MACRODRENAGEM DE SANTA ROSA DE VITERBO VOLUME I - R ELATÓRIO AGOSTO DE 2010

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA ROSA DE VITERBO

PLANO DIRETOR DE MACRODRENAGEM DE

SANTA ROSA DE VITERBO

VOLUME I - RELATÓRIO

AGOSTO DE 2010

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2

ÍNDICE GERAL

ÍNDICE GERAL ....................................................................................................................... 2 

ÍNDICE DE FIGURAS ............................................................................................................ 5 

ÍNDICE DE QUADROS .......................................................................................................... 7 

EQUIPE TÉCNICA .................................................................................................................. 9 

1.  APRESENTAÇÃO ........................................................................................................ 10 

2.  CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ÁREA DE PROJETO ...................................... 11 

2.1.  CARACTERIZAÇÃO REGIONAL .............................................................................................. 11 2.1.1.  UGRHI Pardo – 04 ........................................................................................................................ 12 

2.2.  CARACTERIZAÇÃO MUNICIPAL ............................................................................................. 20 2.2.1.  Breve histórico ............................................................................................................................... 20 

2.2.2.  Localização e acessos .................................................................................................................... 21 

2.2.3.  Caracterização Socioeconômica .................................................................................................... 26 

2.2.3.1.  População ................................................................................................................................ 26 

2.2.3.2.  Estatísticas vitais e saúde ........................................................................................................ 27 

2.2.3.3.  Educação ................................................................................................................................. 28 

2.2.3.4.  Indicadores sócio-econômicos e ambientais ........................................................................... 29 

2.2.3.4.1.  Índice paulista de responsabilidade social – IPRS .......................................................... 29 2.2.3.4.2.  Índice de desenvolvimento humano – IDH ..................................................................... 30 2.2.3.4.3.  Indicadores ambientais .................................................................................................... 32 

2.2.3.5.  Fundo de participação dos municípios – FPM ........................................................................ 35 

2.2.3.6.  Produto interno bruto – PIB .................................................................................................... 35 

2.2.4.  Limite da área de projeto ............................................................................................................... 35 

2.2.5.  Caracterização Ambiental ............................................................................................................. 37 

2.2.5.1.  Climatologia ............................................................................................................................ 37 

2.2.5.2.  Cobertura Vegetal do município ............................................................................................. 39 

2.2.5.2.1.  Cobertura vegetal - natural remanescente ....................................................................... 39 2.2.5.2.2.  Cobertura vegetal – área cultivada .................................................................................. 42 

2.2.5.3.  Dados hidrometeorológicos ..................................................................................................... 43 

2.2.5.4.  Geologia .................................................................................................................................. 47 

2.2.5.5.  Pedologia ................................................................................................................................. 49 

2.2.5.6.  Geomorfologia ........................................................................................................................ 53 

2.2.5.7.  Uso/ocupação do solo do solo ................................................................................................. 56 

2.2.5.8.  Hidrografia .............................................................................................................................. 58 

2.3.  SISTEMA DE SANEAMENTO BÁSICO EXISTENTE .................................................................... 59 

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3

2.3.1.  Abastecimento de água .................................................................................................................. 59 

2.3.2.  Esgoto sanitário ............................................................................................................................. 60 

2.3.3.  Resíduos sólidos ............................................................................................................................. 60 

2.4.  USOS DOS RECURSOS HÍDRICOS ............................................................................................ 60 

3.  CADASTRO DO SISTEMA DE DRENAGEM EXISTENTE .................................. 65 

3.1.  VISITA TÉCNICA ................................................................................................................... 65 

3.2.  RELATÓRIO FOTOGRÁFICO ................................................................................................... 68 3.2.1.  Ponto “A” ...................................................................................................................................... 68 

3.2.2.  Ponto “B” ...................................................................................................................................... 69 

3.2.3.  Ponto “C” ...................................................................................................................................... 71 

3.2.4.  Ponto “D” ...................................................................................................................................... 72 

3.2.1.  Ponto “E” ...................................................................................................................................... 73 

3.2.2.  Ponto “F” ...................................................................................................................................... 75 

3.2.3.  Ponto “G” ...................................................................................................................................... 76 

3.2.4.  Ponto “H” ...................................................................................................................................... 77 

3.2.5.  Ponto “I” ....................................................................................................................................... 79 

3.2.6.  Ponto “J” ....................................................................................................................................... 80 

3.2.7.  Ponto “K” ...................................................................................................................................... 80 

4.  REDE DE DRENAGEM ............................................................................................... 82 

4.1.  TRAÇADO DAS SUB-BACIAS HIDROGRÁFICAS ....................................................................... 82 

4.2.  DIAGRAMA UNIFILAR ........................................................................................................... 85 

4.3.  DADOS POR SUB-BACIA ........................................................................................................ 88 

5.  RESULTADOS HIDROLÓGICOS ............................................................................. 92 

5.1.  CONSIDERAÇÕES GERAIS ...................................................................................................... 92 5.1.1.  Equação de chuva .......................................................................................................................... 92 

5.1.2.  Tempo de retorno ........................................................................................................................... 93 

5.1.2.1.  Microdrenagem ....................................................................................................................... 93 

5.1.2.2.  Para a verificação hidráulica das interferências ...................................................................... 93 

5.1.2.3.  Determinação de volume de reserva dos barramentos propostos ............................................ 94 

5.1.2.4.  Dimensionamento dos vertedores dos barramentos ................................................................ 94 

5.2.  VAZÕES DE PROJETO DAS BACIAS DE MICRODRENAGEM .................................................... 94 

5.3.  VAZÕES DE PROJETO DAS BACIAS DE MACRODRENAGEM ................................................. 100 

6.  VERIFICAÇÃO HIDRÁULICA DAS SEÇÕES CADASTRADAS ....................... 102 

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4

6.1.  INSTRUÇÕES NORMATIVAS PARA PRÉ - DIMENSIONAMENTO E VERIFICAÇÃO HIDRÁULICA

DOS DISPOSITIVOS ...................................................................................................................................... 102 6.1.1.  Folga sobre o dimensionamento .................................................................................................. 103 

6.1.2.  Coeficiente de rugosidade ............................................................................................................ 103 

6.1.3.  Restrições de velocidade .............................................................................................................. 104 

6.2.  MÉTODO DE VERIFICAÇÃO ................................................................................................. 104 6.2.1.  Canais retangulares e trapezoidais .............................................................................................. 104 

6.2.2.  Galerias circulares ...................................................................................................................... 105 

6.3.  RESUMO DA VERIFICAÇÃO .................................................................................................. 106 6.3.1.  Ponto “D” .................................................................................................................................... 106 

6.3.2.  Ponto “E” .................................................................................................................................... 106 

6.3.3.  Ponto “F” .................................................................................................................................... 107 

6.3.4.  Ponto “G” .................................................................................................................................... 107 

6.3.5.  Ponto “K” .................................................................................................................................... 107 

6.4.  CONCLUSÃO........................................................................................................................ 107 

7.  ANÁLISE, ALTERNATIVAS E PROPOSTAS ....................................................... 109 

7.1.  REVITALIZAÇÃO DAS MATAS CILIARES DOS CURSOS D´ÁGUA URBANOS ........................... 110 

7.2.  OCUPAÇÃO URBANA FORA DOS LIMITES DE DAS APPS ...................................................... 110 

7.3.  ADEQUAÇÃO DA REDE DE GALERIAS PLUVIAIS .................................................................. 111 7.3.1.  Adequação e Complementação .................................................................................................... 112 

7.3.2.  Diminuição dos pontos de lançamento ........................................................................................ 113 

7.3.3.  Implantação de bacias de detenção e/ou dispositivo de dissipação ............................................. 113 

7.4.  IMPLANTAÇÃO DE BARRAMENTOS ..................................................................................... 114 

7.5.  PROPOSTA DE ADEQUAÇÃO DA PONTE DO “PONTO H” NO CÓRREGO DO BARRO PRETO ... 117 

8.  HIERARQUIZAÇÃO DA IMPLANTAÇÃO DAS OBRAS ................................... 119 

9.  DIRETRIZES BÁSICAS DE DRENAGEM ............................................................. 120 

10.  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 121 

ANEXO 01 - MAPA FLORESTAL: VEGETAÇÃO NATURAL REMANESCENTE . 124 

ANEXO 02 – DETERMINAÇÃO DO CURVE NUMBER “CN” ................................... 126 

ANEXO 03 – MÉTODO DO NRCS .................................................................................... 132 

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5

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Posição do município nas UGRHI 04 e 09. ...................................................................... 11 

Figura 2 - Localização das Bacias Hidrográficas do Estado de São Paulo. ....................................... 12 

Figura 3 – Municípios com área na UGRHI ...................................................................................... 13 

Figura 4 – Sub-UGRHI´s da UGRHI Pardo ....................................................................................... 14 

Figura 5 - Cobertura Vegetal da UGRHI 04 ...................................................................................... 15 

Figura 6 - Cobertura vegetal presente na UGRHI-4 (em área e porcentagem de ocorrência) ........... 16 

Figura 7 – Níveis de susceptibilidade a erosão na bacia do rio Pardo ............................................... 17 

Figura 8 - Municípios limítrofes de Santa Rosa de Viterbo. .............................................................. 21 

Figura 9 - Localização do município de Santa Rosa do Viterbo no ................................................... 23 

Figura 10: Acesso ao município de Santa Rosa de Viterbo ............................................................... 24 

Figura 11: Acesso ao Distrito de Nhumirim ...................................................................................... 25 

Figura 12 – Limite da área de projeto ................................................................................................ 36 

Figura 13 – Classificação atualizada de Köppen – Geiger para o município .................................... 39 

Figura 14 - Disposição dos postos pluviométricos ............................................................................. 45 

Figura 15 – Superfície de Precipitação .............................................................................................. 46 

Figura 16 – Distribuição geológica da UGRHI 4. .............................................................................. 48 

Figura 17 - Geologia do município de Santa Rosa de Viterbo ........................................................... 49 

Figura 18 - Pedologia da área em estudo ........................................................................................... 50 

Figura 19 – Pedologia do Município de Santa Rosa de Viterbo ........................................................ 51 

Figura 20 - Geomorfologia de Santa Rosa de Viterbo ....................................................................... 56 

Figura 21 – Uso e ocupação da área de projeto, conforme NRCS ..................................................... 57 

Figura 22 - Rede hidrográfica do município ...................................................................................... 59 

Figura 23 – Locais visitados ............................................................................................................... 66 

Figura 24 – Locais com seções cadastradas ....................................................................................... 67 

Figura 25 – Local “A” (Rua de terra paralela a Rua Professor Solano Pereira) ................................ 68 

Figura 26 – Vista de montante do barramento ................................................................................... 69 

Figura 27 – Vista de jusante do barramento ....................................................................................... 69 

Figura 28 – Vista geral do barramento ............................................................................................... 70 

Figura 29 – Jusante da confluência no córrego da Lagoa .................................................................. 71 

Figura 30 – Panorama da seção de montante da travessia ................................................................. 72 

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6

Figura 31 – Vista de montante da travessia ................................................................................... 73 

Figura 32 - Vista de jusante da travessia ............................................................................................ 73 

Figura 33 – Vistas sob a travessia da Rua Fátima Salim ................................................................... 74 

Figura 34 – Montante da travessia (Margem direita e esquerda) ....................................................... 75 

Figura 35 – Seção da travessia ........................................................................................................... 76 

Figura 36 – Última travessia antes do acesso a Fazenda Amália ....................................................... 77 

Figura 37 – Montante, sobre a ponte e jusante ................................................................................... 78 

Figura 38 – Antiga nascente do córrego da Lagoa vista da Rua Piauí ............................................... 79 

Figura 39 – Nascente do córrego da Lagoa vista da Rua Paraná ....................................................... 80 

Figura 40 – Travessia em estrada Municipal SRV 248. Fonte: VM Engenharia (2010) ................... 81 

Figura 41 – Sub – bacias do município (Macrodrenagem) ................................................................ 83 

Figura 42 - Sub-bacias do município (Microdrenagem) .................................................................... 84 

Figura 43– Diagrama Unifilar ............................................................................................................ 85 

Figura 44 – Diagrama Unifilar (continuação) .................................................................................... 86 

Figura 45 – Diagrama Unifilar (continuação) .................................................................................... 87 

Figura 46 – Seção circular ................................................................................................................ 106 

Figura 47 – Localização dos barramentos e suas bacias de contribuição. ....................................... 116 

Figura 48 – Esquema do canal retangular da travessia .................................................................... 118 

Figura - 49 “CN” composto para áreas impermeáveis conectadas .................................................. 131 

Figura 50 - “CN” composto para áreas impermeáveis isoladas e inferior a 30% ............................ 131 

Figura 51 - Hidrograma Unitário Curvilíneo Adimensional e o Hidrograma Unitário Triangular

Equivalente ....................................................................................................................................... 136 

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7

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1 – Classificação dos município quanto ao tratamento do esgoto doméstico ....................... 18 

Quadro 2 – Dados de coleta e tratamento de esgoto dos municípios da UGRHI 4 ........................... 19 

Quadro 3- Evolução da população de 2000 -2010 ............................................................................. 26 

Quadro 4- Informações de estatísticas vitais e saúde do ano de 2008 ............................................... 28 

Quadro 5 – Educação em Santa Rosa de Viterbo ............................................................................... 28 

Quadro 6 - Evolução dos Índices que compõem o IPRS ................................................................... 30 

Quadro 7: IDH-M de Santa Rosa de Viterbo. .................................................................................... 32 

Quadro 8 – Diretivas Ambientais da Projeto Município Verde Azul ................................................ 33 

Quadro 9 – Certificação Município Verde-Azul dos municípios da UGRHI-Pardo ......................... 34 

Quadro 10 - Indicadores de Produto e Renda .................................................................................... 35 

Quadro 11 - Evolução dos Setores quanto à participação no total do Valor Adicionado (%). .......... 35 

Quadro 12 - Temperaturas mensais máximas, médias e mínimas e precipitação média mensal ....... 38 

Quadro 13 - Área cultivada do município de Santa Rosa de Viterbo ................................................ 43 

Quadro 14 – Postos pluviométricos ................................................................................................... 44 

Quadro 15 – Geologia de Santa Rosa de Viterbo ............................................................................... 47 

Quadro 16 –Pedologia do Município de Santa Rosa de Viterbo ........................................................ 52 

Quadro 17 –Grupos hidrológicos ....................................................................................................... 52 

Quadro 18 – Classificação dos solos compostos quanto ao grupo hidrológico ................................. 53 

Quadro 19 - Uso/ocupação do solo conforme NRCS da área de projeto ........................................... 58 

Quadro 20 – Usos e interferências públicos de Santa Rosa de Viterbo ............................................. 61 

Quadro 21 –Usos e interferências privados de Santa Rosa de Viterbo .............................................. 62 

Quadro 22 – CNs das sub - bacias de macrodrenagem ...................................................................... 89 

Quadro 23 – CNs sub- bacias de microdrenagem .............................................................................. 89 

Quadro 24 – Dados gerais das sub-bacias de macrodrenagem .......................................................... 90 

Quadro 25 – Dados gerais das sub-bacias de microdrenagem ........................................................... 91 

Quadro 26 – Vazões máximas de projeto das bacias de microdrenagem .......................................... 95 

Quadro 27 – Vazões máximas de projeto das bacias de microdrenagem .......................................... 97 

Quadro 28 – Volume do hidrograma .................................................................................................. 98 

Quadro 29– Volume do hidrograma ................................................................................................... 98 

Quadro 30 - Volume a reter nas bacias de detenção dos pontos de lançamento ................................ 99 

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8

Quadro 31 – Vazões máximas de projeto das bacias de macrodrenagem ........................................ 100 

Quadro 32– Vazões máximas de projeto das bacias de macrodrenagem ......................................... 101 

Quadro 33 – Valores mínimos de folga sobre dimensionamento .................................................... 103 

Quadro 34 – Valores recomendados para o coeficiente de Manning ........................................ 104 

Quadro 35 – Limites de velocidade .................................................................................................. 104 

Quadro 36 – Verificação hidráulica Ponto “D” ............................................................................... 106 

Quadro 37 – Verificação hidráulica Ponto “E” ................................................................................ 106 

Quadro 38 – Verificação hidráulica Ponto “F” ................................................................................ 107 

Quadro 39 – Verificação hidráulica Ponto “G” ............................................................................... 107 

Quadro 40 – Verificação hidráulica Ponto “K” ............................................................................... 107 

Quadro 41 – Vazão de projeto x capacidade de escoamento das seções cadastradas ...................... 108 

Quadro 42 – Dados para dimensionamento dos barramentos .......................................................... 116 

Quadro 43- Bacias contribuintes para a seção em estudo ................................................................ 117 

Quadro 44 – “Curve Number” para Áreas Rurais (Agricultura) (1) .................................................. 127 

Quadro 45 – “CN” de escoamento superficial para usos agrícolas (Ia = 0,2.S, condição II de

umidade antecedente e condição hidrológica superficial média) ..................................................... 129 

Quadro 46 – “Curve Number” para áreas urbanas ........................................................................... 130 

Quadro 47 - Relações para o calculo do hidrograma curvilíneo do NRCS e de sua curva de massa.

.......................................................................................................................................................... 135 

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EQUIPE TÉCNICA

Profissional Especialidade Engenheiro Marcelo Malheiros Duclerc Verçosa

Hidrologia, Hidráulica e Educação Ambiental

Engenheiro Raphael Machado Hidrologia Computacional Engenheira Dea Carolina Thieme Hidrologia, Hidráulica e SIG Engenheiro Luiz Fernando de Araujo Hidrologia e Hidráulica

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1. APRESENTAÇÃO

Trata-se de relatório previsto no contrato firmado entre a PREFEITURA

MUNICIPAL DE SANTA ROSA DE VITERBO e a VM ENGENHARIA DE RECURSOS

HÍDRICOS LTDA., empresa brasileira registrada no CNPJ sob o

nº. 04.257.647/0001-54 com sede à Rua Dom Pedro II, nº. 1241, São Carlos -

SP.

Este relatório consubstancia o Relatório Final do “Plano Diretor de

Macrodrenagem de Santa Rosa de Viterbo”, que contempla os diversos tópicos

constantes do Termo de Referência, tais como:

• Levantamento e análise estudos existentes;

• Pesquisa, coleta e análise de dados e informações gerais sobre as

bacias existentes;

• Levantamento planialtimétrico cadastral dos elementos importantes

do sistema de macro e microdrenagem existentes, assim como outras

interferências julgadas relevantes;

• Estudos Hidrológicos e hidráulicos para determinação das vazões de

projeto, diagnóstico e prognóstico da situação das cheias dos

córregos da área urbana;

• Caracterização geral do sistema existente e diagnóstico, indicando as

deficiências atuais e necessidades futuras;

• Estudo de alternativas e concepção geral do sistema proposto;

• Estimativa de custo e hierarquização das obras;

• Definição de medidas não estruturais e definição de diretrizes básica

de drenagem;

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2. CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ÁREA DE PROJETO

2.1. CARACTERIZAÇÃO REGIONAL

O município de Santa Rosa de Viterbo está localizado em duas unidades

de gerenciamento de recursos hídricos: a do Pardo (UGRHI 04) e a Mogi Guaçu

(UGRHI 09). Como se pode observar na figura abaixo, a maior parte do seu

território está dentro da UGRHI 04, inclusive a área urbana da sua sede. O

presente Plano é financiado pelo Comitê do Pardo.

PARDO

MOGI-GUAÇU

Tambaú

São Simão

Cajuru

Mococa

Santa Rita do Passa Quatro

Santa Rosa de Viterbo

Casa Branca

Figura 1 – Posição do município nas UGRHI 04 e 09.

Fonte: Adaptado por VM Engenharia (2010)

A UGRHI 04 é definida pela bacia do rio Pardo e seus afluentes, a

montante da foz do rio Mogi Guaçu. Seu território limita-se nas UGRHI´S: Mogi

Guaçu (UGRHI 09), Baixo Pardo/Grande (UGRHI 12) e Sapucaí-Mirim Grande

(UGRHI 08). Ao leste e sudoeste está o Estado de Minas Gerais, como mostra

a Figura 2.

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12

Figura 2 - Localização das Bacias Hidrográficas do Estado de São Paulo.

Fonte: Plano de Bacia Hidrgráfica 2008-2011, CBH – Mogi.

A Bacia do Pardo foi dividida em 6 sub-bacias, as quais foram ordenadas

aproximadamente de oeste para leste e de norte para sul. Santa Rosa de

Viterbo está dentro da sub-UGRHI Médio – Pardo. A bacia do Mogi Guaçu

possui 4 sub-UGRHI, sendo que o município está inserido na Médio Mogi

Superior.

A caracterização regional irá abranger somente a UGRHI Pardo, uma vez

que a área de estudo desse Plano de Macrodrenagem está inserida somente

nessa unidade de gerenciamento de recursos hídricos.

2.1.1. UGRHI PARDO – 04

Inicialmente o comitê era composto de 24 municípios: Altinópolis,

Brodowski, Caconde, Cajuru, Casa Branca, Cássia dos Coqueiros, Cravinhos,

Divinolândia, Itobi, Jardinópolis, Mococa, Ribeirão Preto, Sales de Oliveira,

Santa Cruz da Esperança, Santa Rosa de Viterbo, São José do Rio Pardo, São

Sebastião da Grama, São Simão, Serra Azul, Serrana, Sertãozinho, Tambaú,

Tapiratiba, Vargem Grande do Sul. Posteriormente foram inclusos os

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13

municípios de Pontal, Santo Antonio da Alegria e Águas da Prata, perfazendo

um total de 27 municípios.

LegendaMunicípio com área total na UGRHI 4

Município com parte da área na UGRHI 4 e sede em outra UGRHI

Município com parte da área na UGHRI 4 e sede na UGRHI 4

Mococa

Cajuru

Tambaú

Caconde

Altinópolis

São Simão

Jardinópolis

Casa Branca

Ribeirão Preto

Itobi

Pontal

Serra Azul

Brodowski

Tapiratiba

Sales Oliveira

Batatais

São José do Rio PardoDivinolândia

Morro Agudo

Serrana

Cravinhos

Batatais

Santa Rosa de Viterbo

São Sebastião da Grama

Sertãozinho

Cássia dos CoqueirosSanta Cruz da Esperança

Orlândia

Vargem Grande do Sul

Santo Antônio da Alegria

Águas da Prata

Nuporanga

Figura 3 – Municípios com área na UGRHI

Fonte: Adaptado pela VM Engenharia

A unidade de gerenciamento de recursos hídricos Pardo, é composta pos 6

sub-UGRHI´s, são elas: Ribeirão São Pedro/Ribeirão da Floresta, Ribeirão da

Prata/ Ribeirão Tamanduá, Médio Pardo, Rio Canoas, Rio Tambaú/Rio Verde e

Alto Pardo, como mostra a figura abaixo.

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14

Médio Pardo

Alto Pardo

Rio Tambaú

Rio Canoas

Ribeirão da Prata/ Ribeirão Tamanduá

Ribeirão São Pedro/ Ribeirão da Floresta

Figura 4 – Sub-UGRHI´s da UGRHI Pardo

Fonte: Adaptado pela VM Engenharia.

A Bacia Hidrográfica do Pardo encontra-se inserida no domínio do Cerrado,

ocorrendo também encraves de Floresta Estacional Semidecidual.

O Instituto de Pesquisas Tecnológicos (IPT) realizou em 2007 o

levantamento da cobertura vegetal da bacia, tomando como referência o

“Inventário Florestal da Vegetação Natural do Estado de São Paulo“ (IF, 2005).

A seguir estão apresentadas as tipologias encontradas:

• Formações Savânicas (Cerrado)

o Savana Florestada (Cerradão)

o Savana Típica (Cerrado stricto sensu)

• Floresta Estacional Semidecidual;

• Área de tensão ecológica

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o Floresta Estacional em contato Savana/Floresta Estacional

• Vegetação Secundária

o Floresta Estacional Semidecidual

o Floresta Estacional em contato Savana/Floresta Estacional

• Áreas Úmidas – várzeas

• Reflorestamento.

Figura 5 - Cobertura Vegetal da UGRHI 04

Fonte: IF (2005).

A figura abaixo permite a visualização da proporção entre os diversos

tipos de cobertura vegetal ao longo da bacia do Rio Pardo.

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16

Figura 6 - Cobertura vegetal presente na UGRHI-4 (em área e porcentagem de

ocorrência) Fonte: IF (2005)

Quanto à susceptibilidade a erosão, de acordo com CPTI (2008), a UGRHI-

4 apresenta em grande parte de seu território terrenos de média à baixa

suscetibilidade à erosão, sendo o desmatamento nas áreas de cabeceiras,

encostas e margens dos rios, o principal motivo desencadeador dos processos

erosivos existentes.

A Figura 7 apresenta os níveis de susceptibilidade a erosão, sendo que os

intervalos considerados para análise de criticidade são:

• Áreas de alta e muito alta suscetibilidade à erosão > 50% da área

total da sub-bacia e índice de concentração de erosões > 5 %

apresentam alta criticidade;

• Áreas de alta e muito alta suscetibilidade à erosão entre 25% e 50%

da área total da sub-bacia e índice de concentração de erosões entre

3% e 5% apresentam média criticidade;

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• Áreas de alta e muito alta suscetibilidade à erosão < 25% da área

total da sub-bacia e índice de concentração de erosões < 3%

apresentam baixa criticidade.

Figura 7 – Níveis de susceptibilidade a erosão na bacia do rio Pardo

Fonte: CPTI –IPT (2008)

A economia da região é concentrada no setor primário, sendo que apenas

em alguns municípios concentram-se as atividades secundárias da região.

O setor primário na UGHRI 04, com lavouras permanentes e temporárias

e pecuárias, como principal atividade.

Os principais produtos da lavoura temporária que se desenvolvem na

Bacia, de acordo com CPTI – IPT (2008) são: Amendoim, Arroz, Batata-

Inglesa, Cana-de-Açúcar, Cebola, Feijão, Milho, Soja e Tomate.

Na lavoura permanente os produtos mais representativos são: Abacate,

Café, Laranja, Limão, Manga e Tangerina.

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A laranja era cultivada em 14 municípios da UGRHI-4 em 2006,

correspondendo a 5,3% da produção paulista. Os municípios de Casa Branca,

Tambaú e Mococa lideraram a produção, totalizando 89% da produção total da

Bacia. O café e o abacate são nessa ordem, o segundo e o terceiro tipo de

cultivo permanente mais importante da região.

Na pecuária, os principais rebanhos da Bacia do Pardo são de Bovinos,

Eqüinos, Bubalinos, Asininos, Muares, Suínos, Caprinos, Ovinos, Galináceos e

Coelhos, sendo os galináceos, o mais numeroso, correspondendo a 98% de

todos os rebanhos da UGRHI-4.

No que diz respeito à coleta e tratamento de esgoto, de acordo com o

“Relatório das Águas Interiores no Estado de São Paulo de 2008” (CETESB,

2008) mostrou que o índice de coleta de esgoto doméstico na UGRHI atingiu

99%. No entanto, apenas 52% do total gerado recebe tratamento.

A Cetesb classificou os municípios em 5 faixas, de acordo com os

percentuais de tratamento de esgoto doméstico. De acordo com essa

classificação, 11 municípios aparecem com índice de tratamento inferior a

10%, que são exatamente os mesmos municípios que não possuem nenhum

tipo de tratamento para o esgoto coletado.

Dos outros 12 municípios da Bacia, 01 está na faixa de 10 a 25%, 02

estão entre 26 a 50%, 02 na faixa entre 51 a 75% e 06 aparecem classificados

na faixa de tratamento de esgoto superior a 75%, como mostra o Quadro 1.

Quadro 1 – Classificação dos município quanto ao tratamento do esgoto doméstico

Faixas percentuais

Municípios da UGRHI 4

< 10% Brodowski, Caconde, Casa Branca Cravinhos, Divinolândia, Itobi, Jardinópolis, São José do Rio Pardo, São Simão, Serrana, Vargem Grande do Sul

10 a 25% Tambaú 26 a 50% São Sebastião da Grama, Tapiratiba 51 a 75% Mococa, Ribeirão Preto

> 75% Altinópolis, Cajuru, Cássia dos Coqueiros, Sales Oliveira, Santa Cruz da Esperança, Serra Azul , Santa Rosa de Viterbo

Fonte: CBH – Pardo (2008)

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O Quadro 2 apresenta os dados de todos os municípios pertencentes à UGRHI 4 quanto a coleta de tratamento de

esgoto.

Quadro 2 – Dados de coleta e tratamento de esgoto dos municípios da UGRHI 4

Município Concessão Atendimento (%)

Eficiência (%) Carga Poluidora (kg DBO/dia)

Corpo Receptor Coleta Tratamento Potencial Remanescente

Altinópolis DAE 100 100 85 784 118 Córrego Mato Grosso Brodowski DAE 100 0 - 1,015 1,015 Córregos da Divisa e Matadouro Caconde DAE 100 0 - 749 749 Rio São Miguel Cajuru Sabesp 99 99 90 1,111 131 Córrego Cajuru Casa Branca SAEE 100 0 - 1,256 1,256 Rib. das Congonhas Cássia dos Coqueiros Sabesp 92 100 60 112 50 Rio Cubatão Cravinhos SAEE 100 0 - 1715 1715 Rib. Preto Divinolândia Sabesp 99 0 - 427 427 Rio do Peixe Itobi Sabesp 87 0 - 379 379 Rio Verde Jardinópolis DAE 100 0 - 1809 1809 Córrego Matadouro Mococa Sabesp 100 75 90 3,424 1,113 Córrego Santa Elisa Ribeirão Preto DAERP 100 70 98 29,989 9,512 Ribeirão Preto e Rio Pardo Sales Oliveira DAE 100 100 85 499 75 Córregos Aurora e Lageado Santa Cruz da Esperança Sabesp 100 100 85 77 12 Córrego Brilhante Santa Rosa do Viterbo Sabesp 100 100 84 1,176 182 Córregos Bibiano e Caçador São José do Rio Pardo SAE 92 4 45 2,543 2,508 Rio Pardo São Sebastião da Grama DAE 98 30 40 475 421 Córrego Fartura São Simão DAE 99 0 - 730 730 Córrego São Simão Serra Azul Sabesp 96 100 90 426 58 Córrego. Serra Serrana DAE 100 0 - 2,107 2,107 Córrego. Serrinha Tambaú DAE 89 15 50 1,148 1,081 Córrego. Tambaú Tapiratiba DAE 100 40 85 569 375 Rib. Conceição e Rib. Soledade Vargem Grande do Sul DAE 97 0 - 2,062 2,062 Rio Verde e Rio Jaguari Mirim UGRHI – 23 municípios 8 concessões 99 52 - 54,582 27,886 -

Fonte: CETESB (2008)

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20

2.2. CARACTERIZAÇÃO MUNICIPAL

2.2.1. BREVE HISTÓRICO

Segundo SEADE, o município era antigo pouso de tropeiros. O local onde

se constituiria Santa Rosa do Viterbo transformou-se, aos poucos, em um

centro de apoio a viajantes.

Seu desenvolvimento foi decorrência natural por ter se firmado como

ponto de suprimentos na rota daqueles que se dirigiam ao interior do Estado

de São Paulo. Fundou-se, então, em 1850, um povoado em terras doadas por

Francisco Feliciano. A população manifestou, inicialmente, o desejo de

construir uma capela em louvor de Nossa Senhora Aparecida, porém a imagem

adquirida para a futura capela foi, segundo o pároco Cajuru, de Santa Rosa do

Viterbo, uma santa de origem italiana.

Em meados do século XIX, já se desenvolviam atividades agropastoris na

região, e, por volta de 1880, chegaram os trilhos da então Companhia Mogiana

de Estradas de Ferro, através de um ramal que deveria atender à Fazenda

Santa Amália, importante núcleo rural para o crescimento de Santa Rosa do

Viterbo. Em 5 de agosto de 1896, criou-se o distrito com o nome de Santa

Rosa em território do município de São Simão, que trouxe ainda mais

progresso à região. Em 21 de dezembro de 1910, foi elevado à categoria de

município com a denominação de Ibiquara e sede no povoado de Santa Rosa.

Em 30 de julho de 1912, o nome foi alterado para Santa Rosa e

posteriormente, em 30 de novembro de 1944, para Icaturama.

Mas somente em 24 de dezembro de 1948, houve a substituição definitiva

do nome pelo atual, Santa Rosa de Viterbo.

Os municípios vizinhos de Santa Rosa de Viterbo: Santa Rita do Passa

Quatro, Tambaú, Mococa, Cajuru e São Simão, como se observa na Figura 8.

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21

Tambaú

São Simão

Cajuru

Santa Rosa de Viterbo

Mococa

Santa Rita do Passa Quatro

Serra Azul

Figura 8 - Municípios limítrofes de Santa Rosa de Viterbo.

Fonte: adaptado pela VM Engenharia de Recursos Hídricos (2010).

De acordo com a ABAG/RP, Santa Rosa de Viterbo tem o maior parque

fabril da região: usina de açúcar e álcool, fábrica de ácido cítrico, fábrica de

papel e embalagens, fábrica de sabonetes, todas localizadas nas terras da

antiga Usina Amália, além de um comércio local forte. O Distrito Industrial da

cidade abriga ainda uma fábrica de brinquedos educativos, uma fábrica de

compressores e fabricas de móveis e pequenas funilarias.

A vocação agroindustrial tem proporcionado, ao longo dos anos, uma

estabilidade econômica singular, que se reflete no fortalecimento do comércio

local.

2.2.2. LOCALIZAÇÃO E ACESSOS

O município de Santa Rosa de Viterbo localiza-se a uma latitude 22º28’22”

sul e a uma longitude 47º21'47" oeste e altitude de 675 metros.

O acesso ao município pode ser feito pelas seguintes rodovias:

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22

SP -253, chamada Rodovia Conde Francisco Matarazzo Junior, liga o

município a via Anhanguera (SP-330);

SP -332, conhecida como Rodovia Padre Donizete, que liga Santa Rosa de

Viterbo a Santa Cruz das Palmeiras. Por essa rodovia também é feito o acesso

de Santa Rosa de Viterbo e o Distrito de Nhumirim.

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23

Figura 9 - Localização do município de Santa Rosa do Viterbo no

Estado de São Paulo. Fonte:http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b0/SaoPaulo_Municip_SantaRosadeViterbo.svg

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24

Figura 10: Acesso ao município de Santa Rosa de Viterbo

Fonte: Google Maps. Disponível em http://maps.google.com.br/.

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25

Figura 11: Acesso ao Distrito de Nhumirim Fonte: Google Maps. Disponível em http://maps.google.com.br/.

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2.2.3. CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA

2.2.3.1. POPULAÇÃO

De acordo com dados da Fundação SEADE, no município de Santa

Rosa de Viterbo há em 2010 uma população estimada de 23.184

habitantes, com densidade demográfica igual a 80,04 habitantes/ km² e

taxa Geométrica de Crescimento Anual da População no período de

2000/2010 de 0,80% a.a.

O Quadro 3 mostra a evolução da população total, urbana e rural

entre os anos de 1980 e 2010, demonstrando o aumento da população no

município, e uma migração da população rural para a área urbana ao

longo do tempo.

Quadro 3- Evolução da população de 2000 -2010 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2009 2010

População 14.370 16.419 18.655 20.170 21.413 22.320 23.008 23.184 População Rural 2.815 2.401 1.799 1.504 1.238 1.077 961 - População Urbana 11.555 14.018 16.856 18.666 20.175 21.243 22.047 -

Fonte: Fundação SEADE

O grau de urbanização do município tem crescido ao longo do tempo,

sendo que em 2000 apresentava 94,22% da população residindo na área

urbana, e em 2009 este percentual subiu para 95,82%.

A população feminina é predominante sendo que em 2010 estima-se

haver 93,51 homens para cada 100 mulheres.

O índice de envelhecimento da população, que é dado pelo numero

de pessoas com 60 anos ou mais para cada 100 entre 0 a 14 anos,

cresceu entre 2000 e 2010, sendo no primeiro 41,36% e no ultimo

64,04%.

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2.2.3.2. ESTATÍSTICAS VITAIS E SAÚDE

A taxa de natalidade municipal no ano de 2008 foi de 13,88. Essa

taxa é relativa à relação entre os nascidos vivos, ocorridos e registrados

em 2008, e a população do município multiplicado por 1000

000.1_×=

ríodoaomeiodopenatalidade População

vivosNascidosT

Equação 1: Taxa de natalidade

A taxa de fecundidade geral, no mesmo período, foi de 49,99. Essa

taxa é relativa à relação entre o número de nascidos vivos ocorridos no

município e a população feminina em idade fértil (15 a 49 anos) (Equação

2).

000.1min__

4915

×=anosa

efecundidad afePopulaçãovivosNascidosT

Equação 2: Taxa de fecundidade geral.

A taxa de mortalidade municipal no ano de 2008 da população entre

15 e 34 anos foi de 77,05 por cem mil habitantes nessa faixa etária. Essa

taxa representa a relação entre os óbitos da população dessa faixa etária

e a população dessa mesma faixa etária (Equação 3).

000.1003415

3415 ×=anosa

anosaemortalidad População

ÓbitosT

Equação 3: Taxa de mortalidade da população entre 15 e 34 anos. Os dados relativos às taxas de mortalidade infantil, do ano de 2008,

foram registrados em 6,31 a cada mil nascidos vivos.

O quadro abaixo apresenta os valores acima citados e outros, como

também a relação desses com os índices dos estados de São Paulo.

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Quadro 4- Informações de estatísticas vitais e saúde do ano de 2008

Estatísticas Vitais e Saúde Município Estado

Taxa de Natalidade (Por mil habitantes)

13,88 14,63

Taxa de Fecundidade Geral Por mil mulheres entre 15 e 49 anos)

49,99 51,76

Taxa de Mortalidade Infantil (Por mil nascidos vivos)

6,31 12,56

Taxa de Mortalidade na Infância (Por mil nascidos vivos)

6,31 14,56

Taxa de Mortalidade da População entre 15 e 34 Anos (Por cem mil habitantes nessa faixa etária)

77,05 120,75

Taxa de Mortalidade da População de 60 Anos e Mais (Por cem mil habitantes nessa faixa etária)

3.512,40 3.656,94

Mães Adolescentes (com menos de 18 anos) (Em %) 8,52 7,13 Mães que Tiveram Sete e Mais Consultas de Pré-natal (Em %) 48,72 76,89 Partos Cesáreos (Em %) 73,42 56,69 Nascimentos de Baixo Peso (menos de 2,5kg) (Em %) 12,38 9,03

Gestações Pré-termo (Em %) 11,76 8,27

Fonte: Fundação SEADE

2.2.3.3. EDUCAÇÃO

Em relação a educação, o município conta com:

• Conselho Municipal de Educação implantado em 1990;

• Conselho Municipal de Alimentação Escolar implantado em 2000;

• Conselho de Acompanhamento e Controle Social do Fundef

implantado em 1998.

• Plano de Carreira e Remuneração do Magistério Municipal

implantado em 2002.

• Transporte escolar

O quadro abaixo mostra os principais indicadores da educação no

município, como também os índices no estado.

Quadro 5 – Educação em Santa Rosa de Viterbo Educação Ano Município Estado

Taxa de Analfabetismo da População de 15 Anos e Mais (Em %) 2000 7,31 6,64 Média de Anos de Estudos da População de 15 a 64 Anos 2000 6,86 7,64 População de 25 Anos e Mais com Menos de 8 Anos de Estudo (Em %) 2000 65,87 55,55

População de 18 a 24 Anos com Ensino Médio Completo (Em %) 2000 33,97 41,88 Fonte: Fundação SEADE

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29

2.2.3.4. INDICADORES SÓCIO-ECONÔMICOS E AMBIENTAIS

2.2.3.4.1. ÍNDICE PAULISTA DE RESPONSABILIDADE SOCIAL – IPRS

Santa Rosa de Viterbo, que em 2004 pertencia ao Grupo 4,

classificou-se no Grupo 3, em 2006. O Grupo 3, de acordo com o SEADE,

refere-se municípios com:

• Baixa riqueza, alta longevidade e alta escolaridade;

• Baixa riqueza, alta longevidade e média escolaridade;

• Baixa riqueza, média longevidade e alta escolaridade;

• Baixa riqueza, média longevidade e média escolaridade,

No que se refere à riqueza, o indicador agregado de Santa Rosa de

Viterbo (39), estava abaixo da média estadual (52), no período de 2004.

Embora tenha somado pontos nesse escore, em 2006 seu indicador foi 42,

o município permaneceu abaixo da média estadual e o município perdeu

posições nesse ranking no período. A posição no ranking estadual quanto

a riqueza em 2006 era 226.

No que se refere à longevidade, o município apresenta índice igual a

74 superior à média estadual que é de 72 pontos (2006).

Santa Rosa de Viterbo superou a média estadual no escore de

longevidade e avançou posições nesse ranking, a sua posição no ranking

estadual em 2006 foi 219..

O município somou vários pontos nesse escore da escolaridade, já

que em 2004 o índice era 53, abaixo da média estadual que era 54 e em

2006 se igualou a média estadual com 65. Sua colocação no ranking

nessa dimensão é 392.

O Quadro 6 apresenta a evolução dos índices que compõem o IPRS

para o município, obtidos nos anos de 2004 e 2006.

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30

Quadro 6 - Evolução dos Índices que compõem o IPRS Índice Paulista de Responsabilidade Social - IPRS Ano Município Estado

Dimensão Riqueza 2004 39 52 2006 42 55

Dimensão Longevidade 2004 73 70 2006 74 72

Dimensão Escolaridade 2004 53 54

2006 65 65

Fonte: Fundação SEADE

2.2.3.4.2. ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO – IDH

O índice de desenvolvimento humano (IDH) é uma medida

comparativa que engloba três dimensões: riqueza, educação e esperança

média de vida. É uma maneira padronizada de avaliação e medida do

bem-estar de uma população. O índice foi desenvolvido em 1990 pelo

economista paquistanês Mahbub ul Haq, e vem sendo utilizado desde

1993 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento no seu

relatório anual.

Os critérios para avaliação são: educação, longevidade e renda;

apresentados a seguir:

Educação: Para avaliar a dimensão da educação o cálculo do IDH

considera dois indicadores. O primeiro, com peso dois, é a taxa de

alfabetização de pessoas com 15 anos ou mais de idade — na maioria dos

países, uma criança já concluiu o primeiro ciclo de estudos (no Brasil, o

Ensino Fundamental) antes dessa idade. Por isso a medição do

analfabetismo se dá, tradicionalmente a partir dos 15 anos. O segundo

indicador é o somatório das pessoas, independentemente da idade,

matriculadas em algum curso; seja ele fundamental, médio ou superior;

dividido pelo total de pessoas entre 7 e 22 anos da localidade. Também

entram na contagem os alunos dos cursos de supletivo, de classes de

aceleração e de pós-graduação universitária, nesta área também está

incluído o sistema de equivalências, apenas classes especiais de

alfabetização são descartadas para efeito do cálculo;

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Longevidade: O item longevidade é avaliado considerando a

esperança de vida ao nascer. Esse indicador mostra a quantidade de anos

que uma pessoa nascida em uma localidade, em um ano de referência,

deve viver. Ocultamente, há uma sintetização das condições de saúde e

de salubridade no local, já que a expectativa de vida é fortemente

influenciada pelo número de mortes precoces;

Renda: A renda é calculada tendo como base o produto interno bruto

(PIB) per capita do país. Como existem diferenças entre o custo de vida

de um país para o outro, a renda medida pelo IDH é em dólar PPC

(paridade do poder de compra), que elimina essas diferenças.

Para calcular o IDH de uma localidade faz-se a seguinte média

aritmética:

,

Em que:

• L = longevidade;

• E = educação;

• R = renda.

Para calcular os índices em separado utilizam-se as seguintes

fórmulas:

; ;

Em que:

• EV = esperança média de vida;

• TA = taxa de alfabetização;

• TE = taxa de escolarização;

Log10PIBpc = logaritmo decimal do PIB per capita.

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32

O índice varia de 0 (zero) (nenhum desenvolvimento humano) até 1

(um) (desenvolvimento humano total), sendo a classificação apresentada

deste modo:

• IDH entre 0 e 0,499: desenvolvimento considerado baixo;

• IDH entre 0,500 e 0,799: desenvolvimento considerado médio;

• IDH entre 0,800 e 1: desenvolvimento considerado alto.

O Quadro 7 apresenta os IDH-M do município, enquadradado na

classificação acima como desenvolvimento médio, e a posição do mesmo

no ranking dos municipios para o ano de 2000.

Quadro 7: IDH-M de Santa Rosa de Viterbo. IDHM 0,804 IDHM - Ranking dos Municípios 142

Fonte: Fundação SEADE.

2.2.3.4.3. INDICADORES AMBIENTAIS

No que diz respeito ao meio ambeinte, segundo o SEADE, o município

de Santa Rosa de Viterbo, a partir de 2003, possui: Unidades de

Conservação Ambiental Municipais, Consórcios Intermunicipais

Relacionados a Meio Ambiente e Conselho Municipal de Meio Ambiente;

Estabelecido por meio da Resolução SMA – 9, de 31 de janeiro de

2008, o Projeto Ambiental Estratégico Município Verde criou incentivos ao

planejamento de ações de conservação e recuperação ambiental. Para

obter a certificação, o município necessita atender a dez diretivas

estabelecidas pelo Estado, tais como: tratamento de esgoto; gestão de

resíduos sólidos; recuperação de mata ciliar; arborização urbana e

educação ambiental; habitação sustentável, com a diminuição de uso da

madeira oriunda da Amazônia e o incentivo ao uso de madeira certificada;

implantação de programa que reduza o desperdício de recursos hídricos;

controle da poluição atmosférica e de gases do efeito estufa; implantação

de uma estrutura ambiental responsável pela proteção ao meio ambiente

e aos recursos naturais e constituir um conselho ambiental.

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33

Os sub-itens de cada diretiva ambienta do Projeto Município Verde-

Azul está mostrado no quadro abaixo.

Quadro 8 – Diretivas Ambientais da Projeto Município Verde Azul

Esgoto tratado

Nota ICTEM/CETESB (Indicador de coleta e tratabilidade de esgoto do município) Ações que visem equacionar o Sistema de Coleta e Tratamento de Efluentes no município

Lixo mínimo

Nota IQR/CETESB (Índice de Qualidade de aterro de resíduos)

Ações voltadas para a coleta seletiva e reciclagem

Recuperação da Mata ciliar

Proporcional a área de cobertura vegetal natura – referencia 20% da área do município Projeto de conservação e/ou recuperação de matas ciliares (urbanas e rurais) realizado ou em andamento Revitalização de córregos urbanos

Programa de recuperação e proteção de nascentes

Arborização urbana

Proporcional a área arborizada urbana atual - teta 25m²/hab Plano de arborização Lei que institui a obrigatoriedade da arborização urbana nos novos parcelamentos de solo Existência de viveiros municipais ou consorciados

Educação ambiental

Existência de instrumento Legal instituindo a Educação Ambiental como matéria transversal nas escolas municipais Existência de centro de educação ambiental

Ações de Ecoturismo

Lei que institui calendário comemorativo de datas ambientais

Participação no Projeto Criança Ecológica Ações de capacitação de dirigentes e agentes multiplicadores municipais

Habitação sustentável

Instrumento legal que favoreça a expedição de alvarás para construções civis que utilizem madeiras legalizadas e de origem comprovada Instrumento Legal que esxija que as obras públicas utilizem madeira apenas de empresas cadastradas no CADMADEIRA Ações visando à diminuição da utilização de recursos naturais

Uso da água

Programa municipal de combate ao desperdício de água

Atuação nos Comitês de Bacia Instrumento Legal voltado a proteção das águas para abastecimento público (mananciais) Adesão ao Pacto das águas

Poluição do Ar

Instrumento Legal que institua a inspeção veicular da frota municipal própria ou terceirizada Realização da inspeção veicular na frota municipal ou terceirizada

Ações voltadas à redução da emissão de gases de efeito estufa

Estrutura ambiental

Instrumento legal que estabeleça uma pasta de meio ambiente na Prefeitura Capacitação dos agentes públicos municipais

Conselho ambiental

Existência e funcionamento de Conselho Municipal de Meio Ambiente instituído por instrumento legal ATA sobre o panorama do município com relação às 10 Diretivas Ambientais do Projeto Município Verde-Azul

Fonte: http://www.ambiente.sp.gov.br/municipioverdeazul/criterios.php

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34

Além da vantagem de ser considerado um município “ambientalmente

correto”, o município que contar com a certificação terá prioridade no

recebimento de recursos do governo estadual para melhorias no setor

ambiental.

O município de Santa Rosa de Viterbo obteve a certificação em 2009,

estando na colocação 14 do Estado com nota de 92,77 (Município Verde).

Dentro os municípios da UGRHI 4 ele está em primeira colocação,

como mostra o

Quadro 9 – Certificação Município Verde-Azul dos municípios da UGRHI-Pardo Posição Município Nota final Certificado

14 Santa Rosa de Viterbo 92,77 SIM

62 Santa Cruz da Esperança 87,84 SIM

69 Ribeirão Preto 86,75 SIM

79 Mocóca 86,05 SIM

109 Altinópolis 83,44 SIM

181 Serrana 77,86 NÃO

184 Sertãozinho 77,76 NÃO

233 Cajuru 72,52 NÃO

245 Casa Branca 71,06 NÃO

248 Santo Antonio da Alegria 70,46 NÃO

254 São Sebastião da Grama 69,72 NÃO

260 São José do Rio Pardo 68,64 NÃO

311 Sales Oliveira 62,84 NÃO

318 Tambaú 61,6 NÃO

352 São Simão 57,74 NÃO

435 Tapiratiba 46,73 NÃO

442 Brodowski 45,8 NÃO

447 Cravinhos 45,08 NÃO

460 Pontal 42,68 NÃO

466 Divinolândia 41,06 NÃO

468 Caconde 40,75 NÃO

489 Águas da Prata 35,95 NÃO

513 Cássia dos Coqueiros 29,75 NÃO

528 Serra Azul 26,53 NÃO

551 Itobi 15,62 NÃO

* Vargem Grande do Sul * *

* Jardinópolis * *

* Dados não encontrados

Fonte:http://www.ambiente.sp.gov.br/municipioverdeazul/municipios_certificados_2009.pdf

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35

2.2.3.5. FUNDO DE PARTICIPAÇÃO DOS MUNICÍPIOS – FPM

O valor total da receita municipal por transferências da cota-parte do

FPM, no ano de 2007 foi de R$ 7.863.538,00

2.2.3.6. PRODUTO INTERNO BRUTO – PIB

O Produto Interno Bruto – PIB no município de Santa Rosa de Viterbo

em 2007 foi de R$ 359.970.000,00, com evolução significativa do valor

apresentado no ano de 2000 igual a R$ 153.630.000,00. O PIB per capita

também apresentou aumento expressivo neste período, atingindo

aproximadamente 45% de aumento (Quadro 10).

Quadro 10 - Indicadores de Produto e Renda 2000 2005 2006 2007 PIB (Em milhões de reais correntes) 153,63 344,14 398,47 359,97 PIB per Capita (Em reais correntes) 7.119,03 15.068,67 17.256,34 15.858,57 Participação no PIB do Estado (Em %) 0,04 0,047338 0,049644 0,039874

Fonte: Fundação SEADE

O Quadro 11 mostra o percentual de participação por setor no valor

adicionado total do município de Santa Rosa de Viterbo e sua evolução ao

longo do período de 2000 a 2007.

Quadro 11 - Evolução dos Setores quanto à participação no total do Valor Adicionado (%).

Participação no Total do Valor Adicionado (%)

2000 2003 2004 2005 2006 2007

Serviços (Em %) 50,82 44,15 44,19 41,73 41,48 46,84

Agropecuária (Em %) 3,83 6,75 4,82 6,41 6,68 6,23

Indústria (Em %) 45,36 49,1 50,99 51,87 51,84 46,94

Administração Pública (Em %) 11,02 9,64 9,82 8,72 8,75 11,91

2.2.4. LIMITE DA ÁREA DE PROJETO

Esse Plano Diretor de Macrodrenagem tem como foco principal as

áreas que contribuem hidrologicamente para a ocorrência de problemas

na porção urbana do município. A maioria dos municípios brasileiros tem

sofrido com problemas relacionados à drenagem urbana causados

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36

principalmente pelo processo de ampliação e adensamento da

urbanização, assim como pela falta de planejamento adequado.

A área urbana de Santa Rosa de Viterbo está inserida em área com a

presença muitos cursos d´águas, entre eles: Córrego do Barro Preto,

Córrego das Pedras, córrego da Monteira (afluente do córrego das

Pedras),córrego Caçador e seus afluentes, além do córrego cruza a

cidade, conhecido pelos moradores como córrego da Lagoa.

Com o propósito de englobar toda a área urbana do município,

delimitou-se uma área para a caracterização ambiental, assim como

realizar estudos hidráulicos e hidrológicos. A figura abaixo apresenta a

área na qual o Plano de Macrodrenagem de Santa Rosa de Viterbo.

Córrego das Pedra

s

Cór

rego

da

Lago

a

córrego do Barr

o Pre

to

C

Figura 12 – Limite da área de projeto

A partir dessa área foram realizados os estudos de pedologia e uso e

ocupação do solo, sendo que os dois últimos são de essencial importância

para a classificação do solo quanto ao “Curve Number”, parâmetro da

metodologia do NRCS, com a qual será realizado estudo de vazões.

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37

2.2.5. CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL

2.2.5.1. CLIMATOLOGIA

De acordo com CEPAGRI, o Estado de São Paulo está cortado pelo

trópico de Capricórnio e possui praticamente todo seu território entre os

paralelos 20 e 25º sul. Pode, assim, ser considerado como de

características tipicamente tropicais. Grande parte dele, porém, por se

achar em áreas montanhosas de altitude, onde as temperaturas se

mostram bastante amenas, pode ser classificada como tropical de altitude.

As chuvas são em geral abundantes, sobretudo na estação estival,

tornando o clima, tropical úmido, uma condição que favorece

enormemente a agricultura e a pecuária em geral.

Segundo a classificação climática de Köppen, o Estado de São Paulo

abrange seis tipos climáticos distintos, todos correspondentes a climas

úmidos. O tipo que compreende a maior área é o “Cwa”. Toma toda a

parte central do planalto, sendo caracterizado pelo clima tropical de

altitude, com inverno seco e verão quente. Algumas áreas serranas, com

o verão ameno, nela encravadas, são classificadas no tipo ”Cwb”.

As regiões mais baixas, a noroeste, situadas nas proximidades dos

rios Paraná e Grande, mais quentes, pertencem ao tipo “Aw”, tropical

chuvoso com inverno seco. Ao sul do planalto, margens do rio

Paranapanema, e do vale do rio Ribeira de Iguape, aparecem faixas de

clima tropical, com verão quente, sem estação seca de inverno, do tipo

“Cfa”. As áreas serranas, mais altas, das serras do Mar e da Mantiqueira,

com verão ameno e chuvoso o ano todo, têm o clima classificado como

“Cfb”. Finalmente, a faixa litorânea recebe a classificação “Af”,

caracterizada pelo clima tropical chuvoso, sem estação seca.

Santa Rosa de Viterbo está localizada, segundo o CEPAGRI, em área

onde o tipo climático, conforme a classificação de Köppen é o Cwa. A sigla

de classificação segue a seguinte ordem de nomenclatura: a primeira letra

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38

é equivalente ao grupo, a segunda é indicador de tipo de clima e a

terceira é um indicativo de subtipo de clima. Nessa ordem:

• “C”: Clima temperado ou temperado quente, cuja descrição é a

seguinte:

o Climas mesotérmicos;

o Temperatura média do ar dos 3 meses mais frios

compreendidas entre -3°C e 18°C;

o Temperatura média do mês mais quente > 10°C;

o Estações de Verão e Inverno bem definidas;

• “w”: Chuvas de verão

• “a”: Temperatura média do ar no mês mais quente > 22°C.

A seguir apresentam-se alguns dados sobre o clima do município de

Santa Rosa de Viterbo:

• Altitude média: 740 metros

• Classificação Climática de Köppen-Geiger (CEPAGRI): “Cwa”

Quadro 12 - Temperaturas mensais máximas, médias e mínimas e precipitação média mensal

MÊS TEMPERATURA DO AR (ºC)

CHUVA (mm) Mínima média (°C)

Máxima média (°C)

Média (°C)

Janeiro 18,0 29,1 23,5 258,7

Fevereiro 18,2 29,1 23,6 218,3

Março 17,5 28,9 23,2 168,5

Abril 15,0 27,6 21,3 69,1

Maio 12,3 25,9 19,1 53,6

Junho 11,0 24,9 18,0 30,0

Julho 10,5 25,2 17,8 21,5

Agosto 11,9 27,5 19,7 22,1

Setembro 14,0 28,8 21,4 61,2

Outubro 15,8 28,9 22,3 134,5

Novembro 16,4 28,9 22,7 173,5

Dezembro 17,5 28,6 23,0 255,2

Fonte: CEPAGRI - UNICAMP

No entanto, segundo PEEL, et al (2007), o município de Santa Rosa

de Viterbo engloba dois tipos de clima, de acordo com o mapa de

atualização mundial da classificação de clima de Köppen-Geiger, são eles:

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39

Cwa e Cfa. O primeiro já descrito anteriormente (Cwa), é o clima

referente à porção norte do município e o segundo, da porção sul está

descrito a seguir:

Clima “Cfa”: clima subtropical húmido, em que, “C” indica: clima

temperado ou temperado quente; “f” indica clima úmido, ocorrência de

precipitação em todos os meses do ano e inexistência de estação seca

definida e “a” indica: verão quente, com temperatura média do ar no mês

mais quente maior que 22ºC;

LegendaClimatologia Köppen Geiger, PELL (20

Aw

Cfa

Cwa

Tambaú

São Simão

Cajuru

Santa Rosa de Viterbo

Mococa

Santa Rita do Passa Quatro

Serra Azul

Figura 13 – Classificação atualizada de Köppen – Geiger para o município

2.2.5.2. COBERTURA VEGETAL DO MUNICÍPIO

2.2.5.2.1. COBERTURA VEGETAL - NATURAL REMANESCENTE

De acordo com o “Inventário Florestal” de 2005, que fez uso de

modernos recursos das ciências computacionais e apresenta um

detalhamento dos dados da publicação de 1993, incorporando os padrões

utilizados pelo IBGE para o sistema de classificação fisionômico-ecológico

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40

hierarquizado da vegetação, o município de Santa Rosa de Viterbo

apresenta 4.319 ha de vegetação remanescente, segundo a Legenda IBGE

(Projeto RADAM) sendo que desse total:

• 3.260 ha são de Floresta Estacional Semidecidual;

• 313 ha são de Formação Arbórea / Arbustiva em Região de

Várzea;

• 746 ha são de Savana.

A adequação da terminologia de caráter regional com aquela próxima

de uma classificação mais universal foi efetuada mediante associação dos

remanescentes da vegetação natural, devidamente atualizados, com as

unidades fisionômico-ecológicas mediante composição de suas respectivas

bases digitais georreferenciadas. Observadas as limitações apresentadas

pelos sensores orbitais utilizados em termos de escalas foram definidas as

seguintes legendas:

Floresta Ombrófila Densa:

É uma formação com vegetação característica de regiões tropicais

com temperaturas elevadas (média 25ºC) e com alta precipitação

pluviométrica bem distribuída durante o ano (de 0 a 60 dias secos), sem

período biologicamente seco.

Esta legenda abrangeu, na sua região de ocorrência, duas categorias

de fitofisionomias da antiga legenda de caráter regional: mata e capoeira.

Desta forma a "mata" passou a ser Floresta Ombrófila Densa, dividida nas

seguintes categorias em função de gradientes altitudinais:

• Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas: 0 a 40 metros.

• Floresta Ombrófila Densa Submontana: 40 a 500 metros.

• Floresta Ombrófila Densa Montana: 500 a 1500 metros.

• Floresta Ombrófila Densa Alto-Montana:1500 a 2000 metros.

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41

De igual forma, a fitofisionomia "capoeira", passou a ser Vegetação

Secundária da Floresta Ombrófila Densa, dividida também nas mesmas

categorias em função dos gradientes altitudinais:

• Vegetação Secundária de Floresta Ombrófila Densa de Terras

Baixas: 0 a 40 metros.

• Vegetação Secundária de Floresta Ombrófila Densa Submontana:

40 a 500 metros.

• Vegetação Secundária de Floresta Ombrófila Densa Montana:

500 a 1500 metros.

• Vegetação Secundária de Floresta Ombrófila Densa Alto-

Montana: > 1500 metros.

Floresta Ombrófila Mista:

Conhecida como "mata de araucária ou pinheiral" sendo encontrada

em regiões da Serra da Mantiqueira e na Serra do Mar, sendo dividida nas

seguintes categorias em função de gradientes altitudinais:

• Floresta Ombrófila Mista Montana: 1200 a 2000 metros

• Floresta Ombrófila Mista Alto-Montana: > 1200 metros.

De igual forma, a fitofisionomia capoeira passou a ser vegetação

secundária de Floresta Ombrófila Mista, dividida também nas mesmas

categorias em função dos gradientes altitudinais:

• Vegetação Secundária da Floresta Ombrófila Mista Montana:

1200 a 2000 metros.

• Vegetação Secundária da Floresta Ombrófila Mista Alto-Montana:

> 1200 metros.

Savana (cerrado):

As diferentes fitofisionomias classificadas regionalmente como

cerrado, cerradão, campo cerrado e campo, foram assim identificadas:

• Savana: cerrado

• Savana florestada: cerradão

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42

• Savana arborizada: campo cerrado

• Savana gramíneo-lenhosa: campo

Formações Arbóreo-Arbustiva-Herbácia de Terrenos Marinhos

Lodosos:

Esta legenda abrangeu, na sua região de ocorrência, a categoria

chamada "mangue", na legenda regional.

Formações Arbóreo-Arbustiva-Herbácia sobre Sedimentos

Marinhos Recentes:

Abrange a categoria chamada "restinga", na legenda regional.

Formações Arbóreo - Arbustiva-Herbácia em Regiões de

Várzea:

Abrange a categoria de vegetação chamada "vegetação de várzea"

Em anexo está apresentado o Mapa Florestal do município de Santa

Rosa de Viterbo, referente a vegetação natural remanescente.

2.2.5.2.2. COBERTURA VEGETAL – ÁREA CULTIVADA

Os tipos de culturas normalmente encontradas no município, de

acordo com dados do Levantamento Censitário das Unidades de Produção

Agropecuária do Estado de São Paulo – LUPA da Coordenadoria de

Assistência Técnica Integral – CATI são: cana-de-açúcar, baquiária

(principal capim nas áreas de pastagem) e eucalipto, como se pode

observar no Quadro 13.

A cana-de-açúcar é a principal cultura da cidade, empregando cerca

de 3200 pessoas (ABAG-RP, 2003).

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43

Quadro 13 - Área cultivada do município de Santa Rosa de Viterbo

CULTURA TOTAL (ha)

Cana-de-açúcar 13.699,5

Braquiária 4.339,3

Eucalipto 2.985,4

Laranja 1.062,2

Gramas 458,4

Capim-jaragua 164,7

Milho 146,9

Milho-silagem 105,8

Colonião 75,8

Capim-napier (ou capim-elefante) 74,5

Café 68,6

Setária 53,1

Seringueira 30,5

Pomar doméstico 29,6

Limão 9,0

Horta doméstica 7,3

Mandioca 4,4

Jabuticaba 3,5

Viveiro de florestais 2,0

Arroz 0,6

Alface 0,6

Coco-da-baia 0,5

Feijão 0,4

Chicória (ou chicória-de-folha-crespa) 0,3

Outras olerícolas 0,3

Cenoura 0,2

Couve (ou couve-crespa) 0,2

Couve-flor 0,2

Abóbora (ou jerimum) 0,1

Alho 0,1

Fonte: LUPA 2007 – 2008

2.2.5.3. DADOS HIDROMETEOROLÓGICOS

A contratada realizou levantamento de dados hidrometereológicos de

Santa Rosa de Viterbo, para a construção de uma superfície

computacional de precipitação, sendo que para tanto também foram

utilizados dados de alguns municípios limítrofes. A seguir estão

apresentados os postos pluviométricos existentes, conforme informações

do Banco do DAEE - Departamento de Águas e Energia Elétrica.

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44

Conforme mostra o quadro abaixo, foram identificados 5 postos

pluviométricos no município e todos possuem série histórica disponível no

Banco de Dados do DAEE. Observando-se o número de anos da série de

dados e a posição dos postos pluviométricos com série histórica foram

selecionados mais dois postos para o estudo da precipitação média anual

e mensal por posto, sendo que dois pertencem ao município de São Simão

e um ao município de Tambaú.

Quadro 14 – Postos pluviométricos Posto Pluviométrico Dados de Série Histórica

Cód. DAEE

Nome do Posto Município Início

Final

Período

Condições dos dados

C4-079 Faz. Morrinhos Tambaú

1969

2000 31 Bom

C4 - 005 Santa Rosa de Viterbo (CMEF)

Santa Rosa de Viterbo

1936

1974 38 Bom

C4 - 043 Usina Amália 1942

2004 62 Ótimo

C4 - 045 Colônia Baixa (Us. Amália)

1942

1976 34 Bom

C4 - 049 Fazendinha (Us. Amália) 1942

1972 30 Bom

C4 - 103 Bom Sucesso 1972

2004 32 Bom

C4 - 017 São Simão (CMEF) São Simão

1936

1959 23 Bom

C4 - 050 Faz. Parasita (Us. Amália)

1942

1972 30 Bom

Para cada posto pluviométrico apresentado no

Quadro 14, foi realizado um estudo da série histórica de dados. Para

o calculo dos totais anuais foram desconsideradas as lacunas na série

histórica.

A partir dos totais anuais de cada posto pluviométrico foi

confeccionada uma superfície de precipitação média anual, realizada em

ambiente SIG, com a utilização do software ARCGIS versão 9.3, de forma

a cobrir toda a área de estudo do projeto, tal superfície está mostrada a

seguir na Figura 15.

Essa superfície engloba toda a área em estudo do município, portanto

toda a área urbana tanto de Santa Rosa de Viterbo quanto do Distrito de

Nhumirim.

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45

C4-079

C4 - 050

C4 - 017

C4 - 103

C4 - 049

C4 - 045

C4 - 043

C4 - 005

Tambaú

São Simão

Santa Rosa de Viterbo

Cajuru

Mococa

Santa Rita do Passa Quatro

Serra Azul

Figura 14 - Disposição dos postos pluviométricos

Fonte: Adaptada pela VM Engenharia

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46

LegendaPrecipitação Média Anualmm/ano

1.130 - 1.232

1.233 - 1.308

1.309 - 1.365

1.366 - 1.413

1.414 - 1.458

1.459 - 1.503

1.504 - 1.551

1.552 - 1.619

1.620 - 1.712

1.713 - 1.851

Santa Rosa do Viterbo

Nhumirim

Figura 15 – Superfície de Precipitação

Fonte: Adaptada pela VM Engenharia

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47

2.2.5.4. GEOLOGIA

De acordo com CPTI-IPT (2008) a área da UGRHI-4 está situada, em sua

parte leste-sudeste, sobre terrenos pré-cambrianos e paleozóicos do

embasamento cristalino, em geral de médio a alto grau metamórfico e

complexa estrutura policíclica. Já nas porções central e noroeste, os terrenos

pré-cambrianos passam a ocultar-se sob os sedimentos e as rochas basálticas

da bacia do Paraná e das coberturas cenozóicas, em contato erosivo (IPT,

2000). A Figura 16 apresenta a distribuição geológica na UGRHI 4.

O município de Santa Rosa de Viterbo está localizado em área de

predomínio do Grupo São Bento e pequena presença do Grupo Passa Dois,

como se pode observar na Figura 17. Na área do município são encontradas as

formações geológicas apresentadas e descritas no Quadro 15.

Quadro 15 – Geologia de Santa Rosa de Viterbo Legenda Período Formação Grupo Minerais de Rocha Jksg Jurássico Serra Geral São Bento Efusivas Básicas

Jkbp Cretáceo Botucatu/ Pirambóia

São Bento Arenitos, argilitos, conglomerados

Pc Permiano Corumbataí Passa Dois Siltitos, falhelhos, arenitos,calcários e silex

Ν (Ni) Jurássico/Cretáceo - - Intrusivas Básicas

CZ Cenozóico - - Areias, argilas, cascalhos, arenitos e folhetos pirobetuminosos

CPt Carbonífero Permiano - Tubarão Arenitos, siltitos, diamictitos,rilmitos e mistitos

Fonte: Adaptada pela VM Engenharia (2010).

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48

Figura 16 – Distribuição geológica da UGRHI 4.

Fonte: CPTI – IPT (2008).

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49

LegendaGeologia

CPt

CZ

JKbp

JKsg

PC

PEgn

ni

Água

JKbp

ni

CPt

CPt

ni

PC

CZ

PC

CZ

PC

JKsg

ni PC

Água

Figura 17 - Geologia do município de Santa Rosa de Viterbo

Fonte: Digitalização do Mapa Geológico do Estado de São Paulo (1974).

2.2.5.5. PEDOLOGIA

O estudo pedológico da área de projeto é de grande importância uma vez

que a metodologia utilizada para o cálculo das vazões máximas de cada sub-

bacia, Método NRCS, faz uso dos valores dos curves number (CN1) de cada

sub-bacia, que variam conforme o uso do solo e a sua pedologia. Além da

pedologia, os CN dependem do uso e ocupação de cada local. Essa

classificação será apresentada em capítulo oportuno.

Neste item somente estão apresentadas a classificação pedológica e a

definição dos grupos hidrológicos para cada solo existente no município.

1 Curve number: parâmetro empírico, uso em hidrologia para estimativa do escoamento superficial e

infiltração de uma precipitação determinada.

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50

O estudo pedológico do município foi realizado com base no Mapa

Pedológico do Estado de São Paulo em escala 1:500.000 (Oliveira et al.,

1999), fomentado pela Embrapa e IAC.

A classificação foi realizada em ambiente SIG utilizando para tanto o

software ARCGIS 9.3. Com sobreposição do mapa pedológico acima citado com

o limite do município, que engloba toda a área de estudo, foi possível definir os

tipos de solos existentes em todo o município e em cada sub-bacia.

A Figura 18 apresenta o resultado gráfico da classificação citada acima,

detalhando da área do projeto. A Figura 19 mostra a pedologia de todo o

município.

O Quadro 16 apresenta os tipos de solo encontrados dentro do município

e também a descrição desses e de seus componentes.

RQ 4

LV 19

LV 19

Córrego das Pedras

córrego do Bar

ro P

reto

Cór

rego

da

Lago

a

Córrego da Monteira

Figura 18 - Pedologia da área em estudo

Fonte: Adaptada pela VM Engenharia

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51

RQ 4

LV 19

LV 13

RQ 4

LV 49

RU 1

LVA 34

LV 66

LV 49

Figura 19 – Pedologia do Município de Santa Rosa de Viterbo

Fonte: Adaptada pela VM Engenharia

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52

Quadro 16 –Pedologia do Município de Santa Rosa de Viterbo Pedologia Classe Descrição

LV 13 Latossolo vermelho Distroférricos, A moderado, textura argilosa, relevo forte ondulado e ondulado

LV 19 Latossolo vermelho Distroférricos, textura argilosa, A moderado, relevo suave ondulado e ondulado

Distróficos, textura média, A moderado, relevo suave ondulado e ondulado

LV 66 Latossolo vermelho

Latossolo vermelho, Distróficos, textura média, A moderado, relevo suave ondualdo Neossolos quartzarênicos órticos, distróficos, A moderado, relevo suave ondualdo

Latossolos vermelhos - amarelo, textura média, distróficos, A moderado, relevo suave ondualdo

LVA 34 Latossolos vermelho-amarelos

Latossolos vermelho - amarelo, distróficos, textura média, A moderado, relevo suave ondulado ondulado Latossolos vermelhos, distróficos, textura argilosa, A moderado, relevo suave ondulado ondulado

RQ 4 Neossolos Quartzarênicos Órticos, A fraco e moderado, Distróficos, relevo suave ondulado e plano Latossolos vermelhos-amarelos, A moderado, textura média, Distróficos, relevo suave ondulado e plano

RU 1 Neossolos Flúvicos Distróficos, A moderado, texuta argilosa e média, relevo de várzea

Após o estudo pedológico, os solos apresentados na Figura 19 foram classificados quanto ao grupo de hidrológico,

conforme Sartori (2004), como mostra o Quadro 17.

Quadro 17 –Grupos hidrológicos Pedologia Grupo Hidrológico

LV 13 A

LV 19 A

LV 66 A/B

LVA 34 B/A

RQ 4 B

RU 1 C

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53

Alguns tipos de solos são associações pedológicas, como é o caso LV-66 e

do LVA-34 que é associação de dois tipos de solos diferentes, como se pode

observar no Quadro 16.

Para esses solos a classificação se dá para cada componente, resultando

no final num grupo misto no qual é considerada a escala de ocorrência (%) de

cada parte constituinte. Por falta de metodologia consagrada na área

acadêmica e por não ser possível determinar a porcentagem de cada

constituinte nos solos composto, adotou-se a proporção exposta no quadro

abaixo, uma vez que a primeira nomenclatura é do tipo predominante:

Quadro 18 – Classificação dos solos compostos quanto ao grupo hidrológico

Pedologia Descrição Grupo Hidrológico % de ocorrência

Sigla

LV 66

Latossolo vermelho, Distróficos, textura média, A moderado, relevo suave ondualdo

A

50%A 50% B

A/B Neossolos quartzarênicos órticos, distróficos, A moderado, relevo suave ondualdo

B

Latossolos vermelhos - amarelo, textura média, distróficos, A moderado, relevo suave ondualdo

B

LVA 34

Latossolos vermelho - amarelo, distróficos, textura média, A moderado, relevo suave ondulado ondulado

B 60% B 40%A

B/A Latossolos vermelhos, distróficos, textura argilosa, A moderado, relevo suave ondulado ondulado

A

2.2.5.6. GEOMORFOLOGIA

Segundo Plano de Bacia da CHB-Pardo (2008), a bacia hidrográfica do Rio

Pardo, na qual o município de Santa Rosa de Viterbo está inserido, possui

quatro grandes províncias geomorfológicas: Planalto Atlântico, Depressão

Periférica, Cuestas Basálticas e Planalto Ocidental.

O Planalto Atlântico localiza-se nas nascentes do Rio do Peixe e do Rio

da Fatura, além do Alto Rio Pardo, nos municípios de São Sebastião da Gama,

Divinolândia, Caconde e Tapiratiba. Os planaltos locais são: Planalto de Serra

Negra / Lindóia e Planalto do Alto Rio Grande (ROSS; MOROZ, 1997).

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54

A depressão Periférica localiza-se nas sub-bacias dos rios

Tambaú/Verde e Canoas, abrangendo os municípios de Tambaú, Casa Branca,

Itobi e Mococa.

As Cuestas Basálticas ocorrem principalmente nos municípios de São

Simão, Serra Azul, Serrana, Brodowski e Altinópolis.

O Planalto Ocidental Paulista localiza-se no Baixo Rio Pardo, nas

regiões dos municípios de Jardinópolis e Sales Oliveira.

O território do município de Santa Rosa de Viterbo possui as seguintes

formas de relevo, conforme Mapa Geomorfológico do Estado de São Paulo

(SÃO PAULO, 1981):

Relevos de Agradação

• Continentais:

o Planícies Aluviais (111) - terrenos baixos e mais ou menos

planos, junto as margens dos rios, sujeitos periodicamente a

inundações;

Relevos de Degradação, em planaltos dissecados:

• Relevo Colinoso (predominam baixas declividades – até 15% e

amplitudes locais inferiores a 100 metros):

o Colinas médias (213) – predominam interflúvios com área 1 a 4

km², topo aplainados, vertentes com perfis convexo a retilíneos.

Drenagem média a baixa densidade, padrão sub-retangular,

vales abertos a fechados, planícies aluviais interiores restritas,

presença eventual de lagoas perenes ou intermitentes;

• Relevos de Morros com encostas suavizadas (predominam

baixas declividades - até 15% e amplitudes locais de 100 a

300 metros):

o Morros amplos (221) – constituem interflúvios arredondados com

área superior a 15 km², topos arredondados a achatados,

vertentes com perfis retilíneos a convexos. Drenagem de baixa

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55

densidade, padrão dendrítico, vales abertos, planícies aluviais

interiores restritas. Em vários locais há presença de boçorocas.

• Relevos de Morros (predominam declividades médias a altas –

acima de 15% e amplitudes locais de 100 a 300 metros):

o Morros arredondados (241) – topos arredondados e localmente

achatados, vertentes com perfis convexos a retilíneo, localmente

ravinados. Exposições locais de rocha. Presença de espigões

curtos locais. Drenagem de média densidade, padrão dendrítico

a subdendrítico, vales fechados;

Relevos de Transição

• Escarpas (predominam declividades altas –acima de 30% e

amplitude maiores que 100 metros):

o Escarpas festonadas (521) – desfeitas em anfiteatros separados

por espigões, topos angulosos, vertentes com perfis retilíneos.

Drenagem de alta densidade, padrão subparalelo a dendritico,

vales fechados.

A figura abaixo mostra a disposição dos diferentes tipos de relevo

presentes no município de Santa Rosa de Viterbo.

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56

241

213

221

521

213213

111

234

Figura 20 - Geomorfologia de Santa Rosa de Viterbo Fonte: Digitalização do Mapa Geomorfológico do Estado de São Paulo (1981)

2.2.5.7. USO/OCUPAÇÃO DO SOLO DO SOLO

Elaborou-se, para o presente trabalho um mapa de uso e ocupação com

base na imagem de satélite disponível no GOOGLE EARTH, classificada

manualmente, quanto aos tipos de cobertura previstos pela metodologia do

NRCS2 (210-VI-NEH, July 2004) para a área de estudo, que compreende toda

a área das sub-bacias.

Tal classificação tem como objetivo determinar os “Curve Number” de

cada classe de cobertura de acordo com o grupo hidrológico que varia com a

pedologia do local (item 2.2.5.5). A metodologia de classificação assim como

as tabelas com os “Curve Number” podem ser encontradas no ANEXO 02.

2 US Department of Agriculture, Bureau of National Resources Conservation Service (antigo SCS -

Soil Conservation Service)

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57

A Figura 21 apresenta a classificação do uso e ocupação do solo da região

em estudo conforme a metodologia do NRCS.

Tal classificação pode ser vista com maior detalhe no mapa apresentado

no Volume II – Mapas. As classes encontradas na área limite do projeto serão

apresentados para cada sub-bacia de projeto e no mapa no Volume II desse

relatório, que apresenta a distribuição dos CN na área de projeto.

Observação: Os valores dos códigos são meramente ilustrativos estão

descritas no Quadro 19.

LegendaUso/ocupação do solo

A

B

C

D

E

F

G

H

I

J

K

L

M

N

O

P

Q

R

S

T

U

V

o g e r r ó C

o g e r r ó C

l A

o ã

p a

C

Lago

a

da

o g e r r

ó C

o t e r P

o r r a

B o

g e r r ó

C

o t

no M

da

Córrego das Ped

ras

Cór

rego

da

Lago

a

Córre

go da Monteira

córrego do Barro Preto

Figura 21 – Uso e ocupação da área de projeto, conforme NRCS

Fonte: Adaptada pela VM Engenharia

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58

Quadro 19 - Uso/ocupação do solo conforme NRCS da área de projeto

Cód Resumo tipo de ocupação

Uso do solo Descrição

A Preparo para o cultivo solo exposto

Áreas agrícolas

Solo exposto (preparo para cultivo) Solo exposto

B Preparo para o cultivo – cr pobre

Solo exposto (preparo para cultivo) Cobertura de resíduos de culturas (cr)

C Preparo para o cultivo boa cobertura Solo exposto (preparo para cultivo) -

D Pequena plantação, cn e cr pobre Pequenas plantações ou culturas c + cr

E Pequena plantação, cn e cr boa

Pequenas plantações ou culturas -

F Pastagem e áreas florestadas ou reflorestamento - média

Combinação de áreas com pastagens e Áreas florestadas ou reflorestadas (7)

-

G Pastagem pobre Pastagens, cultura permanente ou forragem para formação de pastagens (4)

-

H Pastagem média Pastagens, cultura permanente ou forragem para formação de pastagens (4)

-

I Parques e jardins boa Parques e jardins (5) -

J Cultura permanente boa Pastagens, cultura permanente ou forragem para formação de pastagens (4)

-

K Cultivado -c,t,cr - pobre Solo cultivado c & t + cr

L Chácaras Chácaras, construções rurais e estradas de terra

-

M Áreas livres condição ruim

Área urbana totalmente desenvolvida (vegetação estabilizada)

Espaços livres (parques, cemitérios, etc) Condições ruins (cobertura vegetal < 50%)

N Áreas livres condição média

Espaços livres (parques, cemitérios, etc) Condições médias (cobertura vegetal 50-75%)

O Área urbana residencial Distritos residenciais pelo tamanho médio de lote

Tipo 1 ( aprox. 500 m²)

P Área urbana industrial Distritos urbanos Industriais

Q Área florestada condição pobre

Áreas agrícolas

Áreas florestadas (8) -

R Área florestada condição média

Áreas florestadas (8) -

S Área florestada condição boa

Áreas florestadas (8) -

T Área em desenvolvimento

Área urbana totalmente desenvolvida (vegetação estabilizada)

Áreas urbanas em desenvolvimento Áreas recentemente demarcadas/ niveladas

U Ruas pavimentadas, sem sistema de drenagem

Ruas e rodovias Pavimentadas, com sistema de drenagem

V Área urbana comercial Distritos urbanos Comerciais

Cr: cobertura de resíduo de culturas; cn: com curvas de nível; t: terraceado

Fonte: Adaptado pela VM Engenharia

2.2.5.8. HIDROGRAFIA

A área urbana do município de Santa Rosa de Viterbo está localizada

entre o córrego do Barro Preto, córrego da Lagoa (denominação regional),

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córrego das Pedras, córrego da Monteira e córrego Caçador. A figura abaixo

ilustra a posição do centro urbano entre esses cursos d´água.

Córrego das P

edras

Có rrego do Caçador

Córrego da Monteira

córrego do Bar

ro P

reto

Cór

rego

da

Lago

a

Figura 22 - Rede hidrográfica do município

2.3. SISTEMA DE SANEAMENTO BÁSICO EXISTENTE

2.3.1. ABASTECIMENTO DE ÁGUA

O município de Santa Rosa de Viterbo possui sistema de abastecimento

de água sob responsabilidade da SABESP - Companhia de Saneamento

Básico do Estado de São Paulo, sendo que, de acordo com dados do Plano de

Bacia da Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos Pardo (2008), a

cobertura de atendimento era de 100% no ano 2006, para uma população de

22.699 habitantes. Atualmente a captação é realizada em sua totalidade por

meio de mananciais superficiais, sendo em 2006 141.754 m³/mês.

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60

2.3.2. ESGOTO SANITÁRIO

O sistema de esgotamento sanitário também está sob responsabilidade

da SABESP - Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo. O

percentual de atendimento, conforme dados da CBH - Pardo (2008) é de

100%.

O sistema de tratamento do esgoto coletado possui 84% de eficiência.

Os corpos receptores são o Córrego Bibiano e Caçador, e a carga poluidora

potencial é de 1.176 kgDBO/dia.

2.3.3. RESÍDUOS SÓLIDOS

O município de Santa Rosa de Viterbo gera em média 9,0 tonelada/dia

de resíduos sólidos diariamente, sendo que o IQR (Índice de Qualidade de

Aterros medido pela CETESB) em 2008 era de 9,0, ou seja, a disposição

destes resíduos encontra-se em condições adequadas (Enquadramento: “A”),

conforme avaliação do referido órgão. A deposição é feita em aterro

particular que possui Licença de Instalação e de Operação (LI e LO).

2.4. USOS DOS RECURSOS HÍDRICOS

No Cadastro do Departamento de Águas e Energia Elétrica – DAEE, para

o município de Santa Rosa de Viterbo constam diversos usos consuntivos

cadastrados, a saber, captações superficiais, subterrâneas, e demais

interferências em recursos hídricos. A grande maioria dos processos de

captação de água é para uso privado, conforme ilustrado apresentado no

Quadro 21. Os usos públicos estão listados separadamente no Quadro 20.

O município capta 2525 m³/h, sendo que aproximadamente 98,5% são

em mananciais superficiais e nascentes e 1,5% em captações subterrâneas,

conforme o cadastro do DAEE. Além das captações e lançamentos existem

interferências em recursos hídricos cadastrados no DAEE.

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61

Quadro 20 – Usos e interferências públicos de Santa Rosa de Viterbo

Nome do Rio/Aquífero

Autos Usuário Finalidade de Uso

Uso SitAdmin Vazão (m³/h)

Hora /Dia

UTM-Norte (Km)

UTM-Leste (Km)

CACADOR,COR DO 9302338 PUBLICO PASSAGE

TRAVESSIA AEREA PORTARIA 0 0 7.622,89 247,85

CACADOR,COR DO 9300612 PUBLICO SANITAR

LANCAMENTO SUPERFICIAL 32 24 7.620,00 250,7

SNA1 CACADOR,COR DO

9300612 PUBLICO SANITAR LANCAMENTO SUPERFICIAL 3 24 7.618,10 254,2

BIBIANO,COR 9300612 PUBLICO SANITAR LANCAMENTO SUPERFICIAL

IMPL AUTORIZADA 140 24 7.626,10 255,55

BIBIANO,COR 9302338 PUBLICO PASSAGE TRAVESSIA INTERMEDIARIA PORTARIA 0 0 7.623,92 255,06

SNA1 BIBIANO,COR 9300612 PUBLICO SANITAR

LANCAMENTO SUPERFICIAL 83 24 7.625,10 255,15

QUEBRA-CUIA,RIB 9300612 PUBLICO AB,PUBL

CAPTACAO SUPERFICIAL 219 24 7.613,65 257,3

QUEBRA-CUIA,RIB

9300612 PUBLICO ELEVNIV BARRAMENTO 0 0 7.613,65 257,3

BARREIROS,COR DOS

9302338 PUBLICO PASSAGE TRAVESSIA AEREA

PORTARIA 0 0 7.619,54 256,42

MONTEIRA,COR 9300612 PUBLICO SANITAR CAPTACAO SUPERFICIAL

133 15 7.621,75 256,25

SNA1 MONTEIRA,COR 9302338 PUBLICO SOS

CAPTACAO SUPERFICIAL PORTARIA 7,5 8 7.621,41 256,36

FORMACAO PIRAMBOIA

9300612 PUBLICO SANITAR CAPTACAO SUBTERRANEA

LICENCA OPERACAO

5,7 20 7.617,80 254,6

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62

Quadro 21 –Usos e interferências privados de Santa Rosa de Viterbo

Nome do Rio/Aquífero Autos Usuário Finalidade de Uso Uso SitAdmin

Vazão (m³/h)

Hora /Dia

UTM-Norte (km)

UTM-Leste (Km)

9305094 INDUSTRIAL SANITAR CAPTACAO SUPERFICIAL

CADASTRADO 0,17 1 7.613,64 249,82

9302109 US RURAL SANITAR LANCAMENTO EM SOLO CADASTRADO 0 0 0 0

FORMACAO SERRA GERAL - BOTUCATU

9305221 INDUSTRIAL SAN/IND CAPTACAO SUBTERRANEA

LIC,PERF E IMPL,

20 20 7.627,91 257,16

9304793 SOLALT I SANITAR LANCAMENTO EM REDE CADASTRADO 0 0 0 0

9304104 US RURAL SANITAR LANCAMENTO EM SOLO

CADASTRADO 0 0 0 0

9304260 AQUICULTOR SANITAR LANCAMENTO EM SOLO

CADASTRADO 0 0 0 0

9304560 US RURAL SANITAR LANCAMENTO EM SOLO CADASTRADO 0 0 0 0

9304482 INDUSTRIAL SAN/IND LANCAMENTO EM SOLO CADASTRADO 0 0 0 0

9303547 INDUSTRIAL SAN/IND LANCAMENTO EM REDE

CADASTRADO 0 0 0 0

9300883 OUTROS SANITAR LANCAMENTO EM SOLO

0 0 0 0

27371 INDUSTRIAL INDUSTR LANCAMENTO SUPERFICIAL 1,550,00 24 0 0

20000 INDUSTRIAL SANITAR LANCAMENTO SUPERFICIAL 0 9 0 0

20000 INDUSTRIAL SANITAR CAPTACAO SUBTERRANEA 0 9 0 0

27371 INDUSTRIAL CAPTACAO SUPERFICIAL

0 0 0 0

27371 INDUSTRIAL INDUSTR LANCAMENTO SUPERFICIAL

84 24 0 0

PARDO,R 9303856 IRRIGANTE INDUSTR LANCAMENTO SUPERFICIAL

RESOLUCAO ANA 185 24 7.630,47 257,38

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63

PARDO,R 9303674 INDUSTRIAL INDUSTR LANCAMENTO SUPERFICIAL

RESOLUCAO ANA

200 24 7.630,26 257,69

PARDO,R 9303674 INDUSTRIAL INDUSTR CAPTACAO SUPERFICIAL

RESOLUCAO ANA 250 24 7.630,26 257,7

PARDO,R 27371 INDUSTRIAL SAN/IND CAPTACAO SUPERFICIAL 1,866,00 24 7.630,25 257,95

PARDO,R 9300221 INDUSTRIAL SAN/IND CAPTACAO SUPERFICIAL

RESOLUCAO ANA

573 22 7.630,20 258,07

AGUAS CLARAS,RIB DAS

9300883 OUTROS IRRIGAC CAPTACAO SUPERFICIAL

PORTARIA 4 7 7.612,29 251,53

CACADOR,COR DO 9302811 IRRIGANTE IRRIGAC CAPTACAO SUPERFICIAL PORTARIA 135 20 7.619,69 250,92

SNA1 CACADOR,COR DO 9300894 AQUICULTOR HIDROAG

LANCAMENTO SUPERFICIAL PORTARIA 4,62 24 7.620,80 251,2

SNA2 CACADOR,COR DO

9300894 AQUICULTOR HIDROAG CAPTACAO SUPERFICIAL

PORTARIA 2,26 24 7.621,00 251,7

SNA3 CACADOR,COR DO

9300894 AQUICULTOR HIDROAG CAPTACAO SUPERFICIAL

PORTARIA 1,26 24 7.621,20 251,42

SNA3 CACADOR,COR DO 9300894 AQUICULTOR HIDROAG

CAPTACAO SUPERFICIAL PORTARIA 1,1 24 7.621,20 251,42

SNA1 RETIRINHO,COR DO 9302811 IRRIGANTE IRRIGAC

CAPTACAO EM NASCENTE PORTARIA 2 11 7.619,01 250,54

SNA1 AGUAS CLARAS,RIB DAS 9300036 PECUARISTA DESSED BARRAMENTO PORTARIA 0 0 7.615,20 249,1

SNA1 AGUAS CLARAS,RIB DAS

9300036 PECUARISTA DESSED CAPTACAO SUPERFICIAL

PORTARIA 1 24 7.615,02 248,9

BIBIANO,COR 9303674 INDUSTRIAL PASSAGE TRAVESSIA AEREA PORTARIA 0 0 7.628,30 257,25

BIBIANO,COR 9302999 INDUSTRIAL INDUSTR LANCAMENTO SUPERFICIAL

PORTARIA 18 24 7.628,25 257,1

BIBIANO,COR 9303856 IRRIGANTE PASDUTO TRAVESSIA AEREA PORTARIA 0 0 7.628,13 256,72

BIBIANO,COR 9302999 INDUSTRIAL PASSAGE TRAVESSIA AEREA PORTARIA 0 0 7.627,76 256,17

BIBIANO,COR 9302999 INDUSTRIAL INDUSTR CAPTACAO SUPERFICIAL PORTARIA 152 24 7.625,56 255,56

BIBIANO,COR 9302999 INDUSTRIAL REGVAZ BARRAMENTO PORTARIA 0 0 7.625,93 255,56

BIBIANO,COR 27371 INDUSTRIAL INDUSTR BARRAMENTO 0 0 7.625,90 255,55

BIBIANO,COR 27371 INDUSTRIAL INDUSTR CAPTACAO SUPERFICIAL

200 24 7.625,62 255,62

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64

BIBIANO,COR 9302999 INDUSTRIAL PASSAGE TRAV AEREA PORTARIA 0 0 7.626,09 255,61

BARRO PRETO,COR 9302999 INDUSTRIAL INDUSTR CAPTACAO SUPERFICIAL

PORTARIA 233 24 7.626,12 254,91

BARRO PRETO,COR 9302999 INDUSTRIAL REGVAZ BARRAMENTO PORTARIA 0 0 7.626,12 254,91

BARRO PRETO,COR 27371 INDUSTRIAL INDUSTR BARRAMENTO 0 0 7.626,05 245,9

BARRO PRETO,COR 27371 INDUSTRIAL INDUSTR CAPTACAO SUPERFICIAL

300 24 7.626,00 254,62

QUEBRA-CUIA,RIB 9304837 IRRIGANTE IRRIGAC CAPTACAO SUPERFICIAL

PORTARIA 66 21 7.624,38 263,9

CUBATAO,R 27371 INDUSTRIAL INDUSTR CAPTACAO SUPERFICIAL

200 24 7.635,65 258,38

BARREIROS,COR DOS 9304261 US RURAL SANITAR CAPTACAO EM NASCENTE

CADASTRADO 3 1 7.620,28 257,26

BARREIROS,COR DOS 9304260 AQUICULTOR HIDROAG LANCAMENTO SUPERFICIAL PORTARIA 1,5 24 7.619,96 257,22

BARREIROS,COR DOS 9304260 AQUICULTOR HIDROAG LANCAMENTO SUPERFICIAL PORTARIA 1,5 24 7.619,88 257,13

SNA1 BARREIROS,COR DOS 9304260 AQUICULTOR HIDROAG

CAPTACAO SUPERFICIAL PORTARIA 3 24 7.619,70 257,05

FORMACAO PIRAMBOIA 9302109 US RURAL SANITAR CAPTACAO SUBTERRANEA

CADASTRADO 1 1 7.621,33 250,44

FREATICO 9303547 INDUSTRIAL SAN/IND CAPTACAO SUBTERRANEA

PORTARIA 0,4 10 7.620,80 253,85

FREATICO 9304560 US RURAL SANITAR CAPTACAO SUBTERRANEA CADASTRADO 2 1 7.620,79 255,98

FORMACAO BOTUCATU - PIRAMBOIA

9304104 US RURAL SANITAR CAPTACAO SUBTERRANEA

PORTARIA 1,8 3 7.622,75 251,56

FREATICO 9304793 SOLALT I SANITAR CAPTACAO SUBTERRANEA

CADASTRADO 5 1 7.622,23 254,8

FORMACAO BOTUCATU-PIRAm 9300883 OUTROS CAPTACAO SUBT TAMPONADO 0 0 7.611,40 252,98

FORM. ADAMANTINA 9304482 INDUSTRIAL SAN/IND CAPTACAO SUBT REQ INDEFERIDO

0,3 20 7.620,12 253,59

FREATICO 9304260 AQUICULTOR SANITAR CAPTACAO SUBT PORTARIA 2,5 2 7.619,86 257,22

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65

3. CADASTRO DO SISTEMA DE DRENAGEM EXISTENTE

3.1. VISITA TÉCNICA

No dia 23 de julho de 2010, a equipe técnica da consultora contratada esteve

no município de Santa Rosa de Viterbo para realizar uma visita técnica. Foram

realizados o cadastro das seções existentes e a análise da rede de drenagem

existente. Tal visita foi registrada por meio de fotos e cadastro das seções das

interferências.

A visita contemplou doze locais com relevante importância ao município: as

principais interferências nos cursos d´água da área urbana (pontes), pontos na

rede de microdrenagem e locais de interesse da municipalidade para projeto

futuros.

A Figura 23 mostra os locais visitados e a Figura 24 apresenta, dentre os

locais visitados os que foram objeto de cadastro das seções transversais. Cabe

informar que o ponto denominado “Ponto H”, localizado na estrada de terra,

prolongamento da rua João Nava e passa sobre o córrego do Barro Preto, não foi

cadastrado por estar submerso. Esse local será objeto de estudo em capítulo

oportuno.

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66

"/

"/

"/

"/"/

"/

"/

"/"/

"/

"/

"/

Córrego das Pedras

Cór

rego

da

Lago

a

córrego do Barro P

reto

Córrego da Monteira

H

I

J

GF

E

D

BC

A

K

L

Figura 23 – Locais visitados

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67

"/

"/

"/

"/"/

"/

Córrego das Pedras

Cór

rego

da

Lago

a

córrego do Barro P

reto

Córrego da Monteira

H

GF

E

D

K

Figura 24 – Locais com seções cadastradas

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68

3.2. RELATÓRIO FOTOGRÁFICO

A ordem de apresentação segue a ordem da visita técnica. As seções visitadas e cadastradas estão

apresentadas a seguir:

3.2.1. PONTO “A”

Vista do córrego da Lagoa tomada da rua de terra paralela a Rua Professor Solano Pereira. Este local

poderá ser cedido para prefeitura, possivelmente destinando-se à localização de uma área de lazer do

município. A topografia dessa área é favorável para a construção de um barramento, com finalidades

paisagísticas e que auxilie o amortecimento da onda de cheia e no controle a erosão. O panorama apresentado

abaixo foi construído a partir das fotos tiradas no local.

Figura 25 – Local “A” (Rua de terra paralela a Rua Professor Solano Pereira)

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69

3.2.2. PONTO “B”

Pequeno afluente da margem direita do Córrego da Lagoa, a jusante do local “A”. A pequena represa está

localizada dentro de uma propriedade particular, e pode ser vista no fim da Rua Francisco Carvalho de

Andrade, na esquina com a Rua Doutor Henrique Dumont.

Figura 26 – Vista de montante do barramento

Fonte: VM Engenharia (2010)

Figura 27 – Vista de jusante do barramento

Fonte: VM Engenharia (2010)

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70

Figura 28 – Vista geral do barramento

Fonte: VM Engenharia (2010)

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71

3.2.3. PONTO “C”

Vista do córrego da Lagoa, a jusante da confluência do afluente da margem direita (Ponto “B”), na Rua do

Comércio.

Figura 29 – Jusante da confluência no córrego da Lagoa

Fonte: VM Engenharia (2010)

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72

3.2.4. PONTO “D”

Este ponto localiza-se à travessia existente no cruzamento das Ruas Fiuta Ribeiro Garcia e da Rua

Tiradentes, sobre o córrego da Lagoa.

A travessia é constituída de um tubo corrugado, tipo Armco de cerca de 3 metros de diâmetro, acima do

qual existe uma escada hidráulica que encaminha o escoamento de água da rua, tanto a montante quanto a

jusante.

A montante da travessia pode-se observar algum assoreamento, porém não há acúmulo de lixo, ou odor

no local.

Figura 30 – Panorama da seção de montante da travessia

Fonte: VM Engenharia (2010)

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73

Figura 31 – Vista de montante da travessia

Fonte: VM Engenharia (2010)

Figura 32 - Vista de jusante da travessia

Fonte: VM Engenharia (2010)

3.2.1. PONTO “E”

Localizada na Rua Fátima Salim sobre o córrego da Lagoa, essa travessia possui, aproximadamente, 10

metros de altura e 12 de largura. No eixo da travessia há proteção nas margens com alvenaria de pedras. O

local apresenta odor leve de esgoto e um pouco de lixo nas margens.

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Figura 33 – Vistas sob a travessia da Rua Fátima Salim

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3.2.2. PONTO “F”

Travessia localizada na Rua Cícero Martinelli, no córrego da Lagoa. Nesse local a água se apresenta com

cor escura, forte odor de esgotos e há acúmulo de lixo.

Existe, a montante da travessia, uma proteção da margem esquerda executada com pneus e na margem

direita com elementos de gabião.

Figura 34 – Montante da travessia (Margem direita e esquerda)

Fonte: VM Engenharia (2010)

A seção de concreto está posicionada cerca de 3 metros abaixo da rua, possui 3 metros de altura e 4,5 de

largura. Atrás dos muros de alas há pequenos sinais de erosão.

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76

Figura 35 – Seção da travessia

Fonte: VM Engenharia (2010)

3.2.3. PONTO “G”

Localizada na junção das Ruas do Comércio e Doutor Henrique Dumont, onde inicia a Avenida Amália

(acesso a fazenda Amália), sobre o segundo afluente da margem direita do córrego da Lagoa, a montante de

sua foz no córrego da Lagoa. Nesse local encontra-se muito lixo depositado e cheiro forte.

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A travessia é de tubo corrugado do tipo Armco com 2 metros de diâmetro. A jusante do tubo a água cai

cerca de 1,8 m até chegar a cota de fundo do córrego.

Figura 36 – Última travessia antes do acesso a Fazenda Amália

Fonte: VM Engenharia (2010)

3.2.4. PONTO “H”

Localizada na estrada Municipal (SRV 322) sobre o córrego do Barro Preto, essa travessia estava

completamente inundada e assoreada no dia da visita técnica. Estava visível, apenas, seu guarda-corpo. A

água fluia sobre o tabuleiro da ponte. A montante e a jusante, o leito do rio encontrava-se muito assoreado,

como se pode observar nas fotos abaixo.

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78

Figura 37 – Montante, sobre a ponte e jusante

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79

3.2.5. PONTO “I”

Local original da nascente do Córrego da Lagoa. Hoje é uma área de lazer com campo de futebol.

Figura 38 – Antiga nascente do córrego da Lagoa vista da Rua Piauí

Fonte: VM Engenharia (2010)

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80

3.2.6. PONTO “J”

200 m de distância a partir da nascente original do córrego da Lagoa. Pode-se observar vegetação

característica de mata ciliar.

Figura 39 – Nascente do córrego da Lagoa vista da Rua Paraná

Fonte: VM Engenharia (2010)

3.2.7. PONTO “K”

Localiza-se na continuação em terra da Rua Eduardo Gubitoso, estrada municipal SRV 248. É uma

travessia antiga com cerca de 4 metros de diâmetro, em concreto. As suas laterais possuem proteção em pedra

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81

até uma altura de aproximadamente 2 metros que estão diminuído a sua eficiência hidráulica. Há uma pequena

queda na saída da travessia.

Figura 40 – Travessia em estrada Municipal SRV 248. Fonte: VM Engenharia (2010)

Fonte: VM Engenharia (2010)

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82

4. REDE DE DRENAGEM

4.1. TRAÇADO DAS SUB-BACIAS HIDROGRÁFICAS

Para o estudo das sub-bacias hidrográficas estabeleceu-se que a delimitação

das áreas de contribuição de macrodrenagem fosse feita a partir dos locais das

interferências cadastradas e outros pontos de interesse. Correspondem a 17

pontos estudados nos cursos d’água, conforme indicado na Figura 44. São

travessias, locais para previsão de obras de controle de vazões, ocorrências de

erosão, etc.

A Figura 42 apresenta as áreas de contribuição da rede de galerias, que

equivale a microdrenagem urbana da cidade. Tais bacias podem ser vistas com

mais detalhe no mapa apresentado no Volume II desse relatório.

A Prefeitura Municipal de Santa Rosa de Viterbo forneceu para a Consultora o

cadastro das redes de galerias de águas pluviais existentes. A análise desse

material permitiu a correta visualização das bacias de contribuição de cada

lançamento.

O cadastro apresentava os pontos de lançamento atuais. A empresa

Consultora, visando à implantação de bacias de detenção para armazenar a vazão

afluente em cada ponto de lançamento, propôs, como solução de mitigação, que

algumas pontas de rede fossem reunidas para que contribuissem em conjunto

para uma única bacia de detenção.

As bacias de microdrenagem, que estão apresentadas no mapa (Volume II –

Mapas), referem-se ao sistema atual já com as alterações propostas. Tais

recomendações serão apresentadas detalhadamente em capitulo oportuno.

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83

Córrego das Pedras

Cór

rego

da

Lago

a

córrego do Barro P

reto

Córrego da Monteira

16

217

11

3

15

9

1

87

12

10

5

6

4

13

14

Figura 41 – Sub – bacias do município (Macrodrenagem)

Fonte: VM Engenharia (2010)

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84

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C60

Córrego das Pedras

córrego do Barro Pre

to

Córrego da Monteira

133

6

9

8

12

247

27

2216

4

10

17

1411

26

15

25

23

2

21

5

13

32

3

28

2919

18

20

31

30

Figura 42 - Sub-bacias do município (Microdrenagem)

Fonte: Adaptado por VM Engenharia (2010)

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85

4.2. DIAGRAMA UNIFILAR

A partir da Base Gráfica e do traçado das sub-bacias do sistema de

macrodrenagem, foi elaborado um “Diagrama Unifilar”, referente aos trechos de

cada um dos corpos d’água pertencentes à bacia hidrográfica em estudo de Santa

Rosa de Viterbo, contendo as respectivas seções, as sub-bacias de contribuição, e

a localização das interferências existentes. A partir desses desenhos

esquemáticos, apresentados a seguir, as informações necessárias à modelagem

do sistema foram extraídas.

Figura 43– Diagrama Unifilar

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86

Figura 44 – Diagrama Unifilar (continuação)

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87

Figura 45 – Diagrama Unifilar (continuação)

(*) conhecido regionalmente por córrego do Barro Preto

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88

4.3. DADOS POR SUB-BACIA

O exame das cartas pedológicas, a verificação do uso/ocupação do solo e dos

seus grupos hidrológicos da área em estudo propicia a estimativa dos CNs pela

sobreposição em ambiente SIG desses dados.

Tal sobreposição gerou inúmeros polígonos, sendo que cada um deles possuí

um CN diferente, podendo-se obter por meio desses o “CN” médio de cada sub-

bacia de estudo. A metodologia aplicada para determinação dos “CN” está

discutida no ANEXO 02.

Para a determinação do tipo de solo por sub-bacia foram sobrepostos em

ambiente SIG as seguintes informações digitalizadas: o Mapa Pedológico do

Estado de São Paulo em escala 1:500.000 (Oliveira et al., 1999), e a base gráfica

com as sub-bacias de Santa Rosa de Viterbo. O estudo de uso e ocupação foi

realizado com a imagem de satélite disponível no GOOGLE EARTH, fotos do ano

2009.

A determinação do curve number médio por sub-bacias foi realizada para as

bacias de macro e de microdrenagem, e os resultados estão mostrados a seguir.

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89

Quadro 22 – CNs das sub - bacias de macrodrenagem

N° bacia CN (médio)

1 65,92 2 70,33 3 80,73 4 87,90 5 88,19 6 65,18 7 88,53 8 73,36 9 83,50 10 77,39 11 69,22 12 84,87 13 78,83 14 85,07 15 76,29 16 61,18

17 79,62 Fonte: VM Engenharia (2010)

Quadro 23 – CNs sub- bacias de microdrenagem

N° bacia CN (MÉDIO)

1 88,04 2 89,37 3 89,12 4 88,80 5 90,34 6 88,31 7 87,44 8 89,97 9 82,03 10 89,47 11 88,19 12 88,56 13 88,57 14 85,56 15 88,41 16 87,92 17 88,08 18 85,79 19 89,09 20 88,91 21 87,97 22 88,28 23 88,74 24 87,41 25 89,23 26 88,53 27 89,68 28 89,49 29 85,72 30 90,08 31 89,06 32 87,34

33 85,18 Fonte: VM Engenharia (2010)

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90

Após o a delimitação das sub-bacias foram traçados os talvegues e definidas

as cotas máximas e mínimas destes. Para tanto foi montado um mosaico com as

folhas do IBGE: Santa Rita do Passa Quatro (SF – 23 – V – C – V – 1) e Cajuru

(SF – 23 – V - C – II – 3).

Os dados obtidos (bacias, talvegues, etc) foram reunidos e podem ser

observados, juntamente com outros dados relevantes no quadro-resumo abaixo:

Quadro 24 – Dados gerais das sub-bacias de macrodrenagem

N° bacia Área (km²) CN (médio) N° talvegue

L (m) H min H máx ΔH (m) i (m/m)

1 0,37 65,92 16 956,99 698,61 761,03 62,42 0,0652

2 1,70 70,33 13 2029,12 708,20 772,44 64,24 0,0317

3 0,76 80,73 12 1368,35 732,29 769,08 36,79 0,0269

4 0,17 87,90 1 516,06 737,05 741,59 4,55 0,0088

5 0,19 88,19 14 565,61 727,02 747,42 20,40 0,0361

6 0,18 65,18 2 347,95 724,48 744,84 20,36 0,0585

7 0,31 88,53 0 973,39 723,68 747,28 23,59 0,0242

8 0,37 73,36 15 815,56 701,72 743,38 41,65 0,0511

9 0,51 83,50 10 725,65 697,83 747,49 49,66 0,0684

10 0,42 77,39 3 753,13 705,05 745,71 40,65 0,0540

11 1,54 69,22 4 2019,06 677,38 752,39 75,01 0,0371

12 0,61 84,87 8 803,22 685,69 731,40 45,70 0,0569

13 0,20 78,83 9 340,34 663,46 690,43 26,97 0,0792

14 0,07 85,07 7 447,15 658,24 704,87 46,63 0,1043

15 1,08 76,29 6 1719,85 658,92 741,65 82,72 0,0481

16 5,15 61,18 5 2875,29 653,74 765,81 112,07 0,0390

17 1,67 79,62 11 2264,34 695,98 762,98 67,00 0,0296

Fonte: VM Engenharia (2010)

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91

Quadro 25 – Dados gerais das sub-bacias de microdrenagem

N° bacia Área (km²) CN (MÉDIO) N° comprimento L (m) H min H máx ΔH (m) i (m/m)

1 0,74 88,04 30 1042,09 731,21 759,32 28,11 0,0270 2 0,03 89,37 9 465,82 675,19 708,77 33,58 0,0721 3 0,02 89,12 32 153,74 672,26 695,36 23,10 0,1502 4 0,08 88,80 15 487,44 679,41 703,30 23,89 0,0490 5 0,03 90,34 17 421,35 660,02 680,09 20,07 0,0476 6 0,30 88,31 0 1254,60 712,63 741,29 28,65 0,0228 7 0,10 87,44 24 365,98 701,12 739,79 38,67 0,1057 8 0,17 89,97 10 488,08 686,36 723,13 36,77 0,0753 9 0,27 82,03 23 972,56 697,42 745,99 48,56 0,0499 10 0,16 89,47 28 174,36 753,39 756,22 2,84 0,0163 11 0,11 88,19 21 532,21 718,52 747,63 29,12 0,0547 12 0,31 88,56 1 921,87 723,68 743,60 19,92 0,0216 13 0,05 88,57 22 275,26 730,63 745,60 14,97 0,0544 14 0,15 85,56 20 757,28 724,08 746,59 22,50 0,0297 15 0,10 88,41 29 472,66 757,52 762,13 4,61 0,0098 16 0,17 87,92 31 469,82 735,60 741,83 6,23 0,0133

17 0,15 88,08 25 569,07 706,39 726,77 20,38 0,0358 18 0,03 85,79 11 487,20 660,16 716,11 55,95 0,1148 19 0,05 89,09 7 479,05 680,89 719,21 38,33 0,0800 20 0,02 88,91 6 234,42 692,44 707,80 15,36 0,0655 21 0,06 87,97 5 554,09 693,86 733,20 39,34 0,0710 22 0,19 88,28 2 572,43 728,01 747,42 19,42 0,0339 23 0,09 88,74 3 647,41 730,37 745,03 14,66 0,0226 24 0,21 87,41 4 629,96 707,74 746,72 38,98 0,0619 25 0,10 89,23 26 648,65 679,07 722,55 43,48 0,0670 26 0,10 88,53 13 585,76 716,50 724,07 7,57 0,0129 27 0,20 89,68 14 696,12 689,89 701,05 11,17 0,0160 28 0,03 89,49 19 132,07 655,11 663,31 8,20 0,0621 29 0,03 85,72 8 134,20 704,94 712,06 7,12 0,0531 30 0,01 90,08 16 181,98 668,41 683,23 14,81 0,0814 31 0,01 89,06 18 228,20 657,81 672,92 15,11 0,0662 32 0,04 87,34 12 514,99 657,72 704,87 47,16 0,0916

33 0,60 85,18 27 1366,39 731,51 763,13 31,6131 0,0231 Fonte: VM Engenharia (2010)

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92

5. RESULTADOS HIDROLÓGICOS

5.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS

Para que fossem estudados os impactos hidrológicos no âmbito macro e

micro do município, foram calculadas as vazões máximas de projeto de cada sub-

bacia (microdrenagem 5.2 e macrodrenagem - 5.3) com a utilização do método

do NRCS, antigo Soil Conservation Service.

Para tanto, além dos dados citados em 4.3, outros dois de grande relevância

foram considerados na estimativa das vazões: a equação de chuva adotada para

o município e o tempo de retorno.

5.1.1. EQUAÇÃO DE CHUVA

A equação de chuva utilizada para o calculo das vazões máximas de projeto

foi a do posto pluviométrico do município de Serrana, localizado a pouco mais de

70 km de Santa Rosa de Viterbo, disponível no site do SIGRH3,

www.sigrh.sp.gov.br. Optou-se por essa equação, por segurança, uma vez que

determina valores de intensidade maiores que as das demais localidades

próximas de Santa Rosa de Viterbo.

A equação do município de Serrana é do tipo “ln ln“. Esse tipo de equação foi

desenvolvido entre os anos de 1979 e 1982 para o estado de São Paulo,

considerando séries anuais e parciais de intensidade de chuva. A equação de

Serrana fez uso de série de dados dos anos entre 1972 a 1985, 1988 a 1994 e

1996, do posto C4-083R.

As equações “ln ln” possuem o seguinte formato:

[ ][ ]1/lnln)()(, −⋅+⋅+⋅++⋅= TTHGEtDBtAi FCTt

Sendo que:

3 SIGRH - Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos

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93

t é a duração da chuva;

T é o tempo de retorno.

Os valores dos parâmetros da equação de Serrana são:

A B C D E F G H

39,8213 25 -0,8987 9,1245 15 -0,8656 -0,4786 -0,9085

Portanto a equação fica:

[ ][ ]1/lnln9085,04786,0)150(1245,9)25(8213,39 8656,08987,0, −⋅−−⋅+⋅++⋅= −− TTtti Tt

5.1.2. TEMPO DE RETORNO

Foram considerados três tempos de recorrência distintos no estudo

hidrológico: um visando à rede de microdrenagem, outro a rede de

macrodrenagem e o terceiro, ainda focado na macrodrenagem do município, mas

utilizado para o predimensionamento das estruturas de segurança das barragens

propostas.

5.1.2.1. MICRODRENAGEM

Para o cálculo dos volumes das bacias de detenção propostas foi utilizado

tempo de retorno de 10 anos, ou seja, probabilidade de risco de falha da

estrutura de R(T) =[1/T] = 10%.

5.1.2.2. PARA A VERIFICAÇÃO HIDRÁULICA DAS INTERFERÊNCIAS

Foi adotado o cálculo tempo de retorno igual a 100 anos, pois de acordo com

a DPO nº002:

“Em projetos de canalizações ou de travessias de maior importância ou

porte, independentemente de sua localização, deve ser adotado o mínimo de 100

anos para o período de retorno”.

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94

Observação: Mesmo no caso de em que as interferências não sejam de

grande porte, mas se localizem na área urbana de um município deve-se adotar

um período de retorno de 100 anos.

5.1.2.3. DETERMINAÇÃO DE VOLUME DE RESERVA DOS BARRAMENTOS

PROPOSTOS

Para o cálculo do volume a ser retido/amortecido em cada barramento o

tempo de retorno adotado foi de 100 anos, sendo que a soleira do vertedor será

disposta na cota da lamina d´água de correspondente a chuva de 100 anos.

5.1.2.4. DIMENSIONAMENTO DOS VERTEDORES DOS BARRAMENTOS

De acordo com a Instrução Normativa DPO n° 002 de julho de 2007, para

barragens até 5 metros de altura, que apresentam riscos para habitações e

pessoas é recomendado que se utilize TR = 500 anos para o cálculo da vazão

máximas.

5.2. VAZÕES DE PROJETO DAS BACIAS DE MICRODRENAGEM

Com o traçado das bacias de contribuição das redes de microdrenagem e sua

caracterização, foram calculadas, por meio do método do NRCS, as vazões

máximas de projeto da cada lançamento, para período de retorno de 10 anos.

Calcularam-se os volumes dos hidrogramas afluente para duas situações:

pré-urbanização e pós-urbanização. Para pré-urbanização adotou-se CN (curve

number) igual a 60 para todas as bacias. Para a situação de pós-urbanização os

valores são apresentados no item 2.2.5.7, de acordo com o estudo do uso e

ocupação da área de projeto do município.

Tratando-se de estimativas preliminares, resolveu-se adotar metodologia

expedita, mas bem conservadora. Nesse sentido, com relação ao tempo de

concentração (tc) foi adotado o seguinte critério para todas as bacias de

microdrenagem:

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95

• O tc adotado para a situação pré-existente foi o de 20 minutos;

• O tc de pós foi de 15 minutos., por questão de padronização dos

hidrogramas afluentes.

A integral do hidrogramas afluentes das duas situações resultou no volume

de escoamento das referidas condições de uso/ocupação do município. As bacias

de detenção propostas devem ser capazes de reter diferença entre o volume do

hidrograma de pós e de pré-urbanização.

Os quadros a seguir apresentam os resumos dos dados hidrológicos das duas

situações supracitadas das bacias de contribuição dos pontos de lançamento da

rede de microdrenagem do município: vazão máxima de projeto, volume do

hidrograma e por fim o volume a ser retido.

Sendo que, nos quadros:

• “Tc” é o tempo de concentração;

• “D” á duração do evento chuvoso;

• “Tp” é o tempo de pico, calculado pelo método do NRCS;

• “i” é a intensidade de precipitação estimada substituindo-se a duração

“D” na equação de chuva do município de Serrana;

• Vazão máxima é a estimada para TR = 10 anos.

No Quadro 30 estão apresentadas as estimativas de volumes que as bacias de

detenção devem ter para armazenar temporariamente os volumes gerados pelo

escoamento pluvial de sua bacia. Enfatizamos que a área necessária para

implantação, informação também mostrada. É apenas uma estimativa que

considerou que todas as bacias possuirão profundidade de 1,2 metros. Para a

implantação desses dispositivos faz-se necessário um levantamento

planialtimétrico detalhado dos locais propostos e o respectivo Projeto Básico.

Quadro 26 – Vazões máximas de projeto das bacias de microdrenagem (Pré-urbanização)

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96

Bacia Tc (min)

D (min)

Tp (min)

i (mm/h)

Precipitação total (mm)

Precipitação Excedente (mm)

Vazão Máxima (m³/s)

1 20,00 110,71 67,35 42,00 77,49 8,94 1,23

2 20,00 110,71 67,35 42,00 77,49 8,94 0,06

3 20,00 110,71 67,35 42,00 77,49 8,94 0,03

4 20,00 110,71 67,35 42,00 77,49 8,94 0,14

5 20,00 110,71 67,35 42,00 77,49 8,94 0,05

6 20,35 111,10 67,76 41,89 77,57 8,96 0,50

7 20,00 110,71 67,35 42,00 77,49 8,94 0,17

8 20,00 110,71 67,35 42,00 77,49 8,94 0,29

9 20,00 110,71 67,35 42,00 77,49 8,94 0,45

10 20,00 110,71 67,35 42,00 77,49 8,94 0,27

11 20,00 110,71 67,35 42,00 77,49 8,94 0,18

12 20,00 110,71 67,35 42,00 77,49 8,94 0,51

13 20,00 110,71 67,35 42,00 77,49 8,94 0,08

14 20,00 110,71 67,35 42,00 77,49 8,94 0,25

15 20,00 110,71 67,35 42,00 77,49 8,94 0,16

16 20,00 110,71 67,35 42,00 77,49 8,94 0,29

17 20,00 110,71 67,35 42,00 77,49 8,94 0,26

18 20,00 110,71 67,35 42,00 77,49 8,94 0,05

19 20,00 110,71 67,35 42,00 77,49 8,94 0,08

20 20,00 110,71 67,35 42,00 77,49 8,94 0,04

21 20,00 110,71 67,35 42,00 77,49 8,94 0,10

22 20,00 110,71 67,35 42,00 77,49 8,94 0,31

23 20,00 110,71 67,35 42,00 77,49 8,94 0,14

24 20,00 110,71 67,35 42,00 77,49 8,94 0,36

25 20,00 110,71 67,35 42,00 77,49 8,94 0,16

26 20,00 110,71 67,35 42,00 77,49 8,94 0,16

27 20,00 110,71 67,35 42,00 77,49 8,94 0,33

28 20,00 110,71 67,35 42,00 77,49 8,94 0,06

29 20,00 110,71 67,35 42,00 77,49 8,94 0,05

30 20,00 110,71 67,35 42,00 77,49 8,94 0,02

31 20,00 110,71 67,35 42,00 77,49 8,94 0,02

32 20,00 110,71 67,35 42,00 77,49 8,94 0,07 33 21,63 112,50 69,23 41,50 77,81 9,06 0,98

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97

Quadro 27 – Vazões máximas de projeto das bacias de microdrenagem (Pós-urbanização)

Bacia Tc (min)

D (min)

Tp (min)

i (mm/h)

Precipitação total (mm)

Precipitação Excedente (mm)

Vazão Máxima (m³/s)

1 16,55 40,98 30,42 81,64 55,76 28,64 8,70

2 15,00 37,80 27,90 85,52 53,87 29,32 0,46

3 15,00 38,14 28,07 85,08 54,08 29,06 0,24

4 15,00 38,58 28,29 84,53 54,35 28,74 1,05

5 15,00 36,47 27,23 87,26 53,04 30,31 0,41

6 20,35 43,75 34,09 78,55 57,28 30,36 3,34

7 15,00 40,46 29,23 82,25 55,46 27,41 1,22

8 15,00 36,98 27,49 86,58 53,36 29,93 2,34

9 15,00 48,30 33,15 73,99 59,56 22,53 2,28

10 15,00 37,66 27,83 85,69 53,79 29,41 2,15

11 15,00 39,42 28,71 83,49 54,86 28,13 1,36

12 16,40 40,12 29,90 82,65 55,27 29,11 3,71

13 15,00 38,89 28,45 84,14 54,54 28,51 0,61

14 15,00 43,09 30,55 79,26 56,93 25,64 1,55

15 15,00 39,12 28,56 83,86 54,68 28,35 1,19

16 15,00 39,79 28,90 83,04 55,07 27,87 2,10

17 15,00 39,58 28,79 83,30 54,95 28,02 1,87

18 15,00 42,77 30,39 79,61 56,75 25,85 0,35

19 15,00 38,18 28,09 85,03 54,11 29,03 0,60

20 15,00 38,43 28,21 84,72 54,26 28,85 0,31

21 15,00 39,73 28,86 83,12 55,03 27,92 0,73

22 15,00 39,30 28,65 83,64 54,78 28,22 2,33

23 15,00 38,66 28,33 84,43 54,40 28,68 1,08

24 15,00 40,51 29,25 82,19 55,49 27,37 2,51

25 15,00 37,98 27,99 85,28 53,99 29,18 1,24

26 15,00 38,95 28,48 84,07 54,58 28,47 1,22

27 15,00 37,38 27,69 86,06 53,61 29,63 2,68

28 15,00 37,63 27,82 85,73 53,77 29,44 0,46

29 15,00 42,87 30,43 79,51 56,81 25,78 0,31

30 15,00 36,82 27,41 86,79 53,26 30,04 0,15

31 15,00 38,22 28,11 84,98 54,13 29,00 0,17

32 15,00 40,59 29,30 82,09 55,54 27,31 0,50

33 21,63 49,35 37,65 73,02 60,06 27,50 5,48 Fonte: VM Engenharia (2010)

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98

Quadro 28 – Volume do hidrograma (Pré-urbanização)

Bacia Vazão Máxima (m³/s)

Volume Total (m³)

1 1,23 6622,03

2 0,06 310,83

3 0,03 164,14

4 0,14 737,90

5 0,05 262,29

6 0,50 2694,99

7 0,17 932,79

8 0,29 1540,35

9 0,45 2403,76

10 0,27 1457,95

11 0,18 996,56

12 0,51 2728,75

13 0,08 434,76

14 0,25 1326,86

15 0,16 858,14

16 0,29 1556,70

17 0,26 1378,10

18 0,05 293,58

19 0,08 413,23

20 0,04 218,10

21 0,10 539,30

22 0,31 1695,87

23 0,14 767,69

24 0,36 1918,55

25 0,16 852,12

26 0,16 874,74

27 0,33 1793,14

28 0,06 312,62

29 0,05 261,36

30 0,02 98,94

31 0,02 115,54

32 0,07 385,75

33 0,98 5446,75

Fonte: VM Engenharia (2010)

Quadro 29– Volume do hidrograma (Pós-urbanização)

Bacia Vazão Máxima (m³/s)

Volume Total (m³)

1 8,70 21218,22

2 0,46 1019,50

3 0,24 533,71

4 1,05 2372,78

5 0,41 889,50

6 3,34 9127,98

7 1,22 2860,11

8 2,34 5157,31

9 2,28 6060,20

10 2,15 4797,66

11 1,36 3136,76

12 3,71 8886,96

13 0,61 1387,00

14 1,55 3806,07

15 1,19 2721,94

16 2,10 4854,19

17 1,87 4320,76

18 0,35 848,98

19 0,60 1342,26

20 0,31 704,01

21 0,73 1684,53

22 2,33 5354,71

23 1,08 2463,43

24 2,51 5875,23

25 1,24 2781,62

26 1,22 2786,48

27 2,68 5943,80

28 0,46 1029,64

29 0,31 753,97

30 0,15 332,59

31 0,17 374,94

32 0,50 1178,70

33 5,48 16537,73

Fonte: VM Engenharia (2010)

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99

Quadro 30 - Volume a reter nas bacias de detenção dos pontos de lançamento

Bacia Volume total – Pós (m³)

Volume total – Pré (m³)

Volume a reter (m³)

Área de implantação [h=1,2 m] (m³)

1 21218,22 6622,03 14596,19 12163,50

2 1019,50 310,83 708,67 590,56

3 533,71 164,14 369,57 307,98

4 2372,78 737,90 1634,88 1362,40

5 889,50 262,29 627,21 522,67

6 9127,98 2694,99 6432,99 5360,83

7 2860,11 932,79 1927,32 1606,10

8 5157,31 1540,35 3616,97 3014,14

9 6060,20 2403,76 3656,44 3047,03

10 4797,66 1457,95 3339,71 2783,09

11 3136,76 996,56 2140,20 1783,50

12 8886,96 2728,75 6158,21 5131,85

13 1387,00 434,76 952,23 793,53

14 3806,07 1326,86 2479,21 2066,01

15 2721,94 858,14 1863,81 1553,17

16 4854,19 1556,70 3297,49 2747,91

17 4320,76 1378,10 2942,66 2452,22

18 848,98 293,58 555,40 462,83

19 1342,26 413,23 929,03 774,19

20 704,01 218,10 485,90 404,92

21 1684,53 539,30 1145,23 954,36

22 5354,71 1695,87 3658,83 3049,03

23 2463,43 767,69 1695,74 1413,12

24 5875,23 1918,55 3956,69 3297,24

25 2781,62 852,12 1929,50 1607,92

26 2786,48 874,74 1911,73 1593,11

27 5943,80 1793,14 4150,66 3458,88

28 1029,64 312,62 717,02 597,52

29 753,97 261,36 492,62 410,51

30 332,59 98,94 233,64 194,70

31 374,94 115,54 259,40 216,16

32 1178,70 385,75 792,95 660,79

33 16537,73 5446,75 11090,99 9242,49

Fonte: VM Engenharia (2010)

VM Engenharia de Recursos Hídricos www.vmengenharia.com.br

100

5.3. VAZÕES DE PROJETO DAS BACIAS DE MACRODRENAGEM

As vazões máximas de projeto apresentadas a seguir foram calculadas

com tempo de retorno de 100 anos. Com essas vazões, foram verificadas as

seções transversais das interferências cadastradas mostradas no capitulo 6.

Será proposta uma seção para a ponte que está completamente assoreada no

córrego do Barro Preto a jusante da área urbana do município. A disposição

dessas sub-bacias de macrodrenagem pode ser melhor entendida visualizando-

se o diagrama unifilar apresentado nas Figura 43, Figura 44e Figura 45.

Quadro 31 – Vazões máximas de projeto das bacias de macrodrenagem (Pré-urbanização)

Bacia Tc (min)

D (min)

Tp (min)

Intensidade de Chuva (mm/h)

Precipitação Total (mm)

Precipitação Excedente (mm)

Vazão Máxima (m³/s)

1 11,03 68,63 40,93 84,30 96,42 16,87 1,92

2 25,99 84,15 57,67 73,08 102,49 19,79 7,30

3 20,44 78,75 51,64 76,60 100,54 18,84 3,44

4 14,82 72,89 45,34 80,87 98,24 17,73 0,85

5 9,24 66,51 38,80 86,13 95,47 16,43 1,00

6 5,28 61,50 33,91 90,80 93,07 15,33 1,02

7 16,36 74,55 47,09 79,61 98,91 18,05 1,46

8 10,72 68,26 40,56 84,61 96,26 16,80 1,90

9 8,75 65,91 38,21 86,66 95,19 16,30 2,70

10 9,87 67,25 39,55 85,47 95,81 16,59 2,17

11 24,34 82,58 55,90 74,06 101,94 19,52 6,70

12 10,16 67,60 39,90 85,17 95,96 16,66 3,17

13 4,62 60,61 33,08 91,69 92,62 15,13 1,16

14 5,13 61,29 33,72 91,00 92,96 15,29 0,41

15 19,48 77,79 50,58 77,27 100,18 18,66 4,99

16 31,38 89,08 63,36 70,15 104,15 20,61 21,38

17 29,03 86,96 60,89 71,38 103,45 20,27 6,94

Fonte: VM Engenharia (2010)

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101

Quadro 32– Vazões máximas de projeto das bacias de macrodrenagem (Pós-urbanização)

Bacia Tc (min)

D (min)

Tp (min)

Intensidade de Chuva (mm/h)

Precipitação Total (mm)

Precipitação Excedente (mm)

Vazão Máxima (m³/s)

Volume do Hidrograma (m³) 

1 11,03 56,71 34,98 95,80 90,55 21,12 2,82 7899,48

2 25,99 63,87 47,53 88,52 94,23 29,44 13,17 50183,78

3 20,44 45,72 35,12 109,91 83,75 38,78 10,43 29356,77

4 14,82 33,59 25,68 131,82 73,79 43,83 3,71 7633,90

5 9,24 28,19 19,64 144,95 68,09 39,42 4,75 7484,95

6 5,28 51,06 28,70 102,54 87,26 18,46 1,45 3340,35

7 16,36 34,23 26,93 130,42 74,40 45,67 6,46 13943,24

8 10,72 45,43 29,14 110,34 83,54 26,93 4,23 9881,01

9 8,75 32,17 21,34 135,00 72,39 34,54 10,24 17514,59

10 9,87 39,72 25,78 119,68 79,22 29,91 6,01 12421,33

11 24,34 64,21 46,71 88,20 94,39 27,91 11,46 42907,24

12 10,16 32,28 22,23 134,76 72,49 37,01 12,65 22547,97

13 4,62 32,05 18,80 135,28 72,27 27,10 3,66 5519,85

14 5,13 26,55 16,35 149,52 66,15 32,18 1,78 2328,66

15 19,48 50,12 36,75 103,75 86,67 33,54 12,34 36358,88

16 31,38 86,12 61,88 71,88 103,17 21,68 23,02 114164,97

17 29,03 53,58 44,21 99,41 88,78 40,78 19,24 68161,58 #“Tc” é o tempo de concentração; “D” á duração do evento chuvoso; “Tp” é o tempo de pico,

calculado pelo método do NRCS; “i” é a intensidade de precipitação.

Fonte: VM Engenharia (2010)

O quadro acima colocado mostra, além das vazões de projeto, o volume

do hidrograma para período de retorno de 100 anos que deve ser utilizado

para dimensionar o reservatório dos barramentos dos locais indicados no mapa

apresentado no Volume II – Mapas.

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102

6. VERIFICAÇÃO HIDRÁULICA DAS SEÇÕES CADASTRADAS

Foram cadastrados cinco pontos que, em ordem alfabética, são: “D”, “E”,

“F”, “G”, “K”. Ressalte-se que, conforme informado no item 3.1, essa

verificação não foi realizada para a travessia do local denominado ponto “H”,

por estar completamente submersa, como mostrou o relatório fotográfico.

Porém, no item 7, será proposta a adequação necessária para que a vazão de

cheia seja veiculada com segurança.

Determinou-se a capacidade máxima das travessias, com bases nas

recomendações da Instrução Normativa DPO – DAEE n° 002 de julho de 2007.

Os dados da capacidade máxima de escoamento de cada seção foram

confrontados com as vazões máximas de projeto calculadas em 5.3 para o

cenário de ocupação exposto em 2.2.5.7.

A seguir, estão apresentados os resumos dos dados da verificação

hidráulica. As plantas dos cadastros dos levantamentos estão apresentadas no

Volume II.

6.1. INSTRUÇÕES NORMATIVAS PARA PRÉ - DIMENSIONAMENTO E

VERIFICAÇÃO HIDRÁULICA DOS DISPOSITIVOS

O DAEE – Departamento de Águas e Energia Elétrica é o órgão

responsável pela aprovação e fiscalização de projeto de travessias e

barramentos, entre outros tipos, quanto as questões hidráulicas e hidrológicas.

O órgão em seu “Guia Prático para Projetos de Pequenas Obras

Hidráulicas”, como também na “Instrução Normativa da DPO/DAEE nº 002”,

restringe categoricamente os projetos de drenagem, quanto a folgas de

dimensionamento (bordas livres), velocidades máximas para cada tipo de

material, coeficiente de Manning dos materiais das travessias, entre outras

coisas.

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103

Algumas dessas restrições serão utilizadas para a verificação das seções

das travessias cadastradas, visando à máxima utilização dessas estruturas,

porém com o atendimento das restrições apresentadas a seguir.

6.1.1. FOLGA SOBRE O DIMENSIONAMENTO

No dimensionamento deverão ser observados os valores mínimos de

folga, ou seja, bordas livres.

Quadro 33 – Valores mínimos de folga sobre dimensionamento Obra Hidráulica Tipo / Características Folga sobre dimensionamento (f)

Canalização Seção aberta f ≥ 0,20 hTR

Seção em contorno fechado f ≥ 0,20 H

Travessia Aérea (pontes) f ≥ 0,20 hTR , com f ≥ 0,4 m

Intermediária (galerias) f ≥ 0,20 H

Bueiro Previsto para trabalhar em carga

Sendo que:

• “hTR” - profundidade da lâmina d’água correspondente à vazão

máxima de projeto, associada a um período de retorno (TR), em

conformidade com o estabelecido no Quadro 33;

• Canalizações em seção aberta – “f” é o desnível entre a linha d’água

correspondente à máxima vazão possível de escoar sem

extravasamento e a lâmina d’água correspondente à vazão máxima

de projeto;

• Canalizações em contorno fechado: “H” é a altura máxima da seção

transversal, medida internamente;

• Travessias aéreas: “f” é o desnível entre a face inferior da estrutura

de sustentação do tabuleiro da ponte e a lâmina d’água

correspondente à vazão máxima de projeto;

6.1.2. COEFICIENTE DE RUGOSIDADE

Conforme a Tabela 5 da DPO - DAEE n°002 os coeficientes de rugosidade

de Manning recomendados pelo DAEE para determinação da capacidade de

escoamento em canais, são:

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104

Quadro 34 – Valores recomendados para o coeficiente de Manning

Tipo de superfície ou de revestimento n

Terra

0, 035 Grama

Rachão

Gabião 0, 028

Pedra argamassada 0, 025

Aço corrugado 0, 024

Concreto 0, 018

6.1.3. RESTRIÇÕES DE VELOCIDADE

As velocidades máximas permissíveis para escoamento em canais

relacionadas com o tipo de revestimento estão apresentadas abaixo:

Quadro 35 – Limites de velocidade Revestimento V máx (m/s) Terra 1,5 Gabião 2,5 Pedra argamassada 3,0 Concreto 4,0

6.2. MÉTODO DE VERIFICAÇÃO

6.2.1. CANAIS RETANGULARES E TRAPEZOIDAIS

Para a verificação dos canais será utilizado o equacionamento de Manning:

32

RhAnIQ m ⋅⋅=

Equação 4

mAVQ ⋅=

Equação 5

m

m

PA

Rh =

Equação 6

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105

• Q: vazão máxima da seção (m³/s);

• v: velocidade média da seção transversal (m/s);

• Am: seção transversal na altura da lâmina d'água (m²);

• Pm: perímetro molhado (m);

• Rh: raio hidráulico da seção (m);

• i: declividade longitudinal média do trecho (m/m);

• n: coeficiente de rugosidade de Manning equivalente à altura do

escoamento.

Para o cálculo dos dados de área molhada e perímetro molhado, por se

tratar uma verificação da capacidade, foi adotado a altura da lamina d´água

máxima de acordo com a relação de freeboard (borda livre) recomendada para

cada tipo de travessias, conforme Quadro 33. A mesma consideração foi

realizada para o cálculo do “n” Manning equivalente, quando a seção

transversal é composta por mais de um material. Calculou-se por meio de uma

média ponderada dos trechos com diferentes materiais até a altura da lamina

máxima imposta pela relação citada anteriormente.

LLn

n ii∑ ⋅=

Sendo que L é o comprimento do trecho com o mesmo material ”n”.

6.2.2. GALERIAS CIRCULARES

Segundo Porto (1998), o dimensionamento ou verificação de seções

circulares pode ser feito com as seguintes relações geométricas:

( )

( )

nIRhAQ

SENDDRh

SENDDA

⋅⋅=

−⋅=⋅=

−⋅=⋅=

32

22

4

18

θθ

β

θθα

Os coeficientes α e β são tabelados conforme a relação Y0/D.

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106

Figura 46 – Seção circular

Fonte: Porto, 1998.

Conforme Porto (1998) o escoamento da vazão máxima ocorre quando a

relação lâmina/diâmetro (Y0/D) é 0,94, porém para a verificação adotou-se a

recomendação da relação de borda livre para se obter a máxima vazão

conforme a norma.

6.3. RESUMO DA VERIFICAÇÃO

6.3.1. PONTO “D”

Quadro 36 – Verificação hidráulica Ponto “D” RESUMO

Tipo Travessia intermediária – galeria de seção circular

D = 3,00 m Diâmetro da tubulação

h/H = 0,80 m Relação de freeboard

h = 2,40 m Altura da lâmina de água no canal

neq = 0,018 - Coeficiente de Manning equivalente

i = 0,062 m/m Declividade conforme dados IBGE

Qmáxima= 105,13 m³/s Capacidade máxima de escoamento (de acordo com as normas DAEE)

Fonte: VM Engenharia (2010)

6.3.2. PONTO “E”

Quadro 37 – Verificação hidráulica Ponto “E” RESUMO

Tipo Travessia aérea (Ponte) – Seção retangular

H= 9,25 m Altura disponível no canal

h/H 0,83 m Relação de freeboard

h 7,71 m Altura da lâmina de água no canal

i 0,0267 m/m Declividade conforme dados IBGE

n equivalente 0,0267 - n de Manning equivalente para hágua= 7,71m

Qmáxima 1235,87 m³/s Capacidade máxima de escoamento (De acordo com as normas DAEE)

Fonte: VM Engenharia (2010)

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107

6.3.3. PONTO “F”

Quadro 38 – Verificação hidráulica Ponto “F” RESUMO

Tipo Canalização de contorno fechado retangular

H= 1 m Altura disponível no canal

h/H 0,8 m Relação de freeboard

h 2,40 m Altura da lâmina de água no canal

i = 0,0267 m/m Declividade conforme dados IBGE

n = 0,018 - Coeficiente de Manning equivalente

Qmáxima 61,96 m³/s Capacidade máxima de escoamento (De acordo com as normas DAEE)

Fonte: VM Engenharia (2010)

6.3.4. PONTO “G”

Quadro 39 – Verificação hidráulica Ponto “G” RESUMO

Tipo Travessia intermediária – galeria de seção circular

D = 2,00 m Diâmetro da tubulação

h/H = 0,8 m Relação de freeboard

h = 1,60 m Altura da lâmina de água no canal

neq = 0,018 - Coeficiente de Manning equivalente

i = 0,0439 m/m Declividade conforme dados IBGE

Qmáxima= 30,00 m³/s Capacidade máxima de escoamento (de acordo com as normas DAEE)

Fonte: VM Engenharia (2010)

6.3.5. PONTO “K”

Quadro 40 – Verificação hidráulica Ponto “K” RESUMO

Tipo Canalização de contorno fechado circular

H = 4 m Altura disponível no canal

h/H 0,8 m Relação de freeboard

h = 3,20 m Altura da lâmina de água no canal

neq = 0,0230 - Coeficiente de Manning equivalente

i = 0,0645 m/m Declividade conforme dados IBGE

Qmáxima= 102,68 m³/s Capacidade máxima de escoamento (de acordo com as normas DAEE)

Fonte: VM Engenharia (2010)

6.4. CONCLUSÃO

Após a análise hidráulica das travessias, concluiu-se que todas as

interferências da área urbana possuem capacidade de escoar a vazão máxima

de projeto para período de retorno de 100 anos. No entanto, ressalvamos que,

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108

devido às altas declividades dos talvegues estudados, as velocidades do

escoamento da lâmina máxima nessas seções podem chegar a valores muito

superiores aos recomendados pelo órgão responsável pela fiscalização dos

projetos desse tipo de estrutura. Essas circunstâncias poderão colocar as

estruturas em risco, desde que tendem a atacar as suas fundações.

No Quadro 41 está apresentada a comparação entre as vazões máximas

de projeto e a capacidade de escoamento máximo, considerando as normas de

borda livre recomendadas pelo DAEE, assim como a contribuição total afluente

em cada bacia, conforme ilustra o Diagrama Unifilar do item 4.2.

.

Quadro 41 – Vazão de projeto x capacidade de escoamento das seções cadastradas

Ponto Bacia Bacias de montante Q máx projeto [Tr = 100 anos] (m³/s)

Q máx [capacidade] (m³/s)

LOCAL D 12,00 9,00 7,00 - - 29,35 105,13

LOCAL E 13,00 12,00 9,00 7,00 - 33,01 1235,87

LOCAL F 14,00 13,00 12,00 9,00 7,00 34,79 61,96

LOCAL G 15,00 - - - - 12,34 30,00

LOCAL K 10,00 6,00 4,00 - - 11,17 102,68

Todas as plantas com as seções transversais de cada travessia estão

apresentadas no Volume II desse relatório.

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109

7. ANÁLISE, ALTERNATIVAS E PROPOSTAS

Na área urbana do município de Santa Rosa de Viterbo estão localizadas

as nascentes de vários cursos d´água da região. Esses cursos d’água, em sua

maioria, possuem talvegues bem rebaixados com relação às margens. A

deficiência de matas ciliares em alguns córregos pode ser uma das causas dos

problemas de erosão e assoreamento detectados nos cursos d’água que sofrem

influência da urbanização.

Constatou-se, nesse trabalho, que não existem trechos canalizados dos

cursos água que cruzam o trecho urbano do município. As altas declividades da

rede de drenagem urbana do município fazem com que as velocidades de

escoamento atinjam valores inaceitáveis, podendo colocar em risco travessias

já construídas.

Observou-se também que a rede de microdrenagem (galerias de águas

pluviais) pode estar incompleta e que, na grande maioria, os lançamentos

dessas galerias devem ser melhorados. Não existem em todo o município

estruturas de detenção desses escoamentos pluviais.

Algumas medidas devem ser adotadas para adequar a rede hidrográfica

de maneira a prevenir problemas futuros e garantir a segurança das estruturas

existentes. Estão listadas a seguir:

• Revitalização das matas ciliares dos cursos d´água urbanos;

• Ocupação urbana fora dos limites das Áreas de Preservação

Permanente exigidos pelo Código Florestal;

• Adequação da rede de galerias pluviais;

• Implantação de barramentos nos dois principais cursos dá água do

município;

• Estudo específico das travessias urbanas;

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110

7.1. REVITALIZAÇÃO DAS MATAS CILIARES DOS CURSOS D´ÁGUA

URBANOS

Pode-se afirmar que a revitalização da mata ciliar é a principal medida a

ser adotada pela municipalidade, pois esta é a proteção natural contra a

erosão das margens e assoreamento do leito dos cursos d´água. A ausência da

mata ciliar propicia que a erosão das margens leve sedimentos para dentro do

rio. Os sólidos em suspensão ocasionam também dificuldades no tratamento

de água para abastecimento, entupimento de tubulações de captação e

mudança no traçado dos corpos d’água.

O desmatamento aumenta o escoamento superficial e diminui a

infiltração, acarretando enchentes nos córregos, rios e os riachos durante as

chuvas. A diminuição da infiltração reduz o armazenamento no lençol freático,

diminuindo o volume disponível no subsolo. E, finalmente, cabe ressaltar que

a conservação das matas ciliares possibilita que as espécies da biosfera

possam se deslocar e reproduzir mediante a manutenção de corredores

naturais, garantindo assim a biodiversidade da flora e da fauna da região.

7.2. OCUPAÇÃO URBANA FORA DOS LIMITES DE DAS APPS

Observou-se que no município, as área próximas às nascentes da maioria

dos cursos água estão ocupadas ou utilizadas para agricultura. Em alguns

locais, a revitalização das APP nas nascentes, como proposto no item anterior

pode ser complicada, porém ao longo de alguns cursos d´água, assim como

em algumas nascentes, existem ainda áreas que podem, com facilidade, ser

utilizadas para colocar em prática os limites legais do Código Florestal

Brasileiro.

Esse Plano Diretor apresenta, em forma de mapa no seu Volume II, as

faixas das APPs dos córregos urbanos e de suas nascentes. Nele será possível

observar em quais locais a ocupação inadequada dessas áreas é mais crítica.

A empresa Consultora acredita que o controle, por meio da Municipalidade

da ocupação desses locais indicados no mapa, trará benefícios, tais como:

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111

diminuição do escoamento pluvial devido a maior infiltração; redução da

velocidade devida ao aumento da rugosidade do solo, diminuição do

carregamento de sedimentos, como informado no item 7.1, contribuindo

significativamente para a atenuação do assoreamento dos córregos urbanos.

A seguir estão transcritas as partes do Código Florestal Brasileiro que a

Consultora julgou pertinente para a delimitação das áreas que devem ser

controladas pelo município de Santa Rosa de Viterbo:

“Art. 2° Consideram-se de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei, as

florestas e demais formas de vegetação natural situadas:

a) Ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível

mais alto em faixa marginal cuja largura mínima será:

1. De 30 (trinta) metros para os cursos d'água de menos de 10

(dez) metros de largura;

b) Ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou

artificiais;

c) Nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados "olhos

d'água", qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio

mínimo de 50 (cinquenta) metros de largura.”

Por conseguinte, a empresa consultora sugere a adoção de medidas de

caráter legal para a proteção dessas áreas de maneira a atenuar as

conseqüências desse uso e ocupação indiscriminada.

7.3. ADEQUAÇÃO DA REDE DE GALERIAS PLUVIAIS

O município de Santa Rosa de Viterbo possui rede de galerias de águas

pluviais na maioria dos seus bairros. No entanto há a necessidade de

melhoramentos, tais como, prolongar as galerias existentes e adequar os seus

equipamentos.

Cabe ressaltar que o redimensionamento da rede de microdrenagem do

município de Santa Rosa Viterbo não faz parte do escopo do projeto. As

propostas apresentadas nesse item referem-se apenas a sugestões feitas com

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112

base na análise da rede existente, na visita técnica e na experiência da equipe

técnica da empresa consultora. É necessária a contratação de projeto

específico para se realizar as devidas adequações.

Em suma, as principais propostas para a adequação da rede de

microdrenagem são as listadas a seguir:

• Adequação e complementar as redes de galerias existentes;

• Ligação entre algumas galerias existentes, para reduzir o número de

pontos de lançamentos;

• Implantação de bacias de detenção nas pontas das redes de galerias

pluviais, antes dos respectivos lançamentos;

7.3.1. ADEQUAÇÃO E COMPLEMENTAÇÃO

A conclusão da rede de microdrenagem é de suma importância uma vez

que tem como principal função conduzir os volumes do escoamento pluvial

para a rede natural de drenagem. Se bem implantada, a rede proporciona ao

município inúmeras vantagens, tais como: diminuição de danos imobiliários,

problemas sanitários e até risco de fatalidades.

Os bairros de Santa Rosa de Viterbo que não possuem galerias de águas

pluviais, conforme dados fornecidos pela Prefeitura Municipal, são: Jardim

Petrópolis e Jardim Alto da Boa Vista.

Muitos bairros dispõem de rede de galerias insuficientes, assim sendo

necessitam de adequação, com a implantação complementos, a saber:

• Jardim Nova Roma;

• Vila Ranzani;

• Vila Bandeirantes;

• Jardim das Flores;

• Parque do sol nascentes;

Além desses bairros, outros locais isolados do município requerem atenção

na prioridade de contratação de projetos de microdrenagem. São a Rua Doutor

Mario Carneiro e a Avenida São Paulo. Localizam-se nas cotas mais altas do

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113

município e possuem baixa declividade. Por esse motivo, em época chuvosa

ocorre a formação de uma lâmina de água nessas ruas, trazendo transtornos à

população.

A Rua Sete de Setembro e a Rua Rio Branco são duas importantes vias do

município de Santa Rosa de Viterbo que, de acordo com informações colhidas

no local, serão repavimentadas em breve. A empresa consultora ressalva que o

aumento da velocidade de escoamento devido à substituição do pavimento por

um material de menor rugosidade poderá ocasionar a redução do tempo de

concentração da bacia. Esse fato, associado à ausência de galerias de águas

pluviais nessas duas ruas, pode originar problemas nas regiões de cotas mais

baixas.

Portanto, a proposta da Contratada quanto a adequação da rede de

microdrenagem é:

• Elaboração de estudo da rede dos bairros que estiverem

insuficientes;

• Elaboração de projeto específico de galeria de águas pluviais para a

Rua Sete de Setembro e a Rua Rio Branco;

• Elaboração de projeto específico de galeria de águas pluviais para a

Rua Doutor Mario Carneiro e a Avenida São Paulo.

7.3.2. DIMINUIÇÃO DOS PONTOS DE LANÇAMENTO

A ligação entre os lançamentos tem como principal finalidade viabilizar

estruturalmente e economicamente a implantação das bacias de detenção ao

final de cada rede. Em mapa no Volume II estão apresentados os pontos de

lançamento existentes e as sugestões de unificação.

7.3.3. IMPLANTAÇÃO DE BACIAS DE DETENÇÃO E/OU DISPOSITIVO DE

DISSIPAÇÃO

A empresa consultora sugere a implantação de bacias de detenção ao final de cada rede de microdrenagem com vistas à retenção do volume do escoamento superficial dos bairros temporariamente. Para tanto, recomenda-se a contratação de projetos

específicos para análise de viabilidade e dimensionamento dessas bacias. Nesse

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114

Plano Diretor de Macrodrenagem apresentou-se o volume a ser reservado quando da implantação dessas estruturas

Quadro 30.

Na metodologia adotada para a estimativa de tal volume, considerou-se

que:

Vbacia = Vpós-urbanização – Vpré-urbanização (m³),

Onde:

Vbacia: Volume a reter no reservatório

Vpós-urbanização: Volume do hidrograma do cenário pós-urbanizado

Vpré-urbanização: Volume do hidrograma do cenário pré-urbanizado

Além dos volumes a reter, no Quadro 30, foram apresentadas ainda a área necessária para a

implantação dessas bacias, considerando-se sua profundidade não maior que

1,2 metros. Os locais para a implantação dessas estruturas propostas estão

apresentados na forma de mapa no Volume II desse relatório.

7.4. IMPLANTAÇÃO DE BARRAMENTOS

No mapa apresentado no Volume II desse relatório, estão apontados os

quatro locais propostos para a implantação de barramentos para

amortecimento da vazão de cheia, a saber, um no córrego da Lagoa e outros

três no córrego que é afluente do Barro Preto, conhecido regionalmente como

o próprio Barro Preto.

A localização desses locais é:

• No primeiro afluente da margem direita do córrego do Barro Preto, a

montante da Rua João Zanella, no Jardim Julio Moretti (Proposta

n°1).

• A montante da travessia da Rua Eduardo Gubitoso, no primeiro

afluente da Margem direita do córrego do Barro Preto (Proposta

n°2).

• Na direção da Rua Efren Testa, próximo ao conjunto habitacional

Delduque Ribeiro Garcia I e II (Proposta n°3).

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115

• Área livre próximo a cabeceira do córrego da Lagoa (Propostan°4).

Todos esses barramentos têm como principal finalidade o amortecimento

da vazão de cheia, mas, como atenuam a declividade média dos talvegues,

também funcionam para controlar as causas da erosão e assoreamento dos

cursos d´água.

A seguir está apresentada a proposta da metodologia de

dimensionamento desses barramentos, consoante com normativas do DAEE –

Departamento de Águas e Energia Elétrica.

• Adotaram-se alturas máximas de 5 metros para os aterros;

• O volume a ser amortecido por cada barramento é o próprio volume

de seu hidrograma calculado por meio da metodologia descrita

anteriormente, cujos valores estão apresentados de forma reduzida

a seguir, e podem ser encontrados no item 5.3 e no Quadro 42.

• Os reservatórios desses barramentos devem ser capazes de

amortecer os volumes dos hidrogramas de pós-urbanização de suas

bacias de contribuição, descontando-se as reservas a montante.

• As barragens devem ser dimensionadas para que o volume a ser

amortecido, calculado para período de retorno de 100 anos atinja no

máximo a cota de seu vertedor;

• Os vertedores devem ser dimensionados, para a vazão afluente

obtida com o seguinte critério:

Vefluente=V pós(500) - Vretido,

Onde:

Vefluente: Volume que passa no extravasor;

Vpós(500): Volume do hidrograma calculado com tempo de retorno de 500

anos;

Vretido: Volume retido no barramento calculado com tempo de retorno de

100 anos.

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116

O Quadro 42 apresenta as vazões para tempo de retorno de 500 anos

assim como os volumes dos hidrogramas.

Quadro 42 – Dados para dimensionamento dos barramentos

Barramento Bacias de contribuição*

Reservação de montante nas bacias

Reservação dos volumes das bacias

TR = 100 anos TR = 500 anos

Q máx projeto (m³/s)

Volume Total do Hidrograma (m³)

Q máx projeto (m³/s)

Volume Total do Hidrograma (m³)

Proposta 1 11,3,10,6,4 6,4 11,3 21,89 72264 34,41 105907

Proposta 2 10,6,4 6,4 10 6,01 12421 9,40 17693

Proposta 3 6,4 - 6,4 5,16 10974 7,87 15373

Proposta 4 9,7 - 9,7 16,70 31458 24,44 42991

*A bacia desse barramento proposto recebe as águas de todas essas bacias, porém só serão considerados os volumes de todas essas se não existir reservação a montante.

O barramento n° 4 no córrego da Lagoa, está sendo proposto em local

onde se pretende implantar uma área de lazer comunitária. Portanto,

considerando os aspectos paisagísticos que deve contemplar, sugere-se que

esta represa mantenha espelho d’água permanente.

Córrego das Pedras

Cór

rego

da

Lago

a

córrego do Barr

o Preto

2

11

3

16

9

7

17

12

15

10

85

1

6

4

13

3

1

42

Figura 47 – Localização dos barramentos e suas bacias de contribuição.

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117

7.5. PROPOSTA DE ADEQUAÇÃO DA PONTE DO “PONTO H” NO

CÓRREGO DO BARRO PRETO

A ponte existente sobre o córrego do Barro Preto nesse local estava

completamente submersa na ocasião da visita técnica. O leito se encontrava

intensamente assoreado, tanto a montante como a jusante de sua seção.

Neste item a empresa contratada apresenta um pré-dimensionamento da

ponte que deve ser reconstruída no córrego do Barro Preto, atendendo as

recomendações do órgão responsável, tais como as mostradas no item 6.1.

Para a elaboração desse estudo preliminar, foi determinada a declividade

do local com base na carta topográfica em escala 1: 50.000 do IBGE –

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístico. Porém, cabe salientar, que para

a implantação dessa nova ponte faz-se necessária à realização de

levantamento planialtimétrico do local,para estudo da situação real do local do

implantação.

Esse local é o exutório da sub-bacia de macrodrenagem 16, e além da

contribuição de sua área de drenagem, recebe as águas das bacias 3,4,6,10 e

11, todas situadas a montante. Considerando-se todas essas contribuições a

vazão máxima de projeto para tempo de retorno de 100 anos que essa

travessia deve ser capar de veicular é igual a 56,10 m³/s.

Quadro 43- Bacias contribuintes para a seção em estudo

Bacia Bacias de montante Q máx proj [Tr = 100 anos] (m³/s)

16 3 4 6 10 11 56,10

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118

Figura 48 – Esquema do canal retangular da travessia

O dimensionamento foi realizado com a metodologia de Manning para

canais retangulares discutido anteriormente. Para a vazão de projeto máxima,

as características da seção proposta são:

SEÇÃO DO CANAL

Vazão de projeto 56,10 m³/s

Revestimento Concreto

Seção Retangular

Taludes laterais [H:V] 1:1

Declividade 0,45%

Largura de fundo 7,00 m

Altura da lâmina de água 1,88 m

Freeboard 0,56 m

Altura total do canal 2,44 m

Velocidade do escoamento 4,26 m/s

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119

8. HIERARQUIZAÇÃO DA IMPLANTAÇÃO DAS OBRAS

Santa Rosa de Viterbo apresenta apenas problemas críticos na bacia do

afluente do córrego do Barro Preto, onde existe processo acelerado de erosão.

Existe também uma travessia que precisa ser adequada para atender à

vazão de projeto para período de retorno de 100 anos.

A empresa consultora teve a oportunidade de analisar o projeto de

galerias pluviais da área urbanizada e concluiu que a complementação e

adequação da rede de galerias são de suma importância para que as condições

de drenagem do município se mantenham.

O Volume III do Plano Diretor de Macrodrenagem apresenta as diretrizes

de drenagem urbana para o município de Santa Rosa de Viterbo. Nele podem

ser encontrados, entre outras coisas, os tipos de medidas não estruturais

propostas para controle e manutenção dos sistemas de drenagem urbana.

As propostas para hierarquização das ações com relação à drenagem são

as seguintes:

Item Ação

1 Executar projetos executivos e obras para o controle de controle de erosão no afluente do córrego do Barro Preto

2 Regulamentar as ações mitigatórias não - estruturais previstas no Volume III do presente Plano,de forma a evitar o agravamento das situações críticas apresentadas pela drenagem urbana.

3 Adotar o Manual Simplificado de Drenagem Urbana como diretriz para novos loteamentos de áreas urbanas e demais intervenções em Recursos Hídricos.

4 Contratar Plano de Recuperação de Matas Ciliares e implantá-lo

5 Contratação de projetos específicos para a adequação e complementação da rede de galerias de águas pluviais

6 Conclusão das adequações e complementação do sistema de galerias de águas pluviais 7 Contratação de projetos específicos para as bacias de detenção 8 Implantação das bacias de detenção 9 Contratação de projetos específicos para a execução dos barramentos propostos 10 Implantação dos barramentos *

11 Contratação de projetos específicos para a adequação da travessia do “PONTO H”, no córrego do Barro Preto, assim como levantamento planialtimétrico

12 Adequação da travessia do “PONTO H” Fonte: VM Engenharia (2010)

*Os reservatórios de retenção e detenção, assim como os barramentos,

devem ser executados de montante para jusante.

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120

9. DIRETRIZES BÁSICAS DE DRENAGEM

Os crescentes problemas de inundações nos municípios brasileiros têm

como principal causa a urbanização desordenada e acelerada. A

impermeabilização do solo sem limites traz grandes prejuízos aos municípios.

O Manual de Drenagem encaminhado como parte integrante do Plano

Diretor de Macrodrenagem de Santa Rosa de Viterbo, tem como escopo

principal estabelecer diretrizes básicas para os projetos de microdrenagem

urbana no Município, e orientar os profissionais da Prefeitura, prestadores de

serviços e empreendedores, que atuam nas áreas de planejamento, projetos

de drenagem urbana, planejamento e controle do uso do solo, como também

projeto, análise e aprovação de novos empreendimentos.

O manual apresenta as metodologias de dimensionamento das estruturas

de microdrenagem e considerações de projeto. Projetos de microdrenagem

devem se basear nas metodologias e as restrições impostas pela

municipalidade, devido à inexistência normas que padronizem esse tipo de

projeto.

Além dessas diretrizes, o manual apresenta de forma reduzida algumas

considerações sobre o dimensionamento de dispositivos de macrodrenagem.

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121

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

210-VI-NEH - National Engineering Handbook. Chapter 9 Hydrologic Soil-

Cover Complexes, July 2004. Disponível em

http://policy.nrcs.usda.gov/OpenNonWebContent.aspx?content=17758.wba.

ANA – Agência Nacional de Águas. Sistema de Informações Hidrológicas –

Hidroweb. Disponível em http://hidroweb.ana.gov.br/.

CANHOLI, A. P. Drenagem urbana e controle de enchentes. São Paulo:

Oficina de Textos, 2005.

COOPERATIVA DE SERVIÇOS E PESQUISAS TECNOLÓGICAS – CPTI,

INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS – IPT. Plano de Bacia da Unidade

de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Pardo (UGRHI – 4). São Paulo.

2008.

DAEE – Departamento de Águas e Energia Elétrica. Instruções Normativas

da DPO/DAEE 001, 002, 003 e 004. São Paulo. 30 de julho de 2007.

DAEE – Departamento de Águas e Energia Elétrica. Manual de Cálculo de

Vazões Máximas, Médias e Mínimas para as Bacias Hidrográficas do Estado de

São Paulo. São Paulo, Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE,

1994, 64p

EMBRAPA/IAC. Mapa Pedológico do Estado de São Paulo (Escala

1:500.000).1999.

FUNDAÇÃO SEADE. Disponível em: < http://www.seade.gov.br

KOTCHETKOFF-HENRIQUES, O. Caracterização da vegetação natural em

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(Doutorado em Bilogia Vegetal) - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de

Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo.

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Saneamento e Obras, Departamento de Águas e Energia Elétrica, Centro

Tecnológico de Hidráulica e Recursos Hídricos. Equações de Chuvas Intensas

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do Estado de São Paulo. Convênio Departamento de Águas e Energia Elétrica e

Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.

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Viterbo. Secretaria do Meio Ambiente/ Instituto Florestal:SIFESP. Disponível

em:<http://www.iflorestal.sp.gov.br/sifesp/estadosaopaulo/santarosadoviterb

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Município Verde. Disponível em: <

http://www.ambiente.sp.gov.br/municipioverdeazul/municipios_certificados_2

009.php>.

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of the Köppen-Geiger climate classification". 'Hydrol. Earth Syst. Sci.' 11:

1633-1644. ISSN 1027-5606. (direct: Documento final.).2007.

SÃO PAULO. Secretaria do Meio Ambiente/Instituto Florestal. Inventário

florestal da vegetação natural do Estado de São Paulo. São Paulo: Secretaria

do Meio Ambiente / Instituto Florestal. Imprensa Oficial, 2005

SÃO PAULO. Secretaria de Estado dos Negócios da Agricultura.

Coordenadoria da Pesquisa de Recursos Naturais. Instituto Geográfico e

Geológico Mapa Geológico do Estado de São Paulo. Escala 1:1000.000. Ano de

referência: 1974.

SÃO PAULO. Governo do Estado de São Paulo. Secretaria da Indústria,

Comércio, Ciência e Tecnologia. Companhia de Promoção de Pesquisa Científica

e Tecnológica do Estado de São Paulo – PROMOCET. Programa de

Desenvolvimento de Recursos Minerais Pró-Minério. IPT Instituto de Pesquisas

Tecnológicas do Estado de São Paulo S.A. Mapa Geomorfológico do Estado de

São Paulo. Escala 1:1000.000. Ano de referência 1981.

SARTORI, A. Avaliação da Classificação dos grupos hidrológicos do Solo

para a Determinação do Excesso de Chuva do Método do Serviço de

Conservação do Solo dos Estados Unidos. Total p. Dissertação (mestre em

engenharia civil), Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, Faculdade

de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, Campinas, SP, 2004.

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SARTORI, A. LOMBARDI NETO, F. & GENOVEZ, A. M. Classificação dos

grupos hidrológicos de solos brasileiros para a estimativa da chuva excedente

com o método do Serviço de Conservação do Solo dos Estados Unidos Parte 1:

Classificação. 2005. Revista Brasileira de Recursos Hídricos – RBRH, v.10, n.4,

out/dez, pág. 05-18. 2005a.

SARTORI, A. LOMBARDI NETO, F. & GENOVEZ, A. M. Classificação dos

grupos hidrológicos de solos brasileiros para a estimativa da chuva excedente

com o método do Serviço de Conservação do Solo dos Estados Unidos Parte 2:

Aplicação. 2005. Revista Brasileira de Recursos Hídricos – RBRH, v.10, n.4,

out/dez, pág. 05-18. 2005b.

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SANEAMENTO, DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA. Guia prático

para projetos de pequenas obras hidráulicas. São Paulo, DAEE 2ª Edição, 2006

TUCCI, C. E. M. Hidrologia: ciência e aplicação. Organizado por Carlos E.

M. Tucci, André L. L. da Silveira... [et al.] – 3ª ed., primeira reimpressão.

Porto Alegre: Editora da UFRGS/ABRH, 2004. 1ª ed. 1993.

TUCCI, C.E.M., Porto, R.L.L., Barros, M.T. Drenagem Urbana, Porto

Alegre: ABRH/Editora da Universidade/UFRGS, 1995

TOMAZ, P. Best Management Practices (Melhoria da qualidade das águas

pluviais), 2008.

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124

ANEXO 01 - MAPA FLORESTAL: VEGETAÇÃO NATURAL REMANESCENTE

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125

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126

ANEXO 02 – DETERMINAÇÃO DO CURVE NUMBER “CN”

“Curve Number”, ou Número da Curva, é o principal parâmetro para

elaboração do estudo de vazões de pico de uma determinada região, desta

forma, a aproximação dos valores leva em consideração as características do

solo, conforme acima apresentado, segundo a Classificação dos grupos

hidrológicos do mesmo, combinando estes aos tipos de uso e ocupação do solo

evidenciado na referida região.

No Brasil a classificação dos solos existente diverge da classificação

proposta pela metodologia NRCS, tradicionalmente utilizada, pois existem tipos

de solos e de uso do solo diversos daqueles calibrados para os Estados Unidos.

Desta forma, a seguir está apresentada a metodologia de classificação

quanto ao “CN” que foi utilizada nesse projeto, que é uma adaptação para a

realidade brasileira selecionadas dentre as bibliografias estudadas, sendo ela:

a metodologia proposta por Lombardi Neto em 1989, que foi ampliada e

aplicada por Sartori (2004), conforme publicações da Revista Brasileira de

Recursos Hídricos – ABRH (Sartori et al., 2005).

Sartori et. al (2005)

A proposta de extensão e adaptação do método elaborado por Lombardi

Neto (1989) publicada por Sartori et al (2005), tem por objetivo utilizar a

metodologia proposta pelo NRCS para determinação de chuva excedente, de

forma que a mesma possa ser adaptada à realidade brasileira, quando aos

tipos de solos existentes, e as características dos mesmos que os classificam

como pertencentes aos grupos hidrológicos “A”, “B”, “C” ou “D”.

De acordo com o manual – National Engineering Handbook, Part. 630,

Capítulo 9 – Hydrologic Soil-Cover Complexes, o “Curve Number”, para áreas

rurais e urbanas podem ser definidos, conforme mostram os quadros a seguir.

Estes mesmos quadros foram adaptados e apresentados por McCuen (2004)

em Hydrologic Analysis and Design – Third Edition. Os quadros a seguir foram

traduzidos de forma a facilitar a compreensão.

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127

Quadro 44 – “Curve Number” para Áreas Rurais (Agricultura) (1) Uso do solo

Descrição do tipo de uso e ocupação do solo (2)

Condição Hidrológica (3)

Grupos Hidrológicos A B C D

Solo exposto (preparo para cultivo) Solo exposto -- 77 86 91 94 Cobertura de resíduos de culturas (CR)

Pobre 76 85 90 93 Boa 74 83 88 90

Solo Cultivado Superfície limpa (SR) Pobre 72 81 88 91 Boa 67 78 85 89

SR + CR Pobre 71 80 87 90 Boa 64 75 82 85

Com curvas de nível (C) Pobre 70 79 84 88 Boa 65 85 82 86

C + CR Pobre 69 78 83 87 Boa 64 74 81 85

Com curvas de nível & terraceado (C & T)

Pobre 66 74 80 82 Boa 62 71 78 81

C & T + CR Pobre 65 73 79 81 Boa 61 70 77 80

Pequenas plantações ou culturas SR Pobre 65 76 84 88 Boa 63 75 83 87

SR + CR Pobre 64 75 83 86 Boa 60 72 80 84

C Pobre 63 74 82 85 Boa 61 73 81 84

C + CR Pobre 62 73 81 84 Boa 60 72 80 83

C & T Pobre 61 72 79 82 Boa 59 70 78 81

C & T + CR Pobre 60 71 78 81 Boa 58 69 77 80

Plantações de legumes ou cultivados ou Culturas ou pastos rotativos

SR Pobre 66 77 85 89 Boa 58 72 81 85

C Pobre 64 75 83 85 Boa 55 69 78 83

C & T Pobre 63 73 80 83 Boa 51 67 78 80

Pastagens, cultura permanente ou forragem para formação de pastagens (4)

-- Pobre 68 79 86 89 -- Média 49 69 79 84 -- Boa 39 61 74 80

Campos permanente -- Boa 30 58 71 78 Parques e Jardins (5) -- Pobre 48 67 77 83

-- Média 35 56 70 77 -- Boa 30

(6) 48 65 73

Combinação de áreas com pastagens e áreas florestadas ou reflorestadas (7)

-- Pobre 57 73 82 86 -- Média 43 65 76 82 -- Boa 32 58 72 79

Áreas Florestadas (8) -- Pobre 45 66 77 83 -- Média 36 60 73 79 -- Boa 30 55 70 77

Chácaras, construções rurais e estradas de terra

-- -- 59 74 82 86

Vias Não pavimentada -- 72 82 87 89 Cascalho -- 76 85 89 91

Fonte: 210-VI-NEH, July 2004

1) Condição media de Número da Curva (runoff), considerando Ia=0.2;

2) Áreas cobertas com resíduos de culturas deverá ser utilizado para até 5% de

cobertura durante o ano;

3) Condições hidrológicas são baseadas em uma combinação de fatores que pode

afetar a infiltração e o escoamento superficial, incluindo: a) densidade de áreas

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128

cultivadas por vegetais; b) período no qual a área esta coberta ou vegetada

durante o ano; c) quantidade de área gramada ou cultivada por leguminosas; d)

percentual de resíduos de culturas anteriores sobre a superfície (boa > 20%), e

e) grau de superfície compacta. Pobre: fatores que dificultam a infiltração e

colaboram com o aumento do escoamento superficial. Bom: fatores que

colaboram com a infiltração, e, portanto, reduzem o escoamento superficial.

4) Pobre: < 50% cobertura ou pastagem densa. Média: 50-75% coberto, sem

pastagem densa; boa > 75% de cobertura e pastagem rara ou ocasional.

5) Pobre: < 50% cobertura; Média: 50-75% cobertura; Boa> 75% de cobertura.

6) O valor mínimo de “CN” deve ser igual a 30, ainda que o valor obtido seja

inferior.

7) “CN” determinado neste caso considera 50% da área coberta com árvores ou

vegetação densa, e os outros 50% de área com pastagem. Outras combinações

podem ser obtidas calculando-se “CN” de áreas florestadas em composição com

o “CN” de áreas de pastagens.

8) Pobre: pequenas florestas, árvores de pequeno porte, e áreas arbustivas

destruídas por pastagens ou queimadas regularizadas. Média: as árvores estão

menos densas, mas não houve queima, e há uma cobertura razoável de área

florestada. Boa: as árvores estão protegidas e as demais áreas cobertas.

De acordo com Sartori (2004), a adaptação das tabelas do “CN” para usos

agrícolas, principalmente sobre as definições dos tipos de culturas e manejo

agrícola baseada nos resultados do estudo proposto em sua dissertação e nos

trabalhos de Silva (1996) e Lombardi Neto (não publicado), e também nos

próprios valores do “CN” da tabela do NRCS, resultam no quadro a seguir.

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129

Quadro 45 – “CN” de escoamento superficial para usos agrícolas (Ia = 0,2.S, condição II de umidade antecedente e condição hidrológica superficial média)

Descrição da cobertura Número da curva para os grupos

Uso Tratamento ou manejo do solo A B C D

Solo Exposto Solo exposto 83 86 91 94 Terra Arada + SRC 81 85 90 93 RCS 75 83 88 90

Culturas Anuais (Ca)

N* + SRC 77 84 89 91 N* + RCI 72 80 85 88 N* + RCSI 66 74 80 82 N* + RCS 63 70 77 80

Culturas Temporárias (Ct) N* 65 75 81 83 N* + RCS 61 71 78 81

Culturas Perenes (Cp) N* 43 65 76 82 N* + RCS 32 58 72 79

Pastagem Degradada 68 79 86 89 Nativa 49 69 79 84 Melhorada 39 61 74 80

Reflorestamento N* 45 66 77 83 N* + RCS 35 55 70 77

Vegetação Natural Capoeira 30 48 65 73 Mata 20 400 49 52

Estradas e Construções Rurais < 50% impermeável 59 74 82 86 Estradas e Construções Rurais > 50% impermeável 72 82 87 89

Fonte: Sartori (2004)

Legenda:

N*: Plantio em nível ou contorno

Ca: Culturas anuais (plantio e colheita anual). Exemplo: milho, soja, etc.

Ct: Culturas temporárias (plantio a cada 3 ou mais anos). Exemplo: cana-de-açúcar

Cp: Culturas perenes. Exemplo: pomar, café.

SRC: Sem resíduo cultural

RCI: Resíduo cultural incorporado < 2 t/ha

RCSI: Resíduo cultural semi-incorporado 2 a 4 t/ha

RCS: Resíduo cultural na superfície > 5 t/ha

Pastagem: Degradada - presença de compactação superficial, utilização de queimadas, e até

25 % da área sem vegetação, mesmo no período chuvoso. Nativa: Pasto natural sendo feito

controle de manejo de animais e limpezas esporádicas. Melhorada: Correção de acidez e

fertilização, plantio de gramíneas adaptadas, manejo de animais.

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130

Quadro 46 – “Curve Number” para áreas urbanas4

Descrição do tipo de cobertura e condições hidrológicas Área Impermeável (%)5 Grupo Hidrológico A B C D

Área urbana totalmente desenvolvida (vegetação estabilizada) -- -- -- -- Espaços livres (parques, cemitérios, etc)6 -- -- -- -- Condições ruins (cobertura vegetal < 50%) 68 79 86 89 Condições médias (cobertura vegetal 50-75%) 49 69 79 84 Condições boas (cobertura vegetal > 75%) 39 61 74 80 Áreas impermeáveis -- -- -- -- Estacionamentos pavimentados, telhados e ruas 98 98 98 98 Ruas e rodovias -- -- -- -- Pavimentadas, com sistema de drenagem 98 98 98 98 Pavimentadas, sem sistema de drenagem 83 89 92 93 Cascalho 76 85 89 91 Não pavimentada 72 82 87 89 Áreas urbanas não ocupadas -- -- -- -- Áreas permeáveis (natural)7 63 77 85 88 Áreas impermeáveis (artificial) 96 96 96 96 Distritos urbanos: Comercial 85 89 92 94 95 Distritos urbanos: Industrial 72 81 88 91 93 Residencial: Tipo 1 (aprox. 500 m²) 65 77 85 90 92 Residencial: Tipo 2 (aprox. 1000 m²) 38 61 75 83 87 Residencial: Tipo 3 (aprox. 1350 m²) 30 57 72 81 86 Residencial: Tipo 4 (aprox. 2000 m²) 25 54 70 80 85 Residencial: Tipo 5 (aprox. 4050 m²) 20 51 68 79 84 Residencial: Tipo 6 (aprox. 8100 m²) 12 46 65 77 82 Áreas urbanas em desenvolvimento (permeável, sem vegetação) 77 86 91 94

Fonte: 210-VI-NEH, July 2004

4 Condição de escoamento superficial média, e Ia = 0.2S; 5 O percentual de área impermeável considerado foi utilizado na composição do “CN”. Outros aspectos

adotados: áreas impermeáveis estão conectadas diretamente ao sistema de drenagem, áreas impermeáveis

tem “CN” igual a 98, e áreas permeáveis são consideradas como espaços abertos e com boas condições de

drenagem; 6 “CN” apresentado equivale ao de áreas gramadas ou com pastagem. Um “CN” composto pode ser

utilizada para outras combinações de áreas abertas; 7 “CN” composto para áreas naturalmente desocupadas devem ser consideradas utilizando as figuras

abaixo, fundamentadas na área impermeável (“CN” = 98) e na área permeável (“CN” variável). Para as áreas

permeáveis adota-se como equivalente condições hidrológicas ruins.

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131

Figura - 49 “CN” composto para áreas impermeáveis conectadas

Fonte: 210-VI-NEH, July 2004

Figura 50 - “CN” composto para áreas impermeáveis isoladas e inferior a 30%

Fonte: 210-VI-NEH, July 2004

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132

ANEXO 03 – MÉTODO DO NRCS

O Departamento de Recursos Naturais e Conservação do Solo norte-

americano, NRCS (“National Resources Conservation Service”), antigo SCS (Soil

Conservation Service) realizou trabalhos com o objetivo de estabelecer relações

entre precipitação, deflúvio superficial, vegetação, tipo e ocupação do solo.

Apesar de, originalmente ter sido desenvolvido para pequenas bacias rurais e

eventos chuvosos diários, tem sido adaptado para as condições urbanas. O

método propõe um simples equacionamento relacionando a altura precipitada ,hp,

à altura da lâmina escoada,hq, e o índice de armazenamento d’água na bacia, S,

como apresentado pela equação a seguir:

8,0

2,02

+

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛−

=

ShSh

Sh

p

p

q

Equação 7 Em que:

hq: altura da lâmina d‘água escoada (mm);

hp: altura precipitada (mm);

S : índice de armazenamento d’água na bacia (mm);

Válida quando hp.>0,2 .S Para hp ≤0,2.S o modelo admite que não ocorre

deflúvio superficial, ou seja, hq = 0

O índice de armazenamento de água na bacia é expresso conforme a

equação a seguir:

( )CN

CNS −⋅=

100254

Equação 8

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133

Em que:

• “CN”: “Curve Number” ou número de deflúvio.

Sabe-se que a quantidade de chuvas anteriores e conseqüentes umidades

anteriores do solo são bastante significativas para o cálculo das vazões extremas.

Dessa maneira, o Método NRCS distingue três condições de umidade do solo:

• Condição I: solos secos - chuvas recentes não ultrapassam 1 mm;

• Condição II: solos umedecidos - chuvas nos últimos cinco dias atingindo

um total de até 40 mm. Esta condição é normalmente assumida em

projetos de drenagem urbana;

• Condição III: solos úmidos (próximos da saturação) - chuvas nos

últimos dias superiores a 40 mm.

Hawkins et al. (1985) desenvolveram correlações entre a retenção potencial

máxima para as condições I e III (SI e SIII) e a retenção potencial máxima para

a condição II (SII):

III SS ⋅= 281,2 Equação 9

IIIII SS ⋅= 427,0 Equação 10

Em que:

• IS : ·índice de armazenamento para a condição I

• IIS : ·índice de armazenamento para a condição II

• IIIS : ·índice de armazenamento para a condição III

Hawkins et al. ainda determinaram equações que correlacionam o “CN” da

condição II com as demais condições, as quais são válidas para o intervalo 50 ≤

“CN” ≤ 95:

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134

CNCNCNI ×−

=01281,0281,2

Equação 11

CNCNCNIII ×−

=00573,0427,0

Equação 12 O Método NRCS também distingue quatro tipos de solos, a saber:

• Grupo A: solos arenosos com baixo teor de argila; total inferior a 8%;

não há rocha nem camadas argilosas, até profundidade de l m;

• Grupo B: solos arenosos, menos profundos que os solos do Grupo A e

com maior teor de argila total, porém ainda inferior a 15%;

• Grupo C: solos barrentos com teor de argila entre 20 e 30%, mas sem

camadas argilosas impermeáveis ou contendo pedras até a profundidade

de 1,2 m;

• Grupo D: solos barrentos com teor de argila acima de 30%.

As tabelas referentes ao Número da Curva (“CN”) a serem adotadas para as

áreas urbanas e rurais no presente estudo serão apresentadas em item especifico

a seguir onde se procede a explanação acerca do Método de determinação do

“CN”.

O Método NRCS prevê ainda determinação do volume escoado nas bacias de

cabeceira utilizando a técnica do hidrograma unitário, tendo em vista a ausência

de medidas hidráulicas nas bacias em questão.

O método do hidrograma unitário adimensional do NRCS foi obtido após uma

extensiva análise de dados observados em várias pequenas bacias hidrográficas

de diversas partes dos Estados Unidos. O hidrograma unitário adimensional é um

hidrograma unitário médio que melhor representou os diversos hidrogramas

unitários obtidos para as diversas bacias hidrográficas estudadas (McCuen, 2004).

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135

Hjelmfelt e Cassidy (1975) citados por Genovez (1991) recomendam o método

para bacias com áreas menores que 2.600 km².

O hidrograma unitário adimensional do NRCS, também conhecido como

hidrograma unitário curvilíneo (HUC-NRCS), possui o tempo de base igual a cinco

unidades do tempo de pico (5tp) e cerca de 3/8 (37,5%) do volume total escoado

superficialmente ocorre antes do tempo de pico. O ponto de inflexão ocorre

aproximadamente a 1,7 tp. Este hidrograma é apresentado na Figura 51 e na

Quadro 47 encontram-se os valores da abscissa (t/tp) e da ordenada (q/qp) do

HUC-NRCS.

Quadro 47 - Relações para o calculo do hidrograma curvilíneo do NRCS e de sua curva de massa.

q: vazão no tempo t; qp: vazão de pico; Qa: volume acumulado no tempo t; Q: volume total; tp:

tempo de pico do hidrograma.

Fonte: McCuen, 2004.

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Figura 51 - Hidrograma Unitário Curvilíneo Adimensional e o Hidrograma Unitário

Triangular Equivalente Fonte: McCuen, 2004.

O HUC-NRCS foi aproximado por um hidrograma unitário adimensional

triangular (HUT-NRCS), o qual possui características similares a do HUC-NRCS.

Isso pode ser observado na Figura 51. O tempo de base do HUT-NRCS é menor

que o do HUC-NRCS, sendo somente 8/3 do tempo de pico (2,67tp). A área antes

do tempo de pico para os dois hidrogramas é a mesma, ou seja, o volume

escoado superficialmente que ocorre antes do pico nos dois hidrogramas é igual a

3/8 (37,5%) do volume total escoado superficialmente.

A área abaixo da linha que desenha o hidrograma unitário é igual ao volume

do escoamento superficial, para o HUT-NRCS esse volume pode se determinado

pelas características geométricas (McCuen, 2004):

( )rpp ttqQ +⋅⋅=21

Equação 13 Em que,

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qp - vazão de pico

tp - tempo de pico

tr - tempo de recessão

Isolando qp temos:

pp t

QKq ⋅=

Equação 14 Sendo que:

p

r

ttK

+=

1

2

Equação 15 O valor de tr/tp é uma constante que para uma dada cheia pode ser obtida

através dos hidrogramas registrados. Da grande análise de dados, foi adotado o

valor médio de 5/3 para tr/tp (Ogrosky e Mockus, 1964; USBR, 1977). Com este

valor, obtêm-se K = 3/4.

Para se obter qp em m²/s, usando tp em horas, Q em cm e introduzindo a

área da bacia de drenagem A em km², no segundo membro da Equação 14, é

necessário multiplicá-lo pela constante 25/9 (2,778). Introduzindo também o

valor de K, chega-se a equação:

pp t

QAq ⋅⋅= 083,2

Equação 16 Em que:

qp - vazão de pico em m³/s

A - área de drenagem em km²

tp – tempo de pico em horas

Q - precipitação excedente em cm.

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Segundo McCuen (2004), a constante 25/12 (2,083) reflete um hidrograma

unitário triangular que tem 3/8 de sua área abaixo da curva de ascensão. Para

bacias localizadas completamente ou parcialmente em regiões montanhosas,

pode-se esperar um valor maior que 3/8 e, portanto, a constante da equação

2.29 pode se aproximar de 625/242 (2,582). Para bacias planas, em áreas de

brejo ou alagadas (banhados), pode ser da ordem de 625/484 (1,291).

O tempo de retardamento tl e o tempo de recessão tr foram associados

empiricamente ao tempo de concentração, chegando às seguintes relações

(Genovez, 2001):

cl tt ⋅= 6,0

Equação 17

pr tt ⋅= 67,1

Equação 18

O termo 0,6.tc é um fator empírico adotado por hidrólogos do NRCS como

representativo do tempo de retardamento tl. Este fator depende do tempo de

concentração tc (Genovez, 2001).

Com base na figura 2.11, o tempo de pico tp pode ser expresso em função

da duração unitária da precipitação excedente D e do tempo de concentração da

bacia tc, permitindo duas relações (McCuen, 2004):

pc tDt ⋅=+ 7,1

Equação 19

pc ttD=⋅+ 6,0

2

Equação 20

Resolvendo o sistema formado pelas equações acima para D, encontra-se

(McCuen, 2004):

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ctD ⋅= 133,0

Equação 21 Portanto, o tempo de pico pode ser escrito em função do tempo de

concentração:

cp tt ⋅=32

Equação 22 Expressando a Equação 16 em função do tempo de concentração, resulta

(McCuen, 2004):

cp t

QAq ⋅⋅= 125,3

Equação 23 Sendo:

qp - vazão de pico em m³/s

A - área de drenagem em km²

tc – tempo de concentração em horas

Q - precipitação excedente em cm.

Com os valores de qp, A, tc e Q = 1 cm obtêm o hidrograma unitário

adimensional triangular do NRCS. O hidrograma unitário adimensional curvilíneo

pode ser construído com os valores de qp e tp, usando as relações do Quadro 47.