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Plano Integradode Ações para o Enfrentamento às Doenças Negligenciadas PROGRAMA SANAR
2015 - 20182015 - 20182015 - 2018
Pernambuco
2ª Edição
Plano Integradode Ações para o Enfrentamento às Doenças Negligenciadas PROGRAMA SANAR
2015 - 20182015 - 20182015 - 2018
Pernambuco
2ª Edição
© 2015. Secretaria Estadual de Saúde. Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde.
Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não
seja para venda ou qualquer fim comercial. A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é
da área técnica.
Série A. Normas e Manuais Técnicos
Tiragem: 2.ª edição – 2017, 1000 exemplares
Elaboração, distribuição e informações:
Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde.
Rua Dona Maria Augusta Nogueira, 519, Bongi - Recife-PE
CEP: 50751-530
Telefone: (81) 3184-0186
E-mail: [email protected]
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Ficha Catalográfica
Pernambuco. Secretaria Estadual de Saúde. Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde. Plano Integrado de Ações
para o Enfretamento às Doenças Negligenciadas no Estado de Pernambuco/ SANAR – 2015 - 2018 / Secretaria
Estadual de Saúde. Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde. – Recife: Secretaria Estadual de Saúde, 2015.
46p. : il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos)
1. Vigilância em Saúde Pública. 2. Vigilância Epidemiológica 3. Doenças Negligenciadas. 4. Controle de doenças
transmissíveis. I. Título. II. Série.
Governador de PernambucoPaulo Henrique Saraiva Câmarax
Vice- governadorRaul Jean Louis Henry Júniorx
Secretário Estadual de SaúdeJosé Iran Costa Júniorxx
Chefe de GabineteCecília Camposx
Superintendência de ComunicaçãoRafael Montenegrox
Secretária Executiva de Coordenação GeralAna Cláudia Calloux
Secretária Executiva Atenção à SaúdeCristina Motax
Secretária Executiva de Regulação em SaúdeAndreza Barkokebasx
Secretária Executiva de Gestão de Pessoas e Educação em SaúdeRicarda Samarax
Secretário Executivo de Administração e FinançasJosé Adelino dos Santos Netox
Secretária Executiva de Vigilância em SaúdeLuciana Caroline Albuquerque Bezerrax
Assessoria do Gabinete SEVSAna Cláudia Simões CardosoAlessandro Cézar Rito SerqueiraPriscilla Limax
Diretora Geral de Informações e Ações Estratégicas da Vigilância EpidemiológicaPatrícia Ismael de Carvalhox
Diretora Geral de Promoção, Monitoramento e Avaliação da Vigilância em SaúdeJuliana Martins Barbosa da Silva Costax
Diretor Geral do Laboratório Central de Saúde Pública - LACENOvídio Araripex
Diretor da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária - APEVISAJaime Britox
Diretor Geral de Controle de Doenças e AgravosGeorge Santiago Dimechx
Gerência de Doenças Transmitidas por MicobactériasDanyella Késsia Travassosx
Coordenação de Prevenção, Vigilância e Controle da HanseníaseOlivia Juliana de Carvalho Feitosax
Coordenação de Prevenção, Vigilância e Controle da TuberculoseCândida Maria Nogueira Ribeirox
Coordenação de Prevenção e Controle de Zoonoses e Animais PeçonhentosFrancisco Duarte Farias Bezerrax
Superintendência de Vigilância e Controle das Doenças Negligenciadas/Programa SANARJosé Alexandre Menezes da Silvax
Coordenação de Vigilância e Controle da Doenças de Chagas, Tracoma e MaláriaGênova Maria de Azevedo Oliveirax
Gerência de Vigilância e Controle das Doenças Negligenciadas Transmitidas por VetoresBarbara Morgana da Silva
Gerência da I Regional de SaúdeAngela Roberta Lessa de Andradex
Gerência da II Regional de SaúdeFabianni Meneses Costax
Gerência da III Regional de SaúdeGaudêncio Tadeu de Andrade Costax
Gerência da IV Regional de SaúdeDjair de Lima Ferreira Júniorx
Gerência da V Regional de SaúdeCatarina Fábia Tenório Ferrox
Gerência da VI Regional de SaúdeSílvia Renata Gomesx
Gerência da VII Regional de SaúdeMaria Auxiliadora Alves Vasconcelos Verasx
Gerência da VIII Regional de SaúdeAline Silva Jerônimox
Gerência da IX Regional de SaúdeJoelma Rodriguesx
Gerência da X Regional de SaúdeMary Delania Sousax
Gerência da XI Regional de SaúdeKarla Millene Souza Lima Cantarelix
Gerência da XII Regional de SaúdeDaniele Uchôa Barros Alves
Equipe técnica nível central: Aluizio Augusto da SilvaAnabelle Bezerra FerreiraAna Carina SoteroAna Virgínia Matos Sá BarretoArianna Araújo Falcão Andrade e S. AlencarAymée Medeiros da RochaBárbara Morgana da SilvaCamylla Veloso Valença SauchaDenise de Barros BezerraEdnaldo José da SilvaFabiane Aragão Rodrigues de CarvalhoFlávia Silvestre Outtes WanderleyFrancisco Duarte Farias BezerraGênova Maria de Azevedo OliveiraGina Cristina Freitas FariasGleice Maria dos SantosJorge Luiz CruzJosé Alexandre Menezes da SilvaJosé Felipe PereiraJosé Holanda dos Santos NetoKatia Sampaio CoutinhoLisenildo Ferreira do NascimentoLudmila Vieira N. da PaixãoMarilia Barros GomesMichelle Caroline da Silva Santos MoraesMichelly Evangelista de AndradeMorgana de Freitas CaracioloOsvaldo BarbosaVânia Glaucinele da Silva Benigno
Residentes:
Amanda Correia Paes ZacariasArianny Soares Ramos de SantanaFernanda Vasconcelos Silva de OliveiraGeisany Amanda Veiga Barbalho de MouraJaqueline Maria dos SantosLaís Ferrari dos SantosLívia Almeida Lira FalcãoPaula Braga Ferreira
Estagiarias:
Clara Almeida de AlbuquerqueGabriela de Paiva SousaHayana Figueiredo GonçalvesPaloma de Souza Nascimento
Apoiadores do SANAR nas GERES
Cintia Micheli Gondim de L. Brito – I GERESAna Cristina Gomes da Silva – II GERESAymee Medeiros da Rocha – III GERESPietra Costa, Claudia Agra, Laryssa Paes– IV GERESKarla Michelle de Lima Alves – V GERESSérgio Murilo C. de Andrade – VI GERESLuciano Lindolfo – VII GERESMaria do Livramento F. de Freitas – VIII GERESSarah Mourão – IX GERESAlessandra Tadéia Tenório Noé – X GERESTânia Gomes de Carvalho – XI GERESRafael Ferreira de França – XII GERES
Diagramação e Design
Rafael Azevedo de Oliveira
Apoio Administrativo
Maria Roseni Paulino da Paz SilvaRicardo Alex de Lima
5 2015 - 2018Pernambuco
Plano Integrado de Ações para o Enfrentamento às Doenças Negligenciadas
LISTA DE ABREVIATURAS
APEVISA
CD
CDC
DC
EPI
ESF
FIOCRUZ
GERES
HIV
IC
IDH
IP
LACEN
MS
OMS
OPAS
PCE
PCDCh
PIT
SES
SEVS
SIM
SINAN
SIS-PCDCh
SISPCE
UD
VE
- Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária
- Conselho Diretor
- Center for Diseases Control
- Doença de Chagas
- Equipamento de Proteção Individual
- Estratégia de Saúde da Família
- Fundação Oswaldo Cruz
- Gerência Regional de Saúde
- Vírus da Imunodeficiência Humana
- Indicador Composto
- Índice de Desenvolvimento Humano
- Índice de Positividade
- Laboratório Central de Saúde Pública
- Ministério da Saúde
- Organização Mundial de Saúde
- Organização Pan-Americana da Saúde
- Programa de Controle da Esquistossomose
- Programa de Controle da Doença de Chagas
- Posto de Identificação de Triatomíneos
- Secretaria Estadual de Saúde
- Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde
- Sistema de Informação sobre Mortalidade
- Sistema de Informação de Agravos de Notificação
- Sistema de Informação do Programa de Controle da Doença de Chagas
- Sistema de Informação do Programa de Controle da Esquistossomose
- Unidade Domiciliar
- Vigilância Epidemiológica
2015 - 2018Pernambuco
Plano Integrado de Ações para o Enfrentamento às Doenças Negligenciadas
LISTA DE TABELAS E QUADROS
Tabela 1: Indicadores epidemiológicos utilizados para definição dos municípios prioritários por doença. Pernambuco, 2015-2018
Tabela 2: Série histórica de casos para as geo-helmintíases, segundo espécie, detectadas em Pernambuco, 2004 – 2014
Quadro 1: Distribuição dos municípios prioritários para as geo-helmintíases por Região de Saúde. Pernambuco, 2015-2018
Quadro 2:Distribuição dos municípios prioritários para esquistossomose por Região de Saúde. Pernambuco, 2015-2018
Quadro 3:Distribuição dos municípios prioritários para filariose, por Região de Saúde. Pernambuco, 2015-2018
Tabela 3: Distribuição de triatomíneos examinados, positivos e índice de infecção natural. Pernambuco, 2011 a 2014
Quadro 4: Distribuição dos municípios prioritários para doença de Chagas por Região de Saúde. Pernambuco,2015-2018
Quadro 5: Distribuição dos municípios prioritários para hanseníase e tuberculose por Região de
Saúde.Pernambuco, 2015-2018
Quadro 6: Distribuição dos municípios prioritários para leishmaniose visceral por Região de Saúde. Pernambuco, 2015-2018
6
....................................................................................................................15
................................................................................................................................19
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..................................................................................................................................29
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Plano Integrado de Ações para o Enfrentamento às Doenças Negligenciadas
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 : Municípios prioritários para o Programa SANAR de acordo com o número de doenças negligenciadas. Pernambuco, 2015-2018
Figura 2: Modelo Lógico do Programa SANAR / 2015-2018
Figura 3: Distribuição geográfica dos municípios prioritários para as geo-helmintíases. Pernambuco, 2015
Figura 4: Modelo Lógico do Programa SANAR – Geo-helmintíases, 2015-2018
Figura 5: Número de exames realizados e percentual de positividade para esquistossomose. Pernambuco, 2004-2014
Figura 6: Distribuição geográfica dos municípios prioritários para esquistossomose. Pernambuco, 2015
Figura 7: Modelo Lógico do Programa SANAR - Esquistossomose, 2015-2018
Figura 8: Distribuição geográfica dos municípios prioritários para filariose. Pernambuco, 2015
Figura 9: Número de exames de gota espessa e a prevalência da filariose. Pernambuco, 2004 a 2014
Figura 10: Modelo Lógico do Programa SANAR - Filariose, 2015-2018
Figura 11: Distribuição das unidades domiciliares pesquisadas, positivas para triatomíneos e índice de infestação vetorial. Pernambuco, 2010 a 2014
Figura 12: Distribuição geográfica dos municípios prioritários para doença de Chagas. Pernambuco, 2015
Figura 13: Modelo Lógico do Programa SANAR - Doença de Chagas, 2015-2018.
Figura 14: Coeficiente de detecção de hanseníase na população geral e em menores de 15 anos, segundo ano de diagnóstico. Pernambuco, 2004 a 2013
Figura 15: Taxa de incidência de tuberculose segundo ano de diagnóstico. Pernambuco, 2004 a 2013
Figura 16: Distribuição geográfica dos municípios prioritários para tuberculose e hanseníase. Pernambuco, 2015-2018
Figura 17: Modelo Lógico do Programa SANAR- Tuberculose e Hanseníase, 2015-2018
Figura 18: Número de casos notificados e confirmados de leishmaniose visceral. Pernambuco, 2010-2014
Figura 19: Distribuição do coeficiente de incidência e proporção de letalidade por leishmaniose visceral. Pernambuco, 2010-2014
Figura 20: Distribuição geográfica dos municípios prioritários para leishmaniose visceral. Pernambuco, 2015
Figura 21: Modelo Lógico do Programa SANAR - leishmaniose visceral, 2015-2018
.........................................................................................................16
.............................................................................18
...........................................................................................................................................20
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.................................................................................................................................32
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Plano Integrado de Ações para o Enfrentamento às Doenças Negligenciadas
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
2.2 Objetivos específicos
3. CRITÉRIOS DE SELEÇÃO
3.1 Seleção das doenças prioritárias
3.2 Seleção dos municípios prioritários
4. SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA E ESTRATÉGIAS DE AÇÃO
4.1 Estratégias gerais de ação do Programa SANAR
4.2 Situação epidemiológica e estratégias de intervenção específicas por doença
4.2.1 Geo-helmintíases
4.2.2 Esquistossomose
4.2.3 Filariose
4.2.4 Doença de Chagas
4.2.5 Hanseníase e Tuberculose
4.2.5.1 Situação epidemiológica da hanseníase
4.2.5.2 Situação epidemiológica da tuberculose
4.2.6 Leishmaniose visceral
4.2.7 Tracoma
5. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
6. APÊNDICES
Parâmetros utilizados para tuberculose
Parâmetros utilizados para hanseníase
......................................................................................................................13
......................................................................................................................14
...........................................................................................................14
........................................................................................14
.....................................................................................15
...............................................................17
...........................................................................................................19
.............................................................................................................22
............................................................................................................................25
..........................................................................................................28
..............................................................................................31
.......................................................................31
.......................................................................31
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Plano Integrado de Ações para o Enfrentamento às Doenças Negligenciadas
APRESENTAÇÃO
O Governo de Pernambuco instituiu através do Decreto nº 39.497, de 11 de junho de 2013, o Programa
de Enfrentamento às Doenças Negligenciadas – SANAR, que a partir de dezembro de 2014 foi incluído
formalmente no organograma da Secretaria Estadual de Saúde como uma Superintendência. Levando em
conta essa política, fica estabelecido para o próximo quadriênio (2015-2018) que o enfrentamento às doenças
negligenciadas se manterá como prioridade da gestão através do fortalecimento do Programa SANAR.
Trata-se de um programa integrado que é coordenado pela Secretaria Executiva de Vigilância em
Saúde e que tem como base a intersetorialidade e a política do Governo do Estado, com a visão de contribuir
para o reconhecimento dos direitos humanos e para o exercício da cidadania, bem como, a prevenção e
proteção social contra violações dos direitos dos cidadãos.
O Estado assume mais uma vez o compromisso público de reduzir a carga dessas doenças e otimizar
os recursos disponíveis para o desenvolvimento de intervenções adequadas e custos efetivas.
As atividades para o SANAR foram desenhadas considerando o planejamento estratégico da
Secretaria Estadual de Saúde e visando fortalecimento da capacidade de resposta para estas doenças.
Cada uma das oito doenças incluídas nesse plano (hanseníase, tuberculose, esquistossomose,
filariose linfática, geohelmintíases, doença de Chagas, leishmaniose visceral e tracoma) apresenta
peculiaridades clínicas e epidemiológicas. Contudo, todas serão abordadas de forma transversal priorizando a
integração com a gestão municipal do SUS, buscando concentrar esforços na atenção primária e na oferta de
tratamento integral e oportuno.
Iran Costa Júnior
Secretário Estadual de Saúde
13 2015 - 2018Pernambuco
Plano Integrado de Ações para o Enfrentamento às Doenças Negligenciadas
1. INTRODUÇÃO
O enfrentamento às doenças negligenciadas é uma ação prioritária do Governo de Pernambuco. Essas
doenças fazem parte de uma agenda internacional (resolução OPAS/OMS CD49. R19, 2009) que para seu
enfrentamento necessita de um conjunto articulado de ações de promoção, prevenção e controle. Para este fim,
a Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco organizou
uma série de intervenções em municípios prioritários por meio do Programa SANAR.
As doenças negligenciadas caracterizam-se por apresentar elevada morbimortalidade, são passíveis
de intervenções tecnicamente viáveis, causam incapacidade, são preveníveis ou eliminadas com
quimioterápicos e possuem disponibilidade de diagnóstico e tratamento na rede de saúde pública.
O Programa SANAR incluirá para o quadriênio de 2015-2018 oito doenças: geohelmintíases,
esquistossomose, filariose, doença de Chagas, hanseníase, tuberculose, leishmaniose visceral e tracoma, que
serão trabalhadas de forma integrada e com financiamento estadual.
Destaca-se como proposições para esse plano a intensificação das ações de vigilância e controle da
tuberculose e hanseníase focadas na melhoria da detecção precoce de casos, tratamento do maior número de
indivíduos e na oferta de referências assistenciais para os casos crônicos e graves. As ações que serão
empregadas para a tuberculose e hanseníase, assim como para as demais doenças prioritárias, pretendem
impactar a médio e longo prazo, na redução da circulação ambiental dos agentes etiológicos e na redução de
novos casos.
Para esse enfrentamento serão utilizadas ferramentas e estratégias disponíveis que já obtiveram
sucesso e as experiências das Gerências Regionais de Saúde e dos municípios em anos anteriores.
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Plano Integrado de Ações para o Enfrentamento às Doenças Negligenciadas
2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
· Melhorar indicadores inaceitáveis de oito doenças transmissíveis negligenciadas (tuberculose,
hanseníase, esquistossomose, geohelmintíases, doença de Chagas, filariose, leishmaniose e
tracoma) no estado de Pernambuco.
2.2 Objetivos específicos
· Ampliar o Programa para novos municípios no Estado;
· Redefinir municípios e localidades prioritários considerando os indicadores epidemiológicos
inaceitáveis;
· Manter e aprimorar as estratégias intra e intersetoriais que permitam fortalecimento e sustentabilidade
das ações;
· Acompanhar e apoiar a incorporação dos processos de trabalho de vigilância e controle dessas
doenças na rede de atenção primária à saúde;
· Monitorar e avaliar a implementação do Programa;
3. CRITÉRIOS DE SELEÇÃO
3.1 Seleção das doenças prioritárias
� A definição das doenças negligenciadas, integrantes do Programa SANAR, considerou critérios
existentes em relatórios, resoluções, documentos técnicos e protocolos vigentes da Organização Pan-
Americana de Saúde (OPAS/OMS) e Ministério da Saúde do Brasil, estabelecendo dessa forma uma série de
requisitos:
· Ser uma doença para a qual se dispõem de intervenções eficazes e bem delimitadas;
· Possuir estratégias alternativas de tratamento coletivo ou quimioprofilaxia;
· Possuir protocolos estabelecidos e testados em várias partes do mundo com orientações para
desenvolvimento de programas de eliminação e controle;
· Ter protocolo nacional/estadual de vigilância epidemiológica implantado.
� São evidentes os avanços na implantação do Programa SANAR, com melhoria significativa de
indicadores nas áreas de maior endemicidade para doenças negligenciadas e a sustentabilidade das
estratégias implantadas (PERNAMBUCO, 2014). Desta forma, o alcance de metas, no quadriênio 2011-2014,
reforçou a necessidade de revisão das prioridades, definindo novas regiões/municípios para o enfrentamento
das doenças prioritárias.
� As ações de vigilância e controle do tracoma, realizadas pelo Programa SANAR, no período de 2011 a
2014, tiveram como resultado final (impacto) a redução da prevalência da doença para menos de 5,0% na
população de escolares matriculados na rede pública de ensino, na faixa etária de 1 a 15 anos, nos 22
municípios prioritários (PERNAMBUCO, 2014). Diante da efetividade no controle da doença, justifica-se a não
inclusão do tracoma como prioritário no Programa SANAR nesse próximo quadriênio. Entretanto, é
extremamente necessário dar continuidade à vigilância de rotina e prevenção do tracoma no estado.
� A Leishmaniose Visceral (LV), considerada negligenciada e historicamente endêmica em Pernambuco,
está amplamente distribuída no Estado. Diante das altas incidência e letalidade, foram definidas áreas de
vulnerabilidade e estratégias prioritárias para a inclusão desta no Programa SANAR.
�
15 2015 - 2018Pernambuco
Plano Integrado de Ações para o Enfrentamento às Doenças Negligenciadas
Dessa forma, para o quadriênio 2015-2018, mantiveram-se seis doenças trabalhadas no quadriênio
anterior (geohelmintíases, esquistossomose, filariose, doença de Chagas, hanseníase, tuberculose) com a
inclusão de novas localidades e municípios prioritários, além da inclusão da leishmaniose visceral na lista das
doenças contempladas pelo Programa SANAR.
�3.2 Seleção dos municípios prioritários
� Para a seleção dos municípios prioritários, foram considerados os indicadores epidemiológicos
específicos utilizados na rotina de análise de cada doença, considerando a disponibilidade dos dados nos
sistemas de informação no período de 2010 a 2014 (tabela 1). A partir dos indicadores epidemiológicos foi
estabelecida uma estratificação de risco, tomando por base os padrões recomendados pela OPAS, OMS e MS.
Os municípios com maior carga de cada doença foram considerados prioritários.
� As fontes de dados utilizadas foram o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN),
Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), o Sistema de Informação do Programa de Controle de
Esquistossomose (SISPCE), o Sistema de Informação do Programa de Controle da Doença de Chagas (SIS-
PCDCh), Sistema Gerenciador do Ambiente Laboratorial (GAL), da Secretaria Estadual de Saúde.
Tabela 1: Indicadores epidemiológicos utilizados para definição dos municípios prioritários por doença.
Pernambuco, 2015-2018.
((*) PNUD, 2010 (**)* IC = Foi constituído a partir dos indicadores HANSENÍASE (cura + contatos examinados +
avaliação do grau de incapacidade + coeficiente de detecção geral) e TUBERCULOSE (cura + abandono + taxa de
mortalidade + taxa de incidência), onde foram atribuídos de 1 a 3 pontos de acordo com parâmetros estabelecidos pelo
Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde. A soma dos indicadores simples definiu a pontuação do IC, que
pode variar do mínimo 4 ao máximo de 12 pontos. Sendo assim o IC foi estratificado em três faixas para classificação
final: bom (4 a 5 pontos), intermediário (6 a 8 pontos) e crítico (9 a 12 pontos) (APÊNDICE A e B).
Doença Prioritária Critério / Indicador epidemiológico
Doença de Chagas
Municípios atendidos pelo SANAR (2011-2014) que permaneceram com
Índice de Infestação Vetorial ≥10% e municípios com: índice de
infestação vetorial ≥ 10% + Índice de colonização vetorial >0 + sorologia
humana reagente
Esquistossomose Localidades com Índice de Positividade ≥10% em pelo menos dois anos
no período de 2010-2014 Filariose Municípios com transmissão autóctone
Geo-helmintíases Municípios com IDH baixo (0,500- 0,599) ou muito baixo (0-0,499)*
HanseníaseMunicípios com situação crítica no indicador composto (IC)**
no período de 2011 a 2014
Leishmaniose
Visceral
Municípios com transmissão moderada com óbito ou transmissão intensa
– Média de casos humanos ≥ 1,0
(2010- 2014)
Tuberculose
Municípios com situação crítica no indicador composto (IC)**
no período de 2011 a 2014
TracomaMunicípios com percentual de positividade > 5 registrado a partir dos
resultados do inquérito nacional e dos dos inquéritos amostrais do SANAR
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Plano Integrado de Ações para o Enfrentamento às Doenças Negligenciadas
A partir dos critérios estabelecidos foram selecionados 141 (76%) municípios de Pernambuco. A
distribuição destes em suas respectivas Regiões de Saúde está apresentada no mapa do Estado (Figura 1).
Figura 1: Municípios prioritários do Programa SANAR de acordo com o número de doenças negligenciadas.
Pernambuco, 2015-2018.
Fonte: Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde/SES-PE.
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Plano Integrado de Ações para o Enfrentamento às Doenças Negligenciadas
4. SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA E ESTRATÉGIAS DE AÇÃO
4.1 Estratégias gerais de ação do Programa SANAR
O Programa SANAR é composto por quatro componentes: (i) Gestão; (ii) Vigilância em Saúde; (iii)
Assistência à Saúde; e (iv) Educação em Saúde, que constituem a base do modelo operacional do Programa
para as sete doenças prioritárias, tendo, entretanto, especificidades peculiares ao modo de enfrentamento de
cada doença, em virtude de suas características epidemiológicas e distribuição espacial.
O Programa SANAR foi estruturado em um arcabouço técnico permeado fortemente por três
macrofunções: Gestão; Financiamento; Monitoramento e Avaliação, a serem coordenadas pela Secretaria
Executiva de Vigilância em Saúde da SES-PE, devendo manter permanentes articulações: intra-setorial, com
as demais secretarias executivas, diretorias, programas, instâncias gestoras do SUS, organismos não
governamentais e serviços de saúde; e intersetorial, haja vista a necessidade do envolvimento das áreas de
educação, meio ambiente, infraestrutura urbana, saneamento, sistema prisional, entre outras. Nesse sentido,
inicialmente foi criada uma Coordenação, e posteriormente, instituiu-se a Superintendência com um quadro de
técnicos para atuação específica no Programa SANAR, que desenvolvem suas atividades sediadas no nível
central da SES e nas Gerências Regionais de Saúde (GERES), tendo como prioridade as atividades de campo
junto às instâncias gestoras municipais e às unidades de saúde e de educação.
A Figura 2 apresenta o Modelo Lógico do Programa SANAR explicitando as estratégias de ação e os
resultados previstos numa perspectiva integrada de atuação para o enfrentamento conjunto das doenças. Para
cada uma delas será desenvolvido um modelo lógico específico que subsidiará não apenas a
operacionalização das estratégias de enfrentamento, mas, principalmente, o monitoramento de sua execução.
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Reduzir e/ou eliminar doenças transmissíveis negligenciadas em Pernambuco, nos municípios prioritários para cada doença, no período de 2015 -2018
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Doença de Chagas | Esquistossomose | Filariose | Geo-helmintíase | Hanseníase |Leishmaniose Visceral | Tuberculose
Figura 2: Modelo Lógico do Programa SANAR, 2015-2018.
19 2015 - 2018Pernambuco
Plano Integrado de Ações para o Enfrentamento às Doenças Negligenciadas
4.2 Situação epidemiológica e estratégias de intervenção específicas por doença
4.2.1 Geo-helmintíases
4.2.1.1 Situação epidemiológica das geo-helmintíases
As geohelmintíases constituem um grupo de doenças causadas por parasitas intestinais que
acometem o homem com transmissão relacionada ao solo. Os parasitas mais prevalentes são: Ascaris
lumbricoides, Trichuris trichiura, Ancylostoma duodenale e Necator americanus. Esse conjunto de
enfermidades constitui um grave problema de saúde pública em diversas regiões do mundo. Sua presença está
associada, quase sempre, ao baixo desenvolvimento econômico, carência de saneamento básico e falta de
higiene, uma vez que esses vermes são facilmente transmitidos pela água, alimentos, mãos e ambientes
contaminados.
O impacto negativo da infecção por geo-helmintos produz, além da redução no desenvolvimento físico
e mental, uma diversidade de quadros mórbidos que incluem diarreia, dores abdominais, inapetência, perda de
peso, até complicações como a formação de granulomas e processos obstrutivos que exigem intervenção
cirúrgica, podendo inclusive levar o paciente ao óbito. Esse quadro de morbidade é mais grave em crianças.
Apesar da escassez de informações oficiais sobre a ocorrência das verminoses estima-se que, no país,
a prevalência apresenta uma variação entre 2 a 36%, sendo os municípios com os mais baixos Índices de
Desenvolvimento Humano (IDH), os de maiores taxa de prevalência (BRASIL, 2012).
Em Pernambuco, nos municípios que possuem o Programa de Controle da Esquistossomose (PCE)
implantado, a população infectada por geo-helmintos é detectada na rotina de busca ativa dos portadores de
Schistosoma mansoni, sendo encontrados nos resultados laboratoriais (por ordem de frequência): Ascaris,
Trichuris, Ancilostoma, Taenia, Enterobius, Strongyloides e Hymenolepis (Tabela 2).
Tabela 2: Série histórica de casos para as geo-helmintíases, segundo espécie, detectadas em Pernambuco,
2004 - 2014.
Fonte: SISPCE/SEVS/SES-PE.
No período de 2011 a 2014 as ações de controle das geohelmintíases, realizadas pelo Programa SANAR, foram desenvolvidas em 40 municípios prioritários em conjunto com as ações do Programa de Controle da Esquistossomose. Em 2010, a positividade das geohelmintíases nos municípios prioritários foi de 33,2%, passando para 11,6% em 2014, o que representa uma diminuição de 65,0%.
É importante destacar a fragilidade dos registros sobre as geohelmintíases no SISPCE, seja pela dificuldade de estabelecer o diagnóstico etiológico, seja pelo preenchimento incorreto, com ausência de informações no boletim de campo nº 101 - SISPCE.
Visando o fortalecimento das ações de vigilância das geohelmintíases para o quadriênio 2015-2018, foram definidos 108 municípios prioritários que apresentam IDH baixo (0,500-0,599) ou muito baixo (0 – 0,499) (PNUD, 2010) (Figura 3 e Quadro 1).
Espécie ANO
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010 2011
2012
2013
2014
Ascaris lumbricóides 42.456 52.596 32.649 16.850 12.685 15.482 10.670 9.089 7.526 6.635 691
Ancilostomídeos 5.025 6.782 1.864 1.306 942 1.080 948 1.235 1.370 1.562 136
Taenia sp. 427 646 508 121 144 147 195 148 292 396 41
Trichuris trichiura 12.291 16.672 9.552 6.697 2.080 5.595 5.349 3.312 3.888 3.086 344
Enterobius vermicularis
316
277
320
120
244
149
92
204 289
110
27
Strongyloides stercoralis
58
166
208
65
17
92
49
27
176 42
13
Hymenolepis nana
51
342
72
34
17
31
74
44
135 61
12
Total
60.624
77.481
45.173
25.193
16.129
22.576
17.377
14.059
13.676
11.892
1.264
202015 - 2018Pernambuco
Plano Integrado de Ações para o Enfrentamento às Doenças Negligenciadas
Figura 3: Distribuição geográfica dos municípios prioritários para as geo-helmintíases. Pernambuco, 2015.
Fonte: SANAR/SEVS/SES-PE.
Quadro 1: Distribuição dos municípios prioritários para as geo-helmintíases por Região de Saúde. Pernambuco, 2015-2018.
Fonte: SANAR/Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde/SES-PE
Os recursos, atividades, resultados e impacto esperado são apresentados no modelo lógico do Programa SANAR para o controle das Geo-helmintíases nos municípios prioritários. Espera-se ao final do quadriênio 2015-2018, reduzir para menos de 20% a prevalência de geohelmintíases em escolares da rede pública em 108 municípios prioritários (Figura 4).
I GERES Araçoiaba, Chã Grande e Pombos
II GERES Buenos Aires, Casinhas, Cumaru, João Alfredo, Machados, Passira,
Salgadinho e Vertente do Lério
III GERES Água Preta, Amaraji, Barreiros, Belém de Maria, Cortês, Jaqueira, Joaquim
Nabuco, Lagoa dos Gatos, Maraial, Primavera, Quipapá, São Benedito do
Sul, Sirinhaém, Tamandaré e Xexéu
IV GERES
Agrestina, Alagoinha, Altinho, Barra de Guabiraba, Bonito, Brejo da Madre de Deus, Cachoeirinha, Camocim de São Félix, Cupira, Frei Miguelinho,
Ibirajuba, Jataúba, Jurema, Panelas, Poção, Riacho das Almas, Sairé, Santa
Maria do Cambucá, São Bento do Una, São Caetano, São Joaquim do
Monte, Tacaimbó e Vertentes
V GERES
Águas Belas, Angelim, Bom Conselho, Brejão, Caetés, Calçados,
Canhotinho, Capoeiras, Correntes, Iati, Itaíba, Jucati, Jupi, Lagoa do Ouro,
Palmerina , Paranatama, Saloá, São João e Terezinha
VI GERES Buíque, Custódia, Ibimirim, Inajá, Manari, Pedra, Tacaratu, Tupanatinga e
Venturosa
VII GERES Mirandiba, Serrita e Terra Nova
VIII GERES
Afrânio, Dormentes, Lagoa Grande e Santa Maria da Boa Vista
IX GERES Bodocó, Exu, Granito, Ipubi, Ouricuri, Parnamirim, Santa Cruz, Santa
Filomena e Trindade
X GERES Brejinho, Carnaíba, Iguaraci, Itapetim, Quixaba, Santa Terezinha e Solidão
XI GERES Betânia, Calumbi, Carnaubeira da Penha, Flores e Itacuruba
XII GERES Itambé, Itaquitinga e São Vicente Ferrer
21 2015 - 2018Pernambuco
Plano Integrado de Ações para o Enfrentamento às Doenças Negligenciadas
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Figura 4: Modelo Lógico do Programa Sanar - Geo - Helmintíases, 2015-2018.
222015 - 2018Pernambuco
Plano Integrado de Ações para o Enfrentamento às Doenças Negligenciadas
4.2.2 Esquistossomose
4.2.2.1 Situação epidemiológica da esquistossomose
A esquistossomose é uma doença parasitária causada pelo trematódeo Schistosoma mansoni. No ciclo
de transmissão desse verme são essenciais as coleções hídricas (rios, lagos, córregos, poças) e caramujos
aquáticos do gênero Biomphalaria. A esquistossomose pode apresentar diferentes formas clínicas, desde
assintomática, até formas graves, podendo levar a óbito (REY, 2008). A magnitude em função do número de
casos, associada à severidade das formas clínicas, torna a esquistossomose uma doença de grande relevância
enquanto problema de saúde pública.
O estado de Pernambuco é considerado a unidade federada do Brasil com maior grau de endemicidade
para a esquistossomose e apresenta aproximadamente 1/3 dos óbitos (Figura 5). Em 2013, foram registrados
141 óbitos, a maioria oriunda de municípios prioritários. No Estado existem 103 municípios de seis Regiões de
Saúde endêmicos para a doença. Estes estão situados no litoral, zona da mata e parte do agreste do Estado. De
acordo com o SISPCE, em 2014 foram realizados 256.660 exames parasitológicos de fezes em 117 municípios.
A positividade de Schistosoma mansoni variou de 0,1% a 22,0% nos municípios endêmicos.
Observa-se na Figura 5 que houve importante redução de casos positivos, mesmo com a oscilação do
número de exames realizados. A redução na positividade da esquistossomose ocorreu a partir de 2009, com
maior evidência em 2012, possivelmente após a implantação do tratamento coletivo nas localidades
hiperendêmicas, como também, por meio da intensificação do tratamento seletivo nas unidades de saúde em
áreas de baixa a moderada transmissão.
Figura 5: Número de exames realizados e percentual de positividade para esquistossomose. Pernambuco,
2004-2014.
Fonte: SISPCE/SEVS/SES-PE
Foram definidas como prioritárias 56 localidades distribuídas em 26 municípios que apresentaram
Índice de Positividade (IP) ≥10% em pelo menos dois anos no período de 2010-2014 (Figura 6 e Quadro 2).
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23 2015 - 2018Pernambuco
Plano Integrado de Ações para o Enfrentamento às Doenças Negligenciadas
Figura 6: Distribuição geográfica dos municípios prioritários para esquistossomose. Pernambuco, 2015.
Fonte: SANAR/SEVS/SES-PE
Quadro 2: Distribuição dos municípios prioritários para esquistossomose por Região de Saúde. Pernambuco,
2015-2018.
Fonte: Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde/SES-PE
Os recursos, atividades, resultados e impacto esperado são apresentados no modelo lógico do
Programa SANAR para o controle da esquistossomose nos municípios prioritários. Espera-se ao final do
quadriênio 2015-2018, reduzir para menos de 10% a positividade as esquistossomose nas 56 localidades de 26
municípios prioritários (Figura 7).
I GERES
Araçoiaba, Moreno, São Lourenço da Mata e Vitória de Santo Antão
II GERES
Carpina, Machados, Tracunhaém e Vicência
III GERES
Água Preta, Escada, Gameleira, Jaqueira, Lagoa dos Gatos,
Palmares, Primavera, Quipapá, Ribeirão, Rio Formoso, São Benedito
do Sul, Sirinhaém e Xexéu
V GERES Brejão
XII GERES Aliança, Goiana, Itaquitinga e Timbaúba
242015 - 2018Pernambuco
Plano Integrado de Ações para o Enfrentamento às Doenças Negligenciadas
Figura 7: Modelo Lógico do Programa Sanar - Esquistossomose, 2015-2018.M
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26 municípios prioritários até 2018
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25 2015 - 2018Pernambuco
Plano Integrado de Ações para o Enfrentamento às Doenças Negligenciadas
4.2.3 Filariose
4.2.3.1 Situação epidemiológica da filariose
A filariose linfática é uma doença crônica debilitante, causada pelo verme da espécie Wuchereria
bancrofti, sendo ainda hoje um importante problema de saúde pública em algumas regiões do mundo. No Brasil,
é considerada uma doença negligenciada, prevalente em populações de baixo nível socioeconômico, carentes
em saneamento e água tratada. A Região Metropolitana do Recife (PE) é considerada o único foco ativo de
filariose linfática no Brasil (BRASIL, 2011).
Atualmente, quatro municípios do estado de Pernambuco (Jaboatão dos Guararapes, Recife, Olinda e
Paulista) localizados na I Região de Saúde, são considerados endêmicos (Figura 8 e Quadro 3). Nesses
municípios, exceto Paulista, foram realizados mais de cinco anos de tratamento coletivo nas localidades com
prevalência maior que 1% e os resultados atuais sugerem o início de interrupção da transmissão. Como
consequência das estratégias adotadas observa-se uma importante redução da prevalência nesses
municípios, no período de 2003 a 2014. Neste último ano, foram registrados 02 casos positivos de um total de
95.263 pessoas examinadas através do método da gota-espessa (Figura 9)..
Figura 8: Distribuição geográfica dos municípios prioritários para filariose. Pernambuco, 2015.
Fonte: SANAR/SEVS/SES-PE
Quadro 3: Distribuição dos municípios prioritários para filariose, por Região de Saúde. Pernambuco, 2015-
2018.
Fonte: Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde/SES-PE.
GERES
MUNICÌPIOS
I
Jaboatão dos Guararapes
Recife
Olinda
Paulista
262015 - 2018Pernambuco
Plano Integrado de Ações para o Enfrentamento às Doenças Negligenciadas
Figura 9: Número de exames de gota espessa e prevalência da filariose. Pernambuco, 2004 a 2014.
Fonte: GDNTV/SEVS/SES-PE
Os recursos, atividades, resultados e impacto esperado são apresentados no modelo lógico do Programa SANAR para a filariose nos municípios prioritários. Espera-se ao final do quadriênio 2015-2018, finalizar o processo de verificação para eliminação da transmissão dessa enfermidade enquanto problema de saúde pública em 25 unidades de implementação nos municípios de Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes (Figura 10).
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0,100
0,200
0,300
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2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
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27 2015 - 2018Pernambuco
Plano Integrado de Ações para o Enfrentamento às Doenças Negligenciadas
Figura 10: Modelo Lógico do Programa SANAR - Filariose, 2015-2018.
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Finalizar o processo de verificação para a eliminação
da transmissão da filariose enquanto problema de saúde pública em 25 unidades de implementação nos
municípios de Recife, Olinda e Jaoboatão dos
Guararpes até 2018
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282015 - 2018Pernambuco
Plano Integrado de Ações para o Enfrentamento às Doenças Negligenciadas
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2010 2011 2012 2013 2014
Ud pesq UD pos IIV (%)
4.2.4 Doença de Chagas
4.2.4.1 Situação epidemiológica da doença de Chagas
Considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença negligenciada, está
relacionada às condições de vida do indivíduo. É endêmica na América Latina, atingindo cerca de 12 milhões de
pessoas. Trata-se de uma doença infecciosa, que tem como agente etiológico o protozoário Trypanosoma cruzi,
podendo ser transmitida por via oral, transfusional, transplante de órgão, transplacentária ou vetorial.
Provoca no homem distintas formas clínicas. Dentre essas, destacam-se por sua importância
epidemiológica, as formas agudas (indício de transmissão ativa), indeterminadas (mais frequentes), cardíacas
e digestivas (gravidade clínica). Estima-se que as formas agudas aparentes se manifestam em 3% dos casos
em área endêmica, as indeterminadas em 50%; as cardíacas em 30%; e as digestivas em 7 a 8% (BRASIL,
2005a).
Destacam-se, por sua gravidade, a cardiopatia chagásica que ocorre em 27% dos casos, as dilatações
de órgãos cavitários, que afetam principalmente o aparelho digestivo (megaesôfago, megacólon) em 6% dos
infectados, e distúrbios neurológicos em 3%.(SANTOS JÚNIOR, 2002).
No Brasil, predominam os casos crônicos decorrentes de infecção por via vetorial. A média de óbitos por
doença de Chagas crônica no período de 2011 a 2014 foi 115 óbitos/ano.
Pernambuco situa-se numa região originalmente de risco para a transmissão vetorial, justificando a
necessidade da execução das ações de vigilância e controle entomológico. Dentre as espécies capturadas no
ambiente domiciliar, destacam-se o Triatoma brasiliensis, Triatoma pseudomaculata, Triatoma sordidae,
Panstrongylus lutzi e Panstrongylus megistus. O vetor é o único elemento vulnerável ao controle na cadeia de
transmissão (BRASIL, 2005b).
No período de 2010 a 2014, foram pesquisadas cerca de 8.500 unidades domiciliares/ano com uma
média do índice de infestação vetorial de 7,6%, (Figura 11). No que se refere ao número de triatomíneos
examinados observa-se um aumento, no período de 2011 a 2014, com redução no índice de infecção natural
(3,1%) (Tabela 3).
Figura 11: Distribuição das unidades domiciliares pesquisadas, positivas para triatomíneos e índice de
infestação vetorial. Pernambuco, 2010 a 2014.
Fonte: SISPCDCh/SEVS/SES-PE.
Nota: *UD – Unidade domiciliar
** IIV – Índice de infestação vetorial
29 2015 - 2018Pernambuco
Plano Integrado de Ações para o Enfrentamento às Doenças Negligenciadas
Tabela 3: Distribuição de triatomíneos examinados, positivos e índice de infecção natural. Pernambuco, 2011 a
2014.
Fonte: SISPCDCh/SEVS/SES-PE.
Nota: *IIN – Índice de Infecção natural.
Após a análise dos indicadores epidemiológicos (Tabela 1), foram selecionados 19 municípios
prioritários, distribuídos em sete Regiões de Saúde (Figura 12 e Quadro 4).
Figura 12: Distribuição geográfica dos municípios prioritários para doença de Chagas. Pernambuco, 2015.
Fonte: SANAR/S/SES-PE.
Quadro 4: Distribuição dos municípios prioritários para doença de Chagas por Região de Saúde. Pernambuco,
2015-2018.
Fonte: SANAR/SEVS/SES-PE
Anos
Examinados
Positivos
IIN (%)
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2012
9.605
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2013
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2014
9.113
287
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GERES MUNICÍPIOS II GERES Limoeiro III GERES Quipapá VII GERES
Salgueiro, Terra Nova
VIII GERES
Afrânio, Dormentes, Orocó e Petrolina
IX
GERES
Santa Cruz, Santa Filomena e Parnamirim
X GERES
Afogados da Ingazeira, São José do Egito, Ingazeira, Tabira, Carnaíba, Iguaraci e Itapetim
XI GERES
Serra Talhada
302015 - 2018Pernambuco
Plano Integrado de Ações para o Enfrentamento às Doenças Negligenciadas
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Reduzir o índice de infestação vetorial para menos de 10% nas unidades domiciliares dos 19 municípios prioritários até 2018
Figura 13: Modelo Lógico do Programa SANAR - Doença de Chagas, 2015-2018.
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Plano Integrado de Ações para o Enfrentamento às Doenças Negligenciadas
31 2015 - 2018Pernambuco
Plano Integrado de Ações para o Enfrentamento às Doenças Negligenciadas
4.2.5 Hanseníase e Tuberculose 4.2.5.1 Situação epidemiológica da hanseníase
A hanseníase é uma doença infectocontagiosa crônica e granulomatosa, decorrente de infecção
causada pelo Mycobacterium leprae, que tem a sua manutenção acentuada em áreas de risco social elevado,
sobretudo no convívio domiciliar, o qual é apontado como importante espaço de transmissão da doença.
Em 2013, o Brasil diagnosticou 31.044 casos de hanseníase na população geral, correspondendo a
15,44 casos por 100.000 habitantes e 2.439 casos em menores de 15 anos, representando 5,03 casos por
100.000 habitantes. Desse total, Pernambuco contribuiu com 8,35% dos casos detectados na população geral
e 11,77% nos menores de 15 anos. O Estado ocupa a 9ª colocação no país quanto ao coeficiente de detecção
geral e a 4ª colocação em números absolutos de casos. O coeficiente de detecção de casos novos na população
menor de 15 anos (12,14/100.000 habitantes) classifica o estado de Pernambuco como hiperendêmico,
colocando-o na 6ª posição no coeficiente de detecção e na 3ª posição em número absoluto de casos (SINAN,
2015). Os casos estão distribuídos nas 12 Regiões de Saúde, no entanto, 82,0% dos casos na população geral
estão concentrados na Região Metropolitana do Recife, que apresenta também 88,0% dos casos em menores
de 15 anos.
No estado, há uma variação intermunicipal da taxa de detecção (2 a 188 casos por 100.000 habitantes),
com municípios hiperendêmicos. Este indicador vem decrescendo anualmente em Pernambuco, com exceção
do ano de 2013, quando se pode perceber um pequeno aumento (Figura 14), contudo o Estado continua sendo
classificado como de endemicidade muito alta, segundo os critérios preconizados pela OMS e MS (BRASIL,
2015a).
Figura 14: Coeficiente de detecção de hanseníase na população geral e em menores de 15 anos, segundo o
ano de diagnóstico. Pernambuco, 2004 a 2013
Fonte: IBGE/SINAN/Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde/SES-PE.
4.2.5.2 Situação epidemiológica da tuberculose
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou
Bacilo de Koch (BK), que afeta prioritariamente os pulmões, podendo acometer outros órgãos e sistemas. A
apresentação pulmonar, além de ser mais frequente é também a mais relevante, sendo a principal responsável
pela transmissão da doença.
322015 - 2018Pernambuco
Plano Integrado de Ações para o Enfrentamento às Doenças Negligenciadas
No Brasil, a tuberculose é um grave problema de saúde pública, com profundas raízes sociais. A cada
ano, são notificados aproximadamente 70 mil casos novos e ocorrem 4,6 mil mortes em decorrência da doença.
O país ocupa o 17º lugar entre os 22 países responsáveis por 80% do total de casos de tuberculose no mundo
(BRASIL, 2015b). Em 2013, o país registrou 71.897 casos novos da doença no Sinan e a taxa de incidência foi
de 29,5 por 100.000 habitantes para os casos bacilíferos. Em Pernambuco ocorrem em média 4.300 casos
novos de tuberculose por ano, apresentando em 2013 a 4° maior incidência e a 2° maior taxa de mortalidade
entre os estados brasileiros. A tuberculose em Pernambuco foi registrada como 1º causa de morte entre
pessoas vivendo com HIV/Aids no ano de 2013. A média da incidência de tuberculose no período de 2004 a
2013 em Pernambuco foi de 49,0, com uma variação de 46,6 a 52,8 (Figura 15).
Figura 15: Taxa de incidência de tuberculose segundo ano de diagnóstico. Pernambuco, 2004 a 2013.
Fonte: IBGE/SINAN/Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde/SES.
(*)Dados atualizados em Novembro/2014, sujeitos a revisão
A seleção dos municípios prioritários foi baseada na análise do indicador composto (IC) (Tabela 1 e
Apêndices A e B). O IC foi estratificado em três faixas para classificação final: bom, intermediário e crítico. Foram
selecionados como prioritários aqueles com situação “crítica” para as duas doenças, totalizando 15 municípios
(Figura 16 e Quadro 5). Em 2014 esses municípios representaram 67% dos casos de hanseníase e 73% dos
casos de tuberculose do estado.
Figura 16: Distribuição geográfica dos municípios prioritários para tuberculose e hanseníase. Pernambuco,
2015-2018.
Fonte: SANAR/SEVS/SES-PE.
33 2015 - 2018Pernambuco
Plano Integrado de Ações para o Enfrentamento às Doenças Negligenciadas
Quadro 5 - Distribuição dos municípios prioritários para hanseníase e tuberculose por Região de Saúde.
Pernambuco, 2015-2018
Fonte: SANAR/SEVS/SES-PE
Os recursos, atividades, resultados e impacto esperado são apresentados no modelo lógico do
Programa SANAR para a filariose nos municípios prioritários. Espera-se ao final do quadriênio 2015-2018, curar
90% dos casos novos e examinar 75% dos contatos de hanseníase nos 15 municípios prioritários e curar 85%
dos casos novos, reduzir o abandono do tratamento para 5% e reduzir a mortalidade da tuberculose em 20%
nos 15 municípios prioritários (Figura 17).
I GERES
Abreu e Lima, Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe, Igarassu,
Ipojuca, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista, Recife, e Vitória
de Santo Antão
II GERES
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III GERES
Escada
IV GERES
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VIII GERES
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XII GERES
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342015 - 2018Pernambuco
Plano Integrado de Ações para o Enfrentamento às Doenças Negligenciadas
Figura 17: Modelo Lógico do Programa SANAR - Tuberculose e Hanseníase, 2015-2018. M
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Tuberculose: Curar 85% dos casos novos, reduzir o abandono do tratamento para 5% e reduzir a mortalidade em 20% nos 15 municípios prioritários até 2018.
Hanseníase: Curar 90% dos casos novos e examinar 75% dos contatos nos 15 municípiosprioritários até 2018.
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35 2015 - 2018Pernambuco
Plano Integrado de Ações para o Enfrentamento às Doenças Negligenciadas
4.2.6 Leishmaniose visceral 4.2.6.1 Situação epidemiológica da leishmaniose visceral
A Leishmaniose visceral (LV), também conhecida por calazar, é uma doença causada pelo protozoário
da família Trypanosomatidae e pertence ao gênero Leishmania. A transmissão da doença ocorre pela picada de
insetos flebotomíneos hematófagos do gênero Lutzomya e Phlebotomus. Possui como reservatórios principais
o cão e a raposa.
A leishmaniose visceral é considerada uma antropozoonose, podendo acometer o homem quando este
entra em contato com o ciclo de transmissão do parasito. Apresenta altas incidência e letalidade, principalmente
em indivíduos não tratados e crianças desnutridas. É também considerada emergente em indivíduos
portadores da infecção pelo vírus da imunodeficiência adquirida (HIV).
Atualmente, encontra-se entre as seis endemias consideradas prioritárias no mundo, acometendo
anualmente quase dois milhões de pessoas segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (WHO,
2015).
Na América Latina, a doença já foi descrita em pelo menos 12 países, sendo que 90% dos casos
ocorrem no Brasil, especialmente na Região Nordeste. No país, o Ministério da Saúde estima que quase três mil
pessoas sejam infectadas anualmente (BRASIL, 2014).
Em Pernambuco, a LV é historicamente endêmica, inicialmente com caráter rural e recentemente em
expansão para áreas urbanas. No período de 2010 a 2014, foram notificados 1.003 casos, sendo 473 casos
confirmados - média anual de 95 (Figura 18). Nesse mesmo período foram registrados 35 óbitos (BRASIL,
2015). O coeficiente de incidência apresentou pouca variação no período de 2010-2013 (média de 0,8
casos/100.000hab.), porém em 2014 houve um aumento para 1,9 casos/100.000hab. Já em relação à
letalidade houve maior variação no mesmo período, atingido seu pico em 2010 (11,6%) e o menor valor em 2011
(3,4%). Em 2014 a taxa de letalidade foi de 7% (Figura 19).
Figura 18: Número de casos notificados e confirmados de leishmaniose visceral. Pernambuco, 2010-2014.
Fonte: SINAN/SIM/SEVS/SES-PE
362015 - 2018Pernambuco
Plano Integrado de Ações para o Enfrentamento às Doenças Negligenciadas
Figura 19: Distribuição do coeficiente de incidência e proporção de letalidade por leishmaniose visceral.
Pernambuco, 2010-2014.
Fonte: SINAN/SEVS/SES-PE
Foram definidos 11 municípios prioritários que apresentaram nos últimos cinco anos (2010-2014) risco
de transmissão classificada em intensa (alto risco) e transmissão moderada com ocorrência de óbitos (Figura
20 e Quadro 6).
Figura 20: Distribuição geográfica dos municípios prioritários para leishmaniose visceral. Pernambuco, 2015.
Fonte: SANAR/SEVS/SES-PE.
37 2015 - 2018Pernambuco
Plano Integrado de Ações para o Enfrentamento às Doenças Negligenciadas
III GERES Tamandaré.
IV GERES
Caruaru.
VII GERES
Salgueiro
VIII GERES
Lagoa Grande, Santa Maria da Boa Vista e Petrolina.
IX GERES
Ouricuri e Santa Cruz
XI GERES
Carnaubeira da Penha e Serra Talhada.
XII GERES
Goiana
Quadro 6: Distribuição dos municípios prioritários para leishmaniose visceral por Região de Saúde.
Pernambuco, 2015-2018.
Fonte: SANAR/SEVS/SES-PE.
Os recursos, atividades, resultados e impacto esperado são apresentados no modelo lógico do
Programa SANAR para a filariose nos municípios prioritários. Espera-se ao final do quadriênio 2015-2018,
tratar oportunamente 90% dos casos de leishmaniose visceral (Figura 21).
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Plano Integrado de Ações para o Enfrentamento às Doenças Negligenciadas
Figura 21: Modelo Lógico do Programa Sanar - leishmaniose visceral, 2015-2018.
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Plano Integrado de Ações para o Enfrentamento às Doenças Negligenciadas
4.2.7 Tracoma 4.2.7.1 Situação epidemiológica do tracoma
O tracoma é uma doença infecciosa ocular causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, sorotipos A,
B, BA e C, caracterizada por uma ceratoconjuntivite crônica recidivante que pode produzir cicatrizes na
conjuntiva palpebral superior, e se não tratada pode levar a cegueira.
O homem com infecção ativa é a única fonte de infecção. Pode acometer crianças e adultos, sendo as
crianças menores 10 anos as mais suscetíveis e o principal reservatório do agente etiológico nas populações
onde o tracoma é endêmico. A transmissão pode ocorrer de forma direta, mão-olho-mão, ou indireta, através de
objetos contaminados (lençóis, toalhas e fronhas) ou por vetores mecânicos como a mosca doméstica e/ou a
lambe-olhos.
O Brasil é considerado país endêmico para o tracoma segundo a OMS. O último inquérito nacional em
realizado em 79 municípios de Pernambuco, no ano de 2006, revelou uma prevalência estadual de 3,3%, com
predominância da forma clínica de tracoma inflamatório folicular (TF). Foram observadas variações de
prevalência nos municípios entre zero e 17,7%.
No quadriênio (2011-2014), com a implantação do Programa de Enfrentamento às Doenças
Negligenciadas-Sanar, foram desenvolvidas ações de vigilância e controle do tracoma em 63 municípios no
período de 2011 a 2014, destes municípios 22 foram definidos como prioritários (prevalência > 5% segundo
inquérito MS 2006) onde foram examinados 77.445 alunos entre 01 a 15 anos de idade, na qual todos os
positivos diagnosticados foram tratados e avaliados a cada seis meses, por pelo menos duas vezes.
Em outros 41 municípios (com baixo IDH ou com áreas indígenas), foram realizadas ações focais e
inquéritos escolares, totalizando 104.917 examinados no período de 2011 a 2014. No mesmo período foram
padronizados 90 profissionais de municípios e das gerências regionais de saúde, e 178 escolas com elevada
prevalência receberam ações de educação em saúde e prevenção do tracoma por meio da Brigada Estudantil,
alcançado aproximadamente 15.000 alunos além de professores, funcionários das escolas e comunidade.
Considerando as ações realizadas e a redução da prevalência de 7,5% para 2,5% no estado, foram
definidas como estratégias para o enfrentamento do tracoma no período de 2015-2018: manutenção da
vigilância de rotina em áreas de extrema pobreza, inserção do tracoma na Campanha Nacional de Geo-
helmintíases, Hanseníase e Tracoma e ampliação o número de profissionais padronizados.
402015 - 2018Pernambuco
Plano Integrado de Ações para o Enfrentamento às Doenças Negligenciadas
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43 2015 - 2018Pernambuco
Plano Integrado de Ações para o Enfrentamento às Doenças Negligenciadas
APÊNDICES Apêndice A - Parâmetros utilizados para tuberculose
INCIDENCIA
>35/100.000 3 PONTOS
10-35/100.000 2 PONTOS
<10/100.000 1 PONTO
CURA
3 PONTOS
>70-84,9% 2 PONTOS
≥85% 1 PONTO
≤70%
ABANDONO
3 PONTOS
5,1-9,9% 2 PONTOS
≤5% 1 PONTO
≥10%
MORTALIDADE
3 PONTOS
2-3,9/100.000 2 PONTOS
<2/100.000 1 PONTO
≥4/100.000
442015 - 2018Pernambuco
Plano Integrado de Ações para o Enfrentamento às Doenças Negligenciadas
APÊNDICE Apêndice A - Parâmetros utilizados para hanseníase
DETECÇÃO
>18/100.000 3 PONTOS
6-18/100.000 2 PONTOS
<6/100.000 1 PONTO
AVALIAÇÃO DO GI NR E/OU SR
3 PONTOS
>80-89,9% 2 PONTOS
90-100% 1 PONTO
≤80%
CURA
<75% 3 PONTOS
≥75 - 89,9% 2 PONTOS
≥90% 1 PONTO
% CONTATOS EXAMINADOS
<50% 3 PONTOS
50-74,9% 2 PONTOS
≥ 75% 1 PONTO