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GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
PDE 2012
PLANO INTEGRADO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA CONTINUAD A – 2012
A) DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:
Professor PDE 2012: Melânia Fornalski
Área: Geografia
NRE: Cascavel
Orientadora: Profa Ms. Rafaela Harumi Fugita
IES Vinculada: UNIOESTE – Cascavel
Estabelecimento de Intervenção: Colégio Estadual Alberto Santos Dumont –
Ensino Fundamental e Médio de Cafelândia
Público Objeto da Intervenção: 6º Ano do Ensino Fundamental
A IMPORTÂNCIA DA SEPARAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS COM ÊNFASE
NO DESCARTE DAS EMBALAGENS DOS AGROTÓXICOS NA ZONA RURAL DO
MUNICIPIO DE CAFELÂNDIA-PR
Projeto de Pesquisa apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional lato sensu em GESTÃO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS, promovido pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE.
Orientador: Prof.ª Ms. Rafaela Harumi Fujita
CASCAVEL
2012
1. TEMA DO PROJETO
O armazenamento dos resíduos sólidos, com a armazenagem das embalagens
dos agrotóxicos, como intervenção na educação ambiental escolar de crianças
e adolescentes na zona rural.
2. JUSTIFICATIVA DO TEMA DE ESTUDO A fim de exterminar e controlar as pragas que permeiam as plantações
ou moradias foram produzidas certas substâncias químicas – naturais ou
sintéticas -, conhecidas como agrotóxicos, agroquímicos, defensivos agrícolas,
praguicidas, pesticidas, venenos e biocidas. O pioneiro desse procedimento foi
o cientista Othmar Zeidler, que em 1874 sintetizou o pesticida organoclorado
(DDT). Já em 1914, essa substância conhecida na época como gás mostarda,
emergiu como arma de guerra dos alemães, na medida em que causava
efeitos de cegueira temporária e queimava os pulmões do exército inimigo. Por
conta do impacto negativo causado ao meio ambiente, o DDT foi proibido no
mundo a partir de 1926. Contudo, em 1939, Paul Müller continuou com as
pesquisas e descobriu as propriedades inseticidas do DDT, recebendo o
Prêmio Nobel de Química (BEZERRA; MACIEL, 2008, p.30; apud PINHEIRO;
NASR; LUZ, 1998, p.233).
Desta forma, os novos produtos químicos comercializados dão margem
a riscos desconhecidos e até indefinidos - como a deficiência de informações
no que confere à: genotoxicidade, mutagenicidade ou carcinogenicidade,
podendo ou não estar relacionado com aumento de doenças genéticas para
gerações futuras, ocasionando ou não o câncer, ou até a morte -, trazendo uma
barreira tanto na atuação de controle estatal quanto no manuseio correto
desses produtos (BITTAR; ITANI; UMBUZEIRO, 2009, p.14).
Uma referência importante trazida por Peres (1999, p.156-162) situa-se
nas estimativas do Ministério da Saúde, em que para cada evento de
intoxicação por agrotóxico notificado, há outros 50 não notificados, elevando o
número da contaminação/ano para 365.300 casos. Entretanto, encontramos a
forte pressão da indústria internacional, produtora e distribuidora dos
agrotóxicos, no mercado consumidor brasileiro com produtos cada vez mais
caros e nocivos ao meio ambiente, juntamente com o precário apoio
assistencial do poder público à saúde do trabalhador rural, com
comprometimento também, por consequência, da fiscalização de alimentos,
sem haver incentivo à pesquisa por métodos naturais de combate às pragas e
doenças na lavoura (BEZERRA; MACIEL, 2008, p.31).
Então, é necessário orientar esses trabalhadores quanto ao
armazenamento adequado dos pesticidas (local seco e protegido), e nunca no
interior das casas, de acordo com regras básicas de segurança: deve ser um
local afastado de outros locais de trabalho, sem janelas ou sistemas de
ventilação com outras peças; deve ter sinalização, pois é um local que
apresenta perigo; manter-se fechado fora dos horários de trabalho; não
reutilizar embalagens de pesticidas; fazer a aplicação dos praguicidas na
direção contrária do vento, deixando o conteúdo pulverizado atrás de si; não
realizar a aplicação dos agrotóxicos se o vento estiver provocando desvio
importante do produto para fora da área de aplicação (ventos com velocidade
maior de 8 Km/hora) (AMBROSINI; WITT, 2000, p.15).
Considerando o relevante grau de toxicidade que abarcam as
embalagens dos agroquímicos, e inclusive por serem motivos de recorrência
preocupação por tal fato atualmente, que concerne a justificativa do referido
trabalho, a ser aplicado em sala de aula com crianças e adolescentes, em
busca da consciência ambiental dos mesmos no que se refere à destinação
adequada desse resíduo sólido em específico, pautado em legislação
correspondente.
3. PROBLEMATIZAÇÃO Como o professor PDE poderá intervir na educação ambiental escolar,
de crianças e adolescentes, com relação à conscientização ambiental
referente-a forma de disposição das embalagens dos agrotóxicos no contexto
da zona rural?
4. OBJETIVOS
4.1 OBJETIVO GERAL Conscientizar os alunos sobre as diferentes formas e disposição dos resíduos
sólidos na zona rural. Além de sugerir mudanças na gestão e no
gerenciamento de políticas públicas de implementação no que se refere à
disposição geral dos resíduos sólidos, como por exemplo, as embalagens dos
defensivos agrícolas
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Expor sobre a utilização de agrotóxicos e suas implicações com a saúde da
população alvo;
• Explicar a forma de armazenagem adequada das embalagens dos
agroquímicos;
• Abordar os conteúdos de resíduos sólidos urbanos, onde deveremos conhecer
a importância da reciclagem do lixo, bem como o que é e como devemos
segregá-los, a fim de não ter problemas futuramente;
• Enunciar, para melhor compreensão, a respeito dos resíduos sólidos em
relação a sociedade com a natureza, o espaço geográfico, sendo então a
finalidade do ensino da disciplina;
• Orientar como devemos resolver este problema, que afeta o mundo inteiro, e
quais as providências que devemos tomar em relação ao resíduo sólido urbano
urgentemente enquanto pode-se fazer alguma coisa.
.
REFERENCIAL TEÓRIO
I – RESÍDUOS SÓLIDO
A questão problemática no que confere à segregação dos resíduos
sólidos está na inexistência de padrões de controle dos mesmos. O meio
ambiente é o principal elo prejudicial desses resíduos, abarcando: a
contaminação do ar, do solo, das águas superficiais e subterrâneas,
favorecendo a implantação de focos de organismos patogênicos, vetores de
transmissão de doenças. Esses fatores que fornecem relevante impacto ao
meio ambiente são ainda mais relevantes quando se tratam de resíduos
industriais e de serviços de saúde, que muitas vezes sua segregação é
realizada de forma clandestina, ou seja, são locais quase sempre escolhidos
pela sua disponibilidade, pela distância das regiões urbanizadas, podendo ser
a céu aberto, em valas, etc (SCHALCH et al., 2002, p.01).
É preciso então, motivar não só os trabalhadores, mas os jovens e
adolescentes desde cedo a segregar os resíduos sólidos, de forma educativa, e
informar que eles estão envolvidos no seguinte processo, como os
pesquisadores desse estudo preconizam: coleta seletiva, compostagem,
tratamento térmico; e incentivá-los a ter uma preocupação quanto ao
planejamento desse processo. Todavia, esses procedimentos acabam
tornando-se inviáveis a curto prazo, mas deve-se levar em consideração que o
manejo inequívoco desses resíduos geram desperdícios, como a degradação
ambiental, e contribui de forma importante à manutenção das desigualdades
sociais (SCHALCH et al., 2002,p. 01).
A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT – traz o conceito
de resíduos sólidos, onde os mesmos são encontrados nos estados sólidos e
semissólidos, e que são frutos das atividades da sociedade, com origem:
industrial, doméstica, de serviços de saúde, comercial, agrícola (como por
exemplo, os defensivos agrícolas), de serviços e de varrição; havendo também
os lodos oriundos de sistemas de tratamento de água, gerados em
equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como certos líquidos,
que acabam inviabilizando o seu depósito na rede pública de esgotos ou afins
(SCHALCH et al., 2002, p.03).
A emergência da necessidade de uma área do conhecimento moderno
chamada Educação Ambiental, denuncia um problema social que em alguns
casos alcançou dimensões irrelevantes - o que se deu a partir da forma como
nós, seres humanos, atuamos na natureza. Esta situação é vivenciada tanto
nas grandes cidades com a poluição do ar, sonora e visual; com a questão das
ilhas de calor e da inversão térmica, quanto nas propriedades de agricultura
familiar, onde há o uso indiscriminado de agrotóxicos e se faz plantio de
monoculturas. A exemplo do Estado do Pará que vivenciou, através de
assassinatos, o que o poder econômico de um grupo de fazendeiros é capaz
de fazer pra usufruir de recursos naturais (FONTANA; PITANO, 2005, p.03).
II - HISTÓRICO DO PROCESSO DE ARMAZENAGEM DOS RESÍD UOS
SÓLIDOS: O QUE CONTINUA SENDO REALIZADO E O QUE JÁ FOI
ERRADICADO
As antigas civilizações sobreviviam sem tecnologia e conhecimento
cientifica, isto é, desmatavam a natureza, somente quando necessitavam para
sobreviver. Entretanto preservar o meio ambiente para uma sobrevivência mais
equilibrada e ter uma qualidade de vida na medida em que o ser humano for
evoluindo, onde nos dia de hoje teve necessidade de avanço tecnológico para
satisfazer as necessidades da humanidade.
Alguns cientistas relatam que conforme a população evoluiu no Planeta,
houve um grande impacto ambiental incluindo sérios problemas de poluição no
subsolo por contaminação. Com o crescimento acelerado da população
mundial, acredita-se que as perspectivas de resíduos sólidos vão se
multiplicando a cada ano, trazendo sérios problemas para o Planeta.
Resíduos sólidos é propriamente o lixo resultante das atividades diárias
do homem em sociedade, considerando sua decomposição, seu potencial em
atrair vetores responsáveis pela transmissão de diferentes doenças, tais como:
febre tifoide, salmoneloses, disenteria, malária, febre amarela, cólera,
amebíase, giardíase, leptospirose, diarreia, disenteria, triquinose, etc. Pode
encontrar-se nos estados sólidos, líquido e gasoso. Como exemplo o lixo que
temos nas sobras de alimentos, embalagens, papéis, plásticos e outros. A
definição de lixo como material inutilizável e não aproveitável tendo
conhecimento da significante existência das indústrias de reciclagem, é
considerada relativa, pois é um resíduo que poderá ser inútil para algumas
pessoas e ao mesmo tempo considerado como aproveitável para ouras
pessoas.
Conforme relatado por Mucellin (2004, p.22), as desigualdades sociais
encontradas em nossa nação e em outros países em desenvolvimento são
relevantes quando se trata da implementação de medidas que erradiquem ou
minimizam fatores de degradação ambiental por parte de organismos
governamentais correspondentes. Então, ele acaba sendo alvo das
necessidades básicas da população desprovida financeiramente. Sendo assim,
os assentamentos humanos precários, advindos de ocupações oriundas de
tragédias sociais acabam provocando o caos social.
Ademais, a educação ambiental é a peça fundamental para o sucesso
de qualquer programa de coleta seletiva visando o tratamento adequando dos
resíduos sólidos urbanos. Desta forma, cada município deve resolver o
problema de forma adequada dos resíduos sólidos urbanos.
Contudo, a Educação Ambiental não pode limitar-se a ensinar os
mecanismos de equilíbrio da natureza, e sim verificar os interesses de
diferentes grupos sociais envoltos nos problemas ambientais. Além do amor à
natureza e do conhecimento de seus mecanismos, é preciso aprender a fazer
valer nossos ideais com relação aos destinos da sociedade em que vivemos e
do planeta em que habitamos (VIANNA et al., 1995, p. 10; FONTANA; PITANO,
2005, p.03).
Além disso, a Geografia é uma das disciplinas que faz parte do currículo
da educação básica brasileira. Entre as disciplinas obrigatórias, segundo
Moraes (1994, p. 83), determinadas disciplinas têm aspectos da temática
ambiental dentro de seu meio de pesquisa, como a Geografia, que enfoca a
relação homem/natureza como tema de reflexão. Portanto, a Geografia é uma
das ciências, que pode e deve trabalhar a Educação Ambiental como parte de
sua área de atuação (FONTANA; PITANO, 2005, p.03).
Muitos destes resíduos sólidos são compostos de materiais recicláveis e
podem retornar a cadeia de produção, gerando renda para trabalhadores e
lucro para empresas. Para que isto ocorra, é necessário que haja nas cidades
um bom sistema de coleta seletiva e reciclagem de lixo. Cidades que não
praticam este tipo de processo, jogando todo tipo de resíduo sólido em aterros
sanitários, acabam poluindo o meio ambiente. Isto ocorre, pois muitos resíduos
sólidos levam décadas ou até séculos para serem decompostos.
Sabendo que alguns tipos de resíduos sólidos são altamente perigosos
para o meio ambiente, os mesmos merecem um sistema de coleta e
reciclagem rigorosa. Podemos citar como exemplos, as pilhas e baterias de
celulares que são formadas por compostos químicos com alta capacidade de
poluição e toxidades para o solo e água.
Por sua vez, o movimento ambientalista em prol da adequada ecologia
política como os partidos verdes desde a década de 80, por exemplo, a priori,
abarca os princípios do politicamente correto, na medida em que se opõe ao
materialismo e é favorável aos valores espirituais e de paz, de qualidade de
vida e de conscientização ambiental, voltada para ações de sustentabilidade
que deveria ser assegurada por autoridades locais, conforme reiteração:
A legislação da educação ambiental brasileira visa incentivar os
alunos à reflexão sobre a perspectiva do desenvolvimento
sustentável, propiciar discussões sobre os problemas e
potencialidades ambientais locais, nacionais e globais, incentivando-o
a intervir, como agente de difusão de práticas sustentáveis em seu
dia-a-dia, incentivando-os a construir um futuro ambientalmente mais
seguro (MARIGA, 2010, p.35).
Os problemas ambientais devem ser tratados de forma conjunta,
sistêmica e interdisciplinar, principalmente no que confere: ao aquecimento
global, ao buraco na camada de ozônio, ao desmatamento, à extinção da
biodiversidade, à péssima qualidade de vida nas grandes cidades, à escassez
de água, entre muito outros problemas que ocorrem em nosso Planeta.
Ainda é realidade em nossa nação a falta de diretrizes, leis e definições
políticas específicas concernentes à destinação dos resíduos sólidos tanto a
nível federal, como estadual e municipal, o que é uma grande problemática,
quando há a ínfima gama de recursos técnicos e financeiros na intervenção
deste problema, o que pode ser fruto da falta de planejamento institucional
quanto à aplicação de recursos públicos (SCHALCH et al., 2002, p. 03).
Por sua vez, a referida situação indica a importância e o desafio de se
adotar um sistema político de gestão e gerenciamento eficientes, com
definições concretas concernentes a diretrizes, arranjos institucionais e
recursos a serem direcionados, em curto prazo, relacionados ao manejo
apropriado dos resíduos, a fim de obter-se uma melhor qualidade de vida, com
práticas de saúde pública que previnam a degradação do meio ambiente, pois
em raras situações há realmente o tratamento dos resíduos sólidos, que
normalmente são apenas depositados em "lixões" (SCHALCH et al., 2002,
p.02-87).
Esse tema é enfatizado com enfoque nos níveis de ação do governo,
que necessitam de mudanças, com planejamento adequado, integrado às
questões: ambientais, urbanísticas, tecnológicas, políticas, sociais e
econômicas, que só serão asseguradas partindo de uma política de gestão e
compromisso de instituições sociais responsáveis para mantê-la. Então, a
participação da sociedade civil, reivindicando seus direitos, é um fator
indispensável para isso (SCHALCH et al., 2002,p.03).
Geralmente os resíduos sólidos são classificados conforme a sua
origem, como:
- Urbanos: são aqueles referentes ao resíduo gerado em: residências,
escritórios, lojas, hotéis, supermercados, restaurantes; oriundos da limpeza
pública urbana, como os resíduos de varrição das vias públicas, limpezas de
galerias, terrenos, córregos, praias, feiras, podas, capinação (SCHALCH et al.,
2002,p.06).
- Industriais: são frutos da produção restante nos vários tipos de
indústrias de processamentos. E como há o envolvimento da periculosidade em
alguns desses resíduos, há da mesma forma uma divisão de conceitos
conforme estabelecidos pela ABNT-NBR 10.004 (1987): Resíduos Classe I
(perigosos): possuem características peculiares, como: inflamabilidade,
corrosividade , reatividade, toxidade e patogenicidade, que podem resultar em
danos à saúde pública, influindo na taxa de mortalidade ou com efeitos
adversos ao meio ambiente, quando manuseados ou dispostos de forma
irregular; Resíduos Classe II (não inertes): são os resíduos potencialmente
biodegradáveis ou combustíveis; Resíduos Classe III (inertes): são os resíduos
considerados inertes e não combustíveis (SCHALCH et al., 2002, p.04).
- Resíduos de serviços de saúde: como o próprio nome sugere, são
aqueles produzidos em: hospitais, clínicas médicas e veterinárias, laboratórios
de análises clínicas, farmácias, centros de saúde, consultórios odontológicos,
entre outros, e podem ser subdivididos em Resíduos comuns (referem-se aos
restos de alimentos, papéis, invólucros, etc.) e Resíduos sépticos (abarcando
material restante de salas de cirurgia, áreas de isolamento, centros de
hemodiálise, etc., incluindo o seu manuseamento -acondicionamento, coleta,
transporte, tratamento e destinação final -, que exige atenção especial, pois há
o envolvimento de um considerável risco à saúde pública quando dispostos de
forma inadequada (SCHALCH et al., 2002, p.05).
- Resíduos de portos, aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários:
referem-se aos resíduos sépticos, que podem abrigar determinados
organismos patogênicos, tais como: materiais de higiene e de uso pessoal,
restos de alimentos, e carrear doenças de outras cidades, estados e países
(SCHALCH et al., 2002, p05).
- Resíduos agrícolas: são compostos pelos resíduos resultantes da
atividade laboral da agricultura e da pecuária, como embalagens de: adubos,
defensivos agrícolas, ração, além de restos de colheita e esterco animal. A
ênfase que acarreta extrema preocupação, atualmente, está no que se refere
às embalagens de agroquímicos, pelo alto grau de toxicidade que apresentam.
A falta de fiscalização e de penalidades mais rígidas com relação ao o
manuseio inadequado destes resíduos, acaba resultando na mistura desses
resíduos com os resíduos comuns e dispostos em vazadouros dos municípios,
ou queimados nas fazendas e sítios, sendo o resultado de gases tóxicos,
cancerígenos, sendo então, alvo de legislação específica (SCHALCH et al.,
2002, p.05; ZANETI, 2003,p.37).
A prática de juntar todos os resíduos e atear fogo ao ar livre é um
costume arcaico - inapropriado nos dias atuais, porém é comum observar essa
prática na zona rural, em que os serviços de coleta de resíduos se mostram
deficientes -, a fim de minimizar ou evitar que parte orgânica do lixo entrasse
em decomposição, ou seja, sendo um atrativo a diversos vetores como ratos,
baratas, moscas, além do mau-cheiro proporcionado (SCHALCH et al., 2002,
p.34).
- Entulho: é composto por material resiliente da construção civil, como:
demolições, restos de obras, solos de escavações, entre outros (SCHALCH et
al., 2002, p.05).
- Resíduos Radioativos (lixo atômico): são resultados de arsenais
provenientes dos combustíveis nucleares. Seu gerenciamento é de
responsabilidade exclusiva da CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear
(SCHALCH et al., 2002,p.06).
A seguir, na Tabela 1, há a divisão dos responsáveis pelo
gerenciamento dos diversos tipos de resíduos (SCHALCH et al., 2002, p.06):
A preocupação significante no que confere à qualidade do meio
ambiente é assunto que está em voga, tanto no âmbito nacional como
internacional e com destaque às pressões com os governantes e outras
instituições responsáveis pelo direito ao meio ambiente, que a priori, deveria
ser garantido pela Constituição Federal de 1988 (GADIA; OLIVEIRA JÚNIOR,
2011, p.02).
Entretanto, a Lei nº 12.305, de 03 de agosto de 2010 quando
implementou a Política Nacional de Resíduos Sólidos, deu o primeiro passo
para a mudança no que se refere a importância do manejo do lixo, com a
finalidade de chegar ao desenvolvimento sustentável (GADIA; OLIVEIRA
JÚNIOR, 2011, p.02). Contudo, ainda há resquícios da maneira inadequada de
se manejar o lixo, como visto a seguir:
Rejeito contaminado por lubrificante: trata-se de um tipo de lixo com
potencial nível de toxicidade, ou seja, é considerado perigoso, principalmente
sabendo que os aterros municipais de cidades médias e pequenas não têm a
responsabilidade e competência técnica na destinação dos mesmos. Exemplos
cotidianos no que consta a essa tipologia de rejeito estão os equipamentos de
proteção individual (EPI’s), como avental, bota, luva e máscara, bem como
estopa, filtro, graxa, óleo lubrificante usado ou com resíduos, panos, areia,
serragem ou terra contaminada por lubrificante (VIEIRA, 2011, p.25).
Óleo de cozinha reutilizado: o não armazenamento adequado desse tipo
de resíduo pode causar um impacto ambiental relevante, visto que uma
significante taxa de domicílios utiliza o óleo vegetal no preparo do alimento. A
contaminação química do lençol freático e da atmosfera se dá quando o
armazenamento do mesmo é realizado com o solo sem um tratamento prévio e
que posteriormente participa do processo de decomposição e emissão de
gases, o que no Brasil é uma realidade palpável, e que está revertendo o
problema através de educação ambiental na reciclagem do óleo de fritura
(VIEIRA, 2011, p.27).
Lixo hospitalar gerado fora da instituição de saúde: também conhecido
como rejeito sólido de serviço de saúde, resíduo tão presente no cotidiano
quanto aqueles citados acima. A forma de transporte, armazenamento, e
destinação final do lixo hospitalar está incluída no mesmo procedimento de
qualquer outro resíduo sólido, sendo que a responsabilidade nesse processo
está diante de revendedores, usuários finais e/ou fontes geradoras, havendo a
necessidade dos mesmos se pautarem na Lei Federal nº 12.305 - o que pode
ser um fato complicante em se tratando de resíduo radioativo, que sem a
informação do armazenamento adequado pode custar a vida de quem têm
atividades laborais envolvidas (VIEIRA, 2011,p.28).
Ela prevê, em determinados casos, a necessidade das fontes geradoras
desenvolver os princípios dos três erres conhecidos em gestão ambiental:
reduzir, reutilizar, e reciclar os resíduos e destinar no solo somente os rejeitos
que, a princípio, não contaminam a água, o solo, o ar, e os seres vivos
(VIEIRA, 2011, p.28).
Resíduos e rejeitos em imóveis abandonados: os comumente chamados
de “terrenos baldios” são bastante comuns nas cidades urbanas brasileiras e
também por diversas vezes acabam servindo de armazenamento de lixo, o que
é um determinante indesejável e negativo na vida em comunidade,
principalmente pelo fato de atrair vetores de doenças importantes como, por
exemplo, a dengue (VIEIRA, 2011, p.29).
Resíduos e rejeitos de construção e demolição e as suas (in) utilidades:
a construção civil é um ramo de trabalho que têm as duas faces da moeda: de
um lado contribui maciçamente com o PIB nacional, e do lado oposto contribui
com um impacto ambiental monstruoso, sabendo que esse ramo gera resíduos
e rejeitos sólidos relevantes (VIEIRA, 2011, p.31).
Já com relação ao tema proposto enfatizado nesse estudo, no que se
referem aos agrotóxicos, os primeiros incentivos do governo à comercialização
dos agrotóxicos no Brasil, juntamente com a sua importação foram registradas
no início dos anos 40. Nos anos posteriores, a política agroindustrial do
presidente Juscelino Kubitschek em fazer a nação crescer 50 anos em 5 anos,
favoreceu a relevante e descontrolada importação desses pesticidas. Já na
década de 70, houve a contribuição do estoque restante de veneno (NL8 e
NL14) usado na Guerra do Vietnã, verificado em pesquisas com o objetivo de
adequar o produto à agricultura do Terceiro Mundo (BEZERRA; MACIEL, 2008,
p.30; apud GRAZIANO NETO, 1982,p.89; SOUSA, 1994, p.19; PINHEIRO;
NASR; LUZ, 1998, p.233).
No entanto, a velocidade da importação e comercialização dos
defensivos agrícolas não foi proporcional à capacitação adequada do homem
do campo nessa adaptação, ou seja, tanto na utilização dos agrotóxicos na
lavoura como o seu descarte apropriado, o que prejudica de significativamente
o desenvolvimento das forças produtivas e, visivelmente, do meio ambiente.
Araújo, Augusto e Telles (2000, p.25-30) também relatam que a ausência de
monitoramento ambiental e de vigilância à saúde potencializa a destruição dos
ecossistemas e o comprometimento da qualidade de vida do ser humano, na
medida em que também não há uma devida preocupação com a população
consumidora desses alimentos que receberam agrotóxicos (BEZERRA;
MACIEL, 2008, p.30).
Em decorrência de esse assunto ser expresso em boa parte dos artigos
científicos e ser em conjunto bastante apontado e produzido em universidades,
primeiramente aponta que a classe universitária está significativamente
envolvida com a questão (SIQUEIRA; KRUSE, 2008, 588), e que cabe ao
professor PDE repassá-la nas escolas, como estratégia de ação.
Diante do que foi colocado, é preciso, assim como elucidam Silva, J. M.
et al. 2005, p.891-895), praticar a intersetorialidade na saúde, agricultura,
ciência e tecnologia, meio ambiente, trabalho e extensão rural, que conforme a
proposição da realidade brasileira, aliada à falta de recursos, ainda é um
grande desafio para os indivíduos engajados na questão (SIQUEIRA; KRUSE,
2008, p.588).
Se considerarmos os novos produtos químicos comercializados e com
riscos desconhecidos e até indefinidos - como a deficiência de informações no
que confere à: genotoxicidade, mutagenicidade ou carcinogenicidade, podendo
ou não estar relacionado com aumento de doenças genéticas para gerações
futuras, ocasionando ou não o câncer, ou até a morte -, as ações educativas
referentes ao armazenamento das embalagens dos agrotóxicos podem se
tornar mutáveis e até mesmo inviáveis até em nível institucional, estatal
(BITTAR; ITANI; UMBUZEIRO, 2009, p.141).
Com a intenção de se exterminar e controlar as pragas que permeiam as
plantações ou moradias foram elaboradas para esses locais determinadas
substâncias químicas – naturais ou sintéticas -, conhecidas como agrotóxicos,
agroquímicos, defensivos agrícolas, praguicidas, pesticidas, venenos e
biocidas. Tal fato ocorreu primeiramente em 1874, quando o cientista Othmar
Zeidler fabricou o pesticida organoclorado (DDT). Já em 1914, essa substância
conhecida na época como gás mostarda, surgiu como arma de guerra dos
alemães, em detrimento dos efeitos de cegueira temporária, assim como a
queimação dos pulmões do exército inimigo. Por conta do impacto negativo
causado ao meio ambiente, o DDT foi proibido no mundo desde 1926. Mesmo
assim, em 1939, Paul Müller continuou com as pesquisas e descobriu as
propriedades inseticidas do DDT, recebendo o Prêmio Nobel de Química
(BEZERRA; MACIEL, 2008, p.30 apud PINHEIRO; NASR; LUZ, 1998, p.251).
Também é de parecer de Peres, F. (1999, p. 156-162) quanto às
estimativas do Ministério da Saúde, em que para cada evento de intoxicação
por agrotóxico notificado, há outros 50 não notificados, aumentando o número
da contaminação/ano para 365.300 casos. Por outro lado, encontramos a forte
pressão da indústria internacional, produtora e distribuidora dos agrotóxicos, no
mercado consumidor brasileiro com produtos cada vez mais caros e nocivos ao
meio ambiente, aliado ao precário apoio assistencial do poder público à saúde
do trabalhador rural, com comprometimento também, por consequência, da
fiscalização de alimentos, sem haver incentivo à pesquisa por métodos naturais
de combate às pragas e doenças na lavoura (BEZERRA; MACIEL, 2008, p.31).
Contudo, necessita-se também discutir a implementação de medidas
efetivas de controle com relação à disponibilidade e avaliação dessas
substâncias químicas tóxicas. O conceito de gerenciamento de risco é
conceituado por Comission (1997, p.09), como sendo o processo que tem por
objetivo: identificar, avaliar, selecionar e intervir por meio de ações que
minimizem, a priori, riscos oferecidos à saúde humana e ao ecossistema,
protegendo os indivíduos de seu contexto socioeconômico (OLIVEIRA, M. L. F.;
ZAMBRONE, 2006, p.101).
A literatura confere ao aumento do índice de intoxicação em países em
desenvolvimento conforme os seguintes critérios: alto grau de analfabetismo,
mínima informação sobre os riscos da utilização dos praguicidas, inclusive no
meio domissanitário. Sugere-se, então, a promoção de aprimoramentos na
articulação de órgãos governamentais correspondentes com a vigilância
epidemiológica e com os profissionais da saúde, com medidas de prevenção e
diagnósticos efetivos nos eventos de intoxicação por agrotóxicos
(AMBROSINI.; WITT, 2000, p.06; OLIVEIRA, M. L. F.; ZAMBRONE, 2006,
p.101; BEDOR et al., 2009, p.40).
No contexto da intoxicação, Dong e Simon (2001, p.334); Van der Hoeck
e Konradsen (2006, p.227); Davanzo et al. (2004, p.334); Pires, Caldas e
Recena (2005, p.809), enfatizam que essa problemática tem assolado a África,
Ásia, Europa e Américas. No Brasil, de acordo com o Sistema Nacional de
Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX) e o Ministério da Saúde (2009),
foram registrados 9.914 eventos de intoxicação por inseticidas nos 31 dos 37
Centros de Informação e Assistência Toxicológica existentes no país em 2006.
Destes, 190 (1,9%) resultaram em mortes. (OLIVEIRA, M. L. F.; BURIOLA,
2009, p. 649).
Pelo fato de haver novos produtos químicos sem risco definido, na
mesma proporção não há profissionais capacitados, nem órgãos competentes
com interesses relevantes em capacitá-los. Eddleston et al. (2002, p.1164) cita
que eles são no total 115 milhões de toneladas vendidos anualmente, e
Meirelles (1995, p.21) enuncia que totalizam em duas mil fórmulas diferentes,
não ocorrendo avaliação das mesmas em 38% da produção. Sabe-se que tal
fato pode ter grande impacto no Paraná, visto que o mesmo é o terceiro maior
consumidor, e que em uma sequência lógica, o índice de intoxicações também
é aumentado (ROZEMBERG; LEVIGARD, 2004, p.1518; SCHMIDT;
GODINHO, 2006, p.29; BITTAR; ITANI; UMBUZEIRO, 2009, p.142).
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) (2008), aliada ao
Ministério da Saúde, Ministérios da Agricultura, da Pecuária e Abastecimento
(2008) – em que há o Comitê Técnico de Assessoramento de Agrotóxicos, com
ações voltadas aos procedimentos de registro de agrotóxicos, sistematização
de processos de análise, controle e fiscalização de agrotóxicos, rotinas e
procedimentos com o objetivo de avaliar riscos e outros relacionados -, exigem
o estabelecimento de normas e padrões sobre limites de contaminantes,
resíduos tóxicos, desinfetantes, metais pesados e outros que representem
riscos à saúde. Também coordena a Rede Nacional de Centros de Informação
e Assistência Toxicológica (BITTAR; ITANI; UMBUZEIRO, 2009, p.155-158).
Em contrapartida, encontramos o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) (2008), com função semelhante,
na avaliação do potencial de periculosidade de agrotóxicos – por meio do
Relatório de Atividades Potencialmente Poluidoras realizado anualmente e
obrigatoriamente e do Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente
Poluidoras realizado virtualmente, ambos preenchidos pelas pessoas físicas e
jurídicas envolvidas nessa questão - e a concessão de seu registro (BITTAR;
ITANI; UMBUZEIRO, 2009, p. 155-158).
Ramos et al. (1999, p.41) reiteram que registros da Organização
Internacional do Trabalho (OIT) são estimados em 50% da população mundial
economicamente ativa no envolvimento dos trabalhos agrícolas – agricultura,
pecuária, exploração florestal e silvicultura. Então, é um índice considerável de
indivíduos expostos aos efeitos nocivos dos agrotóxicos. O tema é enfatizado
por Walter et al. (2003, p.172), em que no estado de São Paulo somente os
engenheiros agrônomos e florestais têm autorização para prescrever
agrotóxicos nas atividades onde há necessidade da aplicação de agroquímicos,
por meio da receita agronômica, documento técnico obrigatório, em que
constam todos os dados e orientações dos componentes químicos presentes,
abarcando a cultura na qual o produto deve ser aplicado, as precauções de
uso, os primeiros socorros, os cuidados com o meio ambiente, indicação de
Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s), destinação de embalagens
vazias, etc (WALTER et al. 2003, p. 172).
Sendo assim, o conceito de gestão de resíduos sólidos abrange o
conjunto de ações político-estratégicas, institucionais, legais e financeiras a fim
de orientar a organização do setor. Em contrapartida, o gerenciamento de
resíduos sólidos refere-se aos equipamentos tecnológicos e operacionais
envolvidos, nos diversos âmbitos, como: administrativos, gerenciais,
econômicos, ambientais e de desempenho - produtividade e qualidade, por
exemplo, e relaciona-se à prevenção, redução, segregação, reutilização,
acondicionamento, coleta, transporte, tratamento, recuperação de energia e
destinação final de resíduos sólidos (SCHALCH et al., 2002, p 02-87).
Tal como citado, o gerenciamento de resíduos exige, então, o emprego
das melhores técnicas na solução da questão, assim como uma rede de
profissionais que trabalham de forma interdisciplinar, abarcando os aspectos
políticos e geográficos, o planejamento local e regional, elemento de sociologia
e demografia, entre outros (SCHALCH et al., 2002, p. 02-88
Diferentemente do que acontece em outros países, é necessário no
Brasil haver a promoção da conscientização da sociedade no que concerne às
questões ambientais, com profissionais competentes e responsáveis pela
causa, como os administradores públicos. Contudo, o compromisso com a
gestão dos resíduos é um dever de toda a comunidade, inclusive dos
professores PDE, que necessitam realçar a importância da prevenção referente
à degradação ambiental, além de envolver a iniciativa privada, entre outros,
além de ampliar a reivindicação para com os governos federal e estaduais na
definição do papel para o setor uma política eficiente e compatível com a nossa
realidade (SCHALCH et al., 2002, p.02-88).
Então, os agrotóxicos acabam causando danos severos ao meio
ambiente, dentre eles: a contaminação de solos e de águas superficiais e
subterrâneas, a extinção de insetos úteis, de aves e outras espécies, além da
contaminação das cadeias alimentares. O tema é enfatizado pelo estudioso
José Renato Nalini, relatando que diferentemente do que acontece com relação
ao descaso no Brasil, não acontece nos países desenvolvidos, pois estão
preocupados com a qualidade de vida de sua sociedade, não permitindo,
então, o uso de agrotóxicos na lavoura. (DIAS; MORAES FILHO, 2008, p.67).
Já com relação à destinação correta das embalagens de agrotóxicos, foi
editada uma lei específica, a Lei n.º 7.802/1989, e a Lei n.º 9.974, de 06 de
junho de 2000, enunciando que cabe às empresas produtoras e
comercializadoras desses produtos químicos em viabilizar o seu descarte, com
responsabilidade do Poder Público o dever de fiscalização, culminando em
pena de reclusão de dois a quatro anos para quem descumprir a legislação.
Houve também a elaboração do Decreto n.º 4.074, de 04 de janeiro de 2002,
ampliando a responsabilidade de descarte dos agroquímicos aos próprios
usuários, que irão descartá-lo, fazendo a devolução das embalagens vazias, e
respectivas tampas, aos estabelecimentos comerciais em que foram
comprados, observadas as instruções constantes dos rótulos e das bulas, no
prazo de até um ano, contado da data de sua compra (DIAS; MORAES FILHO,
2008, p. 43-68).
Quando se fala em posicionamentos no caso do professor de Geografia,
no que consta a problemática de degradação ambiental, o mesmo deve tratar
em sala de aula da “geografia geral” e enfocar nos temas ambientais. Freire
(1995, 1999 e 2000) postula que o professor progressista precisa ser um
instigador, ou seja, desafiando a curiosidade ingênua do educando para, com
ele, construir a criticidade. É assim que a prática educativa se afirma como
desocultadora de verdades escondidas (FREIRE, 1995, p. 79). Além disso,
para Paulo Freire (1999, p. 25): “[...] quem forma se forma e reforma ao formar
e quem é formado forma-se e forma ao ser formado” (FONTANA; PITANO,
2005, p.05).
No caso da educação ambiental ao ser trabalhada no ensino curricular
de Geografia (e de qualquer outra disciplina), não pode deixar como segundo
plano os problemas sociais, pois os mesmos fazem parte dos problemas
ambientais vistos em sociedade, que é reiterado por Gadotti (2000, p. 58) onde
afirma: Os mais ameaçados pela destruição do planeta são os pobres
(FONTANA; PITANO, 2005, p.05).
Então, a exclusão de parte da sociedade do sistema é o resultado de
uma forma de apropriação irresponsável da natureza. Daí, a importância da
Educação Ambiental ser tratada de forma responsável e comprometida com as
questões sociais enquanto parte do conteúdo da Geografia. A Geografia,
conforme consta neste trabalho, é a ciência que busca entender como se dá o
processo de produção do espaço. Desta maneira, acaba relacionando com o
pensamento de Freire, em que o mesmo diz que mudar - no sentido de mudar
as estratificações de pensamento na sociedade - é difícil, porém não
impossível (FONTANA; PITANO, 2005, p.05).
ESTRATÉGIAS DE AÇÃO
A proposta será desenvolvida com os alunos 6º ano do Colégio estadual
Alberto Santos Dumont, Ensino Fundamenta e Médio, utilizando as seguintes
estratégias de ação:
• PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
Realização de pesquisas bibliográficas acerca do tema: Resíduos
Sólidos, como forma de aprofundamento de conhecimento e produção de texto
paradidático.
• IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO
A implementação do projeto ocorrerá em diferentes etapas:
a) Conversas informais- por meio dessa ação será realizada a investigação do
saber assistemático dos alunos acerca do tema a ser estudado;
b) Estudo e debate de textos- serão utilizados textos informativos sobre os
resíduos sólidos, embalagens químicas. Esses textos estimularão o
aprendizado, o que auxiliará também para o enriquecimento das aulas de
Ciências, pois do tem em estudo fazer parte de um tema transversal. Além das
leituras, haverá o espaço para discussões dirigidas;
c) Coleta de dados em jornais, revistas e internet – Por esses instrumentos os
alunos irão se aprofundar no tema estudado e coletarão material para a
confecção de posteriores trabalhos e relatórios;
d) Confecção de questionário- Juntamente com os alunos será confeccionado
um questionário com questões objetivas e subjetivas para aplicação em saída
de campo;
e) Saída de campo- Será organizada uma visita a cooperativa de reciclagem e ao
lixão onde receberão informações sobre a importância da classificação do lixo,
embalagens química e qual é seu destino final do lixo.
f) Pesquisa no colégio- Será realizada uma pesquisa no estabelecimento
escolar da quantidade de lixo produzido no dia e como é feita está separação
de cada repartição da escola (salas de aula, secretaria, cozinha, etc.);
g) Pesquisa em casa- Será realizada uma pesquisa em casa para identificação
dos resíduos sólidos produzidos e o seu destino final.
h) Conscientização- A partir das pesquisas realizadas em casa e na escola, os
alunos passarão para a etapa da conscientização sobre a importância da
separação do lixo orgânico e do comum enfocando uma melhor qualidade de
vida, uma maior sustentabilidade.
i) Relatório- será confeccionado um relatório como rico material coletado por
meio das pesquisas e saída de campo;
j) Painéis- os alunos por meio de painéis, cartazes farão a exposição do
conhecimento adquirido com a implantação do projeto PDE.
k) Finalização – Será organizada para a comunidade escolar os painéis
confeccionados pelos alunos e nesse mesmo dia como encerramento das
atividades haverá uma palestra com o engenheiro agrônomo e responsável da
Emater, sobre o tema: RESÍSUOS SÓLIDOS, com ênfase nas embalagens
agroquímicas, nessa palestra será abordado os principais problemas
ambientais, sociais e econômicos.
CRONOGRAMA DA PESQUISA
2 0 1 2 2 0 1 3 2 1 1 4
Atividades a serem executadas F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J F
Levantamento Bibliográfico x x x x x x X x x x x x x x x x x x x x x x x x
Confecção do projeto x x x x x
Elaboração da unidade didática x x x X x
Encontro de Orientação x x x x x x x x x x x x x x x x x x X x
Implementação do Projeto x x x x x x x
Elaboração do artigo x x x x x x x x
Etapas da implementação do projeto 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Conversas informais X
Estudo e debate de textos x x x
Coleta de dados em jornais, revistas e internet x X
Confecção de questionário x
Saída de campo X
Pesquisa no colégio X
Pesquisa em casa x x x x x x X
Conscientização X
Relatório x x X X
Painéis X
Finalização X
Avaliação x
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