plataforma de elevação motorizada e portátil para
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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA
CELSO SUCKOW DA FONSECA – CEFET/RJ
Plataforma de elevação motorizada e portátil para
facilitar o acesso de deficientes físicos à piscina
Beatriz Espirito Santo Rodrigues
Prof. Orientador: Leydervan Xavier, D.C.
Rio de Janeiro
Junho de 2018
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA
CELSO SUCKOW DA FONSECA – CEFET/RJ
Plataforma de elevação motorizada e portátil para
facilitar o acesso de deficientes físicos à piscina
Beatriz Espirito Santo Rodrigues
Projeto final apresentado em cumprimento às
normas do Departamento de Educação Superior
do CEFET/RJ, como parte dos requisitos para obtenção
do título de Bacharel em Engenharia Mecânica
Prof. Orientador: Leydervan Xavier
Rio de Janeiro
Junho de 2018
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a meus pais, irmã, familiares, namorado e amigos que sempre me
incentivaram, e a todas as mulheres pioneiras na engenharia que permitiram a minha chegada
até aqui.
Beatriz Espirito Santo Rodrigues
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiro a Deus, por me dar sempre forças e esperança para continuar trilhando o
caminho que eu escolhi trilhar independente das dificuldades que aparecessem. Agradeço
imensamente a minha mãe, Maria Lucia Espirito Santo Rodrigues, grande inspiradora desse
projeto, por me apoiar, por sempre ter uma palavra para me acalentar quando a vontade de
continuar começava a fraquejar e por ser o maior exemplo de força que eu poderia ter,
aguentando sempre todas as dificuldades e desafiando todas as suas limitações pela sua família.
Agradeço ao meu querido pai, Marcos Luiz Freitas Rodrigues, por ter sido durante todo o
caminho o meu maior pilar de honestidade, por me ensinar a importância de nos dedicarmos ao
que realmente acreditamos e por me desafiar a ser sempre o melhor de mim. A minha irmã
Mariana Espirito Santo Rodrigues, por ser a melhor amiga que eu poderia ter e por ser a razão
para eu enfrentar qualquer dificuldade que apareça. Ao meu namorado e parceiro Gabriel Ayres
Adão por ter me dado todo o suporte imaginável e ter se entregado profundamente a esse projeto
como se fosse dele próprio me ajudando quando tudo já se tornava impossível. Ao fim agradeço
ao Mestre Leydervan Xavier por ter me aceitado, por ter tido infinita paciência, por ouvir
minhas ideias e aceita-las mesmo parecendo loucura, e por ter me ensinado que com a
engenharia podemos solucionar problemas e realizar sonhos.
Obrigada!
RESUMO
A mudança na pirâmide etária da população brasileira, com o aumento do percentual de idosos
e significativo número de pessoas com deficiência física têm inspirado ações para garantir
acessibilidade dos ambientes aos cidadãos inseridos nestes segmentos e, com isto, aumentar sua
inclusão social nas atividades cotidianas. Neste esforço de inclusão, também são necessárias
adaptações de atividades esportivas e de lazer, como acontece com pessoas com mobilidade
reduzida, de modo a favorecer oportunidades de reabilitação motora e fisioterapia para pessoas
com deficiências e idosos. Algumas destas ações são formalizadas pela criação de normas,
como a norma NBR 9050, que exige condições de acessibilidade em edificações, mobiliários,
espaços construídos em sua vigência. Há, contudo, muitos ambientes construídos antes da sua
validade e, que por isto, não atendem as necessidades de portadores de deficiências físicas,
principalmente motoras, e consequentemente não permitem que esses desenvolvam atividades
que melhorem as suas condições de vida. O presente trabalho consiste do desenvolvimento de
uma plataforma de elevação motorizada, capaz de realizar movimento vertical transportando
um usuário de muletas ou cadeira de rodas do nível do terreno ao fundo de uma piscina e deste
para a superfície, constituindo um recurso viável e seguro para acessibilidade a piscinas em
quaisquer ambientes que pode ser instalado e removido sem necessidade de obras civis. O
projeto do equipamento atende a requisitos de ergonomia, segurança e facilidade de montagem,
transporte e manutenção.
Palavras-chaves: Plataforma de elevação; acessibilidade; deficientes físicos; acesso a piscina.
ABSTRACT
The change in the age pyramid of the Brazilian population, with the increase in the percentage
of people with physical disabilities and the elderly has inspired actions to guarantee the
accessibility of the spaces to the citizens inserted in those segments, and with that increase their
social inclusion in daily activities. In this inclusion effort, adaptations of sports and leisure
activities are required to cover persons with reduced mobility, in order to favor opportunities
for motor rehabilitation and physiotherapy for people with disabilities and the elderly. Some of
these actions are formalized by the creation of norms, such as the NBR 9050 standard, which
requires accessibility conditions in buildings, furniture, and built spaces in force. There are,
however, many environments built before their validity and therefore do not meet the needs of
physically disabled people, especially motorists, and consequently do not allow them to develop
activities that improve their living conditions. The present work consists of the development of
a motorized lifting platform capable of performing vertical movement by transporting a
passenger from crutches or wheelchairs from the ground level to the bottom of a pool and from
the pool to the surface, constituting a viable and safe resource for accessibility to swimming
pools in any environment that can be installed and removed without the need for civil works.
The design of the equipment meets the requirements of ergonomics, safety and ease of
assembly, transportation and maintenance.
SUMÁRIO
1. Introdução .................................................................................................................................... 11
1.1. Motivação ............................................................................................................................. 13
1.2. Justificativa .......................................................................................................................... 14
1.3. Objetivo ................................................................................................................................ 15
1.4. Metodologia e Trabalho realizado ..................................................................................... 15
2. Elevadores e seus mecanismos de Elevação .............................................................................. 17
2.1. Mecanismo de elevação por porca e fuso (Parafuso de Potência) ................................... 17
2.2. Mecanismo de elevação por pinhão e cremalheira ........................................................... 21
2.3. Mecanismo de elevação hidráulico .................................................................................... 23
2.4. Escolha do tipo de mecanismo de elevação ....................................................................... 25
3. Metodologias de análise da plataforma de elevação e seus componentes ............................... 26
3.1. Considerações sobre a concepção do Equipamento ......................................................... 27
3.2. Método de análise dos esforços atuantes na plataforma e seus componentes ................ 29
3.2.1. Forças atuantes na plataforma ................................................................................... 30
3.2.2. Forças atuantes nos fusos ........................................................................................... 33
3.2.3. Forças atuantes nos parafusos.................................................................................... 35
3.3. Método de lubrificação da plataforma e seus componentes ............................................ 39
3.4. Ergonomia da plataforma .................................................................................................. 40
3.5. Método de dimensionamento de motor elétrico para a transmissão por mecanismo fuso
porca 42
3.5.1. Motores elétricos ......................................................................................................... 42
3.5.2. Determinação do torque necessário para o fuso ....................................................... 43
3.5.3. Determinação da rotação necessária para o fuso ..................................................... 49
3.5.4. Determinação da potência necessária para o fuso .................................................... 50
3.5.5. Determinação da eficiência da transmissão por fuso ............................................... 51
3.6. Método para a fixação do motor ao suporte móvel .......................................................... 52
3.7. Método de parada da plataforma ...................................................................................... 52
3.7.1. Chave de fim de curso ................................................................................................. 53
4. Dimensionamento final da plataforma e dos seus componentes ............................................. 56
4.1. Dimensionamento do fuso ................................................................................................... 56
4.1.1. Cargas de flambagem .................................................................................................. 56
4.2. Dimensionamento do motor ............................................................................................... 59
4.2.1. Torque necessário pelo fuso ....................................................................................... 59
4.2.2. Eficiência da transmissão por fuso ............................................................................ 63
4.2.3. Rotação necessária pelo fuso ...................................................................................... 63
4.2.4. Potência necessária para o fuso .................................................................................. 64
4.2.5. Dimensionamento do acoplamento do eixo do motor ao eixo de transmissão ....... 65
4.3. Dimensionamento da plataforma ....................................................................................... 68
4.3.1. Rigidez da plataforma ................................................................................................. 79
4.3.2. Empuxo na plataforma ............................................................................................... 83
4.4. Dimensionamento dos parafusos de apoio ........................................................................ 84
4.4.1. Força de tração nos parafusos .................................................................................... 84
4.4.2. Força de cisalhamento nos parafusos ........................................................................ 89
4.5. Esforços no suporte fixo ...................................................................................................... 90
5. Plano de instalação da plataforma de elevação ........................................................................ 92
6. Conclusão ..................................................................................................................................... 94
6.1. Considerações finais ............................................................................................................ 94
6.2. Sugestões para estudos futuros .......................................................................................... 95
7. Referências Bibliográficas .......................................................................................................... 96
Anexo I: Propriedades do Motor ....................................................................................................... 99
Anexo II: Desenhos da plataforma e seus componentes ................................................................ 100
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Distâncias estipuladas para Cadeira de Transferência pela NBR 9050 [4] .......................... 12
Figura 2: Dimensões aceitas para escada submersa pela NBR 9050 [4] .............................................. 12
Figura 3: Exemplificação do mecanismo fuso e porca [11] ................................................................. 18
Figura 4: Propriedades de rosca com perfil trapezoidal [14] ............................................................... 20
Figura 6: Mecanismo pinhão cremalheira [11] .................................................................................... 22
Figura 7: Tipos de cremalheira [11] ..................................................................................................... 23
Figura 8: Mecanismo simplificado do Elevador Hidráulico [9] .......................................................... 24
Figura 9: Concepção geral do equipamento (elaboração própria) ....................................................... 26
Figura 10: Representação do sistema de contrapeso para equilíbrio de tombamento do equipamento.
(Elaboração própria) .............................................................................................................................. 29
Figura 11: Diagrama de corpo livre da plataforma .............................................................................. 31
Figura 12: Modelo de carregamento considerado para o fuso de transmissão .................................... 34
Figura 13: Descrição das partes características de uma rosca [11] ...................................................... 36
Figura 14: Quadro de tipos de perfis de rosca [11] .............................................................................. 37
Figura 15: Junta sobreposta parafusada [19]........................................................................................ 38
Figura 16: Fuso com rosca quadrada [12] ............................................................................................ 44
Figura 17: Fuso com rosca trapezoidal Acme (a) A força normal de rosca é aumentada devido ao
ângulo α (b) colar de empuxo tem diâmetro friccional dc.; [12] ........................................................... 44
Figura 18: (a) Diagrama de forças que atuam num parafuso de potência com rosca quadrada para um
movimento ascendente (b) componentes das forças no movimento ascendente[12] ............................ 45
Figura 19: (a) Diagrama de forças que atuam num parafuso de potência com rosca quadrada para
movimento descendente (b) componentes das forças no movimento descendente [12] ....................... 47
Figura 20: Características básicas e estrutura de um relé de contato [29] ........................................... 54
Figura 21: Dimensões do motor WEG em mm [31] ............................................................................ 65
Figura 22: Dimensões da chaveta do motor escolhido [31] ................................................................. 66
Figura 23: Dimensões utilizadas para cálculo das tensões na chaveta [12] ......................................... 67
Figura 24: Esquema de configuração da plataforma ............................................................................ 69
Figura 25: Posicionamento dos componentes na plataforma ............................................................... 71
Figura 26: Modelo em SolidWorks da plataforma completa com corte lateral ................................... 72
Figura 28: Esquematização de esforços na plataforma ........................................................................ 76
Figura 29: Corte em seção qualquer da plataforma ............................................................................. 77
Figura 30:Diagrama de força cortante .................................................................................................. 78
LISTA DE TABELAS
Tabela 1:Tipos de perfis de rosca de transmissão [11] ........................................................................ 18
Tabela 2: Diâmetro, passo e ângulo de avanço indicados para parafusos com rosca Acme [12] ........ 20
Tabela 5: Coeficientes de atrito do colar [12] ...................................................................................... 61
Tabela 6: Propriedades térmicas, físicas, elétricas e mecânicas do PEAD [32]................................... 74
Tabela 7: Diâmetros e área de roscas de parafusos unificados UNC e UNF [12]................................ 86
Tabela 8: Parâmetros de rigidez de materiais de vários membros [12] ................................................ 87
Tabela 9: Propriedades do aço [33] ...................................................................................................... 89
Tabela 10: Nome, material, quantidade e massa de cada componente ................................................ 93
11
1. Introdução
Define-se acessibilidade como a capacidade de se incluir pessoas com algum tipo de
deficiência na participação de atividades através do uso de produtos, serviços e informações.
Um exemplo de acessibilidade é a adaptação das ruas com rampas ao invés de degraus para
possibilitar a passagem de cadeiras de rodas, ou pessoas que façam uso de muletas, ou ainda
pessoas idosas, que pelo envelhecimento, têm dificuldade de locomoção. [1]
Os dois grupos, que mais necessitam de adaptações visando à acessibilidade, são os idosos
e os deficientes físicos. Um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) em 2015 apontou que 6,2% da população brasileira apresenta algum tipo de deficiência,
sendo que a parcela de deficientes físicos pela mesma pesquisa mostrou-se 1,3% da população,
e quase metade desse total (46,8%) apresenta um grau intenso ou muito intenso de limitações.
[2]
O envelhecimento da população brasileira tem se intensificado de acordo com pesquisas
também realizadas pelo IBGE tendo-se a previsão da população em 2060 chegar a mais 19
milhões de brasileiros com 80 anos ou mais. Nas estatísticas, mostra-se sempre uma maior
expectativa de vida feminina em relação à masculina. Tal fato contribui para que a incidência
de deficiência física seja maior nas mulheres que nos homens, pois essas ao viverem mais
desenvolvem com o envelhecimento mais limitações. Com base em sensos demográficos
recentes as pessoas idosas são o grupo mais afetado por deficiências físicas, sendo a deficiência
motora a mais comum, com 17,3% de incidência entre os idosos. [3]
A norma 9050 da Associação Brasileira de Normas Técnicas(ABNT), revisada pela última
vez em 2004, estabelece critérios e parâmetros técnicos que devem ser observados durante o
projeto, construção e instalação e reforma ou adaptação de edifícios, mobiliário, espaços e
equipamentos urbanos às condições de acessibilidade. Nesta norma, foram incluídos critérios
para a construção de piscinas visando permitir a entrada de pessoas com deficiências motoras.
Entre esses critérios, foi instituído que o acesso a piscina deve ser garantido através de degraus,
rampas submersas, bancos para transferência ou equipamentos de transferência exemplificados
com as distancias aceitas na norma pelas Figuras 1, e 2. [4]
12
Figura 1: Distâncias estipuladas para Cadeira de Transferência pela NBR 9050 [4]
Figura 2: Dimensões aceitas para escada submersa pela NBR 9050 [4]
Pela norma ser recente, ainda está sendo aplicada, gradativamente, aos novos espaços
urbanos, e por não abranger a ambientes privados, ainda há muitas piscinas que não seguem as
regras de acessibilidade e só apresentam como forma de acesso a escada vertical. Nesses casos
é preciso pensar em soluções alternativas para permitir o acesso de pessoas com mobilidade
reduzida às atividades de lazer e de esporte envolvendo o uso da piscina. Uma dessas soluções
alternativas é a plataforma de elevação portátil, que pode ser instalada em qualquer tanque, e
permite não só o acesso de cadeirantes como também pessoas que utilizem de muletas ou
tenham alguma deficiência motora, ou ainda, estejam com a mobilidade temporariamente
reduzida, como no caso de acidentados. [4]
13
Outra norma que trata sobre o assunta de plataformas de elevação para pessoas com
mobilidade reduzida é a NBR 9386-1, que define requisitos de segurança, dimensões e operação
funcional para plataformas de elevação vertical. Nessa norma são definidos como requisitos
gerais para plataformas de elevação [5]:
Levar em consideração durante o projeto a frequência de utilização da plataforma.
Incorporar proteção contra: cortes, esmagamento, aprisionamento, escoriação,
queda ou tropeço, choque físico ou impacto, choque elétrico, e fogo.
Assegurar acesso à manutenção, reparo ou inspeção.
A velocidade da plataforma não pode ser superior a 0,15 m/s.
Deve resistir às forças de operação.
O dimensionamento deve ser efetuado utilizando de coeficiente de segurança igual
ou superior a 1,6.
Proteger equipamentos e elementos mecânicos como engrenagens ou unidade de
acionamento, para impedir riscos físicos a pessoas.
Devem ser fornecidas guias para todo o percurso da plataforma, podendo essa ser
enclausurada ou não.
1.1. Motivação
O uso de uma piscina pode ser considerado não só recreativo como também uma forma
de praticar esportes, melhorar os níveis de ansiedade, reduzir estresse, aumentar a sociabilidade,
e de exercitar as capacidades motoras de uma pessoa que já as tem reduzida.
As propriedades físicas da água têm sido, historicamente, usadas como forma de
tratamento de variadas condições clínicas, sendo hoje em dia a hidroterapia uma importante
ferramenta da fisioterapia. Estudo realizado pela Universidade Federal de São Carlos em 2008
demonstrou que os efeitos fisiológicos proporcionados pela agua são amplos e envolvem
respostas cardíacas respiratórias, renais e musculoesqueléticas. [6]
A Organização Mundial de Saúde aponta a prática de exercícios entre idosos como um
dos principais meios de combate a depressão, insônia, e doenças cardiovasculares. Entre os
esportes mais procurados pelos idosos se encontra a hidroginástica, por permitir que pessoas
14
com problemas de equilíbrio ou que precisem de uma menor descarga de peso nas articulações
pratiquem esportes, pois durante o exercício mais da metade do corpo está submerso em água,
e ação da gravidade é reduzida, fazendo com que os esforços realizados sejam compensados e
amenizados.
Existem no Brasil equipamentos comercializados, que permitem a entrada de pessoas
com mobilidade reduzida em piscinas e afins, mas têm se focado em dispositivos fixos e de
operação complexa. Algumas alternativas parecem vocacionadas para clubes e instituições, em
que o equipamento pode ser fixado às bordas ou ao piso em volta da piscina e pode contar com
a operação de alguém treinado para isso. A concepção de um equipamento simples e
transportável, que se adeque às necessidades de um usuário nos diversos ambientes em que
pretenda usar piscinas, parece pouco explorada. Há equipamentos importados que atendem
esses requisitos, mas dependem de importação e são caros. [7]
1.2. Justificativa
A acessibilidade e mobilidade têm se tornado temas recorrentes, atualmente, no entanto,
a preocupação concentra-se em criar-se condições para os deficientes acessarem os ambientes
de convívio comum, ou transportes públicos. O assunto não é tão explorado quando se trata de
atividades físicas e de lazer voltadas para o deficiente, sendo essa ainda uma grande carência
na nossa sociedade, em que persiste a exclusão dessas pessoas.
No ano de 2017, durante o seminário: “Acessibilidade e Inclusão: Expressão da
Cidadania”, organizado pelo Tribunal de Contas da União, foram divulgados dados pelo
palestrante americano James Thurston, vice-presidente da Global Initiative for Inclusive
Information and Communication Technologies, que revelam ainda serem poucos os países que
apresentam iniciativas reais para promover a inclusão de pessoas com deficiência. Um dos
dados divulgados foi que, de acordo com o levantamento realizado, 78% dos países possuem
órgão dedicado a pessoas com deficiência, porém somente 27% dos países apresentam
tecnologia assistiva e adaptações para estudantes universitários deficientes. [8]
Durante o mesmo evento foi avaliado pela professora universitária e médica Izabel
Loureiro Maior, palestrante do evento, que o preconceito e a discriminação ainda são barreiras
15
para as pessoas com deficiência e criam obstáculos como falta de oportunidades no mercado de
trabalho e falta de iniciativas voltadas para a qualidade de vida dos deficientes. [8]
1.3. Objetivo
O objetivo do trabalho é projetar uma plataforma de elevação, de baixo custo, quando
comparado com o de outras soluções existentes, que permita o acesso de deficientes físicos,
idosos com mobilidade reduzida, e pessoas com limitações físicas, por qualquer motivo à
piscina e às atividades que podem ser desenvolvidas em seu interior, tanto para lazer quanto
para terapias de saúde ou esportivas.
Não são discutidos os tipos de deficiência física nem se o dispositivo que será projetado
auxiliará no tratamento dessas, concentrando-se apenas em construir um dispositivo que
permita o acesso de um usuário de forma confortável, seja de pé, auxiliado por muletas ou
utilizando uma cadeira de rodas.
Assim espera-se criar uma forma de ingresso em piscinas que possibilite a pessoas com
restrições físicas usufruir destas, aumentando a inclusão social, esperando aumentar a
conscientização da comunidade quanto à necessidade de pensar-se em todas as pessoas ao se
projetar um espaço que influa sobre a qualidade de vida de um ser humano.
1.4. Metodologia e Trabalho realizado
Primeiramente, foi escolhido qual seria o mecanismo de acionamento para realizar a
elevação da plataforma, sendo este selecionado de acordo com os pré-requisitos definidos para
o projeto. Após essa seleção foram analisados os esforços presentes na plataforma de elevação
e seus componentes, através dos modelos encontrados na literatura, para dimensioná-la. Nesse
processo foram observadas as normas de ergonomia e as normas relativas a maquinas de
elevação, de forma a garantir, respectivamente, o conforto e a segurança do usuário. Foram
identificadas as reações no equipamento e seus componentes, geradas pela massa do usuário e
16
sua própria massa, as forças de reação do fluido aonde o dispositivo é inserido, que é a água de
piscina, e as forças de atrito entre os componentes do mecanismo.
Em seguida foram escolhidos os materiais para compor a estrutura, o lubrificante que
melhor atendesse às necessidades do mecanismo, a altura necessária das hastes de apoio para
conforto do usuário, e foi proposta um tipo de estrutura de transporte, que comportaria a
plataforma e suas peças, adequada ao deslocamento desta para diferentes locais.
17
2. Elevadores e seus mecanismos de Elevação
Desde os primórdios da civilização houve a necessidade do transporte de cargas ou pessoas,
tendo sido pensados, ao longo dos anos, diferentes formas para essa elevação. Foram propostos
mecanismos por roldanas, manivelas, alavanca e outros, até que em 1857 é inaugurado o
primeiro elevador de usuários por Elisha Graves Otis com mecanismo de segurança que
impedia que os cabos se rompessem. [9]
Existem hoje vários tipos de máquinas de elevação e transporte com mecanismos diferentes
podendo ser divididos nos seguintes grupos [10]:
Maquinas de elevação: constituem grupo de aparelhos de uso periódico projetado
como mecanismo próprio de elevação, ou para elevação e movimentação de cargas.
Guindastes: combinam mecanismos de elevação, distanciados por uma estrutura
para apenas elevar e mover cargas que podem estar livres, somente sendo içadas ou
presas pela própria estrutura.
Elevadores: é o grupo que engloba as máquinas e ação periódica, para levantamento
de cargas com o auxílio de guias.
O projeto de uma plataforma de elevação contém as mesmas características de periodicidade
e carregamento que o projeto de um elevador. Dessa forma os principais tipos de mecanismos
utilizados em elevadores que podem também ser considerados em projetos de plataformas de
elevação, pela segurança e continuidade da transferência de movimento, são elevação por: porca
e fuso, pinhão e cremalheira, e mecanismo hidráulico. Esses mecanismos mencionados serão
detalhados nas seções a seguir. [10]
2.1. Mecanismo de elevação por porca e fuso (Parafuso de Potência)
O mecanismo de elevação por porca e fuso, que também pode ser chamado de parafuso
de potência, mostrado na Figura 3, consiste numa barra rosqueada externamente de passo
contínuo, chamado o fuso ou parafuso de potência, que é usado em conjunto com uma porca
acionadora, ou mancais rosqueados, ou buchas, ou porcas especiais todos esses podem ser
18
chamados de castanha. A porca é quem será responsável pela transmissão do movimento de
rotação do fuso a cada giro ou fração de giro para seu eixo transversal de forma linear vertical
ou horizontalmente. [11]
Figura 3: Exemplificação do mecanismo fuso e porca [11]
A rosca de transmissão do fuso pode apresentar os tipos de perfil: quadrado, trapezoidal
e misto, exemplificados na Tabela 1.
Tabela 1:Tipos de perfis de rosca de transmissão [11]
Os perfis têm características diferentes e são recomendados para os seguintes tipos de
uso [11]:
19
Rosca com perfil quadrado – utilizado na construção de roscas múltiplas, que
são roscas que possuem duas ou mais entradas desenvolvendo um avanço axial
maior a cada volta completa do fuso. Os conjuntos fuso e porca com esse perfil
de rosca são utilizados sempre que houver necessidade de se obter maior impacto
ou grande esforço em mecanismos como balancim e prensa.
Rosca com perfil trapezoidal (Padrão Acme) – resiste a grandes esforços durante
a transmissão de movimento. Esse tipo de perfil é utilizado no conjunto fuso e
porca de maquinas-ferramenta como tornos, plainas e fresadoras, preferido ao
perfil de rosca quadrado por ser mais fácil de usinar e por permitir o uso de uma
porca partida, que pode ser ajustada para compensar o desgaste.
Rosca com perfil misto – muito usada na construção de conjuntos fuso e porca
com esferas recirculantes, que são elementos de transmissão de alta eficiência,
pois transformam o movimento de rotação em movimento linear e vice-versa.
Um exemplo de aplicação é no mecanismo de acionamento de avanço do carro
da fresadora ferramenteira CNC, pois faz a transferência de força com o mínimo
atrito.
O tipo de rosca mais recomendado para a transmissão de movimento vertical em
maquinas de elevação é a de perfil quadrado, por não ter a fricção causada pelo plano inclinado
existente no perfil trapezoidal, porém pela maior facilidade de fabricação e por ter propriedades
muito semelhantes ao perfil quadrado, o perfil trapezoidal Acme, ilustrado na Figura 4, é
frequentemente preferido. Na Tabela 2 apresenta-se alguns valores comuns para as
propriedades de rosca Acme como valor de diâmetro médio (𝑑𝑚), passo (p) e ângulo de avanço
(λ). Os principais materiais utilizados para a confecção do fuso podem ser alumínio ou aço
(carbono, carbono com tratamento, liga, inoxidável). [12]
Um parafuso de potência convencional com rosca trapezoidal usualmente é fabricado
com um ângulo de avanço (λ) variando em torno de 2 e 5 graus e possui coeficiente de atrito
em torno de 0,15. Analisando a curva de eficiência de parafusos de potência com roscas Acme
mostrada na Figura 5, pode-se concluir que a eficiência destes parafusos fica em torno de 18%
a 36%, que são valores considerados baixos. [13]
20
Figura 4: Propriedades de rosca com perfil trapezoidal [14]
Tabela 2: Diâmetro, passo e ângulo de avanço indicados para parafusos com rosca Acme [12]
Figura 5: Curvas de Eficiências de parafusos de potência com roscas Acme (Trapezoidal)
[13]
21
Segundo a A.T.I. Brasil – Artigos técnicos industriais, empresa líder do segmento de
distribuição de artigos técnicos industrias, as principais vantagens de utilizar um mecanismo
fuso e porca com rosca trapezoidal são [15]:
Grande quantidade de acessórios disponíveis para adaptações do conjunto para
diferentes funções.
Montagem simples e fácil manutenção.
Atende a vários tamanhos e capacidades de carga.
Trabalho universal em cada posição de montagem.
Não há movimentação (recuo) nas paradas (travamento automático).
Acionamento por meio de motoredutores, motores elétricos, hidráulicos,
pneumáticos ou manualmente.
A porca que deve ser acoplada ao fuso para ocorrer o movimento linear pode ser de
formato cilíndrico, cilíndrico flangeado ou quadrado, e é feita em aço, latão, bronze ou nylon.
Alguns exemplos de aplicação desse mecanismo em maquinas de elevação também
segundo a A.T.I. Brasil são: elevador de cargas, elevador para portadores de necessidades
especiais, elevador residencial, prensa de fricção, fresas e tornos, entre outros. [15]
Para dimensionar o fuso trapezoidal adequado para a máquina que se pretende projetar
alcance o desempenho necessário é preciso saber a velocidade de deslocamento da máquina, a
massa da carga a ser movimentada, e o comprimento máximo do fuso. [15]
2.2. Mecanismo de elevação por pinhão e cremalheira
O mecanismo pinhão e cremalheira compõe um sistema de transmissão de movimento
muito utilizado na mecânica, principalmente, no segmento de construção cível e offshore no
elevador de pinhão e cremalheira, como substituto ao elevador de cabos, atualmente proibido
pela portaria MR-8. [16]
O elemento do conjunto chamado de pinhão também pode ser chamado de coroa que
são sinônimos para engrenagem. O outro elemento do conjunto, a cremalheira, um trilho
dentado, que também pode ser considerada uma roda de raio infinito, irá converter o movimento
22
de rotação da engrenagem (Coroa) em movimento longitudinal. Na Figura 6, consta um
exemplo de conjunto pinhão e cremalheira. [16]
Figura 5: Mecanismo pinhão cremalheira [11]
Um sistema pinhão-cremalheira para elevadores é acionado usualmente por um
conjunto composto de no mínimo dois motofreios de velocidade, com o propósito de se alcançar
um alto torque gerado, e consequentemente uma velocidade elevada. Elevadores que se utilizam
desse sistema são considerados os elevadores de carga com maior velocidade possível. Há
também a praticidade do mecanismo ser completamente desmontável o que permite que ele seja
instalado e desinstalado em diferentes localidades, o que facilita o uso desse tipo de elevador
em obras periódicas, como é o caso na construção cível. [16]
O sistema apresenta como vantagens, alto nível de segurança em sua operação e manutenção,
velocidade superior ao sistema convencional, simplicidade e facilidade na montagem,
desmontagem, operação e manutenção, possibilidade de alteração na sua altura e quantidade de
cabinas a qualquer momento, estrutura modular e autoportante, poder ser utilizado em qualquer
altura pela possibilidade de acréscimo de cremalheiras. [16]
As cremalheiras podem ser do tipo cremalheira de dentes perpendiculares, que se
acoplam a engrenagens de dentes retos, ou cremalheiras de dentes inclinados que se acoplam a
engrenagens helicoidais, os dois modelos de cremalheiras são expostos na Figura 7. [11]
23
Figura 6: Tipos de cremalheira [11]
Como as dimensões das cremalheiras têm de ser iguais as dimensões equivalentes da
engrenagem para promover o encaixe perfeito entre os dentes, os cálculos da cremalheira
necessária para um projeto são feitos baseados nas fórmulas de engrenagem que faz parte do
seu conjunto. [11]
2.3. Mecanismo de elevação hidráulico
Além dos outros mecanismos já mencionados uma máquina de elevação pode utilizar
um sistema hidráulico para realizar seu deslocamento.
Sabendo que pressão será constante em todos os pontos de fluido enclausurado e que
pressão é igual à força sobre área, produz-se um dispositivo hermeticamente fechado com duas
colunas com áreas transversais diferentes, tendo umas das colunas área expressivamente menor
do que a outra, dessa forma ao aplicar-se uma força na extremidade mais estreita essa será
transmitida ampliada na outra extremidade. A exemplificação simples do funcionamento do
mecanismo é feita na Figura 8. [9]
24
Figura 7: Mecanismo simplificado do Elevador Hidráulico [9]
Para criar o seu princípio, Pascal utilizou o princípio da hidrostática previamente
definido por Stevin, que diz: "A diferença entre as pressões de dois pontos de um fluido em
equilíbrio é igual ao produto entre a densidade do fluido, a aceleração da gravidade e a diferença
entre as profundidades dos pontos.". [17]
Esse princípio hidrostático pode ser descrito pela seguinte formula:
∆𝑝 = 𝑑 ∗ 𝑔 ∗ ∆ℎ (1)
Em que:
∆𝑝 = Diferença de pressões
𝑑 = Densidade do fluido
𝑔 = Aceleração da gravidade
∆ℎ = Diferença entre as profundidades
Usando as variáveis mostradas na Figura 8 o princípio de Pascal pode ser representado pela
equação:
𝐹𝑎𝐴𝑎
=𝐹𝑏
𝐴𝑏 ↔ 𝐹𝑎 ∗ 𝐴𝑏 = 𝐹𝑏 ∗ 𝐴𝑎 (2)
Pela visualização da formula é possível perceber que quanto maior a diferença entre as áreas
menor será a força necessária para gerar a força de acionamento do objeto.
O mecanismo de elevação hidráulico é utilizado quando é necessário um bom rendimento
mecânico (70% a 80%) e quando é preciso transportar elevadas cargas, acima de 500t. Para o
25
cálculo do transporte vertical num sistema hidráulico é necessário saber o diâmetro do cilindro
de carga, o diâmetro do pistão que bombeia o fluido, e o comprimento de alavanca utilizado.
[9]
2.4. Escolha do tipo de mecanismo de elevação
O mecanismo escolhido para este projeto de plataforma foi o de fuso e porca, pois é o que
atende melhor os pré-requisitos do projeto, que serão discutidos em seguida.
A carga que precisa ser levantada pela plataforma de projeto é uma carga média, e precisa
atender uma faixa de pesos pelo o uso do equipamento por diferentes usuários que terão
diferentes massas. Portanto o uso de um mecanismo hidráulico seria desnecessário por sustentar
uma carga muito maior do que a requerida.
A velocidade de deslocamento do dispositivo é limitada pela norma NBR 9386 que define
que plataformas de elevação para pessoas com mobilidade reduzida não pode ser superior a
0,15 m/s . Um mecanismo de cremalheira e pinhão, então, não atenderia o requisito, por ser um
mecanismo que, caracteristicamente, desenvolve uma velocidade muito alta. [5]
Dessa forma o melhor mecanismo para o projeto é o de fuso e porca, com rosca trapezoidal,
de modo a impedir o retorno do movimento e capaz de resistir a cargas elevadas [11]
26
3. Metodologias de análise da plataforma de elevação e seus componentes
Após a definição do mecanismo de elevação que será utilizado na plataforma, pode-se
definir que essa terá alguns elementos indispensáveis, como:
Dois fusos guias ou mais, dependendo do cálculo de torque necessário no sistema;
Uma plataforma que deverá transportar o usuário e seus adereços;
2 porcas acionadoras de movimento, considerando que é necessária uma porca por
fuso;
4 parafusos para a fixação da plataforma nas porcas acionadoras, sendo dois
parafusos por porca, para compensar o momento gerado pela plataforma;
Contrapeso para estabilizar o mecanismo, sem a necessidade de ser engastado.
Na Figura 9 está representada a concepção geral do equipamento, elaborada no programa
SolidWorks, com a identificação dos principais componentes, que serão dimensionados nas
seções a seguir.
Figura 8: Concepção geral do equipamento (elaboração própria)
27
Há questões críticas que foram objeto de especial atenção: o equilíbrio do conjunto com o
operador e o usuário, particularmente, em relação ao tombamento para dentro da piscina; a
rigidez da plataforma para assegurar o funcionamento dos fusos e porcas no movimento vertical
e, também, favorecer a sensação de segurança de quem se apoia, de pé ou em uma cadeira de
rodas, sobre uma superfície o mais plana possível; os esforços de empuxo e resistência da água
durante os movimentos verticais.
3.1. Considerações sobre a concepção do Equipamento
Foi decidido o uso de dois motores ao invés de um para facilitar o posicionamento desses
mantendo um vão livre na plataforma para a entrada da cadeira ou do usuário de bengalas.
Porém por ter sido tomada essa decisão será necessário um componente elétrico que sincronize
o movimento dos dois motores perfeitamente para permitir o movimento da plataforma. Esse
componente elétrico de sincronização não será detalhado no trabalho por não fazer parte do
projeto mecânico básico da plataforma.
Ao observar-se a figura 9 pode-se concluir que na posição de maior elevação da plataforma
ainda existirá um degrau entre ela e o suporte móvel gerado pela parte vertical superior da
plataforma. Esse degrau foi criado para equilibrar o momento gerado pelo carregamento vertical
na plataforma e não influirá negativamente na entrada do usuário por ser menor do que os
degraus determinados na norma 9386 para pessoas com mobilidade reduzida, e também por ser
um degrau facilmente vencido pela roda da cadeira de rodas.
Pela necessidade de adequação da plataforma a diferentes alturas de piscina mantendo
sempre o eixo de apoio do motor apoiado no chão da piscina a flange que fixa o motor ao
suporte fixo permite o movimento vertical do eixo, mas pela existência de chaveta trava o
movimento horizontal e a rotação do motor.
Foram estudas as formas possíveis de criar o contrapeso e foi averiguado que este poderia
ser um peso fixo ao chão sustentando a massa aplicada no mecanismo pela força de atrito gerada
com o contato com o chão, ou poderia ser feito com a força humana de um acompanhante
utilizando-se de uma alavanca que impediria a placa de sustentação de trepidar ou rotacionar.
Sabendo que a força de atrito estática pode ser quantificada pela formula:
𝐹𝐴𝑇 = 𝜇𝑒𝑠𝑡 ∗ 𝑁 (3)
28
Sendo:
𝜇𝑒𝑠𝑡 = Coeficiente de atrito estático do material
𝐹𝐴𝑇 = Força de Atrito
𝑁 =Força Normal
Sabendo também que para o movimento ser impedido a força peso do contrapeso deve ser
maior, ou igual, que a força peso gerada pela massa da estrutura, do usuário e de seus acessórios,
podendo-se estimar essa massa total de 150 kg conforme indica a norma NBR 9386, a equação
se tornaria:
𝑚𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑝𝑒𝑠𝑜 ∗ 𝑔 ≤ 𝑚𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ∗ 𝑔 (4)
Sendo as incógnitas,
𝑚𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑝𝑒𝑠𝑜 = Massa do contrapeso
𝑚𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = Massa total da estrutura, usuário e seus acessórios
𝑔 = Aceleração da gravidade
Utilizando uma massa total de 150 kg, seria necessária uma massa de aproximadamente 150
kg para realizar o contrapeso, o que tornaria a ideia do projeto de portabilidade inviável, pois
seria necessário o transporte de uma massa de 150 kg inteiriça, mas os outros equipamentos do
mecanismo, o que demandaria grande trabalho, e equipamento especializado.
Para evitar esse inconveniente, optou-se por fazer o contrapeso por esforço humano, que
seria realizado por um acompanhante do deficiente motor, ou alguma pessoa presente na
localidade disposta a auxiliar o acesso. Esse esforço seria feito com o auxílio de uma haste, para
possibilitar o movimento de alavanca, que também poderia servir para o transporte da estrutura
quando não estivesse em uso, encaixada na parte placa fixa da estrutura mantida na beira da
piscina para apoio da plataforma.
Na Figura 10 este arranjo está ilustrado.
29
Figura 9: Representação do sistema de contrapeso para equilíbrio de tombamento do
equipamento. (Elaboração própria)
Dos componentes essenciais, os que são críticos, por sofrerem a maior solicitação dentro
do projeto e que determinam quais serão as dimensões mínimas e cargas máximas, são: a
plataforma, os fusos, e os parafusos. Portanto serão analisados os esforços nesses componentes
nas sessões seguintes.
3.2. Método de análise dos esforços atuantes na plataforma e seus
componentes
A plataforma de elevação tem de ser planejada para funcionar no seu estado carregado ou
não, pois pode ser necessário realizar o retorno dela vazia ao nível da borda da piscina ou a sua
imersão na piscina sem usuário.
A plataforma passará por três momentos diferentes: o momento que em que estará alinhada
com o plano adjacente ao tanque na piscina sem estar com qualquer contato com a água, o
30
momento em que a plataforma estará tangenciando a água e o momento em que a plataforma
estará completamente submersa.
Para essas diferentes situações, é necessário que a plataforma resista aos esforços atuantes.
Esses esforços podem ser devido à ação da força empuxo no mecanismo, à reação da plataforma
e de seus componentes ao peso do usuário e seu peso próprio, e às forças de resistência da água
ao próprio mecanismo. A força de resistência da água será desconsiderada nos cálculos pelo
uso de uma plataforma vazada por vários furos, que irão permitir a passagem da agua,
minimizando o arraste durante o movimento de subida da plataforma, sob o peso da coluna de
água.
3.2.1. Forças atuantes na plataforma
O físico, matemático, filósofo, inventor e astrônomo grego Arquimedes determinou o
Princípio de Arquimedes, que tem o seguinte corolário: “Todo o corpo imerso em um fluido
em equilíbrio, dentro de um campo gravitacional fica sobe a ação de uma força vertical, com
sentido oposto à este campo, aplicada pelo fluido, cujo a intensidade é igual à intensidade do
peso do fluido que é ocupado pelo corpo”. [17]
A força exercida pelo fluido no corpo imerso descrita no princípio de Arquimedes foi
nomeada como Força Empuxo e pode ser quantificada a partir da seguinte equação [17]:
�� = 𝑑𝐹 ∗ 𝑉𝐹𝐷 ∗ 𝑔 (5)
Em que as incógnitas significam:
�� = Força empuxo
𝑑𝐹 = Massa especifica do fluido
𝑉𝐹𝐷 = Volume de fluido deslocado
𝑔 = Aceleração da gravidade
Para calcular a tensão máxima atuando na plataforma, pode se considerar que ela está
engastada nas porcas acionadoras, pois esta fixação será realizada pelo apoio de sua parte
vertical nos parafusos e a plataforma será considerada idealmente rígida, sem permitir que haja
31
deformação em suas junções internas, transferindo integralmente os movimentos vertical,
horizontal e rotacional para os seus apoios. A hipótese de a plataforma ser idealmente rígida
pode ser adotada nesse trabalho pois sua realização é viável através de reforços estruturais que
enrijeceriam a plataforma. Esses reforços e as deformações internas na plataforma não serão
aprofundados nesse trabalho por não fazer parte do escopo do estudo.
A plataforma, no primeiro momento, não sofrerá o efeito da força empuxo, pois não estará
em contato com a água e, portanto, não terá volume imerso. Logo a única força que estará
atuando na plataforma será o seu peso próprio, o peso de uma possível cadeira de rodas e o peso
do usuário, conforme mostrado na Figura 11.
Figura 10: Diagrama de corpo livre da plataforma
A de força na plataforma pode ser considerada carga distribuída ou concentrada dependendo
se o usuário estará na cadeira de rodas ou não, porém neste trabalho se utilizará somente o caso
de carga distribuída pois ao considerar-se o usuário de mobilidade reduzida em pé se apoiando
nas hastes de apoio a força aplicada por esse a plataforma será igualmente repassada para as
hastes e para os seus pés, totalizando 6 pontos de apoio espaçados na plataforma que podem ser
aproximados de uma carga distribuída.
A resultante desta força, pode-se assumir que estará atuando no centro de gravidade da
plataforma, que por sua relação comprimento espessura pode ser considerada como uma viga
longa, e, portanto, pode-se ignorar os esforços cisalhantes presente e considerar somente os
32
esforços normais compressivo ou trativo e esforços de flexão. Então a tensão máxima na
plataforma será dada ou pela tensão normal dada pela equação [18]:
𝜎𝑁 =𝑃
𝐴 (6)
Sendo,
𝜎𝑁 = Tensão normal
𝑃 = Força total exercida sobre a estrutura
𝐴 = Área transversal da estrutura
Ou a tensão máxima será igual a tensão máxima de flexão, descrita na equação [18]:
𝜎𝑚𝑎𝑥 =𝑀 ∗ 𝑐
𝐼 (7)
Em que,
𝜎𝑚𝑎𝑥 = Tensão de flexão máxima
𝑀 = Momento fletor máximo
𝑐 = Distância perpendicular da extremidade ao eixo neutro
𝐼 = Momento de inercia da área da seção transversal
Após definida qual das duas tensões é a tensão máxima é possível selecionar o material com
o qual será produzida a plataforma, respeitando-se que a tensão máxima calculada deve ser
maior que a tensão admissível no material, que é calculada pela formula [18]:
𝜎𝑎𝑑𝑚 =𝜎𝑟𝑢𝑝
𝐹𝑆 (8)
Sendo,
𝜎𝑎𝑑𝑚 = Tensão admissível
𝜎𝑟𝑢𝑝 = Tensão de ruptura do material
𝐹𝑆 = Fator de segurança
Nos outros momentos a força empuxo atuará na plataforma com intensidade
determinada de acordo com o volume da plataforma e do usuário e seus adereços que estarão
33
submersos, e sempre no sentido contrário da força peso por agir sempre no sentido contrário da
aceleração da gravidade.
A força que será sentida pela plataforma a partir do momento que a força empuxo
começar a agir sobre essa será o peso aparente que pode ser definido pela formula:
�� 𝐴 = �� − �� ↔ �� 𝐴 = 𝑔(𝑚 − 𝑑𝐹 ∗ 𝑉𝐹𝐷) (9)
Em que as incógnitas significam:
�� 𝐴 = Força peso aparente
�� = Força peso
�� =Força empuxo
𝑚 =Massa da plataforma e massa do usuário e seus adereços
𝑑𝐹 = Massa especifica do fluido
𝑉𝐹𝐷 = Volume de fluido deslocado
𝑔 = Aceleração da gravidade
É possível entender pela formula 9 do peso aparente, que quanto maior for o volume
submerso, menor será a força sentida pela plataforma e consequentemente menor será o esforço
normal na mesma.
Pode-se concluir que o maior esforço normal que será sentida pela plataforma será a
exercida sobre essa no primeiro momento em que não há contato com a água, e será através
desse esforço que se deverá determinar o material da plataforma e a tensão admissível final.
3.2.2. Forças atuantes nos fusos
Por existir declives e imperfeições na piscina, e não se conseguir garantir a extremidade
livre do fuso durante toda a operação do equipamento é necessário dimensiona-lo para suportar
as cargas que lhe serão impostas quando esse estiver apoiado no fundo da piscina.
No primeiro momento, quando a plataforma está completamente sem contato com a
água, o fuso está com a carga máxima aplicada em uma de suas extremidades e a outra
34
extremidade, em seu pior caso, pode ser considerada apoiada no fundo da piscina. Conforme a
placa móvel se desloca em direção ao fundo da piscina o comprimento relativo do eixo de
transmissão diminui. No primeiro momento de carregamento, considerando o alto atrito do eixo
com o fundo da piscina, o fuso pode ser considerado como uma barra esbelta apoiada
verticalmente em suas pontas sem poder realizar deslocamentos verticais e horizontais tendo
somente liberdade de momento como indica a figura 12. Pela aplicação da massa da plataforma
e do usuário e a reação do apoio, quando o fuso estiver encostando no fundo da piscina, a barra-
fuso pode ser considerada comprimida. [18]
Figura 11: Modelo de carregamento considerado para o fuso de transmissão
Em alguns casos, em que elementos estruturais esbeltos estão expostos a carregamento
compressivo, a carga se torna grande o suficiente para causar uma deflexão ou uma oscilação
lateral, essa deflexão em barras esbeltas e compridas é chamadas de flambagem. Esse tipo de
esforço pode levar à falha repentina do equipamento e, portanto, é preciso dimensionar
elementos estruturais como colunas para não romper pela aplicação dessa força. [18]
Uma barra em carregamento pode estar em equilíbrio estável ou instável, em que o
equilíbrio estável é a situação em que, ao ser perturbada pela carga crítica, a tendência da barra
é voltar para sua posição estática inicial, porém no equilíbrio instável ao acontecer a
perturbação, o elemento esbelto não retorna a sua posição inicial. A carga que pode ou não
retirar o elemento do equilíbrio é a carga crítica e seu cálculo é definido pela equação [18]:
35
𝑃𝑐𝑟 =𝜋2 ∗ 𝐸 ∗ 𝐼
𝐿2 (10)
Em que,
𝑃𝑐𝑟 = Carregamento crítico de flambagem
𝐸 = Modulo de elasticidade do material
𝐿 =Comprimento da barra
𝐼 = Momento de inércia da seção transversal
Pela observação da equação 10, pode-se concluir que, com o aumento do momento de
inercia, que depende da distância da área transversal ao eixo principal de centroide da seção, há
um aumento da carga crítica e, portanto, a barra se torna mais resistente e necessita de um
esforça maior para ser tirada do seu estado de equilíbrio. Por essa característica, deduz se que
as barras com seções ocas como tubos são mais eficientes contra esse tipo de esforço.
Ao fim, conhecido o carregamento crítico para a flambagem da barra, é possível calcular
a tensão máxima suportada pela coluna e, assim, dimensioná-la de forma que a tensão de
escoamento do material seja maior que a tensão máxima garantindo que o material se comporte
de forma elástica.
No segundo e terceiro momentos, em que plataforma começa a submergir e imerge
completamente, a carga irá se deslocar verticalmente para baixo, diminuindo o comprimento de
barra que poderia estar exposto ao esforço de flambagem e diminuindo, também, o índice de
esbeltes (L/r) e, consequentemente, a carga necessária para desequilibrar a barras aumentará.
[18]
A análise do momento gerado pela excentricidade da carga aplicada pela plataforma, e
a sua compensação, será feita na do momento necessário para equilíbrio do equipamento pelo
contrapeso.
3.2.3. Forças atuantes nos parafusos
36
O parafuso é um elemento de máquina rosqueado utilizado para fixação não permanente de
dois ou mais componentes, podendo esse ser classificado pela sua forma de fixação como
passante, não passante, de pressão ou prisioneiro. As partes da rosca de um parafuso, mostradas
na Figura 13, são características essenciais para determinar o tipo de uso adequado para cada
um desses. Os tipos de roscas e suas aplicações são mostrados na Figura 14. [11]
Para o projeto da plataforma, de acordo com a Figura 14, os tipos possíveis de rosca são a
rosca triangular e a rosca redonda, por serem as recomendadas para a fixação e para altos
carregamentos respectivamente. A escolha do tipo de rosca será feita pelo cálculo de tensão que
está sendo suportada, e determinando se esta carga é alta o suficiente para se ter necessidade de
uma rosca redonda. [11]
Figura 12: Descrição das partes características de uma rosca [11]
Os significados dos dísticos mostrados na figura 13 são,
𝑃 = Passo
𝑑 = Diâmetro externo
𝑑1 = Diâmetro interno
𝑑2 = Diâmetro do flanco
𝛼 = Ângulo do filete
𝑐 = Crista
𝐷 = Diâmetro do fundo da porca
𝐷1 = Diâmetro do furo da porca
37
ℎ1 = Altura do filete da porca
ℎ = Altura do filete do parafuso
Figura 13: Quadro de tipos de perfis de rosca [11]
Na literatura, o carregamento excedendo o limite de carga suportada é apontado como maior
ameaça na vida útil de um elemento de fixação rosqueado. Um parafuso de fixação sofre o
esforço de cisalhamento direto por ser um acoplamento simples, o esforço de tração em seus
filetes pelo momento presente na junta que tende a arrancar o parafuso. No caso do projeto da
plataforma de elevação, como os parafusos serviram como elementos de apoio da plataforma
nas porcas de acionamento, o contato entre esses elementos pode ser aproximado de uma junta
sobreposta, que é exemplificada na Figura 15, caso em que se permite desconsiderar o atrito
entre as partes unidas e o parafuso. [19]
38
Figura 14: Junta sobreposta parafusada [19]
Para garantir a fixação do parafuso pode ser utilizada uma porca na extremidade livre, outra
opção é o uso do parafuso prisioneiro, uma barra rosqueada nas duas extremidades. O aperto
de pré-carga será mantido durante a utilização do mecanismo independente da carga externa de
tração P. [19]
O modulo da carga resultante no parafuso será,
𝐹𝑏 = 𝑃𝐵 + 𝐹𝑖 = 𝐶 ∗ 𝑃 + 𝐹𝑖 (11)
Em que,
𝐹𝑏 = Força resultante no parafuso
𝑃𝐵 = Porção da carga absorvida pelo parafuso
𝐹𝑖 = Pré-carga
𝐶 = Fração da carga externa P carregada pelo parafuso
𝑃 =Carga externa de tração
A fração da carga externa que será absorvida pelo parafuso é calculada de acordo com o
coeficiente de rigidez das partes sendo unidas e do parafuso relacionadas pela formula [19]:
𝐶 =𝑘𝑏
𝑘𝑏 + 𝑘𝑙 (12)
Em que,
39
𝑘𝑏 = Coeficiente de rigidez do parafuso
𝑘𝑙 = Coeficiente de rigidez das partes unidas
Calculada a força agindo sobre o parafuso e determinando sua área transversal, é possível
calcular a tensão de cisalhamento máxima no elemento e garantir que a tensão de escoamento
do material do parafuso seja maior para que esse trabalhe em seu regime elástico. [19]
3.3. Método de lubrificação da plataforma e seus componentes
A lubrificação é o processo de aplicação de uma camada intermediaria entre duas
superfícies para diminuir o atrito entre elas e facilitar a movimentação relativa. A camada
intermediária entre as partes é o lubrificante, que tem como principais funções [20]:
Controle do atrito – Transformando o atrito sólido em atrito fluido, evitando assim
a perda de energia.
Controle de desgaste – Reduzir o contato entre as superfícies ao mínimo possível,
pois é o contato e atrito entre essas que causa o desgaste.
Controle da corrosão – A deposição da camada de lubrificante impede a ação de
ácidos que corroem os metais.
Transmissão de força – Por ser um meio hidráulico a transmissão de força se torna
melhor com o mínimo de perda mecânica.
Vedação – A presença do lubrificante preenche os espaços vazios e impede a entrada
de elementos estranhos que poderiam comprometer o funcionamento do
mecanismo.
A falta de lubrificação adequada pode gerar aquecimento, dilatação das peças,
desalinhamento dos componentes, ruídos, e ruptura das peças, sendo assim o uso correto do
lubrificante essencial para o bom funcionamento dos equipamentos. [20]
Os lubrificantes podem ser classificados de acordo com o seu estado como líquidos,
pastosos, sólidos ou gasosos. Os lubrificantes líquidos podem ser divididos em [20]:
Óleos minerais puros
40
Óleos graxos
Óleos compostos
Óleos aditivados
Óleos sintéticos
Os lubrificantes pastosos são chamados de graxas e podem ser distribuídos como:
Graxa de sabão metálico
Graxa sintética
Graxa a base de argila
Graxa betuminosa
Graxa para processo
Por fim os lubrificantes sólidos são usados como aditivos para lubrificantes líquidos ou
pastosos sendo aplicados em suspensão nos lubrificantes líquidos que irão evaporar depois, e
os lubrificantes gasosos só são aplicados quando não há a possibilidade de aplicar os tipos
convencionais.
Para o projeto da plataforma que trabalhará submersa, é mais recomendado utilizar-se de
graxas, pois essas promovem uma melhor vedação contra impurezas e a água, e, como o
mecanismo estará constantemente funcionando submerso, é necessário que a graxa usada seja
a graxa com base de argila que é insolúvel em água. As graxas a base de argila têm um custo
elevado, porém o baixo desgaste no meio aquático justifica o seu uso.
3.4. Ergonomia da plataforma
Ao projetar-se um dispositivo, que será utilizado por pessoas com diferentes características
corporais, é importante tentar atender as necessidades da maioria da forma mais confortável e
saudável possível.
A antropometria é a ciência que trata da caracterização das medidas físicas do corpo humano
e, essa ciência vem sendo desenvolvida desde a antiguidade, inicialmente pelo Egípcios e
41
Gregos, que observavam e estudavam os padrões de medidas apresentadas dentro de suas
sociedades. [21]
O desenvolvimento do conceito de biótipos ajudou no desenvolvimento de equipamentos
mais precisos de trabalho, que se adequam à maior parte das pessoas envolvidas com a tarefa,
respeitando a antropometria dos trabalhadores. Algumas das melhorias geradas pelo estudo
antropométrico são uma melhor padronização de assentos de carros, uma estrutura otimizada
de pedais de costura e pedais de carro. [21]
A ergonomia estuda o relacionamento do ser humano com os equipamentos, ambientes e
trabalho executados durante o seu dia-a-dia, para, por meio de soluções anatômicas e
fisiológicas oferecer um conforto maior na realização dessas atividades e, a longo prazo,
aumentar a saúde e qualidade de vida das pessoas. [22]
A ergonomia, aliada à antropometria, tenta desenvolver equipamentos de uso humano que
não só se enquadrem no uso de grande parcela da sociedade, mas que também permita que sua
utilização seja confortável e não cause nenhum dano postural. [23]
No projeto de uma plataforma de elevação, é preciso levar em consideração a altura e massa
médias dos usuários para estabelecer uma área mínima de conforto da pessoa dentro da
plataforma, e para estabelecer a altura das hastes laterais de apoio do usuário de forma a oferecer
a sensação de segurança durante o uso do equipamento, sem deixar os braços do usuário em
ângulo desfavorável.
Os usuários da plataforma podem ser definidos como todos os cidadãos brasileiros, portanto
pode-se utilizar o padrão de altura encontrado em estudos antropométricos da população do
Brasil. Esse padrão de altura, apesar de divergir para mulheres e homens, através de pesquisas
da USP, pode ser definido para todos os sexos como 1,70 m. Também foi pesquisada a massa
média da população brasileira e novamente usando a média entre o valor medido para homens
e mulheres foi obtida uma massa média da população de 85 kg. [21]
De posse dessas medidas padrões, estima-se que a altura das hastes de apoio lateral pode
variar entre 1,1m e 1,5m, pois nessa altura, o braço do usuário médio estará arqueado no ângulo
de aproximadamente 90º, ângulo de conforto para permanência do braço, e que é uma altura
adequada para oferecer estabilidade a uma pessoa de aproximadamente 1,70 m. [22]
42
Pela altura e massa média fornecidas, a literatura também permite definir que o espaço de
conforto para esse usuário médio em pé é de 0,8m², porém, como o projeto visa englobar
pessoas utilizando cadeiras de rodas a área pode ser um pouco maior respeitando-se a limitação
de um comprimento mínimo de 1,10m. [22]
3.5. Método de dimensionamento de motor elétrico para a
transmissão por mecanismo fuso porca
O mecanismo fuso porca, que pode também ser chamado de parafuso de potência ou
parafuso de avanço, necessita de cálculos específicos para a determinação da rotação, do torque
e da potência do motor elétrico que será utilizado em sua transmissão de movimento. [24]
3.5.1. Motores elétricos
Um motor elétrico é um componente capaz de converter energia elétrica em energia
mecânica, utilizando o princípio da conversão eletromecânica de energia. A energia gerada
pode ser utilizada para movimentar diversos tipos de mecanismos e peças, essa conversão de
energia elétrica em energia mecânica tem grande participação na vida moderna. [25]
Há duas formas de se energizar um sistema elétrico: por corrente continua ou por corrente
alternada. A corrente continua é definida como uma corrente cujo sentido de propagação é
constante no decorrer do tempo. Já a corrente alternada é definida como uma corrente elétrica
oscilatória, isto é, uma corrente cujo sentido de propagação é invertido periodicamente. [26]
Independente da forma como o motor é energizado, o torque fornecido por esse é governado
pelas mesmas leis fundamentais, pois tanto para os motores ca (corrente alternada) e para os
motores cc (corrente continua) o torque parte da lei de Ampère. A Fem (Força Eletromotriz)
também não sofre alterações com a forma de energização do sistema elétrico, pois é derivada
da lei de Faraday. Pode-se identificar as diferenças entre os motores ca e cc como meramente
construtivas, mas seus conceitos básicos e funcionamentos são os mesmos. [13]
43
Os motores elétricos são amplamente utilizados pela indústria para transformar
movimentações angulares em deslocamentos lineares por meio de fusos, como é possível ver
em impressoras 3D, maquinários que necessitem de eixos de coordenadas lineares, ou
elevadores, podendo-se utilizar em todos esses exemplos corrente continua ou corrente
alternada. [24]
3.5.2. Determinação do torque necessário para o fuso
Para se adquirir um motor, que realizará uma atividade de transmissão por fuso, é preciso
primeiro calcular qual será o torque requerido. Para dimensionar o torque é preciso levar em
consideração, além do esforço para mover a carga, o esforço para rotacionar o parafuso. Os
valores serão diferentes para o movimento vertical ascendente e para o movimento vertical
descendente, portanto deve-se fazer os cálculos para as duas situações. As características
geométricas do fuso de transmissão também devem ser consideradas. [12]
Na Figura 16, é representado um fuso de perfil quadrado onde estão indicadas as suas
propriedades: diâmetro médio, 𝑑𝑚, passo, 𝑝, ângulo de avanço, 𝜆, e ângulo de hélice, ψ, e uma
força axial sendo aplicada na porca, que está acoplada no fuso. Já a Figura 17 apresenta um
fuso de rosca trapezoidal, onde pode-se observar que, agora, a força axial (F) tem uma
componente devido ao ângulo de rosca (2α). [12]
44
Figura 15: Fuso com rosca quadrada [12]
Figura 16: Fuso com rosca trapezoidal Acme (a) A força normal de rosca é aumentada devido
ao ângulo α (b) colar de empuxo tem diâmetro friccional dc.; [12]
Para analisar as forças a que o fuso está submetido, pode-se imaginar um único filete da
rosca linearizado, por exatamente uma volta, de modo que esse comprimento é utilizado como
a hipotenusa de um triangulo retângulo em que os catetos são o comprimento da circunferência
45
do círculo de diâmetro médio da rosca (𝑑𝑚), e o avanço do parafuso. O ângulo formado entre a
hipotenusa e o cateto, com comprimento igual ao diâmetro médio da rosca, é igual ao ângulo
de avanço do fuso (λ) para os fusos com perfil de rosca quadrada, a combinação do ângulo do
filete (ψ) com o ângulo de avanço (λ) é a mesma; mas no caso do fuso com rosca trapezoidal
(Acme), tal triangulo retângulo e as forças, que agem no fuso, são mostrados e descritos mais
detalhadamente na Figura 18 [12]
Figura 17: (a) Diagrama de forças que atuam num parafuso de potência com rosca quadrada
para um movimento ascendente (b) componentes das forças no movimento ascendente[12]
Na Figura 18a, está representado o sistema de forças para um movimento vertical
ascendente de um determinado corpo através de um fuso com rosca quadrada. Na Figura 18b,
são apresentadas todas as forças que atuam no sistema: a força (Fs) necessária para rotacionar
o fuso e elevar a carga, a força de atrito (Fat) e a força de resistência (𝑅) da carga que será
erguida. C
Caso o corpo esteja suspenso, sem estar guiado, deve-se considerar a força de resistência
igual ao peso (W), como é o caso da plataforma de elevação. Na Figura 17b estão indicadas as
componentes das forças, que estão inclinadas em relação à vertical e em relação à horizontal.
Utilizando as componentes apresentadas na Figura 17b e as empregando a segunda lei de
Newton (equação 13) e considerando apenas as forças verticais então:
∑𝐹 = 𝑚 ∗ 𝑎 (13)
𝑁𝑦 − 𝐹𝑎𝑡𝑦 − 𝑅 = 𝑚 ∗ 𝑎 (14)
Separando as componentes em função de seno e cosseno, têm-se:
46
𝑁 cos 𝜆 − 𝐹𝑎𝑡 sin 𝜆 − 𝑅 = 𝑚 ∗ 𝑎 (15)
Igual a,
𝑁 =𝑚 ∗ 𝑎 + 𝑅
cos 𝜆 − 𝜇 sin 𝜆 (16)
Realizando o mesmo procedimento para as forças horizontais da Figura 17b, obtém-se:
𝐹𝑆 − 𝐹𝑎𝑡 cos 𝜆 − 𝑁 sin 𝜆 = 𝑚 ∗ 𝑎 (17)
Substituindo a equação 16 na equação 17 e isolando a força Fs, temos a seguinte equação,
𝐹𝑆 = 𝑚𝑎 +(𝑚𝑎 + 𝑅) ∗ [𝜇cos 𝜆 + sin 𝜆]
cos 𝜆 − 𝜇 sin 𝜆 (18)
Pela relação de tangencia estabelecida no triangulo retângulo da Figura 17 sabemos que a
tan 𝜆 =𝐴
𝜋𝑑𝑚, então a equação que representa a força (Fs) para rotacionar o fuso e assim elevar
uma carga fica,
𝐹𝑆 = 𝑚𝑎 +(𝑚𝑎 + 𝑅) ∗ (𝜇 +
𝜇𝐴𝜋𝑑𝑚
)
(1 −𝜇𝐴𝜋𝑑𝑚
) (19)
Que pode ser simplificada para,
𝐹𝑆 = 𝑚𝑎 +(𝑚𝑎 + 𝑅) ∗ (𝜇𝜋𝑑𝑚 + 𝐴)
(𝜋𝑑𝑚 − 𝜇𝐴) (20)
O torque (Mt) é definido como o produto da força tangencial pelo raio da circunferência e
como nesse caso a força tangencial é a força Fs e o raio é a metade do diâmetro médio do
parafuso de potência, então a equação que representa o torque necessário para rotacionar o
parafuso e assim elevar uma carga é,
𝑀𝑡 = [𝑚𝑎 +(𝑚𝑎 + 𝑅) ∗ (𝜇𝜋𝑑𝑚 + 𝐴)
(𝜋𝑑𝑚 − 𝜇𝐴) ] ∗
𝑑𝑚
2 (21)
Para o movimento vertical descendente de um determinado corpo através de mecanismo de
fuso de rosca com perfil quadrado o sistema de forças é mostrado na Figura 19. Na Figura 19a
são mostradas todas as forças que atuam no fuso, a força de atrito (Fat) entre o parafuso de
47
potência (fuso) e a porca, a força normal (N), a força necessária para rotacionar o parafuso e
mover a carga para baixo (Fd), e a força de resistência da carga que descerá (R), caso o corpo
esteja suspenso sem estar guiado, deve-se considerar apenas o peso (W) da carga que descerá.
A Figura 19b apresenta as componentes das forças que estão no plano inclinado em relação à
vertical e em relação à horizontal.
Figura 18: (a) Diagrama de forças que atuam num parafuso de potência com rosca quadrada
para movimento descendente (b) componentes das forças no movimento descendente [12]
Com os vetores apresentados na Figura 19b pode-se realizar o mesmo processo feito para o
movimento ascendente e chegar assim nas equações,
𝐹𝑑 = 𝑚𝑎 +(𝑚𝑎 + 𝑅) ∗ (𝜇𝜋𝑑𝑚 − 𝐴)
(𝜋𝑑𝑚 + 𝜇𝐴) (22)
𝑀𝑡 = [𝑚𝑎 +(𝑚𝑎 + 𝑅) ∗ (𝜇𝜋𝑑𝑚 − 𝐴)
(𝜋𝑑𝑚 + 𝜇𝐴) ] ∗
𝑑𝑚
2 (23)
As equações 21, e 23 representam o cálculo do torque para fusos com roscas quadradas
onde as forças normais são paralelas ao eixo do parafuso. Para o caso de roscas de perfil
trapezoidal (Acme), Figura 17, ou outros tipos de roscas, a força de resistência fica inclinada
em relação ao eixo do parafuso pelo ângulo de rosca (2α) e o ângulo de avanço (λ). Porém,
como o ângulo de avanço é muito menor que o ângulo de rosca ele pode ser desprezado. O
efeito do ângulo de rosca é aumentar a força de resistência devido a ação de calço da rosca, pois
aumenta a força normal nos filetes, mostrado na Figura 17, e consequentemente a força de
atrito. [12]
48
Pode-se então realizar uma dedução similar a realizada para os parafusos de rosca quadrada
e chegar nas equações 24 e 25 mostradas abaixo, que apresentam os torques aproximados (pois
não está sendo considerado o ângulo de avanço) no movimento vertical ascendente, e
descendente respetivamente, para um fuso de perfil de rosca Acme padrão americano.
𝑀𝑡 = [𝑚𝑎 +(𝑚𝑎 + 𝑅) ∗ (𝜇𝜋𝑑𝑚 sec 𝛼 + 𝐴)
(𝜋𝑑𝑚 − 𝜇𝐴 sec𝛼) ] ∗
𝑑𝑚
2 (24)
𝑀𝑡 = [𝑚𝑎 +(𝑚𝑎 + 𝑅) ∗ (𝜇𝜋𝑑𝑚 sec 𝛼 − 𝐴)
(𝜋𝑑𝑚 + 𝜇𝐴 sec𝛼) ] ∗
𝑑𝑚
2 (25)
Nos casos em que 𝛼 = 0, para roscas quadradas as equações 24 e 25 se igualaram a as
equações 21 e 23 respectivamente, portanto as equações 24 e 25 são equações gerais para os
torques em parafusos de potência, sendo que os termos entre colchetes representam a força
necessária para rotacionar o parafuso, para os parafusos com roscas Acme, o ângulo de rosca
possui valor padrão de 29º.
Quando um parafuso possui de um mancal axial ou colar para apoio devido a esforços
axiais, Figura 16b, deve ser considerado um torque adicional dado pela equação 26, não
importando o tipo de rosca nem o tipo de movimento do parafuso. [13
𝑀𝑡𝑐 =𝑅𝜇𝑐𝑜𝑙𝑎𝑟𝑑𝑐
2 (26)
Onde,
Mtc = Torque adicional pela fricção no colar;
𝜇𝑐𝑜𝑙𝑎𝑟= Coeficiente de atrito do colar;
𝑑𝑐 = Diâmetro médio do colar;
Dessa forma as equações 24 e 25, de torque para movimento ascendente e descente
respectivamente ficam,
𝑀𝑡 = ([𝑚𝑎 +(𝑚𝑎 + 𝑅) ∗ (𝜇𝜋𝑑𝑚 sec 𝛼 + 𝐴)
(𝜋𝑑𝑚 − 𝜇𝐴 sec 𝛼) ] ∗
𝑑𝑚
2) +
𝑅𝜇𝑐𝑜𝑙𝑎𝑟𝑑𝑐
2 (27)
𝑀𝑡 = ([𝑚𝑎 +(𝑚𝑎 + 𝑅) ∗ (𝜇𝜋𝑑𝑚 sec 𝛼 − 𝐴)
(𝜋𝑑𝑚 + 𝜇𝐴 sec 𝛼) ] ∗
𝑑𝑚
2 ) +
𝑅𝜇𝑐𝑜𝑙𝑎𝑟𝑑𝑐
2 (28)
49
3.5.3. Determinação da rotação necessária para o fuso
Para o cálculo do torque é preciso saber qual será a massa deslocada pelo sistema, o
diâmetro e o número de entradas do fuso, a velocidade em que se deseja realizar a transmissão
e inclusive a aceleração do sistema. [27]
Após definido o tipo de rosca que será utilizada, em função do nível de carregamento e
choques no sistema, e definido o diâmetro do fuso, considerando os esforços que serão
realizados em sua coluna, terá de ser definido o passo e o número de entradas de acordo com o
avanço desejado para o mecanismo. Essa escolha depende da análise de eficiência, feita aqui,
posteriormente, e dos modelos de fuso que estão disponíveis no mercado. [27]
Sabendo o avanço desejado (A) e o espaço linear (ΔS) que o sistema terá que percorrer
deve-se determinar o número de voltas que o deverá percorrer, N, pela equação,
𝑁 =𝛥𝑆
𝐴 (29)
Como o avanço é definido pela equação,
𝐴 = 𝑝𝑁𝑒 (30)
Em que 𝑝 é o passo do fuso e 𝑁𝑒 é o numero de entradas do mesmo, substituindo a equação
30 na equação 29, têm-se,
𝑁 =𝛥𝑆
𝑝𝑁𝑒 (31)
Com o número de voltas, que deve ser percorrida pelo motor para avançar o espaço total
estipulado, e determinando um tempo a para a execução desse percurso, pode-se calcular a
frequência de rotação do motor utilizando a equação,
𝑓 =𝑁
𝛥𝑡 (32)
Em que,
𝑓= frequência
50
𝛥𝑡=intervalo de tempo escolhido
A partir da frequência é possível determinar a rotação (n) da seguinte forma,
𝑛 = 60 ∗ 𝑓 (33)
3.5.4. Determinação da potência necessária para o fuso
A potência mecânica (P) de um motor é determinada como o produto da força tangencial
pela velocidade, como mostrado na equação abaixo. [26]
𝑃 = 𝐹𝑇 ∗ 𝑣 (34)
Como o torque é diretamente proporcional à potência e inversamente proporcional à
rotação conforme a equação,
𝑀𝑇 =30𝑃
𝜋𝑛 (35)
Isolando-se a potência determina-se outra forma calcular a potência desta vez em função
do torque e da rotação,
𝑃𝑆 =𝑀𝑇𝜋𝑛
30 (36)
As potências mecânicas calculadas pelas equações 34 e 36 são a potência necessária
para realizar o trabalho mecânico, isto é, a potência de saída. A potência de saída (𝑃𝑆) no eixo
do motor deve ser determinada considerando a eficiência (ε) da transmissão por fusos. A
potência de saída será determinada por,
𝑃𝑆 =𝑃
𝜀 (37)
Portanto, a potência utilizada para o cálculo do torque na equação 35 é a potência de
saída do motor, e P da equação 37 é a potência realmente transmitida ao parafuso. [26]
51
3.5.5. Determinação da eficiência da transmissão por fuso
A eficiência de uma transmissão realizada por um mecanismo de fuso e porca pode ser
determinada pela razão entre o trabalho de saída e o trabalho de entrada. O trabalho de entrada
(τe) é determinado pelo produto do torque pelo deslocamento angular em radianos, conforme a
equação, [13]
𝜏𝑒 = 𝑀𝑇𝛥𝜑 (38)
Já o trabalho de saída (τs) pode ser definido como o produto da força de resistência do
parafuso pelo deslocamento linear conforme a equação,
𝜏𝑠 = 𝑅𝛥𝑆 (39)
Assim a eficiência de um fuso é dada pela equação,
𝜀 =𝑅𝛥𝑆
𝑀𝑇𝛥𝜑 (40)
Em uma volta completa, o deslocamento angular será equivalente a 2π e o deslocamento
linear será igual ao avanço linear (A), considerando essas igualdades a equação 40 fica,
𝜀 =𝑅𝐴
𝑀𝑇2𝜋 (41)
Substituindo a equação 24 na equação 40, desconsiderando que haja aceleração linear
encontra-se a equação 42 abaixo que é a equação geral para estimar a eficiência da transmissão
por fusos. [13]
𝜀 =cos 𝛼 − 𝜇 tan 𝜆
cos 𝛼 + 𝜇 cot 𝜆 (42)
52
3.6. Método para a fixação do motor ao suporte móvel
Após dimensionado o motor será escolhida um flange que se encaixe em seus pontos de
fixação para ser acoplada a ele. Este flange irá permitir o movimento vertical do motor em
relação ao suporte fixo possibilitando que a altura do eixo de transmissão se adeque a diferentes
alturas de borda de piscina, pelo flange ser chavetado em suas laterais esse servirá como trava
para a rotação do motor, fixando esse ao suporte fixo e transferindo as reações de tração, torção
e compressão para ele.
3.7. Método de parada da plataforma
Há diferentes modos de limitar o deslocamento de um elevador, ou de qualquer componente
que esteja realizando movimento guiado por um eixo na vertical ou horizontal. Dentre esses
modos, é recorrente o uso de sensores elétricos, podendo ser sensores eletromecânicos, óticos,
eletromagnéticos e infravermelhos. [28]
Cada um desses sensores pode ser definido como, [28]
Sensores Eletromecânicos: são aqueles que monitoram movimentos, posições ou
presença usando recursos mecânicos como, por exemplo, chaves (switches).
Sensores Óticos: são sensores consistem num elemento fotossensível que tem a luz
incidente interceptada quando a parte móvel de um dispositivo passa diante dele.
Sensores Eletromagnéticos: são sensores que utilizam da alteração do campo
magnético de uma bobina, pela aproximação de um imã ou objeto imantado, para
detectar a aproximação ou a passagem de um objeto.
Sensores Infravermelhos: Nesses sensores existe uma substância que se polariza na
presença de radiação infravermelha, gerando assim uma tensão que pode ser
amplificada e usada para efeitos de controle. Assim, o calor de um corpo próximo é
suficiente para produzir uma emissão infravermelha detectável por esse tipo de
sensor.
53
Para a plataforma de elevação, pelo fato do sensor ter de ser utilizado imerso em meio
aquoso, foram escolhidos sensores eletromecânicos, que podem trabalhar com isolamento do
ambiente sem interferências no seu mecanismo. [29]
3.7.1. Chave de fim de curso
Uma chave de fim de curso é um sensor eletromecânico que funciona como um
interruptor, que atua sobre um circuito no modo liga/desliga, quando uma ação mecânica ocorre
no seu elemento atuador. [28]
Esses sensores eletromecânicos são utilizados de diversas formas, como para detectar a
abertura ou fechamento de uma porta, a presença de um objeto em determinada posição, ou
quando uma parte mecânica de uma máquina está numa certa posição. [28]
A variação do sensor mecânico chamada de chave de fim de curso é utilizada para evitar
que o motor de um sistema continue atuando mesmo depois que o objeto movimentado chegue
ao seu ponto máximo. Isso poderia forçar o mecanismo ou ainda causar uma sobrecarga do
motor ou do próprio circuito de acionamento. [30]
A chave de fim de curso é na verdade um relé de contato normalmente fechado que, quando
tem a sua mola pressionada pela ação mecânica, passa para o estado aberto e deixa o sistema
desenergizado, parando o funcionamento do motor e consequentemente o movimento do corpo
que estava se deslocando.
Os componentes básicos de um relé eletromecânico são: [29]
Sistema de contato ou secundário (ou de carga)
Contatos fixos;
Contatos móveis (movidos pelo sistema magnético, ou motor, para comutar
o circuito de carga);
Sistema da mola (Sustentam os contatos móveis e é flexível para permitir o
movimento);
Sistema magnético
54
Bobina (gera o campo magnético necessário para movimentar a armadura e
os contatos);
Núcleo
Carcaça
Armadura (parte móvel do sistema magnético que fecha e abre o circuito
magnético e funciona como atuador nos contatos);
Mola de retorno (estabelece a posição inicial do sistema);
Sistema mecânico
Capa (protege o relé de choques elétricos);
Base (protege o relé de influências externas);
Isolamento (separa o circuito primário do secundário);
Atuador
Pinos (permite efetuar a ligação do relé no circuito);
Na Figura 20 apresenta-se o desenho de um relé de contato, especificando os seus
componentes básicos, com estado normalmente aberto, pois sem estar com esforço mecânico
sendo feito sobre ele, a mola está fechando o circuito com a saída NO que significa Normally
Open, em português normalmente aberto. Caso seja feito o esforço mecânico sobre a mola o
contato de deslocará para a saída NC, que significa Normally Closed, em português
normalmente fechado. [30]
Figura 19: Características básicas e estrutura de um relé de contato [29]
55
As vantagens de utilizar relés são o baixo custo do componente e o baixo consumo de
associada à capacidade de controlar circuitos de elevada carga elétrica, tendo, portanto, uma
alta capacidade de amplificação. [29]
No caso da plataforma de elevação será utilizado um relé de contato normalmente fechado
em serie com o motor, no fim do curso do fuso, assim, quando a plataforma atingir essa posição,
seu contato com o relé abrirá o circuito e deixará de energizar o motor, parando o mecanismo.
56
4. Dimensionamento final da plataforma e dos seus componentes
Ao se decidir, com atenção à ergonomia, que a plataforma será utilizada por pessoas com
massa média de 85 Kg e uma altura média de 1,70 m, e sabendo as medidas de conforto para
esse biótipo, incluindo também pessoas cadeirantes, pode-se gerar a Tabela 3, com dimensões
básicas para a plataforma, que integram as medidas de conforto ergonômico e pode servir como
passo inicial para o dimensionamento do mecanismo.
Tabela 3: Medidas base para dimensionamento do mecanismo
Medidas
Massa média da cadeira de rodas 21 Kg
Massa máxima da pessoa 102 Kg
Altura média brasileira 1,7 m
A massa máxima da pessoa apresentado na Tabela 3 é a massa média da população
brasileira multiplicada por um fator de segurança de 25% para abranger pessoas que variem da
medida média de acordo com a curva gaussiana.
A massa média da cadeira de rodas apresentado na Tabela 3 é baseado nas dimensões
comuns divulgadas de cadeira de rodas para obesos, e consequentemente suportem uma massa
como a estabelecida de 102 Kg.
4.1. Dimensionamento do fuso
4.1.1. Cargas de flambagem
A partir das contas definidas na seção 3.1.2 a carga crítica suportada pela coluna do fuso
será determinada pela equação 10 que é,
𝑃𝑐𝑟 =𝜋2 ∗ 𝐸 ∗ 𝐼
𝐿2 (10)
57
A equação 10 pode ser reescrita sabendo que o momento de inércia pode ser substituído
pela relação,
𝐼 = 𝐴𝑟2 (43)
Em que,
A= Área da seção transversal da coluna
r = Raio de giração da área da seção transversal
Desta forma a equação 10 pode ser reescrita como,
𝑃𝑐𝑟 =𝜋2 ∗ 𝐸 ∗ 𝐴𝑟2
𝐿2 (44)
O momento de inercia para seções transversais circulares maciças é,
𝐼 =1
4∗ 𝜋 ∗ 𝑟4 (45)
Em que,
r = Raio da área da seção transversal
Como o cálculo da tensão é feito pela divisão da carga pela área, da equação 44, a tensão é
𝜎𝑐𝑟 =𝜋2 ∗ 𝐸
(𝐿 𝑟⁄ )2 (46)
Como a carga crítica do equipamento será o peso total suportada pelo fuso, no caso o peso
de uma pessoa mais o peso da cadeira de rodas (definidos na Tabela 3), multiplicado por um
fator de segurança de 15% para suportar qualquer momento inesperado de sobrecarga, o peso
será definido por,
𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑐𝑟𝑖𝑡𝑖𝑐𝑎 = (𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎 + 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑎 𝑐𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑟𝑜𝑑𝑎𝑠) ∗ 9.81 ∗ 1.15
que tem valor,
𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑐𝑟𝑖𝑡𝑖𝑐𝑎 = (102 + 21) ∗ 9.81 ∗ 1.15 = 1387 𝑁 = 1,387 𝑘𝑁
Determinada a carga a crítica, sabendo-se que a altura da coluna tem que ser superior a 1,5
m, altura definida pela norma como altura máxima de coluna d’agua para a parte rasa da piscina,
58
e sabendo também que os fusos comerciais são de aço inoxidável com modulo de elasticidade
igual a 200 GPa, a equação 10 gera,
1,387 =𝜋2 ∗ 200 ∗ 106 ∗ 𝐼
1,652 (47)
Dessa forma o momento de inercia da seção transversal tem de ser igual a,
𝐼 = 1,913 ∗ 10−9 𝑚4 (48)
Como o momento de inercia pode ser definido pela equação 45 o valor do raio da coluna
deve ser,
𝑟 = √4𝐼
𝜋
4
(49)
Assim o raio mínimo do fuso para suportar a carga de flambagem será
𝑟 = √4 ∗ 1,913 ∗ 10−9
𝜋
4
= 7,025 ∗ 10−3𝑚
O diâmetro mínimo do fuso para que não ocorra flambagem, portanto é duas vezes o valor
do raio mínimo, igual a 14,05 mm.
Na eventualidade de um travamento ou outra ocorrência, pode acontecer de um dos fusos
suportar mais carga do que o outro. Assim, foram feitos os cálculos com todos os esforços sendo
suportados por apenas um dos fusos. Em regime normal e mais provável a carga atuando será
a metade da utilizada.
Aproximando o diâmetro da coluna encontrado utilizando os padrões da rosca trapezoidal
ACME que será utilizada no fuso, o diâmetro do fuso será 5/8 de polegadas, igual a
aproximadamente 16 mm, com passo igual a 1/8 de polegadas, igual a aproximadamente
3,175mm.
A área transversal para o diâmetro selecionado é 197,93mm² portanto a tensão de
flambagem será,
𝜎𝑐𝑟 =𝑃𝑐𝑟
𝐴=
1387
197,93= 7𝑀𝑃𝑎 (50)
59
Visto que a tensão de flambagem é menor que a tensão de escoamento do aço (𝜎𝑒 =
250𝑀𝑃𝑎) o dimensionamento feito para flambagem é válido, pois, a tensão na coluna
permanece elástica.
4.2. Dimensionamento do motor
4.2.1. Torque necessário pelo fuso
O motor estará sujeito a 4 situações de esforços diferentes durante a operação da plataforma;
Situação 1: Situação de descida antes de alcançar a coluna de água;
Situação 2: Situação de descida após alcançar a coluna de água;
Situação 3: Situação de subida dentro da água;
Situação 4: Situação de subida fora da água;
As situações 1 e 2 descritas acima são situações de descida e para o dimensionamento do
torque máximo em descida para o motor será considerada a situação 1 pois quando o motor
estiver na situação 2 o empuxo presente na estrutura diminuirá a carga sendo movida e
consequentemente diminuirá o torque necessário para girar o eixo.
As situações 3 e 4 são situações de subida que teriam esforços diferentes pela presença do
peso de uma coluna de água a ser vencido pelo motor na situação 4, porém por ter sido definido
que a plataforma terá furos em sua área para permitir a passagem da água esse peso da coluna
de água pode ser desconsiderado. Portanto o esforço exercido pelo motor para suspender a carga
fora da água, situação 4, será maior que o esforça na situação 3, em que o empuxo estará
diminuindo o peso aparente da estrutura.
Como o movimento realizado pelo fuso será na vertical, as equações utilizadas para
determinar o torque necessário pelo fuso, conforme explicitado nas seções anteriores serão,
𝑀𝑡 = ([𝑚𝑎 +(𝑚𝑎 + 𝑅) ∗ (𝜇𝜋𝑑𝑚 sec 𝛼 + 𝐴)
(𝜋𝑑𝑚 − 𝜇𝐴 sec 𝛼) ] ∗
𝑑𝑚
2) +
𝑅𝜇𝑐𝑜𝑙𝑎𝑟𝑑𝑐
2 (27)
60
𝑀𝑡 = ([𝑚𝑎 +(𝑚𝑎 + 𝑅) ∗ (𝜇𝜋𝑑𝑚 sec 𝛼 − 𝐴)
(𝜋𝑑𝑚 + 𝜇𝐴 sec 𝛼) ] ∗
𝑑𝑚
2 ) +
𝑅𝜇𝑐𝑜𝑙𝑎𝑟𝑑𝑐
2 (28)
Sendo a equação 27 para o movimento vertical ascendente, a equação 28 para o movimento
vertical descente. Com cada incógnita significando,
Mt = Torque necessário pelo fuso;
R = Força de resistência realizada pela plataforma, que nesse caso será igual ao peso
total transportado pelo fuso;
a = Aceleração do mecanismo, nesse caso igual a 0 pois a velocidade será constante;
A = Avanço desenvolvido pela rosca;
α = Ângulo da rosca, fixado para roscas acme em 29º/2=14,5º;
μ = Coeficiente de atrito entre o fuso e porca;
dm = Diâmetro médio do fuso;
𝜇𝑐𝑜𝑙𝑎𝑟= Coeficiente de atrito do colar;
𝑑𝑐 = Diâmetro médio do colar;
Com a aceleração no sistema é pequena o suficiente para ser desconsiderada, as equações
27 e 28 ficam respectivamente,
𝑀𝑡 = ([(𝑅) ∗ (𝜇𝜋𝑑𝑚 sec 𝛼 + 𝐴)
(𝜋𝑑𝑚 − 𝜇𝐴 sec 𝛼) ] ∗
𝑑𝑚
2) +
𝑅𝜇𝑐𝑜𝑙𝑎𝑟𝑑𝑐
2 (51)
𝑀𝑡 = ([(𝑅) ∗ (𝜇𝜋𝑑𝑚 sec 𝛼 − 𝐴)
(𝜋𝑑𝑚 + 𝜇𝐴 sec 𝛼) ] ∗
𝑑𝑚
2 ) +
𝑅𝜇𝑐𝑜𝑙𝑎𝑟𝑑𝑐
2 (52)
A força de atrito entre o fuso e porca, μ, vai depender do material de cada um desses, a
Tabela 4 mostra a força de atrito para os principais de materiais de sistemas fuso porca. Já o
coeficiente de atrito no colar dependerá do material do colar e, os valores para cada um desses
materiais são mostrados na Tabela 5.
Tabela 4: Coeficiente de atrito para combinação do material do parafuso e da porca [12]
61
Tabela 3: Coeficientes de atrito do colar [12]
Sendo o fuso escolhido de aço lubrificado e a porca, também, de aço segundo a Tabela 4, o
coeficiente de atrito estará na faixa de 0,11 a 0,17. Considera-se o coeficiente de atrito no
sistema da plataforma de elevação igual a 0,17, pois se deseja estimar o motor para a pior
situação de transmissão. O material do colar será igual ao da porca, aço, e, portanto, deve-se
considerar o coeficiente de atrito desse igual a 0,17. O diâmetro médio do colar, dc, tem de ser
25% maior que diâmetro maior do fuso, então será igual a aproximadamente 20 mm.
O avanço da rosca (A) é igual a,
𝐴 = 𝑝𝑁𝑒 (53)
Em que,
p = Passo da rosca, que foi definido na seção anterior em 3,175 mm;
𝑁𝑒 = Numero de entradas da rosca;
Conforme foi observado na literatura é recorrente utilizar o número de entradas para um
fuso igual a 2, pois isso aumenta o avanço e diminui o tempo necessário para desenvolver o
percurso total do fuso, porém como o percurso a ser percorrido pela plataforma é pequeno pode-
se utilizar somente uma entrada.
Como o diâmetro maior do parafuso foi determinado na seção anterior nos cálculos de
flambagem, o diâmetro médio do parafuso será,
𝑑𝑚 = 𝑑 −𝑝
2⁄ (54)
Em que,
d = Diâmetro maior do parafuso;
62
Definidos os valores do número de entradas, Ne, do diâmetro maior do parafuso, d, e do
passo as expressões 63 e 64 ficam respectivamente,
𝐴 = 𝑝𝑁𝑒 = 3,175 ∗ 1 = 3,175 𝑚𝑚 (55)
𝑑𝑚 = 𝑑 −𝑝
2⁄ = 5 8⁄ " − 1 8⁄ "2⁄ = 15,875 − 3,175
2⁄ = 15,875 − 1,5875 = 14,2875𝑚𝑚 (56)
Para os cálculos de flambagem, como fator de segurança considerou-se todo o peso da
estrutura sendo suportado por um só eixo, porém para o cálculo do motor, será considerado o
uso de dois motores, um em cada eixo e, portanto, cada um suportando a metade do peso, que
é 0,6kN.
Dessa forma a equação de torque necessário para o movimento ascendente, a equação 51,
fica,
𝑀𝑡 = ([(0,6) ∗ (0,17 ∗ 𝜋 ∗ 14,2875 ∗ sec(14,5) + 3,175)
(𝜋 ∗ 14,2875 − 0,17 ∗ 3,175 ∗ sec(14,5)) ] ∗
14,2875
2) +
(0,6 ∗ 0,17 ∗ 20)
2 (57)
𝑀𝑡 = ([0,6 ∗ (7,88 + 3,175)
(44,88 − 0,56) ] ∗ 7,14375) +
2,04
2= 2,388 𝑁𝑚 (58)
Da mesma forma a equação de torque para o movimento descendente, a equação 52, fica,
𝑀𝑡 = ([(0,6) ∗ (0,17 ∗ 𝜋 ∗ 14,2875 ∗ sec(14,5) − 3,175)
(𝜋 ∗ 14,2875 + 0,17 ∗ 3,175 ∗ sec(14,5)) ] ∗
14,2875
2 ) +
(0,6 ∗ 0,17 ∗ 20)
2 (59)
𝑀𝑡 = ([0,694 ∗ (7,88 − 3,175)
(44,88 + 0,56) ] ∗ 7,14375) +
2,04
2= 0,143 + 1,0,2 = 1,163 𝑁𝑚 (60)
No cálculo posterior, que será feito para dimensionar a potência necessária pelo, será
utilizado o torque para a pior situação de atuação do motor, que como visto nos cálculos
anteriores é a situação 4, com o torque de 2,388 N.m.
63
4.2.2. Eficiência da transmissão por fuso
De acordo com os cálculos nas seções anteriores, a eficiência da transmissão para o
movimento de elevação da carga será;
𝜀 =𝑅𝐴
𝑀𝑇2𝜋 =
0,6 ∗ 3,175
2,388 ∗ 2 ∗ 𝜋= 0,254 (61)
4.2.3. Rotação necessária pelo fuso
Tendo sido determinado o avanço, A, e sabendo-se que espaço linear (ΔS) que o sistema
terá que percorrer será o comprimento total do fuso, 1,65 m, o número de voltas que o parafuso
percorrerá será dito pela equação 29 e será igual a,
𝑁 =𝛥𝑆
𝐴=
1650
3,175= 520 𝑣𝑜𝑙𝑡𝑎𝑠 (62)
Definindo o número de voltas que deve ser percorrida pelo motor para avançar o espaço
total estipulado e, sabendo-se que os motores comerciais apresentam frequência de 60 Hz ou
50 Hz, e, ainda, que para rotações mais lentas é escolhida a frequência de 50 Hz, pode-se
reformular a equação 45, apresentada anteriormente, para determinar o tempo necessário para
concluir o movimento, esse será,
𝛥𝑡 =𝑁
𝑓=
520
50= 11 𝑠 (63)
Definida a frequência é possível determinar a rotação (n) pela equação 32, sendo,
𝑛 = 60 ∗ 𝑓 = 60 ∗ 50 = 3000 𝑟𝑝𝑚 (64)
Dividindo o percurso total pelo tempo obtém-se a velocidade 0,15 m/s, exatamente a
velocidade determinada pela norma para plataformas de elevação.
64
4.2.4. Potência necessária para o fuso
Conforme dito anteriormente a potência saída pode ser explicitada em função do torque
e da rotação pela equação 36, e substituindo-se os valores obtidos a equação fica,
𝑃𝑆 =𝑀𝑇𝜋𝑛
30=
2,388 ∗ 𝜋 ∗ 3000
30= 750,2𝑊 ≅ 0,75 𝑘𝑊 ≅ 1 HP (65)
Logo, com a potência de saída e reformulando a equação 37 pode-se determinar que a
potência útil transmitida ao parafuso é,
𝑃 = 𝑃𝑆 ∗ 𝜀 = 750,2 ∗ 0,254 = 190,55 𝑊 (66)
Ao fim o motor necessário para movimentar o fuso tem a seguinte especificação, de acordo
com as contas,
Rotação =3000 rpm
Frequência: 50 Hz
Potência: 0,75 kW ≅ 1 HP
Atendendo a essas especificações pode ser escolhido o motor Weg de código 13028124,
com as dimensões mostradas na Figura 21. O motor se aplica à potência necessária, pois apesar
da potência de partida ser menor que a potência nominal do motor, esse foi dimensionando para
a sua pior situação de atuação que não é a partida, e sim o retorno, em que a potência necessária
já terá sido atingida. Além disso o tempo de rotor bloqueado do motor selecionado é de 10s,
tempo suficiente em carga para que seja alcançada a potência necessária pelo fuso para o
movimento. Mais especificações desse motor são mostradas no anexo.
O motor escolhido é flangeado em sua carcaça permitindo que seja fixado ao suporte do
fuso, e pelas suas características pode ser conectado ao fuso por acoplamento direto,
transmitindo as suas características diretamente ao fuso. Como dito anteriormente será
necessário componente eletrônico para sincronizar os motores que não será detalhado neste
trabalho.
65
Figura 20: Dimensões do motor WEG em mm [31]
4.2.5. Dimensionamento do acoplamento do eixo do motor ao eixo
de transmissão
Para fixar o eixo do motor ao eixo de transmissão, será utilizado uma luva que será
fixada no eixo do motor por intermédio da chaveta, e no eixo de transmissão por rosca. A rosca
interna da luva será compatível com o eixo de transmissão, com diâmetro de 1 1//2” e rosca
ACME. Já para o acoplamento com o eixo do motor é necessário verificar se chaveta presente
no eixo do motor escolhido resiste ao torque transmitido.
De acordo com as informações fornecidas pelo fabricante do motor escolhido, as
dimensões da chaveta, presente no eixo do motor, são apresentadas na Figura 22.
66
Figura 21: Dimensões da chaveta do motor escolhido [31]
O cálculo da tensão de cisalhamento na chaveta leva a,
𝜏 =𝐹
𝑡𝑙 (67)
Em que,
𝜏 = Tensão de cisalhamento na chaveta;
𝐹 = Força na superfície do eixo;
𝑡 = Comprimento da chaveta
𝑙 = Altura da chaveta;
As dimensões da equação 67 são mostradas na Figura 23 abaixo,
67
Figura 22: Dimensões utilizadas para cálculo das tensões na chaveta [12]
A força na superfície do eixo e determinada pela equação 68 abaixo,
𝐹 =𝑇
𝑟 (68)
Em que,
𝑇 = Torque exercido no eixo;
𝑟 = Raio do eixo;
Dessa forma a equação 67 fica,
𝜏 =𝑇
𝑟𝑡𝑙 (69)
Observando a Figura 22 sabemos que as dimensões necessárias para o dimensionamento da
plataforma serão,
𝑡 = 4,76 mm =0,00476 m;
𝑙 = 4,76 mm = 0,00476 m;
𝑇 =2,388 N.m.;
𝑟 = 7,9375 mm = 0,0079375 m;
Portanto a equação 69 será,
𝜏 =2,388
0,0079375 ∗ 0,00476 ∗ 0,00476= 13,28 𝑀𝑃𝑎 (70)
68
Sabendo que o eixo é de aço carbono SAE 1045 pode se afirmar pela literatura que a tensão
de escoamento (𝑆𝑦) do material é 240 MPa, e por consequência a tensão de resistência ao
cisalhamento do material será,
𝑆𝑠𝑦 = 0,577 ∗ 𝑆𝑦 = 0,577 ∗ 240 = 138,5 𝑀𝑃𝑎 (71)
Colocando o fator de segurança exigido pela norma NBR 9386 de 1,6 a tensão de
cisalhamento no eixo terá que ser menor que,
𝜏 <𝑆𝑠𝑦
𝑛 → 13,28 𝑀𝑝𝑎 <
138,5 𝑀𝑃𝑎
1,6 → 13,28 𝑀𝑃𝑎 < 86,6 𝑀𝑃𝑎 (72)
Observando pela equação 72 que a tensão sendo exercida no eixo é menor que a tensão
limite do material pode-se garantir que o eixo não será cisalhado.
Para garantir que a chaveta irá resistir ao esforço de esmagamento, é usado no cálculo a área
da uma metade da face da chaveta, portanto a tensão resistida será,
𝐹
𝑡𝑙 2⁄=
300,8 𝑁
0,00476 ∗ 0,00476 2⁄= 26,6 𝑀𝑃𝑎 (73)
Como a tensão de esmagamento calculada também é menor que a tensão limite do material
pode se garantir que a chaveta presente no eixo do material está bem dimensionada e irá resistir
aos esforços impostos pelo torque.
4.3. Dimensionamento da plataforma
Em Ergonomicamente as hastes de apoio para o usuário da plataforma devem ter uma altura
de 1,1m e um diâmetro de 1,5 de polegada permitindo que a pessoa se apoie de forma
confortável, adaptando a medida de 1,5 polegada, 38,1 mm, para uma medida comercial
obtendo-se um diâmetro da haste de 40mm. Como visto na seção anterior, o motor terá um
diâmetro de 165 mm e uma altura de 342 mm, e apesar do eixo do motor não ser passante pela
plataforma, seu comprimento tem que ser considerado na construção da mesma para que o
comprimento da plataforma seja suficiente para alcançar a posição do motor. Portanto os
cálculos abaixo consideram a presença fictícia do motor, como mostrado na Figura 24
69
Figura 23: Esquema de configuração da plataforma
Para análise de esforços na plataforma será considerada a hipótese de que é idealmente
rígida não sofrendo deformações em sua junção entre a parte horizontal e a parte vertical do
corpo e transferindo completamente os esforços sofridos para o apoio. Pelo uso dessa hipótese
a plataforma pode ter somente a sua parte horizontal considerada e aproximada de uma viga
para os cálculos de esforço cortante e momento fletor.
A massa máxima do usuário ficou definida como 102 kg, portanto, as medidas para a cadeira
de rodas têm que abranger cadeiras de rodas próprias para obesos. As medidas fornecidas pela
indústria para esse modelo de cadeira são,
Cadeira fechada:
Comprimento: 1,05 m
Largura: 0,4 m
Altura: 0,95 m
Cadeira aberta:
Largura do assento: 0,52 m
Largura externa: 0,74 m
Comprimento: 1,05 m
Assim o comprimento da plataforma fica,
70
𝐶𝑝𝑙𝑎𝑡𝑎𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎 = (2 ∗ 𝐶𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟 + 2 ∗ 𝐶ℎ𝑎𝑠𝑡𝑒 + 𝐶𝑐𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑟𝑜𝑑𝑎𝑠) ∗ 1,05 (74)
𝐶𝑝𝑙𝑎𝑡𝑎𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎 = (2 ∗ 165 + 2 ∗ 38,1 + 1050) ∗ 1,05 ≅ 1530 mm = 1,53 m (75)
Em que,
𝐶𝑝𝑙𝑎𝑡𝑎𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎= Comprimento da plataforma;
𝐶𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟= Comprimento do motor;
𝐶ℎ𝑎𝑠𝑡𝑒= Comprimento da haste;
𝐶𝑐𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑟𝑜𝑑𝑎𝑠=Comprimento da cadeira de rodas;
Da mesma forma, a largura da plataforma será delineada pela largura externa da cadeira de
rodas, mais o diâmetro dos motores, mais uma tolerância de aproximadamente 5% para cada
lado da plataforma, igual a,
𝐿𝑝𝑙𝑎𝑡𝑎𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎 = (2 ∗ 𝐿𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟 + 𝐿𝑐𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑟𝑜𝑑𝑎𝑠) ∗ 1,05 (76)
𝐿𝑝𝑙𝑎𝑡𝑎𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎 = (2 ∗ 165 + 740) ∗ 1,05 = 1123,5 𝑚𝑚 ≅ 1,12 m (77)
Em que,
𝐿𝑝𝑙𝑎𝑡𝑎𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎= Largura da plataforma;
𝐿𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟= Largura do motor;
𝐿𝑐𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑟𝑜𝑑𝑎𝑠=Largura da cadeira de rodas;
Após idealizado o esquema inicial, é possível detalhar as posições dos componentes de
acordo com os cálculos e esse detalhamento é feito na Figura 25.
71
Figura 24: Posicionamento dos componentes na plataforma
A plataforma, para conciliar uma boa rigidez e um baixo peso, terá de ter uma espessura
mínima de 50 mm e será oca por dentro, para que haja uma redução de peso, com uma espessura
de parede de 4 mm.
Após definidas as dimensões da plataforma conclui-se que o volume da estrutura, sem
considerar a redução pelos furos que existirão para a passagem da água, será,
𝐿𝑒 ∗ 𝐶𝑒 ∗ 𝑒𝑒 = 1,12 ∗ 1,53 ∗ 0,05 = 0,0857 𝑚3 (78)
𝐿𝑖 ∗ 𝐶𝑖 ∗ 𝑒𝑖 = 1,112 ∗ 1,522 ∗ 0,042 = 0,0711 𝑚3 (79)
Em que,
𝐿𝑒 = Largura externa da plataforma;
𝐶𝑒= Comprimento externo da plataforma;
𝑒𝑒= Espessura externa da plataforma;
𝐿𝑖 = Largura interna da plataforma;
𝐶𝑖= Comprimento interna da plataforma;
𝑒𝑖= Espessura interna da plataforma;
O volume de material na casca da caixa, sem contar a parte vertical da placa para apoio
nos parafusos, será o volume externo menos o volume interno, igual a 0,0146 m³. Fazendo o
72
modelo no SolidWorks, mostrado na Figura 26 em corte, acrescentando a parte vertical e os
furos para a passagem da água, o volume total de material será 0,0236 m³.
Figura 25: Modelo em SolidWorks da plataforma completa com corte lateral
Com o volume definido pode-se passar para a escolha do material da plataforma.
Considerando que a massa específica média do aço é 7860 kg/m³ a massa da plataforma caso
fosse fabricada de aço seria aproximadamente 186 kg, o que tornaria o projeto inviável.
Com a impossibilidade de utilizar o aço para a fabricação da placa, é cogitado outro
material que apresenta boas características de resistência e uma massa especifica menor que a
do aço, o polietileno de alta densidade.
O polietileno de alta densidade, PEAD, é uma resina de alto peso molecular de boa
reputação mundial pelas suas qualidades mecânicas e alta processabilidade que permanecem
inalterados por longo período, além de ter alta resistência a esforços mecânicos. Por ser um
material de fácil instalação e soldagem, por atender exigências internacionais de proteção
ambiental e por fatores econômicos o uso do PEAD vem aumentando consideravelmente nos
últimos anos. [32]
Algumas das vantagens de se utilizar o PEAD são,
Elevada resistência ao impacto e à abrasão;
Grande resistência química (praticamente imune à temperatura ambiente);
Atóxico (excelente para transporte de água potável e alimentos);
73
Impermeável;
Leveza (massa especifica aproximada 0,95 g/cm 3);
Imune às corrosões química e galvânica;
Sistemas de união soldáveis ou por juntas mecânicas resistentes à tração;
Vida útil superior a 50 anos.
O PEAD é aplicável na fabricação de tubos, caixas d’agua, tanques, componentes de
máquinas, revestimentos, entre outros. As propriedades mecânicas, elétricas, térmicas e físicas
do PEAD são mostardas na Tabela 6, e, a partir desta, pode se determinar a massa da plataforma
com a massa específica do material, portanto a massa da plataforma fica estimado em 23kg
74
Tabela 4: Propriedades térmicas, físicas, elétricas e mecânicas do PEAD [32]
Para o cálculo dos esforços na plataforma é preciso determinar a reação nos apoios, que
são os fusos. Assim como o parafuso, que fixará a plataforma nos eixos estará alinhado com o
mesmo e com o motor, considera-se que a força de reação dos apoios será na metade do
diâmetro do motor. Na Figura 27 pode-se ver o ponto de reação dos apoios, o ponto de aplicação
do peso da cadeira, mais o usuário, mais o peso da própria placa, no centro da placa por ser uma
carga distribuída, que pode ser interpretada como uma força concentrada no centro de gravidade
da plataforma.
A soma dessas massas gera um peso total igual a,
75
𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = (𝑚𝑝 + 𝑚𝑐 + 𝑚𝑝𝑙𝑎𝑡) ∗ 9,81 = (102 + 21 + 23) ∗ 9,81 = 1432 𝑁 =
1,43 𝑘𝑁 (80)
Figura 27: Diagrama de corpo livre da plataforma
Com o diagrama de esforços na plataforma é possível montar as equações de equilíbrio que
ficam,
∑𝐹𝑋 = 0 (81)
∑𝐹𝑌 = 0 (82)
∑𝐹𝑍 = 0 = 𝐴𝑍 + 𝐵𝑍 − 1,43𝑘𝑁 ; 𝐴𝑍 + 𝐵𝑍 = 1,43𝑘𝑁 (83)
∑𝑀𝑦 = −𝐴𝑍 ∗ (1530) + 1,43 ∗ (765) = 0 (84)
Resolvendo a equação 84,
𝐴𝑍 = 716 𝑁 (85)
Portanto pela equação 83 o valor da componente b é,
𝐵𝑍 = 716 𝑁 (86)
76
O cálculo da tensão normal para a plataforma será dado pela equação 6 anteriormente
definida igual a,
𝜎𝑁 =𝑃
𝐴 (6)
Portando a tensão normal máxima para a carga aplicada a plataforma antes da força empuxo
começar a agir, diminuindo o peso, será
𝜎𝑁 =1432 𝑁
1120 𝑚𝑚 ∗ 1530 𝑚𝑚=
1432
1713,6 ∗ 103= 8,35 ∗ 10−4𝑀𝑝𝑎 = 835 𝑝𝑎 (87)
A tensão normal é menor que a tensão de escoamento do material comprovando que não
haverá escoamento por esse esforço.
A análise da tensão de flexão será feita considerando a plataforma como uma viga engastada
no plano x, com carregamento distribuído, e com seção transversal retangular vazada, com
largura de 50mm, uma espessura de parede de 4 mm e um comprimento de 1530mm. O
carregamento distribuído será o carregamento total na plataforma, 1432 N, dividido pela largura
da mesma, 1120 mm, portanto será um carregamento de 1,278 N/mm. O esquema de esforços
da aproximação considerada é apresentado na Figura 28 abaixo.
Figura 26: Esquematização de esforços na plataforma
O momento de inercia de uma seção retangular vazada é determinado pela formula,
77
𝐼 =1
12∗ 𝑏𝑒ℎ𝑒
3 −1
12∗ 𝑏𝑖ℎ𝑖
3 (88)
Em que,
𝑏𝑒 = comprimento externo da seção transversal;
ℎ𝑒 = altura externa da seção transversal;
𝑏𝑖 = comprimento interno da seção transversal;
ℎ𝑖 = altura externa da seção transversal;
Aplicando os valores da seção transversal da plataforma a equação 88 fica,
𝐼 =1
12∗ 1530 ∗ 503 −
1
12∗ 1522 ∗ 423 = 6,54 ∗ 106𝑚𝑚4 = 6,54 ∗ 10−6𝑚4 (89)
Para traçar a diagrama de momento fletor e força cortante da plataforma, e
consequentemente descobrir o momento máximo é necessário realizar um corte numa seção
qualquer da plataforma e aplicar as equações de equilíbrio descobrindo as funções que regem o
momento e a força cortante. A Figura 29 abaixo exemplifica o corte feito na seção qualquer.
Figura 27: Corte em seção qualquer da plataforma
As equações de equilíbrio para o corte da plataforma serão,
∑𝐹𝑦 = 0 = 1432 𝑁 − 1,278 ∗ 𝑥 − 𝑉 ; 𝑉 = 1432 − 1,278 ∗ 𝑥 (90)
∑𝑀𝑦 = 0 = −1432 ∗ 𝑥 + (1,278 ∗ 𝑥) ∗𝑥
2+ 𝑀; 𝑀 = 1432 ∗ 𝑥 − 1,278 ∗
𝑥2
2 (91)
78
Aplicando essa equação para os valores de x de 0 a 1120 obtém-se os diagramas de força
cortante e momento fletor exibidos nas Figuras 30 e 31 respectivamente.
Figura 28:Diagrama de força cortante
Figura 31: Diagrama de momento fletor
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
0 200 400 600 800 1000
Forç
a co
rtan
te (
N)
X(m)
Força cortante (N)
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
0 200 400 600 800 1000
Mo
men
to f
leto
r (N
.m)
X(m)
Momento Fletor (N.m)
79
Pela análise do gráfico da Figura 31 constata-se que o momento fletor máximo na
plataforma terá valor de 802,3 N.m, o que causará uma pequena deflexão, e a força cortante
máxima será de 1432 N, e pela hipótese assumida da plataforma ser idealmente rígida e por ser
aproximável a uma viga longa, pode se assumir que este esforço cortante será integralmente
transferido aos parafusos sem a necessidade de análise da tensão cisalhante na plataforma.
A tensão de flexão será calculada, como dito na seção 3.1.1 pela equação 7 repetida abaixo,
𝜎𝑚𝑎𝑥 =𝑀 ∗ 𝑐
𝐼 (7)
Em que,
𝜎𝑚𝑎𝑥 = Tensão de flexão máxima
𝑀 = Momento fletor máximo
𝑐 = Distância perpendicular da extremidade ao eixo neutro
𝐼 = Momento de inercia da área da seção transversal
Com os valores calculados para a plataforma a equação 7 fica,
𝜎𝑚𝑎𝑥 =802,3 ∗ 0,025
6,54 ∗ 10−6= 3,07 𝑀𝑃𝑎 (92)
Como a tensão de flexão máxima está abaixo da tensão de escoamento do material pode-se
afirmar que o material não irá escoar.
Conclui-se com a análise das duas tensões presentes na plataforma que ela está
dimensionada de forma adequada e não sofrerá danos durante a operação do mecanismo.
4.3.1. Rigidez da plataforma
Após dimensionada a plataforma é necessário calcular qual será a sua rigidez durante a
operação, para garantir que essa não sofrerá deformações indesejáveis, como por exemplo,
alguma deflexão elevada em sua ponta, que poderia causar insegurança no usuário.
80
O cálculo feito para determinação da deflexão da plataforma se baseia em sua linha
elástica. É possível fazer uma estimativa da linha elástica pelo diagrama de momento fletor
utilizando a convenção de que um momento interno positivo tende a curvar a viga com a
concavidade para cima, e um momento interno negativo tende a curvar a barra com concavidade
para baixo. Portanto pelo diagrama de momento fletor traçado para a plataforma, Figura 30,
pode-se considerar que a deflexão da plataforma será com concavidade para cima.
Quando a viga for deformada será formado um ângulo entre as seções transversais, θ, e
terá um raio de curvatura, r, medido do centro de curvatura O’ até dx. Como todo raio está
sujeito a uma deformação normal, em relação ao eixo neutro, a equação que relaciona o raio
com a deformação será,
1
𝜌=
𝜖
𝑦 (93)
Visto que o material é homogêneo e se comporta de uma maneira linear elástica, a lei
de Hooke, 𝜖 = 𝜎 𝐸⁄ , é válida e a equação 93 fica,
1
𝜌=
𝑀
𝐸𝐼 (94)
Em que,
ρ = Raio de curvatura em um ponto específico sobre a curva da linha elástica (1/ ρ é
denominado curvatura);
M = Momento fletor interno na viga no ponto onde ρ deve ser determinado;
E = Módulo de elasticidade do material;
I = Momento de inércia calculado em torno do eixo neutro
A relação ente ρ e os eixos x e v é estabelecida por,
1
𝜌=
𝑑2𝑣 𝑑𝑥2⁄
[1 + (𝑑𝑣 𝑑𝑥)⁄ 2]3/2
(95)
Substituindo a equação 95 na equação 94, tem-se,
𝑀
𝐸𝐼 =
𝑑2𝑣 𝑑𝑥2⁄
[1 + (𝑑𝑣 𝑑𝑥)⁄ 2]3/2
(96)
81
A solução da equação diferencial não linear de segunda ordem dá a forma exata da linha
elástica, considerando que a s deflexões na viga ocorram apenas por flexão. Como a curva da
plataforma como para a maioria das vigas é considerada uma curva rasa a inclinação da linha
elástica, dv/dx, será muito pequena e a equação 95 pode ser adaptada para,
𝑑2𝑣
𝑑𝑥2=
𝑀
𝐸𝐼 (97)
Se diferenciarmos a equação 96, sabendo que V=dM/dx, obtém-se,
𝑑
𝑑𝑥(𝐸𝐼
𝑑2𝑣
𝑑𝑥2) = 𝑉(𝑥) (98)
Diferenciando novamente, e sabendo que −𝑤 = 𝑑𝑉 𝑑𝑥⁄ , é feita a relação,
𝑑2
𝑑𝑥2(𝐸𝐼
𝑑2𝑣
𝑑𝑥2) = −𝑤(𝑥) (99)
Como a rigidez da flexão, EI, será constante ao longo do comprimento da viga as
equações 97, 98, e 99 ficam respectivamente,
𝐸𝐼𝑑2𝑣
𝑑𝑥2= 𝑀(𝑥) (100)
𝐸𝐼𝑑3𝑣
𝑑𝑥3= 𝑉(𝑥) (101)
𝐸𝐼𝑑4𝑣
𝑑𝑥4= −𝑤(𝑥) (102)
Para determinar a deflexão, v, da viga, utilizando-se qualquer uma das equações acima,
serão necessárias integrações sucessivas, que irão introduzir constante de integração na
equação, e podem ser avaliadas em conjunto em posse das variáveis e das condições de
contorno.
Dependendo da forma que a viga é apoiada serão determinadas diferentes condições de
contorno que determinam se há deflexão, momento, ou curvatura naquele ponto. Para a
plataforma é considerada que sua extremidade apoiada nos parafusos está engastada e, portanto,
θ = 0, v=0, e consequentemente dv/dx=0. Como foi visto a equação de momento fletor, M(x),
é
82
𝑀(𝑥) = 1432 ∗ 𝑥 − 1,278 ∗𝑥2
2 (103)
Substituindo a equação 103 na equação 100 a equação será,
𝐸𝐼𝑑2𝑣
𝑑𝑥2= 1432 ∗ 𝑥 − 1,278 ∗
𝑥2
2 (104)
Integrando a equação 104 se terá a equação,
𝐸𝐼𝑑𝑣
𝑑𝑥= 716 ∗ 𝑥2 − 1,278 ∗
𝑥3
6+ 𝐶1 (105)
Integrando-se novamente a equação fica,
𝐸𝐼𝑣 = 238,7 ∗ 𝑥3 − 1,278 ∗𝑥4
24 + 𝐶1𝑥 + 𝐶2 (106)
Utilizando as condições de contorno dv/dx=0 em x=0 e v=0 em x=0 as equações 105 e
106 tornam-se
0 = 716 ∗ 02 − 1,278 ∗03
6+ 𝐶1 (107)
0 = 238,7 ∗ 03 − 1,278 ∗04
24 + 𝐶10 + 𝐶2 (108)
Portanto as constantes 𝐶1 e 𝐶2 serão nulas e a equações 105 e 106, onde θ =dv/dx serão
𝜃 =1
𝐸𝐼(716 ∗ 𝑥2 − 1,278 ∗
𝑥3
6 ) (109)
𝑣 =1
𝐸𝐼(238,7 ∗ 𝑥3 − 1,278 ∗
𝑥4
24 ) (110)
A inclinação e o deslocamento no final da plataforma quando x=L, L=1120, mm de
acordo com a aproximação de viga da plataforma utilizada na Figura 28 serão,
𝜃 =1
𝐸𝐼(716 ∗ 𝐿2 − 1,278 ∗
𝐿3
6 ) (111)
𝑣 =1
𝐸𝐼(238,7 ∗ 𝐿3 − 1,278 ∗
𝐿4
24 ) (112)
83
Determinado que o modulo de elasticidade, E, pela Tabela 6 como 1200 MPa e o
momento de inércia, I, é, 2,62 ∗ 106𝑚𝑚4, na posição correspondente a L=1120 mm o
deslocamento e a inclinação serão,
𝑣 =1
1200 ∗ 6,54 ∗ 106(238,7 ∗ 11203 − 1,278 ∗
11204
24 ) = 32,05 𝑚𝑚(113)
𝜃 =1
1200 ∗ 6,54 ∗ 106 (716 ∗ 11202 − 1,278 ∗11203
6 ) = 0,076 𝑟𝑎𝑑 = 4,35 𝑔𝑟𝑎𝑢𝑠 (114)
A partir dos valores encontrados na equação 113 e 114 pode-se concluir que a deflexão
e a inclinação ao fim da plataforma serão pequenas o suficiente para não serem percebidos ou
causarem desconforto no usuário.
4.3.2. Empuxo na plataforma
Conforme definido na seção 3 a força empuxo irá diminuir o peso agindo na plataforma
gerando um peso aparente definido pela equação 9 como,
�� 𝐴 = �� − �� ↔ �� 𝐴 = 𝑔(𝑚 − 𝑑𝐹 ∗ 𝑉𝐹𝐷) (9)
Em que as incógnitas significam:
�� 𝐴 = Força peso aparente
�� = Força peso
�� =Força empuxo
𝑚 =Massa da plataforma e massa do usuário e seus adereços
𝑑𝐹 = Massa especifica do fluido
𝑉𝐹𝐷 = Volume de fluido deslocado
𝑔 = Aceleração da gravidade
Logo, quanto maior for o volume imerso, menor será o peso aparente, consequentemente
atingindo a menor carga aplicada na plataforma quando esse estiver com seu volume total,
calculado pelo software SolidWorks, descontando o volume dos furos, de 0,02497 m³ imerso.
84
Sabendo que o fluido em que a plataforma estará imersa será agua e sua massa específica é
aproximadamente igual a 1000 kg/m³, aplica-se a equação 9 para os valores calculados para a
plataforma e chegamos a,
�� 𝐴 = �� − �� ↔ �� 𝐴 = 9,81(146 − 1000 ∗ 0,02497) = 1187,3 𝑁 ≅ 1,2 𝑘𝑁 (115)
Ao subir a ação da força de resistência da água será contra o movimento da plataforma, o
que aumentaria a carga imposta sobre a plataforma, porém, pela existência dos furos, que
permitem a passagem da água, essa irá escoar pela plataforma de forma que a sua resistência
não mais será forte o suficiente para desestabilizar o movimento, e, portanto, não precisará ser
considerada.
4.4. Dimensionamento dos parafusos de apoio
Há dois tipos de esforços presentes nos parafusos, uma força tracionando o parafuso e outra
força cisalhando a seção reta do parafuso
4.4.1. Força de tração nos parafusos
Como visto na seção 3 a força de tração atuante nos parafusos será determinada pela
equação 11 abaixo,
𝐹𝑏 = 𝑃𝐵 + 𝐹𝑖 = 𝐶 ∗ 𝑃 + 𝐹𝑖 (11)
Em que,
𝐹𝑏 = Força resultante no parafuso
𝑃𝐵 = Porção da carga absorvida pelo parafuso
𝐹𝑖 = Pré-carga
𝐶 = Fração da carga externa P carregada pelo parafuso
𝑃 =Carga externa de tração
85
A fração da carga externa que será absorvida pelo parafuso é calculada de acordo com o
coeficiente de rigidez das partes sendo unidas e do parafuso relacionadas pela formula,
𝐶 =𝑘𝑏
𝑘𝑏 + 𝑘𝑙 (12)
Em que,
𝑘𝑏 = Coeficiente de rigidez do parafuso
𝑘𝑙 = Coeficiente de rigidez das partes unidas
Sabendo que os parafusos comerciais são de aço e que as partes unidas são de PEAD e que
o valor dos coeficientes será definido pelas equações 116 e 117,
a equação que define o valor do coeficiente de rigidez do parafuso será,
𝑘𝑏 =𝐴𝑑𝐴𝑡𝐸
𝐴𝑑𝑙𝑡 + 𝐴𝑡𝑙𝑑 (116)
Em que,
E = Módulo de elasticidade;
𝐴𝑑 = Área de diâmetro maior do fixador
𝑙𝑑 = Comprimento da porção não-rosqueada em aperto
𝐴𝑡 = Área de tensão de tração;
𝑙𝑡 = Comprimento da porção rosqueada do aperto;
As áreas, 𝐴𝑡 e 𝐴𝑑, são definidas na Tabela 7 em função do diâmetro em polegadas do
parafuso escolhido para suportar a carga. Para plataforma, testa-se se, inicialmente, o parafuso
com diâmetro de 5/8”, 15,875 mm, suportará a carga.
86
Tabela 5: Diâmetros e área de roscas de parafusos unificados UNC e UNF [12]
Já a equação que define o coeficiente de rigidez das partes unidas será,
𝑘𝑙 = 𝐸𝑑(𝐴 exp(𝐵 𝑑 𝑙⁄ )) (117)
Em que,
E = Módulo de Elasticidade do material das partes unidas;
𝑑 = Diâmetro do fixador;
𝑙 = Comprimento de agarramento
𝐴 e 𝐵 = Coeficiente definidos na Tabela 8 abaixo, em função do material da parte
unida;
87
Tabela 6: Parâmetros de rigidez de materiais de vários membros [12]
Como o material da plataforma, o PEAD, não é definido na Tabela 8 os valores dos
coeficientes A e B serão os definidos para expressão geral na Tabela 8. Para o PEAD, o modulo
de elasticidade segundo a Tabela 6 é 1050 MPa, considerando o parafuso sextavado padrão de
5/8 pol. com comprimento de 50,8 mm, o comprimento mínimo roscado será 40 mm, e
consequentemente o comprimento não roscado será 10,8 mm.
Como o comprimento de eixo rosqueado é maior que o de eixo não rosqueado o parafuso
pode ser considerado um parafuso curto a equação para definir o seu coeficiente de rigidez
passa a ser,
𝑘𝑏 =𝐴𝑡𝐸
𝑙𝑡 (118)
Pela Tabela 7, pela Tabela 8, e pelas conclusões feitas define-se que,
𝐴𝑑 = 197,83 mm²
𝐴𝑡 = 6,024 mm²;
E = 1050 MPa;
𝑙𝑑 = 10,8 mm
𝑙𝑡 = 40 mm;
𝑑 = 15,875 mm;
𝑙 = Espessura da chapa + Espessura do colar da porca = 20+35,23=55,23 mm;
𝐴 = 0,78952
𝐵 = 0,62914
Portanto a equação 118 do coeficiente do parafuso ficará,
𝑘𝑏 =6,5024 ∗ 1200
40 = 195,07
𝑁
𝑚𝑚= 195070
𝑁
𝑚= 0,19507 ∗ 106
𝑁
𝑚 (119)
88
E a equação 117 do coeficiente das partes unidas ficará,
𝑘𝑙 = 1200 ∗ 15,875(0,78952 exp(0,62914 ∗ 15,875 55,23⁄ )) = 18,02 ∗ 106𝑁
𝑚 (120)
Dessa forma o valor de C pela equação 12 será,
𝐶 =0,19507 ∗ 106
0,19507 ∗ 106 + 18,02 ∗ 106 𝑁𝑚
= 0.011 (121)
A carga, P, a de tração atuante em cada parafuso, será a carga que é transmitida pela
plataforma considerando o momento atuante pela distância do ponto aplicação da carga na
plataforma aos parafusos, e o binário entre os próprios parafusos que se balanceiam
internamente e impedem que haja torção na plataforma. Os esforços de tração nos parafusos
são mostrados na Figura 32.
Figura 32: Esquema dos esforços de tração nos parafusos
Fazendo o equilíbrio de forças na horizontal tem-se,
∑𝐹𝑥 = 0 → 𝐶𝑥 − 𝐷𝑥 = 0 → 𝐶𝑥 = 𝐷𝑥 (122)
Fazendo o equilíbrio de momentos no ponto E da plataforma obtém-se,
89
∑𝑀𝐸 = −1,43𝑘𝑁 ∗ (560) + 𝐶𝑥 ∗ (98,5) + 𝐷𝑥 ∗ (98,5) = 0 (123)
Substituindo a equação 122 na equação 123, essa fica,
𝐶𝑥 ∗ (98,5) + 𝐶𝑥 ∗ (98,5) = 1,43𝑘𝑁 ∗ (560) (124)
2 ∗ 𝐶𝑥 ∗ (98,5) = 800,8 𝑘𝑁.𝑚𝑚 → 𝐶𝑥 = 4,065 𝑘𝑁 = 4065 𝑁 (125)
Portanto a carga, P, de tração para cada parafuso será 4,065 kN. Será utilizado o valor
médio de pré carga de 34,3 kN, para um torque de aperto no parafuso não lubrificado de 90
N.m.
Então a força atuante no parafuso segundo a equação 11 será,
𝐹𝑏 = 0,011 ∗ 4,065 + 34,34 = 34,34 𝑘𝑁 (126)
Portanto de acordo com a Tabela 9, que expõe as propriedades do aço, a força de tração
será menor que o limite de tração do aço, o parafuso irá resistir aos esforços nele feitos.
Tabela 7: Propriedades do aço [33]
4.4.2. Força de cisalhamento nos parafusos
A força de cisalhamento nos parafusos será a força cortante transferida para cada eixo, 770
N, e a tensão correspondente será a força de cisalhamento dividida pelos 2 parafusos de apoio
e dividida pela área de cada um, igual a,
𝜏 =𝐹𝑦 2⁄
𝐴 (127)
90
Em que,
𝐹𝑦= Força cisalhante = 770 N;
𝜏 = Tensão de cisalhamento;
𝐴 = Área transversal do parafuso =𝜋15,8752
4= 197,8 𝑚𝑚²;
Portanto a tensão de cisalhamento será,
𝜏 =770 2⁄
197,8= 1,99 𝑀𝑃𝑎 (128)
Pela Tabela 9 a tensão de escoamento do aço 316l será de 220 MPa, e como a tensão
cisalhante no parafuso é inferior a isso, pode-se garantir que o parafuso não irá romper ou sofrer
deformações.
4.5. Esforços no suporte fixo
O suporte fixo da plataforma irá sofrer o momento causado pelo peso da plataforma e seu
usuário, e não será influenciado pelo peso do motor, de seu flange, do eixo de transmissão e
nem pelo eixo guia, porque todos esses estarão apoiados no piso. A Figura 33 exemplifica a
reação na haste de contrapeso do acompanhante aos esforços de momento da plataforma de
elevação.
Observando a Figura 33 percebe-se que a reação ao peso da plataforma no suporte fixo será
uma força horizontal de 9,76 kN. aplicada no meio do furo de apoio do eixo guia do motor.
Fazendo o equilíbrio de momento no ponto F tem-se,
∑𝑀𝐹 = 0 = 𝐺𝑥 ∗ (884) − 0,314 ∗ 380 − 9,76 ∗ (10) (129)
91
Figura 33: Diagrama de corpo livre do suporte fixo
Reorganizando a equação 129 obtém-se,
𝐺𝑥 ∗ (884) = 0,314 ∗ 380 + 9,76 ∗ (10) = 216,92 (130)
𝐺𝑥 = 0,245 𝑘𝑁 = 245 𝑁 = 9,81𝑚
𝑠²∗ 25 𝑘𝑔 (131)
Portanto o esforço que deverá ser realizado pelo acompanhante será uma força de 245 N
equivalente a uma massa de 25 kg, esforço bastante viável para um ser humano adulto.
92
5. Plano de instalação da plataforma de elevação
Para a esclarecer os critérios de instalação do equipamento no local deve ser utilizada a
Figura 34, Figura 35 e a Tabela 10 em que são mostrados o desenho de conjunto com os
componentes numerados e uma lista nomeando e detalhando o peso de cada um desses
elementos respectivamente.
Figura 34: Desenho de conjunto com enumeração dos componentes
Figura 35: Desenho de detalhe com enumeração dos componentes
93
Tabela 8: Nome, material, quantidade e massa de cada componente
Para instalação primeiramente o suporte fixo, item 11, é colocada no chão próximo a borda
da piscina, então são encaixadas as hastes de contrapeso do acompanhante, item 8, no suporte,
e depois passado o conjunto haste/motor, mostrado na Figura 35, que engloba os itens 10, 9, 7,
6, 5, 4, e 1, pelo furo do suporte alcançando o chão da piscina. Após essas etapas a placa móvel,
item 2, é encaixada nos parafusos e logo em seguida as hastes de apoio do usuário, item 3, são
encaixadas na plataforma.
Feita a instalação só será necessário ligar o motor a tomada de 220v, ou num transformador
de 220v para 127v para posteriormente liga-lo à tomada e a plataforma entrará em atuação de
descida, sendo necessário somente a inversão da rotação no motor para ela voltar a subir. Os
desenhos da plataforma e seus componentes de forma detalhada vão em anexo.
Figura 35: Conjunto haste/motor
11 Haste de apoio do usuário PVC 2 1,0
10 Motor 2 17,0
9 Flange do motor PVC 2 1,0
8 Parafuso Cab. Sext. AISI-316 4 0,1
7 Rosca da porca AISI-316 2 0,6
6 Colar da porca PEAD 2 0,3
5 Eixo de Transmissão AISI-316 2 0,4
4 Eixo guia do motor PVC 2 1,1
3 Placa móvel PEAD 1 23,8
2 Suporte fixo PEAD 1 32,0
1 Haste de contrapeso do acompanhante PVC 2 0,5
Nº DO
ITEMNº DA PEÇA MATERIAL QTD.
MASSA
(Kg)
94
6. Conclusão
Neste capítulo serão apresentadas as conclusões obtidas do projeto, assim como
recomendações e observações para trabalhos futuros a serem conduzidos sobre o projeto de
uma plataforma de elevação motorizada e portátil para facilitar o acesso de deficientes físicos
a piscina.
6.1. Considerações finais
Ao fim do dimensionamento realizado nesse trabalho pode se concluir que a plataforma é
funcional para o objetivo estabelecido, porém existe a necessidade de ser instalada por um
acompanhante do deficiente físico, ou por uma empresa que alugue a plataforma, por possuir
um peso considerável.
Também é averiguado que a plataforma é uma solução que possui mobilidade parcial, pois
apesar de não precisar de adequações no espaço onde é instalada, não possui versatilidade
suficiente para ser transportada frequentemente, sendo uma solução adequada para situações
em que se deseja possibilitar o acesso a piscina por deficientes motores durante uma temporada
podendo depois pode ser facilmente retirada e reinstalada em outro local.
Todos os cálculos e resoluções apresentados nesse trabalho visaram garantir o
funcionamento básico de uma plataforma de elevação sem ruptura, sem super dimensionar os
componentes do mecanismo e procurando soluções presentes na indústria para que sejam de
baixo custo deixando o projeto o mais acessível possível, porém não foram apresentados
cálculos estruturais mais avançados por não estar dentro do escopo do trabalho.
95
6.2. Sugestões para estudos futuros
Uma vez que não foram realizados estudos sobre os esforços internos na plataforma móvel
de elevação, pois essa foi considerada idealmente rígida, estudos semelhantes aos aqui
apresentados podem ser conduzidos se aprofundando no estado de tensão e deformação da
plataforma para determinar se deveriam ser feitos reforços em sua estrutura para alcançar a
rigidez necessária, e se esse fosse o caso que reforços seriam esses.
Outra sugestão é o estudo de materiais com alta rigidez e baixo peso que aplicados na
plataforma fornecessem a mesma resistência aqui obtida, mas com uma redução de peso no
equipamento melhorando a sua portabilidade. No mesmo intuito de diminuição de peso do
equipamento, poderia ser realizado um trabalho sobre o uso de um motor menos robusto
combinado a uma redução de maneira a transferir o mesmo torque, porém com uma massa
menor.
Estudos mais aprofundados do sistema elétrico, da conexão do relé de contato ao motor, de
uma possível automatização do motor para uso de controle remoto não foram abordados neste
trabalho por estarem fora do escopo, porém também são assuntos interessantes para serem
detalhados em uma futura analise.
Também é uma possibilidade futura se realizar analises em elementos finitos para
comprovar os resultados aqui obtidos, e para verificar outras reações mais complexas na
estrutura que não foram aqui vistas.
96
7. Referências Bibliográficas
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<http://www.brasil.gov.br/acessibilidade> Acesso em: 1 dez. 2017;
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<http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2015-08/ibge-62-da-populacao-tem-algum-tipo-
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[3] Brasil tem desafio de garantir envelhecimento populacional com qualidade. Disponível em:
<http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-09/brasil-tem-desafio-de-garantir-
envelhecimento-populacional-com-qualidade>. Acesso em: 9 dez. 2017;
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Portadoras de Deficiências a Edificações, Espaço, Mobiliário e Equipamentos Urbanos, 56p.,
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motorizadas para pessoas com mobilidade reduzida – Requisitos para segurança, dimensões e
operação funcional – Parte 1: Plataformas de elevação vertical, 90p.,2013;
[6] Carregaro R. L., Toledo A. M., Efeitos fisiológicos e evidências científicas da eficácia da
fisioterapia aquática, Mestre em Fisioterapia, UFSCar, São Paulo, 2008;
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lv.all.biz/elevador-de-piscina-pal-g2214>. Acesso em: 8 set. 2017;
[8] Inclusão de pessoa com deficiência ainda esbarra no preconceito, diz ativista. Disponível
em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2017-09/inclusao-de-pessoa-
com-deficiencia-ainda-esbarra-no-preconceito-diz>. Acesso em: 10 dez. 2017;
[9] Cortona C., Ramos P., Rodrigues M. I., et al. Elevador hidráulico, Eng., Sorocaba, São
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97
[12] SHIGLEY, Joseph E.; MISCHKE, Charles R.; BUDYNAS, Richard G. Projeto de
Engenharia Mecânica. 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005;
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Artmed, 2000.
[14] Catalogo de Produtos, (2018).Norelem. Available at:
https://www.norelem.com/pt/pt/Home.html [Accessed 10 May 2018].
[15] Catálogo fuso de rosca trapezoidal. Disponível em: <http://atibrasil.com.br/wp-
content/uploads/2016/08/fuso-de-rosca-trapezoidal-004.pdf>. Acesso em: 9 out. 2017.
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<http://www.montarte.com.br/elevador-pinhao-cremalheira.html>. Acesso em: 10 out. 2017;
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[20] SENAI, Apostila de Lubrificação Industrial, Programa de Certificação de Pessoal de
Manutenção, Ed. Companhia Siderúrgica de Tubarão, Departamento Regional do Espirito
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[21] BASTOS, Sergio F., O estudo antropométrico brasileiro, Rio de Janeiro, SENAI CETIQT,
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[22] IIDA, Itiro. Ergonomia projetos e produção, São Paulo, Edgar Blucher Ltda., 1992;
[23] COUTO, Hudson de Araújo. Ergonomia aplicada ao trabalho: manual técnico da máquina
humana, Belo horizonte, ERGO Editora, 1995;
[24] GALDINO, Luciano. Cálculo da rotação, do torque e da potência de motores elétricos para
transmissão por parafusos de potência. Augusto Guzzo Revista Acadêmica, São Paulo, n. 14,
p. 215-227, dec. 2014. ISSN 2316-3852. Disponível em:
<http://fics.edu.br/index.php/augusto_guzzo/article/view/248>. Acesso em: 07 mar. 2018.
98
[25] VAZ, Frederico S. O. Máquinas Elétricas. Florianópolis: SENAI, 2010.
[26] HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de Física -
Eletromagnetismo. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2003.
[27] MELCONIAN, Sarkis. Elementos de máquinas. 9. ed. São Paulo: Érica, 2008.
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[29] BRAGA, Newton C. Relés – Circuitos e Aplicações. 1. ed. NCB, 2012.
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em:https:<//www.weg.net/catalog/weg/BR/pt/MotoresEl%C3%A9tricos/Monof%C3%A1sico
/Uso-Geral/Motor-de-Chapa-Aberto-%28IP21%29/Geral-1-HP-2P-D56C-1F-220-V-50-Hz-
IC01---ODP---Sem-p%C3%A9s/p/13028124>. Acesso em 19 mai. 18
[32] Silva, A. L. N. – “Preparação e Avaliação de Propriedades Térmicas, Morfologicas,
Mecânicas e Reológicas de Misturas à Base de Polipropileno e Poli(etileno-co- 1-octeno)”, Tese
de Doutorado, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil 1999.
[33] Senatore, M., Finzetto, L., Perea, E. – “Estudo comparativo entre os aços inoxidáveis
dúplex e os inoxidáveis AISI 304L/316L”, Rev. Esc. Minas vol.60 no.1 Ouro
Preto jan./mar. 2007.
Anexo I: Propriedades do Motor
FOLHA DE DADOSMotor Monofásico de Indução - Rotor de Gaiola
Cliente :
____
Rev. Resumo das modificações Executado Verificado Data
Executor
Verificador Página Revisão
Data 19/05/2018 1 / 2Propriedade de WEG S/A. Proibida a reprodução sem autorização prévia.
Sujeito a alterações sem aviso prévio
Linha do produto : Geral Monofásico Código do produto : 13028124
CarcaçaPotênciaNúmero de polosFrequênciaTensão nominalCorrente nominalCorrente de partidaIp/InCorrente a vazioRotação nominalEscorregamentoConjugado nominalConjugado de partidaConjugado máximoClasse de isolamentoFator de serviçoMomento de inércia (J)
: D56C: 0.75 kW (1 HP): 2: 50 Hz: 220 V: 6.80 A: 44.9 A: 6.6x(Cód. L): 5.50 A: 2920 rpm: 2.67 %: 0.250 kgfm: 290 %: 290 %: B: 1.00: 0.0018 kgm²
Tempo de rotor bloqueadoElevação de temperaturaRegime de serviçoTemperatura ambienteAltitudeGrau de proteçãoMétodo de refrigeraçãoForma construtivaSentido de rotação¹Método de partidaMassa aproximada³
: 10s (frio) 6s (quente): 80 K: Cont.(S1): -20°C a +40°C: 1000 m: IP21: IC01 - ODP: F-1: Ambos: Partida direta: 17.0 kg
Potência 50% 75% 100% Esforços na fundaçãoRendimento (%) 62.2 69.2 72.3 Tração máxima : 14 kgfCos Φ 0.48 0.60 0.68 Compressão máxima : 31 kgf
Dianteiro TraseiroTipo de mancal : 6204 ZZ 6203 ZZVedação : Sem vedação Sem vedaçãoIntervalo de lubrificação : - -Quantidade de lubrificante : - -Tipo de lubrificante : Mobil Polyrex EM
Observações
Esta revisão substitui e cancela a anterior, a qual deverá sereliminada.(1) Olhando a ponta de eixo dianteira do motor.(2) Medido a 1m e com tolerancia de +3dB(A).(3) Massa aproximada sujeito a alteração após fabricação.(4) Em 100% da carga nominal.
Os valores indicados são valores médios com base emensaios e para alimentação em rede senoidal, sujeitos astolerancias da norma NEMA MG-1.
CURVA DE DESEMPENHO EM CARGAMotor Monofásico de Indução - Rotor de Gaiola
Cliente :
____
Rev. Resumo das modificações Executado Verificado Data
Executor
Verificador Página Revisão
Data 19/05/2018 2 / 2Propriedade de WEG S/A. Proibida a reprodução sem autorização prévia.
Sujeito a alterações sem aviso prévio
Linha do produto : Geral Monofásico Código do produto : 13028124
Desempenho : 220 V 50 Hz 2PCorrente nominal : 6.80 A Momento de inércia (J) : 0.0018 kgm²Ip/In : 6.6 Regime de serviço : Cont.(S1)Conjugado nominal : 0.250 kgfm Classe de isolamento : BConjugado de partida : 290 % Fator de serviço : 1.00Conjugado máximo : 290 % Elevação de temperatura : 80 KRotação nominal : 2920 rpm
Anexo II: Desenhos da plataforma e seus componentes
1
2
3
4
5
1530
264
6 2273
165
0
H
11
H2 : 25
8
6 7
10
9
PLATAFORMA DE ELEVAÇÃO MÓVEL
Nº DO ITEM Nº DA PEÇA MATERIAL QTD. MASSA
(Kg)
11 Haste de apoio do usuário PVC 2 1,010 Motor 2 17,09 Flange do motor PVC 2 1,08 Parafuso Cab. Sext. AISI-316 4 0,17 Rosca da porca AISI-316 2 0,66 Colar da porca PEAD 2 0,35 Eixo de Transmissão AISI-316 2 0,44 Eixo guia do motor PVC 2 1,13 Placa móvel PEAD 1 23,82 Suporte fixo PEAD 1 32,01 Haste de contrapeso do acompanhante PVC 2 0,5
PROF LEYDERVAN XAVIER
TÍTULO UNIDADE mm
NÚMERO
NÚMERO DO DESENHO
FOLHA NºEsc.:
Data
ALUNO
VISTO
Beatriz Espírito Santo
20/06/2018
1:251 / 9
40
10
45 20
5/8-11 UNC
10
32,
50
270
84
ROSCA ACME 5/8"
4
2
6
7
6
CEFET/RJALUNO
PROF
DATA
ESC.
VISTO
TÍTULO TURMA NÚMERO FOLHA Nº
NUMERO DO DESENHOPorca1:1
Beatriz Espírito SantoLEYDERVAN XAVIER
20/05/2018
92 /
250
776
976
40
Revisão 1
CEFET/RJALUNO
PROF
DATA
ESC.
VISTO
TÍTULO TURMA NÚMERO FOLHA Nº
NUMERO DO DESENHOHaste de contrapeso do acompanhante
Beatriz Espírito SantoLEYDERVAN XAVIER
20/05/2018
1:103 9/
CEFET/RJALUNO
PROF
DATA
ESC.
VISTO
TÍTULO TURMA NÚMERO FOLHA Nº
NUMERO DO DESENHO
560
720
180 4 x 1 1/2"
200
2
00 67 x 40
30
144
139
160
50
1530
308
160
33
197
1210 160 B
35
20
54
BESCALA 1 : 5
Revisão 1
CEFET/RJALUNO
PROF
DATA
ESC.
VISTO
TÍTULO TURMA NÚMERO FOLHA Nº
NUMERO DO DESENHO1:10
Beatriz Espírito SantoLEYDERVAN XAVIER
20/05/2018
Plataforma de Elevação4 / 9
165
0
ROSCA ACME Ø 5/8" - 8 FPP
/5 9
20/05/2018
LEYDERVAN XAVIERBeatriz Espírito Santo
1:1 Eixo de TransmissãoRevisão 1
CEFET/RJALUNO
PROF
DATA
ESC.
VISTO
TÍTULO TURMA NÚMERO FOLHA Nº
NUMERO DO DESENHO
112
0
1170
100
30
160
200
180
1210
180
160
2 x 1 1/2"
108
G
20
1530
R10
32
25
15 Ø 80
32
G1 : 10
Revisão 1
CEFET/RJALUNO
PROF
DATA
ESC.
VISTO
TÍTULO TURMA NÚMERO FOLHA Nº
NUMERO DO DESENHO
/6 9
20/05/2018
LEYDERVAN XAVIERBeatriz Espírito Santo
1:1 Suporte fixo
30
15
4 x Ø 1/4"
CL10
0
45°
A
A
150
60
90
50
40
A-A
Revisão 1
CEFET/RJALUNO
PROF
DATA
ESC.
VISTO
TÍTULO TURMA NÚMERO FOLHA Nº
NUMERO DO DESENHO
/7 9
20/05/2018
LEYDERVAN XAVIERBeatriz Espírito Santo
1:2 Flange do motor
172
0
ROSCA 1 1/2" BSP
60
75
3,30
25
Revisão 1
CEFET/RJALUNO
PROF
DATA
ESC.
VISTO
TÍTULO TURMA NÚMERO FOLHA Nº
NUMERO DO DESENHOEixo guia do motor1:1
Beatriz Espírito SantoLEYDERVAN XAVIER
20/05/2018
98 /
110
0
720
40
CEFET/RJALUNO
PROF
DATA
ESC.
VISTO
TÍTULO TURMA NÚMERO FOLHA Nº
NUMERO DO DESENHOHaste de apoio do usuário1:1
Beatriz Espírito SantoLEYDERVAN XAVIER
20/05/2018
99 /