poemas

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AfetoSe me visto e me perfumo,Tu me despes em segundosSe me viro e me protejo,Lento e calmo, teu desejoMe expe.Cada centmetro insegurode minha pele pede pressaE que me vire de uma vezE me perfureQue teu gozo, logo me domineQue teu olhar no mais perturbe...Mas tu paras, e analisasGotejam os ponteirosEm um minuto, um ano inteiro

Do teu olhar, do meu tormento....Mas se dia, e luz do solFujo, atrevida, do lenolE me ofereo sem pudorSem receio, mgoa, ou dorE te sorrio,Peo teus olhos sobre mimEspero toques de cetim...Tu s me invades!Com toda a fora que tensTu me confundesE se impe, bem mais almDos meus limitesSou carne sim,Te sou indiferenteAt que gozes, ferozViolentamente...Depois, regrido. Envolvo-me em mim.Deito, me cubro e permaneoum feto...Renasce entregue e divididoO ser que antes foi completoFenix ao avesso...O que te peo, no receboMe entorpeces, e por issoTe venero!No me entregas o que queroE por isso, me submeto.

E assim vive teu objetoCaando no gentil, o torpeCaando no devasso, afeto.

kajiraNo a marca do ferro em brasaQue isso, qualquer pele aceita bemTe digo, nasci com a marcaPor dentro, o k que te convm

No so as sedas finas sobre o corpoQue indicam minha condio de escrava minha entrega que me joga nesse fogoDe correntes machucando a pele clara

por ti que aprendo a ser kajiraE a ser completa, e a levantar-me de manhPra tomar conta do teu mundo, do teu reinoPra por na tua cama a minha irm

Fujo das regras, do medo, do pudorSou livre quando dano em tua camaE aceito o gozo que me traz, e a dorQue passa... Pois sou mulher que ama

Quem entende a escrava?Quem entende a escrava?Quem pode desvend-laAo v-la vergar-se, cabea baixaSentar aos ps e fazer graa,como animal... A submissa na coleiraQuem consegue compreend-la?Nua, a espera, sem saberSe dia dela dar prazerA mulher que morre um pouco Pra renascer, ajoelhadaE ser por outras mos moldadaE ser ferida... E ser curada

Que aura doce, que voz sutilQue prazer em ser servilAt em sua revolta. No desafio que proporcionaA escrava sempre sonhaEm agrad-lo... Quem entende o requinteDas roupas belas e sensuaisPalavras ternas e sem iguaisEsse mistrio dos passos levesDo riso amenizadoDa dor que celebradaE do sexo sempre molhado?

Que homem sbio e honradoPoderia mergulhar nas guasDo inconsciente da mulher entregue?Seria como entender o sagrado,Familiarizar-se com a essnciaSeria crime! Seria erradoE seria falso. Ningum encontra impunementeA cura. E pra que cura?A razo... Mas no s uma!A conseqncia j to puraE fascinante... Fiquemos nela

Certas coisas no se entendemCertos beijos no se medem!

Se nem eu mesma entendo a escrava que h em de mim...Capaz de sonhos grandiososDe entregas irreparveisDo silncio absolutoE do grito mais intenso!