poesia de · combate - amigos coimbra 70 de 1975/1975_06... · lnquanto no col oni a lismo e no...
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POESIA DE · COMBATE ·
CADERNOS '25 DE JUNHO'
·· ~ . . .
. . vutrcu s ~_.2. :::· -~G s 9 d8ixou
~ §~~ ~~_iv:iJ:6gi :; d o 11pc~ ~~~~ 89 de uma clas s e . Os colonialistas , os ca pi t ::;. l i s t as
ensinaram-nos que s 6 podi a ser poet .:1 quem tivosse <1ndad o mui t os <1nos 112S escolas ~ _
tivesse froquont 2.do as i..inivers i d2.des? ou se j a , _aquil o <1 que e l os chnmnm "in t e l ec -
tua l " , 0 h omom Q,o povo 9 o c2.mpones 9 o oporO:rj:o d iz em os co l on i <1l i 8tas , os capi~
t a li 8t o.s - nao 6 co.p<1z do ccnt ir c cor:J.pr co:ldcr <1 llOe8 i c, ~ c mui t o r.1eno8 e:x:pr e8sar-,. ·-so sob forma po6tica . 0 sou despr e zo polo povo ~ l ev2. - 03 2. d iz er quo o povo todo
oi 'brut o;; 9 "cle8pido de 8Cns i bil i dc,d_e" 0
Os co l onia listns G capit<l listD.s cl i zem i8 SO na8 Si1bem que e pura mentirac El e8
s ::.b em que GI!l todas as c i v ili z2-90cs 9 em todos os tempos , as obr as d ~ nrte m2. i s be
la8fOr2.m foi t a s pelo povo OU sao a cxpr e8S.:10 do pens2.r e s ~..-nt ir d o pov o • l\ias essa
atitude dol es t om um<1 oxpli ca9no r e l acionadCL com a soci ecladG.:<"'·' Q_ue v i vem . F CLs 8,9_
ciedades co l on i a listas e capitCLlistCLs hO: ua pequeno grupo - os opressores e expl Q
radore8 -- que 6 propriot6:rio de tudo, CJ- 8 torras , as cCLs.J.s 9 .J.s f1bri cas , os b[mc os ,
0 t rab<1 l ho das ])8SS02.S 9 f.10SmO a pol f cia 0 0 exorcito. I; nno content es COin i sso pr£
curam por todos os r.w i os que a propric1 cul t uro, se j c, t ar:1ben sun pr opri ed<1de pr i vada ,
procuram excluir dela o novo .
Urn do8 grandes merito8 da Revo l u9ao 6 pr ooiso.monte o de p ermitir ao povo produ- ·
z i r; lib erta r a sua energ i a cria dora qu e est ev e sufooada dur ant e t ant o t empo . E
quando e libert2.da 9 ossa r;nergia como q_~e expl ode - e n6s v i mos 0 povo produzir ;.;
ooisas maravilhosa8 em todos os campos - na po l:ltico, 9 na arte 9 n2. tecni ca , n<1
oi onc i a .
Est a ooleo9aO :le p0 Gli12.S que aq',;d publicamos e ja fru to da nossa Rcvo lU9i10 .
Sao po omas de r.1ili t ant o8 d<1 FRELE~O 9 todos e l es d iroct .::1ment c ligados 2. lut2. ar -
J!nda de libert ac;:Ei:o nao ion2. L Porqu e 6 esta a ccractor:lstica essenci 2. l da poes i .:1 m£
gambi oo.nn de hoj e ~ ha id.entifico.,g;o a b so l u ta entre a prO:t i c2. ' revo l uc i oniri2. e a
scnsibJ. lidado do p oet 2. • .1:i. poesic, 11QO f::: l a do. mi t08 9 COi8aS <1bstra ct2. s mas OiD da
no8sa vida de l uta 9 da s no s sas osper <1n9<1s e c ertezas, da nos sa det 0r mino.gno , do
amor dos nossos camar aclas 9 da natur e za 9 clo no8so Pa i s . E quando ·J poeta esoreve ..
11 CC'..ll12.radas nvapt e" 9 e l e vn i 2.vante ; qua nclo elo so n l ogra cle pos su ir uw1 e 8pingar
da ole empunha - n r e2. l mente 9 como re.J. l mente tem n<1s m2:os o carlor clL1. enxad<1 e n •·::; -
p6s do l oridos 2.8 l ongas r.1archas que fazemos .
]!: por i sso que '" poesi<l e t ambem uma pc"l a vra de orclcr.l . Cono UE\<1 pa l avr2. de or -
dcm 5 ~la nasce d~ necess i dade 9 dn realidade . Lnqu anto no co l oni a li smo e no c2.pit~_
l i 8mo 9 .:1 oulturn , a poesia 9 eram div ertimentos para as horas de 6c i o dos r i oos, a
n ossa poesia de h o j e 6 umn ne c ess id.::1de 9 um ca nto que brota do nosso cor aga o par a
e l evar o n os so ospfri t o 9 orient ar a noss 2. vontnde 9 :.reforg.:;:,r 2. nos sa det er n i na gn o 9
<1 l argar a n ossa p erspectiv2. .
Esta ant o l ogi a e c omo que umn trocrc de experienc i as entr e os nossos
poeta8 . El a e tambem o oncorn jamen t o para que m.:;:, i s cano.radas es cr ev nm 9 par a que
. . ·l Ras bases. Anas escolas• nns l"Ovoag.oes- ~s-o " eri. om • -~ so.. digam nr.'V"C>B " ~-.d.ea~nv-41-v.end.e a-og.:iJn _ '\ :n<>oae., :r-i.~ ~).:tu:r:'al .
~rtamento do EducaQ.!1 v e Cul t u r a · da FRELIHO
0 GUERRILHEIRO
Ai vern ~le t odo a r mado c feroz
A! vern o homem qu e l i berdade tra z,
Todo r ot o e sujo~ r:ns com o _cora96o de f orro
0 Guer r ilhe iro sorr i o c~nta
El e nao tern cnsa ,
'Sont e a fa 11_a cle comida e r oupa
Ele suj oi t o.:-ss;_ a · todas a s circunstanci 2.s
0 fr i o 'amea9a -:o violcmt ament e ·
Na s el o sorri e cant e
" EU: t :cago Liberda do b D .t O.Z
Com est G. arma na minha rna::>
eu expulsaroi Sa laza r e· a sua tr opa"
E is uma manha lindG e sU.ave '
0 Guerrilhe iro l evanta - sc
Ele nao t ern ag~a
0 or valho s orve de dgua
As avos e spqnt::tde.s pergu.ntGr;l ~
" porquo sofres t u o.ss i u 9 rapo. z?n
0 Guorrilhoiro sor ri e c2.nt :::.
" LibordGde parG tod.os ou trago"
:OAIJII J::.O COSME
--2 -
I RifJAOS DE QUE ES PERAH --_[, .. .
Irm~os! De QUO es~er3m?
Est~o sempro pass3nd o d i ns •••
E o portu~es j ~m~ is se tr~nsforw~rn 7
:O ove is lut o.r pola lioorif>..de c1o Eog~moiQuel
A prime ira ostrel o. rosplandeco •• •
Procurem o vosso cami nh o de lioerd~de y
:O irig i-vos po.r~ ondo os t ;o os outro s .
:O irig i-vos p a r a ondo ost~o os outros •••
Pegar na a rma cont ra Snlaz~r •••
E s6 nssim pode~no nm~nha Vor os vo s sos pais l ivr es d o opressno .
Para QUO os vo s~os pa i s •••
Do QUa l viestos o para o QUal vo l t~rois
Pagu o-vos om a l ogr i a o QU O sofrost e s por el o ,
Luta i9
QUO o vo sso i n imigo estn n o v osso l e ito 7
Prop~r~ndo p~ra dormir con t ent e .
:Oormi r oi tr<ElQUilnmont e .
Se oxpulso.,do o v agaoundo Sal et znr
Sofrcst es desdo hn s~oulos
Com nenhum d i a vo.,zio y
Tro.oo. l h astes o g.:mh ast os nada 9
Fost cs oprimidos d on tr o d o v osso p a i s .
ll. . RUFUTO TrMJ3E
3
--·-- ·-·--------- -- ·- ··- ------· -·- ...... ..
WJCllJ'riBI QUE CHORCU -B CHORA 0 '
J3 o =c m:t. SsG. crn.cla sc:n ro..zao. ~ ! • .
l'T;:o d_o..ncLo pm· isso os s cu s .. '
C horou c .:::horn Ho gar:.fJiq··.-: o
filhos
'
Po2.:.:w r:.i ·..J_LJ.Q~n s .quo 1:.10 L:i . .:mrpo., n
So~ os fjl~os o s ut iliz~r em9
E or;:1ubicru.c chorou e d1o ··a. .
Hoc:c:.nb i o_uo c.hor ou 0 cho:--.· ::t
Os :ZiJ.hoC~ ou7ir am o p or --unt a ram ... :1 .
;'c :<:-.or c l o c}')_oro d:::t s r i q:J. c zas
que os co l onos rr1 0 c rr~. c : <cm
·' • "'\
7 {.J (.'. 08 :oclos mous
Cs c:'j_ J >os do l~ ogc:.m ;. ic _ur cioc i d irc:.m
Afas~ar os 2.adroes que :.cvo.ra m
A s riqu0Z~.s d e.. su a rw.t c
Cue a eles mui to b or'1 p c ··· t onc em.
A&··.r:c.. Eogo.,m1; i que chc·r a ,~_ o alegr ic.
Polo trc:.ho..lho dos se:J.s ~ilhos
·~no ') u2.r2. ol ct pa r a s om:1r o
Fi.c2.~~ l iv:!:' c dos l c.,dr'o e ~
J l;.CKSON
J'l.. LillA ARMADA
Sanguo mogambicano se derrama
E vidas do combat ~ntcs so pordom
Sangue mogambicano ostruma a t erra
:rrovas geragoes Rovoluc i onO:ri2.s no.s c em
Qua l o mot ivo ,da porda :dos t e so.?guo ? .
E da oprossao o massacr e d -: s t e Povo forte ?
Est o so.ngu o 6 perdi do pol o. just oza
Ha s sacr ad? o oprimi do dost o Pov o 6
Por do ?logambiq_uo q_uererem sugar t oda a riq_u ezn
VEUCEREI'iOS
0 sol r onpe
0 homem s o l ovanta
Para ver o q_uo so pa s sn om sua vo lta
Poga a GYL'Cada pc:_tra a machambc_
Os produtos sao-lhe roubados
Poga o anzol para a pesca
Os produtos sao l h o roubados
M.i\.F .... 'l.SULE
Por fim a ol e 6 oxigi do o i mpas t o e oprimi do
Todo ponsat_ivo
. , ,f i nal mont o o h omom dos cobr e
De q_u e vive proso
Ligado com fio s ch2.mados colonia lismo
Deciclido pos - se a luto.,r on6rgic<1mont e
Par a s o liborta r das b~rras
Quo l h e prondom as naos pas 0 consc i enc i a
Esses piolhos q_ue s 6 vivom ~ custa clo sangue dos outros
0 homcm 9 firmo 9 docidido 9 avan ga o diz ~
A luta nao aca b2 ,:;, t6 q_uo mor r a •
.c'..LFREDO HANDEL
- 5-
~
FOI 0 QUE DISSE l'IAM.i\.
0 filho das minhas entranhas
A quem a liberdade e perton9a
Grandioso 6 o t cu poder nossas montanhas
nao tc rendas nom t u canses .
Bata lhar ato a vit6ria ser ganha
E 0 t eu devor 9 l ogo$nao desperdicos 9
Sempre avante para a Liberdad9 que o povo sonha 9
Po is em ti depos ita a esperan9a .
Se patriota e une-to na lt'RELHIO
Guiado seras por bons caminhos
l'Tao vaciles porque a ac9ao 6 gloriosa
Ate qu e expulses os estranhos .
A vida que leva.s hoj e nas monta1'Lh.as
J~ ~s primeiros ~er6is a passaram
Foi-lhos clificil, porque nao eramos unidos,
Ha s nao vacilara m9 antes morrer que
Viver na escraviclao;
Talvez houvess e quem' doles se risso, ~. ' .
Has que ou conheq~ nao
E que a lguem se arrependesso da missao
Naquol as selvc:ts clonsas 9 P.-2..2.
Cantar e pr6prio clo quo ostli <:degre ,
Cair e pr6pr i6 do que ostli do pe 9
Veneer 6 o resultar final de quem luta
Eorrer 6 L1 sort e comum dos combat entes da batalha.
- 6 ·-·
IL::i:o fiques trist e 9 mao
Ja _quc me nasc est e
Ho9amb iq_uc estar( l~bs::rt o
Do jug o coloni a l
0 raeu pai dizia 9
"Abre 9 meu f ilho 9 os tcus o lhos
P 'ra libertarmo s a tua Patria
Das fer<?,S do mundo 11
Camar a da s 9 o i9am o que diz
Est e vos ::0o irmao na luta ~
L s f eras que o meu pai so r e feria
Er o.m sem duvid~ os colonia list;::.s.
Ho je os tou firme 9 ma e
J.i t.J. :t e li borto.rei
Do governo f a scista
E de t odos os sat~lites
0 oxemylo __ dos nossos av6s
Servir-me --5.
De Gungcmhana e doutros
Que enfr_ep.taram mui to s portuguoses
Invnsoros
Hoj e 9 eu 9 filho d o I: Io 9a rabiq_u e
IT2: o t <: mo a morte da bala 9 Qao 1 . . ma s sacros c o -On l a l s
:Nom das clificulde.d os d a l u tn
-·7 -·
E DE I11'illRUGADA
E do mdrugncb,
0 frio cort~ v~lentemente
• • • g2, l o s cant~m como sempro .
E isto 9 tudo 9 diz nlgo importnnt o ~
A IIORA.
Est~ na hora
P'ra cumprimento da · missao
A insurr ei9ao proclam~da ao Povo
J~ 6 momento p'rn sun cxecuyao.
Os guerrilheiros dns f9r9as popul~ros
ObedGcenclo pi-ont~montc ci ordem
Dosprozam rrumorosos obstnculos g
As ferns do matngal, o frio •••
Formam em colunn e nvnn<;am
Na montanha, enbosco..m i n i mi go de·trns
••• Qu e nus suns wnos levnm
Aquilo que a ~ibor~ade traz
••• Dcpois voltam corondos de gl6rin
0 ininigo todo ~niquilado
Trnzem nos cora9o es orgulho de:. vi t6rin 9
Nas rnaos? Q,S ari'lC1 S cnpturo,dns •••
E ganharam a bata lha!
COHODORO
-8-
E DE I'lJLDRUGADll.
m do rmdrugncb '
0 frio corta valontomont o
••• ge>-lo s cc.nt c.m como sempr o .
E isto 9 tudo 9 diz nlgo important o~
A IIORA.
Estn na hora
P'ra cumprimento di:l misso;o
A insurr ei9no procla mada ao Povo
Ja 6 momenta p'ra ~ua oxocugao.
Os guerrilheiros das f 9rgas popularos
ObodGcenclo prontamonto a ordem
Dospr ezam numorosos obstnculos g
As foras do matagnl, o frio •••
Formam em colunn e avnngnm
Nn montanha, o:oboscnm i n imigo de·trns
••• Qu o nc.s suns rnaos lovnl7t
Aquila quo a *ibor~ade traz
••• Depois voltam coroados d e gl6rin
0 inimigo todo ~niquilado
Tra zem nos corago es orgulho do.. vit6ria 9
Nas rnaos 9 as araas capturndas •••
E gan~aram a batalha!
COIWDORO
--8-
I
\
•
IIOC{:i.HBIQUE DIZ
D . "' .i t I . . ~ c Dlm ~als e , p ra film Vlrus
0 t eu scr ~ -- dopendeu de mim 9
A formac;-,ao do t eu c orpo
Dopondou das minh~s rique zcs .
Aiimonto que to d oi clesd e a tua infancie.
.:~ ·c 6 aos elias dll tua adolcsconcia
Saiu dO meu solo
0 ::: ::,nguo qu o ·co cor re n.:.s vcias
Sao as a gu.:.s r:'J s rios que corrom em Dir.:J.
E l 2 .. ~ sao QS mi nhas veias
') t cu j)onsa r 9 6 o mou doso j o ?
U tou comba t o 6 c.. minh.::. c, l ocria
.'-'; a rainha futur2. Li b or cl c..d.o .
~: ~ ·,;cc c:,us eu s o ja li'.rr o 9 6 prociso quo tu t o l evc.ntes
c~ err;w,es o ·cou sangue hero ico, din a pos d.ia
8 8 c 011forrn e as circvhnst.inc i o..s
o is ;;, riqv e zn dcp onde do futur o
' ' TC- :p:e. e ;J_ vcnha 2. f icar a l egro
•;-c·::: ~~_c ::~ quo t11 nao 7 i1 Cil os.
C nou c :ist i ~c 6 s6mon to per.::., t i,
.~cnu :i.i. :2.ho"
.- o ::;e .'::; portnros bom 9 eu em ti , v ice-versa
.;;.LFREDO NA1'JDEL
--9-
Tiil.E "E FI LH 0
11 Einha mae Cohl. franque zo.. 9
Qu em ~ o,quele Fj_lho 9 6 guerrilheiro
Que luta pol e:. l i b orda do "1'!ahla o o "
Qu e semprc andc:. c:.rmado
E lut~ para o povo?
Qu em o e1quol o
Cujo nome
Eu nao conhc <; o
Quo luta
i\quel e 9 fi lho
E gucrri l hciro
Que de s e1 cudu
r'ts costas
Vai pol o mato
Passando omboscadas ?
Qu em 6 aquol e
Que luta contr<:t so l do.dos portugues()S
Quorendo libertar o Povo 9
Povo _
Quem 6 aquel o
Que derruba arhl.as
Atira avi oes
E liquida companhias
Dos sol dados portugueses ?"
HQuen faz tuclo i sso
Desde d i a 25 de Sot embro do 1964?
Eu oi9o tiros de o..rme1s
:Nos co..hl.pos e nas ruas • •• "
Quem faz tudo isso
E o guer rilheiro
Sol dado do Lovihl ento
Revoluc iom~r io ~!Io 92,Dbicnno
"Qur:l 8
!:.. co.. begc:. principa l
De toclo o Eovihlento
Dn _Revo l ugilo
llo yo..mb ic.::mc:.!"
Essa cabcy<:t , f i lho 9
E a FRELBIO
DOl :nmos SAVI 0
-10 -
I ; I
GUERRILHJ:CIRO GUI1l. DO POVO
Eu S01..l r=o 9o.mbicc.no gu i c. do Povo '
Qu e ostou ~ ,cc,pinc,r o c~winho
Pr~ mo.rcha r b cr:l o nosso Povo.
D so.ngue do gu crrilheiro rio 9c..r.1bic~no
E pet r 6l eo qu e serv o po.r~ queim~r co.pim
Que pice, no corpo do s mogc,mbic2nos .
Esse c2pim e o portugues
Sou fi lho do Povo I'-lo go.mb ico.no ..
Desde o Rovumo. ~te c..o Mo.puto
Do Oc co.no I ndica o..o Lo.go 1T i::ts s~ .
Sou f ilho do po, i e d2. mo.e c de. J:rc, g;:o
Que h o j c em dio. estn ;1 minho, cspcr ::t
0 mcu Pov o , qu o ostQ n2. mc.o do l c,cc, i o portugues
Que est~ d?minc..do por ol e
So. crificc..rci ~ minh~ vida
Pol o mou Povo
E prefiro l u t a r e morr er pola minhc:. P:ltri~ Eo9c:.mbi que
L doix~r que el~ so j ~ sujeit~ ao i n i s i go
For no..is t empo
-1.1-
0 GT.JERRILHEIRO :cr; llARCHA
Eu bern contente estou Pois sou militante Cheio de alegria estou
E NOSSO DEVER
E nosso dever recordar
Porque sei o que via e mal sa bia
Que temos direito a Liberdade Como o tern os Povos longiquos Assim como os da nossa vigilancia
Sou guerrilheiro Vim do Povo
Nio_pelo estrangeiro
Sim, sempre pelo Povo
Hissao gloriosa t · nho
.onga hist6ria escrev o
A natureza :i1<1:o dostinou aos moc;ambicanos Permanecorem colonizados sem nenhum direito A natureza nao modificara as condicoes de vida Sem o nosso esfor9o para tal
Os nossos bravos antepassados
Combateram r invasao colonialista
Em varios pontes do Pais Angastia durante a marcha nao tenho
Porque urn acto sagrado levo Dos extremes Sul a o Norte
Cinco s6culos passaram Muitos camaradas tombaram
Res stiram ate que as for<;as
Se lhes esgotaram
Pela fadiga nao se renderam
Os nossos antepassados servom de exemplo
lUis vamos aprender com eles
Rejeitando as nossas concep9oes velhas
Concebendo espirito do patriota.
ATUHBHIDAO
"Antes morrer que viver na escravidao"
DJ'JHAO COSTJE
A LUTA .JUSTA
Uma bala do inimigo Feriu o cora9ao Dum TJlili t a nte
E em paga Deste doloroso crime Mo;r:rcrap mais inimigos
Uma bala guerrilheira Por ela ser justa 11ata mais que um inimigo
Portanto~
Quando o Jnimigo estiver Conscio,·' M-de recuar
DOHilTGO SAVI 0 -12-
MORRER PELA Pi!TRIA
Nao e so agora.: · "
Que (), gcnt e morr e
Has tambem outrC:ira ·
Morreu muitn. ger::to ... · . . .
Todas ossas mortc s
S i gnificados diferent os tivqrn.:o
Morreram uns na r es i stfuc.ia
Outros cqrno _agonizn.nt ~~ - .. ·
" Morrer pel a Pcitria "
Defend endo os i n t orossos do P6va
Sua morte _t ern raa i s p e so
Como·· o monte Gorongo•sa"
_i,Iuii;oos _dos noss'os jovens ·
Doram sua v ida
Defendendo os intoresses do Povo
E pela Patr i a
'• ;
Quenf morre con tra a vontn.de clo Povo
" A sua t10rt e e raais l eve
Como uma pluma"
-13-
CANTO DE m1 MILIT.l'-JITTE
Vi m de longo e trago no meu p oito
Docisao e proito
Do para a Pat ria voltar com mir.ha
Arma clo :::· orro ~
E d ol a ·i~irar provei to
At6 QUO t odo o mou Pov o
V cja e goz6 da Li bordado
Quo a minha arr:m trar6
Vim :_oersoguido por Buitos o graves p or i gos ,
Qu o a to ho;:fo ao Po .o r· .. :ogambic ano p erseguer.i ·
rJ:e.s :: or:1 minh"l. arma for t e QUe conig o l evaro i
Poc~ ::::eguircj_ aoc mui-Gos banclidos QUO
Ao Bou Povo oprimm:1
-~
;lin>a s omo so dola mw fosso
:R ::J.indn. '='o 2 e clo mo s no modo sofre o EWLl Povo
~?a.":'ro, o mcu ?ovr t r:i s ~:o ~ d.a minha alegria parte dar
j __ e .. G G.o ;idido a 1:1_\.rrn,r - so
Es:::;c:: 2 -.190PO de un: cU.a VG:"' 0, luz clo L._i 'berdado 0 Paz
Do u~,1 l':il h.o t e'J. quo cos a a rma sua 1ivrar-te quer
DJ.AKlil1A
-14--
MOQ.&HBIQUE HINH.A T"ERRA
Mo go.mbique 6 o. minho. '2"~f;ra ,
El o. n;o quero d e iXi),T na mis6ria
Tcnho que esforgar,-ne :pccTL1 : form~;r .- , . _;
Una T crra novo.
Moga mbiqu·J 6 o mcu caminho
n ela n;:o quero haver cp 'cdras
Tenho que derrubar pa ra ser limpo
•' Pa:ea qu o gent e pass e a vontade
Ho garabique 6 o neu cai!lp o •.
lJ ele nao qucro haver ervas
Tenho que cultivar melhor
Parn que sementeiras cresgam livrooont e
Mognmbique 6 2. minha c~:;rnb · . ~~
Nola n~o quero haver pe~cevejos
Quo v a o chupar o meu _s angue
T enho que f erver agua para OS qu e imar
IVIoganbiquo 6 a minha casa
N ela nao quero haver _suj idade
Tenho que varr er todos ' os dias
Para neln melhor poder viver
·' Mo gambique e o. minha riqueza
A e l a t enJ~o que defender mui to
Para que os ladroes
Nao me roubon
ICUI'IHANGA .\ :.: -.. ~ -----~' .
-15-
0 HEU TOl.'IBiill NO COHIBATE
d meu povo escur o
Quanta do meu cad6vor
0 meu tombnr nao significa
0 r e cuo dos nos s os jovens
T·1las sigDi f i oarin o ret:r;.ocesso
Das nossas f orgas s e el e fosse
Rea ooionario no sei o dess o oomba te.
~ tu 9 meu pobro cadaver
mesmo separ a do da ~inhn • tt~ . . ·· ·. , ·.
Bel eze.. e cheJ!,':': ~:.: de vermes
Os ultimos combat6s fartis
Para o be~ do t eu povo e das ger agoes futuras.
Nao f ostes o unioo her~i
Sombra
Dos grandes her~is da Revolugao
Moga nbioane..
Simpl'Ss esoravo do t eu J::'ovo
~ meu povo csour o
Quanta do meu ca daver
o meu t ombar nno s i gn i f i ca
0 r ecuo dos nossos j ov ons .
POLVO CHEI RTNi-IO
-16-
.:·
~-
'
Qua nd o te deixei
~ . h ' , t ' 1.! 0 CCt illlll 0 a .LU a
Fao com:preendest e
Porquo era inicio
J'.ias agor a mae
Como po(l_ ·_; s vor
A s ituac;:ao na t err a
Estd mudada em tudo
Eu pois i a -me unir
Ao exorcito de luta
T..~u-~a ~t0 no§S9 p ovo
.LJib ortar nossa terr a
E por isso mae
,-, .- --
·: ;-: :
··Antos da l uta 9 mc.,e
.V iste vida que tir~hamos
Eu estava na prisa o
Mou pai em 1111 pang:::.
Tudo i s t o colonialismo
:e;strangeiros na tc:r-ra
. Dom+nar o expl or ar
Par a benefi cio doles
I,!as .agora uae
.A vicla que tens
S er~ eterna nosso pais
Quar"do ostrnngeiro c1errotado
Quo pc,i nao paga ioposto . . .Toremos govor n o ?mo
'J'uo, ma .::;hamba 6 tun F'e i to d e nos tens
~Tinguoo vern usurpnr Te:r'f.:q. sera nossa
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~. :. Ma.s .. eu est c,rei
;:~ SISJ:!:Pre na lutn, na e
At ~ que esse f uturo
Vei1w. reinaT Tioc;:ambique
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F.\ROL DA LIBERDADE
Sobre as asns da poes run
Aqui nos trouxe a Liberda d e
Cant nmos na s liras do horizonte
E nos amigos r.mndn::1os snudades
~ p ersona gons Ilustres dn nossa ~poca ,
~ Hoyimento Libertador
Cor a go es de profundos conhec i mento s
Qu e s6 com o pensGmonto
Domina m o ar 9 a t erra , e o mar i rado
lllarchomos avante pela vit6ria fina l
Na t erra tant a torr ente, t ant os engano s
Tant as vezes a nort e apercebida
Onde r epousar o cor a gao humano
Senao nost e sol o Patrie
Onde t ombaram as a l ma s dos nossos antepa s sados
Envolt os nest e cnminho i ngrome da vida
Conjugamos os dois f en6menos cb lbtur ezc:;.
A a l egr i a a suavizar
E a dor a a cabrunhar
0 generoso e hcr ~ico Povo
Guiado pela FRELH10
T.Iarcha gl or i osamente pa r a a vi t6ria
Ja tem zonas libertas
Ond e desenvo l ve a cultura
RAFAEL BOBOB
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