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Poesia PERÍODO DA DITADURA MILITAR Nomes: Bruna, Daiane , Gabrielle, Lana Turma: 2311

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Page 1: Poesia   literatura

Poesia

PERÍODO DA DITADURA MILITAR

Nomes: Bruna, Daiane , Gabrielle, Lana

Turma: 2311

Page 2: Poesia   literatura

O período da ditadura militar foi horrível para qualquer

prática de atividade inteligente, um regime de força que

foi responsável direto e indireto por uma lamentável

desarticulação da vida cultural. Tradicional reduto

militar, o Rio Grande do Sul forneceu 3 dos 5 generais-

presidentes. Apesar de tudo, o movimento tradicionalista

ganha força.

Page 3: Poesia   literatura

Ocorre a caracterização do

homem gaúcho, destituído da

grandeza épica, mas que busca

a dignificação. Uma longa

meditação sobre o velho e

solitário gaúcho, mas com

algum traço quixotesco,

como na obra Crisbal, o

guerreiro (1966) escrito por

Paulo Roberto do Carmo, e

pode ser considerado o

marco da poesia gaúcha.

Page 4: Poesia   literatura

PAULO ROBERTO DO CARMO

- Paulo Roberto do Carmo

nasceu em Porto Alegre, em

1941.

- É poeta, professor e tradutor.

- Tem participado de diversas

antologias coletivas no Brasil

e em Portugal.

Page 5: Poesia   literatura

Anterior a Paulo Roberto do

Carmo em poesia é Carlos

Nejar (1939), que estreia em 1963

com O livro de Sílbon, e segue

a mesma caracterização do

homem gaúcho. Em 1974 Nejar

parece querer inventar uma

metafísica da condição gaúcha,

perspectiva que de alguma

forma parece estar em O poço

do calabouço, e foi além da

dimensão sul-rio-grandense,

serviu como senha

antitotalitária no período da

ditadura.Metafísica: É um ramo da filosofia que estuda a essência do

mundo.

Page 6: Poesia   literatura

CARLOS NEJAR

- Carlos Nejar, poeta, ficcionista,crítico, nasceu em Porto Alegre(RS), em 11 de janeiro de 1939.

- Formou-se, pela PUCRS, emCiências Jurídicas e Sociais(Direito) em 1962.

- Fez exame de Suficiência naUFSM(RS), tendo sido aprovadopara lecionar Português eLiteratura no 2º ciclo domagistério estadual.

- Quinto ocupante da cadeira nº 4,eleito em 24 de novembro de1988, na sucessão de ViannaMoog, foi recebido em 9 demaio de 1989 pelo AcadêmicoEduardo Portella.

Page 7: Poesia   literatura

DO LIVRO O POÇO DO CALABOUÇO, SEGUE O POEMA CAMARADAGEM

CAMARADAGEM

Ao lado estou da dor.

Impreterivelmente.

A dor e seu combate

é meu recibo.

Restituir para a vida

o que é devido

sem o dote

de ser absorvido.

Lado a lado

na dor.

Quem a concebe

no monte de feno

ou entre as sebes,

cinza lenta no coração,

hora única

junto ao mar

ou no campo,

hora geral

quando a lágrima

for árvore, sino,

viagem?

Lado a ladona dor.

A passos largos

ou tardos.

Page 8: Poesia   literatura

Outro companheiro de

geração de Nejar foi Armindo

Trevisan (1933), que também

demonstra um interesse pela

metafísica mas não a do

gaúcho. Seu livro de estreia

foi A surpresa do ser (1967),

vindo da tradição católica

culta, Trevisan alia sua

linguagem breve a uma

perspectiva informada da

tradição plástica ocidental,

matéria que de modo

esperado marcou a sua

poesia.

Page 9: Poesia   literatura

ARMINDO TREVISAN

- Armindo Trevisan (Santa Maria RS, 1933).

Formou-se em Teologia no Colégio

Máximo Palotino, em Santa Maria RS, em

1958. Em 1963 tornou-se doutor em

Filosofia em Friburgo (Suíça).

- Seu primeiro livro de poesia, A Surpresado Ser, é publicado em 1967. Em 1970

solicita a dispensa dos votos religiosos.

- Em 1986 torna-se professor de pós-

graduação na Universidade Federal do

Rio Grande do Sul.

- Segundo a crítica Regina Zilberman,

Armindo Trevisan "orienta seus versos

para uma temática menos individualista

e mais filosófica, adere à estética

moderna, mas não chega a aderir à

vanguarda concretista que marcou por

algum tempo a produção literária de

autores do centro e do norte do país".

Page 10: Poesia   literatura

POEMA INTEGRANTE DA SÉRIE O LIVRO DOS SALMOS,

ARMINDO TREVISAN

Salmo das Aves do Céu

Olhai as aves do céu:as águiasdescem sobre vossos cordeirose os devoramos abutres:limpam vossas estânciasos pardais:dilapidam vossas hortas

Aprendei dos lírios do campo:não trabalham nem fiamé alique a hóstia mói-secom o esperma de vosso suore o vinhorebenta das pedras

Contemplai Salomão:com todo o seu esplendorchega (como um de vós) vestidocom o macacão de garagista

vai morrer crucificadoem vosso relógio-ponto

Page 11: Poesia   literatura

A DÉCADA DE 60 E O AUGE DA BOSSA NOVA

Os anos 60 em geral foram

duros para a poesia, talvez

muito piores do que para os

narradores. Nessa época

entrou em cena uma

novidade cultural: a Bossa

Nova, que era capaz de

reunir o melhor da

tradição lírica com uma

sofisticada elaboração

musical.

Surgem as melhores

vocações artísticas do país

nascidos nos anos de 1940:

Chico Buarque, Caetano

Veloso, Gilberto Gil,

Paulinho da Viola, Roberto

Carlos, Milton Nascimento,

entre vários outros.

Page 12: Poesia   literatura

Porém, no Rio Grande do

Sul não aconteceu esse

fenômeno (Bossa Nova). A

vocação local nesta época

era expressada ou no

samba-canção de Lupcínio,

rock’n’roll, ou numa

síntese que só seria

alcançado em 1980.

Com Nei Lisboa, Bebeto

Alves, Vitor Ramil, Nelson

Coelho de Castro entre

outros. O certo é que aqui

a poesia não teve

concorrência direta.

Page 13: Poesia   literatura

Toda Forma de Poder – Nei LisboaEu presto atenção no que eles dizem,

mas eles não dizem nada

Fidel e Pinochet tiram sarro de você

que não faz nada

E eu começo a achar normal que algum

boçal atire bombas na embaixada

Se tudo passa talvez você passe por

aqui

E me faça esquecer tudo que eu vi

Toda forma de poder é uma forma de

morrer por nada

Toda forma de conduta se transforma

numa luta armada

A história se repete, mas a força deixa a

história mal contada

Se tudo passa talvez você passe por

aqui

E me faça esquecer tudo que eu vi

O fascismo é fascinante, deixa a gente

ignorante e fascinada

É tão fácil ir adiante e esquecer que a

coisa toda tá errada

Eu presto atenção no que eles dizem,

mas eles não dizem nada

Se tudo passa talvez você passe por

aqui

Page 14: Poesia   literatura

AQUI NO SUL É APRESENTADA UMA DIVISÃO DE TODA A GERAÇÃO EM DUAS

VERTENTES: LINHAGEM METAFÍSICA E LINHAGEM ENGAJADA.

Na linhagem Metafísica estão

os citados poetas Nejar e

Trevisan, ao lado deles a

interessante experiência do

chamado grupo Matrícula, que

aproximadamente em 1967 lança

autores como Oscar Bertholdo,

e ligavam os temas da

imigração italiana da Serra a

uma vida filosófica.

Componho um vale para dizer

as coisas tranquilas da nostalgia,

construo um vale por desamor,

cadeado sem chave

e nele vamos brincar de

percorrer todas

as direções, reino preparado

desde

a criação do mundo, onde

desprendo

a morte apenas com minhas

forças.

Somos as dores de tanto

privilégio.

Linhagem Metafísica O Exílio - Oscar Bertholdo

Page 15: Poesia   literatura

Já na linhagem engajada tivemos

vários cultores, a começar com

Luiz de Miranda (1945) sempre

ostentando uma voz nerudiana,

quer dizer, ao mesmo tempo

envolvida nos temas do presente

e submetida ao impulso amoroso.

Há também Luiz Coronel (1939) ,

mas recai na aproximação com o

ideário gaúcho identitário, sendo

também letrista de canções de

bastante alcance.

Se uso vincha na testa

é pra ver o mundo mais claro.

Não vendo o mundo por frestas

lhe posso fazer reparos.

Sem cinturão nem guaiaca

me sinto quase sem pêlo.

Quando meu laço desata

sou carretel de novelo.

Da bodega levo um trago

para matar a minha sede.

Meu chapéu de aba quebrada

beija-santo-de-parede.

Atirei as boleadeiras

contra a noite que surgia.

Noite a dentro entre as estrelas

se tornaram três-marias.

Linhagem Engajada Pilcha – Luiz Coronel

Page 16: Poesia   literatura

Há uma eclosão de textos literários que se ocupam de

expor as culturas de identidade (Assis Brasil, Tapajara,

Nejar, entre outros). Mostram um gaúcho que é fantasma

de si mesmo, e que vive uma pálida lembrança da

vivacidade. Isso é demonstração de vida na literatura, em

que as coisas são dramatizadas, pensadas e revividas

simbolicamente.