policiamento rodoviário 50 anos com sede regional em assis-sp
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Resenha::Nas suas 102 páginas ilustradas, o livro comemorativo reúne um quadro completo da Companhia de Policiamento Rodoviário de Assis/SP (3ª Cia do 2º BPRv). Apresenta o histórico estadual (paulista) e o regional da modalidade de polícia de trânsito rodoviário desenvolvida pela Polícia Militar desde 1948, ainda como Força Pública, além de depoimentos, descrições de personagens e de episódios relevantes, justificativas de datas comemorativas, imagens fotográficas originais restauradas e artigos diversos.O cinquentenário da presença de uma sede regional em Assis, município do médio Vale do Paranapanema, no centro-oeste paulista é o motivo para a compilação oferecida. O amplo desenvolvimento do interior do estado, rumo ao oeste, acompanhou a expansão e o sentido das rodovias a partir da década de 1950, substituindo gradativamente as funções da precursora ferrovia que fez nascer ou firmar vários municípios do seu traçado, pela importância do transporte de pessoas e de mercadorias.No extenso material reunido e organizado em sete conjuntos, é possível conhecer a história do policial rodoviário “mão-de-onça”, do “Vigilante Rodoviário” e sua influência na carreira de vários profissionais, do patrulheiro que partiu para a carreira artística - “Marco Brasil” -, do Tenente Salviano, do Tenente Edson Reis, entre outros personagens. A obra apresenta fatos curiosos e emocionantes relatos da vida profissional dos policiais que atuam junto ao policiamento rodoviário paulista, as ações das equipes de tático ostensivo rodoviário (TOR) criadas na década de 1980, o serviço ininterrupto das patrulhas, o treinamento, as iniciativas locais de motivação e vários outros assuntos relevantes no universo de informações conhecido por “rodoviarismo”.Além dos relatos marcantes sobre o período de 1958 a 2008, o livro apresenta múltiplas faces do grupo policial-militar-rodoviário e suas realizações na época da publicação da obra.O autor-organizador, Adilson Luís Franco Nassaro, comandou a Companhia no período de 2005 a 2009, como Capitão PM. Junto com sua equipe, decidiu em 2008 registrar os feitos da atividade especializada sucedidos na mesma velocidade do seu cenário comum, na dinâmica própria dos acontecimentos do momento do transporte, no trânsito das rodovias de São Paulo.TRANSCRIPT
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HistóricoPersonagensDepoimentos
ImagensArtigos
Sem título-3 24/11/2010, 16:152
POLICIAMENTO RODOVIÁRIO:“CINQUENTA ANOS COM SEDE REGIONAL EM ASSIS”
Autor By: 2008 Adilson Luís Franco Nassaro
Designer Gráfico e Diagramação:Luiz Carlos de Barros
Rodrigo de Souza
Colaboradores: Amarildo Delfino Dias
Adriano AranãoBenedito Roberto MeiraCélio Marcos Sampaio
Hélio Verza FilhoIvan Sérgio Alves
Jovelino Castro PereiraNelson Garcia Filho
Orlando Santos MarquesPaulo César Lopes FurtadoRoberto Nazareno Ribeiro
Rogério Márcio Donizete da SilvaSérgio SplicidoValmir Dionízio
Leonardo Victorino NettoWilson de Seixas Pinto
Fotos: Arquivos familiares
Arquivos institucionaisJornal de Assis
Jornal Diário de AssisJornal Voz da Terra
Lúcio CoelhoCarlos Henrique
Douglas Reis
Apoio Cultural: Fundação Nova América
UNIMED - AssisBanco Nossa Caixa
Prefeitura Municipal de AssisSecretaria Municipal da Educação de Assis
Capa: Luiz Carlos de Barros
Cap PM Adilson Luís Franco Nassaro
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Bibliotecária: Lucelena Alevato - CRB 8/4063
Nassaro, Adilson Luís Franco N265p Policiamento rodoviário: 50 anos com sede regional em
Assis – SP / Adilson Luís Franco Nassaro, com a colaboração de Amarildo Delfino Dias ... [et.al.]. Assis: Triunfal Gráfica & Editora, 2008
102 p. : il. ; 31 cm
ISBN: 978-85-61175-01-6
1. Policia rodoviária. 2. Polícia militar. 3. Segurança de trânsito. 4. Trânsito – Medidas de segurança. I. Título.
CDD 363.2 388.31
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I
POLICIAMENTO RODOVIÁRIO: “CINQUENTA ANOS COM SEDE REGIONAL EM ASSIS”
Í N D I C E - APRESENTAÇÃO
Cmt Pol Rod (Sede em São Paulo) ....................................................................... Pág. 06Cmt do 2º BPRv (Sede em Bauru) ........................................................................ Pág. 07Diretor da DR-7, Assis ........................................................................................... Pág. 08Cmt da 3ª Cia (Sede em Assis) ............................................................................. Pág. 09Prefeito de Assis .................................................................................................... Pág. 10
II - DESCRIÇÃODados do Município de Assis .................................................................................. Pág. 11Assis: sede da 3ª Companhia de Policiamento Rodoviário ................................... Pág. 12Descrição das Cias com telefones do CPRv e mapa do Estado ........................... Pág. 13Descrição dos Pelotões e Bases da 3ª Cia ........................................................... Pág. 14Brasão do Policiamento Rodoviário ....................................................................... Pág. 20Comandantes da 3ª Companhia ............................................................................ Pág. 21
III - HISTÓRIAO Policiamento Rodoviário no Estado de São Paulo ............................................ Pág. 22O 2º BPRv, com sede em Bauru ........................................................................... Pág. 26O Policiamento Rodoviário na região de Assis,sede da 3ª Cia do 2º BPRv ................................................................................... Pág. 27Fotos de apreensões ............................................................................................. Pág. 36Parceria de sucesso com o DER ........................................................................... Pág. 38Associação “PMs de Cristo”, 2º Núcleo em Assis ................................................. Pág. 40Programa: “Educar para o Trânsito é Educar para a Vida” ................................... Pág. 42Escotismo e policiamento rodoviário em Assis ...................................................... Pág. 44Programas: “BRAV” e “IRCC” ................................................................................ Pág. 46Homenagem ao “Policial Padrão do Ano” ............................................................. Pág. 50Convivência ........................................................................................................... Pág. 51O Grupo de Transporte Canavieiro ....................................................................... Pág. 54
IV - PERSONAGENSO companheiro Marco Brasil ................................................................................. Pág. 55O herói: “Vigilante Rodoviário” ............................................................................... Pág. 58Clóvis Luciano Gomes - o rodoviário Mão-de-Onça ............................................. Pág. 60Major Edson Reis .................................................................................................. Pág. 62Capitão Domingues ............................................................................................... Pág. 63Tenente Salviano Gonçalo de Souza, um dos pioneiros ....................................... Pág. 64Sub Ten Sebastião Wilson de Seixas Pinto ........................................................... Pág. 65Soldado Ramos e outros heróis da 3ª Cia ........................................................... Pág. 66
V – DEPOIMENTOS“Fiscalização intensa na fronteira com o Paraná”: Tenente Coronel Verza .......... Pág. 68“O Policiamento Rodoviário é diferente”: Major Meira ........................................ Pág. 69“Tapete Vermelho”: Major Nelson Garcia .............................................................. Pág. 70“A missão de preservação da vida e o combate à embriaguez ao volante”:Tenente Aranão ...................................................................................................... Pág. 71“O trabalho das equipes TOR”: Sargento Paulo .................................................... Pág. 72Fotos de apreensões das equipes TOR ................................................................ Pág. 74“Cem mil quilômetros de sucesso!”: Soldado Dias ............................................... Pág. 76“Vivi intensamente essa fase de minha existência”: Tenente Splicido ................ Pág. 78“Deixo meu filho como representante”: Tenente PM Marques (Marília) .............. Pág. 79“Vencer não é deixar de cometer erros, mas reconhecer nossos limites e corrigir nossasrotas”: Subtenente Castro .................................................................................... Pág. 80“Direção defensiva” – Sargento Valmir ................................................................. Pág. 81
VI - DATAS COMEMORATIVAS 10 de janeiro, dia do Policiamento Rodoviário ...................................................... Pág. 82 04 de julho, aniversário de inauguração da primeira sede de Destacamento em Assis ........................................................................................ Pág. 83 23 de julho, dia do “Policial Rodoviário” ................................................................ Pág. 84 25 de julho, dia de São Cristóvão e dia do Motorista ............................................ Pág. 85 25 de agosto, dia do Soldado ................................................................................ Pág. 86
VII - TRÂNSITO RODOVIÁRIOIdentificação do cliente alvo e monitoramento de suasnecessidades ......................................................................................................... Pág. 87Resultados do Policiamento Rodoviário ................................................................ Pág. 88Velocidade, ultrapassagem e distância de segurança .......................................... Pág. 90Operação “Cavalo de Aço” .................................................................................... Pág. 91Os motociclistas, os passageiros e seus capacetes ............................................. Pág. 92O Policiamento Rodoviário e o meio ambiente ..................................................... Pág. 93Solução para a questão dos animais soltos nas rodovias ..................................... Pág. 94Por um trânsito mais seguro .................................................................................. Pág. 95Os Dez Mandamentos do trânsito seguro ............................................................. Pág. 96Desenhos de filhos de Policiais Militares Rodoviários da 3ª Cia ........................... Pág. 97Mensagens para segurança no trânsito ................................................................ Pág. 98
VIII - EFETIVO Efetivo atual da 3ª Cia do 2º BPRv ...................................................................... Pág. 101
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Apresentação:Comandante do Policiamento Rodoviário do Estado de São Paulo
(CPRv)
Eliziário Ferreira Barbosa Coronel PM
No ano em que comemoramos o sexagésimo aniversário do Policiamento Rodoviário, criado em 10 de janeiro de 1948, enche-nos de satisfação o lançamento do livro comemorativo ao cinquentenário de inauguração da primeira sede de destacamento do município de Assis, hoje a 3ª Companhia do 2º Batalhão de Polícia Rodoviária, pois se trata de mais uma iniciativa importante para o resgate de fatos memoráveis de nossa história.
A presença efetiva da força policial foi fator preponderante para que o desenvolvimento alavancado pelas novas rodovias da época pudesse alcançar os rincões do nosso Estado, desta-cando-se na obra o processo histórico que se deu no sentido oeste, com a instalação do órgão regional do Departamento de Estradas de Rodagem e do destacamento de Policiamento Rodoviário na região.
O contexto em que os acontecimentos se deram era outro e importa-nos conhecê-lo para que possamos melhor compreender as nuanças que envolvem o Policiamento Rodoviário na região. Para tanto nada melhor que uma obra resultante da compilação de informações sobre a história, personagens e depoimentos de pessoas que participaram dos primórdios da Polícia Rodoviária Paulista no oeste no Estado de São Paulo.
A legislação de trânsito em vigor na época era bem menos complexa, a frota de veículos em circulação era bem menos expressiva, o que certamente não tornava a fiscalização mais fácil. Seguramente as dificuldades para a atuação dos pioneiros eram impostas por fatores que a realidade atual torna quase inimagináveis.
Com 34 anos de experiência profissional no Policiamento Rodoviário pude vivenciar a evolução da institui
ção e de suas práticas operacionais que sempre ocorreram em perfeita sintonia com o advento das concessões rodoviárias, do novo Código de Trânsito Brasileiro e das crescentes demandas por serviços de segurança pública. Da sinalização dos locais de acidentes com a utilização de “latas de fogo”, evoluímos para a utilização de modernos equipamentos e com a cooperação de equipes especializadas do DER, DERSA e Concessionárias de rodovias. Da atuação das patrulhas como verdadeiras ambulâncias improvisadas, evoluímos para a atuação integrada com equipes de socorro especializadas do Corpo de Bombeiros e das Concessionárias de rodovias. Da utilização do cronômetro e binóculos para a fiscalização do excesso de velocidade, evoluímos para a utilização em larga escala de equipamentos eletrônicos para essa fiscalização. Da observação no terreno por parte das patrulhas rodoviárias, evoluímos para o monitoramento eletrônico complementar através dos sistemas de câmeras dos Centros de Controle Operacional. Da atuação quase que exclusivamente com o enfoque
na Polícia de Trânsito, hoje atuamos de forma efetiva como Polícia de Segurança, cumprindo a missão constitucional de preservação da ordem pública atribuída à Polícia Militar.
Hoje, atuando numa malha rodoviária de 24.000 Km de rodovias pavimentadas, com um efetivo de mais 4.000 homens e mulheres, organizados em unidades operacionais estrategicamente distribuídas no Estado, o Comando de Policiamento Rodoviário da Polícia Militar do Estado de São Paulo, integrado por quatro Batalhões de Polícia Rodoviária, sediados respectivamente em São Bernardo do Campo (1º BPRv), em Bauru (2º BPRv), em Araraquara (3º BPRv) e Jundiaí (4º BPRv), demonstra ter acompanhado pari passu as rápidas transformações em curso na sociedade desde o início de suas atividades, sendo fundamental reconhecermos o legado que recebemos de nossos antecessores.
Quando os homens encontram os elementos de sua existência nas realizações dos seus antepassados, a compreensão do presente e a projeção do futuro são inevitavelmente permeadas por sentimentos de respeito e de valorização de todo o esforço e dedicação empreendidos. Esse efeito, notadamente em relação aos integrantes de uma instituição devotada à causa pública, torna-se muito mais relevante, pois nos impele a continuar a honrar nosso compromisso institucional com a defesa da vida e da dignidade humana.
Com a certeza de que a obra muito contribuirá para o enaltecimento de nossa história, congratulo-me com o autor, rendendo nossas homenagens àqueles que nos idos de 1958, mais que integrar o destacamento de Polícia Rodoviária de Assis, lançaram as bases da instituição na região e contribuíram para a magnitude do Policiamento Rodoviário da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
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Companhia de Assis: passado, presente e futuroCarlos Alberto Paffetti Fantini Tenente Coronel PM Comandante do 2º BPRv (Bauru)
Com particular satisfação tomei conhecimento do projeto de lançamento do livro comemorativo do cinquentenário de inauguração da primeira sede de destacamento no município de Assis, que deu origem a atual 3ª Companhia do 2º Batalhão de Polícia Rodoviária (2º BPRv). Sim, pois só conseguimos projetar um futuro melhor se compreendemos o nosso passado e vivemos intensamente o nosso presente.
E esse é o objetivo que se revela na proposta de ordenar informações que, em seu conjunto, apresentam um painel grandioso que passa por relatos de heroísmo, de amor e dedicação à causa pública, depoimentos, e também conhecimentos técnico-profissionais sobre essa tradicional modalidade de policiamento em São Paulo.
Até 1958, a fiscalização das precursoras rodovias do centro-oeste e oeste paulistas era realizada de modo itinerante, com patrulheiros vindos de Bauru, sob coordenação do Tenente Comandante de Destacamento, que constituía um posto avançado do Comando de São Paulo. As grandes distâncias dificultavam muito a atuação daqueles pioneiros. Somente com sacrifícios indescritíveis, na época era possível cobrir tão extensa área e ainda sem viaturas disponíveis, conforme relatam os mais antigos.
O Estado de São Paulo cresceu junto com a expansão das rodovias no sentido oeste e a chegada da Divisão do DER em Assis, a DR-7, foi a senha para a criação do Destacamento de Policiamento Rodoviário de Assis, com sede própria e designação de um Tenente para a coordenação local dos trabalhos. O Destacamento de Assis permaneceu, como antes, subordinado ao Comando Regional de Bauru que foi alçado ao nível de Batalhão em 1977 (2º BPRv).
Em conjunto com as Companhia de Bauru, Itapetininga, Araçatuba e Presidente Prudente, Assis integra a área do 2º BPRv, que alcança praticamente um terço de todo o Estado de São Paulo.
Portanto, Assis e Bauru sempre estiveram vinculados no tocante à fiscalização rodoviária e hoje o Comando do Batalhão comemora realizações na importante região que estabelece divisa com o Norte do Paraná e faz estratégica
ligação, entre norte-sul, leste-oeste, com sede de Subunidade (3ª Cia) instalada em 1979. São realizações na área de trânsito e na área de polícia de segurança, com uma atuação séria no combate à criminalidade.
Passei boa parte da carreira exercendo funções diversas no 2º BPRv e testemunhei o valor dos integrantes da Unidade, policiais de extremo profissionalismo, trabalhando em pontos tão distantes, mas unidos no mesmo ideal de bem servir a comunidade, garantindo a segurança nas rodovias sob sua responsabilidade. Dentre esses valorosos profissionais, vários serviram na 3ª Companhia e participaram dessa história de sucesso, que hoje prossegue, como uma árvore muito bem cultivada que oferece bons frutos.
Também destaco o excelente relacionamento com os integrantes da DR-7, engenheiros e funcionários de um modo geral, que já é uma marca da 3ª Companhia e que em muito tem auxiliado na busca de soluções conjuntas para uma maior segurança no trânsito rodoviário na região.
Por isso, cumprimento os policiais militares rodoviários da Companhia de Assis, por essa realização!
Fiscalização de trânsito rodoviário, no Km 445 da SP 270, em frente da Base de Assis
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A união faz a nossa forçaJorge Masataka MoriEngenheiro Diretor da DR-7 (Assis)
O convívio entre o Policiamento Rodoviário e a Divisão Regional de Assis, remonta ao ano de 1958, lembrando que, na época, toda a parte burocrática do contingente era desenvolvida por funcionários civis do DER. Atualmente as atividades burocráticas já são exercidas por policiais militares, que também se responsabilizam pela manutenção de algumas Bases Operacionais, mas a convivência persiste.
Esse congraçamento, que evoluiu ao longo do tempo, tinha suas particularidades, pois não apenas a parte operacional estava intimamente relacionada. Havia na então Polícia Rodoviária e no DER caçadores, pescadores e jogadores de futebol que freqüentemente compartilhavam interesses mútuos. Destaca-se que a Polícia Rodoviária usava, para o seu treinamento, as instalações do DERAC (Departamento de Estradas de Rodagem - Atlético Clube) em Assis, e mantinha nas equipes de futebol alguns elementos conhecidos: o “Tenente Edson”, o Eduardo “Duardão”, o Melquiades “Quidão”, o Vicente, já do lado do DER, faziam parte da famosa equipe do DERAC, o Sergio (Barranco), Zilton (Pacuzinho), Aristeu, Henrique, José Carlos (Pó) e tantos outros, que se mesclavam para formar uma só equipe, situação que se transferia para as atividades funcionais e que permanece até hoje.
O efetivo do Policiamento Rodoviário sempre conviveu harmoniosamente com o DER em Assis, disponibilizando profissionais em operações nas pistas. A presença do policial fardado impõe respeito, fazendo com que motoristas desavisados reduzam a velocidade e se acautelem, além de respeitarem outras medidas de segurança, ao mesmo tempo em que funcionários do Departamento exercem suas atividades na conservação e implantação de rodovias. O DER, por outro lado, envida esforços para atender às necessidades de instalação e manutenção das Bases Operacionais. A comunidade ganha com essa parceria.
De fato, a nossa responsabilidade funcional cria vínculos sobremaneira fortes, a nos integrar, a nos unir. Prestamos juntos serviços públicos de relevância, sejamos funcionários do DER, militares rodoviários ou não, policiais civis, professores, servidores da saúde
ou do meio ambiente. Somos, na realidade, todos colegas.
Especialmente o policial rodoviário é um elemento próximo, é um irmão, da mesma casa, com propósitos similares no plano rodoviário e relembramos que, no início, o policial rodoviário era um funcionário do DER, nascido dentro do Departamento, normatizado militarmente e investido da função de fiscalizar e orientar condutores para oferecer ao trânsito a segurança necessária. Posteriormente, a excelente Corporação que é a Polícia Mi
litar carreou e abrigou no seu corpo os valorosos policiais rodoviários.
Por esses motivos, não poderia deixar de parabenizar no ano de 2008 o Comando do Policiamento Rodoviário pela passagem dos 60 anos e os Comandos Regionais (Batalhão em Bauru e Companhia em Assis), pelos 50 anos de história em nossa região. Tenho a certeza de que a Polícia Militar, o DER e os usuários de modo geral, podem contar com um valoroso efetivo que está pronto para proporcionar maior segurança nas rodovias paulistas.
Engenheiro Vigilato, Dr. Jorge e Capitão PM Franco, em reunião na DR-7
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Parabéns aos nossos policiaismilitares rodoviários!
Adilson Luís Franco Nassaro Capitão PM Comandante da 3ª Companhia do 2º BPRv (Assis)
É justo enaltecer o excelente trabalho desenvolvido, quase sempre anonimamente, pelos nossos policiais militares rodoviários atuantes em Assis e ampla região nos últimos cinqüenta anos de inauguração de sua sede própria.
Cumprindo honrosa missão, são eles hoje filhos da terra, todos residentes nos municípios da região. Rodam vários quilômetros por dia, cobertos pelo manto da legalidade, da farda policial-militar e das tradicionais cores cinza e amarela de suas viaturas. Enérgicos na fiscalização de trânsito, para evitar acidentes. Perspicazes no combate à criminalidade, para proteger o usuário da rodovia e a sociedade, de modo geral, que é receptora do transporte realizado nas estradas.
Hoje mesmo eu observei na rodovia, sobre o asfalto, um policial de botas, quepe e colete, em pé ao lado da viatura, cobrindo o seu posto e orientando motoristas, embaixo de um sol escaldante... Suava toda a camisa e mantinha a postura altiva, de quem cumpre e faz cumprir a lei. Talvez ele não tenha consciência plena de que o seu esforço, em conjunto com o de outros profissionais, salva muitas vidas.
Como conseqüência desse verdadeiro amor à profissão, no fechamento dos balanços parciais de produtividade e de ocorrências registradas, ano a ano, é possível observar positiva evolução na área de segurança do trânsito e também expressivos resultados operacionais no combate à criminalidade.
O patrulhamento e o posicionamento das equipes e viaturas em módulos e horários específicos - por vezes bem longe das Bases -, é otimizado pelos Comandantes de Pelotão. Eles promovem um planejamento operacional sério, devidamente supervisionado, objetivando primordialmente evitar acidentes, mediante critérios estritamente técnicos, ou seja, com base na análise crítica das características das últimas ocorrências, para a preservação da vida e da integridade física dos usuários das rodovias.
Certo é que de nada valeria o melhor dos planejamentos,
se não pudéssemos contar com a motivação e o empenho de cada um dos nossos “heróis da estrada”, a qualquer hora, no calor da tarde ou no frio da madrugada, revistando cargas e ônibus suspeitos, transportando órgãos humanos em viaturas para transplantes emergenciais, despertando motoristas sonolentos, participando de Operações em feriados enquanto os cidadãos comuns passeiam e socorrendo usuários que, em desespero, imaginavam estar sozinhos na rodovia...
O que a Instituição tem de mais valioso é exatamente esse profissional. Merecem os policiais militares rodoviários um profundo reconhecimento pelas demonstrações de eficiência ao longo da história, com constância e lealdade. Por isso registro o orgulho que tenho em comandá-los e em poder dedicar a cada um deles o livro comemorativo ao Jubileu do Policiamento Rodoviário com Sede Regional, em nome da comunidade que externa grande
respeito por tudo o que têm feito. Também, no plano pessoal, considero uma marcante
realização comemorar esse “Cinquentenário” na mesma oportunidade em que completo três anos de comando na 3ª Companhia do 2º BPRv, por alguns motivos especiais que faço questão de consignar: sou assisense e, depois de trabalhar vinte anos na Capital do Estado desde que ingressei na Polícia Militar em 1985, recebi com emoção o convite para servir no Policiamento Rodoviário da região; meu pai, Lúcio Baptista Nassaro, trabalhou durante trinta e seis anos como funcionário do DER em Assis e creio que nunca imaginou que um filho seu atuaria no comando dessa importante fração que compartilha tantos momentos em ação nas mesmas rodovias, com os integrantes do DER, na preconizada harmonia entre fiscalização e engenharia.
E estamos todos em constante aprendizado nessas estradas que sustentam o desenvolvimento e trazem esperanças de um futuro ainda melhor, e com segurança.
Enfim, desejo que cada um dos companheiros que exercem o já tradicional Policiamento Rodoviário na região também se sinta recompensado no desempenho de tão nobre tarefa. A vida não tem preço!
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Polícia Militar Rodoviária:Cinquenta anos em Assis
Ézio Spera Prefeito Municipal de Assis
Assis se constitui, em razão das rodovias por aqui localizadas, em um dos principais entroncamentos rodoviários do Estado de São Paulo. Pela nossa região passa praticamente todo o tráfego de caminhões, ônibus e automóveis oriundos da Capital e Grande São Paulo
em direção ao Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraguai e Argentina e igualmente no sentido contrário. Também por aqui saem os veículos oriundos dos Estados localizados mais ao norte com destino ao Paraná e toda a região Sul.
Por essa razão, é destacada a importância da 3ª Companhia do 2º Batalhão de Polícia Rodoviária, que comemora 50 anos de inauguração da primeira sede de Destacamento no município, em 04 de julho.
Tal data se transforma, indubitavelmente, em um marco e uma comprovação do desenvolvimento regional, dada a importância que é atribuída ao transporte rodoviário no Brasil.
Fundamental se louvar, no entanto, a importânciados POLICIAIS RODOVIÁRIOS nesta data. Tenho certeza que a criação e a manutenção da atual 3ª Companhia do 2º Batalhão de Polícia Rodoviária, esteve sempre apoiada na competência e na bravura dos “soldados do asfalto”.
A segurança pública, um dos grandes clamores da população, tem sido brilhantemente conduzida, no que diz respeito às rodovias da região, durante essas últimas cinco decadas.
Resta-nos, portanto, mais que parabenizar os integrantes da 3ª Cia, cumprimentar a todos os integrantes da Polícia Militar do Estado de São Paulo e agradecer pelo empenho no trabalho dedicado à nossa cidade e nossa região durante esses 50 anos.
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Dados do Município de AssisDADOS GERAIS
O Município de Assis está localizado na Região Oeste do estado de São Paulo, na Bacia do Médio Paranapanema, distante da Capital Paulista 455 Km por via rodoviária e 548 Km por via Ferroviária. Possui e ocupa uma área territorial de pouco mais de 474 Km2 e seus limites geopolíticos encontram divisas ao Norte, com o Município de Lutécia, ao Sul, com os de Tarumã e Cândido Mota, à Leste, com Platina e Echaporã e, a Oeste, com Maracaí e Paraguaçu Paulista.
Apresenta estratégica localização geográfica, tanto pela situação de localização geográfica em si quanto pela situação de proximidade regional com o Norte do Paraná, com a Região Meridional do Mato Grosso do Sul, e se posicionando com isso, como importante eixo e rota de entroncamento rodoviário, no próprio interior do estado, mas também no aspecto interestadual, inclusive do próprio Mercosul.
Com isso, o acesso e ligação, tanto com as cidades mais importantes do interior paulista, inclusive a capital, tanto com outros estados, são facilitados pela malha rodoviária que serve o município, em especial a Rodovia Raposo Tavares, que passa por todo o seu entorno, com próxima ligação à Rodovia Castelo Branco.
Pertence à Região Administrativa de Marília, e pela sua importância no contexto regional, Assis ocupa a condição de Sede de Sub Região Administrativa, compreendendo atualmente 22 municípios, que compõe o CIVAP - Consórcio Intermunicipal do Vale Paranapanema: Borá, Campos Novos Paulista, Cândido Mota, Cruzália, Echaporã, Florínea, Ibirarema, Iepê, João Ramalho, Lutécia, Maracaí, Martinópolis, Nantes, Oscar Bressane, Palmital, Paraguaçu Paulista, Pedrinhas Paulista, Platina, Rancharia, Quatá e Tarumã. Forma uma “macro-região” que conta com aproximadamente 330.000 habitantes.
A condição de Sede de Região do Governo, faz com que a cidade congregue e conte com a presença de vários órgãos e instituições que atuam e executam atividades de forma regionalizadas.
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E AMBIENTAIS O Município de Assis, composto por uma área territorial
de 462,9 Km2, possui as seguintes coordenadas geográficas: Latitude 22º39’39’, Longitude 50º25’13”com uma altitude média de 556m em relação ao nível do mar.
Apresenta clima sub-tropical, tendo uma temperatura média anual de 21,5ºC, com oscilações nos meses quentes entre 21ºC e 23ºC, e nos meses frios, de 13ºC e 18ºC. Tem uma precipitação pluviométrica média anual de 1.212mm. Os índices de umidade relativa do ar variam entre 62% e 84%, apresentando média anual 75,2%.
O solo predominante é o latosso vermelho escuro, embora na cidade apresente solo arenoso. Segundo projeções do IBGE, ao completar um século, a população de Assis atingia 100 mil habitantes.
GESTÃO LOCAL O Poder Executivo é exercido pelo Prefeito Municipal, Ézio
Spera, tendo como vice, João Rosa da Silva Filho. O Poder Legislativo apresenta uma Câmara Municipal cons
tituída por 10 Vereadores: Márcio Aparecido Martins (Presidente), Arlindo Alves de Sousa, Célio Francisco Diniz, Claudecir Rodrigues Martins, Cláudio Augusto Bertolucci, Cristiano Manfio, Eduardo de Camargo Neto, José Luis Garcia, José Aparecido Fernandes e Paulo Mattioli Júnior.
O Município de Assis conta com os seguintes instrumentos legais e institucionais de auxílio à administração local: Plano Plurianual, Orçamento Anual, Planta de Valores, LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias, e no momento, trabalha na elaboração de seu Plano Diretor.
ASSIS O nome da cidade originou-se
do sobrenome do doador das terras, Capitão Francisco de Assis Nogueira.
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Assis: sede da Terceira Companhia dePoliciamento Rodoviário (2º BPRv)
Base Operacional de Assis, no Km 445 da SP 270 (Rodovia Raposo Tavares)
Basta olharmos para o mapa do Estado de São Paulo, cortado por diversas rodovias, para notarmos que a cidade de Assis é um importante entroncamento rodoviário. Caminhos para o norte, sul, leste e oeste do estado cruzam-se, passando pelo município.
Naturalmente, junto a esse pólo regional, o trabalho de fiscalização nas rodovias foi se fortalecendo ao mesmo tempo em que o asfalto tornou-se alvo de investimentos estratégicos para o desenvolvimento de toda a região, a partir da década de cinquenta.
Nesse contexto, além de contar com a Divisão do DER (DR-7), Assis é sede da 3a Companhia de Policiamento Rodoviário, Subunidade vinculada ao 2º Batalhão de Polícia Rodoviária, em Bauru. As outras Companhias do mesmo Batalhão são as seguintes: 1a em Bauru, 2a em Itapetininga, 4a em Araçatuba e 5a em Presidente Prudente. Importante destacar que são quatro os Batalhões da Polícia Militar que desenvolvem atividade especializada de policiamento rodoviário, subordinados ao Comando de Policiamento Rodoviário (sede na Capital), para cobrir toda a malha de rodovias estaduais de São Paulo.
A área de circunscrição da 3a Companhia (Assis), abrange hoje 57 municípios e a extensão de rodovias estaduais fiscalizadas alcança 1.342,51 Km. Para desenvolver sua missão, a 3a Companhia conta com 178 homens distribuídos em três Pelotões: o 1o em Assis, o 2o em Marília e o 3o em Ourinhos. Na distribui
ção geográfica são nove as Bases Operacionais em funcionamento ininterrupto: duas no 1o Pelotão (Assis e Florínea), três no 2o Pelotão (Marília, Tupã e Garça) e quatro no 3o Pelotão (duas em Ourinhos, mais Santa Cruz do Rio Pardo e Pirajú).
Assis possui localização privilegiada e, mesmo não sendo a cidade mais populosa dessa extensa área, centraliza e coordena, por meio da 3a Companhia de Policiamento Rodoviário, o trabalho de fiscalização de importantes trechos de rodovias, para a garantia de um trânsito seguro na interligação entre diversos municípios. As principais rodovias são: Raposo Tavares (SP 270), Engº João Baptista Cabral Rennó (SP 225), Cmt João Ribeiro de Barros (SP 294), Manilio Gobbi (SP 284), Orlando Quagliato (SP 327), Miguel Jubran (SP 333) e um pequeno trecho (11 km) do final da Castelo Branco (SP 280).
A responsabilidade é grande. Como o transporte ferroviário foi perdendo espaço durante as últimas décadas e os transportes aéreo e o marítimo não representam grande volume por diversos motivos, especialmente a falta de infra-estrutura, o abastecimento dos centros urbanos depende hoje, quase em sua plenitude, do transporte rodoviário. Podemos afirmar, portanto, que o desenvolvimento passa obrigatoriamente pelas rodovias, que são verdadeiras artérias que ligam os órgãos (municípios) que compõem o Estado, viabilizando a integração e a evolução dos núcleos regionais.
Tudo o que é de bom - e também o que é de ruim - circula nessas rodovias. Coisas boas e também as nocivas são transportadas para chegar até o consumidor, nas cidades. Pessoas viajam, em razão do trabalho, por diversão e também por inúmeros outros motivos. Vidas e esperanças circulam incessantemente sobre o asfalto. Daí a importância de um trabalho forte de fiscalização, na esfera da preservação da ordem pública, que é competência constitucional da Polícia Militar. Certamente, nesse plano, a sensação de segurança na rodovia depende, além do respeito às regras de trânsito por parte dos usuários - que são fiscalizados para esse fim - também do permanente combate à criminalidade realizado com a presença ostensiva do policiamento rodoviário.
Assis pode se orgulhar por constituir importante pólo rodoviário. Dezenas de policiais militares rodoviários moram no município e trabalham vinculados à 3a Companhia de Policiamento Rodoviário, com sede no Km 445 da SP 270 (Rodovia Raposo Tavares), representando hoje uma das mais operantes subunidades do estado de São Paulo, na estrutura organizacional da Polícia Militar, desenvolvendo ininterruptas atividades de polícia de trânsito e de combate à criminalidade.
O trabalho desses policiais militares rodoviários tem sido reconhecido pelo Comando da Instituição e tem trazido inúmeros benefícios aos usuários das rodovias estaduais responsáveis pelo desenvolvimento de toda a região.
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Descrição das Companhias e telefones noâmbito do CPRv
Sede do Comando de Policiamento Rodoviário: Av. do Estado, 777 – 1º andar – Ponte Pequena
CEP 01107-000 – São Paulo-SP.
Tel: (11) 3327-2727 – Fax: (11) 3327-2653
site: www.polmil.sp.gov.br/unidades/cprv
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Descrição da área da Companhia de Assis,Pelotões e Bases Operacionais
COMANDANTES DOS PELOTÕES:
ASSIS: MARÍLIA: OURINHOS: 2º TENENTE PM 2º TENENTE PM 1º TENENTE PM
GILBERTO ANTÔNIO AUGUSTO JOSÉ DE ADRIANO ARANÃO DE OLIVEIRA CARVALHO FILHO
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ALGUNS DADOS ESTATÍSTICOS:
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Trechos de rodovias e municípios abrangidosASSIS
MARÍLIA
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Instrução de Tiro
Encontro TOR em Assis, instrução
de Bastão Tonfa
OURINHOS
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Bases Operacionais
MARÍLIA: SP 294, Km 452+600m (294/2). Atrás da base está a sede do 2º Pelotão.
FLORÍNEA: SP 333, Km 450+500m (333/3). Divisa de São Paulo com o Paraná.
ASSIS: SP 270, Km 445 (270/9). Atrás da base está a sede do 1º Pelotão.
A sede da Companhia se encontra na parte posterior.
3ª Companhia do 2º BPRv ASSIS - SP
GARÇA: SP 294, Km 411+700m (294/2). TUPÃ: SP 294, Km 529+700m (294/3).
OURINHOS: SP 327, Km 28+400m (327/1). OURINHOS - trecho urbano: SP 270, Km 373 (270/8). Junto com a base está a sede do 3º Pelotão.
SANTA CRUZ DO RIO PARDO: SP 225, Km 310 (225/3). PIRAJÚ: SP 270, Km 309 (270/7). Pág. 19
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Brasão símbolo doPoliciamento Rodovíario
Todos os policiais militares rodoviários de São Paulo transportam com orgulho, no ombro direito de suas camisas, o símbolo da atividade especializada de policiamento rodoviário, que também corresponde ao brasão do Comando de Policiamento Rodoviário (CPRv), com sede em São Paulo.
O símbolo traz, em seu centro, o mapa estilizado que ainda hoje é a marca do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), evocando o tempo em que o policiamento rodoviário se vinculava a esse órgão (1948 a 1962), por meio da então Secretaria de Viação e Obras Públicas.
A própria formação do “Grupo Especial de Polícia Rodoviária”, em 10 de janeiro de 1948, deu-se com o emprego de 60 homens, dentre excombatentes da Força Expedicionária Brasileira, comandados pelo 1º Tenente José de Pina Figueiredo, da
Força Pública. A aproximação operacional e inclusive o controle da atividade que ensejou formação técnica e organização militar sob os cuidados de instrutores habilitados para esse fim, manteve naturalmente a Milícia Paulista diretamente ligada ao patrulhamento nas rodovias em plena expansão em São Paulo.
Também, durante todo esse período, vários integrantes da então Força Pública foram cedidos para a atividade de fiscalização nas rodovias, atuando em conjunto com profissionais contratados pelo DER.
Não por acaso, portanto, em 1962 a Força Pública acabou absorvendo a então Polícia Rodoviária, para estabelecer em seus quadros o “Corpo de Policiamento Rodoviário”.
Descrição: o distintivo é bordado em tecido de fundo azul escuro, com o formato de escudo misto, contendo no terço superior a inscrição
"POLICIAMENTO RODOVIÁRIO" em letras brancas e, nos dois terços inferiores, escudo em tamanho reduzido, de cor azul clara, contendo em seu centro um mapa estilizado, em linhas retas, do Estado de São Paulo, sobre campo oval azul. As linhas do mapa são douradas e de um ponto dele, correspondente à Capital partem oito halos, também dourados, que se abrem gradativamente e morrem nos contornos do mapa, simbolizando as direções gerais das principais rodovias do Estado. O campo oval é envolvido por uma coroa de louro culminada por uma estrela de cinco pontas, tudo em cor dourada.
MEDIDAS: Altura: 90 mm Largura: 80 mm
Descrição publicada no item 28 do Boletim Geral PM nº 167, de 1989.
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Comandantes da 3ª Companhiado 2º BPRv - Assis
André Boicenco Neto David Fernandes Pedrosa José Carlos Pires Alcides Coelho
Ramiro de OliveiraDomingos
Adilson Luís Franco Nassaro Nelson Garcia Filho
1. Capitão PM André Boicenco Neto, a partir de 30 de março de 1979.O oficial veio a exercer a função de Comandante do Policiamento Rodoviário do Estado de São Paulo, como CoronelPM, no período de 04/02/94 a 04/01/95.
2. Capitão PM David Fernandes Pedrosa, assumiu em 1983.Depois dele, permaneceram interinamente no comando, o 1º Tenente José Koki Kato e o 1º Tenente Edmilson Valterdo Nascimento.
3. Capitão PM José Carlos Pires, de 1985 a 1992.
4. Capitão PM Alcides Coelho, de 1992 a 1996.
5. Capitão PM Ramiro de Oliveira Domingos, de 1997 a 2000.O oficial, natural de Assis, exerce hoje a função de Comandante do 4º BPRv (sede em Jundiaí), como Tenente-Coronel PM.
6. Capitão PM Nelson Garcia Filho, de 2001 a 2002.O oficial exerce hoje a função de Subcomandante do 4º BPM/I (sede em Bauru), como Major PM.Depois dele, permaneceram interinamente no comando o 1º Tenente Núncio Aparecido Chiampi e o 1º TenenteAdriano Aranão.
7. Capitão PM Adilson Luís Franco Nassaro, a partir de 15 de junho de 2005.
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O Policiamento Rodoviário no Estado de São Paulo
Década de 70: fiscalização em caminhões
Na década de 30, São Paulo viu a necessidade de criar e organizar seuÓrgão Rodoviário para poder fazer jus aos recursos do Fundo Rodoviário Federal. Foi criado o Departamento de Estradas de Rodagem, com uma gama de atribuições dentre elas, a de exercer a polícia de tráfego, ou seja, realizar o policiamento de trânsito nas estradas de rodagem, uma atividade completamente estranha aos engenheiros.
Este fato motivou, em setembro de 1947, o Presidente do Conselho Rodoviário do Estado, Órgão deliberativo das atividades do Departamento de Estradas de Rodagem, Engº Hipólito Rego, a manter contato com o Oficial da Força Pública, Tenente José de Pina Figueiredo, que naquela época comandava o 1º Grupamento, responsável pelo policiamento de trânsito na cidade de São Paulo, sendo ele também o autor do Plano de Policiamento de Trânsito para a Capital.
Década de 60: apoio com motocicletas em mini-maratona, na cidade de São Paulo
Já naquela época o trânsito se encontrava em situação caótica, em razão do período pós-guerra. Ocorreu que muitos dos veículos se encontravam até então recolhidos por falta de combustível e naturalmente surgiram problemas quando estes voltaram a circular, situação que impôs aos órgãos de segurança a adoção de medidas para manter a disciplina do trânsito.
Em 10 de janeiro de 1948, com a edição do Decreto 17.868, foi instituída a “Polícia Rodoviária do Estado”, com o efetivo inicial de 60 homens e sob o comando daquele Oficial, atuante na condição de comissionado ao Departamento de Estradas de Rodagem, isto porque a competência para exercer a polícia de tráfego nas rodovias era daquele Departamento. O objetivo inicial seria a operação na Via Anchieta, rodovia mais importante e moderna da época.
Por meio da Lei nº 7.455, de 16 de novembro de 1962, a então Força Pública (hoje PMESP) absorveu a Polícia Rodoviária, criando em sua organização o Corpo de Policia Rodoviária, inicialmente composto por oficiais e praças que já exerciam a função na Polícia Rodoviária na condição de comissionados, juntamente com os Guardas Rodoviários do DER, estes civis.
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Década de 60: instrução para operação com motocicletas
A partir deste momento o Policiamento Rodoviário começou a atuar com poderes delegados pelo Departamento de Estradas de Rodagem, tornando-se necessária a celebração de convênios para ajustar a competência delegada e a sua respectiva atuação.
Em 1963 foi celebrado o primeiro convênio, restando estabelecido que:
“I - A Força Pública do Estado de São Paulo coloca o Corpo de Policiamento Rodoviário (C.P.R.), à disposição da Diretoria Geral do Departamento de Estradas de Rodagem para exercer as funções de policiamento e fiscalização de trânsito e do tráfego na rede de estradas de rodagem estadual e federal, situada no território do Estado, quando esta atribuição couber ao DER, por delegação da autoridade federal competente;
II – O DER fixará as sedes dos destacamentos regionais e distritais do C.P.R, de acordo com as necessidades técnicas dos serviços rodoviários e porá à disposição do comando deste os imóveis e instalações necessários, inclusive viaturas, rádio-comunicação, para o cumprimento das atribuições cometidos aos destacamentos do C.P.R.”
Essa competência do Departamento de Estrada de Rodagem foi rati
ficada na legislação de trânsito, desta-cando-se o Código Nacional de Trânsito de 1966, lei 5.108/66 que dispunha em seu artigo 34, inciso IV, a competência do Órgão Rodoviário Estadual para exercer a polícia de trânsito nas estradas sob sua circunscrição.
O Decreto-Lei Estadual nº 217, de 8 de abril de 1970, dava execução
ao mandamento contido no artigo 2º do Decreto-Lei Federal nº 667, de 02 de julho de 1969 e Decreto Lei Federal nº 1.072, de 30 de outubro de 1969, que estabeleceram que à Polícia Militar do Estado competia executar com exclusividade o policiamento fardado, das vias de comunicação rodoviária, a fim de assegurar o cumprimento da lei.
Soldado Pereira, operador de rádio na Base de Tupã, em 1975
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Soldado Marques, na Base de Tupã, em 1975
Em 29 de março de 1971 sobreveio a celebração de novo convênio destacando que:
“Cláusula primeira: A Secretaria da Segurança Pública, coloca à disposição do Superintendente do Departamento de Estradas de Rodagem, o Corpo de Policiamento Rodoviário da Polícia Militar do Estado, para fins de mútua cooperação e colaboração no policiamento rodoviário, com a observância de normas técnicas e administrativas, na forma prevista em instruções a serem baixadas pela Superintendência da autarquia e de modo a observar-se um policiamento planejado e integrado das normas de trânsito e tráfego nas rodovias.
Cláusula segunda: Competirá ao Departamento de Estradas de Rodagem e mediante proposta do Comando do Policiamento Rodoviário o fornecimento de rádio-comunicação, viaturas e outros meios de locomoção, suas manutenções, combustível, uniformes de serviços, armamento leve e munição, material permanente, material de consumo e equipamentos específicos necessários para a instalação da Sede do Comando das Companhias e Destacamentos, o pagamento de diárias de diligências, e, mediante solicitação do Corpo de Policiamento Rodoviário com a anuência da Superinten
dência, colocar servidores do DER à disposição do referido órgão, para prestarem serviços administrativos, e à Polícia Militar as despesas com vencimentos, abonos de transferências, passagem para a reserva ou reforma, assistência social, médico-hospitalar, e outras vantagens funcionais, tudo dentro das disponibilidades orçamentárias.
(...) Cláusula nona: No sistema rodoviário ‘Anchieta-Imigrantes’, a DERSA fica sub-rogada nos direitos e deveres do Departamento de Estrada de Rodagem”
Com a modificação legal, o Corpo de Polícia Rodoviária passou a ser denominado 39º Batalhão de Polícia Militar até 1975, quando passou a chamar-se 1º BPRv, conforme o Decreto 7.296, de 15 de dezembro de 1975, que aprovou o Regulamento Geral da Polícia Militar e o Decreto 7.289, do mesmo ano. Na seqüência, foram criados os 2º e 3º BPRv, respectivamente em 1977 e 1979, sendo instituído junto a este último, o Comando de Policiamento Rodoviário, ao qual ficaram subordinadas, a partir de então, as três Unidades Operacionais.
A Constituição Federal de 1988, mais precisamente em seu artigo 144, parágrafo 5º, estabelece a exclusividade do Policiamento Ostensivo e a Preservação da Ordem Pública à Polícia Militar. Esse dispositivo combinado com o disposto no Decreto Federal 88.777/83, que instituiu o Regulamento Geral para as Policias Militares, resultou na definição de que o policiamento rodoviário é uma das modalidades de policiamento ostensivo fardado.
A partir dessa definição, formou-se a convicção de que a competência para o exercício da polícia de tráfego ou de trânsito, passou a ser exclusiva da Polícia Militar.
Formatura no Gabinete de Treinamento (GT) do CPRv, São Paulo, em abril de 2008
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Assim sendo, os convênios firmados cuidaram de definir a destinação de recursos do DER para a Polícia Militar executar a fiscalização e policiamento de trânsito e, até mesmo, operação viária.
Em 23 de setembro de 1997 foi sancionada a lei 9.503, que instituiu o Código de Trânsito Brasileiro, estabelecendo a composição e a competência dos Órgãos e Entidades do Sistema Nacional de Trânsito, definindo no artigo 21 a competência do DER, enquanto Órgão Executivo Rodoviário do Estado e no artigo 23 e anexo I a competência da Polícia Militar no trânsito.
Em decorrência da Lei Complementar 960, de 09DEZ04 e das alterações organizacionais realizadas por meio do Decreto nº 49.248, de 15DEZ04, publicado no Diário Oficial do Estado nº 236, de 16DEZ04, foram processadas várias modificações na estrutura da organização. Dentre elas destaca-se a criação do 4º Batalhão de Polícia Rodoviária (4º BPRv), sediado em Jundiaí, subordinado ao CPRv, responsável pelas rodovias compreendidas pelo cinturão rodoviário ao redor da Capital, abrangendo as saídas para as Regiões Norte, Oeste e Sudoeste do Estado, dividindo as áreas de atuação dos 1º, 2º e 3º BPRv.
Até 2005, além do convênio da PMESP e o DER, havia uma subrogação do convênio com a DERSA, porém já vencido há vários anos, e estabelecido um Termo de Compromisso Específico entre cada Concessionária e o policiamento rodoviário.
Objetivando agrupar todas as partes envolvidas, em outubro de 2006, novo convênio foi celebrado, cujo objeto é a execução dos serviços de policiamento e fiscalização de trânsito e transporte nas rodovias estaduais, pela Polícia Militar do Estado de São Paulo, por meio do Comando de Policiamento Rodoviário.
Caracteriza-se o compromisso firmado pela cooperação técnica e material entre os partícipes e as empresas concessionárias intervenientesanuentes, com prazo de vigência de 05 (cinco) anos, podendo ser prorrogado por igual período, em face da sua natureza e objeto, mediante prévia autorização do Secretário da Segurança Pública.
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Cena do filme “O Craque”, com Eva Wilma e a participação de Policiais Rodoviários-1954
Desfile do Corpo de Policiamento Rodoviário da Força Pública, na Vale do Anhangabaú-1964
Cabo PM Mariano e sua Harley Davidson no Pátio do DER de Bragança Paulista-1960
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O 2º Batalhão de Polícia Rodoviária2º BPRv, com sede em Bauru
Distribuição das áreas das cinco Companhias do 2º BPRv
Sede do 2º BPRv, em Bauru
Equipe TOR
O Segundo Batalhão de Polícia Rodoviária (2º BPRv), com sede em Bauru, foi criado em 07 de agosto de 1977, por força do Decreto nº 8684 de 30 de setembro de 1976. A cidade de Bauru foi estrategicamente escolhida pelo comando da Polícia Militar para sediar o 2º BPRv devido a sua posição geográfica, região central do Estado, e também por possuir o maior entroncamento rodo-ferroviário de São Paulo.
Desse modo, a cidade “Sem Limites” começava a despontar ainda mais no cenário policial, com um contingente de 450 policiais militares rodoviários, 95 viaturas e 04 radares para a manutenção da ordem pública e a fiscalização de trânsito rodoviário nas regiões de Bauru, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Araçatuba, Presidente Prudente e Marília, atuando nas interligações de 316 municípios paulistas.
Com o passar dos anos, em razão da necessidade de acompanhar o crescimento demográfico e industrial das regiões abrangidas, o 2º BPRv passou por várias modificações até alcançar a dimensão atual. O efetivo aumentou para 840 policiais militares rodoviários, incluídos os 23 soldados temporários; as viaturas já somam 218 entre 02 e 04 rodas; e o número de radares operando na malha viária passa de 14 se considerarmos aqueles operados pelas concessionárias e pelo Departamen
to de Estradas de Rodagem na área. O Tático Ostensivo Rodoviário
(TOR) foi criado em 30 de setembro de 1987, como nos demais Batalhões, com a missão de intensificar as ações de policiamento ostensivo preventivo repressivo nas rodovias estaduais, principalmente voltado à prevenção e repressão imediata às ocorrências de maior vulto, sobretudo referentes ao tráfico de entorpecentes e ao roubo e furto de carga. Os policiais militares rodoviários que compõem as equipes de TOR procuram se especializar diariamente, criando assim doutrina própria de emprego e apoio às ações do Policiamento Rodoviário.
Em 04 de dezembro de 1992, por força da Lei nº 8.160, o 2º Batalhão de Polícia Rodoviária passou a denominar-se “Ten Cel PM Levy Lenotti”, uma iniciativa do então deputado estadual Osvaldo Sbeghen, em homenagem póstuma ao ex-comandante da Unidade, oficial de raras qualidades e que deixou marca de excelente administração.
Em 15 de agosto de 2003, uma semana após o 2º BPRv completar vinte e seis anos de existência, apresentou-se na sede da Unidade o 2º Sgt Fem PM Selma Yaskara Gonçalves, a primeira policial feminina a servir no Batalhão; na seqüência vieram o Cb Fem PM Danielle e os Sd Fem PM Raquel e Simone, mar
cando desta forma a presença da mulher no Policiamento Rodoviário.
Hoje são quinze policiais femininas, cinco delas servindo no Pelotão de Marília, vinculado à Companhia de Assis.
Atualmente o 2º BPRv é comandado pelo Ten Cel PM Carlos Alberto Paffetti Fantini e possui uma área de atuação nos eixos que interligam 223 municípios paulistas, num total de aproximadamente 6.867 Km de rodovias policiadas pelo efetivo distribuído nas cinco companhias operacionais, com sedes respectivas nas cidades de Bauru, Itapetininga, Assis, Araçatuba e Presidente Prudente.
As funções administrativas ficam a cargo do Estado Maior, composto por quatro oficiais e da Companhia de Comando e Serviços, hoje com 44 policiais sob o comando de um Capitão, responsáveis pela elaboração dos planos e normas de ação a serem desenvolvidas no âmbito das subunidades, tanto no campo propriamente policial como no de trânsito rodoviário.
Sede do 2º BPRv: Avenida Cruzeiro do Sul, 14-71 - Jardim Cruzeiro do Sul - Bauru/SP - CEP 17.030-743, fone/fax (14) 3203-1311 e 3203-1304, e-mail [email protected].
Site: http://www.polmil.sp.gov.br/ unidades/cprv/index.asp.
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O Policiamento Rodoviáriona região de Assis,
sede da 3ª Cia do 2º BPRv
Base Operacional de Assis, década de 60, acesso da SP 333
Primórdios...No início dos anos 50, a fiscali
zação das rodovias do centro-oeste paulista, incluindo-se as regiões de Assis, Marília e Ourinhos, era desenvolvida de modo itinerante por patrulheiros integrantes do Destacamento de Bauru, criado 25 de julho de 1950.
Para enfrentar as grandes distâncias, o modo de operação impunha enormes sacrifícios aos patrulheiros. As equipes atuavam, em seqüência, na primeira semana em Bauru, de Bauru para São Manoel, Arealva, Lençóis Paulista, Agudos e por toda essa região. Depois prosseguiam até Iacanga, Ibitinga, depois para Lins, Birigui e Araçatuba, até Valparaíso. Na outra semana deslocavam-se para Assis (mas não fiscalizavam Ourinhos, lo
cal em que permanecia um policial de Itapetininga atuando sozinho), prosseguiam para Rancharia e Iepê, Presidente Prudente e Pirapozinho, encerrando desse modo o ciclo de fiscalização.
Nessa época, as estradas do interior apresentavam-se construídas em cascalho e outras, ainda em terra batida. Quando chovia, era necessário passar a máquina moto-niveladora para aplainar o leito carroçável, a exemplo do que ocorria no prolongamento da Av. Rui Barbosa, na saída da cidade de Assis e o mesmo no seu trecho urbano. No oeste paulista somente existia asfalto em algumas quadras do centro da cidade de Santa Cruz do Rio Pardo e também de Araçatuba. Aliás, no começo da década
de 50 o povo interiorano somente ouvia falar de asfalto como “material necessário para pista de avião”.
Periodicamente, uma equipe itinerante passava duas semanas baseada em Assis e depois retornava para Bauru. Enquanto baseados nesse município, os patrulheiros permaneciam alojados em uma pensão na Rua Brasil, prédio que veio a abrigar a agência local do Banco do Brasil.
Muitas das estradas da região eram “construídas” apenas em terra batida, para interligar municípios (as estradas denominadas vicinais), onde a fiscalização não chegava em razão de que o policiamento rodoviário atuava, como hoje, somente nas rodovias estaduais.
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Fiscalização de trânsito rodoviário, década de 60. Região de Assis
Por essas paragens, o DER dava suporte mediante um serviço de “Residência”, que já funcionava em Assis na década de 50, para a manutenção das rodovias regionais mediante reparos básicos, colocando cascalho em terrenos arenosos ou construindo aterros com transporte de terra por meio de burros, procedimento comum na época. Soltavam-se os animais a distâncias de até mil metros, carregados de terra em duas caçambas amarradas ao lombo numa cangalha, para destino certo e, depois de descarregada a terra por portinholas na parte inferior das caçambas, os burros eram despachados para retornar ao ponto inicial - também sem guia - para novo carregamento, sempre com uma chibatada na ida e outra na volta...
No início da fiscalização rodoviária no interior do Estado, os patrulheiros não dispunham de viaturas. Durante quase toda a década de cinqüenta apenas uma viatura atuava no âmbito do Destacamento de Bauru, sob responsabilidade direta do comandante regional para traslado das patrulhas. Essa viatura, inclusive, foi seriamente danificada em 1951 quando um Tenente da capital, de nome Arantes, passando pela região, resolveu dirigi-la sobre uma estrada de terra, em alta velocidade. Apesar de alertado pelos patrulheiros - que se encontravam no interior do veículo - quanto à técnica de direção no solo diverso do asfalto, o Tenente respondeu, no meio do poeirão: “tem nada
não, isso aqui é um paraíso...” pouco antes de perder o controle da direção e provocar o capotamento da viatura.
Normalmente os patrulheiros viajavam de carona e faziam grandes caminhadas, de dia ou de noite, enfrentando situações difíceis em rodovias pouco movimentadas. Por vezes, pela falta de outros meios, se sujeitavam a aceitar a condução no próprio veículofiscalizado e eventualmente multado. À noite, quase sempre longe de casa e dos entes queridos, em pensões, ao tomar banho, tiravam poeira do nariz ou dos cabelos e penavam para lavar a farda cáqui, em razão da força e da cor da terra vulcânica (chamada “terra roxa”) do
desbravado oeste paulista, onde o asfalto era uma grande novidade.
Ainda no início da década de 50, foi inaugurado um trecho oficial de rodovia ligando Assis até Echaporã (SP 333), em 31 quilômetros de terra batida. Mesmo sem asfalto, a rodovia estadual possuía qualidade inédita, com pistas largas, um motivo de orgulho para a região naquele contexto viário primitivo. Então, para chegar até Assis, as equipes itinerantes do Destacamento de Bauru passavam por Presidente Alves, por Gália, por Garça, por Vera Cruz, sempre cruzando por trechos de estrada de terra até chegar em Marília e passavam pela serra de Echaporã até alcançar a rodovia recém inaugurada, para então alcançar Assis. Por isso, as cidades de Assis e Presidente Prudente eram conhecidas pelos patrulheiros como o “fim-do-mundo”.
O trecho de Marília até Echaporã apresentava maior dificuldade para ser transposto em razão das serras. Passavam por cima de morros, em trechos de terra mal conservados, ao lado de verdadeiros abismos, com curvas extremamente perigosas. Temia-se especialmente a “Serra do Gavião”, em razão de que, no final do declive sem acostamentos, os veículos encontravam uma curva fechada com as laterais escoradas por elevados muros de madeira que dissimulavam um grande precipício. Caminhões carregados de algodão, de cereais ou de outros produtos, por vezes não conseguiam fazer a manobra, protagonizando trágicos acidentes.
Viatura acidentada do Destacamento de Assis, década de 60
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Descentralização do efetivoEm razão das dificuldades de
constantes viagens, ainda no ano 1951, em data não identificada, foram designados dois policiais, soldados da Força Pública atuando no Destacamento de “Polícia Rodoviária” de Bauru, para servirem de modo fixo em Assis, quais sejam, Manoel Fernandes Neto e Custódio Ferreira de Souza. Passaram a morar na cidade, inicialmente na mesma pensão da Rua Brasil, e a trabalhar exclusivamente nas rodovias próximas. No mesmo movimento de descentralização, mais dois patrulheiros foram designados para Lins: José Rodrigues e Renato Plazi; outros dois: Salviano Gonçalo de Souza e Sebastião Garcia foram designados para Araçatuba. Outros dois foram para Rancharia: o policial Antonio Coelho Cristino (conhecido por “King”) e o Silveira. Mais três patrulheiros foram destacados para Presidente Prudente: Flávio de Campos Melo, José Ricarti e Bittencourt.
Além de lavrarem as “multas” durante as fiscalizações, atuando em rodovias ou em trechos pré-estabelecidos, esses patrulheiros também se responsabilizavam pelo recebimento dos valores correspondentes, bem como pela prestação de contas ao rondante - ou simples emissário -, que vinha com viatura de Bauru uma vez por mês também para trazer talões de multa, de apreensão, recibos de dinheiro e outros impressos necessários e, ainda, para transmitir orientações e receber notícias em
nome do Tenente Comandante do Destacamento de Bauru. Por vezes o patrulheiro destacado cumpria escala de apresentação na sede do Destacamento, oportunidade em que prestava contas pessoalmente ao Comando, tornando-se desnecessário, no respectivo período mensal, o deslocamento de alguém de Bauru para contato.
Quanto às figuras da época, lembradas em relatos, merece destaque um patrulheiro que atuou em Garça durante algum tempo na década de 50 e ficou muito conhecido pela sua apresentação pessoal e uniforme impecável: Marcos Celso Dias Penha. Era paraguaio, naturalizado brasileiro e, orgulhoso da função pública que exercia, fez questão de apresentar-se todo equipado com luvas, viseiras sobrepostas ao quepe e outros acessórios próprios da fiscalização com motocicletas, como era de seu costume, para registro fotográfico de 1953 (foto hoje recuperada), apesar de sequer existirem motos em funcionamento na fiscalização rodoviária da região, naquela época. As dificuldades no exercício da função, entretanto, não comprometiam o seu sucesso, especialmente junto ao público feminino e a expressiva imagem do herói “vigilante rodoviário” - que seria imortalizada por Carlos Miranda no primeiro seriado da televisão brasileira - já se mostrava forte no imaginário da população local.
Patrulheiro Marcos Celso Dias Penha. Garça, 1953
Policiais rodoviários atendendo acidente de trânsito na região de Assis, década de 60
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Dentre os fatos históricos dessa época, destaca-se uma ocorrência que teve muita divulgação. Em 19 de maio de 1951, os patrulheiros em serviço na cidade de Rancharia acompanharam os registros de um grave acidente aéreo que resultou na morte de todas as pessoas que viajavam em um avião (vinte e três vítimas) que seguia em vôo comercial. O avião caiu às 19 horas, próximo da rodovia, a cinco quilômetros da entrada da cidade, provavelmente em razão de relâmpago que teria atingido as suas asas. Na hora do acidente, surgiu um enorme clarão e um forte estampido vindo da direção da rodovia; os patrulheiros, que se encontravam na cidade, imaginaram tratar-se de um caminhão de transporte de combustível que teria explodido. Houve uma grande correria e toda a população quis ver de perto o ocorrido, algo inédito para aquela comunidade. Uma foto tirada no dia foi preservada.
Com o passar dos anos, outros patrulheiros foram designados para trabalhar em Assis, junto com Manoel Fernandes Neto e Custódio Ferreira de Souza; foram eles: Paulo Novaes, Mário Carboneli Marques, Simoneli e o Sargento Vanderlei de Paula, que havia trabalhado no Regimento de Polícia Montada (Cavalaria) da Força Pública e também no setor de Capturas, em que ficou conhecido pelas inúmeras prisões realizadas. O aumento do efetivo se fazia mesmo necessário em razão da expansão das rodovias estaduais. Todavia, os patrulheiros ainda não possuíam sede no município, permanecendo alojados em pensão e sob ordens de um Tenente (da Força Pública) do Destacamento de Bauru: Renato Nogueira Magalhães, professor de educação física, de compleição robusta, conhecido pelo rigoroso tratamento dispensado aos subordinados.
Em 02 de fevereiro de 1958, esse mesmo Tenente designou o patrulheiro Salviano Gonçalo de Souza para fiscalizar exclusivamente a rodovia que ligava Assis, partindo do Posto Marajó, a Porto Areia, na direção de Londrina (Paraná), o primeiro trecho de asfalto da região que seria ainda inaugurado naquele mesmo ano, no aniversário do município de Assis, então comemorado durante a primeira semana de julho.
O final dos anos 50 confirmou a tendência de transformação da cidade de Assis em importante eixo e rota de entroncamento rodoviário, em substituição ao transporte ferroviário predominante em sua origem, com a inauguração de diversos trechos de estradas, especialmente o da SP-270 - Rodovia Raposo Tavares -, que contorna a cidade, formando-se ex-
Patrulheiros em serviço itinerante na cidade de Rancharia acompanharam os registros de um grave acidente aéreo que resultou na morte de todas as pessoas que viajavam em um avião, em 1951
Formação do Destacamentoe Pelotão de Assis
pressiva malha para interligação com a capital e cidades do interior de São Paulo e com os Estados do Mato Grosso do Sul e do Paraná. Nesse contexto, justificadamente, Assis recebeu uma Divisão do DER (atual DR-7) oficialmente instituída em 1958, com sede no prolongamento da Av. Rui Barbosa, onde já funcionava o seu serviço de Residência.
Policiais rodoviários em patrulhamento na região de Assis, década de 60 Pág. 30
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No mesmo ano de 1958, finalmente, o Tenente Milton de Almeida Pupo foi designado para formar um “Destacamento Rodoviário”, com sede permanente em Assis. O oficial visitou o município durante o mês de junho, junto com o Tenente Renato - então comandante regional -, para conhecer as estradas e os patrulheiros que já serviam na área; pouco tempo depois se mudou com a esposa e um filho para fixar residência na cidade.
A inauguração do Destacamento de Assis, com instalação provisória naRua Ângelo Bertoncini, em uma travessa logo depois do velho Correio, deu-se exatamente no dia 04 de julho daquele ano, na mesma oportunidade em que foi inaugurado o trecho de asfalto ligando Assis a Porto Areia, durante as festividades da semana do aniversário do município (a partir de 1º de julho).
A Divisão do DER e a sede do Destacamento Rodoviário significaram importantes conquistas para a cidade, possíveis graças à atuação do então Deputado José Santilli Sobrinho, expressivo nome da política da região. Essa mesma personalidade exerceu o cargo de prefeito do município em dois momentos distintos de sua história.
Pouco tempo depois da inauguração, a sede do Destacamento foi mudada para uma grande casa alugada pelo DER perto da escola Tomás Menk.
Vista parcial de Assis, no final dos anos 50
José Santilli Sobrinho, Deputado Estadual na década de cinquenta, atuou politicamente para
a instalação da DR-7 e do Policiamento Rodoviário em Assis
Na direção oeste, a extensa área de circunscrição do Destacamento chegava até Presidente Prudente - inclusive -, ainda o ponto limite das rodovias estaduais.
Quanto aos meios, o Destacamento foi montado com os homens que já trabalhavam na região e recebeu uma viatura “Land Roover” (tipo “Jeep”) com tração nas quatro rodas, para rodar com o comandante. Aos poucos, o DER foi adquirindo outras viaturas: um Jeep e uma Ford F1 (camionete) para empre
go em fiscalização no trecho de Ourinhos até Presidente Prudente. Não obstante, na maioria das vezes os patrulheiros trabalhavam mesmo a pé. Somando inicialmente quatorze homens, a equipe atuava com a seguinte distribuição: Cléber em Ourinhos; Sargento Vanderlei, Salviano, Carboneli, José Celso de Melo, Simoneli e mais um de nome desconhecido em Assis; outros dois em Iepê; mais dois em Rancharia e três em Presidente Prudente.
No final de 1958, mediante concurso do DER, foram designados outros patrulheiros, como reforço, dentre eles quatro com vínculos às tradicionais famílias Luciano Gomes e Carneiro (de Assis): Clóvis Luciano Gomes (o “Mãode-Onça”, conhecido jogador de bola-ao-cesto) e seu irmão Otacílio Luciano Gomes; “Zizinho” (irmão de Lodomiro Carneiro, professor de educação física e instrutor de bola-ao-cesto) e Lízias Anderson (genro de Teodomiro Carneiro). Vieram também Lindolfo Biúdes, Ernesto Bernardino, Ribeiro e demais integrantes de uma turma recém-formada em Jundiaí, toda direcionada para completar o novo Destacamento de Assis. Com isso, foram somados aproximadamente vinte ao efetivo inicial de quatorze, resultando um grupo suficiente, à época, para uma atuante fiscalização rodoviária na região.
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O Tenente Pupo permaneceu pouco tempo no comando do Destacamento. Assumiu, logo depois, o Tenente Hélio Jardim da Silveira (Tenente Jardim) que providenciou a locação de uma sede - conhecida como “escritório” - na Avenida Rui Barbosa, em frente ao DER.
A sede foi mudada, em 1963, para uma construção providenciada pelo DER no aterro entre a Rodovia Raposo Tavares e o acesso para Marília (Km 444 da SP 270, trevo do Posto Modelo), durante o comando do Tenente Cândido Ferreira Pinho. Foi essa a primeira instalação construída pelo DER especificamente para funcionar como sede própria de fiscalização rodoviária no interior, com características até então insuperáveis quanto às repartições do espaço, banheiros e qualidade da obra em si. Uma foto da inauguração, com formatura militar, foi recentemente recuperada.
Importante destacar que, conforme exposto, em 1962 a Força Pública absorvera a “Polícia Rodoviária”, estabelecendo em seus quadros o Corpo de Policiamento Rodoviário, oportunidade em que os patrulheiros civis concursados, puderam optar pela permanência no
DER, exercendo outras funções. Nesse momento alguns patrulheiros deixaram a fiscalização rodoviária, dentre eles Clóvis Luciano Gomes, que havia terminado no mesmo ano o curso superior de Direito e prosseguiu carreira como bem sucedido Procurador do DER, vindo a ocupar o cargo de Chefe do Departamento Jurídico, em São Paulo.
Já inserido na organização da Polícia Militar de São Paulo, o antigo Destacamento manteve-se com a denominação de Pelotão de Assis. Na seqüência dos comandos, assumiram interinamente vários Sargentos e Subtenentes e, também, passageiramente, o Tenente Fabiano (de Sorocaba), o Tenente Gorreri (de Itapetininga) e o Tenente Barbosa (de Bauru), até a designação do Tenente Américo Borba. Esteve no comando, depois, o Tenente Osmar Ferreira Cândido e, ainda, o Tenente Edson Reis, que permaneceu a frente do efetivo durante quase doze anos até sua passagem para a reserva em 1976, quando transmitiu o cargo, interinamente, para o Subtenente Emerson Pratis Simões.
Dentre as diversas missões desenvolvidas pelo efetivo de Assis nas décadas de 60 e 70, sobressaem-se
algumas escoltas de Ministros em visita na região. Para uma das comitivas, em especial, o patrulheiro Salviano - da Força Pública e em serviço na rodoviária - recebeu orientações para acompanhar a autoridade (Ministro Andreaza), de viatura, do aeroporto até a entrada de Presidente Prudente, quando passaria o serviço para a Guarda Civil local prosseguir.
Não concordou com essa orientação e conversou com o Capitão Paes Lemes, então Comandante do Policiamento de Presidente Prudente, alertando-o de que não passaria a escolta salvo para o efetivo da Força Pública, o que foi feito com a anuência do referido Comandante (que recepcionou a autoridade no quartel) ignorando a presença dos guarda civis que aguardavam a comitiva. Esse episódio ilustra bem certa rivalidade observada entre as duas Instituições (Força Pública e Guarda Civil), com algumas atribuições superpostas, e que foram unificadas em 1970 para dar forma a um único órgão de policiamento ostensivo: a Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Inauguração da Sede do Pelotão de Assis, em 1963, entre a Rodovia Raposo Tavares e o acesso para Marília (SP 333) Pág.32
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Companhia de AssisComo consequência da unifica
ção da Força Pública com a Guarda Civil em 1970 e a reestruturação da Milícia Paulista, ora chamada Polícia Militar do Estado de São Paulo, estabeleceu-se o Policiamento Rodoviário, em 24 de maio de 1971, como Unidade identificada por 39º Batalhão de Polícia Militar, cobrindo toda a área do Estado. Já em 04 de dezembro de 1973, teve sua denominação adequada à função especializada que exercia, passando a chamar-se Batalhão de Policiamento Rodoviário.
Em 15 de dezembro de 1975, após nova adequação das Unidades da Polícia Militar, foi ele denominado 1º Batalhão de Polícia Rodoviária (1º BPRv), do qual foram desmembrados, em 07 de agosto de 1977, o 2º Batalhão de Polícia Rodoviária (2º BPRv, com sede em Bauru) e, em 25 de janeiro de 1979, o 3º Batalhão de Polícia Rodoviária (3º BPRv, com sede em Rio Claro), que passaram a ter suas atividades coordenadas pelo Comando de Policiamento Rodoviário (CPRv), com sede na Capital paulista, a partir de 30 de março de 1979.
Menos de dois anos após a criação do Batalhão em Bauru, Assis foi elevada à condição de sede de Companhia, instalada exatamente em 30 de março de 1979 (Terceira Companhia do 2º BPRv), conforme publicação no Boletim nº CPRv-014/79, tendo como primeiro Comandante o Capitão PM André Boicenco Neto. Presidente Prudente permaneceu como sede de um de seus Pelotões durante dez anos, até que em 06 de outubro de 1989 a extensa área foi dividida para a instalação da Quinta Companhia, com sede naquele município. Em razão do tamanho da região fiscalizada, inicialmente, a Companhia de Assis chegou a administrar quase quatrocentos homens no final da década de 80, pouco antes da criação da Companhia de Presidente Prudente (5ª Cia).
A Terceira Companhia funcionou provisoriamente em vários endereços de Assis, junto com o seu 1º Pelotão, na seguinte sequência: Rua 7 de Setembro, 60 - Centro, Avenida Rui Barbosa, 1908 - Centro, Rua da Cons
tituição, 481 - Vila Ouro Verde e Avenida Rui Barbosa, 2325 (no DER). Finalmente, a sede própria e permanente foi inaugurada em 26 de outubro de 1990, no km 445 da SP-270 - Rodovia Raposo Tavares.
Nota-se que, à época da inauguração da sede definitiva, o Tenente Co-
Patrulheiros Rodoviários de Assis, na década de 60, com viatura modelo Jeep Willys
ronel Levi Lenotti comandava o 2º BPRv (Bauru), em profícua gestão que, reconhecida anos mais tarde, resultou na escolha do seu nome para identificação do Batalhão, como justa homenagem à sua pessoa (2º BPRv - “Ten Cel PM Levi Lenotti”).
Uma das primeiras Equipes TOR de Assis, na década de 80
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Equipe de futebol do Pelotão de Assis, no Torneio do 141ª Aniversário da Polícia Militar, em 15 de dezembro de 1972, em Assis
Já a Base Operacional de Assis margem originalmente ocupada pela Ainda, graças à iniciativa de poli(BOp 270/9), “Sargento Hermes Reis” Base), foi transferida para o km 445, em ciais militares rodoviários voluntários e (nome dado em homenagem ao irmão do uma construção-modelo inaugurada em apoio do DER e da comunidade local, aos Tenente Edson Reis), inaugurada em 12 20 de julho de 2001, na frente da Compa- poucos foi sendo construída uma área de julho de 1975, permaneceu por vinte e seis nhia e ao lado da sede do 1º Pelotão, com treinamento e recreação, atrás do prédio anos em funcionamento na SP 270 Km 440 amplo pátio para estacionamento de veí- da Companhia, que hoje conta com qua+ 400m, no acesso principal da cidade. culos apreendidos, integrando o atual dra esportiva, campo de futebol em tama-
No entanto, em razão da obra de complexo de policiamento rodoviário em nho oficial e um amplo salão de convi-duplicação do trecho Assis-Ourinhos da privilegiado e extenso espaço cedido pelo vência utilizado para eventos diversos de Rodovia Raposo Tavares (que utilizou a DER para essa finalidade. interesse institucional.
Antiga Base Operacional de Assis, do Km 440+400m, da Rodovia Raposo Tavares Silva Júnior, “O Patrulheiro 1020” Pág. 34
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A área de circunscrição atinge atualmente cinquenta e sete municípios, somando-se 1.342,513 Km de rodovias estaduais diuturnamente patrulhadas, cobertas por três pelotões (1º - Assis, 2º - Marília e 3º - Ourinhos), com o total de nove Bases Operacionais (Assis e Florínea / Marília, Tupã e Garça / Ourinhos (duas), Sta. Cruz do Rio Pardo e Pirajú).
Quanto aos oficiais designados para o comando da Terceira Companhia, verificou-se a seguinte seqüência: 1º - Capitão PM André Boicenco Neto, de 1979 a 1982 (dez anos mais tarde, como Coronel PM, foi Comandante do Policiamento Rodoviário do Estado de São Paulo). 2º - Capitão PM David Fernandes Pedrosa, assumiu em 1983 (depois dele, permaneceram interinamente no comando, o 1º Tenente José Koki Kato e o 1º Tenente Edmilson Valter do Nascimento); 3º - Capitão PM José Carlos Pires, de 1985 a 1992; 4º - Capitão PM Alcides Coelho, de 1992 a 1996; 5º - Capitão PM Ramiro de Oliveira Domingos, de 1997 a 2000; 6º - Capitão PM Nelson Garcia Filho, de 2001 a 2002 (após o seu comando, durante um período de três anos permaneceram interinamente no comando o 1º Tenente Núncio Aparecido Chiampi e o 1º Tenente Adriano Aranão) 7º - Capitão PM Adilson Luís Franco Nassaro, a partir de 15 de junho de 2005.
Vocação para polícia de segurança
Acompanhando as transformações da Instituição, em atendimento ao anseio da população por melhores condições de segurança e uma efetiva resposta à criminalidade, gradativamente o Policiamento Rodoviário foi priorizando em todo o Estado a atuação focada na polícia de segurança, especialmente a partir de 1987, quando foi criado o TOR – Tático Ostensivo Rodoviário, sem o abandono da fiscalização de trânsito rodoviário.
Essa Força Tática de atuação especializada em rodovias foi instituída em 30 de setembro de 1987, quando comandava o Policiamento Rodoviário do Estado o Cel PM Ralph Rosário Solimeo, responsável pela iniciativa. Mediante emprego de equipamentos, armamentos, técnicas e táticas específicas para as atividades de polícia ostensiva e de preservação da ordem pública, as Equipes TOR alcançaram extraordinário êxito nas Companhias de Policiamento Rodoviário do interior.
A Terceira Companhia montou e treinou equipes que, ao longo dos anos, projetaram positivamente a imagem da Polícia Militar em razão de ocorrências que comprovaram um forte combate à criminalidade nas rodovias regionais. Em conjunto com as patrulhas convencionais, foram responsáveis por apreen
sões históricas de entorpecentes (algumas de mais uma tonelada) nas Bases Operacionais dos Pelotões de Assis, Marília e Ourinhos, além de inúmeras prisões em flagrante por delitos diversos, apreensões de armas, recuperação de veículos roubados ou furtados, captura de diversos indivíduos foragidos e procurados pela Justiça, desbaratamento de quadrilhas e outros feitos devidamente reconhecidos pela comunidade e pelo Comando.
Para se ter noção da efetividade do trabalho realizado, a partir do ano de 2001 foi quase extinta a ocorrência de roubo de cargas na região.
Sgt PM Avelino Tavares, hoje 2º Ten Res PM,serviu na administração da Companhia
de setembro 1983 a maio de 2003
Solenidade de inauguração da nova Base Operacional de Assis, em 2001
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APREENSÕES DIVERSAS
Maconha na lataria de veículo. Florínea, 2007 Maconha em fundo falso de tanque de caminhão. Assis, 2007
1,3 tl de maconha embaixo de carga de carvão. Assis, 2007 Munição transportada em ônibus. Garça, 2007
1 kg de haxixe dentro de estepe. Florínea, 2005 Maconha em veículo de passeio. Ourinhos, 2007
Maconha no para-choque de veículo. Assis, 2007 Arsenal em veículo de passeio. Sta Cruz do Rio Pardo, 2006
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APREENSÕES DIVERSAS
Maconha na lataria de veículo. Assis, 2007 Maconha em fundo falso de automóvel. Florínea, 2006
Maconha na mala em ônibus. Assis, 2006 Maconha na lataria de veículo. Assis, 2007
Droga no interior de painel de veículo. Ourinhos, 2007 Carregamento de cigarros contrabandeados. Assis, 2007
Maconha em mala em ônibus. Assis, 2007 Maconha em fundo falso de carreta. Assis, 2006
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Parceria de sucesso com o DER
Dr. Jorge, Diretor da DR-7, com Capitão Franco, Tenente Aranão e policiais militares rodoviários do 3º Pelotão, em frente à obra de construção da nova Base de Pirajú, em 2006
A área geográfica de atuação da 3ª Companhia do 2º BPRv coincide, quase na sua totalidade, com a área de circunscrição da DR-7, com sede em Assis. O trabalho desenvolvido na região para a segurança nas rodovias estaduais que interligam dezenas de municípios, caracteriza-se pelo apoio mútuo, envolvendo engenharia e fiscalização de trânsito. A experiência comprova que não há mesmo outra forma de diminuir os acidentes senão o investimento nas três vértices do triângulo da prevenção: serviços de planejamento e engenharia, fiscalizações eficazes e educação para o trânsito.
A parceria de sucesso vem de longa data. Na verdade, a primeira sede do Policiamento Rodoviário em Assis - chamado “Destacamento” - foi inaugurada no mesmo ano em que se instalou a DR-7,
Divisão do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) na cidade, ou seja, em 1958 (no dia 04 de julho).
Nessa época os “guardas rodoviários”, como eram então chamados, compunham um corpo vinculado ao próprio DER e, portanto, integravam a Secretaria de Viação e Obras Públicas. Não obstante, desde os primórdios, vários integrantes da Força Pública foram colocados à disposição desse serviço de fiscalização; tanto, que o primeiro Comandante designado em 1948, em São Paulo, quando do início das atividades do Policiamento Rodoviário estadual, era um Oficial da Força Pública: o Tenente José de Pina Figueiredo.
A criação do DER, no entanto, é mais antiga. Ocorreu em 02 de julho de 1934, por meio do Decreto estadual nº 6.529.
Quanto à organização do DER em Assis, o órgão vinha sendo representado na região, até 1958, por uma sede de Residência de Obras e uma de Residência de Conservação, subordinadas à Divisão Regional de Bauru, então denominada B3C. Esses órgãos cuidavam principalmente da construção e da conservação de trechos da SP-270 (Raposo Tavares), da construção da SP-333, ligação Assis/Marília e Assis/Porto Charles Naufal, na divisa com o Estado do Paraná. A B7C (sede Assis) finalmente nasceu por força do Decreto 25.342 de 09 de janeiro de 1956 e foi instalada pelo Diretor Geral do Departamento, Ariovaldo de Almeida Viana em junho de 1958, ação confirmada pela Resolução 4004 de 27 do mesmo mês de 1958, do Conselho Rodoviário.
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No Ato DGD/DER se vê no seu: “Artigo 2º - As sedes dessas Subdivisões localizar-se-ão nas seguintes cidades: São Paulo, Taubaté, Juquiá, Itapetininga, Assis, Presidente Prudente, Araçatuba, São José do Rio Preto, Araraquara, Ribeirão Preto, Campinas e Bauru. Artigo 3º - De imediato fica instalada a Subdivisão Regional de Assis”.
Em 1975, ocorreu o desmembramento da área original (já denominada DR-7), com a instalação da Divisão Regional de Presidente Prudente - DR-12.
Quanto ao Policiamento Rodoviário, a sede de Assis foi elevada à condição de Companhia em 30 de março de 1979 - mantendo-se um pelotão na cidade -, enquanto Presidente Prudente permaneceu como sede igualmente de um de seus pelotões, até que em 06 de outubro de 1989 foi dividida a extensa área para instalação da 5ª Companhia (também do 2º BPRv), com sede naquele município. Manteve-se, a partir de então, praticamente a mesma circunscrição entre a DR-7 e a 3ª Companhia.
A ligação histórica e a amizade desenvolvida no convívio dos policiais militares rodoviários, engenheiros e todos os funcionários da Regional do DER em Assis têm propiciado soluções conjuntas para a melhor qualidade do trânsito rodoviário e a redução gradativa dos índices de acidentes verificados ano a ano. O Engenheiro Jorge Masataka Mori, Diretor da DR-7 desde 1995, em sua longa e profícua gestão, tem buscado integração com as forças locais, obtendo êxito na melhoria das condições da malha rodoviária regional e atendendo às solicitações de adaptações necessárias à segurança, encaminhadas pelo Policiamento Rodoviário. Desse modo, a fiscalização e a engenharia de trânsito atuam em harmonia, para alcançar o mesmo objetivo: a segurança e o bem-
Atualmente a DR-7 e o Policiamento Rodoviário passam por momento de expectativa, em face do processo de concessão dos principais trechos de rodovias, a exemplo do que já ocorreu em diversas outras partes do Estado. Logo surgirá mais um colaborador, qual seja, a empresa concessionária que vencer a licitação e o DER continuará atuando como órgão executivo de trânsito rodoviário. Essa nova fase não alterará a importância do trabalho dos dois órgãos públicos envolvidos nas questões do trânsito rodoviário.
A experiência comum e tantas realizações conjuntas por cinqüenta anos em prol da segurança viária continuarão oferecendo bons frutos, especialmente para a comunidade regi-
estar dos usuários. onal, na defesa do interesse público.
Entrada da DR-7, na avenida Rui Barbosa, em Assis
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Associação “PMs de Cristo”2º Núcleo de Assis
Ato Ecumênico em Ação de Graças ao “Dia do Soldado”, em frente a Base de Assis. 2006
A Associação dos Policiais Militares de Cristo (APMESP) com sede em São Paulo, é uma organização paralela e ao mesmo tempo ligada à Policia Militar, criada em 25 de junho de 1992 por 72 integrantes de vários quartéis da Grande São Paulo. Esses policiais já exerciam serviços voluntários divulgando a fé, porém sem representatividade, e resolveram se organizar e criar uma Associação mantida por eles próprios, com objetivo de levar a Palavra de Vida, Esperança e de Salvação aos demais companheiros.
Objetivavam reconstruir os muros de proteção da família policial-militar com a placa de Jesus, exercendo a missão de trabalhar para Deus dentro da Polícia Militar e ajudar o profissional - que muitas vezes está ferido na alma - a encontrar a verdadeira paz. O trabalho missionário e cristão não poderia estar vinculado a uma igreja específica e, portanto, não poderia pregar usos e costumes na evangelização. Assim, os integrantes da Associação foram sempre cuidadosos em relação aos
costumes de cada igreja. Ao longo dos tempos, surgiram novos voluntários e nasceram também os Núcleos de Evangelização, sediados nos diversos quartéis da Polícia Militar por todo o Estado.
O 2º Núcleo de Assis teve uma história muita parecida com a da própria Associação. O Cabo PM Ivan Sérgio Alves, servindo na 3ª Cia de policiamento rodoviário em Assis, em março de 2002, movido pelo Espírito Santo, procurou o Capitão PM Nelson Garcia Filho, então Comandante, para promover oração e intercessão pela Instituição, por seus integrantes e suas famílias. A proposta foi muito bem aceita e, desse modo, em 01 de abril de 2002, aconteceu a 1ª reunião com Jesus Cristo, inaugurando uma seqüência de reuniões que não mais se interromperam. Esses encontros semanais receberam mais tarde o nome de “Manhãs com Deus”.
Ao longo dos anos seguintes outros oficiais comandaram interinamente a Companhia; porém, somente em outubro de 2004, o 1º Ten PM Adriano Ara-
Cabo Ivan, Coordenador do Núcleo
não, também como comandante interino, ratificou o trabalho evangelístico que vinha sendo realizado, prestando todo apoio à iniciativa.
Uma data especial ocorreu em março de 2005. Na ocasião, o Cb Ivan pela primeira vez fazia contato por telefone com a Associação dos “PMs de Cristo” (São Paulo), no intuito de adquirir exemplares de Bíblias Sagradas para distribuição durante visitas familiares que realizava nos lares dos policiais militares rodoviários de Assis e região. Foi atendido naquele dia pelo Major Res PM Cláudio, que tomou conhecimento da existência do grupo sem denominação e explicou-lhe sobre a necessidade de oficializar o trabalho e implantar o Núcleo, além de consagrar o Cb Ivan Sérgio e também o Sd Alfredo dos Santos que o auxiliava.
Assim, na noite de 02 de abril de 2005, na Sede do Comando da 3ª Cia, ocorreu um Culto de Ação de Graças pelo aniversário do grupo, com a presença de aproximadamente 150 pessoas, oportunidade
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em que o Ten Res Zezza - Representante da Associação - consagrou o Cb Ivan e o Sd Alfredo, respectivamente como Líder e Vice-líder do oficializado 2º Núcleo dos PMs de Cristo em Assis (o 1º Núcleo já havia sido estabelecido no 32º BPM/I –Batalhão de Área de Assis).
Em 22 de Junho de 2005, o Capitão PM Adilson Luís Franco Nassaro (Cap Franco) assumiu o Comando da Companhia e tomou conhecimento do trabalho. Foi recebido em sua posse, no dia 22 de Julho de 2007, com uma Manhã com Deus dirigida pelo Cabo PM Ivan, contando com a pregação da Palavra realizada pelo Bispo da Diocese de Assis, Dom Maurício Grotto.
O novo Comandante ficou impactado com o agir de Deus nesse trabalho e ratificou a continuidade do seu funcionamento. Ainda mais, auxiliou o Cb Ivan e o Sd Alfredo na implantação das Manhãs com Deus nos Pelotões de Ourinhos e Marília, fortalecendo-se a sua expansão.
O Ten Aranão, Comandante do 3º Pelotão (Ourinhos) requereu a implantação do Sub-Núcleo e, assim, esse foi o primeiro implantado em 23 de junho de 2005, encontrando-se hoje sob a direção do Cb PM Reginaldo Marvulli. O Ten PM Augusto José de Carvalho Filho, Comandante do 2º Pelotão (Marília), também requereu a implantação, o que ocorreu em 19 de agosto de 2005, Sub-Núcleo atualmente dirigido pelos Cb PM Valdecir Gonçalves dos Santos e Jairo Lopes Rodrigues.
O 2º Núcleo de Assis possui um livro em que são registrados todos os eventos de sua história. Ali estão registrados nomes de homens e mulheres que visitaram o Núcleo e que, em nome do Sr. Jesus Cristo, pregaram as Boas Novas do Evangelho ou deram testemunho do que Deus fez em suas vidas, após um compromisso de entregar sua vida a Ele. Também estão registrados: as realizações de todas as Manhãs com Deus, inclusive aquelas desenvolvidas na rodovia junto aos caminhoneiros; cultos de Ação de Graças pelo “Dia do Soldado” em teatros e igrejas; participações em cerimônias militares; orações intercessoras antes do inicio de operações
Capitão Franco e Cabo Ivan, com o Pastor “Cajara”, em Assis. 2007 “Campanha da Família”
militares; diversas visitas aos lares de policiais militares; representações da Polícia Militar pelo Líder do Núcleo e importantes testemunhos de policiais militares. Também estão registrados momentos tristes pela realização de culto fúnebre de familiares de policiais e outros muito alegres, como Encontros de Casais e a Campanha pela Família. Tudo isso está registrado com ilustração de fotos e filmes.
Hoje, depois de mais de 06 anos de Evangelização e Intercessão, verifica-se dificuldade na manutenção ideal desse trabalho. O Cabo PM Ivan prossegue na coordenação das atividades, contando com o apoio institucional dos Comandantes para realização da Obra. Esse tipo de serviço voluntário requer ainda maior dedicação do Líder do Núcleo, pois todos os eventos significam, na prática, uma gota d´água no deserto escaldante. Constata-se necessidade real de visitas constantes aos lares, a manutenção de atendimentos aos diversos feridos por depressões, separações conjugais e filhos dispersos, além da continuidade de visitas aos hospitalizados ou àqueles que perderam entes queridos. Nota-se, sim, um mover das pessoas pelas ações do Núcleo; porém, na falta de acompanhamento no trabalho evangelistico, elas tendem a voltar ao estado inicial.
“Levando palavra de vida e esperança ao Policial Militar”
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Pedimos a Deus que esse serviço possa ter uma dimensão muito maior, com o reconhecimento do Comando da Polícia Militar para expansão de tal Obra. Também, para que sejam escolhidos homens e mulheres que verdadeiramente possuem um chamado de Deus para a nobre missão, cumprindo-se o que o Sr. Jesus nos revelou.
Finalizando este capítulo, façamos uma oração:
“Deus, louvamos o Teu Nome, porque o Senhor é um ser que cumpre suas promessas expressas na sua Palavra Sagrada. Tudo o que fizemos não foi em vão; sabemos que o Senhor está presente em nós, mas o Senhor fez mais, manifestou-se no nosso meio. Jamais poderíamos ter os resultados profissionais e familiares que obtivemos ao longo desses anos, assim como qualquer outra Companhia da Polícia Militar. Pelo seu amor, em especial na 3ª Cia de Polícia Militar Rodoviária, fomos reconhecidos não somente em nível do alto Comando da Polícia, mas também em nível do Governo do Estado; fomos homenageados individualmente pelas nossas ações. Assim, confiamos no Senhor, no seu Filho Jesus Cristo e na ação do Espírito Santo no futuro que deverá ser ainda mais promissor. Amém”.
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Programa de Educação para o Trânsito
Recebimento de equipamentos de multimídia na Prefeitura de Assis, em 2007
Depois de muito planejamento e reuniões entre policiais militares rodoviários que atuam em Assis e em cidades próximas, foi colocado em prática, por meio de um grupo de voluntários, um programa idealizado para funcionamento em Assis e região, denominado: “Educar para o trânsito é educar para a vida”.
As atividades foram iniciadas em setembro de 2006, para desenvolver a consciência de jovens alunos. Tal iniciativa, inédita no âmbito do Policiamento Rodoviário pelas suas características, nasceu da boa vontade de abnegados policiais que se propuseram a trabalhar nos horários de folga, por uma causa digna, empregando os seus conhecimentos profissionais e sua energia, em prol da comunidade em que vivem.
Dentre esses policiais, destacam-se aqueles que desenvolvem palestras e exposições e vêm cumprindo com muito boa vontade a missão assumida. São eles: os Sargentos Sampaio e Vamir; os Cabos: Oliveira e Abel e os Soldados: Gildo, Valdinei, Ludwig, Emerson e Dias. Também prestam sua colaboração e apoio o Sgt Reginaldo, o Sd Ussuy, Sd Rogério e a Sd Temp Aline. A todos eles é devido especial reconhecimento pelo imediato atendimento ao chamado e ao aguçado senso de responsabilidade social.
Por conta da imprudência e da ir-responsabilidade de alguns, o trânsito brasileiro, urbano ou rodoviário, é considerado uma grave doença que necessita de tratamento intensivo, com um remédio potente chamado “educação”. A mudança
para um trânsito melhor somente ocorre a partir da conscientização da nova geração sobre a maneira correta de se conduzir um veículo em via pública, aprendendo a respeitar a sinalização e usar da cortesia.
Os jovens adequadamente educados, antes mesmo de se tornarem condutores, passam a cobrar dos seus pais e conhecidos atitudes de respeito no trânsito. Quando começarem a conduzir veículos, brevemente, integrarão um grupo de motoristas de comportamento exemplar, colaborando inclusive para a segurança dos demais usuários do trânsito.
Os policiais participantes do programa sentiram a necessidade de desenvolver atividade preventiva na área da educação, conscientes de que o Policiamento Rodoviário não pode ser considerado algo distante da realidade, do dia-a-dia das cidades do interior. Aliás, tal modalidade de ação policial se revela cada vez mais presente e diretamente relacionada com a comunidade local e o trânsito urbano, não obstante sua área restrita para fins de fiscalização, ou seja, rodovias estaduais, acessos e faixa de domínio (área marginal na rodovia).
O fato é que as cidades, outrora pequenas, cresceram e as rodovias ficaram próximas, inseparáveis das questões urbanas. Por esse motivo, os usuários regionais acabam sofrendo o impacto do trânsito rodoviário, do contínuo movimento que conjuga a ação de motoristas de distantes partidas e destinos, com o público local, ingresso diariamente nesse fluxo que já separa bairros e distritos industriais, para não dizer dos estabelecimentos comerciais, propriedades rurais, alças de acesso para avenidas, faculdades, e até presídios, todos interligados na mesma malha viária.
Simulação de trânsito em acampamento escoteiro. Assis, 2006 Aula do programa de Educação para o Trânsito. Assis, 2007 Pág. 42
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Palestra inaugural do programa, no “Instituto de Educação” de Assis. 2007
Destarte, nota-se que muitos dos acidentes da região envolvem usuários locais, condutores, passageiros e pedestres no cenário da rodovia.
O programa insere os alunos num processo criativo, contextualizando seu desenvolvimento global, potencializando suas aptidões, por meio de amplo e riquíssimo campo de conhecimento. Ao mesmo tempo, colocam-se os policiais em uma posição pró-ativa para evitar a prática de infração de trânsito, exatamente aquela que, por dever de ofício, continuam a reprimir rigorosamente com o propósito de salvar vidas.
Cada um dos jovens ouvintes do programa, na faixa dos 16 e 17 anos, próximo de tirar a habilitação para conduzir veículos, ouve a palavra do policial militar rodoviário, fardado, que passa lições preciosas, com apoio de recurso áudio-visual e conteúdo cuidadosamente preparado. As boas avaliações e o envolvimento da comunidade têm superado as melhores expectativas, o que incentiva a continuidade do trabalho desses profissionais especialistas em trânsito.
Em 2007 a Câmara Municipal de Assis aprovou lei, com apoio da Prefeitura Municipal, para o repasse de valores em aquisição de equipamento completo de multimídia (notebook, projetor de imagens e tela portátil), para utilização no desenvolvimento das palestras.
Ainda, uma viatura da Companhia foi colocada à disposição dos policiais para deslocamentos necessários ao programa. Também o Grupo de Escoteiros de Assis tem participado de eventos relacionados ao programa.
O concurso de frases de segurança no trânsito desenvolvido em 2006 e 2007 resultou em divulgação das vencedoras em programação de televisão local e em outdoors, com grande cobertura da imprensa regional. O programa recebeu durante os três anos de funcionamento diversas Moções de Aplausos de Câmaras Municipais e elogios provenientes de diversas autoridades e órgãos da região.
Com toda essa mobilização, no segundo semestre de 2006 foram atingidas 2110 adolescentes em escolas da rede estadual de ensino, em 12 cidades da região; em 2007 foram 2200 alunos da rede estadual (no primeiro semestre) e 1530 alunos da rede municipal de Assis (no segundo semestre); para 2008 é projetado número equivalente ao alcançado em 2007. Nos mesmos períodos, como uma benção divina sobre esse esforço, o número de mortes em acidentes de trânsito nas rodovias regionais diminuiu mais que a média estadual, particularmente na área do primeiro pelotão (Assis).
Podem até dizer que os policiais são sonhadores. Não há problema, eles estão assumindo sua parte de responsabilidade e o sonho já está se tornando realidade porque, juntos, acreditaram nele!
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Escotismo e PoliciamentoRodoviário em Assis
Distribuição de panfletos na “Semana Nacional do Trânsito”, em frente a Base de Assis, em 2007
O Grupo Escoteiro Carajurú, instituição também cinquentenária em Assis, se orgulha de fazer parte da história do Policiamento Rodoviário no município. As duas instituições formam uma parceria de sucesso, pois buscam o mesmo fim, ou seja, o bem da comunidade de uma maneira geral. Pela comunhão de propósitos, os integrantes do Grupo sempre apoiaram as iniciativas do Policiamento Rodoviário, especialmente aquelas de caráter educativo, tais como as campanhas de prevenção de acidentes e as comemorações pelo Dia do Motorista.
As ações conjuntas tornaram-se mais freqüentes e passaram a dar efetivos resultados quando o Soldado PM
Amarildo Delfino Dias foi eleito Diretor Presidente do GE Carajuru e o Cap PM Adilson Luís Franco Nassaro, Comandante da 3ª Companhia, foi eleito ao cargo de Diretor da Associação de Pais e Amigos do Carajuru (APAC).
A partir desse momento surgiram importantes projetos como a parceria para desenvolvimento do programa: Educar para o Trânsito é Educar para a Vida, que despertou o interesse do poder público municipal. Votou-se uma lei para que a APAC recebesse em doação um equipamento completo de multimídia, tela de projeção e um notebook, para uso da 3ª Companhia de Policiamento Rodoviário nos trabalhos do programa
de educação para o trânsito iniciados em 2006, tendo por premissa a defesa da vida e a integridade física dos futuros condutores, com total apoio da comunidade local.
O Grupo Escoteiro Carajuru também utilizou por diversas vezes o espaço físico da 3ª Cia, onde realizou acampamentos inesquecíveis tanto para os Escoteiros como para os Escotistas. Também, durante as campanhas da Semana Nacional do Trânsito, os jovens Escoteiros sempre se fizeram presentes na Base Operacional de Assis, entregando panfletos e orientando motoristas na companhia dos policiais, nas margens da rodovia Raposo Tavares.
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Acampamento Escoteiro na Sede da 3ª Companhia. Assis, 2007 Grupo em frente à Base de Assis. 2006
A última empreitada de 2007 - e talvez uma das mais importantes - foi a realização do plantio de dezenas de mudas de árvores de espécies diversas e também mudas de orquídeas defronte a sede da Companhia, momento ímpar que possibilitou aos jovens despertar sua consciência ecológica, preservando o meio ambiente e construindo um mundo melhor. Permanece a certeza de que as mudas plantadas crescerão, possibilitando melhor qualidade de vida a quem freqüenta esse ambiente.
Quando boas sementes são lançadas em terra fértil, bons frutos elas produzem e é exatamente o que acontece hoje com tão nobre segmento da Polícia Militar de São Paulo. Não é qual-
Capitão Franco recebe homenagem, do Grupo Escoteiro “Carajurú”, na Câmara
de Assis em 2007
quer Instituição que consegue chegar tão longe e sobreviver com o passar das dé
cadas. Graças a Deus e ao trabalho intenso dos primeiros policiais que chegaram à região na década de cinqüenta, verdadeiros desbravadores, a sociedade regional tem o privilégio de contar com homens especializados que lutam diuturnamente pela preservação da vida e ainda combatem intensamente o crime organizado em nossas rodovias
Por isso, os Escoteiros de Assis (dos ramos Lobinho, Escoteiro, Sênior e Pioneiro), que hoje representam mais de uma centena de famílias, na posição de alerta bradam um forte “Bravo, Bravo, Bravíssimoooooo” aos abnegados Policiais que começaram esta historia e também àqueles que continuam a edificá-la de modo tão digno nesse Jubileu de Ouro.
Acampamento Escoteiro na Sede da 3ª Companhia. Assis, 2006 Pág. 45
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PROGRAMAS: “BRAV” E “IRCC”
“Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada“Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada“Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre uma montsobre uma montsobre uma montanha, nem se acende uma luz para colocá-la debaixo doanha, nem se acende uma luz para colocá-la debaixo doanha, nem se acende uma luz para colocá-la debaixo do alqueire, mas sim para colocá-la sobre o candeeiro, a fim de que brilhe aalqueire, mas sim para colocá-la sobre o candeeiro, a fim de que brilhe aalqueire, mas sim para colocá-la sobre o candeeiro, a fim de que brilhe a
todos os que estão na casa.todos os que estão na casa.todos os que estão na casa. Assim, brilhe vossa luz diante dos homens, paraAssim, brilhe vossa luz diante dos homens, paraAssim, brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus”que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus”que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus”
De forma inovadora, no início de 2007 foram colocados em funcionamento dois programas no âmbito da 3ª Companhia, o primeiro objetivando incentivar iniciativas das Bases Operacionais para redução de acidentes e vítimas: o BRAV (Bases que Reduzem Acidentes com Vítimas); o segundo, objetivando incentivar a obtenção de resultados no combate à criminalidade, em sistema de acompanhamento e pontuação individual dos policiais: o IRCC (Incentivo aos Resultados no Combate à Criminalidade.
BASES QUE REDUZEMACIDENTES COM VÍTIMAS
O BRAV estabeleceu uma competição saudável entre as 09 Bases Operacionais, partindo do princípio de que o nível de gerenciamento mínimo, no caso de cada Sargento responsável por Base, corresponde à menor área de fiscalização na organização do Policiamento Rodoviário. Sendo assim, a busca regionalizada de soluções é mais eficiente em razão da maior proximidade com o problema identifica
(Matheus 5, 14-15).(Matheus 5, 14-15).(Matheus 5, 14-15).
do como ocorrência de acidentes com vítimas.
Sabe-se que para alcançar redução de vítimas em acidentes, especialmente as fatais, é necessário o envolvimento e um esforço coletivo dos agentes que podem intervir no campo da engenharia e fiscalização, neste último para reorientação de condutas prejudiciais à segurança do trânsito. Não é possível conceber a análise fria de “mais um morto na rodovia”, sem sentir-se responsável pela perda de uma vida e deixar de envidar esforços capazes para a redução da tragédia que se assiste em graves acidentes de trânsito rodoviário.
No caso do 2º BPRv, cada Base Operacional possui um Sargento nomeado Cmt de BOp que pode e deve promover ações objetivando a redução de acidentes, especialmente aqueles com vítimas, em sua área de atuação, auxiliando o Tenente Cmt de Pel nessa campanha permanente, fazendo valer o compromisso institucional de preservação da vida como bem maior da sociedade.
Cabe ao Cmt de Pel, também, cobrar medidas e estabelecer metas, como forma de motivação, além de analisar os acidentes com vítimas e estabelecer ligações com os setores regionalizados de engenharia (no caso de área do DER, com as “residências”) para melhoria das condições de conservação e sinalização, dentre outros itens possíveis de intervenção.
Nesse sentido, a figura do graduado é valorizada pela função que exerce, como responsável por uma fração que, via de regra, é mantida inalterada, também levando em conta que os Tenentes, Cmt de Pel, se encontram naturalmente no desempenho de inúmeras atribuições próprias e, por administrarem extensa área de policiamento, nem sempre podem acompanhar a evolução do serviço de cada Base e implementar idéias que são capazes de surtir efeitos na diminuição de acidentes com vítimas. Portanto, não somente o Tenente, mas também o Sargento, deve adotar postura pró-ativa para a redução de acidentes com vítimas nas respectivas áreas de ação.
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Apoio ao usuário em geral, para evitar
acidentes
Para mensurar a evolução da desejada redução de acidentes, comparam-se períodos semelhantes e adota-se um cálculo proporcional, já preestabelecido em planilha excel de fácil preenchimento, a fim de estabelecer equilíbrio entre as Bases. Para tanto, levantam-se os dados referentes ao último período (ano e meses respectivos), com os números de cada uma das Bases Operacionais. Cada Base, então, deve buscar melhorar o seu
próprio desempenho do período anterior. Aquela que obtém a melhor evolução percentual, comparando-se os seus próprios resultados, é vencedora.
Não é levado em conta o número de vítimas de cada acidente e nem a gravidade dos ferimentos. Desse modo, para não superestimar alguns infortúnios com grande número de víti mas, trabalha-se com dois quesitos: o número total de acidentes com ví
timas e o número de vítimas fatais, por Base Operacional.
No final de cada mês são divulgados resultados parciais, periodicamente, para incentivar a adoção de medidas em nível regional. Ainda, com a divulgação dos resultados (parciais e final) evolui, naturalmente, um ranking do desempenho das Bases.
Ainda, os Sargentos são incentivados a manterem em atualização diária um quadro fixado em ponto bem visível das Bases com os seguintes dizeres: “Estamos há ..... dias sem vítimas fatais”, válido para a respectiva área da Base, como mais um fator motivacional.
No final do período de análise global (anual), o Sargento Cmt da BOp que obtém o melhor desempenho, com sua equipe - e também o Cmt do Pel respectivo - recebem elogios, eventual concessão de láureas, indicações de policial do mês, diploma de mérito especialmente elaborado para esse fim, quadro comemorativo para fixação na Base, divulgação do êxito alcançado e outras premiações que surgirem como possibilidade de efetivo reconhecimento do êxito alcançado, por exemplo, destinação de algum objeto obtido em doação para melhoria do ambiente interno da Base.
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Encerrado o ano de 2007, por exemplo, concluiu-se que a Base de Tupã, do 2º Pelotão, sob comando do Subtenente Valdemar (Comandante do Pelotão, Ten Carvalho) obteve a melhor evolução percentual, ou seja 26,96%. Para se chegar a esse valor, calculado automaticamente, verificou-se que a Base teve -3,92% de acidentes com vítima (49 em 2007 contra 51 de 2006) e -50% de fatais (6 em 2007 contra 12 em 2006). No segundo lugar, com -23,45% de redução, ficou a Base de Florínea, do 1º Pelotão (Sgt Júnior responsável, tendo o Sgt Valmir comandado boa parte do ano de 2007), sendo o Cmt do Pelotão o Ten Gilberto. Em terceiro lugar a Base de Ourinhos (urbana), com -23,35% (Sgt Ademir, tendo como Cmt do Pelotão o Ten Aranão). Das 9 Bases, 3 conseguiram redução nos dois itens (fatais e acidentes com vítimas) e 05 conseguiram reduzir número de fatais.
No conjunto, a 3ª Companhia encerrou o ano com uma redução de menos 13% de mortos em acidentes (83 em 2007 contra 95 em 2006) o que é muito significativo, em razão de que em 2006 já houve uma redução de menos 17,8 % em relação a 2005. Em am
bos os casos, melhor que a média de evolução do Estado de São Paulo.
A partir do início do ano de 2008 o Coordenador Operacional do 2º BPRv (Bauru) expandiu a aplicação do programa BRAV para todas as outras Companhias do Batalhão: 1ª (Bauru), 2ª (Itapetininga), 4ª (Araçatuba) e 5ª (Presidente Prudente).
INCENTIVO AOS RESULTADOSNO COMBATE À
CRIMINALIDADE
O programa IRCC foi idealizado para proporcionar maior motivação aos integrantes de quatro grupos em atividade no policiamento rodoviário patrulhas, equipes TOR, operadores de rádio e policiais da administração em apoio -, a fim de que alcancem, individualmente, melhores resultados no combate à criminalidade. Ao mesmo tempo, permite o acompanhamento do desempenho dos policiais militares rodoviários, identificando-se e recompensando-se aqueles que apresentam maior eficiência.
A idéia baseia-se também no conceito simples de “competição saudável” entre os policiais, observados os referi
dos grupos em que atuam - e também os seus círculos -, estipulando-se pontuação equilibrada para cada resultado prático de ações de combate a criminalidade, na busca de qualidade da intervenção, ou seja, destacar aquela que gera resultado mensurável, não simplesmente a quantidade de ações desenvolvidas.
Desse modo, a iniciativa, a experiência, o tirocínio e até mesmo a sorte podem influir na computação e revelar quem, ou melhor, quais os policiais militares que mais trazem resultados positivos para a melhoria da estatística dos Pelotões e da Subunidade, na luta contra o crime nas rodovias. Lidam-se, portanto, com números, para mobilizar pessoas.
Os melhores pontuados recebem, no final do período anual de observação, um pacote de premiação que envolve as motivações possíveis no âmbito da Polícia Militar (láureas, elogio, indicação como policial do mês, possibilidade de escolha de melhor período para afastamentos regulares, diploma de mérito e outras que surgirem). Também são premiados com presentes arrecadados dentre as associações representativas de policiais militares atuantes na região.
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Dia do Policial Militar Rodoviario em Assis, 2008, na Câmara Municipal, com entrega da premiação dos programas IRCC e BRAV
É dada ampla divulgação aos resultados, com emissão de parciais a cada mês, durante o funcionamento do programa, em ranking de pontuação nos dois círculos: Cb/Sd, Sgt/Subten. No caso dos Sargentos, a divulgação é restrita ao respectivo círculo.
O espírito de competição é provocado pela divulgação, mês a mês, em quadro de avisos da pontuação dos policiais - Cb/Sd - a exemplo do que ocorre com o campeonato de pilotos de fórmula 1 em que somente no final do período é revelado o vencedor, ou seja, aquele que normalmente não venceu todas as provas, mas somou mais pontos. A constância e a perseverança, portanto, são fundamentais para o policial alcançar destaque.
Os dados são retirados das mensagens “021”, dos Boletins de Ocorrência e dos Termos Circunstanciados lavrados, diariamente atualizados pela própria administração da Cia, sob supervisão imediata do Cmt de Cia, em lançamento nos campos próprios de uma planilha excel já preparada para esse fim. Possível, portanto, a eventual recontagem em caso de falha de lançamento, vez que os critérios são absolutamente objetivos, conforme tabela de pontuação previamente definida.
A pontuação discriminada prevê a valorização do trabalho em equipe, des
tacando que os policiais integrantes da patrulha recebem a respectiva pontuação individualmente, de acordo com os dados registrados nos documentos de origem (fonte da informação). O operador de rádio que atuou no caso de captura ou na identificação de veículo caráter furtado, roubado ou adulterado, em consulta, identificação de documento falso e outros delitos também recebe a mesma pontuação.
A tabela de pontuação é simplificada e as regras de funcionamento são bem claras, para proporcionar a segurança de sua aplicação e o sentimento de justiça na atribuição do mérito final, incentivando a continuidade das iniciativas para repressão à criminalidade.
Ainda, os Cmt de cada Pel e também os graduados Cmt de Bases podem instituir premiações em âmbito local para os policiais militares que se destacam no mesmo período, independentemente da premiação providenciada pelo Comando da Cia, levando-se em conta que a pontuação objetiva estabelece um parâmetro confiável de aferição de desempenho, pronto e disponível para imediata consulta.
Os números obtidos em 2007 revelam que a 3ª Companhia continua em ritmo forte contra o crime. Por exemplo,
em todo o ano foram registrados somente 02 casos de roubo de carga, delito praticamente extinto na ampla região se comparado à outras áreas; foram 107 prisões em flagrante, com 682 pessoas detidas (contra 647 de 2006); foram 83 procurados pela Justiça capturados (contra 77 de 2006); foram 2.960,35 Kg de droga apreendida (praticamente três toneladas), em diversas ações fiscalizadoras, contra 1.995,55 Kg apreendidos em 2006.
Os policiais que se destacaram no ano de 2007, somando maior número de pontos no contexto do programa IRCC foram os seguintes:
Equipe TOR: Sgt Sampaio, Cb Elias e Sd Idair.
Patrulheiro: Sd PM Genésio (1º Pelotão).
Operador de rádio: Sd PM José Roberto (Base de Assis, 1º Pelotão);
Efetivo em apoio: Sd PM Rogério (auxiliar na sede da 3ª Cia).
No âmbito do 2º BPRv, o Coordenador Operacional do Batalhão iniciou acompanhamento da pontuação de todo o efetivo, por meio da Seção de Informações, abrangendo o efetivo de toda a Unidade, utilizando-se de base de dados específica para esse fim e tabela de pontuação similar, além da observação de outros critérios de interesse operacional.
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Policial Padrão do ano de Assis
Discursos na Câmara Municipal, durante a solenidade doPolicial Padrão do Ano, em 2007
Cabo PM Wagner Barrionuevo Ventura, em 2005
Por meio da lei municipal nº 4.400, de 06 de janeiro de 2004, foi regulamentada a concessão do Diploma “Policial Padrão do Ano”, mérito outorgado a policiais lotados no município. Com base em lei anterior, de iniciativa da Câmara Municipal de Assis, desde 1994 os Vereadores já vinham elegendo policiais militares de destaque, do efetivo do Batalhão de Área local (32º BPM/ I), enaltecendo a dedicação dos profissionais de segurança pública em serviço na cidade, em ato público, como forma de manifestar o reconhecimento de toda a comunidade.
A partir do ano 2.000 ocorreu importante mudança: também passaram a ser homenageados representantes dos demais órgãos policiais, dentre eles um policial militar rodoviário em serviço no 1º Pelotão (Assis) ou na sede da Companhia.
Os profissionais que recebem o título “Policial Padrão do Ano” são os escolhidos pelos Vereadores, convocados pelo Presidente da Câmara, após recebimento - encaminhado pelas Instituições - de uma lista tríplice com o nome e a função dos indicados respectivamente no âmbito da 1ª Companhia do 32º BPM/I (policiamento de área), da 3ª Companhia do 2º BPRv (policiamento rodoviário), 2º Pelotão Ambiental (policiamento ambiental), 2º SGI (bombeiro), pelo Delegado Seccional da Polícia Civil de Assis e pelo Perito Chefe da Seção de Polícia Técnico-Científica local (criminalística).
A lista com o nome dos indicados é encaminhada mediante ofício até o dia
1º do mês de junho de cada ano, referente ao período anterior, juntamente com a síntese das indicações. Na falta de recebimento das indicações, a lei municipal prevê a possibilidade de escolha direta e exclusiva dos Vereadores, podendo contar com apoio das Entidades Representativas da Polícia Civil e Militar.
Por fim, de cada órgão poli cial é eleito àquele que receberá o diploma em solenidade especial mente agendada e desenvolvida normalmente no mês de dezembro, com as homenagens merecidas. São representados, dessa forma, os cin co órgãos policiais com atuação e sede no município.
No caso da 3ª Companhia do 2º BPRv, encontra-se disciplinado o procedimento para a indicação da lista tríplice por meio da Ordem de Serviço 2BPRv001/30/07, de 15 de maio de 2007, com
preendendo uma escolha com critérios objetivos, por eleição dentre os pares e superiores, com pesos distintos, consolidando a participação dos próprios policiais. Ainda, excluem-se das indicações os eleitos em anos anteriores, para que outros policiais também tenham a oportunidade de receber a distinta homenagem.
Desde o ano 2000, tivemos a satisfação de ver eleitos policiais militares rodoviários de grande valor, que mereceram as indicações e o reconhecimento público de suas qualidades, representando dignamente todo o efetivo que trabalha no Pelotão de Assis, compreendendo neste as Bases de Assis e de Florínea e também da sede da Cia. Ao longo desses sete últimos anos, foram os seguintes homenageados, sempre em referência ao desempenho do período anterior à eleição:
POLICIAL PADRÃO DO ANO DE ASSIS
2000 - Sargento PM Célio Marcos SAMPAIO 2001 - Sargento PM VALMIR Dionizio 2002 - Sargento PM PAULO Cesar Lopes Furtado 2003 - Soldado PM GENESIO Alves Moreira 2004 - Cabo PM Wagner Barrionuevo VENTURA 2005 - Soldado PM GILDO Cardoso de Araújo 2006 - Soldado PM Francisco José LUDUWIG
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Encontros de confraternização
Jantar do final do ano de 2005, no Clube São Paulo de Assis
Nos últimos anos foram intensificados os momentos de confraternização entre os policiais militares rodoviários como forma de estimular a camaradagem, de comemorar bons resultados profissionais obtidos e, também, de manifestar o contentamento pelo desempenho da função.
Mesmo diante de alguma dificuldade própria da atividade profissional, são notáveis as manifestações de orgulho e apreço por integrar o efetivo do Policia
mento Rodoviário. Esses eventos valorizam, sobretudo, a união da família policial-militar-rodoviária.
Dentre as memoráveis confraternizações destacam-se os elegantes jantares dançantes de final de ano, por adesão, realizados respectivamente em 2005, no São Paulo Clube de Assis, com 400 pessoas; o de 2006, no Tênis Clube de Assis, com 500 pessoas (81 policiais militares rodoviários com parentes e amigos) e o de 2007, no salão da AABB, em Marília, que
Decoração especial para os jantares dançantes realizados em 2005, 2006 e 2007
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reuniu 450 pessoas. Todos foram marcados por ótimos
serviços de buffet, decoração especial, bandas-show para animação e a presença maciça de casais em trajes sociais. Para a organização de cada um desses grandes eventos trabalhou uma comissão de voluntários, cuja recompensa maior foi a satisfação de proporcionar inesquecíveis momentos de alegria a todos os participantes.
Também são lembrados os campeonatos de futebol com a participação dos times da sede da Cia e de cada um dos três Pelotões (Assis, Marília e Ourinhos) tradicionalmente realizados por ocasião do “Dia do Policial Rodoviário” (23 de julho), ou do “Dia do Soldado” (25 de agosto); os almoços de confraternização dos encontros de Equipes TOR do 2º BPRv realizados uma vez por ano na área da 3ª Cia; os churrascos de final de ano, próximo ao Natal, com a presença do Papai Noel no salão de confraternização da Companhia; noites festivas nas sedes; os inesperados “happy hour” de sexta-feira a tardezinha e tantos outros momentos de descontração que tornam cada vez mais unidos os policiais militares rodoviários.
Deve-se mesmo valorizar o que é mais importante na Instituição: a pessoa do seu profissional!
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Convivência
Almoço na Sede da Cia com o pessoal do DER e Deputado Mauro Bragato Almoço de Natal, com familiares de policiais em dezembro de 2006
Jantar dançante em dezembro de 2006, em Assis Jantar em dezembro de 2007, em Marília
Jantar dançante em dezembro de 2005, em Assis Equipe do Pelotão de Marilia em confraternização - 2004
Jantar dançante em dezembro de 2006, em Assis Jantar dançante em dezembro de 2007, em Marilia
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Convivência
Time do Pelotão de Assis, Dia do Policial Rodoviario, 2006 Cantores da Banda Jet Boys, de Assis, cantam em surpresa aos policiais, 2005
Time da 3ª Cia disputa Campeonato “Dia do Soldado” na ADPM, 2006 Equipe da administração da Cia, em 2005. Sgt Fernando, Sd Floriano, Cb Furlaneto e Sd Gerson
Policiais Femininas do pelotão de Marilia: Sd Neliane, Cb Renata e Sd Pelicer Momento de descontração em uma das confraternizações da 3ª Cia, 2006
Policiais em serviço na madrugada de Natal, na Base Operacional de Assis, em 2005 Encontro TOR, em 2007, na sede da Cia
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O Grupo de Transporte Canavieiro (GTC)
Àrea de abrangência e empresas que integram o Grupo na região de Assis
Em razão das características do solo e do clima, a região do Vale do Paranapanema tem na agricultura sazonal o seu ponto forte no campo econômico. Destacam-se nesse contexto a soja, a cana-deaçúcar, milho, mandioca e café. A cana é responsável pela significativa produção de álcool e açúcar - e mais recentemente de energia elétrica por termoelétricas -, no funcionamento de mais de dez usinas instaladas, que correspondem, no seu conjunto, a 7% de toda a moagem de cana no Estado de São Paulo.
Ocorre que todo esse volume de cana-de-açúcar precisa ser transportado a cada ano pelas rodovias durante a duração da safra (de abril a novembro), como um dos grandes motores do desenvolvimento sócio-econômico regional, estabelecendo-se situações de risco para o trânsito. Então, surgiu naturalmente a preocupação, por parte de representantes das empresas do setor sucro-alcoolero, do DER e do Policiamento Rodoviário, em organizar um grupo com representantes, responsáveis de cada entidade, para preparação do transporte, partindo do fiel cumprimento da legislação de trânsito, da promoção de instrução aos motoristas e da adoção de medidas práticas, objetivando dar maior segurança a esse tipo de transporte e, com isso, evitar acidentes.
A primeira reunião preparatório de safra ocorreu em 1992, com participação do
Diretor de Divisão do DER e do Comandante Regional do Policiamento Rodoviário, representando os órgãos públicos incentivadores do Grupo de Transporte Canavieiro, juntamente com diretores e responsáveis pelo setor de transporte das empresas interessadas. Desde, então, todo ano ocorre esse encontro preparatório da safra, oportunidade em que são traçadas as metas e os compromissos voltados para a segurança do trânsito rodoviário no transporte da cana.
Os compromissos assumidos e cumpridos pelas empresas compreendem a implantação gradativa de carrocerias fecha
das para o transporte da cana, a manutenção de equipe exclusiva para limpeza da pista, eliminação do uso de fogo com a implantação de sinalizadores eletrônicos, empedramento e sinalização adequada dos acessos, além da limpeza dos caminhões evitando-se barro na pista e a perda da funcionalidade dos refletivos.
O DER mantém canal aberto para sugestões e propostas de melhorias na rodovia, acompanha as providências adota-das pelas empresas, viabiliza serviços de engenharia de interesse público e processa os pedidos de autorização especial de transporte, dando suporte aos usuários por meio de suas equipes técnicas e de apoio (Unidades Básicas de Atendimento).
O Policiamento Rodoviário, responsável pelas fiscalizações do trânsito e do transporte, igualmente mantém estreito contato com os responsáveis pelas equipes de transporte, promove instruções por meio de palestras de educação para o trânsito voltadas ao público específico, esclarecendo dúvidas a respeito da legislação específica e cobrando o fiel cumprimento das normas de trânsito, a fim de evitar acidentes.
O sucesso do “Grupo Canavieiro”, que já completou dezesseis anos de funcionamento ininterrupto, é comprovado pelos baixos índices de acidentes relacionados ao transporte de cana na região de Assis e a boa manutenção da pista, sem restos de cana. A experiência de verdadeiro envolvimento dos profissionais interessados, pioneira no âmbito estadual pelo que se tem notícia, foi inclusive levada para outras regiões produtoras de cana, onde se criaram grupos similares.
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O companheiro Marco Brasil
O locutor de Rodeios Marco Brasil, que foi Policial Militar Rodoviário da 3ª Cia, em jantar, em Assis. 2005
Muitas pessoas que hoje ouvem a voz marcante do locutor e apresentador de rodeios Marco Brasil talvez se surpreendam em saber que ele, de 1988 a 1993, trabalhou como policial militar rodoviário, atuando nas Bases de Assis, Ourinhos e Santa Cruz do Rio Pardo.
Natural de Dracena, nascido em 28 de janeiro de 1966, Marco Aurélio Ribeiro teve infância humilde e sempre acreditou em sua capacidade de superar desafios, aproveitando bem as oportunidades que apareceram em seu caminho. Aos 21 anos ele desistiu de tentar carreira profissional no futebol (como goleiro) e ingressou na condição de soldado, mediante concurso, na Polícia Militar Rodoviária de São Paulo. Identificado profissionalmente como o “Soldado Marco Aurélio”, RE 886752-6, fez amigos e construiu história de sucesso. Exatamente nessa fase de sua vida, o indiscutível talento foi revelado e, então, o artista não coube mais dentro da farda
Vários de seus colegas, ainda atuantes no Policiamento Rodoviário, lembram com sorriso indisfarçável episódios que merecem registro. Descrevem que, no final da década de 80, o soldado Marco Aurélio era o mais alto
da turma, com quase dois metros ainda somados à bota e ao quepe do tradicional uniforme de policial rodoviário.
Sempre de bem com a vida, alegre e comunicativo, não escapou da escalação, como goleiro, para defender o time do seu pelotão nos torneios internos. E destacou-se como bom defensor. Por essa participação, foi lançado um elogio escrito nos seus assentamentos individuais, hoje arquivados na sede da Companhia de Policiamento Rodoviário de Assis, constando que o time venceu o “Torneio Integração” realizado na ADPM de Assis em 1993, evento que reuniu vários times de policiais militares da região.
A elevada estatura, aliás, foi motivo de algumas situações até engraçadas. O soldado Marco Aurélio era obrigado a regular o banco do passageiro da viatura modelo voyage no último nível e deitá-lo para conseguir nela entrar. Por “coincidência”, foi escalado para patrulhar junto com o policial mais baixo da equipe... Então, em certa ocasião, permaneceu dentro da viatura operando o rádio, quase que deitado no banco ajustado à sua altura, enquanto o colega baixinho realizava uma fiscaliza
ção de trânsito. De repente, o cidadão fiscalizado começou a ameaçar o policial, achando que ele estivesse só. O comportamento inesperado durou até o momento em que Marco Aurélio saiu lentamente da viatura para perguntar qual era o problema...
Outro episódio envolvendo a questão da sua altura deu-se durante uma fiscalização envolvendo um caminhão. O soldado Marco Aurélio caminhou em direção à boléia do veículo, junto com seu companheiro e solicitou os documentos ao motorista. Então, esse lhe disse: “tudo bem, pode fiscalizar, mas não está certo você vir subindo no estribo do caminhão desse jeito...” O mal entendido foi desfeito quando o motorista constatou que o policial estava, na verdade, com o pé no asfalto e desculpou-se dizendo que nunca tinha visto um rodoviário tão alto.
Fatos tristes também marcaram esse período, como o trágico acidente de trânsito no Km 486 da Rodovia Raposo Tavares em que faleceu o cantor “Jessé”, no ano de 1992. O Soldado Marco Aurélio se encontrava de serviço exatamente no dia, pela Base Operacional de Assis e acompanhou a ocorrência.
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Em confraternização com os Policiais Militares Rodoviários, em Assis, 2006
Durante as longas madrugadas em serviço na rodovia, nos intervalos das fiscalizações, quando surgia o silêncio, Marco Aurélio gostava de fazer alocuções para descontrair o ambiente e, para tanto, colecionava frases que observava em pára-choques de caminhões. Projetava a voz em alto volume e cantava versos e trovas, tendo os colegas como ouvintes. Nesses momentos, “declamava poemas tendo como únicas testemunhas os companheiros e a luz do luar...”. Também era comum entrar nas bases operacionais brincando com os outros policiais, entoando trovas de estilo provocante e segurando um microfone invisível.
Surgiu, nessa época, a oportunidade de apresentar um programa sertanejo na rádio Itaipu FM em Marília, às 5 horas da manhã. Por cultivar as tradições sertanejas e a cultura do campo, apareceram na seqüência outras propostas e logo se firmou como locutor.
Outro policial militar locutor, cabo Gesiel “o patrulheiro 1020” (Silva Júnior), apresentou-o para um profissional do ramo, que possuía estúdio de gravação (o “chuchu”). Deu-se, nessa fase, início à trajetória de sucesso no rodeio graças ao estilo e carisma próprios de sua personalidade.
Quando não houve mais compatibilidade entre as diversas propostas recebidas e o desempenho da função de policial militar rodoviário, enfrentou com dificuldade a decisão de pedido de desligamento do serviço público.
Hoje, quando Marco Brasil passa por uma viatura ou por uma base do policiamento rodoviário em São Paulo, faz
Sd Marco, em 1990, região de Assis
questão de parar e conversar com os policiais, pois se sente em casa. Durante as locuções de rodeio, quando desce de helicóptero e vê nas proximidades da arena uma viatura do Policiamento Rodoviário, sempre manda um abraço para os “botas pretas”. De fato, deixa transparecer orgulho dessa fase da sua história, momento em que seu potencial artístico veio a aflorar.
Mesmo possuindo uma agenda disputada, com um nome internacionalmente conhecido, Marco Brasil aceitou prontamente o convite para participar do Jantar de Final de Ano dos rodoviários realizado em Assis, em dezembro de 2006, atuando como mestre de cerimônia. Confraternizou-se com os companheiros presentes e lembrou, emocionado, diversos momentos vividos. Lançou, ainda, na mesma noite,
uma música de homenagem aos policiais rodoviários em parceria com a dupla Joaquim e Manuel, também presente no evento, graças à sua iniciativa.
Por tudo isso, Marco Brasil, para você que sempre diz “acredite nos seus sonhos”, saiba que a consideração é recíproca. Receba um forte abraço de todos os companheiros do Policiamento Rodoviário. Nas suas viagens pelas rodovias de São Paulo, apareça sempre para rever os amigos, como fez recentemente junto à sede da Companhia de Assis, quando, de surpresa, veio trazer cópias de seu novo disco para os policiais. O mais importante Marco: seja feliz e continue transmitindo essa sua emoção para toda a gente do Brasil!
Sd Marco Aurélio, integrando equipe de patrulha, inicio dos anos 90
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Marco Brasil com a dupla Joaquim e Manuel, lançando música em homenagem aos Policiais Rodoviários, em jantar de final de ano no Assis Tênis Clube, em 2006
Música: Homenagem ao Policial Rodoviário(Joaquim e Manuel & Marco Brasil)
A nossa homenagem de grande valorDa classe querida de trabalhador
Orgulha o país, a nossa naçãoHomens e Mulheres de bravo trabalho
24 horas é o seu horárioProfissionalismo e dedicação.
São anjos da guarda de nossas estradas,Com disposição, honram suas fardas
Pedimos a Deus sua proteçãoPara os Militares e os FederaisConsideramos a todos iguais
Em versos rendemos nossa gratidão.
Todas as rodovias do solo traçadoNas Bases existem equipes de guardaSempre dispostos estão trabalhando
Os Federais e os MilitaresEssa união que nunca se acabe
As duas Polícias estão no comando.
Dando segurança ao povo estradeiro,São anjos da guarda dos caminhoneiros
Eles são fiéis e amigos seus.Viver viajando, você é feliz
Seja cauteloso obedeça ao que dizOs Rodoviários, Polícia de Deus.
A maior tristeza para o policialÉ prestar socorro em vítima fatalO seu coração quebra em pedaços
Por velocidade ou outras divergênciasEles estão presentes fazendo ocorrências
Eles são gentis, muito solidários.
Em sua viagem, se for abordadoTenha humildade seja educado
Estão sempre fazendo sua obrigação.Se for infrator diga: “sou culpado”
Conscientemente e diz: “muito obrigado”Tire como exemplo uma boa lição.
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O herói: “Vigilante Rodoviário”
Carlos Miranda, protagonizando o “Vigilante Rodoviário”
Encontra-se sempre nas principais solenidades do Comando de Policiamento Rodoviário, na Capital Paulista, o eterno Vigilante Rodoviário, Sr. Carlos Miranda, hoje Tenente Coronel da Reserva da Polícia Militar.
Não é difícil cumprimentá-lo e ouvir dele algumas palavras sobre a ficção que se tornou realidade. Ele incorporou plenamente o personagem inesquecível, primeiro herói da televisão brasileira, na década de 60 e, depois de inspirar gerações, continua influenciando vários admiradores.
Na época do lançamento da série, artistas como Ary Fontoura, Stênio Garcia, Ary Toledo e Juca Chaves atuaram como simples coadjuvantes em cenas que apresentavam dois protagonistas: a figura de um policial rodoviário e um cachorro.
O “Inspetor Carlos” tinha como inseparável e fiel companheiro o cão Lobo e, juntos, combatiam o crime nas rodovias. A dupla, ao lado de outros policiais rodoviários representados, encantou muitos jovens no saudoso seriado que entrou para a história como a primeira obra em formato de série produzida na América Latina por técnicos e artistas brasileiros, apresentada em preto-e-branco, alcançando um dos maiores índices de audiência da televisão brasileira em crescente desenvolvimento.
Lançada no início de 1961 pela ex
tinta TV Tupi, a série “O Vigilante Rodoviário” chegou a superar a audiência dos seus concorrentes importados “Rin-Tin-Tin”, “Papai Sabe Tudo” e “Lanceiros de Bengala”, então destaques na televisão. A série era exibida todas as quartas-feiras, as 20h, depois do programa jornalístico “Repórter Esso” apresentado nas emissoras de rádio da época. A TV Tupi colocava então no ar a famosa
música que marcava a chegada de mais uma aventura do policial rodoviário: “De noite ou de dia / Firme no Volante / Vai pela rodovia / Bravo Vigilante / O seuolhar amigo / É o sinal que avisa o perigo / Vigilante Rodoviário”.
Andando em seu “Sinca Chambord”, ou em sua moto, acompanhado do fiel amigo Lobo, o patrulheiro percorria as estradas envolvendo-se em perigosas situações, das quais sempre se saia muito bem. Conta-se que o proprietário de Lobo – um guarda-civil – recebia cachê maior do que o próprio galã do seriado, tão importante era a participação do animal.
O herói personificado no Vigilante Rodoviário mostrava virtudes como lealdade, tenacidade e sensibilidade no trato com as pessoas, independentemente da idade ou da situação social. Preocupava-se com a segurança da comunidade e sempre fazia o bem, ainda que desenvolvendo missões fora do âmbito de fiscalização das rodovias. Valorizava, em última instância, a dignidade da pessoa humana, ao mesmo tempo em que prendia criminosos e protegia a sociedade.
“Vigilante Rodoviário” e o inseparável cão Lobo em ação
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Coronel Carlos Miranda, em foto recente
Por isso não é exagero afirmar que, mesmo décadas depois, constitui atual modelo de relação da Polícia com a comunidade.
Voltando à história do artista Carlos, antes do êxito profissional trabalhava como figurante e fazia pequenas participações em filmes até viajar com um grupo de teatro mambembe. Já cansado de figuração, o ex-ator juntou-se com os produtores Ary Fernandes e Alfredo Palácios e passou a representar o personagem central, tendo como cenário as crescentes rodovias paulistas, aproveitando-se também o momento da implantação da indústria automobilística no Brasil. Infelizmente, depois de somar 37 capítulos, a série acabou saindo do ar por falta de patrocínio, permanecendo inabalável, todavia, a imagem de sucesso do Vigilante.
Durante as exibições do seriado que trazia marcas de modernidade, muitos jovens foram inspirados a ingressar no policiamento rodoviário, valorizando-se a atividade profissional pela referência do herói das estradas, idealista e nacionalmente conhecido.
Relata-se que depois de encerrada a série, Carlos Miranda estreou em
novelas da rede Tupi e participou de vários filmes, como ator e em outras funções, não demorando muito para que se decidisse pelo afastamento das câmaras. No entanto, Miranda sentia-se tão ligado ao papel do Vigilante que logo ingressou na Polícia Militar Rodoviária de São Paulo. Não teve dificuldades inclusive por que já havia freqüentado os cursos necessários durante o seriado. Afirmou em entrevista de 1988, já como Oficial da Reserva, em matéria publicada em revista comemorativa dos 40 anos da Instituição, que “não ficou rico, mas
sente-se recompensado por ter incentivado muitos a ingressarem na profissão, como policiais rodoviários e de saber que tem muitos fãs em todo o país”.
Hoje, o Tenente Coronel Carlos Miranda se apresenta em eventos, com o mesmo uniforme que o consagrou, resgatando a memória da TV e do cinema nacional e, também, divulgando o nome da Polícia Militar Rodoviária, educando crianças para o trânsito. Por isso se comenta, com toda propriedade, que no seu caso “a vida imitou a arte”.
Cenas de divulgação do antigo seriado “Vigilante Rodoviário”
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Clóvis Luciano Gomes: o rodoviário “Mão-de-Onça”
Equipe de “Bola ao Cesto” assisense, na década de 50, com o jogador, professor e policial rodoviário “Mão-de-Onça”
Muitos moradores antigos da em 04 de julho daquele mesmo ano de 10 de janeiro 1948, data de cria-cidade de Assis lembram com sauda- com apenas 14 patrulheiros. ção da “Polícia Rodoviária”). Além des de Clóvis Luciano Gomes. Filho O grupo era responsável pela dos dois irmãos, aproximadamente de família tradicional, no final de fiscalização das rodovias estaduais mais dezoito patrulheiros formados 1958 ingressou mediante concurso no de toda a região, remodeladas pelo no curso que funcionava em Jundiaí Departamento de Estradas de Roda- Governo de Ademar de Barros , foram somados ao efetivo inicial, sob gem (DER), junto com seu irmão abrangendo inclusive os trechos de comando do Tenente Mil ton de Octacílio Luciano Gomes, para com- Ourinhos e Presidente Prudente. Almeida Pupo, resultando um grupo pletar o efetivo do recém instalado Nessa época, o Policiamento suficiente, à época, para uma atuan“Destacamento de Polícia Rodoviá- Rodoviário ainda era exercido por te fiscalização rodoviária na extensa ria” que fora inaugurado no município patrulheiros vinculados ao DER (des- região com sede em Assis.
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Eram eles chamados pela população de “guardas rodoviários” e exerciam a polícia de trânsito, in clusive armados, com a participa ção de integrantes da Força Públi ca colocados à disposição do DER para servir no referido órgão.
Clóvis não se limitou a cumprir seus compromissos profissionais e continuou estudando, preparando-se para novos desafios, além de lecionar nos cursos da rede pública de ensino, na antiga “Escola Municipal Sede”, hoje conhecida como Escola João Mendes. Conquistou, com sua conduta, a admiração de diversos companheiros de profissão.
Não apenas isso.. . Além de patrulheiro rodoviário, estudioso, professor sereno e dedicado, ele era um respeitado jogador de basquete em Assis (esporte então conhecido como “bola ao cesto”), o que lhe valeu o apelido de “Mão-de-Onça”. O jornal impresso na época trazia as escalações do time que defendia a cidade, constando esse curioso nome pelo qual o atleta era conhecido no meio esportivo. Comenta-se que ele era um dos destaques do time, sem
pre responsável por muitas cestas, contando com boa estatura, compleição física e mãos fortes.
Mantendo a dedicação aos estudos, formou-se Bacharel em Direito em 1962, exatamente no ano em que ocorreu um fato que acabou mudando o rumo de sua vida profissional. A Força Pública absorveu a “Polícia Rodoviária”, estabelecendo em seus quadros um Corpo de Policiamento Rodoviário e, nessa ocasião, os patrulheiros civis concursados puderam optar pela permanência no DER, exercendo outras funções.
Clóvis manteve-se no DER e, graças à sua formação acadêmica e continuado estudo, desenvolveu uma bem sucedida carreira como assistente jurídico. Reconhecido pelo seu grande conhecimento na área do Direito, como Procurador, veio a ocupar inclusive o cargo de Chefe do Departamento Jurídico em São Paulo.
Depois de longos anos de serviço e também de aposentadoria intensamente vividos, veio a falecer em 2007. Seu irmão Octacílio, hoje morando em Rondônia, fez publicar uma mensagem na imprensa registrando que Clóvis permaneceu durante vários dias no leito de um hospital, enfermo, e mesmo assim sentin-
Clóvis, destaque do time assisense no final dos anos 50
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Clóvis Luciano Gomes, o “Mão-de-Onça” em ação
do-se útil e feliz pelo fato de poder falar de Deus a quem entrasse em seu quarto.
Talvez algumas pessoas que o conheceram como simplesmente o “Mão-de-Onça” ainda não saibam que ele, Dr. Clóvis Luciano Gomes, encerrou sua missão terrena deixando marcas no policiamento rodoviário, no DER, nas escolas, nos alunos a quem ensinou e também no esporte.
Um dos seus antigos alunos, que tem boas lembranças do polivalente professor Clóvis, é Lúcio Baptista Nassaro, que também trabalhou no DER durante mais de três décadas e é pai do atual comandante da Companhia de Policiamento Rodoviário de Assis. No seu diploma conquistado no final da década de 50 e hoje guardado com carinho consta o nome completo e a assinatura do mestre que era mais conhecido pelo expressivo codinome.
Enfim, se o que todos buscam com intensidade nessa vida é ser feliz, vale registrar a definição dada pelo irmão de Clóvis quanto à sábia forma com que o homenageado se encontrou com a felicidade: “O que é ser feliz? Jamais seria uma vida isenta de perdas e frustrações! Ser feliz é deixar de ser vítima e se tornar autor da própria História”.
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Major PM Edson Reis
Tenente Edson Reis, comandante do pelotão rodoviario de Assis.Década de 60
Edson Reis recebe a espada na Academia do Barro Branco, em 1963, em São Paulo
Edson Reis foi o Oficial que mais tempo comandou o Pelotão de Policiamento Rodoviário de Assis. Nascido em 06/12/1927, ingressou na Academia do Barro Branco e recebeu a espada em formatura de 1963. Como Tenente permaneceu durante quase doze anos a frente do Pelotão.
De porte atlético, alto e de boa sociabilidade, manteve excelente relacionamento com a comunidade assisense durante o período em que exerceu o comando e igualmente no período posterior ao serviço ativo, ou seja, após 1976. Era conhecido também pela prática de atividades esportivas e fez inúmeros amigos e admiradores em toda a região.
Na inatividade recebeu promo
ções, alcançando o posto de Major. Nessa condição, como Major da Reserva da Polícia Militar, em 02 de dezembro de 1999, as 11:45 hs, veio a falecer em trágico acidente de trânsito rodoviário, do tipo colisão transversal, na SP-333 (Rod Rachid Rayes), Km 400,500 - Assis/SP, local bem próximo da sede em que funcionava o referido Pelotão, ou seja, perto do aterro entre a Rodovia Raposo Tavares e o acesso para Marília (Km 444 da SP 270, trevo do Posto Modelo).
A Base Operacional de Assis (BOp 270/9), inaugurada em 1975, recebeu o nome de “Sargento Hermes Reis”, em homenagem ao irmão de Edson Reis, também policial militar rodoviário de grande conceito entre os
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companheiros da região de Assis. Essa Base permaneceu por vinte e seis anos em funcionamento na SP 270 Km 440 + 400m, no acesso principal da cidade até sua transferência para o Km 445, junto à sede da Companhia e do Pelotão, sendo reinaugurada em 2001.
Em razão da importância do Major Edson Reis para a historia do Policiamento Rodoviário em Assis, em 2008 o Comandante da 3ª Cia apresentou proposta para homenageá-lo por ocasião das comemorações do cinquentenário da sede de destacamento no município, dando o seu nome às instalações do 1º Pelotão, Assis, em nova construção, como justo tributo ao distinto e saudoso Comandante de Pelotão.
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Capitão PM Domingues, primeirocomandante do Pelotão de Ourinhos
Inauguração da Sede do 3º Pelotão (Ourinhos) e posse do então 2º Tenente PM Domingues, em 12 de outubro de 1989
Tenente PM Domingues, primeiro Comandante do Pelotão de Ourinhos
José Pereira Domingues nasceu, aos 13/10/47, em Tatuí/SP. Ingressou na Polícia Militar do Estado de São Paulo, em 20/09/69, como Soldado. Ocupou as graduações de Cabo, 3º Sargento e 2º Sargento. Em 14/02/86, por mérito intelectual, foi aprovado para o Curso de Habilitação para o Quadro de Oficial Auxilar (CHQOA) e, em 27/12/86, foi declarado 2º Tenente, sendo classificado no 2º Batalhão de Polícia Militar Rodoviária e designado para comandar o 2º Pelotão da 3ª Companhia.
Em 24/05/89, foi transferido para comandar o recém criado 3º Pelotão da 3ª Companhia do 2º Batalhão da Polícia Militar Rodoviária, sediado em Ourinhos, cuja instalação situava-se em precárias instalações às margens do Km 372+500 metros da SP 270 (Rodovia Raposo Tavares).
Compromissado em melhorar as condições de trabalho dos policiais militares rodoviários que ali serviam e a qualidade do atendimento ao público, o então 2º Ten PM José Pereira Domingues iniciou uma árdua luta para viabilizar a construção de uma nova sede para o 3º Pelotão, sensibilizando os seus comandantes e comandados, o Departamento de Estradas de Rodagem e a comunidade regional.
Em 1993, às margens do Km 28+400 metros da SP 327 (Rodovia Orlando Quagliato), iniciaram-se as obras da tão sonhada sede do 3º Pelotão.
Tenente PM Domingues, em Ourinhos
O local foi estrategicamente escolhido pelo 2º Ten PM José Pereira Domingues, pois a SP 327 era, e ainda é, a mais movimentada das rodovias da região de Ourinhos, tornando-se imprescindível a presença diuturna do Policiamento Rodoviário para a preservação da vida e integridade física dos seus milhares de usuários. A escolha foi certeira e atingiu o objetivo intentado pelo Oficial, pois das 25 mortes ocorridas nos seus 32 quilômetros de extensão em 1993, a SP 327, em 1994, foi palco de 11 vítimas fatais, uma redução de aproximadamente 55%.
O 2º Ten PM José Pereira Domingues, em 24/05/94, foi promovido ao posto de 1º Tenente e, 12/09/94,
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passou para a inatividade e foi promovido ao posto de Capitão, deixando as obras bastante adiantadas.
A nova sede do 3º Pelotão foi concluída e inaugurada em 15/09/95 e é uma das referências de atendimento e segurança nas rodovias do sudoeste paulista.
Em 27/02/00, infelizmente o Capitão Res PM José Pereira Domingues faleceu vítima de um tumor na cabeça, deixando saudades em todos aqueles que tiveram a oportunidade de celebrar do seu convívio amigo e alegre.
O Capitão Domingues era um profissional exemplar e exigia dos seus subordinados uma atuação irrepreensível em prol da defesa da vida nas rodovias. Mas também era um comandante amigo e preocupado com o bem-estar dos seus subordinados. No âmbito familiar, era esposo e pai sempre atento e presente, semeando e cultivando o amor em família.
A importância das ações do Cap Res PM José Pereira Domingues para o Policiamento Rodoviário e, em especial, para o 3º Pelotão da 3ª Companhia do 2º Batalhão de Polícia Militar Rodoviária é insofismável. Destarte, na busca do necessário reconhecimento do seu valor, por ocasião das comemorações do Cinqüentenário do Policiamento Rodoviário na região, foi proposta oficialmente a outorga do seu nome para a sede do 3º Pelotão da 3ª Companhia do 2º Batalhão de Polícia Militar Rodoviária, no município de Ourinhos.
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Tenente Salviano Gonçalo de Souza, um dos pioneirosSalviano nasceu em 1922, em Ca
baceiras, na Paraíba, e foi admitido como Soldado voluntário na Força Pública em 1948, na cidade de São Paulo, após ter servido junto à Força Expedicionária brasileira. Ingressou na recém criada “Polícia Rodoviária Estadual” no mesmo ano, ao superar testes de conhecimentos, permanecendo atuante no policiamento rodoviário até 1976, quando então passou para a inatividade.
Como acontece com todos os desbravadores, o começo da carreira foi para ele muito difícil. Com o avanço e evolução das rodovias em direção ao interior do Estado, montaram-se equipes para cuidar da fiscalização em pontos avançados e Salviano foi designado, em 1950, para fundar o 1º Destacamento Rodoviário de Bauru (hoje sede do Comando Regional – 2º Batalhão de Polícia Rodoviária), ao lado de outros patrulheiros. A área de circunscrição abrangia todo o oeste paulista, até Presidente Prudente, inclusive, ponto limite das incipientes rodovias estaduais.
Para enfrentar as grandes distâncias, a forma de operação impunha enormes sacrifícios aos patrulheiros, que dispunham de poucos recursos (apenas uma viatura) e atuavam de modo itinerante, pernoitando em diferentes municípios durante intermináveis viagens. Nessa
Tenente Salviano, em 2006, Assis
época, as “rodovias” do interior apresentavam-se construídas em cascalho e, algumas, em terra batida. Quando chovia, se fazia necessário passar a máquina moto-niveladora para aplainar o leito carroçável, a exemplo do que ocorria no prolongamento da Av. Rui Barbosa, na saída da cidade de Assis. Sim, porque no começo da década de 50 o povo interiorano ouvia falar de asfalto apenas como material necessário para pista de avião...
Nessas paragens, o DER dava suporte mediante serviço de “Residência”, que já funcionava em Assis, dentre outras cidades, para a manutenção das ro-
Tenente Salviano, em 2006, Assis, depois de entrevista em frente a sua casa
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dovias regionais mediante reparos básicos, colocando cascalho em terrenos arenosos ou construindo aterros com transporte de terra por meio de burros em procedimento comum na época.
Em razão da falta de viaturas, normalmente os patrulheiros viajavam de carona e faziam grandes caminhadas, de dia ou de noite, enfrentando situações difíceis em rodovias pouco movimentadas. À noite, quase sempre longe de casa e dos entes queridos, em pensões, ao tomar banho, tiravam a terra do nariz e dos cabelos e penavam para lavar a farda cáqui, em razão da força e da cor do solo vulcânico (a chamada “terra roxa”) do desbravado e crescente oeste paulista.
Em 1958, Salviano acompanhou a criação da Divisão do DER (a DR-7) em Assis, cidade que já era considerada importante entroncamento rodoviário e, também, o “Destacamento Rodoviário”, com sede permanente no município, inaugurado em 04 de julho do mesmo ano. Trabalhou intensamente nas duas décadas seguintes em missões diversas, testemunhando a evolução tanto no aspecto logístico quanto técnico-profissional do policiamento rodoviário, junto com o desenvolvimento regional e a melhoria das condições das rodovias estaduais. Passou para a inatividade, como Tenente, três anos antes do seu Destacamento alçar à condição de Companhia (1979), mesmo ano de criação do Batalhão com sede em Bauru (2º BPRv).
Ao final de extenso relato colhido em depoimento no mês de março de 2006, oportunidade em que Salviano descreveu toda a sua trajetória profissional, disse emocionado, certamente em nome de vários contemporâneos seus: “não me arrependo de ter enfrentado tantos desafios; faria tudo novamente e tenho muito amor por essa Polícia. Amo a Força Pública, a Polícia Militar, o Policiamento Rodoviário, de coração”.
Os policiais militares rodoviários de hoje são legatários de algo inestimável, construído com sacrifício, dedicação e perseverança pelos pioneiros desbravadores. Devem, bem por isso, registrar essa história e edificá-la, para também ser tornarem dignos de pertencerem a ela.
Missão cumprida, Salviano! (Salviano faleceu em 01 de feve
reiro de 2007, aos 84 anos, em Assis).
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Subtenente Sebastião Wilson de Seixas Pinto
Patrulheiro Seixas, no posto de fiscalização, em Marilia, década de 60 Em fiscalização de caminhão, final da década de 60
Existem alguns exemplos dignificantes de gerações que atuaram no policiamento rodoviário da região, demonstrando verdadeiro amor à profissão passada de pai para filho. Dentre eles as famílias: Dias, Marques e Seixas.
O Sub Ten PM Sebastião Wilson de Seixas Pinto, RE 21.926-6, foi admitido como Soldado em 08/04/1960; promovido a Cabo em 1967 e a Sargento em 1972. Quanto à sua trajetória profissional, trabalhou na cidade de Garça no período de 1960 a 1963 (na Força Pública); foi transferido para o Policiamento Rodoviário em 1963 depois de concluir curso específico em Jundiaí, tendo atuado como patrulheiro rodoviário na baixada Santista (Cubatão) e, após, em Bauru e Marília (a partir de 1964).
No posto de Marília, traba lhou juntamente com o Tenente Ari (que é pai do Capitão Arildo Dias e avô do Tenente Douglas, todos do Policiamento Rodoviário). Casou-se em 28/12/1963 com Aurélia Peres de Seixas Pinto, de Garça.
Em 1971 trabalhou na Base Operacional de Pirajuí (Policiamento
Rodoviário), atuando como Comandante da Base durante o período de 1972 a 1976. A partir de 1978 serviu no Corpo de Bombeiros e no CFAP (Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças), em São Paulo, trabalhando no Curso de Sargentos até 1985, ocasião em que adoeceu e permaneceu afastado até 1986.
Faleceu em 14 de abril de 1986, aos 48 anos de idade, de morte natural.
Deixou três filhos: Lúcia Helena de Seixas Pinto, administradora de empresas; Wilson de Seixas Pinto, policial militar rodoviário - Sargento PM servindo em Marília - e Renata de Seixas Pinto, professora.
Seixas, fiscalizando condutor de Gordine, década de 60
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Soldado Ramos e outros heróis da 3ª CiaAntônio Ramos da Silva nas
ceu em Marília, aos 02 de setembro de 1959. Ingressou na Polícia Militar em 31 de maio de 1979 e, depois de servir no 9º BPM/I (policiamento de área em Marília) foi movimentado por conveniência própria para o 2º BPRv em 1988, mesmo ano em que iniciou o Curso de Especialização em Trânsito Rodoviário, em São Paulo.
Após conclusão do curso, foi incluído no estado efetivo da 3ª Cia, designado para servir junto ao 3º Pelotão (sede em Ourinhos), local em que se dedicou ao policiamento rodoviário até o dia em que faleceu, em serviço, vítima de disparo de arma de fogo.
O Soldado Ramos se encontrava de serviço no último dia da Operação Finados de 1997, em 04 de novembro, realizando fiscalizações em frente à Base de Ourinhos, no Km 28 + 400m da SP 327, quando uma moto com dois ocupantes aproximou-se do local. O passageiro (garupa), que era um detento que se encontrava beneficiado por indulto, havia obrigado uma moto-taxista de Ourinhos a transportá-lo e portava um revólver. Diante da parada na Base Operacional, efetuou rapidamente disparos contra o policial militar rodoviário, que não teve oportunidade de reagir.
Apesar de tentar fuga a pé, na seqüência, o autor dos disparos foi preso pelos demais policiais militares rodoviários e respondeu criminalmente pelo homicídio.
Sendo reconhecida a morte do Soldado Ramos oficialmente como em razão do serviço, foi ele promovido a Cabo PM “post morte”. Sua foto encontra-se na “Galeria de Heróis”, fixada na entrada principal da sede do 2º BPRv, em Bauru.
Em memória do herói patrulheiro, o Comando da 3ª Cia decidiu homenageá-lo, propondo dar o seu nome à Base de Piraju, reconstruída em 2007 e pertencente ao Pelotão de Ourinhos, local em que Ramos trabalhou, dentre as Bases desse Pelotão.
Soldado Ramos
Sepultamento do Soldado Ramos
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Também o Cabo PM Arlindo da Silva Sobrinho permanece na memória dos companheiros policiais militares rodoviários, particularmente do Pelotão de Assis, em que pese sua morte em 18 de julho de 1992 não ter ocorrido propriamente em razão do serviço.
N a t u r a l d e P r e s i d e n t e Bernardes, ele ingressou na Polí cia Militar em 1986 e a partir ja neiro de 1987 foi classificado no 1º Pelotão da 3ª Cia (Assis). Depois de ser promovido a Cabo, em 1992, continuou trabalhando no pelotão, destacadamente na Base Operacional de Florínea, SP 333 (Rodovia Miguel Jubran), na divi sa de São Paulo com o Paraná.
No dia 18 de julho de 1992, quando retornava do serviço, após 12 horas de trabalho na Base de Florínea, por volta das 7h30min, envolveu-se em acidente de trânsi to no Km 404 da SP 333, sentido Assis. Na oportunidade, dirigia o seu veículo particular e veio a fa lecer em virtude dos ferimentos sofridos. Possuía 32 anos de idade.
Em homenagem ao Cb PM Arlindo da Silva Sobrinho, que era profissional estimado pelos demais companheiros, a Base Operacional d e F l o r í n e a r e c e b e u s e u n o m e quando reformada, mediante a Lei Estadual nº 8.619, de 23 de março de 1994, conforme registro em pla ca de metal f ixada em ponto de destaque naquela sede.
Arma utilizada pelo criminoso, no assassinato do Soldado Ramos
Placa fixada na Base de Florínea em homenagem ao Cabo Arlindo da Silva Sobrinho
Já os Soldados Júlio Budiski e Olímpio Ferreira da Silva foram assassinados quando em serviço na Base Operacional de Rancharia, em 08 de março de 1985, por um casal de criminosos que armou uma emboscada, em uma ação previamente articulada, ludibriando-os durante o trabalho no período noturno.
Nessa época, a Base pertencia à área da Companhia de Assis. Por esse motivo, e em homenagem aos dois patrulheiros, a Base de Santa Cruz recebeu o nome “Soldado Budiski e Soldado Olímpio”, quando da sua inauguração em 17 de outubro de 1986, conforme placa de metal fixada em sua fachada.
As fotos dos dois patrulheiros podem ser encontradas também na “Galeria de Heróis”, na entrada principal da sede do 2º BPRv, em Bauru.
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Fiscalização intensana fronteira com o Paraná
Hélio Verza Filho Tenente Coronel PM
(como Major PM, foi Subcomandantedo 2º BPRv de 2004 a 2008)
Quando Tenente, comandei as equipes de TOR da área do Batalhão e fui também responsável pela Seção de Informações, razão pela qual conheci de
perto essa área, o valor dos patrulheiros em suas iniciativas e os resultados notáveis que ao longo do tempo surgiram por conta da precisa intervenção policial.
Vivemos juntos momentos de intensa alegria com ocorrências históricas, de grande repercussão e também enfrentamos momentos tristes, como a morte de policiais em serviço. De tudo, fica a certeza de uma prestação de serviço à altura do merecimento da comunidade paulista, da missão cumprida e da preparação para novos desafios.
Igualmente junto com o efetivo da Companhia de Assis, participei de vários campeonatos de futebol de campo, na sede da Subunidade, em um ambiente de convivência saudável, no correto caminho da valorização do ser humano que se encontra dentro da farda. De fato, a união das equipes, do comando, de cada patrulheiro, em prol do objetivo comum, faz toda a diferença.
Aos policiais militares rodoviários de Assis e Região externo cumprimentos pelo cinquentenário dessa importante modalidade de policiamento com sede local e vislumbro um futuro promissor, por conta do constante aperfeiçoamento das técnicas policiais e manutenção do compromisso de trabalho com qualidade, aliado a um profundo respeito ao ser humano, que é marca do Policiamento Rodoviário.
Durante mais de duas décadas de serviço no âmbito do 2º BPRv, como Tenente, Capitão e Major, pude acompanhar de perto as atividades desenvolvidas na região sob coordenação da Companhia de Assis, tanto na área de trânsito quanto nas fiscalizações voltadas à repressão da criminalidade.
As características de fronteira com o Paraná e os importantes eixos de ligação rodoviária que passam nessa área, ao lado do profissionalismo dos policiais militares rodoviários, permitiram a intensificação verificada nas ações contra o tráfico de drogas, de armas e o transporte ilegal de mercadorias diversas, que configura o contrabando ou descaminho, dentre outros delitos. Buscas em ônibus rodoviário de linha, em frente à Base de Assis
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O Policiamento Rodoviário “é diferente” Benedito Roberto Meira
Major PM Coordenador Operacional
do 2º BPRv
Em grande parte dos 27 anos em que já trabalhei na Polícia Militar, atuei na cidade de Bauru, no 4º BPMI, o famoso e centenário 4º BC - “Batalhão de Caçadores”. Em 2005, promovido a Major PM, fui designado para servir no 2º BPRv e exercer a função de Coordenador Operacional. Um verdadeiro desafio.
Jamais poderia imaginar que me seria confiada a missão de trabalhar no Policiamento Rodoviário. Inicialmente fiquei apreensivo, afinal de contas em toda minha carreira profissional havia servido exclusivamente em Unidade territorial – Batalhão de área (4º BPMI). O meu amigo e “irmão” Coronel PM Helder Pereira, que atuou no Policiamento Rodoviário praticamente toda sua carreira, ao saber da designação, tão logo me encontrou e disse: “Meira, o Policiamento Rodoviário não é melhor e nem pior que o Policiamento Urbano Territorial, ele é diferente”.
Guardei comigo a mensagem do Coronel Helder e comecei a observar as atividades desenvolvidas, a missão da unidade, as peculiaridades e diversidades de cada região e das rodovias. As unidades do Policiamento Rodoviário são consideradas pela Instituição como “unidades especializadas” e compete a elas a execução dos serviços de policiamento e fiscalização de trânsito e transporte nas rodovias estaduais, por meio de convênio firmado com o Departamento de Estrada e Rodagem – DER.
Além da atuação voltada à prevenção de acidentes de trânsito, não podemos deixar de mencionar a forte atuação do Policiamento Rodoviário na repressão ao crime nas rodovias. O grande aliado do policiamento rodoviário é fator surpresa. Os usuários das rodovias estaduais ao serem abordados por policial militar rodoviário acreditam num primeiro momento que serão objetos apenas de fiscalização de trânsito e mal podem imaginar que o “Guarda Rodoviário” poderá também voltar sua atuação na repressão ao crime. Aí está a surpresa e a vantagem em relação ao criminoso.
Os indicadores criminais e operacionais demonstram que a cada ano as rodovias passaram a ser utilizadas pelos infratores da lei como alternativa para o tráfico de drogas, de animais silvestres e de armas, roubo de carga, contrabando e descaminho.
As insistentes e necessárias reuniões de análise crítica, realizadas mensalmente, permitem elaborar um diagnóstico e observar a evolução dos acidentes de trânsito e crimes ocorridos nas rodovias. Ao mesmo tempo, possibilitam a avaliação do desempenho dos policiais militares por meio dos indicadores resultantes da ação de fiscalização de trânsito e operacionais, voltados à repressão ao crime.
Quanto ao “diferente” que o amigo Coronel Helder enfatizou, acabei descobrindo o seu verdadeiro sentido: não existe rotina nas rodovias. A diversidade de usuários, de veículos e de ocorrências induz os policiais militares rodoviários a serem constantemente instruídos sob a ótica da legislação de trânsito e a possuir tirocínio policial diferenciado no tocante à repressão criminal.
Certa vez um instrutor da Academia do Barro Branco disse que o policial militar, se fosse comparado com
algum animal, deveria sê-lo com o “camaleão”, ou seja, aquele que possui a capacidade de se adaptar e atuar com naturalidade na diversidade de problemas que enfrenta no dia-a-dia.
Graças a nossa capacidade “camaleônica”, a Polícia Militar com mais 170 anos e o Policiamento Rodoviário com 60 anos de existência resiste a tudo e a todos e consegue promover a tão almejada sensação de segurança ao cidadão no mais absoluto respeito e compromisso com a “Defesa da Vida, da Integridade Física e da Dignidade da Pessoa Humana”.
Operação na SP 333, entre Assis e Marília
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Tapete VermelhoNelson Garcia Filho Major PM atual Subcomandante
do 4º BPM/I (Bauru)
Quando recebi telefonema do Capitão atual Comandante da 3ª Cia do 2º BPRv, o grande amigo Franco, fiquei muito lisonjeado pelo convite por ele formulado, para realização da difícil tarefa de, em apenas uma ou duas laudas, sintetizar o que vivi no comando dessa subunidade, de 2001 a 2002.
Falar daqueles dias é muito prazeroso, pois avalio que foi nesse período que minha carreira foi impulsionada.
Lembro do primeiro dia em que cheguei em Assis e fui muito bem recebido por todos. Um policial viajou até Bauru para buscar-me e achei, desde então, diferente de tudo que havia conhecido.
Os policiais militares já me conheciam pelo sistema de trabalho que havia implantado na Rodovia Castelo Branco, com o uso da tecnologia com câmeras de vídeo, em que nossos patrulheiros acompanhavam em tempo real o que estava acontecendo em toda extensão da rodovia. Depois, as concessionárias Ecovias e Autoban também adotaram o sistema para as suas rodovias, mas tive o gosto de ser uma das pessoas que acreditou no sistema que mais tarde cidades também colocariam nas ruas e avenidas de todo o país.
Resolvi colocar o título no texto de “Tapete Vermelho”, pois foi o que senti que fizeram para mim sem que eu merecesse tal atitude. Depois percebi que não eram somente os policiais que me tratavam bem, mas a própria comunidade de um modo geral.
Percebi que os funcionários do DER eram solícitos e o comércio local atendia muito bem os seus clientes. Essas impressões valeram muito, pois em todos os locais e ocasiões em que me expresso, acabo citando a cidade de Assis como exemplo de acolhimento.
Bem, o fato é que talvez eu tenha
“Quando o filho lheperguntar: papai,
onde iremos quando nósmorrermos? então diga paraele olhar para o céu e ver asestrelas; lá as estrelas estãoumas ao lado das outras e
sempre as estrelas maispróximas são o pai e a mãe,irmãos e primos e amigos,
de forma que nuncae durante toda eternidade
estarão juntos
”dado sorte, ou realmente a luz estava brilhando bastante na Terceira Companhia, mas lembro-me bem que aprendi que o crime organizado não é difícil de desmanchar quando se derrota a sua logística. Conseguimos atacar francamente o tráfico de drogas do cartel de Bogotá, na linha Raposo Tavares x São Paulo e também derrotamos as quadrilhas de roubo de carne bovina, além de desestruturar o contrabando de cigarros para a Capital.
Bastava uma idéia e todos a abraçavam. Mas tem uma coisa muito importante em tudo isso, meu Comandante e conselheiro, na época o Major Daniel Rodrigueiro era meu ícone, pois discutia cada detalhe das minhas idéias, por que ele, como eu, adotamos livros de táticas militares, apesar de sermos policiais. A realidade que vivemos nos dias de hoje dá campo para aproveitarmos estratégias e táticas estudadas no campo da guerra.
Claro que sempre houve a preocupação de que ninguém percebesse o uso dos sistemas táticos, pois o que queríamos mesmo era a prisão dos criminosos.
A Companhia de Assis é estratégica em todos os sentidos e seu efetivo sabe disso. A Polícia Federal, não raras vezes, procura estreitar os laços de
amizade e cooperação, bem como a coirmã Polícia Civil.
Lembro-me também de que, como o terreno da sede da Cia é muito grande, comprei dois pôneis e os coloquei para pastar no local cheio de árvores e frutos. Chegamos até a idealizar um lugar para festas, aproveitando um barracão que o antigo comandante ganhara de um fazendeiro.
Não vou nomear os policiais para não cometer deslize, vez que cada um tinha o perfil necessário para a sua função e não a toa várias vezes fomos reconhecidos como uma das melhores Companhias da Polícia Militar em questões de apreensões de armas e drogas e outros quesitos; mas nunca esquecerei a dona Valda que preparava cada bife para mim como se eu fosse filho dela, pois ela sabia que eu tinha três filhos e a minha esposa estava grávida novamente e eu nunca suportei ficar longe deles.
Aos meus amigos, meus irmãos, deixo a lembrança da história que um dia contei para todos em reunião: “Quando o filho lhe perguntar: papai, onde iremos quando nós morrermos? então diga para ele olhar para o céu e ver as estrelas; lá as estrelas estão umas ao lado das outras e sempre as estrelas mais próximas são o pai e a mãe, irmãos e primos e amigos, de forma que nunca e durante toda eternidade estarão juntos”. É o que lhes digo hoje: vocês da Terceira Companhia, estarão sempre comigo, até lá no espaço quando formos estrelas.
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A missão de preservação da vidae o combate à embriaguez ao volante
Diante de uma gravíssiAdriano Aranão ma infração administrativa de
1º Tenente PM Comandante do trânsito, que causa sério e imi3º Pelotão (Ourinhos) nente risco à segurança viária,
não poderia ficar o Poder Público despido de qualquer me-
A Polícia Militar do Es dida capaz de superar a negatado de São Paulo, no exercí tiva do condutor de se submecio da sua nobre e relevante ter aos testes em questão. O missão constitucional e legal, interesse público, consubstanbusca incessantemente a preser ciado no direito coletivo ao vação da vida, da integridade fí trânsito em condições seguras, sica e da dignidade da pessoa não pode sucumbir em face da humana. negativa do motorista.
Nas rodovias paulistas, a Com este novo instruatuação firme e compromissa mento jurídico, o Policiamenda do Policiamento Rodoviário, to Rodoviário poderá atuar tanto no combate à criminali ainda mais firmemente no dade como no policiamento e combate à embriaguez ao vofiscalização de trânsito, tem lante, impondo aos motoristas sido uma das mais importantes infratores as medidas legais garantias de tranqüilidade e se- cabíveis, e melhor cumprir a gurança daqueles que diuturnamente se utilizam dos milhares de quilômetros da nossa malha viária.
Inserindo-se neste contexto, a 3ª Companhia do 2º Batalhão de Polícia Militar Rodoviária tem obtido acentuado destaque. Merecem aplausos, dentre outras atividades de polícia de segurança, as toneladas de drogas anualmente apreendidas, as dezenas de veículos recuperados e os inúmeros condenados capturados. De outro lado, muitos acidentes são prevenidos e incalculáveis as vidas preservadas.
Nesta sua incansável e permanente batalha a favor da vida, o Policiamento Rodoviário se defronta com aqueles que insistem em beber e dirigir, trazendo perigo e morte para as nossas rodovias.
Inúmeras são as campanhas educativas que alertam para o perigo da combinação álcool e volante. Ainda assim, a embriaguez ao volante continua sendo uma das principais causas de acidentes e mortes no trânsito brasileiro. O álcool e as demais substâncias de efeitos embriagantes atuam diretamente
sobre o sistema nervoso central, diminuindo sensivelmente a capacidade de reação diante das adversidades surgi-das durante as viagens.
Diante deste cenário, o legislador pátrio, ao elaborar a lei nº 9.503, de 21 de setembro de 1997 (CTB), reservou recrudescido tratamento àquele que é surpreendido dirigindo veículo automotor sob efeito de álcool ou de substância entorpecente, tóxica ou de efeitos análogos, tipificando a sua conduta como infração administrativa e, tendo gerado perigo de dano, também como crime de trânsito.
No combate à embriaguez ao volante, importante foi a mudança introduzida pela Lei nº 11.275, de 7 de fevereiro de 2006 no art. 277 do CTB, possibilitando que, diante da recusa do motorista de soprar no bafômetro ou ceder sangue para exame laboratorial, o agente de trânsito pudesse lavrar o auto de infração e adotar as demais medidas administrativas cabíveis com base em outras provas em direito admitidas, notadamente a testemunhal.
sua missão de preservação da vida, da integridade física e dignidade humana no trânsito.
Entretanto, cônscio de que a verdadeira e duradoura mudança não se opera pela repressão, cuja importância no combate em curto prazo da embriaguez no trânsito é insofismável, o Policiamento Rodoviário também investe nas ações educativas, buscando, por meio do alerta e da conscientização, a transformação necessária para a garantia da vida no trânsito.
Finalizando, é necessário destacar que nestes 50 anos de história do Policiamento Rodoviário com sede na região, muito já se fez pela preservação da vida, da integridade física e dignidade humana no trânsito e, tenham todos certeza, muito ainda será feito. Valorosos policiais já ofertaram a sua contribuição, inclusive, como o Sd PM Antônio Ramos da Silva, com o sacrifício da própria vida. Outros ainda virão e, sem dúvidas, também deixarão a sua passagem registrada com ações em prol da construção de um trânsito mais seguro e humano.
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O trabalho das equipes TOR
Paulo César Lopes Furtado Sargento PM
Chefe de Equipe TOR em Assis
Foi com muita surpresa que recebi convite do comandante da Companhia para escrever algo sobre as equipes de Tático Ostensivo Rodoviário (TOR), para o livro em comemoração aos 50 anos de Policiamento Rodoviário com sede na nossa região.
Certamente esse será um livro que marcará gerações. As histórias a serem contadas são tantas que não caberão somente em um volume. Então pensei na responsabilidade que assumiria ao cumprir o solicitado. Missão difícil... Gosto muito de atuar, de estar à frente de ocorrências, mas escrever realmente não é minha melhor habilidade. Assuntos, temas, histórias e mais histórias dos meus quase vinte anos de Policiamento Rodoviário começaram então a surgir sem parar.
Grandes lembranças, boas recordações e também momentos difíceis vividos; mas aí vinha a sensação de poder colaborar e mostrar quão grande, nobre e bonita é a nossa missão. Autuar, ensinar, prender, acalmar, salvar. Há quem já nos chamou de “anjos do asfalto”.
Tudo girava na cabeça numa velocidade excessiva e nem ao menos conseguia começar. Vieram lembranças de ocor
rências policiais, acidentes, atendimentos, instruções, amigos, aqueles que já se foram - por terem passado para a inatividade ou não -, as histórias que nos contavam, aquilo tudo que nos ensinavam.
Nomes surgiam sem parar e me perdoem se esqueci de algum: Eduardo, Lérias, Ditão, Lara, Splicido, Moreira, Toledo, Furlan, Nunes, Lucas, Domingos e tantos outros. Todos me ensinaram algo e com isso consegui chegar a este momento de ter a honra de traçar algumas linhas sobre essa Instituição tão importante, para
mim e para milhares de cidadãos que cruzam as rodovias no dia-a-dia.
O Capitão foi bem específico na orientação: “lembre também do Tático Ostensivo Rodoviário (TOR) de 1988 e 1989, quando as equipes surgiram na região”. Como algumas linhas teriam que sair, decidi por um paralelo rápido das ocorrências que acompanhamos no final dos anos 80 e no começo de 90, até os dias atuais.
Naqueles tempos, e parece que foi ontem mesmo, eram muito comuns apreensões de veículos furtados ou roubados em São Paulo, ou adulterados, que passavam pelas rodovias estaduais para serem vendidos ou trocados por droga no Paraguai. Praticamente em todo serviço recuperávamos um carro nessas condições. Esse assunto mereceu até reportagem da Rede Globo. Um repórter fez o percurso e mostrou como era o método dos criminosos; mas, injustamente, apresentou somente as possíveis falhas na fiscalização durante todo o percurso e não mencionou quantos carros nós recuperávamos naquela fase.
Com o passar do tempo essa modalidade de crime foi sendo trocada por outras. Vieram os roubos a ônibus de turismo que levavam “sacoleiros” para fazer compras no Paraguai. Eram montadas verdadeiras operações de guerra para combater essas quadrilhas que agiam desde a rodovia Castelo Branco até a SP-333.
Apreensão de droga escondida no banco de veículo. Assis, 2007 Pág. 72
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Equipe TOR realizando condução de preso em flagrante Sgt Paulo realizando instrução de tiro no estande do TG de Assis
Algumas foram desmanteladas e houve vários criminosos presos, graças ao empenho de todo o efetivo e das equipes TOR. Outras quadrilhas desistiram, pois sentiam a presença forte do Policiamento Rodoviário fazendo frente a qualquer delito.
Já no final dos anos 90 e começo de 2000, com o aperfeiçoamento da fiscalização, não havia uma modalidade de crime que se sobressaísse em nossa região, sem que tivesse a atenção do Policiamento Rodoviário voltada para o seu combate. Passamos a agir em todas as frentes, com as equipes TOR sempre na vanguarda.
A partir de 2000 as equipes TOR do 2º BPRv passaram a combater sistematicamente o tráfico de drogas. Nossa região sempre foi mostrada como a “rota do tráfico”. A imprensa se incumbiu de dar essa denominação. Foi então iniciado um procedimento próprio para as equipes TOR atuarem no combate ao tráfico de drogas em transporte regular de passageiros.
Os traficantes passaram a usar intensamente essa modalidade e o trabalho de repressão resultou - e continua resultando – em boas ocorrências. A nossa região pode não constituir propriamente uma rota, mas representa uma alternativa, em razão de que estamos geografica mente posicionados em um ponto importante do Estado em relação aos estados do Centro-oeste brasileiro e países como o Paraguai, Bolívia e Colômbia, conhecidos como produtores e fornecedores de drogas.
Aproveitando nossa posição, as equipes TOR da 3ª Cia passaram a investir pesado no ataque ao tráfico de
drogas. Várias são as ocorrências dessa natureza. Algumas com quantidades de drogas surpreendentes, outras em quantidades menores, mas, que na soma geral, nos colocam como uma das Companhias de Policiamento de São Paulo que mais apreende drogas em todo o Estado.
Só para recordar uma ocorrência - e esta não podia ficar de fora porque até hoje é lembrada nas conversas sobre as grandes apreensões - foi a de 2.040 Kg de maconha e 10 Kg de haxixe em um ônibus de “turismo”, em abril de 2004. Durante patrulhamento pela SP-333, eu, o Sd PM Valter e o Sd PM Genésio avistamos no pátio do Posto Panema um ônibus parado entre os caminhões. Esperamos alguns minutos e o veículo reiniciou sua viagem. Decidimos abordá-lo. Tão logo parou, desceu o motorista e outras duas pessoas, sendo que uma delas de imediato pediu que fossem liberados e ofereceu um "cafézinho" para a equipe (tentativa de suborno). Sem darmos ouvidos à insinuação daquele sujeito franzino, moreno, de barba, entramos no coletivo e no teto um parafuso mal apertado chamou-me a atenção. Decidimos removê-lo.
Para nossa surpresa o ônibus estava com o teto, as laterais e fundos falsos recheados de maconha. Foi a maior apreensão, durante ação fiscalizadora, registrada na área da 3ª Cia. Quatro pessoas conseguiram fugir e outras quatro foram presas em flagrante. Depois, descobrimos que a pessoa que nos ofereceu o "cafézinho" era conhecida como "Ligeirinho", um dos maiores traficantes de drogas da região norte de São Paulo.
Graças a essa ação naquele dia, investigações foram deflagradas e o traficante se encontra hoje preso, tendo respondido também por aquela ocorrência. E depois dessa vieram muitas outras, também expressivas, mas com menores volumes de apreensão. A intensificação no combate ao tráfico de drogas foi um compromisso assumido e cumprido até hoje com desenvoltura, dedicação e busca contínua de melhores resultados.
Tal ação fiscalizadora ultrapassou divisas. Órgãos policiais de outros Estados passaram a investir pesado também no combate ao tráfico; os próprios traficantes buscaram alternativas. Passaram a ser mais cautelosos e atualmente buscam, de toda a forma, ludibriar a fiscalização. Muitas vezes chegam inclusive a transportar droga dentro de fundos falsos de combustível; mas as equipes TOR, juntamente com as equipes de patrulha da nossa querida Companhia, estão sempre alertas e as apreensões continuam.
Para não alongar mais o assunto decidi parar por aqui, pois as ocorrências e casos para contar são muitos. Talvez só me reste agradecer a oportunidade oferecida pelo meu comandante, bem como a todos os policiais que passaram pela minha vida nessas duas décadas de Policiamento Rodoviário. Assis teve, tem e sempre terá uma Polícia Militar Rodoviária voltada para o atendimento imediato e de boa qualidade a todos os usuários, buscando a redução de acidentes e agindo firme no combate aos criminosos que insistirem em se utilizar das rodovias estaduais para a prática do mal.
Um grande abraço a todos os rodoviários de ontem, de hoje e de amanhã!
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APREENSÕES DIVERSAS - EQUIPES TOR
Maconha em veículo particular, em Assis, 2006 Maconha em veículo particular, em Ourinhos, 2007
Armas, munições e medicamentos, em Tupã, 2007 Haxixe com passageiro de ônibus, em Assis, 2006
Palmilha de tênis de haxixe, em ônibus, em Assis, 2005 Maconha em malas em ônibus, em Assis, 2006
Maconha em mala em ônibus, em Assis, 2007 Maconha em mala em ônibus, em Assis, 2006 Pág.74
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APREENSÕES DIVERSAS - EQUIPES TOR
Medicamentos diversos, em ônibus, em Assis, 2006 Maconha em malas, em ônibus, em Assis, 2007
Lança perfume , em ônibus, em Sta. Cruz do Rio Pardo, 2006 Maconha em malas, em ônibus, em Assis, 2006
Maconha e haxixe, em veículo particular, em Florínea, 2007 Maconha no bagageiro de ônibus fretado, em Garça, 2005
Maconha e produtos de informática em ônibus, em Assis, 2006 Cão labrador “Areta”, com Equipe TOR, em Assis, 2006 Pág.75
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100 mil quilômetros de sucesso!
Amarildo Delfino Dias Soldado PM da 3ª Cia
Em meados de 2005 recebi o convite do Capitão PM Franco, então novo Comandante da 3ª Cia de Policiamento Rodoviário, para assumir uma nova função, qual seja, a de organizar a seção de P5 (Relações Públicas) e também ser seu motorista. O desafio consistia em aperfeiçoar as relações com a imprensa regional e trabalhar com educação para o trânsito, além de processar as rotinas internas próprias dessa seção e dirigir a viatura R-2301.
Recebi o convite no momento certo, quando se encerrava outra missão. Havia trabalhado por oito anos ininterruptos no Setor de Comunicação Operacional (Serviço de Dia), seção da qual me orgulho de ter ajudado a estruturar junto com o Sgt PM
Reginaldo, Cb PM Lucas, hoje Sargento reformado e Cb PM Ivan, buscando um ambiente de trabalho confortável e dinâmico aos operadores de rádio, bem como maior segurança e confiabilidade no atendimento ao efetivo da Companhia, com agilidade nas respostas de pesquisas em apoio aos patrulheiros. Vejo o Serviço de Dia como o “coração” da Companhia, vez que do operador de rádio, em algumas situações, depende a própria vida do companheiro de trabalho, sem falar do encaminhamento dos registros das ocorrências. Bons tempos também foram aqueles; mas, enfim, nostalgia a parte.
Após organizar com a família minha vida pessoal, aceitei o convite, ciente de que enfrentaria horários incertos. Reconheço que gosto de desafios e, no começo, houve mesmo dificuldades quanto à estruturação do P5 na Companhia, pois necessitávamos de uma sala
e tão logo esta foi disponibilizada, corremos para organizar a seção. Logo na seqüência, recebi o apoio do Sd Fem Temp Aline, que colabora atualmente no setor e posso dizer que o sonho a cada dia se torna realidade.
A organização dessa seção teve grande importância na estratégia de gestão pela qualidade, tanto no âmbito do Batalhão (2º BPRv) e da 3ª Companhia, quanto no âmbito de seus três pelotões (Assis, Marília e Ourinhos). De fato, quando há solicitação para realização de qualquer tarefa, desde uma simples nota de imprensa até a assistência a um colega, temos prontamente condições de atender os interessados com excelência e, ainda, aliviamos o serviço do Encarregado de Administração da Companhia - e também dos Comandantes de Pelotão - quanto aos elogios, concessões de láureas, medalhas e tantos outros procedimentos próprios.
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O espaço hoje também funciona, excepcionalmente, como local para seções reservadas de procedimentos disciplinares.
O segredo do sucesso desse trabalho, não somente nas questões de relações públicas, está na competência da equipe administrativa da Companhia, cujo lema é a união. Temos pessoas comprometidas com o sucesso da causa pública a começar pelo nosso Comandante, Cap PM Franco, pessoa de caráter íntegro, zelosa e muito compromissada, passando pelo brilhantismo do Sgt Fernando, Sgt Reginaldo, Sd Rogério, Sd Floriano e Sd Gerson e da equipe do Serviço de Dia, 24 horas (Cb Ivan, Sd Tácito e Sd Honório), cada um em sua área de atuação, trabalhando para o bem da comunidade.
Quanto à experiência operacional nesse período, depois de dois anos e mais de 100 mil quilômetros percorridos com a viatura do Comando por estas rodovias do nosso Estado, em dias comuns, finais de semana, feriados, de noite e de dia, é que me dou conta de quanto a jornada foi proveitosa. Eu e o Capitão Franco passamos por muitas experiências agradáveis e outras também desagradáveis, mas certamente as primeiras constituem o maior conjunto.
Fato marcante ocorreu na madrugada do Natal de 2005 quando por iniciativa do Comandante, rodamos em torno de 900 Km, trabalhando na noite de Natal e cumprimentando cada um dos companheiros que se encontravam em
serviço naquele turno de serviço, nas nove Bases Operacionais da Companhia. A surpresa dos policiais foi grande. Compartilhamos preciosos momentos com os patrulheiros na pista, trabalhando naquela data mágica, quando quase todos estão juntos aos seus familiares. Também levamos panetones, refrigerantes e um cartão para cada um desses profissionais que defendem a sociedade. Muitas pessoas não têm consciência de que os policiais militares estão compromissados com a defesa da vida, bem maior do ser humano e por isso dedicam-se com determinação, mesmo em datas especiais como é o caso do Natal.
A ocorrência mais marcante em toda minha vida profissional na Polícia Militar aconteceu neste período, ou seja, no dia 17 de julho de 2006 quando eu e o Capitão Franco viajávamos para Bauru na sede do nosso Batalhão, no final da Rodovia Castelo Branco. Um jovem em crise emocional se equilibrava com as pontas dos pés descalços sobre o estreito parapeito lateral do viaduto ali existente, à aproximadamente doze metros de altura em relação à via inferior. Ao perceber nossa presença, o indivíduo fez menção de se atirar, momento em que o começamos a aproximação, iniciando longa e paciente conversa a fim de que o interlocutor, abalado emocionalmente, desistisse do ato, porém sem sucesso. No momento em que o rapaz se distraiu consegui lançar-me sobre ele, trazendo-o são e salvo para o lado seguro do viaduto. Realmente naquele dia senti que Deus nos enviara para aquele lugar, a fim de
que fosse realizada a importante missão. Muitas foram as experiências en
volvendo fiscalizações, apoios diversos, operações desenvolvidas e inúmeros socorros prestados (de pessoas e veículos). Em 2006, socorremos uma família na SP 421, próximo de Paraguaçu Paulista, quando foi preciso algemar a mãe, na presença dos filhos, como um último recurso autorizado pelo pai, em razão de que ela ameaçava jogar-se contra os veículos em movimento, apresentando sinais de graves transtornos mentais, afirmando agressivamente encontrar-se dominada por entidade espiritual. Em 2007, identificamos e encaminhamos aos pais um jovem de Ourinhos, que cambaleava próximo de Salto Grande, nas margens da Rodovia Raposo Tavares e que fora vítima de abusos após ingestão de bebida alterada que lhe deram na noite anterior, no golpe conhecido como “boa noite cinderela”.
Ainda, boas idéias surgiram durante os nossos deslocamentos com a viatura, tal como o Programa: “Educar para o Trânsito é Educar para a Vida” (EDUCAR) materializado e hoje em pleno funcionamento na região de Assis, com a participação de companheiros voluntários.
Enfim, com a graça de Deus, chego ao final dessas lembranças com a certeza de que foram dias e noites inesquecíveis, pois em todos os quilômetros rodados contribuímos para que a missão de preservar vidas fosse desempenhada com êxito. Portanto, posso dizer que foram cem mil quilômetros de muito sucesso!
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“Vivi intensamente essa fase de minha existência”Sérgio Splicido
Tenente Reserva PM
Na década de 1970 sentíamos a carência de opções de trabalho e de estudo para quem residia no interior de Estado. Também não tínhamos informações sobre cursos técnicos ou superiores, nem sobre o mercado de trabalho.
Desse modo, em 1973, após terminar o serviço militar obrigatório no Tiro de Guerra-TG 121 em Assis, pedi demissão da loja “Casa de Presentes”, onde trabalhava como balconista e vendedor e, juntamente com um colega, fui montar uma oficina de conserto de aparelhos odontológicos e de equipamentos de veículos (velocímetros, hodômetros, marcador de horas de máquinas, etc.), na cidade de Ponta Grossa/ PR. A empreitada não obteve êxito e após cinco meses retornei para Assis, onde voltei a trabalhar na mesma loja.
Então, em junho de 1974 foi aberto concurso para ingresso na Polícia Militar Rodoviária e, por incentivo de meu pai - pois nunca havia cogitado ser um policial -, prestei tal concurso, no qual fui aprovado. Em 16 de dezembro do mesmo ano fui oficialmente admitido como Soldado PM e iniciei o curso de formação no 16º BPM, em São Paulo.
Fazendo um retrospecto de minha carreira, lembro que, após a conclusão do curso, no início de julho de 1975, fui apresentado no então CPR – Corpo de Policiamento Rodoviário (39º BPM), onde iniciei o curso de Policiamento Rodoviário, que terminou em outubro de 1975.
Na seqüência, fui classificado no Pelotão de Mogi das Cruzes, onde permaneci até junho de 1977, quando então fui convidado para integrar a equipe de comando do CPRv, pois naquela época já havia sido criado tal comando e também os 1º e 2º BPRv. Na seqüência, fui transferido para o 2º BPRv (Bauru) e permaneci adido ao CPRv até outubro de 1979 trabalhando na equipe de comando, que prestava apoio em todo o Estado, de acordo com as determinações do Cmt de Pol Rod.
Então, em outubro de 1979, final
mente obtive a classificação no 1º Pelotão da Companhia em Assis, para desenvolvimento de atividade operacional. Naquela época retornei aos estudos, conclui o 2º Grau e, em 1987, ingressei na Faculdade de Direito “Euripedes Soares da Rocha” – Fundação de Marília, para concluir o Bacharelado em 1990. Em 1992, após concurso, fui promovido a Cabo PM.
Em 1993 alcancei aprovação no Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar Oficial PM – CHQOPM, tendo freqüentado o curso na APMBB em 1994. Já como 2º Tenente, após cumprir a “Operação Verão” de dezembro de 94 a março de 95, em Caraguatatuba, voltei a ser classificado no 2º BPRv, onde assumi o Comando do 2º Pelotão/4ª Cia -Botucatu, até início de 1996, ocasião em que fui transferido para a Companhia de Assis, por conveniência própria.
A partir de então exerci diversas funções, como: auxiliar do Cmt de Cia, Cmt do 1º Pelotão, Oficial SJD e P1 do 2º BPRv. Já em agosto de 2001 fui promovido a 1º Tenente PM por merecimento e iniciei os afastamentos regulares para passagem para a inatividade, o que se deu por fim em junho de 2002. Todavia, não parei de lidar com assuntos de trânsito, pois passei a integrar a JARI – Junta Administrativa de Recursos de Infrações – Assis.
Quanto à avaliação pessoal dessas experiências, passo a registrar algumas considerações.
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A vida de caserna, com suas características próprias, restrições, limites e normas a serem cumpridas, nunca foram para mim causa para desmotivação. Muito pelo contrário, as dificuldades me impulsionaram no sentido de que me esforçasse em estudar, aprimorar e conhecer cada vez mais, para melhor executar as missões que me eram confiadas.
Assim, posso afirmar que vivi intensamente, de corpo e alma, essa fase de minha existência. Mesmo reconhecendo o cometimento de erros, tenho a convicção de que sempre procurei dar o melhor do meu conhecimento e de minhas forças. Por isso posso dizer que não sinto saudades do tempo que ingres
sei e permaneci no serviço ativo, pois o que tinha que fazer, eu fiz.
Permanecem, sim, as lembranças dos momentos felizes de convivência com os colegas e amigos, com os quais sempre que possível mantenho contato, quer em eventos, quer em visitas na sede da Cia, quer no dia-a-dia.
Também há as lembranças dos momentos difíceis, perigosos e tristes do cotidiano profissional, no atendimento ao público, nas ocorrências criminais e nos acidentes graves. No entanto, mais forte é a certeza de haver cumprido a jornada com profissionalismo, dedicação, respeito ao ser humano e às leis, com isenção de qualquer animosidade pessoal.
Tinha - e ainda tenho - a convicção de que em qualquer atividade que realizamos, não basta “vestir a camisa” e participar, pois, para a sua completa realização, é necessário estar compromissado com os seus objetivos e com a expectativa das pessoas ou da entidade representada.
Destarte, sinto-me feliz em haver participado ativamente da história do Policiamento Rodoviário de São Paulo, particularmente junto à sede da 3ª Cia do 2º BPRv, cujas instalações inclusive ajudei a construir, tendo ai trabalhado por 23 anos.
Que Deus continue nos abençoando em todos os momentos de nossas vidas!
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“Deixo meu filho como representante”Orlando Santos Marques
Tenente Reserva PM
Ingressei na Polícia Militar Rodoviária no ano de 1974, tendo feito a inscrição no Pelotão de Assis, em 1973 onde realizei o primeiro exame.
Fazendo um retrospecto da carreira, lembro-me que freqüentei escola de Soldado PM no 16ºBPM, tendo iniciado o curso em 1974. Depois de encerrada a primeira etapa, fui apresentado no 39º BPM (então Batalhão de Polícia Rodoviária), junto com outros companheiros, para início da segunda fase, que era especialização em Policiamento Rodoviário. Formei-me em 10 de janeiro de 1975.
Fui apresentado na 5ª Cia PMRv de Araçatuba, sendo destinado a servir na Bop de Tupã onde permaneci até 1975, quando então, aprovado em concurso, fui apresentado ao CFAP, São Paulo, onde freqüentei o Curso de Formação de Cb PM. Encerrado este curso, retornei para a Base de Tupã, onde permaneci até 1976, sendo remanejado por efeito de promoção, para a 2ª Cia de Guarda PM (2ª CIPGd) do palácio dos Bandeirantes, Unidade em que servi até 1978.
Em seguida, consegui transferência para o 2º BPRv, sendo destacado no Pelotão de Presidente Prudente, com destino à Base de Dracena, onde servi até 1978. Então, classifiquei-me no concurso para Sargento PM, tendo freqüentado o respectivo curso até o final 1979, em São Paulo. Já como Sargento, servi na Base de Rancharia (Pelotão de Presidente Prudente), no Pelotão de Marília, na Bop de Tupã e na Base de Gália.
Em 1990, depois de promovido a Subten PM, fui classificado novamente no Pelotão de Presidente Prudente, onde permaneci até 1992, retornando em seguida ao Pelotão de Assis. Em 1993 fui classificado no Pelotão de Marília, onde permaneci até minha passagem para a inatividade, o que ocorreu em 1997, junto com a promoção ao posto de 2º Tenente PM.
Foram 23 anos servidos à Instituição em que adquiri uma experiência muito grande. Batalhei muito para atingir os objetivos como militar estadual, responsável no atendimento
aos anseios da população, notadamente àqueles que utilizavam as rodovias como meio de locomoção.
Quantas notificações aplica das, quantos acidentes atendidos, quantas informações e apoio ao público e muito mais.
Tudo me faz repensar agora o quanto procurei ser útil à sociedade, não medindo esforços para isso. Fiz muitos amigos, muito mais que inimigos, tenho certeza. Tirei de circulação muitos alheios à Lei e à ordem. Atingi o meu ideal.
Desses longos anos, dois acontecimentos ficaram gravados na minha mente e volta e meia me vêm a lembrança; a primeira delas foi quando ainda recruta, na fase de especialização, auxiliei no atendimento de acidente na Rodovia Castelo Branco, no km 240, envolvendo um fusca modelo antigo, ocasião em que seu condutor colidiu na traseira de um caminhão, tendo morte instantânea. Era época de Natal e isto me marcou muito.
Outro fato ocorreu na Base de Rancharia, no ano de 1985, quando dois
policiais no exercício de suas funções, no período noturno, foram ludibriados por um casal de marginais que acabaram por dizimar suas vidas, numa emboscada previamente articulada. Eram os Soldados Budisk e Olímpio e ambos foram meus comandados naquela Base, durante o ano de 1980.
Modéstia a parte, hoje me sinto tranqüilo e consciente do dever cumprido. Tenho muito orgulho em poder dizer que servi na Polícia Militar e mais orgulhoso ainda em poder afirmar que deixei alguém para dar continuidade do meu trabalho. É com muita tranqüilidade que digo que me empenhei para que meu filho, Soldado PM Glauco, ingressasse na Polícia Militar e hoje ele está aí, representando este velho patrulheiro.
Agradeço a Deus, primeiramente pela oportunidade de ter passado por tudo isso e saído de cabeça erguida. Também a todos os companheiros que colaboraram para o meu sucesso: meu muito obrigado!
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“Vencer não é deixar de cometer erros, masreconhecer nossos limites e corrigir nossas rotas”Jovelino Castro Pereira
Subtenente Reformado PM
Na década de 70, inspirado por um programa televisivo em que era exibida a série de filmes “O Vigilante Rodoviário”, tive a certeza de que um dia meu sonho de ser policial rodoviário tornar-se-ia realidade. A cada dia minha paixão se intensificava, até que em dezembro de 1973 me inscrevi para realizar um exame escrito de admissão, em que fui aprovado, igualmente obtendo sucesso nos exames de saúde e de aptidão física.
Em 29 de abril de 1974, ainda jovem e repleto de felicidade, iniciei o respectivo curso no 16º BPM/M Osasco/SP. No final do mesmo ano, estagiei no km 129 da SP 280 e, em janeiro de 1975, fui classificado no Pelotão de Presidente Prudente. Galguei a graduação de Cabo PM em 1977 e, então, fui classificado - por efeito de promoção - no 10º GI (Bombeiro em Marília SP), mas meu sonho continuava vinculado ao Policiamento Rodoviário.
Após muito esforço e persistência consegui transferência para a 3ª Companhia do 2º BPRv (Assis) em 1980, onde servi por cinco anos. Mas, como almejava crescer na carreira, submeti-me ao curso de Sargentos, em 1985 e, ao seu término, fui classificado fora da minha unidade, no CSM/MB, em São Paulo.
Percorri caminhos diferentes e enriqueci meus laços de amizades, adicionando pessoas ao conjunto de amigos inesquecíveis, conselheiros e consoladores. Foram eles pivôs do meu sucesso, pois eu era casado e tinha dois filhos pequenos - inclusive a caçula havia nascido quando eu ainda freqüentava o curso de Soldado, em maio de 1974.
Enfrentando a distância de casa, nessa trajetória somente eles e Deus amenizavam meu sofrimento nas horas mais difíceis. Porém, em um domingo, encontrando-me de serviço como Comandante da Guarda no CSB/MB, apareceu um senhor acompanhado de sua esposa, que foi recebido pelo Sargento PM Adjunto de Dia; então, instantes depois, perguntou-me se eu tinha conhecimento de datilografia e lhe respondi que sabia “catar-milho”. Foi nesse dia e nesse momento que senti que a
porta do céu se abriu, e “Deus olhou para mim e disse: Hoje é o teu dia de glória, você é o meu filho querido”.
Após ter realizado a solicitação do visitante, um simples trabalho de datilografia, e em conversação com a esposa daquele senhor, relatei a minha situação em desabafo, instante em que esta bendita senhora disse-me: “Porque você não fala com meu marido? Ele é Coronel Diretor de Ensino da PM”. Apresentou-me a ele, na seqüência, e contou-lhe sobre a minha luta.
Foi assim que o Coronel determinou que eu passasse em seu gabinete (no Centro Administrativo), o que fiz logo no dia seguinte. Então, questionado sobre o interesse de minha transferência, disse-lhe que era por conveniência própria, pelo interesse familiar em retornar para OPM de origem. Olhou para meus olhos e falou-me: Sua transferência até a Páscoa está bom, meu filho?
Fiquei atônito e sem ação, pois estava às vésperas da Páscoa. Voltando à realidade e com o coração cheio de emoção, agradeci a Deus e àquele ser humano cheio de bondade. Realizava-se um milagre em minha vida.
Tendo acontecido o que fora previsto, apresentei-me na 3ª Cia do 2º BPRv, em Assis-SP, onde permaneci até a minha passagem para inatividade em 1999. Antes de encerrar a carreira fui promovido à 2º Sargento PM por merecimento. Após freqüentar o Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos, fui promovido também por merecimento e, já na inatividade, recebi a pro
moção à Subtenente PM. Tempos passados, cheios de ale
grias e também de tristezas. Às vezes a saudade bate às portas e fico navegando em meu pensamento, relembrando aquela farda cor cáqui, que orgulhosamente usava, sentindo-me herói, à vista do público.
Recordo de meus instrutores. Alguns diziam: _“O recruta veste uma farda, calça a bota, coloca uma faca e põe uns óculos escuros e se acha “otoridade”. Recordo ainda dos colegas do 16º BPM/M, ainda em 1974 quando iniciei a viver meu sonho. Hoje, para amenizar a saudade dos velhos amigos dos registros estatísticos (RE) das casas de 48 mil, nos encontramos e revivemos nossas aventuras reais.
Quero agradecer meus superiores pelos elogios recebidos, agradecer meus pares pelo companheirismo e solidariedade, agradecer àqueles que continuam próximos e rogar a Deus pela paz daqueles que se encontram no Seu reino.
Tudo passa, a saudade fica, mas o que Deus criou jamais passará. Apesar de todos os desafios, incompreensões, períodos de crises, alegrias, vitórias, valeu a pena viver essa etapa. Pois não devemos apenas valorizar o sorriso, mas refletir sobre a tristeza; não apenas comemorar o sucesso, mas aprender lições nos fracassos, pois através de tudo isto que passamos, que nos tornamos um ser vitorioso.
Por fim, deixo um conselho para aqueles que estão começando sua trajetória: animem-se, tenham metas, façam o que ninguém fez, sonhem muito, sonhem alto, mas tenham seus pés no chão, nunca queiram ser mais que os outros. Valorizem seus estudos, amem seu serviço, criem oportunidades e, ao criá-las, não tenha, medo de falhar; caso venham a falhar, repensem a vida, mas não recuem jamais. Lembre-se sempre de agradecer a Deus, mesmo se as coisas derem erradas, e procurem transformar esses erros em lições de vida... Pois vencer não é deixar de cometer erros, mas reconhecer nossos limites e corrigir nossas rotas. Sejam os “anjos do asfalto”, orientando e preservando vidas.
Agradeço em especial àqueles que me ajudaram e que sempre estiveram ao meu lado, em todos os momentos de minha vida: minha querida esposa e meus filhos, hoje e sempre meus eternos companheiros.
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“Direção defensiva: sonho ou realidade?”Valmir Dionízio
1º Sargento PM Comandante da
Base Operacional de Assis
Trabalho há mais de vinte anos com trânsito. Já assisti muitas tragédias e também já vi muitos finais felizes.
Porém... Houve uma ocasião, não sei ao certo se estava acordado, em devaneios, ou se dormi e sonhei... O certo é que, de repente, eu vivia num mundo em que o ambiente de trânsito era caracterizado pelo fato de que as pessoas praticavam a direção defensiva.
Assim, as crianças eram orientadas desde a mais tenra idade a praticarem condutas corretas no trânsito, a fim de que nenhum mal lhes fosse causado, individual ou coletivo. Pais, professores e policiais ensinavam às crianças os princípios de uma direção segura. A Polícia, aliás, tinha pouco trabalho, pois os condutores e pedestres se comportavam de tal maneira que o serviço policial se limitava à prestação de informações, de auxílio aos usuários e ao combate dos crimes nas estradas.
Os motoristas devidamente habilitados, com o exame de saúde válido e categoria apropriada ao veículo, antes de iniciarem uma viagem, verificavam o documento do veículo (CRLV), quanto ao seu licenciado se encontrar em dia, e também observavam as condições gerais do veículo, tais como: estado dos pneus (com sulcos de profundidade acima de 1,6mm), nível de água do radiador, bateria, nível do óleo do motor, água do lavador de vidros, buzina, extintor carregado, macaco, triângulo, chaves de roda e de fenda, e pneu sobressalente (calibrado).
Em meu sonho, o motorista adentrava no seu veículo e regulava a distância e altura do banco; regulava retrovisores interno e externo; colocava o cinto de segurança e orientava os demais ocupantes a usarem também esse importante dispositivo de proteção. Ainda, certificava-se de que o combustível era suficiente para chegar ao seu destino; lembrava sempre de usar calçados que se firmassem nos pés e jamais atendia ligação do aparelho celular dirigindo, pois, além da configuração de infração de trânsito, tal conduta poderia levá-lo a um acidente de trânsito. Também tinha cuidado com o uso do rádio (CD Player), para não desviar sua atenção, pois o cérebro pode levar alguns segundos para a tomada de decisões.
Os motoristas só dirigiam em plenas condições físicas e emocionais, em razão do
risco causado pela debilidade de qualquer natureza, ao lado de outros fatores, como o consumo de bebida alcoólica, o uso de drogas, o uso de medicamento que modifica o comportamento, ficar muito tempo sem dormir e a ingestão de alimentos muito pesados que acarretam sonolência.
Outra conduta evitada pelos condutores defensivos era o de transportar animais soltos e desacompanhados no interior do veículo e o de transportar, no exterior do veículo, objetos que poderiam se deslocar durante o percurso.
No trânsito, todos se comportavam de maneira civilizada, dirigindo com a cortesia devida, lembrando sempre que o pedestre tem a preferência. No meu sonho (utopia) os pedestres podem e devem colaborar para um trânsito mais seguro, agindo de maneira cautelosa nas vias públicas. De fato, é proibido ao pedestre: permanecer ou andar nas pistas de rolamento, exceto para cruzá-las onde for permitido; cruzar pistas de rolamento nos viadutos, pontes, ou túneis, salvo onde exista permissão; atravessar a via dentro das áreas de cruzamento, salvo quando houver sinalização para esse fim; utilizar-se da via em agrupamentos capazes de perturbar o trânsito e desobedecer à sinalização de trânsito específica;
E que sonho... Os motoristas sempre aguardavam uma oportunidade segura, em local permitido para fazer uma ultrapassagem, quando dirigindo em vias com duplo sentido de direção e pista única, nos trechos
em curvas e em aclives. Também, jamais ultrapassavam veículos em pontes, viadutos e nas travessias de pedestres, exceto se houvesse sinalização permissiva e utilizavam o acostamento somente em caso de necessidade.
Numa rodovia, para fazer uma conversão à esquerda ou um retorno, aguardavam a oportunidade segura no acostamento. Nas rodovias sem acostamento, seguiam a sinalização indicativa de permissão. Os motoristas sempre defensivos não paravam seus veículos nos cruzamentos, bloqueando a passagem de outros veículos. Nem mesmo se estivessem na via preferencial e olhando o semáforo verde.
Mantinham a atenção ao dirigir, mesmo em vias com tráfego intenso e com baixa velocidade, observando atentamente o movimento de veículos, pedestres e ciclistas, devido à possibilidade da travessia de pedestres fora da faixa e a aproximação excessiva de outros veículos, que podem acarretar acidentes.
Os motoristas mantinham uma distância segura do veículo da frente, cientes de que uma boa distância permite o tempo suficiente para reagir e acionar os freios em uma situação de emergência e o tempo também para que o veículo, uma vez freado, pare antes de colidir.
E os motociclistas então, esses nobres pilotos, em meu sonho (utopia)... Por tratar-se de um veículo muito ágil e prático, além de econômico no combustível e na manutenção, a motocicleta foi muito vendida na última década. Por outro lado, é um veículo que disputa espaço com outros bem maiores que ele. Contudo o motociclista valorizava o uso obrigatório do farol baixo aceso, no importante aspecto “VER E SER VISTO" e adotava comportamentos defensivos e adequados durante a pilotagem, com o uso correto do capacete, de modo a não se envolver em acidentes e aumentar o seu nível de segurança.
Bem, embora eu saiba que foi só um sonho e que as pessoas que deveriam ler este texto provavelmente não o lerão, ainda assim, escrevi com muito carinho, pois me lembrei da parábola do passarinho que tentava apagar um enorme incêndio na floresta, indo até o rio e buscando água no seu bico, para sobrevoar o incêndio e jogar nele a água, enquanto os outros animais zombavam, dizendo: “Você esta louco? Não vai conseguir apagar o incêndio sozinho”.
E o passarinho respondia: “Estou fazendo minha parte”.
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10 de Janeiro: Dia do Policiamento Rodoviário
Dia 10 de janeiro é o dia em que se comemora a criação do Grupo Especial de Polícia Rodoviária, que ocorreu no ano de 1948 em São Paulo. Todos os documentos e registros históricos disponíveis indicam que, nessa data, foi destacado um efetivo inicial de 60 homens, ex-combatentes da Força Expedicionária Brasileira, comandados pelo 1º Te
nente José de Pina Figueiredo, da então Força Pública, para atuar na recém inaugurada SP 150 - Rodovia Anchieta.
Esse grupo deu origem ao atual Comando de Policiamento Rodoviário, com sede na Capital Paulista, contando hoje com aproximadamente 4.000 homens distribuído em 4 Batalhões e 16 Companhias territoriais, para atuar em 24
Evento comemorativo ao Dia do Policiamento Rodoviário,
Base de Assis, 2006
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mil Km de rodovias estaduais. Trata-se hoje de uma atividade especializada da Polícia Militar que tem trazido expressivos resultados, de modo marcante no combate à criminalidade, garantindo a segurança e a tranqüilidade dos usuários das rodovias paulistas.
É justo lembrar, no entanto, conforme também registros históricos, que anteriormente, já em 1928, a Guarda Civil de São Paulo dispunha de uma chamada “Divisão de Policiamento Rodoviário”. Mesmo que de forma restrita, esse grupo de guardas civis exerceu atividades nas insipientes rodovias da época, constituindo o primeiro núcleo de policiamento rodoviário de que se tem notícia no Estado de São Paulo.
No que se refere à cidade de Assis, o primeiro destacamento - com sede própria - foi criado em 04 de julho 1958, no mesmo ano da chegada da Divisão do DER no município (DR-7). Hoje, o município é sede da 3ª Companhia do 2º Batalhão de Polícia Rodoviário.
Ainda quanto à Assis, é importante registrar que no ano de 2006 foi aprovada a lei municipal nº 4.803, de iniciativa da Câmara dos Vereadores da cidade, instituindo o dia 10 de janeiro no calendário oficial do município como “Dia do Policiamento Rodoviário”, em reconhecimento aos vários munícipes que se dedicam profissionalmente à tão nobre atividade, preservando vidas e integridade física de usuários, garantindo a fluidez do trânsito e combatendo a criminalidade nas rodovias estaduais sob sua responsabilidade.
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04 de julho: aniversário da sede dePoliciamento Rodoviário em Assis
Fiscalização de trânsito rodoviário, na região de Assis. Final da década de 60
O motivo da idealização e do lançamento do livro do “Cinqüentenário do Policiamento Rodoviário com sede em Assis” é perpetuar a lembrança da data de 04 de julho de 1958, ocasião em que foi registrada a inauguração da primeira instalação própria, no mesmo ano em que foi estabelecida a Divisão do DER (DR7), no município.
Essa ligação histórica com o DER, que incorporava o antigo “Corpo de Policiamento Rodoviário” desde o seu início em São Paulo, em 1948, explica os laços de amizade e cooperação até hoje mantidos entre os policiais, os engenheiros e funcionários responsáveis pela fiscalização e pela engenharia de trânsito rodoviário.
A inauguração do Destacamento de Assis, na data mencionada, em insta
lação ainda provisória na Rua Ângelo Bertoncini, localizada na travessa seguinte à do velho Correio, deu-se na mesma oportunidade em que foi inaugurado o trecho de asfalto ligando Assis a Porto Areia, durante as festividades da semana do aniversário do município (a partir de 1º de julho), em 1958.
Até então, desde a criação do Destacamento de Bauru, em 25 de julho de 1950, o policiamento rodoviário era realizado de modo itinerante nas regiões centro-oeste e oeste paulista, englobando Assis, Marília e Ourinhos, o que impunha aos patrulheiros enormes sacrifícios. Sem viatura e sede própria, a equipe passava duas semanas baseada em Assis, fiscalizando as rodovias próximas, e depois retornava para Bauru, a fim de prestar contas, inclusive quanto à arre
cadação das multas impostas. Nessas condições, os patrulheiros
destacados permaneciam alojados em uma pensão na Rua Brasil, prédio que veio a abrigar a agência local do Banco do Brasil.
Finalmente, em 1958, foi designado o Tenente Milton de Almeida Pupo para formar o “Destacamento Rodoviário”, com sede permanente em Assis, inaugurada em 04 de julho. O Destacamento foi montado inicialmente com quatorze homens que já vinham trabalhando na região e recebeu uma viatura “Land Roover” (tipo “Jeep”) com tração nas quatro rodas. Aos poucos, foram adquiridas outras viaturas: um Jeep e uma Ford F1 (camionete) para emprego em fiscalização no trecho de Ourinhos até Presidente Prudente.
Sede do Destacamento de Assis. Final da década de 60
Base Operacional de Assis.Novas instalações inauguradas em 2001
Base Operacional de Assis, com nova fachada, em 2008
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23 de Julho: Dia do Policial RodoviárioCalendários, almanaques e agendas
indicam o dia 23 de julho como o dia do “Guarda Rodoviário”. Cabe aqui uma explicação inicial: é compreensível a manutenção da popular forma de tratamento dirigida aos profissionais responsáveis pela fiscalização de trânsito rodoviário, que atualmente integram carreiras próprias de atividade policial; afinal, durante muito tempo foram conhecidos como os “guardas rodoviários” e ainda hoje são assim chamados, até porque o senso comum parece indicar que é mais simpático dirigir-se ao agente como “Seu Guarda” ao invés de “Sr. Policial”.
Em cidades médias e grandes, para fiscalização de trânsito urbano, já surgem algumas guardas especializadas, que atuam em relação às infrações de competência do município, acompanhando o processo de municipalização do trânsito preconizado pelo Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503, de 1997). Porém, nas rodovias federais e estaduais, que exatamente interligam os municípios em grandes distâncias, a atuação é mesmo exclusiva da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Militar, respectivamente, na circunscrição de cada Estado.
Diversos Estados possuem hoje, inclusive, na estrutura da Polícia Militar, modalidade especializada de Policiamento Rodoviário, a exemplo de São Paulo. Nas terras paulistas, em 10 de janeiro de 1948, pelo Decreto Estadual nº 17.868 do Governador Ademar Pereira de Barros, foi criado o Grupo Especial de Polícia Rodoviária, com um efetivo de 60 homens, ex-combatentes da Força Expedicionária Brasileira, comandados pelo 1º Tenente José de Pina Figueiredo, da então Força Pública, destacados para atuar na recém inaugurada SP 150 – Rodovia Anchieta. Nesse mesmo ano, foi inaugurada a primeira pista da Via Anhanguera (SP-330), ligando São Paulo a Jundiaí e depois a Campinas ampliando-se a área ação e a importância desse grupo precursor que continuou crescendo junto com o desenvolvimento do Estado, marcado pela expansão de sua malha rodoviária em direção ao oeste paulista.
Embora o Policiamento Podoviário tenha sua criação datada de 1948 em São Paulo, registros históricos dão conta de que anteriormente, já em 1928, a Guarda Civil de São Paulo dispunha de uma cha
mada “Divisão de Policiamento Rodoviário”. Mesmo que de forma restrita, esse grupo de guardas civis exerceu atividades nas rodovias da época que, por sinal, se tratavam de vias ainda insipientes quanto às suas características de engenharia.
A propósito, o ano de 1928 também foi marcado pelo início das atividades da Polícia Rodoviária Federal, atuante nas rodovias que cruzam o país, denominadas “BR”, registrando-se o dia 24 de julho como data de sua criação.
Chamado de “guarda” ou de “policial”, na verdade o que importa é o reconhecimento da sociedade quanto à importância desse profissional, seja ele policial rodoviário federal ou estadual, nesse caso, policial militar atuante nas rodovias. É ele o responsável pela segurança dos motoristas e usuários em geral, salvando vidas com sua intervenção precisa e por vezes repressiva, no estrito cumprimento da lei, quando surpreende prática de infração de trânsito ou ilícito penal.
Com a grande ampliação da malha rodoviária observada nas últimas décadas, a atuação desse profissional ganhou destaque em razão de que também cresceu a necessidade de vigilância nas estradas. No seu trabalho diário, em fiscalização de trânsito, o policial rodoviário dá apoio e orientação aos usuários, inclusive em so
corros mecânicos, evita que os motoristas ultrapassem o limite de velocidade, que pratiquem outras infrações de trânsito comuns, que dirijam sob efeito do álcool ou outras substâncias enebriantes, que utilizem veículos em más condições para transitar e, com suas iniciativas, evita acidentes. Quando não consegue evitar o acidente, normalmente é o primeiro a chegar para socorrer o acidentado, providenciar sinalização de emergência e efetuar os registros policiais devidos.
Também o policial rodoviário combate a criminalidade quando realiza buscas em veículos suspeitos, além de buscas pessoais em usuários das rodovias em atitude suspeita, exercendo o poder de polícia próprio de sua função, o que traz expressivos resultados operacionais com a apreensão de produtos e objetos ilícitos, provenientes do tráfico de drogas, do contrabando e descaminho e, ainda, a recuperação de veículos roubados ou furtados e de outros objetos de crime, detenção de procurados pela Justiça e realização de prisões em flagrante por delitos diversos. Desse modo, garante a segurança nas rodovias no sentido mais amplo possível da expressão.
No dia 23 de julho, dirigimos cumprimentos a todos os policiais rodoviários do Brasil!
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25 de Julho: Dia de São Cristóvão e Dia do Motorista
Monsenhor Floriano abençoa veículos, em Assis. 25 de julho, de 2005 Voluntários medem pressão e glicemia de motoristas
É admirável o gesto de fé dos motoristas que no dia 25 de julho conduzem seus veículos até a pequena igreja de São Cristóvão, no bairro da Luz, em São Paulo, para receberem as bênçãos do pároco e dirigirem orações, para que o Santo, considerado protetor dos viajantes e dos motoristas, por eles interceda.
Nesse dia, o ato de abençoar os veículos torna-se marcante, com grande força de expressão. Longe de qualquer superstição ou simples apego material ao próprio veículo, o gesto deve ser encarado exatamente como manifestação de fé popular e de apreço às mais caras tradições cristãs.
Os devotos buscam na força divina, ao menos uma vez por ano, apoio para enfrentarem as dificuldades da profissão e alcançarem feliz regresso, sempre depois de vencidas as distâncias, em razão do caminho que escolheram para ganhar a vida. Muitos desses profissionais, de fé, encontram-se no dia 25 de julho longe da igreja e também longe de casa, trabalhando nas rodovias, e conhecem São Cristóvão ao menos pelo nome e pela causa de intercessão.
A importância do transporte rodoviário no Brasil fez com que se multiplicassem os chamados “profissionais da estrada”. Não são apenas os motoristas, mas os viajantes de um modo geral, os frentistas, os gerentes e funcionários de postos de abastecimentos, também de empresas de transportes e de outros estabelecimen
tos que circundam ou dependem do transporte na rodovia, os engenheiros e funcionários de órgão públicos ou privados, que trabalham na área de engenharia, manutenção e sinalização e, também, os policiais que atuam em fiscalização nas rodovias.
Formam todos uma grande comunidade que vive em um ritmo diferente, que parece mais veloz, num ambiente por vezes rude e áspero, como o asfalto, mas com uma solidariedade que chega a surpreender e até sensibilizar aqueles que já desistiram de acreditar na bondade alheia. Todos têm em comum o foco na estrada. O caminho que percorrem diariamente para levar e trazer progresso, esperança, vida. Pelas boas intenções, muitos inclusive desenvolvem uma fé de caráter pessoal, distante das celebrações, mas dirigi-da à realização do bem comum, pela ajuda ao próximo.
Pesquisando um pouco sobre a vida de São Cristóvão, compreende-se a origem desses valores cultivados por tão boa gente. Ele nasceu em 25 de julho, na Palestina, terra natal de Jesus e converteu-se ao cristianismo. Morreu no ano 250 d.C. pela perseguição que o imperador Décio moveu aos cristãos. Há duas versões para a sua morte, a primeira diz que foi crucificado, a segunda, decapitado. Certo que, em vida, realizou o ministério de transportar pessoas de um lado para o outro, em um rio. Narra-se que, ao chegar
um dia em uma das margens, notou que o menino que levava nos ombros era o próprio Jesus e este lhe falou: “Tu transportaste o Senhor do mundo!”. Por esse motivo, segundo a enciclopédia Barsa, a tradição indica que o seu nome original (Ofero) foi trocado por Christophoros ou Christoballos, que em grego significa aquele que carrega Cristo.
Lembrar São Cristóvão no dia 25 de julho é também homenagear toda a gente que vive trabalhando na rodovia, lidando com o transporte. Observa-se, por tal motivo, que calendários e agendas hoje indicam a data igualmente como o “Dia do Motorista”.
Ao conhecer mais de perto esses profissionais, observamos que vários deles também transportam Cristo consigo. Por isso não é raro, na rodovia, assistirmos a cena de um motorista parando no acostamento, de imediato, para socorrer um colega com dificuldades mecânicas no seu veículo, ou para promover gestos de solidariedade sem receber qualquer vantagem pessoal com a boa ação realizada.
Na imensidão da rodovia, quando se pensa que está só, pode-se descobrir a qualquer momento, com a mesma surpresa de São Cristóvão, que se está transportando o Senhor do mundo... “Que nesse dia, especialmente, Deus abençoe todos os profissionais da estrada e que lhes dê um caminho seguro e um feliz regresso!”
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25 de Agosto: Dia do Soldado
Deve-se lembrar com apreço e reconhecimento a figura universal do Soldado nesse dia especial. É o momento certo para se reverenciar o idealista que tem por diferencial o fato de assumir o compromisso de defesa da Pátria, da ordem e da sociedade em geral, se preciso for com o sacrifício da própria vida.
Os Soldados merecem tal consideração por tudo o que já foi realizado sob o alto preço de tantos sacrifícios, em prol do bem comum. Cada Soldado defende esse ideal, independentemente se integrando as Forças Armadas, as Polícias Militares ou os Corpos de Bombeiros Militares, exercendo função propriamente militar, ou se na condição de civil orientado por suas convicções pessoais em benefício da comunidade e agindo como Soldado do bem. Nessa abordagem, é sempre ele o legionário que sustenta, em última instância, o equilíbrio das relações da vida em sociedade.
Não é o Soldado - profissional - um militar por simples capricho de representação das Institui ções, para perfilar-se em uniformes vistosos e garbosos, mas para condicionar-se ao cumprimento das ordens regulares, com base nos princípios da hierarquia e da disciplina. Por isso ele, o profissional, não pode
fazer greve, não pode sindicalizar-se e está sujeito aos rigores da Justiça Militar e dos regulamentos disciplinares capazes de lhe impor inclusive a privação de liberdade em situações inimagináveis para um civil; já, em contrapartida, e bem por isso, o Estado deve prover-lhe em tratamento igualmente diferenciado.
Mas a condição de militar, que caracteriza o Soldado profissional - aí subentendidas todas as graduações e postos, do Recruta ao General - representa um meio e não um fim em si mesmo. Essa característica militar se revela eficiente e mesmo imprescindível para a consecução das missões constitucionais e, porque não dizer, para a própria garantia do Estado Democrático de Direito hoje consolidado.
A figura emblemática do Soldado que é capaz de empenhar a própria vida, na luta pelo que acredita, fazendo cumprir um juramento de sangue, induz à reflexão sobre o que de fato secrê. É possível, então, alcançar o âmago de questões profundas de ordem ética, na análise individual do que é permitido ou daquilo que é correto, levando em conta que não se vive isolado e cada ação, boa ou ruim, tem o potencial de interferir na vida dos
outros. Resulta o convencimento, pelo seu exemplo, de que a posição individual nunca pode suplantar o interesse maior da coletividade. Diferentemente do simples mercenário, o Soldado exerce uma missão e não apenas um trabalho; faz valer sua vocação e acredita na causa que defende com todas as suas forças.
Por tudo isso, que cada vez mais seja possível identificar o idealismo do Soldado nos integrantes de nossa sociedade, como modelo de seriedade, de pureza, de esforço e de tenacidade.
Assim, que cada político ou ocupante de cargo público seja um Soldado da integridade moral e do interesse coletivo; que cada juiz, promotor ou advogado seja um Soldado da Justiça e não somente do Direito; que cada policial seja um Soldado da paz e da harmonia social; que cada religioso seja um Soldado de Deus, tendo por princípio a caridade; que cada profissional de imprensa seja um Soldado da verdade; que cada professor seja um Soldado da formação plena do indivíduo, não somente do seu intelecto; enfim, que cada cidadão seja um Soldado do bem. Estaremos todos irmanados nas fileiras da vida, acreditando e lutando por um mundo melhor.
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Identificação do cliente-alvo eatendimento de suas necessidades
A prática da gestão da qualidade impõe a identificação dos clientes-alvo a partir da correlação com os serviços prestados, além do monitoramento e atendimento de suas necessidades para o sucesso das ações desenvolvidas.
No âmbito do policiamento rodoviário, podemos compreender os clientes como aqueles que se beneficiam ou participam dos processos desenvolvidos, de modo que identificamos o grupo “interno”, integrado pelos componentes da força de trabalho policial e o “externo”, integrado pelos usuários, esses em sentido estrito ou em sentido amplo.
Os usuários das rodovias estaduais que compõem a área de circunscrição, em sentido estrito, são aqueles que se encontram na condição de motorista e motociclista, passageiro ou pedestre e ciclista. Já os usuários, em sentido amplo, além dos primeiros, são os integrantes de comunidade lindeira (aquela que se mantém no limite da rodovia), bem como trabalhadores e encarregados que atuam nas margens das rodovias, no comércio, na indústria, nos setores relacionados ao transporte rodoviário, inclusive na própria conservação da rodovia, ou em qualquer outro ramo de atividade.
A maior parte dos clientes-alvo se encontra no conjunto dos usuários motoristas e motociclistas, acompanhados de seus respectivos passageiros. Nesse universo é possível separar dois grandes grupos, pelos critérios de horário, trecho e freqüência de circulação.
O primeiro é composto pelo usuá
rio regional, que circula em horários e trechos de modo diário ou semanal (rotineiro), normalmente cobrindo pequenas distâncias, características que facilitam a interação com o Policiamento Rodoviário por meio de um natural maior contato com o policial da respectiva área de circulação. O segundo grupo é o usuário transregional, ou seja, aquele que não se vincula à região policiada pelo efetivo da Unidade e transita no trecho como itinerário para o seu destino final, normalmente cobrindo grandes distâncias, em intervalos maiores de tempo.
Outro critério para segmentação, no contexto do usuário em sentido estrito, é a finalidade do uso da rodovia, podendo também ser destacados dois grandes grupos: o usuário para fins profissionais (que circula em serviço ou em direção ao local de serviço e retorno) e o usuário para fins outros (passeio, estudo e compromissos diversos).
Nessa avaliação, a complexa área de atuação da 3ª Cia do 2º BPRv engloba 1.362,50 Km de rodovias estaduais, que interligam 57 municípios, incluindo os acessos, onde é realizado ininterruptamente o policiamento rodoviário. As faixas de domínio, abrangendo 25 (vinte e cinco) metros de cada lado das rodovias, contados a partir do seu ponto central, também integram a respectiva área de circunscrição.
Basicamente, os clientes externos visam obter segurança no tráfego, como beneficiários das ações próprias de policiamento rodoviário e das campanhas
educativas, bem como segurança em amplo contexto, por meio do policiamento preventivo para que se evitem ações criminosas nas rodovias. Já os clientes internos objetivam a melhoria no ambiente de trabalho e nos processos de execução dos serviços.
Sob o ponto de vista do usuário em sentido estrito, as suas necessidades podem ser traduzidas em três itens que induzem à observação e direcionamento do trabalho, para uma melhor prestação de serviços, quais sejam:
- maior presença possível do Policiamento Rodoviário, item relacionado à visibilidade das viaturas e distribuição dos policiais ao longo da rodovia. Observando-se que a diminuição dos acidentes e de vítimas surge como natural decorrência dessa estratégia, somada a uma fiscalização dirigida às infrações que mais causam acidentes.
- menor tempo possível entre a solicitação e a chegada da viatura no local de acidente, ou no local da necessidade de apoios diversos, o que representa, na prática, uma conseqüência do primeiro item;
- melhor qualidade possível no atendimento, reflexo do preparo técnico e do relacionamento interpessoal do profissional, com destaque à sua cordialidade, em qualquer situação, seja durante um simples fornecimento de alguma informação ou apoio, ou mesmo durante fiscalização de trânsito (polícia de trânsito) ou em uma abordagem propriamente policial (polícia de segurança).
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Resultados do Policiamento Rodoviário
É fundamental fazer um balanço do que foi realizado após o fechamento de períodos de mês, semestre e ano, para buscar o aprimoramento do trabalho, em qualquer área de atuação. No caso do Policiamento Rodoviário, que é atividade especializada desenvolvida por algumas Unidades da Polícia Militar nas rodovias estaduais e faixas de domínio (margens das rodovias), a verificação dos resultados obtidos significa a melhor referência para o planejamento do próximo período, para propositura de metas e, ainda, para aperfeiçoamento da instrução, servindo como instrumento de motivação dos profissionais responsáveis por toda a ação policial desenvolvida.
O objetivo é muito bem definido e amplamente discutido: reduzir o número de vítimas de acidentes, especialmente as fatais, além de garantir a fluidez do trânsito. Ao mesmo tempo, pretende-se diminuir a incidência de ilícitos penais (crimes e contravenções) na área de circunscrição. Para esse último quesito, avalia-se igualmente a produtividade no combate à
criminalidade, somando-se as prisões em flagrante realizadas, os detidos, os procurados pela Justiça capturados e as apreensões de drogas e demais objetos de ilícito, dentre outros itens mensuráveis.
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Quando alguém se propõe a reduzir incidências, ou seja, evitar algo (como no caso de vítimas e infrações penais na rodovia) trabalha com o conceito de ação preventiva. A ênfase da conduta está no espaço temporal anterior aos acontecimentos indesejáveis. Deve-se atuar de modo pró-ativo e, não somente, reativo. Mesmo quando são apreendidas drogas transportadas nas rodovias (tráfico como ilícito penal), exercendo-se uma repressão (ação reativa) pratica-se a prevenção de condutas similares, desestimulando-se outras ocorrências pela mensagem explícita de que ações semelhantes não sairão impunes.
A constatação de uma irregularidade do veículo, ou uma irregularidade na conduta do motorista motiva imediata providência legal para reparação ou correção de posturas comportamentais. Quando se autua um motorista, se apreende documentos ou se apreende o próprio veículo, decorrente de alguma infração de trânsito praticada (esfera administrativa) alcança-se a prevenção de acidentes, específica (individual) ou geral (exemplo aos demais usuários).
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Não é outra a finalidade da aplicação das regras do Código de Trânsito Brasileiro e demais normas legais e regulamentares na área de trânsito.
Embora existam outros fatores que influem na ocorrência de acidentes de trânsito, tais como o ambiente (chuva, neblina, fumaça etc.) e as condições da pista, certo que a grande maioria dos sinistros é conseqüência direta da imprudência, negligência ou mesmo imperícia de usuário da via. Inclusive, já se constatou em pesquisa recente que praticamente metade dos mortos em acidentes de trân
sito se encontrava sob efeito de álcool ou de outras substâncias que interferem nos sentidos humanos.
O que dizer, então, da prática de ilícitos penais nas rodovias? São eles evidentes resultados da vontade humana, seja da conduta dolosa ou do risco assumido. Contra esse fator humano, preponderante, aplica-se o remédio da atuação operacional planejada, caracterizada por métodos de vigilância e de fiscalização voltados a coibir infrações de trânsito e intensificação de buscas pessoais e veiculares em situações de suspeita, objetivando a
localização de objetos ilícitos, para repressão e a prevenção de infrações penais.
Nessa linha de ação, junto com os esforços da área de engenharia para melhoria das condições das rodovias, busca-se motivar o profissional, policial militar rodoviário atuante, para a colheita de resultados que possam ser avaliados de modo positivo ao término do período analisado.
O quadro abaixo demonstra alguns dos itens de destaque, na evolução anual dos dados da área da 3ª Cia do 2º BPRv, no período de 2001 a 2007:
ALGUNS DADOS DA COMPANHIA DE ASSIS
Devem ser comemorados esses resultados que demonstram diminuição das fatais nas rodovias regionais, constância nas ações preventivas e repressivas de trânsito e o combate forte à criminalidade. A incidência de furto ou roubo de carga é tão pequena que essa modalidade criminosa se encontra praticamente extinta na região, graças ao trabalho permanente de polícia ostensiva; de fato, durante todo o ano de 2007 ocorreram apenas dois registros isolados que estão sendo devidamente investigados, com suspeição de fraude.
A 3ª Cia continua com grande destaque na apreensão de drogas. Fechou o ano de 2007 como a Subunidade que mais apreendeu entorpecente na área do 2º BPRv que é considerada a Unidade com melhor desempenho nesse item em todo o Estado.
Também foram transportados nas viaturas vários órgãos para transplante; prestados inúmeros apoios a outras Secretarias e órgãos públicos
em fiscalização na rodovia; providenciadas sinalizações emergenciais e socorros a usuários, além das campanhas e trabalhos educativos de trânsito e atendimento ao público de um modo geral.
O resultado positivo é alcançado com o comprometimento, vontade e dedicação de cada policial militar rodoviário em serviço. De nada adiantaria o esforço, igualmente, se não houvesse o apoio dos demais órgãos policiais, com quem se mantém permanente contato harmonioso, interativo e, por isso, extremamente produtivo. A imprensa exerce bem o seu papel, noticiando ocorrências de destaque e mantendo excelente nível de relacionamento com os policiais militares rodoviários.
A gestão pela qualidade se demonstra por índices tangíveis, como se procura apresentar. Justo, portanto, que a sociedade deles tome conhecimento, afinal, ela é a destinatária e a beneficiária dos serviços públicos.
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Velocidade, ultrapassagem e distância de segurançaPartindo de uma análi
se cuidadosa de cada acidente ocorrido nas rodovias, chega-se à conclusão de que o excesso de velocidade, as ultrapassagens em local proibido e o hábito de não manter distância de segurança em relação ao veículo da frente são as principais causas desses eventos trágicos que tiram a vida de incautos motoristas - e de terceiros cautelosos também.- , de passageiros e até mesmo de pedestres, além de deixar seqüelas nos sobreviventes, gerando elevado custo social.
Tais condutas constituem graves e independentes infrações de trânsito previstas respectivamente nos artigos 218, 202/203 e 192 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), Lei Federal nº 9.503/97 (classificadas como gravíssimas em alguns casos) e, por sinal, intimamente relacionadas umas às outras. De fato, corre excessivamente quem tem pressa e se arrisca além do limite para o qual foi projetada a via; ultrapassa em local impróprio quem igualmente tem pressa e não consegue aguardar o momento oportuno, expondo outros à grave perigo, particularmente em pistas simples - não duplicadas - e, finalmente, não guarda distância de segurança também o apressado intolerante à permanência de qualquer outro veículo à sua frente, forçando ultrapassagens.
Quanto à velocidade, é bom lembrar que o motorista tem as limitações próprias de sua natureza humana. Imaginando-nos também como máquinas - e de certa forma o somos -, facilmente podemos concluir que os sentidos e as reações corporais comandadas pelo cérebro não foram projetados para operar em altas velocidades e, também, somos obrigados a reconhecer a fragilidade de nossa estrutura corpórea em face de uma mudança radical de velocidade, no caso de uma colisão, por exemplo.
Na verdade, submetemo-nos a uma ilusão de normalidade provocada dentro de um veículo a cem quilômetros por hora e temos a sensação de que seria possível tranqüilamente abrir a porta e também descer no asfalto... Outra ilusão comum é achar que, em caso de colisão, estaremos
Efetivo do Policiamento Rodoviário operando radar manual
protegidos em razão da lataria ou que conseguiremos nos segurar ou, ainda, segurar crianças eventualmente soltas, com apenas um dos braços enquanto o outro segura o volante...
Excesso de confiança é o fator que leva alguns motoristas a assumirem riscos desnecessários. Desconsideram que em alta velocidade os olhos cansam rapidamente, por conta da movimentação intensa do globo ocular e das variações de luz e de cores, enfim, pelo grande número de informações captadas. Tudo passa muito rapidamente pelos olhos e pela mente do motorista em constante processamento, inclusive a avaliação do tempo e espaço necessários para que se realize uma ultrapassagem segura. E quanto maior a velocidade, maior a chance de falha humana.
Lógico que a velocidade muito baixa também pode causar acidentes, especialmente colisões traseiras; por isso constitui também infração de trânsito circular com a velocidade abaixo da mínima, ou seja, em regra a menos da metade da máxima permitida, de acordo com o CTB, conduta passível de autuação tanto quanto o excesso de velocidade, em condições normais, salvo se o veículo estiver circulando na faixa da direita (art. 219).
Imagine um caminhão a 40 km/h em uma rodovia cuja velocidade permitida é de 100 Km/h; a média dos demais veículos, nesse caso, estaria provavelmente um pouco abaixo da máxima e, em uma colisão traseira, o estrago seria equivalente a um carro encontrando uma parede à quase 60 Km/h. Parece pouco, mas pode
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nos contar o quanto é dolorido quem teve a triste experiência de bater a testa em uma porta de vidro ou em um poste, sem notar o obstáculo enquanto andava; também não é difícil imaginar o que acontece com alguém correndo (a uma média de 12 Km/h) vindo a bater em uma parede... Calcule, agora, o estrago provocado por uma colisão a 50, 60 Km/h ou mais.
Por isso são utilizados instrumentos auxiliares, como os radares, para a constatação de velocidade excessiva, a partir da sinali
zação da rodovia, bem como a análise de elementos objetivos em relação às circunstâncias para comprovação do aspecto de “incompatibilidade de velocidade” que motiva enquadramento diverso do excesso (art. 220 combinado com o 43). Para preservar vidas, a fiscalização no item “velocidade” deve ser implacável nas estradas.
Ultrapassagem em locais indevidos (onde houver marcação viária longitudinal de divisão de fluxos opostos do tipo linha dupla contínua ou simples contínua amarela, por exemplo) é igualmente uma infração de trânsito muito séria. Expõe a sério risco a vida de terceiros, além da vida do próprio condutor incauto. Não é à toa que se verificam, rotineiramente, a incidência de acidentes fatais causados por ultrapassagens mal sucedidas...
Por outro lado, a falta de distância mínima - de segurança - em relação ao veículo da frente, variável de acordo com a velocidade e convencionada em pelo menos 2 segundos de intervalo, quase sempre é forma irresponsável de pressionar a ultrapassagem, daí a sua relação direta com as outras infrações de trânsito já expostas. Ainda, tal conduta é contrária a tudo o que se ensina enfaticamente hoje em dia, no contexto da chamada “direção defensiva”.
Por isso, com propriedade, devem ser absolutamente evitadas essas três infrações: excesso de velocidade, ultrapassagem proibida e falta de distância de segurança.
Paz na estrada aos motoristas de boa vontade!
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Operação “Cavalo de Aço”
Fiscalização de motociclistas
A Polícia Militar Rodoviária vem desenvolvendo sistematicamente ações planejadas de fiscalização de trânsito com foco em motocicletas, em todo o Estado de São Paulo, em razão do aumento expressivo da frota em circulação que trouxe, como conseqüência, o aumento dos acidentes e de vítimas que se utilizam desses veículos de duas rodas. Tal iniciativa resulta da competência originária (Constitucional) quanto à realização da polícia ostensiva e à preservação da ordem pública e, como competência derivada de Convênio, a fiscalização de trânsito nas rodovias.
Nesse universo de atribuições se inclui a repressão à prática de infrações de trânsito e a adoção das providências legais previstas no Código de Trânsito Brasileiro, além daquelas decorrentes da legislação penal, igualmente repressivas, diante da constatação de infrações penais. A fiscalização é realizada em todas as rodovias estaduais, sob o já tradicional nome de Operação “Cavalo de Aço”.
Essa intervenção mostra-se hoje mais que necessária. De fato, no Brasil encontra-se em plena expansão a produção e a venda de motociclos. Em 2005 foram vendidos 1,024 milhões de unidades no país. Em 2006 e 2007, o crescimento foi superior a 20%, respectiva
mente, em relação ao ano de 2005, com a venda de mais 1,2 milhões de unidades ao ano, segundo a Abraciclo - Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares.
As motocicletas de 100 a 250 cc de cilindradas foram as mais vendidas nas regiões Sudeste, com mais de 40%, seguida do Nordeste, com pouco mais de 20% e da região Sul, com aproximadamente 19% lideraram o ranking da distribuição geográfica de vendas ao mercado interno.
Ainda, tem crescido nos últimos anos o transporte denominado de “moto-frete” e também os serviços de “moto-táxi”, que se tornaram modalidades muito comuns na estrutura das cidades de médio e grande porte, com tendência de expansão em relação às cidades de menor população.
Nota-se, também, que a compra de uma motocicleta está bastante facilitada, o que torna esse veículo um atrativo aos usuários atuais de viagens a pé, trens e ônibus, principalmente. Estima-se atualmente que mais de 30% do mercado de motocicletas é composto por exusuários de transporte coletivo. Como resultado dessa evolução, a circulação de motocicletas vem apresentando uma série de problemas, não só nas áreas ur
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banas, como também nas rodovias paulistas. Todas essas circunstâncias explicam o fato de que, nos últimos anos, a participação de motocicletas envolvidas em acidentes nas rodovias estaduais paulistas aumentou expressivamente: de 16 % em 2006 para 20 % em 2007.
Acidentes com motocicletas tendem a gerar vítimas graves, por tratar-se de veículo em que o condutor e o eventual passageiro estão muito expostos a ferimentos em caso de acidente. Em rodovias, o problema é amplificado em função das velocidades maiores praticadas pelo tráfego geral, agravando-se a interferência lateral quando da circulação da motocicleta entre faixas (no “corredor”), particularmente nos trechos urbanos. Exatamente por isso, em relação às mortes ocorridas nas rodovias estaduais, torna-se alarmante a constatação de que os motociclistas responderam por 25 % dos óbitos em 2007, contra 18 % em 2006.
Estudos recentes indicam que o perfil do motociclista acidentado é representado por: 93 % do sexo masculino; 75 % na faixa etária entre 20 e 30 anos; 64 % dirigem 10 horas por dia; em 76 % circulam em motocicletas de baixas cilindradas (125cc). Logicamente que os acidentes ocorridos nas cidades absorvem boa parte das estatísticas, com esse exato perfil. Na rodovia, por outro lado, onde o perigo é potencialmente maior, notam-se características similares a partir da verificação de que a motocicleta vem substituindo o automóvel por conta dos seus baixos custos.
Além da delicada questão dos acidentes, impõe-se maior número de abordagens a motociclistas em razão de que aumentou muito, também, a utilização de motos para fins ilícitos, com ênfase no tráfico de entorpecentes e roubos pela maior agilidade do veículo de duas rodas.
No contexto da fiscalização do trânsito, em especial, somente a atuação ostensiva, intensa e inteligente pode atingir os fins pretendidos, que são basicamente a mudança de comportamento do motociclista que pratica infrações e a retirada de circulação das motocicletas que se encontram em situação irregular, particularmente quanto ao não oferecimento de plenas condições de segurança.
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Os motociclistas, os passageiros e seus capacetesO Código de Trânsito Bra positivo refletivo de segurança
sileiro (Lei Federal nº 9.503/97) (adesivo refletivo) nas partes trajá obrigava o uso de capacete de seira, frontal e nas laterais do casegurança tanto para o condutor pacete e, também, o selo de iden(motociclista) quanto para o ga tificação regulamentado pelo INrupa (passageiro) das motoci- METRO, ou a existência de eticletas, motonetas e ciclomoto queta interna, comprovando a res em circulação (artigos 54 e certificação do produto. Verifi55). Particularmente para o car-se-á, também, se o capacete condutor, já era exigido o ca apresenta algum defeito (trincas, pacete com viseira ou, na falta por exemplo) e a integridade do desta, “óculos protetores”. Para revestimento interno, da cinta juo passageiro a lei não impunha gular (que não pode estar desfia-tal complementação. da) e do engate (que deve estar
A falta de regulamentação funcionando). específica gerava uma série de A não adequação do equiinterpretações dúbias, prejudici pamento ou sua não fixação corais à desejada uniformidade de reta enquadra-se na mesma infraprocedimentos da fiscalização, ção de trânsito da falta do capadestacando-se o fato de que a in cete, eis que o inciso I do artigo fração de trânsito pela falta do 244 prescreve a infração como capacete era (e continua sendo) “sem usar capacete de segurança classificada como gravíssima e com viseira ou óculos de protepassível de multa (R$ 191,54) e ção e vestuário de acordo com as suspensão do direito de dirigir, nos termos do artigo 244, incisos I e II, também do CTB. Importante esse tema, eis que o nível de exposição do corpo humano sobre um veículo como a motocicleta em movimento é muito grande e, bem por isso, a gravidade dos ferimentos resultantes de acidentes é proporcional à fragilidade que se compensa, até certo ponto, pelo uso correto do equipamento obrigatório de segurança.
Recentemente foi publicada a Resolução nº 203 (de 29 de setembro de 2006), do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), que é o órgão coordenador do Sistema Nacional de Trânsito e órgão máximo normativo e consultivo na área de trânsito, disciplinando o uso de capacete para condutor e passageiro de motocicleta, motoneta, ciclomotor, triciclo motorizado e quadriciclo motorizado, ou seja, para todas as categorias assemelhadas à motocicleta (que sujeitam o corpo humano à grande exposição), o que veio esclarecer vários pontos relevantes, regulamentando finalmente a matéria relativa ao capacete.
O primeiro ponto que se coloca é obrigatoriedade do uso do equipamento, em qualquer via pública, pelo condutor e pelo passageiro (as motocicletas e seus assemelhados não foram projetados e aprovados para a condução de mais de um passageiro). O segundo ponto é a obrigatoriedade, ora expressa, da sua afixa
ção à cabeça “pelo conjunto formado pela cinta jugular e engate, por debaixo do maxilar inferior”. Tanto quanto ainda é comum flagrar pessoas sobre uma moto com o capacete protegendo um dos cotovelos ao invés da cabeça, não é raro encontrar pessoas com o capacete apenas encaixado na cabeça (ou por vezes apoiado na testa...), sem a adequada fixação, o que compromete totalmente a eficiência do equipamento que deveria servir como instrumento de proteção em caso de acidente.
O terceiro ponto é a obrigatoriedade do capacete se encontrar “certificado por organismo acreditado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO), de acordo com regulamento de avaliação da conformidade por ele aprovado”. Significa dizer que não é qualquer capacete que pode ser utilizado a pretexto de se evitar multas ou, ainda, para inventar ou seguir alguma tendência de moda. Para proteger a calota craniana e pelo menos as partes laterais do maxilar, o capacete deve envolver toda a cabeça e não apenas a sua parte superior como ocorre com vários modelos conhecidos como “coquinho”, que são proibidos.
No contexto das especificações técnicas, as autoridades de trânsito ou seus agentes devem observar, durante a fiscalização, a devida aposição de dis
normas e especificações aprovadas pelo CONTRAN”. Á propósito, quanto à questão do vestuário, como equipamento obrigatório de segurança, aguarda-se ainda regulamentação da matéria.
Interessante, também, a questão da proteção dos olhos. A viseira é peça obrigatória do capacete, exceto no caso de utilização de “óculos de proteção”, ora definidos como “aquele que permite ao usuário a utilização simultânea de óculos corretivos ou de sol” (o anexo da referida Resolução trás suas especificações). Portanto, de acordo com o que foi regulamentado, sem a viseira posicionada de forma a dar proteção total aos olhos, é proibido usar apenas óculos de sol, óculos corretivos (de graus), ou ainda o de segurança de trabalho (EPI), que não são capazes de substituir o equipamento identificado como “óculos de proteção”. Por fim, a viseira deve se apresentar em padrão cristal (transparente) para uso no período noturno, restando proibida a aposição de qualquer película em sua extensão e também nos óculos de proteção, a fim de se garantir a máxima transparência em qualquer horário de utilização e, com isso, favorecer a capacidade de visão do usuário.
Por isso, ao motociclista e ao passageiro da moto fica a seguinte mensagem: para preservar sua vida, use sempre o capacete. E corretamente.
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O Policiamento Rodoviário e o meio ambienteA Instituição identifica e tra
ta os aspectos que causam impactos sociais e ambientais, decorrentes de seus produtos, processos e instalações. Também previne acidentes de trânsito relacionados ao transporte de produtos perigosos, com a finalidade de evitar danos ao meio ambiente e à sociedade em geral.
Quando ocorrem tais acidentes, não obstante o esforço em evitálos, minimiza os impactos ambientais mediante atendimento rápido, breve acionamento dos órgãos responsáveis pelas intervenções necessárias - inclusive limpeza do local - tais como CETESB, Corpo de Bombeiros, DER e Concessionárias, além de providenciar sinalização emergencial, socorro imediato às vítimas e registros pertinentes.
Outros impactos ambientais podem ocorrer na área de atuação, sem relação direta com os produtos perigosos, oportunidade em que o Policiamento Rodoviário também age prontamente. Exemplo disso é o caso dos incêndios em margens de rodovias, por vezes causados por pontas de cigarros atiradas por incautos motoristas.
Nessa situação, é acionado imediatamente o Corpo de Bombeiros e é providenciada a urgente sinalização do local para se evitar acidentes de trânsito em razão da fumaça que diminui a visibilidade dos usuários da rodovia. Também são promovidas interdições e desvios necessários, além da colocação das viaturas em pontos estratégicos com luzes intermitentes e “high-light” ligados, o que auxilia a sinalização de emergência.
No campo preventivo, a força de trabalho age com equipes treinadas
Policial fiscalizando nível de emissão de fumaça com escala “Ringelmann”
Apreensão de pássaros silvestres transportados ilegalmente. Assis, 2007. (na foto, Cabo Ribeiro)
para a fiscalização dos veículos de transporte de produtos perigosos, protegendo particularmente os mananciais que podem ser atingidos em razão de acidentes nas rodovias, evitando-se graves prejuízos à sociedade. Também age na proteção à qualidade do ar por meio da fiscalização dos níveis de emissão de fumaça dos veículos movidos a óleo diesel, mediante emprego da escala “Ringelmann”, instrumento de medição visual para subsidiar lavratura de autos de infração de trânsito, distribuído recentemente a todo o efetivo.
Igualmente no contexto dos crimes ambientais, a força de trabalho reprime o transporte rodoviário irregular de animais silvestres, de produtos e subprodutos naturais sem registro de procedência legal, a exemplo de madeira, carvão e palmito, adotando providências quanto ao encaminhamento da ocorrência policial e apreensões devidas. Ainda que não seja caracterizada a infração na área ambiental, por vezes tal ação policial detecta e reprime crimes contra a economia popular, ao constatar ausência de notas fiscais relacionadas ao transporte realizado.
Quanto às viaturas utilizadas, que compreendem importante instrumento de trabalho em emprego permanente, a preocupação com a manutenção preventiva, regulagem e limpeza
diminui impactos ambientais decorrentes de sua operação.
No âmbito interno, os policiais são conscientizados sobre a importância de se evitar o desperdício de materiais, pois tal conduta, além de significar uma economia para o Estado, também diminui a quantidade de lixo acumulado, proporcionando mais saúde e reduzindo a agressão ambiental.
Na prática, os resultados correspondem a uma melhor conservação das instalações, uma redução com os gastos na manutenção e reparos dos próprios públicos e o aumento da satisfação e segurança do policial militar, independente de trabalhar na função administrativa ou operacional, e daqueles que utilizam os serviços do policia
mento rodoviário. Ainda, as unidades de Policia
mento Rodoviário foram escolhidas pelo Alto Comando da Polícia Militar, juntamente com as do Policiamento Ambiental, para implantação em sua totalidade dos efeitos de registro imediato da Lei Federal 9.099/95, após período de experiência.
Assim, desde 1º de janeiro de 2004 todas essas unidades vêm confeccionando o chamado Termo Circunstanciado, aplicado aos crimes considerados de menor potencial ofensivo, ou seja, com pena até dois anos de prisão, considerando-se nesse contexto vários crimes ambientais, o que reflete um ganho na qualidade do serviço prestado, em vista de não ser mais necessário o afastamento do policial de seu local de trabalho, aumentando a ostensividade e promovendo a repressão imediata das infrações ao meio ambiente.
Viatura própria para fiscalizaçãode transportes de produtos perigosos
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Solução para a questão dosanimais soltos nas rodovias
Mesmo com o desenvolvimento regional e a acentuada melhoria das condições gerais de segurança nas rodovias, nota-se que ainda ocorrem acidentes em decorrência de animais soltos. Por isso, é importante sempre destacar as responsabilidades individuais, para a diminuição desses eventos tão danosos à segurança do trânsito.
A pessoa que por omissão permite que seus animais permaneçam na via pública, causando sério risco ao trânsito e, conseqüentemente, à vida de terceiros, pratica a contravenção penal de omissão de cautela na guarda ou condução de animais, artigo 31, parágrafo único da Lei de Contravenções Penais (Decreto-lei nº 3.688/41). Se identificado, obviamente, o proprietário ou o preposto responsável deverá responder criminalmente pela sua omissão em conduta extramente lesiva à segurança da coletividade. Cabível, igualmente, a imputação do crime de maus tratos a animais, quando constatado o abandono ou o abuso do proprietário ou encarregado nos termos do artigo 32 da lei federal nº 9.605/98 (Lei dos Crimes Ambientais).
Teoricamente é possível, dependendo das investigações sobre um acidente que resulte morte, se constatada a
omissão do proprietário do animal, inclusive o indiciamento por homicídio culposo, ou seja, sem a intenção de matar. E além da responsabilidade penal, em qualquer hipótese de prejuízos decorrentes, também existe a obrigação de reparação dos danos causados (responsabilidade civil) como conseqüência da conduta do proprietário do animal solto em via pública. A dificuldade na aplicação da lei existe em razão de que, naturalmente, em situações de acidente, quase sempre não aparece o responsável pelo animal, pois este nega a sua propriedade...
Registraram-se durante os anos de 2006 e 2007 vários acidentes nas rodovias regionais causados pela presença de animais na pista, em especial cavalos e bovinos, o que justificou uma grande mobilização dos policiais militares rodoviários para identificar os proprietários e responsáveis, nas propriedades lindeiras, a fim de promover advertências e, em caso de flagrante contravenção, a lavratura de termo circunstanciado, com o posterior encaminhamento do caso ao juízo competente, para o devido processamento da ação em rito sumaríssimo (apesar da gravidade da conduta, a infração penal é caracterizada como de pequeno potencial ofensivo em
virtude da Lei 9.099/95). Nesse mesmo período, 13 casos foram processados, objetivando intervenção do Poder Judiciário, somente na região de Assis.
Além dos registros policiais devidos, de qualquer modo o animal é imediatamente retirado da via pública e conduzido mediante apoio do DER ou empresas concessionárias e, em alguns casos, das Prefeituras locais, para espaço próprio, de onde somente é retirado pelo responsável devidamente identificado e com o pagamento das despesas decorrentes.
Por isso, quando algum usuário das rodovias estaduais observa animais soltos na pista ou nas proximidades, pode e deve acionar, por questão de cidadania, o Policiamento Rodoviário de imediato (em Assis, pelos telefones 18-3322-8644, ou 18-33251013, ou mesmo pelo número 190).
No caso de área urbana, ao notar animais soltos na via pública, além do acionamento do órgão da Prefeitura que cuida da recolha, o cidadão igualmente pode acionar a Polícia, desde que tenha a identificação do respectivo proprietário ou encarregado que deveria cuidar dos animais, para que seja possível a responsabilização também no campo penal.
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Por um trânsito mais seguro
Ordem legal de parada para fiscalização
Acidentes de trânsito representam hoje um dos grandes problemas sociais do Brasil. De acordo com dados divulgados pelo Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN), por ano mais de 350.000 pessoas são feridas e outras 35.000 perdem a vida em acidentes nas ruas e avenidas das cidades ou nas rodovias, resultando um custo social anual da ordem de mais de 10 bilhões de reais, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
Esse cálculo não pode abranger, evidentemente, o custo moral da perda de uma vida sequer. O valor de uma vida, para a família que a perdeu, é imensurável. E quem de nós nunca perdeu um ente querido em um acidente de trânsito? Como podemos reverter esse quadro e afastarmos tal realidade que se apresenta tão próxima de qualquer cidadão na condição de condutor, passageiro ou mesmo pedestre?
Pode-se estabelecer três fatores que influenciam diretamente na ocorrência de desastres no trânsito: o fator mecânico (relacionado ao próprio veículo), o fator ambiental (relacionado aos elementos externos como a pista, luz e condições climáticas) e, finalmente, o fator humano (relacionado ao comportamento). Por vezes esses fatores se comunicam, de modo que um mesmo sinistro pode resultar da combinação, em percentuais variados, de cada um desses três itens.
Ao menos nas vias que apresen
tam razoáveis condições de conservação e de sinalização, pode-se afirmar, sem a menor dúvida, que prepondera o fator humano como causador de trágicos eventos. Prepondera, na maioria das vezes, o sentimento de impunidade que afrouxa os cuidados dos motoristas - que também praticam infrações de trânsito. Então, a incidência constante de acidentes traz a sensação de intranqüilidade, o que subverte a ordem normal e compromete a almejada segurança para aqueles que respeitam as regras de trânsito.
Assistimos a ultrapassagens e conversões em locais proibidos, excesso de velocidade, desrespeito ao pedestre, à distância mínima em relação ao veículo da frente, à sinalização, condutores sem habilitação e tantas outras situações irregulares que poderiam ser evitadas pela simples correção de atitudes. Aliás, o fator mecânico, quando evidenciado, quase sempre é resultante de falta de manutenção no veículo, ou seja, também derivado de uma falha humana, a exemplo de iluminação deficiente, falta de equipamentos básicos de segurança e pneus excessivamente gastos.
Tratando de comportamento, é bom lembrar que o condutor, o passageiro e o pedestre têm responsabilidades no trânsito. O condutor normalmente é o que detém maior influência, pois deve tomar decisões rápidas, como responsável pela trajetória, sinalização e velocidade do veículo, dentre outros itens, em situações
normais de funcionamento mecânico. Mas não significa que o passageiro é sempre isento de responsabilidade, ainda que inexistente na legislação de trânsito. Como é possível, por exemplo, alguém aceitar ser transportado, em um veículo sem condições de segurança ou dirigido por alguém embriagado?
Com relação ao pedestre, por outro lado, é muito comum encontrá-lo cruzando inadvertidamente ruas, avenidas e mesmo rodovias com grande movimento (e, nessas, pulando divisórias) sem a noção completa do risco que corre. Alguma noção possui; caso contrário, o seu comportamento poderia ser classificado como suicida. Infelizmente, para aqueles que se preocupam somente com o tempo que podem perder, faixas ou passarelas para travessia são elementos decorativos.
Não é difícil, portanto, chegar à simples conclusão de que devemos investir muito na conscientização, para diminuirmos os índices de acidentes de trânsito. Buscaremos, então, no próprio fator humano a força para reverter a intranqüilidade reinante no trânsito. Trata-se mesmo de necessária mudança de comportamento, a fim de que cada um dos usuários seja um agente da segurança no trânsito.
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB), lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, reservou um de seus capítulos (o Capítulo VI) para tratar da “Educação para o trânsito” (artigos 74 a 79), prestigiando a prevenção dos acidentes por meio de constante trabalho de conscientização em campanhas e mobilização de todos os órgãos e entidades relacionados, direta ou indiretamente, com o trânsito urbano ou rodoviário.
O engajamento da sociedade em geral é necessário. Não basta apenas que os órgãos de fiscalização atuem com rigor, reprimindo incessantemente as infrações de trânsito, já que defendemos tal ação como indispensável para coibir condutas irregulares, para o propósito da prevenção de caráter geral. Não basta, também, a simples troca do carro velho pelo novo e, ainda, a atuação eficaz dos órgãos responsáveis pela manutenção ou melhoria das condições das vias.
Todos os usuários têm a sua particular responsabilidade, pessoal e absolutamente intransferível. Trata-se, portanto, de uma questão de cidadania, de consciência, de preservação da vida, para alcançarmos um trânsito mais seguro.
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Os 10 mandamentos do trânsito seguroEntre 2006 e 2007, a Frente Parla
mentar em Defesa do Trânsito Seguro, mobilização suprapartidária do Congresso Nacional, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o Ministério das Cidades, o Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN) e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) uniram-se por ocasião da Semana Nacional de Trânsito para levar às Igrejas, escolas, empresas e associações de bairro uma mensagem de educação, de solidariedade e respeito de todos nas ruas e estradas do Brasil. Para tanto, valeram-se dos “Dez Mandamentos do Motorista”, publicados no documento “Orientações para a pastoral da estrada” do Conselho Pontifício da Pastoral para os Migrantes e Itinerantes.
O documento original foi publicado pelo Vaticano, em meados de 2006, expressando sua preocupação com o alto número de mortos no trânsito e denunciando que o automóvel, em muitas das vezes, se transformou em simples objeto de ostentação e de vaidade. O texto também denunciou comportamentos "pouco equilibrados" de muitos motoristas, como a falta de cortesia, gestos ofensivos, discussões, blasfêmias, perdas do senso de responsabilidade e violação deliberada das normas de circulação, tudo em prejuízo à valorização da vida.
Apontou o fato de que no século XX cerca de 35 milhões de pessoas morreram em acidentes de trânsito, e os feridos totalizaram 1,5 bilhão em todo o mundo. Em 2000, os mortos foram 1,26 milhão. Diante dos dados alarmantes, o Vaticano pediu que fossem respeitadas as normas de trânsito, lembrou a "virtude da prudência", advertiu sobre a distração e o uso de telefones celulares durante a condução, além da grave conduta de dirigir sob os efeitos do álcool e de outras substâncias entorpecentes.
Por conta da constatação de que a maior parte dos acidentes tem causa exatamente na conduta dos motoristas, é essencial a ampla divulgação desse contemporâneo “Decálogo do Motorista”, que também constitui os “Dez Mandamentos do Trânsito Seguro”.
São deveres que ultrapassam os simples preceitos religiosos para constituírem regras e também princípios fundamentais de convivência fraterna no trânsito e de valorização da vida.
1. “Não matar” O carro é um instrumento a serviço da vida, da convivência e do progresso. Por isso é fundamental respeitar as leis de trânsito para proteger a vida.
2. “A estrada deve ser para você um instrumento de comunhão entre as pessoas e não um local com risco de vida” As estradas são construídas para aproximar as pessoas e favorecer a promoção humana. Vamos defender a vida com amor e colaboração, também no trânsito.
3. “Cortesia, sinceridade e prudência ajudarão você a superar os imprevistos” A sensibilidade nas relações humanas é o suporte para as grandes e pequenas soluções da vida. No trânsito precisamos manter esse clima de respeito e amor ao outro.
4. “Seja caridoso e ajude o próximo nas suas necessidades, especialmente as vítimas de acidentes” O amor e a justiça são princípios indispensáveis para manter e cultivar a dignidade humana. Por isso, “não nos cansemos de fazer o bem” (GI 6,9).
5. “Que o carro não seja para você expressão de poder e domínio nem ocasião de pecado” O bom uso do carro depende das boas intenções do motorista. O que se passa no coração se expressa nas relações entre as pessoas.
6. “Convença, com caridade, os jovens e os que já não o são para que não dirijam quando não estiverem em condições de fazê-lo” O bom senso é princípio indispensável no discernimento sobre as condições de dirigir. É preciso aceitar os próprios limites e obedecer as leis de trânsito.
7. “Ajude as famílias das vítimas de acidentes” A verdadeira solidariedade se confirma nas horas difíceis da vida. O que você gostaria que lhe fizessem procure fazer ao outro.
8. “Reúna a vítima com o motorista agressor num momento oportuno para que possam viver a experiência libertadora do perdão” Fogo não se apaga com o fogo! Violência não se resolve com violência! Só o perdão liberta e promove a paz e a justiça.
9. “Na estrada proteja o mais vulnerável” O cuidado pela vida, sobretudo a dos mais fracos, é a maior expressão de grandeza de um coração que sabe amar. A própria lei de trânsito estabelece que a preferência é sempre dada ao pedestre e ao veículo de menor resistência.
10. “Sinta-se responsável pelo outro” Ninguém é mais do que o outro, mas todos somos menos sem o outro. Somos mutuamente responsáveis pela vida e pela paz nas estradas. Seja solidário!
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Desenhos de filhos de Policiais MilitaresRodoviários da 3ª Companhia do 2º BPRv
Amanda Cândido Rodrigues Filha do Cb PM Lopes
Lorena Caroline de Lima Lopes Filha do 3º Sgt PM Elias
Lucas Marques Dias Filho do Sd PM Dias
Carlas Ferris Plaza Filha do 1º Sgt PM Plaza
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MENSAGENS PARA SEGURANÇA NO TRÂNSITOMENSAGENS PARA SEGURANÇA NO TRÂNSITO PEDESTRE: Você também deve obediência às regras de trânsito para a segurança de todos. É recomendável usar roupas claras para melhor ser visto. Ao atravessar uma via, guarde mais espaço
entre você e o veículo em movimento. À noite ou em dias chuvosos, todo cuidado é pouco. No caso de semáforo, evite atravessar a via no sinal amarelo ou enquanto os carros não pararem total
mente. Procure atravessar sempre em locais com sinalização, usando as faixas de pedestres ou passarelas e
viadutos no caso das rodovias. Nas estradas, onde não existem calçadas e faixas de segurança, ande sempre no acostamento e em
sentido contrário ao dos veículos. Se tiver que cruzar a via onde não há passarelas ou viadutos, atravesse-a sempre em linha reta.
Evite travessia nos locais onde existe divisória (barreira) entre os sentidos de direção. Quando estiver em grupo, faça uma fila única.
Muita atenção na hora de atravessar uma via. Permaneça na calçada ou acostamento e olhe para todos os lados. Evite sair de pontos cegos de visão, como subidas, curvas, árvores, carros estacionados, etc.
Em faixa de segurança, atravesse pela direita dela. Ainda assim, olhe para os dois lados mantenha a atenção. Um motorista distraído ou mal educado pode se tornar uma desagradável surpresa. Crianças, pessoas idosas e deficientes sempre devem ser ajudados no momento de atravessar a rua.
Tome muito cuidado ao embarcar e desembarcar de um veículo. Na hora de descer de um ônibus, por exemplo, espere o veículo parar completamente, desça, aguarde o mesmo se afastar e só então atravesse a via.
CICLISTA: Pedale sempre com muito cuidado e atenção, obedecendo e respeitando as leis de trânsito e as regras de
circulação do ciclista. Você tem responsabilidades para um trânsito seguro. Ande sempre pelo lado direito da via e no mesmo sentido dos veículos (para evitar o ofuscamento e
garantir melhor visão sua dos limites em que pode transitar). Quando estiver em grupo, ande sempre em fila única. Quando necessário pedalar nas rodovias, use
apenas o acostamento. Nas vias de fluxo rápido e intenso, preste muita atenção às curvas, cruzamentos e pontos de ônibus.
Cuidado ao passar por carros estacionados: as portas podem se abrir de repente e causar acidentes. Na cidade, não circule sobre as calçadas. Use sempre as ciclovias, ou então os caminhos mais seguros,
sinalizados e de menor movimento. Nunca pegue carona na traseira de veículos ou ao lado deles. Numa freada brusca é quase impossível
evitar a colisão e outros acidentes. Faça de tudo para ser visto. Durante o dia sempre sinalize a intenção de suas manobras. Á noite e em
dias chuvosos dê preferência ao uso de roupas claras. Use sempre o capacete próprio para proteção da cabeça, pois uma simples queda pode ser fatal. Equipe
sua bicicleta com luzes e adesivos refletivos. Sua segurança pode estar garantida nesses simples detalhes. Pense como motorista. A superioridade dos demais veículos em relação à bicicleta é evidente e o respei
to ao ciclista nem sempre é praticado.
CRIANÇA: Ao atravessar a rua, utilize sempre a faixa de segurança e atravesse em linha reta. Não corra ao atraves
sar a rua. Na saída da escola, ande sempre na calçada, longe do meio fio. Se a rua não tiver calçada, ande encos
tada nos muros, de frente para a direção de onde vêm carros. Se a rua não tiver faixa nem sinal, atravesse num lugar reto e sem curvas, para enxergar bem os carros
dos dois lados. Se houver policiais ou guardas, respeite suas orientações. Eles estão ali para ajudar. Somente suba ou desça do veículo de transporte escolar quando ele estiver totalmente parado. Não
coloque a cabeça ou o braço para fora da janela do veículo. Lembre seus pais de alguns cuidados sobre o transporte escolar que vai levar você para a aula. Por
exemplo, se ele possui permissão do órgão municipal, equipamentos de segurança, condições de tráfego e outros. No carro de seus pais, criança menor de 10 anos, só no banco de trás, sempre com o cinto de segurança
e portas trancadas. E não fique em pé entre os bancos dianteiros. Não mexa nos equipamentos do veículo. Você pode movimentar o carro e não saber como controlá-lo.
Não coloque o braço nem a cabeça para fora da janela e não passeie no porta-malas ou ainda na carroceria de caminhonetes.
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MENSAGENS PARA SEGURANÇA NO TRÂNSITO De bicicleta, só saia na rua se já for maior. E sem fazer acrobacias. Ainda, ande sempre pela ciclovia, ou
então passeie nos parques e praças. Também de bicicleta, cuide bem dos freios e utilize capacete. Ao andar de patins ou patinete, não esqueça do capacete, munhequeira, luvas, joelheiras e cotoveleiras. Evite brincar na via pública, soltando pipas, andando de patins ou bicicleta. Lugar de diversão é no
parque, praça, jardim ou quintal. Não brinque entre carros estacionados. Se a bola cair na rua, não corra atrás; peça para um adulto
buscar ou olhe muito bem e devagar se não vem vindo carro. Não empine pipas nas proximidades de ruas e rodovias e nunca use “cerol”. Linha cortante pode matar,
especialmente motociclistas.
MOTOCICLISTA: Use sempre capacete na especificação regulamentar e vestimentas de segurança (luvas, botas, jaquetas,
etc). Este equipamento é proteção certa para você e seu garupa. Seja habilitado e pilote sempre com atenção. Não costure o trânsito ou circule entre veículos em
movimento. Saiba usar os freios com habilidade: sempre os dois ao mesmo tempo, usando os quatro dedos na hora
da frenagem. Lembre-se que o freio traseiro, além de ajudar a parar, mantém o equilíbrio da moto. Fique visível aos outros veículos no trânsito. Evite manter-se nos pontos cegos de visão dos automóveis
e, mesmo durante o dia, circule com farol aceso, sinalizando sempre suas intenções. Vista-se com roupas claras para ser notado a distâncias maiores. Faixas refletivas de qualquer cor nas
costas, frente e braços da jaqueta são ideais. Cuidado com os cruzamentos: sempre pare e olhe antes de passar. Ocupe adequadamente seu espaço
nas ruas e nunca divida a mesma faixa com outros veículos. Mantenha sua moto bem regulada e em ótimo estado de funcionamento. Verifique com freqüência os
estados das luzes e dos pneus. Preste atenção nas condições da pista (presença de areia, óleo, água no chão, buracos etc.) quando pilotar em vias urbanas e estradas.
Conheça a postura correta de pilotagem, qual seja, coluna reta, sentado no centro da moto, com ombros e braços relaxados. Em terrenos irregulares, levante-se sobre a pedaleira para diminuir o impacto. O passageiro (garupa) deve sentar-se bem próximo ao piloto, segurando firme para acompanhar os movimentos e inclinações da moto.
Pilote defensivamente. Identifique e previna ações de pedestres e outros veículos, decidindo antecipadamente o que vai fazer. A atenção a tudo o que acontece a sua volta é fundamental.
MOTORISTA: Dirija sempre em velocidade moderada. Os poucos segundos que você ganha correndo são perdidos em
algum sinal ou cruzamento. E em alta velocidade, as chances de reagir a tempo para evitar um acidente são muito reduzidas.
Tanto na cidade quanto na estrada, todo bom motorista deve conhecer, conservar e respeitar as leis e sinais de trânsito. Uma ação indispensável para preservar sua vida e a de outras pessoas no trânsito.
O uso do farol baixo durante o dia, e em qualquer situação, é recomendável (ainda que não obrigatório), pois aumenta muito a visibilidade do seu veículo, especialmente nas rodovias de mão dupla de direção. Esse simples cuidado pode evitar acidentes.
Mantenha seu veículo sempre em boas condições de funcionamento. Faça revisões periódicas e deixe tudo bem regulado: sistema de freios, elétricos, pneus, amortecedores, etc. Antes de viajar, particularmente, a verificação desses itens é obrigação do motorista.
Mantenha sempre atualizadas a documentação e o licenciamento do seu veículo. Ande sempre com os originais da Carteira Nacional de Habilitação e do CRLV (documento do veículo) e nunca plastificados.
Não dirija cansado, com stress ou sono, nem sob o efeito de bebidas alcoólicas ou drogas. Isso diminui em muito os seus reflexos e torna você um verdadeiro perigo no volante. Seja responsável e se cuide.
Guarde uma distância segura entre o seu veículo e o que vai a sua frente (pelo menos 4 metros). Evite andar "colado". Assim você tem mais visão e garante o domínio do veículo em caso de alguma parada súbita.
Somente ultrapasse com segurança. Nunca ultrapasse em curvas, lombadas ou locais proibidos. Em caso de dúvida, não arrisque. A decisão e a manobra de ultrapassagem devem ser precisas e imediatas. Muitos acidentes gravíssimos ocorrem em ultrapassagens indevidas.
Em condições climáticas adversas (noite, chuva, neblina etc.), redobre a atenção. Use faróis baixos e reduza a velocidade. Nunca deixe o pisca alerta ligado com o veículo em movimento.
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MENSAGENS PARA SEGURANÇA NO TRÂNSITO Na hora do embarque ou desembarque de passageiros, tome cuidado. Aproxime o veículo da guia da
calçada, evitando parar em fila dupla e, na rodovia, pare somente em local seguro, no acostamento. Lugar de criança é no banco de trás, longe das portas e com o cinto de segurança. Menores de 4 anos devem usar cadeirinhas apropriadas para a idade. Bebês ficam mais seguros em
cestos presos pelo cinto, sempre no banco de trás.Para entrar à esquerda ou fazer um retorno na rodovia, pare sempre no acostamento. É o lugar certo
para você observar o movimento e esperar a sua oportunidade de mudar de pista. 90% dos acidentes de trânsito acontecem por imprudência dos motoristas. Por isso, nunca abuse da
autoconfiança. Dirija sempre com muita atenção e cuidado. Concentração, habilidade, precisão e responsabilidade
são qualidades fundamentais de um bom motorista. Use sempre o cinto de segurança e faça com que todos os seus passageiros usem-no também. Mais
do que evitar uma multa, você vai proteger sua vida e a dos passageiros.
CINTO DE SEGURANÇA: O cinto de segurança é um dispositivo simples que serve para proteger sua vida e diminuir as
conseqüências dos acidentes. Ele impede, em casos de colisão, que seu corpo se choque contra o volante, painel e pára-brisas, ou que seja projetado para fora do carro.
Em uma colisão de veículos a apenas 40 km/h, o motorista pode ser atirado violentamente contra o pára-brisas ou arremessado para fora do carro. Alguns motoristas pensam que podem amortecer o choque segurando firmemente no volante. Isto é ilusório, porque a força dos braços só é eficaz a uma velocidade de até 10 km/h. Use, portanto, o cinto de segurança.
Em caso de colisão, tombamento ou capotamento, primeiro o veículo bate num obstáculo, e, em seguida, os passageiros são projetados contra o painel, o pára-brisas, ou uns contra os outros. O cinto evita esta segunda colisão, segurando e mantendo motorista e passageiros no banco.
O acidente gera uma carga que é uniformemente distribuída ao longo de toda a área de contato do cinto de segurança sobre o corpo humano. Estas áreas são os nossos pontos mais fortes. O próprio cinto absorve parte do impacto e por isso ele é tão importante.
É fundamental sentar-se corretamente no banco e com a coluna bem reta. O cinto abdominal deve ser colocado na região dos quadris e não na barriga. O cinto diagonal (a grande maioria dos modelos) deve passar pelo ombro. O cinto não deve estar torcido, nem com folgas.
Um dos principais argumentos das pessoas que não usam cinto refere-se a que este "pode machucar e provocar lesões". A análise dos raros casos de algum tipo de trauma causado pelo cinto de segurança concluiu que, na imensa maioria das vezes, o choque fora tão violento que os danos seriam maiores sem o cinto de segurança ou, ainda, que houve uso inadequado do cinto.
ALCOOLISMO: Beber antes de dirigir ou dirigir depois de beber são as ações mais criminosas do trânsito brasileiro.
Ano a ano, praticamente 50% de todas as mortes em acidentes de trânsito são provocadas pela ingestão de álcool. Isto significa que a ingestão de álcool é responsável, no trânsito, pelo ferimento de 19900 pessoas, e por mais de 30.000 mortes por ano.
O álcool na corrente sangüínea provoca o afrouxamento da percepção e o retardamento dos reflexos. A dosagem excessiva conduz à perigosa diminuição da percepção e à total lentidão dos reflexos, diminuindo a consciência do perigo.
Todo condutor em estado de embriaguez, mesmo leve, compromete gravemente sua segurança, a dos demais usuários da via e a dos passageiros, que estão apostando suas próprias vidas, ou seja, 100% nas condições desse motorista.
Testes realizados com motoristas revelaram que sob o efeito do álcool, é exigido maior tempo de observação para avaliar as situações de trânsito, mesmo as mais corriqueiras. Torna muito difícil sair-se bem de situações inesperadas que dependam de reações rápidas e precisas. Nessas condições, o motorista fixa-se num único ponto, diminuindo sua capacidade de desviar a atenção para outro fato relevante; desse modo, limita-se a percepção a um menor número de fatos num determinado tempo.
DROGAS: Alguns motoristas utilizam drogas com fins que não os medicinais. Além de praticarem infração
penal, esses condutores estão expondo sua própria vida - e a dos passageiros e demais usuários da via - ao grave risco de acidente de trânsito.
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Efetivo atual da 3ª Cia do 2º BPRv POR ORDEM DE ANTIGUIDADE, CONTANDO: POSTO/GRADUAÇÃO, NOME E ÁREA DE TRABALHO
Pos/Grad Nome área Pos/Grad Nome área
Cap PM ADILSON LUIS FRANCO NASSARO Sede Cia Cb PM REGINALDO MARVULLI 3º Pel
1º Ten PM ADRIANO ARANÃO 3º Pel Cb PM MARCOS ANTONIO CORRÊA CAMPOS 3º Pel
2º Ten PM GILBERTO ANTONIO DE OLIVEIRA 1º Pel Cb PM AMADEU AP. ROCHA DOS SANTOS 2º Pel
2º Ten PM AUGUSTO JOSÉ DE CARVALHO FILHO 2º Pel Cb PM WILSON CESAR DA COSTA 3º Pel
Subten PM EZEQUIEL SANT´ANA 1º Pel Cb PM ELCIO ELIAS DE CAMPOS TOR - Cia
Subten PM VALDEMAR ALVES DOS SANTOS 2º Pel Cb PM ADRIANO FERNANDES FANINI 2º Pel
1º Sgt PM VALMIR DIONIZIO 1º Pel Cb PM RUDKELER BALBINO DE OLIVEIRA TOR - Cia
1º Sgt PM CELSO APARECIDO DE JESUS PLAZA 2º Pel Cb PM WAGNER BARRIONUEVO VENTURA 1º Pel
1º Sgt PM FERNANDO LUIS SILVA Sede Cia Cb PM HAMILTON CÉSAR DE SOUZA 2º Pel
2º Sgt PM CELIO MARCOS SAMPAIO TOR - Cia Cb PM MARCIO RONI MIRANDA 3º Pel
2º Sgt PM ADEMIR CANDIDO CARLOS 3º Pel Cb Fem PM ELAINE RENATA FANTI 2º Pel
2º Sgt PM JOSÉ CARLOS DE PONTES 1º Pel Sd PM JOSÉ SIDNEI DA ROSA 3º Pel
2º Sgt PM JOÃO FERNANDES JÚNIOR 1º Pel Sd PM ROBERTO CONCEIÇÃO DE CARVALHO 1º Pel
2º Sgt PM REGINALDO GARCIA Sede Cia Sd PM DAMIÃO RAMOS DA SILVA 2º Pel
2º Sgt PM PAULO CESAR LOPES FURTADO TOR - Cia Sd PM DERCILIO MATHIAS 3º Pel
2º Sgt PM VALDECIR DE SOUZA DA SILVA 2º Pel Sd PM HERMINIO DE JACOMO FILHO 3º Pel
2º Sgt PM CARLOS ALBERTO CHRISTONI 3º Pel Sd PM JOSÉ SÉRGIO RODRIGUES 3º Pel
2º Sgt PM MÁRCIO A. MARTINS COMBINATO 2º Pel Sd PM ALFREDO DOS SANTOS 1º Pel
2º Sgt PM CÁSSIO MARCELO DE O. BERNARDES TOR - Cia Sd PM JOEL CARLOS DA SILVA 1º Pel
3º Sgt PM WILSON DE SEIXAS PINTO TOR - Cia Sd PM JOSÉ APARECIDO ALVES 1º Pel
3º Sgt PM NIELSON AP. RODRIGUES DA SILVA 3º Pel Sd PM ADALBERTO VARLEI GERMANO 1º Pel
Cb PM JOSÉ CARLOS MONGE 2º Pel Sd PM AGNALDO YOSHIHARU USSUY 1º Pel
Cb PM VALDECIR GONÇALVES DOS SANTOS 2º Pel Sd PM MÁRIO DA SILVA DADÁRIO 3º Pel
Cb PM JOSÉ LUCIO BARBOSA 1º Pel Sd PM ROGÉRIO MÁRCIO DONIZETE DA SILVA Sede Cia
Cb PM JAIRO LOPES RODRIGUES 2º Pel Sd PM RONALDO JOSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA 2º Pel
Cb PM NELSON EDUARDO DE LIMA 3º Pel Sd PM ALCIDES AIRES DE ARAUJO JUNIOR 2º Pel
Cb PM ABEL ALVES DA SILVA 1º Pel Sd PM REINALDO ARRUDA MARTINS 2º Pel
Cb PM ENOQUE DINIZ DO NASCIMENTO 1º Pel Sd PM JOSÉ OLIVEIRA DA SILVA 2º Pel
Cb PM IVAN SERGIO ALVES Sv de Dia Sd PM CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA 2º Pel
Cb PM ROBERTO NAZARENO RIBEIRO 1º Pel Sd PM JOVELINO JESUS DA ROCHA 2º Pel
Cb PM MARCIO AUGUSTINHO BARCHI 1º Pel Sd PM LUCIANO DE PAULA ALEXANDRE 2º Pel
Cb PM MARCOS CESAR NOGUEIRA MOREIRA 2º Pel Sd PM EDER APARECIDO ZANOTTI 2º Pel
Cb PM HERMES THEODORO DA SILVA 2º Pel Sd PM MARCIO ANTONIO DOS SANTOS 3º Pel
Cb PM ARI KERCHE DE CAMARGO 2º Pel Sd PM SILVIO JOSÉ PONTARA NEGRÃO 3º Pel
Cb PM PAULO SERGIO BARBEIRO 2º Pel Sd PM NELSON FELICIANO LEITE 3º Pel
Cb PM CLAUDIO VERISSIMO DE OLIVEIRA 2º Pel Sd Fem PM NELIANE DONELLA DOS SANTOS 2º Pel
Cb PM EDILSON JOSÉ DE NOVAES 2º Pel Sd PM LUIS ANTONIO DE SOUZA GALAN 3º Pel
Cb PM FRANCISCO CARLOS DE OLIVEIRA 3º Pel Sd PM VALTER EZIDIO TOR - Cia
Cb PM ELIAS LOPES DA CONCEIÇÃO 2º Pel Sd PM IDAIR JUSTIMIANO DA SILVA TOR - Cia
Cb PM LUIZ CARUZZO SOBRINHO 1º Pel Sd PM MARCO ANTONIO GRAMALHO 1º Pel
Cb PM ARMANDO FRANCISCON JUNIOR 3º Pel Sd PM JOSÉ EDUARDO VIRGILIO DE PAULA 2º Pel
Cb PM SÉRGIO VIEIRA 3º Pel Sd PM IVANIR HENRIQUE COSTA 2º Pel
Cb PM NELSON MARTINS FIRMINO TOR - Cia Sd PM HELDER IVES MEDRONI 3º Pel
Cb PM MARCELO DA SILVA COSTA 2º Pel Sd PM GILDO CARDOSO DE ARAUJO 1º Pel Pág.101
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Efetivo atual da 3ª Cia do 2º BPRv POR ORDEM DE ANTIGUIDADE, CONTANDO: POSTO/GRADUAÇÃO, NOME E ÁREA DE TRABALHO
Pos/Grad Nome área Pos/Grad Nome área
Sd PM IDEVANIR DE CAMPOS CEARENCE 2º Pel Sd PM MOACIR KAMAGUSO JAMAICO 3º Pel
Sd PM ANTONIO LUIZ DA SILVEIRA 3º Pel Sd PM IVANIR RIBEIRO 1º Pel
Sd PM RODOLFO DE CASTRO ALVES 3º Pel Sd PM RICARDO ALVES PEREIRA 3º Pel
Sd PM ANTONIO JOSE ABREU PINTO 1º Pel Sd PM CARLOS ALBERTO HONORIO Sv de Dia
Sd PM ALEXANDRE ROGERIO ROSA 3º Pel Sd PM EDVALDO DE OLIVEIRA TOR - Cia
Sd PM JOSÉ ROBERTO CARDOSO 1º Pel Sd PM ADERBAL SIQUEIRA FILHO 1º Pel
Sd PM JÚLIO CESAR BALBINO 3º Pel Sd PM JULIO CESAR COSTA E SILVA 2º Pel
Sd PM LUCIANO DE CAMPOS RUBIO 3º Pel Sd PM MAURI RIBEIRO PROENÇA 2º Pel
Sd PM OSCAR BATISTA SILVEIRA JUNIOR 1º Pel Sd PM ANTONIO CARLOS BERMEJO CHEDER 2º Pel
Sd PM SÉRGIO HENRIQUE SILVERIO 2º Pel Sd PM ROSIEL DA SILVA 1º Pel
Sd PM RINALDO BISPO DOS SANTOS 2º Pel Sd PM ANDRÉ MARTINS 2º Pel
Sd PM FRANCISCO JOSÉ LUDUWIG 1º Pel Sd PM EMI TORRENTE 2º Pel
Sd PM AUGUSTO MOISES DA COSTA 1º Pel Sd Fem PM GISLENE MARTINS 2º Pel
Sd PM CAMILO LELIS TACITO CICCONI Sv de Dia Sd Fem PM JOELMA DOS SANTOS OLIVEIRA 2º Pel
Sd PM CLODOALDO APARECIDO DE SOUZA 3º Pel Sd PM MIGUEL HENRIQUE TAHARA 2º Pel
Sd PM GILSON DE OLIVEIRA LOPES 2º Pel Sd PM FERNANDO AUGUSTO DE SOUZA CAMPOS 3º Pel
Sd PM VALDINEI GONÇALVES 1º Pel Sd PM DAVI DE ALMEIDA DA SILVA 3º Pel
Sd PM LUIZ SOUZA SANTOS 2º Pel Sd PM CLÁUDIO BERNARDINO DE SOUZA 3º Pel
Sd PM JOELSON OLIVEIRA DOS SANTOS 1º Pel Sd PM EDER DOS SANTOS DA FONSECA 2º Pel
Sd PM ADEMIR APARECIDO VASCONCELOS 1º Pel Sd PM EMERSON CRISTIANO DE OLIVEIRA 1º Pel
Sd PM CASSIANO BRITO DA SILVA 2º Pel Sd PM FÁBIO APARECIDO DA SILVA 3º Pel
Sd PM EDILSON DONIZETTI PEREIRA 3º Pel Sd PM MARCIO ALVES PEREZ TOR - Cia
Sd PM MARCOS GONÇALVES GOMES 3º Pel Sd PM RICARDO ISAIAS MINUNI DE LIMA 3º Pel
Sd PM PEDRO APARECIDO ANTUNES DA SILVA 3º Pel Sd PM LOUDINEI ARAGÃO BARIANE 1º Pel
Sd PM MARCIO APARECIDO LEAL DA FONSECA 1º Pel Sd PM SÉRGIO DOS SANTOS TRINDADE 2º Pel
Sd PM GLAUBER ROBERTO PINTO 3º Pel Sd PM ANTONIO MARCOS ROMEIRO 3º Pel
Sd PM JACI DA COSTA 3º Pel Sd PM ADRIANO COSTA ISIDORO 3º Pel
Sd PM JURANDIR ROBERTO GARCIA 1º Pel Sd PM GLAUCO F. PERALTA MARQUES 2º Pel
Sd PM GENESIO ALVES MOREIRA 1º Pel Sd PM LUIZ FABIANO DE ANDRADE TOR - Cia
Sd PM SÉRGIO FLORIANO ROSA 1º Pel Sd PM MARCELO DUTRA 3º Pel
Sd PM ARMANDO PAULIN JÚNIOR 3º Pel Sd PM ROBSON THIAGO DE SOUZA 2º Pel
Sd PM ANDERSON LUIS DE SOUZA 3º Pel Sd PM RODRIGO PIRES DOS SANTOS 3º Pel
Sd PM VALDEMIR DE SÁ FABIANO 1º Pel Sd PM ROGÉRIO LUIZ CORDEIRO F. DE ARRUDA 2º Pel
Sd PM EDUARDO ORTIZ SCARPELLI 2º Pel Sd PM RAUL MARTINS FILHO 3º Pel
Sd PM JORGE LUIS GOUVEA DE MATTOS 1º Pel Sd PM FERNANDO HENRIQUE CARREIRA 3º Pel
Sd PM PAULO AUGUSTO MONTEIRO 1º Pel Sd PM FRANCIS DIEGO PEREIRA DE OLIVEIRA 2º Pel
Sd PM AMARILDO DELFINO DIAS Sede Cia Sd PM LEANDRO RAMOS DA SILVA 2º Pel
Sd PM APARECIDO FÁBIO MORENO 3º Pel Sd PM SANDRO SANCHES DO NASCIMENTO 2º Pel
Sd PM ARIOVALDO LEME DE FREITAS 3º Pel Sd Fem PM MARCIELE FERNANDA AP. LOURENÇO PELLICER 2º Pel
Sd PM GERSON ALVES DE SOUZA Sede Cia Sd Fem PM Temp ALINE ALMEIDA DE OLIVEIRA Sede - Cia
Sd PM ROBERTO CARLOS COUTO DA SILVA 3º Pel Sd PM Temp SIDNEY MION 1º Pel
Sd PM SANDRO MARQUES MENOCCI 3º Pel Sd PM Temp ANTONIO F. BITENCOURT MATOS SATÃO VITAL Sede - Cia
Sd PM CLEVER PETERSON GOMES DA SILVA 2º Pel Sd PM Temp CLEBER APARECIDO BOTELHO DE MELLO 1º Pel
Sd PM JOSELY ANTONIO ALVES PIRES 3º Pel Sd PM Temp THIAGO PALOMAR DE ANDRADE Sede - Cia Pág.102
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