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1 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP Benedito Geovani Martins de Paiva Mensuração do grau de maturidade da governança corporativa em cooperativas de crédito pelo Método Análise Hierárquica de Processos - AHP Doutorado em Administração São Paulo 2018

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1

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

PUC - SP

Benedito Geovani Martins de Paiva

Mensuração do grau de maturidade da governança corporativa em

cooperativas de crédito pelo Método Análise Hierárquica de Processos -

AHP

Doutorado em Administração

São Paulo

2018

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Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

PUC - SP

Benedito Geovani Martins de Paiva

Mensuração do grau de maturidade da governança corporativa em

cooperativas de crédito pelo Método Análise Hierárquica de Processos -

AHP

.

Doutorado em Administração

Tese apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia

Universidade Católica de São Paulo, como exigência

parcial para obtenção do título de Doutor em Administração

– linha de pesquisa: Organizações e sociedade, sob a

orientação do Profª. Dra. Neusa Maria Bastos Fernandes

dos Santos.

São Paulo

2018

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TD PAIVA, Benedito Geovani Martins.

Mensuração do grau de maturidade da governança corporativa em

cooperativas de crédito pelo Método Análise Hierárquica de Processos - AHP.

Tese de Doutorado. Programa de Estudos Pós-Graduados em administração.

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. São Paulo: PUCSP, 2018.

154f.

Orientadora: Dra. Neusa Maria Bastos Fernandes dos Santos

1. Governança corporativa 2. Cooperativa de créditos 3. Índice de

maturidade da governança corporativa 4. Nível de maturidade da

governança corporativa.

I. Título.

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Benedito Geovani Martins de Paiva

Mensuração do grau de maturidade da governança corporativa em

cooperativas de crédito pelo Método Análise Hierárquica de Processos -

AHP

Doutorado em Administração

Banca Examinadora

São Paulo

2018

Page 5: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP ......2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP Benedito Geovani Martins de Paiva Mensuração do grau de

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Dedico este trabalho a minha família, a meus

amigos e, em especial, ao meu irmão Gilmar

Martins de Paiva.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à Profª. Dra. Neusa Maria Bastos Fernandes dos Santos por ter me recebido

como seu orientando e pela confiança em mim depositada. Mais que uma orientadora, ela foi

mestra, amiga e guia nas horas de incerteza durante todos esses anos. Com sabedoria, orientou-

me sobremaneira no desenvolvimento da presente tese. Muito obrigado por tudo.

Aos meus pais, Benedito Ferreira de Paiva e Geralda Maria Martins de Paiva, e a meus

irmãos, Gilmar Martins de Paiva e Juliano Martins de Paiva.

Aos docentes do Programa de Doutorado em Administração da PUC-SP, principalmente

àqueles que com suas aulas contribuíram para este momento, como a Profª. Dra. Maria Cristina

Sanches Amorim, o Prof. Dr. Leonardo Nelmi Trevisan, o Prof. Dr. Belmiro do Nascimento

João, o Prof. Fabio Gallo, o Prof. Francisco Antônio Serralvo, o Prof. Ladislau Dowbor e o

Prof. José Odálio dos Santos. Também agradeço o apoio da secretária do Programa de Pós-

Graduação em Administração Rita de Cássia Sorrentino.

A todos os colegas de doutorado, em especial ao meu amigo Prof. Dr. Luciano Ferreira

da Silva, pelo companheirismo e amizade.

Às pessoas que auxiliaram direta ou indiretamente no desenvolvimento da pesquisa, em

especial ao Prof. Dr. Gilberto Capistrano de Andrade e à Profª. Dra. Neide Pena Cária. Meu

muito obrigado a todos vocês pela atenção e orientações.

Aos amigos Prof. Dr. Donizeti Leandro de Souza, Profª. Ma. Adriana Batista Ribeiro

Rosa e Evandro de Oliveira Albino pelo companheirismo, apoio e contribuições neste trabalho.

A Melissa Toti Ribeiro que me apoiou em momentos de dificuldade.

Aos respondentes da pesquisa, pela valiosa contribuição.

À Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUCSP - pela acolhida e suporte

durante todos esses anos.

Ao IFSULDEMINAS pelo afastamento integral.

Ao Prof. Dr. Alexandre Luzzi Las Casas e ao Prof. Dr. Nelson Lambert de Andrade pela

avaliação e orientações para o desenvolvimento desta tese.

Muito obrigado!

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Grandes resultados requerem grandes ambições.

Heráclito, Filósofo grego

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PAIVA, Benedito Geovani Martins de Paiva. Mensuração do grau de maturidade da

governança corporativa em cooperativas de crédito pelo método Análise Hierárquica de

Processos - AHP - Programa de Estudos Pós-Graduados em Administração, Pontifícia

Universidade Católica de São Paulo - PUC - SP, São Paulo, 154 p.

Resumo

O objetivo principal desta pesquisa foi estruturar um modelo para mensurar o nível de

maturidade da governança corporativa em cooperativas de crédito e delinear o perfil desse

mercado localizado no Sul Minas Gerais. Duas questões centrais nortearam esta investigação:

1. É possível desenvolver uma metodologia através de um conjunto de indicadores para

mensurar a maturidade da governança em cooperativas de crédito? 2. Quais variáveis mais

frequentes podem interferir na maturidade da governança em cooperativas de crédito? A

abordagem teórica baseou-se na governança corporativa e nas cooperativas de crédito, como

objeto de estudo. A pesquisa definiu uma metodologia para mensurar a maturidade da

governança corporativa em cooperativas de crédito, utilizando o Método AHP, desenvolvido

por Saaty (1991), tendo como base as sugestões do “Guia das Melhores Práticas de Governança

para Cooperativas”, do IBGC. O índice desenvolvido foi denominado de Índice de Maturidade

da Governança Corporativa para cooperativas de Crédito - IMGCcc. Essa metodologia foi

aplicada no corpus da pesquisa, que contemplou 26 cooperativas de crédito do Sul de Minas

Gerais. Quanto aos procedimentos metodológicos, adotou-se a abordagem quantitativa com o

objetivo de conhecer o grau de maturidade da governança corporativa nas cooperativas de

crédito em estudo. Com base na pesquisa, ficou evidenciado, no que se refere à maturidade da

governança corporativa, que predominam as cooperativas de crédito com IMGCcc 5, no total

de 11, (40,74%); com IMGCcc 4 no total de 6, (22,22%); com IMGCcc 3 no total de 5, (18,52%)

e com IMGCcc 2 no total de 4, (14,81%). Essa maturidade avançada pode ser explicada pelo

fato de predominar a associação por Livre Admissão e pelas exigências legais da adoção das

práticas de governança corporativa. Já quanto às variáveis que podem interferir no IMGCcc,

observou-se correlação alta com a Receita (R= 0,8256 e R²=0,6816), Patrimônio Líquido

(R=0,7141 e R²=0,5041) e Ativo Total (R=0,8060 e R²=0,6496), indicando que cooperativas

com volume maior de Receitas, Patrimônio Líquido e Ativo Total tendem a apresentar IMGCcc

mais elevados. Quanto às contribuições, a principal e original, para a academia, foi a criação de

um índice de mensuração da maturidade da governança corporativa para as cooperativas de

crédito, utilizando o Método AHP, a segunda foi o diagnóstico da maturidade da governança

corporativa nas cooperativas de crédito do Sul de Minas Gerais e a terceira foi a constatação da

correlação das variáveis Receita, Patrimônio Líquido e Ativo Total e a maturidade da

governança corporativa em cooperativas de crédito.

Palavras-chaves: Governança corporativa; Cooperativas de crédito; Índice de maturidade da

governança corporativa; Nível de maturidade da governança corporativa.

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PAIVA, Benedito Geovani Martins de Paiva. Measurement of the degree of maturity of

corporate governance in credit cooperatives by the method Hierarchical Analysis of

Processes - AHP - Program of Post-Graduate Studies in Administration, Pontificia

Universidade Católica de São Paulo - PUC - SP, São Paulo, 154 p.

Abstract

The main objective of this research was to structure a model to measure the level of maturity

of corporate governance in credit cooperatives and to delineate the profile of this market located

in the South of Minas Gerais. Two central questions guided this research: 1. Is it possible to

develop a methodology through a set of indicators to measure the maturity of Governance in

Credit Cooperatives? 2. What are the most frequent variables that can interfere in the maturity

of governance in Credit Cooperatives? The theoretical approach was based on corporate

governance and credit cooperatives, as an object of study. The research defined a methodology

to measure the maturity of corporate governance in credit cooperatives, using the AHP Method,

developed by Saaty (1991), based on the IBGC's Guide to Best Practices for Governance for

Cooperatives. The developed index was called the Corporate Governance Maturity Index for

Credit Cooperatives - CGMIcc. This methodology was applied in the corpus of the research,

which included 26 loan cooperatives from the South of Minas Gerais. As for the methodological

procedures, the quantitative approach was adopted with the objective of knowing the degree of

maturity of corporate governance in the credit cooperatives under study. Based on the research,

it was evidenced, with regard to the maturity of corporate governance, that credit cooperatives

predominate with IMGCcc 5, in the total of 11, (40.74%); with IMGCcc 4 in total of 6,

(22.22%); with IMGCcc 3 in total of 5 (18.52%) and with IMGCcc 2 in the total of 4, (14.81%).

This advanced maturity can be explained by the predominance of the Free Admission

association and the legal requirements of the adoption of corporate governance practices.

Regarding the variables that may interfere with the IMGCcc, there was a high correlation with

Revenue (R = 0.8256 and R² = 0.6816), Shareholders' Equity (R = 0.7141 and R² = 0.5041) and

Total Asset (R = 0.8060 and R² = 0.6496), indicating that cooperatives with a higher volume of

Revenues, Shareholders' Equity and Total Assets tend to have higher IMGC rates. As for the

contributions, the main and original, for the academy, was the creation of a maturity index of

corporate governance for credit unions, using the AHP Method, the second was the diagnosis

of maturity of corporate governance in credit unions. credits from the South of Minas Gerais

and the third was the correlation between the Revenue, Equity and Total Assets and the maturity

of corporate governance in credit cooperatives.

Keywords: Corporate governance; Credit unions; Corporate governance maturity index; Level

of maturity of corporate governance.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Sistemas de cooperativas de crédito de terceiro nível ............................................ 39

Gráfico 2 - Cooperativas de crédito de terceiro nível em 2017 ................................................ 39

Gráfico 3 - Cooperativas de crédito por região do Brasil ......................................................... 45

Gráfico 4 – Quantidade e Percentual por IMGCcc................................................................... 95

Gráfico 5 - Receita média e percentual de variação por IMGCcc ............................................ 97

Gráfico 6 – Correlação entre o IMGCcc e a Receita média ..................................................... 98

Gráfico 7 - Receita total e percentual de cada IMGCcc ........................................................... 99

Gráfico 8 – Correlação entre o IMGCcc pelo AHP (%) e Receita log10 ................................ 100

Gráfico 9 - Correlação entre o IMGCcc e a Receita log10 ...................................................... 100

Gráfico 10 - Patrimônio Líquido médio e percentual de variação por IMGCcc .................... 102

Gráfico 11 - Correlação entre o IMGCcc e o Patrimônio Líquido médio .............................. 103

Gráfico 12 - Patrimônio Líquido total e percentual por IMGCcc .......................................... 104

Gráfico 13 - Correlação entre o IMGCcc pelo AHP (%) e Patrimônio Líquido log10 ........... 105

Gráfico 14 - Correlação entre o IMGCcc e o Patrimônio Líquido log10 ................................ 105

Gráfico 15 - Ativo Total médio e variação percentual por IMGCcc ...................................... 107

Gráfico 16 - Correlação entre IMGCcc e Ativo Total médio ................................................. 108

Gráfico 17 – Ativo Total e percentual por IMGCcc ............................................................... 109

Gráfico 18 - Correlação entre o IMGCcc pelo AHP (%) e Ativo Total log10 ........................ 110

Gráfico 19 - Correlação entre o IMGCcc e o Ativo Total log10 ............................................. 111

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Evolução das cooperativas de crédito no Brasil ..................................................... 32

Quadro 2 - Classificação das cooperativas de crédito no Brasil............................................... 41

Quadro 3 - Categorias das cooperativas de Crédito no Brasil .................................................. 43

Quadro 4 - Sistema de Cooperativismo de Crédito por Estado e Região ................................. 44

Quadro 5 - Evolução do Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa .............. 54

Quadro 6 - Blocos, objetivos e quantidade de questões da pesquisa ........................................ 77

Quadro 7 - Escala Fundamental de Saaty (1991) ..................................................................... 82

Quadro 8 - Intensidade de Importância da Escala de Saaty (1991) .......................................... 83

Quadro 9 - Classificação por pilar na escala fundamental do AHP ......................................... 88

Quadro 10 - Escala do indicador de maturidade da governança corporativa para cooperativas

de crédito .................................................................................................................................. 90

Quadro 11 - Classificação por IMGCcc, do maior para o menor ............................................. 94

Quadro 12 - Consolidação da correlação entre o IMGCcc e Receita ..................................... 101

Quadro 13 – Consolidação da correlação entre o IMGCcc e Patrimônio Líquido ................. 106

Quadro 14 - Consolidação da correlação entre o IMGCcc e o faturamento........................... 111

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Sistema Nacional de Crédito Cooperativo no Brasil ............................................... 36

Figura 2 - Estrutura do sistema de governança corporativa ..................................................... 55

Figura 3 - Estrutura da governança corporativa – IBGC 2015. ................................................ 57

Figura 4 - Estrutura da governança corporativa para cooperativas .......................................... 59

Figura 5 - Estrutura metodológica da pesquisa ........................................................................ 75

Figura 6 - Estrutura hierárquica básica do Método AHP ......................................................... 81

Figura 7 - Estrutura de Decisão para o desenvolvimento do IMGC ........................................ 86

Figura 8 - Estruturação do modelo AHP - Governança Corporativa ....................................... 89

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Classificação das cooperativas de Crédito .............................................................. 42

Tabela 2 - Categorias das cooperativas Singulares .................................................................. 43

Tabela 3 - Comparação das cooperativas no Brasil com o Sul de Minas Gerais ..................... 76

Tabela 4 - Comparação das cooperativas das demais regiões com o Sul de Minas Gerais...... 76

Tabela 5 - Quantidade de cooperativas de crédito pesquisadas no Sul de Minas Gerais ......... 76

Tabela 6 - Análise do Coeficiente de Correlação R ................................................................. 79

Tabela 7 - Tabulação do questionário....................................................................................... 87

Tabela 8 - Critérios de Associação ........................................................................................... 92

Tabela 9 - Categorias das Cooperativas Singulares.................................................................. 93

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LISTA DE ABREVEATURAS E SIGLAS

AHP Analytic Hierarchy Process

ANCOSOL Associação Nacional de Cooperativismo de Crédito e Economia

Solidária

ATM Autoatendimento

BACEN Banco Central do Brasil

BANCOOB Banco Cooperativo do Brasil

BANSICREDI Banco Cooperativo Sicredi S.A

BCB Banco Central do Brasil

BNCC Banco Nacional de Crédito Cooperativo

CA Conselho Administrativo

CF Conselho Fiscal

CMN Conselho Monetário Nacional

CONFEBRAS Confederação Brasileira das Cooperativas de Credito

COOPERGARDÊNIA Cooperativa de economia e crédito mútuo dos funcionários do

Grupo Gardênia Ltda

COOPOÇOS Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Servidores

Municipais de Poços de Caldas Ltda

CREDFENAS Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Empregados das

Instituições de Ensino superior do Sul de Minas Ltda

CRESOL Sistema Cooperativo de Crédito Rural Solidário

FGCOOP Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito

HELICOOP Cooperativa de economia e crédito mútuo dos empregados da

Helibras

IBGC Instituto Brasileiro de Governança Corporativa

IMGCcc Indicador de Maturidade da Governança Corporativa

NBC Norma Brasileira de Contabilidade

OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico

PAC Postos de Atendimento Cooperativo

PO Pesquisa Operacional

PRONAF Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar

PUC/SP Pontifica Universidade Católica de São Paulo

SER Superintendência de Regulação Econômica

SFN Sistema Financeiro Nacional

SICOOB Sistema de Cooperativas de Crédito no Brasil

SICOOB ACICREDI Cooperativa de crédito de livre admissão da região de Guaxupé

Ltda

SICOOB

AGROCREDI

Cooperativa de crédito de livre admissão do sudoeste de Minas

Gerais e nordeste de São Paulo Ltda

SICOOB BELCREDI Cooperativa de crédito de livre admissão de Boa Esperança Ltda

SICOOB

COOPEROSA Cooperativa de crédito rural de alterosa Ltda - Sicoob Cooperosa

SICOOB COPERSUL Cooperativa de crédito de livre admissão da região de Três Pontas

Ltda

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SICOOB CREDCAM Cooperativa de crédito de livre admissão de Campos Gerais e

Campo do Meio Ltda

SICOOB CREDIALP Cooperativa de crédito de livre admissão da região de Alpinópolis

Ltda

SICOOB CREDICAPI Cooperativa de crédito de livre admissão de Capitólio Ltda

SICOOB

CREDICARMO

Cooperativa de crédito de livre admissão de Carmo do Rio claro

Ltda

SICOOB

CREDIGRANDE Cooperativa de crédito rural Alto Rio Grande Ltda

SICOOB

CREDIGUAPÉ Cooperativa de crédito de Guapé Ltda

SICOOB

CREDIMALHAS

Cooperativa de crédito de livre admissão do Circuito das Malhas

Ltda

SICOOB

CREDINTER

Cooperativa de crédito de livre admissão do sul e sudoeste de

Minas Gerais, Baixa Mogiana e região Ltda

SICOOB CREDISAVI Cooperativa de crédito rural de São Vicente de Minas Ltda

SICOOB CREDIVAR Cooperativa de crédito de livre admissão da região de Varginha

Ltda

SICOOB

CREDIVASS Cooperativa de credito de livre admissão do sul de minas Ltda

SICOOB NOSSO

CREDITO

Cooperativa regional de crédito de livre admissão do sudoeste

mineiro e nordeste paulista Ltda

SICOOB

PARAÍSOCRED

Cooperativa de crédito de livre admissão da região de São

Sebastião do Paraíso Ltda

SICOOB SUL DE

MINAS Cooperativa de crédito de livre admissão de Itajubá Ltda

SICREDI Sistema de Crédito Cooperativo

SNCC Sistema Nacional de Crédito Cooperativo

SUMOC Superintendência da Moeda e do Crédito

UNICRED SUL DE

MINAS

Cooperativa de crédito dos médicos e demais profissionais da

saúde do sul de minas Ltda

UNICREDI Confederação Nacional das Cooperativas Centrais

WOCCU World Council of Credit Unions

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 19

2 COOPERATIVAS DE CRÉDITO ..................................................................................... 28

2.1 DEFINIÇÃO DE COOPERATIVAS DE CRÉDITO ................................................... 28

2.2 ORIGEM DO COOPERATIVISMO DE CRÉDITO NO MUNDO ........................... 30

2.3 COOPERATIVISMO DE CRÉDITO NO BRASIL ..................................................... 32

2.3.1 Sistema nacional de crédito cooperativo ..................................................................... 35

2.3.1.1 Cooperativas singulares ........................................................................................ 37

2.3.1.2 Cooperativas centrais ou federações de cooperativas........................................... 37

2.3.1.3 Confederações e bancos cooperativos .................................................................. 38

2.3.2 Classificação das cooperativas de crédito no Brasil .................................................... 41

2.3.3 Categorias das cooperativas de crédito no Brasil ........................................................ 42

2.3.4 Cooperativas de crédito por estado e região do Brasil ................................................ 44

3 GOVERNANÇA CORPORATIVA ................................................................................... 46

3.1 CONCEITOS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA ................................................ 46

3.2 CONFLITO DE AGÊNCIA ............................................................................................ 48

3.2.1 Conflito de agência em cooperativas de crédito .......................................................... 51

3.3 MODELO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA – IBGC .............. 53

3.3.1 Princípios da governança corporativa ......................................................................... 55

3.4 GOVERNANÇA CORPORATIVA EM COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO

BRASIL ................................................................................................................................... 57

3.4.1 Propriedade .................................................................................................................. 60

3.4.2 Conselho de Administração ......................................................................................... 62

3.4.3 Gestão .......................................................................................................................... 64

3.4.4 Auditoria ...................................................................................................................... 66

3.4.5 Conselho fiscal ............................................................................................................ 68

3.4.6 Conduta e conflito de interesses .................................................................................. 70

4 METODOLOGIA ................................................................................................................ 72

4.1 ESCOPO E MÉTODO DE PESQUISA ......................................................................... 72

4.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA ............................................................................... 74

4.3 POPULAÇÃO E PLANO AMOSTRAL ........................................................................ 76

4.4 ELABORAÇÃO E APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO ........................................... 77

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4.5 PROCEDIMENTO DE ANÁLISE DOS DADOS ......................................................... 78

4.6 DEFINIÇÃO DO MÉTODO MULTICRITÉRIO ........................................................ 79

4.6.1 Processo de análise hierárquica - AHP ........................................................................ 80

4.6.1.1 Estruturação de hierarquias do método AHP ....................................................... 80

4.7 CONSTRUÇÃO DO INDICADOR DE MATURIDADE DA GOVERNANÇA

CORPORATIVA - IMGCcc .................................................................................................. 84

4.7.1 Estruturação de hierarquias do método AHP para o IMGCcc..................................... 85

4.7.1.2 Desenvolvimento detalhado do índice de maturidade da governança corporativa

em cooperativas de crédito - IMGCcc .............................................................................. 87

4.7.2 Tabulação do questionário e classificação na escala fundamental do AHP ................ 87

4.7.3 Estruturação do método do AHP ................................................................................. 88

4.7.4 Definição da maturidade da governança corporativa para cooperativas de crédito .... 90

4.8 VALIDAÇÃO DO MODELO ....................................................................................... 91

4.9 INTERPRETAÇÕES E ANÁLISE DO MODELO ...................................................... 91

5 ANÁLISE DO RESULTADO ............................................................................................ 92

5.1 CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESAS PESQUISADAS ......................................... 92

5.1.1 Classificação das cooperativas pesquisadas ................................................................ 92

5.1.2 Critérios de associação das cooperativas pesquisadas ................................................. 92

5.1.3 Categorias das cooperativas pesquisadas .................................................................... 93

5.1.4 Perfil das cooperativas de crédito ................................................................................ 93

5.2 MATURIDADE DA GOVERNANÇA CORPORATIVA DAS COOPERATIVAS

DO SUL DE MINAS GERAIS .............................................................................................. 94

5.2.1 Quantidade e percentual por IMGCcc ......................................................................... 95

5.2.2 Análise entre o IMGCcc e a Receita ........................................................................... 96

5.2.2.1 Relação entre o IMGCcc e a Receita média ......................................................... 96

5.2.2.2 Correlação entre o IMGCcc e a Receita média .................................................... 97

5.2.2.3 Relação entre IMGCcc e a Receita total e percentual .......................................... 98

5.2.2.4 Correlação entre o IMGCcc e a Receita log10 ...................................................... 99

5.2.2.5 Consolidação da correlação entre o IMGCcc e a Receita .................................. 101

5.2.3 Análise entre o IMGCcc e o Patrimônio Líquido ...................................................... 101

5.2.3.1 Relação entre o IMGCcc e o Patrimônio Líquido médio ................................... 102

5.2.3.2 Correlação entre o IMGCcc e o Patrimônio Líquido médio .............................. 103

5.2.3.3 Relação entre o IMGCcc e o Patrimônio Líquido total e percentual.................. 103

5.2.3.4 Correlação entre o IMGCcc e o Patrimônio Líquido log10 ................................. 104

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18

5.2.3.5 Consolidação da correlação entre o IMGCcc e Patrimônio Líquido .................. 106

5.2.4 Análise entre o IMGCcc e o Ativo Total ................................................................... 106

5.2.4.1 Relação entre o IMGCcc e o Ativo Total médio ................................................ 107

5.2.4.2 Correlação entre o IMGCcc e o Ativo Total médio ........................................... 108

5.2.4.3 Relação entre o IMGCcc e o Ativo Total e percentual ....................................... 109

5.2.4.4 Correlação entre o IMGCcc e o Ativo Total log10 ............................................. 109

5.2.4.5 Consolidação da correlação entre IMGCcc e Ativo Total .................................. 111

5.2.5 Análise consolidada da correlação entre o IMGCcc com a Receita, Patrimônio

Líquido e Ativo Total ......................................................................................................... 112

CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 113

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 116

APÊNDICE 1 – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA ........................................................ 127

APÊNDICE 2 – COOPERATIVAS DE CRÉDITO DO SUL DE MINAS GERAIS:

MATRIZ, FILIAS E POPULAÇÃO ATENDIDA ............................................................ 148

APÊNDICE 3 – VALIDAÇÃO INFERIOR A 20 % DE GOVERNANÇA

CORPORATIVA .................................................................................................................. 151

APÊNDICE 4 – VALIDAÇÃO SUPERIOR A 80% DE GOVERNANÇA

CORPORATIVA .................................................................................................................. 152

APÊNDICE 5 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

................................................................................................................................................ 153

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19

1 INTRODUÇÃO

As cooperativas de crédito são instituições financeiras sem fins lucrativos, normatizadas

pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e supervisionadas pelo Banco Central do Brasil

(BACEN), formadas pela associação de pessoas para prestar serviços financeiros

exclusivamente aos seus cooperados. Os cooperados são ao mesmo tempo donos e usuários da

cooperativa, participam de sua gestão e usufruem de seus produtos e serviços. A atuação das

cooperativas de crédito vem aumentando significativamente, principalmente por praticarem as

menores taxas sobre os empréstimos e custo das operações financeiras e oferecerem, por sua

vez, as maiores taxas de remuneração sobre os depósitos aplicados na cooperativa, em

comparação com o sistema bancário e financeiro, fato comprovado pelas cooperativas de

crédito filiadas ao Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (SICOOB) (BRESSAN et al.,

2013).

Neste mesmo sentido, Pinheiro (2008, p. 7) define as cooperativas de crédito como

instituições financeiras constituídas sob a forma de sociedade cooperativa, tendo por

objeto a prestação de serviços financeiros aos associados, tais como concessão de

crédito, captação de depósitos à vista e a prazo, cheques, prestação de serviços de

cobrança, de custódia, de recebimentos e pagamentos por conta de terceiros sob

convênio com instituições financeiras públicas e privadas e de correspondente no país,

além de outras operações específicas e atribuições estabelecidas na legislação em

vigor.

As cooperativas de crédito fazem parte do Sistema Financeiro Nacional – SFN, modelo

que contribui para o desenvolvimento e crescimento sociocultural e econômico de uma região.

Esse tipo de instituição facilita a movimentação financeira de seus cooperados com cheque

especial e empréstimos a juros e taxas reduzidas e facilidade de acesso ao crédito, contribuindo

assim para a formação da poupança e do microcrédito. As cooperativas de crédito no Brasil

contribuem para o desenvolvimento de regiões estagnadas, geralmente pequenas cidades,

proporcionado a inclusão financeira (CHAVES, 2011).

O acesso ao crédito fácil e barato como um dos fatores para o desenvolvimento

econômico foi apresentado nos trabalhos seminais de Gurley e Shaw (1955), Goldsmith (1969)

e McKinnon (1973) e, segundo os autores, esse assunto tem sido discutido na academia há

décadas, no sentido de buscar uma relação entre variáveis financeiras e crescimento econômico.

Schumpeter (1982) foi quem primeiro constatou teoricamente a relação direta entre o crédito o

e desenvolvimento econômico em nível nacional. Já Keynes (1983) esboçou alguns argumentos

que sugerem a importância do crédito para manter a demanda efetiva num nível compatível

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20

com o pleno emprego da força de trabalho. A maioria das evidências empíricas apontam uma

relação direta entre o desenvolvimento econômico e o acesso ao crédito.

Fontes Filho, Coelho e Ventura (2009) corroboram que as cooperativas de crédito no

Brasil cresceram, principalmente após a liberação do BACEN para a possibilidade de livre

admissão de associados, o que fomentou a formação de um conjunto de cooperados com

interesses distintos, necessitando assim de um sistema de governança adequado para atender às

particularidades. Essa lacuna foi preenchida pelo Instituto Brasileiro de Governança

Corporativa (IBGC) com a elaboração e publicação do Guia das Melhores Práticas de

Governança para Cooperativas, fazendo recomendações sobre as diretrizes de governança

corporativas a serem implantadas pelas cooperativas (IBGC, 2015 b).

A expansão das cooperativas de crédito no SFN despertou o interesse da academia em

estudar e publicar sobre as boas práticas de governança corporativa nesse segmento. Já o

mercado reagiu por meio de novas regulamentações e exigências de controle operacional,

obrigando a adoção das boas práticas de governança corporativa como a participação e

representação dos associados nas deliberações sociais, gestão estratégica dos administradores,

procedimentos de apoio à fiscalização e controle das operações, utilização dos preceitos de

segregação de responsabilidade e de funções, prestação de contas, transparência, equidade, ética

e postura de criação da educação cooperativista.

O BACEN, visando fortalecer procedimentos de controle e monitoramento nas

cooperativas de crédito, exigiu delas a implantação da governança corporativa por seu

dispositivo legal, estabelecido na Resolução, Nº 4.434, de 5 de agosto de 2015.

As cooperativas de crédito devem observar política de governança corporativa

aprovada pela assembleia geral, que aborde os aspectos de representatividade e

participação, direção estratégica, gestão executiva e fiscalização e controle, e que

contemple a aplicação dos princípios de segregação de funções na administração,

remuneração dos membros dos órgãos estatutários, transparência, equidade, ética,

educação cooperativista, responsabilidade corporativa e prestação de contas

(BRASIL, 2015, p. 15).

A sobrevivência das cooperativas de crédito está atrelada ao spread das operações com

seus cooperados, que são ao mesmo tempo proprietário, gestor, investidor, dirigente e

consumidor dos serviços. Nesse sentido, Barroso (2009) corrobora que as funções de gestão

exercidas pelos cooperados possuem interesses distintos, ficando evidentes situações

conflitantes que favorecem a assimetria de informações, criando conflito de agência.

O caminho para a redução desses conflitos de agência é a adoção da governança

corporativa, conceituada por Nogueira (2015) como um sistema que cria regras e poderes para

a Gestão da Instituição, permitindo um maior controle e, consequentemente, um

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direcionamento eficiente e eficaz. As práticas de governança corporativas visam solucionar o

conflito de agência, ou seja, a predominância dos próprios interesses do grupo de cooperados

dirigentes em detrimento da coletividade. Mecanismos como conselho de administração

independente da gestão e comitês especializados coordenados por esse conselho têm se revelado

eficientes na fiscalização e monitoramento das instituições (VENTURA, FILHO e SOARES,

2009).

Nesse sentido, o BACEN, em 2006, iniciou estudos sobre a governança corporativa em

cooperativas de crédito, utilizando métodos empíricos. Tais ações culminaram na edição, em

2009, do Guia de Diretrizes para Boas Práticas de Governança em Cooperativas de Crédito, que

visa estimular e induzir as cooperativas de crédito brasileiras a adotarem as boas práticas de

governança corporativa, visando a transparência, equidade, ética, responsabilidade corporativa

e prestação de contas, entre outros pilares éthos cooperativista. O Guia não era de adoção

obrigatória, todavia tinha o objetivo de ser um direcionador às boas práticas de governança que

o segmento cooperativista de crédito deveria seguir.

A adoção de boas práticas de governança corporativa é um dos fatores cruciais para o

sucesso e perenidade das cooperativas de crédito (VENTURA, FONTES FILHO e SOARES,

2009). As boas práticas de governança corporativa têm o poder de maximizar o valor

econômico das instituições, facilitar acesso a recursos e otimizar sua longevidade (IBGC, 2015

a). O “Guia de Melhores Práticas de Governança para Cooperativas” foi desenvolvido em 2015,

convergindo princípios em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de

preservar e otimizar o valor, facilitando seu desenvolvimento e contribuindo para sua

longevidade e perenidade das cooperativas (IBGC, 2015 b).

De acordo com o FGCOOP (2017), as cooperativas de crédito ocupavam, em 2017, o

primeiro lugar, em unidades de atendimento e agências bancárias, entre todas as instituições

financeiras, com 5.806 unidades, seguidas pelo Banco do Brasil com 4.770 unidades, Banco

Bradesco 4.745 unidades, Caixa Econômica Federal com 3.394 unidades e Banco Itaú

Unibanco com 3.339 unidades. A expansão das cooperativas de crédito contribui para o

fortalecimento das pequenas empresas, responsáveis pela geração de emprego, mobilidade

social, aumento da competitividade e eficiência econômica.

Em 2016, nas regiões Sul, Sudeste, Centro Oeste, Norte e Nordeste, 91%, 54%, 52%,

22% e 9% das cidades destas regiões, respectivamente, eram atendidas por cooperativas de

crédito. Na região Sul, 13,9% da população já era associada ao Sistema Nacional de Crédito

Cooperativo (BACEN, 2016 a). As cooperativas atuam principalmente em mercados em que os

bancos têm menor atuação, como em pequenas cidades; 46% dos associados de cooperativas

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financeiras são oriundos de cidades com menos de 30 mil habitantes, localidades estas que

provavelmente sentiram menos os efeitos da crise dos que nos grandes centros urbanos, onde

os bancos concentram sua atuação, conforme já preconizavam Meinen e Port (2012).

O Sistema Nacional de Crédito Cooperativo, em 2017, era composto por 1.006

cooperativas, sendo 969 singulares, 35 centrais e 2 confederações (BACEN, 2017 c). Estas

possuíam 5.806 postos de atendimento, 9,77 milhões de cooperados, em 5.175 municípios, ou

seja, atendiam a 92,91% das cidades brasileiras. Em relação ao percentual de depósito,

representaram 5,38% do Sistema Financeiro Nacional. No que se refere ao número de

cooperados em relação à população total, o índice saltou, de 2007 para 2017, de 1,69% para

4,69%, o que representa um crescimento de 177,51 % (FGCOOP, 2017 b).

Francisco (2014) expõe que o Comitê de Supervisão Bancária de Basiléia II estipula

critérios para controles internos, normatizados para o Brasil. Mediante a Resolução nº 2.554,

de 24 de setembro de 1998 do BACEN, são normatizados os procedimentos e limites

operacionais e, na Resolução nº 2.682, de 21 de dezembro de 1999 do BACEN, é apresentada

a classificação de operações de crédito e constituição de provisão para perdas. Ainda, na Lei nº

9.613, de 3 de março de 1998, é tratado o crime de lavagem de dinheiro e financiamento ao

terrorismo.

O Índice Basileia do segmento cooperativo de crédito manteve-se elevado, em torno

de 30%, acima do índice do segmento bancário, que era de 17,2%, demonstrando que

as singulares, de modo geral, possuem capital suficiente para suportar os riscos a que

se expõem. Nesse limite operacional, destacam-se as singulares independentes, em

virtude do grande número de cooperativas que não capta depósitos nesse grupo, cujo

índice médio é 59%, aproximadamente o dobro das demais singulares filiadas a

centrais. Não obstante, em 31 de dezembro de 2016, havia sete singulares

desenquadradas no limite operacional de Basileia, com necessidade de capital de

R$13 milhões para reenquadramento (BACEN, 2016 a, p. 23)

Os estudos sobre governança corporativa em cooperativas de crédito ganharam destaque

acadêmico após a publicação das Diretrizes de Boas Práticas de Governança Corporativa pelo

BACEN (2008), buscando fortalecer o setor. Essas diretrizes foram, inicialmente, uma

sugestão, não sendo as cooperativas de crédito obrigadas a adotar e implementar tais práticas,

até a publicação da Resolução do BACEN, nº 4.434, de 05 de agosto de 2015, que tornou a

adoção de mecanismos de governança corporativa obrigatória para as cooperativas de crédito.

Francisco (2014) relata que a exigência do BACEN para a adoção das boas práticas de

governança corporativa pelas cooperativas de crédito abre a possibilidade para estudos de

mecanismos de mensuração da maturidade da governança corporativa em cooperativas de

crédito. A mensuração da maturidade da governança corporativa facilita a identificação e

resolução dos problemas de agência decorrentes da complexidade e singularidade da gestão

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cooperativista. Um processo eficaz, transparente com participação e clareza nos procedimentos

adotados pelos gestores vem se mostrando como uma forma segura de administração dos

negócios, criando, assim, confiança e sustentabilidade, tendo como consequência a agregação

de valor para os associados nas organizações.

Felício et. al. (2014) realizaram um estudo para verificar quais aspectos da governança

corporativa influenciavam a performance dos Bancos Europeus em momentos de crise nos anos

de 2006 a 2010, constataram que a quantidade de membros no Conselho de Administração e o

endividamento do Banco influenciam negativamente seu valor de mercado, perceberam ainda

que a experiência dos diretores e a quantidade de reuniões do conselho influenciam,

positivamente, o valor de mercado do Banco.

Já Black, Jang e Kim (2006) perceberam aumento de valor das empresas negociadas na

Bolsa de Valores da Coreia com a utilização de práticas de governança corporativa. Os autores

construíram um indicador de governança corporativa de acordo com a legislação coreana, a que

foram submetidas as 515 companhias listadas na Bolsa de Valores do país em 2001. Como

resultado, houve um aumento de 160% no valor de mercado das empresas listadas que adotaram

as práticas de governança corporativa.

Catapan e Colauto (2014) realizaram no Brasil uma pesquisa para examinar a relação

entre a governança corporativa e o desempenho econômico-financeiro das empresas listadas na

Bolsa de Valores de São Paulo 2010 a 2012. O resultado obtido deixou claro que, quanto maior

a evidenciação de informações, maior o valor de mercado das empresas e uma relação

significativa entre valor de mercado e governança corporativa através da relação entre Índice

de Governança Corporativa e duas variáveis: q de Tobin e Return On Assets (ROA). Tobin e

Brainard (1968) e Tobin (1969) estruturaram um quociente entre o valor de mercado e o valor

de reposição dos ativos físicos, denominado de "q de Tobin", o valor real criado pela empresa,

quanto maior for o “q”, maior o valor adicionado. Já Ross et. al. (2013) definem ROA como o

índice que mede a eficácia geral de uma empresa em termos de geração de lucros com os ativos

disponíveis, calculado pelo quociente entre Lucro disponível para acionistas e o Ativo Total.

Favalli (2010) replicou em sua pesquisa o trabalho efetuado pelo Banco Central do

Brasil, em 2006, utilizando novas premissas para analisar a influência do nível de governança

em ambientes internos de alta gestão sobre a performance econômica de cooperativas de crédito

singulares. Chegou à conclusão de que os maiores níveis de governança corporativa se

encontram em cooperativas localizadas em regiões onde a cultura cooperativista é

predominante; a existência de maiores níveis de governança corporativa em cooperativas de

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maior porte; e maior qualidade em governança corporativa em função de número de associados

e montante de Patrimônio Líquido em relação a outras, como quantidade de funcionários.

Trindade e Bialoskorski Neto (2014) analisaram a percepção, pelos cooperados, dos

custos das práticas de governança corporativa em uma cooperativa de crédito. O resultado

apresentou que, nas pequenas cooperativas de crédito, os cooperados não percebem o impacto

da governança corporativa no resultado da cooperativa de crédito. Em contrapartida, a pesquisa

apresentou que os custos das práticas de governança corporativa são relevantes para uma

pequena cooperativa de crédito, pois o custo foi de 0,3205% do Ativo Total, enquanto a

rentabilidade da cooperativa foi de 0,38% no ano de 2011.

Nogueira (2015) diagnosticou e analisou o nível de maturidade da governança

corporativa nas cooperativas de crédito singulares do município de Guarulhos em relação aos

princípios da Transparência, Equidade, Prestação de Contas e Responsabilidade Corporativa

emanados pelo IBGC. O resultado apresentou que as cooperativas de crédito pesquisadas

possuem níveis de maturidade da governança coorporativa satisfatórios entre 50% e 70%.

Existe no segmento uma preocupação crescente para a adoção das “Boas Práticas de

Governança Corporativa”.

Santos (2016), com base nos dados da pesquisa sobre Governança Corporativa realizada

pelo Banco Central do Brasil, entre 2013 e 2014, construiu indicadores contábeis das

cooperativas utilizando a metodologia PEARLS, desenvolvida pelo World Council of Credit

Unions (WOCCU). O resultado foi que o grau de governança corporativa nas cooperativas de

crédito brasileiras, no período da pesquisa, era fraco e que, nas cooperativas com melhores

indicadores, não ocorreu redução nas operações de créditos com risco elevado de

inadimplemento. Os resultados apresentaram uma correlação positiva entre o crescimento das

operações de crédito, captação de depósitos, Receitas operacionais, Patrimônio Líquido e o

nível de governança corporativa adotado.

Ribeiro Junior (2016) efetuou uma pesquisa sobre a adoção boas práticas de governança

corporativa recomendadas pelo BACEN e em qual nível de maturidade se encontram as

cooperativas de crédito clássicas de livre admissão de cooperados situadas no estado de Minas

Gerais e filiadas ao SICOOB Central Cecremge. O questionário foi aplicado em uma amostra

de 46% do total de cooperativas que atendiam às especificações da pesquisa. Foi constatado

que as cooperativas, em média, adotam 94% das práticas de nível iniciado, 69% de nível

expandido, 56% de nível institucionalizado, 37% de nível aprimorado e 31% de nível completo

de maturidade em adesão às boas práticas de governança corporativa. A adoção das “Boas

Práticas de Governança Corporativa” contribui para a sustentabilidade das cooperativas de

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crédito e o conhecimento do nível de maturidade em que a cooperativa se encontra permite

estabelecer metas para sua total adesão.

Simões (2017) pesquisou a adoção de boas práticas de governança corporativa como

diferencial competitivo entre as cooperativas de crédito do Nordeste. Os resultados

evidenciaram que existem relações de significância entre as boas práticas adotadas pelas

cooperativas e aquelas recomendadas pelo IBGC, entretanto, ressaltaram que a gestão

cooperativista carece, ainda, de aperfeiçoamentos para uma aplicabilidade efetiva das diretrizes

nacionais.

O estudo da maturidade da governança corporativa em cooperativas de crédito é tema

atual e bastante relevante, haja vista que os próprios órgãos reguladores do Sistema Financeiro

Nacional têm exigido e analisado procedimentos de controle e monitoramento das cooperativas

de crédito, por meio da Resolução, nº 4.434, de 5 de agosto de 2015. Nesse cenário, insere-se a

principal contribuição deste trabalho, que é a criação de um modelo de maturidade da

governança corporativa para as cooperativas de crédito, com base no modelo AHP (Saaty,

1991), de modo a monitorar e assegurar que o comportamento dos executivos esteja sempre

alinhado com os interesses dos cooperados. Dessa forma, a partir dos resultados deste trabalho,

os cooperados terão um indicador para monitorar a adoção das boas práticas de governança

corporativa nas cooperativas de crédito.

Becker, Knackstedt e Pöppelbuβ (2009) definem modelos de maturidade como o

processo de desenvolvimento de uma entidade ou classe de objetos, normalmente organizações

ou processos, aos quais se aplicam e desenvolvem-se um caminho previsível, estruturado e

decomponível em estágios sequenciais, denominados de níveis de maturidade, averiguáveis

mediante a presença de certas características e requisitos, Kuruakose et al. (2011) complementa,

em uma determinada escala de tempo. Dessa forma, quanto mais alto o nível de maturidade de

uma determinada organização, mais desenvolvida ela estaria no domínio avaliado pelo modelo.

A adoção de modelos de maturidade, de acordo com Itgi (2007) e Curtis, Hefley e Miller (2009),

permitem aos gestores conhecerem a atual performance de sua organização e comparar com

outras, estipular metas e planos de melhoria coerentes com a situação atual da organização,

avaliar quão distante está sua organização das metas desejadas e estimular a disseminação de

boas práticas e seu aprimoramento contínuo.

A partir da revisão da literatura disponível, identificou-se a existência de uma lacuna na

produção acadêmica quando se trata da mensuração da maturidade da governança corporativa

em cooperativas de crédito, frente às exigências de controle e monitoramento dos órgãos

regulamentadores do SFN, por meio da Resolução Nº 4.434, de 5 de agosto de 2015. O único

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estudo encontrado que se aproxima da proposta desta pesquisa é de Bramont (2012), com o

título “Maturidade em Governança Corporativa: diretrizes para um modelo preliminar”,

realizado na universidade de Brasília, em nível de Mestrado. Assim, neste trabalho, parte-se das

hipóteses de que não existem metodologias para mensurar a maturidade da governança em

cooperativas de crédito e que, quanto maior a cooperativa de crédito, tendo como base a Receita,

o Patrimônio Líquido e o Ativo, maior o seu nível de maturidade da governança corporativa.

Diante do exposto, questiona-se nesta pesquisa: É possível desenvolver uma

metodologia através de um conjunto de indicadores para mensurar a maturidade da Governança

em cooperativas de crédito? Quais variáveis mais frequentes podem interferir na maturidade da

governança em cooperativas de crédito?

Tem-se como o objetivo central estruturar um modelo para mensurar o nível de

Maturidade da Governança Corporativa em cooperativas de Crédito e delinear o perfil desse

mercado localizado no Sul Minas Gerais. Para atingir esse objetivo geral, foram estabelecidos

os seguintes objetivos específicos: a) Identificar os pilares que podem interferir na maturidade

da governança em cooperativas de crédito de acordo com o IBGC; b) Desenvolver um

questionário estruturado com base no “Guia das Melhores Práticas de Governança Corporativa

para Cooperativas” do IBGC; e c) Desenvolver e testar o instrumento que indique a maturidade

da governança nas cooperativas em estudo.

Tendo em vista os objetivos propostos, inicialmente, foi realizado um estudo

exploratório para verificar se há algum modelo de maturidade utilizado pelas cooperativas de

crédito e se ele apresenta potencial para atender aos requisitos previstos, indicando uma solução

para o problema definido, quando aplicado. Neste estudo, não foi encontrado um modelo ideal

para mensurar a maturidade da Governança Corporativa em cooperativas de crédito. Daí a

proposta desta pesquisa.

Este texto encontra-se estruturado em quatro capítulos, além da Introdução e das

Considerações Finais. Na Introdução, apresentam-se a relevância e a justificativa do tema, a

questão problema e os objetivos geral e específicos.

O segundo capítulo, “Cooperativas de Crédito”, contém o referencial teórico do

cooperativismo de crédito, bem como a definição e origem das cooperativas de crédito e sua

estrutura, classificação, categorias e até o número atual das cooperativas de crédito no Brasil.

O terceiro capítulo, “Governança Corporativa”, apresenta o referencial teórico da

Governança Corporativa, seu conceito, bem como o “Códigos das Melhores Práticas de

Governança Corporativa” do IBGC, conflito de agência, estrutura da governança corporativa

no Brasil e o “Código das Melhores Práticas de Governança para cooperativas”.

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O quarto capítulo, “Metodologia e Trajetória da Pesquisa”, contempla o método e tipo

de pesquisa, a coleta, tratamento, organização e análise dos dados, descrição do método de

Processo e Análise Hierárquica – AHP e o Indicador de Maturidade da Governança

Corporativa.

No quinto capítulo, “Análise de Resultado”, apresentam-se a análise dos resultados,

contemplando a caracterização das cooperativas de crédito do Sul de Minas Gerais, a

identificação do nível de maturidade de governança corporativa das cooperativas pesquisadas

e sua relação com a Receita, Patrimônio Líquido e Ativo.

Por fim, são apresentadas as “Considerações Finais”.

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2 COOPERATIVAS DE CRÉDITO

Este capítulo aborda o cooperativismo de crédito, sua definição, origem no mundo e o

no Brasil, apresenta a estrutura, a classificação, a categoria e a quantidade de cooperativas por

estado e região do Brasil.

2.1 DEFINIÇÃO DE COOPERATIVAS DE CRÉDITO

As cooperativas de crédito são instituições financeiras constituídas sob a forma de

sociedades cooperativas, que têm por objeto a prestação de serviços de intermediação financeira

aos cooperados, como concessão de crédito e captação de depósitos à vista e a prazo. Conforme

a legislação vigente, as cooperativas de crédito podem disponibilizar serviços de cobrança, de

custódia, de recebimentos e pagamentos por conta de terceiros, sob convênio com instituições

financeiras, instituições privadas e correspondentes (FONTES FILHO, COELHO e

VENTURA, 2009). De acordo com Pinheiro (2008), as cooperativas de crédito são sociedades

de pessoas unidas voluntariamente, com forma e natureza jurídica próprias, sem fins lucrativos,

criadas com o objetivo de prestar serviços financeiros aos seus associados.

No Brasil, a lei nº 5.764, de 131 de dezembro de 1971, apresenta a definição e as

características das cooperativas de crédito.

Art. 4º As cooperativas são sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica

próprias, de natureza civil, não sujeitas a falência, constituídas para prestar serviços

aos associados, distinguindo-se das demais sociedades pelas seguintes características:

I - adesão voluntária, com número ilimitado de associados, salvo impossibilidade

técnica de prestação de serviços;

II - variabilidade do capital social representado por quotas-partes;

III - limitação do número de quotas-partes do capital para cada associado, facultado,

porém, o estabelecimento de critérios de proporcionalidade, se assim for mais

adequado para o cumprimento dos objetivos sociais;

IV - incessibilidade das quotas-partes do capital a terceiros, estranhos à sociedade;

V - singularidade de voto, podendo as cooperativas centrais, federações e

confederações de cooperativas, com exceção das que exerçam atividade de crédito,

optar pelo critério da proporcionalidade;

VI - quorum para o funcionamento e deliberação da Assembleia Geral baseado no

número de associados e não no capital;

VII - retorno das sobras líquidas do exercício, proporcionalmente às operações

realizadas pelo associado, salvo deliberação em contrário da Assembleia Geral;

VIII - indivisibilidade dos fundos de Reserva e de Assistência Técnica Educacional

e Social;

IX - neutralidade política e indiscriminação religiosa, racial e social;

X - prestação de assistência aos associados, e, quando previsto nos estatutos, aos

empregados da cooperativa;

XI - área de admissão de associados limitada às possibilidades de reunião, controle,

operações e prestação de serviços (BRASIL, Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de

1971).

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As cooperativas podem ser definidas como organizações sem fins lucrativos,

constituídas a partir da reunião de um grupo de pessoas que, além de serem seus proprietários

e, na grande maioria dos casos, seus administradores, são também seus usuários, ou seja,

fornecedores de recursos para suas atividades e/ou demandantes de serviços. A propriedade é

definida pelo voto, na assembleia geral, na qual todos os cooperados possuem direitos iguais de

participação nas decisões (SANTOS, 2016).

Pinheiro (2008, p. 7) assim define e destaca as atividades financeiras das cooperativas

de crédito:

As cooperativas de crédito são instituições financeiras constituídas sob a forma de

sociedade cooperativa, tendo por objeto a prestação de serviços financeiros aos

associados, tais como concessão de crédito, captação de depósitos à vista e a prazo,

cheques, prestação de serviços de cobrança, de custódia, de recebimentos e

pagamentos por conta de terceiros sob convênio com instituições financeiras públicas

e privadas e de correspondente no país, além de outras operações específicas e

atribuições estabelecidas na legislação em vigor.

As cooperativas de crédito disponibilizam aos cooperados a maioria dos serviços dos

bancos, como conta corrente, aplicações financeiras, cartão de crédito, empréstimos e

financiamentos, de modo mais simples e vantajoso. Os cooperados têm poder igual de voto,

independentemente da sua cota de participação no capital social da cooperativa de crédito.

O BACEN (2017 a) define cooperativa de crédito como uma instituição financeira

formada por uma associação autônoma de pessoas unidas voluntariamente, com forma e

natureza jurídica próprias, de natureza civil, sem fins lucrativos, constituída para prestar

serviços a seus cooperados. Esse modelo de instituição presta serviços financeiros de modo

mais simples e vantajoso e também possibilita acesso ao crédito e outros produtos financeiros

como aplicações, investimentos, empréstimos, financiamentos, recebimento de contas e

seguros. Os cooperados têm o controle e a direção, definidos pelo voto em assembleia. Os

recursos captados pela poupança são direcionados aos cooperados, gerando desenvolvimento

regional.

Lambert (1975) coloca que a cooperativa é uma empresa constituída e dirigida por uma

associação de pessoas de forma democrática, com objetivo de prestar serviços, tanto para os

seus cooperados quanto para a comunidade. Neste mesmo sentido, Assaf Neto (2011) define as

cooperativas de crédito como instituições financeiras não bancárias, voltadas a viabilizar

créditos aos seus cooperados, além de prestar serviços financeiros de acordo com sua

classificação pelo Banco Central.

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2.2 ORIGEM DO COOPERATIVISMO DE CRÉDITO NO MUNDO

A primeira cooperativa no mundo foi fundada por 28 tecelões na Inglaterra, em 21 de

dezembro de 1844, na cidade de Rochdale1, como uma cooperativa de consumo, denominada

de Sociedade dos Probos. A primeira cooperativa de crédito rural surgiu na Alemanha, na

cidade de Anhausen2, em 1864, denominada de Heddesdorfer Darlehnskassenveirein,

Associação de Caixas de Empréstimo de Heddesdorf, atingindo, no ano de 1900, 2.083

cooperativas de crédito e 265 mil cooperados. Inicialmente, originaram-se de uma associação

de apoio para a população rural e, em 1864, essas cooperativas caracterizaram-se pela

responsabilidade ilimitada e solidária dos associados, a singularidade de votos dos sócios,

independentemente do número de quotas-parte, a área de atuação restrita, a ausência de capital

social e a não distribuição de sobras, excedentes ou dividendos. Ainda hoje, esse tipo de

cooperativa é bastante popular na Alemanha (PINHEIRO, 2008).

Já a primeira cooperativa de crédito urbana foi criada por Franz Herman Schulze, no

ano de 1852, na cidade alemã de Delitzsch3, dando origem aos Volksbank, banco do povo,

atendendo as pequenas empresas comerciais e artesanais. Com grande aceitação pelo público

urbano, chegou em 1859, com 18.000 cooperados, na Pomerânia4 e Saxônia5. (PINHEIRO,

2008). Meinen e Port (2012) relatam que esse modelo, ainda na Alemanha, influenciou a

constituição e o funcionamento das cooperativas de crédito rural brasileiras.

Em 1865, o italiano Luigi Luzzatti constituiu na Itália, na cidade de Milão, a primeira

cooperativa cujo modelo herdaria seu nome, a cooperativa do tipo Luzzatti, apresentando como

característica a livre admissão dos cooperados. Este modelo foi influenciado pelo modelo

alemão de cooperativismo de crédito (LIMA, 2014).

No continente americano, a primeira cooperativa foi fundada por Alphonse Desjardins,

no Canadá, em 1900, na cidade de Lévis6, estado de Quebec, colonizado por franceses, dando

origem ao Movimento Desjardins. Expandiu-se para os Estados Unidos e, em seguida, para

outros países do mundo. No Brasil, é conhecida, atualmente, como cooperativa de crédito

mútuo, caracterizada pela existência de vínculo entre os sócios, reunindo grupos homogêneos

1 Rochdale é uma cidade no Noroeste da Inglaterra, população de 95.796 habitantes. 2 Anhausen é um distrito no estado da Renânia-Palatinado na Alemanha, população de 1.338 habitantes. 3 Delitzsch é um distrito do estado da Saxônia, na Alemanha, polução de 129.100 habitantes. 4 Região do Mar Báltico, entre as atuais Alemanha e Polônia. 5 Um dos 16 estados federativos da Alemanha, fazendo divisa a leste com a Polônia. 6 Lévis é uma cidade localizada na província de Quebec, no Canada, colonizada pela França, com população de

126 396 habitantes.

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31

como os de clubes, trabalhadores de uma mesma fábrica, funcionários públicos e demais

interessados (PINHEIRO, 2008).

Na França, em 1984, foi fundada a cooperativa Crédit Agrícole, a partir de uma lei que

criou bancos cooperativos locais como solução para o problema de crédito dos agricultores. Foi

a primeira cooperativa a criar o fundo garantidor, em função das dificuldades enfrentadas por

algumas cooperativas, em 1935, diante da crise de 1930. Essa instituição financiou a

reconstrução da França no pós-guerra e o crescimento nos anos seguintes. O Crédit Agricole é

organizado em três níveis: 2.512 caisses locales, 38 caisses regionales, que são os bancos

cooperativos regionais, e o Banco Crédit Agricole S.A. O Banco Crédit Agricole S.A. atua em

mais de 70 países, sendo o maior banco francês, e é também a maior instituição financeira

cooperativa do mundo (AGRÍCOLE-CRÉDIT, 2017).

Na Holanda, a primeira cooperativa de crédito foi criada em 1896, semelhante ao

sistema alemão. O sistema holandês, no entanto, surgiu sem a interferência do governo, mas

fortemente influenciado por correntes religiosas. Em 1898, as cooperativas existentes

organizaram-se em dois bancos centrais regionais, um ligado às comunidades católicas,

Cooperative Association of Raiffeisen Banks, e outro às comunidades protestantes, Cooperative

Central Farmer´s Credit Bank – Boerenleenbank. Em 1972, essas duas organizações se

fundiram e tornaram-se uma cooperativa central - Cooperatieve Centrale RAiffeisen -

BOerenleenBANK, ou RABOBANK. Em 1981, abriu a primeira cooperativa no exterior em

Nova York, hoje, com unidades na Europa, América do Norte, Ásia e América do Sul, ela está

presente em mais de 40 países e em todos os continentes do mundo (RABOBANK, 2016).

Nesse contexto, as cooperativas de crédito apresentam diferentes características

influenciadas, em cada país, pela estrutura em que estão inseridas. Assim, percebe-se a

diferença de objetivos entre organizações empresariais absolutamente introduzidas na estrutura

de países capitalistas como Rabobank na Holanda, conglomerados industriais no norte da Itália

ou o Mondragon na Espanha (LOTTI, MENSING e VALENTI, 2006).

As cooperativas de crédito, desde sua origem, criaram alternativas e estratégias para

competir com as demais instituições financeiras, principalmente, os bancos comerciais. Ao

contrário destes, nas cooperativas, desde a origem, o cliente é o cooperado, que é o proprietário,

pessoa física ou jurídica que adquiriu quota do capital social da cooperativa, e participa das

decisões e do resultado.

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32

2.3 COOPERATIVISMO DE CRÉDITO NO BRASIL

A primeira cooperativa de crédito no Brasil foi constituída em 28 de dezembro de 1902,

na cidade de Nova Petrópolis, no estado do Rio Grande do Sul, denominada inicialmente de

Caixa de Economia e Empréstimos Amstad e, posteriormente, de Caixa Rural de Nova

Petrópolis. Hoje em dia, continua em operação com a denominação de Cooperativa de Crédito

de Livre Admissão de Associados Pioneira da Serra Gaúcha – SICREDI Pioneira/RS. No

período entre 1902 e 1964, foram constituídas mais 66 cooperativas de crédito do tipo Raiffeisen

no estado do Rio Grande do Sul. Em 1º de março de 1906, no município de Lajeado, no Estado

do Rio Grande do Sul, foi constituída a primeira cooperativa de crédito do tipo Luzzatti no

Brasil, com a denominação de Caixa Econômica de Empréstimo de Lajeado. Ela continua em

operação com a denominação de Cooperativa de Crédito de Lajeado (PINHEIRO, 2008).

As cooperativas de crédito no Brasil foram, desde a origem, fortemente controladas e

regulamentadas pela legislação, conforme apresentado pelo quadro 1.

Quadro 1 - Evolução das Cooperativas de Crédito no Brasil

Data Leis, Decretos e

Normas Descrição

06 de janeiro de

1903

Decreto do Poder

Legislativo nº

979

Permitiu aos sindicatos a organização de caixas rurais de crédito agrícola.

20 de junho de

1907 Decreto nº 6.532

Estabeleceu que sindicatos agrícolas poderiam fundar uniões de sindicatos

ou sindicatos centrais e permitindo a livre admissão

05 de janeiro de

1907

Decreto do Poder

Legislativo nº

1.637

A primeira norma a disciplinar o funcionamento das sociedades

cooperativas e constituição

31 de dezembro

de 1925

Decreto Lei nº

4.984

As cooperativas de crédito passaram a ser fiscalizada pelo Ministério da

Agricultura, sem ônus, desobrigando de seguirem os sistemas Raiffeisen e

Luzzatti, da exigência de expedição de carta patente e de pagamento de

quotas de fiscalização.

19 de dezembro

de 1932

Decreto nº

22.239

Estabeleceu que a autorização para criação de cooperativas dependeria de

aprovação governamental.

10 de julho de

1934

Decreto nº

24.647

Distinguiu as cooperativas e classificou as cooperativas de crédito como de

cooperação profissional, permitiu sua formação por pessoas de profissões

distintas.

01 de agosto de

1938

Decreto-Lei nº

581

Transferiu para o Ministério da Fazenda a incumbência de fiscalizar as

cooperativas de crédito urbanas, mantendo as cooperativas de crédito rural

sob fiscalização do Ministério da Agricultura. Estabeleceu, ainda, que as

caixas rurais tipo Raiffeisen constituídas após a vigência do referido

Decreto-Lei deveriam ter área de operações restrita a uma pequena

circunscrição rural, que poderia abranger zonas municipais limítrofes.

19 de outubro de

1943

Decreto Lei nº

5.893

Retornou ao Ministério da Agricultura a tarefa de fiscalizar todas as

cooperativas, independentemente do tipo, e criou a Caixa de Crédito

Cooperativo, destinada ao financiamento e fomento do cooperativismo.

19 de dezembro

de 1945

Decreto-Lei nº

8.401

Devolveu a competência de fiscalizar as cooperativas em geral para o

Serviço de Economia Rural do Ministério da Agricultura

10 de abril de

1950

Decreto Lei nº

1.079

Sobrestou, tendo em vista solicitação da Superintendência da Moeda e do

Crédito (Sumoc), sobre novos registros de cooperativas de crédito no SER.

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33

13 de agosto de

1951

Decreto Lei nº

1.412

Modernizou a Caixa de créditos para Banco nacional de créditos

Cooperativos, com intuito de promover assistência e amparo às

cooperativas, possibilitando assim que a participação indireta das

cooperativas de crédito que captassem depósitos à vista na Câmara de

Compensação de Cheques.

15 de abril de

1958

Decreto Lei nº

43.552

Reforçou a competência da Sumoc para vistoriar e fiscalizar as cooperativas

de crédito, entre elas também as cooperativas mistas com seção de crédito,

no que se relaciona com normas gerais reguladoras da moeda e do crédito.

12 de novembro

de 1962

Decreto Lei nº

1.503

Liberou a partir deste as autorizações e os registros de novas cooperativas

de crédito ou com seções de crédito.

31 de dezembro

de 1964

Decreto Lei nº

4.595.

As cooperativas de crédito equipararam-se às demais instituições

financeiras.

20 de dezembro

de 1965 Resolução nº 11

Autorizou a constituição e o funcionamento de cooperativas

de crédito, sob duas modalidades: cooperativas de crédito de produção rural

e cooperativas de crédito com quadro social.

28 de janeiro de

1966 Resolução nº 15

Decretou que somente poderiam ser realizados pelas cooperativas de crédito

a captação de depósitos à vista de seus associados e não podiam deixar de

distribuir seus lucros com os associados.

30 de junho de

1966 Resolução nº 27

Estabeleceu que as cooperativas de crédito e as seções de crédito somente

poderiam receber depósitos de pessoas físicas, funcionários ou instituições

relacionadas aos associados.

21 de novembro

de 1966 Decreto-lei nº 59

Define a política nacional de cooperativismo, cria o Conselho Nacional do

Cooperativismo e dá outras Providências.

19 de abril de

1967

Decreto Lei nº

60.597 Regulamenta o Decreto-lei nº 59, de 21 de novembro de 1966.

19 de setembro

de 1968 Resolução nº 99 Liberou o funcionamento de cooperativas de crédito rural.

25 de março de

1970

Decreto Lei nº

1.098

Delimitou que as cooperativas de crédito estavam sujeitas

a algumas exigências para a autorização do Governo para se constituírem.

16 de dezembro

de 1971

Decreto Lei nª

5.764

Implantou o regime jurídico vigente das sociedades cooperativas. Define as

cooperativas como sociedades de pessoas de natureza civil.

5 de outubro de

1988

Artigo 5º da

Constituição

Federal

Determinou que as cooperativas de crédito continuam dependentes de

prévia aprovação do Banco Central do Brasil para funcionar.

12 de abril de

1990

Decreto Lei nº

8.029 Exclusão do Banco Nacional de Crédito Cooperativo S.A. - BNCC.

11 de março de

1992

Resolução BCB

nº 1.914

Vedou a constituição de cooperativas de crédito do tipo Luzzatti, e definiu

as autorizações para as cooperativas de economia e crédito mútuo e rural.

19 de janeiro de

1994

Resolução BCB

nº 2.099

Concedida a permissão para criação das unidades de Postos de Atendimento

Cooperativo (PAC).

31 de agosto de

1995

Resolução BCB

nº 2.193

Permitiu a criação dos bancos cooperativos, ou seja, os bancos comerciais

controlados por cooperativas de crédito.

27 de maio de

1999

Resolução BCB

nº 2.608

Possibilitou às cooperativas centrais o poder de supervisionar o

funcionamento das outras cooperativas singulares e filiadas e também de

realizar auditoria.

30 de agosto de

2000

Resolução BCB

nº 2.771

Reduziu os limites mínimos de Patrimônio Líquido, de acordo com o gral

de risco do ativo, passivo e contas de compensação

20 de dezembro

de 2002

Resolução BCB

nº 3.058

Autorizou a formação de cooperativas composta por pequenos empresários,

microempresários e microempreendedores, responsáveis por negócios de

natureza industrial, comercial ou de prestação de serviços, incluídas as

atividades da área rural.

25 de junho de

2003

Resolução BCB

nº 3.106

Permitiu que as cooperativas pudessem admitir associados em localidades

com menos de cem mil habitantes, permitiu a livre admissão.

27 de novembro

de 2003

Resolução BCB

nº 3.140

Liberou a criação de cooperativas de crédito de empresários participantes

de empresas vinculadas diretamente a um mesmo sindicato patronal.

17 de dezembro

de 2003

Resolução BCB

nº 3.156

Possibilitou que as cooperativas de crédito contratassem correspondentes

no País, seguindo as mesmas condições das demais instituições financeiras.

19 de março de

2004

Resolução BCB

nº 3.188

Autorizou aos bancos cooperativos o recebimento de depósitos de poupança

rural.

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21 de janeiro de

2005

Resolução CFC

nº 1.013 Aprova a NBC T 10.8 - IT - 01 - Entidades Cooperativas.

31 de agosto de

2005

Resolução BCB

nº 3.309

Relata sobre a qualificação do nível dos empregados que atuam no

atendimento aos cooperados em atividades relacionadas com a distribuição

e mediação de títulos e valores mobiliários e derivativos.

30 de setembro

de 2005

Resolução BCB

nº 3.321

Ampliou as possibilidades de associação, permitindo a coexistência de

condições de admissão em que coexistam grupos de associados de diversas

origens.

9 de agosto de

2007

Resolução BCB

nº 3.442

Verificou a necessidade da governança corporativa e a criação da Entidade

de Auditoria Coorporativa, possibilitando a transformação de cooperativas

de crédito em livre admissão em áreas de ação com até dois milhões de

habitantes.

17 de abril de

2009

Lei

Complementar nº

130

Regulamentou para todas as instituições financeiras constituídas sob a

forma de cooperativas de crédito com a CF/88; grande passo para a

Governança Corporativa, possibilitou a criação de um Fundo Garantidor

para o sistema.

27 de maio de

2010

Resolução BCB

nº 3.859

Libera a autorização para funcionamento, as alterações estatutárias e o

cancelamento de autorização para funcionamento de cooperativas de

crédito.

26 de abril de

2012

Resolução BCB

nº 4.072

Modifica e ressalta sobre as normas de instalação, no País, de dependências

de instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo

Banco Central do Brasil.

28 de junho de

2013

Resolução BCB

nº 4.243

Dispõe sobre a constituição e o funcionamento de cooperativas de crédito.

5 de novembro

de 2013

Resolução BCB

nº 4.284

Aprova o Estatuto e o Regulamento do Fundo Garantidor do

Cooperativismo de Crédito (FGCoop) e estabelece a forma de contribuição.

5 de agosto de

2015

Resolução BCB

nº 4.434

Relata sobre a constituição, a liberação para funcionamento, o

funcionamento, as alterações estatutárias e o cancelamento de autorização

para funcionamento das cooperativas de crédito e dá outras providências.

24 de novembro

de 2016

Resolução BCB

nº 4.538

Definiu que as instituições financeiras e demais instituições estão

autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, onde devem

implementar e manter política de sucessão de administradores, aplicável aos

cargos da alta administração da instituição.

4 de janeiro de

2018

Lei

complementar nº

161

Autorizou as cooperativas de crédito a captarem recursos de municípios.

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

As cooperativas no Brasil integram o SFN, são reguladas pelo Conselho Monetário

Nacional (CMN) e fiscalizadas pelo BACEN. O SFN é fortemente controlado pela legislação,

o que garante a segurança da economia e de seus participantes. O controle e monitoramento das

cooperativas de crédito, desde a origem, pela legislação, contribuiu para a expansão, atingindo

as regiões menos favorecidas pelos bancos comerciais como as pequenas cidades,

possibilitando assim a inclusão financeira da baixa renda, ampliação do microcrédito e trazendo

para essas regiões o desenvolvimento socioeconômico.

Apesar da criação pelo decreto do Poder Legislativo 979, em 6 de janeiro de 1903, as

cooperativas de crédito só foram regulamentadas pela Lei nº 5.764 de 16 de dezembro de 1971.

Foi com a aprovação da legislação responsável pela segurança jurídica no Brasil, como a

promulgação da Constituição da República, em 05 de outubro de 1988 e do Código Civil pela

Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, que as cooperativas se consolidaram. A Lei

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35

Complementar nº 130, de 17 de abril de 2009, criou o Sistema Nacional de Crédito Cooperativo

(SNCC) que, até hoje, é o principal marco regulatório do segmento cooperativista de crédito.

O sistema de Cooperativismo de Crédito no Brasil está regulamentado de acordo com a

Lei 4.595, de 31 de dezembro de 1964, que instituiu a Reforma Bancária e criou o CMN, Lei

nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971, com a lei do cooperativismo, que definiu a Política

Nacional de Cooperativismo e instituiu o regime jurídico das sociedades cooperativas, também

a Lei complementar nº 130, de 17 de abril de 2009, que deliberou sobre o Sistema Nacional de

Crédito Cooperativo e revogou dispositivos das Leis nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, e

5.764, de 16 de dezembro de 1971, e a resolução nº 4.434, de 5 de agosto de 2015, que definiu

a constituição, a autorização para funcionamento, o funcionamento, as alterações estatutárias e

o cancelamento de autorização para funcionamento das cooperativas de crédito, além de dar

outras providências.

A evolução da legislação de monitoramento e controle das cooperativas de crédito

desempenhou importante papel na solidez do sistema cooperativo de crédito no País, ao mesmo

tempo em que garantiu a sua expansão, permitiu operar com taxas de juro mais baixas,

atendimento personalizado, concessão do crédito mais rápido, menor burocracia e presença nas

regiões menos privilegiadas pelos bancos comerciais de varejo, como nas cidades de menor

porte. Tais ações contribuem para a proliferação do microcrédito e o desenvolvimento

econômico do Brasil.

2.3.1 Sistema nacional de crédito cooperativo

O Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC) está estruturado em um sistema de

três níveis, sendo o primeiro nível formado pelas cooperativas singulares, o segundo nível pelas

cooperativas centrais ou federações de cooperativas, e terceiro nível pelas confederações de

cooperativas e os bancos cooperativos, conforme pode ser visualizado na figura 1.

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36

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Confederações e Bancos Cooperativos

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O SNCC no Brasil está estruturado de forma verticalizada para buscar ganho de escala

e eficiência. A maior parte das cooperativas singulares e cooperativas centrais são filiadas ao

SICOOB Confederação e utilizam os serviços do Banco Cooperativo do Brasil (Bancoob). Essa

estrutura verticalizada de trabalho sistêmico permite o ganho de escala e redução de custos

como desenvolvimento e manutenção dos terminais de autoatendimento (ATM). Permite ainda

ao cooperado acesso mesmo fora de sua cidade. Além disso, viabiliza o desenvolvimento de

estruturas tecnológicas próprias e mais adequadas às necessidades dos cooperados, como

plataformas mobile banking e soluções de pagamento, por via eletrônica. Possibilita oferecer

ampla variedade de produtos, serviços e soluções para seus cooperados, similar à oferecida por

outras instituições financeiras, evitando-se, assim, que o cooperado dependa dos bancos

tradicionais, e fidelizando-o à cooperativa.

2.3.1.1 Cooperativas singulares

No primeiro nível, de acordo com o Serviço Nacional de Aprendizagem do

Cooperativismo (2016, p. 59), encontram-se as “As cooperativas singulares, que atendem

diretamente os associados, podem constituir cooperativas centrais, que por sua vez podem se

organizar em confederações e também constituir bancos cooperativos”. Algumas cooperativas

singulares optam por atuar de forma independente, sem filiação a sistemas, isso é possível e

permitido pela legislação por ser um modelo de negócio mais simplificado ou por outras

circunstâncias operacionais específicas, como o apoio de outras instituições não cooperativas

ou o uso de convênios de prestação de serviço. A maioria, contudo, se organiza de forma

sistêmica, compartilhando entre si sistemas e serviços, visando ganhos de escala e eficiência.

As cooperativas, classificadas como Singulares, para sua constituição, têm como exigência no

mínimo 20 associados pessoas físicas e/ou jurídicas e caracterizam-se pela prestação serviços

diretamente aos associados.

2.3.1.2 Cooperativas centrais ou federações de cooperativas

No segundo nível, de acordo com o Serviço Nacional de Aprendizagem do

Cooperativismo (2016), encontram-se as Cooperativas Centrais, possuindo estas o objetivo de

organizar, em comum e em maior escala, os serviços econômicos e assistenciais de interesse

das filiadas, integrando e orientando suas atividades, bem como facilitando a utilização

recíproca dos serviços. São constituídas por no mínimo três cooperativas singulares. Somente

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38

as cooperativas centrais de crédito são consideradas instituições financeiras pelo SFN

(CARDOSO, 2014).

2.3.1.3 Confederações e bancos cooperativos

As confederações e os bancos cooperativos compõem o terceiro nível do SNCC. O

primeiro tipo é formado por no mínimo três centrais ou federações da mesma ou de diferentes

modalidades, responsáveis pela centralização dos recursos captados, a padronização dos

serviços oferecidos, e fornecendo maior escala em sistemas operacionais, tecnológicos e de

serviços internos. Para que uma confederação de cooperativas de crédito seja considerada

instituição financeira é necessária a aprovação pelo Banco Central do Brasil. Atualmente,

somente a Confederação UNICRED tem esse status.

Os Bancos Cooperativos podem ser comerciais ou múltiplos, constituídos

obrigatoriamente com carteira comercial, com no mínimo 51% das ações com direito a voto.

Oferecem produtos e serviços financeiros às cooperativas, ampliando e criando novas

possibilidades de negócios e gestão centralizada dos recursos financeiros do sistema.

Atualmente, há dois bancos cooperativos no Brasil, o primeiro, o Banco Bancoob, é um banco

comercial privado com enfoque no atendimento às cooperativas de crédito, cujo controle

acionário pertence às entidades filiadas ao SICOOB, o segundo é o Banco SICREDI, que foi o

primeiro banco cooperativo privado do Brasil com enfoque no atendimento às cooperativas de

crédito do SICREDI (FGCOOP, 2017 a).

No Brasil, as cinco confederações que formam o terceiro nível são a Confederação

Nacional das Cooperativas do Sicoob (SICOOB confederação), a Confederação Interestadual

das Cooperativas ligadas ao Sicredi (SICREDI), a Confederação Nacional das Cooperativas

Centrais (Unicred do Brasil), o Sistema Cooperativo de Crédito Rural Solidário (Cresol

Confederação) e a Confederação Brasileira das Cooperativas de Crédito (Confebras),

considerados grandes sistemas cooperativos de créditos (CONFEBRAS, 2017). Pertencer a

algum sistema de cooperativa de crédito traz mais segurança em termos de estrutura e solidez

dos recursos movimentados pelos cooperados, uma vez que todas as movimentações são

acompanhadas, monitoradas, auditadas, além de contar com apoio político, econômico, social

e financeiro por parte das confederações (FRANCISCO, 2014).

O gráfico 1 apresenta os números de cooperativa singular pertencente a cada

confederação no período de 2012 a 2017.

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39

Gráfico 1 - Sistemas de cooperativas de crédito de terceiro nível

Fonte: Elaborado pelo autor (2018).

De acordo BACEN (2016 a), o segmento cooperativista de crédito passa por um

processo de consolidação iniciado há alguns anos, na busca por ganho de escala e maior

eficiência operacional. Essa consolidação, no gráfico 1, é apresentada pela redução no número

total de cooperativas de crédito. No ano de 2012, o SNCC era constituído por 1.211

cooperativas singulares, já em 2017 por 969, redução de 19,98%. A quantidade e o percentual

de cooperativas de crédito de terceiro nível, no ano de 2017, são apresentados pelo gráfico 2.

Gráfico 2 - Cooperativas de crédito de terceiro nível em 2017

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

530 515 503 487 492 469

113

101

99

95 121

116158

153

164

157

150

110

64

59

59

44

35

34

257

241

116 2

01

195

197

89

80

165

76

48

43

1.2

11

1.1

49

1.1

06

1.0

60

1.0

41

96

9

y = -45,143x + 1247,3

R² = 0,982

0

200

400

600

800

1.000

1.200

1.400

1.600

2012 2013 2014 2015 2016 2017

Qu

anti

dad

e d

e co

op

erat

ivas

de

créd

ito

s

Anos

Sistema Nacional de cooperativismo de crédito de terceiro nível

Sicoob Sicredi CresolUnicred Singulares Independentes Centrais IndependentesTotal Linear (Total)

Sicoob; 469; 48%

Sicredi; 116; 12%

Cresol; 110; 11%

Unicred; 34; 4%

Singulares Independentes;

197; 20%

Centrais Independentes; 43; 5%

Quantidade e porcentagem de cooperativas de crédito de terceiro nível

Page 40: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP ......2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP Benedito Geovani Martins de Paiva Mensuração do grau de

40

Na composição dos sistemas cooperativos de créditos, em 2017, predomina o sistema

SICOOB, com 469 cooperativas singulares, o que corresponde a 48% do total das cooperativas

do sistema. Em segundo lugar estão as cooperativas singulares independentes, no total de 197,

representando 20% do total das cooperativas de crédito do sistema. Em terceiro, o sistema

SICREDI, com 116 cooperativas, totalizando 12% do total. Em quarto, o sistema CRESOL,

com 110 cooperativas, totalizando 11% do total. Em quinto, o sistema UNICRED, com 34

cooperativas, representando 4% do total, em sexto, as Centrais independentes, com 43

cooperativas, representando 5% das cooperativas do sistema.

O sistema SICOOB opera com o Banco Cooperativo BANCOOB S/A, sendo este um

banco múltiplo privado especializado no atendimento a cooperativas de crédito, cujo controle

acionário pertence a entidades filiadas ao SICOOB. Ele foi constituído em 1996 com a

finalidade de estimular o desenvolvimento do cooperativismo de crédito no País (BANCOOB,

2017).

Já o Sistema SICREDI, que opera com o Banco Cooperativo BANSICREDI S/A, foi o

primeiro banco cooperativo privado que teve acesso aos produtos e serviços bancários. Criado

em 1995, sua atuação é voltada ao atendimento das demandas do quadro social das cooperativas

de crédito do sistema SICREDI e também daquelas com as quais mantém convênios específicos

de prestação de serviços (SICREDI, 2017).

O Sistema UNICRED opera com Banco Cooperativo BANSICREDI S/A e Banco do

Brasil S/A. Criado em 1989, formado por um conjunto de instituições financeiras cooperativas,

com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, sem fins lucrativos e não sujeitas a

falência, normatizadas pela legislação cooperativista e do Sistema Financeiro Nacional

(UNICRED, 2017).

O Sistema CRESOL opera com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e

Social e Banco do Brasil S/A. Com o primeiro, negocia recursos do microcrédito produtivo

orientado, recursos concedidos para as necessidades financeiras de pessoas físicas e jurídicas

aplicadas em atividades produtivas de pequeno porte como os microempreendedores, de acordo

com a Lei nº 11.110, de 25 de abril de 2005 (CONFESOL, 2017). Com o segundo, atua na

intermediação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF)

(BIANCHINI, 2015).

A Sistema Confebras, por sua vez, foi a primeira confederação de cooperativas de

crédito no Brasil e a primeira instituição não-financeira de representação de suas filiadas,

considerada cooperativa de 3º grau, de modo que pode ter em seu quadro de filiadas

cooperativas de 1º nível oriundas de diferentes sistemas (CONFEBRAS, 2017).

Page 41: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP ......2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP Benedito Geovani Martins de Paiva Mensuração do grau de

41

2.3.2 Classificação das cooperativas de crédito no Brasil

A Resolução nº 5764, de 16 de dezembro de 1971, no artigo 10, definiu que as

cooperativas de crédito poderiam ser classificadas de acordo com o objeto ou natureza das

atividades desenvolvidas por elas ou por seus associados. A Resolução nº 3.442, de 28 de

fevereiro de 2007, revogou a Resolução nº 3.321, de 30 de setembro de 2005, e destacou

avanços como definição de critérios para admissão de cooperados e a possibilidade de

transformação de cooperativas de crédito em livre admissão em áreas de ação com até dois

milhões de habitantes, além da possibilidade de constituição de cooperativas de crédito mistas

de empresários e outras categorias, a previsão de constituição de uma entidade de auditoria

cooperativa.

O Conselho Monetário Nacional, nos arts. 12 e 13 da Resolução nº 3.859, de 27 de maio

de 2010, que alterou e consolidou as normas relativas à constituição e ao funcionamento de

cooperativas de crédito, estabeleceu condições de admissão de pessoas físicas e as classificou

de acordo com sua constituição, conforme apresentado pelo quadro 2.

Quadro 2 - Classificação das cooperativas de crédito no Brasil Classificação das

cooperativas de crédito Constituídas por

Livre admissão Pessoas físicas e a maioria das pessoas jurídicas, exceto as que exerçam

concorrência com a sociedade cooperativa ou sejam governamentais.

Empregados ou servidores

Profissionais privados ou servidores públicos, de uma mesma instituição ou

cujas atividades sejam afins, complementares, correlatas ou pertencentes a um

mesmo conglomerado econômico.

Produtor rural Pessoas que desenvolvam atividades agrícolas, pecuárias ou extrativas, que se

dediquem a operações de captura ou transformação do pescado.

Atividade Profissional

Trabalhadores dedicados a uma ou mais atividades com objetivos afins,

complementares ou correlatos como advogados, engenheiros, contadores entre

outros.

Critérios de Associação

Mistos – Outros

Profissionais que desenvolvam atividades diversificadas e de forma solidária.

Empresários Empresários participantes de empresas vinculadas direta ou indiretamente a

sindicatos patronais ou a associações patronais, de qualquer nível.

Critérios de Associação

Mistos – Empresários

Profissionais pertencentes a essas categorias, com Receita bruta anual

estabelecida pela Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas.

Natureza Associativa ou

Cadeia de Negócios

Pessoas que determinadas mesma categoria profissional.

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

A tabela 1 apresenta a quantidade e os percentuais das cooperativas de crédito por

classificação no Brasil, de acordo com o BACEN (2017 b).

Page 42: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP ......2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP Benedito Geovani Martins de Paiva Mensuração do grau de

42

Tabela 1 - Classificação das cooperativas de crédito

Critério de Associação Quantidade Percentual

Livre Admissão 353 36,43%

Empregados ou Servidores 331 34,16%

Produtor Rural 107 11,04%

Atividade Profissional 81 8,36%

Critérios de Associação Mistos – Outros 43 4,44%

Empresários 25 2,58%

Critérios de Associação Mistos – Empresários 25 2,58%

Natureza Associativa ou Cadeia de Negócios 4 0,41%

Total 969 100,00%

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

No Brasil, de acordo com o BACEN (2017 b), predominam as cooperativas de livre

admissão, com 353 unidades, seguidas das cooperativas de empregados ou servidores, com 331,

representando, respectivamente 36,43% e 34,16% do total das cooperativas de crédito. Na

sequência, classificam-se as cooperativas de Produtor Rural, com 107 unidades (11,04%); as

de Atividade Profissional, com 81 unidades (8,36%); as de Critérios de Associação - Outros

com 43 unidades (4,44%); as de Empresários com 25 unidades (2,58%); as de Critérios de

Associação Mistos – Empresários com 25 unidades (2,58%) e as de Natureza Associativa ou

Cadeia de Negócios com 4 unidades, representando 0,41% do total das cooperativas de crédito.

.

2.3.3 Categorias das cooperativas de crédito no Brasil

A Resolução, Nº 4.434, de 05 de agosto de 2015, categorizou as cooperativas de crédito

em três tipos, de acordo com risco das operações: plenas, clássicas e de capital e empréstimo.

As Cooperativas de Crédito Plena podem praticar todas as operações financeiras, além de maior

nível de diversificação que seus pares e, já as Clássicas, têm algumas restrições como a

operação com moeda estrangeira, com variação cambial e com derivativos. As cooperativas de

capital e empréstimo são proibidas de captar recursos ou depósitos, sendo sua fonte de

financiamento apenas o capital próprio integralizado pelos cooperados, conforme apresentado

no quadro 3.

Page 43: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP ......2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP Benedito Geovani Martins de Paiva Mensuração do grau de

43

Quadro 3 - Categorias das cooperativas de crédito no Brasil

Categorias Descrição

Cooperativa de crédito

plena

Autorizadas a realizar todas as operações atinentes às cooperativas de

crédito e, em geral, incluirão as entidades mais sofisticadas e de maior

porte.

Cooperativa de crédito

clássica

Autorizadas a realizar somente as operações atualmente permitidas no

regime prudencial simplificado (resolução 4.194/13), sendo-lhes

vedado realizar operações sujeitas à variação cambial, ao preço

mercadorias ou ações, ou ainda em instrumentos financeiros

derivativos, dentre outros.

Cooperativa de crédito

de capital e empréstimo

Estão sujeitas às mesmas limitações das cooperativas de crédito clássicas

e ainda não estão autorizadas a captar recursos ou depósitos, tendo assim

como principal fonte de recursos para o desempenho de suas atividades o

capital próprio integralizado por seus associados. Em geral, as

cooperativas de crédito de capital e empréstimo incluirão as entidades com

estrutura organizacional e financeira com padrões simplificados.

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

A resolução nº 4.434, de 5 de agosto de 2015, em seu artigo 17, descreve a relação de

todas as operações e atividades permitidas que podem ser realizadas por estas instituições,

ensejando a partir dela o enquadramento das cooperativas. A tabela 2 apresenta a quantidade e

o percentual de cada categoria de cooperativas.

Tabela 2 - Categorias das Cooperativas Singulares

Categoria Cooperativa Singular Quantidade Percentual

Clássica 739 76,26%

Capital e Empréstimo 192 19,81%

Plena 38 3,92%

Total 969 100,00%

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

No Brasil, de acordo com BACEN (2017 b), predominam as Cooperativas Clássicas,

com 739 unidades, seguidas das de Capital Empréstimo, com 191 unidades e das Plenas, com

38 unidades, representando respectivamente 76,26%, 19,81% e 3,92% do total das cooperativas

de crédito. A cooperativas Clássicas, além da intermediação financeira, ofertam produtos e

serviços, realizam operações que antes constavam apenas no portfólio dos bancos, tais como

seguros, cartões, previdência complementar, consórcios e cobrança bancária, justificando sua

preponderância em relação às outras categorias (MEINEN; PORT, 2014).

Page 44: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP ......2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP Benedito Geovani Martins de Paiva Mensuração do grau de

44

2.3.4 Cooperativas de crédito por estado e região do Brasil

Nos últimos anos as cooperativas de crédito vêm se consolidando no Brasil, a maioria

localizada nas regiões Sul e Sudeste. Apesar da redução do número de cooperativas, conforme

gráfico 1, houve aumento significativo dos postos de atendimento (BACEN, 2017 b). O quadro

4 apresenta os números do Sistema de Cooperativismo de Crédito por Estado e Região.

Quadro 4 - Sistema de Cooperativismo de Crédito por Estado e Região

REGIÃO ESTADO TOTAL ESTADO % ESTADO TOTAL POR REGIÃO % REGIÃO

SU

DE

ST

E RJ 49 5,06%

479 49,43% SP 214 22,08%

MG 187 19,30%

ES 29 2,99%

SU

L PR 94 9,70%

293 30,24% RS 100 10,32%

SC 99 10,22%

CE

NT

RO

OE

ST

E MT 16 1,65%

62 6,40% MS 11 1,14%

GO 35 3,61%

NO

RD

ES

TE

SE 2 0,21%

78 8,05%

RN 4 0,41%

PI 2 0,21%

PE 7 0,72%

PB 13 1,34%

MA 7 0,72%

CE 5 0,52%

BA 30 3,10%

AL 8 0,83%

NO

RT

E

TO 1 0,10%

43 4,44%

RR 1 0,10%

RO 17 1,75%

PA 13 1,34%

AP 1 0,10%

AM 6 0,62%

AC 4 0,41%

DIS

TR

ITO

FE

DE

RA

L

DF 14 1,44% 14 1,44%

TOTAL 969 100,00% 969 100,00%

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

O cooperativismo de crédito concentra-se nas regiões Sudeste, com 479 cooperativas,

representando 49,43% e, no Sul, com 293, representando 30,24%, totalizando as duas regiões

Page 45: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP ......2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP Benedito Geovani Martins de Paiva Mensuração do grau de

45

que concentram 79,67% das cooperativas de crédito. O gráfico 3 apresenta a quantidade e o

percentual de cooperativas por região do Brasil.

Gráfico 3 - Cooperativas de crédito por região do Brasil

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

A região nordeste, apesar de concentrar a segunda maior população do país, conta com

apenas 78 cooperativas de crédito, representando 8% do total. Nas regiões Centro-Oeste e

Norte, concentram-se 62 e 43 cooperativas de crédito, representando 6% e 5% do total,

respectivamente. No Distrito Federal concentram-se 14 cooperativas, representando 2% do

total. Assim, fica evidente a necessidade do desenvolvimento de políticas públicas para o

fortalecimento do cooperativismo de crédito nas regiões menos desenvolvidas, como uma das

estratégias de promoção da distribuição de renda no país.

14

43

62

78

293

479

1,44%

4,44%

6,40%

8,05%

30,24%

49,43%

0 100 200 300 400 500 600

Distrito Federal

Norte

Centro Oeste

Nordeste

Sul

Sudeste

Quantidade e percentual

Reg

iões

Quantidade e percentual de Cooperativas de créditos por região do Brasil

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46

3 GOVERNANÇA CORPORATIVA

Neste capítulo é apresentada a governança corporativa, seu conceito e estrutura, bem

como a concepção de conflito de agência e as melhores práticas de governança corporativa em

cooperativas de crédito no Brasil, de acordo com o IBGC.

3.1 CONCEITOS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA

A governança corporativa busca alinhar a gestão e a estrutura de propriedade, além de

estimular a eficiência por meio de políticas de gerenciamento que levem à competitividade

organizacional e à maximização dos resultados econômico-financeiros. Tendo em vista que o

objetivo maior dos gestores é agregar valor para os proprietários, a governança corporativa

torna-se uma ferramenta de gestão de análise de desempenho das organizações, o que tem

incentivado estudos no Brasil e no mundo (SILVA JUNIOR, JUNQUEIRA e BERTUCCI,

2009).

O Banco Mundial define a governança como "a maneira pela qual o poder é exercido na

administração dos recursos econômicos e sociais do país, com vistas ao desenvolvimento"

(WORLD BANK, 1992, p. 1). Representa a definição de regras abstratas e universais, de

instituições capazes de garantir seu cumprimento, e de mecanismos previsíveis para regular

conflitos relativos tanto às regras quanto ao seu cumprimento (WORLD BANK, 1992). Esse

conceito é direcionado para a governança no setor público, assim, o termo governança foi

usado, primeiramente, na esfera pública (ARAÚJO, 2012). Assim, a governança surgiu para

reforçar as instituições da sociedade civil e tornar os governos mais responsáveis, transparentes

e democráticos (MEDEIROS e GUIMARÃES, 2005).

O termo “governança corporativa” ganhou destaque na academia nos anos 1990, quando

surgiram os primeiros estudos voltados à maneira como as empresas são dirigidas e controladas.

Passou então a representar o conjunto de práticas com a finalidade de otimizar o desempenho

de uma empresa e proteger as partes relacionadas. A governança corporativa tornou-se símbolo

de um conjunto de padrões com o objetivo de alinhar os interesses do gestores, acionistas e

credores, o que envolve a definição de propriedade e controle, estrutura de capital, política de

remuneração, conselho de administração e a transparência por meio da publicação de relatórios

das atividades da empresa. Os conceitos são bem próximos dos definidos pelo Banco Mundial

para a boa governança na área pública (FERREIRA, 2012).

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47

Na academia, o tema governança corporativa ganhou destaque com os estudos de Berle

e Means (1932), que tratam da separação de propriedade e do controle corporativos. Os autores

tiveram como objetivo estudar e analisar empiricamente a composição acionária das

grandes empresas norte-americanas e discutir os inevitáveis conflitos de interesse que as

estruturas de propriedade pulverizadas poderiam acarretar para o desempenho e o valor das

companhias. Foram pioneiros a discutir os benefícios e os custos potenciais da separação

entre propriedade e controle. O resultado foi que a pulverização da propriedade fortalecia

o poder dos gestores, aumentando as chances de os mesmos agirem em seu próprio

interesse, e não no interesse dos acionistas (BERLE e MEANS, 1932).

O IBGC (2015 a, p. 20) define governança corporativa de forma sistêmica:

Governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são

dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios,

conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes

interessadas. As boas práticas de governança corporativa convertem princípios

básicos em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de

preservar e otimizar o valor econômico de longo prazo da organização, facilitando seu

acesso a recursos e contribuindo para a qualidade da gestão da organização, sua

longevidade e o bem comum.

Assim, pode-se dizer que a governança corporativa é o conjunto de procedimentos que

tem por objetivo melhorar o desempenho de uma empresa ao proteger todas as partes

interessadas, tais como proprietários, empregados credores, facilitando o acesso ao capital.

Esses procedimentos devem ser dispostos e combinados para obter o resultado previsto dentro

da organização almejando a transparência. Além da eficácia, a governança corporativa contribui

para aprimoramento ético da organização de modo a apoiar a ação estratégica dos gestores e o

inter-relacionamento com os proprietários.

A OECD (2004) define a governança corporativa como um conjunto de relacionamentos

entre a gerência da empresa, seus conselhos, acionistas e partes interessadas, o que permite

definir os objetivos e os meios para atingi-los, além do monitoramento da performance

empresarial. A boa governança deve oferecer incentivos específicos para os conselhos e

gestores, de maneira a incentivá-los a atingir os objetivos da empresa e dos acionistas, bem

como facilitar o efetivo monitoramento dos negócios. Assim, a governança corporativa, além

de resolver a assimetria de informações, deve atender as partes interessadas, contribuir para os

objetivos dos acionistas e facilitar o monitoramento dos resultados.

Dessa maneira, as práticas de governança podem ser descritas a partir de diversos pontos

de vista, admitindo assim várias acepções, como a definição clara dos papéis, geração de valor,

transformação de princípios em ações, otimização do desempenho organizacional,

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48

transparência na gestão, contribuindo para o acesso ao capital e a longevidade da empresa.

Podem, ainda, estar relacionadas a questões legais, como as dos direitos societários e

sucessórios, a questões financeiras, como a geração de valor, a criação de riqueza e a

maximização do retorno dos investimentos, e questões estratégicas, como a definição dos

propósitos empresariais e das diretrizes corporativas para os negócios e das questões

operacionais, como sistemas que regem as relações entre acionistas, os conselhos de

administração e a direção executiva das empresas (ANDRADE E ROSSETTI, 2011, p. 21).

Ressalta-se que as práticas de governança corporativa são mecanismos internos com o

objetivo de alinhar os interesses entre os diversos agentes que atuam nas organizações. As

empresas, com as melhores práticas de governança corporativa, têm melhor desempenho

operacional e tendem a ter retornos mais altos, aumentando a confiança do investidor e, por

conseguinte, o seu valor como empresa. A adoção das boas práticas de governança corporativa

contribui para maximizar o desempenho da empresa ao proteger as partes interessadas como

investidores, empregados e credores de interesses ocultos, além de facilitar o acesso ao capital

(BAUER, GUENSTER e OTTEN, 2004).

Entretanto, a falta da governança corporativa impacta diretamente na eficiência e no

desenvolvimento das organizações, execução dos objetivos e, em última instância, dificulta o

atendimento dos anseios das partes interessadas. A governança corporativa visa estruturar

conselhos de administração, conselhos fiscais e assembleias gerais, com objetivo de

reaproximar a propriedade e a gestão, melhorando o nível de informação do proprietário e

permitindo o exercício mais eficaz de sua atribuição de acompanhamento da área executiva

(FAVALLI, 2010).

O relacionamento de agência pressupõe a separação entre propriedade e controle, ou

seja, entre proprietários e gestores (LOPES, 2015). Esse relacionamento é oficializado por meio

de um contrato no qual os proprietários (principal) fornecem aos gestores (agentes) autoridade

para as tomadas de decisões em seu nome. O conflito de agência surge das dificuldades que os

proprietários têm em garantir que seu capital não seja expropriado ou investido em projetos

com baixa rentabilidade e geração de caixa (CLAESSENS e YUTORGLU, 2013).

3.2 CONFLITO DE AGÊNCIA

O conflito de agência foi estudado, inicialmente, por Berle e Means (1932), em seu

trabalho denominado de “The Modern Corporation and Private Property”, em 1932, com o

objetivo analisar empiricamente a composição acionária das grandes empresas norte-

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49

americanas e discutir os inevitáveis conflitos de interesse que as estruturas de propriedade

pulverizadas, tais como as encontradas, poderiam acarretar para o desempenho e valor das

companhias. Eles foram os pioneiros a discutir os benefícios e custos potenciais da separação

entre propriedade e controle já vigente em algumas grandes empresas. O resultado da pesquisa

apresentou que, entre os custos potenciais, a pulverização da propriedade fortaleceria o poder

dos gestores, aumentando as chances de eles agirem em seu próprio interesse e não no interesse

dos acionistas. Tal estudo é considerado por muitos o marco inicial da governança corporativa.

Smith (1776) descreveu em sua obra “An Inquiry into the Nature and Causes of the

Wealth of Nations” as primeiras observações dos custos da “separação entre posse e controle”,

conceitos estes que Berle e Means (1932) popularizaram 156 anos mais tarde.

Contudo, não se pode esperar que os membros do conselho dessas empresas (de

sociedade anônima por ações), por serem os administradores do dinheiro alheio e não

do próprio dinheiro, o protejam com a mesma vigilância atenta que os sócios de uma

empresa privada costumam dedicar ao próprio dinheiro. Como os capatazes de um

homem rico, eles tendem a se envolver em detalhes não necessariamente visando a

honra de seus senhores, e muito facilmente concedem a si mesma permissão para

tanto. A negligência e a profusão, portanto, devem sempre prevalecer, em maior ou

menor grau, na administração dos negócios de uma empresa como essa (SMITH,

1776, p. 700).

Os custos potenciais a que se referiam Berle e Means (1932) e Smith (1776) são os que,

anos depois, Jensen e Meckling (1976) denominaram de custos de agência. Esses custos

somente existem em função da necessidade da diminuição da existência de assimetria de

informação na relação entre agente e principal nas empresas.

Na opinião de Macey e O’hara (2003), os problemas de agência resultam da incompletude

de contratos e a governança corporativa se propõe a preencher a lacuna deixada por esses contratos.

Entretanto, a relação e o cumprimento dos dispositivos contratuais se enquadram em um contexto

de assimetria das informações. Jensen e Meckling (1976) definem uma relação de agência como

um contrato sob o qual uma ou mais pessoas, sendo o primeiro denominado de “principal”, que

emprega uma outra pessoa denominada de “agente”, tendo esta a função de executar em seu

nome um serviço que implique a delegação de algum poder de decisão ao agente. Para reduzir

esse tipo de problema, o principal precisar estruturar um conjunto de mecanismos e controles que

levem o agente a se comportar de maneira adequada a seus interesses.

A teoria da agência parte da premissa de que existe uma relação conflituosa entre os

objetivos de todos os que compõem o conjunto de agentes. No entanto, esses objetivos podem

se tornar contraditórios devido à assimetria de informações e, consequentemente, ao caráter

incompleto dos contratos, bem como pela existência de divergências de interesses entre o agente

e o principal (JENSEN E MECKLING, 1976). Os conflitos entre agentes e principal têm

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50

proveniência nas imperfeições de informação e na incapacidade das partes na elaboração de

contratos ex-ante que atendam à totalidade das decisões a serem tomadas ex-post pelos

administradores das empresas. Surgem, assim, diferenças de objetivos entre o agente e o

Principal (SANTOS, 2016).

As principais consequências decorrentes da assimetria da informação, relacionadas à

possibilidade de informações ocultas entre o agente e o principal, já desenvolvidas pela teoria da

agência são a seleção adversa e o risco moral (moral hazard) (LIMA, 2014). O problema de seleção

adversa surge quando uma das partes envolvidas em uma transação detém informações relevantes

sobre a mesma, sendo estas desconhecidas pela outra parte (KREPS, 1994). A seleção adversa, do

ponto de vista contratual, pode ser entendida com um comportamento oportunista derivado de

assimetria de informações em nível pré-contratual, ou seja, informação assimétrica antes de o

evento ocorrer. Para reduzir o risco da seleção adversa, fazem-se necessários mecanismos para

reduzir a assimetria e amenizar o oportunismo pré-contratual. Williamson (1985) apresenta o

mecanismo da sinalização (signaling), que é a emissão de sinais e fornecimento de informações por

parte do que as detém e a varredura (screening), que é a busca, por meio de incentivos, de

informações que, a princípio, não estariam disponíveis.

Kreps (1994) reforça que a seleção adversa surge quando uma das partes envolvidas em

uma transação detém informações relevantes sobre a mesma, informações essas desconhecidas

pela outra parte. A redução da seleção adversa está na melhoria da qualidade e do fluxo de

informações. No que concerne ao risco moral, Lima (2014) afirma que, é fruto de

comportamentos oportunistas após a elaboração do contrato, podendo decorrer também de um

comportamento imprevisto ao longo da execução do contrato.

O risco moral é fruto de comportamentos oportunistas posteriores à elaboração do contrato,

podendo decorrer também de um comportamento imprevisto ao longo da execução do contrato, é

um problema ex-post. Para Williamson (1985), o risco moral pode ser minimizado por

monitoramento das condições de execução do contrato, o que torna possível a percepção de

comportamentos oportunistas mesmo antes de eles ocorrerem, contratos de incentivo aos

comportamentos positivos e formação de joint-ventures. Young-Won (2005) aponta que o risco

moral influencia a decisão dos gestores, fazendo com que eles tomem decisões pensando mais

em si mesmos do que na empresa. No entanto, a necessidade da prestação de contas,

accountability, inibe parcialmente esse comportamento.

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51

3.2.1 Conflito de agência em cooperativas de crédito

No segmento cooperativista de crédito, no Brasil, o conflito de agência está ligado à

distribuição das sobras líquidas (resultado), feitas proporcionalmente às operações de cada

associado, e não aos gestores, como participação nos lucros (BIALOSKORSKI NETO;

BARROSO; REZENDE, 2012).

Já Bressan, Braga e Bressan (2012) entendem que um dos motivos do conflito de

agência está na diferença de perfil dos cooperados, sendo um com perfil tomador e outro

aplicador de recursos. Corroborando, Cuevas e Fischer (2006) identificaram dois conflitos de

agência que predominam nas cooperativas de crédito, o primeiro refere-se ao conflito entre os

associados com perfil tomador de recursos e os com perfil poupador.

Complementam Westley e Branch (2000) que há uma tendência de os tomadores de

empréstimo dominarem a direção da cooperativa de crédito e a administrarem de acordo com

seus interesses. Nesse caso, eles se associam com o intuito principal de tomar empréstimos mais

baratos e não para depositar recursos, o que cria condições que potencializam o aumento da

inadimplência. O segundo conflito está entre o cooperado e a gerência; estudos focam sua

atenção na separação entre propriedades (associados) e controles (gerência), visto que, ambos

possuem alguns interesses antagônicos.

Assim, os associados com perfil aplicador de recursos querem receber as mais altas

taxas de juros, enquanto os tomadores querem minimizar as taxas de juros sobre os

empréstimos. A cooperativa de crédito não pode simultaneamente, atender aos dois perfis,

maximizar as taxas de juros pagas aos depositantes e minimizar as taxas de juros pagas pelos

tomadores.

Já Branch e Baker (2000) apresentam que o principal conflito de agência em sociedades

cooperativas surge da falta de uma separação clara entre os proprietários (associados) e os

tomadores de decisão (gestores) da cooperativa. O conflito entre cooperados e gestores é uma

importante fonte de vulnerabilidade na governança nas cooperativas de crédito. A essência do

ideal cooperativista está no processo de decisão coletiva, os executivos devem capturar a

expectativa dos cooperados, que, por sua vez, devem conservar-se bem informados e ser

representativos das diversas correntes de ideias e interesses.

Westley e Branch (2000) entendem que esse conflito de agência entre cooperados e

gestores pode ser resolvido com definições claras das responsabilidades de cada um dos

envolvidos na gestão da cooperativa de crédito e recomenda que o estatuto social apresente uma

definição clara das alçadas de decisão, além da definição de critérios técnicos mínimos para

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52

que um associado possa ser eleito para os órgãos de administração, definição das atribuições

do comitê auditoria interna, definição da política e critérios utilizados na concessão do crédito,

definição clara da responsabilidade da direção em relação às operações e ao funcionamento da

cooperativa de crédito em geral, definição de códigos de ética e de controles dos empréstimos

realizados para membros da administração e previsão de rotação de cargos entre os membros

da administração.

Ventura, Fontes Filho e Soares (2009) entendem que o fato da cooperativa de crédito

ser administrada pelos cooperados eliminaria, em tese, os problemas de agência entre

cooperados e gestores, posto que ocupam ao mesmo tempo a função de Principal e agente.

Entretanto, podem existir grupos de cooperados com objetivos e interesses distintos, criando

grupos segmentados, e dificultando as tomadas de decisões pelo conselho de administração.

Esses grupos segmentados tendem a surgir com o aumento do número de cooperados, e há uma

tendência para que o controle seja cedido a um grupo de gestores pela eleição. Vale ressaltar

que os gestores das cooperativas de crédito são eleitos em Assembleia Geral, sem critérios para

as atribuições dos cargos. Nesse ambiente, os gestores são levados a representar os grupos que

o elegeram, potencializando os conflitos de agência (LIMA, 2014).

Nesse mesmo sentido, Barroso (2009) reforça que os cooperados nos cargos de gestão

possuem interesses distintos dos demais cooperados, ficando evidentes situações conflitantes

que favorecem a assimetria de informações e criando conflito de agência. A redução da

assimetria de informações e dos custos de agência podem ser realizados com a implantação dos

sistemas gerenciais e de informação capazes de monitorar as decisões e identificar as

necessidades dos cooperados, aumentando o envolvimento destes nas cooperativas, propiciando

maior eficiência econômica da organização e controlando e monitorando os interesses e aversão

ao risco dos gestores (agente) e os associados (Principal) (BIALOSKORSKI NETO,

BARROSO e REZENDE, 2012).

A solução encontrada por Branch e Baker (2000) para reduzir os conflitos de agência nas

cooperativas é a adoção de algumas providências como regras de governança bem definidas,

controles internos eficazes, adequação dos serviços prestados, adoção de regulamentações

prudenciais e supervisão externa. Já Ventura, Fontes Filho e Soares (2009) recomendam que para

reduzir o conflito de agência, as cooperativas devem promover a segregação de funções entre o

conselho de administração e a diretoria executiva. O primeiro deve ser responsável pela formulação

das diretrizes estratégicas e metas da cooperativa, além de eleger e destituir os membros da diretoria

executiva e ao segundo cabe a parte operacional, o dia a dia, com poder de gestão da Cooperativa

de Crédito.

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53

A Resolução Nº 4.434, de 5 de agosto de 2015, do BACEN, determina que as

cooperativas de crédito devem adotar algumas políticas para reduzir o conflito de agência.

Art. 26. As cooperativas de crédito devem observar política de governança corporativa

aprovada pela assembleia geral, que aborde os aspectos de representatividade e

participação, direção estratégica, gestão executiva e fiscalização e controle, e que

contemple a aplicação dos princípios de segregação de funções na administração,

remuneração dos membros dos órgãos estatutários, transparência, equidade, ética,

educação cooperativista, responsabilidade corporativa e prestação de contas.

O artigo 26 da Resolução Nº 4.434 foi pontual e positivo ao acrescentar à política de

governança corporativa o princípio da remuneração dos membros dos órgãos estatutários,

assunto este por vezes sensível nas discussões das assembleias das cooperativas de crédito. Com

tal pilar de governança, desde que analisado de forma equânime com os demais princípios

indicados no artigo, as cooperativas de crédito recebem do Banco Central do Brasil a chancela

quanto à importância da remuneração justa dos membros dos órgãos estatutários e o

consequente comprometimento dos mesmos aos objetivos sociais impostos pelos estatutos

sociais, medida salutar para aqueles que dedicam a sua força de trabalho a uma empresa que

não possui qualquer natureza filantrópica, apesar da ausência de lucro.

3.3 MODELO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA – IBGC

No Brasil o estudo da governança corporativa é recente e ganhou destaque com a criação

do IBGC, em 27 de novembro de 1995, como uma organização sem fins lucrativos, de atuação

nacional e internacional, que tem como meta buscar a excelência em governança. O propósito

do IBGC é "Ser referência em Governança Corporativa, contribuindo para o desempenho

sustentável das organizações e influenciando os agentes de nossa sociedade no sentido de maior

transparência, justiça e responsabilidade" (IBGC, 2017). O instituto é a principal referência no

estudo das melhores práticas de governança corporativa do Brasil.

Entre as contribuições do Instituto, destaca-se a elaboração do “Código das Melhores

Práticas de Governança Corporativa”, em suas várias versões. Esse código de governança

corporativa formaliza uma série de recomendações e visa profissionalizar a governança das

empresas. Ele vem sendo aperfeiçoado em resposta às demandas do cenário e do mercado,

visando melhorar o relacionamento entre as sociedades e todos os seus stakeholders.

O Código foi desenvolvido, inicialmente, com foco em empresas, entretanto, a

utilização da palavra “organização” torna o documento mais abrangente e adaptável a outros

tipos de organização, como, por exemplo, as do terceiro setor, cooperativas, estatais, órgãos

governamentais, entre outras. Vale ressaltar que cada tipo de organização tem suas

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peculiaridades em termos de governança (IBGC, 2015 a). O quadro 5 apresenta a evolução do

código.

Quadro 5 - Evolução do Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa

Versões Ano Recomendações

Primeira 1999 Funcionamento, composição e atribuições do conselho de administração

Segunda 2001

Abordou o princípio da prestação de contas (accountability) e incluiu os demais

agentes da governança: conselho de administração, conselho fiscal, gestores e

auditoria independente.

Terceira 2004

Inclusão do princípio de responsabilidade corporativa, além de, destacar as

questões “pós-Eron”. A intenção foi atentar para a perenidade das organizações,

contribuindo com valores e orientações de estratégia empresarial.

Quarta 2009

Incorporou os debates e as adaptações: (a) inovação: foram acrescidas questões

que se tornaram mais relevantes nos últimos anos, como voto por procuração e

poison pills; (b) detalhamento: os temas mais importantes e/ou complexos,

como eficácia dos conselhos de administração, transparência de atas e acesso

às assembleias e (c) revisão e enxugamento: alterações que ficaram por conta

do amadurecimento do mercado, o qual viabilizou a revisão e/ou a supressão de

conceitos incorporados nas edições anteriores.

Quinta 2015

Reforçou o uso consciente e efetivo dos instrumentos de governança, focando

a essência das boas práticas. Tornou-se, portanto, menos prescritiva, ampliou o

olhar sobre as diversas partes interessadas da empresa, reforçou a

fundamentação das boas práticas de governança e explicitou a importância da

ética nos negócios. Sem diminuir a importância dos sócios e administradores, a

governança ampliou seu foco para as demais partes interessadas, demandando

dos agentes de governança corporativa um maior cuidado no processo de

tomada de decisão.

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

O “Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa”, conforme o quadro 2,

evoluiu para refletir as constantes discussões e o aprofundamento dos temas ligados à

governança corporativa, motivo que faz do documento referência nacional em governança

corporativa, tanto para o mercado quanto na academia. A quinta versão, de 2015, está dividida

em cinco capítulos: Sócios, Conselho de administração, Diretoria, Órgãos de fiscalização e

controle, e Conduta e conflito de interesses, conforme a figura 2.

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55

Figura 2 - Estrutura do sistema de governança corporativa

Fonte: IBGC (2015, p. 19)

De acordo com o IBGC (2015 a), o “Código das Melhores Práticas de Governança

Corporativa”, nos quatro primeiros capítulos, apresenta os fundamentos e as práticas para os

órgãos que compõem o sistema de governança das organizações, conforme a Figura 2, enquanto

o último capítulo trata de padrões de conduta e comportamento aplicáveis a um ou mais agentes.

Nesse também são apresentadas as propostas políticas e práticas destinadas a evitar e a

administrar conflitos de interesses e o uso indevido de ativos e informações relativas à empresa.

3.3.1 Princípios da governança corporativa

Os princípios e as práticas da boa governança corporativa aplicam-se a todos os tipos

de organização, independentemente do porte, da natureza jurídica ou do tipo de controle. As

boas práticas de governança corporativa convertem os princípios em recomendações objetivas,

alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor da empresa e facilitando

o acesso a recursos e contribuindo para a sua longevidade (IBGC, 2015 a). Os princípios básicos

da governança corporativa são os seguintes:

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56

a) Transparência: Consiste no desejo de disponibilizar para as partes interessadas

as informações que sejam de seu interesse e não apenas aquelas impostas por

disposições de leis ou regulamentos. Não deve restringir-se ao desempenho

econômico-financeiro, contemplando também os demais fatores (inclusive

intangíveis) que norteiam a ação gerencial e que conduzem à preservação e à

otimização do valor da organização.

b) Equidade: Caracteriza-se pelo tratamento justo e isonômico de todos os sócios e

demais partes interessadas (stakeholders), levando em consideração seus direitos,

deveres, necessidades, interesses e expectativas.

c) Prestação de Contas (accountability): Os agentes de governança devem prestar

contas de sua atuação de modo claro, conciso, compreensível e tempestivo,

assumindo integralmente as consequências de seus atos e omissões e atuando com

diligência e responsabilidade no âmbito dos seus papeis.

d) Responsabilidade Corporativa: Os agentes de governança devem zelar pela

viabilidade econômico-financeira das organizações, reduzir as externalidades8

negativas de seus negócios e suas operações e aumentar as positivas, levando em

consideração, no seu modelo de negócios, os diversos capitais (financeiro,

manufaturado, intelectual, humano, social, ambiental, reputacional, etc.) no curto,

médio e longo prazos. IBGC (2015 a, p.7)

O princípio da transparência, disclousure, refere-se à disponibilidade das informações,

especificamente as de alta relevância, que impactam os negócios e que envolvem resultados

contábeis, oportunidades e riscos (ANDRADE; ROSSETTI, 2011). O sistema de governança

corporativa deve garantir divulgação precisa e oportuna da situação operacional, financeira,

desempenho, composição societária e governança da empresa (OCDE, 2015).

O princípio da equidade prevê o tratamento equitativo a todos os grupos, quer sejam,

acionistas majoritários ou minoritários e às partes interessadas. A equidade é caracterizada pelo

tratamento justo de todos os sócios e demais partes interessadas na instituição (stakeholders).

Atitudes ou políticas discriminatórias, sob qualquer pretexto, são totalmente inaceitáveis

(IBGC, 2015 a).

O Princípio da Prestação de Contas, Accountability, determina a responsabilidade,

fundamentada nas melhores práticas contábeis e de auditoria. Na administração, a

accountability é considerada um aspecto central da governança, tanto na esfera pública como

na privada, como na controladoria ou contabilidade de custos (OCDE, 2015). Os agentes da

governança devem prestar contas de sua atuação, assumindo integralmente as consequências de

seus atos e omissões IBGC (2015 a).

O Princípio da Responsabilidade Corporativa, compliance, zela pela perenidade da

empresa, contemplando a visão de sustentabilidade e longo prazo, portanto, desde o

planejamento estratégico até a operação propriamente dita, antecipando-se a riscos e

oportunidades. A empresa deve prever, na função social, a criação de oportunidades de

emprego, qualificação e diversidade da força de trabalho, estímulo ao desenvolvimento

científico por meio de tecnologia, garantia de direitos humanos, liberdade de associação e

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comércio justo, entre outras formas de criação de riqueza para a sociedade em geral (CALAME

e TALMANT, 2001).

Os princípios de governança corporativa, descritos acima, representam a base que

sustenta os pilares da governança corporativa, sendo eles, Sócios, Conselho de administração,

Diretoria, Órgãos de fiscalização e controle, e Conduta e conflito de interesses (IBGC, 2015 a).

A implantação das boas práticas de governança corporativa exige da empresa a estruturação

dos pilares da governança, suportados pelos princípios básicos da governança já apresentados

anteriormente. A figura 3 apresenta a estrutura para a implantação das boas práticas de

governança corporativa.

Figura 3 - Estrutura da governança corporativa – IBGC 2015.

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

As boas práticas de governança convertem os princípios em recomendações objetivas

de acordo com cada pilar da governança corporativa, apresentados na figura 3, alinhando os

interesses das partes interessadas, preservando e otimizando o valor da empresa, facilitando seu

acesso a recursos e contribuindo para a sua longevidade.

3.4 GOVERNANÇA CORPORATIVA EM COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO

BRASIL

No Brasil, a governança corporativa em cooperativas de crédito ganhou destaque na

academia a partir do incentivo do Banco Central, a partir de 2006, o que culminou com a

publicação dos livros intitulados de “Cooperativas de Crédito: história da evolução normativa

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TRANSPARÊNCIA – EQUIDADE – PRESTAÇÃO DE CONTAS –

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CORPORATIVA

PRÍNCIPIOS

BÁSICOS

PRÁTICAS DE GOVERNAÇA

CORPORATIVA

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no Brasil” (PINHEIRO, 2008), e “Governança Cooperativa: diretrizes e mecanismos para o

fortalecimento da governança em cooperativas de crédito” (VENTURA, FONTES FILHO e

SOARES, 2009). Essas publicações influenciaram no aprimoramento da legislação e da

regulação desse segmento, particularmente, com a edição da Lei Complementar nº 130, de 17

de abril de 2009, Resolução CMN nº 3.859, de 27 de maio de 2010 e a Resolução nº 4.434, de

5 de agosto de 2015.

Ventura, Fontes Filho e Soares (2009) definem governança corporativa no segmento da

cooperativa de crédito como mecanismos e diretrizes para fortalecer a estrutura de todo o

processo em busca da ampliação e da condição de segurança e eficiência e, consequentemente,

de redução de riscos.

As diretrizes são normas de conduta que tem como finalidade identificar e minimizar

os pontos que podem fragilizar e comprometer o alcance da boa governança

corporativa nas cooperativas de crédito, garantindo a equidade dos sócios, a prestação

de contas, responsabilização pelos resultados e obediência com o marco legal e

regulamentar. As diretrizes estão em harmonia com o marco legal e regulamentar, que

é citado apenas quando reforça a ideia de uma boa prática de governança. Guardam

também obediência aos princípios e valores cooperativistas e os princípios de boa

governança (VENTURA, FONTES FILHO E SOARES, 2009, p. 5).

O Banco Central do Brasil, como agente regulador das instituições financeiras, das quais

as cooperativas de crédito fazem parte, define governança cooperativa para cooperativas de

crédito como o conjunto de mecanismos e controles, internos e externos, que permite aos

cooperados definir e assegurar a execução dos objetivos das cooperativas, assegurando sua

continuidade e os princípios cooperativistas (PINHEIRO, 2008).

O IBGC lançou, em 2015, o seu primeiro Manual de Boas Práticas de Governança

Cooperativa, intitulado de “Guia das Melhores Práticas de Governança para Cooperativas”. A

adoção das boas práticas de gestão sugeridas pelo guia possibilita às cooperativas de crédito

elevar a transparência da administração, aumentar a competitividade, contribuir para a

sustentabilidade e perenidade, aprimorar a participação do cooperado no processo decisório,

obter melhores resultados econômico-financeiros, incentivar a inovação e proporcionar a

melhoria da qualidade dos serviços ao quadro social e aplicar a responsabilidade social como

integração da cooperativa com a sociedade civil (SERVIÇO NACIONAL DE

APRENDIZAGEM DO COOPERATIVISMO, 2016)

O Guia supracitado foi criado pelo IBGC para disseminar as diretrizes e boas práticas

de governança, zelar para que os mecanismos de decisão evoluam e assegurar a preservação da

identidade e perpetuação da cooperativa. A implantação das boas práticas, sugeridas pelo guia,

posiciona as cooperativas na posição de vanguarda, conduzindo-as a uma gestão

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profissionalizada, a controles internos mais eficazes, mitigação dos riscos e aumento da

competitividade, contribuindo para a perenidade da cooperativa. Essas práticas proporcionam

maior transparência e qualificam os relacionamentos entre cooperados, conselho de

administração, diretoria, auditoria independente e conselho fiscal, contribuindo para reduzir os

riscos e harmonizar os conflitos de interesses presentes nas cooperativas (IBGC, 2015 b).

O principal conflito existente em uma sociedade cooperativa, bem como a sua principal

fonte de fracasso, é o conflito de agência entre o associado e os gestores da instituição, ou seja,

o risco desses gestores agirem de forma a maximizar os seus próprios interesses em detrimento

dos associados e dos objetivos da cooperativa. A busca por mecanismos para solucionar tais

conflitos envolve necessariamente a implementação de uma boa governança cooperativa e a

adoção de regulamentação prudencial específica, tendo em vista a dificuldade de se assegurar

o devido comportamento dos agentes e instituições, principalmente em um contexto de

ampliação da base de associados (SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM DO

COOPERATIVISMO, 2016).

O “Guia Melhores Práticas de Governança para Cooperativas”, do IBGC, apresenta seis

pilares da governança corporativa para as cooperativas: Propriedade, Conselho de

administração, Gestão, Auditoria, Conselho fiscal e Conduta e conflito de interesses. A figura

4 apresenta a estrutura da governança corporativa para cooperativas.

Figura 4 - Estrutura da governança corporativa para cooperativas

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

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RESPONSABILIDADE CORPORATIVA

PRÍNCIPIOS

BÁSICOS

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3.4.1 Propriedade

A propriedade nas cooperativas de crédito é exercida pelo direito de voto em assembleia,

assegurado a todos os sócios. De acordo com a Lei 5.764, de 16 de dezembro de 1971, nenhum

cooperado poderá subscrever mais de 1/3 (um terço) do total das quotas, salvo nas sociedades

em que a subscrição deva ser diretamente proporcional ao movimento financeiro do cooperado

ou ao valor quantitativo dos produtos a serem comercializados, beneficiados ou transformados

ou, ainda, em relação à área cultivada ou ao número de plantas e animais em exploração.

A cooperativa de crédito, de acordo com as leis nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971 e

Nº 6.981, de 30 de março de 1982, poderá adotar representação por delegado se o número de

associados ultrapassar três mil, ou ainda, se a área de atuação da cooperativa tiver ampla

abrangência com associados residindo a mais de cinquenta quilômetros da sede, âmbito

regional, estadual ou nacional, pode ser adotada a representação por meio de delega. O delegado

passa ter a qualidade de associados no gozo de seus direitos sociais e não pode exercer cargo

eletivo na cooperativa, pode tratar de todas as matérias que constituem objeto de decisão da

assembleia geral de associados.

De acordo com a leis supracitadas, quando for adotada a representação por delegados,

o estatuto social deve disciplinar aspectos tais como a quantidade de grupos seccionais em que

se divide a área de atuação da cooperativa, distribuídos proporcionalmente ao número de

associados, o número de delegados, a época e a forma de sua escolha e o prazo de seu mandato.

Cada delegado disporá de um voto e o quorum mínimo para sua instalação também deve ser

contemplado no estatuto, bem como uma cláusula estabelecendo a extinção desse instituto

quando for constatada a impossibilidade de reunião por falta de quorum, caso em que poderá

ser necessária a redução da área de atuação da cooperativa.

A propriedade na cooperativa de crédito é exercida na assembleia geral, sendo este um

órgão soberano da cooperativa, no qual são definidos os planos de desenvolvimento das

cooperativas, aprovação das contas do exercício anterior e o orçamento para o exercício

subsequente. As Assembleias Gerais podem ser classificadas em ordinárias ou extraordinárias,

de acordo com as deliberações (IBGC, 2015 b).

A Assembleia Geral Ordinária, no caso das cooperativas de crédito, poderá ser realizada

nos quatro primeiros meses do exercício social subsequente, conforme a Lei Complementar

Nº130, de 17 de abril de 2009. O IBGC (2015 b) corrobora que nesta Assembleia devem ser

deliberados os seguintes assuntos, que deverão constar da ordem do dia:

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61

a) Prestação de contas dos órgãos de administração acompanhada do parecer do

Conselho Fiscal, compreendendo: Relatório de gestão e Balanço Patrimonial,

Demonstrativo das sobras apuradas ou das perdas decorrentes da insuficiência das

contribuições para cobertura das despesas da sociedade, Parecer do Conselho Fiscal,

Relatório de uso de recursos do fundo garantidor, quando aplicável e demais

demonstrações financeiras a serem publicadas.

b) Destinação das sobras apuradas ou rateio das perdas decorrentes da insuficiência das

contribuições para cobertura das despesas da sociedade, deduzindo-se, no primeiro

caso, as parcelas para os Fundos Obrigatórios.

c) Eleição dos componentes do Conselho Administração e do Conselho Fiscal.

d) A fixação do valor dos honorários e gratificações e da cédula de presença dos

membros do Conselho de Administração, da Diretoria e do Conselho Fiscal de forma

individualizada.

e) Quaisquer assuntos de interesse social, excluídos os que são de competência

exclusiva da Assembleia Geral Extraordinária.

O IBGC (2015 b) ainda esclarece que na Assembleia Geral Ordinária, os membros dos

órgãos de Administração e Fiscalização não podem participar da votação das matérias referidas

nos itens (a) e (d). A Assembleia Geral é responsável por aprovar o relatório de gestão ora

apresentado, já aprovado e apresentado pelo CA, contendo o Planejamento Estratégico e

Orçamentário, acompanhado pela prestação de contas correspondente ao exercício. O estatuto

deve destinar um capítulo para a regulamentação das diretrizes eleitorais, prevendo a elaboração

de um regimento para o processo eleitoral. Ainda é recomendável prever em Estatuto a

aprovação, pela Assembleia, de forma individualizada, do valor das remunerações fixas e

variáveis dos membros do Conselho de Administração, da Diretoria e do Conselho Fiscal.

Já a Assembleia Geral Extraordinária o IBGC (2015 b) é realizada sempre que

necessário e pode deliberar sobre qualquer assunto de interesse da cooperativa, desde que

mencionado no edital de convocação, tendo competência exclusiva para deliberar sobre os

assuntos referentes a:

a) Reforma do Estatuto

b) Fusão, incorporação ou desmembramento

c) Mudança do objeto da sociedade

d) Dissolução voluntária da sociedade e nomeação de liquidantes

e) Contas do liquidante.

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62

Para a aprovação de assuntos de maior relevância pela Assembleia Geral Extraordinária

são necessários os votos de 2/3 (dois terços) dos cooperados presentes. Os assuntos de maior

risco para a cooperativa devem ser submetidos à Assembleia Geral, devendo estar previstos no

estatuto os limites de alçadas das transações mais expressivas ou que ofereçam maior risco à

cooperativa.

Oliveira (2007) conclui que a Assembleia Geral é o órgão soberano da sociedade, onde

o cooperado exerce seu direito de proprietário, dentro dos limites legais e estatutários, com

poderes para decidir os negócios relativos ao objeto da sociedade. Reúne todos os cooperados

ou os seus representantes, por meio de delegados. As deliberações da Assembleia Geral

vinculam todos os cooperados, ainda que ausentes ou discordantes. A participação na

assembleia é um direito, este se dá, em geral, em função do interesse que este possa ter nos

assuntos a serem abordados. A não participação do cooperado nas reuniões e assembleias não

acarreta nenhuma punição, ficando a critério do associado participar ou não.

3.4.2 Conselho de Administração

O Conselho de Administração é um órgão colegiado encarregado do processo de decisão

da cooperativa em relação às suas estratégias. Tem a função de ser o elo entre a propriedade

(cooperados) e a gestão, para orientar e supervisionar a relação dessa última com as demais

partes interessadas. O Conselho recebe poderes dos cooperados e presta contas, a eles, por meio

da Assembleia. Assim, o Conselho de Administração é o guardião do objeto social e o principal

componente do sistema de governança, responsável pela elaboração do planejamento

estratégico conforme o interesse da cooperativa e dos cooperados. (IBGC, 2015 b).

A lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971, define que a cooperativa deve ser

administrada por um Conselho de Administração ou Diretoria, composto, exclusivamente, de

associados, com mandato nunca superior a quatro anos e a obrigatoriedade quanto à renovação

de, no mínimo, 1/3 dos seus componentes, ao final de cada mandato. O Conselho de

Administração tem a função de programar os planos de trabalho e os serviços da cooperativa,

fixar as taxas de serviços a serem pagas pelos associados, estabelecer normas administrativas e

financeiras para o financiamento da cooperativa, contratar o gerente e o contador, deliberar

sobre a admissão, demissão, eliminação e exclusão de associados e zelar pelo cumprimento da

legislação cooperativista, trabalhista e fiscal.

O IBGC (2015 b, p. 34-35) apresenta as responsabilidades do Conselho de

Administração.

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63

a. Formular as diretrizes, submete-las à aprovação da Assembleia Geral, quando

necessário, e aprovar o plano de execução.

b. Discutir, aprovar e monitorar as decisões relacionadas com:

• Planejamento estratégico, estrutura de capital e política de risco.

• Estudos para fusões, incorporações e desmembramentos entre cooperativas.

• Estudos para aquisições, participações e alienações em outros negócios.

• Contratação, dispensa, avaliação e remuneração do executivo principal e dos

demais executivos, a partir da proposta apresentada pelo executivo principal.

• Definição e avaliação da Auditoria Independente ou ratificação da propositura do

Comitê de Auditoria, caso esteja instituído.

• Planejamento de substituição e de renovação dos conselheiros e executivos

principais.

• Atendimento as normas específicas dos órgãos reguladores.

• Práticas de Governança Corporativa.

• Relacionamento com partes interessadas, privilegiando a cooperação e a

harmonia.

• Sistema de controles: internos, de riscos e compliance, políticas e limites de

alçada.

• Políticas de gestão de pessoas.

• Código de Conduta e Conflito de Interesses

c. Apoiar e supervisionar continuamente a gestão da cooperativa com relação aos

negócios, aos riscos e às pessoas. Pode solicitar todas as informações para suas

funções, porém, não deve interferir em assuntos operacionais.

d. Prestar contas aos cooperados, incluindo um parecer sobre o relatório da gestão e as

Demonstrações Financeiras, além de propor, para deliberação da Assembleia, a

remuneração de administradores, sempre vinculada a um processo de avaliação dos

órgãos e de seus integrantes.

O IBGC (2015 b) recomenda que na composição do Conselho de Administração deve-

se levar em conta a diversidade de experiências, qualificações e estilos de comportamento para

que o órgão reúna as competências necessárias ao exercício de suas atribuições. Entre as

competências, destacam-se a experiência de participação em outros Conselhos de

Administração, experiência como executivo, experiência em gestão de mudanças e

administração de crises, experiência em identificação e controle de riscos, experiência em

gestão de pessoas, conhecimentos de finanças, conhecimentos contábeis, conhecimentos

jurídicos, conhecimentos dos negócios da cooperativa, conhecimentos dos mercados nacional

e internacional e contatos de interesse da cooperativa.

Cabe ao presidente do Conselho de Administração da cooperativa a responsabilidade de

assegurar a eficácia e o bom desempenho do órgão e de cada um de seus membros, estabelecer

objetivos e programas do Conselho, presidir as reuniões, organizar e coordenar a agenda,

coordenar e supervisionar as atividades dos demais conselheiros, atribuir responsabilidades e

prazos e monitorar o processo de avaliação do Conselho, segundo os princípios das boas

práticas de governança corporativa. Deve, ainda, assegurar-se de que os conselheiros recebam

informações completas e tempestivas para o exercício dos seus mandatos. A Resolução Nº

4.434, de 5 de agosto de 2015, do BACEN, determina as competências do Conselho de

Administração das cooperativas de crédito.

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64

Art. 28. Compete ao conselho de administração, como órgão de deliberação colegiada,

no caso de cooperativas de crédito que adotem estrutura administrativa segregada nos

termos do art. 27, entre outras funções estratégicas:

I - fixar a orientação geral dos negócios da cooperativa de crédito;

II - indicar e destituir os diretores e fixar-lhes as atribuições, observadas as disposições

contidas no estatuto;

III - fiscalizar a gestão dos diretores;

IV - examinar, a qualquer tempo, os livros e papéis da cooperativa de crédito; V -

solicitar informações sobre contratos celebrados ou em via de celebração, e quaisquer

outros atos;

VI - convocar a assembleia geral;

VII - manifestar-se sobre o relatório da administração e as contas da diretoria; VIII -

manifestar-se previamente sobre atos ou contratos, quando o estatuto assim o exigir;

IX- autorizar, se o estatuto não dispuser em contrário, a alienação de bens do ativo

não circulante e a constituição de ônus reais; e

X- escolher e destituir os auditores externos.

O Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (2016) corrobora que o

Conselho de Administração é um órgão colegiado, previsto em lei e eleito pela Assembleia

Geral, encarregado do processo decisório da cooperativa na esfera de seu direcionamento

estratégico. É o principal componente do sistema de governança. O Conselho de Administração

recebe poderes dos cooperados e presta contas a eles por meio de Assembleia Geral.

Corresponde a um órgão deliberativo eleito pela assembleia geral ordinária com mandato

disposto no estatuto social da cooperativa, tendo como objetivo o suporte à gestão nas tomadas

de decisões e auxiliar no desempenho organizacional.

3.4.3 Gestão

A gestão das cooperativas de crédito é de responsabilidade do executivo principal,

doravante denominado de diretor executivo, que atua como elo entre a Gestão e o Conselho de

Administração. Entre as responsabilidades do executivo principal está a execução das

estratégias e diretrizes fixadas pelo Conselho de Administração, a quem deve prestar contas.

As atividades operacionais são realizadas pelos executivos, coordenados pelo executivo

principal e a quem devem prestar contas, sempre que solicitado. Os executivos podem prestar

contas ao Conselho de Administração, aos cooperados e demais envolvidos, desde que haja

anuência do executivo principal. As atribuições dos responsáveis pela gestão devem estar

estabelecidas em Estatuto (IBGC, 2015 b).

O IBGC (2015, p.66-67) entende que o executivo principal é o responsável pela

transparência das informações.

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65

O executivo principal deve garantir que sejam apresentadas às partes interessadas as

informações de seu interesse, além das que são obrigatórias por lei ou regulamento,

tão logo estejam disponíveis. Ele deve assegurar que essa comunicação seja feita com

clareza e prevalecendo a substância sobre a forma. A Gestão deve buscar uma

linguagem acessível ao público-alvo em questão. Deve-se cuidar para que as pessoas

com níveis de conhecimentos diferentes tenham condições de compreender, de forma

equânime, as informações prestadas pela cooperativa.

As informações devem ser equilibradas e de qualidade. A comunicação deve abordar,

de forma neutra, tanto os aspectos positivos quanto os negativos, de modo a oferecer

aos interessados uma correta compreensão da cooperativa.

Toda informação que possa influenciar decisões de necessidade de capital,

capitalização ou retirada como associado, deve ser divulgada imediata e

simultaneamente a todos os interessados. Internet e outras tecnologias devem ser

exploradas para buscar a rapidez e a ampla difusão de tais informações

A transparência será a mais próxima do ideal se a cooperativa procurar disponibilizar

aos interessados os seus documentos de governança, bem como as informações de

interesse das partes interessadas.

É conveniente que se verifique se a informação é inteligível e compreensível. É uma

boa prática disponibilizar as informações de caráter público, como as demonstrações

financeiras, em local de fácil acesso, incentivando o encaminhamento, por meio de e-

mail ou divulgação no website da entidade.

Cabe ao executivo principal a elaboração do relatório anual para a prestação de

informações à sociedade, mas não deve ser usado como limitador da tempestividade e da

periodicidade da comunicação da cooperativa. Canais virtuais e outras tecnologias devem ser

explorados para buscar a rapidez e a difusão de informações. O executivo principal, em

conjunto com a Gestão e auxiliado pelos órgãos de controle vinculados ao Conselho de

Administração, se existirem, é responsável pela elaboração e proposição de sistemas de

controles internos para aprovação pelo Conselho, além da adoção das normas internacionais de

contabilidade (IBGC, 2015 b).

A Resolução Nº 4.434, de 5 de agosto de 2015, do BACEN, determina que o diretor

principal deve ser indicado Conselho e Administração.

Art. 27. A cooperativa de crédito clássica que detiver média dos ativos totais, nos três

últimos exercícios sociais, igual ou superior a R$50.000.000,00 (cinquenta milhões

de reais) e a cooperativa de crédito plena devem adotar estrutura administrativa

integrada por conselho de administração e por diretoria executiva a ele subordinada.

§ 1º Os membros da diretoria executiva devem ser indicados pelo conselho de

administração entre pessoas naturais associadas ou não associadas, nos termos do art.

5º da Lei Complementar nº 130, de 2009, sendo vedado o exercício simultâneo de

cargos no conselho de administração e na diretoria executiva.

§ 2º O BCB pode determinar, para outros conjuntos definidos de cooperativas de

crédito, a adoção da estrutura administrativa referida neste artigo.

Art. 29. O estatuto da cooperativa de crédito que adotar estrutura administrativa

segregada nos termos do art. 27 deve estabelecer:

I - o número de diretores, ou o máximo e o mínimo permitidos;

II - o modo de designação e destituição;

III - o prazo de mandato, que não será superior a quatro anos, permitida a reeleição;

IV - as atribuições e poderes de cada diretor; e

V - a forma de tomada de decisões.

O executivo principal deve ser avaliado, anualmente, pelo Conselho de Administração

e hierarquicamente deve realizar a avaliação da Gestão, devendo esta ser compartilhada com o

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Conselho de Administração. A remuneração da Gestão deve estar vinculada aos resultados, com

metas de curto e longo prazo relacionadas, de forma clara e objetiva, à geração de valor

econômico e social para a cooperativa e seus cooperados e deve ser divulgada individualmente

ou, ao menos, em bloco separado do montante relativo ao Conselho de Administração (IBGC,

2015 b).

O executivo principal e a Gestão devem zelar pelo cumprimento do Código de Conduta

da cooperativa, que deve ser aprovado pelo Conselho de Administração. A Gestão deve facilitar

o acesso dos membros do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal às instalações da

cooperativa e às informações, arquivos e documentos necessários ao desempenho de suas

funções, inclusive os relativos a exercícios anteriores (IBGC, 2015 b).

O Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (2016) sintetiza que a Gestão

Executiva é o órgão responsável por executar a estratégia e as diretrizes gerais aprovadas pelo

conselho de administração, administrar os ativos da organização e conduzir os negócios. Podem

integrar a gestão o Executivo Principal e os diretores ou superintendentes executivos. Compete

a este órgão a elaboração e implementação de todos os processos operacionais e financeiros,

inclusive os relacionados à gestão de riscos e de comunicação com o mercado e demais partes

interessadas. Na função de administradores, a Gestão Executiva possui deveres fiduciários à

organização e presta contas de suas ações e omissões à própria organização, ao conselho de

administração e às partes interessadas (IBGC, 2015 b).

3.4.4 Auditoria

A auditoria na cooperativa de crédito tem o objetivo de avaliar os controles internos em

relação à capacidade de prevenir fraudes e erros, bem como opinar sobre a qualidade das

informações econômicas e financeiras apresentadas nas demonstrações financeiras. A empresa

de auditoria deve ser contratada por período predefinido, podendo ser recontratada após

avaliação formal e documentada, efetuada pelo Conselho de Administração, de sua

independência e desempenho, observadas as normas profissionais, a legislação e os

regulamentos em vigor. Se houver recontratação contínua após cinco anos, o Conselho de

Administração deve confirmar que a empresa de auditoria independente promova a rotação dos

principais profissionais da equipe (IBGC, 2015 b).

Os auditores independentes devem manifestar se as demonstrações financeiras

elaboradas pela diretoria apresentam adequadamente a posição patrimonial e financeira, os

ganhos e perdas da cooperativa e os resultados do período decorrentes de atos não cooperativos,

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confirmando, em sua relevância, a posição econômica e financeira da cooperativa. O relatório

de auditoria deve apresentar o escopo, os trabalhos efetuados, as demonstrações financeiras

auditadas e a opinião do auditor emitida e, por consequência, a responsabilidade assumida. A

Cooperativa pode contratar serviços de auditoria externa independente para informações não-

financeiras que considere relevantes (IBGC, 2015 b).

Segue a Resolução Nº 4.454, de 17 de dezembro de 2015, que dispõe sobre auditoria

cooperativa no segmento de cooperativas de crédito.

Art. 1º As cooperativas singulares de crédito, as cooperativas centrais de crédito e as

confederações de centrais devem ser objeto de auditoria cooperativa, com

periodicidade mínima anual, a ser executada por

Art. 11. A executora do serviço de auditoria cooperativa deve elaborar:

I - a programação anual detalhada das atividades de auditoria cooperativa que serão

realizadas durante o ano seguinte;

II - o relatório geral das atividades de auditoria cooperativa, contendo as atividades

planejadas, a descrição das ações de auditoria efetivamente realizadas no ano e a

avaliação crítica dos resultados alcançados; e

III - os relatórios específicos dos trabalhos de auditoria cooperativa, compreendendo,

pelo menos, o planejamento dos trabalhos, a análise dos processos ou atividades, a

avaliação dos controles internos, as amostras definidas e os testes realizados, as

fragilidades identificadas, os achados de auditoria e as recomendações registradas.

Parágrafo único. Os relatórios previstos no inciso III do caput devem permanecer à

disposição da cooperativa central, da confederação de centrais e do Banco Central do

Brasil pelo período mínimo de cinco anos contados a partir do período de referência.

O conselho de Administração é responsável por contratar e estabelecer com os auditores

independentes o plano de trabalho e o acordo de honorários com a empresa de auditoria externa.

Entre as recomendações das boas práticas de governança corporativa destaca-se que as pessoas

e as empresas que realizam o processo de auditoria de cooperativas não tenham quaisquer

vínculos pessoais ou de negócio, exceto os de auditoria, com a cooperativa ou suas entidades

de segundo ou terceiro nível. Além do mais, deve-se analisar os demais serviços prestados pela

firma de auditoria à cooperativa, no intuito evitar conflitos de interesses nos serviços prestados

e no processo de auditoria e recomenda-se que as renovações com a firma de auditoria sejam

submetidas à aprovação em Assembleia Geral (IBGC, 2015 b).

A Resolução Nº 4.454, de 17 de dezembro de 2015, determina que as cooperativas

singulares de crédito, as cooperativas centrais de crédito e as confederações devem assegurar

que a empresa de auditoria tenha acesso a todas as informações e documentos necessários para

a adequada prestação do serviço de auditoria cooperativa, inclusive informações relativas a

participações em outras entidades, fundos exclusivos e fundos em que haja retenção substancial

de riscos ou benefícios.

A Auditoria Independente tem atribuição básica que é verificar se as demonstrações

econômico-financeiras representam adequadamente a realidade da cooperativa e apontar

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melhorias nas práticas dos controles internos voltados para a elaboração dos demonstrativos

financeiros. A atribuição principal do auditor independente é emitir, observadas as disposições

aplicáveis, opinião sobre se as demonstrações financeiras preparadas pela administração

representam adequadamente, em todos os seus aspectos relevantes, a posição patrimonial e

financeira da organização (IBGC, 2015 b).

3.4.5 Conselho fiscal

O Conselho Fiscal é parte integrante do sistema de governança das organizações

brasileiras, sendo fundamental e obrigatório na estrutura de controle do sistema cooperativo.

Pode ser compreendido como um controle independente para os cooperados que visam agregar

valor à cooperativa. Por conta da proibição legal para a admissão de conselheiros fiscais que

não sejam cooperados, cria-se um conflito de interesse fundamental, já que o conselheiro

sempre possui alguma outra relação com a cooperativa, seja como cliente, fornecedor ou

beneficiário, entre outros. Assim, para minimizar esse conflito, cabe à cooperativa estruturar

mecanismos formais para evitar o conflito de interesse como estatuto, regimentos, políticas e

código de conduta, além de esperar uma postura independente do conselheiro, agindo e

decidindo sempre no melhor interesse da cooperativa (IBGC, 2015 b).

O Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (2016) descreve que o

conselho fiscal é subordinado exclusivamente à Assembleia Geral e, portanto, é independente

dos órgãos de administração. A legislação determina que os conselheiros devem

obrigatoriamente ser do quadro de cooperados e determina suas principais atribuições. Além da

legislação, o Estatuto deve definir a forma de eleição, bem como a quantidade dos membros do

Conselho Fiscal e a duração do mandato. O mandato deve ser pautado pela equidade,

transparência, independência e, como regra geral, pela confidencialidade. A Resolução nº

4.434, de 5 de agosto de 2015, apresenta as atribuições do Conselho fiscal que devem constar

no estatuto das cooperativas.

Art. 31. Compete ao conselho fiscal, entre outras atribuições estabelecidas no estatuto

social:

I - fiscalizar, por qualquer de seus membros, os atos dos administradores e verificar o

cumprimento dos seus deveres legais e estatutários;

II - opinar sobre as propostas dos órgãos de administração, a serem submetidas à

assembleia geral, relativas à incorporação, à fusão ou ao desmembramento da

cooperativa;

III - analisar as demonstrações contábeis elaboradas periodicamente pela cooperativa;

IV - opinar sobre a regularidade das contas da administração e as demonstrações

contábeis do exercício social, elaborando o respectivo parecer, que conterá, se for o

caso, os votos dissidentes;

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69

V - convocar os auditores internos e externos, sempre que preciso, para prestar

informações necessárias ao desempenho de suas funções;

VI - convocar assembleia geral, por deliberação da maioria de seus membros, sempre

que ocorrerem motivos graves ou urgentes; e

VII - comunicar, por meio qualquer de seus membros, aos órgãos de administração, à

assembleia geral e ao BCB, os erros materiais, fraudes ou crimes de que tomarem

ciência, bem como a negativa da administração em fornecer-lhes informação ou

documento.

A remuneração dos conselheiros fiscais deve ser aprovada, em Assembleia Geral

Ordinária, e definida de forma adequada, ponderadas a experiência e a qualificação necessárias

ao exercício da função. Não deve haver remuneração variável para o Conselho Fiscal e a

remuneração deve ser divulgada individualmente ou, pelo menos, em bloco separado da

remuneração dos administradores. Fazem jus ao reembolso quaisquer despesas relativas ao

desempenho da função.

A lei 5.764 de 16 de dezembro de 1971, na seção V, do Conselho Fiscal, no artigo 56,

atribui ao Conselho Fiscal o papel de monitorar as cooperativas:

Art. 56. A administração da sociedade será fiscalizada, assídua e

minuciosamente, por um Conselho Fiscal, constituído de 3 (três)

membros efetivos e 3 (três) suplentes, todos associados eleitos

anualmente pela Assembleia Geral, sendo permitida apenas a reeleição

de 1/3 (um terço) dos seus componentes.

§ 1º Não podem fazer parte do Conselho Fiscal, além dos inelegíveis

enumerados no artigo 51, os parentes dos diretores até o 2° (segundo)

grau, em linha reta ou colateral, bem como os parentes entre si até esse

grau.

§ 2º O associado não pode exercer cumulativamente cargos nos órgãos

de administração e de fiscalização.

A referida lei, no artigo 44, ao dispor sobre os temas a serem deliberados pela

Assembleia Geral, impõe algumas responsabilidades ao Conselho fiscal de forma mais

detalhada. O parecer do Conselho Fiscal deverá acompanhar e aprovar o relatório de

gestão, sendo este a prestação de contas do Conselho de Administração, que é o órgão

eleito para tomar as decisões em nome dos demais associados. O relatório de gestão deve

conter o balanço e demonstrativo das sobras ou perdas apuradas e sua aprovação pela

Assembleia Geral desonera os conselhos de responsabilidade, salvo nos casos de erro,

dolo, fraude ou simulação, bem como infração da lei ou do estatuto.

Assim, o Conselho Fiscal é o órgão colegiado, eleito pela Assembleia Geral, com

poderes estatutários e legais de fiscalizar, assídua e minuciosamente, os atos da administração

da cooperativa. É subordinado exclusivamente à Assembleia Geral e, portanto, independente

dos órgãos de administração. O (IBGC, 2015 a) considera o Conselho Fiscal como parte

integrante do sistema de governança das organizações brasileiras e que pode ter uma atuação

permanente ou não, dependendo do estatuto da empresa. Para as cooperativas de crédito, a

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adoção do conselho fiscal no sistema de governança não é uma opção, já que a Lei 5764, de 16

de dezembro de 1971 determina a presença deste mecanismo nestas organizações.

3.4.6 Conduta e conflito de interesses

As cooperativas de crédito, para administrar conflitos de interesses entre conselheiros,

membros da Diretoria Executiva, funcionários e cooperados, além das leis do país e as normas

específicas dos órgãos reguladores, devem criar um “Código de Conduta”, documento este

elaborado pela Diretoria de acordo com os princípios e políticas definidos pelo Conselho de

Administração e por ele aprovado. Assim, este código fortalece os princípios de transparência,

equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa no âmbito das atividades do

próprio Instituto, além de definir responsabilidades sociais e ambientais (IBGC, 2015 b)

O IBGC (2015 b, p.83-84) recomenda que o Código de Conduta deve relacionar os

seguintes pontos:

• Cumprimento das leis e pagamento dos tributos;

• Operações com partes relacionadas;

• Uso de ativos da cooperativa e de terceiros;

• Conflitos de interesses;

• Informações privilegiadas;

• Política de transação das ações ou quotas de empresas ligadas e das quotas da

cooperativa7;

• Processos administrativos, judiciais e arbitragem;

• Canal de denúncia (whistle-blower8);

• Prevenção e tratamento de fraudes;

• Prevenção de lavagem de dinheiro, financiamento ao terrorismo e atos ilícitos;

• Pagamentos ou recebimentos questionáveis ou indevidos;

• Recebimento de presentes e favorecimentos ou vantagens;

• Doações e patrocínios;

• Festas e eventos;

• Atividades políticas e em órgãos de representação da entidade (OCB, Centrais,

federações, confederações);

• Direito à privacidade;

• Nepotismo e/ou nepotismo9 cruzado;

• Meio ambiente;

• Discriminação ou preconceito no ambiente de trabalho;

• Assédio moral ou sexual;

• Segurança no trabalho;

• Exploração do trabalho adulto ou infantil de forma direta ou indireta;

• Relações com a comunidade; e

• Uso de álcool e drogas.

7 Dentre as possibilidades previstas em Lei. 8 Pessoa que informa as instâncias competentes sobre atividades ilegais e/ou imorais ou desvios de afetar

a organização/cooperativa. As denúncias podem ser efetuadas às pessoas competentes dentro da

organização ou aos reguladores, imprensa, entidades ou entidades públicas. 9 É o ato de empregar na cooperativa ou no sistema cooperativo, familiares até o nível de 3º grau de

dirigentes ou administradores de outras cooperativas ou empresas ligadas ao sistema cooperativo.

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Na cooperativa, o cooperado também é um dos proprietários da mesma, com direito a

um voto, independente da sua contribuição e impacto na organização. Assim, o conflito de

interesses surge e o cooperado não possui independência em relação a algo que está em

discussão, o que pode influenciar ou levá-lo tomar decisões motivadas por interesses distintos

dos da cooperativa. Esse conflito de interesses deve ser manifestado diante de todos os

cooperados para que possa ser colocado em discussão pelo cooperado e, caso não o faça, ele

poderá ser denunciado por outro cooperado. (IBGC, 2015 b).

O IBGC (2015 b) classifica os conflitos de interesses em três categorias, sendo o

primeiro o conflito de interesse direto, quando um membro da administração/governança decide

em função de sua remuneração ou das vantagens que irá obter e não objetiva o melhor para a

cooperativa. O segundo é o conflito de interesse indireto, que ocorre quando a vantagem

financeira é secundária para o membro da administração/governança, como interesse de grupo

de cooperados, de concorrentes, clientes, fornecedores e outros. Por fim, o terceiro conflito é o

de interesse condicionado, quando o membro da administração/governança exerce liderança

sobre os demais e conduz as decisões a seus interesses ou de grupos e não aos da cooperativa.

O IBGC (2015 b) recomenda que, para minimizar os conflitos de interesse, deve-se

adotar a segregação de funções, definição objetiva dos papéis, responsabilidades dos cargos e

competências de todos os agentes de governança, inclusive com a definição das alçadas de

decisão de cada instância, de forma a minimizar possíveis focos de conflitos de interesses. As

situações de conflitos devem ser resolvidas considerando os Estatutos Sociais e demais

normativas internas e casos extremos deverão ser submetidos à Assembleia para discussão e

deliberação.

A governança Corporativa está diretamente relacionada com os controles nas

organizações e, para tanto, faz-se necessário que os atores envolvidos participem de modo

efetivo, na fiscalização e no acompanhamento dos atos de gestão. Em relação às cooperativas

de crédito, a adoção das boas práticas de governança corporativa se faz imprescindível ao

considerar a perspectiva de expansão deste setor no país e ao entender a existência das

complexas relações contratuais pertinentes a este ambiente institucional.

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72

4 METODOLOGIA

Este capítulo descreve a metodologia utilizada para a criação do indicador de

mensuração da maturidade da governança corporativa em cooperativas de crédito e a definição

do perfil de maturidade das cooperativas de crédito no Sul Minas Gerais

4.1 ESCOPO E MÉTODO DE PESQUISA

A pesquisa proposta pode ser classificada quanto aos objetivos como exploratória e

descritiva, quanto à natureza como quantitativa e quanto à escolha do objeto de estudo como

censitária. Quanto à técnica de coleta de dados, foi utilizada a entrevista com a aplicação de um

questionário estruturado, aplicado pelo pesquisador. Utilizou-se também da pesquisa e

bibliográfica e documental. Para o desenvolvimento do modelo proposto, foi adotado o método

multicritério de Análise Hierárquica de Processo - AHP. Quanto à técnica de análise de dados,

utilizou-se a Correlação de Pearson (r).

Gil (1999) defende que a pesquisa exploratória é desenvolvida no sentido de

proporcionar uma visão geral acerca de determinado fato, pois quando o tema escolhido é pouco

explorado, torna-se difícil formularem-se hipóteses precisas e operacionalizáveis. Dessa forma,

são apresentadas as abordagens de pesquisa utilizadas neste trabalho, os critérios e

procedimentos da mesma, os grupos pesquisados, os métodos para identificação da amostra e

o instrumento de coleta de dados, um questionário, que está no apêndice n.º1.

É também Gil (1999) que corrobora que a pesquisa descritiva tem como principal

objetivo descrever características de determinada população ou fenômeno e/ou estabelecimento

de relações entre variáveis. Essa metodologia utiliza-se de técnicas padronizadas de coletas de

dados, métodos e teorias com objetivo de conferir validade cientifica à pesquisa. Nesse tipo de

pesquisa, normalmente ocorre o emprego de técnicas matemáticas e estatísticas desde as mais

simples, até as mais sofisticadas.

Na pesquisa quantitativa, Gonçalves e Meirelles (2004) afirmam que os dados são

representados por métricas quantitativas, tendo como elemento de apoio central a linguagem

matemática como sua forma de expressão e tratamento.

Segundo Malhotra (2001), a pesquisa censitária envolve a enumeração completa dos

elementos de uma população. É uma técnica indicada para populações pequenas, quando há

poucos recursos, humanos ou financeiros, disponíveis ou é impraticável a sua realização.

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73

Cervo e Bervian (2002) relatam que a entrevista é uma das principais técnicas de coleta

de dados e pode ser definida como a conversa realizada face a face pelo pesquisador junto ao

entrevistado, seguindo um método para se obter informações sobre determinado assunto.

Creswell (2010) afirma que a entrevista estruturada tem como característica um roteiro prévio,

com perguntas fechadas. O roteiro é usado pelo entrevistador na mesma sequência em que foi

elaborado.

Quanto ao questionário, Cervo e Bervian (2002, p. 48) postulam que “refere-se a um

meio de obter respostas às questões por uma fórmula que o próprio informante preenche”. Ele

pode conter perguntas abertas e/ou fechadas. As abertas possibilitam respostas mais ricas e

variadas e as fechadas maior facilidade na tabulação e análise dos dados.

De acordo com Gil (1999), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida mediante material já

elaborado, principalmente a partir de livros e artigos científicos. Praticamente todos os outros

tipos de investigação exigem trabalho dessa natureza. Contudo, há pesquisas desenvolvidas

exclusivamente por meios de fundamentos bibliográficos. Já a pesquisa documental é descrita

por Lakatos e Marconi (2001) como a coleta de dados em fontes primárias, como documentos

escritos ou não, pertencentes a arquivos públicos; arquivos particulares de instituições e

domicílios, e fontes estatísticas.

Gomes (2009) acrescenta que o os métodos multicritérios fazem parte da Pesquisa

Operacional (PO), utilizada para solucionar problemas complexos utilizando meios científicos

da matemática ou lógica para estruturar e resolver problemas de decisão. O método AHP

decompõe e sintetiza as relações entre os critérios até que se chegue a uma priorização dos seus

indicadores, aproximando-se de uma melhor resposta de medição única de desempenho (Saaty,

1991).

Assim, de acordo com Severino (2007, p. 102), a ciência utiliza-se do método científico,

para divergi-la, não apenas do senso comum, mas das demais maneiras de se expressar por meio

da subjetividade.

A ciência utiliza-se de um método que lhe é próprio, o método científico, elemento

fundamental do processo do conhecimento realizado pela ciência para diferenciá-la

não só do senso comum, mas também das demais modalidades de expressão da

subjetividade humana, como a filosofia, a arte, a religião. Trata-se de um conjunto de

procedimentos lógicos e técnicas operacionais que permitem o acesso a relações

causais constantes entre os fenômenos.

Com base no método utilizado e nos dados coletados, bem como no estudo das relações

entre eles, pode-se afirmar que este trabalho se utiliza de uma pesquisa empírica, porque,

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74

segundo Demo (2000), os fatos dependem do referencial teórico e de referenciais empíricos, de

forma a facilitar a aproximação da prática no seu aspecto científico.

O método adotado foi o indutivo que, segundo Lakatos e Marconi (2009), é o que obtém

conclusões gerais a partir de premissas individuais. Além disso, também é um dos mais usados

e caracteriza-se por quatro etapas básicas: a observação dos fenômenos e o registro de todos os

fatos, com análise e classificação dos mesmos; a derivação das relações entre eles; a

generalização a partir dos dados colhidos e finalmente a constatação e verificação.

4.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA

Inicialmente, foi diagnosticada a lacuna e definida a questão problema, sendo esta o

norte da pesquisa. Questiona-se o seguinte: É possível desenvolver uma metodologia através

de um conjunto de indicadores para mensurar a maturidade da governança em cooperativas de

crédito? Quais variáveis mais frequentes podem interferir na maturidade da governança em

cooperativas de crédito?

Na sequência, foi realizado um estudo documental, no qual foram levantadas

informações sobre a utilização das boas práticas de governança corporativas nas cooperativas

de crédito, utilizando-se principalmente as informações disponibilizadas pelo BACEN e a

legislação vigente. Recorreu-se, em seguida, à bibliografia para obter respostas, aprofundar o

conhecimento, e procurar explicar o problema proposto nesta pesquisa, a partir das informações

levantadas e com base nos procedimentos metodológicos empregados.

Na terceira etapa foram definidos a população e o plano amostral. Na quarta etapa foi

elaborado um questionário fechado, em 5 blocos, conforme os pilares da governança

corporativa com base no “Guia das Melhores Práticas de Governança para Cooperativas”, do

IBGC, versão 2015. A quinta etapa envolveu a aplicação do questionário.

Já na sexta etapa foi definido o método multicritério a ser adotado para atingir o objetivo

proposto. Na sétima etapa foi desenvolvido o modelo para mensuração da maturidade da

governança corporativa, o IMGCcc, a partir de adaptações do método AHP. Na oitava etapa

realizou-se a validação do modelo e, para finalizar, na nona etapa, houve a interpretação e

análise dos resultados.

Assim, para atingir os objetivos propostos nesta pesquisa, foi adotada a estrutura

metodológica apresentada na figura 5.

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75

Figura 5 - Estrutura metodológica da pesquisa

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

No Brasil, a criação de instrumentos para mensurar a maturidade da governança

corporativa ganhou destaque com o trabalho de Bramont (2012), Nogueira (2015) e Ribeiro

Junior (2016), apesar de ainda incipiente. Já estudos e publicações de métodos multicritérios

para mensurar a maturidade na governança corporativa em cooperativas de crédito, até então,

não foram localizados pelo pesquisador, caracterizando-se assim o ineditismo da pesquisa.

IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA DE

PESQUISA

PESQUISA

BIBLIOGRÁFICA

PESQUISA

DOCUMENTAL

DEFINIÇÃO DO MÉTODO

MULTICRITÉRIO

ELABORAÇÃO E APLICAÇÃO

DO QUESTIONÁRIO

DEFINIÇÃO DA

POPULAÇÃO E PLANO

AMOSTRAL

PROCEDIMENTO DE

ANÁLISE DOS DADOS

CONSTRUÇÃO DO MODELO

IMGCcc

VALIDAÇÃO DO MODELO

INTERPRETAÇÕES

ANÁLISE DO MODELO

1ª etapa

2ª etapa

3ª etapa

4ª etapa

5ª etapa

6ª etapa

7ª etapa

8ª etapa

9ª etapa

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76

4.3 POPULAÇÃO E PLANO AMOSTRAL

A população da pesquisa foi composta pelas cooperativas de crédito singulares

localizadas no Sul do estado de Minas Gerais. Atualmente, existem no país 969 cooperativas

de crédito singulares, dentre as quais 187 estão no estado de Minas Gerais e 27 delas no Sul

desse estado (BACEN, 2017 a). A tabela 3 apresenta a comparação do total de cooperativas de

crédito do Brasil com o Sul de Minas Gerais, região essa que representa o corpus da pesquisa.

Tabela 3 - Comparação das cooperativas no Brasil com o Sul de Minas Gerais

Regiões Nº de cooperativas de crédito %

Demais regiões do Brasil 942 97,21%

Sul de Minas Gerais 27 2,79%

Total no Brasil 969 100,00%

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Dentre as cooperativas de crédito no Brasil, o Sul de Minas Gerais possui 27 delas, o

que corresponde a 2,79% do total. Já a tabela 4 apresenta a comparação do corpus da pesquisa

com a quantidade de cooperativas de crédito no estado de Minas Gerais.

Tabela 4 - Comparação das cooperativas das demais regiões com o Sul de Minas Gerais

Regiões Nº de cooperativas de crédito %

Demais Regiões de Minas Gerais 160 85,56%

Sul de Minas Gerais 27 14,44%

Total em Minas Gerais 187 100,00%

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

A tabela 4 apresenta a comparação entre as Cooperativas de Crédito Singulares do

estado de Minas Gerais, totalizando 189, com o corpus da pesquisa composto por 27

cooperativas, representando14,44% desse total. O questionário foi aplicado em 26 cooperativas,

conforme apresentado na tabela 5.

Tabela 5 - Quantidade de cooperativas de crédito pesquisadas no Sul de Minas Gerais

Regiões Nº de cooperativas de crédito %

Quantidade Pesquisadas 26 96,30%

Não respondente 1 3,70%

Quantidade no Sul de Minas Gerais 27 100,00%

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Foram realizadas, conforme a tabela 5, 26 entrevistas sistematizadas, representando

96,30% do corpus da pesquisa.

A pesquisa teve a pretensão de ser censitária e contemplou todo o universo das

cooperativas de Crédito do Sul de Minas Gerais, haja vista que a quantidade de cooperativas é

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77

relativamente pequena. Por questões objetivas, definiu-se que a pesquisa seria realizada tendo

como respondentes os diretores presidentes do conselho de administração e, na ausência destes,

o executivo principal, diretor administrativo, diretor financeiro ou ainda o responsável pela

governança corporativa.

O presidente do Conselho de Administração tem a responsabilidade de assegurar a

eficácia e o bom desempenho do órgão e de cada um de seus membros. Cabe a ele

estabelecer objetivos e programas do Conselho, presidir as reuniões, organizar e

coordenar a agenda, coordenar e supervisionar as atividades dos demais conselheiros,

atribuir responsabilidades e prazos e monitorar o processo de avaliação do Conselho,

segundo os princípios das boas práticas de governança corporativa. Deve, ainda,

assegurar-se de que os conselheiros recebam informações completas e tempestivas

para o exercício dos seus mandatos (IBGC, 2015 b, p. 41).

O Conselho de administração é o principal órgão da governança corporativa, formado

por um colegiado encarregado do processo de direcionamento estratégico e, como tal, o

presidente deve ter conhecimento amplo da governança corporativa na cooperativa que preside.

4.4 ELABORAÇÃO E APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO

O roteiro de entrevista foi elaborado sob a forma de questionário estruturado, o que,

segundo Chizzotti (2003), consiste em um conjunto de questões pré-elaboradas,

sistematicamente e sequencialmente dispostas em itens, que constituem o tema da pesquisa,

com objetivo de suscitar dos informantes as respostas por escrito sobre o assunto, que saibam

opinar ou informar.

O questionário contemplou 422 questões, conforme Apêndice A, estruturadas e

distribuídas em cinco blocos, conforme os pilares da governança para cooperativas do “Guia

das Melhores Práticas de Governança para Cooperativas10” do IBGC (2015 b).

O quadro 6 apresenta a estruturação do questionário, os blocos, pilares, objetivos e

quantidade de questões.

Quadro 6 - Blocos, objetivos e quantidade de questões da pesquisa

Blocos

de

questões

Pilares Objetivos da pesquisa

Quant.

De

questões

Bloco 1 Propriedade

Verificar se a cooperativa de crédito adota as boas práticas de

governança corporativa no pilar propriedade e se os cooperados

possuem mecanismos para exercer seu papel de proprietário.

64

10 Documento esse elaborado pela comissão de Governança em Cooperativas formado por profissionais de

diversos segmentos de cooperativas bem como a participação de representantes da academia, de advogados

especialistas em direito cooperativo e de firmas de Auditoria (IBGC, 2015 b).

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78

Bloco 2 Conselho de

Administração

Investigar a adoção das boas práticas de governança corporativa e

se o Conselho de Administração, no sentido de zelar pelos valores

e propósitos da cooperativa, e defender os interesses comuns dos

cooperados.

193

Bloco 3 Gestão

Evidenciar a adoção das boas práticas de governança corporativa

pela Gestão da cooperativa de crédito, além de verificar a

efetividade da segregação entre o Conselho de Administração

eleito e Diretoria Executiva contratada.

46

Bloco 4 Auditoria

Avaliar a adoção das boas práticas de governança corporativa nos

controles interno no sentido de prevenir fraudes e erros, bem como

opinar sobre a qualidade das informações econômicas e

financeiras.

22

Bloco 5 Conselho

Fiscal

Analisar a adoção das boas práticas pelo conselho fiscal e há

mecanismos para acompanhar a parte financeira/administrativa e

aprovar a prestação de contas anual e assegurar o cumprimento das

decisões das Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária.

32

Bloco 6

Conduta e

Conflito de

Interesse

Certificar a adoção das boas práticas de governança corporativa no

quesito conduta e conflito de interesse, como o respeito às leis do

País, às normas específicas dos órgãos reguladores e do Código de

Conduta para conselheiros, membro da diretoria executiva,

funcionários e cooperados.

65

TOTAL 422

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

De posse dos dados coletados, os mesmos foram agrupados em “sim” e “não”,

percentualmente, para a utilização no desenvolvimento do indicador proposto.

O questionário estruturado foi aplicado, por meio de uma entrevista, aos respondentes,

na presença do pesquisador, com objetivo de verificar a adoção das boas práticas de governança

corporativa junto às cooperativas de crédito do Sul de Minas Gerais, configurando-se assim um

procedimento de coleta de dados primários. Os respondentes foram apresentados no tópico

anterior.

4.5 PROCEDIMENTO DE ANÁLISE DOS DADOS

Os dados coletados na pesquisa de campo, mediante as respostas dos questionários por

ocasião das entrevistas, foram tabulados em planilhas e, em seguida, pela metodologia

desenvolvida, foi calculado o índice de maturidade da governança corporativa. De posse dos

índices de maturidade, os mesmos foram analisados em conjunto com as informações do Bacen

(2017). Utilizou-se a técnica estatística Correlação de Pearson (r) de acordo com os propósitos

e objetivos da pesquisa.

O coeficiente de correlação R, desenvolvido por Karl Pearson, também denominado

correlação momento-produto, mede o grau da correlação (e a direção) entre duas variáveis de

escala métrica. Assume apenas valores entre -1 e 1, quando r = 1, significa que os pontos estão

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79

posicionados perfeitamente sobre uma reta ascendente, se r = -1, a reta é descendente e quanto

mais próximo de 0, menos correlacionados estão os dados. Na população, o coeficiente não

mede a aderência ou a qualidade do ajuste à verdadeira reta, através da qual se procura

relacionar as variáveis X e Y ou ainda o grau de relação (linear) existente entre elas (COSTA,

2015).

Mukaka (2012) apresenta na tabela 6 os valores para a análise do coeficiente de

correlação R.

Tabela 6 - Análise do Coeficiente de Correlação R

Coeficiente de Correlação Interpretação

0,90 a 1,00 (−0,90 a −1,00) Correlação positiva muito alta (negativa)

0,70 a 0,90 (−0,70 a −0,90) Correlação positiva alta (negativa)

0,50 a 0,70 (−0,50 a −0,70) Correlação positiva (negativa) moderada

0,30 a 0,50 (−0,30 a −0,50) Correlação positiva baixa (negativa)

0.00 a 0.30 ( 0,00 a −0,30) correlação insignificante

Fonte: Mukaka (2012, p.3)

Já coeficiente de determinação, também denominado de R², é uma medida de

ajustamento de um modelo estatístico linear generalizado, como a regressão linear, em relação

aos valores observados. O R² varia entre 0 e 1, indicando, em percentagem, o quanto o modelo

consegue explicar os valores observados (COSTA, 2015).

4.6 DEFINIÇÃO DO MÉTODO MULTICRITÉRIO

Considerando o objetivo proposto, definiu-se o Método de Análise Hierárquica - AHP.

A adoção deste método justifica-se por ser uma teoria geral de mensuração utilizada para obter

prioridades relativas em escala absoluta, invariante sob transformação, a partir de comparações

aos pares, de forma discreta ou contínua, em estruturas hierárquicas com vários níveis. Em sua

forma geral, o AHP é uma metodologia de multicritérios, não-linear. Com isso, o AHP permite

levar em consideração, simultaneamente, vários fatores de importância para uma determinada

escolha (SAATY, 1991).

Isto posto, esse método atende ao objetivo da pesquisa no qual, conforme o

questionário, para o cálculo do indicador de maturidade, deve-se levar em consideração os 6

pilares da governança corporativa para cooperativas simultaneamente, necessitando assim de

um método multicritérios, cálculo efetuado pelo método AHP. A vantagem do método AHP em

relação a outros métodos de decisão multicritério é que, na sua aplicação, é possível checar a

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80

qualidade dos dados de entrada SALOMON e SHIMIZU (2006). Assim, as respostas dos

questionários tabuladas foram os inputs para a classificação na escala fundamental do método

AHP.

4.6.1 Processo de análise hierárquica - AHP

O método “Analytic Hierarchy Process - AHP”, denominado de “método de análise

hierárquica - AHP” ou simplesmente “método AHP”, foi desenvolvido por Thomas L. Saaty11,

sendo inicialmente uma teoria simples para tomada de decisões complexas utilizando

multicritérios. Mais tarde, em 1977, culminou com o lançamento do artigo A Scaling Method

for Priorities in Hierarchical Structures, Método da Escala para Prioridades em Estruturas

Hierárquicas, o qual foi denominado, em 1980, de Analytic Hierarchy Process - AHP

FORMAN E SELLY (2001).

Saaty (1991) descreve que a ideia central, quando concebeu a teoria, foi estruturar um

método com a lógica semelhante ao funcionamento da mente humana. Os problemas complexos

são separados em subproblemas e agrupados de acordo com algumas propriedades comuns

entre eles, o que facilita o tratamento dos dados. Posteriormente, a solução passa por uma

hierarquização passo-a-passo, as decisões parciais vão sendo agregadas e passando a níveis

hierárquicos superiores, até chegar à conclusão.

Os elementos fundamentais do método AHP são os critérios de escolha ou informações

e as alternativas ou soluções. Os critérios de escolha são os itens de julgamento e que devem

criar a base do ordenamento final. As alternativas são as possíveis soluções que estão em

julgamento. Utiliza-se hierarquia de critérios e pesos à medida que se constrói o modelo. Os

critérios são comparados entre si dois a dois, o que introduz um componente subjetivo no

modelo, os critérios e pesos são resultados de julgamentos humanos, não simplesmente

informações matemáticas. O método AHP pode ser dividido em duas etapas, sendo a primeira

a estruturação hierárquica do problema de decisão e a segunda o funcionamento do método.

4.6.1.1 Estruturação de hierarquias do método AHP

Na estruturação de hierarquias, o problema é estruturado em níveis hierárquicos, o que

facilita a melhor compreensão e avaliação dele. Nessa etapa, tanto os critérios quanto as

11 Thomas L. Saaty foi um matemático, pioneiros nos estudos da Pesquisa Operacional (PO), no final dos anos

60.

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81

alternativas devem estar estruturados de forma hierárquica. No primeiro nível da hierarquia,

situa-se o propósito geral do problema, no segundo, os critérios e, no terceiro, as alternativas.

Essa ordenação hierárquica possibilita uma visualização do sistema como um todo e seus

componentes, bem como interações destes componentes e os impactos que eles exercem sobre

o sistema (BORNIA e WERNKE, 2001).

A estruturação permite compreender de forma global o problema e a relação de

complexidade, ajudando na avaliação da dimensão e conteúdo dos critérios, através da

comparação homogênea dos elementos. A figura 6 apresenta a estrutura hierárquica básica do

método AHP.

Figura 6 - Estrutura hierárquica básica do Método AHP

Fonte: Adaptado de Saaty (1991, p. 199)

A estruturação hierárquica do problema deve ser feita estabelecendo-se os critérios

principais de análise que, posteriormente, podem ser divididos em subcritérios. Deve-se

garantir a homogeneidade dos níveis de decisão e a não redundância dos critérios.

Segundo Andrade (2009), a não-redundância dos critérios está ligada também à

construção da árvore de hierarquização desenvolvida. Deve-se garantir a independência de um

nível superior em relação aos seus níveis inferiores. Pode-se obter isto com uma construção de

árvore em que os níveis inferiores só se relacionam com um único nível superior.

O Método AHP fundamenta-se na habilidade do ser humano de perceber o

relacionamento entre objetos e situações observadas, comparando pares, à luz de um

determinado foco, critério ou Matriz de Preferência. Além da estruturação hierárquica, os

outros elementos do AHP são as comparações paritárias e a escala fundamental (SAATY,

1991). As comparações são paritárias, ou seja, sempre ocorrem aos pares e duas alternativas

são confrontadas face a um determinado critério ou subcritério. O resultado de uma

comparação paritária é sempre expresso com um nível ditado pela escala fundamental. O

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82

método está estruturado em seis etapas.

A primeira etapa compreende a construção da matriz de preferências, ela consiste na

comparação par a par de critérios, quanto à importância, numa escala de 1 a 9, denominada

Escala Fundamental, proposta por Saaty (1991). O método multicritério AHP busca, na

psicologia quantitativa12, a expressão de preferência das pessoas, ao longo de escalas.

Saaty (1991) ressalta que os números usados na escala são magnitudes absolutas e

não simples números, de modo que não permitem comparações cuja intensidade exceda a 9.

O quadro 7 apresenta a escala fundamental do AHP.

Quadro 7 - Escala Fundamental de Saaty (1991)

1/9 1/7 1/5 1/3 1 3 5 7 9

Extremamente Bastante Muito Pouco Igual Pouco Muito Bastante Extremamente

MENOS IMPORTANTE MAIS IMPORTANTE

Fonte: Adaptado Saaty (1991, p. 68)

Saaty (1991) explica que se deve estabelecer as prioridades na hierarquia e definir seus

valores através de comparações dois a dois dos critérios quanto a sua importância para o critério

ou objetivo imediatamente acima. Os valores utilizados para definição do indicador situam-se

na parte denominada pelo autor de “Mais Importante”, que vai de 1 a 9.

Saaty (1991, p.71-72) explica a racionalidade do número 9 como limite superior da

escala.

Racionalidade do número 9 como limite superior.

Existem várias razões para se estabelecer um limite superior de escala.

a) As distinções qualitativas são significativas na prática e têm uma característica de

precisão, quando os itens comparados apresentam a mesma ordem de magnitude ou

estão próximos com relação à propriedade usada para fazer a comparação.

b) Nota-se que a habilidade para fazer distinções qualitativas é bem representada por

cinco atributos: igual, fraco, forte, muito forte e absoluto. Pode-se estabelecer

compromissos entre atributos adjacentes quando uma precisão maior for necessária.

A totalidade requererá 9 valores e eles podem ser consecutivos - a escala resultante

seria, então, validada na prática.

c) Com a finalidade de reforçar (2), um método prático frequentemente usado para

avaliar itens tem sido a classificação de estímulos de sentimentos: rejeição,

indiferença, aceitação. Para melhor classificação, cada um destes será dividido em

uma tricotomia: baixo, médio e alto. Yoram Wind, ressaltou que estudos de marketing

conduzidos por um colega comum, Paul Green, mostraram que não são necessários

mais do que 7 pontos na escala para distinguir entre estímulos. Assim, não é preciso

passar de 9.

d) O Limite psicológico de 7 + - 2 itens em uma comparação simultânea sugerem que se

tomarmos mais que 7 + 2 itens satisfazendo a descrição sob (1), e se eles diferirem

entre si levemente, precisaria de 9 pontos para distinguir essas diferenças.

12 A psicologia quantitativa estuda a expressão de preferências das pessoas ao longo de escalas, estabelecendo

que a melhor escala será aquela que termina em 7 (sete) mais ou menos 2 (dois). Os especialistas identificaram

que o cérebro humano possui como limite 7+2 ou 7-2 itens de comparações simultâneas. Assim, o número 9

se estabelece como limite máximo de elementos por nível hierárquico (GOMES, 2004).

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83

O Quadro 8 define e explica o conceito dos pesos utilizados no AHP.

Quadro 8 - Intensidade de Importância da Escala de Saaty (1991)

Intensidade

de

Importância

Definição da Importância Explicação

1 Mesma Importância As duas atividades contribuem igualmente para o

objetivo.

2 Intermediário

3 Importância pequena de uma

sobre a outra

A experiência e o julgamento favorecem

levemente uma atividade em relação outra.

4 Intermediário

5 Importância grande ou

essencial

A experiência e o julgamento favorecem

fortemente uma atividade em relação a outra.

6 Intermediário

7 Importância muito grande

ou demonstrada

Uma atividade é muito fortemente favorecida em

relação a outra; sua dominação de importância é

demonstrada na prática.

8 Intermediário

9 Importância absoluta A evidência favorece uma atividade em relação a

outra com o mais alto grau de certeza.

2,4,6 e 8 Valores intermediários entre

os valores adjacentes

Quando se procura uma condição de

compromisso entre duas definições

Fonte: Saaty (1991, p.68)

Na comparação dois a dois, quando o tomador de decisão exprimir sua preferência por

um critério “A”, por exemplo, como sendo muito mais importante do que “B” para a realização

de um critério imediatamente acima na hierarquia, estará atribuindo para o critério “A” peso 3.

Na matriz de cálculo dos vetores, o peso recíproco de 1/3 será atribuído para o critério “B”.

A escala de importância, no quadro 8, se faz necessária para definir as importâncias

relativas entre critérios, subcritérios e alternativas, a serem aplicados no método AHP.

Normalmente utiliza-se os números ímpares da tabela para assegurar razoável distinção entre

os pontos da medição. O uso dos números pares só deve ser adotado quando existir a

necessidade de negociação entre os avaliadores e quando o consenso natural não for obtido,

gerando a necessidade de determinação de um ponto médio como solução negociada (SAATY

1980). A partir da escala de importância, é construída uma matriz de comparação.

Grandzol (2005) descreve que, através de comparações aos pares em cada nível da

hierarquia baseadas na escala de prioridades do AHP, os participantes desenvolvem pesos

relativos, chamados de prioridades, para diferenciar a importância dos critérios.

A segunda etapa compreende a Normalização da Matriz, que consiste na obtenção de

quadros normalizados através da soma dos elementos de cada coluna das matrizes de

julgamento e posterior divisão de cada elemento destas matrizes pelo somatório dos valores da

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84

respectiva coluna. A normalização constitui-se na divisão de cada elemento da matriz pela soma

da coluna a que pertence. Normalizar os valores de cada coluna resultará em uma matriz com

colunas de soma igual a 1 (ANDRADE, 2009).

A terceira etapa compreende o cálculo da média da normalização da matriz ou média de

cada critério, e é obtida pelas médias das linhas dos quadros normalizados. Para operacionalizar

essa etapa, deve-se obter o vetor de pesos com a matriz normalizada de cada critério e calcular

a média aritmética de cada linha. O resultado será um vetor representando o grau de preferência

ou pesos das alternativas para o dado critério, bem como também representando um dado

critério (ANDRADE, 2009).

A quarta etapa compreende a geração da matriz de prioridades, gerada através dos

vetores encontrados, em que as linhas contêm as alternativas e as colunas os critérios. Nessa

etapa, deseja-se identificar um vetor de prioridades que armazene a prioridade associada a cada

alternativa em relação ao foco principal (ANDRADE, 2009).

A quinta etapa compreende a construção da matriz de comparação dos critérios. Para a

construção dessa matriz, repetem-se os passos 2 e 3 para a classificação par a par. O resultado

será um vetor que contém a média das preferências de cada critério (SAATY, 1991).

Na sexta etapa, obtém-se o resultado multiplicando as duas matrizes, as de prioridades

e as de critérios, e ela será um vetor com a quantificação final de cada alternativa. O Método

AHP tem um resultado numérico direto e pode ser utilizado em qualquer tomada de decisão em

que o tomador de decisão seja capaz de comparar as opções, segundo critérios previamente

estabelecidos (SAATY, 1991).

Assim, uma vez construída a hierarquia, as cooperativas de crédito poderão avaliar seus

vários pilares, comparando-os um ao outro, em pares. O Método AHP converte os julgamentos

em um peso numérico, ou prioridade, derivado para cada elemento da hierarquia, permitindo

que elementos distintos e frequentemente incomensuráveis sejam comparados entre si de

maneira racional e consistente. Esta potencialidade distingue o Método AHP de outros métodos

de tomada de decisão.

4.7 CONSTRUÇÃO DO INDICADOR DE MATURIDADE DA GOVERNANÇA

CORPORATIVA - IMGCcc

O modelo desenvolvido para mensurar a maturidade da governança corporativa em

cooperativas de crédito foi estruturado levando-se em consideração os 6 pilares das boas

práticas de governança corporativas para cooperativas IBGC (2015 b). A estruturação do

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85

modelo envolveu os seguintes passos:

Primeiro passo: estruturar hierarquicamente os pilares da governança no modelo AHP,

de acordo com a estrutura do questionário, em 6 pilares, divididos em blocos, conforme

apresentado no quadro 6. Segundo passo: tabular o questionário, totalizando percentualmente

as respostas positivas e negativas. Terceiro passo: classificar os valores ou percentuais na escala

fundamental do AHP. Quarto passo: estruturar o modelo da AHP. Quinto passo: estruturar o

indicador de maturidade da governança.

O indicador desenvolvido pelo pesquisador foi denominado, em conjunto com a

orientadora, de Indicador de Maturidade da Governança de Cooperativa de Crédito (IMGCcc).

Esse indicador permite mensurar o nível da maturidade da governança corporativa em

cooperativas de crédito, conforme detalhado a seguir.

4.7.1 Estruturação de hierarquias do método AHP para o IMGCcc

Para a construção do IMGCcc, o pesquisador, estruturou a hierarquia do método AHP,

partindo das alternativas de respostas dos questionários “Sim” ou “Não”, do questionário que

após a tabulação foram classificadas na tabela fundamental do Método AHP, para o cálculo do

indicador.

O questionário foi estruturado em 6 blocos, sendo cada bloco um pilar da governança

corporativa para cooperativas, que no Método AHP foi denominado de critério. O cálculo do

Método AHP tem como resultado um índice, que ao ser classificado na tabela de maturidade da

governança para cooperativas de crédito, desenvolvida pelo pesquisador, torna possível obter o

IMGCcc. Essa estrutura é apresentada na figura 7.

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86

Figura 7 - Estrutura de Decisão para o desenvolvimento do IMGC

Fonte: Elaborado pelo autor (2018).

Para tanto, algumas premissas foram adotadas. Primeiramente, optou-se por apresentar

o resultado em um indicador final, que permita mensurar o nível de maturidade da adoção das

boas práticas de governança corporativa nas cooperativas de crédito, o IMGCcc, a partir das

respostas do questionário contemplando os 6 pilares da governança para cooperativas, sugeridas

pelas IBGC (2015 b). A construção da estrutura do IMGCcc serve como ponto de partida, do

aspecto interativo do modelo, ao permitir a visualização da lógica do cálculo do indicador, o

que possibilita às cooperativas identificarem os pilares que necessitam de melhor atenção

quanto à adoção das práticas recomendadas a partir das respostas dos questionários.

IMGC cc

Tabela de Maturidade

AHP - % de atendimento

as boas praticas de

Governança corporativa

Indicador do AHP - "Sim"

Sim NãoResultado do AHP em %

PO CA GE AUD CF CCI

PO CA GE AUD CF CCI

PO = Propriedade

CA = Conselho de Administração

GE = Gestão "Sim"

AUD = Auditoria

CF = Conselho Fiscal "Não"

CCI = Conduta e Conflito de Interesse

Questionário estruturado

Alternativas

Método AHP Critérios - Pilares da

governança corporativa

de cooperativas - IBGC

(2015 b).

Lege

nd

a

Sim NãoAlternativas

Page 87: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP ......2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP Benedito Geovani Martins de Paiva Mensuração do grau de

87

4.7.1.2 Desenvolvimento detalhado do índice de maturidade da governança corporativa

em cooperativas de crédito - IMGCcc

A seguir, apresentar-se-á a sequência lógica do IMGCcc e, para tal, será demonstrado o

resultado de uma das cooperativas de crédito pesquisada, selecionada de forma aleatória.

4.7.2 Tabulação do questionário e classificação na escala fundamental do AHP

De posse do questionário respondido, anexo no apêndice A, as respostas foram

tabuladas considerando, para o cálculo do IMGCcc, somente o percentual das respostas

positivas, ou seja, a quantidade de quesitos atendidos das práticas de governança corporativa

para cooperativas de crédito, conforme apresentado na tabela 7.

Tabela 7 - Tabulação do questionário

Pilares da

Governança

Quantidade

de Questões

Respostas

"SIM"

Percentual de

Resposta "SIM"

Respostas

"NÃO"

Percentual de

Resposta "NÃO"

PO 64 54 84,38% 10 15,63%

CA 193 167 86,53% 26 13,47%

GE 46 39 84,78% 7 15,22%

AUD 22 20 90,91% 2 9,09%

CF 32 25 78,13% 7 21,88%

CCI 65 58 89,23% 7 10,77%

Média 422 363 86,02% 59 13,98%

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

A tabela 7 apresenta os percentuais de atendimento às boas práticas de governança

corporativas sugeridas pelo IBGC (2015 b). Ela permite visualizar os pilares com maior adesão

às boas práticas de governança, além de permitir, também, o direcionamento das decisões sobre

os pilares que possuem a menor adesão às práticas supracitadas.

De posse do cálculo dos percentuais de repostas positivas à adoção das boas práticas de

governança corporativa nas cooperativas de crédito, foi efetuada a classificação de cada pilar

do questionário de acordo com seu percentual na escala fundamental do Método AHP,

considerando valores de um a nove, conforme apresentado pelo quadro 9.

Page 88: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP ......2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP Benedito Geovani Martins de Paiva Mensuração do grau de

88

Quadro 9 - Classificação por pilar na escala fundamental do AHP

Fonte: Elaborado pelo autor (2018).

O Quadro 9 apresenta a tabulação na escala fundamental do AHP, classificando cada

pilar da governança corporativa da cooperativa, de acordo com sua faixa percentual de respostas

positivas, considerando valores de um a nove. Os valores dos pilares a serem transferidos para

o Método AHP está relacionado com o percentual de respostas positivas ao questionário,

desenvolvido com base nas boas práticas da governança corporativa sugeridas pelo IBGC (2015

b). A seguir será apresentado o Método AHP estruturado para atingir o objetivo proposto.

4.7.3 Estruturação do método do AHP

O método AHP foi estruturado em 6 pilares, conforme o “Guia das Boas Práticas de

Governança Corporativa para Cooperativas” (IBGC, 2015 b). O resultado do quadro anterior

foi utilizado para o processamento dos dados pelo Método AHP em planilhas eletrônicas,

obtendo um resultado, denominado nesta tese de Índice da Maturidade da Governança pelo

AHP (%), conforme a figura 8.

Escala Fundamental do AHP % dos requisitos PO CA GE AUD CF CCI

Pesos Classificação %

Mai

s

imp

ort

ante

9 Extremamente 80,01% a 100,00% 84,38% 86,98% 82,98% 90,91% 89,23%

7 Bastante 60,01% a 80,00% 78,13%

5 Muito 40,01% a 60,00%

3 Pouco 20,01% a 40,00%

1 Igual 0,00% a 20,00%

Men

os

imp

ort

ante

1/3 Pouco -

1/5 Muito -

1/7 Bastante -

1/9 Extremamente -

Classificação – Valores a serem

transferidos para o método AHP - 9 9 9 9 7 9

Page 89: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP ......2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP Benedito Geovani Martins de Paiva Mensuração do grau de

89

Fig

ura

8 -

Est

rutu

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AH

P -

Go

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nança

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uto

r (2

01

8)

18

POSI

MN

ÃO

POSI

MN

ÃO

POSI

MN

ÃO

MÉD

IAPO

CAG

EA

UD

CFCC

IPO

CAG

EA

UD

CFCC

I

SIM

5484

,38%

SIM

1,00

009,

0000

SIM

0,90

000,

9000

SIM

0,90

000,

9000

0,90

00SI

M0,

9000

0,90

000,

9000

0,90

000,

8750

0,90

00SI

M0,

9000

00,

9000

00,

9000

00,

9000

00,

8750

00,

9000

0

Não

1015

,63%

O0,

1111

1,00

00N

ÃO

0,10

000,

1000

O0,

1000

0,10

000,

1000

O0,

1000

0,10

000,

1000

0,10

000,

1250

0,10

00N

ÃO

0,10

000

0,10

000

0,10

000

0,10

000

0,12

500

0,10

000

TOTA

L64

100,

00%

Tota

l1,

1111

10,0

000

Nor

mal

izaç

ão1,

0000

1,00

00To

tal

1,00

000

1,00

000

1,00

000

1,00

000

1,00

000

1,00

000

CASI

MN

ÃO

CASI

MN

ÃO

CASI

MN

ÃO

MÉD

IAM

édia

SIM

167

86,5

3%SI

M1,

0000

9,00

00SI

M0,

9000

0,90

00SI

M0,

9000

0,90

000,

9000

PO0,

0794

Não

2613

,47%

O0,

1111

1,00

00N

ÃO

0,10

000,

1000

O0,

1000

0,10

000,

1000

CA0,

0794

TOTA

L19

310

0,00

%To

tal

1,11

1110

,000

0N

orm

aliz

ação1

,000

01,

0000

GE

0,07

94

AU

D0,

0794

CF0,

6032

GE

SIM

OG

ESI

MN

ÃO

GE

SIM

OM

ÉDIA

-CC

I0,

0794

SIM

3984

,78%

SIM

1,00

009,

0000

SIM

0,90

000,

9000

SIM

0,90

000,

9000

0,90

00PO

CAG

EA

UD

CFCC

ITo

tal

1,00

00

Não

715

,22%

O0,

1111

1,00

00N

ÃO

0,10

000,

1000

O0,

1000

0,10

000,

1000

PO1,

0000

0,00

000,

0000

0,00

000,

5000

0,00

00

TOTA

L46

100,

00%

Tota

l1,

1111

10,0

000

Nor

mal

izaç

ão1,0

000

1,00

00CA

0,00

001,

0000

0,00

000,

0000

0,50

000,

0000

GE

0,00

000,

0000

1,00

000,

0000

0,50

000,

0000

AU

D0,

0000

0,00

000,

0000

1,00

000,

5000

0,00

00

AU

DSI

MN

ÃO

AU

DSI

MN

ÃO

AU

DSI

MN

ÃO

MÉD

IACF

2,00

002,

0000

2,00

002,

0000

1,00

002,

0000

SIM

2090

,91%

SIM

1,00

009,

0000

SIM

0,90

000,

9000

SIM

0,90

000,

9000

0,90

00CC

I0,

0000

0,00

000,

0000

0,00

000,

5000

1,00

00

Não

29,

09%

O0,

1111

1,00

00N

ÃO

0,10

000,

1000

O0,

1000

0,10

000,

1000

Tota

l3,

0000

3,00

003,

0000

3,00

003,

5000

3,00

00

TOTA

L22

100,

00%

Tota

l1,

1111

10,0

000

Nor

mal

izaç

ão1,0

000

1,00

00

SIM

Não

CFSI

MN

ÃO

CFSI

MN

ÃO

CFSI

MN

ÃO

MÉD

IAPO

CAG

EA

UD

CFCC

IM

édia

SIM

2578

,13%

SIM

1,00

007,

0000

SIM

0,87

500,

8750

SIM

0,87

500,

8750

0,87

50PO

0,33

330,

0000

0,00

000,

0000

0,14

290,

0000

0,07

94

Não

721

,88%

O0,

1429

1,00

00N

ÃO

0,12

500,

1250

O0,

1250

0,12

500,

1250

CA0,

0000

0,33

330,

0000

0,00

000,

1429

0,00

000,

0794

TOTA

L32

100,

00%

Tota

l1,

1429

8,00

00N

orm

aliz

ação1

,000

01,

0000

GE

0,00

000,

0000

0,33

330,

0000

0,14

290,

0000

0,07

94

AU

D0,

0000

0,00

000,

0000

0,33

330,

1429

0,00

000,

0794

CF0,

6667

0,66

670,

6667

0,66

670,

2857

0,66

670,

6032

CCI

SIM

OCC

ISI

MN

ÃO

CCI

SIM

OM

ÉDIA

CCI

0,00

000,

0000

0,00

000,

0000

0,14

290,

3333

0,07

94

SIM

5889

,23%

SIM

1,00

009,

0000

SIM

0,90

000,

9000

SIM

0,90

000,

9000

0,90

00To

tal

1,00

001,

0000

1,00

001,

0000

1,00

001,

0000

Não

710

,77%

O0,

1111

1,00

00N

ÃO

0,10

000,

1000

O0,

1000

0,10

000,

1000

TOTA

L65

100,

00%

Tota

l1,

1111

10,0

000

Nor

mal

izaç

ão1,0

000

1,00

00

Mul

tiplic

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das

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11,5

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00%

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l - G

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Prop

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ade

- PO

Tota

l - P

O

Page 90: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP ......2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP Benedito Geovani Martins de Paiva Mensuração do grau de

4.7.4 Definição da maturidade da governança corporativa para cooperativas de crédito

De posse dos percentuais apresentados na etapa anterior, pelo Método AHP, o autor

desenvolveu a escala do indicador de maturidade da governança corporativa para cooperativas

de crédito, denominado IMGCcc.

O desenvolvimento do IMGCcc levou em conta três particularidades. A primeira é que

as respostas são dicotômicas, sendo “sim e “não”, com probabilidade de 50% para cada. O

resultado do IMGCcc é mensurado a partir das respostas positivas. A segunda particularidade

é que os valores positivos apresentados como resultado percentual do Método AHP variam no

intervalo de 50% a 90% e os valores negativos estão no intervalo de 0% a 40%. A terceira

particularidade é que os valores negativos não são considerados para o cálculo do IMGCcc.

Na literatura, os autores Greiner (1972), Crosby (1979), Paulk et.al (1993), Massie

(2012) e Bramont (2012) desenvolveram modelos de mensuração de maturidade em todos os 5

níveis. Assim, o pesquisador, em conjunto com a orientadora, definiu estruturar a escala da

maturidade da governança corporativa para cooperativas de crédito em 5 níveis.

Na etapa seguinte, o valor percentual encontrado no cálculo do Método AHP é

classificado na escala da maturidade da governança corporativa para cooperativas de crédito,

conforme o quadro 10.

Quadro 10 - Escala do indicador de maturidade da governança corporativa para cooperativas de crédito

Escala do Indicador de Maturidade da Governança Corporativa para Cooperativas de Crédito

Índice da Maturidade da

Governança pelo AHP (%) Nível de Maturidade - IMGCcc

Mensuração do nível de

maturidade da governança

corporativa

Ref

erên

cia

Su

per

ior

-

"Sim

"

82,01 a 90,00 % Nível 5 Excelente

74,01 a 82,00% Nível 4 Bom

66,01 a 74,00% Nível 3 Regular

58,01 a 66,00% Nível 2 Fraco

50,00 a 58,00% Nível 1 Insuficiente

Ignorado para a

mensuração da

maturidade da governança

corporativa Ref

erên

cia

Infe

rior

"não

" 32,01 a 40,00 %

Percentual de não conformidade

24,01 a 32,00%

16,01 a 24,00%

8,01 a 16,00%

00,00 a 8,00%

Fonte: Elaborado pelo autor (2018).

Assim, o Índice da Maturidade da Governança pelo AHP (%), apresentado pela figura

8, de 88,49%, conforme o quadro 10, classifica a cooperativa em estudo no nível 5 do IMGCcc,

representando excelência na adoção das boas práticas de governança corporativa, conforme o

IBGC (2015 b).

Page 91: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP ......2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP Benedito Geovani Martins de Paiva Mensuração do grau de

91

4.8 VALIDAÇÃO DO MODELO

Após a estruturação do IMGCcc, foram realizados dois testes para a validação do

modelo. O primeiro pressupôs que se o resultado da pesquisa apresentar percentual de respostas

positivas, em todos os pilares da governança corporativa, inferior a 20%, conforme quadro 9,

terá peso equivalente a 1 no Método AHP. Processando esses dados, chegou-se ao Índice da

Maturidade da Governança pelo AHP (%) de 50%, conforme apêndice 3, representando de

acordo com o quadro 10, o nível um de governança corporativa, classificado como insuficiente.

O segundo teste pressupôs que se o resultado da pesquisa apresentar percentual de

respostas positivas em todos os pilares da governança corporativa, superior a 80%, conforme o

quadro 9, terá peso equivalente a 9 no Método AHP. Processando tais dados, chegou-se ao

Índice da Maturidade da Governança pelo AHP (%) de 90%, conforme apêndice 4,

representando de acordo com o quadro 10, o nível cinco de governança corporativa, classificado

como excelente. Os testes validaram o modelo desenvolvido. Essas simulações ao extremo

comprovaram a eficácia do método desenvolvido ao apresentar os resultados esperados, o que,

matematicamente, valida o modelo do IMGCcc.

4.9 INTERPRETAÇÕES E ANÁLISE DO MODELO

O IMGCcc possibilita às cooperativas de crédito diagnosticar o nível de maturidade da

governança corporativa no qual se encontram. Permite comparar e visualizar os pilares da

governança corporativa que apresentam porcentagens menores de atendimento as boas práticas

de governança corporativa. Além disso, através do questionário respondido, a cooperativa pode

identificar os itens que não atendem as boas práticas de governança e inferir sobre eles decisões

para aumentar o IMGCcc.

O resultado apresentado a partir do IMGCcc transmite confiabilidade para a gestão das

cooperativas de crédito, sabendo-se que o questionário foi elaborado considerando os pilares

da governança para cooperativas sugeridos pelo IBGC (2015 b), e os cálculos foram realizados

com a utilização do método multicritério AHP. O resultado representa o diagnóstico da situação

atual da adoção das boas práticas, possibilitando, assim, identificar o nível de maturidade da

adoção das boas práticas e traçar planos de ações para atingir os níveis superiores.

Page 92: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP ......2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP Benedito Geovani Martins de Paiva Mensuração do grau de

92

5 ANÁLISE DO RESULTADO

Neste capítulo, inicialmente, é discutida a caracterização das cooperativas de crédito do

Sul de Minas Gerais (BACEN, 2017 b). Em seguida, apresenta-se o resultado da pesquisa, a

classificação das cooperativas de crédito de acordo com o IMGCcc, e a correlação desse

indicador com o faturamento, Patrimônio Líquido e Ativo.

5.1 CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESAS PESQUISADAS

A pesquisa de campo foi realizada mediante entrevista estruturada do corpus da pesquisa

de 27 cooperativas de crédito do Sul de Minas, dentre as quais 26 responderam a entrevista.

5.1.1 Classificação das cooperativas pesquisadas

As Cooperativas de crédito classificam-se, em sua totalidade, como singular, ou seja,

foram constituídas por no mínimo 20 pessoas físicas ou jurídicas e caracterizam-se pela

prestação direta de serviços aos cooperados (BRASIL, 1971).

5.1.2 Critérios de associação das cooperativas pesquisadas

De acordo com o Bacen (2017 b), prevalecem as cooperativas pelo critério de

Associação de Livre Admissão e as de Empregados ou Servidores, conforme a tabela 8.

Tabela 8 - Critérios de Associação

Critérios de Associação das Cooperativas de Crédito Quantidade Porcentual

Livre Admissão 16 59,26%

Empregados ou Servidores 6 22,22%

Produtor Rural 3 11,11%

Atividade Profissional 1 3,70%

Natureza Associativa ou Cadeia de Negócios 1 3,70%

Total 27 100,00%

Fonte: Adaptado de BACEN (2017).

No que se refere ao critério de associação, prevalece a Livre Admissão com 16

cooperativas, correspondendo a 59,26% do total do corpus da pesquisa. Essa predominância

justifica-se pelas vantagens de admitir cooperados que podem ser tanto pessoas físicas como

Page 93: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP ......2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP Benedito Geovani Martins de Paiva Mensuração do grau de

93

jurídicas, privadas como públicas, dentro de sua área de atuação, exceto as que possam exercer

concorrência com a própria cooperativa, como as empresas de factoring.

5.1.3 Categorias das cooperativas pesquisadas

Segundo o Bacen (2017 b), predominam as categorias Clássicas e Capital Empréstimo,

conforme a tabela 9.

Tabela 9 - Categorias das cooperativas Singulares

Categorias Quantidade Percentual

Clássica 22 81,48%

Capital e Empréstimo 5 18,52%

Total 27 100,00%

Fonte: Elaborado pelo autor (2018).

A predominância das Cooperativas Clássicas, com 22 unidades, (81,48%), justifica-se

pela possibilidade de realizar as operações financeiras de um banco comercial, com exceção de

operações com moeda estrangeira, variação cambial e derivativos entre outros. Já as

Cooperativas de Capital e Empréstimos, com 5 unidades, (18,52%), foram constituídas por

funcionários de médias e grandes empresas e, como são proibidas de captar recursos ou

depósitos, têm como fonte de financiamento apenas o capital próprio integralizado pelos

cooperados.

5.1.4 Perfil das cooperativas de crédito

O cooperativismo de créditos do Sul de Minas Gerais, conforme o APÊNDICE 2, é

composto por 27 cooperativas, com 138 unidades de atendimento, presentes em 111 cidades

diferentes, com média de 24.773 habitantes, totalizando 2.725.039 habitantes atendidos.

As três maiores cooperativas de crédito no Sul de Minas, quanto ao número de unidades

de atendimento, são o Sicoob Credivass, com 32 unidades de atendimento, que atende uma

população de 601.901 habitantes; o Sicoob Agrocredi, com 23 unidades e que atende uma

população de 749.870 habitantes; e o Sicoob Credivar, com 17 unidades atendendo uma

população de 490.055 habitantes. Vale ressaltar que as cidades de Pouso Alegre e Poços de

Caldas não possuem cooperativas de crédito de livre admissão, apesar de serem as maiores

cidades do Sul de Minas Gerais.

Page 94: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP ......2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP Benedito Geovani Martins de Paiva Mensuração do grau de

94

5.2 MATURIDADE DA GOVERNANÇA CORPORATIVA DAS COOPERATIVAS DO

SUL DE MINAS GERAIS

Os questionários respondidos foram tabulados e analisados pelo Método AHP e o

resultado é apresentado no quadro 11.

Quadro 11 - Classificação por IMGCcc, do maior para o menor

Cooperativas

de crédito

Índice da

Maturidade

da

Governança

pelo AHP

(%)

IMGCcc

Análise Receita Análise Patrimônio Líquido Análise Ativo Total

Receita (R$) Receita

log10

Patrimônio

Líquido (R$)

Patrimônio

Líquido

log10

Ativo Total (R$)

Ativo

Total

Log10

1 90,00% 5 134.125.580,68 8,13 26.999.371,73 7,43 685.381.119,75 8,84

2 90,00% 5 604.585.757,58 8,78 187.495.896,55 8,27 2.988.448.817,38 9,48

3 90,00% 5 306.000.778,09 8,49 58.324.448,84 7,77 1.500.244.406,41 9,18

4 90,00% 5 259.231.386,23 8,41 76.783.858,86 7,89 1.767.469.379,55 9,25

5 89,02% 5 35.278.267,09 7,55 4.866.359,81 6,69 194.269.569,74 8,29

6 89,01% 5 21.339.526,90 7,33 6.292.184,61 6,80 149.002.156,98 8,17

7 89,00% 5 39.251.515,10 7,59 11.366.628,43 7,06 155.920.937,18 8,19

8 88,59% 5 176.898.074,80 8,25 43.160.674,63 7,64 1.096.292.051,12 9,04

9 88,49% 5 25.017.208,10 7,40 5.489.231,43 6,74 98.075.972,67 7,99

10 85,85% 5 84.721.296,47 7,93 11.212.572,40 7,05 350.557.714,46 8,54

11 83,33% 5 49.164.390,42 7,69 9.548.177,82 6,98 218.736.402,60 8,34

12 81,78% 4 72.727.462,15 7,86 19.226.105,20 7,28 422.571.389,93 8,63

13 80,52% 4 54.533.484,27 7,74 21.785.694,20 7,34 289.560.088,32 8,46

14 80,38% 4 48.068.332,23 7,68 15.745.975,06 7,20 300.733.511,05 8,48

15 79,72% 4 76.307.004,76 7,88 20.026.118,64 7,30 325.450.454,28 8,51

16 79,01% 4 22.977.148,34 7,36 5.876.054,98 6,77 111.115.192,79 8,05

17 74,30% 4 16.716.266,79 7,22 5.368.578,81 6,73 81.817.869,66 7,91

18 72,25% 3 7.211.321,90 6,86 4.903.809,64 6,69 31.850.907,13 7,50

19 71,34% 3 25.231.863,17 7,40 5.222.431,27 6,72 102.264.339,76 8,01

20 70,68% 3 35.147.430,98 7,55 7.584.986,19 6,88 167.511.324,79 8,22

21 67,25% 3 34.720.055,80 7,54 11.152.708,92 7,05 185.324.994,33 8,27

22 66,23% 3 1.212.240,70 6,08 843.796,30 5,93 1.844.057,18 6,27

23 65,38% 2 304.887,73 5,48 162.143,48 5,21 348.203,20 5,54

24 64,16% 2 396.831,59 5,60 619.352,43 5,79 1.150.720,48 6,06

25 63,76% 2 1.955.864,76 6,29 3.663.989,64 6,56 12.615.136,09 7,10

26 61,34% 2 1.178.314,63 6,07 1.989.067,71 6,30 3.893.205,81 6,59

27 Não foi obtida resposta 14.197.909,44 7,15 2.814.015,47 6,45 40.234.359,52 7,60

Fonte: Elaborado pelo autor (2018).

Depreende-se do quadro 11 o seguinte: a coluna cooperativas de crédito representa o

corpus da pesquisa. A coluna Índice da Maturidade da Governança pelo AHP (%) foi obtida

pelo do método AHP e, de posse desse resultado, obteve-se a coluna IMGCcc pela Escala do

Indicador de Maturidade da Governança Corporativa para Cooperativas de Crédito,

classificando as cooperativas quanto ao nível de maturidade da governança corporativa. As

colunas Receita, Patrimônio Líquido e Ativo Total foram obtidos nos relatórios do Banco

Page 95: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP ......2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP Benedito Geovani Martins de Paiva Mensuração do grau de

95

Central do Brasil, com base no ano de 2017 (BACEN, 2017 c), as colunas com log10 foram

calculadas para homogeneizar os valores e facilitar a análise dos dados (COSTA, 2015).

De posse dos dados do quadro 11, foi possível definir o perfil das cooperativas em

estudo, assim como a relação e correlação entre a maturidade da governança corporativa com a

Receita, Patrimônio Líquido e Ativo Total.

5.2.1 Quantidade e percentual por IMGCcc

Com as informações do quadro 11, foi possível identificar o perfil de maturidade da

governança corporativa do Sul de Minas. O gráfico 4 apresenta a quantidade e o percentual por

IMGCcc.

Gráfico 4 – Quantidade e Percentual por IMGCcc

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Considerando as 26 cooperativas de crédito respondentes, predominam as classificadas

com IMGCcc 5, no total de 11, (40,74%); no IMGCcc 4 foram classificadas 6, (22,22%); no

IMGCcc 3 foram classificadas 5, (18,52%); no IMGCcc 2 foram classificadas 4, (14,81%) e

apenas 1 cooperativa de crédito não se disponibilizou para a entrevista da pesquisa,

representando 3,70% do corpus da pesquisa. Essa predominância de cooperativas com IMGCcc

5 justifica-se pela tabela 7, com a prevalência de cooperativas de livre admissão no corpus da

pesquisa.

1

0

4

5

6

11

3,70%

0,00%

14,81%

18,52%

22,22%

40,74%

0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00

Não respondeu

1

2

3

4

5

IMG

Ccc

Quantidade e Percentual por IMGCcc

Page 96: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP ......2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP Benedito Geovani Martins de Paiva Mensuração do grau de

96

Esses resultados foram influenciados pela resolução do BCB Nº 3.106, de 25 de junho

de 2003, que permitiu a transformação das cooperativas de crédito para o critério de associação

para Livre Admissão, pela Resolução do BCB Nº 3.442, de 9 de agosto de 2007, que permitiu

a atuação em áreas com até dois milhões de habitantes, contribuindo para o crescimento

acelerado de tais cooperativas e pela Resolução do BCB Nº 4.434, de 5 de agosto de 2015, que

exigiu a adoção da governança corporativa.

5.2.2 Análise entre o IMGCcc e a Receita

Partindo-se dos dados obtidos no quadro 11, no que se refere à relação entre o IMGCcc

e a Receita, parte-se do pressuposto de que quanto maior a Receita da cooperativa de crédito,

maior o IMGCcc. A importância da Receita foi estudada por Bressan et al. (2011) nas

cooperativas de crédito de Minas Gerais, aplicando a Receita (renda) de prestação de serviço

no cálculo do índice de eficiência e concluiu-se que quanto maior esse índice, menor será a

probabilidade de insolvência da entidade.

De acordo com BACEN (2017 a), as Receitas das cooperativas de crédito são divididas

em dois grupos, as Receitas operacionais e Receitas não operacionais. O primeiro grupo é

constituído pelas rendas de operações de credito, rendas com títulos e valores mobiliários e

instrumentos financeiros derivativos, rendas de prestação de serviços. O segundo grupo é

constituído de lucros em transações com valores e bens e outras Receitas não operacionais.

5.2.2.1 Relação entre o IMGCcc e a Receita média

As Receitas das cooperativas de crédito classificadas em um mesmo IMGCcc oscilam

significativamente, como se pode observar no quadro 11. Utilizou-se, assim, a média aritmética

para a análise. O gráfico 5 apresenta os valores e o percentual de variação da Receita média por

IMGCcc.

Page 97: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP ......2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP Benedito Geovani Martins de Paiva Mensuração do grau de

97

Gráfico 5 - Receita média e percentual de variação por IMGCcc

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

A pesquisa constatou que há uma relação entre a Receita média e o IMGCcc.

Cooperativas de crédito com Receita média maior apresentaram também IMGCcc mais

elevado. As cooperativas de crédito classificadas no IMGCcc 5 apresentaram Receita média de

R$ 157.783.071,04, com variação de 324,96% em relação ao IMGCcc 4. No IMGCcc 4,

apresentaram Receita média de R$ 48.554.949,76, com variação de 280,59% em relação ao

IMGCcc3. No IMGCcc 3, apresentaram Receita média de R$ 17.304.633,38, com variação de

1.470,23% em relação ao IMGCcc2. No IMGCcc 2, apresentaram Receita média de R$

1.177.003,66. Por fim, a cooperativa que não respondeu a pesquisa apresentou Receita de R$

14.197.909,44.

5.2.2.2 Correlação entre o IMGCcc e a Receita média

Para a correlação, o pesquisador, em conjunto com a orientadora, optou por definir como

variável independente a Receita média, partindo do pressuposto de que com o crescimento da

Receita intensifica-se a necessidade da governança. Assim, o IMGCcc foi definido como

variável dependente.

A correlação entre o IMGCcc e a Receita média é apresentada pelo gráfico 6.

R$14.197.909,44

R$0,00

R$1.177.003,66

R$17.304.633,38

R$48.554.949,76

R$157.783.071,04

1470,23%

280,59%

324,96%

R$

0,0

0

R$

40

.000.0

00,0

0

R$

80

.000.0

00,0

0

R$

12

0.0

00

.000

,00

R$

16

0.0

00

.000

,00

R$

20

0.0

00

.000

,00

Não…

1

2

3

4

5

Faturamento

IMG

Ccc

Receita média e percentual de variação por IMGCcc

Page 98: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP ......2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP Benedito Geovani Martins de Paiva Mensuração do grau de

98

Gráfico 6 – Correlação entre o IMGCcc e a Receita média

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

O IMGCcc apresenta uma correlação com a Receita média de 91,73%, considerada

positiva muito alta (MUKAKA, 2012), indicando que cooperativas de crédito com Receita

média maior tendem a apresentar também IMGCcc mais elevado. Essa correlação existe para

84,15 % das cooperativas de crédito pesquisadas.

5.2.2.3 Relação entre IMGCcc e a Receita total e percentual

A Receita total representa a soma das Receitas que compõem cada IMGCcc. A pesquisa

revelou que quanto maior o IMGCcc, maior a soma das Receitas que o compõe.

As cooperativas de crédito classificadas no IMGCcc 5 totalizaram a Receita de R$

1.735.613.781,46 (80,78%). No IMGCcc 4, totalizaram a Receita de R$ 291.329.698,54

(13,56%). No IMGCcc 3, totalizaram a Receita de R$ 103.827.800,28 (4,83%). No IMGCcc 2,

totalizaram a Receita de R$ 3.531.010,98 (0,16%). Finalmente, a que não respondeu a entrevista

apresentou Receita de R$ 14.197,909,44, que representou 0,66% do total da Receita das

cooperativas de crédito. O gráfico 7 apresenta a Receita total e percentual de cada IMGCcc.

y = 2E-08x + 2,5561

R² = 0,8415

R = 0,9173

0

1

2

3

4

5

0,0

0

20

.000.0

00,0

0

40

.000.0

00,0

0

60

.000.0

00,0

0

80

.000.0

00,0

0

10

0.0

00

.000,0

0

12

0.0

00

.000,0

0

14

0.0

00

.000,0

0

16

0.0

00

.000,0

0

18

0.0

00

.000,0

0

IMG

Ccc

Faturamento médio

Correlação entre o IMGCcc e a Receita média

Page 99: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP ......2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP Benedito Geovani Martins de Paiva Mensuração do grau de

99

Gráfico 7 - Receita total e percentual de cada IMGCcc

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Cabe ressaltar que a Lei Complementar 161, de 14 de janeiro de 2018, autorizou

as cooperativas de crédito a captarem recursos de municípios, de seus órgãos e das empresas

por eles controladas (BRASIL, 2018). Tal participação propiciará a necessidade cada vez maior

de governança corporativa.

5.2.2.4 Correlação entre o IMGCcc e a Receita log10

A Receita apresenta grande oscilação em um mesmo IMGCcc. Assim, para

homogeneizar os valores e estabilizar a variação, utilizou-se log10 (COSTA, 2015).

Para a correlação, o pesquisador, em conjunto com a orientadora, optou por definir como

variável independente a Receita log10, partindo do pressuposto de que com o crescimento da

Receita intensifica-se a necessidade da governança. O IMGCcc foi definido como variável

dependente. Foram realizadas as correlações entre o Índice da Maturidade da Governança pelo

AHP (%) e o IMGCcc com a Receita log10.

O gráfico 8 apresenta a correlação entre o Índice da Maturidade da Governança pelo

AHP (%) e a Receita log10.

R$14.197.909,44

R$0,00

R$3.531.010,98

R$103.827.800,28

R$291.329.698,54

R$1.735.613.781,46

0,66%

0,00%

0,16%

4,83%

13,56%

80,78%

R$

0,0

0

R$

400

.000.0

00,0

0

R$

800

.000.0

00,0

0

R$

1.2

00

.000.0

00,0

0

R$

1.6

00

.000.0

00,0

0

R$

2.0

00

.000.0

00,0

0

Não respondeu

1

2

3

4

5

Receita total

IMG

Ccc

Receita total e percentual de cada IMGCcc

Page 100: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP ......2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP Benedito Geovani Martins de Paiva Mensuração do grau de

100

Gráfico 8 – Correlação entre o IMGCcc pelo AHP (%) e Receita log10

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

O Índice da Maturidade da Governança pelo AHP (%) apresentou uma correlação com

a Receita log10 de 82,17%, considerada positiva alta (MUKAKA, 2012), indicando que as

cooperativas de crédito com Receita maior tendem a apresentar Índice da Maturidade da

Governança pelo AHP (%) mais elevados. Essa correlação existe para 67,53% das cooperativas

de crédito pesquisadas. Nesse mesmo raciocínio, o gráfico 9 apresenta a correlação entre o

IMGCcc e a Receita log10.

Gráfico 9 - Correlação entre o IMGCcc e a Receita log10

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

y = 0,0955x + 0,0831

R² = 0,6753

R = 0,8217

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

5,00 5,50 6,00 6,50 7,00 7,50 8,00 8,50 9,00

Índ

ice

da

Mat

uri

dad

e d

a G

over

nan

ça p

elo

AH

P (

%)

Receita Log10

Correlação do Índice da Maturidade da Governança pelo AHP (%) e Receita

log10

y = 1,085x - 4,0963

R² = 0,6816

R = 0,8256

0

1

2

3

4

5

5,00 5,50 6,00 6,50 7,00 7,50 8,00 8,50 9,00

IMG

Ccc

Receita log10

Correlação entre o IMGCcc e a Receita log10

Page 101: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP ......2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP Benedito Geovani Martins de Paiva Mensuração do grau de

101

O IMGCcc apresenta uma correlação com a Receita log10 de 82,56%, considerada

positiva alta (MUKAKA, 2012), indicando que cooperativas de crédito com Receita maior

tendem a apresentar IMGCcc mais elevados. Essa correlação existe para 68,16% das

cooperativas de crédito pesquisadas.

5.2.2.5 Consolidação da correlação entre o IMGCcc e a Receita

O quadro 12 apresenta a consolidação dos resultados das correlações entre o IMGCcc e

a Receita.

Quadro 12 - Consolidação da correlação entre o IMGCcc e Receita

Correlações R R² Interpretação

Correlação entre o IMGCcc e a Receita média 0,9173 0,8415 Correlação Positiva muito alta

Correlação entre o Índice da Maturidade da Governança

pelo AHP (%) e a Receita log10 0,8217 0,6753 Correlação Positiva alta

Correlação entre o IMGCcc e a Receita log10 0,8256 0,6816 Correlação Positiva alta

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Os resultados comprovam o pressuposto de que o IMGCcc possui uma correlação

positiva alta com a Receita, comprovada em todos os cálculos de correlação. Assim, pode-se

inferir que cooperativas de crédito com Receita maior tendem a apresentar IMGCcc mais

elevado.

5.2.3 Análise entre o IMGCcc e o Patrimônio Líquido

Partindo-se dos dados obtidos no quadro 11, no que se refere à relação entre o IMGCcc

e o Patrimônio Líquido, parte-se do pressuposto de que quanto maior o Patrimônio Líquido,

maior o IMGCcc. De acordo com BACEN (2017 a), o Patrimônio Líquido das cooperativas de

crédito é formado pelo Capital Social, Reservas de Lucros e Sobras ou Perdas Acumuladas.

O Patrimônio Líquido, nas cooperativas de crédito, poderá sofrer alterações pontuais

com a integralização pelos cooperados, do capital social, pelas incorporações das reservas de

capital e pelas sobras ou perdas do exercício (MARION, 2015). O Patrimônio Líquido

representa, assim, o recurso próprio da cooperativa.

Page 102: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP ......2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP Benedito Geovani Martins de Paiva Mensuração do grau de

102

5.2.3.1 Relação entre o IMGCcc e o Patrimônio Líquido médio

O Patrimônio Líquido das cooperativas de crédito classificadas em um mesmo IMGCcc

oscila significativamente, como se pode observar no quadro 11. Utilizou-se, assim, a média

aritmética para a análise. O gráfico 10 apresenta os valores e o percentual de variação do

Patrimônio Líquido médio por IMGCcc.

Gráfico 10 - Patrimônio Líquido médio e percentual de variação por IMGCcc

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

O resultado da pesquisa revelou que há uma relação entre o Patrimônio Líquido médio

e o IMGCcc. Cooperativas de crédito com Patrimônio Líquido médio maior também

apresentaram IMGCcc mais elevado. As cooperativas de crédito classificadas no IMGCcc 5

apresentaram Patrimônio Líquido médio de R$ 40.139.945,92, com variação de 273,59% em

relação ao IMGCcc 4. No IMGCcc 4, apresentaram Patrimônio Líquido médio de

R$14.671.421,15, com variação de 294,71% em relação ao IMGCcc 3. No IMGCcc 3,

apresentaram Patrimônio Líquido médio de R$ 4.978.312,63, com variação de 238,11% em

relação ao IMGCcc 2. No nível 2 apresentaram Patrimônio Líquido médio de R$2.090.803,26.

Por fim, a que não respondeu a pesquisa apresentou Patrimônio Líquido médio de

R$2.814.015,47.

R$2.814.015,47

R$0,00

R$2.090.803,26

R$4.978.312,63

R$14.671.421,15

R$40.139.945,92

238,11%

294,71%

273,59%

R$

0,0

0

R$

5.0

00

.000,0

0

R$

10.0

00.0

00

,00

R$

15.0

00.0

00

,00

R$

20.0

00.0

00

,00

R$

25.0

00.0

00

,00

R$

30.0

00.0

00

,00

R$

35.0

00.0

00

,00

R$

40.0

00.0

00

,00

R$

45.0

00.0

00

,00

R$

50.0

00.0

00

,00

Não respondeu

1

2

3

4

5

Patrimônio Líquido médio

IMG

Ccc

Patrimônio Líquido médio e percentual de variação por IMGCcc

Page 103: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP ......2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP Benedito Geovani Martins de Paiva Mensuração do grau de

103

5.2.3.2 Correlação entre o IMGCcc e o Patrimônio Líquido médio

Para a correlação, o pesquisador, em conjunto com a orientadora, optou por definir como

variável independente o Patrimônio Líquido médio, partindo do pressuposto de que com o

crescimento do Patrimônio Líquido médio intensifica-se a necessidade da governança. O

IMGCcc foi definido como variável dependente. A correlação entre o IMGCcc e o Patrimônio

Líquido médio é apresentada pelo gráfico 11.

Gráfico 11 - Correlação entre o IMGCcc e o Patrimônio Líquido médio

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

O IMGCcc apresenta uma correlação com Patrimônio Líquido médio de 92,39%,

considerada positiva muito alta (MUKAKA, 2012), indicando que cooperativas de crédito com

Patrimônio Líquido médio maior tendem a apresentar IMGCcc mais elevado. Essa correlação

existe para 85,36 % das cooperativas de crédito pesquisadas.

5.2.3.3 Relação entre o IMGCcc e o Patrimônio Líquido total e percentual

O Patrimônio Líquido total representa a soma dos Patrimônios Líquidos das

cooperativas de crédito que compõem cada IMGCcc. A pesquisa revelou que quanto maior o

IMGCcc, maior a soma do Patrimônio Líquido das cooperativas de crédito que o compõe.

O gráfico 12 apresenta o Patrimônio Líquido total e percentual por IMGCcc.

y = 7E-08x + 2,4337

R² = 0,8536

R = 0,9239

0

1

2

3

4

5

0,0

0

5.0

00

.00

0,0

0

10.0

00.0

00

,00

15.0

00.0

00

,00

20.0

00.0

00

,00

25.0

00.0

00

,00

30.0

00.0

00

,00

35.0

00.0

00

,00

40.0

00.0

00

,00

45.0

00.0

00

,00

IMG

Ccc

Faturamento Médio

Correlação entre o IMGCcc e Patrimônio Líquido médio

Page 104: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP ......2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP Benedito Geovani Martins de Paiva Mensuração do grau de

104

Gráfico 12 - Patrimônio Líquido total e percentual por IMGCcc

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

As cooperativas de crédito classificadas no IMGCcc 5 totalizaram Patrimônio Líquido

de R$ 441.539.405,11, (77,66%). No IMGCcc 4 totalizaram Patrimônio Líquido de R$

88.028.526,89, (15,48%). No IMGCcc 3, totalizaram Patrimônio Líquido de R$ 29.869.875,80,

(5,25%). No IMGCcc 2, totalizaram Patrimônio Líquido de R$ 6.272.409,78, (1,10%).

Finalizando, a que não respondeu a pesquisa faturou R$ 2.814.015,47, número que representa

0,49 % do Patrimônio Líquido Total das cooperativas do Sul de Minas Gerais.

5.2.3.4 Correlação entre o IMGCcc e o Patrimônio Líquido log10

O Patrimônio Líquido apresenta grande oscilação em um mesmo IMGCcc. Assim, para

homogeneizar os valores e estabilizar a variação, utilizou-se log10 (COSTA, 2015).

Para a correlação, o pesquisador, em conjunto com a orientadora, optou por definir como

variável independente o Patrimônio Líquido log10, partindo do pressuposto de que com o

crescimento do Patrimônio Líquido intensifica-se a necessidade da governança. O IMGCcc é

definido como variável dependente. Foram realizadas as correlações entre o Índice da

Maturidade da Governança pelo AHP (%) e o IMGCcc com o Patrimônio Líquido e seu log10.

Nesse mesmo raciocínio, o gráfico 13 apresenta a correlação entre o Índice da Maturidade da

Governança pelo AHP (%) e o Patrimônio Líquido log10.

R$2.814.015,47

R$0,00

R$6.272.409,78

R$29.869.875,80

R$88.028.526,89

R$441.539.405,11

0,49%

0,00%

1,10%

5,25%

15,48%

77,66%

R$

0,0

0

R$

50.0

00.0

00

,00

R$

100

.000.0

00,0

0

R$

150

.000.0

00,0

0

R$

200

.000.0

00,0

0

R$

250

.000.0

00,0

0

R$

300

.000.0

00,0

0

R$

350

.000.0

00,0

0

R$

400

.000.0

00,0

0

R$

450

.000.0

00,0

0

R$

500

.000.0

00,0

0

Não respondeu

1

2

3

4

5

Patrimônio Líquido total

IMG

Ccc

Patrimônio Líquido total e percentual por IMGCcc

Page 105: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP ......2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP Benedito Geovani Martins de Paiva Mensuração do grau de

105

Gráfico 13 - Correlação entre o IMGCcc pelo AHP (%) e Patrimônio Líquido log10

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

O Índice da Maturidade da Governança pelo AHP (%) apresenta uma correlação com a

Receita log10 de 72,47%, considerada positiva alta (MUKAKA, 2012), indicando que

cooperativas de crédito com Patrimônio Líquido maior tendem a apresentar Índice da

Maturidade da Governança pelo AHP (%) mais elevados. Essa correlação existe para 52,52%

das cooperativas de crédito pesquisadas. O gráfico 14 apresenta a correlação entre o IMGCcc e

o Patrimônio Líquido log10.

Gráfico 14 - Correlação entre o IMGCcc e o Patrimônio Líquido log10

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

y = 0,1101x + 0,0264

R² = 0,5252

R = 0,7247

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

5,00 5,50 6,00 6,50 7,00 7,50 8,00 8,50

Índ

ice

da

Mat

uri

dad

e d

a G

over

nan

ça p

elo

AH

P (

%)

Patrimônio Líquido log10

Correlação do Índice da Maturidade da Governança pelo AHP (%) e

Patrimônio Líquido log 10

y = 1,2199x - 4,5249

R² = 0,5041

R = 0,7141

0

1

2

3

4

5

5,00 5,50 6,00 6,50 7,00 7,50 8,00 8,50

IMG

Ccc

Patrimônio Líquido log10

Correlação entre o IMGCcc e a Patrimônio Líquido log10

Page 106: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP ......2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP Benedito Geovani Martins de Paiva Mensuração do grau de

106

O IMGCcc apresenta uma correlação com o Patrimônio Líquido de 71,41%, considerada

positiva alta (MUKAKA, 2012), indicando que cooperativas de crédito com Patrimônio

Líquido maior tendem a apresentar IMGCcc mais elevado. Essa correlação existe para 50,41%

das cooperativas de crédito pesquisadas.

5.2.3.5 Consolidação da correlação entre o IMGCcc e Patrimônio Líquido

O quadro 13 apresenta as correlações entre o IMGCcc e o Patrimônio Líquido.

Quadro 13 – Consolidação da correlação entre o IMGCcc e Patrimônio Líquido

R R² Interpretação

Correlação entre o IMGCcc e o Patrimônio Líquido médio 0,9239 0,8536 Correlação Positiva muito alta

Correlação entre o Índice da Maturidade da Governança

pelo AHP (%) e o Patrimônio Líquido log10 0,7246 0,5252 Correlação Positiva alta

Correlação entre o IMGCcc e Patrimônio Individual log10 0,7141 0,5041 Correlação Positiva alta

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Os resultados de todos os cálculos comprovam o pressuposto de que o IMGCcc possui

uma correlação positiva alta com o Patrimônio Líquido. Assim, pode-se inferir que cooperativas

de crédito com Patrimônio Líquido maior tendem a apresentar IMGCcc mais elevados. Esse

resultado pode ser percebido na prática, uma vez que cooperativas de crédito com maiores

Patrimônios Líquidos possuem também maiores Ativos, o que demanda melhores mecanismos

de governança corporativa.

5.2.4 Análise entre o IMGCcc e o Ativo Total

Partindo dos dados obtidos no quadro 11, no que se refere à relação entre o IMGCcc e

o Ativo Total, pressupõe-se que quanto maior o Ativo, maior o IMGCcc.

O Ativo Total das cooperativas de crédito é formado pelas contas de Circulante e

Realizável de Longo Prazo, Disponibilidades, Títulos e Valores Mobiliários e Instrumentos

Financeiros Derivativos, Relações Interfinanceiras, Operações de Crédito, Outros Créditos,

Permanente, Imobilizado de Uso, Intangível e Compensação e Carteira de Créditos (BACEN,

2017 c).

Quanto maior o Ativo Total, mais vulnerável a cooperativa de crédito se encontra e

maior a necessidade da governança corporativa. Para Branch e Baker (2000), o conflito de

agência surge pela falta de uma separação clara entre os proprietários (associados) e os

Page 107: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP ......2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP Benedito Geovani Martins de Paiva Mensuração do grau de

107

tomadores de decisão (gestores dos ativos). A governança corporativa com regras e poderes

para a Gestão dos Ativos permite maior controle e, consequentemente, um direcionamento

eficiente e eficaz dos recursos.

5.2.4.1 Relação entre o IMGCcc e o Ativo Total médio

O Ativo Total das cooperativas de crédito classificadas em um mesmo IMGCcc oscila

significativamente, como se pode observar no quadro 11. Utilizou-se, assim, a média aritmética

para a análise. O gráfico 15 apresenta os valores e o percentual de variação do Ativo Total

médio das cooperativas de crédito em cada IMGCcc.

Gráfico 15 - Ativo Total médio e variação percentual por IMGCcc

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

O resultado da pesquisa revelou que há uma relação entre Ativo Total médio e o

IMGCcc. Cooperativas de crédito com Ativo Total médio maior apresentaram também

IMGCcc mais elevado. As cooperativas de crédito classificadas no IMGCcc 5 apresentaram

Ativo médio de R$ 836.763.502,53 com variação de 327,87% em relação ao IMGCcc 4. As

classificadas no IMGCcc 4 apresentaram Ativo Total médio de R$ 255.208.084,34, com

variação de 313,05% em relação ao IMGCcc 3. No IMGCcc 3, apresentaram Ativo Total médio

de R$ 81.523.971,07, com variação de 1.384,97% em relação ao IMGCcc 2. No IMGCcc 2

R$40.234.359,52

R$0,00

R$5.886.354,13

R$81.523.971,07

R$255.208.084,34

R$836.763.502,53

1384,97%

313,05%

327,87%

R$

0,0

0

R$

200

.000.0

00,0

0

R$

400

.000.0

00,0

0

R$

600

.000.0

00,0

0

R$

800

.000.0

00,0

0

R$

1.0

00

.000.0

00,0

0

R$

1.2

00

.000.0

00,0

0

Não respondeu

1

2

3

4

5

Faturamento

IMG

Ccc

Ativo Total médio e variação percentual por IMGCcc

Page 108: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP ......2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP Benedito Geovani Martins de Paiva Mensuração do grau de

108

apresentaram Ativo Total médio de R$ 5.886.354,13. A que não respondeu a pesquisa possui

Ativo de R$ 40.234.359,52.

5.2.4.2 Correlação entre o IMGCcc e o Ativo Total médio

Para a correlação, o pesquisador, em conjunto com a orientadora, optou por definir como

variável independente o Ativo Total médio, partindo do pressuposto de que com o crescimento

do Ativo Total médio intensifica-se a necessidade da governança. O IMGCcc foi definido como

variável dependente. A correlação entre o IMGCcc e o Ativo Total médio é apresentada pelo

gráfico 16.

Gráfico 16 - Correlação entre IMGCcc e Ativo Total médio

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

O IMGCcc apresenta uma correlação com o Ativo Total médio de 91,53%, considerada

positiva muito alta (MUKAKA, 2012), indicando que cooperativas de crédito com Ativo Total

médio maior tendem a apresentar também IMGCcc mais elevado. Essa correlação existe para

83,79 % das cooperativas de crédito pesquisadas.

y = 3E-09x + 2,5735

R² = 0,8379

R = 0,9153

0

1

2

3

4

5

0,0

0

100

.000

.00

0,0

0

200

.000

.00

0,0

0

300

.000

.00

0,0

0

400

.000

.00

0,0

0

500

.000

.00

0,0

0

600

.000

.00

0,0

0

700

.000

.00

0,0

0

800

.000

.00

0,0

0

900

.000

.00

0,0

0

IMG

Ccc

Ativo Total médio

Correlação entre o IMGCcc e o Ativo Total médio

Page 109: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP ......2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP Benedito Geovani Martins de Paiva Mensuração do grau de

109

5.2.4.3 Relação entre o IMGCcc e o Ativo Total e percentual

O Ativo Total representa a soma dos Ativos Total das cooperativas de crédito que

compõem cada IMGCcc. A pesquisa revelou que quanto maior o IMGCcc, maior a soma do

Ativo Total das cooperativas de crédito que o compõe. O gráfico 17 apresenta o Ativo Total

percentual das cooperativas de crédito que compõem cada IMGCcc.

Gráfico 17 – Ativo Total e percentual por IMGCcc

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

As cooperativas de crédito classificadas no IMGCcc 5 totalizaram Ativo de R$

9.204.398.527,84 (81,58%). No IMGCcc 4, totalizaram Ativo de R$ 1.531.248.506,03

(13,57%). No nível 3, totalizaram Ativo de R$ 489.143.826,39 (4,34%). No nível 2, totalizaram

Ativo de R$ 17.659.062,38 (0,16%). Por fim, a que não respondeu a pesquisa totalizou Ativo

de R$ R$ 40.234.359,52, que representa 0,36 % do Ativo Total das cooperativas do Sul de

Minas Gerais.

5.2.4.4 Correlação entre o IMGCcc e o Ativo Total log10

O Ativo Total apresentou grande oscilação em um mesmo IMGCcc, como se pode

observar no quadro 11. Assim, para homogeneizar os valores e estabilizar a variação, utilizou-

se log10 (COSTA, 2015). Para a correlação, o pesquisador, em conjunto com a orientadora,

R$40.234.359,52

R$0,00

R$17.659.062,38

R$489.143.826,39

R$1.531.248.506,03

R$9.204.398.527,84

0,36%

0,00%

0,16%

4,34%

13,57%

81,58%

R$

0,0

0

R$

2.0

00

.000.0

00,0

0

R$

4.0

00

.000.0

00,0

0

R$

6.0

00

.000.0

00,0

0

R$

8.0

00

.000.0

00,0

0

R$

10.0

00.0

00

.000,0

0

R$

12.0

00.0

00

.000,0

0

Não respondeu

1

2

3

4

5

Faturamento

IMG

Ccc

Ativo Total e percentual por IMGCcc

Page 110: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP ......2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP Benedito Geovani Martins de Paiva Mensuração do grau de

110

optou por definir como variável independente o Ativo Total log10, partindo do pressuposto de

que com o crescimento do Ativo Total intensifica-se a necessidade da governança. O IMGCcc

foi definido como variável dependente. O gráfico 18 apresenta a correlação entre o Índice da

Maturidade da Governança pelo AHP (%) e o Ativo Total log10.

Gráfico 18 - Correlação entre o IMGCcc pelo AHP (%) e Ativo Total log10

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

O Índice de Maturidade da Governança pelo AHP (%) apresenta uma correlação com

Ativo Total log10 de 80,53%, considerada positiva alta (MUKAKA, 2012), indicando que

cooperativas de crédito com Ativo Total maior tendem a apresentar Índice da Maturidade da

Governança pelo AHP (%) mais elevados. Essa correlação existe para 64,85% das cooperativas

de crédito pesquisadas. Nesse mesmo raciocínio, o gráfico 19 apresenta a correlação entre o

IMGCcc e o Ativo Total log10.

y = 0,0812x + 0,1367

R² = 0,6485

R = 0,8053

50,00%

55,00%

60,00%

65,00%

70,00%

75,00%

80,00%

85,00%

90,00%

5,00 5,50 6,00 6,50 7,00 7,50 8,00 8,50 9,00 9,50 10,00

Índ

ice

da

Mat

uri

dad

e d

a G

over

nan

ça p

elo

AH

P

(%)

Ativo Total log10

Correlação do Índice de Maturidade da Governança pelo AHP (%) e Ativo

Total log10

Page 111: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP ......2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP Benedito Geovani Martins de Paiva Mensuração do grau de

111

Gráfico 19 - Correlação entre o IMGCcc e o Ativo Total log10

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

O IMGCcc apresenta uma correlação com o Ativo Total log10 de 80,60%, considerada

positiva alta (MUKAKA, 2012), indicando que cooperativas de crédito com Ativo Total maior

tendem a apresentar IMGCcc mais elevados. Essa correlação existe para 64,96% das

cooperativas de crédito pesquisadas.

5.2.4.5 Consolidação da correlação entre IMGCcc e Ativo Total

O quadro 14 apresenta as correlações entre o IMGCcc e o Ativo Total.

Quadro 14 - Consolidação da correlação entre o IMGCcc e o faturamento

R R² Interpretação

Correlação entre o IMGCcc e o Ativo Total médio 0,9153 0,8379 Correlação Positiva muito alta

Correlação entre o Índice da Maturidade da

Governança pelo AHP (%) e o Ativo Total log10 0,8053 0,6485 Correlação Positiva alta

Correlação entre o IMGCcc e o Ativo Total log10 0,8060 0,6496 Correlação Positiva alta

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Os resultados comprovam pelos cálculos o pressuposto de que o IMGCcc possui uma

correlação positiva alta com o Ativo Total. Assim, pode-se inferir que cooperativas de crédito

com Ativo Total maior tendem a apresentar IMGCcc mais elevados. Esse resultado pode ser

percebido na prática, uma vez que cooperativas de crédito com maiores Ativos Totais

demandam melhores mecanismos de governança corporativa.

y = 0,9187x - 3,459

R² = 0,6496

R = 0,8060

0

1

2

3

4

5

5,00 5,50 6,00 6,50 7,00 7,50 8,00 8,50 9,00 9,50 10,00

IMG

Ccc

Ativo Total log10

Correlação entre o IMGCcc e a Ativo Total log10

Page 112: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP ......2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP Benedito Geovani Martins de Paiva Mensuração do grau de

112

5.2.5 Análise consolidada da correlação entre o IMGCcc com a Receita, Patrimônio

Líquido e Ativo Total

Ao comparar os resultados da correlação entre o IMGCcc e as variáveis Receita,

Patrimônio Líquido e Ativo Total, percebe-se uma correlação positiva alta em todas as análises.

Pode-se depreender que essas variáveis representam as dimensões das cooperativas e que as

mesmas interferem diretamente no nível de maturidade da governança corporativa no

seguimento em estudo.

Percebe-se pela pesquisa que cooperativas com maiores Receitas, Patrimônio Líquido e

Ativo Total tendem a apresentar IMGCcc mais elevado, validando a hipótese da tese.

Page 113: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP ......2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP Benedito Geovani Martins de Paiva Mensuração do grau de

113

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo sobre a maturidade da governança corporativa em cooperativas de crédito é

um tema atual e eminente, uma vez que o Banco Central do Brasil tem regulamentado

mecanismos de controle e monitoramento nesse segmento, com destaque para a Lei

Complementar nº 130, de 17 de abril de 2009, Resolução CMN nº 3.859, de 27 de maio de 2010

e a Resolução nº 4.434, de 5 de agosto de 2015, que dedicou o capítulo VII para a governança

corporativa, exigindo, entre outros pontos, transparência, equidade, ética, responsabilidade

corporativa e prestação de contas. A expansão das cooperativas de crédito no SFN despertou o

interesse da academia em estudar e publicar a utilização das boas práticas de governança

corporativa nesse segmento. Já o mercado reagiu por meio de novas regulamentações e

exigências de controle operacional, obrigando a adoção das boas práticas de governança

corporativa.

No Brasil o estudo da governança corporativa é recente, ganhou destaque na academia

com a elaboração do “Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa”, pelo IBGC,

sendo a primeira versão de 2001. Em 2015 foi lançado o primeiro Manual de Boas Práticas de

Governança Cooperativa, intitulado de “Guia das Melhores Práticas de Governança para

Cooperativas”. Ele foi criado para disseminar as diretrizes e boas práticas de governança e zelar

para que os mecanismos de decisão evoluam, assegurando a preservação da identidade e

perpetuação da cooperativa, por meio da transparência, além de qualificar os relacionamentos

entre cooperados, conselho de administração, diretoria, auditoria independente e conselho

fiscal, contribuindo também para reduzir os riscos e harmonizar os conflitos de interesses

presentes nas cooperativas.

Nesta tese, partiu-se das hipóteses de que não existem metodologias para mensurar a

maturidade da governança em cooperativas de crédito e que quanto maior a cooperativa de

crédito, tendo como base a Receita, o Patrimônio Líquido e o Ativo, maior o seu nível de

maturidade da governança corporativa. Diante do exposto, questionou-se: É possível

desenvolver uma metodologia através de um conjunto de indicadores para mensurar a

maturidade da governança em cooperativas de crédito? Quais variáveis mais frequentes podem

interferir na maturidade da governança em Cooperativas de crédito?

Page 114: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP ......2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP Benedito Geovani Martins de Paiva Mensuração do grau de

114

A pesquisa mostrou que foi possível desenvolver uma metodologia para mensurar a

governança corporativa em cooperativas de crédito, utilizando o Método AHP. Para o

desenvolvimento, primeiramente foram estruturados hierarquicamente os 6 pilares da

governança no modelo AHP, de acordo com o “Guia das Melhores Práticas de Governança para

Cooperativas” IBGC (2015), com respostas “sim” ou “não”. Esse questionário foi tabulado e

totalizado, expondo percentualmente as respostas positivas e negativas, e considerando para o

cálculo somente as positivas. Os resultados percentuais da tabulação foram classificados na

escala fundamental do AHP e analisados pelo método. O resultado foi denominado de Índice

da Maturidade da Governança pelo AHP (%) e, posteriormente, pela conversão na escala de

maturidade. Assim, chegou-se ao IMGCcc e definiu-se a metodologia para mensuração do nível

de maturidade da governança corporativa em cooperativas de crédito. Já as variáveis que podem

interferir na maturidade da governança em cooperativas de crédito foram identificadas como a

Receita, o Patrimônio Líquido e o Ativo Total.

O objetivo principal da pesquisa foi atingido com a estruturação do método para

mensurar o nível de maturidade da governança corporativa em cooperativas de crédito e

também com o delineamento do perfil desse mercado localizado no Sul Minas Gerais. Os

objetivos específicos foram direcionados a pesquisar na bibliografia estudos para subsidiar a

construção IMGCcc. Primeiramente, foram identificados os pilares que podem interferir na

maturidade da governança em cooperativas de crédito de acordo com o IBGC. Assim,

desenvolveu-se um questionário estruturado com base no “Guia das Melhores Práticas de

Governança Corporativa para Cooperativas” do IBGC e, com a utilização do Método AHP,

desenvolveu-se também uma metodologia para mensurar o IMGCcc. O teste do modelo foi

realizado nas cooperativas de crédito do Sul de Minas Gerais.

O corpus da pesquisa foi representado pelas 27 cooperativas no Sul de Minas gerais. A

metodologia desenvolvida foi aplicada em 26 delas e os resultados apresentaram a

predominância do critério de associação de Livre Admissão com 16 cooperativas (59,26%), da

categoria Clássica com 22 cooperativas (81,48%), e quanto ao IMGCcc nível 5 com 11

cooperativas (40,74%). Pode-se afirmar, ainda, que as variáveis Receita, Patrimônio Líquido e

Ativo Total possuem uma correlação positiva alta com o IMGCcc, o que comprova as hipóteses.

Neste ponto, e com base nestes resultados, tem-se condição de voltar à questão problema

de pesquisa para responder que o nível de maturidade da governança corporativa é influenciado

pela Receita, Patrimônio Líquido e Ativo Total. Quanto maiores estes, maior tende a ser o

IMGCcc. Do ponto de vista teórico, o resultado final deste trabalho apresenta um indício de

que quanto maior a Receita, o Patrimônio Líquido e o Ativo Total, indicadores esse da dimensão

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da cooperativa, maior também a vulnerabilidade do conflito de agencia, razão pela qual

apresentaram IMGCcc mais elevado na pesquisa.

Acredita-se que a pesquisa apresentou três contribuições. A principal e inédita, para a

academia, foi a criação de um índice de mensuração da maturidade da governança corporativa

para as cooperativas de crédito a partir dos pilares do “Guia das Melhores Práticas de

Governança para Cooperativas” do IBGC (2015 b), utilizando o Método AHP. Este indicador

possibilitará às cooperativas analisar o seu nível de maturidade das boas práticas de governança

corporativa em relação às exigências das regulamentações do Banco Central. A segunda foi o

diagnóstico da maturidade da governança corporativa nas cooperativas de crédito do Sul de

Minas Gerais. A terceira foi a constatação da correlação das variáveis Receita, Patrimônio

Líquido e Ativo Total e a maturidade da governança corporativa em cooperativas de crédito.

Por meio desta tese, acredita-se que foi possível delinear, com base nas recomendações

do “Guia das Melhores Práticas de Governança para Cooperativas” do IBGC, a partir do

questionário proposto para a metodologia, as ações que determinam a maturidade da

governança nas cooperativas de crédito. Ressalta-se ainda que o método desenvolvido poderá

corroborar com verificação da adoção das normas e regulamentos do BACEN quanto à

governança corporativa, o que o torna indispensável para o fortalecimento do sistema de crédito

cooperativo no Brasil.

Como sugestão para a realização de trabalhos futuros, recomenda-se aplicar a

metodologia do cálculo do IMGCcc nas cooperativas do Estado de Minas Gerais ou até mesmo

do Brasil para conhecer o grau de maturidade da governança corporativa em nível estadual ou

federal.

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127

APÊNDICE 1 – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA

BLOCO 1

PROPRIEDADE

QUESITOS SIM NÃO

1 O poder político do cooperado é representado, entre outros, pelo direito de voto, assegurado

a todos os cooperados?

2 Cada cooperado tem o direito a um voto?

3 Nenhum cooperado poderá subscrever mais de 1/3 (um terço) do total das quotas-partes?

4 A Assembleia Geral é o órgão soberano da cooperativa, onde os sócios reunidos exercem

seu direito de proprietários?

5 Realiza Assembleia Geral Ordinária nos três primeiros meses após o término do exercício

social?

6 A convocação da Assembleia Geral é realizada considerando o local, data para favorecer

a presença do maior número de cooperados?

7 O Estatuto prevê ao menos trinta dias da convocação da Assembleia, a lei estabelece o

mínimo de dez dias?

8 O edital de convocação da Assembleia Geral é divulgado em meios de comunicação com

alcance a todos os cooperados?

9

O estatuto prevê aumento de prazo da Assembleia Geral, por deliberação do CA, para

assuntos de maior complexidade, tais como a alteração na área de ação, mudança nas regras

de admissão ou desligamento de cooperados, Transformação, fusão, incorporação,

desmembramento ou dissolução, abertura de empresa associada, Chamada de capital,

aporte, pró rata ou qualquer tipo de adiantamento de perdas e alteração do estatuto social?

10

O cooperado poderá solicitar, mediante justificativa, a suspensão ou a interrupção do prazo

de convocação da Assembleia Geral para assuntos de maior complexidade, cabe ao CA

analisar e, caso indeferido, justificar o motivo por escrito?

11 No dia da Assembleia Geral são apresentados somente os documentos da pauta que dizem

respeito aos assuntos a serem votados?

12 A existência de votos dissidentes, ou qualquer manifestação individual, é constado em ata?

13 As atas ficam disponíveis e com fácil acesso a todos os interessados, indexados os temas

tratados na Assembleia, de modo a facilitar a identificação futura por interessados?

14 As atas são disponibilizadas na íntegra em meio eletrônico, por meio de página na internet,

envio por e-mail ou outra forma de comunicação?

15 A ata seja lavrada ao término da Assembleia, de modo a evitar dúvidas sobre o conteúdo

das deliberações ou a omissão de assunto tratados?

16 Concede-se prazo para impugnação da ata da Assembleia?

17 O CA recebe, antes da convocação da Assembleia Geral, propostas de temas relevantes

dos cooperados para incluir na ordem do dia?

18 As propostas rejeitadas são fundamentadas, constando na respectiva ata de CA os motivos

da recusa?

19 A resposta das propostas de temas é encaminhada por correspondência ou por outro meio

de contato formal ao cooperado que a propôs?

20 Os cooperados podem, por escrito, solicitar informações ao CA ou para o responsável pela

relação com os cooperados, ou órgão equivalente, e recebê-las em tempo hábil?

21 A cooperativa disponibiliza aos outros cooperados as respostas para as perguntas mais

frequentes recebidas?

22 As regras de votação são claras, objetivas, definidas e disponibilizadas desde a publicação

do primeiro anúncio de convocação?

23 Utiliza de mecanismos de contagem individual e inequívoca dos votos, evitando, assim, o

voto por aclamação ou qualquer outra regra que coíba a livre manifestação?

24 Existe interação entre os cooperados para a composição dos candidatos ao CA?

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128

25

O registro de matrícula de todos os candidatos ao CA é disponibilizado pela cooperativa

para qualquer um de seus cooperados, para a formação de chapas e conhecimento do

eleitorado?

26 O voto na Assembleia Geral pelo regime de representação por delegado é lavrado em ata?

27 Existem manuais para estimular a participação dos cooperados nas Assembleias, como as

regras de convocação, apresentação de temas, funcionamento e formalização?

28 Existe mecanismo, de abstenção de discussão e votação, para prevenir interesse particular

ou conflitante do cooperado com o da cooperativa em determinada deliberação?

29 O Estatuto Social contém mecanismos para resolução de casos de conflito de interesses?

30 As operações de incorporação, fusão ou desmembramento de cooperativa, são amplamente

discutidas por todos os cooperados envolvidos, explicitando a eles as condições pactuadas?

31 O Estatuto Social prevê, com clareza, as situações nas quais o cooperado terá o direito de

retirar-se da organização, bem como as condições para que isso aconteça?

32 A forma de devolução do capital está estabelecida em Estatuto, sempre visando a garantia

da continuidade e do equilíbrio financeiro da cooperativa?

34 O Estatuto Social contém regras de mediação e arbitragem para solução de conflitos entre

cooperados, administradores e a cooperativa?

35 A Política de Retenção e distribuição de sobras ou perdas é divulgada para os cooperados?

36 A Política de Retenção e distribuição de sobras ou perdas é definida pelo CA e aprovada

pela Assembleia Geral?

37 A Política de Retenção considera a manutenção da equidade e proporcionalidade da

participação dos cooperados na geração dos resultados?

38 A constituição de reservas e a política de destinação de sobras são alinhadas com a

estratégia para a manutenção da sustentabilidade e longevidade da cooperativa de crédito?

39 O relatório de gestão contém Planejamento Estratégico e Orçamentário aprovados pelo CA

e ratificados pela AG?

40 O relatório de gestão contém a prestação de contas correspondente ao exercício?

41 O Estatuto contém diretrizes eleitorais, prevendo a elaboração de um regimento para o

processo eleitoral?

42 O Estatuto contém um capítulo específico sobre o processo eleitoral?

43 O Estatuto contém Previsão de Aprovação, pela Assembleia, de forma individualizada do

valor das remunerações fixas e variáveis dos membros do CA, da Diretoria e do CF?

44 O Estatuto Social prevê os limites de alçada para aprovação das transações mais

expressivas ou que ofereçam maior risco à cooperativa?

45 A Assembleia Geral Ordinária delibera sobre o Relatório de gestão?

46 A Assembleia Geral Ordinária delibera sobre o Balanço Patrimonial?

47

A Assembleia Geral Ordinária delibera sobre o Demonstrativo das sobras apuradas ou das

perdas decorrentes da insuficiência das contribuições para cobertura das despesas da

sociedade?

48 A Assembleia Geral Ordinária delibera sobre o Parecer do CF?

49 A Assembleia Geral Ordinária delibera sobre o Relatório de uso de recursos do fundo

garantidor, quando aplicável?

50 A Assembleia Geral Ordinária delibera sobre as demais demonstrações financeiras a serem

publicadas?

51

A Assembleia Geral Ordinária delibera sobre o Destinação das sobras apuradas ou rateio

das perdas decorrentes da insuficiência das contribuições para cobertura das despesas da

sociedade, deduzindo-se, no primeiro caso, as parcelas para os Fundos Obrigatórios?

52 A Assembleia Geral Ordinária delibera sobre o Eleição do Conselho Administração?

53 A Assembleia Geral Ordinária delibera sobre o Eleição do CF?

54 A Assembleia Geral Ordinária delibera sobre a fixação do valor dos honorários e

gratificações e da cédula de presença dos membros do Conselho Administração?

55 A Assembleia Geral Ordinária delibera sobre a fixação do valor dos honorários e

gratificações e da cédula de presença dos membros da Diretoria?

56 A Assembleia Geral Ordinária delibera sobre a fixação do valor dos honorários e

gratificações e da cédula de presença dos membros do CF?

57 A Assembleia Geral Ordinária delibera sobre quaisquer assuntos de interesse social,

excluídos os que são de competência exclusiva da Assembleia Geral Extraordinária?

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58 A Assembleia Geral Extraordinária é realizada para deliberar sobre qualquer assunto de

interesse da cooperativa, desde que mencionado no edital de convocação?

59 A Reforma do Estatuto é de competência exclusiva da Assembleia Geral Extraordinária?

60 A Fusão, incorporação ou desmembramento é de exclusiva competência da Assembleia

Geral Extraordinária?

61 A Mudança do objeto da sociedade é de exclusiva competência da Assembleia Geral

Extraordinária?

62 A Dissolução voluntária da sociedade e nomeação de liquidantes é de exclusiva

competência da Assembleia Geral Extraordinária?

63 As deliberações sobre Contas do liquidante são de exclusiva competência da Assembleia

Geral Extraordinária?

64 São necessários votos de 2/3 (dois terços) dos associados presentes para se tornarem

válidas as deliberações da Assembleia Geral Extraordinária?

65 As decisões que envolvem maior risco para a organização são submetidas à Assembleia

Geral Extraordinária?

TOTAL

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130

BLOCO 2

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

QUESITOS SIM NÃO

1 A Cooperativa de Crédito possui CA?

2 O CA é responsável por traçar as diretrizes estratégicas e submete-las à aprovação da

Assembleia Geral?

3 O CA tem o papel de prevenir e administrar situações de conflito de interesses e

divergências de opiniões?

4

O CA, órgão central do sistema de Governança das cooperativas de crédito, zela para que

seus diversos relacionamentos com cooperados, executivo principal, demais executivos,

Comitês, CF e Auditorias ocorram de forma eficaz e transparente?

5 O CA é responsável por discutir, aprovar e monitorar as decisões estratégias?

6 O CA é responsável por discutir, aprovar e monitorar as decisões de Estrutura de capital?

7 O CA é responsável por discutir, aprovar e monitorar as Políticas de riscos?

8 O CA é responsável por discutir, aprovar e monitorar os estudos para fusões,

incorporações e desmembramentos entre cooperativas?

9 O CA é responsável por discutir, aprovar e monitorar as proposições e estudos para

aquisições, participações e alienações em outros negócios?

10 O CA é responsável por discutir, aprovar e monitorar a contratação, dispensa, avaliação e

remuneração dos executivos, a partir da proposta apresentada pelo executivo principal?

11 O CA é responsável por discutir, aprovar e monitorar o planejamento de substituição e de

renovação dos conselheiros e executivos principais?

12 O CA é responsável por discutir, aprovar e monitorar a escolha e avaliação da Auditoria

Independente?

13 O CA é responsável por discutir, aprovar e monitorar as Práticas de Governança

Corporativa?

14 O CA é responsável por discutir, aprovar e monitorar o relacionamento com partes

interessadas, privilegiando a cooperação e a harmonia?

15 O CA é responsável por discutir, aprovar e monitorar o sistema de controles internos, de

riscos e compliance incluindo políticas e limites de alçada?

16 O CA é responsável por discutir, aprovar e monitorar as políticas de gestão de pessoas?

17 O CA é responsável por discutir, aprovar e monitorar o Código de Conduta e Conflito de

Interesses?

18 O CA é responsável por prestar contas aos cooperados, incluindo um parecer sobre o

relatório da gestão e as Demonstrações Financeiras?

19 O CA é responsável por propor, para deliberação da Assembleia, a remuneração de

administradores sempre vinculada a um processo de avaliação?

20 O CA exige dos gestores a identificação e listagem preventivamente dos principais riscos

e a probabilidade de ocorrência?

21 O CA busca incorporar questões de ordem social e ambiental na operação e definição dos

negócios, buscando a viabilidade, perenidade e a longevidade da cooperativa de crédito?

22

O CA possui política de porta-vozes, para eliminar o risco de haver contradições ou

vazamento de informações estratégicas entre os administradores e executivos da

cooperativa de crédito?

23

O CA tem direito a consultas a profissionais externos especializados como advogados,

auditores, contabilistas, especialistas em impostos, recursos humanos, entre outros, pagos

pela cooperativa?

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131

24 O CA possui experiência de participação em outros Conselhos de Administração?

25 O CA possui experiência como executivo?

26 O CA possui experiência em gestão de mudanças e administração de crises?

27 O CA possui experiência em identificação e controle de riscos?

28 O CA possui experiência em gestão de pessoas e equipes?

29 O CA possui conhecimentos de finanças e contabilidade para ler e entender relatórios

gerenciais, contábeis e financeiros?

30 O CA possui conhecimento das legislações pertinentes a cooperativa de crédito?

31 O CA possui conhecimentos dos negócios da cooperativa?

32 O CA possui conhecimentos dos mercados nacional e internacional?

33 O CA possui contatos de interesse da cooperativa?

34 O CA possui alinhamento com os valores da cooperativa e seu Código de Conduta?

35 O CA possui capacidade de defender seu ponto de vista a partir de julgamento próprio?

36 O CA possui disponibilidade de tempo para reuniões e leitura da documentação prévia?

37 O CA possui visão estratégica e motivação com a atividade da cooperativa?

38 O CA possui conhecimento das melhores práticas de Governança Corporativa?

39 O CA estabelece metas de desempenho ao executivo principal e realiza anualmente

avaliação formal?

40 O CA analisa e aprova as recomendações do executivo principal quanto as metas e a

avaliação de performance?

41 O CA mantém o planejamento de sucessão atualizado de seus membros e do executivo

principal?

42 O CA é informado sobre qualquer participação dos conselheiros em outros Conselhos, de

Administração, Fiscal e/ou Consultivo?

43 O CA avalia e solicita o desligamento do conselheiro quando há conflito de interesse e

indisponibilidade de tempo?

44

O CA é normatizadas por um Regimento Interno que define responsabilidades, atribuições

e medidas a serem adotadas em situações de conflito, em especial envolvendo o executivo

principal e os cooperados?

45 O CA realiza regularmente reuniões sem a presença dos executivos, a denominadas

sessões executivas?

46 O CA convida regularmente os assessores técnicos, colaboradores ou consultores para

prestar informações nas reuniões?

47 O CA é responsável por informar os membros suplentes, das situações e decisões, quando

atuarem como titulares?

48 O CA é composto de no mínimo cinco e no máximo onze conselheiros?

49 O CA possui membro conselheiro interno?

50 O CA possui membro conselheiro externo?

51 O CA possui membro conselheiro independente?

52 O CA exige formação acadêmica e continuada?

53 O CA é comunicado da avaliação dos executivos é definirá a sua permanência ou não nos

cargos?

54 O CA presta contas de suas atividades aos cooperados por meio do Relatório Anual,

website da cooperativa, Manual de Assembleia e a Assembleia de Cooperados?

55 O CA possui contato direto com os cooperados, observadas as regras de sigilo e equidade

no tratamento de informações?

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132

56 O CA escolhe e interage com os auditores independentes, aprova honorários, ratificar o

plano de trabalho e avalia o seu desempenho?

57 O CA recebe o reembolso das despesas necessárias para o comparecimento às reuniões da

cooperativa de crédito?

58 O CA e o Comitê de Auditoria participam efetivamente no planejamento dos trabalhos de

auditoria interna e externa?

59 O CA aprova o planejamento anual, analisa os resultados e monitora a implementação das

recomendações da Auditoria Interna?

60 O CA reúne periodicamente com o CF para tratar de assuntos de interesse comum?

61 O CA permiti o acesso do CF as suas reuniões em que se discutam assuntos sobre os quais

devem existir fiscalização?

62 O CA recebe apoio de um Conselho Consultivo, sem função deliberativa, formado por

não-cooperados?

63 O CA é remunerado considerando o mercado, as qualificações, o valor gerado e os riscos

da atividade?

64 O CA evita a remuneração baseada em resultados de curto prazo?

65 O CA possui procedimento formal e transparente das políticas de remuneração e

benefícios aos conselheiros, incluindo incentivos de longo prazo?

66 O CA propõe os valores e a política de remuneração dos conselheiros e encaminha para a

aprovação da Assembleia?

67 O CA possui procedimentos para evitar deliberação dos conselheiros de sua própria

remuneração e benefícios?

68 O CA divulga individualmente a remuneração dos conselheiros separada da remuneração

dos Gestores?

69 O CA divulga todos os tipos de remunerações dos conselheiros, direta e indireta, de curto,

médio e longo prazo?

70 O CA divulga os valores relativos a eventuais contratos de consultoria e assessoria entre a

cooperativa e sociedades controladas por conselheiros?

71 O CA quando eleito, passa por programa de integração, capacitação, descrição da função

e responsabilidades?

72

O CA quando eleito recebe os últimos relatórios anuais, atas das assembleias e do

Conselho, planejamento estratégico, sistema de gestão e controle de riscos, entre outras

informações relevantes sobre a cooperativa de crédito e o setor de atuação?

73 O CA é eleito mediante inscrição e a votação, que pode ser individual ou em chapa, desde

que apresente as competências necessárias?

74 O CA possui prazo do mandato igual ou inferior a dois anos?

75 O CA possui, no estatuto, algum fator de peso em relação a idade para candidatar-se como

conselheiro?

76 O Regimento Eleitoral define o número tolerado de ausências nas reuniões para destituição

do mandato do conselheiro?

77 A reeleição dos membros do CA é justificável e aceitável, quando objetiva a constituição

de um Conselho experiente e competente?

78 A reeleição de um conselheiro leva em consideração os resultados da avaliação formal de

desempenho anual?

79 A reeleição do CA possui critérios expressos no Estatuto da Cooperativa, Regimento

Interno do Conselho ou no Regimento Eleitoral?

80 A Reeleição do CA é limitada, pelo estatuto, ao número máximo de vezes e anos de serviço

contínuo, para evitar a vitaliciedade?

81 A reeleição dos conselheiros depende de sua avaliação individual de frequência e

participação nas reuniões?

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133

82

O Presidente do CA é responsável por estabelecer objetivos e programas do Conselho,

presidir as reuniões, organizar e coordenar a agenda, coordenar e supervisionar as

atividades dos demais conselheiros, atribuir responsabilidades e prazos e monitorar o

processo de avaliação do Conselho?

83 O Presidente do CA é o responsável por assegurar que os conselheiros recebam

informações completas e tempestivas?

84 O Presidente do CA possui compromisso com a eficácia e o bom desempenho do órgão e

de cada um de seus membros?

85 O Presidente do CA não poderá ocupar a função de executivo principal, definido pelo

estatuto?

86 O presidente do CA poderá participar como conselheiro de no máximo um outro

Conselho?

87

O Presidente do CA e o Executivo principal são proibidos de exercer cargo de Presidência

de Conselho em outra organização, exceto entidades do terceiro setor e organização

coligada ou do mesmo grupo desde que deliberado pelo CA e informado aos cooperados?

88 O Presidente do CA realiza anualmente avaliação formal do desempenho do Conselho e

dos conselheiros?

89

O Presidente CA é informado sobre as mudanças significativa de cargos dos conselheiros,

cabendo ao colegiado avaliar a conveniência de continuidade ou propor o desligamento

daqueles integrantes?

90 O presidente do CA estabelece um canal próprio de contato com os cooperados, não

restrito às situações de Assembleia ou de reunião dos cooperados?

91 O Presidente do CA e/ou o executivo principal são consultados quando conselheiros

desejarem entrar em contato com executivos para algum esclarecimento?

92 O Presidente do CA é responsável por propor um calendário anual de reuniões ordinárias

e a convocação de reuniões extraordinárias?

93 O Presidente do CA agenda as reuniões com frequência superior a mensal, sob o risco de

interferir indesejavelmente nos trabalhos da Diretoria?

94 O Presidente do CA consulta os demais conselheiros, o executivo principal e, se for o caso,

os demais diretores para preparar a pautas das reuniões do Conselho?

95 O presidente do Conselho organiza uma agenda com os temas importantes a serem

discutidos ao longo do ano e as datas em que serão abordados?

96 O executivo principal não é membro do CA, mas participa das reuniões de Conselho como

convidado?

97 O executivo principal avalia o desempenho de sua equipe e estabelece programa de

desenvolvimento?

98 O executivo principal é o elo entre o CA e os colaboradores da cooperativa?

99 O executivo principal, monitorado pelo conselho, apresenta um plano de trabalho para

mitigação, melhoria ou eliminação da não conformidade do relatório da auditoria?

100 As remunerações variáveis são definidas por indicadores e as métricas de desempenho

passíveis de serem auditadas e publicadas?

101 A remuneração, incentivo e os benefícios de longo prazo são definidos por políticas e

regras divulgadas e explicadas?

102 A remuneração, incentivo e os benefícios de curto prazo são definidos por políticas e

regras divulgadas e explicadas?

103 A remuneração por níveis de premiação-alvo, pagos pelo cumprimento das metas, são

divulgadas?

104 A remuneração total paga e sua composição em fixo, variável e benefícios são divulgados

percentualmente?

105 O orçamento contempla uma conta anual específica para o Conselho, aprovada pelos

cooperados em Assembleia?

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134

106 O orçamento contempla a remuneração do Conselho, dos Comitês e da Secretaria?

107 O orçamento contempla deslocamento, hospedagem e alimentação dos conselheiros?

108 O orçamento contempla consultorias especializadas e honorários de profissionais

externos?

109 O orçamento contempla despesas de treinamento e desenvolvimento?

110 O orçamento contempla viagens para representação da cooperativa?

111 O orçamento contempla despesas da Secretaria e eventos do CA?

112 O orçamento contempla Seguro de Responsabilidade Civil de Administradores?

113 O Estatuto determina que os conselheiros, com exceção do presidente, poderão participar

de, no máximo, dois outros Conselhos?

114 O Estatuto e o Regimento interno definem claramente os papeis do presidente do CA e do

executivo principal, com limites de poder e ação?

115 Existem políticas de capacitação e formação dos cooperados para substituição dos

membros dos Conselhos?

116 O relatório de Administração divulga o resultado da avaliação dos conselheiros?

117 O Regimento Interno do CA orienta sobre a formação, composição e a coordenação dos

comitês?

118 Os Comitês possuem Regimento Interno e são compostos por no mínimo três conselheiros

sendo um especialista no tema?

119 Os Comitês possuem critérios formalmente estabelecidos para composição e avaliação?

120 Os Comitês possuem agenda Anual de trabalhos?

121 Existe comitê de Auditoria?

122 Existe comitê Gestão de Riscos?

123 Existe comitê Compliance?

124 Existe comitê Recursos Humanos e Remuneração?

125 Existe comitê Governança?

126 Existe comitê Finanças?

127 Existe comitê Sustentabilidade?

128 Existe comitê de Responsabilidade Social?

129 Existe comitê de Investimentos?

130 Existe comitê de Novos Negócios?

131 Existe comitê de Estratégia?

132 Existe comitê de Ética?

133 Existe comitê de Marketing?

134 O comitê de auditoria possui regimento interno?

135 O comitê de auditoria, na sua composição, os membros especialistas são independentes e

convidados ou contratados pela cooperativa?

136 O comitê de auditoria avalia a conformidade dos relatórios contábeis e financeiros da

administração?

137 O comitê de auditoria avalia a conformidade do sistema de controles internos?

138 O comitê de auditoria avalia a conformidade da Gestão de riscos e do compliance?

139 O comitê de auditoria avalia o cumprimento, pela Administração da cooperativa, das

recomendações feitas pelos auditores externos?

140 O comitê de auditoria zela pelo cumprimento do Código de Conduta da organização?

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135

141 O comitê de auditoria possui pelo menos um integrante com experiência comprovada na

área Contábil e/ou de Auditoria Contábil?

142 O comitê de auditoria realiza reuniões regularmente com o CA, CF, executivo principal e

demais executivos?

143 O comitê de auditoria realiza reuniões regularmente para avaliar e sugerir complementos

aos trabalhos dos auditores externos?

144 O comitê de auditoria avalia periodicamente o relacionamento com terceiros, como a

competência e a independência profissional?

145 O comitê de recursos humanos é responsável por assuntos relativos à sucessão,

remuneração e desenvolvimento de pessoas?

146 O comitê de recursos humanos é responsável pelos critérios de contratação e demissão de

executivos?

147 O comitê de recursos humanos é responsável por avaliar as políticas existentes e os pacotes

de remuneração?

148 O comitê de recursos humanos é responsável pelo modelo de remuneração que alinhe os

interesses dos administradores com os da cooperativa?

149 O comitê de recursos humanos analisa a remuneração dos conselheiros e propõe ao

Conselho os valores para o exercício?

150 O comitê de recursos humanos encaminha para aprovação em Assembleia da remuneração

da Gestão e do próprio Conselho?

151 O comitê de recursos humanos avalia e supervisiona as práticas e processos de sucessão

em todos os níveis hierárquicos da cooperativa?

152 O comitê de recursos humanos apoia o presidente do CA na elaboração e revisão da

avaliação anual dos executivos, dos conselheiros e do Conselho?

153 O comitê de recursos humanos apoia o presidente do CA a propor um descritivo do perfil

dos conselheiros desejados?

154 O canal de ouvidoria acolhe opiniões, críticas, reclamações e denúncias das partes

interessadas, de forma confidencial e promove as providências?

155 O canal de ouvidoria é direcionado ao CA?

156 O ouvidor ou equivalente tem independência para atuação?

157 A auditoria interna atua proativamente na implantação de novos controles internos?

158 A auditoria interna atua no levantamento, mapeamento e aperfeiçoamento dos controles

internos, das normas e dos procedimentos?

159 A auditoria interna atua no monitoramento em consonância com as melhores práticas

inerentes à atividade?

160 Auditoria Interna ouve as demandas de melhoria dos ambientes de controles, vindas da

Gestão e da Auditoria Externa?

161 A Auditoria Interna reporta-se ao Comitê de Auditoria ou, na falta deste, ao CA?

162 A Auditoria Interna encaminha relatórios à gestão para que seja elaborado um plano de

ação em relação às não conformidades?

163 O CF recebe dos membros do CA cópia integral das atas de todas as suas reuniões, tão

logo estejam assinadas?

164 O CA toma conhecimento da ata do CF e, de forma tempestiva e formal, responde aos

apontamentos?

165

O CF acompanha a efetividade do plano de ação apresentado pelos executivos para

mitigação ou eliminação dos pontos de não conformidade apresentados pela Auditoria

Externa?

166 O CF pode assistir às reuniões do CA, no entanto, deve abster-se de opinar, podendo

comprometer a sua independência?

167 O secretário do CA é ocupado por um profissional que não seja um dos conselheiros?

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136

168 O secretário do CA apoia os processos de Governança Corporativa da cooperativa e

propõe o seu constante aprimoramento?

169 O secretário do CA auxilia o presidente na definição da agenda das reuniões e na

convocação das Assembleias Gerais?

170

O secretário do CA encaminha a agenda e o material de apoio às reuniões, interagindo

com os membros da Diretoria Executiva a fim de atender as solicitações de

esclarecimentos e de informações apresentadas pelos conselheiros?

171 O secretário do CA apoia os conselheiros e os membros dos Comitês de assessoramento

no desempenho de suas atividades?

172

O secretário do CA elabora, lavra em livro próprio, registra nos órgãos competentes e

publica as atas das reuniões do Conselho e das Assembleias Gerais de cooperados, na

forma da legislação aplicável?

173 O secretário do CA administra as informações disponibilizadas por meio do Portal de

Governança, caso exista, e assegura que o mesmo seja permanentemente atualizado?

174 Na reunião do CA a documentação das propostas são bem fundamentada e distribuída,

antecipadamente, no mínimo de dez dias, aos conselheiros?

175 Na reunião do CA um sumário dos assuntos propostos precede o material de cada tema,

assim como as recomendações de voto da Gestão para a respectiva proposição?

176

Na reunião do CA é apresentado a descrição dos itens em andamento, indicando quando

as decisões foram tomadas, o relatório de progresso, datas previstas para conclusão e

outros aspectos relevantes?

177

Na reunião do CA e dos comitês estão disponibilizados os documentos societários

pertinentes, tais como Estatuto Social, atas anteriores de reuniões do Conselho e

Assembleias, entre outros?

178 As reuniões do Conselho são presenciais e a participação por tele ou videoconferência são

consideradas apenas em casos excepcionais?

179 Na reunião do CA o bom andamento e zelo é de responsabilidade do presidente?

180

Na reunião do CA o presidente é o responsável por observar o cumprimento da pauta, a

alocação de tempo para cada item e o estímulo à participação de todos, coordenando o

debate de forma a evitar manifestações simultâneas?

181 Na reunião do CA os conselheiros são solicitados a manifestar objetivamente seus pontos

de vista, evitando a repetição de opiniões?

182 Na reunião do CA o conselheiro deve dedicar atenção integral à reunião, evitando o uso

de aparelhos de comunicação e conversas paralelas?

183 Na reunião do CA ao final de cada deliberação, esta deve ser resumida e confirmada pelos

demais conselheiros?

184 Na reunião do CA a minuta da ata deve ser redigida e aprovada ao final da reunião para

evitar possível perda de informações ou dúvidas posteriores sobre seu conteúdo?

185

Nas reuniões do CA as atas são redigidas com clareza, assinadas por todos os conselheiros

presentes, registrando todas as decisões tomadas, abstenções de voto por conflitos de

interesses, responsabilidades e prazos?

186 Na reunião do CA, os votos divergentes e discussões relevantes constam na ata, quando

requerido?

187

Na reunião do CA as atas circulam entre todos os participantes, para comentários e

modificações, antes de sua aprovação, registro, arquivamento e encaminhamento das

decisões para o executivo principal, que deve garantir o seu envio para os responsáveis

por sua execução?

188 Na reunião do CA é registrada uma lista de presença com a indicação dos conselheiros e

convidados que participaram de parte ou de toda a reunião?

189 Na reunião do CA, para a confidencialidade, as decisões são registradas em ata e

encaminhadas ao órgão competente?

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190 Na reunião do CA, as atas das deliberações são arquivadas no registro público competente?

191 Na reunião do CA, as deliberações estratégicas ainda não amadurecidas ou que possam

expor a cooperativa à concorrência são tratadas com confidencialidade?

192

Na reunião do CA, os administradores podem deixar de divulgar algumas informações

quando entenderem que sua revelação colocará em risco um interesse legítimo da

cooperativa?

193 Na reunião do CA, quando há divulgação, esta é feita em condições de estrita igualdade

para todos os cooperados, mediante publicação?

TOTAL

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138

BLOCO 3

GESTÃO

QUESITOS SIM NÃO

1 A cooperativa adota um modelo de Governança estruturado sob a forma de CA eleito e

Diretoria Executiva contratada, representando a segregação de Governança e Gestão?

2 O Estatuto Social da cooperativa prevê a estrutura de Governança e Gestão?

3 O executivo principal é responsável pela gestão da cooperativa e pela coordenação da

Diretoria Executiva?

4 O executivo principal atua como o elo entre a Gestão e o CA?

5 O executivo principal é o responsável pela execução das estratégias e diretrizes fixadas pelo

CA e deve prestar contas a este órgão?

6 O Estatuto prevê as competências dos diretores, estabelecendo suas atribuições e limites de

alçada?

7 Os executivos são cobrados pessoalmente por suas atribuições, estabelecidas em Estatuto?

8 Os executivos contratados devem prestam contas ao executivo principal e, sempre que

solicitado com a anuência, ao CA, aos cooperados e demais envolvidos?

9 O executivo principal é responsável pela elaboração e implementação de todos os processos

operacionais e financeiros aprovados pelo CA?

10

O executivo principal é responsável pela indicação dos demais executivos e a proposição

de suas respectivas remunerações para deliberação pelo CA e aprovação pela Assembleia

Geral?

11 O executivo principal e os demais executivos possuem políticas para garantir um

relacionamento transparente e a comunicação de longo prazo com as partes interessadas?

12 O executivo principal apresenta às partes interessadas as informações de seu interesse, além

das que são obrigatórias por lei ou regulamento?

13 O Executivo Principal assegura que essa comunicação com as partes interessadas seja feita

com clareza, em uma linguagem acessível, prevalecendo a substância sobre a forma?

14

O executivo principal monitora para que as pessoas com níveis de conhecimentos diferentes

tenham condições de compreender, de forma equânime, as informações prestadas pela

cooperativa?

15

As informações que influenciam as decisões de necessidade de capital, capitalização ou

retirada como associado, são divulgadas imediata e simultaneamente a todos os

interessados, de forma rápida pela internet ou outro meio de difusão da informação?

16 A cooperativa disponibiliza aos interessados os seus documentos de Governança, bem como

as informações de interesse das partes interessadas?

17

As informações de caráter público, como as demonstrações financeiras são divulgadas de

forma inteligível e compreensível, em local de fácil acesso, incentivando o

encaminhamento, por meio de e-mail ou divulgação no website da entidade?

18

Os relatórios periódicos são divulgados em website, de forma completa, objetiva,

tempestiva e igualitária, informando sobre todos os aspectos de sua atividade, inclusive os

de ordem socioambiental, operações com partes relacionadas, custos das atividades políticas

e filantrópicas, remuneração dos administradores e riscos, entre outras, além das

informações econômico financeiras e das demais exigidas por lei?

19 O relatório periódico contém a descrição das atividades do Conselho e seus Comitês, assim

como um detalhamento do modelo de Gestão e de Governança?

20

O relatório anual é a forma mais abrangente e usual de prestação de informações à

sociedade, mas não deve ser usado como limitador da tempestividade e da periodicidade da

comunicação da cooperativa?

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139

21 O relatório anual é divulgado nos Canais virtuais entre outras tecnologias para buscar a

rapidez e a difusão de informações?

22

Os relatórios periódicos são elaborados de acordo com padrões internacionalmente aceitos,

no que diz respeito à contabilidade e às diretrizes para elaboração de relatórios que incluam

aspectos econômico-financeiros, sociais, ambientais e de Governança Corporativa?

23 Os sistemas de controles internos são elaborados e propostos ao CA para aprovação pelo

executivo principal e pela equipe Gestão?

24 Os sistemas de controles internos são voltados a monitorar o cumprimento dos processos

operacionais e financeiros, assim como os riscos de não conformidade?

25 Os sistemas de controles internos são monitorados e revistos, no mínimo, anualmente para

manterem a eficácia?

26

Os sistemas de controles internos estimulam os órgãos da Administração encarregados de

monitorar, fiscalizar e adotar atitude preventiva, prospectiva e proativa na minimização e

antecipação de riscos?

27 O Código de Conduta da cooperativa é aprovado pelo CA implantado pelo executivo

principal e a equipe de Gestão?

28 O executivo principal é avaliado anualmente pelo CA?

29 O executivo principal é o responsável pelo processo de avaliação da Gestão, compartilhado

com o CA, por meio do Comitê de Remuneração ou de Recursos Humanos, se houver?

30

A remuneração dos gestores está vinculada aos resultados, com metas de curto e longo prazo

relacionadas, de forma clara e objetiva, à geração de valor econômico e social para a

cooperativa e seus cooperados?

31 A remuneração é utilizada para alinhar os interesses dos executivos com os da cooperativa?

32 A remuneração de curto e longo prazo e os benefícios fixos e variáveis são definidos e

aprovados por uma política formal e transparente?

33 A remuneração e benefícios de longo Prazo leva em consideração os custos e os riscos

envolvidos?

34 A remuneração e benefícios dos executivos, com os respectivos valores propostos pelo

Conselho, são encaminhados para aprovação pela Assembleia?

35 A remuneração e os benefícios possuem segregação de funções para evitar que a parte

interessada esteja envolvida na discussão e deliberação que inclua sua própria remuneração?

36 A remuneração dos executivos e os benefícios são divulgadas individualmente ou, ao

menos, em bloco separado do montante relativo ao CA?

37

A remuneração e os benefícios divulgados incluem todo tipo de remuneração recebida pelos

executivos, como salários/honorários, bônus e outros benefícios diretos e indiretos, de curto,

médio e longo prazo?

38 A remuneração variável é mensurável e passível de serem auditadas e publicadas?

39 A remuneração e benefícios dos Administradores, incluindo os eventuais incentivos de

longo prazo, são divulgadas e explicadas?

40 Caso haja Remuneração Variável, são informados os mecanismos de remuneração variável?

41 Caso haja Remuneração Variável, são informados os indicadores e as métricas de

desempenho usados no programa de remuneração variável?

42 Caso haja Remuneração Variável, são informados os níveis de premiação-alvo?

43 Caso haja Remuneração Variável, são informados a descrição dos benefícios oferecidos?

44

Caso haja Remuneração Variável, são informados a composição percentual, possível e

efetivamente pago, da remuneração total, ou seja, quanto cada componente (fixo, variável

e benefícios) representa do total?

45 Caso haja Remuneração Variável, são informados os eventuais passivos decorrentes de

remunerações variáveis de executivos desligados da cooperativa?

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140

46

O acesso é liberado aos membros do CA e do CF às instalações da cooperativa e às

informações, arquivos e documentos necessários ao desempenho de suas funções, inclusive

os relativos a exercícios anteriores?

TOTAL

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141

BLOCO 4

AUDITORIA

QUESITOS SIM NÃO

1 As demonstrações financeiras são auditadas por auditor externo independente?

2

Os auditores independentes, realizam a revisão e a avaliação dos controles internos da

organização, apresentando um relatório de recomendações sobre melhorias dos controles

internos?

3 A Auditoria Independente pode ser contratada para levantamento de informações não-

financeiras que considere relevantes?

4 O processo de auditoria possui total independência dos profissionais ou das entidades que

prestam o referido serviço?

5 Para contratação da firma de auditoria, efetua-se sempre a análise qualitativa, em

decorrência das especificidades da atividade cooperativa?

6 Efetua-se a análise dos demais serviços prestados pela firma de auditoria à cooperativa, no

intuito de não haver conflito de interesses nos serviços prestados e no processo de auditoria?

7

No relatório de auditoria são definidos o escopo, os trabalhos efetuados, as demonstrações

financeiras auditadas e a opinião do auditor emitida e, por consequência, a responsabilidade

assumida?

8 Os honorários e o plano de trabalho dos auditores independentes são estabelecidos pelo CA

e/ou o Comitê de Auditoria?

9 A contratação, remuneração, retenção e substituição do auditor independente é recomendada

pelo Comitê de Auditoria ao CA e, na falta deste, definido pelo CA?

10

Os auditores independentes reportam ao Comitê de Auditoria e, na falta deste, diretamente

ao CA, os seguintes pontos: discussão das principais políticas contábeis; deficiências

relevantes e falhas significativas nos controles e procedimentos internos; tratamentos

contábeis alternativos; casos de discordâncias com a Diretoria; avaliação de riscos e análise

de possibilidade de fraudes e erros?

11

A empresa de auditoria independente é contratada por período pré-definido, podendo ser

recontratados após avaliação formal e documentada, efetuada pelo Comitê de Auditoria e/ou

CA, de sua independência e desempenho, observadas as normas profissionais, a legislação

e os regulamentos em vigor?

12 A Substituição da empresa de auditoria é efetuada no prazo máximo de 5 (cinco) anos?

13 Em caso de recontratação contínua após cinco anos, o CA e/ou Comitê de Auditoria solicita

a firma de auditoria independente a rotação dos profissionais-chave da equipe?

14 As renovações com a firma de auditoria são submetidas à aprovação da Assembleia Geral?

15 A Cooperativa possui procedimentos para evitar que o auditor realize trabalhos de

consultoria e audite o seu próprio trabalho?

16 O CA divulga às partes interessadas, a proporcionalidade entre os honorários pagos aos

auditores pelos serviços de auditoria e os eventuais pagamentos por outros serviços?

17 A cooperativa possui regras formais para a aprovação de serviços a serem prestados pelos

auditores independentes, que não sejam de auditoria das Demonstrações Financeiras?

18 O Comitê de Auditoria e/ou CA pesquisa e assegura de que os auditores independentes não

dependam financeiramente da cooperativa de crédito?

19 A empresa de auditoria independente assegura por escrito, anualmente, a sua independência

em relação à cooperativa ao Comitê de Auditoria ou, na sua ausência, ao CA?

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142

20 O relacionamento entre os auditores independentes, o diretor presidente, os diretores e a

cooperativa é pautado por profissionalismo e independência?

21

Os auditores independentes e a diretoria informam o Comitê de Auditoria ou, na sua

ausência, diretamente o CA, quando um membro da equipe de trabalho dos auditores

independentes é recrutado pela cooperativa para desempenhar funções de supervisão dos

relatórios financeiros?

22 Na eventualidade do sócio responsável técnico ser contratado pela cooperativa, o CA avalia

a continuidade da relação com os auditores independentes?

TOTAL

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143

BLOCO 5

CONSELHO FISCAL

QUESITOS SIM NÃO

1 O CF fiscaliza, por qualquer de seus membros, os atos dos conselheiros de administração e

dos diretores executivos e verifica o cumprimento dos seus deveres legais e estatutários?

2

O CF elabora um parecer sobre o relatório da gestão anual da Administração, fazendo

constar as informações complementares que julgar necessárias ou úteis à deliberação da

Assembleia Geral?

3

O CF opina sobre as propostas dos órgãos da Administração, a serem submetidas à

Assembleia Geral, relativas aos planos de investimento ou orçamentos de capital,

distribuição de Sobras e Perdas, incorporação, fusão ou desmembramento?

4

O CF denuncia, por qualquer de seus membros, aos órgãos de Administração e, se estes não

tomarem as providências necessárias para a proteção dos interesses da cooperativa, à

Assembleia Geral, os erros, fraudes ou crimes que descobrir, além de sugerir providências

úteis à cooperativa?

5 O CF analisa, ao menos trimestralmente, o balancete e demais demonstrações financeiras

elaboradas pela cooperativa?

6 O CF examina as demonstrações financeiras do Exercício Social e sobre elas emiti parecer

circunstanciado?

7

O CF é um órgão independente da Diretoria e do CA, busca através dos princípios da

transparência, equidade e prestação de contas, contribuir para melhorar o desempenho da

cooperativa?

8 O CF exerce suas funções observando as prescrições legais e estatutárias, evitando ao

máximo as situações de conflito que possam afetar os interesses da cooperativa?

9

O CF tem o direito de fazer consultas a profissionais externos com independência,

devidamente habilitados como contabilistas, advogados, auditores, especialistas em

impostos, especialistas em recursos humanos, gestão de riscos e de estratégia, entre outros,

pagos pela cooperativa, para obter subsídios em matérias de relevância?

10 O CF observa os níveis de riscos e os possíveis impactos da participação, direta ou indireta,

da cooperativa em outras entidades?

11 Os conselheiros fiscais possuem poder de atuação individual, apesar de o órgão ser

colegiado?

12 A legislação vigente e o Estatuto Social definem a forma de eleição, bem como a quantidade

dos membros do CF e a duração do mandato?

13 A legislação vigente e o Estatuto Social especificam que os conselheiros devem ser

obrigatoriamente associados da cooperativa e determina suas principais atribuições?

14

A composição do CF é debatida entre os cooperados, antes das eleições, de forma a alcançar

a desejável diversidade de experiências profissionais pertinentes às funções do órgão e ao

campo de atuação da organização?

15 O CF estabelece suas prioridades em sintonia com as expectativas dos associados e

conforme definido na legislação aplicável?

16 O CF delibera sobre uma agenda mínima de trabalho que inclui a relação das reuniões

ordinárias e as informações que serão enviadas periodicamente aos conselheiros?

17 O CF possui um Regimento Interno que permite a liberdade de ação individual dos

conselheiros?

18 Os documentos do CF não restringem a atuação individual, prevista em lei, buscando

sempre que possível uma atuação em harmonia com os demais?

19 O CF possui responsabilidade com a cooperativa, independentemente daqueles que os

tenham elegido?

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144

20 O CF pauta sua atuação pela equidade, transparência, independência e, como regra geral,

pela confidencialidade?

21 O CF acompanha o trabalho da Auditoria Interna em cooperação com o Comitê de

Auditoria, quando constituído?

22 O CF possui canais de comunicação com a Auditoria Interna, como forma de garantir o

monitoramento independente de todas as atividades da cooperativa?

23 A remuneração do CF é adequada, ponderadas as experiências e as qualificações necessárias

ao exercício da função?

24 A remuneração do CF é aprovada pela Assembleia Geral Ordinária?

25 O CF faz jus ao reembolso de quaisquer despesas relativas ao desempenho da função?

26 A remuneração do CF não é composta por remuneração variável?

27 A remuneração dos conselheiros fiscais é divulgada individualmente ou, pelo menos, em

bloco separado da remuneração dos administradores?

28 A remuneração do CF, quando não divulgada individualmente, é divulgado o valor mínimo,

médio e máximo dos valores pagos?

29 O CF segue a legislação e a regulamentação específica das cooperativas de crédito para

elaborar os Pareceres do CF e sugere outras providências sobre essa matéria?

30 O CF emite o parecer sobre o relatório da gestão e sobre as demonstrações financeiras anuais

apresentadas à Assembleia Geral Ordinária?

31 O CF atenta-se para os pontos de ênfase ou outros assuntos apresentados no relatório de

auditoria e expressa de forma transparente a opinião sobre esses pontos?

32 O parecer do CF não é apoiado exclusivamente no relatório de auditoria, e sim uma

expressão de opinião dos conselheiros?

TOTAL

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145

BLOCO 6

CONDUTA E CONFLITO DE INTERESSES

QUESITOS SIM NÃO

1 A cooperativa tem um Código de Conduta que comprometa conselheiros, membros da

Diretoria Executiva, funcionários e cooperados?

2 O código de conduta é elaborado pela Diretoria de acordo com os princípios e políticas

definidos pelo CA e por este aprovado?

3 O Código de Conduta define responsabilidades sociais e ambientais?

4 O Código de conduta reflete adequadamente a cultura da cooperativa e os princípios

cooperativistas e enuncia, com total clareza, os princípios em que está fundamentado?

5 O código de conduta apresenta caminhos para denúncias ou resolução de dilemas ou

conflitos de ordem ética, canal de denúncias, ombudsman e ouvidoria?

6 O Código de Conduta abrange o relacionamento entre conselheiros, diretores, funcionários,

cooperados, associados, fornecedores, clientes e demais partes interessadas (stakeholders)?

7 O código de conduta previne que Conselheiros e executivos exerçam sua autoridade em

benefício próprio ou de terceiros, direta ou indiretamente?

8 O código de Conduta determina o cumprimento das leis e pagamento dos tributos?

9 O código de Conduta determina operações com partes relacionadas?

10 O código de Conduta determina critérios para uso de ativos da cooperativa e de terceiros?

11 O código de Conduta prevê solução para conflitos de interesses?

12 O código de Conduta define procedimentos a serem observados para evitar ou punir o uso

indevido de Informações privilegiadas?

13 O código de conduta define a Política de transação de quotas que proteja a solvência, a

operacionalidade e a integridade do capital?

14 O código de conduta define a resolução de conflitos por meio de processos administrativos,

judiciais e arbitragem?

15

O código de conduta prevê um Canal de denúncia (whistle-blower), que informa as

instâncias competentes sobre atividades ilegais e/ou imorais ou desvios que existam na

cooperativa?

16 O código de conduta prevê mecanismo de prevenção e tratamento de fraudes?

17 O código de conduta prevê mecanismo de prevenção de lavagem de dinheiro, financiamento

ao terrorismo e atos ilícitos?

18 O código de conduta prevê punição para pagamentos ou recebimentos questionáveis ou

indevidos?

19 O código de conduta proíbe o recebimento de presentes e favorecimentos ou vantagens, que

podem ser caracterizados como subornos, propinas ou jabás?

20 O código de conduta proíbe doações e patrocínios objetivando favorecimento de qualquer

espécie?

21 O código de conduta determina as regras das festas e eventos?

22 O código de conduta estabelece regras para as atividades políticas e em órgãos de

representação da entidade como a OCB, Centrais, federações, confederações?

23 O código de conduta estabelece o direito à privacidade?

24 O código de conduta proíbe o Nepotismo e/ou nepotismo cruzado?

25 O código de conduta prevê a manutenção do meio ambiente?

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146

26 O código de conduta prevê punição para discriminação ou preconceito no ambiente de

trabalho?

27 O código de conduta prevê punição para Assédio moral ou sexual?

28 O código de conduta estabelece meios para segurança no trabalho?

29 O código de conduta prevê meios para punir a exploração do trabalho adulto ou infantil de

forma direta ou indireta?

30 O código de conduta busca estreitar as Relações com a comunidade?

31 O código de conduta estabelece meios para tratamento do uso de álcool e drogas?

32 O Código de Conduta prevê que as situações de conflitos devem ser resolvidas considerando

as instâncias estabelecidas pelo Estatuto Social e demais normativos?

33 O Código de Conduta prevê que em situações de conflito que não se chegue a um consenso,

será submetido à Assembleia para discussão e deliberação?

34

O Código de Conduta prevê a segregação de funções, definição dos papéis e

responsabilidades dos cargos e competências de todos os agentes de Governança, definição

das alçadas de decisão de cada instância, de forma a minimizar possíveis focos de conflitos

de interesses?

35 O Código de Conduta prevê que os conselheiros e executivos têm dever de lealdade com a

cooperativa e a totalidade dos cooperados, e não apenas com aqueles que os elegeram?

36

O Código de Conduta prevê que conselheiros que fazem parte de outros conselhos, que não

coligadas ou do mesmo sistema, devam submetem sua permanência a aprovação do CA para

verificar eventuais conflitos de interesse?

37

O Código de conduta determina que caso exerçam funções acumuladas dentro do mesmo

sistema, os conselheiros deverão, além de obter a aprovação pelo CA, repassar aos outros

conselheiros e cooperados tempestivamente informações sobre remuneração total

(rendimentos), tempo dispensado e andamento de assuntos discutidos nestes?

38

O CA monitora e administra potenciais conflitos de interesse dos executivos, dos membros

do Conselho e dos cooperados, de forma a evitar o mau uso dos ativos da cooperativa, de

terceiros em uso pela cooperativa e, especialmente, abusos em transações entre partes

relacionadas?

39

O CA zela para que transações com partes interessadas sejam conduzidas dentro de

parâmetros de mercado em termos de prazos, taxas, valores e garantias e que estejam

claramente refletidas nos relatórios da organização, com total transparência?

40

O Estatuto prever as políticas para a realização de operações com partes relacionadas,

devem ser praticadas nas mesmas condições dos demais cooperados, não podendo ser

pactuadas com vantagens e aprovadas pelo CA?

41 As operações com partes relacionadas são divulgadas em notas explicativas, dando total

transparência aos fatos, inclusive dimensionando os impactos financeiros?

42 As operações com as partes relacionadas observam as políticas definidas e são

inequivocamente benéficas à cooperativa e seus associados?

43

O código de conduta contempla que no conflito de interesse em relação a um tema

específico, a pessoa envolvida deve se afastar, inclusive fisicamente, das discussões e

deliberações, sem descuidar dos seus deveres legais de administrador?

44 O afastamento temporário em relação a conflito de interesse é registrado em ata?

45 O Código de Conduta prevê como violação ao princípio básico da equidade o uso de

informações privilegiadas para benefício próprio ou de terceiros?

46

O código de Conduta determina que a cooperativa elabora um documento específico, sobre

os procedimentos a serem observados para evitar ou punir o uso indevido de informações

privilegiadas?

47

O Estatuto da cooperativa define a política de transação como troca, permuta, transferência,

retirada parcial, proporcionalidade e outros de quotas que proteja a solvência, a

operacionalidade e a integridade do capital?

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147

48 A cooperativa possui formalizada uma política de divulgação de informações, para

materializar o princípio da transparência?

49 A política de divulgação contempla informações, além das exigidas por lei ou regulamento,

de forma completa, objetiva, tempestiva e igualitária?

50

Os cooperados recebem todas as informações pertinentes à operação, gestão, Governança e

demonstrativos financeiros elaborados pela cooperativa, ressalvados os impedimentos

legais?

51

As demais partes interessadas, a cooperativa disponibiliza seu relatório anual, incluindo as

demonstrações financeiras e os relatórios socioambientais, de preferência auditados, mesmo

quando não obrigatório?

52 As informações divulgadas pelas websites, são ser de fácil localização e entendimento?

53 A cooperativa possui políticas sobre suas contribuições voluntárias, patrocínios, doações e

ações de responsabilidade social?

54

A cooperativa divulga anualmente, de forma transparente, todos os custos oriundos de suas

atividades voluntárias, dando informações completas das destinações das contribuições

voluntárias, patrocínios, doações e ações de responsabilidade social?

55 A cooperativa possui política com conceitos e as diretrizes para a prevenção e o combate a

atos ilícitos como lavagem de dinheiro e financiamento de terrorismo?

56

A cooperativa de crédito cumpre todas as leis e as normas definidas pelo Banco Central

(BACEN) e pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) relativas à

Prevenção à Lavagem de Dinheiro, Financiamento ao Terrorismo e o combate a atos

ilícitos?

57

A cooperativa possui um canal de denúncia, ouvidoria ou ombudsman para agilizar a

comunicação e a denúncia à Governança da cooperativa dos atos ilícios, Lavagem de

Dinheiro e Financiamento ao Terrorismo?

58 O CA exige o cumprimento de todas as atribuições estabelecidas no estatuto e nas

legislações vigentes?

59

O CA certifica de que a Assembleia foi convocada no prazo estabelecido pela lei e as

demonstrações contábeis e financeiras foram disponibilizadas nos prazos estabelecidos, na

sede, nos pontos de atendimento e no website da cooperativa?

60

O CA certifica-se que sejam disponibilizados para a Assembleia o relatório da

administração sobre as atividades sociais e os principais fatos administrativos do exercício

findo?

61 O CA certifica-se que sejam disponibilizados para a Assembleia as demonstrações

financeiras obrigatórias e complementares?

62 O CA certifica-se que sejam disponibilizados para a Assembleia o relatório dos auditores

independentes?

63 O CA certifica-se que sejam disponibilizados para a Assembleia o parecer do CF, inclusive

votos dissidentes?

64 O CA certifica-se que sejam disponibilizados para a Assembleia os demais documentos

pertinentes a assuntos incluídos nas assembleias realizadas durante o ano?

65

O CA emite parecer de que todas as demonstrações contábeis e financeiras foram analisadas,

as quais consideram válidas, e refletem a situação econômica e financeira da cooperativa,

sendo encaminhadas à assembleia, e recomendada sua aprovação?

TOTAL

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148

APÊNDICE 2 – COOPERATIVAS DE CRÉDITO DO SUL DE MINAS GERAIS:

MATRIZ, FILIAS E POPULAÇÃO ATENDIDA

COOPERATIVAS DE CRÉDITO: MATRIZ, FILIAS E POPULAÇÃO ATENDIDA

CNPJ NOME INSTITUIÇÃO MUNICÍPIO UF População

Estimada IBGE

02.414.044 COOPERATIVA DE ECONOMIA E CRÉDITO MÚTUO DOS EMPREGADOS DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO

SUPERIOR DO SUL DE MINAS LTDA. - CREDFENAS

ALFENAS MG 79.707

25.353.939 COOPERATIVA DE CRÉDITO DE LIVRE ADMISSÃO DA

REGIÃO DE ALPINÓPOLIS LTDA. - SICOOB CREDIALP

ALPINOPOLIS MG 19.846

BOM JESUS DA PENHA MG 4.203

CONCEICAO DA

APARECIDA MG 10.374

SAO JOSE DA BARRA MG 7.374

SAO PEDRO DA UNIAO MG 4.911

71.437.123 COOPERATIVA DE CRÉDITO RURAL DE ALTEROSA

LTDA - SICOOB COOPEROSA ALTEROSA MG 14.551

00.869.687 COOPERATIVA DE CRÉDITO DE LIVRE ADMISSÃO DE

BOA ESPERANÇA LTDA. - SICOOB BELCREDI

BOA ESPERANCA MG 40.530

ILICINEA MG 12.358

71.146.450 COOPERATIVA DE CRÉDITO DE LIVRE ADMISSÃO DE CAMPOS GERAIS E CAMPO DO MEIO LTDA - SICOOB

CREDCAM

CAMPO DO MEIO MG 11.878

CAMPOS GERAIS MG 29.057

00.804.046 COOPERATIVA DE CRÉDITO DE LIVRE ADMISSÃO DE CAPITÓLIO LTDA SICOOB CREDICAPI

CAPITOLIO MG 8.682

25.743.311 COOPERATIVA DE CRÉDITO DE LIVRE ADMISSÃO DE

CARMO DO RIO CLARO LTDA - SICOOB CREDICARMO CARMO DO RIO CLARO MG 21.458

71.009.237 COOPERATIVA DE CRÉDITO DE GUAPÉ LTDA - SICOOB CREDIGUAPÉ

GUAPE MG 14.460

24.048.910

COOPERATIVA DE CRÉDITO DE LIVRE ADMISSÃO DO

SUL E SUDOESTE DE MINAS GERAIS, BAIXA

MOGIANA E REGIÃO LTDA. - SICOOB CREDINTER

ARCEBURGO MG 10.578

AREADO MG 14.956

CONCHAL MG 27.554

GUARANESIA MG 19.378

JURUAIA MG 10.341

MOCOCA SP 68.994

MOGI GUACU SP 149.396

MONTE BELO MG 13.453

01.699.652 COOPERATIVA DE CRÉDITO DE LIVRE ADMISSÃO DA

REGIÃO DE GUAXUPÉ LTDA. - SICOOB ACICREDI

JURUAIA MG 10.341

MUZAMBINHO MG 21.026

NOVA RESENDE MG 16.645

42.873.828

COOPERATIVA DE CRÉDITO DE LIVRE ADMISSÃO DO

SUDOESTE DE MINAS GERAIS E NORDESTE DE SÃO

PAULO LTDA - SICOOB AGROCREDI

ALFENAS MG 79.707

ANDRADAS MG 40.706

BOTELHOS MG 15.322

CABO VERDE MG 14.330

CACONDE SP 19.025

CALDAS MG 14.529

CAMPESTRE MG 21.440

DIVINOLANDIA SP 11.384

DIVISA NOVA MG 6.068

ESPIRITO SANTO DO PINHAL

SP 44.170

GUAXUPE MG 52.294

IPUIUNA MG 10.125

ITOBI SP 7.853

MONTE SANTO DE MINAS MG 21.949

MUZAMBINHO MG 21.026

NOVA RESENDE MG 16.645

POCOS DE CALDAS MG 166.085

SANTA RITA DE CALDAS MG 9.198

SAO JOAO DA BOA VISTA SP 90.089

SAO JOSE DO RIO PARDO SP 54.734

SAO SEBASTIAO DA GRAMA

SP 12.317

SERRANIA MG 7.812

TAPIRATIBA SP 13.062

04.079.285 ITAJUBA MG 97.000

Page 149: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP ......2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP Benedito Geovani Martins de Paiva Mensuração do grau de

149

COOPERATIVA DE CRÉDITO DE LIVRE ADMISSÃO DE

ITAJUBÁ LTDA - SICOOB SUL DE MINAS PIRANGUINHO MG 8.597

41.790.809 COOPERATIVA DE ECONOMIA E CRÉDITO MÚTUO

DOS EMPREGADOS DA HELIBRAS - HELICOOP ITAJUBA MG 97.000

25.626.490 COOPERATIVA DE CRÉDITO RURAL ALTO RIO

GRANDE LTDA. - SICOOB CREDIGRANDE

INGAI MG 2.785

LAVRAS MG 102.124

LUMINARIAS MG 5.572

03.941.182

COOPERATIVA DE CRÉDITO DE LIVRE ADMISSÃO DO

CIRCUITO DAS MALHAS LTDA. - SICOOB CREDMALHAS

BUENO BRANDAO MG 11.233

SOCORRO SP 40.220

41.791.005

COOPERATIVA DE ECONOMIA E CRÉDITO MÚTUO

DOS SERVIDORES MUNICIPAIS DE POÇOS DE CALDAS LTDA. - COOPOÇOS

POCOS DE CALDAS MG 166.085

62.605.290 COOPERATIVA DE CRÉDITO DOS EMPREGADOS DAS

EMPRESAS DO GRUPPO M&G NO BRASIL POCOS DE CALDAS MG 166.085

01.499.278 COOPERATIVA DE ECONOMIA E CRÉDITO MÚTUO DOS FUNCIONÁRIOS DO GRUPO GARDÊNIA LTDA. -

COOPERGARDÊNIA

POUSO ALEGRE MG 147.137

59.301.762 COOPERATIVA DE ECONOMIA E CRÉDITO MÚTUO DOS EMPREGADOS DA FLAMMA AUTOMOTIVA LTDA.

POUSO ALEGRE MG 166.085

01.604.998 COOPERATIVA DE CREDITO DE LIVRE ADMISSÃO DO

SUL DE MINAS LTDA - SICOOB CREDIVASS

BOM REPOUSO MG 10.775

BRASOPOLIS MG 14.889

BORDA DA MATA MG 19.055

CACHOEIRA DE MINAS MG 11.646

CAMANDUCAIA MG 22.057

CAMBUI MG 29.165

CAMPANHA MG 16.627

CARMO DE MINAS MG 14.822

CONCEICAO DAS PEDRAS MG 2.858

CONCEICAO DOS OUROS MG 11.467

CONGONHAL MG 11.706

CORDISLANDIA MG 3.587

CRISTINA MG 10.482

ESTIVA MG 11.449

EXTREMA MG 34.344

HELIODORA MG 6.561

ITAMONTE MG 15.391

ITANHANDU MG 15.290

JACUTINGA MG 25.453

MARMELOPOLIS MG 2.900

MUNHOZ MG 6.261

NATERCIA MG 4.820

OURO FINO MG 33.716

PASSA QUATRO MG 16.470

PEDRALVA MG 11.570

POUSO ALEGRE MG 147.137

SANTA RITA DO SAPUCAI MG 42.324

SAO GONCALO DO SAPUCAI

MG 25.517

SAO JOSE DO ALEGRE MG 4.228

SENADOR AMARAL MG 5.439

TURVOLANDIA MG 5.025

VIRGINIA MG 8.870

01.657.678

COOPERATIVA DE CRÉDITO DE LIVRE ADMISSÃO DA

REGIÃO DE SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO LTDA. - SICOOB PARAÍSOCRED

ALFENAS MG 79.707

SAO SEBASTIAO DO

PARAISO MG 70.533

VARGINHA MG 134.364

22.760.839

COOPERATIVA REGIONAL DE CRÉDITO DE LIVRE

ADMISSÃO DO SUDOESTE MINEIRO E NORDESTE PAULISTA LTDA - SICOOB NOSSO CRÉDITO

ITAMOGI MG 10.501

ITAU DE MINAS MG 16.082

JACUI MG 7.809

PASSOS MG 114.458

PRATAPOLIS MG 8.890

PRATINHA MG 3.569

SAO SEBASTIAO DO PARAISO

MG 70.533

SAO TOMAS DE AQUINO MG 7.222

86.476.199 COOPERATIVA DE CRÉDITO RURAL DE SÃO VICENTE

DE MINAS LTDA. - SICOOB CREDISAVI

ANDRELANDIA MG 12.507

CARVALHOS MG 4.617

CRUZILIA MG 15.497

MINDURI MG 3.970

SAO VICENTE DE MINAS MG 7.672

18.966.739 COQUEIRAL MG 9.432

Page 150: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP ......2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP Benedito Geovani Martins de Paiva Mensuração do grau de

150

COOPERATIVA DE CRÉDITO DE LIVRE ADMISSÃO DA

REGIÃO DE TRÊS PONTAS LTDA. - SICOOB COPERSUL

NEPOMUCENO MG 27.053

SANTANA DA VARGEM MG 7.322

TRES PONTAS MG 57.097

04.464.352

COOPERATIVA DE ECONOMIA E CRÉDITO MÚTUO

DOS TRABALHADORES DA COOPER STANDARD AUTOMOTIVE BRASIL SEALING LTDA. E FLUID

SYSTEMS LTDA.

VARGINHA MG 134.364

25.798.596 COOPERATIVA DE CRÉDITO DE LIVRE ADMISSÃO DA

REGIÃO DE VARGINHA LTDA - SICOOB CREDIVAR

BAEPENDI MG 19.315

CAMBUQUIRA MG 13.053

CARMO DA CACHOEIRA MG 12.350

CAXAMBU MG 22.208

CONCEICAO DO RIO

VERDE MG 13.724

ELOI MENDES MG 27.730

JESUANIA MG 4.898

LAMBARI MG 20.870

MACHADO MG 41.920

MONSENHOR PAULO MG 8.711

PARAGUACU MG 21.583

POCO FUNDO MG 16.903

SAO BENTO ABADE MG 5.159

SAO JOAO DA MATA MG 2.811

SAO LOURENCO MG 45.457

TRES CORACOES MG 78.999

VARGINHA MG 134.364

71.418.784 COOPERATIVA DE CRÉDITO DOS MÉDICOS E DEMAIS PROFISSIONAIS DA SAÚDE DO SUL DE MINAS LTDA. -

UNICRED SUL DE MINAS

ALFENAS MG 79.707

ANDRADAS MG 40.706

GUAXUPE MG 52.294

MACHADO MG 41.920

POCOS DE CALDAS MG 166.085

POUSO ALEGRE MG 147.137

TRES PONTAS MG 57.097

VARGINHA MG 134.36

Total 138 4.881.945

Média 5 35.635 Total de Cidades - Contagem única 111

Total de habitante - Contagem única 2.725.039

Média de Habitantes - Contagem única 24.773

FONTE: Elaborado pelo autor (2018)

Page 151: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP ......2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP Benedito Geovani Martins de Paiva Mensuração do grau de

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APÊNDICE 5 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

Prezado (a) participante:

Você está sendo convidado(a) como voluntário(a) a participar da pesquisa: “MENSURAÇÃO

DO GRAU DE MATURIDADE DA GOVERNANÇA CORPORATIVA EM COOPERATIVAS

DE CRÉDITO PELO MÉTODO ANÁLISE HIERÁRQUICA DE PROCESSOS – AHP”.

Nesta pesquisa pretendemos estudar a questão problema “quais variáveis mais frequentes

podem interferir na maturidade da governança em cooperativas de crédito? É possível

desenvolver uma metodologia através de um conjunto de indicadores para mensurar a

maturidade da governança em cooperativas de crédito?”. O objetivo geral é estruturar um modelo

para mensurar o nível de Maturidade da Governança Corporativa em Cooperativa de Créditos e delinear

o perfil desse mercado localizado no Sul Minas Gerais.

Este estudo justifica-se pela carência de materiais encontrado nessa área de estudo, o único

estudo encontrado que se aproxima da proposta desta pesquisa em andamento é Bramont (2012) com o

título “Maturidade em Governança Corporativa: diretrizes para um modelo preliminar”, realizado na

universidade de Brasília, em nível de Mestrado.

Para essa pesquisa adotaremos os seguintes procedimentos: Pesquisa com abordagem

quantitativa, do tipo exploratória e descritiva, com o método coleta de dados por meio de entrevista com

a aplicação de um questionário estruturado, aplicado pelo pesquisador. Utilizar-se-á também da

pesquisa bibliográfica e documental. Quanto a técnica de análise de dados será utilizada um modelo

multicritério, o método de Análise Hierárquica de Processo - AHP.

DESCONFORTOS E RISCOS: A sua participação nesta pesquisa traz riscos mínimos a sua

pessoa, pois os procedimentos utilizados nesta pesquisa obedecem aos Critérios da Ética na Pesquisa

com Seres Humanos conforme a Resolução n. 466/12 do Conselho Nacional de Saúde.

BENEFÍCIOS: Ao participar desta pesquisa você não terá nenhum benefício direto, entretanto,

esperamos que esse estudo acrescente conhecimento na área de Governança Corporativas para futuros

pesquisadores.

Para participar deste estudo o Sr. (a) não terá nenhum custo, nem receberá qualquer vantagem

financeira. Terá o esclarecimento sobre o estudo em qualquer aspecto que desejar e estará livre para

recusar-se a participar. A sua participação é voluntária e a recusa em participar não acarretará qualquer

penalidade ou modificação na forma em que é atendido pelo pesquisador, que tratará a sua identidade

com padrões profissionais de sigilo.

Os resultados da pesquisa estarão à sua disposição quando finalizada. Seu nome ou o material

que indique sua participação não será liberado sem a sua permissão. O (A) Sr (a) não será identificado

em nenhuma publicação que possa resultar. Os dados e instrumentos utilizados na pesquisa ficarão

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154

arquivados com o pesquisador responsável por um período de 5 (cinco) anos, e após esse tempo serão

destruídos. Este termo de consentimento encontra-se impresso em duas vias, sendo que uma cópia será

arquivada pelo pesquisador responsável, e a outra será fornecida ao senhor.

NOME DO PESQUISADOR: BENEDITO GEOVANI MARTINS DE PAIVA

TELEFONE: (35) 99953-6260 OBS “INCLUSIVE LIGAÇÕES À COBRAR”

EMAIL: [email protected]. ASS: __________________________________

NOME DO ORIENTADOR: Dra. Neusa Maria Bastos Fernandes dos Santos

E-MAIL: [email protected]. ASS: ___________________________________________

Eu, ____________________________________________________, portador(a) do CPF

_______________________________ fui informado (a) dos objetivos da pesquisa “MENSURAÇÃO

DO GRAU DE MATURIDADE DA GOVERNANÇA CORPORATIVA EM COOPERATIVAS DE

CRÉDITO PELO MÉTODO ANÁLISE HIERÁRQUICA DE PROCESSOS – AHP”, de maneira clara

e detalhada e esclareci minhas dúvidas. Sei que a qualquer momento poderei solicitar novas informações

e modificar minha decisão de participar se assim o desejar.

Declaro que concordo em participar. Recebi uma cópia deste termo de consentimento livre e

esclarecido e me foi dada à oportunidade de ler e esclarecer as minhas dúvidas.

___________________, _____ de ______________________ de 20____.

_______________________________________

Assinatura do(a) Participante