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Unidade Corao Eucarstico Engenharia Eletrnica e de Telecomunicao 2 Semestre de 2011 - 1 Perodo/Noite

Estao de Tratamento de gua Residencial

Artur Cota Alto Guilherme Bortolini Matoso Jssica Cristina dos Santos Leandro Bandeira dos Santos Nayara Louise Avelino de Lima Zaides Pereira dos Santos

Belo Horizonte, 17 de novembro de 2011.1

Artur Cota Alto Guilherme Bortolini Matoso Jssica Cristina dos Santos Leandro Bandeira dos Santos Nayara Louise Avelino de Lima Zaides Pereira dos Santos

Estao de Tratamento de gua Residencial

Projeto de pesquisa apresentado ao Instituto Politcnico da Pontifcia Universidade Catlica de Minas Gerais, como requisito parcial de aprovao nas disciplinas do curso de Graduao em Engenharia Eletrnica e de Telecomunicao. Orientador: Telma...

Belo Horizonte, 17 de novembro de 2011.2

Artur Cota Alto Guilherme Bortolini Matoso Jssica Cristina dos Santos Leandro Bandeira dos Santos Nayara Louise Avelino de Lima Zaides Pereira dos Santos

Estao de Tratamento de gua Residencial

Projeto de pesquisa apresentado ao Instituto Politcnico da Pontifcia Universidade Catlica de Minas Gerais, como requisito parcial de aprovao nas disciplinas do curso de Graduao em Engenharia Eletrnica e de Telecomunicao. Orientador: Telma...

1 Examinador

2 Examinador

Belo Horizonte, 17 de novembro de 2011.3

AGRADECIMENTOS s professoras de Qumica: Jaqueline e Marcela, pela orientao e apoio nas decises e atividades prticas. professora Telma pelo impulso que contribuiu a realizao do projeto. Aos colegas de classe pelos auxlios Tcnicos. A todos os profissionais que no foram citados, mas que ajudaram na elaborao deste.

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gua que nasce na fonte serena do mundo E que abre um profundo groto gua que faz inocente riacho e desgua na corrente do ribeiro guas escuras dos rios que levam a fertilidade ao serto guas que banham aldeias e matam a sede da populao guas que caem das pedras no vu das cascatas, ronco de trovo E depois dormem tranqilas no leito dos lagos, no leito dos lagos guas dos igaraps, onde Iara "me d'gua" misteriosa cano gua que o sol evapora, pro cu vai embora, virar nuvens de algodo Gotas de gua da chuva, alegre arco-ris sobre a plantao Gotas de gua da chuva, to tristes so lgrimas da inundao guas que movem moinhos so as mesmas guas que encharcam o cho E sempre voltam humildes pro fundo da terra, pro fundo da terra Terra, planeta gua; Terra, planeta gua... Guilherme Arantes5

RESUMO

O presente relatrio tem como objetivo apresentar o trabalho realizado pelo grupo para a Feira de Integrao Curricular. possvel encontrar o alinhamento de aplicao prtica sustentabilidade e responsabilidade social, tornando acessvel a instalao e manuteno de uma Estao de Tratamento de gua Residencial que reutiliza guas residuais e colete gua da chuva. Para que isso seja possvel, o projeto articula-se entre referencial terico de livros e artigos que servem para subsidiar os aspectos da realizao prtica do projeto. O domnio interdisciplinar garante que o projeto torne-se, no somente um projeto de otimizao de sistemas, mas sim um possvel salto na incluso intelectual social, equalizando a sociedade de maneira que esta atue de forma comunitria na corrida pela gua.

Palavras-chave: Reaproveitamento. gua no potvel. gua Tratada.

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LISTA DE ABREVIATURASONU Organizao das Naes Unidas COPASA MG - Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Companhia)

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GLOSSRIO

gua bruta: gua retirada do rio, lago ou lenol subterrneo. gua potvel ou salubre: gua que contem sais e que pode ser consumida pelo ser humano. gua no potvel: gua tratada de qualidade inferior inadequada para o consumo do ser humano, mas que pode entrar em contato com o mesmo. gua tratada: aps a captao a gua passa por procedimentos que eliminam caractersticas indesejveis que a tornam potvel. gua usada ou esgoto bruto: gua de qualidade inferior a gua tratada devido a sua utilizao. guas cinzas gua proveniente do esgoto residencial exceto esgotamento sanitrio. guas negras gua do esgotamento sanitrio guas residurias: guas provenientes de esgotos sanitrios, efluentes industriais e guas pluviais e guas de infiltrao. Reuso de gua: a utilizao da gua de diversas atividades, por exemplo, a gua do lavatrio, do chuveiro, do vaso sanitrio e as demais da rede hidrulica, haja vista que esta pode ser submetida a algum tipo de tratamento.

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SUMRIO1. INTRODUO .......................................................................................................... 10 2. JUSTIFICATIVA ....................................................................................................... 11 3. OBJETIVO GERAL .................................................................................................. 12 4. OBJETIVOS ESPECFICOS.................................................................................... 13 5. REFERENCIAL TERICO ..................................................................................... 14 5.1. A disposio da gua .......................................................................................... 14 5.2. A gua e o Homem .............................................................................................. 15 5.3. O uso da gua ...................................................................................................... 17 5.4. gua da chuva ..................................................................................................... 18 5.4.1. Tratamento convencional e esgoto ..................................................... 18 6. METODOLOGIA....................................................................................................... 19 6.1. Planejamento da estao de tratamento ........................................................... 19 6.2. Utilizao prevista .............................................................................................. 19 6.3. Volume de esgoto que ser tratado ................................................................... 20 6.4. Processos de tratamento ..................................................................................... 20 6.5. Equipamentos e compartimentos de reservao e de distribuio ................ 24 7. ANLISE DE RESULTADOS .................................................................................. 24 8. CONCLUSO............................................................................................................. 26 REFERENCIAL TERICO ..................................................................................... 27

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1. INTRODUO

Uma questo que tem tido enfoque na atualidade a utilizao de gua nas residncias, principalmente nos centros urbanos, onde, nas ltimas dcadas e em quase todo o mundo, tem havido a tendncia de adensamento e urbanizao da populao. De acordo com Barreto (2008) no Brasil as pesquisas sobre o uso das guas nas residncias ainda so incipientes, e o que se tem so trabalhos orientados para solucionar a falta de saneamento bsico nas cidades. O reaproveitamento o processo em que a gua no potvel passa para ser tratada ou no e essa gua reutilizada com a finalidade de reduzir o consumo da prpria que ser tratada. Essas guas podem ter uso para fins no potveis nas cidades, tais como rega, limpeza e lavagem de ruas, ou mesmo em descargas de bacias sanitrias de banheiros pblicos. Com este trabalho pretende-se, atravs do clculo de consumo de gua, dos gastos com equipamentos, da economia proporcionada pelo sistema e do perodo de retorno do investimento estudar a implantao de um sistema de reaproveitamento da gua da casa em geral. Reaproveitando, por exemplo, a gua do lavatrio, do chuveiro, do vaso sanitrio e demais componentes de uma rede hidrulica. A preocupao com o uso exagerado e inadequado de recursos hdricos naturais, juntamente com o aumento populacional mundial, props a otimizao de um projeto cientifico exploratrio de meios e processos de tratamento de gua. possvel encontrar diversos projetos de Estaes de Tratamento de gua, contudo, a desigualdade social faz com que projetos como estes no sejam utilizados por comunidades carentes, devido ao seu elevado custo de execuo. Foi visada a similaridade com o sistema de tratamento de gua residual convencional da cidade de Belo Horizonte - COPASA MG, assim os processos empregados so os mesmos utilizados pela empresa. Porm, a gua reaproveitada no presente projeto no ser utilizada para consumo humano, como ser aduzido no decorrer do trabalho.

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2. JUSTIFICATIVA

J que a gua um recurso natural renovvel, por que os noticirios falam tanto em escassez? O que seria a corrida pela gua? Seria a gua a moeda em disputa na provvel terceira guerra mundial? O uso inadequado, exagerado, inconseqente e irracional da gua, juntamente com o aumento populacional mundial, se encaixam perfeitamente nestas indagaes e causa uma grande preocupao para a sociedade. H muitos anos foram criadas as estaes de tratamento de gua, que alm de tratarem as guas subterrneas, pluviais e provenientes de afluentes, tratam o esgoto residual residencial e industrial, aumentando o ciclo de reutilizao de gua. H tambm projetos de estaes residenciais, prediais, ou industriais, que alm de visarem economia de gua, focam em sua viabilidade econmica, j que a gua tratada pelas estaes de tratamento convencionais comercializada. Providos de equipamentos de ultima gerao, que garantem a qualidade na execuo dos processos de tratamento de gua para a reutilizao com consumo no potvel, torna sua adequao invivel, quando relacionada demanda total pela gua (ex.: residncias com poucos moradores inviabilizam o projeto uma vez que o custo da gua no Brasil ainda baixo) e a acessibilidade, devido ao seu elevado custo. Diante destas situaes se faz necessria a implantao de uma Estao de Tratamento de gua Residencial que atenda aos requisitos de qualidade no tratamento da gua para o consumo no potvel, mas que seja acessvel econmica e tecnicamente.

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3. OBJETIVO GERALO objetivo central desenvolver um projeto cientfico de captao, tratamento e reutilizao de guas cinza e pluvial, atravs da implantao de uma Estao de Tratamento de gua Residencial (ETAR), exceto esgoto da cozinha.

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4. OBJETIVOS ESPECFICOS Aperfeioar projetos de tratamento de guas cinza, atravs da adequao um modelo de captao de gua pluvial; Efetuar o tratamento da gua de forma similar a da rede convencional de tratamento; Tornar vivel a implantao e a manuteno da ETAR.

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5. REFERENCIAL TERICO 5.1. A disposio da gua

A Terra Azul diz o astronauta Major Yuri A., em 12 de abril de 1961, quando avistou a terra. A viso espacial da terra nos submete concluso de que realmente se trata de um planeta gua, o volume total de gua estimado em 1, 386 milhes de quilmetros cbicos, que equivale a da superfcie do planeta, o que nos leva a duvidar de sua finidade. Segundo o Portal So Francisco os oceanos, rios, lagos, geleiras, calotas polares, pntanos e alagados cobrem cerca de 354.200 quilmetros quadrados da Terra, que contabiliza o volume total de gua na Terra, 2,5% desse reservatrio, porm, consiste de gua doce, apropriada para o consumo e fundamental para a nossa sobrevivncia, sendo o restante imprprio para o consumo. Alm disso, 68,9% da gua doce esto na forma slida, em geleiras, calotas polares e neves eternas. As guas subterrneas e de outros reservatrios perfazem 30,8%, e a gua acessvel ao consumo humano, encontrada em rios, lagos e alguns reservatrios subterrneos, somam apenas 0,3%, ou 100 mil km. O Brasil tem 12% da concentrao mundial de gua doce.

Figura 1: gua no mundo14

Fonte: Olhar Geogrfico, FONSECA, Fernanda P. et al.. So Paulo: IBEP, 2006, p. 88 (v.2) .

Na figura acima possvel identificar a disposio da gua no planeta e a populao que tem acesso gua salubre. Neste sculo a populao mundial triplicou, o consumo de gua foi multiplicado por seis e 21 naes sofrem com a escassez de gua, segundo a ONU pelo Programa das Naes Unidas para o Meio Ambiente.

5.2.

A gua e o Homem

Os oceanos, rios, lagos e pntanos so os principais responsveis por irrigar a terra composta por 77% de gua. Analogamente o corao que responsvel por bombear o sangue para todo organismo via sistema circulatrio (Boa sade) e tambm composto por 77% de gua, j o corpo humano composto por cerca de 60% de gua, de acordo com a figura abaixo.

. Figura 2: Importncia da gua Fonte: http://www.projetos.unijui.edu.br/matematica/modelagem/agua_ser_humano/agua_ser_huma no.htm

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O ser humano pode ficar at 5 minutos sem respirar, at 35 dias sem comer, mas morre em 5 dias se no ingerir lquidos (Portal So Francisco). Uma pessoa precisa de ingerir no mnimo 5 litros de gua por dia, com 20 litros vive tranquilamente. Esses valores so considerados pequenos quando comparados ao consumo na agricultura, por exemplo, 1 kg de arroz consome 1910 litros para ser produzido; 1 kg de frango consome 3500 litros para ser produzido; da mesma forma consumido 100000 litros de gua para produzir 1 kg de carne de boi, segundo Barros de Macedo, autor do livro guas & guas.

A Organizao das Naes Unidas (ONU) instituiu o Dia Mundial da gua e publicou a Declarao Universal dos Direitos da gua em 22 de maro de 1992, veja abaixo: 1. A gua faz parte do patrimnio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nao, cada regio, cada cidade, cada cidado plenamente responsvel aos olhos de todos. 2. A gua a seiva de nosso planeta. Ela condio essencial de vida de todo vegetal, animal ou ser humano. Sem ela no poderamos conceber como so a atmosfera, o clima, a vegetao, a cultura ou a agricultura. 3. Os recursos naturais de transformao da gua em gua potvel so lentos, frgeis e muito limitados. Assim sendo, a gua deve ser manipulada com racionalidade, precauo e parcimnia. 4. O equilbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservao da gua e de seus ciclos. Esses devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Esse equilbrio depende, em particular, da preservao dos mares e oceanos, por onde os ciclos comeam. 5. A gua no somente herana de nossos predecessores; ela , sobretudo, um emprstimo aos nossos sucessores. Sua proteo constitui uma necessidade vital, assim como a obrigao moral do homem para com as geraes presentes e futuras. 6. A gua no uma doao gratuita da natureza; ela tem um valor econmico. importante entender que a gua , algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer regio do mundo. 7. A gua no deve ser desperdiada, nem poluda, nem envenenada. De maneira geral, sua utilizao deve ser feita com conscincia e discernimento para que no se chegue a uma situao de esgotamento ou de deteriorao da qualidade das reservas atualmente disponveis.16

8. A utilizao da gua implica respeito lei. Sua proteo constitui uma obrigao jurdica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Essa questo no deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado. 9. A gesto da gua impe um equilbrio entre os imperativos de sua proteo e as necessidades de ordem econmica, sanitria e social. 10. O planejamento da gesto da gua deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razo de sua distribuio desigual sobre a Terra COPASA, 2011.

5.3.

O uso da gua

Geralmente a gua utilizada no abastecimento domstico, industrial, para lazer, irrigao, gerao de energia eltrica, criao de animais, entre outros. O projeto voltado a reutilizaao da gua proveniente do abastecimento domstico por este motivo ser analisado na figura abaixo o consumo dirio.

Figura 3: Distribuio do consumo de gua numa habitao Fonte: http://bomdiafilipina.wordpress.com/2010/11/23/

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5.4.

gua da chuva

5.4.1. Tratamento convencional de esgotoSegundo a COPASA os processos de tratamento de guas residuais so realizados por diversas etapas descritas na figura seguinte, que em conjunto removem substncias indesejveis de forma que o produto final esteja de acordo com padres pr-estabelecidos pela legislao vigente.

Figura 4: Tratamento convencional de esgoto Fonte: http://www.copasa.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1469&sid=350 A figura acima descreve o todo processo de tratamento de esgoto da COPASA.

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6. METODOLOGIA

6.1.

Planejamento da estao de tratamento

A Estao de Tratamento de gua Residencial deve ser planejada de forma que atenda s necessidades pela demanda de gua da residncia sem colocar em risco seu uso e a qualidade da gua tratada ali, segundo o item 5.6.1 NBR 13.969 / 97, devem ser definidos: 1. Utilizao prevista; 2. Volume de esgoto que ser tratado; 3. Processos tratamento; 4. Compartimentos de reservao e de distribuio; 5. Manual de execuo e manuteno.

6.2.

Utilizao prevista

Do esgoto residencial, ser destinada ao processo de tratamento as guas residuais das seguintes atividades: Banho; Vaso sanitrio; Pia do banheiro; Mquina de lavar; Tanque.

Desta forma, a previso de reutilizao para todas atividades exceto para o banho e a pia do banheiro, pois para adequar a gua a este tipo de uso, seria necessrio a utilizao de processos mais complexos que executados de maneira errnea, coloca em risco a qualidade da gua final, alm de serem processos mais caros. Obs.: Devido alta concentrao de leo e dejetos orgnicos, a gua da cozinha no se enquadra nas utilizaes acima, porque alm da inviabilidade indicada acima, este processo seria muito lento, uma vez que seria utilizada uma segunda caixa de gordura* para que a gua fosse realmente separada do leo por meio de decantao.19

*Segunda caixa de gordura: toda residncia possui uma caixa de gordura, que obedece os padres estabelecidos pela COPASA (anexo sistema de escoamento do esgoto residencial), se a gua da cozinha fosse reutilizada, deveria utilizar a caixa secundaria por motivos de segurana, j que a gua destinada aos processos de tratamento devero atender ao volume mximo dos compartimentos de reserva, ou seja, se este volume excedesse, a gua escoaria para a caixa de gordura primria, e desta para a rede de esgoto convencional.

6.3.

Volume de esgoto que ser tratado

As dimenses dos compartimentos de reserva que determinam o volume de esgoto que ser tratado. Dica: De acordo com a figura 3, uma pessoa consome cerca de 150 litros de gua por dia. Seria vivel que o volume total a ser tratado fosse calculado com base nestes dados ou, melhor ainda, pela mdia do volume gasto no ltimo ano (dado) obtido na conta de gua da residncia. Obs.: vlido lembrar que no ser tratado 100% do esgoto domstico, da mesma forma a gua tratada no ser reutilizada para todas finalidades domsticas.

6.4.

Processos de tratamento

Todos os sistemas de tratamento de esgotos geram sub-produtos: escuma, material gradeado, areia, lodo primrio e lodo secundrio. O material gradeado, a escuma e a areia devem seguir para disposio final em aterro sanitrio. No entanto os lodos primrio e secundrio necessitam de tratamento antes da disposio final. O tratamento do lodo tem basicamente dois objetivos: a reduo de volume e a reduo de teor de matria orgnica. Para alcanar estes objetivos, o tratamento do lodo usualmente inclui uma ou mais das seguintes etapas: Adensamento (adensadores por gravidade, flotadores por ar dissolvido, centrfugas e prensas20

desaguadoras); Estabilizao (digesto anaerbia/aerbia, tratamento qumico por alcalinizao, secagem trmica por peletizao); Desidratao (leitos de secagem, centrfugas, prensas desaguadoras e filtros prensa). O tratamento, ento, pode ser classificado em etapas preliminares, primrias, secundrias e tercirias, descritas da seguinte forma:

1) O tratamento preliminar visa retirada superficial de slidos atravs da sedimentao.

Gradeamento: responsvel pela remoo de slidos grosseiros constitudo por barras de ao ou de ferro classificadas como grosseiras ( espaos de 5,0 a 10,0cm), mdias ( espaos de 2,0 a 4,0 cm) ou finas ( espaos de 1,0 e 2,0cm) so instaladas verticalmente ou transversamente na entrada do canal de tratamento. Durao: perodo de escoamento da gua.

Desrenao: este processo consiste na suspenso da matria orgnica enquanto a areia fica no fundo do compartimento de armazenamento. Durao: 2 horas 2) O tratamento primrio faz uso de processos fsico qumicos responsveis pela retirada de slidos atravs de sedimentao e floculao. Floculao ou coagulao: neste processo adicionado sulfato de alumnio ou cloretofrrico para agrupar as partculas que sero removidas no processo, separando a gua da espuma, ou seja, decantando.

Durao:

Decantao Primria: a separao por decantao da espuma/lodo obtido no processo anterior da gua que procedera para a prxima etapa do tratamento.

3) A etapa de tratamento secundria foca a remoo de matria orgnica como nitrognio e fsforo atravs de mecanismos biolgicos.

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Aerao: insuflada a gua, oxignio por meio de aerao mecnica. Existem diversas tcnicas de aerao, porm a mais aplicvel a de bombeamento de ar. Durao:

Decantao Secundria e Retorno do Lodo Nesta etapa ocorre a clarificao do efluente e o retorno do lodo. Os decantadores secundrios separam os slidos em suspenso presentes no tanque de aerao, permitindo a sada de um efluente clarificado, e pela sedimentao dos slidos em suspenso no fundo do decantador, permitindo o retorno do lodo em concentrao mais elevada. O efluente do tanque de aerao submetido decantao, onde o lodo ativado separado, voltando para o tanque de aerao, capaz de manter uma relao alimento/ microrganismo capaz de decompor com maior eficincia o material orgnico. O efluente lquido oriundo do decantador secundrio pode ser descartado diretamente para o corpo receptor, pode ser oferecido ao mercado para usos menos nobres, como lavagem de ruas e rega de jardins, ou passar por tratamento para que possa ser reutilizado internamente.

Elevatria do Lodo Excedente - Descarte do Lodo Nesta etapa, o lodo excedente descartado. Os slidos suspensos, lodo produzido diariamente devem ser descartados do sistema para que este permanea em equilbrio (produo de slidos = descarte de slidos). Ento, o lodo excedente extrado tratado.

4) A etapa terciria complementa a etapa anterior na remoo de poluentes no suficientes ou poluentes especficos.

Adensamento do Lodo Etapa em que acontece a reduo do volume do lodo. Como o lodo contm uma quantidade muito grande de gua, deve-se realizar a reduo do seu volume. Esta etapa ocorre nos Adensadores e nos Flotadores. O adensamento o processo para aumentar o teor de slidos do lodo e, conseqentemente, reduzir o seu volume. Desta forma, as unidades subseqentes, tais como a digesto, desidratao e secagem,

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beneficiam-se desta reduo. Dentre os mtodos mais comuns, temos o adensamento por gravidade e por flotao.

Digesto Anaerbia Etapa na qual ocorre a estabilizao de substncias instveis e da matria orgnica presente no lodo fresco. A digesto realizada com as seguintes finalidades: destruir ou reduzir os microrganismos patognicos; estabilizar total ou parcialmente as substncias instveis e matria orgnica presentes no lodo fresco; reduzir o volume do lodo atravs dos fenmenos de liquefao, gaseificao e adensamento; dotar o lodo de caractersticas favorveis reduo de umidade e permitir a sua utilizao, quando estabilizado convenientemente, como fonte de hmus ou condicionador de solo para fins agrcolas.

Condicionamento Qumico do Lodo Etapa na qual ocorre a estabilizao do lodo pelo uso de produtos qumicos tais como: cloreto frrico, cal, sulfato de alumnio e polmeros orgnicos. O condicionamento qumico, usado antes dos sistemas de desidratao mecnica, tais como filtrao, centrifugao, etc, resulta na coagulao de slidos e liberao da gua adsorvida.

Desidratao do lodo. Etapa na qual feita a remoo de umidade do lodo, com o uso de equipamentos tais como: centrfuga, filtro prensa ou belt press. Cabendo escolha do mtodo mais vivel.

Secagem do lodo Etapa na qual feita a secagem do lodo, com o uso de secador trmico. A secagem trmica do Lodo um processo de reduo de umidade atravs de evaporao de gua para a atmosfera com a aplicao de energia trmica, podendo-se obter teores de slidos da ordem de 90 a 95%. Com isso, o volume final do lodo reduzido significativamente.

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6.5.

Equipamentos e compartimentos de reservao e de distribuio

- Captao da gua da chuva; - Galo de plstico azul; - Bombas eletrnicas; - Sensor de volume; - Boias d'gua; - Temporizador; - Sulfato de alumnio ou cloreto frrico - Cal; -Sistema de entrada e sistema de sada do sistema; - Dutos

7. ANLISE DE RESULTADOSMaterial utilizado para montagem (parte prtica) do projeto: Casa de madeira; 05 (cinco) aqurios; 05 (cinco) bombas; Cola; Mangueira; Tampa de garrafa; Caixa de fsforo; Papelo; Madeira; Canudos;

Para a montagem do projeto, foi montada a casa de madeira. Com os canudos a parte hidrulica da casa (encanao) foi simulada, cada cano saa para um reservatrio (aqurio). Dentro deste reservatrio possua uma bomba dentro com uma mangueira, onde est o primeiro processo. Cada reservatrio equivale a um processo com seu tempo diferente.24

A priori, nosso objetivo era reaproveitar a gua para que fosse possvel ingeri-la. Entretanto, como no conseguimos trat-la de forma suficiente para que fosse possvel de consumo do ser humano, decidimos reaproveitar as guas residenciais para que fossem utilizadas em atividades do dia a dia, proporcionando uma economia na conta de gua, alm de proporcionar o no desperdcio da gua, fato importante para o meio ambiente e que corroborou para justificar a escolha do tema do trabalho. A diferena entre o mtodo utilizado neste projeto para o mtodo utilizado pela COPASA vai alm da questo puramente econmica. O processo descrito no presente

relatrio, sendo bem instalado, pode ser feito pelo prprio morador da casa, apartamento, pois um processo muito fcil de ser realizado quando a instalao de d de forma eficiente e correta. Outro fato importante, que dificilmente a gua dos reservatrios acabaria, visto que ser utilizada a gua de toda a casa, exceto a da cozinha. Dessa forma, se analisarmos o fato de que uma pessoa toma no mnimo 02 (dois) banhos por dia, mesmo em tempos de cessao de chuva, haver gua suficiente para manter o sistema funcionando e garantindo a gua reaproveitada. Assim, aps a montagem/simulao do sistema, foi possvel garantir nosso objetivo inicial para captar, tratar e reutilizar a gua residencial.

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8. CONCLUSOAps a anlise de fontes que fornecessem subsdios tericos para a elaborao do projeto e aps a simulao deste, foi possvel concluirmos que tratando a gua de forma equivalente ao que acontece no sistema residencial, torna-se vivel sua implantao e manuteno. Desde a concepo da idia original, que parte do pressuposto de reaproveitar 100% da gua residual residencial, o projeto passou por mudanas, devido ao fato de que alguns processos se mostraram inviveis tecnicamente e economicamente. No entanto, seu propsito passou a ser a reciclagem de 75% da gua residual residencial adicionado a captao de gua pluvial rede. Enfim, tornar possvel a construo e manuteno artesanal do sistema foi o grande diferencial do trabalho. Confirmando que a Estao de Tratamento Residencial um projeto eficaz e lucrativo, tanto do ponto de vista econmico quanto do ponto de vista ambiental.

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BARRETO, Douglas. Perfil do consumo residencial e usos finais da gua. Ambiente Construdo, Porto Alegre, v. 8, n. 2, p. 23-40, abr./jun. 2008. Disponvel em: . Acesso em: 27 out. 2011.

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