portugal post dezembro 2011

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Publicidade Bar Cod Portugal Post - Burgholzstr 43 - 44145 Do PVST Deutsche Post AG - Entgelt bezahlt K25853 ANO XVIII • Nº 209 • Dezembro 2011 • Publicação mensal • 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351• E Mail: [email protected] •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718 PORTUGAL POST Entrevista Neonazis PUB www.portugalpost.de Osnabrück: a história pode repetir-se Num país perto de si Pág.18 Terrorismo neonazi preocupa a Alemanha Pág. 19 Comunidade da área consular de Osnabrück vê-se de novo confrontada com a notícia do encerramento do consulado. pág. 7 Foto: Aspecto da manifestação que mobilizou milhares de pessoas contra o encerramento do consulado em Osnabrück em 2003 Foto: PP Arquivo “José Cesário está a ser o coveiro das políticas para as comunidades” Pág.10 Deputado Paulo Pisco ao PP:

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Portugal Post Dezembro 2011

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Portugal Post - Burgholzstr 43 - 44145 DoPVST Deutsche Post AG - Entgelt bezahlt K25853

ANO XVIII • Nº 209 • Dezembro 2011 • Publicação mensal • 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351• E Mail: [email protected] •www. portugalpost.de •K 25853 •ISSN 0340-3718

PORTUGAL POST

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www.portugalpost.de

Osnabrück: a história pode repetir-se

Num país perto de si Pág.18

Terrorismo neonazi preocupa a Alemanha Pág. 19

Comunidade da área consular de Osnabrück vê-se de novo confrontada com a notícia do encerramento do consulado. pág. 7Foto: Aspecto da manifestação que mobilizou milhares de pessoas contra o encerramento do consulado em Osnabrück em 2003

Foto

: PP

Arqu

ivo

“José Cesário está a ser o coveiro daspolíticas para as comunidades” Pág.10

Deputado PauloPisco ao PP:

Page 2: Portugal Post Dezembro 2011

PORTUGAL POST Nº 209 • Dezembro 20112

Director: Mário dos Santos

Redação e Colaboradores

Cristina Krippahl: BonaFrancisco Assunção: BerlimJoaquim Peito: HanôverLuísa Costa Hölzl: Munique

Correspondentes

António Horta: GelsenkirchenCristina Dangerfield-Vogt: BerlimElisabete Araújo: EuskirchenJoão Ferreira: SingenJorge Martins Rita: EstugardaManuel Abrantes: Weilheim-TeckMaria dos Anjos Santos: HamburgoMaria do Céu: MogúnciaMaria do Rosário Loures: Nuremberga

Colunistas

António Justo: KasselCarlos Gonçalves: LisboaHelena Araújo: BerlimHelena Ferro de Gouveia: BonaJosé Eduardo: Frankfurt / MLagoa da Silva: LisboaMarco Bertoloso:  ColóniaPaulo Pisco: LisboaRui Paz: DusseldórfiaTeresa Soares: Nuremberga

Tradução

Barbara Böer-Alves

Assuntos Sociais

José Gomes Rodrigues

Consultório Jurídico:

Catarina Tavares, AdvogadaMichaela Azevedo dos Santos, AdvogadaMiguel Krag, Advogado

Fotógrafos: Fernando Soares

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Alfredo Cardoso

Agências: Lusa. DPA

Impressão:

Portugal Post Verlag

Redacção, Assinaturas Publicidade

Burgholzstr. 4344145 DortmundTel.: (0231) 83 90 289Fax: (0231) 83 90 351www.portugalpost.deEMail: [email protected]

Registo Legal: Portugal Post VerlagISSN 0340-3718 • K 25853Propriedade: Portugal Post VerlagRegisto Comercial: HRA 13654

Os textos publicados na rubrica Opinião sãoda exclusiva responsabilidade de quem os as-sina e não veiculam qualquer posição do jor-nal PORTUGAL POST

PORTUGAL POST

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Se é assinante, avise-nosse mudou ou vai mudar

de endereçoFax: 0231 - 83 90 351Tel.: 0231 - 83 90 289

[email protected] #Se preferir, pode pagar a sua assinatura através de débito na sua conta. Meio de pagamento não obrigatório

Agraciado com a Medalha da Liberdade e Democracia da Assembleia da República

Fundado em 1993

Caros/as Leitores/as,A partir do próximo mês

Janeiro de 2012 o preço de as-sinatura anual do PORTUGALPOST vai sofrer um ligeiro au-mento. Em vez dos € 20,45, osleitores passarão a pagar €22,45 por ano. Neste preçoestá já incluída a taxa do IVA(7%).

Queremos sublinhar queeste aumento é o primeirodesde a fundação do jornal

(em 1993), isto apesar de aolongo destes anos todos terem-se registado significativos au-mentos na produção do jornal ede envio, sendo o último dosquais o aumento que o DEUT-SCHE POST nos impôs.

Ao fim e ao cabo, os leitoresassinantes pagam apenas oscustos de envio do jornal parasua casa.

Pedimos, pois, a compreen-são dos nossos leitores assinan-

tes por procedermos a este pri-meiro aumento que fazemosnestes quase 19 anos de exis-tência.

A direcção do jornal apro-veita para desejar a todos osseus leitores e anunciantes umfeliz Natal e um bom AnoNovo.

Portugal Post VerlagA administração

O PORTUGAL POST errou,Na nota em que davamos conta deste aumento escrevemos, por lapso, na edição anterior duas vezes € 22,45. Isto, é, onde se

lia Em vez dos actuais € 22,45, dever-se-ia ler Em vez dos actuais € 20,45.Pedimos desculpas aos nossos leitores pelo erro e agradecemos àqueles que nos chamaram a atenção do erro.

NOTA Aos nossos leitores assinantes

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PORTUGAL POST Nº 209 • Dezembro 2011 2011 3

Desde o verão de 2011, que existeuma nova plataforma de comu-nicação no Google e no Face-book, chamada «Portugueses emBerlim». Este grupo tem comoobjectivo dar apoio e fornecer in-formação variada aos novos por-tugueses que chegam à capital,bem como organizar eventos quereúnam todos os portugueses re-sidentes em Berlim. Este apoio,com carácter voluntário, é facul-tado tanto por portugueses quevivem na cidade há algumtempo, como por outros que cávivem há poucos anos. Planeiamtambém criar uma bolsa de em-prego e uma bolsa de horas, comvista a uma troca de serviçosnão-remunerados.

Nos últimos anos, tem-se re-gistado uma acentuada imigra-ção portuguesa para a Alemanhade jovens entre os 25 e os 35anos, a chamada «geração àrasca». Apesar de serem titularesde uma colecção de graus acadé-micos, muitos deles tinhamempregos precários em Portugal.

Na actual situação de crise eco-nómica que se vivencia emPortugal, as perspectivas profis-sionais daqueles jovens poderãoser continuar a trabalhar a reci-bos verdes até à reforma.

Estamos perante um novo fe-nómeno de imigração. Estes jo-vens urbanos e super-habilitadosque, em geral, não falam a línguaalemã, chegam à Alemanha comexpectativas e antecedentes radi-calmente diferentes da imigra-ção tradicional dos anos 60. Nãoobstante estas característicasque os distinguem daquela outrageração, à semelhança do movi-mento migratório anterior emdirecção à Europa mais desen-volvida, a motivação continua aestar ligada à precariedade dosempregos em Portugal e à baixaremuneração dos mesmos, queobrigam estes jovens a sair doseu país à procura de relações la-borais menos fugazes.

Ainda à semelhança dos an-teriores imigrantes que se or-ganizaram em associações,

também os novos imigranteseconómicos portugueses (os ar-tistas que vêm com bolsas de es-tudo ou outras para a capital,escapando a uma crise que nãodá tréguas à arte, outros desloca-dos para a Alemanha pelas em-presas ou pelo Estado português,ou por circunstâncias mera-mente pessoais, ou ainda outrosque caem fora destas classifica-ções), todos tão diversos, procu-ram um equivalente modernodas associações das comunida-des portuguesas e que são hojeem dia as plataformas de comu-nicação na internet.

A plataforma «Portuguesesem Berlim» é o ponto de partidapara este movimento associativo.Com um núcleo de membrosmuito empenhados, este grupojá organizou encontros em barese restaurantes da capital e criouuma rede de apoios aos seusmembros e a todos os que oscontactam, funcionando deforma célere ao nível da informa-ção. Esta jovem iniciativa ca-

racteriza-se pela sua criatividadee dedicação dos seus membros.Contudo, está para ver se o fenó-meno é duradouro e se, apesardos seus denominadores co-muns, a expansão do grupo nãoirá criar tensões ao nível da tole-rância, diversidade dos interessee opiniões dos seus membros.

O primeiro evento do grupoteve lugar no dia 11 de Novembrono Hotel Pestana. Luísa Coelho,Leitora do Instituto Camões naUniversidade de Humboldt e naFreie Universität de Berlim,apresentou numa palestra a his-tória do vinho em Portugal e ovinho na nossa História, com aprojecção de documentos daépoca. Em seguida, o ProfessorHoepner da Universidade deHumboldt apresentou o seunovo dicionário de Fauna eFlora, em Português-Latim-Alemão. Estiveram presentescerca de 70 pessoas.

O grupo estreou-se bem, maso primeiro «grande» teste à suacapacidade de organização vai

ser a Festa de Natal, no dia 4 deDezembro, na Werkstatt derKulturen, em Berlim. Esta festapretende reunir todos os portu-gueses residentes em Berlim. Vaiser uma festa de Natal muitoespecial que contará com umprograma excelente e diversifi-cado, incluindo o conhecido mú-sico Carlos Bica, Madalena deFaria e o «Trio Fado», entre ou-tros. Pena é, que não venham OsDeolinda com «Parva que Sou»porque reflectiriam fielmente ageração à rasca que foge donosso país em crise, gerando oNovo Êxodo Português. A parti-cipação na festa de Natal serágratuita e haverá comes e bebesa preços simbólicos.

A Caixa Geral de Depósitos ea Spanische Quelle GmbH são osgrandes patrocinadores desteevento, cujas receitas serão cana-lizadas para fins sociais a definir.

Cristina Dangerfield-VogtCorrespondente em Berlim

Portugueses em Berlim:

Uma plataforma de comunicação e de apoio

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Comunidades

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PORTUGAL POST Nº 209 • Dezembro 2011Nacional & Comunidades4

Caro/a Leitor/a:Se é assinante,avise-nos semudou ou vaimudar de residência

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FLASHManifestação em Osnabrück

O Ministério dos NegóciosEstrangeiros admitiu que

há “várias centenas de alunos” no estrangeiro sem

aulas de português e que areestruturação da rede de

ensino, em preparação, poderá levar a cortes de

mais cursos.

„Confirma-se que várias cente-nas de alunos estão a ser atingidospor medidas de natureza orça-mental que nos estão a impedir desubstituir professores, obrigando-nos igualmente a suprimir algunshorários“, disse o porta-voz do Mi-nistério dos Negócios Estrangeiros(MNE), Miguel Guedes, em res-posta escrita à Agência Lusa.

Os sindicatos de professoresde português no estrangeiroadiantaram recentemente que oGoverno decidiu mandar regres-sar às escolas de origem em Portu-gal 50 professores deslocados noestrangeiro e estimam que estamedida deixe 5 mil alunos sem

aulas até ao fim do ano.Confrontado com estes dados,

o ministro dos Negócios Estran-geiros, Paulo Portas, disse, no par-lamento, que há substituições quenão foram renovadas por falta dedinheiro, sem quantificar o nú-mero de alunos afectados.

Na resposta escrita à Lusa, oporta-voz do MNE explicou quena origem desta situação estãoalém de „factores de natureza eco-nómica“, o „deficiente planea-mento“ do actual ano lectivo que,segundo Miguel Guedes, „não teveem consideração o impacto dosgastos do primeiro semestre de2011 no ano lectivo de2012/2013“.

O responsável do MNE adian-tou que a rede de cursos será ree-struturada e que a „fase detransição para o novo modelo“,que o MNE está a preparar, „serácondicionada por dificuldades quenaturalmente atingirão algunsalunos em vários países“.

„A rede de cursos deverá ser

completamente reestruturada,passando a apoiar-se de formamais clara as experiências de en-sino integrado e as instituiçõesque estejam a desenvolver pro-jectos pedagógicos inovadores eque sirvam comunidades com di-mensão significativa.

Desta forma, poderão vir a sereliminados horários em locais emque se verifique menor envolvi-mento das comunidades na vidaescolar“, referiu.

A reforma do ensino passaráassim, segundo o MNE, pelo in-centivo à integração do ensino nossistemas educativos dos países deacolhimento das maiores comuni-dades, pelo estabelecimento deparcerias com associações e esco-las privadas, pela criação de meca-nismos de certificação e pelodesenvolvimento do ensino b-learning (sistema misto de ensinopresencial e à distância).

O Governo propõe-se aindainiciar „novas acções de apoio di-recto“ ao ensino promovido em es-

colas privadas, associativas e pú-blicas em países não cobertos pelaactual rede como os Estados Uni-dos, o Canadá, a Austrália e a Ve-nezuela.

„A eliminação progressiva dadiferença de tratamento entre ascomunidades de alguns países daEuropa e as de fora da Europa seráum aspecto marcante“, sublinhouMiguel Guedes.

Segundo o porta-voz do MNE,„este será um momento decisivopara o movimento associativo e ospolíticos de origem portuguesa as-sumirem, articuladamente com oGoverno, a prioridade da educa-ção, juntando esforços e recursosde forma a melhor servir as crian-ças e jovens interessados naaprendizagem da língua“.

Os cortes previstos no ensinode Português no estrangeiro jámotivaram críticas do Sindicatodos Professores no Estrangeiro(SPE) e do Sindicato dos Professo-res das Comunidades Lusíadas(Ver pág. 6) .

Reestruturação da rede de ensino poderá levar à eliminação de mais cursos nas comunidades

O presidente do Conselho Per-manente das Comunidades Portu-guesas, Fernando Gomes, afirmouque a decisão do Governo de en-cerrar embaixadas „até se com-preende“, mas defendeu que ocaso dos vice-consulados „é com-pletamente diferente“.

Para Fernando Gomes, a deci-são por parte do Governo de en-cerrar sete embaixadas, anunciadano Parlamento, pelo ministro dosNegócios Estrangeiros, Paulo Por-tas, „até parece ser justificada“,por se tratarem de países com„menor expressão de emigraçãoou de presença de comunidadesportuguesas. Mas, „a nível dosvice-consulados, a situação é com-pletamente diferente“, advogou.

Frankfurt, Lille ou Clermont-Ferrand são cidades que „têm umpeso de comunidade bastantegrande“, argumentou FernandoGomes, ao realçar que no caso dosvice-consulados „há uma aproxi-mação muito mais directa juntodas comunidades“.

„Penso que isso não faz sen-tido“, disse, ao referir que as infor-mações que detém em relação aocaso de Frankfurt, por exemplo,são as de que „funciona com poucagente“, o que representa „custosirrisórios“, e que „tem prestadoum serviço para dezenas de milha-res de pessoas“.

Para o conselheiro é possível„cortar noutras vertentes“, atéporque „a diplomacia muitas vezes

cobra-se de uma forma indirecta.Não é pelo investimento e lucroimediato porque, se for assim, es-tamos feitos“, apontou, indicandoque então „não vale a pena investirna cultura“ porque não se tiramlucros imediatos, mas antes „divi-dendos a longo prazo“.

As embaixadas portuguesasque vão ser desactivadas são An-dorra, Bósnia-Herzegovina, Estó-nia, Letónia, Lituânia, Malta eQuénia, sendo que a jurisdição dovice-consulado de Frankfurt pas-sará para Estugarda, Osnabruckpara Dusseldorf, a de Clermont-Ferrand (França) para Lyon e a deNantes para Paris. Já o escritórioconsular de Lille será transferidopara Paris.

„Nunca é agradável fechar ascoisas sem consultar as comunida-des locais“, disse FernandoGomes. „Gostaríamos que o Go-verno também democraticamenterespeitasse as opiniões“, que „nosdeixasse ter um papel democrá-tico, porque até agora não temostido“, acrescentou o responsável.

„O Governo decide, tem a facae o queijo na mão e, naturalmente,chega a uma altura em que a co-munidade também só se aproximado país se quiser, mas penso quenão é com política de costas volta-das que se leva a bom termo umacorrespondência democrática“,disse.

„É um mau princípio“, rema-tou.

Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas contra encerramento de consulados

O Ministério da Solidarie-dade e Segurança Social(MSSS) garantiu que averba para apoios a idososnas comunidades portu-guesas „está inscrita econtemplada“ no Orça-mento do Estado para2012 (OE2012), „na com-ponente de acção social“.

O Ministério da SegurançaSocial reagiu desta forma auma questão dirigida à tutelapelo deputado socialista Paulo

Pisco, que disse poderem estarem causa apoios sociais cria-dos em 2000.

A questão foi submetida noparlamento com o objetivo desaber se existem verbas paraapoios sociais a idosos e caren-ciados nas comunidades por-tuguesas radicadas noestrangeiro „dada a sua ausên-cia no Orçamento de Estado2012 (OE2012)“.

Citada pela agência Lusa,fonte oficial do MSSS garantiu

que a verba está inscrita, „em-bora não se encontre discrimi-nada, tal como aconteceu nosanteriores orçamentos“.

„A questão colocada re-flecte um alarmismo resultantedo desconhecimento do depu-tado socialista, mas foi devida-mente acautelada por esteexecutivo, no próximo OE“,acrescentou a mesma fonte datutela.

Segundo o deputado PauloPisco, eleito pelo círculo da

Europa, entre 2005 e 2010, asverbas têm oscilado entre osquatro e os sete milhões deeuros anuais.

Paulo Pisco referiu não terencontrado as verbas noOE2012, nem nas Grandes Op-ções do Plano.

Uma situação “surpreen-dente” e “preocupante”, se-gundo o parlamentar, “já que éem tempos de crise que a ne-cessidade de recurso a essesapoios sociais aumenta”.

Ministério da Solidariedade e Segurança Social garante que há verbas para apoios sociais a portugueses no estrangeiro

A comunidade portu-guesa da área consularde Osnabrück vai protes-tar, no próximo dia 04 dedezembro, nas ruasdesta cidade alemã daBaixa-Saxónia, contra oencerramento do vice-consulado local, decididopelo Governo, foi hojeanunciado.Local do encontro: Cen-tro Portugûes de Osna-brücx, Bünderstr. 6.Tel.: 0176-78340184

Page 5: Portugal Post Dezembro 2011

PORTUGAL POST Nº 209 • Dezembro 2011 5

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O PCP quer reforçar emcinco milhões de euros asverbas a transferir para oInstituto Camões no Orça-mento de Estado de 2012,para manter o ensino doportuguês no estrangeironum nível equivalente aodo último ano letivo.

O deputado João Ramosexplicou à agência Lusaque o PCP apresentou duaspropostas de alteração aoprojeto de Orçamento deEstado na área das comu-nidades: um relativo aoInstituto Camões, outropara compensar os traba-lhadores externos do Mi-nistério dos NegóciosEstrangeiros (MNE) afeta-dos pela desvalorização doeuro.

Esta última propostaprevê um reforço de 500mil euros nas verbas paradespesas com pessoal por-que „há situações dramáti-cas em diversos países do

mundo onde, por implica-ções das taxas cambiais, ostrabalhadores enfrentamdificuldades económicas“,disse o deputado.

Recordando o caso daSuíça, onde os funcioná-rios consulares fizeram emoutubro uma greve decinco semanas, queixando-se da redução no saláriodevido à desvalorização doeuro e aos cortes aplicadosnas remunerações na fun-ção pública, João Ramosesclareceu que há outrospaíses com o mesmo pro-blema, nomeadamente aAustrália.

Segundo o deputado,„há funcionários que ga-nham menos do que os sa-lários mínimos para osrespetivos setores“ nos paí-ses em que se encontram.

„É importante reforçarfinanceiramente“ as verbaspara pagamento de pessoalpara que se encontrem

„mecanismos de compen-sar esses trabalhadores“,de forma a que „as estrutu-ras de apoio aos portugue-ses no estrangeiro sejamsólidas“, afirmou o parla-mentar.

Quanto ao Ensino doPortuguês no Estrangeiro(EPE), o PCP defende umreforço de cinco milhões deeuros, num setor que temsido „alvo de um violentoataque“, diz João Ramos.

Lembrou que se prevê odespedimento de 50 pro-fessores, o que afeta alunosque começaram o ensinodo Português este ano le-tivo e vão suspendê-lo ameio.

„É inconcebível e é in-coerente“ com a política doMNE: „Afirma-se que a lín-gua e as comunidades sãoinstrumentos importantespara a internacionalizaçãoda economia portuguesa eo que se faz é precisamente

o contrário“.O objetivo do PCP é

„atingir valores próximosdos do passado ano letivo“e tentar „travar a degrada-ção que se acentuou esteano“.

Recordando que até2009, quando o EPE surgiadiscriminado no Orça-mento de Estado, as verbaspara este setor eram de 30a 35 milhões de euros, JoãoRamos estimou que nestemomento rondem os 25 ou30 milhões e considerouque cinco milhões de re-forço „é um valor sufi-ciente, pelo menos paratentar estancar o pro-blema”.

O deputado lembrouainda que, só em 2010, asremessas dos portuguesesespalhados pelo mundoatingiram os 2.400 mi-lhões de euros, pelo que oque é gasto no ensino „é ir-risório“.

PCP quer reforçar ensino de Português no estrangeirocom cinco milhões de Euros

O ex-Presidente e líder históricodo PS Mário Soares admite quePortugal nunca viveu “uma crisetão grave como a atual” e alertaque a democracia “pode vir a serposta em causa”.

Este aviso é deixado no livro“Um político assume-se”, uma“espécie de autobiografia políticae ideológica”, e não memórias,como faz questão de assinalar noprefácio o fundador do PS e presi-dente da República durante dezanos (1986-1996).

“Estou extremamente preocu-pado quanto ao futuro do meupaís, onde desejo morrer”, escreveMário Soares, 86 anos, no últimodos 15 capítulos que compõem olivro, intitulado “E Agora?”.

Nunca como antes, escreve, opaís viveu “uma crise tão grave”,nem estiveram tão em causa as“conquistas sociais” da Revoluçãodos Cravos: “O Serviço Nacionalde Saúde, as pensões sociais, a di-gnidade do trabalho, a tendencialgratuitidade do ensino”.

“Tudo isto pode estar em jogode perder-se, mas também é aprópria democracia que pode vir aser posta em causa, dadas as exi-gências dos mercados especulati-vos e desregulados e adependência que deles tem a co-municação social”, alerta.

Mário Soares, um dos funda-dores do regime democrático nopós-25 de abril de 1974, questionaa fraqueza dos líderes europeus

perante a crise económica e finan-ceira, para a qual, lembra, veio aavisar nos últimos anos e que jálevou três países a pediram ajudaexterna: Grécia, Irlanda e Portu-gal.

“Europeísta convicto”, Soaresadmite que Portugal, desde a ade-são à então CEE, “habituou-se aviver acima dos seus recursos”.

Portugal está a ser “a terceiravítima da ganância dos mercadosespeculativos e da audácia crimi-nosa das agências de rating”.

A crise, escreve ainda Soares,“só pode agravar-se” quando sechega “a uma situação tãoestranha”, em que “os mercadoscomandam os Estados ditos sobe-ranos – em vez de ser o contrário”.

Mário Soares avisa que democracia“pode vir a ser posta em causa”

Portugal vai encerrar sete embai-xadas, quatro vice-consulados eum escritório consular, estandoprevista a abertura «muito proxi-mamente» de uma representaçãodiplomática no Qatar, anunciou oministro dos Negócios Estrangei-ros, Paulo Portas, no parlamento.

Esta reforma vai permitir pou-par 12 milhões de euros em 2012,afirmou.

As embaixadas portuguesasque vão ser desativadas são An-dorra, Bósnia-Herzegovina, Estó-nia, Letónia, Lituânia, Malta eQuénia, disse Portas na apresen-tação do Orçamento do Estado2012 para o ministério que tutelanas comissões de Orçamento e Fi-nanças, Negócios Estrangeiros eAssuntos Europeus.

Paulo Portas acrescentou quea jurisdição do vice-consulado deFrankfurt (Alemanha) vai passarpara Estugarda, Osnabruck paraDusseldorf, a de Clairmont-Fer-rand (França) passa para Lyon eNantes para Paris. O escritórioconsular de Lille passará paraParis, disse.

O embaixador de Portugal em

França assumirá também a repre-sentação do país junto da Organi-zação das Nações Unidas para aEducação, Ciência e Cultura(UNESCO), tal como acontecerána Áustria, onde o embaixador emViena terá a seu cargo a represen-tação junto da Organização para aSegurança e Cooperação naEuropa (OSCE).

Esta medida vai possibilitar aabertura de novas embaixadas empaíses ou regiões onde Portugalprecisa de estar representado,como a Ásia e América Latina,afirmou o ministro dos NegóciosEstrangeiros.

A comunidade portuguesa emAndorra tem agendada para sá-bado uma concentração de pro-testo contra o fecho da embaixada,a segunda depois de, em meadosde Outubro, o embaixador de Por-tugal no Principado, Mário DamasNunes, ter dito que a missão di-plomática fechará portas até finaldo ano.

Em Andorra vivem cerca de 13mil portugueses, o que representaquase 16 por cento da populaçãodo Principado.

Paulo Portas encerra sete embaixadase ainda quatro vice-consulados e umescritório consular

Feliz Natal

Nacional & Comunidades

Page 6: Portugal Post Dezembro 2011

6Maria Teresa Duarte

Soares*

PORTUGAL POST Nº 209 • Dezembro 2011

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ste ano, os principais respon-sáveis do Ministério dos Ne-gócios Estrangeiros,Secretaria de Estado das Co-munidades e Instituto Camões

decidiram contemplar as comunida-des portuguesas com um conjunto de“despresentes” que parecem mais terem vista o afastamento dos portugue-ses no estrangeiro do seu país de ori-gem do que a politicamente tãoapregoada ligação e cooperação nestaépoca de crise económica.

Não existe crise económica, pormaior que ela seja, que possa servir depretexto para terminar, muito possi-velmente de modo definitivo, com osdois elos mais importantes de qual-quer cidadão no estrangeiro ao seupaís : a representação diplomática e oensino da língua de origem.

Com o encerramento de consula-dos em vários países, grande parte doscidadãos portugueses deixarão de terdisponibilidade seja para registar osfilhos, seja para exercer o seu direitode voto. Isto significa que cada vez seafastarão mais , por via das circuns-tâncias, do seu país.

Com a imposição de regresso, até

fim de Dezembro do presente ano, de50 professores às suas escolas emPortugal, o que significa cerca de5.000 alunos sem aulas de Português,reforça-se o processo de destruiçãosistemática da rede de Ensino de Por-tuguês no Estrangeiro(EPE), já ini-ciado em Junho com o corte de cercade 80 lugares nos países da Europa.

Estão previstos muitos mais emais graves cortes no fim do presenteano lectivo, pois o Instituto Camõesmencionou já a possibilidade de ex-tinguir ainda mais de cem horários.

A Alemanha tem, no momento,apenas 54 professores de Língua eCultura Portuguesa em exercício. Apartir de Janeiro, serão apenas 49 ou50 e todos esses alunos ficarão semaulas até ao fim do presente ano. Mui-tos deles, dada a prevista nova ree-struturação da rede de ensino, não asvoltarão a ter.

A alternativa, orgulhosamenteapresentada pelo Dr. José Cesário epela Presidente do Instituto Camões,será o ensino à distância através da In-ternet. Ensino à distância para alunosdo 1° ao 6° ano de escolaridade?Existe algum professor competente e

consciente que possa defender estaideia?

O professor, e especialmente oprofessor de português no estrangeironão é um mero transmissor de conhe-cimentos. Transmite também aos seusalunos o interesse e o gosto pela aqui-sição de competências, as suas pró-prias vivências e a sua própriaexperiência. Enfim, cria um importan-tíssimo laço afetivo que um frio ecrãde computador nunca poderá substi-tuir.

O que é realmente de admirar éque o IC nem sequer fala da possibi-lidade de aulas à distância para os lei-torados nas universidades, sendoporém aí que o sistema teria mais pos-sibilidades de êxito, dado que os alu-nos já são adultos e os grupos muitoreduzidos, pois é raro um leitor termais de 10 estudantes por grupo.

Encontramo-nos de novo face aotratamento preferencial que o ICAtem persistido em dar aos leitores,cortando poucos lugares e conce-dendo subsídios que recusa aos pro-fessores, embora estejam previstos nalei para as duas categorias?

Teremos de chegar, face à situa-

ção presente, à conclusão de que oICA considera os cursos de ensino bá-sico e secundário como “não rentá-veis” , não valendo por isso a penacontinuá-los?

Além disso, o regresso impostoaos já mencionados 50 professorestem caráter fortemente discriminató-rio, pois os docentes que, mesmotendo escola de origem, lecionem nosistema integrado ou estejam ligadosa projetos continuarão em funções. Osleitores e coordenadores que tambémtêm escola em Portugal continuarãoem funções, não sendo sequer men-cionada a possibilidade de regressodos mesmos.

Portanto, aberta discriminação.Os professores que têm a “sorte” deestar no regime integrado, e os seusalunos, continuam as aulas. Os pro-fessores que têm o “azar” de trabalharno regime paralelo - aulas à tarde- vãoter de se despedir da família logo apósas festas natalícias e regressar às suasescolas, enquanto os seus alunos fica-rão sem aulas.

Mais desumana ainda esta medidase se levar em conta que os professo-res em causa são aqueles que se en-

contram há mais anos no EPE, e que,com o seu trabalho e a sua dedicação,contribuiram para a construção do sis-tema que está agora a ser, aos poucos,aniquilado.

Com o regresso dos 50 professo-res “condenados” haverá países maise menos atingidos. No Luxemburgo,onde a maioria do ensino é intregrado,não haverá redução visível.

A Suíça, onde não existe pratica-mente ensino integrado, perderá cercade 20 professores, o que correspondea mais de 2.000 alunos sem aulas.

Na Alemanha, pelo menos 5 pro-fessores terão também de programaro seu regresso.

Na França, cerca de 10 professo-res e os alunos correspondentes.

É caso para dizer que, com “ami-gos “ destes, que nos oferecem tais“despresentes”, não precisamos real-mente de inimigos.

*Professora de EPESecretária- Geral do Sindicato

dos Professores nas Comunidades Lu-síadas

”DESPRESENTES” de Natal para as Comunidades5.000 alunos e 50 professores discriminados

E

Page 7: Portugal Post Dezembro 2011

PORTUGAL POST Nº 209 • Dezembro 2011 Comunidades 7

Cerca de 500 portugueses mani-festaram-se em Frankfurt contrao encerramento do vice-consu-lado, considerando esta decisão doGoverno lesiva dos interesses dacomunidade lusa naquela metró-pole alemã e de Portugal.

“Se quiserem poupar, não pou-pem num serviço médio como ovice-consulado, poupem uns pata-mares mais acima“, disse à oporta-voz do conselho consultivojunto daquela representação di-plomática, António Justo, resu-mindo o seu discurso aosmanifestantes, diante das instala-ções consulares, na Zeppelinallee.

„Se reduzissem a metade osubsídio de representação de setemil euros e o subsídio de renda decasa de três mil euros de apenasdois cônsules gerais, já poderiamcobrir inteiramente as despesas dovice-consulado de Frankfurt e nãose perderia qualidade de serviço“,acrescentou o responsável.

O representante do conselhodas comunidades portuguesas naAlemanha, Alfredo Cardoso, numabreve intervenção, manifestou de-pois a solidariedade deste órgãoeleito pelos luso-descendentes eprometeu transmitir as reivindica-ções dos manifestantes à estruturamundial do conselho e às autori-dades portuguesas.

A manifestação, que saiu daPraça da Ópera em direção aovice-consulado, percorrendo cercade três quilómetros, foi tambémapoiada, nomeadamente, pela Fe-

deração das Associações Portu-guesas na Alemanha (FAPA), queaprovou em assembleia geral umamoção a apelar ao Governo pararever a sua decisão.

O desfile iniciou-se ao som dacanção „Sou Português, Sou Dife-rente“, de Pedro Barroso, e no co-mício diante do vice-consuladoforam declamados poemas de Fer-nando Pessoa, e tocadas músicasde outros autores portugueses.

Um abaixo-assinado contra ofecho do vice-consulado, a entre-gar em breve ao Presidente da Re-pública, Aníbal Cavaco Silva, foientretanto subscrito por cerca de3.500 portugueses, e entregue ,simbolicamente, a uma funcioná-ria que estava no posto diplomá-tico do vice-consulado.

O encerramento da represen-tação diplomática em Frankfurtobrigará mais de 20 mil utentes ali

inscritos oficialmente a recorrerao consulado de Estugarda acerca 200 quilómetros de distân-cia, sublinharam os organizadoresdo protesto.

O vice-consulado de Frankfurtserve três Estados federados naAlemanha, Hessen, Renânia-Pala-tinado e Sarre, com uma área quecorresponde a metade da superfí-cie de Portugal continental.FA.

Cerca de 500 portugueses protestam em Frankfurtcontra encerramento de vice-consulado

Aspecto da manifestação em Frankfurt. Foto: António Justo

Os Conselheiros da Alemanha doCCP insurgem-se contra o encer-ramento do vice-consulado emOsnabrück.

Numa nota enviada ao POR-TUGAL POST, os conselheirosPiedade Frias, Fernando Genro,Alfredo Cardoso, José Eduardo,Alfredo Stoffel dizem que a “ pre-texto da redução da dívida externae do deficit, o MNE e o SEC que-rem dar o golpe de morte ao vice-consulado de Osnabrück”.

Lembrando que o vice-consu-lado abrange uma área geográficacom cerca de 60000 km? , osmembros do CCP chamam a aten-ção para o facto do posto consular“dar apoio a uma comunidade queronda os 25000 portugueses”.

O CCP pergunta ao Ministrodos Negócios Estrangeiros “se oencerramento agora previsto éapenas a continuação da novela de2003 ou se tem unicamente a vercom faltas (ou erros!) nas infor-mações que lhe são proporciona-das pelos seus colaboradores maispróximos”.

Por fim, os membros conse-lheiros da Alemanha do CCP ape-lam também à comunidadeportuguesa para que se mobilizecontra as medidas em curso eexorta o movimento associativo, àFAPA e às comissões de pais nasescolas a organizarem ”protestos eexijam a intervenção dos restantesorgãos de soberania no sentido deimpedir a concretização destasmedidas anti-patrióticas que en-fraquecem gravemente os elos deligação das comunidades portu-guesas ao nosso país e despresti-giam Portugal e os portugueses”.

Também as secções do Par-tido Socialista em Münster e Estu-garda mostram-se indignadoscom o anúncio do encerramentodo vice-consulado em Osnabrücke condenam “veementemente” adecisão do Governo de maioriaPSD/CDS-PP de encerrar os vice-consulados de Frankfurt e de Os-nabrück.

“Em termos de produtividade,o vice-consulado em Osnabrück,pratica muito mais actos que o

Consulado Geral de Hamburgo,apenas com três funcionários.Hamburgo serve uma Comuni-dade mais pequena na Alemanhacom sete funcionários. Não secompreendem, por isso, os crité-rios usados pelo Governo paratomar esta decisão dramática paramilhares de portugueses na Ale-manha”, lembra o PS.

“Entendemos que o Sr. Minis-tro Paulo Portas, pela mão do PSDe do seu Secretário de Estado dasComunidades, José Cesário, estãoa cumprir a sua atitude de perse-guição ao consulado de Osna-bruck, pois já em 2003 opretendeu encerrar, submetendoos portugueses ao vexame de pro-por às autoridades locais que, sequisessem o posto aberto, pagas-sem para isso, o que é uma vergo-nha para Portugal”, diz ocomunicado do PS assinado porAlfredo Cardoso e Francisco Costacoordenadores da secções deMünster e Estugarda.

O PS desafia ainda o MinistroPaulo Portas e o Secretário das

Governo decide encerrar também vice-consulado em Osnabück› Conselheiros do CCP e PS protestam contra o encerramento do vice-consuladoem Osnabrück

Comunidades Josá Cesário aanunciar “o mais rápido possível”quais as alternativas que vão apre-sentar aos portugueses destasáreas consulares e se os consula-dos de Estugarda e de Dusseldorfvão ser reforçados com pessoal,uma vez que os vice-consuladosem 2012 deixam de funcionar.

Por fim, o PS manifesta solida-riedade com os movimentos queprotestam contra o encerramentodos seus postos consulares .

A comunidade portuguesa daárea consular de Osnabrück vaiprotestar, no próximo dia 04 dedezembro, nas ruas desta cidadealemã da Baixa-Saxónia, contra oencerramento do vice-consuladolocal, decidido pelo Governo.

Representantes da comuni-dade formaram, entretanto, ummovimento intitulado "OsnabrückNão Desiste", e em reunião reali-zada no centro português local,decidiram avançar com o protesto,lê-se num comunicado.

Na reunião participaram, no-meadamente, os conselheiros dascomunidades da Alemanha Al-fredo Stoffel e Alfredo Cardoso,além de vários dirigentes associa-tivos da área consular, queabrange cerca de 23 mil portugue-ses e luso-descendentes, e se espa-lha por uma superfície de 61 milquilómetros, o equivalente a doisterços de Portugal continental.

No comunicado, o grupo subli-nha que o vice-consulado de Os-nabrück tem despesas defuncionamento anuais de 42 mileuros, “muito inferiores à receitaque os portugueses pagam pelosatos consulares" efetuados noposto, que foram mais de seis mil,no ano passado.

Assim, Osnabrück, com umvice-cônsul e três funcionários,tem o maior rácio de atos consula-res de todos os postos na Alema-nha, 2.039 atos por funcionário, eeste foi um dos critérios aponta-dos pelo ministro dos NegóciosEstrangeiros para avaliar os con-sulados, lembram os subscritores.

Os representantes da comuni-dade lembram também que, a se-guir ao consulado-geral deEstugarda, o posto de Osnabrücké o que tem o maior número deutentes em toda a Alemanha, su-plantando as representações doEstado português em Frankfurt,Dusseldorf, Hamburgo e Berlim.

O grupo contra o encerra-mento do vice-consulado adverteigualmente que, se as autoridadesportuguesas abdicarem do postode Osnabrück, as autarquias ale-mãs da área poderão, por sua vez,deixar de financiar o ensino da lín-gua portuguesa.

Manifestação a 04de dezembro

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PORTUGAL POST Nº 209 • Dezembro 2011Ronda pelas Comunidades8

Situação geográfica

Cidade de média dimensão,Gross Umstadt situa-se a sul doestado de Hessen, já nos confinsdum pulmão verdejante, o Oden-wald. A zona confina também comos grandes rios Main e Reno. Foinesta zona que se implantaram, jános fins dos anos 60 e inícios dadécada de 70, alguns fulcros decompatriotas laboriosos. Sempreforam bem acolhidos palas popu-lações locais

Nesta zona existem algumascidades onde os portugueses sen-tiram um ótimo acolhimentocomo em Babenhausen, Breuberg,Höchst im Hodenwald, Dieburgentre outras. As grandes metrópo-les como Darmstadt, Mainz,Frankfurt e Wiesbaden consti-tuem, para muitos compatriotas,centros das atividades profissio-nais. Gross Umstadt é denomi-nada o dormitório destasmetrópoles.

Em meados dos anos setenta e,após uma reforma territorial,foram aglutinados a esta cidadevários núcleos populacionais me-nores e vizinhos.

Rasgos históricos

Quem entra pela primeira vezna cidade verifica estar peranteuma historia que se perde para láda idade media, senão da Idade daPedra. Tanto a construção dascasas, os monumentos, e mesmo ochão que se pisa, dão voz a estahistória riquíssima e antiga. Já osromanos encontraram pousoneste espaço geográfico, tendo-aocupada a partir do ano 125 DC.Os vestígios destes tempos e dopassado mais recente estão aindabem patentes. Estes se referem aotempo em que na parte direita dorio Reno foi formada a provínciada Germânia superior, com a capi-tal administrativa em Dieburg. Nolocal onde foi construída a actual“Stadtkirche” foram encontradasmarcas desse tempo remoto. É aVilla Rústica.

Após a romanização, outrospovos ocuparam a região taiscomo os germanos e Francos,entre outros, tal era a atratividadedeste território.

Umstadt era, nestes remotostempos, constituída apenas pelomercado central com a Igreja e opalácio dos duques. A origem eti-mológica de Umstadt vem, comoconsta em documentos da época,da palavra Autmundisstadt, lugarde Edmund. Outros, para valori-zarem a sua romanização, fazemderivar o nome da palavra latina,Ad Montes ou seja, que se situaentre os montes. O nome atual deGross Umstadt foi-lhe atribuídomuito depois.

A cidade já pertenceu, nostempos remotos, ao convento de

Fulda. Este endividou-se de talforma que se viu obrigado a en-tregá-la como penhora do paga-mento das dívidas.

A construção do caminhode ferro entre Hanau-Michelstadt-Eberbach, passando por GrossUmstadt, atraiu a indústria paraesta região o que levou ao au-mento populacional de toda azona. A cidade sofreu então umenorme crescimento tendo atin-gido 22.500 habitantes. A comu-nidade lusa, a maior de todos osestrangeiros, ultrapassa os 10% dototal da população.

Recursos financeiros

Viajando dentro da cidade eolhando os seus pequenos montesao redor, vê-se que a vinha ocupaum papel preponderante e já foifundamental na economia da ci-dade, tendo ainda hoje um pesonotório no contrabalanço da suaeconomia. Não é por nada que elaé apelidada ainda hoje de “Oden-wälder Weininsel” (a Ilha do vinhode Odenwald).

Além de outras fábricas, a Re-sopal foi uma fábrica que, em tem-pos, empregava alguns milharesde operários, formando os portu-gueses já então uma grande fatia.Hoje, com as novas reestrutura-ções, labutam simplesmente uns500 trabalhadores. E uma fabricado ramo da madeira.

Muitos dos compatriotas quese juntaram à comunidade nos úl-timos anos empregam-se, emgeral, na construção civil. A flexi-bilidade é umas das condições exi-gidas neste oficio, sendo obrigadosa suportar quotidianamente algu-mas dezenas de quilómetros Asmulheres, além de trabalharemnos serviços, são operárias.

A presença lusa é uma riqueza cultural

Com a industrialização agres-siva, a emigração portuguesa ini-ciou nos anos 60/61 o seupercurso, rumo a esta ilha verde,inicialmente munidos somente depassaporte de turista, pelas difi-culdades políticas do então regimepolítico. Mais tarde, com os acor-dos intergovernamentais de mi-gração, iniciou-se uma vinda maisdensa.

Os primeiros compatriotasprocuravam atrair vizinhos e fa-miliares das zonas do Vale do Ave.Hoje possuímos uma comunidadebem coesa e com uma cultura bas-tante uniforme. Quem entra na ci-dade, apercebe-se facilmente dapresença portuguesa. Ela é visívelde diferentes modos e formammais de 10% da população total,constituindo o maior grupo deestrangeiros na cidade. É uma po-pulação integrada e que participa

ativamente nos eventos da cidadesendo considerada uma mais-valiapara a cidade. É o próprio presi-dente da Câmara que o afirma esem rodeios.

Há momentos em que o foras-teiro ignora totalmente as distân-cias e se sente como em Portugal.Há lojas portuguesas, restaurantese até cervejarias. Os adeptos do fu-tebol nacional encontram aqui umespaço onde podem falar a mesmalinguagem desportiva – é a Casado Benfica, a do Porto e a doSporting. Lá estão os seus emble-mas bem visíveis a convidar otranseunte. São verdadeiras casasde repasto e onde os amigos se en-contram e conversam sobre fute-bol, conversa acompanhada de umbom vinho e de saborosos petis-cos.

Desde os primórdios da emi-gração, a Missão Católica quasesempre esteve presente. No iniciodependia diretamente da Missãode Darmstadt. Foi um pedaço daIgreja portuguesa que esteve econtinua presente. Não deixa deser uma oferta e uma chamada aviver a fé na língua mãe continu-ando na sua catequização e a for-mação de adultos afim de adequara fé herdada pelos antecessores,para os tempos mais conturbadosde hoje.

A escola, segundo informa-ções, foi e é uma instituição que oscompatriotas sempre souberamzelar para que cumprisse os seusobjetivos. A Caritas também es-teve presente nos tempos em quea necessidade dos serviços dirigi-dos aos nacionais era premente.Hoje, este serviço alterou-se pro-curando adequar-se às necessida-des globais, de acordo tambémcom os reduzidos recursos finan-ceiros disponíveis.

Os “Arautos” - uma presença cultural e solidária

“Os arautos” é um grupo que,desde a sua fundação, colocou acultura ao serviço dos mais desfa-vorecidos. Organizam festas, sa-

raus musicais simplesmente como intuito de subsidiar projetos so-lidários. Neste serviço ultrapassa-ram já a fronteira nacional e atégeográfica a que a nossa histórianos tinha habituado.

Numa das suas ações ajuda-ram uma casa de abandonados emBerlin, não deixando de fora ou-tras ações em prol dos países afri-canos de língua portuguesa. Osnossos parabéns e permitam queexpressemos o nosso orgulho pelavossa atitude global e humana. As-sisti a um sarau deste tipo no con-gresso anual da Associação Luso -alemã no ano passado, que tevelugar no COP, vocês encantaramcom as vossas tão sonantes vozese um programa multifacetado.Continuem a ser arautos nesta so-ciedade que tanto necessita destesgestos solidários. Não desanimem.

“Vive Portugal” – O ClubeOperário Português

Quem entra na cidade pelaparte norte, antes da linha docomboio e ao olhar à sua direita, oforasteiro topa com um edifícioque atrai pela sua arquiteturasimples mas atraente. A bandeiraPortuguesa e a Alemã costumamdefraudar juntas. “Vive Portugal”.É um lema colocado à entrada dacasa sendo um convite a entrar e,por alguns momentos, sentir-seem Portugal, a alguns milharesquilómetros de distância. É oClube Operário Português (COP).Esta casa portuguesa já ganhouum nome de relevo na cidade. É olugar de encontro entre alemães eportugueses. É, para muitos, umpedaço de Portugal onde se ali-mentam as saudades com um bomprato e um bom vinho.

È o terreiro onde a comuni-dade faz festa e se encontra. Tantodo bar, o restaurante, o salão defestas, as salas das reuniões e datelevisão oferecem ótimas condi-ções para todos, desde crianças,passando aos mais adultos à ter-ceira idade. O jardim e a varandaexterior dnao a possibilidade de

dar asas, nos dias de mais calor, auma conversa amena regada comum bom refresco ou uma (nossa)cerveja. O forasteiro fica admiradopelo grande parque privativo quea casa possui. Houve quem dis-sesse que esta associação seria dasmaiores e mais bem equipadas,não só da Alemanha, mas até daEuropa. Não acreditei, mas de-pois de a ter visitado, tenho sim-plesmente a certeza.

O COP foi fundado por três de-zenas de compatriotas já em 1969,na Curtigasse. Em 1974 abriu asua sede com uma maior ampli-tude na Obergasse. No dia 27 deSetembro de 1997 inauguraram-seas atuais instalações, fruto do es-forço de todos os seus sócios e nãosó. O então Secretário de Estadadas Comunidades, José Lello, es-teve presente nesse ato. Com todaa solenidade foi entregue uma me-dalha de honra como sendo estaassociação exemplar para toda aEuropa pelas múltiplas atividadesculturais e pela integração ativaque tem desempenhado na socie-dade. Apesar do número de sóciososcilarem entre os 280 e os 300necessitaria de muitos mais . O fu-tebol, o Folclore e a Pesca Despor-tiva são algumas das atividadesque atualmente estão de vento empopa.

O PP aproveita para felicitartodos os sócios na pessoa do seuincansável presidente, o Sr. Castroe o seus colaboradores mais dire-tos e desejar-lhes a continuaçãodesse trabalho benéfico e exem-plar. Que os esforços sejam corro-borados por todos,independentemente das divisõesque possa haver. Vale a pena!

Vale a pena passar por GrossUmstadt, parar e admirar, não sóa cidade e os seus monumentos,mas deixar-se também embalarpela hospitalidade e simpatia dapresença Portuguesa. Viver Portu-gal! Entrar no COP é sentir-se emcasa. Entre e certifique-se vocêmesmo.

Jose Gomes Rodrigues, correspondente do Portugal Post

Gross Umstadt uma presença viva de Portugal

Aspecto da fachada da sede do Clube Operário Português.

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PORTUGAL POST Nº 209 • Dezembro 2011 Comunidades 9

Fala o Leitor

NOTA DA ADMINISTRAÇÃO DO PORTUGAL POST

AOS NOSSOS LEITORES ASSINANTES

A partir de Janeiro de 2012, o preço de assinaturaanual do PORTUGAL POST vai sofrer um ligeiro au-mento. Em vez dos actuais € 20,45, os leitores pas-sarão a pagar € 22,450 pelo preço de assinatura.Neste preço está já incluída a taxa do IVA (MWSt7%).

Recordamos que desde a fundação do jornal (em1993) o jornal nunca aumentou o preço de assina-tura, isto apesar de ao longo destes anos todosterem-se registado significativos aumentos de pro-dução e de envio, sendo o último dos quais o au-mento que o DEUTSCHE POST nos impôs..

Ao fim e ao cabo, os leitores assinantes pagamapenas os custos de envio do jornal para sua casa.

Pedimos, pois, a compreensão dos nossos leitoresassinantes por procedermos a este primeiro au-mento que fazemos nestes quase 19 anos de exis-tência.Portugal Post Verlag

A administração

Pais escrevem à presidente do InstitutoCamões

Se for à Terra Santa não perca Um Anoem Telavive, um livro de informaçãosobre Israel que lhe mostra facetas da re-gião que o farão viver muito mais do quea sua curta viagem. Aprenda muito, deuma forma divertida e intimista, sobreesta polémica parte do mundo e vejacom outros olhos a informação que lhedão nos Media. Um Ano em Telavive éum bom companheiro de viagem porqueinforma e diverte simultaneamente. Tem53 fotografias bem conseguidas e, porvezes, irónicas. O glossário de Um Anoem Telavive vai-lhe permitir comunicarao nível básico com os israelitas e os pa-

lestinianos - um livro para ler antes, durante e depois da sua viagema Israel – ou para viajar aconchegado no seu sofá preferido.

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Um Ano em Telavive Cristina Vogt-da Silva

Sugestão de Leitura

Rectificação,Na nota em que davamos conta deste aumento escrevemos,

por lapso, na edição anterior duas vezes € 22,45. Isto, é, onde selia Em vez dos actuais € 22,45, dever-se-ia ler Em vez dosactuais € 20,45.

Pedimos desculpas aos nossos leitores pelo erro e agradece-mos àqueles que nos chamaram a atenção do erro.

Curso de Lìngua e Cultura Portuguesa de RenningenAbaixo assinado

Sra. Presidente do Instituto CamõesDra. Ana Paula LaborinhoInstituto CamõesRua Rodrigues Sampaio 113LisboaC/c Coordenação do Ensino em Berlim

Exmos Senhores,

Dra. Ana Paula Laborinho

A Comissão de Pais e todos os encarregados de educaçãode Renningen, pertencente à área Consular de Estugarda,vêmmanisfestar a sua discordância em relação à redução de ho-rário de 2 para apenas 1 dia por semana, ou seja de 10 para5 horas semanais.

Os 45 alunos de Renningen, de todos oa niveis de esclo-raridade do 1 ano até ao 10 ano vão ser muito prejudicados,porque além de passarem a ter apenas metade do tempo deaulas irá ser também muito mais difícil de conseguir elaborarum horário para todos os alunos que seja compatível com oshorários da escola alemã, pois muitos alunos também têmaulas à tarde.Em consequência alguns alunos terão que dei-xar de frequentar as aulas.

Do ponto de vista dos encarregados de educação esta re-dução de horário não é aceitável pois prejudica a qualidadede ensino e terá influência negativa no futuro dos nossos fil-hos no que respeita aos conlhecimentos da língua e culturado seu país.

Com os melhores cumprimentos

Os encarregados de educação dos alunos de Renningen

O Embaixador de Portugal na Alema-nha, José Caetano da Costa Pereira,inaugurou a Biblioteca da Embaixadade Portugal em Berlim no passado dia31 de Outubro. Estiveram presentes,entre outros, a Embaixatriz, o antigoEmbaixador da Alemanha em Portu-gal, Hans-Bodo Bertram, a Re-presentante da Caixa Geral dosDepósitos, Giselle Ataíde-Lampe, o Presidente da Deuts-che-Portugiesische Gesellschaft,Harald Heinke, o Professor Bar-roso da Universidade do Minho,a Directora do Centro de Lín-guas da Freie Universität, e al-guns representantes e docentesdo Departamento de Línguas daUniversidade Humboldt e FU,entre outros.

O Embaixador referiu que olocal da biblioteca tinha sido an-teriormente utilizado como umaespécie de «armazém» e que«era filha de vários esforços».Com carácter diverso e «dís-par», o seu espólio abrangeáreas como a da Literatura, His-tória, Cultura e Turismo. Elo-giou também a boa vontade e acolaboração de todos os quecontribuíram para tornar o pro-jecto da biblioteca realidade.Mencionou ser necessário arran-jar alguém com conhecimentosna matéria para continuar a organiza-ção da biblioteca, o que faria sentidonuma biblioteca deste género em Ber-lim. Disse ainda pretender contactar

directores de jornais no sentido deestes disponibilizarem jornais diáriose semanários portugueses para con-sulta na biblioteca. Referiu que asobras já se encontram catalogadas e abiblioteca informatizada.

Segundo o Embaixador, este es-

paço será versátil e multifuncional,podendo vir a albergar workshops, se-minários e outras iniciativas.

Sugeriu ainda a criação de cursos

de língua portuguesa na Embaixada,sem prejuízo dos cursos de nível aca-démico existentes nas universidadesde Berlim.

Agradeceu muito especial, e pes-soalmente, a Hans Bodo Bertram, an-tigo embaixador alemão em Lisboa,

que doou parte da sua bibliotecaprivada à Biblioteca da Embai-xada, e que, durante a cerimó-nia, entregou ao Embaixadorportuguês os três volumes deuma das primeiras edições daHistória da Cultura em Portugalda autoria de José António Sa-raiva.

A Biblioteca estará abertaao público uma vez por semana,visto não haver funcionáriosdisponíveis para o seu funcio-namento diário.

De seguida, houve lugar aum amável buffet de bolos e aum Porto d’ Honra.

No âmbito da inauguraçãoda Biblioteca da Embaixada dePortugal, foram também efec-tuados dois workshops subordi-nados ao tema «Escrever deacordo com o Novo Acordo nãocusta nada, ou muito pouco: dasnovas regras ortográficas e suaaplicação» orientados pelo Pro-fessor Henrique Barroso daUniversidade do Minho e com

o apoio da Alexander von Humboldt-Stiftung.Cristina Dangerfield-VogtCorrespondente em Berlim

Inauguração da Biblioteca da Embaixada de Portugal em Berlim

Uma boa notícia para quemvive em Steinfurt-Borghorst (ounos seus arredores e até mesmo nacidade de Münster e por aí) é orestaurante português O FAROL,um local para se estar com os ami-gos, conviver ou festejar qualquerevento particular.

Gerido pela simpática CarlaPereira, O FAROL é um restau-rante familiar, onde o cliente éatendido como se é em restauran-tes que primam pelo esmero.

Com uma ementa variada, OFAROL prima também pela co-zinha tradicional portuguesa, emque se destacam os famosos pra-tos Rojões à Minhota, Frango noChurrasco, Arroz de Marisco, Pes-cada no Forno e ainda o saborosoCozido à Portuguesa (por enco-menda),

Cabrito Assado e Leitão à Bair-rada (por encomenda).

Por isso, se está a pensar emreunir os amigos e a família parauma festa de Natal não se esqueçaque O FAROL reúne todas as con-dições para ter um dia bem pas-sado à mesa no seu restaurante deSteinfurt-Borghorst.

Münster str. 60Tel.: 02552- 702630

RESTAURANTE O FAROL

Guia-o até Borghorst

O Embaixador de Portugal em Berlim, José Cae-tano da Costa Pereira (à direita), acompanhado doantigo Embaixador da Alemanha em Portugal,Hans-Bodo Bertram. Foto: C.D.-Vogt /PP

Page 10: Portugal Post Dezembro 2011

PORTUGAL POST Nº 209 • Dezembro 2011Entrevista10

Em seu entender, quais asáreas ou medidas toma-das pelo actual Governoque mais o desiludiram?A minha desilusão com este

Governo é profunda. Apesar doGoverno e dos deputados da maio-ria estarem sempre a querer cul-par o anterior Governo pela actualsituação, é hoje absolutamenteclaro para todos que a crise é gerale devia ter merecido o sentido daresponsabilidade do PSD e dosrestantes partidos da oposiçãoaquando da discussão e votaçãodo PEC IV. É a partir da rejeiçãodo PEC IV que se acelerou a de-gradação da situação económica efinanceira que obrigou ao pedidode intervenção externa. Desdeentão, os partidos da maioriaPSD/CDS-PP, que diziam que nãoqueriam mais sacrifícios para osportugueses, estão a impor os sa-crifícios mais duros de que há me-mória e a desmantelar a dimensãosocial do Estado.

Estamos a assistir a um empo-brecimento geral do país, à perdade direitos e conquistas e a perderrelevância externa. O roubo dossubsídios de férias e de Natal, numpaís com os salários baixos comoo nosso, é inqualificável.

Por outro lado, estamos a as-sistir pela primeira vez a uma de-struição das políticas públicaspara as Comunidades Portugue-sas, em flagrante traição a tudo oque o PSD prometeu durante acampanha eleitoral. Estamos a as-sistir a uma razia nos três princi-pais pilares das políticas para asComunidades: a nível dos consu-lados, com o encerramento de setepostos e o emagrecimento do qua-dro de pessoal, dois deles na Ale-manha; a nível do Ensino doPortuguês no Estrangeiro, com aeliminação de dezenas de lugaresde professores, e a nível das polí-ticas sociais, com uma reduçãodas verbas do ASIC e do ASEC,que passaram de um média de

cerca de 6 milhões de euros anuaispara menos de 4 milhões.

Enquanto deputado daoposição, como avalia oencerramento dos vice-consulados em Frankfurte Osnabrück?Considero um insulto às nos-

sas comunidades e uma prova daenorme insensibilidade e irre-sponsabilidade deste Governo.Esses dois postos prestam um ser-viço inestimável a dezenas de mil-har de portugueses que residemnas respectivas áreas consulares eque, ainda por cima, estão em re-giões de grande dinamismo eco-nómico, que bem podiam sermelhor aproveitados para a diplo-macia económica que está a obce-car tanto o ministro Paulo Portas.O Estado Português quase não vaipoupar nada e os prejuízos para asnossas comunidades são imensos,bem como para a nossa imagemjunto das autoridades alemãs.Acho que o Ministro Portas e o Se-cretário de Estado José Cesárionão avaliaram bem os prejuízosque essa decisão poderá trazerpara as nossas comunidades, par-ticularmente a nível do ensino nasáreas consulares em que ele é pagopelo Estado alemão.

Em muitas áreas consula-res há Comissões de Paisdesesperadas pela redu-ção dos horários dos cur-sos. Já indagou oGoverno sobre esta preo-cupação da comunidadena Alemanha?Já e por várias vezes e de vá-

rias formas. Interpelei o Governopara que não fizesse regressar aPortugal 50 professores até finaldo ano e para que não desinves-tisse num domínio tão crucialcomo é o ensino do Português noEstrangeiro. Na discussão do or-çamento voltei a pedir ao ministroPaulo Portas para não desinvestirnesta área. É inqualificável o queo Governo está a fazer. Efectiva-mente, está a destruir o Ensino doPortuguês no Estrangeiro e, comisso, a destruir um importantevínculo de ligação das nossas co-munidades a Portugal.

Tanto quanto sabemos,há a ideia em avançarcom o ensino à distânciaatravés da Internet paraalunos do 1° ao 6° ano deescolaridade. Será estauma forma de acabarcom o ensino do Portu-guês no estrangeiro?O que lhe apraz dizer?Espero, sinceramente, que o

Governo não vá por esse caminhoe preserve o Ensino do Portuguêsno Estrangeiro. Espero que lute

pela sua dignificação e valoriza-ção. Caberá ao Governo demons-trar que não está a destruir oEnsino de Português no Estran-geiro. A verdade é que o ensino àdistância não é tão apelativo. Atéporque este Governo da maioriaPSD/CDS-PP devia ter aprendidocom as lições da Escola Virtualque o anterior Governo tentou im-plementar e que, não obstante osesforços, o número de alunosnunca foi muito elevado. Estaforma de ensino não me parecetão motivadora como o ensinopresencial, com os professoresdiante dos alunos para poderemdialogar e tirar dúvidas. Poderáser mais cómodo, mas será muitomenos eficaz.

Como avalia o exercíciodo actual Secretário deEstado das Comunida-des?Como já disse na Assembleia

da República na discussão do or-çamento para o Ministério dos Ne-gócios Estrangeiros com oMinistro Paulo Portas, acho que oactual Secretário de Estado dasComunidades, José Cesário, está aser o coveiro das políticas para ascomunidades, o que é absoluta-mente surpreendente, pois eletinha o dever de defender os Por-tugueses residentes no exteriorporque foi eleito por eles e nãoestá a fazer nada. E os três depu-tados do PSD eleitos pelas comu-nidades estão a assistirpassivamente ao funeral. Com-preendo até que se sintam muitoincomodados, porque promete-ram tanta coisa e agora estão afazer o oposto, estão a atraiçoartodos os que acreditaram nas pro-messas do PSD. E passam o tempoa atirar-nos areia para os olhos,como com a ideia peregrina dasmáquinas que serão usadas naspermanências consulares, como seisso substituísse as estruturas físi-cas onde os portugueses podem irno momento em que precisam equando podem. Essas máquinasseriam de grande valia, isso sim,com a actual estrutura dos postosconsulares, e não com menos.

Sem volta a dar, a gravecrise que o país atravessapode justificar as medi-das do Governo. Isto é: seo país atravessa umagrave crise e os portugue-ses têm de suportar cortesque lhes dificultam a vidaporque não há-de o Go-verno também fazer che-gar a austeridade àscomunidades?Por várias razões. Por um lado

e desde logo, porque eu não con-cebo que o Ministério dos Negó-cios Estrangeiros que é o que tem

menos orçamento de todos seja oque leva um corte maior, daordem dos 10,6 por cento, que é oequivalente a 40 milhões de euros.Depois, porque quando houve acampanha eleitoral já havia crise.Esta crise económica e financeiradesenvolveu-se de forma avassala-dora depois de 2008. E, portanto,se o PSD não tinha condições paracumprir, pura e simplesmente erahonesto e não prometia. Final-mente, porque o PSD e os restan-tes partidos da oposição têmtambém uma grande responsabi-lidade no estado actual do país,porque ao recusarem o PEC IV poregoísmo partidário e sede depoder no caso do PSD e do CDS,criaram as condições para umaaceleração da crise económica e fi-nanceira do nosso país e para umalastramento do contágio a outrospaíses da Europa, como estamosagora a assistir em relação à Itáliae a França, que já estão na mirados especuladores financeiros.

Acha que o país está emcondições de suportarcustos com cursos e pro-fessores, serviços consu-lares e despesas com

pessoal; diplomatas;apoios às associações,etc.?Tem esse dever. Tem essa

obrigação. Tem a obrigação de re-speitar quem está fora do país eprecisa de um sinal de reconheci-mento de quem nos Governa. Empolítica é tudo uma questão deprioridades. E as nossas comuni-dades, os cinco milhões de portu-gueses que estão espalhados pelomundo, constituem um imensopotencial que o país precisa de en-volver na resolução dos problemase no nosso desenvolvimento co-lectivo. Todos os portugueses queresidem fora no nosso país que-rem ter orgulho em Portugal, mastambém querem um sinal de re-conhecimento por tudo o quefazem e pela sua história de vida.Mas se o Governo os despreza, selhes tira tudo, então o vínculo deligação perde-se.

Os portugueses das comunida-des deram ao PSD uma vitóriabastante expressiva. Acho queneste momento têm razões desobra para se sentirem enganadose traídos.PorMário dos Santos

Paulo Pisco, deputado do PS pelo Círculo Eleitoral da Europa

“José Cesário está a ser o coveiro das políticaspara as comunidades ”

Num momento de austeri-dade imposta , também a co-munidade lusa na Alemanhaestá a sentir na pele os cor-tes anunciados pelo Go-verno, como por exemplo, ofecho de postos consulares ea redução do número dehoras e de professores doscursos de Língua e CulturaPortuguesa.Neste contexto, o PORTU-GAL POST quis ouvir o depu-tado do PS eleito pelo círculoeleitoral da Europa, PauloPisco, sobre estas questõesque marcam a actualidade.

Paulo Pisco, deputado do Partido Socialista

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11Comunidade luso-alemãPORTUGAL POST Nº 209 • Dezembro 2011

A Assembleia Geral Anual daDeutsche Portugiesische Gesells-chaft (DPG) teve lugar entre 21 e23 de Outubro, no Hotel Alexan-der Plaza, em Berlim. Estiverampresentes Madalena Fischer, Con-selheira da Embaixada de Portu-gal, Harald Heinke, PresidenteNacional da Associação, DanielaKreidler-Pleus, a sua Vice-presi-dente, Giselle Ataíde-Lempe, Re-presentante da Caixa Geral deDepósitos na Alemanha, o Profes-sor José Encarnação da Technis-che Universität de Darmstadt,Richard Blumenthal, redactor doPortugal Report, e ainda os vice-presidentes e os representantes daAssociação dos vários Estados Fe-derados da Alemanha, além de ou-tros convidados. A sessão foiconduzida pelo Presidente e pelaVice-Presidente da DPG.

Um dos pontos altos da tardefoi a presença de Benjamin Seikel,o director da C-Films (Alemanha),a produtora do filme Nachtzugnach Lissabon (ComboioNocturno para Lisboa), baseadono livro homólogo de Pascal Mer-cier (pseudónimo de Peter Bieri)que já vendeu 2,5 milhões de liv-ros, dois 2 milhões dos quais, naAlemanha, e foi traduzido em 15línguas. O realizador do filme éBille August, um prestigiado reali-zador dinamarquês com vários fil-mes premiados no seu palmarés,entre eles, A Casa dos Espíritos. Oprodutor mencionou as dificulda-des em adaptar esta obra literáriade carácter filosófico ao cinema,afirmando que, exactamente poressa razão, as filmagens começa-ram há seis anos e ainda não estãoconcluídas, tendo sido entretanto«mudados três actores». «A adap-tação de uma obra literária ao ci-nema é sempre difícil e não podeser feita integralmente. O filmeafasta-se em alguns pontos dolivro, mas o espírito da obra estábem transposto para o cinema,através do recurso técnico aoflash-black, que aumenta de in-tensidade à medida que se desen-rola a acção do filme!», afirmou.Com um elenco de peso, o filmeconta com actores como JeremyIrons, o protagonista, Vanessa

Redgrave e Bruno Ganz, entre ou-tros. As filmagens ainda estão adecorrer e o próprio guião é umprocesso de aprendizagem e coor-denação constantes com o autor.«A música do filme terá algumainfluência portuguesa, mas nãoserá necessariamente música por-tuguesa, nem contará com a pre-sença de intérpretes portugueses»– revelou o produtor. O filme éuma co-produção europeia, decor-rendo oitenta por cento das filma-gens em Portugal. «Queremosapresentar o filme nos Festivais deCinema de Berlim e de Cannes» –disse Benjamin Seikel, que apre-sentou aos participantes um curtotrailer do filme.

Logo a seguir, falou a Consel-heira da Embaixada de Portugal,que elogiou o trabalho desempen-hado pela DPG e reafirmou oapoio da Embaixada a esta asso-ciação, embora tenha deixado bemexplícito que a situação de crise fi-nanceira vivida em Portugal afectatodos os órgãos administrativosportugueses, não poupando as re-presentações diplomáticas.

UMA ASSEMBLEIA PARA(TAMBÉM) DEBATER PRO-BLEMAS

Harald Heinke deu início à As-sembleia Geral da DPG e seguiu aagenda anunciada. De realçar, ainauguração da Biblioteca daDPG, nos escritórios de advocaciade Daniela Kreidler-Pleus emLudwisburg, que aproveitou aoportunidade para agradecer atodos aqueles que contribuíramcom livros para o espólio da bi-blioteca.

O tema recorrente nesta As-sembleia Geral Anual foi a falta deapoios financeiros para as activi-dades da DPG, além de uma ma-nifesta tristeza pela falta dereconhecimento traduzida em es-cassos apoios financeiros para otrabalho desenvolvido voluntaria-mente pelos seus membros emprol da cultura portuguesa. Maisainda, a Associação depara-se comum problema mais grave. A médiaetária dos seus membros ronda os«sessenta e muitos anos» – afir-mou Harald Heinke. «Apesar dealguns jovens terem aderido re-centemente à DPG, são mais aque-

les que nos deixam ou ficam im-possibilitados de contribuir acti-vamente para a Associação pormotivos relacionados com a idadee a doença» – constatou Heinke.O Professor Siepmann proferiuuma opinião algo diferente, retor-quindo que «tem de se pôr fim aoderrotismo etário e ver as vanta-gens da idade, como a experiênciae os conhecimentos adquiridosdurante uma vida longa».

Não obstante, os presentes ti-veram o prazer de ouvir o jovemrepresentante da Associação porHamburgo e Schleswig-Holstein,um jovem músico, Jan-Taken deVries, que, apesar dos seus muitoscompromissos profissionais, sededica ao trabalho da DPG nashoras vagas.

De Vries aproveitou para falardas redes sociais como um poten-cial apoio publicitário para a DPG,afirmando que a sua experiênciatem sido positiva. Contudo, refe-riu que, em Hamburgo, existemmuitas pequenas associações por-

tuguesas e seria difícil criar ape-tência pela associação naquelemeio dividido.

Registou-se nesta Assembleia,uma certa divisão de opiniõesentre os participantes em matériadas redes sociais, embora a inter-net, em geral, parecesse ter umaaceitação pacífica. Foram esboça-das algumas sugestões para ultra-passar a falta de consenso nestamatéria, mas o assunto ficou sus-penso, não tendo sido tomadaqualquer decisão nesse sentido.

PROFESSOR JOSÉ ENCAR-NAÇÃO, UMA FIGURAÍMPAR DA COMUNIDADELUSA

O Professor José Encarnação,figura proeminente a nívelmundial na área de computaçãográfica e em 2006 foi homena-geado com a Grã-Cruz de MéritoFederal Alemã pelos serviços pres-tados à investigação informáticaalemã, foi o primeiro a propor an-

gariar portugueses para a DPG,mencionando a necessidade delhes criar apetência pela Associa-ção. «Os membros da DPG sãoalemães que vivem em Portugal ealemães com interesses em Portu-gal, porém faltam os portuguesesque vivem na Alemanha» - afir-mou o emérito Professor. Disseainda que a revolução árabe só foipossível com as redes sociais e de-clarou ser inequivocamente afavor da internet para a DPG.«Esta associação só se abrirá aopúblico através de um portal que atorne conhecida» - concluiu.

Harald Heinke aproveitoupara lembrar que «a DPG já se en-contra na internet e é fácil de en-contrar através do motor de buscada Google».

Nesta Assembleia, foramainda apresentados os resumosdas actividades de algumas das re-presentações da DPG, ponto quefoi abreviado por falta de tempo.Posteriormente, foram apresenta-dos os relatórios financeirosanuais e, para terminar, foi anun-ciado que a Assembleia Geral de2012 da DGP reunirá de 19 a 21 deOutubro em Leipzig.

A Deutsche Portugiesische Ge-sellschaft foi fundada em 1964como uma associação não política,apartidária e sem fins lucrativos.O elemento unificador dos seussócios é o grande amor por Portu-gal, pela cultura portuguesa e, emgeral, por tudo o que é português,e a enorme vontade de realizar econcretizar esses sentimentos pelonosso país em acções de divulga-ção da cultura portuguesa e deajuda ao nosso país através daprojecção de uma boa imagem dePortugal e da criação de apetên-cias pelo nosso país na Alemanha.Todas as representações da DPGnos estados federados alemães de-pendem do trabalho voluntáriodos seus membros e dos eventuaisapoios financeiros obtidos porestes. A situação de crise finan-ceira vivida em Portugal dificultagravemente a angariação de fun-dos vindos de Portugal.

À noite, realizou-se um jantarde confraternização na BrauhausLemke, onde os vários participan-tes tiveram oportunidade de tro-car impressões num ambientedescontraído enquanto desfruta-ram da boa gastronomia alemã.

Berlim

A Deutsche Portugiesische Gesellschaft(DPG) quer chamar a si mais portugueses Cristina Dangerfield-VogtCorrespondente em Berlim

Harald Heinke, Presidente da DPG. Foto: C.D.-Vogt/PP

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Page 12: Portugal Post Dezembro 2011

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uando o Mário dos Santosme desafiou a escreveruma crónica para o Portu-gal Post de Dezembropensei no mais óbvio: es-

crever sobre o Natal. Adoro oNatal. O perfume da canela e docravinho. As rabanadas quenti-nhas, os sonhos e bolinhos deabóbora da minha mãe. As bola-chas feitas pelas miúdas. Gostode ver a casa cheia de brilhos. Aárvore enfeitada e a neve láfora. Os cartões manuscritos dequem não se rendeu ao email. E ospresépios. Os meus presépios,cada um com a sua história.

Depois revi as ideias. Reflecti: o que torna o Natal tão especialmim? Para além da minha fé, oque faz desta época a mais bela doano são as minhas filhas. E os mo-mentos únicos que elas me dão.Fragmentos de felicidade.

A diplomata e a chefe dos índios

Desde que ela nasceu que acasa se encheu de riso e suavidade.Ria com gargalhadas claras comoa água, tão contagiantes que dela

diziam ser um raio de sol.À sua roda no Kindergarten os

meninos e as meninas sentiam-sebem. Era princesa entre piratas.Em casa, trepava as escadas dacama como se fossem degraus deuma fortaleza de brincar e punha-se a cantar. Tinha uma voz lumi-nosa, como se a “água ou o vidrose rissem”. Num instante os legostransformavam-se numa orques-tra. Adorava a música e adormeciaembalada por canções antigas.Quando brincava às profissõesdizia querer ser luthier. Depois pi-loto ou professora. Coleccionavapedras de todas as cores e feitiosque escondia atrás dos cortinados.

Olhava para vida cheia de cu-riosidade, respirando o seu per-fume. “Mami, há tantas coisas queeu não sei. Leva-me a vê-las”.Lembro-me dela aos cinco anos adesenhar, tranquilamente, emconferências de imprensa, quandofalhava a baby-sitter. Conheciapelo nome políticos e presidentese adorava o jogo das capitais. Que-ria devorar o mundo.

Ao vê-la com os meus sapatospretos de saltos desmedidos, dei-me que conta que cresceu. Já viajasozinha, fala com a mãe em inglês

no Facebook. O violino, compan-heiro predilecto da meninez, passademasiado tempo no estojo. Mas,ainda hoje, no equinócio entre ainfância e a adolescência, a Joanaé uma diplomata. Às vezes.

A Matilde chegou à vida muitoapressada e nunca mais parou.Sempre com um ar travesso dequem tem que explorar grutasmisteriosas, tesouros debaixo dacama, e não pode perder tempocom os trabalhos de casa.De cai-xas de sapatos constrói galáxiascheias de reflexos de mil cores.Embalagens de ovos são crocodi-los. É a minha ourives, faz-me co-lares e pulseiras. E colagens. Edesenhos, muitos desenhos. Assuas mãos quase nunca têm cordefinida cobertas que estão de res-tos de tinta ou de terra. Nas per-nas um mapa das traquinices:nódoas negras, umas mais azuis,outras já amareladas. A bicicletaou os patins são uma espécie deextensão natural das pernas.Gostade livros de detectives e aventuras.De um abraço apertado e nada demuitos beijinhos. Queria ter comoanimal de estimação uma min-hoca e viver numa pirâmide.

É uma sedutora de um metro

de altura, olhos grandes muito es-curos e fina inteligência. Conse-guiu entrar no cofre-forte que sãohoje em dia os cockpits, começaruma sessão de cinema, que ohomem do lixo a deixasse carregarnos botões todos do camião e e e….É a chefe índia, a Pipi meias-altasda escola. Tem um ar tão feliz.

Nos dias de calmaria, sala éuma espécie de Nações Unidas, adiplomata e a chefe dos índiossentam-se no sofá agarradinhas eriem por tudo e por nada. Se háapenas uma definição de felici-dade então que seja esta.

A magia da infância

A Matilde adora Playmobil.Estábulos da Playmobil, ambulân-cias da Playmobil, barcos de pira-tas da Playmobil, pirâmidesegípcias da Playmobil. Enfim, um“Playmobil Welt”, como ela chamaà metade do quarto tomada de as-salto pelas figurinhas alemãs, con-correntes da Lego.

Mal chegam os dias descora-dos, curtos, e gélidos, é vê-la, sen-tada no chão, de olhos cintilantes.Encenando brincadeiras onde é

dramaturga, actriz e público. Con-cilia vozes e silêncios. Rege e har-moniza. Faz reinar entre aspersonagens-figurinhas-de plás-tico um vínculo secreto e invisívelque dá expressão à sua fantasia. Eme prende a mim, que fico aespreitar pela frincha da porta, se-duzida pelas suas histórias e per-sonagens.

Agora que a casa se converteuno país do Natal, e mãe se meta-morfoseou num duende apres-sado, claro que o“Adventskalender” – o calendárioque ajuda na contagem decres-cente até à noite em o meninoDeus nasceu – só podia ser daPlaymobil. O calendário consistenuma caixa com 24 compartimen-tos (de 1 a 24 de Dezembro) nosquais se encontra um bonequinhoou afins da Playmobil. Novos ha-bitantes do “Playmobil Welt” .

Hoje foi dia de abrir a primeirajanelinha… “as coisas extraordiná-rias e as coisas fantásticas tambémsão verdadeiras. Porque há umpaís que é a noite e um país que éo dia”.

Eis a magia da infância,que quando é feliz nos dá algo es-sencial que resiste ao tempo.

Crónica Por Helena Ferro de Gouveia

Notas soltas de felicidade

Q

Page 13: Portugal Post Dezembro 2011

PORTUGAL POST Nº 209 • Dezembro 2011 13Publicidade

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Page 14: Portugal Post Dezembro 2011

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As autoridades alemãs abri-ram um inquérito contra umpolícia devido à morte de umportuguês durante a sua de-tenção, em Heilbronn(Baden-Wuerttemberg), disseà Lusa um porta-voz do Mi-nistério Público local.

„Sempre que há um óbitono âmbito de uma acção poli-cial temos de actuar e, após asinvestigações iniciais, decidi-mos abrir um inquérito con-tra um agente da polícia, de26 anos, por suspeita de ho-micídio involuntário e ofensascorporais no exercício docargo“, disse Harald Lustig,do gabinete de imprensa doMinistério Público de Heil-

bronn.O emigrante de 51 anos,

natural de Alcobaça, a viverhá cerca de oito anos na Ale-manha, envolveu-se em con-frontos com os dois agentesda polícia chamados para odeter pelo proprietário de umciber-café, por alegadamentese recusar a pagar uma bebidaque tinha consumido.

O caso ocorreu no dia 7 deNovembro e, antes da che-gada da polícia, o cidadãoportuguês terá agredido odono do estabelecimento, poreste se ter recusado a devol-ver-lhe o telemóvel com quetinha ficado, como penhor dadívida, segundo um relato da

imprensa local.Um cliente que tentou aju-

dar a polícia durante a deten-ção terá também sidoagredido pelo português, se-gundo a mesma fonte.

Já depois de terem imobi-lizado e algemado o suspeito,que tinham colocado de ba-rriga para baixo, os dois agen-tes da polícia verificaram queeste tinham deixado de respi-rar.

Foi então chamada umaambulância, que lhe prestouos primeiros socorros aindano local, mas o cidadão portu-guês acabaria por falecer, doisdias depois, nos cuidados in-tensivos do hospital para

Heilbronn

Inquérito judicial contra polícia após morte de cidadãoportuguês durante detenção

onde o levaram.O relatório preliminar da

autópsia já entregue ao minis-tério público de Heilbronn in-dica que a causa da mortepoderá ter sido uma paragemrespiratória durante a deten-ção.No entanto, serão neces-sários mais exames para amedicina legal tentar apurarcom mais exatidão o que podeter acontecido, segundo a jus-tiça alemã.

A polícia judiciária federalestá também a examinar agravação de vídeo do estabe-lecimento, a pedido do Minis-tério Público, adiantou orespetivo porta-voz.

Além disso, foram entre-

tanto interrogadas várias tes-temunhas, e a polícia pediu aoutras pessoas que tenhampresenciado a cena, ou conhe-çam a vítima, para se apresen-tarem às autoridades eprestarem depoimentos.

„Estamos ainda em fasemuito inicial das investiga-ções, e só depois de as termosconcluído decidiremos se serádeduzida acusação contra oagente da polícia ou não“, ex-plicou o porta-voz do Ministé-rio Público de Heilbronn.

O corpo de José FaustinoBento foi ser trasladado paraAlcobaça, onde tem vários ir-mãos, disse uma fonte consu-lar.

Feliz Natal

Page 15: Portugal Post Dezembro 2011

PORTUGAL POST Nº 209 • Dezembro 2011 15Natal

ema recorrente da época na-talícia é o consumismo exa-cerbado, impulsionado pelapublicidade e mantido pelohábito de dar e oferecer pre-

sentes que, tendo começado nummeio burguês no século XIX, sedisseminou por todas as camadassociais com possibilidades finan-ceiras de entrarem na roda-vivadas lembrancinhas. Recordo-mecomo gente do campo ou sem eiranem beira chegavam até às vilasalentejanas para cantar às portasas janeiras, canto esse recompen-sado por dádivas mais ou menosgenerosas, conforme as casas e assobras de cada um. Não erambelos tempos não, eram tempos dedesgraça. E também faz parte daminha memória o meu avô regres-sar da sua mercearia dia 24 de de-zembro, para jantar, e relatarquem por lá havia aparecido, umafamília a comprar um naco de lin-guiça que, segundo ele, seria aúnica carne que comiam todo oano. Repito: eram tempos desgra-çados.

Se a Alemanha este dezembroapresenta bons resultados econó-micos apesar de endividada elatambém até ao pescoço, isso se

deve ao alto consumo interno.Pelos vistos os alemães não se as-sustam com as notícias, regozi-jam-se talvez com as desgraçasalheias e toca a comprar, comprar

e comprar e assim ajudar a supe-rar a crise!

Aos portugueses nem isso lhesvale. Sim, que nós adoramos con-sumir, basta lembrar os nossos

centros comerciais a abarrotar degente, de semana e ao domingo, aslojas de roupa, as boutiques, poresse Portugal fora, as lojecas depechisbeques desde os cãezinhosde louça às caixinhas de prata,mais os stands de automóveis, e asfeiras e as caixas multibanco, queforam surgindo do nada, em cadaesquina uma.

Só que este ano, como será?Como consumir e com quê? Quemlevanta dinheiro se ele lá não está?Quem quer roupa nova quando ado ano passado ainda faz a moda– que rota, estragada, nem a de há10 anos...E porque comprar maisuma panelinha e mais uma formi-nha e mais um pratinho quandonada se partiu? E as lojas fechamporque não podem pagar o alu-guer, não se livram do stock em-patado, a vida mesmo parece estarempatada, todo o país empatado.E cada um olha por si e, se a crisetoca a todos, aos que pouco ti-nham e que tinham entretantoaprendido muito europeiamentea gastar, toca muito mais.

E nós daqui, que fazer? Já nãoestamos no tempo das remessas,no entanto algum lá chegará. Es-cutamos as queixas e depois?

Temos muita peninha, coitadi-nhos deles, ou encolhemos os om-bros, como a formiga da fábula,que tivessem trabalhado melhor,com mais afinco, amealhado mais,„ai cantaram, pois dancem agora“.Se tudo fosse tão simples como nafábula...

Numa revista alemã sobrenovas energias fizeram um inqué-rito a alguns jovens de vários luga-res do planeta sobre o que pensamdo futuro. Todos eles dizem acei-tar desafios, querem viver compaixão e, cheios de entusiasmo,mudar o mundo. Falam das suaspreocupações, desemprego, polui-ção, injustiças. Um rapaz japonêstermina o seu depoimento afir-mando que a chave para uma me-lhor sociedade é inovação emodéstia.

Lembro a casa dos meus avós,que não era nem miserável, nempobre, nem sequer remediada,mas era certamente modesta, por-que à parte uns cantarinhos emcobre nenhum objeto havia quenão tivesse função, que não fossede facto necessário.

Falar hoje alguém, com 21anos, de modéstia é certamenteum passo para a inovação!

Festejar o Natal em tempo de crise

CrónicaLuísa Costa Hölzl

T

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PORTUGAL POST Nº 209 • Dezembro 20111616

Rodrigues Portugal ImportRemscheid

A importar e a distribuir produtos alimentares portugueses

Contar a vida e a existência da em-presa portuguesa de importação edistribuição de produtos portuguesesRodrigues Portugal Import é fazer ahistória de um dos grandes empreen-dedores nesta área que é o SenhorManuel Rodrigues.No dia 1 de Dezembro de 1986, há25 anos, portanto, o Sr. Manuel Ro-

drigues cria a empresa que hoje dirige com êxito. Antes,porém, ele já tinha uma experiência acumulada em outras fir-mas de distribuição na altura nomercado, experiência essa quejá tinha trazido de Portugal deonde saiu em 1969 para se radi-car neste país onde criou famíliae edificou a sua empresa.Hoje, aos 67 anos de idade, o Sr.Manuel Rodrigues olha os 25anos passados com orgulho da-quilo que empreendeu e escreveo seu nome na afirmação demuito produtos alimentares por-tugueses no mercado alemão.Grossista e retalhista, a empresaRodrigues Portugal Import, comsede em Remscheid (NRW), dis-tribui para toda a Alemanha e for-

nece para a restauranção, para venda a retalho, associaçõeslusas, etc..O seis colaboradores e os dois camiões trabalham dia após diapara que os produtos da Rodrigues Portugal Import cheguemaos quatro cantos da Alemanha a tempo e horas.São 400 os produtos e marcas que os 1200 metros quadradosdo armazém esperam vez para chegar ao cliente.Desde as mais diversas marcas de café (Delta, Sical, Bondi),passando pelo peixe congelado da marca Gelpinhos, Gambase marisco diverso; bacalhau da Noruega, sem esquecer as mel-hores marcas de vinhos nacionais, tais como os da Quinta da

Aveleda com os seus Verdes eRozés; os tintos como o QuintaCastelinho, Quinta das Arcas,Vercoop, etc..Em suma, uma vastíssima gamade produtos esperando por sitambém na loja de venda ao pú-blico.A Rodrigues Portugal Importaproveita este momento parafazer votos de um Bom Natal eum Feliz 2012 a todos os nossosclientes, amigos e comunidades.Aproveito esta oportunidade paraagradecer a todos os meus clien-tes e amigos toda a dedicaçãoque me deram.

Rodrigues Portugal Import

Königstr. 1742853 Remscheid

Tel (0 21 91) 8 29 28 Fax (0 21 91) 8 43 64

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25 anos

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PORTUGAL POST Nº 209 • Dezembro 2011 17

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Manulena quer iluminar os lares na Alemanha

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Paulo DiasWarendorferstr.14848145 MünsterTel: 0251 28 76 91 50

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I. Não seja demasiado originalna escolha dos títulos para evitardestoar do resto. Títulos originaissão como ideias originais: indese-jáveis. E dão trabalho. Um títulomuito popular é “Deutschlandüber alles”. Uma breve alusão aopassado longínquo de um país quejá não existe, como não existe,aliás, essa estrofe num dos hinosmais pacíficos e líricos da Europa:o alemão. Foi abolida em 1952,para não ferir susceptibilidadeseuropeias. Mas o verso não tinhanada a ver com expansionismo,conquista, fascismo ou nazismo.Datava de meados do século XIXe expressava a aspiração a umaAlemanha unida como nação, queentão ainda não existia. É mais oumenos como escrever um editorialsobre Portugal contemporâneo eintitula-lo “Cá vamos, cantando erindo, levados, levados sim”. Em-bora, agora que penso nisso, talvezesse até fosse um título bastantecerteiro. Sobretudo a parte do “le-vados”.

II. Adiante. Resolvido o di-lema do título, o resto é fácil,desde que não se perca de vista oobjectivo da crónica portuguesa:escrever muitas palavras (serãopagas ao metro?) para não dizernada. Pelo menos de substancial.O que ser quer é a Opinião. Nocaso da Alemanha, não há que en-ganar. Basta repetir ad nauseamque a Alemanha é a culpada detudo: da dívida portuguesa, docorte dos salários, do aumento dosimpostos, da queda do Governo, e

da queda do cabelo do escriba.

III. Prove o seu desprezo porninharias como profissionalismo efaça um esforço para escrever in-correctamente todos os nomespróprios alemães. O grande exem-plo a seguir é a de um conhecidosemanário português, que, comperseverança e dedicação, escre-veu Khol em vez de Kohl ao longodos 16 anos que homem passou nachancelaria.

IV. Não caia no erro de tentarargumentar. Até pode ser que cer-tas posições da Alemanha sejampassíveis de crítica. Por exemplo,a recusa de alargar as competên-cias do Banco Central Europeu.Não enverede por aí, isso é muitocomplicado. Primeiro, teria queexplicar o quanto a Alemanha jácedeu neste particular. O que,para além de exigir conhecimen-tos, é contraproducente. Depois,haveria que traçar, pelo menos emlinhas largas, a motivação de Ber-lim, que inclui a memória co-lectiva da inflação mortífera doentre-guerras. Inflação esta quelevou a uma situação de desesperotal, que até um psicopata de nomeHitler se pôde arvorar em salva-dor. Os alemães juraram “nuncamais” e estão convencidos queestabilidade monetária é a solu-ção. Evite pormenores deste gé-nero porque para os expor épreciso – horribile dictu – conhe-cer a História da Europa.

V. Para a motivação da Ale-

manha existem explicações muitomais acessíveis: os alemães sãotodos nazis e estão a aproveitar acrise dos outros para pôr em prá-tica o velho plano de conquistar omundo. No caso de Portugal, o

mundinho. Nos filmes america-nos, esta parte vem sempreacompanhada pelo riso malévolode um general nazi de botas decano alto e monóculo, bradando:“Tomorrrow zee vorrrld”. É maisou menos o nível a que deve aspi-rar na sua crónica (e se conseguirincluir o termo “Panzer”, será in-stantaneamente cooptado pelaelite dos opinadores). Esta teoriacai sempre bem. Não explica por-que é que os alemães apoiaram asforças democráticas em Portugalcom injecções financeiras maciçasantes e depois do 25 de Abril ouimpuseram, contra a resistênciada França, a entrada de Portugal

na CEE, em 1986, e por aí diante.Mas, lá está, não tínhamos ditoque os factos não são para aquichamados?

VI. Também deve ficar por ex-plicar pelo comentador porque éque a chanceler alemã está fartade arriscar a coligação governa-mental, e – tendo em conta a re-sistência na população - aspróximas eleições, para levaravante planos de resgate cada vezmais volumosos. Para sorte docronista, quase nenhum meio decomunicação português tem cor-respondentes na Alemanha quepossam transmitir uma visão rea-lista deste país, que, por acaso, é omais importante na União Euro-peia. Até a televisão estatal RTPacredita que o cidadão portuguêsnão precisa saber o que faz a Ale-manha correr. Para o jornalismoportuguês, o mundo aconteceentre Chelas e Odivelas.

VII. Quanto aos numerosospaíses no norte da Europa quepressionam a Alemanha para serainda mais rigorosa e menos flexí-vel nas assistências prestadas ...estamos conversados: na visão docomentador português, pura-mente não existem. Nem mesmose aperceberam da queda do go-verno eslovaco devido à resistên-cia cerrada às ajudas num país quepenou verdadeiramente paracumprir os critérios de acesso aoeuro. E que, tal como a Áustria, aHolanda e muitos outros, não per-cebe porque é que agora tem que

pagar a conta daqueles que vi-veram acima das suas posses. Achanceler Merkel tem, portanto,mais essa tarefa: convencer estespaíses da necessidade de manter osul na zona do euro. Não que issotenha a menor importância para oeditorial tipo luso, claro. E podeestragar o lindo cliché da Ale-manha como país poderoso masisolado na Europa, que insiste emsabotar os arranjinhos.

VIII. E se Angela Merkel fizerum discurso qualquer que nãopode ser ignorado, mas que destoadas convicções dos cronistas,como: “A União Europeia é vitalpara a Alemanha”? É fácil, co-menta-se doutamente: “Final-mente Berlim está a acordar e adizer as verdades aos alemães”. Fi-nalmente? Vivo neste país há 30anos, e não me lembro de umúnico discurso de um chancelersobre a Europa que não repetisseaté à exaustão este truísmo. Ups,mais um facto, peço desculpa, es-queça.

IX. Porém, se não obstantedestas dicas fundamentais o seueditor não gostar da sua crónica,não desespere. Há sempre umaboa solução: sirva-se online dasopiniões dos cronistas do NewYork Times, do El País e do LeMonde. Se não falar nenhuma lín-gua estrangeira, vá roubar ideiasaos blogs nacionais, Tudo semcitar as fontes, claro. Acredite, ométodo tem feito carreiras jorna-lísticas fulgurantes em Portugal.

Dummheit über alles

PorCristina Krippahl

A crise da dívida encheu as páginas dos jornais portugueses de opi-niões sobre a Alemanha e os alemães. Não de factos - isso seria talvezpedir demais - mas de juízos, teimas e convicções baseados em … juí-zos, teimas e convicções.

Uma breve análise das elucubrações em questão permitiu-nos comporeste pequeno manual para a arte de bem opinar nas publicações lusas.Esperamos que possa ser útil a futuras gerações de jornalistas portu-gueses.

No caso da Alemanha,não há que enganar.Basta repetir ad nauseamque a Alemanha é a cul-pada de tudo: da dívidaportuguesa, do corte dossalários, do aumento dosimpostos, da queda doGoverno, e da queda docabelo do escriba.

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Manual do cronista português

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Tema actual PORTUGAL POST Nº 209 • Dezembro 201118

A Alemanha é neste momento umpaís em estado de choque, deba-tendo-se com o - segundo dizem -maior escândalo do pós-guerra.Muito resumidamente: há cercade 10 anos, quando iam proibir aNPD, descobriram que havia de-masiados agentes dos Serviços deInformação nas chefias desse par-tido, o que tornava impossível dis-tinguir o que era NPD e o que eraEstado. Um escândalo, uma ver-gonha, um fiasco brutal. O pro-cesso voltou ao ponto inicial, aNPD continuou sob observação.Simultaneamente, começou umaestranha série de assassínios deproprietários de restaurantes deDöner. A polícia tratou de investi-gar "em todas as direcções": falou-se logo em ajustes de contas entremáfias turcas, mas não se avançoumuito na pista da violência de ex-trema-direita. Há dias descobriu-se que esses assassínios eram obrade um grupo de neonazis, tal comoas bombas em prédios com muitosestrangeiros, o atentado num ce-mitério judaico e os assaltos vio-lentos a bancos. O que transtornaa Alemanha é não entender comofoi possível ter tantos agentes dosSI dentro da NPD e nenhum delesinformar sobre aquilo a que oSpiegel já chamou a "BrauneArmee Fraktion". A pergunta domomento é: "seremos cegos doolho direito?", e a pergunta queimediatamente se segue: "porqueé que isto está a acontecer comtanta força no território da antigaRDA?"

Em Dezembro de 2007,quando morávamos ainda emWeimar, comecei a fazer uma listasobre a presença dos neonazis naminha vida (incidentes que se tin-ham passado comigo ou com pes-soas que eu conhecia). Pelomotivo habitual ("eu não douvazão!") a lista ficou esquecida.Até esta semana, quando se soubeque, bem perto de Weimar, neo-nazis tentaram fazer um atentadobombista numa casa onde mora-vam portugueses, e me dei contaque aquela sensação de insegu-rança era muito mais que justifi-cada: há de facto uma rede deextrema-direita organizada e dis-posta a tudo, e o seu epicentrositua-se, ao que parece, muitoperto da região onde eu vivi.

Retomo essa lista, acrescentoalguns incidentes mais recentes eoutros lidos em jornais.

I.No verão de 2006, a directora

do centro de refugiados de Wei-mar organizou um campo de fé-rias para animar os miúdos. Maisdifícil que arranjar o dinheiro, foiconvencer as mães a largar os fil-hos durante uma semana. Na terrade ninguém que é o tempo de es-pera por uma decisão sobre o seufuturo, as pessoas acabam por seagarrar à única certeza do mo-mento: os membros da família.

Foi uma semana óptima,numa casa no meio da floresta,com imensas caminhadas, visitasa museus infantis, jogos. Na via-gem de regresso vinham felizes.

Até que um bando de rapazo-las entrou no comboio, reparounaquele grupo de miúdos e come-çou a insultar ("kanake", "bananascastanhas"). Quando um deles re-solveu abrir o saco de uma das cri-anças e espalhar o conteúdo, umdos alemães presentes naquelacarruagem disse "agora chega!" etirou-lhe o saco. Caíram-lhe todosem cima, levou uma tareia de irparar ao hospital.

Por sorte o comboio parou naestação seguinte, onde a Polícia jáestava à espera.

Os miúdos, esses, precisamagora de ter luz no quarto paraadormecer, e não vão esquecer fa-cilmente o terror daquele mo-mento.

II.Neuruppin, sábado de manhã.

Uma cidade ao norte de Berlim,rodeada de floresta e lagos, linda,e uma manhã deslumbrante desol. Pela rua principal passa umbando de neonazis. Serão uns dez,o som assustador das suas palav-ras de ordem enche a rua. Nãopercebo a letra, mas fico aterrori-zada com a música. Eles que nãosaibam que sou estrangeira! Umasenhora de meia-idade passa debicicleta, olha para mim comoquem pede desculpa. "E não sepode fazer nada...", diz ela. Elesvão numa direcção, eu procurooutra. Passo por um café e vejo oseu dono: tem pele escura. Sorrio-lhe, enquanto penso: "é precisomuita coragem - ou então muitodesespero - para teres aqui um

café, homem!" - e procuro refúgiono meu hotel.

III.Em Weimar surgiu uma inicia-

tiva de cidadãos para promoverdebates e exposições sobre o pro-blema da extrema-direita. Pas-sado algum tempo, corria nainternet uma lista com o nome detodos os participantes, morada,número de telefone e outros dadospessoais. Uma lista do tipo "pro-cura-se, vivo ou morto".

IV.Depois do jantar, levo dois

cientistas coreanos ao hotel deles.Atravessamos a cidade a pé, o pas-seio do costume: o parque son-hado por Goethe, o palácio com asua ala construída por Goethe, abiblioteca Anna-Amalia organi-zada por Goethe, a escola de artespara o povo onde Goethe chegou amorar, o café-bar Piano, o hotel.Um dos coreanos quer levar-mede volta a casa, porque não gostoudo ambiente no café e não achabem que eu passe por lá sozinhaàquela hora. Digo-lhe com umsorriso como quem pede desculpaque eu, com a minha cara de mul-her, corro menos riscos na noitede Weimar que ele com os seusolhos amendoados.

V.Em frente aos edifícios de plat-

tenbau onde estão alojados os re-fugiados residentes em Weimar, odirector regional da Caritas expli-cou: deste lado são os blocos dosrefugiados, e daquele lado são osblocos dos estudantes. "Os estu-dantes são gente tolerante...", co-menta um dos presentes. "É maiso contrário: os refugiados são to-lerantes", corrige o director.

VI.Um professor de uma turma

de secundário conta-me que bastater um neonazi na sua sala para oambiente ficar insuportável, e serpraticamente impossível dar asaulas. No jornal leio que um pro-fessor de História deu o III Reichem duas aulas, porque se sentiaintimidado pelos alunos neonazisnaquela turma. Num parlamentode um Estado da antiga Alemanhade Leste os deputados lamentam-se que perdem imenso tempo deplenário a explicar aos deputados

da NPD o que está fundamental-mente errado nas suas exigências.Estes divertem-se imenso com assessões: sabem muito bem queestão a torpedear a Democracia noseu próprio coração.

VII.Durante o mundial de futebol

na Alemanha as praças encheram-se de ecrãs para ver os jogos. Tam-bém a praça em frente ao teatro deWeimar (o de Goethe, o da estreiado Lohengrin, o da República deWeimar) está cheia de gente ale-gre. Passam neonazis, avançam adireito pelo meio das pessoas, norosto e na postura corporal umaexpressão de arrogância e agressi-vidade latente - dois ou três bas-tam para uma sombra cair sobretoda a praça. Penso nos demen-tors do Harry Potter, esses que aopassar pelas pessoas lhes sorvema alegria.

VIII. Estou a almoçar num pequeno

restaurante vietnamita, com omeu filho de seis anos. Um rapazentra com ar decidido, dirige-se aodono, um homem já de certaidade, e dá-lhe uma ordem:"troca-me esta nota por moedas!"

Quero dizer-lhe que não éassim que se fala com pessoasmais velhas, mas encho-me demedo: e se ele vê pelo meu sotaqueque não sou alemã, e se ele me dáuma tareia?

IX.Antes de atravessar num se-

máforo vermelho, olho em volta:para ver se vêm carros, e se háneonazis por perto. Primeiraestratégia de sobrevivência: nãodar nas vistas.

X.A avó de uma amiga minha

contou-me que, quando era pe-quena, os pais costumavam com-prar nas lojas dos judeus. Queeram gente séria, vendiam produ-tos de boa qualidade e nunca en-ganavam os clientes. Depoiscomeçou a falar da nova sinagogaem Munique, e que é demasiadogrande, e que bem podiam terfeito uma coisa mais discreta...

- Mas os cristãos tambémfazem igrejas enormes..., disse eu.

- Pois então, os judeus que vãofazer sinagogas grandes para a

terra deles...- A terra deles?! Os judeus che-

garam à Europa antes dos cristãos- aliás, o cristianismo entrou naEuropa pelas comunidades judai-cas.

XI.No Ku'damm passam duzen-

tos neonazis a gritar palavras deordem. Vozes como um trovão.

Vejo-os da porta da minhacasa - a tremer, lívida, aterrori-zada.

XII.Na escola primária, em Wei-

mar, dois miúdos pegam-se. - Idiota!, grita o filho de viet-

namitas.- Fiji-man!, grita o filho de ale-

mães.

XIII.Dos jornais: numa festa de so-

lestício de Verão, numa aldeiaperto da fronteira com a Polónia,um grupo de rapazes começou aatirar livros para a fogueira. Ou-tros participantes na festa desco-briram horrorizados que estavama queimar o Diário de Anne Frank,e chamaram a Polícia.

"Anne Frank? Que AnneFrank?", perguntou o polícia naesquadra, e não se mexeu da ca-deira.

XIV.Dos jornais: Konstantin We-

cker ia dar um concerto numa es-cola em Halberstadt(Sachsen-Anhalt), mas foi impe-dido pela NPD. Argumentos:

- trata-se de um cantor polí-tico, e se se permite política (de es-querda) na escola, então tambémserão obrigados a aceitar que aNPD organize nas escolas sessõespara discutir temas nacionalistas;

- se o deixarem actuar, a NPDtambém vai ter uma participaçãoactiva no concerto.

O concerto foi transferido paraoutra cidade, em Thüringen.

Também em Halberstadt, umcabaretista ia apresentar o seuespectáculo ("Hitler Kebab", or-ganizado em conjunto com a Câ-mara Municipal e uma uniãosindical) numa sala da Câmara.Por pressão da NPD, a sessão pas-sou de pública a privada.(Blogue da autora:http://conversa2.blogspot.com/

Num país perto de siHá cerca de 10 anos, quando iam proibir a NPD, des-cobriram que havia demasiados agentes dos Servi-ços de Informação nas chefias desse partido, o quetornava impossível distinguir o que era NPD e o queera Estado

Helena Araújo

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PORTUGAL POST Nº 209 • Dezembro 2011 Tema actual 19

“Ataques de Terroristas CristãosNeonazis deixam Governo Espan-tado e os Cidadãos Chocados!”Poder-se-ia começar assim o ar-tigo, à semelhança dos artigossobre os extremistas muçulmanos.Mas comecemos de outra ma-neira: “Terroristas Neonazis Ale-mães assassinam CidadãosAlemães de Origem Turca eGrega”. Porém, não foram estes oscabeçalhos escolhidos pelos Ta-blóides alemães que preferiramoutros títulos: “Homicídios -Döner” ou “Os neonazis Serialkil-lers” ou “As vítimas – Os auxilia-res escondidos” – coitados, nãosabiam o que faziam! Não houveum único cabeçalho de jornal queresumisse os factos, como porexemplo “Terroristas CristãosNeonazis assassinam Cidadãos dopaís sem serem descobertos aolongo de dez anos”! Aceito que édemasiado longo. Então sugiroum daqueles cabeçalhos sensacio-nalistas: “Terroristas CristãosNeonazis Matam os Nossos Cida-dãos”. Ou então “Terroristas daLeikultur alemã matam Imigran-tes”. Leitkultur, o que é isto? É afusão das culturas díspares dos vá-rios povos que passaram pela Ale-manha ao longo dos séculos e quealguns insistem em declarar “pu-ramente” alemã. A cultura“mainstream” do país à qualtemos de aderir incondicional-mente sob pena de sermos acusa-dos de falta de integração. Noentanto, estas distinções desviam-nos da análise da realidade que vi-venciamos e que é: o terrorismoseja qual for a sua proveniência é– CRIMINOSO e não dá tréguas.O terrorismo seja ele cristão,judeu ou muçulmano não é coadu-nável com nenhuma das três reli-giões abraâmicas e muito menoscom a ordem jurídica em que vive-mos. O crime de homicídio e oscrimes contra a integridade daspessoas são tipificados e punidospelo código penal, independente-mente da religião dos seus execu-tantes. O homicídio constituiviolação de um direito fundamen-tal ancorado nº 2 (2) da Constitui-ção Alemã – “a vida humana éinviolável, a integridade física é in-violável”. O denominador comumdo terrorismo neonazi é uma IN-TOLERÂNCIA xenófoba extre-mista e que quebra o pacto social

implícito das sociedades democra-tas. Os actos terroristas dos neo-nazis violam a Constituição e oCódigo Penal Alemães.

E AS VÍTIMAS?As notícias dos últimos dias

têm-se concentrado nos executan-tes de actos terroristas. O governoe os políticos alemães reagiram“espantados”. Como foi possívelassassinar nove estrangeiros semnunca se ter descoberto os assas-sinos? Oito Alemães de origemturca e um Alemão de origemgrega foram assassinados. Su-ponho que o Grego fosse cristãoortodoxo. Um compatriota nossoafirmava há uns dias: “mas aindanão houve ataques a portugueses”!Não? – Pergunto. Como se distin-gue um português dos outrosestrangeiros? A religião e a origemestão ASSINALADAS na testa? Osterroristas neonazis perguntamprimeiro a origem da vítima? Paraa ideologia terrorista neonazitodos os não arianos são alvos “le-gítimos” da luta neonazi contra ainvasão do país pelos estrangeiros.Sejamos imigrantes económicosou culturais, sejamos pretos, bran-cos ou amarelos, sejamos cristãos,judeus ou muçulmanos ou outros.Na realidade, os terroristas neona-zis alemães não perdem tempocom detalhes desinteressantes.Para eles, um estrangeiro, um es-querdista, um deficiente, um ho-mossexual, ou, em geral, quem selhes opuser é como areia na má-quina do projecto ariano, uma“coisa” mal-vinda que perturba aengrenagem, e todos nós, estran-geiros de todo o mundo, e os ou-tros, podemos vir a ser vítimas dosdesvarios racistas e xenófobos –da Intolerância.

REACÇÕES DAS COMUNIDADES JUDAICA

E MUÇULMANASegundo Kenan Kolat, Presi-

dente da Comunidade Turca, osgovernantes e os Media poucaspalavras perderam com as vítimase as suas famílias nos artigos dosúltimos dias. Até a própria classi-ficação destes crimes como “os ho-micídios dos Döner” (fastfoodturco), e que os Media sugeriramno início tratar-se de ajustes decontas entre turcos, é humilhantee insultuosa porque não só trivia-liza como retira gravidade aos cri-mes e torna difuso o seu carácter.

Kenan Kolat diz numa entre-vista ao jornal Berliner Zeitung:

“O Zentralrat dos Judeus mo-strou-se desde o início solidárioconnosco e é nosso parceiro. Masainda não recebemos palavras desolidariedade nem das Igrejasnem dos Sindicatos”.

Solingen, Moelln, Colónia,Hoyerswerda e Rostock – sãonomes de lugares que nos lem-bram um conjunto de atentadosxenófobos mortais. Obviamente,existe uma agenda terrorista cujosalvos são os estrangeiros quevivem na Alemanha. Ainda nãoestão alarmados? Segundo osMedia alemães, os vídeos deixadospelo grupo deixam pressupor aexistência de uma rede terroristadíspar e espalhada geografica-mente por todo o país, actuando apartir de células independentes,guiadas e unidas por uma ideolo-gia xenófoba – militante e terro-rista.

A QUESTÃO DAS NO-GOAREAS

Em 2006, antes do Mundial deFutebol que teve lugar na Ale-manha, foi sugerido classificarcertos bairros e regiões como no-go areas para evitar incidentes ra-cistas que estragassem a festa. Atéagora a maioria dos alemães temrejeitado esta sugestão e os estran-geiros residentes parecem desin-teressados. Não obstante, osterroristas da extrema-direitaalemã estão a tentar gerar factosirreversíveis: Primeiro, criar zonaslivres de estrangeiros e, maistarde, uma Alemanha livre deestrangeiros. A Alemanha é umpaís sem passado colonial, no sen-tido estrito, que se recusa a aceitarque é um país de imigração desdeo início da década de 60. A própriapalavra que descreve os imigran-tes das décadas de 60 e 70, Gast-arbeiter, é sintomática destaatitude fechada relativamente aosestrangeiros. Muitos alemães go-stariam que, os imigrantes que osajudaram a reconstruir a Ale-manha, e que com o seu trabalhocontribuíram para o desenvolvi-mento económico do país, partis-sem e regressassem aos seuspaíses de origem, porque, afinal,foram apenas “convidados”! En-quanto noutros países europeus,os filhos e os netos da primeira ge-ração de imigrantes são desde onascimento cidadãos do país anfi-trião, e muitas vezes titulares dedupla nacionalidade, na Ale-manha isso só é permitido aos ci-dadãos da União Europeia. Aliás,

a nacionalidade alemã é concedidasob condição do abandono da na-cionalidade de origem; subjacenteestá a falta de aceitação de umfacto universal dos movimentosmigratórios – com o passar dotempo, os imigrantes absorvem acultura local na sua cultura de ori-gem criando uma cultura de fusãonova. Esta recusa de conferir aosimigrantes a nacionalidade alemãresulta na prática num desequilí-brio entre as obrigações e os deve-res do estrangeiro residente. Ocidadão estrangeiro residente nãotem direito de voto nas eleiçõesparlamentares alemãs nem dos es-tados federados, e isto apesar deter obrigações fiscais iguais às doscidadãos alemães. Esta injustiça,não só aliena o estrangeiro da so-ciedade alemã como sinaliza aosextremistas da direita, e àquelesque silenciosamente os apoiam,que os estrangeiros são mal-vin-dos neste país.

DA XENOFOBIA AOS ACTOSDE AGRESSÃO

Mas passemos aos factos:Em Outubro de 1999, “rufiões”

destruíram 103 sepulturas no Ce-mitério Judeu de Weissensee. Umcemitério fundado em 1880 e con-siderado o maior e o mais bonitodo seu género na Europa. Perso-nalidades marcantes da sociedadealemã estão sepultadas neste ce-mitério: o fundador dos ArmazénsHertie - Hermann Tietz, o jorna-lista Theodor Wolf e o escritor Ste-fan Heym, entre outros. CharlotteKnobloch, presidente do Zentral-rat dos Judeus, na altura, chamoua atenção para a data dos ataquese que foi - o dia da Shoa, o Dia doHolocausto. Em 25 de Março de1994, quatro neonazis atiraramcocktails Molotov à Sinagoga deLübeck. Estes são apenas algunsexemplos de uma série de actosterroristas contra os Judeus naAlemanha.

Aiman Mazyek, do Zentralratdos Muçulmanos, afirmou que seregistaram vinte 20 ataques amesquitas durante o ano corrente.

Para além dos vários ataques àcomunidade judaica e à muçul-mana em toda a Alemanha, osneonazis também agridem os gru-pos esquerdistas. No próximo dia21 de Novembro, lembrar-se-á ohomicídio do jovem esquerdista,Sílvio Meier, que foi esfaqueadomortalmente por neonazis na es-tação de metro de Samariter-strasse, em Berlim, em 1992.

O QUE FAZER?O terrorismo neonazi tem de

ser combatido com a mesma von-tade política e a eficiência utili-zada contra os terroristas doBaader-Meinhoff e os islamitas.Mas o Leitmotiv do nosso espantodeveria ser: Como foi possível queterroristas assassinassem àqueima-roupa, passassem à clan-destinidade e não fossem desco-bertos durante dez anos? E, maischocante ainda – como foi possí-vel acreditar comodamente que oshomicídios foram resultado derixas e ajustes de contas mafiosos?Esta atitude mostra bem como opaís avalia os seus estrangeiros!

Numa sociedade em que, se-gundo um estudo completado em2008, um em quatro alemães de-fende pontos de vista xenófobos,os seus cidadãos têm de mostrarinequivocamente de que ladoque-rem estar.

„Das Land, das die Fremdennicht beschützt, geht bald unter“(Goethe)

“O país que não protege osestranhos (estrangeiros) afundar-se-á brevemente”

Esta frase de Goethe assumecontemporaneidade à luz das pre-visões do crescimento percentualda população idosa na Alemanha.Brevemente, o país terá de recor-rer a uma nova vaga de imigraçãode Gastarbeiter e de técnicos qua-lificados estrangeiros para susten-tar as reformas da sua população.Mas quem quererá vir trabalharpara um país de língua difícil e quenão oferece segurança aos seusestrangeiros?

Experiência pessoal:Berlim-Mitte, 1996, „Scheiss

Ausländerin, geh in dein Land zu-rück “ foram as palavras que meforam dirigidas por dois homensalemães quando levava o meufilho de 1 ano e meio para o infan-tário. Eu e uma testemunhaalemã chamámos a polícia. Osagentes da polícia portaram-seinsultuosamente (antigos agentesdo Leste). Para além da queixapor “insulto” na via pública, apre-sentei ainda queixa com vista aprocesso disciplinar interno con-tra os polícias envolvidos junto doAusländer Beauftragte de Berlim.Infelizmente, não foi a última vezque fui insultada.

Xenofobia: Terrorismo extremista assola opaísCristina Dangerfield-VogtCorrespondente em Berlim

O trio terrorista neonazi que estará implicado no caso dos homicídios de nove imigrantes e uma agente policial

Page 20: Portugal Post Dezembro 2011

PORTUGAL POST Nº 209 • Dezembro 20112020

Catarina Tavares,Advogada em Portugal

Rua Castilho, n.º 44, 7º 1250-071 Lisboa

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AdvogadoCarlos A. Campos MartinsDireito alemãoConsultas em português por marcação

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Tel.: 0221 – 356 73 82

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Catarina Tavares, Lisboa, Michaela Azevedo dos Santos, Bonae Miguel Krag, Hamburgo

Miguel Krag, AdvogadoPortugal HausBüschstr.7 - 20354 HamburgoLeopoldstr. 1044147 DortmundTelf.: 040 - 20 90 52 74

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Caro/a Leitor/a:Se é assinante,avise-nos se mudou ouvai mudar de residência

Michaela Azevedo dos Santos,Advogada

Theodor-Heuss-Ring 23,50668 Köln

0221 - 95 14 73 0

O termo tem origem na línguainglesa e significa o roubo de veí-culo em trânsito ou tomada deveículo pelo uso da força. O nú-mero de casos de roubos porCARJACKING tem vindo a au-mentar todos os anos, tanto emPortugal como na Alemanha.Nos últimos três meses a nossasociedade de advogados tratoude diversos casos de roubos deautomóveis de alta gama (Pors-che, BMW, Mercedes, Audi) oco-ridos na zona de Colónia eDüsseldorf.

O carjacking é levado a cabomaioritariamente na via pública,a estacionar ou a sair do estacio-namento. A vítima é abordadatanto dentro como fora do carro.No entanto, surgem também, emmenor escala, casos de bloqueiodo veículo com outras viaturas,situações de paragem em semá-

foro e simulação de colisão. Previna!Ao aproximar-se do veículo,

deve ser prestada a máximaatenção a tudo o que o rodeia. Seforem observadas pessoas ouviaturas suspeitas, não deve diri-gir-se para a mesma mas simpara um local seguro e, de ime-diato, ligar para a polícia local.Os suspeitos não devem ser con-frontados a não ser pelas autori-dades policiais; Para estacionaro veículo deve observar-se o re-ferido no ponto anterior, ten-tando ainda, sempre quepossível, evitar estacionar em lo-cais com fraca iluminação; Sem-pre que possível, deve ser evitadodemonstrar a intenção de entrarou sair do veículo, não devendoser exibidas as chaves ou o con-trolo remoto do mesmo; Devesempre conduzir com as portasfechadas e os vidros da viaturasubidos; Preste atenção aos veí-culos que suspeite que o estejam

a seguir. Se suspeitar que está aser seguido, dirija o seu carropara uma zona segura, de prefe-rência para um local com muitomovimento, para junto de umaesquadra de polícia; Procuresempre conduzir mantendo umadistância segura entre o carroque segue à sua frente. Isto dar-lhe-á espaço para uma fuga deemergência, além de lhe permitiruma melhor visibilidade. Se forabordado por um ou mais indiví-duos estranhos e suspeitos pro-cure fugir com a viatura e utilizeos sinais sonoros para atrairatenções. Em algumas das situa-ções os suspeitos de carjackingpodem dar um pequeno toque nasua viatura (simulação de coli-são). Caso isto aconteça, e não sesinta seguro no local onde se en-contra, não sai da viatura parainspeccionar os danos. „procure,caso a colisão seja mínima, sairde imediato do local, ligue asluzes de emergência da sua via-

tura („piscas“) e conduza demodo seguro até uma estação decombustível ou até uma esqua-dra de polícia ou outro local ondese sinta em segurança. Podemhaver situações em que os su-speitos lhe fazem sinais aler-tando-o para um qualquer falsoproblema na sua viatura (pneus,portas, etc.). Nestes casos, pro-cure certificar-se se o problemarealmente existe num local ondese sinta seguro. Se for vítima decarjacking não resista. Logo quepossível , e em segurança, pro-cure auxílio. Procure, na medidado possível, memorizar todas ascaracterísticas fisionómicas dossuspeitos, tipo de roupa que ves-tem, meios utilizados, pronún-cias, sotaques, viaturas em queseguiam, etc.

Em caso de CARJACKING ouHOMEJACKING - Assaltos acasas com os proprietários ládentro - faça valer os seus direi-tos …

O que é carjacking?Michaela Azevedo dos SantosAdvogada

Page 21: Portugal Post Dezembro 2011

PORTUGAL POST Nº 209 • Dezembro 2011 21

3José Gomes Rodrigues

PONTUALIDADE NO PAGA-MENTO DA RENDA DE CASA

Amigos e compatriotas do Portugal PostHá uns meses recebi uma

carta do senhorio avisando-meque a renda estava a ser pagacom atraso consecutivo, o que po-deria ter consequências negativaspara a continuação do contratode arrendamento.

Na semana passada, por im-possível que possa parecer, rece-bemos uma carta em que osenhorio rescendia o contrato dearrendamento do apartamentopor esse mesmo motivo. Caso nãoabandonasse o apartamento atéessa data, ver-se-ia obrigado arecorrer ao tribunal para decla-rar o despejo do apartamento.Acontece que recebo o meu orde-nado só no dia 15 de cada mês e oabono de família do nosso filhochega somente no fim do mês.Que poderei fazer? Obrigadodesde já pela vossa prontidão emnos ajudar.

Leitor devidamente identifi-cado

Caríssimo compatriotaLamentamos ter de comuni-

car-lhe que, nesta situação, arazão jurídica está ao lado do seusenhorio. Geralmente, os contra-tos de arrendamento prevêem opagamento da renda até ao ter-ceiro dia útil do mês em curso.Pela sua descrição, esta cláusulanão tem sido cumprida durante al-guns meses e devidamente. Claroque o senhorio deveria tê-lo ad-moestado convenientemente, avi-sando-o, com a devidaantecedência, dos riscos que essecomportamento poderia compor-tar. Mesmo assim ele não é obri-gado a fazê-lo. Compreendemostambém e desde logo a sua preo-cupação.

Não seria possível, pergunta-mos nós, precaver para que a suaconta no banco tivesse o corres-pondente saldo positivo nessadata? Por incompreensível quepossa parecer, os tribunais temdado razão, neste ponto, aos se-nhorios. O tribunal nacional (Bun-desgerichtshof) emanou umadecisão ainda no ano passadodando-lhes mais uma vez a razão.Veja, se tiver possibilidade, a deci-são com o seguinte número: (AZ.VIII ZR 91/10).

Procure falar com o senhorio,e quanto antes, para pedir umpouco de compreensão e prometa-lhe que no futuro tal situação nãose repetirá, evitando mais dissabo-res. Afinal eles também são pes-soas e possuem um coração quebem amaciado poderá estar abertopara o seu pedido!

Recorde-se que poderá ter di-

reito à ajuda da renda de casa porparte da cidade, se a sua situaçãofinanceira o permitir e se estão sa-tisfeitas as condições necessáriasprevistas. Estas já há temposforam expostas no nosso e seu jor-nal.

Mantenha-se calmo e verá queeste impasse se resolverá, mas de-pende de si simplesmente.

RESCISÃO DO CONTRATODE ARRENDAMENTO PORFALECIMENTO

CaríssimosA minha mãe faleceu a

31.08.2011. Não sabemos se nós,os filhos e herdeiros, temos defazer obras antes de entregar oapartamento. Procuramos portodos os cantos da casa, mas emvão, o contrato de arrendamento.Que podemos fazer? Sabemos quea minha mãe tinha pagado umacaução ao senhorio, como se de-senvolve a devolução da caução?O objecto foi arrendado já em01.05.1995

Leitora devidamente identifi-cada

Estimada leitoraSem o devido conhecimento

do contrato de arrendamento, nãopodemos responder, cabalmente,à questão que nos coloca.

A experiência, contudo, tem-nos ensinado que é ao inquilino,no vosso caso aos descendentes ouherdeiros, que cabe a responsabi-lidade de entregar a casa como aencontrou, como terá ficado esti-pulado por escrito no contrato dearrendamento.

Sobre a responsabilidade decomo entregar o apartamento, serenovado ou não, houveram nopassado recente algumas decisõesque consideram anuladas algumascláusulas rígidas que vigoravamanteriormente. Era o caso em queobrigava o inquilino a renovar,com prazos fixos, as diversas de-pendências da casa, ou seja, cada3, 4 ou 5 anos, conforme a depen-dência em questão. Muitas vezes,ao entregarem as chaves, era-lhesexigido uma renovação total,mesmo que não se comprovasse asua necessidade.

A devolução da caução, com osjuros acumulados durante osanos, deve ser feita desde que ascláusulas emanadas do contratode arrendamento tenham sido de-vidamente cumpridas. Neste casopertencem os gastos com a possí-vel renovação do apartamento oua incompleta renovação domesmo, o pagamento dos devidos

condomínios, a falta de paga-mento das facturas da água, daelectricidade, do aquecimento eoutros incumprimentos emana-dos no contrato de arrendamento.

Como vocês não possuem ocorrespondente contrato, aconsel-hamos a entrar em contacto com osenhorio para que este lhe faciliteuma cópia do mesmo e assim pro-curarem cumprir com as devidascláusulas. Esperamos tê-los eluci-dado convenientemente e per-mitam o nosso agradecimentopela confiança depositada e acei-tem os nossos pêsames pelo fale-cimento do vosso ente familiar.

HABITAR UM APARTA-MENTO E CUIDADOS A PRE-CAUÇÕES

Amigos do Portugal Post,Tenho intenção de, no inicio

do próximo ano, tomar de arren-damento um apartamento commelhores condições para a famí-lia. Já tenho um em vista que estáa ser reconstruído e que nos

agrada e por muitas razões. Eumesmo estou na disposição de orenovar ao meu gosto. Queria co-locar, com a ajuda dos meus ami-gos, laminados em todo o chão,excepto na cozinha e na casa debanho, como é óbvio. Neste caso,quem deverá então retirar o chãoantigo que é de PVC? Será que osenhorio poderá compartilhar

nos custos de renovação? O apar-tamento faz parte dum prédio queainda não está completamentereconstruído, como afirmei. A en-trada do apartamento e as re-spectivas escadas ainda não estãototalmente acabadas o que pro-voca alguma dificuldade na pas-sagem. Posso reduzir, por estemotivo, a renda, ou procurarcom o senhoria abater a rendamensal?

Leitor devidamente identifi-cado

Caríssimo compatriotaObrigado pela confiança depo-

sitada nos nossos serviços, mas oproblema que nos coloca incluitrês temas que procuramos minu-ciosamente e, dentro do possível,responder-lhe:

1. Estado actual do aparta-mento

Antes de fazer alguma obra noapartamento deve fotografar omesmo de forma a comprovar oestado dele em caso de o abando-nar mais tarde. Ao mesmo tempo

deve antes de se mudar para elecom a sua família, de documentar,por escrito, as deficiências nota-das. Não esqueça de o assinar edar uma cópia ao senhorio procu-rando também que este os assine.O estado do apartamento, ao ha-bitá-lo não está prescrito em qual-quer lei. O mais importante é queo objecto a habitar esteja deacordo com as normas gerais desegurança e não atente contra asaúde pública, previsível na lei.

Não existe qualquer cláusulaque obrigue o senhorio a retirar ochão ou a colocar um novo e mo-derno ao seu gosto. A não ser quehaja um acordo entre os dois con-traentes.

Claro que tem vantagens fi-nanceiras quando o próprio inqui-lino renova a casa, já que ocontrato de arrendamento pode,inicialmente, ser mais adequado eaté mais reduzido. Além disso, oinquilino ao fazê-lo procura ir aoencontro do seu gosto e dos seusfamiliares. A longo prazo e pen-sando em benefícios financeiros,este procedimento, trará vanta-gens financeiras.

2. Investimento do inqui-lino no apartamento

A participação do senhorionestas estas obras de renovaçãonão é obrigatória, mas não deixade ser uma questão de entraremem acordo sobre o assunto.

Tenha, contudo, cuidado, poisno caso do compatriota rescindir,um dia, o contrato de arrenda-mento, o senhor poderá ser obri-gado a retirar tudo o que não sepode mover, como balcões, pare-des falsas ou paredes divisóriaspor si construídas, a não ser quetenha havido um correspondenteacordo mútuo entre os dois.

3. Redução da rendaConsiderando a totalidade do

estado do apartamento, e no-tando-se fortes anomalias de con-strução e que estas sejamverificadas no inicio, deve o inqui-lino avisar o senhorio, logo no ini-cio, e exigir por escrito, indicandoum prazo razoável para a reposi-ção da normalidade. Se o senhorioo não fizer, sendo obrigado por leia fazê-lo, pode o inquilino reduzira renda pagar. Se o inquilino játinha conhecimento dessas ano-malias, antes de o habitar e de as-sinar o contrato, a lei não lhepermite essa possibilidade. Porestas e outras razões o compa-triota deve munir-se sempre dedocumentação credível do estadodo apartamento antes de o habi-tar.

Só nos resta desejar-lhe mui-tas felicidades e muitas horas dealegrias e felicidades nesta novahabitação.

› Pontualidade no pagamento da renda de casa

› Rescisão do contrato de arrendamento por falecimento

› Precauções a ter ao arrendar um apartamento novo

Page 22: Portugal Post Dezembro 2011

PORTUGAL POST Nº 209 • Dezembro 20112222Agenda

Tome NotaAs informações sobre os eventos a divulgar deverão

dar entrada na nossa redacção até ao dia 15 de cada mês Tel.: 0231 - 83 90 289

Fax :0231-8390351 Email: [email protected]

IMPORTANTEÀs associações, clubes, bandas , etc..

DEZEMBRO 2011

Grupo de FadosGerações

Actuações em qualquer parte da

Alemanha e em todosos tipos de eventos

Contacto: 0173-2938194

FadistasCiro da SilvaNicole Cravide

Guitarra PortuguesaAugusto Santos

ViolaJoão Silva

Grupo de Fado TradicionalAntologia do Fado

www.fado-dortmund.de

Contacto:0231/330383060178 - 23 61 837

A partir de Janeiro de 2012, o preço de assinaturaanual do PORTUGAL POST vai sofrer um ligeiroaumento. Em vez dos actuais € 20,45, os leitorespassarão a pagar € 22,45 pelo preço de assina-tura. Neste preço está já incluída a taxa do IVA(MWSt 7%).

Recordamos que desde a fundação do jornal(em 1993) o jornal nunca aumentou o preço deassinatura, isto apesar de ao longo destes anostodos terem-se registado significativos aumentosde produção e de envio, sendo o último dos quaiso aumento que o DEUTSCHE POST nos impôs.

Ao fim e ao cabo, os leitores assinantes pagamapenas os custos de envio do jornal para suacasa.

Pedimos, pois, a compreensão dos nossos lei-tores assinantes por procedermos a este pri-meiro aumento que fazemos nestes quase 19 anosde existência.

Portugal Post VerlagA administração

Rectificação,Na nota em que davamos conta deste aumento escrevemos, por

lapso, na edição anterior duas vezes € 22,45. Isto, é, onde se lia Emvez dos actuais € 22,45, dever-se-ia ler Em vez dos actuais € 20,45.

Pedimos desculpas aos nossos leitores pelo erro e agradecemosàqueles que nos chamaram a atenção do erro.

NOTA DA ADMINISTRAÇÃO DO PORTUGAL POST

AOS NOSSOS LEITORES ASSINANTES

"Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros - é a única."Schweitzer , Albert

"O bom exemplo constitui o melhor e mais eficaz sistema de educar os filhos.Textos Judaicos

Como já é habitual, vai-se realizartambém este ano um Dia da PortaAberta para pais e alunos interes-sados no Max-Planck-Gymnasium, Ar (junto ao estádioSignal-Iduna) sábado, dia 3 deDezembro, das 9.30 às 13 horas

O Max-Planck-Gymnasium é oúnico Gymnasium em NRW queoferece Português como ensino in-tegrado para alunos luso-descen-dentes, alunos de países deexpressão portuguesa, de famíliasbilingues e também para todos osalunos interessados.

No Max-Planck, Português é-desde há 30 anos uma disciplinade opção para alunos lusófonos apartir do 5°ano de escolaridade-desde há alguns anos línguaestrangeira para alunos do secun-dário (Sekundarstufe II) - desde

4.12.2012 – OSNABRÜCK –Protesto contra o encerramentodo vice-consulado em Osnabrück.Local do encontro: Centro Portu-gûes de Osnabrücx, Bünderstr. 6.Info: Tel.: 0176-78340184

4.12.2011- BERLIM – Festa deNatal na Werkstatt der Kulturen,na Wissmannstraße 32, 12049Berlim, no domingo, 4 de dezem-bro, entre as 15 e as 23 horas. En-trada gratuita

6.12.2011 – HAMBURGO – Ses-são informativa na Rudolf-Roß-

Grundschule (Deutsch-Portugie-sisch bilingual) Kurze Str. 30,20355 Hamburg. Tel. 42 88 43 –Início: 19h00

10.12.2011 – HILDEN- Festa deNatal da União portuguesa de Hil-den.Actuação do ConjuntoBANDA LUSITANA a partir das20h00 Local: Bürgertreff, Lort-zingstrasse 1, 40724 HidenEntrada Livre

31.12.2011 – MINDEN - Baile dePassagem de Ano do CP de Min-den

Local: Kulturhalle, Mittelfeldstr 8,32457 Neesencom BANDA LUSITANA a partirdas 21:30 horasPara o Buffet é preciso uma re-servaInfo / reserva Sr. Gonçalves 0172/2793779ou www.bandalusitana.de

31.12.2011 – BRAUNSCHWEIG– Festa de passagem de ano noCentro Português em Brauns-chweig. Mais infomacöes pelos te-lefones 0531/375613 ou0531/508416

há 2 anos língua de opção no 8°ano.Para os alunos lusodescen-dentes e lusófonos existe um pro-jecto de apoio com longa tradição.

Vimos por isso convidá-los afazer, no Dia da Porta Aberta, umavisita à escola para ter a oportuni-

dade de conversar com as profes-soras sobre o futuro escolar dosseus filhos e conhecer a escola.

Cá os esperamos e… não hesi-tem em perguntar!

Contacto: Margarida de Lima,tel. 0231 730019

Dia da Porta Aberta no Max-Planck-Gymnasium, Dortmund

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CONTA-ME COMO FOI. A fic-ção acompanha o quoti-diano de uma famíliaportuguesa de classemédia, os Lopes, que habi-tam um andar de um bairrosocial na Lisboa do finaldos anos 60. Vivem comoa maioria da sociedadeportuguesa com limitaçõesfinanceiras, que aindaassim permitem a aventura

de comprar uma televisão. Um ”novo elemento dafamília” que vai ocupar lugar de destaque na casados Lopes. É a voz adulta de Carlos, o filho maisnovo, com 8 anos em 1968, que narra a história.

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Barry Hatton vive em Portugal há quase 25 anos. Correspondente da Associated Press em Portugal, o jor-nalista britânico revela no livro Os Portugueses aquilo que somos enquanto país e enquanto povo. Pelomenos aos olhos dos estrangeiros.No livro "Os Portugueses", Hatton relembra os principais momentos históricos que marcaram a nação,desde o período áureo dos Descobrimentos aos anos governados por Oliveira Salazar, sem esquecer a pelapeculiar relação com Espanha, e termina com uma análise sobre a modernidade.«A minha intenção é lançar algumas luzes sobre este enigmático canto da Europa, descrever as idiossincra-sias que tornam único este adorável e, por vezes, exasperante país e procurar explicações, fazendo o le-vantamento do caminho histórico que levou os portugueses até onde estão hoje.», avança o autor na notaprévia da obra.Paralelamente, a construção da identidade de Portugal enquanto povo e os vários estereótipos que (ainda)reinam além fronteiras são abordados e apresentados através de episódios vividos pelo autor ou por pessoasque lhe são próximas. De leitura obrigatória para todos quantos desconhecem a verdadeira alma lusa, por-tugueses ou não, "Os Portugueses" é uma obra obrigatória, escrita de forma apaixonada por um dos cor-respondentes mais antigos da imprensa internacional no nosso país.

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CONTOS POPULARES PORTUGUESESPreço: € 12,00Contos Populares Portugueses são contos de todos os tempos e detodas as idades. Uma obra que nos devolve o imaginário e o ma-ravilhoso da nossa cultura popular, e de que faz parte, entre ou-tras, «História da Carochinha», «A Formiga e a Neve», «OCoelhinho Branco», «A Raposa e o Lobo», «O Compadre Lobo e aComadre Raposa» e «Os Dois Irmãos».

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Uma paleógrafa é brutalmente assassinada na Biblio-teca Vaticana quando consultava um dos mais antigosmanuscritos da Bíblia, o Codex Vaticanus. A políciaitaliana convoca o célebre historiador e criptanalistaportuguês, Tomás Noronha, e mostra-lhe umaestranha mensagem deixada pelo assassino ao ladodo cadáver.A inspectora encarregada do caso é Valentina Ferro,uma beldade italiana que convence Tomás a ajuda-la no inquérito. Mas a sucessão de homicídios semel-hantes noutros pontos do globo leva os doisinvestigadores a suspeitarem de que as vítimas esta-riam envolvidas em algo que as transcendia.

Na busca da solução para os crimes, Tomás e Valentina põem-se no trilho dos enigmas da Bíblia,uma demanda que os conduzirá à Terra Santa e os colocará diante do último segredo do Novo Tes-tamento. A verdadeira identidade de Cristo.Baseando-se em informações históricas genuínas, José Rodrigues dos Santos confirma-se nesta obraexcepcional como o grande mestre do mistério. Mais do que um notável romance, O Último Segredodesvenda-nos a chave do mais desconcertante enigma das Escrituras.

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ração de um dos maiores escritores do sé-culo XX. Os seus fraseados imaculados, asua crua ironia e a sua visão das subtilezasdas diferenças de classe anunciam os futu-ros triunfos de Capote.

Miguel TorgaBichosPreço: € 11.50«Querido leitor:São horas de te receberno portaló da minha pe-quena Arca de Noé. Tenssido de uma constânciatão espontânea e tãopura a visitá-la, que épreciso que me liberte do

medo de parecer ufano da obra, e venha delica-damente cumprimentar-me uma vez ao menos.Não se pagam gentilezas com descortesias, e eusou instintivamente grato e correcto (…)»

Page 24: Portugal Post Dezembro 2011

PORTUGAL POSTNº 209 • Dezembro 201124 Passar o Tempo

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Orações para Todos os MalesFormato: 14x21cmPáginas: 90Preço: 22,00 €Por razões de saúde, familiares, afectivas, materiais ouespirituais, todos mpassamos em algum momento por si-tuações difíceis. Nesta obra encontrará uma centena deorações adequadas a cada caso. Orações para encontrarmcompanheiro/a, para conseguir casar-se com o seu na-morado, pela paz da família, contra doenças, etc.

Formato: 14x21cmPáginas: 340Preço: 25.99É uma extensa antologia com centenas de orações a saantos,anjos, arcanjos e toda a corte celestial. Nestas páginas encontrauma mensagem de esperança, um motivo para acreditar que afé existe e que nos rodeia em todos os momentos da nossa vida.É o companheiro ideal, pois as suas orações têm o poder detransmitir ao espírito a energia que restaura a alegria de viver ea confiança no amor, na paz e na esperanaa para o futuro.

Aprenda a Viver Sem StressFormato: 15,5 X 23 cm.Páginas: 100Preço: 20,99Quanto mais tempo da sua vida é que está disposto a desperdi-çar? Quanto mais tempo da sua vida está disposto a continuar asofrer? Quanto da sua vida está disposto a finalmente reivindicarhoje? Quanto mais tempo vai deixar que os outros mandem nassuas escolhas? E, se reivindicar a sua vida, acha que fica a deveralguma coisa aos outros?Quando você cede ao stress, você não está ser você mesmo.Quando você cede ao stress, você passa ao lado da vida, da sua

vida. Você vive em permanente sobrevivência. E quem sobrevive, sofre. E quem sofre, vive emstress.. "Aprenda a Viver Sem Stress" é um livro que o ajuda a reencontrar-se.

Grande Livro de Orações

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CARNEIROAmor: Procure dar mais aten-ção aos seus verdadeiros ami-gos.Saúde: Tenha confiança em simesmo, valorize-se mais ecuide do seu corpo.Dinheiro: Cuidado, não ali-mente intrigas no local de tra-balho.

TOUROAmor: Partilhe essa boa dis-posição que o invade comquem o rodeia. Saúde: dê maior atenção aosseus rins, beba mais água dia-riamente.Dinheiro: É possível quevenha a obter aquela promo-ção que tanto esperava.

GÉMEOSAmor: Os momentos de ro-mantismo estão favorecidos.Invista mais no seu relaciona-mento.Saúde: Estará em plenaforma. Aproveite para se dedi-car a um novo hobby.Dinheiro: Cuidado com as dí-vidas. Esteja mais atento àssuas contas.

CARANGUEJOAmor: Encontra-se num pe-ríodo menos favorável, masnão desespere que é passa-geiro.Saúde: A sua auto-estimaanda um pouco em baixo,anime-se e cultive os pensa-mentos positivos. Dinheiro: Boa altura para in-vestir naquilo de que maisgosta, mas com cuidado que avida está difícil.

LEÃO

Amor: A sua relação poderápassar por um período menospositivo em que deve manter acalma, pois tudo se resolverápelo melhor.Saúde: Deve tentar libertar-sedos hábitos que só prejudicama sua saúde.Dinheiro: O equilíbrio finan-ceiro estará presente na suavida neste momento.

VIRGEMAmor: Não desiluda umamigo que gosta muito de si.Saúde: Tendência para doresmusculares. Faça uma sessãode massagens.Dinheiro: Boa altura paracomprar casa ou para mudarde ocupação.

BALANÇAAmor: A sua sensualidade na-tural irá apimentar a sua rela-ção de uma formasurpreendente.Saúde: Descanse as horas ne-cessárias para se poder sentirbem física e psicologicamente.Dinheiro: Cuidado com osgastos supérfluos que faz aoagir por impulso, sem pararpara pensar.

ESCORPIÃOAmor: Aproveite bem todosos momentos que tem paraestar com a sua cara-metade.Saúde: Poderá sentir algumafadiga física.Dinheiro: Conserve bemtodos os seus bens materiais.Zele pelo que é seu.

SAGITÁRIOAmor: estará cheio de con-fiança em si próprio e elaajudá-lo-á a alargar a sua rede

social. No entanto, não sedeixe influenciar por terceiros,poderá sair prejudicado.Saúde: Tenha um maior cui-dado com os seus ouvidos. Es-tará mais sensível a infecções.Dinheiro: evite precipitar-se,pense bem antes de investir assuas economias.

CAPRICÓRNIOAmor: Alguém para quemvocê é muito importante dar-lhe-á um bom conselho. Saúde: Cuidado com o au-mento de peso, faça exercíciofísico com regularidade.Dinheiro: Efectuará bons ne-gócios, mas não assine nadasem pensar duas vezes.

AQUÁRIOAmor: evite ser possessivo ouciumento. Respeite o espaçodo seu par.Saúde: melhore o seu des-canso diário dormindo maishoras, para poder ter ummaior rendimento sem cansartanto o seu corpo.Dinheiro: tenha mais cui-dado, não gaste o seu dinheiroem coisas de que afinal nemprecisa.

PEIXESAmor: Não dê tanta atenção aquem não merece. Rodeie-seapenas das pessoas que o com-preendem e que gostam real-mente de si.Saúde: Cuide da sua imagem.Inicie uma dieta.Dinheiro: embora deva em-penhar-se, evite o desgaste ex-cessivo na sua actividadelaboral, pois será recompen-sado na devida altura. Acreditemais em si.

Amigos EncarceradosO capelão de uma prisão passa nas celas, um pouco antes do Natal, para dis-tribuir aos detidos as gulodices de circunstância. Um deles, recentementeencarcerado, parece tão afectado pela sua sorte que o capelão lhe propõe: — Quer que escreva a alguns dos seus amigos, pedindo-lhes que venham vê-lo? Isso levantar-lhe-ia a moral. — Não vale a pena — resmunga ele —. Os compinchas já estão todos aqui.

Taxa de JuroUm pobre vai pedir dinheiro emprestado a um rico: — Quanto leva o senhor de juro? — Levo nove por cento! — Isso é um abuso! Se o senhor não teme a justiça dos homens, devia temera justiça de Deus, que tudo vê e julga. — Ora, visto lá de cima o nove parece um seis...

Page 25: Portugal Post Dezembro 2011

PORTUGAL POSTNº 209 • Dezembro 2011 25Vidas

Tesouro das CozinheirasMais de 2000 receitas, 850 páginasPreço: € 70É livro de cozinha mais vendido em Portugal.Pela sua clareza, simplicidade e variedade constitui um precioso auxiliar na elaboraçãodas suas ementas diárias.

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Nos preços dos livrosjá estão incluídos osportes de correio edo IVA.Cupão de encomendana página 19

Pedimos aos leitores que nos en-viam correspondência para estarubrica para não se alongaremmuito nos textos que escrevem.A redacção reserva o direito decondensar e de trabalhar os tex-tos que nos enviam.Obrigado.

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Sabemos que há mulheres e homens que desejam comunicar as suas aventuras ou atémesmo histórias sobre a sua vida ou que querem relatar experiências e contar casosde que foram testemunhas ou os principais protagonistas. Todos, uns mais que outros, temos uma história para contar, como por exemplo, comocá chegamos; a nossa dificuldade em compreender a língua; os sonhos que acalentamospara aguentar estar num país tão diferente; o choque cultural, o primeiro dia de tra-balho e, porque não, as dificuldades por que passamos.Nós queremos contar a sua vida, o bom e o mau. Escreva-nos como sabe e pode e a sua história poderá ser um valioso testemunho danossa presença neste país.Não se esqueça de nos enviar as fotografias que deseja ver publicadas.Morada: PORTUGALPOSTBurgholzstr.43 • 44145 Dortmund • Fax: (0231) 83 90 351 • E mail: [email protected]

ESCREVA-NOS e conte-nos a história da sua vida

Exmo Senhor Director,Gosto muito de ler o que as

pessoas contam quando escre-vem sobre as suas histórias aí nojornal. Às vezes são coisas tristesque acontecem a quem anda porcá ao cimo da terra, outras sãocoisas curiosas que acontecem aquase todos nós, algumas sãomais curiosas do que outras.Quando lemos o que ovosso/nosso jornal publica ape-tece-nos escrever também coisasque se passam connosco, o quenão é o meu caso. Ainda não fuivitima de qualquer enredo queinteressa às pessoas. A minhavida é assim tão simples e por serassim tão simples fico de bocaaberta quando leio coisas pouconormais que acontecem aos ou-tros.

Mas o que me traz aqui tem aver com aconteceu a uma vizinhaminha. Nós as duas recebemos ojornal. De vez em quando encon-tramo-nos num café e falamosdas histórias que o jornal traz.Ela tem uma história para contarsó que disse-me que não a sabe-ria escrever e pediu-me para quea escrevesse por ela

Ela mora sozinha desdequando se divorciou vai para 10anos. Neste momento encontra-se com 57 anos e tem uma apa-rência bem tratada. Gostatambém de se vestir bem, tantoque quando se olha para elatemos a impressão de uma se-nhora elegante e bem posta navida, o que não é verdade pois elatem uma reforma por invalidez, oque não é para aqui chamado.

A par disso ela está muitobem.

A única queixa que ela con-stantemente faz tem a ver com ofacto de viver sozinha e inveja-me por isso, já que eu estou bemcasada e tenho uma vida familiarmuito boa e estável.

Por ela estar sozinha, quandosai a qualquer lado tenta legiti-mamente fazer com que arranjealguma relação quanto mais nãoseja para a conversa, sair e convi-ver. Estar todo o dia em casa nãoé para ela que diz dar em doudacom toda a sua solidão.

Filhos ela não tem. Familia-res aqui na Alemanha tambémnão. Amigos, nem por isso, tem-me apenas a mim e a uma ououtra relação dos tempos de ca-sada.

Os festejos do Natal e da Pás-coa passa-os em nossa casa.Também às vezes, aos domingose feriados, vem a nossa casa al-moçar.

Quando nos encontramos sãoraras as vezes que ela está embaixo, chora pela sua situação so-

litária e ainda por cima o que aincomoda mais é não poder tra-balhar devido à sua invalidez.

Também tem muita pena poreu não a poder acompanhar commais liberdade devido à minhacondição de casada. Uma das coi-sas de que ela gosta muito é ir aobaile e diz-me que muito lhecusta ir sozinha.

Da última vez que foi conhe-ceu um senhor que lhe pareceusimpático e muito adaptada a ela.Conheceram-se no baile de Sá-bado à noite e marcaram encon-tro para o outro dia num café doparque perto do Zoo.

Ela apostou muito naqueleconhecimento. Era um homematraente, bem parecido e muitosimpático. Este acaso na sua vidafez dela uma mulher mais alegre.Já falava de si e de dele comouma coisa muito boa na sua vida.

Só que tinha um senão.E esse senão pesava-lhe

muito na consciência.O tal senhor um dia disse-lhe

que era casado. Disse-lhe aquilocom franqueza e pôs nas mãosdela o continuar ou o cortar comaqueles encontros.

Disse ela que, para além dosencontro e do braço dado a pas-sear, mais não havia. Ela sentia-se feliz quando o encontrava equando ele colocou aquela deci-são nas suas mãos ficou que nãosabia que fazer.

Ela não lhe deu logo uma res-posta, o que para ele foi o mesmoque um consentimento. Mas istodeixou-a muito triste. Não queriapensar que poderia ser a causauma traição e, no pior dos casos,de um adultério.

Continuava a encontrar-se

com ele aos fins de semana parabeber um café e nada mais.

Mas este nada mais parecianão ser uma coisa que ele tivessede acordo e ela sentia que elequeria mais do que isso. Nos pas-seios pelo jardim ele já lhe pas-sava o braço pela cintura e elasentia-se bem, mas logo vinha-lhe à ideia o facto do homem sercasado e que tinha a mulher emcasa. E ela pensava nas mentirasque ele dizia à mulher quando lhedizia que ia sair.

Uma dia, ou melhor, um sá-bado à noite bateram à sua portaeram por aí uma 10 horas.Quando ela, alarmada (poisnunca recebia visitas a essa hora)abriu a porta e deu de caras comele o coração agitou-se-lhe nopeito e ficou ali como pregada aochão sem saber que fazer. A suaprimeira reacção foi de umgrande contentamento, quase defelicidade e por isso não teve co-ragem de lhe dizer que não, quenão o podia atender a uma horadaquelas.

Lá ficou até altas horas damanhã. E foi maravilhoso, disseela. Há muitos anos que nãotinha passado assim um serão.Para glorificar, ele tinha trazidoespumante e um grande ramo derosas perfumadas.

Depois dele sair, ela não sabiase deveria estar feliz, pois vinha-lhe à ideia o facto dele ser casadoe estar a trair a mulher.

Porque aquela situação lheera muito desconfortável, decidiucortar relações com ele para valeros seus princípios.

Muito lhe custou esta sua de-cisão mas foi uma decisão que alevou até ao fim.

De modos que voltou a estarsó, a pensar só, a agir só, a jantarsó, a passear só, a ir para a camasó.

Não demorou muito quetinha arranjado outro conheci-mento no baile. Nessa vez eu es-tava presente, eu e o meu marido,a quem eu lhe tinha pedido parairmos, acompanharmos a nossaamiga e darmos também um pe-zinho de dança.

O homem que ela tinha con-hecido também não era nada dese pôr fora. Era mais novo do queela e muito falador e melhor dan-çarino. Também se armavamuito em cavalheiro, tanto queno dia em que eles se conhece-ram ele pediu-me para umadança. O meu marido nada disse,mas eu senti que ele não esteve lámuito de acordo.

Então, nos dias, semanas emeses ela não se cansava em falardele. Ele que se dizia solteiro eengenheiro numa firma muitoconhecida.

Enfim, a minha amiga já pa-recia outra mulher. Como eledizia que morava numa cidadeque distava aí uns 70 quilómetroseles encontravam-se quase todosos fins de semana. Às vezes nãohavia sexta-feira que ele não fi-casse na casa da minha amiga atéao dia seguinte.

Eram dias muito felizes paraa minha amiga. E para maior fe-licidade, houve um período emque os dois foram passar uma se-mana a Palma de Maiorca

Uma felicidade. Disse-me ela.Se antes a minha amiga se

vestia e se apresentava bem, eladepois de conhecer esse homempassou a tornar-se numa pessoa

esplêndida. Parecia que ela an-dava sem tocar no chão e a sua fi-gura parecia envolta de um halode luz.

Era uma paixão que ela viviacom um homem livre, culto, beloe, ao que parecia, viril. Eu dizia-lhe que ela merecia e mereciamesmo pois o seu casamento nãotinha sido um pêra doce.

Vivia ela esta relação ia paraquase um ano até que um dia re-cebeu um telefonema de de umasenhora que lhe pediu muito umencontro porque tinha um casoparticular para lhe falar.

Intrigada, a minha amiga ace-deu ao convite pensando que setratava de algum caso familiar ouque tivesse a ver com a família doseu ex marido.

Mas não, o que sucedeu é queno encontro a minha amiga foiconfrontada com a mulher da-quele que ela julgava ser ohomem da sua vida.

Ela, a mulher, veio por bem epor bem disse-lhe que lhe pediapara que ela o deixasse por con-sideração aos filhos e a ela, mul-her, que por amor aos filhos nãoqueria deixar o marido mesmosabendo que a traía. M. MarquesColónia

Andar a correr atrás da vida e do amor

Page 26: Portugal Post Dezembro 2011

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Page 27: Portugal Post Dezembro 2011

PORTUGAL POST Nº 209 • Dezembro 2011 Economia & Negócios 27

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A operação de 31 voos„charter“ semanais previstapara 2012 entre os aeropor-tos de Dusseldorf e Beja,para transportar turistas daAlemanha para o Alentejo,deverá realizar-se entreAbril e Novembro do pró-ximo ano, revelou um res-ponsável do projecto.

A operação, que deveráser efectuada pelo operadorturístico alemão Olimar,através de um avião fretadode 86 lugares, deverá reali-zar-se entre 15 de Abril e 18de Novembro de 2012, pre-cisou o presidente da Agên-cia Regional de PromoçãoTurística do Alentejo(ARPTA), Vítor Silva.

A Olimar „está disposta“a fretar o avião e a comer-cializar parte dos 86 lugaresde cada voo da operação,que envolve a ANA - Aero-portos de Portugal, aARPTA e o Grupo Vila Vita,disse.

Segundo o responsável,

50 dos 86 lugares disponí-veis em cada voo serão ocu-pados por funcionários doGrupo Vila Vita e os restan-tes 36 por turistas alemãesque comprarem as viagens,que deverão ser comerciali-zadas pela Olimar.

A ARPTA está a nego-ciar com o Olimar „a par-tilha dos riscos“ dos lugaresque não forem comerciali-zados do lote de 36 de cadavoo, disse Vítor Silva, refe-rindo que está „convencido“que as entidades vão „che-gar a acordo“.

Se haver acordo, expli-cou, a ARPTA, para „captarturistas“, terá que investirmais na promoção do Alen-tejo na região alemã da Re-nânia do Norte - Vestefália,de onde virão os voos e queé „uma das mais ricas“ daAlemanha e onde a marcaAlentejo „nunca entroumuito bem“.

Será uma campanha fi-nanciada por fundos comu-

nitários e com o objectivode promover a marca Alen-tejo na Alemanha e permitira operação de voos „char-ter“ entre Dusseldorf e Beja,disse.

A campanha será feitacom base num contrato se-melhante aos já assinadosentre a ARPTA e o operadorturístico britânico Sunvilpara as campanhas de pro-moção do Alentejo no ReinoUnido deste ano e de 2012.

A campanha deste anopermitiu a realização deuma operação de voos„charter“ semanais entreLondres e Beja, que se reali-zou entre Maio e Outubro.

Segundo Vítor Silva,„em princípio“, a ARPTAnão terá que lançar um con-curso público internacionalpara escolher o operador tu-rístico para promover aoperação, já que os valoresenvolvidos estão „dentrodos limites“ que permitemadjudicação directa.

Operação de 31 voos “charter” entre Dusseldorf e Beja deverá decorrer entreAbril e Novembro de 2012

A Brau Beviale 2011 (vercaixa), realizada entre os dias9 e 11 do passado mês de No-vembro contou com a presençada firma Adico Lda, com sedeem AVANCA.

Criada no ano 1920 porAdelino Dias Costa, a AdicoLda Iniciou-se na construçãode camas de ferro para os hos-pitais. Nos anos 30 orientou asua produção para o mobiliáriohospitalar, paralelamente dedi-cou-se à criação de mesas e ca-deiras para as esplanadas.Assim nasceu a cadeira deferro portuguesa inspirada noestilo BauHaus. Hoje continuadedicada ao mobiliário hospi-talar, desenvolveu a criação de

mobiliário, não só para as es-planadas, como criou umalinha para interiores no ramohoteleiro e no ramo escolar.

O Stand da firma expôs oseu mobiliário para exteriores,não esquecendo a nossa bemconhecida cadeira portuguesa.

Segundo seu o director, Mi-guel Rodrigues, o a represen-tação da empresa na Feira foimuito bem visitada. A Adicoteve uma procura de paísescomo a Geórgia, França, Itália,Espanha e Alemanha. Maria do Rosário Loures

A BRAU Beviale é uma das Feiras Comerciais Europeiasmais importantes para a produção e a comercialização de cervejae de bebidas leves. A indústria reúne-se anualmente assegurandouma feira que apresenta uma enorme gama de matérias-primaspara bebidas, tecnologias, logística e comercialização. BRAU-Be-viale mostra matérias-primas para a malta, cerveja e produção debebidas sem álcool; água mineral, bebidas leves; sucos e néctaresde fruta; bebidas misturadas, acessórios; sistemas e máquinas devenda (dispenser), equipamento de limpeza, equipamento de la-boratório, administração de energia, reciclagem e proteção domeio- ambiente, etc.

Adico Lda, representada na feira Brau Bevialeem Nuremberga

A Alemanha alcançouno terceiro trimestre de2011 o maior nível de emp-rego desde a reunificação dopaís, em 1990, com um totalde 41,2 milhões de trabalha-dores registados, anunciouo instituto de estatística ale-mão (Destatis).

Os técnicos do Destatissublinharam o aumento de495.000 trabalhadores, ou

1,2 por cento, em relação aomesmo trimestre do ano an-terior.

Os maiores aumentosdo emprego foram regista-dos nos setores dos serviçosempresariais (3,6 porcento), comércio, transpor-tes e hotelaria (1,5 porcento), construção (1,4 porcento) e agricultura e pescas(1,3 por cento).

Alemanha:

Alcançado maior nível de empregodesde a reunificação

Feliz Natal

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