postes 5 odilon

1
INTRODUÇÃO MATERIAIS E MÉTODOS RESULTADOS E DISCUSSÃO CONCLUSÃO BIBLIOGRAFIA O maracujá-melão ( Passiflora quadrangularis L. - Passifloraceae) é originário da América Tropical, sendo uma planta trepadeira de grande porte, lenhosa, vigorosa e de crescimento rápido, podendo atingir 10 m de comprimento. Apresenta grande variação no tamanho, formato, peso, coloração e sabor dos frutos, que são ricos em vitamina C, cálcio, fósforo e possuem propriedades de calmante (passiflorina, maracugina e substância tanóides), sendo muito indicado para casos de abatimento, falta de ânimo, nervoso, insônia, anti-helmíntico, problemas de circulação, leve pressão alta e tontura. No mercado existem medicamentos comerciais à base de extrato de P. quadrangularis. (PLANTEMED, 2012). A planta também é comumente cultivada em quintais e pomares com o intuito de ornamentação. Nestes cultivos foi observada a incidência de patógenos causando antracnose nas folhas do maracujá melão (CUNHA e KRAMPE, 1999). Fischer et al. (2005) citaram que a antracnose é caracterizada devido a formação de manchas concêntricas de aspecto aquoso e cor verde escura, apresentando pequenos pontos pretos, que são representados por acérvulos do fungo, os quais em condições de alta umidade e temperatura média são cobertos por uma massa rosada de conídios em uma matriz mucilaginosa, ocasionadas principalmente por fungos do gênero Colletotrichum. O gênero Colletotrichum é um grupo muito comum de patógenos de plantas. Segundo Farr e Rossmam, (2012), há 35 registros de ocorrência no mundo de Colletotrichum ssp. infectando diferentes espécies de Passifloráceas, merecendo destaque para C. gloeosporioides, que está amplamente distribuído pelo globo terrestre, causando sérios problemas fitossanitários em Passiflora ssp., promovendo grandes perdas econômicas tanto no campo quanto na pós-colheita. O objetivo deste trabalho foi identificar e avaliar a patogenicidade do isolado causador da antracnose do maracujá-melão e avaliar a suscetibilidade de espécies (genótipos) de Passiflora sp. ao isolado. Com base nas comparações das características morfológicas (Fig.1) e morfométricas (Tab.1) o isolado foi identificado como sendo Colletotrichum gloeosporioides (Penz.) Penz. & Sacc. (1884) sensu Sutton (1992). No teste de patogenicidade, os tratamentos com ferimento apresentaram maiores incidencias de infecção dos tecidos nas repetições analisadas de folhas de P. quadrangularis. A patogenicidade foi confirmada no seus hospedeiros de origem e em outras cultivares de Passiflora spp. (Fig. 2 e Tab. 2) O isolado foi mais agressivo (esporulante) em seu hospedeiro de origem comprovando a relação patógeno-hospedeiro (tabela 2). CUNHA, M. A. P. da; KRAMPE, R. Espécies do gênero Passiflora. IN: LIMA, A. de A. O cultivo do maracujá. Cruz das Almas, BA: Embrapa Mandioca e Fruticultura, 1999. p. 18-21. FARR, D. F., & ROSSMAN, A. Y. Fungal Databases, Systematic Mycology and Microbiology Laboratory, ARS, USDA. 2011. Disponível em: <http://nt.ars-grin.gov/fungaldatabases/>. Acesso em: set./2011. FISHER, I. H.; KIMATI, H.; REZENDE, J. A. M. Doenças do maracujazeiro. IN: KIMATI, H.; AMORIM, L.; REZENDE, J. A. M.; BERGAMIM FILHO, A.; CAMARGO, L. E. A. (Ed.). Manual de Fitopatologia. v. 2. 4 ed. São Paulo: Agronômica Ceres, 2005. p. 470-471. PLANTEMED. Propriedades naturais de plantas cultivadas. Disponível em: http://www.plantemed.com.br/maracuja/maracuja_melao/. Acessado em abril de 2012. AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE Passiflora spp. a Colletotrichum sp. ISOLADO ORIUNDO DE MARACUJÁ-MELÃO (Passiflora quadrangularis ) NO MUNICÍPIO DE URUTAÍ-GO Odilon C. Lima Neto, Abdias R. Mata Neto, Milton L. Paz-Lima Instituto Federal Goiano – Campus Urutaí - Laboratório de Fitopatologia e Microbiologia - Email: [email protected] Este é o primeiro trabalho que identifica e registra a patogenicidade de Colletotrichum gloeosporioides em P. quadrangularis em outras espécies de Passiflora spp. Estruturas Descrição Acérvulos (μm) 262-(122)-62x44-(87)-222 Setas (μm) 162-(70)-38x2-(2,5)-6 Célula Conidiogênica (μm) 21-(18)-15x6-(7)-9 Conídios (μm) 17-(16)-12x3-2 Apressório (μm) 19-(15)-16 x 6-(5)-12 Tabela 1. Estruturas morfométricas de Colletotrichum gloeosporioides isolados de Passiflora quadrangularis. Figura 2. Resultados obtidos com o teste de patogenicidade pelo método “folha destacada “ para os genótipos de Passiflora quadrangularis (maracujá-melão), P. edulis f. sp. flavicarpa cv. “Ouro Vermelho”, cv. “Sol do Cerrado”, cv. “Gigante Amarelo” (maracujá-amarelo) e P. edulis (maracujá-doce) GENÓTIPOS Sem ferimento Com ferimento MS E SMS MS E SMS Maracujá amarelo cv. Sol do Cerrado [P. edulis f.sp. flavicarpa] - - 100% 100% - - Maracujá amarelo cv. Ouro Vermelho [ P. edulis f.sp. flavicarpa] 100% - - 100% - - Maracujá amarelo cv. Gigante Amarelo [ P. edulis f.sp. flavicarpa] - 50% 50% 50% - 50% Maracujá-melão [P. quadrangularis] 20% 60% 20% 20% 80% - Maracujá-doce [P. edulis] 80% 20% - 20% 80% - Tabela 2. Agressividade do isolado oriundo de Passiflora quadrangularis sobre os genótipos de Passiflora sp. MS (micélio superficial), E (esporulação evidente) e SMS (sem micélio superficial). f A h D lad Lab B C ac F mc E cc H c I s G ap J Figura 1. Colletotrichum sp. em folhas de maracujá melão ( Passiflora quadrangularis ). A. Fruto (f) (bar= 2,7 cm). B. Lesão adaxial (lad) em folha (bar= 5 mm). C. Lesão abaxial (lab) em folha (bar= 5 mm). D. Presença de halo (h) clorótico proeminente (bar= 7 mm). E. Massa laranja de acérvulos e conídios (mc) (bar= 2 mm). F. Conjunto de acérvulos (ac) sub-superficiais (bar= 13,22 µm). G. Setas (s) vermelho-castanhas (bar= 7,9 µm). H. Células conidiogênicas (cc) (bar= 10 µm). I. Conídios hialinos (c) (bar= 6 µm). J. Apressório (ap) (bar= 5 µm) . K. Inoculação de discos de micélio sobre folha (bar = 1,9 cm). L. Processo de infecção do isolado (bar=1,8 cm). M. Esporulação do isolado sobre a folha após a inoculação (bar= 1,8 mm) L K M Identifi cação Câmara Úmida Isolamento e cultura monospórica Coleta de folhas de maracujá melão com sintomas Colletotrichum gloeosporioides Preparo de lâminas semipermanentes Registro micro- fotográfico Caracterização morfométrica do isolado Teste de patogenicidade - “Folha destacada”

Upload: milton-lima

Post on 25-Jan-2017

242 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

Page 1: Postes 5 Odilon

INTRODUÇÃO

MATERIAIS E MÉTODOS

RESULTADOS E DISCUSSÃO

CONCLUSÃOBIBLIOGRAFIA

O maracujá-melão (Passiflora quadrangularis L. - Passifloraceae) é originário da América Tropical, sendo uma planta trepadeira de grande porte, lenhosa, vigorosa e de crescimento rápido, podendo atingir 10 m de comprimento. Apresenta grande variação no tamanho, formato, peso, coloração e sabor dos frutos, que são ricos em vitamina C, cálcio, fósforo e possuem propriedades de calmante (passiflorina, maracugina e substância tanóides), sendo muito indicado para casos de abatimento, falta de ânimo, nervoso, insônia, anti-helmíntico, problemas de circulação, leve pressão alta e tontura. No mercado existem medicamentos comerciais à base de extrato de P. quadrangularis. (PLANTEMED, 2012).

A planta também é comumente cultivada em quintais e pomares com o intuito de ornamentação. Nestes cultivos foi observada a incidência de patógenos causando antracnose nas folhas do maracujá melão (CUNHA e KRAMPE, 1999).

Fischer et al. (2005) citaram que a antracnose é caracterizada devido a formação de manchas concêntricas de aspecto aquoso e cor verde escura, apresentando pequenos pontos pretos, que são representados por acérvulos do fungo, os quais em condições de alta umidade e temperatura média são cobertos por uma massa rosada de conídios em uma matriz mucilaginosa, ocasionadas principalmente por fungos do gênero Colletotrichum.

O gênero Colletotrichum é um grupo muito comum de patógenos de plantas. Segundo Farr e Rossmam, (2012), há 35 registros de ocorrência no mundo de Colletotrichum ssp. infectando diferentes espécies de Passifloráceas, merecendo destaque para C. gloeosporioides, que está amplamente distribuído pelo globo terrestre, causando sérios problemas fitossanitários em Passiflora ssp., promovendo grandes perdas econômicas tanto no campo quanto na pós-colheita.

O objetivo deste trabalho foi identificar e avaliar a patogenicidade do isolado causador da antracnose do maracujá-melão e avaliar a suscetibilidade de espécies (genótipos) de Passiflora sp. ao isolado.

Com base nas comparações das características morfológicas (Fig.1) e morfométricas (Tab.1) o isolado foi identificado como sendo Colletotrichum gloeosporioides (Penz.) Penz. & Sacc. (1884) sensu Sutton (1992).

No teste de patogenicidade, os tratamentos com ferimento apresentaram maiores incidencias de infecção dos tecidos nas repetições analisadas de folhas de P. quadrangularis. A patogenicidade foi confirmada no seus hospedeiros de origem e em outras cultivares de Passiflora spp. (Fig. 2 e Tab. 2)

O isolado foi mais agressivo (esporulante) em seu hospedeiro de origem comprovando a relação patógeno-hospedeiro (tabela 2).

CUNHA, M. A. P. da; KRAMPE, R. Espécies do gênero Passiflora. IN: LIMA, A. de A. O cultivo do maracujá. Cruz das Almas, BA: Embrapa Mandioca e Fruticultura, 1999. p. 18-21.FARR, D. F., & ROSSMAN, A. Y. Fungal Databases, Systematic Mycology and Microbiology Laboratory, ARS, USDA. 2011. Disponível em: <http://nt.ars-grin.gov/fungaldatabases/>. Acesso em: set./2011.FISHER, I. H.; KIMATI, H.; REZENDE, J. A. M. Doenças do maracujazeiro. IN: KIMATI, H.; AMORIM, L.; REZENDE, J. A. M.; BERGAMIM FILHO, A.; CAMARGO, L. E. A. (Ed.). Manual de Fitopatologia. v. 2. 4 ed. São Paulo: Agronômica Ceres, 2005. p. 470-471.PLANTEMED. Propriedades naturais de plantas cultivadas. Disponível em: http://www.plantemed.com.br/maracuja/maracuja_melao/. Acessado em abril de 2012.

AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE Passiflora spp. a Colletotrichum sp. ISOLADO ORIUNDO DE MARACUJÁ-MELÃO

(Passiflora quadrangularis) NO MUNICÍPIO DE URUTAÍ-GO Odilon C. Lima Neto, Abdias R. Mata Neto, Milton L. Paz-Lima

Instituto Federal Goiano – Campus Urutaí - Laboratório de Fitopatologia e Microbiologia - Email: [email protected]

Este é o primeiro trabalho que identifica e registra a patogenicidade de Colletotrichum gloeosporioides em P. quadrangularis em outras espécies de Passiflora spp.

Estruturas Descrição

Acérvulos (μm) 262-(122)-62x44-(87)-222

Setas (μm) 162-(70)-38x2-(2,5)-6

Célula Conidiogênica (μm) 21-(18)-15x6-(7)-9

Conídios (μm) 17-(16)-12x3-2

Apressório (μm) 19-(15)-16 x 6-(5)-12

Tabela 1. Estruturas morfométricas de Colletotrichum gloeosporioides isolados de Passiflora quadrangularis.

Figura 2. Resultados obtidos com o teste de patogenicidade pelo método “folha destacada “ para os genótipos de Passiflora quadrangularis (maracujá-melão), P. edulis f. sp. flavicarpa cv. “Ouro Vermelho”, cv. “Sol do Cerrado”, cv. “Gigante Amarelo” (maracujá-amarelo) e P. edulis (maracujá-doce)

GENÓTIPOSSem ferimento Com ferimento

MS E SMS MS E SMS

Maracujá amarelo cv. Sol do Cerrado [P. edulis f.sp. flavicarpa] - - 100% 100% - -

Maracujá amarelo cv. Ouro Vermelho [P. edulis f.sp. flavicarpa] 100% - - 100% - -

Maracujá amarelo cv. Gigante Amarelo [P. edulis f.sp. flavicarpa] - 50% 50% 50% - 50%

Maracujá-melão [P. quadrangularis] 20% 60% 20% 20% 80% -

Maracujá-doce [P. edulis] 80% 20% - 20% 80% -

Tabela 2. Agressividade do isolado oriundo de Passiflora quadrangularis sobre os genótipos de Passiflora sp. MS (micélio superficial), E (esporulação evidente) e SMS (sem micélio superficial).

f

A h Dlad

Lab

B

C

ac

F

mc

E

cc

Hc

Is

G

ap

J

Figura 1. Colletotrichum sp. em folhas de maracujá melão (Passiflora quadrangularis). A. Fruto (f) (bar= 2,7 cm). B. Lesão adaxial (lad) em folha (bar= 5 mm). C. Lesão abaxial (lab) em folha (bar= 5 mm). D. Presença de halo (h) clorótico proeminente (bar= 7 mm). E. Massa laranja de acérvulos e conídios (mc) (bar= 2 mm). F. Conjunto de acérvulos (ac) sub-superficiais (bar= 13,22 µm). G. Setas (s) vermelho-castanhas (bar= 7,9 µm). H. Células conidiogênicas (cc) (bar= 10 µm). I. Conídios hialinos (c) (bar= 6 µm). J. Apressório (ap) (bar= 5 µm) . K. Inoculação de discos de micélio sobre folha (bar = 1,9 cm). L. Processo de infecção do isolado (bar=1,8 cm). M. Esporulação do isolado sobre a folha após a inoculação (bar= 1,8 mm)

LK M

Identificação

Câmara Úmida

Isolamento e cultura monospóricaColeta de folhas de maracujá melão

com sintomas

Colletotrichum gloeosporioides

Preparo de lâminas semipermanentes

Registro micro-fotográfico

Caracterização morfométrica

do isolado

Teste de patogenicidade - “Folha destacada”