potencial antioxidante in vitro do (-)- -terpineol...
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_________________________________________ISSN 1983-4209 – Volume 08– Número 03 – 2012
POTENCIAL ANTIOXIDANTE IN VITRO DO (-)-α -TERPINEOL
Oskar Almeida Silva1, Antonia Amanda Cardoso de Almeida
2, Rusbene Bruno Fonseca de
Carvalho1, José Damasceno Nogueira Neto
3, Damião Pergentino de Sousa
4, Rivelilson Mendes de
Freitas5,*1
RESUMO - O (-)-α-terpineol (2-(4-metilciclohex-3-en-1-il)propan-2-ol) é um monoterpenoide de
fórmula molecular C10H18O presente em óleos essenciais de várias plantas medicinais. Dessa forma,
é importante avaliar a contribuição dessa substância na atividade antioxidante desses produtos
naturais por meio de estudos em modelos experimentais. Assim, o presente estudo avaliou as
propriedades antioxidantes do (-)-α-terpineol in vitro contra a formação de espécies reativas com o
ácido tiobarbitúrico (TBARS), radical hidroxila e produção de oxido nítrico. Os resultados obtidos
demonstraram o α-terpineol, foi capaz de prevenir a peroxidação lipídica induzida por AAPH,
reduzindo a quantidade de TBARS formado. A formação do radical hidroxila foi inibida, sugerindo
uma possível ação antioxidante deste monoterpeno. Na avaliação de produção de oxido nítrico o (-)-
α-terpineol diminuiu a formação desse composto, revelando um perfil protetor in vitro das
biomoléculas, como lipídios das membranas celulares contra danos causados por radicais livres
gerados. O monoterpeno demonstrou um forte potencial antioxidante in vitro, por meio da
capacidade de remoção contra radicais hidroxilas e óxido nítrico, bem como preveniu a formação de
TBARS, de forma semelhante ao Trolox (controle positivo). Diante dos resultados obtidos pode ser
sugerido que o (-)-α-terpineol possui potencial antioxidante in vitro.
Unitermos: Monoterpeno, Óleos essenciais, Óxido Nítrico, Peroxidação Lipídica, Radical
Hidroxila.
IN VITRO ANTIOXIDANT POTENTIAL OF (-)-α –TERPINEOL
ABSTRACT - The (-)-α-terpineol (2-(4-metilciclohex-3-en-1-yl)-propan-2-ol) is a monoterpenoid
with molecular formula of C10H18O present in essential oils of various medicinal plants. Thus, it is
important to evaluate the contribution of this substance in the antioxidant activity of these natural
products through studies in experimental models. Thus, the present study evaluated the in vitro
antioxidant properties of (-)-α-terpineol against the formation of reactive species with thiobarbituric
acid (TBARS), hydroxyl radical and nitric oxide production. The results showed that α-terpineol
was capable of preventing lipid peroxidation induced by AAPH, reducing the amount of TBARS
generation. The hydroxyl radical formation was inhibited, suggesting a possible antioxidant action
of this monoterpene. In the evaluation of the production of nitric oxide, (-)-α-terpineol decreased
generation of such compound, showing a profile of in vitro protector biomolecules as lipids in cell
membranes from damage caused by free radicals. The monoterpene demonstrated a strong in vitro
antioxidant potential by removal hydroxyl radicals and nitric oxide and prevented TBARS
formation similarly to Trolox (positive control). Based on these results, it can be suggested that (-)-
α-terpineol has in vitro antioxidant potential.
1Graduandos em Química pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), Teresina, Brasil.([email protected]);
([email protected]); 2Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência Farmacêuticas (PPGCF) da
UFPI, Teresina, Brasil. ([email protected]); 3Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Farmacologia da
UFPI, Teresina, Brasil. [email protected]; 4Professor do Departamento de Fisiologia da Universidade
Federal de Sergipe, Brasil. ([email protected]); 5Professor do Departamento de Bioquímica e
Farmacologia e Coordenador do PPGCF da UFPI, Teresina, Brasil. *E-mail: ([email protected]).
Recebido em 28/06/2012 Aceite para publicação em 10/10/2012
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Uniterms: Essential oils, Hydroxyl Radical, Monoterpene, Nitric Oxide, Lipid Peroxidation.
INTRODUÇÃO
Desde o inicio da civilização humana as plantas medicinais têm sido utilizadas com fins
terapêuticos, para a prevenção e profilaxia de diversas doenças (Veiga Jr. et al., 2005; Campêlo et
al., 2011a,b). Devido a sua flora bastante diversificada e uma privilegiada situação geográfica no
Brasil, existem diversos estudos com substâncias naturais derivadas de plantas para o tratamento de
inúmeras patologias (Nogueira et al., 1998).
Nas últimas décadas foram relatadas diversas pesquisas envolvendo metodologias voltadas
para detecção de atividades farmacológicas com preparações obtidas a partir da flora medicinal,
objetivando o desenvolvimento de novos fármacos que possam apresentar diversas vantagens, como
efetividade, potência e menos efeitos colaterais, em relação aos fármacos disponíveis (Almeida et
al., 1999).
De acordo com Gaté et al. (1999) e Mandelker (2008) situações que envolvem estresse
oxidativo favorecem o aumento dos níveis de peroxidação lipídica causada por uma diminuição no
metabolismo de radicais livres (Freitas et al., 2004), bem como pelo aumento do conteúdo de nitrito
(Ferreira et al., 1997; Oliveira et al., 2007), embora esses achados não sejam relatados em todos os
modelos farmacológicos.
No metabolismo celular, radicais livres e espécies reativas derivadas do oxigênio
desempenham papel fundamental. No entanto, quando há um aumento da produção, pode gerar
estresse oxidativo, levando às alterações teciduais responsáveis por várias patologias (Droge, 2002).
Contudo, existem vários sistemas não enzimáticos que agem por meio da inativação das reações
produzidas por radicais livres, como os antioxidantes naturais (Alcantara et al., 2010).
A oxidação é um processo metabólico que leva à produção de energia necessária para as
atividades essenciais das células. Entretanto, o metabolismo do oxigênio nas células vivas também
leva à produção de radicais livres (Stieven et al., 2009). Antioxidantes que podem sequestrar esses
radicais livres previnem e apresentam alto potencial terapêutico em doenças associadas ao estresse
oxidativo (Stieven et al., 2009). Estes são substâncias capazes de prevenir os efeitos deletérios da
oxidação, prevenindo o início da peroxidação lipídica, seqüestrando radicais livres e/ou quelando
íons metálicos.
Estudos têm relatado que os monoterpenos e seus derivados sintéticos têm diversas
propriedades farmacológicas (Crowell, 1999; Galeotti et al, 2002; De sousa et al, 2007a,b,c,d; Silva
et al, 2009; Passos et al. 2009). Dentre estes compostos, o (-)-α-terpineol (2-(4-metilciclohex-3-en-
1-il)propan-2-ol) (Figura 1) é um álcool monoterpênico encontrado em uma ampla variedade de
óleos essenciais, com grande aplicação preparação de produtos de perfumaria como constituinte de
sabonetes e cosméticos, em indústrias de produtos de limpeza como repelente, desinfetante e
aromatizante, em indústrias farmacêuticas como antifúngico e antisséptico e no processamento de
minerais como agente de flotação (Buchbauer et al., 2003; Baptistella et al., 2009).
OH
Figura 1: Estrutura do (-)-α-terpineol (2-(4-metilciclohex-3-en-1-il)propan-2-ol).
Diante dessas considerações e considerando que (-)-α-terpineol está presente em alguns óleos
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essenciais antioxidantes de plantas medicinais, é importante avaliar a contribuição desta substância na
atividade antioxidante destes produtos naturais por meio de estudos em modelos experimentais, o
presente trabalho teve como objetivo analisar o potencial antioxidante in vitro desse monoterpeno.
MATERIAL E MÉTODOS
Obtenção da substância O (-)-α-terpineol (2-(4-metilciclohex-3-en-1-il)propan-2-ol) é um monoterpenoide de fórmula
molecular C10H18O e densidade 0,934 ± 0,06 g/cm3, presente no óleo essencial de várias plantas
medicinais aromáticas. Para avaliação do potencial antioxidante esse monoterpeno foi obtido da
empresa Sigma-Aldrich (Brasil).
Avaliação do potencial antioxidante in vitro do (-)-α-terpineol contra a peroxidação lipídica
O método utilizado para avaliar potencial antioxidante do (-)-α-terpineol contra a
peroxidação lipídica, um dos principais danos causados pelas EROs/ERNs, foi realizado por meio
determinação das substâncias reativas com o ácido tiobarbitúrico, conhecido como método TBARS
(Esterbauer; Schaur; Zollner, 1991).
Este método foi usado para medir a capacidade antioxidante do (-)-α-terpineol num meio
rico em lipídios (Guimarães et al., 2010). O substrato rico em lipídios adotado foi o homogenato da
gema de ovo (1% p/v) em 50 mM de tampão fosfato (pH 7,4). Uma alíquota de 0,5 mL do substrato
foi sonicado e então homogeneizado com 0,1 mL de α-terpineol, em diferentes concentrações (0,9 –
1,8 – 3,6 – 5,4 – 7,2 µg/mL). A peroxidação lipídica foi induzida pela adição de 0,1 mL de solução
de AAPH (dihidrocloridrato de 2,2’-azobis 2-metilpropinamida 0,12 M). No controle foi testado
apenas o veículo (Tween 80 0,05% dissolvido em salina 0,9%). As reações foram realizadas durante
30 minutos a 37 °C.
Após resfriamento, as amostras (0,5 mL) foram centrifugadas com 0,5 mL de ácido
tricloroacético (15%) a 1200 x g por 10 minutos. Uma alíquota de 0,5 mL do sobrenadante foi
misturado com 0,5 mL de ácido tiobarbitúrico (0,67%) e aquecido a 95 °C por 30 minutos. Após
resfriamento, a absorbância das amostras foi medida usando um espectrofotômetro a 532 nm. Os
resultados foram expressos como percentagem de TBARS formada a partir do AAPH apenas
(controle induzido). O Trolox foi utilizado como droga-padrão.
Avaliação do potencial antioxidante in vitro do (-)-α-terpineol contra a formação de radical
hidroxila (•OH)
A formação do radical hidroxila (•OH) a partir da reação de Fenton foi quantificada usando
a degradação oxidativa da 2-desoxirribose (Lopes et al., 1999). O princípio do teste é a
quantificação do produto de degradação deste produto, em malonaldeído (MDA), pela sua
condensação com o ácido tiobarbitúrico (ATB).
A reação foi iniciada pela adição de Fe2+
(FeSO4 6 mM) à solução contendo 5 mM de 2-
desoxirribose, 100 mM de H2O2 e 20 mM de tampão fosfato (pH 7,4). Para medir a atividade
antioxidante do (-)-α-terpineol contra o radical hidroxila, diferentes concentrações do (-)-α-terpineol
(0,9 – 1,8 – 3,6 – 5,4 – 7,2 µg/mL) foram adicionadas ao sistema antes da adição de Fe2+
.As reações
foram realizadas durante 15 minutos em temperatura ambiente, e foram estacionadas pela adição de
ácido fosfórico a 4% (v/v) seguido por 1% de ATB (w/v, em 50 mM NaOH).
As soluções foram fervidas por 15 minutos a 95 °C, e então resfriadas em temperatura
ambiente. A absorbância foi medida a 532 nm e os resultados foram expressos como equivalentes
MDA formados pelo Fe2+
e H2O2.
Avaliação do potencial antioxidante in vitro do (-)-α-terpineol contra a formação doóxido
nítrico (•NO)
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Neste ensaio o óxido nítrico (NO) foi produzido a partir da decomposição espontânea de
nitroprussiato de sódio (NPS) em 20 mM de tampão fosfato (pH 7,4). Uma vez formado, o NO
interagem com o oxigênio para produzir íons nitrito, os quais foram medidos pela reação de Griess
(Basu Hazra, 2006).
A mistura da reação (1 mL) contendo 10 mM de NPS em padrão fosfato e α-terpineol, nas
diferentes concentrações (0,9 – 1,8 – 3,6 – 5,4 – 7,2 µg/mL) foi incubada a 37 °C por 1h. Uma
alíquota de 0,5 mL foi retirada e homogeneizada com 0,5 mL do reagente de Griess. A absorbância
do cromóforo foi medida a 540 nm. O percentual de inibição da produção de NO foi determinado
por comparação dos valores de absorbância do controle negativo (apenas NPS10 mM e veículo) e
as preparações da substância utilizada no teste. Os resultados foram expressos como percentagem
de nitrito formado pelo meio reacional.
Análises Estatísticas
Os resultados obtidos foram expressos como média ± erro padrão da média (E.P.M.) e a
significância estatística foi determinada utilizando a Análise de Variância (ANOVA) seguida pelo
teste de t-Student-Neuman-Keuls com post hoc teste. Os valores foram considerados estaticamente
significativos quando apresentaram p<0,05. A percentagem de inibição determinada a partir da
seguinte fórmula:% inibição = 100 x (controle – experimental) / Controle (Reanmongkol et al.,
1994).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Neste estudo pode ser associado à reatividade da substância testada com as suas
propriedades estruturais, sendo o (-)-α-terpineol um álcool insaturado de cadeia cíclica e ramificada;
a presença do grupo hidroxila (•OH) pode estar associada à capacidade antioxidante da substância.
O (-)-α-terpineol por meio dos métodos in vitro utilizados demonstrou uma boa capacidade de
redução de radicais livres, esta propriedade pode ser atribuída a um elétron desemparelhado do
hidrogênio do grupo funcional que provavelmente converte os radicais livres em espécies menos
reativas.
A atividade antioxidante foi analisada pelo método denominado TBARS que é usado para
quantificar a peroxidação lipídica que corresponde a um dano na membrana celular causado pelo
estresse oxidativo. O AAPH, um composto azo hidrossolúvel, é utilizado como gerador de radicais
livres. A sua decomposição produz nitrogênio molecular, e radicais carbonilas, os quais, por sua
vez, reagem com o ácido tiobarbitúrico, resultando na formação de TBARS (Zin; Hamid; Osman,
2002; Fitó; La Torre; Covas, 2007; Moon; Shibamoto, 2009; Serafiniet al., 2011).
O (-)-α-terpineol, em todas as concentrações testadas, foi capaz de prevenir a peroxidação
lipídica, reduzindo a quantidade de TBARS formado. Resultado semelhante foi obtido com o
Trolox, um análogo sintético do α-tocoferol, usado como padrão antioxidante, que também inibiu a
produção a de TBARS.
As concentrações utilizadas de 0,9; 1,8; 3,6; 5,4 e 7,2 µg/ml do (-)-α-terpineol
proporcionaram uma redução na produção de TBARS de 51,7; 59,5; 62,2; 64,2 e 65,6%,
respectivamente. O controle utilizado, análogo do α-tocoferol produziu uma diminuição na
produção de TBARS de 48,1% (Figura 2).
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ControlAAPH0,9 ng/ml1,8 ng/ml3,6 ng/ml5,4 ng/ml7,2 ng/mlTrolox0
25
50
75
100
125 Controle
AAPH
0,9 g/mL
1,8 g/mL
3,6 g/mL
5,4 g/mL
7,2 g/mL
Trolox 0,45 nM
aa a a a
a
*
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S
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e A
AP
H)
Figura 2: Efeitos do (-)-α-terpineol contra a produção de substâncias reativas com o ácido
tiobarbitúrico.
O Trolox 0,45 nM foi usado como padrão antioxidante. Os valores representam a média ±
E.P.M. dos valores de inibição in vitro, n = 5, experimentos em duplicata. ap<0,001 versus AAPH
em relação ao meio AAPH (ANOVA e t-Student-Neuman-Keuls como post hoc teste);*p<0,001
versus AAPH em relação ao controle (ANOVA e t-Student-Neuman-Keuls como post hoc teste).
O substrato utilizado rico em lipídios foi submetido à peroxidação lipídica induzida por
AAPH onde todas as concentrações de (-)-α-terpineol reduziu a produção de TBARS, os resultados
sugerem que esse monoterpenoide pode exercer um efeito antioxidante protetor de biomoléculas
lipídicas in vitro. A concentração inibitória de 50% (CI50) do composto estudado contra a produção
de TBARS foi determinada como aproximadamente 0,621µg/mL variando de 0,37 a 1,05 com
intervalo de confiança de 95%.
Comparando os resultados obtidos com outros trabalhos da área, temos que o timol possui
propriedades antioxidantes semelhantes as do (-)-α-terpineol, nesse estudo foi utilizado o DPPH
(azo-radical 2,2-difenil-1-picrilidrazil) como fonte geradora de radicais livres a concentração
inibitória do timol da capacidade sequestradora deste radical livre foi aproximadamente de 20,80
µg/mL (Andrade et al., 2012).
Resultados semelhantes da determinação da CI50 do (-)-α-terpineol foram obtidos na ciano-
carvona um derivado de monoterpeno que pode ser obtido a partir da carvona. Nesse estudo a
ciano-carvona diminuiu os níveis de peroxidação lipídica, promovendo a inibição de 50 % da
produção das substancias reativas ao acido tiobarbitúrico com um valor de CI50 aproximadamente
de 0,66 µg/mL variando de 0,35 a 1,24 µg/mL com intervalo de confiança de 95% (Costa et al.,
2012).
Baseado nos resultados obtidos nos estudos realizados foi proposto um possível mecanismo de
reação da ação antioxidante do (-)-α-terpineol contra a formação de radical lipídico como demonstra
a figura 3.
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CH3
CH3 CH3
OH
L.
CH3
CCH3 CH2
O
-LH
Radical Lipídico
.
Figura 3: Possível mecanismo de reação antioxidante in vitro do (-)-α-terpineol contra a formação
de radical lipídico durante a peroxidação lipídica.
Outra metodologia empregada para avaliar a atividade antioxidante de uma substância
baseia-se na capacidade removedora de radicais livres formados em espécies menos reativas (Hoelzl
et al., 2005). A capacidade de uma substância sequestradora do radical hidroxila pode ser
diretamente relacionada à sua atividade antioxidante. O radical hidroxila é uma espécie
extremamente reativa, capaz de causar danos ao DNA, proteínas e lipídios (Halliwell, 1995; Huang;
Ou; Prior, 2005; Shukla et al., 2009; Serafiniet al., 2011). O radical hidroxila é deletério ao
organismo, uma vez que possui uma meia vida muito curta, sendo assim altamente reativo atacando
diferentes tipos de moléculas por abstração de hidrogênio e por adição de instauração. No DNA
pode atacar as bases nitrogenadas ou a desoxirribose abstraindo um átomo de hidrogênio
ocasionando a quebra da cadeia de DNA e gerando efeitos mutagênicos ou carcinogênicos
(Barreiros et al., 2006).
Neste método o radical hidroxila é gerado pela reação de Fenton. Na presença do radical
hidroxila, a 2-desoxirribose é degradada à malonaldeído, sendo então quantificado (Paya, Halliwell,
Hoult, 1994; Huang; Ou; Prior, 2005; Serafiniet al., 2011).
No nosso estudo demonstrou que o (-)-α-terpineol produziu a remoção do radical hidroxila,
exibindo uma significante atividade antioxidante que pode ser capaz de inibir os danos celulares
causados por este radical. O Trolox (padrão) também reduziu significativamente a quantidade deste
radical.
As concentrações utilizadas de 0,9; 1,8; 3,6; 5,4 e 7,2 µg/ml do (-)-α-terpineol produziram
uma remoção do radical hidroxila de 8; 12,6; 15,2; 16,6 e 28,1% respectivamente. O controle
utilizado, análogo do α-tocoferol produziu uma remoção contra a formação do radical hidroxila de
78% (Figura 3).
A concentração inibitória de 50% (CI50) deste monoterpeno contra a produção do radical
hidroxila foi determinada como aproximadamente 0,66 µg/mL variando de 0,36 a 1,21 com
intervalo de confiança de 95%. Resultados semelhantes da determinação da CI50 do (-)-α-terpineol
foram constatados na ciano-carvona que obteve uma concentração inibitória 50 % conta a formação
do radical hidroxila um valor de aproximadamente de 0,20 µg/mL variando de 0,11 a 0,36 µg/mL
com intervalo de confiança de 95% (Costa et al., 2012).
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ControlSystem0,9 ng/ml1,8 ng/ml3,6 ng/ml5,4 ng/ml7,2 ng/mlTrolox0
25
50
75
100
125Controle
Sistema
0,9 g/ml
1,8 g/ml
3,6 g/ml
5,4 g/ml
7,2 g/ml
Trolox
aa a a
a
a
*
De
gra
dação
da 2
-de
so
xir
rib
os
e
(%)
Figura 4: Efeitos do (-)-α-terpineol na remoção de radical hidroxila. Os valores representam a
média ± E.P.M. dos valores de inibição in vitro, n = 5, experimentos em duplicata. O Trolox 0,45
nM foi usado como padrão antioxidante. ap<0,001 versus AAPH em relação ao sistema (meio
reacional) (ANOVA e t-Student-Neuman-Keuls como post hoc teste);*p<0,001 versus AAPH em
relação ao controle (ANOVA e t-Student-Neuman-Keuls como post hoc teste).
Baseado na capacidade de remoção de radical hidroxila foi proposto um possível mecanismo
de reação como mostra a figura 5. CH3
CH3 CH3
OH
OH.
Radical Hidroxila
CH3
CCH3 CH2
O
-H2O
.
Figura 5. Possível mecanismo de reação antioxidante in vitro do (-)-α-terpineol contra a formação
de radical hidroxila.
Outra metodologia empregada foi o método de seqüestro contra a formação de NO. Este
método baseia-se na produção de NO a partir da decomposição espontânea do nitroprussiato de
sódio em solução aquosa. O NO, por sua vez, interage com o oxigênio, produzindo íons nitritos, os
quais podem ser medidos pela reação de Griess (Basu; Hazra, 2006). Estes íons nitritos têm um
forte poder oxidante, reagindo com várias moléculas biológicas, o que leva a danos celulares
(Halliwell, Gutteridge, 2007; Guimarães et al., 2010). Substâncias com ação seqüestradora de NO
competem com o oxigênio, levando à redução na produção de nitritos, caracterizando a atividade
antioxidante (Ahmadi et al., 2011; Serafini et al., 2011).
Neste estudo, o (-)-α-terpineol diminuiu significativamente a produção de nitrito,
demonstrando novamente sua propriedade antioxidante contra danos causados pelos radicais livres
(Guimarães et al., 2010).
O NO é uma molécula sinalizadora envolvida em vários processos fisiológicos e patológicos
(Meller; Gebhart, 1993; Sousa; Prado, 2001; Kawano et al., 2009). Estudos demonstram que NO
pode interagir com outras espécies reativas derivadas do oxigênio e induzir a formação de
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peroxinitritos que têm potente efeito citotóxico e pró-inflamatório (Beckman et al., 1990; Quintans-
Júnior et al., 2011). Dessa forma, o efeito do α-terpineol inibindo a produção de nitrito pode sugerir
um efeito citoprotetor e anti-inflamatório relacionados com sua ação antioxidante que precisa ser
melhor investigado.
Portanto, os resultados obtidos no presente estudo, demonstram que o (-)-α-terpineol nas
doses utilizadas de 0,9; 1,8; 3,6; 5,4 e 7,2 µg/mL do α-terpineol produziram a remoção do radical
nitrito de 55,63;58,08;59,82; 61,62 e 65,77% respectivamente. O controle utilizado, análogo do α-
tocoferol produziu uma remoção contra a formação do radical nitrito de 59,76% (Figura 6).
ControlSNP 0,9 ng/ml1,8 ng/ml3,6 ng/ml5,4 ng/ml7,2 ng/mlTrolox0
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50
75
100
125Controle
NPS
0,9 g/mL
1,8 g/mL
3,6 g/mL
5,4 g/mL
7,2 g/mL
Trolox
aaaa
a
a
*
Pro
du
çã
o d
e n
itri
to(%
In
du
zid
a p
or
NP
S)
Figura 6: Efeitos do (-)-α-terpineol na remoção do metabólito nitrito. Os valores representam a
média ± E.P.M. dos valores de inibição in vitro, n=5, experimentos em duplicata. O Trolox 0,45 nM
foi usado como padrão antioxidante. ap<0,001 versus AAPH em relação ao sistema (meio reacional)
(ANOVA e t-Student-Neuman-Keuls como post hoc teste); *p<0,001 versus AAPH em relação ao
controle (ANOVA e t-Student-Neuman-Keuls como post hoc teste).
Por sua vez, a concentração inibitória de 50% (CI50) deste monoterpeno contra a produção do
nitrito foi determinada como aproximadamente 0,08µg/mL variando de 0,04 a 0,16 com intervalo
de confiança de 95%.Resultados semelhantes da determinação da CI50 do (-)-α-terpineol foram
obtidos na ciano-carvona um derivado cetônico que pode ser obtido a partir da carvona. Nesse
estudo a ciano-carvona inibiu em 50 % contra a formação do radical nitrito, com um valor de CI50
aproximadamente de 0,13 µg/mL variando de 0,07 a 0,24 µg/mL com intervalo de confiança de
95% (COSTA et al. , 2012).
O seguinte mecanismo foi proposto para demonstrar a capacidade antioxidante contra nitrito
e outras espécies reativas geradas pela decomposição espontânea do NO (Figura 7).
Os testes in vitro demonstram que o (-)-α-terpineol foi capaz de reduzir a produção de radicais
livres em todas as concentrações testadas, a sua atividade antioxidante pode ser atribuída as suas
características estruturais, por se tratar de um monoterpenóide, com um grupo hidroxila (•OH) em
sua cadeia insaturada e ramificada. Provavelmente ao reagir com um radical livre, age como doador
de elétrons desemparelhados do seu átomo de hidrogênio (H•), convertendo, assim, os radicais
livres em espécies menos reativas.
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CH3
CH3 CH3
OH
NO2
-
Radical Nitri to
CH3
CCH3 CH2
O
.
+ HNO2
Figura 7: Possível mecanismo de reação antioxidante in vitro do (-)-α-terpineol contra a formação
de radical nitrito (NO2-).
CONCLUSÃO
O (-)-α-terpineol demonstrou um forte potencial antioxidante in vitro, por meio da
capacidade de remoção contra radicais hidroxilas e óxido nítrico, bem como preveniu a formação de
TBARS, de forma semelhante ao Trolox (controle positivo). Portanto, os resultados obtidos no
presente estudo, demonstram que o (-)-α-terpineol exerce efeito antioxidante protetor de
biomoléculas lipídicas in vitro mediante aos métodos utilizados.
REFERÊNCIAS
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