ppc 13-04-2015 – aprovado congrad

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA CAMPUS AVANÇADO GOVERNADOR VALADARES FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROJETO PEDAGÓGICO CURRICULAR DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS Março /2015

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

    CAMPUS AVANADO GOVERNADOR VALADARES

    FACULDADE DE ADMINISTRAO E CINCIAS

    CONTBEIS

    PROJETO PEDAGGICO CURRICULAR

    DE

    CINCIAS CONTBEIS

    Maro /2015

  • FACULDADE DE ADMINISTRAO E CINCIAS CONTBEIS

    Reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora

    Professor Dr. Jlio Maria Fonseca Chebli

    Diretor da Faculdade de Administrao e Cincias Contbeis

    Professor Dr. Gilmar Jos dos Santos

    Vice-diretor da Administrao e Cincias Contbeis

    Professor Dr. Virglio Czar da Silva e Oliveira

    Chefe do Departamento de Cincias Contbeis da Universidade Federal de Juiz

    de Fora Campus Avanado Governador Valadares

    Professor Msc.Bruno Franco Alves

    Sub-Chefe do Departamento de Cincias Contbeis da Universidade Federal de

    Juiz de Fora Campus Avanado Governador Valadares

    Professor Msc. Adriano Freitas de Azevedo

    Coordenadora do Curso de Cincias Contbeis da Universidade Federal de

    Juiz de Fora Campus Avanado Governador Valadares

    Professora Msc. Schirley Maria Policrio

    Vice-coordenadora do Curso de Cincias Contbeis da Universidade Federal

    de Juiz de Fora Campus Avanado Governador Valadares

    Professora Msc.Raquel Berger Deorce

  • PROJETO PEDAGGICO DE CURSO

    Comisso de Elaborao

    Professor Msc.Adriano Freitas de Azevedo

    Professor Msc.Bruno Franco Alves

    Professora Msc. Elizangela Lourdes de Castro

    Professor Msc.Geov Jos Madeira

    Professora Msc.Marinette Santana Fraga

    Professora Msc. Raquel Berger Deorce

    Professora Msc. Schirley Maria Policrio

    Aprovado pelo Departamento de Cincias Contbeis em ____/____/_______

    Aprovado pelo Conselho de Unidade em ____/____/_______

    Aprovado pelo CONGRAD em ____/____/_______

  • LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas Art. Artigo BDTD Biblioteca Digital de Teses e Dissertaes BICJR Bolsa de Iniciao Cientfica Jnior CAE Coordenao de Assuntos Estudantis CAPES Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior CAS Centro de Ateno Sade CBR Centro de Biologia da Reproduo CCO Curso de Cincias Contbeis CCS Centro de Cincias da Sade CDARA Coordenao de Assuntos e Registros Acadmicos CDC Centro de Difuso do Conhecimento COE COFC

    Comisso Orientadora de Estgios Comisso Orientadora de Flexibilizao Curricular

    CFC CPA

    Conselho Federal de Contabilidade Conselho Prpria de Avaliao

    CNE/CES Conselho Nacional de Educao / Cmara de Educao Superior CONGRAD Conselho Setorial de Graduao CONSU Conselho Superior Universitrio CPS Centro de Pesquisas Sociais CRITT Centro Regional de Inovao e Transferncia de Tecnologia DEP FIN Departamento de Finanas e Controladoria DPES Departamento de Poltica Superior EaD Educao a Distncia FACC Faculdade de Administrao e Cincias Contbeis FACSUM Faculdade Machado Sobrinho FAEFID Faculdade de Educao Fsica e Desporto FEA Faculdade de Economia e Administrao HU Hospital Universitrio IAD Instituto de Artes e Design IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica IBICT Instituto Brasileiro de Informao em Cincia e Tecnologia ICB Instituto de Cincias Biolgicas ICE Instituto de Cincias Exatas ICHL Instituto de Cincias Humanas e Letras IDH ndice de Desenvolvimento Humano IDHM ndice de Desenvolvimento Humano Municipal IES Instituto de Ensino Superior ISAR/UNCTAD International Standards of Accounting and Reporting/United

    Nations Conference on Trade and Development MEC Ministrio da Educao NDE Ncleo Docente Estruturante ONU Organizao das Naes Unidas PIB Produto Interno Bruto PNUD Plano das Naes Unidas para o Desenvolvimento PPC Projeto Pedaggico Curricular

  • PPCCC Projeto Pedaggico Curricular de Cincias Contbeis PROEX Pr-Reitoria de Extenso PROGRAD Pr-Reitoria de Graduao PROPESQ Pr-Reitoria de Pesquisa RAG Regimento Acadmico da Graduao REUNI Reestruturao e Expanso das Universidades Federais SESu/MEC Secretaria de Educao Superior do Ministrio da Educao e

    Cultura TCC Trabalho de Concluso de Curso UFJF Universidade Federal de Juiz de Fora UFJF GV Universidade Federal de Juiz de Fora Campus Avanado

    Governador Valadares UNIPAC Fundao Presidente Antnio Carlos UNIVALE Universidade do Vale do Rio Doce

  • SUMRIO

    1 - INTRODUO ....................................................................................................... 7

    2 - CONTEXTO REGIONAL E INSTITUCIONAL ....................................................... 8

    2.1 O Estado de Minas Gerais ............................................................................... 8

    2.2 A Cidade de Governador Valadares ............................................................. 10

    2.3 Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) .............................................. 13

    2.3.1 Universidade Federal de Juiz de Fora Campus Avanado de Governador

    Valadares - (UFJFGV) ........................................................................................ 15

    2.4 Faculdade de Administrao e Cincias Contbeis (FACC) ...................... 16

    3 - A CINCIA E A PROFISSO CONTBIL .......................................................... 19

    3.1 Histria da Contabilidade no Brasil .............................................................. 19

    3.1.1 Mudanas da Legislao Societria implantadas a partir da Lei 11.638/07

    ............................................................................................................................ 24

    3.2 Objetivo e Objeto da Contabilidade .............................................................. 26

    3.3 Perfil profissional do bacharel em Cincias Contbeis .............................. 27

    4 - O CURSO DE CINCIAS CONTBEIS E A ORGANIZAO DIDTICO

    PEDAGGICA .......................................................................................................... 30

    4.1 O Curso de Cincias Contbeis da UFJF ..................................................... 30

    4.1.1 Histrico do curso de Cincias Contbeis na Faculdade de Administrao e

    Cincias Contbeis ............................................................................................. 31

    4.1.2 Objetivo do curso ....................................................................................... 33

    4.1.3 Perfil do egresso ........................................................................................ 34

    4.1.4 Coordenao do curso ............................................................................... 35

    4.1.5 Ateno aos discentes ............................................................................... 36

    4.1.6 Organizao acadmica e administrativa .................................................. 37

    4.1.7 Corpo docente ........................................................................................... 38

    4.1.8 Ncleo Docente Estruturante ..................................................................... 40

    4.1.9 Conselho de Unidade e o Departamento ................................................... 41

    4.1.10 Avaliao Institucional e do Curso de Bacharelado em Cincias Contbeis

    ............................................................................................................................ 43

    4.2 Estrutura Curricular ....................................................................................... 44

    4.2.1 Ncleo de contedos ................................................................................. 44

    4.2.2 Distribuio de carga horria da Matriz Curricular ..................................... 45

    4.2.3 Integralizao do curso .............................................................................. 45

    4.2.4 Matriz Curricular......................................................................................... 46

    4.2.5 Ementas ..................................................................................................... 52

  • 4.3 Estrutura da Faculdade de Administrao e Cincias Contbeis e o curso

    em Governador Valadares ................................................................................. 130

    4.3.1 Turno de funcionamento .......................................................................... 130

    4.3.2 Instalaes Gerais ................................................................................... 131

    4.3.3 Biblioteca ................................................................................................. 131

    4.3.4 Laboratrio de Informtica ....................................................................... 133

    4.3.5 Laboratrio de Prtica Contbil ............................................................... 133

    4.3.6 Secretarias ............................................................................................... 133

    4.4 Demais Atividades ....................................................................................... 134

    4.4.1 Trabalho de Concluso de Curso ............................................................ 134

    4.4.2 Flexibilizao Curricular ........................................................................... 146

    4.4.3 Estgio No Obrigatrio ........................................................................... 152

    4.4.4 Estmulos s atividades de Ensino, Pesquisa e Extenso ....................... 160

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ....................................................................... 161

  • 7

    1 - INTRODUO

    O presente documento apresenta o Projeto Pedaggico de Curso (PPC) de

    graduao em Cincias Contbeis da Faculdade de Administrao e Cincias

    Contbeis (FACC) da Universidade Federal de Juiz de Fora oferecido no Campus

    Avanado Governador Valadares (UFJFGV), implantado em 2012 com o plano de

    Reestruturao e Expanso das Universidades Federais (REUNI) conforme Decreto

    n 6.096, de 24 de abril de 2007.

    O Projeto Pedaggico contempla o conjunto de diretrizes organizacionais e

    operacionais que expressam e orientam a prtica pedaggica do curso, sua estrutura

    curricular, as ementas, a bibliografia e o perfil dos concluintes, obedecendo s

    Diretrizes Curriculares Nacionais estabelecidas pelo Ministrio da Educao.

    A partir da presente introduo, o projeto est estruturado da seguinte forma: o

    captulo dois apresenta o contexto regional e institucional em que o curso de Cincias

    Contbeis da FACC - Campus Avanado Governador Valadares est inserido. O

    captulo trs aborda o contexto da cincia e da profisso contbil e o captulo quatro

    descreve a organizao didtico pedaggica do curso de Cincias Contbeis

    oferecido no Campus Avanado Governador Valadares, no que tange ao corpo

    docente, perfil do corpo discente, matriz curricular, estrutura administrativa e

    atividades de ensino, pesquisa e extenso a serem desenvolvidas no decorrer do

    curso.

    Espera-se que o presente documento fornea, de forma clara e objetiva, a viso

    pedaggica do curso de Cincias Contbeis da Universidade Federal de Juiz de Fora

    Campus Avanado Governador Valadares, refletindo seus objetivos e prticas para

    a formao do Bacharel em Cincias Contbeis.

  • 8

    2 - CONTEXTO REGIONAL E INSTITUCIONAL

    2.1 O Estado de Minas Gerais

    O estado de Minas Gerais possui cerca de 20,5 milhes de habitantes,

    distribudos em 853 municpios. Sendo a quarta maior extenso territorial do pas, o

    estado representa a terceira maior economia e a segunda maior populao. Alm

    disso, responde por cerca de um quarto (1/4) da produo nacional de veculos e por

    aproximadamente 44% do valor da produo mineral brasileira.1

    O estado tambm se destaca sob o aspecto histrico, com muitas cidades

    fundadas durante o ciclo do ouro no Brasil. Com quase todo o territrio localizado em

    planaltos, Minas Gerais tem uma paisagem marcada por montanhas, vales e grutas.

    Sua principal atrao turstica o patrimnio de arquitetura e arte colonial

    conservados em cidades histricas como Ouro Preto, Mariana, Tiradentes, Sabar,

    So Joo Del Rey e Diamantina, que prosperaram em virtude da extrao de ouro no

    sculo XVIII.

    Minas Gerais est localizada no Sudeste do Brasil, fazendo divisa com os

    estados de So Paulo, Rio de Janeiro, Esprito Santo, Bahia, Gois, Mato Grosso do

    Sul e Distrito Federal. Possui uma rea de 588.384 quilmetros quadrados, dos quais

    5.030 so ocupados por lagos e rios.

    O estado rene as condies ideais para o sucesso de qualquer

    empreendimento. No bastasse sua localizao privilegiada pela proximidade em

    relao aos principais centros de consumo e portos brasileiros, dispe da maior malha

    rodoviria do Brasil, alm de uma boa infraestrutura de transporte ferrovirio e

    aerovirio.

    Em Minas Gerais, abriga-se o segundo parque industrial do pas, ficando atrs

    somente de So Paulo. Em virtude disso, o quarto produtor brasileiro de

    manufaturados. A cidade de Belo Horizonte, junto com os municpios vizinhos (Betim,

    Contagem, Nova Lima, Sabar, Vespasiano), formam o grande plo industrial do

    estado. O ferro, o mangans, a bauxita, o ouro e o zinco produzidos no Quadriltero

    Ferrfero favorecem, nessa rea, o desenvolvimento de um complexo metalrgico e

    1Estimativa da populao do Estado em 2013. Fonte: Acesso em: 02 jul. 2014.

  • 9

    siderrgico que se destaca como o principal ramo do estado, transformando-o no

    maior plo siderrgico do pas.

    Minas Gerais o estado responsvel por mais de 50% da produo nacional

    de ferro-gusa e por mais de um tero da produo de aos laminados.O minrio de

    ferro (jazidas em Itabira, Itabirito, Baro de Cocais e Congonhas), utilizado pela

    indstria local, tambm exportado para o exterior e para os outros estados, pelos

    portos de Tubaro (ES) e de Sepetiba (RJ). As principais jazidas de mangans

    localizam-se nos municpios de Conselheiro Lafaiete, Ouro Preto e Nova Lima. Delas

    extrai-se tambm bauxita (em Poos de Caldas e Ouro Preto), ouro, prata, arsnio,

    nquel, zinco, dolomita, fosfato e quartzo. Na regio metropolitana de Belo Horizonte,

    situa-se a refinaria de petrleo Gabriel Passos e a fbrica de automveis da Fiat. A

    presena de algumas montadoras de automveis faz com que um grande nmero de

    empresas de autopeas se instale no estado. Boa parte se concentra em Betim, onde

    a Fiat se estabeleceu desde 1973.

    O ramo alimentcio (laticnios, notadamente), sediado em cidades de porte

    mdio, como Governador Valadares, Ponte Nova, Itajub, Varginha, Lavras e Muria,

    tem grande peso na economia estadual. Minas Gerais , ainda, o maior produtor

    brasileiro de cimento (por suas grandes reservas de calcrio).

    tambm significativa a produo de energia hidreltrica no estado, sobretudo

    nas bacias dos rios Grande, Paranaba e So Francisco.

    A rede viria extensa, sendo formada por 242.000 quilmetros de rodovias

    com 15.000 quilmetros asfaltados e 6.500 quilmetros de ferrovias.

    Cabe tambm destacar que as atividades agropecurias mantm sua

    importncia na economia mineira, estando o estado entre os grandes produtores

    brasileiros de arroz, feijo, algodo, caf e cana-de-acar.

  • 10

    2.2 A Cidade de Governador Valadares

    Governador Valadares uma cidade que est localizada na mesorregio do

    Vale do Rio Doce a leste do Estado de Minas Gerais, conhecida tambm como a

    Plataforma Mundial de Voo Livre, em virtude das suas trmicas e dos 1.123 m2 de

    altura do Pico da Ibituruna, rea de preservao ambiental que sedia uma das etapas

    do campeonato brasileiro de Voo Livre e algumas etapas de competies mundiais.

    A cidade que conta hoje com uma populao estimada de 275.568 habitantes2

    teve sua histria iniciada no sculo XIX quando o Vale do Rio Doce foi repartido em

    Divises Militares como estratgia de guerra ofensiva aos ndios Botocudos com o

    intuito de dar maior proteo aos colonos e garantir a navegao e comrcio no Rio

    Doce.

    Porm, a consolidao da ocupao da regio, que neste tempo era chamada

    de Figueira, s ocorreu com a construo e inaugurao da Estrada de Ferro Vitria-

    Minas (que hoje liga a capital Belo Horizonte - MG a Vitria - ES).

    Com a estrada de ferro, chegaram os comerciantes e expandiram-se as

    plantaes de caf e a extrao da madeira de lei. Dos antigos habitantes do arraial,

    destacou-se Serra Lima, filho do comandante do Quartel Dom Manoel. A sua histria

    est intimamente ligada ao traado urbanstico de Governador Valadares.

    No incio d dcada de 1920, a vida urbana de Figueira girava em torno de

    umas poucas ruas s margens do rio. Os trilhos da estrada de ferro ficavam

    esquerda e o rio passava direita, no sentido Oeste-Leste. O caf e a madeira eram

    os produtos que sustentavam a receita da Estrada de Ferro Vitria-Minas.

    O distrito, alm de receber a produo de caf e madeira, destinada

    ferrovia, passou a contar com tropeiros vindos de longe, carregados de toda sorte

    de mercadorias, como feijo, milho, farinha, rapadura, queijo e toucinho. De volta,

    levavam o sal, querosene, cortes de tecidos, ferramentas e utenslios diversos.

    Com o crescimento, em 1935, foi formado o Partido Emancipador de Figueira,

    destinado a comandar a luta pr-emancipao. Em 31 de dezembro de 1937,

    finalmente, foi criado o Municpio de Figueira, desmembrado de Peanha por ato do

    2 Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica IBGE. Disponvel em: Acesso em 02 jul. 2014.

    http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=312770&search=minas-gerais|governador-valadares|infograficos:-informacoes-completashttp://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=312770&search=minas-gerais|governador-valadares|infograficos:-informacoes-completas

  • 11

    governador Benedito Valadares. O decreto-lei n 148, de 17 de dezembro de 1938,

    mudou o nome do municpio para Governador Valadares.

    A partir dos anos 40 at a dcada de 60 a cidade passaria por um grande

    crescimento populacional e econmico, em virtude da explorao dos seus recursos

    naturais, como a madeira, a explorao da mica3, pedras preciosas e solos frteis,

    passando inclusive a viver problemas tpicos das cidades em expanso

    relacionados ao saneamento bsico, gua potvel, energia eltrica, entre outros.

    Conhecida como a Princesinha do Vale, atualmente Governador Valadares

    possui 14 distritos4, e tem como suas principais rodovias de acesso a BR 381 (Belo

    Horizonte e So Paulo); BR 116 (Rio - Bahia), e BR 259 (Braslia - Esprito Santo),

    que tambm do acesso aos portos do Rio de Janeiro, Vitria, Tubaro e Capuaba.

    A via ferroviria conta com o trem de passageiros entre Belo Horizonte (MG)

    e Vitria (ES), com capacidade para transportar 44 mil passageiros por ms,

    servindo 155 municpios mineiros e 43 capixabas.

    A cidade ainda destaca-se no turismo, tendo como atrativos principais o Pico

    da Ibituruna, como j mencionado, que atrai grande nmero de turistas,

    especialmente nas pocas dos campeonatos que sedia; a Ilha dos Arajos, bairro

    residencial s margens do Rio Doce e propcio prtica de esportes ao ar livre; a

    Praa Serra Lima, a Praa dos Pioneiros e a Praa da Estao, que abriga uma

    locomotiva fabricada em 1925, em Dusseldorf, Alemanha, utilizada na construo

    da Estrada de Ferro Vitria-Minas e tombada como patrimnio histrico municipal.

    Acrescentem-se ainda as belas cachoeiras que, pelo clima quente da regio

    tornam-se um atrativo aos moradores e visitantes, alm dos grandes eventos

    anuais para grande pblico: Festa da Fantasia, GV Folia, Expoleste e Expoagro.

    Em relao s informaes econmicas e sociais de Governador Valadares,

    pode-se destacar o fato de possuir um ndice de Desenvolvimento Humano

    Municipal (IDHM) de 0,727, em 2010, ndice classificado como Alto (IDHM entre 0,7

    3Mica ou malacacheta a designao comum aos minerais do grupo dos silicatos de alumnio e de metais alcalinos aos quais, frequentemente, se associam magnsio e ferro. Disponvel em: Acesso em: 16 jul. 2014. 4 Os distritos de Governador Valadares so: Alto de Santa Helena, Baguari, Brejaubinha, Chonin de Cima, Chonin de Baixo, Derribadinha, Nova Braslia, Vila Nova Floresta, So Jos do Goiabal, Penha do Cassiano, Santo Antnio do Pontal, Santo Antnio do Porto, So Jos do Itapino e So Vtor. Disponvel em: Acesso em: 16 jul. 2014.

  • 12

    e 0,799) no relatrio desenvolvido pelo Plano das Naes Unidas para o

    Desenvolvimento (PNUD). Nos seus relatrios referentes ao perodo de 1991-2000

    e no perodo de 2000-2010, a dimenso que mais cresceu, em termos absolutos

    foi Educao, seguido por Longevidade e Renda. As informaes avaliadas

    demonstram um crescimento do IDHM da cidade, nas trs esferas de anlise

    (educao, longevidade e renda), o que a coloca entre as 100 melhores do Estado,

    e 1.107 do pas em relao ao IDHM.5

    Com um Produto Interno Bruto (PIB) per capita de $13.212,23 (2011), e uma renda

    mdia de R$678,74 em 2010, 65,3% da populao economicamente ativa com a maior

    parte residindo na rea urbana (96,1% conforme censo 2010), a Princesinha do Vale

    precisa lidar tambm com o fato de possuir um alto ndice de homicdios por arma de fogo.

    O municpio possui o segundo maior ndice de assassinatos de jovens de todo

    Brasil: so 8,5 mortes para um grupo de 1.000 adolescentes, perdendo para Foz do

    Iguau, no Paran, com 9,7 mortes e seguido por Cariacica, no Esprito Santo, com

    7,3 mortes6. Alm de ser o 4 municpio mais violento do Estado de Minas Gerais7.Um

    fator positivo que pode ajudar a diminuir estes ndices e elevar o potencial de

    crescimento da cidade o aumento no nmero de crianas e jovens matriculados nos

    ensinos fundamental e mdio, respectivamente.

    Conforme dados do relatrio do Plano das Naes Unidas para o

    Desenvolvimento (PNUD), o aumento da proporo de crianas de 5 a 6 anos na

    escola cresceu 37,13% de 2000 a 2010. O volume de crianas de 11 a 13 anos

    frequentando os anos finais do ensino fundamental aumentou de 21,89% no mesmo

    perodo. Em relao aos jovens de 15-17 anos com ensino fundamental

    completo houve crescimento de 31,84% no perodo de 2000 a 2010. J entre

    os jovens de 18 a 20 anos com ensino mdio completo cresceu 58,59%8.

    Destaca-se ainda que a faixa etria de 6 a 14 anos, 61,12% dos discentes e

    das discentes frequentes no ensino fundamental cursam as sries regulares, ou seja,

    sem atraso dos anos escolares e apenas 2,77% no frequentavam a escola. O mesmo

    5 Fonte: Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Disponvel em: Acesso em: 16 jul. 2014 6 Fonte: Secretaria Especial de Direitos Humanos. Disponvel em: Acesso em: 16 jul. 2014 7 Fonte: Pesquisa revista Exame. Disponvel em: Acesso em: 16 jul. 2014 8Fonte: Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Disponvel em:

    Acesso em:16 jul. 2014.

    http://brasil/http://iguau/http://iguau/http://iguau/http://paran/http://cariacica/

  • 13

    no ocorre entre os jovens de 15 a 17 anos que possui um percentual de evaso de

    16,48%, subindo para 73,40% entre os jovens de 18-24 anos.

    Neste contexto, que surge a implantao do Campus Avanado Governador

    Valadares da Universidade Federal de Juiz de Fora, com uma proposta de ensino

    pblico e de qualidade que contribuir no processo de formao cultural e educacional

    dos jovens e da populao adulta e para o desenvolvimento social e econmico da

    regio com a elevao do nvel educacional e a formao de profissionais qualificados

    Ademais, o Campus Avanado Governador Valadares oferecer ensino de

    excelncia em toda mesorregio do Rio Doce e, por meio de projetos de pesquisa e

    de extenso, poder atender s diversas demandas da regio por aes que visem

    ao desenvolvimento local.

    2.3 Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

    A Universidade Federal de Juiz de Fora foi criada no ano de 1960, por ato do

    ento presidente da repblica Juscelino Kubitschek. A formao da Instituio se d

    com a agregao de estabelecimentos de ensino superior de Juiz de Fora,

    reconhecidos e federalizados. Nesse momento, a Universidade oferecia os cursos de

    Engenharia, Medicina, Cincias Econmicas, Direito, Farmcia e Odontologia.

    Tempos depois, so tambm vinculados os cursos de Geografia, Letras, Filosofia,

    Cincias Biolgicas, Cincias Sociais e Histria.

    Em 1969, construda a Cidade Universitria, a fim de concentrar os cursos

    em um nico local. Os cursos de licenciatura so distribudos entre as diversas

    unidades do campus. No mesmo ano, nasce o curso de Jornalismo, inicialmente como

    departamento do curso de Direito.

    Na dcada de 1970, com a Reforma Universitria, a Universidade Federal de

    Juiz de Fora (UFJF) passa a contar com trs Institutos Bsicos: Instituto de Cincias

    Exatas (ICE), Instituto de Cincias Biolgicas (ICB) e Instituto de Cincias Humanas

    e Letras (ICHL). No ano de 1986, a instituio realiza o primeiro encontro de iniciao

    cientfica, a fim de despertar a vocao cientfica e incentivar novos talentos. Em 1999,

    criado o Centro de Cincias da Sade (CCS), no qual passam a funcionar os cursos

    de Enfermagem, Fisioterapia e Medicina.

  • 14

    J em 2006, com o objetivo de elevar a qualificao profissional dos

    acadmicos da rea de sade e ampliar o atendimento comunidade externa,

    construdo um novo hospital de ensino: o Centro de Ateno Sade (CAS), que

    conta com os mais avanados equipamentos para o desenvolvimento de um trabalho

    diferenciado nos procedimentos de sade, com foco na ideia de ateno

    interdisciplinar. Ainda nesse mesmo ano duas novas unidades so criadas: o Instituto

    de Artes e Design (IAD) e a Faculdade de Letras.

    Atualmente, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)est organizada,

    dentro de suas unidades acadmicas, com 35 cursos de graduao, 55 cursos de

    Especializao, MBA e Residncia, 23 programas de mestrados e 9 de doutorados,

    alm de cursos de educao bsica no Colgio de Aplicao Joo XXIII. Tambm

    mantm o Hospital Universitrio (HU), campo de ensino e treinamento para os

    discentes e as discentes dos cursos de Medicina, Fisioterapia, Odontologia,

    Psicologia, Farmcia e Bioqumica, Enfermagem e Servio Social. Alm dos cursos

    oferecidos pela UFJF nas modalidades de graduao e ps-graduao, a Instituio,

    em parceria com o governo municipal, estadual e federal, desenvolve o programa de

    Educao a Distncia (EaD), visando universalizao e democratizao do acesso

    ao conhecimento.

    Em relao ao campo da pesquisa, a UFJF possui uma produo significativa.

    Com o objetivo de iniciar o processo de iniciao cincia e de integrao dos

    discentes e das discentes de Ensino Mdio com a pesquisa, a Universidade criou o

    programa Bolsa de Iniciao Cientfica Jnior (BIC JR) que, sob a orientao de

    docentes mestres e doutores, oferece bolsas de iniciao cientfica aos discentes de

    diversas escolas da cidade. Alm desse, so desenvolvidos outros programas de

    fomento pesquisa em parceria com a FAPEMIG, o CNPq e a FINEP, que ajudam na

    formao dos discentes e das discentes e contribuem para o desenvolvimento

    cientfico do pas.

    A Universidade tambm conta com bolsas de apoio a recm-doutor, com a

    finalidade de ampliar a poltica de induo e fomento pesquisa a professores do

    quadro efetivo da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) que tenham se

    doutorado nos trs ltimos anos. Possui, ainda, rgos vinculados pesquisa, que

    oferecem comunidade acadmica infraestrutura e profissionais altamente

    qualificados para o desenvolvimento de atividades de pesquisa, ensino e extenso,

  • 15

    como o Centro de Biologia da Reproduo (CBR), o Centro de Pesquisas Sociais

    (CPS), o Arquivo Histrico, a Editora Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), o

    Centro Regional de Inovao e Transferncia de Tecnologia (CRITT), o Ncleo

    Softex-Agrosoft e as Empresas Juniores.

    No mbito cultural, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) tambm

    investe na dinamizao de seus espaos e promove talentos para manter a

    comunidade universitria atualizada quanto s aes culturais de Juiz de Fora e

    regio, atravs de museus, teatro e prdios destinados promoo de atividades

    artsticas e culturais. Alm disso, so vinculados Instituio o grupo de teatro

    Divulgao, o Coral Universitrio e o Grupo de Dana da Faculdade de Educao

    Fsica e Desporto (FAEFID). Em um esforo de unir ensino, pesquisa e extenso, a

    UFJF desenvolve vrios projetos junto comunidade externa, o que refora sua

    imagem de Instituio comprometida com o desenvolvimento, a educao e a

    sociedade9.

    2.3.1 Universidade Federal de Juiz de Fora Campus Avanado de Governador

    Valadares - (UFJFGV)

    Com a publicao do Decreto n 6.096, de 24 de abril de 2007, que instituiu o

    plano de Reestruturao e Expanso das Universidades Federais (REUNI),foi

    aprovado em 16 de fevereiro de 2012, pelo Conselho Superior Universitrio (CONSU),

    por unanimidade, a criao do Campus Avanado da UFJF na cidade de Governador

    Valadares/MG, atendendo demanda histrica da regio leste de Minas Gerais pela a

    implantao de uma universidade federal.10.

    As atividades da UFJF em Governador Valadares/MG se iniciaram em 19 de

    novembro de 2012. O nmero de vagas ofertadas chegar a um total de 4.000

    discentes, o que aumentar o quantitativo de graduandos nos dois campi na UFJF

    para um total de 24 mil discentes nos prximos 4 anos.

    9Disponvel em: . Acesso em: 16 jul. 2014. 10 Resoluo N 01/2012. Disponvel em: . Acesso em: 17 jul. 2014.

    http://www.ufjf.br/seavi/files/2011/10/Proposta-do-PDI-2009-2013.pdf

  • 16

    Inicialmente, o Campus Avanado Governador Valadares (UFJF GV), ofertaria

    750 vagas anuais em nove cursos de graduao presenciais nas reas de Cincias

    Sociais Aplicadas e de Sade, sendo esses: Administrao, Cincias Contbeis,

    Direito, Economia, Farmcia, Fisioterapia, Medicina, Nutrio e Odontologia opes

    tambm ofertadas na sede e com conceitos de excelncia nas avaliaes do

    INEP/MEC .

    Atualmente, a instituio j oferece 850 vagas anuais em 10 cursos, uma vez

    que, em 08 de novembro de 2013, o Conselho Superior Universitrio (CONSU)

    aprovou a expanso do curso de Educao Fsica para Governador Valadares, com

    100 vagas anuais, e no descarta oferecer novos cursos no futuro.

    Para atender toda a nova demanda a instituio necessitar realizar

    contrataes de docentes e tcnicos administrativos, estando estimado um total de

    566 servidores para atuar no novo campus, sendo 266 professores e 300 tcnico-

    administrativos em educao. Com as novas admisses o quadro de pessoal da

    Universidade Federal de Juiz de Fora passar dos atuais 2.372 funcionrios para, ao

    menos, 2.938.

    Ressalta-se que at a construo do Campus Avanado em um terreno

    doado UFJF, com 532.933 m e a cerca de quatro quilmetros da regio central de

    Governador Valadares as atividades acadmicas acontecem em dois prdios

    locados, sendo realizadas na Faculdade Pitgoras aquelas dos cursos da rea de

    Cincias Sociais Aplicadas e as da rea de Sade nas dependncias do Campus II

    da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE).

    2.4 Faculdade de Administrao e Cincias Contbeis (FACC)

    A iniciativa de estabelecimento da Faculdade de Administrao e Cincias

    Contbeis deve-se ao desejo de se reabilitar o projeto idealizado pelo fundador da

    Academia de Comrcio, Francisco Batista de Oliveira, empresrio, instituidor e

    colaborador de jornais, criador naquela instituio do primeiro curso de comrcio do

    pas, hoje denominado de Cincias Contbeis, inspirado na Escola de Altos Estudos

  • 17

    de Paris. O projeto de Batista de Oliveira somente se efetiva em 1941, com a criao

    do Curso Superior de Administrao e Finanas.

    De forma anloga, a Faculdade de Administrao e Cincias Contbeis (FACC)

    da Universidade Federal de Juiz de Fora tem sua historia atrelada a uma outra

    faculdade. Esta foi inaugurada em 02 de abril de 1941 , mas somente a partir de 1943

    com o Decreto-Lei n 1988 foi denominada de Faculdade de Economia, sendo suas

    aulas ministradas no turno da noite. O curso tinha durao de trs anos e conferia o

    grau de bacharel em Cincias Econmicas. Em 1944, quando da formatura da

    segunda turma de economistas, o novo curso comea a enfrentar diversas

    dificuldades, recebendo poucos discentes e formando um reduzido nmero de

    profissionais, apresentando tendncias decrescentes. Essa situao vai se reverter

    apenas a partir de 1954, com o aumento do nmero de matrculas e,

    consequentemente, de graduados.

    Entre 1954 e 1955, chegam Faculdade recursos federais esperados, o que

    permite Congregao tomar providncias em relao compra de um imvel para

    sua sede, alm de possibilitar a aquisio de mveis e livros e o pagamento de

    professores e funcionrios.

    A Faculdade permanece nas dependncias da Academia de Comrcio at

    junho de 1956, quando, ento, se transfere para sede prpria na Avenida Baro do

    Rio Branco, 3460. Em agosto de 1959, a Congregao da Faculdade de Cincias

    Econmicas de Juiz de Fora aprova o anteprojeto para a criao da Universidade

    Federal de Juiz de Fora. Em 23 de dezembro de 1960, sancionada pelo Presidente

    da Repblica Juscelino Kubitschek a Lei n 3858, que criava a Universidade Federal

    de Juiz de Fora (UFJF).

    A Faculdade de Cincias Econmicas transfere para a Unio seu patrimnio

    referente ao imvel de sua sede. A partir dessa data, a Faculdade de Economia passa

    por uma etapa de consolidao acadmica, adquirindo vida prpria, da mesma forma

    que as demais instituies pertencentes a uma Universidade pblica.

    Aps a metade da dcada de 1980, a Faculdade, cumprindo seus objetivos

    vanguardistas e desenvolvimentistas, cria e j inicia o curso de Administrao,

    tornando-se Faculdade de Economia e Administrao (FEA). No final da dcada de

    1990, so iniciados cursos no nvel de especializao na rea gerencial, o que vem

  • 18

    corroborar a consolidao da instituio junto sociedade universitria e civil,

    atendendo demandas desses setores.

    Em 2004, criado, pela Faculdade de Economia e Administrao, o mestrado

    em Cincias Econmicas, que visa atender a grandes demandas em estudos

    regionais e locais na rea de economia.

    Em dezembro de 2009, ocorre a separao das Faculdades de Economia e de

    Administrao e, em janeiro de 2010, criada a Faculdade de Administrao que,

    imediatamente, prope a criao do curso de Cincias Contbeis, de acordo com o

    plano de Reestruturao e Expanso das Universidades Federais (REUNI). Com sua

    aprovao em setembro de 2010, a Congregao se rene para discutir os novos

    rumos da recm-criada Faculdade de Administrao e, nessa ocasio, aprovada,

    por unanimidade, a mudana do nome para Faculdade de Administrao e Cincias

    Contbeis (FACC).

    A FACC, por deciso de sua Congregao, passa a ofertar com a criao do

    Campus Avanado da UFJF os cursos de Administrao e Cincias Contbeis

    tambm em Governador Valadares com um total de 150 vagas anuais, das quais

    cinquenta destinadas ao curso de Cincias Contbeis.

    O curso de Cincias Contbeis em Governador Valadares, apesar de j existir

    em duas instituies locais, quais sejam a Faculdade Pitgoras e Universidade Vale

    do Rio Doce (UNIVALE), foi indicado e escolhido pela comunidade local e regional, a

    partir das carncias e necessidades do mercado, da sociedade e da regio.

    A escolha do curso pode ser justificada pelo fato de as Instituies de Ensino

    Superior IES locais serem privadas, de forma que com a instalao do Campus da

    Universidade Federal de Juiz de Fora a populao local passou a contar com um curso

    de Cincias Contbeis ofertado por uma instituio pblica, gratuita e de qualidade.

  • 19

    3 - A CINCIA E A PROFISSO CONTBIL

    3.1 Histria da Contabilidade no Brasil

    De acordo com Peleias et al (2007), o ensino comercial e de contabilidade no

    Brasil tem incio com a vinda da Famlia Real Portuguesa em 1808, o que fez com que

    se institussem formalmente as aulas de Comrcio e do Instituto Comercial do Rio de

    Janeiro.

    Desse modo, a histria da regulamentao da profisso contbil surge ainda

    no Imprio; com a edio do Cdigo Comercial Brasileiro, sancionado pelo imperador

    D. Pedro II, em 1850, o guarda-livros passa a ser considerado um agente auxiliar do

    comrcio. Pelo artigo 35, item 3, desse primeiro Cdigo Comercial, esse profissional

    tambm preposto da Casa Comercial e, antes de entrar em servio, deveria receber

    do empregador ou preponente uma nomeao por escrito que, por sua vez, seria

    inscrita no Tribunal do Comrcio.

    Nesse momento, no se fala em diplomados e no diplomados e, pelos

    registros da poca, presume-se que a grande maioria dos contabilistas ou guarda-

    livros era prtico exerciam a profisso de forma emprica ou, at mesmo,

    comerciante, usando rudimentos da Contabilidade para tocar seus prprios negcios,

    mas que, apesar disso, j utilizavam o mtodo de partidas dobradas.

    Datam do final do Imprio e do incio da Repblica os primeiros cursos

    comerciais do pas. A primeira legislao, reconhecendo a existncia desses e sua

    utilidade promulgada em 1902, quando o ento presidente Rodrigues Alves declara

    de utilidade pblica, com carter oficial, os diplomas conferidos pela Academia de

    Comrcio do Rio de Janeiro, Escola Prtica de Comrcio de So Paulo, Instituto

    Comercial do Distrito Federal e Academia de Comrcio de Juiz de Fora.

    Em 1915, fundado o Instituto Brasileiro de Contadores Fiscais, a primeira

    entidade para congregar contabilistas de que se tem notcia em nosso pas. No ano

    seguinte, so fundados a Associao dos Contadores de So Paulo e o Instituto

    Brasileiro de Contabilidade no Rio de Janeiro. Em 1924, realizado, no Rio de Janeiro,

    o 1 Congresso Brasileiro de Contabilidade, liderado pelo senador Joo Lyra, iniciando

    a campanha para a regulamentao da profisso de contador e para a reforma do

    ensino comercial.

  • 20

    Em 1927, o eminente contabilista Francisco DAuria, fundador e diretor da

    Revista Brasileira de Contabilidade (na primeira fase, de 1912 a 1921, em So Paulo,

    e na segunda fase, de 1929 a 1933, no Rio de Janeiro), lana a ideia de instituio do

    Registro Geral de Contabilistas do Brasil, com o propsito de selecionar, de acordo

    com os ttulos de habilitao, os profissionais aptos para o desempenho das funes

    de contador. Esse Registro Geral, que chegou a ter um Conselho Perptuo constitudo

    por grandes nomes da profisso daquela poca, foi o embrio do que hoje o Sistema

    Conselho Federal de Contabilidade/ Conselhos Regionais de Contabilidade

    (CFC/CRCs).

    Em 1930, o Brasil passa pela maior crise poltica de sua histria e, depois de

    uma revoluo vitoriosa, instala-se no poder o Governo Provisrio liderado por Getlio

    Vargas, que imprime grande mpeto s mudanas institucionais, levando

    regulamentao de vrias profisses, dentre as quais a de Contabilista.

    O Dirio Oficial da Unio de 09 de julho de 1931 publicou o Decreto n 20.158,

    de 30 de julho de 1931, que organizou o ensino comercial e regulamentou a profisso

    de Contador. Mas, somente em 1945 a profisso contbil foi considerada uma carreira

    universitria, com a criao das faculdades de Cincias Contbeis.

    Assim, concretizada a reforma do ensino comercial, efetuada nos mesmos

    moldes reivindicados, em 1924, durante o 1 Congresso Brasileiro de Contabilidade.

    Tambm em 1931 institudo o registro obrigatrio dos guarda-livros e dos contadores

    na Superintendncia do Ensino Comercial. No ano seguinte, o Governo Provisrio

    baixa o Decreto n 21.033/1932, que estabelece novas condies para o registro de

    contadores e guarda-livros, resolvendo, com isso, o problema dos prticos. O Decreto

    institui, tambm, condies e prazos para o registro desses prticos e, a partir de

    ento, a profisso contbil esteve indissoluvelmente ligada preparao escolar.

    Em 1940, a publicao do Decreto-Lei n 2.627, instituiu a primeira Lei das

    Sociedades por Aes brasileira. No mesmo ano, o Decreto-Lei n 2.416 instituiu

    normas para a elaborao da Contabilidade dos estados e municpios, determinando

    um modelo padro de balano para entidades pblicas.

    Dessa forma, a profisso cresce em nmeros absolutos e em importncia para

    a economia do pas. Em 1943, o ensino comercial e a regulamentao profissional

    so complementados e consolidados pelo Decreto-Lei n 6.141/1943 e, em 1945, pelo

    Decreto n 7.938/1945, concretiza-se o ensino tcnico em grau superior em

  • 21

    Contabilidade. Esse ltimo Decreto foi bastante aplaudido pelas lideranas contbeis

    da poca, que multiplicaram suas gestes perante os poderes pblicos para a criao

    de um rgo semelhante ao Conselho Regional de Engenharia e Ordem dos

    Advogados do Brasil, as duas profisses de nvel universitrio at ento

    regulamentadas no pas.

    As gestes resultam no anteprojeto para a criao do Conselho Federal de

    Contabilidade (CFC) e para a regulamentao definitiva da profisso, que comea a

    tramitar nos vrios ministrios governamentais. Percebendo a abertura do governo s

    sugestes nesse sentido, os contabilistas do Rio de Janeiro (ento a capital do pas)

    enviam, em 24 de setembro de 1945, uma convocao urgente para as entidades de

    todo o Brasil, convidando-as para a Primeira Conveno Nacional dos Contabilistas,

    convocada para agradecer s autoridades a elevao dos cursos tcnicos de

    comrcio para nvel superior e para solicitar urgncia na tramitao do projeto de

    criao do Conselho Nacional de Contabilidade.

    A Conveno realizada de 10 a 13 de outubro de 1945 e de seu programa,

    alm das discusses e apresentaes de teses, constam vrias visitas s maiores

    autoridades do Brasil para reivindicar a criao do Conselho Federal de Contabilidade

    (CFC). O projeto continua sua peregrinao pelos vrios departamentos oficiais e,

    finalmente, em 27 de maio de 1946, assinado pelo ento presidente Eurico Gaspar

    Dutra, que sucedera Getlio Vargas no ano anterior em consequncia da chamada

    redemocratizao.

    Com a edio do Decreto-Lei n 9.295/46, a histria da Contabilidade no Brasil

    entra em uma nova fase. Os meses seguintes edio do Decreto-Lei so tomados

    em articulaes para a criao dos Conselhos Regionais nos vrios estados e para a

    consolidao do Conselho Federal de Contabilidade (CFC).

    At a criao do curso de graduao em Cincias Contbeis, surgem outros

    decretos relacionados ao ensino contbil no pas, como os apresentados na tabela 1,

    a seguir:

    Tabela 1: Legislao referente ao ensino de Contabilidade at o ano de 1945

    Legislao Referncia

    Decreto n 4724A, de 23-

    08-1923

    Equipara os diplomas expedidos pela Academia de Cincias

    Comerciais de Alagoas e de outras instituies de ensino comercial

    brasileiras aos expedidos pela instituio carioca.

  • 22

    Decreto n 17329, de 28-

    05-1926

    Institui os cursos profissionalizantes ou de Ensino Tcnico Comercial.

    Decreto n 20158, de 30-

    06-1931

    Regulamenta a profisso de contador e reorganiza o ensino comercial,

    dividindo-o nos nveis propedutico, tcnico e superior.

    Decreto-Lei n 1535, de

    23-08-1939

    Muda a denominao do Curso de Perito Contador para Curso de

    Contador.

    Decreto-Lei n 6141, de

    28-12-1943

    Estabelece as bases de organizao e de regime do ensino comercial,

    desdobrando-o em dois ciclos: o primeiro com um curso comercial

    bsico e, um segundo, com cinco cursos de formao, denominados

    cursos comerciais tcnicos, dentre eles o de Contabilidade.

    Decreto-Lei n 14373, de

    28-12-1943

    Regulamenta a estrutura dos cursos de formao do ensino comercial.

    Fonte: Adaptado de Peleias et al, 2007.

    A partir da evoluo contbil, o ensino de Contabilidade no Brasil passa por

    profundas modificaes, principalmente com a criao da Lei Orgnica de 1910, a

    reorganizao dos ensinos secundrio e superior pelo Decreto n 11.530, de 18 de

    maro de 1915 e a promulgao da Lei de Diretrizes e Bases n 4.024/61, prevista na

    Constituio de 1946, cujos debates duraram de 1948 at 1961, seguidas pelas

    reformas introduzidas pelas Leis n 5.540/68 e 5.692/71, culminando na atual Lei n

    9.394/96, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educao

    Nacional).

    O ensino superior de Contabilidade tem incio com a publicao do Decreto-Lei

    n 7.988, de 22 de setembro de 1945, que regulamentou conjuntamente os cursos de

    Cincias Econmicas e Cincias Contbeis e Atuariais, sendo que a Lei n 1.401, de

    31 de julho de1951, desmembrou o curso superior de Cincias Contbeis do curso de

    Cincias Atuariais.

    A Resoluo n 03/1992, ao criar o currculo mnimo para o curso, busca

    melhorar a qualificao dos futuros profissionais em Contabilidade. Dentre as

    determinaes, encontra-se a incluso das disciplinas de tica Profissional, Percia

    Contbil, Monografia e Trabalhos de Concluso de Cursos, nas quais so salientadas

    as aptides e as habilidades consideradas essenciais na formao do profissional.

    Com base na Lei n 9.394/96, a Secretaria de Educao Superior do Ministrio

    da Educao e Cultura (SESu/MEC) baixou o Edital n 4, de 10 de dezembro de 1997,

    convocando os Institutos de Ensino Superior (IES) a apresentarem propostas para as

    novas Diretrizes Curriculares dos Cursos Superiores, que seriam elaboradas a partir

    das sugestes de suas vrias Comisses de Especialistas.

  • 23

    A comisso de Cincias Contbeis apresenta, por isso, o relatrio final

    referendado pelo Departamento de Poltica Superior (DPES) da Secretaria de

    Educao Superior do Ministrio da Educao e Cultura (SESu/MEC), em 12 de abril

    de 1999. Esse documento representa uma grande abertura para os Institutos de

    Ensino Superior (IES) definirem seus currculos plenos e assumirem a escolha do

    perfil de seus discentes conforme a demanda do mercado regional.

    Alm disso, a Cmara de Educao Superior do Conselho Nacional de

    Educao, com base nas diretrizes e princpios fixados pelos pareceres Conselho

    Nacional de Educao / Cmara de Educao Superior (CNE/CES) n 776/97, 583/01,

    67/03, 289/03 e 269/04, evolui em novos estudos e sugestes, processo que culmina

    com a revogao do Parecer n 06/04 e a aprovao da Resoluo do Conselho

    Nacional de Educao / Cmara de Educao Superior (CNE/CES) n 10, de 16 de

    dezembro de 2004, atualmente em vigor.

    Segundo a Resoluo do Conselho Nacional de Educao / Cmara de

    Educao Superior (CNE/CES) n 10/04, o curso de graduao em Cincias

    Contbeis deve:

    ensejar condies para que o futuro contabilista seja capacitado a compreender as questes cientficas, tcnicas, sociais, econmicas e financeiras, em mbito nacional e internacional e nos diferentes modelos de organizao; a apresentar pleno domnio das responsabilidades funcionais envolvendo apuraes, auditorias, percias, arbitragens, noes de atividades atuariais e de quantificaes de informaes financeiras, patrimoniais e governamentais, com a plena utilizao de inovaes tecnolgicas; e a revelar capacidade crtico-analtico de avaliao, quanto s implicaes organizacionais com o advento da tecnologia da informao.

    O Conselho Federal de Contabilidade (CFC), rgo responsvel pela

    normatizao, registro e fiscalizao do exerccio profissional dos contabilistas no

    Brasil, h muito tempo vem se empenhando para atender s constantes solicitaes

    com relao aos contedos que devem compor a formao dos profissionais da rea

    contbil e ao aprimoramento do ensino superior de Cincias Contbeis. Entende-se

    que uma das principais reivindicaes da sociedade a formulao de uma proposta

    nacional de uma matriz curricular que possibilite minimizar as divergncias

    decorrentes das diversas matrizes existentes nos cursos superiores dessa rea.

    Dessa forma, a comisso criada pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC)

    elaborou a Proposta Nacional de Contedo para o Curso de Graduao em Cincias

  • 24

    Contbeis, cuja primeira edio foi disponibilizada previamente apreciao dos

    coordenadores e professores de cursos de Cincias Contbeis de todo o pas. Em

    2009, foi publicada a segunda edio dessa proposta, que serviu de base para a

    estruturao deste projeto pedaggico.

    3.1.1 Mudanas da Legislao Societria implantadas a partir da Lei 11.638/07

    A Contabilidade, no Brasil, sempre foi muito influenciada pelos limites e critrios

    fiscais, particularmente os da legislao do Imposto de Renda. Esse fato, ao mesmo

    tempo em que trouxe Contabilidade algumas contribuies importantes e de bons

    efeitos, limitou a evoluo dos Princpios Fundamentais de Contabilidade ou, ao

    menos, dificultou a adoo prtica de princpios contbeis adequados, j que a

    Contabilidade era feita pela maioria das empresas com base nos preceitos e formas

    da legislao fiscal, a qual nem sempre se baseava em critrios contbeis corretos.

    Essa influncia da legislao tributria sobre a Contabilidade, na opinio de

    estudiosos como Iudcibus (2009) e Marion (2009), se explica devido ao fato do

    Decreto-Lei 2.627 de 1940, Lei das Sociedades por Aes, ter imputado

    Contabilidade uma finalidade essencialmente Escritural, prestando-se apenas e

    principalmente ao Registro e Controle do Patrimnio, com pouca nfase

    elaborao e divulgao de informaes para tomada de decises.

    Tamanha era a fora e influncia exercida pela legislao tributria sobre a

    Contabilidade, que mesmo com a entrada em vigor da Lei das S.A. -Lei 6.404/76,

    que preconizava em seu art.177 que a escriturao deve ser feita seguindo-se os

    preceitos da Lei das Sociedades por Aes e os princpios de contabilidade

    geralmente aceitos" e para atender a legislao tributria, ou outras exigncias feitas

    empresa que determinem critrios contbeis diferentes dos da Lei das Sociedades

    por Aes ou dos princpios de contabilidade geralmente aceitos, devem ser adotados

    registros auxiliares parte .

    Somente a partir dos anos 1990, com a abertura dos mercados, atravs da

    quebra de barreiras e fronteiras, evoluo e modernizao do mercado financeiro e

    mobilirio, crescimento, e desenvolvimento da sociedade como um todo,

    universalizao das prticas contbeis e por consequncia desta, a universalizao

    do exerccio profissional, atravs do processo de harmonizao e integrao das

  • 25

    Normas Internacionais de Contabilidade, que em 2007 foi promulgada a Lei 11.638 de

    31 de Dezembro, para revogar a Lei 6.404/76 em seus aspectos contbeis, e introduzir

    e implantar as novas prticas de contabilidade, aproximando essa das Normas

    Internacionais de Contabilidade, vigorando a partir de 2008.

    A experincia mal sucedida da lei 6.404/76, que no atingiu seu objetivo de

    desvincular a pratica contbil da influncia da legislao tributria, possibilitou, nesse

    momento, s Instituies Contbeis negociarem junto ao poder executivo e legislativo

    a garantia de que a contabilizao efetiva e oficial ficaria inteiramente desvinculada

    da legislao tributria e que atravs da aplicao do Regime Tributrio de Transio

    (RTT) Medida Provisria (MP) 449, transformada em Lei 11.941/08, os reflexos da

    aplicao das novas prticas contbeis no estariam sujeitas a qualquer tipo de

    tributao.

    Dessa forma, a contabilizao efetiva e oficial ficaria desvinculada da legislao

    tributria, representando, sem dvida, um avano considervel, no significando que

    a Contabilidade oficial deva ser diferente ou desconsiderar os critrios fiscais, j que

    quanto mais prximos dos critrios fiscais tanto melhor.

    Essa disposio foi includa na Lei das Sociedades por Aes com o objetivo

    de permitir a elaborao de Demonstraes Contbeis que busquem refletir a posio

    real e correta do patrimnio, sem prejuzo do atendimento legislao tributria,

    usufruindo-se de todos os seus benefcios e incentivos e, ao mesmo tempo,

    respeitando-se todos os seus limites.

    As modificaes introduzidas atravs da Lei 11.638/07, Lei 11.941/08 e

    Resolues do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e Comit de

    Pronunciamentos Contbeis (CPCs) aprovados pela comunidade contbil aps 2007,

    esto conduzindo efetiva independncia da Contabilidade como instrumento

    informativo para fins principalmente dos usurios externos, com reflexos e aplicao

    em todas as formas de organizao societria e entidades pblicas e privadas, com

    ou sem fins lucrativos, no apenas melhorando a qualidade dos servios contbeis,

    mas valorizando a boa prtica e a profisso contbil, na medida que a contabilidade

    passa a ser exercida e praticada para o mercado, para a entidade e por consequncia,

    atendendo e aplicando em todos os sentidos o princpio universal da Essncia sobre

    a forma.

  • 26

    Nesse contexto, o presente Projeto Pedaggico Curricular (PPC), do Curso de

    Cincias Contbeis do Campus Avanado Governador Valadares da Universidade

    Federal de Juiz de Fora, encontra-se alinhado, ajustado e atualizado com as novas

    prticas e normas contbeis em vigor a partir de 2007, na medida que o propsito do

    curso formar um profissional holstico e multidisciplinar, o que faz desse, um

    profissional universal".

    3.2 Objetivo e Objeto da Contabilidade

    O objeto da Contabilidade o patrimnio de uma entidade, sendo este o campo

    de estudo e aplicao da contabilidade. De acordo com Iudcibus et al(2007),

    patrimnio pode ser definido como um conjunto de bens, direitos e obrigaes para

    terceiros, pertencentes a uma pessoa fsica ou a um conjunto de pessoas, como

    ocorre nas sociedades informais, ou a uma sociedade ou instituio de qualquer

    natureza, independente de sua finalidade, que pode, ou no, incluir o lucro.

    Objetivando uma melhor gesto do patrimnio, a contabilidade gera,

    periodicamente, um conjunto de informaes teis, que permite a compreenso de

    como as operaes da entidade afeta seu patrimnio. De outra forma, as operaes

    de uma entidade devem ser classificadas de maneira a facilitar a avaliao de seu

    impacto no conjunto de bens, direitos e obrigaes da empresa.

    Segundo Iudcibus et al (2007), o objetivo cientfico da contabilidade manifesta-

    se na correta apresentao do patrimnio e na apreenso e anlise das causas de

    suas mutaes. J sob a tica pragmtica, a aplicao da contabilidade a uma

    entidade particularizada busca prover os usurios com informaes sobre aspectos

    de natureza econmica, financeira e fsica do patrimnio da entidade e suas

    mutaes, o que compreende registros, demonstraes, anlises, diagnsticos e

    prognsticos, expressos sob a forma de relatos, pareceres, tabelas, planilhas e outros

    meios.

    De acordo com a Resoluo do Conselho Federal de Contabilidade (CFC)

    1.374/11, o objetivo do relatrio contbil-financeiro de propsito geral fornecer

    informaes contbeis e financeiras acerca da entidade que reporta. Tais dados

    mostram-se (reportingentity), teis a investidores existentes e, em potencial, a

  • 27

    credores por emprstimos e a outros credores, quando da tomada de deciso ligada

    ao fornecimento de recursos para a entidade.

    As expectativas de investidores, credores por emprstimos e outros credores

    em termos de retorno dependem da avaliao destes quanto ao montante,

    tempestividade e incertezas (as perspectivas) associados aos fluxos de caixa futuros

    de entrada para a entidade.

    Para avaliar as perspectivas da entidade em termos de entrada de fluxos de

    caixa futuros, investidores existentes e em potencial, credores por emprstimo e

    outros credores precisam de informaes acerca de recursos da entidade,

    reivindicaes contra a entidade e o quo efetivamente a administrao da entidade

    e seu conselho de administrao tm cumprido suas responsabilidades no uso dos

    recursos da entidade.

    3.3 Perfil profissional do bacharel em Cincias Contbeis

    O Artigo 4 da Resoluo do Conselho Nacional de Educao / Cmara de

    Educao Superior (CNE/CES) n 10/2004 dispe que o curso de graduao em

    Cincias Contbeis deve possibilitar formao profissional que revele, pelo menos, as

    seguintes competncias e habilidades:

    utilizar adequadamente a terminologia e a linguagem das Cincias Contbeis

    e Atuariais;

    demonstrar viso sistmica e interdisciplinar da atividade contbil;

    elaborar pareceres e relatrios que contribuam para o desempenho eficiente e

    eficaz de seus usurios, quaisquer que sejam os modelos organizacionais;

    aplicar adequadamente a legislao inerente s funes contbeis;

    desenvolver, com motivao e por meio de permanente articulao, a liderana

    entre equipes multidisciplinares para a captao de insumos necessrios aos

    controles tcnicos e gerao e disseminao de informaes contbeis, com

    reconhecido nvel de preciso;

    exercer suas responsabilidades com o expressivo domnio das funes

    contbeis, incluindo noes de atividades atuariais e de quantificaes de

    informaes financeiras, patrimoniais e governamentais, que viabilizem aos

    agentes econmicos e aos administradores de qualquer segmento produtivo

  • 28

    ou institucional o pleno cumprimento de seus encargos quanto ao

    gerenciamento, aos controles e prestao de contas de sua gesto perante

    a sociedade, gerando, tambm, informaes para a tomada de deciso,

    organizao de atitudes e construo de valores orientados para a cidadania;

    desenvolver, analisar e implantar sistemas de informao contbil e de controle

    gerencial, revelando capacidade crtica-analtica para avaliar as implicaes

    organizacionais com a tecnologia da informao;

    exercer com tica e proficincia as atribuies e prerrogativas que lhe so

    prescritas atravs da legislao especfica, revelando domnios adequados aos

    diferentes modelos organizacionais.

    Essas competncias e habilidades permitem que o profissional de contabilidade

    atue em diversas reas. Marion (2012) apresenta, de forma esquemtica, as diversas

    possibilidades de atuao para o profissional de contabilidade, conforme mostra a

    Figura 1.

    Figura 1: Atuao do Profissional da Contabilidade

    Em 1999 a Organizao das Naes Unidas (ONU), em publicao especfica,

    demonstrou o que se deve admitir por uma linha geral da educao dos Contadores.

    Para tanto, ofereceu um currculo vasto, abrangendo os ngulos principais que devem

    formar a base educacional de um profissional da Contabilidade e considerando a nova

    realidade do mundo, que, pela dilatao dos mercados, requeria uma preparao

    especial para essa importante profisso.

  • 29

    A Organizao das Naes Unidas (ONU) ainda reclamou no s a

    necessidade de informaes de melhor qualidade, mas, pelo currculo apresentado,

    evidenciou a relevante importncia da consultoria e assessoria s empresas por parte

    dos contadores. Afirmou, categoricamente, que tais profissionais devem ter viso alm

    das fronteiras de seu pas e que todo mundo hoje precisa de cada vez mais qualidade

    nos servios especializados da rea contbil.

    A publicao afirmou, clara e ostensivamente, que o profissional da

    Contabilidade imprescindvel ao desenvolvimento econmico, social e at poltico

    de qualquer nao e que isso exige uma formao cultural vigorosa e uma assistncia

    especial a eles, quer por parte dos governos, quer das instituies de classe.

    Destacou, pois, como matrias educacionais as que abrangem no s casos

    particulares, mas tambm de cincias correlatas e at gerais. Nas matrias

    especficas, enfatizou a necessidade dos conhecimentos nas reas de tcnicas

    informativas, fluxos, custos, auditoria, anlise, planejamento e modelos para decises

    estratgicas. Nas correlatas e gerais, destacou as relativas ao direito comercial,

    tributrio e civil, economia geral e de mercados, administrao geral e financeira,

    estatstica, matemtica geral e financeira, relaes humanas, organizao e tica.

    Essa publicao concentra-se em detalhar currculos, o que faz em quase 100

    pginas, podendo-se, pois, em razo disso, ter uma ideia da extenso e quantidade

    de matrias envolvidas. Alm disso, enfatiza a necessidade de cursos universitrios

    com vasta especializao e refora como imprescindvel a qualificada graduao

    (extenso universitria, mestrado e doutorado) e tambm a permanente atualizao

    do conhecimento, em razo do carter evolutivo acelerado das matrias.

    Dividida em duas grandes partes, dedica-se, primeiramente, s Linhas Gerais

    para Sistemas Nacionais de Qualificao dos Contadores e, em seguida, ao Currculo

    Global para a Educao Profissional dos Contadores, disciplinada nos seguintes itens:

    (1) Conhecimentos de Organizao e Negcios; (2) Informao Tecnolgica e (3)

    Contabilidade e Conhecimentos Correlatos.

    Os trs itens descritos subdividem-se em Mdulos:

    i. No item de Organizao e Negcios, Economia, Mtodos Quantitativos

    e Estatsticos, Poltica de Negcios e Estruturas Organizacionais,

    Funes e Prticas Administrativas, Mercadologia Nacional e

    Internacional e Estratgia Administrativa.

  • 30

    ii. No item de Informao Tecnolgica, s h um mdulo dedicado ao

    currculo de mesmo nome.

    iii. No item Contabilidade e Conhecimentos Correlatos, o mais vasto, os

    mdulos se estendem aos currculos de Contabilidade bsica e

    preparao de demonstraes em face de normas internacionais,

    Contabilidade superior, Relatrios contbeis de nvel superior, Conceitos

    bsicos de administrao, Contabilidade Gerencial, Planejamento,

    Controle e Deciso, Tributos, Leis comerciais, Fundamentos tericos,

    Teoria Superior da Contabilidade e Finanas de Negcio e

    Administrao Financeira.

    importante destacar que h uma forte vocao terica para sustentar as

    aplicaes do conhecimento contbil e uma preocupao vigorosa em uniformizar a

    educao contbil em todo o mundo, dando a ela uma abrangente preparao.

    4 - O CURSO DE CINCIAS CONTBEIS E A ORGANIZAO

    DIDTICA PEDAGGICA

    4.1 O Curso de Cincias Contbeis da UFJF

    O Curso de Graduao Bacharelado em Cincias Contbeis, da Universidade

    Federal de Juiz de Fora (UFJF), foi estruturado respeitando-se as Diretrizes

    Curriculares Nacionais dispostas na Resoluo n 10 do Conselho Nacional de

    Educao / Cmara de Educao Superior (CNE/CES), de 16 de dezembro de 2004.

    Observou, ainda, as disposies contidas na 2 Edio da Proposta Nacional de

    Contedo para o Curso de Graduao em Cincias Contbeis, editado pelo Conselho

    Federal de Contabilidade (CFC) em 2009.

    Com o objetivo de manter e garantir o padro de qualidade verificado no projeto

    do curso oferecido pela Faculdade de Administrao e Cincias Contbeis (FACC)

    em Juiz de Fora, o Curso de Graduao Bacharelado em Cincias Contbeis da

    Universidade Federal de Juiz de Fora Campus Avanado Governador Valadares foi

    estruturado respeitando e aplicando todos os princpios, normas, diretrizes e

    disposies aposto ao projeto do Curso que o origina, realizando-se adaptaes e

    complementaes exigidas pelas particularidades locais.

  • 31

    O Projeto Pedaggico do Curso de Graduao Bacharelado em Cincias

    Contbeis da Universidade Federal de Juiz de Fora Campus Avanado Governador

    Valadares (UFJF GV) componente do Plano de Desenvolvimento Institucional da

    Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e estabelece as diretrizes relativas ao

    processo ensino-aprendizagem, com o objetivo de oferecer uma educao da melhor

    qualidade aos seus discentes, no esforo de corresponder s expectativas dos

    discentes e das discentes da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), enquanto

    entidade maior, sintonizando-os com o que exigido atualmente.

    4.1.1 Histrico do curso de Cincias Contbeis na Faculdade de Administrao

    e Cincias Contbeis

    A Faculdade de Administrao e Cincias Contbeis (FACC) da Universidade

    Federal de Juiz de Fora, originada na Faculdade de Economia e Administrao (FEA),

    conforme exposto no item 2.4 deste projeto pedaggico, j nasce vivenciando

    conquistas significativas em seu contexto de atuao. Seu curso regular de graduao

    em Administrao, levado a termo na modalidade presencial, vem ampliando sua

    visibilidade nos cenrios local, estadual e nacional. Submetido periodicamente a

    diversos mecanismos de avaliao implementados no mbito de atuao do Ministrio

    da Educao, vem obtendo resultados expressivos que o qualificam com critrio de

    excelncia. Julga-se importante mencionar que o curso obteve conceito mximo em

    todos os quesitos mensurados, posicionando-o como o 2 melhor do pas, segundo

    anlise dos dados divulgados no mbito ministerial em 2010. Alm disso, vale

    destacar que lhe foram atribudas 05 estrelas pelo Guia do Estudante Abril.

    Assim, pode-se inferir que os reflexos que conduziram o curso em pauta

    obteno dessas conquistas, na realidade, representam o somatrio de mltiplos

    esforos, dentre os quais podem ser destacados a dedicao e o comprometimento

    do corpo docente da Unidade Acadmica; a importante colaborao e contribuio de

    professores vinculados a outras reas do saber, que complementam o portflio de

    conhecimento necessrio e indispensvel formao profissional; o empenho e a

    dedicao permanentes do corpo de Apoio Administrativo e Terceirizados que atuam

    na Unidade Acadmica e, por fim, a seriedade, o empenho e o comprometimento do

    corpo discente da Faculdade de Administrao e Cincias Contbeis.

  • 32

    Nesse contexto de sucesso e mantendo a vocao empreendedora da

    faculdade, cria-se o Curso de Cincias Contbeis mediante o Programa de Apoio a

    planos de Reestruturao e Expanso das Universidades Federais (Reuni). Alm

    disso, alguns fatores ligados ao mercado devem ser citados. A criao e a futura

    implantao do parque tecnolgico coordenado e desenvolvido pela Universidade

    Federal de Juiz de Fora (UFJF), entre outros motivos, vm demandando cada vez

    mais profissionais capazes e atualizados na rea de contabilidade, que atendam s

    dinmicas e caractersticas de um mercado globalizado e intensivo em conhecimento

    cientfico, sempre visando o domnio de melhores tcnicas de mensurao,

    informao e tomadas de decises.

    Na poca da constituio do curso, havia trs cursos de Graduao em

    Cincias Contbeis em Juiz de Fora, presentes apenas em instituies privadas de

    ensino superior: Faculdade Machado Sobrinho (FACSUM) e Fundao Presidente

    Antnio Carlos (UNIPAC). Dessa forma, o curso de Cincias Contbeis na

    Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) veio preencher uma lacuna e uma

    demanda, h muito tempo, identificadas por parte da sociedade e meio acadmico,

    facilitando o desenvolvimento do ensino, da pesquisa e da extenso da cincia

    contbil na regio.

    A implantao do Campus Avanado da Universidade Federal de Juiz de Fora

    em Governador Valadares, foi composta por duas reas de conhecimento, quais

    sejam, rea da Sade e Cincias Sociais Aplicadas. A primeira com os cursos de

    Medicina, Odontologia, Farmcia, Nutrio, Fisioterapia, e a segunda com os cursos

    de Direito, Economia, Administrao e Cincias Contbeis. Os cursos foram

    resultados de indicaes e escolhas feitas pela prpria comunidade local e regional,

    a partir das carncias e necessidades do mercado, da sociedade e da regio.

    Na poca da abertura e implantao dos cursos da Universidade Federal de

    Juiz de Fora Campus Avanado Governador Valadares (UFJF GV), havia dois cursos

    de Graduao em Cincias Contbeis, presentes apenas em instituies privadas de

    ensino superior: Universidade do Vale do Rio Doce (UNIVALE) e a Faculdade

    Pitgoras. Dessa forma, a abertura do curso de Cincias Contbeis no Campus

    Avanado da UFJF veio preencher uma lacuna e uma demanda a muito tempo

    identificada por parte da sociedade e meio acadmico, facilitando o desenvolvimento

  • 33

    do ensino, da pesquisa e da extenso da Cincia Contbil na cidade de Governador

    Valadares e regio.

    A matriz curricular do curso de Cincias Contbeis da Universidade Federal de

    Juiz de Fora Campus Avanado Governador Valadares (UFJF GV) foi elaborada

    visando contemplar a Proposta Nacional de Contedo para o Curso de Cincias

    Contbeis do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e o Plano de Estudo Mundial

    para Formao de Contadores Profissionais, elaborado pela Organizao das Naes

    Unidas (ONU), atravs do International Standards of Accountingand Reporting / United

    Nations Conferenceon Trade and Development (ISAR/UNCTAD), que recomenda

    conhecimentos relacionados formao profissional contbil, conhecimentos

    administrativos e organizacionais e de tecnologia da informao.

    Para atingir esse objetivo, esto envolvidos com a consecuo do Plano

    Pedaggico do Curso os departamentos de Cincias Contbeis, Administrao,

    Economia e Direito da Universidade Federal de Juiz de Fora Campus Avanado

    Governador Valadares (UFJF GV) e os departamentos de Contabilidade e Finanas e

    Cincias Administrativas, da Universidade Federal de Juiz de Fora, em Juiz de Fora.

    4.1.2 Objetivo do curso

    Formar profissionais com slida base de conhecimentos cientficos e tcnicos,

    crticos e ticos, capazes de contribuir para o desenvolvimento sustentvel

    organizacional das empresas e instituies, participando ativamente dos processos

    inerentes tomada de decises, habilitado a contribuir para o desenvolvimento

    econmico da sociedade com a competncia tcnica da profisso contbil. No

    processo de formao profissional, possvel absorver conhecimentos tcnicos

    especficos da cincia contbil, bem como outros conhecimentos de cincias afins,

    com vistas formao do profissional holstico e multidisciplinar.

    4.1.3 Perfil do egresso

    O perfil do egresso ou bacharel em Cincias Contbeis formado no curso de

    Cincias Contbeis da Universidade Federal de Juiz de Fora Campus Avanado

    Governador Valadares (UFJF GV) deve estar em sintonia com as necessidades do

  • 34

    mundo contemporneo, sabendo esse no apenas reagir em conformidade a essa

    realidade, mas tambm transform-la.

    Diante desse contexto, o perfil desejvel para esse egresso o do profissional

    com viso global e multidisciplinar, com slida formao bsica, tcnica e cientfica

    em diferentes reas da Contabilidade e de conhecimentos afins e correlatos,

    permitindo, assim, ao contador, a capacidade de compreender questes tcnicas,

    cientficas e socioeconmicas nas vrias reas de conhecimento relacionadas ao

    exerccio da profisso, apto a exercer com zelo, distino, tica e responsabilidade

    social as atribuies e prerrogativas do contador, seja como profissional liberal, ou

    vinculado a entidades pblicas ou privadas.

    Este egresso precisa tambm compreender questes tecnolgicas e

    evolutivas, socioambientais e culturais, disciplinares e interdisciplinares, e dos vetores

    contbeis, administrativos e financeiros em mbito nacional e internacional e nos

    diferentes modelos de organizao.

    Para tanto, o curso de Cincias Contbeis da Universidade Federal de Juiz de

    Fora Campus Avanado Governador Valadares (UFJF GV) tem apresentado aos seus

    acadmicos uma gama de conhecimentos relacionados s caractersticas

    supracitadas que, em conjunto, procuram a formao desejada de um profissional

    tico, empreendedor, de ampla viso do mundo e de slida formao tcnica,

    inserindo na sociedade um sujeito com todas as caractersticas necessrias a um

    profissional contbil.

    4.1.4 Coordenao do curso

    A coordenao de curso exercida de acordo com a seo IV, artigos 27 a 29

    do Regimento Geral da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), que se refere

    ao Coordenador de Curso.

    A coordenao do curso de Cincias Contbeis desempenhada por um

    professor, em regime de dedicao exclusiva, lotado no Departamento de Cincias

    Contbeis da Universidade Federal de Juiz de Fora Campus Avanado Governador

    Valadares (UFJF GV). O Coordenador deve estar em permanente contato com os

    discentes e com as discentes, bem como com os docentes as docentes do

  • 35

    curso,visando acompanhar, de forma coerente e sistemtica, todas as atividades e

    questes que possam afetar o bom andamento do curso.

    De acordo com o que estabelece o artigo 27 do Regimento Geral da

    Universidade Federal de Juiz de Fora, o Coordenador deve ser eleito pelos docentes

    e as docentes em exerccio e pela representao discente para um mandato de trs

    anos, permitida a reconduo, sendo substitudo em suas faltas ou impedimentos pelo

    Vice-Coordenador eleito da mesma maneira.

    Compete ao Coordenador do curso de Cincias Contbeis, em consonncia

    com o Artigo 28 do Regimento Geral da Universidade Federal de Juiz de Fora:

    I - Quanto ao curso:

    Propor ao Conselho Setorial de Graduao sua durao mnima e mxima e a

    forma de sua integralizao em nmero total de crditos, ouvido o Conselho da

    Unidade;

    Orientar, fiscalizar e coordenar seu funcionamento;

    Coordenar o processo regular de sua avaliao;

    Propor ao Conselho Setorial de Graduao, ouvido o Conselho de Unidade, a

    sua organizao;

    Representar o curso nas diversas instncias universitrias.

    II - Quanto ao currculo:

    Propor ao Conselho Setorial de Graduao, ouvido o Conselho de Unidade, as

    disciplinas que o integraro e suas modificaes;

    Propor ao Conselho Setorial de Graduao, ouvidos os Departamentos

    interessados, os pr-requisitos das disciplinas;

    Propor ao Conselho Setorial de Graduao, ouvidos os Departamentos

    interessados, a fixao dos crditos das disciplinas que o integraro.

    III - Quanto aos programas e planos de curso:

    Aprovar, compatibilizar e zelar pela sua observncia;

    Propor alteraes aos Departamentos envolvidos.

    Para desempenhar as funes especificadas no Regimento Geral da

    Universidade Federal de Juiz de Fora, o coordenador do Curso de Cincias Contbeis

    dever trabalhar em regime de dedicao exclusiva no Departamento de Cincias

    Contbeis da Universidade Federal de Juiz de Fora Campus Avanado Governador

  • 36

    Valadares (UFJF GV), e dedicar no mnimo 20 (vinte) horas semanais de trabalho

    atividade de coordenao do curso.

    4.1.5 Ateno aos discentes

    A Coordenao de Assuntos Estudantis (CAE), atuando como gestora das

    polticas de assistncia estudantil da Universidade Federal de Juiz de Fora, prioriza o

    apoio psicossocial ao discente universitrio e tem como objetivo a construo da

    cidadania nos diversos segmentos que compem a comunidade discente.

    Buscando incentivar, apoiar e acompanhar o discente e a discente ao longo de

    sua vida acadmica, a Coordenao de Assuntos Estudantis (CAE) tem por finalidade:

    Assegurar uma poltica de assistncia ao discente e discente, que

    favorea, ao mesmo tempo, o desempenho acadmico e a organizao

    livre, consciente, responsvel e participativa desse educando nas decises,

    dentro e fora da universidade;

    Atuar junto ao corpo discente da Universidade Federal de Juiz de Fora

    (UFJF), procurando orient-lo em diversas reas da vida acadmica;

    Propiciar ao discente e discente com vulnerabilidade socioeconmica

    condies de frequentar e concluir os cursos oferecidos pela Universidade

    Federal de Juiz de Fora (UFJF), observando o dever do estado de promover

    qualificao do sujeito para o trabalho e o exerccio da cidadania.

    A Gerncia de Apoio Estudantil, inserida na Coordenao de Assuntos

    Estudantis (CAE), o setor responsvel pela seleo e cadastro dos discentes e das

    discentes que solicitam os apoios oferecidos.

    Os critrios de admisso dos discentes e das discentes no programa tm por

    base a avaliao socioeconmica, alm de outros critrios estabelecidos por

    legislao prpria. A seleo se d por meio de Edital da Pr-Reitoria de Assuntos

    Acadmicos publicado no portal da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

    A coordenao do curso de Cincias Contbeis em Governador Valadares,

    devidamente apoiada por pertinentes rgos da Universidade Federal de Juiz de Fora

    (UFJF), deve disponibilizar apoio e orientaes aos discentes e s discentes que

    porventura apresentem dificuldades com relao ao curso, tanto no ingresso, quanto

    no decorrer dos perodos letivos. necessrio, ainda, que eles tenham amplo acesso

  • 37

    aos dados sobre sua vida acadmica e que recebam orientaes quanto ao seu

    desempenho e ao fluxo escolar, alm de ser informado sobre os estmulos financeiros

    (auxlios moradia, alimentao, manuteno etc.) ou acadmicos (monitoria, iniciao

    cientfica, extenso, treinamento profissional etc.) e apoio participao em eventos.

    Tambm se devem criar meios regulares de divulgao de produes acadmicas dos

    discentes e das discentes.

    fundamental, ainda, o desenvolvimento de mecanismos de integrao dos

    discentes e das discentes com relao s atividades profissionais relacionadas ao

    curso e ao convvio social e poltico-acadmico durante sua permanncia. Pode-se

    destacar o incentivo participao em entidades estudantis, empresas juniores e

    congneres, por exemplo.

    Vale ressaltar tambm a importncia da implementao de mecanismos e

    aes de acompanhamento dos egressos, como cadastro, reunies peridicas de ex-

    discentes, dentre outros, visando, inclusive, a revises no projeto poltico pedaggico

    do curso decorrente da avaliao e dos resultados desse acompanhamento.

    4.1.6 Organizao acadmica e administrativa

    A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) tem em sua estrutura

    organizacional, de acordo com seu estatuto, os rgos Colegiados Superiores

    formado pelo Conselho Superior, Conselho Setorial de Administrao e Recursos

    Humanos, Conselho Setorial de Extenso e Cultura, Conselho Setorial de Graduao,

    Conselho Setorial de Ps- Graduao e Pesquisa, Reitoria (formada pelo Reitor, Vice-

    Reitor, Chefe de Gabinete e Secretrio Geral), Pr-Reitorias (Pr-Reitoria de Assuntos

    Acadmicos, Pr-Reitoria de Cultura, Pr-Reitoria de Extenso e Cultura, Pr-Reitoria

    de Graduao, Pr-Reitoria de Pesquisa, Pr-Reitoria de Ps-Graduao, Pr-

    Reitoria de Planejamento e Gesto e Pr-Reitoria de Recursos Humanos), Unidades

    Acadmicas e rgos Suplementares.

    De acordo com o artigo 3 do Regimento Geral da Universidade Federal de Juiz

    de Fora (UFJF), so Unidades Acadmicas da Universidade, as Faculdades, os

    Institutos, e o Colgio de Aplicao "Joo XXIII", sendo que a estrutura e o

    funcionamento das Unidades Acadmicas so disciplinados pelas normas

    complementares e Regimentos prprios.

  • 38

    Alm dos mecanismos relacionados aos registros da vida escolar dos discentes

    e das discentes existentes na Coordenao de Assuntos e Registros Acadmicos

    (CDARA) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) para todos os cursos, a

    Coordenao deve implementar dispositivos que permitam o acompanhamento do

    desenvolvimento e do fluxo escolar dos discentes e das discentes, assim como do

    currculo, a fim de atender aos objetivos do curso e atualizao permanente de seus

    contedos.

    O Campus Avanado de Governador Valadares conta com Departamentos

    prprios que integram as unidades acadmicas sediadas em Juiz de Fora. O curso de

    Cincias Contbeis do Campus Avanado de Governador Valadares vincula-se ao

    Departamento de Cincias Contbeis de Governador Valadares que compe a

    estrutura da Faculdade de Administrao e Cincias Contbeis (FACC). Por sua vez,

    a gesto administrativa e financeira do Campus Avanado de Governador Valadares

    exercida por um Diretor nomeado pela administrao central da Universidade.

    4.1.7 Corpo docente

    O corpo docente do curso composto por professores e professoras com

    formao em nvel de mestrado e doutorado, todos em regime de dedicao exclusiva.

    Procura-se alinhar a formao do corpo docente com os contedos a serem

    lecionados e, atravs de solicitao feita aos departamentos, priorizar que esses

    professores e professoras sejam do quadro efetivo da Universidade.

    O corpo docente que oferece suporte ao curso de Cincias Contbeis (com

    maior parte da carga horria e com disciplinas de contedos de formao bsica,

    profissional e terico-prtica na rea de Contabilidade e Finanas), est lotado no

    Departamento de Cincias Contbeis da Universidade Federal de Juiz de Fora,

    Campus Avanado Governador Valadares (UFJF GV), que foi dividido em trs reas

    de concentrao de contedo: (i) Contabilidade Geral e Gerencial; (ii) Finanas; e (iii)

    Legislao. Os docentes e as docentes e suas respectivas reas de atuao esto

    discriminados conforme tabela2.

    Os demais docentes que ministram disciplinas para o curso de Cincias

    Contbeis esto lotados nos departamentos de Administrao, Direito e Economia e

    esto discriminados na tabela 3.

  • 39

    Tabela 2: Corpo docente do Departamento de Cincias Contbeis

    Professor Reg. Trab.

    Titulao Instituio/Ano da

    titulao

    rea de Concentrao: Contabilidade Geral e Gerencial

    Elizangela Lourdes de Castro DE Mestre em Cincias Contbeis FUCAPE (2011)

    Geov Jos Madeira DE Mestre em Cincias Contbeis FGVRJ (1990)

    Marinette Santana Fraga DE Mestre em Cincias Contbeis FVC (2005)

    Raquel Berger Deorce DE Mestre em Cincias Contbeis FUCAPE (2010)

    Schirley Maria Policrio DE Mestre em Administrao FACECA (2003)

    Naiara Leite dos Santos Sant Ana

    DE Doutorando em Administrao UFLA (2014)

    rea de Concentrao: FINANAS

    Adriano Freitas de Azevedo DE Mestre em Administrao UFLA (2005)

    rea de Concentrao: Legislao

    Bruno Franco Alves DE Mestre em Teoria do Direito PUC Minas (2011)

    Fonte: PRORH GV

    O departamento de Cincias Contbeis, da Universidade Federal de Juiz de

    Fora Campus Avanado Governador Valadares (UFJF GV), se constituir com 10

    (dez) professores sendo que oito j se encontram no exerccio do cargo.

    Tabela 3:Corpo docente demais departamentos

    Professor Reg. Trab.

    ltima titulao Instituio/Ano da titulao

    Departamento

    Diego Fiel Santos

    DE Mestre em Administrao UFRN (2012) Administrao

    Ndia Carvalho DE Mestre em Administrao UFLA (2011) Administrao

    Renato Antonio de Almeida

    DE Mestre em Administrao FPL (2011) Administrao

    Henrique de Almeida Queiroz

    DE Doutorando em Cincias Sociais

    UFJF (2010) Administrao

    Dbora Vargas Ferreira Costa

    DE Doutoranda em Administrao FGV (2015) Administrao

    Kascilene Gonalves Machado

    DE Doutora em Engenharia Eltrica

    UNIFEI(2014) Administrao

    Mariana Lusa Costa Lage

    DE Mestre em Administrao UFV(2014) Administrao

  • 40

    Maycon Leone Maciel Peixoto

    DE Doutor em Cincias da Computao e Matemtica Computacional

    ICMC/USP (2012). Administrao

    Gabriela Cristina B. Navarro

    DE Mestre em direito UFSC (2014) Direito

    Eder Marques Azevedo

    DE Doutorando em Direito Pblico

    PUCMG(2012) Direito

    JamirCalili Ribeiro

    DE Doutor em Direito PUCMG (2015) Direito

    Alex Sander de Moura

    DE Doutor em Engenharia Eltrica UFMG (2012) Economia

    Juliana Gonalves Taveira

    DE Mestre em Economia Aplicada UFJF (2012) Economia

    Marclio Zanelli Pereira

    DE Doutorando em Economia Aplicada

    UFJF (2012) Economia

    Willian Vieira de Paula

    DE Mestre em Matemtica UFMG (2007) Economia

    Fonte: PRORH GV

    4.1.8 Ncleo Docente Estruturante

    Segundo o Parecer CONAES n 4, de 17 de junho de 2010, o Ncleo Docente

    Estruturante (NDE) foi um conceito criado pelo MEC com o intuito de qualificar o

    envolvimento docente no processo de concepo e consolidao de um curso de

    graduao. Do ponto de vista da avaliao, trata-se de um conceito que poder

    contribuir no s para a melhoria do processo de concepo e implementao do

    projeto pedaggico de um curso de graduao, mas no desenvolvimento permanente

    dele, com vista a sua consolidao. A ideia surge da constatao de que um bom

    curso de graduao tem alguns membros do seu corpo docente que ajudam a

    construir a identidade do curso. A Resoluo CONAES n 1, de 17 de junho de 2010,

    normatiza o NDE.

    No mbito institucional, o Ncleo Docente Estruturante (NDE) regido pela

    Resoluo n 17/2011 - Conselho Setorial de Graduao (CONGRAD) da

    Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). O Ncleo Docente Estruturante

    (NDE) do curso de Cincias Contbeis da Universidade Federal de Juiz de Fora

    Campus Avanado Governador Valadares (UFJF GV), atua exclusivamente na

    instncia consultiva sobre formulao, implementao, desenvolvimento,

    consolidao e atualizao do projeto pedaggico do curso, em todas as suas

    dimenses, incluindo proposio e superviso de atividades acadmicas correlatas.

  • 41

    O Ncleo Docente Estruturante (NDE) do curso de Cincias Contbeis da

    Universidade Federal de Juiz de Fora Campus Avanado Governador Valadares

    (UFJF GV) composto por, no mnimo, trs professores do curso de Cincias

    Contbeis, alm do coordenador e do vice-coordenador na qualidade de membros

    natos,todos, com titulao acadmica obtida em programas de ps-graduao stricto

    sensu. A indicao de seus membros compete ao Departamento de Cincias

    Contbeis da Universidade Federal de Juiz de Fora Campus Avanado Governador

    Valadares (UFJF GV) e,