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    UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

    FRANCINE BEZERRA DOS SANTOSPATRCIA GOMES DOS SANTOS

    JORNALISMO HBRIDO: O JORNALISMO-HUMORISTADO CQC.

    Mogi das Cruzes, SP

    2008

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    UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZESFRANCINE BEZERRA DOS SANTOS

    PATRCIA GOMES DOS SANTOS

    JORNALISMO HBRIDO: O JORNALISMO-HUMORISTA

    DO CQC.

    Prof a. Dra. Orientadora: Luci Bonini

    Prof: Orientador: Srsi Bardari

    Mogi das Cruzes, SP2008

    Projeto apresentado ao Curso de Comunicao Social/Jornalismo da Universidade de Mogi das Cruzes comorequisito da disciplina Projeto de Produtos e ProcessosMiditicos

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    FRANCINE BEZERRA DOS SANTOS

    PATRCIA GOMES DOS SANTOS

    JORNALISMO HBRIDO: O JORNALISMO-HUMORISTADO CQC.

    BANCA EXAMINADORA

    Prof a. Dr a. Luci BoniniUniversidade de Mogi as Cruzes - UMC

    Prof. Srsi BardariUniversidade de Mogi as Cruzes - UMC

    Projeto apresentado ao Curso de ComunicaoSocial/Jornalismo da Universidade de Mogi dasCruzes como requisito da disciplina Projeto deProdutos e Processos Miditicos

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    Santos, Francine Bezerra dosSantos, Patrcia Gomes dos

    Jornalismo hbrido: o jornalismo-humorista do CQC / Francine Bezerra dos Santos ePatrcia Gomes dos Santos - 2008-09-26

    PPM ( Trabalho Cientfico de Comunicao Social ) Universidade de Mogi das Cruzes,2008.rea de concentrao: JornalismoOrientadores: Prof a. Dr a. Luci Bonini

    Prof .Dr. Srsi Bardari

    1. Telejornalismo 2. Programa CQC 3. Humor

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    DEDICATRIA

    Dedicamos este trabalho aos nossos familiares, amigos e professores.

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    AGRADECIMENTOS

    Os nossos sinceros agradecimentos a todos aqueles quenos ajudaram a concluir esse projeto.

    Maria Izilda, Leopoldo Rodrigues, Juliene Rodrigues,

    Flvio Gomes, Ftima Gomes, Cludio Leal, Marlia Servo eVernica Freire.

    Agradecemos a assessora de imprensa da Band, ElianeLeme, ao apresentador e tambm reprter, por nos conceder aentrevista, Rafinha Bastos e a toda a produo do programaCQC.

    Agradecemos a todos que nos ensinaram tudo aquilo quehoje sabemos, Srsi Bardari, Luci Bonini, Celso Ledo e Nivaldo

    Marangoni.

    Obrigada a todos que torceram pelo nosso sucesso.

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    Estou farto do lirismo comedido

    Do lirismo bem comportado

    Do lirismo funcionrio pblico com livro de ponto expediente

    [te protocolo e manifestaes e apreo ao sr. diretor.

    Estou farto do lirismo que pra

    e vai averiguar no dicionrio

    [o cunho vernculo de um vocbulo

    Abaixo os puristas

    Todas as palavras sobretudo os

    barbarismos universais

    Todas as construes sobretudo

    as sintaxes de exceo

    Todos os ritmos sobretudo os inumerveis

    Estou farto do lirismo namorador

    Poltico

    Raqutico

    Sifiltico

    De todo lirismo que capitula ao que

    quer que seja fora de si mesmo

    De resto no lirismo

    Ser contabilidade tabela de co-senos

    secretrio do amante

    exemplar com cem modelos de cartas

    e as diferentes maneiras

    [de agradar s mulheres, etc

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    Quero antes o lirismo dos loucos

    O lirismo dos bbedos

    O lirismo difcil e pungente dos bbedos

    O lirismo dos clows de Shakespeare

    No quero mais saber do

    lirismo que no libertao

    Manuel Bandeira

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    LISTA DE ILUSTRAES

    FIGURA 1 Sigla do programa..........................................22FIGURA 2

    FIGURA 3

    FIGURA 4

    FIGURA 5

    Integrantes do programa, a trupe do CQC.Do primeiro ao ltimoda fila esto Marcelo Tas, Oscar Filho, Rafael

    Cortez, Felipe Andreoli, Marco Luque, DaniloGentili e Rafael Bastos..................................23

    A mosca, logotipo do programa, com a sigla doCQC...............................................................23..............................

    Rafael Bastos, Rafinha, apresentador ereprter do quadro Proteste j.......................26

    Localizao dos formatos nos gneros. Em

    um gnero pode haver vrios formatos deprograma (2004, p. 47).................................31

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    LISTA DE TABELA

    TABELA 1TABELA 1

    Categorias e seus respectivosgneros televisivos, segundoAronchi ........................................................33

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    SUMRIO

    1 INTRODUO...............................................................................................92 A TELEVISO..............................................................................................113 O QUE JORNALISMO..............................................................................164 HISTRIA DO CQC.....................................................................................225 O GNERO JORNALISMO TELEVISIVO: CQC..........................................276 INDSTRIA CULTURAL E O CQC..............................................................367 O PROGRAMA DO DIA 22 DE SETEMBRO DE 2008................................38CONSIDERAES FINAIS............................................................................41REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS...............................................................42ANEXOS.........................................................................................................44

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    1. INTRODUO

    O trabalho tem como tema o jornalismo hbrido do programa de TV Custe o

    que custar (CQC), que um tipo de jornalismo-humorista, com recorte no quadroProteste j.

    O CQC um programa contestador, ainda mais nesse quadro do Proteste j.Este projeto tem fundamental importncia para entender se o tipo de

    jornalismo humorstico que o programa CQC faz parte de algum gnero, ajudando acompreender esse novo tipo de telejornalismo na TV brasileira.

    A forma inovadora do programa abre oportunidades para futuras linguagens

    jornalsticas.Essa maneira divertida utilizada para abordar assuntos semanais

    importantes. O programa, especialmente o quadro a ser pesquisado, Proteste j, uma prestao de servio sociedade.

    A anlise de atitudes e da linguagem do programa ajuda na formao jornalstica, uma vez que por meio do estudo de produtos e processos miditicosque os alunos entram em contato com a realidade do mercado de trabalho no qual

    iro atuar.O objetivo desse projeto analisar o produto miditico da rede de TVBandeirantes, do programa CQC, que o quadro Proteste J, com Rafael Bastos.Nossa pesquisa consiste em analisar esse quadro do Proteste J e demonstrar como esse novo gnero jornalstico no delimita a credibilidade do jornalismopropriamente dito.Foi necessrio analisar a linguagem e as atitudes dos integrantes assistindocriticamente o programa e buscando informaes com a prpria rede Bandeirantesde televiso ( Band).

    Fizemos pesquisa bibliogrfica, em internet, pesquisa de campo e televisiva,assistindo aos programas semanais.

    Entramos em contato com a assessoria da Band, via e-mail.Utilizamos entrevistas com a assessora da Band, Eliane Leme, e com o

    reprter do quadro Proteste j, Rafael Bastos.No quadro, Rafael Bastos vai atrs do problema da comunidade e cobra

    solues e prazos dos responsveis. Ele concedeu-nos uma entrevista baseadanesse trabalho que ele faz.

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    Eliane Leme, assessora da Band tambm concedeu-nos informaes paraenriquecer o nosso trabalho.

    Na pesquisa de campo, o grupo de trabalho se deslocou at a Band So

    Paulo, no Morumbi. Necessitamos da ajuda de um cinegrafista para a entrevista comRafael Bastos, o reprter do quadro Proteste j, e com a assessora de imprensa daBand, Eliane Leme.

    Tivemos algumas conversas informais com professores especializados narea de Comunicao, para obter dicas de livros e orientaes.

    Buscamos especialistas em telejornalismo por meio de bibliografia especficae do professor universitrio da rea de telejornalismo, Nivaldo Marangoni.

    Com base no livro de Nivaldo Marangoni,Televiso: Fcil de ver, difcil defazer , pudemos ter uma idia comportamental no telejornalismo. Com o auxlio daobra O que jornalismo, de Clvis Rossi, exemplificamos o sucesso do jornalismo edos jornalistas inovadores, caso da Revista O Cruzeiro, do jornalista Paulo Francis edo jornal francs Le Monde. Na obra do autor Rivaldo Chinem,Imprensa Alternativa,ele trata de trs jornais do tempo da ditadura, um deles o Pasquim, com crticasirreverentes de grande sucesso na poca, assim como o CQC. Estrutura da notcia,

    de Nilson Lage, faz um resumo da histria da notcia e das tecnologias decomunicao, importante para a nossa pesquisa porque o autor trata de algunsconceitos de cultura de massa e de TV. Tambm de Nilson Lage, o livro Linguagem jornalstica importante porque diz respeito sobre as normas de linguagem jornalstica. Para ajudar a entender o gnero do CQC estudamos o livro, de JosCarlos Aronchi de Souza, Gneros e formatos na televiso brasileira. Paracompreendermos melhor O que Indstria Cultural , a obra de Teixeira Coelho.

    Foram utilizadas tambm as obras Vencendo com a sua voz do Dr. Norton Cooper ea obra O ser e o tempo da poesia de Alfredo Bosli.

    Esperamos por meio desse projeto mostrar que o CQC tambm umprograma importante no contexto jornalstico da televiso brasileira.

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    2. A TELEVISO

    Segundo Paternostro (1999, p. 19) [...] o universo da TV em constante

    (r)evoluo: o alvo o homem.Tudo comeou com o aparecimento dos primeiros livros impressos. Esse

    processo se desenvolveu na Europa, a partir de mtodo inventado por um alemo,Johannes Gutenberg, que em 1945 comps tipograficamente uma tiragem deduzentas Bblias. Somente dois sculos depois surgem os jornais peridicos, mas foino sculo XIX que a imprensa se desenvolveu, acompanhando as grandestransformaes sociais e econmicas geradas pela Revoluo Industrial desde

    1769. As novidades tecnolgicas se incorporavam comunicao e os meios deinformao se afirmavam. Paternostro (1999, p. 21) afirma que o homem na suansia de vencer barreiras, no tempo e no espao, os queria mais velozes e eficazes. nesse processo urgente, avassalador que surge a televiso, com a informaona sua forma mais dinmica e universal: a imagem.

    A primeira transmisso via satlite, ao vivo, para o Brasil foi de muita emoo,era o dia 3 de maro de 1969. No entanto, a implantao da TV no Brasil se deu

    pela iniciativa de um jornalista chamado Assis Chateaubriand.No comeo dos anos 50, a indstria brasileira j se encontrava em processode crescimento, atividades comerciais, financeiras, de servios e de educaoestavam se expandindo. Nesse panorama os Dirios e Emissoras Associadas sevoltaram para a TV e Chateaubriand trouxe os tcnicos norte-americanos da RCApara implantar a televiso no Brasil. No dia 18 de setembro de 1950 entrava no ar aPRF 3 TV DIFUSORA, depois TV TUPI de So Paulo. TV NA TABA, o espetculode estria, foi ao ar e, na base do improviso, durou quase duas horas, programacomandado por Cassiano Gabus Mendes, que mostrava artistas de sucesso, como,Mazzaropi, Lia de Aguiar, entre outros.

    A TV ampliava sua rea de penetrao e comeava a atrair asagncias de propaganda e anunciantes e ento os anos 60 se resume na disputa averbas publicitrias, as emissoras comeam a briga pela audincia.

    Nos anos 70 a TV brasileira entra sob regras impostas pelo governo militar, a fase da censura. Mas com o avano tecnolgico, a TV brasileira passa por umamudana importante e ainda no final da dcada, ao mesmo tempo que suspende a

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    censura prvia, o governo se dispe abertura. E a criatividade comeou aressurgir.

    Surgem nos anos 60, na TV brasileira, os programas de auditrio de granderepercusso e audincia e em 1965 surge a TV GLOBO que, em 1 de setembro de1969, entra no ar com o Jornal Nacional .

    O primeiro telejornal da TV brasileira foi imagens do Cia, e nasceu junto coma TV Tupi de So Paulo, em 1950.

    Alguns telejornais so pontos de referncia, como o Jornal de Vanguarda TV Excelsior, Rio, 1962 a 1965. Telejornal criado pelo jornalista Fernando BarbosaLima, feito e apresentado pro jornalistas. Inovou por ter vrios locutores ecomentaristas. O jornal Nacional Rede Globo de Televiso, 1969, Bom dia SoPaulo, entre outros, todos eles so pontos de referncia pois sempre estavaminovando.

    Enfim, telejornalismo nada mais que a prtica profissional do jornalismoaplicada televiso, divulgam noticias dos mais variados tipos, utilizando imagens,sons e narrao por uma apresentador chamado de ncora.

    Segundo Paternostro: (1999, p. 63) A televiso superficial por natureza, limitada quanto profundidade das mensagens que emite.

    No entanto Paternostro tambm afirma que a TV pode abrir o apetite eestimular a investigao, a busca diversificada da informao, uma vez que seupblico, tendo tomado conhecimento da dimenso de um fato, pode no ter sesatisfeito de forma total.

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    A televiso foi descoberta graas ao trabalho de inmeros

    cientistas e entre o final dos anos 40 e o comeo dos anos 50, aTV entrou na vida de praticamente todos os pases e se firmoucomo meio de comunicao e nesse momento a indstria passoua se preocupar com os aperfeioamentos para melhor atender aoseu pblico. (PATERNOSTRO, 1999, p.21)

    Jornalismo de televiso o telejornalismo: Informao Visual: omundo onipresente, a TV mostra e o telespectador v; Imediatismo: a TV oveiculo que torna a informao contempornea e universal ao apresentar oacontecimento atravs da imagem; Penetrao: Atinge a todas as camadasda populao; Instantaneidade: a informao da TV requer hora certa paraser vista e ouvida. Entre outras coisas que estruturam a TV, como aconhecemos hoje. (PATERNOSTRO, 1999, p.21)

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    Quando se fala em televiso, voc est falando de um texto jornalstico

    coloquial, claro e preciso. como disse Carlos Drummond de Andrade, por Paternostro, (apud PATERNOSTRO, 1999, p.61), Escrever cortar palavras . Emseu livro, O texto na TV , Paternostro acredita que o que importa verdadeiramente a qualidade do trabalho que se faz, com honestidade, dignidade, carter, princpios.Pegarei nesse momento emprestada as palavras sbias de Paternostro: (1999, p.61) A busca da verdade no termina jamais. E isso define bem o que o CQC, elebusca o esclarecimento para que as pessoas possam ver que existem programas

    que podem trazer entretenimento mas tambm o esclarecimento.Escrito por um experiente professor universitrio de telejornalismo, Nivaldo

    Marangoni, Televiso: fcil de ver, difcil de fazer uma espcie de manual para jornalistas interessados no trabalho em TV.

    Assim como o CQC faz, chama a ateno o primeiro captulo da obra que dizpara fazer o telespectador feliz. (2002, p. 18) Vamos a fundo em nosso riso com o jornalismo humorstico com prtica.

    Marangoni cita alguns exemplos disso (2002, p. 18): Falamos de MaurcioKubrusly, Arnaldo Jabor, Mrcio Canuto, Brito Jnior, sem contar a turma do Cassetae Planeta. Ele explica que infelizmente nem todos tem essa coragem de inovar eexplicitamente diz que isso um tipo claro de castrao. Mas segue esperanoso naconquista de mudanas: (2002, p. 18) Quem sabe aqueles que decidem mudam aopinio e abrem uma brecha para algo mais novo, diferente? Porm, ele alerta quesempre que aparece algo diferente na rea jornalstica estruturas balanam. O

    livro, editado antes do CQC ir ao ar, explica exatamente o que aconteceu com oCQC no Congresso. As estruturas parlamentares balanaram de tal forma que oquadro ficou fora do ar por algum tempo.

    citada no captulo Informao produto, a responsabilidade social do jornalista com (2002, p. 29) [...] a necessidade de se colocar em prtica um jornalismo srio, justo, honesto, com interesses estritamente coletivos. Assim comoacontece no Proteste j, que cobra solues para os interesses comuns populao.

    Marangoni ainda afirma que: (2002, p. 47) O telespectador quer, gosta,admira e aplaude quando um reprter pelo menos tenta ousar.

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    Na obra tem um captulo inteiro aconselhando que se D uma de loucodizendo que preciso arriscar, ser ousado e criativo na hora de inovar e que isso jdeu certo com muitos profissionais experientes. E no captulo Por dentro de tudo

    ele afirma que: (2002, p. 65) Melhor seria se o curioso reprter, no bom sentido,sempre pudesse dar um show nos coleguinhas durante as coletivas, na hora degravar um texto, ou de produzir uma simples nota.

    Marangoni afirma no captulo de Toque final: (2002, p.121) Respeitamos aspessoas que tentam inovar, criar, ser diferentes na busca ou na transformao epropagao dos fatos.

    Diz que preciso que a programao brasileira melhore e lembra de alguns

    baluartes do passado que criavam, roteirizavam e interpretavam: (2002, p. 121)[...] Faziam-se rir, entretinham, criticavam, mudavam.

    Importante lembrar que hoje o CQC cria roteiros diferenciados e com muitohumor para as crticas semanais pois tem um elenco de humoristas e tambm de jornalistas que alm de entreter, do voz aos problemas da populao e vo embusca da notcia, custe o que custar.

    Outro livro da srie Princpios, Estrutura da Notcia, foi escrito por Nilson

    Lage, jornalista e professor universitrio. O livro trata das tecnologias nacomunicao, dentre elas a TV. Ele cita que: (1999, p. 8) [...] a notcia, antes restritae controlada pelo estado e pela Igreja, tornou-se bem de consumo essencial. PormLage afirma que (1999, p.16) [...] no se trata exatamente de narrar osacontecimentos, mas de exp-los.

    Em todas as reportagens do Proteste j, o Rafael Bastos faz questo deexpor a populao prejudicada e o responsvel por resolver o problema tambm.

    Importante ressaltar tambm que Lage diz que: (1999, p. 24) [...] o sistemaprodutor de notcias no , em sentido absoluto, uma fonte, mas um codificador inteligente [...].O CQC um tipo de humor inteligente, mas com notcias.Lage afirma que (1999, p. 43) [...] a televiso realiza, mais do que qualquer outromeio, o projeto terico de uma sociedade de massa, em que um sistema transmissor dirige-se multido dispersa de cidados inertes e passivos.

    O mais interessante que o prprio autor, Lage, faz um confronto de idiassobre a cultura de massa:

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    Ponto de vista desafiador visto que em meios acadmicos aprendemos

    exatamente o contrrio.O autor ressalta tambm que: (1999, p. 48) [...] existe sempre alguma

    interpretao nas reportagens. O importante que se respeitem os fatos [...]. NoCQC eles fazem exatamente esse processo de ir atrs da veracidade dos fatos, sque o interpretando de maneira humorstica.

    Na obra encontra-se ainda mais um apoio para o CQC, quando Lage afirmaque os veculos de comunicao esgota-se nas possibilidades que so oferecidas, e

    que h uma padronizao que faz com que todos se paream. O CQC algoinovador aqui no Brasil.

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    Existir uma massa? Ser ela definida por grau de escolaridade, como supea distribuio dos programas em faixas horrias, de modo que os maisperigosos e complicados pelo erotismo, pela veemncia do discursopoltico, pelo grau de abstrao -ficam fora do alcance dos trabalhadores emgeral, que dormem mais cedo? A resposta no. A experincia de quatrosculos de imprensa mostra que o pblico pode ignorar mtodos e fatos,pode ser crdulo e de boa f, mas no tolo. E, se fosse, no teria o menor sentido pensar em democracia, isto , em dar-lhe o poder, em ltima edecisiva instncia. (LAGE, 1999, p. 44).

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    3. O QUE JORNALISMO

    O que jornalismo um pequeno livro de Clvis Rossi da coleo Primeiros

    passos. Clvis comeou a trabalhar na imprensa antes mesmo de se formar na reae j participou de trabalhos jornalsticos em todo o mundo. O autor usa de suaexperincia para explicar algumas definies do jornalismo com exemplos reais docotidiano profissional.

    Ele diz que o jornalismo uma batalha por mente e coraes e que no possvel praticar a neutralidade: (1995, p.10) realmente invivel exigir dos jornalistas que deixem em casa todos os condicionamentos [...] ao fazer o seu relato,

    as emoes e as impresses puramente pessoais que o fato neles provocou. Comoinovadores jornalistas-humoristas, o tratamento que o CQC d aos fatos com amaior irreverncia possvel, conquistada com a longa bagagem humorstica do estilode comdia em p .

    Alis, Rossi aconselha um estilo de jornalismo todo prprio que o CQCsegue: (1995, p. 27) O esquematismo exagerado conduziu a tal padronizao quereprteres e redatores deixaram de ter como caracterstica central o domnio do

    idioma, de seu prprio estilo pessoal e da melhor maneira de captar o interesse [...].O autor d exemplos bem sucedidos de inovao. A revista O Cruzeiro umadelas, vendeu criatividade, apesar da padronizao, e nos anos 50 atingiu a marcade 800 mil exemplares. Outro exemplo do Jornal da Tarde que no manteve umapadronizao mas manteve uma boa vendagem justamente porque rompeu com anorma e estilos vigentes. Ele cita tambm o famoso jornal francs Le Monde que dtotal liberdade a seus reprteres, tanta que eles podem comear uma notcia comuma narrativa potica. Ele avisa que aqui no Brasil s um nome consagrado poderiafazer isso.

    Ento, Rossi conta a trajetria de Paulo Francis, ex-correspondente da Folhade S. Paulo em Nova Iorque, jornalista de renome, (1995, p. 34) [...] misturainformaes, comentrios, ironias ( s vezes pesadas) e recordaes pessoais[...].Ainda explica que (1995, p. 34) Nem por isso Francis deixa de ser um dos jornalistas mais lidos do pas [...].

    Rossi ainda afirma que (1995, p.56) [...] perante a autoridade, todo-poderosanos anos da ditadura, o reprter foi perdendo a postura crtica, a capacidade deformular as perguntas inconvenientes ou desagradveis, mas necessrias.

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    Os reprteres do CQC formulam suas questes com base na necessidadeque o assunto exige, sempre inconvenientes, mas com postura crtica o suficiente,sem precisarem perder o humor para isso.

    Rossi conta que: (1995, p. 77) O segredo de qualquer comunidade realmentedemocrtica justamente a participao de todos [...]. Isso incluiria o CQC, que um tipo de jornalismo com humor, mas que nem por isso pode ser excludo dosacontecimentos de interesse pblico.

    Linguagem jornalstica outro livro da srie Princpios do autor Nilson Lage.Trata de normas de redao jornalsticas, inclusive no telejornalismo.

    Segundo Lage, a linguagem jornalstica no est diretamente relacionada

    com o idioma pois em idiomas diferentes h uma linguagem jornalstica em comumque (1999, p. 5) mobiliza outros sistemas simblicos alm da comunicaolingstica. O livro seria um estudo mais amplo, de Semiologia, traado por Ferdinand de Saussure, no incio do sculo XX.

    No captulo As imagens em telejornalismo, ele explica que (1999, p. 27) [...]o jornalismo em sua expresso axiomtica: aparncia, entonao e expresso facialtorna-se a moldura para o entendimento dos fatos. Ele exemplifica isso dizendo que

    (1999, p. 27) Essa constatao conduziu a uma retrica visual que impe roupasescuras no vdeo em dias de acontecimentos trgicos ou veste os locutores deuniforme, como aconteceu na Polnia, quando os militares assumiram o poder. OCQC cuida da imagem e os integrantes do programa usam uma espcie de uniformepara ficarem iguais. Porm, no fica explicitado o porqu disso.

    Podemos classificar o CQC como telejornalismo pelo padro de produoque o programa segue. Segundo Lage: (1999, p. 28) Nos noticirios de horrio

    certo (os evening news, boletins do comeo de noite, so os de maior audincia, emtodo o mundo), as imagens das notcias aparecem como documentao do lead ditopelo apresentador ou da anlise feita por um anchorman, editor-analista.Exatamente como acontece no CQC, o programa embora exibido uma vez por semana e j de noite, faz um resumo semanal de notcias com ncoras que faz aanlise da notcia de forma humorstica.

    Para Lage, (1999, p.30) Reportagens de televiso [...] Podem contar umahistria, com a tradio narrativa do cinema-fico; defender uma tese; expor assuntos; retornar no tempo de imagens atuais para precedentes do passado; opor temas conflitivos. Isso engloba muito do que o CQC faz hoje.

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    Imprensa alternativa - Jornalismo de oposio e inovao , uma pequenaobra da srie Princpios. O autor, Rivaldo Chinem, trata da oposio do jornalismoaos militares da ditadura. Ele d destaque a trs jornais da poca: Pasquim, Opinio

    e Movimento. O Pasquim era um jornal humorstico dessa poca difcil.Logo na introduo Chinem diz que: (1995, p. 7) Uma das funes da

    imprensa tentar propor alternativas, e no apenas de notcia, mas de mercado, depostura, de organizao acionria [...].

    O autor reserva o captulo 3, intituladoOs alternativos para dissertar sobrea stira e a irreverncia, com exemplos de peridicos da poca. o caso do jornalBinmiode Jos Maria Rabelo e Euro Arantes que fazia crtica explcita ao slogan do

    binmio energia-transporte de Juscelino Kubitschek . As pginas eram cheias dehumor e o jornal era relativamente prspero com tiragem de 40 mil exemplares, masacabou depois do golpe militar. Segundo Chinem (1995, p. 32) Jos Maria Rabelofugiu para a Bolvia e s voltou em 1980.

    Dois meses depois do golpe, Millr Fernandes dirige um jornal de irrevernciae crtica chamado Pif Paf. Mesmo ttulo da seo em que escrevia na revista OCruzeiro e que foi demitido por justa causa, na poca da ditadura.

    O Pasquim surgiu no ano de 1969, em meio a recuperao da imprensadepois do AI-5. Havia um jornalzinho chamado Carapua, com uma seo escritapor Srgio Porto, que tambm escrevia na ltima Hora o Festival de besteiras queassolam o pas Febeap. Chinem afirma que era (1995, p. 42). [...] uma seointeressantssima, de muito bom humor. Srgio morreu e ento procuraram Jaguar e Ziraldo que recusaram o trabalho pois estavam interessados em fazer umapublicao deles prprios. Depois de um tempo o Carapua acabou. No AI-5 Ziraldo

    foi preso. Ao sair da priso ele pensou numa publicao independente de interessesempresariais como a Manchete, Globo, Estado, Folha e outros. Ento o Pasquimfoi criado com o grupo Carapua, que procurou Jaguar. Segundo Chinem (1995, p.43) O Carapua, no entender de Ziraldo, foi enterrado para nascer o Pasquim, quesurgiu exatamente seis meses depois do AI-5.

    Paulo Francis, tambm colaborador do Pasquim, resumiu em suas memriasdizendo que o jornal era uma brincadeira num tempo triste.

    Chinem ainda afirma que:

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    O Pasquim no era um jornal poltico, era apenas um jornal debochado, decontestao, indignado, que queria sair do sufoco, um jornal que nosuportava mais ver outros jornais como a primeira pgina do Jornal doBrasil, cheia de insinuaes e legendas, e o censor dentro da redao [...]Irreverente, moleque, com uma linguagem desabrida, bastante atrevidopara os padres de comportamento da imprensa na poca e com boadistribuio. Fez um sucesso extraordinrio.[...] Cada pessoa que estavana oposio, inconformada com aquele estado de coisas, via nele o seu jornal. E assim o jornal conquistou vrias faixas de leitores.[...] Jaguar [...]dizia para Ziraldo que no ia torrar um tosto naquele negcio, queconsiderava mais uma porralouquice de sua vida de jornalista.[...] Quatromeses depois, a redao fazia uma festa para comemorar os 100 milexemplares [...] (CHINEM, 1995, p. 43)

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    O CQC tem humoristas assim como se tinham no Pasquim. Segundo

    Chinem: (1995, p. 52) O Pasquim era feito olhando-se para Jaguar, um humoristapuro por excelncia [...] Jaguar sempre dizia que ele tinha mentalidade de 15 anosde idade.

    Na concluso, Chinem ainda lembra que: (1995, p. 87) Essa luta incessantecontra o arbtrio e a censura deve nos inspirar sempre, para que cada vez maistenhamos em nossas mentes que a liberdade de expresso to essencial quanto opo nosso de cada dia.

    No era apenas o Pasquim que desafiava o jeito clssico de jornalismo quehavia em sua poca.

    Desde os tempos monrquicos do Brasil, a imprensa sempre esteve presentena construo da histria. Os jornais Revrbero, Constitucional Fluminense e AMalagueta foram de grande importncia no processo de Independncia do Brasil.

    O Revrbero, jornal de propriedade de Joaquim Gonalves Ledo e Janurioda Cunha Barbosa, foi o primeiro jornal independente do governo no Rio de Janeiro.

    A independncia do Brasil era sua bandeira mas sem grandes cortes dos laoscom Portugal. Teve vida curta. Foi lanado em 15 de setembro de 1821 e veiculouat 8 de outubro de 1822. Composto de 12 pginas, o Reverbro era vendido por 120 a 160 mil ris. Publicava artigos de Lisboa, Paris e Londres.

    Nelson Werneck Sodr, no artigo Histria da Imprensa no Brasil , do siteCanal da Imprensa , classifica o Revrbero como: o melhor arauto dasreivindicaes brasileiras.

    Mas a despeito das consideraes do historiador, uma falha jornalstica geroudvidas sobre os reais objetivos do jornal. Quando proclamada a independncia,atitude to batalhada pelos redatores, nada foi publicado. Em 15 de outubro, oRevrbero Constitucional Fluminense, no veiculava mais, explicavam seufechamento dizendo que: empreendido s para o fim de proclamar a independnciade seu Pas, nada mais lhe resta a desejar, uma vez que ele [o Pas] vai ter umaAssemblia Constituinte e Legislativa, que j tem um imperador da sua escolha, que nao e nao livre.

    A partir de ento surgiram vrios problemas para os redatores, explodindonuma perseguio, pois misturaram os conceitos de independncia e liberdade.

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    A malagueta foi o ltimo jornal que surgiu no Rio de Janeiro, em 18 dedezembro de 1821. Lus Augusto May, era o dono do veiculo. Cada edio eraformada por um artigo somente, escrito na primeira pessoa e na forma de uma carta

    ao imperador. Seu objetivo era intervir no debate poltico e propor medidasconstitucionais. A malagueta se tornou o jornal mais popular do Rio, com cerca de500 assinaturas poca, equivalente a milhes. Mesmo sendo um jornalextremamente crtico ao governo, pois era independncia total de Portugal, AMalagueta usava o bom senso.

    Com artigos um tanto quentes, A Malagueta foi o primeiro jornal a sofrer censura. Como conseqncia de uma publicao no dia 5 de junho de 1823, em que

    fez diversos ataques a Jos Bonifacio, May foi vtima de espancamento. Puseramuma pimenta em sua boca e o obrigaram a mastigar. May levou alguns meses parase recuperar quando voltou a trabalhar tinha uma viso poltica renovada. o quetodos pensavam...e queriam.

    O prprio apresentador do programa CQC j fazia um jornalismo diferente.Marcelo Tas muito conhecido pelo seu personagem Ernesto Varela, um reprter fictcio que ironizava personalidades polticas da poca. Ficou clebre e entrou para

    a histria com a sua pergunta direta a Paulo Maluf que, surpreso, virou as costas edeixou a sala em que estavam :" Muitas pessoas no gostam do senhor, dizem que osenhor corrupto. verdade isso, deputado?".

    Tambm ficou famosa a briga que teve com o ento dirigente daConfederao Brasileira de Futebol (CBF) e deputado Nabi Abi Chedid, nosbastidores da Copa do Mundo de 1986: Qual vai ser a sua prxima jogada?

    O personagem considerado o "pai" do Reprter Vesgo (Rodrigo Scarpa),

    personagem do programa Pnico na TV que tambm faz sucesso ao abordar celebridades e annimos em festas e eventos com perguntas politicamenteincorretas (mas sem o mesmo vis poltico de Varela).

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    http://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_Malufhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Nabi_Abi_Chedidhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Copa_do_Mundo_de_1986http://pt.wikipedia.org/wiki/Rep?rter_Vesgohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Rodrigo_Scarpahttp://pt.wikipedia.org/wiki/P?nico_na_TVhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Nabi_Abi_Chedidhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Copa_do_Mundo_de_1986http://pt.wikipedia.org/wiki/Rep?rter_Vesgohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Rodrigo_Scarpahttp://pt.wikipedia.org/wiki/P?nico_na_TVhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_Maluf
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    4. HISTRIA DO CQC

    CQC a sigla para o programa de TV Custe o que custar, da redeBandeirantes. O programa faz um resumo semanal de notcias toda segunda-feira noite, com reprise aos sbados. Ele faz um tipo de telejornalismo com humor,composto por uma bancada de trs ncoras e seis reprteres.

    Figura 1: Sigla do programa

    O formato original veio da Argentina, onde o programa existe desde 1995, e tambm chamado de CQC, mas significando Caiga quem caiga , que, traduzindo,

    seria algo como Caia quem cair, transmitido pela Telefe. Porm, j percorreu omundo. Na Espanha, exibido desde 1996, no Mxico e na Itlia, desde 1997. NaItlia tem o nico CQC apresentado por uma mulher.

    Em Israel foi exibido durante o ano de 2001. No Chile existe desde 2002. OUruguai transmite a verso argentina. Portugal comea a exibi-lo a partir de outubro.Nos Estados Unidos foi feito um piloto. Um dos apresentadores foi DominicMonaghan (Charlie do seriado Lost). Eles j entrevistaram o candidato democrataBarak Obama, mas ainda no tem previso de ir ao ar.

    A Band importou a idia da produtora argentina Eyemorks Cuatro Cabezaspara co-produzir o programa no Brasil. Assim, o CQC brasileiro, estreou dia 17 demaro de 2008.

    O logotipo do programa uma mosca. Segundo o apresentador RafinhaBastos, eles queriam uma abelha mas como nem tudo no Brasil mel, a moscacoube perfeitamente nesse contexto do Custe o que custar, porque ela pode entrar em qualquer lugar.

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    Figura 2: A mosca, logotipo do programa, com a sigla do CQC.

    Os integrantes do programa se autodenominam um quartel-general em que,vestidos de terno preto, gravata e culos escuros, formam uma trupe.

    Figura 3: Integrantes do programa, a trupe do CQC. Na ordem do primeiro ao ltimo da filaesto: Marcelo Tas, Oscar Filho, Rafael Cortez, Felipe Andreoli, Marco Luque, Danilo Gentili eRafinha Bastos.

    Marcelo Tas o apresentador central do CQC. Ele jornalista, ator,apresentador, roteirista e diretor. Ernesto Varella foi um de seus famosospersonagens logo aps a abertura poltica do pas. Ele fazia algo parecido com oque o CQC faz hoje. Abordava os polticos no Congresso de forma bem humoradacom questes relevantes e polmicas. Chegou a perguntar a Paulo Maluf se ele eramesmo ladro, na poca em que Maluf era candidato a presidente. Maluf deu scostas e saiu da sala. Entrou para a histria tambm a discusso na Copa de 1986

    que deixou o presidente da CBF e tambm deputado Nabi Abi Chedid constrangidoao ser perguntado qual seria sua prxima jogada.

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    Rafael Bastos, chamado de Rafinha, tambm apresentador e divide abancada com Marcelo Tas e Marco Luque. Ele jornalista, ator e humorista. Jogoubasquete durante 15 anos nos Estados Unidos onde se aprofundou no estilo de

    comdia em p (Standup), que tem como cone nos Estados Unidos o humoristaSeinfeld. Ele participa da bancada mas tambm vai a campo como reprter doquadro Proteste j.

    Marco Luque o terceiro integrante da bancada do CQC, faz a parte maiscmica na apresentao do programa. ator e faz parte do elenco fixo da peaTera insana e do programa da rdio Mix FM com o personagem motoboy chamadoJackson Five.

    Danilo Gentili publicitrio, humorista, escritor e cartunista. Fundador daComdia ao Vivo, integra tambm o Clube da Comdia Stand-up

    Rafael Cortez ator, msico e jornalista. Ganhou o 32o Prmio Abril deJornalismo, em 2007, na categoria Contedo para Celular. um dos reprteres doCQC e apresenta o quadro do CQ Teste.

    Oscar Filho o reprter que cobre principalmente os eventos sociais. Ganhavrios apelidos por ser o mais baixinho da trupe. Ele ator e humorista.

    Felipe Andreoli se formou em jornalismo mas sempre freqentou redaes deTV desde os seis anos de idade, por causa do pai, tambm jornalista.

    Warley Santana o mais novo integrante do CQC. Ele ator e estreou noCQC com o quadro Em foco onde se passa por um assessor de imagem, alm dereprter.

    Algumas matrias vo ao ar sem necessariamente fazer parte de um quadrodentro do programa. Isso acontece por exemplo com os eventos sociais, geralmente

    festas, estrias de filmes, lanamentos de livros, lanamento de capa de revista den feminino, shows e outros.

    O programa tem quadros como o Top five, que a seleo das cincomelhores prolas da semana na TV.

    O CQ Teste avalia a capacidade intelectual das celebridades. So cincoquestes, em que cada resposta errada perde-se 60 segundos de um total de 300.O tempo restante ser igual ao coeficiente de inteligncia, segundo o CQ Teste.

    Depois de dois meses, com campanha para poder voltar ao Parlamento equase 300 mil assinaturas recolhidas, o quadro CQC no congresso voltou. ArlindoChinaglia, presidente da Cmara dos deputados, declarou que eles foram

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    entendidos como programa de humor e no jornalstico. Rafinha Bastos, reprter eapresentador do programa, afirmou Folha Online em 19/06/08: A gente tambmfaz isso [jornalismo], mas de uma forma irnica e bem humorada. Isso est

    assustando a figura poltica. Segundo Rivaldo Chinem, autor do livroImprensa alternativa: (1995, p. 8)

    Uma das funes da imprensa tentar propor alternativas, e no apenas na notcia,mas de mercado, de postura, de organizao acionria, a sonhada empreita dojornal de jornalista.

    Segundo Nilson Lage, no livroEstrutura da notcia (1999, p. 6) [...]cada umde ns conceitua as coisas por comparao e contraste, do ngulo da utilidade, da

    funo. O fato que ningum escapa da mira crtica e da irreverncia da verdadecida deles.

    O nome do programa faz jus as atitudes dos reprteres, que so bemaudaciosos. Um belo exemplo dessa audcia aconteceu no programa do dia 08 desetembro. Rafael Cortez fez-se passar por um convidado especial no 65 o Festival decinema de Veneza. Ele no s passeou pelo tapete vermelho, ao lado de estrelashollywoodianas como George Clooney, como tambm conseguiu entregar uma carta

    a Brad Pitt, endereada Angelina Jolie.Alguns quadros do programa so mveis. O quadro do Reprter Inexperiente

    foi extinto porque a srie de entrevistas foram ao ar e o reprter Danilo Gentilipoderia ser reconhecido. Ele se atrapalhava com personalidades como Datena,Raul Gil, Inri Cristo, Me Dinah, Padre Marcelo Rossi e outras. Tudopropositalmente, claro.

    O Teste da honestidade tambm foi feito por Danilo Gentili e consistia em

    testar a honestidade do brasileiro. Ele se passou por um cego e foi s compras.Muita gente deu o troco errado a ele. Quando ele voltava como reprter, algumaspessoas j sabiam do que se tratava e ficavam envergonhadas. Em um dessestestes ele deixou cair na rua o celular. Uma mulher viu que o aparelho era dele emesmo assim o guardou para si. Mesmo depois de desmascarada, assistindo aoflagra na filmagem da produo, eles necessitaram da ajuda da polcia pararecuperar o celular.

    CQC investiga outro quadro com Danilo Gentili, que aborda casos bizarros.Um deles foi no Reino dos Cus, nome do stio em que o lder Inri Cristo afirma ser a

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    encarnao do Pai, Jesus Cristo, e mantm discpulos. O outro foi na capetela deToninho do Diabo, lder de uma doutrina satnica.

    O quadro mais recente o Em Foco, com a entrada do oitavo integrante

    Warley Santana. Ele faz o contrrio do reprter inexperiente e se apresenta comouma espcie de assessor de imagem com curso no exterior de Carl Fischer, omesmo assessor de imagem de Barak Obama. Assim, o entrevistado segue riscaas instrues dele como repetir frases de efeito que ele pede ou congelar por algunssegundos, feito uma esttua. Tudo conselhos estratgicos de Warley para se sarembem no programa fictcio, Em Foco.

    O nosso recorte ser o quadro Proteste j, que existe desde o incio do

    programa. Ele presta um servio comunidade recebendo denncias, por e-mail, deproblemas pblicos. Assim, Rafael Bastos vai ao local do problema, escuta o povo ecobra dos responsveis atitudes e prazos para resolver a questo. Muitos casos jforam resolvidos por intermdio dele que nunca perde o senso de humor e o devidorespeito pelas autoridades e assistentes. Sempre questionador protesta de formairreverente pegando um objeto do responsvel em questo como forma de garantiapara a soluo do problema.

    Figura 4: Rafael Bastos, Rafinha, apresentador e reprter do quadro Proteste j

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    5. O GNERO JORNALISMO TELEVISIVO: CQC

    Jos Marques de Melo, tem uma coleo de livros que leva o seu nome,dentre eles A opinio no jornalismo brasileiro,obra bastante reconhecida no campo jornalstico brasileiro. O estudo dessa obra nos foi importante para reconhecer oCQC tambm como uma categoria do jornalismo.

    Segundo Melo, (1994, p.12) [...] o jornalismo se articula necessariamentecom os veculos que tornam pblicas suas mensagens, sem que isso signifique dizer que todas as mensagens ali contidas so de natureza jornalstica. Para Melo,

    (1994, p. 13). [...] o jornalismo atm-se ao real, exercendo um papel da orientaoracional

    Melo ainda afirma que: (1994, p.14) A chave para apreender a identidade deseu objeto ele a encontrou na conjugao das quatro caractersticas exigidas comoparmetros da totalidade jornalstica: periodicidade, universalidade, atualidade edifuso. Quatro elementos que o CQC dispe, principalmente no quadro Proteste j,entendendo que, para Melo, universalidade (1994, p. 16). [...] uma sintonia comos desejos e as reaes da coletividade. Melo cita tambm Fraser Bondque que doutras quatro caractersticas principais para o jornalismo ao dizer que O jornalismotem quatro razes de ser fundamentais: informar, interpretar, orientar, entreter [...](1994, p. 27 apud MELO). Entreter a principal caracterstica do CQC, mas nodeixa a desejar nas outras.

    O CQC diferente de outros tipos de jornalismo, mas Melo afirma que: (1994,p. 15) [...] cada processo jornalstico tem suas prprias peculiaridades, variando deacordo com a estrutura scio-cultural em que se localiza [..]

    Melo conta que (1994, p.20) [...] fica evidente a natureza eminentemente poltica que o jornalismo assume desde o seu nascimento como processo social.Nessa situao, o Proteste j se enquadra como jornalismo pois, tem um processosocial e poltico muito forte, independente da narrativa humorstica que ele utiliza.Segundo Melo: (1994, p. 24) Cada processo jornalstico tem sua dimensoideolgica prpria, independente do artifcio narrativo utilizado. Melo ainda afirmaque (1994, p. 26) [...] predominam essas duas caractersticas no jornalismo o

    informativo e o opinativo contemporaneamente elas convivem com categorias

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    novas que correspondem s mutaes experimentadas pelos processos jornalsticos[...].

    Conforme Melo: (1994, p.27) Paralelamente ao seu propsito de informar,

    interpretar e moldar opinies, o jornalismo dedica um esforo crescente sua funode entreter O CQC exerce muito bem essa funo, sem deixar de lado ocompromisso com a sociedade, assim como Melo prope (1994, p. 28-29) [...]oferecendo informaes utilitrias, mantendo sees que buscam entreter, ouabrindo espao para preencher o interesse do pblico, divertindo-o. Essa funocorresponde ao jornalismo diversional .

    Porm Melo coloca uma questo: (1994, p. 29) At que ponto as duas novas

    categorias, o jornalismo interpretativo e o jornalismo diversional, adquiriramuniversalidade suficiente para figurar como categorias autnomas?

    Melo revela que: (1994, p.29) O assunto no est ainda muito bemequacionado. H estudiosos que aceitam a existncia de todas as categorias, mash alguns que recusam algumas delas

    Porm o Melo chega a concluso de que (1994, p. 32) [...] ao jornalismodiversional, vale a pena referir que se trata de uma categoria no legitimada nos

    crculos acadmicos brasileiros.Fato preocupante que o CQC se considera um programa tambm

    humorstico e Melo discute isso dizendo que (1994, p. 32) [...] os programashumorsticos do rdio e da televiso, por mais que se articulem com a atualidade,no constituem matrias jornalsticas. Segundo Melo, isso porque: (1994, p. 33)So mensagens desvinculadas do real, mais prximas do universo imaginrio eportanto classificadas dentro do campo do lazer . Mas o CQC tem um vnculo com a

    veracidade dos fatos, tornando mais fcil uma classificao jornalstica.Um fato importante que Melo analisa e que o programa faz, com o

    compromisso de (1994, p. 34) [...] tirar o homem de sua preocupao cotidiana,profissional ou familiar. Apresentar-lhe novos horizontes que reanimem seu esprito.E melhor se tudo isto se obtm com alegria e com graa.

    Melo comenta um pouco sobre o Novo Jornalismo norte-americano, que comoo CQC, foi inovador para a poca que a (1994, p. 35) [...] corrente que inova naforma jornalstica, reintroduzindo a subjetividade do narrador e recorrendo a padresde expresso prximos do conto, da novela e de outros gneros literrios. Melo cita

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    (1994, p. 35) [...] como figuras representativas Tom Wolfe, Gay Talese, TrumanCapote.

    Melo explica que: (1994, p.35) So jornalistas-escritores que registram as

    ocorrncias do real, mantendo fiis veracidade, mas utilizando a sensibilidade aosrecursos do relato ficcional. Melo continua dizendo que: (1994, p. 35) O interesse[...] por essas produes jornalsticas est menos na informao em si, [...] do quenos ingredientes de estilo a que recorrem os seus redatores, [...] em suma,divertindo, entretendo, agradando.

    O CQC tem um estilo prprio que diverte, traz entretenimento e agrada, vistoas suas repercusses na mdia e o IBOPE, que veio crescendo.

    Melo esclarece que (1994, p. 37-38) [...] a mensagem jornalstica vemexperimentando mutaes significativas [...]. Segundo Melo, (1994) a instituio jornalstica se adapta em funo das alteraes culturais com que se defronta emcada pas ou em cada universo geocultural. Rafael Bastos, em entrevista para onosso projeto (PPM), afirmou que apesar do programa ter formato argentino, ele temuma pegada brasileira.

    Muito se questiona se o CQC ou no um programa jornalstico. Melo lana a

    pergunta: (1994, p. 38) O que so gneros jornalsticos? [...] esse tipo de resposta buscada quase que exclusivamente pelos estudiosos europeus e latino-americanos

    Segundo Gargurevich gneros jornalsticos so (1994, p. 39, apud MELO)formas que busca o jornalista para se expressar. Seu trao definido est portantono estilo, no manejo da lngua: so formas jornalstico-literrias porque seuobjetivo o relato da informao e no necessariamente o prazer esttico.

    Na obra de Melo podemos encontrar que (1994, p.39) [...] as diferenas entre

    os gneros surgem da correspondncia dos textos que os jornalistas escrevem emrelao s inclinaes e aos gostos do pblico. Segundo Martin Vivaldi pressupe ouso de (1994, p.39, apud MELO) todos os recursos expressivos e vitais, prprios eadequados para expressar a variadssima gama do acontecer dirio

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    Jos Carlos Aronchi de Souza, jornalista, Mestre em Comunicao Cientfica eTecnolgica pela Universidade Metodista e Doutor em Cincias da Comunicao

    pela ECA/USP, em seu livro Gneros e Formatos na Televiso brasileira, exploraempiricamente o universo televisivo brasileiro. Neste trabalho ele faz uma anlisemais profunda no ano de 1996, no entanto ele acompanhou o perodo de 1994 a2003. Ele ir classificar os gneros televisivos, formatos e suas variaes. Eleidentificou 37 gneros e 31 formatos que compem os quadros, separados em cincocategorias: entretenimento, informao, educao, publicidade e outros. nesseobjeto de estudo que classificaremos o formato de programa do CQC.

    A televiso tem a possibilidade de cercar e capturar a conscincia do pblico,Adorno define como: [...] a totalidade do mundo sensvel em uma imagem quealcana todos os rgos, o sonho sem sonho. (2004, p. 23, apud ARONCHI).

    Em um depoimento o publicitrio brasileiro Mauro Salles afirma:

    [...] de outra parte, a televiso se transformou na principal fonte deinformao e notcia para as mais amplas camadas de espectadores detodos os nveis, todas as idades, todas as classes, de todos os rincesdeste pas. A notcia, a reportagem, o discurso, as salas, os quartos,trazendo o mundo para perto de ns e, de outra parte, levando-nos paramais perto do mundo. (SALLES, apud ARONCHI, 2004, p. 24).

    Existem muitas redes de televiso no Brasil, um exemplo a Globo que comparada aos maiores sucessos da cultura popular americana contempornea.Existem tambm as maiores redes de TV do mundo, como o caso da inglesa BBCe da RAI (italiana). Essas emissoras so fbricas de programas com todos os tiposde formatos e gneros.

    Enfim, o estudo do gnero a compreenso do desenvolvimento da televiso.

    Segundo Aronchi (2004, p.45) O gnero de um programa associa-sediretamente a um formato, e Aristteles (apud ARONCHI, 2004, p. 45) define isso

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    [...] a concepo de gnero muito til para introduzir os alunos mais cedonos estudos de televiso. Define-se gnero como um conjunto de espciesque apresentam certo nmero de caracteres comuns convencionalmenteestabelecidos. A prpria palavra gnero significa simplesmente ordem,quanto aos gneros na comunicao os gneros so sistemas de regras aosquais se faz referncia. Barbosa Filho define os gneros da rea decomunicao como unidades de informao.(MASTERMAN, LEN apud ARONCHI, 2004, p. 31)

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    da seguinte maneira: [...] que a realidade consiste em vrias coisas isoladas, querepresentam uma unidade de forma e substncia. A substncia o material de que acoisa se compe, ao passo que a forma so as caractersticas peculiares da coisa.

    Ou seja, a forma a caracterstica que ajuda a definir o gnero, e o formato simplesmente as caractersticas gerais de um programa de televiso. SegundoAronchi, ele demonstra formato e gnero da seguinte maneira: Formato: ascaractersticas gerais de um programa de televiso. A forma geral de um programade TV. Os aspectos de um programa de TV. (2004, p. 45).

    Formato est sempre associado a um gnero, assim como gnero estdiretamente ligado a uma categoria. (2004, p. 46).

    Figura 5: Localizao dos formatos nos gneros.Em um gnero pode haver vriosformatos de programa (2004, p.47)

    As emissoras de todo o mundo procuram um formato salvador da ptria.Segundo Aronchi: Os formatos so a base do xito, mas muitas vezes difcildistinguir o essencial do secundrio, para apontar qual o motivo do triunfo de um eporque ele diferente do outro. ( 2004, p. 47)

    Deve-se ressaltar que a categoria de um programa de TV nos ajuda aentender o que dizemos de determinado gnero de programa. Os gneros tmhistria e essa histria est ligada ao desenvolvimento de determinada regio oupas. Por isso um programa ou show de televiso deve ser identificado de acordocom o perodo histrico de sua produo, para reconhecer os gneros de sua

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    poca. Aronchi acredita que a regravao de programas tradicionais e a criaoeventual de novos gneros esto associadas a um fator muito mais importante,que afeta a estrutura bsica e a formatao dos programas: o econmico, isso

    pode ser interpretado pela tica de uma indstria que tem seus produtos venda.Nas palavras de Aronchi ( 2004, p. 52) Poucos anunciantes desejam arriscar patrocinar programas no-convencionais.

    Um gnero determinado atrai certo tipo de patrocinador e forma acaracterstica da rede, enfim, cada emissora tem sua personalidade e cadaprograma, seu status. A Band era considerada o canal do esporte, pois a maior parte de sua programao era dedicada ao esporte.

    Os gneros como eventos e telejornalismo, marcam uma nova fase, areformulao do jornalismo so investimentos em gneros que modificam osdados colhidos na ltima dcada e apontam para um novo percurso da rede.

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    [...] 18% gnero esportivo, 14% religioso, filmes e variedades 13% cadaum, sries e telejornalismo empatavam em 8%, programas de debate5%, entrevista 4%., entretenimento 3%, novelas 2%. No total, aprogramao da Rede Bandeirantes dedicava 65% categoriaentretenimento, 17% categoria informao e 17% a outros.(ARONCHI, 2004, p.90).

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    Categoria Gnero

    Entretenimento

    Auditrio, Colunismo social, Culinrio,

    Desenho animado, Docudrama,Esportivo, Filme, Game show (competio), Humorstico, Infantil,Interativo, Musical, Novela,Quiz show (perguntas e respostas), Reality show (tv-realidade), Revista, Srie, Sriebrasileira, Sitcom (comdia desituaes), Talk show , Teledramaturgia(fico), Variedades, Western(faroeste)

    Informao Debate, Documentrio, Entrevista,Telejornal

    Educao Educativo, InstrutivoPublicidade Chamada, Filme comercial, Poltico,

    Sorteio, TelecompraOutros Especial, Eventos, Religioso

    Tabela 1 : Categorias e seus respectivos gneros televisivos, segundo Aronchi.

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    O gnero humorstico surgiu durante o perodo da Ditadura Militar, osprogramas humorsticos traziam mensagens codificadas que minimizavam apresso poltica e econmica da poca: era uma crtica consentida. As

    dificuldades do povo passavam a ser engraadas, o formato aplicados ao humor na TV, na viso de Aronchi, seguem vrios estilos, de tradicionais, como os deauditrio, aos mais ousados, como os documentrios ou entrevistas. Os formatosmais utilizados pelos humorsticos so o de auditrio, comoCasseta & Planeta darede Globo de televiso. O humorismo passa a ser o coringa da programao, ognero e o formato so bem adaptveis reao da audincia. Segundo Aronchi(2004, p. 114) Aristfanes e Plato, na Grcia clssica, utilizavam do riso para

    fustigar a sociedade de sua poca.O gnero de telejornalismo est classificado como um programa que

    apresenta caractersticas prprias e evidentes. As emissoras, de acordo comAronchi (2004, p. 149) [...] classificam de telejornalismo os noticirios,informativos segmentados ou no, em diversos formatos.

    A ampliao do telejornalismo na televiso se deu em vrios segmentos daprogramao, passando a ocupar um espao alm dos noticirios, com novas

    frmulas:

    Gontijo Teodoro, apresentador do Reprter Esso e diretor de telejornalismoda TV Tupi do Rio de Janeiro, acredita que os deveres do telejornal so: informar,educar, servir, interpretar, entreter (apud ARONCHI, 2004, p. 151). O formato dotelejornalismo um ou mais apresentadores lem os textos e apresentam asreportagens externas realizadas pelos jornalistas, ao vivo. E no gnero entrevista,o entrevistado o foco e no h show comandado pelo jornalista apresentador equando existe descontrao e intimidade, pode haver uma redefinio do gneroentrevista, como o talk show .

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    O jornal de vanguarda tambm inovou, pois antigamente todos os jornaisde televiso tinham praticamente o mesmo formato: uma cortina ao fundocom uma cartela com o nome do patrocinador, e o locutor lendo asnotcias, em geral tiradas a gilete dos jornais, porque a televiso aindarecebia influncia do rdio. No jornal de vanguarda comecei a trazer os jornalistas para a televiso. O Abertura foi exatamente o primeiroprograma a romper com isso. Depois, na Rede Bandeirantes, junto comRoberto dAvila, criei o programa Canal livre, que foi outro grande passopara a abertura democrtica do Brasil. O Canal livre continuava o Abertura.(LIMA, FERNANDO BARBOSA apud ARONCHI, 2004, p. 151)

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    Segundo Aronchi, em uma viso geral de gneros, existem aqueles quedevido multiplicidade de frmulas de produo, a migrao entre as categorias ea criatividade dos diretores faz alguns programas de TV no terem um rtulo que

    defina seu gnero ou sua origem. Em suas prprias palavras: [...] importanteressaltar que os gneros modificam-se, fundem-se e se diversificamconstantemente. (Aronchi, 2004 p. 162). Continuando, Aronchi ainda afirma que[...] podendo mesclar-se e fundir-se com as de outros gneros, originando novasmatrizes genricas. (Aronchi, 2004 p. 162). Essa a classificao, ou seja,denominao de programas outros, a tentativa de identificar um novo gnero.

    E por fim, a programao. Walter Clark, executivo da televiso brasileira

    definiu bem isso, em uma frase: TV no programa, programao [...] as redesplanejam o horrio dos seus programas levando em conta a preferncia dopblico pelos gneros transmitidos em determinados perodos do dia. (apudARONCHI, 2004, P. 53).

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    6. INDSTRIA CULTURAL E O CQC

    Segundo Teixeira Coelho, em seu livroO que indstria Cultural:

    A Indstria cultural um daqueles objetos de estudo que se do a conhecer para as cincias humanas antes por suas qualidades indicativas, ouaspectos exteriores, do que por sua constituio interior, estrutural. E umdesses traos indicativos exatamente o da tica posta em prtica por essaindstria. ( COELHO,1980, p. 08).

    O livro mostra os dois lados, os que so a favor da Indstria Cultural e os queno so. Adorno acredita que a Indstria Cultural imbeciliza as pessoas, mas umpensador canadense chamado Mcluhan acredita exatamente o contrrio, elepensava que a TV era um meio positivo, um meio possibilitador da revelao e noda alienao. Nesse momento Teixeira Coelho esclarece que Mcluhan est dizendoque a participao uma complementao e mais nada, ou seja a audincia.

    Est certo que a Indstria Cultural aliena de alguma maneira. Ela dirige-se aoconsumidor ao invs de colocar-se a sua disposio. Isso demonstrado ao nossoredor. Teixeira Coelho cita em seu livro um pensador chamado Dwight MacDonaldque fala na existncia de trs formas de manifestao cultural: superior, mdia e demassa. No caso, a cultura de massa seria uma cultura inferior. A cultura mdia designada tambm pela expresso midcult, que remete ao universo dos pequenos burgueses, e a cultura de massa chamada de masscult, pois para ele no setrataria nem de uma cultura nem de massa. Cultura superior so todos os produtosditos eruditos.

    A Indstria Cultural aliena, quando nos deixamos levar por produtosfteis, mas que nos do prazer. Em nosso objeto de estudo, que o programa CQC,e o nosso recorte no quadro Proteste j, o que queremos por meio deste trabalho provar que existe sim no meio desse entretenimento e alienao, jornalismo srio,que queira esclarecer. A Indstria Cultural pode muitas vezes imbecilizar, mas no

    somos escravos da Indstria Cultural, pois podemos escolher o que queremos ver ou ter, a Indstria Cultural nada mais do que fazer nossas vontades e prazeres e

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    no meio dessa alienao existem produtos esclarecedores, que buscam informar aspessoas, que buscam fazer com que as pessoas olhe criticamente o pas em quevivemos. O CQC visa isso, ele um programa humorstico, que est mais voltado

    para o jornalismo, ele um gnero de humor inteligente, que fala o que pensa, quetem liberdade para se expressar. Em uma entrevista concedida para o nosso grupo,Rafael Bastos, afirma que existem coisas que imbecilizam e outras que no e que ateleviso tem um papel muito importante, esclarecendo a populao atravs dacomdia, atravs do jornalismo e isso que ele diz estar fazendo com o CQC.

    E enquanto a Indstria Cultural, tomarei emprestada a frase de TeixeiraCoelho (1998, p.97) Encontrar o caminho e o passo certo nesse fio de navalha

    tarefa to rdua quanto, parece, necessria.

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    7. O PROGRAMA DO DIA 22 DE SETEMBRO DE 2008

    Analisaremos mais a fundo o programa em que participamos da platia do dodia 22 de setembro de 2008.

    Antes de comear o programa, mostrada uma propaganda do seupatrocinador e ento h uma sntese do que vai acontecer. Aps a sntese vem aabertura, o apresentador Marcelo Tas apresenta Rafael Bastos e Marco Luque quetambm so apresentadores do programa e por fim entra outra propaganda de umde seus patrocinadores.

    Depois de cada comercial, na volta do programa h sempre uma propagandade um de seus patrocinadores. No primeiro quadro, CPI dos grampos, o reprter Danilo Gentili, vai ao congresso nacional investigar o grampo telefnico, o que foiconstatado que esse quadro jornalstico, no entanto um jornalstico muito maisvoltado para o humor e muito mais desafiador. As perguntas so extremamentediretas e causam ao entrevistado momento de tenso, irritao.

    Senhor ministro em vez de voc ficar falando sobre escuta telefnica, no melhor voc falar sobre detector de mentira. Danilo Gentili fez essa pergunta e apessoa em questo no lhe deu ouvidos, a pergunta tambm tem duplo sentido.

    No quadro em que o reprter Rafael Cortez vai para Veneza, ele mostra ospontos tursticos da cidade, um quadro estritamente de entretenimento, no entantoas perguntas so sempre com duplo sentido, no caso em questo mais humorstico.Logo aps vem o CQ Teste, quadro de perguntas e respostas que apenas dehumor e entretenimento, sem muita definio.

    Top Five mostra toda semana os erros que acontecem em outros programas.Os apresentadores fazem comentrios que denotam humor e que tambm mostraduplo sentido. Um exemplo foi o comentrio do apresentador Rafael Bastos sobre oladro que ligou para a polcia para avisar que os pais haviam deixado uma crianano carro. Ele diz: Com ladres como esse o pas Brasil seria um pas muito maisseguro. ( Quando ele disse seguro fez um gesto com os dedos fazendo entreaspas).

    Os quadros do assessor de imagem, apresentado pelo reprter Warley

    Santana, o quadro do reprter Felipe Andreoli, que no dia em questo foi ao PrmioComunique-se e do reprter Oscar filho so entretenimento mas, com perguntas

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    tambm de duplo sentido, totalmente voltado para o humor. As perguntas so maispara provocao mesmo, com tom de brincadeira. Por fim, vem o quadro Proteste j,que demonstra ser o mais jornalstico. No entanto, no srio, nesse quadro

    tambm h duplo sentido.Na anlise do programa, podemos identificar que em todos os quadros, at

    mesmo nos comentrios dos apresentadores, a linguagem que eles usam para como pblico de duplo sentido. H sempre algo por trs de cada comentrio e essealgo que instiga as pessoas.

    Como j havia informado, Aronchi tambm definiu que estavam surgindogneros novos e que para definir um programa era necessrio achar a sua essncia,

    da produo ao pblico-alvo e tambm que esto surgindo novos gneros que semisturam, entre eles, entretenimento, jornalismo e humor. Na anlise feita doprograma CQC do dia 22 de setembro de 2008 podemos tambm perceber que oprograma contm quadros de entretenimento, jornalismo e humor e que todos osquadros, at mesmo aqueles mais fteis, tem uma coisa em comum, a linguagemque todos usam, o modo como falam e o que sempre tentam esperar que acontea,ou seja, em todos os quadros, o modo como eles falam, e eu estou incluindo os

    apresentadores tambm, uma linguagem ao mesmo tempo cida, incomoda paraquem est recebendo a pergunta. como se a todo momento eles tivessemfazendo piadas tirando sarro s vezes mais srio e s vezes s por diverso. O paida psicanlise, Freud, dizia que ningum se contenta em fazer um chiste para si.Marcelo Tas diz que uma piada precisa composta minimamente de doisinterlocutores: o que fala e o que escuta.

    Segundo John Deely : A linguagem como rede objetiva parte de um todo

    maior de relaes objetivas. A rede lingstica se alimenta da estrutura daexperincia como um todo e transformado por ela em sua irredutibilidade aoambiente fsico (apud BONINI, 2008, p. 38).Marcelo Tas, em entrevista fornecida ao portal Imprensa, diz que [...] um gneromuito difcil, porque se pode cair no engraadinho, no ftil. um fio de navalha.

    Reafirmando o que j foi dito, Aronchi, em suas prprias palavras dizque: [...] importante ressaltar que os gneros modificam-se, fundem-se e sediversificam constantemente [...] podendo mesclar-se e fundir-se com as de outrosgneros, originando novas matrizes genricas. (Aronchi, 2004 p. 162).

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    Essa a classificao de programas outros. a tentativa de identificar umnovo gnero. esse o gnero que existe no CQC, outros, pois ele uma junode humor, telejornalismo e entretenimento. O CQC uma nova matriz de gnero,

    muito mais voltada para o humor e o entretenimento.Para exemplificar como o CQC age, de certa forma, no processo

    jornalstico do programa, para atrair o pblico:

    No livro,Vencendo com a sua voz , do Dr. Morton Cooper, ele afirma que osprogramas de entrevistas no so os nicos que mostram o estilo de dilogo nacomunicao. At mesmo os apresentadores de noticirios mudaram do antigoestilo formal, do tipo noticirio pesado para o estilo mais atual, o noticirio leve.Cooper diz ser o mtodo curto e grosso que os ouvintes parecem gostar. O CQCno um programa s de entrevista, no entanto, curto e grosso em suas

    reportagens, mas de uma maneira mais cmica e irnica e nesse ponto que oprograma CQC inova, no humor irnico. Para um maior esclarecimento, humor literal e ingnuo enquanto que a ironia sarcstico e requer do ouvinte/receptor algum conhecimento adicional. O gnero outros se define para o CQC como umprograma jornalstico com humor irnico.

    Para finalizar quero deixar claro, que neste trabalho de pesquisa noestamos criando ou definindo um gnero, existe apenas uma anlise do programae dos livros estudados. Trata-se de uma concluso de tudo que j foi lido e noqual acreditamos que o programa CQC mais se encaixa no gnero.

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    Em uma atmosfera relaxada o telespectador deve aprender, sem esforo,que h outras coisas no mundo e que sempre se deve usar o cinto desegurana. Mas no deve perceber, sob nenhuma circunstncia, quealgo lhe est sendo ensinado (Bosshart 1984, p.648 apud KUNCZIK,1988, p. 108)

    Em uma atmosfera relaxada o telespectador deve aprender, sem esforo,que h outras coisas no mundo e que sempre se deve usar o cinto desegurana. Mas no deve perceber, sob nenhuma circunstncia, quealgo lhe est sendo ensinado (Bosshart 1984, p.648 apud KUNCZIK,1988, p. 108)

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    CONSIDERAES FINAIS

    O programa teve grande repercusso na mdia brasileira e veio crescendo noIbope, chegando a ficar em terceiro lugar junto com o SBT, atrs somente da Globoe da Record.

    O CQC no deixa de ser um produto miditico que imprime umcomportamento jovem, atraindo um pblico alvo especfico para a publicidade em TVaberta. Segundo Melo, [...]no sculo XIX, quando a imprensa norte-americana

    acelera seu ritmo produtivo, assumindo feio industrial e convertendo a informaode atualidade em mercadoria[...] o rdio e a televiso j nascem nesse contextomercantil (p. 23). Em outra ocasio Melo ainda afirma que [...] suas formas deexpresso buscam adequar-se aos desejos dos consumidores de equiparar-se aospadres das mensagens no jornalsticas que fluem atravs dos mass media (p.26). Porm, o CQC no se torna alienante a ponto de deseducar e manipular. Vriosquadros tem um vis poltico e social. O quadro do Proteste j exerce bem essafuno jornalstica, sem nunca deixar de lado o bom humor, a irreverncia e averdade cida, marcas fundamentais do programa.

    O novo gnero jornalstico do programa no delimita a credibilidade do jornalismo propriamente dito, ou seja, o trabalho comediante no desacredita otrabalho jornalstico, ajuda a agregar valores massa jovem com o humor, quedesperta o interesse para assuntos relevantes da sociedade.

    Vrios problemas foram solucionados com o quadro Proteste j. Como oprprio Rafael Bastos concedeu-nos em entrevista, essa a melhor parte doquadro, provando que a linguagem humorstica utilizada no delimitou a prticacontestora e o seu trabalho humoristico no desacreditou o trabalho jornalstico, poisas solues para os problemas vieram.

    Rafael Bastos no passou somente a impresso de humorista mas tambmde jornalista comprometido com a populao, que o principal intuito do jornalismo,dando voz e cobrando solues.

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    A Indstria cultural um daqueles objetos de estudo que se do a conhecer para as cincias humanas antes por suas qualidades indicativas, ou aspectosexteriores, do que por sua constituio interior, estrutural. E um desses traosindicativos exatamente o da tica posta em prtica por essa indstria.( COELHO,1980, p. 08).

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    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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    BOSLI, Alfredo.O ser e o tempo da poesia. 6 ed. So Paulo: Companhiadas letras, 2000.

    CANDIA, Vanessa. Imprensa apimentada . Disponvel em:www.canaldaimprensa.com.br/canalant/nostalgia/doito/nostalgia1. Acesso em:22/09/2008.

    COELHO, Teixeira.O que indstria cultural. 11 ed. So Paulo: Brasiliense,1998.

    CHINEM, Rivaldo.Imprensa alternativa: jornalismo de oposio e inovao.So Paulo: tica,1995.

    COOPER, Morton.Vencendo com sua voz: 5 minutos por dia para uma voz

    vencedora. So Paulo: Manole, 1990.

    LAGE, Nilson.Estrutura da notcia. 5 ed. So Paulo: tica, 1999.

    ______ .Linguagem jornalstica . 7 ed. So Paulo: tica, 1999.

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    http://lucibonini.blogspot.com/2008/07/semiotica.htmlhttp://www.canaldaimprensa.com.br/canalant/nostalgia/doito/nostalgia1http://lucibonini.blogspot.com/2008/07/semiotica.htmlhttp://www.canaldaimprensa.com.br/canalant/nostalgia/doito/nostalgia1
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    MARANGONI, Nivaldo.Televiso: fcil de ver, difcil de fazer, dicas de comoaparecer bem na telinha. So Jos dos Campos: Papercrom, 2002.

    MATTOS, Laura. CQC e 15 minutos renovam humor televisivo comatores do teatro alternativo. Disponvel em:http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u389402.shtml. Acesso em :20/08/2008.

    MELO, Jos Marques de. A opinio no jornalismo brasileiro. 2 ed.Petrpolis: Vozes, 1994.

    PATERNOSTRO, Vera ris.O texto na TV: manual de telejornalismo. Rio deJaneiro: Campus, 1999

    PRADO, Miguel Arcanjo.Humor do CQC dobra audincia da Band .Disponvel em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u405829.shtml. Acesso em: 20/08/2008.

    ROSSI, Clvis.O que jornalismo. 10 ed. So Paulo: Brasiliense, 1995.

    SOUZA, Jos Carlos Aronchi de. Gneros e formatos na televisobrasileira. So Paulo: Summus, 2004.

    WIKIPDIA. O Pasquim . Disponvel em:

    http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Pasquim. Acesso em: 22/ 09/ 2008.

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    http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u389402.shtmlhttp://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u405829.shtmlhttp://pt.wikipedia.org/wiki/O_Pasquimhttp://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u389402.shtmlhttp://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u405829.shtmlhttp://pt.wikipedia.org/wiki/O_Pasquim
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    ANEXO A - Entrevista com Rafinha Bastos

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    Entrevista com Rafinha Bastos

    Patrcia: Como surgiu o quadro Proteste J?

    Rafinha: O Proteste j um quadro que foi criado na Argentina, na execuoinicial do programa, verso inicial na Argentina, que era uma maneira de fazer adenncia com bom humor. E isso que a gente trouxe para o Brasil e eu sou oreprter que faz esse quadro.

    Patrcia: Porque que o logotipo do programa uma mosca?Rafinha: A gente gostaria que fosse uma abelha que gosta de comer mel, mas

    infelizmente na Argentina colocaram uma mosca porque a mosca ela est sempre semetendo aonde no chamada, ento por isso que esse o logotipo do CQC.

    Patrcia: O que voc acha desse gnero jornalstico humorstico mas aomesmo tempo esclarecedor?

    Rafinha: Eu acho horrvel (risos). Brincadeira. Eu acho que a melhor maneira de se fazer jornalismo pra mim fazer atravs da comdia, da ironia. Eu

    acho que voc pode utilizar e fazer jornalismo de uma forma diferente e isso que agente ta fazendo aqui agora.

    Patrcia: Voc conhece o Adorno, Rafinha?Rafinha: Adorno? O que seria isso? Seria uma pessoa? isso? Adorno, um

    abrao para o Adorno. Abrao Adorno. No sei quem o Adorno.

    Patrcia: Ento, o Adorno fala da Indstria cultural, ele acredita que a IndstriaCultural imbeciliza, aliena as pessoas, como voc v o CQC nisso, pois o CQCmostra o entretenimento mas tambm esclarece?

    Rafinha: Olha eu acredito que o Adorno no diga exatamente isso, ele nopode ser to geral assim, existem certas coisas da cultura de massa que realmenteimbeciliza e outras coisas que no imbecilizam. Acho que em qualquer lugar existemlivros que imbecilizam tambm e existem livros que trazem cultura. Acho que no dpra ser to radical assim, que a televiso tem um papel muito importante,esclarecendo a populao, atravs do jornalismo, atravs da comdia, atravs do

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    quer que seja, eu acho que isso que a gente faz na Band, e isso que a gente tfazendo com o CQC.

    Patrcia: Sobre o programa, o quadro Proteste j, qual o critrio de escolhaque vocs utilizam? E-mail, carta?

    Rafinha: Carta mandava at a Idade Mdia, n? Agora j evoluiu o planeta,ento agora a gente t com outras formas de comunicao mais imediata, a genterecebe e-mail e ligaes e faz uma triagem desses contatos. Muitas vezes aproduo descola as pautas de alguns assuntos para a gente fazer e a pauta elasurge, ela selecionada nas mais diversas formas, seja importncia para uma

    comunidade, importncia para um nmero de pessoas, um assunto que sejaimportante, que gere identificao com as pessoas do outro lado da tela.

    Patrcia: O produtor vai atrs da denncia antes de voc?Rafinha: Sim, vem o produtor que vai at o lugar onde a gente vai gravar, vai

    descobrir como que o caso, se aquilo mesmo que foi relatado. Ele tem umtrabalho de apurao antes de fazer as gravaes.

    Patrcia: Essas so as pautas, ou, como so as reunies de pauta?Rafinha: Existem as reunies de pauta do programa. Proteste j, um

    pouquinho diferente, ele separado. Como uma matria de quinze minutossemanais, as reunies de pauta acontecem entre a produo e o diretor doprograma, olha isso legal, isso no legal, e a gente vai atrs desses assuntos,a gente no faz parte da pauta, da reunio de pautas das matrias semanais, a

    gente tem meio que uma vida prpria dentro do CQC, mas a forma de apuraodisso a mesma de todas as outras matrias do programa.

    Patrcia: No quadro Proteste j, tem algum quadro que voc gostou mais, quevoc achou que aquilo era mesmo o que significava o Proteste j?

    Rafinha: Acho que todos aqueles Proteste que j tiveram a resposta positiva,que no final tiveram suas resolues e que a gente mostrou que o problema foiresolvido, so sempre muito bacanas.

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    ANEXO B - Vdeo da entrevista com Rafinha Bastos

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