prÉ-histÓria do mato grosso do sul
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PRÉ-HISTÓRIA DO MATO GROSSO DO SUL
PROF.ª MARLENE GOUVEIA DE LIMA SOUZA
PRÉ-HISTÓRIA DO MATO GROSSO DO SUL
Primeiras ocupações: presença de grupos caçadores-coletores que se estabeleceram
na região entre o final do Pleistoceno e o início do Holoceno.
A maioria dos sítios de caçadores-coletores antigos, ao menos os até agora
localizados, encontra-se em ambientes fechados: abrigos sob rocha em arenito e
quartzito e grutas localizadas em maciços calcários com níveis que atingem até 3 m de
profundidade e de 100 a 1.500 m2 de extensão
PRÉ-HISTÓRIA DO MATO GROSSO DO SUL
Os caçadores-coletores estariam organizados em pequenos
grupos, compostos provavelmente por algumas famílias.
Grande mobilidade espacial em um território imprecisamente
demarcado.
Presença de grupos agricultores e ceramistas está caracterizada
com exceção do Pantanal.
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Somente a partir de 1990, o Pantanal foi definitivamente inserido nos
círculos de debates sobre problemas referentes à Arqueologia Platina.
Muito ainda está por ser feito considerando que a região possui uma
área de cerca de 140.000 km 2 , dos quais grande parte ainda não foi
sistematicamente prospectada e devidamente compreendida do ponto
de vista arqueológico.
PRÉ-HISTÓRIA DE MATO GROSSO DO SUL
Bacia do Paraná: predomínio de sítios com cerâmica
de decoração plástica; hoje em dia ali vivem milhares
de índios Guarani, distribuídos entre as etnias Kaiowá
e Ñandeva.
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Possibilidade de grupos caçadores-coletores terem produzido arte. Tradição
Geométrica - caracterizada pelo predomínio de figuras geométricas com a
utilização da policromia; figuras zoomórficas e antropomórficas são raras.
Em Mato Grosso do Sul, ocorrem petróglifos na área do rio Sucuriú e no
planalto Maracaju-Campo Grande.
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Pantanal:
Ínício do Holoceno até uns 1.000 anos a.C., período em que
muitas áreas tornaram-se ecologicamente semelhantes em relação
à sua atual configuração ambiental, grupos caçadores-coletores,
portadores de tecnologias distintas e sistemas socioculturais
complexos, ocuparam praticamente todo o Centro-Oeste.
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Pantanal:
As áreas inundáveis (terras baixas) compreendem a maior
parte do Pantanal. São marcadas por uma variabilidade
climática interanual, caracterizada por duas estações distintas:
uma seca, de maio a setembro, e outra chuvosa, de outubro a
abril.
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Pantanal:
Cheias - Possuem um relevo de baixíssima declividade de 0,7
a 5 cm/km no sentido norte-sul e entre 7 e 50 cm/km no sentido
leste-oeste que, associado à distribuição de chuvas periódicas na
bacia do alto Paraguai, explica o fenômeno das cheias anuais.
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Pantanal:
As características ambientais, definidas em fins do Pleistoceno e início do
Holoceno, marcaram o modo de vida das populações indígenas pré-coloniais
que ocuparam a planície de inundação do Pantanal.
A pré-história do Pantanal teve início com o estabelecimento de grupos
pescadores-caçadores-coletores aceramistas na região, associados a alguns
aterros que ali ocorrem.
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Pantanal: Aterro: um tipo de sítio arqueológico de interior (em
oposição aos litorâneos), a céu aberto e que se apresenta na paisagem
como uma elevação do terreno sob forma de estrutura monticular, total
ou parcialmente antrópica, que ocorre geralmente em áreas inundáveis.
É muito provável que os aterros sejam o resultado de vários fatores
naturais e antrópicos, os quais necessitam de pesquisas mais detalhadas
no campo da Geologia e da Arqueologia.
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Pantanal:
Sítio arqueológico aceramista mais antigo: um grande aterro localizado
sobre a escarpa calcária existente à margem direita do rio Paraguai, no
perímetro urbano da cidade de Ladário.
As datas indicam uma ocupação por cerca de dois séculos. Os principais
contornos e ecossistemas aquáticos, subaquáticos e terrestres do Pantanal
Mato-grossense teriam sido elaborados nos últimos cinco ou seis milênios.
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Pantanal:
Sitio de Ladário: encontraram-se artefatos líticos feitos
predominantemente de calcário. Deve-se levar em conta o fato
de o sítio estar situado sobre uma grande escarpa calcária
existente na linha divisória entre o planalto residual de Urucum
e a planície de inundação do Pantanal.
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O sistema de subsistência dos grupos pescadores-caçadores-coletores estava estruturado na pesca, a principal atividade econômica voltada à obtenção de proteína animal. Especializados e adaptados aos ecossistemas pantaneiros, provavelmente a pesca teria sido praticada por meio do uso de arco e flecha, armadilhas, envenenamento, peneiras ou redes, pois até o presente momento não foram identificados quaisquer tipos de anzóis, o que não implica em afirmar que esses grupos os desconheciam.
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Opção por assentamentos localizados em pontos mais
protegidos das inundações anuais, próximos a áreas serranas.
Complexas formas de manejo ambiental, incluindo algum
cultivo incipiente. A coleta de vegetais (frutos, raízes, sementes
etc.) e mel de abelhas também é uma possibilidade que não
pode ser descartada.
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Expansão para Abobral e Miranda.
O pantanal do Abobral limita-se, ao norte, com a
Nhecolândia; ao sul, com os pantanais de Miranda e
Nabileque; a leste, com o pantanal de Aquidauana; e a
oeste, com o rio Paraguai.
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O crescimento urbano de Corumbá e Ladário
destruiu e vem destruindo vários sítios deste período
mais antigo; a mesma avaliação é válida para as
vizinhas cidades bolivianas de Puerto Quijarro e
Puerto Suarez.
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REFERÊNCIA :A epopéia de Antônio João – Raul Silveira de Mello. História e Geografia do Mato Grosso do Sul – Gressler, Vasconcelos e Souza. História Global – Gilberto Cotrim. A Guerra do Paraguai – Acyr Vaz Guimarães. Mato Grosso do Sul. Criação e instalação. História do Mato Grosso do Sul - Hildebrando Campestrini. Mato Grosso do Sul: a construção de um Estado - Marisa Bittar.