prefácio - beit menachem
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Prefácio
B”H
O início de uma vida é por si só um momento de alegria máxima
e sem limites para os pais. Ao mesmo tempo, o nascimento de
uma alma judia confere aos primeiros momentos de vida da
criança uma importância singular.
Nosso objetivo com essa publicação é esclarecer e informar
aos pais os aspectos importantes do momento do nascimento
para que, ao vivenciar tais alegrias, estejam preparados para
realizar tudo da melhor maneira possível de acordo com os
costumes judaicos, trazendo infinitas bençãos à família.
Agradecemos à D'us pela oportunidade de publicar esse livreto
e estendemos nossos agradecimentos à Editora Chabad pelo
consentimento dos textos e à Sra. Marcia Eliezer pela reedição.
Rabino Eliyahu e Rivky Rosenfeld
Índice
Dar um nome a uma criança 3
Berit Milá - A circuncisão 6
Pidyon Haben - O resgate do primogênito 9
Em prol da família 15
Shir Lamaalot - Uma benção para mãe e filho 18
A campanhadas Mitsvot 20
Dar um nome a uma criança
Quando é dado o nome?
Quando D-us fez o primeiro homem, Adam instruiu-o a nomear tudo o que Ele
havia criado. Nossos sábios contam que Adam compreendia a origem das criações
e era capaz de designar para cada uma delas um nome apropriado correspondente
à sua fonte no céu.
Da mesma forma, segundo a tradição, os pais recebem uma inspiração Divina ao
escolherem os nomes de seus filhos. Assim, qualquer que seja o nome judaico esco-
lhido, ele é certamente adequado e específico para aquela criança.
O nome cria o elo entre a criança e a herança de seu povo. Deve ser escolhido
entre o vasto tesouro de nomes hebraicos da Torá e do Talmud, ou entre nomes tradi-
cionais em yidish dados às crianças judias ao longo das gerações. O mero registro de um
nome atribuído à semelhança dos nomes comuns do país de residência, junto às autoridades
civis para fins de diferenciação não basta para dar à criança uma identidade judaica.
De acordo com os ensinamentos chassídicos, o nome de uma pessoa está inti-
mamente ligado à essência de sua alma e, como tal, influencia na formação de suas
qualidades interiores. Nossos mestres contam que, se D-us nos livre uma pessoa
desmaiar, poderá ser reanimada se alguém lhe sussurrar no ouvido seu nome ju-
daico. A partir disso, podemos imaginar como é íntima a ligação entre o nome da
pessoa e sua essência mais profunda.
Um menino recebe o nome na cerimônia de Berit Milá (circuncisão) e a menina
recebe seu nome na sinagoga em um dia em que a Torá é lida. Alguns pais costu-
3
Entre os judeus ashkenazim é costume dar ao filho ou à filha o nome de um
parente próximo já falecido, cuja vida foi uma inspiração para todos e cujas quali-
dades os pais gostariam de ver renascidas e reveladas em sua própria criança. Os
judeus sefaradim, frequentemente dão aos seus filhos nomes de avôs estimados
ou de outros parentes estimados em vida, como forma de homenageá-los. Outro
costume, amplamente disseminado é de dar à criança o nome de uma grande per-
sonalidade da Torá, formando uma ligação espiritual entre os dois.
Quando o povo judeu era escravo no Egito, esse país era o centro do mundo civi-
lizado e havia atingido o ápice da cultura secular da época. Apesar de os judeus te-
rem permanecido em escravidão por mais de duzentos anos, nunca perderam sua
identidade como nação. Nossos sábios contam que conseguiram a libertação da
Tradições Diferentes
Identidade
Abaixo, uma lista de nomes de origem bíblica e judaica para
meninos e meninas em ordem alfabética
MeninosAharon - אהרן
Akiva -עקיבא
Aryê - אריה
Avraham - אברהם
Baruch - ברוך
Ber - בער
Binyamin - בנימין
Chayim - חיים
Dan - דןDaniel - דניאל
David - דוד
Dov - דב
Efrayim - אפרים
Elchanan - אלחנן
Eliezer - אליעזר
Eliyáhu - אליהו
Ezra - עזרא
Gavriel - גבריאל
Guershon - גרשון
Hilel - הילל
Levi - לויLipman - ליפמאן
Meir - מאיר
Menachem - מנחם
Mendel - מענדל
Michael - מכיאל
Mordechai - מרדכי
Moshé - משה
Nachman - נחמן
Naftali - נפתלי
Natan - נתן
Ovadia - עובדיה
Pinchas - פנחס
Rafael - רפאל
Reuven - ראובן
Shalom - שלום
Shaul - שאול
Shimon - שמעון
Shlomo - שלמה
Shmuel - שמואל
Shneor - שניאור
Tsvi - צבי
Tzyon - ציוןUri - אורי
Wolf - וואלף
Yaacov - יעקב
Yehoshua - יהושע
Yehuda - יהודה
Yisrael - ישראל
Yitschac - יצחק
Yochanan - יוחנן
Yossef - יוסף
Zalman - זלמן
Zeev - זאב
Adina - עדינה
Aviva - אביבה
Batya - בתיה
Beila - ביילא
Beracha - ברכה
Bluma - בלומא
Carmela - כרמלה
Chana - חנה
Chava - חווה
Chaviva - חביבה
Devora - דבורה
Dina - דינה
Eidel - איידל
Elisheva - אלישבע
Ester - אסתר
Freida - פריידא
Fruma - פרומא
Golda - גאלדא
Guila - גילה
Hadassa - הדסה
Ilana - אילנה
Keila - קיילא
Lea - לאה
Liba - ליבא
Malca - מלכה
Masha - מאשע
Mazal - מזל
Menucha - מנוחה
Miriam - מרים
Mushka - מושקא
Naomi - נעמי
Nechama - נחמה
Penina - פנינה
Perl - פערל
Rachel - רחל
Rina - רינה
Rivca - רבקה
Rosa - רוזע
Ruth - רות
Sara - שרה
Sheina - שיינא
Shifra - שפרה
Shoshana - שושנה
Shulamit - שולמית
Tamar - תמר
Tova - טובה
Tsipora - ציפורה
Tsivya - צביה
Varda - וורדה
Yafa - יפה
Yehudit - יהודית
Yochevet - יוכבד
Yona - יונה
Zahava - זהבה
Meninas
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mam nomear a filha na primeira leitura da Torá após nascimento, outros costumam
esperar até o Shabat. (É costume Chabad nomear na primeira oportunidade). Du-
rante a leitura da Torá, uma prece especial é recitada pela saúde da mãe e da filha,
e então é dado o nome. Geralmente é oferecido um Lechaim ou Kidush na ocasião.
Antes da realização dessa cerimônia, o pai deve saber seu próprio nome em
hebraico, assim como de seu pai e sua descendência (se é Cohen, Levi ou Is-
rael), o nome judaico de sua esposa, da mãe dela e, finalmente, é dado o nome
judaico ao recém-nascido.
escravidão devido a três méritos: a conservação de seu próprio idioma, o fato de se
vestirem seguindo suas tradições e a conservação dos nomes de seus ancestrais.
Berit Milá - A Circuncisão
Shalom Zachor
A prática do Berit Milá é um dos rituais mais sagrados da vida judaica. É o elo
que liga para sempre um menino judeu ao seu Criador. É o sinal especial que dis-
tingue o judeu entre as nações, desde que nosso patriarca Avraham aos noventa e
nove anos de idade circuncidou a si mesmo e a todos em sua casa, seguindo a or-
dem de D-us.”. Quando Yishmael, o primeiro filho de Avraham fez o Berit Milá tinha
treze anos e tinha capacidade de compreender o mandamento Divino que estava
realizando. Estava orgulhoso de sua decisão em submeter-se racionalmente a um
preceito de D-us. Mas sua aceitação do Berit Milá estava limitada à razão.
Yitschak, por outro lado, nasceu um ano após D-us ter ordenado a Avraham fazer
o Berit e foi circuncidado com apenas oito dias de idade. Era um bebê sem de-
senvolvimento intelectual. Pela Lei, um judeu deve circuncidar seu filho no oitavo
dia após o nascimento, quando sua faculdade da razão não está desenvolvida. Isto
significa que um judeu está ligado e comprometido com D-us o mais cedo possível,
de um modo absoluto acima de sua razão e percepção.
Na primeira sexta-feira após o nascimento de um menino, é realizado o Shalom
Zachor. Esta cerimônia celebra a gratidão pelo nascimento do bebê e é uma for-
ma de dar boas vindas à criança. Esse evento recebe esse nome por ser realizado
no Shabat (que é conhecido como shalom – paz) quando então nos reunimos para
saudar o recém-nascido (zachor).
O Mohel
O Dia
Embora a Torá obrigue o pai a circuncidar seu filho, o Berit é geralmente rea-
lizado por um Mohel, pois a maioria dos pais não está capacitada para realizar tal
ato. A pessoa escolhida para realizar o Berit deve ser observante e temente a D-us,
adequadamente habilitada e treinada. A circuncisão realizada por um cirurgião ju-
deu, não qualificado como Mohel, adultera inteiramente o significado do Berit Milá,
pois este ato é o elo espiritual que liga a criança à D-us.
O Berit é realizado no oitavo dia após o nascimento da criança. Por exemplo,
se uma criança nasceu no domingo (antes do pôr-do-sol), o Berit é realizado no
domingo seguinte. Isso se aplica mesmo quando o oitavo dia cai num Shabat ou
em algum Yom Tov (desde que o nascimento não tenha ocorrido por parto cesá-
rea, pois neste caso, o Berit é adiado para o próximo dia). Se o Mohel decidir que
a criança não está fisicamente capacitada a se submeter à circuncisão no tempo
prescrito, por estar com icterícia ou algum outro problema, o Berit é adiado. Uma
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Amigos são convidados para compartilharem dessa alegria com os pais após
o jantar de Shabat e são oferecidos petiscos. Costumamos servir grão-de-bico,
também conhecido como arbis ou nahit como símbolo de luto e lamento pelo fato
de a criança, ao nascer, ter esquecido toda a Torá que aprendeu no útero mater-
no. Esse aprendizado inicial da Torá dará a criança mais tarde a capacidade de
adquirir o conhecimento e sabedoria por si mesma.
O Profeta Eliyahu
Sandec, Kvater e outras honras
Na cerimônia de cada Berit Milá, o profeta Eliyahu é uma visita ilustre que traz
muita honra. Há muito tempo atrás, um dos reis de Israel, influenciado por nefastos
conselhos, aboliu a cerimônia da circuncisão. Eliyahu, que vivia naquela época,
então clamou a D-us relatando que o povo de Israel havia abandonado sua valiosa
aliança. A partir de então, D-us o instruiu a estar sempre presente e a testemunhar
todas as circuncisões. Por esta razão, uma cadeira especial é designada em honra
ao Profeta Eliyahu, em cada Berit Milá.
Juntamente com o Mohel, o Sandec, a pessoa que segura a criança durante a
circuncisão, deve ser alguém de grande estima da família e da comunidade. O dia
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Pidyon Haben - O resgate do Primogênito
Se um menino é primogênito de sua mãe, nascido através de parto natural e não
por cesárea, a Mitsvá de Pidyon Haben (o resgate do primogênito) é observada.
Os primogênitos foram inicialmente escolhidos por D-us para executarem os
deveres do sacerdócio (Kehuná) em virtude de terem sido poupados quando foram
mortos todos os primogênitos egípcios. Entretanto, quando os primogênitos do
povo judeu executaram os rituais sacerdotais diante do “bezerro de ouro”, esse
chamado sagrado foi transferido para os Leviim ( descendentes da tribo de Levi).
vez adiada a cerimônia, não poderá ser marcada no Shabat ou em um Yom Tov, mas
na primeira oportunidade, em qualquer outro dia.
Mas, quando quer que ocorra, o Berit é uma ocasião muito especial, e no tem-
po marcado, a família e amigos reúnem-se com muita alegria. Na presença de um
Minyan, se possível, a criança é trazida para o “Pacto de Avraham”.
Sempre que possível, o Berit deve ser realizado pela manhã, como sinal de
nossa urgência em cumprir a vontade de D-us. Nunca deve ser realizado à noite.
Não convidamos pessoas para o Berit, simplesmente as informamos sobre a hora
e o lugar. Por quê? Agimos assim, pois não seria apropriado que elas precisassem
de um convite para um evento no qual Eliyahu, o profeta, estará presente.
do Berit é visto como uma festa para o Sandec, tal como para o pai e para o Mohel.
Geralmente, um casal (noivos ou casados) é escolhido para servir de Kvater (aque-
les que trazem a criança para o aposento onde será o Berit).
A mulher pega a criança dos braços da mãe e, por sua vez, a entrega ao homem
que a leva para o aposento. Ele, ou ainda outro homem, coloca então a criança so-
bre a cadeira reservada ao Profeta Eliyahu. Segundo a tradição, ao darmos a honra
de ser Kvater a um casal ainda sem filhos, confere-se a este uma benção especial
para que tenha seus próprios filhos.
Em seguida, o pai coloca o bebê no colo do Sandec. Depois que o Mohel executa
a circuncisão, mais dois homens podem receber honras especiais—um pode se-
gurar a criança enquanto o outro recita a benção e a prece especial para ser dado
o nome à criança. Na refeição que se segue é costume acender velas em honra da
Simchá, porém nenhuma benção especial é recitada. Na Benção de Graças (Bircat
Hamazon), vários pedidos são acrescentados para o bem-estar do bebê recém
circuncidado, de seus pais, do Sandec e do Mohel.
O Primeiro pertence à D-us
A educação começa no nascimento
A psicologia moderna descobriu e demostrou que uma criança em tenra idade
começa a absorver impressões duradouras que moldarão sua personalidade e per-
manecerão com ela por toda a vida- conceito que o Rei Salomão ensinava há mais de
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O dia do Pidyon
O procedimento
O Pidyon Haben ocorre no trigésimo primeiro dia após o nascimento da criança.
Se essa data coincidir com Shabat ou Yom Tov ( que proíbem transações comer-
ciais) deve ser adiada para o dia seguinte. É costume cumprir essa Mitsvá à luz
do dia; entretanto a festa que se segue pode se estender até à noite. Se, por al-
guma razão, o primogênito não for resgatado no tempo prescrito, deve ser feito na
primeira oportunidade, mesmo sendo o menino já adulto (neste caso, ele próprio
deve resgatar-se perante um Cohen).
O pai deve escolher um Cohen observante e bem versado na Lei judaica, para redimir o
seu filho primogênito. Uma refeição festiva é preparada, e após recitar o Hamotsi ( a benção
do pão), o pai apresenta o filho ao Cohen com esta declaração: “Minha esposa deu à luz ao
meu primogênito”. O Cohen perguntará: “O que tu preferes: teu primogênito ou cinco moe-
das de prata?” Após confirmar sua intenção de ficar com o filho e transferir cinco moedas
de prata ou o seu valor equivalente para o Cohen, o pai recita duas bênçãos (“Al Pidyon
Haben” e “Shehecheyanu”). A seguir, o Cohen recita a benção sobre uma taça de vinho. É
preferível que dez homens adultos, no mínimo, participem de um Pidyon Haben.
A fim de libertá-los legalmente dessa obrigação original, eles devem ser
resgatados por cinco Shecalim (moedas de prata), pagos a um Cohen. O procedi-
mento deste regate não se aplica a um primogênito cujo pai é um Cohen ou Levi,
ou a mãe filha de Cohen ou Levi.
A Mitsvá de Pidyon Haben significa que o “primeiro” (o melhor) de todos os
nossos bens pertence a D-us. Um homem pode facilmente pensar que tem direito
acima de qualquer disputa sobre todas as suas posses. A Torá declara que o início
de qualquer realização, da qual nos orgulhamos em especial, seja para D-us e o
seu serviço, e só então podemos participar e aproveitar do restante. Isto era mais
perceptível na época do Templo, quando as primícias- os primeiros frutos- tinham
que ser trazidas ao santuário e os primogênitos do gado eram ofertados ao Cohen,
o servo de D-us. Entretanto, D-us nos permitiu reivindicar nosso filho primogênito,
desde que o criemos de acordo.
Isto fica enfatizado pela pergunta retórica do Cohen: “O que preferes: teu filho
ou cinco moedas de prata?”- já que o pai é obrigado a resgatar o filho de qualquer
forma. A pergunta implícita é: “Estás consciente da tua obrigação de criar teu filho
para ser dedicado à D-us, estudar a Torá e cumprir as mitsvot? Compreendes que
para educar uma criança apropriadamente deves estar preparado para fazer sacri-
fícios materiais se preciso for?” A resposta do pai- “Eu quero o meu filho e aqui
estão as cinco moedas de prata”- atesta de que ele entendeu plenamente a respon-
sabilidade e o privilégio de criar seu filho para ser um soldado do exército de D-us.
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O segundo estágio
Opshernish
Assim que uma criança começa a falar, inicia-se outra fase de sua educação. O
pai deve ensinar-lhe o versículo hebraico: “Torá Tsivá Lanu Moshe Morashá Kehilat
Yaacov” (“A Torá que nos foi entregue por Moshe é a herança da comunidade de
Yaacov” Deut. XXIII:4).
Logo após, a criança deve ganhar seu próprio Sidur, e é preciso ensiná-la
várias preces e bênçãos, de acordo com sua capacidade. Obviamente, ela é ainda
bastante nova para compreender completamente o significado do que está profe-
rindo, mas as palavras ficarão, para sempre, impressas em sua mente. É também
uma boa prática, dar à cada criança sua própria caixinha de caridade (Tsedacá) e
encorajá-la a repartir sua mesada com os menos afortunados.
É costume não aparar o cabelo de um menino até a idade de três anos. Essa
prática tem origem no versículo bíblico: “ Eis que o homem é como uma árvore
no campo” (Deut. XX:19). O homem é comparado à árvore, já que ambos nas-
cem de uma semente, atingem a maturidade e, em tempo hábil, produzem fru-
tos. Durante os primeiros três anos de uma árvore recém-plantada, é proibido
comer de seus frutos. Do mesmo modo, o cabelo de um menino deve crescer
sem ser cortado, durante três anos consecutivos.
No terceiro aniversário, o cabelo é cortado pela primeira vez, numa ceri-
mônia geralmente conhecida pela palavra em yiddish “ Opshernish” deixando
as Peyot - a madeixa acima do maxilar superior , na frente da orelha- con-
forme prescrito na Torá, recebendo assim a sua estreia “não oficial”, nas
práticas religiosas. Nessa ocasião, os meninos começam a usar a kipá e os
Tsitisit, regularmente.
Amigos e parentes são convidados para essa cerimônia e são usualmente
chamados para cortar um cacho do cabelo.
A comparação entre um homem e uma árvore desperta a nossa atenção
para a necessidade de acompanhar cuidadosamente o desenvolvimento da
criança. Um corte executado numa árvore adulta não se espalha, e o dano se
limita à área específica onde este foi feito. Porém, se arranharmos um broto, a
deformidade ficará evidente na árvore inteira. Da mesma forma, maus hábitos
adquiridos enquanto adultos podem ser danosos, mas são mais propensos a
serem abandonados; porém, impressões negativas gravadas na mente de uma
criança não são facilmente dizimadas.
2800 anos atrás, e que pais judeus seguiram. Através de gerações, as mães ninavam
seus filhinhos até adormecerem, com canções que exaltavam a beleza da Torá.
O processo educacional começa no nascimento, pois já no berço a criança
inicia a absorção do que se passa ao seu redor. A sua personalidade e cará-
ter encetam o seu desenvolvimento antes mesmo que ela possa ler os mais
simples dos livros ou articular as sílabas das palavras. Registrando na mente
infantil o amor aos caminhos judaicos, asseguramos que essa herança será
seguida para sempre. De fato, a palavra hebraica Chinuch significa muito mais
do que simplesmente educação no sentido de dar a criança fatos e números
para assimilar. Chinuch expressa moldar o caráter da criança e guiá-la, passo
a passo, pelas veredas que a ajudarão a se tornar uma pessoa íntegra, um bom
judeu em sua totalidade.
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Os fiadores
Escolhendo uma escola
Antes de doar a Torá a Israel, D-us pediu fiadores que garantissem que continuariam a
estudá-la e a cumprir seus mandamentos. Primeiramente, os anciãos foram sugeridos como
fiadores, mas D-us os rejeitou; depois os líderes foram apresentados, mas também eles foram
considerados inadequados. Quem D-us finalmente aceitou como fiadores de seu sagrado
legado? Foram as inocentes crianças que seriam ensinadas e educadas pelos seus pais para
se comprometerem a uma vida de acordo com a Torá.
Nossas crianças permanecem até hoje fiadoras da continuação de nossas sagradas tradi-
ções. Como podemos privá-los de uma genuína educação com base na Torá?
Aprendemos que “A Torá é a árvore da vida, para aqueles que se ligam a ela”. Por
isso, a escola que escolhemos para nossas crianças deve, antes de tudo, possuir
uma apropriada atmosfera de Torá. O estudo da Torá não pode ser encarado como
mais uma matéria do currículo escolar, como História ou Biologia. Um ambiente de
Torá deve permear todos os aspectos da vida escolar.
Igualmente importante é a postura dos professores. Eles devem ser indivídu-
os tementes a D-us , cujo comportamento seja exemplar, pois o estudo da Torá é
diferente de qualquer outro. Um médico que fuma pode manter sua credibilidade
enquanto prega sobre os perigos do fumo. Porém um professor deve ser coerente,
se ele espera que seus alunos pratiquem o que ele ensina. Somente pelos esforços
combinados do lar e da escola poderemos ter certeza de que a criança será uma
fonte de Nachat e alegria para seus pais, a família e a Casa de Israel.
Em prol da família
A curiosidade natural é uma das características mais fortes da psicologia humana. Esse im-
pulso inerente ao homem o levou a tantos e tão grandes feitos e descobertas, através da his-
tória da civilização. Mas há somente uma tênue linha que separa os aspectos positivos desta
natureza positiva que estimula o progresso aventureiro, o progresso e o desejo de provar
cada novidade e experenciar tendências passageiras que frequentemente são prejudiciais.
Não resta dúvida que o livre arbítrio é o que distingue o homem das demais
criaturas Divinas. Devido à essa liberdade, ele fica sujeito à recompensa ou puni-
ção. A liberdade de escolha entretanto não lhe permite escolher indiscriminada-
Acender das velas de Shabat
Às meninas também são legadas as responsabilidades religiosas desde a mais
tenra idade. Assim que uma menininha possa compreender a ideia do Shabat e
recitar a benção (com cerca de três anos), seus pais devem presenteá-la com um
castiçal e ensiná-la a acender uma vela de Shabat semanalmente ( por respeito
à sua mãe, que acende duas). Ela deve acender sua vela primeiro, permitindo
que sua mãe a ajude, se necessário. Ela também deve ser incentivada a colocar
algumas moedas na caixinha de Tsedacá antes de acender a vela, ensinando-a a
virtude de doar.
O ato de acender as velas de Shabat liga uma menina à nossa primeira ma-
triarca Sara, cuja vela ardia a semana toda, de Shabat a Shabat, conforme relatam
nossos sábios. E mais, isso coloca em evidência a missão sagrada conferida às
mães e filhas, de trazer luz e calor à família e ao ambiente.
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mente e não concede permissão para modificar e romper a natureza sem ter con-
siderações cuidadosas das consequências. Muitos resultados negativos surgiram a
partir da indistinta liberdade do homem. Enfocaremos aqui o tema do planejamento
familiar na vida contemporânea.
Progresso, crescimento e descoberta são indicações de uma sociedade em
desenvolvimento, que procura aperfeiçoar suas condições de vida. Essas carac-
terísticas são mais louváveis na área da medicina (bem-estar físico), psicologia
(bem-estar mental e emocional) e economia (bem estar no meio ambiente). Mas em
relação à procriação e famílias com muitos filhos, nosso pensamento tende a focar
o “eu “ e o “agora” ofuscando nossa visão quando as influências contemporâneas
são contrapodutivas em relação a esses três aspectos.
Voltando nossa atenção à economia, os fatos reais estão em perfeita harmo-
nia com o fato de ter mais filhos. Restringir o tamanho da família e o crescimento
da população enfraquece a vitalidade necessária para estimular o progresso eco-
nômico .Deste modo, limitar o número de filhos em uma família, para permitir mais
oportunidades é como evitar uma compra de aparelhos que economizam tempo e
dinheiro, devido aos gastos e horas necessários à sua aquisição e manutenção.
A natureza humana é tal que somente por necessidade nós realmente aprovei-
tamos nossas energias e habilidades e obrigamos nossa imaginação e inteligência
a descobrir, substituir e fabricar novos e melhores materiais. É só recordarmos
o caso do embargo do petróleo de 1973 que impulsionou o Ocidente a explorar e
desenvolver fontes alternativas de energia, mais baratas e menos poluentes.
Além disso, assim como o crescimento econômico e os lucros dependem
totalmente dos investimentos e gastos , também uma criança a mais pode inicial-
mente sobrecarregar nosso tempo, energia e renda, mas futuramente traz lucros
e dividendos. No comércio, geralmente as vantagens são proporcionais aos inves-
timentos, mas quem pode atribuir um preço a satisfação - nachat , felicidade e
contribuições que uma criança a mais traz à sua família e à comunidade? O ser
em consideração pode impulsionar a causa da religião, medicina ou da ciência
como nenhuma outra...
Talvez seja mais significativa a situação social das crianças de famílias nume-
rosas. Elas aprendem desde cedo a preservar e conservar, sabem que a reserva
de água quente não é ilimitada, que a comida não deve ser desperdiçada e que os
brinquedos e as roupas devem ser bem conservados para que possam ser passa-
dos aos irmãos mais novos. Repartir torna-se um modo de vida e não uma maté-
ria ensinada por pais antiquados. Os trabalhos domésticos e as responsabilidades
distribuídas para cada criança, desde a tenra idade, proporcionam desafios, testam
a perseverança e estimulam os aspectos mais adormecidos da personalidade in-
fantil. Mais importante ainda é o fato que as crianças desenvolvem sua autoestima
e senso de valor e de objetivo.
Ainda assim, todas essas considerações práticas são incidentais para a pessoa
que deposita sua fé em D-us e se dedica à Torá buscando orientação. A primeira
mitsvá da Torá (e também a primeira em importância) é o mandamento: “Frutificai
e multiplicai-vos, povoai a terra e a subjugai”.
Está bem claro que para o gênero humano governar o mundo é preciso que haja
tantas crianças quanto for preciso para “povoar a terra”. Sem dúvida, o Todo Po-
deroso abençoa cada família com o número de filhos ideal para ela .É dispensável
dizer que a benevolência Divina proverá os recursos necessários para a for-
mação de todas as crianças, como está escrito no Zohar: ”Ele que dá a vida e
provê o sustento”.
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Graça Divina e Proteção para hora abençoada
Desde os tempos remotos é um costume judaico enfeitar o lar onde um nasci-
mento é esperado, com pergaminho ou papel com inscrições, versículos, sagrados,
nomes de anjos e o Salmo Shir Lamaalot “Um Cântico para ascensão ...minha aju-
da virá do Senhor”(Tehilim Cap. 121).Em algumas comunidades esse hábito tomou
forma de um amuleto utilizado pela mãe quando dá à luz (um objeto pendurado que
contém escritos sagrados). Segundo o Talmud, um costume judaico tem a força de
uma Lei da Torá (vide Tossafot, Menachot 20b) – e as diversas versões tradicio-
nais dessa prática irão todas conferir muitas bênçãos de proteção sobre a mãe e
criança recém-nascida. Quando esses versículos são afixados antes do trabalho
de parto e do nascimento , certamente atraem bênçãos celestiais para que tudo
transcorra facilmente e sem complicações, estendendo suas graças para uma boa
e longa vida. Portanto, quando os versículos de Shir Lamaalot forem afixados no
quarto, a mãe e o médico se sentirão mais tranquilos, permitindo que os cuidados
resultantes sejam de melhor qualidade.
Em relação ao bebê recém-nascido, há um aspecto adicional que devemos ter
me mente: é de suma importância que , assim que uma criança judia nasce, deve
estar envolta por uma atmosfera de santidade. É sabido que tudo aquilo que um
bebê, mesmo com um dia de vida, vê e ouve, o influenciará, por muitos anos. Por-
tanto cerque a criança com objetos sagrados e isto ajudará a adicionar bênçãos e
sucesso à sua vida.
Shir Lamaalot - Uma Benção para mãe e filho
Prefácio
Durante o Farbrenguen (reunião chassídica) do dia 19 de Kislêv do ano de 5747, O
Rebe de Lubavitch relembrou e discutiu um antigo e interessante costume, que pra-
ticamente não é muito difundido atualmente. Antigamente, quando uma mãe dava
à luz em sua casa, costumava escrever em um pergaminho ou papel versículos e
palavras sagradas para trazer proteção a ela à criança a nascer. Esses ditos eram
colocados no quarto da mãe antes do parto. Tradicionalmente desde o nascimento
costumava-se envolver a criança com palavras e objetos sagrados. Essa antiga
prática de ter no quarto da parturiente e recém-nascido o “Shir Lamaalot”deveria
ser instituída nos hospitais modernos. Isso seguramente traz proteção e benção à
mãe e à criança. Não esperem voltar para casa; comecem no próprio hospital!
A campanha das Mitsvot
Em todas as suas campanhas o Rebe enfatizou a campanha de difusão das mits-
vot. Ele lançou essas campanhas para estimular o cumprimento de certos preceitos
fundamentais. A observância dessas dez mitsvot específicas trazem ao indivíduo e à
família um relacionamento mais profundo e significativo com a sua herança judaica.
1 - Ahavat Israel – Ame a teu próximo como a ti mesmo
2 - Chinuch - Assegure às crianças uma educação de acordo com a Torá.
3 - Estudo da Torá – Estude nossa sagrada Torá diariamente de dia e à noite
4 - Tefilin – Homens e jovens acima de 13 anos devem colocar tefilin diariamente xx x(exceto nos dias de Shabat e Yom Tov).
5 - Mezuzá – Coloque uma Mezuzá autêntica no umbral direito de cada porta.
6 - Tsedacá – Tenha uma caixa de caridade em sua casa e pratique Tsedacá xxxxx xxxdoando diariamente uma moeda(exceto nos dias de Shabat e Yom Tov).
7 - Livros Sagrados Judaicos – Tenha livros sagrados (Sefarim) em sua casa. Pelo xxxmenos um Chumash, Tehilim e Sidur.
8 - Acender velas de Shabat e das Festas – Toda mulher desde os três anos de idade xxxdeve acender as velas na véspera de Shabat e de Yom Tov no horário correto.
9 - Cashrut – Observe as leis dos alimentos Casher dentro e fora de casa.
10 - Taharat Hamishpachá – Mantenha a tradição da pureza familiar
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3 - Estudo da Torá
8 - Acender velas deShabat e das festas
5- Mezuzá
10- Taharat Hamishpachá
1 - Ahavat Yisrael
6 - Tsedacá
4- Tefilin
9 - Cashrut
2 - Chinuch
7 - Posse de livros judaicos
Dedicamos esse guia aos nossos queridos filhos e
ao nascimento de mais um membro de nossa família.
Eles são a razão da alegria que nos inspira e nos
acompanha em nosso dia-a-dia.
Eliyahu e Rivky Rosenfeld
Shir LammalotVersículos e palavras sagradas oferecendo proteção à parturiente e à criança por nascer.