prefácio - beit menachem

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Page 1: Prefácio - Beit Menachem
Page 2: Prefácio - Beit Menachem

Prefácio

B”H

O início de uma vida é por si só um momento de alegria máxima

e sem limites para os pais. Ao mesmo tempo, o nascimento de

uma alma judia confere aos primeiros momentos de vida da

criança uma importância singular.

Nosso objetivo com essa publicação é esclarecer e informar

aos pais os aspectos importantes do momento do nascimento

para que, ao vivenciar tais alegrias, estejam preparados para

realizar tudo da melhor maneira possível de acordo com os

costumes judaicos, trazendo infinitas bençãos à família.

Agradecemos à D'us pela oportunidade de publicar esse livreto

e estendemos nossos agradecimentos à Editora Chabad pelo

consentimento dos textos e à Sra. Marcia Eliezer pela reedição.

Rabino Eliyahu e Rivky Rosenfeld

Page 3: Prefácio - Beit Menachem

Índice

Dar um nome a uma criança 3

Berit Milá - A circuncisão 6

Pidyon Haben - O resgate do primogênito 9

Em prol da família 15

Shir Lamaalot - Uma benção para mãe e filho 18

A campanhadas Mitsvot 20

Dar um nome a uma criança

Quando é dado o nome?

Quando D-us fez o primeiro homem, Adam instruiu-o a nomear tudo o que Ele

havia criado. Nossos sábios contam que Adam compreendia a origem das criações

e era capaz de designar para cada uma delas um nome apropriado correspondente

à sua fonte no céu.

Da mesma forma, segundo a tradição, os pais recebem uma inspiração Divina ao

escolherem os nomes de seus filhos. Assim, qualquer que seja o nome judaico esco-

lhido, ele é certamente adequado e específico para aquela criança.

O nome cria o elo entre a criança e a herança de seu povo. Deve ser escolhido

entre o vasto tesouro de nomes hebraicos da Torá e do Talmud, ou entre nomes tradi-

cionais em yidish dados às crianças judias ao longo das gerações. O mero registro de um

nome atribuído à semelhança dos nomes comuns do país de residência, junto às autoridades

civis para fins de diferenciação não basta para dar à criança uma identidade judaica.

De acordo com os ensinamentos chassídicos, o nome de uma pessoa está inti-

mamente ligado à essência de sua alma e, como tal, influencia na formação de suas

qualidades interiores. Nossos mestres contam que, se D-us nos livre uma pessoa

desmaiar, poderá ser reanimada se alguém lhe sussurrar no ouvido seu nome ju-

daico. A partir disso, podemos imaginar como é íntima a ligação entre o nome da

pessoa e sua essência mais profunda.

Um menino recebe o nome na cerimônia de Berit Milá (circuncisão) e a menina

recebe seu nome na sinagoga em um dia em que a Torá é lida. Alguns pais costu-

3

Page 4: Prefácio - Beit Menachem

Entre os judeus ashkenazim é costume dar ao filho ou à filha o nome de um

parente próximo já falecido, cuja vida foi uma inspiração para todos e cujas quali-

dades os pais gostariam de ver renascidas e reveladas em sua própria criança. Os

judeus sefaradim, frequentemente dão aos seus filhos nomes de avôs estimados

ou de outros parentes estimados em vida, como forma de homenageá-los. Outro

costume, amplamente disseminado é de dar à criança o nome de uma grande per-

sonalidade da Torá, formando uma ligação espiritual entre os dois.

Quando o povo judeu era escravo no Egito, esse país era o centro do mundo civi-

lizado e havia atingido o ápice da cultura secular da época. Apesar de os judeus te-

rem permanecido em escravidão por mais de duzentos anos, nunca perderam sua

identidade como nação. Nossos sábios contam que conseguiram a libertação da

Tradições Diferentes

Identidade

Abaixo, uma lista de nomes de origem bíblica e judaica para

meninos e meninas em ordem alfabética

MeninosAharon - אהרן

Akiva -עקיבא

Aryê - אריה

Avraham - אברהם

Baruch - ברוך

Ber - בער

Binyamin - בנימין

Chayim - חיים

Dan - דןDaniel - דניאל

David - דוד

Dov - דב

Efrayim - אפרים

Elchanan - אלחנן

Eliezer - אליעזר

Eliyáhu - אליהו

Ezra - עזרא

Gavriel - גבריאל

Guershon - גרשון

Hilel - הילל

Levi - לויLipman - ליפמאן

Meir - מאיר

Menachem - מנחם

Mendel - מענדל

Michael - מכיאל

Mordechai - מרדכי

Moshé - משה

Nachman - נחמן

Naftali - נפתלי

Natan - נתן

Ovadia - עובדיה

Pinchas - פנחס

Rafael - רפאל

Reuven - ראובן

Shalom - שלום

Shaul - שאול

Shimon - שמעון

Shlomo - שלמה

Shmuel - שמואל

Shneor - שניאור

Tsvi - צבי

Tzyon - ציוןUri - אורי

Wolf - וואלף

Yaacov - יעקב

Yehoshua - יהושע

Yehuda - יהודה

Yisrael - ישראל

Yitschac - יצחק

Yochanan - יוחנן

Yossef - יוסף

Zalman - זלמן

Zeev - זאב

Adina - עדינה

Aviva - אביבה

Batya - בתיה

Beila - ביילא

Beracha - ברכה

Bluma - בלומא

Carmela - כרמלה

Chana - חנה

Chava - חווה

Chaviva - חביבה

Devora - דבורה

Dina - דינה

Eidel - איידל

Elisheva - אלישבע

Ester - אסתר

Freida - פריידא

Fruma - פרומא

Golda - גאלדא

Guila - גילה

Hadassa - הדסה

Ilana - אילנה

Keila - קיילא

Lea - לאה

Liba - ליבא

Malca - מלכה

Masha - מאשע

Mazal - מזל

Menucha - מנוחה

Miriam - מרים

Mushka - מושקא

Naomi - נעמי

Nechama - נחמה

Penina - פנינה

Perl - פערל

Rachel - רחל

Rina - רינה

Rivca - רבקה

Rosa - רוזע

Ruth - רות

Sara - שרה

Sheina - שיינא

Shifra - שפרה

Shoshana - שושנה

Shulamit - שולמית

Tamar - תמר

Tova - טובה

Tsipora - ציפורה

Tsivya - צביה

Varda - וורדה

Yafa - יפה

Yehudit - יהודית

Yochevet - יוכבד

Yona - יונה

Zahava - זהבה

Meninas

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mam nomear a filha na primeira leitura da Torá após nascimento, outros costumam

esperar até o Shabat. (É costume Chabad nomear na primeira oportunidade). Du-

rante a leitura da Torá, uma prece especial é recitada pela saúde da mãe e da filha,

e então é dado o nome. Geralmente é oferecido um Lechaim ou Kidush na ocasião.

Antes da realização dessa cerimônia, o pai deve saber seu próprio nome em

hebraico, assim como de seu pai e sua descendência (se é Cohen, Levi ou Is-

rael), o nome judaico de sua esposa, da mãe dela e, finalmente, é dado o nome

judaico ao recém-nascido.

escravidão devido a três méritos: a conservação de seu próprio idioma, o fato de se

vestirem seguindo suas tradições e a conservação dos nomes de seus ancestrais.

Page 5: Prefácio - Beit Menachem

Berit Milá - A Circuncisão

Shalom Zachor

A prática do Berit Milá é um dos rituais mais sagrados da vida judaica. É o elo

que liga para sempre um menino judeu ao seu Criador. É o sinal especial que dis-

tingue o judeu entre as nações, desde que nosso patriarca Avraham aos noventa e

nove anos de idade circuncidou a si mesmo e a todos em sua casa, seguindo a or-

dem de D-us.”. Quando Yishmael, o primeiro filho de Avraham fez o Berit Milá tinha

treze anos e tinha capacidade de compreender o mandamento Divino que estava

realizando. Estava orgulhoso de sua decisão em submeter-se racionalmente a um

preceito de D-us. Mas sua aceitação do Berit Milá estava limitada à razão.

Yitschak, por outro lado, nasceu um ano após D-us ter ordenado a Avraham fazer

o Berit e foi circuncidado com apenas oito dias de idade. Era um bebê sem de-

senvolvimento intelectual. Pela Lei, um judeu deve circuncidar seu filho no oitavo

dia após o nascimento, quando sua faculdade da razão não está desenvolvida. Isto

significa que um judeu está ligado e comprometido com D-us o mais cedo possível,

de um modo absoluto acima de sua razão e percepção.

Na primeira sexta-feira após o nascimento de um menino, é realizado o Shalom

Zachor. Esta cerimônia celebra a gratidão pelo nascimento do bebê e é uma for-

ma de dar boas vindas à criança. Esse evento recebe esse nome por ser realizado

no Shabat (que é conhecido como shalom – paz) quando então nos reunimos para

saudar o recém-nascido (zachor).

O Mohel

O Dia

Embora a Torá obrigue o pai a circuncidar seu filho, o Berit é geralmente rea-

lizado por um Mohel, pois a maioria dos pais não está capacitada para realizar tal

ato. A pessoa escolhida para realizar o Berit deve ser observante e temente a D-us,

adequadamente habilitada e treinada. A circuncisão realizada por um cirurgião ju-

deu, não qualificado como Mohel, adultera inteiramente o significado do Berit Milá,

pois este ato é o elo espiritual que liga a criança à D-us.

O Berit é realizado no oitavo dia após o nascimento da criança. Por exemplo,

se uma criança nasceu no domingo (antes do pôr-do-sol), o Berit é realizado no

domingo seguinte. Isso se aplica mesmo quando o oitavo dia cai num Shabat ou

em algum Yom Tov (desde que o nascimento não tenha ocorrido por parto cesá-

rea, pois neste caso, o Berit é adiado para o próximo dia). Se o Mohel decidir que

a criança não está fisicamente capacitada a se submeter à circuncisão no tempo

prescrito, por estar com icterícia ou algum outro problema, o Berit é adiado. Uma

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Amigos são convidados para compartilharem dessa alegria com os pais após

o jantar de Shabat e são oferecidos petiscos. Costumamos servir grão-de-bico,

também conhecido como arbis ou nahit como símbolo de luto e lamento pelo fato

de a criança, ao nascer, ter esquecido toda a Torá que aprendeu no útero mater-

no. Esse aprendizado inicial da Torá dará a criança mais tarde a capacidade de

adquirir o conhecimento e sabedoria por si mesma.

Page 6: Prefácio - Beit Menachem

O Profeta Eliyahu

Sandec, Kvater e outras honras

Na cerimônia de cada Berit Milá, o profeta Eliyahu é uma visita ilustre que traz

muita honra. Há muito tempo atrás, um dos reis de Israel, influenciado por nefastos

conselhos, aboliu a cerimônia da circuncisão. Eliyahu, que vivia naquela época,

então clamou a D-us relatando que o povo de Israel havia abandonado sua valiosa

aliança. A partir de então, D-us o instruiu a estar sempre presente e a testemunhar

todas as circuncisões. Por esta razão, uma cadeira especial é designada em honra

ao Profeta Eliyahu, em cada Berit Milá.

Juntamente com o Mohel, o Sandec, a pessoa que segura a criança durante a

circuncisão, deve ser alguém de grande estima da família e da comunidade. O dia

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Pidyon Haben - O resgate do Primogênito

Se um menino é primogênito de sua mãe, nascido através de parto natural e não

por cesárea, a Mitsvá de Pidyon Haben (o resgate do primogênito) é observada.

Os primogênitos foram inicialmente escolhidos por D-us para executarem os

deveres do sacerdócio (Kehuná) em virtude de terem sido poupados quando foram

mortos todos os primogênitos egípcios. Entretanto, quando os primogênitos do

povo judeu executaram os rituais sacerdotais diante do “bezerro de ouro”, esse

chamado sagrado foi transferido para os Leviim ( descendentes da tribo de Levi).

vez adiada a cerimônia, não poderá ser marcada no Shabat ou em um Yom Tov, mas

na primeira oportunidade, em qualquer outro dia.

Mas, quando quer que ocorra, o Berit é uma ocasião muito especial, e no tem-

po marcado, a família e amigos reúnem-se com muita alegria. Na presença de um

Minyan, se possível, a criança é trazida para o “Pacto de Avraham”.

Sempre que possível, o Berit deve ser realizado pela manhã, como sinal de

nossa urgência em cumprir a vontade de D-us. Nunca deve ser realizado à noite.

Não convidamos pessoas para o Berit, simplesmente as informamos sobre a hora

e o lugar. Por quê? Agimos assim, pois não seria apropriado que elas precisassem

de um convite para um evento no qual Eliyahu, o profeta, estará presente.

do Berit é visto como uma festa para o Sandec, tal como para o pai e para o Mohel.

Geralmente, um casal (noivos ou casados) é escolhido para servir de Kvater (aque-

les que trazem a criança para o aposento onde será o Berit).

A mulher pega a criança dos braços da mãe e, por sua vez, a entrega ao homem

que a leva para o aposento. Ele, ou ainda outro homem, coloca então a criança so-

bre a cadeira reservada ao Profeta Eliyahu. Segundo a tradição, ao darmos a honra

de ser Kvater a um casal ainda sem filhos, confere-se a este uma benção especial

para que tenha seus próprios filhos.

Em seguida, o pai coloca o bebê no colo do Sandec. Depois que o Mohel executa

a circuncisão, mais dois homens podem receber honras especiais—um pode se-

gurar a criança enquanto o outro recita a benção e a prece especial para ser dado

o nome à criança. Na refeição que se segue é costume acender velas em honra da

Simchá, porém nenhuma benção especial é recitada. Na Benção de Graças (Bircat

Hamazon), vários pedidos são acrescentados para o bem-estar do bebê recém

circuncidado, de seus pais, do Sandec e do Mohel.

Page 7: Prefácio - Beit Menachem

O Primeiro pertence à D-us

A educação começa no nascimento

A psicologia moderna descobriu e demostrou que uma criança em tenra idade

começa a absorver impressões duradouras que moldarão sua personalidade e per-

manecerão com ela por toda a vida- conceito que o Rei Salomão ensinava há mais de

1110

O dia do Pidyon

O procedimento

O Pidyon Haben ocorre no trigésimo primeiro dia após o nascimento da criança.

Se essa data coincidir com Shabat ou Yom Tov ( que proíbem transações comer-

ciais) deve ser adiada para o dia seguinte. É costume cumprir essa Mitsvá à luz

do dia; entretanto a festa que se segue pode se estender até à noite. Se, por al-

guma razão, o primogênito não for resgatado no tempo prescrito, deve ser feito na

primeira oportunidade, mesmo sendo o menino já adulto (neste caso, ele próprio

deve resgatar-se perante um Cohen).

O pai deve escolher um Cohen observante e bem versado na Lei judaica, para redimir o

seu filho primogênito. Uma refeição festiva é preparada, e após recitar o Hamotsi ( a benção

do pão), o pai apresenta o filho ao Cohen com esta declaração: “Minha esposa deu à luz ao

meu primogênito”. O Cohen perguntará: “O que tu preferes: teu primogênito ou cinco moe-

das de prata?” Após confirmar sua intenção de ficar com o filho e transferir cinco moedas

de prata ou o seu valor equivalente para o Cohen, o pai recita duas bênçãos (“Al Pidyon

Haben” e “Shehecheyanu”). A seguir, o Cohen recita a benção sobre uma taça de vinho. É

preferível que dez homens adultos, no mínimo, participem de um Pidyon Haben.

A fim de libertá-los legalmente dessa obrigação original, eles devem ser

resgatados por cinco Shecalim (moedas de prata), pagos a um Cohen. O procedi-

mento deste regate não se aplica a um primogênito cujo pai é um Cohen ou Levi,

ou a mãe filha de Cohen ou Levi.

A Mitsvá de Pidyon Haben significa que o “primeiro” (o melhor) de todos os

nossos bens pertence a D-us. Um homem pode facilmente pensar que tem direito

acima de qualquer disputa sobre todas as suas posses. A Torá declara que o início

de qualquer realização, da qual nos orgulhamos em especial, seja para D-us e o

seu serviço, e só então podemos participar e aproveitar do restante. Isto era mais

perceptível na época do Templo, quando as primícias- os primeiros frutos- tinham

que ser trazidas ao santuário e os primogênitos do gado eram ofertados ao Cohen,

o servo de D-us. Entretanto, D-us nos permitiu reivindicar nosso filho primogênito,

desde que o criemos de acordo.

Isto fica enfatizado pela pergunta retórica do Cohen: “O que preferes: teu filho

ou cinco moedas de prata?”- já que o pai é obrigado a resgatar o filho de qualquer

forma. A pergunta implícita é: “Estás consciente da tua obrigação de criar teu filho

para ser dedicado à D-us, estudar a Torá e cumprir as mitsvot? Compreendes que

para educar uma criança apropriadamente deves estar preparado para fazer sacri-

fícios materiais se preciso for?” A resposta do pai- “Eu quero o meu filho e aqui

estão as cinco moedas de prata”- atesta de que ele entendeu plenamente a respon-

sabilidade e o privilégio de criar seu filho para ser um soldado do exército de D-us.

Page 8: Prefácio - Beit Menachem

1312

O segundo estágio

Opshernish

Assim que uma criança começa a falar, inicia-se outra fase de sua educação. O

pai deve ensinar-lhe o versículo hebraico: “Torá Tsivá Lanu Moshe Morashá Kehilat

Yaacov” (“A Torá que nos foi entregue por Moshe é a herança da comunidade de

Yaacov” Deut. XXIII:4).

Logo após, a criança deve ganhar seu próprio Sidur, e é preciso ensiná-la

várias preces e bênçãos, de acordo com sua capacidade. Obviamente, ela é ainda

bastante nova para compreender completamente o significado do que está profe-

rindo, mas as palavras ficarão, para sempre, impressas em sua mente. É também

uma boa prática, dar à cada criança sua própria caixinha de caridade (Tsedacá) e

encorajá-la a repartir sua mesada com os menos afortunados.

É costume não aparar o cabelo de um menino até a idade de três anos. Essa

prática tem origem no versículo bíblico: “ Eis que o homem é como uma árvore

no campo” (Deut. XX:19). O homem é comparado à árvore, já que ambos nas-

cem de uma semente, atingem a maturidade e, em tempo hábil, produzem fru-

tos. Durante os primeiros três anos de uma árvore recém-plantada, é proibido

comer de seus frutos. Do mesmo modo, o cabelo de um menino deve crescer

sem ser cortado, durante três anos consecutivos.

No terceiro aniversário, o cabelo é cortado pela primeira vez, numa ceri-

mônia geralmente conhecida pela palavra em yiddish “ Opshernish” deixando

as Peyot - a madeixa acima do maxilar superior , na frente da orelha- con-

forme prescrito na Torá, recebendo assim a sua estreia “não oficial”, nas

práticas religiosas. Nessa ocasião, os meninos começam a usar a kipá e os

Tsitisit, regularmente.

Amigos e parentes são convidados para essa cerimônia e são usualmente

chamados para cortar um cacho do cabelo.

A comparação entre um homem e uma árvore desperta a nossa atenção

para a necessidade de acompanhar cuidadosamente o desenvolvimento da

criança. Um corte executado numa árvore adulta não se espalha, e o dano se

limita à área específica onde este foi feito. Porém, se arranharmos um broto, a

deformidade ficará evidente na árvore inteira. Da mesma forma, maus hábitos

adquiridos enquanto adultos podem ser danosos, mas são mais propensos a

serem abandonados; porém, impressões negativas gravadas na mente de uma

criança não são facilmente dizimadas.

2800 anos atrás, e que pais judeus seguiram. Através de gerações, as mães ninavam

seus filhinhos até adormecerem, com canções que exaltavam a beleza da Torá.

O processo educacional começa no nascimento, pois já no berço a criança

inicia a absorção do que se passa ao seu redor. A sua personalidade e cará-

ter encetam o seu desenvolvimento antes mesmo que ela possa ler os mais

simples dos livros ou articular as sílabas das palavras. Registrando na mente

infantil o amor aos caminhos judaicos, asseguramos que essa herança será

seguida para sempre. De fato, a palavra hebraica Chinuch significa muito mais

do que simplesmente educação no sentido de dar a criança fatos e números

para assimilar. Chinuch expressa moldar o caráter da criança e guiá-la, passo

a passo, pelas veredas que a ajudarão a se tornar uma pessoa íntegra, um bom

judeu em sua totalidade.

Page 9: Prefácio - Beit Menachem

1514

Os fiadores

Escolhendo uma escola

Antes de doar a Torá a Israel, D-us pediu fiadores que garantissem que continuariam a

estudá-la e a cumprir seus mandamentos. Primeiramente, os anciãos foram sugeridos como

fiadores, mas D-us os rejeitou; depois os líderes foram apresentados, mas também eles foram

considerados inadequados. Quem D-us finalmente aceitou como fiadores de seu sagrado

legado? Foram as inocentes crianças que seriam ensinadas e educadas pelos seus pais para

se comprometerem a uma vida de acordo com a Torá.

Nossas crianças permanecem até hoje fiadoras da continuação de nossas sagradas tradi-

ções. Como podemos privá-los de uma genuína educação com base na Torá?

Aprendemos que “A Torá é a árvore da vida, para aqueles que se ligam a ela”. Por

isso, a escola que escolhemos para nossas crianças deve, antes de tudo, possuir

uma apropriada atmosfera de Torá. O estudo da Torá não pode ser encarado como

mais uma matéria do currículo escolar, como História ou Biologia. Um ambiente de

Torá deve permear todos os aspectos da vida escolar.

Igualmente importante é a postura dos professores. Eles devem ser indivídu-

os tementes a D-us , cujo comportamento seja exemplar, pois o estudo da Torá é

diferente de qualquer outro. Um médico que fuma pode manter sua credibilidade

enquanto prega sobre os perigos do fumo. Porém um professor deve ser coerente,

se ele espera que seus alunos pratiquem o que ele ensina. Somente pelos esforços

combinados do lar e da escola poderemos ter certeza de que a criança será uma

fonte de Nachat e alegria para seus pais, a família e a Casa de Israel.

Em prol da família

A curiosidade natural é uma das características mais fortes da psicologia humana. Esse im-

pulso inerente ao homem o levou a tantos e tão grandes feitos e descobertas, através da his-

tória da civilização. Mas há somente uma tênue linha que separa os aspectos positivos desta

natureza positiva que estimula o progresso aventureiro, o progresso e o desejo de provar

cada novidade e experenciar tendências passageiras que frequentemente são prejudiciais.

Não resta dúvida que o livre arbítrio é o que distingue o homem das demais

criaturas Divinas. Devido à essa liberdade, ele fica sujeito à recompensa ou puni-

ção. A liberdade de escolha entretanto não lhe permite escolher indiscriminada-

Acender das velas de Shabat

Às meninas também são legadas as responsabilidades religiosas desde a mais

tenra idade. Assim que uma menininha possa compreender a ideia do Shabat e

recitar a benção (com cerca de três anos), seus pais devem presenteá-la com um

castiçal e ensiná-la a acender uma vela de Shabat semanalmente ( por respeito

à sua mãe, que acende duas). Ela deve acender sua vela primeiro, permitindo

que sua mãe a ajude, se necessário. Ela também deve ser incentivada a colocar

algumas moedas na caixinha de Tsedacá antes de acender a vela, ensinando-a a

virtude de doar.

O ato de acender as velas de Shabat liga uma menina à nossa primeira ma-

triarca Sara, cuja vela ardia a semana toda, de Shabat a Shabat, conforme relatam

nossos sábios. E mais, isso coloca em evidência a missão sagrada conferida às

mães e filhas, de trazer luz e calor à família e ao ambiente.

Page 10: Prefácio - Beit Menachem

1716

mente e não concede permissão para modificar e romper a natureza sem ter con-

siderações cuidadosas das consequências. Muitos resultados negativos surgiram a

partir da indistinta liberdade do homem. Enfocaremos aqui o tema do planejamento

familiar na vida contemporânea.

Progresso, crescimento e descoberta são indicações de uma sociedade em

desenvolvimento, que procura aperfeiçoar suas condições de vida. Essas carac-

terísticas são mais louváveis na área da medicina (bem-estar físico), psicologia

(bem-estar mental e emocional) e economia (bem estar no meio ambiente). Mas em

relação à procriação e famílias com muitos filhos, nosso pensamento tende a focar

o “eu “ e o “agora” ofuscando nossa visão quando as influências contemporâneas

são contrapodutivas em relação a esses três aspectos.

Voltando nossa atenção à economia, os fatos reais estão em perfeita harmo-

nia com o fato de ter mais filhos. Restringir o tamanho da família e o crescimento

da população enfraquece a vitalidade necessária para estimular o progresso eco-

nômico .Deste modo, limitar o número de filhos em uma família, para permitir mais

oportunidades é como evitar uma compra de aparelhos que economizam tempo e

dinheiro, devido aos gastos e horas necessários à sua aquisição e manutenção.

A natureza humana é tal que somente por necessidade nós realmente aprovei-

tamos nossas energias e habilidades e obrigamos nossa imaginação e inteligência

a descobrir, substituir e fabricar novos e melhores materiais. É só recordarmos

o caso do embargo do petróleo de 1973 que impulsionou o Ocidente a explorar e

desenvolver fontes alternativas de energia, mais baratas e menos poluentes.

Além disso, assim como o crescimento econômico e os lucros dependem

totalmente dos investimentos e gastos , também uma criança a mais pode inicial-

mente sobrecarregar nosso tempo, energia e renda, mas futuramente traz lucros

e dividendos. No comércio, geralmente as vantagens são proporcionais aos inves-

timentos, mas quem pode atribuir um preço a satisfação - nachat , felicidade e

contribuições que uma criança a mais traz à sua família e à comunidade? O ser

em consideração pode impulsionar a causa da religião, medicina ou da ciência

como nenhuma outra...

Talvez seja mais significativa a situação social das crianças de famílias nume-

rosas. Elas aprendem desde cedo a preservar e conservar, sabem que a reserva

de água quente não é ilimitada, que a comida não deve ser desperdiçada e que os

brinquedos e as roupas devem ser bem conservados para que possam ser passa-

dos aos irmãos mais novos. Repartir torna-se um modo de vida e não uma maté-

ria ensinada por pais antiquados. Os trabalhos domésticos e as responsabilidades

distribuídas para cada criança, desde a tenra idade, proporcionam desafios, testam

a perseverança e estimulam os aspectos mais adormecidos da personalidade in-

fantil. Mais importante ainda é o fato que as crianças desenvolvem sua autoestima

e senso de valor e de objetivo.

Ainda assim, todas essas considerações práticas são incidentais para a pessoa

que deposita sua fé em D-us e se dedica à Torá buscando orientação. A primeira

mitsvá da Torá (e também a primeira em importância) é o mandamento: “Frutificai

e multiplicai-vos, povoai a terra e a subjugai”.

Está bem claro que para o gênero humano governar o mundo é preciso que haja

tantas crianças quanto for preciso para “povoar a terra”. Sem dúvida, o Todo Po-

deroso abençoa cada família com o número de filhos ideal para ela .É dispensável

dizer que a benevolência Divina proverá os recursos necessários para a for-

mação de todas as crianças, como está escrito no Zohar: ”Ele que dá a vida e

provê o sustento”.

Page 11: Prefácio - Beit Menachem

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Graça Divina e Proteção para hora abençoada

Desde os tempos remotos é um costume judaico enfeitar o lar onde um nasci-

mento é esperado, com pergaminho ou papel com inscrições, versículos, sagrados,

nomes de anjos e o Salmo Shir Lamaalot “Um Cântico para ascensão ...minha aju-

da virá do Senhor”(Tehilim Cap. 121).Em algumas comunidades esse hábito tomou

forma de um amuleto utilizado pela mãe quando dá à luz (um objeto pendurado que

contém escritos sagrados). Segundo o Talmud, um costume judaico tem a força de

uma Lei da Torá (vide Tossafot, Menachot 20b) – e as diversas versões tradicio-

nais dessa prática irão todas conferir muitas bênçãos de proteção sobre a mãe e

criança recém-nascida. Quando esses versículos são afixados antes do trabalho

de parto e do nascimento , certamente atraem bênçãos celestiais para que tudo

transcorra facilmente e sem complicações, estendendo suas graças para uma boa

e longa vida. Portanto, quando os versículos de Shir Lamaalot forem afixados no

quarto, a mãe e o médico se sentirão mais tranquilos, permitindo que os cuidados

resultantes sejam de melhor qualidade.

Em relação ao bebê recém-nascido, há um aspecto adicional que devemos ter

me mente: é de suma importância que , assim que uma criança judia nasce, deve

estar envolta por uma atmosfera de santidade. É sabido que tudo aquilo que um

bebê, mesmo com um dia de vida, vê e ouve, o influenciará, por muitos anos. Por-

tanto cerque a criança com objetos sagrados e isto ajudará a adicionar bênçãos e

sucesso à sua vida.

Shir Lamaalot - Uma Benção para mãe e filho

Prefácio

Durante o Farbrenguen (reunião chassídica) do dia 19 de Kislêv do ano de 5747, O

Rebe de Lubavitch relembrou e discutiu um antigo e interessante costume, que pra-

ticamente não é muito difundido atualmente. Antigamente, quando uma mãe dava

à luz em sua casa, costumava escrever em um pergaminho ou papel versículos e

palavras sagradas para trazer proteção a ela à criança a nascer. Esses ditos eram

colocados no quarto da mãe antes do parto. Tradicionalmente desde o nascimento

costumava-se envolver a criança com palavras e objetos sagrados. Essa antiga

prática de ter no quarto da parturiente e recém-nascido o “Shir Lamaalot”deveria

ser instituída nos hospitais modernos. Isso seguramente traz proteção e benção à

mãe e à criança. Não esperem voltar para casa; comecem no próprio hospital!

Page 12: Prefácio - Beit Menachem

A campanha das Mitsvot

Em todas as suas campanhas o Rebe enfatizou a campanha de difusão das mits-

vot. Ele lançou essas campanhas para estimular o cumprimento de certos preceitos

fundamentais. A observância dessas dez mitsvot específicas trazem ao indivíduo e à

família um relacionamento mais profundo e significativo com a sua herança judaica.

1 - Ahavat Israel – Ame a teu próximo como a ti mesmo

2 - Chinuch - Assegure às crianças uma educação de acordo com a Torá.

3 - Estudo da Torá – Estude nossa sagrada Torá diariamente de dia e à noite

4 - Tefilin – Homens e jovens acima de 13 anos devem colocar tefilin diariamente xx x(exceto nos dias de Shabat e Yom Tov).

5 - Mezuzá – Coloque uma Mezuzá autêntica no umbral direito de cada porta.

6 - Tsedacá – Tenha uma caixa de caridade em sua casa e pratique Tsedacá xxxxx xxxdoando diariamente uma moeda(exceto nos dias de Shabat e Yom Tov).

7 - Livros Sagrados Judaicos – Tenha livros sagrados (Sefarim) em sua casa. Pelo xxxmenos um Chumash, Tehilim e Sidur.

8 - Acender velas de Shabat e das Festas – Toda mulher desde os três anos de idade xxxdeve acender as velas na véspera de Shabat e de Yom Tov no horário correto.

9 - Cashrut – Observe as leis dos alimentos Casher dentro e fora de casa.

10 - Taharat Hamishpachá – Mantenha a tradição da pureza familiar

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3 - Estudo da Torá

8 - Acender velas deShabat e das festas

5- Mezuzá

10- Taharat Hamishpachá

1 - Ahavat Yisrael

6 - Tsedacá

4- Tefilin

9 - Cashrut

2 - Chinuch

7 - Posse de livros judaicos

Dedicamos esse guia aos nossos queridos filhos e

ao nascimento de mais um membro de nossa família.

Eles são a razão da alegria que nos inspira e nos

acompanha em nosso dia-a-dia.

Eliyahu e Rivky Rosenfeld

Page 13: Prefácio - Beit Menachem

Shir LammalotVersículos e palavras sagradas oferecendo proteção à parturiente e à criança por nascer.