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PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO SUBSECRETARIA DE ENSINO COORDENADORIA DE EDUCAÇÃO 4.º Bimestre 2012

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SUBSECRETARIA DE ENSINO

COORDENADORIA DE EDUCAÇÃO

COORDENADORIA TÉCNICA

ILMAR ROHLOFF DE MATTOS CONSULTORIA

ROBERTO ANUNCIAÇÃO ANTUNES

COORDENAÇÃO

LUCIO CARVALHO IGNÁCIO ROBERTO ANUNCIAÇÃO ANTUNES

ELABORAÇÃO

CARLA DA ROCHA FARIA JAIME PACHECO DOS SANTOS

LEILA CUNHA DE OLIVEIRA SIMONE CARDOZO VITAL DA SILVA

REVISÃO

LETICIA CARVALHO MONTEIRO MARIA PAULA SANTOS DE OLIVEIRA

DIAGRAMAÇÃO

BEATRIZ ALVES DOS SANTOS MARIA DE FÁTIMA CUNHA

DESIGN GRÁFICO

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A ANTIGUIDADE ROMANA

Neste bimestre, vamos conhecer a Roma Antiga: uma cidade que se tornou um império. Vamos conhecer um conjunto de experiências e vivências de povos que, na Antiguidade, se estabeleceram na região da Península Itálica, na Europa. Roma, a chamada Cidade Eterna, possui monumentos que atestam a grandiosidade de diferentes momentos da história, como os exemplificados abaixo.

O COLISEU Com 524 m de circunferência, foi construído a mando do imperador Vespasiano, por volta do ano 70 d.C.. Servia como arena para as lutas entre gladiadores e também para outros entretenimentos da época. Vimos no bimestre passado, que o Coliseu foi escolhido em votação popular, como uma das atuais maravilhas do mundo moderno, demonstrando a importância deste monumento.

jornallivre.com.br

ARCO DO IMPERADOR SÉTIMO SEVERO Localizado próximo ao Forum romano, foi construído por volta do ano 203 d.C., para comemorar as vitórias militares desse imperador romano. Mandar construir arcos, para engrandecer seus feitos e vitórias, era uma prática dos diversos governantes de Roma.

historiadaarte.pbworks.com

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Observe, no mapa acima, a posição da Península Itálica no continente europeu. É uma região privilegiada em relação ao Mar Mediterrâneo, dividindo o Mediterrâneo em duas partes: ocidental e oriental. Essa localização foi muito importante quando ocorreu a expansão romana e o Mediterrâneo foi chamado de Mare Nostrum. Mais à frente, você entenderá melhor essa expressão, que está em latim, que era o idioma da Roma Antiga. Observe também, no mapa, como a cidade de Roma se encontra numa posição privilegiada no território da Península Itálica. Com fácil acesso ao norte, ao sul e ao Mar Adriático, o domínio da península também foi facilitado no processo de expansão de Roma sobre essa e outras regiões da Europa.

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A FUNDAÇÃO DE ROMA

Todas as cidades têm uma origem, um começo. Um momento único, no qual pessoas e povos se juntam para construir uma vida em comum.

Roma tem uma origem lendária. Vamos conhecê-la, através do relato do historiador Tito Lívio que escreveu “História de Roma” , concluída no século I. Em sua obra, ele nos conta que...

“Segundo uma antiga lenda da tradição romana, a cidade de Roma foi fundada pelos gêmeos Rômulo e Remo, filhos do deus Marte com a vestal Rea Sílvia, filha de Numitor, rei de Alba Longa. De acordo com a lenda, os irmãos gêmeos, ainda bebês, foram sequestrados, colocados em um cesto e jogados no rio Tibre por Amúlio, irmão de Numitor e que cobiçava o poder. A correnteza do rio os levou até a região do Monte Palatino, onde foram achados por uma loba. A loba os teria amamentado e, posteriormente, teriam sido encontrados, recolhidos e criados por pastores. Quando cresceram, lutaram pela recuperação do trono e decidiram fundar uma cidade no local onde a loba os teria encontrado e amamentado. No entanto, tempos depois, ocorreu uma disputa entre eles pelo trono da cidade e pelo poder. Remo, com ciúme da preferência dos deuses por Rômulo, o atacou. Rômulo então matou seu irmão Remo e se tornou o primeiro rei de Roma. Isso teria acontecido no ano de 753 a.C..” lacom

unidad.elpais.com

Monumento na cidade de Roma, em referência a Rômulo e Remo.

sportking.gr

Escudo da Associação Esportiva Roma, popular clube de futebol italiano, que, em seu símbolo, homenageia a fundação lendária da cidade.

GLOSSÁRIO: vestal: sacerdotisa do templo dedicado à deusa Vesta, a deusa romana do fogo.

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OS PERÍODOS DA HISTÓRIA DE ROMA NA ANTIGUIDADE

A história de Roma dura cerca de doze séculos, desde os primeiros povoamentos até o fim do Império. Ao longo desse tempo, os romanos acumularam poder e dominaram povos e territórios muito importantes para a futura grandiosidade do Império. Os historiadores dividem essa trajetória política em três períodos:

- Realeza (da fundação da cidade até 509 a.C.) – pouco se sabe sobre este período. Dos sete reis que teriam governado a cidade, somente é comprovada a existência dos três últimos, de origem etrusca. - República (de 509 a 27 a.C.) – momento marcado por mudanças na estrutura social, econômica, política e pela expansão territorial. Ao final do período, a crescente concentração de poderes deu origem ao Império. - Império (de 27 a.C. a 476 d.C.) – neste período, ocorreu um desenvolvimento econômico expressivo e o aumento do poderio político da cidade. Nos últimos dois séculos do período, diversos acontecimentos internos e externos provocaram a desagregação do império.

1yachtua.com

A região do Lácio (área dos primeiros povoamentos de Roma).

No mapa ao lado, contando sempre com o apoio de seu Professor, pinte a região circulada que mostra o núcleo inicial do povoamento de Roma.

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HISTÓRIA DE ROMA ANTIGA: LINHA DO TEMPO

REALEZA Da fundação da cidade até

509 a.C.

REPÚBLICA De 509 até 27 a.C.

IMPÉRIO

De 27 a.C. a 476 d.C.

Mesmo lidando com palavras que ainda hoje são usadas, os povos do passado e outras sociedades muitas vezes os utilizavam com significados diversos daqueles com que os empregamos. Basta lembrarmos da democracia grega, bem diversa do atual conceito de democracia. Fique sempre atento!

De acordo com os dados acima, responda: Quantos anos durou a república romana? __________________ E quantos anos durou o império? ________________________

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Na página anterior, vimos os períodos da história política de Roma: REALEZA, REPÚBLICA e IMPÉRIO. Sabemos que muitos países atuais vivem sob esses regimes: alguns são repúblicas, tendo um presidente para governá-los; outros são governados por um rei ou imperador, sendo, portanto, uma monarquia, forma de governo que compreende tanto a realeza quanto o império. Com a orientação de seu Professor, pesquise e registre, no espaço abaixo, alguns países atuais que sejam ou republicanos ou monarquistas. Um site que pode ajudar nessa pesquisa é: http://www.brasilescola.com/geografia/paises.htm . Boa pesquisa! Países que vivem sob o regime republicano: Países que vivem sob o regime monárquico: _____________________________________ ____________________________________ _____________________________________ ____________________________________ _____________________________________ ____________________________________ _____________________________________ ____________________________________ _____________________________________ ____________________________________

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OS PRIMEIROS HABITANTES DA PENÍNSULA ITÁLICA

Aproximadamente no ano 2.000 a.C., a Península Itálica foi invadida por povos vindos da Europa oriental. Eram os italiotas, que se dividiam em pequenos grupos, como os latinos, habitantes do Lácio, e os sabinos. Por volta do séc. VIII a.C., um outro povo, o etrusco, cuja procedência é desconhecida, se estabeleceu no noroeste da península. Os etruscos teriam ocupado a região do Lácio, impondo seus costumes, unificando todos os povos em um único centro de poder, a cidade de Roma. Pode-se dizer que essa atuação dos etruscos, na formação inicial de Roma, foi, em boa parte, resultado de um longo processo que incluiu o desenvolvimento da agricultura e do artesanato em bronze e cerâmica, associado ao fato de serem os etruscos também hábeis comerciantes.

ARTE ETRUSCA

Sarcófago de Larthia Seianti, uma nobre etrusca, séc. III a.C.. Museu Nacional de Parma, Itália.

Vasos etruscos do século VI a.C.

http://t3.gstatic.com

theoldbouquet.com

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Depois dos etruscos, vieram os gregos, que ocuparam o sul da península e a Sicília, fundando a MAGNA GRÉCIA. Os gregos desenvolveram, na região, uma intensa atividade comercial. Ocorre, por essa razão, um aumento populacional. Portanto, italiotas, etruscos e gregos foram os principais povoadores da Península Itálica.

Sicília

Sardenha

Córsega

Pompeia

Gênova

Cartago

Volsinii

Roma

ETRÚRIA

CAMPANIA

Mar Mediterrâneo

Mar Tirreno

Mar Adriático

Território etrusco

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A REALEZA ROMANA

As informações sobre o período da REALEZA romana são muito escassas. Muito deverá ser descoberto ainda, graças às pesquisas dos historiadores, como também, às novas tecnologias e escavações arqueológicas que continuam a ser realizadas nas proximidades de Roma. Nas obras de Tito Lívio e Virgílio, escritores romanos, aparecem os nomes dos antigos monarcas romanos, cuja existência não foi totalmente confirmada. Os quatro primeiros reis teriam sido latinos: Rômulo, Numa Pompílio, Túlio Hostílio e Anco Márcio. A partir do séc. VII a.C., o Lácio ficou sob o domínio de reis etruscos: Tarquínio Prisco, Sérvio Túlio e Tarquínio, o Soberbo. Em 509 a.C. foi deposto o último rei, começando então um novo período para Roma: a República.

Infopedia.pt

Mosaico romano que representa o poeta Virgílio, entre as musas gregas da poesia e da comédia, Calíope e Talia. O mosaico é uma arte que consiste na utilização de pequenas pastilhas de cerâmica ou mesmo pedrinhas, para formar uma imagem maior.

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CONSTRUINDO O SEU PRÓPRIO MOSAICO

Agora, que você sabe o que é um mosaico, que tal construir o seu? Peça a orientação de seu Professor e, com pequenos pedaços de papel colorido, crie uma cena do cotidiano ou apenas uma figura, utilizando essa técnica tão ligada à arte romana.

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A ORGANIZAÇÃO SOCIAL ROMANA NA ÉPOCA DA REALEZA

O termo patrício vem de pater (pai), chefe poderoso das famílias que detinham privilégios na sociedade. Possuíam terra e gado. Eram os únicos a ter direitos políticos, jurídicos, civis e religiosos.

PLEBEUS

Homens livres sem direitos políticos, como estrangeiros e imigrantes. Comerciantes, artesãos e camponeses também faziam parte dessa classe

que representava a maioria da população.

ESCRAVOS

Indivíduos que perderam sua liberdade em razão de dívidas ou, principalmente, quando aprisionados em guerras. Seu número era muito

reduzido. Meros instrumentos de trabalho, sem nenhum direito, eram obrigados a trabalhar sob a ameaça de castigos corporais violentos. A

crucificação era a pena máxima para os insubordinados.

PATRÍCIOS

CLIENTES

Eram plebeus ou estrangeiros que se colocavam sob a proteção de uma família patrícia, prestando

serviços.

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OS CLIENTES “O que é um cliente? É uma pessoa livre, pobre ou rica, que se aproxima de

um patrício em busca de proteção das leis para si e sua família. Como as leis só amparavam os patrícios, cada vez mais tornou-se necessário buscar ajuda de quem tinha poder. Criaram-se, então, laços de dependência mútua entre o cliente-protegido e o patrício-protetor. Pela manhã, formavam-se filas na porta da casa do patrono/protetor: eram os clientes que vinham saudá-lo, vestidos com roupas especiais. Aos mais pobres eram oferecidas pequenas quantias de dinheiro, com que compravam os alimentos do dia. Era comum serem recebidos pelo protetor em sua mesa de refeição, onde se colocavam por ordem de importância.”

Adaptado de: VEYNE, Paul. História da vida privada: do Império Romano ao ano mil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. P. 98-99

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• Classe social composta pelos privilegiados na Roma Antiga.

• Período inicial da história romana.

• Fundador lendário de Roma.

• Um dos reis etruscos que governou o Lácio.

• Um dos primeiros povos a ocuparem a Península Itálica.

• Buscavam a proteção dos patrícios, em troca de serviços prestados.

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É hora de caça-conhecimento! Preencha os retângulos e encontre cada uma das palavras no caça-conhecimento.

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A base da organização social romana eram os

clãs ou gens, famílias formadas por aqueles que tinham um ancestral comum. No caso da região do Lácio, onde se desenvolveu Roma, sabe-se que havia clãs de origem etrusca, sabina e latina. Apesar da situação social e jurídica variar muito ao longo da história romana, as mulheres, por herança dos etruscos, tinham mais participação na sociedade que as mulheres da Grécia e conquistaram alguns direitos. Apesar disso, a mulher estava quase sempre sujeita ao poder de um homem, principalmente do pai (o chefe da família) ou do marido. Quanto ao casamento, eram os chefes de família que escolhiam e decidiam os casamentos das filhas, podendo realizá-los quando as meninas completassem doze anos.

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Você concorda que devem existir pessoas com mais direitos do que outras? Você acha justo? Que tal formar uma equipe para discutir essa questão? Combine com o seu Professor. Ao final, registre aqui a opinião da equipe. _________________________________ _________________________________ _________________________________ _________________________________ _________________________________ _________________________________ _________________________________ _________________________________ _________________________________

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Você conhece mulheres que sejam chefes de família? ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ No Brasil atual, os direitos sociais e políticos são iguais para todos? ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Você estudou o que era um cliente. Existe clientelismo no Brasil atual? ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________

maoseobras.w

ordpress.com

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ORGANIZAÇÃO POLÍTICA NA REALEZA ROMANA

No período da realeza, como o nome já indica, o rei era a maior autoridade da cidade. Ele exercia o comando militar, conduzia as cerimônias religiosas, determinava as punições, como se fosse um juiz. Seu reinado era vitalício, ou seja, governava até morrer. Seu poder era controlado pelo Conselho de Anciãos ou Senado. Este órgão era formado pelos chefes dos clãs e tinha função consultiva, com poder para vetar as decisões do rei. Havia, ainda, a Assembléia Curiata (reunião de clãs ou gens), formada por alguns patrícios. A ela cabiam as decisões sobre as declarações de guerra e paz, a adoção de novas leis e a confirmação do novo monarca, pois o cargo de rei não era hereditário. Os patrícios, que controlavam o Senado romano, nunca se conformaram com o domínio etrusco sobre Roma. Em 509 a.C., aproveitando-se do enfraquecimento dos etruscos, por causa de guerras com os povos vizinhos, os patrícios derrubaram o rei etrusco Tarquínio, o Soberbo, e fundaram a República Romana.

pt.wikipedia.org

A cloaca máxima, uma das mais antigas redes de esgoto do mundo, foi concluída no governo de Tarquínio, o Soberbo.

romanaqueducts.info

TARQUÍNIO, O SOBERBO.

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A RES PUBLICA

Em latim, república (res publica) significa coisa pública, ou ainda, bem comum. Na Roma Antiga, República significava um governo regido pelo interesse comum, em conformidade com a lei. Reformas contrárias aos interesses dos patrícios eram muito combatidas, como podemos ver no trecho do discurso abaixo reproduzido.

República é uma forma de governo que se diferencia da Monarquia. Em vez de reis, com

poderes hereditários e vitalícios, predominam as eleições periódicas para escolha do governante, cujo mandato é por um tempo determinado, como acontece no Brasil, nos dias de hoje.

aquileiacoloringrome.com

Tradução: “A reforma irá prejudicar os ricos. Por isso, nós, patrícios e senadores, unidos no Partido Aristocrático, somos contra.”

* Obs.: o discurso está em italiano, atual idioma falado na Itália.

*

SENADORES ROMANOS

teclog.wordpress.com

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O PODER NA REPÚBLICA ROMANA

Mesmo trazendo em seu nome a ideia do bem comum, a República que se formou em Roma, em 509 a.C., não atendia, no seu início, aos interesses da imensa maioria do povo, formada pelos plebeus. Ela beneficiava exclusivamente os patrícios, responsáveis por todas as decisões políticas. Assim, apesar de usarmos o termo República Romana, o sistema político apresentava restrições e privilégios. Para entendermos melhor como isto acontecia, vamos conhecer a estrutura do poder em Roma.

A organização do poder na República Romana CÔNSULES: eram os dois magistrados principais, com poder semelhante ao dos antigos reis. Sempre eram escolhidos entre os mais importantes patrícios. DITADOR: tinha plenos poderes, pelo período máximo de seis meses. Sua nomeação era feita pelos cônsules, segundo proposta do Senado. SENADO: instituído no período da Realeza, era o órgão mais importante e poderoso da administração republicana, ao qual tinham acesso somente os patrícios. Os senadores possuíam cargo vitalício. No caso de graves crises internas ou de séria ameaça externa, o Senado suspendia o poder dos dois cônsules e transferia o comando romano ao ditador. ASSEMBLEIA CENTURIAL: assembleia do exército, da qual participavam patrícios e plebeus. Recebeu essa denominação porque seus componentes, os centuriões, durante as reuniões, organizavam-se em centúrias (fileiras de cem soldados). Cada centúria tinha direito a um voto e a Assembleia, em seu conjunto, possuía 98 centúrias patrícias e 95 plebeias. A Assembleia Centurial decidia sobre declarações de guerra ou tratados de paz, votava as leis e elegia os cônsules. ASSEMBLEIA CURIATA: cuidava, basicamente, dos assuntos religiosos. Com a queda da Realeza, perdeu prestígio e poder.

educacao.uol.com.br

Senatus Populusque Romanus (O Senado e o Povo Romano). Assim, pretendia-se mostrar a ligação entre o Senado e o povo, valorizando o poder do Senado.

os símbolos abaixo eram símbolos de poder?

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Quem colocava em prática as decisões governamentais, eram os magistrados romanos, cujos principais cargos eram:

PRETOR: responsável pela aplicação da justiça. CENSOR: encarregado de recensear os cidadãos, de acordo com critérios de riqueza, a fim de elaborar o álbum senatorial. Cuidava, ainda, da conduta moral dos cidadãos. QUESTOR: responsável pelo tesouro público. EDIL: encarregado da conservação da cidade (limpeza, policiamento, abastecimento de água e gêneros alimentícios etc.). PONTÍFICE: responsável pelos assuntos religiosos.

profesorenlinea.cl

Estátua do pretor Otávio

mandicplace.com

O censor Catão uned.es

Um edil

O termo censor ainda está presente em nosso cotidiano. Ele se refere à pessoa que está encarregada de analisar determinadas obras artísticas, como filmes e peças de teatro, para classificá-las de acordo com a faixa etária apropriada. Temos também censo, termo que se refere à pesquisa ou levantamento feito por uma instituição. Não podemos confundir com senso, termo que diz respeito ao julgamento que fazemos das atitudes e opções cotidianas, julgando-as certas ou erradas. E também utilizamos o termo pontífice, hoje referente ao Papa.

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Você aprendeu, nas páginas anteriores, que os cargos mais importantes e as

decisões ficavam a cargo dos patrícios no início da República. Que, apesar dos plebeus constituírem a maioria da população, não tinham poder de decisão.

Agora, contando com a ajuda de seu Professor e de seus colegas, tente fazer uma relação com os dias atuais: a maioria do povo, hoje, tem sua importância reconhecida e seus direitos realmente garantidos? Escreva aqui os pontos principais da discussão.

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AS LUTAS DE CLASSE: PATRÍCIOS X PLEBEUS

O período republicano teve início sob o controle aristocrático dos patrícios. Apesar dos plebeus representarem uma grande parcela da população romana, sua participação política era limitada. Sua condição econômica era bastante instável, embora alguns conseguissem até enriquecer, pagassem impostos e participassem do exército. Mas, apesar disso, não podiam exercer nenhum cargo importante no governo, controlado pelos patrícios. O casamento entre plebeus e patrícios também era proibido. Essa situação descontentava os plebeus mais ricos e influentes. Os plebeus reclamavam da escravidão por dívidas, que era uma ameaça constante. Diante desse quadro, explodiram sucessivos conflitos entre os séculos V e IV a.C., como em 494 a.C., quando os plebeus foram convocados para uma campanha militar. A fim de lutar por seus direitos, retiraram-se de Roma e ameaçaram não participar do exército, exigindo maior participação política. Os patrícios viram-se sem saída, pois, afinal, a maioria dos soldados romanos eram plebeus. A atitude da plebe não deixou alternativa aos patrícios, senão lhes conceder direito de representação. Surgiram, assim, para representar os plebeus, os TRIBUNOS DA PLEBE. O tribuno podia vetar (anular) as leis que considerasse contrárias aos interesses dos plebeus.

brasilescola.com

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A LEI DAS DOZE TÁBUAS E O DIREITO ROMANO

Até então, as leis que vigoravam entre os romanos eram baseadas nos costumes e transmitidas oralmente entre os patrícios. Em 450 a.C., pressionados por novas revoltas plebeias, os patrícios convocaram dez juristas, escolhidos entre os dois grupos sociais, e os incumbiram de redigir um conjunto de leis. O trabalho dos juristas resultou num código jurídico gravado em 12 tábuas de bronze, a LEI DAS DOZE TÁBUAS, leis iguais para todos. A LEI DAS DOZE TÁBUAS veio para substituir o direito consuetudinário que, interpretado pelos patrícios, nunca favorecia os plebeus. Aos poucos, a plebe conquistou novos direitos. Em 445 a.C., instituiu-se a LEI CANULEIA, que permitia o casamento entre pessoas dessas duas camadas sociais. Mesmo assim, essa possibilidade estava mais ao alcance dos plebeus que haviam enriquecido. Outra grande conquista foi a LEI LICÍNIA, de 367 a.C., que, atendendo uma antiga reivindicação dos plebeus, proibiu a escravização por dívidas.

GLOSSÁRIO: direito consuetudinário - aquele que é baseado nos costumes e tradições, não precisando estar escrito; juristas ou jurisconsultos: - pessoas com conhecimento das leis e que possuem autoridade para dar pareceres sobre assuntos jurídicos.

jurisway.org.br

A LEI DAS DOZE TÁBUAS

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A EXPANSÃO ROMANA: A CONQUISTA DA ITÁLIA

Desde muito cedo, os romanos entraram em conflito com seus vizinhos por terras e bens. Aos poucos, foram formando um grande exército e passaram ao ataque. Nas guerras com as cidades vizinhas, Roma, muitas vezes, tornava os povos vencidos, seus aliados. Estes passavam a fornecer soldados para auxiliar as tropas romanas e, em troca, recebiam proteção de Roma. Os romanos ficavam com parte da terra conquistada, que era convertida em “terra pública” (ager publicus, em latim). Estas terras acabaram sendo alvo de disputas entre os patrícios e os plebeus sem terra.

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GÁLIA CISALPINA

NÚCLEO INICIAL

MAGNA GRÉCIA

Expansão

A EXPANSÃO DE ROMA – SÉC. IV A.C.

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Observe, no mapa ao lado, sob a orientação do seu Professor, a expansão romana a partir de seu núcleo inicial.

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A EXPANSÃO DE ROMA E O EXÉRCITO

“A principal razão para o sucesso e a expansão de Roma foi seu exército – o maior e melhor da sua época. Soldados eram enviados aos quatro cantos do império para sufocar rebeliões e guardar as fronteiras. Durante os períodos de paz, eles moravam em fortes de madeira ou de pedra, onde continuavam treinando, exercitando-se e se preparando para a guerra. Não era tão empolgante quanto a guerra em si e eles ansiavam por um conflito se houvesse paz durante muito tempo. Se fosse um cidadão romano, você poderia se alistar no exército como legionário. Os não-cidadãos se alistavam como auxiliares. Cada legião tinha 5 mil soldados, divididos em unidades menores, chamadas de centúrias.” GANERI, Anita. Como seria sua vida na Roma Antiga? São Paulo: Scipione, 1996. p. 36.

Entre os séculos V e III a.C., os romanos, com seu poderoso exército, conquistaram toda a península itálica. As conquistas ocorriam em consequência de uma política de defesa e proteção, diante do perigo representado pelos povos vizinhos. Ocorria, ainda, a busca pelo controle de recursos necessários ao abastecimento da própria população romana, desde terras férteis até regiões produtoras de matéria-prima. O segundo movimento de expansão territorial ocorreu nas regiões do mar Mediterrâneo, principalmente em sua parte ocidental. Procurava-se expandir a atividade comercial. A expansão, entretanto, encontrou firme resistência dos cartagineses. Cartago, uma cidade africana fundada pelos fenícios, mantinha colônias na Córsega, na Sardenha, na Sicília, na península Ibérica e no próprio norte da África, controlando praticamente todo o comércio marítimo no Mediterrâneo ocidental, como você pode observar no mapa da página seguinte.

desciclopedia.ws

tropasdeelite.xpg.com.br

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“Delenda est Carthago” A expressão acima, em latim, significa: Cartago deve ser destruída! Segundo os historiadores, era assim que

o senador Catão terminava cada um de seus discursos, mostrando a necessidade da vitória romana sobre Cartago, no período final das Guerras Púnicas.

Roma

Cartago

Cartago Nova

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Territórios dominados por Cartago até 220 a.C.

Córsega

Sardenha

Sicília

Península Ibérica

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A disputa pelo controle do Mediterrâneo ocidental foi o motivo principal das guerras entre Roma e Cartago. Tais guerras foram chamadas de Guerras Púnicas (264 – 146 a.C.), porque os romanos chamavam os fenícios de phoenis, púnicos. O conflito começou com a disputa por territórios na Sicília. Os romanos saíram vitoriosos e receberam como recompensa a Sicília, a Sardenha e a Córsega, além de considerável indenização. Eram as primeiras conquistas fora da área peninsular. Os cartagineses, desejando se vingar, armaram-se novamente. Com um poderoso exército, liderado por Aníbal, obtiveram várias vitórias, mas tiveram que recuar para defender Cartago, atacada pelos romanos. O último confronto desenrolou-se na própria África. Diante do crescimento de Cartago, os romanos sentiram-se ameaçados. Enviaram um exército à cidade, que a destruiu, escravizando a população e incorporando a região aos seus domínios.

historiadomundo.com

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ANÍBAL

stopquedas.co.cc

GUERRAS PÚNICAS

AS GUERRAS PÚNICAS

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Ao final das Guerras Púnicas, Roma não era mais só uma cidade. Era um verdadeiro Império. Controlava toda a península italiana, o norte da África e a península Ibérica. Com a derrota de Cartago, principal rival no Mediterrâneo, este mar passou a ser chamado de Mare Nostrum (nosso mar) pelos romanos. Depois de conquistar terras a oeste, os romanos voltaram-se para o leste, onde se apossaram da Macedônia, da Grécia e de vários reinos da Ásia Menor. Em seguida, já no século I a.C., comandados por Júlio César, completaram a conquista da Gália (aproximadamente onde hoje estão a França e a Bélgica). Anos depois, os romanos tomaram as terras em volta do mar Mediterrâneo, invadindo o Egito e o norte da África. Para manter suas conquistas, Roma investia em mais do que um poderoso exército. Para facilitar as comunicações e o comércio e, também, para manter a agilidade das tropas, em casos de revolta em seus territórios, desenvolveu a construção de estradas pavimentadas com pedras, tão bem feitas que, em alguns casos, são ainda encontradas em bom estado. Desde esse tempo até hoje, um ditado popular já fazia menção à importância das estradas romanas: “Todos os caminhos levam a Roma”.

Estradas romanas:

pointdaarte.webnode.com

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betelviagens.com.br

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OS RESULTADOS DA EXPANSÃO

As conquistas trouxeram mudanças profundas na vida dos romanos: * um grande afluxo de riquezas para Roma, provenientes das áreas conquistadas, e o aumento das trocas comerciais; * a concentração das terras conquistadas nas mãos da aristocracia romana (formação de latifúndios); * o aparecimento de novos grupos sociais, ligados à expansão comercial, como mercadores e banqueiros (chamados homens novos), aumentou o êxodo rural, a quantidade de pobres na cidade (chamados proletários), além do enriquecimento dos cobradores de impostos nas áreas conquistadas (chamados publicanos); * como resultado da marginalização dos plebeus e da ampliação do número de escravos, além do êxodo rural daí decorrente, as cidades tornaram-se superpovoadas, contribuindo para um período de fome, epidemias e violência. Para controlar esta massa urbana, o governo da República inicia a política do Pão e Circo – distribuição de alimentos e diversão gratuita. Com isso, o Estado Romano procurava controlar as manifestações em favor de uma reforma agrária; * ocorrência de guerras civis em função da nova configuração social, na qual se opunham a velha e a nova aristocracia, grupos dirigentes e massa empobrecida, senhores e escravos. Tais guerras acabaram por enfraquecer as instituições políticas e arruinar a República; * os pequenos agricultores, que se alistaram no exército, ao retornarem, encontravam as suas terras devastadas ou incorporadas ao patrimônio de um aristocrata.

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A REPÚBLICA EM CRISE

Com a crise republicana, as terras foram controladas pelos aristocratas, que se transformaram em latifundiários. Como a mão de obra escrava tinha aumentado com as conquistas militares, não havia trabalho no campo. Os escravos se revoltavam. As cidades inchavam. Quando o cônsul Mário promoveu a reforma militar, em 107 a.C., instituindo o pagamento de salário aos soldados, além do que recebiam como parte dos saques de guerra e terras, criaram-se a título de recompensa, laços de lealdade dos soldados para com seus comandantes. Os generais, por sua vez, usavam as tropas para obter poder político, pressionando assim o Senado. Desta crise resultará uma nova organização política: o Império.

legiaoromana.w

ebs.com

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ROMA: DA REPÚBLICA PARA O IMPÉRIO

Com o objetivo de colocar um fim às ambições políticas de Mário, o Senado nomeou um general patrício como ditador perpétuo. Sila assumiu esse cargo inovador na República Romana, dando sinais de que esse regime político, dali por diante, já não seria mais o mesmo. Mário morre e todos os seus aliados são perseguidos e eliminados por Sila. No ano de 79 a.C., Sila renuncia e em seu lugar assume o Primeiro Triunvirato, uma forma de governo em que o poder é dividido entre três pessoas, no caso, por três generais: Júlio César, Pompeu e Crasso. Daí por diante, percebe-se que a República dá lugar a um poder extremamente centralizado, em que o Senado perde um pouco de sua autoridade, não só sobre o exército, mas também sobre o próprio Estado.

O primeiro triunvirato apoiava o seu poder na popularidade dos generais com seus legionários. E entre os três, o mais habilidoso e popular era Júlio César, “o conquistador da Gália”. Feitos militares como este, fizeram dele o mais admirado e fortalecido general, aumentando o seu prestígio, não só entre os soldados, mas também em toda a população romana. Com a morte de Crasso, numa batalha em 53 a.C., essa grande popularidade de César incomodou bastante os membros do Senado que, de imediato, manifestaram todo o apoio ao general Pompeu, elegendo-o cônsul único e retirando de César seus poderes sobre a Gália.

POMPEU, JÚLIO CÉSAR E CRASSO: O 1º TRIUNVIRATO

brasilescola.com

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Essa tentativa de enfraquecer Júlio César e suas pretensões políticas provocou nele uma reação imediata. César não acatou as ordens, pois desconfiava das intenções do Senado e sabia que, se desorganizasse suas tropas, perderia seu poder e teria suas pretensões políticas frustradas. Em 49 a.C., atravessou com suas legiões o rio Rubicão (que separava a Itália da Gália), limite de sua jurisdição, e disse a famosa frase: Alea jacta est (“A sorte está lançada"). Com seu exército, Júlio César invadiu Roma, aliou-se à rainha do Egito, Cleópatra (após contribuir para a sua ascensão ao poder), e derrotou Pompeu, dando início a um governo pessoal. Ocorreu, a partir daí, uma profunda centralização do Estado Romano, isto é, o soberano César passou a concentrar, em suas mãos, amplos poderes. Vale lembrar que um dos termos ao qual se relaciona a palavra imperador é general.

JÚLIO CÉSAR

César enfrenta várias conspirações dos patrícios no Senado, que viviam apavorados com a poderosa força política de Júlio César. Em 44 a.C., ocorreu, no próprio Senado, o assassinato de César, apunhalado por 33 senadores, inclusive por seu filho adotivo, Brutus. Os aliados de César, apoiados pelo povo romano, impediram que esse golpe desse certo e organizaram o Segundo Triunvirato, formado pelos generais Marco Antônio, Lépido e Caio Otávio, sobrinho de César.

GLOSSÁRIO: Jurisdição - local sobre o qual se tem poder.

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Porém, intensas disputas pelo legado de César, entre os generais do Segundo Triunvirato, provocaram uma nova divisão do poder: o Ocidente (Europa) fica para Otávio, enquanto o Oriente (Ásia) fica sob o controle de Marco Antônio. Lépido assume o poder das regiões localizadas na África e na Espanha. Lépido, entretanto, em 36 a. C., foi afastado do poder por Otávio, que assumiu sozinho o controle de todo o Ocidente. Logo surge o conflito com Marco Antônio, que vinha se fortalecendo no Oriente, após forjar uma aliança com Cleópatra, rainha do Egito. Otávio, em 31 a. C., derrota o exército de Marco Antonio que, então, se suicida ao lado de sua amada Cleópatra. Finalmente, Otávio retorna para Roma como vitorioso e assume o poder de forma única, sendo aclamado como Augusto, Imperador de “todas as Romas“ (chefe supremo do Exército), Sumo Pontífice (chefe religioso) e Príncipe (o principal cidadão) romano.

LÉPIDO

historialuniversal.com

MARCO ANTONIO

dec.ufcg.edu.br

OTÁVIO

O 2º triunvirato.

webluxo.com

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Foi durante o Império que Roma alcançou sua extensão máxima, ocupando a Europa, da Península Ibérica até o Rio Reno e o Rio Danúbio, a Ásia Menor, o Oriente Médio e o norte da África. Durante o governo de Augusto, Roma viveu a era conhecida como a Pax Romana. Nesta fase, Augusto reorganizou as tropas militares, construiu diversas estradas que facilitariam os deslocamentos e as comunicações, e iniciou a política de bom relacionamento com as regiões para as quais se expandiria o Império, buscando manter, assim, a supremacia de Roma.

O PERÍODO IMPERIAL

paxromanafrica.

org AUGUSTO

Você sabia que Júlio César e Augusto inspiraram o nome de dois meses de nosso calendário? Se você nasceu nos meses de Julho ou Agosto, saiba que deve a esses personagens da história romana, o nome dos meses em que nasceu.

italiamiga.com

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Ao longo de sua duração, o Império Romano foi governado por várias dinastias, mas foi no período de 96 a 192 da era cristã, durante a dinastia dos Antoninos, que ocorreu a fase dourada do expansionismo imperial, período de apogeu das conquistas romanas, quando atingiu sua maior extensão territorial, acompanhada de grande prosperidade econômica. A extensão do Império Romano nesse período você pode observar no mapa da próxima página. Vá até ele. Observa-se, nessa fase, um desenvolvimento do comércio, com grande afluxo de riquezas para Roma. Por outro lado, esses imperadores mantiveram uma política de conciliação em relação ao Senado, com exceção do último. Os imperadores desta fase foram: Nerva, Trajano, Adriano, Antonino Pio, Marco Aurélio e Cômodo.

NERVA

livius.org

TRAJANO

cafehistoria.ning.com

ADRIANO

italiaoggi.com.br

ANTONINO PIO

comm

ons.wikim

edia.org

MARCO AURÉLIO

educacao.uol.com.br

CÔMODO

ihaa.com.br

OS ANTONINOS

GLOSSÁRIO: dinastia - soberanos pertencentes a uma mesma família.

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Expansão do Império Romano em seu apogeu, por volta do ano 117.

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Observe que, neste mapa, algumas regiões da Europa têm nomes bem diferentes dos que vemos atualmente. Com a orientação de seu Professor, pesquise e escreva, nos espaços indicados, os nomes atuais dessas regiões: Hispânia - __________________ Lusitânia - _____________________ Britânia - ____________________ Gália - _______________________ ib

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A mão de obra escrava tornou-se a base da economia romana e deixou uma multidão de plebeus sem ocupação. Nessa escravidão antiga, não era a cor da pele que determinava a condição de ser escravo. Eram os povos vitimados pela expansão, que forneciam os escravos necessários para Roma. A política expansionista do Império garantia a obtenção de mais escravos. Assim, a plebe passou a ser um peso para o Estado, na medida em que este era obrigado a criar políticas públicas que atendessem a essa massa de miseráveis. Uma iniciativa bem aos moldes da cultura romana foi o chamado “pão e circo”. Com a necessidade de conter os anseios populares, o Estado passou a aumentar a distribuição de trigo para os mais pobres e a promover espetáculos teatrais e circenses, além da luta de gladiadores. Eram formas pelas quais o governo entendeu ser possível desviar as atenções do povo, dos graves problemas sociais: muita miséria e injustiça.

A VIDA COTIDIANA EM ROMA IMPERIAL: A ESCRAVIDÃO ANTIGA

GLADIADOR

rrpg.com.br

Você sabia que o termo “gladiador” tem origem na espada curta que eles usavam, chamada “gládio”? Essa espada possuía uma precisão maior. Por essa razão, era a preferida dos lutadores, chamados então de gladiadores.

sohistoria.com.br

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pime.org.br

Sabemos que a escravidão, no Brasil, acabou oficialmente com a assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888. Infelizmente, porém, ainda nos deparamos com relatos de trabalho escravo no Brasil de hoje. Com o apoio de seu Professor, debata com seus colegas sobre essa triste realidade e sobre a importância de serem respeitados os direitos dos trabalhadores. Registre aqui suas conclusões. _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________

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ARTE E CULTURA ROMANAS

A arte romana foi muito influenciada pelos etruscos e pelos gregos. Os afrescos (murais característicos da pintura romana), buscavam retratar cenas do cotidiano de Roma, servindo para a decoração de espaços internos das casas romanas. Pesquisas arqueológicas, do século XIX, realizadas na região das antigas cidades de Pompeia e Herculano, tornaram mais conhecidas as pinturas romanas.

setecolinasderoma.w

ebs.com

historiadaarte.com.br

A preocupação e a atenção aos detalhes também podem ser vistas nas esculturas romanas. Nos bustos esculpidos pelos artistas romanos, marcas de expressão e até as rugas, são perfeitamente observáveis. Mesmo nos bustos, que homenageavam imperadores, esses traços podem ser vistos, como nos exemplos abaixo.

portalsaofrancisco.com.br

Busto do imperador Adriano

klickeducacao.com.br

Busto do imperador Tito

Pintura Escultura

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A maior expressão da arte romana se encontra na arquitetura. Grandes construções e monumentos exemplificam a grandiosidade da arquitetura romana. Arcos para registrar os triunfos militares, aquedutos que auxiliavam na irrigação das terras, e outras construções públicas, como templos e arenas, mostram o desenvolvimento desta importante expressão artística do povo de Roma.

starandart.webnode.com

Arco de Tito, construído para homenagear o imperador Tito.

Aqueduto Romano, que tinha como objetivo o transporte de água para abastecer a cidade.

infoescola.com

Arquitetura

Literatura

Na literatura, além do já citado Tito Lívio, destaca-se Virgilio, grande poeta, autor do épico poema Eneida, que trata da origem de Roma, bem antes da suposta fundação da cidade por Rômulo.

tanogabo.it

Mosaico do poeta Virgílio

educacional.com.br

Cúpula do Panteão Romano. Panteão é um templo dedicado a todos os deuses de determinada crença.

lisboacity.olx.pt

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A imagem do aqueduto romano, visto na página anterior, lembra bastante uma importante construção e atração turística de nossa cidade. Você saberia dizer qual é? Então, escreva: _____________________________________ . Orientado por seu Professor, pesquise sobre a história desse monumento, quando foi construído e com que objetivo. Registre aqui sua pesquisa e, se possível, cole uma gravura desse monumento carioca. Como indicação de sites para a pesquisa, temos: •http://www.infoescola.com/rio-de-janeiro/arcos-da-lapa/ •http://portalgeo.rio.rj.gov.br/armazenzinho/web/ •http://www.brasilcult.pro.br/brasil_antigo/viajandobr/viajandobr04.htm

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COMO SE DIVERTIAM OS ROMANOS?

A diversão e o entretenimento tinham papel muito importante entre os romanos. Na época do Império, criou-se, a partir do governo de Augusto, a política do pão e circo, que buscava distribuir gêneros (como trigo e pão) e promover competições nas arenas, como o Coliseu, para desviar a atenção da população dos problemas sociais e políticos que poderiam levar a conflitos.

As corridas de biga também faziam parte das competições vistas nas arenas, assim como as lutas entre gladiadores.

O Circus Maximus foi a maior arena da Roma Imperial. Tinha capacidade para cerca de 250 mil pessoas. Nesses espaços romanos eram apresentadas lutas, inclusive as que eram disputadas até a morte dos competidores: os gladiadores.

arquehistoria.com

GLOSSÁRIO: biga- carro de duas rodas puxado por dois cavalos.

feedlol.com

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RELIGIÃO ROMANA

Os antigos romanos eram politeístas, isto é, acreditavam em vários deuses. Nos primórdios de sua história, cultuavam seus antepassados, o que confere à religião romana inicial um caráter doméstico. O termo LARES, por exemplo, designava o conjunto de divindades que protegiam a família e a residência. Daí, a origem da palavra LAR, que usamos até hoje. Quando dominam os gregos, os romanos adotam, entre outros aspectos, muitas características religiosas gregas, inclusive a presença dos deuses, dando-lhes novas denominações. Assim, o Zeus grego torna-se Júpiter, o principal dos deuses romanos. O deus grego da guerra, Ares, converte-se no deus romano Marte e a deusa da beleza, Afrodite, passa a ser denominada Vênus. Nesse momento, o culto, antes doméstico e privado, torna-se público, sendo dirigido pelos sacerdotes. São construídos templos para adoração e reverência aos deuses.

portalsaofrancisco.com

Busto do deus Júpiter

infoescola.com

Templo de Júpiter, em Roma, construído em 292 a.C..

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• No início da religião de Roma, eram as divindades das residências.

• Nome latino de Ares, o deus grego da guerra.

• São característicos da pintura romana.

• Espada curta usada pelos gladiadores.

• Templo dedicado a todos os deuses.

• Era distribuído aos pobres para conter possíveis insatisfações.

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X I J N R B G C X V C D E P L O I U Y W K Y P

E N A F R E S C O S X C L A R E S E S E T S E

R P I O Q A B V T L K S A W C R L P T V D C N

X F J Z R R E U Q A D P U W N F O K R V S G U

E J A I L P S T E W R I D R T S D E M N A L Q

L C V K T V C W O M A R T E O R T N U G O A F

E C S I Z A A W Q P O M I G B R Y W R R U D P

E T R P A O Z S V C S C T X Z A A T L O R I A

M I A O W U D A J P A N T E A O W M J O K O M

Preencha os retângulos e encontre cada uma das palavras no caça-conhecimento.

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A CRISE DO IMPÉRIO ROMANO

Mesmo com toda a expansão e desenvolvimento do Império Romano, surgiriam, ao longo do tempo, conflitos e insatisfações que levariam o império ao seu final. As constantes lutas internas também contribuiriam para essa situação. A sociedade de privilégios dos patrícios já se encontrava abalada desde o surgimento das leis que beneficiariam a plebe. O fim do período de conquistas do Império também aumentou a crise, pois o numeroso exército romano ficou muito tempo inoperante, tornando muito cara a sua manutenção. Entre os séculos II e III, povos vindos de diversas regiões da Europa iniciam uma ocupação em áreas de fronteira do Império, o que aumentaria sua fragilização. Finalmente, não podemos esquecer que o crescimento do Cristianismo em Roma, por provocar o enfraquecimento do poder imperial, foi fundamental para a eclosão da crise que resultaria, primeiro, na divisão do Império em Ocidental e Oriental e, depois, na queda do Império Romano do Ocidente, no ano de 476.

O Império Romano e as invasões bárbaras

infoescola.com

GODOS

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Quando Roma se tornou um grande império, passou a conviver com várias culturas diferentes. Desta convivência, outras práticas culturais também surgiriam. A crença cristã foi uma delas. Nos seus primeiros tempos em Roma, os cristãos foram duramente perseguidos. Era comum serem responsabilizados pelas tragédias que aconteciam, mesmo que tivessem causas naturais como tempestades ou incêndios. Muitos cristãos eram jogados aos leões, nas arenas de combate, mesmo sendo mulheres ou crianças. Mas, com o passar dos tempos, tudo foi se modificando. Os cristãos passaram a compor uma importante parcela da população romana, ocorrendo, assim, a chamada cristianização do Império. No ano de 313, o imperador Constantino assinou o Edito de Milão, um documento que assegurava a liberdade de culto e o reconhecimento público da religião cristã pelo Império Romano. Foi uma medida bastante significativa, pois uma crença, duramente combatida e perseguida em seus primórdios, passava a ser aceita e respeitada.

Glossário : edito - lei publicada por uma autoridade.

A CRISE NO IMPÉRIO E O DESENVOLVIMENTO DO CRISTIANISMO

carpema.com

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Constantino

O Arco de Constantino.

Uma importante construção da época desse imperador, que até hoje pode ser apreciada em Roma.

panoramio.com

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TEODÓSIO: O CRISTIANISMO COMO RELIGIÃO OFICIAL DO IMPÉRIO ROMANO

A partir do Edito de Milão, o crescimento do cristianismo tornou-se um fato visível aos olhos dos imperadores. Pregando a igualdade entre os homens perante Deus, os cristãos iam frontalmente contra o sistema escravocrata existente em Roma. O monoteísmo cristão também confrontava o politeísmo romano e enfraquecia o próprio imperador, que era visto quase como um deus. Apesar de tudo, o cristianismo crescia e, finalmente, no governo do imperador Teodósio, se tornou a religião oficial do Estado, com a assinatura do Edito de Tessalônica, em 380.

Teodósio

Caro estudante! Esperamos que você tenha gostado de estudar Roma, neste bimestre. No próximo ano, você vai conhecer e estudar outras épocas históricas e outros povos e culturas. A viagem pela história é sempre uma aventura repleta de emoção e novos conhecimentos! Abaixo, seguem ícones de sites confiáveis que você pode consultar, pesquisar e conhecer! Até breve!

www.educopedia.com.br

http://www.brasilescola.com

www.historiadomundo.com.br

HISTÓRIA do MUNDO

http://www.onu.org.br

historiadees.wordpress.com