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PREPARAÇÃO, DE ENSILADO BIOLÓGICO PEIXES PARA A ELABORAÇÃO DE RAÇÕES (LANDRACE & DUROC-JERSEY) DE RESÍDUO DE PARA PORCOS VII Jornada de Iniciação Científica do INPA • 07 a 09 de Julho de 1998 • Manaus - AM Maria Auxiliadora de Freitas Hidalgo(l); Edson Lessi(2) (1) Bolsista; (2)Pesquisador/CPT A o processo de ensilagem, consiste basicamente em reduzir o pH da massa de resíduos de peixes triturado, deixando livre à ação das enzimas próprias do tecido, que t~rminam por liquefazer o mesmo (LUPIN, H. M., 1983).Sua vantagem consiste em ser um alimento rico em proteínas que pode ser consumido pelos animais em quaisquer condições, incorporado à ração ou diretamente. No Brasil, VILLELA et al,(1979) No Rio de Janeiro, prepararam rações de baixo custo, por programação linear para frangos e galinhas com ensilado químico de resíduo de sardinha. Os custos das rações com ensilado, foram mais baixos que os das rações convencionais .Os resultados, foram animadores, justificando a utilização do ensilado como potencial substituto da farinha de peixe, nas rações. ARTHUR(1991) utilizou ensilado biológico de resíduo de peixe, preparado com misturas de vegetais, segundo LESSI et aI, utilizando em rações para alimentação de pós-larvas de camarão de água doce Macrobachium rosemberquii, M. tendo obtido resultados semelhantes, às rações convencionais, utilizadas em criatórios, daquele Estado. O objetivo desse trabalho foi determinar a composição centesimal dos ingredientes utilizados comumente na preparação de rações; utilização do soro de queijo para elaboração dos ensilados biológicos de resíduos de peixes, para a formulações das rações para porcos desmamados da raça LANDRACE & DUROC-JERSEY. A composição centesimal dos ingredientes, dos ensilados; acidez e pH do ensilado; e do soro de queijo, foi determinada de acordo com as normas analíticas do INSTITUTO ADOLFO LUTZ, São Paulo (1985). Foram selecionados para análise os seguintes ingredientes das rações para porcos: farinha de carne e ossos; milho em grãos; farelo de soja; levedo de cerveja; bagaço de cevada e garapa (caldo-de-cana). Os resultados foram expressos em g/lOOg de material fresco. A preparação dos ensilado biológico à base de soro de queijo foi realizado com a seguinte formulação: a) Resíduo de pescado triturado qq.quantidade b) Farinha de trigo 30% de a c) Soro de queijo 10% de a + b d) Sal de cozinha .4% de a + b +c O ensilado biológico foi preparado com resíduos de pescado, fornecido pelas peixarias, este resíduo foi triturado, homogeneizado e em seguida misturado com os ingredientes já mencionados na formulação. O ensilado homogeneizado foi acondicionado em sacos de polietileno sob condições de anerobiose armazenado à temperatura ambiente e agitado várias vezes por dia. Diariamente foram retiradas alíquotas para determinações físico-químicas, pH e acidez expressa em ácido láctico. Após 4 dias o ensilado apresentava consistência pastosa com aroma característico, agradável e cor castanha/cinzenta. Os resultados obtidos da determinação da composição centesimal dos ingredientes potencialmente utilizados para a elaboração das rações para suinos estão descritos na Tabela 1. 213

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PREPARAÇÃO, DE ENSILADO BIOLÓGICOPEIXES PARA A ELABORAÇÃO DE RAÇÕES(LANDRACE & DUROC-JERSEY)

DE RESÍDUO DEPARA PORCOS

VII Jornada de Iniciação Científica do INPA • 07 a 09 de Julho de 1998 • Manaus - AM

Maria Auxiliadora de Freitas Hidalgo(l); Edson Lessi(2)(1) Bolsista; (2)Pesquisador/CPT A

o processo de ensilagem, consiste basicamente em reduzir o pH da massa de resíduosde peixes triturado, deixando livre à ação das enzimas próprias do tecido, que t~rminam porliquefazer o mesmo (LUPIN, H. M., 1983).Sua vantagem consiste em ser um alimento ricoem proteínas que pode ser consumido pelos animais em quaisquer condições, incorporado àração ou diretamente. No Brasil, VILLELA et al,(1979) No Rio de Janeiro, prepararam raçõesde baixo custo, por programação linear para frangos e galinhas com ensilado químico deresíduo de sardinha. Os custos das rações com ensilado, foram mais baixos que os das raçõesconvencionais .Os resultados, foram animadores, justificando a utilização do ensilado comopotencial substituto da farinha de peixe, nas rações. ARTHUR(1991) utilizou ensiladobiológico de resíduo de peixe, preparado com misturas de vegetais, segundo LESSI et aI,utilizando em rações para alimentação de pós-larvas de camarão de água doceMacrobachium rosemberquii, M. tendo obtido resultados semelhantes, às raçõesconvencionais, utilizadas em criatórios, daquele Estado.

O objetivo desse trabalho foi determinar a composição centesimal dos ingredientesutilizados comumente na preparação de rações; utilização do soro de queijo para elaboraçãodos ensilados biológicos de resíduos de peixes, para a formulações das rações para porcosdesmamados da raça LANDRACE & DUROC-JERSEY. A composição centesimal dosingredientes, dos ensilados; acidez e pH do ensilado; e do soro de queijo, foi determinada deacordo com as normas analíticas do INSTITUTO ADOLFO LUTZ, São Paulo (1985).Foram selecionados para análise os seguintes ingredientes das rações para porcos: farinha decarne e ossos; milho em grãos; farelo de soja; levedo de cerveja; bagaço de cevada e garapa(caldo-de-cana). Os resultados foram expressos em g/lOOg de material fresco.

A preparação dos ensilado biológico à base de soro de queijo foi realizado com aseguinte formulação:a) Resíduo de pescado triturado qq.quantidadeb) Farinha de trigo 30% de ac) Soro de queijo 10% de a + bd) Sal de cozinha .4% de a + b +c

O ensilado biológico foi preparado com resíduos de pescado, fornecido pelas peixarias,este resíduo foi triturado, homogeneizado e em seguida misturado com os ingredientes jámencionados na formulação. O ensilado homogeneizado foi acondicionado em sacos depolietileno sob condições de anerobiose armazenado à temperatura ambiente e agitado váriasvezes por dia. Diariamente foram retiradas alíquotas para determinações físico-químicas, pH eacidez expressa em ácido láctico. Após 4 dias o ensilado apresentava consistência pastosacom aroma característico, agradável e cor castanha/cinzenta. Os resultados obtidos dadeterminação da composição centesimal dos ingredientes potencialmente utilizados para aelaboração das rações para suinos estão descritos na Tabela 1.

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VII Jornada de Iniciação Científica do INPA • 07 a 09 de Julho de 1998 • Manaus - AM

TABELA 1 -Determinação da composição centesimal (expresso em g/lOOg de produto).

Amostras Umidade (%) Proteína (%) Gordura (%) Cinza (%) Fibra (%) Nifext (%)

Farinha de came e 7,40 51,90 8,90 30,10 3,90

Ossos

Milho em grãos 14,60 5,30 0,90 2,80 5,80 70,60

Farelo de soja 12,60 44,30 1,10 6,80 6,30 28,90

Bagaço de cevada 78,85 3,87 1,80 3,30 3,50 8,68

Levedo de cerveja 78,96 7,20 0,10 3,70 0,40 9,64

Ensilado Biológico 57,38 11,95 5,93 6,80 0,45 17,59

CaJcário caJcítico 0,04 - - 99,50 - -Mistura mineral 1,90 - - - - -* carboidratos

Os resultadas da composição centesimal das ingredientes comumente utilizadas para aprepara de rações para porcas, cama farinha de carne e assas, farelo de soja e milha em grão,permitiu a comparação entre as teares de nutrientes mais importantes cama a proteína ,gordura e carboidratos, permitindo. também sua eleição. dependendo. da preço. da mercado. Ostrês ingredientes são. produzidas em outras regiões da país, acarretando. aumenta de preço. emfunção. da transporte. Foram analisadas a bagaço. de cevada e a levedo. de cerveja, abundantese praticamente sem custas nas cervejarias de Manaus- Am., assim cama a resíduo. de pescadaimprópria para a ca"suma, visando. substituir nas rações as produ tas importados da sul dapaís. Na casa da alimentação. de suínos especificamente, esses ingredientes podem serutilizadas diretamente. Entretanto, para facilitar a ajuste das nutrientes, eles podem sersecadas diretamente. ao. sal não. apresentando. aumenta da custa. Naturalmente um produto.semi-seco irá aumentar as teares de nutrientes, cama de proteína, gordura, minerais e fibras.Com base nesses resultadas poderão ser compostos formulações que atendam as pré-requesitos nutricionais da espécie. Nas amostras de sal de cozinha a teor de umidade e cloretode sódio com as seguintes resultadas: Umidade = 2,98 % e NaCI = 96,93 %

A análise da calda-de-cana (proveniente da moenda de cana-de-açucar que éatualmente produzido na região. Amazônica) apresentou 3,42% de glicose e 14,88% desacarose, funcionando cama suprimento. de carboidratos facilmente absorvíveis pela animal,contribuindo para a ajustamento. das rações que utilizaram a ensilado biológico de pescada,levedo. de cerveja e bagaço. de cevada.Os resultadas da determinação, de pH e acidez expressaem ácida láctico da ensilado biológico preparada cam saro de queijo. segunda a formulaçãodescrita durante 4 dias de fermentação. e também para a soro. de queijo. aparecem na Tabela 2.

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VII Jornada de Iniciação Científica do INPA • 07 a 09 de Julho de 1998 • Manaus - AM

Tabela 2. Determinação do pH e acidez expresso em ácido láctico (g/%) do ensilado biológico

e do soro de queijo durante 4 dias de fermentação.

PH

Dias

4,33 4,27 4,25 4,23Ensiladobiológico

Acidez 2,69 3,39 3,19 3,37

PH 1,67 1,91 2,10 2,20Soro de queijo

Acidez 3,38 3,36 3,35 3,32

o pH do ensilado biológico preparado com soro de queijo de 4,23 e a acidez expressaem ácido láctico de 3,37 g% demonstraram a estabilidade do produto. Permitindo suautilização na formulação de rações balanceadas para porcos garantindo menor custo e asubstituição de produtos do sul do país, como milho, principalmente.

Em conclusão, as pesquisas permitiram a utilização de quatro resíduos da região(resíduos de peixe, soro de queijo, bagaço de cevada, levedo de cerveja) nas formulações paraa preparação de rações para porcos

FIGUEROA,V. & LY, J.1990. Alimentacion Porcina no Convencional. México:GEPLACEIPKUD.125p. (Série Diversificación.)

GOVERNO DE SÃO PAULO. 1990. Normas Analíticas do instituto Adolpho Lutz.SãoPaulo, Secretaria de Saúde Púplica.Sôôp,

LESSI, E.; XIMENES, A. R. & LUPIN,H.M. 1992. Obtencion de Ensilado Biológico. IN:Segunda consulta de expertos sobre tecnologia de productos pesqueros en AméricaLatina, 2, 1989. Montividéo. Trabajos presentados en Ia Roma: FAO. p. 64-68.FAOIR441 (silp).

LUPIN, H.M.1983. Seminareo sobre Manipuleo, Processamiento, Mercado y Distribuicion delos Productos de Ia Pesca Continebtal en America Latina - Ensilado Biológico dePescado. Una Propuesta para Ia Utilización de Residuos de Ia Pesca Continental enAmerica Latina.México, 30 nov.: 6 dicienbre. FAO/COPESCAL/83/l0, 12 p.

VILLELA DE ANDRADE, M. F., LESSI, E., FRANQUEIRA DA SILVA, J .M. Obtención deensilado de resíduo de sardinha (Sardinella brasiliensis, STEINDACHNER, 1879) Y suempleo en Ia formulacíon de raciones de minimo costo para aves. In: SEGUNDACONSULTA DE EXPERTOS SOBRE TECNOLOGIA DE PRODUCTOSPESQUEROS EN AMÉRICA LATINA,2, 1989, Montevideo Trabajos apresentados enIa .. Roma FAO,1992 p.115 -125. FAOIR441 (supl)

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