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Terceira Edição
MANIFESTOÀ ARTE
Estamos convencidos que a Arte e a Literatura exercem
uma determinada influência em todas as classes sociais,
inclusive as mais ignorantes, que delas “bebem” através
de misteriosas infiltrações.
Marinetti, in Manifesto Futurista (1909)
Nota Prévia
O FLM nasceu, cresceu e afirma-se como um momen-
to cultural incontornável. Começamos por centrar
a nossa discussão nos maiores responsáveis pelos
livros que nos fazem pensar, questionar, rir, apaixo-
nar: os escritores. Falamos dos que fogem da fama,
dos malditos, dos inconstantes, dos esquecidos e até
dos maltratados.
«Éramos felizes e não sabíamos». Por isso, no segun-
do ano, quisemos que a literatura fosse feliz na Ma-
deira e troikamos as voltas à crise. Tivemos a inter-
nacionalização do Festival, com honras de destaque
para a Poesia, esse género maior da expressão dos
sentimentos, do pensamento sobre o mundo, o ho-
mem e a humanidade.
Agora, a síntese, depois da tese e da antítese, como
propunha Hegel, essa trilogia perfeita para (tentar)
atingir o conhecimento supremo. Assim, o 3.º Festival
é a negação da negação, a rutura com um passado
para almejar a um novo futuro. É a revolução, a rutura
e a renovação do pensamento sobre a arte. Ou a arte
do pensamento?
FLM 2013 // NOTA PRÉVIA | 1 |
É nas alturas de maior contestação social que o Ma-
nifesto se afirma como o género predileto para lan-
çar novas bases para o futuro. Seja estético-literário
ou político-ideológico, o Manifesto, pela sua natureza
reivindicativa, apresenta-se como o meio privilegiado
para comunicar de forma clara, sintética e precisa,
objetivos programáticos para o futuro, que se assu-
mem em total rutura com o passado, numa tentativa
de renovação estética, literária e até política (política
cultural e ideológica). Falar hoje do Manifesto en-
quanto género literário que se demarca dos paradig-
mas literários que já não satisfazem propósitos, é fa-
lar de textos que, pela sua ousadia e visão de futuro,
fizeram com que os movimentos estético-literários
evoluíssem, se reinventassem e se reencontrassem
no seu propósito.
Inicialmente dirigido sobretudo a um leitor intelectu-
al, ao qual pretende motivar e mobilizar para a mu-
dança, o Manifesto carateriza-se pela clareza de dis-
curso, por ser incisivo e agressivo nas palavras e pelos
métodos que sugere para alcançar os fins a que se
propõe. Introduz-se, inclusive, o conceito de «violên-
cia», assumido como uma forma clara de fazer rutura
com o passado, e iniciar um novo projeto estético.
ContextoMANIFESTO em 3 atos | Revolução | Rutura | Renovação
| 2 | CONTEXTO // FLM 2013
Ao longo dos tempos, o modelo de Manifesto tam-
bém se alterou tanto na forma pelo qual se apresen-
ta como nos meios usados para atingir o público. De
panfleto distribuído anonimamente na rua, a texto
assinado e publicado pelos jornais, o Manifesto pre-
serva os seus matizes genéticos: caraterização do
presente, consciência de si e do outro, do que temos
e do que poderemos ter, do que somos e do que
queremos ser; do dever coletivo, da construção da
sociedade; da rutura com esse mesmo presente e a
construção de algo novo para o futuro; O Manifesto é
a determinação, a manifestação da vontade de trans-
formar.
FLM 2013 // CONTEXTO | 3 |
Estes tempos revelam-se turbulentos e é possível
identificar, em épocas convulsivas da História ociden-
tal, obras literárias que, de alguma forma, produzi-
ram ruturas que não se esgotaram na literatura. Pelo
contrário, alastraram-se, como vagas impetuosas, a
todas as dimensões do quotidiano coletivo. É expec-
tável que, dentro de algumas décadas, possamos es-
tabelecer uma ligação inequívoca entre a conjuntura
político/económica e uma obra literária? Em Portugal,
a nova vaga de autores, alguns dos quais presentes
neste Festival, é influenciada pelos matizes dos tem-
pos, ou a produção destes autores seria a mesma
caso vivêssemos tempos de prosperidade? O Admi-
rável Mundo Novo, de Aldous Huxley, ou O Processo,
de Kafka, são distopias intemporais porque também
anteciparam o apocalipse dos regimes totalitários, ou
são intemporais pela sua intrínseca, e descomprome-
tida, exploração da condição humana? Qualquer das
perspetivas legitima a conclusão: Huxley e Kafka es-
creveram Manifestos. Bastará relê-los, porque toda a
Arte é um palimpsesto, ou há espaço para a reinven-
ção do Manifesto em forma de literatura?
Manifestamo-nos?
Porquê um Manifesto à Arte? Faz sentido, hoje, atri-
buir à produção artística a expectativa de um Mani-
festo, na esteira de outros que a História eternizou?
A conotação revolucionária do Manifesto não pode
ser reivindicada por qualquer um dos quadrantes po-
lítico/ideológicos. Sabemos, porém, que é forte a ten-
tação de vislumbrar num apelo, génese do Manifesto,
mundividências cunhadas pela ideologia. E é quase
inevitável a conversão de um Manifesto no substrato
ideológico de um novo paradigma. Porque a grande
Arte literária se escora numa incisiva consciência de
si e dos outros, o Manifesto reconhece as influências
ideológicas, embora não seja delas refém. A premissa
pode ser sintetizada assim: toda a grande literatura é
um manifesto. Ou, para não ferir suscetibilidades que
podem ver na premissa um dogma, perguntamos:
toda a grande literatura é um Manifesto?
O impacto dos Manifestos que mais facilmente recor-
damos não pode ser dissociado das épocas em que
eles emergiram. A informação não proliferava, como
hoje, e os meios ao dispor dos homens que prota-
gonizaram as Conferências do Casino, por exemplo,
não permitiam a sua propagação instantânea. Hoje,
qualquer laivo de indignação — ou qualquer sonho
frívolo, conquanto legítimo — pode aspirar a uma
visibilidade global. A globalização veio tornar áridos
os terrenos onde os manifestos, outrora, germina-
vam? Os Manifestos que a História perpetuou gera-
ram ondas sísmicas porque havia um imenso vazio a
preencher? A adesão a uma causa, consagrada num
Manifesto, indiciava uma capacidade de sonhar que
se perdeu? O Manifesto é a expressão [parcial com
aspirações identitárias] de uma vontade de mudança,
ou de reinvenção, que os novos tempos refrearam?
Ainda nos restam desígnios que a Arte literária possa
traduzir? Ou melhor, pode a Arte literária traduzir os
desígnios que nos restam? Se sim, cabe ao escritor
assumir essa missão?
| 4 | PROMOTOR // FLM 2013
PromotorNOVA DELPHI - 3 Vocações
Livros | Ebooks | Eventos
A NOVA DELPHI é um projeto editorial que resulta da
paixão pelo livro, entendido como veículo privilegiado
para a promoção e reinterpretação do pensamento,
nas suas múltiplas formas. Tem a particularidade de
estar sedeada em Portugal, na cidade do Funchal, e
ter uma filial em Itália, na cidade de Roma.
Dinamizada por uma equipa jovem, ambiciona que as
suas publicações sejam espaços de leitura, encontro
e diálogo — espaços de comunicação, nas suas múlti-
plas e profusas linguagens. A esfinge da Nova Delphi
simboliza o desafio pretendido: desvendar enigmas
em cada uma das suas vocações.
Nesta procura constante pela interpelação, assumiu
também, desde a sua constituição, a realização de
eventos literários, cuja expressão maior é o Festival
Literário da Madeira.
A caminho da terceira edição, a Nova Delphi assume
um objetivo maior: fazer da Madeira um ponto de
chegada e de partida de pensamentos e ideias, e le-
var o FLM cada vez mais longe no mapa dos eventos
culturais de maior expressão.
ObjetivosMANIFESTO em 3 atos
Aproximar | Internacionalizar | Madeira: Destino Cultural
A Organização sempre assumiu a pretensão de entrar
nos roteiros culturais internacionais. Inserir o arqui-
pélago da Madeira no mapa dos Festivais Literários
internacionais transforma positivamente a imagem
da Região, pois revela o nível cultural dos residentes
e demonstra ao visitante a maturidade de um destino
que não se contenta em oferecer bons serviços, mas
também um programa cultural de excelência. Suprir
esta lacuna na oferta cultural, nomeadamente no que
à cultura literária diz respeito, significa beneficiar os
leitores residentes, mas também permitir uma ofer-
ta alternativa ou complementar àqueles que nos vi-
sitam.
As singularidades naturais da Madeira, com a sua Be-
leza intrínseca e intemporal, conjugadas com as infra-
-estruturas modelares que se dispersam pela Região,
asseguram condições ímpares para a realização de
um evento com esta dimensão. Como Região exalta-
da pelo seu Turismo de excelência, o FLM represen-
ta, acreditamos, um veículo promocional inestimável.
A Madeira, através de um Festival Literário que atrai
figuras de indubitável relevo nacional e além-frontei-
ras, tem toda a legitimidade para aspirar à sua plena
consagração como destino cultural.
FLM 2013 // OBJETIVOS | 5 |
A programação é bastante diversificada, no que à
forma das iniciativas diz respeito, tendo em conta
os públicos a atingir. Alargaremos a oferta cultural e
apresentaremos o livro nas suas múltiplas leituras e
representações.
Assim, em parceria com várias entidades regionais
nas mais diversas áreas da Arte – como a banda de-
senhada, o design gráfico, a fotografia, a música, o
teatro e o vídeo -, o livro servirá de inspiração criado-
ra, a fim de proporcionar e fomentar a participação
das diferentes faixas etárias, oferecendo um contac-
to direto com múltiplas formas de ver e interpretar o
Mundo.
Queremos abrir o “livro” ao Mundo com uma pro-
gramação que aproxime o público. Neste sentido, a
edição de 2013 terá diferentes modelos de conversas,
conferências, espetáculos, manifestações artísticas
com a participação de diversos agentes culturais da
ilha, distribuídas por vários espaços: escolas, univer-
sidade, teatro, entre outros.
Para além do «Festival nas Escolas» e das Conferên-
cias na Universidade da Madeira, lançamos este ano
o FLI – Festivalinho Literário Infantil. Entendemos ser
esta uma excelente oportunidade para se iniciar o
contacto dos mais pequeninos com o FLM, estimulan-
do um maior contacto com os livros e seus escritores
e ilustradores.
ProgramaçãoMANIFESTO em 3 atos | Revolução | Rutura | Renovação
| 6 | PROGRAMAÇÃO // FLM 2013
Conferência Inaugural
3 DE ABRIL | 18:00com Naomi WolfMarca o arranque oficial do FLM. Este é o momento
em que se dará o mote para o Manifesto à Arte.
Teatro Municipal Baltazar Dias
FLM 2013 // PROGRAMAÇÃO | 7 |
Conversas
Todas as conversas têm lugar no Teatro Municipal
Baltazar Dias.
3 DE ABRIL | 19:00 | Conversa à mesaNaomi Wolf e Rui TavaresDois cidadãos ativos, uma Americana e um Europeu,
partilham as suas experiências e o seu pensamento
sobre os dois continentes.
4 DE ABRIL | 18:00 | Conversa cruzadaA arte de morrer longe (Mário de Carvalho)DIÁSPORA Há um português em cada canto do Mun-
do, diz-se. A diáspora da Madeira é imensa. “Dói me-
nos quando morremos em vários lugares”? A condi-
ção insular também é condicionada por quem nos
morre à distância?
Participantes: João Tordo, Raquel Ochoa, Tiago
Patrício e Tiago Salazar
Moderadora: Cláudia Rodrigues
5 DE ABRIL | 18:00 | Conversa cruzadaA arte de lidar com as mulheres(Schopenhauer)DIFERENÇA Diferentes formas de ver o mundo ge-
ram conflitos. Podem duas visões opostas habitar o
mesmo mundo? Podem coexistir? Ou a relação será
sempre de subalternidade de uma em relação à ou-
tra? O feminismo como a expressão da libertação da
humanidade?
Participantes: Ana Luísa Amaral, Filipa Leal, Inês
Fonseca Santos, João Paulo Cotrim e Waldir Araújo
Moderadora: Paula Moura Pinheiro
6 DE ABRIL | 10:00 | Conversa cruzadaA arte da guerra (Sun Tzu)GUERRA Como a Guerra revolucionou ou revolucio-
na o Mundo; o dominador e o dominado; a guerra do
pensamento e da ideologia é uma guerra com efeitos
mais devastadores do que uma guerra com armas?
O século XX mudou o paradigma da Guerra como so-
lução dos conflitos?
Participantes: Antonio Scurati, Carlos Vaz Marques,
João Luís Barreto Guimarães e Pedro Mexia
Moderador: Ricardo Miguel Oliveira
6 DE ABRIL | 11:45 | Conversa cruzadaA arte da libertação (Krishnamurti)RELIGIÃO A religião liberta ou aprisiona? A liberdade
da verdade pertence a uma só fonte? Tem a Huma-
nidade a necessidade de acreditar que há algo que
nos transcende? A religião é (ainda) o ópio do povo?
A moral religiosa é ainda o meio mais adequado para
regular os conflitos na era da técnica? O Medo.
Participantes: Anselmo Borges, Gina Picart, Lídio
Araújo e Tabish Khair
Moderador: Sílvio Fernandes
6 DE ABRIL | 15:30 | Conversa cruzadaA arte de pagar as suas dívidas (Balzac)ECONOMIA A religião do dinheiro e a lei da necessida-
de. O dinheiro existe? Quanto vale e o que pode com-
prar? Estamos a viver uma guerra económica? Haverá
alternativa ao capitalismo? Pode o capitalismo procu-
rar o bem comum sem mudar o seu ADN?
Participantes: Carlos Quiroga, Maria do Rosário
Pedreira, Raquel Varela e Rui Zink
Moderador: Carlos Vaz Marques
6 DE ABRIL | 17:15 | Conversa à mesaZygmunt Bauman e José Rodrigues dos SantosDois homens de gerações distintas, que viveram perí-
odos históricos marcantes, abordam, entre outros te-
mas, as mudanças e os desafios das novas gerações.
| 8 | NOVOS LEITORES // FLM 2013
Novos LeitoresMANIFESTO em 3 atos
Jardins de Infância | Escolas Secundárias | Universidade
1 DE ABRIL | 15:00Orfanato Princesa D. AméliaParticipantes: Francisco Fernandes e Luísa Spínola
1 DE ABRIL | 18:00ATL GymboreeParticipantes: Adélia Carvalho e Paulo Sérgio BEJu
2 DE ABRIL | 9:30Externato Princesa D. Maria AméliaParticipantes: Adélia Carvalho e Paulo Sérgio BEJu
2 DE ABRIL | 10:00Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos Professor Francisco BarretoParticipantes: Francisco Fernandes e Luísa Spínola
2 DE ABRIL | 10:30Colégio de Santa TeresinhaParticipantes: Isabel Leal e Roberto Macedo Alves
2 DE ABRIL | 11:30Colégio de Santa TeresinhaParticipantes: Cláudia Sousa, Maria de Menezes e
Vasco Serôdio
Festivalinho Literário Infantil – fli
Este ano inauguramos o fli dedicado aos mais peque-
nos. Durante dois dias as crianças terão contacto com
os escritores, ouvindo histórias para recriá-las através
dos seus desenhos. Uma participação ativa em que os
miúdos perceberão como se constrói um livro, esse
misto de palavras e imagens que formam um sentido
sempre em evolução, não fossem os mais novos ver-
dadeiros inventores.
Com o objetivo de desenvolver hábitos e gosto pela
leitura desde cedo, os escritores visitarão algumas es-
colas do pré-escolar e 1.º ciclo. O escritor lê um livro
à sua escolha. É lançado um desafio às crianças para
reinventarem a história através de um desenho. O Ilus-
trador conduz o processo criativo, auxilia as crianças,
fornecendo dicas e dando sugestões, deixando sem-
pre o espaço necessário para a liberdade criativa.
FLM 2013 // NOVOS LEITORES | 9 |
Festival nas escolas
Desde o início desta realização, o FLM tem apostado
no contacto dos autores com os jovens leitores, em
sessões organizadas em parceria com as Escolas Se-
cundárias. Estamos, pois, convictos de que o sucesso
de futuras edições do FLM dependerá em boa parte
desta oportunidade de contacto com os escritores
pelo efeito de contágio que eles criarão no interesse
pelos livros, pela leitura e pelo pensamento.
3 DE ABRIL | 10:00Escola B+S Dr. Luís Maurílio da Silva DantasParticipantes: Adélia Carvalho e António Barroso
Cruz
3 DE ABRIL | 11:50Escola B+S CalhetaParticipantes: João Tordo e Lídio Araújo
4 DE ABRIL | 10:00Escola Secundária Francisco FrancoParticipantes: Carlos Quiroga e Rui Zink
4 DE ABRIL | 10:00Escola B+S Prof. Dr. Freitas Branco (Porto Santo)Participantes: Manuela Ribeiro e Raquel Ochoa
4 DE ABRIL | 10:00Escola B+S Padre Manuel ÁlvaresParticipantes: Filipa Leal e Tiago Salazar
4 DE ABRIL | 11:30Escola B+S Dr. Ângelo Augusto da SilvaParticipantes: Inês Fonseca Santos e Tiago Patrício
2 DE ABRIL | 14:30Biblioteca do Curral das FreirasParticipantes: Isabel Leal e Roberto Macedo Alves
2 DE ABRIL | 14:30Biblioteca de Camara de LobosParticipantes: Cláudia Sousa, Maria de Menezes,
Paulo Sérgio BEJu e Vasco Serôdio
2 DE ABRIL | 15:00Escola Basica e Pré escolar do BoliqueimeParticipantes: Francisco Fernandes e Luísa Spínola
| 10 | NOVOS LEITORES // FLM 2013
Universidade da Madeira
O Festival Literário da Madeira é, na sua essência, um
incitamento à reflexão. A Universidade da Madeira
surge, por isso, como parceira natural de um oceano
de pensamentos com múltiplos afluentes. A mais jo-
vem academia portuguesa consolidou o seu espaço
no panorama académico português e, recentemen-
te, reforçou o seu prestígio internacional mediante
protocolos que transformam a UMa em legítima em-
baixadora da Madeira. Este ano, a Universidade da
Madeira volta acolher alguns eventos integrados no
programa do FLM. Serão 3 os momentos que reno-
vam o elo umbilical entre o Festival Literário a Univer-
sidade. Região com uma imensa diáspora, a Madeira
também se expande pelo Mundo com os contributos
que emanam da sua Academia.
4 DE ABRIL | 14:30«Because I know that time is always time
And place is always and only place (…)
Because I cannot hope to turn again
Consequently I rejoice, having to construct something
Upon which rejoice» T. S. Eliot
Participantes: Antonio Scurati, Gina Picart, Naomi
Wolf, Tabish Khair e Zygmunt Bauman
Moderadora: Diana Pimentel
5 DE ABRIL | 14:30«[...] para quê, perguntou ele, para que servem
Os poetas em tempo de indigência?» Hélia Correia
Participantes: Ana Luísa Amaral, Filipa Leal, Inês
Fonseca Santos e Maria do Rosário Pedreira
Moderadora: Manuela Ribeiro
5 DE ABRIL | 16:00«E agora, José. (…) Aqui e ali vão-se levantando farra-
pos do muito que em nós se adiou e do muito que em
nós se morreu, e nalguns casos podemos até distin-
guir o traço de liberdade que abrimos com os nossos
livros nessa desolação prolongada. Pronto, estamos
feitos, José.» José Cardoso Pires
Participantes: João Luís Barreto Guimarães, João
Paulo Cotrim, Rui Zink e Tiago Patrício
Moderadora: Diana Pimentel
Novos PúblicosMANIFESTO em 3 atos | Noite | Ação | Recriação
Eventos e Espetáculos
3 DE ABRIL | 21:00Espetáculo | Jazz, a Minha ArteMassimo Cavalli e CEPAM Escola das Artes
O SCAT apadrinha um momento musical, sob os bons
auspícios do músico italiano Massimo Cavalli. Com
alunos do CEPAM – Escola das Artes – Cavalli inter-
preta, entre outros, temas oriundos do seu primeiro
trabalho a solo, Varandas do Chiado.
SCAT - Music Club and Restaurant
4 DE ABRIL | 21:30Evento | Multimédia, a Minha ArteAs sinergias entre o FLM e a Universidade convergem
para o Pátio dos Estudantes, no Colégio dos Jesuítas.
Os alunos da academia projectam, nas paredes do
claustro, formas, cores e sons inspirados em frases
dos autores presentes no FLM 2013.
Universidade da Madeira, Colégio dos Jesuítas
5 DE ABRIL | 11:00Abertura da Exposição | A Arte de Outro LugarPorque um Manifesto à Arte incita à intervenção de
todas as expressões artísticas, o toque a rebate tam-
bém convoca as artes plásticas. Artistas madeirenses
e forasteiros radicados na Madeira partem de excer-
tos de obras literárias à sua escolha para a recriação.
Teatro Municipal Baltazar Dias
5 DE ABRIL | 21:30Concerto | «Da minha língua vê-se o mar»Mariano Deidda e Sérgio Godinho
O italiano Mariano Deidda, embaixador da poesia de
Fernando Pessoa, e Sérgio Godinho, nome de vulto
entre os músicos portugueses, protagonizam um es-
pectáculo musical que acentua o fascínio da palavra.
Teatro Municipal Baltazar Dias | Entrada: 15€
Bilhetes à venda no local
6 DE ABRIL | 21:00Espetáculo | Poesia, a Minha Artee Jam Session com Maggiore e Nuno Filipe
Num espaço onde o horizonte do Atlântico se abre,
desce a cortina sobre o FLM. Após o jantar, uma Jam
Session, com Maggiore e Nuno Filipe, embala o recital
poético que apela à espontaneidade. Sem programa
e sem âncora, ouvir-se-á o chamamento da poesia:
Levanta-te e diz.
Estalagem da Ponta do Sol
FLM 2013 // NOVOS PÚBLICOS | 11 |
A ilha como ponto de partida e de chegada de novos
pensamentos e novas propostas para a Humanidade.
ParticipantesMANIFESTO em 3 atos | Gerações | Continentes | Géneros
Adélia Carvalho
Ana Luísa Amaral
Anselmo Borges
António Barroso Cruz
Antonio Scurati
Carlos Quiroga
Carlos Vaz Marques
Cláudia Rodrigues
Cláudia Sousa
Filipa Leal
Francisco Fernandes
Gina Picart
Inês Fonseca Santos
Isabel Leal
João Luís Barreto Guimarães
João Paulo Cotrim
João Tordo
José Rodrigues dos Santos
Lídio Araújo
Luísa Spínola
Manuela Ribeiro
Fazemos convergir nesta Ilha gerações de autores ori-
undos de 4 continentes: Europa, África, América e Ásia.
Maria do Rosário Pedreira
Maria João Saraiva de Menezes
Mariano Deidda
Massimo Cavalli
Naomi Wolf
Paula Moura Pinheiro
Paulo Sérgio BEJu
Pedro Mexia
Raquel Ochoa
Raquel Varela
Ricardo Miguel Oliveira
Roberto Macedo Alves
Rui Tavares
Rui Zink
Sérgio Godinho
Sílvio Fernandes
Tabish Khair
Tiago Patrício
Tiago Salazar
Waldir Araújo
Zygmunt Bauman
| 12 | PARTICIPANTES // FLM 2013
FLM 2013 // PARTICIPANTES | 13 |
Adélia Carvalho
Adélia Carvalho é uma das novas referências portu-
guesas no segmento da literatura infantil. Autora de
diversos livros que têm vindo a compor o imaginário
das crianças, a escritora nascida em Penafiel fun-
dou, recentemente, a editora Tcharan em parceria
com a ilustradora Marta Madureira. Em 2008, a ati-
vidade literária de Adélia Carvalho ganhou uma nova
dimensão mediante a abertura, no Porto, da livraria
Papa-Livros, um espaço dedicado à literatura infan-
tojuvenil. Licenciada em Educação de Infância, a es-
critora tem lecionado em várias escolas, fazendo uso
das suas prerrogativas para promover encontros com
escritores e ilustradores. Era uma vez um cão, lançado
no final de 2012, é a obra mais recente da escritora.
Ana Luísa Amaral
Nome de vulto da poesia portuguesa, Ana Luísa Ama-
ral nasceu na capital portuguesa em 1956. Doutorada
em Literatura Norte-Americana com uma tese sobre
Emily Dickinson (1830-1886), leciona Literatura Ingle-
sa no Departamento de Estudos Anglo-Americanos
da Faculdade de Letras do Porto. Com 14 livros de po-
esia e 9 infantis no currículo, para além de traduções,
o engenho poético de Ana Luísa Amaral assegurou-
-lhe lugar de honra em múltiplas antologias portu-
guesas e estrangeiras. Traduzida para várias línguas,
como castelhano, inglês, francês, alemão, holandês,
russo, búlgaro e croata, a poetisa tem, no seu pecúlio
de condecorações, o Prémio Literário Casino da Pó-
voa / Correntes d’Escrita (2007), fruto d’ A Génese do
Amor e o Grande Prémio de Poesia da Associação Por-
tuguesa de Escritores (2008) com o livro Entre dois rios
e outras noites. Em 2012, a primeira edição do Prémio
Rómulo de Carvalho / António Gedeão agraciou Ana
Luísa Amaral. Vozes, um trabalho de 2011, foi escolhi-
da por unanimidade pelo júri. Antes, a poetisa portu-
guesa recebeu a primeira distinção internacional, ao
ser contemplada, em Itália, com o Prémio de Poesia
Giuseppe Acerbi. Feminista e com uma vasta inves-
tigação na área, Ana Luísa Amaral é autora, com Ana
Gabriela Macedo, do Dicionário de Crítica Feminista e
coordenou a edição anotada de Novas Cartas Portu-
guesas. Neste momento, coordena o projeto inter-
nacional Novas Cartas Portuguesas, 40 anos depois, o
qual envolve 13 equipas internacionais e mais de 15
países.
Anselmo Borges
Anselmo Borges é uma das grandes autoridades por-
tuguesas em matéria de Religião. Teólogo, Filósofo e
Professor, leciona Filosofia na Faculdade de Letras da
Universidade de Coimbra, depois de ter estudado Te-
ologia na Universidade Georgiana, em Roma, Ciências
Sociais na École des Hautes Étudese, Paris, e Filosofia
na Universidade de Coimbra. Colunista do Diário de
Notícias, espaço que Anselmo Borges dedica, normal-
mente, a questões de atualidade religiosa, o teólogo e
filósofo é autor de uma vasta obra que contribui para
tomar o pulso à relação entre o Homem e a Trans-
cendência. Marx ou Cristo, Janela do (In)visível, Religião:
Opressão ou Libertação?, Morte e Esperança, Corpo e
Transcendência ou Janela do (In)finito: Deus e o senti-
do da existência são alguns dos títulos que compõem
o trajeto de um autor prolífero. Para além dos livros
da sua autoria, Anselmo Borges também coordenou
algumas obras, entre as quais E Deus Criou a Mulher,
publicado pela Nova Delphi, e Deus no Século XXI e o
Futuro do Cristianismo. Já durante este ano, Anselmo
Borges coordenou a obra Quem foi/Quem é Jesus Cris-
to, aclamada pela crítica como uma das mais abaliza-
das análises à vida e legado de Jesus.
António Barroso Cruz
António Barroso Cruz nasceu na capital portuguesa
em 1962. Licenciado em Turismo pelo Instituto Su-
perior de Línguas e Administração, o escritor apaixo-
nado por viagens escolheu a Madeira como porto de
abrigo. Cosmopolita, António Barroso Cruz já visitou
mais de 60 países em viagens que nutrem a profusa
atividade literária. Colaborador de revistas e jornais,
para além de passagens pela representação teatral,
o escritor perfila-se em várias antologias publicadas
em Portugal, Itália e Brasil. Da poesia à crónica, sem
descurar o conto, escrita infantojuvenil e a narrativa
de viagens, a última obra de poesia do autor chegou
aos escaparates já em 2013: Poemas à flor da pele.
Contos de um pretérito (im)perfeito e Palavras de Mal-
dizer e Bem-querer são os últimos trabalhos do autor.
| 14 | PARTICIPANTES // FLM 2013
FLM 2013 // PARTICIPANTES | 15 |
Carlos Quiroga
Galego, Carlos Quiroga é um dos grandes responsá-
veis pela preservação e valorização do património
cultural que Portugal partilha com a Galiza. Cultor da
lusofonia e reputado especialista em Fernando Pes-
soa, Quiroga leciona Literaturas Lusófonas na Univer-
sidade de Santiago de Compostela. Nascido em Escai-
rom, Terra de Lemos, nos alvores da década de 60,
Carlos Quiroga é uma das vozes mais obstinadas na
luta pela defesa da Língua Galega. Com um vasto tra-
balho académico que reforça o diálogo entre a lusofo-
nia e o galego, o início da carreira literária de Quiroga
remonta a 1999, com a publicação de G.O.N.G – mais
de 20 poemas globais e um prefácio esperançado. No
mesmo ano, Periferias, obra em prosa que comprova
a versatilidade do escritor, mereceu a atribuição do
Prémio Carvalho Calero, galardão que consagra nar-
rativas e que o autor voltaria a conquistar em 2006,
através de Inxala – Espero por ti na Abissínia. Em 2002,
a trilogia Viagem ao Cabo Nom fez a sua primeira es-
cala n’ A Espera Crepuscular de um poeta que elege
Lisboa como santuário de criação, enredo pelo qual
a influência heteronímica de Pessoa se passeia com a
naturalidade de um residente. O ciclo da trilogia – que
reúne poesia, fotografia e narrativa – fechou-se em
2005 com O regresso a arder. Publicado no Brasil, Itália
e, naturalmente, Portugal, Carlos Quintana sintetizou
assim o seu amor de um galego à Língua Portugue-
sa, num artigo publicado pelo Jornal de Letras: “Por
isso, Língua, como se fosses a gente que és, volta os
olhos de letra e admira-te desta nossa intensidade de
amor: tem o sorriso louco das mães do Helder, colado
à boca que te roça em Camões.”
Antonio Scurati
Nascido em 1969 na cidade de Nápoles, Antonio Scu-
rati é um escritor incontornável no panorama literário
italiano. Após concluir a licenciatura em Filosofia, Scu-
rati rumou a França, país que promoveu o seu encon-
tro com Jacques Derrida, na École des Hautes Études.
Regressou a Itália para realizar doutoramento em Ber-
gamo, período durante o qual decidiu enveredar pela
carreira académica. Hoje, é professor e investigador
na Libera Università di Lingue e Comunicazione, em
Milão. Com alguns livros publicados, o ano de 2005
marcou a ascensão de Scurati ao patamar dos escri-
tores consagrados. Il sopravvissuto, o seu segundo
romance, arrebatou a XLII edição do Prémio Literário
Campiello. Interventivo e atento às mutações impos-
tas pelos tempos, o escritor napolitano conquistou a
sua tribuna na imprensa italiana, com crónicas no jor-
nal diário La Stampa e no semanário Internazionale. A
crescente influência de Scurati na digestão do quoti-
diano transalpino e internacional – representada, em
todo o seu esplendor, no livro de crónicas Gli anni che
non stiamo vivendo - garantiu-lhe, também, uma ru-
brica no mediático programa televisivo Parla com Me.
Em 2012, e sob a chancela da editora Nova Delphi, o
talento de Scurati ganhou expressão na Língua Portu-
guesa com a publicação de A Criança que sonhava com
o fim do mundo, lançada em 2009. Antonio Scurati,
para quem a escrita surgiu sem a influência pessoal
de qualquer mestre – “todos aqueles que foram meus
mestres já estão mortos” –, repete a presença no Fes-
tival Literário da Madeira, depois de ter contribuído
para abrilhantar a edição de estreia em 2011.
Carlos Vaz Marques
Jornalista profissional desde 1987, Carlos Vaz Marques
é dono de uma voz inconfundível. Património vivo da
rádio portuguesa, o jornalista integra a redação da
TSF desde 1990. Antes, uma passagem pelo JL - Jornal
de Letras, Artes e Ideias, casa que apadrinhou a sua
estreia no jornalismo, terá contribuído para reforçar o
apelo magnético da cultura sobre Vaz Marques. Com
uma carreira recheada de glórias, Carlos Vaz Marques
é autor do programa Pessoal e Transmissível, na TSF,
veículo através do qual o jornalista já entrevistou cen-
tenas de personalidades. Dalai Lama, Xanana Gus-
mão, os Nobel da Literatura José Saramago e Mário
Vargas Llosa, Salman Rushdie e Caetano Veloso, entre
outros nomes ínclitos, desfilam na antena da rádio
desde 2001.Rubrica incontornável, Carlos Vaz Mar-
ques também coordena o Governo Sombra, programa
semanal que começou na TSF e conquistou espaço na
televisão. Pedro Mexia, João Miguel Tavares e Ricar-
do Araújo Pereira compõem a equipa ministerial. Na
rádio, Carlos Vaz Marques já exerceu múltiplas fun-
ções. Antigo responsável pelas manhãs informativas
da TSF, moderador de debates em período eleitoral e
enviado especial a várias zonas do globo, a coordena-
ção da coleção Literatura de Viagens, nas edições tinta
da China, materializa a paixão de Carlos Vaz Marques
pela dilatação de horizontes. Tradutor de várias obras
literárias, Carlos Vaz Marques foi premiado pela Casa
da Imprensa como autor de rádio, em 2005, Em 2009,
arrebatou o prémio “Jornalismo Científico” com a re-
portagem “Dali, primata como nós.” Este ano, a versão
portuguesa da consagrada e centenária revista Gran-
ta chega às bancas sob a sua direção.
Cláudia Rodrigues
Jornalista madeirense, Cláudia Rodrigues acabou o en-
sino secundário e rumou a Coimbra. Na mais antiga
Universidade portuguesa e uma das mais antigas do
Velho Continente, concluiu a licenciatura em Comunica-
ção Social. A redação do Diário de Notícias, em Lisboa,
apadrinhou o batismo no ofício do jornalismo. Após um
ano a trabalhar num dos principais jornais portugueses,
Cláudia Rodrigues iniciou a sua colaboração com a revis-
ta Evasões. No regresso à ilha, ingressou na redação do
extinto Notícias da Madeira, antes de integrar o elenco
do Culturalmente, um magazine de divulgação cultural
transmitido pela RTP Madeira. Em 2008, ganhou voz na
Antena 1 Madeira e permanece nos quadros da rádio
pública nacional. Apresenta o programa semana Casa
das Artes, na RTP Madeira.
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Filipa Leal
Licenciada em Jornalismo pela Universidade de West-
minster, Londres, e com Mestrado em Literatura
(Estudos Portugueses e Brasileiros) na Faculdade de
Letras da Universidade do Porto, Filipa Leal publicou,
em 2003, Lua-Polaroid, livro de estreia que serve de
referência luminosa para um trajeto literário que
comemora o 10º aniversário. Em 2004, a escritora
apresentou o seu primeiro trabalho de poesia, Talvez
os Lírios Compreendam. A Cidade Líquida e Outras Tex-
turas, O Problema de Ser Norte e A Inexistência de Eva
(finalista do Prémio Correntes d’Escritas) compõem
o percurso literário da autora. No exercício do jor-
nalismo, Filipa Leal foi, durante os últimos três anos,
jornalista e locutora residente do extinto programa
Câmara Clara/Diário Câmara Clara, emitido pela RTP2.
Antes, protagonizou uma incursão pela Rádio Nova e
assumiu a edição do suplemento Das Artes, Das Letras,
no jornal O Primeiro de Janeiro, para além de ter de-
sempenhado as mesmas funções na revista da Casa
Fernando Pessoa. Antiga colaboradora da revista Os
Meus Livros, a escritora publicou artigos em múltiplos
jornais e revistas (Egoísta, MeaLibra, INÚTIL, Colóquio
Letras, Textos e Pretextos, entre outras) e perfila-se en-
tre autores antologiados em Portugal, Itália, Croácia,
Galiza, Colômbia e Venezuela. A Cidade Líquida e Ou-
tras Texturas mereceu publicação em Espanha, numa
edição bilingue, e um dos seus poemas foi exposto
no Metro de Varsóvia, ao abrigo da iniciativa, Poems
on the Underground. Em 2012, Filipa Leal representou
Portugal no Festival de Poesia de Berlim e lançou a
sua última coletânea de poesia, Vale Formoso.
Cláudia Sousa
Artista plástica nascida na Madeira em 1981, Cláu-
dia Sousa dedicou-se desde precoce idade ao ofício
do desenho. Licenciada em Artes Plásticas, variante
de Pintura, pela Universidade da Madeira, a artista
madeirense enveredou pelo ensino, caminho atra-
vés do qual reforçou a relação íntima que há muito
mantinha com a Arte. Com Mestrado em Educação
Artística, Cláudia Sousa trabalha com crianças desde
os primeiros meses até aos 5 anos, num projeto de
desenvolvimento infantil que conjuga a Arte plástica
e a Música. Protagonista de algumas exposições indi-
viduais desde 2006, Cláudia Sousa participou no pro-
jeto coletivo Há Sempre Magia no Natal, ao lado de 16
autores madeirenses e 15 ilustradores.
Francisco Fernandes
Francisco Fernandes nasceu no Funchal, em 1952,
cursou Finanças e concluiu o mestrado em Gestão do
Desporto. Docente de Matemática, Ciências Naturais
e Estatística, foi Secretário Regional de Educação e
Cultura da Região Autónoma da Madeira. Com vários
livros publicados nas áreas da investigação, drama-
turgia e ficção (narrativa e romance), Francisco Fer-
nandes consagrou-se como autor de literatura infan-
til. Duas Estrelas do Mar e Um Peixe Prateado assinalou,
em 2003, a estreia do autor como compositor do ima-
ginário infantil. O Diogo quer ser futebolista, a Estrela
Perdida, A História de Monakus, A Madalena descobre o
Basquetebol, Alguém avisou o Pai-Natal?, O Enigma do
Código *uSn, O Enigma da Casa das Mudas, O Enigma do
Palácio, Irina, Aliane e Zaneah, Porque devo ir à Escola?,
O Sonho da Maria e a biografia do General José Vicente
de Freitas, A Liberdade de Pensar, compõem o currí-
culo do autor. O seu romance A Casa do Penedo da
Gaivota mereceu uma Menção Especial, no âmbito do
Prémio Literário Edmundo Bettencourt. O conto inti-
tulado A esquina 95 justificou a atribuição do prémio
António Feliciano Rodrigues, promovido pela Junta de
Freguesia de Santa Maria Maior.
Gina Picart
Demorou a chegar, mas chegou. O ano de 2012 assi-
nalou a entrada de Gina Picart no mercado editorial
europeu, sob a chancela da editora madeirense Nova
Delphi. De Cuba para o Velho Continente, com escala
noutra ilha atlântica, Óleo Sobre Tela é a obra que co-
meça a desenhar os contornos europeus de um futu-
ro literário que se prevê auspicioso. Nascida em 1956,
Gina Picart cedo se dedicou à palavra, licenciando-se
em Filologia e Jornalismo na Universidade de Havana.
Omnipresente no meio cultural cubano, a autora de
A lagoa do Anjo, sua obra de estreia, distinguiu-se no
jornalismo cultural. O labor de Gina Picart encontrou
veículos de expressão em várias rádios, jornais e re-
vistas, plataformas a partir das quais também exer-
ceu crítica literária. Com 10 livros publicados - o últi-
mo dos quais em 2012 (La casa del alibi) – e presença
em inúmeras antologias, à escritora cubana foi atri-
buído, em 2007, o mais importante prémio literário
cubano, Alejo Carpentier del Cuento, com Óleo Sobre
Tela. A obra de Gina Picart revela-se demasiado es-
corregadia para caber numa categorização literária. A
crítica situa-a em territórios movediços, entre os gé-
neros gótico e fantástico, com incursões pela História.
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Isabel Leal
Trabalhar com as crianças e suas famílias é a missão a
que se dedica Isabel Leal. Mulher do Mundo, a autora
aproveitou afazeres profissionais para absorver cul-
turas díspares e estabelecer diálogos entre elas. Com
os comportamentos inter-relacional e intergeracional
no seio familiar como objetos de estudo, Isabel Leal é
o rosto de uma nova abordagem didática. Professora
de Meditações Reiki para crianças e jovens, a autora
já publicou quatro livros: Meditação para Crianças,
Crianças de um Novo Mundo – Os Cristal, Crianças de
um Novo Mundo – Os Índigo, Em Casa ou na Escola, O
Meu Anjo da Guarda Aconselha…
Inês Fonseca Santos
Jornalista e poeta, Inês Fonseca Santos nasceu em
1979 e publicou As Coisas, o seu primeiro livro de po-
esia, em 2012. Em escassos dias, confessou a autora,
As Coisas compuseram-se após anos de formação len-
ta, “quase geológica”, diagnosticou o crítico e escritor
José Mário Silva. Licenciada em Direito, Inês Fonseca
Santos iniciou a carreira jornalística por mero acaso.
Quando já realizava Mestrado em Literatura Portu-
guesa, do qual emergiu a tese A poesia de Manuel An-
tónio Pina – O encontro do escritor com o seu silêncio
–, uma vaga no programa Sociedade das Belas Artes,
do canal privado SIC Notícias, abriu-lhe as portas do
jornalismo. Mais tarde, já como jornalista freelancer,
trabalhou no programa Laboratório, dedicado aos
criadores nacionais. Colaborou com algumas revistas
literárias, como Ficções, Textos e Pretextos, Relâmpago
e, mais recentemente, Duas Margens e Inútil. Em 2006
publicou Produções Fictícias - 13 anos de insucessos e,
pouco depois, tornou-se associada da empresa que
se dedica à produção de conteúdos para televisão, rá-
dio e imprensa escrita, assumindo a coordenação e
apresentação do programa de rádio A História Devida.
Em parceria com Nuno Artur Silva, organizou Anto-
logia do Humor Português. Jornalista do Câmara Cla-
ra entre 2006 e 2012, foi editora e apresentadora da
versão diária do mesmo programa da RTP2. Ao longo
deste ano, Inês Fonseca Santos coordena o ciclo Hu-
mor de Pessoa, na Casa Fernando Pessoa.
João Luís Barreto Guimarães
Uma poesia cirúrgica, construída e reconstruída com
a precisão do bisturi. Esta pode ser uma definição
possível para a arte poética de João Luís Barreto Gui-
marães, especialista em Cirurgia Plástica, Recons-
trutiva e Estética no Centro Hospitalar de Vila Nova
de Gaia/Espinho. Com várias coletâneas de poesia
publicadas, o autor nasceu em 1967 e estreou-se
com o auspicioso Há Violinos na Tribo, em 1989, dan-
do continuidade à carreira literária com Rua Trinta e
Um de fevereiro (1991), Este Lado para Cima (1994) e
Lugares Comuns (2000). 3 (poesia 1987-1994), o seu
quarto livro, reúne as três primeiras obras. Em 2003,
Rés-do-Chão confirmou João Luís Barreto Guimarães
como um dos novos poetas portugueses que mais se
elevam. Luz Última (2006), A Parte pelo Todo (2009) e
Poesia Reunida (Lisboa, Quetzal, 2011), este último tí-
tulo a compilação de 22 anos de poesia, completam
o trajeto literário do autor. O título da última obra de
João Luís Barreto Guimarães pode ser lido pelo autor
como se procurasse orientação no mapa da grande
poesia: Você está aqui (Lisboa, Quetzal, 2013).
João Paulo Cotrim
João Paulo Cotrim nascem em Lisboa em 1965. Lan-
çou-se há pouco ao abysmo, uma editora onde os
livros se fazem projetos, entre os quais o premiado
álbum Sérgio Godinho e as 40 Ilustrações ou Autismo,
de Valério Romão. Guionista para filmes de animação,
como o Fado do Homem Crescido, com Pedro Brito, ou
Sem Querer, com João Fazenda, escreveu também no-
velas gráficas, como a aclamada Salazar – Agora, na
Hora da Sua Morte, e ficção, de que é exemplo O Bran-
co das Sombras Chinesas, em parceira com António
Cabrita. Dedicou-se também aos ensaios, destacan-
do-se Stuart – A Rua e o Riso ou El Alma de Almada El Ím-
par – Obra Gráfica 1926-1931) e à arte dos aforismos,
plasmados n’A minha gata. Já deixou a sua marca na
poesia, ao publicar Má Raça, com Alex Gozblau, e privi-
legiou histórias para “as mais disparatadas infâncias”,
expostas em Sem Querer, em articulação com André
da Loba. Dirigiu desde a sua abertura, em 1996, até
2002, a Bedeteca de Lisboa, tendo em consequência
organizado um sem número de edições, iniciativas
e exposições, bem como participado em colóquios,
simpósios e conferências. Lecionou vários workshops
e cursos no ArCo e no IADE, na Pós-Graduação em
Ilustração e Banda Desenhada. Assinou A Narrativa
do Século – Dois ou três apontamentos sobre a picares-
ca viagem da banda desenhada pelo século XX incluída
em A Arte no Século XX (Afrontamento/Fundação Ser-
ralves, 2002). É coordenador do site de promoção de
leitura Cata Livros.
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José Rodrigues dos Santos
Rosto indissociável da televisão portuguesa, José Ro-
drigues dos Santos é o escritor português que mais
livro vende no país e um dos autores lusos mais tra-
duzidos. Jornalista desde 1981 quando ingressou na
Rádio Macau durante a sua estadia na antiga posses-
são portuguesa, José Rodrigues dos Santos regressaria
a Portugal em 1983 para cursar Comunicação Social,
na Universidade Nova de Lisboa. Concluído o curso,
rumou a Londres e trabalhou na mítica BBC. O talento
do jovem jornalista não passou despercebido em Por-
tugal, pelo que José Rodrigues dos Santos regressaria
ao país para integrar os quadros da RTP. Apresentador
do noticiário 24 Horas, a eclosão da Primeira Guerra do
Golfo “apanhou” José Rodrigues dos Santos em direto.
Protagonista de uma maratona de 10 horas que entrou
para a história do jornalismo televisivo português, a fa-
çanha contribuiu para guindar o jornalista ao principal
palco noticioso da RTP, o Telejornal. José Rodrigues dos
Santos continua, hoje, a ser um dos apresentadores do
principal bloco noticioso da televisão pública portugue-
sa. Doutorado em Ciências da Comunicação, leciona
na Universidade Nova de Lisboa e conjuga jornalismo,
docência e literatura. Jornalista com um percurso re-
pleto de consagrações – como os três prémios da CNN
–, estreou-se no romance com A Ilha das Trevas. Com 10
romances publicados até ao final de 2012, o jornalista
e escritor já vendeu mais de 1,5 milhões de exempla-
res e as suas obras estão traduzidas em 18 línguas. O
seu mais recente livro, A Mão do Diabo, mantém o autor
no topo das preferências literárias dos portugueses, na
esteira de outros sucessos como Codex 632, A Fórmula
de Deus, O Sétimo Selo ou O Último Segredo.
João Tordo
Nascido em agosto de 1975, sob o signo das disputas
ideológicas que marcaram o “verão quente”, João Tor-
do cedo percebeu que a palavra seria o seu caminho
natural. João Tordo licenciou-se em Filosofia e logo en-
veredou pela dimensões que lhe garantiam uma rela-
ção diária com a escrita. Com passagens por Londres
e Nova Iorque, justificadas pelos cursos de jornalismo
e escrita criativa, Tordo manteve colaborações assídu-
as com vários jornais e revistas portuguesas. Em 2004,
fez-se luz sobre João Tordo como romancista. O livro
dos Homens sem luz foi o primeiro do autor a chegar
aos escaparates, seguindo-se Hotel Memória, em 2007.
Com As três vidas (2008), venceu o Prémio Literário José
Saramago, distinção que confirmou o autor como um
dos mais promissores da nova geração de escritores
portugueses. Livro de grande fôlego, a edição brasilei-
ra de As três vidas foi finalista do Prémio Portugal Tele-
com. A carreira literária prosseguiu com O Bom inverno,
finalista do prémio para Melhor Livro de Ficção Narra-
tiva da Sociedade Portuguesa de Autores e do Prémio
Fernando Namora. A tradução francesa de O Bom in-
verno compôs a plêiade de obras selecionadas para a
6ª edição do Prémio Literário Europeu. Anatomia dos
Mártires, romance publicado em 2011, voltou a colocar
o escritor entre os finalistas do Prémio Literário Fer-
nando Namora. Já este ano, os leitores e o mercado
editorial aguardaram, com expectativa, a publicação de
O Ano Sabático, romance que sublinha o poder encan-
tatório dos enredos criados por João Tordo. Com traba-
lho realizado no âmbito audiovisual, mediante a escrita
de guiões, João Tordo tem traduções dos seus livros
publicados em França, Itália, Brasil, Sérvia e Croácia.
Lídio Araújo
Escritor madeirense, Lídio Araújo nasceu em Câmara
de Lobos em 1951. Licenciado em Línguas e Literatu-
ras Modernas, variante Português-Francês, pela Uni-
versidade Clássica de Lisboa, a passagem do autor
pela capital portuguesa revelou-se importante para a
afirmação das suas raízes, encontrando na literatura
um meio de transmissão dos traços etnográficos de
um povo. Professor de Língua Francesa numa escola
do Funchal, Lídio Araújo é um escritor tardio. Publi-
cou em 2002 o seu primeiro livro, Filhos do Mar. Obra
que já conquistou um espaço singular na literatura
contemporânea produzida por madeirenses, Lídio
Araújo interpreta a ambiência distintiva da classe pis-
catória de Câmara de Lobos, cuja baía, polvilhada de
pequenas embarcações, Churchill imortalizou na tela.
No mesmo ano, lançou A Festa, obra que sintetiza a
forma inimitável como os madeirenses celebram a
quadra natalícia. No ano seguinte, assinou a primeira
coletânea de poemas, Maresias. Os Bravos da Picada,
uma narrativa de guerra, sistematiza as suas memó-
rias de Moçambique, onde cumpriu serviço militar
durante a guerra colonial. Casa Verde – Tribulações na
vida de um seminarista, Princípio... E Fim e, mais recen-
temente, Ilha – a preto e branco complementam o cur-
rículo literário do autor madeirense.
Luísa Spínola
Luísa Spínola nasceu em 1962, na Madeira, e licen-
ciou-se em Artes Plásticas, variante de Pintura, pelo
Instituto Superior de Arte e Design. Mestre em Arte e
Património, a carreira artística de Luísa Spínola con-
solidou-se com a participação em inúmeras exposi-
ções coletivas e individuais, desde 1994. Artista com
alguns prémios no currículo, Luísa Spínola ilustrou 3
livros de Francisco Fernandes: O Diogo Quer Ser Fute-
bolista, A Madalena Descobre o Basquetebol e O João
Gosta do Mar, para além de Antes que a Noite Caia, de
Maria Aurora Homem. Desde 2006, a artista preside
aos destinos do Atelier Gatafunhos, um espaço que
procura inserir o ofício das Artes plásticas no quoti-
diano de crianças de 5 anos até jovens de 15.
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Maria do Rosário Pedreira
A escritora e editora Maria do Rosário Pedreira é um
dos nomes que a década de 90 do século passado
consagrou. Licenciada em Línguas e Literaturas Mo-
dernas, na variante de Estudos Franceses e Ingleses,
pela Universidade de Lisboa, enveredou pelo ensino
e lecionou Português e Francês durante cinco anos. O
contacto próximo com os jovens alunos influenciaria
o rumo que trilharia, dedicando-se a uma criação lite-
rária fecunda com as crianças e os adolescentes como
destinatários. O seu trabalho como escritora alimenta,
há mais de duas décadas, o imaginário infantojuvenil
português, mas os terrenos percorridos pela escritora
não admitem fronteiras estanques. Nascida em 1959,
as primeiras impressões digitais de Maria do Rosário
Pedreira como escritora remontam a 1996, ano em
que publicou A Casa e o Cheiro dos Livros. Seis anos de-
pois, O Canto do Vento nos Ciprestes correspondeu aos
anseios de todos aqueles leitores de poesia que esgo-
taram a primeira edição d’ A Casa e o Cheiro dos Livros.
Entre obras poéticas, lançou vários títulos em prosa,
como o romance Alguns Homens, Duas Mulheres e Eu.
Antes e depois de 1996, a autora publicou uma miríade
de livros infantojuvenis, destacando-se a saga do Dete-
tive Maravilhas e a as aventuras d’ O Clube das Chaves,
em parecia com Maria Teresa Maia Gonzalez. Em 2004,
voltaria à poesia com Nenhum Nome Depois. Poesia
Reunida, obra que condensa a poesia distribuída pelas
três coletâneas publicadas e integra o inédito A Ideia
do Fim, justificou a atribuição do Prémio Literário Fun-
dação Inês de Castro 2012. Com uma já longa carreira
como editora, a galardoada escritora exerce funções
na Leya, um dos maiores grupos editoriais lusófonos.
Manuela Ribeiro
Manuela Ribeiro nasceu em 1963 na freguesia de Na-
vais, Póvoa do Varzim. Cursou Línguas e Literaturas
Modernas na Faculdade de Letras do Porto e, após a
conclusão da licenciatura, lecionou Português e Fran-
cês. Trabalhou como jornalista na SOPETE Rádio Mar,
para além de ter sido correspondente do jornal Pú-
blico. Funcionária da Câmara Municipal da Póvoa do
Varzim, Manuela Ribeiro é coorganizadora do Corren-
tes d’ Escritas – Encontro de Escritores de Expressão
Ibérica, o maior evento literário do país que come-
morou, este ano, o 14º aniversário. Coordenadora da
revista Correntes d’Escritas, Manuela Ribeira é autora
das obras Rosas e Feitiços do Mar, Catitinha e Cego do
maio, livros indissociáveis de um cenário que sempre
marcou a autora: o mar.
Maria João Saraiva de Menezes
Maria João Saraiva de Menezes nasceu no Porto, em
1971. Entre 1987 e 1990, viveu em Macau onde fre-
quentou o primeiro ano do curso de Direito na Uni-
versidade da Ásia Oriental. De regresso a Portugal em
1991, ingressou na Universidade Católica Portuguesa,
onde se licenciou em Filosofia. É professora de Filo-
sofia e de Educação Moral e Religiosa Católica. Publi-
cou poesia em revistas literárias e jornais. É autora de
vários livros para crianças, dos quais se destacam os
últimos títulos: Vasco das forças, o bullying e a violência
infantil e O menino Natal e o Pai Jesus, afinal o que é o
Natal? Em 2012, a Nova Delphi apadrinhou a publica-
ção do seu último livro, O Gafanhoto Garoto Não Pode
Brincar.
Mariano Deidda
Mariano Deidda é um caso inimitável no panorama
musical europeu. Italiano natural da Sardenha, o can-
tautor “cruzou-se” com a obra de Fernando Pessoa
e foi agraciado com uma verdadeira epifania. Com
vários discos dedicados à poesia de Pessoa, a voz de
Deidda materializa um fenómeno de alquimia, com a
obra do poeta português como centelha que cria ilhas
de beleza. Autor da trilogia Deidda Interpreta Pessoa,
o cantor e compositor sardo representou a música
italiana durante a Expo 98, em Lisboa, e apaixonou-
-se pela ilha do Porto Santo, um dos seus destinos
prediletos. Na ilha que acolheu Cristóvão Colombo,
Mariano Deidda gravou um vídeo-clip para o cd de-
dicado a Cesare Pavese, nome maior entre os poetas
transalpinos. Antes, Deidda lançou L’era dei Replicanti,
trabalho que integra o tema Porto Santo, um tributo
que sublima a “ilha dourada”. Este trabalho justificou
a atribuição do título “melhor cantautor do ano”, em
Itália. Presença assídua nos mais afamados teatros
europeus, Mariano Deidda assume-se como um em-
baixador itinerante de Fernando Pessoa. Em 2012, o
músico lançou um livro que escrutina as afinidades
entre Fernando Pessoa e Cesare Pavese, Da Pessoa a
Pavese, così lontani, così vicini. Já em 2013, o mercado
editorial acolheu Deidda canta Pavese – Un paese ci
vuole –, reedição do trabalho discográfico com a adi-
ção de um livro que inclui três pequenas histórias es-
critas por Mariano Deidda.
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Naomi Wolf
É uma jornalista e escritora norte-americana que se
tem destacado pelo seu ativismo político e crítica
social. O seu livro de 1991, o Mito da Beleza, foi um
bestseller internacional que desafiou a indústria da
cosmética e a existência de padrões irrealistas de
beleza. O The New York Times considerou-o um dos
livros mais importantes do século XX. É cofundadora
do The Woodhull Institute for Ethical Leaderships, uma
organização que ensina jovens mulheres a tornarem-
-se líderes e agentes de mudança no século XXI e da
The American Freedom Campaigne, uma organização
vocacionada para a sensibilização dos cidadãos para
a proteção individuais consagrados na constituição.
Escreveu ensaios para o The New Republic, The Wall
Street Journal, Glamour e The New York Times e é uma
das colunistas do projeto Syndicate, cujos artigos têm
sido publicados em Portugal pelo jornal Público. Iné-
dita no mercado editorial português até 2012- O Mito
da Beleza foi publicado no Brasil nos primórdios da
década de 90 -, a Nova Delphi abriu-lhe as portas com
O fim da América – carta de aviso a um jovem patriota,
uma espécie de diatribe contra um país que perdeu
o rasto dos seus Fundadores. O último livro de Na-
omi Wolf, Vagina - a Cultural History (2012), voltou a
provocar abalos sísmicos nos meios literários, sociais
e políticos, em consonânia com um trajeto interven-
tivo que faz da confrontação e rutura as suas grandes
premissas.
Massimo Cavalli
Nasceu em Trivero, Itália, em 1969. Mudou-se para
Portugal em junho de 1996. Em setembro de 2006, li-
cenciou-se em Contrabaixo Jazz na Escola Superior de
Música e das Artes do Espetáculo do Porto. Em 2011
acabou o mestrado em Interpretação Artística Jazz
na mesma escola. Iniciou a sua atividade profissional
em 1990, tocando em vários clubes no Norte da Itália.
Participou em vários festivais no mundo. Atuou, entre
outros, com Laurent Filipe, Jacinta, Ficções, Melissa
Walker, Amélia Muge, Joel Xavier e Didier Lockwood,
Jean Pierre Como Trio e Quarteto. Colaborou, entre
2003 e 2009, com o grupo Ala dos Namorados, gravou
com Mafalda Veiga e João Pedro Pais o CD ao vivo
Lado a Lado, atuando na respetiva tour nacional. Atu-
almente colabora com Susana Félix e com o projeto
Rua da Saudade, com o quarteto de Alexandre Diniz e
com Laurent Filipe, The Song Band. Leciona na Univer-
sidade Lusíada de Lisboa, na Escola de Jazz Luiz Villas-
-Boas e na Escola de Jazz do Barreiro. Em setembro de
2012 lançou o primeiro trabalho em seu nome com
composições originais, Varandas do Chiado.
Paula Moura Pinheiro
Licenciada em Comunicação Social pela Universidade
Nova de Lisboa e pós-graduada em Direito Comuni-
tário pelo Instituto Europeu da Faculdade de Direito
da Universidade de Lisboa, o início da carreira jorna-
lística de Paula Moura Pinheiro remonta a 1987. Mais
tarde, em 1992, estreou-se no pequeno ecrã, supor-
te através do qual contribuiu para fazer história no
jornalismo cultural português. Subdiretora da RTP2
entre 2006 e 2012, Paula Moura Pinheiro editou e
apresentou o Câmara Clara até à sua extinção. Pro-
grama emblemático no âmbito da divulgação e deba-
te culturais, a jornalista entrevistou centenas de con-
vidados que asseguravam a dose diária recomendada
de grande Arte. Escritores, músicos, historiadores,
filósofos, dramaturgos, arquitetos, cineastas e escul-
tores, entre outros intérpretes da Arte, eternizaram
uma câmara Clara cujo brilho orientador não se apa-
ga. Na rádio, a voz de Paula Moura Pinheiro ecoou,
pela primeira vez, em 1994. Na imprensa escrita, foi
entrevistadora, repórter e colunista da revista Gran-
de Reportagem durante seis anos. Colaboradora do
Instituto Português do Livro e das Bibliotecas como
dinamizadora de comunidades de leitores por todo o
país, Paula Moura Pinheiro assinou o Guia de Leituras
do IPLB de 2003 e promoveu, em articulação com a
Fundação Calouste Gulbenkian, os Clássicos. Mentora
da animação cultural das 74ª e 75ª edições da Feira
do Livro de Lisboa, a jornalista tem quatro livros edi-
tados: 27/8, Portugal no Futuro da Europa, Estória da
Pré-História do Chapitô e Viagem de Regresso.
Paulo Sérgio BEJu
Nasceu no Monte, Funchal, em 1971. Em 1999, con-
cluiu a licenciatura em Artes Plásticas – Escultura e,
em 2003, pós-graduou-se em Direção Artística. Tem
desenvolvido diversos projetos no âmbito da expres-
são dramática, teatro, cenografia, performance, artes
plásticas e curadoria. Tem participado, desde setem-
bro de 2002, em exposições individuais e coletivas,
como artista plástico. Recebeu diversos prémios no
âmbito do teatro (encenação), escrita e artes plásticas,
destacando-se o 1º prémio no Concurso de Poesia de
Abrantes (junho de 1996) e o 1º prémio do Concurso
de Artes Plásticas “Henrique e Francisco Franco” (Ca-
lheta, dezembro de 2005), atribuído por um júri presi-
dido pela curadora Isabel Carlos. Recentemente, ilus-
trou o livro As Coisas mais belas do mundo, de Valter
Hugo Mãe, lançado em setembro de 2010. Ilustrou,
também, O Pote da Peste e o Pote de Ouro, o primeiro
título da coleção Mistério e Fantasia, da Nova Delphi.
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Raquel Ochoa
Licenciada em Direito, Raquel Ochoa nasceu na capi-
tal portuguesa em 1980. Nome de vulto entre a nova
geração de escritores portugueses, a carreira literária
de Raquel Ochoa destaca-se por um início auspicioso.
O seu primeiro romance, A Casa-Comboio, foi distin-
guido com o Prémio Revelação Agustina Bessa-Luís,
em 2009, e traduzido em Itália pela sucursal transal-
pina da Nova Delphi. Epopeia de uma família indo-
-portuguesa, originária de Damão, joia da Índia Portu-
guesa, a obra reflete a paixão de Raquel Ochoa pela
Índia, um dos destinos prediletos de quem considera
que o mundo lê-se a viajar. Errante, as ininterruptas
viagens de Raquel Ochoa são digeridas pela arte da
crónica, bem representada em O Vento dos Outros,
um relato de viagens à América do Sul publicado em
2008. No mesmo ano, a escritora e formadora de Es-
crita Criativa também deu a conhecer Bana – Uma vida
a cantar Cabo Verde. Em 2011, Raquel Ochoa aventu-
rou-se no registo biográfico, reconstituindo a vida de
D. Maria Adelaide de Bragança, A Infanta Rebelde. O
seu segundo romance, Sem Fim à Vista – a viagem, che-
gou aos escaparates em 2012 e recupera o enlevo da
narrativa de viagens, cujo protagonista, portador de
problemas cardíacos, deambula por Singapura, Ma-
lásia, Indonésia, Austrália, Nova Zelândia, Hong Kong,
Macau e Sri Lanka.
Pedro Mexia
Licenciado em Direito pela Universidade Católica Por-
tuguesa, Pedro Mexia nunca exerceu e mantém a sua
inscrição na Ordem dos advogados suspensa ad ae-
ternum. Cronista e crítico do Diário de Notícias entre
1998 e 2007, Pedro Mexia, nascido em 1972, foi um
dos grandes impulsionadores da blogosfera portu-
guesa. A Coluna Infame, blogue que mantinha com
Pedro Lomba e João Pereira Coutinho, marcou uma
época e abriu as portas da imprensa escrita a talen-
tos que se revelaram nos blogues. Antes, Pedro Mexia
estreou-se no DN-Jovem, uma rubrica, mais tarde su-
plemento, que catapultou muitos daqueles que, hoje,
enformam a nova geração de escritores portugue-
ses. Autor de uma crónica semanal no Expresso, para
além de uma coluna mensal na revista LER, Pedro
Mexia foi subdiretor e diretor interino da Cinemate-
ca Portuguesa, sucedendo ao saudoso João Bernard
da Costa. Membro do Governo Sombra, programa ra-
diofónico que ganhou plataforma no pequeno ecrã,
Pedro Mexia publicou seis livros de poemas: Duplo
Império, Em Memória, Avalanche, Eliot e Outras Obser-
vações, Vida Oculta e Senhor Fantasma. Em 2011, o au-
tor lançou Menos por Menos – Poemas Escolhidos, uma
súmula do seu percurso poético. Para além da poesia,
Mexia publicou quatro coletâneas de crónicas e a sua
poesia perfila-se em várias antologias. Eclético, Pedro
Mexia também já deixou marcas na dramaturgia. En-
tre outras impressões digitais, encenou a peça Agora
a Sério, de Tom Stoppard.
Raquel Varela
Raquel Varela é investigadora do Instituto de Histó-
ria Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa,
onde coordena o Grupo de Estudos do Trabalho e dos
Conflitos Sociais e investigadora do Instituto Interna-
cional de História Social. É coordenadora do projeto
História das Relações Laborais no Mundo Lusófono.
Doutorada em História Política e Institucional pelo
ISCTE, Raquel Varela é, neste momento, Presidente
da International Association Strikes and Social Conflicts.
Autora de Quem paga o Estado Social em Portugal?,
uma obra que reúne contributos que procuram des-
montar o “mito” do Estado” gordo”, a investigadora
publicou, em 2011, História da Política do PCP na Re-
volução dos Cravos. Coordenadora da obra Revolu-
ção ou Transição? - História e Memória da Revolução dos
Cravos, Raquel Varela foi cocoordenadora de Greves e
Conflitos Sociais no Portugal Contemporâneo e de O Fim
das Ditaduras Ibéricas (1974-1978). Os seus artigos es-
tão publicados em revistas nacionais e internacionais
com arbitragem científica, como Revista Brasileira de
História, Hispania, XX Century Communism, Revolutiona-
ry Russia, Historia del Presente, Revista Espacio, Tiempo y
Forma e Análise Social. Especialista em História Global
do Trabalho e História do Estado Social, Raquel Vare-
la tem vindo a desenvolver um importante trabalho
sobre o comunismo europeu, tornando-se uma auto-
ridade no estudo comparativo dos Partidos Comunis-
tas Europeus.
Ricardo Miguel Oliveira
Diretor do Diário de Notícias e da TSF-Madeira, Ricar-
do Miguel Oliveira foi redator do jornal mensal Pre-
sença Portuguesa, editado em Paris, e coordenador
na Madeira do Correio da Venezuela. No DN-Madeira,
desempenhou as funções de jornalsista, subchefe de
redação, subdiretor, editor de Economia e editor exe-
cutivo. Passou pela Rádio Jornal da Madeira e pela Es-
tação Rádio da madeira, onde foi chefe de redação. Li-
cenciado em Teologia pela Faculdade de Teologia da
Universidade Católica Portuguesa, frequentou vários
cursos na área da Comunicação Social, entre os quais
o diploma e Jornalismo e Ciências de Informação no
Institut Français de Presse. Lecionou Jornalismo na
Escola Profissional Atlântico e tem sido orador em
diversos seminários, comentador televisivo e mode-
rador de debates, conferências e afins, com destaque
para as conferências finais da iniciativa promovida
pelo DN-Madeira, 100 maiores e melhores empresas da
Madeira.
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Rui Tavares
Rui Tavares nasceu em Lisboa, corria o ano de 1972.
Especialista em História e Cultura do Século XVIII,
deputado independente ao Parlamento Europeu, a
opinião de Rui Tavares tornou-se referência desde os
tempos áureos da blogosfera. Dinamizador do blogue
coletivo O Barnabé, o historiador, tradutor e escritor
português rapidamente encontrou na imprensa escri-
ta veículo para a medição dos tempos. Colaborador
do jornal Público há mais de sete anos, Rui Tavares é
autor de O Pequeno Livro do Grande Terramoto, uma
obra de índole ensaística que disseca as consequên-
cias políticas, sociais, económicas, culturais e religio-
sas do grande terramoto que abalou Lisboa em 1755.
Obra aclamada que não se confina ao sismo que
destruiu grande parte da capital portuguesa, Rui Ta-
vares enceta uma análise sagaz que expõe a relação
causal entre tragédias que marcaram toda a Humani-
dade e as grandes transformações que delas resulta-
ram. Outra obra icónica no percurso historiográfico
de Rui Tavares, O Regicídio, escrito em parceria com
a historiadora Maria Alice Samara, debruça-se sobre
o assassinato do Rei D. Carlos e do Príncipe Herdei-
ro, episódio sangrento que viria a sentenciar o regi-
me monárquico português. Eclético, o percurso de
Rui Tavares também visitou o teatro, com a peça O
Arquiteto. Em 2012, o eurodeputado eleito em 2009
publicou o ensaio A Ironia do Projeto Europeu, obra
que diagnostica as debilidades do projeto político eu-
ropeu e mergulha no passado para encontrar “os fios
de uma narrativa perdida.”
Roberto Macedo Alves
Licenciado em Engenharia Informática, Roberto Ma-
cedo Alves é um verdadeiro representante da Tercei-
ra Cultura, ideário que estimula uma relação íntima
entre as diversas áreas do saber. Eclético e autodida-
ta, Roberto Macedo Alves é um cultor da Arte inclusi-
va. “O binómio de Newton é tão belo como a Vénus de
Milo. O que há é pouca gente para dar por isso”, sinte-
tizou Fernando Pessoa num verso que o engenheiro
de formação, e artista por devoção, interpreta como
poucos. Entusiasta da BD como género literário, o
fascínio de Roberto Macedo Alves pelos super-heróis
materializou-se na Livraria Sétima Dimensão, espaço
que protege a longa herança da BD. Com uma ativida-
de artística intensa, o seu primeiro trabalho foi publi-
cado na revista X-Men 50. Organizador do Festival Pe-
chaKucha Nigths e do Festival de Arte Sequencial da
Madeira, entre as suas obras publicadas encontra-se
o livro Os Sonhos dos Maravilhas, edição que assinalou
o centenário do Centenário do Club Sport Marítimo.
Sérgio Godinho
Nascido em 1945, no Porto, Sérgio Godinho tem mais
de 20 discos editados, entre os quais 17 álbuns de
originais. Estreou-se com Os Sobreviventes, gravado
em França em 1971. Ainda no estrangeiro, lançou o
segundo álbum, Pré-História. Discos premiados pela
Casa da Imprensa e censurados pela ditadura, Go-
dinho assumiu sempre o estatuto de “artista com-
prometido”. Com Um Brilhozinho Nos Olhos, Godinho
cantou o ideário da reinvenção, pessoal e coletiva.
Primeiro Dia e Terça-Feira, entre outros temas, eleva-
ram o cantor ao estatuto de intérprete de uma certa
portugalidade. O regresso à Pátria deu origem a uma
atividade fulgurante. Os tempos fervilhantes do pe-
ríodo pós-revolução contagiam Godinho. Em 1979,
o cantor edita o seu sexto álbum de originais, Cam-
polide, considerado o Melhor Álbum de Música Por-
tuguesa do Ano. Canto da Boca, no início da década
80, voltou a merecer laudatórias. A Casa da Imprensa
contemplou-o com o prémio para Melhor Disco Por-
tuguês do Ano e com o galardão que distingue o Me-
lhor Cantor Português do Ano. Ainda nesse reluzente
decénio, Sérgio Godinho gravou temas compostos
em parceria com alguns dos mais conceituados mú-
sicos brasileiros, como Chico Buarque, integrados no
álbum Coincidências. Artista versátil, foi autor de uma
série para televisão, Luz na Sombra, e realizou três pe-
quenos filmes de ação. Já no século XXI, o “escritor de
canções” dissecou o Mundo à Lupa, álbum que ante-
cedeu uma trilogia que assinalou 30 anos de carrei-
ra. Ligação direta, de 2006, e Mútuo Consentimento, de
2011, reforçam a discografia de um artista que parece
ter descoberto O Elixir da Eterna Juventude.
Rui Zink
Rui Zink nasceu em Lisboa nos alvores da década de
60. Licenciado em Estudos Portugueses pela Facul-
dade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade
Nova de Lisboa, o início da carreira de Rui Zink como
ficcionista remonta a 1987, ano em que publicou Hotel
Lusitano. Na década de 90, e depois de uma passagem
pela Universidade de Michigan como Leitor de Língua
Portuguesa, Zink foi um dos protagonistas da Noite da
Má Língua. Polémico, o autor assume que se socorre
do “estilo pirata” como orientador de uma interven-
ção que não se esgota na literatura: “lanço-me sobre
a questão que me interessa de pé descalço e de faca
nos dentes.” Autor multifacetado, Apocalipse Nau, pu-
blicado em 1996, foi muito bem acolhido pela crítica.
Antes, o escritor lançou livros de contos – como A re-
alidade agora a cores e Homens-Aranhas -, e regressou
aos romances com O Suplente, em 2000, e Os Surfistas,
em 2001, obra pioneira por resultar da interação en-
tre o escritor e os internautas, através de um portal.
Devoto da BD como género literário, Zink dedicou a
sua tese de doutoramento à produção de BD portu-
guesa entre 1968 e 1994. Como argumentista, o seu
nome está ligado a vários livros de BD, entre os quais
Major Alverca, uma paródia da série televisiva Major Al-
vega. Tradutor de autores como Saul Bellow, Rui Zink
foi galardoado com o Prémio P.E.N. Clube Português
pela obra Dádiva Divina. Destino Turístico, por sua vez,
integrou a antologia Best European Fiction 2012. Entre
2011 e 2012, deu à estampa três livros que consolidam
o seu estatuto de escritor-barómetro, expressão que
lhe é cara: O Amante é Sempre o Último a Saber, Luto
pela Felicidade dos Portugueses e A Instalação do Medo.
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Tabish Khair
Nascido na Índia, em 1966, Tabish Khair é um autor
anglófono prolífero e eclético. Poeta, novelista e en-
saísta com várias obras exaltadas pela crítica, Tabish
Khair concilia a atividade literária com uma carreira
académica que o levou até à Dinamarca, onde atual-
mente leciona na Universidade de Aarhus. Com livros
dispersos pelo globo e traduzidos em várias línguas,
Lugar Marcado, cujo original inglês remonta a 2004,
concretizou a estreia de Tabish em língua portuguesa,
sob os auspícios da Nova Delphi. Ao longo de um tra-
jeto literário pleno de originalidade, sucederam-se as
loas a um dos mais fascinantes escritores indianos da
contemporaneidade. Contemplado com o prémio All-
-India Poetry Prize, o talento de Tabish justificou a sua
nomeação para o galardão britânico Encore Award,
pela obra Bus Stopped (Lugar marcado, Nova Delphi,
2011) – e para o The Man Asian Literary Prize, para
além de outras nomeações prestigiantes em cinco
países. Tabish Khair mantém colaborações com jor-
nais incontornáveis no mundo anglófono, como o The
Guardian, Hindu e Times of India.
Sílvio Fernandes
Sílvio Fernandes é Professor Auxiliar no Centro de
Competências de Artes e Humanidades da Universi-
dade da Madeira. Doutorado em Letras – Estudos Hu-
manísticos, pela Universidade da Madeira, em 2006,
tem lecionado as unidades curriculares de Teoria da
Comunicação e Argumentação, Retórica e Comunica-
ção, bem como Matrizes da Cultura Ocidental. Para
além da atividade docente e de investigação, exerce
as funções de Presidente do Centro de Competências
de Artes e Humanidades. Foi também Presidente do
CITMA – Centro de Ciência e Tecnologia da Madeira e
Pró-Reitor da Universidade da Madeira. Atualmente
está indicado para integrar a equipa reitoral da Uni-
versidade, na qualidade de Vice-reitor.
Tiago Salazar
Tiago Salazar nasceu em Lisboa em 1972. Formou-
-se em Relações Internacionais e estudou Guionismo
e Dramaturgia em Londres. Trabalha como jornalis-
ta desde 1991, tendo publicado, entre outros títulos,
no Diário de Notícias, Grande Reportagem e Vogue. Foi
vencedor do prémio Jovem Repórter do Centro Nacio-
nal de Cultura, em 1995. É autor de diversos contos
publicados no jornal Expresso, na revista Ficções, no
DNA, na revistas Egoísta e Mea-Libra, do Centro Cultu-
ral do Alto Minho. Em 2010 foi bolseiro da Fundação
Luso-Americana, em Washington, ao abrigo da Bolsa
José Rodrigues Miguéis. Andarilho, publicou quatro li-
vros de viagens: Viagens Sentimentais (2007), A Casa do
Mundo (2008), As Rotas do Sonho (2010) e Endereço Des-
conhecido (2011). Atualmente é jornalista freelancer,
cronista da revista Visão & Viagens, guia de “Viagens Li-
terárias” e formador na área da escrita e literatura de
viagens. É ainda autor e apresentador do programa
Endereço Desconhecido, em exibição na RTP2.
Tiago Patrício
Nasceu na Madeira, em 1979, e rumou a Trás-os-
-Montes com apenas 9 meses. Filho de um Marinhei-
ro de Comunicações e de uma professora da Teles-
cola, o farmacêutico de profissão viveu na Fortaleza
do Pico, sobranceira ao Funchal. A vida deu-lhe o que
não passa de um ideal onírico para quase todas as
crianças: ter um castelo como casa. Entrincheirado na
austeridade telúrica de Trás-os-Montes, a ilha exerceu
sempre um forte fascínio sobre Tiago Patrício. Aos 19
anos, e honrando a tradição familiar, o escritor decide
ingressar na Marinha de Guerra, após um “ano sabáti-
co” durante o qual se dedicou a uma leitura voraz que
lhe permitiu acumular e solidificar referências literá-
rias. Tiago Patrício regressou pela primeira vez à Ma-
deira como tripulante da fragata Batista de Andrade
e no verão de 1999 participou na regata internacio-
nal Canárias-Madeira, a bordo do Navio Escola Vega,
período durante o qual pôde reconstruir, na plenitu-
de dos sentidos, a relação insular com o seu arqui-
pélago-natal. Mais tarde, abandonaria a vida militar,
optando pelo regresso à faculdade de farmácia. Com
o vagar académico típico de quem atribui primazia à
criação literária, o escritor dedicou-se a múltiplos pro-
jetos paralelos. O desempenho académico ressentiu-
-se, mas o caminho estava escolhido. Em 2011, Tiago
Patrício foi contemplado com dois prémios literários.
Com o romance Trás-os-Montes, arrebatou o Prémio
Revelação Agustina Bessa-Luís. A Memórias das Aves,
coletânea de poemas, valeu-lhe o Prémio Nacional de
Poesia Natércia Freire. Antes, Tiago Patrício foi galar-
doado com o Prémio Daniel Faria pelo seu livro de
estreia, O Livro das Aves, em 2009.
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FLM 2013 // PARTICIPANTES | 33 |
Zygmunt Bauman
Um dos mais insignes pensadores da contemporanei-
dade, Zygmunt Bauman nasceu em 1925, na Polónia.
Sociólogo, iniciou a sua carreira académica na Univer-
sidade de Varsóvia e logo gerou convulsões. As vagas
antissemitas obrigaram Bauman ao exílio na Rússia,
integrando-se no exército polaco, sob a égide soviética,
para combater Hitler. Condecorado pelo seu contribu-
to durante o apocalipse da II Guerra Mundial, prosse-
guiu uma carreira militar que viria a ser interrompida
porque o seu pai tentou obter, junto da embaixada de
Israel, carta-branca para emigrar. Dedicando-se, exclu-
sivamente, à carreira académica, em 1957 Bauman pu-
blicou o seu primeiro livro, anunciando ao que vinha.
Em plena Guerra Fria e num país que vivia à sombra da
“Cortina de Ferro”, Bauman reflete sobre as premissas
que sustentam o centralismo democrático de Lenine.
Com livros censurados, Bauman foi obrigado a emigrar,
estabelecendo-se como professor titular na Universi-
dade de Leeds, após passagens pelo Canadá, Estados
Unidos e Austrália. Autor com uma obra imensa, entre
livros e ensaios, tudo o que compõe o quotidiano está
sujeito ao crivo de Bauman. Com Modernidade Líquida,
livro através do qual o professor emérito da Universi-
dade de Leeds escalpeliza estes tempos hostis à cons-
trução de laços sólidos, Bauman cunhou um conceito.
Em Modernidade e Holocausto, uma das suas mais acla-
madas obras, o sociólogo diagnostica as repercussões
virulentas que percorreram os tempos, até hoje. Há
mais de meio século “a traduzir o Mundo em textos”,
como se autodefiniu, A Nova Delphi publicou, este ano,
Europa Líquida, uma entrevista em forma de livro que
reforça a sagacidade analítica de Zygmunt Bauman.
Waldir Araújo
Waldir Araújo nasceu na Guiné-Bissau em 1971. Em
1985 viaja, pela primeira vez, para Portugal. É em Lis-
boa que prossegue os estudos secundários e acadé-
micos, em Direito, e alimenta a paixão pelas palavras.
Jornalista desde 1996, passa pela imprensa escrita,
pertencendo aos quadros da revista Valor e colabo-
rando com vários jornais e revistas. Desde 2001 que
exerce a profissão na RDP África. Publica, de forma
regular, prosas e poemas em sites culturais portugue-
ses e brasileiros. Em 2004 é-lhe atribuída a Bolsa de
Criação Literária pelo Centro Nacional da Cultura, de
Portugal, o que lhe proporciona uma investigação de
vários meses junto da comunidade dos “Rabelados”,
na Ilha de Santiago, Cabo Verde. Admirável Diaman-
te Bruto e Outros Contos é o primeiro livro de Waldir
Araújo, um conjunto de treze contos nos quais diver-
sos personagens vão vivendo no meio de aconteci-
mentos, umas vezes fantásticos, outras vezes tão re-
ais, sempre num ambiente onde sobressai a Guiné,
através do olhar de um narrador, cuja existência car-
rega também o desencanto de uma certa urbanidade.
| 34 | MADEIRA // FLM 2013
MadeiraMANIFESTO em 3 atos
Natureza | Cultura | Gastronomia
Descobrimentos e cultura sacarina
Pórtico dos Descobrimentos, empreitada lusa que vi-
ria a dar “novos mundos ao Mundo”, o Arquipélago da
Madeira foi a primeira descoberta dos navegadores
portugueses. Naqueles tempos, ainda sob influência
de uma Idade Média que se demorou em Portugal,
fez sentido resgatar a frase do general romano Pom-
peu quando, perante marinheiros temerosos, bradou
“navegar é preciso, viver não é preciso”. “Quero para
mim o espírito desta frase”, assumiria, séculos depois,
Fernando Pessoa. Num acaso venturoso, enquanto as
caravelas farejavam o odor magnético da costa afri-
cana, um temporal afastou-as da rota. À deriva du-
rante algum tempo, os homens liderados por João
Gonçalves Zarco avistaram uma pequena ilha que os
redimiu da tragédia. Corria o ano de 1418 quando os
primeiros passos tatuaram uma marca indelével nas
areias do Porto Santo, como logo batizaram a ilha.
Pouco depois, em 1419, a Madeira, hoje capital do ar-
quipélago, acolheu os navegadores portugueses. Es-
tava cumprida a primeira etapa de uma das maiores
epopeias da Humanidade.
Logo nos primórdios do povoamento, o visionário
Infante D. Henrique, mentor dos Descobrimentos,
apercebeu-se do potencial telúrico da ilha. A cultura
sacarina, rara na Europa, foi importada da Sicília e
testada na Madeira. A experiência revelou-se auspi-
ciosa e, num ápice, o esplendor da cultura sacarina
permitiu à Madeira reivindicar um espaço singular
nos principais roteiros comerciais. A “descoberta” e
povoamento do Brasil, país que também proporcio-
nou condições ímpares para o desenvolvimento da
cana-de-açúcar, feriram a primazia da Madeira, pelo
que o declínio era inevitável. Hoje, contudo, a cana-
-de-açúcar continua a distinguir a atividade agrícola
da Região, essencial para a produção do consagrado
mel-de-cana madeirense.
© p
apar
azis
Vinho Madeira no Mundo
Após o ciclo da cana sacarina, outro produto regional
guindou a Madeira às bocas do Mundo. Literalmente.
O Vinho Madeira, um dos mais cobiçados pelos de-
votos do vinho fortificado, devolveu à ilha o estatuto
de grande entreposto comercial. Numa época em que
as relações comerciais floresciam, a localização da
Madeira garantiu-lhe predominância nos itinerários
mercantis, com o Atlântico como plataforma girató-
ria entre a Europa, o continente americano e o orien-
te. Obras literárias intemporais também reservaram
ao Vinho Madeira um lugar particular. Shakespeare,
Tolstoy e Dostoievski, por exemplo. Esta liturgia da
eternização dos “vinhos odoríferos”, como o definiu
Camões no episódio da Ilha dos Amores, terá encon-
trado na Declaração da Independência dos Estados
Unidos da América um dos seus momentos de glória.
Diz a tradição que George Washington e companhei-
ros brindaram com Vinho Madeira. Será um devaneio
imaginar que o Vinho Madeira contribuiu para que o
“sonho americano” inebriasse tantos?
A presença incontornável da Madeira nas rotas mer-
cantis atraiu para a ilha britânicos que aqui se insta-
laram e deram origem a uma comunidade vigorosa.
Cedo manifestaram interesse no Vinho Madeira, as-
sumindo posições estratégias na sua produção e co-
mercialização. Nos alvores do século XIX, John Blandy,
soldado britânico destacado para a Madeira durante
o período das invasões napoleónicas, estabeleceu-se
na ilha e iniciou a construção de um império asso-
ciado ao vinho que, dois séculos depois, não perdeu
fôlego. Integrada na Madeira Wine Company, junta-
mente com outras empresas que se dedicam ao Vi-
nho Madeira, as Adegas de São Francisco, “The Old
Blandy Wine Lodges”, prestam tributo à excelência de
um néctar que circula, há séculos, nas veias do globo.
© p
apar
azis
FLM 2013 // MADEIRA | 35 |
Gastronomia
Quem tem boca vai a Roma, diz-se, mas também con-
vém saborear a inimitável espetada regional madei-
rense. Singularidade da gastronomia local, a espetada
regional, com carne de vaca e originalmente servida
em pau de louro extraído da Laurissilva, é parte inte-
grante de qualquer itinerário que não descura o afa-
mado bolo-do-caco. A oferta gastronómica regional é
vasta e abrangente. A relação ancestral entre os ma-
deirenses e o mar vai pescar nas profundezas atlân-
ticas uma das mais apreciadas iguarias regionais. O
filete de peixe-espada preto faz-se acompanhar pela
banana frita, fruto cuja presença garante um diálogo
etnográfico, no prato, entre a terra e o mar. Igualmen-
te impreterível na mesa madeirense, a versatilidade
do milho frito adapta-se aos pratos que compõem o
cardápio, entre os quais também se destaca o bife de
atum.
Durante as horas que medeiam os repastos, as lapas
grelhadas ou a carne de vinho e alhos seduzem o pa-
lato de quem considera que a gula, na Madeira, é um
pecado capital que merece perdão. E podemos, até,
tentar afastar um cálice de Vinho Madeira, mas brin-
demos à nossa vontade. Ou degustar uma poncha tra-
dicional - feita com aguardente de cana, mel e limão
-, a bebida que nasceu entre a comunidade piscatória
de Câmara de Lobos e rapidamente se transformou
numa bandeira da Madeira, a exemplo do que acon-
tece com os bolos e as broas de mel, responsáveis
pela persistência da cultura sacarina nos dias da ilha.
© p
apar
azis
| 36 | MADEIRA // FLM 2013
A Madeira nos principais roteiros turísticos
A dimensão global do Vinho Madeira seria uma força-
-motriz para a afirmação da Madeira no panorama
turístico internacional. O espectro da guerra, sob a
voracidade conquistadora de Napoleão, também con-
tribuiu para a elevação da Madeira a destino turístico
por excelência, beneficiando das convulsões que fa-
ziam periclitar a paz que os viajantes procuravam nos
destinos habituais. À ilha foi atribuída uma aura re-
dentora, devido ao seu clima ameno e águas tépidas,
pelo que ganhou ímpeto o turismo terapêutico. No
século XIX, a Madeira já havia consolidado a sua posi-
ção de destino magnético. A aristocracia europeia foi
cliente assídua dos ares taumatúrgicos da Madeira,
um “cantinho de céu” para algumas cabeças coroa-
das da Europa. A Imperatriz austro-húngara Sissi es-
colheu a Madeira para passar o inverno de 1860. Em
abril de 1861, partiu e deixou um rasto de saudade
entre os locais, seduzidos pela beleza e magnanimi-
dade da Imperatriz. Sissi haveria de voltar à Madeira
na última década do século para uma estadia curta.
A relação entre Sissi e o seu destino balsâmico predi-
leto foi imortalizada com uma estátua no relvado ad-
jacente ao atual Casino Park Hotel. Depois de Sissi, o
destino do Império Austro-Húngaro também passou
pela Madeira, com contornos fatídicos. Após a I Guer-
ra Mundial, o Império ruiu e o seu Imperador foi for-
çado ao exílio. Depois de algumas peripécias, Carlos
instala-se na Madeira em condições de saúde precá-
rias. A Madeira já não o podia salvar. Faleceu depois
de um lento definhamento, para dor dos locais que
se acumulavam na Igreja do Monte e rezavam pela
saúde de um monarca no seu labirinto. Mais tarde,
João Paulo II beatificou Carlos I, cujos restos mortais
repousam na terra que lhe deu guarida quando a Eu-
ropa o desprezava.
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FLM 2013 // MADEIRA | 37 |
Património natural
A beleza natural da Madeira é o seu grande e inesti-
mável trunfo. Com cenários extasiantes, entre a im-
ponência da montanha, a vegetação exuberante e os
horizontes quinhentistas do Atlântico, o poder de se-
dução da ilha reforçou-se em 1999. A Floresta Lauris-
silva encontra, na Madeira, as suas maiores reservas
entre as ilhas que compõem a região da Macaronésia.
Alcandorada a Património Natural da Humanidade,
pela UNESCO, a preservação da Laurissilva represen-
ta, toda ela, um postulado que orienta a relação entre
a Natureza e a intervenção humana. As levadas, cons-
trução hercúlea que remonta aos primeiros tempos
do povoamento, são veículos excecionais para uma
viagem às origens. Congeminadas por visionários e
construídas por heróis anónimos a cujo estoicismo a
Madeira muito deve, as levadas serviram para abas-
tecer o sul com os recursos hídricos que abundavam
a norte. A evolução trouxe outros canais de irrigação,
embora as levadas continuem a cumprir a sua fun-
ção. Hoje, contudo, estes cursos de água distinguem-
-se como itinerários pedestres.
Se a romântica Veneza foi construída sobre um pân-
tano, com os seus canais a nutrirem devaneios líricos
intemporais, a viabilidade da Madeira como ilha ha-
bitável dependeu, também, dos cursos de água que
desafiam e desbravam a sua orografia hostil. O tépido
Atlântico, naturalmente, acentua o efeito de encanta-
mento que a Madeira exerce sobre os forasteiros. Ni-
cho de mercado que tem vindo a registar um grande
desenvolvimento, as atividades náuticas proporcio-
nam momentos inolvidáveis. Percorrer a costa sul da
Madeira, por exemplo, com o intento de observar ce-
táceos conquistou lugar entre a miríade de atrações
que a primeira ilha das Descobertas assegura. Com
a silhueta quase mística das Desertas, ao fundo, as
águas que foram ventre de Novos Mundos poderão
conduzi-lo, como por hipnose, ao areal do Porto San-
to, uma das praias elevadas ao estatuto de Maravilha
de Portugal.
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| 38 | MADEIRA // FLM 2013
Património cultural
O Funchal foi a primeira cidade fundada por euro-
peus fora do Velho Continente. Por graça do Rei D.
Manuel, o Funchal justificou um estatuto que lhe foi
outorgado em 1508. No ano da elevação do Funchal a
cidade, a Sé já acolhia celebrações religiosas. Conclu-
ída em 1514, a Sé corporiza uma das principais atra-
ções arquitetónicas da Região Autónoma da Madeira,
legatária do Estilo Manuelino. No adro, um busto de
João Paulo II imortaliza a sua passagem pela Madeira,
em 1993.
A herança patrimonial da Madeira é vasta e alguns
dos edifícios exigem, no âmbito dos roteiros cultu-
rais, visita obrigatória. O Forte de São Tiago e a For-
taleza do Pico, construídos durante o período Filipino
com o propósito de proteger a cidade dos ataques de
corsários, prosseguem a sua missão defensiva, agora
contra o assalto do esquecimento. A Igreja do Colégio
- vestígio do fulgor Jesuíta - e o Convento de Santa
Clara testemunham a influência da Igreja Católica nas
várias dimensões da História madeirense.
Substrato fundador daquela que viria a ser a cidade
do Funchal, a Zona Velha, onde se situa o Forte de São
Tiago, é depositária das mais genuínas raízes. A Rua
de Santa Maria, a mais antiga da ilha e precursora da
malha urbana, expõe a relação íntima entre a cidade
e o mar. Longa e exígua, ladeada por casas pequenas
com traços distintivos da arquitetura madeirense, a
Rua de Santa Maria e toda a Zona Velha da cidade
recuperaram a exuberância dos tempos áureos. As
intervenções artísticas, conjugadas com a recupera-
ção do património arquitetónico, contribuíram para
devolver grandes fluxos turísticos ao berço da cidade.
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FLM 2013 // MADEIRA | 39 |
| 40 | ESPAÇOS // FLM 2013
EspaçosMANIFESTO em 3 atos
Palcos | Instituições | Hotel
Hotel Meliã Madeira Mare
Um dos mais recentes hotéis de 5 estrelas da Madeira,
o Meliã Madeira Mare situa-se na cosmopolita zona do
Lido e desfruta de uma sublime vista sobre o Atlântico.
O requinte, condimentado com a sobriedade decora-
tiva que distingue o Grupo Meliã, divide-se pelos 220
quartos, incluindo 16 suites premium, 8 master suites e
2 suites executivas.
Três piscinas aquecidas, um SPA e fitness center, dois
restaurantes e três esplanadas integram, entre outras
valências, a oferta do Meliã Madeira Mare, parceiro do
Festival Literário da Madeira desde a primeira hora.
Teatro Municipal Baltazar Dias
A construção do Teatro Municipal Baltazar Dias, no
ocaso do século XIX, continua a reivindicar o estatuto
de grande acontecimento cultural. A homenagem a
Baltazar Dias, dramaturgo cego madeirense, conso-
lidou-se como termo identitário do Teatro, depois de
uma sucessão de nomes sujeitos à erosão dos tempos
políticos.
Situado no âmago cosmopolita da cidade, o faustoso
Baltazar Dias continua a acolher os mais relevantes
momentos culturais da Região Autónoma da Madei-
ra. Cortesia da Câmara Municipal do Funchal, o Teatro
Municipal Baltazar Dias será o epicentro do Festival Li-
terário da Madeira.
Feira do Livro
Já que falamos de livros, eles não podiam faltar. O FLM
conquistou o seu espaço e, hoje, podemos afirmar
com segurança que o evento garante um número con-
siderável de leitores que procuram os livros dos seus
autores preferidos. Este ano, a FNAC é a responsável
pelo espaço.
Universidade
Instituição pública de ensino superior criada em 1988,
a Universidade da Madeira é das mais novas acade-
mias em Portugal. A caminho dos seus 30 anos, a
UMa já conquistou o seu espaço na dimensão acadé-
mica portuguesa.
Com uma vasta panóplia de cursos cuja qualidade
justificou parcerias com os prestigiados MIT e Carne-
gie Mellon, a Universidade da Madeira é parceira na-
tural do Festival Literário da Madeira.
MORADA
Caminho da Penteada
9020-105 Funchal
FLM 2013 // ESPAÇOS | 41 |
Orfanato, ATL, Bibliotecas e Escolas
Com a intenção de promover o contacto entre alunos
e autores, alguns dos escritores e ilustradores visitam
um Orfanato, um ATL, Bibliotecas e Escolas.
MORADAS
Orfanato
Anexo ao Externato Princesa Dona Maria Amélia
Avenida Infante 12
9000-015 Funchal
ATL - Gymboree
Av. do Amparo nº 20 - Edf. Concórdia
9000-783 Funchal
Externato Princesa Dona Maria Amélia
Avenida Infante 12
9000-015 Funchal
Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos Professor Francisco
Barreto (Fajã da Ovelha)
Rua Escola, Fajã da Ovelha
9370-333 Calheta
Colégio de Santa Teresinha
Rua Pedro José de Ornelas, 19
9050-069 Funchal
Biblioteca do Curral das Freiras
(junto à igreja do Curral das Freiras)
Câmara de Lobos
Biblioteca de Câmara de Lobos
Avenida da Autonomia, 5
9300-146 Câmara de Lobos
Escola Basica e Pré escolar do Boliqueime
Caminho da Barreira, 57, Santo António
9020-068 Funchal
Escola B+S Calheta
Estrada Simão Gonçalves da Câmara, 39
9370-139 Calheta
Escola B+S Dr. Luís Maurílio Da Silva Dantas
Estrada de Santa Clara
9300-145 Câmara de Lobos
Escola Secundária Francisco Franco
Rua João Deus, 93
9054-527 Funchal
Escola B+S Prof. Dr. Freitas Branco (Porto Santo)
Sítio das Matas
9400-035 Porto Santo
Escola B+S Padre Manuel Álvares
Rua São Francisco, Vila
9350-211 Ribeira Brava
Escola B+S Ângelo Augusto da Silva (Levada)
Caminho Comboio, 61C
9050-053 Funchal
| 42 | ESPAÇOS // FLM 2013
SCAT - Music Club and Restaurant
Situado numa das zonas mais cosmopolitas do Fun-
chal, o Scat Funchal Jazz Clube sublima os sentidos.
A boa gastronomia junta-se à arte da grande música,
com os acordes do Jazz a apadrinhar serões que fun-
cionam como bálsamos na voragem dos dias.
MORADA
Promenade do Lido
9000-758 Funchal
Estalagem da Ponta do Sol
Antiga quinta madeirense, a Estalagem da Ponta do
Sol, parceira do Festival Literário da Madeira desde a
segunda edição, rapidamente ascendeu a espaço icó-
nico no âmbito do turismo de excelência. Sobranceira
à Vila do Ponta do Sol e com a imensidão do Atlân-
tico como horizonte onírico, a Estalagem plasma-se
na escarpa e corporiza o ideal da comunhão entre a
paisagem natural e o engenho humano.
A escassos minutos do Funchal, a unidade hoteleira
proporciona momentos catárticos, sob os auspícios
de uma conspiração poética entre o mar e a força vul-
cânica da ilha.
MORADA
Quinta da Rochinha
Caminho do Passo, 6
9360-529 Ponta do Sol
FLM 2013 // ESPAÇOS | 43 |
| 44 | CONTACTOS // FLM 2013
ContactosMANIFESTO em 3 atos
Organização | Gabinete de imprensa | Úteis
Organização
NOVA DELPHIRua da Carreira, 115/117
9000-042 Funchal
291 241 607
[email protected] | www.novadelphi.com
ORGANIZAÇÃOMicaela Camacho
918 21 5916 | [email protected]
GABINETE DE IMPRENSAAndreia Criner
932 555 700 | [email protected]
Sara Oliveira
910 171 949 | [email protected]
Célia Pessegueiro
910 022 530 | [email protected]
IMPRENSA INTERNACIONALArcangela Savino
+351 918 215 918 | [email protected]
Contactos úteis
MELIÃ MADEIRA MARERua Leichlingen, 2-4
9000-003 Funchal
291 724 140
www.meliamadeira.com
TEATRO MUNICIPAL BALTAZAR DIASAvenida Arriaga
9000-060 Funchal
291 215 130
TÁXISHotel
291 771 610
Largo do Município
291 222 000
Praça do Mercado
291 226 400
PSP291 208 400
ParceirosMANIFESTO em 3 atos
Parcerias | Apoios | Media Partners
FLM 2013 // PARCEIROS | 45 |
Nota PréviaContextoPromotorObjetivosProgramaçãoNovos LeitoresNovos PúblicosParticipantesMadeiraEspaçosContactosParceiros
ÍNDICE
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