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Prêmio Valdeck Almeida de Jesus

de Poesia - V edição 2009

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Todos os direitos reservados ao autor.

Publicado por Giz Editorial e Livraria Ltda.

Rua 24 de Maio, nº 77 – 10º andar – Sala 1002CEP 01041-001 – São Paulo – SP – Centro

Website: www.gizeditorial.com.brE-mail: [email protected]

Tel/Fax: (11) 3333-3059

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Valdeck Almeida de Jesus (organizador)

São Paulo, 2010

Prêmio Valdeck

Almeida de Jesus

de Poesia - V edição 2009

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© 2010 de Valdeck Almeida de Jesus (organizador) Título Original em Português: Prêmio Valdeck Almeida de Jesus de Poesia - V edição 2009

Coordenação Editorial: Ednei ProcópioAssistente Editorial: Juliana MedeirosComercial: Simone MateusRevisão: Valdeck Almeida de Jesus e autores.Editoração Eletrônica: Equipe Giz EditorialImagem da capa: Ed Ribeiro (http://www.edribeiro.com.br/blog/)Impressão: Prol Gráfica

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Índice para Catálogo Sistemático

É PROIBIDA A REPRODUÇÃO

Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida, copiada, transcrita ou mesmo transmitida por meios eletrônicos ou gravações, assim como traduzida, sem a per-missão, por escrito do autor. Os infratores serão punidos pela Lei nº 9.610/98

Impresso no Brasil / Printed in Brazil

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Sumário

Prefácio .................................................................................................. 9

Adail José de Almeida. Você .................................................................. 15Adalberto Caldas Marques. Paredes ..................................................... 16Adersen Chrestani. Fotografia ............................................................ 17Alessandro Caldas Pina. Fome ............................................................... 18Alexandre Tarlei. Sou Negro ................................................................ 19Amaury Nicolini. Retrato na Parede ................................................. 20Ana Catarina Lins de Albuquerque Sento-Sé Martinelli Braga. Pedaços do Todo .................................................... 21Ana Maria de Souza Lopes. Estações ................................................. 22Ana Paula Assaí Camapum. Como não dizer... .................................. 23André Sesti Diefenbach. Farrapos ....................................................... 24Anna Luisa Traiano Mundt. Realidade ............................................... 25Anna Maria Avelino Ayres. Um exílio sem canção ............................. 26Arnaldo Sobrinho. Ampla lucidez ....................................................... 27Ataulfo Chrystian Martins Sodré. Acredite na Salvação ................... 28Bárbara Santos de Paula. Pequena virtuosa ....................................... 29Carla Cristina Santana Pozo. Escravidão contemporânea .............. 30Carla Francisca Cassimiro. De menor ................................................. 31Carlos Alberto Nascimento Francisco. Índio que vira mestiço, força Brasil! ............................................ 32Carlos Antonio Leite. Excluídos ......................................................... 33Carol Nascimento. Psicografo ............................................................ 34Carolina Aparecida Vargas Hanke. Só por Hoje .................................. 35Carolina Bottura. Pré-matura .............................................................. 37Cassiane Schmidt. Prematuro ............................................................ 38Cibele Garcia. Separação ................................................................... 39Cinthia Nunan Baptista Kriemler. Todos os risos ............................. 40Cosme Custódio da Silva. Poetamante ................................................ 41

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Cristiane Sobral. Lente de contato .................................................. 42Daniel Henrique Garcia. Entremeado ................................................ 43 Danilo Carvalho. Essência ................................................................... 44David Alves Gomes. Pretendemos viver .......................................... 45Derly de Figueiredo Júnior. Assexuado ................................................ 47Dinorá Couto Cançado. Em busca do prazer ................................... 48Dora Oliveira. Retrato da República .............................................. 49Duílio Henrique Kuster Cid. Naufrago na urbe ............................... 50Edelaine Rodrigues Costa. Igualdade ................................................. 51Eduardo Soares Bottentuit. Trevas ........................................................ 52Eliana Cristina Hencklein. Para escrever... ..................................... 53Elias Antunes. A realidade ................................................................ 54Eliezer Soares de Souza. Poesia não se faz ....................................... 55Erik de Carvalho Alvarenga. Poleiro pobre ...................................... 56Fábio Dafl on. Agripina ......................................................................... 57Fábio Henrique Ferreira de Albuquerque. Metódicas: Do Poeta ..... 58Fabrício Martines Alves. Soneto Bissexualmente Indeciso ........... 59Fátima Venutti. Mortalha .................................................................... 60Fernando de Sousa Pereira. Mas… ....................................................... 61Floriano Lott. Apocalipse .................................................................. 62Gabriel Fernando Gómez. Infidelidade ............................................. 63Gabriel Rolim de Oliveira. Palhaçadas vazias ................................... 64Geraldo José Sant´Anna. Ébano ............................................................ 65Grigório Rocha. Mortalha ................................................................... 66Herbert Sena Silva. Velho jornal de amanhã .................................. 67Humberto Teixeira Leite. Cansado ....................................................... 68Ionita Késia Pereira. Fragmentos de você ........................................ 69Isaac Soares de Souza. Mundo .............................................................. 70Ivonir Gonçalves Leher. Searas .......................................................... 71Izilda de Camargo. 25 Poesias ............................................................ 72Jefferson Reis de Santana. 3 Doses ..................................................... 73Jelvisson dos Santos Nascimento. Vejo a Fome ................................... 74Joana Costa Espírito Santo. Hexágono ................................................ 75Joana Oliveira Macedo. Silêncio da dor .......................................... 76José Carlos Vaz. Marcas ........................................................................ 77José Manuel Ribeiro Maçanita. Minha Bahia linda .......................... 78José Otávio Monteiro Badaró Santos. A lua que anda ....................... 79

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Jossandro Tavares Fumian. Lembranças infantis .............................. 80Jussára C. Godinho. Dia da Consciência Negra: Indignação ........ 81Karin Spekman Andrade. Desrebuçar................................................. 83Karlla Caroline de Oliveira Souza. Atual dilema shakespeariano .. 84Leandro Silva da Mota. Velejador ....................................................... 85Léo Dragone. O amor ......................................................................... 86Leonardo de Lima Durval. Bens Amados .......................................... 87Lílian Porto Silva. Faz de conta ......................................................... 88Lincoln Almeida. A volta ................................................................... 89Líria Porto. Andrógino ......................................................................... 90Lourdes Neves Cúrcio. Apenas um soneto ........................................ 91Lúcia Grespa Rocha. O trabalho ...................................................... 92Luciano Spagnol. Monólogo da Despedida .................................... 93Lurdes Breda. A Imortalidade do Palhaço ..................................... 94Luzia Lobato. Pedra Insondável....................................................... 95Mamede Gilford de Meneses. Você é meu confidente ................... 96Manassés Diego. A chance surrealista............................................ 97Marcelo Maio Coelho. Outono ........................................................... 98Márcia Piedade Sandy. Santa Cruz .................................................... 99Márcio Dison. Saudade ....................................................................... 100Marco P. da Silva Dias. O homem vazio ...........................................101Marcos Antônio Maués Vitelli. Escolha ............................................ 102Marcos Rybeznski de Menezes. Femme fatalle ...............................103Marcos Vieira. Despedida .................................................................. 104Maria A. S. Coquemala. Só nós dois... ............................................105Maria Izidia de Pinho Neta. A raça humana, eu sou! ......................106Maria Paula Pedroso Barbosa. Buraco ................................................ 107Marly Nascimento Brasiliense. Das histórias ...................................108Marne de Oliveira Pimentel. Alçando voos mais altos ..................109Mauricio dos Santos. Falsa .................................................................. 110Mel Costa. Ébano ................................................................................ 111Nathália Pacheco Figalo. Calmaria ................................................... 112Ney Cohen. Esse lixo .......................................................................113 Nildes Trigueiros Rodigues. Juventude.............................................. 114Nilo dos Anjos Gomes. Vida Seca......................................................115Nilton Silveira. Nascido com a manhã .............................................116Octávio Egydio Roggiero Neto. Só o pó .............................................117

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Pablo Luiz Alievi Mari. Crise ............................................................. 118Patrícia Pereira. Avó .............................................................................. 119 Paula Cristina Fraga Alves. Cigano ..................................................... 120Paulo Frontin Pio dos Santos. Nó destino ........................................121Paulo Pereira Machado Nascimento. Labaredas de paixão ..............122Regina Coutinho. Para... .................................................................... 123Regina Souza Vieira. Premonição ..................................................... 124Renata Rimet Ramos Silva. Apenas um conselho ...........................125Ricardo Boléo. Un Son Mon Ka Ta Toka Palmu .............................126Rita de Cássia Cornejo da Silva. Aquarius ......................................... 127Rodney Caetano. Poema gene ............................................................ 128 Roger Amado Veloso. Desandando ...................................................129Rogério Medrado. Saudades de um menino ....................................130Ronecson Gomes dos Santos. À noite ...............................................131Roque Aloisio Weschenfelder. Alva poesia ........................................132Rosana Rezende Telles Vaz Diniz. Domingo, dia do que não pode ........................................................................133Sandra Tais Amorim. Preconceito... ...............................................134Saulo Feitoza. Batuque .....................................................................135Silvana Sampaio. Moto - Perpétuo .................................................136Silvana Sousa Barros. Poeta da poesia ..............................................137Sílvia Nascimento. Luta vã ................................................................138Silvio Parise. O nosso amor ..............................................................139Simone Alves Pedersen. Estrela d´alma ..........................................140Terezinha Bertazzi Costa. Quarteto de corda................................141Tiago Andrade Costa Brito. Saudade .................................................. 142Valdeci Ambrósio da Costa. Somos todos iguais .............................143Valéria Mares Alvares. Devaneio .......................................................144Valéria Victorino Valle. Sou Drumundo ...........................................145Vanessa Campos Ratton Ferreira. Cidinha ......................................... 146Varenka de Fátima Araújo. Lisboa ...................................................... 147Virgínia Marília Candeias Santos Mareco. Falar ou Calar? ............148Wellington Lima. Soneto da chuva .................................................149

V Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus: Poesia ............. 151Sobre o Organizador ....................................................................... 155

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Prefácio

A 5.ª edição do Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus vem coroar de êxito uma louvável iniciativa criada em 2005 por seu

idealizador, que parecia ecoar democraticamente a todos os amantes do lirismo: “Poetas, seresteiros, trovadores, namorados, correi! É chegada a hora de escrever e cantar!”, tal qual a música Lunik 9, de Gilberto Gil. E os poetas começaram a chegar. A cada ano mais poetas, mais poemas. Nesta 5.ª edição, já era uma multidão deles, de escritores, anônimos ou não, a entornar poesia no projeto desta Antologia de 2009 (para nossa felicidade, virão outras). Isto signifi ca que o amor à palavra escrita está longe de morrer. A palavra que liberta, que emociona, que exorciza, que dá forma aos mais abstratos sentimentos e ideais não deve e não pode permanecer oculta.

Infelizmente, as páginas deste livro não seriam sufi cientes para abrigar todos os poemas enviados, e, por esta razão, fez-se necessária uma rigorosa seleção. Mas o que importa, neste projeto que a cada ano se repete e se agiganta, é a oportunidade que ele representa para aque-les que sonham ter seus trabalhos publicados. Afi nal, toda poesia enga-vetada se sufoca. Poesia é para ganhar mundo. E é isso o que acontece a cada página virada de um livro.

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Valdeck Almeida de Jesus

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O trabalho do escritor e organizador Valdeck Almeida de Jesus merece aplausos e admiração. Com esta iniciativa, ele vem despertan-do, descobrindo e promovendo grandes talentos, além de desenvolver um belo movimento em torno da literatura. Valdeck abriu uma por-ta preciosa para os artesãos e amantes da palavra, principalmente para aqueles que não podem ainda arcar com a onerosa publicação de suas obras. Para os participantes desta Antologia, uma generosa oportunida-de; para os leitores, uma agradável leitura, repleta de lirismo, paixão, clamores e criatividade.

Ivonete Almeida de Jesus

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Prêmio Valdeck Almeida de Jesus de Poesia – V edição 2009

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O concurso premiou os dez primeiros colocados e incluiu Her-bert Sena Silva, vencedor do XIII Concurso de Poesias da Arcádia (Ara-caju-SE)

1° Colocado: Alexandre Tarlei (São Paulo)Poesia: Sou negro

2° Colocado: Dora Oliveira (Ipatinga-MG)Poesia: Retrato da República

3° Colocado: Vanessa Ratton (Guarujá-SP)Poesia: Cidinha

4° Colocado: Fátima Venutti (Blumenau-SC)Poesia: Mortalha

5° Colocado: Lílian Porto Silva (Niterói-RJ)Poesia: Faz de conta

6° Colocado: Jussára C. Godinho (Caxias do Sul-RS)Poesia: Dia da Consciência Negra: Indignação

7° Colocado: André Sesti Diefenbach (Porto Alegre-RS)Poesia: Farrapos

8º Colocado: Gabriel Fernando Gómez (Buenos Aires, Argentina)Poesia: Infi delidade

9° Colocado: Valéria Victorino Valle (Anápolis-GO)Poesia: Sou Drumundo

10° Colocado: Carolina Bottura (Belo Horizonte-MG)Poesia: Pré-matura

Os poetas abaixo relacionados foram agraciados com a menção honrosa:

Anna Luisa Traiano Mundt (Rio de Janeiro-RJ) Poesia: Realidade

Cassiane Schimidt (Gaspar-SC) Poesia: Prematuro

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Valdeck Almeida de Jesus

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Cibele Garcia (Santos-SP) Poesia: Separação

Duílio Henrique Kuster Cid (Vitória-ES)Poesia: Naufrago na urbe

Eliana Cristina Hencklein (Descalvado-SP) Poesia: Para escrever...

Elias Antunes (Goiânia-GO) Poesia: Da realidade

Erik de Carvalho Alvarenga (Vargínia-MG)Poesia: Poleiro pobre

Fábio Dafl on (Vitória-ES) Poesia: Agripina

Fabrício Martines Alves (São Paulo-SP) Poesia: Soneto bissexualmente indeciso

Gabriel Rolim de Oliveira (Porto Alegre-RS)Poesia: Palhaçadas vazias

Geraldo José Sant’Anna (Bebedouro-SP) Poesia: Ébano

Grigório Rocha (Salvador-BA)Poesia: Mortalha

Isaac Soares de Souza (Pompéia-SP) Poesia: Mundo

Karlla Caroline de Oliveira Souza (Jataí-GO) Poesia: Atual dilema shakespeariano

Ney Cohen (Belém-PA) Poesia: Esse lixo

Rodney Caetano (Curitiba-PR) Poesia: Poema gene

Roque Aloísio Weschenfelder (Santa Rosa-RS) Poesia: Alva poesia

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Prêmio Valdeck Almeida de Jesus de Poesia – V edição 2009

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Rosana Rezende Telles Vaz Diniz (Volta Redonda-RJ)Poesia: Domingo, dia no que não pode

Silvana Sampaio (Vitória-ES) Poesia: Moto – perpétuo

Sílvia Nascimento (São José do Rio Preto-SP)Poesia: Luta vã

Virgínia Marília Candeias Santos Mareco (Alcáçovas, Portugal) Poesia: Falar ou calar?

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Você

o que vejo diante de meus olhosrevela o desvelo desejo que inebriaa alma e minha mente fantasiao que sente exalado pelos poros a luz faz revelar uma penumbrano quarto, cada pelo e curvaque desgovernam olhos e coraçãofazendo-me perder na emoção teus cabelos quais torrentes de cascatateus tesouros escondidos em densas matasdespertam-me da minha escuridão farta e levam-me para clareiras e relvasonde o sol se avista e iluminameus pensamentos inertes nas trevas

Adail José de Almeida escreve desde cedo e aprecia os sonetos, formato que marca suas poesias líricas. É funcionário público. Prefere escrever à mão, por acreditar ser este um hábito mais autêntico.

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Valdeck Almeida de Jesus

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Paredes

Em meio a estesArranha-céus de luzes ofuscantesMinha mente vagueiaPor entre paredes de tijolos descobertosQue choram de miséria.

Paredes vizinhas, coladasSeparadas por fi nas vielas tortasCheias de sonhos e fantasias.

Paredes tristes,Amedrontadas com o terrorDa vida que vivem sem querer.

Com essa vidaQue se leva nestas paredesSó mesmo mergulhando na cervejaCom uma única forma de alegria.

O samba, música estaQue enche nossa almaDe alegria e esperançasFazendo-nos esquecerDos prédios lá fora.

Adalberto Caldas Marques nasceu no subúrbio do Rio de Janeiro. É bacharel em Ciências Contábeis. Tem textos publicados em diversos sites literários e participação em algumas antologias. Foi selecionado para participar das 55.ª e 56.ª Antologias de Poetas Brasileiros Contemporâneos da CBJE; da Antologia Sensualidade em Prosa & Verso; e também da Antologia do Concurso Literá-rio Valdeck Almeida de Jesus, edição 2008.

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Prêmio Valdeck Almeida de Jesus de Poesia – V edição 2009

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Fotografia

Luz e sombraNas obras do tempoOutras luzes, novas matizesA vida é policrômicaE se revela a partir do teu olharÉ o teu foco que diferenciaNo desvelo de tua alma O que é céu e o que é marMas, se emolduramos a vidaPara guardá-la na gaveta,É quando assopramos a poeiraCom nosso hálito quenteEm nostalgiaQue a velha chama reacendeE nos impulsiona para o futuroEntão descobrimosQue os sonhos não realizadosAinda dormem misturadosÀs cores de uma fotografi a.

Adersen Chrestani é natural de Maximiliano de Almeida–RS. Filho de pe-quenos agricultores, formou-se em Direito pela UNICRUZ (Universidade de Cruz Alta) em 1994, e desde então exerce a advocacia. Tem 6 poemas de sua autoria publicados no jornal Zero Hora, do Rio Grande do Sul (Grupo RBS), na página Almanaque Gaúcho.

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Valdeck Almeida de Jesus

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Fome

Deixe-me comer seu sorrisoPassando a língua em volta dos lábiosComo um touro famintoComo saboreiam o saber os sábios

Deixe-me comer seus olhosE ver-me através do palatoMastigando como um famigeradoAs imagens que me tornam falho

Tempere minha línguaCom o sal de sua salivaAlterando a respiração do meu temperamento

Eletricismos no vão das palavrasExtraem reações da nossa lavraE dormem os anjos exaustos de excitamento.

Alessandro Caldas Pina, 31 anos, é jornalista graduado pelo Centro Univer-sitário da Bahia – FIB (Salvador-BA), músico e escritor. Como jornalista, tem atuado em diversas áreas, como assessoria de imprensa, rádio e jornalismo di-gital. Mantém, há cerca de três anos, o blog Vinil Digital (www.vinildigital.com), no qual escreve sobre cultura. Pelo blog já entrevistou nomes importan-tes, como a jornalista e doutora em Comunicação Malu Fontes.

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Prêmio Valdeck Almeida de Jesus de Poesia – V edição 2009

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Sou negro

Vou arrebentar as correntes do preconceitoVou andar pela cidade cantando em nagôsaudando Xangôsem medo do sanguesem medo da dorVou pedir a benção pro meu orixáVou pro cais, pra ladeira jogar capoeiraMeu mestre foi Bimbaque saiu da ruae fez na Bahiasua academiaNo Rio de Janeiro o palco da bolasurgia Pastinha jogando angolaSou negro, sou fortenão sou só mais umSou negro guerreiro sou fi lho de OgumExijo igualdade eu quero a verdadeMe chamo Zumbi, o rei dos palmaresSou negro de fé de paz e AXÉ!

Alexandre Tarlei é natural de São Paulo. Aos 16 anos começou a escrever. Amante da leitura, espelhava-se em alguns mestres que admirava, como Thiago de Mello, Vinícius de Moraes, Chico Buarque de Holanda, entre outros. Teve sua poesia 14 de Maio publicada no livro “RACISMO: São Paulo fala”, organizado pela Secre-taria de Estado da Cultura, em novembro de 2008.

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Retrato na Parede

Essa fotografi a na parede é antiga,como antigas são as lembranças boasde um tempo que passou.Ela me dói, mas é uma dor amiga.Ou talvez será saudade das pessoasque o instante feliz eternizou?Essa fotografi a antiga na molduraonde sobram sorrisos e abraçoscomemorando um dia de alegria,deixou-se desbotar pela amargura,quando não mais se ouviram os passosde quem naquela imagem ainda sorria.Deixe fi car a foto do passadono lugar onde há muitos, muitos anos,alguns de nós ainda são lembrados,pois seu lugar na parede está marcado,por tantos sonhos, ilusões e planosque também acabaram desbotados.

Amaury Nicolini, carioca, 68 anos. Redator publicitário. Tem diversos títulos publicados pela Fundação Gutenberg (Senai-RJ), abrangendo poesia, prosa e temas técnicos. Participa ainda de várias antologias de poesia contemporânea.

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Prêmio Valdeck Almeida de Jesus de Poesia – V edição 2009

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Pedaços do todo

Em cada linha, um desafi o,Em cada cena, um novo aprendizado,Em cada sorriso, um mistério...Em cada desamor, um recomeço... Em cada certeza, um descanso,Em cada beijo, a sedução...Em cada afago, o cheiro da paixão... Em cada “eu te amo” quebra-se uma ilusão,Em cada caminho, novas recompensas.Em cada novo olhar: uma esperança... Em cada chegada, uma lágrima,Em cada partida, o cheiro da alvorada,Em cada novo dia, a perpetuação dos sonhos...Em cada ventania, a permanência do que somos: Sentimento puro...

Ana Catarina Lins de Albuquerque Sento-Sé Martinelli Braga é natural de Salva-dor-BA. Graduanda de História na Universidade Católica do Salvador. Formou-se em inglês pela ACBEU e estuda francês na Aliança Francesa. Em 2009, concluiu seu primeiro livro de poemas: “A menina de sapatos vermelhos”.

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Estações

Gosto de vê-los assimComo o sol que brilha Nas manhãs de primaveraSentir o perfume que exala pelo arNum misto de alegria e saudadeGosto de vê-los assimBailando pelos jardinsNas tardes mornas de outonoOuvir a música suave do canto de pássarosQue ecoa pela fresta da janelaGosto de vê-los assimSob o sol de verãoContemplando o azul do céu Deixar o calor penetrar-lhes o corpoSuado de caminhar pelas ruas Gosto de vê-los assimNos dias frios de invernoCaminhando de mãos dadasAquecer o coração com doces palavras Num sussurro de confi dências apaixonadas

Ana Maria de Souza Lopes é natural de Juiz de Fora. Nos anos 70, formou-se em Pedagogia pela Faculdade de Educação da UFJF. Lecionar em escolas públicas e o contato com crianças lhe permitiram praticar o repertório das histórias contadas pelos pais, ao redor da mesa de jantar. Após a aposentado-ria, Ana decidiu escrever a história da família e iniciou uma aventura literária, dando o primeiro passo num mundo ainda desconhecido.

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Como não dizer...

Que a maçã tenta, que a chama arde, que a esperança morre.Que a humanidade avança, que o tempo escorre, que o abstrato é arte.Que as dores são desilusões de amores, que a vida-ciclo faz-se em mitos.Que a água-viva vive a inundar, que o caminho longo acabará.Que chegarei a tempo, que em pensamento lembranças fi carãoE um dia retornarão com o vento.Como não dizer...Se é loucura ou se é paixão. Se é desejo ou tentação.Se sinto dor ou calor. Se é de amor ou ilusão.Se você vê ou fi nge... escuridão!Como não dizer...Se é noite ou dia. Se há fumaça ou não há graça.Se se transita na confusão ou se não conhecerá o coração.Como não dizer...Que temos duas cores: metáfora da imaginação.Claro-escuro: efeito transição.Que caíram as folhas, não escolhas, que sobraram em vão.Que não se morra sem se achar o Elo perdido, o Paraíso a sonhar.Como não dizer?Minta!

Ana Paula Assaí Camapum, ludovicense, 25 anos, é graduada em Biologia e graduanda em Turismo, além de poetisa. Desde os 15 anos já esboçava seus primeiros versos, fato a que deu continuidade, principalmente por sua paixão pela vida, pela natureza, por bichos, pelo próprio homem, pretende um dia escrever um livro autobiográfi co, além de publicar suas grandiosas poesias, que versam sobre os mais variados temas, sobretudo, o amor.

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Farrapos

Na guerra pela liberdade, lutaram conterrâneos,Irmãos em lados opostos, soldados apostos,Lanças, espadas, canhões, índios em seus redomões...Uns querendo o divórcio, a formação de um novo Estado,Outros mantendo o consórcio, com o império ao seu lado.Farrapos libertadores, Pica-paus mantenedores,E assim foi por muito tempo, o Rio Grande em seu horizonte sangrento...Muitos encararam a sorte, valentes, guerreiros,Neste jogo de vida e morte, disputado por lanceiros,Alguns se tornaram heróis e até hoje vivem na história,Vários tombaram no campo, sendo apenas esta sua glória.No fi nal, apesar da derrota, a vitória foi Farroupilha,Pois mostrou ao governo que gaúcho é xucro, não se encilha!

André Sesti Diefenbach, natural Porto Alegre-RS, graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela PUC em 1994, exerceu a profi ssão de advogado até 1999, quando ingressou na carreira de Delegado de Polícia no Estado do Rio Grande do Sul. Recebeu em 2008 o troféu compositor destaque da Rádio Butuí FM, de São Borja-RS, pela música “De tudo”. Obteve o 3° lugar no Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus, ano 2008, e o 13º lugar no XXVII Concurso Internacional - Edições AG, ano 2009.

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Realidade

Sonhar com a vida não basta.É preciso atentar ao minuto,Que corre e escapa,Mas deixa a marcaDo tempo,Na retina, na pele,Na lida da vidaPerdida, que passa.Encontro meu tempo e traçoCaminho,Em teu caminho me enlaço,Que a vida não espera,Me levaDe ti ou contigo.Eu faço, não sonho.

Anna Luisa Traiano Mundt é médica, 46 anos, fi lha de Romolo Traiano, es-critor e poeta Italiano. Desde a infância escreve poemas, que versam especial-mente sobre a alma humana, em suas dores e alegrias. Escreveu também so-bre o preconceito racial contra os negros na juventude. Participou de concurso da Prefeitura do Rio de Janeiro em 2008, sendo seus poemas selecionados para publicação. No momento, elabora um livro de poesias e um romance.

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Um exílio sem canção

Minha terra tem também palmeirasbem iguais às do poetae nas goiabeiras também canta o sabiá.Andorinhas na minha terramuitas háiguais como nunca vi.E nessas tardes de verãochilreiam como quênos beirais, nos campanários.Saudade por não viver mais lá. Saudade com gosto e cheirodas fl ores de laranjeiradas intermináveis manhãs azuisdos poentes furta-cores.Ai, que me lembra, e como lembra,a revoada dos pardaisnos pequenos cafezais.Quisera eu voltarmas não reencontro o caminhonem o terno ninhode minha mãe, de meu pai.

Anna Maria Avelino Ayres é mineira, natural da cidade de Campanha, resi-dindo em Poços de Caldas. Licenciada em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais. Participante de dezenove antologias. Membro-correspon-dente da Academia Cachoeirense de Letras–ES.

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Ampla lucidez

Me dizeres:Aproxima-te. Pois é novamenteO tempo do retorno. Fevereiro em mim retecido, nevoentoDe silêncio e pedra. LuzesVermelhas, sinfonias porque nunca se faz nem gastaNem prevista minha palavra Pegada à tua. Diz o nome. O fi m da espera. No espaço da casaMeu coração é ponte levadiçaSe cobrindo de heras.

Arnaldo Sobrinho é paulistano mas vive em Juiz de Fora-MG. Licenciou-se em Letras - Língua Portuguesa e Literaturas Brasileira e Portuguesa pela Uni-versidade Federal de Juiz de Fora. Professor de Literaturas Brasileira e Portu-guesa na rede particular de ensino, revisor, tradutor e poeta. Leciona Língua Francesa Instrumental na Universidade Federal de Juiz de Fora. Dedica-se também à pesquisa acadêmica, investigando a construção e a investigação das identidades masculina e feminina na poesia contemporânea escrita em Lín-gua Portuguesa.

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Acredite na Salvação

As pessoas têm difi culdades, todas têm o seu caminho a percorrer; e cada uma com sua história, (estória), querem as barreiras vencer. Cada um tem seus problemas, seus dilemas, mas a diferença está na força que vem de dentro, e que traz alento, para o sofrimento de quem chora por dentro. O que não podemos é fi car inertes, parados, de braços cruzados, diante de qualquer situação, pois vemos o exemplo do maior homem da humanidade: morreu de braços aberto para nossa salvação. E ele venceu a cruz com sua coragem e resignação, e hoje está sentado à direita de Deus pai, para nos mostrar que não devemos cruzar os braços, mesmo diante da pior condição, porque o sofrimento é passageiro, para quem tem Jesus no coração.

Ataulfo Chrystian Martins Sodré é advogado pós-graduado em direito do Es-tado pela Universidade Federal da Bahia. Escreve poesia desde a adolescência, mas nunca concorreu a prêmio. Tem um artigo na revista FAEC. Escrevia para um jornal estudantil do colégio da cidade de Irecê, na pagina esportiva.

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Pequena virtuosa

Contornos passo a passo se dão.Evoluindo no branco, imensidão.Saliente torna-se o plaino.Ao toque de colorida demão.

Pincéis gigantes à proporção da mão.Decidir a cor certa à sua visão.Patos azuis, céus cor-de-rosa.Futuro almeja uma obra primoza.

O mais íntimo da úvea.O que só o artista vê.Cada qual a olhar não crê.

Ingênua visão ainda desabrochante.Brincadeira de criança livre... viajante.Aplausos serão ouvidos lá... distante.

Bárbara Santos de Paula é advogada, poetisa e membro da Academia Jacarehyen-se de Letras, cadeira nº 06, Patronesse Professora Maria Nilce Lencioni Senne. Em 2009, premiada em antologias pela Câmara Brasileira de Jovens Escritores e Cercle Universel dos Embassadeurs de La Paix – Alquimia das Letras.

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Escravidão contemporânea

Hoje, minha senzala é o relógio. O capitão do mato, o celular. Meu fazendeiro, o capitalismo. O tronco é o produto. O chicote eu mesmo seguro. E o quilombo Onde está?

Carla Cristina Santana Pozo, 34 anos, participou de antologias nacionais e municipais. Desenvolve, em Mogi das Cruzes, vários projetos culturais, dentre eles o grupo ENTREMEIO LITERÁRIO e o Concurso de Poesia e Desenho infantil. É apaixonada pela arte em todas as suas linguagens.

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De menor

Parida de um ventre negro Não nasceu!Não... Seria simples e puro demais, foi expulsa... Nasceu banhada de sangue. Gerou da dor de afetar o mundo. Deveria continuar a vida Mas continua a fome dos pais Rompeu o ventre por desejo Mas nunca foi desejado. Nasceu do aborto Não teve tempo de ser feto, Nasceu fétido Não foi recém-nascido,Bebeu leite seco Nunca foi criança, não sonhou como criança, não brincou como criança... Não chegou a ser adolescente, não teve direito de “adolescer” Não cresceu, nasceu menor que tudo... Virou “de menor” no mundo.Com pesar, pesa o sorriso de criança.

Carla Francisca Cassimiro é natural de Belo Horizonte-MG e reside em Sal-vador desde 2008. Profi ssionalmente, é professora, formada em Letras; Licen-ciatura Plena em Língua Portuguesa e Literaturas Brasileira e Portuguesa pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB. Também é ativista do Movimento Negro.

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Índio que vira mestiço,

força Brasil!

Será que o estrangeiro ainda nos crê estúpidos? O povo brasileiro quer o espelho, dá o ouro. O espelho, virou vaidade. Os navios, grandes carros. O alimento, McDonald’s. E o mestiço ainda almeja. O que nos trouxe o porco europeu, de quem inevitavelmente somos frutos, ainda faz a cabeça do pequeno índio Hoje ele quer um Porsche. Ou quem sabe uma Ferrari. E vai todo fi m de semana ao seu culto cristão...

Carlos Alberto Nascimento Francisco é natural de Juara-MT. Aos dezesseis anos mudou-se para cidade de Maringá-PR para fazer o terceiro ano do colegial, onde, pela primeira vez, vai morar sozinho. Já no início do terceiro ano da faculdade de Publicidade e Propaganda, no CESUMAR, abandona o curso e vai morar por onze meses em Londres. De volta ao Brasil reside em Curitiba.

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Excluídos

Aqui não há mais lugarPara velhos e mendigosE favelados da periferia

Aqui não há mais lugarPara as mulheres da vidaAnalfabetos e reprimidos

Aqui não há mais lugarPara este povo assalariadoAposentado e desempregado

Aqui não há mais lugarPara este paraíso sem fl oresE para os poetas e sonhadores

Carlos Antonio Leite é natural de Recife-PE. Cursa Direito na Faculdade 2 de Julho e é amante das letras e literatura. Seu estilo poético se destaca pelo ro-mantismo e pela crítica social. A poesia é, para ele, uma paixão e um relento.

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Psicografo

Não escrevo versos contados,Com métrica ou rima, ou razão qualquerDiria mais que nem crio, psicografoA poesia pra mim é uma força que vem externaUma infl uência de varios “eus” que habitam minha existência Não escrevo como quem faz matemática,Planejando letras e palavrasEscrevo pela força vital que me movePelos amores que tenho, tive ou desejaria ter

Escrevo pelos sabores e cores da vidaPelas histórias que merecem ser lidasE com o amor pela escrita que confesso terMeus versos seguem sem rumoE com signifi cados diversos

Esses versos de outras vidas e outros sentimentosSão meus e me completam de tal forma que me sinto plena.

Carol Nascimento é carioca, mineira e campista. Apaixonou-se por literatura tardiamente aos 12 anos, e começou a escrever mais ou menos nessa época. Desde então, vem sempre tentando escrever algo que surpreenda. Às vezes fala brincando que psicografa versos. Suas poesias inspiram-se na vida da pró-pria autora, algumas vezes abertamente, outras nas entrelinhas.

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Só por Hoje

Só por hoje serei felizSem pensar no amanhã que está por virE no passado que já não mais voltaráMinhas lágrimas hei de enxugar

Só por hoje eu serei felizVou sorrir para as pessoas agoraPara que elas sorriam de volta

Só por hoje vou fi car alegreNem que seja sozinhaPois não há no mundo melhor companhiaDo que a alegria

Só por hoje, só por hoje...

Carolina Aparecida Vargas Hanke concluiu o ensino médio no fi m de 2009 na escola pública de São Paulo. Gosta muito de escrever poesias, crônicas, que, na maioria das vezes, são cômicas e tem projeto de um livro. Gosta de pintar, de ouvir música e de desenvolver trabalhos artísticos. Já se classifi cou em um concurso de poesia no ano de 2009, tendo sido o poema publicado no livro Palavras do Coração.

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Pré-matura

Há alguns dias botei ovo,Deslizou para o músculo Desenvolve abstrusocresce indivíduopertinente criaturaMalformada Prematura, empurraDesarrumadanão vê buraco, não encaixa a fechadura

Circunspecta, constipada, Entupida de amoresreceio que pegue o rumo do intestinopelos interiores, tilintando temoresPelas mãos, vai sair o meu meninosacode lados, superfíciesfornido de palavras como destino

Arrojado, barrigudoDo amor não faz petiscodesopila furtivos pensamentos alguns, vagabundosNão quero o abortoMas a quintessênciaO incômodo aquilinoDe colocar poesia no mundo.

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Carolina Bottura é poeta, tradutora e artista plástica. Graduou-se em Turis-mo pela Universidade Federal de Ouro Preto e atualmente cursa Letras na Universidade Federal de Minas Gerais e artes plásticas na Escola Guignard da Universidade Estadual de Minas Gerais. Realizou cursos de artes na França e Estados Unidos, e de desenho na Maison Escola de Arte em Belo Horizonte. Participa usualmente de exposições, festivais, saraus, e teve poemas publicados na antologia “Universo Cotidiano” pela editora UFMG.

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Prematuro

Meu olhar é um poeta de talentoQuem dera eu traduzir em palavrasAquilo que ele me escreve por dentro!

Mas não consigo, luto em vãoFoge-me pelos dedosA sombra duma impressão

Parir a palavra do sentimentoÁrduo trabalhoÉ COMOLapidar pedra com vento

Então, quieta, boquiabertaSento dentro de mimAssento-me na solidãoAté o poema chegar, dizer: sim!

Chega disfarçado, ô bicho danado!Escorre pelas mãosDepois, ao fi nalLamento ver o que dele, Sobreviveu ao papel

Cassiane Schmidt é formada em Pedagogia pela Uniasselvi - Universidade para o desenvolvimento do alto vale do Itajaí. Pós-graduada em Gestão Escolar pelo ICPG – Instituto Catarinense de Pós-Graduação. Atualmente, é acadê-mica do curso de Letras na Uniasselvi, acadêmica do curso de pós-graduação em Metodologia da Língua Portuguesa pela Uniasselvi e acadêmica do Curso de Pós-Graduação em Linguística pela Universidade Gama Filho.

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Separação

Abriram-se as cortinas de um terreno baldioVasto terreno de feições transfi guradasDentro os rostos, o meu rosto não estavaPelo corpo percorreu-me um calafrio.

Uma por uma, as faces desapareciamE de nada adiantaram meus apelos afl itos,Crucifi caram-me da mesma forma que CristoMinhas forças esgotavam-se e meus medos cresciam

Foi quando minha lágrima caiu, por fi mQue o céu descobriu-se num cinza pardacentoE algo de consolador foi dito especialmente para mim

Avistei alguns dos rostos de outrora se aproximandoLancei-me ao chão, num breve arrependimentoE um manto divino foi aos poucos nos fechando.

Cibele Garcia formou-se pela Universidade Estatal de Moscou “Lomonós-sov”, na Faculdade de Letras, em 1995. Publicou a poesia “A Reta” no livro “Poesias Brasileiras” (Casa do Livro, 2001). Em 2002, a poesia “Fim de Amor” foi publicada no livro “Poesias de Primavera”, da Editora Rio-Pretense. Em 2006, teve a poesia “Forasteira” publicada na Antologia intitulada “A Ponte”, do Clube Amigos das Letras.

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Todos os risos

Rio todos os risos que este dia me permite.Porque sei que nunca se repetem os dias assim.Amanhã, posso ter lágrimas no olhar,Ou medo.Posso ter solidão,Ou ressentimento.Amanhã, posso não ter nada, não ser mais nada.

Rio todos os risos que este dia me concede.Porque sei que nunca partem da memória os dias assim.Amanhã, posso querer lembrar felicidade,Ou amor.Posso sentir saudade,Ou embriaguez.Por isso, rio agora todos os risos que este dia me permite.

Cinthia Nunan Baptista Kriemler é carioca e vive em Brasília há 40 anos. Graduada e pós-graduada em Comunicação Social pela Universidade de Bra-sília-UnB. É Analista Legislativo da Câmara dos Deputados há 10 anos, e atua na Secretaria de Comunicação Social. Escreve poesias, contos e crônicas.

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Prêmio Valdeck Almeida de Jesus de Poesia – V edição 2009

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Poetamante

Na roçaMundo no mundoEle roça-se nelaÉ deleTudo o que é delaE roça-se profundo

É-lhe fi elEle a traiCom outras algumasFez-se nelas, faz-se delasE as há, como as há!Todas cultas e belas

Pessoa na pessoaEle tece versosBrinca com paródiasDiverte-se nas prosódiasE para elas todasEnvia rosas rosas

Canta NoelLê GuimarãesSem dar bandeiraSem fi ngir dorSua pátria é o amarSua língua o amor

Cosme Custódio da Silva é natural de Salvador, onde vive, escreve em prosa e verso e participa de concursos e antologias. Membro de várias entidades literárias, detentor de prêmios, autor de Caderno de Poesias, A Negativa do Corpo e O Bicho Homem, estes de contos. Verbete da Academia Brasileira de Estudos e Pesquisas Literárias-RJ, Cadastro Nacional de Cultura-RS e Dicionário de Autores Baianos.

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Lente de contato

Será que você pode olhar no fundo dos meus olhos?Será que você pode acreditar na sua visão?Esquece o que o teu pai disse!Vê se muda essa situação.

Sou negra.Estou aqui diante dos seus olhosEsperando você despir o seu preconceito,Pra gente encontrar um jeito de ser feliz.

Ah, o meu cabelo natural, isento de culpa,Vai bem, obrigada.

Que bom você ter sido espetado pela consciência.Que bom você ter sido cutucado pela consistência.Será que dá pra você tirar essa lente distorcidaQue tanto atrapalha o nosso contato?

Cristiane Sobral é poetisa e atriz carioca. Vive em Brasília desde 1991. Bacha-rel em Interpretação (UnB). Licenciada em Educação Artística (Universidade Católica de Brasília). Especialista em Docência do Ensino Superior, (Univer-sidade Gama Filho, RJ). Assessora de Cultura da Embaixada de Angola, coor-denadora e professora de Teatro da Faculdade de Artes Dulcina de Morais, e do Colégio ALUB. Tem publicações nos Cadernos Negros 23, 24, 25, 29 e 30 e na Antologia Histórica da Poesia Negra Brasileira, “o Negro em Versos”, da Editora Moderna, (2004). Nos EUA publicou o volume “Black Notebooks”. Em 2004 e 2007, atuou e dirigiu vários espetáculos em Angola.

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Entremeado

Meu corpo já não reconheço.Nem a face no espelho.Nem as palavras que saem da minha boca.Nem aquelas que já não saem mais.Minhas atitudes já não são mais minhas.Como também não são meus os sonhos.E se me pergunto não ouço respostas.E se me procuro não encontro ninguém.No espelho quebrado do armárioJá não sei quem eu vejo.Desejo e medo nos olhos.Na alma apenas segredos.Sem destino eu sigo sozinho.Sem saber quem eu sou.Morrendo a cada amor.E renascendo com a dor.

Daniel Henrique Garcia é analista de sistemas, tem 22 anos e mora no inte-rior de São Paulo. Como blogueiro, encontrou no mundo virtual uma manei-ra de misturar razão e sentimentos para mostrar que ser gay é absolutamente normal. Além do seu blog www.intimocontraste.com, também colabora atual-mente no webzine www.avidasecreta.com, e acredita que a informação é uma importante arma contra o preconceito.

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Essência

Metafísica em planíciesesverdeadas Filosofi a em montanhas trajadasde rochas Crepúsculo em praias empoeiradasde inspirações ...resumem a itinerante saga doproduto poético: o poeta fugaz...

Danilo Carvalho é natural de Pojuca e reside em Dias d’Ávila-BA. Na in-fância, descobriu que possuía grande afi nidade com as disciplinas exatas. Aos dezoito anos conhece o fantástico mundo da literatura, que o envolve de for-ma arrebatadora. Hoje, aos quase vinte anos, cursa Eletrotécnica Integrada no IFBA - Campus Camaçari, onde pretende continuar suas simplórias produ-ções poéticas.

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Pretendemos viver

Milhões de meu povo vocês mataramE, agora, terras não querem nos dar?“Saiam, seus primitivos!”, gritarammas, agora, espaço não querem nos dar?

De uma maneira exóticaNos veem muitos de vocês “Quanta bravura e heroísmo há em vocês!”É o que ouço várias vezes, até de forma erótica

Estigmas de violentos outros nos dãoDizem que somos selvagens e brutosPor resistirmos à colonizaçãoPois sociedades não-ocidentais, a vocês, são verdadeiros insultos

No entanto, não deixaremos de lutarPor nossas terras que foram roubadasMuitos de vocês poderemos matarPois não continuaremos a ser motivos de risadas

Constrangidos, por sermos “índios”, não vamos fi carAssumiremos nossa identidade com muito orgulhoDo caminho, tiraremos muitos pedregulhosPois será grande, a viagem de volta ao nosso lar.

David Alves Gomes faz curso técnico em Automação e Controle Industrial no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia e pretende cur-sar Letras. Participou da III Antologia, no ano de 2008, promovida por Valdeck Almeida, com a poesia “A trajetória é revolucionar”.

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Assexuado

Meu coração está danifi cado; sou um homem pelas metades, uma mulher pelas beiradas.Hoje pra mim o sexo é apenas um bom jogo de sons e imagens.Não gosto de agressividade, tampouco minha percepção detecta sensibilidade.Às vezes penso que no meu mundo serei apenas eu e meus olhos capturando fi guras para construir mais sonhos e aumentar minha coleção de imaginação. Mesmo alimentando algumas mentiras, sou a favor da verdade.Até a loucura tem limite, mas tenho dúvidas sobre minha insanidade.Por que o prazer se tornou uma mistura de amor e ódio pela matéria humana?Só consigo ser uma pessoa sem fronteiras quando me apaixono por um ser virtual... Beijo autêntico, intimidade mecânica, sorriso amarelo, sentimentos em frangalhos...Eu não fui rejeitado por causa dos meus pés feios;Houve uma ruptura de paradigmas e eu descobri que sou belo.Mas, mesmo diante de um ato falho, não quero fi car pulando de galho em galho.

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Aborte sua missão, eu não sou parte dos seus planos!O labirinto em mim é um lugar sem saída... Que armas você vai usar nessa batalha perdida?Não me importa sua opção, nesse jogo não existe razão.Sou alguém que está numa fase assexuada, por isso a minha expressão extenuada.

Derly de Figueiredo Júnior é natural de Belo Horizonte. Veio de uma hu-milde e típica família brasileira. Cresceu envolvido num mundo imaginário, transformando sua triste realidade em esperança. E tal fuga o levou à paixão pela escrita e pela leitura como forma de se encontrar nas palavras alheias e criar novas maneiras de se expressar. Independente e sonhador, dedica o tem-po livre à elaboração de contos, crônicas, poesias e romances, participando de vários concursos literários.

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Em busca do prazer

Encontros nos proporcionamMomentos de prazer e emoção. Busca cada dia mais intensaUm bem para o nosso coraçãoSatisfação ao viver o momentoCerteza da aquisição de saberesAmantes da prática: encantamento. Dedique-se a busca, compartilhe Onde encontrar, esteja empolgado. Palavras que nos trazem o mundoRumo a uma vida bem mais felizA leitura traz esta possibilidadeZero para a solidão, vá fundoEm busca de boas leiturasRenove o prazer, independe de idade.

Dinorá Couto Cançado é professora, pedagoga, incentivadora de leituras, di-namizadora de bibliotecas. Voluntária na Biblioteca Braille de Taguatinga, autora de projetos literários, editou livros sobre o tema. Participa ativamente de congressos nacionais e internacionais. Vários reconhecimentos: Cidadã ho-norária de Brasília, Destaque ODM 2005, Viva Leitura 2007, Mãos da cidada-nia 2008, dentre outros.

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Retrato da República

Entre a ALCA e a Al Qaeda, a República tropical caminha atrofi ada. Boca emudecida, olhos fechados à miséria cultural, social e suas formas várias. Politicamente conveniente, alienada e conivente. Ainda somos índios deslumbrados e subornáveis.Perdura por aqui a tradição colonial.E dizem que a África é subdesenvolvida! O buraco da vergonha exala o cheirodos dejetos da corrupção, na Praça dos Três Poderes. Lancemos sementes e esperanças!Pode acontecer de fl oresDesabrocharem na lama e no concreto. E chamam de imundos os operários suados,que se acotovelam nos coletivos. Homens e mulheres dão-se as mãose posam nus, no Parque do Ibirapuera.Ao fundo, os raios luminosos do sol-nascente.Ô fotografi a indecente!

Dora Oliveira reside em Ipatinga-MG. Integrou a Antologia Poética Valdeck Almeida de Jesus - Edição 3, em 2008. É autora do romance No canto escuro do coração e tem premiações em diversos concursos literários, sendo os mais recentes: 1º lugar, no concurso de poesias Prado Veppo, Santa Maria-RS; 1º lugar, no IV concurso de contos Luís Jardim-PE e concurso de contos Horácio Pacheco, Niterói-RJ, 2008. Blog www.doraoliveira.blogspot.com

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Naufrago na urbe

de repente, acordarde repente nu, só e sujonaufragono mar de asfalto da urbee o frio...de repente, fomea fome dora fome agoniade repente, calore o suor, a sedede repente, o cheiroo cheiro cachaça, mijo, bosta, lágrima, sangue e sebo, o cheiro esperma, suor, comida, peido e asfaltoo cheiro realde repente,o sono, o frio, a fome e o medo e a dor e a falta e o asfalto e os sons e os outros e o odor e a mosca e o cão e a chuva e a solidão e o silêncio e a sede e o calor e o mijo e a bosta e o rato e a barata e o chãode repente,acordar.

Duílio Henrique Kuster Cid é natural de Vitória-ES. Graduado em História pela Universidade Federal do Espírito Santo. É ator, poeta, professor de Histó-ria na rede estadual de ensino e professor de teatro em projetos sociais.

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Igualdade

Nesse nosso país de tantas adversidadesTodos merecem viver com dignidadeE é difícil aceitar certas coisas por falta de oportunidade Não é justo que algumas pessoas vivam à margem da sociedadeElas precisam de no mínimo respeitabilidade Independentemente de raça, religião ou idade E o importante é preservar a integridade e ter liberdadeDe dizer ou fazer o que quiser com muita personalidadeJamais se esquecendo das responsabilidades E nessa atual realidade,Chegamos à conclusão de que, a bem da verdade...O direito deve prevalecer para todos, por igualdade.

Edelaine Rodrigues Costa é formada em Direito pela Universidade Católica de Santos e atualmente faz faculdade de Letras pela Metodista de São Paulo. Tem algumas poesias e contos publicados pela CBJE. Também participou do livro Antologia Talento Brasileiro em prosa e verso, edição 2007. Seu primeiro livro de poemas está no prelo.

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Trevas

O crepúsculo da manhã não vem...Os pássaros não gorjeiam,As plantas não semeiam,A lua, brilho não tem... Densa nuvem de tristeza...Cobre tudo,O fardo,A dor horrenda... Eis uma vida inanimada...Distante do universo e do prazer,Limitada aos extremos, e nada poder,Não está Viva, não está Morta...

Eduardo Soares Bottentuit é natural de Vitória-ES e cresceu em diversas cidades do Brasil, como Rio de Janeiro-RJ, Belém-SP, São Paulo-SP. Formado em Engenharia Agronômica pela UFRAM, fez duas pós-graduações na cida-de de São Paulo, na Universidade Mackenzie. Desde a infância e juventude escreve poesias, sempre no estilo dramático; pinta quadros abstracionistas, faz artes plásticas, gravuras. Atualmente, vive na cidade de São Paulo, e continua a se dedicar às artes.

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Para escrever...

Essa imensa paixãoQue me derrama nos versosSonetos, poesias...é um rabisco apaixonadoPelo prazer de escreverDe devotar-me ao papel,Silenciar-meNas palavras;Ou me fazer ouvir nelas.De fazer dançar as letrasE as rimas afl orar.Ver o lápis transformar-sena mais nobre ferramenta.Ser esboço e sentimento. E colocar-se no papel é únicoÉ um gosto doce na boca,É o perfume de mil fl ores,É quase celestial.É a existência do poeta.

Eliana Cristina Hencklein é descalvadense, estudante do primeiro ano de psicologia na Universidade Camilo Castelo Branco. Premiada nas VI, VII e VIII edições do concurso nacional Marcas do Tempo; no I concurso munici-pal Marcas do Tempo – Descalvado-SP; Prêmio Rocha Moutonnée de poesias na cidade de Salto-SP; I concurso Poesia do Industriário – Sesi São Carlos; concurso literário Uma Viagem pra Pasárgada – Editora Litteris - Rio de Janei-ro-RJ; Menção honrosa: I concurso de poesias de Cordeiro-RJ; Confreira da CAPPAZ – Confraria dos Artistas e Poetas pela Paz – www.cappaz.com.br

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A realidade

Chega!Não quero mais a vaporosidade do espírito,Os lençóis da aurora,O velho chinês sonhandoCom a borboleta queSonha com o velho chinês;Quero a pedra apenasSob o sol da realidade;

Quero apertar a mão do homem que cavou umaCisterna o dia inteiro e justifi cou seu salário Com os metros da sede;

Quero os cães,A vida pura das ruas,Os pássaros roendo o crepúsculo;Quero a verdade do poetaQue cantou os pendões da liberdade;

Quero a alegria daqueleQue plantou e colheuE alimentou muitos irmãosCom as espigas de sol.

Elias Antunes é natural de Goiânia-GO. Trabalhou de servente de pedreiros, de contínuo de vendedor ambulante, policial civil. Bacharel em Direito, na UCG. Em 1993, ingressa, por concurso, no Tribunal de Justiça do Distrito Fe-deral. Foi professor de História da Filosofi a, de Redação, de Direito e Legisla-ção e de Estética e Literatura. Livros publicados: Demônios da Mente; Cinzas do Amanhã; Filodemo; Descrição de uma cidade morta (romance); Sobre o movimento das pedras; Tempo Superfi cial (poemas); A Longa Estrada sob o Sol; e Recordações da casa velha da ponte (novela), todos premiados.

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Poesia não se faz

Poesia não se faz,Vive-se, bastaDesconjunta-se, doençaMorre de métrica.Frígidas bundas,Rítmicas rebolam,Sem que, no entanto,Nem contanto queMe excitam.

O metro e o adversoDe qualquer jeito jeitosamente rejeito.Eu linha livre abertaEscancara a porta um mundo,Sem jeito de palavrasLouco.

Artista não, homemNão poeta, mentiraConto história, perdidoNão ajusto palavras

Poesia não sei o que é.Descabida, sem nada,Nada como sofrê-la.

Eliezer Soares de Souza é natural de Ibitinga-SP, a Capital do Bordado. É poeta de grande sensibilidade, mas não gosta de mostrar seus versos, pois acredita que o mercado literário brasileiro é um cartel, responsável pelo anonimato dos geniais poetas do país. Tem inúmeros poemas publicados em vários jornais e coletâneas poéticas. Seus poemas são reconhecidos por grandes e respeitadíssimos nomes da poesia brasileira. Todos os seus mais de 200 poemas permanecem inéditos à espera de edição. Autodidata, só tem o ensino fundamental como bagagem escolar.

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Poleiro pobre

Parecia um palco aquele poleiro pobre.Poeira, penas, galinhas e patos;mas tudo era polido.

Era um dia especial.O galo cantou pontual e a orquestra sincrônica seduziu a passarada.

O sol não apareceu,o céu escureceu,mas aquela terra rubrairia comemorar.

Flores ali brotaram,surgiram naquele chão.A cantoria no poleirotrouxe chuva pro sertão.

Erik de Carvalho Alvarenga é natural de Varginha-MG. Advogado em Belo Horizonte, professor de artes marciais, músico nas horas vagas e poeta amador. É romântico por natureza, não por ser poeta, mas pela forma que vê a vida à sua volta.

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Prêmio Valdeck Almeida de Jesus de Poesia – V edição 2009

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Agripina

- Ser fi lho de Agripina não foi fácil,Envenenou marido, foi muito má.Comigo se fez sexo, nunca foi dócil,Mãe, desde a apojadura, pior não há.

- Cometer parricídio, Nero não vi,Poupei-o de tamanha aleivosia.Fui consultar vidente, logo ouvi: Seria imperador em apostasia.

- Eu jamais senti dó ou dei perdão,Contra mãe sentir ódio causa receios,Foi no ventre da besta a danação!...

- Enfi a tua adaga centurião,Enfi a a haste toda entre meus seios,Alimentei um monstro, enfi a então...

Fábio Dafl on é medico pediatra da Fundação Nacional de Saúde e Ofi cial da Re-serva da Marinha. Autor dos livros: Título Provisório, Editora Quilombo (1981) e Vento Passado - Memórias do Recruta 271, Editora Doonley-Crochanne (2005), inspirados no movimento estudantil da Faculdade de Ciências Médicas da UERJ e nas memórias do cabo artilheiro Alberto Dafl on sobre a Segunda Guerra Mun-dial. Publicou em 2009 o livro Algo sem gesso, em co-autoria com seu irmão Alberto Dafl on. Tem contos e poemas publicados em diversas antologias. Como médico, é especializado também em Medicina Psicossomática. Nas letras é Es-pecialista em Estudos Literários pela Universidade Federal do Espírito Santo.

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Metódicas: Do Poeta

O poeta não tem sexo,nem origem nem raça.O poeta é um serque não se discrimina.

O poeta não tem corpreta ou verde a sua corsó se pinta na poesia.

O poeta não é tristemuito menos possui graça.O poeta é só a dorque indevidamente trazcom a dor que lhe cabe.

O poeta é tão-somente,enfi m,a sua própriapatetice.

Fábio Henrique Ferreira de Albuquerque é natural de Recife, atualmente vive em Lisboa. Fez a sua carreira profi ssional fora da Literatura, no domínio das Finanças, Gestão e Contabilidade, áreas nas quais tem alcançado relativo êxito, colecionando inclusive prêmios de produção científi ca nacionais e inter-nacionais. É docente universitário. Colaborador assíduo de revistas profi ssionais da especialidade. Desde sempre apaixonado por literatura, esta representará – caso entendam - a sua primeira incursão no mundo das letras (publicadas).

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Prêmio Valdeck Almeida de Jesus de Poesia – V edição 2009

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Soneto Bissexualmente

Indeciso

Gostar duma mulher parece fácil;amar um homem é muito difícil;por isso envelheço, viro fóssil;por nunca entregar-me ao incrível. Por nunca fazer do amor ofício,não encontro quem seja compatível.A solidão alcança outro nível;as trevas e escuridão são vícios. Não é que não ame, só não arrisco;por tanta gente estranha ter amado,de sexos confusos, condenado. Não posso bobear, então não pisco.Sou macho quase feminilizado,sou feminino masculinizado.

Fabrício Martines Alves escreveu folhetins para o jornal de Cajamar-SP; formou-se em Publicidade, nunca quis ir buscar o diploma; abandonou a fa-culdade de Letras no primeiro dia; trabalha como arrecadador de pedágio; escritor dos livros “O homem que queria magia” e “C.A.O.S”; participou das duas últimas antologias do Prêmio Valdeck Almeida de Jesus de Poesia.

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Mortalha

Cobri os murosDa minha casa com pixe. Vi escorrer,Pelos veios dos tijolos,O negrume da solidão. Tranquei os portões. Sequei árvores, Arranquei gramas.Fiz-me estátua no chafarizSem água. Espero o solDerreter a pele negraQue a mim amordaça.

Fátima Venutti é Paulistana de Osasco (1965) e reside em Blumenau desde dezembro de 2002. Formada em Letras, escreve desde os 11 anos e possui textos premiados em diversos concursos literários. Coautora e organizadora de antologias da Sociedade Escritores de Blumenau-SEB (presidente em 2007). Membro da Academia Catarinense de Letras e Artes (ACLASC). Publicou Último Beijo – poesias (Ed. THS Arantes, 2007), Terceiro Apito - contos e crô-nicas (Ed. Nova Letra, 2008), ambas as obras bilíngue (português-espanhol) e Estação Catarina: o trem passou por aqui (Ed. Nova Letra – 2009) – contos e crônicas.

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Mas…

Muitos julgam que o dinheiro traz segurança e proteçãoMas o dinheiro muda de mãos como o dia muda a noite.

Muitos confi am na sua beleza física para conseguir tudoMas os anos marcam implacavelmente todos os corpos.

Muitos fi am-se nos amigos e familiares para tudoMas eles apenas cuidam dos seus próprios interesses.

Muitos apoiam-se no seu parceiro como amor para sempreMas para sempre é muito tempo em qualquer momento.

Muitos acreditam na fama e no sucesso como fi mMas o fi m pode chegar cedo demais e tudo acabar.

Muitos depositam confi ança nos bens que conquistamMas a natureza encarrega-se de destruir tudo num minuto.

Muitos apoiam-se em tudo o que são e o que conseguemMas o tempo ajuda a apagar a memória e as ideias.

Poucos preocupam-se em viver o dia-a-dia como o últimoE é este o princípio para descobrir o maior tesouro da vida.

Fernando de Sousa Pereira é natural da Vila de Ribeirão no Concelho de Vila Nova de Famalicão, em Portugal. Escritor e licenciado em Engenharia e Gestão Industrial. É autor de vários livros de romance e poesias, tendo con-quistado vários prêmios literários, participado em algumas antologias e logrado menções honrosas com os seus trabalhos. Blog: www.fernandosousapereira.blogspot.com

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Apocalipse

No topo do mundo, o ÉdenNo centro do Jardim, a máquinaEm volta dela, os Homens.E aqueles que fi zeram a máquinaAgora olham para ela.E a máquina ajuda o HomemArando os campos,Voando para longe,Trazendo-os de volta.E a máquina é mais forte.No centro do Paraíso, um cogumeloA maior fl or que o Homem já construiu.E a fl or se desfaz em megatons.A máquina não morre, se acaba.O Homem morre, mas não se acaba.

Floriano Lott assina uma coluna de crônicas na Revista Única, de Feira de Santana-BA.

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Prêmio Valdeck Almeida de Jesus de Poesia – V edição 2009

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Infidelidade

Fico na estação mesmo quando o trem parte comigo,e permaneço ainda próximo, partido, na plataforma que se perde,do que já se foi e não me leva.Vou, parto dos lugares, venho, verso, chave, espelho,e me levo sempre.Afi nal, quem parte? Aquele que vai ou o que fi ca?Que parte vai conosco?A nova, a prova que já não seremos os mesmos?A cova de lembranças? A roupa de mudança?Por dentro, angústia, parte do extremo.Na ausência, Ela:falha, vaga, constante como a perda. No frio adeus, o equilíbrio da lágrima,que parte o rostoe nossa vidaem três...

Gabriel Fernando Gómez nasceu em Buenos Aires, Argentina. É proprie-tário do Jornal A CIDADE de Rio do Sul-SC, ganhou diversos prêmios de jornalismo. Participou do “Livro do Esquecimento”, coletânea publicada e editada pela Editora do SESC – SC. Ganhador do I Concurso Nacional de Monografi as do Grande Oriente do Brasil – GOB – em Brasília-DF. Publicou o livro de contos “A culpa é do Livro”.

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Palhaçadas vazias

Há um poeta dentro do palhaçoEscondido atrás de seus sorrisosSua essência frígida ocultadaPor meia dúzia de momices Segue mantendo o mesmo passoSem esquecer-se de soar seus guizosMas no fundo o poeta aguardaDentro da amarga crosta da superfície Há um ferido e temeroso meninoMorando dentro de si mesmoCom um nariz vermelho e grandes sapatosDentre outras quinquilharias Ele demonstra um contente desatinoDe quem conduz pilhérias a esmoOcultando a si mesmo em burlescos atosPara mascarar o vazio de seus dias

Gabriel Rolim de Oliveira é estudante de História, crítico de cinema amador e profundo apreciador de poesia. Poetas favoritos: Mário Quintana e Fernando Pessoa. Fluente em inglês e espanhol. Não tem obras publicadas, mas escreve desde os 12 anos e costuma organizar alguns saraus em Porto Alegre. Ignora sílabas poéticas, mas procura manter as rimas nos poemas. Gosta da sonori-dade de um sistema que usa como marca registrada. Esse sistema consiste em quatro quartetos de rimas ABCD ABCD EFGH EFGH.

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Ébano

Foi estranhoVocê olhou e sorriuNum efervescente ciclone de emoçõesVocê olhou no meu olharVagou destemido em mimE entendeu...Fui algemado por sua pele negra, brilhante, escura...Condenado a sentir-te onde quer que eu estejaMisterioso fl uido que o coração bombeia...Minhas pupilas percorrem seu corpoDespindo cada peça de seu vestuárioSem nenhum pudorSem você perceber...E mesmo que tudo ocorra só no pensamentoSinto o tremular de meus músculos...O suor sedento queTalvez nunca lhe toqueNem sinta o sabor ébano de sua bocaMas a cada noiteVocê se aconchega em meus delíriosCalados, secretos, sombrios.

Geraldo José Sant´Anna é natural de Taquaritinga. Formou-se em Matemática e Pedagogia. Premiação em diversos Concursos Literários. Título de Cidadão Bebedourense. Cadeira 023, da Área de Letras, membro titular do Colegiado Acadêmico do Clube dos Escritores de Piracicaba, patronesse Juliana Dedini Ometto. Diretor da Escola Técnica Estadual (ETEC) de Bebedouro.

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Mortalha

Se achas que te agride a roupa que vistoNão agrido a ti, mas a tua insegurançaE a hipocrisia da sociedade sem esperançaQue ainda resiste à liberdade que conquisto.

Não posso interpretar o papel que me relegasA santidade aparente e a falsidade castaA casa e a cozinha, nem a maternidade bastaPois vivo para gozar o direito que me negas.

Mesmo acuada num canto escuro da salaMe manterei de pé ante o pelotãoPrefi ro o fuzilamento à moderna escravidãoSendo a serviçal que, ao teu desejo, cala.

Santa na rua e puta na cama?Não encobrirei o que esconde a tua moralMinha mortalha é um manifesto liberalQue a inveja alheia e o embrutecimento infl ama!

Grigório Rocha, natural de Salvador-BA, é bacharel em Artes Plásticas pela Universidade Federal da Bahia, especialista em Metodologia do Ensino Su-perior pela UNEB e também graduando em Ciências Sociais pela UFBA. Premiação em poesia: “Trova para o arcanjo” (SESI 2006), publicada em 2009 na Antologia Poética do Trabalhador da Indústria. Funcionário da Embasa, diretor de imprensa do Sindae-BA; diretor regional do Dieese e participante do projeto Fala Escritor. Blog: www.poesiasdoabsurdo.blogspot.com

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Prêmio Valdeck Almeida de Jesus de Poesia – V edição 2009

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Velho jornal de amanhã

Notícia moldada e implacável,Chega feito embrulho especial, Disfarçando aroma insuportável, Camufl ando distorção da vida real Este preto e branco sempre desleal, Trata vida e morte sempre em jeito tão banal. Tiros de chumbo ganham ouro em folhas, Seus receptores sempre tristes funerais, Jamais divulgados em sequer algumas notas. Serão o passado e a lembrança em dias imortais. Aquele humilde que parte, fi ca abaixo dos classifi cados, Possuindo fortuna, na primeira página pêsames são dados. Dias passam e o negro embornal nunca muda, Traz sempre a manipulação de gente dita sã. Vidas inteiras imprimidas em máquinas sem marca Aparecem no folhear do meu velho jornal de amanhã.

Herbert Sena Silva, natural de Mariana-MG. Tem se dedicado a escrever po-emas e a compor algumas músicas. Após alguns anos observando concursos de poesias nacionais, inscreveu seus poemas ao XIII Concurso de Poesias da Arcádia, sendo este o primeiro a ser contemplado com a máxima premiação.

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Cansado

Cansado de escreverDo amor que não me quer,Da tão linda mulherQue não consegue entenderTanta solidão. Cansado de dormirNum sonho melancólico,Sonho de compaixãoEm mundos folclóricosSem nunca sorrir. Cansado de gargalhadasMovidas a álcool e cachaça.

Humberto Teixeira Leite, 22 anos é natural de Guarujá e mora em São Sebas-tião, litoral norte de São Paulo. Escreve desde os 14 anos e ainda não publicou seus trabalhos, pois espera ‘amadurecer’ melhor seus escritos. Sua maior paixão é escrever, e seu sonho é viver da literatura.

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Prêmio Valdeck Almeida de Jesus de Poesia – V edição 2009

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Fragmentos de você

Entre um fragmento e outro de mim está vocêEntre o pedaço que foi e o pedaço que fi couComo a cola que une o antes e o depoisJuntando os cacos do que outrora fora nós dois

Entre um fragmento e outro de mim está vocêEm mil fragmentos me tornei quando partiuE está difícil tornar-me uma só outra vezBusco ainda pedaços da história que se desfez

Entre um fragmento e outro de mim está vocêE a cada passo que dou, um caco cai por aíInda tento pegar, mas como gelo derreteE toda hora esta cena mais uma vez se repete

Entre um fragmento e outro de mim está vocêE sei que não posso passar assim toda vidaSe sua essência se entranha no meu euO consolo é que pedaço de mim agora já é seu

Entre um fragmento e outro de mim está vocêCada novo encontro fragmentos vão e fi camNunca mais serei novamente apenas eu E tudo que dei a você defi nitivamente se perdeu

Ionita Késia Pereira é natural de Varginha-MG. Viveu em Três Corações-MG até os 10 anos, quando se mudou com a família para o Rio Grande do Sul. For-mou-se em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina. A leitura sem-pre foi sua principal atividade desde tenra idade. Reside em Sapucaia do Sul, trabalha como assessora jurídica e dedica praticamente todo seu tempo livre à criação de crônicas, contos e poesias, que tenciona ver um dia publicados.

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Mundo

A DRUMMOND

O mundo entrou em coma,Canceroso... Leprosário fedentino,Cheira a fecaloma...Seus habitantes?Séquito de dementes,Procurando com unhas e dentes,Uma forma de transpor a muralha desse manicômioOs que gerenciam o universo?Não merecem citações em meus versos, Turba de seres maquiavélicos,Invenções patéticas e imbecis do demônio...O mundo... Eta mundo...O mundo não merece o mundo,Nada de novo, só tem calhordas no front...E agora Drummond?

Isaac Soares de Souza é natural de Pompéia-SP. Autodidata, poeta reconhe-cido por grandes nomes da poesia brasileira e compositor, com três canções gravadas pela banda HANGAR XVIII. Publicou dois livros: Raul Seixas, o me-tamorfônico (1995) e Zé Ramalho: o profeta do terceiro milênio. Entre os anos de 1993 e 2005 publicou colunas dedicadas à MPB e à Literatura, nos princi-pais jornais de São Carlos-SP. Estudou até o quarto ano primário.

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Searas

O agricultor planta a semente do trigoNa terra fértil, na esperança de mais pãoAssim é o poeta, quando semeia palavras,Pra colher rimas, na seara da canção... Arado em punho, sol e chuva, segue lidaDura é a vida de quem a terra sustentaE das palavras que germinaram na escritaBrotaram versos que sua alma alimenta... O pão da vida que na mesa escasseiaE foi na ceia o corpo do criadorÉ pão que hoje falta na boca de muitosDos próprios fi lhos do humilde trabalhador! Semeio versos na crença de que um diaA alegria encha os nossos corações...Revigorados na certeza que amanhãO amor fl oresça, dando frutos de canções.

Ivonir Gonçalves Leher é natural de São Gabriel-RS. Militar de carreira do Exército, poeta e compositor nativista, começou a escrever há mais de 10 anos, tendo trabalhos publicados em Antologias e músicas gravadas por artistas lo-cais. É membro do Movimento Poetas Del Mundo e prepara para este ano o lançamento de seu primeiro livro.

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25 Poesias

Há dias em que as nuvens se enlaçamnuma ciranda triste, de tristes amantes.De mãos dadas, escurecem o diaescondendo a luz de um sol antes brilhante.

Mas um coração que latejaComo o calor que há no centro da Terra,logo liberta raios que fogemem fuga louca que desespera...

E essa tristeza assim tão fugazque fi ngida se disfarça de amiga,sorri enquanto chora o amor que escurecede lampejo sua tempestiva vida.

Mas se é vero que triste é o poetaconforma-se o sol, como que entorpecido com 50 anestesiaspois na tristeza a arte se manifestadando luz a 25 poesias.

Izilda de Camargo nasceu na capital de São Paulo, em 1972. A melhor com-panhia na adolescência foram os livros. Desde então, aventura-se no mundo das letras com poesias e crônicas. Cecília Meirelles e Mário Quintana seus poetas preferidos.

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3 Doses

3 doses deste sacrifício.3 doses deste comprimido.3 doses desta vida vulgar.São sufi cientes para me matar!3 doses deste sacrifício.3 doses deste comprimido.3 doses desta vida vulgar.Abençoo o inferno. Vejo medo no altar.Querendo me pegar. Querendo me estraçalhar.Dentro do meu quarto tem uma coisa muito estranha.Vejo Satanás sambar sobre a minha cama.Fico sem dormir e meus pais me crucifi cam. Mas eles não sabem, não sabem o que sinto.Então, para agradar, eu simplesmente me sacrifi co, e tomo 3 doses deste maldito comprimido.3 doses deste sacrifício.3 doses deste comprimido.3 doses desta vida vulgar.São sufi cientes para me acabar!

Jefferson Reis de Santana é soteropolitano, formado em Administração e com tendências artísticas desde os 14 anos. Julga-se autodidata e ignorante por na-tureza perante a arte. Possui projetos engavetados e alguns realizados nas áreas literárias (contos, resenhas, críticas, artigos, monografi as, poemas, crônicas, livros etc.), e também nas áreas de teatro e cinema (roteiros de curtas e peças), música, e artes visuais em geral.

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Vejo a Fome

No fundo do prato vejo a fomeVejo a fome dos que acordam junto aos ratosVejo a fome dos que em mesas fartas comemE até daqueles que lá de fora espiam o prato Vejo a fome dos que são malabaristasNa sinaleira em troca de um trocadoE também vejo que alguns fogem da políciaCom a tua bolsa, se embrenhando entre carros Você só nota quando está sendo assaltado“Toc toc, por favor, quem bate é a fomePassa a carteira e o seu relógio importadoPor obséquio, me esqueci do telefone ” Vejo a menina que encosta no seu carroE fala o preço sem nenhuma cerimôniaVocê é podre e por isso é que escarroPobre menina, com fome terias vergonha? Os moralistas mandarão crucifi carE os hipócritas o farão enquanto comemAbstenho-me, reservo-me a não julgarVejo com ironia condenar sem passar fome.

Jelvisson dos Santos Nascimento escreve poemas, mas nunca os publicou. Por obra do destino, deixou de criá-los, passando a se dedicar inteiramente a trabalhos sociais. Em fevereiro de 2006, sofreu um grave acidente de moto, que o deixou defi ciente físico.

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Hexágono

Somo, subtraio multiplicoPensamentos artefatos fragmentosE, por me calar, falo Fechando os olhos, vejoDormindo acordoCalculo equações viajantesNo hexágono do trajeto para casaMórbida carruagemE, por andar, corro, como se viesseDe algum ladoAtravesso circunferênciasTropeço nas massas, transito transtornadoE lá vou eu outra vezPara algures, nenhuresOutra vezAquiFelizes, talvezEscravos dos nossos desejos.

Joana Costa Espírito Santo é natural do Barreiro, uma pequena cidade indus-trial, na margem sul do rio Tejo, em Portugal. Fez teatro amador “Arte Viva” nos anos noventa, mas prefere poesia. Já trabalhou em áreas completamente diferentes, e também já conheceu o sabor do desemprego. Desde 2004, desen-volve projetos na área da cultura e, em particular, no cinema.

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Silêncio da dor

Este silêncio ecoa no interior do meu ser, Confunde-se com o sangue a correr...É como o cansaço da voz É como o tempo em que estamos sós. Este silêncio que grita em mim, Que crepita e agita o mar de sentimentos, É fogo, é água, é ventania assim,Que me move e comove,Conforme os momentos... E são os momentos que me dão cor, Que me deixam o sangue a fervilhar... Ah! Sentir-me a arder por dentro Sentir o sabor de viver o amor... Aquele gostinho próprio de o viverSenti-lo em mim e em ti, Senti-lo na vida! E este silêncio que ouves, São gemidos calados da dor…Oiço-os ao longe, em vão,É de longe que vem a desilusão!

Joana Oliveira Macedo é natural de Braga (Portugal). Começou a escrever desde cedo, iniciou-se com quadras populares, participou de concursos de de-clamação… E, aos 17 anos, dedica à poesia metade da sua vida. (“A outra metade? É amor à vida!”).

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Marcas

Vou marcarNa areiaMinha passagem.

Vou deixarA água cobrirAs minhas marcas.

Vou sumirNo chão de areiaFeito espuma.

José Carlos Vaz é poeta, pai, policial militar. Natural de Jequié-BA, conhecida como Cidade Sol, começou a rabiscar seus primeiros versos aos quinze anos. Participa de várias coletâneas de poesias da Litteris Editora e CJBE. Participou com literatura de cordel “Vida e morte de Anésia Cauaçú” da VIII Edição do Festival de Inverno da Bahia de Vitória da Conquista. É assessor de comunica-ção do 14° Batalhão da Policia Militar e educador do Programa Educacional de Resistência às Drogas – PROERD. Dá palestras sobre segurança, educação pela paz e resistência às drogas.

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Minha Bahia linda

Como eu te conheci, mas como és lindaCom tuas belas tradições a brilhar... Com tua bela alegria a vibrar

Com teu calor carnavalesco quenteA tua cultura é africana e muito belaE com a tua religião, candomblé

Tu, Bahia minha, és alegre e bairristaCom o teu vigor de alegriaAs tuas gentes são belas e brilhantes

Bahia bela linda e brilhanteCom o teu belo Rio São Francisco, imensoCom o teu esplendor de beleza, imenso

A minha alegria se encontra contigo, Bahia minhaAs tuas cores são belas e lindasMas como és tão linda, Bahia minha!

José Manuel Ribeiro Maçanita chegou de Portugal ao Brasil no dia 21 de outubro de 2002. No Ano de 2004, diz ter tido um encontro com Deus e pe-diu a Ele para ser escritor, poeta e compositor. A partir de então, começou a escrever para 350 mil garotas do Brasil, fez um programa numa rádio e gravou o CD Águia Poesia com 20 poemas.

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A lua que anda

As gruas olham para o marA lua anda na baía de LuandaO sol morre por láNão há sol mais belo que o sol de Luanda

Quem veio aqui sabe do que estou a falarQuem andou por aqui conhece mais a vidaCheia, lenta, grande, nobre, sem arOlha, fi ta, vê, para na marginal avenida

Não quero Cabinda, Lubango, BenguelaSó quero Luanda, farta, suja e belaNão quero Saurimo, Luena, NamibeQuero a Ilha, Chicala, meu Caribe

Quem viveu cá entende o que estou a dizerQuem ousou cá conhece mais a vidaCheia, lenta, grande, nobre, sem arOlha, fi ta, vê, pára na marginal avenida

José Otávio Monteiro Badaró Santos é natural de Salvador. Formado em jorna-lismo há cinco anos, vem atuando em TVs de Salvador e Luanda, em Angola. Tem experiência como repórter, editor e apresentador de telejornais. Em Angola, país em que viveu por dois anos, escreveu um documentário e alguns poemas com a temática africana. No trabalho e nos telejornais usa a alcunha de “Juca Badaró”. Na conclusão do curso de jornalismo escreveu um livro-reportagem sobre os coronelis-mos em Ilhéus. É um apaixonado pela literatura, especialmente conto e poesia.

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Lembranças infantis

Dos tempos de outrora,Lembro-me com grande saudade.Dos momentos de alegria,Em minha tenra idade.Corria pelo quintal afora,Fazendo grande arruaça.Andava de bicicleta,E de skate pela praça.Tudo era tão belo,Que vida de satisfação!

A vida infantil é pura imaginação. Eu vivia assim, sonhando em meu coração.Tornava-me super-herói, salvava a quem precisava.Nas minhas brincadeiras com bonecos na calçada.Pião girava na terra até esburacar,A pipa bem colorida voava solta pelo ar.No campinho de grama escassa, que pura diversão!Jogando bola com os amigos, o gol, o gol, o gol,Que explosão e comemoração! Oh! Que saudades dos tempos infantis!

Jossandro Tavares Fumian é pastor e doutor em Teologia. Apaixonado por literatura, gosta de escrever e ler. Educa seus fi lhos à leitura desde a pequena idade, para ter essa educação durante toda a vida. Como pastor, tem escrito artigos para alguns sites. Tem um livro escrito e outro em fase de conclusão, que não foram publicados.

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Dia da Consciência Negra:

Indignação

Consciência tem raçatem forma, tem cor?Não! Consciência é a matiz do amorE a todos enlaçaBasta de tanto horror!Paciência não tem formaNem raça, nem corMas...tem limite e decoroe não se conformaChega de tanta hipocrisia!É muita heresia dizerQue consciência tem diaDia...é todo diaQue propicia alegria, prazer

Haja paciência!Coloque a mão sobre o peitoNegro, amarelo, pardo,branco, irmão!E arranque do coraçãoOs mantos do preconceito! Aja com consciência!

Jussára C. Godinho é Licenciada em Letras Português e Espanhol. Espe-cialista em Leitura e Produção Textual. Cônsul do Movimiento Poetas del Mundo de Caxias do Sul-RS, membro efetivo da Academia Virtual Sala de

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Poetas e Escritores (AVSPE), associada à AGES (Associação Gaúcha de Es-critores), membro da UBT (União Brasileira de Trovadores de Caxias do Sul-RS). Participação em mais de trinta antologias, vários prêmios e classifi cações em concursos literários.

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Prêmio Valdeck Almeida de Jesus de Poesia – V edição 2009

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Desrebuçar

Sou um ser muito falho,Até o espelho me refl ete ao contrárioÀs vezes esqueço o quanto valhoPor meus maus passosJá recebi salário... Quando levanto, caioDesconfi o que perdi meu escapulárioPor vezes de mim mesma saioE fi co zonza até maio(é tempo usado pra ensaio). Depois de refeita,Sabendo o que sou,Me espalho...Me junto...E me distraio com outros assuntos.

Karin Spekman Andrade é natural de Timóteo-MG. Aos 4 anos foi morar com a família em Ipatinga. Formou-se Técnica em Química em 1995, mas não trabalha atualmente na área. Atualmente, mora na cidade de Itaúna-MG. Escreve poesias desde os 11 anos, mas só agora resolveu expor seus poemas.

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Atual dilema shakespeariano

Ser ou não ser humanoNão é esta a tão discutida questão?Será que podemos tirar do sangueO sangue derramado por ambição?

Como hera, a hereditariedadeDo DNA com negro humorGera a era da individualidadeDo tempo como nosso gestor

E o estômago mal digereA nossa resignaçãoQue mata o mundo e fereA folhas secas esta nação

E o ser ou não ser desse ser insanoCoberto de culpa clama remissãoMissão cumprida inda que exangueApenas nuance, sem nome de ação

Karlla Caroline de Oliveira Souza é natural de Jataí-GO, onde ainda reside. Graduanda em Medicina Veterinária, pela Universidade Federal de Goiás, dedica parte do tempo a aprender, criar e escrever, aventurando-se no mundo literário e tendo como bagagem publicações em sites como o Recanto das Letras e Site da Magriça.

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Velejador

Vivo voracíssimo Vestindo verdadeVivifi cando vergonha Vertendo versosVarrendo violênciaVencendo vesâniaValorizando verdeVigiando veredasVigorando velhiceVisitando valesVoando... Voando... Voando...

Leandro Silva da Mota é natural de Nazaré-BA. Aos 10 anos, mudou-se para São Miguel das Matas, uma pacata cidade do interior baiano, onde viveu boa parte de sua vida. Ali iniciou sua carreira de poeta, escrevendo, no ano de 1998, sua primeira obra poética intitulada “Sonho: um repouso profundo”. Desde então, não parou mais de escrever.

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O amor

Que sentimento complicado que nem a poderosa ciência é capaz de entender.Um sentimento que nos faz sorrir... e nos faz chorar.Nos faz esquecer e às vezes relembrar.Como é possível ver uma pessoa e sentir o coração acelerar, o corpo arrepiar e as pernas balançar?Como é possível o mesmo sentimento causar ciúmes, raiva e vontade de matar?Vá tentar decifrar o amor!Melhor não. Mas de uma coisa eu sei. Todos nós, vivos e mortos, jovens e velhos, se não sentimos, um dia haveremos de sentir. Não é como a alegria, que nos deixa um sorriso estampado no rosto.Nem como a tristeza, que nos arranca a alegria sem o mínimo esforço.Mas sim sensações diversas, que é bom nem citar, mas que, juntas por uma só força, nos faz sentir o prazer inexplicável de amar.

Léo Dragone é o nome artístico de Alex Bruno Rodrigues de Jesus, sotero-politano, nascido em 5 de março de 1990, no subúrbio ferroviário de Paripe, na capital baiana. A veia artística e literária lhe acompanha desde criança, e se fortaleceu depois que Léo, como é chamado em família, aprendeu a ler e escrever, aos sete anos de idade. Desde então, devora livros e escreve poemas, contos e romances. Publicou o livro “Diário de Rafi nha - as duas faces do amor” em 2008 e participou da Antologia Poética Valdeck Almeida de Jesus de Poesias, edição 2008. Atua em peças de teatro em Salvador e pretende alçar voos na arte e na literatura brasileiras.

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Prêmio Valdeck Almeida de Jesus de Poesia – V edição 2009

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Bens Amados

Quanto tempo existemediante tantas retinas?ou mesmo aos que não contemplam?chama atenção! Bondadesempre e em todo tempo: se exalapor muitos atenciosos: que bomque é bem vista...por muitos que não desperdiçam...

O que fazem tantos rogos ao longo da montanha? – em meio às grandes artes - Silêncio! –que se calem os culpadosque se calem a nósou proclamar sem melancoliana virtude - Glória! –aos bons momentos que se passamo desejo que se buscaalgo que se busca...na mais infi nita gratidão - Glória! – aos dons que são gratuitos!

Leonardo de Lima Durval nasceu em 23 de dezembro de 1908. É oriundo da Cidade de Recife-PE, onde também reside. Acadêmico do curso de Pedagogia pela Universidade Vale do Acaraú (UVA) e do Curso de Graduação em Filosofi a pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Vencedor do Primeiro Campeonato de Poesias do Site do Escritor e terceiro lugar no 9º Prêmio Literá-rio Cidade de Canoas-RS. Publicou o romance Epístola de Um Pensador.

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Faz de conta

A chuva no faz de conta que a rua amansa.Vazio no faz de conta que espaço é medo.Ontem, camada de ozônio. Hoje, buracos negros.O tempo no faz de conta que traz a conta,Impõe cobrança,Contando a história que a vida fez.Pessoas no faz de conta que a sorte chega,Que o vento é livre, que a dor melhora,Roubando índios, ferindo gays.Festa no faz de conta de olhares úmidos,Da mãe chorada por fi lho único,Ventre perdido nos funerais.Silêncio no faz de conta que o sol conforta.Desejo no faz de conta que a luz não fere.Mundo no faz de conta que a voz é doce,Que a lua é prata, que a força é guerra,A paz que tarda é água amarga,Que o vinho caro avinagrou. Dono do faz de conta que discrimina,Que só faz conta e nunca amou.

Lílian Porto Silva é professora da FME de Niterói. Formada em Serviço So-cial pela Universidade Federal Fluminense - UFF. Pós-graduada em Análise de Sistemas e Psicopedagogia. Participante de antologias da FESP-RJ – 2008; Editora UFF – 2008; Ateneu Angrense de Letras e Associação do Banco do Brasil.

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A volta

Passei tempo demaislonge da órbita deste planeta.Tudo por aqui está muito diferente.Na galáxia onde estive,a dor da existência nunca saiu da moda.Não tinha personal trainer ehistéricas magrelas não se chamavam anoréxicas.Silicone ninguém conhecia.Lá os peitos caíam com o tempo,mulher tinha carne vermelhae homem não usava Viagra,tinha tesão mesmo!Nunca vi tanta dignidade assim....Atualmente meus maiores medos sãoa invisibilidade do vento ea água, por não ter forma própria.Já Nietzsche ter dito que Deus está mortome dá um certo alento e esperançade que a humanidade aindatenha algum jeito.

Lincoln Almeida é médico-psiquiatra e autor dos livro “Entre Borboletas e salmões” (no prelo).

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Andrógino

bonito\bonita tem porte delgado às vezes pavão uma corça um cisne outra vez um corcel uma garça: elegância não falta os olhos são tristes a boca sorri e um colibri desprende-se d’alma esbelta fi gura presença agradável isola-se afasta-se bom cheiro bons modos donzela não é também não é macho: um pouco de cada bonito\bonita é obra-de-arte capricho de deus em dia de graça

Líria Porto é natural de Araguari-MG e mora em Belo Horizonte. Professora, poeta, autora do livro Borboleta Desfolhada, publicado em Portugal (2009), tem poemas publicados em vários sites e blogues, entre eles: “Escritoras sui-cidas”, “Germina literatura”, “Cronópios”, “Balaio porreta”. Edita o blogue “Tanto mar”, participa do “Putas resolutas” e da agenda “Livro da tribo”.

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Prêmio Valdeck Almeida de Jesus de Poesia – V edição 2009

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Apenas um soneto

Eu pensei em demonstrar o meu amorExprimi-lo nas estrofes de um poemaTransmiti-lo com eloquência e ardorPermitir que a emoção fosse seu tema.

Eu pensei em expressar meu sentimentoNa cadência das sílabas em simetriaFlutuar por seus sonhos e pensamentosNas asas imaginárias da poesia.

Vi, porém, que o meu amor vai muito alémDos quartetos e tercetos de um sonetoTamanha a grandiosidade que ele tem!

Amor imenso como o meu não caberiaNa extensão de um só texto em verso ou prosa,Pois descrevê-lo inteiro eu não conseguiria.

Lourdes Neves Cúrcio é bacharel em Direito e escritora. Natural de São João Nepomuceno-MG, reside em Barra Mansa-RJ e é funcionária pública em Vol-ta Redonda-RJ. Publicou o livro “Refl exões Poéticas”. Premiada em concursos literários de âmbito nacional e internacional, é membro efetivo da Fundação Cultural Del’Secchi e autora de poesias, crônicas e contos publicados em de-zenas de antologias literárias.

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O trabalho

Trabalhar é muito importanteConstruir um amanhã melhorO dinheiro do serviço ajuda bastanteO poder está em tuas mãos, em teu suor. Com isso fortalecemos nossa autoestimaSentimos mais coragem, mais determinaçãoTem persistência, te animaColoca no trabalho tua vocação. Sê seguro em tuas decisõesFalar menos, ouvir mais, e trabalharTambém terás o tempo livre para as emoçõesE, com a alma limpa, vai para casa descansar.

Lúcia Grespa Rocha se apresenta como uma simples dona-de-casa aposenta-da que já ganhou algumas menções honrosas e gosta muito de escrever. Fez apenas o curso primário.

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Monólogo da Despedida

Terá uma noite que, ao me deitar,Tua alma comigo não mais estaráA saudade transcenderáOs sonhos que por ti idealizeiChegará quando, pouco por ti sentirei.

Se foi mero engano do destinoApresentar-me ao teu sentimentoSó recordação, não serei em nenhum momentoTerás gravado circunstâncias no pensamento Instaladas por fortes lembranças de muito tento.

Mesmo não desejando, saberás dos outrosQue frustrado caminho na solidãoDa ausência de teu amor, teu coraçãoTão impregnados em minha emoçãoAgora, ao léu, sem signifi cado, em vão.

Haverá quando não mais teremos importânciaUm ao outro seremos somente consonânciaNão mais saberei de tiE tu não vais querer saber de mimPorque pouco importa, foi o fi m.

Luciano Spagnol é fi sioterapeuta. Escreve o monólogo de sua alma, que passou a ser um diálogo com os leitores. Sempre gostou de poesia, mas só em 2008 criou coragem para poetar no mundo virtual, e passou a fazer parte dele. Publica seus trabalhos na internet. Membro Efetivo da Academia Virtual Brasileira de Letras (AVBL), Membro Efetivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores (AVSPE).

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A Imortalidade do Palhaço

A alma choraNo rosto que ri.A fl or azul,Pintada na face,Tem pétalas de céu.Habituadas ao absurdo,As mãos,Tateiam o infi nito.Nascem gargalhadasNos olhos dos meninos.As luzes vestem o corpo:Casulo de seda e dor.Os caracóis de nylonOcultam o homem,Que ignora A própria morte.A eternidadeÉ o palco onde vive.

Lurdes Breda frequenta o curso de Línguas e Literaturas Modernas – Variante Estudos Portugueses, da Universidade Aberta. Entre a edição e a coedição, possui editadas as obras: “O misterioso falcão de jalne”; “Asas de vento e sal”; “Zulei-da, a princesa moura”; “Contos com Vinho Madeira – Cultura Madeirense na Forma Líquida”; “A Outra Face do Luar”; “Folhas ao Vento”; “Casa lembra-da, Casa Perdida”, “A Nuvenzinha Cor-de-Farinha”, “O Duende Barnabé e as Cores Mágicas”, “O Abade João”, “Rosa dos Ventos” e “O Piolho Zarolho e o Arco-Íris da Amizade” (no prelo). Site pessoal: www.lurdesbreda.wordpress.com

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Pedra Insondável

Expoente, imponente, vertente!Ergue-te, montanha de pedra insondável,Com cristalina e sinuosa nascenteSob o sol quente e implacável. Rochedo, penedo, no tênue arvoredo.Impávida pedra dormente,Guardadora de indescritível segredo,Imóvel, bruta e atraente. Exuberante, dominante, constante.Asas à tua volta de colorido marcanteTornam a paisagem mais deslumbrante. Úmida e fria à noite, escaldante ao dia,És a última morada do que te negligenciaE repousa eternamente em tua sabedoria.

Luzia Lobato é natural de Belo Horizonte-MG. Formada em Jornalismo pela PUC-MG, sempre teve o sonho de escrever, mas o tempo escasso a impedia. Com a vida mais estabilizada, a autora tem se entregado ao prazer de narrar tudo aquilo que ouviu ou presenciou. E também tudo aquilo que a imagina-ção permite.

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Você é meu confidente

Meu amigo violãoEstou sentindo no peitoA saudade de você,Pode crer! Apenas tem um diaQue não ouço sua voz.Minha alegria se foiE meu coração feneceu.

Volte logo...!A tristeza se arranchouEm meu canto de emoção.

Quero tornar a sorrir,A compor e a cantarAs dores de meu pranto,Você é meu confi dente. Só nós é que sabemosO que temos a expressar,Ao dedilhar suas cordasFazendo a entonação...

Mamede Gilford de Meneses é natural de Itapipoca-CE. Advogado, profes-sor (graduado em letras), contador, psicanalista clínico, terapeuta regressista. Extensão Universitária: Reforma Agrária e Desenvolvimento, Educação e Ci-dadania, Direito Processual e Penal. Pós-Graduação: Teoria Psicanalítica.

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A chance surrealista

Eu nunca me senti dançandoMesmo quando 8 horas num bar nojento vermelho demais Deus visitou todas as almas em bocas abertasEsperançoso e íntimoReceando salivasDevorando meu mundoE abaixo dessa garganta: o homem e a britadeira. Essas sensações não apresentam soluções Saber curtir é um poderEnvenenado, dança, envenenado, dança,envenenado, Dança

Manassés Diego é escritor paraibano radicado na Bahia. Iniciou sua carreira na Espanha, com performances que mesclam poesia e experimentação. De volta ao Brasil, trabalha como escritor e ator em “Fragmentes”, peça seleciona-da no Festival Internacional de Teatro de Curitiba 2009. Em seguida, obteve a 17ª colocação no Concurso Nacional Poesiarte e publicação na coletânea Ecos Machadianos.

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Outono

Ao contrário do caminho de Drummond,no meu não tinha pedra alguma.Mas, mesmo assim, tropecei.

Ainda no chão, olhei pra trás e não vi nada.Nem malote, nem pedregulho.Nem caixote, nem embrulho.

Não tinha pedra no meu caminho.No meu caminho não tinha pedra.

Esquisito, pois algo me fez cair.Senti que o peito do meu péroçou em algo momentos antes da queda...

Permaneci no chão, sob olhares curiosos.Mas nem galho, nem raiz.Nem talho, nem cicatriz.

Pois é, não me machuquei (acho eu).Ficou apenas a curiosidadede saber o que me derrubou,afi nal não tinha pedra no meu caminho.No meu caminho não tinha pedra.

Marcelo Maio Coelho escreve poemas desde a pré-adolescência. Inicial-mente, seu pretexto para escrever era ter letras para sua futura banda musical. Como esta nunca existiu, as letras se transformaram em poemas e hoje Mar-celo se considera um escritor diário. Além de amante da literatura, é formado em Pedagogia, trabalha numa universidade pública e se prepara para iniciar o curso de Mestrado.

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Santa Cruz

Entre arranha-céusE a fomeEntre aviõesE a fomeRegistrado tenhoO meu nome De onde venhoPara onde vouO que eu sou Eu sou aviõesSou arranha-céus Eu sou A fome

Márcia Piedade Sandy é natural de São Paulo, capital. Viveu em Minas durante 17 anos e retornou a São Paulo, onde vive com o fi lho de 16 anos. Formada em Letras, com especialização em Tradução e em Administração de Negócios de Cinema e TV, trabalha numa distribuidora de fi lmes, onde é responsável pela área de operações técnicas. Lançou o primeiro livro de poemas, HERANÇA, em 1990, pela Massao Ohno Editora. O segundo livro, HELENAS, já está em fase de editoração e deve ser lançado em breve.

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Valdeck Almeida de Jesus

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SaudadePara Júlio Meksenas (in memoriam)

Saudade,vocábulo que não sai de moda.É como um estrondo na portaas explicações e uma bengalaque não queremos que nos sirva.

Saudade,sentimento que me assalta,aperta o peito, enxagua os olhos.É como um livro aberto,um presente que nos suprime a falarepulsiva morte, memória viva.

Saudade,antítese da alegria, de corações invasora.Sufoca, com efeito, velhas feridas em chaga,Parasita-nos, insignifi cantes.

A realidade, o mundo dos vivosbate à porta no frescor de seus dois anos.E das cólicas e dos primeiros passos,chora a saudade!

Márcio Dison, 44 anos, é jornalista e professor. Natural de Porto União-SC. Foi ven-cedor de concursos de poesia promovidos pela Universidade Federal de Santa Cata-rina e obteve menção honrosa no Prêmio Franklin Cascaes de Literatura. Participou, dentre outras coletâneas, da Antologia Poética Valdeck Almeida de Jesus – Vol. II e III.

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O homem vazio

Nossos atos são fatosDuma tragédia sem atosQue operam nas sombrasDas nossas tristes trombas. Em frente, sorri-nos a luz,Atrás, conduz a escuridãoQue inconsolável nos seduzPelo meio deste turbilhão. Sobe o pano que não existeMostrando o vazio que está,Feito de ninguém triste E de uma emoção que não há.Desce o pano e acaba a peçaDo homem que não tropeça

Marco P. da Silva Dias é natural de Caldas da Rainha. Estudou Direito na Universidade Autónoma Luís de Camões em 1994, acabando por se licenciar na mesma instituição em Estudos Portugueses e Ingleses no ano de 2000. Pu-blicou o seu primeiro trabalho de poesia em junho de 2009, intitulado “Livro das Horas Vagas”. Vive em Caldas da Rainha – Portugal.

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Valdeck Almeida de Jesus

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Escolha

Tirem a luz que arde em minha cara!Quero o infi ndo silêncio do desterro.O amor já não preenche, já não sara,O impuro coração, meu antigo erro... Que venham a loucura e o amargo pranto,Pra acabar com a dor que inda persiste.Quero respirar muito o desencantoE gritar, sem controle: Sou homem triste! Feneço no calor das ilusões, Antes os olhos sem pálpebras da morte.Vejo-me num invólucro, sob sons;São de demo, mostrando a minha sorte! Não calcule exibir-me uma saída. Está escrito, com sangue, meu sofrer. Expulsei, consciente, a suja vida,Para residir próximo a Lúcifer.

Marcos Antônio Maués Vitelli é natural de Soure, Arquipélago do Marajó-PA. Formado em Letras pela UFPA, é sócio-fundador do Clube do Poeta e do Escritor Marajoara-CPOEMA e tem diversos poemas publicados em antolo-gias pelo Brasil afora.

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Femme fatalle

Fêmea fatalDe olho mortalFome de viverSó te entregas ao prazer Copular nunca em vãoFogo, ódio e paixãoLuz de perfeiçãoO sexo não importa em teu colchão Homem ou mulherA ti se ajoelhaPara adorar a perfeição Homem ou mulherA ti se ajoelhaPara se entregar a perdição.

Marcos Rybeznski de Menezes, 32 anos, é paulista e diretor de arte. Escreve poesias e contos desde os 14 anos. Foi infl uenciado por Álvares de Azevedo, Augusto dos Anjos, Bocage, Bukowski e Poe. Escreve nos blogs www.contosdo-marcos.blogspot.com e www.ideiasetilicas.blogspot.com

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Despedida

Na mão um leve aceno,Na face olhos úmidos,Na frente trajeto sereno,Na saída passos despidos. Em momentos de palavrasExpõem-se a veracidadeAs lágrimas guardadas,Dar-se lugar à saudade. No peito a emoção vibraLembranças vêm fortesTecidas de amor e não de fi braQue dura gravemente até a morte. Irrevelada é a dor da despedidaQue tanto fere o coração,Distancia o amor e divide a vidaE simplesmente limita a emoção.

Marcos Vieira é natural de Marapanim-PA. Publicou os livros “Simples come-ço” e “Poesias de minh’alma”, além de participar de coletâneas organizadas pela CBJE e Editora Litteris, e publicar textos na internet.

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Só nós dois...

Só nós dois... eu e você... mais ninguém.A beleza entrando pelos poros da almaem formas e cores jamais entrevistas...De longe, a música, em cordas de sonho... Nossos corpos liberam emoções reprimidas de homens e mulheres de todas as eras, beijos e abraços perdidos no espaço, sonhos suspensos na bruma do tempo.Num murmúrio de água cantante,das plagas distantes no espaço e no tempo,chegam sussurros de tantos amantes,gerando arrepios no corpo e na alma. No enlevo do momento único, no breve encontro, viver a eternidade. No carinho, redimir a humanidade, dos sonhos de amor um dia desfeitos.Só nós dois...

Maria A. S. Coquemala é professora de Língua e Literatura Portuguesa. Au-tora de poesias, crônicas e contos, premiados no Brasil e exterior. Colunista de O Guarani, jornal de Itararé-SP.

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A raça humana, eu sou!

Pode me chamar como quiserNão importa o que sou E como sou!Sou apenas um ser humano À procura da pazVivo a minha vida sem ao menos olhar para trásTento não me lamentar e nem chorarPelos que me humilharamSó assim serei realmente felizEu vivo com respeito e com dignidadeTento viver com liberdade.Por que a vida é louca E não sei até quando estarei aquiVejo que eles estão a cada instanteTentando denegrir minha honestidadeMas eles não conhecem nossas virtudesE nem a nossa convicção de féIsso é vida! Assim ela se fazEntre o bem e o mal, o claro e o escuro, dor e amorPorém, desistir nunca!Tentar sempre! Ter fé e acreditar!O futuro nos esperaSe nunca encontrar a sua plenitudeJamais a raça humana será igual...

Maria Izidia de Pinho Neta, mais conhecida como Zica Pinho, é natural de Santo Amaro-BA. Desde os 10 anos adora escrever, embora não tivesse a noção da importância da poesia. É uma pessoa determinada que se inspira no dia-a-dia.

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Buraco

Perdoa-me se, há tempo, não lhe escrevoÉ que as palavras, ultimamente, têm sido tantasQue eu me perco em meio a elas, tão ciganas.E a tinta é pouca pra pará-las no papel. Mas a tua falta me dilacera como o cinzelE a saudade fez-se forte e fez-se ardenteE a tua ausência tem se feito tão presenteQue eu percebi que chega a hora de falar-te.

Percebi que chega a hora de escrever-teda horda de sentimentos que me invadem.E de como eu me sinto à minha própria margemPor não saber mais conviver comigo mesma.

Quero que entendas, mesmo que ainda não vejas,Que eu te amei, e eras de mim um pedaçoE sem aquele beijo, aquela voz, aquele abraço,Esse buraco em mim dói, mas cicatriza.

E, caso por mim, mesmo que pouco, algo sintasEspero que voltes antes que teu espaço cicatrize.E já não me importa se houve erro, engano ou deslize.Importa-me ter-te aqui e ser tua, toda tua.

Maria Paula Pedroso Barbosa é natural do Rio de Janeiro-RJ. Cresceu na Ilha do Governador. Atualmente é estudante, bailarina e atriz frustrada, médica em potência e se autointitula “pseudo-escritorazinha”.

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Das histórias

Como Dom Quixote... perdi a razãoProcuro um amor que não existeMistura de delírio, fantasia, paixãoEsperança vã, falsa, que persiste...! Como Don Juan... o prazer almejo!Amar docemente e ser amada!Mistura de carícias leves, legoMinha emoção com mãos delicadas. ...e ...encontraremos nossa históriaque me importa a trajetóriade opinião ou maldizer perverso?Reteremos nas nossas lembrançasEsta minha brisa de esperançae... como Camões... te farei versos!

Marly Nascimento Brasiliense é natural do bairro da Liberdade, em São Paulo. Diplomou–se técnica em Análises Biológicas no Instituto Bioclínico. Autodida-ta, frequentou cursos de literatura e poesia na busca de, cada vez mais, aprimo-rar seus conhecimentos sobre o nosso riquíssimo idioma. Laureada em vários concursos regionais e nacionais. Possui vasta gama de Diplomas e troféus.

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Alçando voos mais altos

Pelos verdes camposDo meu mundo,Quanto tempo percorriChorando,Segurando a saudade de vocêMas, somenteQuando a liberteiSorrindo,Reconheci seu brilho nasEstrelas e na vozSuspensa doSilêncio meu.É preciso acreditar nasPróprias forças e capacidades,Seguindo a rota das variadasDifi culdades existenciais,Alçando voos mais altosLivres dos apegos,Para abraçar amores maioresPela experiência do amor aoPróximo, liberta do egoísmo eDas paixões dissolventes,Para louvar a vidaEm nós e nos outros.

Marne de Oliveira Pimentel, 65 anos, é aposentada e tem por hábito ler muito e escrever. Tem participado de vários concursos literários. Seu estímulo é uma imensa e reconfortante paz interior.

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Falsa

Tudo o que consigo visualizar:Uma estrada empoeiradaOnde cavalgo solitárioSobre minhas recordações,Sufocadas desde entãoNo meu pobre coraçãoDesiludido,Por um amor perdidoSolto como folha secaSugada pelo vento violentoDa paixão gelada,Deixada, largada, esquecida!Doída feridaDilacerando a alma,Enfraquecida! Pela alegria perdidaDe um fi ngido amor.

Mauricio dos Santos é natural de Paranaguá-PR. É despachante aduaneiro, cursando o 3° ano de Letras-Português na FAFIPAR, onde fi cou em 3° lugar no IV Varal de Poesias, realizado pela instituição em Maio/2009. Tem vários poemas publicados pela CBJE-RJ (Antologias 2009-2009 e Os mais belos poe-mas de amor 2008 e 2009), e no Jornal Folha do Litoral. É 2° vice-presidente do Centro de Letras de Paranaguá.

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Ébano

Lá vem o rei a passear na ruaCabelos curtinhos, onduladosTraços defi nidos e honrososLábios grossos, carnudos Pele cor da noite, olhos de trovãoPeitoral defi nido, desenhado à mãoPernas fortes, fi ncadas ao chão. Quem irá dizer que não és o mais belo?Quem negará que és objeto de muito anelo?Quem dirá que não és tu que eu quero? Só se for o invejoso ou o de visão turvaQue não olha em volta outra posturaSó vê o molde da outra cultura. Não vê que és belo, pujanteDentre todos, és eleganteAtraente, eterno amante.

Mel Costa, pseudônimo de Alessandra de Azevedo Costa, nasceu em Salva-dor, Bahia e desde cedo descobriu seu amor pelas Artes. Hoje, na faixa dos vinte, é Educadora, licenciada em Português e Inglês pela UNIFACS, Can-tora experimental e Poetisa. Seus blogs: melfl orcosta.blogspot.com e educar-transforma.blogspot.com

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Calmaria

Folha ao vento,Voa, voa sem direção.Folha ao vento, por vezes, sem expressão.Folha ao vento,por detrás do véu de devaneios.Folha ao vento,Sem receios, mácula.Estrada sem direção...Meu caminho: liberdade.Sinceridade?Chega de solidão!

Nathália Pacheco Figalo é advogada, cursando pós-graduação em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho. Participou do Concurso Poe-Santos, realiza-do na cidade de Santos-SP em 2002; do livro Panorâmicas Palavras em 2007, além das edições II e III da Antologia Poética organizada por Valdeck Almeida de Jesus e de menção honrosa em vários concursos de prosa e poesia.

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Esse lixo

Era eu o menino deitado sujo na calçada da manhã ao lado do quartelPor isso me condoíaO vazio que sentia era a fome do meninodeitado junto a outros dois meninos(Os outros dois meninos também era eu)E o mal-estar que sentia era o sujo do meninoE o calafrio que sentia era o frio do meninoE o sufoco que sentia era o fedor do meninoQue me impregnava... Eu estou fi sgado e não adianta me debaterO anzol sangra em minha goelaDeus me domou e agora sou seu cordeiroA baioneta dos anos decepou meu braçoE eu não vou mais à guerraO meu verso caduco, de verdade,Não quer mais remexer esse lixo

Ney Cohen é analista tributário e escritor diletante. Cofundador da Confraria d’A Cova dos Poetas (www.covadospoetas.blogspot.com), organização literária que visa à divulgação da nova literatura produzida no Pará. Produziu pela Confraria as coletâneas A Cova dos Poetas e Romance de Poesias, em 2000 e 2001, a coletânea de contos e crônicas Vôo Noturno, em 2004 e, ainda, a cole-tânea de contos fantásticos No além todos não morrem, em 2007.

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Juventude

Venci as barreiras do tempo e me mantive jovem Conservo a inquietação, a alegria e arroubos da juventude. Isto não me exime de possuir a ponderação dos meus bem vividos anos. Guardo a vivacidade e tento expurgar todos os meus medos! Deletei da minha memória quaisquer tipos de preconceitos. Não me deixo abater pelo desânimo, pelo contrário, esqueço as “inculcações” e me arremeto a lutar por meus objetivos.

Nildes Trigueiros Rodigues é escritora e poetisa. Graduou-se em Pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), cursou inglês na ACBEU, criou o grupo mirim de poesia e teatro Calabar Força Total, tem poesias pu-blicadas no livro Ecos Machadianos e escreveu vários livros para crianças. Foi uma das vencedoras do IV concurso de poesia Valdeck Almeida de Jesus.

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Vida Seca

Calam-se as vozes, rompem-se as vestes.Deixam-lhe as preces como último conforto.Achas-te deitado, inchado, rígido, inerteE uma fl or silvestre em traço rupestreNa lápide que tu vestes enfeita agora teu corpo.Devolves ao agreste, terra castigada do nordeste,Essa carne podre que está prestes a transformar-se em adubo.Inútil alimento para esta terra sedenta,Inútil fragmento de uma vida lazarenta,Onde as chagas purulentas são corroídas pelasPestes desta vida, tosca vida! vida pobre...Que da ignorância se alimenta.Mas que não nega sacrifícios;Tem a esperança como abrigo;Faz da fé o seu escudo;Que aceita o castigo.Enfrenta a fome, enfrenta a seca,Enfrenta a morte, sempre acerca,Fecha agora o teu jazigo.

Nilo dos Anjos Gomes, militar, estudante de Psicologia, 41 anos, escreve quando acha que tem algo a dizer - o que nem sempre é verdade. Participou do IV Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus de Poesia, foi selecionado e teve um poema incluído na coletânea. Publica outros escritos no site www.notivaga.com.br

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Nascido com a manhã

Hospeda-te em mimsuga minha seivasente o meu gosto Se vens dar o botee absinto eu fortira-me o estromorre comigo Se ardente tu ése afl uente eu forengravidemos entãode eternidade

Nilton Silveira é poeta, contista e cronista, com publicações em antologias, revistas e jornais, além de poema em CD de Ruth Telles – a mais importante declamadora do Rio Grande do Sul. Possui textos que obtiveram várias classi-fi cações em concursos de literatura.

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Só o pó

Cansado cansaço de envesgare envergar o espinhaçoescorregar no assento, não se fi rmarpescoço molenga, vacilantequeixo no peito, boca abertacochilada no trem

quanta mas quanta paisagem desperdiçada,meu Deus!

cansado cansado desta vidaque vai... que vai... que vai...e não vem

seria apenas a espera do Sábadoque demora a chegarcomo uma noiva manhosaou um oásis em miragem

(e a vida vai passando assim: passando...)

Tipim está no vagão quase vazio também,só o pó...

Octávio Egydio Roggiero Neto é advogado e funcionário público. O autor paulistano publicou seu primeiro livro, Primícias Poéticas, em 2009, após 13 anos de cultivo da poesia. Além de integrar diversas antologias, o poeta tam-bém publica seus escritos em jornais e na internet. Recebeu alguns prêmios, dentre os quais, o 1º e 2º lugar do V Prêmio Barueri de Literatura, respectiva-mente, pelos poemas Enquanto é dia e Facilite o amor.

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Valdeck Almeida de Jesus

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Crise

É difícil viver se sentindo mortoou morrer sem se sentir vivo.hoje em dia a cultura é a falta-de-culturao certo é o erradoo errado é certopolítica é dinheirodinheiro solução.não sei o que fazerme aparto desescolhendo o que por tanto tempoescolheram por mim,não quero mais issoternão, nãonada de terno mundo eternono ‘reino de deus’ninguém tem nada.você julga o quanto é bom ter dinheiroe como é bom o tê-lo para comprar alguma coisa miserávelmas não vê tudo que está perdendo com isso,tudo que você poderia ter (e não tem)se o mundo não tivesse preço.

Pablo Luiz Alievi Mari é vencedor do III concurso Poesias no Ônibus, da cidade de Passo Fundo, homenageado com a honraria máxima da Câmara de Vereadores de Constantina, cidade onde nasceu. Lançou, em junho de 2007, o livro Vem Comigo; Depois Te Explico, coletânea de poesias do Grupo Cos-monauta de Poesias e Artes (www.cosmonautas.com.br). É publicado periodi-camente em diversos jornais como o A Região, de Sarandi e O Informativo, do Vale de Lajeado. Atualmente cursa História na UNIVATES.

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Prêmio Valdeck Almeida de Jesus de Poesia – V edição 2009

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Avó

Foi embora para outra dimensãoTão pouco tempo para amá-la…Partiu em dor Deixando-me só… Ainda a amo Em minha memóriaNa minha alma…Chamando-a aqui neste aquém… Avó, preciso de SiTeu conforto de amorEm tão pouco tempo recebiSinto-me Só… Quanta SaudadeDessa sua maternidadeAmando-a eternamente…Quanta…Quanta Saudade!

Patrícia Pereira é natural da cidade do Porto em Portugal. Em 2003, partici-pou de uma coletânea da Editorial Minerva intitulada “Verbum” com o conto “Sob o olhar de Dionisos”. Em 2004 participou do livro “Mãos” com alguns poemas livres.

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Valdeck Almeida de Jesus

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Cigano

Cigano, que a terra para fora entranha, Que procuras o horizonte... Que procuras no horizonte? O nomadismo que te agarra o movimento? Cigano, Que procuras no horizonte o nomadismo que te agarra o movimento... Para onde soltas os gritos que na dança sempre te abraçam? em alento... ao luar... no chão... No pó, com vento? Sempre com fé de não naufragar... Cigano com quem a terra não se entranha Que procuras na linha do depois? Cigano que na linha do agora O horizonte te consiga encontrar!

Paula Cristina Fraga Alves concluiu o curso de Línguas e Literaturas Moder-nas (Estudos Ingleses e Franceses) - Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em 2003. Explicadora, desde 2005 trabalhando na empresa Payplan, tem alguns poemas publicados em jornais regionais portugueses. O poema “Lucifera” ganhou participação na IV Antologia Poética Valdeck Almeida de Jesus e seus poemas “Casmurro” e “Memórias de Machado” foram publicados na antologia Ecos Machadianos pelo 10º aniversário do movimento cultural Artpoesia.

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Prêmio Valdeck Almeida de Jesus de Poesia – V edição 2009

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Nó destino

As terras, os olhos, a fronte;As mãos, os ombros, o destino;Insistindo em encarar o horizonte;Rachados, queimados, distorcidos. A columbídea, a patela, a pelanca;O pelanco, a temporal, a anca;Cismado que das cinzas verde arranca;Migram, mostram-se, escondem-se. A vida, a forma, o homem;A história, a prosa, a fome;A pirraçar que a vontade dome;Extinguem, deformam, consomem. Mas a fé, a simpatia e a graça,A alegria movida a cachaça,Em beber todo o fel da taça,Insiste, cisma e pirraça.

Paulo Frontin Pio dos Santos é natural de Vitória-ES. Aprendeu a ler aos 10 anos, trabalhando como ajudante em uma banca de revistas de sua cidade natal. Em 2005, graduou-se em Letras pela Universidade da Amazônia e três anos depois concluiu uma pós-graduação em Literatura pela mesma institui-ção. É vice-diretor eleito de uma escola de Ensino Médio em Dom Eliseu-PA, onde reside há treze anos.

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Valdeck Almeida de Jesus

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Labaredas de paixão

Todos percebemque você,doutora em versonessa delicada harmoniaé também complemento vitalnesse contonessa poesia,ornamentada presençasem métrica vulgar,você, brotadano jardim de tuaprópria sensualidadebebe da alma divinae, faz-se assimvoluptuosamenteardendo em eternaslabaredas de paixão.

Paulo Pereira Machado Nascimento participa pela primeira vez de um con-curso literário. Seu sonho é trilhar com sucesso a longa jornada da literatura brasileira.

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Prêmio Valdeck Almeida de Jesus de Poesia – V edição 2009

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Para...

Abro a janela e vejo apenas nobres rosassonhei encontrá-la no jardim,como em todos os dias,com seus véus de donzelaà procura de pétalas escarlates e querubins sem asas.

Nunca mais pronunciei teu nomenão adianta, não atenderás.

Sufoco a tristezade parte essencial de minh’alma e,na eternidade, irei buscar por suas mãos.Mãos em mãos, unidas em pequenas gotas sem luz.

Meus cabelos se movem, vento,o horror profundo que me assombrae a dor que me devora de saudades.

Chamo por tiNão responderásGritoLiliana, ah Liliana!

Regina Coutinho é jornalista, radialista e escritora. Menção Honrosa no Con-curso Nacional Prêmio “Affonso Romano de Santana” e Concurso de Poesia ALAP. Poemas selecionados nos concursos: Nacional de Mogi das Cruzes, Fundação Cultural Cassiano Ricardo, “Ases” de Bragança Paulista, Literatos de Ubiratã e Taba Cultural Editora.

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Valdeck Almeida de Jesus

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Premonição

Por que pensar no amanhã,nesse amanhã que nem sequer chega?Por que sofrer por antecedênciase a vida é sempre transcendênciae se, de um momento para o outro,lucidez vira demência,pecado, a maior inocênciae o bom, um arquétipo do pior?Deixa passar o tempoDeixa a vida ser contumazNão adianta o sempre Tampouco vale o jamaisQuerer da guerra a pazOu do falante o silêncioTudo é inesperadoO homem por mais preparadoSempre será vitimadoPelo que nunca esperava ter.Algo sempre bem maior Do que o seu imenso sofrerQuando tudo era o nadaQue se fez tudo ao nascer

Regina Souza Vieira é doutora em Literatura Brasileira (PUC-RJ – 1996) e mestre em Literatura Brasileira (PUC- RJ – 1990). Publicou Sentimentogra-mas – poesia (1987); Boitempo: autobiografi a e memória em Carlos Drummond de Andrade – ensaio (1992); Revivências – poesia (1997); Inventivas verossimi-lhantes – contos (2000); A prosa à luz da poesia – ensaio (2002); Bernardo, o imprevisível – romance (2005) e Refl exões em verso – poesia (2007).

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Prêmio Valdeck Almeida de Jesus de Poesia – V edição 2009

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Apenas um conselho

Cuide bem do seu amorObserve detalhes, acompanhe atitudes, percebaSeja mais ágil, não ignore lábio sem riso, ombro caídoOlhar que se perde no infi nito Não deixe que abra no coração uma feridaInterrompa de imediato ao primeiro sintoma de culpaEste vem acompanhando a dor que machucaDifi cultando ainda mais a possível cura Se quiser voar, não reprimaOfereça a mão para guiarSonhar a dois não é impossível Fortaleça laços dessa realidadeTorne-os fi rmes, sólidosDeixe sempre espaço para escolhasNão sufoque Agarrem o sonho duploVoem, saltem, fl utuemConfi e na mão que lhe é estendidaCuide bem do seu amor.

Renata Rimet Ramos Silva, 39 anos, é administradora de Recursos Humanos. Eterna aprendiz, atualmente cursa Licenciatura em Letras pela Faculdade de Tecnologia e Ciências. Nascida em São Paulo, reside em Salvador desde os 14 anos. Possui participação em algumas coletâneas a partir de 2008, além de textos diversos publicado no site Recanto das Letras.

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Valdeck Almeida de Jesus

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Un Son Mon Ka Ta Toka Palmu

Palmo de terra,Palmo de chão.Tamanha guerra…Gente sem pão.

Atam-te os pés,Prendem-te as mãos…Sabes que ésComo teus irmãosQue da chuva fazem sol,Que do barro fazem pão,No amor fazem-te irmão…Dá-lhes também tua mão.

Tua mão com a minha,Minha mão com a tua…Lua sem sol, sol com lua…Corpos que se aquecem,Outros que estremecem,União das doces almasE uma mão sozinha não bate palmas…

Ricardo Boléo é natural de Lisboa, Portugal. Publicou “Segredos” (poesia) em 2007, e em 2009 teve representada no Teatro da Trindade (Lisboa) sua peça “Temperantia – Estou de dieta!”. É aluno da licenciatura em “Estudos Artísticos” na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, frequenta a Universidade Federal da Bahia.

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Prêmio Valdeck Almeida de Jesus de Poesia – V edição 2009

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Aquarius

Ao esperar por amigas em um lugar tão pitoresco,Uma imagem me veio à mente...De repente me fl agrei a observar;Junto ao ato, mil olhos a me julgar,Mil falas a bradar de um país a se aniquilar.

Caras e bocas, muitos arremedos... E em meio à espera... O medo.O medo em bocas cansadas, em silhuetas apagadas, “apegadas” pela tradição...Amor ou ilusão?

Senti-me uma gota no oceano da incerteza,Onde muitos procuram soluções insolúveisPara fazer a vontade falar!Desejo que haja um país livre,Não quero mais misturar futebol com fome ou dor...É apenas um passatempo... Mais tempo!Desejo um povo que sorria espontaneamente e não porqueSó assim talvez possa agradar, viver e sonhar...

Com velhas roupas ou belos ternos,O desejo pede para gritar,Preso num aquário como eu feito gota,Tentando fugir para o mar!

Rita de Cássia Cornejo da Silva é autodidata, escreve desde os 15 anos. Pu-blicou nos últimos anos, poesias e crônicas no jornal da cidade onde morou, Pelotas, RS. Publicou um livro de poesias “O Quinto Elemento”, pela Editora da UFPel (Universidade Federal de Pelotas-RS), em 1999. Mora em Florianó-polis e está escrevendo um romance. Tem dois livros inéditos de poesia ainda não editados, a saber: “O Livro do Tempo” e “Ethos – o jogo da vida”, termi-nados em dezembro de 2008.

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Valdeck Almeida de Jesus

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Poema gene

Tudo começanum big bang

(maria amou joséjosé amou maria

amaram-sejosé e maria

maria a joséjosé a maria

até que um dia:josé maria

e noutro até maria josé)

e pode acabar numa implosão.

Rodney Caetano é poeta, jornalista e professor, MsC, paranaense, reside em Curi-tiba. Participou dos livros Primeiras histórias e Antes do ponto fi nal (1º lugar e 3.º lugar, respectivamente, 2008 e 2009, Concurso de Poesia Mário Quintana, Por-to Alegre), antologia Concurso de Poesia Contemporânea (Santos, 2009), Poetas – Antologia de Poetas Contemporâneos do Paraná (Concurso de Poesia Helena Kolody, Curitiba, 1992) antologia 3º Concurso de Poesias Celu (Curitiba, 1987). Coautor do livro Rodovias: caminhos entre culturas (Eolis). Participou dos livros Poesia e vida: anos 70 (UFJF) e Cerrados (Unb). No prelo: Poesia e paratexto: a descida de Sant’Anna aos infernos da modernidade (UFPR).

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Desandando

O quarto está bem arrumado;a vida é que está bagunçada.As roupas estão desamassadas;a vida é que está mastigada.Os relógios estão acertados,a vida é que está na contramãodos relógios; desregulada.Os relógios são pontuais,os vagões é que estão atrasados;porque as vidas regulam os vagões.Os vagões andam para frente,a vida é que anda para trás, desandada.Os vagões encaminham destinos;os destinos é que se perdem no caminho,sem destino.Guiados por vidas, desnorteadas.Os ponteiros e as vidas se enquadramno quadrante do retrocesso ao zero.

Roger Amado Veloso, 26 anos, poeta e romancista. Nasceu em Feira de San-tana/BA, onde reside. Publicou recentemente seu primeiro livro: “À vida, um brinde”.

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Saudades de um menino

Fugiu o menino de casa,e foi-se embora estrada afora, levando na sacolao essencial,e no peito,as eternas saudades.

Saudades dos pais; dos irmãos e dos avós;dos amigos e das cirandas;do campo e das fl ores;dos animais e dos brinquedos;da fl oresta e do rio;da casa e da serra.

Lá de longe, muito longe, caem dos olhos do menino,lágrimas de tanto amor.São torrentes de saudades quando aperta o coração.

Rogério Medrado é natural de Itacaré-BA, mas naturalizado em Ubaitaba-BA. Especializado em Filosofi a pela FACTEPE (Faculdade Dom Valfredo Tepe) em Ilhéus-BA. Membro do Clube do Poeta Sul da Bahia em Itabuna-BA.

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À noite

À noite, quando tudo para,O meu coração dispara,O meu pensamento não para.Relembrando, cada pedaço da nossa história. A saudade logo chega,O tempo passa devagar,O sono vai embora.Por causa da tua falta agora. Então por que desapareces,Fingindo que me esqueces,Sem deixar sinal algum,Se não consigo te esquecer? Então pra que me enlouqueces,Quando em meu sonho aparecesSe não tem mágica, não tem prece,Que te traga para mim?

Ronecson Gomes dos Santos é natural de Iguaí-BA. Cursou o primário em Poções e Iguaí, nesta última concluiu o 1º grau e o ensino médio. Em 2003, na cidade de Vitória da Conquista, ingressou no curso de Administração na Faculdade de Tecnologia e Ciências – FTC. É funcionário público estadual da área de segurança pública.

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Alva poesia

A manhã esconde o mundoE a vida em todas as dimensões.A luz dos faróis busca verOs caminhos do destino. A serra sumiu do horizonte.A paisagem de alvos mantosTenta se descobrir. Véus molhados no verde Vedam ao sol o direito do brilhoE passos lentos sobram no trilhoA levar a alma ao cume da poesia. Aos poucos o sol amoleceA dureza do nevoeiro.Mas longe, nas montanhas,Sobram versos da madrugada. O dia segue seus rumosE a vida sabe de tudo outra vez.Cada estrofe renova a esperançaDe novo poema acontecer amanhã.

Roque Aloisio Weschenfelder, 60 anos, professor de Línguas e Literatura, premiado em meia centena de concursos e integrante de várias antologias. Pu-blica seus textos em sites da internet. Conquistou prêmios com textos ligados à Educação, com monografi as e em concursos de universidades.

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Domingo, dia do que não pode

Paçoquinha, pé-de-moleque, gibiCanjica com coco e amendoimBala, pirulito, maria-moleSe a criança quer, claro que pode

Batata-frita, sanduícheQuibe, empada e bifeRefrigerante, suco ou garapaVamos liberar tudo pra molecada

Sem hora para acordarA qualquer hora pode almoçarO lanchinho pode ser cachorro-quenteDe janta, lasanha bem quente

Antes de dormir, um bom banhoEscovar os dentes sem choroQue tenham bons sonhos ao dormirPois amanhã é segunda, dia de proibir.

Rosana Rezende Telles Vaz Diniz é natural de Volta Redonda-RJ. Comer-ciante, é casada há 19 anos e mãe de três adolescentes. Chefe escoteira e prati-cante de ciclismo, natação e corrida. Artesã e escritora amadora.

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Preconceito...

Tua cor e tua raça valorizam tua nação;teu credo e tua etniavalorizam tua geração;não é a tua cor que te moldanem a tua forma que te modela;o que faz a pessoa é sua índoleninguém é melhor que ninguém;somos todos fi lhos do mesmo paio preconceito é o podre de cada um;alguns que não sabem opinardizem que o diferente vai incomodaro que não gostam e não aceitam pode ser o melhor para o lugarsó que existem pessoas de mente fechadana idade da pedra...mas por que os outros têm que nos aceitar?ninguém é melhor que ninguémsomos feitos de pó e ao pó iremos retornar...

Sandra Tais Amorim é bacharel em Ecologia e especialista em Educação Ambiental. Leciona Informática na educação.

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Batuque

Quero tocar muitos tamboresSei que ecoam todos os ritmos E que não é fantasiaÉ a mais pura magiaNo batuque das ruasQuero festejar a alegria A água banha a areiaO fogo queima a paisagemO vento refresca o corpoA correnteza leva a dor No coração de meu amorIrradia uma luz prateada Beleza que ofusca os olhosVocê nasceu para brilhar Vento, sopre o meu amorTraga para perto de mimPrenda nas correntes da paixão Dure por toda a eternidade O mar banha o meu amorBeleza que brilha nos meus olhos De onde vem toda essa magia?É no som do batuqueSinto você em mim... Saulo Feitoza é paraibano, natural de Campina Grande. É engenheiro me-cânico, com curso de especialização em Segurança do Trabalho. Concluiu o curso de MBA em Gestão de Pessoas pela USP. É funcionário de carreira do Banco do Brasil desde o ano de 1982 e educador da Universidade Corporativa do mesmo banco desde 1999. Tem poesia publicada no IV Prêmio Literá-rio Valdeck Almeida de Jesus 2008. Seu primeiro trabalho literário, “Afl orar”, (2009), é uma obra elaborada em linguagem simples, porém plena de senti-mentos. Blog www.afl orar24x7.blogspot.com

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Moto - Perpétuo

Não quero certezas,Eu quero a dúvida.Não quero respostas,Quero perguntas.Não quero verdades,Quero hipóteses.A inércia mata a busca.A inércia mata.Eu busco.

Silvana Sampaio é professora, contadora de histórias e escritora premiada com o 1º lugar em Literatura Infantil com o livro “Aventuras de Um Vermelho In-quieto”, já em sua 2ª edição. Além de escritos acadêmicos, tem também publi-cado o livro “Roda-Vida”, poemas para crianças e participações com poemas e crônicas em oito Antologias. Desde 2005 ocupa a cadeira 37 da Academia Feminina Espírito Santense de Letras.

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Prêmio Valdeck Almeida de Jesus de Poesia – V edição 2009

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Poeta da poesia

O poeta da poesia explicaO que já parecia defi nitivo.Ele canta e encanta com poucas rimas,Tudo é harmonia na voz, no falar e, quiçá, no olhar.Sei não estar aqui, sei não ser daqui e, no entanto, tão presente,Um rosto que brilha até o tempo do retorno,Quando tudo é renovado na fé.Porque tão marcante, pois sei intocável, distante,Só recebo lampejos de sua voz,Instantes de sua presençaE só isso basta para aumentar a admiração.Só, basta, aumenta.Transforma o que já era belo em algo ainda melhor,É a poesia recontada para tocar o coração,Para ser meio de refl exão de antes e após a ação.A boa ação.Brilhar nas oportunidades, seja assim.E que os raios imaginários de luz,Permaneçam ao seu lado. Sempre.

Silvana Sousa Barros é natural de Bragança-PA. Sempre gostou de ler; no entanto, só agora é que realmente dedicou-se a colocar no papel toda a sua criatividade, escrevendo sobre tudo o que lhe inspira. Tem poesia publicada na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos Vol. 52, da Câmara Brasi-leira de Jovens Escritores.

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Valdeck Almeida de Jesus

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Luta vã

José, por que é tão duro?Por que não morree acende a luz? Amanhã tem festinha, vem?José, não me deixe aqui sozinho.De mãos dadas suportam-se tropeços.Não seja gauche, meu anjo. José, desista dessa luta vãe deixe a bruta fl or romper o asfalto.

Sílvia Nascimento é natural de São José do Rio Preto-SP. Graduada em Letras pela Universidade Estadual Paulista - Unesp, apaixonada por literatura, leitora voraz, trabalha desde 2005 como escrevente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Blog pessoal: www.fi ctamors.blogspot.com

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Prêmio Valdeck Almeida de Jesus de Poesia – V edição 2009

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O nosso amor

Aprecio imensamente os momentosquando juntos estamose, ao lado do abajur sereno,sós e em longos beijos nos entregamos.Porque o nosso amor é assim,puro, belo e realportanto, sem existência de máscaraque, por fi m, possa nos trazer algum mal.E nele seguimos confi andoque a aurora brote sempre!Rendidos aos raios coloridos desse amor,a essa paixão de sublime sabor,livres viveremos eternamente.

Silvio Parise nasceu no Catete, bairro do Rio de Janeiro. Poeta, fi lósofo, compo-sitor, tradutor e missionário cristão. Breve passagem no teatro e cinema. Publicou seis livros poéticos pela Litteris Editora, dois deles em coautoria com sua mãe, a escritora Mainá Medeiros. Participa de mais de 50 Antologias nacionais e interna-cionais, nas quais obteve alguns prêmios como o 9th Brazilian International Press Award com a coletânea “Brava Gente Brasileira em Terras Estrangeiras - Vol. II” (2006). Membro do BEA-UBENY - Brazilian Endowment for the Arts – União Brasileira de Escritores de Nova York. Aprecia a doutrina internacionalista.

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Valdeck Almeida de Jesus

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Estrela d´alma

Assim, do nada, toca o telefoneE quando o desligo Corro abrir a janela Vejo no céu que uma estrela se apagouPara o mundo que diferença fazMenos uma estrela a brilhar?O céu é um mundo agitadoPor cometas, planetas e estrelas cadentesMas na minha janelaNão havia tantas estrelasGostava das que conheciaEram parte da minha vidaMesmo quando adormeciam No colo do sol durante o diaMas agora você se foiE o céu nunca mais será o mesmoUm buraco negro ali se deitouE nenhuma estrela Tomará o seu lugarJamais.

Simone Alves Pedersen é natural de São Caetano do Sul-SP. Formou-se em Direito. Viveu muitos anos na Europa, retornando ao Brasil em 2005. Hoje re-side no interior de São Paulo. Tem vários textos publicados em antologias, na forma de crônicas, contos e poesias. É colunista do jornal “Folha de Vinhedo” e em breve lançará o primeiro livro infantil “A Vila Felina”.

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Quarteto de cordas

Sábado à noite saem pra jantar.Casais comuns...convivem há algum tempo.Muito infelizescomem compulsivossuas amarras, ao ritual dos foles.Os dois, lascivos, partem de mãos dadas.E elas, caladas... adormecem moles.

Terezinha Bertazzi Costa é natural de Lorena-SP. Poeta e dramaturga, está ci-tada no dicionário de escritoras brasileiras Nely Novaes Coelho, consta do site Allabout Arts. É membro do Clube dos Poetas de Campinas e da Academia Campineira de Letras e Artes.

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Saudade

Tua beleza cegou minha sensibilidadee eu que me tornava adultonão sei mais a minha idade pensei ter amado como nuncapensei que amava uma deusa pensei que nunca te deixaria mas humanos não amam deusesou deuses não amam mortaisfi quei a esperar tua voltamas não te tenho mais.

Tiago Andrade Costa Brito é natural de Caculé-BA. Estudante, formando do curso de Farmácia da Universidade Federal da Bahia. Morou em Piripá, Cacu-lé, onde iniciou seus estudos, e Vitória da Conquista, onde concluiu o ensino médio, todas cidades no sertão da Bahia. Já trabalhou como professor, químico e epidemiologista. Reside hoje em Salvador, onde faz sua graduação.

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Somos todos iguais

Dependemos de pai e mãe para sermos concebidos e nascermos e é a mesma chama da vela da vida que se apaga ao morrermos. Por isso, independente de cor, raça, sexo ou destino sexual poder econômico, grau de instrução, defi ciência física ou mental somos todos iguais na carne, no sangue e no pensamento sendo indiferente a cor, a tipagem e o discernimento. Somos todos seres humanos capazes de pensar e prepotentes (infelizmente!) o sufi ciente para discriminar. Deveríamos saber que a pessoa não pode ser tratada como produto de mercado que, fugindo do “padrão de qualidade”, se joga fora ou se deixa de lado. Não deveríamos criar (que tolice!) rótulos ou sistemas de seleção e nos utilizarmos do racismo e do preconceito para fazer segregação. Afi nal (que maravilha!) não é a cor, a raça ou o sexo que determinam a capacidade e nem quaisquer defi ciências que comprovam se a pessoa é efi ciente de verdade. O mundo seria (ainda pode ser!) um paraíso se não massacrássemos quem nos rodeia e não usássemos racismo e preconceito ao decidirmos quem amar e quem odiar.

Valdeci Ambrósio da Costa é natural de Paracatu-MG, mas criada em Cei-lândia-DF. Formada em Pedagogia. Há cinco anos mora no Piauí. Gosta de escrever poesias, geralmente sobre o que lhe emociona, situações que a fazem refl etir a respeito do mundo atual. Não tem poesias publicadas em livros, so-mente em sites literários da Internet.

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Devaneio

O poeta é um sonhador,Que em sonhos encontra felicidade,Pra além da vida e da dorQue lhe oferece a austera realidade.

Toda uma vida ele gera,Tecendo malhas da imaginação,Crendo que assim se apoderaDos mistérios de seu coração.

Mas os sonhos por fi m desaparecem,Apressada ou lentamente fenecem,Tal qual efêmera rosaNum mar de perdidas memórias,Se não houver verso ou prosaPra transformá-los em histórias,Que guardem nas palavras, fantasias,Transformando-as em arte, em poesias.

Valéria Mares Alvares é artista plástica e professora, formada em Belas Artes pela UFMG. Participação nas coletâneas: Segredo - III Concurso Literário “Livro de Graça na Praça”, Mazza, 2009; e Festa Surpresa - Prêmio Literário Cidade de Porto Seguro, da Via Literária, 2009. E na antologia Uma Viagem pra Pasárgada, Litteris Editora, 2009. Menção Honrosa nos concursos; Helena Kolody de Poesia 2009, e Contos do Tejuco 2009.

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Sou Drumundo

Trouxeste a chave? Não sou Drummond, sou DrumundoFico drumondiando por aí, andradiando por aquiNo absurdo do mundo de existir no meio do caminhoNo sentimento do mundo, na máquina do mundo

Vivo drumondiando, ruminando o BoitempoDos ombros que suportam o mundoSou da fi cção rebelada, sou um eu todo retorcidoSou tremor indeciso nas linhas, sou Andrade no dicionárioA eternizar a vida breve em arte... O eco me repete ou me responde?

Na minha coleção de cacos em outro alguém estou nascendoSer um Gauche da vidaNão é fácil nascer de novo, tudo foi previsto e proibidoÉ tudo guerra, Terroramor amorterror amortemorSeria uma rima não seria uma soluçãoTão doce era viver sem alma, a alma desiste, fi nda-se o brinquedo

Chega mais perto e contempla as palavras na goela escancaradaE na consciência do limite, não distingo o vivido e o imaginárioSou um esquecimento que ainda é memória, memória de hiatos e vácuosLeituras! Leituras! Condeno esse Assis a ler a sua obraSua dinamite era verbal, não sai para rever, sai para verBato palmas. Torno a bater. Pá pá pá!

Valéria Victorino Valle é natural de Anápolis-GO. Graduada em Letras, pós-graduada em Literatura Brasileira e Administração Educacional. Professora do Ensino Fundamental, Médio e Superior de Língua Portuguesa. Livros publica-dos: “A viagem” (2005), “Diálogos” (2005), “Retrato 4 X 4: A poesia saltitante” (2009). Coletâneas: “Anápolis Centenária” (2007), “Antologia de poetas brasi-leiros” 54, 55 e 56, “Contos de Outono”, “Minha rua - minha gente”, “Livro de Ouro da Poesia Contemporânea”, “Livro de Ouro do Conto Brasileiro”, “Sen-sualidade em prosa e verso”, “Novos talentos do Conto Brasileiro” (2009).

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Cidinha

Cinco da manhã, Cidinhadeixa a comida pro fi lho no fogão,e na geladeira quase vazia,fi ca também o coração. Sai da favela, pega a conduçãoÔnibus lotado, não passa a mão não!Vai pro trabalho na casa da patroaFaxina, cozinha, lava-passa e passeia com a cachorra. Todo dia é a mesma sina.E calada eu pensocomo pena essa menina! Mas, de noite, não sente mais cansaço,depois que o fi lho lhe dá um abraço.No fi nal do mês vem a missão, de com o mínimo fazer o máximo.

Vanessa Campos Ratton Ferreira é poetisa, jornalista, professora universitá-ria, mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP.

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Lisboa

Lisboa tropical, cheia de encanto e belezaCapital de Portugal, pátria mãeGloriosos os portugueses descobriramUma terra tropical, próspera e bela!De lá vieram lusos e lusosPara a Bahia a construírem SalvadorO pelourinho com sua arquiteturaEm harmonia no centro históricoUm local à semelhança lisboetaOs lusos fi caram à vontadeCom um povo alegre e contagianteOh! Caso grande, mudanças econômicasOh! Uns brasileiros descobriram LisboaOh! Vibram em lisboeta como no PelourinhoQue os deuses protejam nossos irmãosDaqui enalteço meu amor por Lisboa

Varenka de Fátima Araújo nasceu na década de 50, formada em Direção Teatral pela Universidade Federal da Bahia, cursou licenciatura em Desenho na Escola de Belas Artes da UFBA. É fi gurinista da Escola de Teatro da UFBA. Professora de teatro na Bahia e, em 1984, no Panamá. Participou dos livros “Ecos Machadianos”, “Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus”, “Antolo-gia Delicatta IV” e “Poeta, Mostra Tua Cara”. Colabora com a revista Artpoe-sia e com a minirrevista Contando e Poetizando, de Marcos Toledo.

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Falar ou Calar?

Fala, para reivindicares os teus direitos,mas não discutas, e assume os teus erros e defeitos.Fala com os animais, eles entendem,mas não te abras com as pessoas que te vendem.Fala, para transmitires os teus conhecimentos à futura geração,mas não abras a boca se só tens palavras de partir o coração.Fala o que, para ti, são grandes valores,mas tem muito cuidado com os enredadores.Fala com alguém, para pedires ajuda,mas não escolhas uma linguaruda.Fala ao verdadeiro amigo, sem medo,mas nunca reveles um seu segredo.Sonha, pensa e espera, se não podes falar,mas tira do pensamento tudo o que possa alguém tramar.Fala, se estás com paixão, caridade e energias positivas,mas cala-te e medita, se estás com ideias ofensivas.Fala, se arriscas exprimir aquele sentimento inarticulável a que chamamos amor, mas não respondas ao insultor, pois esta é a arte de ser sempre superior.

Virgínia Marília Candeias Santos Mareco, 26 anos; médica; distinções na V Edi-ção dos Jogos Florais do Concelho de Alvito, nos VI Jogos Florais da Alma Alente-jana, no XVIII Concurso Nacional de Poesia da ALAP/2007, nos 37º Jogos Florais Internacionais de Nossa Senhora do Carmo, Fuseta, no 12º Concurso Internacio-nal de Quadras Natalícias/2007, do Sport Lisboa e Fuzeta, nos XVII Jogos Flo-rais de Outono do Concelho de Monforte, no V Concurso Nacional de Trova da ALAP/2009, no XX Concurso de Poesia da ALAP, no Concurso de Poesia FESB/Scortecci 2007 e na antologia “Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus” 2008.

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Soneto da chuva

Céu negro, tétrico, sem lua.Noite sombria, embaçada, chuvosa.Vida lânguida, mórbida, escabrosa.Devido à falta da companhia tua. Olho da janela a solitária rua.Lembro de tua face lívida, formosa. Tua candidez fulgente, radiosa.Que dissipa e dispersa a treva crua.

Vem! Porque desejo ter-te aqui presente.Não me importa se a lua foi embora,Pois, sei que és minha estrela cadente, Eu sei que és o raiar de nova aurora.Amemo-nos de forma bem ardente,Porque a noite é fria e a chuva cai lá fora.

Wellington Lima é natural de Santa Izabel do Pará-PA. É poeta, cronista e editor do Jornal dos Seminaristas. Seu primeiro trabalho foi escrito em 2001, quando o autor tinha apenas 15 anos. Hoje o poeta conta com quatro livros de poesias e um de crônicas. Mora em São Paulo, onde está trabalhando na sua nova obra.

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V Prêmio Literário Valdeck

Almeida de Jesus: Poesia

1 - O Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus visa estimular novas produções literárias na modalidade Poesia e é dirigido a candi-datos de qualquer nacionalidade, residentes no Brasil ou no exterior, desde que seus trabalhos sejam escritos em língua portuguesa.

Inscrição.:2.1 - As inscrições estão abertas até 30 de novembro de cada ano

(acompanhada de CD ou disquete com o material inscrito), através dos correios, no seguinte endereço:

Prêmio Literário Valdeck Almeida de JesusRua Sargento Camargo, 95-A, São CaetanoCEP 40391-152 - Salvador/BA

Ou via e-mail para: [email protected]

2.2 – As inscrições que não vierem com todos os arquivos (poesia, minibiografi a, endereço completo, com CEP) serão automaticamente desclassifi cadas. Serão desclassifi cadas, também, as inscrições via e-

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mail, cujos arquivos anexados não vierem numa versão mais recente do Word.

3 - A inscrição se dá com o envio de 01 (um) poema, inédito ou não, com até 20 (vinte) linhas, versando sobre qualquer tema, e mais 5 (cinco) linhas de biografi a. O autor pode enviar mais de uma poesia, mas apenas uma poderá ser selecionada. Cada autor responderá peran-te a lei por plágio, cópia indevida ou outro crime relacionado ao direito autoral. Não será selecionada nenhuma poesia que faça apologia ao uso de drogas, com conteúdo racista, preconceituoso, faça propaganda política ou contenha intolerância religiosa ou de culto.

3.1 - O simples ato de se inscrever implica na concordância do autor/escritor em ceder os direitos autorais de seu poema, apenas para a primeira edição do livro. O autor que desejar adquirir exemplares do livro deverá fazê-lo diretamente com a editora ou com o organizador do prêmio. A critério da organização do evento, os autores selecionados poderão receber um exemplar do livro.

3.2 - A comprovação da data de postagem validará a inscrição, que deverá vir acompanhada dos seguintes dados do autor/escritor: nome completo, endereço completo com CEP, número de RG e de CPF, telefone de contato com código DDD, e-mail, nome da obra e pequena biografi a.

Seleção.:4 - Os poemas selecionados serão publicados na antologia.

Premiação.:5 - A premiação é a publicação do poema selecionado, cujo re-

sultado será divulgado em até três meses após o encerramento das ins-crições.

6 - Os casos omissos serão decididos soberanamente pela equipe promotora.

PROJETO PUBLICADO NO SITE DO PNLL DO MINISTÉRIO DA CULTURA

Lançamento Ofi cial da I Antologia: Bienal do Livro da Bahia, em abril/2007. A segunda antologia foi lançada no III Corredor Literário

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Prêmio Valdeck Almeida de Jesus de Poesia – V edição 2009

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da Paulista, em outubro/2007. A terceira edição foi lançada durante a 20ª Bienal do Livro de São Paulo e na 3ª Feira do Livro de Sergipe, em 2008 e será lançada na 9ª Bienal do Livro da Bahia; a 4ª edição será lançada na Bienal do Livro do Rio de Janeiro, em setembro de 2009.

MAIS INFORMAÇÕES:

Valdeck Almeida de Jesus Tel: (71) 8805-4708E-mail: [email protected] do organizador: www.galinhapulando.com

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Sobre o Organizador

VALDECK ALMEIDA DE JESUS é jornalista, escritor, poeta e funcioná-rio público federal. Nasceu a 15 de fevereiro de 1966 em Jequié/BA, onde viveu até aos seis anos de idade, quando foi residir na Fazenda Turmalina (região de Itagibá/BA), onde continuou a estudar em escola pública até os 12 anos de idade. Aluno exemplar retornou a Jequié/Ba para se matricular na 5ª série do primeiro grau, em escola pública. Ingressou nas Faculdades de Enfermagem e de Letras, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia em 1990; na Faculdade de Turismo, na Faculdade São Salvador, não concluindo os cursos. Reside em Salvador, desde fevereiro de 1993. Atualmente faz o curso de Jornalismo na Faculdade Social da Bahia.

Na capital, fez cursos de informática, teatro, relações humanas e fotografi a. Fez, ainda, curso de espanl durante dois meses em Madri (Espanha), Santa Elena de Uairen (Venezuela), Puerto Iguazu (Argen-tina), Ciudad del Este (Paraguay) e La Habana (Cuba) e de inglês por três anos em Salvador, complementado por curso intensivo de três me-ses em Nova York, Estados Unidos.

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Prêmios Literários:

Menção Honrosa em 1989 no 1° Concurso Nacional de Poesia, promo-vido pelo Instituto Internacional da Poesia, de Porto Alegre/RS

Menção Honrosa no Concurso Literário Oswald de Andrade, promo-vido pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, em 1990, na cidade de Jequié/BA

Classifi cação no concurso literário Bahia de Todas as Letras, promovi-do pela Universidade Estadual de Santa Cruz, em Ilhéus/Ba, no ano de 2007, com o conto “Eu e o Word”, com nota 7 (sete)

Classifi cação no concurso literário realizado pelo Sindicato dos Traba-lhadores no Poder Judiciário Federal da Bahia, com a crônica “Alice”, no ano de 2007, em Salvador/BA

Destaque no XII Concurso de Poesias, Contos e Crônicas realizado em 2007 pela ALPAS XXI, em Cruz Alta/RS com o texto “Minha paixão por livros”.

Prêmio Luiz Mott de Cidadania 2008, pelo conjunto da obra, pela de-fesa dos direitos humanos e dos homossexuais, em indicação feita pelo Glich – Grupo Liberdade, Igualdade e Cidadania Homossexual, de Feira de Santana/BA.

Medalha de agradecimento e homenagem por incentivar a leitura. Ou-torgante: Biblioteca Comunitária do Calabar e Avante – Educação e Mobilização Social. Premiação: agosto de 2009.

Medalha Hermano Gouveia Neto, por incentivo a leitura, no proje-to Resgatando a Seliba 2009. Outorgante: Colégio Cecília, de Simões Filho-Ba.

Participa das antologias:

“Poetas Brasileiros de Hoje –1984”, Shogun Arte, Rio de Janeiro, 1984;

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Prêmio Valdeck Almeida de Jesus de Poesia – V edição 2009

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“Transcendental”, publicado em Salvador em 1996, pela Editora Grá-fi ca da Bahia;

“II Antologia Cultural: 500 Anos de Língua Portuguesa no Brasil”, Clu-be de Letras, Barra Bonita/SP, 2005;

“Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos 14º volume”, Câma-ra Brasileira de Jovens Escritores, Rio de Janeiro, 2005;

“Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos 15º volume”, Câma-ra Brasileira de Jovens Escritores, Rio de Janeiro, 2005;

“Letras Libertas – Contos, Crônicas e Poesias – Vol 2”, Ilha das Letras, Santa Catarina, 2005;

“XV Concurso Internacional Literário de Verão”, Agiraldo, São Paulo, 2005;

“Palavras que Falam”, Scortecci, São Paulo, 2005;

“Todas as Formas de Amar”, Casa do Novo Autor, São Paulo, 2005;

“O Amor na Literatura”, São Paulo, Casa do Novo Autor, 2005;

“Livro de Ouro da Poesia Brasileira Contemporânea”, Câmara Brasilei-ra do Jovem Escritor, Rio de Janeiro, 2005;

“VII Antologia Nau Literária”, Komedi, São Paulo, 2005;

“Ensaios Poéticos”, Academia Virtual Brasileira de Letras, 2005;

“Poetry Vibes”, Poetry Vibes, Ohio, USA, 2005;

“Ação e Reação. Pequenos Contos”, AVBL, São Paulo, 2005 (livro ele-trônico);

“Ensaio Poético. Natureza. Vida”, AVBL, São Paulo, 2005 (livro ele-trônico);

“Meu País é Este”, AVBL, São Paulo, 2005 (livro eletrônico);

“20 Anos de Poesia – Caderno 32”, Ofi cina, Rio de Janeiro, 2005;

“Pérgula Literária – VII”, EVSA, Rio de Janeiro, 2005;

“Sangue, Suor e Lágrimas”, Arnaldo Giraldo, São Paulo, 2006;

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Valdeck Almeida de Jesus

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“Palavras Libertas”, Roma, Uberlândia/MG, 2007;

“Amor, Sublime Amor”, Litteris, Rio de Janeiro, 2006;

“XI Coletânea Komedi”, Komedi, Campinas, 2007;

“Letras Intimistas”, aBrace, Montevidéu (Uruguay), 2007;

“Primavera de 2006 – Inverno de 2007”, Via Litterarum e Editus (UESC), Itabuna/Ilhéus, 2007;

“Retratos Urbanos”, Andross, São Paulo, 2008.

“Poemas e Outros Encantos: nova coletânea”, Edir Barbosa Editor, Tei-xeiras/MG, 2008.

“Elo de Palavras”, Scortecci, São Paulo, 2008.

“Poesia do Brasil – volume 8”, Proyecto Cultural Sur – Brasil. Grafi te, Porto Alegre, 2008.

“Coletânea dos 44 melhores poemas de 2008”, 2º Concurso de poesia ABRACI. IMOS, Rio de Janeiro, 2008.

“Antologia Del Secchi – volume XVIII”. Org. Roberto de Castro Del’Secchi. DELSECCHI Editora, Rio de Janeiro, 2008.

“Livro de Todos: o mistério do texto roubado”, coordenação Imprensa Ofi cial, São Paulo, 2008.

“Salvador: 460 anos de poesia”. Organizador Roberto Leal – Omnira, Salvador/BA, 2008.

“Poetas Del Mundo em Poesias”, Volume I, Gibim, Campo Grande (MS), 2008.

“Universo Paulistano. Contos, Crônicas e Poemas de Uma Cidade que Nunca Dorme”, Organizadores Edson Rossato e Carlos Francisco de Morais, Andross, São Paulo, 2009.

“XIII Coletânea Komedi”. Komedi, Campinas-SP, 2009.

“Contos e Crônicas para Viagem”, Bruno Resende e Edir Barbosa (orgs.), Viçosa, Edir Editora, Minas Gerais, 2009.

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Prêmio Valdeck Almeida de Jesus de Poesia – V edição 2009

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“O que é que a Bahia tem”, Litteris, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009.

“Comendadores da Ordem do Dragão Dourado – Antologia Poética”, Real Academia de Letras, Porto Alegre, 2009.

“Ecos Machadianos”, Bureau Gráfi ca e Editora, Salvador, 2009.

“Latinidade poética”, All Print Editora, São Paulo, 2009.

“IV Coletânea – Poesia, Crônica e Conto 2009”, Tecnicópias, Canoas (RS), 2009.

“Vozes de Aço – IV Antologia Poética de Diversos Autores”, Volta Re-donda (RJ), PoeArt Editora, 2009.

“Antologia Alma Brasileira”, Folha da Baixada, Praia Grande-SP, 2009.

“Contos, Crônicas e Artigos”, Fundação Omnira, Salvador-Ba, 2009.

“Antologia Cidade Literária”, L&A Editores, Belém-PA, 2009.

“Projeto Literário Delicata IV – Poesias, Contos, Crônicas”, Scortecci, São Paulo, 2009.

Livros publicados de forma independente:

“Heartache Poems. A Brazilian Gay Man Coming Out from the Clo-set”, iUniverse, New York, USA, 2004; Este livro reúne poesias de desa-bafo, muitas delas dedicadas a mulheres, quando na verdade o escritor falava de seus amores secretos, namorados homens.

“Feitiço Contra o Feiticeiro”, Scortecci, São Paulo, 2005; Livro de po-esias.

“Memorial do Inferno. A Saga da Família Almeida no Jardim do Éden”, Scortecci, São Paulo, 2005; Conta a história da família do escritor Val-deck Almeida de Jesus, que enfrentou a fome e a miséria por mais de vinte anos e venceu. 100% da renda do livro foi doada às Obras Sociais Irmã Dulce.

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Valdeck Almeida de Jesus

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“Memorial do Inferno. A Saga da Família Almeida no Jardim do Éden”, Giz, São Paulo, 2007; 20% da renda do livro foi doada às Obras Sociais Irmã Dulce.

Editor da “1ª Antologia Poética Valdeck Almeida de Jesus”, Casa do Novo Autor, São Paulo, 2006;

“Jamais Esquecerei do Brother Jean Wyllys”, Casa do Novo Autor, São Paulo, 2005;

“Poemas Que Falam”, Casa no Novo Autor, São Paulo, 2007.

“Valdeck é Prosa, Vanise é Poesia”, Câmara Brasileira do Jovem Escri-tor, Rio de Janeiro, 2007.

Editor da “2ª Antologia Poética Valdeck Almeida de Jesus”, Casa do Novo Autor, São Paulo, 2007;

“30 Anos de Poesia”, Câmara Brasileira do Jovem Escritor, Rio de Ja-neiro, 2008;

Editor da “3ª Antologia Poética Valdeck Almeida de Jesus”, Giz Edito-rial, São Paulo, 2008.

“Memories from Brazilian Hell: The Saga of Almeida Family in the Garden of Éden”, iUniverse, Nova York (USA), 2008.

“Poemas de amor e outros temas”, Blurb, Nova York (USA), 2009.

“Armadilha – a verdadeira poesia brasileira”, Clube de Autores, São Paulo, 2009.

“30 Anos de Poesia”, Virtual Books, Pará de Minas-MG, 2009;

“Minha alma nua” (Série Notáveis Poetas Brasileiros), Real Academia de Letras, Porto Alegre-RS, 2009.

Editor da “4ª Antologia Poética Valdeck Almeida de Jesus”, Giz Edito-rial, São Paulo, 2009.

Editor do “Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus de Contos LGBTs”, em 2010.

Editor do livro “Abre a Boca Calabar”, resultado de um concurso de po-

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esias com crianças da comunidade Calabar, ex-quilombo, em Salvador-BA, em janeiro de 2010.

Editor da “Antologia do Amor”, que reúne poetas do Brasil, Estados Unidos e China, em janeiro de 2010.

Trabalhos Diversos

Expositor, como escritor independente, na Bienal do Livro da Bahia, em 2005, 2007 e 2009.

Expositor no III Corredor Literário da Paulista, de 09 a 14 de outubro de 2007, em São Paulo/SP

Participação no V Fórum Social Mundial, em Porto Alegre/RS, de 26 a 31 de janeiro de 2005; Palestrante, expositor e promotor de mesas de debate sobre literatura baiana, leitura e mercado editorial durante o Forum Social Mundial Temático da Bahia, de 28 a 31 de janeiro de 2010.

Participação, como organizador da Mostra de Arte e Cultura, no II Congresso Estadual do Sindjufe-BA, de 01 a 03.06.2007, no Hotel Sol Bahia Atlântico, em Salvador/BA

Tem poemas publicados nos jornais de grande circulação da capital e do interior do estado da Bahia, além de jornais de Brasília/DF; Colabo-rador, desde 1985, do jornal A PROSA, de Brasília/DF.

Colaborador da revista cultural Art’Poesia, de Salvador, editada por Car-los Alberto Barreto, que publica poemas de autores do mundo inteiro.

Palestra na ONG Vento em Popa, no bairro Jardim Gaivotas, em São Paulo, em 2007, com o tema “Motivação através da leitura”.

Colunista dos sites www.zonamix.com.br, www.radarmix.com e www.portalvilas.com.br, desde março de 2006. Nestes e em outros sites, o escritor colabora sempre com matérias ligadas a cultura, literatura, arte, preconceito, discriminação e assuntos relacionados aos LGBT’s.

Verbete do “Dicionário de Escritores Baianos”, Secretaria de Cultura e Turismo, Salvador, 2006.

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Valdeck Almeida de Jesus

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Membro da Federação Canadense de Poetas desde 2004.

Membro da Associação Artes e Letras (França) desde 2005.

Membro da União Brasileira de Escritores – UBE, desde março de 2006.

Em 1987 participou da Diretoria Regional do Partido Comunista do Brasil e da União da Juventude Socialista – UJS, em Jequié/BA. Eleito o primeiro diretor de imprensa do Grêmio Estudantil Dinaelza Coquei-ro, do Instituto de Educação Régis Pacheco, fundou o jornal Jornada Estudantil.

Fundador do fã-clube do Jean Wyllys (www.jeanwyllys.com). Seu site profi ssional é www.galinhapulando.com

O site Galinha Pulando apóia todos os eventos e movimentos de afi r-mação da cidadania, contra o racismo e, principalmente, contra a ho-mofobia.

Colaborador do Café Literário de Camaçari/BA, evento realizado pela coordenação do PROLER – vários anos.

Participação na Feira do Livro Internacional de Paraty (FLIP), 2008.

Lançamento de três livros na Bienal Internacional de São Paulo, 2008.

Verbete no “Dicionário Biobibliográfi co de Escritores Brasileiros”, Casa do Novo Autor, São Paulo, 2009.

Membro Correspondente da Academia de Letras de Jequié.

Participante da “Mostra Poética: Cores das Letras no Brasil”, realizado como atividade paralela do 4° Encontro Açoriano da Lusofonia, um dos mais expressivos eventos internacionais de fortalecimento da língua portuguesa no mundo, promovido pela Sociedade dos Poetas Advoga-dos de Santa Catarina – SPA/SC, de 31 de março a 04 de abril de 2009, na Biblioteca da Escola Secundária de Lagoa, Açores, Portugal.

Palestra e ofi cina de poesias na Biblioteca Comunitária do Calabar, bairro remanescente de quilombo, em Salvador/BA

Cônsul Honorífi co da Real Academia de Letras, Ordem da Confraria dos Poetas.

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Prêmio Valdeck Almeida de Jesus de Poesia – V edição 2009

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Prefaciou os livros “Eu sou todo poema”, de Leandro de Assis; “Sonhos”, de Antonio Fagundes; “O homem que virou cerveja”, de Silas Correa; “Diário de Rafi nha: as duas faces de um amor”, de Léo Dragone; apre-sentou o livro “Brincando de poesia”, de Adalberto Caldas Marques.

Participa do projeto “Fala Escritor”, idealizado pelo poeta Leandro de Assis, apresentado todo segundo sábado de cada mês no espaço Castro Alves, em um shopping de Salvador.

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Esta obra foi composta em fonte Electra LT Std 11,5/14,4e impressa em papel Cartão Supremo 250 g/m2 [capa]

e em papel Alta Alvura 75 g/m2 [miolo].

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