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PROBLEMAS OCASIONADOS PELA ENCHENTE DE DEZEMBRO DE 2008 EM
PONTE NOVA – MG
Eixo Temático: Clima e Planejamento Urbano/Rural Leonardo Alves de Oliveira Silva – Departamento de Geografia – Universidade Federal de Viçosa - [email protected] Edson Soares Fialho – Departamento de Geografia – Universidade Federal de Viçosa – [email protected] Resumo
O município de Ponte Nova, localizado na Zona da Mata de Minas Gerais, apresenta uma população de
55.687 habitantes, temperatura média anual de 21,0ºC e pluviosidade média anual de 1.300 mm. Mas, apesar do total anual não ser tão elevado, o caráter continental das chuvas favorece uma significativa concentração na primavera e no verão (com cerca de 65% das chuvas anuais). Este comportamento anual explica a rotina das enchentes na área urbana de Ponte Nova, que é atravessada pelo rio Piranga, um dos formadores do rio Doce. A enchente do dia 17 de dezembro de 2008 entrou pra história como sendo uma das mais fortes que já atingiram Ponte Nova. Essa enchente foi conseqüência de chuvas contínuas e elevadas associadas ao assoreamento da calha do rio, problema esse que é agravado por práticas agrícolas inadequadas. Pensando nisso, o trabalho visa tratar especificamente da enchente ocorrida em dezembro de 2008, através da análise pluviométrica e fluviométrica na cidade de Ponte Nova e na região do Médio Rio Piranga. Procurou-se também, abordar as causas e conseqüências dos problemas existentes no leito e nas margens do referido rio, dentre eles o assoreamento, a impermeabilização do solo na área urbana e os danos causados pela enchente em Ponte Nova. Para isso foram usados dados hidrometeorológicos coletados através de consulta às páginas eletrônicas da CPRM, ANA, IGAM e INPE. Além disso, foram aplicados roteiros de entrevista aos moradores e comerciantes, complementando com um registro fotográfico das principais áreas atingidas. As fortes chuvas que caíram sobre a bacia do rio Piranga entre os dias 12 e 18 de dezembro de 2008 decorreram da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) que estava atuando sobre Minas Gerais nesse período. Essas chuvas causaram uma cheia no rio Piranga, atingindo vários municípios, dentre eles Ponte Nova, onde as águas danificaram pontes, vias e prédios.
Palavras-chave: Enchente, chuvas, área urbana. Abstract The city of Ponte Nova, , located in Zona da Mata de Minas Gerais, presents a population of 55.687 inhabitants, annual average temperature of 21ºC and annual average rainfall of 1.300 mm. Although the annual total not to be raised, the continental character of rains favors a meaningful concentration in the spring and the summer (with about 65% of annual rains). This annual behavior explains the routine of floods in the urban area of Ponte Nova that is crossed by the Piranga River, one of the river that forms Doce River. The flood on December 17th of 2008 went down in history as being one of the strongest that had already reached Ponte Nova. This flood was consequence of continual and raised rains associated with the gutter of the river’s sitting that is made worse by inadequate agriculturists practical. By thinking about this, this work aims at the occurred flood in December of 2008, through the pluviometrical and fluviometrical analysis in the city of Ponte Nova and the region of Médio Piranga. This work intends to approach the causes and consequences of the existing problems in the stream bed and the edges of the related river, amongst them the sitting, the waterproofing of the ground in ploughs urban and the actual damages for the flood in New Bridge. For this result, hydrometeorological data was collected by electronic searches in pages of CPRM, ANA, IGAM and INPE. Moreover, scripts had been applied, interview to the inhabitants and traders, complementing with a photographic register of the main reached areas. Strong rains that had fallen on the basin of the Piranga River among days 12th and 19th of December of 2008 were resulted of the Zone of Convergence of the South Atlantic (ZCAS) that was acting on Minas Gerais in this rainy period. It had caused a full one in Piranga River, reaching some cities, amongst them Ponte Nova, where the waters damaged bridges, ways and building. Key words: Flood, rains, urban area.
Introdução
O município de Ponte Nova, localizado na Zona da Mata de Minas Gerais (figura 1), apresenta
uma população de 55.687 habitantes, temperatura média anual de 21,0ºC e pluviosidade média anual
de 1.300 mm. Mas, apesar do total anual não ser tão elevado, o caráter continental das chuvas favorece
uma significativa concentração na primavera e no verão (com cerca de 65% das chuvas anuais). Este
comportamento anual explica a rotina das enchentes na área urbana de Ponte Nova, que é atravessada
pelo rio Piranga, um dos formadores do rio Doce. Dessa forma, tanto o centro quanto alguns bairros da
cidade costumam ser atingidos pelas inundações, que causam inúmeros prejuízos e comprometem a
saúde e a integridade física das pessoas.
Figura 1: Mapa de localização do município de Ponte Nova. A enchente do dia 17 de dezembro de 2008 entrou pra história como sendo uma das mais fortes
que já atingiram Ponte Nova, comparando-se com as enchentes de 1979 e 1997 que também foram
muito violentas. As enchentes são comuns na bacia do rio Doce, principalmente no rio Piranga que
anualmente costuma subir e inundar as cidades localizadas às suas margens. Isso acontece devido aos
fortes impactos pluviais que atingem a bacia na primavera/verão, especialmente o sul desta, onde
encontram-se as nascentes de cabeceira e onde a ação orográfica favorece a ocorrência de fortes
chuvas. De acordo com alguns moradores de Ponte Nova, as usinas hidrelétricas da Brecha e do Brito,
pertencentes à uma siderúrgica de alumínio, e respectivamente localizadas nos municípios de
Guaraciaba - MG e Ponte Nova, são responsáveis pelo aumento da freqüência e da intensidade das
enchentes. No entanto, tais usinas são Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH’s), que não apresentam
grandes lagos para a geração de energia e consequentemente não acumulam grandes quantidades de
sedimentos, portanto há controvérsias se elas realmente agravam ou não as enchentes.
A bacia do rio Doce conta com um sistema de alerta contra enchentes, que é operado em
conjunto pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Agência Nacional de Águas (ANA) e Instituto
Mineiro de Gestão das Águas (IGAM). O Sistema de Alerta Contra Enchentes da Bacia do Rio Doce
coleta e analisa dados hidrometeorológicos e transmite as informações para a Defesa Civil, Corpo de
Bombeiros, Polícia Militar e Prefeituras de 15 municípios localizados às margens dos rios Piranga,
Piracicaba e Doce. Essa iniciativa foi tomada depois da enchente de 1997 que afetou vários municípios
seriamente, dentre eles Ponte Nova, e o seu principal objetivo é evitar as perdas humanas.
As enchentes, inundações e os escorregamentos são os principais desastres naturais que
acontecem no Brasil, portanto merecem atenção especial tanto por parte dos pesquisadores quanto do
poder público em todas as suas instâncias. Em 2008, as enchentes e inundações fizeram várias vítimas
nos estados de Santa Catarina, Minas Gerais e Rio de Janeiro, deixando ainda arrasada a infra-
estrutura de muitos municípios desses estados. Pensando nisso, o trabalho visa tratar especificamente
da enchente ocorrida em dezembro de 2008, através da análise pluviométrica e fluviométrica na cidade
de Ponte Nova e na região do Médio Rio Piranga. Procurou-se também, abordar as causas e
conseqüências dos problemas existentes no leito do referido rio, dentre eles o assoreamento, o padrão
meandrante e os danos causados pela enchente em Ponte Nova.
Material e Método
Os dados hidrometeorológicos foram obtidos através de consulta às páginas eletrônicas da
CPRM, ANA, IGAM e INPE. Tais dados coletados foram: total de chuva diária (mm) da Estação
Meteorológica de Viçosa - MG, que dista 55 km de Ponte Nova e é a mais próxima da área de estudo;
total de chuva diária (mm) do município de Piranga, medido pela Companhia de Água e Saneamento
de Minas Gerais (COPASA); a altura (cm) do rio obtida através do cotagrama da Estação
Fluviométrica de Ponte Nova e a altura (cm) do rio no município de Piranga. A Estação Fluviométrica
de Ponte Nova realiza medições a cada duas horas, no entanto, não foi possível colocar todas, pois não
caberia no gráfico. Então tomou-se como significativas as cotas de 12:00h e 18:00h. A cota
fluviométrica do rio no município de Piranga, também é medida pela COPASA, sendo duas cotas
diárias, que são as de 7:00h e 17:00h. Também foram analisados os deslocamentos de massas de ar
referentes ao mês de dezembro de 2008, através de cartas sinóticas disponíveis na página eletrônica da
Marinha Brasileira, tendo por finalidade compreender os mecanismos responsáveis pelos fortes
impactos pluviais.
Todos esses dados foram analisados e relacionados com as características estruturais
identificadas no leito do rio Piranga, fornecendo assim, resultados que levaram à compreensão da
enchente e conseqüente inundação que atingiu Ponte Nova. Para constatar os danos ocorridos, usou-se
da percepção dos habitantes da cidade, através da utilização de roteiro de entrevista (anexo 1) e
registro fotográfico, realizados nos bairros Copacabana, Vila Centenário e Centro de Ponte Nova no
dia 18 de abril de 2009.
Resultados e Discussões Ao longo do mês de dezembro houve apenas duas frentes frias (segunda e oitava) vindas da
Argentina que atingiram território brasileiro. Os demais sistemas frontais identificados pelo Grupo de
Previsão de Tempo (GPT) do CPTEC passaram principalmente pelo oceano, afetando apenas o
sudeste da Província de Buenos Aires, ou tiveram características subtropicais formando-se
principalmente no oceano e sem provocar declínios significativos de temperatura. No dia 1 às 00Z
formou-se o primeiro sistema frontal do mês devido a uma onda frontal subtropical no sul do RS. Este
sistema adquiriu característica polar com fraco gradiente de temperatura na análise da 00z do dia 2.
Entre o final do dia 3 e a manhã do dia 4 este sistema passou por SP provocando queda de
temperatura. No decorrer do dia 3 este sistema volta a ter o reforço apenas do JST. Esta onda frontal
teve trajetória mais oceânica chegando até Ilhéus, no litoral da BA. Pelo interior este sistema chegou a
Campo Grande no dia 3. Este sistema frontal provocou chuva em parte do Sul do Brasil, inclusive,
pancada de chuva em SC, onde voltou a causar desabamentos e transtornos nas áreas atingidas pelas
últimas enchentes. Esta frente ganhou característica subtropical e ficou com um ramo estacionário
sobre o Atlântico nas proximidades do sul da BA no dia 6/12 (12Z).
Entre os dias 1 e 2, uma intensa zona de convergência de umidade (ZCOU) associada à
difluência na alta troposfera garantiu a grande quantidade de nuvens entre o norte da Região Sudeste,
BA, grande parte do PI e do MA, centro-norte da Região Centro-Oeste e em grande parte da Região
Norte. Em algumas áreas, houve acumulado significativo e chuva forte. No final do dia 3 forma-se a
ZCAS (Zona de Convergência do Atlântico Sul). Este sistema manteve forte atividade convectiva no
norte do ES, boa parte da BA, SE, norte, noroeste e nordeste de MG, norte de GO, sul do PI e do MA e
em boa parte do Norte do Brasil. Em algumas localidades as chuvas ultrapassaram os 100 mm
(Arinos-MG). Este sistema foi reforçado pela frente fria que chegou ao litoral da BA. A ZCAS
desconfigurou-se no início do dia 7, mesmo assim, podia-se verificar uma faixa de nebulosidade em
direção ao continente. Esta faixa foi mantida pelo sistema frontal estacionário no oceano.
Na tarde/noite do dia 2 o deslocamento de cavados na média e alta troposfera, difluência em
altitude e a condição termodinâmica favoreceram a ocorrência de chuvas fortes em grande parte do
Estado de SP, Sul de MG e parte do sul do RJ. Na capital paulista, a chuva causou alagamento,
engarrafamentos e muito transtorno à população. No dia 7, áreas de baixa pressão no noroeste e norte
da Argentina, o Jato de Baixos Níveis (JBN) e o deslocamento de cavados na média e alta troposfera
favoreceram a convergência de umidade e massa e a instabilidade entre o Paraguai e o centro-norte da
Argentina. Esta condição se reforçou entre os dias 8 e 9 quando se verificaram núcleos convectivos
significativos atuando no centro-norte e nordeste da Argentina, Paraguai, extremo sul da Bolívia,
Uruguai e parte do Sul do Brasil. No início do dia 8 nota-se uma frente fria (segundo sistema) atuando
na altura da Bahía Blanca, Argentina. Este sistema atuou rapidamente na faixa litorânea atingindo Mar
Del Plata deslocando-se em seguida para o Atlântico, no entanto, ele contribuiu para aumentar a
instabilidade entre a Província de Buenos Aires, Uruguai e oceano adjacente entre os dias 8 e 9.
No final do dia 11 formou-se uma onda frontal subtropical (terceiro sistema) sobre o Atlântico,
a leste de SP, que voltou a instabilizar e provocar chuva sobre boa parte do Estado paulista. Este
sistema deslocou-se rapidamente para norte posicionando-se a leste do Estado do RJ. Após o
deslocamento deste sistema verificaram-se chuvas associadas à circulação de leste, principalmente na
faixa litorânea do Estado Paulista e Fluminense. A onda frontal, citada anteriormente, ajudou a
intensificar a convergência de umidade entre o Sudeste, Centro-Oeste e o Norte do Brasil dando
origem a mais um episódio de ZCAS no dia 12. Este evento de ZCAS foi mais intenso e o primeiro
com característica mais clássica. Este sistema provocou chuva intensa e acumulado significativo nos
Estados destas Regiões entre o final da sexta (12/12) e, pelo menos, até a quarta-feira (17/12) (figuras
2, 3, 4, 5, 6 e 7). Em algumas cidades do Sudeste e do Norte os acumulados superaram os 100 mm
(Lábrea - AM e Conceição do Mato Dentro - MG). A ZCAS continua atuando causando chuvas
significativas entre MT, GO, interior de MG (onde houve inundações) e RJ (deslizamentos).
Figura 2: Carta sinótica referente à 13/12/08. Figura 3: Carta sinótica referente à 14/12/08.
Figura 4: Carta sinótica referente à 15/12/08. Figura 5: Carta sinótica referente à 16/12/08.
Figura 6: Carta sinótica referente à 17/12/08. Figura 7: Carta sinótica referente à 18/12/08.
O Vórtice Ciclônico que atuou no dia 15 entre o nordeste do RS, centro-leste de SC e do PR,
causou a advecção de vorticidade ciclônica a nordeste deste, aprofundando na coluna atmosférica e
dando origem a um novo ciclone subtropical, associado a uma onda frontal subtropical (quarto
sistema) a sudeste do RJ no dia 16, reforçando a atuação da ZCAS. Este evento foi bastante
significativo e causou inundações, deslizamentos de terra, prejuízos e mais de 12 mortes na Região
Sudeste, principalmente em MG onde as áreas mais atingidas pelas chuvas foram a Zona da Mata e o
centro-oeste Mineiro. Este evento se desconfigurou na manhã do dia 21, porém, até o final do dia 22
esteve presente sobre o interior do país uma área de convergência de umidade (ZCOU) que associada
ao aquecimento diurno e a difluência em altitude continuou provocando chuva nestas áreas.
O Vórtice Ciclônico (VC) que se formou durante o dia 15 na troposfera média sobre o Sul do
Brasil teve associado um núcleo frio cujas temperaturas variavam de -7°C a -14ºC durante seu período
de atuação. Este sistema juntamente com o padrão de circulação anticiclônico em superfície (ventos de
leste) favoreceu a instabilidade, a chuva forte e os acumulados significativos que ultrapassaram os 200
mm em algumas cidades do Vale do Itajaí, Litoral Norte de SC e Grande Florianópolis. As chuvas
atingiram principalmente o leste de SC (principalmente as áreas citadas anteriormente) e o leste do PR
e os maiores acumulados foram registrados nos dias 15 e 16, porém, as chuvas permaneceram
ocorrendo de forma menos intensa pelo menos até a quarta-feira (17/12). No decorrer do dia 21 uma
frente fria (quinto sistema) deslocou-se entre Bahía Blanca e Buenos Aires, ficando estacionária na
bacia do Prata até o dia 22. Este sistema associado ao deslocamento de cavado na média e alta
troposfera e ao jato em altitude além do padrão de vento de quadrante norte na baixa troposfera
favoreceu a atividade convectiva no nordeste e centro-norte da Argentina, parte do Uruguai e sul do
RS.
No dia 22 verificou-se intensa difluência em altitude, forte condição termodinâmica e cavados
na média e alta troposfera que favoreceram a formação de áreas de instabilidade, provocando chuva
forte e granizo na capital paulista. Nesta cidade e nas áreas próximas à região metropolitana ocorreram
alagamentos de ruas e casas e muitos prejuízos. As chuvas se estenderam por grande parte do centro-
norte e nordeste de SP incluindo a região do Vale do Paraíba, além de boa parte do RJ e de MG. No
dia 24 uma nova onda frontal subtropical (sexto sistema) formou-se sobre o Atlântico a leste do RS e
se deslocou pelo oceano até a altura de SP no dia 25, quando começou o processo de formação da
ZCAS. No dia 26 a ZCAS configurou-se e uma nova onda frontal subtropical sobre o oceano com o
ciclone na altura de SC estendeu um ramo frio até a altura do RJ, dando suporte a esta convergência de
umidade. No dia 25 uma frente fria (sétimo sistema) deslocou-se pela costa entre Uruguai e sul do RS,
atingindo somente Montevidéu. Este sistema associado à atuação de um cavado de onda curta em 500
hPa (com gradiente de temperatura entre -9ºC e -12ºC) causou convecção isolada, mas intensa no
centro-sul do RS e de forma mais ampla no nordeste do Uruguai. No dia 26 este sistema deslocou-se
para o oceano e acoplou-se ao sexto sistema que se tornou extratropical sobre o Atlântico. Dia 27, a
onda frontal subtropical continuou estendendo seu ramo frio até a costa do RJ dando suporte a ZCAS
que se configurou bastante ativa.
Uma nova frente fria (oitavo sistema) estava a sul da Província de Buenos Aires no dia 27,
deslocando-se pelo oceano e na noite deste dia uma onda frontal formou-se a leste da Argentina e seu
ramo frio (bastante fraco) atuou no sul da Província de Buenos Aires e Montevidéu até o dia 28 e no
dia 30 já estava no sul de SC. Pelo interior chegou até Uruguaiana. Na passagem sobre o RS houve
chuva isolada no sul/sudoeste e serra do sudeste desse Estado. Também houve queda das temperaturas
máximas na região da campanha gaúcha, sul e serra do sudeste e região da capital Porto Alegre. A
ZCAS persiste atuando no dia 28, mas enfraquecida, causando instabilidade principalmente entre RJ e
ES, centro e leste de MG. No dia 30 o sistema atuante é a ZCOU (Zona de Convergência de
Umidade), pois ainda a umidade do ar estava alta entre o Sudeste e o Centro-Oeste e houve pancadas
de chuva e descargas elétricas entre o RJ, MG e sudeste de GO. No dia 31 este oitavo sistema se
enfraqueceu sobre o Atlântico, mas ainda contribuiu para reforçar o canal de umidade em direção ao
continente, mantendo a ZCOU entre o RJ, sul de MG, norte de SP e de MS, MT e sul do AM. Na tarde
e noite desse dia houve muita convecção e descargas elétricas com pancadas de chuva em parte de SP,
de MG, do RJ, de MS e do PR O nono sistema frontal frio atuou no dia 31 entre a Bahía Blanca e o sul
do Uruguai trazendo muita nebulosidade e queda de temperatura no litoral dessas áreas, através de
uma alta pressão pós-frontal. Pelo interior passou por Buenos Aires. A nebulosidade desse sistema
enfraqueceu no continente no fim da noite desse dia.
No Médio Rio Piranga, mais precisamente no município de Piranga o mês de dezembro de
2008 (figura 8) começou com baixo índice de precipitação, tendo chovido somente nos dias 3 (19
mm), 4 (2 mm) e 9 (1,2 mm). Entre os dias 12 e 20 as chuvas foram bastante concentradas, sendo que
os dias 16, 17 e 18 foram os que apresentaram maior precipitação com os seguintes valores
respectivamente: 152,8 mm; 84,8 mm e 56,5 mm. Do dia 21 ao 24 não houve precipitação. No dia 25
choveu 13,7 mm, enquanto no dia 26 não choveu. Entre os dias 27 e 31 as chuvas voltaram a ser
concentradas, sendo os dias 27 (45,6 mm) e 28 (57,3 mm) os com precipitação mais elevada nesse
período.
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20
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60
80
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1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31
Precipitação em Piranga - dezembro/2008
Precipitação (mm)
Figura 8: Precipitação no município de Piranga em dezembro/2008.
Com relação à altura do rio Piranga (figura 9), a mesma não ultrapassou os 200 cm nos
primeiros 15 dias de dezembro, mas no dia 16 a cota fluviométrica elevou-se subitamente para 460 cm
às 7:00h e para 586 cm às 17:00h. No dia 17 ocorreu a enchente, e por isso não foram feitas as
medições, já no dia 18 as duas medições diárias registraram 640 cm. Somente no dia 19 a altura do rio
começou a abaixar, sendo registradas as cotas de 530 cm às 7:00h e 440 cm às 17:00h. Entre os dias
20 e 26 a cota fluviométrica continuou abaixando, e voltou a subir no dia 27, quando a cota das 17:00h
atingiu 380 cm. No dia 28 as cotas registradas foram 450 cm e 400 cm. Do dia 29 ao 31 as cotas
fluviométricas não ultrapassaram os 400 cm.
Cotagrama do Rio Piranga em Piranga - dezembro/2008
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100200
300400500600
700
1/7:00
3/7:00
5/7:00
7/7:00
9/7:00
11/7:
00
13/7:
00
15/7:
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18/7:
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20/7:
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22/7:
00
24/7:
00
26/7:
00
28/7:
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30/7:
00
Cot
as F
luvi
omét
ricas
(cm
)
Figura 9: Cotagrama do rio Piranga no município de Piranga em dezembro de 2008 (as cotas das 17:00h também estão representadas no gráfico).
Em Ponte Nova não há estação pluviométrica, portanto os dados pluviométricos foram obtidos
através da estação meteorológica mais próxima, que é a de Viçosa (figura 10). Desse modo, dezembro
de 2008 começou com baixa precipitação na região de Ponte Nova, permanecendo assim até o dia 11.
A partir do dia 12, começou a chover de forma mais concentrada até o dia 19, sendo que os dias 15, 16
e 17 foram os que apresentaram maior precipitação nesse período, respectivamente: 50,0 mm; 88,0
mm e 89,0mm. Entre os dias 20 e 25 choveu pouco, já entre 26 e 29 as chuvas voltaram a ser
concentradas, sendo os dias 27 (50,0 mm) e 29 (42,0 mm) os com precipitação mais elevada nesse
período. Os dias 30 e 31 apresentaram 3 mm e 4 mm, respectivamente.
0102030405060708090
1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31
Precipitação em Viçosa - dezembro/2008
Precipitação (mm)
Figura 10: Precipitação no município de Viçosa em dezembro/2008.
No que diz respeito à altura do rio Piranga em Ponte Nova (figura 11), a mesma não
ultrapassou os 200 cm nos 14 primeiros dias de dezembro, mas a partir do dia 15 a altura do rio
começou a subir vertiginosamente, sendo registradas cotas de 207 cm às 12:00h e 221 cm às 18:00h.
No dia 16, a cota observada às 12:00h atingiu 280 cm, cota essa que foi estipulada pela CPRM como
sendo de alerta para Ponte Nova. Ainda no dia 16, às 18:00h a cota atingiu 335 cm, ultrapassando a
cota de 330 cm que a CPRM determinou como sendo de inundação. No dia 17 às 12:00h a altura do
rio chegou a 415 cm e às 18:00h atingiu 461 cm. No dia 18 a cota fluviométrica das 12:00h alcançou
603 cm, e nesse dia não foi possível obter a cota das 18:00h porque a enchente não permitiu a
observação. A obtenção das cotas fluviométricas foi restabelecida no dia 19 quando a cota das 12:00h
marcava 573 cm e a das 18:00h registrava 529 cm. A partir desse dia, a cota fluviométrica começou a
abaixar até atingir a cota de 262 cm às 12:00h do dia 21. Daí até o dia 28 a cota fluviométrica se
manteve abaixo da cota de alerta de 280 cm, mas às 12:00h do referido dia a altura observada foi de
303 cm e às 18:00h atingiu 345 cm, ultrapassando a cota de inundação de 330 cm. A cota
fluviométrica atingiu o máximo de 365 cm às 00:00h do dia 30 e depois disso começou a declinar.
Cotagrama do Rio Piranga em Ponte Nova - dezembro/2008
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27/18
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29/18
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Cot
as F
luvi
omét
ricas
(cm
)
Figura 11: Cotagrama do rio Piranga no município de Ponte Nova (as cotas das 12:00h e 18:00h estão representadas no gráfico). A elevada pluviosidade registrada na bacia do rio Piranga entre os dias 12 e 18 de dezembro de
2008 foi causada pela ZCAS, que atuou sobre Minas Gerais nesse período. Esses fortes impactos
pluviais atingiram vários municípios, dentre eles Piranga, onde houve inundações e transtornos, mas
não com a intensidade do que aconteceu em Ponte Nova. Nesse último município, a força das águas
danificou pontes, vias, casas e comprometeu o abastecimento de água tratada. O bairro Copacabana foi
um dos mais atingidos, tendo grande parte das residências e estabelecimentos comerciais inundados
(figura 12), o que acarretou muitos prejuízos materiais à população que ficou desalojada e perdeu
móveis, eletrodomésticos e mercadorias.
Figura 12: Inundação do bairro Copacabana 17/12/08.
O bairro Copacabana está localizado num trecho onde o rio Piranga descreve uma curva de
90°, fato esse que faz com que a água ganhe velocidade e consequentemente também ganhe força,
tendendo a erodir a margem direita, que é protegida por um muro constituído por concreto e rochas.
Depois de ir ao encontro da margem direita do rio, a água diminui a velocidade criando um remanso
(figura 13), usado para captação de água pelo Departamento Municipal de Água, Esgoto e Saneamento
(DMAES). Nessa área, a enchente do dia 17 de dezembro inundou as Ruas João Pinheiro e Marcos
Giardini, atingindo as bombas que retiram água do rio e comprometendo o abastecimento da cidade
por uma semana. O rio Piranga, apresenta um padrão meandrante que facilita a formação de remansos,
pois nessas áreas do rio a água diminui a sua velocidade de escoamento, causando a ocorrência de
enchentes e inundações quando acontecem fortes chuvas.
Figura 13: Remanso no rio Piranga localizado entre os bairros Copacabana e Centro.
O Centro de Ponte Nova, que é uma importante área comercial, também foi atingido pela
enchente que causou muitos danos às residências e estabelecimentos comerciais localizados à Rua
Benedito Valadares e Avenida Arthur Bernardes, ambas situadas na margem direita do rio (figuras 14a
e 14b). O asfalto da Avenida Arthur Bernardes foi parcialmente arrancado e moradores e comerciantes
entrevistados disseram ter sofrido grandes prejuízos com móveis, eletrodomésticos, alimentos e
mercadorias. Nesse trecho, o canal do rio é mais retilíneo, por isso as águas passaram com muita força
e causaram muitos estragos, principalmente no que diz respeito à iluminação pública e ao asfalto. O
transporte público que liga os bairros ao centro da cidade, foi comprometido durante e após a
inundação em decorrência dos estragos que ocorreram em várias vias.
Figura 14a: Bifurcação entre a Rua Benedito Valadares Figura 14b: Bifurcação entre a Rua Benedito Valadares e Avenida Arthur Bernardes 17/12/08. e Avenida Arthur Bernardes 18/04/09.
No bairro Vila Centenário a enchente causou muitos prejuízos e transtornos, sendo que parte
do asfalto da Avenida Antônio Brant Ribeiro foi arrancado, afetando o tráfego de veículos. O
pontilhão de ferro (figuras 15a e 15b) localizado entre as Avenidas Custódio Silva e Antônio Brant
Ribeiro ficou intransitável, devido à altura atingida pelas águas do rio Piranga. O nível do rio subiu
cerca de 9 metros além do normal, inundando ruas, casas e rodovias que dão acesso à Ponte Nova, fato
esse que deixou a cidade incomunicável, causando problemas relacionados ao transporte interurbano
de pessoas e mercadorias. O ribeirão Vau – Açu, que é afluente do rio Piranga também atravessa Ponte
Nova e costuma causar inundações que atingem o centro e a BR – 120, saída para Viçosa – MG. No
dia 17 de dezembro de 2008, este ribeirão transbordou e bloqueou esse acesso à cidade. Além deste, o
acesso à Belo Horizonte que é através da MG – 262, também foi comprometido, pois são as ruas e
avenidas inundadas do Centro que dão acesso à referida rodovia.
Figura 15a: Pontilhão localizado no bairro Vila Figura 15b: Pontilhão localizado no bairro Vila
Centenário 17/12/08. Centenário 18/04/09. A enchente ocorrida em Ponte Nova causou muitos danos e prejuízos materiais, entretanto não
deixou vítimas fatais, pois o Sistema de Alerta Contra Enchente da CPRM/IGAM emitiu o alerta ainda
no dia 16/12 para a Prefeitura Municipal, Defesa Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. A
população foi orientada a deixar as áreas de risco através de avisos repassados pelas rádios locais e
pelas autoridades competentes citadas, que foram pessoalmente alertar as pessoas. De acordo com a
Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Ponte Nova (COMDEC), 30 casas foram destruídas, 544
pessoas ficaram desabrigadas e 4.070 ficaram desalojadas.
O rio Piranga apresenta muitos bancos de areia ao longo do seu curso que é rochoso, fato esse
que evidencia um manejo do solo ruim. Na bacia do rio Piranga, predominam as atividades
agrossilvipastoris, que são exercidas em sua maior parte de forma inadequada, contribuindo assim para
o aparecimento de processos erosivos que ocasionam o assoreamento dos cursos d”água, através do
carreamento de sedimentos para dentro destes. Outro fator contribuinte para a ocorrência de enchentes
é a impermeabilização do solo, principalmente na área urbana de Ponte Nova. Nessa área, o vale do rio
e os topos de morro foram cobertos por asfalto e construções, impedindo assim a infiltração de água
no solo e aumentando os picos de vazão dos cursos d’água, pois com o solo impermeabilizado, a água
escoa com mais velocidade e como o rio Piranga apresenta muitos meandros, essa água acaba retida
por mais tempo e extravasa do leito para a planície aluvial.
Conclusão
Desde a sua fundação no século XIX que o município de Ponte Nova enfrenta problemas com
enchentes. No entanto, a enchente do dia 17 de dezembro de 2008 foi algo sem precedentes, de acordo
com moradores e comerciantes entrevistados. Apesar de todos os infortúnios causados pela enchente,
não houve perdas humanas. Isso se deve ao eficiente trabalho do Serviço de Alerta Contra Enchente
que encontra-se em operação desde 1997, ano que também houve uma grande enchente no município.
A elevada precipitação registrada a partir da terceira semana do mês de dezembro de 2008,
decorrente de um fenômeno de ZCAS, associada ao assoreamento do leito do rio Piranga e à
impermeabilização de suas margens foram responsáveis pela ocorrência da enchente que danificou boa
parte da infra-estrutura urbana de Ponte Nova e causou prejuízos à população. Muitas pessoas ficaram
desalojadas ou desabrigadas e tiveram de ser conduzidas para abrigos improvisados pela Prefeitura
Municipal e Defesa Civil.
Vários bairros foram afetados pela enchente, mas o Copacabana, Centro e Vila Centenário
foram os mais atingidos, sendo que esses bairros ficaram intransitáveis. Tal fato prejudicou as pessoas
que necessitavam de atendimento hospitalar, pois essas ficaram ilhadas e tiveram de ser resgatadas
pelo Corpo de Bombeiros. O Asilo Municipal também foi inundado e o sistema de transporte coletivo
foi paralisado. A cidade viveu de dois a três dias de caos, mas está se recuperando pouco a pouco,
principalmente no que se refere à infra-estrutura (reparos de vias, pontes e prédios).
A cidade de Ponte Nova expandiu-se sem a preocupação de um planejamento urbano que
impedisse a construção de prédios e vias de tráfego em áreas inundáveis. Desse modo, sempre quando
acontece uma enchente, a calamidade se instaura. Esse problema das enchentes em Ponte Nova não
tem solução prática, pois esse fenômeno é característico dos rios, ainda mais um de grande porte como
o Piranga. A solução que se apresenta, é a que já está em vigência: o monitoramento pluviométrico e
fluviométrico, e a emissão de alerta quando se percebe o perigo representado por uma enchente.
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ANEXO 1
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
Roteiro de Entrevistas - Ponte Nova – MG
Bairro: Função: 1) O nível do rio Piranga subiu rápido ou devagar? 2) Você teve algum prejuízo com a enchente de dezembro/2008? Quais foram estes prejuízos? 3) A infra-estrutura da cidade sofreu muitos prejuízos? Quais foram e que transtornos causaram à população? 4) A população foi informada que a cidade seria atingida pela enchente? A informação foi transmitida por qual meio de comunicação? 5) A Prefeitura Municipal prestou socorro aos atingidos? De que forma? 6) Após a enchente, houve algum surto de doença infecciosa na cidade? 7) Você já ouviu falar da Usina Hidrelétrica da Brecha? Em sua opinião, ela contribui para aumentar as enchentes em Ponte Nova?