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12/11/2015 Ministério Público Federal Procuradoria da República em Criciúma/SC 1. Experiência da atuação do MPF com mineração na região de Criciúma/SC 2. GT Mineração – 4ª C.C.R. 3. Projeto “Mineração Legal – Espírito Santo”

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12/11/2015

Ministério Público FederalProcuradoria da República em Criciúma/SC

1. Experiência da atuação do MPF com mineração na região de Criciúma/SC

2. GT Mineração – 4ª C.C.R.

3. Projeto “Mineração Legal – Espírito Santo”

12/11/2015

PRM Criciúma/SC

• 27 municípios

• 4 Varas Federais

• 3 Proc. da República

• 1 geólogo

• 1 engenheiro ambiental

• 3 estagiários de Eng. Ambiental

12/11/2015

Mineração na região de Cricicúma/SC

• Carvão• produção de energia elétrica• metade das minas de subsolo do país

• Argila• pisos e azulejos (maior polo cerâmico do Brasil)

• telhas e tijosos (pequenos produtores – cooperativa)

• Seixos rolados• lastro de estradas – obras públicas

12/11/2015

12/11/2015

Carvão mineral catarinense

De cada 100 ton retiradas do subsolo:

35 ton → carvão

65 ton → rejeitos pirita = FeS2

FeS2 (pirita) + H

2O (água) + 7/2 O

2 (oxigênio) =

Fe (ferro) + 2 H2SO

4 (ácido sulfúrico) + 2 H (hidrogênio)

12/11/2015

Carvão mineral catarinense

FeS2 (pirita) + H

2O (água) + 7/2 O

2 (oxigênio) =

Fe (ferro) + 2 H2SO

4 (ácido sulfúrico) + 2 H (hidrogênio)

• O ácido sulfúrico faz baixar o pH da água

pH normal = entre 6,5 e 7,0

pH alguns rios da bacia carbonífera = 2,0

pH água de bateria = 1,8

• pH < 4,0 → os metais se dissolvem (Fe, Mn, ...)

12/11/2015

12/11/2015

12/11/2015

12/11/2015

12/11/2015

Bocas de mina abandonadas

807 bocas de mina

• 189 lançando água ácida nos rios

• 94 com água entrando

• 200 secas abertas

• 324 secas fechadas

12/11/2015

Estratégia de atuação do MPF

• passado (passivo ambiental)

● A.C.P. nº 93.8000533-4

● outras A.C.P.’s (Vila Funil, Gaspetro/ICC, ...)

• presente (empreendimetos em operação)

● TAC’s

● ACP's específicas (mina Morozini), segurança estrutural

• futuro (novos empreendimentos)

● fiscalização do licenciamento ambiental

12/11/2015

Ação Civil Pública nº 93.8000533-4

● Proposta em 1993

● Sentença em 2000

● condenou solidariamente a UNIÃO, o ESTADO DE SC, as

EMPRESAS e os SÓCIOS

● prazo de 3 anos para recuperação / dispositivo genérico

● antecipou a tutela

12/11/2015

Ação Civil Pública nº 93.8000533-4

● TRF (julgamento em 2002)

● manteve a condenação

● excluiu o ESTADO e os SÓCIOS

● ampliou o prazo para recuperação dos recursos hídricos para 10

anos

12/11/2015

Ação Civil Pública nº 93.8000533-4

● STJ: 2ª Turma, REsp nº 647.493/SC, rel. João Otávio Noronha

● manteve a UNIÃO (responsabilidade por omissão na

fiscalização)

● reincluiu os SÓCIOS (desconsideração pessoa jurídica)

● a ação de recuperação de dano ambiental é imprescritível

12/11/2015

Ação Civil Pública nº 93.8000533-4

• Condenou 12 empresas mineradoras e a União a recuperar:

● áreas degradadas (mineração a céu aberto, depósitos de

rejeitos, minas abandonadas) → 3 anos

● recursos hídricos das bacias dos rios Araranguá, Urussanga e

Tubarão→ 10 anos

• Prazos contados da sentença (2000)

• Trânsito em julgado em agosto 2014

12/11/2015

Ação Civil Pública nº 93.8000533-4

• Execução da antecipação de tutela:

– processo com muito papel

– muito pouco foi feito em termos de recuperação

– nova estratégia adotada pelo Ministério Público Federal a partir de

2006 (decisão judicial de abril de 2006)

12/11/2015

Nova estratégia

cobrança firme do cumprimento da sentença

em paralelo com

abertura de um espaço de diálogo

12/11/2015

Cobrança do cumprimento da sentença

– exigência de novos PRADs

– estabelecimento de um PRAD padrão

NBR 13.030, da ABNT

NRM 21 (Portaria DNPM 237/2001)

– multas p/ quem não atender prazos ou exigências

técnicas

12/11/2015

Cobrança do cumprimento da sentença

– cronogramas estabelecidos com todas as empresas

– critérios técnicos de recuperação bem definidos

– multas para quem não atender os critérios e o prazo

– já foram aplicadas multas no valor de R$ 2.455.601,86

– recursos aplicados em projetos de pesquisa

12/11/2015

Espaço de diálogo

• Objetivos:

– minimizar os conflitos judiciais

– valorizar os esforços técnicos dos réus

– buscar consensos técnicos

– otimizar a recuperação ambiental

12/11/2015

Grupo Técnico de Assessoramento (GTA)

– representantes técnicos do MPF, União, empresas,

SIECESC, FATMA, DNPM, CPRM e comitês de bacia

– monitora os indicadores ambientais, propõe critérios

técnicos, prioridades de recuperação,etc.

– deliberações sempre sujeitas a homologação judicial

12/11/2015

Indicadores ambientais

www.jfsc.jus.br/acpdocarvao

12/11/2015

Total de áreas degradadas

Siderópolis 886 Linha Batista 169Santana 568 Criciúma Sul 164Criciúma Norte 499 Forquilha 137Rio Carvão 426 Rio Deserto 116Treviso 409 Mina 4 92Lauro Müller 404 Içara 54Estiva dos Pregos 400 Rio Hipólito 36Sangão 379 Morro da Palha 20Barro Branco 307 Caeté 6

TOTAL 5.072 231 áreas

12/11/2015

Total de áreas degradadas

Responsável Hectares

CSN 1.336 26%

União 1.251 25%

Rio Deserto 621 12%

Catarinense 541 11%

Criciúma 413 8%

Cocalit 190 4%

Belluno 171 3%

Metropolitana 146 3%

Gaspetro 110 2%

Comin 100 2%

São Domingos 86 2%

Palermo 34 1%

Ibramil 26 1%

outros 47 1%

5.072

CSN

União

Rio Deserto

Catarinense

Criciúma

Cocalit

Belluno

Metropolitana

Gaspetro

Comin

São Domingos

Palermo

Ibramil

outros

12/11/2015

Empreendimentos em operaçãoSituação anterior aos TAC’s

• Empresas operando sem licença ambiental

• Empresas operando com licenças ambientais vencidas

• Grande número de pedidos de licença ou renovação de

licença pendentes de análise na FATMA

• Licenças ambientais concedidas irregularmente,

sem prévia apresentação de EIA/RIMA

12/11/2015

Protocolo de Intenções nº 24/04

Signatários:

MPF

MP/SC

IBAMA

FATMA

Polícia Militar Ambiental

DNPM

12/11/2015

Protocolo de Intenções nº 24/04

Definiu critérios técnicos para o licenciamento

das seguintes atividades:● lavra de carvão mineral (minas)

● beneficiamento (lavadores de carvão)

● depósitos de rejeitos

● transporte (rodoviário)

● transformação (coquerias)

TACs individuais com as empresas

12/11/2015

Fiscalização dos órgãos públicos

Auditorias externas

Audiências públicas

Controles previstos no TAC

12/11/2015

Auditorias ambientais externas

Empresas de auditoria:

ERM - Environmental Resources Management (global/Florianópolis)

GEOKLOCK (São Paulo)

GEOS (Brasília)

WALM Engenharia e Tecnologia Ambiental (São Paulo)

Três rodadas de auditoria: 2006, 2007 e 2008

12/11/2015

GT Mineração

Objetivos:

a) acompanhar a formulação do novo marco

regulatório do setor mineral;

b) identificar boas práticas para elaboração de um

manual com sugestões de atuação para os

colegas;

12/11/2015

GT Mineração

Objetivos:

c) elaborar um “mapa” nacional dos passivos

ambientais da mineração, para orientar a atuação

do MPF nesta matéria;

12/11/2015

GT Mineração

Objetivos:

d) sugerir enunciado para a 4ª C.C.R. quanto à

questão da atribuição do MPF na matéria

(competência federal ou estadual?).

12/11/2015

Projeto

Inventário e enfrentamento dos

principais passivos ambientais da

mineração – Fase 1: Estado do

Espírito Santo

12/11/2015

Projeto Mineração Legal

1) Inventário de passivos

2) Diagnóstico de situação

3) Atuação coordenada com os procuradores

naturais

4) Roteiros de atuação

5) Fomento a políticas públicas

12/11/2015

Muito obrigado!

Darlan Airton [email protected]

(48) 3411-2500