produção de banana passa
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Produção de Banana Passa
I. Introdução
A banana pode ser consumida como a fruta in natura, e vários produtos podem
ser obtidos a partir dela, tais como purês, sucos, néctares, compotas, doces diversos
e produtos desidratados (farinha, flocos e passa).
O processamento por desidratação, na obtenção da banana passa, é simples,
envolve poucas operações, requer pouca mão-de-obra e baixo investimento em
equipamentos, e pode ser viável em diferentes escalas de produção. A desidratação
inibe o crescimento microbiano e minimiza os efeitos de reações químicas,
facilitando a estocagem e a distribuição do produto (JESUS, 2005).
II. Objetivo
Esta prática teve como objetivos determinar o rendimento, a umidade final do
produto e avaliar os dois pré-tratamentos utilizados (bissulfito e ácido cítrico).
III. Material e Métodos
Os materiais utilizados foram: bananas in natura, água, solução de água
clorada, bissulfito, ácido cítrico, vasilhas, facas, dessecador, desidratador, estufa,
cadinhos, embalagens plásticas.
A produção de banana passa seguiu todos os procedimentos como mostrado
no fluxograma (Figura 1).
1) Matéria prima: A matéria-prima utilizada foi a banana in natura. Realizou-se a
pesagem de todas as bananas, para cada tratamento.
2) Lavagem: A lavagem das bananas foram feitas em água corrente; imersão em água
clorada 50 ppm por 10 minutos; e água corrente.
3) Seleção: Foram selecionadas as bananas, descartando as que apresentavam
defeitos ou fora do ponto de maturação.
4) Descascamento: Retirou-se a casca de todas as bananas selecionas.
5) Pré-tratamento: As bananas descascadas foram imersas em duas soluções
diferentes: bissulfito 1000 ppm/10 min. e ácido cítrico 0,3%/10 min. A fim de preservar
a cor natural da banana, evitando o seu escurecimento enzimático.
6) Secagem: Desidratador à 70°C por 16 horas.
7) Embalagem: Embalagens plásticas foram utilizadas para guardar as bananas
desidratadas. Elas foram pesadas.
8) Produto final: Bananas passa embaladas e armazenadas.
Água correnteÁgua clorada 50 ppmÁgua corrente
1) Bissulfito (100 ppm/10min.)2) Ácido cítrico (0,3%/10 min.)
Pré - tratamento
70°C/ 16 horas
Figura 1 – Fluxograma de produção de banana passa
O rendimento final foi calculado, e o teor de umidade das bananas passa, em
cada tratamento, foram obtidos pelo método gravimétrico, por diferença de peso,
utilizando a seguinte fórmula:
%Umid=(Pesocadinho+amostraúmida )−(Peso cadinho+amostra seca)
(Pesocadinho+amostra úmida )−(Pesocadinho).100
IV. Resultados e Discussões
Rendimento
As bananas foram pesadas com casca, descascadas e depois de desidratadas.
Os resultados estão representados na tabela abaixo, para cada tratamento:
Tratamentos
Bissulfito Ácido Cítrico
Banana com casca 6,610 Kg 6,215 Kg
Banana sem casca 3,430 Kg 3,555 Kg
Banana desidratada 0,935 Kg 0,905 Kg
Matéria Prima
Lavagem
Acondicionamento
Embalagem
Produto Final
Seleção
Descascamento
Secagem
De acordo com os valores demonstrados na tabela acima, o rendimento da
banana passa, considerando a banana com casca, foi 14,14% e 14,56% para os
tratamentos com bissulfito e ácido cítrico, respectivamente. Considerando somente a
banana sem a casca, o rendimento foi 27,26% e 25,46%, para os tratamentos com
bissulfito e ácido cítrico, respectivamente.
Então desprezando as cascas das bananas, o rendimento final da banana
passa com o tratamento de bissulfito foi superior, comparado com o outro tratamento.
Umidade
A umidade determinada através do método gravimétrico, por diferença de peso.
Os cadinhos foram aquecidos na estufa a 100°C por 2 horas, depois esfriados no
dessecador por 20 minutos e pesados. As amostras, três de cada tratamento (A1, A2
e A3 para o ácido cítrico, e B1, B2 e B3 para o bissulfito), foram pesadas
(aproximadamente 5,0 g) depois do processo de desidratação, consideradas as
amostras úmidas. Elas foram pesadas dentro dos cadinhos e colocadas na estufa a
100°C por 24 horas, esfriadas no dessecador por 20 minutos e pesadas, sendo
consideradas as amostras secas.
Os resultados estão demonstrados nas tabelas abaixo:
Tabela 1 – Massa dos cadinhos de cada tratamento
Cadinhos Massa (g)
A1 14,4727
A2 14,0551
A3 13,6082
B1 12,8989
B2 13,5006
B3 14,9718
Tabela 2 – Massa e umidade das amostras dos tratamentos com ácido cítrico
(A1, A2, e A3) e bissulfito (B1, B2 e B3)
AmostrasMassa (g)
Umidade (%)Úmido Seco
Amostra + Cadinho A1 19,9172 18,2724 30,21
Amostra + Cadinho A2 19,3362 17,7628 29,79
Amostra + Cadinho A3 18,7773 17,2104 30,31
Amostra + Cadinho B1 17,9049 16,6558 24,95
Amostra + Cadinho B2 18,5432 17,3365 23,93
Amostra + Cadinho B3 20,0673 18,7693 25,47
Cálculo da umidade:
%Umid=(Pesocadinho+amostraúmida )−(Peso cadinho+amostra seca)
(Pesocadinho+amostra úmida )−(Pesocadinho).100
%Umid A1=(19,9172 g )−(18,2724 g)(19,9172 g )−(14,4727 g)
.100=30,21%
%Umid A2=(19,3362 g )−(17,7628 g)(19,3362 g )−(14,0551g)
.100=29,79%
%Umid A3=(18,7773 g )−(17,2104 g)(18,7773g )−(13,6082g)
.100=30,31%
%Umid B1=(17,9049g )−(16,6558g)(17,9049g )−(12,8989g)
.100=24,95%
%Umid B2=(18,5432g )−(17,3365g)(18,5432g )−(13,5006 g)
.100=23,93%
%Umid B3=(20,0673 g )−(18,7693g)(20,0673 g )−(14,9718g)
.100=25,47%
%Umidademédia A=30,10% %Umidademédia B=24,78%
O teor de umidade de cada tratamento foi calculado e verificou-se que a
umidade média da banana passa que recebeu o tratamento de bissulfito foi inferior
(24,78%) comparando com as bananas que receberam o tratamento com ácido cítrico
(30,10%).
V. Conclusão
As bananas passa que foram tratadas com bissulfito tiveram um rendimento
maior comparado com o outro tratamento. O teor de umidade (24,78%) se encontra
dentro do limite estabelecido pela Legislação Brasileira que é de, no máximo, 25%
de umidade para frutas desidratadas. Quanto a sua coloração, ela ficou um pouco
mais clara também comparada com o outro tratamento.
As bananas tratadas com ácido cítrico apresentaram alto teor de umidade
(30,10%) e coloração um pouco mais escura comparada com o outro tratamento.
VI. Referências Bibliográficas
JESUS, S.C.; MATSUURA, F.C.A.U.; FOLEGATTI, M.I.S.; CARDOSO, R.L. Avaliação de banana-passa obtida de frutos de diferentes genótipos de bananeira. Pesquisa agropecuária brasileira, v.40, n.6, p.573-579, Brasília, jun. 2005.
<http://www.respostatecnica.org.br>. Acesso em: 12 nov. de 2012.