produção do texto informativo e argumentativo
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24/05/13 (Versão para impressão) UEA 3 – Produção do Texto Informativo e Argumentativo
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UEA 3 – Produção do Texto Informativo e Argumentativo
Ementa e Objetivos
Ementa
A leitura e a escrita na Universidade: linguagem e conhecimento. Pressupostos básicos: concepções
básicas de linguagem, comunicação, texto, leitura e escrita. Condições de produção da leitura e da
escrita do texto acadêmico. Gêneros e tipos textuais: estrutura e funcionamento. Argumentação,
coesão e coerência textuais.
Competências
Dominar os conhecimentos básicos de uso da língua portuguesa, oral e escrita, na
produção e recepção de textos e situações de comunicação em diversos contextos,
diferentes variedades da língua e alternância de gêneros linguísticos.
Analisar a língua, oral e escrita, como manifestação da cultura, instrumento de
comunicação, de vinculação do pensamento crítico e elaboração do conhecimento
acadêmico, científico e tecnológico.
Desenvolver expressão e comunicação compatíveis com o exercício profissional, inclusive
nos processos de negociação e nas comunicações interpessoais ou intergrupais.
Atualizar-se constantemente com os processos de desenvolvimento tecnológico
compreendendo as novas práticas de leitura, escrita e modificações da linguagem.
Habilidades
Refletir analítica e criticamente sobre a linguagem em um contexto social, histórico e
cultural, educacional, tecnológico e ideológico.
Entender os mecanismos de produção textual dominando as propostas temáticas, a
organização lógica, os elementos organizacionais, a estruturação de gênero, a escolha
vocabular, a construção textual, norma e posicionamento crítico.
Refletir sobre os textos, seus mecanismos de produção e divulgação, identificando suas
estruturas linguísticas, seus diferentes significados, o dito e o não dito, o subliminar,
aplicando regras e ideias de forma organizada.
Perceber as diversas situações em sala de aula, identificando marcas do discurso,
situações socioculturais diferenciadas associadas ao uso da linguagem.
Analisar os principais conceitos e abordagens na produção do conhecimento.
Refletir analítica e criticamente sobre o conteúdo dos textos escritos.
Desenvolver a produção do texto informativo acadêmico, tais como resumo, resenha e
artigo científico.
Ampliar capacidade de diálogo em equipe
Dominar os processos de investigação, produção e difusão do conhecimento científico-
tecnológico.
Contextualização
Na perspectiva de produção de leitura e de textos adotada nesta UEA, a linguagem é tratada como
trabalho de pesquisa, estudo, planejamento, escritura e reescritura. Esse tratamento se justifica
porque consideramos que ler e escrever textos exige apreensão de mecanismos estruturadores da
língua, isto é, parafraseando Citelli (1994), exige desenvolvimento de competências para ler nas
palavras dos homens as circunstâncias do mundo.
Isso significa dizer que a produção de leitura e de textos vai além da estrutura formal, da
preocupação com regras gramaticais da língua. É preciso pensar a língua do ponto de vista
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semântico-discursivo, ou seja, compreender seu funcionamento no uso efetivo, suas significações
em diferentes contextos.
A forma da língua é importante, sem ela a comunicação torna-se deficiente, mas apenas a forma não
é suficiente para garantir uma boa produção textual coerente e coesa. Outros fatores assumem
papel vital, como por exemplo, a cultura, a economia, a faixa etária, o regionalismo, todos esses e
outros não citados, constituem as condições de produção do sujeito e são determinantes na sua
postura ideológica, social e intelectual.
A adequação das formas da língua contribui grandemente para o sucesso dos argumentos que
constituem o texto. Nas condições de produção do sujeito estão as experiências por ele acumuladas
que caracterizam sua historicização e é, pela existência dessa historicização que o sujeito se faz
sujeito, se assume como sujeito.
A produção textual, seja na forma do código escrito, seja na modalidade oral, para obter sucesso
precisa ser bem elaborada, sistematizada e legitimada.
UEA 1– Linguagem e Conhecimento
Na UEA 1, o objetivo é desenvolver concepções de leitura, de texto e de gramática. As discussões
se darão em torno do funcionamento do processo de leitura, da importância do conhecimento do
léxico e da gramática.
UEA 2 – A Língua: Uso, Variação e Heterogeneidade. Produção de Unidades Linguísticas
Nesta unidade, iremos refletir sobre a língua portuguesa como um sistema que contém várias normas
e cujo uso, por ser heterogêneo, conforme a situação comunicativa, pode demonstrar que ela não é
uniforme nem única, mas variável. Você irá conhecer os mecanismos para elaboração de diferentes
unidades linguísticas.
UEA 3 – Produção do Texto Informativo e Argumentativo
Nesta unidade, a temática é o desenvolvimento de competências e habilidades de produção do texto
informativo acadêmico, tais como resumo, resenha e artigo científico.
Bons estudos!
Aula 01 - Os Tipos de Textos Informativos AcadêmicosVamos iniciar a última etapa desta disciplina. Você já ativou inúmeras competências e desenvolveu
diversas habilidades cognitivas para obter informação em textos escritos em língua portuguesa,
visando às suas necessidades na vida acadêmica. Passará agora a ocupar-se com o ato de prestar
informação. Trata-se da atividade de produção textual.
O texto acadêmico com função informativa estrutura-se de acordo com alguns tipos básicos: o
resumo, a resenha e outros tipos de texto acadêmico. Observe como se caracterizam e de que
forma são elaborados.
1.1 Resumo
O resumo segue-se à esquematização, estudada na unidade anterior, no que diz respeito às
habilidades cognitivas envolvidas. Enquanto esta implica apreensão, compreensão/ interpretação e
análise do texto-base, aquele ainda exige que tal texto seja sintetizado – é a realização exemplar da
capacidade de síntese por parte do intelector.
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Apesar de ser atividade inerente ao trabalho acadêmico, resumir não é exercício frequente na escola
brasileira de nível médio. Isso gera enorme dificuldade para o estudante universitário. Você já
resumiu algum texto? Veja o que dizem as publicações mais conhecidas.
A ABNT/NB-88 define o resumo como a apresentação “concisa e frequentemente seletiva do texto
de um artigo, obra ou documento, pondo em relevo os elementos de maior interesse e importância,
sendo frequentemente redigido por outra pessoa que não o autor”.
Othon Garcia, por sua vez, enumera os tipos de resumo: o indicativo (sumário narrativo, que exclui
dados); o informativo (condensação do conteúdo, em que se expõem finalidades, metodologia,
resultados e conclusões); o informativo/ indicativo (um tipo misto, que dispensa a leitura do
fundamental – a tese e as conclusões –, mas não a dos demais aspectos) e o crítico, também
chamado de recensão ou resenha (resumo redigido por especialista, que inclui a análise
interpretativa).
Em síntese, o resumo, embora contenha as informações fundamentais do texto, não dispensa a
leitura completa do mesmo, com identificação do tema e compreensão global do conteúdo, seguidas
do reconhecimento das partes (correlacionadas a parágrafos). Você deve anotar as ideias principais
– os subtemas ou temas das partes. É preciso, ainda, verificar a progressão temática do texto,
construída com base na expansão e na correlação / conexão das ideias principais. O resumo deve
conter períodos completos, com tom impessoal, já que se assume o discurso do autor, mas você
deve utilizar as próprias palavras.
Para você conhecer as características sistematizadas do resumo, consulte o quadro seguinte.
SISTEMATIZAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DO RESUMO
O que incluir?Incluir ideias relevantes: assunto, propósito, teoria, método,
resultados e conclusões.
Como deve ser a linguagem?Ser objetiva e impessoal, sem juízo ou apreciação crítica sobre
mérito ou falhas.
Como deve ser quanto ao texto-base?Ter autonomia textual, sem repetição de frases literais do texto-
base.
Que tipo de ênfase pode haver? Enfatizar a contribuição pessoal do autor.
O que deve propiciar?Construir a visão sucinta do assunto e estimular a consulta do
original.
1.2 ResenhaEste é, provavelmente, o tipo de resumo que você mais terá de fazer a pedido de seus professores
ao longo do seu curso. O resumo crítico é uma redação técnica que avalia de forma sintética a
importância de uma obra científica ou literária.
Quando um resumo crítico é escrito para ser publicado em revistas especializadas, é chamado de
Resenha. Ocorre que, por costume, os professores tendem a chamar de resenha o resumo crítico
elaborado pelos estudantes como exercício didático. A rigor, você só escreverá uma resenha no dia
em que seu resumo crítico for publicado em uma revista. Até lá, o que você faz é um resumo crítico.
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Mas não deixam de estar certos os professores que dizem que resenha não é resumo. A resenha (ou
resumo crítico) não é apenas um resumo informativo ou indicativo. A resenha pede um elemento
importante de interpretação de texto.
Uma boa resenha depende de uma boa leitura. Você só fará uma boa resenha se tiver lido um texto
ao menos até a quarta etapa de leitura, na classificação sugerida por Antônio Severino.
Por isso, antes de começar a escrever seu resumo crítico, você deve se certificar de ter feito uma
boa leitura do texto, identificando:
O tema tratado pelo autor
O problema que ele coloca
A posição defendida pelo autor com relação ao problema
Os argumentos centrais e complementares utilizados pelo autor para defender sua posição
Uma vez tendo identificado todos esses pontos, que devem estar retratados no seu esquema do
texto, você já tem material para escrever metade do seu resumo crítico. Este material já é suficiente
para fazer um resumo informativo, mas, para um resumo crítico, falta a crítica, ou seja, a sua análise
sobre o texto. E o que é esta análise?
Analisar é ampliar o conhecimento. A análise é, em síntese, a capacidade de relacionar os elementos
do texto lido com outros textos, autores e ideias sobre o tema em questão, contextualizando o texto
que está sendo analisado. Para fazer a análise, portanto, certifique-se de ter:
Informações sobre o autor, suas outras obras e sua relação com outros autores.
Elementos que contribuam para um debate acerca do tema em questão.
Condições de escrever um texto coerente e com organicidade.
A partir daí você pode escrever um texto que, em linhas gerais, deve apresentar:
Nos parágrafos iniciais, uma introdução à obra resenhada, apresentando:
o assunto/ tema;
o problema elaborado pelo autor;
a posição do autor diante deste problema.
O desenvolvimento, a apresentação do conteúdo da obra, enfatizando:
as ideias centrais do texto;
os argumentos e ideias secundárias.
A conclusão, apresentando sua crítica pessoal, ou seja:
uma avaliação das ideias do autor frente a outros textos e autores;
uma avaliação da qualidade do texto, quanto à sua coerência, validade, originalidade,
profundidade, alcance, etc.
Observe o Exemplo!
É bom lembrar que esses passos não são uma norma rígida. Esta é a estrutura usual de resenhas,
mas como a resenha é um texto escrito para publicação em revistas especializadas, cada revista cria
suas próprias regras. Questões como onde escrever o nome do resenhista (se abaixo do título, no
final, a quantos centímetros da margem), quantos parágrafos utilizar, o número mínimo e máximo de
linhas, a utilização de tópicos e subtítulos etc., tudo isso é definido pela revista que for publicar a
resenha.
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Por isso, sempre que um professor pedir para você fazer uma "resenha", (um resumo crítico, já que
não será publicado) você deve pedir que ele lhe dê esses parâmetros. Se o professor não se
pronunciar, sinta-se livre para decidir como apresentar a resenha, desde que respeitando a estrutura
geral apresentada aqui e as normas de bom senso para redação de trabalhos acadêmicos.
1.3 ArtigoO artigo é um gênero textual com autoria declarada que apresenta e discute ideias, métodos,
técnicas, processos e resultados de pesquisas nas diversas áreas do conhecimento, destinado à
divulgação, por meio de periódicos ou de uma publicação científica, sujeita à sua aceitação por
julgamento.
O artigo permite que os pares possam recriar as condições de experimentação para que outros
possam validar seus resultados.
Vamos, agora, falar um pouco sobre cada uma das partes integrantes desse gênero textual:
1. Título – deve descrever de forma sintética (poucas palavras) a ideia principal tratada no
artigo.
2. Autor (es) – deve ser feita a indicação do nome completo. No caso de mais de um autor,
deve-se optar pela ordem alfabética ou no caso de estar clara a importância de cada
autor (definida pelo esforço empreendido na confecção do artigo), pode-se optar pela
indicação do mais importante para o menos importante. Deve-se indicar, em nota de
rodapé, a filiação institucional do (s) autor (es).
3. Resumo – veja as normas para elaboração de resumo dadas nesta unidade.
4. Palavras-chave – de três a cinco palavras que sintetizam a ideia central do artigo e que
servirão para localizá-lo no caso de busca.
5. Introdução – Apresenta-se a justificativa, indicando a relevância do tema estudado, bom
como os objetivos do artigo. Exposição do tema – procede-se à fundamentação teórica a
partir da apresentação dos conceitos já existentes. É o momento em que se estabelece
necessariamente a intertextualidade, a partir das citações diretas ou indiretas de autores
e estudos relevantes para o artigo em questão. É o que dará sustentação teórica ao
estudo.
6. Desenvolvimento – apresentar a metodologia (descrição de métodos, técnicas,
instrumentos, cronograma, etc.); resultados (coleta de dados); discussão (análise dos
resultados, comparação com outros estudos).
7. Conclusão – considerações finais a respeito do estudo realizado, destacando as
contribuições do trabalho, com a indicação de possíveis limitações e/ou possibilidades. É
importante remeter aos objetivos propostos no início, respondendo às questões
levantadas.
8. Fechamento – Referências Bibliográficas – Siga as normas da ABNT ou as indicações
do periódico a que se destina o artigo. Tente incluir referências recentes (do mesmo ano
ou do ano anterior) para ilustrar que o tópico é atual e de interesse da comunidade.
Tente incluir artigos de conferências e revistas, assim como livros, e não apenas sites da
Internet. Todas as obras listadas no conjunto de referências devem ser mencionadas no
texto, e vice-versa. Anexos podem ser acrescidos quando se julgar necessário.
No caso específico de artigos de revisão que não apresentam resultado específico de pesquisas ou
experimentos no desenvolvimento, é feita apenas uma revisão bibliográfica aprofundada do tema.
Nesta aula você pode compreender melhor os aspectos da produção do texto informativo acadêmico.
Ao longo da aula foram esclarecidos pontos referentes à elaboração de resumos, resenha e artigos.
Agora resta a você praticar tudo o que aprendeu.
Atividades
Nesta aula você estudou a produção de textos acadêmicos.
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a. Você fez um esquema na aula anterior, lembra-se? Agora, pegue aquele esquema que
você já fez e o transforme em um resumo, de acordo com o que você aprendeu nesta
aula.
Aula 02 - Produção de Texto e DecisãoO decisor linguístico é o ouvinte/falante capaz de fazer escolhas acerca da adequação ou da
inadequação de uma dada forma linguística que intelige (compreende e interpreta) ou produz.
Raciocina, não memoriza. Substitui, em caso de dúvida. Conhece princípios linguísticos, não regras
gramaticais. Cria, não apenas reproduz. Apreende, compreende, analisa, sintetiza, aplica, avalia,
antes de ler ou de redigir. Habitua-se à diversidade, não ao padrão. Nesta aula, vamos ajudá-lo a
entender o que é e como se toma essa decisão.
2.1 Elementos para uma Boa Decisão LinguísticaVamos evidenciar alguns aspectos que precisamos definir quando elaboramos uma mensagem:
Que tipo de informação a mensagem contém?
Como se dá a interlocução?
Quais são os objetivos a atingir, considerando o contexto?
Que recursos dispomos para decidir?
Que atitude devemos ter ante a necessidade da decisão?
Sempre que você der início à produção de um texto, procure definir que tipo de informação ele
conterá. Para isso, é necessário ter a finalidade, o objetivo do texto em mente. Na vida acadêmica,
você transmite informações, ao:
responder a questões de exercícios, testes e provas;
elaborar relatórios de experimentos, reuniões, resultados de análises, entre outros;
redigir dissertações, teses, monografias.
Em cada caso, a finalidade do texto determinará o tipo de informação requerida e o registro
linguístico adequado.
2.2 Considerações do Decisor
Você precisa conhecer também o seu interlocutor. Um especialista – o professor de uma disciplina,
por exemplo –, necessitará de informações mais específicas e pormenorizadas, ao contrário do leigo,
que deverá assimilar o conteúdo da mensagem de forma genérica, apesar da imprescindível clareza
textual. Há casos, porém, em que o público é constituído por interlocutores de diferentes níveis
cognitivos e sociais. Nessa situação, convém que o texto seja produzido numa linguagem o mais
neutra possível, visando atingir a totalidade dos indivíduos, independente de sua faixa etária, classe
econômica, categoria profissional, gênero etc.
Sabendo sobre o que se vai falar e a quem, é preciso planejar o detalhamento do que vai ser dito.
Essa estruturação do texto pode ser mental ou mesmo por escrito, como um esquema. Você deve
escolher a que melhor se adéqua ao seu jeito de ser e com a qual você se sinta em segurança. Com
esses três elementos bem definidos, está na hora de escrever o texto. E se surgem dúvidas sobre o
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português, o que fazer?!
2.3 As Consultas do DecisorVocê já deve ter experimentado a dificuldade de buscar a resposta a uma dúvida de português, o
que é absolutamente natural. Até os mais experimentados escritores enfrentam essa situação. Para
resolvê-la, é bastante útil dispor de variadas fontes de consulta, tais como:
Dicionários convencionais (de significados), etimológicos, enciclopédicos, ortográficos.
Gramáticas – normativas, descritivas, pedagógicas, são fontes de consulta de
aprofundamento.
Manuais de redação e estilo – governamentais, jornalísticos, empresariais, são
instrumentos de homogeneização da redação institucional; dão segurança, porém limitam
e não substituem outras fontes de referência, como gramáticas e dicionários.
Obras de fundamentação teórica – constituem fontes de consulta que sustentam opiniões
de especialistas.
Além dos conhecimentos adquiridos por essas fontes, você deve reconhecer os diversos tipos de
textos: narrativo (romances, contos), descritivos (crônicas, relatórios, atas),
dissertativos/argumentativos (teses, ensaios, monografias), poéticos (poemas), dramáticos (peças
teatrais), epistolares (correspondência em geral), por meio do conhecimento de suas finalidades e
funções linguísticas. Tal tipologia, é claro, acaba por ser fundamental para o desenvolvimento das
atividades acadêmicas.
Esperamos que você, a partir deste curso, seja este decisor linguístico. Procuramos orientá-lo para
perceber a comunicação escrita como algo mais que um conjunto de letras, que formam palavras,
que integram orações, que constroem períodos, que compõem parágrafos, que formam textos.
Atividades
Você estudou sobre a decisão linguística nesta aula.
a. Pense que você precisa escrever um texto, informando ao diretor da empresa em que
trabalha sobre uma viagem de trabalho, relatando a urgência.
b. Agora, você chegou em casa e vai escrever uma carta para seu filho de 5 anos, que já
está dormindo, explicando que vai viajar a serviço.
c. Compare os dois textos que você acabou de escrever e observe quantas decisões foram
tomadas para a elaboração adequadas dos dois textos.
Aula 03 - Produção de Texto ArgumentativoNesta aula trataremos da produção argumentativa, por ser uma tipologia textual muito solicitada nos
trabalhos acadêmicos e fundamental para a reflexão dos estudos feitos ao longo de seu curso.
3.1 O Que é ArgumentarArgumentar é uma arte de linguagem conhecida na Antiguidade, bastante explorada na retórica dos
filósofos gregos que desenvolviam com destreza a habilidade argumentativa nas exposições públicas.
Os gregos consideravam a linguagem como discurso e era necessidade básica o domínio das regras
de uma boa argumentação, domínio esse que definia certo status social e intelectual. Aristóteles
chamou a argumentação como a arte de persuadir e convencer.
Em pesquisas mais recentes, encontramos Perelman (1996) que institui a Nova Retórica e a concebe
como uma relação discursiva que tem por objetivo convencer ou persuadir, seja um auditório ou um
indivíduo. Perelman faz distinção entre persuadir e convencer. A persuasão é uma forma de
linguagem argumentativa que tem como alvo um auditório particular e a argumentação persuasiva
dirige-se a todo ser racional, é, portanto, de caráter universal.
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Ducrot e Ascombre (1983) constatam que a argumentação está na língua, esse fato dá à
argumentação um valor semântico profundo. Segundo esses autores, nem todas as palavras se
prestam à argumentatividade, consideram eles que, são os predicados (nomes e verbos) e os
modificadores (adjetivos e advérbios) que têm força de argumento. São, portanto, termos e
expressões da língua que operam na argumentação, por isso, também chamados de operadores
argumentativos.
Ducrot e Ascombre, no desdobramento da Teoria da Argumentação, incluem a noção de topos e para
eles, pela presença do topos, a argumentação se dá em escalas graduais, de forma que na
elaboração dos argumentos há sempre um mais forte que predomina e que dá a direção
argumentativa para uma conclusão.
A característica fundamental do texto argumentativo-dissertativo é convencer e/ou persuadir pela
linguagem. Para que essa marca identificadora da argumentatividade de um texto entre em
funcionamento é necessário também acionar outros mecanismos da linguagem, que acontecem
algumas vezes de forma consciente, outras vezes, inconscientes, pelos sujeitos de discurso quando
desejam elaborar suas teses, defender suas idéias, se inscrever em posições subjetivas e debater
preconceitos.
Para que o sujeito tenha condições de desenvolver competências argumentativas, torna-se
necessário apreender os mecanismos estruturadores da argumentatividade. Toda linguagem é
ideologicamente marcada e a ideologia só se manifesta através da linguagem e nem sempre são
perceptíveis numa leitura linear. Isso significa dizer que quando usamos a linguagem, junto com ela
vêm dados e informações que estão armazenados em nosso cérebro e que, muitas vezes, nem
percebemos que elas estavam ali guardadas.
Por essa razão, a produção argumentativa vai além da estrutura formal, da preocupação com regras
gramaticais da língua. É preciso pensar a argumentação do ponto de vista semântico-discursivo, ou
seja, é preciso pensar no sentido que queremos que nossa produção argumentativa alcance.
A forma da língua é importante, sem ela a comunicação torna-se deficiente, mas apenas a forma não
é suficiente para garantir uma boa produção textual argumentativa coerente e coesa. Outros fatores
assumem papel vital, como por exemplo, a cultura, a economia, a faixa etária, o regionalismo, todos
esses e outros não citados, constituem as condições de produção do sujeito e são determinantes na
sua postura ideológica, social e intelectual.
A adequação das formas argumentativas da língua contribui grandemente para o sucesso dos
argumentos que constituem o discurso e que o torna argumentativo. Nas condições de produção do
sujeito estão as experiências por ele acumuladas, que caracterizam sua historicização, ou seja, toda
sua experiência social, cultural e de vida, e é, pela existência dessa historicizaçao que o sujeito se
faz sujeito, se assume como sujeito e defende suas posições.
A construção argumentativa requer a formação de um ponto de vista e isso só se dá a partir do
momento que o sujeito se coloca numa determinada posição e é dessa posição na qual se inscreve
que ele produzirá seu discurso argumentativo. A formação do ponto de vista passa também pelo
campo das formações imaginárias, isto é, antes de se enunciar o sujeito elabora imagens.
Para discutir as formações imaginárias Pêcheux (1997) levanta a hipótese de que na estrutura de
uma formação social há lugares de representação postos em jogo no processo discursivo e é por
meio desses processos que as formações imaginárias funcionam designando os lugares, as posições
que cada sujeito assume na argumentação e, confirmando Gadet (1997) diz: “o que podemos dizer é
que todo processo discursivo supõe a existência dessas formações imaginárias” (p. 83). Essas
formações imaginárias são resultados de um efeito de pré-construído, ou seja, representa dados e
informações que se encontram na memória da pessoa e que são revelados explicita ou implicitamente
no uso da linguagem. Esse fenômeno das formações imaginárias permite ao sujeito enunciador que o
seu dizer se faça de uma forma e não de outra. Isso significa que a forma de dizer, as palavras que
escolhe influenciam no resultado da argumentação.
3.2 Características do Texto Argumentativo
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Veja, a seguir, as principais características que envolvem a argumentação:
Exposição e a argumentação simultâneas daquilo que o autor pensa sobre determinado
assunto.
Situa e discute.
Apresenta uma tese, apoiada em argumentos, aponta a conclusão
Tenta persuadir/convencer o leitor.
Os argumentos apresentados podem ser originais (inferências) ou alheios (presença de
citações).
O texto de opinião sempre estabelece relações lógicas (mas, assim, o que comprova,
deste modo, porém, um outro lado da questão é...).
Um bom texto argumentativo sempre apresenta o outro lado da questão, para melhor fundamentar a
própria tese. Entretanto, a conclusão sempre aparecerá em decorrência do que se disse antes
(assim, desse modo, como vemos, considerando esses fatos, em consequência disso...).
A produção do texto argumentativo deve ser feita por etapas:
Etapa intertextual
Considere o universo de informação que possui sobre o assunto
Todo texto tem um antecedente em relação ao qual ele toma posição
Aqui se resgata seu conhecimento de mundo.
Etapa contextual ou pragmática
Considere a finalidade do texto que vai ser escrito
Para defender um ponto de vista
Opor-se a uma ideia corrente
Para modificar ideias e opiniões
Estabelece-se aqui o tom do texto
Balizando o desenvolvimento do texto
Em função do tempo que se dispõe para produzi-lo
Do espaço e do público para o qual o texto se destina
Etapa textual
Estabelecer um plano: listar tópicos
Arquitetura: sempre válida a observação aristotélica de que um discurso deve
apresentar começo, desenvolvimento e conclusão.
3.3 Como se Organiza o Texto Dissertativo/ArgumentativoComo você já sabe, foi Aristóteles, século V antes de Cristo, que criou a organização do texto por
partes e até hoje, é esse o modelo que produz maior efeito e que demonstra com mais clareza os
objetivos a que ele se propõe. Vamos aqui relembrar o que esse grande filósofo nos ensinou:
Introdução
É o ponto de partida
Roteiro do que se lerá
Lança mão de recursos que podem despertar o interesse do leitor
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Formula uma tese
Lança uma afirmação surpreendente
Justifica ou refutar
Propõe uma pergunta que será respondida ao longo do texto
Desenvolvimento
Organização criteriosa das ideias, conceitos, informações, argumentos
Analisam-se relações de causa-efeito
No geral, cada parágrafo trata de uma nova ideia, mas deve haver relação lógica entre
eles (elementos coesivos)
Conclusão
Retoma o que foi dito e expõe uma avaliação do que foi discutido
Deve ser bem produzido linguisticamente, observando a boa construção sintática, a
riqueza e a pertinência vocabular, a correção gramatical e o estilo.
3.4 Recursos para Convencer
A boa produção argumentativa se utiliza de recursos que bem usados se tornam grande aliados do
argumentador, isto é, daquele que se enuncia. Observe que são elementos que dão sustentação ao
texto:
Argumento de autoridade
É a citação de autores renomados
Autoridades num certo domínio do saber
Corrobora uma tese
Argumento baseado no consenso
Exemplo: Os investimentos em pesquisa são indispensáveis, para um país superar sua
condição de dependência. (Obs. Pode carregar ideologias implícitas).
Argumentos baseados em provas concretas
É importante sempre apontar fatos que reforcem a sua opinião.
Alguns cuidados que se deve ter na produção argumentativa: Escrever sempre requer cuidados. A
palavra depois de proferida não volta, portanto, saber escolhê-las é uma virtude que devemos
cultivar. Você já estudou, nesta disciplina, que elementos como coerência, coesão, correção
gramatical são muito importantes, principalmente, no texto escrito. A seguir, listamos pequenos
detalhes que fazem a diferença em sua produção:
Não se deve escrever em um texto clichês, chavões, que atrapalham o texto
argumentativo:
Não por trazerem expressões comuns a diferentes tipos de textos, mas porque substituem
a reflexão;
Frases-feitas eliminam qualquer possibilidade de argumentação, pois já são conhecimentos
prontos, indiscutíveis e que não precisam ser desenvolvidos com mais cuidado
O lugar-comum apenas repete
Evite gírias
Não se deixe envolver por emoções exageradas
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Redija um texto com sobriedade
Evite muitos adjetivos
Evite repetições de palavras
Ideias mal concatenadas levam à fuga ao tema e a incoerência textual
Os estudos sobre a linguagem existem há séculos e ainda há muito por se descobrir, portanto, não
podemos dizer que falamos tudo, mas é possível dizer que o que foi dito a você, caro estudante, é
suficiente para que você possa elaborar seus textos com mais segurança e conhecimento.
Para encerrar a aula, trazemos uma interessante observação feita por Faraco e Tezza, no livro
“Prática de Texto”:
A língua é uma das realidades mais fantásticas de nossa vida. ela está presente em
todas as nossas atividades; nós vivemos entrelaçados (às vezes soterrados) por
palavras; elas estabelecem todas as nossas relações e nossos limites [...].O mundo
inteiro é um gigantesco bate-papo (FARACO; TEZZA, 2007, p. 9).
Chegamos ao final desta aula. Com as orientações que recebeu nesta disciplina, você terá
competências e habilidades para melhor usar e aproveitar as possibilidades que nossa língua nos
oferece.
Nesta aula você teve a oportunidade de constatar que com organização e alguns cuidados é
possível elaborar um bom texto argumentativo.
Atividades
Esta foi a aula em que você aprendeu mais sobre textos argumentativos.
a. Releia os dois textos que você escreveu na aula anterior, sobre sua viagem de trabalho e
confira se usou argumentos suficientes para convencer seu diretor a autorizar sua saída.
b. Veja se no texto escrito para seu filho você foi claro o suficiente para que ele
compreenda sua ausência.
c. Nos dois casos, refaça os textos, acrescentando o que aprendeu nesta aula.
ReferenciasBARTHES, Roland. O prazer do texto. São Paulo: Perspectiva, 1977. 86 p.
CAMARA JR., Joaquim Mattoso. Estrutura da língua portuguesa. 25. ed. Petrópolis, Vozes,
1996.124 p.
______. Manual de expressão oral e escrita. 20. ed. Petrópolis, Vozes, 2001. 164 p.
CHEMIN, Beatris Francisca. Manual da Univates para trabalhos acadêmicos. Disponível em:
http://www.univates.br/files/files/univates/manual/Capitulo1.pdf. Acesso em: 18 jul. 2012.
CUNHA, Celso; CINTRA, Luís Felipe Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 2. ed.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. 748 p.
DAVIS, Flora. A comunicação não verbal. Tradução de Antonio Dimas; direção da edição de Fanny
Abramovich. São Paulo: Summus Editorial Ltda., 1979.
DUCROT, Oswald; ASCOMBRE, Jean Claude. Argumentação e Topoi argumentativos. In: GUIMARAES,
Eduardo. História e sentido na linguagem. Campinas: Pontes, 1989.
FRANCHI, CARLOS. Mas o que é mesmo “gramática”? São Paulo: Parábola Editorial, 2006.
GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna: aprenda a escrever, aprendendo a pensar.
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21. ed. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2002. 540 p.
GRICE, Herbert Paul. “Lógica e conversação”. In: DASCAL, Marcelo (Org.). Pragmática:
Problemas, críticas, perspectivas da lingüística: bibliografia. Campinas: Unicamp, 1982. 301 p.
KOCH, Ingedore G. V. Argumentação e linguagem. São Paulo: Contexto, 1984.
______. A coesão textual. São Paulo: Contexto, 1989.
______; TRAVAGLIA, L. C. A coerência textual. São Paulo, Contexto, 1990.
LEOTTI, Maria José. De peito aberto: uma forma de ler os fenômenos da linguagem, se você
tem peito. Disponível em: http://alb.com.br/arquivo-
morto/edicoes_anteriores/anais15/alfabetica/LeottiMariaJose.htm. Acesso em: 18 jul. 2012.
MARTINS, Denise de A. C. Aspectos do Baby Talk no Português. Dissertação de Mestrado. Rio de
Janeiro, PUC/RJ, 1988. Mimeo. 132 p.
______. Mecanismo de simplificação em registros especiais do português. Tese de Doutorado.
Rio de Janeiro, UFRJ, 1991. Mimeo. 201 p.
______. “Interação médico-paciente”. Curso de Introdução à análise do discurso. Brasília, UnB.
1997. Mimeo, 10p.
______. “Pedagogia da positividade: comunicação construtiva em português, de Francisco Gomes de
Matos”: recensão. In: Revista Internacional de Língua Portuguesa. Lisboa, Associação das
Universidades de Língua Portuguesa, 17, julho de 1997. pp. 165-166.
______; JORGE, Lurdes Tereza L.; BARRETO, Lina Sandra. Programa de educação continuada –
Língua Portuguesa: compreensão e interpretação textual – Módulo 1. Brasília: Cespe – Finatec / UnB,
1998. Texto impresso e CD-ROM. 98 p.
______. Esta e muitas histórias de todo dia: contos e crônicas. Brasília, 2003. No prelo.
MATOS, Francisco Gomes de. Pedagogia da positividade: comunicação construtiva em português.
Recife: Editora Universitária, UFPE, 1996. 127 p.
MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas. 2.
ed. São Paulo: Atlas, 1996.
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 3. ed. São Paulo: Cortez;
Brasília, DF: UNESCO, 2001. 118 p.
NOVO MANUAL DA REDAÇÃO. 4. ed. São Paulo, Folha de S. Paulo, 1992. 331 p.
OLIVEIRA, Edison. Todo mundo tem dúvida, inclusive você. Porto Alegre: Sagra. 1995. 180 p.
PECHEUX, Michel. Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. Campinas: Editora da
Unicamp, 1997.
PERELMAN, Chaïm. Tratado da argumentação: a nova retórica. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
SEVERINO, Antônio J. Metodologia do trabalho científico. 21. ed. São Paulo: Cortez, 2000.
GlossárioA
Analogia
Comparação.
Argumentação
Apresentação de provas a favor ou contra uma proposição anteriormente enunciada,
utilizando-se de exemplos, citações, analogias ou outros recursos de retórica.
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Assertividade
Característica da sentença que declara inteiramente a sua mensagem, seja ela positiva ou
negativa, sem deixar margem a dupla interpretação.
Atitude
Comportamento ditado por disposição interior; maneira de agir em relação a pessoa, objeto,
situação etc.
Avaliação
Processo pelo qual se define o valor de algo, bem como sua validade dentro de determinadas
situações. Esse é um processo contínuo nas situações de comunicação oral e escrita, pois
os falantes estão sempre decidindo, pela avaliação, quais elementos linguísticos serão
usados em cada situação.
C
Cena enunciativa
Aquela em que há pessoas que conversam, em que ocorre interação linguística.
Cognição
Processo ou faculdade de se adquirir um conhecimento, de conhecer algo.
Compreensão
Faculdade de entender, de perceber o significado de algo.
Contexto
O ambiente em que se dá a comunicação e que envolve, simultaneamente, o comportamento
linguístico e social.
Convicção
Crença ou opinião a respeito de algo, com base em provas ou razões íntimas, ou como
resultado da influência ou da persuasão de outrem.
Crítica
Arte ou faculdade de examinar/julgar obras, em especial as de caráter artístico ou literário;
apreciação minuciosa, julgamento.
Contexto
O conjunto de condições de uso da língua, que envolve, simultaneamente, o comportamento
linguístico e o social, e é constituído de dados comuns ao emissor e ao receptor; ambiente.
Dependendo do contexto, as situações de comunicação são alteradas. Por isso, para
determinar o significado de um termo, é necessário conhecer o contexto em que está
inserido.
Cooperação
Atuação, juntamente com outros, para um mesmo fim; contribuir com trabalho, esforços,
auxílio; colaboração.
D
Decodificar
Mudar de um código para o outro, decifrar, compreender, interpretar o sentido de uma
mensagem.
Deriva
Encadeamento de mudanças ocorridas numa dada língua, que seguem uma direção bem
definida. Como exemplo, temos o uso do pronome oblíquo no início das frases: "Me dá isso",
que ocorre no português do Brasil, mas não no português de Portugal.
Dicionário
Compilação completa ou parcial dos vocábulos de uma língua, ou de certas áreas específicas
desta língua, geralmente em ordem alfabética e que fornece, além das definições,
informações sobre sinônimos, antônimos, ortografia, pronúncia, classe gramatical, etimologia.
Dissertação
Tipo de texto em que o raciocínio, a exposição e a argumentação ganham papel de
destaque.
Desempenho
Nível de ação de um falante da língua; o grau de adequação que este consegue alcançar
quando fala ou escreve.
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Descrição
Tipo de texto que se caracteriza pela predominância dos aspectos referentes à forma, tais
como cores, dimensões, posições, textura, estrutura, gênero etc., texto que usa a língua
para compor uma imagem, seja de seres concretos ou abstratos e onde ocorre a
predominância de substantivos, adjetivos e advérbios.
Dialeto
Conjunto de marcas lingüísticas de natureza semântico-lexical, morfossintática e fonético-
morfológica, restrito a dada comunidade de fala inserida numa comunidade maior de usuários
da mesma língua, que não chegam a impedir a intercomunicação da comunidade maior com a
menor [O dialeto pode ser geográfico ou social.]; qualquer variedade linguística coexistente
com outra e que não pode ser considerada uma língua (p.ex.: no português do Brasil, o
dialeto caipira, o nordestino, o gaúcho etc.); modalidade regional de uma língua que não tem
literatura escrita, sendo predominantemente oral; língua que, embora tenha literatura
escrita, não é língua oficial de nenhum país (p.ex., o catalão, o basco, o galego etc.);
variedade regional de uma língua cujas diferenças em relação à língua padrão são tão
acentuadas que dificultam a intercomunicação dos seus falantes com os de outras regiões
(p.ex., siciliano, calabrês).
E
Enunciação
Ato individual de utilização da língua pelo falante, ao produzir um enunciado num dado
contexto comunicativo.
Enunciado
Frase, parte de um discurso ou discurso (oral ou escrito) em associação com o contexto;
segmento produzido por um falante numa determinada língua delimitado por certas marcas
formais: de entonação, de silêncios (expressão oral), de pontuação (expressão escrita).
Erro
Ato ou efeito de errar; juízo ou julgamento em desacordo com a realidade observada;
engano; qualidade daquilo que é inexato, incorreto; desvio do caminho.
Estrutura
Organização, disposição e ordem dos elementos essenciais que compõem um corpo (concreto
ou abstrato); organização das partes, em função de algo de cunho genérico e global; aquilo
que dá sustentação (concreta ou abstrata) a alguma coisa; armação, arcabouço;
agregação, reunião de elementos que compõem um todo e a sua inter-relação com este
todo; rede de associações que se constroem a partir de correlações e oposições entre os
elementos linguísticos.
Economia
Dispêndio exato de esforço linguístico na produção de um enunciado.
Empréstimo
Incorporação, ao léxico de uma língua, de um termo pertencente a outra língua.
Estrangeirismo
Palavra ou expressão estrangeira usada em um texto, tal como se fosse parte do léxico da
língua receptora,embora ainda não esteja incorporada a este.
Exemplificação
Uso do exemplo como recurso de retórica e argumentação.
Ética
Estudo da moral e das regras de bem proceder.
F
Falar
Variedade de uma língua peculiar a um quadro geográfico; tem-se o falar regional, próprio de
uma área mais ampla (p. ex.: o falar nordestino) e o falar local, próprio de uma cidade, de
uma vila etc.; dialeto, fala – o carioca, o do vale do Paraíba; variedade de língua (com
características específicas na sintaxe e no léxico) que caracteriza um determinado grupo
sociocultural; dialeto, linguajar.
Formal
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Relativo à forma de um vocábulo ou de uma estrutura linguística, bem como à maneira usada
para organizar os elementos dentro de um enunciado.
Funcional
Relativo à função que um determinado componente linguístico ocupa dentro do texto.
Dizemos que um termo é funcional quando desempenha um papel importante na construção
do significado, isto é, ele "funciona" dentro do sistema da língua.
H
Heterogeneidade
Qualidade daquele que possui natureza desigual e/ou apresenta diferença de estrutura,
função, distribuição etc. (diz-se de qualquer coisa em comparação com outra); ou que é
constituído por elementos variados; ou composto de partes ou elementos de diferentes
naturezas, isto é, que não tem unidade, não é uniforme.
I
Informação
Ato ou efeito de informar(-se); comunicação ou recepção de um conhecimento ou juízo; o
conhecimento obtido por meio de investigação ou instrução; esclarecimento, explicação,
indicação, comunicação, informe; acontecimento ou fato de interesse geral tornado do
conhecimento público ao ser divulgado pelos meios de comunicação; notícia; informe escrito;
relatório; conjunto de atividades que têm por objetivo a coleta, o tratamento e a difusão de
notícias junto ao público; conjunto de conhecimentos reunidos sobre determinado assunto;
elemento ou sistema capaz de ser transmitido por um sinal ou combinação de sinais
pertencentes a um repertório finito.
Institucional
Relativo à estrutura material e humana que serve à realização de ações de interesse social
ou coletivo; que provém de uma instituição.
Intelecção
Ação ou processo de entender; fato de entender; compreensão, entendimento.
Interlocutor
Cada uma das pessoas que participam de uma conversa, de um diálogo; cada uma das
pessoas envolvidas num ato linguístico.
Intertextualidade
De textos ou de partes de textos preexistentes de um ou mais autores, de que resulta a
elaboração de um novo texto.
Indo-europeu
Tronco ou família de línguas aparentadas, faladas em parte da Ásia e em grande parte da
Europa. Contém vários ramos, tais como o indo-iraniano, o báltico, o itálico, o germânico e o
celta, o grego, o albanês e o armênio; língua pré-histórica hipotética que os linguistas e
filólogos do século XIX reconstituíram em seus estudos e que teria sido a protolíngua da
família indo-europeia.
Interpretação
Determinação do significado de uma mensagem; entendimento; leitura.
L
Léxico
O repertório total de palavras existentes numa determinada língua; relação de palavras
empregadas com sentido diferente do da língua comum, com as respectivas explicações, ou
relação das palavras usadas por um autor, um grupo social etc.; vocabulário.
Literalidade
Qualidade do que é literal, do que pode ser interpretado em seu sentido denotativo,
informativo.
Lógica
Parte da filosofia que estuda os processos intelectuais pelos quais se adquire o
conhecimento. Diz-se que “é lógico”, muitas vezes, no sentido de ser coerente, encadeado,
verdadeiro.
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M
Monografia
Tipo de texto acadêmico-científico no qual se discorre com profundidade a respeito de um
único assunto, analisando-o sob diversos aspectos, após a realização de pesquisas
bibliográficas e/ou de campo.
Metas
Objetivos que se procura atingir a médio ou longo prazo.
N
Narração
Tipo de texto que privilegia a seqüência dos fatos de uma história. Pode ser feita em ordem
cronológica ou não. A ordem e a maneira de se apresentar os fatos interferem diretamente
na qualidade da narrativa.
Norma
Preceito estabelecido na seleção do que deve ou não ser usado numa certa língua, levando
em conta fatores linguísticos e não linguísticos, como tradição e valores socioculturais
(prestígio, elegância, estética etc.); tudo o que é de uso corrente numa língua relativamente
estabilizada pelas instituições sociais.
Neologismo
Palavra nova, criada a partir dos mecanismos aceitáveis pelo padrão do idioma. (ver
processos de formação de palavras)
O
Oração
Frase ou segmento de frase que contém um verbo.
P
Paradoxo
Aquilo que se apresenta como contradição, como inesperado dentro do contexto. Ex.:
Apesar de toda a riqueza material que caracteriza os países de primeiro mundo, ainda pode-
se ver, em inúmeras de suas cidades, as figuras dos indigentes e dos marginais.
Período
Conjunto de orações.
Pronunciamento
O que resulta do ato de fala ou escrita, manifestação de um discurso oral ou escrito.
Positividade
Qualidade do que é positivo, que leva à certeza, à segurança.
Pragmática
A parte da teoria do uso linguístico que estuda os princípios de cooperação que atuam no
relacionamento linguístico entre o falante e o ouvinte, permitindo que o ouvinte interprete o
enunciado do seu interlocutor, levando em conta, além do significado literal, elementos da
situação e a intenção que o locutor teve ao proferi-lo (por exemplo: o enunciado "você sabe
que horas são?" pode ser interpretado como um pedido de informação, como um convite para
que alguém se retire etc.).
R
Recepção
O ato de receber a mensagem e que corresponde à parte final da transmissão da mesma;
entre falantes, cabe ao interlocutor/destinatário.
Relatório
Tipo de texto geralmente utilizado no meio técnico-científico, no qual se enumeram e
descrevem as etapas de procedimentos e se analisam os resultados de um experimento.
S
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Silogismo
Proposição filosófica que se baseia no encadeamento das premissas, ou seja, das partes de
uma proposição, estabelecendo relações de causa e conseqüência e de conclusão: Quem
nasce no Brasil é brasileiro. Pedro nasceu no Brasil. Logo, Pedro é brasileiro.
Sintaxe
Parte da gramática que estuda as palavras como elementos de uma frase, as suas relações
de concordância, de subordinação e de ordem.
Sintática
Relativo à sintaxe.
Sistema
Conjunto de elementos, concretos ou abstratos, intelectualmente organizado; conjunto
concebido pelo espírito (como hipóteses, crenças etc.) de objetos de reflexão, ou
convicção, unidos por um fundamento; doutrina, ideologia, teoria, tese; conjunto de idéias
logicamente solidárias, consideradas nas suas relações; conjunto de regras ou leis que
fundamentam determinada ciência, fornecendo explicação para uma grande quantidade de
fatos; teoria; distribuição de um conjunto de objetos numa ordem que torna mais fácil sua
observação e estudo; qualquer conjunto natural constituído de partes e elementos
interdependentes; conjunto das redes de relações pelas quais uma língua se organiza e se
estrutura; conjunto dos sistemas parciais ou subsistemas (fonológico, sintático, morfológico,
semântico) que integradamente formam a estrutura da língua como um todo .
Semântica
Ramo da linguística que se ocupa do estudo da significação do significado das palavras, em
oposição a sua forma.
Semântico
Relativo ao significado.
Simetria
Semelhança entre duas metades de um todo.
T
textualidade:
Conjunto de características que garante a um enunciado lingüístico a condição de “texto”.
U
Unidade linguística
Qualidade daquilo que é uno, que não pode ser dividido; qualidade do que apresenta
semelhança, harmonia ou coerência com outros elementos da mesma espécie; cada parte
estruturada que, por si, forma um todo dentro de uma estrutura maior.
V
Variação
Flexibilização na forma de apresentar uma palavra, uma expressão ou uma estrutura, sem
obedecer totalmente à norma padrão, mas sem se tornar inaceitável linguisticamente.