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PROFESSOR

ARENILDO DOS SANTOS CURSO DE INTERPRETAÇÃO

TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.

Este pequeno objeto que ora descrevemos

encontra-se numa sala de aula e serve para

escrever. Tem mais ou menos dez centímetros e

lembra um lápis, estética e funcionalmente: uma

de suas extremidades é menos grossa do que a

outra e, para ser usado, precisa estar entre os

dedos. É pressionado de encontro ao quadro,

causando riscos que têm a forma pretendida por

quem o manipula.

TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.

O material de que é feito, o gesso,

confere-lhe peso e consistência insignificantes.

À medida que é usado, vai se decompondo,

sendo visível também a poeira que dele resulta.

Não há variedade de modelos: qualquer um

apresenta o formato básico. Diferentes são as

cores, pois há os azuis, os amarelos, os

vermelhos e outros mais. Está presente em

todas as salas de aula convencionais, pois se

trata de um valioso instrumento no exercício da

atividade docente.

TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.

A) Quanto ao modo de construção

1) Descrição objetiva – O descritor retrata o

“objeto” de forma precisa e imparcial, limitando-se

aos aspectos exteriores. (postura parnasiana)

2) Descrição subjetiva – O redator, fazendo uso

expressivo de adjetivações, descreve o “objeto” de

forma emotiva, na tentativa de tornar o leitor seu

“cúmplice”. (postura impressionista)

TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.

B) Quanto ao “objeto descrito”

1) Descrição estática – Neste tipo de descrição,

o “objeto” descrito está parado. Trata-se de

observação detida e atenta, principalmente se o

observador também estiver parado. Ex.: descrição

de uma árvore.

2) Descrição dinâmica – Neste tipo de descrição,

o “objeto” descrito está em movimento, exigindo do

observador muita concentração. Ex.: descrição de

um gol, numa partida de futebol.

TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.

Numa Descrição, devem-se evitar:

1) Comentários óbvios – É preciso atribuir ao

“objeto” descrito características que o

individualizem.

Construção inadequada: “... o banheiro tinha

quatro paredes, uma pia, um vaso e um

chuveiro...”

Construção adequada: “ ...as paredes do banheiro

eram de um azul já meio desbotado pelo tempo,

uma pia encardida, um vaso sem tampa e um

chuveiro enferrujado...”

TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.

2) Circunlóquios - Rodeio desnecessário de

palavras, circunlocução.

Construção inadequada: “... a casa era bonita,

muito bonita, linda, uma graça, lindíssima,

sensacional,...”

Construção adequada: “ ... a casa era

lindíssima ...”

TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.

Estrutura

Quanto aos parágrafos, uma descrição tem que ser

dividida em introdução (1 parágrafo), desenvolvimento (de

1 a 3 parágrafos) e conclusão (1 parágrafo).

Obs.: Ao fazer uma descrição, procure facilitar o trabalho

imaginativo do leitor. Por exemplo, se for descrever uma

pessoa, faça-o de cima para baixo, ou seja, comece pelo

rosto, cabelo, tronco , etc. Neste caso, se a descrição for

subjetiva, faça a retratação física num parágrafo e, noutro,

a retratação psicológica ou emocional.

TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.

O braço dela é necessariamente duro, a exemplo dos pés,

a fim de oferecer segurança. Seu encosto contrasta, pois é

macio, fofo, quase liso. A parte de baixo também é macia e

confortável. Esse objeto encontra-se em cada sala de aula

e os alunos adoram sentar nele.

Julgue cada afirmativa a seguir como C(certa) ou E(errada).

a. O texto mescla passagens dissertativas, descritivas e

narrativas. (C) (E)

TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.

b. Trata-se de exemplo de texto descritivo estático e

impressionista. (C) (E)

c. Há unidade temporal no texto. (C) (E)

d. Há adjetivação direta e indireta no texto. (C) (E)

e. No texto, o único sinônimo de "Esse objeto" é "nele".

(C) (E)

TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.

2. Parafraseie conforme o modelo, com coerência.

a. Ela estuda muito. (adjetivação indireta)

Ela é estudiosa. (adjetivação direta)

b. Ela come muito.

________________________________________

c. Ela dorme muito.

________________________________________

d. Ela namora muito.

________________________________________

TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.

e. Ela chora muito.

________________________________________

f. Ela anda muito.

________________________________________

g. Ela fala muito.

________________________________________

h. Ela sua muito.

________________________________________

i

TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.

. Ela trabalha muito.

________________________________________

j. Ela cansa muito.

________________________________________

TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.

(CESGRANRIO)

“A carruagem parou ao pé de uma casa amarelada, com

uma portinha pequena. Logo à entrada um cheiro mole e

salobro enojou-a. A escada, de degraus gastos, subia

ingrememente, apertada entre paredes onde a cal caía, e a

umidade fizera nódoas. No patamar da sobreloja, uma

janela com um gradeadozinho de arame, parda do pó

acumulado, coberta de teias de aranha, coava a luz suja do

saguão. E por trás de uma portinha, ao lado, sentia-se o

ranger de um berço, o chorar doloroso de uma criança.”

(Eça de Queirós. O Primo Basílio)

TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.

Observando-se os recursos de estilo presentes na composição desse

trecho, é correto afirmar que

(A) o acúmulo de pormenores induz a uma percepção impessoal e

neutra do real.

(B) a descrição assume caráter impressionista, dando também

dimensão subjetiva à percepção do espaço.

(C) as descrições veiculam as impressões do personagem sem a

interferência emotiva do narrador.

(D) a carência de adjetivos confere caráter objetivo e real à

representação do espaço.

(E) o predomínio da descrição confere caráter expressionista ao relato,

eliminando seus resíduos subjetivos.

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

Narrar é contar uma história, uma sequencia de fatos (enredo)

ocorridos em local e tempo determinados. Ao fazer uma narração,

é preciso que o redator, se possível, deixe claro “o que

aconteceu?”, “por que aconteceu?”, “como aconteceu?”, “onde

aconteceu?”, “quando aconteceu?, “com quem aconteceu?”.

Com base nisso, eis os elementos essenciais a toda narração:

1) Narrador - Uma história pode ser contada por um narrador-

personagem (narração em primeira pessoa) ou um narrador-

observador (narração em terceira pessoa).

2) Personagens - Não há narração sem personagens. O redator

deve criá-los e, se for do seu interesse, pode distingui-los em

protagonista, antagonista, secundário.

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

3) Tempo - É importante que o redator deixe claro quando os

fatos narrados se deram e em quanto tempo ocorreram.

4) Espaço - A localização física e geográfica dos fatos

narrados é importante, a fim de facilitar a imaginação do

leitor.

Obs.: Cuidado. Nem toda narração é ficcional. Uma notícia

de jornal, por exemplo, pode tematizar um fato que envolve

um enredo, isto é, uma sequência de ações e de

acontecimentos. Por essa razão, pode-se ter um texto

simultaneamente informativo e narrativo.

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

Noivo prende fugitivo na hora do casamento

A igreja estava linda. Os familiares e amigos presentes.

Flores diversas. Os pais de ambos visivelmente

emocionados. Era o casamento.

Em plena hora do casamento, o noivo abandonou a festa

para prender o fugitivo de um acidente de carro. Richard e

Sarah Cooney acabaram de se casar em Birmingham,

Inglaterra, e ele viu a fuga. Não perdeu tempo e perseguiu

um homem que tentou escapar até dominá-lo.

A cerimônia já tinha acabado e o casal posava para

fotografias do lado de fora da Igreja Saint Margaret Mary

quando aconteceu o incidente.

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

O marido ouviu o barulho dos carros batendo e dois

homens envolvidos no acidente fugindo. Christopher

Armstrong, padrinho na cerimônia e irmão de Sarah, correu

atrás de um deles, enquanto Richard seguia o outro. Depois

de alcançar o fugitivo em um parque, o noivo o entregou à

polícia e voltou para a cerimônia.

(Deu no Terra, maio de 2002. As notícia mais malucas do planeta.

Alessandro Bender.)

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

O primeiro parágrafo do texto, por sua estrutura e

características, deve ser prioritariamente classificado como:

(A) expositivo;

(B) narrativo;

(C) normativo;

(D)argumentativo;

(E) descritivo.

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

Duas características - presentes no primeiro parágrafo -

que são representativas do modo de organização discursiva

que você assinalou na questão anterior são:

(A) o fato e a opinião;

(B) regras e exceções;

(C) unidade temporal e adjetivações;

(D) enredo e cronologia;

(E) opiniões e considerações.

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

O segundo parágrafo do texto, por sua estrutura e

características, deve ser prioritariamente classificado como:

(A) expositivo;

(B) narrativo;

(C) normativo;

(D)argumentativo;

(E) descritivo.

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

O segundo parágrafo do texto, por sua estrutura e

características, deve ser prioritariamente classificado como:

(A) expositivo;

(B) narrativo;

(C) normativo;

(D)argumentativo;

(E) descritivo.

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

O texto só não permite inferir a seguinte característica do

noivo:

(A) corajoso;

(B) fiel;

(C) herói;

(D) impetuoso;

(E) tenaz.

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

A cerimônia já tinha acabado e o casal posava para

fotografias do lado de fora da Igreja Saint Margaret Mary

quando aconteceu o incidente.

O vocábulo destacado corresponde a:

(A) após;

(B) no momento em que;

(C) depois de;

(D) logo que;

(E) antes de.

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

Discurso Indireto- O narrador transmite, com suas próprias

palavras, a fala dos personagens. O discurso indireto se

caracteriza, no plano formal, pela presença dos chamados

verbos "dicendi", ou seja, verbos declarativos do tipo falar,

dizer, responder, argumentar, confessar, ponderar, expressar,

etc., acompanhados, sobretudo, de orações subordinadas

substantivas, quando o desejo é reproduzir a fala do

personagem.

Ex.: Filomena respondeu que não poderia, àquela altura dos

acontecimentos, voltar atrás.

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

Discurso Direto - O narrador interrompe a trajetória de sua

narração, passando a palavra para os próprios personagens.

O discurso direto, no plano formal, traz as falas dos

personagens também precedidas dos chamados verbos

declarativos, ou "dicendi". Em alguns casos, porém, tais

verbos não são necessários, uma vez que o próprio contexto

e alguns recursos de pontuação (dois pontos, travessão,

aspas) ou gráficos (mudança de linha) já são suficientes

para o anúncio de uma participação direta dos personagens.

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

Observação: Quanto à pontuação, no discurso direto, é

válido observar que dois-pontos e travessão são sinais

marcantes desse tipo de discurso, assim como as aspas,

podendo o narrador optar por várias combinações. Veja só:

O pai perguntou ao filho:

- Você foi à escola?

- Você foi à escola? - o pai perguntou ao filho.

O pai perguntou ao filho: "Você foi à escola?"

"Você foi à escola?", perguntou o pai ao filho.

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

Transposição de Discursos

Direto Indireto

Verbo no presente. Verbo no pretérito imperfeito.

Verbo no pretérito perfeito. Verbo no pretérito mais-que-perfeito.

Verbo no futuro do presente. Verbo no futuro do pretérito.

Verbo no imperativo. Verbo no subjuntivo.

Demonstrativos este(a), esse(a),

isto, isso. Demonstrativos aquele(a), aquilo.

Advérbio aqui. Advérbio ali.

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

Transposição de Discursos

Direto Indireto

Verbo no presente. Verbo no pretérito imperfeito.

Verbo no pretérito perfeito. Verbo no pretérito mais-que-perfeito.

Verbo no futuro do presente. Verbo no futuro do pretérito.

Verbo no imperativo. Verbo no subjuntivo.

Demonstrativos este(a), esse(a),

isto, isso. Demonstrativos aquele(a), aquilo.

Advérbio aqui. Advérbio ali.

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

Reescreva o conteúdo de cada item a seguir, transformando

o discurso indireto em discurso direto. Leve em conta a

adequação do registro linguístico.

a) No momento em que Christopher viu os homens fugindo,

ele disse à mulher que o aguardasse e que não tivesse

medo.

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

b) Quando Christopher abateu um dos fugitivos, xingou-o

dizendo que não adiantava tentar fugir.

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

c) O policial agradeceu a Christopher, afirmando que a polícia

daquele lugar precisaria de homens com aquela coragem.

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

d) Quando a mulher viu o marido voltar, de longe gritou-lhe

que não deixaria mais que ele se arriscasse daquela maneira

e que o amaria para sempre.

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

Aos vinte e sete dias do mês de março de dois mil e seis,

no auditório da Secretaria Nacional de Recursos Hídricos,

realizou-se a sessão de análise dos resultados do seminário

“Gestão de Recursos Hídricos: Olhar o Futuro”, com a

presença dos organizadores do referido evento, sob a

presidência do secretário nacional de recursos hídricos, João

Bosco Senra, que participara da solenidade de encerramento,

na sexta-feira anterior, quando afirmara que o Plano Nacional

de Recursos Hídricos precisava ter a participação social, sem

a qual os resultados seriam pífios. [...]

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

Após a avaliação do êxito das atividades do seminário,

Senra informou que quarenta e quatro reuniões públicas

foram programadas para o corrente ano para apresentar o

plano e discuti-lo com a sociedade civil, os gestores, as

empresas de saneamento e os grandes setores

consumidores de água, como agronegócio, campo industrial e

setor elétrico. “Nós tivemos uma ampla participação de todos

os setores usuários na construção do plano, mas é

importante eles incorporarem os princípios, as diretrizes e os

programas já na fase de planejamento da sua ação de forma

que essas ações sejam sustentáveis”. [...]

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

Após encerrados os debates acerca do tema, deliberou-se

por remeter correspondências aos organismos cadastrados

como preservadores dos recursos hídricos, a fim de que

engrossassem o caudal dos esforços para o uso racional da

água, apresentando novas alternativas de ação, compatíveis

com o mundo globalizado em que vivemos. Ao término da

reunião, lavrei o presente documento que, lido, aprovado e

assinado por mim e pelo presidente, será encaminhado aos

diversos organismos, prestando contas das atividades

ocorridas no mês de março.

Internet: www.envolverde.com.br (com adaptações).

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

(CESPE – ANA)

Com base no texto ao lado, julgue os itens subsequentes.

Com relação à tipologia, constata-se que o texto é

predominantemente narrativo. (C) (E)

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

(CESPE - CHESF)

“O objetivo atual foi justamente proporcionar uma técnica

de aplicação de fácil manejo e de grande rendimento,

propícia, portanto, para a proteção de grandes superfícies,

contínuas ou descontínuas”, explica o geólogo Álvaro

Rodrigues dos Santos, criador da técnica.”

Esse parágrafo pode ser reescrito, em discurso indireto, da

seguinte maneira:

O geólogo Álvaro Rodrigues, que criou uma técnica de

aplicação de alto rendimento e fácil de ser manejada,

explicou que o objetivo do uso dessa técnica é a proteção de

grandes superfícies, sejam elas contínuas ou descontínuas.

(C) (E)

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

(CESPE - MIN)

Reis, alquimistas e exploradores sonharam com o dia em

que encontrariam um elixir que os faria enganar a morte e

abraçar a eternidade. A vontade de viver para sempre é o

mote da Epop de Gilgamesh, uma das histórias mais antigas

do mundo, segundo a qual Gilgamesh, rei da lendária cidade

suméria de Uruk, encontra Utnapishtim, que lhe promete vida

eterna, desde que fique acordado 6 dias e 7 noites. Por mais

que a ideia de viver para sempre seja sedutora, ela nunca

tinha conseguido atravessar a linha que separa a ficção

científica do mundo real. Até que a ciência passou a se

debruçar com afinco no estudo do envelhecimento e a

perceber que logo chegaria o dia em que seria possível

desacelerá-lo e até evitá-lo. Vanessa de Sá. Galileu. Maio/2006, p. 57 (com adaptações).

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

A respeito da tipologia textual, das ideias e das estruturas do

texto acima, julgue os itens a seguir.

a. O primeiro parágrafo do texto caracteriza-se como

informativo e narrativo. (C) (E)

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

A vida não é uma comédia romântica

Homem e mulher se conhecem numa sala de espera de

médico. Ela, grávida; ele, esperando a mulher, que consulta

com o médico. Ele oferece a “Caras” que estava lendo:

- Quer dar uma olhada?

- Acho que essa eu já vi. É nova?

- Bom, é deste século...

Os dois riem. E se apaixonam. Dessas coisas. Destino,

química... Quem explica essas coisas? Se apaixonam,

pronto. Mas não caem nos braços um do outro. Mesmo

porque a barriga dela, de sete meses, não permitiria. Ficam

apenas se olhando, atônitos com o que aconteceu. Pois junto

com o amor súbito vem a certeza da sua impossibilidade.

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

Como uma ferida fazendo casca em segundos. E como

nenhum dos dois é um monstro de frivolidade, e como a vida

não é uma comédia romântica, é uma coisa muito séria, e

como eles não podem largar tudo e fugir, trocam informações

rápidas, para pelo menos ter mais o que lembrar quando

lembrarem aquele momento sem nenhum futuro, aquela

quase loucura. Sim, é o primeiro filho dela. Menino. E a

mulher dele? Está consultando o médico porque a gestação

complicou, o parto talvez precise ser prematuro. Também é o

primeiro filho deles. Filha. Menina. Que mais? Que mais?

Não há tempo para biografias completas. Gostos, endereços,

telefones, nada. A mulher dele sai do consultório. Ele tem

que ir embora. Dá um jeito de voltar sozinho e perguntar o

nome dela. Maria Alice. E o dele? Rogério! Rogério! E sai

correndo, para nunca mais se encontrarem.

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

Mas se encontram. Três anos depois, na sala de espera

de um pediatra. Ela chega com uma criança no colo. Ele está

lendo uma revista. Talvez a mesma “Caras”. Os dois se

reconhecem instantaneamente. Ele pega a mãozinha da

criança. Pergunta o nome. É João Carlos. Caquinho.

- Ele está com algum...

- Não, não. Consulta normal. Ele é saudável até demais.

Hiperativo. E a de vocês? O parto, afinal...

- Foi bem, foi bem. Ela está ótima. Se chama Gabriela.

Só veio fazer um checape. Eu não posso ficar lá dentro

porque fico nervoso.

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

E declara que não houve dia em que não pensasse nela,

e no que poderia ter sido se tivessem saído juntos daquele

consultório, anos atrás, e seguido seus instintos, e feito

aquela loucura. E ela confessa que também pensou muito

nele e no que poderia ter sido. E ele está prestes a pedir um

telefone, um endereço, um sobrenome para procurar no guia,

quando a mulher sai do consultório com a filha deles no colo

e ele precisa ir atrás, e só o que consegue é um olhar de

despedida, um triste olhar de nunca mais.

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

Mas se encontram outra vez. Dois anos depois, na sala

de espera de um pronto-socorro. Ele com a mulher, ela com o

marido. Ele leva um susto ao vê-la. O que houve? É o

Caquinho. O cretino conseguiu prender a língua numa lata

de Coca. Ele se emociona. A mulher dele não entende.

De onde o marido conhece aquele Caquinho? E aquela

mulher, que está perguntando se aconteceu alguma coisa

com a Gabriela? Não foi nada, Gabriela só bateu com a

cabeça na borda da piscina e está levando alguns pontos. E

nem a mulher dele nem o marido dela entendem por que, ao

chegar a notícia de que o Caquinho só ficará com a língua um

pouco inchada, os dois se abraçam daquela maneira, tão

comovidos. Depois, em casa, ele se explica: - Solidariedade

humana, pô.

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

A história não precisa terminar aí. Rogério e Maria Alice

podem continuar se encontrando, de tempos em tempos, em

salas de espera (dentistas, traumatologistas, psicólogos

especializados em problemas de adolescentes, etc.) até um

dia ela sair do quarto de hospital onde está o Caquinho, que

teve um acidente de ultraleve, e avistá-lo na sala de espera

da maternidade, e perguntar: - A Gabriela está tendo bebê?

E ele fazer que sim com a cabeça, com cara de “para

onde foram as nossas vidas?” Veríssimo. O globo, 13 de janeiro de 2008.

TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.

Medos

A menina precisava descer a ladeira para ir à escola. A

mãe lhe disse que não tivesse medo, pois aqueles tiros logo

parariam. Ela sabia que, se tivesse medo, a filha o herdaria.

Era preciso não sentir medo. Seu medo era o de sentir

medo. – Confie em Deus ...

Minirretrato do cotidiano de muitos centros urbanos. A

violência fazendo vítimas sociais e psicológicas. Pelo menos

três grandes fobias têm, neste ainda princípio de século,

caracterizado as mentes intelectualizadas.

TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.

Uma é a “homofobia”, não no sentido recente e

malformado, impregnado de matizes do universo das

relações paranormais, tais como o homossexualismo. Em

sentido lato – e não estrito – “homo” significa semelhante. De

homossexual – apreciação do mesmo gênero – criou-se, pela

comuníssima tendência à economia linguística, “homo”, ou

seja, adepto do homossexualismo. Daí, “homofobia”, aversão

ao homossexual.

TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.

Homofobia, sim, no sentido de aversão ao semelhante,

isto é, da mesma espécie. Antropofobia. Medo do outro.

Misantropia. O indivíduo, nesta sociedade competitiva e

selvática, modernização urbanizada da seleção natural, com

toda a cadeia alimentar que lhe é peculiar, assombra-se com

o próximo. A dramaticidade do cotidiano, em que se mesclam

diferentes tipos pessoais da mesma espécie, cria no

consciente da selva a necessidade de se estar em alerta,

posicionando-se para fugir, defender-se, reagir ou atacar. Na

cadeia, pode-se reconhecer a impotência ante o adverso, a

restrição, a possibilidade de combater ou a vantagem

oportunista.

TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.

Também a monofobia é marca de nossos dias. A vida

atribulada exige a atenção ao exterior. A selva urbana é o

nosso habitat. A atenção tem de haver. Este sistema

alucinante cria o medo do outro, mas é preciso estar em

contato com o outro. É preciso criar motivos para a

antropofobia. Quando não há monofobia, a misantropia vira

caso patológico de alto grau. A monofobia equilibra, empurra

para fora, num complexo de forças sorrateiras, invisíveis,

disfarçadas nos sorrisos e vestimentas do cotidiano. Uma

gangorra: como é difícil o equilíbrio.

TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.

A excessiva vivência do exterior gera o distanciamento do

indivíduo de si mesmo, autodesconhecimento que gera

despreparo na relação com as fobias mais naturais do ser

humano. Desse despreparo vem talvez o maior dos medos: a

tanatofobia. Existem centenas e centenas de religiões que

apontam a morte como uma espécie de passagem: seja para

o céu, seja para uma outra vida, seja para um outro estágio,

etc. Ainda assim, o medo. O que acontece realmente quando

se morre? A pluralidade de respostas não gera uma única

convincente, o que justifica a tanatofobia.

TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.

Não há como viver sem medos, mas talvez haja como

conviver com eles sem deixá-los se transformar em nenhum

tipo de patologia. A menina da ladeira tem medo do marginal,

não das pessoas e do mundo; tem medo de ficar sem

companhia, não (de ficar) sozinha consigo mesma; tem medo

do tiro, não exatamente da morte. A consciência do medo pode

inclusive gerar o medo do medo, o que também pode ser

patológico. O ateu não se livra da crença por não crer na

existência de Deus, pois ele crê na inexistência de Deus. Da

mesma forma, não se pode tentar viver sem medo, pois isso

revelaria medo do medo. O medo é necessário. O medo é

freio que precisa, porém, ser freado para que cheguemos com

vida à morte. Reflexões filosóficas. José Messias. Ed. Olympio. set. 2011

TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.

1. Quanto à tipologia textual, a melhor classificação para o

texto é:

(A) descritivo;

(B) narrativo;

(C) argumentativo;

(D) injuntivo;

(E) científico.

TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.

A menina precisava descer a ladeira para ir à escola. A

mãe lhe disse que não tivesse medo, pois aqueles tiros

logo parariam. Ela sabia que, se tivesse medo, a filha o

herdaria. Era preciso não sentir medo. Seu medo era o

de sentir medo. – Confie em Deus ...

2. Quanto às referenciações presentes no primeiro parágrafo,

pode-se afirmar que têm o mesmo referente os termos da

alternativa:

(A) menina (l. 1) – mãe (l. 2) – Ela (l. 3);

(B) menina (l. 1) – filha (l. 3) – Seu (l. 4);

(C) mãe (l. 2) – Ela (l. 3) – Seu (l. 4);

(D) ladeira (l. 1) – escola (l. 1) – filha (l. 3);

(E) medo (l. 2) – o (l. 3) – Seu (l. 4).

TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.

3. Da mesma forma, não se pode tentar viver sem

medo, pois isso revelaria medo do medo.” Das

palavras abaixo, a que tem o mesmo significado da

expressão destacada é:

(A) nictofobia (B) fotofobia

(C) fobofobia (D) batmofobia

(E) ombrofobia

TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.

4. Predomina no parágrafo 3 a seguinte função de

linguagem:

(A)metalinguística

(B) referencial

(C) Conativa

(D) Emotiva

(E) fática

TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.

“Minirretrato do cotidiano de muitos centros urbanos.

A violência fazendo vítimas sociais e psicológicas.

Pelo menos três grandes fobias têm, neste ainda

princípio de século, caracterizado as mentes

intelectualizadas.” (2º par.)

5. As fobias a que se refere o autor nessa passagem

são:

(A) homofobia – antropofobia- misantropia

(B) homofobia – antropofobia – monofobia

(C) antropofobia – misantropia – monofobia

(D) homofobia – monofobia – tanatofobia

(E) antropofobia – monofobia – teofobia

TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.

Releia: “A dramaticidade do cotidiano, em que se

mesclam diferentes tipos pessoais da mesma espécie,

cria no consciente da selva a necessidade de se estar

em alerta, posicionando-se para fugir, defender-se,

reagir ou atacar. Na cadeia, pode-se reconhecer a

impotência ante o adverso, a restrição, a possibilidade

de combater ou a vantagem oportunista.”

Atentando-se para as construções paralelas

presentes, pode-se afirmar que:

(A) fugir está para reagir assim como defender-se está

para atacar;

TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.

(B) fugir está para defender-se assim como reagir está

para atacar;

(C) fugir está para reconhecer a impotência ante o

adverso assim como atacar está para a vantagem

oportunista;

(D) defender-se está para reagir assim como atacar

está para fugir;

(E) defender-se está para a possibilidade de combater

assim como reagir está para reconhecer a restrição.

PROFESSOR

ARENILDO DOS SANTOS CURSO DE INTERPRETAÇÃO

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

Narrar é contar uma história, uma sequencia de fatos (enredo)

ocorridos em local e tempo determinados. Ao fazer uma narração,

é preciso que o redator, se possível, deixe claro “o que

aconteceu?”, “por que aconteceu?”, “como aconteceu?”, “onde

aconteceu?”, “quando aconteceu?, “com quem aconteceu?”.

Com base nisso, eis os elementos essenciais a toda narração:

1) Narrador - Uma história pode ser contada por um narrador-

personagem (narração em primeira pessoa) ou um narrador-

observador (narração em terceira pessoa).

2) Personagens - Não há narração sem personagens. O redator

deve criá-los e, se for do seu interesse, pode distingui-los em

protagonista, antagonista, secundário.

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

3) Tempo - É importante que o redator deixe claro quando os

fatos narrados se deram e em quanto tempo ocorreram.

4) Espaço - A localização física e geográfica dos fatos

narrados é importante, a fim de facilitar a imaginação do

leitor.

Obs.: Cuidado. Nem toda narração é ficcional. Uma notícia

de jornal, por exemplo, pode tematizar um fato que envolve

um enredo, isto é, uma sequência de ações e de

acontecimentos. Por essa razão, pode-se ter um texto

simultaneamente informativo e narrativo.

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

Noivo prende fugitivo na hora do casamento

A igreja estava linda. Os familiares e amigos presentes.

Flores diversas. Os pais de ambos visivelmente

emocionados. Era o casamento.

Em plena hora do casamento, o noivo abandonou a festa

para prender o fugitivo de um acidente de carro. Richard e

Sarah Cooney acabaram de se casar em Birmingham,

Inglaterra, e ele viu a fuga. Não perdeu tempo e perseguiu

um homem que tentou escapar até dominá-lo.

A cerimônia já tinha acabado e o casal posava para

fotografias do lado de fora da Igreja Saint Margaret Mary

quando aconteceu o incidente.

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

O marido ouviu o barulho dos carros batendo e dois

homens envolvidos no acidente fugindo. Christopher

Armstrong, padrinho na cerimônia e irmão de Sarah, correu

atrás de um deles, enquanto Richard seguia o outro. Depois

de alcançar o fugitivo em um parque, o noivo o entregou à

polícia e voltou para a cerimônia.

(Deu no Terra, maio de 2002. As notícia mais malucas do planeta.

Alessandro Bender.)

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

O primeiro parágrafo do texto, por sua estrutura e

características, deve ser prioritariamente classificado como:

(A) expositivo;

(B) narrativo;

(C) normativo;

(D)argumentativo;

(E) descritivo.

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

Duas características - presentes no primeiro parágrafo -

que são representativas do modo de organização discursiva

que você assinalou na questão anterior são:

(A) o fato e a opinião;

(B) regras e exceções;

(C) unidade temporal e adjetivações;

(D) enredo e cronologia;

(E) opiniões e considerações.

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

O segundo parágrafo do texto, por sua estrutura e

características, deve ser prioritariamente classificado como:

(A) expositivo;

(B) narrativo;

(C) normativo;

(D)argumentativo;

(E) descritivo.

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

O segundo parágrafo do texto, por sua estrutura e

características, deve ser prioritariamente classificado como:

(A) expositivo;

(B) narrativo;

(C) normativo;

(D)argumentativo;

(E) descritivo.

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

O texto só não permite inferir a seguinte característica do

noivo:

(A) corajoso;

(B) fiel;

(C) herói;

(D) impetuoso;

(E) tenaz.

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

A cerimônia já tinha acabado e o casal posava para

fotografias do lado de fora da Igreja Saint Margaret Mary

quando aconteceu o incidente.

O vocábulo destacado corresponde a:

(A) após;

(B) no momento em que;

(C) depois de;

(D) logo que;

(E) antes de.

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

Discurso Indireto- O narrador transmite, com suas próprias

palavras, a fala dos personagens. O discurso indireto se

caracteriza, no plano formal, pela presença dos chamados

verbos "dicendi", ou seja, verbos declarativos do tipo falar,

dizer, responder, argumentar, confessar, ponderar, expressar,

etc., acompanhados, sobretudo, de orações subordinadas

substantivas, quando o desejo é reproduzir a fala do

personagem.

Ex.: Filomena respondeu que não poderia, àquela altura dos

acontecimentos, voltar atrás.

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

Discurso Direto - O narrador interrompe a trajetória de sua

narração, passando a palavra para os próprios personagens.

O discurso direto, no plano formal, traz as falas dos

personagens também precedidas dos chamados verbos

declarativos, ou "dicendi". Em alguns casos, porém, tais

verbos não são necessários, uma vez que o próprio contexto

e alguns recursos de pontuação (dois pontos, travessão,

aspas) ou gráficos (mudança de linha) já são suficientes

para o anúncio de uma participação direta dos personagens.

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

Observação: Quanto à pontuação, no discurso direto, é

válido observar que dois-pontos e travessão são sinais

marcantes desse tipo de discurso, assim como as aspas,

podendo o narrador optar por várias combinações. Veja só:

O pai perguntou ao filho:

- Você foi à escola?

- Você foi à escola? - o pai perguntou ao filho.

O pai perguntou ao filho: "Você foi à escola?"

"Você foi à escola?", perguntou o pai ao filho.

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

Transposição de Discursos

Direto Indireto

Verbo no presente. Verbo no pretérito imperfeito.

Verbo no pretérito perfeito. Verbo no pretérito mais-que-perfeito.

Verbo no futuro do presente. Verbo no futuro do pretérito.

Verbo no imperativo. Verbo no subjuntivo.

Demonstrativos este(a), esse(a),

isto, isso. Demonstrativos aquele(a), aquilo.

Advérbio aqui. Advérbio ali.

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

Transposição de Discursos

Direto Indireto

Verbo no presente. Verbo no pretérito imperfeito.

Verbo no pretérito perfeito. Verbo no pretérito mais-que-perfeito.

Verbo no futuro do presente. Verbo no futuro do pretérito.

Verbo no imperativo. Verbo no subjuntivo.

Demonstrativos este(a), esse(a),

isto, isso. Demonstrativos aquele(a), aquilo.

Advérbio aqui. Advérbio ali.

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

Reescreva o conteúdo de cada item a seguir, transformando

o discurso indireto em discurso direto. Leve em conta a

adequação do registro linguístico.

a) No momento em que Christopher viu os homens fugindo,

ele disse à mulher que o aguardasse e que não tivesse

medo.

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

b) Quando Christopher abateu um dos fugitivos, xingou-o

dizendo que não adiantava tentar fugir.

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

c) O policial agradeceu a Christopher, afirmando que a polícia

daquele lugar precisaria de homens com aquela coragem.

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

d) Quando a mulher viu o marido voltar, de longe gritou-lhe

que não deixaria mais que ele se arriscasse daquela maneira

e que o amaria para sempre.

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

Aos vinte e sete dias do mês de março de dois mil e seis,

no auditório da Secretaria Nacional de Recursos Hídricos,

realizou-se a sessão de análise dos resultados do seminário

“Gestão de Recursos Hídricos: Olhar o Futuro”, com a

presença dos organizadores do referido evento, sob a

presidência do secretário nacional de recursos hídricos, João

Bosco Senra, que participara da solenidade de encerramento,

na sexta-feira anterior, quando afirmara que o Plano Nacional

de Recursos Hídricos precisava ter a participação social, sem

a qual os resultados seriam pífios. [...]

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

Após a avaliação do êxito das atividades do seminário,

Senra informou que quarenta e quatro reuniões públicas

foram programadas para o corrente ano para apresentar o

plano e discuti-lo com a sociedade civil, os gestores, as

empresas de saneamento e os grandes setores

consumidores de água, como agronegócio, campo industrial e

setor elétrico. “Nós tivemos uma ampla participação de todos

os setores usuários na construção do plano, mas é

importante eles incorporarem os princípios, as diretrizes e os

programas já na fase de planejamento da sua ação de forma

que essas ações sejam sustentáveis”. [...]

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

Após encerrados os debates acerca do tema, deliberou-se

por remeter correspondências aos organismos cadastrados

como preservadores dos recursos hídricos, a fim de que

engrossassem o caudal dos esforços para o uso racional da

água, apresentando novas alternativas de ação, compatíveis

com o mundo globalizado em que vivemos. Ao término da

reunião, lavrei o presente documento que, lido, aprovado e

assinado por mim e pelo presidente, será encaminhado aos

diversos organismos, prestando contas das atividades

ocorridas no mês de março.

Internet: www.envolverde.com.br (com adaptações).

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

(CESPE – ANA)

Com base no texto ao lado, julgue os itens subsequentes.

Com relação à tipologia, constata-se que o texto é

predominantemente narrativo. (C) (E)

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

(CESPE - CHESF)

“O objetivo atual foi justamente proporcionar uma técnica

de aplicação de fácil manejo e de grande rendimento,

propícia, portanto, para a proteção de grandes superfícies,

contínuas ou descontínuas”, explica o geólogo Álvaro

Rodrigues dos Santos, criador da técnica.”

Esse parágrafo pode ser reescrito, em discurso indireto, da

seguinte maneira:

O geólogo Álvaro Rodrigues, que criou uma técnica de

aplicação de alto rendimento e fácil de ser manejada,

explicou que o objetivo do uso dessa técnica é a proteção de

grandes superfícies, sejam elas contínuas ou descontínuas.

(C) (E)

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

(CESPE - MIN)

Reis, alquimistas e exploradores sonharam com o dia em

que encontrariam um elixir que os faria enganar a morte e

abraçar a eternidade. A vontade de viver para sempre é o

mote da Epop de Gilgamesh, uma das histórias mais antigas

do mundo, segundo a qual Gilgamesh, rei da lendária cidade

suméria de Uruk, encontra Utnapishtim, que lhe promete vida

eterna, desde que fique acordado 6 dias e 7 noites. Por mais

que a ideia de viver para sempre seja sedutora, ela nunca

tinha conseguido atravessar a linha que separa a ficção

científica do mundo real. Até que a ciência passou a se

debruçar com afinco no estudo do envelhecimento e a

perceber que logo chegaria o dia em que seria possível

desacelerá-lo e até evitá-lo. Vanessa de Sá. Galileu. Maio/2006, p. 57 (com adaptações).

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

A respeito da tipologia textual, das ideias e das estruturas do

texto acima, julgue os itens a seguir.

a. O primeiro parágrafo do texto caracteriza-se como

informativo e narrativo. (C) (E)

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

A vida não é uma comédia romântica

Homem e mulher se conhecem numa sala de espera de

médico. Ela, grávida; ele, esperando a mulher, que consulta

com o médico. Ele oferece a “Caras” que estava lendo:

- Quer dar uma olhada?

- Acho que essa eu já vi. É nova?

- Bom, é deste século...

Os dois riem. E se apaixonam. Dessas coisas. Destino,

química... Quem explica essas coisas? Se apaixonam,

pronto. Mas não caem nos braços um do outro. Mesmo

porque a barriga dela, de sete meses, não permitiria. Ficam

apenas se olhando, atônitos com o que aconteceu. Pois junto

com o amor súbito vem a certeza da sua impossibilidade.

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

Como uma ferida fazendo casca em segundos. E como

nenhum dos dois é um monstro de frivolidade, e como a vida

não é uma comédia romântica, é uma coisa muito séria, e

como eles não podem largar tudo e fugir, trocam informações

rápidas, para pelo menos ter mais o que lembrar quando

lembrarem aquele momento sem nenhum futuro, aquela

quase loucura. Sim, é o primeiro filho dela. Menino. E a

mulher dele? Está consultando o médico porque a gestação

complicou, o parto talvez precise ser prematuro. Também é o

primeiro filho deles. Filha. Menina. Que mais? Que mais?

Não há tempo para biografias completas. Gostos, endereços,

telefones, nada. A mulher dele sai do consultório. Ele tem

que ir embora. Dá um jeito de voltar sozinho e perguntar o

nome dela. Maria Alice. E o dele? Rogério! Rogério! E sai

correndo, para nunca mais se encontrarem.

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

Mas se encontram. Três anos depois, na sala de espera

de um pediatra. Ela chega com uma criança no colo. Ele está

lendo uma revista. Talvez a mesma “Caras”. Os dois se

reconhecem instantaneamente. Ele pega a mãozinha da

criança. Pergunta o nome. É João Carlos. Caquinho.

- Ele está com algum...

- Não, não. Consulta normal. Ele é saudável até demais.

Hiperativo. E a de vocês? O parto, afinal...

- Foi bem, foi bem. Ela está ótima. Se chama Gabriela.

Só veio fazer um checape. Eu não posso ficar lá dentro

porque fico nervoso.

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

E declara que não houve dia em que não pensasse nela,

e no que poderia ter sido se tivessem saído juntos daquele

consultório, anos atrás, e seguido seus instintos, e feito

aquela loucura. E ela confessa que também pensou muito

nele e no que poderia ter sido. E ele está prestes a pedir um

telefone, um endereço, um sobrenome para procurar no guia,

quando a mulher sai do consultório com a filha deles no colo

e ele precisa ir atrás, e só o que consegue é um olhar de

despedida, um triste olhar de nunca mais.

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

Mas se encontram outra vez. Dois anos depois, na sala

de espera de um pronto-socorro. Ele com a mulher, ela com o

marido. Ele leva um susto ao vê-la. O que houve? É o

Caquinho. O cretino conseguiu prender a língua numa lata

de Coca. Ele se emociona. A mulher dele não entende.

De onde o marido conhece aquele Caquinho? E aquela

mulher, que está perguntando se aconteceu alguma coisa

com a Gabriela? Não foi nada, Gabriela só bateu com a

cabeça na borda da piscina e está levando alguns pontos. E

nem a mulher dele nem o marido dela entendem por que, ao

chegar a notícia de que o Caquinho só ficará com a língua um

pouco inchada, os dois se abraçam daquela maneira, tão

comovidos. Depois, em casa, ele se explica: - Solidariedade

humana, pô.

TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.

A história não precisa terminar aí. Rogério e Maria Alice

podem continuar se encontrando, de tempos em tempos, em

salas de espera (dentistas, traumatologistas, psicólogos

especializados em problemas de adolescentes, etc.) até um

dia ela sair do quarto de hospital onde está o Caquinho, que

teve um acidente de ultraleve, e avistá-lo na sala de espera

da maternidade, e perguntar: - A Gabriela está tendo bebê?

E ele fazer que sim com a cabeça, com cara de “para

onde foram as nossas vidas?” Veríssimo. O globo, 13 de janeiro de 2008.

PROFESSOR

ARENILDO DOS SANTOS CURSO DE INTERPRETAÇÃO

Dissertação

Brasileiro se realiza em arte menor.(1) Com raras

exceções aqui e ali na literatura, no teatro ou na música

erudita, pouco temos a oferecer ao resto do mundo em

matéria de grandes manifestações artísticas. (2) Em

compensação, a caricatura ou a canção popular, (3) por

exemplo, têm sido superlativas aqui, alcançando uma

densidade raramente obtida por nossos melhores artistas

plásticos ou compositores sinfônicos.(4) Outras artes, ditas

“menores”, desempenham um papel fundamental na cultura

brasileira. É o caso da crônica e da telenovela.(5) Gêneros

inequivocamente menores e que, no entanto, alcançam níveis

de superação artística nem sempre observada em seus

congêneres de outros quadrantes do planeta.

Dissertação

Mas são menores diante do quê? (6) É óbvio que o

critério de valoração continua sendo a norma europeia: a

epopeia, o romance, a sinfonia, as “belas artes” em geral. O

movimento é dialético e não pressupõe maniqueísmo. Pois se

aqui não se geraram obras como as de Cervantes, Wagner

ou Picasso, “lá” também – onde quer que seja esse lugar –

nunca floresceu uma canção popular como a nossa que, sem

favor, pode compor um elenco com o que de melhor já foi

feito em matéria de poesia e de melodia no Brasil.

Dissertação

Machado de Assis, como de costume, intuiu

admiravelmente tudo. No conto “Um homem célebre”, ele nos

mostra Pestana,(7) compositor que deseja tornar-se um

Mozart mas, desafortunadamente, consegue apenas criar

polcas e maxixes de imenso apelo popular. Morre consagrado

– mas como autor pop. Aliás, não foi à toa que Caetano

Veloso colocou uma frase desse conto na contracapa de

Circuladô (1991). Um de nossos grandes artistas

“menores” (8) por excelência, Caetano sempre soube

refletir a partir das limitações de seu meio, conseguindo às

vezes transcendê-lo em verso e prosa. [...]

Dissertação

O curioso é que o conceito de arte acabou se alastrando

para outros campos (e gramados) da sociedade brasileira. É

o caso da consagração do futebol como esporte nacional, a

partir da década de 30, quando o bate-bola foi adotado pela

imprensa carioca, recebendo status de futebol-arte. (9)

Ainda no terreno das manifestações populares, o ibope de

alguns carnavalescos é bastante sintomático: eles são os

encenadores da mais vista de todas as nossas óperas, o

Carnaval. (10) Quem acompanha a cobertura do evento

costuma ouvir o testemunho deliciado de estrangeiros a

respeito das imensas “qualidades artísticas” dos desfiles

nacionais...

Dissertação

Seguindo a fórmula clássica de Antonio Candido em

Formação da literatura brasileira (“Comparada às grandes,

a nossa literatura é pobre e fraca. Mas é ela, e não outra, que

nos exprime.”), pode-se arriscar que muito da produção

artística brasileira é tímida se comparada com o que é feito

em outras paragens. Não temos Shakespeare nem Mozart?

Mas temos Nelson Rodrigues, Tom Jobim, Nássara,

Cartola – produtores de “miudezas” da mais alta estatura.

Afinal são eles, e não outros, que expressam o que

somos. (11)

(Adaptado de Leandro Sarmatz. Superinteressante, novembro de 2000, p.106,

(Ideias que desafiam o senso comum)

Dissertação

1.(TRE-MS-Técnico Judiciário) De acordo com o texto,

(A) a arte brasileira não produziu expoentes de vulto como

Shakespeare ou Mozart, tendo sua maior expressão em

eventos populares, como o carnaval e o futebol.

(B) a literatura brasileira é realmente bastante pobre, pois é

expressão de um meio limitado, com linguagem pouco

expressiva, inadequada a grandes obras de arte.

(C) as novelas e as crônicas são os gêneros mais cultivados

pelos autores brasileiros, por seu forte apelo popular, além da

simplicidade de temas e de linguagem.

Dissertação

1.(TRE-MS-Técnico Judiciário) De acordo com o texto,

(D) a produção artística brasileira, embora possa ser

considerada de menor expressão, apresenta grandes vultos

em suas diversas e variadas manifestações.

(E) as manifestações artísticas nacionais são mais aceitas

por critérios europeus do que por valores típicos brasileiros, o

que as empobrece sobremaneira.

Dissertação

2. (TRE-MGS-Técnico Judiciário) Segundo o texto, está

correto o que se afirma em:

(A) O 1º parágrafo aponta a tese que será desenvolvida em

todo o texto, até seu final, de modo plenamente coerente.

(B) Entende-se o 2º parágrafo como a real proposição do

texto, na defesa das manifestações da arte brasileira.

(C) Machado de Assis e Caetano Veloso são citados, no 3º

parágrafo, como exemplos de expressões, respectivamente,

do maior e do menor em nossa literatura.

Dissertação

2. (TRE-MS-Técnico Judiciário) Segundo o texto, está

correto o que se afirma em:

(D) Embora seja habitual, tanto entre brasileiros quanto entre

estrangeiros, considerar-se o carnaval como “arte” (5º

parágrafo), suas manifestações não devem ser vistas como

“artísticas”.

(E) O autor concorda com Antonio Candido, ao considerar, no

último parágrafo, a pobreza da produção artística brasileira,

em qualquer de seus aspectos.

Dissertação

3. (TRE-MS-Técnico Judiciário) Um título adequado ao texto

seria:

(A) A “pequena” grande produção artística brasileira.

(B) Manifestações populares de arte “menor” no Brasil.

(C) Apelo popular define o que seja “arte brasileira”.

(D) Ibope determina “valor artístico” de manifestações

populares.

(E) A norma europeia ainda é predominante na “arte

brasileira”.

Implícitos

Ao lado de cada item abaixo, aponte objetivamente o

implícito.

a) Já parou de chover?

_____________________________________________

b) Já começou a chover?

_____________________________________________

c) Chove ainda?

_____________________________________________

d) Choveu na cidade do Rio também.

_____________________________________________

Implícitos

Ao lado de cada item abaixo, aponte objetivamente o

implícito.

e) Ih, ela voltou para o marido.

______________________________________________

f) O marido não mais a traiu.

______________________________________________

g) O marido insistiu na reconciliação.

______________________________________________

Implícitos

Por vezes, o implícito pode (depende, óbvio, da intenção do

locutor) conter alguma malícia, implicando uma pergunta

complexa, comprometedora. Aponte, em cada item a seguir,

o implícito.

a) – Lávia, você já traiu seu namorado com outra mulher?

_________________________________________

b) – Você concorda com a ideia de que o idiota do Lula não

sabe governar o país?

_________________________________________

c) – Você me daria um beijo na boca aqui na frente de todos?

_________________________________________

Implícitos

Por vezes, o implícito pode (depende, óbvio, da intenção do

locutor) conter alguma malícia, implicando uma pergunta

complexa, comprometedora. Aponte, em cada item a seguir,

o implícito.

d) – Você trairia seu marido só por vaidade?

_________________________________________

e) – Você pode me dizer com quem me traiu?

_________________________________________

f) – Quando você falou mal de mim?

_________________________________________

Implícitos

MAR SANGRENTO

A foca da Groenlândia é um dos mamíferos marinhos mais

caçados do mundo. O Canadá está entre os poucos países

que permitem a matança e onde o governo fornece subsídios

e estabelece uma cota para a caça. Em 2003, o número foi

recorde – 350 mil animais – mas, segundo os ambientalistas,

as mortes vão muito além. Várias focas atingidas escapam

para morrer logo depois e os filhotes órfãos não conseguem

sobreviver. (Revista Superinteressante, agosto-2003)

Implícitos

“A foca da Groenlândia é um dos mamíferos marinhos mais

caçados do mundo”; infere-se dessa frase do texto que:

(A) o mamífero marinho mais caçado do mundo é a foca da

Groenlândia;

(B) a caça da foca da Groenlândia deve trazer vantagens

para seus praticantes;

(C) a foca da Groenlândia só é caçada em momento de

reprodução;

(D) há outros mamíferos marinhos que não são caçados;

(E) há focas em outras regiões que também são muito

caçadas.

PROFESSOR

ARENILDO DOS SANTOS CURSO DE INTERPRETAÇÃO

TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.

Medos

A menina precisava descer a ladeira para ir à escola. A

mãe lhe disse que não tivesse medo, pois aqueles tiros logo

parariam. Ela sabia que, se tivesse medo, a filha o herdaria.

Era preciso não sentir medo. Seu medo era o de sentir

medo. – Confie em Deus ...

Minirretrato do cotidiano de muitos centros urbanos. A

violência fazendo vítimas sociais e psicológicas. Pelo menos

três grandes fobias têm, neste ainda princípio de século,

caracterizado as mentes intelectualizadas.

TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.

Uma é a “homofobia”, não no sentido recente e

malformado, impregnado de matizes do universo das

relações paranormais, tais como o homossexualismo. Em

sentido lato – e não estrito – “homo” significa semelhante. De

homossexual – apreciação do mesmo gênero – criou-se, pela

comuníssima tendência à economia linguística, “homo”, ou

seja, adepto do homossexualismo. Daí, “homofobia”, aversão

ao homossexual.

TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.

Homofobia, sim, no sentido de aversão ao semelhante,

isto é, da mesma espécie. Antropofobia. Medo do outro.

Misantropia. O indivíduo, nesta sociedade competitiva e

selvática, modernização urbanizada da seleção natural, com

toda a cadeia alimentar que lhe é peculiar, assombra-se com

o próximo. A dramaticidade do cotidiano, em que se mesclam

diferentes tipos pessoais da mesma espécie, cria no

consciente da selva a necessidade de se estar em alerta,

posicionando-se para fugir, defender-se, reagir ou atacar. Na

cadeia, pode-se reconhecer a impotência ante o adverso, a

restrição, a possibilidade de combater ou a vantagem

oportunista.

TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.

Também a monofobia é marca de nossos dias. A vida

atribulada exige a atenção ao exterior. A selva urbana é o

nosso habitat. A atenção tem de haver. Este sistema

alucinante cria o medo do outro, mas é preciso estar em

contato com o outro. É preciso criar motivos para a

antropofobia. Quando não há monofobia, a misantropia vira

caso patológico de alto grau. A monofobia equilibra, empurra

para fora, num complexo de forças sorrateiras, invisíveis,

disfarçadas nos sorrisos e vestimentas do cotidiano. Uma

gangorra: como é difícil o equilíbrio.

TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.

A excessiva vivência do exterior gera o distanciamento do

indivíduo de si mesmo, autodesconhecimento que gera

despreparo na relação com as fobias mais naturais do ser

humano. Desse despreparo vem talvez o maior dos medos: a

tanatofobia. Existem centenas e centenas de religiões que

apontam a morte como uma espécie de passagem: seja para

o céu, seja para uma outra vida, seja para um outro estágio,

etc. Ainda assim, o medo. O que acontece realmente quando

se morre? A pluralidade de respostas não gera uma única

convincente, o que justifica a tanatofobia.

TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.

Não há como viver sem medos, mas talvez haja como

conviver com eles sem deixá-los se transformar em nenhum

tipo de patologia. A menina da ladeira tem medo do marginal,

não das pessoas e do mundo; tem medo de ficar sem

companhia, não (de ficar) sozinha consigo mesma; tem medo

do tiro, não exatamente da morte. A consciência do medo pode

inclusive gerar o medo do medo, o que também pode ser

patológico. O ateu não se livra da crença por não crer na

existência de Deus, pois ele crê na inexistência de Deus. Da

mesma forma, não se pode tentar viver sem medo, pois isso

revelaria medo do medo. O medo é necessário. O medo é

freio que precisa, porém, ser freado para que cheguemos com

vida à morte. Reflexões filosóficas. José Messias. Ed. Olympio. set. 2011

TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.

1. Quanto à tipologia textual, a melhor classificação para o

texto é:

(A) descritivo;

(B) narrativo;

(C) argumentativo;

(D) injuntivo;

(E) científico.

TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.

A menina precisava descer a ladeira para ir à escola. A

mãe lhe disse que não tivesse medo, pois aqueles tiros

logo parariam. Ela sabia que, se tivesse medo, a filha o

herdaria. Era preciso não sentir medo. Seu medo era o

de sentir medo. – Confie em Deus ...

2. Quanto às referenciações presentes no primeiro parágrafo,

pode-se afirmar que têm o mesmo referente os termos da

alternativa:

(A) menina (l. 1) – mãe (l. 2) – Ela (l. 3);

(B) menina (l. 1) – filha (l. 3) – Seu (l. 4);

(C) mãe (l. 2) – Ela (l. 3) – Seu (l. 4);

(D) ladeira (l. 1) – escola (l. 1) – filha (l. 3);

(E) medo (l. 2) – o (l. 3) – Seu (l. 4).

TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.

3. Da mesma forma, não se pode tentar viver sem

medo, pois isso revelaria medo do medo.” Das

palavras abaixo, a que tem o mesmo significado da

expressão destacada é:

(A) nictofobia (B) fotofobia

(C) fobofobia (D) claustrofobia

(E) ombrofobia

TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.

“Minirretrato do cotidiano de muitos centros urbanos.

A violência fazendo vítimas sociais e psicológicas.

Pelo menos três grandes fobias têm, neste ainda

princípio de século, caracterizado as mentes

intelectualizadas.” (2º par.)

4. As fobias a que se refere o autor nessa passagem

são:

(A) homofobia – antropofobia- misantropia

(B) homofobia – antropofobia – monofobia

(C) antropofobia – misantropia – monofobia

(D) homofobia – monofobia – tanatofobia

(E) antropofobia – monofobia – teofobia

TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.

5. Releia: “A dramaticidade do cotidiano, em que se

mesclam diferentes tipos pessoais da mesma espécie,

cria no consciente da selva a necessidade de se estar

em alerta, posicionando-se para fugir, defender-se,

reagir ou atacar. Na cadeia, pode-se reconhecer a

impotência ante o adverso, a restrição, a possibilidade

de combater ou a vantagem oportunista.”

Atentando-se para as construções paralelas

presentes, pode-se afirmar que:

(A) fugir está para reagir assim como defender-se está

para atacar;

TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.

(B) fugir está para defender-se assim como reagir está

para atacar;

(C) fugir está para reconhecer a impotência ante o

adverso assim como atacar está para a vantagem

oportunista;

(D) defender-se está para reagir assim como atacar

está para fugir;

(E) defender-se está para a possibilidade de combater

assim como reagir está para reconhecer a restrição.

TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.

6. Predomina no parágrafo 3 a seguinte função de

linguagem:

(A)metalinguística

(B) referencial

(C) Conativa

(D) Emotiva

(E) fática

TIPOLOGIA BÁSICA: FUNÇÕES DA LINGUAGEM.

FUNÇÃO CENTRADA NO(A) EXEMPLO

Emotiva Na primeira pessoa, no locutor. Diários, “blogs”, etc.

Apelativa / Conativa

Na segunda pessoa, no interlocutor. Comerciais de televisão.

Fática No canal de comunicação. Alô! Está me ouvindo?

Referencial No contexto situacional. Notícia de jornal.

Poética Na construção. Poemas.

Metalinguística No código de comunicação. Dicionário.

PROFESSOR

ARENILDO DOS SANTOS CURSO DE INTERPRETAÇÃO

Dissertação argumentativa.

Nos grandes centros urbanos, a violência entre os

adolescentes ainda é preocupante, produto talvez de uma

sociedade que testemunha toda sorte de crimes, tanto na

vida real quanto em programas televisivos. Devido a isso,

cada pessoa tende a responder de forma ríspida e agressiva

a qualquer outra que circunstancialmente lhe funcione como

rival.

Hoje em dia os grandes centros urbanos do Brasil são

palcos de ações marginais: sequestros, roubos de carro,

assaltos a mão armada, balas perdidas, etc. A insegurança

paira nas ruas. Tudo pode acontecer. Por isso, cada pessoa

se vê obrigada a viver em alerta, pronta para se defender e

também para atacar, se for conveniente.

Dissertação argumentativa.

As autoridades falam muito, e pouco agem. A violência,

por vezes, só muda de lugar, transferência de estatísticas,

num jogo para favorecer a situação, numa tentativa de se

perpetuar no poder.

A violência não está restrita às ruas; ela invade os

domicílios familiares por meio da televisão, que sobretudo

nas novelas e filmes - entretenimentos de maior audiência -

estampa em todos os horários cenas de selvageria, tiroteios,

torturas, assassinatos a sangue frio, etc."

Dissertação expositiva.

Segundo dados estatísticos recentes divulgados pelo

IBGE, aumenta, a cada dia, no Rio de Janeiro, o número de

jovens que se tornam, da noite para o dia, pais, sem que,

para isso, estejam preparados.

Os dados se baseiam em estatísticas dos hospitais da

cidade, as quais apontam, de ano para ano, um crescimento

no número de adolescentes e, até mesmo, pré-adolescentes

que procuram aqueles nosocômios para darem à luz, tendo

como parceiros jovens que beiram as suas idades.

Dissertação expositiva.

Num primeiro instante, vem logo a ideia de que isso se

restringe às classes baixas. Não é o que provam os fatos.

Esses casos de paternidade e maternidade precoces ocorrem

em todas as classes sociais, não só nos centros afastados e

nas favelas, como também na zona Sul, onde, facilmente, se

esbarra, nos calçadões, com grávidas que, entrevistadas por

uma revista popular, confessaram que ainda decoram seus

quartos com bonecas e bichinhos de pelúcia.

PROFESSOR

ARENILDO DOS SANTOS CURSO DE INTERPRETAÇÃO

Ferramentas argumentativas.

No trabalho de organização do texto dissertativo, os

recursos mais comuns são: analogia, oposição ou

contraste (antítese), testemunho (citação), definição,

ilustração (exemplos, dados estatísticos), comparações

em geral. Em um texto, esses recursos aparecem, por

muitas vezes, combinados.

Ferramentas argumentativas.

“O homem entra com o trabalho e a mulher com a graça”

é frase emblemática de casamentos tradicionais em

cerimônias católicas. Na atualidade, porém, frases como

essa perderam seu encanto, já que a mulher participa cada

vez mais da vida social, lideradas por figuras bem sucedidas

socialmente como Marta Suplicy, Rosinha Garotinho e Dilma:

todas chegaram ao poder.

Ferramentas argumentativas.

Antigamente, a mulher que “trabalhava fora” era criticada;

hoje, porém, o alvo de preconceitos é justamente a mulher

que restringe seus afazeres ao lar, assemelhando-se a uma

“Amélia”. É um consenso – ou quase isso – que a mulher de

hoje deve mesmo buscar seu espaço profissional, deixando o

casamento para um objetivo segundo ou terceiro.

Ferramentas argumentativas.

Alguns dados, entretanto, são preocupantes. Entre as

mulheres divorciadas, segundo pesquisa realizada por uma

associação de classe na cidade de São Paulo, cerca de 70%

das mais de 700 entrevistadas trabalhavam “fora” ao longo do

casamento, o que permite estabelecer certa relação de causa

e efeito perigosa. Casamentos em que a mulher trabalha

“fora” estão mais propícios ao fim precoce, imprevisto; ao

divórcio, enfim.

Ferramentas argumentativas.

Esse e outros aspectos devem ser pensados. Não se

trata de voltarmos no tempo, mas algo precisa ser feito, pois a

família é o principal elo social. Se, para a mulher trabalhar

fora, a sociedade tiver de pagar com desintegrações

familiares e tudo o que decorre daí como, por exemplo,

desajustes nas relações com os filhos, não vale a pena. A

mulher já não mais enche de graça o lar e, por isso, ela

perdeu a graça.

Ferramentas argumentativas.

No texto, defende-se um ponto de vista. A defesa está

prioritariamente calcada no seguinte recurso argumentativo:

(A) Exemplificação de reconhecimento público

(B) Citação de uma autoridade

(C) Analogia envolvendo certa conotação

(D) Estatística de dados apurados

(E) Definição conceitual e funcional

Ferramentas argumentativas.

Os chimpanzés são humanos, embora os humanos repilam a

ideia. Geneticistas americanos descobriram que homens e

chimpanzés compartilham de até 99,4% de seu código

genético. Autoridades, no assunto, como os pesquisadores da

Wayne State University, em Detroit, nos EUA, afirmam não

hesitar em defender a inclusão do macaco no gênero

humano.

Nesse fragmento textual, predomina o seguinte recurso

argumentativo:

(A) comparação (B) analogia (C) citação

(D) exemplo (E) definição

Ferramentas argumentativas.

O homem vive em sua jaula. A jaula não é uma casa, um

apartamento, um escritório, um quarto de hotel de luxo ou de

pensão barata. A jaula é o próprio homem. Exígua ou ampla,

pouco importa: jaula.

E nela vivem, em estranha promiscuidade, as mais

sanguinárias feras, as serpentes mais venenosas, os

batráquios mais repugnantes, ao lado dos animais

domésticos, os pássaros canoros, as aves da mais bela

plumagem, os insetos mais deslumbrantes... Poderíamos

chamar os habitantes desse jardim-zoológico de instintos,

sentimentos, emoções.

Ferramentas argumentativas.

Nesse fragmento textual, predomina o seguinte recurso

argumentativo:

(A) comparação

(B) analogia

(C) citação

(D) exemplo

(E) definição

Ferramentas argumentativas.

O jogador brasileiro vai jogar na Europa por dinheiro; só

por isso. O choque cultural é muito grande: desde o idioma

até os hábitos característicos do cotidiano.

Há, no Brasil, uma liberdade de comportamento, certa

espontaneidade, uma alegria nata: nada disso se encontra

com facilidade na Europa.

O caso Adriano é bem exemplar. Realizado

financeiramente na Europa, nunca, porém, sentiu-se bem lá.

Voltou, não mais quis voltar, continua aqui, ainda que

perdendo muito dinheiro.

Ferramentas argumentativas.

No texto anterior, defende-se uma tese. Identifique-a

entre as alternativas:

(A) Nenhum brasileiro vive bem na Europa.

(B) O jogador brasileiro pode viver bem nos EUA.

(C) Pelé é um ex-jogador bem sucedido que jamais jogou em

clube europeu.

(D) Há jogadores brasileiros que, na Europa, jogam melhor do

que no Brasil.

(E) O sonho do jogador brasileiro é ganhar dinheiro na

Europa.

Ferramentas argumentativas.

Para defender sua tese, o autor do texto se serve

prioritariamente do seguinte recurso argumentativo:

(A) Analogia

(B) Argumento de autoridade

(C)Definição

(D)Perguntas sucessivas

(E) Interlocução

Ferramentas argumentativas.

Não é coerente afirmar que o ateu em nada crê. Em

termos etimológicos, “ateu” significa ausência de Deus: “a” é

um prefixo que indica ausência, tal qual em “afônico”, por

exemplo; “teu” vem de “teo”, Deus. Portanto, “ateu” é aquele

que não crê em Deus ou em entidades religiosas. Isso,

porém, não quer dizer que o ateu em nada creia. Ele pode

crer, por exemplo, em forças naturais que, de alguma forma,

mesmo sem intervenção divina, favorecem alguns.

No texto acima, verifica-se uma tese, cujo argumento

principal é um(a):

(A) Analogia (B) Argumento de autoridade

(B) Definição (D) Metáfora

(C) Interlocução

Ferramentas argumentativas.

Os políticos perderam o crédito com o eleitor brasileiro.

Se é que em algum dia o tiveram. Eleições vão, eleições

vêm, e a realidade é sempre a mesma: promessas não

cumpridas, denúncias de corrupção, mensalões, etc. O povo

participa das eleições muito mais por obrigação social,

temendo represálias. Essa é a grande verdade. Ninguém

vota acreditando de fato em mudanças. No máximo, vai com

uma mínima esperança. O descrédito é tamanho. Quem,

passados dois ou três anos, se lembra de em quem votou

para vereador, deputado ou senador? Quem se lembra das

propostas de seu candidato? Quem acompanha a atuação

política dos eleitos? A resposta (e não as respostas) a essas

perguntas e a outras similares comprova o descrédito.

Ferramentas argumentativas.

No texto anterior, verifica-se uma tese, cujo argumento

principal é um(a):

(A) Analogia (B) Argumento de autoridade

(C) Definição (D) Metáfora

(E) Interlocução

Ferramentas argumentativas.

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ARENILDO DOS SANTOS CURSO DE INTERPRETAÇÃO

Texto para análise.

Trair é natural

Homens são polígamos por natureza. Mulheres são

naturalmente infiéis. O casamento, em grande parte das

vezes, nada mais é do que uma fachada, mantida em nome

de benefícios sociais. Soa como um discurso polêmico e

antiquado que poucos admitiriam aceitar se confrontados com

as puladas de cerca do companheiro. Mas é precisamente o

que faz uma boa parte das pessoas evocando seus

ancestrais da savana, afirma a mais nova linha de estudo da

biologia evolutiva.

Texto para análise.

A tese é apresentada no recém-lançado “O mito da

monogamia” (Ed. Record), do zoólogo David P. Barash e da

psiquiatra Judith Eve Lipton. O casal – sim, eles são casados

– defende a ideia de que o macho Homo sapiens, por

natureza, polígino, ou seja, tende a ter muitas parceiras.

Embora não seja poliândrica – com muitos parceiros – a

fêmea tampouco é totalmente monogâmica e,

ocasionalmente, trai. Resumindo, os seres humanos não são

naturalmente monógamos.

Texto para análise.

Ocorre que a maioria das sociedades modernas

estabeleceu a monogamia como modelo. Como conciliar

instintos primitivos aos benefícios e conveniências sociais do

casamento? A fidelidade de fachada parece ter sido a

resposta encontrada pela espécie humana, dizem os

pesquisadores, cujo livro foi elogiado pela “Nature”, uma das

revistas científicas mais importantes do mundo. Presos a um

arranjo monogâmico, os seres humanos buscariam relações

extraconjugais. Escondidos, claro. Reportagem de Roberta Jansen.

O Globo, 19 de agosto de 2007.

Texto para análise.

1. “Homens são polígamos por natureza. Mulheres são

naturalmente infiéis.” Inclui-se nesse segmento do texto a

seguinte ideia:

(A) Homens traem mais as mulheres do que as mulheres aos

homens.

(B) Homens traem menos as mulheres do que as mulheres

aos homens.

(C) Homens e mulheres se traem na mesma medida.

(D) Homens e mulheres são infiéis.

(E) O mundo está perdido, pois ninguém presta.

Texto para análise.

2. “Homens são polígamos por natureza. Mulheres são

naturalmente infiéis. O casamento, em grande parte das

vezes, nada mais é do que uma fachada, mantida em nome

de benefícios sociais.”

O terceiro período do texto, em relação aos dois primeiros,

apresenta prioritariamente o seguinte valor semântico:

(A) causa

(B) consequência

(C) finalidade

(D) proporção

(E) comparação

Texto para análise.

3. À luz do texto, a paráfrase mais adequada para o título

“Trair é natural” é:

(A) Trair é um direito

(B) Trair é um dever

(C) Trair é bom

(D) Trair é nato

(E) Trair não é imoral

Texto para análise.

4. Na frase A natureza do homem é polígama, porque ele,

costumeiramente, tem mais de uma mulher. O raciocínio

apresenta um argumento em que

(A) se faz presente uma falsa analogia;

(B) há confusão na relação causa-efeito;

(C) se apresenta como costumeiro um fato indiscutivelmente

raro;

(D) há franca anfibologia;

(E) se evidencia a absoluta ausência de lógica em cada

afirmativa.

Texto para análise.

Natural não significa bom ou inevitável

Existe uma preocupação crescente entre os cientistas de

que determinados estudos possam ser usados para legitimar

antigos preconceitos. – Entender as bases de algo é uma

coisa; outra é usar essa compreensão para justificar algo –

frisa David P. Barash.

Para o zoólogo, é fundamental entender tudo o que diz

respeito aos seres humanos, incluindo o seu comportamento.

– Mas não se trata de arrumar desculpas para as nossas

tendências mais infelizes. As pessoas têm uma boa dose de

controle sobre suas vidas e não devem ser absolvidas de

suas responsabilidades colocando a culpa em seus genes.

Idem, ibidem.

Texto para análise.

5. Em relação ao conteúdo do texto “Trair é natural”, o

conteúdo do texto acima representa, prioritariamente, um(a):

(A) contradição;

(B) ressalva;

(C) exemplificação;

(D) explicação;

(E) argumento.

Texto para análise.

6. Leia: “Eu não traí você. Somos casados, saí com outro

homem, mas não traí você. Isso que eu fiz não é traição. Só

se pode trair quando há amor. Não amo você. Você não me

ama. Ambos sabemos disso.”

Identifique no trecho acima:

a) a tese: ________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

b) o argumento: ____________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

Texto para análise.

PROFESSOR

ARENILDO DOS SANTOS CURSO DE INTERPRETAÇÃO

Polifonia.

Antes da chamada Lei dos Crimes Ambientais (Lei 9.605,

de 1998), quem era flagrado na caça ou no tráfico de animais

silvestres não tinha direito à fiança. Era prisão na certa, tanto

para o criminoso quanto para o flagelado pela fome que

caçava para comer. Com a mudança na lei, as coisas ficaram

mais leves, principalmente para aqueles que lucram com o

tráfico. Para agentes do Ibama e membros de ONGs, o crime

só não cresce mais por causa de campanhas de

conscientização e de ações de fiscalização baseadas em

denúncias. “As campanhas e a repercussão das apreensões

são fundamentais para o aspecto educativo”, admite Luís

Antônio Gonçalves de Lima, chefe da fiscalização do Ibama

em São Paulo.

Polifonia.

Com o abrandamento da legislação ambiental, em

especial do Código de Fauna (Lei 5.197, de 1967), cresceu o

número dos criadouros de animais silvestres. Os bichos neles

criados podem ser vendidos.

Ângela Branco, chefe da Divisão Técnica de Medicina

Veterinária e Manejo da Fauna Silvestre da Prefeitura de São

Paulo, diz não ser contra os criadouros, mas que não deveria

ser estimulada a posse de animais silvestres. “Isso prejudica

o esforço de anos de trabalho de conscientização.” A

veterinária ressalta que ao abrandamento da lei deveria

corresponder uma fiscalização mais intensa dos criadouros e

do comércio para evitar a “legalização” de animais que são

capturados ilegalmente. Ela cita que há muitos casos de

adulteração de anilhas, as “pulseiras” de identificação

colocadas nas pernas das aves.

Polifonia.

(NCE – Auditor – MS)

No texto aparecem muitas vozes; assinale a afirmativa que

NÃO está de acordo com as vozes presentes no texto:

(A) a voz prioritária é a do autor do texto;

(B) aparecem também vozes de autoridades constituídas;

(C) algumas vozes trazem autoridade ao texto;

(D) outras vozes são de menor valia, como a do flagelado

pela fome;

(E) vozes das ONGs colaboram para distintos pontos de vista.

Polifonia.

Intertextualidade.

Intertextualidade.

.

Intertextualidade.

.

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ARENILDO DOS SANTOS [email protected]

CURSO DE INTERPRETAÇÃO

Principais falhas de interpretação textual.

ATENÇÃO: EM QUESTÕES DE INTERPRETAÇÃO, OS

PRINCIPAIS ERROS EXPLORADOS PELOS AUTORES DE

PROVAS SÃO: EXTRAPOLAÇÃO (quando uma afirmativa

vai além do que o texto afirma); RESTRIÇÃO (quando uma

afirmativa restringe o que o texto afirma) e CONTRADIÇÃO

(quando uma afirmativa contradiz o que o texto afirma).

É o que vamos treinar a partir de agora.

Principais falhas de interpretação textual.

O leitor está cansado de más notícias? Quer uma boa?

Lá vai: somos gentis. Os brasileiros, ou, pelo menos, entre os

brasileiros, aqueles que nasceram ou vivem na cidade do Rio

de Janeiro, podem se vangloriar de ostentar, com chancela

acadêmica, o título de campeões mundiais de gentileza. Um

estudo de pesquisadores americanos sobre o comportamento

das pessoas na rua, em face de alguém precisando de ajuda,

em 23 cidades de 23 países diferentes, deu Rio de Janeiro na

cabeça. O estudo, levado a cabo por Robert V. Levine e

Karen Philbrick, ambos da Universidade Estadual da

Califórnia, e Ara Norenzayan, da Universidade de Michigam

foi engenhoso e minucioso.

Principais falhas de interpretação textual.

O que se testou, em experiências realizadas entre 1992 e

1997, foi o comportamento dos transeuntes diante de três

situações: um cego que tenta atravessar a rua; alguém com

um problema na perna, mancando fortemente, que deixa cair

uma pilha de revistas e não consegue levantá-la; e alguém

que inadvertidamente deixa cair uma caneta do bolso.

Principais falhas de interpretação textual.

Os cariocas passaram brilhantemente pelo triplo teste.

Em 93% dos casos, tiveram reação positiva: ajudaram o cego

a atravessar a rua, o homem com problema na perna a

recolher as revistas, e alertaram o que tinha perdido a caneta

do ocorrido. Em último lugar ficou Kuala Lumpur, capital da

Malásia, com apenas 40% de reações positivas. Nova York

fez jus à fama de abrigar gente impaciente e mal-educada, e

ficou em penúltimo lugar, com 45%. Roma foi melhor, mas

também não se mostrou grande coisa: 63% de reações

positivas, e um medíocre 16.º lugar entre as 23 cidades.

(texto extraído da revista Veja)

Principais falhas de interpretação textual.

1. Acerca das ideias veiculadas no primeiro parágrafo a

melhor afirmativa é:

(A) é habitual a imprensa passar ao leitor boas notícias.

(B) o Rio foi uma das cidades mais bem colocadas na

pesquisa de solidariedade realizada por americanos.

(C) O Rio de Janeiro foi a única cidade brasileira inclusa na

pesquisa dos americanos.

(D) Robert V. Levine e Karen Philbrick não participaram do

estágio inicial da pesquisa.

(E) Robert V. Levine e Karen Philbrick são os pesquisadores

que levaram a cabo a pesquisa americana

Principais falhas de interpretação textual.

2. Ao interpretar um texto, o candidato tem de ser

cauteloso: sua interpretação não pode extrapolar, restringir ou

contradizer o escrito. Tal cautela, entretanto, não deve inibir o

"conhecimento de mundo". O candidato tem de servir-se dele

para perceber os implícitos, os subentendidos, conteúdos das

entrelinhas, sem os quais uma interpretação não é eficiente.

Releia: "O leitor está cansado de más notícias? Quer uma

boa? Lá vai: somos gentis."

A partir dessas frases que principiam o texto, pode-se

subentender alusão à seguinte realidade social:

Principais falhas de interpretação textual.

(A) Os leitores, hoje em dia, só se interessam por más notícias.

(B) Em geral, as notícias fornecidas pelos jornais são más, isto é,

aludem aos aspectos negativos do cotidiano social.

(C) A nossa imprensa manipula as notícias, mostrando o que há de

ruim, escondendo o que há de bom.

(D) Notícias más cansam os leitores, os quais também querem

entretenimento, ainda que isso represente fuga da realidade.

(E) Ninguém é de ferro. Uma notícia boa de vez em quando cai

bem.

Principais falhas de interpretação textual.

3. A maneira como principia o texto, dirigindo-se ao leitor, deixa

clara a seguinte intenção do autor:

(A) individualizar o leitor, a fim de que o texto ganhe ares de

conversa íntima.

(B) dar a ideia de que ele, autor, pode influenciar no transcurso

diário do leitor.

(C) lembrar ao leitor alguma relação de parentesco entre ele –

leitor – e o autor.

(D) dar um toque de formalidade ao texto, marcando a

distância entre: eu/escritor; você/leitor.

(E) generalizar o leitor, por meio de linguagem familiar, a fim de

que o texto ganhe ares de uma conversa informal.

PROFESSOR

ARENILDO DOS SANTOS [email protected]

CURSO DE INTERPRETAÇÃO

Principais erros de interpretação textual.

Principais erros de interpretação textual.

Quem nunca ouviu falar em retórica?

O conceito de retórica tem sido desfigurado, ainda

mesmo entre pessoas de escolaridade confiável. Neste

vocábulo, há quem veja algo de pejorativo ou de

inferiorizante.

Esta é, de fato, a compreensão vulgar; os dicionários a

registram em segundo plano, priorizando a retórica

propriamente considerada como arte – “arte da eloquência,

de bem argumentar, de dizer”.

Principais erros de interpretação textual.

Por isso mesmo, foi matéria de ensino nas

universidades da Idade Média e ainda no século XVIII,

convindo notar que integrou, no Brasil, currículos escolares

respeitáveis, sob a inspiração de um desígnio ao mesmo

tempo superior e prático: formar peritus dicenti – o perito no

dizer. Não se objete que estou pondo em pauta exemplos

anacrônicos. Em 1953, quando a Academia Sueca

distinguiu Winston Churchill, proporcionando-lhe a

consagração universal do Prêmio Nobel, justificou a láurea

com esta concisão: “Pela sua fulgurante oratória”.

Principais erros de interpretação textual.

O que afinal convém é estabelecer a diversificação dos

valores. Há retórica e retórica. A antiga terá sido o

empório da ênfase, o cacoete do verbalismo, a verbiagem,

a congestão da palavra. Outra retórica será a eloquência

intrínseca, fruto, e às vezes flor, da cultura literária, da

educação do gosto, do polimento intelectual.

Torno a evocar o velho e sempre novo Churchill.

Quando falou ao seu povo sobre o quase milagre que foi a

rápida formação da Real Força Aérea da Inglaterra, para o

contra-ataque à Alemanha nazista, o primeiro-ministro

mobilizou, na hora certa, o justo orgulho e a gratidão de

homens, mulheres e até crianças do Reino Unido com

aquelas palavras de ouro maciço: “Nunca tantos deveram

tanto a tão poucos.”

Principais erros de interpretação textual.

Pouco antes, creio, já o tribuno modelar, no auge da

guerra, confessava shakespearianamente à Grã-Bretanha

que só poderia prometer, naquela altura, “sangue, suor e

lágrimas”. O ingrediente da sua retórica, que inflamaria o

nosso Castro Alves, belo retórico, foi a própria dureza da

sinceridade total.

Não é demais assinalar: ao lançar a sua promessa

trágica, não incidiu na fealdade do grito, do estrepitoso. Na

arte oratória de Churchill, a retórica, muitas vezes, estava

na própria concisão. Marcos Almir Madeira – membro da Academia Brasileira de Letras.

Glossário:

áurea: diploma;

empório: mercado;

verbiagem: falatório longo, mas com pouco sentido.

Principais erros de interpretação textual.

1. As afirmativas abaixo dizem respeito ao conceito de

retórica. A que NÃO está de acordo com as afirmações do

autor é:

(A) Pessoas de escolaridade confiável é que têm deturpado

o conceito de retórica.

(B) os dicionários apontam a possibilidade de o vocábulo

retórica ser usado com valor pejorativo.

(C) o vocábulo retórica pode não ser usado com intenção

pejorativa.

(D) A retórica também está ligada à arte de argumentar.

(E) A retórica também envolve a arte da expressão.

Principais erros de interpretação textual.

2. Não está de acordo com as ideias do autor:

(A) No Brasil, a retórica já fez parte de currículos escolares

importantes, inspirados no objetivo “peritus dicenti”.

(B) O evento de 1953, envolvendo Winston Churchill,

apesar de ser um óbvio exemplo anacrônico, registra um

dos principais empregos de retórica.

(C) Mesmo no que diz respeito à retórica como arte do

discurso, ela não dever ser vista como um padrão único de

discurso.

(D) Churchill é exemplo atemporal de como fazer bom uso

da retórica.

(E) A concisão não é inimiga da retórica.

Principais erros de interpretação textual.

3. A única inferência autorizada pelo contexto é:

(A) A retórica foi ensinada nas universidades brasileiras no

século XVIII.

(B) A retórica como arte argumentativa pode ser

classificada sob um ponto de vista temporal: a antiga é

sempre mal-intencionada; a atual, sempre o contrário.

(C) A oratória não pode ser confundida com a retórica, já

que são atividades completamente distintas.

(D) A finalidade do discurso é um dos critérios de

classificação da retórica.

(E) A retórica tem princípio enganador, falacioso.

Principais erros de interpretação textual.

4. Observe:

1- É proibido falar ao celular em sala de aula, quando se

trata de simulado, durante a sua realização.

2- É proibido falar ao celular em sala de aula, quando se

trata de simulado.

3- É proibido falar ao celular em sala de aula.

4- É proibido falar ao celular.

5- É proibido falar.

O percurso ideológico do 1 ao 5 está mais precisamente

apontado na alternativa:

(A) generalização; (B) especificação; (C) diminuição;

(D) restrição; (E) limitação.

Principais erros de interpretação textual.

5. Que afirmativa abaixo generaliza ideia contida no texto ?

(A) A retórica pode ser usada para enganar.

(B) A retórica pode ser usada para encantar.

(C) A retórica pode ser usada para depreciar.

(D) A essência da retórica é persuasiva.

(E) A essência da retórica é falaz.

Principais erros de interpretação textual.

6. Há vários tipos de pergunta retórica. A do título do texto é do

tipo que:

(A) exemplifica uma cooptação;

(B) propicia uma reflexão;

(C) é respondida explicitamente no próprio texto;

(D) tem resposta presumidamente óbvia;

(E) sugere várias e diferentes respostas.

Principais erros de interpretação textual.

7. Em cada alternativa abaixo, você encontra um fragmento do

que se lê acerca do verbete “retórica”, no Dicionário do Aurélio,

Edição Eletrônica, Séc. XXI. O fragmento que mais se

aproxima do conceito de retórica presente no primeiro

parágrafo do texto é:

(A) Eloquência ; oratória.

(B) E. Ling. Estudo do uso persuasivo da linguagem, em

especial para o treinamento de oradores. [...]

(C) Tratado que encerra essas regras.

(D) Adornos empolados ou pomposos de um discurso.

(E) Discurso de forma primorosa, porém vazio de conteúdo.

Principais erros de interpretação textual.

PROFESSOR

ARENILDO DOS SANTOS [email protected]

CURSO DE INTERPRETAÇÃO

Texto preditivo: gênero.

Textos

Leão de 23/07 a 22/08 Regente: Sol

Não deixe que a possessividade no amor a atrapalhe.

Algum acontecimento pode fazer você querer acelerar as

mudanças que já estão ocorrendo na sua vida. O que até

agora era uma evolução pode se transformar numa

revolução.

Leão de 23/07 a 22/08 Regente: Sol

Um acontecimento inesperado pode fazer você

descobrir as verdadeiras intenções de uma pessoa em

quem confia muito. Não se espante com a sensação de

que, a qualquer momento, coisas que você não conhece

podem mudar muito a sua vida.

Texto preditivo: gênero.

01. O horóscopo tem por objetivo construir informações válidas

para todas as pessoas que tenham nascido num mesmo

período de qualquer ano. Analisando as previsões presentes,

pode-se afirmar que esse objetivo é conseguido pelo uso de

palavras de sentido

(A) indefinido e de termos que expressam generalização.

(B) metonímico e de termos que expressam adversidade.

(C) metafórico e de termos que expressam negação.

(D) categórico e de termos que expressam condicionalidade.

(E) alegórico e de termos que expressam consequência.

Texto preditivo: gênero.

02. O dinamismo semântico é atestado, por exemplo, pela polissemia de

vocábulos como “dever” e “poder” que, dependendo dos contextos em que

são utilizados, assumem diferentes sentidos.

O uso do vocábulo “poder” nos textos de horóscopo acima

(A) Indica possibilidade, mas, se substituído por “dever”, o

sentido passaria a ser o de obrigatoriedade, certeza.

(B) indica a eficácia da astrologia em fazer previsões acerca

dos acontecimentos.

(C) determina que a realização dos fatos previstos é

inteiramente alheia à vontade e às atitudes do leitor.

(D) projeta os fatos para o campo da possibilidade,

relativizando o valor de verdade do que é enunciado.

(E) evoca a discriminação dos acontecimentos, levando em

consideração previsões anteriores.

Texto preditivo: gênero.

(BANCA NCE/UFRJ)

Noventa e sete por cento das espécies vivas, 80.000

proteínas produzidas pelo corpo e bilhões de galáxias ainda

não foram identificados. Quase nada sabemos da natureza do

Universo, da origem da Vida, do funcionamento dos climas, do

desenvolvimento do embrião e do cérebro.

Provavelmente não se descobrirá ainda no século XXI de

onde surgiu o Universo, nem como começou a vida na Terra,

nem como o cérebro engendra o pensamento e a consciência,

nem se outras formas de vida existem em outros lugares. Em

compensação, outras questões que hoje não são formuladas

serão resolvidas, pois se descobrirá que certas respostas

consideradas definitivas estavam totalmente equivocadas.

Texto preditivo: gênero.

O livro de onde foi retirado esse texto é um dicionário sobre o

século XXI, publicado ainda no século XX, o que o mostra

como um livro de profecias. Analise os itens a seguir:

I - “Noventa e sete por cento das espécies vivas, 80.000

proteínas produzidas pelo corpo e bilhões de galáxias ainda

não foram identificados”;

II - “Quase nada sabemos da natureza do Universo, da origem

da Vida, do funcionamento dos climas, do desenvolvimento do

embrião e do cérebro”;

III - “Provavelmente não se descobrirá ainda no século XXI de

onde surgiu o Universo, nem como começou a vida na Terra”;

IV - “Em compensação, outras questões que hoje não são

formuladas serão resolvidas”.

Texto preditivo: gênero.

O discurso preditivo se mostra inegável no(s) trecho(s):

A) I – II

B) III – IV

C) IV

D) II - III – IV

E) I - II - III - IV

Outros gêneros textuais.

“O pai lia o jornal – notícias do mundo. O telefone tocou

tirrim-tirrim. A mocinha, filha dele, dezoito, vinte, vinte e dois

anos, sei lá, veio lá de dentro, atendeu: “Alô! Dois quatro sete

um dois cinco quatro. Mauro!!! Puxa, onde é que você andou?

Há quanto tempo! Que coisa! Pensei que tinha morrido! Sumiu!

Diz! Não!?! É mesmo? Que maravilha! Meus parabéns!!! Homem

ou mulher? Ah! Que bom!... Vem logo. Não vou sair não”.

Desligou o telefone. O pai perguntou: “Mauro teve um filho?” A

mocinha respondeu: “Não. Casou”.

MORAL: JÁ NÃO SE ENTENDEM OS DIÁLOGOS COMO

ANTIGAMENTE.

Millôr Fernandes

Texto preditivo: gênero.

O texto foi retirado de um livro de Millôr Fernandes,

intitulado Novas fábulas fabulosas; o sinal mais visível de

que o texto se aproxima de uma fábula é:

A) ser uma narrativa muito curta;

B) apresentar um tom humorístico;

C) indicar uma moral sobre o texto lido;

D) mostrar um diálogo entre personagens;

E) ser escrita em linguagem popular.

Outros gêneros textuais.

“O pai lia o jornal – notícias do mundo. O telefone tocou

tirrim-tirrim.”; entre esses dois períodos poderia estar

inserida uma conjunção em lugar do ponto e, nesse caso,

o conectivo adequado seria:

A) enquanto;

B) mas;

C) logo que;

D) porém;

E) quando.

Outros gêneros textuais.

O diálogo registrado no texto encaminha-se para um

sentido provável - de que alguém casou -, que é rompido

pela conclusão; o segmento que concentra a quebra da

expectativa é:

A) que maravilha!

B) meus parabéns!!!

C) homem ou mulher?

D) ah! Que bom!

E) que coisa!

Outros gêneros textuais.

O diálogo registra somente a fala da mocinha e não a fala

do Mauro; só NÃO se pode inferir desse diálogo e do texto

que:

A) Mauro propôs-se a ir até a casa da mocinha;

B) a mocinha e Mauro já não se viam há muito tempo;

C) a mocinha já recebera a notícia do falecimento de

Mauro;

D) Mauro tem muitas novidades a contar;

E) o pai da mocinha conhecia Mauro.

Outros gêneros textuais.

“...sei lá, veio lá de dentro,...”; as duas ocorrências do

vocábulo LÁ, nesse segmento do texto, indicam,

respectivamente:

A) negação/lugar;

B) lugar/lugar;

C) aproximação/distância;

D) tempo/localização;

E) dúvida/tempo.

Outros gêneros textuais.

“O pai lia o jornal – notícias do mundo. O telefone tocou

tirrim-tirrim. A mocinha, filha dele, dezoito, vinte, vinte e dois

anos, sei lá, veio lá de dentro, atendeu: “Alô! Dois quatro sete

um dois cinco quatro. Mauro!!! Puxa, onde é que você andou?

Há quanto tempo! Que coisa! Pensei que tinha morrido! Sumiu!

Diz! Não!?! É mesmo? Que maravilha! Meus parabéns!!! Homem

ou mulher? Ah! Que bom!... Vem logo. Não vou sair não”.

Desligou o telefone. O pai perguntou: “Mauro teve um filho?” A

mocinha respondeu: “Não. Casou”.

MORAL: JÁ NÃO SE ENTENDEM OS DIÁLOGOS COMO

ANTIGAMENTE.

Millôr Fernandes

Outros gêneros textuais.

Entre duas falas da mocinha supõe-se uma outra fala de

Mauro, EXCETO em:

A) Alô / Dois quatro sete um dois cinco quatro;

B) Dois quatro sete um dois cinco quatro / Mauro!!!;

C) Pensei que tinha morrido! / Sumiu!;

D) Diz! / Não!?!;

E) Homem ou mulher? / Ah! Que bom!

Outros gêneros textuais.

Pai nosso, que estais nos

céus, santificado seja o vosso

nome, venha a nós o vosso

reino, seja feita a vossa

vontade, assim na terra como

no céu. O pão nosso de cada

dia nos dai hoje. Perdoai as

nossas ofensas, assim como

perdoamos a quem nos tem

ofendido. Não nos deixeis cair

em tentação, mas livrai-nos

do mal. Amém.

Responda:

a) Qual é o gênero do texto

ao lado?

____________________

____________________

b) Qual é a função de

linguagem predominante?

____________________

____________________

Outros gêneros textuais.

PROFESSOR

ARENILDO DOS SANTOS [email protected]

CURSO DE INTERPRETAÇÃO

O gênero “piada”.

Piadas são historíolas (histórias concisas) que

provocam humor calcadas em implícitos. Quando não se ri

de uma piada, pode ser que ela seja “ruim”, mas pode ser

também que ela não tenha sido plenamente entendida.

Leia esta piada:

“Na viagem, a mãe ajuda a filha, que está enjoada. O

cavalheiro ao lado pergunta:

- Foi comida?

- Foi, mas vai casar, responde a mãe.” (Extraída do livro Os Humores da Língua, do linguista Sírio Possenti)

O gênero “piada”.

Agora, assinale a alternativa que contém afirmativa

inadequada acerca dessa piada:

(A) nela está implícita a ideia de que a pergunta do cavalheiro

não foi devidamente entendida;

(B) o ponto central da piada é um equívoco, uma

ambiguidade;

(C) a palavra “comida” assume, no texto, dois sentidos: um

formal; outro chulo.

(D) a palavra “comida”, no contexto da piada, tem valor

exclusivo de agente, isto é: “comida causou enjoo”;

(E) a última fala da piada traz implícita a ideia de que

casamento é a reparação de um “erro”.

O gênero “publicitário”.

ELES BLÁ, BLÁ, BLÁ

E NÓS GLUB, GLUB, GLUB, GLUB.

CHEGA DE ENCHENTE.

ALMAP/BBDO

O texto publicitário acima enfatiza uma oposição entre

"eles" e "nós". Ambas só podem ser entendidas à luz de um

contexto social.

"Eles" e "nós" representam respectivamente:

(A) os concorrentes e os autores

(B) o povo e os autores

(C) os autores do texto e o povo

(D) os governantes e o povo

(E) os estrangeiros e os nacionais

O gênero “publicitário”.

O segmento “blá, blá, blá” deve ser entendido como:

(A) O discurso literal dos políticos.

(B) discurso de conteúdo sem sentido.

(C) referência aos contadores de histórias sertanejos.

(D) discurso sem engajamento racional.

(E) discurso desprovido de veracidade, atribuído, pelo povo,

aos políticos em geral.

O gênero “publicitário”.

A leitura tem sido objeto de inúmeras pesquisas sob as

mais diferentes abordagens. Ler é muito mais do que

decodificar sinais, pois o leitor precisa ter consciência de que

cada texto tem variados níveis de significação e que, além do

que está explícito, “existe toda uma gama de significações

implícitas, muito mais sutis, diretamente ligadas à

intencionalidade do produtor”

(KOCH: 2002, 159).

Com base nisso, assinale a única inferência não permitida

pela leitura do texto.

O gênero “publicitário”.

(A) Houve pelo menos uma enchente na localidade a que diz

respeito o anúncio.

(B) Há um conceito negativo acerca das autoridades

responsáveis por uma série de estragos decorrentes de

enchente.

(C) O povo local encontra-se esgotado diante da situação.

(D) O autor do cartaz propõe uma mudança de fatos: nós blá,

blá, blá e eles glub, glub, glub, glub. x

(E) Paira a sensação de descaso, por parte das autoridades,

em relação ao povo.

O gênero “publicitário”.

O gênero “publicitário”.

O termo polifonia designa o fenômeno pelo qual, num mesmo

texto, se fazem ouvir "vozes" que falam de perspectivas ou

pontos de vista diferentes com as quais o locutor se identifica

ou não. É a polifonia que permite o entendimento de inúmeros

anúncios publicitários. A alternativa que explica a principal

polifonia explorada no comercial acima é:

(A) A palavra pimentão relaciona-se a bronzeamento

exagerado ou exposição demasiada ao sol, que causa a

vermelhidão da pele.

(B) A palavra pimentão remete ao significado de tempero

culinário, atiçando o paladar do leitor.

(C) As expressões "Ai" e "Ui" remetem o leitor à ideia de dor.

O gênero “publicitário”.

(D) Quando se lê sundown, pensa-se em bronzeador, óculos

escuros, toalha, tanga, biquíni, sunga, sorvete, praia, etc.

(E) Quando se lê sundown, pensa-se em acordar, isopor,

água, chave, carro, estrada, engarrafamento, vendedor

ambulante, etc.

O gênero “publicitário”.

A estratégia de abordagem ao consumidor aponta diretamente

para

(A) a razão, lembrando ao leitor os efeitos nocivos da alta

exposição à luz solar.

(B) a emoção, apelando a um fato cultural brasileiro: culto ao

corpo moreno, bronzeado.

(C) um hábito: associação metafórica de comestíveis a ideias

exclusivamente positivas.

(D) uma crítica a outros produtos da mesma natureza.

(E) uma advertência: ou usa o produto anunciado, ou sentirá

dor sempre.

PROFESSOR

ARENILDO DOS SANTOS [email protected]

CURSO DE INTERPRETAÇÃO

Paráfrases: denotação/conotação.

Denotação X Conotação Denotação: vínculo direto de significação (sem sentidos derivativos ou figurados) que um nome estabelece com um objeto da realidade. Conotação: conjunto de alterações ou ampliações que uma palavra agrega ao seu sentido literal (denotativo), por associações linguísticas de diversos tipos (estilísticas, fonéticas, semânticas), ou por identificação com algum dos atributos de coisas, pessoas e seres da natureza.

Paráfrases: denotação/conotação.

Soniara é uma pessoa de cabeça quente (1) e, por

isso, vive batendo a cabeça(2). Caiu de cabeça(3) na

relação com o namorado, que vive com a cabeça no ar(4),

não esquenta a cabeça(5) com nada, jamais perde a

cabeça(6), e saiu da relação de cabeça erguida(7), apesar

da cabeça virada (8) pelo rapaz. Ela nem sempre sabe

onde tem a cabeça.(9)

Paráfrases: denotação/conotação.

A linguagem figurada é usada, com frequência, na linguagem coloquial. Parafraseie cada expressão destacada acima, deixando-as com sentido denotativo e em conformidade com a norma culta. (1) _____________________________________________________ (2) _____________________________________________________ (3) _____________________________________________________ (4) _____________________________________________________ (5) _____________________________________________________

Paráfrases: denotação/conotação.

Soniara é uma pessoa de cabeça quente (1) e, por

isso, vive batendo a cabeça(2). Caiu de cabeça(3) na

relação com o namorado, que vive com a cabeça no ar(4),

não esquenta a cabeça(5) com nada, jamais perde a

cabeça(6), e saiu da relação de cabeça erguida(7), apesar

da cabeça virada (8) pelo rapaz. Ela nem sempre sabe

onde tem a cabeça.(9)

Paráfrases: denotação/conotação.

A linguagem figurada é usada, com frequência, na linguagem coloquial. Parafraseie cada expressão destacada acima, deixando-as com sentido denotativo e em conformidade com a norma culta. (6) _____________________________________________________ (7) _____________________________________________________ (8) _____________________________________________________ (9) _____________________________________________________

Paráfrases: denotação/conotação.

Parafraseie cada expressão destacada abaixo, deixando-as com sentido denotativo e em conformidade com a norma culta. (1) Ela pediu dinheiro ao pai, mas saiu com as mãos abanando. _______________________________________________________ (2) Ou mãos à obra, ou ela vai ficar sem tutu. _______________________________________________________ (3) Ela ficou de mãos atadas na situação. _______________________________________________________ (4) O ex-ministro caiu, mas caiu de pé. _______________________________________________________

Paráfrases: denotação/conotação.

(5) Todos estão com um pé atrás em relação ao time do Brasil. _______________________________________________________ (6) Neymar faz gol com pé nas costas. _______________________________________________________ (7) Ela bateu o pé com a mãe, mas quando viu que a coisa ia ficar preta, deu no pé. _______________________________________________________ _______________________________________________________ (8) Vasco joga mal, mas consegue vencer lanterna. _______________________________________________________

Paráfrases: denotação/conotação.

(9) São Paulo deixa o Cruzeiro na ponta da tabela. _______________________________________________________ (10) E quem disse que elas não entendem nada? Às vésperas da Copa, as mulheres botam suas manguinhas de fora e revelam paixão e conhecimento do esporte que encanta o mundo. _______________________________________________________ _______________________________________________________

Paráfrases: denotação/conotação.

(9) São Paulo deixa o Cruzeiro na ponta da tabela. _______________________________________________________ (10) E quem disse que elas não entendem nada? Às vésperas da Copa, as mulheres botam suas manguinhas de fora e revelam paixão e conhecimento do esporte que encanta o mundo. _______________________________________________________

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ARENILDO DOS SANTOS [email protected]

CURSO DE INTERPRETAÇÃO

Figuras de linguagem.

1. Símile ou comparação- Consiste numa comparação explícita, com a presença do elemento comparativo: como, tal qual, igual a, feito, que nem (coloquial), etc., entre duas palavras ou expressões. Ex.: Ela é bela como uma flor. 2. Metáfora- Consiste numa comparação implícita, numa relação de similaridade, entre duas palavras ou expressões. Ex.:Ela é uma flor.

Figuras de linguagem.

3. Antítese- Quando uma ideia se opõe a outra, sem impedi-la nem torná-la absurda. As ideias em si podem ser diametralmente opostas e até excludentes. Ex.: Estava mais morto do que vivo. 4. Paradoxo- É a antítese extremada, em que duas ideias que se excluem são apresentadas como ocorrendo ao mesmo tempo e no mesmo contexto, o que gera uma contradição (aparentemente) impossível. Ex.: Amor é ferida que dói e não se sente.

Figuras de linguagem.

5. Eufemismo- Volteio semântico que visa a suavizar uma expressão indelicada, forte ou inadequada em determinada situação. Ex.: Ele não está mais entre nós. (= morreu) 6. Hipérbole- Consiste no exagero ao se afirmar alguma coisa, com intuito emocional ou de ênfase. Ex.: Subi mais de mil e oitocentas colinas.

Figuras de linguagem.

7. Ironia- Figura de linguagem na qual aquilo que se diz não corresponde exatamente ao que se quer dizer, com intuito jocoso, cômico ou crítico. Ex.: Chegou cedo, heim! (para alguém atrasado) 8. Gradação- Muitas vezes, a cadeira semântica se ordena numa escala de grandeza ou de intensidade, constituindo uma gradação, que pode ser ascendente (do menos para o mais) ou descendente (do mais para o menos).Ex.: Estava pobre, quebrado, miserável.

Figuras de linguagem.

9. Prosopopeia- Quando características humanas são atribuídas a algo inanimado ou a um animal. Não raro, aparecem os termos animismo e personificação com a mesma aplicação básica. Ex.: O vento rugia. 10. Sinestesia- Consiste na associação de palavras referentes a dois sentidos distintos: audição e visão, visão e tato, tato e paladar, paladar e olfato, etc. Ex.: Sentiu um toque doce.

Figuras de linguagem.

11. Metonímia- Consiste no emprego de uma palavra no lugar de

outra, havendo entre ambas uma relação de contiguidade: parte

pelo todo (Ele tem duzentas cabeças de gado na fazenda.); o

continente pelo conteúdo (Passe-me a farofa.); o autor pela obra

(Devolva o Neruda que você me tomou.); a marca pelo produto

(Você me empresta o durex?); causa pelo efeito e vice-versa (O

Sol faz mal.); o sinal pela coisa significada(balança no lugar de

Justiça); o concreto pelo abstrato (Jorge é um bom garfo.); etc.

Figuras de linguagem.

De acordo com a teoria vista, identifique a figura de linguagem predominante em cada item abaixo. a. Ele é esperto feito uma raposa.

b. Ele é magro que nem um caniço.

c. Ela é uma raposa.

d. De repente, do riso fez-se o pranto.

e. É um contentamento descontente.

f. Já era um senhor. (= velho)

g. Ela é uma garota de programa.

h. Ele é soropositivo.

Figuras de linguagem.

De acordo com a teoria vista, identifique a figura de linguagem predominante em cada item abaixo.

i. Era pouco chegado a higiene. (= sujo)

j. Chorar um rio de lágrimas.

k. No Nordeste, há muitos severinos.

l. Muito bonito, seu Fulano!(quando alguém errou)

m. Coisinha linda! (para uma pessoa muito feia)

n. Oba, jiló de novo! (uma pessoa que odeia jiló)

Figuras de linguagem.

De acordo com a teoria vista, identifique a figura de linguagem predominante em cada item abaixo. o. Já lhe pedi isso um bilhão de vezes! p. Joguei o osso no lixo.

q. Casa, cidade, nação, mundo, universo.

r. Meu cachorro me sorriu latindo.

s. O Lobo Mau e os Três Porquinhos.

t. Era uma visão amarga.

u. Ele tinha uma voz sombria.

Figuras de linguagem.

De acordo com a teoria vista, identifique a figura de linguagem predominante em cada item abaixo.

v. Fumarei um havana.

w. Enquanto estudo tranquilo, você trabalha tenso.

x. O cachorro ficou sentido com seu dono.

y. Machado tem local de destaque na minha estante.

z. Beberemos um porto, pois o Brasil venceu.

Figuras de linguagem.

“Insisto em comentar as vantagens e desvantagens do mundo virtual”; neste segmento do texto há um exemplo de linguagem figurada denominado: (A) silepse; (B) sinestesia; (C) metáfora; (D) metonímia; (E) antítese.

Figuras de linguagem.

1) Silepse de gênero: Com pronomes de tratamento, o adjetivo/predicativo faz a silepse. V. Ex.ª é atencioso. (referindo-se a homem) Outros exemplos: A criança caiu e não parou de chorar durante uma hora, coitadinho(menino). - Oi, ainda bem que você chegou; tinha alguém aqui bem saudosa.

Figuras de linguagem.

2) Silepse de número: Pode ocorrer a silepse de número com todo substantivo singular concebido como plural e, particularmente, com os termos coletivos. A ocorrência desta silepse acentua-se à medida que o verbo se distancia do sujeito coletivo. A multidão avançou, forçou o portão e, depois de horas, conseguiram entrar. Já toda a plateia estava indignada. Queriam logo o início do evento.

Figuras de linguagem.

3) Silepse de pessoa: Quando a pessoa que fala ou escreve se inclui num sujeito enunciado na 3ª. pessoa do plural, o verbo pode ir para a 1ª. pessoa do plural. Dizem que os fluminenses gostamos de samba. Todos geralmente o admiramos. Os professores tivemos uma reunião. Obs.: Também ocorre silepse de pessoa, quando queremos abranger a pessoa a quem nos dirigimos. Ex.: Os turistas sois bem-vindos.

Figuras de linguagem.

Por vezes, tem-se o acúmulo de silepses. Veja: A seca atormenta a gente nordestina. Emigram, desolados, numa busca utópica de lugares melhores.

Figuras de linguagem.

a. Leia atentamente a paráfrase: "Pode-se viver numa sociedade baseada no livro e, ainda assim, não ler, ou viver numa em que o livro seja mero enfeite e ser, no sentido mais profundo e verdadeiro da palavra, um leitor. Como sociedade, por exemplo, os gregos pouca importância dávamos a livros, mas individualmente, por certo, eram grandes leitores." Ela, a paráfrase, apresenta: (A) silepse de número (B) silepse de pessoa (C) silepse de gênero (D) elipse (E) zeugma

Figuras de linguagem.

b.Leia atentamente a paráfrase: "Pode-se viver numa sociedade baseada no livro e, ainda assim, não ler, ou viver numa em que o livro seja mero enfeite e ser, no sentido mais profundo e verdadeiro da palavra, um leitor. Como sociedade, por exemplo, o povo grego pouca importância dava a livros, mas individualmente, por certo, eram grandes leitores." Ela, a paráfrase, apresenta: (A) silepse de número (B) silepse de pessoa (C) silepse de gênero (D) elipse (E) zeugma

Figuras de linguagem.

c. Leia atentamente a paráfrase: "Pode-se viver numa sociedade baseada no livro e, ainda assim, não ler, ou viver numa em que o livro seja mero enfeite e ser, no sentido mais profundo e verdadeiro da palavra, um leitor. Como sociedade, por exemplo, a população grega pouca importância dava a livros, mas individualmente, por certo, eram grandes leitores." Ela, a paráfrase, apresenta: (A) silepse de número apenas (B) silepse de pessoa apenas (C) silepse de gênero e de número (D) silepse de pessoa e de número (E) elipse

Figuras de linguagem.

Leia:

a) O pé da mesa quebrou.

b) O céu da boca está com uma afta.

c) A barriga da perna está inchada.

d) Ele enterrou a agulha no dedo.

A figura de linguagem predominante nas frases acima é:

______________________________________________

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ARENILDO DOS SANTOS [email protected]

CURSO DE INTERPRETAÇÃO

Interpretação e ambiguidades

Liberdade Condicional

Luiz Garcia

Interpretação e ambiguidades

Na expressão ‘liberdade condicional’ o termo principal

deveria ser o segundo. Não haveria liberdade antecipada

para condenados sem o preenchimento de condições

relacionadas à periculosidade do presidiário. No Brasil,

diferentemente de outros países, o benefício é praticamente

automático. A única condição levada em conta é o tempo de

reclusão. O condenado pode sair da prisão ao cumprir um

terço da pena quando é primário e tem bons antecedentes (o

que se avalia apenas pela sua folha corrida). Reincidentes

saem na metade do tempo, e autores de crimes hediondos –

podem crer, costumam ser hediondos mesmo – ao

completarem dois terços. Acontece, e os casos de

reincidência provam isso, que o tempo é juiz generoso; quase

sempre, incompetente.

Interpretação e ambiguidades

Não há – mesmo em estados como Rio e São Paulo,

imagine-se nos cafundós onde se perderam as botas de

Judas – um sistema de avaliação psicológica minimamente

eficiente. Não há dinheiro para isso. Muito menos existem cá

fora fiscais habilitados para acompanhar de perto o

comportamento do ex-detento e decidir se está cumprindo as

condições da liberdade. Nem as mínimas e óbvias, como

lugar de moradia e trabalho.

Um chefe do tráfico pode voltar para seus antigos

domínios e viver como bem entender, até o momento de ser

mais uma vez preso. Se for.

Interpretação e ambiguidades

Como estão as coisas, policiais e carcereiros cumprem –

sem condicional – pena parecida com aquela imposta pelos

deuses antigos a Sísifo, condenado a incessantemente rolar

uma rocha até o topo de uma montanha, de onde ela cairia

de volta devido ao seu próprio peso. E Sísifo foi condenado

injustamente – igualzinho aos bons funcionários do nosso

sistema penal.

Por lógica elementar, o problema deveria ser enfrentado

com uma legislação que estabelecesse condições

minimamente inteligentes para libertação antecipada.

Sísifo acharia graça – se tivesse ânimo para rir de uma

desgraça como a sua. (O globo, 5/9/2006)

Interpretação e ambiguidades

1. Marque a alternativa que indica a função prioritária da

imagem que acompanha o texto:

(A) reforçar a tese defendida pelo autor;

(B) exemplificar a tese;

(C) ilustrar uma possibilidade arrolada no texto;

(D) trazer um pouco de humor para o debate;

(E) facilitar a compreensão de quem não sabe ler.

Interpretação e ambiguidades

2. O objetivo prioritário do texto é:

(A) apresentar uma solução para o problema da superlotação

carcerária;

(B) advertir o leitor quanto à possibilidade de ele conviver

com um ex-presidiário que continua marginal;

(C) chamar a atenção das autoridades competentes para um

problema cada vez mais grave;

(D) sugerir que a expressão Liberdade Condicional é menos

adequada que Liberdade Vigiada;

(E) mostrar que a legislação precisa ser repensada, no que

diz respeito à concessão da chamada Liberdade Condicional.

Interpretação e ambiguidades

3. A alternativa que melhor resume a tese do texto é:

(A) É preciso mudar a legislação, a fim de que a “liberdade

condicional” seja atrelada a outros fatores, além do tempo

de reclusão.

(B) É preciso mudar a legislação, a fim de que os problemas

brasileiros sejam solucionados.

(C) A liberdade condicional favorece indistintamente os

detentos, baseando-se apenas no tempo de reclusão.

(D) De certa forma, policiais e carcereiros também cumprem

pena.

(E) O Brasil tem muita coisa errada.

Interpretação e ambiguidades

4. A melhor classificação para o texto lido é:

(A) narrativo;

(B) descritivo;

(C) educativo;

(D) argumentativo;

(E) jornalístico.

Interpretação e ambiguidades

5. Quanto ao discurso de linguagem, pode-se afirmar que o

texto:

(A) é inteiramente impessoal;

(B) apresenta traços de informalidade;

(C) apresenta-se num nível culto;

(D) é inteiramente informal;

(E) é pessoal, com toques confessionais.

Interpretação e ambiguidades

6. A reescrita que não altera o sentido original é:

(A) “No Brasil, diferentemente de outros países, o benefício é

praticamente automático.” / No Brasil, diferentemente dos

outros países, o benefício é praticamente automático.

(B) “A única condição levada em conta é o tempo de

reclusão.” / A condição levada em conta é o único tempo de

reclusão.

(C) “Muito menos existem cá fora fiscais habilitados para

acompanhar de perto o comportamento do ex-detento...” /

Existem cá fora muito menos fiscais habilitados para

acompanhar de perto o comportamento do ex-detento...

Interpretação e ambiguidades

6. A reescrita que não altera o sentido original é:

(D) “Nem as mínimas e óbvias, como lugar de moradia e

trabalho.”/Nem as óbvias e mínimas, como trabalho e lugar

de moradia.

(E) “Um chefe do tráfico pode voltar para seus antigos

domínios e viver como bem entender, até o momento de ser

mais uma vez preso.”/ Um chefe do tráfico pode viver como

bem entender e voltar para seus antigos domínios, até o

momento de ser mais uma vez preso.

Interpretação e ambiguidades

7. “Na expressão ‘liberdade condicional’ o termo principal

deveria ser o segundo.” Infere-se dessa passagem que o

autor propõe:

(A) uma alteração na ordem dos termos;

(B) o termo principal, no fundo, já é o segundo;

(C) o primeiro termo é secundário;

(D) o primeiro termo deveria ser o segundo;

(E) ênfase maior ao segundo termo.

Interpretação e ambiguidades

8. O valor gramatical e semântico de cada termo fica alterado

com a inversão proposta em:

(A) liberdade condicional – condicional liberdade;

(B) carcereiro policial – policial carcereiro;

(C) libertação antecipada – antecipada libertação;

(D) bons funcionários – funcionários bons;

(E) antigos domínios – domínios antigos.

Interpretação e ambiguidades

Interpretação e ambiguidades

9. A finalidade prioritária do termo destacado em “hediondos

mesmo” é:

(A) ratificar o valor do adjetivo;

(B) intensificar o adjetivo;

(C) evitar ambiguidade;

(D) criar uma hipérbole;

(E) evitar um eufemismo.

Interpretação e ambiguidades

10. O autor faz o texto verbal se acompanhar de um texto

não verbal. Neste, o autor explora um paradoxo que se

encontra mais bem explicado em:

(A) O ex-detento pode ou não voltar a ser marginal;

(B) A arma carregada pelo ex-detento pode ou não ser

verdadeira;

(C) A Justiça pode ou não ser cega;

(D) A “cegueira” pode levar a “Justiça” a gerar injustiça;

(E) A balança pode ou não ser tendenciosa.

Interpretação e ambiguidades

11. Ocorre ambiguidade na seguinte frase:

(A) Da cela, o detento viu o incêndio.

(B) O detento, da cela, viu o incêndio.

(C) O detento viu, da cela, o incêndio.

(D) O detento viu o incêndio da cela.

(E) Da cela, o incêndio foi visto pelo detento.

Interpretação e ambiguidades

Acompanhe:

Hoje eu tenho certeza de que você me traiu.

Eu, hoje, tenho certeza de que você me traiu.

Eu tenho hoje certeza de que você me traiu.

Eu tenho certeza hoje de que você me traiu.

Eu tenho certeza de que hoje você me traiu.

Eu tenho certeza de que você me traiu hoje.

Interpretação e ambiguidades

Acompanhe:

Dependendo do contexto, o advérbio ao final de um período

pode gerar ambiguidade. Compare:

Só hoje eu percebi que você me ama.

Eu só percebi que você me ama hoje.

Eu percebi que você me ama hoje.

Eu percebi hoje que você me ama.

Eu percebi que você hoje me ama.

Interpretação e ambiguidades

12. Complete as frases abaixo, evitando ambiguidades.

a) Minha vizinha adora sua cachorra, porque ela

_________________________________________________

b) Meu namorado adora meu pé, porque ele

_________________________________________________

c) A criançada adora a Disney, pois ela

_________________________________________________

Interpretação e ambiguidades

13. Explique a ambiguidade contida na seguinte narrativa:

“Ao saber que um sobrinho havia levado uma mordida, minha

mulher perguntou:

-Afinal, quem mordeu o Pedro?

A resposta foi imediata:

-Foi a cachorra da namorada do João.”

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

Interpretação e ambiguidades

Questões de concursos públicos - Ambiguidade

1. (NCE) A colocação das palavras e das expressões na

construção das frases leva, em alguns casos, a significados

diversos. À duplicidade de sentido, numa construção

sintática, dá-se o nome de ambiguidade ou anfibologia. Das

frases abaixo, aquela que apresenta duplicidade de sentido

é:

(A) A liberdade é sempre bem-vinda como um dos maiores

valores.

(B) A condenada, naquele presídio, discute sobre suas

precárias condições.

(C) O ser humano alimenta o sonho de ter liberdade.

(D) Ninguém explica e ninguém entende a liberdade.

(E) A conversa acontecia à luz de velas, com todo o sigilo.

Interpretação e ambiguidades

Interpretação e ambiguidades

2. (CESPE/UNB) Em todas as alternativas, o problema de

ambiguidade que a primeira sentença apresentava foi

satisfatoriamente eliminado, quando de sua reestruturação,

EXCETO:

(A) A repórter deixou a cidade alarmada./ A repórter saiu da

cidade alarmada.

(B) O balconista atendeu o cliente nervoso./O cliente nervoso

foi atendido pelo balconista.

(C) Vi o rapaz com o binóculo./Através do binóculo, vi o

rapaz.

(D) Encontrei um velho conhecido./Encontrei um antigo

conhecido.

Interpretação e ambiguidades

3. (NCE) Ambiguidade ou anfibologia é a duplicidade de

sentido numa construção sintática. A construção abaixo é

ambígua.

Vimos a paisagem do Cristo Redentor.

Das frases a seguir, aquela que pode ter mais de um sentido

é:

(A) A irmã do meu colega separou do marido, quando ele

começou a beber.

(B) Respeito o meu chefe, mas não aprecio o temperamento

dele.

(C) O operário, depois de ser medicado, recebeu alta.

(D) Discuto os valores religiosos, mas sem o apoio deles, eu

não saberia viver.

(E) A chuva, quando demora a cair, sentimos a falta dela.

Interpretação e ambiguidades

PROFESSOR

ARENILDO DOS SANTOS [email protected]

CURSO DE INTERPRETAÇÃO

Inferências: treinamento.

O direito de denunciar

Zeca Borges não tem o que os franceses chamam de

físico do papel. Parece um senhor bonachão, tomador de

chope e bom de papo. Pode até ser tudo isso — mas,

principalmente, é a personificação da melhor coisa que a

sociedade civil fez até hoje neste país pelo combate ao

crime.

Ele é o criador e administrador do Disque-Denúncia, que

deu ao cidadão uma arma eficiente de colaboração com a

polícia. No caso particular dos sequestros, a Secretaria de

Segurança do Estado do Rio tem aproveitado a ajuda com

eficiência: as grandes quadrilhas especializadas em

sequestros de gente graúda foram varridas do mapa.

Inferências: treinamento.

O sequestro é crime particularmente vulnerável à

denúncia de cidadãos. Exige um cárcere, e isso tende a fazer

com que o sequestrador se torne alvo de suspeitas. Ele é

sempre um novo inquilino (não se conhecem casos de

sequestradores que levem o trabalho para casa) com hábitos

peculiares e pouco rotineiros. Expõe-se à desconfiança dos

vizinhos, e daí à denúncia é um passo.

Para que os cidadãos disquem para denunciar é

importante, claro, que saibam que sequestros andam

acontecendo. O que ocorrerá se os meios de comunicação o

informarem disso. No Rio, há muitos anos jornais e

emissoras de rádio e TV decidiram não dar ouvidos a pedidos

de sigilo feitos por famílias de vítimas por exigência de

sequestradores.

Inferências: treinamento.

A experiência mostrou que isso não aumentava os riscos

para os sequestrados, e sim criava um risco insuportável para

os bandidos. E, literalmente, esse crime deixou de compensar.

Infelizmente, isso é comprovado também pelo confronto

com a atitude dos meios de comunicação de São Paulo, que

não apenas atendem a todos os pedidos de sigilo sobre

sequestros como dão pouca importância ao registro de crimes

em geral. E lá, mesmo sem o problema das favelas

enquistadas em todos os cantos da cidade, crimes como o

sequestro estão em alta. Cada um publica o que acha

relevante, e não estou aqui para ensinar o ofício a ninguém.

Mas os órgãos de comunicação de lá, se gerenciados por

pessoas inteligentes, certamente mudarão sua filosofia ante a

divulgação de crimes. Luiz Garcia – O Globo, 15 de novembro de 2005.

Inferências: treinamento.

1. De acordo com o que é lido no texto, pode-se afirmar que

Zeca Borges:

(A) é um senhor bonachão;

(B) gosta de tomar chope e de papear;

(C) personificou uma utopia sociedade civil;

(D) criou e administra o Disque-Denúncia;

(E) é um policial que merece respeito da população.

Inferências: treinamento.

2. Ainda de acordo com o que é lido no texto, outra afirmativa

que se pode fazer é que Zeca Borges:

(A) em nada ajudou a Segurança Pública do Estado do Rio

de Janeiro;

(B) ajudou a diminuir o número das ocorrências criminosas

no Estado do Rio de Janeiro;

(C) criou o Disque-Denúncia, que inibiu, sob certo aspecto, o

número de sequestros no Estado do Rio de Janeiro.

(D) demonstrou que qualquer cidadão pode ter participação

direta na prevenção dos crimes no Estado do Rio.

(E) é solidário com a dor do povo.

Inferências: treinamento.

3. Não está de acordo com as informações do texto:

(A) O Disque-Denúncia tem colaborado com a polícia.

(B) As quadrilhas especializadas em crimes foram eliminadas

do Rio de Janeiro.

(C) O Disque-Denúncia por si só não é suficiente para o

combate ao sequestro.

(D) No Rio de Janeiro, os meios de comunicação também

têm sua participação positiva no combate a sequestros.

(E) Em São Paulo, os meios de comunicação têm posturas

diferentes de algumas adotadas no Rio de Janeiro.

Inferências: treinamento.

4. As alternativas abaixo poderiam ser organizadas num

percurso generalizador, isto é, do mais particular ao mais

geral. Assinale a frase que representa o “mais geral”.

(A) O Disque-Denúncia ajuda a polícia.

(B) O Disque-Denúncia ajuda a polícia no combate ao crime

especializado.

(C) O Disque-Denúncia ajuda a polícia no combate ao crime.

(D) O Disque-Denúncia ajuda a polícia no combate ao crime

especializado em sequestros de pessoas importantes.

(E) O Disque-Denúncia ajuda a polícia no combate ao crime

especializado em sequestros de pessoas.

Inferências: treinamento.

Inferir é ler nas entrelinhas, isto é, tirar conclusões a partir do que é dito no texto; explicitar o que está implícito. Mas cuidado: é comum e errôneo, em atos de inferência, extrapolar. É preciso inferir o devidamente autorizado pelo que está escrito. Em muitos casos, a inferência está calcada numa pressuposição. Assim, quando se afirma que “alguém já não fuma”, ao mesmo tempo se está passando essa informação e a inferência (pressuposição) de que “ele já fumou em outra época”.

Inferências: treinamento.

5. O texto não respalda a seguinte inferência:

(A) Quanto maior o período de permanência de

sequestradores em um cárcere, maior é a tendência de

que se tornem alvo de suspeitas.

(B) Emissoras de rádio e TV levaram anos discutindo até

decidirem não dar ouvidos a pedidos de sigilo feitos por

famílias de sequestradores.

(C) O sequestro de pessoas ricas e/ou famosas deixou de

compensar no Rio de Janeiro.

(D) Quando a imprensa não registra crimes em geral, de

alguma forma ela contribui para a violência.

(E) Em São Paulo, a imprensa tem por hábito a não

divulgação de sequestros, o que tem incentivado a ação de

sequestradores.

Inferências: treinamento.

6. Em cada alternativa abaixo há uma afirmação e um

pressuposto por ela autorizado, exceto:

(A) O Disque-Denúncia ainda ajuda a polícia.

Pressuposto: o Disque-Denúncia já ajudou a polícia.

(B) Mais um caso de sequestro foi solucionado pelo Disque-

Denúncia.

Pressuposto: Centenas de outros casos de sequestros

já foram solucionados pelo Disque-Denúncia.

(C) O Disque-Denúncia ainda não conseguiu solucionar o

problema relacionado ao tráfico de drogas.

Pressuposto: O Disque-Denúncia vem tentando

solucionar o problema relacionado ao tráfico de drogas.

Inferências: treinamento.

(D) O Disque-Denúncia já não ajuda tanto no combate ao

crime.

Pressuposto: O Disque-Denúncia já ajudou mais no

combate ao crime.

(E) O Disque-Denúncia quer tornar mais ativa sua

participação no combate à violência.

Pressuposto: O Disque-Denúncia tem ativa participação

no combate à violência.

Inferências: treinamento.

7. No cotidiano, são várias as frases com pressupostos. Na

maioria das vezes, são proferidas sem reflexão crítica;

noutras, revelam preconceito, discriminação, malícia.

Em que alternativa abaixo não há pressuposição negativa?

(A) Ele é negro, mas tem alma branca.

(B) Ele é um político, mas pode confiar nele.

(C) É um negro de caráter.

(D) Andam sempre juntos, mas não são namorados.

(E) Ela é uma boa moça. Não namora ninguém.

Inferências: treinamento.

8. Às vezes, uma

mensagem (publicitária,

comercial, charge, tira,

etc.) envolve imagens,

as quais também

precisam ser lidas e

compreendidas.

Observe, por

exemplo, o texto ao

lado:

Inferências: treinamento.

Sob o ponto de vista dos “chefes”, o dito popular que mais se

aproxima do que é tematizado na imagem é:

(A) O que vem de baixo não me atinge.

(B) A união faz a força.

(C) Uma mão lava a outra.

(D) Mais vale um passarinho na mão do que dois voando.

(E) Do barro vieste, ao barro voltarás.

Inferências: treinamento.

Vemos hoje políticos dizerem que tudo que recai sobre

eles é mentira. Quando são desmentidos, o que temos visto

com muita regularidade, ninguém se desculpa. Será que a

verdade sumiu da vida política? O Globo, 25 de setembro de 2005.

RAUL BEZERRA COSTA FILHO (via Globo Online, 20/9), Sobradinho, DF

9. Só não está de acordo com as ideias inferidas ou referidas

no texto:

(A) Há políticos que mentem.

(B) Certamente há políticos que não mentem.

(C) Pode haver políticos que não mentem.

(D) Não tem sido raro provar mentiras de políticos.

(E) Têm sido repetitivos os casos de políticos mentirosos.

Inferências: treinamento.

PROFESSOR

ARENILDO DOS SANTOS [email protected]

CURSO DE INTERPRETAÇÃO

Dedução/indução.

Quando se fala em processos de raciocínio, alude-se

basicamente aos indutivos e dedutivos.

A indução é um processo mental que parte de raciocínios

menos universais para outros mais universais. Veja:

Eu sou professor.

O professor é um educador.

Logo, eu sou um educador.

Dedução/indução.

A dedução é um processo mental que parte de

raciocínios mais universais para outros menos universais.

Veja:

Todo professor é um educador.

Eu sou professor.

Logo, eu sou um educador.

Silogismo: raciocínio cuja conclusão

decorre logicamente de premissas.

Dedução/indução.

1. Classifique cada texto a seguir como Dedutivo ou

Indutivo.

a) O médico afirma que o genérico “Dipirona” faz o mesmo

efeito produzido pela Novalgina. Por isso, ele diz nem

titubear: quando precisa prescrever algum medicamento,

aconselha sempre o genérico, já que, além de não se perder

em termos de qualidade, ganha-se em termos de “bolso”.

Dedução/indução.

b) As pessoas ficam estarrecidas sem razão. A corrupção no

Brasil nunca foi novidade. Além disso, ela não é

exclusividade nossa. A corrupção está dentro do homem. Por

isso, em maior ou menor grau, há corrupção em todo país do

mundo. Por que no Brasil seria diferente?

Dedução/indução.

c) – Ih, menina, você está gripada, encatarrada? Beba um

chazinho de raiz de mangueira. Eu tomei e, no mesmo dia,

pus tudo pra fora.

d) – Namorei o Sífocles, ele me traiu. Depois, namorei o

Bernaldo, também me traiu. Aí namorei o Afrôncio, também

me traiu. Não confio mais em homem algum.

Dedução/indução.

Dedução/indução.

Bastidores do poder

- Veja lá o que você vai fazer, hein...

- Lá vem você com essas advertências sem sentido.

- Sem sentido? Com sentido. Além de você, tenho outros

colegas com que me preocupar. Você é a minha amizade

mais antiga. Não vá me decepcionar. Poupe-me. Quero que

enxergue além do presente; ponha-se lá na frente, no futuro.

Entendido?

- Sei lá... É muita responsabilidade. O país está em jogo.

Eu sou só um deputado que...

Dedução/indução.

- ... que com a minha ajuda foi eleito. Até os mais novos

têm tido mais serenidade do que você. O que está havendo?

- Tá bem. ...

- Está bem mesmo? Consciência tranquila?

- Ah, isso é que ...

- ... isso é que sim. Coloque na sua cabeça: que fiz eu?

Só peguei dinheiro com empresários para financiar nossas

campanhas. Só isso. Não matei, não roubei, só isso. (Crônica veiculada recentemente na Internet. Autoria desconhecida.)

Dedução/indução.

1. A palavra “lá” aparece quatro vezes no texto. Ela denota,

respectivamente, os seguintes sentidos:

(A) realce, realce, realce e realce;

(B) realce, lugar, tempo e negação;

(C) realce, realce, tempo e negação;

(D) realce, lugar, lugar e negação;

(E) realce, lugar, tempo e realce.

Dedução/indução.

2. “Além de você, tenho outros colegas com que me

preocupar... Quero que enxergue além do presente;...”

As ocorrências da palavra “além” nas passagens transcritas

têm valores semânticos discriminados respectivamente em:

(A) adição e transposição;

(B) adição e adição;

(C) exclusão e transposição;

(D) adição e exclusão;

(E) exclusão e adição.

Dedução/indução.

3. Na última fala, a repetição de “só” visa a fortalecer a

ideia de:

(A) impunidade;

(B) restrição;

(C) inocência;

(D) honestidade;

(E) solidão.

Dedução/indução.

4. Um julgamento atento do leitor leva-o à conclusão de

que, na última fala, a estratégia argumentativa usada pelo

locutor para convencer o interlocutor está calcada numa:

(A) troca da causa pelo efeito;

(B) simplificação exagerada;

(C) generalização excessiva;

(D) fuga do assunto;

(E) analogia inadequada.

Dedução/indução.

5. “Eu fumo porque, sempre que tento parar de fumar,

tenho vontade de fumar, já que o gosto da nicotina me

vem à boca.”

O texto acima apresenta incoerência de sentido resultado

de:

(A) simplificação exagerada;

(B) generalização excessiva;

(C) fuga do assunto;

(D) analogia inadequada;

(E) confusão na relação de causa e efeito.

Dedução/indução.

6. “O caixa dois para campanhas eleitorais é legítimo,

legal. Ilegal é a lei que não permite algo legítimo.”

O texto acima apresenta incoerência de sentido resultado

de:

(A) troca de causa e efeito;

(B) simplificação exagerada;

(C) generalização excessiva;

(D) fuga do assunto;

(E) analogia inadequada.

Dedução/indução.

7. “– Dilma, vai falar hoje sobre a crise no PT?

– Crise? Que crise? Alcançamos a melhor relação com

os investidores internacionais, nos últimos vinte anos. O

chamado risco Brasil tem caído significativamente. O Brasil

é um país cada vez mais confiável.”

Levando-se em conta o (fictício) diálogo, pode-se apontar

alguma incoerência na (fictícia) resposta de

Dilma, já que ela apresenta:

(A) troca de causa e efeito;

(B) simplificação exagerada;

(C) generalização excessiva;

(D) fuga do assunto;

(E) analogia inadequada.

Dedução/indução.

8. “Assim como, por maior que seja a tempestade, o sol

torna a aparecer, persistirei na minha tranquilidade, certa de

que a tempestade vai passar. Também por isso não me

pronuncio sobre a crise. ”

Levando-se em conta o atual contexto sociopolítico, pode-se

apontar alguma incoerência na (fictícia) fala de Dilma, já que

ela apresenta prioritariamente uma:

(A) troca de causa e efeito;

(B) simplificação exagerada;

(C) generalização excessiva;

(D) fuga do assunto;

(E) analogia inadequada.

Dedução/indução.

No Brasil existem 8 milhões de pessoas que têm

diabetes. E outros 162 milhões que podem não ter.

Diabetes mata mais do que a Aids. É uma doença tão

grave que é a quarta causa de morte no país. A

Organização Mundial de Saúde calculou que até o ano de

2025 mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo

sofrerão com o diabetes. E boa parte deste número serão de

brasileiros.

No Brasil a SBD, Sociedade Brasileira de Diabetes,

criada pelos maiores especialistas em diabetologia do país,

atua permanentemente no campo de prevenção e controle

do diabetes.

Dedução/indução.

Preste atenção: o melhor remédio para combater o

diabetes e suas causas é usar a cabeça. Para mudar este

quadro, você precisa mudar os hábitos alimentares e o estilo

de vida. Evite a obesidade e tenha uma atividade física

regular. Faça sempre a coisa certa: em caso de dúvidas,

consulte um especialista. E nunca esqueça que evitar o

diabetes é uma questão de bom senso.

Praticar exercícios, e ter uma alimentação saudável e

equilibrada: esse é o melhor caminho para viver feliz, com ou

sem diabetes. Lutar contra a obesidade previne o

diabetes: coma menos, caminhe mais. O Globo, 23 de novembro de 2004.

Dedução/indução.

Pela natureza do texto, pode-se afirmar que seu autor

pretende, prioritariamente:

(A) informar

(B) convencer

(C) ensinar

(D) prever

(E) questionar

Dedução/indução.

Em relação à estrutura interna, identifique o recurso linguístico

utilizado para expressar um dado efeito de sentido.

(A) Na segunda frase do texto, o sujeito está implícito, a fim de

que haja uma ambiguidade estilística.

(B) A partir do terceiro parágrafo, enfatiza-se a segunda pessoa

do discurso, em tom de advertência.

(C) Na primeira frase do texto, os substantivos apresentam um

paralelismo de ações que se sucedem no tempo.

(D) O emprego da segunda pessoa ratifica uma atitude

imperativa, de ordem.

(E) A divisão em parágrafos visa a tornar o texto mais

persuasivo.

Dedução/indução.

Assinale a alternativa que apresenta o melhor entendimento do

objetivo do texto.

(A) O texto pretende discutir sobre os maus hábitos

alimentares.

(B) O texto apresenta o exímio trabalho que a SBD, Sociedade

Brasileira de Diabetes, realiza permanentemente.

(C) O texto discorre sobre os males causados pela falta de uma

atividade física regular.

(D) O texto quer provar que a Aids é uma doença, na prática,

menos perigosa do que o que se imagina.

(E) O texto pretende advertir os leitores da necessidade de se

evitar o diabetes.

Dedução/indução.

"No Brasil existem 8 milhões de pessoas que têm diabetes. E

outros 162 milhões que podem não ter."

Com base no título transcrito, só não se pode afirmar que:

(A) A primeira frase tem valor de fato; a segunda, de hipótese.

(B) O número "8 milhões" deve ser entendido como número

aproximado.

(C) O número "162 milhões" deve ser entendido como número

aproximado.

(D) O texto permite inferir que "162 milhões" brasileiros podem

estar com diabetes.

(E) No Brasil, o número de pessoas não diabéticas ainda é

muito maior do que o de pessoas diabéticas.

Dedução/indução.

"Quem mudar seus hábitos alimentares não terá diabetes. O

leitor mudará seus hábitos alimentares. O leitor não terá

diabetes." Este silogismo, considerando-se o que é dito no

texto, NÃO é verdadeiro porque:

(A) as premissas não são verdadeiras.

(B) um dos termos do silogismo possui ambiguidade.

(C) a conclusão não é uma decorrência lógica da premissa.

(D) a organização dos termos está fora da disposição padrão.

(E) o autor pressupõe que haja um leitor, o qual efetivamente

não existe.

Dedução/indução.

FEIRA DA PROVIDÊNCIA DE 1 A 5 DE DEZEMBRO

RIOCENTRO – RIO DE JANEIRO DE 12H ÀS 23H

QUEM É DO BEM VAI

Dedução/indução.

Dentre os silogismos inferidos de "Quem é do bem vai", aquele

cuja conclusão não tem respaldo das premissas é:

(A) Quem é do bem vai. João é do bem. Então, João vai.

(B) Quem é do bem vai. João não vai. Então, João é não é do

bem.

(C) Quem é do bem vai. João vai. Então, João é do bem.

(D) Quem é do bem vai. A mãe de João é do bem. Então, a

mãe de João vai.

(E) Quem é do bem vai. João e seus pais são do bem. Então,

João e seus pais vão.

Dedução/indução.

Dedução/indução.

Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo

digere, tudo acaba.

Atreve-se o tempo a colunas de mármore, quanto mais a

corações de cera! São as afeições como as vidas, que não há

mais certo sinal de haverem de durar pouco, que terem durado

muito. São como as linhas, que partem do centro para a

circunferência, que, quanto mais continuadas, tanto menos

unidas. Por isso os antigos sabiamente pintaram o amor

menino; porque não há amor tão robusto que chegue a ser

velho.

A razão natural de toda essa diferença é porque o tempo

tira a novidade às coisas, descobre-lhe os defeitos, enfastia-lhe

o gosto, e basta que sejam usadas para não serem as

mesmas. Gasta-se o ferro com o uso, quanto mais o amor. Padre Antônio Vieira

Dedução/indução.

O texto acima, por sua estrutura e conteúdo, deve ser

prioritariamente classificado como:

(A) expositivo com raciocínio indutivo;

(B) argumentativo com raciocínio dedutivo;

(C) informativo, apesar de parcial;

(D) didático com forte caráter conativo;

(E) referencial, predominando a razão.

Dedução/indução.

O raciocínio que melhor sintetiza as ideias do autor é:

(A) O tempo acaba com qualquer doença. / O amor é uma

doença. / Logo, o tempo acaba com o amor.

(B) O tempo transforma tudo. / Logo, o tempo transforma o amor.

(C) O tempo age sobre qualquer sentimento./ O amor é um

sentimento. / Logo, o tempo age sobre o amor.

(D) O tempo é mais forte do que o amor./ Logo, o amor é mais

fraco que o tempo.

(E) Nada resiste ao tempo. / Amor, porém, não é nada, mas sim

tudo. / Logo, o amor resiste ao tempo.

Dedução/indução.

PROFESSOR

ARENILDO DOS SANTOS [email protected]

CURSO DE INTERPRETAÇÃO

Interpretação textual: treinamento .

A cultura me deprime

"Um dos sintomas mais evidentes da pobreza cultural de

nosso tempo é o interesse pelos anos 60 e 70, um dos

períodos mais abomináveis da história da humanidade"

Eu mexo com cultura. Tanto faz se sou bom ou ruim no

meu trabalho. O que importa é que, nos últimos vinte anos,

só me ocupei disso, como autor e como crítico.

Assombrosamente, até arrumei um jeito de ganhar a vida

com cultura. É por isso que me deprime constatar que se

trata do ambiente mais pobre que existe. O mais irrelevante.

O mais oco. O mais fútil.

Interpretação textual: treinamento .

A imprensa é um bom parâmetro para medir a pobreza do

ambiente. Por zelo profissional, sempre folheio os cadernos

de cultura dos principais jornais do país. De uns dez dias

para cá, deparei com as seguintes matérias de capa: Juca de

Oliveira, depois do sucesso de seu papel como o cientista

Albieri, em O Clone, está escrevendo uma peça sobre a vida

caipira. Agora já é possível comprar em DVD preciosidades

como Buffy – A Caça-Vampiros e Arquivo X. Erasmo Carlos e

Wanderléa voltam a se apresentar juntos. O autor do filme

Hedwig, "a história de um transexual caído em desgraça,

numa jornada em busca de plenitude", concede uma

entrevista telefônica.

Interpretação textual: treinamento .

Lendo os exemplos acima, você pode achar que os

únicos culpados pelo descrédito da cultura são os editores

dos jornais brasileiros. Mas o problema é muito mais amplo.

Dê uma olhada na imprensa estrangeira. O jornal inglês The

Guardian destaca a volta do grupo pop Status Quo. O jornal

francês Le Monde exalta os filmes de série B americanos. A

revista americana Time fala do sucesso dos programas

inspirados no velho Namoro na TV. A revista inglesa The

Economist acredita que, hoje em dia, há mais criatividade na

TV do que no cinema.

Interpretação textual: treinamento .

Um dos sintomas mais evidentes da pobreza cultural de nosso

tempo é o interesse despertado pelos anos 60 e 70, um dos

períodos mais abomináveis da história da humanidade. Nos

jornais, encontrei reportagens sobre o grupo Velvet Underground e

Jerry Lewis, sobre o movimento artístico Fluxus e o retorno à moda

do skate. Nessa onda dos anos 60 e 70, até o artista plástico

brasileiro Hélio Oiticica foi reexumado, merecendo um artigo

supostamente elogioso no New York Times: "Oiticica pretendia ser

um Andy Warhol brasileiro... Sua arte revela uma ingenuidade que

é ao mesmo tempo encantadora e anacronística... Pode soar

antiquado, mas, naquele tempo, e especialmente de onde ele

vinha, tudo isso era radical e novo". Traduzindo: só num lugar

primitivo como o Brasil um imitador como Oiticica podia ser

considerado um inovador.

Interpretação textual: treinamento .

Numa semana em que jornais do mundo inteiro debatiam as

bombas no Oriente Médio, a crise econômica na América Latina,

a iminência de um segundo surto recessivo nos Estados Unidos,

as conversas de paz entre as duas Coreias, o fim da guerra civil

sudanesa e a possível descoberta da proteína que causa a

metástase do câncer, as páginas de cultura não forneceram um

único assunto que valesse dez minutos de conversa

despretensiosa, numa mesa de restaurante. O ambiente cultural

se acostumou à ideia de que não tem nada de relevante para

acrescentar à realidade. Esse papel passou a ser cumprido

sobretudo pelos economistas, que cultivam o gosto pela

polêmica e pelo paradoxo, gerando as melhores discussões na

sociedade. Quanto à cultura, tornou-se um blefe. Diogo Mainardi Veja, Edição 1 764 - 14 de agosto de 2002

Interpretação textual: treinamento .

1. O texto apresenta uma tese (ideia principal) que é

basicamente a seguinte:

(A) Considerando-se os setores que constituem uma sociedade,

o cultural é, em geral, o que apresenta mais pobreza.

(B) No Brasil, em especial, a imprensa serve de parâmetro para

medir a pobreza cultural em vigor.

(C) Culturalmente, nossa época não consegue alcançar o

brilhantismo dos anos 60 e 70; daí, estes serem sempre

lembrados.

(D) O interesse atual pelos anos 60 e 70 denota certo

empobrecimento cultural no Brasil e em alguns outros

expoentes do mundo.

(E) Não há nada, hoje em dia, que garanta uma boa conversa

num restaurante.

Interpretação textual: treinamento .

2. Das alternativas a seguir, a única cujo conteúdo é confirmado

pelo texto é:

(A) Pelo primeiro parágrafo, sabe-se que o autor se sente

deprimido, porque tem consciência de suas limitações

profissionais, numa época de intensa pobreza cultural.

(B) Pelo segundo parágrafo, conclui-se que o autor considera

Juca de Oliveira um mau ator.

(C) Pelo segundo parágrafo, pode-se inferir que Erasmo Carlos

e Wanderléa já se apresentaram juntos.

(D) Ainda em relação ao segundo parágrafo, pode-se inferir que

o autor do filme Hedwig não concede entrevistas pessoalmente.

(E) Pelo terceiro parágrafo, conclui-se que o Brasil não está

isolado em relação à pobreza cultural.

Interpretação textual: treinamento .

3. Assinale a alternativa que não respeita relação de

causa/efeito presente no texto.

(A) A pobreza cultural é a causa da depressão do autor.

(B) O interesse pelos anos 60 e 70 é a causa da pobreza

cultural de nosso tempo.

(C) Ser autor e crítico é a causa de o autor do texto ter lidado

com cultura nos últimos vinte anos.

(D) Ater-se à imprensa brasileira seria a causa da impressão,

por parte do leitor, de a pobreza cultural ser restrita ao Brasil.

(E) Oiticica só foi considerado inovador graças ao

primitivismo do Brasil.

Interpretação textual: treinamento .

4. “O que importa é que, nos últimos vinte anos, só me

ocupei disso, como autor e como crítico.” O pronome

demonstrativo “isso”, sublinhado na frase transcrita, tem, no

discurso, a seguinte função anafórica:

(A) atualiza a palavra “trabalho”.

(B) antecipa as ideias expostas em “autor” e “crítico”.

(C) retoma a palavra “cultura”.

(D) refere-se aos “últimos vinte anos”.

(E) antecipa a expressão “como autor e como crítico”.

Interpretação textual: treinamento .

5. "Um dos sintomas mais evidentes da pobreza cultural de

nosso tempo é o interesse pelos anos 60 e 70, um dos

períodos mais abomináveis da história da humanidade" A

única inferência em desacordo com o subtítulo do texto é:

(A) Nosso tempo é pobre em termos de cultura.

(B) Há mais de um sintoma evidente da pobreza cultural

hodierna.

(C) Quem se interessa pelos anos 60 e 70 é pobre

culturalmente.

(D) A história da humanidade apresenta variados momentos

abomináveis culturalmente, dentre os quais os anos 60 e 70.

(E) Os anos 60 e 70 foram pobres culturalmente.

Interpretação textual: treinamento .

6. "Esse papel passou a ser cumprido sobretudo pelos

economistas, que cultivam o gosto pela polêmica e pelo

paradoxo, gerando as melhores discussões na sociedade.

Quanto à cultura, tornou-se um blefe." “Esse papel” se

refere a quê?

(A) Acrescentar ideias à realidade.

(B) Menção de fatos relevantes.

(C) O papel dos economistas.

(D) Tornar-se um blefe.

(E) Criar discussões.

Interpretação textual: treinamento .

7. No texto, o terceiro parágrafo tem a seguinte finalidade

básica, em relação ao segundo:

(A) contestar informações contidas no segundo parágrafo.

(B) estabelecer um diálogo com o leitor, para quebrar a

formalidade ocorrida no segundo parágrafo.

(C) dar um enfoque transnacional ao problema tematizado.

(D) fornecer exemplos das afirmativas contidas no segundo

parágrafo.

(E) contradizer a parte essencial do parágrafo anterior.

Interpretação textual: treinamento .

8. No último parágrafo, o autor utiliza variados recursos para

reforçar sua tese. Dos recursos relacionados a seguir, o que

menos contribui para a intenção do autor é:

(A) seriação de fatos sociais relevantes.

(B) alusão a fatos de um contexto presente e imediato.

(C) referência aos economistas, criadores de polêmicas.

(D) usar um substantivo depreciativo em relação à cultura.

(E) referir-se aos restaurantes como antigos palcos de

discussões culturais.

Interpretação textual: treinamento .

9. Das frases do último parágrafo, a que sintetiza a tese do autor e

prioriza sua mensagem é:

(A) “Numa semana em que jornais do mundo inteiro debatiam as

bombas no Oriente Médio, a crise econômica na América Latina,

[...], o fim da guerra civil sudanesa e a possível descoberta da

proteína que causa a metástase do câncer,...

(B) “...as páginas de cultura não forneceram um único assunto que

valesse dez minutos de conversa despretensiosa, numa mesa de

restaurante.”

(C) “O ambiente cultural se acostumou à idéia de que não tem nada

de relevante para acrescentar à realidade.”

(D) “Esse papel passou a ser cumprido sobretudo pelos

economistas, que cultivam o gosto pela polêmica e pelo paradoxo,

gerando as melhores discussões na sociedade.

(E) “Quanto à cultura, tornou-se um blefe.”

Interpretação textual: treinamento .

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ARENILDO DOS SANTOS [email protected]

CURSO DE INTERPRETAÇÃO

Interpretação textual: paráfrases.

Os diferentes estilos

Narra-se aqui, em diferentes modalidades de estilo, um

fato comum da vida carioca, a saber: o corpo de um homem

de quarenta anos presumíveis é encontrado de madrugada

pelo vigia de uma construção, à margem da Lagoa Rodrigo

de Freitas, não existindo sinais de morte violenta.

Estilo interjetivo- Um cadáver! Encontrado em plena

madrugada! Em pleno bairro de Ipanema! Um homem

desconhecido! Coitado! Menos de quarenta anos! Um que

morreu quando a cidade acordava! Que pena!

Interpretação textual: paráfrases.

Estilo colorido- Na hora cor-de-rosa da aurora, à

margem da cinzenta Lagoa Rodrigo de Freitas, uma via de

cor preta encontrou o cadáver de um homem branco, cabelos

louros, olhos azuis, trajando calça amarela, casaco pardo,

sapato marrom, gravata branca com bolinhas azuis. Para

este o destino foi negro.

Interpretação textual: paráfrases.

Estilo antimunicipalista- Quando mais um dia de

sofrimentos e desmando nasceu para esta cidade tão mal

governada, nas margens imundas, esburacadas e fétidas da

Lagoa Rodrigo de Freitas, e em cujos arredores falta água há

vários meses, sem falar nas freqüentes mortandades de

peixes já famosas, o vigia de uma construção (já permitiram,

por baixo do pano, a ignominiosa elevação de gabarito em

Ipanema) encontrou o cadáver de um desgraçado morador

desta cidade sem policiamento. Como não podia deixar de

ser, o corpo ficou ali entregue às moscas que pululam

naquele foco de epidemias. Até quando?

Interpretação textual: paráfrases .

Estilo reacionário- Os moradores da Lagoa Rodrigo de

Freitas tiveram nesta manhã de hoje o profundo desagrado

de deparar com o cadáver de um vagabundo que foi logo

escolher para morrer (de bêbado) um dos bairros mais

elegantes desta cidade, como se já sabe não bastasse para

enfear aquele local uma sórdida favela que nos envergonha

aos olhos dos americanos que nos visitam ou que nos dão a

hora de residir no Rio.

Interpretação textual: paráfrases .

Estilo preciosista- No crepúsculo matutino de hoje,

quando fulgia solitária e longínqua a Estrela-d´Alva, o

atalaia(vigia)* de uma construção civil, que perambulava

insone pela orla sinuosa e murmurante de uma lagoa serena,

deparou com a atra(sombria)* e lúrida (escura)* visão de um

ignoto(ignorado)* e gélido(gelado)* ser humano, já

eternamente sem o hausto(trago,gole)* que vivifica.

* Os significados não integram o texto original.

Interpretação textual: paráfrases.

Estilo Nelson Rodrigues - Usava gravata cor de

bolinhas azuis e morreu!

Estilo sem jeito - Eu queria ter o dom da palavra, o gênio

de Rui e o estro(talento)* de um Castro Alves, para descrever

o que se passou na manhã de hoje. Mas não sei escrever,

porque nem todas as pessoas que têm sentimentos são

capazes de expressar esse sentimento. Mas eu gostaria de

deixar, ainda que sem brilho literário, tudo aquilo que senti.

Não sei se cabe aqui a palavra sensibilidade. Talvez não

caiba. Talvez seja uma tragédia. Não sei escrever, mas o

leitor poderá perfeitamente imaginar o que foi isso. Triste,

muito triste. Ah, se eu soubesse escrever.

* O significado não integra o texto original.

Interpretação textual: paráfrases.

Estilo feminino -Imagina você, Tutsi, que ontem eu fui

ao Sacha´s, legalíssimo, e dormi de tarde. Com o Tony. Pois

logo hoje, minha filha, que eu estava exausta e tinha hora

marcada no cabeleireiro, e estava também querendo dar uma

passada na costureira, acho mesmo que vou fazer aquele

plissadinho, como a Teresa, o Roberto resolveu me telefonar

quando eu estava no melhor do sono. Mas o que era mesmo

que eu queria te contar? Ah, menina, quando eu olhei da

janela, vi uma coisa horrível, um homem morto lá na beira da

Lagoa. Estou tão nervosa! Logo eu que tenho horror a gente

morta!

Paulo Mendes Campos

Interpretação textual: paráfrases.

1. A essência estrutural do texto, de Paulo Mendes Campos,

é a:

(A) paródia

(B) paráfrase

(C) estilização única

(D) irregularidade de focos narrativos

(E) dissertação

Interpretação textual: paráfrases.

2. Nos estudos da Retórica, dá-se, em geral, o nome de

Circunlóquio ao rodeio de palavras, caracterizando

inobjetividade do autor, ainda que este, em nenhum

momento, se perca do que quer explanar. Dentre os

"estilos" de Paulo M. Campos, o que melhor exemplifica uma

circunlocução é o:

(A) antimunicipalista

(B) colorido

(C) sem jeito

(D) feminino

(E) preciosista

Interpretação textual: paráfrases.

3. Nos estudos da Retórica, dá-se, em geral, o nome de

Digressão à fuga do tema que o autor se propôs explanar.

Dentre os "estilos" de Paulo M. Campos, o que melhor

exemplifica uma digressão é o:

(A) colorido

(B) reacionário

(C) interjetivo

(D) feminino

(E) preciosista

Interpretação textual: paráfrases.

4. Dentre os estilos de Paulo Mendes Campos, apresentam

interlocução explícita os estilos:

(A) interjetivo e colorido

(B) reacionário e preciosista

(C) Nelson Rodrigues e sem jeito

(D) sem jeito e feminino

(E) preciosista e sem jeito

Interpretação textual: paráfrases.

4. Dentre os estilos de Paulo Mendes Campos, apresentam

interlocução explícita os estilos:

(A) interjetivo e colorido

(B) reacionário e preciosista

(C) Nelson Rodrigues e sem jeito

(D) sem jeito e feminino

(E) preciosista e sem jeito

Interpretação textual: paráfrases.

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CURSO DE INTERPRETAÇÃO

Intertextualidade: texto 1.

Casal Moderno. Tanto que competiam profissionalmente.

Advogados, tinham escritórios separados. Os filhos criados,

etc. E um acordo: fidelidade, sim, mas sem exagero. Se ela

quisesse ter, como dizia, experiências extracelulares, tudo bem,

desde que fosse discreta. Ele também. Mas ela se escandalizou

quando soube que a amante dele era um travesti.

- Um travesti?

- Quem foi que te contou?

- Não interessa.

- Você podia ter me poupado essa.

- Estou sendo discreto. Foi o nosso trato.

- Mas um travesti!

- Olhe...

- Não quero ouvir.

Intertextualidade: texto 1.

Durante dias, semanas, ela nem olhou para ele. Seu

pânico era que os filhos descobrissem. Ou alguém do seu

círculo de amigos. Mas o escândalo não se alastrou. Pelo

menos isto. Um dia, quando se encontraram no café da

manhã, ela perguntou:

- Continua?

- Continuo.

- Qual é a explicação? Hein? Me explica!!

- É que...

- Eu não quero ouvir.

Mas ele insistiu. Contou, então, que Dafne...

- O quê?

Interpretação textual: paráfrases.

- Dafne. É uma pessoa muito terna, muito simples, que

faz tudo por mim. Montei um apartamento para ela. Ela passa

o dia no apartamento, só pensando em coisas para me fazer

feliz. Adora o trabalho doméstico. Cozinha que é uma

beleza. Adora roupa de baixo bem rendada e perfume.

Nunca discute comigo. É boba, frívola, vaidosa, e eu a amo...

- Mas, mas, mas ... por que você foi procurar um homem?

- Você não entende? Eu não fui procurar um homem. Fui

procurar uma mulher. E finalmente encontrei.

Ele não era homossexual... Era saudosista.

Luiz Fernando Verissimo

Intertextualidade: texto 1.

1. Uma passagem que apresenta discurso nitidamente

informal é:

A) "Durante dias, semanas, ela nem olhou para ele. Seu

pânico era que os filhos descobrissem."

(B) "Ou alguém do seu círculo de amigos. Mas o escândalo

não se alastrou."

(C) “-Dafne. É uma pessoa muito terna, muito simples, que

faz tudo por mim."

(D) "Cozinha que é uma beleza."

(E) "É boba, frívola, vaidosa, e eu a amo..."

Intertextualidade: texto 1.

2. NÃO está adequadamente caracterizado como fator de

coesão textual:

(A) "Durante dias, semanas, ela nem olhou para ele." –

operador sequencial, com função de garantir progressão

temática.

(B) "Seu pânico era que os filhos descobrissem. " - função

referencial anafórica.

(C) "Ou alguém do seu círculo de amigos." - função referencial

catafórica.

(D) "Um dia, quando se encontraram no café da manhã, ela

perguntou: (...)" – sequenciador temporal, com função de

garantir progressão temática.

(E) "- Qual é a explicação? Hein? Me explica!!" – marcador

conversacional, com função reiterativa.

Intertextualidade: texto 1.

3. “- Mas, mas, mas ... por que você foi procurar um

homem? Ao repetir o conectivo “Mas”, o autor enfatiza a

ideia de:

(A) ódio

(B) perplexidade

(C)seriedade

(D)angústia

(E) desdém

Intertextualidade: texto 2.

Gostaria de saber quem foi a mentecapta, a matriz das

feministas que teve a infeliz ideia de reivindicar direitos à

mulher e por que ela fez isso conosco, que nascemos depois

dela. Estava tudo tão bom no tempo das nossas avós, elas

passavam o dia a bordar, a trocar receitas com as amigas,

ensinando-se mutuamente segredos de molhos e

temperos, de remédios caseiros, lendo bons livros das

bibliotecas dos maridos, decorando a casa, podando árvores,

plantando flores, colhendo legumes das hortas, educando

crianças, frequentando saraus, a vida era um grande curso

de artesanato, medicina alternativa e culinária.

Intertextualidade: texto 2.

Aí vem uma fulaninha qualquer que não gostava de sutiã

tampouco de espartilho, e contamina várias outras rebeldes

inconsequentes com ideias mirabolantes sobre "vamos

conquistar o nosso espaço". Não aguento mais ser obrigada

ao ritual diário de fazer escova, maquiar, passar hidratantes,

escolher que roupa vestir, que sapatos, acessórios, que

perfume combina com o meu humor, etc. etc.

Chega, eu quero alguém que pague as minhas contas,

abra a porta para eu passar, puxe a cadeira para eu sentar,

me mande flores com cartões cheios de poesia, faça

serenatas na minha janela,...

Estou abdicando do meu posto de mulher moderna; troco

pelo de Amélia. Ana Kessler http://www.descontrolada2280.blogger.com.br/texto%20tri.doc

Intertextualidade: texto 3.

Amélia (Mário Lago e Ataulfo Alves)

Nunca vi fazer tanta exigência, nem fazer o que você me

faz. Você não sabe o que é consciência. Não vê que eu sou

um pobre rapaz? Você só pensa em luxo e riqueza, tudo o

que você vê, você quer .

Ai, meu Deus, que saudades da Amélia; aquilo sim é que

era mulher. Às vezes passava fome ao meu lado. E achava

bonito não ter o que comer.

E quando me via contrariado, dizia: Meu filho, o que se há

de fazer?

Amélia não tinha a menor vaidade. Amélia é que era

mulher de verdade.

Intertextualidade: texto 3.

Amélia (Mário Lago e Ataulfo Alves)

Nunca vi fazer tanta exigência, nem fazer o que você me

faz. Você não sabe o que é consciência. Não vê que eu sou

um pobre rapaz? Você só pensa em luxo e riqueza, tudo o

que você vê, você quer .

Ai, meu Deus, que saudades da Amélia; aquilo sim é que

era mulher. Às vezes passava fome ao meu lado. E achava

bonito não ter o que comer.

E quando me via contrariado, dizia: Meu filho, o que se há

de fazer?

Amélia não tinha a menor vaidade. Amélia é que era

mulher de verdade.

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CURSO DE INTERPRETAÇÃO

Interpretação textual: crônica dissertativa.

Água mole em pedra dura

Não há como ser um policial íntegro – inteiramente

íntegro mesmo – sobretudo aqui, onde a estrutura social é

marcada pela corrupção.

Se a ponta do iceberg resistir, não há garantia de que não

haverá ilicitude no processo. Um policial da rua, por

exemplo, flagra um motorista embriagado. Este – por hábito

social tão forte quanto o de pechinchar – dá-lhe uma cantada:

“Como podemos resolver isto?”, “Quebra essa pra mim.”, etc.

E o policial acaba ...

Interpretação textual: crônica dissertativa.

Não. Resiste. E, por desacato à autoridade (o

embriagado desrespeitou e xingou), leva-o à delegacia.

Chega o delegado. Conversa vai, conversa vem. E o

delegado pensa, e pensa, e coça a cabeça. Pensa em

aceitar, está perto disso e acaba resistindo. “Eu vou ao

Sérgio Cabral. Até ao Lula, se for preciso.” A tentativa de

intimidação não colou. Desacatado, mandou o escrivão

registrar tudo. Entra um advogado no circuito. Conversa

daqui, mais um pouco dali. Nada. Até então, nada. O tempo

passa, e nada. Nada mesmo. Onde se interrompeu a

corrente? Quando ela foi interrompida? Quem a

interrompeu? Talvez lá no outro extremo.

Interpretação textual: crônica dissertativa.

Aquele policial da rua torna a flagrar o motorista

embriagado; tão embriagado que não o reconhece. “Vamos

resolver isto aqui.” O policial, sim, o reconhece: fica cismado,

interrogativo, tenta lembrar-se do ocorrido, do desfecho, mas

segue o procedimento. “Conheço o Sérgio”, argumenta o

embriagado. E o policial acaba ...

Interpretação textual: crônica dissertativa.

Não resiste. Assim é esta cidade, talvez o maior palco de

corrupção deste país, nestes tempos cada vez piores de

mensalões e de arrudas. Saudades do meu Rio. Joseph David.

Crônicas da Academia. (Texto adaptado - 02/12/ 09.)

Interpretação textual: crônica dissertativa.

1. O título do texto reproduz, parcialmente, certo adágio

popular que tem como ideia prioritária no texto:

(A) a perseverança

(B) a resistência ilimitada

(C) os limites da razão humana

(D) a quebra da resistência

(E) a fé

Interpretação textual: crônica dissertativa.

2. O primeiro parágrafo é constituído de um único período,

que apresenta basicamente:

(A) a tese desacompanhada de qualquer argumento.

(B) a tese acompanhada de um argumento.

(C) a antítese acompanhada de um argumento.

(D) um questionamento reflexivo e indagador.

(E) uma pequena narração ilustrativa.

Interpretação textual: crônica dissertativa.

3. Julgue as afirmativas abaixo acerca das ideias veiculadas no

texto:

I. O autor afirma que todo o estado do Rio de Janeiro é

marcado significativamente pela corrupção.

II. O autor sugere que, em se tratando de estado de Rio de

Janeiro, apenas a cidade do Rio de Janeiro é marcada pela

corrupção.

III. O autor sugere que a corrupção ocorre não só no estado do

Rio de Janeiro.

IV. O autor sugere que a corrupção chegou a um nível de

irreversibilidade no Brasil.

O número de afirmativas corretas é igual a:

(A) 0 (B) 1 (C) 2 (D) 3 (E) 4

Interpretação textual: crônica dissertativa.

4. Para defender sua tese, o autor se vale de uma sequência

(A) inteiramente dissertativa, estabelecendo relações de causa e

efeito por meio de uma série de considerações pessoais.

(B) narrativa, envolvendo uma situação hipotética que deve ser

entendida como reprodução de fato frequente.

(C) expositiva, pois descreve um fato real, devidamente calcado

em diversas pesquisas de opinião e em estatísticas criminais.

(D) inteiramente descritiva, pois o autor dá o retrato de uma

situação sem fluxo temporal.

(E) inteiramente formal, com linguagem nem sempre acessível

ao cidadão comum.

Interpretação textual: crônica dissertativa.

5. Para defender sua tese, o autor se vale de uma sequência

(A) inteiramente dissertativa, estabelecendo relações de causa e

efeito por meio de uma série de considerações pessoais.

(B) narrativa, envolvendo uma situação hipotética que deve ser

entendida como reprodução de fato frequente.

(C) expositiva, pois descreve um fato real, devidamente calcado

em diversas pesquisas de opinião e em estatísticas criminais.

(D) inteiramente descritiva, pois o autor dá o retrato de uma

situação sem fluxo temporal.

(E) inteiramente formal, com linguagem nem sempre acessível

ao cidadão comum.

Interpretação textual: crônica dissertativa.