professora camile baccin. comunicar não significa apenas enviar uma mensagem e fazer com que nosso...
TRANSCRIPT
Professora Camile Baccin
COMUNICAR não significa apenas enviar uma mensagem e fazer com que nosso ouvinte/leitor a receba e a compreenda. Dito de uma forma melhor, podemos dizer que nós nos valemos da linguagem não apenas para transmitir idéias, informações. São muito freqüentes as vezes em que tomamos a palavra para fazer com que nosso ouvinte/leitor aceite o que estamos expressando (e não apenas compreenda); que creia ou faça o que está sendo dito ou proposto.
Comunicar não é, pois, apenas um fazer saber, mas também um fazer crer, um fazer fazer. Nesse sentido, a língua não é apenas um instrumento de comunicação; ela é também um instrumento de ação sobre os espíritos, isto é, uma estratégia que visa a convencer, a persuadir, a aceitar, a fazer crer, a mudar de opinião, a levar a uma determinada ação.
Assim sendo, talvez não se caracterizaria em exagero afirmarmos que falar e escrever é argumentar.
TEXTO ARGUMENTATIVO é o texto em que defendemos uma idéia, opinião ou ponto de vista, uma tese, procurando (por todos os meios) fazer com que nosso ouvinte/leitor aceite-a, creia nela.
Num texto argumentativo, distinguem-se três componentes: a tese, os argumentos e as estratégias argumentativas.
É opinativo ou valorativo É crítico porque promove
um tipo de análise; É persuasivo, pois tem a
ver com opiniões, a tese, a ideia base;
Desenvolve-se a partir de exemplificações, estatísticas, eventos, etc,
Comparativo: estabelecer comparações pertinentes ao longo do discurso:
Uma lei que surte efeito nos Estados Unidos não necessariamente alcançará o mesmo êxito no Brasil.
Histórico: valer-se no discurso de um fato histórico ou sabidamente verdadeiro:
A escravidão no Brasil deixou marcas profundas em nossa sociedade contemporânea.
Consensual: usar, no discurso, afirmativa não científica, mas que seja aceita pela coletividade:
A corrupção, no Brasil, está generalizada.
Comprovado ou estatístico:
Analfabeto funcional é a pessoa que possui menos de quatro anos de estudos completos. Na América Latina, a UNESCO ressalta que o processo de alfabetização só se consolida de fato para as pessoas que completaram a 4ª série. De acordo com essa definição, em 2002 o Brasil apresentava 26% da população de 15 anos ou mais.
Autoridade ou exemplo:
Usar no discurso frase, citação ou pensamento de pessoal respeitável no assunto de que se trata:
O ministro da saúde, José Gomes Temporão, afirmou que no Brasil, o aborto transformou-se em questão de saúde pública.
Presença: ilustrar o discurso com história, mito, lenda, fábula,parábola, de efeito moral e emotivo:
Nessa hora, como Narciso acha feio o que não espelho, preciso cuidar da minha imagem.
Retorção: usar palavras do interlocutor contra ele mesmo:
Se o ilustre deputado acha que dinheiro não é importante, que traz prejuízos à moral, deveria doar seu salário para os descamisados deste país...garanto que eles ficariam com a moral bastante elevada.
A palavra ARGUMENTO tem uma origem curiosa: vem do latim ARGUMENTUM, que tem o tema ARGU , cujo sentido primeiro é "fazer brilhar", "iluminar", a mesma raiz de "argênteo", "argúcia", "arguto".
Os argumentos de um texto são facilmente localizados: identificada a tese, faz-se a pergunta por quê? (Ex.: o autor é contra a pena de morte (tese). Porque ... (argumentos).
DISSERTAÇÃO: chamamos simplesmente de dissertação a exposição crítica e metódica do conhecimento. O texto dissertativo simples é normalmente confundido com artigo de opinião.
RESENHA: chamamos como resenha os textos que tem como finalidade passar informações sobre um determinado assunto. Destacam-se os pontos principais do texto; é como se convidássemos o leitor a comprovar o que acabamos de dizer, lendo também aquela obra.
PREFÁCIO: faz a apresentação do autor e sua obra. PARECER CRÍTICO: além da resenha da obra, constam a avaliação
crítica das ideias expostas. ENSAIO: texto de teor literário breve, em prosa, situado entre o
poético e o didático, caracterizado pela liberdade crítica e pelo tom pessoal assumido pelo autor, que expõe suas ideias, críticas e reflexões a respeito de um tema.
CRONICA ARGUMENTATIVA:
Texto de cunho dissertativo,mas que permite, de forma moderada, pequenas sínteses narrativas. A crônica argumentativa tem por finalidade a discussão de um determinado tema polêmico.