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Professora Lúcia Brasil
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“Os verdadeiros analfabetos são aqueles que aprenderam a ler e não leem”.
Mário Quintana
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As estratégias de leitura Ativar o conhecimento prévio para selecionar as informações que possam criar o contexto de produção de leitura:
• assunto;
• o gênero;
• o tipo de texto;
• o suporte onde foi publicado o texto (jornal, revista, livro,
folder, panfleto, folheto etc.);
• o autor do texto;
• a época em que foi publicado, ou seja, sobre as
condições de produção do texto a ser lido.
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Antecipar informações que podem estar contidas no texto a ser lido. Realizar inferências: lermos para além do que está nas palavras do texto, lermos o que as palavras nos sugerem:
a) de localizarmos informações presentes no texto; b) de conferirmos as inferências e antecipações realizadas ao longo do processamento do texto, de forma a podermos validá-las ou não;c) de sintetizarmos as informações dos trechos do texto;d) de estabelecermos relações entre os diferentes segmentos do texto;e) de estabelecermos relações entre tudo o que o texto nos diz e o que outros textos já nos disseram, e o que sabemos da vida, do mundo e das pessoas.
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Os procedimentos de leitura
Toda leitura que fazemos é orientada pelos objetivos e finalidades e estes objetivos determinam a escolha de procedimentos que tornarão o processo de leitura mais eficaz. Assim:
a) se estamos realizando uma pesquisa sobre determinado assunto, investigaremos quais obras podem abordar esse assunto, selecionando as que nos parecerem adequadas para uma leitura posterior: leremos o título, identificaremos o autor, leremos a apresentação da obra, procurando antecipar se há alguma possibilidade de aquele portador tratar do assunto; procuraremos no índice se há algum capítulo ou seção que aborde o tema, por exemplo;
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b) nessa mesma pesquisa, selecionada a obra, procuraremos ler apenas os tópicos referentes ao assunto de nosso interesse, e não, necessariamente, a obra toda;
c) se estivermos estudando determinada questão, leremos o texto intensivamente, procurando compreender o máximo do que foi dito pelo autor;
d) se estivermos procurando revisar nossos textos para torná-los mais adequados, um dos nossos procedimentos será buscarmos todos os elementos que possam provocar um efeito de sentido diferente daquele que pretendemos e eliminá-los.
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Os objetivos que orientam a leitura podem ser vários:
a) ler para obter uma informação específica; localizar uma informação apresentada pelo texto e identificar seu sentido global;b) ler para saber o sentido de uma palavra ou expressão, por meio da construção de inferências, além perceber a intenção de um autor e distinguir entre um fato e uma opinião.c) ler para seguir instruções (de montagem, de orientação geográfica);d) ler para aprender;e) ler para revisar um texto;f) ler para construir repertório - temático ou de linguagem - para produzir outros textos;
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g) ler oralmente para apresentar um texto a uma audiência (numa conferência, num sarau, num jornal);
h) ler para praticar a leitura em voz alta para uma situação de leitura dramática, de gravação de áudio, de representação;
i) reler para verificar se houve compreensão;
j) ler por entretenimento.
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TEXTO – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si, formando um todosignificativo capaz de produzir INTERAÇÃO COMUNICATIVA (capacidade de CODIFICAR E DECODIFICAR).
CONTEXTO – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma certainformação que a faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para aestruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de CONTEXTO.Nota-se que o relacionamento entre as frases é tão grande, que, se uma frase for retirada de seu contexto original e analisada separadamente, poderá ter um significado diferente daqueleinicial.
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INTERTEXTO - comumente, os textos apresentam referências diretas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse tipo de recurso denomina-se INTERTEXTO.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO - o primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou explicações, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na prova.
Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a:
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1. IDENTIFICAR – é reconhecer os elementos fundamentais de uma argumentação, de um processo, de uma época (neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo).
2. COMPARAR – é descobrir as relações de semelhança ou de diferenças entre as situações do texto.
3. COMENTAR - é relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade, opinando a respeito.
4. RESUMIR – é concentrar as ideias centrais e/ou secundárias em um só parágrafo.
5. PARAFRASEAR – é reescrever o texto com outras palavras.
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CONDIÇÕES BÁSICAS PARA INTERPRETAR
Fazem-se necessários:
a) Conhecimento Histórico – literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática;
b) Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico;
c) Capacidade de observação e de síntese e
d) Capacidade de raciocínio.
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OBSERVAÇÃO – na semântica (significado das palavras) incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conotação, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de linguagem, entre outros.
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PALAVRAS SINÔNIMASSão sinônimas as palavras que têm significado
equivalente ou semelhante. Não há sinônimos perfeitos. É preciso ter em conta o contexto em que a
palavra está inserida para que o sentido não se altere.
FIEL – leal OFERECER – dar – dedicar OFERTA – dádiva – donativoTRISTEZA – melancolia
ALEGRE – satisfeito – contente
ALTO – elevado BELO – bonito – lindoCONSTRUIR – edificar
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PALAVRAS ANTÔNIMASSão antônimas as palavras que se opõem pelo
significado.
Não há antônimos perfeitos.
ALTO – BAIXOAMOR – ÓDIOCONSTRUIR – DESTRUIR
DAR – TIRARFIEL – INFIEL LEAL – DESLEALPERTO – LONGERIQUEZA -
POBREZA
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CONTEXTO / SITUAÇÃO:
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CONTEXTO / SITUAÇÃO:
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RELAÇÕES SEMÂNTICAS ENTRE AS PALAVRAS
HomonímiaHomonímia
Homônimos = palavras que apresentam a mesma grafia e pronúncia, mas diferente significado
O valevale de Santarém é lindo!Quanto valevale o preço da amizade…
O riorio corria mansoÀs vezes, ririo com gosto
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Outras palavras homônimas
RELAÇÕES SEMÂNTICAS ENTRE AS PALAVRAS
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RELAÇÕES SEMÂNTICAS ENTRE AS PALAVRAS
HomografiaHomografia
Homógrafos = palavras que, apresentando idêntica grafia, têm pronúncia e significado diferentes
O molho de carne estava saborosoAquele molho de lenha é difícil de transportar
Para onde vais?Para essa máquina!
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POLISSEMIAPOLISSEMIA
Polissêmicas = uma mesma palavra que Polissêmicas = uma mesma palavra que adquire vários significados, consoante o adquire vários significados, consoante o contextocontexto
A maçã está podre e o pêssego está bombom (a)
Ele é um bom bom rapaz (b)Conseguimos um bombom resultado (c)Não estás bombom da cabeça (d)
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RELAÇÕES SEMÂNTICAS ENTRE AS PALAVRAS
Temos uma mesma palavra (ou significante) – bombom (do latim bonu) – que apresenta em cada frase uma acepção diferente, mas cujo sentido original é o mesmo
BOM
Significado (a) = são
Significado (b) = qualidade de caráterSignificado (c) = obter sucessoSignificado (d) = estar doido, variar
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Só o contexto em que cada palavra se encontra nos permite determinar com exatidão qual o seu significado, e resolver assim casos de ambiguidade na interpretação dessa palavra
A organização expressiva do contexto explora e põe em evidência as possibilidades polissêmicas de uma palavra.
EXEMPLO:
CAIXA MANGA
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RELAÇÕES SEMÂNTICAS ENTRE AS PALAVRAS
HOMOFONIAHOMOFONIA
Homófonos = palavras que têm a mesma pronúncia, mas grafias e significados diferentesO teu conselhoconselho foi útilPertence ao concelhoconcelho de Lisboa
Ele estava semsem dinheiroDei-lhe cemcem escudos
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Outras palavras homófonas
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PARONÍMIAPARONÍMIA
Parônimos = palavras que, tendo significado diferente, se aproximam fônica e graficamente
Fez-me um cumprimentocumprimentoA sala tem três metros de comprimentocomprimento
A discriçãodiscrição é a qualidade de ser discretoEle fez-me a descriçãodescrição de toda a viagem
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CELA-CELA- diminuto quarto de dormir; alcova, recâmara.
SELA-SELA- peça de couro posta sobre o lombo do cavalo.
CENSOCENSO - conjunto dos dados característicos de uma localidade.
SENSO-SENSO- qualidade de sensato.
CESSÃO-CESSÃO- ato de ceder
SEÇÃOSEÇÃO cada uma das divisões correspondentes
SESSÃO-SESSÃO- reunião ou assembléia.
CERRAR-CERRAR- fechar com veemência. / SERRAR-SERRAR- Serrar com serrote.
ESTRATO-ESTRATO- qualquer tipo de camada.
EXTRATO-EXTRATO- resumo da movimentação bancária.
TACHA-TACHA- pequeno prego. / TAXA-TAXA- imposto a pagar.
CAVALEIROCAVALEIRO - que cavalga / CAVALHEIROCAVALHEIRO - homem cortês
EMINENTEEMINENTE – elevado / IMINENTEIMINENTE - prestes a acontecer
MANDADOMANDADO - ordem judicial MANDATOMANDATO (procuração para agir em nome de outro)
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INTERPRETAR x COMPREENDER
ETAPAS DE LEITURA
DECODIFICAÇÃO:
É a primeira etapa do processo, porém não menos importante, pois ela é resultante do reconhecimento dos símbolos escritos, e de sua ligação com os significados. É a leitura literal do texto.
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COMPREENSÃO:
Capacidade de entender e captar a estrutura e temática do texto, reconhecer e captar os tópicos principais, conhecer as regras textuais e depreender as significações de palavras novas, fazendo inferências sobre o sentido do texto. Pois, por meio das inferências oleitor amplia seus conhecimentos É o ato ou a faculdade de entender a ideia proposta, permitindo-lhe apreender seu sentido ou significado.
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INTERPRETAÇÃO:
A interpretação é a capacidade de o leitor utilizar o julgamento crítico no momento da leitura. Esta capacidade pode ser ampliada mediante os conhecimentos de mundo, e através deles o leitor pode reformular seus conceitos sobre o tema abordado. No qual expande sua leitura, faz ligações com os conhecimentos que possui, ao fazê-lo ele estabelece a interpretação, extraindo o sentido, retira conclusões, fazer considerações, julgar, avalia e fazer uma nova leitura a partir das inferências realizadas.
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RETENÇÃO:
E por último a retenção que é o armazenamento das informações mais importantes, na memória em longo prazo. A retenção é resultante da interpretação e pode ocorrer em dois níveis, sendo que o primeiro ocorre logo após a compreensão, no momento em que ocorre a observação da temática do texto. O segundo nível ocorre após a interpretação em caráter mais profundo, considerando a maior exigência no processo de retenção.
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ERROS DE INTERPRETAÇÃOÉ muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros de interpretação. Os maisfrequentes são:a) Extrapolação (viagem)Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado idéias que não estão no texto, quer porconhecimento prévio do tema quer pela imaginação.b) ReduçãoÉ o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto, esquecendo que um texto é um conjunto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema desenvolvido.c) ContradiçãoNão raro, o texto apresenta idéias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas e, consequentemente, errando a questão.
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OBSERVAÇÃO - Muitos pensam que há a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de concurso qualquer, o que deve ser levado em consideração é o que o AUTOR DIZ e nada mais.