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PROJECTO CABO VERDE Relatório de 2010 CTpsc Cooperativa de Telheiras para a Promoção da Solidariedade e da Cultura, CRL

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Relatório das actividades de voluntariado universitário levadas a cabo em 2010 na Ilha da Boavista

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PROJECTO  CABO  VERDE  Relatório  de  2010  

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Cooperativa de Telheiras para a Promoção da Solidariedade e da Cultura, CRL

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Introdução

Projecto Cabo Verde Pelo quinto ano consecutivo, um grupo de voluntários deu vida, com o apoio de diversas instituições e pessoas em nome individual, ao Projecto Cabo Verde. Trata-se de um Voluntariado Internacional para a Cooperação desenvolvido por estudantes universitários e jovens profissionais, que abrange três pilares fundamentais do desenvolvimento social – educação e formação, saúde e ambiente – e está centrado na capacitação local dos parceiros. A intervenção no terreno efectiva-se em 15 dias do mês de Agosto. No entanto, os objectivos globais e específicos do projecto vão muito além de uma ajuda anual desligada. A principal prioridade do projecto e, simultaneamente, o seu mais importante recurso são as pessoas. Desde 2006, cerca de 8420 pessoas beneficiaram directamente das actividades desenvolvidas. Por outro lado e de modo inseparável, a formação dos voluntários é um desafio. O projecto valoriza o contributo de cada um, além de proporcionar uma oportunidade de treinar e aperfeiçoar competências. Em 2010, o projecto realizou actividades de Educação Ambiental e de Ocupação de Tempos Livres para Crianças, seis Cursos de Formação para Adultos, e sessões de Formação para Jovens. Estas actividades beneficiaram directamente 153 adultos e 245 crianças, sobretudo da vila de Sal Rei. Em paralelo, uma

equipa reestruturou a Biblioteca Municipal de Sal Rei. Foi instalada uma base de dados e deu-se continuidade à catalogação de livros começada no ano anterior. O bibliotecário recebeu formação para trabalhar com o sistema e as crianças tiveram oportunidade de visitar a Biblioteca e aprender a requisitar livros. Complementarmente foi montado um posto de atendimento médico e dispensário de enfermagem. Foram acompanhados medicamente 433 adultos e 134 crianças; os cuidados de enfermagem foram prestados a mais de 100 doentes.

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O conhecimento e a experiência adquiridos nos quatro anos anteriores permitiram adequar a programação - objectivos e acções – e a sua concretização à realidade existente, da qual se destaca a dualidade Vila – Bairro de Nossa Senhora da Boa Esperança (anteriormente denominado Bairro das Barracas). Este bairro ocupa o espaço onde anteriormente existiam as salinas que deram o nome à Vila de Sal Rei e tem vindo a crescer desde o início de 2000 com a população que emigra das outras ilhas de Cabo Verde, mas também do Senegal e Guiné, em busca de trabalho nas obras de construção civil em empreendimentos turísticos, em expansão na Boa Vista. Na sequência de um estudo publicado em 2010 baseado em sondagens (Afrosondagem, 2010), o Bairro de Nossa Senhora da Boa Esperança aloja actualmente cerca de 3000 pessoas, em condições de vida e salubridade extremamente precárias. Os problemas ligados à acumulação de lixo, a águas estagnadas e a dejectos tornam este local um potencial foco infeccioso grave para toda a população de Sal Rei, comprometendo a sustentabilidade do desenvolvimento da Ilha e do Arquipélago.

Com base no referido estudo, o Ministério da Habitação e Ordenamento do Território de Cabo Verde, com o apoio do Laboratório de Engenharia Civil de Portugal, a Câmara Municipal da Boa Vista (CMBV) e a Sociedade de Desenvolvimento Turístico das Ilhas de Boa Vista e Maio, apontam para a manutenção deste Bairro e não para a sua demolição (a outra hipótese possível), pressupondo a realização de múltiplas intervenções e requalificação.

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Uma vez que estas intervenções ainda não estão agendadas, o Projecto Cabo Verde (PCV) 2010 considerou que devia desde já fazer incidir parte da sua atenção para este Bairro, dirigindo actividades relativas aos resíduos, à cidadania e à participação da população aí residente, e também propondo medidas de pequena envergadura mas com forte impacto às autoridades locais.

Na sua quinta edição consecutiva, o Projecto de 2010 pretendeu reforçar o trabalho anterior e abrir novas frentes na cooperação, em simultâneo com a acção desenvolvida na Vila. Para aumentar o número de beneficiários, deslocou voluntários a zonas interiores da Ilha - Rabil, João de Galegos, Estância de Baixo, Cabeça dos Tarafes, Fundo de Figueiras e Bofareira - que, pela dificuldade de comunicação com a Vila de Sal Rei, sofrem maiores limitações no acesso aos cuidados básicos de saúde e actividades de formação.

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A equipa do PCV reconhece que só a aposta na capacitação local pode trazer um contributo eficaz para fazer dos beneficiários os protagonistas do seu próprio desenvolvimento. O projecto privilegia o envolvimento directo daqueles que, de alguma forma, podem ser motor de desenvolvimento. Em 2010 colaboraram directamente no Projecto a Câmara Municipal, a Delegação de Saúde, a Delegação Escolar, o Centro da Juventude, o Clube Ambiental, a Turtle Foundation, a Biblioteca Municipal, a OMCV – Organização das Mulheres de Cabo Verde, empresas construtoras e agentes de dinamização local, nomeadamente a Associação da Boa Vontade do Bairro das Barracas.

No plano da ajuda material, o projecto canaliza o seu apoio sobretudo para o sector da saúde e da educação. Em 2010 foram transportadas 24 toneladas de material que se destinou, maioritariamente, à Delegação Escolar e à Delegação de Saúde da Boa Vista.

O presente relatório, disponível online no website do PCV, sumaria as realizações e também os impactos potenciais do PCV em 2010.

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Entidades Promotoras

O Projecto Cabo Verde resulta de uma parceria entre três Associações Juvenis Portuguesas, estabelecida em 2004 para a realização do voluntariado internacional para a cooperação em Korenica, Croácia: os Álamos com sede em Lisboa, o Rampa Clube com sede no Porto e a Arcádia com sede em Ponta Delgada.

Desde então e de forma continuada, a parceria entre estas associações promove acções similares no estrangeiro. Desde 2008 a parceria inclui também a Cooperativa de Telheiras para a Promoção da Solidariedade e da Cultura, CRL. Em paralelo com este projecto específico, várias destas associações promovem actividades de voluntariado em zonas rurais e suburbanas em Portugal durante os períodos não lectivos.

O RAMPA, pessoa colectiva n.º 501 636 625, com sede na Avenida da Boavista, n.º 1605, no Porto, é uma Associação Juvenil de Utilidade Pública que tem como finalidade colaborar com a família na tarefa educativa, nomeadamente no que diz respeito à formação integral da personalidade, ao desenvolvimento do espírito de solidariedade e de tolerância, à motivação para o trabalho intelectual e para um correcto aproveitamento dos tempos livres.

Os ÁLAMOS, pessoa colectiva n.º 503 026 450, com sede na Alameda das Linhas de Torres, n.º 35, em Lisboa, é uma Residência Universitária que tem por objecto receber universitárias em regime de internato, organizar actividades culturais, proporcionar meios complementares à formação académica e promover actividades de acção social.

A ARCÁDIA, pessoa colectiva n.º 512 050 104, com sede na Rua do Passal, n.º 55, Ponta Delgada, Açores, é uma Associação Juvenil de Utilidade Pública e tem por objectivo organizar actividades culturais e de ocupação de tempos livres, proporcionar meios complementares à formação académica e promover actividades de acção social. A COOPERATIVA DE TELHEIRAS PARA A PROMOÇÃO DA SOLIDARIEDADE E DA CULTURA, CRL, pessoa colectiva e matrícula na CRC de Lisboa n.º 501 347 011, com sede na Avenida Sidónio Pais, n.º 24, C/V Esq., Lisboa, é uma Instituição de Utilidade Pública por despacho de 24-05-1994, Diário da República II Série n.º 134 de 11-06-1994. A Cooperativa é do ramo da Cultura e tem isenção do artigo 10.º do CIRC nos termos do n.º 7 do artigo 7.º do Estatuto Fiscal Cooperativo (EFC), aprovado pela Lei n.º 85/98, de 16 de Dezembro, na redacção dada pela Lei n.º 53-A/2006, de 29 de Dezembro. A Cooperativa de Telheiras tem como prioridade estatutária a dedicação a projectos que contribuam para uma maior solidariedade social, quer com acções em benefício directo de populações carenciadas quer com acções de sensibilização junto de grupos com potencial para o fomento do desenvolvimento social.

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Parcerias, Ajuda Material e Meios Financeiros

Com o intuito de maximizar o impacto do PCV e potenciar a intervenção, é sempre estabelecida uma relação muito próxima com a Comunidade Local. Em 2010 estiveram directamente envolvidos no Projecto a CÂMARA MUNICIPAL DE SAL REI, a DELEGAÇÃO DE SAÚDE, a DELEGAÇÃO ESCOLAR, o CENTRO DA JUVENTUDE, o CLUBE AMBIENTAL DA BOA VISTA e a OMCV – ORGANIZAÇÃO DAS MULHERES DE CABO VERDE.

No plano da ajuda material, o projecto canaliza o seu apoio sobretudo para o sector da saúde e da educação. Em 2010 foram transportadas 24 toneladas de material que se destinou maioritariamente à Delegação Escolar e à Delegação de Saúde da Boa Vista.

Simultaneamente, são mobilizados esforços que garantam os meios financeiros necessários à execução do projecto. A participação dos voluntários no financiamento é substancial, cerca de 40% do orçamento geral, sendo o remanescente assegurado por instituições, empresas e pessoas a título individual.

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Acções Relacionadas

Voluntariado Internacional para a Cooperação na Achada de S. Filipe, Cidade da Praia, Ilha de Santiago, Cabo Verde [1993]

Em 1993, a população do bairro foi a principal beneficiária da ajuda. Esta acção teve como principais áreas de acção a saúde e a formação da mulher.

Voluntariado Internacional para a Cooperação em Korenica, Croácia [2004 e 2005]

Em 2004 e 2005, na região de Lika – uma das mais afectadas pelo conflito militar nos Balcãs – foi realizado um voluntariado internacional para a cooperação que privilegiou o apoio a refugiados. No conjunto dos dois anos foi afectado um total de 39.579,72 euros.

Voluntariado Internacional para a Cooperação no bairro da Calabaceira, Cidade da Praia, Ilha de Santiago, Cabo Verde [2006 e 2007]

Em 2006 e 2007, os principais beneficiários desta iniciativa foram as populações do bairro da Calabaceira e de outros bairros limítrofes da cidade da Praia. No conjunto dos dois anos foi afectado um total de 86.691,51 euros. Foram transportadas 6 toneladas de material que se destinou maioritariamente à Delegação Escolar e à Delegação de Saúde da Praia.

Projecto Açores, Ribeira Grande, Ilha de São Miguel [2008]

De 19 a 29 de Julho, nas freguesias do Bandejo e Santa Luzia, realizou-se um programa de voluntariado social com crianças e jovens, levado a cabo por estudantes dos últimos anos do ensino secundário, universitárias e jovens profissionais, em coordenação com o Instituto de Acção Social, Santa Casa da Misericórdia da Ribeira Grande, Câmara Municipal da Ribeira Grande e Juntas de Freguesia do Bandejo e Santa Luzia. O total de despesas foi de cerca de 8.400 euros, suportado em 30 % pelos voluntários e particulares e o restante pelo Instituto de Acção Social.

Voluntariado Internacional para a Cooperação na Vila de Sal Rei, Ilha da Boa Vista e no concelho do Paul, Ilha de Santo Antão, Cabo Verde [2008]

Em 2008, o PCV chegou a duas novas ilhas, Boa Vista e Santo Antão. Os principais beneficiários desta iniciativa foram as populações da Vila de Sal Rei e do concelho do Paul. O total de despesas foi de 60.936,32 euros, suportado em cerca de 30% pelos voluntários e o restante por donativos de diversas instituições e pessoas em nome individual.

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Voluntariado Internacional para a Cooperação na Vila de Sal Rei, Ilha da Boa Vista, Cabo Verde [2009]

Em 2009, o PCV centrou a sua actuação na Ilha da Boa Vista, na Vila de Sal Rei, potenciando a experiência adquirida no ano anterior. Esta iniciativa foi ao encontro das necessidades locais, beneficiando directamente 1863 pessoas. Em 2009 foi afectado um total de 55.270,15 euros, e foram transportadas 11 toneladas de material de ajuda humanitária, que se destinou maioritariamente à Delegação Escolar e à Delegação de Saúde da Boa Vista.

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Gestão do ciclo do projecto

A programação do projecto é efectuada anualmente segundo um ciclo que abrange as fases de preparação, implementação e avaliação. Este relatório compreende o período entre Outubro de 2009 e Setembro de 2010. A abordagem a cada uma das fases é centrada nos valores e princípios definidos e na prossecução dos objectivos específicos e globais do projecto, particularmente os propostos para a fase de implementação.

O desenvolvimento operacional do projecto é liderado por uma Comissão Organizadora, nomeada pelas Entidades Promotoras, que se apoia nas seguintes equipas de trabalho:

Actividades: responsável pela planificação dos diferentes sectores de actividade e dos recursos necessários;

Administração Financeira: responsável por assegurar o cumprimento do orçamento e informar sobre a situação financeira;

Logística e transporte: responsável por todas as tarefas de coordenação da recolha de material em Portugal e consequente envio para Cabo Verde;

Divulgação: responsável pela manutenção do website e por assegurar uma boa visibilidade do projecto nos diferentes domínios, em particular nos meios de comunicação social.

De realçar ainda o progresso no desenvolvimento de mecanismos verificáveis de acompanhamento e seguimento do projecto e na incorporação dos resultados de avaliações em intervenções futuras.

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PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES DA COMISSÃO ORGANIZADORA: • definir a estratégia operacional do projecto, designadamente programar as tarefas e definir, para cada

fase, objectivos, resultados, indicadores e potenciais riscos; • delegar competências a fim de aumentar a rapidez de reacção perante situações que coloquem em

risco a programação definida; • monitorizar todo o ciclo do projecto de acordo com as orientações definidas na estratégia operacional; • mobilizar esforços que garantam a execução financeira do projecto; • assegurar a adequação do número, da formação e das competências das voluntárias nas áreas

identificadas como prioritárias para o projecto; • envidar esforços no sentido de difundir os valores, os princípios e as realizações que estão na base

deste voluntariado, designadamente organizar acções de formação e toda uma série de actividades destinadas aos voluntários;

• assegurar um nível adequado de comunicação com a Comunidade Local.

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VALORES, PRINCÍPIOS E OBJECTIVOS

Este projecto retomou o trabalho de 2009, incorporando as recomendações de melhoria decorrentes da sua avaliação e enquadrando os pedidos formulados pelos parceiros. A zona de intervenção foi, uma vez mais, a Vila de Sal Rei, e alguns povoados do interior - Rabil, João de Galegos, Estância de Baixo, Cabeça dos Tarafes, Fundo de Figueiras e Bofareira , na Ilha da Boa Vista.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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As carências são generalizadas a todas as Ilhas do Arquipélago. O principal factor que motivou a escolha deste local relacionou-se com contactos previamente estabelecidos com a Comunidade Local; nesta escolha teve também relevância o facto de ser das poucas ilhas que não beneficiava de nenhum Projecto de Cooperação. Depois de em 2008 se ter deslocado um grupo de voluntários para a ilha de Santo Antão, em 2009 e 2010, face aos recursos existente e ao amplo campo de trabalho aberto na Boa Vista, a Comissão Organizadora optou por concentrar a ajuda apenas na ilha da Boa Vista, deixando por agora o trabalho noutras ilhas. A Ilha da Boa Vista tem vindo a transformar-se face ao desenvolvimento da indústria turística. Os grandes investimentos, tanto em unidades hoteleiras como em infra-estruturas de suporte, realizados ou projectados em anos recentes, deram um grande dinamismo ao sector da construção civil. Esse dinamismo atraiu para a Ilha fluxos migratórios oriundos sobretudo de outros pontos de África, como o Senegal e a Guiné, mas também de outras Ilhas do Arquipélago. A Vila de Sal Rei tem sofrido desde 2001 grandes alterações devido a esses fluxos. A consequência eventualmente mais grave foi o aparecimento e crescimento desordenado e sem as infra-

estruturas mais básicas, do designado Bairro das Barracas, ocupando o espaço onde anteriormente estiveram as salinas que deram o nome à Vila de Sal Rei. Apenas em três anos a população do Bairro das Barracas duplicou, passando de cerca de 2000 para 6000 pessoas que vivem em condições de vida e salubridade extremamente precárias. Os problemas ligados com a acumulação de lixo, águas estagnadas e dejectos tornam este local num potencial foco infeccioso grave para toda a população de Sal Rei, comprometendo a sustentabilidade do desenvolvimento da Ilha e do Arquipélago, trazendo apreensivas as autoridades, sem que, contudo, tenham encontrado soluções adequadas para lhes fazer face. No plano económico-financeiro, o actual cenário internacional de crise financeira e económica veio interromper um ciclo de crescimento, provocando um aumento do desemprego na Boa Vista, reforçado pelo fenómeno das migrações, o qual contribuiu para acentuar as dificuldades de acesso ao mercado de trabalho. Aquela que em 2008 apresentava uma das menores taxas de desemprego do país viu a sua economia fortemente afectada pela crise. Em termos globais, tanto a mão-de-obra imigrante, como a nativa é não qualificada. Torna-se assim necessário dotar os recursos humanos de maiores conhecimentos e competências através da promoção de acções de formação profissional, pessoal e cultural que se traduzam em valor acrescentado no mercado de trabalho. No plano da Saúde, o acesso da população nativa em geral, e da população imigrante em particular, a cuidados de saúde primários, especializados e a medicamentos é limitado. Apesar da recente abertura das novas instalações do Centro de Saúde, o atendimento médico ainda é reduzido, tanto pela escassez de médicos e enfermeiros como pela inexistência dos meios de diagnóstico básicos e de serviços de farmácia.

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Princípios orientadores O PCV tem como características fundamentais: • ser um voluntariado internacional para a cooperação desenvolvido por estudantes universitárias e jovens profissionais; • abranger três pilares fundamentais do desenvolvimento social, designadamente a educação e formação, a saúde e o ambiente; • estar centrado na capacitação local dos parceiros; No âmbito da sua actuação, procura responder às principais necessidades das populações e dar prioridade ao desenvolvimento de uma estratégia de acção duradoura, através da cooperação eficaz com as Instituições e a Comunidade Local. Como instrumento a curto prazo, tem os seguintes objectivos globais: . sensibilizar para a importância e necessidade de ocupar, de modo útil, o tempo livre da população jovem em idade escolar; . garantir uma maior preparação dos recursos humanos; . sensibilizar para a responsabilidade individual em matéria da qualidade ambiental; . prestar serviços complementares de atendimento médico e de enfermagem. Como acção duradoura, espera contribuir para a formação integral da personalidade dos beneficiários, para a criação de hábitos de trabalho e de aproveitamento do tempo e para a sensibilização para questões ambientais. Através da participação e capacitação locais, espera-se conseguir formar uma geração mais empreendedora e com mais iniciativa, capaz de ser motor e de influir positivamente no desenvolvimento sustentável do país, nas suas vertentes social, económica e ambiental.

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O PCV tem vindo, desde a sua origem, a desenvolver diversas frentes de trabalho que dão resposta aos 8 Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) identificados pelas Nações Unidas em 2000 para serem atingidos em 2015 em todo mundo (cf. http://www.objectivo2015.org), tendo sido África o continente considerado prioritário por este organismo internacional.

Pode mesmo dizer-se que a estratégia de intervenção adoptada pelo Projecto, que abarca os três pilares fundamentais do desenvolvimento, designadamente a educação e formação, a saúde e o ambiente (cf.http://projectocaboverde.no.sapo.pt/_projecto.html) persegue todos esses objectivos, a referir: 1. Combater a pobreza e a fome 2. Alcançar o ensino primário universal 3. Promover a igualdade de género e dar poder às mulheres Combater a pobreza e a fome

7. Garantir a sustentabilidade ambiental 8. Fortalecer uma parceria global para o desenvolvimento Enquanto as actividades na área da saúde enquadram o 1º, 4º, 5º e 6º objectivos, as actividades de formação, nomeadamente as dirigidas às mulheres e jovens, assim como as de empreendedorismo, abrangem o 1º, 2º, 3º e 6º objectivos, e as actividades de ambiente o 7º objectivo, pode afirmar-se que todo o Projecto, na sua origem e desenvolvimento, é uma resposta ao 8º ODM.

4. Reduzir a mortalidade infantil 5. Reduzir a mortalidade materna 6. Combater o SIDA, a malária e outras doenças graves

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Prioridades e Recursos A intervenção no terreno efectiva-se em 15 dias do mês de Agosto. No entanto, os objectivos globais e específicos do projecto vão muito além de uma ajuda anual desligada.

O projecto compromete-se com as pessoas. Efectivamente, elas são simultaneamente a principal prioridade e o mais importante recurso. Desde 2006, cerca de 8.420 pessoas beneficiaram directamente das actividades desenvolvidas. Por outro lado, e de modo inseparável, a formação dos voluntários é um desafio que se consubstancia em iniciativas com vista à difusão dos valores, dos princípios e das realizações que estão na base desta ajuda. O projecto valoriza o contributo individual de cada um, além de proporcionar uma oportunidade de treinar e aperfeiçoar competências, designadamente de responsabilidade, liderança, iniciativa, trabalho em grupo e relacionamento interpessoal.

O projecto tem em vista a redução da pobreza e o desenvolvimento sustentável. Nesse sentido, a estratégia de intervenção visa uma atenção especial às áreas da educação e formação, dirigidas em particular - mas não exclusivamente - à criança e à mulher, e também à área da saúde e do ambiente.

O projecto aposta no desenvolvimento das capacidades locais através de um esforço coordenado com as Instituições e Comunidade Local, que visa o gradual reforço da liderança e da apropriação dos parceiros na coordenação e no delineamento do programa de actividades.

Finalmente, o projecto beneficia de uma revisão crítica anual. As Entidades Promotoras reúnem uma forte e consolidada experiência, a qual é enriquecida a cada ciclo do projecto pelas perspectivas futuras que decorreram da fase de avaliação, nomeadamente os esforços de melhoramento e as recomendações a prosseguir, tanto ao nível operacional como estratégico.

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EXECUÇÃO MATERIAL

Nota introdutória

O trabalho desenvolvido prosseguiu a assistência dada pelo PCV 2009 e concretizou as orientações que decorreram da sua avaliação. Os objectivos específicos e as realizações de cada uma das actividades desenvolvidas são apresentados nas secções seguintes. No final desta parte são apresentados indicadores e resultados globais do projecto, o seu impacto potencial e perspectivas futuras.

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Actividades realizadas Educação Ambiental O relatório completo da actividade de Educação Ambiental está disponível online no site do projecto e no site da APA – Agência Portuguesa do Ambiente www.apambiente.pt

Problemas a resolver e recursos a valorizar Desde o início da organização e durante o desenvolvimento das actividades do PCV 2010, em concreto as da área do Ambiente, foram determinantes a cooperação da Câmara Municipal da Boa Vista (CMBV) – nomeadamente da Directora de Ambiente e Coordenadora da Equipa Técnica do Plano ambiental Municipal, Dr.ª Dorys Rendall -, assim como das Organizações Não Governamentais (ONG) na área do ambiente activas na Ilha, em particular do Clube Ambiental da Boa Vista (CAB) e da Turtle Foundation (TF), e da Associação Boa Vontade das Barracas (ABVB), recentemente criada e que congrega as diversas forças locais e etnias presentes. Esta cooperação permitiu definir objectivos chave conjugados com a actuação das autoridades municipais e das ONG, facilitando a criação de sinergias em favor da população e do ambiente.

Os objectivos definidos para a actividade de

ambiente do PCV 2010 deram continuidade aos

que têm sido estabelecidos em anos anteriores e

enquadraram-se genericamente no 7º ODM

(Objectivo de Desenvolvimento do Milénio) –

garantir a sustentabilidade ambiental. Dirigiram-se

à população em geral, às organizações

governamentais e não governamentais, e às

empresas a operar na Boa Vista.

Para a população da Boa Vista – sensibilizar para a sua co-responsabilidade:

a) No esforço por um ambiente com qualidade – com especial relevo para a problemática dos resíduos sólidos – e, consequentemente, pela melhoria da saúde; b) Na melhoria concreta do ambiente marinho e costeiro, se necessário deixando hábitos ancestrais como deitar águas sujas e lixo doméstico no mar;

c) Na conservação da diversidade biológica, nomeadamente das espécies em vias de extinção que escolhem a Boa Vista como habitat durante parte do seu ciclo de vida, mais concretamente as tartarugas marinhas.

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Através de actividades lúdicas e simultaneamente pedagógicas, explorando a relação com o mar, procuraram-se passar as seguintes mensagens:

O mar e as ruas limpas são bons para a saúde e para o ambiente;

O lixo deve ser colocado nos contentores, se possível dentro de sacos;

As tartarugas são património natural valioso para Cabo Verde e para a Boa Vista, podendo ser um facto de desenvolvimento, de melhoria económica e social; não é bom para o País nem para a Ilha caçar ou comer carne de tartaruga e / ou os seus ovos;

Para as organizações governamentais e não governamentais - procurar passar a ideia, com exemplos diversificados, que “com pouco pode fazer-se muito”, desde que haja conjugação de esforços e cooperação, boa vontade, face a objectivos de bem comum partilhados, aliados ao espírito de iniciativa e à criatividade. Neste contexto, e para a CMBV em particular, devem referir-se as medidas que o PCV 2010 procurou implementar no Bairro de Nossa Senhora da Boa Esperança.

Para as empresas presentes na Ilha a trabalhar na área do turismo e da construção – programou-se um workshop sobre responsabilidade social e ambiental.

Um ponto forte das actividades deste ano foi de novo a diversidade biológica, entre outras razões por se estar a festejar o Ano Internacional de Biodiversidade. A Ilha da Boa Vista proporciona condições para alimentação e nursery de muitas espécies marinhas, entre elas das tartarugas, dada a natureza ainda resguardada e calma, com extensos areais, de toda a zona costeira. No arquipélago de Cabo Verde encontram-se cinco 1 das sete espécies de tartarugas marinhas, sendo que a população de caretta caretta desova principalmente nas praias da Boa Vista, fazendo com que o País tenha a terceira maior população desta espécie a nível mundial. Para diversificar a informação aos participantes, as actividades deste ano incidiram não só sobre as tartarugas, mas também sobre outras espécies marinhas, em particular da fauna piscícola.

1 Caretta caretta, Lepidochelys olivacea, Eretmochelys imbricata, Dermochelys coriacea, Chelonia mydas). Todas estas espécies constam do Anexo I da Convenção CITES - Convenção Internacional sobre o Comércio Internacional de Espécies Selvagens de Flora e Fauna Ameaçadas de Extinção - e integram a lista vermelha da IUCN - União Internacional para a Conservação da Natureza – de espécies ameaçadas de extinção (ou mesmo criticamente ameaçadas, como é o caso da Eretmochelys imbricata e da Dermochelys coriacea) cf. www.iucnredlist.org.

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Deste modo o PCV 2010 juntou-se às comemorações do Ano Internacional da Biodiversidade 2010, uma iniciativa das Nações Unidas que tem como objectivos divulgar a importância da biodiversidade e da sua conservação, e melhorar a compreensão do seu papel fulcral na sustentabilidade da vida no nosso planeta.

Pelo facto de o projecto se realizar pelo terceiro ano consecutivo, no mesmo local e com as mesmas características, é expectável que o impacto destas mensagens junto dos seus beneficiários seja favorecido.

Recursos afectados Foi constituída uma equipa coordenadora com 6 elementos e chefiada pela engenheira do ambiente Margarida Marcelino. Diariamente foram destacadas como monitoras 12 a 15 voluntárias.

Número de pessoas abrangidas As actividades programadas foram dirigidas a todas as crianças e jovens, de idades compreendidas aproximadamente entre os 6 e os 16 anos, inscritos no PCV 2010 (no total aproximadamente 150, numa média de 80 por dia).

Directa ou indirectamente toda a Ilha da Boa Vista, em particular a Vila de Sal Rei, foi alcançada pelas acções levadas a cabo.

Calendário de execução As actividades de ambiente do PCV 2010 cumpriram. Genericamente, os objectivos propostos. A continuidade do Projecto permitiu verificar uma melhoria patente em relação ao ano anterior, com resultados concretos como o aumento da frequência na recolha de lixo e uma maior aceitação por parte da população e das instituições da Boa Vista às mensagens transmitidas.

Para se atingirem estes objectivos, diariamente entre as 10h e as 12h30, foi ensaiada uma peça de teatro musical, cujo tema foi o ambiente, apresentada na festa de encerramento das actividades; entre as 17h e cerca das 19h foram organizadas múltiplas acções de educação ambiental com as crianças e jovens do Bairro – em média cerca de 80 por dia -, de idades compreendidas entre os 6 e os 16 anos.

A incidência directa das actividades num público alvo jovem resulta da experiência generalizada de que, na sociedade, são as crianças as que estão mais empenhadas em proteger o ambiente e, ao influenciarem os seus familiares para fazerem escolhas sustentáveis, as que promovem mais a mudança.

Sendo actividades de dinamização de um grupo muito numeroso, foi fundamental a planificação rigorosa e simultaneamente diversificada antes do início das actividades. A experiência anterior facilitou uma melhor adaptação às circunstâncias

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reais, optimizando a sua realização e a execução dos objectivos estabelecidos.

À semelhança dos anos anteriores, para um maior rendimento pedagógico e melhor acompanhamento dos participantes, foram criados 5 grupos, cada um dos quais com o nome científico das 5 espécies de tartarugas marinhas que se encontram em Cabo Verde.

A interacção com a Vila de Sal Rei e, com as idas às povoações do interior, com a Ilha da Boa Vista em geral, foi muito grande e, dado o cariz de muitas das actividades levadas a cabo, foi-se significativamente além da formação directa dos participantes, atingindo de algum modo toda a população.

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Programa geral das actividades de educação ambiental:

Manhãs: 10h-12h30

• Teatro musical com peça sobre ambiente, tendo como tema a biodiversidade marinha (2010 – Ano Internacional da Biodiversidade) e os resíduos / poluição deixados pelas pessoas nas praias e no mar em Sal Rei.

• Dinamização de actividades de educação ambiental e cidadania nas povoações do interior da Ilha da Boa Vista.

 

Tardes: 17h-19h

• Actividades diversificadas em Sal Rei, tendo como temas fortes a biodiversidade (tartarugas marinhas e outra fauna marinha) e os resíduos.

Durante a estadia na Ilha da Boa Vista no mês de Agosto de 2010, e tendo como objectivo apoiar e dar continuidade a actividades do tipo das empreendidas ao longo de todo o ano, a equipa do ambiente do PCV 2010 procurou transmitir todas as experiências adquiridas neste e noutros projectos semelhantes a diversos agentes de dinamização local: À Vereação do Ambiente da CMBV, que enquadrou o trabalho realizado;

Ao CAB e à TF, com os quais se cooperou intensamente. A este e também à Vereadora da Educação (Dr.ª Dália Benholiel) e à Delegada Escolar (Dr.ª Elida Mosso) – que de modo especial irão lidar com a população infanto-juvenil e seus formadores -, o PCV 2010 deixou material informativo e de apoio a actividades de educação ambiental e para o desenvolvimento sustentável, tendo sido algum dele oferecido pela APA - Agência Portuguesa do Ambiente.

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Balanço do trabalho levado a cabo Com base nas experiências recebidas do PCV na área do ambiente em anos anteriores, sobretudo nos anos de 2008 e 2009 (pois decorreram igualmente na Ilha da Boa Vista), foi possível realizar um programa eficaz em relação aos objectivos delineados.

A avaliação positiva da vertente organizativa e da assertividade das actividades empreendidas podem ser testemunhadas através da tabela que se segue com o detalhe das actividades desenvolvidas.

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DIA

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ACTIVIDADE

LOCAL

1 02.08 2ª feira

Manhã: reunião da equipa responsável pela actividade de ambiente com as ONGA activas na Boa Vista, nomeadamente o CAB (Alexandre Monteiro e Emiliano) e TF (Joana Hancock e Júlio Fortes). Foi feita uma avaliação da acção em 2009 e, partindo de uma proposta de trabalho enviada anteriormente pelo PCV, foram discutidas as actividades a realizar durante 2010 em função das prioridades e necessidades de Sal Rei. Confirmaram-se os seguintes temas fortes a desenvolver: biodiversidade, com especial enfoque na biodiversidade marinha (tartarugas e outra fauna marinha), reforçado pelo facto de 2010 ser o Ano Internacional de Biodiversidade; resíduos, com destaque para a problemática da sua recolha no Bairro de Nossa Senhora da Boa Esperança e a necessária e urgente dignificação. Seguiu-se reunião com a Directora de Ambiente / Coordenadora da Equipa Técnica do Plano Ambiental Municipal, Dr.ª Dorys Rendall, na CMBV. Foram confirmadas as prioridades identificadas na reunião com as ONG, e foi debatida a “proposta para a minimização de problemas de saúde pública no Bairro de Nossa Senhora da Boa Esperança”, elaborado na sequência do PCV 2009. As propostas então feitas foram reajustadas à realidade. Tarde: as crianças e os jovens, após relembrar cantos e “gritos” ambientais aprendidos em anos anteriores, foram divididos em 5 equipas por 5 zonas de Sal Rei e, aprendendo a ter um olhar crítico, foram registados os aspectos positivos e negativos do ponto de vista dos três pilares do desenvolvimento sustentável: do ambiente, da caracterização social e da actividade económica. O resultado foi expresso graficamente num mapa, tornando-se mais evidente a pressão humana na linha do litoral.

Sal Rei

2 03.08 3ª feira

Manhã: preparação do material didáctico. Tarde: na praia, após breve introdução teórica às cadeias alimentares e à importância de respeitar e manter o equilíbrio entre as espécies, foi feito o “Jogo da Pesca”, com regras próprias que permitem valorizar a diversidade biológica, identificar espécies diferentes, conhecer os períodos de defeso e, daí, aperceber-se da razão de ser da limitação das autorizações de captura. As espécies em jogo e a sua descrição foram recolhidas de publicações de Cabo Verde (INDP – Instituto Nacional de Desenvolvimento das Pescas) e de uma apresentação de Carlos Monteiro “Catálogo das Principais Espécies de Peixes de Cabo Verde”.

Sal Rei

3 04.08 4ª feira

Manhã: limpeza do ilhéu com as crianças e jovens, chamando a atenção para o facto de que o lixo deitado no mar acaba habitualmente em terra. Simultaneamente decorreu a limpeza da Praia de Diante pela população local e turistas, e a pintura de parte do muro do campo de basquetebol (tema alusivo à protecção das tartarugas marinhas). Estas actividades contaram com a colaboração directa da TF, do CAB e da CMBV, apoiados por diversos parceiros destas organizações. Sobre este evento e a globalidade das actividades levadas a cabo pelo PCV2010 foi dada uma entrevista para a Rádio Cabo Verde.

Ilhéu

4 05.08 5ª feira

Manhã: Dinamização de actividades de educação ambiental e cidadania nas povoações do interior. Tarde: “Mostra e conta” na Praia Estoril - sensibilização para a biodiversidade marinha e para a criatividade literária. Foi feita a recolha de fauna e flora marinha em aquários improvisados em secções de garrafas de água em plástico, premiando os grupos que apanharam maior variedade e que apresentaram contos sobre o mar com maior criatividade, procurando traduzir na narração a problemática da poluição e a necessidade de encontrar equilíbrios Homem-Natureza. Seguiu-se, a pedido da CMBV, um tempo de animação na Praia de Diante integrado na Semana da Juventude, explicando à população presente as actividades do PCV2010 e de educação ambiental à população, e fazendo um concurso de perguntas tipo “quiz” sobre a biodiversidade e o desenvolvimento sustentável.

Rabil Praia do Estoril Praia de Diante

5 06.08 6ª feira

Manhã: Apoio às actividades de tempos livres para crianças dos 4 aos 6 anos no Centro da Juventude, iniciativa da CMBV, introduzindo os temas do ambiente através de jogos lúdico-pedagógicos. Tarde: “Peddy-Paper” na Vila, com percursos e perguntas alusivas ao ambiente e à cidadania. Procurou-se criar sinergias com o trabalho de apoio à bib lioteca que o PCV tem vindo a fazer, levando as crianças e jovens participantes a entrar nessa estrutura cultural, a consciencializar a sua existência e a aprender as dinâmicas de consulta e requisição de livros. Foram pedidas sugestões de melhoria da qualidade de vida em Sal Rei, a apresentar à população e ao Presidente da Câmara.

Centro da Juventude de Sal Rei Sal Rei

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DIA

DATA

ACTIVIDADE

LOCAL

6 07.08 Sábado

Tarde: Realização de diversos jogos alusivos ao ambiente na praça central de Sal Rei, muitos deles adaptando ao ambiente jogos tradicionais: barra do lenço, peixinho, passagem, salvar ovos de tartaruga, bowling reutilizado.

Sal Rei

7 08.08 Domingo

Manhã: Apoio ao acampamento TF+CAB do Programa “Escola na Natureza”, dinamizando jogos de cariz lúdico-pedagógico na área da educação ambiental.

Praia da Boa Esperança

8 09.08 2ª feira

Manhã: Dinamização de actividades de educação ambiental e cidadania nas povoações do interior. Tarde: Marcha ambiental de divulgação com as crianças pela Vila, em 5 grupos por 5 zonas de Sal Rei, seguida de apanha selectiva de lixo com equipamento adequado. Contabilização separada de plásticos, papéis, latas.

Estância de Baixo Sal Rei

9 10.08 3ª feira

Manhã: Dinamização de actividades de educação ambiental e cidadania nas povoações do interior. Tarde: Gincana na praia com diversos jogos usufruindo do espaço limpo entre-marés - transporte e poupança de água, salvamento de ovos de tartaruga, não derrubar a fasquia, sobreviver rastejando.

Fundo de Figueiras Praia do Estoril

10 11.08 4ª feira

Manhã: Dinamização de actividades de educação ambiental e cidadania nas povoações do interior. Tarde: Inquérito porta-a-porta aos habitantes de Sal Rei sobre resíduos e biodiversidade, enquadrado no tema mais genérico da relação entre a população, o mar e a praia. Noite: Dinamização de uma sessão de sensibilização no Bairro de Nossa Senhora da Boa Esperança, apelando à contribuição de todos para o desenvolvimento sustentável do Bairro. Visionamento de pequenos filmes, escuta da população e debate, com intervenções diversas dos dirigentes da ABVB e do vereador da cultura da CMBV. Contribuição para o processo, em curso, de votação do futuro nome do Bairro das Barracas (Nossa Senhora da Boa Esperança). Colaboração do proprietário do estabelecimento comercial “Boas Compras”, Sergio Corra, que em seguida passou um filme para as crianças.

Povoação Velha Sal Rei – Vila e Bairro de Nossa Senhora da Boa Esperança

11 12.08 5ª feira

Manhã: Dinamização de actividades de educação ambiental e cidadania nas povoações do interior. Tarde: Pintura de murais, nomeadamente parte do muro do campo de basquetebol e finalização dos murais de 2009 no mesmo local – “grafittis dos compromissos com o ambiente”, que se completaram com a inclusão de frases ditadas por cada um; e acrescentando a pintura de uma mão humana a pôr lixo no mar, proibida por uma “tartaruga-polícia”, permitindo uma melhor leitura da mensagem. Esta actividade, além do dinamismo próprio e co-responsabilização durante a sua elaboração, permitirá manter vivas as mensagens que se procuraram transmitir durante estes dias, nomeadamente as relativas à necessidade de dar um destino adequado aos resíduos sólidos e de preservar a biodiversidade marinha, em concreto as tartarugas marinhas.

Bofareira Sal Rei

12 13.08 6ª feira

Tarde: Festival de encerramento das actividades do PCV 2010. Apresentação da peça de teatro tipo “musical” sobre ambiente - biodiversidade marinha (2010 - Ano Internacional da Biodiversidade) e dos resíduos / poluição deixados pelas pessoas nas praias e mar -, e de diversas canções e slogans usados pelos 5 grupos de crianças (com os nomes das 5 espécies de tartarugas marinhas presentes em Cabo Verde).

Sal Rei

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Perspectivas futuras Uma vez que toda a dinâmica desenvolvida em torno das actividades de ambiente foi criada em conjunto e/ou com o conhecimento da Direcção de Ambiente da CMBV, assim como de ONG como o CAB e a TF, consideramos que muitas das ideias debatidas e projectos elaborados poderão ir sendo gradualmente postos em prática. Tendo em conta a receptividade das entidades locais e o seu impacto global positivo, e a fim de manter o nível de qualidade do Projecto dos anos anteriores, além dos aspectos que ficaram por concretizar já referidos, numa próxima edição do PCV na Ilha da Boa Vista há que orientar as atenções da equipa do ambiente para as lacunas / fragilidades identificadas a fim de serem ultrapassadas e até encaradas como desafios. Há sempre que contar, contudo, que o natural dinamismo e capacidade de inovação das novas equipas, os âmbitos de acção poderão vir a ser alargados.

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Actividades Realizadas Atendimento Médico e Dispensário de Enfermagem

Problemas a resolver e recursos a valorizar O atendimento médico de Sal Rei é efectuado num único Centro de Saúde, no centro da Vila, com reduzida disponibilidade de meios complementares de diagnóstico (por exemplo, exames radiológicos) e terapêuticos, insuficientes para atender às necessidades locais. Paralelamente, constatámos que uma parte da população de Sal Rei, constituída sobretudo por imigrantes guineenses e senegaleses, apresenta sérias dificuldades de acesso aos cuidados médicos básicos. A principal actividade deste segmento da população, em particular da masculina, é a construção civil e a pesca, detectando-se consequências negativas a nível osteoarticular. A escassez de água potável na Ilha é notória. Na população emigrante, as condições sociais e económicas precárias, a ausência de saneamento básico e de cuidados de higiene mínimos, justificam a epidemiologia local. Pretendeu-se:

• Oferecer à população adulta e pediátrica o atendimento médico e de enfermagem básico, incluindo ensino aos doentes e famílias, disponibilização de alguns recursos terapêuticos e encaminhamento de algumas situações para a rede de saúde local; • Fazer o rastreio de patologias que necessitam de acompanhamento posterior, nomeadamente hipertensão arterial e diabetes; • Sensibilizar os doentes crónicos para o não abandono das prescrições e recomendações indicadas pelo médico assistente; • Acompanhar medicamente casos de perturbações psicossociais; • Oferecer à população informação prática e realista sobre puericultura, sinais precoces de doença nas crianças, nutrição, cuidados básicos de higiene e gestão dos escassos recursos sanitários e hídricos, nomeadamente hipertensão arterial e diabetes; • Oferecer consultas de fisioterapia.

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Page 34: Projecto Cabo Verde 2010

Recursos afectados O posto de atendimento médico funcionou em duas salas da escola secundária da Vila de Sal Rei, assistido por 2 médicas de diferentes especialidades (medicina geral e familiar e otorrinolaringologia), 1 enfermeira, 2 fisioterapeutas e 1 nutricionista; 9 alunas de Medicina e 4 de enfermagem colaboraram na triagem, elaboração da história clínica e realização do exame objectivo, além das sessões de informação.

Número de pessoas abrangidas Foram realizadas cerca de 433 consultas a adultos e 134 consultas a crianças, maioritariamente de naturalidade não cabo-verdiana; os cuidados de enfermagem foram efectuados a mais de 100 doentes.

Calendário de execução O posto de atendimento médico esteve aberto durante todos os dias em que decorreu o Projecto, da parte da manhã e à tarde.

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Em cada doente adulto procedeu-se ao rastreio da diabetes e da hipertensão arterial.

Para além de elevada incidência destas duas patologias, encontrou-se elevado número de casos de gastroenterite aguda, parasitoses intestinais, infecções cutâneas (micoses e furunculoses), ginecológicas e do tracto urinário; em menor número, gastrite crónica, doença péptica e do refluxo gastro-esofágico, obstipação e doença hemorroidária e alcoolismo crónico. As cefaleias e as mialgias eram queixas quase constantes e a má nutrição estava presente na grande maioria dos doentes.

Na população de grávidas as infecções genito-urinárias e as mialgias foram as patologias mais frequentes, sendo preocupantes os défices nutricionais encontrados em todas elas, consequentes à má-nutrição.

Na população infantil procedeu-se à avaliação sumária do desenvolvimento estaturo-ponderal e à informação sobre nutrição e outros cuidados básicos de saúde. Foram principais motivos de consulta as infecções respiratórias, as perturbações gastrointestinais e as infecções cutâneas anteriormente descritas.

Grande parte dos tratamentos instituídos dependeu dos medicamentos enviados pelo

Projecto, dada a dificuldade de obtenção dos mesmos na ilha.

Algumas estudantes de Medicina e Enfermagem tiveram a oportunidade de visitar o Centro de Saúde da Vila e foi disponibilizado um dia de atendimento médico e de enfermagem noutras povoações da ilha, com dificuldade de acesso ao Centro de Saúde.

A equipa de enfermagem efectuou tratamento de lesões cutâneas, em particular, limpeza e desbridamento de feridas infectadas e drenagem de abcessos.

Fora do contexto das consultas foram realizadas sessões de ensino às populações sobre puericultura, sinais precoces de doença nas crianças, nutrição, cuidados básicos de higiene e gestão dos escassos recursos sanitários e hídricos. A aposta foi, sem dúvida, a prevenção das doenças e a capacitação das populações para serem os primeiros agentes na promoção da saúde. Num lugar onde os recursos são poucos e dada a limitação dos recursos que o Projecto conseguiu face às necessidades, o trabalho mais do que diagnosticar e curar, consistiu numa presença médica real junto de populações que de outra forma não existiria e em trabalhar com elas a realidade de pobreza e malnutrição em que vivem, envolvendo-as no processo de prevenção de doenças e promoção da saúde.

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Actividades Realizadas Formação de Adultos Problemas a resolver e recursos a valorizar Tal como descrito anteriormente (cf. Parte II, n. 1 do presente documento), a mão-de-obra na ilha da Boa Vista é, em termos globais, não qualificada, reflectindo falhas a nível de oferta de formação pessoal, cultural e profissional, e condicionando a oferta e procura de emprego no mercado de trabalho existente. Adicionalmente, a inversão do ciclo de crescimento que se vinha a verificar desde há alguns anos, tem vindo a gerar desemprego.

A Formação de Adultos dada no âmbito do PCV teve em vista fornecer aos activos e desempregados da ilha competências adicionais

que sejam mais-valias no mercado de trabalho. A todos os participantes dos diferentes cursos foi atribuído um certificado de frequência.

Recursos afectados A formação de adultos esteve a cargo de 24 voluntárias. Cada equipa foi coordenada por uma profissional com experiência na área.

Número de pessoas abrangidas As actividades de Formação de Adultos tiveram 153 participantes, distribuídos da forma abaixo sumariada.

 

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Formação Público-alvo Total de participantes

Curso de Culinária e Vida Saudável: no Bairro de Nossa Senhora da Boa Esperança

População activa e no desemprego 30

Curso de Culinária e Vida Saudável: na Vila de Sal Rei População activa empregada 20

Curso de Inglês (3 níveis) População activa empregada e desempregada 68

Curso de Auto-Negócios População activa empregada e desempregada 22

Curso para Educadoras de Infância População activa empregada 10

Curso Português População activa e desempregada 3

Calendário de execução  

Formação Horário Total de horas de formação

Curso de Cozinha na Vila de Sal-Rei e no Bairro de Nossa Senhora da Boa Esperança 17h-19h 32

Sessão – Regras básicas de higiene e segurança alimentar • Tempo e temperatura • Aquisição, transporte e armazenamento de alimentos • Higiene pessoal e na manipulação de alimentos • Tratamentos dos lixos, lavagem de louça e qualidade da água • Jogo: cozinha limpa vs cozinha suja (corrigir os erros) • Receita: gaspacho (higienização dos alimentos) • Degustação e avaliação

Sessão – Alimentação em situações agudas (diarreia, desidratação, obstipação) • Principais causas, prevenção e tratamento • Receitas: creme de farinha; molho de maçã cozida; fatias douradas/rabanadas (sobremesa para

um dia festivo) • Degustação e avaliação

Sessão – Amamentação e diversificação alimentar • Promover a hidratação • Diversificação alimentar no 1º ano de vida • Receitas: sopa portuguesa (a base da sopa serve para os bebés) e couscous doce (feito pelas

participantes) com chá preto. • Degustação e avaliação

Sessão – Alimentação saudável e a roda dos alimentos • Ambiente – alimentação – composição corporal – saúde • Alimentação saudável (incluindo para prevenção e controlo da diabetes e da hipertensão arterial),

sustentável e económica • A importância do pequeno-almoço • Discussão sobre os hábitos alimentares, o que melhorar e o que manter • Jogo: a nova roda dos alimentos • Receita: estufado de legumes e grão-de-bico • Degustação e avaliação

Sessão – Sopas e sandes • A importância da sopa e seu método de confecção • Um dia alimentar equilibrado e económico • Opções de sopas e de sandes • Receita: omeleta de ovo, tomate e cebola • Degustação e avaliação

Sessão – Pratos e sobremesas tradicionais internacionais equilibrados • Vários métodos culinários • Sugestões de reaproveitamento de sobras • Jogo: constituir uma refeição completa (mascote da alimentação) • Receitas: açorda de ovo; cachupa rica (receita feita pelas participantes) • Degustação e avaliação • Entrega do certificado de participação

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Formação Horário Total de horas de formação

Curso de Inglês (3 níveis) 17h-19h 16

Objectivos e Conteúdos Programáticos:

Nível 1 – alfabeto, números de 0 a 100, dias da semana, meses, horas, expressões de cortesia, profissões, família, alimentação, cores, transportes, partes do corpo, pronomes pessoais, verbo to be, verbo to have, pronomes possessivos, e demonstrativos, países.

Nível 2 – estações do ano, tempos verbais: present simple, present continuous, past simple e futur

(will; going to); verbos regulares e irregulares, graus dos adjectivos, exercícios de tradução e retroversão, nacionalidades, pronomes demonstrativos, proposições de lugar e de tempo, advérbios de frequência.

Nível 3 – tempos verbais: present simple/continuous, present perfect, past simple/continuous, past

participle e future; formulação de perguntas: Questions; gramática: prepositions, adjectives.

Em cada aula a dinâmica consistia numa parte teórica, em que se explicava a matéria, e uma parte prática, em que se resolviam exercícios. Para tornar as aulas motivantes e, ao mesmo tempo, mais claras e acessíveis, em cada sessão todos os exemplos incidiam sobre um tema concreto: The Weather, Jobs, Hobbies, Meals, Hotels, Transports, The Human Body, Nature e Animals.

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Formação Horário Total de horas de

formação

Curso de Auto-Negócios 17h-19h 18

Objectivos:

O curso de auto-negócios, realizado no Centro de Juventude da Vila de Sal Rei, teve como principal objectivo dotar os participantes de conhecimentos e ferramentas essenciais à criação do seu próprio negócio. Neste sentido, foram leccionados temas como empreendedorismo, ideias de negócio, análise de mercado, marketing e gestão de produtos e clientes, contabilidade e finanças, comunicação e negociação e apoios ao investimento. Como foram detectadas necessidades específicas ao nível das técnicas de procura de emprego, foi criada uma sessão extra onde foi possível elaborar o curriculum vitae de cada formando/a. Este curso desenvolveu-se ao longo de nove sessões, totalizando 18 horas de formação em sala. Na última sessão, foi promovida uma palestra sobre microcrédito, a qual ficou a cargo de uma colaboradora da Caixa Económica de Cabo Verde.

Conteúdos Programáticos: • Apresentação do curso; Dinâmica de integração e motivação • Ser empreendedor • Ideias de negócio • Análise de mercado • Técnicas de Procura de Emprego: Curriculum Vitae e Entrevista • Marketing e gestão de produtos e clientes • Contabilidade e finanças • Comunicação e negociação • Apoios ao investimento • Palestra “microcrédito” • Encerramento com entrega de certificadoss

Page 41: Projecto Cabo Verde 2010

Formação Horário Total de horas de

formação

Curso de Português 17h – 19h 16

Conteúdos Programáticos:

Verbos regulares, pronomes pessoais, possessivos e demonstrativos, adjectivos, vocabulário técnico e profissional, expressões de cortesia, formas de apresentação. Foram realizados exercícios para desenvolvimento e avaliação da expressão escrita e da compreensão escrita e oral. Aprendizagem de músicas tradicionais portuguesas.

Formação Horário Total de horas de

formação

Curso para Educadoras de Infância 9h30 – 12h30 24

Objectivos e Conteúdos Programáticos:

As Educadoras de Infância que trabalham nos Jardins de Infância da Ilha da Boa Vista não têm qualquer formação no ensino, pelo que é necessário preencher esta lacuna e melhorar a preparação das profissionais que trabalham com crianças em idade pré-escolar. Assim, foi dado um conjunto de formações em que participaram todas as Educadoras de Infância dos vários Jardins de Infância da Ilha, tendo como principal objectivo a construção de materiais didácticos. Os principais conteúdos programáticos abordados foram:

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1ª sessão: Dia das formas das letras • Apresentação

- Jogo: cartão com nome e símbolo personalizado criado pelo aluno; identificação e apresentação individual à turma. - Passagem de bola com areia: neste exercício os alunos dizem em voz alta o seu nome e o do colega e só depois atiram a bola para o colega mencionado. Desta forma, há uma memorização fácil dos nomes dos alunos.

• Expressão Dramática

- Aquecimento corporal no sentido da cabeça para os pés. - Jogos exploratórios: som a, e, i, o, u, com diferentes intensidades e expressões. - Expressão corporal para demonstração de vogais. - Mímica: demonstração de sentimentos e imitação de animais (cada aluno representa para que a turma adivinhe qual o animal ou sentimento expressado). - Entrega de cadernos para registo dos planos diários e outras informações adquiridas no decorrer do curso.

• Reflexão sobre «O que é ser Educador?» - Leitura de poema sobre Ser Educador. - Mandamentos da criança. - Identificação de elementos importantes para utilização nos questionários de identificação das crianças.

• Registo de objectos/recursos naturais que existem na Ilha para estimular novas experiências de expressão plástica e conhecimento de diferentes propriedades dos materiais com as crianças. Reconhecimento da existência de actividades criativas e pouco dispendiosas.

• Jogo da Memória.

2ª sessão: Dia dos sabonetes • Regras de Trabalho na sala de aula: construção de cartaz colectivo com assinaturas do

compromisso da turma. Exposição do cartaz realizado. • Apresentação individual do trabalho sobre Regras básicas de higiene num Jardim de Infância e

problemas de higiene em Cabo Verde. • Leitura das 8 regras básicas de higiene, reflexão sobre Regras de higiene e esclarecimento sobre o

Dengue. • Leitura de uma história sobre Higiene Oral. • Visualização de imagens e registo de legendas nas mesmas para despoletar diálogo acerca da

Higiene na boca. • Brainstorming a propósito de um cartaz sobre os micróbios nas mãos. • Jogo do Camaleão asseado. • Discussão sobre os Mitos do Sol. • Consequências da insolação vs. benefícios do sol. • Canção sobre a Higiene:

«Lavar as mãos sempre antes de comer, cheirinho a sabonete só pode dar prazer… Tratemos da saúde com todos os cuidados, tratemos de ser limpos, Meninos asseados! Toda a água p´ra beber muito pura deve ser Pois se tirada do poço há-de ferver!!»

• Actividade prática com a utilização de sabonetes. • Oferta de Sabonetes.

3ª sessão: Era uma vez… • Rimas para trabalhar formas geométricas, desenhando-as no ar. • História: «A árvore tinha vergonha das suas raízes». • Estratégias de leituras e aplicação das mesmas à história lida. • Construção de fantocheiro e reconto da história em grupo à turma.

Page 43: Projecto Cabo Verde 2010

4ª sessão: Ritmo em acção • Fábulas e a sua moralidade. • Histórias tradicionais de Cabo Verde (partilha). • «O cuco que não comia couves» com cartões desenhados e coloridos pelos alunos. • Actividades rítmicas para trabalhar canções infantis. • Criação de Origamis para decorar a sala de aula e realização de um pequeno Jardim da Celeste no

mural. • Sombras chinesas com objectos da sala de aula e aplicação das mesmas à canção «O cuco na

floresta». • Cantar, ouvir e representar.

5ª sessão: Façam barulho • Criação de instrumentos musicais partindo de materiais de desperdício. • Importância da reciclagem. • Criação de um puzzle sobre a importância da água. • Desenho de frases dos alunos sobre a água em papel de cenário. • Utilização dos instrumentos musicais numa pequena festa improvisada. • Despedida com almoço cabo-verdiano preparado pelas alunas.

A presença das Educadoras foi constante ao longo do curso e a participação foi activa e muito interessada. Todos os materiais elaborados nas aulas ficaram à disposição das Educadoras, assim como bibliografia de consulta para poderem dar continuidade ao que foi feito no curso.

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Actividades Realizadas Formação de Jovens

Problemas a resolver e recursos a valorizar O crescimento demográfico significativo que se vem observando desde há alguns anos na Boa Vista, contribuiu para o aumento da população em idade escolar. De igual forma, também na população mais jovem se verifica a necessidade de responder às lacunas a nível de formação pessoal, cultural e profissional.

A Formação de Jovens dada no âmbito do PCV, visa atenuar as lacunas verificadas e aumentar a possibilidade destas jovens virem a ter um papel activo qualificado na sociedade, contribuindo também para a sua futura integração no mercado de trabalho. Para além disso, a formação de jovens do sexo feminino tem também como objectivo reforçar do papel da mulher na comunidade local, procurando dar-lhe as

ferramentas necessárias num período prévio ao da idade adulta propriamente dita. Deste modo, o programa da formação procurou abranger áreas relacionadas como a Antropologia e Ética.

Recursos afectados 12 voluntárias, distribuídas pelas diferentes actividades.

Número de pessoas abrangidas Beneficiaram desta actividade cerca de 15 jovens estudantes entre os 14 e os 18 anos de idade.

Calendário de execução Diariamente, no período entre as 17h e as 19h, foram organizadas diversas acções de formação de jovens, as quais estão sumariadas no quadro seguinte:

Dia 02-Ago 03-Ago 04-Ago 05-Ago 06-Ago

17h - 18h15 Dança Artes Dança Dança Bijuteria

18h15 - 19h Música Educação da Afectividade Clube de Leitura Música Educação da

Afectividade

Dia 09-Ago 10-Ago 11-Ago 12-Ago 13-Ago

17h - 18h15 Saber estar Dança Artes Bijuteria FESTA

18h15 - 19h Maquilhagem Jogos / Tertúlia Saúde Clube de Leitura

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Actividades Realizadas

Ocupação de Tempos Livres de Crianças

Problemas a resolver e recursos a valorizar A ocupação de tempos livres das crianças teve como objectivo sensibilizar para a importância e necessidade de preencher, de modo útil, o tempo de férias, através de actividades que fomentem a criatividade, o espírito de grupo, hábitos de trabalho em equipa e de aproveitamento do tempo.

Recursos afectados Ocuparam-se diariamente das actividades com as crianças entre 35 e 40 voluntárias.

Número de pessoas abrangidas Participaram nas actividades cerca de 80 crianças, com idades compreendidas entre os 5 e os 14 anos, divididos em 3 grupos etários: A dos 5 aos 8 anos; B dos 9 aos 11 anos; C dos 12 aos 14 anos.

Calendário de execução Diariamente, entre as 10h e as 12h30, foram organizadas diversas actividades, cujos objectivos se encontram sumariados abaixo.

Hora Grupo 2 Ago 3 Ago 4 Ago 5 Ago 6 Ago

10h00-10h45

A Teatro: canções e mímica Artes Teatro: canções

e jogos Artes Canções / Teatro

B Artes Teatro: Jogos Português Artes Jogos

Empreendedorismo Artes

C Teatro: Jogos, mímica Volta ao mundo Canções Volta ao mundo Teatro

10h45h-11h30 A Artes Teatro: Jogos, mímica Volta ao mundo Jogos Empreendedorismo

Volta ao mundo

B Teatro: Jogos, mímica Volta ao mundo Teatro: canções Volta ao mundo Teatro

C Artes Teatro: Jogos Português Artes Jogos

Empreendedorismo Artes

11h30-12h00 A B C

Hora do Conto

12h00-12h30 A B C

Jogos

Dança (raparigas)

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Hora Grupo 7 Ago 9 Ago 10 Ago 11 Ago 12 Ago

10h00-10h45 A Artes Teatro Artes Teatro / Festa Artes B Teatro Artes Teatro / Festa Artes Teatro / Festa C Volta ao mundo Jogos Português Volta ao mundo Teatro / Festa Artes / Festa

10h45h-11h30 A Canções / Teatro Volta ao mundo Teatro Volta ao mundo Teatro / Festa B Volta ao mundo Teatro Volta ao mundo Teatro / Festa Artes / Festa C Teatro Artes Teatro / Festa Artes Teatro / Festa

11h30-12h00 A B C

Hora do Conto

12h00-12h30 A B C

Jogos

Dança (raparigas)

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Empreendedorismo

Esta actividade teve como objectivos o desenvolvimento do sentido de comunidade na faixa etária mais jovem, a percepção da circulação do dinheiro e do papel que o Estado tem (através da utilização dos impostos para o fornecimento dos serviços públicos), a distinção entre bens essenciais e supérfluos e a aquisição da noção dos custos que uma empresa tem (capital social, custos fixos e variáveis).

Para atingir estes objectivos foram realizados exercícios com duração total de 3 horas, 1h para cada grupo etário. Cada grupo foi subdividido em subgrupos por sector de actividade: as mais novas desenvolveram diferentes actividades - padaria, mercearia, loja de roupa e café - existindo ainda um ladrão, a polícia e o Estado que recebia impostos. As crianças mais velhas criaram o seu próprio negócio e elaboraram um orçamento. Uma farmácia, um hipermercado, um ginásio para crianças, um parque de diversões e uma ONG para ajudar os mais pobres, foram algumas das empresas que surgiram. Depois de criarem a própria empresa, elaboraram um orçamento baseando-se num budget igual para todos os grupos. Assim, aperceberam-se da diferença entre bens essenciais e supérfluos e tomaram consciência dos custos de uma empresa.

Volta o Mundo

Actividade multidisciplinar que teve como objectivo o desenvolvimento de conhecimentos de geografia e cultura mundiais, concretamente dando a conhecer, de uma maneira genérica, os cinco continentes e, de uma maneira particular, um pequeno número de países.

As aulas foram organizadas da seguinte forma:

As crianças foram divididas por quatro grupos com nomes de meios de transportes (grupo dos aviões, grupo dos comboios, grupo dos carros, grupo dos barcos).

Os temas tratados foram: animais, geografia, vestuário, desportos, gastronomia, monumentos, invenções. Em cada aula foram abordados dois temas diferentes. Para isso, arranjámos imagens alusivas ao tema, que eram mostradas a um

grupo de cada vez. O grupo tinha de identificar a imagem e associá-la a um continente. Seguidamente era pedido a um dos membros do grupo para localizar o continente no planisfério.

Para consolidar o conteúdo da aula, cada criança realizou um trabalho prático: construção de um telefone com copos; construção de uma fita de índio, entre outros.

De acordo com as respostas certas dadas por cada equipa eram atribuídos pontos, que se convertiam em quilómetros, ganhando a equipa que tivesse percorrido maior distância.

Teatro

Nesta actividade procurou-se explorar e desenvolver de forma divertida diversas potencialidades das crianças, tais como a criatividade, a memória e o domínio da língua portuguesa, mediante mímicas e curtas improvisações, a aprendizagem de músicas, lengalengas, trava-línguas e jogos de perguntas e respostas. Deu-se particular atenção à escuta e ao respeito pelos outros. Diversificaram-se bastante as actividades, pela dificuldade em manter as crianças concentradas.

Parte das aulas foi dedicada à encenação de uma peça de teatro musical para apresentar na festa final. Mais uma vez, o tema ecológico esteve presente. A história, escrita pelas voluntárias, e as várias músicas que se encadeavam na peça, versavam sobre a biodiversidade marinha e a protecção dos mares contra a poluição.

Page 50: Projecto Cabo Verde 2010

Artes Manuais A actividade de Artes teve como objectivos desenvolver a criatividade, a habilidade manual e a capacidade de concentração de cada criança. As aulas foram programadas tendo em conta a faixa etária a que se dirigiam e o material utilizado, de modo a que as crianças pudessem repetir as actividades de forma autónoma. Assim, apostou-se em trabalhos de material e execução simples, que pudessem ser acabados na própria aula.

Secção A: puzzles, dominós de imagens, pintura em balões, pintura com os dedos e com palhinhas. Secções B e C: pintura a pastel e tinta-da-china.

Este ano foi também explorada a inter-disciplinaridade com as actividades de ambiente, teatro e dança. Foram realizados aquários representativos da biodiversidade local e cada criança pintou uma t-shirt alusiva a uma das personagens que iriam integrar o espectáculo final.

Hora do conto

A actividade diária Hora do Conto pretendeu que as crianças reflectissem sobre o relacionamento inter-pessoal e sobre aspectos relacionados com o trabalho e o aproveitamento do tempo. Através de contos simples e de um período de diálogo com as crianças, puseram-se em evidência virtudes humanas – sob a forma de lema – importantes para o crescimento individual enquanto pessoa, completando a formação cultural e criativa recebida nas outras actividades.

A actividade durava cerca de 20 minutos por dia durante os quais cada monitora lia um conto a um grupo de aproximadamente dez crianças, promovendo em seguida um momento de diálogo que pretendia ajudar as crianças a descobrir os valores nela subjacentes. Os contos foram previamente seleccionados e os tópicos analisados de forma a facilitar a concretização e a eficácia da actividade.

CONTO VALORES A camisa do homem feliz Felicidade O rapaz, o velho e o burro A consciência e as opiniões As 3 tartarugas Trabalho em equipa, persistência Pedro e o lobo Sinceridade A Borboleta Perseverança 365 dias Amizade A pomba e a formiga Ajuda mútua As duas cabras Humildade A cabana Valor do trabalho

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Jogos

Os diversos jogos organizados diariamente tinham como principais objectivos fomentar e desenvolver a disciplina e o espírito de equipa, proporcionar momentos de aprendizagem e diversão, estimular a criatividade e criar laços de amizade entre todos.

Dança

Para desenvolver a coordenação, postura, musicalidade e trabalho em equipa, programou-se para as raparigas da secção C a actividade de

dança, área que lhes é familiar e desperta grande interesse. Durante as aulas foi ensaiada uma coreografia com a música do Mundial de futebol 2010. Foi interessante observar a motivação e evolução diária das raparigas que se reflectiu no sucesso da apresentação na festa final.

Voleibol

O grupo dos rapazes mais velhos teve aulas de voleibol, com o objectivo de promover o espírito de equipa, companheirismo, a cordialidade em competição e o valor do esforço para alcançar um determinado fim.

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Actividades Realizadas

Operacionalização da Biblioteca Municipal de Sal Rei

Este ano, e na continuação do trabalho realizado no ano anterior, o objectivo foi tornar possível o empréstimo domiciliário de livros, através da instalação de uma base de dados de livros e leitores no computador da Biblioteca. Diariamente foi destacada uma equipa de voluntárias para inserir os livros já catalogados na base de dados.

Os objectivos foram:

• Instalar a base de dados. • Inserir os livros na base de dados. • Possibilitar o empréstimo domiciliário. • Tornar operacional a utilização de 3

computadores que estavam desactivados. • Possibilitar o acesso à internet em dois

dos computadores.

Cada livro inserido na base de dados ficou com a seguinte informação: título, subtítulo, autor, editora, edição, língua, ano, ISBN, categoria, localização, cota, número de páginas.

Foi possível iniciar o empréstimo domiciliário registando na base de dados alguns leitores que quisessem requisitar livros. A ficha de cada leitor consistia na introdução do nome, telefone e morada. Este trabalho foi iniciado em conjunto com o bibliotecário, que o prosseguirá ao longo do ano. Destaca-se ainda a colaboração na reactivação, instalação e configuração da internet.  

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Indicadores e fontes de verificação

O PCV beneficia da forte e consolidada experiência das Entidades Promotoras. Desde 2004 que as Entidades Promotoras deste projecto promovem de forma continuada acções de Voluntariado para a Cooperação no estrangeiro. Antes desse período, houve uma experiência em Cabo Verde em 1993. Várias dessas Entidades promovem também outras iniciativas de voluntariado, regularmente ao longo do ano e durante os períodos não lectivos.

Ao longo deste relatório foram apresentados, para cada grupo de trabalho, os problemas a resolver e os recursos a valorizar, os recursos afectados, a calendarização e o número de pessoas abrangidas durante a intervenção no terreno que se efectivou no período entre 29 de Julho e 14 de Agosto de 2010.

Foram também apresentados os contributos do projecto, designadamente em matéria de educação e formação – entre outros, através de cursos que garantam uma maior preparação dos recursos humanos, da sensibilização para a importância e necessidade de ocupar, de modo útil, o tempo livre da população jovem em idade escolar – em matéria de sustentabilidade ambiental e em matéria de saúde – através da prestação de serviços complementares de

atendimento médico e de enfermagem. Os dados recolhidos permitem concluir que a ajuda dada pelo projecto vai muito além de uma ajuda anual desligada.

Além disso, registaram-se progressos claros na participação e capacitação locais: a cooperação com as Instituições e a Comunidade Local foi reforçada; as actividades destinadas à população activa foram ajustadas à realidade económico-financeira actual – sobretudo ao aumento do desemprego; as actividades destinadas a crianças mantiveram os níveis de participação; foram criadas novas sinergias com vista à sustentabilidade ambiental.

A avaliação realizada permite vislumbrar o impacto positivo do projecto no terreno, tanto como instrumento de curto prazo, quanto como instrumento de acção duradoura.

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EXECUÇÃO FINANCEIRA

Contas Receitas Saldo do projecto anterior 12.266,31 € Voluntárias 28. 750,00 € Apoios obtidos 31.634,95 € Juros de depósitos à ordem 40,83 € Total 72.692,09 €

Donativos em espécie obtidos

59.702,87 €

Despesas Viagens 42.485,68 € Alimentação e alojamento 7.868,81 € Secretariado 4.768,07 € Material de actividades 3.167,31 € Total 58.289,87 € A transferir para um projecto 2012

14.402,22 €

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APOIOS • Adido de Defesa em Praia • Agência Portuguesa do Ambiente • Águas de Gaia, EEM • Albino Moutinho, Lda • Alesgroupe • Alves & Alexandre, Representações • e Consultoria, Lda. • Ana Cunha & Cª Lda • Ana Resende & Arminda Resende, Lda. • Arroz Saludães • Rodrigues & A. Sousa, Lda • Associação Bandeira Azul da Europa • Biju – Marlene F. Fernandes, Lda. • Bi-silque Produtos de Comunicação Visual,

S.A. • Calado e Duarte, Lda. • Câmara Municipal da Boavista • Carlos Fontes e Filhos, Lda. • Caves da Murganheira – Sociedade Agrícola e

Comercial do Varosa, S.A. • Celinia Ribas & Ribas, Lda. • Centro Comercial Boas Compras – Boavista • Clube Ambiental da Boavista • Cordeiro Galerias, S.A. • Costa Duarte – Corretor de Seguros, S.A. • Cruz Vermelha Portuguesa • Dagoberto • Damco • Dan Cake Portugal, S.A. • Embaixada de Portugal em Cabo Verde • Famo • F. J. Campos – Comércio de Produtos • Dietéticos, Lda. • Farmácia Central da Torre & Filha, Lda. • Farmácia Cortes Pinto • Farmácia DʼÁrvore • Farmácia das Antas, Lda. • Farmácia de Celas, Lda. • Farmácia Flama • Farmácia Moderna de Vila Nova de Foz Côa • Farmácia Ramos • Farmácia Saúde

• Freguesia de Cumeeira • Fundação Maria Antónia Barreiro • Gertal, SA • Golfe da Quinta do Fojo • Grupo RR – Rádio Renascença • Hotel Luca Kalema – Sal Rei • H.R. Produtos Químicos, Lda. • HUF Portuguesa • Júlia Ribas, Lda. • Junta de freguesia de Boticas • Lusitânia – Companhia de Seguros, S.A. • M.A. Santos Silva, Lda • Maersk • Marinha Portuguesa / Fragata Corte Real • Mixturinha Criativa – Artigos de Artesanato,

Acessórios e Bijuteria • Organização de Mulheres de Cabo Verde • Orlanda Martins e Ferreira, Lda. • Papelaria Livraria Lumafil Unipessoal, Lda. • Papelaria Marciano, Lda. • Parfois – Barata & Ramilo, S.A. • Primor – Joaquim Moreira Pinto & Filhos, Lda. • Prof. Jorge Tavares, Lda. • Renova – Fábrica de Papel do Almonda, S.A. • Rita Santos • Rocha's Ourivesaria • Rota Ouro do Douro • Sagilab – Laboratório Análises Técnicas, S.A. • Sogenave – Sociedade Geral de

Abastecimentos à Navegação e Ind. Hot., S.A. • Somoda • Sportbox, Lda. • Teixeira Trigo- Estudos e Projectos de

Engenharia e Arquitectura, Lda. • Trukes & Rebukes, Lda. • Turtle Foundation • UNICER • VCV – Viagens de Cabo Verde, Lda. • Vitalis

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CTpsc

Cooperativa de Telheiras para a Promoção da Solidariedade

e da Cultura, CRL Av. Sidónio Pais, 24 - c/v Esq.

1050-215 Lisboa Telf. 21 842 99 10 Fax: 21 842 99 15