projeto de teatros e auditÓrios
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Conforto Lumínico e Acústico na Arquitetura e Urbanismo
Prof. Fernanda Marques Vieira
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O partido do projeto deve ser consequênciade uma análise do contexto, do lugar e do programa.
Para um projeto de auditório de uso múltiplo, a flexibilidade do espaço é um grande definidor do projeto inicial.
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Em seguida é necessária uma análise dos dados fornecidos pelo cliente: o terreno, a liberdade plástica, a função (uso), sua relação com o entorno, as características técnicas, etc.
Cabe ao projetista, também, conhecer a real necessidade do cliente e o orçamento disponível, para desenvolver estudos de viabilidade técnica e econômica.
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Sabe-se que, se não forem adequadamente fundamentadas, as decisões tomadas no processo projetual comprometem de maneira irrecuperável a funcionalidade dos mesmos.
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O projeto deve ser conceituado previamente, ou seja, devem-se definir os objetivos antes de se começar a concepção formal.
No caso de uma instituição de ensino, normalmente o auditório é utilizado para a palavra falada. Assim, os dimensionamentos acústicos, cênicos e luminotécnicos devem priorizá-la.
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É praticamente impossível propor um espaço que atenda a todos os usos (palestras, teatro, música, etc.) com excelente qualidade acústica e é muito difícil projetar um ambiente perfeito para usos distintos, uma vez que se exige do espaço características e comportamentos técnicos diferentes entre si.
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capacidade de ocupação,
análise do ruído externo,
posicionamento e uso do palco e da platéia,
dimensionamento do foyer, camarins, equipamentos cênicos e audiovisuais,
rotas de fuga, circulação, acesso de portadores de deficiência de mobilidade, entre outros.
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Os arquitetos buscam consultorias especializadas como as de acústica, mecânico-cênica, sistemas estruturais e luminotécnica devido à complexidade das instalações e uso.
Também são frequentes consultorias de conforto térmico (ar condicionado), sonorização, instalação hidráulica e elétrica, elevadores e esquadrias.
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Com a diversidade de atividades, o projeto deve facilitar a manutenção e a operação do auditório, sendo essenciais o detalhamento de galerias, passarelas, túneis e salas técnicas. Devem ser priorizadas no projeto, a manutenção, flexibilidade de uso e principalmente a segurança.
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Para o conforto acústico as medições técnicas são de extrema importância. Níveis de ruído externo e acompanhamento em obra fazem parte desse contexto, assim como o controle entre projeto acústico e eletroacústico.
Como o ruído externo deve ser reduzido em espaços de auditórios, a ventilação natural torna-se inviável, optando-se pelo uso do ar condicionado para o conforto térmico.
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Ao arquiteto projetista cabe, inicialmente, definir com o cliente as características do espaço de auditório proposto.
Nesta etapa o arquiteto deve analisar obras de repertório com semelhanças ao projeto proposto.
Deve também privilegiar as informações técnicas e os resultados de avaliações pós-ocupação de auditórios, especialmente das construções recentes nacionais e locais.
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Os primeiros contatos com o cliente são para a definição do uso e da tipologia a ser utilizada no projeto de auditório e para a definição do orçamento e prazos.
A partir deste momento pode-se planejar a contratação de consultores, serviços terceirizados e estruturar um programa de necessidades e planejar o processo de projeto.
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Uso e ocupação do solo;
Código de obras;
Zoneamento Urbano;
Corpo de bombeiros;
Código Sanitário;
Normas técnicas ligadas à:1. Acessibilidade (NBR 9050)
2. Conforto ambiental (principalmente a NBR 10150)
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O programa mínimo deve incluir:
atividades;
lotação;
equipamento e móveis;
layout e áreas funcionais;
desempenho técnico e arquitetônico;
relacionamento entre atividades;
fluxograma.
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Orientação da edificação Controle dos ruídos externos; Barreiras acústicas com o próprio volume do
edifício; Fluxograma; Lotação e número de pessoas; Relação entre a caixa cênica e os espaços
adjacentes; Acessos principais, secundários e de serviço; Largura das vias internas para acesso de
carros, caminhões, ambulância e bombeiros.
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ÁREA POR ASSENTO0,55-0,7 m²
VOLUME POR ASSENTO2,0-5,0 m³
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Arena;
Elizabetano;
Italiano;
Teatro múltiplo.
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A concepção do projeto arquitetônico de auditórios inicia-se com o estudo da volumetria e da geometria. O formato do auditório é considerado um dos itens mais importantes do projeto e está relacionado à qualidade acústica da sala e à visibilidade do palco.
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O volume do auditório deve ser decidido em proporção à intensidade sonora que será gerada no ambiente. Para concertos recomenda-se um volume grande, pois assim haverá espaço suficiente para a dispersão sonora.
Para a palavra falada, caracterizada por sons fracos, deve ser usado um espaço menor ou um sistema moderno de amplificadores, assim a palavra pode ser compreendida por todo o público presente.
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5.6 – Locais de Reunião de PúblicoOs locais de reunião de público devem obedecer os seguintes aspectos quanto a locação de cadeiras e poltronas fixas:
a) Entre as filas de cadeiras de uma série deverá haver um espaçamento mínimo de 0,90m de encosto a encosto.
b) Entre séries de cadeiras existirá espaçamento livre de no mínimo 1,20m de largura
c) O número máximo de assentos por fila deve ser de 16 e por coluna 20, constituindo série de 320 assentos, no máximo.
d) Não serão permitidas séries de assentos encostados na parede com mais de 08 por fila.
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Ela está mais distante do palco que 25 m (para auditórios) e 20m (para teatros)?
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Desenhar o piso da platéia com um balcão superior para diminuir a distância das últimas fileiras em relação ao palco.
Aumentar a largura das paredes laterais, mudar o formato da platéia ou aceitar alguma não conformidade para não prejudicar a distância máxima da última fileira de poltronas.
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Na existência de balcões, o forro sob eles deve ser de material absorvedor sonoro
para evitar reflexões tardias, no caso da palavra falada e, para a música, revestido
com materiais refletores ou difusores. O guarda-corpo dos balcões deve
contribuir para difusão sonora em salas que apresentem ópera, música de câmara,
teatro e concertos (Figura 5.11). Já para salas que apresentem espetáculos de
música popular e rock, pode ser necessário revestir esses guarda-corpos com
material fonoabsorvente (PASSERI JR., 2008). No projeto da Sala São Paulo, os
balcões foram elementos chave para o condicionamento acústico. Todo o guarda-
corpo de alvenaria foi revestido com placas de madeira de diferentes tamanhos, a
fim de proporcionar maior difusão sonora.
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O escalonamento do piso é importante para a visibilidade, e também é desejável acusticamente, para garantir a recepção sonora do som direto pela audiência e evitar o paralelismo entre o teto e o piso.
Uma audiência sem inclinação e com a fonte no mesmo plano da platéia recebe muito pouco som direto, já um piso escalonado, melhora a visibilidade e faz com que o raio sonoro seja ampliado, aumentando a quantidade de energia sonora recebida pela platéia.
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Se o piso for escalonado e o palco elevado, a energia do raio sonoro direto para a audiência será maximizada.
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O projeto de disposição das poltronas está diretamente relacionado à diferença de níveis da sala, quantidade de cadeiras por filas e seu posicionamento.
Dimensões de corredores e alinhamento dos mesmos favorecem a organização e definem a capacidade do auditório.
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Além disso, o posicionamento das poltronas define também as linhas de visibilidade e o desenho do palco.
Se o palco tem a frente reta, as poltronas em linha se adaptam melhor, e analogicamente, se sua frente for curva, a disposição das linhas de poltronas pode acompanhar o desenho arredondado.
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É importante nesta etapa definir a poltrona que vai ser usada antes de criar o layout definitivo para propor um projeto seguro e de dimensões corretas.
Como questão de conforto, é desejável que as fileiras sejam largas, mas isso pode diminuir a capacidade da sala ou distanciar muito as últimas fileiras do palco.
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Um espaço generoso entre as fileiras pode dispersar as pessoas e quebrar a atmosfera de concentração que intensifica a relação entre a platéia e o orador ou ator (HAM, 1988).
Como medida de conforto e segurança, sugere-se considerar um espaçamento médio entre 0.90 (mínimo) e 1.00 (confortável) por fileira (figura 3.4).
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O palco deve se situar entre 70 e 90 cm em relação ao piso, uma vez que o espectador da primeira fileira tem sua visão a 1,10 m, em média.
Um palco muito baixo cria dificuldades por exigir uma grande inclinação da platéia, mas a altura excessiva também é obstáculo aos bons preceitos de ergonomia.
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A visão normal, em descanso, tem um ângulo de caimento em relação à linha horizontal de 15 graus. Quando o posicionamento do palco ou da tela de projeção é definido em ângulos acima dessa linha, o espectador é obrigado a forçar a musculatura do olho ou do pescoço, o que é desconfortável e cansativo (MELENDEZ, 1996).
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Estabelecer as áreas da platéia que devem receber acréscimo de som refletido para melhor inteligibilidade da palavra;
As superfícies que ficam próximas da fonte e todas as superfícies próximas do palco devem ser reflexivas, para que o som possa chegar às últimas fileiras. Os materiais absorvedores de som, se necessário, devem ficar ao fundo da sala.
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Estabelecer a necessidade de absorção da sala – começando pela parede de fundo; depois o fundo das paredes laterais; parte de trás do teto e partes do teto perto das paredes laterais.
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Verificar se a relação entre o volume e o número de pessoas da sala está dentro dos valores recomendados.
Se for necessário, redesenhe as placas refletoras do teto caso o volume não esteja dentro do recomendado e aceite alguma não conformidade.
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Verificar o comprimento do trajeto dos raios sonoros diretos e refletidos – se a diferença entre eles exceder 20m, devemos substituir os materiais refletores por absorventes nas placas cujos raios sonoros tiverem seus comprimentos excedentes.
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Utilize o texto “ROTEIRO PARA O CÁLCULO DO TEMPO DE REVERBERAÇÃO – TEATRO” DA APOSTILA DA DISCIPLINA.