projeto político pedagógico da emeb graciliano ramos 2012
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Versão para internet do Projeto Político Pedagógico da EMEB Graciliano Ramos para o ano letivo de 2012.TRANSCRIPT
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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012
EMEB GRACILIANO RAMOS
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE AÇÕES EDUCACIONAIS
SEÇÃO DE EDUCAÇÃO INFANTIL
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012
EMEB “GRACILIANO RAMOS”
“A construção de uma pedagogia especialmente voltada para a primeira
etapa da educação básica, aponta para alguns momentos nos quais
muitas lacunas são percebidas entre o velho e o novo, o que sempre
fizemos e o que estamos aprendendo ou temos que aprender a fazer para
produzir diferente.”
(Maria Aparecida Gobbi)
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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012
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SUMÁRIO
I. IDENTIFICAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR .......................................... 5
1. QUADRO DE IDENTIFICAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS ............................ 6
2. QUADRO DE ORGANIZAÇÃO DE MODALIDADES ............................... 8
II. CARACTERIZAÇÃO E PLANO DE AÇÃO PARA OS SEGMENTOS DE
ATUAÇÃO DA ESCOLA .......................................................................... 9
1. CONCEPÇÃO PEDAGÓGICA ............................................................... 9
1.1. ESCOLA – TERRITÓRIO DA INFÂNCIA .................................... 12
1.2. ALUNO – CRIANÇA/INFÂNCIA ............................................... 13
1.3. COMUNIDADE – COMO ENTENDEMOS O TRABALHO COM AS
FAMÍLIAS .......................................................................................... 16
1.4. PROFESSORES – EDUCADORES E SEUS PAPÉIS
DIFERENCIADOS ................................................................................ 18
1.5. EQUIPE GESTORA – A GESTÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL ....... 20
1.6. O CURRÍCULO NA EDUCAÇÃO INFANTIL ................................ 22
1.7. PERÍODO INTEGRAL – POSSIBILIDADES E DESAFIOS ........... 26
1.7.1. INFANTIL II – CRIANÇAS ENTRE 2 E 3 ANOS................... 26
1.8. SEMI – MANHÃ E TARDE ........................................................ 30
1.8.1. A CRIANÇA ENTRE 3 E 6 ANOS ......................................... 30
2. INTRODUÇÃO AOS PRINCÍPIOS EDUCATIVOS ............................... 33
2.1. PRINCÍPIO – DIVERSIDADE E SINGULARIDADE .................... 35
2.2. PRINCÍPIO – SUSTENTABILIDADE, DEMOCRACIA E
PARTICIPAÇÃO .................................................................................. 37
2.3. INDISSOCIABILIDADE ENTRE EDUCAR E CUIDAR .................. 39
2.4. PRINCÍPIO – LUDICIDADE E BRINCADEIRA .......................... 40
2.5. PRINCÍPIO – ESTÉTICO COMO EXPERIÊNCIA INDIVIDUAL
E COLETIVA ....................................................................................... 43
3. CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE ............................................. 46
3.1. RECURSOS DA COMUNIDADE ................................................. 48
4. COMUNIDADE ESCOLAR ................................................................. 50
4.1. CARACTERIZAÇÃO ................................................................. 50
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5. CONSELHO DE ESCOLA ................................................................... 53
5.1. CARACTERIZAÇÃO ................................................................. 53
5.2. OBJETIVOS E ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO DE ESCOLA ......... 54
5.3. QUADRO DO CONSELHO DE ESCOLA ...................................... 55
6. ASSOCIAÇÃO DE PAIS E MESTRES ................................................. 55
6.1. CARACTERIZAÇÃO DA APM .................................................... 55
6.2. OBJETIVOS GERAIS DA APM .................................................. 56
6.3. COMPOSIÇÃO DO QUADRO DA APM ....................................... 57
6.4. AVALIAÇÃO ............................................................................ 57
7. PLANO DE AÇÃO COM AS FAMÍLIAS ............................................... 58
7.1. ORGANIZAÇÃO DOS EVENTOS COM A COMUNIDADE .............. 61
8. EQUIPE ESCOLAR ........................................................................... 64
8.1. PROFESSORES ....................................................................... 64
8.1.1. CARACTERIZAÇÃO ........................................................... 64
8.2. FUNCIONÁRIOS ..................................................................... 65
8.2.1. CARACTERIZAÇÃO ........................................................... 65
9. PLANO DE FORMAÇÃO DOS EDUCADORES, QUALIDADE NA
EDUCAÇÃO INFANTIL ........................................................................ 67
10. PLANO DE FORMAÇÃO DOS EDUCADORES .................................... 74
10.1. PROJETO “APRENDIZES DA NOSSA BRASILIDADE” ............. 74
11. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO ............................... 81
12. LEVANTAMENTO DOS OBJETIVOS E CONTEÚDOS POR ÁREA DE
CONHECIMENTO ................................................................................ 84
12.1. ÁREA: LINGUA PORTUGUESA ............................................... 84
12.1.1. CONTEÚDO: ESCRITA ..................................................... 84
12.1.2. CONTEÚDO: ORALIDADE ................................................ 87
12.2. ÁREA: MATEMÁTICA ............................................................. 90
12.3. ÁREA: CORPO E MOVIMENTO ............................................... 95
12.3. ÁREA: CORPO E MOVIMENTO ............................................... 95
12.3.1. O BRINCAR .................................................................... 99
12.4. ÁREA: CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO AMBIENTAL ........................ 104
12.5. ÁREA: ARTES ..................................................................... 109
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12.5.1. CONTEÚDO: ARTES VISUAIS ........................................ 109
12.5.2. ÁREA: MÚSICA ............................................................. 112
13. ROTINA ..................................................................................... 114
13.1. PERÍODO DE ADAPTAÇÃO .................................................. 114
13.2. ENTRADA E SAÍDA DOS ALUNOS ........................................ 116
13.3. ROTINA DA EQUIPE GESTORA ............................................ 117
13.3.1. DIRETORA ................................................................... 117
13.3.2. PROFESSORA DE APOIO À DIREÇÃO ............................ 118
13.3.2. COORDENADOR PEDAGÓGICO ..................................... 119
13.4. ROTINA DOS PROFESSORES .............................................. 121
13.4.1. ORGANIZAÇÃO DOS MOMENTOS DE HTPC ................... 121
13.4.2. TEMPOS E ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM ..................... 123
13.4.2.1. BIBLIOTECA .......................................................... 123
13.4.1.2. PARQUE E PRAÇA .................................................. 125
13.4.1.3. ATELIÊ .................................................................. 127
13.4.1.4. QUADRA ................................................................ 129
13.4.1.5. REFEITÓRIO – SELF-SERVICE ................................ 131
13.4.1.6. ATIVIDADE DIVERSIFICADA ................................. 134
13.4.1.7. RODA DE CONVERSA ............................................. 137
13.4.1.8. HORA DA HISTÓRIA .............................................. 139
14. ATIVIDADE EXTRACLASSE E ESTUDO DO MEIO .......................... 141
15. AVALIAÇÃO DAS APRENDIZAGENS DOS ALUNOS ....................... 142
15.1. AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL ................................ 144
16. ACOMPANHAMENTO DOS INSTRUMENTOS METODOLÓGICOS .... 145
V. ANEXOS ....................................................................................... 147
1. HISTÓRICO DA ESCOLA ............................................................... 147
1.1. NOSSO PATRONO ................................................................. 148
1.2. DESCRIÇÃO DA ESTRUTURA FÍSICA DA ESCOLA .................. 150
1.3. MATERIAIS PEDAGÓGICOS E EQUIPAMENTOS ..................... 151
IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................ 152
CALENDÁRIO ESCOLAR – EDUCAÇÃO BÁSICA - 2012 ....................... 154
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I. IDENTIFICAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR
EMEB Graciliano Ramos
Rua João D’Ângelo, 71 – Riacho Grande
São Bernardo do Campo – SP – CEP 09830-350
Telefones: 4354-9917/ 4101-6090/ 4354-0804
Email: [email protected]
Blog: blogdogracilianoramos.blogspot.com
Código CIE: 050805
Equipe Gestora
Diretora: Elenir Fagundes Santos Freitas
PRD: Filomena Cabral Pais Jasiulonis
PAD: Tatiana Moreira Barbosa
Coordenador Pedagógico: Francisco de Assis Fagundes de Oliveira
Orientadora Pedagógica: Sandra Regina Brito de Macedo
Modalidades de ensino
Infantil II – 01 Turma
Infantil III – 03 Turmas
Infantil IV – 04 Turmas
Infantil V – 05 Turmas
SEMI – 02 Turmas
Horário de funcionamento da escola
Manhã: das 07h30m às 11h30m
Tarde: das 13h00m às 17h00m
Obs.: são observados 10 minutos de tolerância para os atrasos na
entrada e na saída das crianças.
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Período Integral
Temos duas turmas de período integral divididas em dois horários.
Semi A – das 07h00m às 17h00m
Semi B – das 07h30m às 17h30m
Infantil II
Nossa turma do infantil II possui o seguinte horário:
Entrada: a partir das 07h00m até as 08h00m
Saída: a partir das 17h00m até as 18h00m
Horário de atendimento da secretaria
07h00m às 18h00m
1. QUADRO DE IDENTIFICAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS
Nome Matrícula Cargo/
Função
Horário de trabalho
Período de férias
Aldinete Nogueira Matos 19.840-4 Aux. Limpeza 08h15m – 18h00m Março
Andrea Gois Koslosky 34.850-0 Prof. Ed. Básica
Infantil 13h00m – 17h00m Janeiro
Alexandre Barasino 37.590-9 Aux. Educação 08h00m – 17h00m Janeiro
Cleide Lima Rosa 36.039-6 Prof. Ed. Básica
Infantil 07h00m – 15h00m Janeiro
Cristiane Moro 35.549-0 Prof. Ed. Básica
Infantil 13h00m – 17h00m Janeiro
Débora Renata Nunes
Lourenção 32.858-8
Prof. Ed. Básica Infantil
07h30m – 11h30m Janeiro
Dina Aparecida Pereira
Perone 60.777-8 Aux. Limpeza 09h00m – 18h00m Novembro
Ederli Soares Ferreira 35.158-5 Prof. Ed.
Básica Infantil 07h30m – 11h30m Janeiro
Elena Marson Favero 20.210-2 Prof. Ed. Básica
Infantil 07h30m – 11h30m Janeiro
Eliane Correia da Silva 37.798-5 Prof. Ed.
Básica Infantil
2ª, 4ª e 6ª
11h30m – 17h30m
3ª e 6ª
08h00m – 17h30m
Janeiro
Eliane Pereira Mendes 35.472-9 Prof. Ed. Básica
Infantil 13h00m – 17h00m Janeiro
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Fernanda Soares Gonçalves 38.196-6 Prof. Ed.
Básica infantil 10h00m – 18h00m Janeiro
Fernanda Feliciano Andrade 32.533-6 Prof. Ed. Básica
Infantil 07h30m – 11h30m Janeiro
Filomena Cabral Pais
Jasiulonis 9.499-5 PRD 07h00m – 16h30m Janeiro
Francisca Maria Oliveira Felix 33.633-5 Prof. Ed. Básica
Infantil 07h30m – 11h30m Janeiro
Francisco de Assis Fagundes 35.112-9 Coordenador pedagógico
07h00m – 17h00m Janeiro
Isabel Cristina de Souza 35.190-9 Prof. Ed. Básica
Infantil
2ª, 4ª e 6ª
07h00m – 13h00m
3ª e 5ª
07h00m – 16h30m
Janeiro
Leia Chaves Alves - Cozinheira 07h00m – 16h48m Janeiro
Ligia Melo Morita 35.568-6 Prof. Subst. Ed. Básica Infantil
13h00m – 17h00m Janeiro
Márcia Lima Santos - Aux. Cozinha 07h00m – 16h48m Janeiro
Maria Isabel de Farias Leal 27.689-8 Prof. Ed. Básica
Infantil 13h00m – 17h00m Janeiro
Maria Iraneide Silva 35.555-5 Prof. Ed.
Básica Infantil 13h00m – 17h00m Janeiro
Neli Marques da Silva 34.580-3 Aux. Educação 08h00m – 17h00m Janeiro
Patrícia Fusari Stella 61.439-1 Prof. Subst. Ed.
Básica Infantil 13h00m – 17h00m Janeiro
Paula Ishikawa 35.554-7 Prof. Ed. Básica
Infantil 13h00m – 17h00m Janeiro
Rafaella Simões Demai 38.397-6 Prof. Ed. Básica
Infantil 07h30m – 17h00m Janeiro
Rosemary Amador - Aux. Cozinha 06h30m – 15h00m Janeiro
Rosilene de Andrade - Aux. Cozinha 07h00m – 16h48m Janeiro
Sandra de Jesus Alves 60.016-6 Aux. Limpeza 08h15m – 18h00m Janeiro
Silvia Helena Morais Dias 19.661-4 Aux. Limpeza 06h30m – 16h15m Janeiro
Tatiana Moreira Barbosa 28.824-1 PAD 09h00m – 18h00m Janeiro
Terezinha de Sousa Martins 60.146-3 Aux. Limpeza 06h10m – 15h42m Janeiro
Wellington Oliveira Buosi 35.898-5 Aux. Educação 07h30m – 17h00m Janeiro
Wilton Fujinaga Takeda 32.938-0 Oficial de escola 08h30m – 17h30m A combinar
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2. QUADRO DE ORGANIZAÇÃO DE MODALIDADES
Período Agrupamento/
Ano Turma Professora(s)
Total de
alunos por
turma
Total de
alunos por
período
Integral Infantil II A Cleide/
Fernanda 19 19
Manhã
Semi A Isabel 25
146
Infantil III A Francisca 23
Infantil IV A Debora 24
Infantil IV B Ederli 24
Infantil V A Maria Isabel 17
Infantil V B Elena 17
Infantil V C Fernanda 16
Tarde
Semi B Eliane 26
185
Infantil III B Andrea 27
Infantil III C Maria Iraneide 25
Infantil IV C Paula 30
Infantil IV D Ligia 28
Infantil V D Cristiane 26
Infantil V E Eliane 23
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II. CARACTERIZAÇÃO E PLANO DE AÇÃO PARA OS
SEGMENTOS DE ATUAÇÃO DA ESCOLA
1. CONCEPÇÃO PEDAGÓGICA
Nossa concepção de Desenvolvimento e de Aprendizagem está
baseada nos teóricos que defenderam a concepção dialética, na qual o
sujeito modifica o mundo e é modificado por este. Concordamos com eles
quando afirmam:
“Conhecer um objeto é agir sobre ele e transformá-lo,
apreendendo os mecanismos dessa transformação
vinculados com as ações transformadoras. Conhecer é,
pois, assimilar o real às estruturas de transformações,
e são as estruturas elaboradas pela inteligência
enquanto prolongamento direto da ação.” (Piaget)
“Ao conseguir conhecer alguma coisa, o aprendiz
transforma o real, o mundo, e a si mesmo.” (Piaget)
“O aprendizado é o que possibilita o despertar de
processos internos de desenvolvimento que, não fosse
o contato do indivíduo com certo ambiente cultural, não
ocorreriam.” (Vygotsky)
“A estrutura fisiológica humana, aquilo que é inato, não
é suficiente para produzir o indivíduo humano, na
ausência do ambiente social. As características
individuais (modo de agir, de pensar, de sentir, valores,
conhecimentos, visão de mundo, etc.) depende da
interação do ser humano com o meio físico e social.”
(Vygotsky)
Um ponto de reflexão
“A escola dos pequeninos em de ser um ambiente livre,
onde o princípio pedagógico deve ser o respeito à
liberdade e à criatividade das crianças. Nela, os
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pequeninos devem poder se locomover, ter atividades
criativas que permitam sua auto suficiência, e a
desobediência e a agressividade não devem ser
coibidas e, sim, orientadas, por serem condições
necessárias ao sucesso das pessoas.” (Antônio Márcio
Junqueira)
Nosso objetivo é apresentar um panorama geral quanto a varias
concepções, e configurar as tendências que tem prevalecido
pedagogicamente, assim conceituaremos: escola; infância; comunidade;
professores, equipe gestora e currículo, entendendo que todas essas
concepções relacionam-se, porém trataremos dividindo por assuntos.
Entendemos que a organização do trabalho pedagógico na Educação
Infantil deve ser orientada pelo princípio básico de procurar proporcionar,
à criança, o desenvolvimento da autonomia, isto é, a capacidade de
apropriarem-se das regras construídas historicamente pela sociedade,
construir as suas próprias regras e ações, que sejam flexíveis e possam
ser negociadas com outras pessoas, sejam eles adultos ou crianças.
Obviamente, esta construção não se esgota no período do 0 aos 5 anos de
idade, devido às próprias características do desenvolvimento infantil. Mas
tal construção necessita ser iniciada na Educação Infantil.
Pensamos a educação das crianças pequenas, como um processo
relevante em uma sociedade contemporânea, pois de um lado vivemos
uma confusa identidade da escola e, de outro, uma busca pela
compreensão e pela proposição de formas, espaços e processos
educacionais que procuram uma educação sem escolarização.
Salientamos que a ênfase na Educação não deve estar colocada em
como se ensina, na transmissão de conhecimentos culturalmente
produzidos, concordamos com Freire quando disse “Desta maneira, a
educação se torna um ato de depositar, em que os educandos são os
depositários e o educador o depositante” (1987. pg. 58).
A aprendizagem e o desenvolvimento das crianças e jovens já não
se dão como outrora, o conhecimento está por toda parte, em lugares
diferentes e espaços distintos, há tempos o livro didático já não é mais o
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único recurso pedagógico de trabalho do professor. Acreditamos na
concepção de desenvolvimento interacionista, que considera os aspectos
biológicos e sociais importantes, ambos interferindo e contribuindo para o
desenvolvimento do sujeito. Nesta perspectiva, o sujeito interfere, atua,
modifica o ambiente e é por ele modificado. Esta concepção
desenvolvimentista entende a aquisição de conhecimento como uma
construção permanente, isto é, o sujeito nem nasce pronto, como
acreditava a concepção inatista, nem é passivo diante do meio, como
acreditava a concepção ambientalista.
Portanto, nossa concepção de aprendizagem é a construtivista,
definida por Solé e Coll 2003 “o construtivismo é um conjunto articulado
de princípios em que é possível diagnosticar, julgar e tomar decisões
fundamentais sobre o ensino” (2003 p.35).
Concluímos que, o conhecimento não é concebido como uma cópia
do real, incorporado diretamente pelo sujeito, não é uma impressão que o
mundo externo realiza na mente, um processo de fora para dentro. A
construção do conhecimento pressupõe uma atividade, por parte do
sujeito, que organiza e integra os novos conhecimentos aos já existentes,
sendo, portanto, o protagonista do seu próprio processo de aprendizagem,
é alguém que vai produzir a transformação que converte informação em
conhecimento próprio. Construção que se dá a partir de situações nas
quais o sujeito possa agir sobre o que é objeto de estudo, pensar sobre
ele, recebendo ajuda, sendo desafiado a refletir, interagindo com outras
pessoas.
Baseado nisso, adotamos o modelo de ensino relacionado ao
construtivismo que segundo Wilson (1992), definiu como “Planejar,
proporcionar e avaliar o currículo, ótimo para cada aluno, no contexto de
uma diversidade de indivíduos que aprendem” (2001 p. 54). Nossa
aprendizagem é estabelecida através da resolução de problemas, e
pressupõe uma intervenção pedagógica de natureza própria. Um modelo
de ensino que reconhecendo o papel da ação do aprendiz e a
especificidade da aprendizagem de cada conteúdo, propõe que a didática
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construa situações em que o aluno precise pôr em jogo o que sabe no
esforço de realizar a tarefa proposta, mobilizando conhecimentos que já
possui, usando-os para construir novos conhecimentos.
1.1. ESCOLA – TERRITÓRIO DA INFÂNCIA
Primeiramente trataremos da escola como fator essencial, como um
valioso espaço que contribui nas práticas do ensino-aprendizagem, no
desenvolvimento de valores essências para o convívio humano. Nesse
sentido, cabe a escola proporcionar oportunidades que ofereça igualdade
de condições para o acesso e permanência na escola, inspirada no
principio de liberdade de aprender, no pluralismo de ideias e de
concepções pedagógicas e nos ideais de solidariedade humana, garantindo
as crianças num processo de aprendizagens interativo, acesso a cultura,
ao conhecimento cientifico, artístico e tecnológico.
Acreditamos em uma escola constituída num ambiente aberto, de
transformações, pautada nos princípios de igualdade e liberdade para
aprender; no pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas e
permanência. Todavia, promover ideais de solidariedade humana na
escola é um dever a comunidade escolar nos dias de hoje,
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Cabe à escola, zelar pela inclusão social de nossas crianças,
mantendo-se atenta as necessidades e formas de aprendizagens que
permeiam uma educação contemporânea, com suas especificidades de
como aprende e desenvolve. Nesse sentido Carvalho explicita que:
“Essas concepções não nos autorizam a pensar numa
escola centrada em si mesma, como uma ilha e
distante dos interesses dos alunos. A escola deve ser
também, o espaço da alegria onde os alunos possam
conviver desenvolvendo sentimentos sadios em relação
ao “outro”, a si mesmos e em relação ao conhecimento.
Para tanto a pratica pedagógica deve ser inclusiva, no
sentido de envolver a todos e a cada um, graças ao
interesse a motivação para a aprendizagem.” (2010,
p.32)
Numa perspectiva dialógica salientamos que a escola se coloca como
espaço privilegiado para o domínio dos conhecimentos básicos e
avançados e, sobretudo com fins de complementaridade à educação da
família. Enfim, nossa escola tem como princípio fundamental a construção
da aprendizagem e do desenvolvimento levando em conta e valorizando
as diferenças, a singularidade, heterogeneidade e subjetividade da
criança, fator fundamental para potencializar o desenvolvimento de um
processo coletivo de aprendizagem.
1.2 ALUNO – CRIANÇA/INFÂNCIA
Num processo de construção de conceitos teóricos nos
embasaremos na concepção de criança, como protagonista no processo da
educação infantil. Orientamo-nos pelos princípios básicos do
desenvolvimento, da autonomia da interação e inclusão social, assim
objetivamos o pleno desenvolvimento integral da criança e a construção
da autonomia infantil.
Em um breve histórico, verificamos que foi no início do século XV
que surge às primeiras as primeiras preocupações com a educação das
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crianças pequenas. Nesta época, a criança era considerada um pequeno
adulto, que executava as mesmas atividades dos mais velhos. O
importante era a criança crescer rápido para entrar na vida adulta. No
século XVI e XVII os colégios existentes eram dirigidos pela igreja e
estavam reservados para um pequeno grupo de cléricos (principalmente
do sexo masculino), de todas as idades.
Enfim, a educação entra no século XVIII um pouco mais pedagógica,
porem, é nessa época que surge o castigo corporal como forma de
educação disciplinar, por considerar a criança frágil, incompleta que
precisa a prender obedecer a determinadas regras impostas pela
sociedade da época. Também surgem nos países mais desenvolvidos, ou
seja, no velho continente, as primeiras creches para abrigar filhos de
mães trabalhadoras da indústria.
No Brasil, a educação infantil é muito nova, sendo aplicada
realmente a partir dos anos 30 com os mesmos propósitos que nos
demais países e principalmente, como um fator necessário para apoiar a
formação de mão de obra qualificada para a industrialização do país, pois
o intuito da escola de educação infantil era único e exclusivamente tomar
conta dos filhos das mães trabalhadoras. Por volta de 1970 ocorreu uma
crescente evasão escolar e repetência das crianças das classes pobres no
primeiro grau. Por causa disso, foi intitulada a educação pré-escolar
(chamada de educação compensatória) para crianças de 4 a 6 anos.
Nos anos 80, a perspectiva pedagógica vê a criança como um ser
social, histórico, pertencente a uma determinada classe social e cultural.
Ela desmascara a educação compensatória, que delegava à escola a
responsabilidade de resolver os problemas da miséria entre outros. A
educação compensatória começou no século XIX com Pestalozzi, Froebel,
Montessori e McMillan. A pré-escola era encarada por esses pensadores
como uma forma de superar a miséria, a pobreza, a negligência das
famílias. As primeiras iniciativas á criança tiveram um caráter higienista,
cujo trabalho era realizado por médicos e demais profissionais da saúde.
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Diante disso, é fato e notório que a educação infantil está
contaminada de concepções, princípios e ideias que ao longo dos tempos
foram sendo criadas e se aprimorando, levando em consideração os
posicionamentos dos adultos, seus interesses pessoais, das instancias
religiosas e mercadologia. Contrapomo-nos a esse modelo educacional,
entendendo que infância e criança estão imbricadas, associam-se
historicamente e culturalmente.
Discordamos da ideia de criança culturalmente defendida pelos
adultos de outrora, onde defendiam que criança é o ser da falta de razão,
de juízo, de controle do corpo. Para essa sociedade “adultocêntrica”,
crianças boas são crianças que permanecem sentadas, são
“comportadinhas”, andam em filas; não se sujam, voltam das escolas
limpinhas e são reconhecidas como um ser imaturo, dependente, que
nada sabe e que precisa, portanto, ser “moldado” para se tornar um
“futuro” cidadão. Uma imagem quase sempre marcada pelo caráter pueril,
ingênuo, simples e prematuro, como afirma Kohan (2005, p. 233).
Assim sendo, vemos as crianças não como falta, mas como sujeitos
sociais e históricos, que produzem cultura e também são produtos desta.
Compreendemos que a ausência não é falta. Neste sentido, não
posicionamos a criança como aquele que não tem voz, mas sim aquele/a
que está aprendendo a falar, que está se constituindo como sujeito na e
pela linguagem. Recorremo-nos então ao conceito de infância defendido
por Agamben (2005), infância como condição da existência humana, e
não apenas como uma etapa passageira do desenvolvimento.
Nessa linha de pensamento entendemos que a escola deve
proporcionar situações nas quais as crianças em seus momentos,
vivenciem diversas experiências, façam escolhas, tomem decisões,
socializem-se e se descubram. Vale ressaltar que não se trata apenas de
uma abordagem sociológica da infância precisamos ir além das relações
das famílias, pensando numa sociedade mais ampla de forma a construir-
se interativamente, criando vínculos afetivos em coletividades. Assim a
infância é uma construção social, histórica e cultural, onde a criança deve
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ser vista como sendo um ser ativo, face ao seu mundo próprio e à
sociedade; construtores e modificadores de novos paradigmas, sendo elas
protagonistas da história.
Entendemos a criança como ser de linguagem, verbal e não verbal,
em constante construção e interação, período em que se começa a ler o
mundo e em diferentes formas, na brincadeira, no faz de conta, na
ludicidade, no simbolismo de forma aberta, inocente, ampla e critica.
Concluímos que no tempo de criança temos o tempo da infância que deve
ser visto como único e prazeroso, tempo de aprender, e de aprender como
crianças.
1.3 COMUNIDADE – COMO ENTENDEMOS O TRABALHO
COM AS FAMÍLIAS
“As famílias são elementos constituintes das relações
que acontecem na instituição educativa, afinal as
crianças são pequenas e para se sentirem acolhidas na
creche dependem da sintonia entre a família e os
profissionais da escola. Essa é mais uma das
especificidades dos estabelecimentos de educação
infantil. Nesse sentido, complementariedade e partilha
são palavras decisivas na relação, escola criança e
família.” (BARBOSA, p. 33, 2009)
Que relação é essa entre escola, criança e família?
O que cabe a cada um dos participantes dessa relação?
Essas perguntas nos fazem refletir que a criança, peça chave do
contexto educacional onde essa relação acontece, cabe ser cuidada,
protegida e provocada. Já as duas instituições escola e família precisam
interagir estabelecendo conversas e trocas que possibilitem que ambas se
conheçam dentro de uma perspectiva de respeito e escuta do ponto de
vista do outro.
Concebemos que a base de uma relação cordial e de respeito é
fundamental e se estabelece no cotidiano da escola. Pode ser dentro de
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situações conflitantes ou harmoniosas, mas sempre pautadas e
reconhecidas através do diálogo.
“A família é o lugar onde se ouvem as primeiras falas,
com as quais se constrói a autoimagem e a imagem do
mundo exterior. Assim, é fundamental como lugar de
aquisição de linguagem, que a família define seu
caráter social. Nela, aprende- se a falar e por meio da
linguagem a ordenar e dar sentido as experiências
vividas. A família, seja como for composta, vivida e
organizada, é o filtro através do qual se começa a ver e
a significar o mundo.” (SARTI, p. 14, 2004)
Conhecer as necessidades, potencialidades e individualidades das
famílias, permite que o significado de mundo de cada uma delas, ou seja,
a linguagem construída se torne a base do nosso trabalho na escola. É
preciso que a escola junto com a família defina o âmbito de atuação de
cada uma tendo sempre em vista o contexto sociocultural em que estão
inseridas. Assim juntas poderão propor formas de participação
condizentes com a realidade.
Para a autora Heloiza Szymanski (2007) a aproximação como forma
de participação entre escola e família é sempre enriquecedora, pois
garante a família o direito de conhecer o que é feito na escola, como é
feito e para que. Entendemos que quando a escola abre com acolhimento
e clareza as portas e com objetividade nas ações, a tendência das famílias
é sempre colaborar a manter um diálogo que ajuda a conhecer as
particularidades das crianças.
Acreditamos que considerar as expectativas das famílias em relação
ao desenvolvimento das crianças durante o ano letivo, dividindo as
conquistas, os anseios, os passeios enfim as aprendizagens é uma
maneira de compartilhar o acompanhamento do desenvolvimento infantil.
Outra maneira que possibilita às famílias uma participação efetiva no
desenvolvimento nas ações e decisões da escola em geral é o Conselho de
Escola e a Associação de Pais e Mestres, que se reúnem toda primeira
terça-feira de cada mês.
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Investimos nesses encontros, pois nessa relação de parceria e troca
de conhecimentos com as famílias, somos formadores e somos formados,
informamos e somos informados. E essa troca nos dá subsídios com
apontamentos preciosos na tentativa de melhorar nossa qualidade de
ensino junto às crianças e fortalecer a relação com as famílias.
“[...] Assumir um trabalho de acolhimento as diferentes
expressões e manifestações das crianças e suas
famílias significa valorizar e respeitar a diversidade, não
implicando a adesão incondicional aos valores do outro.
Cada família e suas crianças são portadoras de um
vasto repertório que se constitui em material rico e
farto para o exercício do diálogo, da aprendizagem com
a diferença, a não discriminação e as atitudes não
preconceituosas.” (MEC/ SEF, Referencial Curricular
Nacional para a Educação Infantil, V. 1, p.77, 1998)
1.4. PROFESSORES – EDUCADORES E SEUS PAPÉIS
DIFERENCIADOS
A educação infantil, que há tempos foi caracterizada pelo cuidar
como função assistencialista, atualmente traz como demanda a
necessidade dos profissionais da educação que trabalham com crianças
pequenas de terem uma formação especifica e contínua, pois não se trata
apenas de uma tarefa de guarda, mas de responsabilidade educacional, o
que torna a necessidade de cuidar e de educar indissociáveis.
Concordamos com Barbosa quando afirma que:
“Trabalhar com crianças pequenas exige formação, pois não
é apenas uma tarefa de guarda ou proteção, mas uma
responsabilidade educacional na qual são necessárias
proposições teóricas claras, planejamento e registros.”
(BARBOSA, 2009, p.35).
Atendendo a essa necessidade, a formação continuada dos
professores deve ser um dos principais focos da gestão, levando em conta
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as atribuições que ocupam e o constante processo de construção de sua
identidade profissional. Neste aspecto, a formação pautada na “Qualidade
na Educação Infantil”, visa refletir sobre práticas e posturas associadas a
fundamentações teóricas que tratam desta modalidade de ensino.
Contudo, refletir sobre as posturas que educam, o papel do adulto a
concepção de infância entre outras especificidades do trabalho na
educação infantil, requer momentos de formação não apenas para os
professores, mas também com todos os adultos que atuam no ambiente
escolar. Afinal, todos têm papel importante na formação das crianças
através das relações que se estabelecem desde o portão até a sala de
aula. Priorizamos assim momentos de formação em que todos da equipe
escolar participem, refletindo através de leituras, dinâmicas de
sensibilizações que tragam o universo da infância para ser compartilhado
com o grupo.
Reconhecendo-se parte do grupo de educadores da escola, todo o
funcionário quer sejam auxiliares em educação, da equipe de apoio, da
equipe da cozinha, da secretaria, são convidados a compreenderem-se
como profissionais que cuidam e educam as crianças na escola, gerando a
necessidade de formação do coletivo da escola “[...] objetivando a
construção de consensos pedagógicos, ainda que provisórios, que
explicitem a proposta pedagógica, pensando e amadurecendo as decisões
sobre a vida coletiva na escola” (BARBOSA, 2009, p. 39). Ainda como
afirma Barbosa:
“Todos os adultos que participam da escola são educadores.
Pois, mesmo quando executando suas funções específicas,
ensinam as crianças o respeito às suas tarefas profissionais
e o cuidado com os outros.” (BARBOSA, 2009, p.40).
Os momentos de reflexão e discussão do grupo acerca da formação foram
registrados através da produção de cartazes, com escritas e imagens
representativas de um percurso de construção de saberes acerca da
infância e suas especificidades. Neste movimento, que ocorreu com o
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coletivo da escola em momentos de Reunião Pedagógica e em HTPCs,
destacamos a fala de Léia, cozinheira da escola, registrada em cartaz
produzido por seu grupo e que sintetiza as discussões, em que os adultos
se colocam no papel de aprendizes frente às descobertas da criança. Léia
afirma que:
“Somos educadores e somos educados através das
experiências vividas com eles.” (Léia, cozinheira)
1.5. EQUIPE GESTORA – A GESTÃO NA EDUCAÇÃO
INFANTIL
Advindo de um processo continuo de construção, de reflexão,
discutindo e conceituando: escola, criança e infância, comunidade e
professores, trataremos em especial da equipe gestora, cuja função se
focaliza em direcionar a escola em seus aspectos práticos, pedagógicos,
de ordem funcional e administrativa. Entendemos o trabalho da equipe
gestora como de inovação, de sempre estar com propostas de mudança,
pois o hoje é diferente do ontem e o amanhã diferente dos dois.
Qual o papel de um gestor num processo de mudança ou de
inovação escolar? Podemos dizer que como os processos de inovação não
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se desenvolvem sozinhos a liderança é essencial na construção do sentido
de mudança. Nesse sentido, podemos afirmar que o sucesso é mais
garantido quando a liderança é cooperativa, quando o poder é
compartilhado, quando a cultura do individualismo dá lugar á cooperação,
as relações hierárquicas são substituídas pelo trabalho em equipe, a super
visão evolui para animação das práticas e a abordagem contratual
negociada entre parceiros substitui as decisões autoritárias.
Assim, uma equipe de gestão escolar deve ter em seu quadro,
profissionais com conhecimentos e habilidades para exercer uma liderança
compartilhada e responsável, capacidade de trabalhar em equipe e de
comunicação para saber lidar com conflitos, iniciativa, deve saber se
distanciar da lógica burocrática que padroniza as escolas, com ações
democráticas e projetos desenvolvidos em comum acordo, este deve ter
uma visão de conjunto e uma atuação que apreenda a escola nos seus
aspectos pedagógicos, culturais, administrativos, financeiros.
Conceituamos gestão pedagógica segundo Luck “como
entendimento do conceito, de gestão pedagógica, portanto, por assentar-
se sobre a maximização dos processos de mudanças, já pressupõe, em si,
a ideia de participação, isto é, do trabalho associado e cooperativo de
pessoas na analise de situações, na tomada de decisões sobre seu
encaminhamento e na ação sobre elas, em conjunto, a partir de objetos
organizacionais entendidos e abraçados por todos” Luck (2010, p. 17).
Ressalta-se que a gestão educacional, em caráter amplo e
abrangente, do sistema de ensino, e a gestão escolar, referente à escola,
constituem-se em áreas estrutural de ação na determinação da dinâmica
e da qualidade do ensino. Isso porque é pela gestão que se estabelece
unidade, direcionamento, ímpeto, consistência e coerência à ação
educacional, a partir do paradigma. Ideário e estratégias adotadas para
tanto, a gestão deve visar por meio de suas ações e processos
educacionais, melhoria da aprendizagem dos alunos, ressaltando a
formação, garantindo equidade e maximizando as oportunidades e
aprendizagem dos educandos.
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Em se tratando de uma gestão pedagógica da aprendizagem e do
desenvolvimento, é necessário que a gestão pedagógica estabeleça
formas de participação em processo de gestão, de forma a alcançar a
participação de todos, assim entendemos como necessário: participação
de toda comunidade escolar na discussão de ideias com contribuições
visando uma aprendizagem melhor, promover reuniões pedagógicas na
escola com professores, pais e alunos; proporcionar estudos do
conhecimento sobre a realidade escolar; visão global do processo social;
dimensão pedagógica entre outros itens que se faz necessário na gestão
escolar.
1.6. O CURRÍCULO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Quanto ao currículo, a discussão visará trata-lo na escola e sua
relação com o sujeito da aprendizagem, as crianças, assim, todo o foco do
trabalho estará nas habilidades e competências a serem desenvolvidos
através dos conteúdos a serem trabalhados com as crianças, respeitando
o tempo, o espaço e o jeito de como cada um aprende.
Para tanto, ao pensar em currículo, cabe pensar em planejamento,
em ações coordenadas, em atividades significativas e desafiadoras cuja
finalidade seja impulsionar o desenvolvimento das crianças, ampliando
seu conhecimento para que produzam experiência nas práticas sociais.
Dessa forma, conceituaremos currículo segundo Moreira e Candau
(2008, p. 18): "[...] currículo como as experiências escolares que se
desdobram em torno do conhecimento, em meio a relações sociais, e que
contribuem para a construção de identidades de nossos estudantes”.
Dessa forma, ao currículo se relacionam todas as atividades pedagógicas
intencionais que contribuem para a construção de saberes dos alunos na
instituição escolar.
È interessante ressaltar que o professor deve se posicionar como um
mediador entre a proposta curricular e as crianças, numa interação
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constate com o conhecimento, num movimento de equilíbrio, desequilíbrio
e reequilíbrio do que se aprende. Essa mediação deve ocorrer através de
atividades significativas para criança.
Enfim, por intermédio do currículo, devemos potencializar uma
aprendizagem contextualizando seu conteúdo, através de práticas
pedagógicas que garantam o desenvolvimento e aprendizagem. Nesse
sentido, um professor que acredita no potencial das crianças e vê o
currículo como uma ferramenta do seu trabalho, deve se atentar a
algumas providências tais como:
Disponibilizar materiais que possibilitem a interação de todas
as crianças;
Promover situações compatíveis para a idade;
Criar contextos inteligentes para as diversas formas de
comunicação e expressão infantil;
Promover trocas e descobertas entre as crianças;
Ressaltar os cuidados, carinhos e afetos entre adulto e
criança;
Estabelecer um clima de confiança para que as crianças se
sintam seguras e construam uma auto-imagem positiva;
Partir dos conhecimentos que os pequenos já possuem e
propor desafios que os façam avançar;
Planejar atividades nas quais as crianças possam confrontar
suas hipóteses espontâneas com hipóteses e conceitos
convencionais;
Preparar diariamente o ambiente para recebê-las;
Coordenar rodas de conversa, nas quais se privilegia a voz da
criança;
Analisar as produções infantis sistematicamente e selecionar
com as crianças, aqueles que serão expostos;
Manter comunicação aberta com os familiares a fim de
conhecer melhor as crianças;
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Articula diferentes áreas do conhecimento com projetos
interdisciplinares e transdisciplinar;
Favorecer a expressão por meio da linguagem interagindo com
as crianças e proporcionando a conversação entre elas;
Fundamentar-se nos princípios pré-estabelecidos pela escola e
conforma estabelece as diretrizes curriculares nacionais.
Concluímos, explicitando a importância de se trabalhar o currículo
no contexto escolar, possibilitando a construção de saberes de forma
construtiva e interativa. Contudo cabe ressaltar a criança como sujeito
ativo, capaz de pensar, simbolizar, agir e transformar suas ações em
conhecimento, em linguagem e pela linguagem, construindo e interagindo
coletivamente e individualmente.
O currículo como instrumento que define o que se considera o
conhecimento válido, deverá se organizar de forma que os alunos
construam as seguintes capacidades de:
Brincar, ampliando suas capacidades expressivas e simbólicas,
reelaborando significados sobre o mundo, sobre os contextos e as relações
entre os seres humanos;
Ampliar o conhecimento sobre seu corpo, suas possibilidades de
atuação no espaço, bem como desenvolver e valorizar hábitos de cuidado
com a saúde e bem estar;
Construir uma imagem positiva de si, com confiança em suas
capacidades, atuando cada vez mais de forma autônoma nas situações
cotidianas;
Conhecer diferentes manifestações culturais como constitutivas de
valores e princípios, demonstrando respeito e valorização a diversidade;
Construir e ampliar as relações sociais, aprendendo a articular
seus interesses e pontos de vista com os demais, respeitando as
diferenças e desenvolvendo atitudes cooperativas;
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Valorizar e desenvolver atitudes de preservação do meio
ambiente, reconhecendo-se como integrante dependente e agente
transformador do mesmo;
Construir e apropriar-se do conhecimento organizado nas
diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral e escrita),
utilizando-as para expressar suas ideias, sentimentos, necessidades e
desejos, ampliando sua rede de significações;
Aprender a buscar informações de forma autônoma, exercitando
sua curiosidade frente ao objeto de conhecimento.
Neste ano de 2012 prosseguiremos com o trabalho de formação do
grupo iniciada em 2011 e voltada para “Qualidade na Educação Infantil”,
destacando a função social (acolher, para educar e cuidar), função
política ( respeitando os direitos sociais e políticos, de participação,
visando a formação para a cidadania) e função pedagógica da escola
(lugar privilegiado de convivência, ampliação de saberes e conhecimentos
de diferentes naturezas entre crianças e adultos). (BARBOSA, 2009)
Para isso, utilizaremos como referência para a formação e o debate
sobre a concepção do trabalho com criança pequena na educação infantil
o Referencial “Práticas cotidianas na educação Infantil – bases para a
reflexão sobre as orientações curriculares” de Maria Carmen Silveira
Barbosa, publicado pelo Ministério da Educação (2009). Embasados nesta
fonte, nosso trabalho buscará compreender que...
“A educação infantil, em sua especificidade de primeira
etapa da educação básica, exige ser pensada na
perspectiva da complementaridade e da continuidade.
Os primeiros anos de escolarização são momentos de
intensas e rápidas aprendizagens para as crianças. Elas
estão chegando ao mundo aprendendo a compreender
seu corpo e suas ações, a interagir com diferentes
parceiros e gradualmente se integrando com e na
complexidade de sua(s) cultura(s) ao corporalizá-la(s)”.
(BARBOSA, 2009, p.20.)
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1.7. PERÍODO INTEGRAL – POSSIBILIDADES E DESAFIOS
1.7.1. INFANTIL II – CRIANÇAS ENTRE 2 E 3 ANOS
Uma história recente...
Era uma vez, em 2010 o início desta história...
“[...] nossa preocupação era atender com qualidade
crianças de uma faixa etária inferior a que atendemos
em nossa unidade há 42 anos (4 a 6 anos), respeitando
suas especificidades, necessidades, diante de um
espaço que em nada se assemelhava a estrutura da
creche.” (PPP 2011)
Para o ano de 2011:
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“[...] a preocupação com a formação das professoras e
do auxiliar também fazem parte das ações
permanentes que objetivam um olhar voltado para a
infância e principalmente para as especificidades desta
faixa etária mediante a intencionalidade educativa do
fazer pedagógico.” (PPP 2011)
Essa formação esteve voltada o tempo todo para a adequação dos
espaços e para a rotina “[...]A organização do ambiente é uma parte
construtiva e irrenunciável do projeto educacional, já que ela traduz uma
maneira de compreender a infância do papel da educação e do professor”
(BARBOSA, 2009, p.94). Assim, com algumas adequações no espaço
desenvolvemos temáticas voltadas para ações de educar e cuidar como:
conquista da autonomia, construção da identidade, das manifestações
corporais e expressivas da criança e da ludicidade. Mas por que discutir
sobre educar e cuidar na creche?
Segundo Carvalho (2006), a palavra “cuidar” pode ser definida por
inúmeros significados, “ reparar, prestar atenção em, preocupar-se com,
interessar-se por, tratar da saúde e do bem estar de alguém, ter muita
atenção consigo mesmo, zelar diligentemente pelo outro, e ainda
ponderar, pensar, projetar”. Só reparar, prestar atenção não é o
suficiente, com crianças pequenas é preciso ter uma intencionalidade
pedagógica nestas ações, nessa linha de pensamento que incorporamos o
educar, ou seja, unimos as ações do cotidiano como tratar do bem estar
das crianças com o que chamamos de um contexto pedagógico.
Com esses estudos realizados durante o ano de 2011 com as
professoras e com o educador foi possível descobrir que em relação as
nossas crianças o contexto pedagógico precisava estar repleto de
expressividade e ludicidade. O convívio com os adultos não se reduzia a
cuidar, proteger e esperar. Era muito mais precioso. Cuidar sim, sempre,
pois as crianças precisavam de alimentação, higiene e conforto. Mas não
era só isso, cuidar e educar é indissociável e uma ação complexa.
De acordo com Barbosa:
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“[...] cuidar e educar significa afirmar na educação
infantil a dimensão de defesa dos direitos das crianças,
não somente aqueles vinculados a proteção da vida, a
participação social, cultural e política, mas também aos
direitos universais de aprender a sonhar, a duvidar, a
pensar, a fingir, a não saber.” (2009, p. 69)
Nessa perspectiva, as reflexões que ocorreram durante o ano
ficaram voltadas para as práticas cotidianas como os momentos das
conversas, histórias, brincadeiras, experimentações, repouso,
investigações, leituras e cantorias de modo que essas ações provocassem
o desejo de explorar e descobrir das crianças. Os educadores ficaram mais
atentos para as falas das crianças, colhendo suas opiniões sobre os
momentos das rotinas sobre suas preferências e seus descontentamentos
e choros.
Mas o trabalho não parou por aí! Tem mais! Para o ano de 2012 com
a dupla de professoras novas alguns conhecimentos foram explorados e
socializados. Pensamos para este ano descortinar alguns conceitos tão
importantes e atuais para a educação das crianças pequenas. São eles: a
fala ou melhor dizendo o desenvolvimento da linguagem, o desenho, e a
brincadeira.
Na faixa etária de 2 a 3 anos a aquisição da linguagem é a maior
conquista da primeira infância. Podemos afirmar que segundo Mello (p.9)
“as crianças viram perguntadeiras e conversadeiras”. Mais do que uma
necessidade individual a apropriação da linguagem é uma necessidade no
coletivo, no convívio com o outro.
Assumindo uma postura de provocar e manter essa conversação
durante este ano refletiremos sobre as possibilidades das crianças em
construir linguagens, termo este muito utilizado na literatura acadêmica
no que se refere a expressão cultural, a diferentes manifestações
artísticas e científicas da vida.
Conforme afirma Barbosa:
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“Nas crianças pequenas as linguagens são aprendidas
nas ações, corporais, gestuais e verbais que acontecem
no encontro entre crianças e crianças, entre crianças e
adultos e entre adultos e adultos, propiciadas através
de ações como correr, falar, chorar, cantar ou ainda
atividades mais integradas com a presença de
fantoches, do teatro de sombras, de diálogos, de
maquiagens e de outros materiais que favoreçam o
encontro entre o movimento do corpo e as linguagens
para a produção de significados.” (2009, p. 85)
Nessa linha de pensamento elaboramos já no início deste ano a ideia
de que quando as crianças desenham, brincam de roda, com palavras, ou
apenas brincam livremente pelo pátio, significa que estão elaborando suas
capacidades linguísticas e cognitivas e suas capacidades de argumentação
e explicação, ampliando assim o seu conhecimento de mundo.
Investir na brincadeira e ampliar as possibilidades de expressão,
considerando que as crianças pensam e investigam, pois “[...] passam os
dias brincando, transformando e inventando coisas com prazer”
(CARVALHO, 2006, p. 31), será uma de nossas tarefas da educação.
Resgatando os escritos da autora Sueli Amaral Mello (p.9) nos
apropriamos de algumas tarefas da educação que acreditamos serem
fundamentais para o professor nesta faixa etária, são elas:
“Aprofundar as experiências das crianças com
movimentos (andar, subir e descer escadas, correr,
pular, mover o corpo com mais desenvoltura) por
meio de passeios, pular de pequena altura, subir e
descer de pneus e caixas, engatinhar por baixo e
por meio de coisas.
Ensinar a independência em relação atos simples
(reconhecer suas coisas na creche, guardar seus
pertences na mochila, guardar o chinelo/ sapato,
encontrar seus sapatos no final das atividades, lavar
as mãos... mais tarde, cuidar da sua própria
higiene: vestir-se e desvestir-se, escovar os dentes,
pentear-se.
Ensinar (quem ainda não sabe) a usar sozinho
objetos de uso diário.
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Ensinar a explorar e usar brinquedos e guardar no
final das atividades.
Estimular a linguagem oral (falando com as crianças
e ouvindo-as).
Aperfeiçoar a percepção visual, auditiva e tátil no
manuseio de livros de história e revistas, a atenção
por meio de histórias, passeios e materiais
diversificados.
Aproveitar as situações para exercitar a fala, a
memória e o pensamento das crianças.
Ensinar a conviver com os amigos, dividindo,
compartilhando, esperando e brincando muito.”
1.8. SEMI – MANHÃ E TARDE
1.8.1. A CRIANÇA ENTRE 3 A 6 ANOS
Estes dois agrupamentos possuem a característica de atender
crianças com diferentes idades no contra turno do período regular, ou
seja, as duas turmas são compostas por crianças de diferentes
agrupamentos. Acreditamos que essas características contribuem para a
ampliação de vivências entre as crianças, para a construção de saberes e
superação de dificuldades.
Um dos objetivos das professoras para o trabalho com as crianças
destas faixas etárias é o de desenvolver um trabalho de valorização das
diversidades e respeito às necessidades individuais, considerando as
diferentes idades que compõem estas turmas, a fim de que as
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experiências e saberes dos grupos possam ser compartilhados e
ampliados.
Um dia em uma escola de educação infantil é recheado de
conhecimentos muito importantes. Podemos dizer que o cotidiano é cheio
de coisas de criança.
“O que existe dentro da Pirâmide
– Muitas pedras.
– Diversos monstros
– Mas Lá não tem janela, será que ele não morre, sem
respirar?
– É mesmo, Divani, ele vira múmia e vai dormir lá.
– E como eram feitas as múmias?
– Ah!!! Eles pegavam um morto e colocavam panos até
a pessoa ficar bem dura.
– Mas, se você apenas enfaixar essa pessoa, será que
não fica cheirando mal?
– Eles usavam álcool para que o morto não morresse.”
(CARVALHO, 2006, p. 28)
Coisas de criança são histórias, conversas, brincadeiras,
imaginações, investigações, amizades, contemplações e muito mais. É o
acesso a um mundo grande, interessante e ao alcance das crianças. Este
mundo que nos referimos tem relação com alguns conceitos que serão
focos de estudo no acompanhamento da formação das professoras e dos
educadores durante este ano de 2012. São eles: tempos e espaços,
imaginação, identidade e brincadeiras. Estes temas serão estudados e
refletidos através de práticas pedagógicas que envolvam as crianças e os
adultos.
Com relação às práticas pedagógicas, tomamos como referência
acadêmica a autora Sueli Amaral Mello (p.18) quando afirma que para a
faixa etária de 3 a 6 anos as tarefas da educação são:
Relacionar- se com os outros.
Aprender os hábitos e costumes culturais
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Interpretar o que vão conhecendo, buscando
explicações para as situações e fenômenos que
vivenciam, expressando- se através das diferentes
linguagens (desenho, modelagem, fala, dança,
dramatização e pintura)
Desenvolver uma atitude de cuidado em relação a
natureza, as outras pessoas, a si mesmas.
A partir destas tarefas serão pensadas atividades para que as
crianças eduquem os sentidos, o pensamento, a estética e também
atividades que favoreçam uma educação científica. Essas atividades
estarão sustentadas nos conteúdos que farão sentido para as crianças.
“[...] tudo o que elas queiram conhecer, com tudo o
que trouxermos para a sala e para a escola (livros,
vídeos, objetos da natureza, brinquedos, material
reciclável, música) e situações (leitura de histórias,
brincadeiras modernas e brincadeiras dos tempos dos
avós, contato com a natureza, passeios pelos arredores
da escola, picnics, idas a biblioteca...).” (p. 19)
Enfim é um consenso entre os educadores que estarão envolvidos
nestes estudos durante este ano, que as crianças passam a maior parte
de seu tempo na escola, então será nossa tarefa descobrir que tempo é
este? Que coisas de criança são criadas e transformadas neste espaço?
Esse será o nosso desafio: perseguir os caminhos das crianças, na busca
pelo conhecimento.
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2. INTRODUÇÃO AOS PRINCÍPIOS EDUCATIVOS
Objetivando discutir a qualidade na educação infantil, elaboramos
conjuntamente, nós, equipe gestora, professores, funcionários,
orientadora pedagógica, princípios educacionais que promovam a
igualdade de condições para o acesso e permanência na escola, bem como
melhor qualidade de aprendizagem e desenvolvimento da criança.
Contudo, ressaltamos a diversidade presente em nossa comunidade em
aspectos, sociais, econômicos e culturais, aspectos esses que de certa
forma, potencializam nosso trabalho.
Primeiramente, entendemos ser relevante conhecer o conceito do
termo principio, que segundo o Dicionário Aurélio define como “preceitos,
regras” (2000, p. 557), assim, ressaltamos que, ao tratar de princípios
enfatizaremos uma coadunação entre educação e os princípios aqui
explorados, pois entendemos que ambos estão relacionados. Segundo
Luckesi (1990, p. 21):
“A educação é uma prática humana direcionada por
uma determinada concepção teórica. A pratica
pedagógica está articulada com uma pedagogia, que
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nada mais é que uma concepção filosófica da educação,
tal concepção ordena os elementos que direcionam a
prática educacional.”
Considerando ser esse momento um fato histórico e relevante, não
apenas pelo assunto apresentado, mas pela significação do contexto na
contemporaneidade e das conquistas nessa primeira etapa na Educação
Básica, trataremos de alguns princípios relacionados à educação infantil.
Diante do exposto, apresentaremos os princípios que regem a
educação infantil em nossa escola, observando que os mesmos foram
organizados em cinco tópicos, cujo objetivo foi o de facilitar o manuseio,
leitura e compreensão, realizável pelos leitores. Explicitamos que segundo
Barbosa (2009, p. 59) os princípios que trataremos são:
Diversidade e singularidade;
Sustentabilidade e participação;
Indissociabilidade entre educar e cuidar;
Ludicidade e brincadeira;
Estética como experiência individual e coletiva.
Assim, esperamos que, esses princípios se constituam como mais
um passo na direção transformadora, entre práticas reais do cotidiano
educacional, bem como sendo parâmetros de qualidade, garantindo os
direitos das crianças de dois a seis anos na educação infantil. Para tanto
se faz necessário, refletir a cerca de como se constrói a aprendizagem,
rever práticas cotidianas, bem como consensos entre pares buscando
sempre melhorias no processo de aprendizagem, que ao nosso ver devem
ser sempre revistos e renovados, de forma democrática, contemplando as
necessidades sócio-educacionais, culturais em constantes mudanças,
incorporando novos conhecimentos relacionados às crianças pequenas.
Importa salientar o desenvolvimento em instituições educacionais, bem
como os diversos ambientes familiares e sociais que interagem e se
desenvolvem bem como suas variadas formas de expressão.
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Clarificamos que todas essas informações devem estar em
congruência com o que abordaremos a seguir, assim sendo,
explicitaremos os princípios, detalhadamente.
2.1. PRINCÍPIO – DIVERSIDADE E SINGULARIDADE
Entendendo ser diversidades, diferenças, semelhanças, variedades
em aspectos sociais, culturais, linguísticas, entre outros, buscamos
abordar a diversidade em todos os seus aspectos. Quanto à singularidade,
ressaltamos a mesma como individual, contudo, trataremos da
diversidade humana enfatizaremos a diversidade de características:
Físicas, psíquicas, sociais, culturais e biológicas do ser humano presentes
na escola.
Logo se faz importante estudarmos esse princípio na escola,
esclarecemos haver dois lados, o positivo e o negativo. O lado negativo da
diversidade na escola, não se dá pelo fato da existência da diversidade, e
sim, pela não aceitação do diverso, pelo não entendimento de que somos
diferentes, pela falta de formação para compreendermos como cada
criança aprendi, seus tempos, seus ritmos e suas necessidades
individuais. Reiteramos que trataremos o lado positivo da diversidade,
cujas diferenças possam vir acrescentar conhecimentos e não gerar
exclusão.
Assim, nos apoiamos numa educação sócio-construtivista, cujo
objetivo está focado no estudo do passado para entender o presente e
transformar o futuro. Distanciando-nos de um passado recente, onde o
objetivo da escola era apenas o de preparar a criança para o ensino
fundamental, ou um preparo para o seguimento seguinte, propomos uma
educação infantil voltado para o desenvolvimento das aprendizagens para
criança pequena, como um ser em desenvolvimento integral, em seu
tempo, espaço e possibilidades específicas.
Após a constituição federal de 1988,o Estatuto da Criança e
Adolescente e lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional LDB de
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1996 entre outros documentos de nível nacional e mundial, surge à
preocupação no sentido de compreender que todas as crianças brasileiras
são diversas e tem direito a uma escolarização que valorize essa
diversidade. Quanto à singularidade, a qualidade do que é singular, a
unicidade, ressaltamos práticas que respeitem as particularidades das
crianças em todos os seus aspectos, pois na diversidade produzem
mediante sua individualidade.
Assim, entendemos que, toda criança merece ser respeitada,
preservada e compreendida em sua singularidade, nas práticas
educativas. Contudo, consideramos que devem ser ouvidas, devem se
expressar, interagir, devem ser respeitadas em sua singularidade e
sentimentos, pois de acordo com o exposto, cada criança tem sua forma
de ser e se manifestar diversificadamente, socialmente e culturalmente.
Dessa forma, é importante garantir o respeito à singularidade numa
diversidade, tanto familiar, quanto na comunidade ou em ambientes
escolares, preservando o convívio social, entretanto a escola deve ensinar
a viver conjuntamente, se desenvolver solidariamente. Torna-se
importante, reflexões a esse respeito, discussões e metodologias que
tratem desse principio fundamental a humanidade.
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2.2. PRINCÍPIO – SUSTENTABILIDADE, DEMOCRACIA E
PARTICIPAÇÃO
Na qualidade de definir, de investir na concepção sustentável,
democrática e participativa de gestão, envolvemos todos os segmentos
presentes no processo educacional: crianças, pais, professores, gestores e
funcionários. Afinal, a educação das crianças pequenas é uma
responsabilidade a ser compartilhada.
Primeiramente trataremos da gestão relacionada ao princípio
democrático, pois entendemos que surge como condição, segundo
Barbosa (2009, p.65).
“Na gestão, o principio democrático surge como
condição para o encontro das combinações e dos
conflitos entre equipe diretiva e demais membros das
escolas. Trata-se de garantir para o estabelecimento
educacional de crianças pequenas um lugar de
formação de projetos e de experiências de vida
integradas a partir da promoção de condições de
existência e de iniciativa para cada um dos
participantes que são, ao mesmo tempo, diferentes de
todos, mas, como sujeitos, iguais a todos.”
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Assim, é fundamental observar as práticas pedagógicas, observar
que cabe a gestão organizar e gerir as escolas, dar ênfase a democracia e
a participação. É importante ressaltar que as crianças devem ser
protagonistas em suas interações no coletivo, portanto, também com
direito a participarem de algumas definições políticas e pedagógicas da
vida escolar.
Segundo convenção Internacional sobre os Direitos da Criança da
(ONU, 1989) a criança passa a ter o direito à participação em diversas
situações sociais, elas podem “falar” em seu próprio interesse. Isto é, as
crianças podem participar de decisões, desenvolver suas opiniões,
participar das escolhas no ambiente escolar, ou seja, participar como
protagonista da sua aprendizagem,e do seu processo de desenvolvimento.
Assim, afirmamos os direitos das crianças, e reconhecemos esses
direitos como direitos absolutos, porem, não devem ser impostos nem tão
pouco estáticos.
É imprescindível numa sociedade contemporânea, a mobilização de
toda a sociedade civil organizada para a construção de novos direitos e a
reflexão e manutenção dos já existentes, condicionando-os as
experiências, aos processos de aprendizagens e desenvolvimento da
criança, condicionados aos direitos e deveres dos pais ou responsáveis, as
responsabilidades de toda a equipe escolar, bem como por leis.
Segundo Barbosa (2009, p.67), a participação das crianças na
escola não se reduz à atenção, aos desejos individuais e interesses
momentâneos de um grupo, muito menos à espera dos adultos pela
“clareza” das “palavras” que comunica interesses ou opiniões naquilo que
as afeta no coletivo”.
Logo a seguir, trataremos de sustentabilidade como principio,
explicitaremos o imbrincamento da sustentabilidade com a democracia na
gestão educacional. Clarificamos que uma instituição escolar necessita ser
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sustentável economicamente, socialmente e culturalmente. Enfim,
concluímos que, sustentabilidade, democracia e participação como
princípios políticos se encarregam de direcionar e organizar a gestão
escolar, devendo estar comprometidas com os princípios éticos e estéticos
no cotidiano, com os que compõem a escola, crianças, professores,
famílias, gestores, entre outros.
Concluímos que, esse princípio deve ser articulado na vida escolar,
não devendo estar e permanecer estático, no currículo, mas inseridos na
vida, na interação.
2.3. INDISSOCIABILIDADE ENTRE EDUCAR E CUIDAR
Sabendo que o termo dissociar vem especificamente para significar
“separar o que estava associado; desunir; desagregar. v. t.” assim
partimos para entender que com a junção do prefixo “in” na palavra
dissociar caracteriza uma outra base de significação, alterando o
significado,então (in+dissociabilidade) conceituaremos como qualidade
indissociável, ou seja, de não separar, contudo, cabe ressaltar que educar
e cuidar são indissociáveis, não se separam. No inicio da educação infantil
a função da escola era apenas cuidar, para que mães trabalhassem. Essa
visão arcaica propunha um trabalho com foco no atendimento às
necessidades físicas, como alimentação, higiene, conforto. Conforme o
passar do tempo, a educação infantil passou a ser considerada a 1ª etapa
da educação básica, ou seja, a ter caráter educativo e com isso, foi
necessário interrogar e pensar suas especificidades.
Assim, se faz necessário primeiramente, o que nos traz WINNICOT
(1982, p. 214)
A função da escola maternal não é ser um substituto
para uma mãe ausente, mas suplementar e ampliar o
papel que, nos primeiros anos da criança, só a mãe
desempenha. Uma escola maternal, ou jardim de
infância, será possivelmente considerado, de modo
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mais correto, uma ampliação da família „para cima‟, em
vez de uma extensão „para baixo‟ da escola primária.
Entendemos que o cuidar ultrapassa processos ligados a proteção e
ao atendimento das necessidades físicas. Cuidar inclui acolher, garantir
segurança, alimentação, incentiva a curiosidade e a expressividade infantil
em um movimento de educação através do cuidado. Nesse sentido, cuidar
é educar, é dar condições para o pleno desenvolvimento das crianças
explorarem ambientes e se desenvolverem, portanto cuidar e educar são
dimensões indissociáveis de todas as ações dos educadores, implica entre
outros:
Acolher nos momentos difíceis, fazê-la se sentir confortável e
segura.
Garantir experiência bem sucedida de aprendizagem, sem
discriminação.
Cuidados mútuos, autonomia, trabalhar na perspectiva de que as
crianças aprendam a se cuidar mutuamente, respeitando as
diferenças, provendo autonomia.
Concluímos que, cuidar e educar parte das relações da escuta, do
afeto, dos desejos, inquietações e da necessidade de aprender a se
desenvolver. Educar e cuidar sempre devem estar juntos, imbricados,
misturados.
2.4. PRINCÍPIO - LUDICIDADE E BRINCADEIRA
“Quanto tempo leva uma passagem de afetos, o tempo
para encontrar uma alegria da vida?” (Pablo Neruda)
O quarto princípio, ludicidade e brincadeira pressupõe que
entendamos o que seja e como acontece, por conseguinte entendemos
que o brincar pressupõe regras, possibilidades, tempo, espaço e inovação,
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é um campo de ação, de experimentação, rumo a uma construção
significativa, prazerosa no processo de aprendizagem e desenvolvimento.
Segundo Baron, “a brincadeira é um campo de ação, tensão, de
construção e de abertura para a aprendizagem carreie o desenvolvimento;
é uma zona de experimentação é criação” (2002, p.53).
Contudo, o respeito é incondicional ao brincar, sendo esse principio
essencial a criança, e uma das atividades mais importante para a
construção das funções psicossuperiores na educação infantil. Portanto,
compreendemos que as funções psicossuperiores, exemplificando como
fala, a imaginação, a memória, o autocontrole da conduta; desenvolvem-
se através das relações interpessoais onde o brincar se faz de
fundamental importância. Dessa forma a criança se relaciona consigo
mesma e interage socialmente com outras crianças, ou melhor, com o
meio que se dispõe na brincadeira.
Assim, ao brincar, a criança necessita de: cuidados corporais,
atenção, diálogo cooperação e de estabelecimento de regras, pois a
brincadeira perpassa pelo campo da confiança, cuidados, atenção e
segurança, num ambiente que favoreça o êxito das ações desenvolvidas
pela criança.
É interessante ressaltar a autonomia, como direito pessoal, pois são
suas primeiras experiências, brincar requer gostar de brincar, requer
experiências sensoriais e motoras, é uma experiência criativa.
Como pratica cultural, percebemos o brincar como uma atividade
lúdica e universal, que supõe aprendizagens e o desenvolvimento de
repertórios, pois é por meio da brincadeira que a criança adquire as
primeiras representações do mundo, artefatos, se expande
linguisticamente, observa e se desenvolve com o auxílio dos adultos.
Consideramos que num contexto lúdico, a brincadeira e a ludicidade
se mostram correlacionadas por meio de muitas ações sendo as crianças
protagonistas, realizando ações não apenas para comunicar ideias e sim
para brincar sem compromisso, contudo, o planejamento das situações
lúdicas e demais atividades, requer o preparo de materiais (recurso),
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organização de espaços, tempo, estratégias e ação, com o intuito de
garantir um contexto que ofereçam oportunidades para as crianças.
Quanto à ludicidade, Zaporozhets ressalta que “É indispensável o
desenvolvimento amplo e o enriquecimento máximo das formas
especificamente infantis de atividade lúdica, pratica e também da
comunicação das crianças entre si e com os adultos “(1987, p.247).
Tendo em vista os aspectos observados, ressaltamos o ambiente,
como fundamental, dessa forma enfatizamos a importância do ambiente
ser seguro, limpo e confortável propiciando atitude e o descanso,
movimento a atividade exploratória, minuciosa, num pertencimento social
na tentativa de representando o papel do adulto.
Brincar e brincadeira são uma experiência inaugural de sentir-se,
aprender a criar e aprender linguagens, nesse sentido enfatizamos a
importância do Planejamento, organização de espaços, tempos e
materiais, preparação do ambiente físico que converta ao lúdico, ás
descobertas e á diversidade. No entanto devemos nos preocupar que esse
ambiente deva ser seguro, limpo, confortável, propiciando atividades e
descanso, movimento e exploração, bem como lugares desafiadores para
o desenvolvimento das brincadeiras.
Concluímos que, ao brincar a criança constrói, desenvolve
repertório, vocabulário, artefatos, experiências, sentimentos, expressões,
fantasias, sonhos e ideia; Assim, entendemos a Brincadeira como
experiência vivida, interpretada, construídas por cada criança e cada
grupo de crianças em seu contexto cultural dado por tradições. Cabe
destacar que o ato de brincar não é preparação para nada, é fazer o que
se faz em total aceitação da brincadeira não mantendo apenas relação
com o futuro, mas um bem viver no presente.
Dado o exposto, é imprescindível que professores reflitam,
reaprendam, maravilhe-se, sensibilize-se, atente-se para transformar o
ambiente escolar em local onde predomina o lúdico, cabendo esse desafio
aos educadores.
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2.5. PRINCÍPIO – ESTÉTICO COMO EXPERIÊNCIA
INDIVIDUAL E COLETIVA
Ao abordar o principio estético, nos apoiaremos em Mattos e
Ferreira (2004, p. 50) que afirma.
“Ora, se morar em uma residência fixa, trabalhar
formalmente e constituir família são padrões sociais
que caracterizam os indivíduos normais, logo, sem
residência fixa, sem família e trabalho formal, as
pessoas em situação de rua são alvos de investidas
ideológicas que acentuam suas anormalidades.”
O texto nos faz refletir sobre os perigos da estética que nem
sempre tem um sentido positivo, falamos aqui da estética do igual, da
padronização, do normal quê se vincula erroneamente a aceitação do
outro como ser humano, essa estética quando vinculada a padrões sociais,
estabelece regras para viver numa determinada classe social, e quem não
está dentro dessa estética imposta por essa classe esta dentro de uma
anormalidade, pois, para essa sociedade o normal é ter família com pai,
mãe, irmãos e etc, enfim, podemos concluir que a estética familiar como
aponta o texto, é determinante para dividir a sociedade em classes,
valorizando e potencializando a exclusão social.
Mas vamos avançar e entender mais sobre esse princípio que é tão rico?
Filosoficamente, o termo “estética”, designa uma dimensão
humana, caracterizando algo como belo, agradável, sublime, grandioso,
alegre, gracioso, poético ou então como feio, desagradável, inferior,
desgracioso, trágico. O termo “estética” pode ser utilizado em diferentes
sentidos, nomeadamente enfatizaremos o sentido positivo, rumo ao belo,
ao gracioso, estética do fazer bem feito, perfeito, com qualidade, assim
entendemos que parte do estimulo, da criatividade, do espírito inventivo,
da curiosidade pelo inusitado.
É importante salientar que grandes aliados da estética como os
fatores físicos e mecânicos,são determinantes nos modos de produzir,
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desenvolver, aprender e conviver, pois desenvolvidos e usados de forma
errada, desestimulam a criatividade, bem como a compreensão,
desvalorizam a delicadeza e sutileza, assim sendo, entendemos que a
busca da beleza do fazer bem feito, da alegria pelo que se faz,deve esta
vinculado a fatores físicos e mecânicos do desenvolvimento das
atividades. Conquanto, em se tratando de estética, um termo nos chama
a atenção por significar o “sentimento do belo”, é a estesia. A estesia
internalizada de forma correta pode potencializar nossos sentidos, e por
meio desse podemos ser capazes de uma percepção mais intima, intensa,
detalhada, nos aproximando do figurativo, do que aparece nas
entrelinhas, ver por traz do texto, da foto... Entendemos que a estética
está na relação entre os saberes, que emergem das situações corporais,
dos sons, das cores, dos sabores, das texturas, dos odores, dos toques,
dos olhares, entre outros aspectos sentidos.
Diante do exposto, é fundamental ressaltar que, o principio estético
requer experienciação com as coisas do mundo, visando prazer
intelectual, porém cabe enfatizar que:
“Compreender o ato de educar crianças pequenas como
ação simultaneamente ética e estética significa afirmá-
lo como promoção criativa dos seres humanos.
Criatividade expressa na interação de prosseguir
cotidianamente uma vida mais bonita, mais inventiva,
mais apaixonada, alegre, poética, inteligentes, fundada
em valores coletivos mais sensíveis, menos excludentes
e sectários, menos indiferentes e violentos.”
(BARBOSA, 2009, p. 76).
Nessa perspectiva, entendemos que se faz necessário um trabalhar
com projetos pedagógicos, cujo objetivo centraliza-se no reconhecimento
da beleza e dos detalhes, na valorização do útil funcionalmente.
Ressaltamos educacionalmente quanto a esse principio o olhar da criança,
reflexo transformador, pois parte dele “a possibilidade de bem viver
intelectualmente e socialmente”.
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Assim, consideramos fatores importantes como compreender,
valorizar humanamente, culturalmente, sentimentalmente e
reflexivamente a natureza, o universo e o ambiente. Esses são fatores
primordiais para uma relação com o mundo e com a humanidade e para
que possamos entender nossa relação com o mundo.
Clarificamos que esse princípio, segundo Barbosa (2009, p. 78)
define que:
“Trata-se, portanto de favorecer experiências estéticas
que promovam a complexificação do sentir e do pensar,
da imaginação e da percepção, de todos os envolvidos
com um projeto de educação infantil comprometido
com a valorização das produções culturais que
significam a existência em sociedade.”
Finalizamos salientando que, pedagogicamente a estética está
integrada na ludicidade, na diversão, na alegria e no senso de humor,
numa dimensão de vida, muitas vezes consideradas afetivamente. Assim
cabe entender a estética como sensibilidade para saber fazer bem feito,
pois um país portador da riqueza de cores, sons e sabores, com uma
fauna e flora diversa, necessita de uma sensibilidade estética que valorize
e explore essa riqueza.
Acreditamos num princípio estético com foco na sensibilização no
trato com o outro, na investigação de conteúdos ou atividades que
expressem esse posicionamento estético, estando presente no
desenvolvimento do currículo e na gestão escolar, haja visto que esses
fatores, não se dissociam das dimensões éticas
Enfim, defendemos que esse principio, potencialize a transformação
do espaço como de ambiente transformador e do tempo como um tempo
para o conhecimento de todos,de modo que esses dois fatores devam ser
planejados para acolher e expressar a diversidade dos alunos,
potencializando um posicionamento estético, oportunizando trocas de
significados, estimulação pelas palavras, imagens, sons, gestos e
expressões de pessoas que buscam incansavelmente superar a
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fragmentação das aprendizagens e o isolamento que essa fragmentação
escolar provoca. Deixando de lado uma concepção adultocêntrica dos
planejamentos.
3. CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE
(Arvore da família Atlântica – Romero Brito)
Ancorada na perspectiva da educação inclusiva, a inclusão social e a
organização de práticas não excludentes tornam-se imprescindíveis para
que a escola tenha pleno conhecimento do seu entorno, utilizando seus
equipamentos e espaços como fonte de aprendizagem e aproximação da
comunidade. Essa ação propicia a elaboração de uma proposta pedagógica
pautada em projetos interdisciplinares e transversais, que incorporem
ações, pessoas que convivem nesse entorno (como familiares,
profissionais, equipamentos públicos, comerciantes, trabalhadores locais,
etc.), e que conheça com maior abrangência, o modo de vida das pessoas
da comunidade buscando referencias no seu cotidiano e estabelecendo
uma relação dialógica comunidade/escola. Nesse sentido, buscamos
aproximar a equipe escolar dos familiares e crianças e proporcionamos no
ano de 2011, com a maioria dos funcionários que ainda permanecem em
2012, um passeio pelos bairros: Estoril, Capelinha, Cocaia, Parque das
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Garças, Parque rio Grande Vila Pele e Parque do lago de onde provém
nossa comunidade.
Naquela ocasião, durante o passeio, alguns questionamentos foram
feitos aos nossos educadores, como proposta de reflexão, os mesmos
demonstraram estarem impressionados com alguns aspectos como
moradia, carências locais referentes à infraestrutura e principalmente as
distâncias até a escola. Com a proposta de reflexão solicitamos aos
educadores um registro do que observaram durante o passeio, através da
resposta de três questionamentos: Quem é essa comunidade? O que lhe
chama a atenção neste lugar? E o que mais você observa?
“Poucas mudanças ocorreram.” (Elena e Mª Isabel);
“A situação neste Bairro (Capelinha) é bem precária.”
(Naomy);
“Há casas sem rede de esgoto e falta água.” (Patrícia);
“Não tem espaços para as crianças brincarem.”
(Isabel);
“A população é bastante grande.” (Isabel);
“Um bairro muito pacato só tem chácaras e pesqueiros
comércio nenhum...” (Talita)
“É difícil, só mato, terra, bichos e pássaros fiquei com o
coração doendo de ver onde as crianças moram.”
(Welington);
“Precisam de muita ajuda.” (Cleide);
“Devemos dar assistência.” (Cristiane)
(Principais relatos dos educadores após o passeio)
Poucas crianças moram próximo à escola e a grande maioria é
atendida pelo transporte escolar, serviço oferecido pela Prefeitura pelo
fato de a mesma não poder construir escolas nos bairros supracitados,
que ficam em áreas de mananciais. Verificamos a precária oferta de
espaços de lazer e cultura oferecido pelo município nos locais mais
distantes, não existindo praças, posto de saúde próximo ou até mesmo
um pronto socorro.
Fazendo uma analise conjuntural, fica a responsabilidade para a
escola (através de toda a equipe) de proporcionarmos além de
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aprendizagem nas diversas áreas de conhecimentos, aspectos que
envolvem a relação entre crianças e adultos que habitam este espaço, de
alegria, diversão e de inserção na cultura infantil.
Como pensar a comunidade e suas muitas imagens ou faces? Na
tentativa de buscar alguns caminhos, lembramos Cunha (1998, p.80),
afirmando que “... ainda são as diferenças o que move as sociedades
desse planeta”.
A diversidade não está apenas em rostos e olhos, e sim na busca
de uma identidade própria, em um fazer histórico, onde o reconhecimento
se traduz no direito a igualdade e ao respeito às diferenças. Neste aspecto
as diferenças promovem uma convivência verdadeira e gratuita entre as
pessoas na expressão de suas formas de ser, pensar e agir compondo
assim uma realidade democrática.
3.1. RECURSOS DA COMUNIDADE
Biblioteca Municipal Machado de Assis, com a qual mantemos
parceria nas atividades desenvolvidas voltadas para a participação de
nossas crianças no momento da hora de conto;
Unidade de Pronto Atendimento (UPA), ao qual encaminhamos os
casos de crianças acidentadas na escola;
Unidade Básica de Saúde;
Escolas Municipais de Educação Básica: Suzete Aparecida de
Campos (Fundamental); Cecília de Oliveira Turbay (Creche) e Graciliano
Ramos (infantil de 2 a 5 anos);
Escola Estadual Antonio Caputo (ensino fundamental II e ensino
médio);
Poliesportivo Municipal, que oferece alguns cursos gratuitos para a
comunidade em geral relacionados a práticas esportivas, coordenados
pela secretaria de Esportes da Prefeitura.
Quadra de esportes do bairro, que oferece cursos de judô, balet,
artesanato mediante taxas cobradas de seus participantes. Conta
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também com a sede da Associação Riacho Grande que faz atendimento na
área assistencial;
Sede dos Escoteiros do Riacho;
Lazer: o Bairro é procurado aos finais de semana por conta da
represa, tornando-se um bairro turístico. Os turistas vêm em busca da
pesca e de banhar-se nas águas da represa, em torna da qual estão
instalados quiosques e vendedores ambulantes que fazem deste comércio
um meio de sobrevivência. A represa também é utilizada por nossa escola
como recurso para os estudos sobre a água e questões ambientais;
Outro ponto de atração turística, que está situado relativamente
próximo à escola, é o Parque Estoril, alguns de nossos alunos residem nas
proximidades deste parque e vem até a escola a pé ou de transporte
escolar particular;
O comércio local está muito voltado para a venda de artigos para
pesca, visando atender a procura dos turistas, que utilizam a represa para
este fim, não só aos finais de semana;
A orla da represa também oferece aos turistas, principalmente à
noite, restaurantes, que são procurados por pessoas de várias regiões;
Outro atrativo é a Feira de Artesanato chamada pelos moradores
desta região de “Feirinha do Verde”. Ela ocorre na praça em frente à
Biblioteca Machado de Assis aos domingos e é organizada pelo Rotary
Clube e Sub Prefeitura do Riacho;
Dados observados a partir da avaliação da comunidade do ano de
2011 apontam para a existência de um bom relacionamento entre a
equipe escolar e os familiares, e também para a satisfação da maioria das
famílias em relação à aprendizagem das crianças e ao trabalho realizado
pela escola e pela equipe que a compõe. Um dado importante apontado
pela comunidade durante a pesquisa, e que se assemelha ao apontado em
2010, refere-se às condições do prédio da escola, consideradas boas, mas
com ressalvas em relação à necessidade de reformas e adaptações. Sobre
esta situação, a APM da escola empenhará a verba de manutenção deste
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ano para sanar alguns dos problemas mais urgentes como conserto do
piso que rodeia o prédio, vazamentos no telhado, adequação do tamanho
dos brinquedos do parque (rebaixamento) a fim de garantir a segurança
das crianças. Porém, é consenso também entre os membros deste
colegiado, a necessidade de uma reforma mais incisiva do prédio, a fim de
que os problemas possam ser sanados em definitivo.
A comunicação entre a escola e a família também foi avaliada
satisfatoriamente. Essas informações são importantes para nossa equipe,
uma vez que validam ações e apontam para um investimento constante
nas ações da equipe em relação ao constante aprimoramento do serviço
prestado à comunidade.
4. COMUNIDADE ESCOLAR
4.1. CARACTERIZAÇÃO
Nossa escola está localizada no centro do Riacho Grande, distrito
que abrange diferentes bairros como: Centro, Parque Rio Grande, Vila
Pelé, Vila Tozzi, Jardim Jussara, Balneária, Capelinha, Areião, Yara Praia,
Estoril, Banespa, Canal Schimdt, Km 40 da Anchieta, Jardim Borda do
Campo, Varginha, Xiboca, Cocaia, Parque das Garças, Zanzala, Boa Vista,
Fincos, Sabesp, Alto da Serra. Todos estes bairros possuem características
peculiares, mas todos com um aspecto em comum, todos em área de
manancial.
O distrito do Riacho Grande está distante do centro do município de
São Bernardo do Campo, por isso o mesmo possui uma subprefeitura
onde faz atendimento aos munícipes de segunda à sexta–feira das
8h30min às 17h30m. Este atendimento refere-se a qualquer solicitação,
reclamação ou sugestão referente a ações do poder público, que são
encaminhadas às respectivas Secretarias de competência.
O centro do Riacho Grande também possui Posto de Saúde, Unidade
de Pronto Atendimento (UPA), Centro de Referência e Assistência Social
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(CRAS), Biblioteca Municipal Machado de Assis, Associações de Bairro e
como todo bairro grande e populoso oferece a comunidade supermercado,
farmácia, escolas e lojas.
A nossa unidade escolar atualmente atende um total de 306 alunos
vindos destes diferentes bairros citados acima.
Alguns destes bairros apresentam uma considerável distancia até a
escola impossibilitando que os familiares tragam seus filhos até o portão
todos os dias. Este aspecto é um dos pontos que enfatizam a
caracterização da nossa comunidade, pois temos uma pequena
porcentagem de familiares que se mostram presentes fisicamente nas
ações da escola e uma grande porcentagem que se mostra presente nas
ações da escola através de outros veículos de comunicação como: caderno
de comunicados, telefonemas, e-mails, blog, bilhetes, etc.
Em nossa visita aos bairros, realizada principalmente com o
objetivo de apresentá-la aos novos educadores que iniciam na escola após
o último processo de remoção, foi observado que em nossa comunidade
ainda há falta de infraestrutura básica para as famílias, ou seja, apenas os
Bairros mais próximos da escola como Centro do Riacho, Parque Estoril,
Parque Rio Grande, Vila Pelé e Jardim Boa Vista possuem água encanada,
rede de esgoto e ruas pavimentadas. Outra surpresa para o grupo novo é
procedência das crianças, que vêm de bairros muito distantes, diferente
da idéia que muitos tinham de uma escola de atendimento central do
Riacho Grande.
No Bairro Capelinha, de onde vem grande parte de nossas crianças,
ainda nos deparamos com a falta de água encanada e com o esgoto
correndo a “céu aberto”, em meio a ruas não pavimentadas. A água é
levada por caminhões pipa no Bairro Capelinha e retirada de poços em
bairro como Parque das Garças, Cocaia, Alto da Serra. Outro fato que nos
chamou a atenção foi a falta de opção de lazer e as condições precárias
das ruas, que impossibilitam às crianças de brincarem com segurança,
sem se expor a riscos.
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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012
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Esses observáveis continuam apontando para a necessidade de
investimento da escola no trabalho voltado para a importância do brincar,
bem como nas questões da área de corpo e movimento. Em nossos
encontros de formação teremos a oportunidade de refletir sobre esta
necessidade, além de abordarmos outras questões elencadas a partir
desta experiência com o grupo.
Esses dados reforçam também a necessidade de investimento em
políticas publicas em alguns dos bairros do distrito do Riacho Grande.
É importante também que a escola invista em conjunto com o Posto
de Saúde em ações que visem à melhoria da qualidade de vida destas
famílias e consequentemente a qualidade de vida de nossas crianças. Em
contatos mantidos após a visita e observações, estabelecemos com a UBS
do Riacho a parceria na divulgação de ações no combate à dengue,
tuberculose e saúde bucal. Divulgaremos entre as famílias os dias e os
temas de palestras que ocorrerão nos bairros de nossa comunidade
escolar, bem como disponibilizaremos o espaço para a realização destas
palestras em nossa escola, durante encontro com os pais nas reuniões de
familiares e de Conselho de Escola e APM.
Atendemos algumas crianças dos bairros: Areião, Jardim Jussara e
Vila Balneária que embora tenham escola em seus bairros não há vagas
suficientes para atendê-las, principalmente aquelas que precisam do
período integral, ou ainda procuram a escola por preferência da família.
As comunidades dos bairros Borda do Campo, Cocaia, Canal
Schmidt, Parque das Garças e Alto da Serra tem muitas características em
comum, temos casas em um mesmo local formando pequenos vilarejos e
outras isoladas, distantes umas das outras com características rurais.
Muitos dos familiares trabalham como caseiros em chácaras e sítios.
“Cada bairro/ comunidade na sua organização e
sobrevivência construiu respostas particulares para as
suas necessidades na superação, ou não, das
desigualdades.” (Conversando sobre projetos Políticos
Pegagógicos – SE)
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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012
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Chama-nos a atenção a distância destes bairros até a escola, pois
temos vilarejos que ficam aproximadamente a 18 km de distância. No ano
de 2009, através das ações do Conselho de escola, conseguimos que mais
bairros tivessem acesso ao transporte escolar da Prefeitura. Neste ano,
cerca de 64% de nossas crianças utilizam o transporte escolar do
município. Apenas 10% das crianças vêm até a escola acompanhadas
pelos familiares e 26% utilizam o transporte particular.
Diante destes dados, nosso grande desafio continua sendo o de
ampliar e efetivar a participação destas comunidades nas ações da escola,
reconhecendo nelas um instrumento que possibilita a ampliação dos
conhecimentos acumulados na sociedade.
Por fim, temos como direcionamento de trabalho, levar para as
reuniões de Conselho de Escola e APM os observáveis em relação aos
Bairros visitados, buscando encaminhamentos e reflexões sobre as
realidades vivenciadas pelas nossas crianças e familiares e como a escola
pode contribuir para as mudanças e melhorias.
“Cada comunidade é de um jeito. É necessário respeitar
o contexto histórico e social onde a escola está
inserida”. (Conversando sobre projetos Políticos
Pedagógicos – SEC)
5. CONSELHO DE ESCOLA
5.1 CARACTERIZAÇÃO
Acreditamos no velho princípio latino “as palavras comovem, mas os
exemplos se arrastam”. Transferindo esse princípio para o cotidiano da
escola podemos dizer que, construímos mais cidadania nas crianças pelas
atitudes que cultivamos do que pelas palavras que dizemos. Este princípio
reforça o laço da efetivação da cidadania no coletivo da unidade escolar,
através da participação das comunidades escolar e local.
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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012
EMEB GRACILIANO RAMOS
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Pensando nisso, podemos nos perguntar: Como essa participação se
revigora nas decisões das ações do coletivo da unidade escolar? Como
redefinir a participação dos diferentes segmentos da escola?
A efetiva defesa da participação popular no interior da unidade
escolar está pautada na implementação do Conselho de Escola. Os
Conselhos de Escola na educação, concebidos pela LDB como uma das
estratégias de gestão democrática da escola pública, tem como
pressuposto o exercício de poder pela participação, das comunidades
escolares e locais (LDB, art. 14). Para nós a democratização da gestão da
escola, está na partilha de sentimentos, compartilhamento de decisões
com a comunidade, na idéia de melhores trajetórias para o gerenciamento
da unidade escolar. O Conselho de escola tem por finalidade deliberar
decisões coletivas e traduzir os anseios e os votos dos diferentes atores
internos e externos da escola.
“Os conselhos escolares são acima de tudo um espaço
de participação e, portanto de exercício de liberdade.”
(Programa Nacional de fortalecimento dos Conselhos
Escolares)
5.2. OBJETIVOS E ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO DE
ESCOLA
Elaborar o regimento interno do Conselho de Escola;
Acompanhar a efetivação do calendário escolar;
Discutir e avaliar o Projeto Político Pedagógico da escola;
Garantir a participação das comunidades escolar e local na
definição do projeto político pedagógico da unidade escolar;
Promover relações pedagógicas que favoreçam o respeito ao
saber das crianças e que valorizem a cultura da comunidade
local;
Propor e coordenar alterações em relação ao aproveitamento
significativo do tempo e dos espaços pedagógicos na escola;
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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012
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Elaborar o plano de formação continuada dos conselheiros
escolares, visando ampliar a qualificação de sua atuação;
Aprovar o plano financeiro anual, elaborado pela gestão da escola
e APM sobre a programação e a aplicação de recursos
financeiros;
Acompanhar a gestão administrativa e pedagógica da unidade
escolar.
5.3. QUADRO DO CONSELHO DE ESCOLA
MEMBRO NATO – Filomena Cabral Pais Jasiulonis
COORDENADORA – Andrea Esteves Gomes Silvério
SECRETÁRIA – Maria Aparecida Tenório
MEMBRO – Francisco de Assis de Oliveira Fagundes
SUPLENTE – Silvia Helena Morais Dias
MEMBRO – Zuleide Cassiano Silva Santos
SUPLENTE – Sandra de Jesus Alves
MEMBRO – Pamela Fabíola Bernine Calunga
SUPLENTE - Isabel Cristina de Souza
6. ASSOCIAÇÃO DE PAIS E MESTRES
6.1. CARACTERIZAÇÃO DA APM
Acreditamos que democratizar a gestão é partilhar decisões com a
comunidade, possibilitando encontrar melhores caminhos para o
gerenciamento da Unidade Escolar. Ampliando o número de pessoas que
participam da rotina escolar é possível estabelecer relações mais flexíveis
e menos patrimonialista entre os atores que atuam no interior e no
exterior da escola.
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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012
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Em nossa unidade escolar temos dois órgãos colegiados, ou seja,
duas formas legais de participação e envolvimento de todos os
segmentos, que nos auxiliam a gerir as ações da escola, são elas:
Conselho de Escola APM. A associação de pais e mestres tem por
finalidade aprimorar as ações e planejar as aplicações de recursos
financeiros destinados a escola.
Esse objetivo só poderá ser contemplado se pautado em discussões
e levantamentos de prioridades em parceria com o Conselho de Escola.
Para que esse diálogo aconteça ficou acordado que as reuniões dos dois
órgãos colegiados durante este ano acontecerão na primeira quinta-feira
do mês no horário das 15: 00h.
6.2. OBJETIVOS GERAIS DA APM
Propiciar o interjogo entre as pessoas, facilitando a troca de
idéias, revisão de matrizes, concepções e crenças, incorporando
novos dados, elementos e conhecimentos;
Favorecer que a escola cumpra seus objetivos e princípios co
qualidade e responsabilidade, tendo na parceria com o Conselho
de Escola o objetivo de conhecer melhor o conjunto das
necessidades de opiniões e melhorar o bem-estar das crianças;
Efetivar o plano financeiro anual elaborado em parceria com a
gestão sobre a programação e aplicação de recursos financeiros;
Socializar com a comunidade local o direcionamento dos recursos
financeiros através de planilhas, tabelas e prestação de contas.
Acreditamos que, democratizar a gestão da escola é partilhar
decisões com a comunidade, possibilitando encontrar melhores caminhos
para o gerenciamento da unidade escolar.
Após uma primeira conversa com este novo grupo do Conselho de
Escola, foi realizado um levantamento das expectativas e ideias perante o
trabalho a ser realizado. Estabelecemos então que a participação na rotina
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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012
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escolar, principalmente no planejamento de algumas ações pedagógicas
garante uma relação mais flexível entre educadores e comunidade.
6.3 COMPOSIÇÃO DO QUADRO DA APM
CONSELHO DELIBERATIVO
NOME CARGO CATEGORIA
Cleide Lima Rosa Presidente Professor
Alexandra Francisca das
Neves Primeiro Secretário Mãe de aluno
Talita Leão Mantovani Segundo Secretário Mãe de aluno
Renata Carla Nascimento Membro Mãe de aluno
Isabel Cristina de Sousa Membro Professora
DIRETORIA EXECUTIVA
NOME CARGO CATEGORIA
Adriana Soares Strole Diretor Executivo Pai de aluno
Francisca Sonia Vieira
Ricardo
Vice Diretor
Executivo Mãe de aluno
Andrea de Vasconcelos
Correa Primeiro Tesoureiro Mãe de aluno
Adriana Alves Gomes Segundo
Tesoureiro Mãe de aluno
Ligia Mello Morita Primeiro Secretário Professor
Fernanda Feliciano
Andrade Segundo Secretário Professor
CONSELHO FISCAL
NOME CARGO CATEGORIA
Antonio Valdi da Silva presidente Mãe de aluno
Rosana Rosa Pereira Membro Mãe de aluno
Maria Isabel de Farias Leal Membro Professor
6.4 AVALIAÇÃO
Refletiremos com os membros da APM acerca das estratégias,
periodicidade e possíveis instrumentos a serem utilizados durante o
processo de avaliação do plano de formação da APM e Conselho, que
serão incorporados a este documento durante o ano.
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7. PLANO DE AÇÃO COM AS FAMÍLIAS
Justificativa
A necessidade de trabalho dos familiares que na maioria das vezes
ocorre concomitantemente ao período escolar, a distância física presente
entre a escola e os bairros dos quais provem nossas crianças, são fatores
que dificultam a vinda das famílias até a escola, e, consequentemente um
contato direto sem intermediação com a equipe escolar. Diante desta
constatação, faz-se necessário investir em canais de comunicação que
garantam o acesso das famílias ao que ocorre em nosso cotidiano, a fim
de que participem, compreendam e acompanhem o processo de
aprendizagem e desenvolvimento proporcionado por nossa escola. Nesse
sentido, a comunicação entre família e escola pode se dar através de
bilhetes colados ou recados escritos pela professora nas agendas, cartazes
colados no portão da escola, blog da escola, por telefone entre outros.
Outra ação que envolverá nossa comunidade, estará voltada para o
conhecimento e reconhecimento da criança enquanto sujeito produtor de
cultura, identificando os saberes por ela produzidos, frutos de suas
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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012
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experiências no meio cultural onde habita e estuda. Essa ação dará
margem à transformação do olhar das famílias sobre a infância e suas
especificidades.
Objetivos gerais
No trabalho com as famílias, um dos pontos primordiais será semear
os desejos e objetivos traçados por toda a equipe escola, bem como seus
projetos, atividades sequenciadas e tudo o que envolver a aprendizagem e
o desenvolvimento das crianças, no intuito de poder contar com a
participação e empenho de todos, família e escola em um só proposito.
Nesse sentido, clarificar para as famílias nossos princípios educativos, bem
como nossas concepções de criança/infância, espaço/tempo,
diversidade/singularidade, ludicidade entre outros, é um ponto
fundamental para o êxito do nosso trabalho e da formação familiar.
Enfim, a equipe escolar através de reuniões com familiares em sala,
com a equipe gestora ou em conversas pontuais, terá além dos objetivos
supracitados os que se seguem:
Envolver a comunidade nas ações e projetos;
Garantir a comunicação entre a escola e a família acerca das
ações que ocorrem na escola;
Investir em meios de comunicação que garantam a
comunicação entre a escola e as famílias;
Viabilizar a participação das famílias em encontros que
abordem temas de interesse da comunidade escolar;
Envolver as famílias nos projetos que ocorrem na escola a fim
de que acompanhem o processo educativo vivenciado pelas
crianças;
Valorizar os saberes da comunidade identificando e
valorizando as experiências culturais, socializando-as com toda
a comunidade escolar;
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Ações propostas
Encontros com familiares: Nosso objetivo é que os encontros
possam ser planejados com mais cuidado e com um tempo maior para o
contato entre as famílias e a escola. As famílias serão convidadas a
participarem através de bilhete em forma de convite na agenda, cujo
conteúdo será elaborado pela professora e com as crianças, que informará
sobre os assuntos a serem abordados através de uma pauta. Os temas
serão definidos de acordo com os interesses e necessidades da escola e da
família, que durante os encontros poderão indicar os assuntos que
gostariam fossem abordados nas próximas reuniões.
Socialização do trabalho realizado em sala: para que as
famílias possam acompanhar o processo de ensino aprendizagem que
ocorre na escola, as professoras organizarão os materiais produzidos nos
projetos e sequenciadas enviando-os para casa ao término dos mesmos.
Dessa forma, pretendemos que as famílias conheçam o trabalho ocorrido
na escola, acompanhando o desenvolvimento global de suas crianças
através de suas produções. Os sábados letivos serão momentos de
socialização e participação das famílias, divulgando as ações sobre o
Projeto de 2012, “As crianças percorrendo os caminhos da Cultura
Brasileira”.
Melhoria dos canais de comunicação entre a escola e a
família: Realizaremos a catalogação dos e-mails dos familiares e a
socialização do e-mail da escola, estabelecendo assim outro canal de
comunicação possível entre as famílias que possuem este recurso
tecnológico. Criado no ano de 2009, o “Blog” da nossa escola será um dos
veículos de informação para socializar as ações que aqui acontecem.
A verificação diária da agenda das crianças, principal veículo de
informação entre as famílias e a escola, por parte das professoras é uma
ação importante para que a comunicação seja efetivada, principalmente
entre as famílias que não dispõe de recursos tecnológicos necessários ao
acompanhamento via internet.
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A divulgação das ações que ocorrem na escola, como concebemos a
educação, as rotinas que aqui acontecem e temas voltados à educação,
concepção de infância e divulgação da cultura são expostas nos murais de
entrada da escola e em biombos, para que a comunidade que até aqui
vem possa apreciar. Na entrada da secretaria há um espaço de
“instalação”, através de diversas de diversas linguagens, fotos, poesias,
imagens que retratam o cotidiano de nossa escola
7.1. ORGANIZAÇÃO DOS EVENTOS COM A COMUNIDADE
Eventos
04 de fevereiro– 1ª reunião com as famílias na escola.
12 de junho – 44º Aniversário da EMEB ”Graciliano Ramos” –
Exposição do Histórico para a Comunidade
23 de junho – Encontro com os familiares para o início do
projeto “As Crianças Percorrendo os Caminhos da Cultura Brasileira”
15 a 19 de outubro- Semana da Educação:Exposição de
trabalhos das turmas e homenageado: Compositor e Maestro Heitor Villa
Lobos
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19 a 23 de novembro - Semana da consciência Negra:
exposição de atividades produzidas com as crianças sobre o tema
08 de dezembro- Finalização do Projeto “As Crianças
Percorrendo a Cultura Brasileira”
Reunião com familiares
As nossas reuniões têm como objetivo construir parcerias com os
familiares nas questões referentes às crianças, bem como a formação dos
mesmos;
Entendemos que o diálogo com os familiares nos ajuda a conhecer
as particularidades de cada criança, o que fazem, com quem convivem
fora da escola, como é sua rotina e outros dados para melhor direcionar o
olhar em relação a cada uma, contemplando a diversidade;
Temos também conversas individualizadas com os familiares
agendadas a partir da necessidade sugerida pelo professor, trio gestor,
famílias, ou EOT. Neste caso, um responsável pela criança é chamado em
horário a combinar entre professor, familiar e um representante do trio
gestor, costumeiramente o diretor ou coordenadora pedagógica;
Quando a família não pode comparecer no horário de aula,
marcamos as quintas-feiras no horário dos HTPC’s para que possa
encontrar-se com a professora;
O encontro será planejado no HTPC, quando definiremos um tema
a ser trabalhado com os pais, referente às ações que ocorrem na escola. A
pauta do encontro será socializada com a família através de um convite,
que será colocado na agenda;
Para as famílias dos alunos novos, organizamos uma reunião que
acontece no mês de dezembro, com o objetivo de acolher melhor os que
aqui chegam, apresentando a escola, seus espaços, alguns membros da
equipe, bem como próprio o Projeto Político Pedagógico que nos
fundamenta.
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Responsáveis
A responsabilidade pelas ações que ocorrerão no Plano de Ação com
a Comunidade Escolar estará a cargo da Equipe Gestora, que contará com
a participação direta de toda a equipe escolar, que se co-responsabilizará
pela efetivação das tomadas de decisões coletivas, viabilizando o sucesso
das ações planejadas.
Prazo/ periodicidade
As ações planejadas ocorrerão ao longo do ano de 2012, durante
encontros entre as famílias e a escola: reuniões de pais, eventos com a
participação da família, envio de calendários mensais através das
agendas, verificação diária das agendas, Jornal da Escola...
Avaliação
A avaliação se dará de forma contínua, partindo da observação das
mudanças no cotidiano escolar que ocorrerão a partir da efetivação das
ações, através da avaliação da participação da comunidade nos eventos e
reuniões organizados pela escola e ao longo do processo, quando a equipe
escolar poderá em encontros de formação individual e coletiva, refletir
sobre o andamento dos projetos e sobre a participação da comunidade
nas ações da escola.
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8. EQUIPE ESCOLAR
8.1. PROFESSORES
8.1.1. CARACTERIZAÇÃO
NOME SITUAÇÃO
FUNCIONAL
ESCOLARIDADE TEMPO
NA
PMSBC
TEMPO
NA
ESCOLA
OBSERVAÇÃO GRADUAÇÃO/
FORMAÇÃO
PÓS-
GRADUAÇÃO
Isabel Professora Cursando
jornalismo -
3 anos e
3 meses 1 ano -
Cleide Professora Letras Educação Infantil
2 anos 2 anos -
Débora
Renata Professora
Pedagogia
Incompleta - 5 anos 2 anos -
Elena Professora Magistério - 22 anos 4 anos -
Francisca Professora Pedagogia Educação Infantil
4 anos 1 ano Profª Jornada suplementar
Maria
Iraneide Professora Pedagogia
Educação Infantil
4 anos 4 meses -
Fernanda
Feliciano Professora Pedagogia
Educação Tecnológica
5 anos 4 anos -
Filomena Professora
Respondendo
pela Direção
Pedagogia/ Letras
Gestão Escolar 26 anos 24 anos -
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Fernanda
Soares Professora Pedagogia Psicopedagogia 1º ano 2 meses -
Cristiane Professora Pedagogia - 10 anos 1 ano -
Maria
Isabel Professora
Pedagogia/ Biblioteconomia
Educação Infantil
11 anos 7 anos -
Patrícia Professora substituta
Magistério Direito
- 5 anos 5 anos -
Rafaella Professora
Fisioterapia/ Magistério
Pedagogia
- Início em
maio
Início em maio
-
Ligia Professora Pedagogia
Gestão de pessoas/ A arte
de contar história/ Educação Infantil
2 ano 1 ano -
Tatiana Professora de
Apoio à Direção
Pedagogia Psicopedagogia/
Educação Infantil
8 anos 7 anos -
Eliane Professora Pedagogia Educação Infantil
7 anos 1 ano -
Andrea Professora Magistério - 8 anos 1 ano -
NOME SITUAÇÃO
FUNCIONAL
ESCOLARIDADE TEMPO
NA
PMSBC
TEMPO
NA
ESCOLA
OBSERVAÇÃO GRADUAÇÃO
PÓS-
GRADUAÇÃO
Alexandre Auxiliar em
Educação
Educação
Artística - 4 meses 4 meses -
Neli Auxiliar em Educação
Administração de Empresa
- 3 anos 1 ano -
Wellington Auxiliar em Educação
Cursando
Psicologia - 2 anos 1 ano -
8.2. FUNCIONÁRIOS
8.2.1. CARACTERIZAÇÃO
NOME SITUAÇÃO
FUNCIONAL ESCOLARIDADE
TEMPO
NA
PMSBC
TEMPO
NA
ESCOLA
OBSERVAÇÃO
Aldinete Aux. Limpeza Ensino Médio 6 anos e 8
meses
2 anos e
dois meses -
Dina Aux. Limpeza Cursando Matemática 6 anos
Início em
maio na unidade
-
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Sandra Aux. Limpeza Ensino Médio 6 anos e 5
meses 6 anos -
Silvia Aux. Limpeza Pedagogia 7 anos e 8
meses 7 anos e 8
meses -
Terezinha Aux. Limpeza Magistério 6 anos 4 anos -
Wilton Oficial de escola Ciências Contábeis 5 anos 5 anos -
Léia Cozinheira Ensino Médio - 5 anos Funcionária da
Coan
Márcia Aux. Cozinha Ensino Médio - 4 anos Funcionária da
Coan
Rosemary Aux. Cozinha - - Funcionária da
Coan
Rosilene Aux. Cozinha Ensino Médio - 7 anos Funcionária da
Coan
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9. PLANO DE FORMAÇÃO DOS EDUCADORES, QUALIDADE
NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Público alvo: professores, auxiliares e funcionários da escola
Duração: 2 anos
Periodicidade: encontros de htpc e reuniões pedagógicas
Justificativa
Com o propósito de romper com a visão da Educação Infantil como
etapa preparatória para o Ensino Fundamental e considerando a Infância
como uma etapa da vida, há que se seguir uma diretriz baseada em um
conceito da infância voltado para a contemporaneidade, pois conforme
afirma Barbosa( 2009):
“A função da educação infantil nas sociedades
contemporâneas é a de possibilitar a vivência em
comunidade, aprendendo a respeitar, a acolher e a
celebrar a diversidade dos demais, a sair da percepção
exclusiva do seu universo pessoal, assim como a ver o
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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012
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mundo a partir do olhar do outro e da compreensão de
outros mundos sociais.” (p.12)
Desse modo, diante das peculiaridades e características da infância,
é evidente a necessidade de refletir sobre os conceitos teóricos e práticas
pedagógicas [...] que pensem em projetos educacionais que possam, em
sua complexidade, dar conta tanto das necessidades de segurança,
proteção e pertencimento, quanto das de liberdade e autonomia.
(BARBOSA, p. 12)
Segundo Karl Marx, assim como para Vygotsky, [...] o homem não
nasce humano. Sua humanidade é externa a ele, desenvolvida ao longo
do processo de apropriação da cultura, que as novas gerações encontram
ao nascer, acumulada pelas gerações precedentes. Barbosa (2009)
acrescenta ainda que:
“Não nascemos sabendo nos relacionar com os demais.
Embora sejamos biologicamente sociais, precisamos, no
convívio, aprender as formas de relacionamento. Essa é
a grande tarefa da educação da primeira infância e é
realizada nas suas práticas cotidianas embasadas
naquilo que a cultura universal oferece de melhor para
as crianças.“ (p. 13)
Partindo desta colocação, temos que a escola é tida como o lugar da
cultura elaborada, ou seja, a “[...] cultura histórica e socialmente
acumulada constitui a fonte do desenvolvimento humano, uma vez que
guarda o conjunto das qualidades humanas criadas ao longo da história
(MELLO). Neste sentido, a função do professor é , como parceiro mais
experiente no processo de aprendizagem, conhecer a cultura “ [...] para
mediatizar seu acesso às crianças.” (MELLO), mediando os saberes
construídos pela humanidade, considerando a capacidade das crianças em
aprender, ampliando-os de modo a apropriar-se da própria cultura, agindo
assim como sujeitos que criam e podem também provocar intervenções
no mundo, se constituindo como produtores de cultura.
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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012
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Apoiados na afirmação de Leontiev (in MELLO, 2003), temos que a
apropriação da cultura por parte da criança ocorre através das relações
estabelecidas com outras pessoas, no convívio social que lhe permite
desenvolver aptidões, capacidades e habilidades humanas na medida em
que se relaciona com os objetos e materiais da cultura: linguagem,
ciência, costumes e instrumentos (objetos). Temos então que a criança
não é um “ser de aptidões” e sim “um ser criador de aptidões”, pois [...]
criam a partir das condições concretas de vida e educação, do acesso que
a sociedade lhe permite à cultura acumulada que possibilita ao ser
humano ser “uno” e “diverso” (MELLO).
Tendo em vista ser a educação infantil um espaço pautado pelo
encontro entre diferentes saberes, vivências e pessoas e que [...] oferece
à criança o contato com o contexto cultural ao qual pertence. (BARBOSA,
2009, p.58), defendemos que temas como educar para a igualdade
(racial, de gênero, de crença e valores) de modo que a criança possa
vivenciar diferentes culturas também será foco das reflexões durante a
formação com o grupo.
Objetivos
Repensar as práticas pedagógicas presentes no cotidiano da escola,
identificando e problematizando as práticas tradicionais;
Estudar os instrumentos legais que orientam e embasam a prática
pedagógica na Educação Infantil pensando na adequação de um
currículo efetivamente voltado para a educação infantil;
Resgatar as concepções de infância, criança, de adulto (frente ao
conceito de infância) e escola, dentro da abordagem histórica,
refazendo sua relação no cotidiano escolar;
Resgatar os fundamentos teóricos que embasam a pedagogia da
infância identificando elementos que mostram a voz da criança e
sua ação no projeto educativo;
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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012
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Reconhecer as crianças como agentes ativos da cultura infantil, que
constroem as próprias culturas e contribuem para a produção do
mundo adulto;
Refletir sobre o perfil do educador da criança pequena e da escola
dentro de uma visão humanizadora.
Conteúdos
Correntes pedagógicas: Tradicional, crítica e pós-crítica (2011);
Concepção de infância à luz dos teóricos: Vygotsky, Piaget, Freinet;
A educação infantil no Brasil – uma abordagem histórica (2011);
Culturas infantis;
Práticas pedagógicas: organização da vida cotidiana (rotina, tempo,
espaço, materiais, projetos, sequências didáticas, atividades
permanentes) (2012);
Perfil do educador da criança pequena (2011/12);
Pedagogia da Infância: Princípios educativos, gestão compartilhada,
os adultos responsáveis: papéis diferenciados, currículo da educação
infantil (2011/12).
Ações Previstas
Socialização do plano de formação “Qualidade na Educação Infantil”
com o grupo de trabalho (Reunião pedagógica/2011);
Leitura e reflexões de textos que embasarão teoricamente o
desenvolvimento do plano de formação (HTPC);
Organização de uma “caixa de textos” que subsidiará as possíveis
reflexões no grupo, através de textos voltados para os temas
discutidos (Reunião pedagógica/2011);
Abordagem histórica da infância e da Educação Infantil – linha do
tempo (HTPC);
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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012
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Abordagem dos princípios educativos que embasam o documento
“Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil” (Reunião
pedagógica/ HTPC);
Estudo e reflexão sobre propostas pedagógicas a partir dos
instrumentos legais voltados para a Educação Infantil (HTPC);
Utilização de elementos da Arte para sensibilizar olhares,
percepções, sentimentos e linguagens em relação à infância através
dos tempos (Reunião pedagógica);
Reflexões acerca da cultura e da linguagem da infância através da
abordagem do movimento Modernista da Arte, onde a visão da
criança é concebida como “Inspiradora dos mais velhos no processo
de criação e concepção do mundo” (GOBBI) (Reunião pedagógica);
Estudo acerca das ideais de alguns autores contemporâneos que
abordaram a infância à luz dos teóricos: Vygotsky, Piaget, Freinet
(Reunião pedagógica e HTPC);
Tematizar conceitos de infâncias, culturas infantis através de filmes,
imagens, músicas, passeios compartilhados com o grupo (Reunião
pedagógica e HTPC);
Reflexões a partir de cenas do cotidiano relacionadas ao espaço
escolar e sua disponibilização e adequação para as crianças que nele
habitam, através de filmagens, fotos e relatos orais e escritos de
observações por parte dos membros do grupo (Reunião pedagógica
e HTPC);
Observação e reflexão através de relatos e filmagens dos momentos
que ocorrem na escola onde oportunizamos a escuta da “fala” das
crianças referentes a diferentes temas através de roda de conversa,
plenárias, etc. (HTPC);
“Papéis que educam”: levantamento e tematização das práticas
pedagógicas que já ocorrem na escola e envolvem a relação entre
educadores e crianças, refletindo acerca do perfil do educador de
criança pequena (Reunião pedagógica e HTPC);
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Leitura dos teóricos que abordam o perfil da escola como espaço de
infância e do educador de criança pequena (HTPC);
Observação de outros espaços que atendem a educação infantil
(creche) através de registros fotográficos, escritos, orais,
socializando práticas e ampliando referencias (HTPC);
Organização de uma “mala literária”, constituída por textos, livros,
que serão socializadas (HTPC);
Sistematização das discussões através de sínteses realizadas pelos
participantes da formação (Reunião pedagógica e HTPC).
Avaliação do plano de formação
A avaliação das ações do plano se dará durante o processo de
formação, nos encontros de reuniões pedagógicas e htpc, e será feita por
todos os envolvidos.
A equipe gestora terá um olhar focado para práticas que revelem
mudanças de posturas dos adultos em relação às crianças relacionadas a
falas, atitudes que demonstrem o quanto a questão da infância vai sendo
compreendida como uma etapa de aprendizados importantes e como o
papel do adulto é fundamental para que a infância seja acolhida e
respeitada em suas especificidades.
O grupo avaliou ao final de 2011 que a formação trouxe importantes
reflexões acerca da infância,o contato com teóricos que, para alguns,
ainda não eram conhecidos, permitindo estabelecer uma relação mais
significativa entre teoria e a prática. Avaliou ainda como sendo
importante a participação de todos os segmentos da escola no momento
da formação em reunião pedagógica, aproximando todos dos
conhecimentos, reflexões e saberes construídos durante a formação. Foi
unânime a idéia de que esta formação devesse continuar no ano de 2012,
aprofundando as discussões e ampliando os saberes que favorecerão a
qualidade do ensino em nossa unidade.
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Referências bibliográficas
BARBOSA, Maria Carmen Silveira, “Práticas cotidianas na educação
Infantil – bases para a reflexão sobre as orientações curriculares”
Ministério da Educação (2009).
GOBBI, Marcia Aparecida, Ver com olhos livres: Arte e educação na
primeira infância, in FARIA, A.L. O coletivo infantil em creches e pré-
escolas. São Paulo, Ed.Cortez, 2007
_______O fascínio indiscreto: crianças pequenininhas e a criação de
desenhos, in MELO S e FARIA, A.L. – Territórios da infância:linguagens,
tempos, relações para uma pedagogia para crianças pequenas.
Araraquara, Junqueira e Marins Editora. 2007
Indicadores de Qualidade para a Educação Infantil e Diretrizes
Curriculares para Educação Infantil/ Ministério da Educação/Secretaria da
Educação Básica – Brasília: MEC/SEB, 2009
Parâmetros de qualidade para a Educação para a Educação Infantil
(vol. 1 e 2), Ministério da Educação, Brasília, 2008.
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10. PLANO DE FORMAÇÃO DOS EDUCADORES
10.1. PROJETO “APRENDIZES DA NOSSA BRASILIDADE”
Justificativa
Em algumas comunidades africanas, não se começa um encontro
sem cantar. E como um momento de leitura é, para nós, um momento de
encontro vamos tentar com algumas canções entender o significado do
projeto: Aprendizes da nossa brasilidade.
Milagres do Povo (Caetano Veloso)
“O povo negro entendeu que o grande vencedor
Se ergue além da dor
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Tudo chegou sobrevivente num navio
Quem descobriu o Brasil?
Foi o negro que viu a crueldade bem de frente
E ainda produziu milagres de fé no Extremo Oriente.”
É a partir do vínculo com essa dimensão do povo negro, um povo de
força, luta, superação e criatividade, cujo coração não coube na
escravidão, e que disse sim a vida que o projeto: Aprendizes da nossa
brasilidade, convida você a mergulhar no universo da História e da Cultura
africana e afro-brasileira. Com um olhar curioso, com um olhar de
aprendiz de corpo inteiro.
Aprendizes de corpo inteiro, porque seremos convidados, desafiados
a aguçar todos os nossos sentidos para perceber a presença negra
africana em nossa vida, em nosso entorno, em nosso próprio corpo.
Precisamos enxergá-la desprovidos de estereótipos, preconceitos e
racismos. É preciso uma mudança de atitude, de visão e de percepção de
mundo.
Necessitamos nos colocar no lugar do outro para compreender, por
exemplo, a vontade de viver de um povo que imigra involuntariamente
para o Brasil, sob a marca de maior crueldade da história da humanidade:
a escravidão. Um povo que atravessa o atlântico e produz milagres de fé,
de vida, de civilização em terras brasileiras. E, nessa perspectiva,
devemos olhar nossa brasilidade e nossa africanidade com encantamento.
Sim, sermos capazes de olhar no espelho e ter orgulho da nossa
ascendência negra/africana, de olhar nossos alunos brancos e negros e
refletir sobre que memórias africanas seus corpos carregam. O mesmo
pode ocorrer para nós que precisamos convocar nossas histórias de vida e
deixar emergir delas nossa dimensão africana de uma maneira positiva,
com toda a sua riqueza cultural, existencial.
A dimensão de educação que queremos enfatizar com o projeto:
Aprendizes da nossa brasilidade envolve o corpo inteiro na sua
complexidade e não na sua compartimentalização (intelectual de um lado,
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afetiva de outro, cognitiva de outro). Nosso corpo, nossa memória, nossa
história e nossos sentidos serão convidados pelo projeto para que
coletivamente, seja possível aprender/ensinar sobre a nossa africanidade
brasileira e sobre a nossa brasilidade africana.
Considerando o curto espaço de tempo das reflexões sobre esta
temática, optamos por usar a leitura de histórias, a arte, apreciação de
músicas e imagens como instrumentos de sensibilização. Organizaremos
diferentes elementos da arte que auxiliarão a construção de um olhar que
considera se valoriza a diversidade étnico-racial.
Por meio de apreciação e diferentes objetos artísticos brasileiros e
de uso cotidiano na África, será proposto à discussão, de como nosso
olhar é formado socialmente e padronizado por informações que
desconsideram a diversidade cultural e racial. Assim sendo, as escolhas
estéticas que fazemos são impregnadas pelo preconceito e pela falta de
contato com o repertório cultural de diferentes povos. Nesta situação a
apreciação da cultura africana trará um novo olhar sobre a capacidade de
produção estética dos povos africanos e ampliará o conhecimento e o
repertório dos educadores da escola.
Objetivos
Valorizar a história e cultura afro-brasileira e africana com
repercussões pedagógicas na formação dos educadores da
escola;
Compreender que a sociedade é formada por pessoas que
pertencem a grupos étnico-raciais distintos, que possuem cultura
e histórias próprias, igualmente valiosas que em conjunto
constroem a história da nação brasileira;
Ampliar o acesso a história e informações sobre a diversidade da
nação brasileira enfatizando a recriação das identidades,
provocada por relações étnico-raciais;
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Valorizar a oralidade, a corporeidade e a arte, a dança, marcas
da cultura de matriz africana;
Colaborar para que a temática das relações étnico-raciais na
educação infantil apareça nas pautas de reflexões dos educadores
da escola e nas ações do cotidiano de forma transversal.
Conteúdos
História e cultura africana e afro-brasileira;
Relações étnico-raciais na sociedade;
Diversidade identitária da nação brasileira.
Orientações didáticas
O ensino de história e cultura afro-brasileira e africana se fará por
diferentes meios em que: se explicite, busque compreender e interpretar,
na perspectiva de quem o formule diferentes formas de expressão e de
organização de raciocínios e pensamentos da cultura africana; promovam-
se oportunidades de diálogo em que se conheça, se ponham em
comunicação diferentes sistemas simbólicos e estruturas conceituais, bem
como se busquem formas de convivência respeitosa, além da construção
de projetos de sociedade em que todos se sintam encorajados a expor,
defender sua especificidade étnico-racial e a buscar garantias para que
todos o façam, sejam incentivadas atividades em que as pessoas
integrantes da comunidade escolar de diferentes culturas interatuem e se
interpretem reciprocamente, respeitando os valores, visões de mundo,
raciocínios e pensamentos de cada um.
Etapas previstas
As etapas previstas deste projeto serão divididas mensalmente por
temáticas realizadas em HTPCS (encontros de prática pedagógica
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realizada por professores, auxiliares em educação e gestores) e reuniões
pedagógicas (encontros de reflexões pedagógicas realizado por todos os
educadores da escola). Nesses encontros de HTPCS as temáticas serão
discutidas, utilizando a “roda de ideias” como estratégia de inclusão de
todas as opiniões e apontamentos de todos. Já nas reuniões pedagógicas
utilizaremos a leitura de histórias como estratégia de sensibilização para a
temática da cultura africana.
As temáticas realizadas em HTPCS estarão separadas da seguinte
forma:
ABRIL
Apresentação do projeto
Início do passeio pela cultura africana através do livro: Batuque de Cores.
MAIO
Introdução e esclarecimentos em torno da lei 10639/03 e 11645/08.
JUNHO
TEMA: A educação infantil e a formação identitária
JULHO
Tema: Corpo e Memória
AGOSTO
Tema: Afeto
SETEMBRO
Tema: Circularidade
OUTUBRO
Tema: Raízes e Estética
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NOVEMBRO
Tema: Heróis de Todo Mundo
DEZEMBRO
Tema: Músicas e Brincadeiras - Encerramento do Projeto.
Avaliação
A cada encontro será proposto, sobre os conceitos e a temática
trabalhada uma reflexão em volta de três questões, são elas: Que ideias
foram trabalhadas no encontro de hoje, Como essas ideias mexem com as
minhas ideias, Como essas ideias mexem com a minha prática. Ao final do
projeto essas reflexões serão expostas em um grande mural junto com os
trabalhos desenvolvidos nos encontros incluindo desenhos, fotos,
imagens, livros, painéis, letras de músicas e vídeos.
Produto final
No final do projeto os educadores da escola receberão um CD
contendo todas as histórias e as imagens utilizadas nos encontros,
compondo assim um acervo estético e literário sobre a cultura africana e
afro-brasileira. Também será proposta para toda a comunidade escolar a
visita a primeira mostra de vídeos infantis sobre a temática da cultura
africana.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Caderno de textos – saberes e fazeres números 1, 2, 3 do projeto A
COR DA CULTURA. MEC – Brasília, 2006.
Jogando com as diferenças: educando o olhar para a igualdade na
educação da criança pequena brasileira. Eliana de Oliveira.
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Orientações e Ações para a educação das relações étnico- raciais
MEC- Brasília, 2006.
Orientações Curriculares – expectativas de aprendizagem para a
educação étnico-racial, Prefeitura de São Paulo.
Relações etnicorraciais em espaço de Educação Infantil, Cristina
Teodoro Trinidad, Revista Avisá-la nº 42, maio/2010.
Diferença que faz diferença – Paulo Alberto dos Santos Vieira
Presença Pedagógica v.16 n.93 mai/jun, 2010.
Por que os brasis não conhecem os brasis – Moisés de Melo Santana
– Presença Pedagógica v.16 n.94 jul/ago, 2010.
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações
Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro – Brasileira e
Africana. MEC – Brasília jun/2005.
A valorização da pluralidade étnica na educação. Cisele Ortiz,
Revista Avisa-lá nº 23 – julho, 2005.
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11. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO
Objetivos
Objetivo da Educação Básica
LDB 9.394 de 20/12/1996:
Título V – Dos níveis e das Modalidades da Educação e Ensino
Capitulo II – Seção I – Das disposições Gerais
“Art. 22º. A Educação Básica tem por finalidade desenvolver o
educando, assegurando-lhe a formação comum indispensável para o
exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e
nos estudos posteriores.”
Objetivo da Educação Infantil, definidos na Proposta
Curricular do Município de São Bernardo do Campo
A educação infantil deverá se organizar de forma que os alunos
construam as seguintes capacidades:
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Brincar, ampliando suas capacidades expressivas e simbólicas,
reelaborando significados sobre o mundo, sobre os contextos e as relações
entre os seres humanos;
Ampliar o conhecimento sobre seu corpo, suas possibilidades de
atuação no espaço, bem como desenvolver e valorizar hábitos de cuidado
com a saúde e bem estar;
Construir uma imagem positiva de si, com confiança em suas
capacidades, atuando cada vez mais de forma autônoma nas situações
cotidianas;
Conhecer diferentes manifestações culturais como constitutivas de
valores e princípios, demonstrando respeito e valorização a diversidade;
Construir e ampliar as relações sociais, aprendendo a articular
seus interesses e pontos de vista com os demais, respeitando as
diferenças e desenvolvendo atitudes cooperativas;
Valorizar e desenvolver atitudes de preservação do meio
ambiente, reconhecendo-se como integrante, dependente e agente
transformador do mesmo;
Construir e apropriar-se do conhecimento organizado nas
diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral e escrita),
utilizando-as para expressar suas idéias, sentimentos, necessidades e
desejos, ampliando sua rede de significações;
Aprender a buscar informações de forma autônoma, exercitando
sua curiosidade frente ao objeto de conhecimento.
Levantamento de objetivos gerais e específicos
Objetivos gerais da escola
Tendo em vista que a educação é um dos direitos garantidos pela
Constituição Federal, pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB 9.394/96), pelo
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), e indo ao encontro da
Proposta Curricular da Rede Municipal de Educação de São Bernardo do
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Campo, nossa escola tem a função de possibilitar o desenvolvimento da
criança em todos os seus aspectos (físico, psicológico, social, cultural,
emocional), reconhecendo-a como pessoa em condição peculiar de
desenvolvimento, procurando desenvolver a autonomia, o espírito crítico
construtivo para o efetivo exercício da cidadania, pautado nos princípios
de democracia e solidariedade. A fim de cumprir as finalidades de que nos
propomos deveremos:
Oportunizar a aprendizagem em todos os momentos em que a
criança estiver na escola, respeitando e interagindo com todos os seus
saberes e conhecimentos;
Favorecer a construção de conhecimentos, procedimentos,
atitudes e valores que se fazem necessários para o pleno exercício da
cidadania;
Socializar e equalizar, os conhecimentos culturalmente
construídos, adequando-o aos interesses e necessidades de nossos
alunos;
Instrumentalizar o aluno com saberes que o possibilite ser um
agente transformador da realidade em que está inserido, permitindo-lhe o
exercício reflexivo de atitudes, conceitos e valores;
Respeitar cada uma das pessoas envolvidas no ato educativo
considerando suas competências, habilidades e diferenças.
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12. LEVANTAMENTO DOS OBJETIVOS E CONTEÚDOS POR
ÁREA DE CONHECIMENTO
12.1. ÁREA: LINGUA PORTUGUESA
12.1.1. CONTEÚDO: ESCRITA
Objetivos
Conhecer a função social da escrita e o que ela representa, sendo
capazes de comunicar-se através de seu uso;
Conhecer as características textuais dos diversos portadores;
Produzir e revisar textos, respeitando a estrutura do gênero
escolhido;
Escrever segundo as hipóteses de escrita que possui e avançar na
construção de novas hipóteses;
Escrever o próprio nome, dos colegas e outros que lhe sejam
significativos;
Considerar e respeitar as variações lingüísticas que fazem parte
do Português falado.
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Conteúdo
Valorização da leitura e da escrita como fonte de entretenimento,
de informação, de comunicação, etc.;
Prática de escrita de próprio punho utilizando o conhecimento de
que dispõe no momento, sobre o sistema de escrita;
Participação de leitura e escrita de diferentes tipos de textos a
partir de sua intencionalidade comunicativa como fonte de informação e
pesquisa;
Reconhecimento e escrita do próprio nome e de outros que lhe
sejam significativos;
Participação em situações em que as crianças leiam;
Reconto de histórias com aproximação das características do
gênero, inseridos no próprio portador;
Produção de textos individuais e ou coletivos, a partir de sua
intencionalidade comunicativa, considerando o destinatário, a finalidade
do texto e as características do gênero;
Busca de informações e consultas a diferentes portadores.
Orientações didáticas
Utilizar o conhecimento a respeito da psicogênese da língua
escrita, possibilitando a compreensão deste processo;
Reconhecimento da capacidade de escrita da criança, dando
legitimidade às escritas iniciais;
Oferecer situações em que seja trabalhado o nome próprio
através da marcação de pertences e produções da criança, identificando
nesta ação uma das funções da escrita: representação de algo ou alguém;
Trabalhar com as crianças suas hipóteses de leitura e escrita,
intervindo em sua produção para que haja o avanço nos níveis conceituais
da escrita;
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Propor a revisão de textos, ampliando os conhecimentos,
permitindo-lhes a articulação da leitura e da escrita;
Garantir o trabalho com a leitura e escrita de diversos portadores
de textos pelo aluno, levando-o à compreensão da escrita, não somente
como código que representa a fala, mas como fonte de entretenimento,
comunicação e expressão de sentimentos;
Considerar os alunos como leitores desde sempre, promovendo
situações que favoreçam o gosto pela leitura possibilitando,possibilitando
que observem o comportamento leitor e aprendam algo sobre ele;
Apresentar diferentes tipos de textos (jornal, textos científicos,
histórias, calendários, agenda carta, bilhetes, avisos, receitas, músicas,
parlendas, etc.) lendo-os em voz alta e colocando-os a disposição dos
alunos;
Realizar agrupamentos para a construção de textos, segundo as
hipóteses de escrita das crianças, visando promover avanços a partir das
intervenções que surgirão por parte da professora ou dos parceiros;
Propor atividades de escritas significativas para que as crianças
saibam para que e para quem estão escrevendo;
Propor situações de escrita coletiva, nas quais o professor faz o
papel de escriba, levando a criança a recuperar palavras e expressões
literais do texto ditado; controlar o ritmo do ditado, percebendo a
diferença da fluência da fala em relação à escrita, atentando para o
tamanho da emissão ditada;
Propor situações de reescrita de textos, onde as crianças podem
criar novas cenas, novos personagens ou até alterar o final da história.
Critérios de avaliação
Observar se a criança escreve seu nome e dos colegas;
Se utiliza seu nome para identificar suas produções;
Se ajusta sua produção a algumas características dos diferentes
gêneros;
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Se utiliza as hipóteses de escrita que dispõe no momento;
Se, ao ditar para o professor ou para outra criança, acomoda os
segmentos da língua falada ao que está sendo escrito;
Observar se há uma sistematização de ações que promovam a
prática de escrita pela criança, segundo suas hipóteses.
12.1.2. CONTEÚDO: ORALIDADE
Objetivos
Utilizar a linguagem oral como recurso de comunicação de idéias e
expressão de sentimentos, a fim de melhorar suas relações pessoais;
Utilizar a linguagem como instrumento para ter acesso às
informações, perguntando e respondendo, comunicando e ampliando seu
vocabulário;
Recontar textos narrativos com fluência, aproximando-os das
características do texto original;
Recitar textos memorizados, observando as características
sonoras de cada um.
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Conteúdos
Adequação do discurso oral de acordo com as várias situações
comunicativas;
Relato de experiências vividas, participação em diálogos e
conversas;
Reconto de histórias;
Ampliação do vocabulário;
Situações de utilização e adequação da linguagem oral aos
diversos gêneros discursivos e literários;
Textos memorizados.
Orientações didáticas
Não falar de forma infantilizada com a criança;
Criar momentos em que as crianças possam expressar seus
sentimentos e idéias, comunicando-se com outras pessoas em situações
de diálogos;
Garantir a participação em momentos onde as crianças narrem
fatos e experiências do seu cotidiano;
Organizar situações em que as crianças formulem perguntas que
gostariam de fazer, buscando expressar sua curiosidade sobre algum
tema ou objeto de estudo;
Propiciar atividades simbólicas em que necessitem de recursos
orais específicos a cada vivência. Ex: Falar ao telefone; diálogos em
consultório médico; etc.;
Trabalhar a leitura pela criança e pelo adulto de histórias, poesias,
bilhetes e outros gêneros que possibilitem a comparação entre a maneira
de falar e escrever;
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Organizar momentos de reconto de histórias, recitação de
poesias, instruções orais sobre jogos e brincadeiras, em que a criança seja
desafiada a observar as características orais de cada portador textual;
Recitar poesias, trava-línguas, parlendas, músicas, sons de
animais e objetos para ter contato com a forma como são verbalizados
esses textos.
Critérios de avaliação
Observar a participação em situações de diálogos e atividades
orais;
Se expõem suas ideias, sentimentos, desejos e necessidades
oralmente;
Se constroem um vocabulário variado, incorporando novas
expressões;
Se identificam as características e funções da linguagem escrita e
da falada;
Observar se as ações que envolvem a oralidade garantem que as
crianças tenham oportunidade de verbalizar, efetivamente, suas idéias.
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12.2. ÁREA: MATEMÁTICA
Objetivos
Construir o significado do número, atribuindo à função social que
possui;
Interpretar e produzir escritas numéricas, segundo suas
hipóteses, utilizando-as em registros convencionais ou não;
Utilizar a linguagem oral para explicitar hipóteses, processos e
resultados desenvolvidos em contextos matemáticos;
Utilizar elementos da linguagem matemática ou próximo dela
(símbolos numéricos, marcas ou signos alternativos) para registro de
quantidades, sinais de operações, representação de figuras e formas;
Utilizar a contagem oral para estabelecer o valor posicional do
número (ordinal e cardinal);
Utilizar instrumentos de medida, usuais ou não, expressando-os
de maneira convencional ou não;
Resolver situações-problema, construindo a partir delas
significados para as operações matemáticas, desenvolvendo estratégias
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de raciocínio lógico, para resolver situações do cotidiano, de seu interesse
e do grupo;
Explorar e identificar propriedades geométricas de objetos e
figuras;
Perceber semelhanças e diferenças entre objetos no espaço,
identificando formas bi e tridimensionais, em situações que envolvam
descrições orais, construções e representações;
Descrever e representar pequenos percursos e trajetos,
observando pontos de referência;
Construir procedimentos para coletar, organizar, comunicar e
interpretar dados utilizando-se de tabelas, gráficos e representações que
apareçam freqüentemente em seu dia a dia.
Conteúdos
Sistema de numeração (contagem oral, noções de cálculo mental
e estimativa);
Notação numérica, registro convencional ou não;
Identificação de números em uma série, compreendendo a noção
de ordinalidade;
Operações matemáticas (adição e subtração);
Sistema de medida (peso, tamanho, cumprimento, distância,
largura), estabelecendo comparações;
Espaço e forma: pontos de referência, percursos e trajetos;
Identificação de propriedades geométricas como formas,
contornos, mapas, etc.;
Utilização de diferentes fontes de informações, como calendários
para contagem do tempo, marcação de datas de aniversários, eventos,
etc.;
Representação, leitura e interpretação de dados apresentados de
maneira organizada por meio de listas, tabelas, diagramas, gráficos,
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mapas, caminhos e itinerários, código de barras, código de
endereçamento postal (CEP), etc.
Orientações didáticas
Propor atividades onde o jogo possa levar a criança a pensar o
número e as estratégias para chegar aos resultados;
Propor atividades que levem em conta ações do cotidiano da
criança. O professor deve dar condições para que as crianças busquem
informações sobre números (calendário, régua, materiais que tenham
números escritos em seqüência), organizando o espaço de maneira a
facilitar a consulta e utilização dos recursos necessários. Deve também
observar e promover a troca de informações entre as crianças;
Dar ao calendário o uso social, ou seja, recorrer a ele para situar-
se quanto ao dia e se há algum evento que o destaque, se há alguma
comemoração ou passeio, quantos dias faltam para o evento, em qual dia
da semana estamos e em qual dia da semana ocorrerá algum evento em
especial, etc.;
Montagem de uma tabela oferecendo informações numéricas
referentes a peso, altura, idade, numeração de roupas e sapatos,
promovendo a partir daí questões que permitam comparar, fazer
estimativas, construir gráficos, etc.;
Trabalhar com jogos, ressaltando o registro de pontuação, mesmo
que de forma não convencional por parte do aluno (boliche, varetas,
dados, etc.);
Trabalhar com coleções que permitam buscar informações sobre
quantidades conseguidas do objeto de estudo (folhas de plantas, pedras,
cartões telefônicos, etc.);
Confecção de álbuns de figurinha, possibilitando o contato com os
números na tabela de controle e na própria figura, marcando os números
que já foram conseguidos e os que ainda faltam;
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Representação de quantidades: aceitar as representações das
crianças (desenhos, símbolos ou números);
Confecção de livros, pesquisando sua organização: índice,
numeração de páginas, mostrando para as crianças a função social destes
números: facilitar a localização;
Comparação de quantidades: utilizar como apoio materiais como
palito, botões, etc., para ajudar na contagem, auxiliando as
representações de cálculos mentais. Poderão comparar com os amigos,
contribuindo para que descubram o melhor procedimento para cada caso
e que existem várias formas de solucioná-los. Este trabalho se evidencia
durante a resolução das situações-problema;
Propor brincadeiras simbólicas que envolvam números: escritório
(telefone, lista telefônica, agenda, calculadora) mercado: pesquisando os
preços em folhetos, colocando preços nas mercadorias, brincar de
comprar e vender com “dinheirinho”, pesquisar placas de carro, números
de casas onde moram, organizar estes números como se morassem na
mesma rua, brincar com relógios, etc.;
Nas atividades de culinária, as crianças terão oportunidade do
contato com diferentes unidades de medida como: tempo de cozimento,
quantidade de ingredientes (litro, colher, xícara);
Explorar diferentes instrumentos de medição: balanças, réguas,
fitas métricas, metro, etc.;
Explorar a utilização de unidades de medida não convencional:
barbante, palitos, palmos, para que percebam a necessidade de uma
medida comum;
Percepção do espaço: propor que observem e realizem desenhos
de objetos de vários ângulos;
Observação de formas geométricas na natureza, obras de arte,
arquitetura, etc.;
Trabalhar mapas, fotos, imagens, etc.
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Critérios de avaliação
Observar a regularidade na contagem: omissão de números, se a
criança pára na dezena e continua na dezena seguinte; percepção da
regularidade do sistema (dez um, dez dois);
Observar se estabelece correspondência um a um;
Observar se as crianças utilizam de forma espontânea a contagem
para resolver problemas como: entregar objetos aos amigos e como
realizar esta tarefa; contam os amigos e pegam quantidade necessária de
objetos, pega qualquer quantidade e distribui;
Observar se, ao contar, sincroniza a fala aos gestos; deixa de
contar objetos; conta duas vezes o mesmo objeto; ao terminar a
contagem conclui com um número e volta a contar novamente;
Observar se a criança se a criança possui a noção de sucessor ao
incluir um objeto na coleção, conta tudo novamente ou anuncia a próxima
quantidade;
Fazem-se a leitura de números em diferentes contextos, nos
números de dois dígitos lêem separadamente (21-dois um), falam
baixinho toda a série para depois identificar o número em questão,
confundem números;
Observar se ao registrar quantidades faz o desenho do objeto,
desenham marcas, um número para cada objeto ou se utilizam um único
número para registrar o total;
Verificar se as crianças, frente a um problema, utilizam como
recurso instrumentos mais indicados de medida;
Se fazem estimativas de tamanho, altura e peso em objetos à
distância;
Se percebem a posição de um objeto em relação a si mesma e a
outros pontos de referência (embaixo, ao lado de, mais perto de)
descrevendo.
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12.3. ÁREA: CORPO E MOVIMENTO
Objetivos
Que as crianças possam desenvolver progressivamente as seguintes
capacidades:
Conhecer diferentes culturas corporais, por meio do contato com
jogos e brincadeiras;
Expressar-se nas brincadeiras e nas demais situações de
interação, por meio da exploração de gestos, sentimentos e ritmos
corporais;
Perceber suas possibilidades e limites de ação através da
exploração de diferentes qualidades e dinâmicas do movimento, como
força, velocidade, trajetória, resistência e flexibilidade;
Conhecer e aperfeiçoar diferentes possibilidades de movimento
(preensão, encaixe, lançamento, etc.), aprendendo a controlá-lo para a
utilização em jogos, brincadeiras, danças e demais situações,
compreendendo os movimentos como forma de expressão;
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Explorar os movimentos individuais e em grupos para perceber
suas diferentes possibilidades em cada situação;
Valorizar suas conquistas corporais e as do outro;
Desenvolver a capacidade de construção e o respeito às regras
que organizam as diferentes atividades.
Conteúdos
Ampliação do conhecimento e respeito pelas culturas corporais,
considerando a cultura local, nas diversas épocas da história e por
diferentes grupos sociais, por meio do resgate de jogos, brincadeiras e
danças;
Compreensão dos movimentos corporais – gestos e ritmos;
Reconhecimento das suas possibilidades e limites de ação por
meio da exploração de diferentes qualidades e dinâmicas do movimento-
força, velocidade, trajetória, flexibilidade e resistência;
Ampliação da capacidade de manuseio dos diferentes materiais e
objetos, utilizando movimentos de preensão, encaixe, lançamento nas
situações de jogos;
Conhecimento e aperfeiçoamento das diferentes possibilidades de
movimento, aprendendo a controlá-lo para utilização em jogos,
brincadeiras, danças e demais situações;
Valorização das conquistas corporais e do outro;
Valorização das regras de organização das atividades de jogos.
Orientação didática
Proporcionar atividades com jogos e brincadeiras de diferentes
grupos culturais, socializando e ampliando o repertório das crianças;
Propor jogos e brincadeiras envolvendo a interação, imitação e
conhecimento do próprio corpo e do ritmo e cada um;
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Introduzir diferentes materiais para estimular movimentos
variados em consonância com o ritmo;
Construir coreografias com as crianças, aproveitando a
diversidade da sua expressão corporal no contato com a música;
Proporcionar atividades com danças e brincadeiras cantadas, com
repertório das próprias crianças, ampliado pelas pesquisas dos
professores;
Possibilitar exercícios de imaginação e criatividade, reiterando a
importância do movimento para expressar idéias e emoções (derreter
como sorvete, cair como um raio, balançar como folhas, vivenciar
situações de histórias contadas, imitar imagens observadas em obras de
arte, etc.);
Propor brincadeiras simbólicas que envolvam a expressividade de
movimentos observados em situações do cotidiano com adultos e outras
crianças;
Propor atividades nas quais as crianças tenham maior autonomia
para circular, criar e escolher as que mais lhe interessem, possibilitando
ao professor acompanhá-las mais de perto, intervir nas atividades ou ficar
junto das crianças que solicitarem ajuda em propostas que ofereçam
desafios mais arriscados;
Ao propor atividades de circuito, evitar movimentos de espera,
possibilitando que todas as crianças participem ao mesmo tempo;
Possibilitar a realização de movimentos de diferentes qualidades
expressivas e rítmicas (dançar, brincadeiras de roda, etc.). A brincadeira
de roda aperfeiçoa a percepção de um ritmo comum, a noção de conjunto
e sentido estético;
Possibilitar a participação em brincadeiras e jogos que envolvam o
correr, subir descer, escorregar, pendurar-se, movimentar-se, dançar,
etc., ampliando o conhecimento e o controle sobre o corpo;
Propor brincadeiras que envolvam movimentos de preensão,
encaixe, lançamento, etc., ampliando as possibilidades de manuseio dos
diferentes materiais e objetos;
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Elaborar atividades nas quais sejam privilegiadas a cooperação, a
superação de desafios sem estimular a comparação e a competição
acirrada entre os participantes;
Considerar a expressividade de cada um no momento das
brincadeiras e orientar os alunos nos momentos de conflito, para que eles
desenvolvam atitudes de respeito com o próximo, não permitindo
qualquer situação que cause constrangimento e humilhação a qualquer
membro do grupo;
Orientar as crianças quanto ao uso dos materiais, para obter delas
melhores resultados;
Organizar o ambiente com recursos e materiais que serão
utilizados nas atividades que envolvam movimento, garantindo a
integridade física dos alunos;
Adequar as regras, os espaços, os materiais e as formas de
atuação de acordo com o seu grupo e suas especificidades (faixa etária,
interesse, capacidades individuais);
Considerar que em todas as atividades, as regras podem ser
socializadas e/ ou construídas com antecedência (e, algumas, até no
decorrer do jogo) e, que as próprias crianças podem criar novas regras;
Acompanhar as atividades, observando e intervindo quando julgar
necessário para propor novas questões, situações e desafios, pois é por
meio dessa ação que as crianças estruturam novos conhecimentos,
estratégias e habilidades;
Valorizar o esforço pessoal e as conquistas corporais dos alunos,
incentivando-os a participarem das atividades propostas;
Garantir a constância do trabalho com corpo e movimento dentro
da rotina, refletindo sobre os tempos de espera e as filas desnecessárias,
bem como sobre o envolvimento e a participação das crianças em todas
as propostas.
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Critérios de avaliação
Observar se as crianças reconhecem e utilizam o movimento
como linguagem expressiva;
Observar a participação em jogos e brincadeiras envolvendo
habilidades motoras diversas;
Através da observação constante ao registro, a professora poderá
propor intervenções no espaço e nas propostas que ali ocorrem tanto de
sua parte quanto das próprias crianças. Assim, terá condições de
alimentar e enriquecer este ambiente, acrescentando elementos que o
componham enquanto espaço de aprendizagem.
12.3.1. BRINCAR
“A brincadeira é uma situação privilegiada de
aprendizagem infantil onde o desenvolvimento pode
alcançar níveis mais complexos, exatamente pela
possibilidade de interação entre os pares em uma
situação imaginária e pela negociação de regras de
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convivência e de conteúdos temáticos.” (Gisela
Wajskop)
Esta concepção de brincadeira vem sendo trabalhada junto a nosso
grupo de educadores desde 2006. A partir da formação com Gisela
Wajskop, da leitura da Proposta Curricular, passamos a refletir sobre o
papel da brincadeira que, mesmo sendo uma atividade relacionada à
infância, é uma situação privilegiada de aprendizagem, pois possibilita a
interação entre os pares, a imaginação, a imitação e a construção de
regras. Nesse movimento, o brincar proporciona ainda que a criança possa
tomar decisões, elabore e coloque em prática suas fantasias e
conhecimentos acerca de experiências anteriores vividas no convívio social
e que socializa com os demais parceiros. Assim como a criança aprende a
se comunicar expressando seus desejos e vontades, aprende também a
brincar, interiorizando modelos pertencentes ao grupo sócio cultural em
que está inserida.
Segundo Gilles Brougere, na educação infantil, as crianças
modificam, transformam e renegociam as regras da brincadeira com seus
parceiros, construindo um universo de faz de conta que gira em torno das
decisões das próprias crianças.
O papel do educador nesta atividade, ainda segundo Gilles Brougere
“é a observação, porque é preciso respeitá-la bastante para poder
intervir: conhecer bem o jogo da criança, sua cultura, como brinca, de que
maneira, do que, de que jeito e ver quando o jogo pode se desenvolver
dentro de sua própria lógica, quando é interessante intervir.” A própria
organização das propostas, observando os desafios, os materiais
oferecidos e a interação que podem ocorrer entre crianças de idades
diferentes também é uma intervenção possível. Esta interação entre as
diferentes idades no momento da brincadeira permite que as crianças
maiores compartilhem seus conhecimentos com os menores,
desenvolvendo a cooperação e o repertório lingüístico. Vale dizer que os
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mais novos também contribuem com suas experiências, socializando-as
com os mais velhos.
A partir do estudo sobre o brincar, passamos a refletir sobre os
espaços dedicados a esta atividade na rotina e nas propostas de
brinquedos e brincadeiras planejadas para nossas crianças em nosso
cotidiano escolar. Levamos em conta então algumas orientações para o
desenvolvimento deste trabalho junto às crianças:
Organizar propostas que despertem o interesse e desejos nas
crianças, voltadas para as diferentes modalidades do brincar;
Realizar intervenções a partir das observações do brincar da
criança nos diferentes espaços, intervindo sem “destruir” a brincadeira e
sim favorecendo o enredo e o desenrolar das tramas que ocorrerão;
Proporcionar às crianças, através do espaço da brincadeira, a
possibilidade de criação de novas relações com o meio, criando novas
interpretações sobre o mesmo e sobre sua realidade;
Promover a participação das crianças na construção, organização
e reorganização dos espaços das brincadeiras;
Expressar-se através do brincar, estruturando seu pensamento
frente às situações do cotidiano;
Ao propor a brincadeira, considerar que a criança utiliza deste
espaço para fazer a articulação entre a imaginação e a realidade, ou seja,
ela enfrenta a realidade por meio da brincadeira, construindo ai um
universo particular, que permita a compreensão e tomada de consciência
do mundo real. É este o olhar que devemos ter ao observarmos nossas
crianças enquanto interagem com o espaço da brincadeira;
O ambiente precisa ser atraente, convidativo, organizado, flexível,
que instigue a criar e recriar, que possibilite também a mobilidade das
crianças;
É importante estar atentos para a coerência na organização dos
materiais oferecidos, garantindo que o que pertence aos “cantos
temáticos” esteja próximo a eles, compondo-os em sua utilidade. Temos
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que ter claro que a criança nem sempre atribui aos objetos a função que
os mesmos têm na brincadeira proposta. Um secador de cabelo pode virar
uma arma na mão de um policial, por exemplo. Estes diferentes
significados que a criança atribui aos objetos, fazem parte do caráter
imprevisível que a mesma atribui do brincar, devendo, portanto ser
compreendido e respeitado pela professora, que utilizará este momento
como subsídio para o enriquecimento das propostas;
Propor a participação das crianças na organização e reorganização
dos espaços da brincadeira, a partir dos temas que surgirão, alimentando
o imaginário sem direcioná-lo, enriquecendo a brincadeira;
Inserir objetos que possam compor as variações de cenários e
temas propostos pelas crianças, avaliando constantemente sua utilização
e funcionalidade dentro dos temas propostos pelas professoras e pelas
crianças;
Temos que estar atentas às condições dos objetos, substituindo-
os sempre que necessário;
Garantir a diversidade dos materiais, acrescentando bonecos de
diferentes etnias, super heróis, monstros, objetos que representem
elementos de guerra, de ficção científica, entre outros;
Possibilitar exercícios de imaginação e criatividade, reiterando a
importância do movimento para expressar idéias e emoções (derreter
como sorvete, cair como um raio, balançar como folhas, vivenciar
situações de histórias contadas, imitar imagens observadas em obras de
arte, etc.);
Para efetivarmos nossa proposta de brincar, organizamos a
atividade chamada de intersala, que ocorre quinzenalmente às sextas
feiras com a participação de todas as turmas, buscando a interação entre
as diferentes idades. Esta proposta ocorreu após uma formação com o
grupo de educadores da escola, incluindo aí a equipe de apoio, onde
tematizamos uma filmagem feita durante a intersala da EMEB “Dom
Jorge”, cuja proposta já ocorria há mais tempo. Realizamos então a
análise desta filmagem, observando os objetivos e a proposta em seus
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aspectos estruturais e pedagógicos, adequando-a à formação trabalhada
durante o curso em parceria com Gisela Wajskop, a qual apontou alguns
aspectos a serem considerados na organização das propostas por temas
que permitam às crianças vivenciarem situações da realidade, materiais a
serem utilizados, a importância da participação na organização e
reorganização do espaço, o olhar para a interação das crianças, a
intervenção da professora neste momento, etc.. Levantamos junto a
nossa equipe escolar, combinados para este momento em nossa rotina.
Assim, após esta formação, as professoras elencaram o material que
comporia os temas, formando os kits que se destinariam somente a este
fim. As propostas que surgiram foram: escritório, fantasia, casinha, meios
de transporte, médico, cabeleireiro e animais. As crianças decidem qual
sala participarão e recebem uma ficha que é entregue na entrada para a
professora responsável. Após a brincadeira, as crianças ajudam a
reorganizar o material e o espaço e se dirigem para sua sala de origem. A
proposta dura cerca de uma hora desde a organização inicial até o retorno
das crianças para suas respectivas salas. Todos os funcionários da escola
participam deste momento agilizando a organização para que o mesmo
aconteça e auxiliando as crianças quando necessário. Ainda estamos
avaliando este momento e buscando, através das observações das
professoras e da equipe de apoio durante a participação das crianças nas
propostas, formas de ampliar as possibilidades utilização dos materiais e
do espaço.
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12.4. ÁREA: CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Pesquisa sobre focos da dengue feitos pelo infantil V
Objetivos
Observar se os alunos adquiriram as seguintes capacidades:
Mostrar interesse e curiosidade em compreender o meio físico e
social, formulando perguntas, fazendo interpretações e manifestando
opiniões próprias sobre os acontecimentos relevantes e significativos que
ocorrem, desenvolvendo sua espontaneidade e originalidade;
Observar e explorar seu entorno físico e social, ordenando sua
ação em função das informações que recebe e que observa, estabelecendo
relação entre sua própria ação e as conseqüências que delas derivam;
Desenvolver, gradualmente, postura de aprendizagem através da
formulação de hipótese, da busca de informações através de pesquisa, da
seleção de materiais, da observação intencional, do registro sistematizado
e da comunicação de conclusões;
Conhecer e valorizar as manifestações culturais de sua
comunidade como parte do patrimônio cultural da humanidade;
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Compreender cada vez mais que os objetos e as relações sociais
são resultados da interação e do trabalho humano acumulado e coletivo,
reconhecendo gradativamente a capacidade humana de utilizar e
transformar a natureza;
Estabelecer algumas relações entre o meio físico e as formas de
vida que aí se estabelecem, valorizando sua importância para a
preservação das espécies e a qualidade da vida humana;
Conhecer os modos de vida de alguns grupos sociais e povos,
valorizando as manifestações observadas como elementos enriquecedores
das vivências e conhecimentos individuais e coletivos;
Ampliar gradativamente seu conhecimento sobre o meio físico e
social, compreendendo-o cada vez mais como um todo onde se inter-
relacionam fatores sociais, físicos e culturais;
Estabelecer, gradativamente, relações de cooperação,
participação e compartilhamento em diferentes situações de interação;
Observar as várias tecnologias existentes que o homem criou para
auxiliá-lo a identificar e solucionar.
Conteúdo
Participação em atividades que envolvam histórias, brincadeiras,
jogos e canções que digam respeito às tradições culturais de sua
comunidade e de outras;
Valorização do patrimônio cultural e de seu meio e interesse por
conhecer diferentes formas de expressão cultural;
Identificação de algumas contribuições de diferentes culturas em
sua própria cultura;
Participação em atividades sociais que lhe sejam significativas;
Respeito e valorização de atitudes de manutenção e preservação
dos espaços coletivos;
Identificação de algumas características das diversas paisagens,
com ênfase nas paisagens brasileiras;
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Investigação e uso de diferentes meios de comunicação, de suas
funções e características;
Investigação de diferentes meios de transporte e sua utilização
nos diferentes tempos e espaços;
Representação em diferentes linguagens, das experiências diretas
realizadas através da confecção de textos, mapas, registros concretos,
desenhos, maquetes, etc.;
Observação atenta e intencional sobre o meu físico como fonte de
pesquisa e coleta de dados;
Conhecimento sobre diferentes espaços físicos utilizados pelo
grupo de crianças;
Atuação sobre o meio ambiente de forma a preservá-lo,
enfatizando a questão da coleta seletiva;
Identificação de algumas transformações processadas no meio
através da ação de agentes físicos e sociais;
Identificação de diferentes propriedades e características de
objetos de materiais;
Identificação da ação humana na transformação da natureza
através de recursos tecnológicos;
Origem de diversos materiais: areia, madeira, papel. Vidro,
plástico, ferro, água, etc., e sua utilização. Materiais disponíveis na
natureza e materiais que necessitam de alguma intervenção humana para
que sejam produzidos;
Identificações de algumas características especificam dos seres
vivos e seus ciclos vitais;
Percepção dos cuidados necessários à preservação da vida e do
meio ambiente;
Relação entre a presença da água e as características do meio
com a preservação das espécies;
Identificação de alguns animais brasileiros;
Estabelecimento de algumas relações entre diferentes espécies de
seres vivos, suas características e suas necessidades vitais;
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Valorização da vida através de situações que impliquem em
cuidados prestados a animais e plantas;
Respeito e valorização de atitudes de cooperação e participação;
Investigação sobre situações de plantio e de criação de animais,
considerando os cuidados que devem ser praticados;
Mudanças que as plantas acarretam para o meio: sua importância
para a vida;
Cuidados que todas as espécies necessitam para se
desenvolverem e sobreviverem: tipo de alimentação, habitat, etc., relação
entre suas necessidades e o meio em que vivem;
Conhecimento das influencias dos fenômenos da natureza sobre o
meio ambiente e a sua importância para o desenvolvimento das
sociedades humanas;
Participação em diferentes atividades envolvendo a observação e
pesquisa sobre os recursos tecnológicos: força, equilíbrio, peso,
resistência, velocidade e movimento.
Orientações didáticas
Partir de boas perguntas:
Questionamentos interessantes, dúvidas que mobilizam o
processo de indagação acerca dos elementos, objetos e fatos;
Considerar os conhecimentos prévios, os quais oferecem
explicações provisórias e incompletas para as questões que as preocupam,
desencadeando o planejamento de seqüência de atividades pelo educador,
possibilitando a aprendizagem significativa;
Utilizar diferentes estratégias de busca de informações: coleta de
dados (pesquisas, entrevistas, etc.), e leitura de imagens e objetos (é
importante que a criança aprenda a ler objetos e imagens através de
desenhos, fotos, pinturas, filmagens, etc.), vídeo sobre o mundo animal,
expedições em lugares distantes, sobre fenômenos da natureza, também
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são fontes para a obtenção de informações e experiência direta: passeios
que possibilitem a exploração do meio físico e social, observação de
animais plantas acompanhadas de informações adicionais, permitem
construir uma serie de conhecimentos;
Participar de ações de atuação sobre o meio ambiente (coleta
seletiva, preservação da fauna, uso consciente dos recursos naturais);
Participação em projetos relacionados a meio ambiente e
preservação da natureza;
Possibilitar as crianças o conhecimento de hábitos e costumes
sócio-culturais diversos (tipo de alimentação, vestimenta, música, jogos,
brincadeiras, etc.);
Trabalhar com material da educação tecnológica para explorar
conceitos de força, equilíbrio, movimento, etc., visando à resolução de
problemas.
Critérios de avaliação
Observar se as crianças reconhecem e valorizam algumas
manifestações culturais de sua comunidade;
Observar se as crianças manifestam opiniões, hipóteses e idéias
sobre os diversos assuntos trabalhados na Área;
Observar se as crianças reconhecem a importância dos cuidados
com a natureza e consigo mesmo enquanto seres vivos que necessitam de
cuidados.
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12.5. ÁREA: ARTES
12.5.1. CONTEÚDO: ARTES VISUAIS
Trabalho em argila SEMI período da tarde
Objetivos
Expressar e comunicar-se em artes, utilizando as diferentes
linguagens de expressão e comunicação;
Conhecer e comparar diferentes modalidades artísticas- desenho,
pintura, escultura, colagem, entre outras;
Apreciar a produção artística de diferentes grupos sociais e
movimentos artísticos, além de imagens de objetos presentes no
cotidiano, suas próprias produções e as dos colegas;
Utilizar, conhecer e diferenciar diversos meios, suportes os
instrumentos e recursos próprios da linguagem artística, para utilizá-los
em suas produções;
Ampliar o repertório imagético, acrescentando-o em seu fazer
artístico;
Desenvolver o prazer na realização do trabalho em artes visuais;
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Realizar apreciações dos trabalhos em artes visuais, valorizando a
própria produção e dos colegas;
Descobrir diferentes possibilidades e experimentar combinações
na utilização dos materiais plásticos nos planos bi e tri dimensionais;
Conhecer lugares que expõem trabalhos em arte – museus,
galerias, arte pública, a fim de reconhecer conteúdos trabalhados em sala
de aula.
Conteúdos
Manipulação e exploração de diferentes materiais;
Cuidados com os materiais usados, bem como, trabalhos
individuais e coletivos;
Exploração dos elementos da linguagem visual, como composição,
forma, luz cor, textura, volume, linha, ponto;
Apreciação e valorização das produções artísticas de diferentes
grupos sociais (arte infantil, indígena, popular, de diferentes épocas e
imagens do cotidiano);
Representação imagética de sensações, emoções e expressões;
Observação do próprio percurso de criação e dos colegas;
Observação, narração, descrição e interpretação, por meio de
leituras de obras de arte;
Orientações didáticas
Adequar o conteúdo a ser trabalhado em artes à faixa etária dos
alunos;
Organizar e expor o material produzido em artes, em exposições
pela escola e organizando-os em pasta com todas as produções, para que
possam acompanhar suas produções e seu percurso criador, bem como o
dos colegas;
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Considerar os objetivos e conteúdos para melhor direcionar seu
trabalho junto aos alunos, buscando a intencionalidade nas ações;
Organizar e expor os materiais que serão utilizados, levando em
conta a acessibilidade dos alunos no momento de escolha;
Organizar e reorganizar após o uso os espaços de criação junto
com os alunos;
Promover momentos de apreciação das produções artísticas
próprias e do grupo;
Considerar a aprendizagem de procedimentos para a realização de
atividades, também no ateliê;
Fazer um estudo da história da arte, elencando alguns artistas a
serem trabalhados, através de projetos;
Criar no ateliê um espaço de apreciação de obras de arte de
diferentes artistas e linguagens;
Expor os trabalhos das crianças no ateliê e no mural da escola,
proporcionando momentos de apreciação do fazer artístico dos mesmos;
Variar as possibilidades de uso dos materiais, oferecendo suportes
de vários tamanhos e formas, tintas de várias cores e texturas, sucatas
para o trabalho com bi e tridimensionais, etc.
Critérios de avaliação
Observar se a criança é capaz de:
Expressarem-se com diferentes materiais, recursos, suportes,
movimentos gráficos em seu fazer artístico;
Ampliar a representação de figuras ou objetos;
Demonstrar interesse frente a objetos de artes visuais;
Conhecer alguns artistas e suas produções.
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12.5.2. ÁREA: MÚSICA
Objetivos
Explorar e identificar elementos da música para se expressar,
interagir com os outros e ampliar seu conhecimento de mundo;
Perceber e expressar sensações, sentimentos e pensamentos, por
meio de improvisações, composições e interpretações musicais;
Explorar os sons produzidos pelo corpo;
Ampliar e diversificar o repertório musical.
Conteúdos
Exploração de materiais e escuta de obras musicais a fim de
propiciar o contato e experiências com a matéria-prima da linguagem
musical: o som (e suas qualidades) e o silêncio;
A vivência da organização dos sons e silêncios em linguagem
musical pelo fazer e pelo contato com obras diversas;
Exploração de sons com o corpo e com objetos diferenciados;
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A reflexão sobre a música como produto cultural do ser humano é
importante forma de conhecer e representar o mundo.
Orientações didáticas
Reconhecer e utilizar expressivamente, em contextos musicais
das diferentes características geradas pelo silêncio e pelos sons: Altura
(graves ou agudos), duração (curtos e longos), intensidade (fracos ou
fortes) e timbre (característica que distingue e “personaliza” cada som);
Promover o reconhecimento e utilizar as variações de velocidade e
densidade na organização e realização de algumas produções musicais;
Propiciar a participação das crianças em jogos e brincadeiras que
envolvam a dança, a improvisação musical e a sonorização de histórias;
Promover situações onde a criança tenha contato com repertório
de canções para desenvolver memória musical;
Propiciar a escuta de obras musicais de diversos gêneros, estilos,
épocas e culturas, da produção musical brasileira e de outros povos e
países;
Propiciar situações em que as crianças possam explorar sons com
o corpo e com objetos.
Critérios de avaliação
Observar e avaliar se a criança é capaz de:
Reconhecer e utilizar a música como linguagem expressiva,
conscientes de seu valor como meio de comunicação e expressão;
Através de gravações de suas produções, se elencam músicas de
suas preferências, se conseguem distinguir os sons dos materiais
utilizados para produção musical, etc.;
Ter atenção para ouvir, responder ou imitar;
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Ter capacidade de expressar-se musicalmente por meio da voz,
do corpo e com diversos materiais sonoros.
13. ROTINA
13.1. PERÍODO DE ADAPTAÇÃO
“Em geral, a criança convive com poucas pessoas em
casa. Está habituada com o ambiente, com os objetos
que possui os cômodos da casa e as pessoas que ali
vivem. Ao entrar na escola terá que conviver com um
número grande de pessoas, materiais, rotina e espaços
novos e ainda ficar separada de seus pais e conhecidos.
Esta mudança pode gerar em algumas crianças
sentimentos de insegurança e até medo. São
sentimentos que precisam ser acolhidos pela escola, a
fim de que a criança se sinta segura em relação ao
enfrentamento do novo.
Para as famílias este é, igualmente, um período de
inquietações. Além de alterar sua rotina, precisa lidar
com o questionamento: “será que estou fazendo uma
boa coisa para meu filho?”, e sentimentos
contraditórios passam a fazer parte da cena familiar: de
um lado a alegria de ter conseguido a vaga (...) e de
outro a dúvida se este é o melhor a fazer. (...)
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As educadoras, da mesma forma, precisam se adaptar
precisam conhecer cada criança e suas famílias, acolher
cada uma delas, investigar o que sabem, seus
interesses, descobrindo pouco a pouco estas novas
pessoas que estão chegando.” (Validação – Caderno de
Educação Municipal)
Durante o período de adaptação, nosso olhar está voltado para a
acolhida de nossas crianças e de seus familiares, levando em conta as
diferentes formas e tempo como cada um se adapta ao novo.
Este período é indicado pela Secretaria da Educação, que determina
no calendário escolar a duração do mesmo, bem como a quantidade de
horas que as crianças devem permanecer na escola (duas horas).neste
ano, a Secretaria abriu a possibilidade de que este período reduzido de
aula fosse dedicado apenas aos alunos com dificuldade de adaptação.
Porém, por conta da realidade de nossas crianças que utilizam o
transporte escolar por morarem distante da escola e que tiveram
disponibilizado este serviço desde o início das aulas, o qual atenderia em
horário reduzido de duas horas. Assim, optamos por manter a redução
para todos, o que foi bem avaliado pela maioria dos familiares, com
exceção de alguns que, por motivo de trabalho, sentiram dificuldades
nesta organização. Este tema será retomado pela equipe para avaliação
das ações para o próximo ano.
Em nossa escola, no primeiro dia da adaptação, planejamos
atividades para as crianças e para seus familiares. Organizamos as salas
com algumas atividades da rotina, realizada pelos alunos no decorrer do
ano, para que os pais possam vivenciar nossas ações e dar segurança às
crianças.
Para as crianças que necessitam de um tempo maior de adaptação,
seus familiares são solicitados a ficarem na escola acompanhando-as, até
que se sintam seguras no ambiente escolar. O mesmo critério de
adaptação é seguido para as crianças que são matriculadas durante o ano
letivo.
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Em 2012, a Secretaria de Educação solicitou um instrumento
avaliativo voltado para o período de Adaptação nas escolas. Após
formação junto aos gestores no início do ano, várias reflexões e ações
ocorreram no grupo a partir de textos e imagens trabalhadas na formação
e que subsidiaram as discussões feitas neste período, refletindo no
trabalho de acolhimento das famílias, funcionários e crianças.
Optamos por deixar registrada a avaliação enviada para a Chefia,
que remetem às reflexões e alterações na proposta para o próximo ano.
Os dados pesquisados junto à comunidade também compõem o
documento e estão arquivados na escola para serem melhor analisados e
tematizados nos encontros de formação.
13.2. ENTRADA E SAÍDA DOS ALUNOS
O momento da entrada é sempre muito aguardado pelas crianças.
Podemos observar em seus sorrisos e movimento agitado de seus corpos
o quanto a espera torna ainda mais aguardado. Nestes momentos, um
membro da equipe de gestão está sempre presente, acolhendo as crianças
e as famílias tornando esta transição da casa para a escola, e vice versa,
mais segura e acolhedora possível.
Receber as crianças com um “Bom dia” ou “Boa tarde” e tendo o
mesmo desejo devolvido por ela, traz sempre muita satisfação àqueles
que participam pessoalmente deste momento.
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13.3. ROTINA DA EQUIPE GESTORA
A rotina da equipe de gestão está assim organizada:
13.3.1. DIRETORA
Rotina diária Rotina semanal
Entre as atividades da rotina
diária da diretora podemos elencar:
Acompanhamento da entrada
e saída do período da manhã;
Observação do espaço
escolar, sua organização,
condições e necessidades de manutenção;
Ler os informativos e redes vindos da Secretaria de Educação
e socializá-los com a equipe da
escola;
Atendimento a famílias
pessoalmente ou por telefone;
Atendimento às demandas administrativas em parceria com
a PAD e Oficial de Escola
Estabelecimentos de contatos telefônicos com a
Secretaria de Educação, Equipe Técnica, outras Unidades
escolares, Conselho Tutelar,etc.
Escrita no livro de comunicado sobre os assuntos de
interesse da equipe escolar;
Realização de encontros individuais com professores e
demais funcionários sistematizados ou sempre que
houver necessidade de intervenção formativa;
Acompanhamento da
utilização dos espaços da escola
A rotina semanal está assim
organizada:
Leitura dos registros dos professores, em parceria com o
coordenador;
Organização dos momentos
de formação da equipe escolar;
Reuniões com chefias
Encontros de formação dos profissionais da escola individuais
e coletivos
Encontros com a equipe técnica na escola ou setorizada;
Encontro com a Orientadora
Pedagógica;
Acompanhamento do trabalho
referente à inclusão
Agendamento com familiares para tratar de assuntos referentes
às crianças
Envio de solicitações de reparos e manutenção
Controle de folha de
freqüência e presença dos funcionários
Compra de materiais
pedagógicos e de manutenção
Organização do trabalho da APM em parceria com a PAD
Idas ao Banco para questões relacionadas à APM;
Leitura do jornal Notícias do
Município, disponibilizando suas
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por parte das turmas, avaliando suas necessidades.
Registros escritos ou
fotográficos sobre o cotidiano escolar, que proporcionarão
encaminhamentos para ações tomadas a partir do observado.
informações para a equipe escolar;
Registro das ocorrências referentes a crianças e famílias em
livro próprio
Verificação da caderneta de
chamada
Efetivação das parcerias com os serviços públicos do Município
existente no Bairro: Biblioteca Machado de Assis e UBS
Ida à Biblioteca Machado de
Assis com as crianças, acompanhando-as no trajeto e
durante as atividades desenvolvidas.
13.3.2. PROFESSORA DE APOIO À DIREÇÃO
Rotina diária Rotina semanal
Acompanhamento do
momento da entrada e saída do período da tarde;
Observação do espaço escolar,
sua organização, condições e necessidades de manutenção;
Encaminhamento da demanda
administrativa em parceria com o oficial e diretora;
Organização do material de
uso das professoras (listagens, cadernetas de chamada, bilhetes,
etc.);
Organização e distribuição do material pedagógico às professoras
Estabelecimentos de contatos telefônicos com a Secretaria de
Educação, Equipe Técnica, outras
Unidades escolares, Conselho Tutelar, etc.
Organização e documentação
das ações da APM e Conselho de escola;
Atendimento às necessidades
das crianças e das professoras;
Participação de reuniões com chefia;
Atendimento às famílias
Elaboração de bilhetes para as famílias;
Escrita no livro de
comunicados
Participação nos encontros de formação;
Realização de orçamentos
para compra de materiais pedagógicos e de manutenção,
passeios, compra de equipamentos;
Organização dos encontros de
Conselho de escola e APM, em parceria com a diretora;
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Organização do mural da escola, com atividades das
crianças, imagens ou fotos para apreciação da comunidade.
Registro das ocorrências
referentes a crianças e famílias em livro próprio
Ida à Biblioteca Machado de
Assis com as crianças, acompanhando-as no trajeto e
durante as atividades desenvolvidas.
13.3.3. COORDENADOR PEDAGÓGICO
Rotina diária Rotina semanal
Entre as atividades da rotina
diária do coordenador, podemos elencar:
Acompanhamento da entrada e saída do período da manhã e
entrada do período da tarde;
Registros dos observáveis em sala diariamente;
Participação dos encontros
com as equipes de educação especial, orientadora pedagógica,
professores e de gestão da escola;
Leitura dos cadernos de
registros das professoras com foco na aprendizagem dos alunos
a cada a cada quinze dias;
Conversas com as professoras com horários
previamente marcados;
Acompanhar a execução de atividades de aprendizagem em
sala;
Acompanhar os alunos em momentos da rotina como parque,
escovação e brincadeiras;
Envolver a equipe docente na
elaboração do projeto político pedagógico, bem como no
planejamento e execução de suas ações, articulados a Proposta
Curricular e Metas da Secretaria.
Elaborar estratégias formativas destinadas às professoras de
acordo com as necessidades observadas:
Acompanhar os registros das
professoras, fazendo a leitura e devolutivas por escrito, que
remetam à reflexão sobre a prática pedagógica;
Realizar encontros
individuais, a partir do acompanhamento das leituras de
registro, observações de práticas em sala de aula e necessidades
formativas observadas;
Refletir junto à equipe docente sobre os objetivos
específicos para cada faixa etária, embasados nos conteúdos
do PPP;
Coordenar e organizar as
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Escrita de devolutivas após leitura dos registros;
Escrita das conversas com as
professoras;
Conversas com pais ou
responsáveis para orientação e
esclarecimentos de fatos que envolvem seus filhos;
Participação nas reuniões de conselho e APM todas primeiras
quintas-feiras do mês;
Elaboração e execução do plano de formação dos
professores e demais membros da comunidade escolar juntamente
com a equipe gestora;
Elaboração e coordenar as HTPCs juntamente com a equipe
gestora;
Subsidiar as professoras com materiais didáticos pedagógicos
que venham a contribuir na formação dos alunos;
Verificar diariamente as
condições de trabalho das professoras, oferecendo apoio;
ações pedagógicas junto à equipe escolar nos momentos de HTPC e
Reuniões Pedagógicas, considerando o plano de
formação da unidade;
Acompanhar e orientar os Projetos Didáticos das
professoras, refletindo e avaliando suas etapas e objetivos
durante sua realização;
Subsidiar a equipe docente quanto à seleção e organização
dos estudos do meio;
Acompanhar e subsidiar as ações referentes à aprendizagem
das crianças, bem como daquelas com NEE realizando
caminhamentos no âmbito da escola e junto ao EOT e
Orientadora pedagógica;
Apropria-se do PPP da escola na medida em que se torna
parceira nas ações pedagógicas que envolvem o uso dos espaços;
Participação em curso de
formação para coordenadores às 3ª feiras.
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13.4. ROTINA DOS PROFESSORES
Diariamente a rotina dos professores está voltada para o
desenvolvimento com as crianças de atividades que envolvam diferentes
momentos da Educação Infantil, nos diferentes espaços da escola. Outra
atividade diária para algumas é a escrita dos registros. Algumas optam
pela escrita semanal do registro das observações e reflexões sobre o
cotidiano da sala de aula e das aprendizagens nela contidas.
Na rotina semanal duas vezes na semana há os momentos de
encontro com a equipe gestora para devolutivas de registros e demais
intervenções necessárias em relação à prática e acompanhamento das
crianças.
Os momentos de formação também são garantidos semanalmente
durante os HTPC’s.
13.4.1. ORGANIZAÇÃO DOS MOMENTOS DE HTPC
Os encontros de HTPC ocorrem às 5ª feiras no horário das
18h40min às 20h40min para as professoras de 24 horas e até às
21h40min para as professoras de 40 horas (período integral e infantil II)
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As ações do plano de formação para a equipe docente ocorrerão nos
espaços de HTPC, que estão assim divididos para contemplar as
necessidades formativas do grupo:
02 encontros dedicados ao Plano de Formação.
Nestes encontros, o plano de formação da unidade será posto em
prática, junto ao grupo e avaliado durante as ações do mesmo através dos
planejamentos, registros e observações da prática.
01 encontro para tematizarmos outras demandas de formação nas
demais áreas ou temas, de acordo com as observações através da leitura
dos registros e encontros individuais e coletivos.
01 encontro a cada quinze dias para planejamento por turmas dos
conteúdos, atividades e projetos que serão desenvolvidos no mês. Trata-
se de um momento reivindicado pelo grupo, que terá como objetivo
garantir a troca de saberes, socializar projetos e atividades que serão
trabalhadas pelas turmas, mediante as possibilidades de cada uma. Neste
momento, haverá a presença do trio gestor junto aos grupos, que serão
divididos pela faixa etária das turmas, acompanhando o processo e
intervindo sempre que houver necessidade junto às práticas das
professoras. É um momento muito rico para a construção do grupo, onde
todas têm a oportunidade, ainda que enquanto parceiras de turmas, de
intervir nos conhecimentos, trocando e aprimorando o fazer pedagógico
entre as educadoras desta unidade.
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13.4.2. TEMPOS E ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM
13.4.2.1. BIBLIOTECA
Nosso espaço de biblioteca é uma adaptação da Biblioteca escolar
Interativa (BEI), que conta com um acervo de livros e vídeos pertencentes
à REBI. Desenvolvemos um plano para o uso do espaço, definindo nele
objetivos, conteúdos e orientações didáticas para o trabalho com as
crianças.
Objetivos
Conhecer o espaço da biblioteca, para dele fazer uso, conhecendo
o acervo e localizando os livros de sua escolha de forma autônoma,
desenvolvendo procedimentos de pesquisa;
Promover a participação e envolvimento das crianças,
demonstrando seus próprios interesses e gosto pela leitura, colocando-as
na postura de leitores;
Incentivar as crianças a terem uma relação prazerosa e criativa
com o texto escrito, desenvolvendo o gosto pelo ato de ler;
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Propiciar o trabalho com a diversidade textual, com a linguagem
literária e expressiva;
Incentivar a busca de novos referenciais, incentivando a pesquisa
e a ampliação da sua leitura de mundo.
Conteúdos
Contato com o espaço da biblioteca com orientações para sua
utilização;
Leitura de livros de diferentes gêneros;
Pesquisa em diversas fontes literárias.
Orientações didáticas
Conhecer o espaço da biblioteca e os materiais que estão
disponíveis para a professora e para os alunos;
Fazer um planejamento para o uso da biblioteca, facilitando sua
utilização;
O espaço da biblioteca poderá ser usado para roda de leitura,
conversa, vídeo, história com fantoche, CD, roda de música, apreciação de
livros pela criança e para pesquisas;
Alguns procedimentos são essenciais para o uso adequado da
biblioteca;
Na roda de conversa, orientar para a organização, cuidados e
importância da preservação dos materiais disponíveis;
Ao utilizar a biblioteca para roda de leitura, tendo o cuidado de
selecionar e fazer a leitura antecipada do livro ou material escolhido;
Os fantoches disponíveis no espaço da biblioteca são recursos
para que crianças e adultos utilizem ao contar histórias, desenvolvendo
outras linguagens expressivas como dramatizações, mímicas, gestos, etc.;
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Para roda de música, verificar com antecedência se o aparelho
encontra-se no armário, assim como o CD (em caso de música
específica);
Para utilizar o vídeo, é importante verificar a manutenção do
mesmo ou do DVD e se o filme escolhido está disponível (no caso de fita
VHS é preciso verificar se a mesma foi rebobinada, devendo fazê-lo
também após a apresentação). Essas medidas impedem que ocorra
momentos de espera com as crianças até que os problemas técnicos
sejam solucionados;
Empréstimos de material da biblioteca serão anotados em caderno
específico de empréstimos;
Os horários de uso da biblioteca estão contemplados na rotina das
turmas e ocorrem duas vezes por semana.
13.4.2.2. PARQUE E PRAÇA
Parque e praça são dois espaços onde o olhar para o “brincar” deve
estar presente enquanto momento de aprendizagem. Através da
observação destes momentos da rotina das crianças e como elas os
utilizam, a professora terá condições de enriquecê-los com outros
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materiais que auxiliarão na composição de temas durante as brincadeiras.
Objetos como pneus, caixas, tecidos, cordas entre outros, permitirão o
estabelecimento de relações no imaginário das crianças, alimentando-o,
ampliando a possibilidade de interação e envolvimento com as propostas
que ali surgirão, para além a exploração dos brinquedos que o compõem,
atribuindo-lhe novos sentidos.
É fundamental que estes espaços, bem como os demais espaços da
escola destinados ao brincar, possam ser avaliados constantemente de
modo a torná-los instigantes e provocativos para as crianças, podendo ali
promover momentos de imaginação, afetividade, gestualidade,
autonomia, criação e enfrentamento da realidade através da brincadeira,
contribuindo para a construção efetiva de um olhar sensível, crítico e
brincante em todos da comunidade escolar.
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13.4.2.3. ATELIÊ
Objetivos
Explorar os recursos que o espaço oferece, ampliando as
possibilidades do fazer artístico;
Estar inserido em uma rotina de trabalho em artes, vivenciando
experiências significativas de aprendizagem em artes;
Ter contato com a linguagem artística, apropriando-se dela
durante os momentos de criação;
Participar de atividades de percurso criador em artes, construindo
seu próprio percurso criador;
Ter oportunidade de apreciar diversas obras de arte, ampliando
seu repertório de imagem enriquecendo seu fazer artístico.
Conteúdos
Exploração do espaço e dos recursos que o ateliê oferece;
Rotina do trabalho em artes;
Linguagem artística;
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Percurso criador;
Apreciação de trabalhos artísticos.
Orientações didáticas
Utilização de instrumentos, meios e suportes diversos como lápis,
pincéis, tintas, papéis, cola, etc., para o fazer artístico, através da
aprendizagem de procedimentos e exploração destes recursos;
Manusear diferentes materiais, perceber marcas, gestos e
texturas;
Explorar o espaço físico;
Trabalhar com estruturas tridimensionais através da colagem,
montagem, justaposição de sucatas previamente selecionadas, limpas e
organizadas, provenientes de embalagens diversas, elementos da
natureza, tecidos, entre outros;
Oferecer suportes variados de diferentes tamanhos, formas e
texturas nas atividades de desenho e pintura;
Apresentar atividades variadas em que trabalhem uma mesma
informação de diferentes formas;
Trabalhar com as crianças os cuidados necessários com o próprio
corpo e com o corpo dos outros, principalmente com os olhos, boca, nariz
e pele, durante o manuseio de diferentes materiais e recursos;
Evitar a utilização de materiais tóxicos, cortantes ou aqueles que
apresentem a possibilidade de machucar ou provocar algum dano à saúde
das crianças;
Organizar os diversos materiais para uso da criança em suas
produções de modo que estejam de fácil acesso;
Possibilitar o contato, uso e exploração de materiais como caixas,
latinhas, diferentes pincéis, papelões, copos plásticos, embalagens de
produtos, pedaços de pano, etc.;
Propor às crianças que façam desenhos a partir da observação
das mais diversas situações, cenas, pessoas, objetos, obras de arte, etc.;
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As criações tridimensionais devem ser feitas em etapas, pois
exigem diversas ações como Guardar e reorganizar o espaço,
documentando as produções são ações que podem colagem, pintura,
montagem e apreciação;
Ajudar cada criança na percepção de seu processo evolutivo e do
desenrolar das etapas de trabalho. Essa é uma tarefa que a professora
poderá realizar junto ao grupo;
A exposição dos trabalhos realizados é uma forma de propiciar a
apreciação e valorização destes, e ficarão em varais colocados no ateliê;
Enriquecer o espaço com a exposição de obras de arte de
diferentes artistas ou daqueles que fazem parte dos projetos estudados
pelas turmas;
Disponibilizar quebra cabeças de reproduções de obras para
manuseio das crianças neste espaço;
Os horários de utilização do ateliê constam da rotina e ocorrerão
uma vez por semana.
13.4.2.4. QUADRA
Neste ano estamos vivenciando a reforma do espaço da quadra,
com a cobertura do mesmo, o que otimizará sua utilização em dias de
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chuva e garoa, tão freqüentes nesta região, garantindo assim o trabalho
com corpo em mais momentos da rotina.
Objetivos
Participar de atividades que trabalhem o corpo e o movimento;
Explorar diversos materiais, conhecendo as possibilidades que
oferecem;
Participar de ações que envolvam a exploração de movimentos de
diferentes qualidades expressivas e rítmicas.
Conteúdos
Exploração de jogos e brincadeiras;
Conhecimento do corpo, identificando limites e habilidades;
Exploração dos movimentos.
Orientações didáticas
Ao propor a atividade na quadra, a professora deve ter um
planejamento do que será trabalhado, organizando os materiais e
recursos que serão utilizados;
Propor jogos, brincadeiras envolvendo a interação, a imitação e o
reconhecimento do corpo;
Participação em brincadeiras e jogos que envolvam correr, subir,
descer, escorregar, pendurar-se movimentar-se, dançar, etc., para
ampliar gradualmente o conhecimento e controle sobre o corpo e o
movimento durante a exploração do espaço e dos materiais utilizados;
Organizar e explorar circuitos com materiais de uso da quadra,
seguindo uma proposta de seqüência de desafios a serem vencidos
durante a atividade. Esta atividade também pode ser estendida, em sua
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organização, para o espaço do gramado, utilizando cordas presas às
árvores como desafio;
Utilizar bolas, cordas, bambolês, etc. propondo atividades de
jogos e brincadeiras que envolvam a exploração destes materiais;
Propor atividades de brincadeira de roda, ampliando as
possibilidades estéticas do movimento;
Propor a participação em jogos de regras, oportunizando as
primeiras situações competitivas e cooperativas;
Incluir a atividade na quadra na rotina da classe, sistematizando
seu uso, frente a objetivos propostos.
13.4.2.5. REFEITÓRIO – SELF-SERVICE
Objetivos
Oferecer oportunidades para que a criança possa servir-se;
Trabalhar as competências de “pinçar” os alimentos, manipular
objetos, quantificar quantidades, estabelecer peso, usar talheres, mastigar
e saborear os alimentos;
Aprender a evitar desperdício;
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Estabelecer vínculos com os colegas;
Desenvolver hábitos de higiene pessoal e cuidados com a saúde;
Reconhecer a importância dos alimentos para a saúde;
Ter contato e conhecer o uso adequado dos talheres.
Conteúdos
Desenvolvimento de hábitos de higiene pessoal e alimentar;
Importância do ato de comer para a saúde;
Exploração dos nutrientes de cada alimento oferecido na
merenda;
Importância de dosar os alimentos e líquidos, evitando o
desperdício;
Desenvolvimento da autonomia no momento de servir-se;
Noções de bom relacionamento com os colegas.
Orientação didática
Trabalhar com as crianças os diferentes combinados para o
momento da refeição;
Assegurar a beleza, o aconchego e a harmonia na mesa;
Confeccionar com as crianças jogos americanos a partir de um
trabalho em artes;
Propor atividades que fortaleçam a musculatura e no ganho do
movimento do pinçar;
O professor precisa encarar o momento do self-service na rotina
da escola como sendo de extrema importância no processo de ensino
aprendizagem e que contribui para o processo de construção da cidadania
dos alunos, pois, ao ter a oportunidade de escolher seus próprios
alimentos, a criança é estimulada a pensar, agir e refletir. Terá também a
oportunidade de troca de experiências com os colegas, ampliando as
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relações com o outro e estabelecendo novas amizades à medida que
interagem com crianças de outras turmas;
Construir gradativamente com as crianças o significado do ato de
comer, ressaltando sempre a importância da qualidade dos alimentos e a
necessidade de ingerir apenas o necessário;
Pesquisar com as crianças sobre a necessidade de ingerir todos os
tipos de alimentos, evitando que deixem de comer legumes e verduras,
para que, ao escolher, ela saiba qual a importância dos alimentos que
coloca em seu prato;
Observar diariamente se a criança controla a quantidade de
alimento e líquido a ser ingerido, intervindo diretamente quando houver
desperdício, orientando o aluno sobre a quantidade a ser colocada por ele;
Evitar que elas comam em mesas fórmicas, sem toalhas, frias,
impessoais, empobrecidas, típicas de ambientes coletivos. Procurando
sempre manter o refeitório num ambiente limpo, decorado afim de que as
refeições fiquem mais divertidas e prazerosas;
O trabalho pedagógico tem que ser realizado constantemente pelo
professor em sala de aula, bem como capacitações de merendeiras e
equipe de apoio em reuniões pedagógicas, afim de que também
contribuam de forma consciente neste momento junto aos alunos.
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13.4.2.6. ATIVIDADE DIVERSIFICADA
Orientações para a realização da proposta
Ao apresentarmos a proposta pela primeira vez, explicamos a
dinâmica de desenvolvimento dos trabalhos e a possibilidade de escolha
de cada um. Pode acontecer que muitas crianças prefiram uma
determinada atividade e assim, falte cadeira na mesa para todos. Nesse
caso, intervimos propondo um acerto entre as crianças e a possibilidade
de trocarem de mesa num outro momento ou num outro dia, até mesmo
realizando inscrição antecipada para os cantos “disputados” pelas
crianças.
Para que a proposta tenha sucesso, ficamos atentas para que todos
os cantos apresentem atividades significativas para as crianças,
selecionando previamente os materiais para a atividade, deixando-os
acessíveis para a organização. Ao organizarmos os cantos com diferentes
propostas, buscamos ter claros os objetivos que desejamos atingir e os
conteúdos/ aprendizagens que estão envolvidos em cada atividade.
Buscamos sempre privilegiar a oportunidade de escolha pela
criança, evitando direcionar as decisões. Se isto acontecer, que seja
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realizado em forma de sugestão pela professora, com base na observação
das características individuais dos seus alunos.
Nossas sugestões se dão de forma a privilegiar a “constância” e a
“diversidade” ao observarmos as preferências das crianças. Por exemplo,
algumas crianças precisam ser incentivadas a diversificarem suas
escolhas, para que ampliem suas potencialidades em relação a
determinados conteúdos e até mesmo para que se autorizem a enfrentar
outros desafios. Outras crianças precisam ser incentivadas a repetirem
determinadas propostas, porque são por demais ansiosas, abandonando
os desafios na metade do caminho, o que dificulta seu processo de
aprendizagem.
Algumas observações importantes sobre a classe podem ser feitas
nesse momento: envolvimento na atividade, preferências individuais,
lideranças, interações, escolha dos parceiros, atitudes de cooperação/
competição, estratégias de registros, hipóteses das crianças em relação a
diversos conteúdos, exploração e uso dos materiais, tomadas de decisão,
resolução de problemas.
Aproveitamos este rico momento, no qual as crianças estão
organizadas de acordo com suas preferências e interesses, para
realizarmos intervenções mais personalizadas e pontuais junto aos
diferentes grupos e crianças individualmente, de acordo com os desafios
específicos propostos em cada canto, o que não significa privilegiar um
grupo ou criança, mas proceder de forma a contemplar intervenções
específicas para cada situação proposta, de acordo com os objetivos que
se pretende alcançar.
Observarmos os cantos que provocam maior interesse das crianças
para apresentá-los com mais freqüência ou para incrementar os desafios.
Por exemplo, se o canto da leitura é muito procurado, diversificar cada
vez mais os portadores e os gêneros. Se as crianças gostam muito de
jogos de percurso, trazemos jogos com desafios gradativamente mais
difíceis.
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Planejamos um canto para intervenções específicas com
determinado grupo ou aluno, de acordo com a necessidade observada. No
entanto, esta prática não deve ser uma constante, por que descaracteriza
um aspecto muito importante das atividades diversificadas que é a opção
de escolha pela criança.
Quando optamos por ensinar um jogo novo num dos cantos, damos
atenção especial para essa mesa, garantindo para as demais mesas
atividades já conhecida pelas crianças. Este tipo de proposta também
aparece como uma possibilidade de adequação da atividade diversificada,
mas que ao ser usada, observamos alguns cuidados: não dá para garantir
que todos passem pela mesa do jogo, pois se perde a característica de
escolha da atividade pela criança, não devemos utilizá-la com freqüência,
exatamente pelo fato de se perder as outras tantas possibilidades de
observação e de intervenção mais específicas deste momento da rotina.
Ao organizarmos “kits” com objetos para a brincadeira simbólica,
por exemplo, médico, cabeleireiro, banco, restaurante, casinha, etc.,
evitamos que sejam guardados em caixas erradas, porque na prática
social real, os objetos do médico não ficam na cozinha do restaurante e o
secador não aparece no caixa do banco. Esse cuidado se refere à
manutenção e organização dos brinquedos nas caixas. Porém no momento
da brincadeira, esses materiais podem se misturar e compor o enredo das
demais propostas, assumindo outras representações na brincadeira.
Organizamos ainda, um canto que seja alvo de uma observação
avaliativa do trabalho realizado em outros momentos da rotina, por
exemplo, no canto de leitura podemos introduzir os livros já lidos na hora
da história e observarmos como as crianças se utilizam os mesmos: se
reconhece a história, se contam para o colega, se fazem a leitura de
imagens (texto-contexto), se acompanham a escrita buscando indícios
para leitura do código, se procedem como narrador e personagem (tom de
voz utilizado e interpretações realizadas), etc.
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13.4.2.7. RODA DE CONVERSA
As rodas de conversa ocorrem na rotina diariamente e buscamos
sempre ter claro o objetivo da roda de conversa daquele dia.
Organizamos o espaço, adequando-o para a realização da atividade
(crianças dispostas em círculo).
Temos um olhar atento para as crianças caladas, aparentemente
desatentas, já que as mesmas podem estar atentas, interagindo na
conversa através da escuta ativa. Assim, devemos observar alunos que
pouco se expressam , procurando valorizar suas falas através de
intervenções que os insiram na conversa, retomando sua fala de outros
momentos, atribuindo-lhe alguma responsabilidade (ex: trazer uma
notícia, fazer um reconto, etc.).
Ao coordenar a roda, temos o cuidado para não produzir monólogos,
principalmente de nossa parte. Falas em coro ou revezamento seqüencial
na roda não são boas para que as crianças falem, pois estes movimentos
artificializam o conversar em grupo e centralizarmos a conversa. Devemos
deixar que as falas surjam da criança nos momentos em que fazem
sentido para as mesmas.Temos que fazer deste, um momento prazeroso
e significativo para todo o grupo. Sabemos que nossa postura, nosso
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“olhar” para a criança, diz muito mais do que sua fala, ou seja, as crianças
captam quando dizemos uma coisa e o seu olhar, seu corpo diz outra.
Portanto, procuramos estar inteiros neste momento, pois o prazer é
sentido, e não dito.
Não devemos fazer deste espaço de conversa um momento de se
trabalhar com “lições de moral”. Isto desmotiva a conversar, além de não
ser produtivo em termos de construção de valores pela criança.
Buscamos realizar intervenções cuidadosas, de forma a não tolher a
liberdade expressiva das crianças, ou seja, não ignoramos algumas falas,
procurando compreender os “regionalismos” e mesmo algumas
expressões tidas como “pouco adequadas”, entendendo que estas fazem
parte do repertório da criança. Quando nos deparamos com chamado
“palavrão”, procuramos não nos espantarmos diante dele, não o
reforçando através de risadas, pois isto estimula a continuidade de seu
uso. Solicitamos à criança diga a mesma coisa de um jeito diferente, ou
complementamos a idéia trazendo outro modelo de fala para aquela
expressão, sem, contudo dar muito destaque ao que foi dito.
Estamos atentos para o fato de que as falas das crianças não devem
ser somente dirigidas a nós e sim ao grupo e que, em alguns momentos,
podem existir comentários entre as crianças, vinculados direta ou
indiretamente ao assunto tratado.
Cada professora recebeu um rol de sugestões de temas para
trabalharem na roda como, por exemplo: entrevistas, notícias, caixa
surpresa, advinhas, apreciações de imagens, etc.
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13.4.2.8. HORA DA HISTÓRIA
Através deste momento, buscamos promover a participação e
envolvimento das crianças, demonstrado através do interesse e gosto pela
leitura, colocando- as crianças na postura de leitores, pois, embora não
saibam ler formalmente, eles são leitores na medida em que interpretam
a história que o adulto lhes contam. Quando as crianças descobrem o
mundo encantador do livro, vão construindo essa atitude atenta.
Procuramos favorecer o silencio durante a roda de história e a não
interrupção da mesma Para que isto ocorra temos como sugestão colocar
uma placa na porta: “HORA DA HISTÓRIA”, “MOMENTO DA LEITURA”,
“NÃO INTERROMPA: ESTAMOS OUVINDO HISTÓRIA”, que é construída e
elaborada com a participação dos alunos, além do combinado com todos
os funcionários da escola no sentido de respeitar este momento não
solicitando a professora ou as crianças da classe.
Uma vez que o clima propício para a leitura da história foi criado e
que as crianças estejam dispostas a ouvi-la, começamos a ler.
Procuramos conhecer a história e realizar uma leitura adequada ao tipo de
texto e ao grupo de crianças que está ouvindo. Podemos ler uma história
completa (para isso selecionamos uma que possa ler no tempo que
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dispomos), lê-la em duas partes ou em capítulos. Caso seja longa,
interrompemos a leitura no momento de maior suspense, usando a
interrupção como estratégia para criar nos alunos o desejo de continuar.
Informarmos as crianças do por que da escolha do livro e
mostramos outros dados que consideramos pertinentes para
contextualizar a leitura, não necessariamente antes do início da mesma,
mas no momento que for oportuno, se houver interesse da criança e lhes
for assimilável. Procuramos falar com as crianças sobre o autor e
ilustrador do livro, para que saibam que quem escreve ou ilustra é alguém
tão comum quanto eles.
Após a leitura, colocamos o livro à disposição das crianças para que
possam folheá-lo e deter-se naquilo que lhes chame mais atenção.
Há várias opções para a maneira de lermos o texto: ler o texto todo
e mostrar as gravuras no final, ler somente o texto, sem ilustração ou, ler
e mostrar as figuras simultaneamente.
Achamos importante diversificarmos os recursos para contar
histórias: usar fantoches, slides, gravuras, etc. Contar e ler histórias são
dois momentos diferentes e fundamentais. Contar historias lhe permite
criar e escolher as palavras; ao lermos, somos fiéis ao texto, o que
permite a diferenciação por parte das crianças destas duas modalidades
de apresentar as histórias. Contando ou lendo é necessário que haja
expressividade, enriquecendo através da entonação, criando um clima
para a história, fazendo sonorizações, destacando as falas dos
personagens, e a história. A leitura, ao mesmo tempo em que perde na
criatividade de quem conta ganha ao desvelar o texto literário. Já o
contar, permite-lhe maior expressividade.
Procuramos recontar as histórias preferidas das crianças, solicitando
às mesmas que o façam em alguns momentos, utilizando o próprio livro
ou recursos como fantoches, por exemplo. Podemos nos deter em algum
momento, em algum trecho lido, para fazermos com que as crianças
notem a beleza de uma expressão; imaginem-se num outro lugar ou
situação, partindo do que o autor descreve.
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Terminada a leitura, proporcionamos momentos de troca de
comentários com as crianças para que possam mostrar seu entendimento
ou gosto pela mesma, da mesma forma que o leitor adulto comenta suas
leituras, por exemplo: quem gostou? De que parte? De que personagens
mais gostaram? O que acharam do final da história? Quem daria outro
final para a história?
Ao lermos, procuramos garantir uma entonação de voz diferenciada
para cada personagem, para que as crianças atentem às mudanças de
interlocutores da história, dando-lhes vida e proporcionando-lhes um
melhor entendimento do conteúdo.
Na sala de aula, temos livros à disposição das crianças em lugares
acessíveis.
Podemos ainda convidar outras pessoas para contarem histórias
para as crianças. Caso tenhamos conhecimento de algum familiar de aluno
ou alguém da comunidade que goste de contar histórias, poderemos
convidá-lo. Pode acontecer, por vezes, um intercâmbio com os próprios
professores de nossa escola (um conta história na sala de aula do outro).
Propomos às crianças criarem personagens da história com sucatas
ou fantoches, estimulando a imaginação. Para isso, utilizamos objetos
disponíveis na classe.
Temos claro que, ao lermos histórias para os alunos, devemos ter o
objetivo não só de informar as crianças sobre a linguagem que se escreve,
mas também de incentivá-las a ter uma relação prazerosa e criativa com
o texto escrito.
14. ATIVIDADE EXTRACLASSE E ESTUDO DO MEIO
A atividade extraclasse e estudo do meio em nossa escola têm como
objetivo o cumprimento de mais uma etapa do projeto pedagógico da
escola.
Entendemos que a escola é um dos espaços que socializa o
conhecimento sistematizado na sociedade e que há uma infinidade de
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outros locais onde o conhecimento também é socializado. Para tanto
entendemos os passeios como possibilidade de ampliar o horizonte
cultural de nossos alunos e nossas alunas.
A impossibilidade de a criança participar das atividades extraclasses
somente ocorrerá na falta de autorização dos pais. Cumprimos
rigorosamente a orientação da SE, quanto à gratuidade dos passeios,
preservando o direito de participação de todos.
Para que isso não aconteça, a autorização é colada na agenda de
cada criança com vários dias de antecedência que deverá ser assinada
pelos familiares.
Será permitida a participação nos passeios apenas de funcionários
de apoio e mães previamente convidadas.
Neste ano a Secretaria de Educação enviou verba apenas para três
passeios com todas as crianças orientando que não poderemos solicitar
dos pais pagamento para o transporte e realização dos passeios. São eles:
01 passeio específico de um projeto desenvolvido por cada turma;
01 passeio cultural ou de lazer
Para os alunos e alunas do período Integral temos a compreensão
de que a sua especificidade na questão do tempo destinado para ficarem
na escola possibilita um número maior de saídas. Portanto, elencamos
como possibilidade de que hajam passeios pelo bairro, com idas às
margens da Represa e à Biblioteca Machado de Assis para participarem da
contação de histórias oferecida pela bibliotecária .
15. AVALIAÇÃO DAS APRENDIZAGENS DOS ALUNOS
Entendemos que o ato de avaliar é uma ação contínua que abrange
todos os segmentos envolvidos em nossa escola (aluno, professoras,
equipe gestora, quadro de apoio e comunidade).
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Com relação à aprendizagem dos alunos, cabe à professora revestir-
se do papel de investigadora dos saberes dos mesmos, a partir do que
promoverá intervenções adequadas a cada necessidade. Em nossa
unidade escolar, recorremos aos instrumentos da professora para avaliar
o processo de aprendizagem vivenciado pelos alunos, bem como o
acompanhamento do trabalho desenvolvido.
Um dos autores que nos subsidiam quanto à questão da avaliação é
Jussara Hoffmann que diz que “O desenvolvimento global da criança se dá
num espaço pedagógico onde se articulam objetivos, áreas de
conhecimento e temas de estudo desenvolvidos sob a forma de atividades
adequadas às diferentes faixas de interesse das crianças. Dessa forma, a
avaliação da criança se dá num contexto rico de oportunidades,
espontâneo e diversificado, onde, observá-la e acompanhá-la em suas
descobertas, exige, sobretudo, um olhar atento e abrangente do
professor. Um dia de atividades em Educação Infantil é suficiente para
revelar uns cem números de descobertas de um grupo de crianças, mas
essas observações se dão num contexto próprio que dão sentido aos
fatos, às vivencias das crianças.”
Outro momento avaliativo do Projeto Pedagógico será realizado
durante o ano letivo com a comunidade escolar, mediante o
acompanhamento das ações nele contidas. Temos ainda um momento
específico junto à equipe escolar, realizado ao final do ano, que nos
permite avaliar as ações ocorridas durante o ano letivo, visando ampliar e
adequar os encaminhamentos futuros.
A avaliação realizada junto à comunidade acontece ao final de cada
ano, quando encaminhamos aos pais uma pesquisa com questões
referentes ao andamento da escola. Os resultados são tabulados e servem
para planejar ações para o ano seguinte.
O ato de avaliar ocorre também nas reuniões do Conselho e APM, ao
verificarmos se as ações decididas durante os encontros atingiram os
objetivos planejados.
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15.1. AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Na Educação Infantil a avaliação do processo de aprendizagem dos
alunos se dá através de observações individuais, de observações nos
registros dos professores e da elaboração de relatórios individuais
semestrais, que relatam o processo pelo qual passam os alunos em sua
aprendizagem, planejando ações a serem seguidas.
Esses relatórios são entregues aos familiares na última reunião do
semestre e fazem parte da história da criança na escola, contando sobre o
trabalho desenvolvido pelas turmas, o processo de construção de
aprendizagem das crianças, seus avanços e desafios que demandam
investimentos por parte dos professores.
Outro instrumento organizado para o acompanhamento do processo
de construção de saberes pela criança é o portfólio. Este instrumento
avaliativo é composto por atividades, retratando os avanços e dificuldades
observadas durante o processo, apontando para intervenções e
encaminhamentos prováveis para o avanço das crianças. Através dele,
professora, equipe de gestão, alunos e familiares podem acompanhar este
processo desde o início do ano, compartilhando os avanços observados, os
encaminhamentos propostos e as estratégias elaboradas pelo professor a
fim de conseguir que os avanços ocorram.
Ao final do ano, relatórios e portfólios são entregues à equipe de
gestão, os quais são encaminhados às escolas de ensino fundamental (no
caso das turmas de seis anos) e para as professoras do ano seguinte
daqueles que aqui permanecerem e para outras unidades e para aqueles
que daqui se transferirem.
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16. ACOMPANHAMENTO DOS INSTRUMENTOS
METODOLÓGICOS
Planejamento
Este é um momento reivindicado pelo grupo, garantindo a troca de
saberes, socialização de projetos e atividades que serão trabalhadas pelas
turmas, mediante as possibilidades de cada uma. Ocorre duas vezes por
mês, distribuído em uma hora no primeiro HTPC e uma hora no terceiro
HTPC. Nestes momentos, há sempre a presença do trio gestor junto aos
grupos, que serão divididos pela faixa etária das turmas, acompanhando o
processo e intervindo sempre que houver necessidade junto às práticas
das professoras. É um momento muito rico para a construção do grupo,
onde todas têm a oportunidade, ainda que enquanto parceiras de turmas,
de intervir nos conhecimentos, trocando e aprimorando o fazer
pedagógico entre as educadoras desta unidade.
Registro
Documento que conta a história do grupo, que fala das
intervenções, dos saberes construídos, das expectativas de aprendizagem,
das posturas desejos e anseios que cercam o fazer pedagógico na sala de
aula, das conquistas e desafios dos envolvidos no processo de ensinar e
aprender. Para tal, necessita que o educador sistematize sua elaboração a
fim de que este instrumento metodológico possa contribuir com a reflexão
sobre a prática em sala de aula, subsidiando as ações a serem planejadas
a partir desta reflexão.
Através de sua leitura e acompanhamento, o formador tem a
possibilidade identificar o processo de aprendizagem pelo qual alunos e
professores constroem seus saberes, identificando concepções, posturas,
interesses e dificuldades, que serão seu objeto de estudo e intervenção
junto à prática educativa.
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São focos de observação ainda os conteúdos trabalhados, a
organização estrutural da aula, a intencionalidade nas atividades
planejadas e o planejamento das ações pensadas para o desenvolvimento
do trabalho em sala.
O acompanhamento será realizado através da leitura semanal da
equipe gestora, com devolutiva por escrito ou nos encontros individuais e/
ou coletivos de formação. Para tanto, as professoras disponibilizarão seu
registro para que sejam lidos e devolvidos pela equipe de gestão.
Organização dos registros da ação formativa da equipe
gestora: os registros por parte da equipe gestora serão organizados em
pasta com pautas de observação para a leitura dos registros das
professoras; através da escrita em cadernos identificados para o
acompanhamento de ocorrências com os alunos e equipe escolar, reuniões
de conselho de escola e APM; em cadernos de sínteses para os momentos
de HTPC e Reunião Pedagógica (sínteses estas elaboradas pelas
professoras) e em cadernos de registros da própria equipe gestora, que
será compartilhado entre seus membros e com a Orientadora Pedagógica,
parceira que é das ações formativas da escola.
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IV. ANEXOS
1. HISTÓRICO DA ESCOLA
A EMEB “GRACILIANO RAMOS” iniciou suas atividades em 12 de
junho de 1968, nomeada na época Parque Infantil Riacho Grande. Sua
diretora era a sra. Marilda Ferreira Machado que recebeu as chaves da
escola das mãos do Vereador Omar Bassani e do então sub prefeito do
Riacho Grande Álvaro Landi.
Antes da construção do prédio da escola, havia no local um sobrado
pertencente à missionária americana dona Margareth, que ligada ao
Seminário Prebiteriano,que ainda existe próximo à escola. Com a ajuda da
senhora Isabel Mizuoti, moradora do bairro, cuidava de algumas crianças
carentes que estudavam na EEPG Antonio Caputo e vinham para este local
após as aulas para se alimentarem e aprenderem a lidar com a terra. Isso
ocorreu por volta de 1965 e, com o retorno da missionária para os
Estados Unidos, a idéia foi suspensa e o terreno loteado.
Inaugurada, a escola passou a funcionar com quatro turmas pela
manhã e quatro turmas à tarde com aproximadamente quarenta alunos
por turma, além de atender a 95 crianças que estudavam na EE Antonio
Caputo, que vinham para cá no período contrário às aulas, chamados de
semi internos. A proposta para os alunos “semi-internos” era o de fazer as
lições de casa, alimentar-se, em alguns casos, banharem-se, tudo com o
acompanhamento de professoras, chamadas de “tias”.
Em 01 de junho de 1974 a escola passou a se chamar Núcleo de
Educação Infantil Riacho Grande. Seu prédio passou por ampliações para
atender a demanda de crianças, inicialmente dos Bairros próximos à
escola, que iniciavam seu processo de crescimento,
Em 23/01/1979 passou a se chamar Escola Municipal de Educação
Infantil Riacho Grande e no mesmo ano em 23 de agosto foi denominada
através do decreto nº 6260, pelo então Prefeito Tito Costa, Escola
Municipal de Educação Infantil “Graciliano Ramos”, e atualmente, dentro
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das novas normatizações da educação chama-se Escola municipal de
Educação Básica “Graciliano Ramos”.
1.1. NOSSO PATRONO
A escolha do nome dado à nossa escola foi uma homenagem ao
escritor e jornalista Graciliano Ramos, nascido em Quebrangulo, Alagoas
em 27 de outubro de 1892 e falecido em 20 de março de 1953, no Rio de
Janeiro. É considerado um dos maiores escritores brasileiros do século XX
e proeminente representante do romance da década de 30.
Primogênito de dezesseis filhos do casal Sebastião Ramos de
Oliveira e Maria Amélia Ramos, viveu os primeiros anos em diversas
cidades do nordeste brasileiro. Terminando o segundo grau em Maceió,
seguiu para o Rio de Janeiro, onde passou um tempo trabalhando como
jornalista. Volta para o nordeste em setembro de 1915, fixando-se junto
ao pai, que era comerciante em Palmeira dos Índios, Alagoas. Neste
mesmo ano casa-se com Maria Augusta Barros.
Foi eleito prefeito de Palmeiras dos Índios em 1927, tomando posse
no ano seguinte. Manteve-se no cargo por dois anos, renunciando a 10 de
abril de 1930. Segundo uma de suas auto-descrições, “(...) Quando
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prefeito de uma cidade do interior, soltava os presos para construírem
estradas. Os relatórios da Prefeitura que escreveu nesse período
chamaram a atenção de Augusto Schimidt, editor carioca que o animou a
publicar Caetes (1933). Entre 1933 e 1936 viveu em Maceió, trabalhando
como diretor da Imprensa Oficial e diretor da Instituição Pública do
estado. Em 1934 havia publicado São Bernardo e quando se preparava
para publicar o próximo livro, foi preso em decorrência do pânico insuflado
por Getúlio Vargas, após a Intentona Comunista de 1935. Com a ajuda de
amigos, entre os quais José Lins do Rego, consegue publicar Angústia
(1936), talvez sua melhor obra.
É libertado em janeiro de 1937. As experiências da cadeia,
entretanto, ficaram gravadas em uma obra publicada postumamente,
Memórias do Cárcere (1953), relato franco dos desmandos e incoerências
da ditadura a que estava submetido o Brasil.
Em 1938 publicou Vidas Secas. Em seguida estabeleceu-se no Rio
de Janeiro, como inspetor federal de ensino. Em 1945 ingressou no
Partido Comunista Brasileiro (PCB), de orientação soviética e sob o
comando de Luís Carlos Prestes; nos anos seguintes, realizaria algumas
viagens a países europeus, retratadas no livro Viagem (1954). Ainda em
1945 publicou Infância, relato autobiográfico.
Adoeceu gravemente em 1952. No começo de 1953 foi internado,
mas acabaria falecendo em 20 de março de 1953, aos 60 anos, vítima de
câncer no pulmão.
O estilo formal de escrita e a caracterização do eu constante conflito
(até mesmo violento) com o mundo, a opressão e a dor seria marcas de
sua literatura.
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1.2. DESCRIÇÃO DA ESTRUTURA FÍSICA DA ESCOLA
A EMEB” GRACILIANO RAMOS” possui: 09 salas de aula; 01 quadra;
01 refeitório; 01 horta; 01 parque; 01 biblioteca; 01 diretoria/01
secretaria; 04 banheiros para alunos; 02 banheiros para funcionários; 01
cozinha escolar; 01 sala de aula adaptada para ateliê e 01 sala de
professores.
Por ser uma escola com 44 anos de existência, é visível a
necessidade de vários reparos por falta de uma reforma mais adequada e
que atenda a comunidade nos padrões de qualidade desejáveis. Contatos
com a Secretaria de Obras e solicitações tem sido feitas a fim de suprir
algumas das necessidades mais urgentes de manutenção. Neste ano
tivemos a presença da consultora de obras Sra. Patricia, que observou e
registrou as demandas de reforma e reparos necessários e nos informou
que a demanda seria avaliada pela Secretaria de Educação. Estas
questões continuam sendo acompanhadas pelo Conselho de Escola e APM.
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No ano de 2011, no mês de setembro, conseguimos ver realizada a
construção da cobertura da quadra para enfim podermos oferecer espaços
mais adequados à realização de atividades físicas com as crianças. O
acesso à ela nos dias de chuva e mau tempo ainda fica impedido por
conta da não existência de uma cobertura.
1.3. MATERIAIS PEDAGÓGICOS E EQUIPAMENTOS
Materiais pedagógicos: brinquedos de encaixe, jogos, brinquedos
de montar, materiais para brincadeira simbólica, materiais para
exploração em quadra, brinquedos de areia e parque, etc.
02 Data shows para uso em reuniões e exibições de filmes para a
comunidade escolar;
Retroprojetor;
Mobiliário;
03 Televisores e 03 DVDs;
01 aparelho de som de grande potência;
07 aparelhos de som portáteis;
02 computadores;
01 notebook;
03 linhas telefônicas;
01 aparelho de fax;
01 máquina de Xerox
01 impressora multifuncional;
01 impressora matricial
03 máquinas fotográficas digitais;
01 filmadora VHS;
01 filmadora digital;
02 Pen drives;
01 MP4;
Livros e materiais didáticos.
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IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil,
Ministério da Educação, Brasília, 2010.
BRASIL, Parâmetros de qualidade para a Educação para a Educação
Infantil (vol. 1 e 2), Ministério da Educação, Brasília, 2008.
BRASIL. Referencial curricular nacional para a educação
infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.
CARVALHO, Silvia Pereira de, KLISYS, Adriana, AUGUSTO, Silvana.
Bem vindo mundo! Criança, cultura e formação de educadores.
Editora Petrópolis, 2006.
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FORMOSINHO, Oliveira Julia; KISHIMOTO, Morchida Tisuko;
PINAZZA, Appezzato Mônica. Pedagogia(s) da Infância dialogando
com o passado construindo o futuro. Porto Alegre: Artmed, 2007.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Cortez,
1997.
GOBBI, Marcia Aparecida, Ver com olhos livres: Arte e educação
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escolas. São Paulo, Ed.Cortez, 2007
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Curriculares para Educação Infantil/ Ministério da Educação/Secretaria da
Educação Básica – Brasília: MEC/SEB, 2009
KRAMER, Sônia (org.). Com a pré-escola nas mãos: uma
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1999, 13 ed.
KRAMER, Sônia. A política do pré-escolar no Brasil: a arte do
disfarce. São Paulo: Cortez, 1995, Volume 5.
KRAMER, Sônia; SOUZA, Solange Jobim e (org.). Educação ou
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de um pediatra experiente. Vol. 3.
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LUCKESI, CARLOS CIPRIANO. Filosofia da Educação. São Paulo:
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MELLO, Suely Amaral. A Educação das Crianças de 0 a 6 anos:
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PALANGANA, Isilda Campaner. Desenvolvimento e
Aprendizagem em Piaget e Vigotsky. São Paulo: Summus. 2001
SÃO BERNARDO DO CAMPO, Proposta Curricular do Município de
São Bernardo do Campo, Volume II , Cadernos 1 e 2; Secretaria de
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Curricular:/SEC, 2007.
TYLER, Ralph. Princípios Básicos de Currículo e Ensino. Porto
Alegre: Globo, 19 LISBOA, Antônio Márcio Junqueira. Correio Braziliense,
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WAJSKOP, Gisela. Brincar Na Pré-escola. São Paulo: ABDR, 1997.
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