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ESCOLA ESTADUAL TANCREDO DE ALMEIDA NEVES ENSINO FUNDAMENTAL PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

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ESCOLA ESTADUAL TANCREDO DE ALMEIDA NEVES

ENSINO FUNDAMENTAL

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

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CAMPO MOURÃO, 2010

ESCOLA ESTADUAL TANCREDO DE ALMEIDA NEVES

ENSINO FUNDAMENTAL

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

Projeto Político Pedagógico da Escola Estadual Tancredo de Almeida Neves – Ensino Fundamental.

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CAMPO MOURÃO, 2010

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO.............................................................................................. 007INTRODUÇÃO................................................................................................... 0081. IDENTIFICAÇÃO.......................................................................................... 009

1.1 Caracterização................................................................................ 010

1.2 Oferta de Cursos e Turmas............................................................. 010

1.3 Histórico da Instituição.................................................................... 010

1.4 Filosofia da Escola.......................................................................... 011

1.5 Patrono da Escola........................................................................... 015

1.6 Espaço Físico.................................................................................. 016

1.6.1 Espaço Físico Ambiente..................................................... 017

1.7 Equipamentos.................................................................................. 018

1.8 Material Didático Pedagógico.......................................................... 019

1.9 Acervo Bibliográfico......................................................................... 020

1.10 Nossos Alunos................................................................................. 020

1.11 Nossa Comunidade......................................................................... 021

1.12 Nossos Educadores........................................................................ 022

1.13 Nossos Agentes Educacionais........................................................ 022

1.14 Quadro de Funcionários.................................................................. 023

2. OBJETIVOS............................................................................................... 025

2.1 Objetivo Geral.................................................................................. 025

2.2 Objetivos Específicos...................................................................... 025

3. MARCO SITUACIONAL............................................................................. 027

3.1 Princípios Norteadores da Educação.............................................. 027

3.2 A Realidade Brasileira..................................................................... 028

3.3 Contradições Presentes na Prática Docente................................... 030

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3.4 Práxis – ou indissociabilidade entre teoria e prática na atividade 033

docente............................................................................................ 036

3.5 Qualidade do Ensino Aprendizagem............................................... 037

3.6 Reflexão Sobre o Trabalho Pedagógico.......................................... 037

3.6.1 Princípios Curriculares...................................................... 037

3.6.2 Trabalho Coletivo.............................................................. 038

4. ATO CONCEITUAL.................................................................................... 039

4.1 Concepção de Homem.................................................................... 039

4.2 Concepção de Sociedade............................................................... 040

4.3 Concepção de Educação................................................................ 041

4.3.1 Educação, Cidadania e Direitos Humanos........................ 044

4.3.2 Educação Indígena............................................................ 045

4.3.3 Educação Ambiental.......................................................... 047

4.3.4 Educação Fiscal................................................................ 048

4.3.5 Educação Escolar e o Enfrentamento à Violência na

Escola................................................................................ 051

4.3.6 Educação Escolar e a Prevenção ao Uso Indevido de

Drogas............................................................................... 055

4.3.7 Educação do Campo......................................................... 055

4.4 Concepção de Conhecimento......................................................... 059

4.5 Concepção de Escola...................................................................... 060

4.6 Concepção de Ensino e Aprendizagem.......................................... 061

4.7 Concepção de Avaliação................................................................. 063

4.8 Concepção de Tecnologia............................................................... 064

4.9 Concepção de Gestão Democrática................................................ 065

4.10 Concepção de Capacitação Continuada de Professores................ 067

4.11 Concepção de Currículo.................................................................. 067

4.11.1 O Currículo da Escola Pública........................................... 068

5. ATO OPERACIONAL................................................................................. 071

5.1 Prática Transformadora................................................................... 071

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5.2 O que a Escola Pretende do Ponto de Vista Pedagógico............... 073

5.3 Organização Escolar....................................................................... 074

5.4 Redimensionamento da Organização do Trabalho Pedagógico..... 076

5.5 Tipo De Gestão............................................................................... 076

5.6 Papel Específico de Cada Segmento da Comunidade Escolar...... 077

5.6.1 O Papel da Direção........................................................... 077

5.6.2 O Papel da Equipe Pedagógica........................................ 079

5.6.3 O Papel do Corpo Docente............................................... 081

5.6.4 O papel do Corpo Discente............................................... 084

5.7 Relação Entre os Aspectos Pedagógicos e Administrativos........... 087

5.8 Papel da Instâncias Colegiadas...................................................... 087

5.8.1 Conselho Escolar.............................................................. 087

5.8.2 Conselho de Classe.......................................................... 090

5.8.3 Associação de Pais, Mestres e Funcionários – APMF...... 093

5.9 Recursos que a Escola Dispõe para Realizar Seu Projeto............. 094

5.10 Critérios Para Elaboração do Calendário Escolar horário letivo e

não letivo......................................................................................... 094

5.11 Critérios para Organização e Utilização dos Espaços Educativos.. 094

5.12 Critérios para Organização de Turmas e Distribuição por

Professor em Razão das Especificidades e Hora-Atividade........... 094

5.13 Organização de Cursos, Estrutura e Funcionamento..................... 095

5.14 Práticas Avaliativas......................................................................... 095

5.14.1 Avaliação do Corpo Docente e Não Docente.................... 097

5.14.2 Avaliação das Atividades Curriculares e Extracurriculares. 098

5.15 Promoção 098

5.16 Evasão, Repetência e Baixo Rendimento Escolar.......................... 099

5.17 Intenção de Acompanhamento aos Alunos que Apresentam

Fracasso Escolar e os Casos de Inclusão Educacional.................. 099

5.18 Perspectivas de Mudanças............................................................. 101

5.19 Plano de ação.................................................................................. 102

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5.19.1 Plano de Ação da Escola................................................. 105

5.19.2 Plano de Ação da Equipe Pedagógica............................. 111

5.20 Plano de Avaliação do Projeto Político Pedagógico – PPP............ 112

5.21 Atividades Integradoras do Currículo.............................................. 113

Matriz Curricular........................................................................................ 125

Ata de Aprovação das Alterações Realizadas no Projeto Político

Pedagógico................................................................................................ 126

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................... 127

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APRESENTAÇÃO

O presente Projeto Político Pedagógico retrata a realidade da Escola Estadual

Tancredo de Almeida Neves – Ensino Fundamental e é o resultado de estudos,

reflexões e discussões entre todos os segmentos da comunidade escolar: direção,

equipe pedagógica, corpo docente, corpo discente, agentes educacionais I e II,

membros da Associação de Pais, Mestres e Agentes Educacionais I e II, (APMF),

Conselho Escolar, e pais de modo geral, todos inseridos no desenvolvimento do

processo educativo.

Foi elaborado de modo coletivo, utilizando e valorizando os conhecimentos de

cada componente, pois acredita-se que os diferentes saberes devem ser valorizados

e aproveitados. Além disso, foi construído dentro das normas exigidas e quando

necessário for, sofrerá alterações, visto que a educação deve ser trabalhada de

forma flexível, adequando-se ao que a realidade exige. Possui objetivo e

metodologia que vem ao encontro de uma escola crítica, criativa, participativa,

democrática e humana.

Sendo a educação um projeto a se justificar em longo prazo, e a escola um

campo para o cultivo da educação, adota uma proposta de trabalho que repense sua

postura, corrigindo as falhas existentes, e adaptando ideias novas para atender as

prioridades do educando do campo, contemplando assim a diversidade em todos os

seus aspectos: sociais, culturais, políticos, econômicos, de gênero, geração e etnia.

Para a construção do mesmo foram realizados reuniões e grupos de estudos

com a equipe escolar, já no início do ano letivo, para isto, buscaram-se subsídios

nos textos e documentos encaminhados pela Mantenedora (SEED/PR), Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96, Constituição Federal, Diretrizes

Curriculares da Educação Básica do Paraná, além de outros textos relacionados à

educação.

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A elaboração desta proposta teve o apoio do NRE, que realizou estudos com

o pedagogo, Direção, Professores e da SEED, que através do departamento de

ensino encaminhou textos para reflexão coletiva.

INTRODUÇÃO

O mundo está em constante mudança. Vivemos um período no qual a

tecnologia não nos permite a acomodação, tornando arcaicos, por exemplo,

recursos usados há dez anos atrás.

Lidamos com toda a tecnologia que se possa imaginar. Porém, assistimos

também ao crescimento da miséria de uma sociedade que não possui meios para o

acesso a toda essa tecnologia, que esperam ainda conquistar uma vida digna.

O nosso propósito ao reformular nosso Projeto Político Pedagógico é que este

venha a contemplar essa sociedade, que garanta uma educação de qualidade, na

articulação entre escola e comunidade, numa parceria que venha a beneficiar a

formação do educando.

Almejamos o resgate de valores perdidos ou deixados em segundo plano,

valores estes que se fazem cada vez mais necessários em uma sociedade tão

carente deles. Tais como: ética, cidadania, honestidade, solidariedade, entre outros,

sempre visando o desenvolvimento da criatividade, da criticidade, da competência,

da solução de problemas.

A mudança depende também da competência desenvolvida pelo educando.

Isso supõe que o ensinemos de tal forma que ele seja capaz de desenvolver

hipóteses, fazer interpretações e sínteses do conhecimento adquirido.

Também, essa mudança só se concretizará se repensarmos a avaliação

realizada em nossas escolas. A avaliação deve ser repensada no sentido de

contemplar todos os aspectos envolvidos na educação, e não somente os aspectos

quantitativos.

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Sabemos que não é tarefa fácil, porque mudanças assustam, porém se estas

acontecerem paulatinamente, estaremos no caminho certo, pois nossos alunos

mudaram, o mundo mudou, e a sociedade exige que acompanhemos essas

mudanças, não podemos ficar estagnados deixando nossos educandos à margem

de tudo e de todos.

1. IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA

Escola Estadual Tancredo de Almeida Neves – Ensino Fundamental

Endereço: Comunidade Boa Esperança, Rio da Várzea Km 20 s/n

Município: Campo Mourão – PR Fone: 3525-1800

Localização: Zona Rural – 100% do campo

Entidade Mantenedora: Governo do Estado do Paraná

Núcleo de Campo Mourão

Código: 05

Código da Escola: 0430

Dependência Administrativa: Estadual

Código: 01027

Atos Oficiais

Autorização de Funcionamento:

Resolução nº 4391/84 de 05 de Julho de 1984

Denominada Escola Estadual Rio da Várzea – Ensino de 1º Grau

Mudança de Nomenclatura:

Resolução nº 3564 de 30 de Julho de 1985

Escola Estadual Tancredo de Almeida Neves – Ensino de 1º Grau

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Reconhecimento da Escola:

Resolução 3608/88 de 28 de Novembro de 1988

Renovação do Reconhecimento da Escola:

Resolução nº 3.605/02, de 02 de Setembro de 2002.

Mudança de Nomenclatura:

Resolução 3120/98 de 31 de Agosto de 1998

Escola Estadual Tancredo de Almeida Neves – Ensino Fundamental

Regimento Escolar

Ato Administrativo nº 050/2005

1.1 CaracterizaçãoA Escola Estadual Tancredo de Almeida Neves – Ensino Fundamental, está

localizada na Zona Rural, Comunidade Boa Esperança, Rio da Várzea – Km 20,

município de Campo Mourão – Paraná, a uma distância de aproximadamente 22 km

do NRE de Campo Mourão. Funciona no período matutino e é mantida pelo Governo

do Estado do Paraná.

No período vespertino funciona a Escola Municipal Zacarias de Paula Xavier –

Educação Infantil e Ensino Fundamental, que oferta o ensino de Educação Infantil e

séries iniciais do Ensino Fundamental e é mantida pela Prefeitura Municipal de

Campo Mourão.

1.2 Oferta de cursos e turmasA Escola Estadual Tancredo de Almeida Neves, oferta o curso de Ensino

Fundamental (5ª a 8ª séries), no período matutino, possuindo:

1 turma de 5ª série

1 turma de 6ª série

1 turma de 7ª série

1 turma de 8ª série

1.3 Histórico da Instituição

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Devido ao grande número de moradores na Comunidade de Fazenda Boa

Esperança e arredores nos anos de 1980, e ao grande número de estudantes que

concluíam as séries iniciais do Ensino Fundamental sem condições de continuar

seus estudos por falta de uma Escola de 5ª a 8ª série na região, os moradores

mobilizaram e foram em busca das autoridades competentes para fundarem uma

escola na localidade, oportunizando o estudo aos seus filhos menores,

adolescentes, jovens em idade escolar e adultos que não tiveram oportunidade de

concluir seus estudos dentro da faixa etária condizente, por serem residentes da

Zona Rural, não possuindo transporte para se deslocarem até a cidade e a maioria

pertencente a famílias de baixa renda.

Com o esforço de uma equipe de frente unida e com o apoio do NRE de

Campo Mourão, na pessoa da chefe, professora Dirce Wanderbrooch e da

Secretaria de Estado da Educação, a escola teve suas atividades iniciadas em 21 de

Fevereiro de 1984 com a 5ª série e sucessivamente as demais séries, concluindo

assim o 1º Grau. Desde o início de seu funcionamento até 07 de maio de 1987, foi

dirigida e supervisionada pela Inspetora Estadual de Educação do Município de

Campo Mourão, professora Noemi Rocha Miranda e, a partir desta data passou a

ser supervisionada pela chefia do NRE de Campo Mourão. O referido Núcleo contou

com a colaboração de um professor voluntário, que auxiliou na administração da

mesma. A partir de Julho de 1988 assumiu a direção em caráter provisório a

professora Eugênia Inês Mauro Teixeira , em 1989 o professor Luiz Francisco

Júnior. No ano de 1990 o professor Wilson Rodrigues de Moura, e posteriormente

em 1991 o responsável foi o professor Vanderlei Maran, sendo estes nomeados pelo

NRE e em 1992 atendendo os critérios exigidos pela Lei, foi eleita a professora

pedagoga Neide dos Santos, que se encontra na direção deste estabelecimento até

hoje.

1.4 Filosofia da EscolaA Escola Estadual Tancredo de Almeida Neves – E.F. tem como filosofia a

formação integral do educando, procurando garantir uma educação de qualidade,

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buscando a valorização e a formação do educando para uma ação consciente, onde

se permita a flexibilidade e uma visão holística.

Sabemos que educar é estimular o aluno a agir por si próprio e orientá-lo a

desenvolver a autonomia e a responsabilidade, deixando que experimente o

diferente, mesmo que tenha que se arriscar. Educar é interagir, dialogar, escutar,

experimentar e valorizar cada conquista.

A perfeição talvez não seja possível, por isso os componentes deste

Estabelecimento de Ensino se propõem a realizar um Projeto Político Pedagógico

aberto que possa ser revisto e reavaliado, para possíveis reajustes sempre que se

fizer necessário.

“Porque educar criativamente é dar oportunidades às pessoas e grupos de pensar e agir em constante diálogo, sentindo e fazendo emergir o verdadeiro aprendizado que consiste na descoberta daquilo que já sabemos. (ORTIZ, 1999)”.

Diante de muitos educadores que deixaram seus nomes registrados na

História da Educação, percebemos que em cada contexto histórico houve o desejo

de transformação e uma filosofia norteadora para as mudanças de cada tempo.

Na troca de experiência e na vivência de nossa realidade, procuramos

oferecer o que há de melhor para a educação atual, pois os alunos de hoje precisam

participar de maneira democrática na sociedade, atuando autônoma e criticamente,

visando respeito mútuo, justiça, solidariedade e diálogo, respeitando sempre as

diferenças entre as pessoas, construindo e assumindo posicionamentos,

considerando diferentes pontos de vista e aspectos de cada situação perante a

sociedade.

Na opção por uma linha filosófica na qual pudéssemos nos alicerçar,

analisamos diferentes pensadores progressistas e concluímos que o ideal seria

captarmos o que cada um tem de melhor a contribuir na elaboração e aplicação do

nosso Projeto Político Pedagógico.

Desde o princípio da História da Educação até a época de Jean Jacques

Rosseau, a grande preocupação dos doutrinadores era a de formar o homem, seja

para o estado espiritual de salvação eterna, seja para o estado civil da vida em

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sociedade. Rosseau, no entanto, queria formar o homem para o próprio homem. A

finalidade da educação, segundo ele, é a formação do homem natural: “Viver é o

ofício que quero lhe ensinar. Ao sair de minhas mãos, ele não será ‘eu concordo’,

nem magistrado, nem soldado, nem padre, ele será primeiramente, homem.

(ROSSEAU, 1778).

Esta ideologia de Rosseau vem ao encontro às nossas aspirações, porém

outros educadores também vêm dar suas contribuições. Pestalozzi (1746 – 1827)

deseja uma educação que associe trabalho manual à aquisição de conhecimentos

elementares e o mundo de trabalho, sem deixar de lado a formação intelectual do

educando.

Para Froebel (1782 – 1852) a criança, para desenvolver-se deve agir e

produzir. É a teoria e a prática juntas, o que também vem ao encontro de nossos

anseios.

Temos pensamentos de vários pedagogos, cada um nos dando a sua

contribuição. Partindo da realidade de nossa comunidade, encontramos o

pensamento e as convicções de Paulo Freire (1921 – 1997), idealizador da

tendência Progressista Libertadora, na qual os educadores não possuem a função

de depositar conhecimentos nos educandos, mas sim coordenar discussões na

escola, valorizando a experiência vivida como base de relação educativa e

destacando a importância da consciência crítica ante a realidade. Suas ideias e

práticas devem ser consideradas como de grande contribuição à Educação Popular.

A educação idealizada por Paulo Freire questiona a realidade das relações do

homem com a natureza e com os outros homens, visando à conscientização para

uma educação crítica. “Nenhuma ordem política opressora suportaria se todos os

cidadãos passassem a dizer ‘Por que’”, dizia Paulo Freire. Revendo os seus

pensamentos e a realidade de nossa escola, pensamos ser esta a linha filosófica

que devemos seguir.

Vemos que muito falta para a educação ideal que almejamos ofertar, porém

estamos trabalhando pelos interesses comuns, para que nossos ideais não

permaneçam apenas no papel.

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A escola somos todos nós, direção, pedagogos, professores, agentes

educacionais, educandos, pais e comunidade em geral. Devemos estar todos

envolvidos no processo e ter em mente a ideia da escola enquanto conjunto, sendo

flexível, ligada à contextualização e a interdisciplinaridade. Não podemos nos

preocupar apenas com os conteúdos que devem ser vencidos, mas contextualizá-los

com a vida do aluno, explorando todas as suas possibilidades.

É preciso ampliar a visão de conteúdo para além dos conceitos, inserindo

procedimentos, atitudes e valores, que venham contribuir para a formação crítica de

nossos educandos. Temos consciência de que o que estamos ensinando não será

mero instrumento servil nas mãos dos alunos e contribuirá para formação destes,

pois temos consciência do que ensinamos, para quem ensinamos e por que

ensinamos.

O homem deve aprender a viver. A educação deve contribuir para formar

cidadãos aptos a exercerem plenamente todas as potencialidades de seu espírito e

seu papel social. Dessa forma, a educação contribui para criar uma humanidade rica

e transbordante de vida.

Devemos também ter em nossa filosofia a formação continuada do professor,

este que é a mola mestra do processo, se modernizando e procurando sempre

colocar o significado na ação. O sistema educacional deve valorizar este profissional

que, por sua vez, terá em mente o seu conhecimento alicerçado na sabedoria.

Essa valorização deverá ser dada também a todos os agentes educacionais

da escola, que desempenham papel primordial no processo educacional, que

trabalham continuamente para o bem estar do aluno, do professor e de toda a

comunidade escolar.

Nossa filosofia contemplará também a diversidade étnica racial, pois como

todos sabemos, somos diferentes, portanto, ser diferente é ser normal. Cada um

possui sua potencialidade, cada pessoa é única. Valorizar o diferente é valorizar a

vida. Combatemos qualquer tipo de discriminação, seja de raça, cor, credo, gênero

ou classe social.

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Preservar o meio em que vivemos é também nossa filosofia, o que se deve

fazer cotidianamente em nosso meio, pois se não preservarmos agora nossas

riquezas naturais, o que deixaremos de herança para as gerações seguintes?

Trabalhar a responsabilidade de transformar o meio em que vivemos, sem prejudicá-

lo, garantindo assim a preservação dos recursos naturais.

Queremos construir um projeto que contemple as necessidades reais dos

educandos e sua comunidade, partindo de pressupostos teóricos para atitudes

práticas de transformação da realidade social, garantindo a qualidade acima de tudo.

Ao professor, guiado por seu desejo, cabe o esforço imenso de articular,

tornar lógico seu campo de conhecimento.

A cada aluno cabe desarticular, retalhar, assimilar e acomodar aqueles

elementos transmitidos pelo professor, que se engancham em seu desejo, que

fazem sentido para ele, que, pela via da transmissão única, aberta entre ele e o

professor, encontram o eco de sua existência de sujeito do inconsciente.

O professor deverá contribuir para uma relação de aprendizagem autêntica,

na qual o aluno adquira um saber do qual tomou verdadeiramente posse e que

constituirá a base e o fundamento para futuros saberes e conhecimentos, ficando

assim realizados os objetivos de nossa escola.

1.5 Patrono da Escola Tancredo de Almeida Neves, patrono de nossa escola, nasceu na cidade de

São João Del Rei, em Minas Gerais, em 1910. Aos 23 anos, iniciou a carreira

política, durante o Estado Novo, foi preso duas vezes. Com o fim da Ditadura voltou

à política. Foi Ministro da Justiça no governo de Getúlio Vargas e de Juscelino

Kubitschek, era bacharelado em Direito e Negócios Interiores.

Com o golpe militar em 1964, Tancredo passou a militar na oposição pelo

Movimento Democrático Brasileiro. Em 1978, foi eleito Senador e a seguir

Governador de Minas Gerais, em 1983.

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Em 1985 foi realizada a primeira eleição (indireta, via Colégio Eleitoral) para

presidente, desde o Golpe de 64, saindo candidato, tendo como vice na mesma

chapa José Sarney. Venceu por 480 votos contra 180 de Paulo Maluf.

A articulação que elegeu a dupla Tancredo e Sarney é tida como uma das

mais complexas e bem sucedidas da história política do país.

Tancredo havia se submetido a uma campanha bastante extenuante e vinha

sofrendo fortes dores no estômago, durante os dias que antecederam a posse.

Aconselhado por médicos a procurar tratamento, teria dito “façam de mim o que

quiserem, depois da posse”. Ele temia que os militares mais rigorosos se

recusassem a passar o poder ao vice-presidente. Porém, não resistiu e, na véspera

da posse (14 de março de 1985), foi internado em Brasília com dores abdominais.

José Sarney assumiu a presidência aguardando o restabelecimento de Tancredo

que, a partir de então, já em São Paulo, sofreu sete cirurgias. No entanto, em 21 de

abril de 1985, Tancredo faleceu de infecção generalizada, aos 75 anos de idade.

Houve grande comoção nacional, especialmente porque Tancredo de Almeida

Neves seria o primeiro presidente civil após o golpe de 64. O Brasil que

acompanhou tenso e comovido a agonia do político mineiro, promoveu um dos

maiores funerais da história nacional. Mais de dois milhões de pessoas se

despediram cantando “Coração de Estudante”, do cantor mineiro Milton Nascimento.

Infelizmente, em sua lápide, em São João Del Rei, não foi gravado o Epitácio que o

presidente eleito prevera certa vez numa roda de amigos: “Aqui jaz, muito a

contragosto, Tancredo de Almeida Neves”.

1.6 Espaço FísicoA Escola Estadual Tancredo de Almeida Neves – Ensino Fundamental possui

um porte pequeno. A área do terreno é de 6.050,00 m² sendo 1.178,73 m² de área

construída.

O prédio que utilizamos pertence ao Município de Campo Mourão onde são

atendidos alunos de 5ª a 8ª série do Ensino Fundamental.

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Possuímos poucos recursos humanos e financeiros, contamos com uma

diretora, uma pedagoga, e um agente educacional e nove professores

comprometidos com a educação que procuram sempre oferecer o que é de melhor

para os alunos, cumprindo com suas obrigações e responsabilidades perante a

escola e atualizando-se através de constantes cursos de capacitação.

Como outros estabelecimentos, a nossa escola também tem pontos negativos

e sabemos que ainda falta muito para chegarmos à escola ideal. Procuramos

aproveitar da melhor maneira possível o que nos é oferecido ou o que temos, na

tentativa de atingir nossos objetivos.

O maior problema que nossa escola enfrenta atualmente é o êxodo rural,

devido a mecanização das lavouras muitas famílias se mudaram para centros

maiores, em busca de novas perspectivas para o trabalho, pois com o êxito e

ampliação das novas tecnologias, as máquinas ocuparam espaços do trabalhador

braçal, os obrigando a irem para as cidades em busca de sobrevivência, mesmo

sem estarem preparados para essa nova realidade.

O transporte escolar, muitas vezes, dificulta os eventos extra-classes que

realizamos ou pretendemos realizar, pois dependemos dele para o transporte dos

estudantes e o sistema de liberação é bastante rigoroso por parte de sua

mantenedora, a Prefeitura Municipal.

Possuímos quatro salas de aula, uma pequena sala para direção e

secretaria, um sanitário para professores, três masculinos e quatro femininos para

alunos. A cozinha, a sala dos professores conjuntamente com o laboratório de

informática e a sala de leitura (biblioteca) são de madeira e construídos separados

do prédio da escola. Temos ainda um pequeno almoxarifado em alvenaria.

Trabalhamos sempre com o intuito da melhoria da qualidade de ensino,

porém, para que essa qualidade seja realidade, é preciso também que haja

comprometimento por parte dos nossos Profissionais da Educação bem como de

toda a comunidade escolar, desempenhando o seu trabalho com seriedade e

responsabilidade, para que possamos oferecer uma educação de excelência aos

nossos alunos.

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1.6.1 Espaço Físico – Ambiente01 Biblioteca

01 Quadra Poli esportiva

01 Cozinha

01 Caixa D’água

01 Depósito/Almoxarifado

04 Salas de Aula

01 Sala para Direção / Secretaria

01 Sanitário para Professores

04 Sanitários Femininos

03 Sanitários Masculinos

01 Sala para professores / Sala de vídeo / Informática

1.7 Equipamentos02 Armários de Aço

03 Arquivos

01 Aparelho de Som 3 em 1

01 Aparelho de DVD

02 Cadeiras Estofadas

12 Cadeiras Propipropileno

44 Cadeiras

67 Carteiras

01 Computador Windows com 1 Impressora Jato de tinta

16 Computadores Linux com 2 Impressoras a Laser

01 Calculadora Eletrônica

01 Circulador de Ar

01 Cilindro para Pão

01 Cortador de grama

01 Batedeira

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02 Botijões de gás

02 Escrivaninhas

03 Espelhos Grandes

01 Forno a Gás

01 Ferro de Passar roupas

01 Fogão industrial 4 bocas

01 fogão caseiro 4 bocas

01 Geladeira

02 Garrafas térmicas

01 Liquidificador semi industrial

01 Máquina de escrever

01 Máquina Fotográfica

02 Máquinas de moer carne

03 Mesas para professor

01 Mesa de reunião

06 Mesas para computador

01 Mesa para Forno

01 Microfone

01 Mimeógrafo a álcool

04 Prateleiras depósito

01 Rádio

02 Relógios de Parede

04 Retro-projetores

01 Suporte para televisão

02 Televisões “20”

01 Televisão “21”

12 Ventiladores de teto

03 Vídeos Cassetes

1.8 Material Didático-Pedagógico

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04 Bolas de Basquete

04 Bolas de Futsal

04 Bolas de Handebol

04 Bolas de Vôlei

100 DVD/Escola

01 Esqueleto do Corpo Humano

01 Globo de Bingo

01 Globo Elétrico

05 Jogos de Trilha e Xadrez

05 Jogos de Dominó

05 Jogos de Adição

05 Jogos de Subtração

05 Jogos de Divisão

01 Kit de “Geologia na Escola”

01 Mapa Mundi

01 Mapa Brasil nossa terra

01 Mapa das Américas

01 Mapa do Paraná

39 Mapas de Ciências

01 Pirógrafo

01 Peça de Anatomia (dorso)

1.9 Acervo BibliográficoPossuímos 3.935 Livros distribuídos em Coleções de diversas Disciplinas.

1.10 Nossos AlunosAtravés de questionários entregues aos alunos e diálogo no início da

elaboração do presente projeto, pudemos observar que estes desejam, para

completar o ambiente escolar, a cobertura da quadra poli esportiva, valorizando

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21

ainda mais as atividades extra-classes, como gincanas, teatros, atividades

esportivas e também a ampliação do acervo bibliográfico para a biblioteca.

Diante do exposto, nós, direção, equipe pedagógica, professores e agentes

educacionais oferecemos uma educação e preparação aos nossos educandos para

que eles possam desenvolver seus valores éticos, políticos, sociais, culturais e

religiosos com excelência, contribuindo com sua prática cotidiana, para que ocorra

uma mudança significativa no meio em que vive.

A escola deverá criar mecanismos para que as necessidades sejam supridas,

e que os educandos vejam-na como um espaço de aprendizado significativo. Para a

concretização desse objetivo, trabalhamos em parceria com todos os segmentos da

Comunidade Escolar, na certeza de caminharmos para a melhoria deste

Estabelecimento de Ensino.

1.11 Nossa ComunidadeA Escola Estadual Tancredo de Almeida Neves – Ensino Fundamental, situa-

se na zona rural e atende a uma clientela cujo nível sócio – econômico reflete as

características da sociedade a qual pertence.

Apresenta uma minoria de filhos e netos de fazendeiros e sitiantes. A grande

maioria são arrendatários, empregados nas fazendas ou sítios com baixa renda.

Alguns dos nossos alunos frequentam a escola e ainda auxiliam seus familiares na

agricultura, contribuindo com o desenvolvimento do trabalho rural.

Não possuem acesso a teatros, centros esportivos, cinemas e outros tipos de

lazer e/ou diversão, sendo o futebol a principal atividade praticada nos fins de

semana.

A renda mensal das famílias varia entre 1 e 3 salários mínimos. A nossa

comunidade batalha pelo sustento e permanência da nossa “Escola”, pois esta foi

uma conquista dos moradores que aqui habitam. Lutam pela melhoria do acesso à

comunidade, pois as estradas são precárias, dificultando o trajeto até a cidade e

vice-versa, assim, a existência da escola nesta comunidade auxilia em muito o

acesso de nossos alunos ao processo de ensino e aprendizagem.

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22

Um dos maiores desejos de nossa comunidade é ter instalado no posto de

saúde, próximo a escola um gabinete odontológico que venha atender os nossos

educandos e conforme citado acima a melhoria das estradas para que não haja

empecilhos para os médicos e dentistas chegarem até nós, bem como os

professores e agentes educacionais que transitam por estas estradas todos os dias.

1.12 Nossos EducadoresCada pessoa dispõe hoje de uma gama de informações que apresentam

diferentes modos de ser, de viver, de se identificar ou mesmo na dimensão básica

da construção de sua identidade. Essa identidade é vivenciada como uma ação e

não como uma situação.

É o professor o sujeito que constrói a sua identidade e seu reconhecimento no

interior dos limites postos pelo ambiente e pelas relações sociais, onde este possa

se reconhecer e assim fazer sentido e afirmar-se como sujeito de suas ações.

A escola não é apenas um lugar de reprodução de relações de trabalho,

alienado e alienante, portanto, o professor deverá sempre estar atualizado, ser

dinâmico, ter domínio diante das situações imediatas. Precisa estar em constante

processo de aperfeiçoamento e desenvolvimento profissional, sendo assim

profissionais comprometidos com a educação.

Os professores, muitas vezes, respondem por várias disciplinas e procuram

desenvolver seu trabalho integrado aos conteúdos da área do conhecimento,

atendendo a inter-relação na realidade em que vive.

Eles devem estar sempre à procura de ampliar, aprofundar e sistematizar os

conhecimentos, com tratamento científico adequado, buscando informações em

diferentes fontes e propondo que os estudos realizados se materializem em produtos

culturais e não apenas saciem a curiosidade, aguçando e proporcionando aos

alunos instrumentos que lhes permitam ser cada vez mais indagativos e reflexivos,

inserindo-os no caminho transformador e criativo.

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23

1.13 Nossos Agentes EducacionaisNossos agentes educacionais, ou melhor, nossa agente educacional, pois

atualmente, estamos com apenas uma agente educacional trabalhando na escola,

procura oferecer sempre o que há de melhor para os alunos, cumprindo com suas

atribuições e responsabilidades perante a escola.

Procura solucionar as dificuldades encontradas a fim de oferecer, na medida

do possível, o que tem de melhor para nossa comunidade, visando os objetivos

propostos e o bem comum.

Com seriedade e responsabilidade está engajada no Projeto Político

Pedagógico juntamente com os demais segmentos da comunidade escolar e em

busca da conscientização efetiva e persistente, diagnosticando e trazendo alunos

que, por motivos diversos, estejam fora da escola.

1.14 Quadro de Funcionários

NOME FUNÇÃO FORMAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO LINHA FUNCIONAL

Neide dos Santos Direção

Pedagogia Administração

Escolar

Processo de Ensino

Aprendizagem e Gestão,

Supervisão e Orientação

Educacional

QPM

Maria de Fátima

Albuquerque de Araújo

Professora Pedagoga Pedagogia

Processo de Ensino

AprendizagemPSS

Maria Sonsi da Silva

Agente Educacional

Ensino Fundamental Incompleto READ

Claudinéia Alves Kirach

Professora Ciências

Ciências Biológicas

Fisiologia Humana PSS

Alessander Jach Professor Arte Artes Visuais Arte Educação PSS

Lucilene Freires da

Silva Carvalho

Professora Matemática Matemática Educação

Matemática QPM

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Léia de Andrade

ProfessoraL. E. M.

(L. Inglesa)Letras Linguística QPM

Delma Marquardt

Bunhak

Professora Geografia

GeografiaPedagogia

Administração Escolar QPM

Silvana de Souza

ProfessoraEducação

FísicaEducação Física Educação Física

Escolar PSS

Celina Ostrowski

Viana

Professora Língua

PortuguesaLetras Anglo Literatura

Brasileira PSS

Soleane Alves

Chula

Professora

HistóriaHistória PSS

Liane M. M.

Curione

Professora

Ensino

Religioso

Geografia

Geografia

Regional e

Ambiental do

Brasil

PSS

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2. OBJETIVOS DA ESCOLA

2.1. Objetivo GeralProporcionar o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o

exercício da cidadania, fornecer meios para progredir no trabalho e dar

prosseguimento aos estudos, bem como desenvolver o espírito de solidariedade,

responsabilidade, compromisso e respeito às diferenças individuais e a diversidade

étnico-cultural, e preservação do meio ambiente.

2.2. Objetivos específicos Oportunizar a apropriação pelo educando e pela comunidade dos

instrumentos adequados para pensar a sua prática individual e social a fim de formar

uma visão ampla da realidade que possa orientá-lo para a vida.

Favorecer ao educando a aquisição do conhecimento científico, político,

cultural acumulado pela humanidade ao longo da história.

Garantir a apropriação por parte dos educandos e da comunidade, dos

instrumentos de avaliação crítica do conhecimento acumulado, refletir, reconstruir e

construir novos conhecimentos através de todas as facilidades cognitivas.

Oferecer a formação continuada de todos: professores, direção, agentes

educacionais e equipe pedagógica.

Efetivar a gestão democrática da educação para que todos aqueles que

fazem parte do processo, possam contribuir para a qualidade na educação.

Colocar em prática de forma contínua o trabalho de conscientização em

relação ao meio ambiente, levando os alunos a formar conceitos quanto à

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necessidade da preservação dos recursos naturais renováveis e não renováveis,

bem como, a sua utilização de forma sustentável, através da mudança de atitudes.

Proporcionar espaços físicos adequados e recursos pedagógicos, para o

atendimento dos alunos que necessitam de atendimento educacional especial.

Trabalhar numa perspectiva democrática e transformadora, desenvolvendo

com o educando o respeito às diferenças étnicas e à diversidade cultural.

Desenvolver uma afetividade sadia entre os alunos e professores.

Resgatar a intencionalidade da ação educativa.

Superar o caráter fragmentado das práticas educativas.

Racionalizar os esforços e recursos para atingir os fins do processo

educacional.

Construir a participação de todos na gestão democrática. Superando as

imposições ou disputas de vontades individuais.

Gerar esperança, solidariedade e o exercício do trabalho coletivo.

Fortalecer o grupo para enfrentar conflitos e contradições presentes na

prática social.

Viabilizar a qualidade formal, política, filosófica, artística e técnica do

ensino.

Analisar as orientações provenientes do poder central da legislação.

Ressignificar a singularidade da instituição educativa.

Gerar independência/autonomia real (endógena).

Atender a todos aqueles que se encontram, por razões diversas, excluídos

da escola, a fim de que sejam inseridos no contexto social mais amplo, todos os

grupos que no decorrer da história ficaram à margem da escola, independente da

idade, gênero, etnia, condição econômica ou social, condição física ou mental.

Atender aos princípios da Lei 10.639/03, que determina que se inclua na

Rede de Ensino a obrigatoriedade da História e cultura afro-brasileira.

Atender também aos princípios da Lei 11.645/08 que inclui no currículo

oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-

Brasileira e Indígena”.

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Realizar atividades especializadas para alunos que apresentarem

dificuldades na aprendizagem.

3. MARCO SITUACIONAL

3.1 Princípios Norteadores da Educação

A educação tem por finalidade, segundo a LDB:

“Art. 2º. A Educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios da liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”(LDB,1996)”.

O homem somente pode vir a ser homem através de sua educação. Ele não é

outra coisa senão produto de sua educação.

A abordagem do Projeto Político Pedagógico, com organização do trabalho da

escola como um todo, está fundada nos princípios elencados pela LDB 9394/96 e

pela Constituição Federal:

Constituição Federal:

Art. 206 – O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;III – pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;IV – gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais.V – valorização dos profissionais do ensino, garantidos, na forma da lei, planos de carreira pra o magistério público, com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos.VI – gestão democrática do ensino público na forma da lei.

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VII – garantia de padrão de qualidade. (Constituição Federal, 1988)

LDBN 9394/96:Artigo 3º - O ensino será ministrado como base nos seguintes princípios:I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber;III – pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;IV – respeito à liberdade e apreço à tolerância;V – coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;VI – gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;VII – valorização do profissional da educação escolar;VIII – gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino;IX – garantia de padrão de qualidade;X – valorização da experiência extra-escolar;XI – vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. (LDB,1996)

3.2 A Realidade BrasileiraOs últimos anos foram marcados pelo processo de globalização econômica

com repercussão mundial e no Brasil foi associado a uma política de governo de

cunho neoliberal que afetou a estrutura de sustentação das políticas públicas. As

consequências socioeconômicas mais graves foram a intensificação das

desigualdades sociais, o aprofundamento do processo de exclusão social, o

desemprego estrutural e o aumento da pobreza e da violência.

O Estado brasileiro perdeu a autonomia e soberania na definição e

sustentação das políticas públicas, desobrigando-se de sua execução e repassando-

as para terceiros, o que gerou um desmantelamento de estruturas, programas e

projetos das políticas sociais.

O ensino passou a ser tratado como uma mercadoria na tentativa de melhorar

a economia, fortalecendo a relação entre a escolarização, o trabalho e a

produtividade. Desta forma, o processo educacional orientou-se para a adaptação

do indivíduo aos processos de transformações do mundo do trabalho. A Educação

ficou a serviço do mercado.

Como sinais de evidência se pode destacar na Educação:

a) A influência marcante das agências de financiamento internacionais nos

programas e metas educacionais;

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b) Presença da iniciativa privada na gestão do sistema educacional do

Estado;

c) Desvalorização dos profissionais da Educação;

d) Descaracterização do papel do trabalhador da Educação como servidor

público e educador;

e) A convivência de um discurso liberalizante, uma prática antidemocrática

(no Paraná, as eleições de diretores passaram a ser “controladas”);

f) A importação automática de teorias e modelos de gerenciamento do

ambiente empresarial direcionados pela competitividade e produtividade para o

sistema educacional e suas instituições de ensino.

g) Pais e comunidade foram chamados para prestarem serviços nas escolas

ao invés de discutirem a educação de seus filhos e influenciarem na gestão escolar.

Neste contexto educacional impregnado pela força da ação governamental

liberalizante, também houve a ação de resistência dos profissionais da Educação e

de grupos organizados de diferentes setores da sociedade. Destacando-se como

resultado deste movimento de luta pela educação pública, gratuita e de qualidade

surge o Plano Nacional de Educação, fundado em princípios da gestão democrática

da Educação na perspectiva da autonomia, da representatividade social e da

formação da cidadania.

Vale lembrar também que nas eleições de 2002 a população manifestou

claramente seu desejo de um governo popular orientado pelos interesses públicos e

coletivos. O país passa a viver uma nova atmosfera de reorientação das teses de

Estado e das políticas públicas, e a sociedade vem apoiando as iniciativas dos

governos tomadas nesta direção e cobrando outras.

A Educação do Estado do Paraná, ao desenhar seu Plano Estadual junto com

as forças sociais, pretende imprimir, desde sua origem, o caráter democrático de sua

construção, o fortalecimento de seu caráter público e o compromisso com a

qualidade da Educação ofertada aos cidadãos paranaenses. Para mudar os rumos

da Educação precisamos fazer valer os direitos de cidadania consagrados na Carta

Constitucional de 1988.

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É de responsabilidade do Estado fazer com que a trajetória escolar seja, para

todos, uma efetiva oportunidade de aprender. A Educação se apresenta como um

fator de esperança e transformação da sociedade, propiciando condições para que o

indivíduo construa sua cidadania.

Estamos passando por um momento histórico no Estado do Paraná, com a

reformulação do Currículo Básico da Escola Pública e do Projeto Político

Pedagógico. Sendo que este último é o principal documento de planejamento no

âmbito escolar, pois orienta os planos de trabalho dos profissionais da educação e

indica o caminho de desenvolvimento da Instituição de Ensino e sua

representatividade e significação social para sua comunidade, e por fim, traz a base

da formação intelectual, social e cultural dos alunos.

Nosso desafio é consolidar e fortalecer uma gestão participativa e

democrática, competente e de qualidade, com representatividade e significação

social, que se traduza em atos e fatos do cotidiano educacional e escolar, conferindo

o significado real para estes princípios e valores e colocando a Educação a serviço

de uma sociedade justa e solidária.

3.3 Contradições presentes na prática docente

“As concepções de conhecimento, ciência e ensino fazem parte da concepção da vida e de mundo construídas pelos professores em sua trajetória. A busca de sentidos na experiência do ser é seu centro de energia. Cujo núcleo se forma na responsabilidade pelo outro – sua motivação moral (Pimentel,1993)”.

Concebendo a produção e a apropriação do conhecimento como partes

integrantes na formação de todos os educadores, interessa-nos refletir a forma como

o educador real/concreta participa do processo de produção, apropriação,

socialização e expropriação dos saberes produzidos pela humanidade no decorrer

da história. É preciso também entender a sua relação com a história atual,

construída continuamente no contexto educacional, político e social, compreendendo

como ocorre a articulação do conhecimento historicamente acumulado com o

conhecimento trazido pelo aluno.

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31

É importante e necessário ao educador saber e entender até que ponto este

faz uso do seu saber e até que ponto se deixa levar pelo saber dominante, das

políticas públicas advindas do neoliberalismo.

É no interior da escola e nas relações sociais mais amplas, num processo de

afirmação/negação do saber do educador, determinados pelas políticas

educacionais neoliberais que o fazer pedagógico tem servido de interesse político da

classe dominante. Classe que exerceu e ainda exerce controle e dominação do

saber dos educadores, tornando-os meio de perpetuação de poder, utilizando

critérios excludentes de desvalorização do saber teórico e do saber prático, sendo

utilizado diferentemente em diversas circunstâncias. Visto que nos últimos anos da

história da educação pública, os educadores paranaenses foram deixados de lado

como se não tivessem uma história.

Cabe-nos refletir: o educador participa da elaboração do saber social? Existe

realmente um saber próprio do educador, diferente do saber da classe dominante e

igualmente articulado e sistematizado? Se existe, quando aparece?

O saber do educador não é pronto e acabado, assim como os demais saberes

produzidos pelo homem, mas síntese das relações sociais, que estabelece com o

outro na sua prática, em determinado momento histórico. Assim, o trabalho do

educador compreende-se como uma atividade intencional, de caráter científico,

político e social, possibilitando a sua interferência no mundo em que vive, convive e

atua.

Os educadores precisam retomar o verdadeiro sentido da sua formação

humana, entendendo que o homem constrói a si mesmo, e nesse processo, elabora

o conhecimento, pelas relações com a natureza, com os outros homens e consigo

mesmo. Partindo dessa ideia, o educador é um verdadeiro operário em construção

e, no exercício de sua profissão, precisa ter clareza da função social do seu papel na

sociedade como um todo.

Partindo do pressuposto que o educador tem consciência do seu papel na

sociedade, faz-se necessário refletir no coletivo escolar sobre prática docente, tendo

como ponto de partida a possibilidade de torná-la mais autônoma, ou seja, menos

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submetida aos interesses sócio-políticos onde predomina a competitividade, o

individualismo, a submissão e a obediência irrefletida.

Precisamos pensar numa educação que venha ao encontro dos interesses da

população da escola pública, com as condições concretas e reais de trabalho, pois

na maioria das vezes os projetos educacionais são articulados pela mantenedora,

sem a participação efetiva dos educadores e comunidade escolar. Alguns projetos

não condizem com a realidade social na qual a escola está inserida, não considera

suas características, suas dificuldades apresentadas, quando acabam depositando

toda a responsabilidade nos educadores, quanto aos índices altos de evasão e

repetência. Além disso, outros projetos que poderiam contribuir com a melhor

qualidade do ensino, acabam esbarrando na burocracia e na falta de recursos.

A participação política dos educadores na discussão das políticas públicas,

gestão democrática e cursos de formação continuada não atendem a contento a

todos os que trabalham pela educação do Estado do Paraná, pois, normalmente,

restringe-se aos professores efetivos. É importante que todos tenham acesso às

informações, à participação política, condições de trabalho e salário dignos, a fim de

que possam sentir-se confortáveis, respeitados e valorizados no seu trabalho,

possibilitando sair de uma situação desarticulada para uma situação articulada.

A reflexão da prática dos educadores é uma tarefa difícil, tendo em vista as

condições concretas de trabalho presentes na escola hoje, sabemos que muitas

ações precisam ser feitas em nível de ensino e aprendizagem, ressaltamos a

importância do papel da família para o sucesso e permanência do aluno na escola,

um dos maiores desafios da prática escolar.

Há dificuldades em lidar com a prática real, com o cotidiano da escola, alunos

sem limites e sem consciência do porquê estar na escola, falta de respeito com

professores e colegas, sala numerosa, entre outros. A alienação do trabalho, que em

grande parte é fragmentado, devido a pouca interatividade entre os professores;

acabam interferindo de tal forma no movimento, na possibilidade de intervir, caindo

na obscuridade, ressaltando de forma consciente e muitas vezes inconsciente a

passividade, entre próprios educadores e até mesmo em relação ao educando.

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Para mudarmos essa situação, precisamos nos questionar profundamente

sobre as nossas próprias posições filosóficas, epistemológicas, políticas e

ideológicas, que perpassam a prática escolar, a fim de interferir positivamente no

curso da educação como um todo. Há uma distância bastante acentuada entre teoria

e prática, os educadores, de maneira em geral, assinalam dificuldades em transpor a

teoria para a prática, visto que a teoria às vezes é muito bela, enquanto a realidade

permanece imutável. Esbarra-se no aluno real com o ideal de aluno (crítico,

responsável, colaborador, disciplinado, desejoso em aprender, entre outras

idealizações) que todos gostariam de ter na escola.

3.4 Práxis – ou Indissociabilidade Entre Teoria e Prática e a Atividade Docente

Sempre que falamos em Professores, pensamos, de modo mais generalizado,

no seu desempenho, no desenvolvimento do seu trabalho em sala de aula. Desde

seu planejamento, sua maneira de preparar suas aulas, a maneira de analisar a

melhor metodologia a ser utilizada para seus alunos, os melhores materiais, os

melhores instrumentos de avaliação, enfim, a jornada de um professor e professor

pedagogo vai muito além do que muitas pessoas possam pensar. Para alguns, ser

professor é tarefa vista como fácil, mas não, um professor com amor à profissão tem

que correr contra o tempo, fazer tudo da melhor maneira possível, e para isso é

necessário compromisso com o que faz, é necessário domínio da práxis pedagógica.

E é aqui que vamos entender por que não se pode separar teoria e prática.

“O que é práxis? Práxis é a atividade docente, e a essência da atividade do professor é o ensino aprendizagem. Esta atividade é sistemática e cientifica, na medida em que toma objetivamente (conhecer) ou seu objeto (ensinar e aprender) e é intencional, não-casuística (Pimenta: 2001)”.

É importante saber que um professor deve ter o domínio tanto da parte teórica

quanto da parte prática, e ter também a certeza de que a prática e a teoria sempre

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estão vinculadas. A didática é a ciência que tem por objeto de estudo o ensino-

aprendizagem, portanto uma ferramenta essencial para o professor pedagogo e o

professor de sala de aula, sendo que ela trabalha, na sua especificidade, essa

finalidade prática da educação. O que por sua vez é um dos determinantes do

processo de ensino-aprendizagem, essência da atividade docente. A atividade

docente é, pois, práxis (Pedagogia é ciência prática da e para a práxis educacional).

Para compreendermos essa indissociabilidade entre teoria e prática tomamos

como base a pedagogia dialética, que na verdade, a partir da prática repensa e refaz

acrescentando novas experiências e reaplicando a novos estudos e posteriormente

a novas práticas, sem que se tenha um fim, trata-se de um constante

desenvolvimento. Entendemos a educação como um processo dialético de

desenvolvimento do homem historicamente situado.

O processo de desenvolvimento não é, portanto, nem uma série de

transformações da realidade objetiva, nem um conjunto de experiências subjetivas

do homem e sua ação espontaneamente criadora. É um processo dialético de

intercâmbio que ocorre entre os homens e sua criação social (sociedade). A

evolução humana na sociedade está indissoluvelmente e dialeticamente ligada à

ação do homem que mantém e alimenta a sociedade. O mundo subjetivo do homem

está condicionado pelos fenômenos aparentemente externos ou materiais da

sociedade, quais sejam, os modos de produção, a organização social, a luta de

classes. Por outro lado, o mundo objetivo está condicionado amplamente pelo

trabalho humano, as aspirações sociais, a consciência e a vontade de agir do

homem e sua atividade revolucionária. A ciência que estuda a educação é a

pedagogia, portanto estudar a educação dialeticamente, conforme o entendimento

que aqui temos, requer que a ciência que a estuda o faça dialeticamente, o que se

intitula pedagogia dialética.

“Se acreditamos na pedagogia dialética, logo acreditamos que a pedagogia precisa dar um retorno á sociedade, um retorno positivo, a atividade docente é uma atividade de educação. Se entendermos a educação como prática social, então a atividade docente é uma pratica social (práxis). A pedagogia, enquanto ciência que estuda a educação, tem no seu âmbito o estudo da

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atividade docente, do exercício e do preparo dessa atividade (Pimenta 2001) ”.

Para Marx, práxis é a atitude (teórica-prática) humana de transformação da

natureza e da sociedade. Não basta conhecer e interpretar o mundo (teórico), é

preciso transformá-lo (práxis). Para melhor entender o que é práxis, se faz

necessário distingui-la de atividade. Pois, toda práxis é atividade, mas nem toda

atividade é práxis. A atividade é práxis quando há transformação posterior ao seu

acontecimento, por exemplo:

“Se o homem aceitasse sempre o mundo como ele é, e se, por outro lado, aceitasse sempre a si mesmo em seu estado atual, não sentiria a necessidade de transformar o mundo nem de transformar-se. Quer dizer, a necessidade de transformar (a si e ao mundo) move a necessidade de conhecer e estabelecer finalidades. A atividade humana é também atividade prática, ou seja, adequada a objetivos, cujo cumprimento exige certa atividade de conhecimento (atividade teórica), (Pimenta, 2001) ”.

Estamos ressaltando até então a importância da prática, porém a teoria tem a

mesma importância, e qual então a finalidade da atividade teórica? Qual é o seu

papel?

Se a teoria não muda o mundo, ela contribui para sua transformação. Ou seja,

a condição de possibilidade necessária, embora não suficiente para transitar

conscientemente da teoria à prática e, portanto, para que a teoria cumpra uma

função prática e que seja propriamente uma atividade teórica, na qual os

ingredientes cognoscitivos e teleológicos sejam intimamente, mutuamente

considerados. Voltando à Marx, não basta conhecer e interpretar o mundo. É preciso

transformá-lo.

A primeira vista a relação teoria e prática é bastante simples. A prática seria a

educação em todos os seus relacionamentos práticos e a teoria seria a ciência da

educação. A teoria investigaria a prática sobre a qual retroage mediante

conhecimentos adquiridos. A prática por sua vez, seria o ponto de partida do

conhecimento, a base da teoria, e por efeito desta, torna-se prática orientada

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conscientemente. Essa relação de reciprocidade entre teoria e prática é uma relação

na qual uma complementa a outra.

3.5 Qualidade do Ensino e AprendizagemA qualidade do processo de ensino e aprendizagem não depende apenas da

escola, mas principalmente de políticas públicas voltadas para a qualidade da

Escola Pública. Entendemos que para que ocorra qualidade na educação é preciso

que se garanta o acesso-permanência do aluno na escola e a valorização dos

profissionais da educação através de uma remuneração digna e da oferta de cursos

de formação continuada.

Enquanto escola, há necessidade de se colocar o aluno como centro do

processo educativo, oferecendo um ensino que promova a interação entre aluno e

conhecimento, de modo a possibilitar o acesso e a incorporação de elementos

culturais essenciais à sua transformação. Compreendê-lo como um processo

sistemático de continuas e cumulativas mediações sociais, promovendo atividades

que promovam a reflexão-ação sobre a realidade, possibilitando um processo mais

significativo de apropriação, socialização, produção do saber.

Precisamos compreender a aprendizagem como um processo dinâmico,

cumulativo e permanente de subjetivação do mundo objetivo produzido cultural e

historicamente, processo contínuo de apropriação do mundo pelo sujeito, por meio

de suas múltiplas interações, processo intra e intersubjetivo de apropriação de

saberes - objetos, de domínio de atividades “engajadas” no mundo e de regulação

de suas relações com os outros e consigo mesmo.

A aprendizagem ocorre pelo/no processo de interação e mediação entre

sujeitos, numa construção coletiva do conhecimento.

Uma educação com qualidade tem como objetivo diminuir e combater a

evasão e repetência, através de: professores capacitados, valorizados e

estimulados, cumprindo a sua nobre missão de educar, dando especial atenção

àqueles alunos que se mostram mais indisciplinados e que apresentam maiores

dificuldades no aprendizado, exercendo sua autoridade, estabelecendo limites e

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responsabilidades, sem jamais deixar de respeitá-los; conselhos escolares

realmente participativos, representativos e atuantes; instalações adequadas, asseio,

organização e segurança, enfim que haja um ambiente propício ao estudo e à

aprendizagem, no qual o aluno se sinta estimulado a permanecer e a aprender.

3.6. Reflexão Sobre o Trabalho Pedagógico

3.6.1 Princípios curriculares Propicie ferramentas teóricas e práticas, através dos conteúdos das

diversas áreas do conhecimento, que capacitem não apenas os educandos como

também os demais sujeitos escolares (docentes, agentes educacionais,

comunidade) a ler a realidade, interpretar, se posicionar e influenciar sobre ela.

Respeite e incentive a liberdade de pensamento, a discussão, a

capacidade argumentativa, o gosto e o reconhecimento da importância do debate na

escola.

Organize os programas educacionais através de conteúdos

socialmente significativos, permitindo compreender a dinâmica e as relações

existentes entre os diversos aspectos da realidade, numa interpretação dialética,

com base nos estudos marxistas, atentando para as diferentes vertentes herdeiras

da tradição marxista, que abriram diferentes formas de compreender o mundo, tendo

em vista a construção de uma sociedade socialista.

Possibilite praticar a resistência à sociedade capitalista e aos seus

valores desumanizadores de consumo, competição, desrespeito à vida e à natureza.

Que possibilite reconhecer e praticar a resistência aos valores dos países

imperialistas e hegemônicos.

Coloque os sujeitos escolares em movimento, mostrando a

necessidade de participar dos movimentos sociais e políticos, para além dos muros

escolares.

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Crie o entendimento sobre a necessidade de estudo permanente e de

formação contínua e atualizada – o gosto e o hábito de pesquisar e aprender – para

desenvolver a autonomia intelectual e superar a dependência das informações e das

elaborações da dominação cultural burguesa.

Permita aos sujeitos escolares o domínio do conhecimento, o acesso e

a fruição das conquistas da humanidade, no campo das artes, das ciências, das

letras e da tecnologia.

Permita aos sujeitos escolares conhecerem, valorizarem e vivenciarem

as manifestações populares, compreendendo as relações de interdependências

entre as culturas e sem qualificar uma delas como superior.

Traga à sala de aula os conhecimentos e as experiências vividas pelas

populações do campo, das comunidades indígenas, das populações ribeirinhas e

outras, rompendo com a falsa dicotomia entre o popular e o erudito.

Possibilite a prática da solidariedade, respeitando e incentivando a

diversidade cultural, estimulando contra a discriminação de raça, gênero, geração,

orientação sexual, contra os portadores de necessidades especiais, entre outras.

Incentive a auto-organização dos sujeitos escolares, trabalhando a

participação coletiva nos processos de estudo, trabalho e gestão da escola,

incentivando os órgãos de representação e a participação efetiva de todos.

Assegure as alegrias do presente (e não apenas pensar nas

promessas do futuro), pois quando a escola consegue proporcionar o prazer de se

aprender no momento atual, as crianças e os jovens irão pressentir o prazer de

aprender sempre.

3.6.2 Trabalho coletivoAs relações de trabalho na escola deverão ser calcadas nas atitudes de

solidariedade, de reciprocidade, participação coletiva, por isso todo o esforço de se

gestar uma nova organização deve levar em consideração as condições concretas

presentes na prática educacional. Precisamos pensar e agir de forma a criar formas

e relações de trabalho, com espaços abertos à reflexão coletiva que favoreçam o

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diálogo, a comunicação horizontal entre os diferentes segmentos que compõem o

processo educativo e a descentralização do poder.

O trabalho coletivo pressupõe a participação de todos os protagonistas da

história: alunos, família, professores, agentes educacionais e demais forças sociais.

A autonomia social e política é construída pela interação dos diferentes

protagonistas.

A Escola Estadual Tancredo de Almeida Neves procura trabalhar sempre

articulando a escola, a família e a comunidade, através de reuniões bimestrais e

quando necessário, ministrando palestras sobre assuntos de interesses comuns,

também propicia promoções da Associação de Pais, Mestres e agentes

educacionais com festividades.

O conhecimento é visto como um processo de construção permanente,

interdisciplinar e contextualizado, fruto da ação individual e coletiva dos sujeitos.

Pressupõe-se que para interferir e agir de forma crítica na construção do

conhecimento é preciso respeitar e acolher a todos aqueles que ficaram a margem

da escola.

A escola tem como função proporcionar uma educação de qualidade para

todos, preparando-os para o exercício da cidadania, para prosseguimento aos

estudos e melhor formação para o mundo do trabalho, bem como agir na sociedade

de forma crítica e ativa a fim de torná-la mais democrática.

4. ATO CONCEITUAL

4.1 Concepção de HomemCada pessoa é única e original. Nasce com potencialidades, mas ao mesmo

tempo, é um projeto, um ser que se constrói à medida que se realiza, é também

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criativo, ora determinado pelas circunstâncias, ora transformador da realidade, faz

cultura, tem capacidade de ação, avaliação e julgamento.

O homem é um ser natural e social, ele age na natureza transformando-a

segundo suas necessidades e para além delas. Nesse processo de transformação,

ele envolve múltiplas relações em determinado momento histórico, assim, acumula

experiências e em decorrência delas, ele produz conhecimentos. Sua ação é

intencional e planejada, mediada pelo trabalho, produzindo bens materiais e não-

materiais que são apropriados de diferentes formas pela humanidade.

Considerando o homem um ser social, ele atua e interfere na sociedade, e se

encontra com o outro nas relações familiares, comunitárias, produtivas e também na

organização política, garantindo assim sua participação ativa e criativa nas diversas

esferas da sociedade.

Diante dessa concepção de homem como ser social e que constrói a

sociedade, a educação e a escola não podem ser neutras. É preciso uma educação

crítica, que parta do próprio homem, para mudar as relações homem-homem,

homem-sociedade, homem-mundo.

Cabe à escola proporcionar aos educandos uma formação básica

imprescindível à participação na sociedade, pois as formações sociais exigem um

acervo mínimo de conhecimentos sistemático que, sem eles, não se pode participar

ativamente da vida em sociedade.

A escola precisa preparar um homem transformador da realidade na qual está

inserido, partindo do pressuposto que ele é um ser histórico, e através da

apropriação do conhecimento, ele pode reescrever a sua história de uma maneira

crítica, construtiva, traçando metas e buscando alcançá-las, sem prejudicar o meio

onde vive, tendo consciência da importância do desenvolvimento social e ambiental

sustentável.

4.2 Concepção de Sociedade

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Por mais que a escola se esforce em dar um retorno plausível à sociedade,

ainda se depara nas dificuldades que parecem ser intransponíveis como:

preconceito, individualismo e competitividade (provocados pelo capitalismo

desenfreado), conformismo tanto em relação a si como em relação ao problema do

outro, falta de segurança, e temor em se manifestar, ou seja, expressar seu

pensamento.

Vivemos numa sociedade heterogênea e fragmentada, marcada por

profundas desigualdades de todo o tipo: classe, etnia, gênero, religião. Essa

crescente fragmentação do social potencializou políticas conservadoras que acabam

interferindo nas políticas educacionais fazendo prevalecer o interesse político da

classe dominante.

Entretanto, apesar de vivermos nessa sociedade desigual, queremos pensá-la

de forma diferente, bem como desenvolver ações que venham transformá-la. Tais

ações devem contribuir para o pleno desenvolvimento dos cidadãos, viabilizando

informações para torná-los mais esclarecidos, a fim de que tenham conhecimento do

seu processo histórico e compreendam que as relações que ocorrem entre os

indivíduos não são naturais, mas sim construídas historicamente. Vislumbramos

uma sociedade que busca construir oportunidades de participação efetiva de todos

os indivíduos que a compõem e ainda combata o individualismo, que gera o

conformismo. Uma sociedade em que o ser seja mais valorizado que o ter.

4.3 Concepção de educaçãoA educação é uma prática social, uma atividade específica dos homens

situando-os dentro da história – ela não muda o mundo, mas o mundo pode ser

mudado por sua ação na sociedade e nas suas relações de trabalho. Segundo

Saviani, “educação é um fenômeno próprio dos seres humanos, significa afirmar que

ela é, ao mesmo tempo, uma exigência do e para o processo de trabalho, bem como

é ela própria, um processo de trabalho.” (Saviani, 1992,).

Pretendemos uma educação voltada para formação de um indivíduo crítico

participativo, responsável, consciente de seus direitos e deveres, preparado para a

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vida. Um indivíduo capaz de interagir com o outro e com o meio ambiente de forma

equilibrada. Uma educação voltada para a transformação social, sendo esta

libertadora, crítica, humanitária e emancipatória, que oportunize ao educando

apropriação do conhecimento científico, político e cultural.

Sabendo que a realidade de nossos alunos perpassa os limites do

aprendizado dos conteúdos curriculares, visto que estão inseridos em uma

sociedade que além dos saberes historicamente construídos possui também

contradições que envolvem os sujeitos nela inseridos, percebemos a necessidade

de associar os conteúdos básicos das disciplinas ao desenvolvimento de algumas

temáticas que se fazem urgentes na atualidade: Cidadania e Direitos Humanos,

Educação Ambiental, Educação Fiscal, Enfrentamento a Violência na Escola e

Prevenção ao Uso Indevido de Drogas, lembrando dessa forma, da função social da

escola, que além de cumprir seu papel primeiro o qual envolve a transmissão,

apropriação e socialização dos saberes culturais, também pressupõe uma ação

intencional e transformadora da realidade.

Tais temas fazem parte do que conhecemos, hoje, como Desafios

Educacionais Contemporâneos, programa educacional que possui uma coordenação

específica na SEED. Tal preocupação se mostra imperiosa, pois é preciso

acompanhar o compasso do mundo, visto que fazemos parte de uma sociedade

cada vez mais excludente, seletiva e contraditória. Assim a seleção intencional de

conteúdos, saberes e conhecimentos devem ser democratizados para toda a

população, para que a escola, de fato, promova a socialização dos saberes

historicamente acumulados, bem como os saberes necessários para conviver com

equidade na sociedade atual.

Antes de tratar cada temática, separadamente, é necessário fazer uma

observação: o trabalho com esses temas, não aponta para uma volta à pedagogia

dos projetos ou ainda não se trata também de uma volta aos temas transversais.

Pois,

Segundo Duarte (2001), a proposta de trabalhar em projetos secundariza o próprio ato de ensinar à medida em que relativiza os conhecimentos, priviliegiando a

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construção individual dos mesmos. Projetos acabam tendo começo, meio e fim. Neste sentido, os temas escolhidos acabam esgotando-se em si mesmos. Tem por conseguinte uma dimensão utilitária, pragmática e pontual pautada na resolução de problemas. No entanto, no contexto da sociedade dual e classista a qual vivemos, aprendemos e ensinamos, as questões sociais, ambientais e econômicas que se expressam na violência, na drogadição, na sexualidade, entre outras, não acabam assim que acaba o projeto na escola e nem tampouco são resolvidas no âmbito curricular. Segundo Cardoso (2007), portanto, a opção pelos projetos é absolutamente fragmentadora das relações pedagógicas, secundarizando o conteúdo elaborado, o papel do professor, bem como afirmando o espontaneísmo das práticas escolares. (DUARTE, 2008 p. 05)

Por isso, cabe ressaltar que tais temas serão trabalhados, de maneira

prioritária, em disciplinas afins, dentro das quais os próprios conteúdos básicos farão

gancho para o trabalho com os temas. Isso por que, “é somente a partir da

compreensão do conteúdo em sua totalidade e a partir do necessário movimento

dialético, que as questões apontadas como “demandas” podem e devem ser

discutidas.” (DUARTE, 2008 p. 08)

Ainda em (DUARTE, 2008 p. 10,11):

Segundo Frigotto (1993), a produção do conhecimento e sua socialização para determinados grupos ou classes não é alheio ao conjunto de práticas e relações que produzem num determinado tempo ou espaço. Isto significa dizer que ao se abordar o conteúdo da disciplina – recorte histórico, político e cultural do conhecimento (que por sua vez já trouxe consigo uma intencionalidade) é preciso analisá-lo em suas múltiplas determinações. Mesmo delimitado, o conhecimento não perde o tecido da totalidade. É na categoria totalidade – condição de compreensão do conhecimento nas suas determinações que se as questões sociais, ambientais, econômicas, políticas e culturais podem e devem ser tratadas. Nesta perspectiva, os “desafios educacionais” no currículo deve pressupor ser parte desta totalidade. Portanto eles não podem se impor à disciplina numa relação artificial e arbitrária, devem ser “chamados” pelo conteúdo da disciplina em seu contexto e não o contrário transversalizando-o ou secundarizando-o.

Assim, é possível vislumbrar a intencionalidade ao trabalhar com os temas

propostos. É preciso discuti-los na escola, entendendo-os em sua historicidade,

concretude e totalidade, porém tendo claro que a escola não dá conta de tudo, ou

seja, a escola não pode se comprometer em acabar com todas as mazelas sociais,

mas como elas incidem sobre os estudantes, é preciso discuti-las como expressão

histórica, política e econômica da realidade.

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Ao trazer tais temas para a sala de aula, o professor poderá contar com

suportes como os cadernos temáticos, a biblioteca do professor, a TV Paulo Freire

entre outros recursos que podem auxiliá-lo na chamada dessas temáticas dentro de

sua disciplina, a fim de não trabalhar de forma aleatória e estanque dos conteúdos

sistematizados.

4.3.1 Educação, Cidadania e Direitos Humanos

"Tudo o que acontece no mundo, seja no meu país, na minha cidade ou no meu bairro, acontece comigo. Então eu preciso participar das decisões que interferem na minha vida. Um cidadão com um sentimento ético forte e consciência da cidadania não deixa passar nada, não abre mão desse poder de participação." Herbert de Souza (Betinho)

De acordo com a citação acima, do sociólogo e ativista dos direitos humanos

brasileiro, Betinho, todo ser humano deve “antenar-se”, ou seja, estar ciente do que

acontece a sua volta, visto que invariavelmente esses fatos exteriores interferem na

vida de cada um em particular. Assim, o sociólogo entendia a cidadania, e que para

ser de fato um cidadão o sujeito deve exercer seu poder de participação na

sociedade.

Dessa forma, a escola também não poderia estar alheia a tal temática, sendo

ela concebida como o berço do conhecimento, responsável pela transmissão,

apropriação e socialização do mesmo, deve valorizar ações de cidadania e o

respeito à dignidade humana. Conforme a Coordenação dos Desafios Educacionais

Contemporâneos:

A demanda de Cidadania e Direitos Humanos no âmbito da Coordenação dos Desafios Educacionais Contemporâneos, da Diretoria de Políticas e Programas Educacionais – CDEC/DPPE/SEED, nasce com o desafio de implementar o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos nas escolas de nossa rede. Tem na sua essência a busca dos princípios da dignidade humana, respeitando os diferentes sujeitos de direito e fomentando maior justiça social.

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No intuito de valorizar ações de cidadania, esta demanda responde ainda pelas ações interinstitucionais de acompanhamento e fomento de programas federais e estaduais como: Atitude, Saúde na Escola, Segurança Social, entre outros. (http://www.diaadia.pr.gov.br/cdec/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=303) Acesso em 23/07/2010

Assim, ao trabalhar dentro das escolas com a Cidadania e os Direitos

Humanos, deve-se pensar que os princípios éticos que regem tais temas precisam

se tornar parte da vida de nossos alunos, de maneira que lhes seja natural, ou seja,

o respeito pelo próximo, o respeito pela vida humana e o engajamento em ações

que possam melhorar a vida de cada um em particular e da coletividade são

responsabilidade de toda a sociedade e não somente de lideranças políticas,

religiosas e/ ou econômicas. A esse respeito, A Declaração Universal de 1948, deixa

evidente que: "A instrução [leia-se: educação] será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento e do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz" (Artigo XXVI, 2.ª alínea).

É importante que os alunos saibam que cidadania é construção humana, é

garantia de direitos, é fruto de participação e sua efetivação exige de cada cidadão o

engajamento, compromisso, postura ética, respeito pelo que é público, muito

conhecimento e articulação sem distinção de raça, cor ou credo.

O compromisso é com a ética que fecunda a democracia. Democracia como

respeito e reconhecimento do outro num espaço que possibilita a participação de

todos, sem excluídos, exercendo os direitos de ocupar espaços públicos como

Câmara Municipal, Fórum, Conselhos, escolas, praças, ginásios de esporte, entre

outros.

4.3.2 Educação Indígena

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A escola Estadual Tancredo de Almeida Neves procura, por meio das ações

cotidianas, em sala de aula e também em atividades extracurriculares, criar e

fortalecer os espaços de participação comunitária nas políticas públicas de

educação escolar indígena, além de promover uma educação escolar intercultural

que contribua com os projetos de futuro e de cidadania dos povos indígenas.

Segundo Ferreira (2001), a história da educação escolar entre os povos

indígenas no Brasil pode ser dividida em quatro fases. A primeira, mais extensa,

inicia no Brasil Colônia, quando a escolarização dos índios esteve nas mãos de

missionários católicos, especialmente jesuítas. O segundo momento é marcado pela

criação do SPI (Serviço de Proteção ao Índio), em 1910, e se estende à política de

ensino da FUNAI (Fundação Nacional do Índio), e a articulação com o SIL (Summer

Institute of Linguistics) e outras missões religiosas. A terceira fase vai do fim dos

anos 60 aos anos 70, destacando-se nela o surgimento de organizações não

governamentais: Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Operação Amazônia

Nativa (OPAN), Centro de Trabalho Indigenista (CTI), Comissão Pró-Índio, entre

outras, e do movimento indígena. A quarta fase se delineia pela iniciativa dos

próprios povos indígenas, nos anos 80, que passam a reivindicar a definição e a

autogestão dos processos de educação formal. Os índios entram em cena para

debater a política de escolarização e para exigir o direito a uma educação escolar

voltada aos seus interesses, ou seja, uma educação que respeite as diferenças e as

especificidades de cada povo.

A educação escolar passou a ser encarada como uma política pública, como

um direito à cidadania, além de um instrumento de resistência e luta.

A educação produzida para o indígena possui um histórico amplamente

relevante, que partiu de um caráter obrigatório, para, recentemente, assumir caráter

de direito. É fruto de um processo intenso de valorização do indígena, uma vez que,

foi necessário percebermos que, para educar formalmente e cientificamente o índio,

não se faz necessário despi-lo de seus hábitos culturais ou afastá-los de seus

vínculos sócio-espaciais e sim, aliar seu lugar de origem, seus conhecimentos

prévios e uma postura cientifica. A educação para o indígena só se realiza de

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maneira eficiente e real se for bilíngue e tratada de maneira intercultural. A educação

escolar deve ser um instrumento de afirmação da cultura indígena e também de

preparação dos índios para se relacionarem com a sociedade de fora conforme o

interesse de cada povo.

4.3.3 Educação AmbientalVivemos, hoje, em um mundo onde muito se fala na preservação dos

recursos naturais existentes, porém pouco se realiza para solucionar o problema ambiental. Pensando nisso,

A Secretaria de Estado de Educação do Estado do Paraná visa implementar a Lei 9.795/99 e promover o desenvolvimento da Educação Ambiental em um processo permanente de formação e de busca de informação voltada para a preservação do equilíbrio ambiental, para a qualidade de vida e para a compreensão das relações entre o homem e o meio bio-físico, bem como para os problemas relacionados a estes fatores. Assim como, subsidiar os educadores para que, a partir de uma compreensão crítica e histórica das questões relacionadas ao meio ambiente, possam por meio do tratamento pedagógico e orientados pelas Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná, construir a identidade da Educação Ambiental na escola pública.(http://www.diaadia.pr.gov.br/cdec/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=88) Acesso em 23/07/2010

Portanto, é necessário conscientizar a sociedade para que todos se

comprometam a desenvolver técnicas e hábitos que não maltratem o meio ambiente.

Dessa forma, Despertar na comunidade o espírito crítico de preservação e

recuperação dos recursos naturais locais, buscando soluções para resolver os

problemas ambientais e sociais.

Assim, se busca melhorar a relação humana homem x homem, homem x

natureza, pois a partir do momento que o homem toma consciência de que é um

agente transformador da natureza, sua prática irá contribuir para a preservação do

meio em que vive.

Portanto, a Educação Ambiental deverá contribuir para melhorar a

compreensão sócio-ambiental dos envolvidos e orientar suas ações, através de

mudanças de suas práticas cotidianas e da tomada de consciência no que diz

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respeito às questões ambientais, buscando um modelo de desenvolvimento

sustentável, agindo localmente para mudar globalmente.

4.3.4 Educação FiscalEm julho de 1997, é aprovada pelo Conselho Nacional de Política Fazendária

– CONFAZ, a criação de um grupo de trabalho constituído por representantes das

Secretarias Estaduais da Fazenda, da Receita Federal e do Ministério da Fazenda

para implantar o programa nacional de conscientização tributária e despertar a

prática da cidadania.

Em março de 1999, passam a integrar os grupos representantes do Ministério

da Educação e da Secretaria do Tesouro Nacional.

Em julho de 1999, o programa recebe a denominação de Programa Nacional

de Educação Fiscal – PNEF, coordenado pelo Grupo de Educação Fiscal – GEF.

Em 1999, o Paraná adere ao PNEF, coordenado pelo Grupo de Educação Fiscal

Estadual – GEFE/PR.

Em 2002 o PNEF – Programa Nacional de Educação Fiscal regulamentado

pela Portaria nº 413 – Ministério da Fazenda e Ministério da Educação, estabelece

as diretrizes: ênfase no exercício da cidadania; o tratamento das questões tributárias

e de finanças públicas deve abranger os três níveis do governo; caráter de educação

permanente; programa desvinculado de campanhas de premiação, com finalidade

exclusiva de aumento de arrecadação; a implementação conta com o apoio do

Ministério da Fazenda e da Educação; a busca permanente do controle social

(participação do cidadão na gestão governamental) e a inserção da educação fiscal

como tema social contemporâneo nas escolas.

O objetivo do programa é propiciar a participação consciente do cidadão no

funcionamento e aperfeiçoamento dos instrumentos de controle social e fiscal do

Estado e estimular a mudança de valores e de atitudes, propiciando ao individuo o

pleno exercício da cidadania e contribuindo para a transformação da sociedade.

Este programa justifica-se pelo fato de o nosso país estar passando por

períodos de descrença e desrespeito para com o patrimônio público, à medida que

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parece que a separação entre o bem comum e o bem privado deixa de existir ou

pelo menos de ser respeitada. Essa descrença talvez seja resultado de um processo

de décadas de injustiça social e de negação da identidade cidadã. Uma nação

constituída por pessoas que defendem e honram os seus direitos e deveres têm

melhores condições de diminuir as injustiças sociais, dentre elas as causadas pela

corrupção, e aumentar o nível de desenvolvimento e progresso.

O desenvolvimento da Educação Fiscal torna-se primordial, pois permite

informar os mecanismos de constituição do Estado, ao mesmo tempo em que torna

o cidadão ciente da importância da sua contribuição, fazendo com que o pagamento

de tributos seja entendido e visto como investimento para o bem comum. Com a

informação, o indivíduo pode se apropriar do poder de questionar e verificar a

utilização destes investimentos sociais.

Os objetivos específicos são:

Sensibilizar o cidadão para a função socioeconômica do tributo;

Levar conhecimento aos cidadãos sobre administração pública;

Incentivar o acompanhamento pela sociedade da aplicação dos

recursos públicos;

Criar condições para uma relação harmoniosa entre o Estado e o

cidadão.

Os Servidores da Receita Federal serão capazes de desenvolver

melhor consciência da função social do tributo. A partir desta consciência estarão

aptos a sensibilizar a sociedade para a função socioeconômica do tributo, para a

necessidade de controle social sobre a gestão dos recursos públicos, a fim de que

sua aplicação se faça em benefício da população e do pagamento voluntário de

tributos.

É Importante lembrar sempre a função social do tributo como forma de

atuação na redistribuição da Renda Nacional funcionando como elemento de justiça

social. O tributo é um instrumento que pode e deve ser utilizado para promover as

mudanças e reduzir as desigualdades sociais.

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É Importante lembrar sempre a função social do tributo como forma de

atuação na redistribuição da Renda Nacional funcionando como elemento de justiça

social. O tributo é um instrumento que pode e deve ser utilizado para promover as

mudanças e reduzir as desigualdades sociais, visto que é necessário que desde

cedo o aluno aprenda a importância da arrecadação dos tributos, visando formar

uma geração de estudantes preocupados com a função socioeconômica do imposto

e desenvolver o espírito participativo na sociedade para exercer a sua cidadania.

Conforme, se pode perceber na citação abaixo, extraída do site da Coordenação dos

Desafios Educacionais Contemporâneos:

A proposta da Educação Fiscal é estimular o cidadão a refletir sobre a função socieconômica dos tributos, possibilitar aos cidadãos o conhecimento sobre administração pública, incentivar o acompanhamento, pela sociedade, da aplicação dos recursos públicos e criar condições para uma relação harmoniosa entre o Estado e o cidadão.Todas as atividades são realizadas com base na concepção de educação da SEED, preconizada nas Diretrizes Curriculares para a Educação Básica. Dessa forma, por meio da formação continuada são oferecidos subsídios teórico-metodológicos aos Profissionais da Educação para que estes realizem, na medida do possível, a abordagem pedagógica dos assuntos da Educação Fiscal, relacionando-os aos conteúdos historicamente acumulados.(http://www.diaadia.pr.gov.br/cdec/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=287) Acesso em 23/07/2010

O que se percebe é que muitas pessoas ainda não possuem o conhecimento

sobre tributos, recursos públicos e notas fiscais. Essa informação precisa ser

trabalhada frequentemente nas salas de aula.

O exercício da cidadania pressupõe indivíduos que participem da vida

comunitária, não basta somente votar, é necessário participar das tomadas de

decisões sobre assuntos de interesse público e acompanhar o que está sendo feito

com o seu dinheiro. Muitas vezes, a falta de participação do cidadão brasileiro no

acompanhamento da fiscalização tributária se deve ao desconhecimento ou carência

de oportunidades, falta informações sobre os canais adequados, os prazos e

procedimentos corretos de arrecadação e aplicação dos recursos tributários.

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Assim, o aluno poderá exercer a cidadania fiscalizando os gastos públicos, as

fontes arrecadadoras e observando para onde vão os tributos arrecadados pelo

país, estado e município, bem como os benefícios oferecidos à população com a

reversão dos tributos arrecadados. Fazer cumprir a obrigação do estado como

administrador e prestador de contas do dinheiro público.

4.3.5 Educação Escolar e o Enfrentamento à Violência na EscolaSabemos que em um mundo onde ocorrem tão rápidas e profundas

mudanças, sabe-se que, ter consciência de uma dificuldade ou problema, não

significa, necessariamente, saber resolvê-lo. Por outro lado, pode-se até saber o que

deve ser feito, mas não saber como fazê-lo. Assim, percebe-se a importância em se

estabelecer vínculos com as redes sociais que envolvem o indivíduo, nas diferentes

esferas da sociedade. Por isso, antes de nos direcionarmos ao tema em questão:

Enfrentamento à Violência na Escola, vale reportarmos à definição do termo, rede:

A palavra rede origina-se do latim rete que significa “entrelaçamento de fios, cordas, cordéis, arames, com aberturas regulares fixadas por malhas, formando uma espécie de tecido, teia” (Barbosa et al., 2000). O conceito de redes sociais inclui todas as experiências vivenciadas pelo indivíduo: família, trabalho, escola, amigos, comunidade e toda sua ação no meio onde vive. A rede social é composta pelas pessoas individualmente e pelos grupos (família, trabalho, escola, religião, etc.) que vão se formando no dia-a-dia, a partir da colaboração entre seus membros ao longo do tempo. O termo sugere ainda a idéia de articulação, conexão, vínculos, ações complementares, relações horizontais, interdependência de serviços para garantir a integralidade da atenção aos segmentos sociais vulnerabilizados ou em situação de risco social e pessoal, uma construção coletiva que se define à medida que é realizada (Duarte, 2004). Para Sluzki (1997), existem três aspectos importantes para fundamentar o conceito de rede: “apoio social”, “integração social” e “experiência psicossocial reabilitante”. O “apoio social” é um suporte que favorece o desenvolvimento e a consolidação de uma rede estável de relações informais e a aprendizagem ou reaprendizagem das habilidades são necessárias para estabelecer, nutrir e manter relações sociais ativas. A “integração social” consiste em reduzir e prevenir situações de risco pessoal e social, envolvendo intervenções compartilhadas nas soluções de problemas concretos que afetam cotidianamente as pessoas, grupos ou comunidades, visando às práticas inclusivas e maior qualidade devida, objetivo de vários programas de prevenção. noção de “experiência psicossocial reabilitante” fundamenta as filosofias terapêuticas de programas mais recentes para adolescentes com problemas de adaptação e comportamento. Dessa forma, o apoio mútuo entre pessoas e grupos representa o melhor caminho para se construir alternativas pessoais e sociais, que possam trazer bem-estar para todos os

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atores envolvido (Disponível em: <http://www.sono.org.br/pdf/2009_moura_psicol_pesqu isa.pdf >, acesso em 15/06/2010)

Salientamos a importância de se reportar às redes sociais, pelo fato de

acreditarmos que a violência na escola, apesar de incidir na escola, não é um

problema advindo dela, geralmente, a violência que é manifestada dentro dos

estabelecimentos de ensino, é conseqüência, na maioria das vezes, de situações-

problema vivenciadas pelo aluno fora dos muros escolares. Assim, percebemos que

uma das formas de enfrentar essa violência, seja uma ação conjunta, realizada em

rede, ou seja, sendo estendida aos pais e à comunidade. Isso por que o trabalho em

rede chega também de maneira mais fácil, não só aos alunos, mas também a seus

amigos (as), namorados (as) que talvez não frequentem a mesma escola, mas são

de grande influência na vida dos alunos e podem ajudar a comunidade escolar a

diminuir o problema da violência na escola.

Quando se fala em violência, não poderíamos também deixar de mencionar o

termo bullying, tema tão frequente hoje nos meios de comunicação. Afinal a que

remete tal vocábulo? Bullying, segundo O Programa de Redução do Comportamento

Agressivo entre Estudantes, disponível em

<http://www.bullying.com.br/BConceituacao21.htm#OndeB> acesso em 18/08/2010:

O termo BULLYING compreende todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s), causando dor e angústia, e executadas dentro de uma relação desigual de poder. Portanto, os atos repetidos entre iguais (estudantes) e o desequilíbrio de poder são as características essenciais, que tornam possível a intimidação da vítima.Por não existir uma palavra na língua portuguesa capaz de expressar todas as situações de BULLYING possíveis, o quadro, a seguir, relaciona algumas ações que podem estar presentes:Colocar apelidosEncarnar Gozar HumilharOfenderSacanear Zoar

DominarDiscriminarExcluirFazer sofrer Isolar Ignorar Intimidar Perseguir Tiranizar

Assediar Aterrorizar Amedrontar Agredir BaterChutarEmpurrarFerirRoubar Quebrar pertences

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O BULLYING é um problema mundial, sendo encontrado em toda e qualquer escola, não estando restrito a nenhum tipo específico de instituição: primária ou secundária, pública ou privada, rural ou urbana. Pode-se afirmar que as escolas que não admitem a ocorrência de BULLYING entre seus alunos, ou desconhecem o problema, ou se negam a enfrentá-lo.§ Os autores são, comumente, indivíduos que têm pouca empatia. Freqüentemente, pertencem a famílias desestruturadas, nas quais há pouco relacionamento afetivo entre seus membros. Seus pais exercem uma supervisão pobre sobre eles, toleram e oferecem como modelo para solucionar conflitos o comportamento agressivo ou explosivo. Admite-se que os que praticam o BULLYING têm grande probabilidade de se tornarem adultos com comportamentos anti-sociais e/ou violentos, podendo vir a adotar, inclusive, atitudes delinqüentes ou criminosas.§ Os alvos são pessoas ou grupos que são prejudicados ou que sofrem as conseqüências dos comportamentos de outros e que não dispõem de recursos, status ou habilidade para reagir ou fazer cessar os atos danosos contra si. São, geralmente, pouco sociáveis. Um forte sentimento de insegurança os impede de solicitar ajuda. São pessoas sem esperança quanto às possibilidades de se adequarem ao grupo. A baixa auto-estima é agravada por intervenções críticas ou pela indiferença dos adultos sobre seu sofrimento. Alguns crêem ser merecedores do que lhes é imposto. Têm poucos amigos, são passivos, quietos e não reagem efetivamente aos atos de agressividade sofridos. Muitos passam a ter baixo desempenho escolar, resistem ou recusam-se a ir para a escola, chegando a simular doenças. Trocam de colégio com freqüência, ou abandonam os estudos. Há jovens que estrema depressão acabam tentando ou cometendo o suicídio.§ As testemunhas, representadas pela grande maioria dos alunos, convivem com a violência e se calam em razão do temor de se tornarem as "próximas vítimas". Apesar de não sofrerem as agressões diretamente, muitas delas podem se sentir incomodadas com o que vêem e inseguras sobre o que fazer. Algumas reagem negativamente diante da violação de seu direito a aprender em um ambiente seguro, solidário e sem temores. Tudo isso pode influenciar negativamente sobre sua capacidade de progredir acadêmica e socialmente.

Dessa forma, sabe-se que é urgente refletir sobre as causas da violência,

destacar e estimular ações que contribuam para afirmação de uma cultura de Paz é

uma tarefa de todos.

Se a violência não poupa ninguém, tampouco a ação pela paz deve deixar

alguém de braços cruzados, esperando que ela caia do céu. Devemos tomar

iniciativas com ações eficazes de superação da violência. Há uma realidade

assustadora entre os jovens e adolescentes, hoje é muito comum a associação entre

juventude e violência. Esse é o grupo mais afetado pelo problema. Atualmente, os

jovens são os maiores autores e maiores vítimas da violência, principalmente

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aqueles que moram nas periferias dos grandes centros urbanos do país. São

homicídios causados por armas de fogo, agressões a professores, alunos, agentes

educacionais e entre os próprios colegas, conforme mostram os jornais.

Por isso, a escola também toma posição contra a violência, especialmente a que incide na escola, portanto, de acordo com a Coordenação dos Desafios Educacionais Contemporâneos:

É Necessário considerar o fenômeno da Violência a partir de uma perspectiva histórica, social e política. Compreende-se a violência na escola como um processo que se constitui historicamente no espaço e no tempo escolar. A violência na escola torna-se preocupante pelo fato de que enquanto espaço institucionalizado de desenvolvimento do indivíduo pela educação. Sendo esta um processo de sociabilização, de desenvolvimento intelectual, científico e filosófico do indivíduo.A demanda de Enfrentamento à Violência na Escola visa ampliar a compreensão e formar uma consciência crítica sobre a violência e, assim, transformar a escola num espaço onde o conhecimento toma o lugar da força. O Enfrentamento à Violência na Escola requer formação continuada dos profissionais da educação, reflexões e discussões em grupos de estudos, seminários e oficinas sobre as causas da violência e suas manifestações, bem como a produção de material de apoio didático-pedagógico.Para fins de articular e promover a construção de mecanismos e ações que viabilizem o Enfrentamento à Violência nas Escolas, a SEED através da CDEC, integra e articula a Rede de Proteção na construção do Plano Estadual de Enfrentamento à Violência. A violência, no âmbito das Escolas Públicas Estaduais, pode ser entendida como um processo complexo e desafiador que requer um tratamento adequado, cuidadoso e fundamentado teoricamente, por meio de conhecimentos científicos, desprovidos de preconceitos e discriminações.Disponível em: (http://www.diaadia.pr.gov.br/cdec/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=90) Acesso em 23/07/2010

Assim, é necessário estimular a prática da não-violência, recusando-a em

todas as suas formas: física, sexual, psicológica, econômica e social, especialmente,

aos mais fracos e vulneráveis como crianças e adolescentes. Introduzir nas aulas

das diversas disciplinas, de acordo com chamadas do conteúdo próprio de cada

matéria, procurando abordar o cultivo da generosidade, em detrimento a exclusão, a

injustiça e a opressão.

Defender a liberdade de expressão e diversidade cultural, privilegiando

sempre o diálogo, a conquista dos direitos por meio da conversação, contribuindo

com o desenvolvimento da comunidade, propiciando a plena participação de todos e

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o respeito dos princípios democráticos, com o fim de criar, juntos novas formas de

solidariedade.

4.3.6 Educação Escolar e a Prevenção ao Uso Indevido de DrogasO trabalho com a Prevenção ao Uso Indevido de Drogas é realmente

necessário e urgente, visto que o uso de drogas ocorre com pessoas de diferentes

idades e classes sociais, o que pode diferir são as motivações que induzem o sujeito

a provar a droga e a continuar seu uso durante a vida.

Na adolescência, por exemplo, o indivíduo encontra-se, naturalmente, em

uma situação mais propensa à experimentação, visto que é neste período da vida

que as pessoas realizam o maior número de experiências. Há também uma série de

razões pelas quais essa faixa-etária pode ser considerada de risco, tais como:

o estresse e a ansiedade advindos da adolescência aumentam a

vulnerabilidade dos adolescentes;

forte aliança com seus colegas, motivo de se tornarem mais

influenciáveis;

sentimentos de onipotência e grandiosidade juvenil; negação do

potencial de morte inerente a estes comportamentos;

insegurança;

insatisfação com a vida;

sintomas depressivos;

curiosidade;

busca do prazer imediato.

Assim, a diferença maior do uso de drogas entre os adolescentes e a

população como um todo, cremos ser, o estado mais vulnerável em que estes se

encontram, visto que a adolescência é uma etapa intermediária do desenvolvimento

humano, entre a infância e a fase adulta, de modo que estão vivendo um momento

de formação da identidade e definição da personalidade, logo, mais susceptíveis à

influências de todo tipo. Segundo, o site:

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http://grupodeap12a.blogspot.com/2009/03/alcoolismo-na-adolescencia.htm l ).

Acesso em 23/07/2010:

Pesquisas recentes sobre os efeitos do álcool no cérebro dos adolescentes mostram que essa substância, consumida em quantidade não moderada, afeta as regiões do cérebro responsáveis por habilidades como memória, autocontrole e principalmente a motivação. Estes factores estão relacionados com a capacidade de aprender dos adolescentes por isso o álcool influencia negativamente o rendimento escolar. Conclui-se que o consumo de álcool em larga escala na adolescência pode levar o adolescente, na sua vida adulta, a ter dificuldades para, entre outras coisas, tomar decisões e definir o que é certo ou errado para si.

Dessa forma, o trabalho preventivo realizado pelo professor se torna

imprescindível, pois ele é uma figura importante neste processo de

autoconhecimento do adolescente. Isso por que está em contato diário com o aluno-

adolescente e, por mais que não seja uma tarefa fácil, cabe também ao professor a

responsabilidade de incluir no conteúdo de sua disciplina a temática da prevenção

do uso de drogas, especialmente os professores das disciplinas de Educação Física

e Ciências cujas matérias já trabalham com esses temas nos conteúdos próprios

das disciplinas, cada uma com enfoque diferenciado. Contudo, para que esse

trabalho seja realizado com mais sucesso, tanto o professor quanto os demais

profissionais da educação necessitam de capacitação nesta área, visto que a

demanda da sociedade exige tal conhecimento.

Ainda a esse respeito, a Coordenação dos Desafios Educacionais

Contemporâneos, salienta que:

A Prevenção ao Uso Indevido de Drogas é um trabalho desafiador, que requer tratamento adequado e cuidadoso, fundamentado em resultados de pesquisa, desprovido de valores e crenças pessoais. Por meio da busca do conhecimento, educadores e educandos são instigados a conhecer a legislação que reporta direta ou indiretamente a esse desafio educacional contemporâneo, bem como a debater assuntos presentes em nosso cotidiano como: drogadição, vulnerabilidade, preconceito e discriminação ao usuário de drogas, narcotráfico, violência, influência da mídia, entre outros.Disponível em: (http://www.diaadia.pr.gov.br/cdec/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=91). Acesso em 23/07/2010

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Ao levarmos em consideração a realidade do zona rural, e ainda mais

especificamente de nossa escola, notamos que o trabalho de prevenção deve ser

mais informativo e realmente preventivo, pois por enquanto não temos nenhum caso

detectado.

Contudo, estamos cientes de que esta situação “tão agradável” é de fato, uma

exceção, e o trabalho com a prevenção deve ser realizado sempre, porém tendo em

vista a nossa realidade, este trabalho deve ser feito com um enfoque específico,

garantindo que estas crianças, se tiverem a oferta de drogas, pela vida afora,

saibam exatamente o que lhes está sendo ofertado e quais as implicações da

experimentação e do uso contínuo de drogas.

De maneira geral, a sociedade toda carece de programas que desenvolvam a

prevenção, visto que segundo relatório divulgado este ano pelo Escritório das

Nações Unidas contra Drogas e Crime indica que cerca de 160 milhões de pessoas

entre 15 e 64 anos fumam maconha (sem contabilizar as pessoas que preferem não

contar). Cigarros e bebidas alcoólicas estão entre os maiores anunciantes do

planeta. E ainda de acordo com o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas

Psicotrópicas (Cebrid/Unifest) em pesquisa feita com 48 mil alunos da Rede Pública,

da 5ª série ao Ensino Médio, em relação ao uso de drogas, constatou-se que já

usaram: ÁLCOOL – 65,2%; TABACO – 24,9; SOLVENTE – 15,5%; MACONHA –

5,9%; ANSIOLÍTICO – 4,1%; ANFETAMINAS – 3,7%.

Os dados falam por si, aliás, não falam, gritam, suplicam por decisões

precisas, por trabalhos sérios e comprometidos com a minimização deste problema

que assola a humanidade.

4.3.7 Educação do Campo

No Brasil, muitas pessoas certamente conheceram ou conhecem as chamadas “escolinhas rurais” fincadas no meio das árvores ou à beira da estrada, entre um sítio e outro. Geralmente, pequenas escolas constituídas por uma sala de aula, onde se concentram crianças de diversas fases de escolaridade, sob orientação de uma única professora. O aspecto físico, por si só, produz uma ideia de fragilidade no sentido idílico, que destaca a simplicidade e humildade como valor inestimável dos povos que ali vivem.

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Outra ideia de fragilidade, baseada na concepção da superioridade urbana face ao campo, se traduz no sentido discriminatório que considera que ali pouco se ensina e pouco se aprende, em outras palavras, é uma escola de pouca qualidade. (MACHADO, 2002, p. 191)

Hoje, esse cenário está mudando, a concepção de educação do campo não

condiz mais com a ideia de um ensino de pouca qualidade ou frágil, as políticas

públicas para essa modalidade de ensino têm buscado estruturar as especificidades

da educação do campo. Para tanto as diretrizes operacionais para a educação do

campo estão em consonância com as aspirações dos movimentos sociais deste

segmento, é elemento fundamental a organização das escolas, mediante a

apresentação de propostas pedagógicas, elaboradas no âmbito da autonomia das

instituições de ensino, contemplando a diversidade do campo em todos os seus

aspectos (sociais, culturais, políticos, econômicos, de gênero, geração e etnia), e a

flexibilização dos tempos e espaços escolares assegurando, por exemplo, a fixação

de calendário escolar que considere a configuração de ano letivo independente de

ano civil e que atenda às especificidades locais, principalmente no que tange ao

período de plantio e colheita. De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação

do Campo:

No âmbito da educação do campo, objetiva-se que o estudo tenha a investigação como ponto de partida para a seleção e desenvolvimento dos conteúdos escolares, de forma que valorize singularidades regionais e localize características nacionais, tanto em termos das identidades sociais e políticas dos povos do campo quanto em valorização da cultura de diferentes lugares do país.

(PARANÁ, 2006, p. 31)

Assim, é necessário fazer uma educação que assuma e valorize a

identidade do povo do campo, respeitando seu modo de vida, sua dinâmica social e

acolhendo seus saberes e experiências no processo pedagógico. O processo

educacional deve estar alicerçado nos princípios da educação integral, unindo

aspectos tecnológicos, manuais, culturais, políticos e emocionais, pensando num

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amplo desenvolvimento das potencialidades criativas do sujeito, independentemente

de sua origem ser rural ou urbana.

A educação do campo tem como desafio a efetiva aplicação das

políticas públicas que estão contempladas na Resolução nº. 1/2002 CBE/ CNE,

levando para a prática cotidiana das escolas essa concepção educativa, desta

forma, organizando pedagogicamente a escola,dentro de sua realidade e de seus

recursos, sejam físicos ou humanos, na busca de contribuir efetivamente com a

educação, de modo que os objetivos de formação do sujeito do campo sejam

alcançados. É certo que o campo tem suas especificidades, mas também é

indubitável, que, trabalhadas de forma criativa só vem colaborar para o bom

desenvolvimento do educando. Devemos sempre lembrar que a educação é a

articulação da escola com a vida, independente de onde ela esteja situada, cidade

ou campo.

4.4 Concepção de conhecimentoConhecimento é uma atividade humana que busca explicitar as relações entre

os homens e a natureza. Desta forma, o conhecimento é produzido nas relações

sociais mediadas pelo trabalho.

O conhecimento pressupõe as concepções de homem, de mundo e das

condições sociais que o geram, configurando as dinâmicas históricas que

representam as necessidades do homem a cada momento, implicando

necessariamente nova forma de ver a realidade, novo modo de atuação para

obtenção do conhecimento, mudando, portanto a forma de interferir na realidade.

Essa interferência traz consequências para a escola, cabendo a ela garantir a

socialização do conhecimento que foi expropriado do trabalho nas suas relações.

O conhecimento não ocorre individualmente. Ele acontece no social, gerando

mudança interna e externa no cidadão e nas relações sociais, tendo sempre uma

intencionalidade.

Diante do exposto, queremos para nossa escola um conhecimento dinâmico

com liberdade na troca de experiências, que busque inovações relacionando o

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conhecimento historicamente acumulado com as práticas sociais, instigando o aluno

a ousar e a por em prática o conhecimento científico, mediados pela escola,

adquirindo senso crítico e autonomia para tomada de decisões na realidade em que

vive. O conhecimento é resultado de fatos, conceitos e generalizações, sendo,

portanto, o objeto de trabalho do professor.

A apropriação, construção e reconstrução do conhecimento é percebido

quando há manifestação de atitudes e comportamentos, frente às situações vividas

na prática social.

4.5 Concepção de escolaA escola surgiu da necessidade da sociedade em sistematizar os saberes

historicamente construídos, favorecendo a aprendizagem de qualidade para o

homem que, sendo um ser em constante contato com o mundo, é inacabado e tem

sede de aprender.

A função da escola deve ser cultural, social, política e psicológica,

proporcionando práticas que contribuam para a apropriação do conhecimento de

maneira construtiva e que venham a tratar das questões que marcam momentos

históricos, procurando superar os limites; é comprometer-se com a verdadeira

formação do educando, trabalhando dentro da realidade do mesmo, articulando-se

com a comunidade, criando neste a consciência crítica e a necessidade de participar

com responsabilidade, com visão de mundo mais ampla e, ao mesmo tempo,

articulada com seu mundo familiar e do trabalho.

A escola deve permitir flexibilidade, incentivando a democracia e a

solidariedade, promovendo e construindo as relações humanas, dentro de uma

sociedade que necessita de agentes conscientes, críticos e que promovam as

transformações necessárias.

“A atuação da escola consiste na preparação do aluno para o mundo e suas contradições, fornecendo-lhe instrumentos, por meio da apropriação dos conteúdos e da socialização, para uma participação organizada e ativa na democratização da sociedade (Luckesi, 1999) ”.

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Para que a escola proporcione conhecimentos históricos e científicos, sociais

e tecnológicos, é necessário que se trabalhe com uma equipe integrada, havendo

reflexão e interação entre os membros da comunidade escolar na busca de um

ensino de qualidade, no qual haja acolhimento e socialização, lidando com os

valores, com as emoções, as motivações e com as atitudes do educando.

4.6 Concepção de ensino-aprendizagemNo trabalho com educandos em período escolar, faz-se necessário que o

professor se dê conta de que ao chegar à escola, o aluno já possui uma “bagagem”

de conhecimento que deve ser explorado pelo professor. Assim,

Quando uma criança entra na escola, ela não é uma tabula rasa que possa ser moldada pelo professor segundo a forma que ele preferir. Essa placa já contém marcas daquelas técnicas que a criança usou ao aprender a lidar com os complexos problemas de seu ambiente. Quando uma criança entra na escola já está equipada, já possui suas próprias habilidades culturais (LURIA, 2001: p. 101).

As salas de aula são por natureza heterogêneas, visto que se compõem de

alunos provenientes de contextos diferentes. Alguns aprenderam alguma coisa em

casa e têm ao alcance papel, lápis, livros, ao passo que outros nunca tiveram

acesso a nada disso e não possuem apoio da família para o estudo.

O professor deve então conhecer a realidade do educando, para que possa

conduzir o processo educativo da melhor forma possível: aperfeiçoando os

conhecimentos que os educandos já possuem e/ou apresentando-lhes aqueles que

ainda não tiveram acesso. “Assim chegamos à seguinte fórmula do processo

educacional: a educação se faz através da própria experiência do aluno, a qual é

inteiramente determinada pelo meio, e nesse processo o papel do mestre consiste

em organizar e regular o meio (VYGOTSKY, 2001)”.

O papel do professor aqui é o de ser um mediador, auxiliando o aluno a se

apropriar do conhecimento de maneira ativa.

“A velha pedagogia (...) transformava o aluno em esponja, que cumpria a função com tanto mais acerto quanto absorvia os conhecimentos alheios.

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Entretanto, o conhecimento que não passou pela experiência pessoal não é conhecimento coisa nenhuma.” (VYGOTSKY, 2001)”.

Segundo Cagliari (1998) ser um mediador é ajudar o aluno a construir seu

conhecimento, passando a ele as informações adequadas, explicando o que tem de

ser explicado.

Nessa perspectiva, os conceitos de Vygotsky sobre o desenvolvimento e a

aprendizagem fornecem subsídios valiosos para a prática educacional. Segundo o

autor, o estado de desenvolvimento mental de um educando é definido pelo nível de

desenvolvimento real, caracterizado por aquilo que o educando consegue fazer

autonomamente e que compõe o seu desenvolvimento já consolidado, e pela zona

de desenvolvimento proximal, caracterizada por aquilo que o educando é capaz de

fazer com o auxílio de um adulto ou de um companheiro mais capaz.

Esta concepção aponta para uma ação pedagógica onde a direção do

processo educacional pelo professor é fundamental, porque propicia o

desenvolvimento, opondo-se às pedagogias que passivamente esperam o momento

em que o conhecimento esteja pronto para “desabrochar”.

O professor deve então exercer sua função de orientar, explicitar, informar,

enfim, refletir com o educando até que este chegue ao ponto de conseguir elaborar

essa reflexão sozinho.

É, portanto, nesta perspectiva que se dá a apropriação do conhecimento na

escola. O indivíduo que ensina, o indivíduo que aprende e o conhecimento, sendo

que as múltiplas possibilidades de interação entre eles serão sempre medidas pelas

normas institucionais, o que dá especificidade à ação pedagógica.

Dentro desse contexto que se deve situar o aluno, procurando compreender a

trajetória que ele realiza em seu processo de constituição como sujeito histórico,

capaz de transformar a sociedade em que vive. A vivência do aluno na escola

atende objetivos específicos, mas as experiências aí adquiridas são partes

integrantes na vida do indivíduo, possibilitando uma atuação mais efetiva na prática

social.

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4.7 Concepção de avaliaçãoPartimos da ideia de que a avaliação é um processo amplo da aprendizagem,

indissolúvel do todo, que envolve responsabilidade do professor e do aluno, pensar

avaliação no âmbito da Educação Escolar, no campo da Educação de Direitos, nos

leva pensar a sua função, o papel social do professor, a razão da existência da

Escola. Traz a discussão sobre a inclusão e a exclusão, privilégios e direitos, direitos

e obrigações, sobre que alunos queremos formar, que escola estamos construindo e

qual sociedade queremos construir.

Transformar a prática avaliativa significa questionar a educação desde as

suas concepções, seus fundamentos, sua organização, suas normas burocráticas.

Significa mudanças conceituais, redefinição de conteúdos, das funções dos

docentes, entre tantos outros pontos que merecem ser repensados.

Propõe-se uma reestruturação interna na escola quanto à sua forma de

avaliação. Necessita-se, sobretudo, de uma avaliação contínua, formativa e

emancipatória, na perspectiva do desenvolvimento integral do aluno. O importante é

estabelecer um diagnóstico correto para cada aluno e identificar as possíveis causas

de seus fracassos e/ou dificuldades visando, uma maior qualificação e não somente

uma quantificação na aprendizagem.

Pensamos que a avaliação processual e formativa – no sentido de melhoria

do processo de ensino-aprendizagem, deveria ser inicial, para conhecer melhor o

aluno, contínua para ajudar o aluno durante o processo de ensino e final para julgar

globalmente o resultado do processo como um todo, em função dos objetivos

previstos e vive-los de acordo com os resultados apresentados.

A avaliação formativa não tem como objetivo classificar ou selecionar o aluno.

Fundamenta-se no processo de aprendizagem, em seus aspectos cognitivos,

afetivos e sociais, fundamenta-se em aprendizagens significativas e funcionais que

se aplicam em diversos contextos e se atualizam o quando for preciso para que

continue a aprender.

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Se a avaliação contribuir para o desenvolvimento das capacidades dos

alunos, pode-se dizer que ela se converte em ferramenta pedagógica, em um

elemento que melhora a aprendizagem do aluno e a qualidade do ensino.

Precisamos trabalhar a avaliação numa visão emancipatória que visa à

emancipação, voltada para construção do sucesso escolar e inclusão como princípio

e compromisso social.

4.8 Concepção de TecnologiaA escola deve ser o espaço do conhecimento, caminhando junto com a

tecnologia, desde que a tecnologia seja o material de apoio ao processo ensino –

aprendizagem, cujo mediador seja o professor e o aluno seja o aprendiz de um

pensar novo que leve a descobertas do mundo a sua volta. Seja um apaixonado

pelo conhecimento e não apenas pela técnica, e sim pelo que ela acrescentar à sua

vida. Além disso, é necessário um acompanhamento e a formação dos envolvidos

para que se possa manusear os instrumentos tecnológicos e colocá-los à disposição

do aluno.

As novas tecnologias, baseadas na informática e na telemática possibilitam o

desenvolvimento de novas relações entre a atividade intelectual que ocorrem na

escola e no trabalho.

A informática na escola deve abrir espaço para atendimento à comunidade e

aos alunos que desejam obter tais habilidades gerando transformação nas vidas das

pessoas.

As vertiginosas evoluções sócio-culturais e tecnológicas do mundo atual

trazem incessantes mudanças nas organizações e no pensamento humano e

revelam um novo universo no cotidiano das pessoas. Isso exige independência,

criatividade e autocrítica na obtenção e na seleção de informações, assim como na

construção do conhecimento.

A produção do conhecimento, hoje, não dispensa a nossa capacidade de

dialogar com os aparatos tecnológicos, incentivando as pessoas a construírem, com

eles, novas possibilidades de usos, submetendo as máquinas ao nosso poder e

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desejo de inventar novos jogos ainda não revelados na prática. Trata-se portanto, de

criarmos, através da educação, modos de confronto com a experiência tecnológica,

colocando tanto educadores como educandos na posição de se sentirem

responsáveis por inventar outras estratégias de interação na produção de

conhecimento. O uso de recursos de alta tecnologia na educação dinamiza o

processo ensino-aprendizagem, qualificando a construção do conhecimento pelo

educando. O uso de computadores conectados a internet para realizar muitas

tarefas de forma compartilhada, aperfeiçoa as habilidades de comunicação dos

alunos, influindo positivamente em sua socialização e em sua capacidade de

trabalho cooperativo.

A escola deve, portanto, preparar cidadãos que saibam com recursos de com

recursos tecnológicos, visto que, atualmente, são utilizados nos mais corriqueiros

atos de vida.

4.9 Concepção de Gestão DemocráticaAlgumas características da gestão escolar democrática são: o

compartilhamento de decisões e informações; a preocupação com a qualidade da

educação e com a relação custo-benefício; a transferência (capacidade de deixar

clara para a comunidade como são usados os recursos da escola, inclusive os

financeiros).

Compartilhar decisões significa envolver pais, alunos, professores, agentes

educacionais e outras pessoas da comunidade na administração escolar. Quando as

decisões são tomadas pelos principais interessados na qualidade da educação da

escola, a chance de sucesso é bem maior. Os conselhos escolares, como

mecanismos de participação da comunidade na escola, já estão presentes em

muitas escolas no país, especialmente no Paraná, onde eles já estão atuando e

participando das decisões da escola pública.

A função dos conselhos é orientar, opinar e decidir sobre tudo o que tem a ver

com a qualidade da escola (como participar da construção do projeto político-

pedagógico e dos planejamentos anuais, avaliar os resultados da administração na

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busca de meios para solucionar os problemas administrativos e pedagógicos, decidir

sobre os investimentos prioritários).

Mas não é só nos conselhos que a comunidade participa da escola. Reuniões

pedagógicas, festas, exposições e apresentações dos alunos são momentos em que

familiares, representantes de serviços públicos da região, associações locais devem

estar presentes. Como a democracia também se aprende na escola, a participação

deve se estender aos alunos, até mesmo as crianças pequenas. Como cidadãos,

eles têm direito de opinar sobre o que é melhor para eles e se organizar em

colegiados próprios, como os grêmios.

Enfim, é importante saber que, numa gestão democrática, é preciso lidar com

conflitos e opiniões diferentes. O conflito faz parte da vida. Mas precisamos sempre

dialogar com os que pensam diferente de nós e, juntos negociar.

A Gestão democrática é um princípio consagrado pela Constituição vigente e

abrange as dimensões pedagógicas, administrativas e financeiras. Exige a

compreensão em profundidade dos problemas postos pela prática pedagógica. Visa

romper com a separação entre concepção e execução, entre o pensar e o fazer,

entre teoria e a prática. Busca resgatar o controle do processo e do produto do

trabalho pelos educadores. A socialização do poder propicia a prática da

participação coletiva, o que atenua o individualismo; da reciprocidade, que supera a

opressão; da autonomia, que anula a dependência de órgãos intermediários que

elaboram políticas educacionais das quais a escola é mera executora. A Gestão

Democrática inclui, necessariamente, a ampla participação dos representantes dos

diferentes segmentos da escola nas decisões, ações administrativas e pedagógicas

que nela são desenvolvidas.

Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola. A igualdade

de oportunidades na escola. A igualdade de oportunidades requer, portanto, mais

que a expansão quantitativa de ofertas, requer a ampliação do atendimento com

simultânea manutenção da qualidade. Saviani (1982, p. 63), alerta-nos para o fato

de que há desigualdade no ponto de partida, mas a igualdade no ponto de chegada

deve ser garantida pela mediação da escola. “Só é possível considerar o processo

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educativo em seu conjunto sob a condução de se distinguir a democracia como

possibilidade no ponto de partida e democracia como realidade no ponto de

chegada”.

Para garantir a permanência do aluno na escola é preciso ter clareza a

respeito das diversidades étnico-culturais de todos os alunos, bem como, oferecer

ambiente adequado para a inclusão dos alunos com necessidades educacionais

especiais pois só com atos não excludente, é possível pôr em prática, de fato, a

gestão democrática.

4.10 Concepção de Capacitação Continuada de ProfessoresGarantindo os princípios e fins da educação nacional no art. 3º VII –

“valorização do profissional da educação escolar”. A formação continuada é um

direito de todos os profissionais que trabalham na escola, uma vez que não só ela

possibilita a progressão funcional baseada na titulação, na qualificação e na

competência dos profissionais, mas também propicia, fundamentalmente, o

desenvolvimento profissional dos professores articulado com as escolas e seus

projetos.

Compete a escola:

a) Proceder ao levantamento de necessidade de formação continuada de

seus profissionais;

b) Elaborar seu programa de formação, contando com a participação e o

apoio dos órgãos centrais no sentido de fortalecer seu papel na concepção, na

execução e na avaliação do referido programa.

A formação continuada não deve se limitar aos conteúdos curriculares, mas

se estender à discussão da escola como um todo e suas relações com a sociedade.

Todos os profissionais da escola são importantes para a realização dos

objetivos do projeto político-pedagógico. Os professores são responsáveis por aquilo

que os especialistas em educação chamam de transposição didática, ou seja,

concretizar os princípios político-pedagógicos em ensino aprendizagem. Cada um

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dos demais profissionais tem um papel fundamental no processo educativo, cujo

resultado não depende apenas da sala de aula, mas também da vivência e da

observação de atitudes corretas e respeitosas no cotidiano da escola. Tamanha

responsabilidade exige boas condições de trabalho, preparo e equilíbrio. Para tanto,

é importante que se garanta formação continuada aos profissionais e também outras

condições, tais como estabilidade do corpo docente, o que incide sobre a

consolidação dos vínculos e dos processos de aprendizagem, uma adequada

relação entre o número de alunos, salários condizentes com a importância do

trabalho.

4.11 Concepção de CurrículoCurrículo é um importante elemento constitutivo da organização escolar.

Implica, necessariamente, a interação entre sujeito que têm um mesmo objetivo e a

opção por um referencial teórico que o sustente. É uma construção social do

conhecimento, pressupondo a sistematização dos meios para que esta construção

se efetive. É também transmissão dos conhecimentos historicamente produzidos e

as formas de assimilá-los, portanto, produção, transmissão,

assimilação/apropriação, são processos que compõe uma metodologia de

construção coletiva do conhecimento escolar. Neste sentido, o currículo refere-se à

organização do conhecimento escolar.

O currículo não é um elemento neutro, expressa uma cultura, a determinação

do conhecimento escolar, portanto, implica fazer uma análise crítica, tanto da cultura

dominante, quanto da cultura popular. Deve estar inserido no contexto social, uma

vez que ele é historicamente situado e culturalmente determinado. É organizado de

forma disciplinar, no entanto, visa reduzir o isolamento das disciplinas curriculares,

procurando agrupá-los num todo mais amplo (interdisciplinar).

4.11.1 O currículo da escola públicaA proposta aqui sistematizada é resultado do trabalho coletivo de todos os

profissionais da Educação do Paraná, iniciada no ano de 2004. Ela apresenta, neste

momento, o Projeto Político Pedagógico possível e expressa o compromisso dos

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profissionais da educação com a melhoria da educação no sentido de responder às

necessidades sociais e históricas que buscam a escola pública. Está sendo

reconstruído nesse momento da educação pública por todos aqueles que dela fazem

parte, através de grupos de estudos sobre o currículo da escola pública.

De acordo com uma construção histórica e social, o currículo traduz os

diferentes interesses em disputa, produzindo e reproduzindo as relações sociais,

desiguais, assimétricas, que caracterizam as sociedades contemporâneas. Através

dele é possível produzir, reafirmar, negar ou silenciar identidades e diferenças

sociais. Nesse sentido, o currículo se transforma igualmente em um importante

instrumento de negociação política entre os diferentes, envolvidos no processo de

ensino e aprendizagem.

Pensar currículo como resultado e caminho do e para o trabalho coletivo,

implica percebê-lo como prática social viva, dinâmica e processual, traduzida pelo

conjunto de experiências produzidas e vividas por professores e alunos.

A valorização dos saberes sociais orientados dos meios familiares e sociais

por parte do aluno, não deve ser confundido como homogeneização dos papéis

sociais, atribuídos à família e à escola. A escola é um espaço específico de

produção e transmissão de conhecimento. Um espaço que estabelece relações

privilegiadas com o saber. Um espaço, onde é possível para o professor e para o

aluno estruturar e sistematizar os saberes plurais criados em outros lugares.

O currículo é percebido assim como o conjunto de representações que

organizam em torno do conhecimento escolar. Conhecimento esse produzido num

espaço social com funções sociais formativas e normativas, que precisam ser

devidamente consideradas.

À escola e ao professor compete organizar, sistematizar e ensinar estes

conhecimentos. Facilitar aos alunos a construção de novas formas de leitura do

mundo, no sentido de permitir a esses alunos se situarem em um mundo por

definição extremamente complexo e dinâmico.

Partimos da ideia de que o currículo escolar é o resultado de escolhas

intencionais feitas dentro do imenso conjunto de conhecimentos produzidos pela

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humanidade, e que contém princípios gerais que norteiam as nossas escolhas,

compreendendo a existência de limites e possibilidades para a escola na construção

da sociedade que sonhamos.

O currículo engloba um conjunto de experiências coletivamente organizadas

pela escola e pelas quais a escola se responsabiliza e disponibiliza aos alunos, com

o objetivo que o aluno aprenda algo. O eixo do currículo em torno do qual ele gira, é

o conhecimento escolar. A centralidade do currículo é o conhecimento, pois a escola

deve ensinar e ensinar com qualidade, este é um pressuposto do qual partilhamos.

O currículo apresenta as seguintes características:

1 – É um instrumento sistematizador, organizador do processo educativo. É

através dele que se materializa a ação educativa.

2 – Envolve ao mesmo tempo intenções (é um projeto político cultural para as

jovens gerações) e práticas, colocadas em ação para concretizar as intenções. Ele

tem um caráter, um futuro imaginado e os ideais políticos se expressam em cada

decisão tomada.

3 – Como intenção ele é um conjunto de escolhas que ocorrem nas

Secretarias de educação, nas escolas e vão até a sala de aula, em cada aula que é

ministrada.

4 – O currículo gera efeitos, contribui para construção de identidades, deixa

marcos. A marca da instituição, do professor, do conhecimento apropriado por cada

aluno, que vai lidar com suas marcas de forma diferente.

As escolhas devem ser feitas de maneira coletiva. Coletivamente devemos ter

condições de decidir o que se considera significativo para que os alunos aprendam,

como fazer para que ele compreenda o mundo em que vive e tente transformá-lo.

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5. ATO OPERACIONAL

5.1 Prática transformadoraA escola, em cada momento histórico, constitui uma expressão e uma

resposta à sociedade na qual está inserida, conforme (Gasparin, 2003) neste

sentido, ela nunca é neutra, mas sempre ideológica e politicamente comprometida.

Por isso, cumpre uma função específica, cabendo a nós educadores neste momento

repensar a função da escola, e a finalidade dos conteúdos escolares.

Partimos da idéia de que a função social da educação escolar é a formação

do cidadão participativo, responsável, crítico e criativo, através da apropriação,

produção e socialização de saberes acumulados historicamente pela humanidade.

Os conteúdos a serem ensinados precisam ser integrados e aplicados teórica

e praticamente no contexto social do educando. Desta forma, a responsabilidade do

educador é grande, assim como a do aluno. Ambos são co-autores do processo de

ensino-aprendizagem. Juntos devem descobrir para que servem os conteúdos

científico-culturais eleitos pela escola. O conhecimento escolar apresenta um caráter

teórico-prático. Implica que seja apropriado teoricamente como um elemento

fundamental na compreensão e na transformação da sociedade.

Numa perspectiva de educação prática transformadora implica trabalhar os

conteúdos de forma contextualizada em todas as áreas do conhecimento humano de

acordo com (Gasparim , 2002), isso possibilita evidenciar aos alunos que os

conteúdos são sempre uma produção histórica de como os homens conduzem sua

vida nas relações sociais de trabalho e em cada modo de produção. O fazer

pedagógico nessa perspectiva é visto como uma forma que permite compreender os

conhecimentos nas diversas faces que aparece dentro do social.

Essa nova forma pedagógica de agir exige que se privilegiem a contradição, a

dúvida, o questionamento; que se valorize a diversidade, e a divergência; que

interajam as certezas e incertezas, desvelando os conteúdos de sua forma

naturalizada, pronta e acabada.O ponto de partida para abordagem pedagógica é a

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realidade social mais ampla. Aprender a fazer a leitura crítica dessa realidade torna

possível apontar um novo pensar e agir pedagógicos.

Para o desenvolvimento dessa proposta pedagógica, toma-se como marco

referencial epistemológico a teoria dialética do conhecimento, tanto para

fundamentar os pressupostos teóricos metodológicos e planejamento de ensino-

aprendizagem, como a ação educador/educando.

A proposta pedagógica, derivada da teoria dialética do conhecimento segundo

(Gasparim, 2003), tem como primeiro passo ver a prática social dos sujeitos da

educação. A tomada de consciência sobre essa prática deve levar o professor e os

alunos à busca do conhecimento teórico que ilumine e possibilite refletir sobre o

fazer prático cotidiano. A prática é aqui também uma expressão da prática social

geral, da prática do grupo, assim como da prática social global.

“o processo pedagógico deve possibilitar aos educandos, através do processo de abstração, a compreensão da essência dos conteúdos a serem estudados, a fim, de que sejam estabelecidas as ligações internas específicas desses conteúdos com a realidade global, com a totalidade da prática social e histórica (Gasparim,2003) ”.

Este é o caminho que propicia aos alunos passarem do senso comum para o

conhecimento teórico-científico, levando a compreensão da realidade em todas as

suas dimensões.

A finalidade do ensino nessa concepção metodológica é de que ensino é

retorno à prática para transformá-la. O conhecimento teórico adquirido pelo

educando deverá retornar à prática social de onde se originou, visando agir sobre

ela com entendimento mais crítico, elaborado e consciente, intervindo em sua

transformação.

Para que essa prática de ensino se efetive, é primordial que os educadores

compreendam o seu papel na sociedade, assim como a especificidade de sua

profissão, que é trabalhar conhecimentos historicamente acumulados com a

participação dos alunos, a fim de que possam entender, agir e interferir de forma

positiva na sociedade com a finalidade de torná-la mais democrática.

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5.2 O que a escola pretende do ponto de vista político pedagógico

A escola é um espaço de transmissão, socialização, criação e recriação do

conhecimento e também um espaço político que tem como meta preparar o aluno

através da instrumentalização filosófica, artística e científica para agir em sociedade.

A escola pretende do ponto de vista pedagógico:

1. Fazer, refazer, refletir, realimentar no coletivo o Projeto Político

Pedagógico.

2. Desenvolver nas horas atividades uma prática de colaboração.

3. Proporcionar momentos de reflexão aos profissionais da educação no

coletivo e estudar temas pedagógicos e das áreas do saber.

4. Priorizar mais o pedagógico do que o administrativo – aluno como

centro do processo – qualidade educativa para todos.

5. Reflexão sistemática da prática educativa.

6. Auxiliar os docentes na sua prática, bem como orientá-los sobre os

procedimentos teórico-metodológicos indicados na matriz curricular e sobre as

vantagens do plano de trabalho docente:

- Orientação do trabalho do professor;

- Trazer ao seu conhecimento o que é contemplado na grade curricular;

- Desenvolvimento organizado e sequenciado dos conteúdos;

- Possibilidade de atualização do conteúdo de da metodologia;

- Gestão democrática e participativa;

- Superação do autoritarismo, com exercício permanente do diálogo;

- Organização coletiva do trabalho pedagógico, através da socialização de

prática e saberes;

- Formação continuada que propicie a reflexão teórico-prática sobre o todo da

escola e sua relação com a sociedade.

- Estimular uma relação de companheirismo entre educadores e alunos.

- Adotar avaliação formativa, contínua e crítica que contribua para o processo

de ensino e aprendizagem;

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- Que todos os alunos que nela ingressam tenham sucesso, oferecendo

tratamento pedagógico diferenciado para os que apresentarem maiores dificuldades;

- Refletir e rever o Conselho de Classe, partindo do pressuposto que o

mesmo deve constituir-se num espaço privilegiado de reflexão pedagógica

avaliativa, cuidando para que a reflexão pedagógica prevaleça sobre qualquer outro

aspecto;

- Estabelecer uma avaliação emancipatória, voltada para a construção do

sucesso escolar e inclusão como princípio e compromisso social;

- Trabalhar a diversidade cultural, diferenças étnico-raciais, numa perspectiva

de respeito a singularidade do ser humano;

- Criar parcerias com família e comunidade escolar;

- Favorecer a inserção crítica de todas as camadas sociais durante o

processo, estar à disposição, antes de tudo, ouvi-las na parceria desejada, pois a

relação recíproca de reconhecimento constrói a confiança mútua entre pais,

professores, direção, alunos e agentes educacionais;

- Melhorar a estrutura física com recursos públicos, pleiteados junto ao

governo com a participação da comunidade, bem como recursos pedagógicos para

atendimento aos alunos, inclusive os que apresentarem necessidades educacionais

especiais;

Formar cidadãos ativos, capazes de apropriar-se dos conhecimentos

científicos e tecnológicos, para agir na realidade social, dar sentido a vida individual

e coletiva, conscientes da necessidade do respeito mútuo, solidariedade. Assumir

sua responsabilidade, quanto ao equilíbrio ecológico do planeta; capaz de recriar a

paz, para reduzir a violência e para agir na construção de um projeto de viver,

coletivamente, atuando na sociedade onde se situa, bem como, contribuir para

valorização do espaço público (escola), preservando as instalações físicas e

mobiliárias, além de cultivar qualidade dos relacionamentos estabelecidos com seus

professores e colegas.

5.3 Organização Escolar

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A Escola Estadual Tancredo de Almeida Neves – Ensino Fundamental

funciona conforme Regimento Escolar vigente, e tem por finalidade atender ao

disposto nas Constituições Federal e Estadual, na LDB e no ECA. Este

Estabelecimento oferece aos seus educandos serviços educacionais embasados

nos seguintes princípios, de acordo com as Leis Maiores:

I. Igualdade de condições para o acesso e permanência na Escola,

vedada qualquer forma de discriminação e segregação;

II. Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a

arte e o saber;

III. Gratuidade do Ensino, com isenção de taxas e contribuições de

qualquer natureza;

IV. Valorização dos profissionais do ensino;

V. Gestão democrática e colegiada da escola;

VI. Garantia de uma educação básica unitária;

VII. Vinculação entre educação escolar, trabalho e as práticas sociais.

A Escola Estadual Tancredo de Almeida Neves – Ensino Fundamental, possui

os seguintes objetivos, além daqueles citados no Item 2 e 2.1 deste Projeto:

Atender sem distinção toda clientela do Município;

Preparar o aluno para a cidadania, elevando sua capacidade de

compreensão em relação aos determinantes políticos, econômicos e culturais que

regem o funcionamento da sociedade em determinados períodos históricos, para

que venha atuar no mundo do trabalho, com a consciência do seu papel como

cidadão participativo;

Oferecer ao aluno uma aprendizagem firmada na aquisição de

experiência que levem a uma mudança de comportamento e maior integração no

meio físico e social;

Respeitar a personalidade do aluno, aguçando sua inteligência para

torná-lo capaz de compreender o mundo complexo e mutável;

Os pressupostos teóricos (encaminhamento metodológico) e conteúdos

a serem articulados atenderão os princípios fundamentais do Currículo Básico para

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a escola pública do Estado do Paraná, bem como das Diretrizes Curriculares da

Educação Básica do Estado do Paraná.

5.4 Redimensionamento da organização do trabalho pedagógicoExperiências diversas têm sido desenvolvidas nos últimos anos na escola,

buscando uma melhor aproximação entre os profissionais da educação, alunos e

professores e entre a escola e a comunidade.

A realização de atividades culturais, desportivas, recreativas e de outra

natureza entre a comunidade escolar em sentido restrito e amplo, favorece o diálogo

e colabora no estabelecimento de um clima de confiança e compreensão mútua. A

convivência entre todos requer boa vontade e interesses das partes envolvidas.

Muitos projetos, programas educacionais e outras formas de atividades

pedagógicas surgem destas tentativas de aproximação e vão criando novas formas

de participação, formando consciência de cidadania. Quando isso ocorre a escola é

valorizada pela comunidade, favorecendo a cultura da paz.

A função social da escola é algo que se constrói com o próprio acontecer da

história, em suas diferentes manifestações. Da escola espera-se o fortalecimento de

sujeitos capazes de elaborar conhecimentos, contingências e estruturas, que

possam imaginar outros mundos e neles investir com responsabilidade para

construir tempos e lugares que ampliem as alternativas da realização humana e

social. Este é o compromisso da gestão democrática da educação, que necessita

expressar e construir políticas públicas e educacionais comprometidas com a

formação de sujeitos críticos, responsáveis, capazes de exercer sua autonomia.

5.5 Tipo de gestãoA Gestão Escolar é o processo que rege o funcionamento da escola,

compreendendo tomada de decisão conjunta no planejamento, execução,

acompanhamento e avaliação das questões administrativas e pedagógicas,

envolvendo a participação de toda a comunidade escolar.

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77

O tipo de gestão deve ser a Gestão Democrática, que propõe uma

administração com um sentido mais dinâmico, traduzindo movimento, ação,

mobilização, articulação, com o objetivo de garantir a qualidade da educação e do

processo educacional em todos os níveis do ensino e da escola. A Gestão

Democrática supõe ao mesmo tempo, transparência e impessoalidade, autonomia e

participação, liderança e trabalho coletivo, representatividade e competência.

5.6 Papel específico de cada segmento da comunidade escolarComunidade Escolar é o conjunto constituído pelos profissionais da

educação, alunos, pais ou responsáveis e agentes educacionais que protagonizam a

ação educativa da escola.

5.6.1 O Papel da DireçãoÀ Direção cabe a gestão dos serviços escolares, no sentido de garantir o

alcance dos objetivos educacionais do estabelecimento de ensino, definidos no

Projeto Político Pedagógico. A Equipe de Direção é composta por Diretor e Diretor

Auxiliar, designados por ato próprio.

A Direção é exercida pelo Diretor escolhido dentre os ocupantes de cargos do

Magistério, na forma da lei vigente.

Compete ao Diretor:

I – submeter o Plano Anual de trabalho à aprovação do Conselho Escolar;

II – convocar e presidir as reuniões do Conselho Escolar, tendo direito a voto,

somente nos casos de empate nas decisões ocorridas em assembléia;

III – elaborar os planos de aplicação financeira, a respectiva prestação de

contas e submeter à apreciação e aprovação do Conselho Escolar;

IV – elaborar e submeter à aprovação do Conselho Escolar, as diretrizes

específicas da administração do estabelecimento, em consonância com as normas e

orientações gerais emanadas da Secretaria de Estado da Educação;

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V – elaborar e encaminhar à Secretaria de Estado da Educação as propostas

de modificações, aprovadas pelo Conselho Escolar;

VI – submeter o calendário escolar à aprovação do Conselho Escolar;

VII – instituir grupos de trabalho ou comissões encarregados de estudar e

propor alternativas de solução, para atender aos problemas de natureza pedagógica,

administrativa e situações emergenciais;

VIII – propor à Secretaria de Estado da Educação, após aprovação do

Conselho Escolar, a implantação de experiências pedagógicas ou de inovações de

gestão administrativa;

XIX – coordenar a implementação das diretrizes pedagógicas emanadas da

Secretaria de Estado da Educação;

X – aplicar normas, procedimentos e medidas administrativas baixadas pela

Secretaria de Estado da Educação;

XI – analisar o Regulamento da Biblioteca Escolar, e encaminhar ao Conselho

Escolar para aprovação;

XII – manter o fluxo de informações entre o estabelecimento e os órgãos da

administração estadual de ensino;

XIII – supervisionar a exploração da Cantina Comercial, onde estas tiverem

autorização de funcionamento, respeitada a lei vigente;

XIV – cumprir e fazer cumprir a legislação em vigor, comunicando ao

Conselho Escolar e aos órgãos da administração: reuniões, encontros, grupos de

estudo e outros eventos;

XV - acompanhar e validar a Avaliação da Apropriação de Conteúdos por

Disciplina;

XVI – exercer as demais atribuições decorrentes deste Regimento e no que

concerne às especificidades de sua função;

XVII – indicar o nome de um dos professores para exercer o cargo de Diretor

Auxiliar.

XVIII - executar a Avaliação Institucional conforme orientação da

mantenedora.

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5.6.2 O Papel do Professor PedagogoO Professor Pedagogo deve buscar a efetivação do currículo escolar, num

processo dinâmico, contínuo, sistemático e integrado aos demais profissionais

envolvidos. É necessário o desenvolvimento de um trabalho coletivo, envolvendo

toda a equipe pedagógica (direção e pedagogo), para planejar, implementar e

avaliar, a partir das necessidades pedagógicas apresentadas.

Deverá proporcionar aos educandos reflexão sobre a realidade social na qual

estão inseridos, de tal forma que compreendam as possibilidades existentes,

favorecendo-lhes assim, o pleno desenvolvimento, superando seus limites.

Compete ao Professor Pedagogo:

I - buscar aprimoramento profissional constante, seja nas oportunidades

oferecidas pela mantenedora, pelo Estabelecimento ou por iniciativa própria;

II – fornecer à Direção critérios para a definição do Calendário Escolar,

organização das classes, do horário semanal e distribuição de aulas;

III - discutir ações juntamente com direção e professores que motivem os

educandos durante o seu processo escolar, planejando a partir de indicadores

educacionais (evasão, repetência, transferências expedidas, recebidas e outros);

IV - auxiliar na elaboração do plano de trabalho docente, a partir de

diagnóstico estabelecido;

V - acompanhar e avaliar a implementação das ações estabelecidas nos

planos de trabalho docente;

VI – assessorar e avaliar a implementação dos programas de ensino e dos

projetos pedagógicos desenvolvidos no estabelecimento de ensino;

VII – ordenar o Regulamento da Biblioteca Escolar, juntamente com o seu

responsável;

VIII – orientar o funcionamento da Biblioteca Escolar, para garantia do seu

espaço pedagógico;

IX – participar do processo de ensino, atuando junto aos alunos e pais, no

sentido de analisar os resultados de aprendizagem com vistas a sua melhoria;

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X – fornecer ao Diretor e ao Conselho Escolar dados e informações relativas

aos serviços de ensino prestados pelo estabelecimento e o rendimento do trabalho

escolar;

XI – promover e coordenar reuniões sistemáticas de estudo e trabalho para o

aperfeiçoamento constante de todo o pessoal envolvido no processo ensino

aprendizagem;

XII – elaborar com o Corpo Docente os planos de recuperação a serem

proporcionados aos alunos que obtiverem resultados de aprendizagem abaixo dos

desejados, bem como orientar o registro em ficha específica;

XIII – analisar e emitir parecer sobre adaptação de estudos, em casos de

recebimento de transferências, de acordo com a legislação vigente;

XIV – propor à Direção a implementação de projetos de enriquecimento

curricular e coordená-los, se aprovados;

XV – coordenar o processo de seleção dos livros didáticos, quando adotados

pelo estabelecimento, obedecendo às diretrizes e aos critérios estabelecidos pela

Secretaria de Estado da Educação;

XVI – instituir uma sistemática permanente de avaliação do Plano Anual do

estabelecimento de ensino a partir do rendimento escolar, do acompanhamento de

egressos, de consultas e levantamentos junto à comunidade;

XVII – participar, sempre que convocado, de cursos, seminários, reuniões,

encontros, grupos de estudo e outros eventos;

XVIII – distribuir os livros didáticos conforme número de alunos, orientando-os

a respeito da conservação dos mesmos, bem como manter os termos de

compromisso relativos aos livros, assinados pelos responsáveis e em ordem;

XIX – exercer as demais atribuições decorrentes deste Regimento e no que

concerne à especificidade de cada função;

XX - supervisionar as atividades administrativas referentes à matrícula,

transferência, classificação e reclassificação, aproveitamento de estudos e

conclusão de cursos;

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XXI - analisar e discutir os critérios de avaliação e suas consequências no

desempenho dos alunos;

XXII - inserir a participação do Estabelecimento de Ensino nas atividades

comunitárias;

XXIII - pesquisar e investigar a realidade concreta do educando

historicamente situado, oferecendo suporte ao trabalho permanente do currículo

escolar;

XXIV – subsidiar a elaboração e a execução da Proposta Pedagógica da

escola;

XXV - diagnosticar o encaminhamento e o desenvolvimento do processo

ensino aprendizagem, atuando junto aos professores e educandos, no sentido de

analisar os resultados e propor ações que viabilizem sanar as dificuldades

possivelmente encontradas.

XXVI - organizar, acompanhar e validar a Avaliação de Apropriação de

Conteúdos por Disciplina;

XXVII - executar a Avaliação Institucional conforme orientação da

mantenedora.

5.6.3 O Papel do Corpo DocenteCompete ao Corpo Docente:

I - o Corpo Docente será composto por profissionais qualificados, admitidos

para atuarem na rede pública estadual de ensino, segundo critérios estabelecidos

pela entidade mantenedora, responsável por disciplinas constantes na matriz

curricular;

II - o docente suprido neste Estabelecimento de Ensino deverá atuar na sede

e nas ações descentralizadas e em todas as formas de organização do curso

(presencial coletiva e individual);

III – zelar pela aprendizagem do aluno (art 13 – LDB);

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IV – elaborar com a Equipe Pedagógica, o Currículo Pleno do

estabelecimento de ensino, em consonância com as diretrizes pedagógicas da

Secretaria de Estado da Educação;

V – escolher juntamente com a Equipe Pedagógica, livros e materiais

didáticos comprometidos com a política educacional da Secretaria de Estado da

Educação;

VI – desenvolver as atividades de sala de aula, tendo em vista a apreensão

do conhecimento pelo aluno;

VII - proceder ao processo de avaliação, tendo em vista a apropriação ativa e

crítica do conhecimento filosófico-científico pelo aluno, avaliando o próprio trabalho

da escola com vistas ao melhor aproveitamento durante o processo de ensino-

aprendizagem;

VIII – participar de reuniões de estudos, encontros, cursos, seminários e

outros eventos, tendo em vista o seu constante aperfeiçoamento profissional, bem

como das atividades das sessões cívicas da escola, com pelo menos uma atividade

preparada;

IX – assegurar que, no âmbito escolar, não ocorra tratamento discriminatório

de cor, raça, sexo, religião e classe social;

X – estabelecer processos de ensino-aprendizagem resguardando sempre o

respeito humano ao aluno;

XI – manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho, com seus

colegas, com alunos, pais e com os diversos segmentos da comunidade;

XII – atuar nos casos de necessidade de adaptações, propondo as atividades

curriculares e avaliações correspondentes a sua disciplina;

XIII – atender ao 1º sinal dado, para cooperar na organização da fila, sendo o

professor o primeiro a entrar na sala (para receber os alunos) e o último a sair (para

evitar indisciplina), participando sempre da execução dos Hinos Pátrios.

XIV – ser pontual, pois o atraso acarreta quebra no andamento normal das

aulas. O atraso será anotado em livro ponto;

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XV – preencher os Registros de Classe, anotando o que for de práxis, sem

rasuras, procurando sempre orientações quando tiver dúvidas no preenchimento,

deixando-os sempre na escola, à disposição da administração, para eventuais

consultas, respeitando rigorosamente as datas estabelecidas;

XVI – solicitar o auxílio da equipe pedagógica quando for necessária a

ausência do docente em sala de aula, este só deve se retirar com justificativa e em

situações emergenciais ;

XVII – corrigir provas, lançar notas, o uso de telefone celular ou envolver-se

em atividades afins e alheias ao conteúdo a ser trabalhado em sala, é

expressamente proibido em horário de aula;

XVIII – evitar que os alunos fiquem circulando no pátio ou próximo às janelas

das salas de aula, durante atividades extra classe ou esportivas;

XIX – colaborar com a ordem, a limpeza e o domínio de sua classe para não

atrapalhar o andamento das demais atividades escolares;

XX – resolver os problemas dos alunos em sala de aula encaminhando-os à

Orientação Educacional e Direção como último recurso, em casos extremos;

XXII – procurar os serviços de mecanografia da escola, tais como: digitação

de textos, avaliações, passagem no mimeógrafo, impressão ou fotocópias, com

antecedência de dois dias;

XXIII – estar presente nas reuniões, promovidas na Escola e convocadas pela

Direção;

XXIV – respeitar os alunos, não usando de violência e meios injuriosos;

XXV – dispensar alunos antes do horário determinado e sem aviso prévio à

Administração, sob hipótese nenhuma;

XXVI – autorizar o aluno a sair da sala entre os intervalos das aulas apenas

em casos extremos e justificados;

XXVII – cumprir e fazer cumprir os horários e calendários escolares, assim

como o horário de sua aula, não invadindo o tempo destinado a outro professor;

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XXVIII – comunicar com antecedência, sempre que possível, os atrasos e

faltas eventuais, apresentando projeto de reposição até o último dia do mês

subsequente à falta, explicando posteriormente aos alunos o motivo da falta;

XXIX – promover estratégias de recuperação para os alunos com menor

rendimento;

XXX – responsabilizar-se pelos casos de danos ou perdas de materiais

didáticos que estiverem sob sua responsabilidade e mantê-los sempre em ordem

para que possam ser utilizados novamente;

XXXII – conhecer e seguir o Regimento Escolar bem como o Regulamento

Interno do Aluno e do Professor;

XXXII – trabalhar em todos os contextos para que haja uma diminuição nos

índices de evasão e repetência, lembrando-se que as aulas dinâmicas são,

normalmente, aprovadas pelos alunos;

XXXIII – coordenar o processo da seleção dos livros didáticos, se adotados

pelo estabelecimento, obedecendo às diretrizes e aos critérios estabelecidos pela

secretaria de Estado da Educação;

XXXIV – inteirar e fazer cumprir as disposições do regimento escolar, no seu

âmbito de ação.

5.6.4 O Papel do Corpo DiscenteDireitos e Deveres:

Além daqueles que lhes são outorgados por toda legislação aplicável,

constituem direitos dos alunos:

I – conhecer as disposições do Regimento Escolar do Estabelecimento de

Ensino.

II – buscar orientação dos diversos setores do estabelecimento de ensino,

especialmente da Equipe Pedagógica;

III – participar de agremiações estudantis, atividades sociais, cívicas e

recreativas promovidas pelo estabelecimento;

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IV – utilizar os serviços e dependências escolares de acordo com as normas

vigentes, mediante autorização da Direção, justificando essa utilização.

V – tomar conhecimento, através de boletins ou de outras formas de

comunicação, do seu rendimento escolar e de sua freqüência, bem como do sistema

de avaliação da escola;

VI – recorrer revisão de notas, dentro do prazo de 72 (setenta e duas) horas a

partir da divulgação das mesmas;

VII – requerer transferência ou cancelamento da matrícula por si, quando

maior de idade, ou através do pai ou responsável, quando menor;

VIII – manter e promover relações cooperativas com professores e colegas no

estabelecimento;

VIX – ter conhecimento e acesso ao cumprimento do conteúdo programático

(planejamento anual), e a estratégias diferenciadas de recuperação, quando

apresentar menor rendimento;

X – escolher, em consenso, atividades e conteúdos extracurriculares;

XI – solicitar 2ª chamada das avaliações mediante requerimento com

justificativa, a qual será deferida ou não, pelo professor ou Equipe Pedagógica, no

prazo de 3 (três) dias letivos da realização das mesmas, por motivo de doença, com

atestado médico, ou em caso de morte na família, ou ainda declaração da empresa,

se for por motivo de trabalho;

XII – representar ou se fazer representar junto à associação de Pais, Mestres

e Funcionários (APMF) e Conselho Escolar, junto à sua turma, através do

representante de classe;

XIII – Retirar seu boletim junto à Equipe Pedagógica, desde que tenha todas

as notas acima da média e nenhuma observação feita pelos professores no

Conselho de Classe sobre comportamento e desempenho escolar.

Constituirão os deveres do aluno, além daqueles previstos na legislação e normas de ensino aplicáveis:

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I – atender as determinações dos diversos setores do estabelecimento de

ensino, nos respectivos âmbitos de competência;

II – comparecer pontualmente às aulas e demais atividades escolares com

tolerância de 10 minutos na 1ª aula com justificativa (transporte, trabalho),

devidamente uniformizado (camiseta, calça, saia ou shorts da Escola) usando

roupas adequadas e discretas no recinto escolar;

III – participar de todas as atividades programadas e desenvolvidas pelo

estabelecimento de ensino;

IV – cooperar na manutenção da higiene e na conservação das instalações

escolares;

V – manter durante as aulas, conduta compatível com a disciplina e a ordem

do ensino;

VI – realizar as tarefas que lhe forem atribuídas pelos professores, nos prazos

determinados, bem como, participar de todas as atividades programadas durante as

aulas fora delas, como atividades extra- classe, por exemplo;

VII – tratar com civilidade os colegas, professores e demais agentes

educacionais do Estabelecimento;

VIII – cumprir o horário de aulas, só podendo se retirar do Estabelecimento

com autorização da Direção ou Orientação Pedagógica, em casos de extrema

necessidade, antecipadamente, com autorização por escrita do responsável, quando

menor.

IX – conservar em bom estado de limpeza o prédio, imobiliário escolar e todo

material de uso coletivo;

X – indenizar o prejuízo quando causar danos materiais à escola, aos

colegas, professores e agentes educacionais;

XI – respeitar como autoridade a Direção, Orientação Pedagógica,

Professores e demais Agentes Educacionais da Escola;

XII – informar a escola, caso de falta devido a doença grave que se prolongue

por mais de uma semana;

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XIII – tomar conhecimento dos conteúdos e tarefas ministradas nas aulas em

que faltar;

XIV – trazer material adequado para cada aula, sempre em bom estado de

conservação;

XV – permanecer no pátio da escola e em local permitido para o trânsito de

alunos, durante as aulas vagas e no intervalo.

5.7 Relação entre aspectos pedagógicos e administrativosÉ importante assegurar que a relação entre aspectos pedagógicos e

administrativos seja de oferecer uma educação de qualidade para todos, criando

modalidades de participação colegiada a fim de construir sua identidade através de

práticas cooperativas, solidárias e inter escolares.

Para ambos os aspectos, o aluno deve ser o centro do processo educativo.

5.8 Papel das instâncias colegiadasO Conselho Escolar, o Conselho de Classe, a Associação de Pais, Mestres e

Agentes Educaionais, o Grêmio Estudantil são formas colegiadas de participação.

As mesmas devem ser organizadas pelo coletivo da escola com a

representatividade necessária à tomada de decisões democráticas, com objetivo de

assegurar a qualidade do ensino e da educação e a formação da cidadania,

“passaporte” indispensável à participação na ampla sociedade e que todos os alunos

buscam adquirir na escola.

5.8.1 Conselho EscolarO Conselho Escolar é um órgão colegiado, representativo da Comunidade

Escolar, de natureza deliberativa, consultiva, avaliativa e fiscalizadora da

organização e da realização do trabalho pedagógico e administrativo da instituição

escolar. Deve atuar em conformidade com as políticas e diretrizes educacionais da

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SEED, observando a Constituição, a LDB, o ECA, o Projeto Político-Pedagógico e o

Regimento da Escola Estadual Tancredo de Almeida Neves - E. F. para o

cumprimento da função social e específica da escola. Eis a explanação de cada

tópico da natureza do Conselho escolar:

a função deliberativa, refere-se à tomada de decisões relativas às

diretrizes e linhas gerais das ações pedagógicas, administrativas e financeiras,

quanto ao direcionamento das políticas públicas desenvolvidas no âmbito escolar.

a função consultiva refere-se à emissão de pareceres para dirimir

dúvidas e tomar decisões quanto às questões pedagógicas, administrativas e

financeiras, no âmbito de sua competência.

a função avaliativa refere-se ao acompanhamento sistemático das

ações educativas desenvolvidas pela unidade escolar, objetivando a identificação

de problemas e alternativas para melhoria de seu desempenho, garantindo o

cumprimento das normas da escola e a qualidade social da instituição escolar.

a função fiscalizadora refere-se ao acompanhamento e fiscalização

da gestão pedagógica, administrativa e financeira da unidade escolar, garantindo a

legitimidade de suas ações.

São atribuições do Conselho Escolar:

aprovar e acompanhar a efetivação do projeto político-pedagógico da

escola;

analisar e aprovar o Plano Anual da Escola, com base no projeto

político-pedagógico da mesma;

criar e garantir mecanismos de participação efetiva e democrática na

elaboração do projeto político-pedagógico e regimento escolar, incluindo suas

formas de funcionamento aprovados pela comunidade escolar;

acompanhar e avaliar o desempenho da escola face às diretrizes,

prioridades e metas estabelecidas no seu Plano Anual, redirecionando as ações

quando necessário;

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definir critérios para utilização do prédio escolar, observando os

dispositivos legais emanados da mantenedora e resguardando o disposto no Artigo

10 da Constituição do Estado do Paraná, sem prejuízo ao processo pedagógico da

escola.

avaliar projetos elaborados e/ou em execução por quaisquer dos

segmentos que compõem a comunidade escolar, no sentido de verificar a

importância dos mesmos no processo educativo;

propor alternativas de solução a questões de natureza pedagógica,

administrativa e financeira, detectadas pelo próprio Conselho Escolar, bem como as

encaminhadas por escrito pelos diferentes participantes da comunidade escolar, no

âmbito de sua competência;

articular ações com segmentos da sociedade que possam contribuir

para a melhoria da qualidade do processo ensino-aprendizagem;

elaborar e/ou reformular o Estatuto do Conselho Escolar sempre que

se fizer necessário, de acordo com as normas da Secretaria de Estado da Educação

e legislação vigente;

planejar o uso dos recursos destinados à escola mediante Planos de

Aplicação, bem como prestação de contas desses recursos, em ação conjunta com

a Associação de Pais, Mestres e Agentes Educacionais – APMF;

discutir, analisar, rejeitar ou aprovar propostas de alterações no

Regimento Escolar encaminhadas pela comunidade escolar;

apoiar a criação e o fortalecimento de entidades representativas dos

segmentos escolares;

promover, sempre que possível, círculo de estudos, objetivando a

formação continuada dos Conselheiros a partir de necessidades detectadas,

proporcionando um melhor desenvolvimento do seu trabalho;

cumprir o Calendário Escolar observada à legislação vigente e

diretrizes emanadas da Secretaria de Estado da Educação;

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efetivar a proposta curricular da escola, objetivando o aprimoramento

do processo pedagógico, respeitadas as diretrizes emanadas da Secretaria de

Estado da Educação;

estabelecer critérios para aquisição de material escolar e/ou de outras

espécies necessárias à efetivação da proposta pedagógica da escola;

zelar pelo cumprimento à Defesa dos Direitos da Criança e do

Adolescente, com base na Lei 8.069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente;

encaminhar, quando for o caso, à autoridade competente, solicitação

de verificação, com fim de apurar irregularidades de diretor e demais profissionais da

escola, em decisão tomada pela maioria absoluta de seus membros, em Assembléia

Extraordinária convocada para tal fim, e com razões fundamentadas, documentadas

e devidamente registradas.

assessorar, apoiar e colaborar com o Diretor em matéria de sua

competência e em todas as suas atribuições, com destaque especial para:

a) o cumprimento das disposições legais;

b) a preservação do prédio e dos equipamento escolares;

c) a aplicação de medidas disciplinares previstas no Regimento Escolar

quando encaminhadas pela Direção, Equipe Pedagógica e/ou referendadas pelo

Conselho de Classe;

d) comunicar ao órgão competente as medidas de emergência, adotadas pelo

Conselho Escolar, em casos de irregularidades graves na escola.

e) organizar, anualmente, um cronograma de reuniões ordinárias.

5.8.2 Conselho de ClasseO Conselho de Classe é um órgão colegiado de natureza consultiva e

deliberativa em assuntos didático-pedagógicos com atuação restrita a cada classe

do estabelecimento de ensino. Tem por objetivo avaliar o processo de ensino-

aprendizagem na relação professor-aluno e os procedimentos adequados a cada

caso, lembrando que o objetivo principal do Conselho de Classe é a discussão sobre

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as práticas pedagógicas a fim de promover a aprendizagem e o constante

aperfeiçoamento da qualidade da educação.

Devido ao fato de ser um órgão deliberativo, é imprescindível que toda

decisão a ser tomada por meio dele, seja conjunta e antes discutida, refletida,

ponderada, considerada sob diferentes aspectos do problema e examinada as

possibilidades para só assim, se encaminhar uma providência ou determinação.

Haverá tantos Conselhos de Classes quantas forem às turmas do

estabelecimento de ensino.

O Conselho de Classe tem por finalidade:a) estudar e interpretar os dados da aprendizagem na sua relação com o

trabalho do professor, da direção do processo ensino-aprendizagem, proposto pelo

plano curricular;

b) acompanhar e propor alternativas para melhorar a aprendizagem dos

alunos;

c) realizar análise diagnóstica das turmas,

levando em conta os vários fatores que influenciam positiva e negativamente a

aprendizagem dos alunos;

d) analisar os resultados da aprendizagem na relação com o desempenho da

turma, com a organização dos conteúdos e o encaminhamento metodológico;

e) utilizar procedimentos que assegurem a efetivação dos parâmetros

indicados pelos conteúdos necessários de cada nível de ensino, evitando a

comparação dos alunos entre si.

f) oportunizar a autoavaliação do professor, que consiste na tomada de

consciência da sua própria ação, de suas limitações e acertos;

g) oportunizar também a autoavaliação da equipe pedagógica,

analisando sua atuação e as reais condições de trabalho que a escola oferece;

h) definir e registrar as linhas de ação estabelecidas coletivamente,

cabendo à equipe pedagógica da escola o papel de articular as propostas e sua

efetivação.

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O Conselho de Classe é constituído pelo Diretor, Secretário Geral, Professor

Pedagogo e todos os Professores que atuam numa mesma turma, e quando

possível poderá haver participação de um pai e um aluno representante da turma,

bem como a participação de representantes de pais de alunos da turma.

O Conselho de Classe se estrutura a partir de três dimensões:

O Pré-Conselho de Classe, o qual objetiva a coleta de dados a serem

submetidos à análise do colegiado. É mediado pela equipe pedagógica, junto com

os alunos e professores, ainda que em diferentes momentos.

O Conselho de Classe, que consiste na discussão dos diagnósticos e

proposições levantados no pré-conselho e a tomada de decisões referente aos

mesmos.

O Pós-Conselho de Classe, o qual refere-se aos encaminhamentos e

ações previstas no Conselho de Classe propriamente dito.

A presidência do Conselho de Classe está a cargo da Direção que, em sua

falta ou impedimento, será substituído pelo Professor Pedagogo.

O Conselho de Classe reunir-se-á ordinariamente em cada bimestre, em

datas previstas no Calendário Escolar e, extraordinariamente, sempre que um fato

relevante assim o exigir.

A convocação para as reuniões será feita com 48 horas de antecedência,

sendo obrigatório o comparecimento de todos os membros convocados, ficando os

faltosos passíveis de descontos nos vencimentos.

Deve-se ressaltar também que as discussões realizadas nos Conselhos de

Classe devem se sustentar sobre parâmetros qualitativos, tais como: avanços

obtidos na aprendizagem; trabalho realizado para que o aluno melhore a

aprendizagem; desempenho do aluno em todas as disciplinas; situações de

inclusão; questões estruturais que prejudicam os alunos.

São atribuições do Conselho de Classe:

emitir parecer sobre assuntos referentes ao processo ensino-

aprendizagem, respondendo a consultas feitas pelo Diretor e pela Equipe

Pedagógica;

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analisar as informações sobre os conteúdos curriculares,

encaminhamento metodológico e processo de avaliação que afetem o rendimento

escolar;

propor medidas que viabilizem um melhor aproveitamento escolar,

tendo em vista o respeito à cultura do educando, integração, relacionamento com os

alunos na classe;

definir atribuições e ações a serem implementadas para melhoria do

processo de ensino e aprendizagem, bem como prazos e espaços para implementar

estas propostas acordadas;

estabelecer planos viáveis de recuperação a alunos em consonância

com o plano curricular do estabelecimento de ensino;

colaborar com a Equipe Pedagógica na elaboração e execução dos

planos de adaptação de alunos transferidos, quando se fizer necessário;

decidir sobre a aprovação ou reprovação do aluno, que, após a

apuração dos resultados finais não atinja o mínimo solicitado pelo estabelecimento,

levando-se em consideração o desenvolvimento do aluno, até então.

Das reuniões do Conselho de Classe Final será lavrada a ata por secretário

do estabelecimento, em livro próprio para registro, divulgação ou comunicação aos

interessados.

5.8.3 Associação de Pais, Mestres e Funcionários - (A.P.M.F)A APMF deste Estabelecimento de Ensino é pessoa jurídica, de direito

privado, órgão de representação do corpo docente e discente da escola, de utilidade

pública, não tendo caráter partidário, religioso, de raça, e nem fins lucrativos, não

sendo remunerados seus dirigentes e conselheiros, tratando-se de trabalho

voluntário.

A APMF tem como função planejar, acompanhar, aplicar e gerenciar os

recursos financeiros, proporcionando condições aos educandos de participar de todo

o processo escolar e na elaboração do projeto político pedagógico da escola.

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5.9 Recursos que a escola dispõe para realizar seu projetoOs recursos que a escola dispõe para realizar seu projeto, ainda não são

suficientes. Quanto aos recursos humanos o número de pessoas para realizar o

serviço administrativo é restrito, falta um profissional capacitado para atendimento

na biblioteca. Também não temos quadra coberta, refeitório, espaço adequado para

guardar material pedagógico junto à coordenação; a sala dos professores é muito

pequena, o que impossibilita o agrupamento dos mesmos durante o intervalo,

lanche, reuniões e grupo de estudos.

5.10 Critérios para elaboração do calendário escolar, horário letivo e não letivo

Para elaboração do calendário escolar, horário letivo e não letivo, a escola

elabora-o, em conjunto com os demais estabelecimentos de ensino do município da

rede estadual e em consonância com as orientações advindas do Núcleo Regional

da Educação e Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Este estabelecimento

tem como princípio norteador respeitar a LDBN/9.394/96, no que se refere ao

cumprimento dos duzentos dias letivos de aulas.

5.11 Critérios para organização e utilização dos espaços educativosAmbientes físicos escolares de qualidade são espaços educativos

organizados, limpos, arejados, agradáveis, cuidados, com flores e árvores, móveis,

equipamentos e materiais didáticos adequados à realidade da escola, com recursos

que permitam a prestação de serviços qualificados aos alunos, aos pais e à

comunidade, além de boas condições de trabalho aos professores, diretores e

agentes educacionais em geral.

5.12 Critérios para organização de turmas e distribuição por professor em razão de especificidades e hora atividade

Num primeiro momento, a Direção organiza as turmas de acordo com a

procura pela matrícula e disponibilidade de espaço físico, após levantamento do

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número de alunos a serem atendidos e turmas organizadas elabora um mapa, a fim

de reunir os professores do quadro próprio do magistério para distribuição de aulas,

conforme direito e preferência de cada docente com relação a turmas e horários.

No segundo momento, quando há sobras de aulas na escola a direção é

convocada para proceder à distribuição de aulas no Núcleo Regional da Educação,

conforme normatização da SEED.

A Direção tem adotado a seguinte postura em relação à organização de

horários: Ensino Fundamental Regular no período matutino.

Em relação à hora atividade, como a escola só possui um professor de cada

disciplina, a hora atividade é organizada individualmente.

5.13 Organização de Cursos, Estrutura e FuncionamentoA Escola Estadual Tancredo de Almeida Neves – Ensino Fundamental

mantém o curso de Ensino Fundamental, 5ª a 8ª séries, ofertado no período

matutino.

5.14 Práticas avaliativasA prática avaliativa deve ser entendida como um dos aspectos do ensino pelo

qual o professor estuda e interpreta os dados da aprendizagem dos alunos e seu

próprio trabalho, vista aqui sob a perspectiva de Luckesi, 1995: “ Entendemos a

avaliação como um juízo de qualidade sobre dados relevantes, tendo em vista uma

tomada de decisão.” Tendo como finalidade acompanhar e aperfeiçoar o processo

de ensino-aprendizagem dos alunos, bem como realizar um prognóstico a partir dos

dados coletados na prática avaliativa, para uma efetiva tomada de decisão frente às

necessidades detectadas, podendo assim, repensar sua prática pedagógica, os

métodos, critérios e instrumentos de avaliação, a fim de dar condições para que seja

possível ao professor tomar decisões quanto ao aperfeiçoamento das situações de

aprendizagem.

A relevância da avaliação deve estar centrada em aspectos substanciais do

processo educativo, ou seja, na apropriação, construção, reconstrução de

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conhecimentos significativos e na capacidade de relacioná-los ao contexto da prática

social.

É imprescindível também que se defina, com clareza, no ato do planejamento

de ensino, o padrão de qualidade que se espera da conduta do aluno em cada

situação de aprendizagem que o mesmo for submetido, para que não ocorra uma

incoerência de julgamento.

A avaliação do aproveitamento escolar deverá ser feita pela observação

constante do aluno em diferentes experiências de aprendizagem, tais como:

debates, apresentações, testes orais e escritos, tarefas específicas, trabalhos

práticos, pesquisas, participação em trabalhos coletivos e/ou individuais,

dramatizações, trabalhos artísticos, projetos e outras formas que se mostrarem

aconselháveis e de aplicação possível, cumprindo a sua finalidade educativa.

Os critérios de avaliação têm um papel importante, visto que estão voltados

para a intencionalidade dos conteúdos, pois explicitam expectativas de

aprendizagem, considerando objetivos e conteúdos propostos. Apontam as

experiências educativas a que os alunos devem ter acesso e são consideradas

essenciais para o seu desenvolvimento e socialização.

É importante assinalar que os critérios de avaliação representam as

aprendizagens imprescindíveis ao final das séries ou etapas, possíveis à maioria dos

alunos submetidos às condições de aprendizagem propostas. Não podem, no

entanto, ser tomados como objetivos, pois isso significaria um injustificável

rebaixamento da oferta de ensino e, consequentemente, o impedimento a priori da

possibilidade de realização de aprendizagens consideradas essenciais.

Tão importante quanto o que e como avaliar são as decisões pedagógicas

decorrentes dos resultados da avaliação, que não devem se restringir à

reorganização da prática educativa encaminhada pelo professor no dia-a-dia; devem

se referir também, a uma série de medidas didáticas complementares que

assegurem ao aluno o aprendizado dos caracteres mínimos de cada conteúdo.

A aprovação ou a reprovação é uma decisão pedagógica que visa garantir as

melhores condições de aprendizagem para os alunos. Para tal, requer-se uma

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análise dos professores a respeito das diferentes capacidades do aluno, que

permitirão o aproveitamento do ensino na próxima série ou etapa. Se a avaliação

está a serviço do processo de ensino e aprendizagem, a decisão de aprovar ou

reprovar não deve ser a expressão de um "castigo" nem ser unicamente pautada no

quanto se aprendeu ou se deixou de aprender dos conteúdos propostos, mas sim

deve expressar a qualidade da aprendizagem do aluno e não “uma média de

elementos sobre os quais não se pode fazer média.” (Luckesi, 1995)

A avaliação é também um meio que possibilita levantar informações que

permitam ao estabelecimento de ensino promover a reformulação do currículo, com

adequação dos conteúdos e métodos de ensino, o qual deve explicitar o que a

escola e o professor esperam que os alunos compreendam, analisem e se

relacionem com o mundo, com o outro e com o objeto de conhecimento, além de

criar novas alternativas ao planejamento do sistema de ensino como um todo.

5.14.1 Avaliação do Corpo Docente e Não DocenteA Avaliação do Corpo Docente e Não Docente é realizada conforme normas

estabelecidas pela Secretaria de Estado da Educação. É estabelecida nota de 5,0 a

10,0, pelo desempenho do servidor em diversos itens, como: produtividade,

considerando a qualidade e o rendimento do trabalho, a participação nas atividades

internas (Reuniões, Debates, Estudos) e/ou externas (Especialmente com a

Comunidade). Pontualidade no cumprimento do horário de trabalho e assiduidade na

sua frequência ao trabalho.

A avaliação é efetuada pelo colegiado da escola, atribuindo créditos como

segue a tabela abaixo:

CRÉDITOS DESEMPENHO PROFISSIONAL

00 Insuficiente – Não atende ao exigido para a função

03 Regular – Atende ao mínimo exigido com restrições

06 Satisfatório – Atende ao exigido com restrições

08 Bom – Atende ao exigido para a função

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10 Excelente – Atende plenamente ao exigido para a função

CRÉDITOS ASSIDUIDADE00 07 ou mais faltas no semestre

03 Até 06 faltas no semestre

06 Até 04 faltas no semestre

08 Até 02 faltas no semestre

10 Nenhuma falta no semestre

5.14.2 Avaliação das Atividades Curriculares e Extra-CurricularesAs atividades curriculares e extra curriculares elaboradas e realizadas pela

Equipe Pedagógica e Corpo Docente são avaliadas com vistas ao cumprimento dos

objetivos propostos, analisado se atendeu às expectativas dos educandos e de todo

o pessoal envolvido, para que se possa fazer as alterações necessárias e se,

preciso for, desenvolver a atividade novamente.

5.15 PromoçãoÉ considerado aprovado o aluno que apresenta frequência igual ou superior a

75% sobre o total da carga horária do período letivo, e média anual igual ou superior

a 6,0. O aluno que não possuir esses critérios mesmo após a Recuperação de

Estudos, será analisado pelo Conselho de Classe que decidirá pela sua aprovação

ou não.

5.16 Evasão, Repetência e Baixo Rendimento EscolarDe acordo com estudos realizados, a repetência e a evasão constituem um

dos problemas mais graves do quadro educacional nacional, os alunos levam cerca

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de 11 a 12 anos para concluir as oito séries de escolaridade obrigatória e em alguns

casos passam em média cinco anos na escola antes de se evadirem.

No entanto, a grande maioria da população estudantil acaba por desistir da

escola, desestimulada em razão das altas taxas de repetências e pressionada por

fatores sócio-econômicos que obrigam boa parte dos alunos ao trabalho precoce.

Para evitar e diminuir a evasão, repetência e o baixo rendimento escolar

aplicaremos as seguintes medidas:

conscientização dos pais da necessidade da educação dos filhos;

conscientização dos alunos da necessidade dos estudos para a

formação da cidadania;

grupos de estudos para alunos que apresentarem defasagem na

aprendizagem;

realizar aulas diversificadas e atrativas;

desenvolver atividades artísticas e culturais (canto, danças,

dramatizações, murais, trabalhos artesanais, excursões, etc.);

valorizar os espaços existentes na escola, tornando-a um lugar de

aprendizagem com alegria, que instrui o educando a ser um cidadão crítico,

construtivo, participativo, preparando-o para uma vida social dentro da realidade

nacional;

merenda escolar de qualidade;

visitar residências, quando possível, a fim de detectar as causas do

abandono com o intuito de resgatar o educando.

5.17 Intenção de acompanhamento aos alunos que apresentam necessidades educacionais e os casos de inclusão educacional

O oferecimento de uma educação com qualidade tem como objetivo diminuir

e combater a evasão e repetência, através de professores capacitados, valorizados

e estimulados cumprindo a sua função de educar, dando especial atenção àqueles

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alunos que apresentam maiores dificuldades no aprendizado, oportunizando a

aquisição do conhecimento com metodologias variadas e atrativas.

Conselhos escolares realmente participativos, representativos e atuantes,

com instalações adequadas, asseio, organização e segurança, enfim que haja um

ambiente propício ao estudo e à aprendizagem, no qual o aluno se sinta estimulado

a permanecer e aprender.

A escola toma iniciativas para garantir a permanência do aluno no sistema

educacional, conscientizando-o da importância da educação em sua vida e para seu

futuro, mantendo contato freqüente e direto com os pais ou responsáveis,,

enfatizando a sua responsabilidade na educação e formação dos filhos. Quando não

somos atendidos, solicitamos o apoio do Conselho Tutelar a fim de que o aluno

retorne para a escola. Fazemos este trabalho num pequeno espaço de tempo para

que o aluno não tenha muito prejuízo no processo de ensino-aprendizagem. Esse

trabalho é feito da seguinte maneira:

O professor atenta para a frequência dos alunos e comunica a equipe

pedagógica, assim que constata a ausência do aluno por cinco dias consecutivos ou

sete alternados no período de um mês.

O pedagogo preenche imediatamente as vias do FICA e comunica o

fato à direção da escola.

A direção juntamente com a equipe pedagógica e com o conselho

escolar realiza no prazo de cinco dias contato com o aluno e sua família, buscando

viabilizar o retorno daquele à escola.

Caso não haja esse retorno do aluno é encaminhado ao conselho

tutelar que apura as causas da evasão e realiza encaminhamentos pertinentes a sua

função.

Quanto aos alunos com maiores necessidades educacionais, os professores

para sanar essas dificuldades apresentam aulas atrativas, com diversificadas

formas de trabalho, debates, seminários, exposições e apresentações de projetos

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101

que em sua maioria visam a interação com a comunidade escolar, despertando o

interesse em aprender, conhecer, vivenciar e interagir.

No que refere-se à inclusão, a escola estimula a heterogeneidade, a

diversificação das aulas, favorecendo a individualização e a socialização do ensino.

Potencializa processo de colaboração reflexivo entre os profissionais, desenvolve

intervenções pedagógicas para os alunos com necessidades educacionais especiais

em uma dimensão cognitiva e procura adequar e adaptar o currículo às

necessidades dos alunos.

A Equipe pedagógica orienta os alunos no sentido de dedicar-se com apreço

as atividades em sala de aula e a realizar com êxito os trabalhos solicitados. E

sempre que necessário propõe que o professor reveja sempre sua metodologia,

quando está não se adaptar ao educando na sua aquisição do conhecimento. As

iniciativas entre tantas oferecidas pela escola, recorrem também ao apoio da família

no sentido que auxilie nas tarefas escolares e estabeleça horário de estudos,

incentive a participação e formação de grupo de estudos.

5.18 Perspectivas de MudançasA Escola Estadual Tancredo de Almeida Neves – E. F. almeja oferecer à sua

clientela uma educação de qualidade, trabalhar pela verdadeira formação dos

nossos alunos e pelo bem de nossos educadores. Queremos mais participação da

comunidade na escola, participação total dos professores nos eventos e atividades

por nós desenvolvidas.

Resgatar todos aqueles que por motivos diversos se encontram fora da

escola. Reunir todos os segmentos que nele estão inseridos e despertar no aluno o

interesse pelo saber e pelo conhecimento.

Combater a desagregação familiar, procurando além da escola, meios como

bons palestrantes, debates e outros, pois acreditamos que as informações, através

desses recursos sempre nos levam a uma reflexão e, muitas vezes, a mudança de

postura no ambiente doméstico.

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102

Oferecer condições necessárias para que os professores possam participar

dos cursos de capacitação oferecidos pela SEED e outras instituições, a fim de

manter-se atualizados e motivados.

Realizar parcerias, pois são importantes e necessárias. A participação e apoio

da comunidade são essenciais, porém precisamos de uma política muito séria no

que se refere à educação, pois é com educação de qualidade que toda uma

sociedade pode ser transformada.

Trabalhar em conjunto com muita sabedoria, firmeza e autonomia, buscando

os mesmos ideais para atingirmos os nossos objetivos. Não podemos parar,

devemos traçar novos objetivos e seguir em frente na busca da Escola Ideal.

Ser parceiros do Governo Estadual, Municipal e NRE para que juntos

possamos transformar nossos alunos, professores e agentes educacionais e

atingirmos a escola que desejamos.

5.19 Plano de AçãoDurante a Semana Pedagógica, realizada na Escola Estadual Tancredo de

Almeida Neves – E. F. reuniram-se professores, direção, professor pedagogo, e

agentes educacionais, com o intuito de discutir, planejar, elaborar e avaliar o Projeto

Político Pedagógico da escola para que, através de ideias obtidas, fosse elaborado o

Plano de Ação, fazendo todas as mudanças necessárias, colocando-as em prática

para o bom desenvolvimento desse Projeto. Todos se comprometeram a se envolver

no trabalho a ser realizado para os seguintes propósitos:

compreender a desigualdade social como um problema de todos e

como uma realidade que pode ser transformada;

atender as recomendações previstas na Lei 11.645/08 que contempla a

História e Cultura Afro-brasileira e indígena;

reconhecer as qualidades da própria cultura, valorizando-a criticamente

e enriquecendo dessa forma, a vivência de cidadania;

desenvolver atitude de solidariedade em relação às pessoas vítimas de

discriminação;

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103

repudiar toda e qualquer forma de discriminação baseada em

diferenças de raça, etnia, classe social, crença religiosa, sexo e outras

características individuais ou sociais;

respeitar a si próprio e ao próximo, denunciando qualquer atitude de

discriminação ou qualquer violação dos direitos do educando e do cidadão;

valorizar o convívio pacífico e criativo dos diferentes segmentos

escolares;

avaliar a ação dos homens e suas consequências em diferentes

espaços e tempos;

contemplar as DCEs, no que tange a Educação do Campo, visto que

nossa escola pertence à zona rural, sendo a única em todo o NRE de Campo

Mourão que está situada em uma fazenda. Nesta perspectiva visamos contribuir

para a auto-afirmação da identidade dos nossos educandos como integrantes deste

contexto;

perceber que a sociedade e a natureza possuem leis e princípios

próprios e que o espaço resulta das interações entre elas;

criar condições para que o aluno construa sua ideia de mundo a partir

de sua localidade;

ter visão ampla de todos os aspectos da escola, garantindo um

convívio saudável e que favoreça a aprendizagem não só na sala de aula, mas em

outros ambientes escolares;

valorizar a promoção da saúde na escola para todos que nela estudam

ou trabalham;

conceder importância à estrutura física da escola, assim como ao efeito

psicológico que ela tem sobre professores e educandos;

estimular e favorecer a participação ativa dos educandos, educadores

e pais na criação e desenvolvimento dos projetos;

contribuir com a educação inclusiva, tendo como princípio educar para

a diversidade, valorizando as experiências dos educandos e diversificando a ação

pedagógica de modo a atender o educando em sua especificidade;

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ajudar os professores que encontram dificuldades em trabalhar

diversidades na inclusão, buscando apoio da rede constituída, se for o caso;

oferecer informação, representatividade, conhecimento e

posicionamento, estruturando um novo espaço pedagógico, a partir de uma

metodologia que possibilite maior envolvimento da comunidade e

consequentemente, maior participação;

trabalhar sempre em parceria com a APMF, Conselho Escolar,

professores, equipe pedagógica, agentes educacionais e comunidade, buscando a

troca de experiências para oferecer aos alunos o que há de melhor na educação

atual;

batalhar e recorrer às autoridades competentes, juntamente com todos

os segmentos da comunidade escolar pela permanência e funcionamento da escola,

enquanto houver alunos;

recorrer aos órgãos competentes, em busca de mais acervo para a

Biblioteca ( biblioteca pública municipal, prefeitura, SEED, NRE);

cumprir e fazer cumprir os regulamentos, regimentos, Leis e

determinações da SEED e do NRE;

aplicar verbas do Fundo Rotativo, PDDE e outros na compra de

materiais necessários ao educando, aos professores e à escola, visando o bom

desenvolvimento das atividades escolares;

oportunizar aos professores, direção e equipe pedagógica a

atualização através dos Cursos de Capacitação, oferecidos pela SEED, sem prejuízos

no Calendário Escolar, pois diante de toda a mudança de nossa proposta, faz-se

necessário todos os segmentos escolares estarem atualizados;

conscientizar as autoridades competentes (Prefeito, Vereadores,

Secretaria Municipal de Educação, NRE) da importância de transportar os alunos da

Água da Cascata para este estabelecimento, tendo em vista a estrutura que temos e

a falta de alunos devido ao êxodo rural;

assegurar aos alunos e professores segurança no transporte escolar

cobrando dos setores responsáveis (Secretaria de Obras e Serviços) a adequação

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das estradas e cascalhamento dos trechos críticos que atualmente vêm

prejudicando o acesso à escola;

lutar pela implantação do Ensino Médio com o curso profissionalizante

de Agro Ecologia, para que os alunos dêem continuidade a seus estudos no campo,

valorizando a área rural e evitando o êxodo rural;

cobrir a quadra poliesportiva e construir arquibancadas para que

nossos alunos e comunidade tenham melhor comodidade ao desenvolverem

atividades físicas e recreativas;

viabilizar uma linha telefônica para o uso necessário de nossa escola.

combater o uso indevido de drogas e a violência na escola, com

palestras educativas e demais ações destinadas a essa finalidade.

Nós, Direção, Professores, Equipe Pedagógica, APMF, Conselho Escolar,

Agentes Educacionais e demais segmentos, faremos o possível para cumprir tudo o

que venha a contribuir para oferecer aos nossos alunos uma educação que

contemple qualidade e excelência, pois a educação sozinha não faz grandes

mudanças, mas nenhuma mudança se faz sem educação. (BERNARDO TORO,

físico e filósofo)

5.19.1 Plano de Ação da EscolaO Plano de Ação da Escola organiza e articula as ações necessárias ao

funcionamento da escola do ponto de vista da gestão democrática.

A preocupação em sistematizar um Plano de ação da Direção, realça a

necessidade de explicitar a intencionalidade político-pedagógica presente nas ações

propostas pelos diretores da Escola Pública, comprometidos com a comunidade

local no exercício da militância político-educacional.

O Plano de Ação da Escola deve estar baseado em quatro eixos: Gestão Democrática, Proposta Pedagógica, Formação Continuada e Manutenção, Conservação e Atualização dos Equipamentos e Espaços.

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Gestão Democrática

Objetivos/Detalhamento

- Redimensionar os mecanismos de gestão democrática, fortalecendo as

instâncias colegiadas, como espaços de participação na tomada de decisão

coletiva.

- Dinamizar e manter o relacionamento constante com os órgãos de

assessoramento da Escola, composto pela comunidade interna e externa (APMF e

Conselho Escolar).

Supervisionar e delegar responsabilidades aos agentes educacionais

das áreas administrativas e serviços gerais que congregam a equipe de apoio da

Escola, valorizando e estimulando a capacidade do grupo dentro do sistema.

Abertura ao diálogo e sugestões com alunos, pais, professores e

agentes educacionais, visando sempre à qualidade do saber, do social e do

patrimônio

Propiciar a transparência dos critérios que orientam as diretrizes de

ação no sistema.

Valorizar a equipe pedagógica da Escola através de ação pedagógica

conjunta objetivando um trabalho co-responsável na busca da qualidade na

educação.

Condições

Solidariedade, companheirismo, amizade, democracia e justiça social.

Reuniões frequentes.

Valorização e estímulo da capacidade de cada um.

Diálogo.

Transparência nas ações

Cronograma

As atividades serão realizadas durante o ano letivo.

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Responsáveis

Equipe de Direção e Instâncias Colegiadas

Proposta Pedagógica

Objetivos/Detalhamento

Garantir acesso, permanência e o sucesso do aluno na escola vendo-o

como centro do processo educativo, oportunizando a apropriação, produção,

construção e reconstrução do conhecimento historicamente acumulado.

Trabalhar o pedagógico, oportunizando condições materiais e

administrativas, visando à redução da evasão e/ou reprovação escolar.

Assegurar a qualidade e garantir a execução do processo, promovendo

o entrosamento inter-pessoal, numa ação democrática e participativa.

Incentivar a formação e a prática da cidadania.

Desenvolver trabalhos de parceria com os diversos segmentos da

comunidade.

Garantir a co-responsabilidade assumida na política da ação conjunta,

possibilitando o acesso a informações extra curriculares para diversas áreas do

conhecimento humano.

Prover meios para recuperação dos alunos com menor rendimento e

com dificuldades de aprendizagem.

Assegurar o cumprimento da LDB, quanto aos objetivos do Ensino

Fundamental, garantindo o desenvolvimento da capacidade de aprender.

Assegurar o cumprimento da Lei 10.639/2002 que estabelece o ensino

de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na Educação Básica, bem como o

cumprimento da Lei nº 11.645 que trata da História e Cultura Afro-Brasileira e

Indígena no Currículo.

Condições

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Gestão Democrática efetiva.

Oportunizar condições materiais, didático-pedagógicas e

administrativas.

Criar parcerias com a comunidade escolar e outras instituições

Melhorar a qualidade de recursos humanos através de formação

contínua.

Oferecer material didático, organização e utilização do espaço

educativo.

Desenvolver Programas Interdisciplinares

Cronograma

As atividades serão realizadas durante o ano letivo.

Responsáveis

Direção, Professor Pedagogo, Corpo Docente, Corpo Discente, Agentes

Educacionais, APMF, Conselho Escolar e Pais em geral.

Formação Continuada

Objetivos/Detalhamento

Sempre que possível, dar condições de participação ao quadro docente

em cursos de capacitação, grupos de estudos, seminários, reuniões e eventos que

possam aperfeiçoá-lo.

Ofertar e oportunizar, sempre que possível, atividades educacionais,

culturais e esportivas à comunidade escolar.

Participar, sempre que possível, de eventos culturais, sociais,

esportivos e recreativos, com intuito de levar o nome da Escola e a presença da

comunidade que a compõe, ao conhecimento de toda a sociedade, mostrando assim

a sua cultura escolar local.

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Condições

Gestão Democrática Efetiva

Cronograma

As atividades serão realizadas durante o ano letivo.

Responsáveis

Direção e equipe pedagógica.

Manutenção, conservação e Atualização dos Equipamentos e Espaços.

Objetivos/Detalhamento

Dar continuidade à manutenção e à conservação dos bens patrimoniais

(prédios e instalações da Escola) sempre em ação conjunta com a APMF e

Conselho Escolar.

Ampliação da quantidade, qualidade e diversificação de material

pedagógico e de Educação Física, com o apoio aos professores, visando à melhoria

da qualidade do ensino e da aprendizagem.

Buscar melhorar e embelezar o pátio interno da Escola com

jardinagem.

Promover a conservação e ampliação do acervo da Biblioteca e

Videoteca.

Construção de um viveiro de mudas, buscando parceria com diversos

segmentos da sociedade, conforme sugestão da Conferência do Meio Ambiente e

Agenda 21.

Usufruir da Hora Atividade fazendo uso das tecnologias e dos materiais

didáticos pedagógicos que contém na escola.

Condições

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Parcerias

Solicitações de recursos junto à mantenedora.

Reivindicações

Promoções

Conscientização para manutenção e cuidados junto ao corpo docente e

discente e agentes educacionais.

Cronograma

As atividades serão realizadas durante o ano letivo.

Responsáveis

Direção, Professor Pedagogo, Corpo Docente, Corpo Discente e Agentes

Educacionais.

Outros

Objetivos/Detalhamento

Incentivar e acompanhar o desenvolvimento dos Programas

Interdisciplinares, tendo como objetivo principal a apropriação do conhecimento.

Manutenção do bom andamento em relação à ordem, disciplina,

higiene e conservação através da conscientização, buscando sempre o bem estar

dos alunos, professores e agentes educacionais.

Retomar sempre que necessário as propostas relacionadas à

preservação do Meio Ambiente, para que se torne uma realidade na Comunidade

Escolar.

Condições

Gestão Democrática pautada na prática interdisciplinar

Cronograma

As atividades serão realizadas durante o ano letivo.

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111

Responsáveis

Direção, professor pedagogo e corpo docente.

5.19.2 Plano de Ação da Equipe Pedagógica

Eixo Norteador: Contribuir para o acesso e a permanência bem sucedida do

aluno na escola.

Objetivos:

zelar para que a escola, não se desvie de seu papel que é a difusão do

saber, do conhecimento vivo, contribuindo para o acesso e permanência bem

sucedida do aluno na escola;

contribuir para que a comunidade escolar tenha acesso aos cursos e

grupos de formação continuada;

auxiliar na efetivação do trabalho coletivo, envolvendo todos os

segmentos da escola;

colaborar na organização interna, tanto no que se refere aos recursos

físico como pedagógicos;

orientar os alunos e família, conscientizando-os sobre suas

responsabilidades e compromissos em relação ao processo ensino aprendizagem

de qualidade, assim como, o exercício de seus direitos e deveres.

Detalhamento:

A atuação da equipe pedagógica far-se-á em consonância com a direção,

coordenação de cursos, corpo docente, agentes educacionais, alunos, família e

comunidade.

Sendo a escola um espaço permeado pela diversidade sócio-cultural, cabe à

equipe pedagógica trabalhar de forma a favorecer a interdisciplinaridade, estar

aberta para o diálogo permanente, não só com os alunos, mas também com seus

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parceiros de trabalho. O que caracteriza o trabalho interdisciplinar é a atitude para

vivenciá-la, atitude de receptividade e respeito às diferentes formas de pensar,

ensinar e aprender.

Cabe ao profissional que faz parte da equipe pedagógica deste

estabelecimento de ensino, contribuir para efetivação das intenções e metas que

foram contempladas no Projeto Político Pedagógico e das que são estabelecidas

pelo Regimento Escolar desta Instituição, além de realizar outras atividades que por

sua natureza pedagógica recaiam no âmbito de sua competência.

Responsável:

Professor Pedagogo.

Cronograma:

O trabalho proposto será desenvolvido de forma contínua e sistemática no

decorrer do ano letivo.

5.20 Plano de Avaliação do Projeto Político PedagógicoO Projeto Político Pedagógico da Escola Estadual Tancredo de Almeida

Neves – Ensino Fundamental, foi elaborado reunindo todos os segmentos da

comunidade escolar. Para avaliarmos a sua aplicação, faz-se necessário que todos

os que contribuíram nessa elaboração, participem da avaliação do referido projeto.

Devemos proporcionar momentos para refletirmos sobre a prática pedagógica

aplicada no Estabelecimento no decorrer do tempo ou dos anos para concluirmos

uma avaliação final.

Devem ser estabelecidas reuniões com professores e demais segmentos da

comunidade escolar, para que seja analisado os planejamentos curriculares e um

bom trabalho interdisciplinar seja aplicado.

Iniciaremos os trabalhos aqui propostos imediatamente para que não fiquem

apenas no papel, mas sejam colocados em prática da mesma maneira que se

afloram em nossas reflexões.

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Faz-se necessário o diálogo permanente, a reflexão constante para que o

caminho certo seja encontrado e trilhado, colocando em primeiro lugar o nosso aluno

para atingir nossos ideais.

5.21 Atividades Integradoras do Currículo

A Escola e o Meio AmbienteEixo Norteador: Água e Resíduos Sólidos

1º Problema:

Sistema de Saneamento Básico Inexistente

Ações:

Buscar junto à Sanepar e Prefeitura Municipal a implantação de um Sistema

de Tratamento de Água para a comunidade;

Conscientizar para a redução de consumo doméstico de água a partir da

incorporação do conceito de consumo sustentável de água no nosso dia a dia

2º Problema:

Ausência da vegetação ciliar na manancial que abastece a comunidade e rios

da comunidade.

Ações:

Fazer parcerias com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, para o

reflorestamento da vegetação ciliar inexistente na comunidade;

Implantar um mini viveiro de mudas na escola, para atender as áreas que

necessitem de reflorestamento.

3º Problema:

Destino do Lixo reciclável da comunidade

Ações:

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Propor a instalação de um sistema de coleta seletiva e reciclagem do lixo na

Escola;

Orientar e conscientizar os alunos a separar o lixo reciclável em casa e

entregar na estação de coleta na escola;

Venda do lixo para a melhoria do ambiente escolar;

Construir uma composteira na Escola e orientar os alunos para fazer a sua

própria composteira em casa.

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Horta Na Escola

Justificativa:

Tendo em vista a necessidade nutricional de uma alimentação variada, na

qual a presença de hortaliças é recomendada como principal fonte vitamínica, bem

como de outros alimentos nutrientes, a merenda escolar pode ser enriquecida com a

existência de uma horta escolar que visa à produção de verduras, legumes e

temperos verde básicos.

É também importante o desenvolvimento desse trabalho, devido ao fato de os

alunos desenvolverem uma atividade prática que poderá auxiliá-los em suas vidas

cotidianas, podendo com ajuda dos familiares, fazer uma horta em casa ou ajudar na

manutenção, quando já a tiverem.

Objetivos:

Proporcionar alimentação rica e saudável aos componentes da comunidade

escolar.

Oferecer oportunidades para trabalhos extra-classe como: atividade física no

preparo dos canteiros, técnicas de plantio, manejo de solo, irrigação, combate a

pragas, entre outros.

Resolver problemas relacionados à Matemática e Ciências como: medidas,

áreas, espaçamentos, tipos de solo, adubação, tempo de plantio de colheita.

Aprimorar a utilização de recursos naturais na produção de alimentos prevendo

resultados de curta duração.

Plano de Ação:

Aproveitando o terreno disponível, já cercado com tela de arame e com instalações

de água, promover com ajuda comunitária a demarcação de canteiros para

semeadura de alface, repolho, couve, almeirão, cebolinha verde, cenoura, rabanete

e outros legumes e verduras. Haverá cuidados permanentes com limpeza,

adubação, irrigação e planos de renovação no plantio. Os produtos colhidos deverão

ser utilizados preferencialmente na merenda escolar.

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Recursos Humanos e Materiais:

O trabalho deverá ser executado por alunos voluntários de 5ª a 8ª série, com

orientação dos professores, principalmente de Matemática e Ciências. Será utilizado

adubação natural, de preferência esterco de gado, oferecido por pais de educandos.

A irrigação será com água utilizada na escola, com esguichos rotatórios, já

previamente instalados.

As ferramentas usadas serão as disponíveis na escola ou trazidas pelos

alunos voluntários.

As sementes ou mudas serão doadas por membros da Comunidade escolar.

Abrangência:

Os trabalhos executados nas tarefas de preparo e manutenção, poderão ser

aproveitadas em todas as disciplinas curriculares da escola.

Cronograma:

No decorrer de todo ano letivo.

Avaliação:

Integração dos alunos, professores e funcionários. Aproveitamento e

enriquecimento da merenda escolar, valorizando os produtos cultivados pelos

próprios alunos e acompanhamento da atividade pelos pais, com trabalho

desenvolvido pelos filhos.

Minha Pátria

Justificativa

A presente atividade tem o propósito de propiciar reflexões sobre: patriotismo

e promover o exercício da cidadania, resgatar o civismo e o verdadeiro amor a

Pátria. Detectar falhas e apontar soluções, pois Pátria é cada um de nós.

Objetivo Geral

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Perceber a importância histórica do nosso País, nossa Pátria, fazendo uma

retrospectiva levando o educando a uma viagem ao passado, na qual,

progressivamente, ampliará a sua compreensão do Brasil atual. Levar ao

educando o conhecimento e prática dos direitos e deveres de cada cidadão.

Objetivo Específico

Explicar a formação do povo brasileiro, mostrar alguns dos principais fatos da

história do Brasil desde o descobrimento até os dias atuais.

Analisar os princípios sociais, econômicos e Culturas de cada época.

Despertar em cada ser o valor da nossa Pátria preservando a Paz, o Amor e

a Solidariedade.

Valorizar e respeitar os Símbolos da Pátria.

Comemorações Cívicas, todos os dias de 01 a 07 de setembro, com

entonação dos Hinos Pátrios. E uma vez por semana, execução do Hino

Nacional.

Metodologia

Encenação, paródias, cartazes, faixas, desenhos, desfiles caracterizados,

produção textual e ornamentação da Escola.

Cronograma:

Mês de setembro de todo ano.

Avaliação:

Os alunos serão avaliados mediante a participação nas atividades propostas

pelos professores envolvidos no projeto

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Expressão Cultural / Folclore

Justificativa:

Visto que o folclore é a manifestação popular de um povo, como educadores

temos que incentivar nossos educandos a resgatar os valores culturais e tradicionais

do mesmo.

O folclore é um dos principais fatores de identificação de uma nacionalidade.

Toda pessoa é um transmissor de cultura e, portanto, um portador de folclore,

é preciso preservar a tradição folclórica nas comunidades escolares através de

apresentações folclóricas para valorizar as tradições da comunidade.

Objetivos:

Valorizar a cultura popular, reconhecer e divulgar a importância do Folclore, das

danças, dos jogos e brincadeiras no resgate da memória de seus familiares;

Levar o aluno a tomar contato com algumas manifestações da cultura popular;

Estimular e desenvolver a imaginação e criação;

Desenvolver o hábito de pesquisa;

Incentivar o gosto pela leitura, arte, música, e dança;

Valorizar a cultura popular;

Repassar os valores culturais;

Metodologia:

Dramatização das lendas por grupos de alunos.

Dia da Brincadeira: cada sala ficará responsável por um tipo de brincadeira:

cobra cega, lenço atrás, quatro canto, estátua, passa anel, desafio, trovas, etc...

Desfile de trajes regionais: baiana, gaúcho, etc...

Festival de comidas típicas da região.

Músicas: o professor passará para os alunos letras de músicas folclóricas.

Remédios caseiros: os alunos pesquisarão com os pais, avós sobre os mais

variados tipos de remédios feitos de folhas, raízes e elaboração de uma

exposição de receitas e indicações medicinais de chás, xaropes e outros tipos de

medicações usadas.

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Festas regionais: pedir que os alunos pesquisem os mais variados tipos de festas

existentes no Brasil como: Folia de Reis, Festa do Divino, Congado, etc...

Apresentação de danças folclóricas das regiões brasileiras.

Cronograma:

Mês de agosto.

Avaliação:

Os educandos serão avaliados mediante a participação nas atividades

propostas pelos professores envolvidos no projeto. No final dos trabalhos serão

confeccionado mural, exposição de trabalhos manuais que caracterizem a cultura da

localidade.

Dia Das Mães

Justificativa:

Essa atividade visa recuperar o verdadeiro sentido do “DIA DAS MÃES” e

fazer com que o aluno perceba a importância da “MÃE” como peça fundamental no

âmbito familiar.

Objetivo Específico:

O objetivo é fazer com que as mães se sintam felizes e valorizadas tanto na

família quanto na sociedade.

Valorização.

Valorização da mulher mãe.

Despertar a sensibilidade a respeito dos filhos para com as mães.

Promover o entrelaçamento entre família e escola.

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Objetivo Geral:

Fazer a integração Escola – Comunidade.

Metodologia:

As mães receberão um convite marcando um encontro na escola.

A Escola será enfeitada.

Produção de textos, slogans, cartazes

Sala de recepção e chá.

Confecção de livros, cartões para presenteá-las.

Entrega de presentes.

Haverá apresentações de poemas, teatros e danças para homenageá-las.

Grande confraternização Mães e filhos.

Caderno de receitas.

Recursos Humanos:

Professores, alunos, funcionários, direção, pessoal de apoio e Comunidade.

Materiais:

Sulfites, crepom, cartolina, cola e outros.

Avaliação:

Pretende-se com a presente atividade alcançar seu objetivo, uma perfeita

integração entre direção, professores, funcionários e alunos que trabalharam em prol

de uma mesma meta: Promover e integração Social Escola – Comunidade.

Prevenir É Preciso

Justificativa:

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A sociedade onde o educando está inserido oferece inúmeras possibilidades

para que o jovem tenha acesso às drogas. As dificuldades econômicas, os

relacionamentos familiares conflituosos, a falta de perspectivas para o futuro, são

alguns dos motivos que podem levar o jovem a procurar as drogas. Portanto, além

das informações sobre o uso e as conseqüências das drogas, é necessário mostrar-

lhes algumas perspectivas, caminhos e oportunidades que a vida pode oferecer

longe das drogas.

Dada a importância do papel das escolas na formação dos educandos, tanto

em relação aos conteúdos curriculares quanto à sua formação físico-psicológica e

intelectual, nos leva a buscar alternativas de prevenção ao uso de drogas, através

de informações que os levarão a refletir sobre a ética, saúde e cidadania.

Objetivo Geral:

Contribuir para a formação dos jovens, no tocante a ética, saúde e cidadania,

bem como ao uso e prevenção às drogas, no sentido de mostrar-lhes o

verdadeiro valor da vida, e todas as atitudes que possam trazer prejuízo às

suas vidas e a de outras pessoas.

Objetivo Específico:

Conscientizar os educandos sobre os perigos que as drogas representam

para suas vidas (pessoal, familiar e social).

Orientar os jovens quanto ao uso de drogas lícitas e ilícitas

Mostrar alternativas de vida que os dignifiquem como seres humanos.

Metodologia:

Serão apresentados filmes aos alunos e palestras sobre os temas: ética,

saúde, uso indevido de drogas e cidadania, como conteúdos de reflexão e

embasamento para as próximas atividades.

As palestras serão proferidas por membros da comunidade local e

posteriormente serão realizadas atividades em salas de aula, como elaboração de

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frases, slogans e desenhos referentes à prevenção ao uso de drogas, confecção de

cartazes, produção de textos, e criação de peças teatrais.

Todas as atividades serão supervisionadas pela Equipe Pedagógica da

escola.

Desenvolvimento:

A presente atividade será desenvolvida no decorrer do ano letivo. Será passado um

ffilme com o tema “Saúde e Cidadania”. Antes de passar o vídeo será feito um breve

comentário sobre o objetivo a que nos propomos e posteriormente em sala de aula

os professores promoverão debates e conversação sobre o assunto.

Projeto Qualidade De Vida

Justificativa:

A elaboração deste projeto tem por finalidade emitir ”Sinais de Alerta” sobre

os fatores considerados determinantes para Melhoria de qualidade de Vida, tais

como: alimentação, exercícios físicos e o controle do estresse. Trata-se também da

importância de pensar o corpo para uma vida equilibrada. Ser humano e ecologia.

Cultura corporal e cidadania, práticas corporais e estilo de vida.

Falamos sobre cidadania, devido ter a ver com a conquista de qualidade de

vida que preserve a dignidade da vida humana, a natureza e o meio ambiente, tem

relação, portanto, com a busca de justiça na distribuição e usufruto da riqueza,

condição para um melhor desenvolvimento da potencialidade e capacidade humana.

Objetivos Gerais

Reconhecer-se como elemento integrante do ambiente, adotando hábitos

saudáveis de higiene, alimentação e atividades corporais, relacionando-os

com os efeitos sobre a própria saúde e de recuperação, manutenção e

melhoria da saúde coletiva.

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Valorizar o relacionamento homem/natureza, que se acentua cada vez mais

em virtude da necessidade da aproximação do ser humano aos espaços

verdes.

Relacionar a prática do esporte e lazer com a busca do bem estar e de uma

vida com mais qualidade, representado pelo aumento de atividades corporais

na forma de caminhadas, corridas, passeios, etc...

Conhecer/sentir o próprio corpo, valorizando hábitos saudáveis como um dos

aspectos básicos da qualidade de vida.

Objetivos Específicos

Reconhecer a importância da prática do esporte e lazer com a busca do bem

estar e de uma vida com mais qualidade, através das atividades corporais.

Valorizar hábitos saudáveis como aspectos básicos da qualidade de vida.

Cronograma de Execução

Exercícios corporais: o movimento como fonte de equilíbrio e harmonia

mental/emocional/energética.

Postura, alongamento, ritmo, relaxamento.

O redimensionamento da nossa verbalidade, dos sons que emitimos, como

uma efetiva contribuição ao dia-a-dia profissional dos participantes.

Potencial energético: nutrição, alimentação e saúde.

Processos de energização e transformação.

Emoções e relações humanas: o Eu e o Outro. A possibilidade de

complementação entre forças e fraquezas. A capacidade de transformar a si

próprio, ao outro e ao ambiente.

Será desenvolvido no decorrer de todo ano letivo.

Metodologia

A metodologia será expressa através de três grandes dimensões: mobilização

para conhecimento, construção do conhecimento, elaboração e expressão da

síntese do conhecimento, através de trabalhos interdisciplinares e contextualizados,

envolvendo os professores das três áreas de conhecimento: Área de linguagem e

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códigos e suas tecnologias, Área de Ciências da Natureza, Matemática e suas

tecnologias, área de Ciências Humanas e suas tecnologias.

Avaliação

Os educandos serão avaliados mediante a participação em leituras

diversificadas; exposição de trabalhos; textos formativos e informativos; pesquisas,

aulas, vídeo; Feed-back, exposição de murais e outras atividades.

Avaliação Dos Resultados

A avaliação será realizada, de acordo com o desenvolvimento das atividades,

sob a orientação dos professores.

Sendo que os trabalhos desenvolvidos pelos alunos são de forma criativa e

inovadora, aprimorando a aprendizagem do aluno e o exercício da cidadania.

MATRIZ CURRICULAR DE 5ª a 8ª SÉRIES DO ENSINO FUNDAMENTAL

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ESTADO DO PARANÁSECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

NRE: 05 – CAMPO MOURÃO MUNICÍPIO: 0430 – CAMPO MOURÃOESTABELECIMENTO: 0430 - ESCOLA ESTADUAL TANCREDO DE ALMEIDA NEVES – ENSINO FUNDAMENTALENTIDADE MANTENEDORA: GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

CURSO: 4000 – ENSINO 1º GRAU 5ª/8ª SÉRIES TURNO: MANHÃ/TARDEANO DE IMPLANTAÇÃO: 2006 – SIMULTÂNEA MÓDULO: 40 SEMANAS

DISCIPLINAS /SÉRIES 5ª 6ª 7ª 8ª

BASE

NACIONAL

COMUM

ARTESCIÊNCIASEDUCAÇÃO FÍSICAENSINO RELIGIOSO*GEOGRAFIAHISTÓRIALÍNGUA PORTUGUESAMATEMÁTICA

2 3 3 1 3 3 4 4

2 3 3 1 3 3 4 4

2 3 3

3 4 4 4

2 4 2

4 3 4 4

SUB TOTAL 22 22 23 23

PD L.E.M. – INGLÊS** 2 2

2 2

SUB. TOTAL 2 2 2 2

TOTAL GERAL 24 24 25 25

NOTA: MATRIZ CURRICULAR DE ACORDO COM A LEI Nº 9394/96

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Ministério da Educação. Assessoria de Comunicação Social. Estatuto da Criança e do Adolescente/Assessoria de Comunicação Social. Brasília: Mec, 2004.

CADERNO DE DEBATES, A Escola como território de luta – IV Conferência Estadual da APP Sindicato. Curitiba: Gráfica Popular, 2005.

CADERNOS TEMÁTICOS. Avaliação Institucional. Thelma Alves de Oliveira et alli. Curitiba: Seed, 2004. Fundação Biblioteca Nacional.

CURRÍCULO BÁSICO DO ESTADO DO PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Curitiba, 1990.

DUARTE, Ana Carolina Soares. Coordenação de Gestão Escolar CGE/SEED, texto para a Semana Pedagógica Descentralizada nas escolas/julho de 2008. Curitiba, 2008.

EXPEDIENTE: Edição Pedagógica Especial do Jornal 30 de agosto – Outubro de 2004 - APP Sindicato: Curitiba, Pr.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

GADOTTI, Moacir. Pensamento Pedagógico Brasileiro. 7ª ed. São Paulo: Ática, 2000.

GASPARIN, João Luiz. Uma didática para a pedagogia históricocrítica. 2ª ed. Campinas: Autores Associados, 2003.HOFFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. 14ª ed. Porto Alegre: Mediação, 1998.

HOFFMANN, Jussara. Avaliação mito & desafio: uma perspectiva construtivista. 29ª ed. Porto Alegre: Mediação, 2000.

LDB/9394 de 20 de dezembro de 1996. – APP Sindicato – CUT – CNTE. Em defesa da Escola Pública.

LUCKESI, Cipriano C. Avaliação do Aluno: a favor ou contra a democratização do ensino? In;:'Avaliação da Aprendizagem Escolar: estudos e proposições. 2. ed. SãoPaulo: Cortez, 1995; p. 66-80.

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__________________ Avaliação da aprendizagem escolar: um ato amoroso. In: avaliação da aprendizagem escolar: estudos e preposições. 15ª ed. São Paulo: Cortez, 2003.

__________________ Verificação ou avaliação: o que pratica a escola? 15ª ed. São Paulo: Cortez, 2003.

MOREIRA, Flávio Antonio & SILVA, Tomaz Tadeu. Currículo, Cultura e Sociedade. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 1994.

PEE, Versão Preliminar. Secretaria do Estado da Educação. Curitiba – Pr. 2002.

PERRENOUD, Phelipe. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens – entre duas lógicas. Porto Alegre: Artmed, 1999.PIMENTEL, Maria da Glória. O professor em construção. Campinas: Papiros, 1993.

SAUL, Ana Maria. Para mudar a prática de avaliação do processo ensino- aprendizagem. São Paulo: UNESP, 1999.

SAVIANI, Demerval. Escola e Democracia: teóricos da educação, curvatura da vara, onze teses sobre educação e política. São Paulo: Cortez, 1983.

VEIGA, Ilma Passos. Projeto Político da Escola: uma construção coletiva. Projeto Político Pedagógico da Escola: uma construção possível / Ilma P. A. Veiga. Campinas: Papirus, 1995.

REFERÊNCIAS ON LINE:

LUCKESI, Cipriano C. O QUE É MESMO O ATO DE AVALIAR A APRENDIZAGEM?, disponível em:<http://www.artmed.com.br/patioonline/patio.htm?>PHPSESSID=47c842e39090dec902020db09b210123

<http://www.bullying.com.br/BConceituacao21.htm#OndeB>

Acesso em 18/08/2010

<http://www.diaadia.pr.gov.br/cdec/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=91>Acesso em 23/07/2010

<http://www.diaadia.pr.gov.br/cdec/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=88>Acesso em 23/07/2010

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<http://www.diaadia.pr.gov.br/cdec/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=90)>Acesso em 23/07/2010

<http://www.diaadia.pr.gov.br/cdec/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=287> Acesso em 23/07/2010

<http://www.sono.org.br/pdf/2009_moura_psicol_pesqu isa.pdf >.Acesso em 15/06/2010)

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MATRIZ CURRICULAR DE 5ª a 8ª SÉRIES DO ENSINO FUNDAMENTAL

ESTADO DO PARANÁSECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

NRE: 05 – CAMPO MOURÃO MUNICÍPIO: 0430 – CAMPO MOURÃOESTABELECIMENTO: 0430 - ESCOLA ESTADUAL TANCREDO DE ALMEIDA NEVES – ENSINO FUNDAMENTALENTIDADE MANTENEDORA: GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

CURSO: 4000 – ENSINO 1º GRAU 5ª/8ª SÉRIES TURNO: MANHÃ/TARDEANO DE IMPLANTAÇÃO: 2006 – SIMULTÂNEA MÓDULO: 40 SEMANAS

DISCIPLINAS /SÉRIES 5ª 6ª 7ª 8ª

BASE

NACIONAL

COMUM

ARTESCIÊNCIASEDUCAÇÃO FÍSICAENSINO RELIGIOSO*GEOGRAFIAHISTÓRIALÍNGUA PORTUGUESAMATEMÁTICA

2 3 3 1 3 3 4 4

2 3 3 1 3 3 4 4

2 3 3

3 4 4 4

2 4 2

4 3 4 4

SUB TOTAL 22 22 23 23

PD L.E.M. – INGLÊS** 2 2

2 2

SUB. TOTAL 2 2 2 2

TOTAL GERAL 24 24 25 25

NOTA: MATRIZ CURRICULAR DE ACORDO COM A LEI Nº 9394/96