projeto polÍtico-pedagÓgico do curso de...

31
1 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Ciências da Saúde Coordenação do Curso de Medicina PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINA Novembro de 2001

Upload: others

Post on 16-Oct-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINAarquivos.info.ufrn.br/arquivos/20121601091d461209043bd01f3666a… · O presente Projeto Político-Pedagógico é fruto das discussões,

1

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Centro de Ciências da Saúde

Coordenação do Curso de Medicina

PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINA

Novembro de 2001

Page 2: PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINAarquivos.info.ufrn.br/arquivos/20121601091d461209043bd01f3666a… · O presente Projeto Político-Pedagógico é fruto das discussões,

2

SUMÁRIO 1. Histórico 03 2. Apresentação 04 3. Justificativa 06 4. Princípios Norteadores do Projeto Político-Pedagógico 07 5. Perfil do Profissional Médico 08 6. Objetivo do Curso 09 7. Competências e Habilidades 09 7.1 – Competências Gerais 09 7.2 – Competências e Habilidades Específicas 09 8. Conteúdos Curriculares 11 8.1 – Conteúdos Específicos 11 8.2 – Núcleos Temáticos 12 9. Organização Curricular 15 9.1. - Estutura Geral do Curso 15 9.2 – Estrutura Curricular 16 9.3 – Estágios e Atividades Complementares 19 10. Metodologia 19 11. Implantação e Avaliação 21 11.1. Implantação 21 11.2. Avaliação 21

11.2.1 – Avaliação do projeto Político-pedagógico 21 11.2.2 - Avaliação do Processo Ensino-aprendizagem 22

12. Suporte para o Funcionamento do Curso 25

12.1. Recursos humanos 25 12.2. Infra-estutura Física do Curso 25 12.3 – Recursos bibliográficos 26

12.4 – Recursos de tecnologia da Informação (laboratório de Informática) 26 13. Complexo de Atenção à Saúde 26 14. Ementário e Planilhas 26 14.1 – Disciplinas obrigatórias 26 14.2 – Disciplinas complementares (optativas) 14.3. – Planilhas 26 15. Bibliografia do Projeto 26 16. Anexos

Page 3: PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINAarquivos.info.ufrn.br/arquivos/20121601091d461209043bd01f3666a… · O presente Projeto Político-Pedagógico é fruto das discussões,

3

1.HISTÓRICO

O Curso de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) teve sua origem na Faculdade de Medicina de Natal, criada em 5 de fevereiro de 1955 e instalada em 10 de dezembro de 1955, tendo como seu primeiro Diretor, o Professor Onofre Lopes da Silva. A sua aula inaugural foi ministrada no dia 14 de março de 1955, no Anfiteatro da Maternidade Escola Januário Cicco. O Curso foi reconhecido em 30 de dezembro de 1957, pelo Decreto do Governo Federal Nº 42.923, passando a fazer parte da Universidade em 21 de março de 1959, após a sua criação, pela Lei Estadual Nº 2.307, de 25 de junho de 1958. A UFRN foi federalizada em 18 de dezembro de 1960, através da Lei Nº 3.849, publicada no Diário Oficial da União, em 21 de dezembro de 1960.

Após 19 anos de funcionamento, a Faculdade de Medicina, por força da Reforma Universitária, através do Decreto do Governo Federal Nº 73.144, passou a integrar o Centro de Ciências da Saúde, com a denominação de Curso Médico, tendo como seu primeiro Coordenador, o Professor Aírton Dantas Wanderley. Desde a sua criação, o Curso vem passando por diversas etapas de adaptações curriculares, e a partir de 1973, implantou-se um modelo pedagógico de natureza conteudística e rígida, que vigora até a presente data. 2. APRESENTAÇÃO O presente Projeto Político-Pedagógico é fruto das discussões, nos últimos quatro anos, de grupos de trabalho voltados para a mudança no ensino médico de graduação da UFRN. Originou-se a partir das reflexões do corpo docente e discente, com a participação, também, do corpo técnico-admistrativo. Para a sua elaboração foi constituída uma comissão específica. Trata-se de um projeto com características próprias da nossa escola médica, respeitando a sua história e tradição, orientado pelas Diretrizes Curriculares Nacionais e pelas preocupações comuns ao conjunto das escolas médicas do país, juntamente com a Comissão Interinstitucional Nacional de Avaliação do Ensino Médico (CINAEM), quais sejam: formação geral do médico com competências técnica, ética e humanística; treinamento para o trabalho em equipes multiprofissionais; atenção voltada à formação permanente; desenvolvimento do espírito reflexivo, crítico e transformador em relação aos sistemas de saúde.

O processo de reordenação das relações sociais neste final de século tem colocado em evidência a educação e, em particular, novas formas de produção e socialização do conhecimento. Configurada uma postura teórico-metodológica, renovada no âmbito didático-pedagógico, multiplicam-se experiências em nome desse posicionamento. Privilegiando as políticas públicas de saúde, o Curso de Medicina focaliza o desenvolvimento de novos espaços educacionais, cujo foco temático desloca-se em direção à educação para a cidadania, articulada com a implementação do processo de descentralização, onde contempla-se, dessa forma, o aporte indispensável à construção ativa e responsável do conhecimento.

O Projeto Político-Pedagógico foi idealizado e concebido para ser operacionalizado num processo de desenvolvimento permanente, como uma matriz construída no cotidiano escolar, na prática docente-discente, o que possibilita uma renovação de valores e parâmetros educacionais para transformação dessa prática, através da disseminação da cultura de avaliar para transformar. A perspectiva de desenvolver permanentemente o nosso Projeto Político-Pedagógico deve constituir-se na mola propulsora do processo de transformação da educação médica no âmbito da

Page 4: PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINAarquivos.info.ufrn.br/arquivos/20121601091d461209043bd01f3666a… · O presente Projeto Político-Pedagógico é fruto das discussões,

4

UFRN, o que permite traçar um perfil próprio para o nosso Curso, considerando o contexto histórico e social nos seus 46 anos de existência.

O atual processo de mudança foi particularmente impulsionado pela participação da nossa Escola no Projeto CINAEM desde a sua primeira fase de desenvolvimento. A CINAEM, criada em 04 de março de 1991, é constituída por entidades ligadas à área médica, tendo como principal objetivo avaliar o ensino médico, trazendo propostas e subsídios para a reformulação desse ensino à nível nacional, buscando uma boa formação médica e oferecendo à sociedade médicos qualificados, que atendam às demandas sociais. O Projeto CINAEM, no seu processo de avaliação das Escolas Médicas, teve quatro fases de desenvolvimento:

I Fase (1991) - visão geral das principais dificuldades enfrentadas pelas escolas médicas do

Brasil, constatando-se a situação insatisfatória do ensino médico e a inadequação desse médico às necessidades reais de saúde da população brasileira.

II Fase (1995) - aprofundamento da avaliação em três variáveis: o corpo docente, o corpo

discente e o modelo pedagógico. Foram realizadas quatro oficinas de trabalho em Botucatu (São Paulo), Londrina (Paraná), Salvador (Bahia) e Natal (Rio Grande do Norte), para treinamento do pessoal envolvido e comprometido com a implantação do Projeto, criando-se em cada Escola Médica, um Grupo Gestor Local. Durante essa segunda fase houve a aplicação de uma prova aos alunos do último ano, o que revelou baixo crescimento cognitivo e, indiretamente, evidenciou as deficiências existentes no corpo docente e no modelo pedagógico vigente.

III Fase (1999) - definição do perfil desejado do médico brasileiro; identificação das

necessidades das escolas médicas para formação desse médico; definição do processo de formação a ser adotado, do perfil dos docentes para consolidar a proposta e do sistema de avaliação para acompanhar as mudanças implantadas. Dessa terceira fase resultou: o estímulo à formação de Núcleos de Educação Médica nas Escolas Médicas Brasileiras (o Núcleo de Ensino Médico da UFRN (NEME) foi criado em maio de 1999); um calendário de atividades regionais e nacionais com a finalidade de promover a integração das escolas médicas, através da experiência de cada uma delas, e, por fim, a decisão de que as Diretrizes Curriculares Nacionais deveriam estar voltadas às necessidades da sociedade de forma contextualizada.

Em 1999, portanto, as escolas médicas brasileiras enfrentaram dois importantes desafios: o projeto de transformação do ensino médico proposto pela CINAEM e as discussões para fixação das Diretrizes Curriculares Nacionais propostas pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), no âmbito da política governamental para a educação do País, aprovadas pela Comissão CES/CNE em 07 de agosto de 2001.

Durante a terceira fase do Projeto CINAEM, em 1999, o Curso de Medicina da UFRN realizou, nos dias 15 e 16 de abril, o Seminário "Reestruturação do Curso de Medicina", com a participação de professores de escolas médicas brasileiras que já tinham experiência em reestruturação curricular na área de saúde, dentre elas: Botucatu, Londrina e Belo Horizonte. Participaram, também, desse seminário, membros dos corpos docente, discente e técnico-administrativo, discutindo temas tais como: organização curricular, avaliação do ensino, modelo pedagógico, gestão das escolas médicas e relação ensino-serviço. Dando continuidade a esse processo, no dia 15 de setembro de 2000, o Curso de Medicina realizou a oficina "Reforma curricular para o Curso de Medicina da UFRN", com o apoio da Pró-Reitoria de Planejamento, através do PAIUB, da Pró-Reitoria de Graduação e do Projeto

Page 5: PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINAarquivos.info.ufrn.br/arquivos/20121601091d461209043bd01f3666a… · O presente Projeto Político-Pedagógico é fruto das discussões,

5

UNI-Natal. Nesta oficina, foram apresentados e discutidos os seguintes temas: a) Processo de elaboração de um projeto político-pedagógico para um curso de graduação; e b) Proposta de reforma curricular para o Curso de Medicina. Tanto o Seminário de 1999, quanto a Oficina de 2000 forneceram valiosos subsídios para a elaboração deste Projeto de mudança apontando para a transformação do ensino médico da UFRN.

IV Fase da CINAEM (2001) - Realizada a 1ª Oficina em Aracaju-Sergipe, em agosto de

2001, na qual começou a ser discutida a verdadeira transformação das Escolas Médicas, a partir dos diagnósticos claramente definidos nas fases anteriores, com relação ao novo modelo político-pedagógico, à qualidade do corpo docente e discente, ao perfil do médico desejado e à atual inadequação desse médico às necessidades reais de saúde da nossa população.

O Projeto UNI-Natal contribuiu de forma marcante para o início da transformação curricular

nos cursos da área de saúde, tendo a sua instalação plena em Natal no ano de 1994. O Projeto começou a se desenvolver, a partir de uma análise feita pela Fundação W. K. Kellogg, a qual promoveu uma série de estudos sobre o trabalho desenvolvido na formação de recursos humanos nas áreas de Medicina, Enfermagem e Odontologia, buscando identificar as prioridades relacionadas com essa formação. Os principais objetivos do projeto UNI são: (a) contribuir para a reorientação da formação profissional dos cursos de graduação; (b) fortalecer a construção de sistemas locais de saúde, e (c) promover o desenvolvimento comunitário na área de saúde. Cada Projeto UNI constitui-se de três componentes: universidade, serviços de saúde e comunidade. Na América Latina existem 23 projetos implantados, dos quais 06 estão no Brasil (Botucatu, Marília, Londrina, Salvador, Brasília e Natal). Para o nosso curso, o Projeto funcionou como catalisador no Processo de Reforma do Ensino Médico, proporcionando objetivos mais claros e amplos e uma nítida sensação de que é possível reestruturar o nosso Curso. Esse Projeto, na sua trajetória, vem patrocinando seminários e oficinas, relacionadas ä elaboração de um novo modelo político-pedagógico para o Curso de Medicina da UFRN. É importante ressaltar que foi através dele que os nossos alunos foram inseridos na Rede Básica de Saúde, por meio de convênios firmados entre a Universidade Federal do Rio Grande do Norte e as Secretarias Estadual e Municipal de Saúde.

3. JUSTIFICATIVA

A experiência adquirida nestes 46 anos em que o Curso de Medicina é oferecido na UFRN e os resultados de avaliações conduzidas, evidenciaram a necessidade de uma reavaliação curricular, apontando para mudanças urgentes. A forma como o ensino tem sido ministrado nestes últimos 28 anos (o currículo atual foi implantado em 1973), portanto, não mais satisfaz de forma plena, às nossas necessidades e aspirações frente à modernidade do ensino médico e às exigências da sociedade contemporânea.

O curso apresenta uma estrutura curricular arcaica e inadequada à realidade de saúde da população, com as seguintes características: formação humanística deficiente, formação predominantemente tecnocêntrica e teórica, não contextualizada e sem integração disciplinar. O ensino é realizado basicamente em ambiente hospitalar e sempre voltado à ação curativa, em detrimento da ação preventiva ou de promoção da saúde da população, com ênfase em ações

Page 6: PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINAarquivos.info.ufrn.br/arquivos/20121601091d461209043bd01f3666a… · O presente Projeto Político-Pedagógico é fruto das discussões,

6

terciárias, e voltado para a especialização. Há pouco estímulo à pesquisa e à iniciação científica, havendo pouco espaço para atividades de extensão e pesquisa. Dentre os problemas identificados na atual estrutura curricular, alguns estão relacionados com as situações adversas no oferecimento das disciplinas, dentre as quais podemos destacar:

a) concentração da oferta de disciplinas nos turnos matutino e vespertino, com grande predominância do primeiro;

b) carga horária técnica excessiva, na maioria, e insuficiente naquelas que se destinam a formar o médico com conhecimentos humanísticos;

c) excesso de aulas teóricas, em detrimento das aulas práticas; d) dissociação entre o ensino de formação básica e o profissionalizante; e) ensino/metodologia centrada no professor; f) ausência de flexibilidade; g) ausência de conteúdo significativo para o aluno; h) conteúdos desnecessários e repetidos; i) deficiência dos conteúdos relacionados à Saúde Pública; j) ausência de critérios para elaboração e correção de provas; k) concepção da avaliação pela aquisição e memorização do conhecimento; l) avaliação puramente somativa, com ênfase na quantificação (provas teóricas e

práticas); m) pouca participação do estudante em atividades de pesquisa e extensão, em detrimento

da atividade de ensino; n) pulverização de trabalhos em várias disciplinas, cujo conteúdo não seguem

necessariamente as normas da ABNT para elaboração de pesquisa. A reforma faz-se necessária, também, porque os documentos legais aplicáveis, e dentre

eles, o Plano Nacional de Educação, sofreram profundas alterações, exigindo a preparação de um médico com formação geral, e um perfil que atenda às necessidades internas do País. Dentre os documentos citamos:

- Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Nº 9.394 de 20/12/1996; - Recomendações do MEC para as Escolas Médicas; - Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Graduação em Medicina e, - Parecer da CES/CNE Nº 583/01. O Curso de Medicina da UFRN necessita, consequentemente, de um Projeto Político-

Pedagógico flexível, que ofereça possibilidades para que o aluno integralize conteúdos obrigatórios e optativos que atendam às suas necessidades e aspirações individuais, desenvolvendo uma prática médica que lhes possibilite conviver durante todo o Curso com profissionais multidisciplinares, equipes de saúde e especialistas nos níveis primário, secundário e terciário de atenção à saúde. Essa convivência deverá ocorrer em todas as instalações onde se trabalhe a saúde, e não exclusivamente em hospitais de ensino. O Curso deve fornecer ao aluno possibilidades, não só de complementar o seu currículo individualmente e de forma aberta, através de sua matrícula como aluno regular em segmentos (disciplinas ou módulos) de cursos existentes no âmbito da UFRN, mas também de participar de atividades de iniciação científica, cursos de extensão ou eventos ligados às sociedades de especialidades médicas e às associações de classe. Deve, também, possibilitar a realização de estágios na área de saúde, desde que orientados e normatizados pelo Colegiado de Curso. Essa regulamentação esta contida na Resolução de Nº 01/01, permitindo ao aluno, desenvolver de forma criativa, o seu currículo, disponibilizando 600 (seiscentas) horas complementares em caracter obrigatório, através das

Page 7: PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINAarquivos.info.ufrn.br/arquivos/20121601091d461209043bd01f3666a… · O presente Projeto Político-Pedagógico é fruto das discussões,

7

atividades de Formação Acadêmica (ver Resolução em anexo). As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Medicina apontam, portanto, para uma nova realidade, possibilitando a construção de uma proposta político-pedagógica que contemple os ideais e as aspirações há muito por nós desejadas.

Além do incentivo à flexibilidade curricular, outros fatores tornam impositivo uma mudança na estrutura e na dinâmica do Curso de Medicina da UFRN. Na formação do médico geral deve ser valorizada a base ético-humanística. Assim, o Curso passa a adotar uma abordagem predominantemente humanista, muito embora outras visões teóricas possam ter seu espaço, vez que a medicina, em sua visão múltipla, foge do partidarismo doutrinário único e favorece o pluralismo de posições. Faz-se necessária uma fundamentação comum do conhecimento, do desenvolvimento de habilidades, atitudes e valores, associados à sensibilidade e preservação dos princípios morais e éticos. A opção pela formação geral do médico determina que a proposta do Curso não esteja comprometida a formar o especialista precocemente, mas que garanta uma ampla visão da medicina no seu todo, permitindo ao aluno, após o término do Curso, optar por qualquer área do conhecimento médico e, dessa forma, continuar os estudos em áreas específicas do conhecimento ou aprofundar-se na sua formação geral.

Os avanços científicos e tecnológicos do final do século XX elevaram o nível de informação em todas as áreas do conhecimento e, igualmente, impulsionaram o Curso de Medicina da UFRN para formar o seu médico, através do redimensionamento do seu processo formativo, voltado agora para novas propostas pedagógicas, possibilitando o conhecimento contextualizado e o saber aprender. Pretende-se, através da implementação desta proposta, formar um profissional competente, capacitado a garantir, preservar e restaurar a saúde, esta compreendida como um bem-estar físico, psíquico e social ambiente-dependente, respaldado em princípios ético-humanísticos.

4. PRINCÍPIOS NORTEADORES DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO

A abordagem do Projeto Político-Pedagógico, como organização do trabalho no Curso de Medicina da UFRN, está fundamentada em princípios que deverão nortear a escola democrática, pública e gratuita.

O Curso de Medicina deve capacitar os seus alunos, não apenas tecnicamente, mas dar-lhes consciência de tudo que, ao longo da história, a humanidade realizou na área de saúde e, principalmente, entender a condição humana e sua identidade terrena. O pensamento crítico que inspira esta reformulação curricular leva ao aprofundamento da compreensão desta relação, colocando a importância da definição da prática que se pretende relacionar à teoria.

O Projeto Político-Pedagógico traz a possibilidade de se quebrar a rigidez dos compartimentos em que se encontravam isoladas as disciplinas do currículo médico. O currículo, organizado em núcleos temáticos, passa a ser constituído de disciplinas e módulos, que apontam para um recorte mais amplo do conhecimento, em uma determinada área. Esse recorte vem possibilitar o aprofundamento dos conhecimentos, e é uma necessidade metodológica legítima e essencial para garantir a formação integral do médico desejado. A busca da integração vai muito além da troca de informações sobre objetivos, conteúdos, procedimentos e compatibilização de bibliografias, já que procura uma maior interação dos caminhos epistemológicos, da metodologia e da organização do ensino médico em si. É neste sentido que se justifica a organização do

Page 8: PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINAarquivos.info.ufrn.br/arquivos/20121601091d461209043bd01f3666a… · O presente Projeto Político-Pedagógico é fruto das discussões,

8

currículo em núcleos temáticos. Faz-se necessário que estejam contemplados espaços para discussões de temas afins com olhares multidisciplinares e transdisciplinares, para os quais sejam convergidos o conhecimento no seu todo, e não se aponte para a departamentalização do ensino, numa lógica de hierarquização de conteúdos por critérios individuais de importância, em detrimento desse todo.

A mudança de cenário do ensino não se constitui apenas na mudança do local de aulas de fundamentação teórica ou de atividades práticas, mas significa, principalmente, a construção conjunta de atividades que possibilitem aos alunos a compreensão dos problemas da saúde de forma contextualizada, global, multidimensional e complexa. O Curso de Medicina deve propiciar ao aluno os elementos obrigatórios para que este seja, não apenas um bom médico, mas principalmente livre e consciente de que lhe foi oferecido também um espaço para complementar sua qualificação individual, o que permitir-lhe-á desenvolver sua criatividade com um alto nível de satisfação pessoal. O novo médico terá, consequentemente, uma formação integrada com a sociedade, percebendo a sua totalidade e, através da aplicação dos conhecimentos assimilados, permitirá aos outros e a si próprio, o pleno exercício da cidadania, além de compreender as razões ideológicas e históricas que levaram à multiplicação do saber.

A implementação deste Projeto dar-se-á num processo dinâmico, contínuo e articulado às constantes e rápidas modificações que ocorram no mundo, quebrando a rigidez da proposta curricular anterior. A crítica à organização do ensino universitário e à função social dos conteúdos escolares, fez com que se buscassem novos pressupostos que levassem a esta modificação estrutural. A interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade que permeiam o currículo, promovem a superação da especialização precoce e da desarticulação teoria-prática. 5. PERFIL DO PROFISSIONAL MÉDICO

O profissional médico da UFRN deve ter uma formação geral, humanista, crítica e reflexiva, apto a atuar na sociedade na qual está inserido como promotor da saúde integral do ser humano. Esse profissional deverá, portanto, apresentar o seguinte perfil de formação:

• concepção científica, natural e cultural do homem na sua diversidade humana; • capacidade para realizar ações de promoção, proteção e recuperação da saúde; • visão epidemiológica e de saúde pública com enfoque no risco e na saúde individual e

coletiva; • postura ética, senso de responsabilidade social e compromisso com a cidadania; • portador de conhecimentos gerais nas grandes áreas básicas do conhecimento médico e

em urgência/emergência; • formação técnica básica de assistência ao enfermo; • visão crítica da profissão, da sociedade e também visão transformadora; e • visão humanística e cultura geral.

Page 9: PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINAarquivos.info.ufrn.br/arquivos/20121601091d461209043bd01f3666a… · O presente Projeto Político-Pedagógico é fruto das discussões,

9

6. OBJETIVOS DO CURSO

a) Formar o médico geral, com conhecimentos, habilidades, atitudes e valores necessários para promover a saúde, prevenir e tratar a doença, e reabilitar a incapacidade;

b) Formar profissionais com capacidade para compreender os indivíduos e as

comunidades e, intervir sobre as suas necessidades de saúde, visando a redução dos danos e ampliação da autonomia social através de um ensino-aprendizagem contextualizado;

c) Enfatizar a aplicação do método clínico e o uso apropriado e hierarquizado da

tecnologia na solução dos problemas do processo saúde-doença; d) Propiciar uma ampla visão do ser humano integrado com a natureza, de modo que o

profissional possa exercer as suas atividades com todo o rigor da ética médica, desenvolvendo sentimento de respeito e disponibilidade para com a sua profissão.

7. COMPETÊNCIAS E HABILIDADES

7.1 - Competências Gerais O médico egresso da UFRN deverá ter as competências, habilidades e atitudes do

profissional da saúde que atendam às exigências e necessidades da sociedade contemporânea. São, portanto, competências gerais: a atenção à saúde, a tomada de decisões, a comunicação, a liderança, a administração e gerenciamento e a educação permanente.

7.2 - Competências e habilidades específicas Para melhor compreensão, essas competências e habilidades estão classificadas em

quatro grupos: ético-humanísticas, políticas, técnicas e de auto desenvolvimento.

a) Competências e habilidades ético-humanísticas: • atuar em equipes multidisciplinares de saúde; • estabelecer relações harmônicas multiprofissionais; • comunicar-se adequadamente com os colegas de trabalho, os pacientes e seus

familiares; • atender os princípios técnicos e éticos de referência e contra-referência do sistema

hierarquizado de saúde; • compreender a função social do médico frente às necessidades internas do País; • informar e educar seus pacientes, familiares e a comunidade em relação à

promoção e prevenção de saúde, tratamento e reabilitação das doenças; e • transmitir a arte médica às gerações futuras.

b) Competências e habilidades políticas: • atuar nas atividades de política e de planejamento de saúde;

Page 10: PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINAarquivos.info.ufrn.br/arquivos/20121601091d461209043bd01f3666a… · O presente Projeto Político-Pedagógico é fruto das discussões,

10

• lidar criticamente com a dinâmica do mercado de trabalho e com as políticas de saúde;

• considerar a relação custo-benefício nas decisões médicas, levando em conta as reais necessidades da população; e

• discutir conceitos relacionados à economia em saúde, orientando os sujeitos envolvidos na utilização criteriosa de recursos.

c) Competências e habilidades técnicas:

• atuar nos diferentes níveis hierarquizados de atendimento à saúde, com ênfase nos atendimentos primário e secundário e possibilidades no nível terciário;

• reconhecer e encaminhar, adequadamente, pacientes portadores de problemas que fujam ao alcance da formação geral do médico;

• realizar com proficiência a anamnese e a conseqüente construção da história clínica;

• dominar a técnica e a arte médica de realizar o exame físico; • reconhecer pela anamnese e exame físico, a doença, captando e explorando, ao

máximo, dados relevantes para o caso. Deverá esta apto a: (a) produzir listagem de hipóteses diagnósticas para diferencial da doença; (b) descrever e comparar o quadro clínico mais característico; (c) identificar explicitamente os pontos favoráveis ou desfavoráveis a cada

uma das principais hipóteses; (d) emitir uma avaliação de probabilidade/possibilidade para cada uma das

principais hipóteses levantadas; (e) propor uma seqüência organizada de procedimentos diagnósticos com

exames específicos e inespecíficos para as hipóteses não descartadas clinicamente, e

(f) propor terapêutica apropriada. • utilizar adequadamente recursos propedêuticos e terapêuticos contemporâneos

hierarquizados; • usar de raciocínio crítico na identificação e interpretação dos problemas da

prática médica ao viabilizar sua resolução; • atuar na proteção e promoção da saúde, na prevenção de doenças, no tratamento e

reabilitação dos problemas de saúde e no acompanhamento do processo da morte; • utilizar procedimentos diagnósticos e terapêuticos validados cientificamente; • gerar conhecimento por meio de pesquisa, permeando e norteando a sua prática

pela ética; e • realizar procedimentos clínicos e cirúrgicos indispensáveis para o atendimento

inicial das urgências e emergências em todas as fases do ciclo biológico e para o atendimento ambulatorial hierarquizado.

d) Competências e habilidades de auto-desenvolvimento:

• dominar os conhecimentos científicos básicos de natureza biopsicosocioambiental;

• desenvolver atividades que garantam a sua educação permanente, especialmente, a auto-aprendizagem, para que possa atuar com qualidade e resolutividade;

Page 11: PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINAarquivos.info.ufrn.br/arquivos/20121601091d461209043bd01f3666a… · O presente Projeto Político-Pedagógico é fruto das discussões,

11

• conhecer os princípios da metodologia científica, o que possibilitará a leitura crítica de artigos técnico-científicos e a participação na produção de conhecimentos;

• utilizar com propriedade a língua portuguesa, compreender textos científicos em outro idioma e ter conhecimentos de informática;

• cuidar de sua própria saúde física e mental e buscar seu bem-estar como cidadão e como médico;

• promover estilos de vida saudáveis atuando como agente de transformação social; • favorecer o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem na sua plenitude.

8. CONTEÚDOS CURRICULARES

Com as Diretrizes Curriculares, os currículos já não podem ser compreendidos como uma simples listagem de conteúdos, mas devem ser concebidos a partir de um projeto político-pedagógico organizado, com perfil do profissional, competências e habilidades, que possibilitem a organização dos conteúdos curriculares em núcleos temáticos. Estes, devem despertar a atenção, de forma integral, para amplas discussões multidisciplinares sobre um tema, no mesmo espaço, o que possibilita a utilização de métodos avançados de ensino, participação em simpósios, mesas redondas, eventos e fóruns.

O Curso de Graduação em Medicina da UFRN tem no seu Projeto Político-Pedagógico o fruto de um esforço comum construído coletivamente. Tem o aluno como sujeito da aprendizagem, com singularidade, liberdade e criação e o professor como facilitador e mediador do processo ensino-aprendizagem, ambos apontando para a construção não somente do médico-técnico, mas acima de tudo do sujeito-médico, tornando possível uma medicina da complexidade. O Curso é desenvolvido através de módulos e disciplinas semestrais, organizados a partir de núcleos temáticos, e distribuídos em oito semestres para fundamentação teórica e quatro semestres para estágios obrigatórios. A formação integral do aluno dar-se-á através da articulação entre o ensino, a pesquisa e a extensão/assistência. Essa formação contribuirá para a compreensão, interpretação, preservação, reforço, fomento e difusão das culturas nacionais, regionais, internacionais e históricas, num contexto de pluralismo e diversidade cultural.

Contemplando os conteúdos essenciais do Curso de Medicina na perspectiva do perfil do médico a ser formado no âmbito da UFRN, nas competências e habilidades delineadas, e enfatizando os conhecimentos apontados pelas Diretrizes Curriculares Nacionais, os núcleos temáticos estão organizados em:

8.1 – Conteúdos específicos A - Conteúdos de formação básica: Embriologia, Anatomia, Histologia, Biologia

Celular e Molecular, Genética, Bioquímica, Biofísica, Parasitologia, Microbiologia Médica, Imunologia, Fisiologia, Farmacologia Básica e Aplicada, Patologia Geral, Metodologia Científica, Iniciação ao Exame Clínico, Técnica Operatória, Imagenologia e Fundamentos da Anestesiologia.

Page 12: PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINAarquivos.info.ufrn.br/arquivos/20121601091d461209043bd01f3666a… · O presente Projeto Político-Pedagógico é fruto das discussões,

12

B - Conteúdos de formação ético-político-humanísticos: Saúde e Cidadania, Bioética, Psicologia Médica, Legislação e Administração de Sistemas de Saúde, Medicina Legal, Deontologia e Diceologia.

C- Conteúdos de especialidades clínicas e cirúrgicas: Patologias Gastrointestinais e

Colo-Proctológicas, Patologias Cardiovasculares, Patologias Respiratórias, Patologias Gênitourinárias, Patologias Imunológicas e Articulares, Patologias Neurológicas, Patologias Dermatológicas, Patologias Endócrinas, Patologias Infecciosas, Patologia Pediátrica, Patologias Ginecológicas e Obstétricas, Fundamentos da Oncologia, Medicina de Urgência, Trauma Clínico e Cirúrgico, Oftalmologia Clínica, Otorrinolaringologia Clínica e Psiquiatria.

D - Conteúdos de saúde coletiva: Epidemiologia, Nutrição Aplicada à Saúde, Medicina

Preventiva, Puericultura e Administração de Sistemas de Saúde.

E - Conteúdos Complementares: • De natureza sociológica: Introdução à Sociologia, Sociologia da Saúde, Cultura e

Sociedade. • De natureza antropológica: Antropologia Médica, Antropologia Social,

Antropologia Cultural. • De natureza filosófica: Introdução à Filosofia, Epistemologia da Pesquisa,

Bioética. • De natureza política: Estado e Políticas Públicas, Saúde e Cidadania, Política e

Cultura, Política e Sociedade, Direito do Consumidor. • De natureza econômica: Mercado de Trabalho, Economia em Saúde, Ética e

Economia. • De natureza psicológica: Psicologia geral, Psicologia da Educação. • De natureza educacional: Didática • De natureza artística: História e Evolução da Arte, Educação Artística . • Da natureza do corpo: Corporeidade e Lazer • De formação médica básica: Bioestatística. • De formação médica aplicada: Introdução à Homeopatia, Introdução ao Estudo da

Acunpultura, Alternativas em Cuidados de Saúde, Correlação Anátomo-Clínica, Saúde Reprodutiva, Psicomotricidade, Doenças Ocupacionais e do Meio Ambiente, Fisiatria, Medicina Esportiva.

• De natureza da tecnologia da informação: Introdução à Informática, Softwares Aplicativos.

• De natureza linguística: Língua Portuguesa, Prática de leitura e produção de texto, Língua Espanhola, Língua Inglesa.

8.2 - Núcleos Temáticos

8.2.1 - Núcleo de formação básica a) Introdução à Metodologia Científica (1° período) b) Módulo biológico I (1° período) c) Módulo celular, molecular e macromolecular (1° período)

Page 13: PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINAarquivos.info.ufrn.br/arquivos/20121601091d461209043bd01f3666a… · O presente Projeto Político-Pedagógico é fruto das discussões,

13

d) Genética humana (2° período) e) Módulo biológico II (2° período) f) Iniciação ao Exame Clínico (3° período) g) Técnica Operatória (3° período) h) Anatomia topográfica e descritiva (3° período) i) Imagenologia (3° período) j) Farmacologia básica (3° período) k) Elaboração de Trabalho Científico (7° período) l) Farmacologia aplicada I (4° período) m) Fundamentos da Anestesiologia (5° período) n) Farmacologia aplicada II (8° período)

8.2.2 - Núcleo de formação de habilidades políticas e ético-humanísticas

a) Introdução à Medicina e Bioética (1° período) b) Psicologia médica (6° período) c) Legislação e administração de Sistema de Saúde (7° período) d) Medicina Legal (8° período)

8.2.3 - Núcleo de agressão e defesa

a) Patologia geral (4° período) b) Parasitologia (4° período) c) Microbiologia Médica (4° período) d) Imunologia Básica(4° período) e) Infectologia ( 4° período)

8.2.4 - Núcleo de doenças

a) Doenças do Sistema Gastrointestinal e Colo-proctológicas (5° período) b) Doenças do Sistema Cardiovascular (5° período) c) Oncologia Básica (5° período) d) Doenças do Sistema Linfohematopoiético – ( 5° período) e) Doenças do Sistema Endócrino (5° período) f) Doenças do Sistema Respiratório (6° período) g) Doenças do Sistema Genitourinário (6° período) h) Doenças do Sistema Imunológico, Tecido Conjuntivo e Articulações (6°

período) i) Doenças do Sistema Nervoso (clínica e cirurgia) - (6° período) j) Doenças da Pele (7° período) k) Doenças do Sistema Osteoarticular (7° período) l) Medicina de Urgência (7° período) m) Trauma Clínico e Cirúrgico (7° período) n) Oftalmologia Clínica (8° período) o) Otorrinolaringologia Clínica (8° período) p) Clínica Ginecológica (8° período)

8.2.5 - Núcleo de Neurociências

a) Doenças do Sistema Nervoso (clínica e cirurgia) - (6° período) b) Psicologia Médica (6° período)

Page 14: PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINAarquivos.info.ufrn.br/arquivos/20121601091d461209043bd01f3666a… · O presente Projeto Político-Pedagógico é fruto das discussões,

14

c) Psiquiatria (6° período)

8.2.6 - Núcleo Materno Infantil a) Puericultura (7° período) b) Pediatria (7° período) c) Clínica Obstétrica (8° período)

8.2.7 - Núcleo de Saúde Coletiva

a) Epidemiologia I (2° período) b) Epidemiologia II (3° período) c) Nutrição aplicada à Saúde (3° período) d) Medicina Preventiva (4° período) e) Puericultura (7° período) f) Legislação e Administração de Sistema de Saúde (7° período)

8.2.8 - Núcleo de Formação Complementar ( disciplinas: aguardar confirmação)

a) Introdução à Sociologia (1° ao 12° período) b) Sociologia II (1° ao 12° período) c) Sociologia da Saúde (1° ao 12° período) d) Antropologia Médica (1° ao 12° período) e) Antropologia Social (1° ao 12° período) f) Antropologia Cultural (1° ao 12° período) g) Introdução à Filosofia (1° ao 12° período) h) Epistemologia da Pesquisa (1° ao 12° período) i) Estado e Políticas Públicas(1° ao 12° período) j) Saúde e Cidadania (1° e 2° período) k) Política e Cultura (1° ao 12° período) l) Política e Sociedade (1° ao 12° período) m) Direito do Consumidor (1° ao 12° período) n) Mercado de Trabalho em Saúde (1° ao 12° período) o) Economia em Saúde (1° ao 12° período) p) Ética e Economia (1° ao 12° período) q) Psicologia Geral (1° ao 12° período) r) Psicologia da Educação III (1° ao 12° período) s) Didática II (1° ao 12° período) t) Corporeidade e Lazer (1° ao 12° período) u) Biologia Molecular e Macromolecular (2° ao 12° período) v) Bioquímica Médica (2° ao 12° período) w) Coagulação sanguínea e Hemostasia (2° ao 12° período) x) Bioestatística (1° ao 12° período) y) Bioética (7° e 12° período) z) Introdução à Homeopatia (3° ao 12° período) aa) Alternativas em Cuidados de Saúde I (1° ao 12° período) bb) Introdução ao Estudo de Inferentes na Farmacoterapia (3°ao 12° período) cc) Correlação Anátomo-Clínica I (5° ao 12° período) dd) Correlação Anátomo-Clínica II (5° ao 12° período) ee) Correlação Anátomo-Clínica III (5° ao 12° período)

Page 15: PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINAarquivos.info.ufrn.br/arquivos/20121601091d461209043bd01f3666a… · O presente Projeto Político-Pedagógico é fruto das discussões,

15

ff) Saúde Reprodutiva (7° e 12° período) gg) Assistência à Gestante durante o Trabalho de Parto (7° e 12° período) hh) Atendimento ao Recém-nascido na Sala de Parto (7° e 12° período) ii) Psicomotricidade (3° ao 12° período) jj) Gastroenterologia Pediátrica (7° e 12° período) kk) Neurologia da Criança (7° e 12° período) ll) Radiologia Geral (2° ao 12° período) mm) O Raciocínio Endocrinológico e Metabólico (6° ao 12° período) nn) Mastologia (7° e 12° período) oo) Doenças Ocupacionais e do Meio Ambiente (4° ao 12° período) pp) Fisiatria (7° e 12° período) qq) Medicina Esportiva (7° e 12° período) rr) Proctologia I (6° ao 12° período) ss) Introdução à Informática (1° ao 12° período) tt) Softwares Aplicativos (1° ao 12° período) uu) Língua Portuguesa I (1° ao 12° período) ww)Língua portuguesa II (1° ao 12° período) xx ) Prática de leitura e produção de texto I (1° ao 12° período) yy) Prática de leitura e produção de texto II (1° ao 12° período) zz) Língua Espanhola I (1° ao 12° período) aaa)Língua Espanhola II (1° ao 12° período) bbb)Língua Inglesa IX (1° ao 12° período) ccc)Língua Inglesa X (1° ao 12° período)

9. ORGANIZAÇÃO CURRICULAR

9.1 – Estrutura Geral do Curso Na presente proposta, o Curso de Medicina tem duração mínima de seis anos (doze

semestres) e máxima de nove anos (dezoito semestres). Totaliza 7.740 (sete mil setecentos e quarenta ) horas obrigatórias. Essa carga horária está assim distribuída: período de formação básica e técnica, 4.050 (quatro mil e cinqüenta) horas, com 270 créditos de 15 horas, cada, e duração mínima de quatro anos (oito semestres); e Estágio Supervisionado e Integrado na forma de Internato, 3.690 (três mil seiscentos e noventa) horas, com 82 créditos de 45 horas, cada, e duração mínima de dois anos (quatro semestres).

O Curso oferece, ainda, Disciplinas Complementares e Atividades de Formação Acadêmica Optativas, as quais devem integralizar 600 (seiscentas) horas obrigatórias no Histórico Escolar de cada aluno e contabilizadas no decorrer do Curso.

Formação Carga

horáriaCréditos Semestres

Básica e técnica 4.050 270 (15 horas cada) 8 Estágio (Internato) 3.690 82 (45 horas cada) 4 Complementar 600 - 12

Page 16: PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINAarquivos.info.ufrn.br/arquivos/20121601091d461209043bd01f3666a… · O presente Projeto Político-Pedagógico é fruto das discussões,

16

Atualmente, a UFRN permite a entrada do aluno no Curso de Medicina por processo seletivo através de Vestibular (90 vagas, sendo 45 vagas por semestre), convênios com universidades estrangeiras (2 vagas) e transferência compulsória. Não são oferecidas vagas nos regimes de transferência voluntária e reingresso.

9.2 - Estrutura Curricular O conjunto de disciplinas disponível para o Curso Médico, visa o desenvolvimento das

várias competências e habilidades já mencionadas e contempla segmentos do conhecimento médico, da saúde, das ciências sociais, da educação, das ciências humanas, das letras, da economia, das artes e da comunicação. O Projeto Político-Pedagógico permite disponibilizar novas disciplinas no âmbito dos Departamentos da UFRN em função do interesse pessoal do aluno.

Page 17: PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINAarquivos.info.ufrn.br/arquivos/20121601091d461209043bd01f3666a… · O presente Projeto Político-Pedagógico é fruto das discussões,

17

9.2. 1 - Projeto Político-Pedagógico do Curso de Medicina da UFRN Grade Curricular Obrigatória com Carga Horária.

PERÍODO /

CARGA HORÁRIA

MÓDULO/DISCIPLINAS

CRÉDITOS

CARGA

HORARIA/DISCIPLINA (horas)

Introdução à Medicina e Bioética 4 60 Introdução à Metodologia Científica 3 45 Módulo Celular, Molecular e Macromolecular 13 195

540 horas Módulo Biológico I 16 240 Epidemiologia I 3 45 Genética Humana 4 60

465 horas Módulo Biológico I 24 360 Epidemiologia II 3 45 Nutrição Aplicada à saúde 3 45 Iniciação ao Exame Clínico 12 180 Técnica Operatória 4 60 Anatomia Topográfica e Descritiva 8 120

510 horas Farmacologia Básica 4 60 Patologia Geral 6 90 Parasitologia 6 90 Microbiologia Médica 6 90 Imunologia Básica 3 45 Infectologia 6 90 Medicina Preventiva 3 45 Fundamentos da Anestesiologia 2 30

540 horas Imagnologia 4 60 Doenças do Sistema gastrointestinal e Colo-proctológicas 10 150 Doenças do Sistema Cardiovascular 10 150 Oncologia 3 45 Doenças do Sistema Linfohematopoiético 4 60 Doenças do Sistema Endócrino 5 75

510 horas Farmacologia Aplicada I 2 30 Doenças do Sistema Respiratório 8 120 Doenças do Sistema Gênito-Urinário 8 120 Doenças do Sistema Imunológico, Tecido Conjuntivo e Articulações 5 75 Doenças do Sistema Nervoso (clínica e cirurgia) 6 90 Psicologia Médica 5 75

570 horas Psiquiatria 6 90 Elaboração de Trabalho Científico 4 60 Doenças da Pele 4 60 Doenças do Sistema Osteoarticular 5 75 Medicina de Urgência 4 60 Trauma Clínico e Cirúrgico 4 60 Legislação e Administração de Sistemas de Saúde 3 45 Puericultura 3 45

525 horas Pediatria 8 120 Oftalmologia Clínica 2 30 Otorrinolaringologia Clínica 2 30 Clínica Ginecológica 6 90 Clínica Obstétrica 8 120 Farmacologia Aplicada II 4 60 Medicina Legal 4 60

390 horas Apresentação do Trabalho Científico - - Estágio Supervisionado e Integrado na Forma de Internato em: - - Medicina Clínica 27 1.215 Infectologia Clínica 6 270 Saúde Coletiva 7 315 Pediatria 16 720 Tocoginecologia 12 540

9º ao 12º

3.690 horas Cirurgia 14 630 Módulo Complementar Obrigatório - - Disciplina Complementar 20 300

1º ao 8º

600 horas Atividades Acadêmicas 20 300

Page 18: PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINAarquivos.info.ufrn.br/arquivos/20121601091d461209043bd01f3666a… · O presente Projeto Político-Pedagógico é fruto das discussões,

18

9.2.2 - Projeto Político-Pedagógico do Curso de Medicina da UFRN Grade Curricular Obrigatória, distribuída por Área de Formação e por Núcleos

ÁREA

NÚCLEOS

MÓDULOS e DISCIPLINAS

CRÉDITOS

HORAS

PERÍODO

Introdução a Metodologia Científica 3 45 1º Obrigatória Módulo Biológico I 16 240 1º Obrigatória Módulo Celular, Molecular e Macromolecular 13 195 1º Obrigatória Genética Humana 4 60 2º Obrigatória Módulo Biológico II 24 360 2º Obrigatória Iniciação ao Exame Clínico 12 180 3º Obrigatória Técnica operatória 4 60 3º Obrigatória Anatomia Topográfica e Descritiva 8 120 3º Obrigatória

Formação Básica

Farmacologia Básica 4 60 3º Obrigatória Habilidades Políticas e Ético-humanísticas

Introdução à Medicina e Biotécnica 4 60 1º Obrigatória

Epidemiologia I 3 45 2º Obrigatória Epidemiologia II 3 45 3º Obrigatória

BÁSICA

Saúde Coletiva

Nutrição Aplicada à Saúde 3 45 3º Obrigatória Farmacologia Aplicada I 2 30 4º Obrigatória Imagenologia 4 60 4º Obrigatória Fundamentos da Anestesiologia 2 30 5º Obrigatória

Formação Básica

Farmacologia Aplicada II 4 60 8º Obrigatória Psicologia Médica 5 75 6º Obrigatória Legislação e Administração de Sistemas de Saúde 3 45 7º Obrigatória

Habilidades Políticas e Ético-humanísticas Medicina Legal 4 60 8º Obrigatória

Patologia Geral 6 90 4º Obrigatória Parasitologia 6 90 4º Obrigatória Microbiologia Médica 6 90 4º Obrigatória Imunologia Básica 3 45 4º Obrigatória

Agressão e Defesa

Infectologia 6 90 4º Obrigatória Sistema Gastrointestinal e Coloproctológica 10 150 5º Obrigatória Sistema Cardiovascular 10 150 5º Obrigatória Princípios Básicos da Oncologia 3 45 5º Obrigatória Sistema Linfohematopoiético 4 60 5º- Obrigatória Sistema Endócrino 5 75 5º Obrigatória Sistema Respiratório 8 120 6º Obrigatória Sistema Gênitourinário 8 120 6º Obrigatória Sistema Imunológico, Conjuntivo e Articular 5 75 6º Obrigatória Sistema Nervoso (clínica e cirurgia) 6 90 6º Obrigatória Pele 4 60 7º Obrigatória Sistema Osteoarticular 3 75 7º Obrigatória Medicina de Urgência 4 60 7º Obrigatória Trauma Clínico e Cirúrgico 4 60 7º Obrigatória Oftalmologia Clínica 2 30 8º Obrigatória Otorrinolaringologia Clínica 2 30 8º Obrigatória

Doenças

Clínica Ginecológica 6 90 8º Obrigatória Puericultura 3 45 7º Obrigatória Pediatria 8 120 7º Obrigatória

Materno Infantil

Clínica Obstétrica 8 120 8º Obrigatória Doenças do Sistema Nervoso 6 90 6º Obrigatória Psiquiatria 6 90 6º Obrigatória

Neurociências

Psicologia Médica 5 75 6º Obrigatória Medicina Preventiva 3 45 4º Obrigatória Puericultura 3 45 7º Obrigatória

TÉCNICA

Saúde Coletiva

Legislação e Administração de Sistemas de Saúde 3 45 7º Obrigatória Medicina Clínica 27 1215 9º-10º -11º-12º Obrigatório Infectologia 6 270 9º-10º -11º-12º Obrigatório Saúde Coletiva 7 315 9º-10º -11º-12º Obrigatório Pediatria 16 720 9º-10º -11º-12º Obrigatório Tocoginecologia 12 540 9º-10º -11º-12º Obrigatório

INTERNATO INTEGRADO

Estágio Supervisionado

Cirurgia 14 630 9º-10º -11º-12º Obrigatório

Page 19: PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINAarquivos.info.ufrn.br/arquivos/20121601091d461209043bd01f3666a… · O presente Projeto Político-Pedagógico é fruto das discussões,

19

9.2.3 -Projeto Político-Pedagógico do Curso de Medicina da UFRN Grade Curricular Complementar (optativa), distribuída quanto a natureza do conteúdo

NATUREZA

DISCIPLINAS

CRÉDITOS CARGA

HORÁRIA

PERÍODO

Introdução à Sociologia 4 60 1º ao 12º Optativa Sociologia II 4 60 1º ao 12º Optativa

Sociológica Sociologia da Saúde 4 60 1º ao 12º Optativa

Antropologia Médica 1º ao 12º Optativa Antropologia Social 1º ao 12º Optativa

Antropológica

Antropologia Cultural 1º ao 12º Optativa Introdução à Filosofia 1º ao 12º Optativa Filosófica Epistemologia da Pesquisa 1º ao 12º Optativa Saúde e Cidadania 4 60 1º ao 12º Optativa Estado e Políticas Públicas 4 60 1º ao 12º Optativa Política e Sociedade 1º ao 12º Optativa

Política

Direito do Consumidor 1º ao 12º Optativa Mercado de Trabalho 1º ao 12º Optativa Economia em Saúde 1º ao 12º Optativa

Econômica

Ética e Economia 1º ao 12º Optativa Psicologia geral 1º ao 12º Optativa Psicológica Psicologia da Educação 1º ao 12º Optativa

Educacional Didática II 4 60 1º ao 12º Optativa História e Evolução da Arte 3 45 1º ao 12º Optativa Artística Educação Artística I 3 45 1º ao 12º Optativa

Corpórea Corporeidade e Lazer 1º ao 12º Optativa Biologia Molecular e Macromolecular 3 45 2º ao 8º Optativa Bioquímica Médica 2 30 2º ao 8º Optativa Coagulação Sanguínea e Hemostasia 3 45 2º ao 8º Optativa Bioestatística 4 60 2º ao 8º Optativa

Médica básica

Bioética 3 45 7º e 8º Optativa Introdução a Homeopatia 2 30 3º ao 8º Optativa Alternativas em Cuidados de Saúde I 4 60 1º ao 12º Optativa Introdução ao Estudo de Inferentes em Farmacoterapia

3

45

3º ao 8º

Optativa

Correlação Anátomo-Clínica I 3 45 5º ao 8º Optativa Correlação Anátomo-Clínica II 2 30 5º ao 8º Optativa Correlação Anátomo-Clínica III 2 30 5º ao 8º Optativa Saúde Reprodutiva 3 45 7º e 8º Optativa Atendimento ao RN na Sala de Parto 2 30 7º e 8º Optativa Psicomotricidade 5 75 3º ao 8º Optativa Gastroenterologia Pediátrica 2 30 7º e 8º Optativa Neurologia da Criança 1 15 7º e 8º Optativa Radiologia Geral 2 30 5º ao 8º Optativa O Raciocínio Endocrinológico e Metabólico 2 30 6º ao 8º Optativa Mastologia 3 45 7º e 8º Optativa Doenças Ocupacionais e do Meio Ambiente 2 30 4º ao 8º Optativa Fisiatria 2 30 7º e 8º Optativa Medicina Esportiva 2 30 7º e 8º Optativa

Médica técnica

Proctologia I 2 30 6º ao 8º Optativa Introdução à Informática 4 60 1º ao 12º Optativa Informática Softwares Aplicativos 4 60 1º ao 12º Optativa Língua Portuguesa I 4 60 1º ao 12º Optativa Língua Portuguesa II 4 60 1º ao 12º Optativa Prática de leitura e produção de texto I 4 60 1º ao 12º Optativa Prática de leitura e produção de texto II 4 60 1º ao 12º Optativa Língua Espanhola I 4 60 1º ao 12º Optativa Língua Espanhola II 4 60 1º ao 12º Optativa Língua Inglesa IX 4 60 1º ao 12º Optativa

DISCIPLINAS COMPLEMENTARES

Linguística

Língua Inglesa X 4 60 1º ao 12º Optativa

Page 20: PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINAarquivos.info.ufrn.br/arquivos/20121601091d461209043bd01f3666a… · O presente Projeto Político-Pedagógico é fruto das discussões,

20

9.3 - Estágios e Atividades Complementares

As atividades práticas são desenvolvidas pelos alunos desde o início do Curso, em nível de complexidade crescente.

Para ingresso no Estágio Curricular Obrigatório, o aluno deverá ter concluído todas as disciplinas obrigatórias. Esse Estágio, de treinamento prático, ocorre nos dois últimos anos do Curso, nas áreas de Clínica Médica, Cirurgia, Infectologia, Saúde Coletiva, Pediatria e Ginecologia e Obstetrícia. Compreende 3.690 (três mil seiscentos e noventa) horas, abrangendo os três níveis de Atenção à Saúde. Dar-se-á nas unidades do Complexo de Atenção à Saúde da UFRN, em serviços do Sistema Único de Saúde e nas unidades conveniadas, quando referendados pelo Colegiado do Curso consoante às Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Graduação em Medicina. A apresentação de um trabalho científico no oitavo período é obrigatória e pré-requisito para entrada do aluno no estágio curricular obrigatório, conforme determinação do Colegiado do Curso.

As atividades complementares que integralizam a carga horária do Curso, totalizando um mínimo de 600 (seiscentas) horas, serão cursadas mediante escolha do aluno, de acordo com os parâmetros determinados pelo Colegiado do Curso, através da Resolução Nº 01/01 – CCM/UFRN. Essas atividades são categorizadas nos Grupos 1 (ensino), 2 (pesquisa) e 3 (extensão), quais sejam: monitorias, estágios em unidades e serviços de saúde, participação em programas de iniciação científica e projetos de pesquisa e extensão, participação em programas de pós-graduação, como aluno estagiário da graduação ou como aluno bolsista da graduação, participação em congressos e eventos, participação em cursos realizados no âmbito da UFRN e estágios em regime de plantão em unidades de saúde (serviços de urgência e emergência, UTIs, unidades hospitalares e outras, referendadas pelo Colegiado do Curso). 10. METODOLOGIA

Diante dos problemas identificados na atual estrutura curricular do Curso de Medicina da UFRN e já mencionados na justificativa, alguns estão relacionados com as situações adversas na oferta das disciplinas. Para operacionalizar as mudanças pretendidas, no sentido de melhorar a estrutura curricular, foram inseridas as seguintes estratégias:

a) integração entre as disciplinas e módulos dos antigos ciclos básicos e profissionalizantes, hoje, ciclos de formação básica e técnica;

b) redução da carga horária e conteúdos não necessários nos diversos módulos e disciplinas;

c) aumento da carga horária dos estágios (internato), de dois para quatro semestres, possibilitando um aumento na carga horária de atividades práticas;

d) criação de disciplinas complementares (optativas) e atividades de formação acadêmica que integralizarão um mínimo de 600 horas no Histórico Escolar do aluno;

e) disponibilidade de horários nos turnos matutino, vespertino e noturno e utilização dos sábados;

f) oferta de duas ou mais disciplinas (considerando o número de créditos) em um mesmo horário, sendo essas disciplinas oferecidas em caráter sequenciado;

Page 21: PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINAarquivos.info.ufrn.br/arquivos/20121601091d461209043bd01f3666a… · O presente Projeto Político-Pedagógico é fruto das discussões,

21

g) introdução da elaboração de trabalho científico seguindo as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas, que deverá ser obrigatoriamente finalizado e apresentado antes do aluno entrar no Estágio de Internato;

h) introdução precoce do aluno em atividades práticas e nos Sistemas de Saúde do Município, o que será feito nas Disciplinas obrigatórias de Epidemiologia I e II e na Disciplina Complementar de Saúde e Cidadania;

i) criação e instalação do “Laboratório de Habilidades”, onde o aluno terá treinamento prático em semiologia médica e práticas de assistência ao enfermo, utilizando-se manequins, antes de aplicar os seus conhecimentos nos pacientes;

j) conteúdos de Anatomia Patológica integrados ao estudo das doenças dos sistemas, associando o substrato anátomo-patológico da doença à clínica e à cirurgia; e

k) utilização do Laboratório de Informática.

A organização curricular será desdobrada em núcleos temáticos, que por sua vez, serão distribuídos em módulos e disciplinas semestrais. Para que estes não se constituam unidades isoladas, serão permeados pela realização de atividades integradoras que busquem as dimensões biológica, psicológica, histórica, social e ambiental do ser humano.

A estrutura curricular proposta será operacionalizada de forma a que os temas sejam abordados, preferencialmente, de forma integrada, nos eixos horizontal, vertical e transversal, quando possível, e os facilitadores do aprendizado, de forma interdisciplinar, apresentem a visão social, preventiva, curativa e de promoção de saúde em cada passo do processo.

O desenvolvimento dos módulos e disciplinas dar-se-á de forma integrada, com participação de profissionais que atuem em especialidades pertinentes às necessidades de ensino-aprendizagem, conduzindo os temas de forma interdisciplinar e multiprofissional. A metodologia utilizada privilegiará a participação ativa do aluno na construção do conhecimento e a integração entre os conteúdos, além de estimular a interação entre o ensino, a pesquisa e a extensão. As unidades de ensino/aprendizagem contemplam diferentes cenários, e o curso será desenvolvido de forma a permitir ao aluno conhecer ativamente situações variadas de viver a vida, organizar cuidados à saúde e trabalhar em equipes multiprofissionais, dentro e fora da instituição universitária. A interação ativa do aluno com usuários e profissionais de saúde deverá ocorrer desde o início do processo de sua formação acadêmica, proporcionando-lhe lidar com problemas reais, assumindo responsabilidades crescentes, como agente prestador de cuidados, compatíveis com o seu grau de autonomia.

Este Projeto Político-Pedagógico contempla a importância do uso de procedimentos de ensino, métodos, técnicas, dinâmicas de grupo, trabalhos individuais e em grupo. Algumas técnicas recomendadas são: aula expositiva dialogada, método de projeto, estudo dirigido, estudo de caso, estudo de meio, módulo de ensino, solução de problemas, demonstração, simpósio, seminário, painel (integrado, progressivo, de oposição), dramatização, júri simulado, GV.GO/Phillips 66 e de outros meios educativos de ensino, voltados para o desenvolvimento das competências, habilidades, atitudes e valores necessários à formação geral do médico na UFRN. O Estágio Curricular Obrigatório Supervisionado, em regime de internato, será etapa integrante da graduação, a ser realizado em serviços próprios ou conveniados, sob a supervisão direta dos docentes da própria Instituição, consoante às Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Graduação em Medicina.

Diante de um Projeto inovador e flexível como este, um dos desafios consiste em encontrar alternativas para a superação das dificuldades que os docentes encontrarão nas atividades acadêmicas, e em especial, na avaliação da aprendizagem dos seus alunos. Por

Page 22: PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINAarquivos.info.ufrn.br/arquivos/20121601091d461209043bd01f3666a… · O presente Projeto Político-Pedagógico é fruto das discussões,

22

conseguinte, pretende-se oferecer, para os docentes, oficinas de capacitação didático-pedagógica e laboratórios de práticas avançadas de ensino em saúde, com a participação efetiva da Pró-Reitoria de Graduação, do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da UFRN e do Projeto UNI-Natal, durante e após a fase de implantação do Projeto, como forma de educação continuada.

11. IMPLANTAÇÃO E AVALIAÇÃO 11.1. Implantação O Projeto Político-Pedagógico do Curso de Medicina tem sua implantação institucional prevista para 2002.1. Será implantado de forma gradativa e semestral. O processo de gestão do Curso será feito de forma democrática, participativa e co-responsável, abrangendo professores, alunos e corpo técnico-administrativo da UFRN.

Para o seu sucesso, deverá contar com a ativa participação dos gestores dos Hospitais Universitários e daqueles dos Sistemas de Saúde (Municipal e Estadual), que assumirão responsabilidades e compromissos mútuos relacionados à avaliação e controle, que possam garantir respostas às demandas dos diferentes níveis do Sistema de Saúde, através de:

a) promoção de gestão participativa do Curso; b) garantia do compromisso dos gestores com o processo de transformação do Curso; c) qualificação docente como estratégia central de transformação do Curso; d) desenvolvimento de uma política de integração efetiva do Curso de Medicina com os

Serviços de Saúde, incluindo a parceria com o SUS; e) realização de intercâmbios intra e inter-institucioinais sobre experiências em

avaliação, metodologia e gestão, nos diferentes Cursos e escolas de medicina do país; f) realização de fóruns abertos e participativos junto aos: Conselho Departamental,

Colegiado do Curso, Conselho de Pesquisa e Extensão; g) definição dos papeis e poderes de cada sujeito envolvido, na implantação e avaliação

do Projeto Político-Pedagógico; h) capacitação didático-pedagógica dos docentes, em caráter permanente e sistemático.

11.2 – Avaliação

11.2.1 - Avaliação do Projeto Político-Pedagógico

O processo de avaliação é, essencialmente, um processo para determinar em qual extensão os objetivos educacionais de um projeto estão sendo alcançados, devendo estimular e favorecer a correção de problemas identificados, desde que seja realizado de forma contínua, sistemática e oportuna.

A avaliação deste Projeto tem o propósito de acompanhar o atendimento aos Princípios Norteadores e às Diretrizes Curriculares. Deverá ser feita em todas as suas dimensões: objetivos, perfil do egresso, habilidades, competências e atitudes, estrutura curricular e flexibilização, corpo docente e discente, infra-estrutura, acervo bibliográfico, etc. Será um processo permanente, que poderá gerar modificações ao longo do curso, em qualquer uma de suas dimensões.

Page 23: PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINAarquivos.info.ufrn.br/arquivos/20121601091d461209043bd01f3666a… · O presente Projeto Político-Pedagógico é fruto das discussões,

23

Alguns dos princípios dessa avaliação são: a) promoção da inovação, aliada à mudança; b) respeito à concepção fundamental da aprendizagem; c) coerência com os princípios administrativos da UFRN; d) consonância da natureza do Projeto Político-Pedagógico do Curso de Medicina da

UFRN com as tendências mundiais na área da saúde. A avaliação deverá ser feita ao término de cada semestre, através de reuniões de

planejamento pedagógico, incluindo todos os docentes envolvidos. Dessas reuniões deverão resultar encaminhamentos e sugestões para melhoria do processo, o que possibilitará os ajustes necessários durante a implantação, visando ação transformadora gradual, a partir do momento de sua implantação institucional.

São aspectos fundamentais na avaliação do Projeto Político-Pedagógico do Curso de Medicina da UFRN:

a) que a avaliação seja percebida como uma valiosa ferramenta no processo de aprendizagem e auxilie a UFRN a realizar sua missão;

b) que importe tanto a efetividade da avaliação interna como os resultados externos; c) que o resultado do processo avaliativo seja a aprendizagem dos sujeitos envolvidos no

Projeto Político-Pedagógico (uma maneira de determinar seu progresso e de propor mudanças de direção que conduzam a uma maior efetividade);

d) que seja um processo de desenvolvimento e não apenas um informe de processo; e) que deva ser colaborativa, uma vez que os objetivos são comuns; f) que todas as partes envolvidas usem a mesma linguagem, explicitando o significado e

o entendimento do que é dito; g) que a avaliação seja trabalho de todos, a partir da questão: "O que podemos fazer para

melhorar o que estamos fazendo?" h) que a avaliação deva ser realizada em ambiente livre de riscos, permitindo que as

pessoas possam analisar, livremente, êxitos e oportunidades de melhoria; i) que os resultados apontados na avaliação, permitam melhoria e efetividade do Projeto

a curto prazo; j) que os resultados das avaliações deste Projeto sejam amplamente divulgados.

Alguns critérios são fundamentais no sentido de evidenciar a transformação pretendida no

âmbito do Curso, tais como, as atitudes inovadoras adotadas pelos docentes, o emprego de práticas pedagógicas que revelem o compromisso com as intenções do Projeto, e a evidência da aquisição de competências, habilidades e atitudes requeridas no perfil do médico desejado. A análise do desempenho acadêmico deverá ser semestral, proporcionando ajustes não previsíveis no momento de sua implantação, mas que venham a ser necessários durante o seu desenvolvimento, visto ser o Projeto Político-Pedagógico um processo não acabado, considerando-se também o dinamismo do saber médico. Assim, a ênfase dada pelos procedimentos de avaliação, apontam também para a dimensão social e política a que se submete a prática curricular contemporânea.

Page 24: PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINAarquivos.info.ufrn.br/arquivos/20121601091d461209043bd01f3666a… · O presente Projeto Político-Pedagógico é fruto das discussões,

24

11.2.2 - Avaliação do Processo Ensino-Aprendizagem

No sistema atual, a avaliação do processo ensino-aprendizagem carece de uma análise crítica quanto ao quê e como se ensina Medicina na UFRN. A avaliação discente é aplicada sem o estabelecimento de objetivos prévios, havendo uma sobrecarga de testes fundamentados na memorização, sem estímulo ao raciocínio. São utilizadas perguntas de caráter minucioso e detalhista, sem aplicabilidade prática e sem considerar o desempenho nas questões ética e psicológica. Tudo isso causa medo, ansiedade, submissão e passividade no aluno, levando-o ao stress, e prejudicando o seu desempenho. Além disto, inexiste um processo de avaliação permanente do curso, departamentos e disciplinas.

Na avaliação das atividades docente e discente um dos desafios é a profissionalização do professor que atua na área da Saúde. O desempenho docente se construirá a partir do reconhecimento, pelo próprio docente, da importância do trabalho pedagógico, para que a excelência técnica se concretize.

Neste Projeto, preconiza-se uma mudança substancial no sistema de avaliação, que deverá ser coerente com o projeto pedagógico, refletindo a natureza interdisciplinar e integrada do currículo proposto. Dentro desse contexto, algumas questões são pertinentes para avaliação:

• O que nós devemos avaliar? O processo de avaliação deverá medir, além dos elementos cognitivos, as habilidades e atitudes. Assim se deverá proceder à avaliação do material apreendido; da compreensão e assimilação do estudante; de habilidades práticas, atitudes e competências gerais, como habilidades na comunicação, resolução de problemas e processamento de dados; da competência do professor para ensinar; da eficácia do processo ensino-aprendizagem para saber que mudanças foram atingidas. Em síntese, deverão ser avaliados o estudante, o professor, a instituição e o método de ensino;

• Como nós devemos avaliar os alunos? Há várias maneiras de avaliar o aprendizado, mas nós defendemos a aplicação de meios de natureza abrangente. O aluno deverá ser avaliado como indivíduo e como componente de um grupo, e os critérios de avaliação e de aprovação devem ser de conhecimento amplo dos alunos. Exemplos de formas de avaliação são os Testes de Múltipla Escolha, Redação de Respostas Curtas, Exame Clínico Estruturado Objetivo (OSCE – Objective Structured Clinical Examination), dentre outros. O método deve transmitir confiança, ser consistente e permitir um julgamento adequado do que estamos querendo avaliar. Um outro requisito é a sua praticidade, ou seja, estar de acordo com os recursos disponíveis e as necessidades locais. Não podemos esquecer o elo entre a capacidade individual e condições emocionais dos estudantes durante a avaliação. Se pretendemos construir um modelo de avaliação baseado na avaliação do desempenho, devemos levar em conta a importância das áreas de comunicação, atitude e empatia, ao lado do conhecimento do assunto e habilidades clínicas.

• Por que nós temos que avaliar os alunos? Para aprovar ou reprovar o aluno, de acordo com o domínio dos assuntos e o nível do conhecimento adquirido; para classificar; para fornecer feedback aos alunos, dando-lhes informações sobre sua aprendizagem, novas habilidades, atitudes e cognição; para fornecer aos professores informações sobre os alunos; para avaliar a forma como os assuntos estão sendo transmitidos; e, acima de tudo, para motivar alunos e professores.

• Quando nós devemos avaliar os alunos? A avaliação deverá ser conduzida de forma permanente e contínua. É recomendável avaliar os alunos em momentos diferentes:

Page 25: PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINAarquivos.info.ufrn.br/arquivos/20121601091d461209043bd01f3666a… · O presente Projeto Político-Pedagógico é fruto das discussões,

25

antes, durante e ao final da cada fase. A supervisão permanente do professor é fundamental nesse processo.

• Quem deverá avaliar os alunos? Há uma grande discussão com relação a este ponto, mas nós sugerimos três encaminhamentos: os professores, os próprios estudantes (auto-avaliação e avaliação pelos pares) e outros sujeitos envolvidos no processo ensino-aprendizagem, se possível (outro professor, instituições ou departamentos de governo).

Dentre outros componentes, serão avaliados: o desempenho das turmas, os módulos e

disciplinas, a instituição, os cenários e os métodos de ensino. Pretende-se também instituir no âmbito do curso a avaliação dos docentes pelos discentes. O docente será avaliado pelo aluno, em cada disciplina, módulo ou estágio.

O resultado da avaliação do processo ensino-aprendizagem deve ser claro e objetivo para apontar os pontos fortes e as necessidades de melhoria, propondo as mudanças necessárias para atingir os objetivos do curso e formar na UFRN, o médico que a sociedade necessita.

Acreditamos que mudar o método de avaliação pode ser o caminho mais fácil para mudar o processo ensino-aprendizagem e melhorar a relação entre avaliação e aprendizagem.

O sistema de avaliação proposto, além de obedecer à Resolução ....../81CONSEPE, deverá basear-se nos seguintes princípios:

a) a avaliação deve ser sistemática, cooperativa, construtiva e democratizada; b) os métodos de avaliação devem ser coerentes e integrados com os princípios gerais do

deste Projeto Político-Pedagógico; c) as informações para avaliação devem ser provenientes de várias fontes; d) desempenho deve ser medido de acordo com os objetivos de aprendizagem; e e) a avaliação do aluno deverá ser sistematicamente formativa e somativa.

12. SUPORTE PARA O FUNCIONAMENTO DO CURSO

12.1. Recursos Humanos O curso de Medicina tem o seu corpo docente atual constituído por 218 professores.

Distribuição do Corpo Docente por Núcleo de Formação

Formação Total Graduados Especialistas Mestres Doutores Básica 26 01 02 07 16 Técnica 192 35 77 62 18 Total 218 36 79 69 34

Distribuição do Corpo Docente por Regime de Trabalho

Docentes 20 horas 40 horas DE

218 44 99 75

Page 26: PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINAarquivos.info.ufrn.br/arquivos/20121601091d461209043bd01f3666a… · O presente Projeto Político-Pedagógico é fruto das discussões,

26

Os técnicos de nível superior, que fazem parte dos Departamentos do Curso e de outras unidades da área de saúde, colaboram com as atividades docentes e docente-assistenciais.

12.2. Infra-estrutura Física do Curso O Curso de Medicina da UFRN, tem a sua carga horária obrigatória ministrada nas

instalações do Centro de Biociências (CB) e do Centro de Ciências da Saúde (CCS) através de seus Departamentos:

a) Centro de Biociências (CB) - Departamentos: Morfologia, Fisiologia, Bioquímica, Biologia e Genética, Farmacologia, Microbiologia e Parasitologia; e

b) Centro de Ciências da Saúde (CCS) - Departamentos de: Patologia, Saúde Coletiva, Medicina Clínica, Infectologia, Cirurgia, Ortopedia e Traumatologia, Pediatria e Tocoginecologia.

Os cenários de ensino no período de formação básica ocorrem no CB onde são utilizados

as salas para aulas teóricas e os laboratórios para aulas práticas de Anatomia Humana, Embriologia, Histologia, Biologia e Genética, Bioquímica, Farmacologia, Fisiologia, Parasitologia e Microbiologia.

Os cenários de ensino no período de formação técnica localizam-se nos Hospitais Escola da UFRN onde estão os Ambulatórios Gerais e de Especialidades, Enfermarias, Centro Cirúrgico, Unidade de Terapia Intensiva, Banco de Sangue, Auditórios e, na rede referenciada SUS do Município de Natal:

a) Hospital Universitário Onofre Lopes (UFRN-HUOL) - Departamentos: Clínica Médica, Cirurgia, Ortopedia e Traumatologia;

b) Maternidade Escola Januário Cicco (UFRN-MEJEC) - Departamento de Tocoginecologia;

c) Hospital de Pediatria (UFRN-HOSPED) - Departamento de Pediatria e Puericultura;

d) Hospital Maternidade Ana Bezerra (UFRN-HMAB) em Santa Cruz-RN - atividades prática do Departamento de Saúde Coletiva;

e) UFRN-CCS - Departamentos: Patologia, Saúde Coletiva. Ainda a Técnica Operatória, o Laboratório de Habilidades, o Laboratório de Informática; e

f) Hospitais Estaduais conveniados com a UFRN: i. Hospital Giselda Trigueiro (HGT) - atividades do Departamento

de Infectologia; ii. Hospital Dr. João Machado - atividades da Disciplina de

Psiquiatria; iii. Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HMWG) - atividades em

Urgência e Emergência; e iv. Unidades Clínicas da Prefeitura de Natal (SUS).

Page 27: PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINAarquivos.info.ufrn.br/arquivos/20121601091d461209043bd01f3666a… · O presente Projeto Político-Pedagógico é fruto das discussões,

27

12.3 – Programas de Pós-Graduação:

É importante salientar que um outro importante suporte para o Curso de Medicina das UFRN é a atividade de pós-graduação desenvolvida. Essas atividades estão assim distribuídas:

12.3.1 – Residências Médicas: Nº de Vagas:

a) Anatomia patológica 02 vagas b) Cirurgia geral 03 vagas c) Clínica médica 04 vagas d) Gastroenterologia 01 vaga e) Doenças infecciosas e parasitárias 03 vagas f) Medicina geral e comunitária 03 vagas g) Obstetrícia e ginecologia 07 vagas h) Pediatria 07 vagas i) Oftalmologia 07 vagas

Todos esses programas são credenciados pela Comissão Nacional de

Residência Médica do MEC. 12.3.2 - Cursos de Especialização

Departamento de Medicina Clínica: a) Especialização em Dermatologia I

Carga horária – 1210 horas Número de vagas – 02

b) Especialização em Dermatologia II Carga horária – 1050 horas Número de vagas – 03

Departamento de Saúde Coletiva:

a) Especialização em Saúde Pública Carga horária – 560 horas Número de vagas – 32

Departamento de Toco-Ginecologia

a) Especialização em Educação Sexual Carga horária – 385 horas Número de vagas – 40

12.3.3 - Mestrado e Doutorado

O Programa de Pós Graduação em Ciências da Saúde foi aprovado pela UFRN em 17 de Abril de 2001, através de Resolução nº 021/2001 – CONSEPE e está aguardando o parecer da CAPES. O Programa é multi e interdisciplinar, interagindo com vários cursos da nossa Universidade. O seu principal objetivo é a qualificação de recursos humanos nas diversas áreas

Page 28: PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINAarquivos.info.ufrn.br/arquivos/20121601091d461209043bd01f3666a… · O presente Projeto Político-Pedagógico é fruto das discussões,

28

da Saúde em nível de Mestrado e Doutorado, sendo uma característica diferencial desse Programa não ter áreas de concentração e nem número limitados de vagas. A primeira turma foi iniciada no período 2001.2, com 39 alunos, sendo 21 selecionados para o Mestrado e 18 para o Doutorado.

12.4 - Recursos Bibliográficos Os recursos bibliográficos disponíveis para o Curso de Medicina estão disponibilizados

tanto na Biblioteca Central Zila Mamede como na Biblioteca Setorial do Centro de Ciências da Saúde, estando assim distribuídos:

12.3.1 - Biblioteca Central:

Livros: número de títulos e exemplares: Títulos – 389 Exemplares – 3501

Periódicos: número de títulos Nacionais: 11 Internacionais: 47

Turnos de funcionamento: Matutino, vespertino e noturno

12.3.2 - Biblioteca Setorial (CCS):

Livros: número de títulos e exemplares: Títulos – 32 Exemplares – 1090

Periódicos: número de títulos Nacionais – 33 Internacionais – 23

Turnos de funcionamento: Matutino e vespertino

Sistemas de consulta bibliográfica existente

12.5 - Recursos de Tecnologia da Informação (Laboratório de Informática) O Laboratório de Informática, que faz parte do Projeto FINEP, está instalado no prédio

central do Centro de Ciências da Saúde, tendo no seu acervo 10 microcomputadores da marca POSITIVO e um servidor marca MICROTEC. É destinado aos alunos da graduação do Curso de Medicina e de outros cursos do CCS, tendo como objetivos estimular a pesquisa e criar a cultura do uso da Internet.

É também utilizado pelos docentes do curso, para ministrar aulas aos cursos de Graduação e elaboração das expositivas.

O laboratório conta com vasto banco de dados através da BIREME e de convênios com a Biblioteca Central Zila Mamede.

Page 29: PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINAarquivos.info.ufrn.br/arquivos/20121601091d461209043bd01f3666a… · O presente Projeto Político-Pedagógico é fruto das discussões,

29

12.6 - Laboratório Multiprofissional de Habilidades na Área de Saúde

Considerando-se as reformas curriculares pretendidas nos diversos cursos do Centro de Ciências da Saúde (Medicina, Enfermagem, Nutrição, Farmácia, Fisioterapia, Educação Física e Odontologia) e o diagnóstico feito da existência de graves lacunas no que se referia às condições básicas para a modernização das estruturas curriculares e para a inovação do ensino da graduação, a falta de um cenário para o treinamento de habilidades clínicas pelos nossos alunos constituiu-se em uma dessas lacunas. Partindo, então, desse diagnóstico, o CCS elegeu a instalação de um “Laboratório para o treinamento de habilidades clínicas”, como objeto de um projeto, o qual foi enviado à SESU/MEC em Agosto de 1999, tendo esse projeto sido aprovado, com a liberação da verba para a sua implantação imediata. O Laboratório faz parte do “Programa de Modernização e Qualificação Institucional do Ensino Público Superior”. Os principais objetivos desse Laboratório são os seguintes:

a) Desenvolver o processo de implantação de metodologias inovadoras e tecnológicas apropriadas para ensinar, aprender e pesquisar nos cursos da área de saúde.

b) Oferecer suporte didático-pedagógico e técnico-científico ao processo de inovação do ensino de graduação, exigido pelo novo projeto pedagógico na área de saúde.

c) Aprimorar o treinamento e o aprendizado de habilidades clínicas dos estudantes da área de saúde.

d) Favorecer o processo de articulação do conhecimento e do trabalho discente entre os diferentes cursos.

e) Articular as atividades didático-pedagógicas da graduação, extensão e pesquisa. f) Possibilitar ao aluno oportunidade de aprendizagem ativa, treinamento de habilidades

no suporte básico e avançado de vida, tais como ressuscitação cárdio-respiratória, entubação endotraqueal, toque retal, exame ginecológico e manobras obstétricas, procedimentos básicos de enfermagem, coleta de material biológico, dentre outras.

Na proposta do Projeto Político Pedagógico do Curso de Medicina, esse laboratório deverá ser oferecido aos alunos durante todos os períodos do curso, em todos os módulos e disciplinas. Funcionará em prédio anexo à Maternidade Escola Januário Cicco, nos turnos matutino e vespertino.

12.7 - Complexo de Atenção à Saúde da UFRN O Complexo de Atenção à Saúde da UFRN, foi criado através da Resolução n° 004/2000-

CONSUNI, de 28 de abril de 2000, em atendimento às recomendações do Ministério da Educação, dos órgãos colegiados e dirigentes dos hospitais universitários do Ministério da Saúde, do Conselho Nacional de Saúde e das instituições estaduais e municipais de saúde. Essas instituições orientaram a implementação e inserção do componente assistencial dos hospitais universitários e de ensino no Sistema Único de Saúde-SUS.

O Complexo é vinculado à Reitoria da UFRN, encontra-se em fase de implantação, e é assim constituído:

12.7.1 – Conselho Consultivo, contando com um representante de cada um dos seguintes órgãos: a) Reitoria b) Pró-Reitoria de Planejamento e Coordenação Geral

Page 30: PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINAarquivos.info.ufrn.br/arquivos/20121601091d461209043bd01f3666a… · O presente Projeto Político-Pedagógico é fruto das discussões,

30

c) Centro de Ciências da Saúde d) Secretaria Estadual de Saúde do RN e) Secretaria Municipal de Saúde de Natal f) unidades assistenciais do Complexo (um representante de cada) g) o Coordenador Executivo do Complexo. 12.7.2 – Órgãos Executivos (Unidades Assistenciais do Complexo) a) Hospital Universitário Onofre Lopes-HUOL b) Maternidade Escola Januário Cicco-MEJC c) Hospital de Pediatria-HOSPED d) Hospital Ana Bezerra-HMAB e) Unidade de medicina Comunitária, vinculada ao HUOL f) Núcleo de Hematologia e Hemoterapia, vinculado ao CCS

g) Serviço de Anatomia Patológica, vinculado ao Departamento de Patologia

h) Serviço de Assistência Odontológica, vinculado ao Departamento de Odontologia

i) Unidade de Fisioterapia, vinculada ao Departamento de Fisioterapia

13. EMENTÁRIO E PLANILHAS 13.1 – Disciplinas obrigatórias 13.2 – Disciplinas complementares (optativas)

13.3 – Planilhas

14. BIBLIOGRAFIA DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO a) ARRUDA, J. Políticas e indicadores da qualidade na educação superior – José Ricardo

Campelo Arruda. -Rio de Janeiro: Qualitmark/Dunya Ed. 1997.

b) Desafios Éticos/coordenação José Eberienos Assad. Brasília: Conselho Federal do Medicina, 1993.

c) Educação médica/coordenadores Eduardo Marcondes, Ernesto Lima Gonçalves, - São d) Paulo : SARVIER, 1998.

e) Encontro de Pesquisa Educacional do Nordeste: Política de educação superior (13.: 1997:

Natal) organização Luiz Gonzaga Pontes Pessoa, Maria do socorro Azevedo Borba. –Natal: EDUFRN, 1998.

f) Revista Brasileira de Educação Médica, 1998; 1999; 2000.

Page 31: PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINAarquivos.info.ufrn.br/arquivos/20121601091d461209043bd01f3666a… · O presente Projeto Político-Pedagógico é fruto das discussões,

31

g) Interface – Comunic, Saúde, Educ / Fundação UNI Botucatu/Unesp v 1 n 1, 1997; v 2 n 2 e 3 , 1998; v 3 n. 4 e 5, 1999; v 4 n 6 e 7, 2000.

h) Olho Mágico/ Centro de Ciências da saúde, Universidade estadual de Londrina v 6 n 22,

2000.

i) Avaliação do modelo pedagógico: relatório da primeira oficina de trabalho. UFRN/CCS. Natal, junho de 1996.

j) Resultado da discussão com departamentos do Curso de Medicina. UFRN/CCS. 1996

k) Transformando a educação médica brasileira –Projeto CINAEM – III Fase ( Roberto Xavier Piccini, Luiz Augusto Facchini, Rogério Carvalho dos santos), setembro, 1999

l) Proposta para uma reforma curricular do curso de medicina. CCS/UFRN, 1999

m) Medicina em debate – Boletim do Núcleo de Educação médica (NEME) – UFRN, n° 1 , 1998 e v. 2, 1999.