projeto "todos juntos podemos ler"
TRANSCRIPT
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE MARRAZES
Projeto de intervenção
2014/2016
dezembro /2014 2
Índice 1. Enquadramento .................................................................................................................................. 3
2. Caracterização do Agrupamento ........................................................................................................ 4
2.1. Bibliotecas Escolares ........................................................................................................... 4
2.2. Educação Especial ............................................................................................................... 5
2.2.1. Salas de Currículos Específicos Individuais (CEI) ................................................................... 6
2.2.2. Unidade de Ensino Estruturado para a Educação de Alunos com Perturbações do Espectro
do Autismo ...................................................................................................................................... 6
3. Público-alvo ..................................................................................................................................... 8
4. Análise de resultados ...................................................................................................................... 9
4.1. Os alunos, a leitura e o acesso ao computador .................................................................. 9
4.2. As Bibliotecas Escolares .................................................................................................... 10
4.2.1. Questionário - Parte B ................................................................................................... 12
4.3. Caracterização dos hábitos de leitura dos alunos ............................................................ 15
5. Organização do projeto ................................................................................................................. 23
5.1. Objetivos gerais ................................................................................................................. 23
5.2. Estratégias ......................................................................................................................... 24
5.3. Resultados esperados ....................................................................................................... 25
5.4. Recursos humanos ............................................................................................................ 25
5.5. Recursos materiais ............................................................................................................ 25
5.6. Tempo previsto ................................................................................................................. 25
5.7. Avaliação ........................................................................................................................... 26
6. Referências Bibliográficas ............................................................................................................. 26
dezembro /2014 3
1. Enquadramento
O trabalho de parceria entre as bibliotecas escolares deste agrupamento e o departamento
de Educação Especial tem sido uma constante desde o momento em que a biblioteca integrou
a Rede de Bibliotecas Escolares. Com o projeto aLer+, desde 2010, este trabalho colaborativo
foi ganhando sistematicidade, consubstanciando-se num trabalho contínuo de apoio ao
currículo dos alunos com Necessidades Educativas Especiais de Caráter Permanente.
O projeto “ Todos Juntos Podemos Ler” tornará possível a inovação do trabalho
realizado, assim como o seu enriquecimento, com a introdução de novos dispositivos e novas
ferramentas, o que contribuirá, acreditamos, para o desenvolvimento das competências de
leitura dos alunos.
Tem sido contínuo, por outro lado, o esforço do agrupamento em apetrechar a escola de
equipamento informático, no sentido de contribuir para melhorar o sucesso escolar de todos
os alunos.
O presente projeto pretende evidenciar a intenção de assegurar a estes alunos,
particularmente, as melhores condições para a sua integração escolar e social.
O trabalho com as novas tecnologias, em dispositivos mais acessíveis, tornará,
seguramente, esse propósito cada vez mais exequível.
Este agrupamento, sendo Território Educativo de Intervenção Prioritária, assume, no seu
Projeto Educativo, como uma das principais linhas de atuação, a integração plena de todos os
alunos, pelo que o presente projeto vai diretamente ao encontro das nossas orientações, na
tentativa de cada vez mais e melhor respondermos às necessidades e exigências das
especificidades de todos os nossos alunos.
dezembro /2014 4
2. Caracterização do Agrupamento
O Agrupamento de Escolas de Marrazes corresponde à área geográfica das
freguesias de Marrazes, Regueira de Pontes e Amor e é constituído pelos seguintes
estabelecimentos:
2.1. Bibliotecas Escolares
No Agrupamento de Escolas de Marrazes existem duas bibliotecas escolares. Uma situa-
-se na escola sede (Escola nº 2 de Marrazes), a outra está localizada na Escola Básica da
Gândara dos Olivais.
Na escola sede, têm acesso à biblioteca 285 alunos do 2º ciclo e 190 alunos do 3º ciclo,
para além de cerca de 100 alunos do 1º ciclo, cuja escola está muito próxima do edifício da
sede, geograficamente. A segunda biblioteca do agrupamento é utilizada por cerca de 150
alunos do 1º ciclo.
As bibliotecas contam com duas professoras bibliotecárias com formação académica na
área.
Na escola sede, a equipa da biblioteca conta, para além da professora bibliotecária, com
uma professora do 1º ciclo, a tempo inteiro, no presente ano letivo, que apoia o serviço de
atendimento e o trabalho inerente ao desenvolvimento de atividades. A equipa é ainda formada
por três outras colegas colaboradoras, com dois tempos no seu horário, para apoio ao
desenvolvimento de atividades. A biblioteca da escola sede conta com uma assistente
operacional a tempo inteiro.
dezembro /2014 5
Na biblioteca da Escola Básica de Gândara dos Olivais, para além da professora
bibliotecária, está, durante o presente ano letivo, uma colega do 1º ciclo a tempo inteiro a
apoiar o serviço da biblioteca. Nesta biblioteca não há assistente operacional.
2.2. Educação Especial
Tendo em conta a evolução verificada recentemente na legislação que suporta a
Educação Especial, a DGIDC avança com uma definição do conceito de Necessidades
Educativas Especiais (NEE), numa perspetiva mais próxima dos atuais modelos de
intervenção, assim:
“Consideram-se alunos com necessidades educativas especiais de carácter prolongado
aqueles que experienciam graves dificuldades no processo de aprendizagem e participação no
contextos escolar, familiar e comunitário, decorrentes da interação entre fatores ambientais
(físicos, sociais e atitudinais) e limitações de grau acentuado ao nível do seu funcionamento
num ou mais dos seguintes domínios: sensorial (visão e audição); motor; cognitivo;
comunicação, linguagem e fala; emocional e personalidade.”
Esta definição entronca-se num modelo dinâmico de interação pessoa/ambiente, isto é,
as interações e influências que se estabelecem entre o meio e o indivíduo originam o grau de
envolvimento e o nível de desempenho nas atividades, pelo que, é importante valorizar as
diferentes dimensões em análise. A definição deste conceito dá-nos a ideia da sua abrangência
e, consequentemente, da dificuldade no que concerne a sua identificação. Simeonsson (1994),
caracteriza as Necessidades Educativas Especiais em: NEE de baixa frequência e alta
intensidade e NEE de alta frequência e baixa intensidade. As primeiras correspondem às NEE
de carácter prolongado ou “permanente” e comportam a deficiência visual, auditiva, motora,
mental e o espectro do autismo. A sua etiologia é biológica, inata ou congénita, ainda que os
problemas possam decorrer de fatores ambientais. Por norma a identificação destes alunos
tende a ser feita pelos serviços de saúde e da segurança social, exigindo a sua inclusão
particular articulação e cooperação entre os diferentes atores e a existência de recursos
apropriados à sua problemática. As segundas correspondem às NEE de carácter temporário e
abrangem problemas de saúde, de socialização, de comportamento e de aprendizagem.
Tendo em conta as necessidades específicas de cada criança/jovem com Necessidades
Educativas Especiais de carácter Permanente (NEEP) e por forma a operacionalizar as
respostas mais adequadas para estes alunos existem neste Agrupamento duas salas para alunos
dezembro /2014 6
com Currículo Específico Individual (CEI) e uma Unidade de Ensino Estruturado (UEE) para
Alunos com Perturbações do Espectro do Autismo (PEA), com duas salas:
• Sala 1 - Alunos da Educação Pré-escolar e do 1.º CEB;
• Sala 2 - Alunos do 2.º e 3.º CEB.
2.2.1. Salas de Currículos Específicos Individuais (CEI)
O trabalho desenvolvido nestas salas tem por referência os Currículos delineados para
os alunos que beneficiam da medida e) do Decreto-Lei n.º 3/2008 de 7 de janeiro, e visa dar
resposta às limitações existentes ao nível da atividade e participação.
Este grupo é constituído por alunos com uma faixa etária que oscila entre os dez e os
dezasseis anos e que frequentam desde o 5.º ao 9.º ano de escolaridade, sendo por isso
possível designar este grupo como heterogéneo.
Estas salas visam:
a) Promover as atividades de cariz funcional na área de Português e Matemática;
b) Desenvolver Projetos que envolvam os alunos em atividades diversificadas;
c) Aplicar metodologias e estratégias de intervenção interdisciplinares visando o
desenvolvimento e a integração social e escolar dos alunos;
d) Incentivar a participação dos pais/encarregados de educação no processo de
ensino e aprendizagem;
2.2.2. Unidade de Ensino Estruturado para a Educação de Alunos com
Perturbações do Espectro do Autismo
O trabalho desenvolvido nas salas da UEE baseia-se na metodologia TEACCH1 que
centra o seu foco no ensino de capacidades de comunicação, organização e prazer na partilha
social. Centra-se nas áreas fortes frequentemente encontradas nas pessoas com Perturbações
do Espetro do Autismo (PEA) – processamento visual, memorização de rotinas funcionais e
1 TEACCH – a metodologia foi desenvolvida nos anos 60 no Departamento de Psiquiatria da Faculdade de
Medicina da Universidade da Carolina do Norte, Estados Unidos. Baseia-se na organização do ambiente físico
através de rotinas e sistemas de trabalho, de forma a adaptar o ambiente para tornar mais fácil para a criança
compreende-lo, assim como compreender o que se espera dela. Visa desenvolver a independência da criança
de modo que ela necessite do professor para a aprendizagem, mas que possa também passar parte de seu
tempo de forma independente.
dezembro /2014 7
interesses especiais – e pode ser adaptado a necessidades individuais e a diferentes níveis de
funcionamento.
O Ensino Estruturado assenta a sua base na estruturação externa do espaço, tempo,
materiais e atividades, promovem uma organização interna que permite facilitar os processos
de aprendizagem e de autonomia das pessoas com PEA, diminuindo a ocorrência de
problemas de comportamento. Através do ensino estruturado é possível:
Fornecer uma informação clara e objetiva das rotinas;
Manter um ambiente calmo e previsível;
Atender à sensibilidade do aluno aos estímulos sensoriais;
Propor tarefas diárias que o aluno é capaz de realizar;
Promover a autonomia.
A criação de situações de ensino/aprendizagem estruturadas minimiza as dificuldades de
organização e de processo sequencial, proporcionando segurança, confiança e ajuda a
criança/jovem com PEA a capitalizar as suas forças.
Recursos e parcerias/protocolos:
Relativamente aos técnicos que são colocados no Agrupamento há a salientar o facto de
serem apenas colocados no início de cada ano letivo (outubro) dois técnicos em parceria com
outro Agrupamento do distrito de Leiria, um Terapeuta da Fala e um Terapeuta Ocupacional,
estes técnicos possuem um contrato anual o que faz com que os alunos mudem de técnico com
frequência.
Existe um Psicólogo colocado no Agrupamento há vários anos, pelo que o trabalho
realizado neste âmbito é de continuidade, o que é uma mais valia tendo em conta a
especificidade do grupo alvo.
Parcerias estabelecidas com outras instituições da comunidade:
Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO) – delegação de Leiria;
Associação de Surdos da Alta-Estremadura;
AMITEI – Associação de Solidariedade Social de Marrazes, cujos utentes são
utilizadores assíduos da biblioteca e que poderão vir a usufruir do material
proveniente do presente projeto.
dezembro /2014 8
Fundação PT, com o projeto “inclusão.com”, subordinado ao qual o Departamento de
Educação Especial trabalha, nomeadamente na exploração, com os alunos, dos
programas GRID2 e SPC.
3. Público-alvo
Este projeto tem como público-alvo os alunos com Necessidades Educativas Especiais
de Carácter Permanente (NEEP) que frequentam: as salas da UEEA, a Escola da Sismaria da
Gândara, a Escola da Gândara dos Olivais, as salas CEI no 2º e 3º CEB e a turma do Curso
Vocacional do Agrupamento de Escolas de Marrazes, cujos alunos forma, quase na sua
maioria, referenciados como alunos com NEE.
Tendo em linha de conta o perfil de funcionalidade destes alunos bem como as
competências a nível de atividade e participação torna-se necessário adequar o acesso à
leitura e literacias, sendo este trabalho desenvolvido numa parceria com a Biblioteca
Escolar (BE), apresentamos seguidamente a tabela representativa do número de alunos que
participarão no Projeto por nível de educação e ensino e respetiva problemática.
Tabela 1 – alunos NEEP que participarão no Projeto
Problemática Número de alunos por nível de Educação e Ensino
Educação
Pré-escolar 1.º CEB 2.º CEB 3.º CEB TOTAL
Cognitivo 10 4 9 21
Multideficiência 1 1 2
PEA 2 4 2 2 10
Outras problemáticas 13 13
Total alunos 2 15 6 25 48
Participarão no projeto 48 alunos das escolas acima mencionadas: 2 da educação pré-
escolar, 17 do 1.º ciclo do ensino básico, 6 do 2.º ciclo do ensino básico e 25 do 3.º ciclo
do ensino básico.
Estes alunos, tal como é possível verificar no quadro anterior são portadores de diversas
problemáticas, estando inseridos nas turmas de referência onde frequentam algumas disciplinas de
acordo com o perfil de funcionalidade definido no Programa Educativo Individual (PEI).
dezembro /2014 9
Os alunos com perturbações do espectro do autismo frequentam a Unidade de Ensino
Estruturado de Apoio a alunos com Autismo (UEEA), encontrando-se igualmente inseridos nas suas
turmas de referência.
Os alunos da turma do Curso Vocacional frequentam todas as disc ipl inas do seu
Percurso Curr icular .
4. Análise de resultados
O Inquérito por Questionário (Deshaies:1992) é uma técnica potencialmente muito útil
em Educação e nas Ciências Sociais bem como no escrutínio da opinião pública. Neste
contexto, procurámos pontos de contacto e de controlo entre os diferentes questionários.
Foram aplicados 48 inquéritos propostos pela DGIDC- RBE os quais permitiram a
recolha de dados relativos aos alunos que integram o projeto, mais concretamente no que
concerne os seus hábitos de leitura e literacias.
Dos quarenta e oito inquiridos (48) que responderam à parte A do questionário foi
possível apurar as seguintes respostas que a seguir se elencam.
4.1. Os alunos, a leitura e o acesso ao computador
Gráfico1 – dificuldades a nível da leitura e do acesso ao computador
1 - Dificuldades apresentadas pelos alunos ao nível da leitura e do acesso ao computador.
Mecanismo da
leitura adquirido
Leitura Compreensão
Atenção e
concentração
Manuseamento
do teclado e do
rato Dificuldade
completa
Dificuldade
grave
Dificuldade
moderada
24 6 10 8 10 16 4
30%
8%
13%10%
13%
21%
5% Mecanismo da leitura adquirido
Leitura (dif iculdade completa)
Leitura (dif iculdade grave)
Leitura (dif iculdade moderada)
Compreensão
Atenção e concentração
Manuseamento do teclado e do rato
dezembro /2014 10
Fazendo a análise ao gráfico1, podemos verificar que dos quarenta e oito (48) alunos
com NEEP inquiridos vinte e quatro (24) desenvolveram o mecanismo da leitura, dez (10)
alunos apresentam dificuldades graves na leitura, oito (8) dificuldades moderadas e seis (6)
não leem. De igual modo podemos verificar que dez (10) alunos revelam simultaneamente
dificuldades de compreensão e dezasseis desses alunos apresentam défice de atenção e
concentração. Salienta-se ainda que quatro (4) alunos possuem dificuldade no
manuseamento do teclado e do rato.
Na questão relativa à necessidade de livros adaptados verificamos que dezasseis (16)
dos alunos necessitam de livros adaptados e não obtivemos resposta de dois (2) alunos. Os
restantes trinta (30), como é possível verificar pelos dados apresentados, não necessitam de
adaptações.
Gráfico 2 – Necessidade de livros adaptados
4.2. As Bibliotecas Escolares
No que concerne os formatos de acessibilidades e relativamente aos 16 alunos que
referem ter necessidade de livros adaptados, consideram ser pertinente a aquisição de livros
falados, livros táteis e livros adaptados em SPC, tal como é possível verificar no gráfico 3.
Gráfico 3 – Formatos de acessibilidades
2 - O aluno necessita de livros adaptados
Sim Não Sem resposta
16 30 2
3 - O aluno necessita dos formatos de
acessibilidade
Livros adaptados
em SPC
Livros
táteis
Livros
falados
Sem
resposta
10 6 8 2
dezembro /2014 11
Relativamente à necessidade de hardware/software ou outros produtos de apoio
salientamos o Gráfico 4 que nos apresenta em termos globais as necessidades
evidenciadas nos inquéritos.
Gráfico 4 – Necessidade de hardware e software
Como podemos observar na Tabela 2 o formato de acessibilidades sugeridas são: o
GRID2 que utilizam nas duas salas da UEEA (e que seria benéfico para que outros alunos
pudessem beneficiar deste tipo de software), ecrã tátil, tablet, SPC, jogos específicos para
a consolidação da leitura, escrita e cálculo e jogos para o desenvolvimento da
atenção/concentração.
Tabela 2 – Formatos de acessibilidades
No gráfico seguinte podemos observar que segundo a opinião dos inquiridos as
bibliotecas do Agrupamento dispõe de poucos livros adaptados (com suporte áudio) e não
dispõem de hardware nem software específicos.
4 - O aluno necessita de livros adaptados
Sim Não Sem resposta
32 16 1
2 – Formato de acessibilidades necessários
GRID2 8
Ecrã tátil 2
Tablet 6
SPC 10
Jogos específicos para a consolidação da leitura, escrita e cálculo 10
Jogos para o desenvolvimento da atenção/concentração. 10
Sem sugestões 2
dezembro /2014 12
Gráfico 5 – Hardware e software disponível na biblioteca
Relativamente aos inquiridos que responderam não existirem produtos de apoio na
biblioteca, foi questionado sobre se consideravam que seriam necessários esses produtos.
Tendo havido unanimidade na resposta, isto é 100% dos inquiridos responderam: Sim.
4.2.1. Questionário - Parte B
Para dar resposta à parte B do questionário, este foi distribuído entre uma amostra de
docentes que trabalham com alunos NEEP, nomeadamente professores de Educação
Especial, professores com turma atribuída, Diretor de Turma e a professora bibliotecária,
num total de 10 inquiridos.
Para análise da resposta número 1 apresentamos o gráfico nº 6 que clarifica o ponto de
vista global da amostra de professores, sendo de salientar que um mesmo inquirido
selecionou mais do que um tipo de adequação.
Gráfico 6 – Necessidade de introdução de adequações
5 – Disponibilidade de produtos de apoio
Sim, muitos Sim, poucos Não Sem
conhecimento
Sem
resposta
0 8 10 15 15
6 – Introdução de adequações nas/nos:
Estratégias Tarefas Materiais Espaços Tipo de
ajuda
3 4 5 1 4
dezembro /2014 13
Da resposta à questão número 2 podemos salientar que dos 10 professores inquiridos
três (3) responderam que “Não” sentem dificuldade em criar condições para envolver os
alunos NEEP nas atividades desenvolvidas na Biblioteca; um (1) respondeu “Algumas” e os
restantes responderam que “Sim”, tal como é possível observar no Gráfico número 7.
Gráfico 7 – Dificuldades em criar condições para envolver os alunos
Podemos verificar através da Tabela 3 a opinião dos seis (6) professores que
responderam sentir dificuldades em envolver os alunos NEEP nas atividades desenvolvidas
na Biblioteca, mais concretamente o tipo de dificuldade sentida:
7 - Dificuldade em envolver os alunos nas atividades
Sim Não Algumas
6 3 1
dezembro /2014 14
Tabela 3 – Tipo de dificuldades
Por forma a responder à questão número 3 apresentamos o Gráfico n.º 8 que retrata a
opinião dos inquiridos relativamente à planificação e desenvolvimento das atividades em
conjunto entre os diferentes intervenientes. Salientamos que oito (8) em dez (10) professores
responderam que a planificação e o desenvolvimento das atividades se realizam em conjunto.
Gráfico 8 – Planificação e o desenvolvimento das atividades
Relativamente à questão número 4 que centra o foco da sua atenção nas acessibilidades
físicas das bibliotecas do Agrupamento, importa salientar que as respostas foram unânimes ao
apontarem globalmente para a falta de acessibilidades existente na Biblioteca da Escola sede.
Importa referir que esta Biblioteca encontra-se no 1.º andar e não dispõe de elevador. A
resposta favorável refere-se à Biblioteca 1 que se encontra afeta a um estabelecimento escolar
do 1.º CEB.
3 – Tipo de dificuldade sentida para envolver os alunos NEEP
Falta de materiais adaptados/específicos 2
Especificidade do trabalho a realizar com os alunos 1
Falta de acompanhamento por parte de um adulto 1
Níveis de concentração reduzida por parte destes alunos 1
Acomodar os alunos confortavelmente quando a atividade é alargada 1
8 - Planificação e o desenvolvimento das atividades
Sim Não Algumas
8 1 1
dezembro /2014 15
Gráfico 9 – Acessibilidades
4.3. Caracterização dos hábitos de leitura dos alunos
Dos alunos inquiridos, catorze (14) referiram que gostam de ler, no entanto
dezasseis (16) não sabem ler, dez (10) possuem dificuldades graves de leitura e oito
(8) têm dificuldades moderadas de leitura inerentes ao seu perfil de funcionalidade.
Gráfico 10 – Gosto pela leitura
Dos trinta e dois (32) alunos que sabem ler apresentamos na Tabela 4 o tipo de livros
preferenciais:
9 - Acessibilidades
Sim Não
9 1
10 – Gostas de ler?
Sim Não Pouco Não sabe ler
14 2 16 16
dezembro /2014 16
Tabela 4 – Tipo de livros preferenciais
Como podemos observar o leque de interesses é muito variado. Tal facto resulta da
diversidade de alunos questionados bem como da sua faixa etária.
Para dar resposta à questão número dois apresentamos o Gráfico 11 que nos dá uma
visão sobre se os alunos (32) conversam sobre os livros lidos e com quem.
Gráfico 11 – Diálogo sobre os livros lidos
Após a análise das respostas dadas pelos inquiridos podemos concluir que as pessoas
com quem preferem conversar sobre os livros lidos são os que lhes estão mais próximos,
assim podemos verificar as suas preferências no Gráfico 12:
4 – Que tipo de livros?
Livros com Imagens 7
Banda desenhada 4
Livros de Histórias 5
Aventuras 3
Terror 4
Policiais 3
Livros de Futebol 1
Sem resposta 5
11 – Costumas conversar sobre os livros que lês?
Sim Não Às vezes
17 3 12
dezembro /2014 17
Gráfico 12 – Com quem partilham informação
Da maioria dos alunos que dialoga sobre os livros lidos salientam os colegas como o
público preferencial para essa partilha. Seguem-se os professores e os pais.
Relativamente à questão “Gostas de ouvir história” os inquiridos referiram
maioritariamente que sim como podemos observar através da análise do gráfico n.º 13 que
subsequentemente se apresenta:
Gráfico 13 – Gosto pela audição de histórias
A questão número 5 refere-se ao número de alunos que costuma ouvir histórias. As
respostas encontram-se num valor muito semelhante entre o número de alunos que ouve
12 – Com quem?
Mãe/Pai Professores Colegas Primos Irmãos
6 8 15 1 2
13 – Gostas de ouvir histórias?
Sim Não Às vezes
30 17 1
dezembro /2014 18
habitualmente histórias e o número de alunos que não ouve histórias, como podemos
observar no gráfico 14 que se segue:
Gráfico 14 – Ouves histórias
Relativamente a quem lê as histórias, os inquiridos que ouvem as histórias (26)
referiram que a maior parte das vezes estas são lidas pelos professores ou pelos familiares
mais próximos. Analisámos as respostas e podemos observar no Gráfico n.º 15 com maior
detalhe as respostas dadas. É de salientar que muitos dos inquiridos deram mais do que uma
resposta, salientando que na escola as histórias eram lidas pelos professores e em casa pelos
vários familiares.
Gráfico 15 – Quem lê as histórias
14 – Costumas ouvir histórias?
Sim Não
26 22
15 – Quem é que te lê as histórias?
Professores Mãe/Pai Tio / Tia Avós Irmãos
24 12 15 2 2
dezembro /2014 19
Relativamente à questão, se costumam falar com os alunos sobre as histórias ouvidas,
no mesmo universo de inquiridos que ouvem as histórias (26) a análise realizada às respostas
aponta maioritariamente para o “Sim”, como podemos comprovar através da observação do
Gráfico n.º 16:
Gráfico 16 – Falar sobre as histórias ouvidas
A questão número 7 desdobra-se em duas e volta a captar a atenção dos alunos por se
centrar nas novas tecnologias de informação e comunicação. A primeira parte da questão
coloca o foco da ação no facto do aluno utilizar o computador e a segunda parte da questão
centra-se na utilidade dada ao mesmo. Assim apresentaremos o Gráfico n.º 17 onde é possível
verificar o número de respostas positivas face às negativas e de seguida a Tabela n.º 5 onde
são elencadas a preferências referidas pelos alunos na aplicação dada aos computadores.
Gráfico 17 – Uso do computador
16 – Costumam falar contigo sobre as histórias que ouves?
Sim Não Às vezes Sem resposta
20 4 1 1
17 – Costumas usar o computador?
Sim Não Às vezes
41 4 3
dezembro /2014 20
Salientamos ainda o facto dos alunos que referiram não costumar usar o computador
terem verbalizado que não o fazem por não possuírem nenhum computador em casa.
Tabela 5 – Uso do computador
Da tabela apresentada importa referir que a maioria dos inquiridos deu mais do que
uma resposta.
Da análise à questão número 8 sobre se os inquiridos possuem livros em casa a resposta
situou-se entre as variáveis: “Sim”, “Não”; “Poucos” e “Sem resposta”.
Gráfico 18 – Possuem livros em casa
5 – Para fazer o quê?
Para fazer puzzles 1
Ouvir músicas 25
Ouvir histórias 2
Acesso às redes sociais 17
Jogos recreativos 26
Jogos didácticos 10
Fazer pesquisas para trabalhos da escola 4
Para escrever 10
Fazer trabalhos da escola 5
Ver filmes 7
18 – Tens livros em casa?
Sim Não Só os
manuais
Sem
resposta
31 5 8 4
dezembro /2014 21
Relativamente à questão número 9 esta também se desdobra em duas, sendo a
primeira parte centrada no facto dos alunos irem à Biblioteca e a segunda parte se se
deslocam sozinhos ou com a turma. Pelo que apresentaremos o Gráfico n.º 19 onde é
possível verificar o número de respostas positivas e o Gráfico 20 que será realizado a
partir das respostas positivas dadas no Gráfico 19.
Gráfico 19 – Idas à Biblioteca
Podemos concluir que os alunos inquiridos na sua maioria vão à Biblioteca.
Seguidamente será possível observar o Gráfico n.º 20 que nos revela se os quarenta e um
(41) alunos (36 – Sim + 5 – às vezes) se deslocam à Biblioteca sozinhos ou com a Turma.
Gráfico 20 – Idas à Biblioteca
19 – Costumas ir à Biblioteca?
Sim Não Às vezes Sem resposta
36 5 5 2
20 – Sozinho ou com a turma?
Com a
turma
Com o Professor de
Educação Especial
Com os
amigos
Sozinho Sem
resposta
11 9 15 4 2
dezembro /2014 22
Para análise da questão número 10 iremos observar a Tabela n.6 e a n.º7 que nos
explanarão as atividades que os inquiridos mais gostam e menos gostam de fazer na
Biblioteca respetivamente. Importa referir que dos quarenta e oito inquiridos, nove não
responderam a esta questão e a maioria dos inquiridos deu mais do que uma resposta.
Tabela 6 – Atividades na Biblioteca
T
Tabela 7 – Atividades na Biblioteca
Destacamos das respostas dadas pelos inquiridos a possibilidade de ouvirem
músicas, jogarem no computador e verem vídeos com sendo as atividades que mais
gostam de fazer. Apenas um número reduzido de alunos apontou atividades que menos
gostam de fazer, tal como é possível verificar na Tabela n.º7 os dados não são
significativos.
A análise a este questionário termina com o Gráfico n.º 21 que responde à última
questão: “Costumas requisitar livros na Biblioteca? Com que frequência?”. Dos quarenta e
oito (48) inquiridos apenas treze (13) responderam que requisitam livros na Biblioteca.
Quanto à frequência esta é variável entre semanalmente e raramente, tal como é possível
observar no gráfico que se segue:
6 – Que atividades gostas mais de fazer na Biblioteca?
Ouvir músicas 17
Ouvir histórias 7
Jogar no computador 15
Requisitar livros 2
Mexer nos livros 1
Ler / Ver livros 7
Ver vídeos 13
Ver filmes 3
7 – E as que gostas menos?
Ler, porque ainda tenho dificuldade 2
Ouvir barulho 2
Estudar é muito cansativo 1
Ouvir histórias 1
dezembro /2014 23
Gráfico 21 – Requisições na Biblioteca
5. Organização do projeto
O presente projeto fundamenta-se na necessidade de otimizar a utilização das
novas tecnologias por alunos com Necessidades Educativas Especiais de Caráter
Permanente (NEEP), promovendo a utilização sistemática e permanente de equipamentos
e recursos digitais.
Decorrente do trabalho de parceria que a biblioteca e o departamento de Educação
Especial têm vindo a realizar, conclui-se que estes recursos revelam grandes
potencialidades no desenvolvimento curricular, pessoal e social destes alunos.
5.1. Objetivos gerais
Pretende-se que este projeto seja articulado com o projeto aLer+ do agrupamento, para
o qual foram delineados os seguintes objetivos:
1. Potenciar as competências da leitura, respondendo adequadamente a centros de
interesse específicos dos alunos;
21 – Costumas requisitar livros na Biblioteca? Com que frequência?
Sim Não Frequência
Semanalmente Raramente Frequentemente
13 36 5 7 1
dezembro /2014 24
2. Promover situações de ensino individualizado para o desenvolvimento da
autonomia, da comunicação e da interação dos alunos, fazendo uso das novas
tecnologias;
3. Dinamizar atividades de aprendizagem que incluam alunos com Necessidades
Educativas Especiais de Caráter Permanente.
5.2. Estratégias
Todas as atividades delineadas surgem de um trabalho colaborativo e sistemático,
entre as pessoas que fazem parte da equipa do projeto.
1. Continuação da realização de sessões de leitura expressiva/animação de leitura
semanais no espaço da biblioteca, com a exploração das obras selecionadas – obras do
PNL dos diferentes níveis de ensino. Estas sessões contam com uma fase de pré-leitura
(introdução à obra), leitura (fazendo uso de diferentes formatos) e pós-leitura (exploração
da obra em contexto de sala de apoio, em consonância com os curricula dos alunos).
As presentes sessões decorrem no espaço da biblioteca com os alunos da sala de Currículo
Específico Individual da escola sede, com o apoio do professor de apoio e com a
colaboração da professora bibliotecária. Os recursos utilizados são os da biblioteca e os
das salas de Currículo Específico Individual e de Ensino Estruturado.
2. Continuação da produção e divulgação de materiais realizados a partir da exploração
das obras, que servem de apoio ao currículo. Os materiais são realizados pelos professores
de apoio para exploração das obras lidas, em contexto de sala de apoio, no âmbito do
projeto “Biblioteca...um espaço de letras”.
3.Exploração de obras em formatos multimédia, fazendo-se, para isso, uso das novas
tecnologias, nomeadamente, e-books, áudio-livros, traillers.
4.Produção e divulgação de materiais multimédia, a partir do trabalho com os alunos e
realizados pelos alunos.
5. Construção de materiais de sinalética para a viabilização de uma biblioteca acessível e
inclusiva, integrada numa escola, que se pretende igualmente acessível e inclusiva, em
articulação com os alunos da turma do Curso Vocacional.
dezembro /2014 25
5.3. Resultados esperados
Escutar um texto de forma ativa e concentrada;
Compreender o texto ouvido, retendo o essencial da informação;
Distinguir diferentes tons de voz e entoações conforme os diferentes sentidos do texto;
Manusear os dispositivos de leitura digital, de acordo com as orientações dadas;
Utilizar os tablets com o intuito de receber e partilhar informação;
Interagir com o grupo, fazendo uso dos novos dispositivos;
Incutir o hábito/necessidade de leitura regular, tanto em formato de papel quanto em
formato digital;
Consolidar a coesão do grupo.
5.4. Recursos humanos
O desenvolvimento do presente projeto implicará um trabalho colaborativo entre os
seguintes elementos:
- Professoras bibliotecárias;
- Professoras da Educação Especial, nomeadamente, as professoras responsáveis pelas
salas de Ensino Estruturado e pelas salas de Currículo Específico Individual.
- Assistentes operacionais (da biblioteca e aquelas que acompanham os alunos).
5.5. Recursos materiais
Livros em formato de papel (recomendados pelo Plano Nacional de Leitura);
E-books, áudio-livros;
Projetor;
Tablets;
Material para sinalética com vista à construção da biblioteca inclusiva.
5.6. Tempo previsto
Prevê-se que a durabilidade do projeto seja de dois anos letivos (2014/2015 e
2015/2016), sendo expectável que tenha início em janeiro de 2015.
dezembro /2014 26
5.7. Avaliação
Número de materiais realizados e grau de aplicabilidade aos alunos que fazem
parte do projeto;
Resultados obtidos pelos alunos ao nível de capacidade de escrita ativa; capacidade
de concentração; capacidade de compreensão do texto ouvido – critérios aferidos
pelos professores de apoio;
Resultados obtidos no que diz respeito ao manuseamento dos novos dispositivos;
Nível de frequência autónoma da biblioteca, nomeadamente no que diz respeito à
requisição de livros;
Relatório de avaliação intercalar em julho de 2015 e relatório final de execução do
projeto em julho de 2016.
6. Referências Bibliográficas
DESHAIES, B.(1992). Metodologia da investigação em ciências humanas; Lisboa:
Instituto Piaget.
GONÇALVES, A; CARVALHO, A.; MOTA, C; LOBO, C.; CORREIA, M.;
MONTEIRO, P.; SOARES, R.; SÃO MIGUEL, T. (2008). Unidades de ensino
estruturado para alunos com perturbações do espectro do autismo. Normas
Orientadoras. Lisboa: Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular
Direção de Serviços da Educação Especial e do Apoio Sócio-Educativo.
SIMEONSSON, R. (1994). Toward an Epidemiology of Developmental, Educational, and
Social problems of Childwood In Risk, Resilience & Prevention. Promoting the Well-
being of all Children. Baltimore: P. H. Brookes.