projetos núcleo de estudos sustentaveis
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Luís Roberto de Oliveira [email protected]
Professor – Mestre em Ciências Contábeis (11) 9.9607.9780
Responsabilidades Sustentáveis: uma visão patrimonial nas empresas sobre o Passivo Ambiental Página 1
De Poços de Caldas (MG), para Atibaia (SP), 09 de maio de 2013.
Prezado Coordenador (a)
Em face da oportunidade acadêmica junto a esta respeitável Instituição de Ensino
Superior, na condição de Professor, eu, Luís Roberto de Oliveira estou encaminhando o
esboço do Projeto Científico, inicialmente intitulado enquanto, Responsabilidades
Sustentáveis: uma visão patrimonial nas empresas so bre o Passivo Ambiental .
Tal encaminhamento, em si, nasce por conta da solicitação da educanda, Sra.
Patrícia Ferreira (RA: 3211054), aluna desta Instituição, a qual, por sua vez, demonstrou
interesse em participar na construção deste tema.
Assim, reconhecido em primeiro passo o interesse da educanda, então, este
professor universitário inicia a apresentação mínima dos propósitos do respectivo projeto.
Portanto, entendo que, tal construção metodológica demandará ao decorrer de sua
própria elaboração um estudo aprofundado e, principalmente sistemático quanto ao assunto,
então, se faz necessário, pelo menos inicialmente construir os passos mínimos do projeto.
Atenciosamente,
Professor: Luís Roberto de Oliveira
Luís Roberto de Oliveira [email protected]
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I – DAS CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A atualidade nos remete profundamente à necessidade de conhecermos sobre o
assunto da sustentabilidade, não apenas e tão somente como uma condição econômica ou
ambiental, mas sim, inclusive sob o ângulo do património das empresas.
Tais assertivas, em si, consolidam e espreitam profunda relação temática ao nosso
dia a dia e, mais ainda, ao próprio futuro da humanidade, uma vez que, os efeitos
econômicos, financeiros e patrimoniais nascem no seio das empresas, normalmente.
Assim, considerando estas premissas iniciais, tecnicamente a discussão temática
desenvolve seu cerne conceitual e, principalmente essencial sob o ângulo da própria
evolução natural do ser humano, onde, este, por sua vez, vive e convive com os meios e
recursos de seu próprio habitat.
Destarte, tal inferência inicial avança com propriedade conceitual e real ao campo da
própria manutenção do meio ambiente, mesmo considerando que, ainda, nos falta muito
para o desenvolvimento de uma cultura construtiva de valores sociais, morais e humanos
em face do tema a ser desenvolvido.
Nesta esteira de valores, então, é totalmente compreensível e aceitável que, muitos
dos recursos naturais são renováveis. Todavia, há que, refletir e, assim, desenvolver
estudos temáticos, conceituais e práticos que possam eleger à construção de uma possível
cultura que vise os problemas que dizem respeito ao esgotamentos destes recursos em
nosso planeta.
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Reconhecido que, existe o problema e que, tal demanda de resolução é algo que
padece de muito trabalho conceitual, orientativo, educativo e, principalmente prático, então,
não há como negar que muitos fatos e acontecimentos podem ser previsíveis e
reconhecidos com muita antecedência.
Tais previsões consolidadas, em si, podem contribuir significativamente ao processo
de entendimento e compreensão das consequências de suas próprias ausências, ou seja, a
inatividade presente poderá no futuro agravar profundamente o próprio andamento da
humanidade.
Refletido, assim, alguns pontos conceituais e essenciais, então, se tem, por natureza
econômica e financeira o envolvimento direto das empresas e, isto é inquestionável, uma
vez que, são essas que, tecnicamente movimentam os países e nações.
Assim, partindo desta premissa, reconhecido está que, as ocorrências das atividades
econômicas sustentáveis remeterão naturalmente ao encarecimento dos recursos primários
e, reflexo desses, nascem diretamente nas esferas governamentais, ou seja, a ausência de
incentivos fiscais, bem como investimentos em pesquisas científicas.
Dessa forma, ao contextualizar, no mínimo, essas duas vertentes, então, se tem, no
mínimo, um caminho a ser desenhado e, principalmente a serem trabalhados sobre o ângulo
da reutilização de insumos e, inclusive alguns tipos de resíduos.
Ainda, nesta assertiva patrimonial de valores econômicos, concomitantemente
nascem os valores financeiros, estes, por sua vez, abrangidos pelos sistemas tributários dos
respectivos enquadramentos fiscais das empresas, as quais, por sua vez, se instalam ou já
se encontram instaladas em vários polos industriais e comerciais.
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Assim, ao momento em que, essas empresas passarem a reconhecer seus
patrimônios (ativos e passivos) sob o ângulo da sustentabilidade, então, poderemos construir
excelentes trabalhos e estudos acadêmicos e técnicos que remetam ao reconhecimento dos
passivos ambientais.
A terminologia – Passivo Ambiental – é apenas um primeiro sinal deste escopo de
estudo acadêmico, ou seja, inicialmente tal rubrica ou denominação deverá contextualizar as
ações preventivas, os métodos, os prazos, as tecnologias, bem como a gama de inúmeras
variáveis ambientais, sociais, econômicas e financeiras.
Não longe disso, o próprio estudo acadêmico, ainda deve contextualizar as questões
sobre os valores das indenizações, essas, elegidas sobre o ângulo dos seus respectivos
impactos negativos à sociedade e à humanidade, onde, além dos valores financeiros a
serem pagos, por exemplo, multas e encargos, ainda, deverá haver todo o desenho de um
projeto de reestruturação ambiental, como ações de replantios, despoluições de áreas
afetadas, reabilitações, entre outras.
Visando, assim, à construção de um conceito positivo sobre o próprio tema elegido,
não nos resta dúvida que, há necessidade de termos que reverter uma visão relativamente
subdesenvolvida para uma visão preventiva e protetiva.
Considerando, com isso, premissas essenciais, então, os mesmos passivos
ambientais, em si, podem criar valores agregados positivos e, consequentemente refletindo
à exploração de atividades econômicas sustentáveis, as quais, por sua vez, também
refletirão ao consumidor final.
Valorizando, assim, os conceitos patrimoniais, estes, angulados pela Ciência
Contábil, nos cabem aqui, reforçar que, esta ciência patrimonial nasceu e, presente está,
exatamente para informar e, principalmente contribuir aos processos decisórios.
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Portanto, ao considerar tal premissa, há que, ainda, certificarmos que, esta ciência
contábil terá condições de mensurar e qualificar estes passivos ambientais e, não longe
disso, evidenciar que, respectivos valores patrimoniais poderão assumir proporções
exponenciais de valorização, pois, segundo pesquisas já elaborada, atualmente se tem
posicionamentos que, “(...) A contabilidade é extremamente importante não só o aspecto
natural e mais conhecido, mas neste novo segmento a contabilidade ambiental, trazendo
informações a entidades já existentes e as futuras de como devem se comportar em relação
a esta nova realidade vivida nos dias de hoje, o movimento econômico sem
responsabilidades sociais, não passa de um capitalismo desumano, que provoca exclusão
social e impactos ambientais que afetam nossas vidas e de gerações e mais gerações, uma
forma de conduzir os negócios da empresa de tal maneira que a torna parceira e
corresponsável pelo desenvolvimento social” (ETHOS, 2004).
II – DOS OBJETIVOS
Os objetivos do projeto consistem no desenvolvimento estruturado e conceitual sobre
a necessidade de promover a conscientização de gestores, empresários e, principalmente
governantes, transmitindo-lhes a ideia de que toda pessoa natural ou jurídica, de qualquer
segmento produzem, “sobras, dejetos, refugos” e, que estes podem ser transformados ou
reutilizados, tornando-se receitas que poderão ser usadas em reservas para um futuro
aumento de capital ou, até mesmo para o próprio ajuste do econômico e financeiro do
passivo ambiental ou, ainda, em um aumento de renda, este, por sua vez, visando uma
utilidade maior e benéfica ao planeta.
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III – DA METODOLOGIA
A metodologia a ser desenvolvida encampará a pesquisa em livros, artigos e
revistas. Não longe disso, ainda, a mesma será construída sob determinadas Resoluções do
Conselho Federal de Contabilidade, as quais, por sua vez, tratam e direcionam
especificamente sobre o assunto do Passivo Ambiental.
IV – DOS RESULTADOS E FINALIDADES
Os resultados desejados, bem com as respectivas finalidades, em si, visam à
contribuição temática e conceitual sobre o tema do Passivo Ambiental, promovendo, assim,
à construção do conhecimento sobre as questões patrimoniais, essas, contextualizadas nos
ambientes empresarial e, principalmente agregadas aos efetivos positivos de valorização do
próprio patrimônio das organizações, permitindo, inclusive, acenar para as questões dos
incentivos fiscais e ações sustentáveis conscientes.
V – BIBLIOGRAFIA
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resoluções Técnicas. Brasília, 2013.
CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE. Resoluções Técnicas. São Paulo, 2013.
Oliveira, Luís Roberto de Oliveira. Coletânea Acadêmica: estudos patrimoniais – uma visão futura.
Bragança Paulista – São Paulo. Universidade São Francisco, 2001.
PARIZI, C. T., Monografia para graduação da Universidade São Francisco.
http://www1.ethos.org.br.
NÚCLEO DE PESQUISAS SUSTENTÁVEIS
FAAT
Projeto de Pesquisa IC- 2013
Sustentabilidade empresarial: uma ferramenta discursiva de marketing.
Linha de Pesquisa: Leitura e Redação
Professora Proponente: Danielle Guglieri Lima
Maio 2013
SUMÁRIO
TEMA DA PESQUISA 3
PROBLEMA DA PESQUISA 4
JUSTIFICATIVA 5
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 8
CRONOGRAMA 9
BIBLIOGRAFIA INICIAL 10
TEMA DA PESQUISA
O tema desta pesquisa fundamenta-se na linha análise crítica do
discurso do marketing, de forma a visar a organização de textos e discursos,
do ponto de vista sócio-cognitivo-interacional, os quais estejam atrelados à
administração mercadológica praticada, de maneira ampla na região bragantina
estando, pois, atrelado especificamente ao estudo do discurso da
sustentabilidade empresarial, apresentado publicamente em sites institucionais,
folders de propaganda, outdoors e toda e qualquer comunicação assinada por
empresas públicas ou privadas que sejam consideradas como domínio público.
Para que o tema sustentabilidade promova uma estratégia de marketing
empresarial há investimentos em atividades de comunicação, quais sejam,
publicações, eventos, vídeos, redes sociais e campanhas de endomarketing,
embora seja muito fixa a ideia de que nada substitui o diálogo, a interação face
a face, o foco deste estudo é a comunicação via ciberespaço.
O plano de comunicação interna, ou seja, aquele que atinge diretamente
aos colaboradores e está intimamente ligado aos objetivos da organização.
Está pautado na consciência de que ter um fluxo comunicacional de
informações que incentive a interatividade faz com que todos se sintam parte
da organização, pois para que sugestões advindas do setor operacional
cheguem ao estratégico é preciso ouvir, sentir, avaliar e planejar. É preciso,
pois, uma tentativa pautada na reversibilidade com a qual a comunicação será
instaurada.
A comunicação possui novos paradigmas: a seletividade e a
atratividade, esta defende a forma de capturar a atenção do espectador, e,
aquela, é o ato de escolher o que é mais relevante, como, por exemplo, falar da
questão sustentável, da preocupação com a comunidade, com as pessoas e o
contexto comunicacional em que a empresa está inserida de forma a promover
a aproximar e a promover a identificação do receptor.
A atratividade na comunicação corporativa é uma escolha racional, que
ocorre de fora para dentro; o público está, pois, entre o emissor, que é a
empresa; e o meio, que é contexto; e a mensagem, que são as ações
comunicativas de uma sociedade.
Para atingir um número maior de pessoas, afim de que a comunicação
aconteça também por meio de disseminadores e formadores de opinião, cabe
destacar a importância dos recursos argumentativos para que discurso e
receptores interajam e o processo de reversibilidade esteja garantido.
As empresas responsáveis estão saindo do campo, de simplesmente
comunicar para o de dialogar, de forma a potencializar uma mão de via dupla,
pois se algo é compartilhado com alguém, este se torna um corresponsável;
sendo que vitórias e erros partem de ambos e ambos são responsáveis por
quaisquer problemas ocorridos.
PROBLEMA DA PESQUISA
A comunicação corporativa destrói ou constrói uma imagem e é preciso
educar para comunicar o que a empresa faz de bom para a comunidade, para
o meio ambiente, para a educação, ou para outros pontos relevantes e
positivos, isso deve ser mostrado a todos, o que na verdade pode ser
considerado como uma propaganda positiva da empresa, mas que não tem o
rótulo de propaganda. É exatamente neste ponto em que está o problema da
pesquisa.
Surge a questão: a preocupação com a sustentabilidade das
empresas é uma preocupação real e ocorre de maneira natural, a informar
a comunidade, clientes, fornecedores ou consiste na realização de
manobras de comunicação, muito específicas, calcadas nos estudos e
teorias de marketing empresarial1?
Acredita-se que mediante aos estudos de análise do discurso, das
teorias de textos, dos mecanismos sintáticos, semânticos e retóricos, bem
como estudos pautados na situação de produção dos textos e influencia dos
processos mentais e orientações ideológicas, junto aos estudos acerca das
teorias de marketing e análise de conteúdo linguístico em catálogos ou
portfólios, manuais de convivência, de forma que isso possibilite-nos o
1 Entende-se como marketing o que diz respeito á estratégia e o que diz respeito ao mercado, em forma
de peças publicitárias
levantamento de hipóteses para o estudo acerca da real preocupação de hoje
com a sustentabilidade no mundo das grandes empresas.
OBJETIVOS
Como objetivo geral pretende-se averiguar as causas e as motivações
advindas da preocupação com a sustentabilidade no mundo corporativo,
por meio do discurso empresarial apresentado em material institucional.
Especificamente se faz necessário aumentar os conhecimentos acerca
da comunicação corporativa e os conhecimentos, relativos ao texto, discurso e
interação para que, se possa investigar o quadro da intencionalidade e dos
mecanismos utilizados em tais construções, perceptíveis por meio da
utilização de operadores argumentativos, imagens, cores e informações
ligadas à questão ambiental e social.
JUSTIFICATIVA
O crescimento com a preocupação da sustentabilidade em que estão
operando as grandes empresas e, sobremaneira à região bragantina,
considerada uma localização privilegiada pela localização no estado e infinitas
riquezas naturais instiga o questionamento se realmente há uma proposta
calcada no sustentável, por parte das empresas ou se tal comportamento
existe apenas no papel, como uma proposta de marketing empresarial, visto
que se a comunicação corporativa destrói ou constrói a imagem da empresa e
a credibilidade desta ocorre por meio da comunicação institucional, atrelada a
fatores como: ética, constância de ideais, identidade da marca, ou o que ela
reflete; posto que a sustentabilidade quando adequadamente apresentada
pode sim, carregar intenções muito específicas, no que diz respeito à
propaganda positiva de uma marca.
Sabe-se, pois, que a responsabilidade social é um tema cada vez mais
pertinente nas discussões sobre o papel e a função das empresas em suas
relações com a sociedade. Mesmo sendo considerado um assunto recorrente,
ainda existem algumas controvérsias sobre sua definição e aplicação, no
entanto, é inegável a necessidade de discussão e da aplicação do tema nas
corporações de todos os níveis.
Para Toldo (2002, p. 82), responsabilidade social é o “comprometimento
permanente dos empresários de adotar um comportamento ético e contribuir
para o desenvolvimento econômico, melhorando simultaneamente a qualidade
de vida de seus empregados e de suas famílias, da comunidade local e da
sociedade como um todo”.
Ética e responsabilidade social andam juntas. Aquela diz respeito aos
valores e princípios morais os quais devem ser discutidos e aplicados nas
decisões e atividades das empresas, e desta forma, Alessio (2004, p. 68)
explica que se
faz necessário em face às consequências sociais que podem advir, perante a sociedade e a opinião pública, de decisões e ações tomadas pelas empresas que levem em consideração apenas interesses econômicos. É nisso que reside o sentido de obrigatoriedade e não nas demandas sociais que afetam a sociedade.
Outros autores, como Bueno, Serpa, Sena, Oliveira e Soeiro (2002)
destacam a preocupação da empresa em desenvolver ações socialmente
responsáveis, por meio de programas consistentes que tenham continuidade,
que apresentem resultados tangíveis, gerando e disseminando conhecimento,
promovendo seus públicos de interesses2 que exerçam alguma influência ou
sejam influenciados pela empresa.
Para Alessio (2001, p.71)
a expressão responsabilidade social das empresas é um comportamento dos indivíduos que fazem parte das empresas, seus acionistas, dirigentes, funcionários e colaboradores que tomam as decisões, orientados ou não por uma conduta ética, mas cujas atitudes terão consequências seja a um dos stakeholders, ou seja, à sociedade em geral.
A atividade de responsabilidade social de uma empresa não deve se
manifestar de forma emergencial ou desesperadora diante de problemas com
consumidores, empregados, comunidade ou governo, mas constituir-se de uma
atividade em longo prazo, consciente e desenvolvida dentro do ambiente
empresarial, incorporado a cultura corporativa. Estas práticas não devem ser
confundidas com as ações e demandas previstas em lei (Souza, 2001, p. 2),
2 Públicos de interesse são os grupos internos, externos e mistos que influenciam ou sofrem influência das empresas como consumidores, funcionários, governos, comunidade, fornecedores etc. Já stakeholders é um conceito que começa a se consolidar no mercado brasileiro. Representa os “novos proprietários” da empresa, que corresponde a todos os indivíduos e grupos de interesse que exercem pressão sobre os procedimentos estratégicos das organizações e estão sujeitos a serem afetados de diferentes maneiras pelas decisões do comando das organizações (França, 2004)
pois desta forma a empresa cumpre apenas suas obrigações, temerárias de
punição.
O que empresa oferece deve ir além das práticas já previstas na
legislação. Oferecer empregos, tratar com dignidade seus parceiros,
funcionários e consumidores, respeitar o meio ambiente, pagar seus impostos
em dia, dentre outras, configuram-se obrigações sociais para as empresas e
isto não pode ser considerado como comportamento socialmente responsável
(Correa; Medeiros, 2003).
O Instituto Ethos, de Responsabilidade Social, organização não
governamental que auxilia empresas na implantação de ações responsáveis,
desenvolveu em 2000 uma cartilha de indicadores para nortear a prática destas
ações. Neste relatório é expresso que
a empresa é socialmente responsável quando vai além da obrigação de respeitar as leis, pagas impostos e observar as condições adequadas de segurança e saúde para os trabalhadores, e faz isso por acreditar que assim será uma empresa melhor e estará contribuindo para a construção de uma
sociedade mais justa.
A responsabilidade social deve ser definida como o dever da empresa
de ajudar a sociedade a atingir seus objetivos, visto que a
cidadania empresarial, dentre outras coisas, diz respeito a uma atitude pró-ativa que as entidades privadas devem ter diante dos diversos problemas que a comunidade na qual se insere apresenta, agindo de forma transformadora e assumindo-se como entes dotados de responsabilidade cívica. (Lima, 2002, 107).
Sendo uma forma de a empresa se apresentar à sociedade como
colaboradora para o desenvolvimento social e não como uma empresa
exploradora de recursos econômicos e humanos. Trata-se da adoção de um
novo conceito de administração, com práticas voluntárias e responsáveis
envolvendo todos os públicos, uma gestão ética e solidária, que não busque
apenas lucros, mas o desenvolvimento humano (Vassallo, 2000). Segundo o
mesmo relatório,
A prática da responsabilidade social revela-se internamente na constituição de um ambiente de trabalho saudável e propício à realização profissional das pessoas. A empresa, com isso, aumenta sua capacidade de recrutar e manter talentos, fator chave para seu sucesso numa época em que criatividade e inteligência são recursos cada vez mais valiosos (...).
A empresa demonstra sua responsabilidade social ao comprometer-se
com programas sociais voltados para o futuro da comunidade e da sociedade.
O investimento em processos produtivos compatíveis com a conservação
ambiental e a preocupação com o uso racional dos recursos naturais também
têm importante valor simbólico, por serem de interesse da empresa e da
coletividade.
Neste contexto surge o termo “cidadania corporativa” ampliando a
responsabilidade das empresas com a sociedade, envolvendo-se em causas
que vão além de suas obrigações legais:
O conceito de cidadania corporativa traz outro elemento, a governança
corporativa, que avalia o modo como a empresa trabalha,
(...) se este deve ser responsabilizável e bem dirigido, porque os mesmos padrões não podem ser aplicados aos negócios? (...) A boa governança corporativa é central para a cidadania é tão importante quanto à responsabilidade do governo pela boa governança da nação. A empresa também deve ser governada beneficiando todas as partes interessadas. (Alessio, 2004: 70).
A governança corporativa apresenta desafios que envolvem a empresa
como um todo.
A responsabilidade social e as ações de sustentabilidade são
recorrentes e devem promover uma maior interação entre os setores da
empresa começando pelos cargos diretivos como incentivo a todos
colaboradores.
O sucesso empresarial está cada vez mais comprometido com a ética e
a responsabilidade social, dignificando as relações com a sociedade, o que
promove inquietação e solidifica a existência da pesquisa, uma vez que o
marketing é o ato de atrair clientes. No entanto a forma que isto acontece é
uma questão de relevância em quaisquer dos âmbitos sociais.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Esta pesquisa acontecerá primeiramente, de forma exploratória e
posteriormente terá o cunho explicativo (GIL, 2000). Com relação aos
procedimentos técnicos, segundo Gil (id), para este tipo de trabalho, se fazem
necessárias duas formas de pesquisa: bibliográfica e documental.
O método de abordagem ser utilizado é o hipotético-dedutivo, mediante
a dedução de lacunas no conhecimento e formação de hipóteses, e
posteriormente pelo método dialético, como o qual se percebem contradições
na natureza e na sociedade. Aqui o discurso do marketing é uma variação
linguística e, desta forma, o simples fato de existir interfere na língua, ou seja:
assim como o discurso interfere na língua esta o modifica.
Desta forma, todos os procedimentos a serem utilizados aqui terão uma
orientação interpretativa, na qual os dados quantitativos coletados
possibilitarão uma avaliação qualitativa.
CRONOGRAMA
1. Levantamento bibliográfico acerca das concepções do discurso;
2. Levantamento bibliográfico acerca das concepções da sustentabilidade
geral e relativas á região bragantina;
3. Levantamento bibliográfico acerca das concepções sobre marketing
(comunicação corporativa);
4. Escolha de empresas e/ou materiais para compor o corpora de análise;
5. Análise dos dados levantados e definições finais;
6. Produção dos elementos pré e pós-textuais do artigo;
7. Diagramação inicial do trabalho;
8. Revisão final;
9. Submissão do trabalho a congressos de IC.
3 Esta etapa poderá ser realizada a partir de julho, quando dados teóricos já estiverem sido estudados.
MAI 2013
JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN 2014
FEV MAR ABR MAI
1 X X
2 X X
3 X X
4 X
5 X X
6 X
7 X X
8 X
93 X
BIBLIOGRAFIA INICIAL
ALESSIO, R. Responsabilidade social das empresas no Brasil: reprodução de postura ou novos rumos? Porto Alegre: Editora PUCRS, 2004 BAKHTIN, Michail. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1981. BROWN, Gillian & YULE, George. Análisis del discurso. Trad: Silvia Iglesias. Recuero. Visor Libros, 193 BRETZKE, Miriam. Marketing de relacionamento e competição em tempo real com CRM. São Paulo: Atlas, 2000. CHURCHILL, Gilbert A. Jr & PETER, Paul J. Criando valor para o cliente. Trad: Cecília Camargo Bartalotti e Cid Knipel Moreira. São Paulo: Saraiva, 2000. BUENO, L.; SERPA, T.; SENA, B., OLIVEIRA, B.; SOEIRO, S. A responsabilidade social e o papel da comunicação. In: Responsabilidade social das empresas: a contribuição das universidades. São Paulo/Petrópolis: Editora Petrópolis Instituto Ethos, 2002, v. 2, p. 273-302 CORRÊA, S.; MEDEIROS, C. Responsabilidade social corporativa para quem? In: Responsabilidade social das empresas: a contribuição das universidades. São Paulo/Petrópolis: Editora Petrópolis Instituto Ethos, 2003 v. 2, p. 151-199 FRANÇA, F. Públicos: como identificá-los em uma nova visão estratégica. São Caetano do Sul: Difusão,
2004. COSTA VAL, Maria da. Redação e textualidade. 2ed. São Paulo: Marins Fontes, 1999. FÁVERO, Leonor Lopes. Coesão e Coerência Textuais. 9ed. 7
ª impressão. São Paulo: Ática, Série
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2002. VASSALLO, C. Um novo modelo de negócios. Revista Exame Especial: Guia de boa cidadania corporativa. São Paulo; Editora Abril, edição 728, p. 8-11. 2000
FAAT – FACULDADES ATIBAIA
PROFA. MICHELI KOWALCZUK MACHADO
PROJETO DE PESQUISA: ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL (APA) REPRESA
BAIRRO DA USINA: EDUCAÇÃO E PERCEPÇÃO AMBIENTAL
ATIBAIA/SP
MAIO, 2014
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 02
2 PROBLEMAS DE PESQUISA............................................................................. 06
3 OBJETIVOS........................................................................................................ 06
3.1 Objetivo Geral................................................................................................... 06
3.2 Objetivos Específicos....................................................................................... 06
4 METODOLOGIA.................................................................................................. 06
5 CRONOGRAMA.................................................................................................. 07
6 REFERÊNCIAS................................................................................................... 07
2
1 INTRODUÇÃO
Desde vários séculos, as ações praticadas pelo ser humano vêm
prejudicando cada vez mais toda forma de vida (TOZZONI-REIS, 2001), sendo a
educação ambiental um processo educativo que pode colaborar para a mudança
deste cenário. O ser humano ao predominar sobre a natureza e usufruir
economicamente dela, através do uso desequilibrado dos recursos naturais,
consolidou a atitude antropocêntrica, colocando o ser humano no centro da natureza
e tornando a sociedade consumista de recursos naturais, bens e capitais (GRÜN,
1994).
Vários movimentos ambientalistas foram formados, mas somente ficaram
fortes a partir da década de 1960. Esses movimentos foram importantes, pois
fizeram evoluir o conceito de meio ambiente de modo mais científico e abrangente,
experimentando mudar a relação do ser humano com o meio natural.
Na Educação Ambiental os indivíduos aprendem com o meio ambiente, como
dependem e interagem com ele e como podem refletir e promover a
sustentabilidade. Trabalhar com Educação Ambiental consiste em ter conhecimento,
comportamento, habilidade, consciência e participação (DIAS, 2004).
A definição de Educação Ambiental foi exposta no artigo primeiro da Lei nº
9.795/99 que dispõe sobre a Educação Ambiental e institui a Política Nacional de
Educação Ambiental – PNEA no qual:
Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.
Já Philippi Junior e Pelicioni (2002) definem a educação ambiental como um
processo de ensino aprendizagem para o exercício da cidadania, da
responsabilidade social e política, cabendo a ela a construção de novos valores e
novas relações sociais dos seres humanos com a natureza, e da melhoria da
qualidade de vida para todos os seres vivos.
3
Ao observar diversas estas propostas para conceituar a educação ambiental é
possível afirmar que existem também diversas percepções sobre o meio ambiente
que influenciam diretamente no desenvolvimento de ações relacionadas a
conservação do meio ambiente.
Coimbra (2004) ressalta essa visão ao mencionar que a questão ambiental
tem muitas faces, não sendo uma questão fechada sobre si mesma, ao contrário,
deve ser considerada uma questão em aberto “[...] porque, de muitos lados e a todo
o momento, deve apontar a saída, um socorro para a vitória das soluções
ambientalmente acertadas e a continuidade da vida em favor do homem e da
natureza” (p. 528). Para o autor a questão ambiental tem seus aspectos científico,
econômico, cultural e político, sendo necessária uma amarração desses diferentes
aspectos, conduzindo a sociedade a uma nova forma de atuar no mundo.
Neste sentido, vê-se a importância de se conhecer e reconhecer as diferentes
percepções ambientais de diferentes atores sociais, como as instituições atuantes
na área de estudo e a comunidade local, para compreender as diversas formas de
intervenção no meio ambiente e como estas se refletem na realidade de diversas
localidades. Hoeffel e Fadini (2007) definem a percepção como sendo:
[...] um processo, uma atividade que envolve organismo e ambiente, e que é
influenciada pelos órgãos dos sentidos – “percepção como sensação”, e por
concepções mentais – “percepção como cognição”. Desta forma. Idéias
sobre o ambiente envolvem tanto respostas e reações a impressões,
estímulos e sentimentos mediados pelos sentidos, quanto processos
mentais relacionados com experiências individuais, associações conceituais
e condicionamentos culturais (p. 255).
Assim pode-se dizer que existem diferentes percepções sobre o meio
ambiente construídas em contextos sociais, culturais, econômicos e históricos
distintos. Sauvé (2005) ao considerar as múltiplas facetas da relação ser humano-
natureza apresenta modos diversos e complementares de apreender o meio
ambiente tais como: meio ambiente como natureza, meio ambiente como recurso
para gerir para repartir; meio ambiente como problema para prevenir, para resolver;
meio ambiente como sistema para compreender, decidir melhor; meio ambiente
como lugar em que se vive; meio ambiente como biosfera e meio ambiente como
projeto comunitário. Acrescenta-se aqui a contribuição de Reigota (2002, p. 76) que
define o meio ambiente como uma “interação complexa de configurações sociais,
biofísicas, políticas, filosóficas e culturais”.
4
As diferentes percepções sobre o meio ambiente de diversos atores sociais
que atuam na área ambiental orientam as práticas de educação ambiental,
refletindo-se nas tomadas de decisão, ações e formulação de políticas públicas
(HOEFFEL; FADINI, 2007).
Considerando este contexto este projeto apresenta uma proposta de pesquisa
em educação e percepção ambiental que considere as características da
comunidade, a participação e a conservação ambiental tendo como área núcleo de
pesquisa a Área de Proteção Ambiental Represa Bairro da Usina, localizado no
município de Atibaia, e seu entorno.
O bairro leva este nome, pois em 1928 foi construída uma Usina Hidrelétrica
que chegou a atender durante sua operação, além de Atibaia, as cidades de Jarinú,
Bragança Paulista e Bom Jesus dos Perdões. Em janeiro de 1970 a Usina encerrou
suas atividades, já que na época a CESP na época assumiu o sistema de
fornecimento de energia da cidade.
Devido a sua importância ambiental, considerando que a região está inserida
em uma área rica em mananciais, em 04 de setembro de 1986 criou-se Área de
Proteção Ambiental Represa Bairro da Usina instituída pela Lei Estadual 5.280. A
APA engloba uma faixa ao redor do reservatório e o objetivo de sua criação é a
proteção da área de mananciais que ela representa para o abastecimento da cidade,
bem como a paisagem dela resultante.
Embora protegida por lei a região da APA e a área ao seu redor vêm
passando por diversos impactos ambientais tais como uso e ocupação desordenada
do solo, lixo deixado em lugares inapropriados inclusive no reservatório, má
qualidade dos recursos hídricos, turismo realizado de forma predatória e até casos
de caça de animais silvestres na região. Neste sentido é imprescindível que a
comunidade inserida neste contexto possa ter a oportunidade de refletir sobre suas
ações bem como pensar em propostas para minimizar os problemas.
Desta forma ações de educação ambiental em áreas de proteção são
fundamentais. Esta visão encontra-se em consonância com o objetivo geral da
Estratégia Nacional de Comunicação e Educação Ambiental em Unidades de
Conservação que visa:
[...] fortalecer e estimular a implementação de ações de comunicação e educação ambiental em Unidades de Conservação, Corredores Ecológicos, Mosaicos de UCs e Reservas da Biosfera, em seus entornos e zonas de amortecimento; promovendo a participação e o controle social nos processos de criação, implantação e gestão destes territórios e
5
assegurando o diálogo entre os diferentes sujeitos e instituições afetados e/ou envolvidos com a questão no país (BRASIL, 2010).
É importante ressaltar também que desde junho de 2009 as APAs
Piracicaba/Juqueri-Mirim Área II, Sistema Cantareira e Represa Bairro da Usina, por
terem áreas de sobreposição e os mesmos atributos ambientais a serem protegidos,
possuem um Conselho Gestor Unificado – Conselho Gestor das APAs
Piracantareira. Este conselho possui, de acordo com o Sistema Nacional de
Unidades de Conservação, caráter consultivo e é integrado paritariamente por
entidades da administração pública estadual e municipal e entidades da sociedade
civil organizada. Seu objetivo é a gestão participativa e integrada das APAs, bem
como a implementação de políticas de proteção do meio ambiente (CONSELHO
GESTOR DAS APAS PIRACANTAREIRA, 2013).
Considerando o exposto é possível notar a relevância deste projeto para a
instituição, alunos, para a comunidade e para a conservação dos mananciais do
Bairro da Usina. Práticas de educação ambiental podem possibilitar a interligação
destes três fatores e contribuir para a conservação do meio ambiente considerando
os aspectos naturais, econômicos, sociais, culturais e históricos. Além disso,
compreender a percepção ambiental dos atores que fazem parte realidade da APA
Represa Bairro da Usina com certeza com colabora na compreensão das propostas
existentes na localidade bem como na elaboração de novas ações.
2 PROBLEMAS DE PESQUISA
Diante da realidade socioambiental presente na APA Represa Bairro da Usina e
considerando a educação ambiental, entre outros fatores, como um processo que
reconhece as diferentes percepções dos atores sociais e como um fator
determinante na elaboração de propostas que minimizem ou eliminem impactos
ambientais diversos, cabe questionar: Existem e como ocorrem as propostas de
educação ambiental presentes na área de estudo? Em que pressupostos estas
propostas estão baseadas? Qual é a percepção ambiental dos diferentes atores
presentes na área e como isso influencia na relação destes com o meio em que
vivem?
6
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral
Levantar e analisar propostas de educação ambiental existentes na Área de
Proteção Ambiental Represa Bairro da Usina no município de Atibaia –SP bem como
a percepção ambiental dos diferentes atores sociais envolvidos neste processo.
3.2 Objetivos Específicos
Realizar pesquisa bibliográfica envolvendo temas pertinentes à proposta
principal do projeto tais como: a caracterização da questão ambiental atual,
os pressupostos de educação ambiental, o conceito de percepção ambiental,
unidades de conservação, participação e gestão de recursos hídricos;
Caracterizar a realidade socioambiental presente na Área de Proteção
Ambiental Represa Bairro da Usina e seu entorno;
Verificar quais instituições presentes na área de estudos apresentam
propostas de educação ambiental e elaborar uma análise destas propostas;
Levantar e analisar a percepção ambiental dos atores sociais presentes na
área de estudos.
4 METODOLOGIA
A realização deste trabalho terá como base a pesquisa qualitativa, pois
segundo Minayo (2008), esta responde a questões particulares, com um nível de
realidade que não pode ou não deveria ser quantificado. A autora menciona ainda
que a pesquisa qualitativa:
[...] trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das crenças, dos valores e das atitudes. Esse conjunto de fenômenos humanos é entendido aqui como parte da realidade social, pois o ser humano se distingue não só por agir, mas por pensar sobre o que faz e por interpretar suas ações dentro e a partir da realidade vivida e partilhada com seus semelhantes. O universo da produção humana que pode ser resumido no mundo das relações, das representações e da intencionalidade e é objeto da pesquisa qualitativa dificilmente pode ser traduzido em números e indicadores quantitativos (MINAYO, 2008, p. 21).
7
A autora divide o processo de trabalho científico com pesquisa qualitativa em
três etapas que serão adotadas no desenvolvimento desta dissertação: fase
exploratória que consiste no projeto de pesquisa e de todos os procedimentos
necessários para preparar a entrada em campo tais como a pesquisa bibliográfica e
documental; trabalho de campo no qual se leva para a prática empírica a construção
teórica elaborada na primeira etapa; análise e tratamento do material empírico e
documental, relacionada ao conjunto de procedimentos para valorizar, compreender,
interpretar os dados empíricos e articulá-los com a teoria que fundamentou o projeto
ou com outras leituras que surgiram de acordo com as necessidades surgidas no
trabalho de campo (MINAYO, 2008).
As três fases propostas pela autora e adotadas para este projeto colaborarão
para a organização e direcionamento das pesquisas tanto teóricas quanto empíricas
que, por sua vez, possibilitarão alcançar os objetivos propostos e responder os
problemas de pesquisa apresentados.
5 CRONOGRAMA
Atividades/Etapas MESES
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Pesquisa Bibliográfica
Caracterização da área de estudo
Pesquisa de campo
Análise e Interpretação dos dados
Produção Científica/Relatório Final
6 REFERÊNCIAS
BRASIL. Dispõe sobre a educação ambiental, Institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Lei nº 9795. Diário Oficial, Brasília, DF, 28 de abri. 1999. ______. Dispõe sobre a educação ambiental, Institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Lei nº 9795. Diário Oficial, Brasília, DF, 28 de abri. 1999.
8
______. Ministério do Meio Ambiente. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Estratégia Nacional de Comunicação e Educação Ambiental em Unidades de Conservação (ENCEA). Brasília, dez. 2010. COIMBRA, J.A.A. Linguagem e percepção ambiental. In: PHILIPPI JUNIOR, A.; ROMÉRIO, M.A.; BRUNA, G.C. (Ed.). Curso de gestão ambiental. Barueri: Manole, 2004. p. 525-570. CONSELHO GESTOR DAS APAS PIRACANTAREIRA. Disnponível em: < http://cgapapiracantareira.blogspot.com.br/>. Acesso em: 10 maio 2013. DIAS, G. F. Ecopercepção: Um resumo didático dos desafios socioambientais. São Paulo: Gaia, 2004. GRÜN, M. Ética e Educação Ambiental: A Conexão Necessária. São Paulo: Papirus, 1994. HOEFFEL, J.L.; FADINI, A.A.B. Percepção ambiental. In: FERRARO JUNIOR, L.A. Encontros e caminhos: formação de educadoras (ES) ambientais e coletivos educadores. Brasília: MMA, Departamento de Educação Ambiental, 2007. v. 2, p. 254-262. MINAYO, M.C. S. O desafio da pesquisa social. In: ______. (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 27. ed. Petrópolis: Vozes, 2008. p. 9 – 29.
REIGOTA, M. Meio ambiente e representação social. São Paulo: Cortez, 2002.
SÃO PAULO. Lei Estadual nº 5.280, de 4 de setembro de 1986. Declara área de proteção ambiental a região que circunda a represa hidrelétrica do Bairro da Usina, no Município de Atibaia. São Paulo, 1986.
SAUVÉ, L. Educação Ambiental Possibilidades e Limitações. Educação e
Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 2, p. 317-322, maio/ago. 2005.
TOZZONI-REIS, M. F. C. Educação Ambiental: referências teóricas no ensino superior. Interface: Comunicação, Educação, Saúde [on line], v. 5, n. 9, p. 33-50, ago.2001. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/icse/v5n9/03.pdf>. Acesso em: 07 fev. 2012.
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PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
Contribuições da prática reflexiva para a formação inicial do professor de Matemática
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Contribuições da prática reflexiva para a formação inicial do professor de Matemática
I – Autora:
Prof.ª Ms.ª Keli Cristina Conti
Curso envolvido: Licenciatura em Matemática
Mini-currículo:
Doutoranda do programa de pós-graduação da Faculdade de Educação
da Unicamp e professora da FAAT desde 2009, atuando nos cursos de
graduação em Pedagogia e Licenciatura em Matemática e nos cursos de Pós-
graduação em Educação Infantil e Alfabetização e Metodologia do Ensino dos
Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Publicou, entre outros materiais, dois
trabalhos frutos de iniciação científica da FAAT:
Pereira, R. F.; Conti, K. C. O Tratamento da Informação presente em livro didático de Matemática do 5.º ano do Ensino Fundamental. Momentum, Revista Técnico Científica das faculdades Atibaia/FAAT. Vol. 1 n. 9, 2011, p. 121-134.
VASCONCELOS, R. M. ; CONTI, Keli Cristina . Elaborando jogos com alunos do 8.º ano do Ensino Fundamental e aprendendo Matemática. In: 12.º Congresso Nacional de Iniciação Científica - CONIC, 2012, São Paulo. 12.º Conic - Semesp. São Paulo: Semesp, 2012. p. 1-11.
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II- Introdução e problemática
O que nos motivou para a realização dessa proposta foi o fato de que,
muitos de nossos alunos do curso de Licenciatura em Matemática já tem uma
aproximação grande com a sala de aula, seja via atividades de estágio, seja via
ingresso como professor temporário na rede pública estadual e a Educação
Matemática, atualmente, tem se dedicado a estudar a formação de professores,
ressaltando a importância de projetos de pesquisa e a aproximação com a
prática de sala de aula, desenvolvidos durante a formação inicial dos futuros
professores, visando especificamente, segundo Souza e Garnica (2004)
colaborar com a constituição de um pensamento sistemático, rigoroso,
fundamentado e comprometido com as questões da Educação Matemática e da
sala de aula. É na perspectiva dessas indicações que se inscreve esse trabalho.
III- Objetivos e questão de investigação
Este projeto de pesquisa objetiva analisar e interpretar práticas de
formação e de atuação de futuros professores de Matemática de forma a
compreender como se constitui o professor de Matemática, através da prática
reflexiva de sala de aula.
A pesquisa será realizada com licenciandos do 2.º ano do curso de
Matemática que já atuam na sala de aula da Educação Básica buscando uma
integração entre a universidade e as escola, consciente da importância da
aproximação da escola básica, pesquisas e trabalhos da comunidade
acadêmica, conscientes da importância do investimento em sustentabilidade
social, de forma a intensificar a aproximação entre ambas e enriquecendo a
qualidade da educação com um todo e, além disso, estudar e refletir sobre
processos de formação inicial e professores analisando a forma como estes
processos interferem em sua prática docente.
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Norteará os trabalhos a questão: Quais as contribuições da prática
reflexiva sobre a sala de aula da Escola Básica para a formação inicial do
professor de Matemática?
IV - Métodos e Procedimentos
Além de um estudo bibliográfico sobre metodologias voltadas ao ensino
de Matemática identificando suas qualidades e seus limites, esta pesquisa será
desenvolvida numa abordagem qualitativa descritiva/analítica, pois nos
fundamentamos na relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, buscando
além das manifestações imediatas para captar e desvelar o sentido das
impressões imediatas. Sendo assim, fazemos a opção da abordagem qualitativa
a fim de valorizar todos os dados qualitativos (descrição detalhada de situações,
pessoas, interações, comportamentos, as falas dos alunos, atitudes,
concepções, pensamentos, trechos de cadernos, livros didáticos e relatórios)
como importantes e preciosos para assegurar o compromisso com a produção
de conhecimento.
Os instrumentos de registros de informações produzidas durante o
desenvolvimento do projeto:
� Entrevistas com os licenciados do curso de matemática
interessados: de acordo com os objetivos que queremos alcançar,
constituindo uma primeira aproximação com os sujeitos e que
oferece dados para a realização e direcionamento do trabalho
docente;
� Aplicação de questionários em vários momentos: permitindo a
coleta de informações, combinando perguntas abertas e perguntas
fechadas, definindo, direcionando, (re)direcionando os rumos que
são/serão seguidos;
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� Registros de áudio, imagem e/ou vídeo das atividades
desenvolvidas com os participantes do projeto o e nas salas de
aula envolvidas;
� Registros de atividades realizadas por alunos das salas de aula
envolvidas.
V- Cronograma
Atividade Jun
2013
Ago
2013
Set
2013
Out
2013
Nov
2013
Dez
2013
Fev
2014
Mar
2014
Abr
2014
Mai
2014
Jun
2014
Levantamento bibliográfico
X X X
Coleta de
Dados (escolas)
X X X X
Participação em atividades complemen-
tares
X X X X X X X X
Organização e análise dos
dados X X X X
Redação de relatório
X X
Produção de artigo
X X X
Preparação para apres. CONIC
X
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VI- Resultados esperados
• É almejada a prática de produções escritas pelos futuros professores,
narrativas e memoriais de formação, pois acreditamos que esse
exercício de escrita contribui significativamente na formação dos
mesmos.
• Haverá o incentivo de produção de artigos e relatos a serem
compartilhados com a comunidade acadêmica.
•
VII- Levantamento bibliográfico inicial
BOAVIDA, Ana Maria; PONTE, João Pedro. Investigação colaborativa:
potencialidades e problemas. In: GTI (Org.). Reflectir e investigar sobre a
prática profissional. Lisboa: APM, 2002.
FIORENTINI, Dario. Pesquisar práticas colaborativas ou pesquisar
colaborativamente? In: BORBA, Marcelo de Carvalho; ARAÚJO, Jussara de
Loiola. Pesquisa qualitativa em Educação Matemática. Belo Horizonte:
Autêntica, 2004.
FIORENTINI, Dario. Quando acadêmicos da universidade e professores da
escola básica constituem uma comunidade de prática reflexiva e investigativa.
In: FIORENTINI, Dario; GRANDO, Regina Célia; MISKULIN, Rosana Giaretta
Sguerra (Orgs.). Práticas de formação de pesquisas de professores que
ensina matemática. Mercado de Letras, 2009.
LORENZATO, S. O laboratório de Ensino de Matemática na formação de
professores. Campinas, SP: Autores Associados, 2006. (Coleção Formação de
Professores)
MENDES, I. A. Matemática e investigação em sala de aula: tecendo redes
cognitivas na aprendizagem. Ed. rev. E aum. São Paulo: Editora Livraria da
Física, 2009.
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TOLEDO, Marília. TOLEDO, Mauro. Didática de matemática: como dois e dois:
a construção da matemática. São Paulo: FTD, 1997.
VII – Referências bibliográficas
SOUZA, L. A. ; GARNICA, A. V. M. . Formação de professores de Matemática:
um estudo sobre a influência da formação pedagógica prévia em um curso de
Licenciatura. Ciência e Educação (UNESP. Impresso), Bauru, v. 10, n. 1, p. 23-
39, 2004.
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Ensino Fundamental
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A importância do uso de jogos como recurso para ensinar Matemática a alunos dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental
I – Autora:
Prof.ª Ms.ª Keli Cristina Conti
Curso de graduação envolvido: Pedagogia
Curso de Pós-graduação envolvido: Educação Infantil e Alfabetização
Mini-currículo:
Doutoranda do programa de pós-graduação da Faculdade de Educação
da Unicamp e professora da FAAT desde 2009, atuando nos cursos de
graduação em Pedagogia e Licenciatura em Matemática e nos cursos de Pós-
graduação em Educação Infantil e Alfabetização e Metodologia do Ensino dos
Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Publicou, entre outros materiais, dois
trabalhos frutos de iniciação científica da FAAT:
Pereira, R. F.; Conti, K. C. O Tratamento da Informação presente em livro didático de Matemática do 5.º ano do Ensino Fundamental. Momentum, Revista Técnico Científica das faculdades Atibaia/FAAT. Vol. 1 n. 9, 2011, p. 121-134.
VASCONCELOS, R. M. ; CONTI, Keli Cristina . Elaborando jogos com alunos do 8.º ano do Ensino Fundamental e aprendendo Matemática. In: 12.º Congresso Nacional de Iniciação Científica - CONIC, 2012, São Paulo. 12.º Conic - Semesp. São Paulo: Semesp, 2012. p. 1-11.
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II- Introdução e problemática
A importância dos jogos no ensino de Matemática vem sendo discutida há
algum tempo, sendo bastante incentivado o seu uso devido ao fato de que a
criança realmente pode aprender Matemática brincando. A utilização do jogo
educativo com fins pedagógicos lembra-nos da importância desses elementos
para situações ensino-aprendizagem e de desenvolvimento infantil.
Contudo é necessário que o professor seja mediador durante o processo,
por meio de intervenções que venham acrescentar as habilidades trabalhadas
no aluno, durante o desenvolvimento do jogo, das dificuldades apresentada as
possíveis soluções e torna-se nossa missão, num curso de formação,
instrumentalizar os futuros professores e professores para uma boa prática
nesse sentido.
O que nos motivou para a realização dessa proposta foi o fato de que,
muitos de nossos alunos do curso de Pedagogia, em especial os do 3.º ano ou
de Pós Graduação em Educação Infantil e Alfabetização já tem uma
aproximação grande com a sala de aula, seja via atividades de estágio, seja
como professor e podemos tentar unir teoria e prática num contexto de aplicação
de jogos com alunos dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental.
III- Objetivos e questão de investigação
Este projeto de pesquisa objetiva analisar e interpretar práticas de
formação e de atuação de futuros professores e Professores dos Anos Iniciais
do Ensino Fundamental de Matemática no que diz respeito ao desenvolvimento,
aplicação, mediação e reflexão sobre o uso de jogos em situações matemático-
cognitivas dentro do ambiente escolar, fato que pode proporcionar ao aluno o
desenvolvimento do raciocínio, a construção da noção de número, a capacidade
de dedução (raciocínio lógico) e o desenvolvimento de instrumentos intelectuais
para a futura compreensão das operações como adição, subtração, divisão e
multiplicação, que serão vistas no Ensino Fundamental.
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A pesquisa envolverá licenciandos do 3.º ano do curso de Pedagogia que
desenvolvem atividades de estágio nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental e
professores que já atuam na sala de aula da Educação Básica, em especial os
em início de carreira, e seus alunos, buscando uma integração entre a
universidade e as escola (em que realizam as atividades de estágio ou atuam
como docentes), consciente da importância de se investir na sustentabilidade
social, aproximando da escola básica pesquisas e trabalhos da comunidade
acadêmica, de forma a intensificar a aproximação entre ambas e enriquecer a
qualidade da educação com um todo.
Norteará os trabalhos a questão: Qual a importância do uso de jogos para
ensinar Matemática a alunos dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental?
IV - Métodos e Procedimentos
Além de um estudo bibliográfico sobre metodologias voltadas ao uso de
jogos como recurso para o ensino de Matemática, pretendemos desenvolver
atividades junto aos alunos, identificando suas qualidades e seus limites,
desenvolvendo uma pesquisa com abordagem qualitativa, a fim de valorizar os
dados qualitativos (descrição detalhada de situações, pessoas, interações,
comportamentos, as falas dos alunos, atitudes, concepções, pensamentos,
trechos de cadernos, livros didáticos e relatórios) como importantes e preciosos
para assegurar o compromisso com a produção de conhecimento.
Depois da seleção de licenciandos do Curso de Pedagogia e do Curso de
Pós-graduação em Educação Infantil e Alfabetização, com perfil para
desenvolvimento das atividades junto a alunos dos Anos Iniciais do Ensino
Fundamental, os instrumentos de registros de informações produzidas durante o
desenvolvimento do projeto serão:
INSTITUIÇÃO EDUCACIONAL ATIBAIENSE S/C LTDA
FAAT – FACULDADES ATIBAIA
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DE ATIBAIA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO DE ATIBAIA
F A A T – F A C U L D A D E S A T I B A I A AV. NOVE DE JULHO, 288 - CENTRO - ATIBAIA - SP - CEP 12.940-580 – PABX (11) 4412-4140
e-mail: [email protected]
site: www.faat.edu.br
� Registros de áudio, imagem e/ou vídeo das atividades
desenvolvidas com os participantes do projeto o e nas salas de
aula envolvidas;
� Registros de atividades realizadas por alunos das salas de aula
envolvidas.
V- Cronograma
Atividade Jun
2013
Ago
2013
Set
2013
Out
2013
Nov
2013
Dez
2013
Levantamento bibliográfico
X X X
Coleta de Dados (escolas)
X X
Participação em atividades
complementares
X X X X X X
Organização e análise dos dados
X X
Redação de relatório X
Produção de artigo X X
Preparação para apresentação em
eventos da área
X X
VI- Resultados esperados
• É almejada a prática de produções escritas pelos futuros professores
e professores em narrativas pois acreditamos que esse exercício de
escrita contribui significativamente na formação dos mesmos.
• Haverá o incentivo de produção de artigos e relatos a serem
compartilhados com a comunidade acadêmica.
• Parcerias entre a FAAT e Escolas de Ensino Fundamental de Atibaia.
INSTITUIÇÃO EDUCACIONAL ATIBAIENSE S/C LTDA
FAAT – FACULDADES ATIBAIA
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DE ATIBAIA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO DE ATIBAIA
F A A T – F A C U L D A D E S A T I B A I A AV. NOVE DE JULHO, 288 - CENTRO - ATIBAIA - SP - CEP 12.940-580 – PABX (11) 4412-4140
e-mail: [email protected]
site: www.faat.edu.br
VII- Levantamento bibliográfico inicial
BORIN, Júlian. Jogos e resolução de problemas: uma estratégia para as aulas
de matemática. 6. ed. São Paulo: IME-USP, 1996.
GRANDO, Regina Célia. O jogo e a Matemática no contexto da sala de aula. São Paulo: Paulus, 2004. Porto Alegre: Artmed, 2001.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. et al. Jogo, brinquedo, brincadeira e
educação. São Paulo: Cortez Editora, 2009.
Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática/ Secretaria de Educação
Fundamental. Brasília: MEC/SEF. 1997.
SMOLE, Kátia Stocco; DINIZ, Maria Ignez; CÂNDIDO, Patrícia. Jogos de
matemática de 1º a 5º ano. Porto Alegre: Artmed, 2007.
SMOLE, Kátia Stocco; DINIZ, Maria Ingnês; CANDIDO, Patrícia. Cadernos do
STAREPRAVO, Ana Ruth. Jogando com a matemática: números e
operações. Curitiba: Aymará, 2009.
1
PROJETO DE PESQUISA PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA FACULDADES ATIBAIA – FAAT – 2013
1- APRESENTAÇÃO.
O presente projeto de pesquisa tem como título “A Sucessão legítima e a inseminação artificial”. Autor do projeto: Prof. Cristiano Pereira Moraes Garcia. Vinculação institucional do projeto: Curso de Direito das Faculdades Atibaia – FAAT. 2- INTRODUÇÃO
O novo Código Civil, Lei Federal nº 10.406, de 10 janeiro de 2002, entrou em vigor no dia 11 de janeiro de 2003, trazendo diversas e profundas alterações na legislação civilística, em especial no direito de família e no direito sucessório. A nova legislação regulamenta as relações intrínsecas e extrínsecas da família, bem como a transferência do patrimônio para seus sucessores, quando do falecimento de uma pessoa. Os operadores do direito certamente encontrarão dificuldade em estabelecer a precisa e justa interpretação dos novos dispositivos. O anseio da sociedade brasileira em ter uma lei civil contemporânea já foi atendido, restando agora o anseio pela correta aplicação da nova lei.
2
3- JUSTIFICATIVA Há a necessidade do estudo acadêmico aprofundado sobre o novo sistema civil, levando-se em consideração a doutrina sobre o tema, bem como o realce das alterações implementadas comparativamente ao Código Civil brasileiro revogado, Lei Federal nº 3.071, de 01 de janeiro de 1916. Tal estudo teórico deverá estar acompanhado da mais recente jurisprudência sobre a matéria, com vistas à busca da justiça e da segurança jurídica. Percebemos, portanto, que este trabalho deve ser desenvolvido na academia de modo a influenciar posições doutrinarias, jurisprudenciais e, quiçá, apresentar propostas de lege ferenda. 4- REFERENCIAL TEÓRICO Na construção do projeto iremos fazer um levantamento e estudo da literatura pertinente ao assunto. Este referencial teórico deve alcançar a doutrina mais conservadora, além do exame dos novos doutrinadores de direito civil. Além do mais, iremos proceder à busca da legislação alienígena, estudando os Códigos Civis da Alemanha, Argentina, Chile, Espanha, Cuba, Itália, Portugal, França e Suíça. A doutrina de direito comparado também deverá ser consultada, até para a correta compreensão da legislação estrangeira e posterior comparação com nossa legislação brasileira. Deveremos buscar, tanto na doutrina pátria como na estrangeira, todo o desenvolvimento histórico da lei civil em vigor.
3
A pesquisa irá compreender a leitura de livros, artigos, periódicos, dissertações de mestrado e teses de doutorado, além de qualquer outro trabalho sobre o assunto. 5- OBJETIVOS A pesquisa visa identificar qual a atual interpretação do novo Código Civil que está sendo apresentada pela doutrina e pela jurisprudência. Pretendemos destacar os posicionamentos pacíficos e divergentes. As divergências entre os intérpretes deverão ser realçadas, com a apresentação da nossa posição sobre a melhor exegese. Finalmente, desejamos apontar, de forma crítica, nossa concordância ou discordância relativamente à interpretação do novo estatuto civil por parte dos tribunais brasileiros. 6- MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA A pesquisa deverá compreender o levantamento de toda a legislação sobre o tema. Em seguida, buscaremos identificar e examinar os livros nacionais e estrangeiros, procedendo ao fichamento de todos. Pesquisaremos nas bibliotecas jurídicas e na internet material pertinente ao trabalho. Igualmente necessária a pesquisa nos tribunais das decisões acerca do direito de família e do direito sucessório, em especial nos tribunais paulistas, no Superior Tribunal de Justiça, no Supremo Tribunal Federal, bem como nos tribunais de outros estados.
4
7 – AUXILIARES NA PESQUISA. A pesquisa deverá conter 2 (dois) alunos como auxiliares, propiciando melhor levantamento e pesquisa de material. 8- BIBLIOGRAFIA E FONTES
ALEMANHA. Código Civil Alemão. Traduzido por Souza Diniz. Rio de Janeiro: Record, 1960. (Biblioteca de Legislação Estrangeira). ALMEIDA, José Luiz Gavião de Almeida. Código Civil Comentado. Coord. Álvaro Villaça Azevedo, São Paulo: Atlas, 2003. vol. XVIII. ALTAVILA, Jayme de. Origem do Direito dos Povos. 5ª. ed. São Paulo: Ícone, 1989. ALVES, José Carlos Moreira. Direito Romano. 11ª. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1999. vols. 1 e 2. AMORIM, Sebastião Luiz. Código Civil Comentado. Coord. Álvaro Villaça Azevedo, São Paulo: Atlas, 2004. vol. XIX. AMORIM, Sebastião Luiz; OLIVEIRA, Euclides de. Inventários e Partilhas. 17ª. ed. São Paulo: LEUD, 2004. _______. Separação e Divórcio. 6ª. ed. São Paulo: LEUD, 2001. ARGENTINA. Código Civil de La Republica Argentina. Buenos Aires: Zavalia, 1995. ASCENSÃO, José de Oliveira. Direito Civil: Sucessões. 5ª. ed. Coimbra: Coimbra Editora, 2000. AZEVEDO, Álvaro Villaça. Comentários ao Código Civil. Coord. António Junqueira de Azevedo, São Paulo: Saraiva, 2003. vol. 19. _______. União Estável – Jurisprudência, Evolução Legislativa e Novo Código Civil. In: Questões de Direito Civil e o Novo Código. Ministério Público do Estado de São Paulo. São Paulo: Imprensa Oficial, 2004. _______. O Novo Código Civil Brasileiro: Tramitação; Função Social do Contrato; Boa-fé Objetiva; Teoria da Imprevisão e, em
5
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6
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Atibaia, 05 de março de 2013.
Cristiano Pereira Moraes Garcia Professor de Direito Civil e Processual Civil
1
ALTERAÇÕES SOCIOAMBIENTAIS E QUALIDADE DE VIDA
NA APA CANTAREIRA: UM ESTUDO NO MUNICÍPIO DE ATIBAIA/SP
João Luiz de Moraes Hoeffel (NES/FAAT)
Maria Cristiane Nali (FAAT)
Sonia Regina da Cal Seixas (NEPAM/UNICAMP)
Abril 2013
2
SUMÁRIO
p.
1. Apa Cantareira: Qualidade de vida e Conservação Socioambiental num cenário em transformação
3
2. Transformações socioambientais e subjetividade em Atibaia/SP 5
2.1. Um olhar sobre o cotidiano dos moradores: a subjetividade como foco de análise
5
2.2 Um resgate sobre o conceito da subjetividade na pesquisa social 6
3. Objetivos gerais e específicos 9
3.1. Objetivos gerais 9
3.2. Objetivos específicos 10
4. Procedimentos Metodológicos 10
5. Cronograma de Atividades 11
6. Bibliografia 11
3
ALTERAÇÕES SOCIOAMBIENTAIS E QUALIDADE DE VIDA NA APA CANTAREIRA: UM ESTUDO NO MUNICÍPIO DE ATIBAIA/SP
RESUMO
O objetivo geral desta pesquisa é analisar a qualidade de vida dos moradores de dois bairros, um rural – Bairro da Boa Vista, e outro urbano – Bairro Caetetuba, localizados no município de Atibaia, pertencentes a APA do Sistema Cantareira, Estado de São Paulo, tendo como referência às transformações socioambientais ocorridas e as diferentes maneiras que seus moradores têm encontrado para lidar com as mesmas em seu cotidiano. A partir do referencial de outras pesquisas realizadas, supõe-se que os moradores podem estar apresentando intenso sofrimento psíquico, no caso específico, depressão, como uma forma de lidar com as transformações socioambientais presentes em seu cotidiano, que tornou suas vidas extremamente complexas. Para tanto serão averiguadas as condições objetivas de vida e as alterações socioambientais em curso procurando analisar a relação existente essas duas premissas. PALAVRAS CHAVE: qualidade de vida; APA Cantareira; subjetividade; transformações socioambientais; degradação ambiental.
1. APA Cantareira: Qualidade de Vida e Conservação Socioambiental num cenário em transformação. A Área de Proteção Ambiental do Sistema Cantareira – APA do Sistema
Cantareira, composta pelos Reservatórios: Jaguary/Jacareí, Cachoeira, Atibainha e Paiva
Castro, é compreendida por sete municípios do interior paulista: Atibaia, Bragança
Paulista, Joanópolis, Mairiporã, Nazaré Paulista, Piracaia e Vargem. Parte desta APA está
sobreposta a APA Piracicaba/Juqueri-Mirim – Área II (HOEFFEL, 2005, 2006a e 2006 b;
HOEFFEL, FADINI, SEIXAS, 2010). Essa região sofreu grandes transformações socio-
ambientais a partir do período da construção do Sistema Cantareira iniciada no ano de
1965, e da duplicação da Rodovia Fernão Dias realizada em 1998.
Figura 1: APAs Piracicaba e do Sistema Cantareira
4
Os objetivos de criação desta unidade de conservação relacionam-se com a
manutenção e melhoria da qualidade da água, especialmente nos municípios do entorno
dos reservatórios do Sistema Cantareira, que abastecem a Região Metropolitana de São
Paulo (SÃO PAULO, 2000), e regulam o fluxo de água para a Região Metropolitana de
Campinas (CBH-PCJ, 2003). Estas APAs ainda não foram regulamentadas, o que tem
determinado conflitos e confrontos, entre os diversos atores sociais presentes na região,
pelo direito do uso da água e do solo.
A APA do Sistema Cantareira apresenta uma problemática ambiental singular,
centrada na conservação de recursos hídricos, possui áreas de nascentes e pontos de
captação de importância regional e, apesar de sua proximidade com a Região
Metropolitana de São Paulo, ainda encontram-se remanescentes significativos de Mata
Atlântica. Esta situação, associada à sua beleza natural, faz com que ela se torne alvo de
empreendimentos imobiliários os mais diversos consolidando um processo crescente de
ocupação do solo e uso turístico desordenado (HOEFFEL, 2006 a e b; HOEFFEL;
FADINI; SEIXAS, 2010).
O acesso facilitado a esta região através das Rodovias D. Pedro I e Fernão Dias
vem determinando um processo de expansão industrial e urbana e um incremento
turístico, o que tem aumentado os impactos sócio-ambientais e culturais regionais. Esta
realidade tem exigido a elaboração e implantação de estudos, projetos e planos de ação
que possibilitem uma gestão sustentável dos recursos naturais tanto na área de cabeceira
como para a Bacia do Rio Piracicaba na sua totalidade (VARGAS, 1997; HOGAN et al.,
1997; SÃO PAULO, 1998b; CBH-PCJ, 2003).
Outro aspecto importante é que 70% das nascentes da Bacia do Rio Piracicaba
encontram-se localizadas no Estado de Minas Gerais, nos municípios de Camanducaia,
Extrema, Toledo e Itapeva, os quais vêm sofrendo um acelerado processo de
transformação com impactos ambientais diversos que também podem comprometer os
recursos hídricos regionais.
Estas preocupações levaram o governo do Estado de São Paulo a designar a
região como Área de Proteção Ambiental. Apesar de tal medida ser altamente justificável
do ponto de vista da conservação, significa também para as comunidades locais
restrições econômicas importantes em relação ao uso da terra e de práticas agrícolas. Ao
mesmo tempo existe nesta área a formulação de propostas que visam o uso sustentável
dos recursos naturais regionais, como por exemplo, a criação de unidades de
conservação de uso restrito, atividades de turismo ambiental e implantação de práticas
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agrícolas diversificadas, propostas pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São
Paulo e por Organizações Não Governamentais locais (SÃO PAULO, 1998a).
As dificuldades econômicas vividas pela população regional representam uma
séria ameaça para a conservação das áreas de mata e para a água. Diversos
proprietários rurais, seguindo uma tendência histórica iniciada com a construção dos
Reservatórios do Sistema Cantareira, têm vendido suas propriedades para especuladores
imobiliários e turistas de fim-de-semana, o que tem causado um aumento considerável
dos danos ambientais (HOEFFEL & VIANA, 1996; RODRIGUES, 1999).
Este conflito pode ser claramente evidenciado nas atuais propostas de uso para o
Sistema Cantareira, em especial no entorno dos reservatórios. Apesar das restrições
impostas pela legislação ambiental vigente e por compor as APA’s do Sistema Cantareira
e Piracicaba, usos econômicos diversos, muitas vezes inadequados para a área, vêm
sendo sugeridos e implantados gerando impactos socioambientais e culturais (HOEFFEL,
2006 a e b).
Neste sentido insere-se o município de Atibaia que tem passado por intensas
transformações socioambientais tanto em função do processo de expansão urbana e
turística, como em função das atuais alterações climáticas, que precisam ser
adequadamente analisados, incluindo-se neste quadro a maneira como a população local
tem lidado com estas mudanças (HOEFFEL, 2009; 2010).
2. Transformações Socioambientais e Subjetividade em Atibaia/SP. 2.1 Um olhar sobre o cotidiano dos moradores: a subjetividade como foco de análise
Para compreendermos de forma mais intensa, a abordagem que aqui se pretende,
é interessante um resgate ao próprio conceito de qualidade de vida e sua relação com a
subjetividade enquanto abordagem analítica.
O conceito de qualidade tem sido observado através de muitas maneiras, e pode
contribuir para uma compreensão maior de situações e locais onde são evidentes
transformações sócio-ambientais, não só do ponto de vista ambiental, mas também
social, cultural e político. Essas transformações consideradas a partir dessas quatro
categorias analíticas são expressas através das condições de moradia, das estratégias se
sobrevivência, das possibilidades de trabalho, de acesso a bens básicos de existência,
como saneamento ambiental, acesso a serviços como educação e saúde, religiosidade e
formas de relacionamento com a natureza. E do estabelecimento de relações sociais e
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afetivas, primordiais para a manutenção ou instauração de uma qualidade de vida
satisfatoriamente possível para os moradores.
Assim, uma maneira de analisar a qualidade de vida pode ser feita através de uma
abordagem vinculada na estruturação de 3 eixos básicos de análise, a saber: o primeiro
pode se dar através da satisfação e o acesso a bens básicos como educação, transporte,
alimentação, saneamento ambientalmente adequado, serviço de saúde, etc, e a qualidade
do acesso a esses bens, como sistemas de educação e saúde eficientes e que atinjam
seus objetivos; sistemas de transportes coletivos satisfatórios; alimentação e salários
condizentes com as necessidades do indivíduo e de sua família. O segundo eixo pode ser
analisado através do acesso aos bens fundamentais para complementação da vida dos
indivíduos como cultura, lazer, relações afetivas e sexuais plenas; relações familiares
fundamentais; relações com natureza; relações plenas com o trabalho; e um terceiro, aqui
denominado de bens ético-políticos por compreender o acesso às informações que dizem
respeito à vida do cidadão, colocadas de forma clara e objetiva, a participação política e o
envolvimento nas causas coletivas; participação na gestão local da vida citadina e a
cidadania (BARBOSA, 1998). Desta forma, a observação e a interação dos pesquisadores
com o cotidiano dos moradores se colocam como fundamental para a captação da
vivência dos mesmos com a sua realidade.
2.2 Um resgate sobre o conceito da subjetividade na pesquisa social
O investimento teórico-metodológico que tem sido realizado para analisar
sociedades complexas tem permitido um acúmulo significativo de elementos que
possibilitam a compreensão das mesmas, a partir das transformações socioambientais
mais significativas e a realidade cotidiana dos sujeitos. Essa articulação tem sido
observada através do estudo da subjetividade no contexto social contemporâneo, e tem
permitido considerar que a subjetividade, pode ser entendida enquanto expressão criativa
ou enquanto sintoma, e, conseqüentemente historicamente produzida através de uma
relação profunda e dialética entre sociedade e natureza.
A maneira com que se tem feito essa análise tem ocorrido através da observação
da expressão difusa de sintomas manifestos no corpo dos sujeitos, que se identificam
através do sentir-se doente, e da incapacidade de evidenciar suas necessidades e
sofrimentos, permitindo supor enfim, a ausência de expressão verbal das questões
fundamentais do existir social e sua manifestação através de sintomas e signos corpóreos
(BARBOSA, 1990 e 1996). Aliado a esse aspecto, a outra abordagem que vem sendo
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desenvolvida procura analisar de forma mais significativa à subjetividade através do
estudo da depressão (BARBOSA, 2001; 2003; 2004; 2005 e 2005 a, SEIXAS et al, 2010).
Como esses temas têm estado presente de forma inequívoca em todas essas pesquisas,
é objetivo decorrente dar continuidade a essas reflexões observando um cenário que
oferece outras possibilidades analíticas, como é o caso do município de Atibaia.
Alguns autores que vem problematizando o conceito de modernidade, em suas
diferentes abordagens, como é o caso de Giddens e Touraine, permitem compreender a
subjetividade através da relação entre complexidade social e transformações sócio-
ambientais. No entanto, falar sobre modernidade nos remete prioritariamente a sociologia
clássica e, predominantemente, ao conceito weberiano de desencantamento do mundo.
Weber ao tratar da modernidade alerta para o precioso conceito de
desencantamento do mundo, que possui dois significados em sua obra (PIERUCCI,
2003): a) desencantamento do mundo pela religião e b) desencantamento do mundo pela
ciência. Ambos diretamente ligados ao momento atual e a suas transformações no
mundo. Pensar o homem contemporâneo desencantado poderia induzir a pensar que a
depressão pode ser considerada como uma das expressões da tragédia humana
(transformações globais e planetárias, guerras, violência, escassez dos recursos naturais,
degradação sócio-ambiental, desemprego, péssimas condições de moradia e de
relacionamentos)? O sujeito contemporâneo na modernidade, não tendo a que ou quem
recorrer (nem religião e nem ciência), expressaria seu sofrimento, seu desencantamento
através de depressão e conseqüentemente empreenderia uma busca constante por
paliativos (medicamentos), para calar seu desejo ou sua dor? Ficam como questões de
fundo em aberto que serão desenvolvidas na pesquisa.
Nesse sentido, impossível desconsiderar a modernidade e o sujeito
contemporâneo, enquanto conceitos fundamentais para pensar a sociedade complexa na
qual estamos imersos. Como já nos ensinaram Giddens (1991), e Touraine (2002) a
modernidade é prioritariamente um conjunto que abrange aspectos culturais, organização
social e as próprias crenças e ações coletivas. Assim, os avanços da ciência, da
tecnologia e dos sistemas produtivos estarão diretamente relacionados e regulados pela
vida pessoal e social.
O destaque à cultura e ao caráter pessoal que a modernidade acaba por imprimir
está presente na análise dos dois autores e, é nesse sentido que se pode afirmar que, a
modernidade altera de forma radical a essência e a natureza da vida cotidiana, afetando
os aspectos mais pessoais da existência (GIDDENS, 2002).
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Todas as transformações socioambientais da modernidade podem ser resumidas
nos intensos processos de globalização e nos riscos sociais e técnicos. Giddens (2000)
alertou sobre a influência da globalização na vida cotidiana, processo esse que influencia
os indivíduos em macro e micro aspectos de atuação, como em tudo o que é realizado.
Por fim, chama atenção ainda ao afirmar que uma nova ordem global como meta, impele
a todos, mesmo que sua compreensão de forma objetiva seja permitida, considerando,
entretanto que seus efeitos se fazem sentir sobre toda a sociedade (SANTOS, 2000).
Os riscos dessa forma tanto podem estar relacionados a mudanças climáticas
globais, intervenções do homem no ambiente e a conseqüente degradação ambiental
planetária, quanto às situações das relações pessoais, familiares e a sexualidade
(GIDDENS, 2000). Por isso, devem ser considerados tão complexos e importantes quanto
os relacionados às questões da economia global e do mercado, contribuindo
sobremaneira para aumentar o estresse e as tensões que afetam a vida cotidiana, os
modos de vida e as culturas tradicionais na maior parte das regiões do planeta.
A subjetividade é influenciada por todos esses aspectos globais e da sociedade de
risco, porque quanto mais a tradição perde seu domínio, e quanto mais a vida diária é
reconstituída na confluência entre o local e o global, mais e mais os indivíduos são
forçados a realizarem escolhas a partir de uma diversidade de opções, que tanto podem
estar relacionadas a um estilo de vida próprio, quanto ao consumo, e decisões múltiplas
no cotidiano, que extrapolam a tradição, a religiosidade e a cultura da família original
(GIDDENS, 2002).
Assim, todos esses aspectos que formam as sociedades complexas na
modernidade (globalização, risco, degradação ambiental planetária, desemprego,
oscilações de bolsas de valores, novas dimensões de tempo e espaço), só terão sentido
através da criação que os indivíduos fazem deles, como os absorvem, interiorizam e
expressam, possibilitando a subjetividade, nesse sentido, ser percebida como uma
instância reflexiva e deliberante, datável e localizada, na medida em que produto e
criação de uma sociedade que a investiu de sentido social, histórico e político
(CASTORIADIS, 1992). Assim, é a partir dessas considerações que a depressão se
insere e passa a ser considerada como uma categoria fundamental para a análise
empreendida.
Embora o termo depressão tenha sido introduzido no século XVIII, hoje não se
pode deixar de ressaltar que assumiu uma característica importante em função de sua
íntima ligação com os pilares da vida social (DIAS, 2003:84), muito em função de que o
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sistema econômico atual qualifica-se por uma economia livre, marcada por ritmos
ciclotímicos, e essa oscilação vai marcar a posição dos sujeitos que estão na
dependência das diferenças de oferta do mercado de trabalho. Assim a perda de lugar, é
co-extensiva à estruturação da vida social, permitindo a afirmação, de que diante de tal
conjuntura, a depressão é solidária do avanço da sociedade capitalista, com todas suas
transformações e riscos impostos pela modernidade. O sujeito na posição depressiva se
afasta das imposições promovidas pela acumulação do capital, ou seja, vive a experiência
da queda como sinônimo da falência (DIAS, 2004).
Outro aspecto importante diz respeito ao avanço dos diagnósticos dos estados
depressivos e do sofrimento psíquico em geral na sociedade. O que se percebe hoje é
cada vez mais a presença e o temor que a incidência de depressão causa na sociedade
contemporânea. Wolpert (2003) destaca que o efeito que a depressão exerce sobre os
serviços de atendimento de saúde são enormes. Cita para comprovar sua afirmação que
recente relatório – Global Burden of Disease – da Organização Mundial de Saúde (OMS,
1993) que afirma que a depressão foi o quarto problema de saúde mais importante no
mundo em desenvolvimento em 1990, responsável por 3% da carga total de doença, e
prevê que ela será o principal problema de saúde no mundo em desenvolvimento em
2020, com uma expectativa de ser responsável por 6% da carga total de doença. Nos
países em desenvolvimento, a depressão responde pela maior parte do volume de
doenças, calculada pelas mortes prematuras e de anos-vida saudáveis perdidos pela
incapacidade, do que qualquer outra, exceto doenças cardíacas.
Pode-se supor que pelo avanço dessa incidência na sociedade em geral, ela está
tendo uma distribuição expressiva em diferentes grupos sociais, no sentido de que não
está restrita a comunidade eminentemente urbana, por exemplo, podendo-se supor que
possuem significados de forma ampla entre os moradores de áreas rurais, principalmente
se considerar-se os processos intensos de transformações socioambientais que se supõe
também acontecendo nas últimas décadas, esse aspecto reforça a importância de se
estudar a região onde o projeto se situa.
3. Objetivos gerais e específicos
3.1. Objetivo geral
O objetivo geral desta pesquisa é analisar a qualidade de vida dos moradores de dois
bairros - um rural (Boa Vista) e um urbano (Caetetuba) do município de Atibaia, tendo
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como referência às transformações socioambientais ocorridas e as diferentes maneiras
que seus moradores têm encontrado para lidar com as mesmas em seu cotidiano.
3.2. Objetivos específicos
(a) Complementar a caracterização do ponto de vista socioambiental do município de
Atibaia, captando suas particularidades, em relação às transformações sócio-
ambientais, históricas, culturais e econômicas pelas quais estes vêm passando nas
últimas décadas (HOEFFEL et al, 2009; 2010);
(b) Identificar e caracterizar os serviços de saúde existentes no município de Atibaia;
(c) Mapear historicamente a ocorrência das principais morbidades presentes na
população do município, compreendendo o período de 1990 a 2010, procurando
relacionar com o local de moradia;
(d) Identificar a ocorrência de depressão no município, através de entrevistas qualitativas
com os profissionais de saúde que atuam no município, e através do levantamento de
dados históricos arquivados nos serviços de saúde do município, procurando
relacioná-los com o local de moradia.
4. Procedimentos Metodológicos
Do ponto de vista do encaminhamento metodológico, é importante afirmar que a
necessidade de um olhar interdisciplinar é uma exigência natural desta análise, e não se
limita somente, às necessidades do recorte do problema, funcionando muito mais como
um investimento metodológico de longo alcance, em função de alguns pressupostos bem
definidos, e a articulação de um olhar diferencial.
As relações entre transformações socioambientais e depressão serão objeto de
extenso levantamento bibliográfico na literatura nacional e internacional durante o
desenvolvimento de todo o projeto.
O levantamento da realidade socioambiental, das transformações histórico-
temporais e dos dados de saúde da área de estudo será realizado através de coleta de
dados secundários e entrevistas junto aos diversos órgãos governamentais (Prefeituras
Municipais, Secretaria Municipal da Saúde, Secretarias de Meio Ambiente municipais e
estaduais, IBAMA, IBGE, Universidades Públicas, Centros de Pesquisas, etc.) e não
governamentais (Associações representativas da Sociedade Civil, Universidades
Privadas, etc.) atuantes na região, e por pesquisas de campo, de forma a identificar as
características de saúde e sócio-econômicas regionais.
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A coleta de dados será obtida através da utilização de um roteiro de entrevistas
semi-estruturadas (RICHARDSON, 1999) que terá como base os trabalhos de Formagio;
Barbosa (2004) e Seixas et al (2010). O roteiro de entrevistas será testado em entrevistas
prévias, de forma a verificar sua adequação, e posteriormente ele será utilizado no
desenvolvimento desta pesquisa.
Os bairros a serem estudados foram escolhidos em função de estudos sobre
transformações socioambientais na Bacia Hidrográfica do Rio Atibaia realizados por
Hoeffel et al (2009; 2010).
5. Cronograma de Atividades
Está previsto um prazo de 12 meses para execução deste projeto.
Cronograma de execução
ETAPAS M E S E S
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Revisão da Literatura x x x x x x x x x x x
Levantamento inicial de dados x x x x x x
Reconhecimento da área de estudo x x x x x
Sistematização de dados x x x x x x x
Pesquisa de campo, entrevistas e coleta de dados x x x x x x x x x
Sistematização de dados e informações x x x x x x x x
Fórum de debates x
Análise de resultados x x x
Avaliação x x
Relatório final x x
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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12
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FAAT – FACULDADES ATIBAIA
PROFA. MICHELI KOWALCZUK MACHADO
PROJETO DE PESQUISA: CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL: UM ESTUDO NA
REGIÃO BRAGANTINA – SP
ATIBAIA/SP
MAIO, 2014
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 02
2 PROBLEMAS DE PESQUISA............................................................................. 05
3 OBJETIVOS........................................................................................................ 06
3.1 Objetivo Geral................................................................................................... 06
3.2 Objetivos Específicos....................................................................................... 06
4 METODOLOGIA.................................................................................................. 06
5 CRONOGRAMA.................................................................................................. 07
6 REFERÊNCIAS................................................................................................... 07
2
1 INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, uma intensa e constante atenção tem sido colocada
sobre a problemática ambiental e sobre os possíveis riscos que seu agravamento
possa acarretar para a sobrevivência da humanidade e de suas sociedades.
Problemas ambientais diversos tem sido o polo de atenção, pesquisa e estudo de
cientistas, políticos e mesmo da população em geral. Em anos recentes verifica-se,
em diversos setores da sociedade, amplas discussões e transformações nas
relações entre os seres humanos e o mundo natural.
Neste contexto, dentro de uma perspectiva histórica que envolveu catástrofes
ambientais, como por exemplo, as detonações nucleares e disputas de interesses,
emerge o discurso do desenvolvimento sustentável como sendo “aquele que
responde às necessidades do presente de forma igualitária, mas sem comprometer
as possibilidades de sobrevivência das gerações futuras” (COMISSÃO MUNDIAL
SOBRE DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE - CMDMA, 1991).
A partir deste momento a noção de desenvolvimento sustentável se
popularizou. De acordo com Hoeffel e Reis (2008, p. 5) o documento produzido pela
CMMA “reconhecia o fato de que na maioria dos países há maior dependência com
relação aos recursos naturais, e esse foi, sem dúvida, um dos aspectos que mais
contribuiu para a popularização do referido conceito”.
Os autores também enfatizam uma questão fundamental, mencionam que no
documento, desenvolvimento e meio ambiente devem ser complementos, ou seja,
não se exclui a ideia de crescimento econômico, mas apresenta-se a necessidade
de busca por novas estratégias de desenvolvimento e novas tecnologias de
desenvolvimento que tenham por base a sustentabilidade e a expansão dos
recursos naturais. Carneiro (2005) acrescenta que para a obtenção deste objetivo
recomenda-se no documento “a pesquisa e a aplicação de uma série de medidas,
tanto no âmbito de cada Estado Nacional quanto no âmbito internacional, com vistas
ao “direcionamento” político e “científico” das interações entre economia de mercado
e processos de condições naturais” (CARNEIRO, 2005, p. 27).
É fundamental que discussões sobre desenvolvimento sustentável e suas
implicações na sociedade sejam embasadas em contextos mais amplos e que
considerem a complexidade da questão ambiental, que envolve interesses
econômicos e políticos distintos, características físicas específicas para cada região
3
do planeta, diversidade cultural, realidades sociais diferenciadas, desenvolvimento
tecnológico e científico em vários níveis e multiplicidade de concepções sobre a
relação ser humano-natureza (MACHADO, 2009).
Para Machado (2006) a noção de desenvolvimento sustentável tem servido
aos mais diferentes propósitos e interesses, sendo por um lado tomada como
remédio para todos os males e por outro desqualificada como mais uma forma
encontrada pelo sistema, para maquiar as contradições do modelo de
desenvolvimento hegemônico. Segundo a autora:
O fato é que essa noção continua informando, em diferentes níveis, parte dos esforços demandados na busca de caminhos alternativos às mazelas socioambientais produzidas pelo modelo de desenvolvimento dominante. Seja entre os adeptos ou entre os críticos, há uma espécie de consenso de que a noção de ds é imprecisa, frágil, plástica, ambígua etc. Para os críticos, demonstrar essas imprecisões é uma forma de desmascarar o seu conteúdo ideológico. Para os seus adeptos, devem ser empreendidos esforços no sentido de precisar a noção de ds, pois assim ela poderia dar lugar a construtos teóricos mais elaborados e consistentes capazes de orientar a implementação de políticas eficazes (MACHADO, 2006, p. 13).
É evidente que tais discursos e debates influenciaram e influenciam a
elaboração e implantação de políticas ambientais, inclusive no Brasil e assim é
importante mencionar que o planejamento de políticas ambientais para um
desenvolvimento sustentável, deve buscar compreender as inter-relações
estabelecidas entre processos históricos, econômicos, ecológicos e culturais no
desenvolvimento das forças produtivas da sociedade (LEFF, 2006).
As discussões e críticas sobre o conceito de desenvolvimento sustentável são
fundamentais para seu aprimoramento e para o surgimento de propostas mais
consistentes na área ambiental. Entretanto é fato que o desenvolvimento sustentável
assumiu nas últimas décadas um papel hegemônico na sociedade e sua busca tem
levado a diversas formas de atuação com relação aos problemas ambientais.
Neste sentido atualmente tem aumentado o interesse na investigação de
novos materiais alternativos para o uso na construção civil, com o objetivo de tornar
a sociedade, e as construções nela inserida, mais sustentáveis.
A propagação da consciência ecológica pelo planeta, amparada pela divulgação dos problemas ambientais, principalmente os referentes ao desmatamento e às mudanças climáticas, tem alertado para a execução de medidas que possam reduzir esses impactos. [...] Alternativas tais como a ecohouse, no setor de construções, consistem em uma aplicação das ações sugeridas nesse sentido (ALVES; SILVA; AQUINO, 2011, p.4).
4
Além do termo ecohouse, ou casa ecológica, Meda e Suzuki (2003)
apresentam o conceito de Green Architecture (eco-arquitetura), que de acordo com
as autoras é uma tendência arquitetônica, adotada por profissionais conscientes das
restrições naturais, a fim de amenizar o impacto e a destruição que as obras
arquitetônicas provocam no meio ambiente, além de proporcionar ao ser humano
uma qualidade de vida melhor. Este tipo de arquitetura procura principalmente
desenvolver tecnologias com o objetivo de criar meios e materiais sustentáveis para
o maior reaproveitamento dos recursos ambientais existentes.
Na instrumentalização eco-arquitetura, não necessariamente os arquitetos ou
engenheiro precisam utilizar artigos alternativos para construir ou decorar suas
obras, mas podem utilizar de meios direcionados a uma construção que consuma
menos energia, matéria orgânica e outros (MEDA; SUZUKI, 2003).
De acordo com Gouveia e Righetti (2009) a união do termo sustentável à
arquitetura, construção, urbanismo e paisagismo é relativamente recente, mas
muitos princípios fundamentais de projetos e construções são antigos. Há formas
ecológicas de construção milenares, poupadoras de energia e de baixo impacto
ambiental. As autoras mencionam os exemplos citados por Antonio Macêdo Filho,
diretor da A+C Desenvolvimento Profissional: os iglus, habitações típicas das
regiões polares do planeta, perfeitamente adequadas ao clima e construídas com o
isolante térmico perfeito para o contexto: o gelo e as ocas indígenas como exemplos
de residências ambientalmente sustentáveis com integração com o meio.
Atualmente nas construções, já é possível a utilização de sistemas de
aproveitamento de água de chuva, miniestações de tratamento de água, areia
reciclada, argamassa mineral, massa corrida ecológica, além de adesivos, vernizes,
resinas, pisos, tintas, telhas e telhados verdes. Equipamentos poupadores de
energia, não-poluentes, que fazem uso de tecnologias limpas ou renováveis, tais
como sistemas de energia eólica e solar, entre outros, também são adequados às
construções que visam a sustentabilidade, pois são capazes de atender à demanda
energética sem comprometer os recursos naturais locais nem alterar drasticamente
a geografia dos ecossistemas (GOUVEIA; RIGHETTI, 2009).
É importante mencionar que em uma construção caracteriza como ecológica
os meios são importantes, mas o principal é o quanto realmente esta atividade
minimizou ou deixou de gerar impactos socioambientais além da necessidade de
5
manutenção do sistema proposto não esquecendo a dimensão humana que envolve
o conceito de meio ambiente e sustentabilidade.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente reconhecidamente, o setor da
construção civil tem papel fundamental para a realização dos objetivos globais do
desenvolvimento sustentável, já que pode ser considerado o setor de atividades
humanas que mais consome recursos naturais e utiliza energia de forma intensiva,
gerando consideráveis impactos ambientais relacionados não apenas ao consumo
de matéria e energia, mas também à geração de resíduos sólidos, líquidos e
gasosos. Existe a estimativa de que mais de 50% dos resíduos sólidos gerados pelo
conjunto das atividades humanas sejam provenientes da construção (MMA, 2013).
Na Agenda 21 para a Construção Sustentável em Países em
Desenvolvimento, a construção sustentável é definida como:
[...] um processo holístico que aspira a restauração e manutenção da harmonia entre os ambientes natural e construído, e a criação de assentamentos que afirmem a dignidade humana e encorajem a equidade econômica (MMA, 2013).
Embora existam muitos desafios para o setor da construção sustentável o
Ministério do Meio Ambiente os sintetiza na redução e otimização do consumo de
materiais e energia, na redução dos resíduos gerados, na preservação do ambiente
natural e na melhoria da qualidade do ambiente construído.
A construção sustentável pode ser uma alternativa interessante para a Região
Bragantina, já que a mesma tem passado por intenso processo de urbanização;
especulação imobiliária e industrialização que têm gerado impactos socioambientais
diversos como supressão de mata nativa, redução da fauna local e contaminação do
solo, ar e recursos hídricos. Neste sentido este projeto de pesquisa pode colaborar
para conhecer e compreender como e se a região está inserida na ideia da
construção sustentável.
2 PROBLEMAS DE PESQUISA
Diante da realidade socioambiental presente na Região Bragantina principalmente
relacionada aos impactos gerados pela intensa expansão urbana e especulação
imobiliária apresenta-se a seguinte problemática para esta pesquisa: A construção
6
sustentável pode colaborar para a minimização dos impactos ambientais presentes
da Região Bragantina? Existem práticas relacionadas a esta temática na região?
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral
Levantar e analisar a aplicação e desenvolvimento de projetos construção
ecológica na Região Bragantina – SP.
3.2 Objetivos Específicos
Realizar pesquisa bibliográfica envolvendo temas pertinentes à proposta
principal do projeto tais como: desenvolvimento sustentável e
sustentabilidade, arquitetura verde, construção ecológica e cidades sustáveis;
Caracterizar a realidade socioambiental presente na Região Bragantina
considerando principalmente a expansão urbana e a especulação imobiliária;
Analisar alguns tipos de construções de acordo com o meio em que estão
inseridos;
Levantar e verificar propostas de construção sustentável realizadas na área
de estudo.
4 METODOLOGIA
A realização deste trabalho terá como base a pesquisa qualitativa, pois
segundo Minayo (2008), esta responde a questões particulares, com um nível de
realidade que não pode ou não deveria ser quantificado. A autora menciona ainda
que a pesquisa qualitativa:
[...] trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das crenças, dos valores e das atitudes. Esse conjunto de fenômenos humanos é entendido aqui como parte da realidade social, pois o ser humano se distingue não só por agir, mas por pensar sobre o que faz e por
7
interpretar suas ações dentro e a partir da realidade vivida e partilhada com seus semelhantes. O universo da produção humana que pode ser resumido no mundo das relações, das representações e da intencionalidade e é objeto da pesquisa qualitativa dificilmente pode ser traduzido em números e indicadores quantitativos (MINAYO, 2008, p. 21).
A autora divide o processo de trabalho científico com pesquisa qualitativa em
três etapas que serão adotadas no desenvolvimento desta dissertação: fase
exploratória que consiste no projeto de pesquisa e de todos os procedimentos
necessários para preparar a entrada em campo tais como a pesquisa bibliográfica e
documental; trabalho de campo no qual se leva para a prática empírica a construção
teórica elaborada na primeira etapa; análise e tratamento do material empírico e
documental, relacionada ao conjunto de procedimentos para valorizar, compreender,
interpretar os dados empíricos e articulá-los com a teoria que fundamentou o projeto
ou com outras leituras que surgiram de acordo com as necessidades surgidas no
trabalho de campo (MINAYO, 2008).
As três fases propostas pela autora e adotadas para este projeto colaborarão
para a organização e direcionamento das pesquisas tanto teóricas quanto empíricas
que, por sua vez, possibilitarão alcançar os objetivos propostos e responder os
problemas de pesquisa apresentados.
5 CRONOGRAMA
Atividades/Etapas MESES
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Pesquisa Bibliográfica
Caracterização da área de estudo
Pesquisa de campo
Análise e Interpretação dos dados
Produção Científica/Relatório Final
6 REFERÊNCIAS
ALVES, Alan Ripoll; SILVA, Juliana de Oliveira; AQUINO, Marisete Dantas de. Estudo da formação de infraestrutura ecologicamente pensada para uso Urbano. In:
8
ENCONTRO NACIONAL DA ECOECO, 9. Anais... Brasília, 2011. Disponível em: <http://www.ecoeco.org.br/conteudo/publicacoes/encontros/ix_en/GT2-145-56-20110603152749.pdf>. Acesso em: 20 mar. 2013. CARNEIRO, E.J. Política ambiental e a ideologia do desenvolvimento sustentável. In: ZHOURI, A.; LASCHEFSKI, K.; PEREIRA, D.B. (Org.). A insustentável leveza da política ambiental. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. p. 27 – 47. COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Nosso futuro comum. Rio de Janeiro: Ed. Fundação Getúlio Vargas, 1991. GOUVEIA, Flávia e RIGHETTI, Sabine. Inovação e meio ambiente: pressão verde motiva empresas a inovar de forma sustentável. Conhecimento & Inovação [online], v.5, n.3, p. 34-39, 2009. Disponível em: <http://inovacao.scielo.br/pdf/cinov/v5n3/12.pdf>. Acesso em: 05 maio 2013. HOEFFEL, J.L.; REIS, J.C. Abordagens para a sustentabilidade. O conceito de sustentabilidade na teoria social latino-americana: uma análise preliminar. In: ENCONTRO NACIONAL DA ANNPAS, 4., 2008, Brasília. Anais... Brasília, 2008. p. 1- 19. Disponível em: <http://www.anppas.org.br/encontro4/cd/ARQUIVOS/GT15-481-198 20080514224140.pdf>. Acesso em: 03 abr. 2013. LEFF, E. Epistemologia ambiental. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2006. MACHADO, M. K. Ações institucionais, participação e conflitos ambientais na Sub-bacia Hidrográfica do Ribeirão do Moinho, Nazaré Paulista – SP. 2009. 213p. Dissertação (Mestrado em Ecologia Aplicada), Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz – USP, Piracicaba, 2009. MACHADO, V.F.A. produção do discurso do desenvolvimento sustentável: de Estocolmo à Rio 92. In: ENCONTRO NACIONAL DA ANNPAS, 3., 2006, Brasília. Anais... Brasília, 2006. p. 1- 16. Disponível em: <http://www.anppas.org.br/encontro_anual/encontro3/arquivos/TA398-07032006-233539.DOC>. Acesso em: 18 nov. 2008. MEDA, Juliana Fernandes; SUZUKI, J.uliana Harumi. Eco-arquitetura: Considerações para o incremento do turismo ecológico. Revista Terra & cultura - Cadernos Científicos de Ensino e Pesquisa, Londrina PR: Centro Universitário Filadélfia - Unifil, ano XIX, n. 36, jan./jun.2003. p. 39-50. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Disponível em: < http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/urbanismo-sustentavel/constru%C3%A7%C3%A3o-sustent%C3%A1vel>. Acesso em: 20 abr. 2013.
Droga-dependência na comunidade: uma parceria
Universidade/Serviço Público
Projeto de Iniciação Científica – Disciplina de Neurociências
Profa. Rita de Cássia Faria Bergo
Atibaia/SP - 2013
FAAT
I - Introdução
As substâncias psicoativas com potencial de abuso requerem grande atenção por parte da
sociedade brasileira devido ao considerável aumento no consumo nas últimas décadas, cujo uso cada
vez mais precoce por crianças e adolescentes tem tornado esse problema ainda mais grave.
Crescimento da violência na forma de conflitos interpessoais, acidentes de trânsito, comportamentos
anti-sociais, sofrimento mental individual e familiar têm sido identificados e relacionados à epidemia
do uso de drogas. A população, a comunidade científica, a sociedade civil organizada e setores
governamentais têm se debruçado sobre o problema e buscado conjuntamente o desenvolvimento de
estratégias para seu enfrentamento.
No Brasil, assim como no mundo, há indicações de que haja uso concomitante de diversas
drogas, e de que esse uso se associe a transtornos mentais graves, sendo o abuso e dependência do
álcool um dos problemas mais importantes. O aumento do consumo de álcool está diretamente
relacionado à ocorrência de cirrose hepática, transtornos mentais, comprometimentos fetais, diferentes
tipos de câncer e doenças cardiovasculares.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabagismo é considerado a principal causa
de morte evitável em todo o mundo, com um terço da população mundial adulta -1 bilhão e 200
milhões de pessoas de fumantes. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que
200.000 mortes por ano são decorrentes do tabagismo.
O consumo de drogas ilícitas atinge 4,2% da população mundial. A maconha é a mais
consumida, seguida das anfetaminas, cocaína e os opiáceos, dentre estes, a heroína.
Substâncias com potencial de abuso são aquelas que podem desencadear nas pessoas auto-
administração repetida, o que em geral resulta em tolerância, que é a necessidade de aumentar as doses
subsequentes para obter o mesmo efeito, síndrome de abstinência, caracterizada por sinais e sintomas
de intensidade variável quando o consumo de substância psicoativa cessou ou foi reduzido e
comportamento compulsivo de consumo, no qual este torna-se prioridade para o indivíduo. A
dependência implica em forte desejo de consumo, dificuldade em controlar o comportamento, sinais e
sintomas de abstinência, aumento nas doses para obter o mesmo efeito, abandono progressivo de
prazeres e interesses alternativos em favor do uso da substância psicoativa e persistência no uso, a
despeito de consciência de suas consequências nocivas.
Em Atibaia, desde novembro de 2005 vem sendo realizado trabalho de cessação de tabagismo
sediado na UBS Sumico Ono, com demanda cada vez maior. Em 2010 foi iniciado programa de apoio
a adolescentes em uso e abuso de álcool e outras drogas e outras atividades na rede básica de saúde
com o objetivo de ampliar as ações de promoção de saúde mental e maior enfrentamento dos
transtornos mentais.
O Curso de Psicologia da FAAT atende às novas Diretrizes Curriculares apresentadas pelo
MEC, que contemplam a formação de profissionais psicólogos voltados à “Clínica do Social” na qual
a psicologia se preocupa com o coletivo e a realidade dos municípios e dos serviços públicos. Nesse
intuito, a partir de agosto de 2009 foi iniciada parceria entre a FAAT - Curso de Psicologia e a
Secretaria Municipal de Saúde de Atibaia, que estabeleceu programa de estágio de observação, com
vistas a que, numa fase do curso mais avançada, os alunos possam desenvolver e participar de
atividades de intervenção, pesquisa e extensão.
O estágio é realizado nos serviços de atenção primária e de saúde mental, propiciando aos
aquisição de conhecimento e habilidades técnicas em Psicologia, a partir da observação do exercício
desta área na Saúde Pública, relacionando teoria à prática e refletindo sobre alternativas à Promoção da
Saúde Mental. A partir de programas de estágio como este, consideramos que proporciona uma sólida
formação para o futuro psicólogo que poderá exercer a profissão junto a serviços públicos de saúde de
Atibaia e demais municípios. Os serviços são beneficiados com a presença dos alunos, que além de
colaborarem na execução das atividades, estimulam os membros da equipe a manterem uma atitude
investigativa e de desenvolvimento.
O presente projeto tem como objetivo principal a iniciação científica de alunos de psicologia e
abordar e intervir sobre problemas da comunidade. Pretende-se juntamente a estes alunos e consonante
à política da Secretaria Municipal de Saúde, realizar na perspectiva da abordagem psicossocial,
abordagem do problema de drogadependência na comunidade, tomando-se como público-alvo
adolescentes, famílias e estudantes da FAAT, com a realização de aconselhamento e intervenção breve
a este público e a publicação dos trabalhos realizados e seus resultados em periódicos científicos.
II – Problema de Pesquisa
O problema que será abordado é o da drogadependência. Serão feitas duas intervenções: uma
pesquisa por meio da aplicação de um questionário em adolescentes no Núcleo de Apoio a
Adolescentes e uma intervenção comunitária, tendo como público-alvo estudantes do período noturno
da FAAT.
III - Objetivos
Objetivo Geral
Contribuir para o enfrentamento do problema do uso indevido e nocivo à saúde de substâncias
psicoativas na comunidade.
Objetivos Específicos
1- Iniciar alunos de psicologia na prática de trabalhos científicos, especialmente na abordagem
comunitária do problema da drogadependência, orientando pesquisa bibliográfica, raciocínio científico
e redação de artigo científico.
2- Realizar abordagem psicossocial na comunidade escolar da FAAT, voltada à sensibilização,
aconselhamento breve.
3- Realizar pesquisa com adolescentes atendidos no Núcleo de Apoio a Adolescentes utilizando como
instrumento o DUSI - Drug Use Screening Inventory
4- Desenvolver pré-projeto de intervenção tendo como tema “A Função Paterna e o Problema das
Drogas”.
IV – Metodologia
Número estimado de alunos estimado iniciação científica
Para realização das 4 etapas serão necessários de 2 a 8 alunos. Se houver interesse, a etapa de
aulas teóricas pode ser aberta a alunos de outros cursos.
Objetivo
Específico
População -alvo Estratégias Orientador
1- Iniciação
científica
Todos os alunos
envolvidos na
proposta
6 horas/aula de teoria sobre
desenvolvimento de trabalhos científicos
1 encontro semanal na FAAT para
orientação do desenvolvimento da
pesquisa no intervalo
Profa. Rita Bergo
2- Abordagem
psicossocial
8 alunos Capacitação dos alunos para realizar
abordagem psicossocial – 2 horas/aula
2 instrumentos – ASSIST (Alcohol,
Smoking and Substance Involvement
Screening Test) e Fargenstron
Profa. Rita Bergo
3- Pesquisa no
Núcleo de
Apoio a
Adolescentes
2 alunos Termo de consentimento informado
1 vez por semana 2 horas
Aplicam o Instrumento DUSI – 2
adolescentes/hora/aluno
UBS Sumico Ono
Profa. Rita Bergo
Psicóloga Fátima
Gonzaga
4- Projeto
Função
Paterna
2 a 3 alunos 1 encontro semanal na FAAT para
orientação do desenvolvimento do pré-
projeto
Profa. Rita Bergo
Ações Educativas
Atividades Conteúdo Educativo Recursos necessários
Iniciação
científica
O que é ciência. Problematização. Pesquisa cientifica:
conceito, natureza, objetivo, objeto, pesquisa
bibliográfica, elaboração de projetos, questões éticas.
Textos, livros,
computador, datashow
Capacitação
dos alunos
1- Conceitos em uso e abuso de substâncias psicoativas
2- Aspectos psicológicos, tratamento e intervenção breve
3- Aplicação dos testes Fargenstron e Assist
4- Aconselhamento
Datashow
Computador
Questionários
Intervenção
Psicossocial
1- Aplicação dos questionários individualmente,
totalização dos pontos e aconselhamento individual
8 alunos entrevistadores
Pesquisa no
Núcleo de
Apoio
1- Aplicação do Questionário DUSI
Questionários
V - Cronograma
Estratégias Atividades Cronograma
Iniciação
científica
Capacitar os alunos para o desenvolvimento de trabalhos científicos
total de 6 hs/aula
Realizar 1 encontro semanal sobre o desenvolvimento dos trabalhos
durante o intervalo 20:45 às 21:20.
Iniciar assim
que for
aprovado o
projeto
Abordagem
Psicossocial
Capacitação dos alunos para realizar abordagem psicossocial – 2
horas/aula
2 instrumentos – ASSIST e Fargenstron
Termo de consentimento informado
Realizar intervenções durante o intervalo, numa meta de 5 a 10
entrevistas por entrevistador. Após o preenchimento do questionário,
o próprio aluno realiza a ação de aconselhamento.
1 e 2 meses após a ação o aluno entrará em contato com o
entrevistado para perguntar a situação quanto ao uso de substâncias
– se abstinência, redução, manutenção ou piora.
Após a conclusão das entrevistas e reavaliações, será redigido um
artigo sobre os resultados alcançados.
Agosto a
Dezembro de
2013
Pesquisa no
Núcleo de
Apoio a
Adolescentes
2 alunos irão aplicar o questionário DUSI em adolescentes que estão
ou iniciarão acompanhamento no Núcleo de Apoio a Adolescentes.
1x/semana/2 hs 2 adolescentes/hora Meta de 30 a 50 adolescentes
Após atingir a meta, procede-se à análise dos resultados e redação
final
Junho a
Outubro de
2013
Projeto
Função
Paterna
Levantamento bibliográfico sobre o tema, discussão sobre
intervenções e elaboração de projeto
2 a 3 alunos
Agosto a
Dezembro 2013
ANEXO I
Teste de Fagerstrom - Fagerström Test for Nicotine Dependence (FTND, Teste de Fagerström para
Dependência de Nicotina)
Itens e escore do Teste de Dependência à Nicotina de Fagerström (FTND)
PERGUNTAS RESPOSTAS
PONTUAÇÃO
coloque no campo a
pontuação escolhida
1. Quanto tempo após acordar você
fuma seu primeiro cigarro?
(1) Dentro de 5 minutos
(Coloque 3)
(2) Entre 6-30 minutos (Coloque
2)
(3) Entre 31-60 minutos
(Coloque 1)
(4) Após 60 minutos (Coloque 0)
(5) Não fuma (Não Coloque
nada)
2 - Você acha difícil não fumar em
lugares proibidos, como igrejas,
ônibus, etc.?
(1) Sim (Coloque 1)
(0) Não (Coloque 0)
3. Qual cigarro do dia traz mais
satisfação?
(1) O primeiro da manhã
(Coloque 1)
(2) Outros (Coloque 0)
(3) Nenhum (Não Coloque nada)
4. Quantos cigarros você fuma por
dia?
(1) Menos de 10 (Coloque 0)
(2) De 11 a 20 (Coloque 1)
(3) De 21 a 30 (Coloque 2)
(4) Mais de 31 (Coloque 3)
(5) Não fuma (Não Coloque
nada)
5. Você fuma mais freqüentemente
pela manhã?
(1) Sim (Coloque 1)
(0) Não (Coloque 0)
6. Você fuma mesmo doente? (1) Sim (Coloque 1)
(0) Não (Coloque 0)
TOTAL
Conclusão sobre o grau de dependência:
0 - 2 pontos = muito baixo
3 - 4 pontos = baixo
5 pontos = médio
6 -7 pontos = elevado
8 -10 pontos = muito elevado
(Uma soma acima de 6 pontos indica que, provavelmente, o paciente sentirá desconforto (síndrome de
abstinência) ao deixar de fumar).
ANEXO 2 - DUSI
Inventário de triagem do uso de drogas - Adaptação feita para o Brasil do instrumento DUSI (Drug Use
Screening Inventory) por De Michelli e Formigoni (1998).
Todos os dados colhidos por meio desse questionário são confidenciais e fazem parte de um projeto de pesquisa,
coordenado por ..... (ou se destinam a ....)
O objetivo dessa pesquisa (ou avaliação..) é conhecer o real uso de drogas de uma amostra de jovens brasileiros (ou outra
especificação...) e sua relação com problemas de saúde, psicológicos e sociais.
Sua resposta é muito importante. Responda honestamente e tenha a certeza de que suas respostas serão mantidas em
segredo. Nenhuma pessoa terá acesso às suas respostas sem o seu consentimento.
Instruções de Preenchimento
Responda todas as questões seguintes. Se alguma questão não se aplicar exatamente, responda considerando o que ocorre
com maior freqüência ( sim ou não).
Responda as questões como aplicadas a você DESDE O ANO PASSADO ATÉ O TEMPO PRESENTE. Preencha
completamente o círculo ao lado da resposta escolhida, com cuidado para não ultrapassar as bordas, como no exemplo
abaixo:
Exemplos: "Você gosta de salada de macarrão?" Alguém que goste de salada de macarrão preencheria o círculo após a
resposta "SIM".
SIM NÃO
"Você gosta de ir sozinho ao cinema?" Alguém que não goste de ir sozinho ao cinema preencheria o círculo após a
resposta "NÃO".
SIM NÃO
Drogas preferidas
Quantas vezes você usou cada uma das drogas listadas abaixo no último mês?
PREENCHA os círculos, conforme a droga, a quantidade e as vezes que a usou:
Não
Usei
Usei
de 1 a 2
vezes
Usei
de 3 a 9
vezes
Usei
e 10 a 20
vezes
Usei
mais de 20
vezes
Tenho
problemas pelo uso
dessa droga
Essa
minha droga
predileta Álcool 0 0 0 0 0 0 0
Cocaína/crack 0 0 0 0 0 0 0
Maconha 0 0 0 0 0 0 0
Estimulantes (anfetaminas,
etc.) 0 0 0 0 0 0 0
Alucinógenos (LSD,
mescalina, etc.) 0 0 0 0 0 0 0
Tranqüilizantes (diazepam,
barbitúricos, etc.) 0 0 0 0 0 0 0
Analgésicos 0 0 0 0 0 0 0
Opiáceos (morfina, heroína,
etc.) 0 0 0 0 0 0 0
Fenilciclidina (PCP, pó-de-
anjo) 0 0 0 0 0 0 0
Inalantes, solventes 0 0 0 0 0 0 0
Outros 0 0 0 0 0 0 0
Área I
1. Você já teve "fissura" ou um forte desejo por álcool ou drogas?
2. Você já teve que usar mais e mais drogas ou álcool para conseguir o efeito desejado?
3. Você já sentiu que não poderia controlar o uso de álcool ou drogas?
4. Você já sentiu que estava "enfeitiçado" ou muito envolvido pelo álcool ou pelas drogas?
5. Você já deixou de realizar alguma atividade por ter gasto muito dinheiro com drogas ou álcool?
6. Você já quebrou regras ou desobedeceu leis por estar "alto" sob o efeito de álcool ou drogas?
7. Você muda rapidamente de muito feliz para muito triste ou de muito triste para muito feliz, por causa das drogas?
8. Você já sofreu algum acidente de carro depois de usar álcool ou drogas?
9. Você já se machucou acidentalmente ou machucou alguém depois de usar álcool ou drogas?
10. Você já teve uma discussão séria ou briga com um amigo ou membro da família por causa da bebida ou do seu uso de
drogas?
11. Você já teve problemas em se dar bem com algum de seus amigos devido ao uso de álcool ou drogas?
12. Você já teve sintomas de abstinência após o uso de álcool? (Por exemplo: dor de cabeça, náuseas, vômitos ou tremores)
13. Você já teve problemas para lembrar o que fez enquanto estava sob efeito de drogas ou álcool?
14. Você gosta de brincadeiras que envolvem bebidas quando vai a festas? (Por exemplo: "vira-vira"; apostas para ver
quem bebe mais rápido ou em maior quantidade; etc.)
15. Você tem problemas para resistir ao uso de álcool ou drogas?
Área II
1. Você briga muito?
2. Você se acha o "bom"?
3. Você provoca ou faz coisas prejudiciais aos animais?
4. Você grita muito?
5. Você é teimoso?
6. Você é desconfiado em relação a outras pessoas?
7. Você pragueja (reclama muito) ou fala muitos palavrões?
8. Você provoca muito as pessoas?
9. Você tem um temperamento difícil?
10. Você é muito tímido?
11. Você ameaça ferir as pessoas?
12. Você fala mais alto que os outros jovens?
13. Você se chateia ( ou se aborrece) facilmente?
14. Você faz muitas coisas sem primeiro pensar nas conseqüências?
15. Você se arrisca ou faz coisas perigosas muitas vezes?
16. Se tiver oportunidade você tira vantagem das pessoas?
17. Geralmente você se sente irritado?
18. Você gasta a maior parte do tempo livre sozinho?
19. Você é um solitário?
20. Você é muito sensível a críticas?
Área III
1. Você se submeteu a algum exame físico ou esteve sob cuidados médicos no ano passado?
2. Você teve algum acidente ou ferimento que ainda o incomode?
3. Você dorme demais ou muito pouco?
4. Recentemente, você perdeu ou ganhou mais de 4 kg?
5. Você tem menos energia do que acha que deveria ter?
6. Você tem problemas de respiração ou de tosse?
7. Você tem alguma preocupação sobre sexo ou com seus órgãos sexuais?
8. Você já teve relações sexuais com alguém que usava drogas injetáveis?
9. Você teve dores abdominais ou náuseas no ano passado?
10. A parte branca de seus olhos já ficou amarela?
Área IV
1. Intencionalmente, você já danificou a propriedade de alguém?
2. Você já roubou coisas em mais de uma ocasião?
3. Você se envolveu em mais brigas que a maioria dos jovens?
4. Você é uma pessoa inquieta?
5. Você é agitado e não consegue sentar quieto?
6. Você fica frustrado facilmente?
7. Você tem problemas em se concentrar?
8. Você se sente muito triste?
9. Você rói unhas?
10. Você tem problemas para dormir?
11. Você é nervoso?
12. Você se sente facilmente amedrontado?
13. Você se preocupa demais?
14. Você tem dificuldade em deixar de pensar em determinadas coisas?
15. As pessoas olham espantadas para você?
16. Você escuta coisas que ninguém mais do seu lado escuta?
17. Você tem poderes especiais que ninguém mais tem?
18. Você sente medo de estar entre as pessoas?
19. Você freqüentemente sente vontade de chorar?
20. Você tem tanta energia que não sabe o que fazer consigo mesmo?
Área V
1. Os jovens de sua idade não gostam de você?
2. Você está normalmente infeliz com o modo como desempenha atividades com seus amigos?
3. É difícil fazer amizades num grupo novo?
4. As pessoas tiram vantagens de você?
5. Você tem medo de lutar pelos seus direitos?
6. É difícil para você pedir ajuda aos outros?
7. Você é facilmente influenciado por outros jovens?
8. Você prefere ter atividades com jovens bem mais velhos que você?
9. Você se preocupa em como suas ações vão afetar os outros?
10. Você tem dificuldades em defender suas opiniões?
11. Você tem dificuldade em dizer "não" para as pessoas?
12. Você se sente desconfortável (sem jeito) se alguém o elogia?
13. As pessoas o enxergam como uma pessoa não amigável?
14. Você evita olhar nos olhos quando está conversando com as pessoas?
Área VI
1. Algum membro de sua família (mãe, pai, irmão ou irmã) já usou maconha ou cocaína?
2. Algum membro de sua família usou álcool a ponto de causar problemas em casa, no trabalho ou com amigos?
3. Algum membro de sua família já foi preso?
4. Você tem discussões freqüentes com seus pais ou responsáveis que envolvam gritos e berros?
5. Sua família dificilmente faz coisas juntas?
6. Seus pais ou responsáveis desconhecem o que você gosta e o que não gosta?
7. Na sua casa faltam regras claras sobre o que você pode e não pode fazer?
8. Seus pais ou responsáveis desconhecem o que você realmente pensa ou sente sobre as coisas que são importantes para
você?
9. Seus pais ou responsáveis brigam muito entre si?
10. Seus pais ou responsáveis freqüentemente desconhecem onde você está ou o que você está fazendo?
11. Seus pais ou responsáveis estão fora de casa a maior parte do tempo?
12. Você sente que seus pais ou responsáveis não se importam ou não cuidam de você?
13. Você se sente infeliz em relação ao modo como você vive?
14. Você se sente em perigo em casa?
Área VII
1. Você não gosta da escola?
2. Você tem problemas para se concentrar na escola ou quando está estudando?
3. Suas notas são abaixo da média?
4. Você "cabula" aulas mais de dois dias por mês?
5. Você falta muito à escola?
6. Você já pensou seriamente em abandonar a escola?
7. Freqüentemente, você deixa de fazer os deveres escolares?
8. Você sempre se sente sonolento na aula?
9. Freqüentemente, você chega atrasado para a aula?
10. Nesse ano, seus amigos da escola são diferentes daqueles do ano passado?
11. Você se sente irritado e chateado quando está na escola?
12. Você fica entediado na escola?
13. Suas notas na escola estão piores do que costumavam ser?
14. Você se sente em perigo na escola?
15. Você já repetiu de ano alguma vez?
16. Você se sente indesejado nos clubes escolares (centro acadêmico, atlética, etc.) ou nas atividades extracurriculares?
17. Você já faltou ou chegou atrasado na escola em conseqüência do uso de álcool ou drogas?
18. Você já teve problemas na escola por causa do álcool ou das drogas?
19. O álcool ou drogas já interferiram nas suas lições de casa ou atividades escolares?
20. Você já foi suspenso?
Área VIII
1. Você já teve um trabalho remunerado do qual foi despedido?
2. Você já parou de trabalhar simplesmente porque não se importava?
3. Você precisa de ajuda dos outros para arranjar emprego?
4. Você freqüentemente falta ou chega atrasado no trabalho?
5. Você acha difícil concluir tarefas no seu trabalho?
6. Você já ganhou dinheiro realizando atividades ilegais?
7. Você já consumiu álcool ou drogas durante o trabalho?
8. Você já foi demitido de um emprego por causa de drogas?
9. Você tem problemas de relacionamento com seus chefes?
10. Você trabalha principalmente porque isso permite ter dinheiro para comprar drogas?
Área IX
1. Algum de seus amigos usa álcool ou drogas regularmente?
2. Algum de seus amigos vende ou dá drogas a outros jovens?
3. Algum de seus amigos "cola" nas provas?
4. Seus pais ou responsáveis não gostam de seus amigos?
5. Algum dos seus amigos já teve problemas com a lei?
6. A maioria dos seus amigos é mais velha que você?
7. Seus amigos cabulam muitas aulas?
8. Seus amigos ficam entediados nas festas quando não é servido álcool?
9. Seus amigos levaram drogas ou álcool nas festas no ano passado?
10. Seus amigos roubaram alguma coisa de uma loja ou danificaram a propriedade escolar de propósito durante o ano
passado?
11. Você pertence a alguma "gang"?
12. Você se sente incomodado por problemas que esseja tendo com amigos atualmente?
13. Você sente que não tem nenhum amigo em quem você possa confiar?
14. Se comparado com a maioria dos jovens, você tem poucos amigos?
Área X
1. Comparado com a maioria dos jovens, você faz menos esportes?
2. Durante a semana, você normalmente sai à noite para se divertir, sem permissão?
3. Num dia típico de verão você assiste à televisão por mais de duas horas?
4. Na maioria das festas que você tem ido recentemente, os pais estão ausentes?
5. Você se exercita menos que a maioria dos jovens que você conhece?
6. Nas suas horas livres você simplesmente passa a maior parte do tempo com os amigos?
7. Você se sente entediado a maior parte do tempo?
8. Você realiza a maior parte das atividades de lazer sozinho?
9. Você usa álcool ou drogas para se divertir?
10. Comparado à maioria dos jovens, você está menos envolvido em "hobbies" ou outros interesses?
11. Você está insatisfeito com a maneira como passa seu tempo livre?
12. Você se cansa muito rapidamente quando faz algum esforço físico?
Inventário de triagem de uso de drogas _ ITUD:
R E S U M O
Áreas Pontuação
total
Pontuação
"bruta" da linha Densidade
Absoluta de problemas Densidade
Relativa de problemas I) Comportamento de
uso de substâncias
15
II) Padrões de
comportamento 20
III) Área da saúde 10
IV) Desordem
psiquiátrica
20
V) Competência
social 15
VI) Sistema familiar 14
VII) Escola 20
VIII) Trabalho 10
IX) Relacionamento
c/ colegas
14
X) Lazer e recreação 12
TOTAL 150 100
Densidade global de problemas = total da pontuação da linha x 100 =
150
_ ________
Calculando a pontuação do ITUD:
Você pode calcular três índices: a densidade absoluta de problemas e a densidade relativa de problemas de cada área e a
densidade global de problemas, ou índice resumido de problemas. Eles não são difíceis de calcular e são prontamente
interpretáveis.
• A densidade absoluta de problemas é uma medida da gravidade de problemas em cada área. Conte o
número de respostas "sim" em cada área e coloque esse número na coluna "pontuação bruta da linha". A
densidade absoluta daquela área é calculada dividindo a pontuação bruta da linha pelo número total de
questões daquela área, multiplicando o resultado da divisão por 100 para se obter uma porcentagem.
• A densidade relativa de problemas é uma comparação da gravidade dos problemas entre todas as áreas.
Primeiro, soma-se toda a pontuação bruta das linhas, e registra-se o total no espaço adequado. Então, divide-
se esse número pela pontuação da linha para cada área e multiplica-se o resultado por 100 para se obter um
índice (também uma porcentagem).
• A densidade global de problemas é uma medida resumida da gravidade do problema. Seu cálculo é
mostrado no quadro abaixo da tabela.
ENCHENTES NO MUNICÍPIO DE ATIBAIA/SP – UMA ANÁLISE HISTÓRICA E
SOCIOAMBIENTAL
João Luiz de Moraes Hoeffel
FAAT/Atibaia/2013
2
SUMÁRIO
p.
INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA 3
CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE
ESTUDOS
4
OBJETIVOS 6
METODOLOGIA 6
RESULTADOS ESPERADOS 7
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES 7
REFERÊNCIAS 7
3
ENCHENTES NO MUNICÍPIO DE ATIBAIA/SP – UMA ANÁLISE HISTÓRICA E
SOCIOAMBIENTAL
João Luiz de Moraes Hoeffel
INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA
As mudanças ambientais globais são consideradas na atualidade a dimensão mais
urgente, grave e profunda da crise ambiental do século XXI, pois envolve alterações no clima
e nos sistemas ecológicos, incidindo sobre a infraestrutura existente e os ciclos naturais,
proporcionando prejuízos às atividades econômicas, sociais e a saúde humana, afetando de
forma mais intensa as populações mais pobres e as que vivem nas regiões tropicais do planeta
(GIDDENS, 2010; PATZ et al., 2007).
A literatura científica tem evidenciado que eventos extremos (secas, enchentes, ondas
de calor e de frio, furacões e tempestades) têm afetado de forma diversa o planeta, causando
perdas econômicas e humanas, comprometendo a biodiversidade, e provocando aumento no
nível do mar e impactos na saúde, agricultura e geração de energia hidrelétrica (FUCHS et al.,
2011; MARENGO; VALVERDE, 2007; OVEN et al., 2012). Além disso, é importante
destacar que, no tocante às atuais mudanças ambientais globais, acredita-se que deve haver
um aumento de acidentes, como as tempestades e inundações, ocasionado por eventos
climáticos extremos (ALVES; RIBEIRO, 2006), em especial em ambientes urbanizados.
Uma questão importante a destacar é a pressão constante e progressiva exercida pelos
ambientes urbanos sobre os recursos hídricos, uma vez que as cidades se expandiram sem
respeitar as características naturais e o percurso dos rios, havendo a construção e implantação
de vias em suas margens e, posteriormente, para “sanar” o problema das inundações que
naturalmente ocorriam, optou-se por canalizá-los (OSTROWSKY; ZMITROWICZ, 1991).
A urbanização altera não apenas a paisagem, como também a dinâmica hidrológica da
bacia hidrográfica, modificando, inclusive, cursos hídricos. Verifica-se aumento das vazões
máximas devido ao aumento da capacidade de escoamento através de dutos e canais;
impermeabilização das superfícies à medida que a cidade se urbaniza; aumentos de produção
de resíduos sólidos e sedimentos (o último devido à desproteção das superfícies) que, em
conjunto, e associado a outros fatores podem ocasionar enchentes (TUCCI, 2008).
4
As enchentes em áreas urbanas podem ser atribuídas a diversos fatores, dentre os quais
se podem destacar chuvas intensas de largo período; transbordamentos de cursos d’água
provocados por mudanças no equilíbrio do ciclo hidrológico em regiões a montante das áreas
urbanas; o excessivo parcelamento do solo e a consequente impermeabilização das
superfícies; a ocupação de áreas de preservação permanente - APPs, tais como várzeas, áreas
de inundação frequente e zonas alagadiças; a obstrução de canalizações por detritos e por
sedimentos; obras de drenagem inadequadas, ou ainda devido à própria urbanização, tendo em
vista que a mesma provoca aumento das vazões devido à canalização, à impermeabilização e
erosão (ALVES; RIBEIRO, 2006).
A ocorrência de enchentes é cada vez mais frequente em municípios urbanizados,
gerando áreas de risco e vulnerabilidades socioambientais variadas. Este cenário pode ser
verificado no município de Atibaia, localizado no interior de São Paulo, há 65 km da Capital,
que vem passando por diversas transformações socioambientais nas últimas décadas. A
atividade turística regional tem impulsionado a criação de diversos empreendimentos e a
oferta de serviços, porém também vem contribuindo para a crescente especulação imobiliária,
já que o mesmo apresenta diversas casas de segunda residência e é, muitas vezes, utilizado
como cidade dormitório para pessoas que trabalham na Região Metropolitana de São Paulo.
Atibaia apresentou casos recentes de enchentes ocorridos entre 2009 a 2011, que causaram
danos a 35.488 pessoas e em 65 bairros do município.
Neste sentido, considera-se necessário a realização de estudos que possibilitem
analisar diversas questões relacionadas às enchentes em Atibaia, bem como propor programas
preventivos mais eficazes para a gestão deste problema, adotando um planejamento de uso e
ocupação do solo que considere a legislação ambiental em vigor e em especial a conservação
das APPs.
CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDOS
O município de Atibaia possui área total de 478 Km2
e sua população é de 126.603
habitantes (ATIBAIA, 2006; IBGE, 2010). Com relação aos recursos hídricos, segundo dados
da Agência Nacional de Águas (ANA, 2008), a gestão dos mesmos no estado de São Paulo foi
instituída através do Plano Estadual de Recursos Hídricos, que dividiu o estado em 22
Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos - UGRHI e que visa o planejamento e a
gestão integrada, a fim de minimizar conflitos e garantir a qualidade das águas. Atibaia está
5
inserida na UGRHI 5, que corresponde à Bacia Hidrográfica dos Rios Piracicaba, Capivari e
Jundiaí (Fig.1), e a área geral de estudo deste trabalho é a porção da Bacia Hidrográfica do
Rio Atibaia.
O Rio Atibaia é formado pelos Rios Atibainha e Cachoeira que se encontram no bairro
do Guaxinduva, entre os municípios de Atibaia e Bom Jesus dos Perdões, e cujas nascentes
estão localizadas basicamente nos municípios de Joanópolis, Piracaia e Nazaré Paulista.
A área núcleo de estudo deste trabalho é a porção da Bacia Hidrográfica do Rio
Atibaia localizada no município de Atibaia. A escolha desta área de estudo justifica-se pela
ocorrência de enchentes no período de 2009 a 2011, que causaram danos a 35.488 pessoas,
entre desalojados, desabrigados, deslocados e afetados, sendo 4.923 pessoas no período de
2009 a 2010 e 30.565 no período de 2010 a 2011, em 65 bairros do município, dos quais 56
localizam-se na zona urbana e 9 na zona rural (ATIBAIA, 2010; ATIBAIA, 2011).
Fig. 1: Bacia Hidrográfica dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí – Unidade de Gestão de
Recursos Hídricos (UGRHI) 5.
Fonte: COMITÊS PCJ (2010)
O município de Atibaia está localizado entre os eixos rodoviários da Rodovia Fernão
Dias e Rodovia Dom Pedro I, representando, segundo o plano diretor da cidade, um
interessante ponto logístico (ATIBAIA, 2006). No entanto, verifica-se no município um
processo de ocupação desordenada, favorecido pelos eixos rodoviários e, conforme
demostrado por Hoeffel et. al. (2009, p.8) “ocorre atualmente [...] com uma dinâmica bastante
6
acelerada, uma intensa especulação imobiliária que tem incrementado seu potencial turístico,
já que os ambientes naturais e histórico-culturais representam um atrativo adicional para a
captação de empreendimentos no setor de serviços, gerando fluxos turísticos, residenciais e de
lazer”.
OBJETIVOS
O objetivo geral deste projeto é analisar numa perspectiva histórica a ocorrência de
enchentes no município de Atibaia/SP, identificando as principais causas que possam ter
contribuído para estes eventos, bem como seus efeitos socioambientais e as medidas tomadas
para minimizá-los, além de indicar propostas que possam evitá-los ou mitigá-los.
Além disso, tem-se como objetivos específicos:
- Realizar uma revisão bibliográfica sobre os temas Gestão de Recursos Hídricos e
Planejamento Urbano, com enfoque em enchentes;
- Realizar a caracterização socioambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Atibaia, em
Atibaia, buscando caracterizar as sub-bacias hidrográficas que têm sido afetadas por
enchentes de uma forma mais frequente e as medidas tomadas para minimizá-las;
- Realizar um levantamento da série histórica de indicadores climáticos, em especial
de índices pluviométricos e de temperatura, para a Região Bragantina e para o município de
Atibaia e verificar sua possível relação com a ocorrência das enchentes;
- Caracterizar a percepção ambiental de diferentes grupos sociais sobre riscos
ambientais e as enchentes na área de estudo.
- Indicar propostas para minimizar os impactos das enchentes nas áreas mais afetadas
por estes eventos.
METODOLOGIA
Os procedimentos metodológicos propostos para este projeto envolvem a realização de
revisão bibliográfica sobre Planejamento e Gestão Socioambiental em Bacias Hidrográficas,
Concepções e Percepções Ambientais, Impactos Socioambientais e Sustentabilidade e coleta
de dados secundários junto a diversos órgãos governamentais (Prefeitura Municipal,
Secretaria de Meio Ambiente, Defesa Civil, entre outros) e não governamentais (Associações
representativas da Sociedade Civil, Universidades Privadas, etc.) atuantes na região. Serão
realizadas também entrevistas semiestruturadas (LAVILLE & DIONNE, 1999; GASKELL,
7
2002; GIL, 2002), buscando caracterizar aspectos das áreas atingidas e a visão de seus
moradores e técnicos sobre a questão em análise, além de pesquisas de campo e registros
fotográficos, de forma a identificar as características sociais, culturais, econômicas e naturais
da região.
Os estudos para identificar, analisar e avaliar a percepção ambiental dos diferentes
grupos entrevistados estarão embasados nos trabalhos desenvolvidos por Hoeffel, Fadini e
Seixas (2010), Hoeffel e Fadini (2007), Ferrara (1999) e Machado (1996).
RESULTADOS ESPERADOS
Como resultados deste trabalho espera-se realizar:
- Um mapeamento e caracterização das principais áreas sujeitas a enchentes no
município de Atibaia;
- Um levantamento dos reflexos das enchentes no referido município;
- Caracterização da percepção da população local sobre as enchentes e a ocorrência
destes eventos numa perspectiva histórica.
- Indicação de medidas para minimizar os impactos socioambientais das enchentes.
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
Etapas Meses
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
Revisão da Literatura x x x x x x x x x x x
Levantamento inicial de dados x x x x
Reconhecimento da área de estudo x x x x
Pesquisa de campo, entrevistas e coleta de dados x x x x x x x x
Sistematização de dados e informações x x x x x x x x x
Análise de resultados x x x x x x x x x
Elaboração do relatório final x x
REFERÊNCIAS
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS - ANA. Relatório da Situação dos Recursos Hídricos
da UGRHI 5. Brasília: ANA, Dezembro, 2008.
ALVES, A. P. Filho; RIBEIRO, H. A Percepção do Caos Urbano, as Enchentes e as suas
Repercussões nas Políticas Públicas da Região Metropolitana de São Paulo. Saúde e
Sociedade, v.15, n.3, p.145-161, set-dez 2006.
ATIBAIA. Prefeitura da Estância Turística de Atibaia – Departamento de Defesa Civil.
Avaliação de Danos – ADAVAN, 2010.
8
__________. Prefeitura da Estância Turística de Atibaia – Departamento de Defesa Civil.
Avaliação de Danos – ADAVAN, 2011.
ATIBAIA. Plano Diretor de Atibaia. 2006. Disponível em:
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COMITÊS PCJ - COMITÊS DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DOS RIOS PIRACICABA,
CAPIVARI E JUNDIAÍ E COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DOS RIOS
PIRACICABA E JAGUARI. Plano das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba,
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FERNÃO DIAS, MG. São Carlos/São Paulo: RIMA/FAPESP [ISBN: 978-85-7656-198-9],
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HOEFFEL, J. L.; FADINI, A. Percepção Ambiental. In: FERRARO, L. Junior. (Org.).
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9
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TUCCI, C. E. M. Águas Urbanas. Revista de Estudos Avançados, v. 22, n. 63, p. 97-112,
2008.
1
ATUALIZANDO A PROBLEMÁTICA DA GRAVIDEZ NA
ADOLESCÊNCIA À LUZ DA PSICANÁLISE
AUTORA: PROFA. MS. MARIA CRISTIANE NALI
Professora do Curso de Psicologia da FAAT, Supervisora de Estágios em Psicologia e
Coordenadora do Serviço-Escola de Psicologia da FAAT Faculdades
Projeto de Iniciação Científica apresentado
ao NES – FAAT, conforme orientação disposta
no Edital 001/2013 de 22/04/13, desta mesma instituição.
Atibaia
10-05-2013
2
INTRODUÇÃO
A importância da díade mãe-bebê para a constituição subjetiva é inegável. A
complexidade desta relação é também conhecida pelos psicanalistas e profissionais
ligados à questão que, muitas vezes, aquece os debates a respeito da condição psíquica
da mãe-mulher para que seu filho tenha uma saúde psíquica, física e – porque não –
social, ao menos razoável, pois de fato sabe-se que o bebê está suscetível a um
sofrimento psíquico, decorrente – muitas vezes – de uma “baixa qualidade” na relação
com a mãe.
Atualmente contamos com diversos estudos Santos & Carvalho (2006); Valente
(2011); Dadoorian (2003); Jerusalinsk (2004), dentre outros, realizados acerca dessa
temática, que buscam, inclusive, pensar em estratégias de intervenção junto às mulheres
que serão mães ou que acabaram de se tornar mães.
Alinhada a esta questão, apresento aqui uma problemática que se faz presente
nesta complexa relação mãe-bebê, qual seja, quando a (futura) mãe ainda encontra-se na
adolescência.
Sabe-se das particularidades desse momento da vida do sujeito adolescente, e no
caso da menina-mulher, sabe-se também o quanto o atravessamento da feminilidade e
da maternidade é digno de ser trabalhado. Soma-se a isto o fato de que a psicanálise
sempre esteve interessada nestas questões, isto é, na inseparável relação entre
feminilidade e maternidade (FREUD, 1905). Quando Marin (2012) nos lembra que “...
o nascimento de um bebê por si só não torna uma mulher mãe, nem o bebê um sujeito.
O bebê que vem ao mundo marca um momento inédito, apesar de toda herança que
carrega e é, por assim dizer, um estrangeiro que pede (...) acolhimento em sua cultura
para poder ser civilizado” (p.197). Nesse sentido, podemos pensar que as diversas
implicações dessa importante fase da vida da adolescente, somada à condição de mãe
para essa menina-mulher, certamente não é sem consequências para o bebê.
Os sintomas contemporâneos de nossa sociedade, revelados pela necessidade do
imediatismo, a ilusão do controle, o culto a uma autoimagem ideal, também fazem parte
do mundo do adolescente. Tais aspectos são transformados de maneira significativa
quando a adolescente engravida, sobretudo porque isso representa um reposicionamento
no contexto das relações sociais, e essas mudanças trarão consequências para si mesma
e, claro, para seu filho.
Embora muitos estudos acadêmicos e programas sociais tenham sido realizados
em relação a esta temática, e mesmo o fato de que alguns dados estatísticos recentes
revelem uma diminuição dos casos de gravidez na adolescência, a preocupação dos
pesquisadores continua presente porque essa questão merece ser acompanhada
3
permanentemente em nossa sociedade, principalmente neste momento político de
alteração das condições sócio-econômicas da população.
A própria FAAT tem em seu programa de curso de extensão, um projeto de
intervenção junto a adolescentes do município de Joanópolis/SP. Na cidade de Atibaia
ainda não estão disponíveis os dados sobre o número de adolescentes que engravidaram
na última década, mas sabemos de importantes programas desenvolvidos na Rede
Básica de Saúde e algumas Organizações Não-Governamentais do município, o que
demonstra a preocupação com esta questão. Portanto, trata-se de um relevante problema
de saúde pública que interessa à comunidade de Atibaia e região.
Vale destacar também que apesar do Ministério da Saúde estar atento às
adolescentes que engravidam e nesse sentido vem propondo constantemente várias
campanhas preventivas, muitas adolescentes seguem engravidando. O estudo de
Dadoorian (2003) traz dados importantes que nos ajudam a compreender porque ainda
muitas adolescentes engravidam. A autora salienta que: “... os enfoques tradicionais até
aqui utilizados tratam essa questão a partir da ideia de que a gravidez na adolescência
é indesejada, ou seja, através da ótica dos profissionais de saúde. Não se valoriza o
discurso da adolescente sobre a sua gravidez, o que explicaria o fracasso de vários
projetos de educação sexual, visto que os desejos e fantasias dessas adolescentes
quanto à sua gravidez não são priorizados. Portanto, é oportuno ressaltar que as
propostas de intervenção, tanto na área médica, como na psicológica ou sócio-
educativa com essas adolescentes devem igualmente priorizar o significado dessa
gravidez e suas implicações subjetivas e culturais, para que sejam obtidos resultados
mais eficazes, o que proporcionaria um aumento do número de gravidezes planejadas e
uma diminuição do número de gravidezes ‘acidentais’” (p.90).
Outro aspecto onde podemos demonstrar a relevância da presente pesquisa está
baseado em dados colhidos num breve levantamento bibliográfico na BVS (Biblioteca
Virtual em Saúde), utilizando as palavras-chave gravidez – adolescência – psicanálise,
onde encontramos apenas 16 trabalhos listados em literatura internacional, mais
especificamente 11 no MEDLINE e 05 no LILACS, em outros 08 links literários da
BVS nada consta.
Considerando que o(a) jovem como sujeito social tem a responsabilidade de dar
continuidade à história e que muitas vezes é impedido de manifestar toda as suas
potencialidades em função de ter sido convocado(a) tão cedo a assumir o compromisso
de estruturar e educar um “novo” sujeito, podemos reafirmar o elevado valor da
presente pesquisa, na medida em que esta poderá contribuir para pensarmos novas
formas de intervenção psicológica/psicanalítica junto a este grupo social que,
esperamos, deverá usufruir no futuro de condições sociais e políticas mais igualitárias,
justas e sustentáveis.
4
Em suma, vale ressaltar que encontramos no relatório Brundland (1987), que
leva o interessante título de “Nosso Futuro Comum”, a seguinte definição adotada pela
ONU sobre nosso papel frente às gerações atuais e futuras: “desenvolvimento
sustentável é aquele que atende às necessidades das gerações atuais sem comprometer
a capacidade das gerações futuras de atenderem a suas necessidades e aspirações”.
Parece oportuno, portanto, repensarmos alguns estudos acerca da gravidez na
adolescência e as implicações subjetivas no pequeno sujeito, no presente e no futuro.
PROBLEMÁTICA:
Dada a inquestionável relevância para a psicanálise da relação mãe-bebê na
constituição psíquica do sujeito, problematiza-se sobre as condições deste processo
constitutivo quando a mãe ainda é uma adolescente. O que faz configurar a seguinte
pergunta de pesquisa:
Quais as possíveis implicações subjetivas em relação à criança (bebê) quando
sua mãe ainda é uma adolescente?
A realidade da adolescente que engravida se configura nas últimas duas décadas
como uma preocupação mundiali, por esse motivo e apesar de que em nosso País alguns
dados revelem uma queda no contingente de adolescentes grávidas, consideramos
importante a possibilidade de verificarmos como esta questão se apresenta atualmente
no município de Atibaia.
Será a partir dos dados que serão colhidos e analisados neste momento da
pesquisa, que será possível estabelecer numa segunda etapa propostas de caráter
propriamente interventivo junto a esta população.
OBJETIVOS
Geral:
Construir uma proposta de intervenção psicológica junto a jovens mães e seus
bebês.
Específicos:
Realizar um levantamento bibliográfico detalhado acerca da problemática;
Desenvolver uma pesquisa documental junto a prontuários de pacientes
adolescentes usuárias de instituições de saúde do município de Atibaia;
Analisar, à luz da psicanálise, o material coletado para em seguida atingir o
objetivo geral do presente projeto.
5
MÉTODO
O método de pesquisa em psicanálise conta com uma especificidade, pois seu
objeto de estudo diz respeito aos fenômenos psíquicos inconscientes. Nesse sentido, a
partir de Herrmann (2004), trabalharemos inicialmente com a possibilidade de uma
pesquisa bibliográfica e documental em que tais dados poderão ser analisados –
interpretados com o aporte da teoria psicanalítica; com vistas a, num segundo momento,
guiarmos nossa proposta de intervenção a partir de algumas “ferramentas” oferecidas
pela clínica psicanalítica.
A pesquisa bibliográfica se dará nas principais bases de dados na área da Saúde
e da Psicologia, BVS, LILACS, SCIELO, MEDLINE, dos últimos 10 anos e também
em publicações literárias de reconhecido valor científico.
A pesquisa documental será realizada a partir da autorização das instituições de
saúde que manifestarem interesse em contribuir com esta pesquisa. A proposta e os
objetivos deste projeto serão levados às instituições com as quais a FAAT já dispõe de
parceria, incluídos os esclarecimentos que se fizerem necessários.
A partir desses dados será realizada a análise de textos e documentos à luz da
teoria psicanalítica, o que corresponde fundamentalmente em considerar os principais
conceitos da psicanálise que circunscrevem o tema da subjetividade.
CRONOGRAMA
Junho 2013
Jul Ago Set Out Nov Dez Jan 2014
Fev Mar Abril Maio
Levantamento bibliográfico
Revisão bibliográfica
Contato com instituições de saúde
Entrega de relatório trimestral ao NES
Pesquisa documental em prontuários
Análise dos Dados
Entrega de relatório trimestral ao NES
Construção da proposta
Redação Final
Entrega do trabalho final em formato de artigo ao NES
6
BIBLIOGRAFIA:
DADOORIAN, D. Gravidez na adolescência : um novo olhar. In: Psicologia: Ciência e
Profissão, 2003, 21 (3),84-91. Disponível em :
www.scielo.br/pdf/pcp/v23n1/v23n1a12.pdf. Acessado em 30-04-2013.
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das Obras Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1976.
HERRMANN, F. Pesquisando com o método psicanalítico. In: HERRMANN, F.;
LOWENKRON, T. S. (Orgs.). Pesquisando com o método psicanalítico. São Paulo:
Casa do Psicólogo, 2004. p. 43-84.
JERUSALINSK, A. N. Adolescência e Contemporaneidade. in Conselho Regional de
Psicologia 7ª Região. Conversando sobre Adolescência e Contemporaneidade. Porto
Alegre: Libretos, 2004.
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estudo exploratório. Bol. psicol, São Paulo, v. 56, n. 125, dez. 2006 . Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0006-
59432006000200002&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 28 abril 2013.
MARIN, I.S.K. Tornar-se mãe de seu próprio filho. Resenha do livro de ARAGÃO,
R.O. Tornar-se mãe de seu próprio filho. Curitiba: Honoris Causa, 2011. In: Rev.
Latinoam. Psicopat. Fund., São Paulo, v. 15, n. 1, p. 197-202, março 2012
VALENTE, Cláudia Aparecida Lopes. Intervenção psicológica em uma maternidade:
estudo de caso In: Revista Eficaz – Revista científica online Maringá-PR, 2011. ISSN
2178-0552. Disponível em: www.faculdadeeficaz.com.br/.../artigo/saude/.../
Acessado em 01-05-2013.
Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Nosso futuro comum
2ª ed. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1991. Disponível em: www.onu.org.br/rio20/documentos
PORTAL SAÚDE. Ministério da Saúde. Disponível em: www.saude.gov.br/
i Dados no site Ministério da Saúde --- Portal Saúde www.saude.gov.br/
7
1
Faculdades Atibaia- FAAT
Projeto de Iniciação Científica
Orientadora:
Dra. Sonia Mara Ruiz Brown
Tema:
A metáfora nas canções populares brasileiras das últimas cinco décadas.
Introdução:
A metáfora é figura de linguagem caracterizada pela intersecção sêmica entre
dois termos, fato que favorece a concentração de sentidos. Ocorre quando a acepção de
uma palavra ou expressão é alterada porque, entre o significado que tem e o que
adquire, existe uma relação de semelhança.
Caetano Veloso, por exemplo, afirmou que “Roberto Carlos é uma espécie de
guaraná e, ao fazê-lo construiu uma metáfora, pois entre o cantor e o guaraná há
intersecções, há traços em comum (a popularidade, a brasilidade, o prazer que ambos
podem proporcionar, embora uma seja para o paladar e o outro para a audição).
A metáfora está muito presente na poesia, forma de expressão linguística
destinada a evocar emoções, sensações, impressões, como elemento enriquecedor de
todos esses sentidos.
Essa poesia surgiu intimamente ligada à música. A relação vem desde a
Antiguidade, quando o poema lírico significava composição literária feita para ser
cantada, fazendo-se vir acompanhada por instrumentos de cordas, de preferência a lira.
A poesia medieval foi quase que exclusivamente concebida para o canto. O trovador e o
menestrel eram sinônimos de poetas. Foi somente com a invenção da imprensa (1439)
que o texto escrito assumiu uma primazia, sem, no entanto, romper sua ligação com a
música. Basta somente nos lembrar da declaração do poeta simbolista francês, Paul
Verlaine (1844-1890), sobre sua concepção da arte poética: “A música, antes de tudo”.
Associar, portanto música à poesia é algo natural, que está na história da sua
evolução e é o que faremos em nosso trabalho: buscaremos um dos traços da poesia, a
linguagem metafórica, nas canções populares brasileiras das últimas cinco décadas.
Problema de pesquisa:
De que forma a metáfora se de incorpora no cancioneiro popular brasileiro das
últimas cinco décadas.
Objetivo geral:
2
Identificar, analisar e comparar o emprego da metáfora nas canções populares
brasileiras das últimas cinco décadas.
Hipóteses:
Existe uma redução progressiva do uso da metáfora nas canções populares
brasileiras ao longo dos últimos cinquenta anos, sobretudo na última década.
Essa redução leva ao empobrecimento do texto poético no cancioneiro popular
brasileiro.
Metodologia:
Levantamento histórico, estudo de caso e análise comparativa.
Relevância:
Sendo a metáfora uma das principais figuras da linguagem, enriquecedora do
texto poético, a relevância deste trabalho consistirá em verificar, nesse processo, com
que frequência ela é empregada em diferentes períodos e de que forma ela contribui.
Cronograma:
Estudo e discussão bibliográfica (agosto de 2013)
Ampliação do referencial bibliográfico e análise complementar (setembro de
2013)
Divisão e análise das canções típicas dos últimos 50 anos (outubro e novembro
de 2013)
Análise comparativa do uso da metáfora ao longo do período em questão (março
e abril de 2014)
Conclusão com a comprovação ou não das hipóteses (maio de 2014)
Redação do texto final (junho de 2014)
Bibliografia comentada:
SARDINHA, Tony Berber. Metáfora. São Paulo: Parábola
A obra delineia os estudos da metáfora ao longo de 23 séculos da história da
humanidade, desde os gregos antigos, e apresenta e problematiza teorias
contemporâneas sobre ela. Ao fim, aplica as teorias em análises de textos e exemplos
reais de fala e escrita, levando-nos a entender o papel da metáfora em diferentes esferas
da atuação humana.
PALMA, Hector A. Metáforas e Modelos Científicos – A linguagem no ensino das
ciências. São Paulo: SM
3
Na obra encontramos a demonstração de que a metáfora, além da função
retórica, estética e/ou heurística e também da didática, traz em si um valor cognoscitivo.
Para tanto destaca questões que subjazem ao uso de metáforas no campo do ensino e da
aprendizagem.
ABREU, Antônio Suarez. Curso de Redação. São Paulo: Ática.
O livro apresenta os diferentes aspectos abordados na composição de um texto e
traz um capítulo interessante intitulado “A metáfora como processo de esfriamento”. Aí
apresenta a classificação da metáfora de J. V. Jensen, encontrada no artigo
“Methaphorical Constructs for the Problem-solving Process”, dividida em cinco tipos
fundamentais (metáfora de restauração, de percurso, de unificação, criativa, natural),
explicando-as uma a uma e acrescentando outros tipos.
ARAÚJO, Roseane Cardoso; ILARI, Beatriz Senoi. Mentes em Música. UFPR.
Para muitos filósofos e psicólogos, para existir música, é preciso haver uma
mente que a perceba, que a interprete e lhe dê sentido. Mas além de ambas serem
metáforas poderosas, as autoras questionam o que haveria de comum entre a música e a
mente. A resposta a essa pergunta encontra-se desenvolvida nos oito ensaios que
compõem a obra.
SEVERIANO, Jaime. Uma História de Música Popular Brasileira – Das origens à
Modernidade. São Paulo: 34.
O autor aborda mais de 200 anos da história da música popular brasileira.
Estrutura a obra em quatro tempos, sendo a última de 1958 até os dias atuais. Em cada
uma das fases, o autor contextualiza todos os gêneros e movimentos bem como os
compositores, músicos e intérpretes que melhor souberam representá-los.
FONTE, Bruna; MENESCAL, Roberto. Essa tal de Bossa Nova. São Paulo: Prumo.
A obra reúne história da música brasileira cantada por Roberto Menescal. É
dividida em dois momentos, sendo o primeiro dedicado à Bossa Nova e o segundo, à
MPB.
ALBIN, Ricardo Cravo O Livro de Ouro da MPB- A História de Nossa Música
popular de sua origem até hoje. Rio de Janeiro: Ediouro.
Iniciando com informações do século XVII, a história vem vindo até os tempos
atuais. O autor faz um relato do Brasil musical, passando pelo período em que os
músicos eram alvos de discriminações e preconceitos, misturando o relato com
informações políticas e sociais que realmente estão presentes direta ou indiretamente na
música popular brasileira.
ALVITO, Marcos. História do Samba – de João da Baiana a Zeca Pagodinho. São
Paulo: Matrix.
4
A obra apresenta um passeio pelo mundo do samba, de Cartola e Noel Rosa a
Zeca Pagodinho e Arlindo Cruz. Trata de como foram compostos alguns dos grandes
sambas.
Bibliografia complementar:
PLATÃO & FIORIN. Metáfora e Metonímia, In: Para entender o texto. São Paulo:
Ática, 1990.
_____. Alteração de Sentido da Palavra. In: Lições de Texto: leitura e redação. São
Paulo: Ática, 1997.
FIORIN, José Luiz. A metáfora tem alto valor argumentativo. In: Revista Língua
Portuguesa, nº 63, ano 5 . São Paulo: Segmento.
_____. Obra de José de Alencar ilustra apelo a metáforas e metonímias. In: Revista
Língua Portuguesa, nº 66, ano 5. São Paulo: Segmento.
BOWICHIS, Hervé. O Pequeno Livro do Rock. São Paulo: Conrad
CASTRO, Iona; LEMOS, Ronaldo. Tecnologia – O para Reinventando o Negócio da
Música. São Paulo: Aeroplano.
PROJETO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
1. Título
Mudanças ambientais globais, vulnerabilidade, risco e subjetividade: um estudo sobre o
Litoral Norte Paulista.
2. Autores
Pesquisadores Principais:
João Luiz de Moraes Höeffel – FAAT
Sônia Regina da Cal Seixas – NEPAM-UNICAMP
Bolsista de Iniciação Científica:
Benedita Nazaré da Silva (Aluna do Curso de Comunicação Social/Relações Públicas)
3. Introdução
A modernidade impõe certas injunções na vida social cotidiana, afetando todos os aspectos
pessoais da existência humana, através de transformações introduzidas pelas instituições aliadas
ao avanço da ciência e da tecnologia, e entrelaçadas com a vida individual e, definitivamente,
com a subjetividade (GIDDENS, 2002).
O conceito de sociedade de risco foi inicialmente abordado por Beck (1995), e significa um
período particular da história, na qual todos os lados sombrios do progresso emergem e
dominam o debate social, e este está relacionado diretamente com implicações tanto para os
seres humanos quanto para a natureza, causados pelo impacto dos riscos ocasionados pela
industrialização.
Para Beck (1995), Giddens (2002) e Touraine (2002) o contexto das sociedades de risco é
global, embora respeitando as características particulares e específicas a cada uma delas.
Predomínio, ação e atuação se apresentarão de forma global para além do local, afetando de
toda forma a vida cotidiana, influenciando os indivíduos em todos os seus aspectos de atuação,
em suas ações e em sua subjetividade (GIDDENS, 2002).
Assim, pode-se acrescentar que o investimento teórico-metodológico que tem sido realizado
para analisar sociedades complexas tem permitido um acúmulo significativo de elementos que
possibilitam a compreensão das mesmas, a partir das transformações socioambientais mais
significativas e a realidade cotidiana dos sujeitos. Essa articulação tem sido observada através
do estudo da subjetividade no contexto social contemporâneo, e tem permitido considerar que a
subjetividade pode ser entendida enquanto expressão criativa ou enquanto sintoma, e,
conseqüentemente historicamente produzida através de uma relação profunda e dialética entre
sociedade e natureza (GIDDENS, 2002; BAUMAN, 2005; BARBOSA, 2004; 2006;
BARBOSA; HOEFFEL, 2006).
Todas as transformações socioambientais da modernidade podem ser resumidas nos
intensos processos de globalização e nos riscos sociais e técnicos. Giddens (2000) alertou sobre
a influência da globalização na vida cotidiana, processo esse que influencia os indivíduos em
macro e micro aspectos de atuação, como em tudo o que é realizado.
Os aspectos que formam as sociedades complexas na alta modernidade (globalização, risco,
degradação ambiental planetária, desemprego, oscilações de bolsas de valores, novas dimensões
de tempo e espaço), só terão sentido através da criação que os indivíduos fazem dos mesmos,
como os absorvem, como os interiorizam e os expressam, possibilitando concluir-se que a
subjetividade é uma instância reflexiva e deliberante, datável e localizada, já que é produto e
criação de uma sociedade que a investiu de sentido social, histórico e político (CASTORIADIS,
1992; BAUMAN, 2005).
Em linhas gerais, essas premissas se constituem como grandes desafios para a Sociologia
contemporânea, principalmente para o campo da disciplina que tem se consolidado mais
recentemente – Sociologia Ambiental (HANNIGAN, 2006; FERREIRA, 2006; HERCULANO,
2000), e que tem permitido ampliar o escopo da análise eminentemente sociológica, e contribuir
para a construção de um olhar possível para o entendimento das questões ambientais
contemporâneas.
Nesse sentido, alguns autores já vêm apontando os inúmeros problemas que a humanidade
deverá enfrentar nas próximas décadas em função das mudanças ambientais globais,
principalmente no que se relaciona à saúde humana. Confalonieri; Marinho (2007) destacam
que os fenômenos associados às mudanças ambientais globais significam um estresse adicional
sobre determinados problemas já existentes em diversas regiões do planeta e, também, do
Brasil. Dentre estes problemas destacam-se desnutrição, doenças infecciosas endêmicas e
acidentes decorrentes de eventos climáticos e ambientais extremos como ondas de calor,
tempestades, aumento do nível do mar, inundações, tempestades, incêndios e secas. Tais
eventos também contribuem de forma significativa para o aumento das taxas de mortalidade e
de acidentes, para a escassez ou deficiência da qualidade dos recursos hídricos, para o aumento
da demanda por água, da deficiência na produção de alimentos, assim como para o aumento do
desconforto térmico nas regiões mais quentes e o aumento da probabilidade de ocorrência de
incêndios florestais.
Em decorrência desses aspectos, estima-se um aumento das taxas de mortalidade por
doenças cardiorrespiratórias diretamente relacionadas às mudanças ambientais e do clima, além
da alteração da distribuição espacial de alguns vetores de doenças infecciosas (Confalonieri;
Marinho, 2007).
Apesar da existência, ainda, de poucos trabalhos que relacionam a saúde às mudanças
ambientais globais, mais restritos ainda são aqueles que relacionam o impacto dessas mudanças
na subjetividade, e será com essa perspectiva que essa pesquisa se insere.
Assim o presente projeto, se propõe a analisar as mudanças climáticas e a expansão urbana,
no litoral paulista, e leva em conta as significativas mudanças ambientais globais na região, e,
especificamente, o possível impacto das mudanças climáticas sobre a saúde humana nesta
região, procurando reconhecer alguns aspectos que permitem considerar suas intersecções e
influências na qualidade de vida da população da região. A escolha do Litoral Paulista é baseada
em alguns condicionantes, que mesclam teoria e empiria, na medida em que as sociedades e os
assentamentos humanos, localizados nas regiões litorâneas, frente às mudanças ambientais
globais estarão mais expostos a riscos, em conseqüência da mudança do clima e da elevação do
nível do mar. E esse efeito será exacerbado pela crescente pressão induzida pelo ser humano,
nas áreas costeiras e continentais, e, pela presença marcante do processo de urbanização nessas
áreas, muitas vezes sem planejamento ambiental adequado e, onde já estão inseridas as
comunidades mais carentes, que, conseqüentemente, estarão mais suscetíveis aos impactos
decorrentes desses eventos (MARENGO; VALVERDE, 2007).
O campo de estudo desta proposta será especificamente o município de Caraguatatuba, em
função de um conjunto de mudanças na paisagem do Litoral Norte e nas condições objetivas da
vida de seus moradores na medida em que é esperada para a região a implementação de
inúmeros projetos de desenvolvimento, como, por exemplo, o anel viário de Caraguatatuba/São
Sebastião, o Aterro Sanitário Regional, o Centro de Detenção Provisória, a Unidade de
Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA), parte do complexo da PETROBRAS de
exploração do gás e petróleo do Campo de Mexilhão e da Camada Pré-Sal, a expansão do Porto
de São Sebastião e a ampliação da rodovia Caraguatatuba/São José dos Campos.
4. Objetivos
Objetivo Geral
Considerando-se que as alterações ambientais globais em curso e aquelas que são previstas,
provenientes dos projetos mencionados, associadas às alterações climáticas, promoverão
uma reconfiguração na região e poderão impor novos impactos para a população, a presente
proposta pretende analisar de que forma às mudanças ambientais globais, a vulnerabilidade
e os riscos impactam: (1) a saúde humana - através da realização de um diagnóstico
socioambiental e da construção e analise do perfil epidemiológico do município de
Caraguatatuba, (2) a subjetividade dos moradores de comunidades litorâneas.
Objetivos Específicos.
1) Complementar um diagnóstico socioambiental elaborado para o Litoral Norte Paulista
que contemple os riscos que a população enfrentará a partir de eventos ambientais globais
(As atividades da Bolsista estão focadas neste objetivo).
2) Avaliar os impactos na subjetividade dos moradores a partir dos riscos aos quais estarão
submetidos
3) Avaliar a implicação da percepção da mudança ambiental e seus impactos subjetivos
sobre a saúde dessas populações.
5. Métodos e Procedimentos
Os procedimentos metodológicos envolvem, através da coleta de dados secundários,
pesquisas de campo, realização de entrevistas e aplicação de questionários:
- a atualização de um diagnóstico socioambiental do Litoral Norte e em especial do
município de Caraguatatuba (É neste objetivo que estão concentradas as atividades da
Bolsista).
- a construção do perfil demográfico e socioeconômico da região.
- a construção do perfil epidemiológico dos municípios envolvidos
- identificação e caracterização de processos de urbanização e peri-urbanização e de
situações de vulnerabilidade socioambiental, relacionando estes fenômenos aos impactos e
conseqüências das mudanças climáticas, principalmente o aumento da freqüência e intensidade
de eventos extremos (tempestades, inundações), sobre as áreas urbanas e peri-urbanas do Litoral
do Estado de São Paulo, em especial em Caraguatatuba.
As análises serão realizadas em diferentes escalas espaciais (regional, municipal, intra-
urbana e local) segundo a metodologia proposta por HOGAN et al, 2008 e FERREIRA et al,
2010.
6. Resultados esperados
A presente proposta pretende atingir quatro objetivos centrais:
1) Complementar o diagnóstico socioambiental elaborado para o Litoral Norte Paulista que
contemple os riscos que a população enfrentará a partir das mudanças ambientais globais (É
neste objetivo que estão concentradas as atividades da Bolsista).
2) Avaliar os impactos na subjetividade dos moradores a partir dos riscos aos quais estarão
submetidos, escolhidos como referência os moradores da Praia da Cocanha (escolhida
previamente em função da organização social que apresenta em torno da atividade pesqueira),
município de Caraguatatuba, Litoral Norte Paulista.
3) Avaliar a implicação da percepção da mudança ambiental e seus impactos subjetivos sobre a
saúde dessas populações, principalmente relacionadas ao estudo da depressão.
4) Consolidar novas parcerias, que já vêm sendo construídas, e que permitirão ampliar o olhar
teórico-metodológico sobre a realidade do Litoral Norte Paulista.
Com base nessas informações pretende-se ampliar o conhecimento que tem sido
acumulado sobre a região e contribuir para políticas públicas que possam mitigar a problemática
socioambiental que a população enfrenta.
7. Descrição das Atividades e/ou Cronogramas
Para realização deste trabalho estão previstas as atividades apresentadas a seguir:
Atividade 1: Levantamento bibliográfico nacional e internacional sobre a temática;
levantamento de dados demográficos, epidemiológicos e socioambientais dos 16 municípios
envolvidos da região, através da coleta e sistematização dos dados por fontes secundárias. O
trabalho do Bolsista de Iniciação Científica está focado nesta etapa em especial no
Diagnóstico Socioambiental do município de Caraguatatuba no que diz respeito a dados
demográficos, epidemiológicos e socioambientais.
Atividade 2: Sistematização dos dados coletados; construção do perfil epidemiológico e
histórico dos municípios, considerando as doenças de notificação compulsória e as causas de
mortes por grupos de doenças, bem como a estrutura da rede de saúde;
Atividade 3: Atualização da sistematização dos dados epidemiológicos; cruzamento com os
dados demográficos e climáticos, análise preliminar dos resultados obtidos. Entrevistas
qualitativas semi-estruturadas, gravadas quando o interlocutor permitir, visando à construção da
história de vida de uma amostra aleatória dos usuários que se incluam na categoria de análise
(pescadores e suas famílias), aplicação dos instrumentos de pesquisa;
Atividade 4: Análise e articulação dos resultados obtidos, pelas fontes secundárias, entrevistas e
sistematização dos instrumentos aplicados. Seminários para apresentação dos resultados
envolvendo membros da equipe; outros pesquisadores convidados; gestores locais e estaduais e
moradores da região. Redação do Relatório Final.
8. Referências Bibliográficas
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north coast, Sao Paulo state. Brazil In: XVI Wolrd Congress of Sociology - ISA 2006 -
Research Committee on Sociology of Mental Health and Illness RC49 Session 2: Quality of
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BARBOSA, SRCS. Identidade social e dores da alma entre pescadores artesanais em Itaipu, RJ.
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FERREIRA, Lucia C. et al. Urban Growth, Vulnerability and Adaptation: social and
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