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Contributo das TIC no ensino de crianças com Distrofia Muscular Ana Sofia Couto Ferreira, Elisabete Ferreira Oliveira, Patrícia Raquel Lopes de Oliveira, Zélia do Carmo Sousa Nogueira Escola Superior de Educação Paula Frassinetti [email protected] ; [email protected] ; [email protected] ; [email protected] Resumo Neste artigo, centraremos a nossa atenção na distrofia muscular, tida como uma incapacidade física, e nas tecnologias de apoio com vista a inclusão dos indivíduos com esta patologia. Começando com uma ideia geral das TIC no ensino, abordaremos a importância das tecnologias de informação e comunicação na educação das crianças com esta problemática. A partir de uma tentativa de definição da distrofia muscular, procuramos expor as diferentes características gerais desta problemática, salientando em particular a distrofia muscular miotónica. Neste trabalho iremos utilizar as tecnologias de apoio como meio de intervenção para a promoção da inclusão na 1

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Contributo das TIC no ensino de crianças com Distrofia Muscular

Ana Sofia Couto Ferreira, Elisabete Ferreira Oliveira, Patrícia Raquel Lopes de Oliveira, Zélia do Carmo Sousa NogueiraEscola Superior de Educação Paula [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]

Resumo

Neste artigo, centraremos a nossa atenção na distrofia muscular, tida como uma

incapacidade física, e nas tecnologias de apoio com vista a inclusão dos indivíduos com

esta patologia. Começando com uma ideia geral das TIC no ensino, abordaremos a

importância das tecnologias de informação e comunicação na educação das crianças

com esta problemática.

A partir de uma tentativa de definição da distrofia muscular, procuramos expor

as diferentes características gerais desta problemática, salientando em particular a

distrofia muscular miotónica.

Neste trabalho iremos utilizar as tecnologias de apoio como meio de intervenção

para a promoção da inclusão na sala de aula, tendo em conta o desenvolvimento pleno

do indivíduo.

Assim sendo, realçamos a distinção entre o conceito de ajudas técnicas e

tecnologias de apoio, seguidamente, apresentaremos a planificação duma actividade

natural em que um aluno com distrofia muscular conseguirá participar de forma

inclusiva, consiste leitura de uma história digitalizada do calaméo “Leo – À descoberta

da cidade” desenvolvida por nós, que inclui uma abordagem à orientação e mobilidade

no espaço exterior (cidade), como complemento desta história elaboramos um jogo

interactivo com recurso ao software magic eye.

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Para isto, recorreremos às seguintes tecnologias de apoio: um computador e o

software magia eye.

Palavras-chave: TIC, ensino, ajudas técnicas/tecnologias de apoio, distrofia muscular, intervenção

1. As TIC e o Ensino

As Tecnologias de Informação e Comunicação (T.I.C.) possuem um papel

importante de mudança social e cultural, constituindo assim um novo tipo de sociedade,

a sociedade de informação e do conhecimento.

Segundo Ponte (2002:7) as T.I.C.:

“têm contribuído para mudar a escola e o seu papel na sociedade. Os alunos podem usá-las para realizar pesquisas, para elaborar trabalhos dos mais diversos tipos (…) e para comunicar uns com os outros e com outros membros da comunidade. Estas tecnologias podem ajudar a escola a ser um lugar da exploração de culturas, de realização de projectos, de investigação e debate.”

De facto, para que isto aconteça é necessário que os professores possuam uma

formação adequada, pois este tem que se sentir á vontade não só com os equipamentos,

mas também conhecer as suas potencialidades pedagógicas e acima de tudo tentar tirar o

melhor partido disso, para que deste modo consiga envolver-se na aprendizagem em

conjunto com os seus alunos. Pois assim, o professor, “(…) deixa de ser aquele que

apenas ensina, para passar a ser, sobretudo, aquele que (co)aprende e promove a

aprendizagem. Podemos dizer que, com as T.I.C., emergem novas facetas da identidade

profissional do professor.” (Ponte, 2002:7)

As tecnologias tornam-se mais eficazes quando são usadas para atingirem

objectivos próprios do tempo, tais como:

“…promover a aprendizagem através do envolvimento colaborativo em actividades autênticas, estimulantes e multidisciplinares, da criação de ambientes complexos, realistas para pesquisa, disponibilizando informação e ferramentas de apoio à mesma (coligir, analisar, apresentar de modo sintético e comunicar informação), e da ligação de salas de aula para pesquisa conjunta.” (Means e Olson, 1997 cit in Ponte, 2002: 10)

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No entanto, nas aulas onde as T.I.C. assumem uma componente activa o

professor assume um papel de mediador, onde os alunos se envolvem mais nos

trabalhos, a aprendizagem torna-se mais activa e individualizada.

Contudo, quer os professores, quer os pais têm que ter consciência dos vários

problemas existentes aquando a utilização das tecnologias, sobretudo nos níveis etários

mais baixos.

Em suma, no ensino as T.I.C. para além de serem um elemento constituinte do

ambiente de aprendizagem, elas “podem apoiar a aprendizagem de conteúdos e o

desenvolvimento de capacidades específicas, tanto através de Software educacional

como de ferramentas de uso corrente. Permitem a criação de espaços de interacção e

partilha pelas possibilidades que fornecem de comunicação e troca de documentos. (…)

uma ferramenta de trabalho do professor e do educador de infância e um elemento

integrante da sua cultura profissional, pelas possibilidades que fornecem de expressão

criativa, de realização de projectos e de reflexão crítica.” (Ponte, 2002: 20)

Como podemos perceber, as T.I.C. têm um papel facilitador no ensino

aprendizagem. É preocupação de todos os profissionais de educação que todas as

crianças possam “viver uma escola inclusiva”. A escola inclusiva só é para todos se a

todos der resposta e as T.I.C. são a grande alternativa à aquisição de competências por

parte das crianças com N.E.E.

O vertiginoso desenvolvimento das T.I.C. abriu aos cidadãos possibilidades até

ao momento nunca sonhadas, de ver aumentados os seus níveis de conhecimento e a sua

qualidade de vida. Esta qualidade de vida, é deveras importante quando falamos de

distrofia muscular, tema ao qual este artigo se destina.

As novas tecnologias deram origem ao aparecimento de equipamentos

específicos para as pessoas com N.E.E.. O desenvolvimento desta área poderá originar o

aparecimento de novas facilidades que ajudem na integração de indivíduos com

distrofia muscular.

Então é fundamental explorar cada vez mais, o mundo das T.I.C. para benefício

de todos, em especial destas crianças, pois a qualidade de vida passa também passa por

estas tecnologias de informação e comunicação.

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Em suma, as T.I.C. são um grande apoio para a plena autonomia das pessoas

portadoras de deficiência, quer no que diz respeito à comunicação, quer no desempenho

de inúmeras tarefas.

2. Distrofia Muscular: conceito, etiologia e manifestações clínicas

Guillaume Duchenne, neurologista francês, foi o primeiro a escrever sobre a

doença em 1868. Referia-se a descrição histórica de uma particular doença

neuromuscular progressiva e destrutiva, afectando principalmente meninos. Por um

século a doença seria conhecida como uma distrofia. Depois da observação de

Duchenne, essa condição seria conhecida e comummente chamada como Distrofia

Muscular de Duchenne.

Outros médicos neurologistas pioneiros escreveram sobre este tipo de doença

como o cirurgião escocês Charles Bell e também por distinguir nervos sensoriais de

motores. Edward Meryon, nascido por volta de 1807, também escreveu sobre a

Distrofia Muscular de Duchenne, analisando texturas musculares de meninos afectados

pela doença após a morte. Ele observou a destruição das fibras musculares, um facto

que na época Duchenne não notou.

Graças a suas contribuições sobre os efeitos da electricidade no ser humano, é

considerado o pai da Electroterapia, recurso terapêutico utilizado por fisioterapeutas no

tratamento, reabilitação e cura de diversas doenças.

Em 1987, como resultado do trabalho em conjunto de pesquisadores dos Estados

Unidos e do Canadá, conseguiu-se isolar o gene das distrofias de Duchenne e de

Becker, levando à descoberta de uma proteína chamada distrofina, cuja produção

defeituosa gera a doença. Enciclopédia, O corpo Humano – Os músculos (1989:82)

Segundo os autores Seely et all (2003:312) O termo “Doenças

Neuromusculares” aplica-se a um universo muito alargado de diferentes patologias, já

identificadas, e engloba as doenças dos músculos (Miopatias), doenças dos nervos

(Neuropatias) doenças dos cornos anteriores da medula (Atrofia Espinais) e as

perturbações da junção neuromuscular (Miastenias), entre outras.

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São doenças genéticas, hereditárias e progressivas e todas têm em comum a falta

de força muscular.

A Distrofia Muscular refere-se a um grupo de doenças, chamadas miopatias

(doenças musculares), que destroem o tecido muscular esquelético. Habitualmente estas

doenças são transmitidas hereditariamente e caracterizam-se pela degenerescência das

células musculares, levando a atrofia e eventual substituição por tecido conjuntivo.

É uma doença motora e diferencia-se das demais, porque qualquer esforço

muscular que cause o mínimo de fadiga, contribui para a deterioração do tecido

muscular. Isto porque o defeito genético ocorre pela ausência ou formação inadequada

de proteínas essenciais para o funcionamento da fisiologia da célula muscular.

Tendo em conta a Enciclopédia de Medicina Selecções Reader’s Digest,

(1992:368) esta pode ser uma:

Doença autossómica recessiva. Para que a doença se manifeste, precisa-se de

duas cópias do gene mutado no genoma da pessoa afectada, cujos pais

normalmente não manifestam a doença, mas portam cada um uma cópia do gene

mutado, pelo que podem o transmitir à descendência. A probabilidade de ter um

filho afectado por uma doença autossómica recessiva entre duas pessoas

portadoras de uma só cópia do gene mutado (que não manifestam a doença) é de

25%.

Doença autossómica dominante. Só se precisa uma cópia mutada do gene para

que a pessoa esteja afectada por uma doença autossómica dominante.

Normalmente um dos dois progenitores de uma pessoa afectada manifesta a

doença e estes progenitores têm 50% de probabilidade de transmitir o gene

mutado a seu descendente, que manifestará a doença.

Doença ligada ao cromossoma X. O gene mutado localiza-se no cromossoma X.

Estas doenças podem transmitir-se a sua vez de forma dominante ou recessiva.

A Distrofia Muscular é uma doença progressiva hereditária. Cada tipo de

distrofia muscular apresenta típicas e genéticas peculiares (Enciclopédia Harrison -

Medicina Interna, 1998:383)

Existem vários tipos de Distrofia Muscular Progressiva, nomeadamente:

Duchenne, Becker, da cintura dos membros, congénita, miotónica, facioescapuloumeral

e oculofaríngea.

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A Distrofia Muscular em que debruçaremos o nosso artigo diz respeito à

miotônica ou doença de Steinert, uma vez que criança em estudo sofre deste tipo de

distrofia e afecta-lhe os quatro membros, sendo que mais acentuadamente a sua

incapacidade ao nível dos membros superiores.

De acordo com Enciclopédia O Corpo Humano – Os Músculos (1989:89) e a

Enciclopédia Harrison - Medicina Interna (1998:2625), esta distrofia afecta primeiro os

músculos do rosto, do pescoço, das mãos, dos antebraços e dos pés e possuí uma

evolução lenta, só se agudizando 15 a 20 anos mais tarde.

Segundo a Enciclopédia Harrison - Medicina Interna (1998:2625), esta distrofia

afecta muitos sistemas para além do músculo (olhos, coração, sistema endócrino e

sistema nervoso central) e as suas manifestações variam amplamente.

Os indivíduos que manifestam este tipo de distrofia apresentam características

próprias, como rosto fino e comprido, devido à atrofia dos músculos temporais,

masseteres e faciais. Os músculos cervicais e os músculos distais dos membros são

afectados num estágio inicial da doença. A fraqueza dos músculos dos pulsos, dos dedos

e das mãos comprometem a função. A fraqueza dos músculos do tornozelo pode

produzir o pé caído. A produção da fala pode ser afectada e alguns indivíduos

apresentam insuficiência respiratória devido à fraqueza do diafragma e músculos

intercostais. Como nos diz Enciclopédia O Corpo Humano – Os Músculos (1989:89),

alguns indivíduos podem sentir uma fraqueza muscular incómoda e uma certa

incapacidade física.

“Contrariamente às outras distrofias, a deteriorização muscular é acompanhada

de miotonia, uma rigidez muscular” (Enciclopédia O Corpo Humano – Os

Músculos,1989:89). De acordo com a Enciclopédia Harrison - Medicina Interna

(1998:2625), a miotonia costuma manifestar-se por volta dos 5 anos de idade, causando

o relaxamento lento da preensão da mão após o fecho voluntário forçado. A detecção da

miotonia é dificultada pela fraqueza muscular avançada.

A distrofia miotônica congénita é a forma mais grave da doença, manifestando-

se em 25% das mães portadoras da doença. É caracterizada por grave fraqueza facial,

por insuficiência respiratória neonatal (recuperável) e geralmente comprometimento da

inteligência.

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Outras manifestações associadas à distrofia miotônica incluem distúrbios

cardíacos, comprometimento intelectual, hipersonia, cataratas, resistência á insulina,

entre outras.

Segundo a Enciclopédia Harrison - Medicina Interna (1998:2625), normalmente

pode estabelecer-se o diagnóstico com base em testes clínicos. Um biopsia muscular

revela atrofia muscular.

Relativamente à intervenção e tratamento, importa salientar que ainda não existe

um tratamento etiológico para a distrofia miotônica. O tratamento e a intervenção visam

a melhoria da qualidade de vida do portador, minimizando os seus sintomas e vigiando

as complicações mais frequentes. Para isso, contribuem as ajudas técnicas e a tecnologia

de apoio.

3. Ajudas Técnicas e Tecnologia de Apoio

“As ajudas técnicas, ou seja, todos aqueles instrumentos especializados ou comummente à venda que permitem à pessoa com deficiência fazer o que de outra maneira não seria capaz, ou fazê-lo de uma maneira mais segura, rápida ou simplesmente menos fatigante, desempenham muitas vezes um papel fundamental na melhoria da sua qualidade de vida e das suas relações sociais.” (Andrich, 1999:8)

A percepção que as pessoas com incapacidades ou deficiência precisavam da

ajuda de alguns instrumentos e equipamentos para realizar determinadas tarefas do seu

quotidiano levou ao aparecimento do conceito de ajudas técnicas. O conceito que mais

representa o que nós hoje consideramos como ajudas técnicas surgiu em Inglaterra, nos

anos 70, definido pelo Professor Heinz S. Wolff.

Nesta definição estava relacionada à expressão de ferramentas de sobrevivência,

onde já existia a ideia de utilizar instrumentos ou equipamentos específicos,

aproveitando os avanços tecnológicos, para ajudar as pessoas com incapacidades ou

deficiência. (idem:9)

Inicialmente utilizava-se as designações “material de compensação e ajuda

técnica” associadas aos instrumentos ou equipamentos em funções de compensação ou

de substituição nas actividades diárias. Porém, em 1998 foi aprovada uma norma (ISSO

9999) onde estas duas designações foram reunidas numa só – ajudas técnicas.

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De acordo com o Secretariado Nacional da Reabilitação e Integração das

Pessoas com Deficiência – S.N.R.I.P.D., (2002:2) ajudas técnicas:

“(…) são meios indispensáveis à autonomia e integração de pessoas com deficiência. Destinam-se a compensar a deficiência ou a atenuar-lhe as consequências e a permitir o exercício das actividades quotidianas e a participação na vida escolar, profissional e social.”

Podemos dizer que a ajuda técnica é um qualquer produto, instrumento,

equipamento ou sistema tecnológico de produção especializada ou comummente à

venda, utilizado por uma pessoa com incapacidades1 ou deficiências2 para prevenir,

compensar, atenuar ou eliminar uma incapacidade, deficiência ou desvantagem.

De acordo com Andrich (1999:13) o termo ajudas técnicas associado com a

norma (ISO 9999) reúne uma diversidade de produtos e tecnologias: simples

expedientes para a autonomia – pegas adaptadas para talheres, sofisticados aparelhos

electromecânicos - cadeiras de rodas eléctricas, domóticos – controlo do meio

envolvente por comando vocal e Informáticos – software de ensino assistido.

Os principais objectivos na utilização da ajuda técnica são: recuperação de uma

função corporal e desenvolvimento de actividades específicas da vida diária.

Como Distrofia Muscular pertence ao grupo de doenças das miopatias (doenças

musculares), diferentes grupos de músculos vão ser afectados com uma velocidade de

degeneração variável, neste sentido vamos abordar no nosso trabalho a utilização das

ajudas técnicas no desenvolvimento da vida diária, uma vez que não existe recuperação

neste tipo de patologia.

Em relação à selecção de uma ajuda técnica que vise o desenvolvimento de uma

actividade diária, pretende-se o alcance de autonomia numa determinada actividade ou

tarefa. " (...) Uma meta de autonomia consiste de facto em realizar uma determinada

acção, num determinado ambiente, por parte de uma pessoa com determinadas

incapacidades e deficiências, de modo a prevenir uma situação de desvantagem.”

Andrich (1999:15)

A aceitação de determinada ajuda técnica requer sempre a aprovação do seu

utilizador. É necessário que este aceite que a sua incapacidade ou deficiência como algo

definitivo e que tenha vontade de arranjar meios de a ultrapassar. Além disso, ao aceitar

1 Incapacidade – representa qualquer falta ou redução de capacidade para exercer uma actividade dentro dos limites considerados normais para o ser humano.2 Deficiência – representa qualquer perda ou anormalidade da estrutura ou função psicológica ou anatómica.

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a ajuda técnica tem que ter a consciência que isso irá alterar o seu modo de vida, assim

como, eventualmente, o meio que o rodeia.

Em relação às tecnologia de apoio, podemos dizer que esta terminologia surgiu a

partir da evolução das tecnologias que visam compensar limitações funcionais, facilitar

a autonomia e permitir às pessoas idosas e às pessoas com deficiência manifestarem as

suas potencialidades. Este conceito surge da junção dos dois conceitos anteriores, a

acessibilidade (adaptação do ambiente às pessoas) e ajudas técnicas (adaptação das

pessoas ao ambiente para facilitar a realização de determinadas actividades do dia-a-

dia).

O autor Andrich (1999) menciona que este conceito apresenta três dimensões:

Actividade - o que se pretende realizar, com mais autonomia, menor dependência,

maior segurança e menor cansaço;

Ambiente - onde se desenvolverá a actividade;

Pessoa - quem desempenhará a actividade, influenciado pelas suas atitudes,

personalidade, os recursos que dispõe, as suas limitações.

De facto existe diferenciação entre os termos ajudas técnicas e tecnologia de

apoio, assim faz sentido falar em ajudas técnicas quando se quer fazer referência a um

instrumento ou uma técnica específica que auxilia a pessoa com incapacidades ou

deficiência, através da compensação de determinadas limitações funcionais. Quando se

utiliza o termo de tecnologias de apoio, o conceito é algo mais aglutinador. É o conceito

que nasce do binómio "Ajudas Técnicas/Acessibilidade". Neste sentido, tecnologias de

apoio traduz-se num conjunto de recursos que tornam viável a autonomia das pessoas

com incapacidades ou deficiência e a realização das tarefas diárias, a participação activa

na sociedade. " (...) Refere-se mais genericamente a produtos, contextos organizacionais

ou modos de agir que encerram uma série de princípios e componentes técnicos.”3

Em relação ao processo de selecção, seja de ajudas técnicas ou tecnologias de

apoio, torna-se indispensável identificar as necessidades do indivíduo, para isso teremos

que realizar uma avaliação minuciosa das diversas competências: Competências de

auto-ajuda – competência para cuidar de si próprio; Competências motoras – postura e

posicionamento e os movimentos voluntários e intencionais de distintas partes ou

segmentos corporais; Competências sensoriais – capacidades visuais, auditivas e tácteis;

3 http://www.siva.it/research/eustat/eustgupt.html#_Toc454593275

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Competências comunicativas e linguísticas – o nível de compreensão e de expressão;

Competências cognitivas – atenção e a memória e Competências sociais – o tipo de

contexto que em que está inserido.

Com base nos resultados desta análise escolhe-se o tipo de ajudas técnicas e as

tecnologias de apoio, que devem ser adaptadas às características do seu utilizador,

segundo4:

“os organizadores de actividades educacionais devem ter pleno conhecimento desta evolução cultural. Ela abre grandes oportunidades de capacitação, desde que sejam oferecidos aos utilizadores finais conhecimentos, oportunidades para assumirem as suas funções e possibilidades para trabalhar nas suas próprias necessidades e objectivos, em associação com profissionais, quando seja requerida competência específica.”.

Em suma, é necessário o conhecimento, a experiência de todos para que a

escolha da ajuda técnica ou tecnologia de apoio seja a mais adequada a qualquer caso

específico, para que o problema seja analisado em todas as suas vertentes. Mas o

processo não termina na selecção, é necessário e fundamental o acompanhamento e a

avaliação dos efeitos de uma determinada ajuda técnica ou tecnologia de apoio na

pessoa com incapacidades ou deficiência e, se for necessário, voltar ao início do

processo para que haja uma integração plena da ajuda técnica ou tecnologia de apoio na

vida da pessoa com incapacidades ou deficiência.

Exemplos de Ajudas Técnicas são cadeiras de rodas, andarilhos, canadianas,

almofadas anti-escaras, colchões ortopédicos, camas articuladas, materiais e

equipamentos para a alimentação (garfos, colheres, pratos, copos adaptados), para o

vestuário (pinças, ganchos, luvas de protecção, vestuário apropriado), para a higiene

(barras de apoio, assentos de banheira, cadeiras e bancos para o banho, banheiras,

material anti-derrapante), para a comunicação (canetas adaptadas, computadores,

tabelas de comunicação, dispositivos para virar folhas, amplificadores de som,

telefones).5

Existem vários tipos de tecnologias de apoio das quais se destacam6: periféricos

alternativos ou adaptados, por exemplo Teclados alternativos ou adaptados (Teclado de

Conceitos IntelliKeys, GRID 2) Dispositivos apontadores, Dispositivos de sopro,

4 http://www.siva.it/research/eustat/eustgupt.html#_Toc454593275

5 http://www.anditech.pt/

6 http://tecnologiasdeapoiocomunicao.blogspot.com/2009/10/tipos-de-tecnologias-de-apoio.html

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Ponteiros, Joysticks (comandos), Trackballs, Ecrã táctil (Magic Touch, Monitor TFT) e

outras tecnologias de apoio Filtros de teclado, Sinalizadores luminosos de alertas,

Teclado no ecrã, Ferramentas de leitura e programas para dificuldades de aprendizagem.

Podemos assim referir que as ajudas técnicas e tecnologias de apoio embora

diferentes são complementares, tornando-se importantes e imprescindíveis para o

desenvolvimento e a qualidade de vida dos indivíduos com Distrofia Muscular.

4. Intervenção e Distrofia Muscular Miotônica

Como vimos anteriormente, ainda não existe um tratamento etiológico para a

distrofia miotônica. O tratamento e a intervenção visam a melhoria da qualidade de vida

do portador, minimizando os seus sintomas e vigiando as complicações mais frequentes.

Um exemplo de sistema de apoio que melhora a qualidade de vida do doente são as

órteses de tornozelo-pé que facilitam a prevenção do pé caído, nos indivíduos com

fraqueza distal dos membros inferiores (Enciclopédia Harrison - Medicina Interna

(1998:2626). Também as tecnologias de apoio funcionam como importante instrumento

na estruturação de etapas escolares, promovendo a equidade de oportunidades de

aprendizagem, em relação aos demais pares.

Assim, as tecnologias de apoio são utilizadas para uso pessoal na vida diária,

facilitando a mobilidade e transporte pessoal (cadeiras de rodas, rampas), e para a

educação (mesa adaptada, computador portátil, teclado virtual no ecrã para actividades

de escrita).

No que diz respeito ao uso de computador, a nossa intervenção incidirá numa

história interactiva e um jogo de computador associado à história.

Uma vez que a criança em estudo não consegue manipular o dispositivo do rato,

a solução de acessibilidade encontrada será o software Magic Eye, uma aplicação

informática que permite que pessoas possam controlar o rato do computador apenas

com os olhos, não exigindo que a cabeça esteja imóvel.

 O software Magic Eye7 utiliza uma câmara de alta definição para adquirir as

imagens dos olhos do utilizador a uma frequência de 45 imagens por segundo. Através

7 http://www.magickey.ipg.pt/magic_eye.asp

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dessas imagens, com o programa desenvolvido de Processamento Digital da Imagem, é

determinado o local do monitor para onde a pessoa está a olhar, o que permite controlar

o movimento do cursor do rato. O próprio utilizador pode activar e desactivar o

MagicEye apenas com os olhos, o que lhe dá uma vantagem acrescida na utilização do

computador. Com poucas horas de treino é possível aceder a qualquer botão de uma

interface gráfica, como é o caso dos botões do Word, ou do Paint mesmo com uma

resolução elevada do ecrã do computador.

Imagem 1 - Computador com Magic Key

 Esta aplicação permite ter uma precisão do movimento do rato suficiente para

fechar uma janela do Windows com uma resolução gráfica do ecrã de 1024*768

pixéis. É necessário um computador com uma porta USB 2.0 recomendando-se um

CPU com uma velocidade mínima de 3.0 GHz.

 O software Magic Eye está definido como Ajuda Técnica, pelo que poderá ser

prescrito e financiado de acordo com as regras estabelecidas para a prescrição de ajudas

técnicas.

5.Proposta de Intervenção com Recurso às TIC

Brincar é uma actividade característica da infância. É através desta actividade

que a criança constrói a sua aprendizagem acerca do mundo em que vive, da cultura, do

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meio em que se encontra inserida. Os jogos são parte desta actividade de construção da

criança que a acompanha até à idade adulta.

Foram vários os teóricos que desenvolveram teorias acerca da importância do

jogo no ensino/ aprendizagem, nomeadamente, Alain (1957, cit in Kishimoto, 1998)

defende o emprego do jogo na escola, pois este favorece o aprendizado pelo erro e

estimula a exploração e a solução de problemas. O jogo por ser livre de pressões e

avaliações, cria um clima adequado para a investigação e a busca de soluções. O

benefício do jogo está nessa possibilidade de estimular a exploração em busca de

respostas, em não constranger quando se erra.

Por sua vez, na opinião de Lopes (1999:35,36), “o jogo para a criança é o

exercício, é a preparação para a vida adulta. A criança aprende brincando, é o exercício

que a faz desenvolver as suas potencialidades”.

O jogo apresenta, na opinião de Lopes (1999), inúmeros objectivos pedagógicos

sendo eles:

Trabalhar a ansiedade;

Rever os limites;

Reduzir a descrença na auto capacidade de realização;

Diminuir a dependência. Desenvolvimento da autonomia;

Aprimorara a coordenação motora;

Desenvolver a organização espacial;

Melhorar o controlo segmentar;

Aumentar a tenção e a concentração;

Desenvolver a antecipação e estratégia;

Trabalhar a discriminação auditiva;

Ampliar o raciocínio lógico;

Desenvolver a criatividade;

Perceber a figura e fundo;

Trabalhar o jogo.

Depois de conhecermos os vários benefícios do jogo no contexto escolar

convém, na escolha dos jogos a introduzir, ter em conta as características, as

necessidades e as expectativas da criança que vai usufruir dos jogos. Para tal, é

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necessário fazer-se uma avaliação integrada, de modo a saber com exactidão quais são

as capacidades e as incapacidades da criança. Tal como nos diz (Kishimoto, 1999:111),

é fundamental “perceber o aluno em toda a sua singularidade, captá-lo em toda a sua

especificidade, em um programa direccionado a atender as suas necessidades especiais”.

Neste caso específico, a “nossa” criança tem sete anos e sofre de Distrofia

Muscular Miotónica. Frequenta a escola da sua área de residência, estando inserido na

turma do segundo ano. Apresenta aproveitamento escolar e muita vontade em aprender.

Encontra-se, neste momento, numa cadeira de rodas, pois apresenta dificuldades ao

nível dos membros inferiores. No entanto, é bastante independente e tenta ultrapassar

todas as barreiras que se lhe deparam. A escola em que está inserido está totalmente

adaptada a alunos com necessidades educativas especiais.

Com o passar dos anos, vemos a tecnologia ganhar cada vez mais espaço no

mundo, nomeadamente o uso dos computadores que está cada vez mais está presente no

nosso dia a dia. Ao mesmo tempo que aumenta o uso das novas tecnologias, estas vão-

se aperfeiçoando e evoluindo cada vez mais, tentando dar resposta às necessidades dos

seus utilizadores. Este aperfeiçoamento denota-se em grande parte nas aplicações

tecnológicas destinadas a indivíduos com necessidades educativas especiais,

permitindo-lhe uma maior independência, melhor qualidade de vida e participação

activa na comunidade em que estão inseridos.

Desse modo, optamos pela realização de uma história no Calameo e um jogo

interactivo, de forma a que a criança usufrua do computador, pois a mobilidade é já

reduzida e tende a piorar cada vez mais, bem como a força muscular dos membros

superiores. Quando a força nos braços fica completamente comprometida (em alguns

casos acontece), o indivíduo poderá adaptar uma ajuda técnica software Magic eye, de

modo a poder continuar a usar o computador.

Relativamente à história, esta intitula-se “Leo à descoberta da cidade” e foi

criada tendo em conta a criança em questão. Relata um dia da sua vida na companhia de

um primo imigrante que o vem visitar. Pretende dar a conhecer a outras crianças um

pouco desta doença e das suas características, mostrar que uma criança com distrofia

muscular de Miotónica pode ter uma vida perfeitamente normal e também chamar a

atenção para alguns obstáculos com que ainda se deparam os indivíduos em cadeira de

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rodas. Para além disto, pretende dar a conhecer às crianças os diferentes locais públicos

e bens e serviços que prestam à sociedade.

Eis a história:

Olá!!!

Eu sou o Leo, tenho 7 anos e sofro de uma doença com um nome esquisito

chamada Distrofia Muscular. Já caminhei e até já corri, mas neste momento devido à

minha doença encontro-me numa cadeira de rodas.

Mas não pensem que devido ao meu problema deixo de fazer aquilo que mais

gosto: brincar, jogar computador, ir ao cinema, passear.

Hoje é um dia especial, vou receber o meu primo Steve, que vem dos EUA.

Como é a primeira vez que vem cá, decidimos dar um passeio pela cidade.

A minha mãe pediu-me para lhe fazer alguns recados com a ajuda do meu primo.

O primeiro recado da minha mãe era entregar uma carta nos correios.

Leo: - Steve podes ajudar-me a colocar a carta na caixa do correio?

Steve: - Claro primo! Nos EUA as caixas encontram-se mais acessíveis.

Imagem 2 - Livro Interactivo no Calameo

Leo: - Agora temos que ir à biblioteca entregar um livro, mas antes vais ficar a

conhecer a minha escola, que fica a caminho. Esta é a minha escola! E está

completamente adaptada a criança como eu.

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Leo: - Bem! Estamos um pouco atrasados. Está quase na hora do almoço, é

melhor irmos rápido à biblioteca entregar o livro que requisitei no outro dia.

Leo: - Estás bem?

Leo: - Sr. Policia pode ajudar-nos?

Policia: - É melhor passarmos no hospital para garantir que está tudo bem

contigo.

Leo: - Agora temos que ir à farmácia comprar esta medicação.

Leo: -Já estou a ficar com fome! Agora só precisamos de ir à padaria comprar

pão para o almoço.

Leo: - Uma vez que estás magoado e já é tarde, é melhor irmos de metro para

casa.

Steve: - Hum! Que cheirinho! Tia temos tanta coisa para te contar, o nosso

passeio foi uma aventura!

Lida a história, será proposto à criança que jogue o jogo interactivo com

o mesmo nome. Este é constituído por questões relacionadas com a história, para as

quais damos duas hipóteses diferentes e colocamos imagens relacionadas para facilitar a

escolha, vejamos:

Como é que se chama o primo do Leo? Steve ou Mike

Qual foi o primeiro recado que a mãe do Leo mandou fazer? Colocar a

carta nos Correios ou Entregar o livro na biblioteca.

A escola do Leo encontra-se… longe da biblioteca ou perto da biblioteca.

O Steve caiu e magoou-se. Quem o ajudou? O Sr. polícia ou o Sr.

Pasteleiro.

O Steve foi fazer o curativo ao… hospital ou ao centro de saúde.

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Imagem 3 - Diapositivo do Jogo Interactivo

O Leo e o Steve, depois de saírem do hospital foram… para casa ou à

farmácia comprar medicamentos.

O que é que os primos foram comprar à padaria? Biscoitos ou pão.

Que meio de transporte é que o Leo e Steve utilizaram para ir para casa?

Metro ou comboio.

Quem os esperava em casa? A avó do Steve ou a mãe do Leo.

Este jogo pretende consolidar os objectivos anteriormente referidos.

CONCLUSÕES

,

“A definição de inclusão é abrangente e complexa, mas assenta sempre sobre um outro modo de perspectivar a educação e sobre as diferenças entre o que existe e o que poderá vir a tornar-se realidade. Ela pode ser vista como o empenhamento em reestruturar o programa da escola adaptando-o à diversidade dos alunos, centrando numa nova perspectiva de necessidades educativas especiais, contrapondo integração e inclusão precisamente no facto de se deslocar o objecto de intervenção, até aqui centrada no aluno, para a intervenção centrada no currículo e para os factores organizacionais da escola.”

Bérnard da Costa (2006, referida por Almeida & Rodrigues, 2006)

Em jeito de conclusão, a Distrofia Muscular é uma doença neuromuscular, que

pertence às miopatias, sendo esta progressiva e degenerativa.

Programas de socialização, suporte emocional e apoio à família são momentos

importantes no tratamento, foi com esta intenção que a nossa intervenção se baseou, ou

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seja, proporcionar aos indivíduos portadores desta doença uma melhor qualidade de

vida através da utilização das TIC.

Ao longo do trabalho mostramos diversos tipos de ajudas técnicas e de

tecnologias de apoio para um indivíduo com dificuldades físicas. Seleccionamos uma

tecnologia de apoio para um caso específico, isto é, para uma criança que frequenta o 1º

Ciclo do Ensino Básico com distrofia muscular miotónica.

A realização deste trabalho contribuiu para uma clarificação de ideias acerca

desta problemática, assim como, nos capacitou em termos teóricos para uma eventual

intervenção junto destas crianças.

BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, A., & RODRIGUES, D. (2006). A Percepção dos Professores do 1º C.E.B.

e Educadores de Infância sobre Valores Inclusivos e as suas Práticas. In D. Rodrigues,

Investigação em Educação Inclusiva

ANDRICH, Renzo (1999), Aconselhamento de Ajudas Técnicas - organização e

metodologia de trabalho dos centros de informação sobre Ajudas Técnicas, Secretariado

Nacional para a Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiências

Enciclopédia de Medicina Selecções Reader's Digest. (1992). Selecções Reader's

Digest.

Enciclopédia Ossos e Músculos Selecções Reader's Digest. (2004). Selecções Reader's Digest.

HARRISON - Medicina Interna. (1998). Rio de Janeiro: McGraw.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida (1998); O Jogo e a Educação Infantil; São Paulo;

Livraria Pioneira

KISHIMOTO, Tizuko Morchida (1999); Jogos, Brinquedo, Brincadeira e a Educação;

São Paulo; Cortez Editora

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LOPES, Maria da Glória (1999); Jogos na Educação - Criar, Fazer, Jogar; Brasil; Cortez Editora

O corpo humano - os músculos. (1989). Amadora: Ediclube.

Secretariado Nacional para a Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiências,

Ajudas Técnicas, 2002, Lisboa

PONTE, J. P. (2002); A Formação para a Integração da TIC na Educação Pré-escolar

e no 1º ciclo do Ensino Básico; Porto; Porto Editora

Fontes electrónicas:

http://www.magickey.ipg.pt/magic_eye.asp, consultado em 3 de Junho de 2001

http://tecnologiasdeapoiocomunicao.blogspot.com/2009/10/tipos-de-tecnologias-de-

apoio.html, consultado em 11 de Junho de 2011

http://www.anditech.pt/, consultado em 15 de Junho 2011

Projecto DE3402/Eustat, Deliverable D06.3, Educação em tecnologias de Apoio para

Utilizadores Finais - Linhas de Orientação para Formadores, Comissão Europeia DG

XIII, Programa de Aplicações Telemáticas - Sector Deficientes e Idosos, 15 de Março

de 1999, http://www.siva.it/research/eustat/eustgupt.html#_Toc454593275, consultado

dia 14 de Junho 2011 -

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